Como representamos o envelhecimento no masculino e no feminino? Um estudo com diretoras técnicas de...

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OUTUBRO 2013 SUPLEMENTO ATAS DO CONGRESSO INTERNACIONAL GÉNERO(S) E SAÚDE: (IN)DETERMINAÇÕES E APROXIMAÇÕES ISSN: 0874.0283 10

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OUTUBRO 2013SUPLEMENTO

ATAS DO CONGRESSO INTERNACIONAL

GÉNERO(S) E SAÚDE: (IN)DETERMINAÇÕES E APROXIMAÇÕES

ISSN: 0874.0283

10

ESEnfC • POLO B Auditório Santa Clara

inscrições emwww.esenfc.pt/event/cigs

IIIIII Série - Suplemento 2013

Indexada em: Membro do:

Revista Científica da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: EnfermagemScientific Journal of the Health Sciences Research Unit: Nursing

Revista Científica de la Unidad de Investigación en Ciencias de la Salud: Enfermería

The journal is directed at students, researchers and professionals of the health and education area.It disseminates scientific knowledge produced in Education and Health Sciences,with an impact on health and on the scientific development of nursing.

La revista se dirige a estudiantes, investigadores, profesionales del área de la Salud y de la Educación. Divulga conocimiento científico producido en la Educación y las Ciencias de la Salud,

con impacto sobre las ganancias en salud y sobre el desarrollo científico de la enfermería.

A revista dirige-se a estudantes, investigadores, profissionais da área da Saúde e da Educação.Divulga conhecimento científico produzido em Educação e Ciências da Saúde,com impacto em ganhos em saúde e no desenvolvimento científico da enfermagem.

VIII Série - Suplemento 2013

SUMÁRIO

1 EDITORIAL

7 NOTA DE ABERTURA

13 PÓSTERES

15 Género(s) e parentalidade

19 Género(s) e políticas de saúde

25 Género(s) e promoção da saúde

47 Género(s) e sexualidade(s)

57 Género(s) e violência(s)

67 Género(s) e vulnerabilidades em saúde

81 Género(s), parcerias de cooperação e desenvolvimento humano

85 Género(s), relações de poder e ética

91 COMUNICAÇÕES ORAIS

93 Género(s) e parentalidade

105 Género(s) e políticas de saúde

117 Género(s) e promoção da saúde

137 Género(s) e sexualidade(s)

155 Género(s) e violência(s)

183 Género(s) e vulnerabilidades em saúde

215 Género(s), parcerias de cooperação e desenvolvimento humano

221 Género(s), relações de poder e ética

VIIIII Série - Suplemento 2013

SUMMARY

3 EDITORIAL

9 OPENING NOTE

13 POSTERS

15 Gender(s) and parenthood

19 Gender(s) and health policies

25 Gender(s) and health promotion

47 Gender(s) and sexuality(ies)

57 Gender(s) and violence(s)

67 Gender(s) and health vulnerabilities

81 Gender(s), cooperation partnerships and human development

85 Gender(s), power relationships and ethics

91 ORAL PRESENTATIONS

93 Gender(s) and parenthood

105 Gender(s) and health policies

117 Gender(s) and health promotion

137 Gender(s) and sexuality(ies)

155 Gender(s) and violence(s)

183 Gender(s) and health vulnerabilities

215 Gender(s), cooperation partnerships and human development

221 Gender(s), power relationships and ethics

IXIII Série - Suplemento 2013

ÍNDICE

5 EDITORIAL

11 NOTA DE APERTURA

13 PÓSTERES

15 Género(s) y parentalidad

19 Género(s) y políticas sanitarias

25 Género(s) y promoción de la salud

47 Género(s) y sexualidad(es)

57 Género(s) y violencia(s)

67 Género(s) y vulnerabilidades en la salud

81 Género(s), acuerdos de cooperación y desarrollo humano

85 Género(s), relaciones de poder y ética

91 COMUNICACIONES ORALES

93 Género(s) y parentalidad

105 Género(s) y políticas sanitarias

117 Género(s) y promoción de la salud

137 Género(s) y sexualidad(es)

155 Género(s) y violencia(s)

183 Género(s) y vulnerabilidades en la salud

215 Género(s), acuerdos de cooperación y desarrollo humano

221 Género(s), relaciones de poder y ética

1III Série - Suplemento 2013

EDITORIAL

A Revista de Enfermagem Referência é um periódico científico peer reviewed de divulgação internacional.

Os princípios éticos e o rigor científico são máximas norteadoras de política de edição da Revista.

Este documento é um suplemento ao nº 10 da III Série e integra o corpo de abstracts do Congresso Internacional Género(s) e Saúde: (In)Determinações e Aproximações.

A produção científica em Género e Saúde contribui para o estudo das políticas e dos processos de intervenção em área prioritária de desenvolvimento humano.

A Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem, responsável pela edição da Revista de Enfermagem Referência, integra nas suas linhas o estudo das questões de Género, através do projeto estruturante (O)Usar e ser Laço Branco: um não à violência entre pares.

O volume de 175 abstracts resultantes das submissões nacionais e internacionais revela a pertinência do tema e também a capacidade das equipas de investigação neste campo específico.

O Coordenador Científico da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem

Manuel Alves Rodrigues

3III Série - Suplemento 2013

EDITORIAL

The Journal of Nursing Referência is a peer-reviewed scientific journal of international dissemination.

The ethical principles and the scientific rigor are the guiding forces behind the publication policy of the Journal.

This document is a supplement to the 10th edition of the III Series and includes the abstracts from the International Conference on Gender(s) and Health: (In)Determinations and Approaches.

The scientific productivity on Gender and Health contributes to the study of the policies and intervention processes in a priority area of human development.

The Health Sciences Research Unit: Nursing, which is responsible for publishing the Journal of Nursing Referência, comprises the study of Gender issues in its research lines, through the structuring project White Ribbon: Say no to peer violence.

The number of national and international abstracts (175) confirms not only the importance of the issue but also the competence of research teams in this particular field.

The Scientific Coordinator of the Health Sciences Research Unit: Nursing

Manuel Alves Rodrigues

5III Série - Suplemento 2013

EDITORIAL

La Revista de Enfermería Referência es una publicación científica periódica, con revisión por pares y de divulgación internacional.

Los principios éticos y el rigor científico son las bases de la política editorial de la Revista.

Este documento es un suplemento al n.º 10 de la III serie y reúne el conjunto de resúmenes del «Congreso Internacional Género(s) y Salud: (In)Determinaciones y Aproximaciones».

La producción científica en el ámbito del Género y la Salud contribuye al estudio de las políticas y de los procesos de intervención en un área prioritaria del desarrollo humano.

La Unidad de Investigación en Ciencias de la Salud: Enfermería, responsable de la edición de la Revista de Enfermería Referência, incluye entre sus líneas de investigación el estudio de las cuestiones relativas al Género, a través del proyecto El/Usar y ser lazo blanco: un no a la violencia entre iguales.

Los 175 resúmenes relativos a las comunicaciones enviadas a nivel nacional e internacional revelan la pertinencia del tema y la capacidad de los equipos de investigación en este campo específico.

El Coordinador Científico de la Unidad de Investigación en Ciencias de la Salud: Enfermería

Manuel Alves Rodrigues

7III Série - Suplemento 2013

NOTA DE ABERTURA

Com esta nota abrimos a edição da publicação das comunicações livres apresentadas no Congresso “Género(s) e Saúde: (In)Determinações e Aproximações” que tem como objetivos partilhar conhecimentos em matéria de género(s) e saúde, numa perspetiva de contribuir para a promoção da igualdade de oportunidades e do desenvolvimento humano.

A escolha deste tema para o congresso prende-se com a responsabilidade e o compromisso social da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra em desenvolver / partilhar conhecimento científico relevante capaz de suportar ofertas de cuidados de saúde / enfermagem adequadas às necessidades das/os cidadãs/ãos.

Ao longo da história das disciplinas da área da saúde sempre se questionou porque é que as pessoas adoecem e porque é que adoecem de forma diferente, comparativamente umas com as outras. Sabemos que os fatores biológicos exógenos, genéticos e hereditários, além dos estilos de vida têm um impacto significativo na saúde e na doença. A epidemiologia foi apresentando vários modelos explicativos – bacteriológico, história natural das doenças, multicausalidade – e hoje assume-se que a saúde é também determinada por fatores sociais, verificando-se uma transição dos riscos “tradicionais” – desnutrição, condições sanitárias … - para riscos “modernos” - como tabagismo, obesidade, violência, sedentarismo – cada vez em maior ascensão, ainda que com diferenças significativas nos diferentes países com níveis de desenvolvimento humano diferente.

No decorrer desta evolução do conhecimento as diferenças entre mulheres e homens têm sido objeto de grande interesse, mas as interpretações dos resultados têm sido naturalizadas e de cariz essencialista, atribuindo-se essas diferenças às diferenças sexuais e corporais. Contudo, além dos fatores biológicos, as diferenças de género influenciam o processo de saúde-doença e o bem-estar pessoal e das comunidades. Hoje a OMS assume que os papéis e as responsabilidades familiares e sociais, o uso do poder e a tomada de decisões têm implicações nos comportamentos e na saúde das mulheres e dos homens. Assim, sexo e género interagem e não só contribuem para a morbilidade e mortalidade, como também para as diferenças nos indicadores subjetivos de saúde.

Ao serem educadas/os para aderirem a normas de género estereotipadas, as perceções e definições de saúde das mulheres e dos homens tendem a variar e têm impacto na procura de serviços de saúde, no acesso e no controlo dos recursos, repercutindo-se na esperança de vida e na qualidade de vida e no bem-estar. E, se por um lado as raparigas e as mulheres carregam o peso das consequências das desigualdades de género com repercussões mais negativas em alguns indicadores objetivos e subjetivos, a construção social da masculinidade é também muito penalizadora para os rapazes e para os homens conduzindo ao aparecimento de doenças decorrentes dos seus comportamentos e à elevada mortalidade por violência, levando também à perda de anos de vida e à menor esperança de vida.

A literatura refere que diferentes construções socias em torno do sexo se têm assumido como obstáculos para a realização do direito à saúde, na medida em que influenciam o acesso equitativo a serviços e a cuidados de saúde e consequentemente à possibilidade de prevenir problemas evitáveis que se repercute na morbilidade, mortalidade e no bem-estar. Promover a igualdade de género é por isso promover o direito à saúde de todas as pessoas e implica justiça de género, o que nem sempre implica uma igualdade formal, atendendo a que as diferenças biológicas dão origem a necessidades de saúde diferenciadas. Assim, a equidade de género será mais do que a igualdade formal de oportunidades e refere-se às diferentes necessidades,

8III Série - Suplemento 2013

preferências e interesses das mulheres e dos homens, com impacto nas políticas de distribuição, de acesso e de resposta a serviços de saúde. Isto pode significar que seja necessário tratamento diferenciado para assegurar a igualdade (substantiva) de oportunidades.

Assim, as políticas e os programas em saúde devem visar as necessidades diferenciais da saúde das mulheres e dos homens, superando o efeito de discriminação e apresentando sensibilidade de género, ou seja, devem analisar e interpretar os problemas e as situações de saúde, tendo presente as construções sociais, tais como as noções de comportamentos e papéis adequados para mulheres e para homens, com influencia marcada na(s) sexualidade(s), na(s) parentalidade(s), nas relações interpessoais marcadas pelo(s) poder(es) e pela(s) violência(s), na identificação e controle das vulnerabilidades em saúde e na promoção do potencial máximo de saúde de cada um/a. Uma política ou programa será sensível ao género se explicitamente tomar medidas para reduzir os nocivos ou discriminatórios efeitos do género, na saúde, no bem-estar e no consequente desenvolvimento humano.

Contudo, os resultados das avaliações de programas de saúde realizadas pela OMS referem progressos muito limitados na integração das perspetivas de género nas políticas e nos serviços de saúde e quando acontece, esta tem sido mais na forma do que no conteúdo. Segundo a ONU se não integrarmos a igualdade de género como um determinante social da saúde, comprometeremos os Objetivos de Desenvolvimento do Milénio, no que se refere especificamente aos objetivos 3, 4, 5 e 6. Daí a necessidade de associarmos a investigação e a cooperação para proporcionarmos a equidade de género na saúde e promovermos o desenvolvimento do potencial de cada pessoa independentemente do seu sexo.

Porque falamos de saúde e da sua promoção, importa que as/os decisoras/es políticos, as/os educadoras/es e as/os profissionais de saúde tenham conhecimento sobre como o(s) género(s) influencia a saúde, associada a uma consciencialização e responsabilização que os impelirá certamente a assumir práticas sensíveis ao(s) género(s)e assim, tornarem o seu trabalho mais justo e mais eficaz.

Conscientes das questões enunciadas e comungando com a perspetiva da OMS de que a igualdade de género é um imperativo para a realização do direito ao mais alto padrão de saúde de todas as pessoas, organizamos este encontro que acreditamos poder ser um espaço para partilharmos saberes e experiencias e construirmos redes capazes de darmos mais um passo para a promoção da saúde de todas/os e de cada um/a.

Feito o apelo à comunidade internacional acederam a reunir-se em Coimbra quase duas centenas de investigadores que apresentarão o resultado dos seus estudos e experiência em comunicações livres – comunicações orais e posters. São estes abtracts que constituem o corpo desta publicação que organizamos em torno de oito eixos temáticos: Género(s), parcerias de cooperação e desenvolvimento humano; Género(s), relações de poder e ética; Género(s) e políticas de saúde; Género(s) e promoção da saúde; Género(s) e vulnerabilidades em saúde; Género(s) e parentalidade; Género(s) e violência(s); Género(s) e sexualidade(s).

Esperamos que os saberes cruzados neste congresso se transformem em mais e melhores práticas de saúde e de educação promotoras do desenvolvimento do máximo potencial de cada pessoa.

A Presidente da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

Maria da Conceição Bento

9III Série - Suplemento 2013

OPENING NOTE

With this note we open the publication of the Abstracts Book with the papers presented at the Conference “Gender(s) and Health: (In)determinations and Approaches” which aims at sharing knowledge on gender(s) and health, thus contributing to the promotion of equality of opportunities and human development.

This theme was chosen in line with the responsibility and social commitment of the Nursing School of Coimbra to develop/share relevant scientific knowledge to support the provision of health/nursing care suitable to citizens’ needs.

Throughout the history of the disciplines in the health area, people have always wondered why it is that people become ill and why it is that they become ill in different ways. We know that biological exogenous, genetic and hereditary factors, in addition to lifestyles, have a significant impact on health and disease. Epidemiology has been presenting various explanatory models - bacteriological, natural history of diseases, multicausality - and today it is assumed that health is also determined by social factors. There has been an increasingly higher transition from the “traditional” risks - malnutrition, sanitary conditions ... - to “modern” risks - such as smoking, obesity, violence, sedentary lifestyle -, although with significant differences in different countries with different levels of human development.

In the course of the evolution of this knowledge, the differences between women and men have been the object of great interest, but the interpretations of the results have been naturalized and of essentialist nature, attributing these differences to sexual and bodily differences. However, in addition to biological factors, gender differences influence the health-disease process and the well-being of individuals and communities. Today, the WHO acknowledges that the family and social roles and responsibilities, the use of power and decision-making have implications on the behaviours and health of women and men. Thus, sex and gender interact and not only contribute to morbidity and mortality, but also to the differences in health subjective indicators.

While educated to adhere to stereotyped gender standards, the health perceptions and definitions of women and men tend to vary and have an impact on the demand for health services, access to and control of resources, reflecting on life expectancy, quality of life and well-being. Moreover, if, on the one hand, girls and women bear the burden of the consequences of gender inequalities with more negative repercussions in some objective and subjective indicators, the social construction of masculinity is also very penalizing for boys and men, leading to behaviour-related diseases, a high violence-related mortality rate, loss of years of life, and the lowest life expectancy.

Literature mentions that different social constructions around gender have been considered as obstacles to the fulfilment of the right to health, in so far as they influence the equitable access to services and health care and consequently to the possibility of preventing avoidable problems that adversely affect morbidity, mortality and well-being. The promotion of gender equality is, therefore, the promotion of everyone’s right to health and implies justice of gender, which does not always imply a formal equality, given that the biological differences lead to differentiated health needs. Thus, gender equity will be more than the formal equality of opportunities and it refers to the different needs, preferences and interests of women and men, with impact on distribution and access policies, as well as on the response to health services. This may mean that different treatment is needed to ensure (substantive) equality of opportunities.

Thus, health policies and programs should target the differentiated health needs of women and men, overcoming the effect of discrimination and showing gender sensitivity, i.e. , they must analyse and interpret the health problems and situations, bearing in mind the social constructs, such as the concepts of appropriate behaviours and roles for women and men, with marked influence in sexuality(ies), parenthood(s), interpersonal relationships marked by power(s) and violence(s), in the identification and control of vulnerabilities in health and in promoting the full health potential of each person. A policy or program will be gender-sensitive if it explicitly takes measures to reduce the harmful or discriminatory effects of gender in health, well-being and human development.

However, the results of the evaluations of health care programs carried out by the WHO refer very limited progress in the integration of gender perspectives in health policies and services and, when it happens, this has been more in the form than in the content. According to the UN, if we do not consider gender equality as a social health determinant, we will jeopardize the Millennium Development Goals, specifically objectives 3, 4, 5 and 6. Hence the need to combine research and cooperation to promote gender equity in health and the development of each person’s potential, regardless of their gender.

Because we are talking about health and its promotion, it is important for health political decision makers, educators and professionals to have knowledge on how gender(s) influences health, associated to an awareness and accountability that will certainly make them adopt gender-sensitive practices, thus making their work fairer and more efficient.

Understanding the issues listed above, and taking into account the perspective of the WHO that gender equality is essential for the fulfilment of the right to the highest standard of health for everyone, we have organized this meeting as a space to share knowledge and experiences and build networks capable of giving one more step towards the promotion of health for everyone.

After our invitation to the international community, almost two hundred researchers have attended the Conference. They will present the results of their studies and experience in free presentations - oral communications and posters. These abstracts are the body of this publication that we organized around eight major themes: Gender(s), cooperation partnerships and human development; Gender(s), power relationships and ethics; Gender(s) and health policies; Gender(s) and health promotion; Gender(s) and health vulnerabilities; Gender(s) and parenthood; Gender(s) and violence(s); Gender(s) and sexuality(ies).

We hope that the exchange of knowledge in this Conference will translate into more and best health and education practices to promote the full potential of each individual.

The President of the Nursing School of Coimbra

Maria da Conceição Bento

11III Série - Suplemento 2013

NOTA DE APERTURA

Con esta nota, abrimos la edición de la publicación de las comunicaciones libres presentadas en el Congreso «Género(s) y Salud: (In)Determinaciones y Aproximaciones», que tiene como objetivo: compartir el conocimiento en materia de género(s) y salud desde una perspectiva que contribuya a la promoción de la igualdad de oportunidades y de desarrollo humano.

El hecho de haber elegido este tema para el congreso concuerda con la responsabilidad y/o compromiso social de la Escuela Superior de Enfermería de Coímbra de desarrollar y/o compartir el conocimiento científico relevante que permita promover ofertas de asistencia sanitaria y/o de enfermería adecuadas a las necesidades de las/los ciudadanas/os.

A lo largo de la historia de las disciplinas del área de la salud, se ha planteado la pregunta de por qué las personas enferman y por qué enferman de manera diferente unas de otras. A este respecto, sabemos que los factores biológicos exógenos, genéticos y hereditarios, así como los estilos de vida, tienen un impacto significativo en la salud y en la enfermedad. En el ámbito de la epidemiología, se han presentado varios modelos explicativos – bacteriológico, historia natural de las enfermedades, multicausalidad – y, en la actualidad, se reconoce que la salud también la determinan diversos factores sociales. En relación a ello, se ha observado un cambio notable: de los riesgos “tradicionales” – desnutrición, condiciones sanitarias, etc. – se ha pasado a los riesgos “modernos” - como tabaquismo, obesidad, violencia, sedentarismo, etc. Este tipo de riesgos aumentan cada vez más, aunque continúan existiendo diferencias significativas entre los países que tienen diferentes niveles de desarrollo humano.

En la evolución de este campo de conocimiento, las diferencias entre mujeres y hombres se han considerado un asunto de gran interés. No obstante, las interpretaciones de los resultados han sido naturalizadas y de cariz esencialista, de manera que el origen de esas diferencias se ha atribuido a diferencias sexuales y corporales. Sin embargo, además de los factores biológicos, las diferencias de género influyen también en el proceso de salud-enfermedad, así como en el bienestar de las personas y de las comunidades. Hoy en día, la OMS reconoce que los papeles y las responsabilidades familiares y sociales, el uso de poder y la toma de decisiones influyen en los comportamientos y en la salud de las mujeres y de los hombres. Así, se observa que el sexo y el género interactúan y contribuyen no solo a la morbilidad y mortalidad, sino también a las diferencias en los indicadores subjetivos de la salud.

Al ser educadas/os para que encajen en unas normas de género estereotipadas, las percepciones y definiciones de la salud de las mujeres y de los hombres tienden a variar y tienen un impacto en la búsqueda de los servicios sanitarios, en el acceso y en el control de los recursos, y repercuten en la esperanza de vida, en la calidad de vida y en el bienestar. Además, si por un lado las chicas y las mujeres cargan el peso de las consecuencias más negativas de las desigualdades de género en algunos indicadores objetivos y subjetivos, la construcción social de la masculinidad también perjudica mucho a los chicos y a los hombres, y es causa de que aparezcan enfermedades derivadas de sus comportamientos y de que haya una elevada tasa de mortalidad por violencia; un hecho que lleva también a la pérdida de años de vida y a que tengan una esperanza de vida más baja.

La literatura indica que las diferentes construcciones sociales en torno al sexo se han considerado obstáculos para ejercer el derecho a la salud, puesto que influyen en el acceso equitativo a los servicios y a la asistencia sanitaria y, en consecuencia, en la posibilidad de prevenir los problemas, lo que repercute en la morbilidad, mortalidad y el bienestar. Por tanto, promover la igualdad de género es promover el derecho a la salud de todas las personas, e implica que haya una justicia de género, lo que

12III Série - Suplemento 2013

no siempre significa que haya una igualdad formal, sobre todo teniendo en cuenta que las diferencias biológicas hacen que las necesidades sanitarias sean diferentes. Así, la igualdad de género abarcará aún más que la igualdad formal de oportunidades, puesto que se refiere a las diferentes necesidades, preferencias e intereses de las mujeres y de los hombres, y tiene un impacto en las políticas de distribución, de acceso y de respuesta a los servicios sanitarios. Esto significa que quizá sea necesario llevar a cabo un tratamiento diferenciado para asegurar la igualdad (sustantiva) de oportunidades.

Así, las políticas y los programas sanitarios deben tratar las necesidades diferenciales de la salud de las mujeres y de los hombres, superando el efecto de discriminación y presentando la sensibilidad de género, es decir, deben analizar e interpretar los problemas y las situaciones de la salud. Para ello, deberán tener siempre en cuenta las construcciones sociales (las nociones de los comportamientos y papeles adecuados para mujeres y hombres) y hacer hincapié en la(s) sexualidad(es), la(s) parentalidad(es), las relaciones interpersonales marcadas por el(los) poder(es) y por la(s) violencia(s), la identificación y el control de las vulnerabilidades en salud y la promoción del máximo potencial de la salud de cada persona. Una política o programa será sensible al género si toma unas medidas explícitas que reduzcan los efectos nocivos o discriminatorios del género en la salud, en el bienestar y, en consecuencia, en el desarrollo humano.

No obstante, los resultados de las evaluaciones de programas sanitarios realizadas por la OMS indican que los progresos relativos a la integración de las perspectivas de género en las políticas y en los servicios sanitarios han sido muy limitados, y que cuando se han producido han estado más relacionados con la forma que con el contenido. Según la ONU, si no integramos la igualdad de género como un factor determinante social de la salud, comprometeremos los Objetivos de Desarrollo del Milenio, sobre todo los objetivos 3, 4, 5 y 6. Esto lleva a la conclusión de que es necesario que asociemos la investigación y la cooperación para lograr la igualdad de género en la salud y para promover el desarrollo del potencial de cada persona, independientemente de su sexo.

Al hablar de salud y de promoción de la salud, es importante destacar la necesidad de que las/los responsables políticas/os, las/los educadoras/es y las/los profesionales sanitarias/os conozcan cómo el/los género(s) influyen en la salud y de que asocien este conocimiento a una concienciación y a una responsabilidad que los lleve a realizar prácticas sensibles al/los género(s) y a hacer que su trabajo sea más justo y eficaz.

Puesto que somos conscientes de las cuestiones enunciadas y compartimos la perspectiva de la OMS de que la igualdad de género es un imperativo para que todas las personas puedan poder tener derecho a una salud de calidad, organizamos este encuentro que, desde nuestro punto de vista, supone un espacio para compartir saberes y experiencias, así como para construir redes que nos ayuden a promocionar la salud de todas y de cada una de las personas.

Tras informar a la comunidad internacional sobre este evento, podemos decir que contamos con casi doscientos investigadores que ya han confirmado su presencia en Coímbra y que presentarán los resultado de sus estudios y experiencias en las correspondientes comunicaciones libres – comunicaciones orales y pósteres. Los siguientes resúmenes constituyen el cuerpo de esta publicación que organizamos en torno a ocho ejes temáticos: Género(s), acuerdos de cooperación y desarrollo humano; Género(s), relaciones de poder y ética; Género(s) y políticas sanitarias; Género(s) y promoción de la salud; Género(s) y vulnerabilidades en la salud; Género(s) y parentalidad; Género(s) y violencia(s); Género(s) y sexualidad(es).

Esperamos que los saberes que se entrecrucen y se compartan en este congreso se transformen en más y mejores prácticas sanitarias y educativas que promuevan el desarrollo del máximo potencial de cada persona.

La Presidenta de la Escuela Superior de Enfermería de Coímbra

Maria da Conceição Bento

PÓSTERES

POSTERS

PÓSTERES

GÉNEROS E PARENTALIDADE

GENDERS AND PARENTHOOD

GÉNEROS Y PARENTALIDAD

G É N E R O ( S ) E P A R E N T A L I D A D E

17III Série - Suplemento 2013

Respuesta psicológica de la mujer y la pareja tratada mediante Técnicas de Reproducción Asistida

Raquel Neira Santos*, Ana Santos Muñiz**, Lucía Tejero Manso***, Esther Ramos Ávila****

Introducción: El aumento de la incidencia de Trastornos de la Reproducción en los últimos años ha ocasionado el desarrollo de notables avances en el campo de la Reproducción Asistida. Así contamos con diversos tratamientos que pueden ayudar a las parejas con problemas de reproducción a conseguir su sueño de ser padres. Pero todos estos largos procesos pueden crear en la mujer y la pareja una serie de emociones que pueden influir de manera muy decisiva en el desarrollo de los programas.Objetivos: Objetivo general -Analizar la respuesta emocional de la mujer y la pareja que está siendo tratada mediante Técnicas de Reproducción Asistida. Objetivos específicos - Identificar los principales factores que inciden en la respuesta emocional de la mujer y la pareja; Identificar las principales alteraciones emocionales que pueden presentarse;Identificar las principales acciones e intervenciones psicológicas que se pueden llevar a cabo en estas parejas.Metodología: Se ha realizado una revisión bibliográfica de la literatura científica disponible sobre el tema de los últimos diez años, consultando las Bases de Datos Scielo, Compludoc, Dialnet, IBECS y LILACS. A su vez, se han empleado algunas publicaciones impresas y editadas en formato papel.Resultados: Estas parejas no constituyen un grupo homogéneo, por lo tanto, su adaptación a la situación dependerá de numerosas variables. Los factores que pueden repercutir en la respuesta emocional de estas parejas se pueden agrupar en: personalidad previa de los miembros de la pareja, género, edad, presencia de otros hijos, naturaleza y características de los problemas de reproducción, información disponible y apoyos sociales. Los principales trastornos emocionales que pueden manifestarse son: estrés, ansiedad, depresión, culpa, frustración, indefensión y pérdida de control, incomprensión, sensación de soledad, aislamiento social, alteración de la identidad personal y baja autoestima,alteraciones en la relación de pareja y miedo. Las acciones de apoyo psicológico que se pueden llevar a cabo de manera paralela al tratamiento médico son: proporcionar información, fomentar una actitud activa, facilitar estrategias de afrontamiento, reestructuración de los valores de autoconcepto y de autovaloración personal, manejo y prevención de la ansiedad y los comportamientos depresivos, fortalecimiento de la relación de pareja y preparación psicológica.Conclusiones: Cualquier abordaje terapéutico de los trastornos de la reproducción necesita de una respuesta integral que contemple las esferas biológica, psicológica y social de la pareja, ya que los tratamientos psicológicos están asociados a un aumento significativo de las concepciones post-tratamiento de fertilización asistida, a una mayor probabilidad de éxito en dichos tratamientos y a una mejora significativa de los resultados obstétricos. Por lo tanto, es fundamental que el tratamiento o acompañamiento psicológico se dé de manera paralela al tratamiento médico y que la pareja que se someta a este tratamiento psicológico comprenda que es una parte sumamente importante del proceso.Palabras Claves: Infertilidad, Esterilidad, Psicología, Reproducción, Fecundación, Emociones.Referencias bibliograficas: Cecotti, M. (2010). Reproducción asistida: Aspectos psicológicos de la esterilidad, la parentalidad y la filiación. Madrid: Editorial Grupo 5. Durán, R. (2011). Psicología de la Reproducción: De la Infertilidad a la Reproducción Asistida. Revista Científica Ciencia Médica, 14(2), 31-34. Rosset, C., Jurado, R., Río, C. & Sánchez, Y. (2009). La Psicología de la Reproducción: la Necesidad del Psicólogo en las Unidades de Reproducción Humana. Clínica y Salud, 20 (1), 79-90. Ávila, A.M. & Aguayo, L. (2011). Intervención psicológica en un caso de infertilidad femenina. Escritos de Psicología, 4(3), 27-35. Recuperado el 15 de enero de 2013 de: http://www.escritosdepsicologia.es/esp/numanteriores/vol4num3/vol4num3_3.html

* Unidad Docente Matronas de Toledo** Unidad Docente Matronas de Toledo*** Unidad Docente Matronas de Toledo**** Unidad Docente Matronas de Toledo

GÉNEROS E POLÍTICAS DE SAÚDE

GENDERS AND HEALTH POLICIES

GÉNEROS Y POLÍTICAS SANITARIAS

G É N E R O ( S ) E P O L Í T I C A S D E S A Ú D E

20III Série - Suplemento 2013

Construção de diretrizes para atenção a homens e mulheres em situação de violencia intrafamiliar no contexto da atenção básica

Carmem Regina Delziovo*, Caroline Schweitzer de Oliveira**

Introdução: Na área da saúde, no âmbito da Atenção Básica, a assistência a homens e mulheres em situação de violência deveria estar presente no processo de trabalho das equipes. No entanto, as situações de violência são muitas vezes invisíveis aos profissionais no conjunto de ações de saúde. Situações de violência intrafamiliar acabam chegando às unidades de saúde como queixas mascaradas nas reações somáticas e psicológicas. Entende-se ser necessário avanços na formação dos profissionais, organização dos serviços, interdisciplinaridade e suporte aos profissionais.Objetivos: Este documento foi construído com o objetivo de propor diretrizes para a atenção a homens e mulheres em situação de violência intrafamiliar no contexto da Atenção Básica brasileira na perspetiva de que esta, como uma violência de género, faz parte do cotidiano das famílias e do território e, como tal, precisa ser identificada e trabalhada intersetorial e interdisciplinarmente.Metodologia: A metodologia foi descritiva à luz da literatura existente com base nas seguintes políticas públicas brasileiras: Política Nacional de Enfrentamento a Violência contra as Mulheres, Lei Maria da Penha, Pacto para Redução da Violência, Política Nacional de Redução de Morbimortalidade por Acidentes e Violências, Política Nacional de Atenção Integral a Saúde da Mulher, Política Nacional de Atenção Integral a Saúde do Homem, Plano Nacional de Política para as Mulheres e Política Nacional da Atenção Básica.Resultados: Inicialmente o documento apresenta definições e informações relacionados à violência com o objetivo de instrumentalizar e dar suporte aos profissionais da Atenção Básica para identificar e assistir homens e mulheres em situação de violência intrafamiliar, apontar as questões éticas e de género relacionadas ao tema, além de trazer orientações para a identificação de famílias e pessoas em situação de risco para violência. Na sequência, discorre sobre a rede de atenção a pessoas em situação de violência, rede intrassetorial, ou seja, no setor da saúde, ou intersetorial, envolvendo outros serviços que podem estar presentes no território. Por fim, elenca as diretrizes para atenção a homens e mulheres em situação de violência intrafamiliar no contexto da Atenção Básica.Conclusões: Neste contexto, este documento propõe, a partir das políticas públicas já existentes, que os profissionais da Atenção Básica voltem o seu olhar para o território e suas famílias, identificando situações de violência na perspetiva das questões de género, admitindo as diferenças e conflitos existentes nas relações interpessoais. E, a partir destas, que possam construir propostas conjuntas de atuação, visando ampliar a autonomia de homens e de mulheres em situação de violência intrafamiliar, possibilitando decisões e escolhas informadas, o que poderá contribuir para a qualidade de vida dos envolvidos com a violência.Palavras-chave: Violência, Política pública, Atenção Básica.Referências bibliográficas: Berger, S.M.D. (2011). Violência entre parceiros íntimos: desafio no ensino e atenção a saúde. Revista Brasileira de Educação Médica, Rio de Janeiro, v.35, n.4, p.526- 534. Hirschheimer, M. R., Barsanti, C. (2011). Fundamentos éticos e legais do atendimento a vítimas de violência in: Manual de atendimento às crianças e adolescentes vítimas de violência. Brasília: CFM. 172. Minayo, M. C. S. (2004). A difícil e lenta entrada da violência na agenda do setor saúde. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 20, n. 3, 646-647. Schraiber, L.B., D’Oliveira, A.F. (2003). O que devem saber os profissionais de saúde para promover os direitos e a saúde as mulheres em situação de violência doméstica. Projeto Gênero, Violência e Direitos Humanos. Novas Questões para o Campo da Saúde. Coletivo Feminista Sexualidade e Saúde. Departamento de Medicina Preventiva – Faculdade de Medicina USP. São Paulo.

* UFSC, Saúde Coletiva** UFSC, Programa Pós-graduaçao em Saúde Coletiva

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21III Série - Suplemento 2013

Educação continuada: avaliação da gestão em educação continuada de dois hospitais públicos e um privado na região de Campinas

Raquel Aparecida Gonçalves Oliveira*, Katia Stancato**

Introdução: Este projeto pretende analisar as ações e os resultados de uma educação continuada no Hospital de Clinicas da Unicamp (HC-UNICAMP), no HES (Hospital Estadual Sumaré) e na Fundação Centro Médico Campinas (CMC), de janeiro a dezembro de 2011, por meio de análise documental. Portanto, trata-se de uma pesquisa quantitativo qualitativa retrospetiva. É importante conhecer e comparar as ações e os resultados da educação continuada em hospitais públicos e privados, a fim de propor novas medidas caso sejam necessárias.Objetivos: O objetivo geral deste projeto é comparar as ações e os resultados obtidos pela educação continuada em um hospital particular e dois hospitais públicos da região de Campinas Estado de São Paulo.Metodologia: Para a análise dos dados procederemos a uma pesquisa quantitativa e qualitativa retrospetiva realizada em dois hospitais públicos, HC-UNICAMP e HES, e um hospital privado CMC, na região de Campinas, Estado de São Paulo.Serão coletados dados por meio de análise documental dos registros da educação continuada com relação às ações e aos resultados do trabalho deste segmento nas instituições citadas, no período de janeiro a dezembro de 2011.Resultados: Em fase de análise da coleta de dados, sendo que esta já foi concluída.Conclusões: Em fase de análise da coleta de dados, sendo que esta já foi concluída.Palavras-chave: Educação continuada, Educação, Enfermagem.Referências bibliográficas: Garanhani, M. L., Kikuchi, E. M., Garcia, S. M., & Ribeiro, R. P. (2009). As práticas educativas realizadas por enfermeiros da área hospitalar publicados em periódicos nacionais. Cienc Cuid Saude, 8(2), 205-212. Juliani, C. M., & Kurcgant, P. (2010). Educaçao continuada e gerencia participativa: indicadores de qualidade da gestão de recursos humanos em enfermagem. Cienc Cuid Saude, 9(3) 456-463. Cunha, A. M., Queiroz, A. C., & Tavares, C. M. Educação continuada na prevenção dos riscos biológicos da equipe de enfermagem na instituição hospitalar. Cienc Cuid, 8(3469-476).Ribeiro, E. J., Shimizu, H. E. (2007). Acidentes de trabalho com trabalhadores de enfermagem. Rev Bras Enferm, 60(5), 535-40.

* Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), Enfermagem [[email protected]]** Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Enfermagem [[email protected]]

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22III Série - Suplemento 2013

Las ayudas institucionales a la dependencia en España - una mirada de género

Begoña Lopez Lopez*, Esperanza Ruiz Arias**, Dolores Torres Enamorado***, Rosario Ortiz Castro****, Rosa Casado Mejía*****

Introducción: La atención de las personas enfermas crónicas, ancianas, etc. ejemplifican la asunción generalizada de que es mejor permanecer en sus propios hogares y mantenerse en la comunidad. Este tipo de cuidados es alentado desde los sistemas sanitarios hacia la atención a la salud en el propio entorno de las personas, enfatizando la desinstitucionalización de pacientes como se refiere en la Ley de Promoción de la Autonomía Personal y Atención a las Personas en Situación de Dependencia en España.Objetivos: Analizar, con perspectiva de género, las medidas institucionales que eligen las personas cuidadoras principales familiares para abordar el cuidado a personas mayores dependientes.Metodología: Fase cuantitativa: estudio transversal descriptivo y comparativo multifactorial. Cuestionario validado heteroadministrado, muestra por conglomerados. Análisis con el SPSS-20. Fase cualitativa: análisis interpretativo del discurso. Unidad de observación: ciudad de Sevilla. Unidades de análisis: cuidado, salud, género (transversal). Técnicas: 6 grupos de discusión: 3 a profesionales de la salud (médicos/as, enfermeras/os y trabajadoras sociales) y 3 a PCF (de nivel socioeconómico alto, medio y bajo). 44 entrevistas en profundidad semi-estructuradas a PCF. Análisis de discursos con el QSRNVivo10. Triangulación de perspectivas metodológicas, investigadoras, fuentes de datos, disciplinas y técnicas de investigaciónResultados: Muestra del estudio cuantitativo: 321 personas cuidadoras, 68,2% mujeres. Del total de la muestra, el 72,2% ha solicitado ayuda, optando por la prestación económica un 63,9%, ayuda a domicilio un 32,7%. La prestación económica fue dirigida a paga propia en un 54,6%, a pagar a algún familiar un 16,1%, contratar ayuda externa 18,4%. En el estudio cualitativo: generalmente, las ayudas tienen buena aceptación, excepto el recurso residencial que es utilizado por personas cuidadoras y familias cuando han fallado los demás recursos y la necesidad de cuidados es inabarcable. Observamos que mayoritariamente los cuidadores hombres, coincidiendo con los resultados cuantitativos, delegan los cuidados en otra mujer, familiar, asalariada o del Servicio de Ayuda a Domicilio, realizando ellos las compras domésticas o las tareas fuera de casa. Se suele considerar, aunque no esté en protocolo, ser hombre como “criterio de riesgo”, lo que supone en la práctica que los hombres esperan menos tiempo para que se les conceda la ayuda solicitada.Conclusiones: Los hombres, en su mayoría, buscan ayuda externa: familiar, contratada o Servicio de Ayuda a Domicilio (Ley de Promoción de la Autonomía Personal y Atención a las Personas en Situación de Dependencia en España) siendo mujeres las que realizan los cuidados de suplencia en las personas dependientes. Con la situación de crisis actual se utiliza la prestación como apoyo a la economía doméstica, sobre todo en las clases sociales más desfavorecidas. Puede ser un efecto secundario indeseable de estas ayudas institucionales, que no se favorezca la autonomía de las personas cuidadoras, la mayoría mujeres, reforzando las desigualdades de género.Palabras Claves: Cuidados Familiares, Género, Ayudas Institucionales, Dependencia.Referencias bibliograficas: Jefatura del Estado. Ley 39/2006, de 14 de Diciembre, de Promoción de la Autonomía Personal y Atención a las personas en situación de Dependencia. Madrid: BOE nº 299 de 15 diciembre 2006. Ruiz-Arias, E., Casado-Mejía, R., De Llanos-Peña, F., Cortés-Gallego, J., & Gabriel-García, R. (2009). Estrategias de provisión de los cuidados informales familiares a mayores dependientes en el ámbito domiciliario: Una mirada de género. Gaceta Sanitaria, 23(1), 289-290. Hernando, A. (2006). Una crítica feminista a la Ley de Dependencia. Viento Sur, 88, 89-95. García-Calvente, M.M., Lozano, M., & Marcos, J. (2011). Desigualdades de género en el deterioro de la salud como consecuencia del cuidado informal en España. Gaceta Sanitaria, 25(S), 100–107.

* Servicio Andaluz De Salud, Distrito AP Sevilla** Universidad de Sevilla, Enfermería*** Universidad de Sevilla, Enfermería**** Servicio Andaluz de Salud, Distrito Sanitario de Atención Primaria Sevilla ***** Universidad de Sevilla, Enfermería [[email protected]]

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23III Série - Suplemento 2013

O uso das representações femininas para a construção da política pública no Brasil na década de 1980

Carla Denari Giuliani*

Introdução: O movimento sanitário da década de 1980, juntamente com as políticas públicas, vem dar visibilidade e estender ao mundo feminino, através da posição atribuída à mulher frente à maternidade e à família, colocando-a como principal atriz das mudanças sociais ocorridas nessa época. Dessa forma, esse movimento constrói uma representação social de que a maternidade é inerente à mulher e que ser mulher é ser mãe, amamentar, ser dona do lar e cuidadora da família.Objetivos: O objetivo deste trabalho é mostrar como o movimento sanitário da década de 1980 no Brasil se utiliza da figura feminina como base para consolidar os seus interesses conjuntamente com os do Estado, dando visibilidade a esta personagem como salvadora de todos os males sociais da época.Metodologia: Este trabalho tem como base uma abordagem qualitativa. Faz parte de uma pesquisa maior, que foi a minha tese de doutoramento finalizada em maio de 2012. Assim, para encontrar resposta para esses questionamentos, esta pesquisa baseou-se metodologicamente na História Oral, conforme as orientações do teórico Portelli. Este trabalho tem como fontes documentais escritas: revistas, jornais, manuais de saúde da época e entrevistas com profissionais da área da saúde. Além, é claro, das histórias de vida das mães adolescentes, seus companheiros e pais.Resultados: As fontes documentais mostram que a reforma sanitária teve início no século XVIII, após a coroa portuguesa se interessar pelo ouro existente no Brasil. Assim, a urbanização e o povoamento, até então negligenciados pela coroa, tornaram-se obrigatoriamente foco do poder real. Esse progresso fez-se através do movimento higienista, que incorporou a cidade e a população ao campo do saber médico. Nesse contexto, a técnica de higienização foi instalada. Desta forma, a medicina social ganhava espaço e através da política higiénica, as mulheres assumiram a função de educadoras dos filhos e cuidadoras da casa e dos maridos. Essas famílias, até ao momento, eram vistas pelos higenistas como incapazes de proteger a vida das crianças e dos adultos. Valendo-se dos altos índices de mortalidade infantil e das precárias condições de saúde dos adultos, o movimento higienista ou sanitário conseguiu impor a elas uma educação física, moral, intelectual e sexual, tendo como principal figura normalizadora a mulher, mãe e rainha do lar.Conclusões: O Estado aliado à medicina constrói um novo personagem higiénico, cuja existência social era, até então, quase desconhecida. A esse personagem higiénico restava somente o direito à infância e uma passagem direta, sem escalas, para a vida adulta, pois o papel social dela, desde muito cedo, era o de ser mãe, esposa e educadora de um lar e de uma família. A equação mãe-filho adaptava-se novamente como “luva” à esse movimento. A mãe devotada e a criança bem-amada seriam o adubo e a semente do adolescente, futuro adulto patriótico.Palavras-chave: Movimento higienista, Gravidez, Adolescente.Referências bibliográficas: Ariès, P., & Duby, G. (2009). História da vida privada: da Revolução Francesa à Primeira Guerra [S.l.]: Edição de Bolso, 4. Costa, J. F. (2004). Ordem médica e norma familiar. Rio de Janeiro: Graal. Reis, A., & Zioni, F. (1993). O lugar do feminino na construção do conceito de adolescência. Revista de Saúde Pública, São Paulo, v. 27, n. 6, p. 472-477. Giuliani, C. D. (2012). Tramas e dramas da maternidade na adolescência: gênero, poder e cultura (Uberlândia 2000-2010). / Tese de doutorado Carla Denari Giuliani. - Uberlândia, 196 f.

* Universidade Federal de Uberlândia, Departamente de Enfermagem – FAMED

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24III Série - Suplemento 2013

Sistema sanitario chino y la mujer

Velasco Abellan Minerva*, Ana Maria Carrobles Garcia**, Angel Fernández Garcia***

Introducción: En China la medicina en todas sus otras ramas cuentan con una larga historia. En la actualidad la coexistencia de estos dos sistemas médicos, hace que el país esté avanzado en este aspecto, en el uso de la Medicina Integral. Pero el avance social, económico y tecnológico de la actual China, ha hecho que la medicina tradicional haya quedado relegada en cierto modo, teniendo su consecuente repercusión.Objetivos: Conocer la estructura y el funcionamiento del Sistema Sanitario actual en China, así como el avance histórico, social, económico y tecnológico producido, con el fin de conocer la nueva visión de la obstetricia y la interacción entre la medicina occidental y la tradicional. Marcar las diferencias en el contexto de la maternidad y de su cuidado, con el trascurso del tiempo en las diferentes zonas poblacionales.Metodología: El estudio realizado tiene un carácter descriptivo. Su enfoque metodológico es cualitativo, en tanto que produce datos descriptivos a partir de las fuentes consultadas. Mediante el estudio, síntesis y análisis de diversas bases de revisión bibliográfica, realizando una aproximación cultural a la mujer china en su proceso maternal.Resultados: Dos sistemas médicos diferentes: medicina china clasica y medicina científica moderna. En la actualidad, la estructura y el funcionamiento del sistema sanitario en China, es un caso en el que conviven en todos los niveles dos sistemas médicos diferentes, la medicina china clásica y la medicina científica moderna. Por este motivo, se detalla la coexistencia de dos sistemas médicos muy diferentes (pluralismo médico) tanto en el plano de las prácticas profesionales como en el de los usuarios y las propias instituciones. La Medicina China Tradicional proporciona en la actualidad el 40% de toda la asistencia sanitaria de la población y la medicina científica moderna u occidental el 60% restante. La eficacia de los tratamientos tradicionales está cada vez más avalada por la investigación científica no solo en China sino también en Occidente.Conclusiones: En el sistema sanitario chino actual cohabitan dos sistemas médicos diferentes,medicina clásica y medicina moderna. En el tiempo presente, el cuidado obstétrico es proporcionado por la medicina occidental. Paralelamente una parte importante de la población continúa enraizada por su cultura tradicional; esto ocurre mayoritariamente en la China rural. En diversas monografías se ponen de manifiesto las evidentes diferencias existentes todavía hoy en día, entre esta población y la urbana, tanto en el control prenatal, como en el parto y posparto. Entre las razones primordiales se encuentra nuevamente la cultura y las creencias además de otros factores sociales, espaciales y económicosPalabras Claves: Medicina Integral, Maternidad, Cultura china.Referencias bibliograficas: Marco, C. (2000). Cambio político y salud. Estructura y funcionamiento de un sistema sanitario plural. Medicina y Ciencias Sociales, nº 12. Cheung, N.F. (2009). Chinese midwifery: the history and modernity. Midwifery.25 (3); 228 – 241. Wu, Z., Viisainen, K., Li, X., & Hemminki, E. (2008). Maternal care in rural China: a case study from Anhui province. BMC Health Services Research.

* Universidade Federal de Uberlândia, Departamente de Enfermagem – FAMED** Funcionaria de la comunidad autonoma de castilla_ la mancha, servicios perifericos de sanidad y asuntos sociales de toledo*** Completo hospitalario de toledo, Unidad de Docencia de Enfermeros Especialistas eir Matrona

GÉNEROS E PROMOÇÃO DA SAÚDE

GENDERS AND HEALTH PROMOTION

GÉNEROS Y PROMOCIÓN DE LA SALUD

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27III Série - Suplemento 2013

A escolha de métodos contracetivos como ação de promoção e proteção da saúde de mães adolescentes reincidentes

Joyce Caroline Lucas Santos*, Laís Marques Gontijo**, Carla Maria Silvano***, Giovanna Gaudenci Nardelli****, Leila Aparecida Kauchakje Pedrosa*****

Introdução: A Organização Mundial de Saúde classifica como adolescência o período entre os 10 e 19 anos de idade e como juventude o período entre os 15 e 24 anos. A gravidez na adolescência, embora considerada um problema de saúde pública, é um facto reincidente entre adolescentes, que pode afetar o desenvolvimento e ocasionar, dentre muitos fatores, modificações hormonais, de auto-estima, mudanças na rotina da vida, depressão, isolamento social, e ser consequente da falta de orientações e acesso aos métodos contracetivos nos serviços de saúde.Objetivos: O presente estudo teve como objetivo avaliar a escolha e o uso de métodos contracetivos na perceção de mães adolescentes reincidentes.Metodologia: Estudo qualitativo, com adolescentes que vivenciaram a gestação de modo reincidente. A coleta de dados foi realizada na Enfermaria de Ginecologia e Obstetrícia do Hospital de Clínicas, Uberaba/MG, Brasil, através de entrevista gravada, com questões norteadoras que buscavam núcleos de sentido, apoiados na modalidade temática da análise de conteúdo de Bardin (1979). A amostra foi obtida pelo critério de saturação das falas. As entrevistas foram transcritas na íntegra e submetidas à análise dos núcleos de sentido. Este estudo foi aprovado pelo Comité de Ética (protocolo nº1989) e financiado pela FAPEMIG.Resultados: Participaram deste estudo 10 mulheres com idades entre os 15 e 24 anos. Foram identificados nove núcleos de sentido: 1) Uso de métodos contracetivos: todas faziam uso; 2) Falta de autonomia para escolha do método: três desejavam realizar laqueadura, porém, impossibilitadas pela idade; 3) Experiência com gestação prévia: nove relataram alguma experiência negativa; 4) Pré-natal: uma realizou a partir do sétimo mês e duas desde o início da gestação; 5) Apoio familiar: todas receberam; 6) Informações sobre métodos contracetivos: três relataram como vantagem não ter mais filhos, três foram orientadas por amigas, uma na escola, uma negou qualquer informação e três não abordaram o tema; 7) Conhecimento sobre planejamento familiar: uma soube definir, três desconheciam e três associaram à laqueadura/vasectomia; 8) Gravidez atual: cinco relataram terem engravidado utilizando contraceção, uma não fez uso, uma relatou má orientação no grupo de gestantes quanto aos métodos; 9) Perspetiva para o futuro: seis pretendem utilizar método contracetivo e, destas, três não desejam mais filhos.Conclusões: A escolha de métodos contracetivos como prevenção da gravidez na adolescência está relacionada a vários fatores significativos e, principalmente, às Políticas Públicas de Atenção à Saúde da Mulher adotadas no Brasil, especialmente relacionadas ao planejamento familiar, à escolha de métodos contracetivos e aos cuidados à saúde inerentes às ações que devem ser realizadas no pré-natal. Percebe-se que é preciso aproximar o sentido da gravidez para as mulheres daquele inferido pelas políticas da saúde pública, para que as ações em saúde propostas sejam adotadas e efetivas em prol da qualidade de vida e saúde das mulheres adolescentes e sua família.Palavras-chave: Adolescente, Anticonceção, Gravidez na Adolescência.Referências bibliográficas: Bardin, L. (1979) Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. Minayo, M. C. (1992). O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em saúde. São Paulo: HUCITEC-ABRASCO. Moccellin, A.S., Costa,L.R., Toledo, A.M., & Driusso, P. (2010). Efetividade das ações voltadas à diminuição da gravidez não-planejada na adolescência: revisão da literatura. Revista Brasileira de Saúde Materno Infantil, 4(10), 407-16. World Health Organization ( WHO). (1986) Young People´s Health – a Challenge for Society. Report of a WHO Study Group on Young People and Health for All. Technical Report Series 731. 5-106. Recuperado em 10, ago, 2010, de http://whqlibdoc.who.int/trs/WHO_TRS_731.pdf.

* Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Curso de Graduação em Enfermagem** Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Pós Graduação - Mestrado em Atenção à Saúde*** Instituto de Assistência Médica ao Servidor Público Estadual - São Paulo, Pós-Graduação em Ciências da Saúde**** Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Curso de Graduação em Enfermagem***** Universidade Federal do Triângulo Mineiro - UFTM, Departamento de Enfermagem

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28III Série - Suplemento 2013

Adaptación de la mujer a la etapa climatérica - Proceso de Atención de Enfermería (PAE)

Ana Santos Muñiz*, Esther Ramos Ávila**, Raquel Neira Santos,Lucía Tejero Manso***, María Martín Casado****,

Introducción: El climaterio es una etapa que abarca un tercio de la vida de la mujer, desde los 45 a los 65 años. Se puede dividir en varias fases: premenopausia, perimenopausia, menopausia y posmenopausia. Durante ese tiempo se producen una serie de cambios fisiológicos y psicológicos que se traducen en signos y síntomas que afectan al día a día de la mujer, merman su calidad de vida, producen falta de autoestima y desinterés por aspectos como el ocio o la sexualidad.Objetivos: Identificar los problemas más comunes presentes en la fase climatérica y elaborar los diagnósticos de enfermería necesarios que ayuden a la mujer climatérica a disfrutar de esta nueva etapa de su vida.Metodología: Para este trabajo se ha realizado una revisión bibliográfica de la información disponible sobre mujer la climatérica, los signos y síntomas que aparecen a lo largo de esa etapa de la vida, los cambios fisiológicos y psicológicos que se experimentan y los tratamientos que se pueden aplicar para mejorar la calidad de vida durante esa fase vital. Los datos se han obtenido de bases datos de ciencia de la salud tipo Pubmed, Cuiden, Cochrane, Scielo así como artículos de revistas científicas.Resultados: Para llevar a cabo una atención integral de la mujer climatérica se ha planteado un Proceso de Atención de Enfermería (PAE), con varios Diagnósticos de Enfermería, Intervenciones y Objetivos, entre los que destacan: Conocimientos deficientes relacionado con (r/c); falta de exposición manifestado por (m/p); comportamientos inapropiados (histeria, hostilidad, apatía). (Diagnóstico NANDA 00126) Cuyo objetivo principal es conseguir conocimiento en salud (NOC 1823).Trastorno de la identidad personal r/c etapas de crecimiento m/p afrontamiento ineficaz. (Diagnóstico NANDA 00121). Cuyo objetivo principal es el bienestar personal (NOC 2002). Los diagnósticos de enfermería nos permitirán establecer una buena relación terapéutica de confianza y poder proporcionar los cuidados específicos para atender las necesidades de la mujer en esta época de la vida. A través de intervenciones como: aumentar el afrontamiento (NIC 5230) y actividades de fomento dominio gradual de la situación (actividad 06426). Conclusiones: Para profundizar en la sintomatología y la vivencia de las mujeres durante el climaterio se ha pretendido establecer una línea de acción realizando un PAE específico dirigido a ayudar a las mujeres climatéricas a identificar los problemas que se manifiestan en esta etapa y a intervenir sobre ellos, para que el personal sanitario y las propias mujeres puedan hacer frente a esta fase de la vida de la mujer. Los diagnósticos de enfermería son una herramienta idónea para poder realizar el cuidado a nivel psicológico, físico y social que necesita la mujer en esta etapa de la vidaPalabras Claves: Climaterio, Menopausia, Signos, Síntomas, Psicología.Referencias bibliograficas: Sánchez, M., Pérez, F. & Zaragaza Pérez, M.C. (2010). Grado de información y actitudes de las mujeres premenopáusicas sobre el climaterio. Matronas Prof. 11, 35-9. Tricas, J. (2008). Promoción de la salud en el climaterio. Matronas, Prof. 8, 4-12. López-Alegría, F., & Lorenzi, D. (2011). Síntomas climatéricos y calidad de vida de usuarias de consultorios de atención primaria de salud. Rev Med Chile, 139,618-624.

* Unidad docente de Matronas de Toledo** Unidad docente de Matronas de Toledo*** Unidad docente de Matronas de Toledo**** Unidad docente de Matronas de Toledo

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29III Série - Suplemento 2013

Depressão pós-parto no Município de Itapecerica da Serra: uma morbidade ainda desconhecida

Lisiane Cristina Schwantes*, Anna Maria Chiesa

Introdução: Este estudo faz parte do Programa de Pós-Graduação em Enfermagem, nível Doutorado, financiado pela FAPESP, e pretende analisar a prevalência de depressão pós-parto (DPP) em mulheres de um município de São Paulo. A DPP é uma condição que afeta globalmente as puérperas com uma prevalência entre 10 e 15%. Entretanto, esta prevalência não parece representar adequadamente as discrepâncias entre diferentes países, onde foram encontradas taxas variando de 0,5 a 60% (Aliane, Mamede & Furtado, 2011; Cox, Holden & Savosky, 1987).Objetivos: Geral - Analisar a prevalência de depressão pós-parto nas mulheres do município de Itapecerica da Serra. Específicos - Caracterizar a prevalência de depressão pós-parto nas mulheres do município de Itapecerica da Serra; Identificar fatores sociais, económicos, familiares e de acesso ao serviço de saúde associados à ocorrência de DPP.Metodologia: Será um estudo epidemiológico de caráter descritivo e transversal quantitativo. Será usada a escala de DPP de Edimburgo (EPDS) (Lwanga & Lemeshow, 1991) e um formulário de caracterização socioeconómica familiar da puérpera elaborado pela pesquisadora. A população em estudo será composta pelas puérperas da região com 165 mulheres, utilizando primigestas/multíparas com DPP e sem DPP. No 1° semestre de 2013, as mulheres serão selecionadas consecutivamente. O cálculo amostral segundo estimativa da prevalência de 10% a 30% de DPP, com nível de significância de 5% e erro absoluto de + ou - (7% ou 6%) (Sharma & Sharma, 2012).Resultados: Em não se tratando de pesquisa com aplicabilidade imediata, a análise dos resultados será feita após a realização de toda coleta de dados que ainda não foi totalmente finalizada, mas espera-se com este estudo de análise da prevalência de depressão pós-parto no Município de Itapecerica da Serra que possa contribuir para a avaliação do perfil epidemiológico desta população. A aplicação da escala de Edimburgo (EPDS) deverá, portanto, trazer benefícios para o Município do qual estamos estudando com o objetivo de promover ações para diminuir as consequências deletérias dessa depressão nas relações materno-infantis, familiares e sociais, ampliando as propostas da promoção da saúde e aplicando as intervenções necessárias. O formulário de características socioeconómicas e familiares, juntamente com o instrumento (EPDS), será aplicado para revelar a associação da DPP e as condições de vulnerabilidade das puérperas. Este formulário será aplicado para comparar os possíveis grupos (puérperas com depressão pós-parto e puérperas sem depressão pós-parto) em relação à frequência de respostas.Conclusões: Espera-se que os resultados deste estudo possam contribuir para revelar aspetos que justifiquem e embasem o desenvolvimento de políticas públicas voltadas ao diagnóstico, prevenção e tratamento da DPP. O entendimento sobre a realidade das mulheres que passam pelos sintomas de depressão pós-parto pode aprimorar os serviços de saúde. Sabemos que a prevalência de DPP é uma morbidade que precisa cada vez mais de ser reconhecida e aqui se evidencia a importância de aprimorar as práticas de cuidado e atenção à saúde da mulher no puerpério, podendo assim executar assistência em toda a sua dimensão ao cuidado integral a saúde materna infantil.Palavras-chave: Depressão pós-parto, Mulher, Prevalência.Referências bibliográficas: Aliane, P. P., Mamede, M. V., & Furtado, E. F. (2011) Revisão sistemática sobre fatores de risco associados à depressão pós-parto. Psicol. pesq., 5(2):146-155. Cox, J. L., Holden, J. M., & Sagovsky, R. (1987). Detection of postnatal depression. Development of the 10-item Edinburgh Postnatal Depression Scale. Br J Psychiatry. 150, 782-6. Lwanga, S. K., & Lemeshow, S. (1991). Sample size determination in health studies: a practical manual. Geneva, World Health Organization. 80. Sharma, V., & Sharma, J. (2012). Postpartum depression: diagnostic and treatment issues. J. Obstet. Gynaecol. Can., London, 34(5): 436-42.

* Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Saúde Coletiva

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30III Série - Suplemento 2013

Diferença de Géneros e a Satisfação e Stress Profissional em Enfermagem em contexto hospitalar de cardiologia

Paulo Alexandre Carvalho Ferreira*, Pedro Miguel dos Santos Dinis Parreira**

Introdução: O absentismo, a falta de profissionais, os baixos níveis de produtividade, a mudança frequente de local de trabalho e a diminuída eficiência e qualidade de serviços, constituem os efeitos da falta de satisfação profissional. O stress de origem ocupacional deve-se à interação entre múltiplos fatores de risco, incluindo aqueles que são provenientes do ambiente físico, transtorno das funções biológicas, o conteúdo e a organização do trabalho, e a diversos aspetos psicossociais tanto laborais como extra laborais, como: instabilidade económica, desemprego, a tecnologia e níveis hierárquicos.Objetivos: Pretende-se conhecer os padrões de satisfação profissional e de stress profissional, e identificar fatores sociopsicológicos e profissionais que influenciam a qualidade dos cuidados de saúde e de enfermagem na perspetiva dos enfermeiros consoante o género, no sentido de ajudar a compreender as suas preocupações e vivências em contexto de internamento hospitalar de pessoas com doença cardiovascular, onde a prevalência da doença crónica e a mortalidade são altas.Metodologia: Metodologia quantitativa. Estudo: Descritivo; Analítico; Transversal; Correlacional. Amostra: 132 utentes e todos os enfermeiros (61) de quatro serviços de contexto cardiovascular. Recolha da informação: Escala da Satisfação Profissional de L. W. Porter (1962) – versão portuguesa, tradução e adaptação por L. Graça (1989) (Fatores: Subsistência, Segurança, Social, Estima, Autonomia, Auto-realização); Escala de Potenciais Fontes de Stress - adaptado e traduzido de Nurse Stress Index – 6 subescalas – de Harris (1989) (Fatores: Carga de Trabalho 1, Carga de Trabalho 2, Clima Organizacional, Conflito Casa/Trabalho, Papel na Organização). Tratamento estatístico: SPSS (17.0).Resultados: Dos 61 enfermeiros, 65,6% são do género feminino e 34,4% do masculino, (média de 30 anos) e a maioria são casados (64%). Relativamente às características profissionais, 91,8%, são licenciados e 64% graduados; 42,6%, têm experiência profissional até 8 anos e 50,8% estão há menos de 7 anos em funções no serviço atual. Dos 132 utentes, 78% são do género masculino e 32% do feminino. A maior incidência situa-se entre os 49 e os 74 anos (69,8%). 87,2% são casados; 22,6% são licenciados, destes 73,3% na área das ciências; 36,4% reformados. Enfermeiras apresentam médias mais elevadas que os enfermeiros em 5 dos 6 fatores, à exceção na “Subsistência”, sendo a média dos enfermeiros superior (4,12) à das enfermeiras (3,94). Os enfermeiros do género masculino apresentam maiores médias de stress em quatro fatores: “Carga Trabalho 1 Quantitativo” (3,22), “Carga Trabalho 2 Qualitativo” (3,00), “Clima Organizacional” (3,36) e “Papel na Organização” (2,62). As enfermeiras têm médias superiores no fator “Conflito Casa/Trabalho” (2,50).Conclusões: As enfermeiras estão mais insatisfeitas com o seu trabalho que os enfermeiros. A maior insatisfação profissional de ambos os géneros reside nos fatores “Subsistência” e “Segurança”, que reflete aspetos económicos e de subsistência, sendo a área de maior satisfação a “Auto-realização”. Relativamente ao Stress profissional, de uma forma geral os profissionais homens lidam com maiores potenciais fontes de stress que as enfermeiras, à exceção do potencial fonte de stress que é ter que lidar com o “Conflito casa/trabalho” (maior stress nas enfermeiras mulheres). O “Clima Organizacional” é a maior fonte de stress para ambos os géneros.Palavras-chave: Género, Enfermagem, Satisfação/Stress Profissional, Cardiologia.Referências bibliográficas: Ramos, M. (2001). Desafiar o desafio: Prevenção do stress no trabalho. Lisboa, RH Editora.Santos, A. C. (1998). O Ideal do ego e a satisfação profissional. Referência. (0), 59-67. Stacciarini, J.M.R. (1999). Estresse ocupacional, estilos de pensamento e coping na satisfação, mal estar físico e psíquico dos enfermeiros [tese]. Brasilia: Instituto de Psicologia, Universidade federal de Brasilia. Ferreira, P. A. C. (2000). Satisfação Profissional da população dos enfermeiros do Centro Regional de Oncologia de Coimbra. Coimbra: [s.e.], (Dissertação de Mestrado).

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP - Médico-Cirúrgica** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Unidade Científico Pedagógica de Enfermagem Fundamental

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31III Série - Suplemento 2013

Diferenças de Género na Adesão ao Regime Terapêutico - Uma revisão sistemática

Claudia Sousa Oliveira*, Helena José**, Dora Maria Honorato Carteiro***, Margarida Maria Giestas Batista

Introdução: O termo adesão ao regime terapêutico diz respeito a uma intervenção conjunta na díade profissional de saúde e doente, e representa-se como um desafio para ambos os intervenientes por se tratar de um processo complexo, física e psicologicamente. Neste contexto é imprescindível compreender os fatores que podem interferir com a adesão do doente. As diferenças de género estão socialmente estudadas, motivo pelo qual o género do doente não pode ser descurado aquando de um regime terapêutico.Objetivos: Analisar a produção científica mundial sobre a adesão ao regime terapêutico e sua relação com o género do doente e ainda, compreender como os determinantes psicossociais do género podem influenciar o nível de adesão por parte do doente.Metodologia: Revisão Sistemática. Pesquisa eletrónica nas bases de dados científicas: B-ON, LILACS, MEDLINE, CINAHL, SciELO, RCAAP e Repositórios de Universidades de Portugal. Descritores - ”adherence or therapeutic adherence or patient compliance” AND “gender”. Critérios de inclusão - descritores de pesquisa no título; artigos relevantes ao tema em estudo; estudos originais, sem limite temporal. Critérios de exclusão - referências decorrentes de trabalhos académicos de 1º ciclo. Foi utilizada a metodologia PICOS. A pesquisa foi realizada em fevereiro e março de 2013.Resultados: Na pesquisa efetuada selecionaram-se nove referências que cumpriram os critérios de inclusão e de exclusão. Dos resultados preliminares verifica-se que não há consenso relativamente às diferenças entre os géneros. Porém, quatro estudos evidenciam desigualdades de género na adesão terapêutica que se traduz por uma maior prevalência de determinantes psicossociais de vulnerabilidade de género na mulher. No entanto, as desigualdades de género na adesão ao regime terapêutico não são exclusivamente determinadas por fatores psicossociais de género, mas também por fatores sociais que influenciam padrões de saúde e doença numa determinada população. Os resultados da pesquisa ressaltam a necessidade de integrar as variáveis relacionadas à desigualdade de género e posição social na análise da aderência a um regime terapêutico, conforme preconizado pelos determinantes sociais da abordagem em saúde.Conclusões: De acordo com os resultados apresentados, o género do doente é considerado como um dos fatores da não adesão ao regime terapêutico, mas não o mais determinante. As evidências referem a idade, a raça, a condição socioeconómica, o nível de educação como fatores influenciadores da adesão. É consensual a importância do conhecimento dos fatores condicionantes da não adesão, pois estes são considerados imprescindíveis para estabelecer intervenções de enfermagem que promovem a adesão do doente e consequentemente a melhoria da qualidade de vida.Palavras-chave: Género, Adesão, Regime Terapêutico.Referências bibliográficas: Cunha, A. A. (2011). Diferenças de Género na Adesão Terapêutica na Diabetes mellitus Tipo 2. Tese de Mestrado em Psicologia área de Especialização em Psicologia da Saúde, Universidade do Minho – Escola de Psicologia. Braga, Portugal. Enzlin, P., Mathieu, C., & Demyttenaere, K. (2002). Gender differences in the psychological adjustment to type 1 diabetes mellitus: An explorative study. Patient Education and Counseling, 48, 139-145. Jack, L., Toston, T., Jack, N. H., & Sims, M. (2008). A gender-centered ecological framework targeting black men living with diabetes: Integrating a “masculinity” perspective in diabetes management and education research. American Journal of Men’s Health, 20 (10), 1-9. Undén, A. et al. (2008). Gender differences in self-rated health, quality of life, quality of care, and metabolic control in patients with diabetes. Gender Medicine, 5 (2), 162-180.

* Hospital de Faro, Departamento cirurgia** Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde [[email protected]]*** UCSP Charneca Lumiar [[email protected]]

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32III Série - Suplemento 2013

Educación sexual por parte de enfermería en un instituto de educacion secundaria

Sagrario Gomez Cantarino*, Angel Fernandez García**, Ana Mª Carrobles García***, Velasco Abellan Minerva****, Manuel Moreno Preciado*****

Introducción: La Educación Sexual busca tener una visión positiva de la sexualidad, proveerles de información y destrezas cuidando su salud sexual y ayudarlos en la toma de decisiones hoy y en el futuro. La etapa evolutiva de la pubertad, constituye un periodo en el que, por excelencia, los individuos se insertan de manera plena en el mundo de las personas adultas. Entre los 11 y 14 años se producen grandes cambios a nivel biofisiológico, psicológico, afectivo e intelectual.Objetivos: Que los chico/as aprendan a conocerse, aceptarse y expresarse para con ello ser felices.Metodología: Proponemos un programa de Educación Sexual aplicado a los alumno/as de 1º y 2º de secundaria del Instituto de Enseñanza Obligatoria (Azarquiel de Toledo). El programa está estructurado en cinco talleres a lo largo de cinco semanas. La metodología utilizada es principalmente práctica, mediante dinámicas de grupo, role-playing, braimstorming (lluvia de ideas) y video forum, entre otros, para que los chico/as vayan vivenciando las cosas y no se limiten sólo a escuchar.Resultados: El grado de interés del tema presentado a los adolescentes en cuanto a interés y participación ha sido alto en 30%, normal 50% y medio 20%. Las sesiones impartidas, ha servido para modificar sus actitudes en grado alto al 30%, normal 60% y bajo 10%. La utilización de técnicas didácticas para hacer participar al grupo ha sido alto 40%, normal 50%, medio 10%. El nivel de aprendizaje que consideran haber logrado en las personas a las que van dirigida las sesiones es en un 80% normal, medio en un 10% y bajo en otro 10%. El 30% consideran en un grado alto haberse sentido arropados por el docente que les acompañaba y el 70 % normal. Ante una posible repetición de esta acción formativa el 50 % hace referencia a una modificación de los horarios, ya que las sesiones eran impartidas entre las 15 y las 16h, por la posibilidad de que en otro horario aumentara el número de adolescentesConclusiones: El desarrollo de este programa representa pues, un aspecto de gran importancia en la formación integral de los chico/as de 1º y 2º de secundaria porque, más allá del conocimiento puramente biológico, explica procesos transcendentales como la construcción de la identidad de género o las relaciones afectivas.Palabras Claves: Sexualidad, Educación, Salud, Comunidad, Adolescencia.Referencias bibliograficas: Polit, D. F., & Beck, C. T. (2004). Nursing Research Principles and Methods. London: Lippincott Williams y Winkins. Valdez R. E. (2003). Conceptos de sexualidad en perinatología. Revista Chilena Obstetricia Ginecología, 68(4), 333-336. Torres, T. C., & Paneque, M. U. (2004). Salud, sexualidad y perspectiva de género. Reflexiones a debate. PROSALUDManzanillo. Zavala I. (2004). La otra mirada del siglo XX: la mujer en la España contemporánea. Madrid: La esfera de los libros.

* SESCAM, Unidad Docente Enfermeras Especialistas [[email protected]]** Unidad Docente Eir. Complejo Hospitalario de Toledo, Docencia Enfermería*** Docencia Eir del Complejo Hospitalario de Toledo, Enfermería Especialistas**** UCLM, Enfermeria Y Fisioterapia***** Universidad Europea de Madrid, Enfermeria

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33III Série - Suplemento 2013

Efectos del cáncer de mama en la imagen corporal de mujeres con más de 5 años de diagnóstico

Paula Ruiz Carreño*, Pilar Almansa Martinez**, Verónica Cuadrado Ruiz***, Juan Antonio Flores Martín****, Mª del Carmen Elena Elena*****

Introducción: El cáncer de mama constituye un problema de salud con una elevada prevalencia entre la población femenina. Su pronóstico ha mejorado en los últimos años y ya no es percibido como una enfermedad terminal, sino como un proceso crónico de larga duración. Sin embargo, el propio proceso y los tratamientos que se aplican tienen importantes repercusiones personales y familiares. De entre ellos, la cirugía de mama puede afectar negativamente la autoimagen de algunas mujeres.Objetivos: Evaluar las alteraciones de la imagen corporal de un grupo de mujeres diagnosticadas de cáncer de mama más de cinco años.Metodología: Estudio descriptivo y transversal. La población de estudio es de 45 mujeres. Los datos se han recogido en las consultas de Oncología de dos Hospitales Universitarios públicos de Murcia. El instrumento de recogida de datos es el cuestionario general QLQ-C30 y el módulo específico de mama QLQ-BR23 de la EORTC. Los datos sociodemográficos se han analizado mediante estadísticos descriptivos y distribuciones de frecuencias. Los resultados obtenidos con los cuestionarios se han trabajado con estadísticos descriptivos, de asociación y pruebas comparativas utilizando el paquete estadístico SPSS -20.0.Resultados: La edad media de las mujeres (n=45) es de 53,11 años (D.E.=8,29); el 84,8% están casadas o tienen pareja de hecho. Un 37% ha sido tratada con cirugía conservadora; mastectomía radical un 21,7%, mastectomía parcial el 17,4%, mastectomía radical con reconstrucción un 21,7% y al 2,2% mastectomía parcial con reconstrucción. La puntuación media obtenida para la dimensión Imagen corporal es de 79,81 (DT=26,201), el rango de puntuación es 0 a 100, siendo este el mayor nivel de calidad de vida. La media obtenida en mujeres con mastectomía radical fue de 67,50 (DT=25,59) y de mastectomía conservadora el 80,39 (DT=27,62). En cuanto al tipo de cirugía realizado, los resultados indican que no hay diferencias estadísticamente significativas (F(3,41) = 1,847, p = 0.154).Conclusiones: Los resultados obtenidos muestran que estas mujeres tras cinco o más años desde el diagnóstico, siguen identificando diferentes problemas relativos a su Imagen corporal (IC), siendo esta una de las causas por las que se ve alterada su calidad de vida. La IC está alterada en este grupo de mujeres, siendo las que han sufrido mastectomía radical las que identifican una mayor afectación que las mujeres tratadas con otros tipos de cirugía. Creemos necesario desarrollar planes de cuidados que tengan en cuenta intervenciones enfermeras específicas orientadas a mejorar el trastorno de la IC en las mujeres con cáncer de mama.Palabras Claves: Cáncer de mama, Imagen corporal, Enfermería.Referencias bibliograficas: Aaronson, N. K., Ahmedzai, S., Bergman, B., Bullinger, M., Cull, A., Duez, N. J., et al. (1993). The European Organisation for Research and Treatment of Cancer QLQ-C30: A quality-of-life instrument for use in international clinical trials in oncology. J Natl Cancer Inst, 85, 365-376. Asociación Española Contra el Cáncer. Cáncer por localización, cáncer de mama. Recuperado el 1 de marzo de 2013 de: https://www.aecc.es/SobreElCancer/CancerPorLocalizacion/CancerMama/Paginas/incidencia.aspx. Cruickshank, S., Kennedy, C., Lockhart, K., Dosser, I., & Dallas, L. (2008). Specialist breast care nurses for supportive care of women with breast cancer. Cochrane Database of Systematic Reviews, 1. Art. No.: CD005634. DOI: 10.1002/14651858.CD005634.pub2. Crespo, M. I. (2006). Autocuidados y salud en mujeres afectadas de cáncer de mama. (Tesis doctoral). Departamento de Enfermería Comunitaria, Medicina Preventiva y Salud Pública e Historia de la Ciencia, Universidad de Alicante. Recuperado el 18 de febrero de 2013 de : http://hdl.handle.net/10045/13253.

* Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería *** Universidad de Murcia**** Universidad de Murcia***** Universidad de Murcia

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34III Série - Suplemento 2013

El climaterio - Otra etapa en la vida de la mujer

Ana Maria Carrobles Garcia*, Velasco Abellan Minerva**, Sagrario Gomez Cantarino***, Angel Fernández Garcia****

Introducción: Conocer el significado del climaterio para las mujeres es necesario para poder ofertar educación para la salud acorde con las necesidades que ellas tienes. El climaterio es una etapa de cambios, los cuales pueden llegar a ser alarmantes pocas veces. Hoy en día los profesionales de salud muestras una visión de que es una etapa patológica, hace años las mujeres veían el climaterio un hecho natural y biológico que reconocían y manejaban gracias a las creencias y costumbres culturales.Objetivos: Elaborar una reflexión en profundidad sobre el concepto social: climaterio; Analizar las variables históricas y culturales responsables de la asociación: “fin de la vida / vejez”; Valorar el grado de influencia de estas representaciones en el ámbito de la sexualidad femenina.Metodología: La realización del proyecto de estudio cualitativo, la etnografía nos ha llevado a comenzar realizando una búsqueda bibliográfica en las bases de datos de Ciencias de la salud, como Cocharane, Pubmed, Cuiden, Scielo, Medline, y google académico. Empleamos búsquedas sencillas y avanzadas, con operadores booleanos para acotar las búsquedas lo que ha permitido realizar con máxima efectividad el trabajo de investigación.Resultados: El climaterio es una época en la vida de se producen cambios a veces trascendentales para la persona que pueden repercutir de forma integral en la vida de la mujer, por los roles que desempeña, su sexualidad, y la percepción que ella tiene de su propio cuerpo. El climaterio es visto como un fenómeno social y cultural. El climaterio es una parte normal de ser mujer, igual que lo fue el comienzo del período menstrual. En ninguna circunstancia se puede predecir que una determinada mujer vaya a tener su última regla en un momento de su vida. Muchas mujeres empiezan este periodo alrededor de los 50 años pero los factores genéticos juegan un papel muy importante con lo cual cada mujer tiene su momento. Pero las madres pueden dar la mejor referencia a cerca de cuándo llegará el momento.Conclusiones: Debemos dar a la mujer una atención integral en todas las etapas de la vida. Con un conocimiento exhaustivo del fenómeno del climaterio, dando desde el punto de vista psicológico como fisiológico. Ofreciendo una atención eficaz, ante las necesidades concretas de cada mujer en un momento tan importante de la vida como es la vejez. Dar información completa, cercana y realista sobre este fenómeno, brindándoles recursos y conocimientos para una adaptación positiva a todos los cambios producidos en su rol, su sexualidad y su entorno.Palabras Claves: Menopausia, Envejecimiento, Depresión, Esterilidad, Dolor.Referencias bibliograficas: American Society for Reproductive Medicine. (2008). The menopausal transition. Fertility and Sterility. 90(3), S61-S65. Daley, A., MacArthur, C., Mutrine, N. & Stokes-Lampard, H. (2008). Ejercicio para los Síntomas vasomotores menopáusicos. The Cochrane Library, Número 2. Gutiérrez, E. (2003). Las mujeres, el climaterio y sus percepciones. Rev Obstetricia y Ginecología Colombia, 9(4). Abreu, M., & Fernández, M. (2008). Climaterio y algunos aspectos Biopsicosociales de su sexualidad. Habana ciencias médicas., 7(2). Seda, J., Dorado, C.R., Sousa, J.L., & Larios, F. (2003). Diferencias entre el perfil de la mujer a partir de la premenopausica de medio Urbano y de medio rural. Enfermería Científica.; 260-261: 11-14.

* Funcionaria de la Comunidad Autonoma de Castilla_ la mancha, servicios perifericos de sanidad y asuntos sociales de toledo** UCLM, Enfermeria y Fisioterapia*** SESCAM, Unidad Docente Enfermeras Especialistas [[email protected]]**** Completo Hospitalario de Toledo, Unidad de Docencia de Enfermeros Especialistas eir Matrona

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35III Série - Suplemento 2013

Enteroparasitoses em pacientes atendidos no Serviço de Atenção Especializada (SAE), do Município de Divinópolis, MG, Brasil

Renata Coelho de Castro*, Joice Silva Alves**, Eduardo Sergio da Silva***

Introdução: A AIDS transmitida pelo vírus HIV é considerada um grave problema de saúde mundial. Portadores de HIV/AIDS constituem um grupo de alto risco para contrair infeções intestinais. Nesses pacientes, estas infeções podem se apresentar de forma mais severa e resistente aos tratamentos, levando a um prejuízo na qualidade de vida dessas pessoas. As parasitoses podem evoluir para um quadro grave ou até mesmo culminar com a morte desses pacientes, caso não sejam descobertas e tratadas a tempo.Objetivos: Analisar a prevalência de parasitas intestinais nos pacientes com infeção HIV/AIDS, atendidos no serviço de atenção especializada (SAE) de Divinópolis, através de exames coproparasitológicos e encaminhar os casos positivos para o tratamento no próprio SAE.Metodologia: Os pacientes do SAE foram apresentados à pesquisa no dia da colheita do sangue para a contagem de linfócitos T-CD4+ e carga viral. Após a assinatura do termo de consentimento, os pacientes levaram as fezes para que fossem analisadas no laboratório de parasitologia da Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Centro Oeste Dona Lindu. Os resultados foram anexados ao prontuário do paciente, constituindo-se em uma informação adicional importante para um melhor tratamento no serviço de saúde e contribuindo para a melhoria da qualidade de vida do paciente.Resultados: Um total de 260 pacientes encaminhou as suas fezes para análise no laboratório de parasitologia da UFSJ. Dentre esses pacientes, 21,15% (55) apresentaram resultado positivo para pelo menos 1 parasita. Observou-se maior prevalência de parasitas em mulheres (23%), do que em homens (20%). Quanto aos tipos de parasitas encontrados, as maiores incidências foram de 34,5%(20) para Giardia lamblia e 26,3%(16) para Strongyloides stercoralis, seguidos de 23,6%(13) para ancilostomídeos; 9,1%(5) para Enterobius vermicularis; 7,3%(4) para Schistosoma mansoni; 7,3%(4) para Entamoeba histolytica/dispar, 3,6%(2) para Taenia sp; e 1,81%(1) para Ascaris lumbricoides. As diferenças quanto à prevalência específica por patógenos sugerem a presença de diferentes fontes de exposição aos enteroparasitas, tais como água, alimentos mal lavados, carnes mal passadas, contato com a terra, com animais domésticos, higiene pessoal, dentre outros.Conclusões: No presente estudo foi observada maior prevalência de parasitas intestinais na população feminina (23%), do que na masculina (20%) portadora do vírus HIV. A condição de imunossupressão favorece o aparecimento de doenças oportunistas em pacientes HIV positivos. O esclarecimento deve ser feito principalmente às mulheres, que apresentaram maior prevalência neste estudo.Palavras-chave: HIV, Enteroparasitoses, género.Referências bibliográficas: Leite, L. H., & Waissmann, W. (2004). Enteroparasitoses em pacientes ambulatoriais portadores de HIV/AIDS e abastecimento domiciliar de água. Rev. Ciênc. Méd., 13(4), 363-369. Brito, A. M., Castilho, E. A., & Szwarcwald, C. L. (2000). AIDS e infecção pelo HIV no Brasil: uma epidemia multifacetada. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 34(2), 207-217.

* Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Centro Oeste Dona Lindu** Universidade de Itaúna*** Universidade Federal de São João Del Rei, Campus Centro Oeste Dona Lindu

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36III Série - Suplemento 2013

Fatores geradores da rotatividade (Turnover) dos profissionais de enfermagem: condições de trabalho e qualidade de vida - revisão integrativa da literatura

Katia Stancato*, Nelly Efambe**

Introdução: Define-se rotatividade de pessoal ou turnover como o fluxo de entrada e saída, isto é, uma flutuação de pessoal entre uma organização e seu ambiente. Geralmente observa-se essa rotação de pessoal a partir de uma relação percentual entre as admissões e demissões com relação ao número médio de participantes da organização no decorrer de certo período. A rotatividade passou a ser objeto de estudo devido às consequências económicas que esta traz à organização.Objetivos: Este estudo descritivo teve como objetivo revisar as últimas publicações relacionadas aos fatores geradores da rotatividade da equipe de enfermagem: condições de trabalho e qualidade de vida.Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão integrativa da literatura, que reúne pesquisas realizadas sobre o tema “fatores geradores da rotatividade em profissionais de enfermagem num período de 8 anos, de 2005 a 2012”. A revisão integrativa é um método que proporciona a síntese de conhecimento e a incorporação da aplicabilidade de resultados de estudos significativos na prática (Souza, Silva & Carvalho, 2010).Resultados: Foram utilizados, para busca dos artigos, os seguintes descritores e suas combinações nas línguas portuguesa, espanhola e inglesa: enfermagem e condições de trabalho, rotatividade em enfermagem, rotatividade e qualidade de vida, recursos humanos e assistência à saúde. Os critérios de inclusão definidos para a seleção dos artigos foram: artigos publicados em português, inglês e espanhol; artigos na íntegra que retratassem a temática referente a fatores geradores da rotatividade; e artigos publicados e indexados nos referidos bancos de dados nos últimos oito anos. Já como critérios de exclusão foram utilizados os descritores: artigos que não tratavam do tema; resumos que não possuíam o trabalho na íntegra; e trabalhos de acesso restrito a assinantes. Na base de dados Lilacs, com o tema “rotatividade em enfermagem”, “rotatividade dos profissionais de enfermagem e qualidade de vida”, encontrámos 22 artigos, dos quais utilizámos apenas 10.Conclusões: Assim, pode-se concluir que para reduzir a rotatividade ou o turnover dentro das instituições de saúde o gestor hospitalar deve criar estratégias, visando trazer satisfação, pensando no bem-estar, tanto do funcionário, quanto do paciente e da instituição. Dessa forma, poder-se-ia reter e comprometer os profissionais em seus postos de trabalho, objetivando manter a qualidade da assistência de enfermagem, promovendo motivação e envolvimento, e proporcionando ganho, tanto para o campo institucional quanto para o individual.Palavras-chave: Enfermagem, Rotatividade, Qualidade de vida.Referências bibliográficas: Aquino, K.S. (1991). Fatores geradores da rotatividade dos enfermeiros de um hospital geral governamental da cidade de São Paulo. [dissertação]. São Paulo (SP): Faculdade São Camilo de Administração Hospitalar.Stancato, K., & Neves, J. F. (2008). Absenteísmo: estudo de revisão bibliográfica. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Enfermagem, 1(1), 192-217. Trigo, R., Teng, T., & Hallak, C. (2007). Síndrome de burnout ou estufa profissional e os transtornos psiquiátricos. Revista Psiquiátrica Clínica, 34 (5), 223-233. Zilli, T. P., & Stancato, K. (2010). Fatores geradores da rotatividade dos profissionais de saúde: uma revisão da literatura / Factors generators of the rotation of health professionals: a literature review. Rev. adm. saúde; 12(47), 87-99.

* Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Enfermagem [[email protected]]** Unicamp, Enfermagem

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37III Série - Suplemento 2013

Impacto da menstruação na qualidade de vida das mulheres

Marlene Bueno Gonçales*, Márcia Barbieri**, Luiza Hiromi***

Introdução: A mulher moderna foi descobrindo aos poucos sobre a possibilidade da melhoria da sua qualidade de vida no que diz respeito à menstruação, frente ao seu relacionamento pessoal, sexual, atividades profissionais, sociais e lazer. Daí surgiram os seguintes questionamentos: “A menstruação interfere na qualidade de vida de uma mulher?” e ”Como avaliar o viver saudável da mulher no período em que menstrua?”. Assim surgiu o interesse em desenvolver este estudo.Objetivos: Construir um instrumento que avalie a qualidade de vida na mulher no período menstrual.Metodologia: 1ª etapa: Estudo qualitativo que utilizou a Técnica de Grupo focal por acreditar que esta abordagem é capaz de proporcionar a manifestação do coletivo das mulheres sobre a perceção do processo de menstruar, assim como verificar o impacto na vida pessoal e social. 2ª etapa: Para construção do instrumento foi utilizada a técnica quantitativa de análise fatorial. O estudo foi realizado seguindo os parâmetros contidos na Resolução 196/96 do Conselho Nacional de Saúde e após a aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de São Paulo (Brasil).Resultados: Foram realizados 2 grupos focais com 3 encontros, cada um com um total de 19 mulheres. Após os encontros, as falas gravadas foram transcritas na íntegra e interpretadas tendo como base a Análise de Conteúdo de Bardin, na abordagem da análise temática. Foram identificadas seis categorias (domínios) das quais emergiram as unidades de significados (facetas), as quais foram classificadas e adaptadas às características de qualidade de vida relacionadas à menstruação. As nomenclaturas dos domínios e facetas tiveram como base o instrumento de QV desenvolvido pela OMS, o WHOQOL-100.Conclusões: A partir dos domínios e facetas encontrados elaborou-se uma lista dos elementos para compor e construir o instrumento para avaliar a qualidade de vida da mulher durante o período menstrual.Palavras-chave: Qualidade de vida, menacme.Referências bibliográficas: Fleck, M.P., Louzada, S., Xavier, M., Chachamovich, E., Vieira, G., Santos, L. et al. (2000). Aplicação da versão em português do instrumento abreviado de avaliação da qualidade de vida “WHOQOL-bref ”. Rev. Saúde Pública.Abr. [Citado em 02 de maio 2011]; 34(2): 178-183. Disponível em http://www.scielosp.org/scielo.php?. Dantas, R. A., Sawada, N. O., Malerbo, M. B. (2003). Pesquisas sobre qualidade de vida: revisão da produção científica das universidades públicas do Estado de São Paulo. Rev latino-am enfermagem, 11(4):532-8. Snow, R., Hardy, E., Kneuper, E., Hebling, E.M., & Hall, G. (2007). Women’s responses to menses and nonbleeding intervals in the USA, Brazil and Germany. Contraception. 76, 23-9.

* Universidade Cruzeiro do Sul [[email protected]]** Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Enfermagem*** Universidade Federal de São Paulo, Escola de Enfermagem

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38III Série - Suplemento 2013

La organización de los cuidados familiares en el domicilio - un factor de protección si la estrategia no atrapa

Esperanza Ruiz Arias*, Juana Cortés Gallego**, Mª Jesús Albar Marín***, Concepción Germán Bes****, Rosa Casado Mejía*****

Introducción: En las sociedades occidentales, el envejecimiento y la incorporación de las mujeres al mundo laboral, no en la misma medida que los hombres se incorporan al mundo doméstico, están provocando cambios que han desembocado en una crisis del sistema informal de cuidados. Ante esta situación surgen diversas respuestas institucionales (estatales/autonómicas). También surgen estrategias familiares y distintas formas de organizar los cuidados: mujeres que empiezan a cuidar de otra manera, hombres que se incorporan al cuidado familiar, familias que contratan cuidadoras.Objetivos: Analizar con perspectiva de género las estrategias para la organización del cuidado familiar domiciliario a personas dependientes (exclusiva/asunción total, gestión parcial o gestión independiente), los factores que influyen en la adopción de una u otra estrategia de afrontamiento del cuidado, y la repercusión de la estrategia adoptada en la salud de las personas cuidadoras familiares (PCF) y en las personas dependientes cuidadas (PDC).Metodología: Fase cuantitativa: estudio transversal descriptivo y comparativo multifactorial; cuestionario validado heteroadministrado, muestra por conglomerados; análisis con el SPSS-20. Fase cualitativa: análisis interpretativo del discurso. Unidad de observación: ciudad de Sevilla. Unidades de análisis: cuidado, salud, género (transversal). Técnicas: 6 grupos de discusión: 3 a profesionales de la salud (médicos/as, enfermeras/os y trabajadoras sociales) y 3 a PCF (de nivel socioeconómico alto, medio y bajo). 44 entrevistas en profundidad semi-estructuradas a PCF. Análisis de discursos con el QSRNVivo10. Triangulación de perspectivas metodológicas, investigadoras, fuentes de datos, disciplinas y técnicas de investigaciónResultados: Muestra del estudio cuantitativo: 321 PCF. 68,2% mujeres: 65,1% casadas, 19,6% solteras, 7,2% viudas, 5,3% divorciadas, el resto conviven con sus parejas. El 48,6% de las PCF son hijas/os y el 35,6% parejas. El 84,4% de las PCF convive con la PDC; un 42,1% se han visto obligadas a modificar su situación laboral y, un 24,4% han alternado con otra persona los cuidados en el último año. El 64,8% presenta una organización de los cuidados exclusiva: de asunción total, seguida del 23,2% de gestión parcial y un 11,9% con gestión independiente. La salud de las PCF está afectada en las áreas física-psicológica-social, ellas expresan cansancio y malestar, ellos protegen más su espacio personal-ocio y no llegan al cansancio excesivo. La estrategia independiente: gestión de los cuidados en domicilios separados actúa como factor de protección de la salud de PCF y PDC. Se une como positivo para la salud el apoyo familiar: fuerza del vínculo afectivo y relaciones familiares no conflictivas.Conclusiones: El que se adopte una u otra estrategia de afrontamiento del cuidado, exclusiva o de asunción total, gestión parcial o gestión independiente depende de las vivencias, sentimientos y emociones, asunción del mandato de género, proyecto personal, los apoyos familiares e institucionales y la disponibilidad económica. De entre las estrategias de cuidados adoptadas, la más saludable y favorecedora de la autonomía de las PCF y PDC es la gestión independiente de cuidados en domicilios separados. Además, con un vínculo afectivo fuerte y relaciones relajadas, se buscan soluciones que benefician y respetan a todos los miembros de la familia.Palabras Claves: Cuidado Familiar, Salud, Género, Dependencia.Referencias bibliograficas: García-Calvente, M. M., Del Río Lozano, M. & Marcos, J. (2011). Desigualdades de género en el deterioro de la salud como consecuencia del cuidado informal en España. Gaceta Sanitaria, 25(S), 100–107. Larrañaga, I., Martín, U., Bacigalupe, A., Begiristain, J. M., Valderrama, M. J. & Arregui, B. (2008). Impacto del cuidado informal en la salud y la calidad de vida de las personas cuidadoras: Análisis de las desigualdades de género. Gaceta Sanitaria, 22, 443-450. Ruiz-Arias, E., Casado-Mejía, R., De Llanos-Peña, F., Cortés-Gallego, J. & Gabriel-García, R. (2009). Estrategias de provisión de los cuidados informales familiares a mayores dependientes en el ámbito domiciliario: Una mirada de género. Gaceta Sanitaria, 23(1), 289-290. Yarnoz, A., Prats, C., Hernandez, A., Llaras, A.M., Segura, A., Rodriguez, L., et al. (2007). Los cuidadores informales en España: perfil y cuidados prestados. Revista Rol de Enfermería, 30, 513-518.* Universidad de Sevilla, Enfermería** Servicio Andaluz de Salud, Distrito Sanitario de Atención Primaria Sevilla*** Universidad de Sevilla, Enfermería**** Universidad de Zaragoza, Fisiatría y Enfermería***** Universidad de Sevilla, Enfermería [[email protected]]

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39III Série - Suplemento 2013

La sexualidad en la vejez según el género

Velasco Abellan Minerva*, Ana Maria Carrobles Garcia**

Introducción: La Tercera edad va desde la jubilación hasta la muerte de la persona.Es la etapa más avanzada de la evolución y desarrollo personal, por sus características merece ser tratada con mayor atención y cuidado, pero para muchos de sus componentes se convierte en una etapa de marginación y abandono. Individuos improductivos e inútiles. La expresión sexual en el anciano se agravada por falta de la pareja, deterioro relación, falta privacidad, disfunciones sexuales, aspectos psicosociales y salud.Objetivos: Describir a los ancianos los conocimientos necesarios para llevar una vida sexual plena, dentro de sus posibilidades. Analizar con los verdaderos protagonistas los ancianos los cambios que se producen a nivel sexual con el envejecimientoMetodología: Estudio observacional, descriptivo.Resultados: El tratamiento de la sexualidad en la tercera edad persisten actitudes retrógradas que son muy similares a las que existían en siglos anteriores y que tienen a rechazar, burlarse, o en el mejor de los casos, ignorar la existencia de actividad sexual en las personas mayores. Pero esta idea va cambiando y se han alcanzado logros notables en la atención al anciano con la implantación de programas destinados a el tratamiento de la sexualidad en la tercera edadConclusiones: Es de vital importancia incrementar la preparación sobre la sexualidad en ésta etapa de la vida, también al personal de salud, en función de mejorar la calidad de vida de éstas personas con un enfoque amplio de criterios y accionesPalabras Claves: Anciano, Conducta Sexual, Calidad de vida.Referencias bibliograficas: Naranjo, J. L, Estrada, L., Rivero, J. L., & Fernández, J. (2002). Sexualidad en la tercera edad. Revista Cubana de Medicina General Integral. 18 (5). Orihuela de la Cal, J., Vital, M., Naranjo, M. (2001). Sexualidad en el anciano: un elemento importante en su calidad de vida. Revista Cubana de Medicina General Integral, 17 (6). Herrera, A. (2003). Sexualidad en la vejez ¿Mito o realidad?.Revista Chilena de obstetricia y ginecología. 68 (2), 150 – 162. Thomas, M. D. (1998). Cambios físicos que afectan la sexualidad en la vejez. Colombia Med. 29 (4), 148 – 154.

* UCLM, Enfermeria y Fisioterapia** Funcionaria de la comunidad autonoma de castilla_ la mancha, servicios perifericos de sanidad y asuntos sociales de toledo

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40III Série - Suplemento 2013

O diabético tipo 2 e a adesão ao regime terapêutico

Marisol Castelo Branco Simões*, Clarinda Maria P. F. Silva da Rocha Cruzeiro**

Introdução: A diabetes mellitus (DM) é uma doença metabólica e crónica que afeta um elevado número de pessoas. A morbilidade elevada implica um grande investimento em cuidados de saúde e mudanças profundas nos estilos de vida (Grilo, Sousa e Mclntyre, 2008). De entre os diversos problemas de saúde pública, a diabetes assume-se como um dos mais preocupantes quer pela sua incidência, quer pela sua prevalência, e também devido à taxa de mortalidade e morbilidade elevadas.Objetivos: Planear estratégias de prevenção, no âmbito da promoção de saúde dos diabéticos, e a formação de um grupo de apoio aos diabéticos e seus familiares; Dar continuidade às normas e diretrizes da DGS, contribuindo para a dinamização das unidades de saúde e da qualidade dos cuidados de enfermagem.Metodologia: Procedeu-se à aplicação de um questionário com o intuito de efetuar a caraterização demográfica da população alvo deste estudo (utentes diabéticos tipo 2 da Extensão de Saúde de Ceira - Centro de Saúde Norton de Matos - ACES Baixo Mondego) e a aplicação das escalas SDSCA - “Atividades de Autocuidado com a Diabetes” e MAT - “Medida Psicométrica de Adesão aos Tratamentos”. Os dados foram tratados informaticamente, recorrendo ao programa estatístico IBM-S.P.S.S. versão 19.0.Resultados: Dos 131 participantes, verificou-se que o tempo de diagnóstico é de mais de 10 anos em 54 participantes (41,2%). O tratamento instituído é com antidiabéticos orais, na grande maioria dos participantes (77,1%), e é de salientar que 22,2% fazem tratamento com insulina. As comorbidades mais frequentes são: hipertensão arterial, obesidade e dislipidémias, sendo as complicações tardias os problemas de circulação, as neuropatias, as retinopatias, as nefropatias e as amputações dos membros inferiores. Verificou-se também que a dimensão terapêutica farmacológica (“medicamentos”) é a componente do regime terapêutico com melhor nível de adesão (4,74±1,69), sendo que a “monitorização da glicemia capilar” apresenta uma média de adesão de 4,64±1,41. Em terceiro lugar surge os “cuidados com os pés” com uma média de adesão de 4,09±1,07. A “alimentação específica” tem uma média de adesão (3,8±1,01) superior à “alimentação geral” (2,63±1,05). A”atividade física” é a componente com menor nível de adesão, sendo o score obtido, em média, de 1,50±1,51 dias da semana.Conclusões: Torna-se fulcral a definição de estratégias ao nível da consulta de enfermagem, que englobem o envolvimento integrado do utente, família e rede de apoio social, promovendo a adesão ao regime terapêutico.Palavras-chave: Diabetes Mellitus, Enfermagem, Educação, Adesão Terapêutica.Referências bibliográficas: Bastos, F., Severo, M., & Lopes, C. (2007). Propriedades psicométricas da escala de auto cuidado com a diabetes traduzida e adaptada. In: Ata Médica Portuguesa. Série 2, vol. 20(1), 11-20. Delgado, A. B., & Lima, M. (2001). Escala de medição de adesão aos tratamentos (MAT): contributo para a validação concorrente de uma medida de adesão aos tratamentos. In: Psicologia, Saúde e Doença, 2(2), 81-100. Organização Mundial de Saúde (2009). Temas de saúde: diabetes. [em linha]. [Consult. 12 jan. 2011]. Disponível em WWW: <URL:http://www.who.int/mediacentre/factsheets/fs312/en/index.html>. PORTUGAL. Ordem dos Enfermeiros (2011). Regulamento das competências do enfermeiro especialista em Enfermagem Comunitária e de Saúde Pública. Nº 128/2011. [em linha].[Consult. 12 jan. 2011]. In: Diário da República. 2ª Série. Nº 35 (18 fev. 2011). p. 8667-8669. Disponível em WWW:<URL:http:www.ordemenfermeiros.pt.legislaçãoRegulamentoCompetenciasComunsEspecificas.aspx>.

* ARS do Centro, IP, C.S. Norton de Matos** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP de Enfermagem de Saúde Pública, Famliar e Comunitária [[email protected]]

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41III Série - Suplemento 2013

O profissional de saúde em relação ao uso da escala de depressão pós-parto na assistência - uma revisão da literatura

Lisiane Cristina Schwantes*, Anna Maria Chiesa

Introdução: A depressão pós-parto é uma doença do organismo como um todo, que compromete o físico, biológico, emocional e social. Em consequência disso afetam a interação do binómio mãe-filho. A Escala de Depressão Pós-Parto de Edimburgo (EPDS) é um instrumento de auto-avaliação para rastrear a depressão após a gestação, que nem sempre é reconhecida, e é uma escala pouco utilizada na assistência pelos profissionais. Mesmo existindo vários estudos sobre os aspetos epidemiológicos e clínicos da DPP, em muitas situações o diagnóstico não é encontrado precocemente.Objetivos: O objetivo deste estudo foi realizar uma revisão sistemática da literatura sobre o uso das escalas de depressão pós-parto pelos profissionais de saúde e se elas são aplicadas na assistência.Metodologia: Com base nas referências da literatura, procurou-se responder à pergunta: Como é apresentado o uso das escalas de DPP pelos profissionais de saúde e se estas escalas são aplicadas na assistência? Procedeu-se, então, a um levantamento bibliográfico de publicações científicas sobre as escalas de DPP utilizadas pelos profissionais de saúde na assistência, por meio de busca de dados nos portais de revistas eletrónicas Scielo e CAPES, na base de dados nacional PeriEnf, nas bases de dados Internacionais LILACS e MEDLINE e nos bancos de teses digitais - IBICT.Resultados: A busca bibliográfica resultou em um total de 42 artigos que abordavam com clareza os quesitos do estudo. Contudo, foram excluídos da coleta de dados os artigos inacessíveis ao tema. Desse modo, os artigos acessíveis que atendiam os quesitos pretendidos resultaram num total de 15 artigos (7 nacionais e 8 internacionais). As diversas releituras dos artigos possibilitaram a análise sistemática dos achados, no qual resultou um delineamento de cada estudo por categorias. Em cada um deles foram distribuídos às abordagens conceituais utilizadas para melhor definir em relação à depressão pós-parto e como o profissional de saúde visualiza isto na assistência, utilizando as escalas de depressão pós-parto.Conclusões: Percebe-se através deste estudo que os profissionais utilizam a escala apenas para fins de pesquisa, na prática clínica não se aplica o uso de escalas como protocolo de diagnóstico da DPP. Esta revisão possibilitou embasamento teórico para formulação de intervenções nesta temática. É necessária uma maior conscientização dos profissionais da área da saúde sobre a importância da utilização da escala como uma ferramenta no diagnóstico da DPP, pois uma mudança neste sentido poderá ter um grande impacto para melhorar a saúde materno-infantil.Palavras-chave: Depressão pós-parto, Mulher, Assistência.Referências bibliográficas: Moraes, I. G., Pinheiro, R. T., Silva, R., Horta, B.,L.,Sousa, P.,L.,R. & Faria, A. D. (2006). Prevalência da depressão pós-parto e fatores associados. Rev Saúde Pública.40(1), 65-70. Csatordai, S., Kozinszky, Z., Devosa, I., Dudas, R., Tóth, E., Sikovanyecz, J. et al. (2009). Validation of Leverton Questionnaire as a screening tool for postnatal depression in Hungary. Gen Hosp Psychiatry. 31(1), 56-66. Mendes, A.,P., & Galdeano, L. (2006). Percepção dos enfermeiros quanto aos fatores de risco para vínculo mãe-bebê prejudicado. Cienc Cuid Saúde. 5(3), 363-71.

* Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Saúde Coletiva

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42III Série - Suplemento 2013

Programa Brasileiro de Desenvolvimento e Apoio à Gestão Assistencial para a Promoção à Saúde em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica

Adriana Cristina da Cunha Alves*, Kellen Cristensen**, Edna Aparecida Bussotti***, Luiz Maria Ramos Filho****

Introdução: O Ministério da Saúde (MS Brasil) desenvolve o “Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde”, permitindo a parceria com entidades privadas, filantrópicas com reconhecida excelência, cujo objetivo é fortalecer o Sistema Único de Saúde. O MS Brasil enfatiza a necessidade de ações voltadas para a qualificação e capacitação de profissionais em Unidades de Terapia Intensiva Neonatal (UTI Neo) e Pediátrica (UTI Ped), uma vez que há uma deficiência de ações direcionadas a esse segmento populacional.Objetivos: Descrever os resultados da avaliação diagnóstica das UTI Neo e UTI Ped; Apresentar uma proposta de capacitação para profissionais de UTI Neo e UTI Ped.Metodologia: Estudo descritivo exploratório, com dados coletados de 1 de junho a 30 de novembro de 2012, em 10 UTI Neo e 05 UTI Ped, de 5 Estados das regiões Norte, Nordeste e Centro Oeste do Brasil. A ferramenta diagnóstica foi baseada em legislações vigentes e padrões internacionais de certificação, contendo avaliação de estrutura e processos. Cada quesito foi avaliado e classificado em “Conforme”, “Não Conforme” e “Não se Aplica”. A proposta de capacitação baseou-se nos resultados identificados no diagnóstico. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética sob o protocolo 07/12.Resultados: A avaliação diagnóstica foi desenvolvida pela equipe técnica do Hospital Samaritano. Foram avaliadas 4 UTI da região Norte, 7 da região Nordeste e 4 da região Centro Oeste. Dentre as UTI, 7 apresentaram conformidade maior que 41%. Os quesitos que demandaram maior oportunidade de melhoria foram relacionados a processos, tais como: falta de subsídio para identificação do perfil epidemiológico das unidades; necessidade de definição de protocolos assistenciais; ausência de fluxos de atendimento; deficiência de envolvimento dos serviços de interface; e falta de medidas de qualidade por meio de indicadores assistenciais e administrativos. O relatório foi encaminhado a cada instituição e solicitado que elaborassem um plano de melhoria. Foram propostas duas etapas de capacitação: visita técnica monitorada no Hospital Samaritano com a participação de 3 representantes de cada instituição, perfazendo 40 horas; treinamento on the job, a ser realizado pela equipe técnica do Samaritano em cada instituição, totalizando 20h. Foram desenvolvidos módulos em ensino à distância e treinamentos de urgência/emergência.Conclusões: O Brasil é um país continental com diferenças culturais, sociais e económicas, pelo que foi necessário formatar um programa que atendesse à maioria dessas diversidades/desigualdades. A metodologia proposta foi adequada para conhecer a realidade das instituições e os seus processos de trabalho. Foi possível desenvolver ações voltadas à melhoria da segurança e qualidade da prática administrativa e assistencial das crianças atendidas no sistema único de saúde. A adesão ao programa é voluntária, o sucesso depende do envolvimento e trabalho da equipe multiprofissional de cada instituição, além do apoio das esferas municipal, estadual e federal. A avaliação do programa será realizada em 2014.Palavras-chave: Responsabilidade Social, Capacitação em Serviço.Referências bibliográficas: Portaria nº 20, de 08 de janeiro de 2013 (2013). Altera a Portaria nº 1.826/GM/MS, de 24 de agosto de 2012, que dispõe sobre as regras e critérios para apresentação, análise, aprovação, monitoramento, apresentação de demonstrativos contábeis e de resultados e avaliação de projetos do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (PROADI-SUS). Recuperado em 27 de março, 2013, de http://bvsms.saude.gov.br/bvs/saudelegis/gm/2013/prt0020_08_01_2013.html. Barbosa, A. P. (2004). Terapia intensiva neonatal e pediátrica no Brasil: o ideal, o real e o possível. J Pediatr, 80(6), 437-8.

* Sociedade Hospital Samaritano, Responsabilidade Social [[email protected]]** Faculdades Integradas de Guarulhos*** Hospital Samaritano - São Paulo, Responsabilidade Social**** Hospital Samaritano - São Paulo, Responsabilidade Social

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43III Série - Suplemento 2013

Técnicas de profilaxis ostétrica

Joaquina Martinez Sacristan*, Sonia Perez Martin**, María Amparo Minguez Paniagua***, Mª Carmen A. Diego Suaña****, MªPaz Coco Barba*****

Introducción: Durante el embarazo y parto los músculos del suelo pélvico están extremadamente estirados. Existen varias estrategias de psicoprofilaxis obstétrica para aumentar elasticidad perineal y prevenir las lesiones del periné en el momento del parto. Entre estas técnicas encontramos el masaje perineal, los ejercicios de Kegel, el Epi-no, los pujos fisiológicos y las posturas facilitadoras. En este estudio se habla de cada una de ellas explicando su técnica, beneficios y contraindicaciones.Objetivos: Dar a conocer las técnicas para conseguir un parto lo más confortable posible disminuyendo las probabilidades de la realización de episiotomía familiarizándose con la fase expulsiva del parto disminuyendo las complicaciones postparto y el estado de ansiedad.Metodología: Se realiza una revisión bibliográfica exploratoria sobre la documentación existente sobre las técnicas de psicoprofilaxis obstétrica para conocer el estado actual del tema. Se realizar reuniones grupales para la lectura crítica, organización y el análisis de la documentación relevante. Este proceso se lleva acabo de Junio de 2012 a Febrero 2013. Los registros obtenidos fueron 8. También se realizó una búsqueda en Internet en el buscador “Google académico” con los mismos términos. Criterios de selección: documentos relacionados con la prevención de episiotomías y beneficios de estos métodos de psicoprofilaxis.Resultados: Resultados clínicos realzan la eficacia de la puesta en marcha de herramientas profilácticas durante el embarazo que disminuyen la incidencia de episiotomías. Se ha demostrado que el entrenamiento con epi-no es altamente eficaz. Se rebaja la segunda etapa del parto a casi la mitad (de 54 a 29 minutos), reduciendo la tensión física de la madre durante el parto. No sólo la madre sino el bebé también se benefician del acortamiento de esta etapa crítica ya que los bebés nacidos de epi-no eran más sanos según el Apgar después de 1 y 5 minutos. La demanda de analgésicos se reduce en casi dos tercios (del 42% al 16%) y la tasa de epidural se podría reducir a más de la mitad (del 29 al 14%). Destacar que cuatro veces más mujeres experimentan un parto sin ninguna lesión en el periné y por lo tanto no sufrieron los posibles efectos secundarios de estas lesiones, reduciendo la ansiedad ante el nacimiento.Conclusiones: 1) Disminución del riesgo de desgarro y realización de episiotomia; 2) Disminución del tiempo de duración de la segundafase del parto; 3) Familiarizacion con la fase expulsivo del parto; 4) Disminución de la analgesia y epidural requerida; 5) Aumento del Apgar del recién nacido; 6) Incorporación más rápida a las actividades de la vida diaria; 7) Fometo de la lactancia materna precoz; 8) Disminución de la tensión física (ansiedad); 9) Tranquilidad y seguridad, al aumentar la confianza en sí misma.Palabras Claves: Revisión bibliográfica, Episiotomía, Psicoprofilaxis, Parto.Referencias bibliograficas: Cuesta, M. A. (2009). Masaje perineal durante el embarazo. Revista enfermería cyl, I (2), 40-43.Ibermedic (2001); Epi-no; 20/11/2012; http://www.ibermedic2001.com/EPINO.htm. Natalben supra; Cómo evitar la episiotomía en el parto; 9/02/2013; http://www.natalben.com/parto/episiotomia/como-evitar-episiotomia-en-parto Promaternity.com; Epi-no; 21/11/2012; http://www.epi-no.es/

* Hospital Provincial de Zamora, Medicina Interna [[email protected]]** Hospital Virgen de la Concha, Neuro - Hematología. *** Hospital Virgen de la Concha, Cardiologia**** Hospital Provincial de Zamora, Medicina Interna***** Hospital, Hospitalización

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44III Série - Suplemento 2013

Uso de substâncias e pessoas com deficiência - revisão integrativa

Fernanda Jorge Guimarães*, Monaliza Ribeiro Mariano**, Lorita Marlena Freitag Pagliuca***

Introdução: A atenção integral às pessoas com deficiência compreende ações de promoção, prevenção, assistência, reabilitação e manutenção da saúde. No Brasil, no âmbito da prevenção ao abuso de substâncias, as políticas públicas relacionadas às drogas não conseguem atender as necessidades dos usuários com deficiência. Neste grupo, o abuso de substâncias está relacionado com o abandono, violência e baixa autoestima. Assim, as ações de educação em saúde direcionadas à prevenção do uso de substâncias devem ser acessíveis a esse grupo.Objetivos: O estudo objetivou analisar as evidências disponíveis na literatura sobre o uso de substâncias por pessoas com deficiência; categorizar os estudos nos níveis de evidência; e definir os temas abordados nos mesmos, a fim de auxiliar o enfermeiro em suas ações no que se refere à promoção da saúde de pessoas com deficiência.Metodologia: Utilizou-se a revisão integrativa da literatura, na SciELO, Pubmed, SCOPUS, BDENF, Psychinfo, com os descritores pessoas com deficiência; transtornos relacionados a uso de substâncias; disabled persons e substance-related disorders. Incluíram-se artigos completos de pesquisa, disponíveis eletrónica e gratuitamente; nos idiomas inglês, português ou espanhol; com evidências sobre o uso de substâncias por pessoas com deficiência. Incluíram-se dez artigos. Os resultados foram sintetizados em dois temas: uso de substâncias por pessoas com deficiência e acesso ao tratamento para transtorno relacionado a uso de substâncias por pessoas com deficiência.Resultados: Verificou-se que a preocupação dos estudiosos em realizar pesquisas relacionadas com o abuso de substâncias é bastante evidente. Entretanto, ao direcionar essa procura às pessoas com deficiências, o quantitativo torna-se restrito. Verificou-se que os estudos concentram dois temas específicos: padrão de consumo de substâncias, perfil de usuários e tipo de substância consumida; e as barreiras enfrentadas pelas pessoas com deficiência para ter acesso aos serviços de tratamento e reabilitação de abuso de substâncias. Dos seis estudos classificados no Nível de Evidência 6, que são derivados de estudo descritivo ou qualitativo, dois abordaram o tema acesso ao tratamento para abuso de substâncias por pessoas com deficiência, enquanto quatro artigos discorreram sobre o uso de substâncias por pessoas com deficiência. Observou-se que quatro artigos foram classificados no Nível de Evidência 4, que são evidências obtidas de estudos de correlação ou observação. Todos os estudos desse nível focaram no uso de substâncias por pessoas com deficiência.Conclusões: As evidências científicas identificadas nos estudos relacionam a deficiência como fator de risco para o abuso de substâncias, como também os serviços de tratamento e reabilitação não estão acessíveis às pessoas com deficiência. Os estudos analisados apontaram para a necessidade de investigação científica sobre esta temática. O estudo suscita a discussão sobre o uso de substâncias por pessoas com deficiência. Os enfermeiros devem estar preparados para cuidar desse grupo respeitando o princípio da integralidade. Portanto, os estudos analisados apontaram para a necessidade de investigação científica sobre esta temática.Palavras-chave: Pessoas com deficiência, Abuso de substâncias.Referências bibliográficas: Brasil. Ministério da Saúde (2008). Secretaria de Atenção à Saúde. A pessoa com deficiência e o Sistema Único de Saúde. 2. ed. Brasília: Editora do Ministério da Saúde. West, S.L. (2007). The accessibility of substance abuse treatment facilities in the United States for persons with disabilities. Journal of Substance Abuse Treatment. 33:1– 5.Vargas, D., & Luis, M. (2008). Álcool, alcoolismo e alcoolista: concepções e atitudes de enfermeiros de unidades básicas distritais de saúde. São Paulo. Rev. Latino-am Enfermagem. [periódico on-line]. Disponível em: URL: www.eerp.usp.br/rlae.

* Universidade Federal do Ceará, Programa de Pós-Graduação em Enfermagem** Universidade Federal do Ceará, Departamento de Enfermagem*** Universidade Federal do Ceará, Enfermagem

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45III Série - Suplemento 2013

O uso da comunicação como instrumento interativo no tratamento da criança com câncer - desenvolvimento de um site de orientação para cuidadores da criança com câncer

Solange Spanghero Mascarenhas Chagas*, Rosiani de Cássia B. Ribeiro de Castro, Marlene Bueno Gonçales**

Introdução: Atualmente o câncer infantil apresenta um alto índice de cura, mas ainda é uma doença que causa dor e sofrimento, tanto para a criança como para a família, pelo que ambos devem ser considerados objeto de intervenção para um cuidado efetivo. Devem receber orientações de forma clara, com linguagem acessível, transmitindo aos familiares o que se espera dos procedimentos realizados. O conhecimento ajuda a diminuir a ansiedade e a guiar de forma adequada as ações.Objetivos: Construir e validar com familiares e cuidadores das crianças com câncer um site de busca na internet contendo material educativo voltado para orientação.Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, exploratório e com abordagem quantitativa, utilizando-se um instrumento elaborado através da análise da escala de Likert, e uma análise qualitativa para as perguntas abertas. A finalidade do estudo foi a construção e avaliação de um site. Como sujeitos do estudo foram analisados os cuidadores das crianças com câncer. O site foi desenvolvido em três etapas principais. 1) Levantamento bibliográfico; 2) Elaboração e construção de um site para orientação aos cuidados de crianças com câncer; e 3) Análise do material por profissionais da área e cuidadores das crianças com câncer.Resultados: O conteúdo foi avaliado por dois profissionais médicos doutores e uma doutora em enfermagem, que responderam às questões fechadas, analisando a estrutura geral e o conteúdo apresentado. Foram solicitados por eles algumas alterações que foram realizadas antes do site ser aplicado aos cuidadores. Vinte cuidadores, sendo três presenciais e dezessete on line, aceitaram participar da avaliação. Os resultados identificados na análise dos itens contidos no site como um todo nos mostrou uma conclusão positiva. Demonstrou que o objetivo do trabalho foi atingido, pois a maioria das orientações foram entendidas pelos usuários. Foram analisados cinco tópicos contidos no site: Noções básicas; Cuidar da criança com câncer; Trabalhar com os cuidadores; Vida familiar; e Cuidar de si mesmo. Alguns ajustes se fizeram necessários e foram realizados, mas o conteúdo apresentado conseguiu auxiliar aos participantes no cuidado das crianças com câncer, contribuindo para uma maior tranquilidade em enfrentar as diversas situações impostas pela doença e tratamento.Conclusões: Atualmente grande parcela da população permanece conectada à internet. Não existe mais local ou horário específico para que essa conexão aconteça. Através dessa interatividade, encontramos respostas imediatas às nossas dúvidas e recebemos informações em tempo real. Essa tendência atual de busca de informações mostra que cada vez mais o meu trabalho será divulgado e o conteúdo será acessado de qualquer ponto ou local e os esclarecimentos poderão alcançar os usuários que buscam por eles de forma rápida e segura. Portanto, acredito que cada vez mais pessoas se beneficiarão das informações contidas e das atualizações que o conteúdo se propõe oferecer.Palavras-chave: Internet, Educação, Família, Cuidado, Câncer.Referências bibliográficas: Ribeiro, N. R. (2001). Familiares vivenciando o risco de vida do filho [tese]. Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina. Carvalho, C. S. (2008). A necessária atenção a família do paciente oncológico. Rev Brasileira de Cancerologia,54(1), 87-96. Vasconcelos–Silva, P. R., Castiel, L. D., Bagrichevsky, M., & Griep, R. H. (2010). As novas tecnologias da informação e o consumismo em saúde. Cad Saúde Publica (Rio de Janeiro), 26 (8),1473-82.Fonseca, L. M., Leite, A. M., Mello, D. F., Silva, M. A., Lima, R. A., & Scochi, C. G. (2011). Tecnologia educacional em saúde: contribuições para a enfermagem pediatrica e neonatal. Esc Anna Nery,15(1),190-6.

* Universidade Cruzeiro do Sul, Ciencias Biológicas e da Saúde** Universidade Cruzeiro do Sul [[email protected]]

GÉNEROS E SEXUALIDADES

GENDERS AND SEXUALITYIES

GÉNEROS Y SEXUALIDADES

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49III Série - Suplemento 2013

A questão de género na perspetiva dos adolescentes participantes do ProJovem Adolescente

Márcia Teles de Oliveira Gouveia*, Inez Sampaio Nery**, Daliane Fontenele de Souza***, Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi****, Lenira Maria Wanderley Santos de Almeida*****

Introdução: O desvelamento da problemática de género nas suas múltiplas relações, no sentido de superar visões e análises parciais ou fragmentadas da realidade, se faz relevante, de modo especial com o público adolescente.Objetivos: Investigar a perceção da questão de género dos adolescentes participantes do ProJovem Adolescente – Serviço Socioeducativo no município de Ubajara-CE.Metodologia: Para a obtenção dos dados foram distribuídos aos orientadores sociais do referido serviço socioeducativo, no citado município, um total de 137 questionários, dos quais foram devolvidos 99 respondidos pelos adolescentes participantes.Resultados: Constatou-se, com a análise das colocações dos(as) pesquisados(as), que cada adolescente é como um universo em constante construção. Observou-se que as falas dos(as) mesmos(as) no que diz respeito ao que para eles(as) é “ser homem” e o que para eles(as) é “ser mulher” apresentam uma contradição: em alguns aspetos demonstram conhecimento e maturidade sobre o assunto; e, em outros, revelam bastante desconhecimento ou conhecimento superficial sobre as questões de género. Nesses últimos aspetos acabam de certa forma reforçando conceitos machistas, feministas e/ou mesmo a supremacia da biologia sobre a cultura no que diz respeito à construção dos conceitos.Conclusões: Defende-se, então, que a temática género deve ser melhor trabalhada no ProJovem Adolescente e nos demais serviços, programas e projetos da Política de Assistência Social, como uma forma de desmistificação da mesma.Palavras-chave: Assistência Social, Adolescente, Género, Sexualidade.Referências bibliográficas: Amaral, C. C. (2001). Família às Avessas: gênero nas relações familiares de adolescentes. Fortaleza: EUFC. Brasil (1988). Constituição Federativa do Brasil. Brasília. Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (1993). Lei n° 8.742/1993. Brasília: MDS. Kergoat, D. (1986). Em defesa de uma sociologia das relações sociais: da análise crítica das categorias dominantes à elaboração de uma nova conceituação. In: Kartchevsky, A. et al., O sexo do trabalho. Tradução de Sueli Tomazini Cassal. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1,192p.

* Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto** Universidade Federal do Piauí, Enfermagem*** Universidade Federal do Piauí, Enfermagem**** Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto***** Universidade Federal de Alagoas - UFAL e Programa de Pós-Graduação de Doutoramento Interunidades Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo-Brasil/EERP/USP, Escola de Enfermagem e Farmácia - ESENFAR/UFAL e Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo -EERPE/USP [[email protected]]

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50III Série - Suplemento 2013

Aborto na adolescência e juventude: sexualidade e género

Márcia Teles de Oliveira Gouveia*, Ivanilda Sepúlveda Gomes**, Inez Sampaio Nery***, Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi****

Introdução: A puberdade ocorre de maneira similar para todos os indivíduos, contudo a adolescência é um fenómeno ímpar, que sofre influências sociais e culturais e se vai firmando de forma dinâmica no tocante ao caráter social, sexual e de género. Em relação ao desenvolvimento dos adolescentes é possível a identificação de distintas etapas do comportamento sexual com as suas respetivas características. Compete aos profissionais de saúde desenvolverem trabalhos direcionados para os adolescentes, aproveitando todas as oportunidades para orientá-los, sem juízo de valor.Objetivos: Na procura por melhor compreender a problemática do aborto na adolescência e na juventude, o objetivo deste trabalho foi descrever a vivência de adolescentes e jovens que passaram pelo processo abortivo e discutir sobre a existência de questões de género que as levaram ao aborto na adolescência e juventude.Metodologia: Pesquisa descritiva de natureza qualitativa nos moldes de entrevista não estruturada que utilizou o Método História de vida para coleta de dados e análise dos depoimentos. Os sujeitos da pesquisa foram 14 mulheres, que passaram pelo processo abortivo enquanto adolescentes e jovens. O número de entrevistas realizadas foi de acordo com a saturação. A pesquisa foi submetida à análise do Comité de Ética da Universidade Federal do Piauí. A coleta decorreu de janeiro a maio de 2011.Resultados: A análise ocorreu a partir da caracterização dos sujeitos e classificação das falas pela similaridade e pertinência em três categorias: sentimentos vividos frente ao abortamento espontâneo e inseguro; razões que levaram ao abortamento e interdependência: dar e receber amor, respeito e valor. As mulheres encontravam-se na faixa etária compreendida entre os 18 e os 24 anos. Doze eram casadas ou possuíam um relacionamento estável e duas eram solteiras. Quanto à escolaridade, oito não completaram o ensino médio, três possuíam o ensino médio completo, uma tem ensino superior incompleto, e duas possuíam ensino superior completo. São vários os sentimentos pelos quais as adolescentes e jovens passam ao vivenciar o processo de abortamento espontâneo, o de perda com o desejo de ter o filho, a ansiedade e a tristeza foram observados naquelas que planejaram ou não a gravidez. Referente à questão de género, os meninos geralmente são socializados para serem autossuficientes e independentes, para não mostrarem emoções, nem procurarem ajuda em momentos de estresse.Conclusões: Observou-se a relação de dependência afetiva em relação ao esposo. Percebeu-se a influência do sexo masculino na ocorrência do processo abortivo entre adolescentes e jovens, assim como a pouca experiência, o conhecimento deficiente sobre a conceção e contraceção e sexualidade, sendo portanto necessário que as enfermeiras, e os demais profissionais de saúde, fiquem atentos quanto à vulnerabilidade dos adolescentes referente a saúde reprodutiva.Palavras-chave: Adolescência, Aborto, Sexualidade, Género, Enfermagem.Referências bibliográficas: Diniz, D., & Medeiros, M. (2010). Aborto no Brasil: uma pesquisa domiciliar com técnica de urna. Ciênc. saúde coletiva, 15(1), 959-66. Miranda, A. T., & Bouzas, I. C. (2008). Gravidez. In: Saúde do adolescente: competências e habilidades. Brasília, 242-254. Nery, I. S., Tyrell, M. A. (2010). O aborto provocado e a questão de gênero: mulher em evidência e as evidências das mulheres para as bases da assistência de enfermagem. 2. ed. Teresina: EDUFPI.Taquette. S. R. (2008). Sexualidade na adolescência. In: Saúde do adolescente: competências e habilidades. Brasília, DF, 205-212.

* Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto** Universidade Federal do Piauí, Enfermagem*** Universidade Federal do Piauí, Enfermagem**** Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto

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51III Série - Suplemento 2013

Atividade sexual e utilização de métodos contracetivos pelos estudantes de enfermagem

Ana Maria Baptista Oliveira Dias Malva Vaz*, Maria Teresa Calvário Antunes**, Wilson Jorge Correia Pinto Abreu***

Introdução: A sexualidade é um percurso variável de adolescente para adolescente, integrando um conjunto de transformações que constituem a própria adolescência. A sua evolução vai no sentido da existência de uma maior permissividade por parte da sociedade, traduzida na preocupação por parte das escolas, na educação sexual dos adolescentes, com a finalidade de melhorar os seus comportamentos sexuais. No entanto, ainda existe alguma diferença na aceitação das atitudes e dos comportamentos dos jovens em função do género (Vaz, 2011).Objetivos: Analisar a influência do género na atividade sexual e na utilização de métodos contracetivos, pelos estudantes de enfermagem; Caracterizar a informação dos jovens sobre as atitudes sexuais; Analisar como o género interfere no comportamento e atitudes dos estudantes face às Infeções Sexualmente Transmissíveis.Metodologia: É um estudo transversal, descritivo e analítico. Recorreu-se a uma amostragem não probabilística, intencional e por conveniência, incluindo alunos do 1º ano de enfermagem, da Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias (ESALD) e da Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Utilizou-se um questionário constituído por dois grupos: grupo I - caracterização dos indivíduos que constituem a amostra e grupo II - o Questionário de Comportamentos e Atitudes em relação à Sexualidade (adaptado de Cruz, 1998), que é um instrumento de avaliação a nível psicossocial e comportamental.Resultados: Participaram 218 jovens (122 da ESALD e 86 da UFJF), apresentando uma média de idades=18,62 anos; DP=1,50 anos. Pertencem maioritariamente ao género feminino, com uma percentagem 88,1%. Existem 53,2% estudantes que não têm namorado(a), mas 62,6% já tiveram relações sexuais, a maioria pertencente ao género masculino. Utilizaram preservativo 42,8%. A informação sobre sexualidade é considerada “Boa” (62,3% e 58,7%). A variável comportamentos e atitudes face às IST´s refere-se à intenção comportamental de praticar “sexo seguro”, o qual é entendido como sinónimo do uso de preservativo. Apresenta quatro dimensões: Intenção Comportamental – intenção de usar o preservativo no próximo encontro sexual; Atitudes – sentimentos positivos e negativos face à utilização do preservativo; Norma subjetiva – Julgamento subjetivo sobre o grau de pressão social pelo uso do preservativo; Perceção de controlo – refere-se ao “controlo que o indivíduo perceciona relativamente à realização de determinado comportamento”. Excetuando a dimensão Perceção do controlo, encontraram-se diferenças para todas a dimensões em função do género (p<0,05).Conclusões: Os resultados obtidos evidenciaram que os “comportamentos e atitudes sexuais face às IST´s” são determinados pelo género dos inquiridos, tendo-se encontrado para todas as dimensões em análise diferenças estatisticamente significativas, sendo as raparigas que atribuem pontuações mais elevadas em todas as dimensões. Este resultado está de acordo com alguns autores (Pais, 1998; Antunes, 2007; Vaz, 2011) que referem que o processo de socialização dos rapazes e das raparigas envolvem diferentes orientações de conduta, maior permissividade e desculpabilização para os homens e mais conservadorismo e culpabilidade para as mulheres, o que vai concorrer para a diferença psicológica dos dois sexos.Palavras-chave: Género, Sexualidade, Métodos contracetivos, IST´s, Estudantes.Referências bibliográficas: Antunes, M. (2007). Atitudes e Comportamentos Sexuais de Estudantes do Ensino Superior. Coimbra: Formasau. Cruz, J. (1998). Tradução do questionário “HIV Kknowledge Questionnaire (HIV-K-Q) de Carey, Morrison-Beddy e Johnson” (1997). Universidade do Minho (Manuscrito não publicado). Pais, J. (1998). Vida Amorosa e sexual. In J. Pais et al., Gerações e valores na sociedade portuguesa contemporânea. Lisboa: Instituto de Ciências Sociais da Universidade de Lisboa. Vaz, A. (2011). Actitudes y Comportamientos de los Adolescentes Frente a la Sexualidad – Atitudes e Comportamentos dos Adolescentes face à Sexualidade. Badajoz: Universidade da Extremadura (tese de doutoramento não publicada).

* Escola Superior de Saúde Dr. Lopes Dias, Área Científica de Enfermagem [[email protected]]** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra*** Escola Superior de Enfermagem do Porto [[email protected]]

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52III Série - Suplemento 2013

Conhecimento, atitude e prática em relação à contraceção na adolescência – uma revisão integrativa

Aline Salheb Alves Pivatti*, Maria Helena Baena de Moraes Lopes**

Introdução: A adolescência é o período da vida caracterizado por intenso crescimento e desenvolvimento. A sexualidade, presente em toda a trajetória de vida do ser humano, na adolescência manifesta-se com mais intensidade, tornando o adolescente susceptível à gravidez indesejada e a doenças sexualmente transmissíveis. Dessa forma, a prevenção torna-se prioridade. Sabe-se que só o conhecimento não é capaz de promover mudanças de atitudes e práticas e, portanto, relacionar o conhecimento, a atitude e as práticas contracetivas torna-se imprescindível nessa população.Objetivos: Teve-se por objetivo realizar uma revisão integrativa sobre os estudos do tipo CAP (conhecimento, atitude e prática) relacionados à contraceção na adolescência.Metodologia: Trata-se de um estudo de revisão sistemática da literatura científica, na modalidade denominada revisão integrativa. Optou-se por esse método por julgá-lo apropriado para a exploração da temática do CAP em relação às práticas contracetivas de adolescentes. A questão norteadora desse estudo foi: quais as convergências e divergências entre o conhecimento, a atitude e a prática da contraceção entre adolescentes de diferentes culturas? O levantamento dos estudos foi realizado no primeiro semestre de 2013 nas seguintes bases de dados: Bireme, PubMed, CINAHL e Embase.Resultados: O conhecimento, atitude e prática dos adolescentes variam muito de acordo com as diferentes culturas e também entre os sexos. Encontrou-se nível de conhecimento elevado entre adolescentes americanos, latinos e europeus, entretanto, muitas de suas atitudes precisam ser modificadas para que obtenhamos prática adequada. Entre adolescentes sul-africanos, verificou-se baixo conhecimento e práticas inadequadas, sendo que os homens usam mais preservativo do que as mulheres. Mulheres indianas apresentam conhecimento mais deficiente que os homens no que diz respeito ao comportamento sexual, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis (DST) e práticas contracetivas. Nesta população, os valores religiosos e as normas culturais influenciam de forma significativa o CAP.Conclusões: Os resultados indicam que o maior conhecimento não levou a uma prática mais eficiente, pois os adolescentes desconhecem que algumas práticas são inadequadas, permanecendo expostos a riscos que podem comprometer o futuro e até mesmo a vida. É sabido que não basta apenas informar, mas deve-se conhecer o que os adolescentes pensam e saber onde estão as lacunas entre o conhecimento e a prática. Percebe-se a urgência para o desenvolvimento de estratégias específicas que tenham impacto sobre a prática entre as diferentes culturas.Palavras-chave: Conhecimento, Prática, Contraceção, Adolescência, Revisão integrativa.Referências bibliográficas: Wong L.P. (2012). An exploration of knowledge, attitudes and behaviours of young multiethnic Muslim-majority society in Malaysia in relation to reproductive and premarital sexual practices. Public Health, 12, 865. Mendes, S. S. et al. (2011). Saberes e atitudes dos adolescentes frente à contracepção. Revista Paulista de Pediatria. 29(3), 385-391. Alves, A. S., & Lopes, M. H. (2008). Conhecimento, atitude e prática do uso de pílula e preservativo entre adolescentes universitários. Revista Brasileira de Enfermagem, 61(1), 11-17. McManus, A., & Dhar, L. (2008). Study of knowledge, perception and attitude of adolescent girls towards STIs/HIV, safer sex and sex education: (A cross sectional survey of urban adolescent school girls in South Delhi, India). Women´s Health, 8 (12).

* Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Faculdade de Enfermagem** Universidade Estadual de Campinas - UNICAMP, Faculdade de Enfermagem

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53III Série - Suplemento 2013

Educação, género sexualidade, uma nova forma de fazer saúde

Lidiane Alves de Macedo Souza*, Keily Stefanni Ordones Nery**, Aliete Prado Faria***, Jebson Medeiros de Souza****

Introdução: Quando se pretende discutir as políticas de saúde é essencial reconhecer a importância do sistema género-sexualidade, um complexo que atualmente permanece engavetado, principalmente quando se tenta adentrar às relações de cultura, sexo e doença. A compreensão deste tripé é a chave da postura a ser tomada pelo profissional de saúde perante o paciente, que tem associado ao seu estado de saúde uma construção social, a qual deve ser observada frente ao processo de adoecimento.Objetivos: A abordagem da temática género-sexualidade é de fundamental importância para instigar novas discussões a respeito da dimensão que esse conceito traz à realidade humana e social de cada indivíduo, sobretudo a partir do viés do profissional, que deve buscar estratégias que visem à reconstrução dos sentidos de género e sua posterior utilização como instrumento para ações mais efetivas do cuidado, principalmente quando se trata de saúde.Metodologia: A construção da pesquisa académica foi realizada a partir da base de dados SciELO (Scientific Eletronic Library Onlines), escolhida devido à concentração de periódicos de alto valor científico nas diversas áreas do conhecimento, de onde foram selecionados treze artigos sob as temáticas género, saúde e sexualidade, dos quais foram eleitos três, com datas de publicação entre o período de 1997 a 2009, além de uma obra literária abrigada também dentro da discussão da sexualidade.Resultados: Primeiramente faz-se necessária a compreensão de género, pois praticamente todas as leituras utilizadas tiveram esse conceito como baluarte. Género é uma condição social e não biológica, suas relações são construídas a partir das diferenças sexuais, nas quais existe uma pré-determinação dos papéis que os sexos, masculino e feminino, devem assumir perante a sociedade. Assim, a saúde tem um grande desafio, pois as relações de poder desempenhadas pelo homem ainda exercem influência na vida de muitas mulheres, por exemplo, no campo das doenças sexualmente transmissíveis, é comum que seja aquele o grande definidor da utilização ou não, pelo casal, de métodos de prevenção. De acordo com Maria Luiza Heilborn, algumas mulheres, mesmo as que possuem conhecimento razoável sobre as formas de contaminação pelo vírus HIV, são incapazes ou têm dificuldade de implementar o uso do preservativo. Isso mostra a importância do profissional de saúde como definidor de onde e em quem devem atuar as políticas de saúde em determinado momento.Conclusões: Certamente, a proposta de intervenção na cultura dos indivíduos não é tarefa fácil, porém é primordial levar às pessoas o conhecimento científico de como os dois sexos são agentes transmissores e recetores das diversas doenças, utilizando, por exemplo, programas de cuidados específicos ao homem e à mulher. Porém, para isso, é necessária, primeiramente a mudança de mentalidade a partir dos profissionais de saúde. Isso implicará maiores discussões entre os casais sobre as responsabilidades de cada parceiro e, consequentemente, avanço na qualidade de vida da população como um todo.Palavras-chave: Saúde, Sexualidade, Comportamento, Cultura.Referências bibliográficas: Heilborn, M. L. (1997). Gênero, Sexualidade e Saúde. Rio de Janeiro: Editora da UERJ. Benites, A. P, & Barbarini, N. (2009). Histórias de vida de mulheres e saúde da família: algumas reflexões sobre gênero. Psicologia & Sociedade. Villela, W., Monteiro, & S., Vargas, E. (2009). A incorporação de novos temas e saberes nos estudos em saúde coletiva: o caso do uso da categoria gênero. Ciência & Saúde Coletiva. Louro, G. L. (2000). O corpo educado: Pedagogias da sexualidade. Belo Horizonte: Autêntica.

* Universidade Federal de Rondonia, Medicina** Universidade Federal de Rondonia, Medicina*** Universidade Federal de Rondonia, Medicina**** Conselho Federal de Enfermagem, Diretoria

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54III Série - Suplemento 2013

Questões de Género em Saúde Sexual e Reprodutiva em Estudantes do Ensino superior

Maria José de Oliveira Santos*, Manuela Maria Conceição Ferreira**, Elisabete Maria Soares Ferreira***

Introdução: A saúde sexual e reprodutiva (SSR) representa atualmente uma das principais preocupações da Saúde Pública internacional e nacional, apontando para a necessidade crítica de abordar a SSR dos jovens com o objetivo de se conseguir reduzir substancialmente a gravidez nas adolescentes, as Infeções de Transmissão Sexual (ITS`s) e as desigualdades de género (Fernandes, 2005). São os jovens adultos que frequentam os contextos académicos, frequentemente associados a práticas sexuais de risco (Eaton et al., 2005).Objetivos: Caraterizar os comportamentos de saúde sexual e reprodutiva e avaliar o conhecimento subjacente, identificando áreas de intervenção prioritária.Metodologia: Foi realizado um estudo descritivo, correlacional de natureza quantitativa. Utilizou-se na recolha de dados um questionário de caracterização e um inventário de avaliação de conhecimento numa amostra de 147 (71 rapazes e 76 raparigas) estudantes do Ensino Superior. Na análise de dados utilizou-se a estatística descritiva e inferencial.Resultados: Dos participantes, cerca de 82% referiu já ter tido relações sexuais, a primeira relação foi aos 17 anos, 7,7%, e não utilizou contraceção. A grande maioria das raparigas (76,6%) foi vacinada contra o HPV, mas apenas 31,6% fez citologia vaginal. Salientamos que 86,3% nunca recorreram aos serviços de saúde sexual e reprodutiva e desconhecem estes serviços na sua universidade. A média de conhecimento sobre SSR foi de 61,1%, verificando-se uma diferença significativa (p <0,001) entre os géneros, sendo que as raparigas apresentam um conhecimento superior aos rapazes (63, 3 ± 5,3 vs 58,8 ± 6,5). Observou-se um aumento do conhecimento com a idade (p <0,001) e o recurso aos serviços de saúde sexual e reprodutiva (p <0,01).Conclusões: Os profissionais de saúde devem promover a educação para a saúde nesta área, dado que os estudantes revelaram pouco conhecimentos sobre a saúde sexual e reprodutiva, não realizam vigilância de saúde regular e recorrem pouco aos serviços de saúde disponíveis.Palavras-chave: Saúde sexual e reprodutiva, Conhecimento.Referências bibliográficas: Fernandes, A. S. (2005). O porquê dos temas da Saúde Sexual e Reprodutiva de Jovens? Uma questão de direitos humanos e desenvolvimento sustentável. Saúde e Direitos Sexuais e Reprodutivos e Objectivos de Desenvolvimento do Milénio em Portugal e no Mundo. Conferência Internacional de Jovens Decisores/as. Fundo das Nações Unidas Para a População (FNUAPA) (2005). Situação da população mundial 2005: A promessa de igualdade: Equidade em matéria de género, saúde reprodutiva e objectivos de desenvolvimento do milénio. Nova Iorque. Vilar, D., & Ferreira, P. M. (2010). A educação sexual dos jovens portugueses: Conhecimentos e fontes. Lisboa: Associação Para o Planeamento da Família. Recuperado em 14 março, 2012, de www.acs.min-saude.pt/files/2010/06/ APF1.pdf.

* Escola Superior de Enfermagem de Vila Real, Departamento de Enfermagem de Saúde Materna e Infantil** Escola Superior de Saúde de Viseu, Saúde*** Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação da Universidade do Porto

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55III Série - Suplemento 2013

Sexualidad y calidad de vida en mujeres supervivientes de cáncer de mama

Paula Ruiz Carreño*, Pilar Almansa Martinez**, Antonio Velandrino Nicolás***, María Moya Nicolás****, Camino Álvarez Martínez*****

Introducción: El Cáncer de mama es la neoplasia maligna más frecuente en la mujer con una elevada supervivencia. La amenaza para la vida, los tratamientos, los cambios corporales por la cirugía, y los cambios en el estilo de vida, lo definen como uno de los problemas de mayor impacto en la salud femenina. Según estadísticas recientes afecta a una de cada 10 mujeres. En su mayoría experimentan alteraciones en diferentes dimensiones de su calidad de vida destacando, las disfunciones sexuales.Objetivos: Evaluar la sexualidad como dimensión esencial de la calidad de vida en un grupo de mujeres con cáncer de mama transcurridos cinco o más años del diagnóstico y tratamiento.Metodología: Estudio descriptivo y transversal realizado en las consultas de Oncología de dos Hospitales Universitarios públicos de Murcia. La muestra está formada por 45 mujeres. Para la recogida de información se ha utilizado el cuestionario general QLQ-C30 y el módulo específico de mama QLQ-BR23 de la EORTC. Los datos sociodemográficos se han analizado mediante estadísticos descriptivos y distribuciones de frecuencias y los datos de los cuestionarios con estadísticos descriptivos, de asociación y pruebas comparativas inferenciales. Todos los cálculos estadísticos se han realizado con el paquete estadístico SPSS 20.0.Resultados: La edad media (n=45) es de 53,11 años (DT=8,29); el 84,8% están casadas o tienen pareja; han recibido quimiotereapia y/o radioterapia y/o terapia hormonal el 65,2% y el 21,7% han recibido quimiotereapia y/o radioterapia. La puntuación media obtenida para el Funcionamiento sexual (FS) es de 74,81 (DT=26,73) y para el Placer sexual (PS) de 60 (DT=34,52). El rango de puntuación es 0-100, siendo100 el mayor nivel de calidad de vida; es preciso resaltar que en ambas pruebas las puntuaciones han variado entre los extremos 0 y 100, indicando una gran heterogeneidad en la muestra. Entre el FS y el PS, existen una asociación moderada (r=0.566) y estadísticamente significativa (p<0.01). Este resultado apunta que la actividad sexual alcanza unos niveles altos que no van acompañados de satisfacción. El Tratamiento recibido no origina diferencias estadísticamente significativas en el FS (F(1,38)<1); el tamaño del efecto es prácticamente inexistente (η2=0.002). Igualmente el PS no origina diferencias, siendo prácticamente inexistente el tamaño del efecto (η2=0.018).Conclusiones: Los resultados obtenidos muestran que las mujeres con cáncer de mama tras cinco o más años desde el diagnóstico y tratamiento, siguen identificando diferentes problemas relativos a su sexualidad siendo esta una dimensión esencial de su calidad de vida. En el grupo de mujeres estudiadas el Placer sexual se encuentra más alterado que el Funcionamiento sexual. Mantienen relaciones sexuales, a pesar de que en algunos casos no obtienen placer sexual. Creemos necesario desarrollar planes de cuidados que tengan en cuenta intervenciones enfermeras específicas orientadas a mejorar el afrontamiento de la sexualidad en mujeres diagnosticadas de cáncer de mama.Palabras Claves: Cáncer de mama, Sexualidade, Enfermería.Referencias bibliograficas: Aaronson, N. K., Ahmedzai, S., Bergman, B., Bullinger, M., Cull, A., Duez, N.J., et al. (1993). The European Organisation for Research and Treatment of Cancer QLQ-C30: A quality-of-life instrument for use in international clinical trials in oncology. J Natl Cancer Inst; 85, 365-376. Crespo, M. I. (2006). Autocuidados y salud en mujeres afectadas de cáncer de mama. (Tesis doctoral). Departamento de Enfermería Comunitaria, Medicina Preventiva y Salud Pública e Historia de la Ciencia, Universidad de Alicante. Recuperado el 18 de febrero de 2013 de : http://hdl.handle.net/10045/13253. Aznar, A. (2011). Calidad de vida en pacientes intervenidas de cáncer de mama. (Trabajo de Investigación inédito). Departamento de Medicina Interna. Universidad de Barcelona. Recuperado el 18 de febrero de 2013 de: http://ddd.uab.cat/pub/trerecpro/2012/hdl_2072_181264/TR-RoyoAznar.pdf. Zulaica, C. (2007). Cáncer de mama. Guías Clínicas, 7(36). Recuperado el 15 de enero de 2013 de: http://www.fisterra.com/guias2/mama.asp

* Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería** Universidad de Murcia, Enfermería*** Universidad de Murcia, Psicología Básica y Metodología**** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería***** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería

GÉNEROS E VIOLÊNCIAS

GENDERS AND VIOLENCES

GÉNEROS Y VIOLENCIAS

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59III Série - Suplemento 2013

A violência contra a mulher no espaço da universidade

Clícia Valim Côrtes Gradim*, Bianca Maria Oliveira Luvisaro**, Alice Silva Costa***, Denismar Alves Nogueira****, Zeyne Alves Pires Scherer*****

Introdução: A violência, desde os primórdios, reflete uma relação de poder e domínio entre os povos e as pessoas (Minayo, 2006). A sociedade evoluiu, existem acordos de paz mundial, mas a violência ainda é uma constante na sociedade (Schraiber, 2002). A violência é um tema constante no meio universitário e os académicos reivindicam maior segurança no campus e em torno dele, dizendo que são vítimas de assaltos e de abusos. Ao buscar dados junto à polícia militar não encontramos boletim de ocorrência ligado a alunos da universidade.Objetivos: Identificar a ocorrência e a vivência de violência entre os académicos do sexo feminino, independente do período e do curso matriculados na Universidade Federal de Alfenas - UNIFAL-MG.Metodologia: Estudo de abordagem descritiva exploratória por meio do método quantitativo de levantamento populacional. O cenário da pesquisa foi o campi 1 da Universidade Federal de Alfenas, localizado na cidade de Alfenas-MG. A amostra ficou formada por 606 alunas do sexo feminino matriculadas e o projeto foi aprovado pelo Comité de Ética sob o nº 179/2011. O instrumento de coleta de dados foi um questionário semiestruturado, contendo identificação, tipo de agressão e qual a conduta tomada. Os dados foram tabulados no excel e transcritos e analisados pelo software SPSS versão 17.Resultados: A média de idade das estudantes foi de 23 anos, 96,5% dependem de pais ou familiares financeiramente e 57,6% moram em repúblicas. Quando questionadas se presenciaram algum tipo de violência, 360 participantes afirmaram que sim, sendo o tipo mais citado a Violência física (241), caracterizada pelas seguintes expressões: “agressão física com tapas, socos ou chutes; ferimentos com pedras, facas, cigarros e brasa; empurrões, arrastões e surras”. Em seguida veio a violência psicológica (112), manifestada por insulto ou humilhação publicamente, intimidação e ameaças; e por fim, a violência sexual (7), caracterizada por relação sexual forçada e humilhante, sendo a mãe e o pai os agressores e sem haver denúncia. Das 606 estudantes, 78 relataram ter sofrido algum tipo de violência, sendo que a violência física foi citada por 60,2% (47) das participantes, 37,3% (29) relatam terem sofrido a psicológica e 2,5% (2) disseram a violência sexual e 33,8% que o local da violência foi a rua.Conclusões: A violência física foi a mais encontrada em 12,5% da amostra, sendo que não foi efetivada denúncia do agressor, o que leva a não haver subsídios para requerer maior policiamento no campus. A rua foi o local citado de maior violência e verifica-se que os académicos necessitam de uma educação no espaço estudantil para prevenir as diversas formas de violência e serem agentes sociais de pacificação. Essa pesquisa abre espaço para outros estudos sobre o uso de drogas, como proceder em casos de violência e o papel que a Universidade tem de desenvolver sobre a segurança e prevenção da violência nesse espaço.Palavras-chave: Violência contra mulher, Género, Enfermagem.Referências bibliográficas: Minayo, M. C. (2006). Violência e saúde. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz. Schraiber, L. B. et al. (2002). Violência contra a mulher: estudo em uma unidade de atenção primária à saúde. Rev Saúde Pública, vol.36, n.4, p. 470-7.

* Universidade Federal de Alfenas-MG, Escola de Enfermagem** Universidade Federal de Alfenas-MG, Escola de Enfermagem*** Universidade Federal de Alfenas-MG, Escola de Enfermagem**** Universidade Federal de Alfenas-MG, Insituto de Exatas ***** Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto - USP, Enfermagem Psiquiátrica e Ciências Humanas

G É N E R O ( S ) E V I O L Ê N C I A ( S )

60III Série - Suplemento 2013

Agressão física a mulheres em área de implantação de um grande empreendimento petroquímico no Estado do Rio de Janeiro, Brasil

Eliane Santos da Luz*, Edinilsa Ramos de Souza**

Introdução: O Brasil é um dos principais produtores de petróleo e tem investido na construção de refinarias para o processamento do produto, como o Complexo Petroquímico do Estado do Rio de Janeiro/COMPERJ, empreendimento que pode causar transformações ao meio ambiente e à vida das populações de seu entorno. Para acompanhar essas mudanças, a Escola Nacional de Saúde Pública da FIOCRUZ, desde 2009, está monitorando as condições de saúde da população dessa área. Observou-se o aumento dos casos de lesão corporal dolosa.Objetivos: Estudar a lesão corporal dolosa na área de influência do COMPERJ, no período de 2006 a 2011.Metodologia: Analisaram-se dados secundários provenientes do sistema de informação do Instituto de Segurança Pública do Rio de Janeiro/ISP-RJ relativos aos casos de lesão corporal dolosa (LCD), ocorridas nos municípios da área do COMPERJ, de 2006 a 2011. Foi feita uma análise descritiva das variáveis relativas ao perfil da vítima (sexo, idade, cor, escolaridade, ocupação, situação conjugal); e das características do agressor (tipo de vínculo com a vítima, sexo, idade e cor). Foram calculadas as taxas de LCD no período analisado. Para verificar diferenças estatisticamente significativas foi aplicado o teste qui-quadrado de Pearson.Resultados: A região do entorno do COMPERJ apresenta tendência crescente dos casos de agressão, entre os anos de 2006 e 2011. As principais vítimas desse agravo são mulheres com idade entre os 15 e os 34 anos. Os agressores são, em sua maioria, homens entre os 25 e os 44 anos de idade, e têm ou tiveram algum tipo de relação amorosa com a vítima.Conclusões: Os resultados indicam a importância da implantação de políticas públicas de enfrentamento à violência doméstica, bem como a criação de programas de apoio psicológico e psiquiátrico, tanto às vítimas desse crime, que em sua maioria são mulheres em idade reprodutiva e sofrem graves consequências físicas e psicológicas decorrentes da agressão, como aos seus agressores.Palavras-chave: Violência Doméstica, Monitoramento Epidemiológico.Referências bibliográficas: Reichenheim, M. E. (2006). Violence and injuries in Brazil: the effect, progress made and challenges ahead. Lancet, 337, 1962-1975. Reichenheim, M. E. et al. (2006). Magnitude da Violência entre Parceiros Íntimos no Brasil: retrato de 15 capitais e Distrito Federal. Cadernos de Saúde Pública, 22, 425-437. Waiselfisz, J. J. (2010). Mapa da Violência no Brasil: anatomia dos homicídios no Brasil. São Paulo: Instituto Sangari. WHO (2005). Multi-country Study on Womens’s Health and Domestic Violence against Women. Disponível em: http://www.who.int/gender/violence/who_multicountry_study/en/.

* Fiocruz, Instituto Fernandes Figueira [[email protected]]** Fiocruz, ENSP-Claves

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61III Série - Suplemento 2013

Mujeres víctimas de violencia de género: variables asociadas a la decisión de separarse de su pareja

Julia Sebastian Herranz*, Ana Isabel Sanz-Vergel, Alba Verdugo

Introducción: La decisión de salir de una relación de maltrato es un proceso largo y complejo. Se han desarrollado diversas teorías que intentan aproximarse al tema como la teoría de la Inversión que propone que la decisión de salir de una relación violenta viene determinada por una evaluación de costes y beneficios (satisfacción, inversión, etc.), o la teoría del Apego Traumático, que hace referencia a la relación dependiente que se establece entre maltratador y víctima.Objetivos: El objetivo del presente estudio consiste en analizar qué variables sociodemográficas, topográficas (duración del maltrato, frecuencia...), emocionales y cognitivas (satisfacción, inversión, compromiso, dependencia, miedo y experiencias, alternativas fuera, creencias en el rol de la mujer y en el amor romántico, atribuciones sobre las causas del maltrato) y recursos psicológicos de la mujer (autoestima, ansiedad, depresión, control) están relacionadas con la decisión de dejar la relación.Metodología: La investigación se basa en un diseño transversal.La muestra está compuesta por 52 mujeres que convivían con sus parejas maltratadoras. Instrumentos utilizados: Cuestionario datos sociodemográficos y de la relación de maltrato; Cuestionario Intención de salir de la relación abusiva; Cuestionario Creencias sobre rol mujer y amor romántico; Relationship Attribution Measure-Revised (Adaptación); Spouse-Specific Dependency Scale (SSDS); Cuestionario de miedo; The Investment Model Scale; Pearlin MasteryScale; Women’s Experience with Battering ( WEB) Scale; Hospital Anxiety and Depression Scale; Escala de Autoestima.Resultados: Los resultados muestran que ninguna variable sociodemográfica estaba relacionada con la intención de salir de la relación abusiva. Sin embargo, otras variables si aportaron resultados significativos. La intención de poner fin a la relación estaba relacionada con una menor duración del maltrato, con una menor frecuencia de haber sufrido maltrato en el último mes (este resultado es contrario al esperado), con menor grado de inversión y compromiso en su relación de pareja, con percibir que la causa del maltrato se debe a aspectos internos de su pareja (atribución interna del hombre) y con mayor percepción de control en su vida. Los análisis estadísticos realizados fueron análisis descripticos, ANOVA y análisis de regresión y datos de consistencia interna de los instrumentos. Ya que la mayoría de estudios están realizados con mujeres en casas de acogida, una aportación novedosa de este estudio es que la muestra estaba compuesta por mujeres que en ese momento convivían con sus parejas maltratadoras.Conclusiones: Los resultados muestran que a) ninguna variable sociodemográfica estaba relacionada con la intención de salir de la relación abusiva, b) sí lo estaban variables topográficas relacionadas con la propia situación de maltrato (duración y frecuencia de maltrato en el último mes) y c) la decisión de terminar esa relación estaba relacionada con variables emocionales (como la satisfacción y el compromiso que pone la mujer en la propia relació) y variables cognitivas (como la percepción de control de la situación que vive y la atribución de las causa del maltrato a aspectos interno de su pareja).Palabras Claves: Mujeres maltratadas, Salir de la relación.Referencias bibliograficas: Kim, J. & Gray, K. (2008). Leave or Stay? Battered women’s decision after intimate partner violence. Journal of Interpersonal Violence, 23(10), 1465-1482. Rusbult, C., & Martz, J. (1995). Remaining in an abusive relationship: An investment analysis of nonvoluntary dependence. Personality and Social Psychology Bulletin, 21(6), 558-571. Shurman, L. A., & Rodriguez, C. M. (2006). Cognitive-affective predictors of women´s readiness to end domestic violence relationships. Journal of Interpersonal Violence, 21, 1417-1439.

* Universidad Autónoma de Madrid, Psicología de la Salud [[email protected]]

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62III Série - Suplemento 2013

O desconhecimento dos profissionais de saúde sobre a rede de proteção às mulheres em situação de violência

Elisabeth Meloni Vieira*, Mariana Hasse**

Introdução: Apesar da alta prevalência da violência contra mulheres, entre as quais usuárias dos serviços de saúde, e da grande possibilidade de detecção existente, há muitas dificuldades dos profissionais de saúde em prestar assistência adequada aos casos, inclusive nos encaminhamentos. O enfrentamento da violência contra as mulheres depende da articulação entre os serviços de saúde e os de outros setores, possibilitando a formação de redes de apoio, uma das estratégias mais relevantes e desafiadoras para lidar com um problema multifacetado como este.Objetivos: Este estudo teve por objetivo analisar como os profissionais de saúde referenciam os casos de violência contra a mulher para outros serviços e como interagem com os recursos sociais existentes na rede de proteção às mulheres em situação de violência.Metodologia: Aplicou-se face a face um questionário para todos os médicos e enfermeiras dos setores de clínica médica, ginecologia e obstetrícia e pronto atendimento das cinco Unidades Básicas Distritais de Saúde (UBDS) do Sistema Único de Saúde do estado de São Paulo. Foram realizadas entrevistas com 23 dos mesmos profissionais, escolhidos através da técnica da bola de neve. A entrevista seguiu um roteiro semiestruturado, elaborado a partir da revisão da literatura, e abordava as dificuldades dos profissionais em lidar com os casos de violência.Resultados: Dos 221 respondentes, 77% eram médicos e 23% enfermeiras; 53,8% eram homens e 46,2% mulheres, com idade média de 38,6 anos. A maioria (90,5%) declarou-se branco, católico (64,3%) e casado ou em união estável (52%). Esses profissionais tinham em média 12,5 anos de formados. Apesar de 52,7% referirem ter assistido a aulas ou palestras sobre o tema, as condutas realizadas pelos profissionais são consideradas insuficientes para abordar a complexidade do problema. Destes profissionais, 99 (49%) referiram ter realizado a consulta e algum tipo de encaminhamento para outro serviço e/ou profissional, 80 (39,6%) referiram apenas a realização da consulta e 23 (11,4%) encaminharam as mulheres, sem a realização de consulta médica ou de enfermagem. Dos 122 profissionais que relataram encaminhamentos, 68% (83) fizeram-no apenas para um serviço, mais frequentemente para a Delegacia de Defesa da Mulher; apenas 21,3% (26) encaminharam para mais de um serviço; e 7,3% (9) entrevistados encaminharam para serviços inexistentes, sem orientar de forma clara a paciente.Conclusões: Muitos profissionais percebem a violência de género como um problema complexo, mas que não pertence necessariamente à área da Saúde, identificando-o ainda como um problema apenas da segurança pública ou da justiça. Muitos acreditam que requer uma abordagem especializada e que não estão tecnicamente preparados para fornecer a orientação necessária. Percebe-se que há desconhecimento dos vários setores da rede social de proteção, pois os encaminhamentos são feitos apenas para a Delegacia de Defesa da Mulher.Palavras-chave: Violência, Rede social, Profissionais, Intersetorialidade.Referências bibliográficas: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. (2006). Atenção integral para mulheres e adolescentes em situação de violência doméstica e sexual: matriz pedagógica para formação de redes. Brasília: Editora do Ministério da Saúde. Hasse, M. (2011). Percepções de médicos e enfermeiros acerca da violência contra a mulher: uma análise comparativa. Dissertação (Mestrado). Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Kiss, L.B., Schraiber, L.B., & D’Oliveira, A.F. (2007). Possibilidades de uma rede intersetorial de atendimento a mulheres em situação de violência. Interface Comunicação, Saúde, Educação, 11(23), 485-501. Santos, M. A. & Vieira, E. M. (2011). Recursos sociais para apoio a mulheres em situação de violência em Ribeirão Preto, SP, na perspectiva de informantes-chave. Interface – Comunicação, Saúde, Educação. 15(36), 93-108.

* Faculdade de Medicina de Ribeirão Preto, Departamento de Medicina Social** Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo, Programa Interunidades de Doutoramento

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63III Série - Suplemento 2013

Perfil de mulheres vítimas de violência assistidas no Pronto Socorro/ Hospital de Clínicas-UFU

Michelle Fernandes de Andrade*, Carla Denari Giuliani**, Eliana Faria de Angelice Bi�***

Introdução: Este é um estudo retrospectivo, descritivo e exploratório, que se desenvolveu por meio da análise de prontuários e coleta de dados de mulheres adultas vitimas de violência assistidas no Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia, (HC/UFU). A maioria se declarou solteiras, foram agredidas em casa, por maridos e amásios, violentadas, principalmente com o uso de instrumentos corto-contusos e golpes, bofetadas, chutes e socos, e apresentaram lesões localizadas nas regiões da face e cabeça.Objetivos: Os objetivos do mesmo foram: caracterizar a mulher vítima de violência assistida no Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia; evidenciar quais as partes do corpo da mulher que mais são acometidas pela violência; e analisar o uso do protocolo de atendimento à mulher vítima de violência proposto pelo Ministério da Saúde e verificar também como ocorre a notificação dos casos de violência.Metodologia: Esta pesquisa se constituiu em um estudo retrospectivo, descritivo e exploratório, que se desenvolveu por meio da análise de prontuários e coleta de dados de 28 mulheres adultas assistidas no Pronto Socorro do Hospital de Clínicas da Universidade Federal de Uberlândia (HC/UFU), no período de janeiro de 2008 a janeiro de 2009, após sofrerem violência doméstica. Para tanto foi utilizada uma relação fornecida pelo setor de estatística e Informação Hospitalar. Esta pesquisa foi desenvolvida após a aprovação do Comité de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Uberlândia, parecer 149/09.Resultados: De acordo com a análise dos resultados observou-se que a faixa etária predominante em que as mulheres foram agredidas foi a de 18 a 30 anos. A maioria era procedente da cidade de Uberlândia, se declararam solteiras, foram agredidas em casa, por maridos e amásios, violentadas, principalmente com o uso de instrumentos corto-contusos e golpes, bofetadas, chutes e socos, e apresentaram lesões localizadas nas regiões de face e cabeça. Entretanto os estudos demonstraram que a mulher, mesmo se declarando solteira, na verdade vive com um amásio. A análise mostrou também que a profissão prevalente foi a de trabalhadora do lar, sendo este um dos motivos apontados para a mulher continuar ao lado do agressor, pois este é o provedor da casa. Os dados obtidos neste trabalho concluíram que as agressões contra a mulher ocorreram predominantemente dentro de suas casas, causadas por seus companheiros, e a maioria das lesões ocorreram na região da face e cabeça.Conclusões: Conclui-se que, infelizmente, o tema violência contra as mulheres é muito complexo e envolve uma série de aspetos, não somente os físicos, mas também os emocionais, culturais, financeiros, psicológicos e sociais, que devem ser considerados quando o profissional de saúde se depara com este tipo de situação. É preciso propor que esta temática seja estudada nos cursos de graduação das diferentes áreas das ciências da saúde, possibilitando assim que os académicos desenvolvam, além do conhecimento sobre a complexidade desta temática, uma perceção mais humanizada no atendimento às mulheres vítimas de violência.Palavras-chave: Violência, Mulher, Saúde.Referências bibliográficas: Adeodato, V. G., Carvalho, R. R., Siqueira, V. R., & Souza, F.G.M. (2005). Qualidade de vida e depressão em mulheres vítimas de seus parceiros. Revista Saúde Pública, 39(1), 108-13. Cardoso, N. M. (1996). Mulheres em situação de violência conjugal: incidência, conceitos, fatores associados e consequências da violência. Barbarói, 4(5), 69-80.Guerra, C. (1998). Descortinando poder e a violência nas relações de gênero: Uberlândia-MG 1980/1985.1998. 203f. Dissertação (mestrado) -Departamento de História, Faculdade de Filosofia, Letras e Ciencias Humanas, Universidade de São Paulo. Kronbauer, J. F., & Meneghel, S. N. (2005). Perfil da violência de gênero perpetrada por companheiro. Revista Saúde Pública. 39, 695-701.

* Enfermeira da Secretaria Municipal de Saúde de Uberlândia** Universidade Federal de Uberlândia, Departamente de Enfermagem - FAMED*** Universidade Federal de Uberlândia, Departamento de Enfermagem

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64III Série - Suplemento 2013

Un dilema frecuente en mujeres que han sido (¿y son?) víctimas de violencia de género - Volver o no a la relación

Julia Sebastian Herranz*, Ana Isabel Sanz-Vergel**, Alba Verdugo***

Introducción: Las mujeres víctimas de violencia de género se ven abocadas a tomar la decisión de separase de sus parejas para que la violencia pueda cesar. Esta compleja decisión involucra múltiples aspectos sociales, emocionales, cognitivos, económicos, culturales, etc. Muchos de ellos siguen pesando incluso después de haber tomado la decisión de separarse, por lo que una proporción de mujeres intentan y consiguen volver a la relación con posterioridad o, incluso, hay varios intentos en su vida de separación y reconciliación.Objetivos: El objetivo del presente estudio consiste en analizar qué variables a) sociodemográficas; b) de características topográficas de la propia relación de maltrato (duración, frecuencia, número de veces que la convivencia ha cesado, etc.); c) de la propia experiencia del maltrato,); y d) de los recursos de la propia mujer (autoestima, depresión y ansiedad) están relacionadas con la intención de volver a la relación con su pareja maltratadora.Metodología: La investigación se basa en un diseño transversal. La muestra está compuesta por 131 mujeres que habían sufrido violencia de género y que en ese momento estaban separadas de sus parejas hacía 3 años como máximo. Instrumentos utilizados: Cuestionario sobre datos sociodemográficos y de la relación de maltrato; Cuestionario sobre Intención de volver a la relación abusiva; Relationship Attribution Measure-Revised (Adaptación); Pearlin MasteryScale; Women’s Experience with Battering ( WEB) Scale; Hospital Anxiety and Depression Scale; Escala de Autoestima.Resultados: Inicialmente se realizó un ANOVA para poder identificar qué variables eran significativas para introducirlas en el análisis de regresión posterior. Los resultados muestran que ninguna variable sociodemográfica estaba relacionada con la intención de volver a la relación abusiva. Solo tres variables fueron significativas en la ecuación de regresión que mostró que la intención de volver a la relación estaba relacionada con una menor duración de los malos tratos, una mayor depresión y la atribución de que la causa del maltrato no se debe a causas internas del hombre, sino a aspectos externos. También apareció una tendencia significativa en el sentido de que a mayor ansiedad menos ganas de volver a la relación. Ya que la mayoría de estudios están realizados con mujeres en casas de acogida, una aportación novedosa de este estudio es que la muestra estaba compuesta por mujeres que residían en sus propias casas e integradas en su entorno.Conclusiones: Los resultados muestran que a) ninguna variable sociodemográfica estaba relacionada con la intención de volver a la relación abusiva; b) sí lo estaba, como variable topográfica, la duración del maltrato y como variables emocionales relativas a la salud mental de la mujer víctima de violencia de género, la depresión, y la ansiedad y, finalmente, también estaba relacionada con la percepción de que la causa del maltrato reflejaba aspectos externos de su pareja.Palabras Claves: Olencia de género, Volver a relación.Referencias bibliograficas: Kim, J. & Gray, K. (2008). Leave or Stay? Battered women’s decision after intimate partner violence. Journal of Interpersonal Violence, 23(10), 1465-1482. Logan, T. K., & Walker, R. (2004). Separation as a risk factor for victims of intimate partner violence: Beyond lethality and injury, a response to Campbell. Journal of Interpersonal Violence, 19, 1478–1486. Shurman, L. A., Rodriguez, C. M. (2006). Cognitive-affective predictors of women´s readiness to end domestic violence relationships. Journal of Interpersonal Violence, 21, 1417-1439.

* Universidad Autónoma de Madrid, Psicología de la Salud [[email protected]]** Universidad Autónoma de Madrid*** Universidad Autónoma de Madrid

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65III Série - Suplemento 2013

Violência de género: dificuldades para notificação compulsória dentro de um contexto de violência

Vânia Denise Carnassale*

Introdução: A violência contra a mulher constitui um problema de saúde pública além de ser uma violação dos direitos humanos. Este tipo de violência deve ser entendido sob a perspetiva de género por significar a exacerbação das relações de poder onde a opressão e a crueldade permeiam as relações homem/mulher, perpassando classe, raça/etnia e geração. Combater esse agravo requer envolvimento multiprofissional e intersetorial. Ao notificar os casos de violência, os profissionais de saúde propiciam maior visibilidade ao fenómeno, promovendo ações de enfrentamento.Objetivos: Conhecer e analisar a perceção dos usuários e profissionais de saúde que trabalham no Programa de Saúde da Família (PSF), pertencentes à região do Capão Redondo, periferia da cidade de São Paulo, Brasil, sobre a violência de género e a compreensão da notificação compulsória de violência contra a mulher no conjunto das ações de enfrentamento do problema.Metodologia: Estudo de abordagem qualitativa realizado com profissionais de saúde representantes das doze unidades do PSF do Capão Redondo, profissionais da Coordenadoria Sul e usuários do SUS da mesma região. Os dados foram coletados durante a realização de três sessões de uma Oficina de Trabalho. Os discursos grupais foram gravados, transcritos e submetidos à análise de conteúdo (Bardin, 2009). A Oficina é um método ancorado na educação critico-emancipatória, participativa e conscientizadora usada como coleta e análise preliminar de dados em pesquisa (Fonseca, 2012). Os resultados foram analisados segundo as categorias analíticas género e violência de género.Resultados: Os participantes da pesquisa admitiram a existência de violência contra a mulher no território, reconhecendo que não realizam as notificações compulsórias exigidas por determinação legal e profissional devido a: insensibilidade e indiferença do profissional; despreparo académico; preconceito; medo do agressor; falta de tempo e de recursos; desconhecimento da diferença entre notificação e denúncia policial; e falta de uma rede estruturada para os devidos encaminhamentos. Diante dessas dificuldades, os profissionais recorrem à omissão como um recurso de sobrevivência para a própria equipe de saúde. É inegável o valor dado ao fenómeno da violência, mas também é visível o seu estado de impotência diante do problema. Para minimizar os efeitos desse despreparo, procuram concentrar os esforços na promoção da saúde, acreditando que podem contribuir indiretamente para a diminuição dos danos causados pelos conflitos familiares. A tentativa de encobrir ou disfarçar o problema da violência potencializa os efeitos na vida de quem a sofre e aplaca a consciência de quem prefere não se envolver.Conclusões: A notificação compulsória de violência contra a mulher é um instrumento que permite dar visibilidade ao fenómeno além de subsidiar as políticas públicas de enfrentamento da violência. Suprimir esse recurso mantém a violência velada e as intervenções inexistentes. Apesar dos serviços de saúde estar localizados dentro das comunidades, proporcionando uma aproximação e vínculo entre usuária-profissional-agressor, a responsabilidade desse enfrentamento não é dos profissionais isoladamente, mas também das instituições que devem respaldar as ações e constituir medidas para garantir a segurança de ambos - profissionais e mulheres. Com isso, quebra-se a inércia e a alienação rompendo por fim o silêncio.Palavras-chave: Notificação Compulsória, Violência de Género.Referências bibliográficas: Bardin, L. (2009). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70; 2009. Fonseca, R. M., & Amaral, M. A. (2012). Reinterpretação da potencialidade das oficinas de trabalho crítico-emancipatórias. Rev Bras Enferm, 65(5), 780-7.

* Centro Universitário Adventista de São Paulo, Enfermagem [[email protected]]

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66III Série - Suplemento 2013

Violência no namoro em adolescentes: Diferenças de género e o impacto de uma sessão de educação

Helena da Conceição Borges Pereira Catarino*, Maria dos Anjos Coelho Rodrigues Dixe**, Márcia Filipa Fernandes Lopes***, Susana Raquel da Graça Rodrigues Pires****

Introdução: Uma percentagem de adolescentes vivencia abuso nas relações de namoro, percecionando-a como um ato de amor (Glass et al., 2003). Do ponto de vista social, o fenómeno da violência nas relações amorosas não é isolado, sendo reconhecido como algo complexo que necessita de uma intervenção eficaz (Oliveira, 2009). Intervir visa diminuir as taxas da agressão e as mudanças de atitudes de justificabilidade da mesma (Ribeiro, 2008). Os estudos demonstram resultados positivos (Carvalho, 2009).Objetivos: Identificar os mitos relacionados com o amor romântico indicados pelos alunos do 3ºciclo, em função do género; caracterizar os comportamentos dos alunos do 3º ciclo perante uma violência nas relações de namoro consonante o género; avaliar o nível de conhecimentos dos alunos do 3º ciclo sobre a violência no namoro, antes e após uma sessão de educação e avaliar a sua efetividade em função do género.Metodologia: Estudo quantitativo quase experimental, do tipo pré-teste e pós-teste sem grupo de controlo, cujo protocolo de investigação integrou questões relativas às características sociodemográficas e relação de namoro e as escalas de Comportamentos perante uma Situação de Violência, Conhecimentos sobre a Violência nas Relações e Mitos face ao Amor. A amostra, não probabilística de conveniência, envolveu 141 alunos do 3º ciclo de Leiria, sendo 72 (51,1%) rapazes (M=14,6 anos; SD=0,8) e 69 (48,9%) raparigas (M=14,4 anos; SD=0,6). Namoram 47 rapazes (M=5,4 meses; SD=8,6) e 43 raparigas (M=5,7 meses; SD=9,7).Resultados: Do total, 13 rapazes e 17 raparigas referem conhecer situações de violência no namoro, mas só 2 rapazes referem vivenciar (vivenciaram) alguma situação. As atitudes/comportamentos face a situações de violência são positivos, já que a maioria acreditava (rapazes=48; raparigas=59), procurava ajudar (rapazes=61; raparigas=64) ou aconselhava a procurar ajuda (rapazes=49; raparigas=55). Em relação aos mitos face ao amor, as raparigas apresentam níveis de concordância mais altos que os rapazes. Os valores mais altos estão associados aos mitos “É possível ser feliz sem ter uma relação de namoro” [rapazes (M=3,6; SD= 1,1); raparigas (M=3,9; SD=1,2)] e “O amor verdadeiro ultrapassa/aguenta tudo” [rapazes (M=3,7; SD= 1,2); raparigas (M=3,9; SD=1,2)]. Os resultados das médias de Rank demonstram que os conhecimentos sobre a violência no namoro aumentaram do primeiro para o segundo momento, quer nos rapazes (M1=22,5; M2= 27,8) quer nas raparigas (M1=21,1; M2= 28,4) sendo as diferenças estatisticamente significativas em ambos: rapazes (Z=-3,617; p≤0,05); raparigas (Z=-3,592; p≤0,05).Conclusões: O estudo revela um número baixo de alunos que admitiram ter e conhecer relações pautadas por comportamentos de violência. Alunos(as) referem atitudes positivas, ajudando os amigos nesta situação. Sustenta a hipótese do impacto positivo da sessão de educação no nível de conhecimentos nos alunos e alunas sobre a violência no namoro, em consonância com Ribeiro (2008) que constatou existirem diferenças estatisticamente significativas entre os momentos inicial e final da implementação de um programa de prevenção da violência para jovens do 3ºciclo. A intervenção de enfermeiros integrados num projeto de saúde escolar terá um papel preponderante na promoção de comportamentos saudáveis.Palavras-chave: Violência, Namoro, Adolescentes, Género, Educação, Efetividade.Referências bibliográficas: Carvalho, C. (2009). Relatório da Campanha de Prevenção da Violência no Namoro: Eles & Elas… pela Igualdade. In: Concurso Nacional “A Nossa Escola pela Não Violência”, Benedita. Glass, N., Fredland, N., Campbell, J., Yonas, M., Sharps, P., & Kub, J. (2003). Adolescent dating violence: prevalence, risk factors, health outcomes, and implications for clinical practice. Journal of Obstetric,Gynecologic & Neonatal Nursing, 32 (2), 227-238. Oliveira, M. (2009). Violência Intergeracional: da violência na família à violência no namoro. Dissertação de Mestrado em Ciências Forenses. Universidade do Porto, Porto. Ribeiro, M. (2008). Prevenção Primária da Violência: Construção, implementação e avaliação de um programa de intervenção em contexto escolar. Dissertação de Mestrado em Psicologia. Universidade Fernando Pessoa, Porto.* Instituto Politécnico de Leiria - Escola Superior de Saúde, Enfermagem [[email protected]]** Escola Superior de Saúde de Leiria*** Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Leiria, Enfermagem**** Escola Superior de Saúde, Instituto Politécnico de Leiria, Enfermagem

GÉNEROS E VULNERABILIDADES EM SAÚDE

GENDERS AND HEALTH VULNERABILITIES

GÉNEROS Y VULNERABILIDADES EN LA SALUD

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69III Série - Suplemento 2013

Aborto previsto em lei: representação de profissionais de saúde de um centro de referência

Lygia Maria Pereira da Silva*, Maria Aparecida Beserra**, Maria Suely M. Corrêa***, Michelly Rodrigues Esteves****, Ana Márcia Spanó Nakano*****

Introdução: No Brasil o aborto é tipificado como crime contra a vida, permitido apenas em caso de gravidez resultante de estupro ou para salvar a vida da gestante. Ainda existem barreiras para o acesso ao aborto seguro devido a vários fatores, entre os quais, a recusa dos profissionais de prestar atendimento. A mudança de atitude, por meio da reflexão sobre suas crenças e valores, contribui para aumentar o acesso das mulheres em situação de violência ao aborto previsto em lei.Objetivos: Conhecer os significados do abortamento previsto em lei para os profissionais de saúde, bem como, identificar e analisar as lacunas nas práticas do serviço estudado.Metodologia: Estudo de natureza qualitativa, que teve como cenário uma maternidade pública da cidade de Recife, centro de referência para o atendimento à mulher vítima de violência sexual. Os sujeitos foram 15 profissionais de saúde de nível superior que atendem na instituição. Para análise dos dados foi utilizada a análise de conteúdo.Resultados: Os resultados apontaram que há conflito entre a conceção da interrupção da gravidez como direito e o sentido religioso do abortamento como um pecado.Conclusões: Os sujeitos conhecem os critérios legais para a realização do abortamento, mas apresentam dificuldades de ordem profissional e pessoal para lidar com o tema. Existe a necessidade de capacitação desses profissionais.Palavras-chave: Aborto, Assistência à Saúde da Mulher.Referências bibliográficas: Diniz, D., Corrêa, M., Squinca, F., & Braga, K. S. (2009). Aborto: 20 anos de pesquisas no Brasil. Cad. Saúde Pública. 25(4): 939-42. [acesso em: 17 jan 2012]. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1590/S0102-311X2009000400025. Amaral, F. P. (2008). A situação do aborto inseguro na América Latina com ênfase no Brasil: uma afirmação de direitos humanos. Revista Ártemis. 8:118-31. [acesso em: 17 out 2011]. Disponível em: http://www.prodema.ufpb.br/revistaartemis/numero8/artigos/artigo_10.pdf. Bardin L. (1997). Análise de Conteúdo. Lisboa, Portugal: Edições 70.Ministério da Saúde (BR) (2010). Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Atenção Humanizada ao Abortamento: Norma Técnica / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Área Técnica de Saúde da Mulher. – 2. ed. atual. e ampl. – Brasília: Ministério da Saúde, 60. – (Série A. Normas e Manuais Técnicos) (Série Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos; Caderno nº 4).

* Universidade de Pernambuco, Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças** Universidade de Pernambuco, Enfermagem*** Universidade de Pernambuco, Enfermagem na Atenção à Saúde da Mulher**** Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto***** Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública

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70III Série - Suplemento 2013

Análisis de las emociones en Personas Cuidadoras Familiares - Afrontamiento del sentimiento de culpa

Maite Brea Ruiz*, Esperanza Ruiz Arias**, Mª Jesús Albar Marín***, Cristina Ramírez Zambrana****, Rosa Casado Mejía*****

Introducción: Cuidar a familiares dependientes, genera un gran coste emocional, sin embargo éste es un tema poco estudiado en nuestro contexto. El tipo de estrategia de provisión de cuidados, la clase social, el sexo, son factores influyentes en el afrontamiento emocional de las Personas Cuidadoras Familiares (PCF). La culpa aparece en este colectivo por varias causas: ingreso del familiar dependiente en Residencias, percepción de abandono a familia y amistades, y de no ser apto/a para ejercer correctamente los cuidados.Objetivos: Identificar los sentimientos y emociones que presentan las personas cuidadoras principales familiares, como motivadores del rol del cuidado y como factores de riesgo/protección para las personas que cuidan; Analizar las diferencias de género en la manera de expresar las emociones generadas por la tarea de cuidar;Identificar las estrategias positivas de afrontamiento que utilizan los hombres y mujeres cuidadoras como factores de autoprotección.Metodología: Fase cuantitativa: Estudio transversal descriptivo comparativo multifactorial. 1) Cuestionario validado heteroadministrado, 321 PCF. 2) Cuestionario validado autoadministrado de culpabilidad del cuidador: 150 PCF. Fase cualitativa: Análisis interpretativo del discurso, utilizando el QSRNudistVivo10. Unidad de observación: Ciudad de Sevilla. Técnicas: 6 Grupos de discusión: 3 de profesionales de la salud (de Medicina, Enfermería y Trabajo Social), 3 grupos de discusión de PCF (nivel social alto, medio, y bajo). 46 Entrevistas en profundidad semi-estructuradas a PCF. Triangulación de perspectivas metodológicas, investigadoras, fuentes de datos, disciplinas y técnicas de investigaciónResultados: La PCF se siente “atrapada” en su tarea de cuidar, ya que dicha tarea capta la mayor parte del tiempo diario; aparece la soledad que es un factor común en muchos de los sujetos de la investigación, desaparece el tiempo de ocio, incluso se utilizan las vacaciones para seguir cuidando a ese familiar dependiente, hay cambios sustanciales en el proyecto de vida personal (trabajo, estudios...) surgen desavenencias familiares por sobrecarga. Las mujeres menores de 65 años presentan más componente de culpabilidad que los hombres por sentir que abandonan al resto de la familia, generalmente marido e hijos/as. El ingreso del familiar en Residencias tiene connotaciones de abandono y posibilidad de muerte durante la estancia en la Residencia y es el factor más culpabilizador para las PCF, siendo las causas mas frecuentes de ingreso el deterioro cognitivo del dependiente y la falta de apoyo familiar para asumir los cuidados del mismo en el domicilio.Conclusiones: Los hombres son más capaces de abstraerse de los cuidados cuando realizan actividades de ocio, mientras que las mujeres siguen pensando en su familiar durante el ejercicio de la actividad lúdica, apareciendo el componente de culpa. en mayor medida. El factor más culpabilizador es el ingreso del familiar dependiente en una Residencia, seguido de la percepción de abandono a familia y amistades por parte de las mujeresPalabras Claves: Cuidados-Familiares, Emociones, Culpa, Afrontamiento-Positivo, Género.Referencias bibliograficas: Mes, D. (1991). Epidemiological studies of depression among the elderly in residential and nursing homes. International Journal of Geriatric Psychiatry, 6, 347-354. Stedt-Kurki, P., Lenhti, K., Paunonen, M., & Paaviliane, E. (1999): Family member as a hospital patient: sentiments and functioning of the familiy. Int J Nurs Pract, 5(3), 155-63. IMSERSO. (2000). Las personas mayores en España. Informe. Madrid: IMSERSO. López, M. & Martinez, J. (2006). El apoyo a los cuidadores familiares mayores dependientes en el hogar: desarrollo del programa “como mantener su bienestar”. Madrid: IMSERSO.

* Servicio Andaluz de Salud, Centro de Salud Marqués de Paradas [[email protected]]** Universidad de Sevilla, Enfermería*** Universidad de Sevilla, Enfermería**** Universidad de sevilla, Enfermería***** Universidad de Sevilla, Enfermería [[email protected]]

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71III Série - Suplemento 2013

Assimetrias de Género na Avaliação da Dor - Da Teoria à Prática

Sónia Figueira Bernardes*

Introdução: Embora as mulheres reportem sentir mais dores ao longo das suas vidas que os homens, as suas dores são frequentemente subvalorizadas e subtratadas comparativamente com as dores destes últimos (Hoffman & Tarzian, 2001). A literatura sobre tais assimetrias de género nas avaliações e tratamentos da dor tem sido ateórica, descritiva e à primeira vista inconclusiva. Argumentaremos que tal padrão de resultados sugere a presença de um fenómeno dependente dos contextos e que, mais do que descrevê-lo, importa explicá-loObjetivos: Assim, este trabalho tem como primeiro objetivo apresentar um modelo conceptual das assimetrias de género nas avaliações da dor e que procura dar a entender “quando” e “porquê” estas ocorrem. Pretende-se ainda apresentar um conjunto de evidências empíricas que, ao visarem a sustentação empírica do modelo apresentado, salientam algumas circunstâncias contextuais que parecem aumentar, diminuir ou mesmo suprimir a probabilidade de ocorrência deste fenómeno (Bernardes & Lima, 2011a, 2011b).Metodologia: Serão apresentados alguns resultados de diversos estudos (quase)-experimentais com estudantes e profissionais da enfermagem. Em todos os estudos eram apresentados cenários que descreviam a situação clínica de um homem (mulher) com lombalgia (crónica), que se apresentava com (sem) distress e (não) possuía evidência diagnóstica de patologia. Os participantes deveriam julgar a dor do(a) paciente em diversas dimensões (e.g., severidade, credibilidade e grau de interferência da dor, atribuições a causas psicológicas).Resultados: De uma forma geral, os resultados suportam os pressupostos centrais do modelo teórico proposto, salientando a maleabilidade contextual das assimetrias de género nas avaliações da dor. As evidências apontam para a presença de um conjunto de variáveis relativas ao profissional de saúde (sexo), à/ao paciente (comportamentos de dor) e à situação clínica (duração da dor, evidências diagnóstica de patologia) que parecem poder aumentar ou atenuar a probabilidade de ocorrência de tais assimetrias. Por exemplo, verifica-se que as assimetrias na avaliação da dor em detrimento da mulher se verificam sobretudo quando o percipiente é do sexo masculino ou a dor é aguda. Ainda, o padrão de resultados mais consistente sugere que a avaliação das dores das mulheres está mais dependente das diversas pistas contextuais (ex., distress, duração da dor, evidências diagnóstica de patologia) que as avaliações das dores dos homens.Conclusões: Em nota de conclusão, serão tecidas algumas considerações sobre as implicações que o corpo de conhecimento apresentado possui para a prática de profissionais de saúde, atores-chave nos processos de avaliação e tratamento da dor.Palavras-chave: Avaliação, Dor, Enviesamentos, Enfermagem.Referências bibliográficas: Bernardes, S.F., & Lima, M.L. (2011a). On the contextuality of sex-related biases in pain judgments: The effects of pain duration, patient’s anxiety symptoms and judge’s sex. European Journal of Pain, 15, 950-957. Bernardes, S.F., & Lima, M.L. (2011b). A contextual approach on sex-related biases in pain judgments: The moderator effects of medical evidence and patients’ distress cues on nurses’ judgments of chronic low-back pain. Psychology & Health, 26, 12, 1642-1658.Hoffman, D., & Tarzian, A. (2001). The girl who cried pain: A bias against women in the treatment of pain. Journal of Law, Medicine and Ethics, 29, 13-27.

* ISCTE-Instituto Universitário de Lisboa, Psicologia Social e das Organizações

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72III Série - Suplemento 2013

Avaliação da Qualidade de Vida numa perspetiva de género - Um estudo com pessoas idosas em resposta social

Fernanda Bento Daniel, Lara Carolino, Rosa Monteiro

Introdução: O aumento de pessoas idosas a par das transformações verificadas na modernidade potencia o crescimento de respostas sociais como solução para aqueles que precisam de cuidados. As pessoas que vivem em contextos institucionalizados, ainda que formem um coletivo plural e heterogéneo, apresentam similitudes ao nível de situações de dependência (Leturia & Yanguas, 1999). Nestes cenários estudos reportam uma componente de género ressaltada tanto na feminização da velhice como na maior vulnerabilidade feminina (Daniel, 2006; Daniel, Guadalupe, Ribeiro & Silva, 2013).Objetivos: Avaliação da qualidade de vida (QV ) de pessoas idosas sob resposta social numa perspetiva de género.Metodologia: Quantitativa com um planeamento descritivo-correlacional de corte transversal. Participaram no estudo clientes de respostas sociais (estrutura residencial: quartos e centro de dia) sediadas na cidade de Pombal. Utilizámos como critérios para inclusão no estudo pessoas com idades iguais ou superiores a 65 anos, de ambos os sexos, sem deterioração cognitiva, perfazendo 106 participantes. O instrumento utilizado para recolha de dados foi a versão portuguesa do EASYcare Standart 2010 (Elderly Assessment System; sistema de avaliação de pessoas idosas).Resultados: Neste estudo foram avaliados sete domínios a partir de uma perspetiva de género. Verificámos diferenças significativas quando comparámos os homens com as mulheres nos domínios: “mobilidade” (U = 134,500; Z = -3,067; p = 0,002); “local de residência e finanças” (U = 127,000; Z = -1,861; p = 0,062) e “saúde mental e bem-estar” (U = 154,500; Z = -2,218; p = 0,027). Embora não tenham sido encontradas diferenças estatisticamente significativas nos domínios “visão, audição e comunicação” (U = 260,500; Z = -0,638; p = 0,523); “cuidar de si” (U = 164,500; Z = -1,346; p = 0,178); “segurança” (U = 274,500; Z = -0,067; p = 0,946) e “manter-se saudável” (U = 229,000; Z = -1,155; p = 0,248), constatámos que as mulheres apresentam resultados superiores quando comparadas com os seus congéneres masculinos.Conclusões: Os resultados obtidos permitem-nos constatar que as mulheres embora vivam mais tempo apresentam pontuações mais elevadas em todos os domínios investigados. Porque a qualidade de vida depende dos papéis que vamos desempenhando ao longo do curso de vida, sugerimos estratégias sociosanitárias que garantam o empoderamento dos cidadãos para que possam nas idades longevas beneficiar de melhor qualidade de vida independentemente do género a que pertençam.Palavras-chave: Qualidade de vida, Género, Envelhecimento.Referências bibliográficas: Daniel, F. (2006). O Último Lugar no Mundo: Considerações e Reconsiderações sobre Espaço e Velhice. Revista Interações, 11, 85-112. Daniel, F., Guadalupe, S., Ribeiro, A., & Silva, A. (prelo). Recursos na velhice: um estudo sobre a saúde física e as atividades da vida diária de idosos utentes do serviço de apoio domiciliário. Lisboa: Instituto Nacional de Estatística. Leturia, F. & Yanguas, J. (1999). Intervención en ámbitos residenciales. Em M. Izal & I. Montorio (Eds.), Gerontología conductual (pp. 181-206). Madrid: Editorial Síntesis.

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73III Série - Suplemento 2013

Estresse ocupacional e problemas de saúde em mulheres policiais militares do Rio de Janeiro, Brasil

Eliane Santos da Luz*, Edinilsa Ramos de Souza**, Patrícia Constantino***

Introdução: Este trabalho analisa a associação entre estresse ocupacional e condições de saúde das mulheres policiais militares da cidade do Rio de Janeiro, Brasil, caracterizada pelos altos índices de violência urbana. Estudos apontam que os policiais estão entre os profissionais que mais sofrem estresse por estarem constantemente expostos ao perigo e à agressão, em situações de conflito e tensão.Objetivos: Investigar o estresse ocupacional em mulheres policiais militares e a sua relação com os problemas de saúde.Metodologia: Trata-se de um estudo transversal, com amostra representativa estratificada, por conglomerados, de 238 mulheres policiais militares da cidade do Rio de Janeiro. Foi aplicado um questionário anónimo e auto-preenchido, com 78 questões fechadas, divididas em três blocos: condições de trabalho, condições de saúde e consumo de substâncias. O bloco sobre condições de saúde continha a versão reduzida da Job Stress Scale, com 17 questões sobre demanda, controle e apoio social no trabalho. Essa escala foi utilizada para avaliar o estresse ocupacional entre as policiais.Resultados: Dentre as policiais da amostra, 28,6% apresentaram alto desgaste, sofrendo de problemas acarretados pelo estresse. Entre as policiais com cargos subalternos, que não exigem formação superior na escola de oficiais da polícia militar, foi observada a maior proporção de estresse ocupacional, 32,9%. Encontrou-se associação estatisticamente significativa (p = 0,05) entre estresse ocupacional e problemas do aparelho digestivo, tais como: gastrite, diverticulite e colite crônica.Conclusões: Diante desses resultados, nota-se a importância da criação de programas para a valorização da saúde psíquica das mulheres policiais militares, como o apoio psicológico e psiquiátrico. Além disso, deve haver um acompanhamento periódico do estado de saúde dessas profissionais, por meio de exames laboratoriais e clínicos, com o objetivo de rastrear possíveis doenças, como as do aparelho digestivo.Palavras-chave: Estresse Ocupacional, Saúde das Mulheres, Polícia.Referências bibliográficas: Karasek, R. A. (1979) Job demand, job decision latitude, and mental strain: implications forjob redesign. Administrative Science Quartely, 24, 285-308. Minayo, M. C.,& Souza E. R. (2003). Missão investigar: entre o Ideal e a realidade de ser policial. Rio de Janeiro: Garamond. Minayo, M. C., Souza, E. R., & Constantino, P. (2008). Missão prevenir e proteger: condições de vida, trabalho e saúde dos policiais militares do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Editora Fiocruz.

* Fiocruz, Instituto Fernandes Figueira [[email protected]]** Fiocruz, ENSP-Claves*** Fiocruz, ENSP-Claves

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74III Série - Suplemento 2013

Influencia del género en la salud mental y el tratamiento antirretroviral en la Cohorte CoRIS

M. Ángeles Rodríguez Arenas*, Lourdes Gutiérrez Trujillo**, Catalina Robledano***, Patricia Rodríguez Fortunez****, Jorge Del Romero*****

Introducción: El tratamiento antirretroviral (TAR) ha cambiado la historia natural de la infección por VIH en países desarrollados. El consumo de drogas y la enfermedad mental se asocian a peor respuesta y adherencia a TAR. La epidemia española se asoció a la inyección de drogas, pero apenas hay estudios sobre la prevalencia de consumo en personas VIH positivas y su repercusión en la salud mental, el acceso y la adherencia a TAR, ni el papel del género en estas relaciones.Objetivos: Estimar la prevalencia de posible caso psiquiátrico (PCP) y describir su relación con el inicio y la adherencia a tratamiento antirretroviral (TAR), en las personas VIH positivas de la cohorte CoRIS, según género.Metodología: Información recogida mediante cuestionario telefónico, de pacientes de CoRIS en 7 hospitales de 5 Comunidades, de 2010 a 2013. Se valora la existencia de posible caso psiquiátrico (PCP) mediante el GHQ-12 y la salud autopercibida (SAP). Se calcula la prevalencia de PCP y su relación con el consumo de drogas y con el inicio y la adherencia a TAR en función de variables de género. Se utilizan los estadísticos Ji al cuadrado para las variables categóricas y T-Test o U de Mann-Whitney para las variables numéricas, según su distribución.Resultados: De las 457 personas entrevistadas, 21% son mujeres. La edad media es 40 años. La prevalencia de mala salud autopercibida (SAP) es 19% en hombres y 36% en mujeres y la de PCP es mayor entre las mujeres (50% frente a 36% en hombres). Los hombres puntúan más como PCP cuando no viven pareja (43% vs 25%), no tienen trabajo remunerado (47% vs 29%), presentan mala SAP (59% vs 30%) y cuando consumen tranquilizantes, LSD o ketamina. En mujeres, puntuar como PCP se relaciona con un menor nivel de estudios (57% en primarios, 47% en secundarios y 13% en universitarios), no tener trabajo remunerado (57% vs 35%), presentar mala SAP (74% vs 37%) y tener hijos (55% vs 32%). Para las mujeres puntuar como PCP y tener hijos se relaciona con un menor inicio y adherencia a TAR, mientras que para los hombres, la menor adherencia se da entre los PCP.Conclusiones: Nuestro estudio muestra grandes desigualdades de género en el riesgo de trastorno mental para las mujeres, que influencian su menor inicio de tratamiento y la menor adherencia al mismo.Palabras Claves: VIH, Género, Drogas, Salud Mental, Autopercibida.Referencias bibliograficas: Rodriguez-Arenas, M.A., Jarrin, I., del Amo, J., Iribarren, J.A., Moreno, S., Viciana, P. et al. (2006). Delay in the initiation of HAART, poorer virological response, and higher mortality among HIV-infected injecting drug users in Spain. AIDS Res Hum Retroviruses, 22(8), 715-723. Sanchez-Lopez, M. P., & Dresch, V. (2008). The 12-Item General Health Questionnaire (GHQ-12): reliability, external validity and factor structure in the Spanish population. Psicothema, 20(4), 839-843. Knobel, H., Alonso, J., Casado, J.L., Collazos, J., Gonzalez, J., Ruiz, I. et al. (2002). Validation of a simplified medication adherence questionnaire in a large cohort of HIV-infected patients: the GEEMA Study. AIDS, 16(4), 605-613.

* Instituto de Salud Carlos III, Escuela Nacional de Sanidad [[email protected]]** Instituto de Salud Carlos III, Escuela Nacional de Sanidad*** Hospital General de Elche**** Hospital Universitario de Canarias ***** Centro Sanitario Sandoval

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75III Série - Suplemento 2013

O ruído como fator condicionador do conforto – opinião dos enfermeiros na vulnerabilidade da pessoa em situação crítica

Claudia Sousa Oliveira*, Filipa Veludo**

Introdução: A promoção do conforto da pessoa é uma das pedras basilares da enfermagem (Kolcaba, 2003). O conforto é definido como uma condição imediata e holística de ver fortalecidas, através da satisfação de necessidades, obtendo alívio, tranquilidade e transcendência nos quatro contextos da experiência: físico, psicoespiritual, social e ambiental. O ruído assume-se como um fator perturbador do conforto identificado pela pessoa no contexto ambiental da experiência vivida, repercutindo-se em alterações do repouso, sono e comunicação (Pinto e Conceição, 2008).Objetivos: Conhecer a opinião dos enfermeiros de um serviço de urgência Médico-Cirúrgica de primeiro nível e de uma unidade de cuidados intensivos de um Hospital Central (DGS, 2001), face à problemática do ruído hospitalar e as suas repercussões no conforto da pessoa internada.Metodologia: Colheita de dados por questionário: caraterização da amostra; nove questões passíveis de conhecer a opinião dos enfermeiros relativamente á problemática do ruído como fator condicionador do conforto. Questões fechadas com possibilidade de respostas dicotómica ou escala de likert. O questionário foi entregue á totalidade dos enfermeiros, conseguindo-se uma amostra de 71 enfermeiros, sendo 42 enfermeiros do serviço de urgência e 29 enfermeiros da unidade de cuidados intensivos. Os dados obtidos foram sujeitos a uma análise estatística descritiva.Resultados: Os questionários foram aplicados a 70.3% da população total de enfermeiros dos dois serviços. Os resultados evidenciam que: 19.7% dos enfermeiros consideram a existência de ruído extremo e 69% a existência de muito ruído no serviço; 59.7% dos inquiridos consideraram que o seu desempenho é afetado frequentemente pelo ruído e 36.6% apenas ocasionalmente; 50.7% considerou o turno da manhã como o mais ruidoso, 45.1% o turno da tarde e apenas 4.2% o turno da noite; a totalidade dos inquiridos referiram desconhecer os níveis reais dos ruídos existentes; 98.6% dos enfermeiros considerou esta temática importante para a promoção do conforto da pessoa internada; 97.2% considerou ter carência formativa nesta problemática; 62% dos enfermeiros mencionou a necessidade de implementação de programas de sensibilização como a medida fulcral para diminuir esta variável ambiental; como obstáculos à diminuição dos níveis de ruído 39.4% referiu falta de formação, 35.2% elevado número de profissionais no mesmo espaço físico e 22.5% a complexidade das necessidades dos clientes.Conclusões: Apesar do conhecimento do ruído como fator perturbador do conforto, os enfermeiros desconhecem os níveis reais deste nos serviços onde exercem funções. Estudos que mensurem níveis de ruído são fulcrais, com vista à sensibilização dos profissionais e consequente promoção do conforto da pessoa nos quatro contextos da experiência. Os enfermeiros assumem um papel preponderante quer na diminuição desta variável ambiental, quer na sensibilização de outros profissionais sobre os efeitos nefastos do ruído. Níveis de ruído controlados promovem necessariamente contextos ambientais ( WHO, 2002) mais favoráveis ao fortalecimento de necessidades de conforto experienciado pelas pessoas na práxis dos cuidados de saúde.Palavras-chave: Conforto, Ruído, Enfermagem.Referências bibliográficas: Direção-Geral da Saúde. Direção de Serviços de Planeamento (2001). Rede hospitalar de urgência/emergência. Lisboa: Direcção-Geral da Saúde, p. 24. Kolcaba, K. (2003). Comfort Theory and Practice. New York: Springer, 264p. Pinto, V. L., & Conceição, A. P. (2008). Os Enfermeiros na Espiral do Conforto. Revista Sinais Vitais, 80. 5-12.World Health Organization (2002). Le bruit au travail el le bruit ambient. Aide-mémoire, 258. Genéve.

* Hospital de Faro, Departamento Cirúrgia** Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde

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76III Série - Suplemento 2013

Percepción y manifestaciones de Cansancio en Personas Cuidadoras Familiares: Repercusiones en la salud

Margarita Alvarez-Tello*, Fátima León Larios**, Manuela Ortiz Sánchez***, Pilar Crespo Serván****, Rosa Casado Mejía*****

Introducción: Cuidar a familiares dependientes tiene un coste importante para las personas cuidadoras familiares (PCF). Se evidencia la necesidad de profundizar en el estudio de los cuidados relacionados con la dependencia y la sobrecarga para estas PCF, expresadas en las distintas áreas emocional, física, de relaciones personales y familiares, y socioeconómica.Objetivos: Conocer las repercusiones que el cuidado tiene en la salud y calidad de vida de las PCF, la sobrecarga y manifestaciones de la misma.Metodología: Fase cuantitativa: estudio transversal descriptivo, comparativo multifactorial. Cuestionario validado heteroadministrado, incluye Índice de Esfuerzo del Cuidador. Muestra por conglomerados. Análisis con SPSS-20. Fase cualitativa: análisis interpretativo del discurso. Unidad de observación: Sevilla. Unidades de análisis: cuidado, salud, género (transversal). Técnicas: 6 grupos de discusión: 3 a profesionales de la salud (médicos/as, enfermeras/os, trabajadoras sociales) y 3 a PCF (nivel socioeconómico alto, medio y bajo). 44 entrevistas en profundidad semi-estructuradas a PCF. Análisis de discursos con QSRNVivo10. Triangulación de perspectivas metodológicas, investigadoras, fuentes de datos, disciplinas y técnicas de investigación.Resultados: Muestra-estudio cuantitativo: 321 PCF, 68,2% mujeres. Se han analizado, los factores y manifestaciones del cansancio de las personas cuidadoras, organizándolas en cuatro grandes áreas íntimamente relacionadas: Emocional: Continuamente afectada, conllevando perdida de autoestima y valores personales; Física: Las manifestaciones de cansancio físico son generalizadas, acompañadas de lesiones debidas al esfuerzo físico realizado, menor en hombres y en personas con apoyo externo; De relaciones personales y familiares: Por la restricción del tiempo libre disponible, modificación en la organización personal, familiar, laboral, pérdida de intimidad, cambios en los planes personales, perdidas de vacaciones… Mayoritariamente, las mujeres manifiestan falta de apoyo familiar lo que aumenta la sobrecarga y la percepción de cansancio; Socioeconómica: Por la carga económica que suponen los cuidados prestados, el tiempo que consume esta ayuda, las prestaciones de ayuda externa necesitadas… En la mayoría de los indicadores de salud estudiados, existen diferencias estadísticamente significativas en función del género.Conclusiones: El cuidado supone un desgaste emocional y físico con abandono de aspectos vitales (relacionales, laborales y sociales) de las PCF, siendo más frecuente y potente en mujeres. Es evidente y necesaria una evaluación continua de la calidad de vida de PCF, para una atención a su salud de calidad. El Índice de Esfuerzo del Cuidador se propone como un instrumento de elección.Palabras Claves: Cuidado Familiar, Salud, Género, Cansancio, Sobrecarga.Referencias bibliograficas: López, M. & Martinez, J. (2006). El apoyo a los cuidadores familiares mayores dependientes en el hogar: desarrollo del programa “como mantener su bienestar”. Madrid: Premio IMSERSO. Calvente, M. M., Lozano, M., & Marcos, J. (2011). Desigualdades de género en el deterioro de la salud como consecuencia del cuidado informal en España. Gaceta Sanitaria, 25(S), 100–107. Larrañaga, I., Martín, U., Bacigalupe, A., Begiristain, J.M., Valderrama, M.J. & Arregui, B. (2008). Impacto del cuidado informal en la salud y la calidad de vida de las personas cuidadoras: Análisis de las desigualdades de género. Gaceta Sanitaria, 22, 443-450. Ruiz-Arias, E., Casado-Mejía, R., De Llanos-Peña, F., Cortés-Gallego, J. & Gabriel-García, R. (2009). Estrategias de provisión de los cuidados informales familiares a mayores dependientes en el ámbito domiciliario: Una mirada de género. Gaceta Sanitaria, 23(1), 289-290.

* Servicio Andaluz de Salud, Distrito Atención Primaria** Universidad de Sevilla, Enfermería*** Servicio Andaluz de Salud, Distrito Sanitario de Atención Primaria Sierra Norte**** Servicio Andaluz de Salud, Distrito Sanitario de Atención Primaria Sevilla***** Universidad de Sevilla, Enfermería [[email protected]]

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77III Série - Suplemento 2013

Riscos psicossociais em uma estratégia de saúde da família - implicações para os profissionais de saúde

Lenira Maria Wanderley Santos de Almeida*, Márcia Teles de Oliveira Gouveia**, Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi***, Elainy Priscilla Bezerra Fidélis****, Izadora Borges Prudencio Coutinho*****

Introdução: O interesse em realizar este trabalho partiu da realização de um levantamento bibliográfico sobre os riscos ocupacionais que profissionais da enfermagem da Estratégia de Saúde da Família (ESF) estão submetidos, onde por meio deste, se percebeu que o risco menos trabalhado e identificado foi o risco psicossocial. Os profissionais de enfermagem da ESF assumem diversas tarefas com alto grau de exigência e responsabilidade, pois desenvolvem as mesmas junto da comunidade, expostos a problemas de diversas ordens e vulneráveis aos riscos.Objetivos: Relatar a experiência de estudantes de enfermagem e enfermeiras de uma ESF sobre observar a presença de riscos psicossociais em uma unidade básica, campo de prática para atividades do Programa de Educação pelo Trabalho (PET Saúde da Família) com foco para a saúde do trabalhador de enfermagem; e descrever os riscos psicossociais aos quais estão expostos os trabalhadores da enfermagem da ESF em questão.Metodologia: Trata-se de um relato de experiência sobre riscos psicossociais presentes em uma ESF, cenário das atividades do PET-Saúde da Família, no município de Maceió-Alagoas. Estudo com abordagem descritiva, realizado por académicas do curso de Graduação em Enfermagem (ESENFAR/UFAL), com dados coletados através da observação destes e das enfermeiras preceptoras do referido PET, além de relatos destas mesmas enfermeiras, no período de maio a outubro de 2012.Resultados: Observou-se a presença de riscos psicossociais que desencadeavam situações de tensão nos profissionais, tais como conflitos de relacionamento entre os membros da equipe; a falta de material; o estresse associado ao trabalho repetitivo; o grau de responsabilidade da execução da atividade; e a imposição de metas ocasionando, tanto aos trabalhadores de enfermagem quanto à comunidade das ESF, reações como inquietude, tensão e nervosismo, originando sobrecarga do aparelho psíquico do profissional. Outro risco é a violência, devido a localização da ESF em área com elevado índice de violência, expondo os profissionais, principalmente, na realização de visitas domiciliares, pois muitas vezes as atividades são realizadas em áreas pouco habitadas e perigosas. Incluem-se ainda nesses fatores os salários injustos, cobranças e pressão institucional por cumprimento de metas e prazos nem sempre em condições e tempo exequíveis, além da insegurança com a integridade física devido a USF ser localizada em área de reconhecida violência.Conclusões: A partir do que foi relatado, evidencia-se que as enfermeiras da ESF em questão vivenciam situações de risco psicossocial cotidianamente e a participação das mesmas na observação desses riscos é de extrema importância, pois desencadeia atitudes direcionadas à construção de um ambiente de trabalho cada vez mais saudável.Palavras-chave: Enfermagem, Risco Psicossocial, Saúde do trabalhador.Referências bibliográficas: Carmelo, S. H. (2006). Riscos psicossociais relacionados ao estresse no trabalho das Equipes de Saúde da Família e estratégias de gerenciamento. Tese de doutorado. Ribeirão Preto: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo. Chiodi, M. B., Marziale, M. H. (2006). Riscos ocupacionais para trabalhadores de Unidades Básicas de Saúde: revisão bibliográfica. Acta paul. Enferm, p. 212-217. Souza, F. L., Araújo, S. T. (2009). Riscos ocupacionais: implicações para a saúde do trabalhador de enfermagem. Dissertação. Rio de Janeiro: Faculdade Redentor.

* Universidade Federal de Alagoas - UFAL e Programa de Pós-Graduação de Doutoramento Interunidades Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo-Brasil/EERP/USP, Escola de Enfermagem e Farmácia - ESENFAR/UFAL e Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo -EERPE/USP [[email protected]]** Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto*** Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto**** Universidade Federal de Alagoas***** UFAL, Enfermagem

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78III Série - Suplemento 2013

Saúde reprodutiva e sexual de adolescentes institucionalizadas e de rua - vulnerabilidade psicossocial de adolescentes

Lucia Helena Garcia Penna*, Reyna �aís Montanet Pimenta, Raquel Fonseca Rodrigues, Liana Vianna Ribeiro, Valéria Aliprandi Lucido

Introdução: A vulnerabilidade que adolescentes do sexo feminino vivenciam nas ruas é intensa: condições precárias socioeconómicas, laços sociais esgarçados diante do afastamento da família e da pequena rede de apoio. Ser mulher adolescente amplia a vulnerabilidade devido às assimetrias de género, compromete o autocuidado e a promoção da saúde reprodutiva e sexual, estando sujeitas a todos os tipos de violência. É necessário compreender as necessidades de saúde destas clientes, relacionando-as ao contexto social em que se inserem.Objetivos: Descrever e discutir as perspetivas teóricas científicas sobre o comportamento social e sexual de mães adolescentes em situação de abrigamento e ou de rua considerando o seu contexto de vulnerabilidade à saúde reprodutiva e sexual.Metodologia: Pesquisa bibliográfica realizada na Biblioteca Virtual de Saúde utilizando a análise de conteúdo. Realizado associação dos descritores ‘adolescência’, ‘adolescente(s)’, ‘rua’, ‘institucionalizado(a)(s)’, ‘abrigado(a)(s)’, ‘desafiliado(a)(s)’, ‘abrigo(s)’, ‘Doenças sexualmente transmissíveis’, ‘Vulnerabilidade’, ‘Vulnerável’, ‘Doenças bacterianas e virais sexualmente transmissíveis’, ‘Comportamento sexual’, ‘Desenvolvimento sexual’, ‘Saúde sexual e reprodutiva’, ‘Relação sexual’, ‘Papel sexual’, ‘Maturidade sexual’, ‘Educação sexual’, ‘Saúde do adolescente’, ‘Saúde reprodutiva’, ‘Comportamento do adolescente’, ‘Aborto’ e ‘Planejamento familiar’. O total inicial de artigos foi de 916, após avaliação das produções totalizaram-se 591 artigos. Porém, identificámos apenas seis artigos que tratavam diretamente acerca do nosso objeto.Resultados: Agravantes da vulnerabilidade destacados na literatura internacional: sobrevivência nas ruas; instabilidade nas condições de moradia; isolamento e restrição da rede de apoio social; exposição às violências; uso e abuso de álcool e drogas; exposição a DST e gravidez; pobreza; falta de acesso aos serviços de saúde e educacionais adequados; suscetibilidade psicológica; e o fato de ser mulher que implica assimetrias de género e influenciam comportamentos e atitudes sociais (Sexualidade e maternidade). A caracterização do conhecimento relativo ao comportamento social e sexual destas jovens mães, o significado do corpo e o exercício da sexualidade conduz à introdução na vida sexual de forma violenta e precoce; relacionamentos pouco duradouros; gravidez recorrente; inconstância ou ausência da utilização de métodos de sexo seguro; a maternidade é reconhecida como uma oportunidade a um futuro e reconhecimento social – o status de ser mãe resgata a autoestima, provê esperança diante da “morte-social”, prostituição, tráfico de drogas e outros crimes, como fonte de renda frente aos laços empregatícios frágeis.Conclusões: É notória a escassez nacional de referências nesta temática, o que nos desperta a necessidade em se conhecer as variadas situações de vulnerabilidade das adolescentes mães abrigadas e de rua principalmente pela atenção básica, em relação ao público baseado na assistência à saúde mental e orientação em saúde sexual, reprodutiva e quanto ao uso de drogas. Diante dos comportamentos sexuais e sociais e da vulnerabilidade destas jovens, precisa-se pensar estratégias de expansão das redes de apoio, de propostas de cuidado dialógicas que visem uma atenção integral à saúde reprodutiva e sexual baseada na equidade e cidadania dessa população abrigada.Palavras-chave: Menores-de-rua, Maternidade, Vulnerabilidade, Género, Mulher.Referências bibliográficas: Gil, C. (1999). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª edição, Atlas. São Paulo. Penna, L. H., Carinhanha, J. I., Leite, L. C. (2009). A prática educativa de profissionais cuidadores em abrigos: enfrentando a violência vivida por mulheres adolescentes. Rev Latino-Am Enferm, 17(6): 981-87. Penna, L. H., Carinhanha, J. I., Martins, V. V., Fernandes, G. S. (2012). A maternidade no contexto de abrigamento: concepções das adolescentes abrigadas. Rev Esc Enferm USP, 46(3): 544-8.

* Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Enfermagem Materno-Infantil

G É N E R O ( S ) E V U L N E R A B I L I D A D E S E M S A Ú D E

79III Série - Suplemento 2013

Transição para a menopausa: Revisão sistemática da literatura

Maria Marisa Gameiro Bernardes*, Maria Neto da Cruz Leitão**

Introdução: Uma das mais importantes transições vivida pela mulher é a transição para a menopausa. Esta etapa natural e última do ciclo reprodutivo acontece em média aos 50 anos, sendo reconhecida após 12 meses de amenorreia (Organização Mundial de Saúde,1996), representando mudanças e desafios nas diferentes dimensões bio-psico-sociais e culturais. Para compreender as experiências da mulher durante a transição importa desvendar as condições pessoais e ambientais que facilitam ou dificultam o desenvolvimento para atingir uma transição saudável (Meleis et al., 2000).Objetivos: Esta revisão sistemática da literatura tem como Objetivos: Compreender os processos de transição enquanto experiências vividas pelas mulheres durante a transição para a menopausa, e conhecer as condições facilitadoras e dificultadoras da transição das mulheres para a menopausa.Metodologia: Estudo de revisão sistemática de literatura orientada pela questão de investigação: Como é que as mulheres fazem a transição para a menopausa?, que procura sistematizar os processos e condições facilitadoras e dificultadoras de transição enquanto experiências vividas pelas mulheres durante a transição para a menopausa. Realizada pesquisa na EBSCOhost e SCIELO utilizando como idiomas preferenciais o inglês, português e espanhol, em torno de dois conceitos-chave: menopausa e transição, respetivos sinónimos/termos relacionados, do qual resultaram 387 estudos publicados entre 1 Janeiro de 2006 e 29 Fevereiro de 2012, sendo selecionados 5.Resultados: O resultado da pesquisa foi de 387 referências, 386 na EBSCOhost e 1 na SciELO, sendo 365 artigos em inglês, 12 em espanhol e 10 em português. Os estudos identificados foram selecionados por critérios de inclusão e exclusão previamente definidos segundo o método PI[C]OD. Foram incluídos os estudos que descreviam as experiências vividas das mulheres na transição para a menopausa natural ou fisiológica. Foram excluídos os estudos referentes às expectativas para a transição; à pré-menopausa, menopausa prematura, ao climatério e pós-menopausa; à menopausa induzida cirurgicamente à ablação iatrogénica da função ovárica; à adesão à terapêutica hormonal de substituição; e à patologia relacionada à menopausa. Não foram impostos critérios de seriação quanto à natureza da abordagem metodológica dos estudos, resultando num total de 5 estudos primários selecionados. Os estudos foram desenvolvidos nos Estados Unidos (3 estudos), no Canadá e no Irão com 1 estudo cada e remetem-se, essencialmente, a mulheres caucasianas. Todos foram desenvolvidos segundo o paradigma qualitativo.Conclusões: Constata-se um número reduzido de estudos realizados. Há evidência de que ocorrem alterações muito profundas na vida da mulher durante o processo de transição para a menopausa, sendo esta vivida de acordo com as diferenças sociais e culturais em que a mulher se insere. A falta de conhecimentos acerca da menopausa inibe a transição. As condições na sociedade foram consideradas um fator facilitador deste processo, mas na maioria dos estudos raramente usaram os recursos disponíveis da comunidade devido à pouca credibilidade nos profissionais de saúde. Mais do que acreditarmos na nossa compreensão é necessário desenvolvermos investigação neste âmbito.Palavras-chave: Menopausa, Transição, Enfermagem.Referências bibliográficas: Eun-Ok, I. M., Seung Hee, L.E., & Wonshik, C. H. (2010) – Black women in menopausal transition. JOGNN: Journal of Obstetric, Gynecologic & Neonatal Nursing [Em linha]. 39(4), p. 435-443. [Consult. 23 Jan. 2012] Disponível em WWW:<URL: http://web.ebscohost.com/ehost/detail?sid=4ade8487-df9e-45c9-a523-38fbafc265bd%40sessionmgr12&vid=1&hid=108&bdata=Jmxhbmc9cHQtYnImc2l0ZT1laG9zdC1saXZl#db=rzh&AN=2010716788>. Meleis, A.I. [et al.] (2000). Experiencing transitions: Na Emerging Middle – Range theory transitions. Advances In Nursing Science. Aspen Publishers. 23(1), 12-28. Organización Mundial de la Salud (1996). Investigaciones sobre la menopausa en los anos noventa – Informe de un grupo científico de la OMS. [Em linha]. Genebra: OMS, Série de Informes Técnicos 866 [Consult. 03 Fev. 2012]. Disponível em WWW: <URL: http://whqlibdoc.who.int/trs/WHO_TRS_866_spa.pdf>. Price, S. L.; Storey, S., & Lake, M. (2008). Menopause experiences of women in rural areas. Journal of Advanced Nursing [Em linha]. 61(5), p. 503-511. [Consult. 22 Jan. 2012]. Disponível em WWW: <URL: http://web.ebscohost.com/ehost/detail?sid=2f31fdcf-cd09-4e5b-aa21-c89e523b61d5%40sessionmgr104&vid=1&hid=108&bdata=Jmxhbmc9cHQtYnImc2l0ZT1laG9zdC1saXZl#db=rzh&AN=2009801506>.ISSN: 0309-2402.* Hospital Distrital da Figueira da Foz, EPE, Bloco Operatório** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP - ESMOGinecológica [[email protected]]

GÉNEROS, PARCERIAS DE COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

GENDERS, COOPERATION PARTNERSHIPS AND HUMAN

DEVELOPMENT

GÉNEROS, ACUERDOS DE COOPERACIÓN Y DESARROLLO

HUMANO

G É N E R O ( S ) , P A R C E R I A S D E C O O P E R A Ç Ã O E D E S E N V O L V I M E N T O H U M A N O

83III Série - Suplemento 2013

Redes Sociais Minho-Lima: (re)descobrindo novos sentidos para novas cidadanias

Maria Carminda Soares Morais*, Miguel Ângelo Ferreira Morais Valério**, Daniela Flora Ferreira Gomes***

Introdução: A presente comunicação decorre dos desenvolvimentos em curso no âmbito do projeto “Capacitar para a Qualificação e Inovação das Redes Sociais do Minho-Lima” (CQIRSML). Este visa a promoção e capacitação institucional das Redes Sociais Locais que, “enquanto fóruns de articulação e congregação de esforços”, desenvolvem intervenções de relevância nos domínios do desenvolvimento social e humano, inovação e competitividade com vista a um território mais inclusivo pela prevenção e combate às situações de desigualdade de género e de exclusão social.Objetivos: Procurando reorientar os modelos organizacionais dominantes assentes em lógicas “top-down” para bottom-up”, de abrangência municipal e supramunicipal, visa-se: Capacitar e valorizar as Redes Sociais Minho-Lima, por via do empoderamento; Inovar na forma de resolver os problemas sociais, com base em abordagens empreendedoras; Fomentar o Empreendedorismo Organizacional e o Intra-empreendedorismo Social; Promover novas iniciativas de intervenção social em articulação com as necessidades/problemas do território; Promover o planeamento supraconcelhio concertado e integrado.Metodologia: Partindo de referenciais estratégicos consubstanciados, entre outros, pelo Tratado de Lisboa, Europa 2020, Diagnóstico Prospetivo Norte 2015 bem como a ‘inclusão e o desenvolvimento social’ como competências prioritárias da Comunidade Intermunicipal do Minho, o IPVC e a IN.CUBO em parceria com os dez Municípios do Alto-Minho, perspectivaram nas Redes Sociais um forte recurso, cujo potencial urge maximizar. Visa-se a implementação/consolidação duma intervenção territorializada construída através de parcerias efetivas entre cidadãos/ãs, profissionais de diversos áreas e poder local/regional, orientadas para o combate às desigualdades e para o desenvolvimento coeso dos territórios.Resultados: Face aos pressupostos concetuais e teórico-metodológicos, aos objetivos, à heterogeneidade de dinâmicas de funcionamento das 10 Redes Sociais e à necessidade de aprofundar o conhecimento em torno das especificidades de cada um dos territórios, encetaram-se os desenvolvimentos com o diagnóstico de situação das Redes Sociais. O reconhecimento dominante das potencialidades do Programa das Redes sociais no combate à pobreza e às desigualdades sociais e de género, bem como na promoção do desenvolvimento coeso do território e o fortalecimento das redes informais de parcerias, mais do que as formais, constituíram dimensões valorizadas favoravelmente. Porém, as metodologias adotadas maioritariamente estribavam-se mais nas decisões de técnicos/as e poder politico, constituindo-se o planeamento estratégico e a avaliação etapas reconhecidamente comprometidas.Está em curso um conjunto de ações integradas. As Redes estão todas a construir os documentos de planeamento estratégico participado. A plataforma eletrónica de planeamento prospetivo encontra-se em fase avançada bem a ação de identificação de necessidades/potencialidades no domínio do empreendedorismo social.Conclusões: Como principais conclusões destacamos: intervenção com as redes numa lógica de capacitação e não de assessoria; promoção do envolvimento das parcerias nas diferentes fases dos projetos (desde o planeamento passando pela operacionalização e avaliação); capacitação para as metodologias participativas, designadamente no âmbito do planeamento estratégico; entendimento e divulgação dos resultados como produto coletivo; intervenção orientada para a efetiva capacitação das Redes Sociais, sem que em momento algum os indicadores de candidatura (ON2) se constituam num fim em si mesmos; congruência do desenvolvimento do projeto como pressupostos de trabalho em rede.Palavras-chave: Redes Sociais, Desigualdades sociais, Género.Referências bibliográficas: Alves, J.E. (2010). Parceiros em Rede. Tese de doutoramento, Departamento de Sociologia, Instituto Universitário de Lisboa, Lisboa, Portugal. Atouguia, P. (2010). Políticas Sociais Territoriais e Sistemas de Informação para Produção de Diagnósticos Sociais. O caso do Programa Rede Social em Portugal. Tese de mestrado, Instituto Superior de Economia e Gestão, Universidade Técnica de Lisboa, Lisboa, Portugal. Schiefer, U., Bal-Dobel, L., Batista, A., Dobel, R., Nogueira, J., & Teixeira, P.J. (2006). MAPA: manual de planeamento e avaliação de projectos. Cascais: Principia. Schiefer, U., Teixeira, P.J., Monteiro, S. (2006). MAPA: manual de facilitação para a gestão de eventos e processos participativos. Cascais: Principia.

* Escola Superior de Saúde de Viana do Castelo, Saúde Mental e Comunitária [[email protected]]** Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Saúde*** Instituto Politécnico de Viana do Castelo

GÉNEROS, RELAÇÕES DE PODER E ÉTICA

GENDERS, POWER RELATIONSHIPS AND ETHICS

GÉNEROS, RELACIONES DE PODER Y ÉTICA

G É N E R O ( S ) , R E L A Ç Õ E S D E P O D E R E É T I C A

87III Série - Suplemento 2013

Como representamos o envelhecimento no masculino e no feminino? Um estudo com diretoras técnicas de Instituições Particulares de Solidariedade Social

Fernanda Bento Daniel, Teresa Simões, Rosa Monteiro

Introdução: Estudos críticos denunciam que a especificidade das mulheres idosas tem sido invisibilizada (Goldani, 1999), inclusive nas análises feministas (Alber & Ginn, 1996; Wheeler, 1997). A ausência de reconhecimento das relações sociais de género como característica fundamental da hierarquia social tem atuado como impedimento à equidade entre homens e mulheres, principalmente na velhice (CEDAW, 2010). Assim, Calasanti (2009) é apologista e defensora de uma gerontologia feminista, pois só ela fornece um enfoque nas desigualdades interseccionais, elemento crítico das experiências de envelhecimento.Objetivos: O estudo objetivou analisar as representações sociais sobre o envelhecimento numa perspetiva de género.Metodologia: Utilizámos o Teste de Associação Livre de Palavras para acedermos às evocações de dois estímulos indutores: (1) “Envelhecer no masculino faz-me lembrar…” e (2) “Envelhecer no feminino faz-me lembrar…”. A amostra foi constituída por Diretoras Técnicas em Instituições Particulares de Solidariedade Social com respostas sociais dirigidas a idosos/as nos concelhos de Alcobaça e Porto de Mós.Resultados: Os resultados confirmam em parte a hipótese inicial que formulámos e que previa que as representações sociais das Diretoras Técnicas iriam traduzir uma libertação das rígidas expectativas do papel do género, fruto das características dos idosos institucionalizados. Esta hipótese é, do nosso ponto de vista, parcialmente confirmada na medida em que existe partilha das evocações, isto é, emergem conteúdos similares quando representam os seus clientes independentemente do género a que pertencem. Assim verificámos, para estas técnicas, que o envelhecimento no masculino ancora maioritariamente na dependência, ou seja, são representados, maioritariamente, atributos relacionados com a perda de funcionalidade. O envelhecer no feminino foi, igualmente, representado com atributos dominantemente valorizados com aspetos negativos. Há no entanto que destacar os atributos positivos realçados no envelhecimento feminino, com a resistência, ternura e dedicação. Contudo, os aspetos relacionados com o aspeto físico continuam a ser mencionados, surgindo as rugas como representação social do envelhecimento no feminino.Conclusões: Relativamente às representações sociais do envelhecimento verificámos que as representações sociais se assumem como formas de pensamento prático, como campos socialmente estruturados, que são compreendidos quando contextualizadas as condições da sua produção e dos núcleos estruturantes da realidade social. Porque as representações sociais são construídas a partir de um contexto numa permanente circularidade é teoricamente justificado a emergência nestas profissionais de diferentes representações do envelhecimento quando o masculino e o feminino são estímulos.Palavras-chave: Envelhecimento, Masculino, Feminino, Representações Sociais.Referências bibliográficas: Arber, S., & Ginn, J. (1996). Relación entre género y envejecimiento: enfoque sociológico. Madrid: Narcea. Calasanti, T. (2009). Theorizing Feminist Gerontology, Sexuality, and Beyond: An Intersectional Approach. EM Vern L. Bengtson, et al. (Eds.). Handbook of Theories of Aging (pp. 471-486). Nova Iorque: Springer. CEDAW (2010). General recommendation No. 27 on older women and protection of their human rights, Sessão 27, 4-22. Goldani, A. M. (1999). Mulheres e envelhecimento: desafios para novos contratos intergeracionais e de género. Em Ana A. Camarano (Org). Muito além dos sessenta. Os novos idosos brasileiros (pp. 75-114). Rio de Janeiro: IPEA.

G É N E R O ( S ) , R E L A Ç Õ E S D E P O D E R E É T I C A

88III Série - Suplemento 2013

Empoderamento da enfermagem no âmbito da ESF - entre a formação e a prática

Márcia Teles de Oliveira Gouveia*, Lenira Maria Wanderley Santos de Almeida**, Maria Lúcia do Carmo Cruz Robazzi***, Janaína Moraes Pontes****, Elainy Priscilla Bezerra Fidélis*****

Introdução: A promoção da saúde é reconhecida como campo da saúde coletiva e estratégia para atender aos princípios do SUS. Coloca o usuário na perspetiva de alguém livre, capaz e hábil na liderança. Vê-se necessidade do protagonismo das pessoas envolvidas nesse, incorporando movimentos de empoderamento, processo de “dar poder”, permitindo aos indivíduos a eficácia da cidadania. É fundamental que o profissional de enfermagem adquira competências e conhecimentos que lhe permitam implementar dinâmicas de intervenção, sendo essas habilidades plasmadas no processo ensino-aprendizagem.Objetivos: Relatar experiências das autoras em um cenário de aprendizado no processo de formação profissional voltadas para o exercício de práticas de empoderamento da enfermagem no âmbito da ESF.Metodologia: Estudo do tipo descritivo e exploratório, a partir de vivências práticas, no período de março de 2010 a maio de 2012, nas disciplinas Enfermagem em Saúde e Sociedade I e II e de extensão universitária multiprofissional e interdisciplinar, por meio do Programa de Educação pelo Trabalho/Saúde da Família, desenvolvidas com a participação de enfermeiras e outros profissionais da equipe de saúde, académicas da Escola de Enfermagem e Farmácia, da Universidade Federal de Alagoas, em um serviço de saúde na Estratégia Saúde da Família, localizado em um distrito sanitário, de Maceió/Alagoas.Resultados: Mudanças na formação do enfermeiro por meio da viabilização, participação e elaboração de oportunidades de aprendizagem significativa, pautadas no processo de integração ensino-serviço centrado no modelo da promoção da saúde na atenção básica no âmbito do SUS, tendo como ênfase: exercício do aprendizado a respeito da compreensão sobre a realidade local, contemplando a elaboração de diagnóstico situacional enquanto subsídio a identificação de necessidades individuais e coletivas, a priorização e realização de ações de saúde apropriadas; ações de planejamento, organização e realização de atividades educativas voltadas para grupos prioritários com base na realidade aprendida, compartilhada e em temas escolhidos pelos membros desses grupos; participação no processo de mobilização da comunidade, nas discussões para escolha, eleição, posse e implantação do conselho gestor de saúde local; aprendizado sobre relacionamento inter e intra institucional, interpessoal e sobre a integração ensino-serviço; e construção de habilidades para lidar com as questões multiculturais entre os atores e cenários envolvidos.Conclusões: A experiência relatada propiciou às participantes oportunidades de aprendizagem sobre a dinâmica das inter-relações em cenário complexo e multifatorial, onde ocorre o processo saúde-doença, destinado às práticas de formação do enfermeiro. Com isto, notadamente as académicas demonstraram a compreensão de que para atuar na perspetiva da promoção da saúde é necessário, além dos conhecimentos técnicos e específicos da profissão, desenvolver determinadas habilidades; aspetos que conferem o processo de empoderamento para o agir académico e profissional. Acredita-se que as práticas educacionais e de atenção à saúde pautadas em experiências potencializam o aprendizado sobre empoderamento dos futuros profissionais enfermeiros e consequentemente de enfermagem.Palavras-chave: Empoderamento, Enfermagem, Ensino, Formação e Prática, Género.Referências bibliográficas: Besen, C. B., Netto, M., Ros, M. A., Silva, F. W., Silva, C. G., & Pires, M. F. (2007). A Estratégia Saúde da Família como objeto de educação em saúde. Saúde e Sociedade, 16(1), 57-68. Meirelles, M., & Ingrassia, T. (2006). Perspectivas Teóricas acerca do empoderamento de classe social. [internet] Revista Eletrônica “Fórum Paulo Freire”, 2(2).Pereira, C., Fernandes, L., Tavares, M., & Fernandes, O. Empowerment: modelo de capacitação para uma nova filosofia de cuidados. Rev. Nursing Edição Portuguesa, nº 267. Silva, K. L., Sena, R. R., Grillo, M. J., Horta, N., Prado, & P. M. (2009). Educação em enfermagem e os desafios para a promoção de saúde. Rev.Bras. Enferm, Brasília, 86-91.

* Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto** Universidade Federal de Alagoas - UFAL e Programa de Pós-Graduação de Doutoramento Interunidades Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto/Universidade de São Paulo-Brasil/EERP/USP, Escola de Enfermagem e Farmácia - ESENFAR/UFAL e Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto da Universidade de São Paulo -EERPE/USP [[email protected]]*** Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto**** UFAL, Enfermagem***** Universidade Federal de Alagoas

G É N E R O ( S ) , R E L A Ç Õ E S D E P O D E R E É T I C A

89III Série - Suplemento 2013

Fatores geradores do absenteísmo feminino dos profissionais de enfermagem de um hospital público e um privado

Katia Stancato*, Jussara Aparecida da Silva**

Introdução: Dentre as causas do absenteísmo feminino, está o fato da maioria das mulheres inseridas no mercado de trabalho serem ainda responsáveis pelos afazeres domésticos e cuidados aos filhos, chegando ao serviço cansadas pelo trabalho que já realizaram em casa. Essa dificuldade de papéis da mulher repercute em seu cotidiano e durante o seu turno de trabalho, o descanso após o turno dificultado, por ter que assumir os encargos domésticos. Por isso adoecem mais frequentemente e faltam mais ao trabalho (Pires et al., 2010; Costa, Vieira & Sena, 2009; Stancato & Neves, 2009).Objetivos: Objetivo Geral - Identificar os fatores geradores do absenteísmo em um hospital público e num hospital privado, especificamente com o género feminino.Objetivos específicos: Determinar o índice de absenteísmo no Hospital de Clínicas - UNICAMP e na Fundação Centro Médico Campinas; comparar os fatores geradores do absenteísmo entre os hospitais estudados.Metodologia: O estudo caracteriza-se como transversal de abordagem quantitativa, por meio de pesquisa documental contemporânea. A população a ser estudada é composta pelos profissionais da equipe de enfermagem dos hospitais em estudo. Como amostra serão considerados os empregados ausentes em seu trabalho. A coleta de informações se dará por meio da análise dos documentos arquivados no serviço de Recursos Humanos do Hospital de Clínicas da Universidade de Estadual de Campinas e da Fundação Centro Médico Campinas, e por meio de uma entrevista semi-estruturada com os profissionais de enfermagem.Resultados: A pesquisa mostra que a o hospital privado tem menor taxa de absenteísmo, porém uma maior taxa de rotatividade entre os funcionários da enfermagem, enquanto o hospital público tem uma taxa maior de absenteísmo, com menor rotatividade. Isto se deve ao facto dos funcionários públicos serem concursados, com maior garantia de manutenção do emprego. Em ambos os hospitais a representação feminina de categoria enfermagem é maior que a masculina. A maior parte das entrevistadas referem realizar tarefas domésticas e que isso causa fadiga, prejudicando o seu desempenho no trabalho.Conclusões: No momento, a pesquisa está em análise das taxas de absenteísmo e suas causas para os dois hospitais em estudo.Palavras-chave: Absenteísmo, Administração de recursos humanos, Enfermagem.Referências bibliográficas: Pires, D., Lopes, M. G., Silva, M. C., Lorenzetti, J., Peruzzo, A. S., & Bresciani, H. R. (2010). Jornada de 30 horas semanais: condição necessária para assistência de enfermagem segura e de qualidade. Enfermagem em Foco, 1(3), 114-118. Costa, F. M., Vieira, M. A., Sena, R. R. (2009). Absenteísmo relacionado às doenças entre membros da equipe de enfermagem de um hospital escola. Rev Bras Enferm, 62(1), 38-44. Stancato, K., Neves, J. F. (2009). Absenteísmo: estudo de revisão bibliográfica. Revista Brasileira de Docência, Ensino e Pesquisa em Enfermagem, 1(1), 194-217.

* Universidade Estadual de Campinas, Departamento de Enfermagem [[email protected]]** Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Enfermagem

G É N E R O ( S ) , R E L A Ç Õ E S D E P O D E R E É T I C A

90III Série - Suplemento 2013

Objeção de Consciência e Aborto - Breve reflexão sobre a legislação

Sandra Cristina Ferreira Lopes Simoes Paco*

Introdução: A questão da objeção de consciência perante o abortamento contribui para uma acesa polémica, tanto na sociedade em geral, como entre os profissionais de saúde. A discussão sobre o direito da grávida ao aborto e o direito do profissional de saúde a não participar desse mesmo ato, são hoje mediadas pela possibilidade que o profissional tem de escusa para o ato, invocando a objeção de consciência segundo o estatuto da Ordem dos Enfermeiros.Objetivos: Refletir sobre a legislação que regula a objeção de consciência, relativamente ao aborto, para os Enfermeiros.Metodologia: Revisão Bibliográfica sobre a legislação aplicável.Resultados: Toda a fundamentação da objeção de consciência está alicerçada no direito à liberdade de consciência, valor fundamental para as sociedades democráticas e plurais. Por outro lado, quando temos confrontados valores como o direito à autodeterminação da mãe e o direito à vida da criança que está por nascer, não podemos deixar de pensar qual é o nosso papel e porque somos colocados perante situações para as quais não somos vocacionados. Existe na legislação a possibilidade de escusa para o ato, fundamentado no direito previsto na Constituição da República Portuguesa de inviolabilidade da liberdade de consciência e de culto. Com base neste direito, o Estatuto da Ordem dos Enfermeiros prevê a invocação da Objeção de Consciência para atos que violem a consciência moral, ética ou religiosa do profissional. Este estatuto acarreta também consigo responsabilidades que o profissional terá que cumprir. Desde logo o dever de encaminhamento e prestação de assistência, no caso de não existirem outros profissionais para o ato.Conclusões: Num confronto direto entre o direito à autodeterminação da mulher e o direito à objeção de consciência por parte dos profissionais de saúde, relativamente à IVG, são legítimas as inúmeras dúvidas que assaltam ambos os lados. Torna-se, de alguma forma premente a existência de algum escrutínio sob a declaração da objeção, permitindo desta forma que a sociedade a proteja como símbolo da liberdade de escolha e da liberdade de se agir em consonância com os valores éticos e morais do profissional de saúde.Palavras-chave: Aborto, Objeção de Consciência, Legislação, Enfermagem.Referências bibliográficas: Ascensão, J. O. (2005). Estudos de Direito da Bioética. Coimbra: Almedina. Correia, A. D. (1993). O Direito à Objecção de Consciência. Lisboa: Coleção Vega Universidade, 192. Curado, M. (2008). Direito Biomédico. Lisboa. Quid Juris: 718. Nunes, L., Amaral, M., & Gonçalves, R. (2005). Código Deontológico do Enfermeiro: dos Comentários à Análise de Casos. Lisboa: Edição da Ordem dos Enfermeiros: 454. ISBN: 972-99646-0-2.

* Hospital CUF infante Santo, Bloco operatório

COMUNICAÇÕES ORAIS

ORAL PRESENTATIONS

COMUNICACIONES ORALES

GÉNEROS E PARENTALIDADE

GENDERS AND PARENTHOOD

GÉNEROS Y PARENTALIDAD

G É N E R O ( S ) E P A R E N T A L I D A D E

95III Série - Suplemento 2013

Antecipação da Experiência de Parto em Primigestas - influência de um curso de preparação para o parto e parentalidade

Liana Cristina Brites Simões

Introdução: A transição para a parentalidade é um período desde a decisão da conceção até aos primeiros meses após o nascimento do bebé. A gravidez, o parto e o pós-parto representam períodos críticos no ciclo vital do casal. Assim, é importante perceber a forma como a grávida antecipa a experiência do parto, para ajudar a preparar-se para o trabalho de parto, parto e pós-parto, porque o comportamento da grávida durante o parto é determinado pelo modo como anteriormente concebeu esta experiência.Objetivos: Analisar a influência da participação num curso de preparação para o parto e parentalidade em primigestas quanto: ao planeamento e preparação para o parto; às expectativas quanto ao parto; às preocupações quanto à saúde e consequências adversas do parto; às expectativas quanto ao pós-parto; às expectativas quanto à relação com o bebé e o companheiro; e às expectativas quanto ao suporte social.Metodologia: O estudo é do tipo descritivo correcional, recorrendo ao Questionário de Antecipação do Parto (QAP) (Costa et al., 2005) para a recolha de dados. A amostra é constituída por 74 grávidas primigestas da região de Coimbra, dividida em dois grupos independentes, distinguindo-se pela participação ou não, num curso de preparação para o parto e parentalidade.Resultados: As primigestas que participaram num curso de preparação para o parto e parentalidade apresentaram um melhor planeamento e preparação para o parto e melhores expectativas quanto ao suporte social. Nas restantes subescalas não houve influência do curso de preparação para o parto e parentalidade.Conclusões: Perante os resultados revela-se fundamental desenvolver novas investigações nesta área de forma a ampliar o conhecimento neste âmbito e desenvolver programas de implementação de cursos de preparação para o parto e parentalidade para toda a população e que englobem, além de aspetos relacionados com o trabalho de parto e parto, também aspetos relacionados com o pós-parto.Palavras-chave: Gravidez, Parto, Preparação para o parto.Referências bibliográficas: Costa, R. et al. (2005). Questionário de Antecipação do Parto (QAP). Psychologica, 38, 265-295. Couto, G. (2003). PPP: representações mentais de um grupo de grávidas de uma área urbana e de uma área rural. Loures: Lusociência. Mendes, I. M. (2009). Ajustamento Materno e Paterno: experiências vivenciadas pelos pais no pós-parto. Coimbra: Mar da Palavra. Morgado, C. et al. (2010). Efeito da Variável PPP na Antecipação do Parto pela Grávida: estudo comparativo. Revista Referência, II(12), 17-27.

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96III Série - Suplemento 2013

Autopercepción de prácticas educativas parentales para el autocuidado de la salud sexual - el caso de hemofilia

Laura Guillermina Tejero Pérez*, Rosa Ma. Arriaga Zamora**, Elizabhet Carrillo Bautista***, Valentina Rivas Acuña****

Introducción: Se realizó una investigación de corte cualitativo en el periodo comprendido de Septiembre 2012 a Marzo 2013 en la Ciudad de Villahermosa Tabasco, México. El objetivo principal fue conocer la percepción de las madres de hijos con hemofilia, respecto a sus prácticas educativas parentales que promueven o limitan el autocuidado de la salud sexual. Participaron 8 informantes y los resultados muestran que prevalecen los mitos sexuales y que sienten vergüenza e incapacidad para abordar temas de sexualidad y promover el autocuidado.Objetivos: 1) Conocer la autopercepción de madres que tienen hijos con hemofilia en cuanto a las acciones que realizan para promover en ellos el autocuidado de su salud sexual; 2) Identificar las actividades que efectúan para educar a sus hijos con hemofilia en aspectos de sexualidad; 3) Identificar si existen factores que puedan limitar sus acciones como educadoras de la sexualidad de sus hijos.Metodología: Esta investigación se abordó con el método cualitativo y se apoyó en la fenomenología como marco referencial interpretativo. Participaron 8 informantes, todas mujeres con hijos con hemofilia y residentes en Villahermosa Tabasco, México. Los datos se obtuvieron por entrevistas semiestructuradas a profundidad y durante el análisis de la información se procedió a categorizar los datos más significativos.Resultados: Los resultados muestran que las madres de hijos con hemofilia perciben que existen limitantes en su hacer como educadoras de la sexualidad de sus hijos y destacan que en ellas predominan: Déficit de conocimientos en materia de sexualidad humana, la mayoría de estas mujeres coinciden en carecer de una educación sexual formal y que esto ha mermado sus potencialidades educativas parentales;Vergüenza de tocar con sus hijos temas relacionados con la sexualidad por su condición de ser mujeres, ellas consideran menos difícil orientar a hijas que a hijos varones; Hacer lo que se pueda - estas madres asumen que las acciones que realizan para educar a sus hijos en sexualidad es limitada pues muchas de ellas están solas o en su defecto, cuando existe el padre, este suele delegarles la actividad del cuidado y la educación de los hijos. Ante esto, refieren que orientan como fueron orientadas y repiten patrones de comportamiento sexual matizados de estereotipos de género.Conclusiones: 1) Las madres de hijos con hemofilia de Villahermosa Tabasco, México, carecen de conocimientos básicos de sexualidad humana; esta situación las limita para promover en ellos la importancia del autocuidado de su salud sexual; 2) Por su condición de ser mujeres se les dificulta hablar con sus hijos sobre temas de sexualidad con una actitud abierta y libre de prejuicios;3) Pese a que la educación integral de la sexualidad es un derecho, este grupo de personas carece del mismo al no existir programas educativos formales que los capaciten para abordar con sus hijos,la sexualidad de manera holística.Palabras Claves: Género, Parentalidad, Sexualidad, Educación, Autocuidado, Hemofilia.Referencias bibliograficas: Gallou, J. (2007). Educación de la sexualidad: ¿en la casa o en la escuela? Los géneros, la escuela y la educación profesional de la sexualidad. México: Paidós. Barudy, J. (2010). Los desafíos invisibles de ser madre o padre: Manual de evaluación de las competencias y la resiliencia parental. Barcelona: GEDISA. Marisol, C. et al. (2004). Actitud de los padres de familia ante las necesidades de educación sexual de un hijo con discapacidad. [Recuperado: 21 de marzo de 2013] Disponible en: http://www.uvmnet.edu/investigacion/episteme/numero1-04. Ruiz, O. (2012). Metodología de la Investigación Cualitativa. Guatemala: Deusto.

* Universidad Juárez Autónoma de Tabasco, División Académica de Ciencias de la Salud** Universidad Juárez Autónoma de Tabasco, División Académica de Ciencias de la Salud*** Universidad Juárez Autónoma de Tabasco, Ciencias de la Salud**** Universidad Juárez Autónoma de Tabasco, División Académica de Ciencias de la Salud

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97III Série - Suplemento 2013

Consequências da exposição à violência interparental

Regina Maria Fernandes J P Ferreira Amado*

Introdução: Crianças expostas à violência interparental só recentemente foram consideradas objeto de estudo e alvo de atenção em saúde. Decorrente da violência doméstica, este fenómeno constitui uma forma de maus tratos para as crianças, potencializando riscos de saúde e segurança (Sani, 2006), com violação de direitos universalmente consagrados ( Jorge, 2004). Para compreender algumas das repercussões deste fenómeno nas crianças foi realizada uma revisão sistemática da literatura que procurou selecionar, analisar e sistematizar os resultados de algumas investigações desenvolvidas.Objetivos: Identificar consequências comportamentais, somáticas e psico-emocionais, em crianças expostas á violência interparental.Metodologia: Para a realização da RSL foram realizadas pesquisas on line entre fevereiro e março de 2011. As bases de dados consultadas englobaram: CINHAL Plus with full text; MEDLINE with full text, PubMed; SCIELO; Academic Search Complete; e Cochrane Methodology Register. Foram definidos como critérios de inclusão, estudos primários de metodologia qualitativa ou quantitativa, publicados entre janeiro de 2000 a fevereiro de 2011; estudos referentes a crianças dos 0 aos 19 anos expostas à violência interparental, publicados em língua inglesa, ou portuguesa. Dos 1982 estudos localizados, foram identificados 52 e selecionados 15.Resultados: Os resultados obtidos pela análise dos quinze estudos desenvolvidos em oito países permitiram salientar que a exposição à violência interparental predispõe as crianças a consequências negativas a nível comportamental, somático e psico-emocional. Em termos comportamentais, salientaram-se atitudes de agressividade, hostilidade e de oposição, podendo conduzir a dificuldade nas relações, inadaptação, inconformismo e exclusão dos grupos de pares, potencializando ainda, a assimilação de papéis que predispõe a comportamentos violentos no namoro. Quanto às consequências somáticas, foi identificado mal-estar geral, dores focalizadas, falta de apetite, distúrbios do sono, distração, dificuldade de concentração, regressão nos hábitos de eliminação, mau-humor e aumento de excitação fisiológica apresentando valores mais elevados de frequência cardíaca e níveis de cortisol. No que respeita às consequências psico-emocionais, evidenciou-se ansiedade, depressão e retraimento, sentimentos de medo, baixa autoestima, desconfiança, hipervigilância relativamente ao ambiente, desesperança, desordens neuróticas e antissociais coexistindo ainda, sentimentos de medo, raiva, tristeza, culpa, e nervosismo compatíveis com critérios de Transtornos de Pós Stress Traumático.Conclusões: Procurando conhecer as consequências da exposição à violência interparental nas crianças, a nível comportamental, somático e psico-emocional, desenvolvemos uma Revisão Sistemática da Literatura que incidiu em quinze estudos, publicados entre 2000 e 2011. Evidenciaram-se comportamentos inadequados que prejudicam as relações interpessoais; alterações fisiológicas comprometedoras do bem-estar; sentimentos de internalização, transtornos de stress-pós traumático e risco suicidário. Convergindo com as preocupações da DGS (2007), sugerimos que os enfermeiros desenvolvam de forma mais premente, intervenções que em settings próprios visem capacitar os pais para a parentalidade saudável e o despiste precoce de crianças expostas a este tipo de fenómeno.Palavras-chave: Criança, Adolescente, Exposição, Violência, Interparental, Conjugal.Referências bibliográficas: Direção Geral de Saúde (2007). Maus Tratos em Crianças e Jovens: Intervenção em Saúde. Lisboa, Direção Geral da Saúde. Jorge, P. C. (2004). A Declaração de Barcelona e a Criança em Risco: Um Contributo Ético à Eficácia Técnica. Cadernos de Bioética, 36, 97-129. Sani, A. I. (2006). Vitimação Indirecta de Crianças em Contexto Familiar. Revista da Faculdade de Ciências Humanas e Sociais, Universidade Fernando Pessoa, 9, 849-864.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem de Saúde Infantil e Pediatria

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98III Série - Suplemento 2013

Cooperação família, escola e pares e desenvolvimento da identidade

Tânia So�a Fernandes Pires*, Maria Conceição Alves Pinto

Introdução: O paradigma das 12 necessidades (Pourtois & Desmet, 1997) estrutura-se em quatro eixos (afiliação, cognitivo, autonomia social e ideológico), caracteriza-se pela abertura, permeabilidade, inter-relação entre os eixos, aplicabilidade teórica e prática. Os agentes de socialização primária (família) e secundária (escola e pares) contribuem para o desenvolvimento da identidade. A representação que os alunos fazem desses agentes de socialização influencia a persistência, perseverança, objetivos e método de trabalho (Tough, 2013) que contribuem para o sucesso escolar e profissional.Objetivos: Dado o atual contexto educativo e os modelos pedagógicos vigentes consideramos importante conhecer a perceção dos alunos sobre a família, a escola e os pares a respeito das suas vivências e experiências escolares e académicas. Pretendemos analisar as relações que existem entre esses contextos e refletir sobre as diferenças entre os géneros.Metodologia: Para a realização deste estudo exploratório foi pedida autorização ao Ministério da Educação (MIME), seguindo-se contactos com várias escolas do Norte do País e, após autorização dos Diretores, solicitou-se a participação livre e anónima dos alunos. Participaram 410 alunos (227 feminino e 183 masculino) do 7º ao 12º ano de escolaridade, que responderam à Escala de Avaliação da Perceção dos Alunos sobre a Família, a Escola e os Pares (EAPAFEP), construída para o efeito.Resultados: A escala utilizada apresenta boa consistência interna. As análises correlacionais mostram que quanto melhor a avaliação que os alunos fazem da família melhor a metarepresentação sobre os professores (rho=.201, p<.001), melhor a avaliação que fazem da Escola (professores e Director de Turma) (rho=.464, p<.001) e dos pares (rho=.491, p<.001). Quanto melhor for a avaliação que os alunos fazem da escola melhor a avaliação que fazem dos pares (rho=.292, p<.001). Quanto melhor a avaliação dos pares melhor a metarepresentação (rho=.125, p<.001). Não há diferenças entre os rapazes e as raparigas nas dimensões relacionadas com a Escola (U=18971.5, n.s.) e Pares (U=20065.5, n.s.). As raparigas fazem uma avaliação mais positiva que os rapazes nas dimensões da metarepresentação da avaliação dos professores (U=17668.0, p<.05) e em relação à família (U=18273.0, p<.05). Existem diferenças estatisticamente significativas entre o sexo e a reprovação, sendo que os alunos do sexo masculino reportam mais reprovações que as raparigas &#967;2(1)=4.02, p=.05.Conclusões: Os laços familiares (socialização primária) entre pais e filhos revelam-se preponderantes para as avaliações que os alunos possam fazer de outros contextos (socialização secundária). A comunicação (autonomia social), a estimulação e experimentação (eixo cognitivo), e o afeto (eixo da filiação) com os pais (família) parecem ser muito importantes para o desenvolvimento da identidade destes alunos nos diferentes contextos em que se inserem. Focar estas dimensões em intervenção familiar, mais do que em intervenções exclusivamente académicas, poderá contribuir para desenvolvimento da identidade dos alunos, das competências cognitivas e sociais e, em última análise, da promoção do sucesso escolar.Palavras-chave: Alunos, Identidade, Família, Escola, Pares.Referências bibliográficas: Pourtois, J. & Desmet, H. (1997). A educação pós-moderna. Lisboa: Edições Piaget. Tough, P. (2013). Educar para o Futuro (P. Vidal, Trans.). Lisboa: Clube do Autor.

* [[email protected]]

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99III Série - Suplemento 2013

Desafios da parentalidade em pais primíparos: diferenças de género face ao stresse parental

Júlia Maria das Neves Carvalho*, Maria Filomena Ribeiro Fonseca Gaspar**, Alexandrina Cardoso

Introdução: O nascimento de um filho, particularmente se for o primeiro, envolve grandes mudanças na vida de um casal, marcando uma nova fase do ciclo de vida familiar. A tarefa da parentalidade envolve um conjunto de reorganizações a nível das funções que os membros do casal desempenham, muitas vezes gerador de perturbação. Esta perturbação ocorre a nível individual, tanto nos pais como nas mães, embora a adaptação de cada um aconteça de forma diferente e a diferentes níveis (Leal, 2005).Objetivos: Com este estudo pretendemos: Caracterizar a adaptação da figura materna ao nascimento do seu primeiro filho numa perspetiva de stresse parental; Caracterizar a adaptação da figura paterna ao nascimento do seu primeiro filho sob uma perspetiva de stresse parental.Metodologia: Estudo de natureza quantitativa, com desenho transversal, de nível II, do tipo descritivo correlacional. Utilizámos como instrumento de colheita de dados um questionário dividido em duas partes. Primeira parte com a caracterização sociodemográfica dos participantes. A segunda parte continha Índice de Stress Parental (ISP) – Domínio dos pais, versão portuguesa para 1 mês – 3 anos. O ISP é constituído por 54 itens, integrando estes 7 subescalas que avaliam algumas das características pessoais dos pais. Foram inquiridos 358 sujeitos, 51,68% mães e 48,32% pais, recrutados numa maternidade central em Coimbra.Resultados: A amostra deste estudo ficou constituída por 358 indivíduos, sendo 185 mães (51,68%) e 173 pais (48,32%). Verificámos que relativamente à idade a média do total da amostra é de 31,61 anos (idade mínima: 19; idade máxima: 47) com um desvio-padrão de 4,74 anos. Verificámos que no grupo etário dos 30 aos 34 anos existe um predomínio da figura paterna (43,85% do total), situação que também se verifica se considerarmos a distribuição por género (41,62% e 46,24% para as mães e pais, respetivamente). Relativamente ao stresse parental os resultados obtidos mostram valores mais elevados para as mães em todas as subescalas do ISP – Domínio dos pais, com exceção da subescala I – Vinculação. O valor médio global do ISP também é superior nas mães quando comparado com a figura paterna. Face a estes resultados podemos afirmar que as mães descrevem mais stresse do que os pais, com exceção da subescala I – Vinculação, durante a transição para a parentalidade.Conclusões: Durante a transição para a parentalidade os futuros pais aprendem a lidar com as contrariedades da gravidez e do parto de forma a se prepararem para um novo desafio que é o nascimento de um filho. Os pais que se ajustam eficazmente à parentalidade enriquecem o seu relacionamento conjugal fortificando-o e promovendo a sua sustentação. Os resultados desta investigação espelharam que as figuras parentais revelaram algumas dificuldades nestas tarefas, daí a necessidade de intervenções neste domínio, concretamente por parte dos enfermeiros com vista à obtenção, por parte dos pais, de competências que os tornem capazes de desempenhar as tarefas parentais.Palavras-chave: Pais, Stresse Parental, Género, Parentalidade.Referências bibliográficas: Leal, I. (2005). Da psicologia da gravidez à psicologia da parentalidade. In I. Leal, (Coord.), Psicologia da gravidez e da parentalidade, (pp. 9 -19). Lisboa: Fim de Século. Kaitz, M., & Katzir, D. (2004). Temporal changes in the affective experience of new fathers and their spouses. Infant Mental Health Journal, 25(6), 540-555. Hildingsson, I. (2007). New parents’ experiences of postnatal care in Sweden. Journal Women and Birth, 20(3), 105-113. Tinkew, J., Scott, M., Horowitz, A., & Lilja, E. (2009). Pregnancy intentions during the transition to parenthood and links to coparenting for first-time fathers of infants. Parenting: Science and Practice, 1532-7922, 9 (1), 1-35.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP – Enfermagem de Saúde Materna e Ginecológica [[email protected]]** Faculdade de Psicologia e Ciências de Educação - Universidade de Coimbra

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100III Série - Suplemento 2013

Diferenças de género em jovens estudantes de enfermagem relativamente à separação psicológica das figuras parentais

Ana Bela de Jesus Roldão Caetano*, Isabel Margarida Marques Monteiro Dias Mendes**

Introdução: A separação psicológica parental constitui uma das tarefas fundamentais da adolescência e corresponde à aquisição de uma maior independência em relação aos pais (Dias & Fontaine, 2001). Estas tarefas desenvolvimentais podem passar despercebidas até ao final dos estudos secundários porque o adolescente vive num ambiente mais protegido. A entrada no ensino superior implica mudanças relacionais, exigência de trabalho e maior competitividade, fazendo assim despoletar dificuldades desenvolvimentais até aí latentes e ou o surgir de comportamentos problema.Objetivos: Neste trabalho pretende-se conhecer a separação psicológica das figuras parentais nos jovens nas diferentes independências (ideológica, conflitual, emocional e funcional), separadamente para o pai e para a mãe e a relação existente entre a separação psicológica das figuras parentais nos jovens e a idade, o género, a proveniência geográfica e o lugar ocupado na fratria.Metodologia: Trata-se de um estudo do tipo transversal, quantitativo, descritivo e correlacional. Participaram neste estudo 190 estudantes do 1º ano do curso de enfermagem da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra. O questionário utilizado continha as seguintes partes: Caracterização sócio demográfica e os dados referentes à separação psicológica das figuras parentais que foram recolhidos através do Questionário “Psychological Separation Inventory” (PSI, 1984), adaptado para a população universitária portuguesa. O PSI é constituído por oitenta e oito questões repartidas por oito escalas, quatro referentes à mãe e quatro referentes ao pai.Resultados: A idade média situou-se nos 17.90 anos, maioritariamente raparigas (83.2%). 52.6% dos jovens provinham de meios rurais e 83.2% tinham irmãos. Relativamente à posição ocupada na fratria, dos 158 adolescentes que tinham irmãos, 45.6% eram o filho mais velho, seguidos de 43.7% que eram o filho mais novo. Verificámos que as raparigas são mais independentes com a mãe a nível conflitual relativamente aos rapazes e menos independentes nas dimensões ideológica, emocional e funcional. Quanto ao pai e nas dimensões conflitual e ideológica, não se verificaram diferenças entre os dois sexos, embora nas dimensões emocional e funcional tivéssemos constatado que os rapazes são mais independentes que as raparigas. Quanto à proveniência dos jovens e a separação psicológica parental verificámos que os jovens provenientes de meio rural são mais independentes relativamente à dimensão conflitual que os de meio urbano, contrariamente ao que se constata na dimensão funcional, em que os jovens de meio urbano são mais independentes do que os de meio rural.Conclusões: Relativamente à relação entre separação psicológica das figuras parentais dos adolescentes e as variáveis sociodemográficas, nomeadamente o género, evidenciamos que os rapazes relativamente às raparigas são mais independentes na dimensão ideológica e funcional. Na dimensão conflitual, verifica-se maior independência das adolescentes face à mãe. Na proveniência, apenas na dimensão conflitual existe relação, isto é, ambos os adolescentes provenientes de meio rural são mais independentes que os de meio urbano. O apoio aos estudantes do primeiro ano do ensino superior é importante, pois estão numa idade transacional que envolve modificações ecológicas e estruturais, que podem ter implicações na qualidade de vida.Palavras-chave: Adolescência, Separação, Género, Ensino superior.Referências bibliográficas: Almeida, M. J., Dias, G. F., & Fontaine, A. M. (1996). Separação Psicológica das Figuras Parentais em Jovens Universitários: Adaptação do “psychological Separation Inventory” de Hoffman à População Portuguesa. Psiquiatria Clínica, 17(1), 5-17. Bayle, F. (2005). A Parentalidade. In Leal, I. (2005). Psicologia da Gravidez e da Parentalidade. Lisboa: Fim de Século. Dias, G. F. & Fontaine, A. M. (2001). Tarefas desenvolvimentais e bem-estar dos jovens universitários. Lisboa: Fundação Calouste Gulbenkian e Fundação para a Ciência e Tecnologia. Gamble, W., Ramakumar, S., & Diaz, A. (2007). Maternal and paternal similarities and differences in parenting: Na examination of Mexican-American parents of young children. Early Childhood Research Quarterly, 22(1), 72-88.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem de Saúde Materna, Obstetrícia e Ginecologia

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101III Série - Suplemento 2013

Paternidade e práticas de cuidar

Maria Madalena Salgado de Oliveira*

Introdução: Os últimos 50 anos influenciaram o destino de mulheres e homens, alterando-se valores e representações no domínio da esfera pública e privada. Contudo, o processo de socialização dos homens não tem integrado as práticas de cuidar, centradas num saber fazer, que tem atravessado as gerações de mulheres, confinando-as ao cuidado, o que se reflete numa situação de desigualdade face ao cuidar dos filhos/as. Desafiar a aquisição de novos modelos e representações sobre a parentalidade foi o propósito deste trabalho.Objetivos: Procurámos conhecer as representações, as expetativas e as práticas de cuidar dos pais, durante os dois primeiros meses de vida dos seus filhos/as, bem como as dificuldades por eles sentidas, a perceção que tiveram dos fatores que os condicionaram e o apoio de que dispuseram para o desenvolvimento de competências parentais.Metodologia: Realizámos um estudo qualitativo, com uma amostra intencional constituída por onze casais, pais de primeiros filhos, com idades compreendidas entre os 21 e os 33 anos, que tiveram os seus bebés em duas instituições da região de Lisboa, uma pública e outra privada. Foi utilizada a entrevista semi-estruturada, que foi aplicada a pais e mães, em separado, em dois momentos distintos: dois dias após o parto e dois meses após este, num total de 44 entrevistas. Os dados obtidos foram submetidos a análise de conteúdo.Resultados: Dois dias após o parto - Todos os pais referem intenção de cuidar dos seus filhos/as e a maioria refere que espera prestar todos os cuidados, sendo que as mães colocam maiores reservas a essa colaboração; pais e mães manifestam dificuldades no cuidar, sendo a identificação das necessidades dos bebés e o contacto físico com estes (nos homens) as dificuldades mais referidas; estas são atribuídas à falta de preparação e de prática, mas os homens minimizam o apoio dos profissionais de saúde como uma estratégia a utilizar. Dois meses após o parto - A maioria dos pais colabora nos cuidados, referindo que o cuidar é importante e lhes dá prazer, mas relatam dificuldades de conciliação com a sua atividade profissional. Algumas dificuldades como o banho são atribuídas também à atitude demasiado protetora das mães. Muitas remetem para si a responsabilidade de co-responsabilizar os pais pelos cuidados a prestar. Alguns discursos apontam fatores essencialistas, havendo uma referência constante ao instinto maternal. Os apoios familiares são escassos.Conclusões: A situação das mulheres portuguesas associa as mais altas taxas de atividade feminina a uma rede deficiente de equipamentos de apoio à infância, o que torna a maternidade muito pesada para as mulheres. Envolver pais e mães nos cuidados aos bebés permitirá contribuir para mudar a conceção tradicional do cuidar e utilizar a ética da justiça nas relações familiares. Este estudo sugere algumas pistas de ação a implementar nas instituições de saúde, promovendo maior igualdade de acesso à formação e à capacitação de pais e mães, perspetivando maior equilíbrio entre a esfera pública e privada para homens e mulheres.Palavras-chave: Género, Cuidar, Paternidade, Parentalidade.Referências bibliográficas: Amâncio, L. (1998). Masculino e Feminino: a construção social da diferença. 2ª Ed. Porto: Afrontamento. Clement, G. (1996). Care, Autonomy and Justice: Feminism and the ethics of care. Colorado: Westview Press.Gilligan, C. (1982). Diferent Voice: Psycological Thery and Women’s Development. Cambridge: M. A. Harvard University Press. Perista, H. (2002). Género e trabalho não pago: os tempos das mulheres e os tempos dos homens. Famílias. Análise social. 163, 447-474.

* ESEL, Saúde Materna

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102III Série - Suplemento 2013

Representação da vinculação pré-natal e estados emocionais vividos na gravidez: semelhanças e diferenças entre os progenitores

Ana Paula Forte Camarneiro*

Introdução: A gravidez constitui um período de vulnerabilidade emocional (ansiedade, stress e depressão) que pode comprometer a vinculação inicial estabelecida entre cada progenitor e o feto (Condon & Crockindale, 1997).Objetivos: Conhecer os níveis de depressão, ansiedade e stress (DAS) em mulheres e homens durante a gravidez; comparar os estados emocionais DAS durante a gravidez, entre homens e mulheres que constituem casais; relacionar os estados emocionais das mulheres e dos homens com a representação da vinculação pré-natal materna e paterna.Metodologia: Estudo transversal, descritivo-correlacional. A amostra é formada por 407 pares conjugais. Material: questionário sociodemográfico; DASS-42 (Lovibond & Lovibond, 1995, adaptada por Pais-Ribeiro, Honrado & Leal, 2004); MPAAS (Condon, 1993, adaptação de Camarneiro & Justo, 2007, 2010). Os dados foram analisados em SPSS.Resultados: Há diferenças entre o par conjugal na ansiedade e no stress. Nestes, as mulheres apresentam valores médios mais elevados, mas não no que se refere à depressão. Nas mulheres, níveis de depressão e de stress mais elevados correlacionam-se com níveis de vinculação pré-natal materna total baixos; a qualidade da vinculação correlaciona-se negativamente com a depressão, ansiedade e stress e a intensidade da preocupação materna tem correlação negativa com a depressão. Nos homens, níveis de depressão mais elevados correspondem a menor qualidade da vinculação e ansiedade mais elevada corresponde a maior intensidade da preocupação.Conclusões: Homens e mulheres durante a gravidez apresentam expressões emocionais diferentes quanto à ansiedade e stress. A vinculação pré-natal materna e paterna é influenciada de forma diferente pelos estados emocionais dos progenitores.Palavras-chave: Gravidez, Vinculação pré-natal, Estados emocionais.Referências bibliográficas: Condon, J. T. (1993). The assessment of antenatal emotional attachment: development of a questionnaire instrument. British Journal of Medical Psychology, 66, 167-183. Condon, J. T., & Corkindale, C. (1997). The correlates of antenatal attachment in pregnant women. British Journal of Medical psychology, 70, 359-372. Camarneiro, A. P., & Justo, J. (2010). Padrões de vinculação pré-natal. Contributos para a adaptação da Maternal and Paternal Antenatal Attachment Scale em casais durante o segundo trimestre de gestação na região Centro de Portugal. Revista Portuguesa de Pedopsiquiatria, 28, 7-22. Lovibond, F. H., & Lovibond, P. F. (1995). The structure of negative emotional states: comparison of the Depression, Anxiety and Stress Scales (DASS) with the Beck Depression and Anxiety Inventories. Behaviour Research and Therapy, 33, 335-343.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCPSPFC [[email protected]]

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103III Série - Suplemento 2013

Representações sociais de mulheres da mesma família e de três gerações sobre práticas de amamentação

Michelle Araújo Moreira*

Introdução: A amamentação constitui um processo sociocultural e histórico, sendo influenciado por múltiplos fatores ligados ao modo de organização da vida familiar, uma vez que no período pós-parto as mulheres demandam cuidados que são assumidos, via de regra, por suas mães. Tal convivência durante o período puerperal tem sido apontada como aspeto importante para a manutenção ou mudanças de práticas ou hábitos relativos à amamentação, podendo gerar conflitos de interesses, não só entre as mulheres envolvidas, como repercutir-se no ambiente social.Objetivos: Geral - Apreender as representações sociais de mulheres da mesma família e de três gerações distintas sobre as práticas da amamentação. Específicos - Identificar as representações sociais relacionadas às práticas de amamentar entre mulheres da mesma família e de três gerações distintas; Levantar as continuidades e descontinuidades sobre as práticas de amamentar no espaço parental.Metodologia: Trata-se de um estudo com abordagem qualitativa, fundamentado na Teoria das Representações Sociais. As participantes foram 21 mulheres da mesma família, de três gerações, que amamentaram, e tinham laços de consanguinidade e/ou afetividade. O estudo foi desenvolvido em uma maternidade, no setor de Alojamento Conjunto após aprovação plena do Comité de Ética em Pesquisa. A coleta dos dados foi realizada no domicílio entre outubro de 2009 e julho de 2010, através de entrevista semiestruturada, sendo os depoimentos gravados em fitas de áudio e analisados pela análise de conteúdo temática.Resultados: Verificou-se que os significados sociais da amamentação entre mulheres da mesma família transitavam na perceção positiva, conforme depoimentos: [...] quando eu amamentei foi bom, amamentei com prazer, com gosto e alegria [...] (1ª geração). [...] eu gostava muito de amamentar [...]. Até grandão eles mamaram, todos amamentaram, era a favor do leite de peito [...] (2ª geração). [...] não devo deixar de amamentar, fui gostando, dou com o maior prazer [...] (3ª geração). Percebeu-se ainda que existe a transmissão intergeracional de conhecimentos e aprendizagens sobre amamentação, fato demonstrado nas narrativas: [...] eu aprendi primeiro o que minha mãe me ensinou, dando mama de acordo com o que minha mãe ensinou [...] (1ª geração). [...] conselho de mãe a gente tem que seguir [...] Acreditava em tudo que minha mãe falava [...] (2ª geração). [...] minha mãe me ensinou que eu devo amamentar por muito tempo. Ela sabe o tempo de amamentar, me ensinou o jeito de amamentar [...] (3ª geração).Conclusões: Concluiu-se que as representações sociais de mulheres da mesma família revelam a experiência de amamentar como positiva. Estas simbologias emergem pautadas na experiência individual, mas, sobretudo, nos modelos das gerações antecessoras. O processo ensino-aprendizagem explicitado pela transmissão intergeracional evidencia a importância que as três gerações atribuem à figura de suas mães na passagem do conhecimento sobre a experiência de amamentar. Assim percebe-se que os significados emitidos pelas mulheres deste estudo ancoram-se nos modelos paradigmáticos de amamentação, difundidos pela sociedade ao longo de décadas e, que ainda hoje, exercem influência nos comportamentos e ações desenvolvidos no que se refere ao amamentar.Palavras-chave: Amamentação, Família, Geração, Mulher, Enfermagem.Referências bibliográficas: Machado, A. R., Nakano, A. M., Shimo, & A. K. (1999). A influência de terceiros na prática do aleitamento materno. Rev Min Enferm. 3, 20-23. M., A. R., Nakano, A. M., Almeida, A. M., & Mamede, M. V. (2004). O lugar da mãe na prática da amamentação de sua filha nutriz: o estar junto. Rev Bras Enferm, 57, 183-187. Primo, C. C., & Caetano, L. C. (1999). A decisão de amamentar da nutriz: percepção de sua mãe. J Pediatr, 75, 449-454. Teixeira, M. A., Nitschke, R.G., De Gasperi, P., & Siedler, M. J. (2006). Significados de avós sobre a prática do aleitamento materno no cotidiano familiar: a cultura do querer-poder amamentar. Texto Contexto Enferm, 15, 98-106.

* Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento Ciências da Saúde [[email protected]]

GÉNEROS E POLÍTICAS DE SAÚDE

GENDERS AND HEALTH POLICIES

GÉNEROS Y POLÍTICAS SANITARIAS

G É N E R O ( S ) E P O L Í T I C A S D E S A Ú D E

107III Série - Suplemento 2013

Atenção primária em saúde da mulher por agente comunitário de saúde: Necessidades e desafios

Maria Antonieta Rubio Tyrrell*, Ana Carolina Mendes Soares**, Rebecca Rodrigues de Barros***, Danielle Brum Almeida Capp da Cunha****

Introdução: Este estudo integra a pesquisa “Capacitação Profissional em Saúde da Mulher: Integração de Estudo ao Trabalho,” temática que no contexto do movimento governamental instituiu a Política Nacional de Desenvolvimento de Pessoal e nesta situação justifica-se a necessidade de capacitação dos Agentes Comunitários de Saúde (ACS) de um Centro Municipal Saúde (CMS) do Rio de Janeiro, que integram a equipa da Estratégia de Saúde da Família (ESF), na Atenção Primária na área de Saúde da Mulher.Objetivos: Foram definidos como objetivos específicos: definir as necessidades de conteúdos programáticos de capacitação na área da saúde da mulher a partir de fatos reais do campo laboral; e caracterizar os desafios na prática profissional dos ACS enfatizando-se a melhoria da qualidade do serviço público e a adequação das competências programadas para sua categoria.Metodologia: Trata de uma pesquisa-ação com base empírica associada à realidade, fundamentada na preocupação da investigação estar focada na atuação no dia-a-dia. Como técnica de coleta de dados realizaram-se seminários programados com “guias temáticos” de temas gerais e específicos. Responderam questionário pré e pós-leitura do guia temático. Esses foram apresentados em power point e discutidos, relacionando as convergências/divergências à prática, produzindo o registro em atas e documentos de observação para tratar os dados.Resultados: Após discutidos os temas dos Guias, a saber: Sistema Único de Saúde, Políticas de Atenção Primária, Saúde da Mulher, Capacitação Profissional e de Género e Humanização (Gerais), Cuidados no Pré-natal e Prevenção de Câncer de Mama e Colo Uterino (específicos), os resultados apontaram como necessidades/desafios: insuficiência no treinamento para as atribuições definidas; atividades programáticas sem aderência à prática profissional; estratégias metodológicas tradicionais e de informação; oferta de conteúdos eventuais e específicos para determinadas atividades na maioria sobre doenças; e falta de supervisão/avaliação no campo laboral. Os conteúdos ministrados constituíram-se em um curso de atualização outorgando certificado emitido por uma Instituição de Ensino Superior Federal aos participantes dos seminários. Vale ressaltar que a pesquisa na qual compõe o estudo foi aprovada pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico/CNPq e pelo Comité de Ética em Pesquisa da Secretaria Municipal de Saúde do Rio de Janeiro/SMS/RJ.Conclusões: Conclui-se que a programação de conteúdos de capacitação a partir dos sujeitos qualifica as atribuições no cuidado à mulher na Atenção Primária no CMS, possibilita a reflexão e o equacionamento de problemas existentes no cotidiano profissional, permite a melhoria da eficiência e eficácia dos serviços prestados aos usuários e o avanço e gerenciamento das ações de competência do Agente Comunitário de Saúde.Palavras-chave: Saúde da Mulher, Políticas de Capacitação.Referências bibliográficas: Ministério da Saúde (2004). Política nacional de atenção integral à saúde da mulher: princípios e diretrizes. Brasil: Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Brasília: Ministério da Saúde. Ministério da Saúde. (2006). Política Nacional de Atenção Básica- Série Pactos pela Saúde. Brasil: Secretaria de Atenção Básica/Departamento de Atenção Básica, 4. Brasil. Presidência da República. Decreto n° 5.707, de 23 de fevereiro de 2006. Institui a Política e Diretrizes para Desenvolvimento de Pessoal e administração pública federal direta, autárquica e fundacional e regulamenta dispositivos da Lei n° 8.112, de 11 de dezembro de 1990. Thiolent, M. (2011). Metodologia da pesquisa-ação. 18ª Edição: São Paulo; Cortez Editora, 136p.

* Escola de Enfermagem Anna Nery, Enfermagem de Saúde Materno-Infantil** Escola Superior Anna Nery /UFRJ, Enfermagem*** Escola de Enfermagem Anna Nery/ UFRJ, Enfermagem**** Escola de Enfermagem Anna Nery/ Universidade Federal do Rio de Janeiro, Enfermagem

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108III Série - Suplemento 2013

Auto-perceção do estado de saúde nos países mediterrânicos da União Europeia em homens e mulheres

Clarinda Maria P. F. Silva da Rocha Cruzeiro*, Cristina Maria Figueira Veríssimo**

Introdução: A auto-perceção do estado de saúde, indicador subjetivo, complementa indicadores mais objetivos como a mortalidade e morbilidade. Ao sexo, como variável observável, associa-se o género como fator explicativo das diferenças entre homens e mulheres quando autoavaliam o estado de saúde (Vintém, 2008). Portugal, Grécia, Espanha, Itália e de uma forma menos notória a França, estão a atravessar uma crise financeira, económica e social. Esta crise afeta a saúde e a forma como esta é percecionada por homens e mulheres.Objetivos: Analisar como é percecionado o estado de saúde nos países mediterrânicos da União Europeia e a sua relação com o género; Comparar a evolução da auto-perceção de saúde segundo o género nos anos 2007 e 2011, nos países mediterrânicos da União Europeia.Metodologia: Estudo descritivo, tendo como fonte de informação a base de dados do Eurostat, do Health status: indicadors (EU- SILC health questions - EHLEIS country), comparação dos anos 2007 e 2011, segundo a auto-perceção e o género nos países supracitados. Os dados deste inquérito são recolhidos através de questionário por entrevista direta, numa amostra probabilística maior ou igual a 16 anos, por sexo e representativa da população. A auto-perceção do estado de saúde é avaliada tendo como alternativas de resposta: “Muito Bom”, “Bom”, “ Razoável”, “Mau” e “Muito Mau”.Resultados: Portugal distancia-se dos outros países em qualquer das qualificações, com uma auto-perceção do estado de saúde positiva (Muito Bom/Bom), com valores mais baixos para homens (54,2% e 58,3%) e mulheres (48,6% e 50,5%), anos 2007/2011, respetivamente. A qualificação Razoável apresenta um valor muito mais elevado para homens (33,4% e 29,6%) e para mulheres (36,6% e 34,3%). Uma percentagem apreciável da população portuguesa, seguida da italiana, perceciona o seu estado de saúde como Mau/Muito mau. Ao compararmos os cinco países identificam-se diferenças, em que a Grécia se evidencia com um valor bastante elevado na categoria Muito Bom e nos restantes países sobressai, maioritariamente, a categoria Bom. Analisando as respostas em cada um dos grupos (homens e mulheres) e considerando a análise temporal, verifica-se entre os homens um aumento, nalguns casos ligeiros, da consideração do estado de saúde como Mau/Muito mau, com exceção de Portugal e Espanha. Contudo, as mulheres, em todos os países, tendem a apresentar uma apreciação menos positiva da sua saúde.Conclusões: Os dados revelam como é percecionado o estado de saúde e a sua relação com o género, verificando-se a sua importância enquanto fator distintivo. Em todos os países existe uma qualificação mais positiva da auto-perceção da saúde, no entanto, as mulheres percecionam uma saúde menos positiva, contrariamente aos homens. Salienta-se o facto de Portugal apresentar os valores mais baixos relativamente à auto-perceção positiva do estado de saúde, para homens e mulheres. As diferenças entre países, nomeadamente os percursos históricos das populações, as políticas sociais/económicas e os sistemas de saúde, podem contribuir, no presente e futuro, para alterar estes resultados.Palavras-chave: Auto- perceção, Saúde, Género, Países mediterrânicos UE.Referências bibliográficas: Baert, K., & De Norre, B. (2009). Perception of health and acess to health care in the EU-25 in 2007. In Population and social conditions. Eurostat Statiscs in Focus, 24, 2-5. Retrieved February 26, 2013 from http://epp.eurostat.ec.europa.eu/cache/ITY_OFFPUB/KS-SF-09-024/EN/KS-SF-09-024-EN.PDF. Eurostat. Statistics database. (2013). Health status: indicators from the SILC survey (from 2004 onwards). Self-perceived health by sex, age and educational level. Database by themes. Population and social conditions. Health (health). Public health (hlth). Health status: indicators from surveys (SILC, HIS, LFS). Luxembourg: European Comission. Retrieved February 21, 2013, from http://epp.eurostat.ec.europa.eu/portal/page/portal/statistics/search_database. Observatório Português dos Sistemas de Saúde. (2012). Relatório de Primavera 2012. Crise e saúde: um país em sofrimento. Lisboa: OPSS. Acedido em 21 Fevereiro de 2013 em http://www.observaport.org/sites/observaport.org/files/RelatorioPrimavera2012_OPSS_3.pdf. Vintém, J. M. (2008). Inquéritos nacionais de saúde: auto-percepção do estado de saúde: uma análise em torno da questão de género e da escolaridade. Psicologia da Saúde, 2(26), 5-16.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP de Enfermagem de Saúde Pública, Familiar e Comunitária [[email protected]]** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UPC de Enfermagem de Saúde Pública, Familiar e Comunitária

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109III Série - Suplemento 2013

Câmara técnica de atenção à saúde da mulher: conquistas e desafios na prática profissional da enfermagem obstétrica fluminense

Maria Antonieta Rubio Tyrrell*, Ricardo José Oliveira Mouta**, Leila Gomes Ferreira de Azevedo***, Sabrina Lins Seibert****, Sidênia Alves Sidrião de Alencar Mendes*****

Introdução: A Enfermeira Obstétrica e Obstetriz - em que pese ter base legal - na atenção à mulher no pré-natal, parto e puerpério, vê-se continuamente ameaçada como protagonista numa profissão liberal nos serviços da rede saúde pública/privada. Alguns complicadores surgem como agravantes: não existe uma política de inserção das Enfermeiras Obstétricas na atuação específica; não se dispõe de diretrizes básicas e legais da assistência ao parto no domicílio; e falta legitimação dos dispositivos de regulação e fiscalização da assistência.Objetivos: O Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro (COREn/RJ), por meio da Câmara Técnica de Atenção à Saúde da Mulher (CTASM), definiu como objetivos específicos: identificar problemas reais da prática da enfermagem obstétrica; definir as diretrizes clínicas e responsabilidades básicas para a Assistência da Enfermagem Obstétrica nos Cenários do Parto Hospitalar, Centro de Parto Normal e Domiciliar; e constituir um Fórum de Profissionais gestoras.Metodologia: Utilizou-se uma metodologia participante por meio da pesquisa-ação de base empírica associada a uma ação coletiva de (re)solução do problema. Participaram dez profissionais realizando seis seminários, produzindo atas e documentos, fontes que levaram a identificação de problemas: atuação do profissional sem registro, sem critérios e diretrizes básicas de fiscalização da prática profissional, demandas/denúncias por prática não disciplinada e falta de um Fórum no Estado para os problemas e conduzir (re)soluções emergentes.Resultados: Os resultados serão registrados num documento onde constam as Diretrizes Clínicas Básicas para a Assistência da Enfermagem Obstétrica nos cenários de atendimento ao pré-natal, parto hospitalar e domiciliar e Centros de Parto Normal. Para a elaboração utilizámos os dispositivos da Lei do Exercício Profissional (7.498/86) e o Decreto-lei que a regulamenta (94.406/87), realizaremos uma revisão bibliográfica por meio do método de revisão integrativa de Diretrizes existentes da Agência de Vigilância Nacional de Saúde Suplementar, Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, informações do DATASUS, de Políticas Públicas à Saúde da Mulher, Conferências Nacionais/Estaduais e publicações sobre a matéria nacionais e internacionais. Esta produção será divulgada por meio de seminários regionais e um estadual, posteriormente publicada na forma de Caderno Técnico do COREN/RJ. A Decisão que normatiza a atuação e responsabilidade civil da Enfermeira Obstétrica e Obstetriz na Assistência ao Parto Domiciliar abrange 15 considerandos e cinco artigos.Conclusões: Nesta Decisão definem-se os parâmetros mínimos, regulamenta o registro da especialidade no COREn/RJ e fundamenta com resoluções do COFEn a assistência. Conclui-se que a definição de diretrizes, critérios e decisões sobre a responsabilidade civil assegura a prática profissional qualificada/disciplinada na atenção à mulher no processo gravídico-puerperal pela Enfermeira Obstétrica e Obstetriz.Palavras-chave: Política Pública, Enfermagem Obstétrica, Fiscalização Profissional.Referências bibliográficas: Ministério da Saúde. (2004). Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher: plano de ação 2004-2007. 1ª ed. Brasília. Buitendijk, J., Jonge, S., Goes, E. V., Ravelli, A., Verburg, M., & Nijhuis, B. (2009). Perinatal mortality and morbidity in a nationwide cohort of 529n688 low-risk planned home and hospital births. International Journal of Obstetrics and Gynaecology, 10(1), 1-10. Birthplace in England Collaborative Group. (2011). Perinatal and maternal outcomes by planned place of birth for healthy women with low risk pregnancies: the Birthplace in England national prospective cohort study. BMJ, 24(343). Diniz, S. (2009). Gênero, Saúde Materna e o Paradoxo Perinatal. Rev. Brasileira Crescimento e Desenvolvimento Hum, 19 (2).

* Escola de Enfermagem Anna Nery, Enfermagem de Saúde Materno-Infantil** Secretaria Municipal de Saúde de Rio das Ostras*** Casa de Parto David Capistrano Filho, Secretaria Municipal do Rio de Janeiro**** Conselho Regional de Enfermagem do Rio de Janeiro***** Escola de Enfermagem Aurora Afonso Costa/ EEAAC/UFF

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110III Série - Suplemento 2013

Género(s) y políticas sanitàrias: una propuesta de analisis

Mª Luisa Panisello Chavarria*, Inmacula Pastor Gosálbez, Mª Luisa Mateu Gil, Anna Panisello Tafalla

Introducción: La Organización Mundial de la Salud, desde 2002 insta a todos los países a integrar la perspectiva de género en los sistemas de salud y para ello ha elaborado varios documentos. La introducción de la perspectiva de género dentro de los sistemas sanitarios tiene como finalidad eliminar la discriminación por razón de género en relación con la salud. ¿Qué entendemos por perspectiva de género? ¿Qué elementos formarían parte de esta?Objetivos: Describir las dimensiones que debe incluir una política sanitaria con perspectiva de género; Proponer indicadores para el análisis de las dimensiones del género en las políticas sanitarias.Metodología: Nuestro estudio se encuadra dentro de los estudios feministas de la igualdad, siguiendo las posiciones epistemológicas de Sandra Harding asumiendo un punto de vista feminista (Harding,1996). Realizamos una revisión bibliográfica para definir qué dimensiones debería tener una política sanitaria con perspectiva de género. Posteriormente llevamos a cabo entrevistas en profundidad a diez informantes de privilegio para confirmar o no, si las dimensiones que habíamos descrito como constituyentes de una política pública para la integración de la perspectiva de género en el campo de la salud eran las adecuadas.Resultados: Tras la revisión bibliográfica y el análisis de las entrevistas en profundidad de las informantes de privilegio, definimos política sanitaria con perspectiva de género o sensibilidad de género como aquella que incluye en su maquinaria institucional, la visibilidad y participación de las mujeres, que tiene en cuenta la transversalidad en las actuaciones, los factores determinantes en el proceso de la salud y sus problemas en relación con el sexo/ género, así como la formación de los profesionales que la implementan y la investigación. Empleando un lenguaje no sexista ni androcéntrico, con el objetivo de aminorar y eliminar las desigualdades sociales en relación con el género. Así, para hacer operativa la línea conceptual perspectiva de género, hemos definido estas dimensiones: Visibilidad de las mujeres, Participación paritaria, Lenguaje e imágenes nosexistas ni androcénticas, Consideración de determinantes de la salud en relación con el sexo/ género, Transversalidad, Formación e Investigación en género.Conclusiones: Para que las políticas de igualdad sean una realidad, hay que analizar si los documentos que desarrollan la legislación tienen en cuenta la perspectiva de género. Podemos concluir que, el documento diseñado en este estudio, es útil para analizar si la perspectiva de género está presente en la Documentación (planes, protocolos, …) que desarrolla la legislación, dentro de la maquinaria de las políticas públicas. Constituye un paso mas en el camino para que la igualdad de jure llegue a ser igualdad de facto en relación al género.Palabras Claves: Igualdad, Sistema Sanitario, Perspectiva de género.Referencias bibliograficas: Harding S. (1996). Ciencia y feminismo. Madrid: Ediciones Morata SL.

* Universidad Rovira i Virgili, Enfermeria

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111III Série - Suplemento 2013

Gestão de Políticas Públicas em Género e Raça: uma estratégia para a promoção da saúde das mulheres.

Maria Celeste Landerdahl*, Stela Maris de Mello Padoin**, Adriane Roso***

Introdução: A busca por garantia de direitos/justiça para todos os segmentos sociais no Brasil direciona transversalidade de género e raça nas políticas públicas. Assim, os princípios da PNAISM incorporam, na perspetiva de género, a integralidade e a promoção da saúde das mulheres, enfatizando a importância do empoderamento. Relato conta experiência no Curso Gestão de Políticas Públicas em Género e Raça, elaborado pela Secretaria de Políticas Mulheres, Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial e ONU Mulheres, dentre outros.Objetivos: Formar profissionais aptos a atuar no processo de elaboração, aplicação, monitoramento e avaliação de projetos e ações de forma a assegurar a transversalidade e a intersetorialidade de género e raça nas políticas públicas.Metodologia: O Núcleo de Estudos Mulheres e Género, da Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) - Santa Maria, Brasil, executou o curso de 300h, para seis municípios do Rio Grande do Sul, Brasil, entre 2011/2012. Apoiado pelo Sistema Brasileiro da Universidade Aberta - UAB, foi desenvolvido em 10 meses. Foi oferecido na modalidade b-learning (Aprendizagem Mista), mas principalmente na modalidade e-learning. Contando com sete docentes e quatorze tutoras, 148 agentes sociais (e.g., gestores/as, conselheiros/as de instâncias de controle social, professoras do sistema de ensino público, ativistas sociais) concluíram o curso.Resultados: A experiência foi desafiadora e ao mesmo tempo gratificante. As relações dialógicas tecidas no curso propiciaram a análise crítica das desigualdades sociais, assinalando a responsabilidade do coletivo e de cada participante em transformar a realidade das mulheres. O acompanhamento pós-curso indica que muitos estudantes já estão aplicando o conhecimento adquirido, tanto nos seus trabalhos como na vida pessoal. De forma pontual, é possível elencar alguns resultados e produtos do curso, como inúmeras ações e diálogos com gestão e sociedade, tais como: luta por criação de Delegacias de Atendimento à Mulher e Conselho de Direitos das Mulheres; participação em Conferência de Políticas para as Mulheres e outras instâncias de controle social; ações com a população no Dia Internacional da Mulher e em campanhas pela não violência contra as mulheres; introdução de discussões sobre gênero e raça em escolas e grupos na comunidade rural e urbana, dentre outras.Conclusões: Acredita-se que iniciativas dessa natureza contribuam para a promoção da saúde das mulheres na medida em que as políticas públicas incorporam as especificidades e diversidades expressas no seu cotidiano, possibilitando implementar iniciativas políticas que facilitem a vida profissional, pessoal e familiar das mulheres. O trabalho de enfermagem deve ser pautado pelo compromisso de redução de desigualdades sociais que impactam a saúde de modo injusto e evitável. Sendo assim, é essencial transcender a oferta de procedimentos biomédicos orientados, assumindo também a responsabilidade política e ética de contribuir com a superação das desigualdades de género.Palavras-chave: Enfermagem, Saúde das mulheres, Políticas públicas.Referências bibliográficas: Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2004). Política Nacional de Atenção Integral à Saúde. Brasília: MS. Farah, M.F.S. (2004). Género e políticas públicas. Estudos Feministas, Florianópolis, 12(1): 360. Heilborn, M. L. et al. (2010). Gestão de Políticas Públicas em Gênero e Raça-GPP-GeR. MÓD.II. R.Jane: CEPESC; Brasília: SPM.

* Universidade Federal de Santa Maria, Enfermagem** Universidade Federal de Santa Maria, Enfermagem*** Universidade Federal de Santa Maria, Psicologia

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112III Série - Suplemento 2013

Intervencion de enfermeria en la estatica pelvica.

María Amparo Minguez Paniagua*, MªPaz Coco Barba**, Mª Carmen A. Diego Suaña***, Joaquina Martinez Sacristan****, Sonia Pérez Martín

Introducción: Determinados factores pueden desencadenar la incontinencia urinaria, el parto es uno de ellos debido al esfuerzo realizado durante los pujos y a la distensión de la musculatura perineal. Tras el parto, son los profesionales sanitarios, los que incluyen las revisiones del estado perineal. Es importante que la mujer reconozca los músculos que sostienen la vejiga, útero y recto, aprenda a contraer estos músculos correctamente para poder ejercitarlos y recuperar el tono muscular perdido y con ello el control miccional.Objetivos: Conocer técnicas de recuperación de las estructuras anatómicas deficitarias, la restauración del sostenimiento aponeurótico de la vejiga y la uretra, y el restablecimiento del eje y la profundidad normales de la vagina permitiendo mejorar la calidad de vida y el bienestar de la paciente.Metodología: Revisión bibliográfica y análisis del estado actual del tema. Se consultaron las bases de datos: Pubmed, Cuiden, Medlinel y Cochrane con los términos o descriptores siguientes: Incontinencia urinaria, reeducación vesical, rehabilitación física, partiendo del título que da cabida a nuestro trabajo. También se realizó una búsqueda en Internet en “Google académico” con los mismos términos. Realizado entre Junio 2012 y Marzo 2013. Criterios de selección: documentos relacionados con la prevención e intervención del suelo pélvico. Las técnica más corrientes: Testing Perineal; Ejercicios de Kegel; Gimnasia abdomino-pelviana.Resultados: La edad de inicio de la incontinencia se produce entre los 30-51 años, donde se incluye el periodo climatérico. Afecta a más de 1 millón de mujeres. 1. Realizando correctamente las técnicas de refuerzo de la musculatura pélvica y de reeducación vesical se consigue nuestro objetivo.2. Una tercera parte de las mujeres pueden tener algún grado de incontinencia urinaria 3 meses después del parto. 3. El abordaje conservador realizado por las enfermeras, parece reducir los casos de incontinencia urinaria. 4. Más de 120 especialistas en ginecología, urología y proctología de toda España proponen nuevos protocolos de tratamiento multidisciplinar en la patología de suelo pélvico, que en nuestro ámbito afecta a más del 34% de la población femenina.5. El impacto económico que representan las disfunciones de suelo pélvico queda reflejado en los más de 43 millones de euros (7.200 millones de pesetas) que se gastan anualmente sólo en Cataluña en material absorbente, para paliar la incontinencia del adulto.Conclusiones:Es importante dedicar tiempo para que la mujer reconozca los músculos que sostienen la vejiga, útero y recto, aprenda a contraerlos para ejercitarlos, recuperando así el tono muscular y control miccional. Controlando el grado de incontinencia y recomendando ejercicios para recuperar la musculatura perineal y tono vesical, se previene la incontinencia en al menos una de cada diez mujeres. La reeducación del suelo pélvico abarca cuatro campos de actuación: urología, ginecología, obstetricia, coló proctología y fisiosexología. Una tercera parte de las mujeres pueden tener algún grado de incontinencia urinaria 3 meses después del parto.Palabras Claves: Suelo-pélvico, Incontinencia urinaria, Educación sanitaria, Prevención.Referencias bibliograficas: González, A. M. (2008). Enfermería Clínica, 18(6), 326-9. Evidentia. Revista de enfermería basada en la evidencia. ISSN: 1697 – 638X. Lunes 18 de Febrero 2013, 20:44h. Enfermería Comunitaria. ISSN 1699 – 0641. Revista digital Internacional de cuidados de Salud Familiar y Comunitaria. Lunes 18 de Febrero 2013, 20:44. Nure Investigación. Nº 34. Mayo – Junio 08. Efectividad de una intervención enfermera protocolarizada en el tratamiento de la incontinencia urinaria.

* Hospital Virgen de la Concha, Cardiologia** Hospital, Hospitalización*** Hospital Provincial de Zamora, Medicina Interna**** Hospital Provincial de Zamora, Medicina Interna [[email protected]]

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113III Série - Suplemento 2013

Mulheres na Construção Civil: Empoderamento e Identidade de Género

Maria Celeste Landerdahl*, Stela Maris de Mello Padoin**, Wilza Vieira Villela***

Introdução: A política de saúde às mulheres no Brasil, considera o género um determinante social da saúde das mulheres, abordagem também recomendada em todas as políticas sociais brasileiras para o combate à pobreza, promoção do emprego e inclusão social. Assim, iniciativas que estimulam a entrada de trabalhadoras na construção civil, estratégias para equilíbrio das relações de género e independência financeira de mulheres, precisam ser olhadas na perspetiva de suas repercussões na vida destas mulheres. Pesquisa doutorado Programa DINTER UFSM/UNIFESP - Brasil.Objetivos: Conhecer as repercussões do trabalho na construção civil na vida de mulheres inseridas nesta atividade no município de Santa Maria – RS, Brasil.Metodologia: Pesquisa exploratória, com abordagem qualitativa desenvolvida com trabalhadoras da construção civil. Utilizou a história oral de vida como instrumento metodológico, tendo como contexto a construção civil no município de Santa Maria, RS, Brasil. A coleta de dados foi realizada mediante entrevista gravada, ante roteiro semi-estruturado, com duas questões relacionadas à história de vida da colaboradora e ao seu trabalho na construção civil como forma de conhecer as repercussões desta atividade em sua vida.Resultados: Participaram desta investigação oito operárias da construção civil de Santa Maria, em entrevistas com duração de mais ou menos 60 minutos. Nas entrevistas as mulheres falavam primeiramente sobre sua vida até seu contacto com a construção civil; a partir daí, as narrativas correram por conta da sua vivência nesta atividade e o que ela tem implicado no seu cotidiano pessoal e profissional. Os resultados apontam para autonomia financeira das mulheres que, por sua vez, aliada ao aumento da autoestima, parece desenvolver um processo de empoderamento que permite lidar de forma mais segura e confiante consigo mesmas e com o contexto em que vivem, muito embora não se reconheçam com esse poder; o fato de estarem desenvolvendo um trabalho culturalmente masculino, não necessariamente reflete em transformações nas relações de género, tanto no seu cotidiano pessoal como profissional. Os achados apontam, também, para a vivência de assédio moral no trabalho praticado, principalmente, por mestres de obra.Conclusões: Estudos dessa natureza possibilitam que a enfermagem entenda o cuidado para além do biológico, concebendo o sujeito assistido na sua globalidade e complexidade, reconhecendo que, mais do que curar doenças, é, também, papel da enfermeira estimular processos de construção individual e coletiva. Compreender as repercussões do trabalho na construção civil na vida das mulheres é fundamental para qualificar o trabalho da enfermagem e fortalecer sujeitos nos seus processos de produção de novos sentidos e significados para a relação entre os géneros. Espera-se que esses resultados contribuam para avaliação, (re)orientação e elaboração de políticas públicas às mulheres no Brasil.Palavras-chave: Enfermagem, Trabalho Feminino, Identidade Género, Empoderamento.Referências bibliográficas: Deere C. D., & León M. (2002). O empoderamento da mulher: direitos à terra e direitos de propriedade na América Latina. Porto Alegre: UFRGS, 2002. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2004). Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. Política Nacional de Atenção Integral à Saúde da Mulher – princípios e diretrizes. Brasília: Ministério da Saúde. Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres. (2008). II Plano Nacional de Políticas Para as Mulheres. Brasília: Imprensa Nacional.

* Universidade Federal de Santa Maria, Enfermagem** Universidade Federal de Santa Maria, Enfermagem*** Universidade Federal de São Paulo, Saúde Coletiva

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114III Série - Suplemento 2013

Qualidade de vida de gestantes adolescentes: avaliação pelo Índice de Ferrans e Powers

Ana Luisa Zanardo Buso*, Fernanda Marçal Ferreira**, Cíntia Tavares Carleto***, Eliana Maria Gaudenci****, Leila Aparecida Kauchakje Pedrosa*****

Introdução: A Organização Mundial de Saúde prioriza, como cuidado básico de saúde, a promoção da maternidade segura para adolescentes, garantindo a assistência necessária à jovem gestante. A gravidez na adolescência pode ocasionar complicações obstétricas, com repercussões para mãe e filho e, também, em sua qualidade de vida (QV ), estilo e condições de vida. A QV das mulheres, principais cuidadoras da família, é essencial à sustentabilidade da vida, especialmente das adolescentes grávidas que compreendem um grupo vulnerável a vários modos de adoecimento.Objetivos: Caracterizar sociodemograficamente gestantes adolescentes; identificar o Índice de Qualidade de Vida (IQV ) geral das adolescentes gestantes; e analisar a variação no IQV geral entre os trimestres gestacionais destas gestantes.Metodologia: Trata-se de um estudo quantitativo, seccional, realizado com adolescentes primigestas, em sala de espera de um ambulatório de pré-natal no município de Uberaba/MG, Brasil. A QV foi mensurada pelo Índice de Qualidade de Vida de Ferrans e Powers (1985). Os dados foram analisados no programa SPSS, versão 17.0, utilizando-se estatística descritiva e bidimensional. Esta pesquisa foi financiada pela FAPEMIG, autorizada pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (protocolo 1694) e realizada após a anuência e assinatura do TCLE pelas participantes e seus responsáveis legais.Resultados: Participaram desta pesquisa 30 gestantes adolescentes, sendo que 16,7% estavam no primeiro trimestre gestacional, 43,3% no segundo e 40% no terceiro. A idade variou de 13 a 17 anos (média 15,37 anos). 54,8% das adolescentes eram solteiras, 63,3% eram estudantes e possuíam 8,8 anos de estudo formal. A renda familiar média foi de R$901,92. O instrumento de IQV, desenvolvido por Ferrans e Powers, apresenta variação de escore entre 0 e 30 pontos, sendo que quanto maior for a pontuação melhor é a qualidade de vida atribuída. O IQV geral das adolescentes variou entre 11,07 e 28,56, com média de 23,30. Os valores médios do IQV geral por trimestre gestacional foram de 20,90 para o primeiro, 22,91 para o segundo e 24,81 para o terceiro e não houve variação significativa do IQV por trimestre gestacional. Assim, de acordo com os valores do IQV geral encontrados, as adolescentes apresentaram perceção positiva de sua qualidade de vida independentemente da fase gestacional em que se encontravam.Conclusões: Concluiu-se que as gestantes adolescentes desta pesquisa apresentaram elevado IQV e que não houve variação entre os trimestres gestacionais, negando a hipótese de que o IQV seria mais baixo no primeiro trimestre gestacional em decorrência da descoberta de uma gravidez, na maioria das vezes, indesejada. Percebeu-se que a gravidez passou a ser desejada e a maternidade uma escolha de vida, justificando os índices de qualidade de vida elevados. Tais resultados suscitam reflexões sobre a necessidade de revisão de conceitos sobre determinações sociais, género, gravidez e qualidade de vida de jovens adolescentes, incluindo nas ações em saúde dirigidas a este grupo.Palavras-chave: Adolescente, Gestantes, Qualidade de Vida.Referências bibliográficas: Ferrans, C., & Powers, M.. (1985) Quality of life index: development and psychometric properties. Advances in Nursing Science, 8, 15-24. Marçal, F. (2011). Avaliação da qualidade de vida de adolescentes após a maternidade. Dissertação (Mestrado em Atenção à Saúde) – Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Uberaba, Minas Gerais, Brasil. World Health Organization ( WHO). (2008). Department of Making Pregnancy Safer. Making pregnancy safer – a newsletter of worldwide activity. Gevena, Switzerland. Recuperado em 05, out., 2009, de http://www.who.int/making_pregnancy_safer/documents/newsletters/mps_newsletters_issue6. Yazlle, M. (2006). Gravidez na adolescência. Revista Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia. Rio de Janeiro, 28(8), 443-5.* ** *** **** *****

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115III Série - Suplemento 2013

Teoria de género aplicada na investigação sobre saúde e envelhecimento na Europa: Uma revisão crítica

Inês Gomes*, Rita Burnay**, António Manuel Marques***, Ana Fernandes****

Introdução: No domínio da saúde, o estudo da relação entre género e curso de vida permite revelar a influência do meio sociocultural, bem como a forma como cada indivíduo responde a este. O estudo da saúde no tempo da velhice de uma perspetiva de género tem sido frequentemente criticado por não apresentar avanços significativos. A análise da investigação empírica mais recente contribui para caracterizar o estado da arte e discutir a sua influência na formulação de políticas e serviços de saúde.Objetivos: O objetivo principal da revisão sistemática foi o de identificar e analisar as teorias de género aplicadas na investigação em saúde, no grupo dos adultos mais velhos, na região Europeia. A revisão sistemática pretendia caracterizar o estado da arte, identificar os principais desenvolvimentos e as áreas que necessitam ainda de maior investimento.Metodologia: Efetuou-se uma revisão sistemática em bases de dados bibliográficas na Internet, entre abril e maio de 2011. Os critérios de elegibilidade foram: estudos empíricos originais; publicados nos últimos 5 anos ( janeiro 2005 – maio 2011); que abordam a saúde dos mais velhos numa perspetiva de género; e conduzidos na região Europeia. A procura utilizou diferentes Palavras-chave: ageing; later life; elderly; gender; health; wellbeing, em todas as suas possíveis combinações. O processo de seleção foi progressivo, tendo sido conduzido independentemente por 3 investigadores. No final foram escolhidos 16 estudos.Resultados: À exceção de 3 estudos que se baseiam na teoria dos papéis de género, os restantes não identificam qual a teoria de género que adotam. Igualmente são omissos na discussão das vantagens e limitações que uma determinada teoria pode implicar. Contudo, o facto de não identificaram qual a opção teórica não significa a inexistência de uma. Assim, esta revisão identificou uma teoria utilizada em todos os estudos: a abordagem categorial de género. Esta abordagem “in its commonest form takes a dichotomous classification of bodies as a complete definition of gender” (Connell, 2012, p. 1675). As medidas de saúde e de doença são analisadas por sexo, pelo que mulheres e homens são tratados como grupos distintos e separados. A abordagem categorial olha ao impacto da estrutura social na vida dos indivíduos, pelo que a relação género - saúde é vista apenas nesse sentido. O papel da agência individual em saúde está, assim, ausente deste grupo de estudos.Conclusões: Na Europa, a saúde dos mais velhos analisada sob uma perspetiva de género é uma área ainda pouco desenvolvida, pelo que de um ponto de vista teórico futuras investigações necessitam de ser mais suportadas e apresentarem maior diversidade. A revisão identificou um maior equilíbrio no estudo de mulheres e homens, embora ainda seja identificável uma tendência para o estudo da mulher. Assim, o estudo do homem mais velho necessita maior investimento. A maioria dos estudos integra uma abordagem intersectorial, o que permite retratos sociais mais complexos e informativos. Neste âmbito, os aspetos socioeconómicos do envelhecer são os mais destacados.Palavras-chave: Envelhecimento, Europa, Revisão, Saúde, Teoria género.Referências bibliográficas: Connell, R. (2012). Gender, health and theory: Conceptualizing the issue, in local and world perspective. Social Science & Medicine, 74(11), 1675-1683.

* Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa** Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa*** Escola Superior de Saúde do Instituto Politécnico de Setúbal, Dep. Ciências Sociais e Humanas**** Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas da Universidade Técnica de Lisboa

GÉNEROS E PROMOÇÃO DA SAÚDE

GENDERS AND HEALTH PROMOTION

GÉNEROS Y PROMOCIÓN DE LA SALUD

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119III Série - Suplemento 2013

A propósito de un parto: investigación cualitativa

MªPaz Coco Barba*, Joaquina Martinez Sacristan**, Sonia Pérez Martín, María Amparo Minguez Paniagua***, Mª Carmen A. Diego Suaña****

Introducción: Existen varias estrategias de psicoprofilaxis obstétrica para aumentar la elasticidad perineal y prevenir sus lesiones, entre ellas el método Epi-no, dispositivo para ejercitar la musculatura del suelo pélvico en el pre-postparto.En nuestro estudio queremos contar la experiencia de un parto en el que se utilizaron el masaje perineal, posturas facilitadoras y el Epi-no como medidas de prevención de la episiotomía.Mª Paz, de 30 años, primípara, nos cuenta cómo vivió su preparación al parto.Objetivos: Conocer los sentimientos, actitudes y experiencia de una mujer en la fase final de su embarazo, así como las vivencias y beneficios del uso del masaje perineal, posturas facilitadoras y el Epi-no, para fortalecer su periné, como medidas de prevención de la episiotomía durante el parto.Metodología: Para conocer la experiencia de una mujer que había usado el método Epi-no en su embarazo realizamos un estudio cualitativo descriptivo de carácter fenomenológico, a través del relato biográfico.La técnica para la recogida de datos estuvo basada en la entrevista en profundidad, que se realizó en 2 sesiones de 1 hora de duración, en su casa, donde se disponía de las condiciones de privacidad y comodidad adecuadas. La entrevista fue grabada y transcrita textualmente.Se incluyó a la participante mediante muestreo por conveniencia.Resultados: Narra cómo estaba sensibilizada ante la episiotomía. Cómo adquirió información sobre este método y cómo lo consiguió. Cuándo empezó a utilizarlo, su rutina diaria, sus dificultades iniciales y sus logros junto a su marido. La constancia y sacrificio que significó. Cómo además de preparar su periné lo hizo psicológicamente al adquirir tranquilidad y confianza en sí misma. Relata las últimas horas en el hospital, los ejercicios de respiración y posturas que la ayudaron. Su experiencia con la anestesia epidural. El trabajo de la matrona con sus dedos y lubricante para ayudarla a dilatar. El expulsivo tan limpio, sin corte alguno en su periné. El buen estado de su hija con un Apgar inmejorable. La alegría de tener a su hija en su regazo. Cómo hora y media más tarde estaba caminando, sin dolor, plenamente volcada en su bebé. Cómo realizó a las 3 semanas los ejercicios para reforzar el suelo pélvico y cómo su cuerpo está igual que antes.Conclusiones: El testimonio de Mª Paz insiste en los beneficios que vio tras la utilización del método Epi-no, pero también se refleja la falta de información y las dudas que tuvo por estar este método tan poco extendido. Sería necesario que los profesionales lo conocieran para poder recomendarlo a aquellas mujeres susceptibles de poderlo usar, no estando exento de contraindicaciones y limitaciones.Palabras Claves: Parto, Episiotomía, Investigación-cualitativa, Relato-Bibliográfico, Epi-no.Referencias bibliograficas: Ibermedic(2001); Epi-no; 20/11/2012; http://www.ibermedic2001.com/EPINO.htm. Promaternity.com; Epi-no; 21/11/2012; http://www.epi-no.es/

* Hospital, Hospitalización** Hospital Provincial de Zamora, Medicina Interna [[email protected]]*** Hospital Virgen de la Concha, Cardiologia**** Hospital Provincial de Zamora, Medicina Interna

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120III Série - Suplemento 2013

Adesão aos Regimes Terapêuticos: Estratégias Facilitadoras

Filipa Veludo*, Patrícia Cruz Pontí�ce Sousa Valente Ribeiro**

Introdução: A adesão ao regime terapêutico é considerada um foco de atenção dos enfermeiros e um fenómeno prioritário de saúde das pessoas. Os processos de transição de saúde-doença em pessoas e famílias em situação de doença crónica requerem parcerias de cuidados promotores de desenvolvimento de capacitação de competências de autocuidado na gestão da doença crónica.Objetivos: Procurando a apropriação de conhecimento próprio da disciplina de Enfermagem, emergiu a necessidade de pesquisa de estratégias facilitadoras de mecanismos de adaptação a novas realidades em pessoas/família a vivenciar situações de transição de saúde-doença. Definimos como Objetivos: Caracterizar a divulgação científica referente à adesão ao regime terapêutico em pessoas em situação de doença crónica, em contexto de cuidados de enfermagem; Evidenciar as estratégias consideradas facilitadoras da adesão ao regime terapêutico.Metodologia: Revisão de literatura. Pesquisa realizada utilizando os motores de busca EBSCO HOST e MEDLINE e RCAAP. Descritores: Adherence to treatment AND chronic disease AND nurs*. Critérios de inclusão: artigos que envolvessem o fenómeno em estudo; artigos com abordagem a estratégias facilitadores em pessoas com doença crónica; artigos disponíveis em texto integral. Critérios de exclusão: referências decorrentes de trabalhos académicos de 1º ciclo. De 81 referências selecionaram-se após leitura de título 58, de resumo 47, restringindo após leitura de texto integral um total de 26 artigos pertinentes para o estudo.Resultados: 2010 emerge como o ano de maior publicação (23,1%); USA (25%) e UK (18,8%) distinguem-se como os países que mais desenvolveram o fenómeno em estudo (bases eletrónicas internacionais); no RCAAP, Portugal apresenta maior nº de referências (66,7%); tipologia: estudos primários (65%), teses de mestrado/doutoramento (15%) e revisões de literatura (12%). As estratégias facilitadoras foram agrupadas em duas dimensões, revestidas de um carácter refletido e intencional: Relação Interpessoal (18%) - onde se destacam com maior frequência a Comunicação/Processo de relacionamento eficaz (disponibilidade, empatia, escuta ativa, relação de confiança e reciprocidade, encorajamento por palavras motivadoras, adaptação da linguagem ao grau de compreensão) (52%) e a Individualização do ensino (21%); Ação Profissional (82%), cujas estratégias foram divididas em dois tipos de intervenções – Intervenções Educacionais (46%), onde se evidenciam com maior frequência estratégias como Ações de educação/ensino (29%) e Treino de autoeficácia (26%); e Intervenções Comportamentais (54%), onde se destacam estratégias de Intervenção educativa por seguimento telefónico (17,3%) e Estratégias focalizadas na pessoa (esclarecimento) (11,1%).Conclusões: A adesão ao regime terapêutico promove a aquisição de poder e controlo sobre a vida das pessoas e famílias em situação de doença crónica, proporcionado não só um ganho de conhecimentos como também o desenvolvimento de competências. Permitem a tomada de decisão e uma participação efetiva no seu projeto de saúde. As estratégias facilitadoras promovem comportamentos de adesão como processo intencional na ação profissional dos enfermeiros, constituindo uma oportunidade de desenvolvimento de práticas e conhecimento da disciplina de Enfermagem.Palavras-chave: Adesão tratamento, Doença crónica, Estratégias.Referências bibliográficas: * Dias, A., Cunha, M., Santos, A., Neves, A., Pinto, A., Silva, A., et al. (2011). Adesão ao regime terapêutico na doença crónica: revisão da literatura. Millienium, 201-219. Henriques, M. A. (2011). Adesão ao regime medicamentoso em idosos na comunidade - eficácia das intervenções de enfermagem. Lisboa: Tese de Doutoramento em Enfermagem apresentada à Universidade de Lisboa. Melleis, A. (1997). Theoretical Nursing: Development & Progress. Philadelphia: Limpincott-Raven publishers. Pinto, A. P., & José, H. (2012). Hipertensão arterial e adesão ao regime terapêutico nos cuidados de saúde primários. Journal of Nursing, 1638-1647.

* Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde** Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde [[email protected]]

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121III Série - Suplemento 2013

Auto-eficácia, resiliência e atribuição de causalidade nos estudantes de enfermagem. Diferenças e semelhanças de género.

Elisabete Pinheiro Alves Mendes Fonseca*

Introdução: O presente trabalho salienta as crenças de auto-eficácia, resiliência e atribuições causais nos estudantes de enfermagem, tendo em conta a sua expressão segundo o género. As crenças de auto-eficácia atuam como mediadoras entre as capacidades do estudante e o seu desempenho. A resiliência parece atuar na forma como o estudante adquire competências para o confronto com a adversidade. Os estudantes têm as suas ações influenciadas pelas explicações causais. Determinadas atribuições afetam as expectativas que, de alguma forma, influenciam o desempenho.Objetivos: Conhecer as crenças de auto-eficácia académica em estudantes de enfermagem portugueses de acordo com o género; Analisar os padrões de resiliência segundo o género; Conhecer as dimensões e atribuições de causalidade do desempenho dos estudantes de enfermagem portugueses segundo o género.Metodologia: Estudo do género descritivo-correlacional. População: Estudantes portugueses de enfermagem. Amostra selecionada: 802 estudantes do 4ºano da Licenciatura em Enfermagem, de cinco escolas públicas de enfermagem em Portugal, tendo em conta a sua dispersão geográfica. Os dados foram recolhidos através da Escala Multidimensional de Auto-eficácia Percebida; Inventário Measuring Sate and Child Resilience; Questionário de Atribuições e Dimensões Causais e Questionário de construção própria para recolha de dados sociodemográficos e académicos Análise de dados através do programa Statistical Package for the Social Science (SPSS).Resultados: Os estudantes do género masculino tendem a percecionar maior eficácia para os tempos livres e atividades extracurriculares na escola, menor eficácia auto-regulatória, maior auto-eficácia social e auto-assertiva e menor auto-eficácia para obter o apoio parental e comunitário. Quanto à eficácia auto-regulatória percecionam-se menos eficazes, o que parece indicar que são os rapazes que possuem menos capacidades para usar processos auto-regulatórios como sejam, a definição de objetivos pessoais e atuação de carácter estratégico.Os estudantes do género masculino percecionam-se com maior auto-eficácia social e auto-assertiva, acreditando que são capazes de estabelecer boas relações sociais com os seus pares e manifestarem comportamentos assertivos. Os rapazes evidenciaram menor auto-eficácia para obter o apoio parental e comunitário. Em relação às atribuições de causalidade encontrámos diferenças estatisticamente significativas apenas na dimensão de estabilidade. Os resultados obtidos parecem evidenciar que os rapazes, relativamente ao seu desempenho, consideram haver estabilidade na atribuição causal. Na resiliência não se verificaram diferenças estatisticamente significativas entre alunos e alunas.Conclusões: Independentemente do género, as crenças de auto-eficácia devem ser desenvolvidas desde o início da licenciatura em enfermagem, através do ensino e da aprendizagem de comportamentos estratégicos que desenvolvam o pensamento crítico e estruturado, a inovação e a criatividade no sentido de proporcionar aos estudantes de enfermagem a capacidade de explorar possibilidades profissionais e tomar decisões de carreira. Os resultados alertam-nos para a necessidade de fomentar estratégias educacionais que promovam a resiliência, com o objetivo de ampliar os recursos pessoais dos estudantes tendo em conta as características inerentes às diferenças de género.Palavras-chave: Estudantes, Auto-eficácia, Resiliência, Atribuição de causalidade.Referências bibliográficas: Barros, M., & Batista-dos-Santos, A. (2010). Por dentro da autoeficácia: um estudo sobre seus fundamentos teóricos, suas fontes e conceitos correlatos. Revista Espaço Académico, 112, (10), 1-9. Dante, A., Valoppi, G., & Saiani, L. (2011). Factors associated with nursing students’ academic success or failure: a retrospective Italian multicenter study. Nurse Education Today, 31, (1), 59-64. Goff, Anne-Marie (2011). Stressors, Academic Performance, and Learned Resourcefulness in Baccalaureate Nursing Students. International Journal of Nursing Education Scholarship, 8, (1), 1-19. Retirado de www.ebscohost.com. Mascarenhas, S., Gonzaga, L., & Jesus, S. N. (2009). Avaliação de atribuições causais para o rendimento no ensino superior – Um estudo com estudantes de Portugal e do Brasil. Actas do X Congresso Internacional Galego-Português de Psicopedagogia. Braga: Universidade do Minho, 5021- 5030.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem Fundamental [[email protected]]

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122III Série - Suplemento 2013

Condicionantes de género en la elección alimentaria de un grupo de mujeres adultas sanas de Valladolid, España

María José Cao Torija*, Magdalena Santo Tomás Pérez**, Mª José Castro Alija***

Introducción: La alimentación de las mujeres, se ve mediatizada por diversos aspectos derivados del rol social que por cuestiones de género se les atribuye. Conocer esos aspectos a través de la investigación en grupos concretos de mujeres, podría aplicarse a la hora de establecer programas de promoción de la salud para el colectivo, como especialmente vulnerable, reorientando su estilo de vida hacia patrones más saludables.Objetivos: Describir aspectos moduladores de la conducta alimentaria; Constatar responsabilidad y papel de la mujer en la alimentación familiar; Valorar IMC estimado, peso corporal deseado y preocupación por el peso; Establecer la percepción de la propia imagen corporal.Metodología: Estudio descriptivo transversal, observacional y analítico: mide características del comportamiento alimentario de una muestra concreta de 500 mujeres de 40 a 60 años (media 51,18 años) de Valladolid, España. Con una base de datos relacional diseñada en Access se procedió al cálculo de las distintas variables, socioeconómicas, demográficas, antropométricas y algunas más relacionadas con actitudes y estilos de vida, esclarecedoras del comportamiento en relación con la alimentación y que se resumen en porcentajes, medias, desviaciones típicas y percentiles según los casos.Resultados: Nivel de estudios: Predominan estudios medios 42,45%. El 98,19% son responsables de la alimentación familiar. Consideran la opinión de expertos el 75,96%, medios de comunicación el 43,43% y no publicidad el 80,41%. Los motivos en la elección alimentaria son: economía (45,53%), y preferencias de la pareja (14,55%), moda, estética, facilidad de preparación,… Sobreestimación del peso moderada, no existiendo trastorno en la auto percepción de la imagen corporal. El 87,5% están preocupadas por el peso, de ellas el 78% por razones de estética y salud. El IMC (Índice de masa corporal) estimado promedio se sitúa en 24,43, dentro de los límites normales (consenso SEEDO 2004). Han tratado de ocultar la silueta con la ropa en alguna ocasión el 57,14% de las mujeres. Han hecho dieta para perder peso en los últimos seis meses el 17,85% de las mujeres. El 40,54% admiten comer a deshora y lo hacen por placer el 30,76 % y aburrimiento el 30,76%.Conclusiones: Poseen suficientes estudios para conocer básicamente la alimentación, son responsables de la alimentación familiar, consideran la opinión de expertos y no se influencian por publicidad, aunque el primer motivo para la compra y el menú, es la economía.Presentan una sobre estimación moderada de su propio peso y no existe trastorno en la percepción de su imagen. Desean perder peso, han tratado de ocultar su silueta con la ropa y sin embargo no han hecho dieta en los últimos seis meses. Admiten comer a deshora, por placer, aburrimiento y ansiedad. Consideran su alimentación correcta y no creen importantes sus transgresiones.Palabras Claves: Mujeres, Salud, Género, Comportamiento alimentario.Referencias bibliograficas: Borrell, C., Calvente, M. & Martí, J. (2004). La salud pública desde la perspectiva de género y clase. Informe SESPAS. López, E. et al. (2010). Una mirada al género en la investigación. Análisis cualitativo. Atención Primaria, 43(10), 532-535. Doyma, E., & Arnaiz, M. (2010). Engordar, adelgazar, enfermar. En Esteban et al. Antropología, género, salud y atención. Barcelona: Ediciones Bellaterra, 71-88. Lagarde, M. (2000). Claves feministas para la autoestima de las mujeres. Madrid: Editorial Horas y Horas.

* Escuela Universitaria de Enfermería de Valladolid, Enfermería** Escuela Universitaria de Enfermería de Valladolid, Enfermería*** Escuela de Enfermeria Valladolid, Enfermería

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123III Série - Suplemento 2013

Conocimiento del metodo epi-no por las matronas de atención primaria de Zamora

Mª Carmen A. Diego Suaña*, Mª Amparo Minguez Paniagua**, Sonia Pérez Martín, MªPaz Coco Barba***, Joaquina Martinez Sacristan****

Introducción: El epi-no es un ejercitador de la musculatura del suelo pélvico en el pre y posparto. Con este estudio se medirá el nivel de conocimiento de las matronas hacia este método, así como su opinión acerca del mismo. También se identificarán las barreras existentes a la hora de aconsejarlo en las clases de preparación al parto a las futuras madres. Tiene especial relevancia la divulgación de este método por parte de los profesionales como principal fuente de información para parturientas.Objetivos: Identificar tanto el grado de conocimiento que las matronas de atención primaria de Zamora tienen sobre el método epi-no como su opinión acerca de los beneficios que este ejercitador perineal y su disposición para aconsejarlo a las futuras madres en las clases de preparación al parto.Metodología: Estudio cuantitativo, descriptivo y transversal, cuya muestra coincide con la población total de matronas de atención primaria de Zamora. Los datos se recogerán mediante grabación de las respuestas al cuestionario previamente establecido. La hipótesis que se utiliza es que a mayor conocimiento del profesional de enfermería en el uso del epi-no, mayor divulgación y uso del mismo por las parturientas. Para este estudio se lleva a cabo una revisión bibliográfica, reuniones grupales, realización de las entrevistas y tratamiento de los resultados. Periodo realización Octubre 2012 - Marzo 2013.Resultados: El 84.61% de las matronas encuestadas han ejercido su profesión entre 20-39 años. Habiéndola desarrollado en paritorio y A.P Siendo en este último ámbito donde han ejercido los últimos 8-32años. El 30.77% son matronas del medio urbano y el 69.23% del medio rural. Conociendo el método epi-no el 53.84%. El 100% son de sexo femenino y piensan que cualquier método, que facilite el momento del parto es bien aceptado. Lo han llegado a conocerle a través de: congresos (folletos en stands), boletines, revistas, compañeras, mujeres embarazadas, grupo de madres lactantes y sesiones clínicas. En sus clases de preparación al parto el 30.76% hacen referencia a este método, puntualizando que no hacen seguimiento sobre ello. Solamente en aquellos casos que demandan información, lo hacen de forma individualizada. El 69.23% no hace mención. Utilizan el masaje perineal, los ejercicios de Kagel, todo ello dentro de una educación sanitaria.Conclusiones: No existe un buen conocimiento del método, Las que lo conocen no han llegado a profundizar en ello, consideran que la población a la que asisten, no estaría dispuesta a utilizarlo, por ser un método caro y su utilización exige constancia y destreza. Consideran que las mujeres no conocen su propia anatomía y son reacias a introducir objetos en zona vaginal.Palabras Claves: Epi-no, Matrona, Grado Conocimiento, Episiotomía.Referencias bibliograficas: Ibermedic (2001); Epi-no; 20/11/2012; http://www.ibermedic2001.com/EPINO.htm. Promaternity.com; Epi-no; 21/11/2012; http://www.epi-no.es/

* Hospital Provincial de Zamora, Medicina Interna** Hospital Virgen de la Concha, Cardiologia*** Hospital, Hospitalización**** Hospital Provincial de Zamora, Medicina Interna [[email protected]]

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124III Série - Suplemento 2013

Diferenças de género na perceção dos estudantes do ensino secundário e profissional sobre teatro fórum na prevenção da violência nas relações de namoro

Júlia Maria das Neves Carvalho*, Helena Maria Mourão Felizardo**, Ana Filipa dos Reis Marques Cardoso***, António Manuel Martins Lopes Fernandes****, Sara Filipa Amaral Soares*****

Introdução: O Teatro Fórum é uma estratégia que favorece a compreensão e a procura de alternativas para problemas pessoais, interpessoais e comunitários. Pretende induzir a reflexão sobre relações de poder. Esta estratégia permite associar outras formas de educação social nomeadamente a educação por pares, por colocar ênfase na participação e no empoderamento dos jovens. A combinação destas estratégias promove a responsabilidade dos jovens pela sua saúde e participação social para resultados em Saúde (Teixeira, 2007).Objetivos: Avaliar a satisfação dos estudantes do ensino secundário sobre a estratégia do Teatro Fórum na educação pelos pares para a prevenção da violência no namoro. Analisar as perceções acerca da sua relevância, nomeadamente para conhecimentos e estratégias no comportamento enquanto namorado(a); para a sua participação na sessão; perceção da violência; sensibilização para pro-atividade na identificação das situações de violência; na procura de informação e no diálogo entre namorados.Metodologia: Estudo descritivo, transversal, com 4158 estudantes do ensino secundário e técnico profissional da região Centro de Portugal, de ambos os sexos (55,7% feminino e 43,7% masculino) com uma média de idade de 16,2 anos (SD=1,2). Foi usado um questionário contendo informação de caracterização sociodemográfica; da relação de namoro e da avaliação da sessão desenvolvida pelos pares educadores, para a prevenção da violência no namoro (12 itens), aplicado após as sessões de educação pelos pares. Foi efetuado um pedido de autorização à Direção Regional de Educação do Centro (DREC).Resultados: Neste estudo, 68,3% dos respondentes referiram ter namorado(a), em média, há 8,9 meses (SD=10,0). O Teatro Fórum usado na sessão permitiu a 60,2% das raparigas e 61,7% dos rapazes sentir que os seus problemas são comuns a outros; a 54,3% das raparigas e 52,4% dos rapazes perceberem que adotaram comportamentos violentos que até aí não percecionavam como violentos. Possibilitou a 52,8% das raparigas e 53,4% dos rapazes perceber que têm amigos vítimas e a 55,5% das raparigas e 56,0% dos rapazes que tem amigos violentos com os (as) namorados (as). Permitiu estarem despertos para situações de violência no namoro a 96,9% das raparigas e 88,9% dos rapazes; para o diálogo entre os (as) namorados (as) a 96,7% das raparigas e 88,9% dos rapazes. Possibilitou ainda o conhecimento de estratégias para: evitar situações de violência entre namorados (as) a 95,6% das raparigas e 87,7% dos rapazes e mudar o comportamento enquanto namorado (a) em 85,9% raparigas e a 80,6% rapazes.Conclusões: O Teatro Fórum como estratégia de educação pelos pares para a prevenção da violência no namoro assumiu-se muito útil para estudantes do ensino secundário. Esta estratégia promove a participação ativa dos jovens na sessão; melhora a perceção da violência enquanto problema pessoal e interpessoal, como vítima/agressor; promove pró-atividade na identificação de situações de violência; na procura de conhecimento; diálogo entre os companheiros e identificação de estratégias de intervenção. As duas estratégias, teatro fórum e educação pelos pares, potenciam-se. Os resultados encontrados permitem concluir que este modo de sensibilização constitui um método útil para a prevenção da violência nas relações de namoro.Palavras-chave: Namoro, Jovens, Teatro Fórum, Violência.Referências bibliográficas: Caridade, S., & Machado, C. (2008). Violência sexual no namoro: relevância da prevenção. Psicologia. 22: 77-104. Escola Superior de Enfermagem de Coimbra (ESEnfC) (2008). Projeto (O) Usar & Ser Laço Branco. ESEnfC. Coimbra. Teixeira, T.M.B. (2007). Dimensões Sócio Educativas do Teatro do Oprimido: Paulo Freire e Augusto Boal. Tese de doutoramento em Educação e Sociedade. Departamento de Pedagogia Sistemática e Social - Universidade Autónoma de Barcelona, Barcelona. 335pp.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP – Enfermagem de Saúde Materna e Ginecológica [[email protected]]** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP Enfermagem Fundamental [[email protected]]*** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra**** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Fundamentos de Enfermagem***** Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, EPE, Bloco Operatório da Maternidade Bissaya Barreto

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125III Série - Suplemento 2013

Educación Sanitaria a mujeres con diabetes gestacional

Sagrario Gomez Cantarino*, Angel Fernández Garcia**

Introducción: El embarazo con diabetes (DMl o DMII), se considera un embarazo de riesgo, esto no significa que se vaya a producir numerosos problemas, siendo necesaria una atención adecuada antes y durante la gestación para evitar complicaciones maternas y fetales. Toda mujer con DMI o DMII, que desee un embarazo, debe ser atendida para realizar una educación previa a la concepción, evaluar su estado de salud actual, conocer los riesgos de la gestación y tratar su patología para evitar diferentes complicaciones.Objetivos: Objetivo General - Desarrollar una intervención enfermera acerca de la adopción de hábitos y estilos de vida saludables en la mujer con DMl o DMll a nivel pregestacional, para disminuir la morbi-mortalidad fetal y evitar diferentes complicaciones maternas. Objetivo especifico - Desarrollar una intervención enfermera dirigida a mujeres con DMI o DMII, valorando el momento más adecuado para su embarazo, con el propósito de disminuir la morbi-mortalidad fetal y evitar complicaciones maternas.Metodología: Estudio realizado utilizando los planes de cuidados ayudándose de NANDA, Noc y Nic, para llevar a cabo el cuidado de la mujer durante su gestación así como la atención directa al recién nacido. La intervención trató a mujeres con DMI o DMII ya instaurada, en edad fértil, se realizó educación grupal, ya que el grupo funciona de motivador y reforzador, este incluyó una enseñanza estructurada mediante clases expositivas, grupos de discusión, identificación de miedos y ansiedad, manifestación de experiencias personales en caso de embarazo anterior, etc..Resultados: La intervención enfermera va dirigida a mujeres con DMI o DMII en edad fértil, para controlar su nivel de glucemia meses anteriores al embarazo. Dichas mujeres son diabéticas de larga evolución, por tanto, conocen como tratar su enfermedad, pero desconocen que es necesario planificar su gestación y que la gestación puede ser motivo de alteración de sus niveles glucémicos, por lo que deben aprender la importancia de controlar sus niveles glucémicos estrictamente antes de que se produzca la gestación. La educación estaba encaminada a situaciones especiales que pueden sufrir una mujer con diabetes, como es el caso de la gestación, fue más fácil la intervención educativa, por la alta motivación que tienen estas mujeres, por el deseo de quedarse embarazas. Esta intervención educativa, se realizó con mujeres(de 15 a 44 años), pertenecientes a la Zona Básica de Salud (ZBS) del área nº 1 de Toledo.Conclusiones: La enfermera es la figura indicada para impartir dicha educación, realizar un plan de cuidados acorde a su situación, proporcionando información adecuada y actualizada. La captación no fue sencilla, porque actualmente no se está planificando la gestación en dichas mujeres. Es muy importante que exista una buena coordinación entre Atención Primaria y Atención Especializada y cambiar la idea actual sobre estos temas, por que se va a obtener muchos beneficios, además la prevención siempre será mejor que la curación. La cobertura inicial que tuvo esta intervención, no fue muy amplia, pero irá aumentando, a medida que la captación mejore.Palabras Claves: Gestación, Diabetes, Enfermería, Alimentación, Educación.Referencias bibliograficas: Collazo M. (2001). Guía de la Clínica Mayo sobre Tratamiento de la Diabetes 2001 Editorial: Intersistemas, S.A. de C.V. Fundación Instituto Carabobeño para la Salud (2007). Distribución de Morbilidad por Diabetes según Sexo y Edad Valencia Edo. Carabobo. La Asociación Americana de Diabetes (AAD) Disponible en: www. nlm.nih.gov/ medlineplus/ spanish/ diabetes.html - 80k - Consultado: 15-02-2007. Martínez, M. (2008). Epistemología y metodología cualitativa en las cien¬cias sociales. México Editorial: Trillas.

* SESCAM, Unidad Docente Enfermeras Especialistas [[email protected]]** Completo Hospitalario de Toledo, Unidad de Docencia de Enfermeros Especialistas eir Matrona

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126III Série - Suplemento 2013

Estilos de vida dos estudantes do ensino superior: a influência do género

Armando Manuel Marques Silva*, Irma da Silva Brito**, João Costa Amado***

Introdução: Os estilos de vida dos estudantes do ensino superior assumem características muito próprias, especialmente devido ao aumento do poder de decisão e autonomia nas escolhas sobre a sua própria maneira de viver (Dinger e Waigandt, 1997). Esse período de transição pode afetar os fatores relacionados com o estilos de vida, nomeadamente a dieta alimentar, o exercício físico, os hábitos de consumo de álcool, tabaco e outras drogas, e o comportamento sexual.Objetivos: Analisar a relação entre o estilo de vida e género dos estudantes do ensino superior da região centro de Portugal.Metodologia: Estudo descritivo transversal-correlacional a uma amostra não probabilística de estudantes do ensino superior da região centro de Portugal: estudantes que responderam ao questionário enviado para a lista de estudantes inscritos em 12 instituições de ensino superior. Foi construído um questionário on-line que continha a caraterização sociodemográfica e o questionário “Estilo de Vida Fantástico” de Silva, Brito e Amado (2011), que contempla 10 domínios do estilo de vida.Resultados: Participaram voluntariamente 4315 estudantes do ensino superior da região centro de Portugal: em que 1266 (29,3%) eram do género masculino e 3049 (70,7%) pertenciam ao género feminino. Em relação ao estilo de vida, a média global foi de (85,97 ±12,83) para um score mínimo de 0 e máximo de 120. Quanto ao género, a média global do estilo de vida foi de (86,27 ± 12,65) para o género feminino e de (85,26 ± 13,23) para o género masculino. Da análise realizada entre o género e o estilo de vida encontraram-se diferenças em todos os domínios avaliados pelo questionário “Estilo de Vida Fantástico” (F – Família e Amigos; A – Atividade física/ Associativismo; N – Nutrição; T – Tabaco; A - Álcool e Outras drogas; S - Sono/Stress; T - Trabalho/Tipo de personalidade; I – Introspeção; C - Comportamentos de saúde e sexual; O - Outros Comportamentos).Conclusões: Em termos médios o estilo de vida dos estudantes foi considerado “Muito Bom”; verificámos diferenças de género (os estudantes do género masculino apresentam piores resultados em termos médios que os estudantes do sexo feminino); quando analisámos as diferenças por domínios do estilo de vida, os estudantes do género masculino apresentam melhores resultados nos domínios (Atividade física/ Associativismo; Sono/Stress; Trabalho/Tipo de personalidade; Introspecção) e os do género feminino apresentam melhores resultados nos domínios (Família e Amigos; Nutrição; Tabaco; Álcool e Outras drogas; Comportamentos de saúde e sexual; Outros Comportamentos). Estes resultados evidenciam algumas diferenças de estilo de vida e o género.Palavras-chave: Estilo de vida, Género.Referências bibliográficas: Dinger, M., & Waigandt, A. (1997). Dietary intake and physical activity behaviors of male and female college students. American Journal of Health Promotion, 11, 360-362. Silva, A., Brito, I., & Amado, J. (2011). Adaptação e validação do questionário “Estilo de Vida Fantástico”: Resultados psicométricos preliminares. Revista de Enfermagem Referência, Série 3, suplemento, p. 650.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP Enfermagem de Saúde Pública, Familiar e Comunitária [[email protected]]** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCPESPFC e PEER [[email protected]]*** Universidade Católica Portuguesa, Centro de Investigação Interdisciplinar em Saúde – UCP

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127III Série - Suplemento 2013

Exposição solar prolongada e desprotegida: conhecimento das consequências e motivações dos jovens

Maria Ribeiro*

Introdução: O culto do corpo e a valorização estética do bronzeado (Cafri et al., 2006) tem levado, sobretudo os mais jovens, à exposição solar excessiva, prolongada e desprotegida (Gandini et al., 2005; Boniol et al., 2012). Estes comportamentos de risco favorecem o aparecimento de inúmeras lesões na pele com diferentes níveis de gravidade (Guirro & Guirro, 2004).Objetivos: Este estudo teve como objetivos determinar o nível de conhecimento sobre os efeitos da exposição solar prolongada e desprotegida, descrever comportamentos de risco em jovens estudantes do ensino superior e averiguar se existiam diferenças por género.Metodologia: De um total de 613 indivíduos, participaram nesta investigação, de natureza quatitativa, 430 jovens que frequentavam, em 2013, um curso superior da área da saúde, numa instituição localizada no Interior Norte de Portugal. Destes, 375 eram do género feminino (87,2%) e 55 eram do género masculino (12,8%). Os estudantes tinham em média 19,8 anos (DP±2,99). Em mais de 50% dos indivíduos foi identificado o fototipo cutâneo do tipo III (53,7%) e os restantes registaram um fototipo cutâneo do tipo II (2,6%), do tipo IV (40%) e do tipo V (0,7%).Resultados: De acordo com os resultados, o nível de conhecimentos sobre os efeitos da exposição solar prolongada e desprotegida, registado pela maioria dos estudantes, foi bom (50%) ou excelente (25%) e mostrou não estar associado ao género do estudante. No entanto, constatou-se que o género estava associado às motivações para a exposição solar. Os inquiridos do género feminino justificaram a sua exposição solar, em maior número, com o bronzeado, já os inquiridos do género masculino apontaram a prática de Atividade Física/Desporto e o trabalho. Por fim, verificou-se que o nível de conhecimentos estava associado a determinados comportamentos ou hábitos de prevenção, nomeadamente, o uso de protetor, de sombras no verão e a proteção, com ajuda de barreiras físicas, de determinadas partes do corpo.Conclusões: Os profissionais de saúde são descritos na literatura como uma fonte de confiança, fidedigna e persuasiva da prática de comportamentos adequados para evitar e prevenir riscos associados à exposição solar, sobretudo, entre os mais jovens e as mulheres. A adoção de medidas e o uso de meios de proteção adequados ao fototipo cutâneo, durante o lazer ou o trabalho, no verão ou no inverno, são fatores importantes de prevenção.Palavras-chave: Estudantes, Exposição solar, Fototipo, Jovens, Risco.Referências bibliográficas: Boniol. M, Autier, P., Boyle, P. & Gandini, S. (2012). Cutaneous melanoma attributable to sunbed use: systematic review and meta-analysis. BMJ, 345. Cafri, G., Thompson, J. K., & Jacobsen, P. B. (2006). Appearance reasons for tanning mediate the relationship between media influence and UV exposure and sun protection. Arch Dermatol, 142,1067-9. Gandini, S., Sera, F., Cattaruzza, M. S., Pasquini, P., Picconi, O., Boyle, P., & Melchi, C. F. (2005). Meta-analysis of risk factors for cutaneous melanoma: II. Sun exposure. European Journal of Cancer, 41, 45-60. Guirro, E. C., & Guirro, R. R. (2004). Fisioterapia Dermato - Funcional – Fundamentos, recursos, Patologias. 3. ed. Barueri, SP: Manole.

* Instituto Politécnico Bragança, Ciências Sociais e Exactas

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128III Série - Suplemento 2013

Formación e implicación social de las Matronas durante la dos Repúblicas españolas

Lucía Tejero Manso*, Sara Romero Valencia**, Esther Ramos Ávila***, Raquel Neira Santos****, Ana Santos Muñiz*****

Introducción: El acceso de las mujeres a estudios superiores comienza en España a finales del siglo XIX, con un importante retraso respecto a los hombres, debido a los diferentes papeles que desempeñaban unas y otros en la sociedad de la época. A través de la formalización de los estudios para el acceso a la profesión de matrona se consigue regularizar una práctica profesional que en muchos casos se ejercía de forma clandestina.Objetivos: General: Conocer la formación y la implicación social de las matronas durante las dos Repúblicas españolas. Específicos: Desarrollar la evolución del marco histórico; Averiguar el desarrollo de la formación de las matronas durante las dos Repúblicas españolas; Comprender la implicación social y el desarrollo profesional de las matronas de la época a estudiar.Metodología: Para la realización de este trabajo hemos realizado una revisión bibliográfica sobre el desarrollo histórico de la profesión de matrona en nuestro país durante los últimos años del siglo XIX y principios del XX. A la hora de realizar la búsqueda no hemos marcado un requisito temporal ya que al tratarse de un trabajo sobre la historia de la profesión los textos consultados abarcan un amplio espacio de tiempo. Las bases de datos consultadas y utilizadas como instrumento de búsqueda han sido: CUIDEN, SCIELO, CUIDATGE Y TESEO.Resultados: Las matronas españolas siempre se encontraron con inconvenientes en el reconocimiento académico, social y económico de su trabajo. A pesar de que durante el siglo XIX y gran parte del XX, el feminismo español, como acción social, tuvo una menor amplitud que en la mayoría del resto de países europeos, algunas matronas progresistas intentaron modificar, mediante su ejercicio profesional cotidiano, el modelo de género impuesto por la sociedad del momento que subordinaba la mujer al hombre, sometimiento que llegaba a unos extremos en los que ellas mismas debían solicitar permiso a sus maridos para poder formarse y posteriormente ejercer su profesión. En 1931, la Constitución de la II República significa un indudable progreso en la carrera competencial de las matronas. Aunque una vez más no funcionaron plenamente las garantías constitucionales y la realidad fue que no cambió su posición, completamente supeditada al hombre.Conclusiones: Según la bibliografía consultada se puede decir que las matronas fueron las primeras mujeres que obtuvieron un título universitario en España. El Decreto de Libertad de Enseñanza supuso el punto de partida para que las matronas pudiesen acceder a la función docente. La profesión de matrona, que durante siglos se había desarrollado fundamentalmente de forma independiente, quedó lentamente subordinada a la clase médica masculina. Si la profesión no dejo de existir fue debido a las propias mujeres quienes rechazaron abiertamente que la atención al parto quedase en manos exclusivamente de profesionales sanitarios de género masculino.Palabras Claves: Matrona, Historia, Formación, Practicante, República.Referencias bibliograficas: Vicente, F. M. (2011). Practicantes, Matronas y Cirujanos dentistas en la España Contemporánea. (Tesis). Facultad de letras de la Universidad de Girona. Girona. Ruiz, M. D. (2012). Desarrollo histórico de una profesión: las matronas en Madrid hasta la guerra civil. (Tesis). Facultad de Medicina de la Universidad de Alcalá. Alcalá. Abad, M. L. (2009). Mujeres matronas, un recorrido por la Historia con perspectiva de género. In I Congreso Virtual sobre historia de las mujeres, p1. De la Cruz, L. L. (2002). La presencia de la mujer en la Universidad Española. Revista Historia de la Educación Latinoamericana, (4), 291-299.

* Unidad Docente de Matronas de Toledo** Unidad Docente de Matronas de Toledo*** Unidad Docente de Matronas de Toledo**** Unidad Docente de Matronas de Toledo***** Unidad Docente de Matronas de Toledo

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129III Série - Suplemento 2013

Mutilação genital feminina: um desafio para os Cuidados de Saúde

Martinha de Jesus Correia da Silva, Luís Carlos Carvalho da Graça*, Els Leye

Introdução: A Mutilação Genital Feminina (MGF) diz respeito a todos os procedimentos que imprimam danos nos órgãos genitais femininos, sem fundamento clínico, nomeadamente no que concerne à exérese total ou parcial da estrutura externa da genitália ( World Health Organization [WHO], 2011), assumindo repercussões a nível físico, psicológico e social. A OMS aponta Portugal como um país de risco (Frade & Gonçalves, 2004), tornando-se fundamental que os profissionais, designadamente de saúde, estejam preparados para lidar com o mesmo.Objetivos: Nesta ótica insere-se o presente estudo com o objetivo de identificar os conhecimentos, atitudes e comportamentos de Médicos e Enfermeiros Especialistas em Ginecologia, Obstetrícia e Saúde Materna, relativamente à MGF.Metodologia: Desenvolveu-se um estudo descritivo, com uma amostra de 138 profissionais de quatro Hospitais Centrais da região Norte de Portugal, sendo o instrumento de colheita de dados um questionário traduzido e adaptado do de Leye et. al. (2008).Resultados: Os profissionais são maioritariamente do sexo feminino (91,3%), com idade média de 42,28±8,98 anos, sendo 23,9% médicos e 75,4% enfermeiros. Relativamente aos conhecimentos os profissionais revelam poucos conhecimentos, especificamente quanto à posição da Comissão de Ética da instituição sobre o assunto (69,6%), à existência de legislação que puna a MGF (62,3%) e à prática desta tradição em Portugal (68,8%). A temática foi pouco abordada em termos de formação profissional de base (91,3%) e especialidade (80,4%), assim como se observou que uma minoria (2,9%) dos profissionais não revela interesse em aprofundar estes conhecimentos. A maioria dos profissionais apresenta atitudes adequadas, existindo, porém, alguma discrepância quando se aborda o piercing genital e a cirurgia estética vaginal. Relativamente aos comportamentos, apenas 5,1% dos profissionais cuidou vítimas de MGF, maioritariamente do Tipo II. Destes, a maioria não aprofundou conhecimentos acerca desta temática, assim como metade dos profissionais que cuidou de grávidas vítimas de MGF não implementou ações para preservar a filha de futura mutilação.Conclusões: Torna-se necessário abordar as questões da MGF nos currículos de formação profissional bem como investir na formação contínua, designadamente nos serviços de saúde. Denota-se a importância de investimento em termos de promoção da saúde e não redutoramente em termos de prevenção e tratamento de danos, centrando-se a intervenção nas mulheres, famílias e comunidades, empoderando-as de forma a tomarem decisões conscientes acerca da sua saúde.Palavras-chave: Mutilação Genital Feminina, Promoção da Saúde.Referências bibliográficas: Frade, A., & Gonçalves, Y. (2004). Mutilação Genital Feminina. Foz do Arelho: APF. Leye, E., Ysebaert, I., Deblonde, J., Claeys, P., Vermeulen, G., Jacquemyn, Y., & Temmerman, M. (2008). Female genital mutilation: Knowledge, attitudes and practices of Flemish gynaecologists. The European Journal of Contraception & Reproductive Health, 182-190. UNFPA. (2007). A Holistic Approach to the Abandonment of Female Genital Mutilation/Cutting. New York: UNFPA. WHO. (2011). Female Genital Mutilation. Obtido em 3 de Dezembro de 2011, de Web site de World Health Organization: http://www.who.int/topics/female_genital_mutilation/en/

* Instituto Politécnico de Viana do Castelo, Escola Superior de Saúde [[email protected]]

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130III Série - Suplemento 2013

O perfil do adulto-idoso aderente a um programa de intervenção para melhorar o equilíbrio e prevenir quedas

Bruna Raquel Figueira Ornelas de Gouveia*, Maria Helena de Agrela Gonçalves Jardim**, Maria Manuela Ferreira Pereira Martins***, Élvio Rubio Gouveia****

Introdução: Programas de treino focados no equilíbrio e mobilidade têm-se mostrado eficazes na prevenção de quedas em adultos-idosos residentes na comunidade (Gillespie et al., 2012). Múltiplos fatores de risco, incluindo défices de equilíbrio, condicionam um aumento do risco de queda em adultos idosos (Lord, Sherrington, Menz, & Close, 2007).Objetivos: O objetivo deste trabalho foi caracterizar os voluntários que responderam à publicitação, na fase de recrutamento, de um estudo experimental que integrava um programa de treino para melhorar o equilíbrio e prevenir quedas em adultos-idosos residentes em domicílio familiar na Região Autónoma da Madeira (RAM), de ambos os géneros.Metodologia: Este estudo transversal que incluiu 230 sujeitos voluntários, com idades entre os 61 e os 89 anos, residentes na comunidade. A colheita de dados relativos às características pessoais, história de quedas e fatores de risco foi realizada através de entrevista. O questionário baseou-se no utilizado no programa FallProof (Rose, 2010). Os níveis de equilíbrio foram avaliados com recurso à Fullerton Advanced Balance Scale (FAB) (Rose, Lucchese & Wiersma, 2006). A análise estatística foi descritiva, com recurso ao software SPSS (19).Resultados: O total da amostra de voluntários incluiu 201 sujeitos do género feminino (87,4%) e 29 do género masculino (12,6%). As mulheres apresentaram uma idade média de 73 anos, 53,7% reportou história de queda no último ano e 7% referiu fraturas associadas. Neste grupo, 64,2% reportaram problemas de mobilidade, 66,2% problemas de equilíbrio, 96,5% problemas de visão, 29,9% incontinência urinária, 72,1% problemas podológicos, 81,1% tomava 3 ou mais medicamentos e 99% referiu sofrer de outra doença ou problema de saúde. Relativamente ao equilíbrio, o score médio na escala FAB foi de 26/40. Os homens apresentaram uma idade média de 75 anos, 37,9% reportou história de queda no último ano, 3,4% apresentou fraturas associadas. Neste grupo, 31% referiu problemas de mobilidade, 48,3% problemas de equilíbrio, 86,2% problemas de visão, 24,1% incontinência urinária, 51,7% problemas podológicos, 79,3% tomava 3 ou mais medicamentos e 86,2% referiu sofrer de doença ou problema de saúde. O score médio na escala FAB foi de 29/40.Conclusões: Neste estudo, 87,4% dos voluntários foram mulheres. O género feminino apresentou uma idade média inferior e uma maior frequência de história de queda e fraturas associadas. Neste grupo, os problemas de mobilidade, equilíbrio e visão, a incontinência urinária, os problemas podológicos, a polimedicação e as doenças surgiram com maior frequência, comparativamente aos homens. O score médio de equilíbrio foi inferior nas mulheres, em relação aos homens. O género e as diferenças de saúde associadas poderão influenciar a adesão dos adultos-idosos a programas de intervenção na área da promoção da saúde. Pesquisas são necessárias para compreender esta influência.Palavras-chave: Programa de intervenção, Adultos-idosos, Equilíbrio, Quedas.Referências bibliográficas: Gillespie, L. D., Robertson, M. C., Gillespie, W. J., Sherrington, C., Gates, S., Clemson, L. M., & Lamb, S. E. (2012). Interventions for preventing falls in older people living in the community. Cochrane Database of Systematic Reviews, 9. Art. No.: CD007146. DOI: 10.1002/14651858.CD007146.pub3. Lord, S., Sherrington, C., Menz, H., & Close, J. (2007). Falls in older people. Risk factors and strategies for prevention (2nd edition). Cambridge: Cambridge University Press. Rose, D. J. (2010). FallProof: A comprehensive balance and mobility training program, (2nd edition). Champaign, IL: Human Kinetics. Rose, D. J., Lucchese, N., & Wiersma, L. D. (2006). Development of a multidimensional balance scale for use with functionally independent older adults. Physical Medicine and Rehabilitation, 87, 1478-1485. doi:10.1016/j.apmr.2006.07.263.

* Universidade da Madeira, Centro de Competência Tecnologias da Saúde, Enfermagem** Universidade da Madeira, Centro de Competência Tecnologias da Saúde*** Escola Superior de Enfermagem do Porto**** Universidade da Madeira, Centro de Competência Ciências Sociais

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131III Série - Suplemento 2013

Perceção da qualidade dos cuidados de saúde consoante o género dos enfermeiros e doentes em contexto de doença cardiovascular

Paulo Alexandre Carvalho Ferreira*, Pedro Miguel dos Santos Dinis Parreira**

Introdução: É fundamental que o ser humano tenha os meios necessários para a satisfação das suas necessidades enquanto pessoa recetora e emissora de cuidados de saúde. Em saúde deve ser compreendida a coexistência de circunstâncias de índole pessoal e/ou profissional, que podem dificultar ou facilitar o profissionalismo e a satisfação dos utentes, no sentido da procura da melhoria da qualidade dos cuidados e da promoção da saúde nestes contextos clínicos, onde a prevalência da doença crónica e a mortalidade são altas.Objetivos: Pretende-se identificar as diferenças de perceções da qualidade dos cuidados de saúde inerentes dos profissionais e dos utentes consoante o género, no sentido de ajudar a melhorar os cuidados de saúde e de enfermagem, desde a admissão até à preparação da alta, às pessoas com doença cardiovascular em contexto de internamento hospitalar.Metodologia: Metodologia quantitativa. Estudo descritivo, analítico, transversal, correlacional. Um dos vários objetivos da investigação realizada (Doutoramento), relativo a esta matéria, é conhecer a diferença dos padrões de qualidade dos cuidados de saúde e de enfermagem percecionados pelos enfermeiros e doentes (homens e mulheres). Amostra: 132 utentes e todos os enfermeiros (61) de quatro serviços de contexto cardiovascular. Recolha da informação: Instrumento de Avaliação da Qualidade Hospitalar (IAQH: Admissão, Cuidados Diários Hospitalares; Informação; Pessoal de Enfermagem; Condições Alojamento; Alta; Opinião Geral) para os enfermeiros e para os doentes. Tratamento estatístico: SPSS (17.0).Resultados: Dos 61 profissionais de saúde, 65,6% são do género feminino e 34,4% do masculino, do Serviço de Cardiologia de um Hospital Universitário. É uma equipa jovem, sendo que a mediana situa-se entre os 25 e 30 anos, e a maioria são casados (64%). Relativamente às características profissionais, a maioria são licenciados (91,8%) e graduados (64%); 42,6% têm experiência profissional até 8 anos e 50,8% estão há menos de 7 anos a exercer funções no serviço atual. Dos 132 utentes, 78% são do género masculino e 32% do feminino. A maior incidência situa-se entre os 49 e os 74 anos (69,8%). 87,2% são casados; 22,6% tem um curso superior, destes 73,3% na área das ciências; 36,4% eram reformados. Os fatores de maior qualidade percecionada pelos profissionais e doentes de ambos os géneros foram a qualidade do “Pessoal de Enfermagem” e a “Qualidade dos Cuidados Diários no Hospital”. As enfermeiras e os doentes (do género masculino) percecionam maior qualidade dos cuidados.Conclusões: As enfermeiras percecionam maior qualidade dos cuidados de saúde em todos os fatores que os enfermeiros, à exceção do fator generalista “Opinião Geral”. No que diz respeito aos doentes, a qualidade percecionada pelos doentes (masculinos) é na generalidade superior à percecionada pelas mulheres doentes, à exceção da qualidade da “Admissão” ao serviço (maior nas doentes).Os doentes (homens) percecionam maior qualidade que os enfermeiros e as doentes percecionam melhor qualidade nos cuidados que as enfermeiras. Os doentes (homens e mulheres) têm médias mais elevadas de qualidade dos cuidados de saúde que os enfermeiros e enfermeiras, à exceção do fator da qualidade da “Alta”.Palavras-chave: Género, Qualidade dos Cuidados Saúde, Cardiologia.Referências bibliográficas: Benner, P. (2001). De iniciado a perito. Excelência e poder na prática clínica de enfermagem. Coimbra: Quarteto Editora. Morgado, V. (2001). Qualidade em saúde: uma exigência do presente, um investimento no futuro. Qualidade em saúde. (5). 13-15. Fortin, M.F. (2003). O processo de investigação: da concepção à realização. 3ª ed. Loures: Lusociência. Pestana, M. & Gageiro, J. N. (2005). Análise de dados para Ciências Sociais: a complementaridade do SPSS. Lisboa: Sílabo.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Unidade Científico Pedagógica de Médico-Cirúrgica** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Unidade Científico Pedagógica de Enfermagem Fundamental

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132III Série - Suplemento 2013

Percepción de un Grupo de Mujeres sobre su Salud

María Moya Nicolás*, Paula Ruiz Carreño**, María del Mar Pastor Bravo***, Ismael Jiménez Ruiz****, Florentina Pina Roche*****

Introducción: A lo largo de la vida toda persona se ha preocupado por su salud o por la de su grupo familiar. Dicho término se ha modificado y ha evolucionando con el tiempo, desde el paradigma biomédico hasta alcanzar un significado más global e integral fundamentado en el paradigma sociológico. La percepción subjetiva de las mujeres marca directamente el estado de bienestar de dichas personas, las cuales forman parte de uno de los colectivos que peor salud refieren.Objetivos: Identificar los sentimientos y vivencias en relación a su salud percibida de un grupo de mujeres.Metodología: Estudio cualitativo de tipo descriptivo. La información de las participantes se recoge mediante entrevistas individuales semiestructuradas, a partir de las distintas dimensiones descritas por la Organización Mundial de la Salud: la percepción física, la percepción psicológica, la percepción social y, por último, la ausencia de enfermedad. La muestra está compuesta por veinte mujeres con edades comprendidas entre los 35 y los 60 años.Resultados: Se corroboran las dimensiones propuestas por la OMS como las más afectadas en las mujeres. Desde el punto de vista de la percepción física apreciamos que las de menor edad (entre los 35 a los 40 años) aceptan su estado corporal mejor que las de mayor edad (40 a los 60 años). En relación a la percepción psicológica, las mujeres atraviesan crisis emocionales que les permiten crear una identidad de género. La percepción social muestra como, en general, éstas no ven la necesidad de crear una autonomía y una independencia alejadas del núcleo familiar. Por último, la dimensión ausencia de enfermedad, se encuentra asociada a la inexistencia de patologías. Todas las mujeres refieren algún tipo de dolencia. El estándar de vida o autorrealización surge como un nuevo distintivo compuesto por la apreciación hacia sí misma, las relaciones sociolaborales y la forma de vida.Conclusiones: A la luz de los resultados obtenidos podemos comprobar cómo las mujeres entienden su salud como un estado favorable y propicio, aunque incluyen en su concepto de salud la mera ausencia de enfermedad. Del mismo modo, existe cierta controversia pues pese a que las mujeres tienen la certeza de un estado de salud completo, la mayoría no reconoce los problemas psicológicos o sociales. Así, para los profesionales de la salud es imprescindible crear una consonancia entre los distintos componentes de la salud y la comprensión de ellos hacia las mujeres.Palabras Claves: Salud mujeres, Salud percibida, Estado salud.Referencias bibliograficas: Bernardini, D. (2012). Salud global en la era de las comunicaciones. Revista de Comunicación y Salud, 2 (1), 35-36. Gañán, L., Galán, I., Gandarillas, A., Rodríguez, F., Tobías, A., & Zorrilla, B. (2005). Agregación de factores de riesgo ligados al comportamiento y su relación con la salud subjetiva. Gaceta sanitária: Órgano oficial de la Sociedad Española de Salud Pública y Administración Sanitaria, 19 (5), 370-378. Girón, P. (2010). Los determinantes de la salud percibida en España. Tesis doctoral, Universidad Complutense de Madrid, España.

* Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería*** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería. [[email protected]]**** Universidad de Murcia, Facultad de Enfermería***** Universidad de Murcia, Enfermería

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133III Série - Suplemento 2013

Promoção de direitos sexuais e reprodutivos durante o trabalho de parto em modelos assistenciais brasileiros distintos

Cláudia de Azevedo Aguiar*, Ana Cristina d’Andretta Tanaka**, Roselane Gonçalves***, Jacqueline Isaac Machado Brigagão****

Introdução: O reconhecimento dos direitos sexuais e reprodutivos é fundamental para que se alcance a igualdade de género. Durante o ciclo gravídico-puerperal, as mulheres devem ter acesso às informações sobre a sua saúde e sobre os serviços assistenciais de qualidade, que garantam a sua autonomia e privacidade. O direito ao acompanhante no parto e o acesso a métodos não farmacológicos para alívio das dores são estratégias que asseguram à mulher respeito à sua dignidade e participação efetiva no cuidado com seu corpo (Brasil, 2005; IPPF, 2003).Objetivos: Identificar, em modelos distintos de assistência, estratégias de cuidado com potencial para promover os direitos sexuais e reprodutivos das mulheres durante o trabalho de parto (presença de um acompanhante durante e uso de métodos não farmacológicos para alívio das dores).Metodologia: Trata-se da leitura qualitativa de variáveis contempladas em um estudo transversal, realizado em dois hospitais brasileiros com características distintas para atenção ao parto (um conhecido como ”humanizado” e o outro como “tradicional”). Incluíram-se 158 parturientes de baixo risco, internadas em trabalho de parto, em 2010. Os dados foram coletados de prontuários e as variáveis estudadas foram: presença de acompanhante e uso de métodos não farmacológicos para alívio das dores. Para análise quantitativa atribuiu-se nível de significância de 5%. Para análise qualitativa, utilizaram-se estudos sobre Género e Direitos Sexuais e Reprodutivos.Resultados: A presença de um acompanhante foi garantida a 88,5% das mulheres assistidas no modelo humanizado e a 12,1% das mulheres assistidas no modelo tradicional (p=0,000), mostrando que dar à luz nesta instituição incorre um risco 55,6 vezes maior de não ter o direito de um acompanhante garantido. A presença de um acompanhante é uma estratégia que pode resultar em maior controle da mulher sobre os processos a serem vivenciados durante o parto e nascimento, além de minimizar atitudes profissionais desrespeitosas, caracterizando a violência obstétrica. Quanto ao uso de métodos não farmacológicos para alívio das dores, técnicas que favorecem a participação ativa da mulher e lhes podem promover a apropriação do controle sobre o seu próprio corpo, 73,1% das mulheres no hospital humanizado e 17,4% delas no hospital tradicional tiveram essa prerrogativa, demonstrando que a assistência do modelo humanizado promove 12,9 mais chances de oferecer às parturientes técnicas não farmacológicas e não invasivas para alívio de suas dores.Conclusões: A garantia dos direitos sexuais e reprodutivos às mulheres passa por acesso a bens e serviços, incluindo aqueles relativos ao cuidado em saúde. Este estudo demonstrou que modelos tradicionais de assistência ao parto, no Brasil, estão na contramão das boas práticas obstétricas, isto é, aquelas nas quais são valorizados e estimulados os aspetos que melhoram o bem-estar das mulheres durante o trabalho de parto, parto e puerpério. Infere-se, portanto, que instituições conhecidas por suas ações “humanizadas” em obstetrícia são mais apropriadas para assistência às mulheres de baixo risco.Palavras-chave: Trabalho de Parto, Direitos Sexuais e Reprodutivos.Referências bibliográficas: Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. (2005). Direitos Sexuais e Reprodutivos: uma prioridade do governo. Série A. Manuais Técnicos – Caderno nº 1. Brasília. International Planned Parenthood Federation [IPPF]. IPPF Chapter on Sexual and Reproductive Rights. London: IPPF; 2003. Recuperado em 30 de março, 2013 de http://issuu.com/ippfresources/docs/ippf_charter_on_sexual_and_reproductive_rights/1

* USP - Universidade de São Paulo, Saúde Materno-infantil - Faculdade de Saúde Pública** USP - Universidade de São Paulo, Saúde Materno-infantil - Faculdade de Saúde Pública*** USP - Universidade de São Paulo, EACH - USP**** USP - Universidade de São Paulo, EACH - USP

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134III Série - Suplemento 2013

Promover relações saudáveis e prevenir a violência no namoro

Cristina Maria Figueira Veríssimo*, Maria da Conceição G. M. Alegre de Sá**, Ana Maria Poço dos Santos***, Maria Clara Amado Apóstolo Ventura****, Telma So�a dos Santos Vidinha*****

Introdução: A violência nas relações de intimidade, concretamente no namoro, tem assumido um papel considerável em Portugal. Os estudos de Paiva e Figueiredo (2004) e de Machado, Matos e Moreira (2003) evidenciam a relevância deste fenómeno entre os jovens. Tendo em vista a prevenção deste fenómeno, o Projeto (O)Usar e Ser Laço Branco, criado em 2007 na Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, pretende ser uma experiência inovadora na área da prevenção primária, visando sensibilizar e educar jovens, para prevenirem e combaterem a violência, especialmente nas relações de namoro.Objetivos: Caracterizar as atividades desenvolvidas no âmbito do projeto (O)Usar & Ser Laço Branco (OSLB), realçando a inovação das suas estratégias de intervenção (formação, educação pelos pares, teatro fórum); explorar alguns desafios à intervenção neste contexto e apresentar indicadores da sua atividade. Pretende-se também contribuir para a divulgação de resultados referentes a projetos na área da prevenção, direcionados para a promoção de relações saudáveis e prevenção da violência no namoro.Metodologia: O projeto OSLB inclui as componentes da formação, intervenção (focalizada na formação e sensibilização de jovens) e investigação. Está sustentado nas metodologias de Paulo Freire, desenvolvendo a consciência crítica e o empowerment. Utiliza metodologias como a participação ativa, a educação por pares e o teatro fórum no desenho das suas intervenções e tem como colaboradores voluntários (estudantes, docentes, não docentes e enfermeiros). Toda a formação e intervenção são acompanhadas de investigação, com metodologia quantitativa e qualitativa, recorrendo-se a questionários, escalas e entrevistas.Resultados: A formação geral (60h) e a formação em teatro fórum (30h) envolveram pares educadores e docentes, num total de 201 colaboradores na formação geral e 50 na formação de teatro. Os settings da intervenção contemplaram as escolas secundárias e profissionais, universidades, festivais da juventude e câmaras municipais. Até junho de 2011 foram sensibilizados 20069 jovens do ensino secundário, ensino superior e de outras instituições. A investigação realizada tem-se centrado sobre o fenómeno da violência nas relações de intimidade em jovens, concretamente no namoro, nas intervenções e estratégias utilizadas. Foram efetuadas, até 2010, 24 comunicações e 15 publicações. Os resultados de um dos estudos evidenciam um aumento de conhecimentos dos jovens, com uma média de respostas corretas antes da sensibilização de 29,4 e após de 42,5. As estratégias de sensibilização (teatro fórum) são importantes para: a sensibilização sobre o fenómeno em 83,1%; estar alerta sobre situações de violência no namoro em 93,7%; e conhecer estratégias para evitar a violência (93,4%).Conclusões: Através do Projeto (OSLB) implementa-se um modelo integrado na prevenção da violência, com efeito multiplicador entre pares, sustentado na formação, intervenção e investigação. As estratégias utilizadas são referenciadas como inovadoras e promotoras de maior sensibilização sobre a problemática da violência no namoro, evidenciando-se uma evolução favorável nos conhecimentos, concretamente: na sua identificação, consciencialização para o impacto na saúde, promoção de relações saudáveis e ajuda na “quebra do silêncio. Acredita-se que o investimento nos jovens é um dos mais importantes recursos para o desenvolvimento, salientando-se a importância deste projeto na prevenção da violência nas relações de intimidade, concretamente no namoro.Palavras-chave: Projeto Laço Branco, Prevenção violência, Namoro.Referências bibliográficas: Boal, A. (2007). Jogos para actores e não-actores. 10ª edição. Edições Civilização Brasileira: Rio de Janeiro. Freire, P. (2000). Pedagogia da indignação: cartas pedagógicas e outras escritas. UNESP. São Paulo. Machado, C., Matos, M., & Moreira, A. I. (2003). Violência nas relações amorosas: Comportamentos e atitudes na população universitária. Psychologica, 33, 69-83. Paiva, C., & Figueiredo, B. (2004). Abuso no relacionamento íntimo: Estudo de prevalência em jovens adultos portugueses. Psychologica, 36, 75-107.* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UPC de Enfermagem de Saúde Pública, Familiar e Comunitária** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Fundamentos de Enfermagem*** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem de Saúde Materna Obstétrica e Ginecológica**** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem de Reabilitação***** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra

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135III Série - Suplemento 2013

Qualidade dos cuidados de Enfermagem consoante o género, dos enfermeiros e doentes em contexto de doença cardiovascular

Paulo Alexandre Carvalho Ferreira*, Pedro Miguel dos Santos Dinis Parreira**

Introdução: Em saúde, a qualidade dos cuidados é uma preocupação antiga, havendo ao longo da história a necessidade de saber a opinião de todos intervenientes. É útil compreender a coexistência de variáveis pessoais e/ou profissionais, que podem dificultar ou facilitar o exercício profissional e a satisfação dos utentes, no sentido da procura da melhoria da qualidade dos cuidados de enfermagem e da promoção da saúde em contextos de doença cardiovascular, onde a prevalência da doença crónica e a mortalidade são altas.Objetivos: Pretende-se identificar as diferenças de perceções da qualidade dos cuidados de enfermagem na perspetiva dos profissionais e dos utentes consoante o género, no sentido de ajudar a melhorar os cuidados de enfermagem, desde a admissão até à preparação da alta, às pessoas com doença cardiovascular em contexto de internamento hospitalar, tendo em conta a eficácia da comunicação, a utilidade da informação e a qualidade do atendimento e do ambiente terapêutico.Metodologia: Metodologia quantitativa. Estudo: Descritivo; Analítico; Transversal; Correlacional. Um dos vários objetivos da investigação realizada (Doutoramento), relativo a esta matéria, é conhecer a diferença dos padrões de qualidade dos cuidados de enfermagem percecionados pelos enfermeiros e utentes (homens e mulheres). Amostra: 132 utentes e todos os enfermeiros (61) de quatro serviços de contexto cardiovascular. Recolha da informação: Satisfação dos Utentes com os Cuidados de Enfermagem Hospitalar (SUCEH21: Eficácia Comunicação; Utilidade Informação; Qualidade Atendimento; Manutenção Ambiente Terapêutico), para os enfermeiros e para os utentes. Tratamento estatístico: SPSS (17.0).Resultados: Dos 61 profissionais de saúde, 65,6% são do género feminino e 34,4% do masculino, do Serviço de Cardiologia de um Hospital Universitário. É uma equipa jovem, sendo que a mediana situa-se entre os 25 e 30 anos e a maioria são casados (64%). Relativamente às características profissionais, a maioria são licenciados (91,8%) e graduados (64%); 42,6%, têm experiência profissional até 8 anos e 50,8% estão há menos de 7 anos a exercer funções no serviço atual. Dos 132 utentes, 78% são do género masculino e 32% do feminino. A maior incidência situa-se entre os 49 e os 74 anos (69,8%). 87,2% são casados; 22,6% tem um curso superior, destes 73,3% na área das ciências; 36,4% eram reformados. Relativamente à satisfação dos cuidados de enfermagem, as enfermeiras e os doentes (masculinos) têm maiores médias que os enfermeiros e as doentes na qualidade de “Eficácia da Comunicação”, “Utilidade da Informação” e “Atendimento”, tendo o mesmo valor médio na “Manutenção de um Ambiente Terapêutico”.Conclusões: As enfermeiras percecionam (haver/produzirem) maior qualidade dos cuidados de enfermagem que os enfermeiros. Os doentes do género masculino percecionam maior satisfação dos cuidados de enfermagem que as doentes em todos os fatores. Os profissionais de saúde percecionam maior qualidade/satisfação dos cuidados de enfermagem na “Eficácia da comunicação”. Os doentes elegem os fatores relacionados com a informação, na sua utilidade e eficácia como práticas profissionais de menor qualidade, daí a menor satisfação, e percecionam maior satisfação dos cuidados na qualidade do “Atendimento” e na qualidade na “Manutenção do Ambiente Terapêutico”.Palavras-chave: Género, Qualidade, Cuidados de Enfermagem, Cardiologia.Referências bibliográficas: Ribeiro, A. L. (2003). O percurso da construção e validação de um instrumento para a avaliação da satisfação dos utentes com os cuidados de enfermagem. Porto: ESES João. Monteiro, A. S. (2000). Qualidade dos cuidados hospitalares. Coimbra, [s.e.]. (Dissertação de mestrado). Benner, P. (2001). De iniciado a perito. Excelência e poder na prática clínica de enfermagem. Coimbra: Quarteto Editora. Pestana, M., & Gageiro, J. N. (2005). Análise de dados para Ciências Sociais: a complementaridade do SPSS. Lisboa: Sílabo.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP - Médico-Cirúrgica** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Unidade Científico Pedagógica de Enfermagem Fundamental

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136III Série - Suplemento 2013

Violência no namoro: perceção de estudantes do ensino secundário

Maria Clara Amado Apóstolo Ventura*, Maria Manuela Frederico Ferreira**, Maria José Magalhães***

Introdução: As experiências de relacionamento na adolescência são por vezes marcadas por situações adversas, como é o caso da violência. Este estudo insere-se num programa de intervenção em educação para a saúde, que pretende informar, sensibilizar e educar jovens para a importância da prevenção da violência no contexto das relações de namoro e para a promoção de valores de igualdade e de cidadania que diminuam a aceitação de uma cultura de violência.Objetivos: Conhecer a perceção dos(as) estudantes acerca das causas e das consequências da violência nas relações de namoro; Conhecer a perceção dos(as) estudantes acerca da frequência do fenómeno e da sua forma de atuação perante situações de violência no namoro.Metodologia: Qualitativa e quantitativa. A amostra é constituída por 310 estudantes, com média de 17,72 anos, 58,39% do sexo masculino. Foi aplicado um questionário auto preenchido com questões acerca das causas e consequências da violência no namoro e da perceção da frequência e das formas de atuação, perante o fenómeno. Na análise da informação, a enumeração de cada unidade de registo foi contabilizada considerando significativo a regularidade quantitativa de aparição no total do corpus.Resultados: São referidas pelos (as) estudantes como principais causas de violência “o ciúme”, “o álcool e as drogas” e o “sentimento de domínio/posse/controle”. Como consequências os (as) participantes referem as físicas “traumatismos/equimoses/lesões”, as psicológicas/comportamentais “depressão” e baixa autoestima ” e as consequências mortais “homicídio”. Relativamente à perceção da frequência, a maioria (54,4%) refere que o fenómeno é “muito frequente”, contudo, um número significativo de estudantes consideram a violência no namoro “pouco frequente” (38,1%). No que se refere às formas de atuação, “se um(a) amigo (a) vivesse uma situação de violência no namoro” a maioria dos inquiridos (as) (70,2%) “acreditava e procurava ajudá-lo(a)”.Conclusões: A violência é considerada um problema importante de saúde, nomeadamente pela forma como afeta a vida dos adolescentes, os profissionais de saúde devem trabalhar no sentido de prevenir e reduzir a violência no namoro (Glass et al., 2003). Os resultados corroboram outros estudos, onde o ciúme e o abuso de álcool e drogas são consideradas causas frequentes da violência (Caridade, 2011; González-Ortega, Echeburúa & Corral, 2008) e as lesões físicas, a ansiedade e a depressão como consequências (D.G.S. 2003). Os programas de intervenção pretendem mostrar aos jovens a gravidade do fenómeno e sensibilizá-los para a adoção de condutas não violentas.Palavras-chave: Violência, Saúde, Educação, Causas, Consequências.Referências bibliográficas: Caridade, S. (2011). Vivencias Intimas Violentas: Uma Abordagem Cientifica. Coimbra, Edições Almedina. ISBN 978-972-40-4576-4. Glass, N. et al (2003). Adolescent Dating Violence: Prevalence, Risk Factors, Health Outcomes, and Implications for Clinical Practice. Jognn Clinical, 32, 227-238; DOI: 10.1177/0884217503252033. Ortega, I., Echeburúa, E., & Corral, P. (2008). Variables significativas en las relaciones violentas En parejas jóvenes: una revisión. Behavioral Psychology / Psicología Conductual, 16(2), 207-225.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem de Reabilitação** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra [[email protected]]*** Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Ciências da Educação

GÉNEROS E SEXUALIDADES

GENDERS AND SEXUALITYIES

GÉNEROS Y SEXUALIDADES

G É N E R O ( S ) E S E X U A L I D A D E ( S )

139III Série - Suplemento 2013

A influência do nascimento do primeiro filho na satisfação face à sexualidade do casal

Sónia Margarida de Oliveira Morais*, Maria Neto da Cruz Leitão**, João José de Sousa Franco***

Introdução: A sexualidade humana é uma característica intrínseca ao indivíduo e o nascimento de um filho pode influenciar a sua satisfação por ser uma fase em que surgem alterações da dinâmica do casal, ocorrendo diversas necessidades de adaptação.A sexualidade é construída desde o início da vida e vai-se transformando consoante as experiências. A sua definição é complexa, inclui os papéis de género e a orientação sexual e é influenciada em todo o seu percurso pela interação de diversos fatores.Objetivos: Avaliar os níveis de satisfação face à sexualidade do casal antes da gravidez e após o parto.Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo-correlacional. Instrumento: questionário (dados sociodemográficos e caraterização da satisfação face à sexualidade). Para a caraterização da satisfação face à sexualidade foi criada uma escala de 0 a 10 e solicitado aos respondentes que classificassem a sua satisfação (de acordo com a definição de sexualidade apresentada). Amostra: 61 casais (102 indivíduos) da região centro de Portugal, com filho único (idades dos 6 aos 12 meses). Colheita pró-formulário e casais selecionados através do efeito de bola de neve.Resultados: Pudemos verificar que os valores médios de satisfação face à sexualidade variam entre 8,07 (antes da gravidez) e 5,97 (6 meses pós-parto). Obtiveram-se diferenças estatisticamente significativas da satisfação face à sexualidade nos períodos: 6 meses pós-parto e antes da gravidez; 6 meses e 12 meses pós-parto; e 9 meses pós-parto e antes da gravidez. Os casais apresentam uma boa satisfação face à sexualidade antes da gravidez, verificando-se uma descida significativa da satisfação após o parto, nomeadamente aos 6 meses. Só aos 12 meses pós-parto se encontram valores de satisfação similares aos registados antes da gravidez.Não existem diferenças significativas entre a satisfação face à sexualidade consoante o sexo, à exceção do período 6 meses pós-parto em que as mulheres apresentam níveis de satisfação significativamente inferiores. A satisfação face à sexualidade apresenta relações muito fracas com a idade e com o tempo de convivência. O tipo de parto não parece influenciar a satisfação face à sexualidade.Conclusões: Considerando as competências do enfermeiro especialista em saúde materna e obstetrícia que contemplam as intervenções ao longo do ciclo de vida familiar, com vista à obtenção de níveis de saúde e bem-estar mais elevados, os dados encontrados neste estudo podem revelar-se de extrema importância na construção e adequação de estratégias de promoção do bem-estar e saúde familiar. Torna-se então importante que estes profissionais estejam despertos para a complexidade que envolve a sexualidade e que desenvolvam competências específicas, quer pela aquisição de conhecimentos sobre a complexidade que abrange a sexualidade, quer pela realização de formação específica nesta área.Palavras-chave: Sexualidade, Período pós-parto, Parentalidade, Enfermagem.Referências bibliográficas: Carvalheira, A., & Leal, I. (2008). Os determinantes da satisfação sexual feminina: um estudo português. Revista Internacional de Andrologia, 6 (1), 3-7. Leal, I. (2005). Psicologia da gravidez e da parentalidade. Lisboa: Fim de Século. Martins, R. et al. (2009). Satisfação Sexual Antes e Depois da Gravidez: análise retrospectiva. Cadernos de Sexologia, (1), 75-77. Mendes, I. M. (2009). Ajustamento Materno e Paterno: experiências vivenciadas pelos pais no pós-parto. Coimbra: Mar de Palavra.

* Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC - Transplantação Renal [[email protected]]** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP - Enfermagem de Saúde Materna Obstétrica e Ginecológica [[email protected]]*** ESEnfC, UCP - Enfermagem de Saúde Materna Obstétrica e Ginecológica

G É N E R O ( S ) E S E X U A L I D A D E ( S )

140III Série - Suplemento 2013

A satisfação na vida conjugal após o nascimento de um filho

Sónia Margarida de Oliveira Morais*, Maria Neto da Cruz Leitão**, João José de Sousa Franco***

Introdução: O nascimento do primeiro filho é uma fase onde surgem alterações da dinâmica do casal, com necessidades de adaptação familiar e conjugal. A transição para a parentalidade é um momento de redefinição pessoal, dos papéis sociais e da estrutura familiar. As experiências deste período podem constituir-se como uma ameaça à estrutura conjugal.Objetivos: Avaliar a satisfação dos elementos do casal relativamente à vida conjugal, após o nascimento do primeiro filho.Metodologia: Estudo quantitativo, descritivo-correlacional. Instrumentos: Questionário sociodemográfico; Escala de Avaliação da Satisfação em Áreas da Vida Conjugal (Narciso e Costa, 1996) - avalia dimensões da vida conjugal (“intimidade emocional”, “sexualidade”, “comunicação/conflito”, “funções familiares”, “rede social”, “autonomia” e “tempos livres”). Amostra: 61 casais (102 indivíduos) da região centro de Portugal, com filho único (idades dos 6 aos 12 meses). Colheita pró-formulário e casais selecionados através do efeito de bola de neve.Resultados: Encontram-se valores médios de satisfação em áreas da vida conjugal correspondentes ao nível “satisfeito” ou “muito satisfeito”, quer no global da escala (Md=4,65; s=0,71), quer nas dimensões “intimidade emocional” (Md=4,92; s=0,78), “sexualidade” (Md=4,53; s=0,86), “comunicação/conflito” (Md=4,45; s=0,88), “funções familiares” (Md=4,47; s=0,88), “rede social” (Md=4,65; s=0,88), “autonomia” (Md=4,58; s=0,89) e “tempos livres” (Md=3,70; s=1,05). A análise por sexo demonstra que não existem diferenças significativas (p>0,05) na satisfação global, nem nas várias dimensões, exceto na “comunicação/conflito” (Z=-2,031; p=0,042) onde os homens (Md=4,43) apresentam níveis inferiores de satisfação aos das mulheres (Md=4,71).Conclusões: Apesar do período de mudança vivido pelos casais, os resultados indicam níveis de satisfação em áreas da vida conjugal elevados, semelhantes aos encontrados em outros estudos realizados. As diferenças entre homens e mulheres não são significativas, indicando que as experiências de cada indivíduo num período potencialmente crítico para a vida conjugal, como o nascimento de um filho, se traduzem em níveis de satisfação idênticos. A caracterização da vida conjugal dos casais neste período de transição pode constituir-se como suporte às estratégias de intervenção de enfermagem, bem como à definição de estudos comparativos mais alargados da realidade portuguesa.Palavras-chave: Conjugalidade, Período pós-parto, Parentalidade, Enfermagem.

* Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra, HUC - Transplantação Renal [[email protected]]** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP - Enfermagem de Saúde Materna Obstétrica e Ginecológica [[email protected]]*** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP - Enfermagem de Saúde Materna Obstétrica e Ginecológica

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141III Série - Suplemento 2013

A Sexualidade na gravidez: divulgação científica em Portugal

Dora Maria Honorato Carteiro*, Filipa Veludo**, Helena José***, Claudia Sousa Oliveira****

Introdução: A gravidez como processo de transição pode provocar alterações na interação dos membros da família, em particular no casal. Uma fase de adaptação a novos papéis, condições físicas, psicológicas e familiares, repleta de emoções, sentimentos, medos e expectativas que interferem na esfera da sexualidade, que é essencial para o bem-estar do casal.A sexualidade é uma componente básica na vida dos indivíduos e deve ser valorizada e envolvida nos cuidados, promovendo que seja vivenciada de forma saudável e harmoniosa, durante a gravidez.Objetivos: Procurando a apropriação de conhecimento nos processos de transição de vida, em contexto da disciplina de Enfermagem, formulámos a seguinte questão de investigação: Que divulgação científica referente à vivência da sexualidade durante a gravidez foi publicada em Portugal? Definimos como objetivo:enquadrar o estado atual do conhecimento, em Portugal, acerca da vivência da sexualidade durante a gravidez.Metodologia: Mediada por uma revisão da literatura realizou-se pesquisa manual/eletrónica em bases dados nacionais de revistas científicas portuguesas de Enfermagem, Cadernos de Bioética, Cadernos de Saúde, I Sex-Cadernos de Sexologia, Revista Portuguesa Clínica Geral, Repositórios das Universidades de Portugal e RCAAP. Pela especificidade do fenómeno em estudo não foi definido limite temporal. Descritores: Gravid* AND sex*; Critérios de inclusão: estudos relevantes ao fenómeno em estudo; e acesso ao texto integral. Não foram definidos critérios de exclusão.Resultados: Da seleção enquadraram-se 13 referências: 4 estudos primários (descrição da sexualidade feminina no terceiro trimestre; satisfação sexual antes e depois da gravidez; avaliação da função sexual das mulheres no decurso da gravidez e descrição das motivações referenciadas em casos de alteração; repercussão da gravidez na atividade sexual das mulheres, fatores condicionantes, tipo e principais fontes de informação); 4 estudos primários decorrentes de dissertações de mestrado (fatores que influenciam o desejo sexual do casal; funcionamento sexual feminino e exposição corporal; avaliação das necessidades de formação nos casais; perspetiva feminina da vivência da sexualidade); 2 estudos primários decorrentes de monografias de licenciatura (vivências, alterações e fatores condicionantes da sexualidade em diferentes gravidezes; identificação de fatores condicionantes e principais obstáculos da sexualidade); 3 artigos de revisão (impacto da gravidez na função sexual masculina e gestão da ansiedade; perspetiva histórica e sociocultural da sexualidade na gravidez, conceitos, princípios de intervenção nos casais, alterações e repercussões na sexualidade; descrição das principais alterações da sexualidade).Conclusões: A revisão efetuada é um contributo que reforça a necessidade de continuar a investigação nesta área e a importância do envolvimento da sexualidade nos cuidados prestados aos casais durante a gravidez. Constatamos que a pesquisa sobre a sexualidade na gravidez em Portugal é diminuta e pertinente face às alterações na vivência da sexualidade dos casais na gravidez.Palavras-chave: Sexualidade, Sexual, Gravidez, Revisão Literatura, Portugal.Referências bibliográficas: Carteiro, D., & Marques, A. (2011). A gravidez e a sexualidade do casal. Isex Cadernos de Sexologia, 4, 73-87. Gomes, M. C. (2009). Alguns factores que influenciam o desejo sexual do casal durante a gravidez. Dissertação Mestrado em Sexualidade Humana. Universidade de Lisboa. Faculdade de Medicina. Lisboa. 130f. Junqueira, M. H. (2008). Discursos femininos sobre a sexualidade durante a gravidez: um estudo na Maternidade Dr. Alfredo da Costa. Dissertação de mestrado em estudos sobre as mulheres. Universidade Aberta. Lisboa. 278f. Martins, S., Gouveia, R., Correia, S., Nascimento, C., Sandes, A., Figueira, J., Valente, S., Rocha, & E., Silva, L. (2007). Sexualidade na gravidez: Influencia no bebé? Mitos, atitudes e informações das mães. Revista Portuguesa de Clínica Geral. 23, 369-378.

* UCSP Charneca Lumiar [[email protected]]** Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde*** Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde [[email protected]]**** Hospital de Faro, Departamento cirurgia

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142III Série - Suplemento 2013

Análise dos discursos médicos e legais sobre o nome social nas escolas do Brasil

Patrícia Lessa*

Introdução: A lei do nome social assegura que a utilização do nome escolhido por transexuais e travestis deve ser respeitada no momento em que os mesmos requerem alguns documentos públicos. Entende-se aqui como nome social o nome pelo qual travestis e transexuais se identificam e são identificadas/os pelos seus pares. Santos (2010) ao narrar experiências de transexuais, que subvertem as normas de género na escola, afirma que o nome é potencializado como algo muito caro.Objetivos: Este estudo objetiva analisar os discursos médicos do Conselho Federal de Medicina (CFM) confrontando-os com os discursos da recente legislação do “nome social” que está em vigor nas escolas públicas no Brasil.Metodologia: Esta pesquisa caracteriza-se como estudo documental. Para analisarmos os documentos usamos os procedimentos metodológicos da análise retórica. Perelman (1996, p. 297) diz-nos que os argumentos que fundam a estrutura do real são aqueles que “generalizam aquilo que é aceito a propósito de um caso particular (ser, acontecimento, relação) ou transpõem para outro domínio o que é admitido num domínio determinado”. Em nosso estudo vamos recorrer aos exemplos que são fonte e estratégia de debates nos fóruns sobre sexualidade e diversidade na educação, além de alguns documentos compilados.Resultados: Os argumentos reunidos nos exemplos citados fluem para a necessidade de leis menos contraditórias, ou seja, para busca de uma regulamentação que compreenda a transexualidade como uma mudança paradigmática, não só sexual, mas do que se entende por ser, existir. Para a quebra dos preconceitos de género e todas as formas de enquadramento, que nem sempre funcionam, pois os depoimentos e literatura na área apontam para a pluralidade. Para o respeito às diferenças e entendimento que o ser humano é complexo, portanto, não é passível de generalizações, portanto, não é hegemónico determinado, mas imposto socialmente, portanto passível de ser desconstruído. E, por fim, que a educação deve assumir o compromisso com a diversidade e o respeito às diferenças, seu compromisso deve ser pautado na efetiva participação dos sujeitos sociais.Conclusões: A lei do nome social coloca em cheque a reivindicação pela quebra nas normas de género e das identidades fixas. Na gramática normativa do género o nome é usado tanto para identificar, cristalizar identidades em padrões previamente estabelecidos, mas também para confundir sexo, género e práticas sexuais diversas. Uma educação que abrace essa discussão deve ser mais problematizadora do que deliberativa, mais heterogénea do que hegemónica, enfim, mais preocupada em manter os sujeitos sociais nos bancos escolares.Palavras-chave: Nome social, Transexuais, Escola, Brasil, Discurso.Referências bibliográficas: Arán, M. (2006). A transexualidade e a gramática normativa do sistema sexo-gênero. Ágora. IX(1), 49-63. Santos, D. B. (2010). Cartografias da transexualidade: a experiência escolar e outras tramas. Dissertação. (Mestrado em educação). Universidade Federal do Paraná: Curitiba.

* Universidade Estadual de Maringá, Departamento de Fundamentos da Educação

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143III Série - Suplemento 2013

Análise dos motivos alegados para a não utilização do preservativo entre participantes de rodas de conversa do projeto Educação em Saúde: Sexualidade e Prevenção de DST/AIDS no Município de Divinópolis, MG, Brasil

Denise Alves Guimarães*, Cândida Amélia Marinho de Oliveira**, Rânia Andrade Lima***

Introdução: As doenças sexualmente transmissíveis constituem um problema de saúde pública mundial, causando grande prejuízo económico. Estudos revelam que os sujeitos conhecem o preservativo como método de prevenção das DST/AIDS, mas a informação não está diretamente relacionada à mudança de comportamentos. A população sexualmente ativa ainda carece de informação acerca dos métodos preventivos. Muitas mulheres, em constante posição de vulnerabilidade social, não fazem uso contínuo do preservativo por terem um parceiro fixo, mesmo que não tenham absoluta confiança no comportamento sexual desse.Objetivos: Analisar os motivos alegados por participantes nas rodas de conversa do Projeto Educação em Saúde: Sexualidade e Prevenção de DST/AIDS para a não utilização do preservativo. Tal objetivo destaca a importância da educação em saúde que possa ir além da transmissão da informação e que considere a importância de conhecer diferentes formas de perceber as questões vinculadas à sexualidade, práticas sexuais e sua relação com a adoção de formas de prevenção às DST/AIDS.Metodologia: As ações desenvolvidas no projeto Educação em Saúde: Sexualidade e Prevenção de DST/AIDS, que trabalha com metodologia participativa de educação, foram a base para a realização desse trabalho. Foram consideradas 11 rodas de conversa, num total de 68 participantes, sendo 43 mulheres e 25 homens. O conteúdo das discussões serviu como material que foi analisado a partir da análise de conteúdo. Após categorização, esse conteúdo foi correlacionado com os resultados de pesquisas nacionais e internacionais sobre o tema nas bases de dados Medline, Pubmed e Lillacs.Resultados: Nas rodas de conversa os participantes falaram sobre a temática da sexualidade e sobre os motivos para não utilizarem preservativo, dessas falas surgiram nove categorias. Os motivos alegados com maior frequência foram: a) uso do preservativo em relacionamentos estáveis como uma atitude que põe em cheque a crença da confiança entre parceiros, assim, instituir tal uso traria fragilidades ao relacionamento; b) não-aceitação por parte do parceiro em utilizar o preservativo, o que está correlacionado a outra categoria que aponta a subordinação da mulher à vontade do homem; c) crença que o preservativo atrapalha o prazer; e d) uso do preservativo apenas como método contracetivo, sendo seu uso dispensado ao utilizar outro método. Esses dados são compatíveis com os achados na literatura pesquisada onde, entre quatorze categorias estabelecidas, o principal motivo foi o mesmo, e também se destacaram o uso do preservativo apenas como método contracetivo; subordinação da mulher à vontade do homem; e passividade nas decisões acerca da sexualidade.Conclusões: Preconceitos e estereótipos vinculados à sexualidade têm impacto na condução das políticas de saúde. Conhecer motivos para a não prática do sexo seguro fomenta uma abordagem direcionada à desconstrução e reconstrução de conceitos que possibilitem mudança de comportamento, processo facilitado em metodologias participativas. As mulheres representam o grupo mais vulnerável às DST/AIDS ao relatarem que a negociação com o parceiro sobre o uso do preservativo é quase sempre difícil, requerendo a alegação de que representa segurança para se evitar uma gravidez indesejada; algumas falas deixaram clara a subordinação da mulher à vontade do homem. Discussões abordando tais questionamentos tornam as intervenções mais eficazes.Palavras-chave: Género, Preservativo, Rodas de conversa, Sexualidade.Referências bibliográficas: Espírito-Santo, D. C., & Neto, J. T. (2004). A visão masculina sobre métodos contraceptivos em uma comunidade rural da Bahia, Brasil. Caderno Saúde Pública, 20(2), 562-569. Paiva, V., Aranha F., & Bastos, F. I. (2008). Opiniões e atitudes em relação à sexualidade: pesquisa de âmbito nacional, Brasil 2005. Revista Saúde Pública, 42(1), 54-64. Teixeira, A. M., Knauth, D. R., Fachel, J. M., & Leal, A. F. (2006). Adolescentes e uso de preservativos: as escolhas dos jovens de três capitais brasileiras na iniciação e na última relação sexual. Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, 22(7), 1385-1396. Geluda, K., Bosi, M. L. M., Cunha, A. J., & Trajman, A. (2006). “Quando um não quer, dois não brigam”: um estudo sobre o não uso constante de preservativo masculino por adolescentes do Município do Rio de Janeiro, Brasil. Caderno de Saúde Pública, 22(8), 1671-1680.

* Universidade Federal de São João Del Rei - Campus Centro-Oeste, Curso de Medicina [[email protected]]** Universidade Federal de São João Del Rei - Campus Centro - Oeste Dona Lindu, Faculdade de Medicina*** Universidade Federal de São João Del Rei - UFSJ, Medicina

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144III Série - Suplemento 2013

Análise e validação do vídeo “Sexo Sim, Doença Não” para abordagem de género, com adolescentes, no campo da sexualidade

Vânia de Souza*, Rosa Maria Godoy Serpa Da Fonseca**

Introdução: Este estudo decorre do projeto “Adolescente em cena”, tendo como um de seus produtos a peça teatral “Sexo sim Doença Não”, criada e encenada por adolescentes, como estratégia para uma maior mobilização deste grupo na redução da vulnerabilidade às Infeções Sexualmente Transmissíveis (IST). Na peça, transformada num vídeo para maior disponibilidade ao público adolescente, as questões de género que perpassaram as cenas indicaram possibilidades de utilização deste material também para abordagens educativas de género neste campo.Objetivos: Geral - Analisar e validar o vídeo “Sexo Sim, Doença Não” quanto ao potencial educativo para abordagem dos temas sexo, sexualidade e redução da vulnerabilidade às IST na adolescência, na perspetiva de género. Específicos - Identificar aspetos da produção acerca do conceito de género e sua utilização como categoria analítica para a compreensão dos fenómenos sociais que envolvem género e sexualidade; Analisar e validar a produção quanto à perspetiva de género.Metodologia: Para análise e validação do vídeo foram convidadas 10 pesquisadoras especialistas em género. Foi utilizada a estratégia de oficina de trabalho para exibição e análise do vídeo quanto às questões de género presentes, possíveis explicações para sua ocorrência e possibilidade de utilização com adolescentes. As participantes também preencheram um instrumento de validação do vídeo composto por 27 questões concernentes ao conteúdo, potencial pedagógico, aspetos técnicos, estéticos e de divulgação. O instrumento foi adaptado do modelo proposto por Gomes (2008) para análise de material audiovisual educativo.Resultados: Das situações analisadas no vídeo foram extraídos diversos elementos relativos ao conceito de género e de sua utilização como categoria analítica para a compreensão de fenómenos no campo da sexualidade – heteronormatividade, direitos sexuais, subalternidade de género, violência intra e intergéneros. A síntese das possíveis explicações para a ocorrência das questões de género identificadas foi essencial para o estabelecimento de abordagens plausíveis para a utilização deste material. O vídeo foi avaliado como adequado nos quesitos capacidade problematizadora, atualidade, clareza, contextualização, linguagem, conteúdo, aspetos técnicos e estéticos, diálogos, música, duração, originalidade, aplicabilidade em atividades educativas e adequação do formato ao público adolescente. Para o item relativo ao material de acompanhamento e divulgação foram indicadas alterações como inserção de uma sinopse na capa, público-alvo, duração, data e local de produção. Foi também considerado imprescindível o acompanhamento de um tutorial que auxilie a utilização deste material para as abordagens com adolescentes.Conclusões: O vídeo foi avaliado como tendo grande potencial para a redução de vulnerabilidades determinadas pela iniguidade de género, como falta de autonomia das mulheres sobre o corpo, papéis de género socialmente prescritos, pertencentes ao discurso dominante e veiculado pela estrutura social. Foi também considerado pertinente para a abordagem com pais, professores e profissionais de saúde. A inserção de um tutorial e de informações para seu melhor aproveitamento como material educativo se deve ao fato de ele não ser autoexplicativo, apresentar temas polémicos e de difícil abordagem para a resignificação das relações de género vigentes no campo da sexualidade.Palavras-chave: Adolescente, Saúde Sexual, Identidade de Género.Referências bibliográficas: Gomes, L. F. (2008). Vídeos didáticos: uma proposta de critérios para análise. R. bras. Est. pedag., Brasília, 89(223), 477-492, Disponível: rbep.inep.gov.br/index.php/RBEP/article/view/684/1153. Souza, V. (2011). Adolescentes em cena: uma proposta educativa no campo da saúde sexual e reprodutiva. Rev. esc. enferm. USP [online]. 45(2), 1716-1721. Available from: Disponível: http://www.scielo.br/scielo.

* Escola de Enfermagem da Universidade Federal de Minas Gerais, Enfermagem Materno Infantil e Saúde Pública** Universidade de São Paulo, Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva - ENS [[email protected]]

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145III Série - Suplemento 2013

Evolución de la preparación a la maternidad desde inicios del siglo XX hasta los años 70

Esther Ramos Ávila*, Raquel Neira Santos**, Ana Santos Muñiz***, Lucía Tejero Manso****

Introducción: A lo largo de la historia, se ha asignado a las mujeres los roles de esposas y madres como tarea imprescindible. Desde la infancia, las niñas eran instruidas para el hogar, el matrimonio y la maternidad, trilogía doméstica que las relegaba en exclusiva a la vida familiar. El resultado de la desigualdad en la educación entre hombres y mujeres ha sido la inferioridad y subordinación de éstas, reflejado no solo en la sociedad sino a nivel legal.Objetivos: General: Conocer la evolución de la preparación a la maternidad desde el inicio del siglo XX hasta los años 70. Específicos: Describir el contexto histórico en España a lo largo del siglo XX. Analizar la situación de la mujer en la sociedad, en el primer y segundo tercio del siglo XX. Describir la preparación a la maternidad, tanto en el primer como en el segundo tercio del siglo XX.Metodología: Se realiza revisión bibliográfica de las bases de datos Cochrane y Cuiden, además de búsqueda en Google académico y libros en formato papel.Resultados: Durante el primer tercio del siglo XX, tomando como referencia al resto de Europa, aparecieron en España movimientos feministas con el fin de reivindicar los derechos de las mujeres. Así mismo, surgieron políticas de protección a la maternidad que mantenían el tradicional rol de la mujer relegada al ámbito doméstico, reforzado con la aparición de manuales relacionados con salud y cuidado maternal. Una de las prioridades durante la dictadura franquista fue el fomento de las grandes familias. Así, la natalidad era un objetivo prioritario y para impulsarla se brindaron ayudas para que las mujeres no trabajaran fuera del hogar y pudieran dedicarse por completo a tareas domésticas. Cabe destacar el papel de la Sección Femenina, que tenía como objetivo la formación de las mujeres para convertirlas en buenas madres y esposas. A pesar de todo esto, a lo largo del siglo XX aumentaron las prestaciones por maternidad, que han ido evolucionando y mejorando tanto a nivel económico como asistencial.Conclusiones: Durante el primer y segundo tercio del siglo XX la maternidad constituía el mayor logro al que la mujer podía aspirar. La preparación a la maternidad ha tenido su propia historia y ha ido transformándose, de acuerdo con la cultura, el contexto histórico y la sociedad.Palabras Claves: Maternidad, Historia, Franquismo, Educación, Mujer.Referencias bibliograficas: Pérez, T. (2008). El aprendizaje de la maternidad: discursos para la educación de las mujeres en España (siglo XX). Revista de Ciencias Sociales, 15 (46), 91-117. Nash, M. (1983). Mujer, familia y trabajo en España.1875-1936. Barcelona: Ed. Anthropos, Editorial del Hombre. Cortes, M. T. (2007). Los monstruos políticos de la modernidad: de la Revolución Francesa a la Revolución Nazi. (1789-1939). Madrid: Ediciones de la Torre. Zamora, S., Romero, T. (2006). La construcción del género en el franquismo y los discursos educativos de la Sección Femenina. Encounters on Education, 7, 43-70.

* Unidad Docente de Matronas de Toledo** Unidad Docente de Matronas de Toledo*** Unidad Docente de Matronas de Toledo**** Unidad Docente de Matronas de Toledo

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146III Série - Suplemento 2013

Expectativas conjugais dos jovens adultos

Carolina Miguel Graça Henriques*

Introdução: De acordo com Paul & White (1990), o estudo das relações de intimidade tem como base de sustentação a perspetiva desenvolvimentista, isto é, diferentes indivíduos têm diferentes capacidades para formar e manter relações interpessoais e relações de intimidade, construindo determinadas expetativas conjugais, tendo por base os processos vinculativos que estabeleceram às suas figuras parentais.Objetivos: Analisar as características sociodemográficas; conhecer as expectativas conjugais; avaliar o nível de vinculação aos pais; estimar o nível de intimidade; verificar a relação existente entre as expectativas conjugais e algumas caraterísticas sociodemográficas; analisar a relação existente entre as expectativas conjugais e o nível de vinculação aos pais dos jovens adultos que frequentam o 1º ano dos cursos de Licenciatura ministrados numa instituição de ensino superior.Metodologia: Investigação exploratória-descritiva e correlacional. A amostra foi composta por 256 jovens adultos. Para efetuar a recolha dos dados foi utilizado um questionário composto por duas partes: a primeira parte englobava questões relativas aos dados pessoais. Na segunda parte foi composta por três escalas: “Inventário de Expectativas Conjugais” de Shulman, Rosenheim & Knafo (1999); o Questionário de Vinculação ao Pai e à Mãe (Q.V.P.M.- versão IV, Matos & Costa, 2001) e por fim, a Personal Assessment of Intimacy in Relationships Scale - PAIR de Schaefer & Olson (1981).Resultados: Os jovens que participaram no estudo revelaram expectativas conjugais ligeiramente abaixo da média global. Os níveis de vinculação com a mãe têm maior influência nas expectativas conjugais em relação ao pai. Os níveis de intimidade não influenciam no global as expectativas conjugais dos jovens adultos. Verificámos ainda que à medida que a idade aumenta, menor é a expectativa de proximidade e apoio do parceiro e conforme a idade dos jovens adultos tende a aumentar, as expectativas na sua globalidade tendem a diminuir. Existem resultados estatisticamente significativos entre as expectativas conjugais e o nível de vinculação com as entidades parentais dos jovens adultos que participaram no estudo. Sendo que ambos casos, seja com o pai ou com a mãe, quanto maior é o nível de vinculação, maior são as expectativas conjugais dos jovens adultos.Conclusões: Com este estudo concluímos que as expectativas conjugais dos jovens adultos que frequentam o 1º ano dos cursos de licenciatura são influenciadas pelas características sociodemográficas (idade/sexo), pelos níveis de vinculação aos pais, mas não são influenciadas na sua totalidade pelos níveis de intimidade.Palavras-chave: Expectativas conjugais, Vinculação, Intimidade, Jovens Adultos.Referências bibliográficas: Paul, E. L., & White, P. K. (1990). The Development of Intimate Relationships in Late Adolescence. Adolescence, 25 (98), 375-400.

* Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superior de Saúde [[email protected]]

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147III Série - Suplemento 2013

Género e Reprodução: um estudo sobre comportamento reprodutivo e conjugalidade de Homens e Mulheres de uma capital brasileira

Ruth França Cizino da Trindade*, Andreia Silva Ferreira**, Caroline de Brito Feliciano***, Lorena Sampaio Almeida****, Clesiane Monise Vital de França*****

Introdução: Quanto à sexualidade e comportamento reprodutivo, mulheres e homens possuem comportamentos diferenciados, isto se deve principalmente ao processo de socialização que vivenciam ao longo de suas vidas. Atualmente, a conceção de direitos reprodutivos, saúde sexual e outros conteúdos relacionados, que antes estavam protegidas sob a égide de saúde reprodutiva vêm sendo largamente discutidas pelos movimentos de mulheres em diversos continentes (Corrêa, 1999). Sendo importante se pesquisar o universo de mulheres, e homens, para conhecer o papel masculino nestes estudos.Objetivos: A presente pesquisa teve como objetivo identificar padrões de comportamento reprodutivo conjugalidade de mulheres e homens residentes em Maceió capital do Estado de Alagoas/Brasil.Metodologia: Abordagem quantitativa descritiva. Os participantes são homens e mulheres residentes na área urbana de Maceió, selecionados a partir dos 50 bairros desta cidade. A amostra consiste em 800 participantes. Utilizado um formulário com perguntas diretas para o sujeito. Foram estudadas: variáveis independentes: género, cor da pele, idade, classe social, escolaridade, renda, trabalho, estado civil; e variáveis dependentes: idade da maternidade e ou paternidade, numero de gravidezes (que grávida ou engravidou), número de filhos tidos, o planeamento da reprodução e o uso atual de métodos contracetivos. Pesquisa financiada pelo CBPQ.Resultados: A coleta de dados foi realizada nos cinquenta bairros de Maceió. Dessa forma, considerando que a amostra compreende oito domicílios por bairro, o resultado é de 400 domicílios, o que resulta num total de 800 pessoas entrevistadas, 400 homens e 400 mulheres. Dos entrevistados, 52,2% relataram ter união civil e 47,8% União consensual; 31,8% dos entrevistados possui apenas um filho, 41,1% tem dois filhos e 16,6% apresentam três filhos, o que significa que 89,5% dos entrevistados possuem de um a três filhos. 87,34% dos entrevistados afirmaram a ocorrência da gravidez no relacionamento atual, e 11,25% negaram sua ocorrência. Dos entrevistados que tiveram filhos, 43,97%, relataram que o primeiro filho não foi planejado 52,10% afirmaram terem planejado o primeiro filho. Quanto ao uso do método contracetivo com o parceiro atual, 26,62% dos entrevistados relataram que utilizaram algum tipo de prevenção e 66,43% explicaram que não utilizavam nenhum método contracetivo.Conclusões: Esses dados revelam a constante necessidade de se propagar informações sobre a importância do uso de métodos contracetivos, tanto quanto para não ter filhos como para prevenir a o contágio de Doenças Sexualmente Transmissíveis (DSTs). Este tipo de estudo é de grande importância e possibilita futuros debates sobre como o perfil sexual e reprodutivo dos casais vem evoluindo no decorrer dos anos, possibilitando assim maiores investimentos em educação em saúde, planeamento familiar e distribuição de métodos contracetivos.Palavras-chave: Género, Sexualidade, Comportamento reprodutivo, Saúde reprodutiva.Referências bibliográficas: Corrêa, S. (1999). Saúde reprodutiva, género e sexualidade: legitimação e novas interrogações. In: Giffin, K., & COSTA, S.H. (org.). Questões da saúde reprodutiva. Rio de Janeiro: Fiocruz. 39-49.

* Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem e Farmácia** Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem e Farmácia*** Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem e Farmácia**** Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem e Farmácia***** Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem e Farmácia

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148III Série - Suplemento 2013

Influências socioculturais e de género na relação da mulher com seu ciclo menstrual: perspetivas de mulheres brasileiras

Octavio Muniz da Costa Vargens*, Alexandra Celento Vasconcellos da Silva**

Introdução: A menstruação é fenómeno rotineiro para mulheres em idade fértil (Santer, Wyke & Warner, 2007). Porém, porque algumas mulheres acreditam que o controle ou supressão da menstruação tornam suas vidas melhores? Acreditamos que as mulheres com experiência negativa na menarca estejam propensas a relatar a menstruação como algo incômodo, insuportável (Mcpherson & Korfine, 2004). Entendemos o fenômeno da menstruação como natural e parte perfeita do ciclo de vida. A enfermeira obstétrica deve ser capaz agregar uma visão compreensiva e cuidadosa a esta abordagem.Objetivos: Analisar, sob a perspetiva de género, a relação da mulher com seu ciclo menstrual enfocando a cumplicidade e solidariedade e como esses sentimentos influenciam as outras mulheres.Metodologia: Foram realizadas entrevistas semi-estruturadas com 22 mulheres que possuíam ciclo menstrual regular. Após a análise destas entrevistas, identificamos três temas principais: cumplicidade e empoderamento, aspetos negativos da experiência com a menstruação e menstruação como um evento natural da vida. O tema cumplicidade e empoderamento será amplamente explicitado nesta apresentação. Os dados foram analisados com base no método da análise de conteúdo temática.Resultados: Foi percetível a cumplicidade nas relações de amizade como forma de promover o empoderamento do grupo, demonstrando um sentimento de união e de conexão com outras mulheres. Evidenciamos harmonia e companheirismo refletindo a especificidade de género na relação entre mulheres e seus ciclos menstruais. O fato das mulheres serem solidárias à menstruação e às outras mulheres nos traz a reflexão do verdadeiro significado deste processo: a menstruação como fenômeno de vida aceite como parte de um ciclo biológico e que requer consciência corporal para adquirir estabilidade. Parte deste comportamento reflete na solidariedade da mulher com ela mesma, modificando o comportamento das mulheres em torno desta perspetiva. Quando a mulher torna-se solidária ao seu ciclo menstrual, ela pode evitar as situações que prejudiquem suas relações interpessoais e estimular determinadas vontades e atitudes. Portanto, encarar a menstruação de maneira cúmplice e solidária, facilita a conexão da mulher com seu corpo e instintos, a isto chamamos consciência corporal.Conclusões: A menstruação precisa ser encarada como fenômeno natural, fisiológico, ligado à intimidade e à feminilidade. Nesta perspetiva, o cuidado da enfermagem tornar-se-á aliado da mulher. Esta análise sob a perspetiva de género contribui para uma reflexão sobre a menstruação como um fenômeno de vida das mulheres, suas ansiedades, medos e influências adquiridas ao longo da vida. Discutir em qual extensão a significação da menstruação é resultante de fatores socioculturais configura-se de grande importância para uma assistência atenciosa à mulher. Assim, a pesquisa contribui com a desconstrução de ideias, das mulheres como profissionais ou como mulheres em busca de consciência corporal.Palavras-chave: Menstruação, enfermagem, Género, sexualidade.Referências bibliográficas: Mcpherson, M., & Korfine, L. (2004). Menstruation across time: menarche, menstrual attitudes, experiences, and behaviors. Women’s Health Issues, 14(6), 193-200. Santer, M., Wyke, S., & Warner, P. (2007). Women’s management of menstrual symptoms: Findings from a postal survey and qualitative interviews. SocSci Med, 66(2), 276-88.

* Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Enfermagem [[email protected]]** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Enfermagem

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149III Série - Suplemento 2013

Iniciação Sexual e Relações de Género: um estudo transversal em uma capital brasileira

Ruth França Cizino da Trindade*, Andreia Silva Ferreira**, Kamila Maria de Oliveira Lima***, Lorena Sampaio Almeida****, Caroline de Brito Feliciano*****

Introdução: A adolescência é um período marcado de vulnerabilidades e a descoberta do prazer sexual muitas vezes se dá nessa época, quando há a necessidade de ações de educação em saúde para orientar esses adolescentes sobre os riscos de contaminação com doenças sexualmente transmissíveis (DST) (Heiborn, 2002). Nesse contexto, a sexualidade é um aspeto importante para analisar, pois a perceção desse tema é formulada a partir de experiências cotidianas, e há a necessidade de aprofundamento sobre ele para uma compreensão efetiva.Objetivos: Caracterizar a população feminina e masculina residente na cidade de Maceió (Alagoas-Brasil) segundo a situação conjugal, comportamento sexual e reprodutivo no início da vida sexual, visto sob cinco dimensões deste processo: a iniciação sexual, as formas de união, o uso de métodos anticoncecionais na primeira relação sexual.Metodologia: Trata-se de uma pesquisa descritiva e cujo delineamento a ser utilizado será do tipo transversal de base populacional. Utilizando género como categoria analítica. Amostra de 800 sujeitos entre homens (400) e mulheres (400), tendo sido desenvolvido com 400 casais com idade entre 20 e 49 anos, residentes na cidade de Maceió-Al (Brasil). A entrevista foi feita através de formulário estruturado com perguntas diretas. A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa/UFAL processo Nº 028151/2010-53 e financiado pelo CNPQ edital Nº 020/2010. Os dados foram analisados no software SPSS20.0.Resultados: Encontrado o seguinte perfil dos entrevistados – idade: 26,1% tinham entre 20-29 anos, 42,9% tinham entre 30-39 anos e 31,0% estavam na faixa de 40-49 anos; cor: 86,3% parda, e 24,6% cor branca; religião de criação predominante é a religião católica (78,0%). Na análise de sexualidade género, a idade média da primeira relação sexual foi de 16,04 anos (DP=3,14), verificamos que a iniciação sexual masculina acontece mais cedo do que a feminina. Verifica-se que esta medida é menor entre os homens (15,57 DP=2,35), e entre as mulheres a média é de 17,19 (DP=3,56). Considerando o (a) parceiro (a) da iniciação sexual em duas categorias, parceiro (a) casual e parceiro (a) fixo (a), 70,4% iniciou a vida sexual com um (uma) parceiro(a) fixo(a). Com relação ao uso de método contracetivo, 40,5% usaram método contracetivo e a maior parte, 59,5%, afirmam não ter utilizado. 55,5% das mulheres que tinham informação sobre sexo estavam entre 15-19 anos.Conclusões: Esses dados revelam que apesar dos avanços obtidos nas discussões de género e sexualidade o comportamento sexual ainda está muito atrelado às representações do feminino e masculino que permeiam a sociedade, em que tanto para o homem quanto para a mulher sejam esperados comportamentos para cada sexo. O homem se inicia sexualmente mais cedo e com menos informações que as mulheres. E de acordo com o perfil, podemos perceber a necessidade de políticas e práticas de saúde adequadas à idade e ao contexto em que se inserem (Trindade, 2011).Palavras-chave: Género, Sexualidade, Relação sexual, Métodos contracetivos.Referências bibliográficas: Heilborn, M. (2002) Fronteiras simbólicas: género, corpo e sexualidade. Género, Corpo e Enfermagem CEPIA. Rio de Janeiro: Em Cadernos Cepia. 73-92. Trindade, R. (2011). História de Mulheres; elas foram mães na adolescência. Maceió: Edufal.

* Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem e Fármacia** Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem e Fármacia*** Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem e Fármacia**** Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem e Fármacia***** Universidade Federal de Alagoas, Escola de Enfermagem e Fármacia

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150III Série - Suplemento 2013

Menopausa e Sexualidade: o (des)prazer de envelhecer

Maria Carminda Soares Morais*, Irene da Conceição Silva Cerejeira Azevedo**, Maria José Magalhães***

Introdução: Partindo da sexualidade das mulheres na menopausa, esta investigação assenta nas perspetivas de género, na construção social do feminino, do ser mulher e do papel dos movimentos feministas no desafio a esses constrangimentos (Magalhães, 2005). A menopausa, enquanto última fase do ciclo reprodutivo, marca uma transição, frequentemente, vivenciada de forma angustiante e dramática. Baseadas nas teorias da transição (Meleis,1996) e do cuidar (Lenninger, 1991), desafia-se a conjugação de esforços do agir em enfermagem no sentido da reorganização dos momentos transicionais.Objetivos: Sendo a menopausa um período de transição, marcada por manifestações psicofisiológicas, é essencial conhecer a sua natureza, a sua representação simbólica, de modo a assegurar práticas de enfermagem que resultem no efetivo empoderamento das cidadãs na construção dos seus projetos de saúde, nomeadamente na área da sexualidade na menopausa. Procura-se, com o contributo das mulheres, conhecer as necessidades, percebendo como vivem a sexualidade e se esta é vivida com des/prazer.Metodologia: Considerando o objeto de estudo - as vivências da sexualidade das mulheres em menopausa fisiológica - a estratégia metodológica desenvolveu-se de acordo com uma perspetiva interpretativa, na valorização da experiência humana, atribuindo importância aos significados dos comportamentos humanos. Centrado no método biográfico, nas histórias de vida como metodologia fundamental, na esteira de Ferrarotti, (1983) e Magalhães (2005), o estudo tem caráter interpretativo, exploratório, descritivo e relacional. Através da construção de narrativas biográficas, valorizam-se as subjetividades, as regularidades, as singularidades que irrompem das vozes e silêncios de cinco mulheres, em contextos sociogeográficos diferentes.Resultados: Como contributos foi possível perceber como cada mulher vivenciou a sua sexualidade na menopausa, que estas histórias de cada mulher se misturam com a de todas, apenas pela semelhança em alguma sintomatologia. Associados à condição de ser mulher em menopausa, os medos e os anseios que vivenciam ao nível da sexualidade nesta fase de transição são motivo de constrangimento e com tendência a comprometer a sua qualidade de vida. Verificamos que as mulheres com mais amigas parecem ser as mais imponderadas e mais firmes. Quanto aos desconfortos recorrem ao médico e nunca procuram o apoio de EESMO por desconhecimento das suas competências profissionais nesta fase do ciclo reprodutivo. Confrontamo-nos com um longo percurso, nesta área. O ato de cuidar só terá verdadeiro sentido e significado se o/a Enfermeiro/a assim o desejar e dependerá dos conhecimentos mobilizados, da intencionalidade, do empenho e do desejo que imprime a esse agir.Conclusões: Do estudo emerge a necessidade de preparação das mulheres para vivenciarem a pré e peri-menopausa, enquanto fenómenos fisiológicos, trabalhando previamente a área do conhecimento das mulheres, de modo a que estas compreendam a sintomatologia e quais as estratégias para a redução desses desconfortos. Convoca ainda o agir de todos os profissionais na prevenção e denúncia da violência doméstica. Em suma, a intervenção deve centrar-se no empoderamento das mulheres, onde o saber, a manutenção de redes de sociabilidade (amigas, colegas) e a autonomia se conjugam para fortalecer a tomada de decisão no sentido de uma melhor qualidade de vida na menopausa.Palavras-chave: Menopausa, Sexualidade, Histórias de vida, Enfermagem.Referências bibliográficas: Ferrarotti, F. (1983). Histoire et Histoires de Vie, la méthode biographique dans les sciences sociales. Paris: Libraire des Méridiens. Leininger, M. (1991). Culture Care diversity and Universality: a theory of Nursing. The theory of culture care diversity and universality. New York: Nacional League of Nursing Press. Magalhães, M. J. (2005). Mulheres, Espaços e Mudanças: O pensar e o fazer na educação das novas gerações. Porto: Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação. Universidade do Porto. Tese de Doutoramento em Ciências da Educação. Meleis, A. (1997). Theoretical Nursing: Development & Progress (3ª Ed). Philadelphia: Lippincott.

* Escola Superior de Saúde de Viana do Castelo, Saúde Mental e Comunitária [[email protected]]** Centro Hospitalar da Póvoa/Vila do Conde*** Faculdade de Psicologia e de Ciências da Educação da Universidade do Porto, Ciências da Educação

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151III Série - Suplemento 2013

Mujeres con VIH, sexualidad y deseo de procreación: un abordaje cualitativo

Débora Álvarez del Arco*, Sabela Rodriguez**, Victoria Hernando***, Alicia Llacer****, CoRIS-Salud Reproductiva*****

Introducción: La mejora en los tratamientos antirretrovirales y la reducción de la transmisión vertical del VIH han conllevado que cada vez más mujeres con VIH se planteen tener hijos. Sin embargo, el estigma y el rechazo se materializan en que muchas mujeres VIH positivas se enfrenten a dificultades para normalizar una relación de pareja y una vida sexual completa. Las investigaciones sobre factores relacionados con la sexualidad y deseo de procreación de estas mujeres son muy escasas en nuestro medio.Objetivos: El objetivo de este estudio es conocer en profundidad la sexualidad e historia reproductiva de las mujeres con VIH, ahondando en los elementos que configuran el deseo de procreación y el impacto del diagnóstico de VIH sobre su vida sexual y deseo de tener descendencia.Metodología: Investigación cualitativa mediante entrevista abierta. Fueron entrevistadas 24 mujeres VIH positivas entre 18 y 45 años, de la Cohorte de la Red de Investigación en SIDA. Los centros médicos que realizan el seguimiento a las pacientes explicaron la investigación y pidieron su participación. La muestra, extraída de una previa de diseño cuantitativo, fue segmentada en función del deseo de procreación, situación de pareja, edad y nivel educativo. Las entrevistadas firmaron un Consentimiento Informado. Las entrevistas fueron grabadas, transcritas y la información analizada partiendo de la teoría fundamentada de los datos.Resultados: El diagnóstico de VIH es un hito en la vida de las pacientes, marcando un antes y un después en su vida sexual y afectiva. Este hito es vivido de forma traumática y se relaciona recurrentemente con la idea de una muerte inmediata y de aislamiento social. Conlleva, además, la negación de la maternidad y de la vida sexual de forma reiterada, al menos temporalmente. El diagnóstico es comunicado a un círculo muy estrecho de personas cercanas y el apoyo de la pareja, en su caso, es esencial en el proceso de interiorización de la nueva situación. Los profesionales de la salud ayudan a las mujeres con VIH a normalizar su vida, proporcionándoles la información necesaria acerca de medidas de protección de las parejas sexuales y métodos de reproducción asistida. El miedo al contagio del niño es la razón más recurrente a la que se refieren como barrera a la procreación, aunque finalmente tengan hijos tras el diagnóstico.Conclusiones: Todavía las mujeres con VIH temen que su círculo social conozca que padecen esta enfermedad que consideran estigmatizada socialmente. Tener un hijo es, en muchos casos, vivido como un factor de normalización de la vida “a pesar del VIH”. La maternidad se considera un elemento de compensación e, incluso, como una ayuda a sobrellevar el diagnóstico del VIH. Los profesionales sanitarios son agentes clave: prestan información y soporte después del diagnóstico. Es necesario proporcionar a las mujeres con VIH apoyo psicológico, orientación necesaria y recursos para que puedan tomar las decisiones sobre su vida sexual y de procreación convenientemente informadas.Palabras Claves: VIH, Mujeres, Deseo de procreación, Vida sexual.

* Instituto de Salud Carlos III, Centro Nacional de Epidemiología [[email protected]]** Instituto de Salud Carlos III, Centro Nacional de Epidemiología*** Instituto de Salud Carlos III, Centro Nacional de Epidemiología**** Instituto de Salud Carlos III, Centro Nacional de Epidemiología***** Cohorte de la Red de Investigación en Sida

G É N E R O ( S ) E S E X U A L I D A D E ( S )

152III Série - Suplemento 2013

O corpo encenado: género e sexo na publicidade

Filomena Teixeira*, Fernando Moreira Marques**

Introdução: A publicidade é presença insistente no quotidiano. Na cidade ou nas revistas, as suas mensagens captam a atenção, pela natureza dos suportes e impacto visual. A instantaneidade, simultaneidade e iconicidade das suas imagens não segrega públicos, entranhando-se facilmente nas rotinas individuais e no imaginário coletivo. O recurso a estereótipos sexuais e de género nos anúncios, torna o corpo palco de encenações, capturando olhares investidos de desejos que não se esgotam no impulso do consumo, antes se prolongam nas redes sociais.Objetivos: O estudo teve como objetivos analisar, tipificar e contextualizar as representações do feminino e do masculino na publicidade exterior e na publicidade impressa em revistas, problematizando as suas implicações socioeducacionais.Metodologia: O corpus foi constituído por fotografias de anúncios publicitários impressos em revistas e expostos em suportes na cidade de Coimbra entre os anos de 2005 e 2013. A seleção dos anúncios foi feita com base em critérios de relevância e pertinência da sua mensagem para o tema em estudo. A análise e categorização do conteúdo discursivo dos anúncios foram realizadas com o recurso ao software de análise qualitativa NVivo. A contextualização das mensagens teve em conta a sua inserção em campanhas publicitárias mais abrangentes e a referência a acontecimentos socioculturais.Resultados: As figuras femininas são frequentemente jovens ocidentais, brancas, elegantes, representadas nuas ou seminuas, em poses de submissão, de sedução e de oferta sexual. Muitas das suas imagens aludem ao imaginário da pornografia. O corpo tende a ser sexualizado sem que isso implique uma relação direta com a função do produto publicitado. Os cenários associados ao consumo de perfumes, álcool, moda e telemóveis são os que mais veiculam estas imagens. Um outro grupo de anúncios exibe a mulher em cenários domésticos representando papéis de dona de casa, mãe e prestadora de cuidados. As figuras masculinas que surgem também com marcas da cultura ocidental, são habitualmente impregnadas de estatuto, poder e ação, sexualmente atraentes, dominadoras, com influência no mundo exterior. Alguns anúncios acompanham uma tendência para a indeterminação do sexo e do género, representando figuras andróginas em cenários de forte apelo sexual.Conclusões: Este estudo mostra como o sexo e o género são representados na publicidade. As mensagens tendem a reproduzir estereótipos que banalizam a desigualdade de género. Os códigos da masculinidade e da feminilidade são encenados em corpos que também se diferenciam pelas suas marcas de classe. O sexo é associado ao poder, à posse e ao consumo. O corpo feminino é objeto de um olhar predador sem vínculos de afeto. A sua sexualização torna-o prostituível. A violência simbólica destes discursos tem diversos impactos socioeducacionais que só uma educação em sexualidade, cientificamente informada e socialmente implicada, pode ajudar a problematizar.Palavras-chave: Corpo, Género, Sexualidade, Media, Publicidade, Educação.Referências bibliográficas: Laqueur, T. (1994). La construcción del sexo: Cuerpo y género desde los griegos hasta Freud. Madrid: Ediciones Cátedra. Perez, G. (2000). El Cuerpo en Venta. Relación entre Arte y Publicidad. Madrid: Ediciones Cátedra. Reichert, T., & Lambiase, J. (2003). Sex in Advertising: Perspectives on the Erotic Appeal. London: LEA. Teixeira, F., Martins, I. P., Ribeiro, P. R. M., Chagas, I., Maia, A. C. B., Vilaça, T., Maia, A. F., Rossi, C. R., & Melo, S. M. M. [Orgs.] (2011). Sexualidade e Educação Sexual: Políticas Educativas, Investigação e Práticas. Braga: Edições CIEd - Universidade do Minho.

* Escola Superior de Educação de Coimbra e Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores da Universidade de Aveiro, Educação [[email protected]]** Centro de Investigação Didática e Tecnologia na Formação de Formadores da Universidade de Aveiro [[email protected]]

G É N E R O ( S ) E S E X U A L I D A D E ( S )

153III Série - Suplemento 2013

Sujeitos transgêneros: limites e possibilidades da expressão de género “trans” no sul do Brasil

Analídia Rodolpho Petry*, Vera da Costa Somavilla, Greicy Moralles

Introdução: Esta pesquisa emerge da temática que foi trabalhada ao longo do trabalho de conclusão de curso de graduação em Enfermagem no qual se estudou a trajetória identitária de indivíduos denominados e diagnosticados pelo discurso biomédico como transexuais por viverem, cotidianamente, conforme o género desejado. Trata-se de uma pesquisa, subsidiada nos Estudos Culturais e de Género, onde apresentamos o conceito de heteronormatividade e o problematizamos em relação ao processo transexualizador, articulando-o aos conceitos de corpo, sexualidade e performance corporal.Objetivos: Geral - Investigar quais os limites e as possibilidades que mulheres transexuais encontram no seu cotidiano para problematizar suas trajetórias identitárias. Específicos - Indagar quais foram às primeiras lembranças sobre vivenciar o género desejado; questionar os enfrentamentos que, desde a infância, possibilitaram ou dificultaram sua inserção em ambientes como escola, família e sociedade; investigar os limites e as possibilidades vivenciadas por estas mulheres no processo de construção do corpo feminino.Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo e exploratório, de cunho qualitativo. A produção dos dados deu-se através de uma entrevista semi-estruturada composta de questões abertas. Foram sujeitos deste estudo oito mulheres transexuais. A pesquisa foi submetida ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Santa Cruz do Sul através da Plataforma Brasil. O estudo foi aprovado sob o número de CAAE:05289512.1.0000.5343. As entrevistadas assinaram o Consentimento Livre e Esclarecido, conforme Resolução 196/ 1996, que dispõem sobre pesquisas com seres humanos no Brasil. Os dados foram organizados em cinco blocos temáticos.Resultados: O primeiro bloco temático problematiza a infância como o período em que ocorrem as primeiras lembranças de sentir-se diferente dos demais. Apesar disso, não compreendem a dimensão social desta diferença. No segundo bloco temático evidenciamos que as brincadeiras preferidas eram delicadas e voltadas aos cuidados da casa e das bonecas. Brincadeiras masculinas eram evitadas. Vivências escolares e seus desafios estão no terceiro bloco temático. Aparece insegurança de estar em um ambiente onde não é aceite e a hostilidade dos colegas dentro e fora do educandário. O quarto bloco temático problematiza questões da adolescência e transformações na direção da identidade de género desejada. Na última unidade analítica a escola ainda se faz presente, pois é lá que a maioria dos pais foi chamada para encaminhar seus filhos para médicos ou psicólogos. A violência moral e física representa momentos de mágoa e tristeza. Os limites e as possibilidades para adequar-se ao género de identificação se intensificam nos tratamentos hormonais, vestimentas e cirurgias.Conclusões: A pesquisa permitiu-nos visualizar os limites e as possibilidades enfrentadas por oito mulheres transexuais no processo de migração de género que empreendem em suas vidas. As narrativas ratificam um conjunto de normas heterossexuais sustentadas na manutenção de corpos em sexos diferentes. A ambiguidade de género é proscrita. Entendemos que as entrevistadas ocupam posições de sujeito múltiplas e em constante busca pelo reconhecimento social de sua legitimidade humana. Deparamo-nos com vivências que se traduzem em lutas constantes para obter a aprovação social no meio em que vivem, pois tornar-se humano implica no reconhecimento de si e do outro de modo simultâneo.Palavras-chave: Género, Sexualidade, Corpo, Cultura, Transexualidade.Referências bibliográficas: Santos, D. B. C. (2010) Cartografias da Transexualidade: a experiência escolar e outras tramas. Curitiba: UFPR. [Dissertação]. Disponível em <http://hdl.handle.net/1884/25058> Acesso em 10 de set.2012. Petry, A. R. (2011) Migrações sexuais e de gênero: experiências de mulheres transexuais. UFRGS. Disponível em <http://hdl.handle.net/10183/31411> Acesso em mai.2012. Bento, B. (2006). A reinvenção do corpo: Sexualidade e gênero na experiência transexual. Rio de Janeiro: Garamond. Bento, B. (2009). A diferença que faz a diferença: corpo e subjetividade na transexualidade. Bagoas: revista de estudos gays / Universidade Federal do Rio Grande do Norte, Centro de Ciências Humanas, Letras e Artes. Natal: EDUFRN. <Disponível em: http://www.cchla.ufrn.br/bagoas/edic.html> Acesso em 10 ago.2012.

* Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, Departamento de Enfermagem e Odontologia

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154III Série - Suplemento 2013

Virginidad: esa fina membrana llamada honor

María del Mar Pastor Bravo*, Ismael Jiménez Ruiz**, Pilar Almansa Martinez***, María Moya Nicolás****, Jesus David Pastor Rodriguez

Introducción: Como consecuencia de los movimientos migratorios, en la sociedad europea, se plantean nuevos retos sobre la salud de las mujeres como un derecho fundamental. Determinadas culturas, mayoritariamente islámicas, consideran la virginidad de la mujer como la prueba de su honor. La mujer debe sangrar en la noche de bodas o se expone a ser castigada con la muerte, humillada moralmente o al rechazo de su marido divorciándose de ella.Objetivos: Describir las actitudes y los conocimientos de hombres marroquíes de edades comprendidas entre los 20 a 30 años, ante la virginidad de las mujeres y determinar las consecuencias asociadas a las pruebas de virginidad negativas.Metodología: Estudio cualitativo etnográfico. La muestra se compone de seis hombres menores de 30 años, residentes en la región Oriental de Marruecos. La recogida de datos se ha obtenido mediante entrevista semiestructurada de elaboración propia a través de la bibliografía consultada. El idioma utilizado ha sido elegido entre dos opciones posibles: árabe o francés. Las entrevistas han sido grabadas y posteriormente transcritas y traducidas al castellano, asegurando la protección de la información. Al analizar las entrevistas se ha llegado a la saturación de datos.Resultados: Los resultados se han agrupado en tres categorías: a) Prueba de virginidad: Los entrevistados consideran que el sangrado de la mujer en la noche de bodas, es la prueba que demuestra su virginidad y su honor. Desconocen argumentos descritos en la literatura científica respecto al proceso de sangrado y su relación con las relaciones sexuales. Los estudios determinan que sólo un 41,32% de las mujeres nace con un himen que se romperá durante la primera experiencia sexual completa. b) Consecuencias para las mujeres que no sangran durante su primera experiencia sexual: Los entrevistados aseguran que se divorciarían si descubriesen que su mujer no es virgen ya que la tradición y la religión obligan a la mujer a mantenerse puras hasta el matrimonio. Perder la virginidad significa perder el honor y el respeto de su comunidad. c) Divorcio como estigma social: Las mujeres divorciadas, con independencia de las causas, son víctimas de rechazo en su comunidad y graves prejuicios sociales.Conclusiones: Los hombres entrevistados consideran que la virginidad de la mujer debe probarse con el sangrado en la noche de bodas. Cuando esto no sucede es argumento suficiente para justificar el rechazo unánimemente. Esta falta de información sobre la virginidad, junto con las consecuencias derivadas de no ser considerada virgen, son un factor de riesgo que favorecen graves problemas de salud asociados a las presiones sociales, a las que son sometidas las mujeres donde se mantiene esta tradición en nombre del honor, la cultura o la religión.Palabras Claves: Virginidad, Enfermería, Honor, Mujeres, Himen, Género.Referencias bibliograficas: Estadística del instituto de Medicina Forense (1972), Bagdad, Iraq, 1940-1970, publicadas en la revista médica iraquí. Fondation SURGIR (2011-2012). Manuel à l’usage des politiques, des institutions et de la société civile. Combattre les crimes commis au nom de l’honneur en Europe. Disponible en: <http://www.surgir.ch/userfiles/file/surgir-brochure-crime-honneur-fr.pdf> Nawal, E. S. (2011). La cara desnuda de la mujer árabe (2ª Ed.). Madrid.

* Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería [[email protected]]** Universidad de Murcia, Facultad de Enfermería*** Universidad de Murcia, Enfermería**** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería

GÉNEROS E VIOLÊNCIAS

GENDERS AND VIOLENCES

GÉNEROS Y VIOLENCIAS

G É N E R O ( S ) E V I O L Ê N C I A ( S )

157III Série - Suplemento 2013

(Re)conhecendo as necessidades em saúde de mulheres vitimizadas: a interface entre o discurso de usuárias e de profissionais de saúde da Estratégia Saúde da Família

Rebeca Nunes Guedes*, Rosa Maria Godoy Serpa Da Fonseca**

Introdução: A construção histórica e social das relações de género tem imputado às mulheres condições de vida precárias e subalternas, determinantes significativos de seu processo saúde-doença, que tem estreita relação com as suas necessidades em saúde. A violência de género, embora consista em um fenómeno relacional entre homens e mulheres, incide principalmente sobre as mulheres, constituindo uma questão de saúde. Assim, as necessidades determinadas pela violência devem ser objeto de investigação e de intervenções voltadas para a sua prevenção e enfrentamento.Objetivos: O presente estudo tem como objetivo compreender os limites e as possibilidades avaliativas da Estratégia Saúde da Família (ESF) no que tange ao reconhecimento de necessidades em saúde de mulheres que vivenciam violência.Metodologia: Trata-se de um estudo analítico, de abordagem qualitativa, que adotou como referencial teórico o campo conceitual da Saúde Coletiva, tendo como base a conceção Marxiana de necessidades e o recorte de género na determinação do processo saúde-doença das mulheres. As categorias analíticas norteadoras da pesquisa foram: género, violência de género e necessidades em saúde. Os dados foram coletados por meio de entrevistas com profissionais de saúde e mulheres usuárias da ESF e analisadas a partir do método de análise de conteúdo.Resultados: Em relação ao reconhecimento de necessidades pelos profissionais de saúde e pelas mulheres vitimizadas foram evidenciados os temas: condições de vida; autonomia; vínculo com profissionais de saúde e medicalização das necessidades. O encontro entre os discursos de mulheres usuárias e de profissionais do serviço de saúde revelou como interface necessidades propriamente humanas, a exemplo da autonomia e do vínculo. A compreensão sobre necessidades limitada ao reconhecimento de agravos de ordem física ou psíquica, assim como a predominância do reconhecimento de necessidades de manutenção da vida à frente das necessidades propriamente humanas, revelaram-se nos discursos dos profissionais como importantes limitações das práticas, além de um desencontro entre as necessidades expressas pelas mulheres vitimizadas e o seu reconhecimento pelo serviço. Além disso, a análise dos depoimentos revelou expressiva influência da construção da identidade de género de profissionais de saúde nas suas práticas, aspeto que reitera a subalternidade feminina e limita a utilização da atenção à saúde como instrumento de emancipação social.Conclusões: O estudo revela divergências entre os discursos de mulheres e de profissionais de saúde em relação às necessidades em saúde relacionadas à vivência de violência, apontando para limites que devem ser superados e possibilidades que devem ser aprofundadas e fortalecidas enquanto potência para a prevenção e o enfrentamento da violência. Destaca-se a perspetiva de género enquanto ferramenta fundamental para o reconhecimento e a intervenção frente às necessidades em saúde das mulheres que vivenciam violência, constituindo uma nova qualidade que deve ser agregada ao cotidiano das práticas profissionais em saúde para confirmar ou negar o caráter transformador da assistência em vigor.Palavras-chave: Violência, Género, Necessidades em Saúde.Referências bibliográficas: Oliveira, R. N. (2011). Violência de gênero e necessidades em saúde: limites e possibilidades da Estratégia Saúde da Família [Tese]. São Paulo: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo; 2011.

* Universidade de São Paulo, Enfermagem em Saúde Coletiva [[email protected]]** Universidade de São Paulo, Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva - ENS [[email protected]]

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158III Série - Suplemento 2013

Atitudes dos jovens face à violência nas relações de intimidade

Maria dos Anjos Coelho Rodrigues Dixe*, Irene Dixe de Oliveira Santo**

Introdução: A natureza relacional do ser humano leva-o a estabelecer ligações de afeto com os outros, que completam e dão sentido à sua vida (Oliveira & Sani, 2004), no entanto tem-se verificado que algumas das ofensas pessoais mais severas ocorrerem nas relações de amor (Arriaga & Stuart, 1999).Objetivos: Tendo por base a importância demonstrada das atitudes/crenças para a prevenção do fenómeno da violência no namoro surge este trabalho que tem como principais objetivos avaliar as atitudes dos estudantes do ensino superior em Portugal face à violência nas relações de intimidade e determinar a relação entre as atitudes face à violência nas relações de intimidade por sexo dos estudantes e a sua idade, ter atualmente namorado e tempo de namoro.Metodologia: Desenvolvemos um estudo observacional numa amostra de 95 estudantes do ensino que mantêm ou mantiveram uma relação de namoro. Após o cumprimento de todos os procedimentos formais e éticos foi aplicado um questionário constituído por características sociodemográficas e académicas e o Intimate Partner Violence Attitude Scale Revised (Fincham, Cui, Braithwaite, & Pasley, 2008) validado para a população portuguesa por Inácio & Dixe (2012). Esta é constituída por dois fatores (atitudes face ao abuso e atitudes face à violência). Valores mais baixos (1-5) correspondem a atitudes menos tolerantes face à violência e abuso.Resultados: Neste estudo participaram 54,57% de estudantes do sexo feminino e 45,3%%, do sexo masculino, com uma média de idades de 22,4 anos (D.P.= 2,3). Os estudantes do sexo masculino apresentam em média atitudes mais tolerantes face à violência (med=2,4; DP=0,8) e ao abuso (med=1,5; DP=1,0) do que as estudantes do sexo feminino (violência- med=2,3; DP= 0,6 e abuso- med=1,3; DP=0,8), mas sem significado estatístico (p>0,05). Tanto nos rapazes como nas raparigas os valores médios apresentados pelos 9 itens da escala situam-se abaixo da mediana (3) da escala com exceção do item “Durante uma discussão acesa, acho normal dizer propositadamente algo para magoar o/a meu/minha namorado/a” em que os rapazes (med=4,0; DP=1,1) e as raparigas (med=4,1; DP=0,9) apresentam atitudes de concordância.As atitudes das raparigas e dos rapazes face ao abuso e face à violência nas relações de intimidade não são diferentes consoante a idade, com o fato de ter namorado no momento do estudo, nem com o tempo de namoro (p>0,05).Conclusões: As crenças influenciam os nossos comportamentos, sendo que, como produto da socialização, interpretamos o mundo através de crenças interiorizadas desde cedo. A legitimação da violência no namoro é, deste modo, uma consequência de crenças erróneas que desculpabilizam estes atos abusivos, tendo-se concluído neste estudo que os jovens, tanto do sexo masculino como feminino, condenam os atos de violência nas relações de intimidade, embora se verifique alguma legitimação relativamente a alguns atos.Palavras-chave: Violência, Abuso, Atitude, Relações de intimidade.Referências bibliográficas: Arriaga, X. B., & Stuart, O. (1999). Violence in intimidate relationships. Thousand Oaks, Sage Publications. Inacio, A. G. M., & Dixe, M. A. C. R (2012). Atitudes dos jovens em relação à violência no namoro - tradução e adaptação transcultural da intimate partner violence attitude scale revised. tese de mestrado não publicada. ISMTFincham, F. D., Cui M., Braithwaite S., & Pasley, K. (2008). Attitudes Toward Intimate Partner Violence in Dating Relationships. Psychological Assessment, 20(3), 260–269. DOI: 10.1037/1040-3590.20.3.260.Oliveira, M. S., & Sani, A. I. (2004). Comportamento dos jovens universitários face à violência nas relações amorosas. Monografia não publicada, Faculdade de Ciências Humanas e Sociais da Universidade Fernando Pessoa, Porto.

* Escola Superior de Saúde de Leiria** Charles University, 2nd Faculty, Medicine

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159III Série - Suplemento 2013

Competências inter e intrapessoais em estudantes do ensino superior e violência nas relações de namoro

Maria Isabel Domingues Fernandes*, Maria dos Anjos Coelho Rodrigues Dixe**, Joana Alice da Silva Amaro De Oliveira Fabião***, João Carlos Oliveira Neves****, João Rafael Mendes Tavares*****

Introdução: Existe algum consenso na literatura relativamente à segurança e estabilidade emocional que a relação de namoro pode proporcionar aos jovens (Matos et al., 2006). No entanto a violência no namoro é hoje um fenómeno social e um problema de saúde pública (Paiva & Figueiredo, 2005). Importa, assim, que os jovens desenvolvam competências intra e interpessoais a fim de construírem relações íntimas saudáveis (Matos et al., 2006). Deste modo, pretendemos compreender a relação entre as competências e a violência no namoro e alguns fatores que caracterizam a relação de namoro.Objetivos: Com a investigação pretende-se: caracterizar as relações de namoro dos estudantes; determinar a taxa de prevalência da violência nas relações de intimidade; identificar os tipos de violência; e determinar a relação entre as relações de namoro e as competências intra e interpessoais (auto-conhecimento, auto-estima, auto-realização, empatia, assertividade, suporte social, criatividade, cooperação, liderança e resiliência) dos estudantes do ensino superior.Metodologia: Estudo observacional, analítico e transversal, numa amostra de 201 estudantes do 1º ano da licenciatura em enfermagem de uma instituição do ensino superior. Recolha de dados efetuada em sala de aula através de um questionário constituído por dados sociodemográficos e académicos, caracterização da relação de namoro e a Escala de Competências Intrapessoais e Interpessoais ( Jardim & Pereira, 2006).Resultados: Participaram 19,9% rapazes e 80,1% raparigas; 58,6% não tem namorado(a); entre os que tiveram ou tem namorado(a) houve componente sexual em 74,8% das situações. Relativamente à prevalência da violência nas relações de namoro, 5,9% mencionaram já ter vivido ou estar a viver alguma situação de violência, sendo a psicológica de 12,9%. Os estudantes apresentam, nas várias competências interpessoais, valores que oscilam entre 3,3 (criatividade) e 4,2 (suporte social). Não se verificaram diferenças estatisticamente significativas nas competências intrapessoais dos estudantes em função do género. As raparigas apresentam valores mais elevados no autoconhecimento, empatia, assertividade, criatividade e liderança e, os rapazes, na autoestima, autorrealização, suporte social, cooperação e resiliência.Na análise das competências em função de ter ou não namorado verificámos a existência de diferença estatisticamente significativa nas subescalas do autoconhecimento, da autorrealização e lideranças (p <0,05), não se verificando diferenças em função do género. Na relação entre competências e tempo de namoro, existe correlação positiva e significativa na dimensão do autoconhecimento.Conclusões: A maioria dos estudantes não namora, dos que têm ou tiveram uma relação de namoro, a maioria já teve relacionamento sexual com o parceiro. A violência psicológica é a mais referida entre os estudantes que vivem ou já viveram situações de violência 1,4.Ter namorado aponta para maiores competências de auto conhecimento, autorrealização e lideranças. Maiores competências de autoconhecimento são evidenciadas pelos estudantes que têm uma relação de namoro mais longa. Estes resultados orientam-nos para a necessidade de continuar a aprofundar conhecimento sobre o desenvolvimento de competências nos jovens (em função do género) para construir e manter relações íntimas mais saudáveis.Palavras-chave: Competências, Estudantes, Enfermagem, Relação Namoro, Violência.Referências bibliográficas: Caridade, S., & Machado, C. (2006). Violência na intimidade juvenil: da vitimação à perpetração. Análise Psicológica, 4 (XXIV), 485-493. Jardim, J., & Pereira, A. (2006). Competências pessoais e sociais: guia prático para a mudança positiva. Porto: Edições ASA. Matos, M. et al. (2006). Prevenção da violência nas relações de namoro: intervenção com jovens em contexto escolar. Psicologia: Teoria e Prática. 8(1), 55-75. Paiva, C., Figueiredo, B. (2005). Abuso no relacionamento íntimo e estado de saúde em jovens adultos portugueses. International Journal of Clinical and Health Psychology, 5(2), 243-272.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem Médico-Cirúrgica** Escola Superior de Saúde de Leiria*** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia**** Naturidade, Gestão de Alojamentos Geriátricos, SA, UCCI - Unidade de Média Duração e Reabilitação***** Centro Hospitalar de Coimbra, Hospital Pediátrico

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160III Série - Suplemento 2013

Compreendendo a negligência infantil na perspetiva de género: estudo numa base de dados de um município brasileiro

Maíra Rosa Apostolico*, Emiko Yoshikawa Egry**, Paula Hino***, Leda Maria Albuquerque****, Rafaela Gessner*****

Introdução: A negligência “é toda forma de omissão, ou seja, o não-provimento das necessidades e cuidados básicos para o desenvolvimento físico, emocional e social da criança…” (1). Considerando que o núcleo familiar está permeado por relações desiguais de poder e de género e que a negligência contra a criança ocorre cotidianamente neste espaço, este lócus é privilegiado para a intervenção do profissional de saúde, visando o enfrentamento da negligência infantil e garantindo um crescimento e desenvolvimento saudável para essa população (2,3).Objetivos: Compreender o fenómeno da negligência contra crianças na perspetiva de género. Busca-se compreender o porquê das mulheres-mães serem as mais responsabilizadas nos casos de negligência?Metodologia: Estudo exploratório, com base nos dados de notificação da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência de uma cidade brasileira, coletados em janeiro de 2013, referentes ao período de 2004-2012. Utilizou-se o Excel® para análise com estatística simples. A categoria género foi privilegiada dado que a análise do fenómeno depende desta perspetiva como um elemento constitutivo das relações sociais baseadas nas diferenças percebidas nos processos de socialização de homens e mulheres (3).Resultados: A negligência contra crianças menores de dez anos constitui mais da metade das notificações encontradas na base em todos os anos estudados. As mulheres são responsabilizadas na maioria das notificações de negligência para ambos os sexos das crianças. Os meninos são mais negligenciados proporcionalmente que as meninas em todos os segmentos etários; isto significa que as meninas são mais vítimas de outras formas mais graves de violência no conjunto delas (física, psicológica e sexual); o segmento etário de 5 a 9 anos completos comporta meninos e meninas mais negligenciados em comparação com segmento dos menores de cinco anos. As notificações para menores de um ano de idade vem crescendo e desde 2007 identificam-se casos de negligência contra recém-nascidos, atribuídos maioritariamente às mulheres. Observa-se que os homens são responsáveis pela negligência em 18,5% das notificações do período estudado e quanto menor a idade da criança, ele é menos responsabilizado.Conclusões: À mulher é usualmente imputada a responsabilidade total do cuidado dos filhos e a sociedade cobra tempo e dedicação por parte delas, sem questionar a responsabilidade da figura paterna, muitas vezes ausente. É grande o contingente de mulheres que são chefes de famílias: os homens abandonaram bem mais cedo a responsabilidade pelo cuidado de sua prole. As instituições escolares cobram somente da mulher-mãe a ausência na reunião de pais e mestres, configurando negligência, mesmo quando há um pai presente. A saúde, ao olhar o fenómeno de forma generificada mudará a perceção dominante que reforça a visão idealizada da mulher-mãe.Palavras-chave: Negligência, Violência de género, Saúde Coletiva, Infância.Referências bibliográficas: (1) Protocolo da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em situação de risco para a violência. Curitiba, 2008. (2) Fonseca, R. M., & Egry, E., Apostólico, M. R., Nobrega, C. R., & Guedes, R.N. (2012). Recurrence of violence against children in the municipality of Curitiba: a look at gender. Acta Paul Enferm, 25(6), 895-901. (3) Apostólico M. R., Nóbrega, C. R., Guedes, R.N., Fonseca, R. M., & Egry, E. Y. (2012) Characteristics of violence against children in a Brazilian Capital. Rev Latino-AM Enferm, 20(2), 266-73. (4) Fonseca, R. M. (2005). Equidade de gênero e saúde das mulheres. Rev Esc Enferm USP, 39(4), 450-9.

* Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Enfermagem em Saúde Coletiva - ENS** Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem, Enfermagem em Saúde Coletiva*** Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Enfermagem em Saúde Coletiva**** Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem, Enfermagem em Saúde Coletiva***** Universidade de São Paulo, Departamento de Saúde Coletiva

G É N E R O ( S ) E V I O L Ê N C I A ( S )

161III Série - Suplemento 2013

Discapacidad y violencia de género - Sus efectos en autoestima, afrontamiento de problemas e ideología de género

Trinidad Donoso-Vazquez*, Anna Velasco Martinez**

Introducción: Las organizaciones de personas con discapacidad señalan que la situación de mujeres con discapacidad que sufren violencia de género en nuestro país es preocupante. No existen estadísticas al respecto. A la sintomatología de mujeres que han pasado por violencia de género se añaden ciertas condiciones específicas tales como la falta de autoestima, la imposibilidad de hacer uso de estrategias y recursos disponibles, la infantilización a que son sometidas estas mujeres y unas imposiciones normativas de género.Objetivos: Analizar las características del maltrato en una muestra de mujeres con discapacidad física y orgánica. Comprobar la incidencia del maltrato en la autoestima y el afrontamiento de problemas de las mujeres. Analizar si existen diferencias entre las mujeres que han sufrido maltrato y las que no en autoestima y afrontamiento de problemas. Comprobar si las mujeres que han sufrido maltrato tienen mayor ideología de género que las que no.Metodología: Estudio descriptivo por encuesta con una muestra intencionada de mujeres en puntos de organizaciones de personas con discapacidad del territorio español.Muestra formada por 105 mujeres, 74 víctimas de violencia de género y 31 no manifiesta sufrir maltrato explícito. Recogida de datos realizada individualmente mediante un cuestionario formado por variables sociodemográficas, características maltrato y escalas que medían: autoestima de las mujeres, afrontamiento de problemas e ideología de género. Todas las escalas han sido validadas en estudios anteriores. Se realizaron análisis de frecuencias y tablas de contingencia con el PASW 17.0.Resultados: Edad: 18 a 35 - 31%; 36 a 49 - 48%; Mayores 50 - 21%. Situación actual: Sin pareja - 17,7%; Con pareja - 28,2%; Nivel educacional: Básicos - 69%; Secundarios - 23,8%; Universitarios - 7,3%; Tipo de discapacidad: Física - 81%; Psíquica - 23,2%; Intelectual - 20,8%; Auditiva - 6,3%; Visual - 2,6%. Tabla 1: Variables caracterización muestral. Tipos violencia sufridos por las mujeres: física (45%), sexual (28,6%), psicológica (22,8%) y económica (10,5%). Tiempo de exposición a la violencia, un 39,3% dice haber sufrido más de 10 años y entre 1 y 2 años un 35,7%. Puntuaciones en autoestima por encima de la media de la población española. Medidas altas tanto en afrontamiento activo como pasivo, lo que da un perfil ambivalente en el afrontamiento. Muy altas las puntuaciones en ideología de género. No hay diferencias estadisticamente significativas en autoestima, afrontamiento de problemas e ideología de género entre mujeres que han sufrido violencia y las que no. La ideología de género es mayor en las mujeres maltratadas, pero no hay diferencia estadística.Conclusiones: La muestra de mujeres discapacitadas de nuestro estudio revela menor violencia física y psicología que en otras investigaciones, pero mayor violencia sexual. Se ha constatado que las mujeres con discapacidad conforman un grupo más vulnerable a sufrir violencia sexual. Se aconsejan indicadores específicos para valorar el maltrato en mujeres con discapacidad. El tiempo de exposición al maltrato (más del tercio de la muestra sufre más de 10 años) coincide con otros estudios donde las mujeres no eran discapacitadas. Se aventuran dos indicadores de riesgo, la mayor dependencia económica y el bajo perfil educativo, a tener en cuenta en futuras intervenciones.Palabras Claves: Discapacidad, Violencia de género, Sintomatología maltrato.Referencias bibliograficas: AMUVI (2008). Mujeres con discapacidad y violencia sexual: Guía para profesionales. Consejería para la Igualdad y Bienestar Social. Junta de Andalucía. Ferres, E., Megías, J.L., & Expósito, F. (2013). Gender-based violence against women with visual and physical disabilities. Psicothema, 25(1), 67-72. doi: 10.7334/psicothema2012.8 Martin, S. L., Ray, N., Álvarez, D., Kupper, L. L., Moracco, K. E., Dickens, P. A., Scandlin, D., & Gizlice, Z. (2006). Physical and sexual assault of women with disabilities. Violence Against Women, 12, 823- 837. Valenciano, E. (2004). Informe sobre la situación de las mujeres de los grupos minoritarios en la Unión Europea. European Parlament.

* Universitat de Barcelona, Métodos de Investigación y Diagnóstico en Educación** Universitat de Barcelona, Métodos de Investigación y Diagnóstico en Educación

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162III Série - Suplemento 2013

Entre a proteção e a violação: o exame sexológico em adolescentes

Lygia Maria Pereira da Silva*, Erick Alexandre Eloi Costa**, Mirian Domingos Cardoso***, Janaína Pacheco de Lima****, Viviane Colares S. de Andrade Amorim*****

Introdução: A adolescência é o período entre os 10 e os 19 anos de idade onde ocorrem transformações biológicas, psíquicas e sociais peculiares. A situação de violência sexual nesta etapa, especialmente na adolescência precoce, que compreende as idades dos 10 aos 14 anos, representa risco de alteração da vivência natural da sexualidade e comprometimento das integrações emocionais, intelectuais e sociais do indivíduo. A prática de atividades sexuais com menos de 14 anos é considerada crime no Brasil.Objetivos: Descrever o perfil da violência sexual ocorrida em adolescentes dos 10 aos 14 anos do sexo feminino, submetidas ao exame sexológico para comprovação da condição de virgindade pelo Instituto de Medicina Legal do Recife, Pernambuco, Brasil, nos anos de 2010 e 2011.Metodologia: Trata-se de um estudo descritivo, de cunho epidemiológico, no qual se analisou a totalidade dos laudos sexológicos emitidos no período do estudo. Depois de digitados de forma dupla em planilha do Excel, os dados foram analisados por meio de percentuais e medidas de tendência central para as variáveis.Resultados: Foram analisados 995 laudos de adolescentes do sexo feminino, destes, 41% (408) tiveram a condição de virgem questionada. Em 57% (232) a violência foi comprovada, corroborando com 201 (49%) adolescentes que informaram contato sexual prévio. Dos casos comprovados, em 97% foi verificado coito vaginal e em 3% atos libidinosos diversos da conjunção carnal (incluindo coito anal). Todos os agressores eram do sexo masculino, possuindo grau de proximidade com a vítima em sua maioria, sendo namorado o mais citado (48,3%), não constando a idade dos agressores nos laudos. A presença de deficiência foi verificada em 2% das meninas, como consequência da violência sexual, em 3% comprovou-se doenças sexualmente transmissíveis e 7% tiveram a gravidez comprovada no momento do exame.Conclusões: A maioria das adolescentes que tiveram a violência sexual comprovada admitiu atividade sexual consentida, em geral com o namorado. Mesmo assim, o exame sexológico é realizado como requisito forense, para a verificação de virgindade, por se considerar a ilegalidade do ato sexual nessa faixa etária. Considera-se que a adolescência precoce é de grande vulnerabilidade, aumentando a exposição aos riscos, principalmente doenças sexualmente transmitidas e gravidez. Contudo, tendo em vista o caráter invasivo e expositivo do exame, observa-se neste procedimento a violação da integridade física e da privacidade das meninas.Palavras-chave: Adolescente, Violência Sexual, Vulnerabilidade.Referências bibliográficas: Tronco, C. B. & Dell´Agio, D. D. (2012). Caracterização do comportamento sexual de adolescentes: iniciação sexual e gênero. Revista Interinstitucional de Pedagogia. 5(2), 254-269. Oliveira, H. N., Machado, J. C. & Guimarães, M. D. (2012). Factorsassociatedwith self-reportof sexual violenceagainstmenandwomenwith mental disorders in Brazil. SocPsychiatryPsychiatrEpidemiol, 47, 1567–1579. Hugo, T. D., Maier, K. J., Rodrigues, C. E. et al. (2011). Fatores associados à idade da primeira relação sexual em jovens: estudo de base populacional. Cad. Saúde Pública, 27(11), 2207-2214. Teixeira, S. A. M. & Taquette, S. R. (2010). Violência e atividade sexual desprotegida em menores de 15 anos. RevAssocMedBras, 56(4), 440-6.

* Universidade de Pernambuco, Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças** Universidade Federal de Pernambuco, Hospital das Clínicas*** Universidade de Pernambuco, Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças**** Universidade de Pernambuco, Faculdade de Enfermagem Nossa Senhora das Graças***** Universidade de Pernambuco, Faculdade de Odontologia de Pernambuco

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163III Série - Suplemento 2013

Intimate Partner Violence: perception and understanding in nursing students - A Comparative study Universitat de Barcelona/University of Southern Queensland

Dolors Rodríguez Martín*, Assumpta Rigol Cuadra**, María Honrubia***, Isabel Sánchez Zaplana****, Eva Garrido*****

Introduction: Intimate partner violence (IPV) is a key determining factor of the Health/wellbeing of women of all-ages, socio-cultural-economic backgrounds. Frequently, the physical/emotional effect of violence means that these women go to their first-line Health-professional, such as nurses, to seek support and intervention. Previous studies indicate that frequently Health-professionals,(including nurses), don’t known how to recognise abuse. This suggests that during their studies, nurses don’t receive the adequate training on-IPV, and they aren’t competent to identify-IPV and be able to provide effective strategies.Objectives: The aim of the study was to identify nursing students’ beliefs and attitudes towards intimate partner violence in order to gather information for curricular development and compare if there are significant differences between students from the University of Southern Queensland and the University of Barcelona. Methodology: Exploratory-study (march2012-november2012), and replication and cooperative-research: How IPV is perceived/understood by nursing-students from the-University of Southern Queensland (USQ) - Australia, and the - University of Barcelona (UB) -Spain. Several research questions were put forth: 1. Relationship between educational-training/self-efficacy/attitudes to treat-IPV. 2. Differences (YES/NOT) between nursing-students from-USQ/UB. 3. Do students in the final years of study have more positive-attitudes towards their professional-role and better-perception of the educational-training for treating IPV? Mixed method: - Qualitative perspective (focus-discussion-groups). - Quantitative perspective (questionnaire carried-out later): included demographic profile (sex/age/year) and perceptions/understanding about six-aspects of IPV (5-point Likert-type scale: from 1-strongly-disagree to 5-strongly-agree). Analysed using SPSS-18.0.Results: Focus-Groups - Students-participating in the focus-groups in-UB were-28 and in-USQ were-20. There’re some-similarities in the results found in the two universities. Some-of-these are e.g. how the students understand the-IPV that includes physical/emotional/sexual- aggression, and about the skills necessary to adequately treat issues related with-IPV (empathy/compassion/communication-skills/being-non-judgmental). Another important-similarity is that they didn’t fell adequately-prepared and need more-training. Some-differences are, e.g. some-USQ-students considered that abuser belonged to a minority-ethnic-group. Questionnaires - USQ(n=58-students-responded), 92%-female, 42%over-35years. 28%first-year-students, 30% second-year, 23% third-year, 19% accelerated-group. UB (n=102), 67.6%-female, 74%between - 18/25years. 45% first-year, 55% second - year. The Perception-of-Nursing-Roles-and-Values-scale and the Educational-Preparedness-Scale to manage-IPV, obtained for-the-UB a Cronbach’s-alpha of 0.73 and 0.84 respectively. There’s a significant linear-relationship between Educational-Preparedness on-IPV and the Perception-of-Nursing-Roles-and-Values in-the clinical-treatment of-IPV (Pearson’s-correlation-coefficient0.338**). Student’s-t-test results-show that there’re no-differences between the two-years of study at-the-UB on the Perception-of-Nursing-Roles-and-Values-scale (p=0.283) and Educational-Training-scale on-IPV (p=0.963). These-scores indicate that overall-participants agree that nursing has a relevant-role in the clinical-management of-IPV, together with students’ educational-preparedness to identify and manage-IPV. We found no-significant differences between age-groups and scales (Perception-of-Nursing-Roles-and-Values(p=0.932)) and Educational-Preparedness on-IPV(p=0.636) completed by the sample-of-students of-the-UB. Conclusions: Although it is necessary to be cautious, given that UB and USQ studies aren’t absolutely identical due to the composition of the groups, the results of the comparative-study highlight that both student-groups don’t understand the importance of IPV and haven’t sufficient training to prevent and take-action dealing with it. Educational Strategy: is necessary that greater emphasis in given to the acquisition of the skills to adequately treat issues related with IPV. Another useful strategy could be for the students perform practices in community-organizations working to prevent IPV, to develop a preventative culture and ability to work in a multidisciplinary environment.Keywords: Intimate Partner Violence, Nursing students, Perceptions, Understandings.References: Reisenhofer, S., & Seibold, C. (2007.) Emergency Department care of women experiencing intimate partner violence: Are we doing all we can? (2007). Contemporary Nurse, 24(1), 3-14. World Health Organization (2005). Estudio Multipaís sobre Salud de la Mujer y Violencia Doméstica. Ginebra: Editor. Disponible en: <http://www.who.int/gender/violence/who_multicountry_study/summary_report/summaryreportSpanishlow.>. Sleutel, M. R. (1998). Women’s experiences of abuse: a review of qualitative research. Mental Health Nursing, 19(6), 525-539.* Escuela Universitaria de Enfermería, Universidad de Barcelona, Enfermería Fundamental y Medicoquirúrgica [[email protected]]** Universidad de Barcelona, Escuela de Enfermería, Enfermería Salud Pública Salud Mental y Materno-infantil*** Escola Universitaria d’Infermería, Universitat de Barcelona, Dpt. Infermeria de Salut pública, Salut Mental i Maternoinfantil**** Escola Universitaria d’Infermería, Universitat de Barcelona, Dpto. Enfermeria Fundamental y Medicoquirúrgica***** Escola Universitaria d’Infermería, Universitat de Barcelona, Dpt. Infermeria de Salut pública, Salut Mental i maternoinfantil.

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164III Série - Suplemento 2013

Jovens educadores pelos pares na prevenção da violência de género

Mariana Marques Vicente*

Introdução: Violência de género é considerada como um atentado aos direitos humanos, na maioria contra a mulher nas relações de intimidade, afetando a sua dignidade e integridade física e psicológica. A inclusão dos jovens na sua prevenção, pelas especificidades inerentes à sua fase de desenvolvimento, tem reconhecimento internacional para promoção de relações saudáveis. Apresenta-se uma investigação sobre o projeto (O)Usar & Ser Laço Branco, que procura sensibilizar e educar jovens através dos seus pares, para a não violência de género.Objetivos: Conhecer as perceções que as/os participantes têm sobre violência nas relações de intimidade; conhecer as perceções das/os participantes acerca do impacto da participação no projeto, na prevenção/ resolução da violência nas relações de intimidade, em contextos formais e informais; conhecer as limitações/ dificuldades identificadas pelos participantes enquanto educadores pelos pares.Metodologia: Qualitativa, com abordagem interpretativa. Foram realizadas entrevistas semiestruturadas a 6 Educadores de Pares do projeto – 3 rapazes e 3 raparigas - no ano 2009 e procedeu-se à análise de conteúdo segundo Vala (1986).Resultados: Verificou-se uma grande convergência entre as/os diferentes participantes, com conhecimentos consistentes sobre o fenómeno – causas, consequências, manifestações e prevalência - e uma rejeição de todas as formas de violência.Conclusões: A educação pelos pares rompe com as estratégias de prevenção tradicionais e parece ser bem-sucedida ao proporcionar mudanças nos conhecimentos, atitudes e comportamentos dos educadores e dos seus pares através de ações transversais em diferentes contextos de intersubjetividades. É possível que uma das explicações desse sucesso seja mais favorável a uma educação emancipadora do próprio jovem educador, não só devido à maior tendência e à não imposição de modelos, mas também pela simetria entre educador e educando e pela proximidade e partilha de valores, experiencias e problemas.Palavras-chave: Violência de género, Educação pelos pares.Referências bibliográficas: UNICEF - United Nations Children’s Fund (2000). Domestic violence against women and girls. In: Innocenti Digest. Florence: Italy. Nº 6. [Consult 22/10/2007]. Disponível em: http://www.unicef-icdc.org/publications/pdf/digest6e.pdf. UNICEF – United Nations Children’s Fund (2002). Adolescence: A Time That Matters. Geneva, United Nations (2005). Youth at the United Nations: World Youth Report, 2002. [Consult 22/03/2009]. Disponível em: http://www.un.org/esa/socdev/unyin/wyr05.htm. United Nations (2005). Standards for Peer Education Programmes. Y-PEER – United Nations Population Fund and Youth Peer Education Network. USA. ISBN No. 0-89714-767-7. Vala, J (1986). A análise de conteúdo. In: SILVA, Augusto S; PINTO, José M. – Metodologia das Ciências Sociais. 8ª Edição. Porto: Edições Afrontamento. Biblioteca das Ciências do Homem.

* Centro Hospitalar Baixo Vouga - Aveiro, Serviço de Ginecologia e Obstetrícia

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165III Série - Suplemento 2013

O consumo de bebidas alcoólicas pelos adolescentes: apreendendo a violência de género que permeia uma prática

Sinara de Lima Souza*, Maria das Graças Carvalho Ferriani**, Marta Angélica Iossi da Silva, Romeu Gomes, Maria Aparecida Beserra***

Introdução: O consumo de bebidas alcoólicas se constitui em problema mundial. Apesar do fornecimento de bebidas alcoólicas para adolescentes no Brasil ser crime, as pesquisas mostram que o uso/abuso de bebidas alcoólicas tem ocorrido precocemente e que entre as garotas, essa prática também está em ascensão, tornando-se equiparada aos garotos (Laranjeira et al., 2007). Contudo, os motivos que levam os adolescentes a fazê-lo e as suas consequências são permeados por questões de vulnerabilidade, especialmente à violência, com ênfase nas questões de género.Objetivos: O presente trabalho tem como objetivo apreender a violência de género presente no discurso de adolescentes acerca do consumo de bebidas alcoólicas.Metodologia: Realizamos um estudo qualitativo, descritivo, uma vez que buscamos compreender as crenças, valores e atitudes acerca de uma prática social (Goldenberg, 2002). O campo do estudo foi uma Unidade de Saúde da Família da Cidade de Feira de Santana, situada no interior da Bahia-Brasil. Os sujeitos foram 21 adolescentes de ambos os sexos na faixa etária dos 10 aos 16 anos. As técnicas utilizadas para a coleta dos dados foram observação simples, entrevista semiestruturada e grupos focais. A análise dos dados deu-se através da interpretação dos sentidos proposta por Gomes (2007).Resultados: Ao triangularmos os dados evidenciamos que para os adolescentes estudados o consumo excessivo de bebida alcoólica se constitui em prática peculiar a ambos os sexos. Sendo assim, notamos que a bebida alcoólica tem assumido um lugar de bem simbólico para estes sujeitos, assim como o limiar de tolerância a este tipo de bebida. Garotos e garotas referiram que ingerir bebidas alcoólicas tem como finalidade se aproximar do sexo oposto. Porém, para as garotas, os efeitos da bebida alcoólica, associados ao estereótipo de que uma mulher embriagada está sexualmente disponível, e também ao fato do álcool ser utilizado como justificativa para a violência sexual masculina, fato que as vulnerabiliza ao estupro e ao abortamento. Evidenciamos também a carga emocional contida nas suas falas quando relataram o sofrimento familiar decorrente do uso abusivo de bebidas alcoólicas, independente da idade do usuário, o que denotou a ocorrência da violência psicológica associada a essa prática.Conclusões: Os adolescentes têm clareza da interface entre o abuso de álcool e a violência. Perante a complexidade desses dois problemas, precisamos de criar estratégias para trabalhar com esses temas, visando contribuir para a prevenção e enfrentamento através de ações promotoras do protagonismo juvenil, escolhas conscientes e propiciem o exercício da cidadania. Verificámos que a escola é um lugar propício para termos acesso aos adolescentes e famílias. Ainda que temas referentes à promoção da saúde componham os Parâmetros Curriculares Nacionais Brasileiro, precisamos de assegurar a existência de momentos de reflexão sobre substâncias psicoativas, violência, entre outros.Palavras-chave: Álcool, Adolescente, Violência, Género.Referências bibliográficas: Goldenberg, M. (2002). A arte de pesquisar: como fazer pesquisa qualitativa em ciências sociais. 6. ed. Rio de Janeiro: Record. Gomes, R. (2007). Análise e interpretação de dados em pesquisa qualitativa. In: MINAYO, M. C. S. (Org.). Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 25. ed. revista e atualizada. Petrópolis: Vozes, 2007. p. 79-108. Laranjeira, R. et al. (2007). I Levantamento Nacional Sobre os Padrões de Consumo de Álcool na População Brasileira. Brasília: Secretaria Nacional Antidrogas.

* Universidade Estadual de Feira de Santana-ba, Saúde** Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Enfermagem Materno-Infantil e Saúde Pública*** Universidade de Pernambuco, Enfermagem

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166III Série - Suplemento 2013

O ser masculino na Enfermagem: sofrimento psíquico por questão de género

Luiz Felipe Sales Mauricio*, João Fernando Marcolan**

Introdução: A Enfermagem construiu-se sócio-historicamente como profissão feminina. No Brasil cerca de 5% dos profissionais de Enfermagem são do género masculino. Há discriminação social relacionada ao fato de se ser homem numa profissão considerada feminina.Objetivos: Verificar a presença de sofrimento psíquico em homens do curso de Enfermagem de universidade federal no município de São Paulo relacionado ao género; analisar fatores determinantes para o sofrimento psíquico; e conhecer atitudes de enfrentamento do sofrimento psíquico.Metodologia: Pesquisa exploratório-descritiva, qualitativa, método análise do discurso; entrevista com aplicação de questionário semi-estrutrurado.Resultados: Participaram 16 alunos. A maioria escolheu o curso por influência de pessoas ou por conhecerem a área; acreditavam que havia preconceito disseminado por se ser homem na Enfermagem; os docentes exacerbavam o preconceito ao tratarem os estudantes como tratam os do género feminino, por não permitirem que participem nalgumas intervenções na disciplina Enfermagem na Saúde da Mulher e por questionarem a presença masculina no curso. Acreditavam no preconceito determinado sócio-historicamente do cuidar somente no universo feminino. Referiram ser uma profissão desconhecida e desvalorizada e que familiares apoiavam escolha. Não pensaram em abandonar o curso pelo fato de serem homens, mas pelas dificuldades e desmotivação relacionadas ao curso; 10 sofreram preconceito pelo fato de serem homens a fazer Enfermagem. Reagiram com estresse, raiva, indignação e medo; 10 tiveram algum sofrimento, 9 tiveram sofrimento psíquico pelo fato de serem homens na Enfermagem. Ações de enfrentamento: união entre os homens; mostrarem competência; apoio de pessoas afetivas; e acreditarem no seu potencial. Determinaram sofrimento psíquico: cobrança excessiva por ser homem, preconceito social de género e preconceito dos docentes e profissionais da saúde.Conclusões: Alunos sofreram pelo fato de serem homens num curso de Enfermagem e não conseguiram fazer ações adequadas para o enfrentamento do preconceito de género.Palavras-chave: Género, Enfermagem, Sofrimento psíquico, Saúde Mental.Referências bibliográficas: Pereira, P. F. (2008). Homens na Enfermagem: atravessamento de gênero na escolha, formação e exercício profissional. Dissertação [Mestrado em Enfermagem]. Porto Alegre. Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Pereira, A. (1991). Reflexões sobre a evolução da Enfermagem e o surgimento do homem na profissão. Acta Paul. Enf., São Paulo, 4(2), 49-54. Lopes, M. J. & Leal, S. M. C. (2005). A feminização persistente na qualificação profissional da Enfermagem brasileira. In: Cadernos Pagu (24),105-125. Robert, J. M., & Twomey, J. C. (2011). Men Student Nurses: The Nursing Education Experience. Nursing Forum, 46 (4), 269–279.

* Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Enfermagem** Universidade Federal de São Paulo, Escola Paulista de Enfermagem

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167III Série - Suplemento 2013

O uso de tecnologias não-invasivas de cuidado de enfermagem na atenção à mulher: uma análise sob a perspetiva de género

Octavio Muniz da Costa Vargens*, Alexandra Celento Vasconcellos da Silva**, Carla Marins Silva***, Carlos Sérgio Corrêa dos Reis****, Jane Márcia Progianti*****

Introdução: O cuidado à mulher atrela-se ao emprego de práticas medicalizadas e à valorização do modelo biomédico. Caracteriza-se como sinónimo de instrumentação e procedimentos que reforçam a desigualdade de género (Silva & Vargens, prelo). A mulher perde autonomia, admitindo ao profissional decidir a conduta pautando-se em práticas prescritivas (Araújo, Progianti & Vargens, 2004). Em contrapartida, empregar tecnologias não-invasivas de cuidado orienta a prática da enfermagem pelo respeito ao empoderamento, reconhecendo a mulher como cidadã igual em direitos, propondo um modelo assistencial integral, equânime ( Vargens, Silva & Progianti, 2013).Objetivos: Analisar, com base em textos produzidos por enfermeiras obstétricas brasileiras, os aspetos relacionados à questão de género no uso de tecnologias não-invasivas de cuidado na atenção à mulher.Metodologia: Pesquisa qualitativa, descritiva, do tipo meta síntese, desenvolvida a partir de uma revisão sistemática da literatura. Os textos foram obtidos nas bases BDENF, CINAHL e MEDLINE. Foram critérios de inclusão: artigos publicados entre 2005-2013; disponibilidade de texto completo; escritos por enfermeiras obstétricas brasileiras; atenderam aos termos: parto; tecnologias não-invasivas; atenção à mulher. Foram selecionados 21 artigos científicos que responderam aos critérios de inclusão. Os textos foram submetidos à análise de conteúdo temática.Resultados: Emergiram dois núcleos temáticos através dos quais podemos identificar os aspetos relacionados à questão de género no desenvolvimento e no uso de tecnologias não-invasivas de cuidado. São estes: 1) Tecnologias não-invasivas promovendo empoderamento e autonomia na mulher; 2) A consciência de si e a redução da desigualdade de género. Estes dois núcleos temáticos apontam para a ideia de que ao apresentar para as mulheres outras opções de cuidado, respeitando e incentivando seu direito de escolha e autonomia, configura-se uma atenção que contribui de modo significativo para seu empoderamento e consequente melhoria das condições de luta pela igualdade na perspetiva de género. Nesse contexto, a mulher sente-se segura em apresentar, durante o seu atendimento, as suas verdadeiras demandas de cuidado em saúde, como por exemplo, a discussão da sua sexualidade, medos ou dúvidas e inquietações, sendo incentivada a pensar para muito além das queixas patológicas ou sinais e sintomas.Conclusões: Devem ser adotadas medidas práticas para eliminar a discriminação contra as mulheres no campo da saúde visando garantir a igualdade de homens e mulheres no âmbito dos serviços de saúde com qualidade. Estes serviços devem primar pelo respeito à autonomia das mulheres, pelo respeito à sua intimidade, opinião, privacidade, expressão sexual e reprodutiva, o que pode ser traduzido no uso de tecnologias não-invasivas de cuidado. Muito ainda precisa ser feito no sentido de discutir a nossa prática diária e investigar novas formas de desenvolver ações em saúde.Palavras-chave: Enfermagem obstétrica, Género, Tecnologias não-invasivas.Referências bibliográficas: Silva, C. M. & Vargens, O. M. (no prelo). Estratégias para a desmedicalização na consulta de enfermagem ginecológica. Revista Enfermagem UERJ. Araújo, L. M., Progianti, J. M. & Vargens, O. M. (2004). A consulta de enfermagem ginecológica e a redução da violência de gênero. Revista Enfermagem UERJ, 12(3), 328-31. Vargens, O. M., Silva, A. C., & Progianti, J. M. (2013). Non-invasive nursing technologies for pain relief during childbirth the Brazilian nurse midwives view. Midwifery, 29, 1-8. Disponível em: http://dx.doi.org/10.1016/j.midw.2012.11.011 [Último acesso em 03/2013].

* Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Enfermagem [[email protected]]** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Enfermagem*** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento Materno-Infantil**** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Enfermagem Materno-Infantil***** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Enfermagem, Enfermagem de Saúde Materno-Infantil

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168III Série - Suplemento 2013

Programa de prevención de la violencia de género - Percepciones sobre el aprendizaje adquirido en recursos y estrategias en una muestra de mujeres con discapacidad

Trinidad Donoso-Vazquez*, Anna Velasco Martinez**

Introducción: Las mujeres con discapacidad tienen una gran vulnerabilidad en el tema de la violencia de género: por su situación de dependencia, por la falta de autonomía económica, por el infantilismo que se vierte sobre ellas, entre otros factores. Es necesario señalar que la violencia ejercida por las personas cuidadoras no encaja en la categoría de violencia de género propiamente dicha, aunque resulta sumamente difícil deslindar ambas situaciones, especialmente si se tiene en cuenta el carácter interseccional de este fenómeno.Objetivos: Este trabajo analiza las percepciones que tienen las mujeres discapacitadas de los recursos y estrategias adquiridos para prevenir la violencia de género después de haber pasado por un programa de prevención. 1) Analizar aspectos relacionados con la violencia de género en que las mujeres se consideran más deficitárias. 2) Analizar en qué aspectos relacionados con la prevención de la violencia de género consideran las mujeres que han obtenido más beneficio.Metodología: Con el objetivo de empoderar a las mujeres con discapacidad fomentando su autoestima y capacidad para el desarrollo de relaciones igualitarias se ha aplicado un programa de prevención en violencia de género a un total de 105 mujeres. La “estrella de autopercepción del aprendizaje” es un instrumento que consta de 14 frases relacionadas estrechamente con aspectos que fortalecen la prevención en violencia de género. Cada mujer debe situar su situación de partida de menor a mayor grado – de 1 a 6 - y su situación después de pasar por el programa.Resultados: Las 14 frases que las mujeres puntuaban, al comienzo del programa y después de finalizado, están relacionadas con recursos: redes sociales, organización del tiempo; estrategias para evitar o superar situaciones de maltrato: combatir miedos, hábitos saludables, afrontamiento de problemas, conocimiento valía personal e identificación de imposiciones normativas de género: roles y estereotipos, comunicación abusiva, control en las relaciones de pareja, etc.. Las medias de las puntuaciones iníciales se sitúan alrededor del 3. Los aspectos en que se encuentran más deficitarias las mujeres relacionados con la violencia de género son en el bloque de imposiciones normativas: creencias irracionales, comunicación abusiva y distinguir el control en las relaciones de pareja; seguidos de recursos como el afrontamiento de problemas y estrategias del tiempo. Las diferencias de medias halladas entre antes y después son todas significativas (p<.001). Las diferencias más grandes se dan en descubrimiento de la valía personal, narrar la propia vida en clave de reconocimiento, estrategias saludables y combatir el aislamiento social.Conclusiones: Los resultados encontrados nos permiten formular dos tipos de conclusiones. Por una parte, las medias del pre – antes de haber realizado el programa- son indicaciones para tener en cuenta en la elaboración de intervenciones para prevenir o actuar contra la violencia de género. Los resultados nos muestran que es necesario trabajar en aspectos estrechamente relacionadas con las imposiciones normativas de género. La segunda conclusión se realiza sobre el programa aplicado. En todos los aspectos valorados las mujeres perciben que han obtenido un aprendizaje. El mayor aprovechamiento se realiza en la adquisición de recursos y estrategias, según sus propias informaciones.Palabras Claves: Prevención violencia de género, Mujeres discapacitadas.Referencias bibliograficas: Salvador, A., Lastra, M., & Rada, T. (eds.). (2006). Mujeres en la periferia. Algunos debates sobre género y exclusión social. Icaria, Barcelona. Donoso, T. (Coord.). (2010). Programa de apoyo psicosocial para mujeres. Cuaderno de aplicación práctica. Barcelona: Fundación ‘La Caixa’. Albornoz, E. (2003). Discapacidad desde un Enfoque de Género. Instituto Andaluz de la Mujer. Likadi. (2004). Género y salud. Unidad de igualdad y género. Instituto Andaluz de la Mujer.

* Universitat de Barcelona, Métodos de Investigación y Diagnóstico en Educación** Universitat Barcelona, Métodos de Investigación y Diagnóstico en Educación

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169III Série - Suplemento 2013

Questões de género no relato das mulheres em situação de violência conjugal

Anne Caroline Luz Grudtner da Silva*, Elza Berger Salema Coelho**

Introdução: A violência conjugal se expressa em diferentes atos, ocorre entre casais de todas as classes sociais e idades, por variados motivos. Todavia pode ser explicada a partir do poder patriarcal, que promove a desigualdade e a dominação do homem nas relações de género. Ao compreender tal temática como uma forma de violência de género é possível analisar a relação entre casais em situação de violência e levar a um avanço na discussão desta problemática, instrumentalizando ações que modifiquem essas relações.Objetivos: A Delegacia da Mulher é considerada uma porta de entrada para os relatos de violência doméstica. As informações obtidas após denúncias de violência entre casais, a partir dos inquéritos policiais, são dados oficiais desta realidade que fornecem informações valiosas sobre um fenómeno que ainda é silenciado. Assim, esta pesquisa buscou identificar as questões de género envolvidas na violência conjugal que aparecem nos relatos de mulheres em situação de violência conjugal.Metodologia: Este estudo caracteriza-se como descritivo-exploratório, com abordagem qualitativa, e foi desenvolvido a partir dos inquéritos policiais registados no ano de 2010, na 6ª Delegacia de Polícia de Proteção à Mulher de Florianópolis/Santa Catarina/Brasil. Foram selecionados 553 inquéritos policiais, referentes à violência contra a mulher perpetrada pelo companheiro ou ex-companheiro. Para análise dos relatos das mulheres adotou-se a perspetiva de análise temática, proposta por Bardin e sintetizada por Minayo. A presente pesquisa foi aprovada pelo Comité de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Santa Catarina, sob o parecer no 2288/12.Resultados: Cada um dos dois géneros é construído como corpo socialmente diferenciado do sexo oposto, e a partir da análise dos relatos das mulheres sobre os episódios de violência conjugal foi possível perceber questões relacionadas à forma como os papéis de homem e mulher são construídos na sociedade. A partir da leitura dos relatos foram definidas quatro categorias para análise: não-aceitação do fim do relacionamento; ciúme; dependência financeira; e privação. As falas das mulheres evidenciam que a violência está relacionada com o fim do relacionamento e que em alguns casos, apesar da separação, o homem continua a perseguir e controlar a ex-companheira. Questões relacionadas ao ciúme aparecem nos depoimentos, sendo citadas como o motivo da agressão. A dependência financeira, com a impossibilidade de se sustentar fora da relação, assim como os casos de privação, quando a mulher é impedida de trabalhar fora ou de ter contato com outras pessoas, são citados como causas de permanecer na situação de violência.Conclusões: Apesar das políticas e programas para diminuição da violência doméstica contra a mulher, este tipo de violência apresenta números elevados e reflete valores culturais presentes na construção dos papéis de homem e mulher, pelo que deve ser analisada à luz das relações de género. As categorias levantadas no estudo evidenciam as questões relacionadas com a dominação masculina, que justifica a violência quando os homens perdem o controlo sobre as suas companheiras, ou estas apresentam comportamentos considerados inadequados para o seu papel. Mostrando a necessidade de ampliar as discussões sobre violência contra a mulher, incluindo as questões de género, e fortalecendo as formas de enfrentamento.Palavras-chave: Género, Violência Doméstica, Violência contra a mulher.Referências bibliográficas: Alvim, S. F., & Souza, L. (2005). Violência conjugal em uma perspectiva relacional: homens e mulheres agredidos/agressores. Psicologia: Teoria e Prática, 7(2), 171-206. Bourdieu, P. (2010). A Dominação Masculina (7th ed.). Rio de Janeiro: Bertrand. Gomes, R. (2008). A dimensão simbólica da violência de género: uma discussão introdutória. Athenea Digit, 14(2), 237-243. Lamoglia, C. V., & Minayo, M. C. (2009). Violência conjugal, um problema social e de saúde pública: estudo em uma delegacia do interior do Estado do Rio de Janeiro. Ciênc. Saúde Coletiva, 14(2), 595-604.

* Universidade Federal de Santa Catarina, Saúde Pública** Universidade Federal de Santa Catarina, Saúde Pública

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170III Série - Suplemento 2013

Reducir las creencias sexistas ambivalentes en el alumnado de Enfermería mediante la formación universitaria en Violencia de Género

Juana Macias-Seda*, Eugenia Gil García**, María del Mar González Rodriguez***, José Manuel Sevillano Armenta****

Introducción: Las creencias sexistas representan un factor clave en la aparición de la violencia machista (García et al, 2009), según Expósito y Moya (1998) en ellas se combinan sentimientos ambivalentes; hostiles y benevolentes que son modulados entre otros por el género y por el nivel educativo. En la titulación de Enfermería se capacita al alumnado universitario para abordarla mediante una asignatura específica y además se analizan las creencias que tienen sobre el problema para fomentar actitudes más proactivas frente al maltrato.Objetivos: Valorar la influencia de la asignatura curricular “Género y Salud” en las creencias sexistas hostiles y benevolentes del alumnado de Enfermería de la facultad de Enfermería, Fisioterapia y Podología de la Universidad de Sevilla, entendiendo que estas creencias modulan la actitud y capacitación frente a la violencia de género.Metodología: Estudio cuasi-experimental de medidas repetidas (Antes y Después) utilizando la escala Ambivalent Sexism Inventory ASI (Glick y Fiske, 1996) versión española que mide el Sexismo Hostil (SH) y Benevolente (SB) en 241 estudiantes; 67 hombres y 174 mujeres distribuidos en dos grupos elegidos de forma intencionada; Grupo Estudio (GE) con asignatura “Género y Salud” y un Grupo Control (GC) equivalente sin ella. Se efectúo un ANOVA de medidas repetidas en un diseño mixto con un factor intergrupo (GE-GC) y un factor intrasujeto (antes-después en ambos grupos).Resultados: Se realizó un Análisis Factorial Confirmatorio de la escala (ASI) reduciendo su estructura de 22 a 13 ítems sin perjuicio de su fiabilidad global α=0.913. Con respecto a la efectividad del programa formativo, en el momento Antes de la intervención el GE mostró niveles más alto de SH (1.41) y SB (1.54) que el GC; SH (1.14) y SB (1,44) F1,236 =3,44 p>,05. Después de la formación, aunque ambos disminuyeron las “creencias sexistas”; GE: (SH ,914 y SB 1.03) y GC (SH 1.06) y (SB 1.37) F1,236 =1.34 p>,05 el cambio fue más significativo para el GE, tanto en SH, (F1,235=18,132, p<,01) como en SB (F1,235=18,705 p<01). Con respecto al sexo, las mujeres reflejaron valores más bajos que los hombres en ambos tipo de sexismos disminuyendo tras la intervención (SH: mujeres 1.82 y hombres 2.19; SB: mujeres 2.25 y hombres 2.29), no obstante, la diferencia siguió siendo más acentuada para las mujeres. SH p=0.004 y SB p<001.Conclusiones: El programa formativo en “Género y Salud” disminuye las creencias sexistas; hostiles y benevolentes, las personas que recibieron la intervención educativa tuvieron un cambio más sustancial que los sujetos que no la realizaron. No obstante, este grupo de estudiantes, también experimentó una mejoría, aunque no de la magnitud que se obtuvo con la asignatura “Género y Salud”. Con respecto al sexo, aunque ambos reducen las creencias sexistas, los hombres mantienen niveles más alto de sexismo; tanto hostil como benevolente (Lameiras, 2003), sin embargo, las mujeres reflejan creencias menos sexistas y se muestran más permeables a la intervención.Palabras Claves: Sexismo, Ambivalente, Violencia, Género, Enfermería, Alumnado..Referencias bibliograficas: Expósito, F., Moya, M., y Glick, P. (1998). Sexismo ambivalente: medición y correlatos. Revista de Psicología Social, 13(2), 159-169. García, P., Palacios, M. S., Torrico, E., & Navarro, Y. (2009). El sexismo ambivalente ¿un predictor de maltrato? [Consultado el 26/04/2013] Disponible en: http://webdeptos.uma.es/psicologiasocial/patricia_garcia/El_sexismo_ambivalente.pdf Glick, P., & Fiske, S. (1996). The Ambiv¬alent sexism inventory: differentiat¬ing hostile and benevolent sexism. Journal of Personality and Social Psychology, 70(3), 491-512. Lameiras, M., & Rodríguez (2003). Evaluación del sexismo ambivalente en estudiantes gallegos/as. Acción Psicológica, 2(2), 131-136.

* Universidad de Sevilla, Enfermería** Universidad de Sevilla, Enfermería*** Universidad de Sevilla, Departamento de Psicología Evolutiva y de la Educación**** Universidad de Sevilla, Psicología Social y Experimental

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171III Série - Suplemento 2013

Rol de mujeres en violencia homicida, Medellín, Colombia

Maria del Pilar Pastor Durango*, María Víctoria López López**

Introducción: El homicidio es la más radical expresión de las asimetrías humanas, es el ejercicio de poder utilizando la fuerza, evidencia de incapacidad para resolver conflictos de manera concertada. Entre 2003-2011 reportaron 12.358 homicidios en Medellín y con una razón hombre:mujer entre 8.7 y 11.4. Esta participación de la mujer tiene tendencia ascendente; 47.4% de casos podría clasificarse como forma de violencia contra las mujeres, problemática que se explica desde lo social, económico, de salud pública y seguridad ciudadana.Objetivos: Comprender la participación de las mujeres en la violencia a partir de la percepción del hecho violento y su contexto según el relato de los familiares de las víctimas de homicidio.Metodología: Enfoque cualitativo como reconocimiento de realidades de sujetos y experiencia vivida. Participantes: familiares del fallecido con información del hecho ocurrido en Medellín 2003-2011; intervinieron voluntariamente en 8 entrevistas semiestructuradas, se tuvieron en cuenta consideraciones éticas y fueron orientadas por investigador psiquiatra. En análisis combinamos datos de entrevistas y revisión documental; no se buscó “saturación” de datos por la dificultad de narrar hechos violentos y procurando no importunar a participantes. El análisis avanzó hasta la construcción de categorías interpretativas acerca de la implicación que juegan las mujeres en los homicidios.Resultados: En todos los relatos está presente una mujer con distintas implicaciones (roles), de acuerdo con participación activa o pasiva. Primer grupo: participación activa en actividades delictivas, individual o grupal; asumen decisiones propias y posibles consecuencias en ejercicio de su libertad o porque no encuentran alternativas de sobrevivencia; son autónomas e independientes de sus padres. Irrumpen en papel socialmente asignado a hombres. Algunas muertes esperadas por familiares, generan temores por retaliación y conservación del ciclo mortal violento. En segundo grupo: mujeres subordinadas a decisiones de otros por ser “objeto” en disputa. Expresión del control social al comportamiento, actores del conflicto imponen normas, familiares pretenden potestad sobre emociones, sentimientos y elección de pareja afectiva y/o sexual. Mujeres: cumplen funciones delictivas delegadas; involucradas en hechos violentos por amor o solidaridad; son escudo, señuelo o insignia del otro; o mercancía por belleza física, juventud o virginidad. Para familiares: muertes injustificadas y buscan dignificar al fallecido y la ocurrencia de hechos, algunos con gran crueldad.Conclusiones: Violencia homicida en Medellín 2003-2011 es fenómeno complejo como realidad social dinámica. Confluyen muchos actores, entre ellos las mujeres, receptoras pasivas en intimidad familiar o en espacio público. Su participación en hechos violentos, corresponde a modelos sociales dominantes, con influencia del “problema narco” en la ciudad, caracterizado por la necesidad de poseer bienes, mujeres bonitas, territorios, armas y dinero rápido; profundiza diferencias en roles tradicionales hombre/mujer; la participación activa de las mujeres genera tensiones que pueden llevarla a la muerte; el dominio por otro(s), le obliga lealtad y respeto a pactos implícitos: no relacionarse con grupos opuestos y silencio absoluto.Palabras Claves: Violencia, Homicidios, Género, Medellín, Investigación Cualitativa.Referencias bibliograficas: Galeano, M. E. (2004). Diseño de proyectos de investigación cualitativa. Medellín: EAFIT. Saúl, F. (1997). Violencia y salud en Colombia. Revista Panamericana de Salud Pública, (1), 93-103. Saúl, F. (1999). El quinto: No matar. Contextos explicativos de la violencia en Colombia. Tercer Mundo Editores, Bogotá, 208. Municipio de Medellin. (2012). Plan de Desarrollo 2012 -2015, Medellín un hogar para la vida – Publicación con ISBN: 978-958-8749-39-6. Julio de 2012. Disponible en: http://www.medellin.gov.co/irj/go/km/docs/wpccontent/Sites/Subportal%20del%20Ciudadano/Plan%20de%20Desarrollo/Secciones/Publicaciones/Documentos/PlaDesarrollo2012-2015/Plan%20de%20Desarrollo_baja.pdf

* Universidad de Antioquia, Facultad de Enfermería, Formación Básica** Universidad de Antioquia, Facultad de Enfermería, Posgrado

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172III Série - Suplemento 2013

Violência conjugal

Anabela da Silva Coutinho*

Introdução: A violência conjugal é uma realidade e atinge milhares de pessoas de forma “muda” e dissimulada. Muitas vezes, as vítimas transformam-se em acusadas; poucas acreditam na possibilidade de se libertarem da perseguição dos agressores ou de que estes venham a ser punidos. Suportam o insustentável na convicção de que estão a proteger os seus filhos, ignorando que, ao fazê-lo, estão a alimentar um ciclo de violência que levará a que alguns deles sejam no futuro os novos agressores.Objetivos: O presente trabalho tem por objetivo geral sensibilizar, informar e prevenir as cidadãs e cidadãos para o problema da violência conjugal. Os objetivos específicos são: Definir e sensibilizar para a temática da violência conjugal; Identificar os diferentes tipos de violência; Demonstrar as ocorrências de violência registadas em Portugal e na Áustria.Metodologia: A perspetiva teórica com qual trabalhamos toma por base a estatística da Associação Portuguesa de Apoio à Vítima e Divisão Federal IV, da Áustria. Além disso teve um teve carácter descritivo e exploratório. Segundo Alarcão (2002), a violência conjugal abrange três tipos de violência: física (empurrões, murros, pontapés, etc.), psicológica (insultos, gritos, ameaças, etc.) e sexual (violação, abuso sexual, incesto), sendo estas cíclicas e aumentando na agressividade. Este ciclo é vicioso e culmina muitas vezes com mortes, por isso é imprescindível quebra-lo, para isso tens de identificar os problemas.Resultados: Segundo o Observatório de Mulheres Assassinadas – União de Mulheres Alternativa e Resposta em Portugal, revela que até 15 de setembro de 2011 foram assassinadas 33 mulheres, mais seis do que durante o ano de 2010. Verificou-se também que, entre 2000 a 2011, ocorreram 76582 vítimas de violência conjugal. O maior número de vítimas foi em 2002, com 7543 casos. Relativamente ao género são as mulheres que predominam a maior percentagem de vítimas ao longo dos últimos 11 anos, atingindo o valor máximo em 2002 com 6958 casos. A faixa etária entre 36 e 45 anos apresenta 18,3% dos casos e de 26 a 35 anos 16,6%. Os agressores do sexo masculino representam de 2000 a 2011 uma percentagem de 93,3%. Já a faixa etária entre os 26 e 45 anos, têm uma relação com a vítima de cônjuge ou companheiro. Na Áustria as ocorrências de violência conjugal registadas em 2000 são de 4.849 casos e em 2011 de 15.533 casos.Conclusões: Segundo Poiares (2003), este flagelo existe na sociedade por razões de constrangimentos sociais e por hipocrisia puritana. Silenciamo-nos por não quer ver e ouvir falar sobre este flagelo. As vítimas não denunciam os agressores por vários motivos, como por exemplo: têm medo de sofrer uma maior violência; de sentir vergonha perante os amigos; de prejudicar os filhos; por terem uma forte ligação com os agressores; e, em geral, por não terem condições económicas para mudar a sua vida. Em suma, devemos adotar novas posturas cívicas e culturais, tanto na educação como na formação, porque só assim este flagelo poderá desaparecer com os tempos.Palavras-chave: Género, Violência, Conjugal.Referências bibliográficas: Alarcão, M. (2002). (des) Equilíbrios familiares. Coimbra: Quarteto Associação Portuguesa de Apoio à Vítima (APAV ), “Estatísticas. Totais nacionais 2000-2011” Disponível em: http://www.apav.pt Federal Chancellery, Division II Women and Gender Equality Deputy Head of Department II/4 - Austria for Violence against Women and Women-Specific legislation. Observatório de Mulheres Assassinadas da UMAR. Disponível em : http:// http://www.umarfeminismos.org Poiares, C. A. (2003). Violentamente sobrevivendo. Themis, ano IV-nº6. Lisboa: Faculdade de Direito da UNL, 19-27.

* [[email protected]]

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173III Série - Suplemento 2013

Violência contra a mulher: a versão da mídia e os Anos Potenciais de Vida Perdidos

Andrey Ferreira da Silva*, Vera Lucia de Azevedo Lima**, Maria de Lourdes de Souza***, Valquiria Rodrigues Gomes****, Karollyne de Moliner Menegon*****

Introdução: A violação dos direitos humanos constitui-se num problema social que afeta todas as sociedades. Este problema é relacionado com as questões de género, desemprego, sofrimento mental e uso de drogas lícitas e ilícitas. Incide sobre a mulher, independente da idade, etnia, condições sociais e económicas. A violência representa uma forma de poder ao qual a mulher é submetida por meio do uso indevido da força física, da condição social e económica, que pode ter como o desfecho a morte.Objetivos: Analisar a violência contra a mulher demonstrando os anos potenciais de vida perdidos por estas, cujo desfecho da violência tenha sido a morte, ocorrida no período de agosto de 2006 a dezembro de 2010.Metodologia: Estudo com base na epidemiologia descritiva. Foram consultadas todas as edições de um jornal regional buscando notas publicadas sobre a violência contra a mulher, com desfecho em morte de residentes no Estado do Pará, ocorridas no período entre 2006 a 2010. O cálculo dos Anos Potenciais de Vida Perdidos foi realizado com suporte da técnica proposta por Romeder e McWihinnie. Os dados da série estudada foram sistematizados e calculada a estatística descritiva, com o agrupamento da violência por faixa etária, ano, local da ocorrência e os meios utilizadosResultados: Do total de 1.612 exemplares do jornal correspondente ao período estudado, foram selecionadas 974 notas sobre violência ocorrida contra a mulher. Dessas notas, 653 narravam a violência no estado do Pará, sendo destas, 129 com desfecho em morte. As mortes narradas pela mídia perfizeram 5.349,5 Anos Potenciais de Vida Perdidos, sendo 997,5 na faixa etária de 15 a 19 anos, 2.300 por arma branca e 2.930 por mortes ocorridas na própria residência da vítima.Conclusões: A mídia é um veículo de comunicação na formação da opinião popular, refletindo sobre a leitura de mundo, transformando fatos em informações com linguagem acessível e popular. As notas revelaram que as mulheres submetidas à violência foram assassinadas e o desfecho em morte resultou numa perda de 5.349,5 Anos Potenciais de Vida Perdidos, tendo isto impacto económico e social para a sociedade.Palavras-chave: Violência, Homicídio, Mídia.Referências bibliográficas: Lima, V. L., Souza, M. L., Monticelli, M., Oliveira, M. F., Souza, C. B., Costa, C. A. L. et al. (2009). Violência contra mulheres Amazônicas. Rev Latino-Am Enfermagem [Online], 17(6), 968-73. Recuperado em 06 de março de 2013, de http://www.scielo.br/pdf/rlae/v17n6/pt_07.pdf Monteiro, C. F., & Souza, I. E. (2007). Vivência da violência conjugal: fatos do cotidiano. Texto Contexto Enferm. 16(1), 26-31. Recuperado em 06 de março de 2013, de http://www.scielo.br/pdf/tce/v16n1/a03v16n1.pdf Romeder, J. M., & McWhinnie, J. R. (1978). The development of potential years of life lost as an indicator of premature mortality (author’s transl). Rev Epidemiol Sante Publique. 26(1), 97-115. Saliba, O., Garbin, C. A., Garbin, A. J., & Dossi, A. P. (2007) Responsabilidade do profissional de saúde sobre a notificação de casos de violência doméstica. Rev Saúde Pública [online]. 41(3), 472-77. Recuperado em 06 de março de 2013, de http://www.scielo.br/pdf/rsp/v41n3/5805.pdf

* Universidade Federal do Pará, Enfermagem** Universidade Federal do Pará, Faculdade de Enfermagem [[email protected]]*** Universidade Federal de Santa Catarina, Repensul**** Universidade Federal do Pará, Enfermagem***** Universidade Federal de Santa Catarina, Programa de Pós Graduação em Enfermagem

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174III Série - Suplemento 2013

Violência de género como expressão da violência sexual – uma análise das vítimas atendidas em uma rede de atenção integral às vítimas de violência sexual

Carmem Regina Delziovo*, Caroline Schweitzer de Oliveira**, Elza Berger Salema Coelho

Introdução: A violência de género expressa como violência sexual contra adolescentes e mulheres é uma violação dos direitos humanos e um grave problema de saúde pública e compreende uma questão social bastante complexa e difícil, cuja prevenção, deteção precoce, intervenção e tratamento dos agravos resultantes devem ser encarados como responsabilidade do Estado e da sociedade, além de politicas de intervenção social, de caráter intersetorial e interdisciplinar.Objetivos: Este trabalho tem como objetivo descrever e analisar o perfil das adolescentes e mulheres atendidas pela Rede de Atenção Integral às Vítimas de Violência Sexual (RAIVVS) do município de Florianópolis no período de 2000 a 2009 a fim de contextualizar e dar visibilidade ao fenómeno da violência sexual como expressão direta da violência de género.Metodologia: A metodologia consistiu num estudo descritivo de abordagem quantitativa com levantamento dos dados a partir das fichas de atendimento dos serviços de referência da RAIVVS, seguida de sua consolidação e análise à luz da literatura existente sobre o tema.Resultados: Os resultados encontrados em relação ao número de casos de violência sexual é significativamente mais alta entre as adolescentes (12 a 17 anos, respondendo por 51% das ocorrências) e as mulheres jovens (18 a 23 anos, respondendo por 21, 3%, e 24 a 29 anos por 13%). Assim, percebe-se que as vítimas de 12 a 29 anos correspondem a 85,3% dos casos, perpetrados em 56,9% por agressores conhecidos da vítima. Entre as mulheres adultas, um número significativo é o parceiro e ex-parceiro, chamando a atenção para a violência de género nas relações conjugais. O local da ocorrência da violência em 48,3% é na residência da vítima, do agressor ou de outras pessoas amigas ou conhecidas. Estas características que são situações de maior vulnerabilidade apresentam-se justamente dentro do círculo supostamente seguro do lar, da família e dos amigos, desmentindo a ideia de que o maior risco se apresentaria ao transitar pela via pública e em locais desertos.Conclusões: Os dados da pesquisa mostram que a violência sexual contra adolescentes e mulheres jovens é mais frequente, estando fortemente vinculada ao poder e à desigualdade histórica das relações de género e à cultura do silêncio que cerca a questão sexual, relegando-a à esfera privada, o que contribui para a perpetuação desta violência na sociedade patriarcal.Palavras-chave: Violência, Género, Mulher, Rede de atenção.Referências bibliográficas: Gomes, R. (2008). A dimensão simbólica da violência de gênero: uma discussão introdutória. Athenea Digit, 14(2), p. 237-243. Minayo, M. C. (2006). Violência e Saúde. Rio de Janeiro: Ed Fiocruz. Schraiber, L. B., D’Oliveira, A. F., Falcão, M. T., & Figueiredo, W. S. (2005). Violência dói e não é direito – A violência contra a mulher, a saúde e os direitos humanos. São Paulo: UNESP. Ventura, M. (2009). Direitos Reprodutivos no Brasil. UFPA. Brasília. Edição do autor. 3ºed. Atualizada.

* UFSC, Saúde Coletiva** UFSC, Programa Pós-graduação em Saúde Coletiva

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175III Série - Suplemento 2013

Violência doméstica contra a mulher no município de Guaxupé - Brasil

Clícia Valim Côrtes Gradim*, Telma Lucas Borges Franco**, Denismar Alves Nogueira***

Introdução: A violência contra a mulher é um problema de saúde pública, que tem acompanhado a sociedade e que ocorre em todos os níveis de desenvolvimento social e económico. Os serviços de saúde e as delegacias de polícia são os locais mais frequentemente procurados por essas mulheres, ocupando, portanto, lugar de destaque no manejo desses casos. A estratégia de Saúde da Família (ESF) que atua com área adscrita é o serviço que pode propor ações para a prevenção da violência domésticaObjetivos: Identificar a existência de violência contra a mulher no município de Guaxupé, entre as mulheres que utilizam as estratégias de saúde da família e as que registam boletim de ocorrência (BO) na Delegacia Regional da Polícia Civil.Metodologia: Estudo quantitativo, do tipo descritivo, exploratório e transversal. Primeiramente foram aplicados questionários às mulheres residentes nas áreas adstritas das ESFs e posteriormente levantou-se a violência contra a mulher, através dos registros dos BOs, na delegacia. Foram aplicados 348 questionários às mulheres das ESFs e estabeleceu-se 95% de confiança e margem de erro de 5%. Para as análises estatísticas descritivas e analíticas foi utilizado o software SPSS, versão 17, utilizando o teste Qui-quadrado, o Exato de Fischer e o Kruskal-Wallis para explorar as relações existentes entre as variáveis do estudo.Resultados: Verificou-se que 37,6% das mulheres entrevistadas sofreram violência doméstica em algum momento de suas vidas, sendo que as violências psicológica e moral foram as mais citadas. Os principais agressores foram os ex-cônjuges (37,4%) e os cônjuges (35,9%) e, no ato da agressão, 41,6% destes estavam alcoolizados. O ambiente doméstico foi o local de maior ocorrência da violência e 34,4% afirmaram ter denunciado seu agressor junto à delegacia. Dos 163 BOs que se enquadravam na Lei Maria da Penha, e que constituíram a amostra, verificou-se que as vítimas e os agressores estavam na faixa etária entre os 20 e 34 anos e possuíam baixo grau de escolaridade. Os finais de semana foram os mais propícios para ocorrer violência contra a mulher, sendo que 43% dos BOs foram registados aos sábados e domingos, principalmente no período da noite, entre as 18h e as 23h, e em 66,7% dos BOs não foi encontrada presença de lesão física contra a vítima.Conclusões: Os resultados corroboram com pesquisas anteriores realizadas no país que descrevem o fenómeno da violência contra a mulher e apontam a necessidade de intervenção multiprofissional e intersetorial junto às vítimas e suas famílias, e o fortalecimento das políticas públicas direcionadas a esses casos, de forma a promover a integralidade das ações voltadas para o bem-estar e segurança dos envolvidos, tanto no âmbito judicial, quanto no da saúde. Para o município, este estudo passa a constituir os primeiros dados sobre violência contra a mulher, relacionados com o serviço de saúde, o que permitirá à saúde pública implementar ações de prevenção efetivas.Palavras-chave: Violência, Atenção Primária, Género, Enfermagem.Referências bibliográficas: Daltoso, D. (2009). A percepção de enfermeiras da rede básica de saúde acerca da violência contra a mulher. 148f. Dissertação (Mestrado) – Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto. Schraiber, L. B. et al. (2002). Violência contra a mulher: estudo em uma unidade de atenção primária à saúde. Rev. Saúde Pública, São Paulo, 36(4), 470-7.

* Universidade Federal de Alfenas-MG, Escola de Enfermagem** Prefeitura Municipal de Guaxupé, Setor Saúde*** Universidade Federal de Alfenas-MG, Instituto de Exatas

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176III Série - Suplemento 2013

Violência exercida por parceiros íntimos – trajetórias vividas por mulheres sobreviventes

Maria Neto da Cruz Leitão*

Introdução: A violência exercida por parceiros íntimos ( VPI) afeta uma proporção considerável de pessoas no mundo, maioritariamente mulheres. A VPI é reconhecida como uma emergência mundial e uma doença crónica com forte componente clínica e social revelando-se como um problema que ultrapassa a mortalidade, incluindo também as limitações que produz na saúde e na qualidade de vida, causando danos que podem durar toda a vida e terem repercussões em várias gerações, com elevados custos no desenvolvimento humano.Objetivos: Considerando que os enfermeiros ocupam uma posição estratégica para promover e facilitar transições saudáveis, procuramos: descrever as trajetórias que as mulheres percorrem desde a entrada até à saída de relações íntimas de violência; compreender e explicar os processos de transição, enquanto experiências vividas por estas mulheres na procura de uma vida sem VPI; e construir uma teoria de situação – específica sobre a transição das mulheres sobreviventes de VPI.Metodologia: Utilizou-se um paradigma construtivista com recurso à grounded theory. A análise centrou-se em narrativas de 28 mulheres portuguesas sobreviventes de VPI em diferentes fases de transição, obtidas através de entrevistas em profundidade e em (auto)biografias. As narrativas foram analisadas de acordo com a metodologia de análise comparativa constante. Adotaram-se as orientações éticas do ICN e OMS em matéria de investigação sobre violência doméstica.Resultados: Resultou um padrão de transição constituído por quatro fases: Entrada - enamora-se e fica aprisionada; Manutenção - auto-silencia-se, consente e permanece na relação; Decisão de saída - enfrenta o problema e luta pelo resgate; (Re)Equilíbrio - (re)encontra-se com uma nova vida. Esta transição sustentou-se numa categoria central - querer (e poder) auto-determinar-se – que originou respostas estratégicas de resistência e sobrevivência condicionadas por fatores pessoais e ambientais, facilitadores e/ou dificultadores da transição. A maioria das mulheres não preparou a transição e viveu situações de tanta ou mais VPI após a saída da relação, o que aumentou a sua vulnerabilidade. Muitos dos fatores identificados são sensíveis a cuidados de enfermagem e apelam a intervenções centradas na mulher e no ambiente. As terapias de enfermagem devem incidir na quebra do silêncio, na avaliação da prontidão para a mudança e na preparação da transição.Conclusões: Com este estudo procuramos dar voz científica às vozes silenciadas das mulheres sobreviventes de VPI. A transição situacional vivida por estas mulheres foi um processo sequencial demorado, desenvolvido em espiral e com diferentes ritmos. Foi atravessada por questões de género, (auto)silenciamento, esperança, sofrimento e um adoecer continuado e cumulativo que ultrapassou o fim da VPI. Os recursos sociais formais e informais não responderam às necessidades apresentadas, o que dificultou toda a transição. Sugerem-se intervenções globais sustentadas nas metodologias da saúde pública, com ênfase na prevenção primordial e primária. Apresentam-se contributos para (novas) respostas sociais.Palavras-chave: Violência parceiro íntimo, Transição, Saúde Mulheres.Referências bibliográficas: Meleis, Afaf I., et al. (2010). Transitions theory: middle-range and situation-specific theories in nursing research and practice. New York : Springer Publishing Company. ISBN 978-0-8261-0535-6. Naciones Unidas (2006). Poner fin a la violencia contra la mujer: De las palabras los hechos. Estudio del Secretario General das Naciones Unidas. Geneve : Naciones Unidas. ISBN 978-92-1-330196-8. Organización Mundial de la Salud y Escuela de Higiene y Medicina Tropical de Londres (2011). Prevención de la violencia sexual y violencia infligida por la pareja contra las mujeres: qué hacer y cómo obtener evidencias. Washington, DC: Organización Panamericana de la Salud. ISBN 978-92-75-31635-1. World Health Organization (1997). Violence against women: a priority health issue. Geneva: WHO, Family and Reproductive Health. WHO/FRH/WHD/97.8.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, UCP – Enfermagem de Saúde Materna, Obstétrica e Ginecológica [[email protected]]

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177III Série - Suplemento 2013

Violência Intrafamiliar: Prevalência e Perfil das adolescentes grávidas atendidas em um Hospital Universitário do Brasil

Dora Mariela Salcedo Barrientos*, Paula Orchiucci Miura**, Fernanda Marçal Ferreira***, Arielle Aparecida Lopes Matos****

Introdução: Indicadores epidemiológicos na cidade de São Paulo, a maior cidade brasileira, revelam alta prevalência de violência para pessoas entre os 10 e os 19 anos de idade (DataSUS, 2010). Algumas condições constituem determinantes de vulnerabilidade para manifestações, manutenção e/ou agravamentos de violência, como a adolescência e a gravidez, uma vez que aspetos emocionais, psicológicos, físicos e financeiros, característicos desta fase vital, tendem a favorecer a submissão e/ou dificultar o enfrentamento às situações de violência, permeando as relações de género (Martins, 2010).Objetivos: Conhecer a prevalência da violência intrafamiliar e analisar o perfil de produção e reprodução social das adolescentes grávidas que frequentam um hospital universitário e que vivenciaram situações de violência.Metodologia: Estudo prospetivo e descritivo com abordagem quantitativa, sustentada pela TIPESC (Egry, 1996) e a Categoria Género como categoria analítica central. Participaram 61 adolescentes grávidas do PA Obstétrico de um hospital universitário na cidade de São Paulo durante os últimos 3 meses de 2012, diagnosticadas como vítimas de violência. Para a coleta de dados foi utilizado um formulário de caracterização do perfil de produção e reprodução social, que foi analisado por meio do teste Chi-Quadrado para identificar a existência ou não de diferenças significativas nas variáveis para os grupos.Resultados: 61 adolescentes tiveram idade média de 17 anos. 59% destas vivenciaram violência intrafamiliar. Destas, 30 (47,54%) sofreram violência psicológica, 12 (20%) sofreram violência institucional, 5 (8%) vítimas de violência física, 4 (7%) vítimas de violência moral e 3 (5%) vítimas de violência sexual. O nível de escolaridade foi menor e a 3 declarantes negras compuseram este grupo; 78,7% não possuem atividade remunerada e para 23,7% a renda familiar mensal não ultrapassou R$ 1.000,00. Vivenciaram situações de violências: 4,9% da amostra, que referiram não ter acesso a serviços de luz, água e esgoto e coleta de lixo; 71,4% que consideraram a ventilação da moradia inadequada e que consideraram a existência de fungos no domicílio; 100% que consideraram a iluminação da moradia inadequada, bem como a existência constante de mofos e bolores, e que não fizeram pré-natal. Ter problemas emocionais (81,2%) e alimentares (65,4%) e o consumo de álcool por algum familiar foram associados à vivência de violência, p=0,024 e p=0,018, respetivamente.Conclusões: A violência intrafamiliar entre as adolescentes grávidas investigadas teve alta prevalência, sendo o agravo presente para mais da metade das representantes da amostra. O perfil de produção e reprodução social revelou que condições como a baixa escolaridade, raça negra, baixa renda familiar, condição de trabalho e habitação, e não realizar o acompanhamento pré-natal, embora não sejam significativas, sugerem ter relação com situações de violência. Outras condições como o uso de álcool por familiares, a ocorrência de distúrbios emocionais e alimentares têm associação estatisticamente significativa com situações de violência e denotam às adolescentes condições de vulnerabilidade e de manutenção/agravamento destas violências.Palavras-chave: Violência Intrafamiliar, Adolescência, Género.Referências bibliográficas: Brasil. Ministério da Saúde [homepage]. DataSUS. (2010). Informações de Saúde. [acesso em 23 Set 2011]. Disponível em: http//www2.datasus.gov.br/DATASUS/index.php. Martins, C. B. (2010). Maus tratos contra crianças e adolescentes. Rev. bras. Enferm. 63(4), 660-665. Egry E. Y. (1996). Saúde Coletiva: Construindo um novo método em enfermagem. Editora: Ícone, São Paulo. Salcedo-Barrientos, D. M. (2013). Estudo de Violência Intrafamiliar contra Adolescentes Grávidas Atendidas em um Hospital Universitário de São Paulo: Bases para Intervenção. Relatório Final de Pesquisa/CNPq. Curso de Obstetrícia. Universidade de São Paulo.

* Universidade de São Paulo, Curso de Obstetrícia [[email protected]]** Universidade de São Paulo, Instituto de Psicologia*** Centro Universitário São Camilo - SP, Enfermagem**** Universidade de São Paulo, Curso de Obstetrícia

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178III Série - Suplemento 2013

Violência nas relações de namoro: Vitimação e perpetração dos jovens do ensino secundário

Ana Bela de Jesus Roldão Caetano*, Maria da Conceição G. M. Alegre de Sá**, Teresa Maria de Campos Silva***, Regina Maria Fernandes J. P. Ferreira Amado****, Sara Diana Silva Santos*****

Introdução: A violência nas relações de namoro é um problema de saúde, com interesse crescente, nomeadamente pelos valores inquietantes de vitimação e perpetração entre os jovens portugueses (Matos, Machado, Caridade & Silva, 2006; Straus, 2004), demonstrados pela investigação em Portugal, embora escassa, e ainda, o facto da violência no namoro ter-se revelado como um importante preditor da violência conjugal (Matos, Machado, Caridade & Silva, 2006). O início das relações de namoro constitui um período de grande vulnerabilidade face à violência, particularmente nos jovens que habitualmente experienciam as primeiras relações íntimas nesta fase da vida ( Justo, 2005; Stith, Smith, Penn, Ward & Tritt, 2004).Objetivos: Esta investigação visa estudar a violência no namoro. Pretende-se que os seus resultados contribuam para a clarificação de questões relevantes nesta área e possa contribuir para a construção de programas de prevenção da violência no namoro. Assim, tem como Objetivos: Caraterizar os comportamentos de perpetração e vitimação e analisar a associação do género; idade e tempo de namoro, nos comportamentos de violência no namoro em estudantes do ensino secundário.Metodologia: Estudo transversal, correlacional numa amostra não probabilística de 4150 estudantes de ambos os sexos, com idades compreendidas entre 14 e 24 anos do ensino secundário e profissional da zona Centro de Portugal. O questionário utilizado continha as seguintes partes: Caracterização sociodemográfica; caracterização da relação de namoro; comportamentos de vitimação e perpetração nas relações de namoro, com 18 itens de resposta dicotómica (sim, não), agrupadas de forma a avaliarem comportamentos de vitimação e perpetração nas três formas de violência (física, psicológica e sexual). Neste estudo foram asseguradas as garantias éticas.Resultados: A amostra deste estudo é constituída por 55,7% de estudantes do sexo feminino e 44,3% do sexo masculino. A média de idades situa-se nos 16,2 anos e a maioria frequenta o 10º ano de escolaridade. Apenas 15,5% dos estudantes não tiveram uma experiência de namoro. Dos estudantes que referiram manter ou já terem tido uma relação de namoro (68,3%), as raparigas referiram maior vitimação (5,2%) comparativamente com os rapazes (2,5%), sendo que as diferenças têm significado estatístico (p<0,05). Quanto à perpetração, não existe diferença entre os rapazes e as raparigas, sendo que as diferenças não apresentam significado estatístico (p>0,05). A vitimação nas raparigas aumentou com a idade e com o tempo de namoro. Para os rapazes, a vitimação aumentou com o tempo de namoro e não aumentou com a idade. Os rapazes apresentaram maior frequência de vitimização e perpetração, comparados com as raparigas, nos comportamentos: “perseguir na escola”; “puxar cabelos com força”; “apertar o pescoço” e “dar pontapés ou cabeçadas”.Conclusões: A partir deste estudo foi possível comprovar que um número significativo de jovens do ensino secundário tem ou já teve namorado, num período de grande vulnerabilidade para a ocorrência de abuso na intimidade. Nas suas relações de namoro, 5,2% das raparigas e 2,5% dos rapazes foram vítimas de violência. A vitimação, nas raparigas, aumentou com a idade e com o tempo de namoro. Para os rapazes, a vitimação aumentou com o tempo de namoro e não aumentou com a idade. Este estudo constitui um recurso importante para a prevenção, direcionada para os jovens, face à violência nas relações de namoro.Palavras-chave: Violência, Namoro, Estudantes, Género, Vitimação, Perpetração.Referências bibliográficas: Justo, J. S. (2005). O “ficar” na adolescência e paradigmas de relacionamento amoroso na contemporaneidade. Revista do Departamento de Psicologia – UFF, 17 (1), 61-77. Matos, M., Machado, C., Caridade, S., & Silva, M. J. (2006). Prevenção da violência nas relações de namoro com adolescentes em contexto escolar. (Adolescents’ dating violence prevention at schools). Psicologia: Teoria e Prática, 8, 55-75. Stith, S. M., Smith, D. B., Penn, C. E., Ward, D. B., & Tritt, D. (2004). Intimate partner physical abuse perpetration and victimization risk factors: a meta-analytic review. Aggression and Violent Behaviour, 10, 65-98. Straus, M. A. (2004). Prevalence of violence against dating partners by male and female university students worldwide. Violence Against Women, 10(7), 790-811.* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Unidade Científico-Pedagógica de Enfermagem de Saúde Materna e Obstetrícia** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Fundamentos de Enfermagem*** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra - UCP Enfermagem de Saúde Materna Obstétrica e Ginecológica, Doutoranda no Instituto Ciências da Saúde - Universidade Católica Portuguesa, Porto [[email protected]]**** Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem de Saúde Infantil e Pediátrica***** CHUC

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179III Série - Suplemento 2013

Violência sexual intrafamiliar contra meninas: uma aproximação de género e geração

Emiko Yoshikawa Egry*, Ana Paula Graziano**, Maíra Rosa Apostolico***, Hedi Martha Soeder Muraro****, Rebeca Nunes Guedes*****

Introdução: Embora as relações de poder tenham-se modificado, ao longo da história no âmbito social e do Estado, os pequenos exercícios de poder que se exercem no âmbito privado das relações entre homens e mulheres permanecem. No plano real, tem-se caracterizado em violência sexual contra meninas perpetradas por figuras masculinas no âmbito doméstico. As ações de seu enfrentamento no âmbito da saúde requerem uma compreensão mais acurada na perspetiva da infância, como uma categorial geracional, e de género, como categorias sociais.Objetivos: Compreender o fenómeno da violência sexual intrafamiliar contra crianças na perspetiva de género e de geração.Metodologia: Estudo exploratório, com base nos dados de notificação da Rede de Proteção à Criança e ao Adolescente em Situação de Risco para a Violência, performado em uma cidade brasileira, analisados sob o prisma das categorias de género e geração. Género é um elemento constitutivo das relações sociais baseadas nas diferenças percebidas nos processos de socialização de homens e mulheres (Oliveira, 2011; Fonseca, 2005). Geração “é um constructo sociológico que procura dar conta das interações dinâmicas entre (...) a geração-grupo de idade, (...) e a geração-grupo de um tempo histórico definido...(Sarmento, 2005).Resultados: Analisando-se os dados das notificações de violência contra crianças menores de dez anos, relativa à natureza da violência, a negligência é o que mais apareceu, em mais de 2/3 dos casos, seguido de violência física e logo da sexual. O sexo feminino foi mais acometido pela violência sexual (2,28 vezes). Para meninos, a negligência e a violência física apresentam destaque. Os agressores foram homens em quase 80% dos casos de violência sexual. Dentre a população infantil, a faixa etária que mais sofreu violência sexual foi a de cinco a nove anos, seguida pela de um a quatro anos, e a violência prevaleceu na etnia branca, predominante no município. Observou-se que a violência sexual foi perpetrada por familiares e pessoas presentes no cotidiano da criança, ocorridos dentro da própria casa da criança, e os agressores majoritariamente foram os integrantes da família ou pessoas que exercem a função parental, em ordem decrescente de importância o pai, o tio e o padrasto.Conclusões: A violência sexual contra meninas revela-se extremamente cruel, quando aquele revestido do poder e dever de proteger e cuidar é ao mesmo tempo o perpetrador. Em relação ao espaço de manifestação, reproduz as características da violência contra mulheres adultas, tendo o espaço familiar como lócus privilegiado e homens com as quais as vítimas mantém relações muito próximas como perpetradores (Fonseca, 2005; Fonseca, 2012). Corrobora o estudo de Fonseca (2012), que considera como determinante da violência o núcleo familiar permeado por relações desiguais de poder, configurando nas meninas vítimas de violência sexual a subalternidade de género e de geração que vai sendo construído historicamente nas sociedades ocidentais.Palavras-chave: Violência de género, Infância, Saúde Coletiva.Referências bibliográficas: Oliveira, R. N. (2011). Violência de gênero e necessidades em saúde: limites e possibilidades da Estratégia Saúde da Família [Tese]. São Paulo: Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. Fonseca. R. M. (2005). Equidade de gênero e saúde das mulheres. Rev Esc Enferm USP. 39(4), 450-9. Sarmento, M. J. (2005). Gerações e alteridade: interrogações a partir da sociologia da infância. Educ Soc. 26(91), 361-378. Fonseca, R., Egry, E., Apostólico, M. R., Nobrega, C. R., & Guedes, R.N. (2012). A reincidência da violência contra crianças no Município de Curitiba: um olhar de gênero. Acta Paul Enferm. 25(6), 895-901.

* Universidade de São Paulo, Escola de Enfermagem, Enfermagem em Saúde Coletiva** Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo, Unidade Básica de Saúde - ESF*** Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo, Enfermagem em Saúde Coletiva**** Secretaria Municipal da Saúde de Curitiba, Centro de Epidemiologia***** Universidade de São Paulo, Enfermagem em Saúde Coletiva [[email protected]]

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180III Série - Suplemento 2013

Violencia contra las mujeres: Diferencias de género en las percepciones de profesionales de enfermería de atención primaria de salud

Maravillas Doris Torrecilla Hernández*, Florentina Pina Roche**, Matilde Campos Aranda, Leticia Becker Vieira

Introducción: La violencia contra las mujeres es un problema de salud que los profesionales sanitarios deben abordar tanto en su prevención, detección, como en el tratamiento de sus efectos.Objetivos: El objetivo consiste en detectar diferencias de género en las percepciones los profesionales de enfermería de atención primaria de salud a cerca de la violencia contra las mujeres.Metodología: Se ha realizado un estudio trasversal mediante la cumplimentación de un cuestionario basado en la versión factorial propuesta por Ferrer et al. (2006), del “Inventario de Pensamientos Distorsionados sobre la Mujer y la Violencia” (IPMD) (Echeburúa y Fernández-Montalvo, 1997). Este instrumento valora la presencia de creencias y actitudes erróneas sobre la mujer y el uso de la violencia. Participan 89 profesionales de atención primaria de salud. Se realizan una comparación de medias en función del género para cada factor e ítem de la escala IPDMV.Resultados: Los resultados confirman diferencias de género con puntuaciones sensiblemente superiores en los varones, esto significa mayor aceptación de dicha afirmación en algunos ítems que son los siguientes: “Muchas mujeres provocan deliberadamente a sus maridos para que estos pierdan el control y las golpeen” con una p<0,025. “El hecho de que las mujeres no suelen llamar a la policía, cuando están siendo maltratadas, prueba que quieren proteger a sus maridos” con una p<0,05. “Los profesores de escuela hacen bien en utilizar el castigo físico contra niños que son repetidamente desobedientes y rebeldes”con una p<0,02. “Lo que ocurre en una familia es problema únicamente de la familia” p<0,02. “Si muchas mujeres no fastidiaran tanto a sus maridos, seguramente no serían maltratadas” con una p<0,0002. En el análisis de las diferencias de género entre los distintos factores se aprecian diferencias en el factor 2 que nos informa sobre la culpabilización de las mujeres víctimas del maltrato, siendo superior en los varones p<0,03.Conclusiones: Los hallazgos de este estudio revelan la necesidad sensibilizar a los profesionales ofreciendo una formación con enfoque de género.Palabras Claves: Violencia contra mujeres, Enfermería, Género.Referencias bibliograficas: Echeburúa, E. & Coral, P. (1998). Manual de violencia familiar. Madrid: Siglo XXI de España Editores. España, Ministerio de sanidad y política social. (2009). Hombres sanitarios implicados en las estrategias contra la violencia de género. Procesos facilitadores de su compromiso. Disponible en: http://www.msc.es/organizacion/sns/planCalidadSNS/pdf/equidad/Sanitarios09.pdf Ferrer, V. A., Bosch, E., Ramis, M. C., Navarro, C., (2006). Las creencias y actitudes sobre la violencia contra las mujeres en la pareja: Determinantes sociodemográficos, familiares y formativos. Anales de psicología, 22(2) 251-259. De: http://revistas.um.es/analesps/article/view/25901 Perez, I., Prieto, P., & Cases, C. (2004). Violencia contra la mujer en la pareja: determinantes y respuestas sociosanitarias, Gaceta Sanitaria, 18(2), 4-12. De: http://scielo.isciii.es/pdf/gs/v18s2/revision1.pdf

* Universidad de Murcia** Universidad de Murcia, Enfermería

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181III Série - Suplemento 2013

“E a história repete-se…” - A (re)produção de trajetórias de violência baseadas no género

Zélia Barroso*

Introdução: A violência interpessoal, quando ocorre nas relações amorosas, raramente é ato isolado, repete-se ciclicamente configurando trajetórias de vitimação que, quando vividas no feminino, tendem a prolongar-se no tempo. Os resultados apresentados derivam do aprofundamento de parte dos dados do Inquérito Nacional Violência e Género (realizado pelo CESNOVA), que serviu de fonte à investigação de doutoramento da autora. Os resultados referem-se ao total de vítimas (mulheres e homens) de pelo menos 1 de 52 atos de violência física, psicológica e/ou sexual.Objetivos: Mostrar que a violência é um fenómeno histórico-social que afeta homens e mulheres atingindo-os porém, de forma diferente entre si (influência da intergeracionalidade das representações sociais de género nos modelos de relacionamento) e dentro de si (reações individuais face à violência). Assim, a presente comunicação compara dois cenários de vitimação: feminina versus masculina; e dois modos distintos de experienciar violência: vítimas com trajetórias versus sem trajetórias de vitimação.Metodologia: Por trajetória de vitimação considerou-se não só vítimas de violência reiterada (mais de um ato), no último ano e/ou anos anteriores à aplicação do inquérito, mas também casos que apesar de mencionarem não o terem sido, contradisseram-se ao afirmar ter sofrido atos violentos na infância/adolescência por parte dos pais. De amostras de 1000 mulheres e 1000 homens inquiridos, obtiveram-se duas subamostras: 397 mulheres e 435 homens vítimas. Após a análise quantitativa realizou-se análise qualitativa baseada em entrevistas semi-directivas para aprofundar hipóteses difíceis de investigar só com os dados do questionário.Resultados: Embora, em termos gerais, a percentagem de homens vítimas seja superior à das mulheres é, em contrapartida, bastante inferior quanto à existência de trajetórias de vitimação (M: 54%; H: 27%), o que significa que estamos perante violências de natureza diferentes: nas mulheres acontece reiteradamente, em casa, exercida por parceiro ou outros familiares, nomeadamente, pais/padrastos, tendo na sua configuração desigualdades de género; nos homens é uma vitimação semelhante à que verificámos na população em geral, maioritariamente perpetrada por outros homens, em espaços públicos, sem reiteração e que quando surge associada a papéis de género visa reforçar a masculinidade. Somente na infância/adolescência os homens tendem a apresentar trajetórias de vitimação, produzidas por pais/padrastos, enquanto que as mulheres prolongam-nas pela idade adulta, exercidas por pais/ parceiros íntimos/ ou ambos. Os resultados mostram que entre o total de mulheres vítimas de violência nas relações amorosas, 74,6% apresentam percursos de vitimação continuada, que se refletem em consequências graves para a saúde física e psicológica.Conclusões: É impossível identificar apenas um fator responsável pela formação de trajetórias de violência. Existe uma teia de variáveis que se articulam e contribuem para prolongar a situação. No entanto, um aspeto é comum: qualquer situação de violência doméstica tem como pano de fundo representações de papéis de género fortemente enraizados, quer pela vítima, quer pelo autor. Ao estudar a história de vida de pessoas que já experienciaram violência reiterada descobre-se, frequentemente, antecedentes semelhantes que fazem cogitar num processo “hereditário” de reprodução de condutas coniventes ao recurso à coação (quer seja psicológica, física ou sexual) como meio para resolução de conflitos.Palavras-chave: Violência, Sexo, Género, Poder, Vitimação.Referências bibliográficas: Barroso, Z. (2009). Trajectórias de violência de género no feminino in Lisboa (coord), Barroso, Patrício & Leandro, Violência e Género – Inquérito Nacional Sobre a Violência Exercida Contra Mulheres e Homens. Lisboa: Edições Colibri, Cap. 5, 65-77. Barroso, Z. (2007). Violência nas Relações Amorosas: uma análise sociológica dos casos detectados nos Institutos de Medicina Legal de Coimbra e do Porto. Lisboa: Edições Colibri/SociNova, nº 2 da Colecção Estudos Sociológicos. Barroso, Z. (no prelo). Ser Criança Não Deveria Doer… Contribuição para uma tipologia de maus-tratos infantis diagnosticados num Hospital de Lisboa. Lisboa: Edições Colibri, 2 da Colecção Trilhos. Lisboa, M., Barroso, Z., Patrício, J. & Leandro, A. (2009). Violência e Género – Inquérito Nacional Sobre a Violência Exercida Contra Mulheres e Homens. Lisboa: CIG – Colecção Estudos de Género.

* CESNOVA - Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa, Sociologia [[email protected]]

GÉNEROS E VULNERABILIDADES EM SAÚDE

GENDERS AND HEALTH VULNERABILITIES

GÉNEROS Y VULNERABILIDADES EN LA SALUD

G É N E R O ( S ) E V U L N E R A B I L I D A D E S E M S A Ú D E

185III Série - Suplemento 2013

É dor de homem ou de mulher? Representações genderizadas de dores comuns

Sónia Figueira Bernardes*, Silvia A. Silva**, Helena Carvalho***, Margarida Costa, Sabina Pereira****

Introdução: Diversos autores salientam a presença de expectativas sociais sobre os comportamentos de dor de homens e mulheres em diferentes culturas (Alabas et al., 2012). Contudo, e tanto quanto sabemos, apenas dois estudos procuram entender se certas dores estão mais associadas à mulher típica ou ao homem típico, respetivamente (Robinson et al., 2003, 2004); estudantes universitários americanos associavam as dores menstruais e de parto à mulher típica e as dores decorrentes de lesão ao homem típico.Objetivos: Com o presente estudo visámos ir para além das evidências reportadas por Robinson e colaboradores (2003, 2004) ao: 1) identificar padrões mais complexos e diferenciados de representações genderizadas de dores comuns; 2) explorar a associação entre tais representações e a formação numa área da Saúde (ex.: leigo/as vs. enfermeiro/as) e as experiências pessoais passadas de dor.Metodologia: 68 enfermeiro/as (76% mulheres) e 55 leigo/as (62% mulheres) identificaram, em associação livre, dores mais comummente associadas à mulher típica e homem típico e experiências de dores pessoais passadas. As respostas do/as participantes foram categorizadas e quantificadas através de uma Análise de Conteúdo. Seguidamente, uma Análise de Correspondências Múltiplas foi realizada com vista à identificação das representações genderizadas sobre dores comuns. Finalmente, foi realizada uma Análise de Clusters que permitiu diferenciar grupos de participantes em função das suas características e representações partilhadas.Resultados: Os resultados mostraram representações de dores mais diferenciadas associadas à mulher típica que ao homem típico. As “dores nas costas e músculo-esqueléticas” foram o único padrão associado ao homem típico. Já à mulher típica se encontraram associados os seguintes padrões de dores: (1) dores de cabeça; (2) dores abdominais, músculo-esqueléticas e nas costas; (3) dores devido a ciclos hormonais, parto/puerpério e do sistema urinário/reprodutor. Tais representações foram partilhadas tanto por leigo/as como enfermeiro/as e apenas influenciadas pelas experiências passadas de dor do sistema urinário/reprodutor.Conclusões: Este estudo permitiu a identificação de representações genderizadas de dores comuns entre leigo/as e enfermeiro/as. Serão discutidas implicações dos resultados para a compreensão das vivências de dor de homens e mulheres, bem como para os enviesamentos de género na avaliação e tratamento da dor.Palavras-chave: Representações, Dor, Género, Enfermagem.Referências bibliográficas: Alabas, O., Tashani, O., & Johnson, M. (2012). Gender role expectations of pain mediate sex differences in cold pain responses in healthy Libyans. European Journal of Pain, 16, 300-311. Robinson, M., George, S., Dannecker, E., Jump, R., Hirsh, A., Gagnon, C., et al. (2004). Sex differences in pain anchors revisited: Further investigation of “most intense” and common pain events. European Journal of Pain, 8, 299-305. Robinson, M. E., Gagnon, C., Dannecker, E., Brown, J., Jump, R., & Price, D. (2003). Sex differences in common pain events: Expectations and anchors. The Journal of Pain, 1, 40-45.

* ISCTE - Instituto Universitário de Lisboa, Psicologia Social e das Organizações** Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)/ Business Research Unit (Bru-IUL)*** Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)/ Centro de Investigação e Estudos de Sociologia (Cies-IUL) **** Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL)

G É N E R O ( S ) E V U L N E R A B I L I D A D E S E M S A Ú D E

186III Série - Suplemento 2013

A Pessoa idosa em situação de cronicidade e hospitalização: características definidoras da vivência confortadora

Patrícia Cruz Pontí�ce Sousa Valente Ribeiro*, Maria Arminda Mendes Costa**

Introdução: A singularidade e a individualidade constituem a originalidade própria de cada Pessoa. Em situação de transição - doença crónica e hospitalização - a experiência pessoal, tal como é vivida, reflete a forma como é percebida a situação (Costa, 2006). A vulnerabilidade e sofrimento invadem a Pessoa interferindo na vivência confortadora (Kolcaba, 2003; Ribeiro, 2008, 2012). A compreensão das características definidoras é fundamental, facilitando a identificação dos problemas, necessidades/desejos, e a definição de formas que permitam um melhor atendimento confortador.Objetivos: A forma como cada Pessoa idosa reage à doença e hospitalização baseia-se na experiência consciente e subjetiva que a pessoa vivencia e resulta da atribuição de significados e condicionalismos da perceção, durante a hospitalização. Procurámos:Compreender a Pessoa idosa hospitalizada com vista a uma melhor compreensão do fenómeno do conforto; Conhecer as características definidoras da Pessoa Idosa, em situação de cronicidade e hospitalização, com interferência na vivência confortadora.Metodologia: Trata-se de um estudo de natureza descritiva, de abordagem qualitativa - orientado pelo método etnográfico. Realizaram-se entrevistas semi-estruturadas, audio-gravadas e submetidas a análise de conteúdo (Huberman e Miles, 1991), a 22 doentes, intencionalmente escolhidos, internados num serviço de Medicina de um Hospital Central de Lisboa e fez-se observação participante de modo a compreender as vivências situacionais, (Spradley, 1980), com base em guiões previamente estruturados. A observação aconteceu durante os meses de janeiro a outubro de 2010 e as entrevistas durante os meses de setembro de 2010 a fevereiro de 2011.Resultados: Os dados fizeram emergir duas categorias centrais definidoras das características do idoso que interferem na vivência confortadora e que se relacionam com: a maneira de ser/estar do idoso (inclui a tristeza gerada pelas memórias/lembranças da situação de vida; os medos/receios, a dificuldade de adaptação à mudança) e com as alterações físicas/doença (nomeadamente a ansiedade causada pela falta de informação, sintomatologia/queixas físicas) com importância significativa na interferência do estado de conforto da Pessoa idosa. Experiências anteriores negativas no controlo da dor podem deixar marcas que influenciam o comportamento do doente bem como o desconhecimento, a insegurança e a incerteza, poderão conduzir a um sentimento de angústia caracterizado pelo medo, pela ansiedade e por outras alterações sintomáticas geradoras de sofrimento e de desconforto. Comportamentos verbais e não-verbais são reveladores de sentimentos/emoções e manifestações físicas. A ansiedade é um sentimento de tensão e pode ser acompanhada de expressões faciais e de gestos que traduzem um determinado mal-estar e desconforto.Conclusões: As características definidoras do idoso emergem como um domínio orientador da ação de conforto, traduzindo pontos de vista, preocupações e experiências pessoais. Experiências anteriores condicionam o modo como os idosos vivenciam a experiência da hospitalização (Morrison, 2001; Ribeiro, 2008, 2012). É reconhecida a interferência que o estado clínico, a vulnerabilidade física e psíquica e as experiências anteriores têm na vivência dos idosos. Experienciando uma enorme vulnerabilidade, os idosos adotam formas de auto-apresentação e as preocupações pessoais revelam-se de extrema importância. Reconhece-se a utilidade de (re)pensar os cuidados confortadores segundo as reais necessidades da pessoa idosa em situação de cronicidade e hospitalização.Palavras-chave: Pessoa Idosa, Cronicidade, Hospitalização, Vivência Confortadora.Referências bibliográficas: Costa, M. A. (2006). Cuidar Idosos: Formação, Práticas e Competências dos Enfermeiros (2ª ed.). Lisboa: Co-edição FORMASAU, Formação e Saúde Lda e EDUCA. Kolcaba, K. (2003). Comfort theory and practice. A vision for holistic health care and research. New York: Springer Publishing Company. Morrison, P. (2001). Para compreender os doentes. Lisboa: Climepsi Editores. Huberman, M. & Miles, M. (1991). Analyse des donnés qualitative. Recueil de nouvelles méthodes. Bruxeles: De Beock. Ribeiro, P. P. (2008). O sofrimento do doente crónico: revisão de literatura (2000-2006). Servir, 56(2), 80-89.

* Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde [[email protected]]** Escola Superior de Enfermagem do Porto, Presidente do Conselho Geral

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187III Série - Suplemento 2013

A utilização do preservativo sob a perspetiva de género no carnaval do Rio de Janeiro, Brasil

Márcio Tadeu Ribeiro Francisco*, Cristiane Maria Amorim Costa**, Vinícius Rodrigues Fernandes da Fonte***, �elma Spindola****,Carina D’Onofrio Prince Pinheiro*****

Introdução: A eclosão da epidemia do vírus da imunodeficiência humana (HIV ) suscitou diversas respostas a nível mundial para seu controle. Atualmente o conceito de vulnerabilidade visa conduzir ações nos contextos epidemiológicos, biológicos, sociais, políticos e comportamentais que determinam a possibilidade de infeção (Maia, Guilhem, & Freitas, 2008). As características comportamentais peculiares dos géneros masculino e feminino são relevantes por promoverem situações de vulnerabilidade (Silva, & Vargens, 2009).Objetivos: Identificar a utilização do preservativo entre homens e mulheres participantes do carnaval do sambódromo do Rio de Janeiro, Brasil.Metodologia: Pesquisa descritiva estatística de natureza quantitativa. A amostra utilizada foi aleatória simples, com nível de confiança de 95% e erro amostral de 3%. Os sujeitos foram os expectadores, foliões e trabalhadores presentes nos desfiles carnavalescos no sambódromo do Rio de Janeiro, Brasil. A coleta de dados ocorreu durantes os 4 dias festivos em fevereiro de 2013 através de um questionário anónimo, totalizando 1070 entrevistados. A análise foi realizada pelo programa Epi Info. A pesquisa tem aprovação do comité de ética da Universidade Veiga de Almeida número 12602113.9.0000.5291.Resultados: Compuseram o estudo sujeitos do sexo feminino (54,1%), na faixa etária dos 21 aos 30 anos (26,7%), de cor parda (35,7%), de religião católica (53,9%), com renda familiar de 1260 a 2520 reais (25,3%) e que possuem parceiro fixo (76,5%). Quanto ao uso do preservativo, 43,8% das mulheres e 45,3% dos homens usam sempre. Questionados sobre carregarem o preservativo no seu dia-a-dia, 48,4% das mulheres e 34,5% dos homens nunca carregam. Indagados sobre a situação fictícia de um(a) amigo(a) que relata que o preservativo atrapalha na relação sexual, 42,5% das mulheres e 35,9% dos homens não concordam com tal afirmativa, 40,6% e 31%, respetivamente, acreditam que é uma forma de justificar o não uso e 17% e 33,1% consideram que o preservativo atrapalha na relação. Outra situação questionada foi sobre a possibilidade de relacionar-se sexualmente caso não tenha preservativo no momento, no qual 57,7% das mulheres e 50,8% dos homens afirmaram que não teriam relação.Conclusões: Os resultados apontam que os homens utilizam e carregam o preservativo no seu dia-a-dia com mais frequência do que as mulheres, concordam com afirmações de que o preservativo atrapalha na relação e são mais impulsivos e tendem a exporem-se a situações de risco para não perderem uma transa. Os resultados obtidos demonstram situações de vulnerabilidade e demandam respostas específicas. As diferenças entre os papéis de género são um reflexo histórico da construção na sociedade.Palavras-chave: Género e saúde, Vulnerabilidade, DST, Preservativos.Referências bibliográficas: Maia, C., Guilhem, D., & Freitas, D. (2008). Vulnerabilidade ao HIV/AIDS de pessoas heterossexuais casadas ou em união estável. Revista de Saúde Pública, 42(2), 242-248. Recuperado em 31 de março de 2013, a partir de <http://www.scielosp.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0034-89102008000200008&lng=en&nrm=iso>. Silva, C. M., & Vargens, O. M. C. (2009). A percepção de mulheres quanto à vulnerabilidade feminina para contrair DST/HIV. Revista da Escola de Enfermagem da USP, 43(2), 401-406. Recuperado em 31 de março de 2013, a partir de http://www.scielo.br/pdf/reeusp/v43n2/a20v43n2.pdf

* Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Fundamentos de Enfermagem** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Fundamentos de Enfermagem*** Hospital Universitário Pedro Ernesto, Núcleo de Estudos em Saúde do Adolescente**** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Fundamentos de Enfermagem***** Universidade Veiga de Almeida

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188III Série - Suplemento 2013

Ações educativas sobre a maternidade em adolescentes: a busca por transformações sociais no cotidiano de unidades de abrigamento

Lucia Helena Garcia Penna*, Kezia Áurea Ramos de Almeida, Beatriz Yuan Soares, Gleice da Silva Fernandes, Joana Iabrudi Carinhanha

Introdução: Adolescentes abrigadas e ou de rua possuem uma história de negação de direitos, de violência de género. A maternidade para elas vem significando importante fator na aquisição de centralidade, reconhecimentos e privilégios que até então nunca obtiveram em seus diversos contextos de adversidades socioeconómicas e culturais. As instituições de abrigamento inserem-se como importante dispositivo de auxílio a estas jovens, disponibilizando ações educativas em saúde, conferindo-lhes maior autonomia sobre a sua saúde e a do bebé, incluindo a sua reinserção social.Objetivos: Considerando a vulnerabilidade das jovens adolescentes em função de serem mulheres, estarem em situação de rua ou abrigamento e terem engravidado, este estudo tem como Objetivos: descrever e discutir a avaliação das mães adolescentes abrigadas sobre as suas necessidades em relação ao seu processo de maternidade; e elaborar propostas de educação em saúde para o atendimento dessas necessidades.Metodologia: Pesquisa exploratória, qualitativa. Os dados foram oriundos de relatórios construídos por académicos de enfermagem da subárea Saúde e Mulher da Faculdade de Enfermagem UERJ/RJ/Brasil que identificaram as necessidades de mães adolescentes abrigadas. A partir dos resultados elaboraram-se propostas educativas para o desenvolvimento de ações nos dispositivos de abrigamento para jovens mães. Estas propostas educativas têm como tema central a saúde sexual e reprodutiva, e a maternidade para a adolescente abrigada. Estas estratégias foram construídas a partir da compreensão da ação dialógica do cuidar (método freireano).Resultados: Como agravantes da vulnerabilidade destacam-se: sobrevivência nas ruas; instabilidade nas condições de moradia; isolamento e restrição da rede de apoio social; exposição às violências; uso e abuso de álcool e drogas; exposição a DST e gravidez; pobreza; falta de acesso aos serviços de saúde e educacionais adequados; suscetibilidade psicológica o fato de ser mulher que implica assimetrias de género e influenciam comportamentos e atitudes sociais (Sexualidade-maternidade). Quanto à caracterização do conhecimento relativo ao comportamento social e sexual destas jovens mães, o significado do corpo e exercício da sexualidade conduz à introdução na vida sexual de forma violenta e precoce; relacionamentos pouco duradores; gravidez recorrente; inconstância ou ausência da utilização de métodos de sexo seguro; a maternidade é reconhecida como uma oportunidade a um futuro e reconhecimento social – o status de ser mãe resgata a autoestima, provê esperança diante da “morte social”, prostituição, tráfico de drogas e outros crimes como fonte de renda frente aos laços empregatícios frágeis.Conclusões: É notória a escassez de referências nesta temática, o que nos desperta para a necessidade de se conhecerem as variadas situações de vulnerabilidade das adolescentes mães abrigadas e de rua, principalmente pela atenção básica em relação ao público baseado na assistência à saúde mental e orientação em saúde sexual, reprodutiva e quanto ao uso de drogas. Diante dos comportamentos sexuais e sociais e a vulnerabilidade destas jovens precisa-se pensar estratégias de expansão das redes de apoio, de propostas de cuidado dialógicas que visem uma atenção integral à saúde reprodutiva e sexual baseada na equidade e cidadania dessa população abrigada.Palavras-chave: Menores de rua, Maternidade, Vulnerabilidade, Género, Mulher.Referências bibliográficas: Gil, C. (1999). Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. 5ª edição, Atlas. São Paulo. Gontijo, D. T., & Medeiros, M. (2010). Significados da maternidade e paternidade para adolescentes em processo de vulnerabilidade e desfiliação social. Rev Eletrônica enferm, 12(4), 607-15. Penna, L. H., Carinhanha, J. I., & Leite, L. C. (2009). A prática educativa de profissionais cuidadores em abrigos: enfrentando a violência vivida por mulheres adolescentes. Rev Latino-Am Enferm. 17(6), 981-87. Penna, L. H., Carinhanha, J. I., Martins, V. V., & Fernandes, G. S. (2012). A maternidade no contexto de abrigamento: concepções das adolescentes abrigadas. Rev Esc Enferm USP, 46(3), 544-8.

* Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Enfermagem Materno-Infantil

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189III Série - Suplemento 2013

Ainda Existem Diferenças de Género na Funcionalidade dos Idosos?

Ana Paula de Almeida Fontes*

Introdução: A funcionalidade é reconhecida hoje pela OMS como um constructo multidimensional interativo e integrativo, onde interagem as dimensões individuais (biopsicossociais) e os fatores contextuais. A par da idade, o género é uma das caraterísticas demográficas com maior peso na diferenciação da autonomia dos idosos. Contudo, a literatura não é consensual nessa diferenciação; apesar da maior parte dos estudos apontar vantagem para os homens (Palacios-Ceña et al., 2012; Virués-Ortega et al., 2011), outros indicam-na para as mulheres (Pachana et al., 2011), enquanto outros não lhes reconhecem diferenças (Botelho, 2000).Objetivos: São objetivos deste trabalho conhecer as diferenças na funcionalidade, conforme as dimensões da Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF), associada ao género, em idosos com idade ≥ 65 anos, a viverem no domicílio na região do Algarve. Estudámos as diferenças relacionadas com os Fatores Pessoais, os Fatores Ambientais, as Funções do Corpo e as Atividades/Participação, num total de cinquenta variáveis.Metodologia: Trata-se de um estudo observacional do tipo analítico e transversal. Os instrumentos foram um questionário de caracterização sociodemográfica, com uma estrutura idêntica à Checklist da CIF e o Método de Avaliação Biopsicossocial (MAB) (Botelho, 2000). As variáveis categóricas foram analisadas através de frequências absolutas e relativas e as numéricas, por medidas de tendência central e de dispersão. A comparação de médias foi efetuada através do teste T-Student, enquanto para a independência entre duas variáveis se utilizou o teste do Qui-Quadrado. A análise estatística teve em conta um nível de significância de 0,05.Resultados: A amostra foi constituída por 451 indivíduos, cuja média de idade foi de 79,48 ± 7,46 anos, observando-se uma prevalência feminina (62,1%). Das cinquenta variáveis estudadas, foram encontradas diferenças de género em 19 (38%). Estudámos 23 variáveis incluídas nos Fatores Pessoais, cujas diferenças ocorreram em 10 (43,5%), nomeadamente na conjugalidade (p≤0,001) e na coabitação (p=0,037), onde em ambas as situações, as mulheres se apresentaram mais sós e, ainda no rendimento económico (p=0,002), com valores mais desfavoráveis para estas. Em todos os hábitos relacionados com a saúde, as mulheres revelaram sempre comportamentos mais salutogénicos. Nos Fatores Ambientais, as mulheres revelaram mais necessidade de dispositivos de auxílio (p≤0,001) e nas Funções do Corpo, maior incontinência urinária (p=0,021). Das 20 variáveis das Atividades/Participação, foram encontradas diferenças em 5 (25%); na Mobilidade, onde as mulheres se apresentaram mais vulneráveis (valores de p entre 0,018 e 0,050) e na Vida Doméstica, onde os homens se apresentaram mais dependentes na variável lavar/tratar da roupa (p=0,022).Conclusões: As mulheres apresentam-se mais desprotegidas nas dimensões social e económica, enquanto os homens manifestam hábitos de saúde mais vulneráveis, nomeadamente no que respeita aos hábitos alimentares e ao consumo de álcool e tabaco. Estas diferenças ocorrem por um lado ligadas às questões demográficas da longevidade e às diferenças culturais e de socialização, muito diferenciadas e enraizadas no nosso país, sobretudo nas faixas etárias mais idosas e mais rurais. As diferenças entre Atividades/Participação aconteceram só em dois domínios, parecendo que as diferenças de género neste componente da funcionalidade tende a diluir-se e onde os homens parecem ganhar cada vez mais vantagem.Palavras-chave: Funcionalidade, Género, Idosos, CIF.Referências bibliográficas: Palacios-Ceña D. et al. (2012). Has the prevalence of disability increased over the past decade (2000-2007) in elderly people? A Spanish population-based survey. J Am Med Dir Assoc, 13(2), 136-42. Virués-Ortega, J. et al. (2011). Prevalence of disability in a composite ≥ 75 year old population in Spain: A screening survey based on the International Classification of Functioning. BMC Public Health, 23, 11-176. Pachana, N. A. et al. (2011). The effect of having a partner on activities of daily living in men and women aged 82-87 years. Maturitas, 68(3), 286-290.Botelho, M. A. (2000). Autonomia Funcional em Idosos, Caracterização multidimensional em idosos utentes de um centro de saúde urbano. Porto: Edições Bial, 258.

* Universidade Nova, Faculdade Ciências Médicas

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190III Série - Suplemento 2013

Análise da influência do género nos comportamentos sexuais: um estudo com imigrantes

Sónia Dias*, Ana Filipa de Mendonça da Gama**

Introdução: A diferença dos papéis sociais de género reflete-se frequentemente numa desigual exposição das mulheres a riscos para a saúde ( WHO, 2002). O contexto de imigração tem acentuado a preocupação quanto às questões de saúde sexual e reprodutiva nas populações imigrantes (Rademakers, Mouthaan & De Neef, 2005). O desenvolvimento de programas efetivos em saúde requer um conhecimento dos padrões de comportamentos sexuais contextualizados numa dinâmica sociocultural ( Woollett, Marshall & Stenner, 1998). Porém, a informação sobre comportamentos sexuais nos imigrantes é escassa.Objetivos: Este estudo pretende investigar os comportamentos sexuais de imigrantes em Portugal.Metodologia: Realizou-se um estudo transversal com 1187 imigrantes (52,2% mulheres; 33,9% de países Africanos de língua oficial Portuguesa, 33,8% do Brasil e 32,3% de países da Europa de Leste). Aplicou-se um inquérito por questionário a todos os imigrantes que visitaram o Centro Nacional de Apoio ao Imigrante (CNAI-Lisboa) no horário de funcionamento, durante o período de recolha de dados. O questionário incluiu itens sobre características sociodemográficas e comportamentos sexuais. Realizou-se uma análise de regressão logística. A magnitude das associações foi calculada através de odd ratios e respetivos intervalos de confiança (IC95%).Resultados: Do total, 60,4% teve um parceiro sexual em Portugal no último ano, 16,5% teve 2-4 e 4,6% teve ≥ 5. As mulheres reportaram mais ter tido um parceiro sexual (70,4% vs. 49,5%) enquanto os homens declararam maior número de parceiros (2-4: 24,5% vs. 9,1%) (p<0.001). Cerca de 18% usou consistentemente preservativo com parceiro regular no último ano, sem diferenças significativas entre géneros. Aproximadamente 26% teve relações sexuais com parceiros ocasionais no último ano, mais frequentemente os homens (39,8% vs. 13,4%) (p<0.001). Daqueles, 68,2% usou consistentemente preservativo, mais os homens. Cerca de um terço da amostra referiu que usou preservativo na última relação sexual, mais homens que mulheres. Nos homens, o uso do preservativo na última relação sexual associou-se a menor idade, origem Brasileira, estado civil de não casado, escolaridade superior e rendimentos suficientes. Nas mulheres ter usado preservativo na última relação associou-se a ser mais jovem e a ser não casada, não se verificando associação significativa com origem, escolaridade e rendimentos.Conclusões: As questões de género influenciam os comportamentos sexuais, nomeadamente o uso do preservativo, traduzindo-se em diferentes níveis de vulnerabilidade e necessidades em termos de saúde sexual e reprodutiva para a população imigrante feminina e masculina. Nas mulheres especificamente, a influência destas questões no uso do preservativo parece predominar face aos fatores sociais e económicos. Será pertinente equacionar o papel do género no delineamento e implementação de programas adaptados e direcionados para a promoção da saúde sexual e reprodutiva nestas comunidades.Palavras-chave: Imigrantes, Comportamentos Sexuais, Uso do preservativo.Referências bibliográficas: WHO (2002). World Health Report 2002: Reducing Risks, Promoting Healthy Life. Geneva: World Health Organization. Woollett, A., Marshall, H., & Stenner, P. (1998). Young women’s accounts of sexual activity and sexual/reproductive health. Journal of Health Psychology, 3, 369-81. Rademakers, J., Mouthaan, I., & De Neef, M. (2005). Diversity in sexual health: problems and dilemmas. European Journal of Contraception and Reproductive Health Care, 10, 207-11.

* Instituto de Higiene e Medicina Tropical** Instituto de Higiene e Medicina Tropical/Universidade Nova de Lisboa, Unidade de Ensino e Investigação de Saúde Pública Internacional e Bioestatística [[email protected]]

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191III Série - Suplemento 2013

Construção e validação de um instrumento identificador de vulnerabilidade para a violência doméstica contra a mulher

Laura Christina Macedo Piosiadlo*, Rosa Maria Godoy Serpa Da Fonseca**

Introdução: A subalternidade de género e a violência contra a mulher apresentam-se entrelaçadas na história e conformam-se por meio da construção de género nas sociedades. Nesse sentido, a violência é um fenómeno historicamente determinado. As mulheres formam um grupo que é violentado constantemente e de diversas maneiras, como, agressões e abusos físicos, verbais e sexuais, cometidos por parceiros ou ex-parceiros, familiares, amigos, desconhecidos, por instituições públicas ou pelo Estado.Objetivos: O objetivo deste trabalho é apresentar a construção e validação de um instrumento criado para identificar a vulnerabilidade para a violência doméstica contra a mulher por meio de indicadores de subalternidade de género.Metodologia: É uma pesquisa metodológica (Polit, Beck & Hungler, 2004) composta por etapas: construção da primeira versão do instrumento com base nos resultados obtidos por Okabe (2010); validação de questões por juízas; aplicação da segunda versão e do instrumento a servir de comparação (AAS) em 323 mulheres usuárias do serviço público do município de saúde de São José dos Pinhais, Paraná, Brasil; e, por fim, análise estatística dos dados levantados.Resultados: Na primeira etapa, dez juízas agrupadas em uma amostra por conveniência avaliaram 61 questões construídas com base em frases ditas por mulheres e consideraram 58 como validadas. Diante do alto grau de validação optou-se por usar duas ou três questões representativas de cada grupo de indicadores na construção da segunda versão, ficando o instrumento a ser aplicado nas mulheres com 34 questões. Após aplicação da segunda versão, comparando as respostas dadas no questionário AAS, 25 questões apresentaram valor estatístico (p<0,05). As questões de maior relevância estão relacionadas aos indicadores: responsabilidade sobre o cuidado com os filhos; importância e significado atribuído pela mulher à vida profissional; conciliação família e trabalho; significado de divórcio; significado de pessoa divorciada; decisão sobre o uso do tempo pessoal e gastos; poder de decisão sobre a educação dos filhos; poder de decisão sobre as despesas da casa.Conclusões: Conclui-se que a construção baseada em falas que narram situações reais levou a um alto grau de validação; um instrumento que utiliza a Escala de Likert facilita o aproveitamento das frases tal como foram ditas no momento da entrevista. A próxima será selecionar as melhores questões de cada grupo de indicadores para compor o instrumento final, que poderá ser usado em serviços de saúde para identificar e, posteriormente, ajudar as famílias onde há vulnerabilidade para a violência doméstica contra a mulher.Palavras-chave: Subalternidade de género, Violência contra mulher.Referências bibliográficas: Okabe, I. (2010). Violência contra a mulher: uma proposta de indicadores de gênero na família. Tese de doutorado. Escola de Enfermagem da Universidade de São Paulo. SP. Brasil. Polit, D. F., Beck, C. T., Hungler, B. P. (2004). Fundamentos da Pesquisa em Enfermagem: métodos, avaliação e utilização. (5 ed). Porto alegre: Artes Médicas.

* Universidade Federal do Paraná, Enfermagem [[email protected]]** Universidade de São Paulo, Departamento de Enfermagem em Saúde Coletiva - ENS [[email protected]]

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192III Série - Suplemento 2013

Desigualdade de género na idade ativa e na reforma

Helena Maria Almeida Macedo Loureiro*

Introdução: Em Portugal, a feminização laboral resultou da escassez de mão-de-obra masculina (motivada pela guerra colonial e emigração nos anos 60), do aumento do custo de vida exponenciado pelo consumismo e consequente necessidade de reforço do rendimento familiar, do incremento de escolaridade das mulheres e do desenvolvimento do setor terciário (Carmo et al.,2010). Na geração que atualmente se aposenta, a desigualdade de género permanece vigente em termos laborais, familiares e sociais (Loureiro, 2011), contudo esta conjuntura parece não desfavorecer totalmente a saúde das mulheres.Objetivos: Geral - Divulgar resultados de uma investigação que estudou a transição para a reforma e a desigualdade de género nesta fase observada. Específicos - Caracterizar a desigualdade de género vivenciada em idade ativa, na geração recém-aposentada; Descrever as dificuldades que a geração recém-aposentada perceciona na transição para a reforma, em função do género; Apresentar as estratégias que a geração recém-aposentada adota no sentido de ultrapassar as dificuldades, em função do género.Metodologia: Estudo quantitativo, de carácter descritivo-correlacional, no qual foi estudada uma amostra de 432 indivíduos que se encontravam aposentados há menos de cinco anos. A seleção foi conseguida pelo método “bola de neve” e os dados obtidos, por meio da aplicação de um questionário administrado por autorrelato escrito, permitiram aceder a informação relativa ao período de exercício profissional, ao momento da aposentação e às dificuldades percecionadas e estratégias utilizadas para fazer face. Os dados foram analisados com recurso ao programa SPSS, versão17.0 e à técnica de análise de conteúdo de Bardin.Resultados: Proveniente de vários distritos de Portugal, a amostra estudada apresentou idades compreendidas entre os 44 e os 72 anos (média=60,5anos; DP=5,48). O género masculino fez-se representar em ligeira superioridade [masculino (56,9%); feminino (43,1%)] e com uma média de idade igualmente superior [masculino (média=60,7anos; DP=5,42); feminino (média=60,4anos; DP=5,54)]. Eram maioritariamente casados/união de facto (92,6%) e assumiam um NSE médio (46,1%). O género feminino revelou ser detentor de uma maior frequência escolar mas, em oposição, o masculino ocupava cargos mais diferenciados em idade ativa. Quando aposentados, os homens percecionaram maiores dificuldades na transição do que as mulheres, estando estas relacionadas com a “Alteração das rotinas diárias” (55,6%), “Dificuldade em ocupar o tempo” (55,0%) e “Isolamento” (100,0%). A “Diminuição do poder económico” foi a principal dificuldade percecionada pelas mulheres (68,4%). A procura de “Apoio na família” foi a principal estratégia adotada para fazer face às dificuldades percecionadas (71,5%). Nos homens, outras estratégias passaram pela maior procura de “Ocupação dos tempos livres” e nas mulheres pela “Ocupação com a lida da casa”.Conclusões: A desigualdade de género permanece contemporânea, na idade ativa. Dois achados permitiram efetuar esta afirmação. O primeiro relaciona-se com o facto de as mulheres revelarem um maior nível de literacia e, ainda assim, os homens se aposentarem de cargos mais diferenciados, com maiores pensões de reforma. O segundo está relacionado com o facto de as mulheres continuarem a ser “sobrecarregadas”, vendo o seu trabalho fora de casa acrescido com aquele que as espera dentro da mesma. Esta última desvantagem revelou-se protetora da saúde na aposentação, uma vez que lhes permitiu manter a continuidade de objetivos de vida, que na sua ausência suscitou vulnerabilidade masculina.Palavras-chave: Género, Desigualdade, Envelhecimento, Reforma, Saúde.Referências bibliográficas:Loureiro, H. (2011). Cuidar na “Entrada na Reforma”: uma intervenção conducente à promoção da saúde de indivíduos e de famílias. Tese de Doutoramento em Ciências da Saúde. Repositório institucional da Universidade de Aveiro. Disponível em WWW: URL:http://ria.ua.pt/bitstream/10773/4159/1/tese.pdf Torres, A. et al. (2005). Homens e mulheres entre família e trabalho. Comissão para a igualdade no trabalho e no emprego. Estudos, 10. 2ª ed. Lisboa: DGEEP.CID, 2005. ISBN 972-704-237-6. Carmo, R. et al. (2011). Desigualdades em Portugal: Problemas e Propostas, Edições 70, Lisboa.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra, Enfermagem de Saúde Pública, Familiar e Comunitária [[email protected]]

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193III Série - Suplemento 2013

Desigualdade de género: o processo de interação da mulher com o seu parceiro a partir do diagnóstico de HPV

Carla Marins Silva*, Octavio Muniz da Costa Vargens**

Introdução: Atualmente, a infeção pelo papilomavírus humano (HPV ) de alto risco oncogénico tem sido reconhecida como uma causa necessária para desenvolvimento do cancro do colo do útero (Bosch et al., 2002). Este problema de saúde pública atinge não só o âmbito biológico, mas também a esfera privada e demanda articulações políticas na esfera pública. Desta forma, compreender e interpretar o significado atribuído pela mulher ao diagnóstico de HPV é uma ferramenta para o planejamento e avaliação das ações de saúde.Objetivos: Analisar o processo de interação da mulher com seu parceiro a partir do diagnóstico de HPV.Metodologia: Trata-se de pesquisa descritiva, com abordagem qualitativa, realizada em treze comunidades dos municípios de Duque de Caxias e de Nova Iguaçu, no Estado do Rio de Janeiro, no período de outubro/2006 a setembro/2008. Os sujeitos da pesquisa foram 20 mulheres que tiveram diagnóstico de infeção pelo HPV dos tipos relacionados ao alto risco oncogénico, através do método de captura híbrida. Como estratégia de coleta de dados, utilizou-se a entrevista semi-estruturada. O processo de análise baseou-se nos pressupostos teórico-metodológicos do Interacionismo Simbólico e da Grounded Theory (Blumer, 1969; Glaser, 1978).Resultados: Os resultados revelaram que o diagnóstico do HPV significa que a mulher precisa lidar com uma realidade incontestável determinada pelo fato de ser portadora do HPV. Para estas mulheres uma doença até então desconhecida que lhes impõe mudanças na vida inesperadas e difíceis de aceitar, mormente no que se refere à vida de relação com o parceiro. O diagnóstico traz sérios desafios no relacionamento das mulheres com seu parceiro principalmente no que se refere à adoção de medidas preventivas. A mulher, inicialmente, nega a sua situação por conhecer o parceiro e por usar preservativos. Em seguida, ela toma consciência da sua nova situação e precisa de enfrentá-la, trazendo sérios desafios à relação. Ela precisa decidir se vai informar ou não o diagnóstico ao seu parceiro. Com isso, vivencia uma experiência de dificuldade para adoção efetiva de medidas preventivas e a reação do parceiro, abalando o relacionamento.Conclusões: Ficou evidenciado que as relações assimétricas de poder prejudicam a negociação do sexo seguro. Deve-se estimular a discussões sobre as questões de género relativas ao exercício pleno e livre da sexualidade, para ambos os sexos, a partir da necessidade de decisões compartilhadas. Estas questões levam à necessidade de uma abordagem multiprofissional humanizada, visando o empoderamento das mulheres para que elas possam decidir sobre a sua sexualidade e saúde.Palavras-chave: Saúde da mulher, Género, Enfermagem, HPV.Referências bibliográficas: Bosch, F. X., Lorincz, A., Muñoz, N., Meijer, C. J., Shah, K. V. (2002). The causal relation between human papillomavirus and cervical cancer. J Clin Pathol, 55, 244-265. Blumer, H. (1969). Symbolic interacionism: perspective and method. Berkeley: University of California. Glaser, B. G. (1978). Theoretical sensitivity: advances in the methodology of grounded theory. California: Sociology Press.

* Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento Materno-Infantil** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Enfermagem [[email protected]]

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194III Série - Suplemento 2013

Desigualdades e práticas discriminatórias nos contextos de saúde primários: vivências experienciais de mulheres imigrantes grávidas

Joana Bessa Topa*, Ana So�a Antunes das Neves**, Conceição Nogueira***

Introdução: Num mundo em progressiva movimentação o número de mulheres a viver a maternidade em contexto multicultural e migratório é, nos dias de hoje, uma realidade com uma expressão reconhecida, tanto a nível mundial como nacional. Todavia, o conhecimento em torno da qualidade e da eficácia do acesso dos/as imigrantes aos cuidados de saúde, bem como o seu estado de saúde, especialmente no que respeita às mulheres imigrantes, é ainda escasso em Portugal (Fonseca, Silva, Esteves & McGarrigle, 2007).Objetivos: Os estudos internacionais sugerem que as mulheres migrantes grávidas se deparam com enormes desafios no que à questão da acessibilidade aos cuidados de saúde diz respeito. Face a este cenário, o estudo pretendeu caracterizar os discursos, perceções e vivências de trinta mulheres de nacionalidade cabo-verdiana, brasileira e ucraniana nos cuidados de saúde materno-infantis em Portugal.Metodologia: Para tal realizaram-se entrevistas individualizadas a 30 mulheres imigrantes de nacionalidade cabo-verdiana, ucraniana e brasileira, residentes em Portugal. Para a análise dos dados obtidos recorremos à análise temática (Braun & Clarke, 2006), cuja análise em profundidade foi auxiliada pela análise crítica do discurso (Willig, 2003). A análise foi ainda informada pelos pressupostos da Interseccionalidade, uma vez que entendemos que só assim poderemos compreender os sentidos e as implicações dos significados por elas construídos e as suas eventuais vivências de discriminação interseccional (Crenshaw, 1991) nos contextos de saúde.Resultados: Os resultados mostram que os padrões de procura de serviços de saúde para vigilância de gravidez são tardios. Para isso contribuem as experiências vivenciadas nos diversos contextos sociais (e.g., experiências discriminatórias) bem como os múltiplos e diferenciados obstáculos que encontram (e.g., culturais, informativos) quando acedem ou tentam aceder aos serviços. Embora a maioria faça uma apreciação positiva dos cuidados recebidos, todas elas alertam para a insensibilidade demonstrada pelas/os profissionais face à diversidade cultural e a constante discriminação preconizada, que é diferenciada consoante as suas pertenças identitárias. Face às dificuldades sentidas e aos discursos com os quais vão contactando, estas mulheres vão alimentando uma noção de si como pessoas com menos direitos, o que as leva conformarem-se com as práticas ocidentais de cuidado e a silenciar-se face às práticas discriminatórias a que são sujeitas. Deste modo, os resultados apontam para que as estratégias individuais utilizadas não constituem qualquer tipo de ameaça ao grupo hegemónico, contribuindo para a manutenção do status quo.Conclusões: A noção de que existe uma superioridade masculina e/ou de classe leva mulheres imigrantes grávidas a subjugarem-se à norma social androcentrada, heterossexista e hegemónica presente nos contextos de saúde. Este estudo exploratório e localizado mostra que apesar dos esforços que têm sido desenvolvidos em Portugal na implementação de políticas para a promoção do acesso e utilização dos serviços nas populações imigrantes, torna-se crucial repensar as políticas de integração existentes no âmbito da saúde à luz da Teoria da Interseccionalidade e consciencializar tanto instituições, profissionais como mulheres imigrantes para os seus direitos restabelecendo-lhes uma consciência crítica ativa.Palavras-chave: Imigração Feminina, Cuidados de Saúde Materno-Infantis.Referências bibliográficas: Braun, V., & Clarke, V. (2006). Using thematic analysis in psychology. Qualitative Research in Psychology, 3, 77-101. Crenshaw, K. (1991). Mapping the Margins: Intersectionality, Identity, Politics and Violence Against Women of Color. Stanford Law Review, 43, 1241-99. Fonseca, L., Silva, S., Esteves, A., & McGarrigle, J. (2007). Saúde e integração dos imigrantes em Portugal: uma perspectiva geográfica e política. Revista Migrações- Imigração e Saúde, 1, 27-52. Retirado de http://www.ceg.ul.pt/migrare/publ/migracoesart.pdf Willig, C. (2003). Discourse analysis. In J. Smith (Eds.), Qualitative psychology: A practical guide to research methods (pp. 159-183). London, Thousand Oaks, New Delhi: Sage Publications.

* Universidade do Minho, Psicologia Social [[email protected]]** Instituto Superior da Maia, Ciências Sociais e do Comportamento*** Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Psicologia

G É N E R O ( S ) E V U L N E R A B I L I D A D E S E M S A Ú D E

195III Série - Suplemento 2013

Factores económicos, demográficos y sociales asociadas al consumo de drogas lícitas e ilícitas desde la perspectiva de los recolectores de basura de la Municipalidad de San José

Alba Irene Carranza Ramírez*

Introducción: La globalización, fenómeno socioeconómico conlleva apertura al comercio internacional y tecnología, sino también al mercado internacional de drogas con efectos devastadores como adicción, realidad consolidada en diferentes estratos de la sociedad, Carranza (2011). Este problema de salud pública, que cobra cada día más fuerza, por eso la búsqueda de factores determinantes al consumo, es quizás la piedra angular para elaborar programas de intervención efectivos. El presente estudio cualitativo analiza desde los determinantes sociales, factores que predisponen al consumo.Objetivos: General: Describir las características sociales, económicas y demográficas que predisponen al consumo de drogas lícitas e ilícitas en los recolectores de basura de la Municipalidad de San José.Metodología: Estudio cualitativo que analizó, las apreciaciones de recolectores de basura de la Municipalidad de San José participantes. Se recolectó datos, mediante entrevista, lo que proporcionó información en el propio lenguaje de las personas, Rodríguez y García, (1996). Para su ejecución se explicó, informó y llenó el consentimiento informado. El análisis de datos, requirió de procedimientos de sistematización y organización. Luego se analizaron minuciosamente lográndose la identificación de las categorías de análisis.Resultados: Se realizaron 35 entrevistas a varones, que fue transcrita y mediante la lectura rigurosa se identificó componentes temáticos o categorías según sus dimensiones: Factores demográficos - Residencia, procedencia; Factores sociales: Edad, género, estado civil, estudios realizados, religión, información sobre drogadicción; Factores económicos: Puesto que desempeñan, tiempo elaborar en Municipalidad San José, ingreso familiar, satisfacción de Necesidades básicas. Los resultados surgen a partir del análisis de cada categoría y sus propiedades o dimensiones. Estas fueron analizadas a la luz de los Determinantes Sociales de la Salud, (DSS), entendidas como las condiciones sociales en que las personas viven y trabajan y repercuten sobre su salud, Martínez N; Castellanos P. (1998), y que afectan las condiciones de vida y por ende su calidad de vida.Conclusiones: Se identificó la vulnerabilidad de este grupo social y políticas para mejorar sus condiciones de vida solo se da en el papel. El estudio contribuye a delimitar líneas de investigación .Palabras Claves: Drogas, Factores sociales.Referencias bibliograficas: Carranza, A. (2001). La salud laboral en Enfermería. San José, C.R.: Escuela de Enfermería, Universidad de Costa Rica. Rodríguez, G. (1996). Metodología de la investigación cualitativa. Málaga: Ediciones Aljibe, S.L. Proyecto Estado de la Nación en Desarrollo Humano (2012). Sétimo informe. Estado de la Nación: San José Costa Rica. Taylor, S. J., & Bogdan, R. (1996). Introducción a los métodos cualitativos de investigación: la búsqueda de significados. Barcelona: Paidós. Martínez, N; Castellanos P. Salud Pública (1998). Editorial

* Universidad de Costa Rica, Escuela de Enfermería

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196III Série - Suplemento 2013

Frequência de toxoplasmose em pacientes com HIV/AIDS atendidos no Serviço de Atenção Especializada de Divinópolis – Minas Gerais, Brasil, e sua correlação com o género e fatores da sexualidade

Joice Silva Alves*, Renata Coelho de Castro**, Marianna Manhani***, Eduardo Sergio da Silva****

Introdução: A AIDS, transmitida pelo Vírus da Imunodeficiência Humana, de acordo com a Organização Mundial de Saúde, é considerada uma pandemia e apresenta-se como um dos principais problemas de saúde no mundo. A doença caracteriza-se pelo aparecimento de infeções oportunistas, entre elas a Toxoplasmose devido à replicação do HIV e consequente depleção dos linfócitos T CD4.Objetivos: Verificar a prevalência da sorologia positiva para Toxoplasmose em pacientes com infeção HIV/AIDS atendidos no SAE de Divinópolis-MG, levantar fatores da sexualidade e verificar a sua correlação com o género dos sujeitos de estudo, a fim de levantar situações que contribuam para a prevenção do HIV e Toxoplasmose, que pode surgir como complicação e prejudicar a qualidade de vida desses pacientes.Metodologia: A sorologia para toxoplasmose foi solicitada a todos os pacientes que participam da pesquisa. Foi feita a sorologia por profissionais devidamente treinados dos 572 participantes da pesquisa, sendo 243 mulheres e 329 homens. A metodologia adotada foi o ensaio imunoenzimático (ELISA), o qual apresenta elevada sensibilidade e especificidade. Esses dados foram confrontados com informações sobre género e dados sociodemográficos desses pacientes, a fim de detetar situações de vulnerabilidade dos sujeitos e correlacionar com outras literaturas.Resultados: Foram realizadas 572 sorologias e encontradas 32 sorologias positivas para IgM, com uma prevalência de 57,6/1.000 entre mulheres e uma prevalência de 54,7/1.000 para homens. Para IgG foram encontradas 396 sorologias positivas, com uma prevalência de 720/1.000 entre mulheres e 670/1.000 para homens. Foram encontradas também 20 sorologias inconclusivas para IgG, o que equivale a uma prevalência de 53,5/1.000 para o género feminino e 21,3/1.000 para o género masculino. Foram encontrados também 156 sorologias negativas para IgG, o que representa uma prevalência de 226/1.000 para mulheres e 307/1.000 para homens. Das 396 sorologias positivas para IgG, 28 também apresentaram IgM positivo, com uma prevalência de 53,5/1.000 para mulheres e 45,6/1.000 para homens.Conclusões: Os achados apontam para uma prevalência maior de IgM e também de IgG entre o género feminino. Houve um aumento dos casos de HIV e as suas complicações e doenças oportunistas também cresceram entre a população feminina. Existe uma vulnerabilidade do género feminino para a infeção devido aos hábitos como o contato com gatos e o cuidado com as hortas, legumes e verduras que possam estar contaminadas.Palavras-chave: Género, HIV/AIDS, Toxoplasmose.Referências bibliográficas: Bobic, B., & et al. (2010). Seasonal Variations in Human Toxoplasma Infection in Serbia. Vector - Borne and Zoonotic Diseases, 10(5). Fonseca, M.G., Szwarcwald, C.L., & Bastos, F.I. (2002). Análise sociodemográfica da epidemia de Aids no Brasil, 1989-1997. Rev Saúde Públ, 36(6), 678-685. Rachid, M., & Schechter, M. (2005). Manual de HIV/Aids. 8ª ed. Rio de Janeiro (RJ): Revinter.

* Universidade de Itaúna** Universidade Federal de São João del Rei, Campus Centro oeste Dona Lindu*** Universidade Federal de São João del Rei, campus Centro oeste Dona Lindu**** Universidade Federal de São João del Rei, Campus Centro Oeste Dona Lindu

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197III Série - Suplemento 2013

Feminização da epidemia de hiv/aids: os ideais românticos e monogâmicos

Carlos Alberto Pegolo da Gama*, Denise Alves Guimarães**, Leandro César da Silva***

Introdução: É importante considerar a realidade de extrema desigualdade de género num país como o Brasil. Muitas mulheres ainda vivem em contexto de opressão e assujeitamento nas relações conjugais. Do conjunto de questões relacionadas a este fenómeno destacam-se a construção da identidade feminina, o cumprimento de papéis sexuais e as relações de poder que compõem as relações de género. Esta análise deve considerar o contexto mais abrangente de interação entre um conjunto de elementos histórico e socialmente construído na sociedade brasileira.Objetivos: O objetivo do presente estudo é refletir sobre o fenómeno da feminização da epidemia da aids. Queremos entender como o assunto da prevenção de DST/Aids é tratado no cotidiano das relações e identificar as resistências e dificuldades de realizar comportamentos de prevenção. Objetivamos também identificar como se dá a assimilação da propaganda oficial (Ministério da Saúde) pelos sujeitos participantes da pesquisa.Metodologia: Este estudo se insere dentro de um projeto PET EDUCAÇÃO EM SAÚDE: SEXUALIDADE E PREVENÇÃO DE DST/aids NO MUNICÍPIO DE DIVINÓPOLIS-MG que tem como um dos objetivos de pesquisa o aprofundamento da compreensão do processo de feminização da epidemia. Foram realizadas rodas de conversa com mulheres da comunidade, tendo como proposta a discussão do exercício da sexualidade e a prevenção de DST/aids. O conteúdo das discussões que foram transcritas por um observador serviu como material que foi analisado a partir da análise de conteúdo (Bardin, 2011).Resultados: A partir do material coletado encontrámos diversos elementos nas falas das mulheres que apontam para a permanência de uma forte hierarquização nas relações de género, sendo que a figura masculina continua detentora de grande poder reforçada pela questão da dependência económica, presença de ideais românticos e monogâmicos nas relações que impede uma reflexão mais profunda sobre a dinâmica do casal, e a persistência da ideia de grupo de risco que acaba por restringir as discussões sobre o risco e adoção de medidas preventivas, mantendo a perceção equivocada de que o risco da doença está distante da realidade de uma parcela considerável de mulheres.Conclusões: Diante dos resultados entende-se que são necessárias novas estratégias para lidar com o problema que levem em conta as questões de género que estruturam as relações. As propostas de propaganda das políticas públicas devem levar em conta as relações de poder e as peculiaridades dos diversos grupos sociais envolvidos, proporcionando uma reflexão mais profunda sobre o problema.Palavras-chave: Género, Sexualidade, Prevenção de DST/Aids.Referências bibliográficas: Bardin, L. (2011). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. Guimarães, D. A., & Silva, E. S. (2010). Formação em ciências da saúde: diálogos em saúde coletiva e a educação para a cidadania. Ciência & Saúde Coletiva, 15, 757-768. Santos, N. J. et al. (2002). A aids no Estado de São Paulo: as mudanças no perfil da epidemia e perspectivas da vigilância epidemiológica. Revista Brasileira de Epidemiologia. [acesso em 04/11/2010]; 5(3), 286-310. Disponível em: http://www.scielo.br

* Universidade Federal de São João Del Rei, Faculdade de Medicina** Universidade Federal de São João Del Rei - Campus Centro-Oeste, Curso de Medicina [[email protected]]*** Universidade Federal de São João Del Rei, Faculdade de Medicina

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198III Série - Suplemento 2013

Homens com H: men, masculinities and HIV

Rui Baptista-Gonçalves*

Introduction: Portugal has traditionally had the highest HIV incidence in Western Europe, currently standing at 0.6% (UNAIDS, 2011). In addition, men in Portugal are disproportionately infected with HIV. Portuguese men are traditionally expected to initiate sexual activity earlier than women and not to worry about safer sex (Nodin, 2001; Vale de Almeida, 1996). However, little is known about how prevailing norms of masculinity may influence their experiences of living with HIV.Objectives: Analysing experiences of care available to men living with HIV, through identifying the actions that HIV positive men can and are taking to safeguard their own health and that of others; Interpreting how masculinities affect health-related experiences before and after a HIV diagnosis; Understanding how individual experiences of living with HIV are related to broader social tensions that are affecting the social construction of HIV in Portugal.Methodolog y: Informed by an interpretivist epistemology and utilising multiple methods, data were gathered from in-depth interviews with 20 men living with HIV and 10 professionals involved in their care, as well as observation of clinical and social support spaces.Results: A number of structural issues impact on men’s experiences of living with HIV. In particular, for some men there was a sense of social death, one that drew on the apparent invisibility of HIV, overall ignorance regarding the virus and its effects, reduced government HIV prevention efforts, and feelings of rejection towards people living with HIV. Despite an apparent move from HIV being a fatal disease to a chronic illness globally, participants indicated that HIV in Portugal is still regarded as a dangerous disease at both social and institutional levels. Concomitantly, some men successfully adapted to living with HIV in positive and meaningful ways. Adaptation was facilitated if there had been previous experience of biographical disruption: in particular among gay men or men from ethnic minorities.Conclusions: The close focus, qualitative methods employed allowed for deeper insights into the complexities of structural factors associated with men’s experiences of living with HIV. In particular, this study captured some of the struggles, tensions and challenges inherent to living with HIV in a developed country today.Keywords: Men, Mascuinities, HIV/AIDS, Portugal.References: INSA - Instituto Nacional de Saúde Ricardo Jorge (2012) Infecção VIH/SIDA: A Situação em Portugal a 31 de Dezembro de 2011, available online at http://www.insa.pt/sites/INSA/Portugues/AreasCientificas/DoencasInfecciosas/Pagin as/InfeccaoVIHSIDA.aspx, accessed 30 October 2012. Nodin, N. (2001) Os Jovens Portugueses e a Sexualidade no Final do Século XX, Lisboa: Associação para o Planeamento da Família. UNAIDS (2009) AIDS Epidemic Update 2009, available online at http://data.unaids.org/pub/Report/2009/jc1700_epi_update_2009_en.pdf, accessed 5 January 2010. Vale de Almeida, M. (1996). The Hegemonic Male: Masculinity in a Portuguese Town, Oxford: Berghalm Books.

* University of Roehampton, Life Sciences [[email protected]]

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199III Série - Suplemento 2013

Idosos e Famílias em Risco: Validação de um Programa de Intervenção

Patrícia Pinto*

Introdução: No decorrer da experiência como Enfermeira de Família na Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados da Figueira da Foz, constato que apesar do envelhecimento da população, associado à maior comorbilidade de doenças crónico-degenerativas; à dificuldade nos acessos à saúde; isolamento social; deficientes condições de habitação, verifico a falta de: um diagnóstico de situação sobre a vulnerabilidade do Idoso e Família no Concelho da Figueira da Foz, e dum Núcleo de Atenção sobre o Idoso e Família em Risco.Objetivos: No âmbito do Doutoramento em Psicologia, proponho: caracterizar a vulnerabilidade sociofamiliar do Idoso do Concelho da Figueira da Foz e avaliar a eficácia da Implementação do Núcleo de Intervenção ao Idoso e Família em Risco. É um projeto pioneiro no planeamento em saúde a nível da intervenção precoce de idosos e famílias em risco e pretende procurar mudança no comportamento da comunidade.Metodologia: O estudo será do tipo Investigação-ação, prospetivo, longitudinal e quantitativo. Será utilizado o desenho pré-experimental e representado como o desenho antes-após com um grupo único, sendo a variável independente o Programa de Intervenção que se pretende aplicar ao grupo experimental. Terá como participantes: pessoas com mais de 80 anos, de ambos os sexos, e seus cuidadores, do Concelho da Figueira da Foz. A seleção amostral será não probabilística, a nível das visitas domiciliárias de enfermagem. Serão salvaguardados princípios éticos de anonimato, confidencialidade.Resultados: Prevê-se que os resultados previstos sejam obtidos após a colheita de dados que se iniciará em Junho de 2013. Aos idosos e cuidadores que responderem ao questionário inicial (pré-teste) será dada a hipótese de participar no grupo de intervenção. O grupo experimental será submetido ao programa de intervenção, o grupo de controlo terá apenas acesso aos apoios habituais fornecidos pelos serviços. Prevê-se que o programa de intervenção seja desenvolvido num período de 5 meses e que um mês após a conclusão da intervenção, seja feita nova avaliação de ambos os grupos (pós-teste), sendo que no grupo experimental terá como objetivo avaliar os efeitos da intervenção.Conclusões: Com a realização desta investigação tenho como finalidade aceder a um conjunto de dados e resultados que facultem um conhecimento aprofundado sobre a vulnerabilidade da população com mais de 80 anos (quarta idade) residente na referida área de abrangência, bem como avaliar a sobrecarga dos cuidados informais por forma a implementar o Programa – Piloto de Intervenção, nomeadamente: sinalizar, intervir, monitorizar e, particularmente, fomentar o processo de envelhecimento ativo destas pessoas, suas famílias e comunidades em que se inserem.Palavras-chave: Idoso, Famílias, Vulnerabilidade, Risco, Enfermagem.Referências bibliográficas: Almeida, E. V. (2009). Perfis de Risco em Pessoas Idosas na Comunidade. Tese de Mestrado em Gerontologia, Universidade de Aveiro, Portugal. Berlezi et al. (2011). Programa de Atenção ao Idoso relato de um modelo assistencial. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, 20(2), 368-75. Bertolozzi, MR et al. (2009). Os conceitos de vulnerabilidade e adesão na Saúde Coletiva. Rev Esc Enferm USP, 43(2), 1326-30 Acedido em 14 de Fevereiro de 2013 em www.ee.usp.br/reeusp/ Biscaia, A. R., Martins, J. N., Carreira, M. F. L., Gonçalves, I. F., Antunes, A. R., & Ferrinho, P. (2006). Os Cuidados de Saúde Primários. In Cuidados de Saúde Primários em Portugal – Reformar para Novos Sucessos. Lisboa: Padrões Culturais Editora.

* ACES BM, UCSP, Figueira da Foz Urbana

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200III Série - Suplemento 2013

La tríada de la cultura mexicana, el género y la enfermería como causas silenciadas del síndrome de burnout

Hortensia Castañeda-Hidalgo*, Manuel Lillo Crespo, Gloria Acevedo Porras**

Introducción: El informe “Salud en el mundo” (OMS,2010), dedicado a evaluar la calidad de los sistemas de salud y como proceder a su mejora, señala que los recursos humanos son vitales para el buen funcionamiento del sistema y para conseguir que éste ofrezca una buena calidad del servicio. El informe recomienda cuidar los recursos humanos de las organizaciones de salud, pues si estos no se cuidan, ni se invierte en su mantenimiento, se deterioran rápidamente.Objetivos: Describir y analizar a través del paradigma cualitativo como se produce el Síndrome de Burnout en profesionales de enfermería en el Hospital General de Tampico, México.Metodología: Estudio cualitativo etnográfico con una muestra obtenida a través de la técnica de bola de nieve de 11 participantes, la información se obtuvo a través de grupos focales y de entrevistas con preguntas “gran tour” en las que con su autorización, se grabó a las participantes. Se analizó la información a través de análisis de contenido. Se utilizaron los criterios de auditabilidad, credibilidad y adecuabilidad para cumplir con el rigor metodológico.Resultados: Las participantes desarrollan actitudes con las que se protegen a sí mismas para poder trabajar sin entrar en conflicto. Las entrevistadas refirieron que adoptaban actitudes determinadas para sobrellevar el ambiente de trabajo y fueron conscientes de que hay efectos colaterales de su trabajo y las expresiones fueron estoicas acerca de seguir aguantando aunque la situación exija mas energía, mas tolerancia. Las participantes guardaron silencio frente a situaciones estresantes, para tratar de salvarguardarse, mecanismo que aprendieron en sus casas, de sus madres. Entonces la influencia de la cultura de las madres mexicanas se ve representada en estas enfermeras que prefirieron el silencio antes que la confrontación para continuar su labor, manifestando malestar pero al mismo tiempo siguieron adelante para no favorecer otras situaciones que les pusiera en más riesgo emocional. Las respuestas fueron encaminadas a resignarse y seguir trabajando y las relaciones interpersonales también fueron percibidas como factores que les afectan. Consideraron además que su trabajo no es valorado.Conclusiones: Se concluye como resultado de la observación y del análisis de lo manifestado por las participantes que existe el fenómeno de la interacción de tres factores biosociales conformados en una tríada como fueron el género, la cultura y la profesión como causas silenciadas de burnout, este mismo fenómeno representado en una hélice de triple aspa, hace que cada aspa de la hélice propulse a la otra para representar el motor que mueve a las participantes en este estudio hacia el logro de sus compromisos laborales y familiares, a pesar de sentirse y reconocerse afectadas.Palabras Claves: Burnout, Agotamiento profesional, Género, Cultura.Referencias bibliograficas: Aiken, L., Clarke, S. & Sloane, D. (2002). Hospital Nurse staffing and patient mortality, nurse burnout, and job dissatisfaction. Journal of the American Medical Association, (16), 288-293. Demir, A., Ulusoy, M., & Ulusoy, F. (2003). Investigation of factors influencing burnout levels in the professional and private lives of nurses. International Journal of Nursing Studies, 8 (40), 807-827. Gil-Monte & Peiró. (2002). Influencia del género sobre el proceso de desarrollo del síndrome de Burnout en profesionales de enfermería. Psicología em Estudo, Maringá, 1(7) 3-10. Organización Mundial de la Salud. (2010). The world report. Health systems financing: the path to universal coverage. Recuperado el 23 de Mayo de 2011 de: http://whqlibdoc.who.int/whr/2010/9789241564021_eng.pdf

* Universidad Autónoma de Tamaulipas, Facultad de Enfermería de Tampico [[email protected]]** Universidad Autónoma de Tamaulipas, Facultad de Enfermería de Tampico

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201III Série - Suplemento 2013

Mulheres na diáspora: discursos e percursos silenciados na vida familiar e profissional

Estefânia Silva*, Conceição Nogueira**, Ana So�a Antunes das Neves***

Introdução: A presente comunicação pretende apresentar e discutir os resultados de uma investigação qualitativa conduzida no âmbito de um projeto doutoral em Psicologia Social sobre as vivências e experiencias discursivas de mulheres imigrantes no que concerne à conciliação entre a vida familiar e a vida profissional.Objetivos: Tendo como base empírica mulheres imigrantes de nacionalidade brasileira, cabo-verdiana e ucraniana presentes em Portugal, este estudo procurou caraterizar as vivências e analisar os discursos destas mulheres ao nível da conciliação entre trabalho e família, bem como conhecer as estratégias utilizadas nos domínios da vida familiar e da vida profissional para facilitar a conciliação.Metodologia: Assim, através da metodologia de análise crítica do discurso ( Willig, 2008), incidiu-se e procurou-se compreender os sentidos e as implicações dos significados construídos em torno da representação do género que determinam a forma como estas mulheres se posicionam na vida familiar.Resultados: As evidências encontradas refletem que o projeto migratório constitui um reforço das suas vulnerabilidades familiares, laborais e sociais (Crenshaw, 1991) e contribui para gerar situações de conflito entre a vida profissional e a familiar. As dificuldades de integração profissional que as relegam muitas vezes para economias pouco qualificadas, sujeitas a uma maior exploração laboral conduzem a um aumento excessivo das suas responsabilidades configurado por situações de dupla jornada feminina (Guerreiro & Perista, 1999) e resulta em índices de conflito, fadiga, stress emocional e psicológico maiores interferindo tanto na vida familiar como na profissional (Moreno-Jiménez & Rodriguez, 2012). Verifica-se, ainda, que a assimetria nas responsabilidades domésticas, os escassos recursos económicos, a dificuldade na conciliação cerceiam fortemente o usufruto dos tempos livres, como, atividades de lazer, formação ou para se ocuparem da sua saúde e podem constituir um fator de declínio nas taxas de fertilidade. Estas mulheres silenciam as suas necessidades pessoais sobrevalorizando as necessidades daqueles que para elas são significativos (família).Conclusões: Por último, este estudo, a partir de uma ótica genderizada, pretende colmatar a lacuna existente que declara a invisibilidade das mulheres imigrantes e contribuir para um novo referencial de análise sobre a feminização da imigração em Portugal. Reforça-se, deste modo, a reflexão em torno da necessidade da pauta atual dos feminismos, dos estudos migratórios e das políticas de migração contemplarem a polifonia e a diversidade das mulheres imigrantes.Palavras-chave: Migrações, Género, Trabalho-Família, Saúde.Referências bibliográficas: Crenshaw, K. (1991). Mapping the Margins: Intersectionality, Identity, Politics and Violence Against Women of Colour. Stanford Law Review, 43, 41-99. Drach-Zahavy, Anat & Somech, A. (2008). Coping with Work-Family Conflict: Integrating Individual and Organizational Perspectives. In Korabik, Karen, Lero, Donna & Whitehead, Denise (Eds.). Handbook of Work-Family Integration (pp.267-286). London: Academic Press. Moreno-Jiménez, P. & Rodríguez, L. R. (2012). Sin nosotras el mundo no se mueve. Mujeres inmigrantes en el context laboral español. Athenea Digital, 12(2), 3-31.

* Universidade do Minho, Psicologia** Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação da Universidade do Porto, Psicologia*** Instituto Superior da Maia, Ciências Sociais e do Comportamento

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202III Série - Suplemento 2013

O Cuidado Geriátrico Confortador: características definidoras dos atores de cuidados

Patrícia Cruz Pontí�ce Sousa Valente Ribeiro*, Maria Arminda Costa**

Introdução: Os doentes idosos encontram-se numa situação de vulnerabilidade e dependência requerendo, do profissional de saúde, um agir que permita atender ao sentido que o idoso dá ao cuidado e ao seu projeto de saúde e de vida (Kolcaba, 2003; Costa, 2006). A construção do processo de conforto é premiada pelas características definidoras dos atores de cuidados em presença, promotoras de “conforto/não conforto” psicoafectivo, considerando-se os enfermeiros os atores privilegiados neste processo numa ligação que estrutura/ enforma os cuidados geriátricos confortadores.Objetivos: Concretizado num “estar-em-situação” o processo confortador assume-se na compreensão singular do significado e expressa-se na maneira de ser/estar dos atores de cuidados no contexto da prática numa interligação que o enforma. Tendo como finalidade uma melhor compreensão deste processo com vista ao melhor e maior conforto da Pessoa idosa hospitalizada procurámos: Conhecer as caraterísticas definidoras dos atores em presença promotoras de “conforto/não conforto”.Metodologia: Trata-se de um estudo de natureza descritiva de abordagem qualitativa - orientado pelo método etnográfico. Realizaram-se entrevistas semiestruturadas, audio-gravada, submetidas a análise de conteúdo (Huberman e Miles 1991), a 18 enfermeiros e 22 doentes, intencionalmente escolhidos, internados num serviço de Medicina de um Hospital Central de Lisboa. Fez-se observação participante de modo a compreender as vivências situacionais, (Spradley, 1980), com base em guiões previamente estruturados. A observação aconteceu durante os meses de Janeiro a Outubro de 2010. As entrevistas durante os meses de Setembro de 2010 a Fevereiro de 2011.Resultados: Os dados fizeram emergir caraterísticas definidoras promotoras de conforto relacionadas com as qualidades humanas e as qualidades profissionais e, caraterísticas definidoras não confortadoras centradas em atitudes de “não conforto” dos atores de cuidados em presença. Expresso na interação com o idoso o processo de conforto engloba maneiras de ser/estar dos atores promotoras de conforto, que se contextualizam em comportamentos, atitudes e sentimentos que incluem: qualidades humanas (essenciais) - ser efetivamente expansivo/comunicativo, ser atencioso, carinhoso, bondade/amor; qualidades profissionais - centrais na estrutura confortadora e relacionam-se com a disponibilidade, a capacidade de interação, a preocupação com o idoso/atenção, o respeito pelo outro e a capacidade de identificação dos indicadores de conforto/desconforto. De forma oposta, os resultados fazem transparecer a existência e a adoção de posturas de relação negativa, de atitudes de “não conforto”, onde se incluem a forma como o enfermeiro toca/mobiliza, a ausência de informação/esclarecimento pelo médico, a forma de comunicação/interação empreendida por alguns dos atores de cuidados.Conclusões: As caraterísticas definidoras dos atores de cuidados promotores de conforto e não conforto emergem como um domínio orientador da ação constituindo-se como condicionantes do processo confortador no contexto da prática. O cuidado geriátrico confortador é resultado dum processo continuado, em articulação entre a pessoa e o meio (Kolcaba, 2003), expressando-se na maneira de ser/estar dos atores de cuidados traduzindo-se em comportamentos, atitudes e sentimentos dos atores em presença. Reconhece-se a utilidade de compreender a ligação de inclusão que estrutura/ enforma os cuidados geriátricos, pela possibilidade de promover um maior/melhor conforto à pessoa Idosa em situação de cronicidade e hospitalização.Palavras-chave: Idoso, Conforto, Caraterísticas Definidoras dos Atores.Referências bibliográficas: Costa, M. A. (2006). Cuidar Idosos: Formação, Práticas e Competências dos Enfermeiros (2ª ed.). Lisboa: Co-edição FORMASAU, Formação e Saúde Lda e EDUCA. Kolcaba, K. (2003). Comfort theory and practice. A vision for holistic health care and research. New York: Springer Publishing Company. Huberman, M. & Miles, M. (1991). Analyse des donnés qualitative. Recueil de nouvelles méthodes. Bruxeles: De Beock.

* Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde [[email protected]]** Escola Superior de Enfermagem do Porto, Presidente do Conselho Geral

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203III Série - Suplemento 2013

Práticas discursivas na literatura científica acerca da morbidade materna grave: uma leitura sobre as dimensões de género, raça e condições de vida

Cláudia de Azevedo Aguiar*, Ana Cristina d’Andretta Tanaka**, Jacqueline Isaac Machado Brigagão***, Roselane Gonçalves****

Introdução: O campo da saúde da mulher passou por diversas transformações nas últimas décadas. Influências e questionamentos dos movimentos femininos possibilitaram muitos avanços e reformulações nas políticas de saúde. Noções e práticas em saúde/doença que circulam na sociedade são construídas na interface com a cultura biomédica. Assim, estudar a literatura científica sobre morbidade materna grave na perspetiva de gênero possibilita compreender quais práticas discursivas têm sido difundidas e em que medida esses estudos têm trabalhado as interseccionalidades em saúde da mulher.Objetivos: Identificar de que modo a literatura científica tem estudado e difundido práticas discursivas sobre as interseccionalidades no campo da saúde. Especificamente buscou-se estudar os artigos científicos sobre morbidade materna grave (near miss) e os modos como esses estudos têm incluído os fatores relativos às dimensões de género, raça e condições de vida.Metodologia: Trata-se de uma pesquisa qualitativa, realizada a partir da análise da produção científica (artigos) acerca da morbidade materna grave/near miss, publicada nos últimos dez anos. Foram consultadas as bases Lilacs e Pubmed, utilizando os descritores: morbidade materna grave, several morbidity maternal e near miss. Totalizaram-se 50 artigos, os quais foram organizados em tabela e integralmente lidos. A análise buscou identificar como as dimensões de género, raça e condições de vida aparecem nesses estudos, e quais são as relações estabelecidas entre esses fatores e a morbidade materna grave.Resultados: Dos 50 artigos, apenas 7 relacionam morbidade materna grave/near miss com condições de vida, género ou raça. A maioria dos trabalhos aborda questões biomédicas ou epidemiológicas. Dos 7 estudos identificados, a dimensão de género mostrou-se muito pouco discutida. Um único artigo aponta a importância em se reconhecer os direitos sexuais e reprodutivos, considerando os fatores sociais envolvidos com o evento. Outros dois permeiam a questão de género a partir da má assistência relatada/identificada e associada com o near miss. A questão de raça, também pouco discutida, esteve presente em 3 estudos, sendo que dois deles relacionam diretamente cor negra com maiores índices de morbidade materna grave. Quanto às condições de vida, de acordo com os 2 artigos identificados, a discussão sobre acesso a serviços de saúde, local de moradia e situação socioeconómica foi mais enfatizada, indicando serem esses fatores de risco importantes para a morbidade materna grave.Conclusões: Apesar dos avanços nas discussões sobre género e importância em pensar as interseccionalidades nos estudos sobre as mulheres, grande parte das pesquisas acerca da morbidade materna grave ainda não considera esses fatores. A maioria dos estudos centra-se na doença e no tratamento, abordando, predominantemente: fatores de risco, aspetos biológicos e epidemiológicos. Esses estudos têm duas limitações: disseminam a noção de que os fatores associados à morbidade materna grave são individuais e limitam-se aos corpos das mulheres; e deixam de contribuir com o avanço científico para maior compreensão do fenómeno morbidade grave da mulher no ciclo gravídico-puerperal.Palavras-chave: Género, Raça, Condições de Vida, Morbidade Materna Grave.Referências bibliográficas: Boltanski, L. (1989). As classes sociais e o corpo. 3a. ed. Rio de Janeiro: Edições Graal. Correia, S. (2002). Gênero e Saúde: Campo em Transição. In: Bruschini, C., Unbehaum S. G. (orgs). Gênero, democracia e sociedade brasileira. São Paulo: FCC. Ed.34. Laplantine, F. (1986). Antropologia da doença. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

* USP - Universidade de São Paulo, Saúde Materno-infantil - FSP** USP - Universidade de São Paulo, Saúde Materno-infantil - FSP*** USP - Universidade de São Paulo, EACH - USP**** Universidade de São Paulo, Escola de Artes, Ciências e Humanidades - Curso de Obstetrícia

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204III Série - Suplemento 2013

Qualidade de vida e Saúde Mental em mulheres consumidoras de drogas

Paulo Rosário Carvalho Seabra*, Lurdes Medeiros Garcia**, Alexandra Maria Sarreira Santos***, José Amendoeira****, Luís Sá*****

Introdução: As questões de género no domínio da saúde requerem reflexão e investigação para respostas adequadas às necessidades encontradas. A condição de mulher, associada a alguns determinantes de saúde, pode provocar especial vulnerabilidade se estiver dependente de substâncias. Os estudos normalmente alargam a análise ao impacto em outros elementos sócio relacionais, como os filhos, companheiros, idade, emprego e comorbilidades. Estas variáveis têm impacto na Saúde Mental, influenciam a forma como vivem o seu dia-a-dia e condicionam a perceção da Qualidade de Vida.Objetivos: A análise das atitudes comportamentais, os fatores de risco e a manutenção de consumos, requer maior aprofundamento no impacto que provocam na perceção da qualidade de vida e na saúde mental na população consumidora, em particular nas mulheres. Pretendemos analisar a relação entre Qualidade de Vida e Saúde mental, em mulheres consumidoras de drogas que se submetem a um programa medicamentoso com metadona, e relacioná-los com variáveis relacionais e sociodemográficas.Metodologia: Investigamos a perceção da Qualidade de Vida, da Saúde Mental e a sua correlação, numa amostra de 48 mulheres dependentes de opiáceos, integradas num programa com metadona. Utilizámos dois instrumentos - Escala de avaliação da qualidade de vida nos consumidores de substâncias em programa de substituição com metadona (Pacheco, Murcho & Jesus, 2005) e MHI-5 (Mental Health Inventory 5) (Ribeiro, 2001). O estudo é descritivo com uma abordagem transversal. A amostragem foi aleatória sistemática. A recolha dos dados decorreu de março a dezembro de 2012. Tratamento estatístico com SPSS19.Resultados: A amostra é caraterizada por 48 mulheres com idades entre os 26 e os 53, média de 39.4 (dp±5,8); Escolaridade 25%> 9º ano; Casada/união de fato 41,6%: Filhos 72,9%; Desempregadas 45,8%; Profissional não qualificada 50%; Consumos - heroína 12,5%, estimulantes 27,1%, cannabis 20,8%, álcool 27,1%, Benzodiazepinas 25%; Sem consumos 70,8%; Comorbilidades - HIV+ 33,3%, HCV 62,5%; Perturbação mental 29,2%; Doenças físicas (s/ infeções víricas) 54,2%; Início de consumos aos 20,1 anos (dp±5,81); Anos de consumo 12,06 (dp±5,65); Tempo de programa 62 meses (dp±50,63); Dose de metadona 73,05 mg (dp±48,32). Em relação aos instrumentos, 97,9% assinalaram qualidade de vida acima do ponto de corte e 35,4% apresentaram valores de bem-estar no quadro da sua saúde mental. Analisámos a diferença entre grupos pela média de idades. As mais velhas têm melhor saúde mental mas têm menor qualidade de vida. A Correlação entre os instrumentos r=.379 (p=0.008, p<0,001) que revelaram boa consistência interna (QV α=,945;=,885 e MHI5 α=,945;=,880).Conclusões: As mulheres apresentam menor qualidade de vida e menor saúde mental que os homens. Melhor perceção de Qualidade de Vida relaciona-se com melhor Saúde Mental. Verifica-se que bem-estar psicológico é essencial para melhor satisfação pessoal, menor consideração da situação sócio familiar e económica e revelamaior distresse. Verifica-se que maior idade relaciona-se com melhor saúde mental e com pior qualidade de vida, o que remete para aprofundamento de outras variáveis. Encontraram-se diferenças estatisticamente significativas com os homens: As mulheres iniciam consumos mais tarde, menos anos de consumo, assinalam mais filhos e menor qualificação no trabalho. Têm necessidades em saúde específicas (mais comorbilidades).Palavras-chave: Qualidade de vida, Saúde mental, Mulher.Referências bibliográficas: Cook, L., & et al. (2005). Determinig the need for Gender-Specific Chemical Dependence Treatment: Assessment of Treatment variables. The American Journal on Addiction. Go, F., Dykeman, M., Santos, J., & Muxlow, J. (2011). Supporting clients on methadone maintenance. Journal of Psychiatric and Mental Health Nursing, (18), 17-27. Roe, B., & Beynon, C. (2010). Experiences of drug use and ageing: health, quality of life, relationship and service implications. Journal of Advanced Nursing, 66(9), 9, 1968-1979. Torrens, M. (2008). Quality of life as a means of assessing outcome in opioid dependence treatment. (Pacini, Ed.) Heroin addiction & related clinical problems, 12 (1), 33-36.

* Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde** Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde*** Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde, Saúde Mental**** Instituto Politécnico de Santarém, ESSaúde***** Universidade Católica Portuguesa, Instituto de Ciências da Saúde [[email protected]]

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205III Série - Suplemento 2013

Representações sociais de mulheres presas sobre as ações de saúde prestadas no sistema penitenciário

Michelle Araújo Moreira*, Hozana Santos Souza**

Introdução: O crescimento da população encarcerada é um fenómeno concreto. Embora as mulheres em situação de prisão representem uma pequena parcela, tal indicador vem aumentando. Além disso, alguns entraves são percebidos no sistema prisional, a exemplo de questões ligadas à infraestrutura, à parte jurídica, educacional, social, religiosa, o que leva ao défice na assistência à saúde da população privada de liberdade.Objetivos: Com isso, o objetivo geral constituiu-se em analisar as representações sociais de mulheres presas sobre as ações de saúde prestadas no sistema penitenciário. E como objetivos específicos: identificar e levantar as ações de saúde prestadas às mulheres presas no sistema penitenciário.Metodologia: Trata-se de um estudo qualitativo, descritivo, exploratório ancorado na Teoria das Representações Sociais. O lócus de estudo definiu-se pelo Conjunto Penal de Itabuna-Bahia-Brasil. Este local mantém 999 internos, dentre os quais 928 homens e 71 mulheres. As participantes foram 11 mulheres presas em regime fechado no Conjunto Penal de Itabuna-Bahia-Brasil. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas com definição do perfil demográfico das mulheres presas após aprovação do Comité de Ética em Pesquisa, sob aprovação plena do CEP e o número de parecer 212.578.Resultados: As mulheres presas recorrem à figura do médico como profissional responsável pelo cuidado, restringindo-o à cura de doenças, bem como evidenciam a ausência de serviços ou ineficiência nas ações executadas dentro do sistema penitenciário, o que pode ser visto em: “quando a gente tá sentindo alguma coisa, nós fala, aí elas (as agentes) levam a gente na enfermaria, aí o médico olha. Se precisar passar remédio passa” (Andorinha). Dessa maneira, a unidade em saúde implantada dentro do presídio tem-se constituído como porta de entrada para o cuidado às mulheres presas, embora se tenha restringido à queixa-conduta e apresentado uma inadequação na forma de assistir, como pode ser constatado a seguir: “o médico já chega aqui atrasado, já chega correndo, e quer atender os que eles querem primeiro” (Águia). Em decorrência da precariedade assistencial às mulheres presas, percebe-se que algumas ações em saúde mostram-se deficitárias, sendo necessário buscar serviços fora do sistema penitenciário, ocasionando migração para outros locais de atendimento.Conclusões: Pode-se afirmar a partir desta pesquisa que há uma ineficiência e/ou inexistência de serviços em saúde prestados às mulheres presas no sistema penitenciário local, tanto relacionado à qualidade da assistência, bem como à quantidade de profissionais da área de saúde necessários a um atendimento eficaz. Conclui-se que se faz necessário a interação e efetiva participação de todos os envolvidos no processo, dentre estes gestores, profissionais e os próprios sujeitos assistidos para que juntos possam somar saberes e dividir responsabilidades nas ações em saúde prestadas dentro do sistema penitenciário.Palavras-chave: Representações sociais, Mulher, Sistema prisional.Referências bibliográficas: Alexandre, L. (2007). Políticas públicas de saúde da mulher. In: Fernandes, R.; Narchi, N. Enfermagem e saúde da mulher. São Paulo: Manole, Assis, R. D. (2007). A realidade atual do sistema penitenciário brasileiro. Revista CEJ, Ano 11(39). Bardin, L (2011). Análise de conteúdo. Lisboa: Edições 70. Brasil. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Ações Programáticas (2010). Estratégicas. Plano Nacional de Saúde no Sistema Penitenciário. 3. ed. Brasília: MS.

* Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento Ciências da Saúde [[email protected]]** Universidade Estadual de Santa Cruz, Departamento Ciências da Saúde

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206III Série - Suplemento 2013

Riscos e Vulnerabilidades em Saúde na População Transgénero em Contexto de Prostituição de Rua

Ana Catarina Barroso Filipe Soares da Silva*, Nélson Ramalho**, Bruno Miguel Teixeira dos Santos***

Introdução: Pessoas cujas identidades não se enquadram nas conceções tradicionais de género e sexualidade são sistematicamente marginalizadas nos discursos, instituições e políticas que privilegiam identidades não-transgénero (Monro, 2005; Namaste, 2000). Essa estigmatização de identidades e comportamentos não normativos influencia a definição de políticas de saúde, a elaboração de manuais técnicos de diagnóstico, e o imaginário dominante que associa “desvio”/“marginalidade” a insegurança/ameaça, o que se traduz em discriminação direta e indireta, remetendo esta população para uma condição de maior vulnerabilidade.Objetivos: Desta forma, a investigação pretendeu conhecer as vulnerabilidades apresentadas, em termos de saúde, por parte das pessoas transgénero, inseridas em contextos de prostituição de rua. Especificamente tentou-se observar os conhecimentos, atitudes e práticas de exposição e controlo do risco, bem como as dificuldades e barreiras sentidas, por parte destas, no acesso aos cuidados de saúde.Metodologia: O presente estudo utilizou método etnográfico, tendo recorrido à observação direta. A amostra foi circunscrita, em termos geográficos, à zona envolvente do “Conde de Redondo”, pertencente às freguesias do Coração de Jesus e São Jorge de Arroios, em Lisboa, pelas suas características de forte incidência e visibilidade na manifestação da prostituição de rua transgénero. A acessibilidade a estes espaços de prostituição foi conseguida através da integração no corpo da equipa técnica do projeto “Trans-Porta” da Associação para o Planeamento da Família, numa duração total de 12 meses.Resultados: Embora o preservativo seja uma prática presente na prestação dos serviços sexuais, ainda existe desconhecimento sobre formas de transmissão do VIH/SIDA e outras IST, e crenças enraizadas quanto à sua forma de proteção. A vulnerabilidade socioeconómica, a procura de fatores de angariação de clientes e a perspetiva de tornar as relações sexuais mais prazerosas, conduzem algumas pessoas, à adoção de práticas desprotegidas e de maior risco. No acesso aos cuidados de saúde verifica-se desconhecimento dos recursos existentes e da forma de lhes aceder, condicionada pela inexistência de hábitos de gestão de tempo, tarefas e dificuldade de abandono do conforto da sua rotina. Existem ainda barreiras de acesso aos cuidados de saúde a nível organizacional, particularmente preocupantes dadas as necessidades específicas de acompanhamento ao nível clínico no processo de transexualidade. Esta dificuldade no acesso pode acarretar riscos acrescidos, como é o caso na aplicação de silicone industrial com vista à modificação corporal.Conclusões: Esta população apresenta necessidades específicas ao nível da saúde, pelo que se requer a implementação de políticas não heterossexistas e com valores normativos universalizantes, direcionadas para as pessoas transgénero. Estas políticas, e a consequente intervenção ao nível da saúde, deverão ser compatíveis com a lógica social que preside a sua organização. Para a população que exerce trabalho sexual justifica-se a necessidade de uma intervenção multidisciplinar de proximidade que permita verdadeiramente uma abordagem holística e integradora.Palavras-chave: Transgénero, Transexual, Prostituição, Saúde, Vulnerabilidade, Políticas.Referências bibliográficas: Monro, S. (2005). Gender politics. Citizenship, activism and sexual diversity. London: Luto Press. Namaste, V. (2000). Invisible lives: The erasure of transsexual and transgendered people. Chicago: University of Chicago Press.

* GAT - Grupo Português de Ativistas sobre Tratamentos de VIH/SIDA [[email protected]]** CIES - ISCTE-IUL*** APF - Associação para o Planeamento da Família

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207III Série - Suplemento 2013

Utentes da Comunidade Terapêutica de Ponte da Pedra – uma perspetiva de género

Madalena Ferreira Nunes*, Maria João Machado**

Introdução: A Comunidade Terapêutica de Ponte da Pedra (CTPP) é um serviço da ARS-Norte que acolhe homens e mulheres toxicodependentes e alcoólicos(as) após desabituação física. Estas pessoas seguem programas de tratamento que duram entre 3 e 12 meses durante os quais procuram organizar as suas vidas. Em funcionamento desde 2006, o número de utentes que já fez da CTPP sua casa ultrapassa 250, constituindo as mulheres – como seria de esperar dada a incidência das dependências por género – uma minoria.Objetivos: Encontra-se em curso um levantamento sociográfico das pessoas acolhidas na CTPP e que será analisado à luz de diferentes perspetivas, entre as quais a do género. Interessa-nos conhecer os percursos nas drogas que antecederam a procura de internamento prolongado, o cumprimento ou não do tratamento até ao fim e também o sucesso posterior à saída da CTPP, ponderando os resultados para as populações feminina e masculina.Metodologia: Recurso a metodologias quantitativas e qualitativas: Revisão dos processos clínicos da CTPP com análise do ASI (Addiction Severity Index) e das histórias de vida. Extração de conclusões das taxa de alta, taxa de abandono e taxa de expulsão, nomeadamente por sexo. Análise de dados do Questionário de Follow-up a 1 ano e do Questionário de Follow-up a 3 anos como meio para seguir o percurso dos utentes após a alta.Resultados: Os resultados encontram-se em aberto. De momento, orientamos a nossa atenção para as formas de vivenciar o estigma social no feminino e no masculino e para o papel que uma experiência de tratamento pode ter na perpetuação ou derrogação desse estigma.Conclusões: O momento inicial em que nos encontramos impede-nos de falar em conclusões.Palavras-chave: Toxicodependências, Alcoolismo, Género, Estigma.Referências bibliográficas: Cardoso, S. (2004). Mulheres toxicodependentes. O género na desviância. Dissertação de Mestrado, Programa de Mestrado em Psicologia, Faculdade de Psicologia e Ciências da Educação, Universidade do Porto.Leon, G. D. (2003). A comunidade terapêutica: teoria, modelo e método. (A. Sobral, C. Bartalotti, M. S. Gonçalves, Trad.). São Paulo: Ed. Loyola (original publicado em 2000)

* ARS-Norte, Comunidade Terapêutica de Ponte da Pedra [[email protected]]** ARS-Norte, Comunidade Terapêutica de Ponte da Pedra

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208III Série - Suplemento 2013

Validação da Escala do Otimismo em estudantes do ensino superior

Maria Ribeiro*, António Fernandes**

Introdução: O conceito do otimismo deverá ser entendido como a perceção de uma visão positiva do futuro e autoconfiança na realização dos projetos pessoais e coletivos dos estudantes. Alguns estudos destacam a idade e o género, como fatores com efeito moderador sobre o otimismo. Na generalidade, os homens apresentam maior nível de otimismo (Schweizer & Schneider, 1997); e no que respeita à idade, Lennings (2000) verificou que o otimismo se revelou crescente até aos 40 anos e após os 50 anos.Objetivos: Validar a escala do otimismo em estudantes de ensino superior e averiguar se existiam diferenças nos níveis de otimismo, tendo em conta variáveis pessoais, tais como o género e a idade.Metodologia: Este estudo tem carater quantitativo, transversal, observacional e analítico.Para a recolha de dados foi utilizada a a Escala Sobre Otimismo de Barros (1998) que possibilitou diagnosticar o fenómeno da esperança aplicada a universitários. Participaram nesta investigação 836 estudantes que frequentavam, um curso superior, no ano letivo de 2011/2012, numa instituição pública, localizada no Interior Norte de Portugal. Destes, 34,1% eram do género masculino e 65,9% eram do género feminino. Os estudantes tinham idades compreendidas entre os 18 e os 40 anos, registando em média, 21 anos de idade (DP±2,5).Resultados: Os resultados da análise estatística evidenciam que as características psicométricas obtidas são boas atestando que a escala do otimismo é adequada para avaliar o que se propõe nesta investigação (Nunnally, 1978; Pestana & Gageiro, 2005). Os resultados evidenciam um coeficiente Alfa de Cronbach de 0,851. As médias e os respetivos desvios-padrão por item são os seguintes: “Encaro o futuro com otimismo” (Média=3,89;DP±1,01); “Tenho esperança de conseguir o que realmente desejo” (Média=4,10; DP±0,871); “Faço projetos para o futuro e penso que os realizarei” (Média=3,94; DP±0,904) e “Em geral considero-me uma pessoa otimista” (Média=3,95; DP± 0,910). Comparando o nível de otimismo tendo em conta o género e as classes etárias os resultados do teste t-Student provaram que apenas o género é diferenciador do nível de otimismo (p-value=0,047<0,05). São os estudantes do género masculino que registam um nível de otimismo mais elevado. (Média=16,2) quando comparados com os estudantes do género feminino (Média=15,7).Conclusões: Esta investigação permitiu verificar que a Escala do otimismo constitui um instrumento válido para medir e avaliar o otimismo em qualquer contexto, nomeadamente, o académico.Palavras-chave: Estudante, Género, Otimismo.Referências bibliográficas: Barros, J. (1998). Optimismo: teoria e avaliação (proposta de uma nova escala). Revista Psicologia Educação Cultura, 2 (2), 295-308. Lennings, C. (2000). Optimism, satisfaction and time perspective in the elderly. International Journal of Aging and Human Development, 51, 167-181. Nunnally, J. C. (1978). Psychometric theory. New York: McGraww Hill. Pestana, M., & Gageiro, J. (2005). Análise de dados para as ciências sociais: a complementariedade do SPSS, 4ª edição revista e aumentada. Edições Sílabo, Lisboa. Schweizer, K., & Schneider, R. (1997). Social optimism as generalized expectancy of a positive outcome. Personality and Individual Differences, 22 (3), 317-325.

* Instituto Politécnico de Bragança, Ciências Sociais e Exatas** Instituto Politécnico de Bragança, Ciências Sociais e Exatas

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209III Série - Suplemento 2013

Vinculação Pré-Natal e Espiritualidade em Grávidas Toxicodependentes

Carolina Miguel Graça Henriques*

Introdução: Envolta em riscos, quer para a mãe, quer para o feto, a gravidez na toxicodependência coloca enormes desafios aos profissionais de saúde, já que para além de um processo gravídico, estamos perante uma mulher consumidora de drogas. Poucos são os estudos neste domínio, e os que existem tendem a evidenciar os efeitos do consumo de drogas, não procurando retratar o processo de transição a que estas mulheres estão sujeitas.Objetivos: Conhecer as características sociodemográficas e clínicas; determinar o nível de vinculação pré-natal; conhecer a dimensão espiritual; verificar a relação entre o nível de vinculação pré-natal e algumas características sociodemográficas e clínicas; explorar a relação entre o nível de vinculação pré-natal e a dimensão espiritual das grávidas toxicodependentes.Metodologia: Através de um estudo de natureza quantitativa, correlacional, tendo como população alvo 103 grávidas toxicodependentes que frequentam as consultas de vigilância de gravidez em maternidades centrais de Lisboa e Coimbra e em Agrupamentos de Centros de Saúde. Foi aplicado um questionário constituído por dados sociodemográficos e clínicos, pela escala ‘Antenatal Emotional Attachment Scale’ (Condon, 1993), traduzida e validada para a população portuguesa por Gomez & Leal (2007), e pela escala ‘Avaliação de Espiritualidade em Contextos de Saúde’ traduzida e validada para a população portuguesa por Pinto & Pais-Ribeiro (2007).Resultados: Como principais resultados deste estudo, podemos referir que parecem ser fatores favoráveis a um maior nível de vinculação pré-natal, das grávidas toxicodependentes aos seus bebés: o estado civil, as pessoas com quem as grávidas coabitam, a relação com as pessoas com quem as grávidas toxicodependentes coabitam, o número de consultas de vigilância pré-natal realizadas, o planeamento da gravidez, o desejo da gravidez, a frequência de aulas de preparação para o parto e finalmente, a dimensão espiritual destas mulheres.Conclusões: Parece ser fundamental a incorporação das mulheres toxicodependentes, estando ou não grávidas, em programas multidisciplinares de reabilitação da toxicodependência. Estas mulheres, deverão estar sujeitas a um programa de dissuasão da toxicodependência, associado a um programa de preparação para a parentalidade, com o objetivo último de ajudar estas mulheres a ‘aprenderem e tornarem-se mães’. Existem alguns aspetos sociais que podem favorecer o processo vinculativo, como a relação conjugal e o seio familiar, o acompanhamento próximo por parte dos profissionais de saúde, com estratégias promotoras da vinculação pré-natal, atendendo à estimulação da dimensão espiritual destas mulheres.Palavras-chave: Gravidez, Toxicodependência, Vinculação, Espiritualidade, Transição.Referências bibliográficas: Gomez, R., & Leal, I. (2007). Vinculação parental durante a gravidez. Versão Portuguesa da forma materna e paterna da Antenatal Emotional Attachment Scale. Psicologia, saúde & doenças, 8 (2), 153-165. Disponível em www.scielo.oces.mctes.pt/pdf/psd/v8n2/v8n2a01.pdf. [Consultado em 17/05/12]. Pinto, C., & Pais-Ribeiro, J. (2007). Construção de Uma Escala de Avaliação da Espiritualidade em Contextos de Saúde. Arquivos de Medicina, 21 (2), 47-53.

* Instituto Politécnico de Leiria, Escola Superior de Saúde [[email protected]]

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210III Série - Suplemento 2013

Violências de género contra mulheres imigrantes grávidas em Portugal: impactos ao nível da saúde

Ana So�a Antunes das Neves*, Helena Maria Alves Velho**, Márcia Machado

Introdução: Estudos nacionais e internacionais indicam que as mulheres imigrantes grávidas são particularmente vulneráveis à violência de género nos países recetores. As experiências de discriminação, de opressão e de violência a que estão sujeitas comprometem, em muitos casos, a sua saúde física, psicológica e social.Objetivos: Este estudo tem como objetivo analisar e descrever os impactos das violências de género praticadas contra um grupo de mulheres grávidas imigrantes em Portugal, ao nível da sua saúde psicológica, física e sexual/reprodutiva.Metodologia: Participaram deste estudo 21 mulheres imigrantes grávidas ou com uma experiência recente de maternidade em Portugal - menos de 24 meses -, de diversas nacionalidades, com uma média de idades de 29 anos. Para a recolha dos dados foram usados os seguintes instrumentos: Escala da Severidade da Violência (Marshall, 1992), Questionário da Saúde e Eventos de Vida (adaptado da WHO, 2005) e o Inventário Breve de Sintomas (Derogatis & Spencer, 1982 – Versão Portuguesa adaptada por Canavarro, 1995).Resultados: Os resultados confirmam a exposição destas mulheres imigrantes a processos de vitimação e a existência, em consequência, de constrangimentos vários ao nível da sua saúde, sendo os indicadores analisados, nos diferentes domínios, e na sua generalidade, muito preocupantes.Conclusões: Este estudo revela a existência de um padrão recorrente de não reconhecimento da sintomatologia experienciada e de falta de assistência médica. Urge o desenvolvimento, em Portugal, de estudos científicos que permitam caracterizar a saúde das mulheres imigrantes, reconhecendo as especificidades das suas pertenças identitárias.Palavras-chave: Gravidez, Imigração, Violências, Saúde.Referências bibliográficas: Miranda, J. (2009). Mulheres imigrantes em Portugal. Lisboa: ACIDI. Azambuja, M., Nogueira, C., Neves, S., & Oliveira, J. (2013). Gender Violence in Portugal: discourses, knowledges and practices. Indian Journal of Gender Studies, 20, 31-50. doi:10.1177/0971521512465935

* Instituto Superior da Maia, Ciências Sociais e do Comportamento** Instituto Superior da Maia

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211III Série - Suplemento 2013

Vivencia del adulto mayor frente a su dormir en un geriátrico de la ciudad de Quito-Ecuador

Angela Yanez Corrales*

Introducción: La inadecuada cobertura de la necesidad de sueño se puede considerar un problema de salud de especial repercusión en la población adulta mayor. Los cambios biológicos del envejecimiento tienden, a reducir características del sueño y los síntomas con que se manifiesta incluyen dificultad para conciliar el sueño, frecuentes despertares, escaso tiempo total de sueño, sueño no reparador y aumento de la fatiga y somnolencia diurna. Esta investigación comprende información en cuanto a la estructura del sueño del adulto mayor institucionalizadoObjetivos: General: Analizar la vivencia del Adulto Mayor institucionalizado frente a la percepción del dormir. Específicos: Identificar los factores bio-psicosociales que inciden en las calidad del sueño del Adulto Mayor; Describir las conductas del adulto mayor frente al dormir; Determinar conductas de auto-cuidado del adulto mayor en relación a su dormir; Identificar las consecuencias que tiene el dormir del adulto mayor durante el día desde su propia perspectiva.Metodología: Se realiza un estudio de tipo observacional, descriptivo analítico, transversal; es de corte transversal período de de Junio – Agosto 2012. Tiene un enfoque cuantitativo, cualitativo y deductivo; se comprueba la hipótesis previamente establecida. La población es de 75 usuarios del Hogar Santa Catalina Labouré de la ciudad de Quito, para la selección se toma en cuenta criterios de inclusión: los AM sanos, autovalentes y semivalentes y criterios de exclusión AM con patologías neurológicas diagnosticadas, alteraciones de lenguaje, e internos con una estancia menor de 6 meses.Resultados: 1) El 83% percibe su dormir como insatisfactorio y poco reparador. Las perturbaciones nocturnas y la pérdida del sueño finalmente son el reflejo su estado de ánimo, el 64% de los encuestados se levantan de mal humor, tristes, cansados y preocupados. 2) El 96% de los usuarios presentan despertares nocturnos y están relacionados con un menor período de tiempo empleado en el sueño profundo y factores como la necesidad de levantarse a orinar (nicturia), problemas familiares/personales, ansiedad e incomodidad y dolor asociado con enfermedades crónicas. 3) En lo referente a las horas que duerme el adulto mayor, el 17% declara que su dormir dura aproximadamente ocho horas y media; sin embargo, es importante aclarar que dentro de este estado de duración, no se consideran los despertares nocturnos, por lo que las horas de sueño netas disminuyen considerablemente.Conclusiones: La estructura del sueño es uno de los campos más afectados conforme aumenta la edad; las alteraciones en la cantidad y calidad del dormir ocasionan problemas como la disminución de la concentración, pérdida de la memoria, mayor riesgo de accidentes, cambios de humor, problemas de vigilia, disminución del rendimiento laboral, aumento de días sin trabajar e incremento del uso de los servicios de salud. Las conductas (alimentación, actividad/ejercicio, hábitos de sueño) que presenta el adulto mayor, inciden directamente en la vivencia que tiene frente a su dormir como se observa en los siguientes resultadosPalabras Claves: Adulto Mayor Institucionalizado, Sueño, Dormir.Referencias bibliograficas:Instituto del Sueño. (2011). Sueño y envejecimiento. En línea [25/04/2011]. Disponible en: http://www.institutodelsueno.cl/temas-de-interes/sueno-y-envejecimiento Gonzales, J. (2009). Geriatría. Interamericana. Mc Graw Hil. 1ra Edición. México P. Hodelín, T. R., & Machado, C. (2010). Sobre la vigilia y el sueño. Revista de neurología. En línea [03/05/2011]. Carro & A. (2008). Geriatría en Atención Primaria, Fases del sueño. España: Mamby.

* Pontificia Universidad Católica del Ecuador, Quito [[email protected]]

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212III Série - Suplemento 2013

Vivendo e caracterizando relacionamento estável em tempos de aids: um olhar de género

Carla Marins Silva*, Octavio Muniz da Costa Vargens**

Introdução: Na perspetiva de género, o amor foi definido para a mulher como uma suprema vocação (Beauvoir, 1967). O amor romântico, como norma de conduta emocional, normalmente afeta as aspirações das mulheres mais do que dos homens, apesar desses também serem influenciados de alguma forma (Bawin-Legros, 2004). Diante disso, os papéis sociais de género vividos em um relacionamento estável levam a diferentes manifestações nas situações experienciadas, incluindo o aumento da vulnerabilidade no contexto da aids.Objetivos: identificar as características de relacionamento estável para as mulheres; Analisar sob o enfoque de género o processo de interação social da mulher num relacionamento estável no contexto da aids a partir dos significados por ela atribuídos.Metodologia: Pesquisa descritiva, qualitativa, realizada no Rio de Janeiro, Brasil, em lugares de grande circulação de pessoas, entre novembro de 2011 a março de 2012. Foram entrevistadas 21 mulheres que se auto-declaram em um relacionamento estável, com idade acima de 18 anos, sem predeterminação de ocupação e raça. O projeto foi aprovado pelo Comité de Ética em Pesquisa em maio de 2011 (CEP/HUPE: 2919). As entrevistas foram transcritas imediatamente após a coleta para propiciar a análise comparativa constante dos dados, em conformidade com os pressupostos teórico-metodológicos do Interacionismo Simbólico e da Grounded Theory (Blumer, 1969; Glaser, 1978).Resultados: A partir das experiências vividas em um relacionamento considerado estável, a mulher continua atribuindo a ele significados como amor, confiança, fidelidade, conhecimento do parceiro, tempo de convivência, zelo, entre outros. Este pensamento mostra que ainda existem a idealização e a valorização das características expressas pelo amor romântico. Evidencia que, mesmo com todas as conquistas e a emancipação feminina, independente da classe social ou escolaridade, os mitos de feminilidade construídos socialmente, pelas desigualdades de género, ainda perpetuam. Diante desta perspetiva, essa visão romantizada do relacionamento estável e a assimetria de género (con)vivem com a epidemia da aids, mostrando que os dados mundiais não são nada românticos. As entrevistadas reconhecem a magnitude da doença referindo que é uma doença fatal, cheia de estigmas e que requer respeito. Além disso, percebem que o advento da aids trouxe para o relacionamento estável diferentes conceções de desconfiança e insegurança, apontando que existe a possibilidade de contrair o HIV/AIDS.Conclusões: Ficou evidenciado que, com a interação social entre os indivíduos, os sentidos atribuídos às características do relacionamento estável perduram, prevalecendo os papéis femininos de género construídos socialmente. Assim, as políticas e atividades de prevenção não devem ser desvinculadas dos enredos relacionais e das contradições existentes nesta situação, desconsiderando o poder e fascínio que a fé exerce sobre as mulheres. A epidemia, com sua complexidade e magnitude, se configura atualmente, entre outros motivos, com a “cegueira” das mulheres em relação ao risco.Palavras-chave: Saúde da mulher, Género, Enfermagem, Aids.Referências bibliográficas: Bawin-Legros, B. (2004). Intimacy and the new sentimental order. Current Sociology, 52(2), 241-250. Beauvoir, S. (1978). O segundo sexo: a experiência vivida. São Paulo: Difusão Européia do Livro. Blumer, H. (1969). Symbolic interacionism: perspective and method. Berkeley: University of California. Glaser, BG. (1978). Theoretical sensitivity: advances in the methodology of grounded theory. California: Sociology Press.

* Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Departamento Materno-Infantil** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Faculdade de Enfermagem [[email protected]]Tema: Género(s) e vulnerabilidades em saúde

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213III Série - Suplemento 2013

Vulnerabilidades em saúde resultantes da violência de género(s)

Zélia Barroso*

Introdução: A violência, sobretudo quando ocorre reiteradamente e na esfera privada, está associada a graves problemas de saúde que, tanto podem manifestar-se no tempo imediato como a longo prazo. A comunicação sintetiza resultados de uma dimensão contemplada no doutoramento da autora, sobre o impacto da violência na saúde das vítimas (mulheres e homens), através da comparação de dois cenários de vitimação: feminina versus masculina, e de diferentes posturas face à violência: de permanência (vitimação continuada), ou de resistência (vitimação isolada).Objetivos: Comparar as principais vulnerabilidades ao nível da saúde física e psicológica, resultantes da exposição a atos de violência (reiterada ou não) contra mulheres e homens. Consideramos que não é possível estudar devidamente a violência de género se nos focarmos, unicamente, na análise de um deles (no feminino), apresentando uma visão redutora e preconcebida do problema. Ambos os géneros, sofrem atos de violência, porém de natureza e motivação diferentes.Metodologia: Primeiramente procedeu-se a uma análise quantitativa do total de vítimas de violência: 397 mulheres e 435 homens que sofreram pelo menos 1 de 52 atos de violência física, psicológica e/ou sexual, considerados no Inquérito Nacional Violência e Género (realizado pelo CESNOVA). Entre as várias dimensões do estudo procurou-se perceber se, dos atos violentos referidos havia resultado algum tipo de problemas de saúde. Seguidamente, realizou-se uma análise qualitativa a partir de entrevistas semi-directivas, onde se procurou aprofundar o estudo do impacto da violência sobre a saúde das vítimas e seus familiares.Resultados: Aparentemente, embora o número de homens vítimas seja superior ao das mulheres é, em contrapartida, muito inferior quando se investiga a presença de vitimação continuada: 54% das vítimas do género feminino referiram antecedentes de violência, contra apenas 27% de vítimas do género masculino. Relativamente às consequências nefastas para saúde, são as mulheres com percursos de vitimação continuada que mais estabelece essa relação direta (85,2%). Por sua vez os homens só em 32,4% fazem tal ligação, o que significa que estamos perante vitimações de natureza muito diferente. Nas mulheres acontece mais reiteradamente, é exercida por parceiro íntimo e tem na sua configuração desigualdade de género; nos homens é uma vitimação semelhante à que verificamos na população em geral. Entre as lesões/ problemas de saúde mais frequentemente referidos pelas mulheres como consequência dos actos de violência destacam-se: mudanças de humor/irritabilidade/choro frequente, ansiedade/nervosismo, insónia e/ou pesadelos, cefaleias/enxaquecas frequentes, solidão, falta de esperança/ sentir-se incapaz, lesões cutâneas, problemas do foro sexual, pensamentos suicidas, etc..Conclusões: Entre as causas de vulnerabilidades em saúde, a violência de género surge classificada acima dos dados somados de acidentes de viação e malária, sendo causa de morte e incapacidade entre mulheres em idade reprodutiva, tanto quanto o cancro. A par das lesões físicas consequentes das agressões, podem surgir também graves sequelas psicológicas. Por isso, é fundamental apostar na sensibilização/ formação de profissionais da saúde para lidarem com esta problemática, até porque está cientificamente provado que as vítimas de violência doméstica apenas tendem a pronunciar-se sobre a sua condição quando diretamente questionadas pelo(s) técnico(s) de saúde, raramente fazendo-o por iniciativa própria.Palavras-chave: Género, Violência, Saúde Física e Psicológica.Referências bibliográficas: Barroso, Z. (2009). Trajectórias de violência de género no feminino. in Lisboa (coord), Barroso, Patrício & Leandro, Violência e Género – Inquérito Nacional Sobre a Violência Exercida Contra Mulheres e Homens. Lisboa: Edições Colibri, Cap. 5, 65-77. Barroso, Z. (2007). Violência nas Relações Amorosas: uma análise sociológica dos casos detectados nos Institutos de Medicina Legal de Coimbra e do Porto. Lisboa: Edições Colibri/SociNova, nº 2 da Colecção Estudos Sociológicos. Lisboa. M., Vicente. L., & Barroso, Z. (2005). Saúde e Violência Contra as Mulheres. Estudo sobre as Relações Existentes entre a Saúde das Mulheres e as Várias Dimensões de Violência de que Tenham Sido Vítimas. Lisboa: Direcção-Geral de Saúde. OMS (2009). Women and health: today’s evidence tomorrow’s agenda.

* CESNOVA - Centro de Estudos de Sociologia da Universidade Nova de Lisboa, Sociologia [[email protected]]

GÉNEROS, PARCERIAS DE COOPERAÇÃO E DESENVOLVIMENTO HUMANO

GENDERS, COOPERATION PARTNERSHIPS AND HUMAN

DEVELOPMENT

GÉNEROS, ACUERDOS DE COOPERACIÓN Y DESARROLLO

HUMANO

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217III Série - Suplemento 2013

A importância da composição sexual nos vividos adolescentes

José Manuel de Matos Pinto*

Introdução: A composição sexual dos grupos adolescentes é uma dimensão importante dos vividos adolescentes (Kaës, 2003; Pinto, 2004, 2006). Pensar a adolescência obriga a integrar esta dimensão por se revelar fundamental na compreensão do fenómeno. Consideramos existirem “grupos unissexuais” quando todos os adolescentes do grupo são do mesmo sexo do adolescente inquirido; “grupos tendencialmente unissexuais” se tiverem até 25% de sujeitos do sexo oposto; “grupos heterossexuais” se houver no grupo mais de 25% de pessoas do sexo oposto ao do inquiridoObjetivos: O presente estudo tem como Objetivos: a) caraterizar os grupos adolescentes em relação á sua composição sexual; b) identificar e perceber como se estruturam na sua composição sexual e funcionam os grupos adolescentes; c) identificar e perceber como se estruturam na sua composição sexual e funcionam os grupos adolescentes dos rapazes e das raparigasMetodologia: Estudo quantitativo com amostra aleatória, proporcional estratificada do Inventário sobre a vida em grupo; este recolhe, entre outras, informação sobre idade e sexo e funções (companhia para tempos livres, suporte/apoio emocional, resolução de problemas, descoberta aventura e risco, contestação/revolta) que permitem depois construir as variáveis composição sexual, nº de funções, sobreposição de funções que estudamos.Resultados: Verificámos que aproximadamente metade dos adolescentes constituem “grupos heterossexuais, enquanto ¼ da amostra declara ter grupos unissexuais. Os resultados most que, usando testes de Kruskal Wallis e de Mann-Whitney, os grupos de composição heterossexual aumentam significativamente nos grupos dos adolescentes de 15-16 anos e de 17-18 anos comparativamente aos de 12-14 anos enquanto as raparigas (teste de T de student) apresentam significativamente mais grupos heterossexuais do que os rapazes (p<0,005). Isto parece também implicar com as funções dos grupos pois os adolescentes com grupos heterossexuais têm maior sobreposição nas funções Apoio Emocional e Resolução de Problemas. Verifica-se também que os grupos heterossexuais têm significativamente maior número de funções que os grupos unissexuais nos grupos 2 (p<0,002).Conclusões: Concluímos que a composição heterossexual dos grupos parece relacionar-se com a idade, o nº de funções e a sobreposição de funções e instala um papel exploratório e replicativo dos vividos adolescentes. Concluímos que as raparigas constituem mais rapidamente os seus grupos heterossexuais e apresentam mais vividos funcionais nos seus grupos nomeadamente maior sobreposição funcional (Apoio Emocional e Resolução de Problemas), percebendo-se que cada tipo de vivido é replicado em vários grupos, numa clara busca de confirmação de sentidos. Podemos concluir que a introdução do diferente e das diferenças parecem ser um fator protetor desenvolvimental dos adolescentes, nomeadamente das raparigas.Palavras-chave: Adolescência, Grupos, Género, Desenvolvimento, Relação.Referências bibliográficas: Kaës, R. (2003). As teorias psicanalíticas do grupo. Lisboa: Climepsi Editores. Pinto, J. (2006). Adolescência e Grupos. Estrutura, funções, relações e vivências no(s) grupo(s) adolescente(s). Coimbra: Dissertação de Doutoramento apresentada na Universidade de Coimbra. Pinto, J. (2010). Adolescência e Família: o processo de separação-individuação. SE…Não, 73-87. Schmid-Kitsikis (2001). La passion adolescente. Paris: Press Editions.

* Escola Superior de Enfermagem de Coimbra/ISLA - Leiria, UCPESPFC/Departamento de Psicologia [[email protected]]

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218III Série - Suplemento 2013

El empoderamiento de las mujeres en los modelos de desarrollo

Ismael Jiménez Ruiz*, Pilar Almansa Martinez**, María del Mar Pastor Bravo***, María Moya Nicolás****, Marta Leticia Jimenez Almansa

Introducción: Dentro del proceso de humanización del desarrollo, los enfoques de género y modelos de desarrollo centrados en el empoderamiento de las mujeres han ido ganando fuerza desde su irrupción durante el movimiento feminista. A pesar de ello y dejando de manifiesto los grandes logros alcanzados en materia de género, los datos siguen mostrando grandes desigualdades a la hora del ejercicio de los derechos humanos, la toma de decisiones, las oportunidades para desarrollar su máximo potencial y el acceso a recursos.Objetivos: Reflejar los niveles de participación en el proceso de empoderamiento de las mujeres relativos a la cooperación al desarrollo y la superación de las inequidades de género.Metodología: Revisión bibliográfica y análisis crítico de documentos de la Agencia Española para la Cooperación Internacional al Desarrollo (AECID), Comité de Ayuda al Desarrollo (CAD), Organización de Naciones Unidas (ONU) y otros artículos de interés relacionados con los procesos de empoderamiento de las mujeres.Resultados: El papel de las mujeres en el desarrollo se puede clasificar en: Enfoque del Bienestar: el rol de las mujeres es meramente reproductor. Es beneficiaria pasiva del desarrollo centrado en el hombre; Enfoque de la Equidad: ante la evidente contribución de las mujeres en la producción comunitaria, se crea la necesidad de incrementar la igualdad entre hombres y mujeres; Enfoque Antipobreza: la desigualdad de género se vincula a la pobreza y no al androcentrismo. Las iniciativas vuelven a estar vinculadas al rol reproductor de las mujeres, lo que supone un incremento en la carga de trabajo; Enfoque de Eficiencia: se reconoce la capacidad de las mujeres para conseguir eficiencia económica en la producción. Supone un incremento de roles sin incremento de poder: Enfoque de Empoderamiento: Se supera la visión de las mujeres como “grupo vulnerable”. El cambio de conciencia, modelos de producción y políticas sexuales y de salud reproductiva suponen el punto de inflexión.Conclusiones: Las luchas y movimiento feministas han jugado un papel primordial a la hora de reflejar las diferentes opresiones y abusos históricos del sexo masculino sobre el sexo femenino. Además, han creado, principalmente a lo largo del último medio siglo, una visión crítica del desarrollo visto desde una panorámica masculina para aportar nuevas estrategias para el desarrollo desde una perspectiva alternativa que transforma las relaciones de subordinación y sumisión entre hombres y mujeres en relaciones de equidad, aún ficticia en algunos roles, y muy poco desarrolladas en algunas zonas geográficas, pero cada vez más reales.Palabras Claves: Empoderamiento, Mujeres, Desarrollo, Modelos de desarrollo.Referencias bibliograficas: Artázcoz, A., & Jiménez, A. (2003). La mujer, impulsora del desarrollo humano. Una visión creativa. ONG GAM TEPEYAC. Obetenido el día 10 de enero de 2013 desde: http://www.equipoagora.es/Publicaciones/La-mujer-impulsora-del-desarrollo-humano.pdf. ONU & UNIFEM. Principios para el empoderamiento de la mujer. La igualdad es un buen negocio. Obtenido el día 14 de enero de 2013 desde: http://www.unglobalcompact.org/docs/issues_doc/human_rights/WEPs/WEPS_SPA.pdf. Rodríguez, R. (2000). El papel de la mujer en los modelos de desarrollo. Anuario de Filosofía, Psicología y Sociología, 3. Obtenido el día 12 de enero de 2013 desde: http://dialnet.unirioja.es/servlet/articulo?codigo=790077

* Universidad de Murcia. Facultad de Enfermería** Universidad de Murcia, Enfermería*** Universidad de Murcia., Departamento de Enfermería. [[email protected]]**** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería

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219III Série - Suplemento 2013

Imagem social de mulheres negras universitárias: a silhueta esculpida durante o processo de formação na área da saúde

Claudia Rosane Guedes*, Lucia Helena Garcia Penna**

Introdução: O acesso da população feminina à universidade vem sendo uma realidade. As principais carreiras escolhidas por este grupo estão geralmente ligadas ao cuidado (Góis, 2008). Considerando que a formação profissional produz uma valorização social e desdobramentos que influenciam nos papéis sociais vividos pelos indivíduos, percebe-se a importância de estudar as relações existentes entre a formação universitária e a imagem social de mulheres negras da área da saúde assim como, as transformações pessoais e sociais decorrentes de uma formação universitária.Objetivos: No sentido de analisar a relação existente entre a formação universitária e a perspetiva das mulheres negras universitárias sobre sua imagem social, buscamos Descrever autoimagem social de mulheres negras universitárias da área da saúde e analisar a influencia de sua formação universitária sobre sua autoimagem social.Metodologia: Pesquisa qualitativa aprovada pelo Comitê de Ética e Pesquisa (n. 071/2010) realizada com mulheres negras autodeclaradas, matriculadas em Cursos de Pós-graduação (Mestrado) na Área da Saúde de uma universidade pública no Estado do Rio de Janeiro (Brasil). Entrevistou-se, com roteiro prévio, dez mulheres autodeclaradas, a partir de contato prévio, inseridas nos Programas de Enfermagem, Fisiopatologia Clinica e Experimental e de Alimentação, Nutrição e Saúde em todos os nove Cursos de Pós-Graduação da Área de Saúde da universidade. Na análise utilizamos a técnica de Análise de Conteúdo, emergindo três categorias.Resultados: Constatou-se que a condição desigual da mulher negra na sociedade deve-se a partir da desvalorização do gênero feminino e da raça e o corpo como objeto de sensualidade. Destacaram-se situações positivas vivenciadas durante a formação (promoção de transformações sociais e pessoais através da ampliação do conhecimento, e melhora a inserção social); e situações negativas (desigualdades de classes, sentimentos de indecisão, frustração frente à escolha do curso e limitações na aprendizagem e adaptação). A percepção sobre autoimagem a partir do processo de formação universitária desdobrou-se em visões positivas e negativas sobre sua autoimagem. A visão positiva destaca o empoderamento diante da sua condição étnica (atitudes perseverantes e demonstração de competência no cotidiano) favorecendo o fortalecimento de posições sociais. A visão negativa foi descrita a partir dos sentimentos de baixa estima, insegurança no posicionamento nos espaços sociais e a dificuldade de falar sobre a sua autoimagem. A autoimagem foi expressa nas conquistas sociais que elas alcançam decorrente da formação universitária.Conclusões: A educação está diretamente ligada à construção da autoimagem do indivíduo e isto ocorre ao longo da vida. A formação universitária se torna condição fundamental para transpor os estigmas sociais que interferem na imagem social deste grupo populacional na sociedade. Nesse sentido, as formações universitárias são cenários importantes de reflexão e produção de conhecimentos sobre a acessibilidade e vulnerabilidade social de populações ainda em situação de exclusão social (etnias, classes sociais, gênero, pessoas com deficiências).Palavras-chave: Mulher, Etnia, Autoimagem, Saúde, Educação superior.Referências bibliográficas: Bardin, L. (2009). Análise de Conteúdo. Lisboa: Edições, 70. Resolução 196 do Conselho Nacional de Saúde (1996) Brasil: Ministério da Saúde. Brasília. Disponível em: http://conselho.saude.gov.br/web_comissoes/conep/aquivos/resolucoes/23_out_versao_final_196_ENCEP2012.pdf. Góis, J. B. H. (2008). Quando raça conta: um estudo de diferenças entre mulheres brancas e negras no acesso e permanência no ensino superior. Estud. Fem., Florianópolis, 16 (3), 424.

* Prefeitura municipal de Macaé/RJ, vigilância sanitária** Faculdade de Enfermagem da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Enfermagem Materno-Infantil

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220III Série - Suplemento 2013

Prácticas Culturales relacionadas con el parto en Mujeres Inmigrantes

María Moya Nicolás*, Ismael Jiménez Ruiz**, María del Mar Pastor Bravo***, Paula Ruiz Carreño****, Maria Doris Torrecilla Hernández

Introducción: Los cambios producidos en España en las últimas décadas denotan la importancia del colectivo inmigrante en nuestro país, alcanzando cifras de más de dos millones de personas. Así destacan las mujeres y, en concreto las embarazadas, como grupo principal debido a los cambios que se han desarrollado en el modelo migratorio actual y a las características de la sociedad receptora. Consecuentemente, la sociedad española ha modificado sus costumbres parcialmente con el fin de adecuarse a las necesidades de estas mujeres.Objetivos: Conocer las prácticas culturales de las mujeres inmigrantes asentadas en España durante el parto.Metodología: La investigación se ha desarrollado mediante una revisión bibliográfica. Se ha realizado una búsqueda a través de las bases de datos nacionales e internacionales. De esta forma se ha obtenido información de fuentes primarias como son artículos originales de investigación obtenidos en revistas científicas relacionadas con la temática. El periodo de bibliografía analizada comprende desde 2005 hasta 2012.Resultados: A la luz de la bibliografía analizada comprobamos como se producen ciertos conflictos entre la cultura hospitalaria y las creencias culturales de las inmigrantes. Debido al compromiso de los servicios sanitarios en el momento del parto, a un amplio número de mujeres no se les da la opción de elegir cómo desean parir, sino que lo hacen según las posibilidades y las costumbres aportadas por el personal sanitario. De esta forma, podemos apreciar como las mujeres prefieren, con relativa frecuencia, llevar a cabo un alumbramiento natural, esto es, dar a luz conforme a las vivencias y prácticas aprendidas en su sociedad de origen. Además de las diferencias de costumbres, en muchas ocasiones las inmigrantes deben hacer frente a la falta de recursos culturales del personal sanitario para dar solución a este conflicto.Conclusiones: La situación de las mujeres y las distintas prácticas culturales en el momento de dar a luz ponen de manifiesto la importancia de las costumbres y las características culturales de las inmigrantes en relación al parto. De este modo, se erige como un elemento importante tanto para el equipo de atención sanitaria en general, como para los/las enfermeros/as en concreto, conocer estas prácticas y cómo hacer frente a estos acontecimientos.Palabras Claves: Mujer inmigrante, Prácticas culturales, Parto.Referencias bibliograficas: De Haro, R. (2008). La mujer inmigrante en la promoción y desarrollo de prácticas interculturales en la Comunidad de Murcia [Versión Electrónica]. Anales de Historia Contemporánea, 24, 171-180. Moreno, M. (2008). Factores culturales y sociales en el cuidado del inmigrado. Manuel Moreno Preciado [Versión Electrónica]. Cultura de los cuidados: Revista de enfermería y humanidades, 23, 5-6. Bein, E., Bridges, M., Fuller, B., Halfon, N., Jung, S., Kuo, A., & Rabe-Hesketh, S. (2010). Maternal Practices That Influence Hispanic Infants’ Health and Cognitive Growth. Pediatrics, 125, 324–e332.

* Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería** Universidad de Murcia. Facultad de Enfermería*** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería [[email protected]]**** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería

GÉNEROS, RELAÇÕES DE PODER E ÉTICA

GENDERS, POWER RELATIONSHIPS AND ETHICS

GÉNEROS, RELACIONES DE PODER Y ÉTICA

G É N E R O ( S ) , R E L A Ç Õ E S D E P O D E R E É T I C A

223III Série - Suplemento 2013

As representações de género no contexto das profissões da saúde: o caso de médicos/as e enfermeiros/as

Célia Cristina Casaca Soares*

Introdução: O impacto dos significados sociais e culturais do género no campo da saúde tem conquistado visibilidade através de um corpus de investigação produzida no contexto das ciências médicas (e.g. Dong, Beh-Shlomo et al., 1998; Hamberg, Risberg et al., 2002; Roter & Hall, 2002). Apesar dos resultados salientarem a importância destes conteúdos simbólicos nas perceções/práticas dos profissionais da saúde, esta temática parece estar ainda distante do contexto académico e profissional das ciências médicas (Laranjeira, Marques, Soares & Prazeres, 2008).Objetivos: Este paper apresenta uma investigação centrada no impacto do género no contexto das profissões de saúde, em particular nas áreas da medicina e enfermagem. O seu principal objetivo foi explorar e caracterizar as perceções e representações daqueles profissionais face às problemáticas relacionadas com o sexo e género no desempenho efetivo das suas funções.Metodologia: Realizaram-se dois estudos, um quantitativo e outro qualitativo, com médico(a)s e enfermeiro(a)s de Centros de Saúde e Hospitais da Grande Lisboa. O primeiro foi conduzido através de um questionário, com 245 participantes (125 médicos/as; 120 enfermeiros/as). O segundo foi realizado através de 16 entrevistas semi-estruturadas, com 8 participantes de cada uma das profissões.Resultados: Os resultados do primeiro revelam alguns padrões de diferenciação baseados no género entre homens/mulheres, grupos profissionais e contextos de trabalhos, apesar da fraca orientação dos/as profissionais para esta temática. No estudo qualitativo, os resultados salientam os percursos académicos dos/as profissionais, mas também aspetos que marcam distribuições assimétricas de mulheres e homens por algumas das especialidades.Conclusões: Este conjunto de resultados mostra uma fraca sensibilização dos/as profissionais para o impacto das construções sociais de género na saúde, para estratégias que naturalizam diferenças homem/mulher, salientando assim pouco reconhecimento acerca dos processos de genderização no contexto das profissões de saúde.Palavras-chave: Género, Saúde, Profissões.Referências bibliográficas: Dong, W., et al. (1998). Gender differences in accessing cardiac surgery across England: a cross-sectional analysis of the health care services for England, Social Science & Medicine, 47 (11), 1773-1780. Hamberg, K., et al. (2002). Gender bias in physicians’ management of neck pain: a study of the answers in a Swedish national examination, Journal of Women Health & Gender-Based Medicine, 11 (7), 653-666. Laranjeira, A. R., Marques, A. M., Soares, C., & Prazeres, V. (2008). Saúde, Sexo e Género. Factos, Representações e Desafios. Lisboa: Direcção-Geral da Saúde. Roter, D. L., Hall, J. A., & Aoki, Y. (2002). Physician gender effects in medical communication. A meta-analytic review. Journal of the American Medical Association, 288 (6), 756-764.

* Escola Superior de Saúde - Instituto Politécnico de Setúbal; Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL), CIS-IUL, Ciências Sociais e Humanas; CIS-IUL [[email protected]]

G É N E R O ( S ) , R E L A Ç Õ E S D E P O D E R E É T I C A

224III Série - Suplemento 2013

Diferencias por cuestión de genero, el empoderamiento de la mujer

Ana Maria Carrobles Garcia*, Velasco Abellan Minerva**, Sagrario Gomez Cantarino***, Angel Fernández Garcia****

Introducción: El género hace referencia aquellos roles y responsabilidades que la sociedad, en su momento y cultura determinados, atribuye a las personas por el hecho de ser hombre o mujer. El género no se basa en las diferencias biológicas entre hombres y mujeres sino que se define de acuerdo con la cultura, las relaciones sociales y el ambiente. Dependiente de los valores, normas y leyes, los hombres y las mujeres en diferentes partes del mundo han desempeñado diferentes roles de género.Objetivos: Analizar como la construcción de los roles de género afecta a las oportunidades económicas, políticas, sociales y ecológicas de hombres y mujeres; Describir la feminización de la pobreza; Alcanzar el pleno ejercicio de los Derechos Humanos y la ciudadanía de las mujeres mediante el empoderamiento, para superar la pobreza, la discriminación y la brecha de desigualdad e injusticia que padecen las mujeres en sus relaciones de género.Metodología: Estudio observacional, descriptivo, longitudinal. En el que el investigador principal solo se limitó a observar lo que ocurre de forma natural, sin intervenir para después de la observación participante describir los hechos. Al llevarlo a cabo durante un lapso de tiempo se estableció una secuencia temporal en la que se recogieron datos en dos momentos diferentes en el tiempo que se realizó el estudio y asumimos que existe una relación temporal entre las variables.Resultados: Si no se introduce la dimensión de género en el desarrollo, se pone en peligro el propio desarrollo. Y si las estrategias encaminadas a reducir la pobreza no potencian a las mujeres no lograrán beneficiar a toda la sociedad. La discriminación de género es la principal causa de pobreza. La base de la desigualdad genérica se centra en la relación de poder jerárquica de los hombres sobre las mujeres, origen de las demás desigualdades (acceso a la salud, educación, vivienda, autonomía, participación). La particular situación de múltiple discriminación que viven las mujeres y las niñas en todo el mundo, y las diferentes problemáticas que afrontan, las cuales limitan el libre ejercicio de sus derechos como ciudadanas: en lo económico, lo educativo, en la salud, frente a la violencia, en la participación política, y la vulnerabilidad especial en momentos de crisis humanitarias o conflictos armados. Todos estos elementos están asociados a lo que denominamos feminización de la pobreza.Conclusiones: Es verdad que en los últimos 30 años, las mujeres de muchos países han logrado un reconocimiento y ampliación significativa de sus derechos: muchas de ellas han mejorado el acceso a la educación y a la formación y el control sobre sus recursos e ingresos e incluso su presencia política con el sistema de cuotas. Si no se introduce la dimensión de género en el desarrollo, se pone en peligro el propio desarrollo. Y si las estrategias encaminadas a reducir la pobreza no potencian a las mujeres no lograrán beneficiar a toda la sociedad.Palabras Claves: Mujer, Desigualdad, Pobreza, Desarrollo, Equidad, Igualdad.Referencias bibliograficas: González, A., & Méndez, I., (2004). Guía práctica para la integración de la igualdad entre mujeres y hombres en los proyectos de la Cooperación Española Ministerio de Asuntos Exteriores. AECI, (Madrid). Ascarrunz, B., & Vega, I., (2001). Manual práctico para la planificación con perspectiva de género. La Paz: Sierpe Publicaciones. Molina, E. & Nava San Miguel, A., (2009). Nuevas líneas de Investigación en Género y Desarrollo. Colección cuadernos solidarios. UAM Ediciones. Valcarcela, A., (2009). Feminismo en el mundo Global. Universitat de València. Instituto de la Mujer. Valencia: Ediciones Cátedra.

* Funcionaria de la Comunidad Autonoma de Castilla - La Mancha, Servicios Perifericos de Sanidad y Asuntos Sociales de Toledo** UCLM, Enfermeria y Fisioterapia*** SESCAM, Unidad Docente Enfermeras Especialistas [[email protected]]**** Completo Hospitalario de Toledo, Unidad de Docencia De Enfermeros Especialistas Eir Matrona

G É N E R O ( S ) , R E L A Ç Õ E S D E P O D E R E É T I C A

225III Série - Suplemento 2013

El reconocimiento erróneo como discriminación de género en las prácticas pedagógicas

Luz Angela Prada Rojas*

Introducción: “El reconocimiento erróneo como discriminación de género en las prácticas pedagógicas, es resultado de una investigación (tesis de maestría) realizada en el curso Enfermería Básica del programa de Enfermería de la Facultad Ciencias de la Salud de la Universidad del Tolima. En ésta se propuso indagar cómo la formación universitaria a través de sus prácticas pedagógicas en el aula de clase contribuye o no a afianzar la discriminación de género como una forma de reconocimiento erróneo o falso reconocimiento.Objetivos: Geral - Dilucidar la discriminación de género en las prácticas pedagógicas en el curso Enfermería Básica del programa de Enfermería de la Facultad Ciencias de la Salud de la Universidad del Tolima. Específicos - Desvelar la discriminación de género en las prácticas educativas. Identificar en las prácticas educativas la discriminación de género. Analizar las resistencias con relación al conocimiento de las asimetrías de géneroMetodología: El estudio se realizó aplicando el enfoque etnográfico, en tanto que permite reconocer algunas de las prácticas internalizadas entre profesoras, profesores y estudiantes. En este sentido se decidió aplicar las técnicas de recolección de información propias de la etnografía educativa es la más conveniente, observación participante, entrevista, encuesta, las cuales se aplicarán de acuerdo a los avances observados en el proceso de recolección de la información, esto es, no se aplicarán de manera secuencial, dado que no existe una única manera de hacer investigación cualitativa).Resultados: La discriminación se construye en contextos sociales determinados, se construyen en la historia y contextos sociales determinados, en la interacción con la familia, con los amigos, en la escuela y, en general, en todos los espacios de socialización, los cuales son elaboradas y reelaboradas a lo largo de la vida. De esta manera la discriminación se convierte en un ‘no reconocimiento’ o ‘reconocimiento errado’ tal como lo plantea Fraser. Entre los resultados se encontró que perviven en profesoras y estudiantes representaciones estereotipadas e imágenes sexistas en relación con la práctica clínica en la enfermería, lo cual genera discriminación para estudiantes de ambos sexos. De otra parte, se evidencia ciertas prácticas discriminatorias en relación con las/os miembros de comunidades indígenas por parte de profesoras y estudiantes. Esto se expresa en exclusión en la convivencia, trabajo en equipo por parte de los estudiantes y subvaloración por parte de las profesoras. Se observó que igualmente se discrimina con el uso del lenguaje sexista.Conclusiones: Aún perviven representaciones las representaciones sociales de género en la elección de las carreras a estudiar por estudiantes de ambos sexos. La discriminación se produce en la práctica pedagógica y es naturalizada. Ellas/os no son conscientes del trato discriminatorio. Las prácticas pedagógicas y las representaciones sociales pesan en la forma como profesoras y profesores se relacionan con sus estudiantes en la práctica clínica. Hombres y mujeres son tratados de acuerdo con los sesgos de género. La exclusión social, económica y cultural constituyen en la base para la discriminación de género, y en consecuencia la falta de reconocimientoPalabras Claves: Discriminación, Reconocimiento errado, Sesgos, Género, Injusticia.Referencias bibliograficas: Abric, J. C. (2001). Prácticas sociales y representaciones. México: Ediciones Coyoacán. Barreiro, L. (5005). Discriminacion-es. En L. (Barreiro, Discriminacion-es (págs. 33-49). Asunción - Paraguay: Fondo de Población de las Naciones Unidas (UNFPA). (1997). Iustitia Interrupta. Reflexiones críticas desde la posción “postsocialista”. Santafe de Bogotá: Siglo del Hombre Editores, Universidad de los Andes, Facultad de Derecho. Fraser, N., & Honneth, A. (2006). Redistribución o reconocimiento. (D. d. Santomé, Ed., & P. Manzano, Trad.) Madrid: Ediciones Morata S. L.; Fundación Paideia Galiza

* Universidad del Tolima, Psicopedagogía

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226III Série - Suplemento 2013

Género e Enfermagem: Os Homens num “Mundo de Mulheres”

Maria Helena Ramos da Costa Santos*, Patricia Roux**

Introdução: Persistem desigualdades de género no mundo do trabalho em diversas sociedades. As investigações (nacionais e internacionais) realizadas, numa perspetiva de género, têm mostrado que as consequências das dinâmicas existentes nas organizações são diferentes para as mulheres e os homens em condição de minoria (Santos, 2010; Santos & Amâncio, no prelo), estando aquelas em desvantagem.Objetivos: Nesta comunicação serão apresentados resultados de um estudo que incide sobre a enfermagem, atividade tradicionalmente dominada por mulheres. Este estudo teve como objetivos principais conhecer as consequências a que os enfermeiros estão sujeitos, enquanto minoria, e como lidam com elas, procurando perceber se já se envolveram em ações para a igualdade de género e o que pensam da criação de quotas para promover o acesso dos homens à enfermagem.Metodologia: Foram realizadas 12 entrevistas individuais semi-estruturadas com homens com idades compreendidas entre os 40 e 58 anos (M = 40 anos), sendo entrevistados dois enfermeiros de cada uma das seis áreas de especialidade existentes na enfermagem em Portugal (i área da saúde comunitária, médico-cirúrgica, reabilitação, saúde infantil e pediatria, saúde materna e obstétrica, e saúde mental e psiquiátrica), de diversos hospitais situados na Grande Lisboa.Resultados: Tal como se verificou em estudos anteriores (ex.: Heikes, 1991; Williams, 1995), a análise do material mostra que os homens enfermeiros entrevistados não estão sujeitos às mesmas consequências negativas a que as mulheres estão, geralmente, em contexto de minoria, e também parecem reagir de forma diferente. Além disso, revelam-se pouco ativos no que diz respeito à promoção da igualdade de género, sendo contra a criação de medidas de ação positiva, como as quotas.Conclusões: Assim, ao contrário das mulheres, que costumam encontrar uma espécie de “teto de vidro” ao longo das suas carreiras profissionais, é claro que a maior parte destes homens encontraram a chamada “escada rolante de vidro” que os levou a ascender na profissão de enfermagem.Palavras-chave: Segregação, Profissões, Minorias, Desigualdade, Género.Referências bibliográficas: Santos, M. H. (2010). Género e Politica: Factores explicativos das resistências à igualdade. Tese de Doutoramento em Psicologia Social e das Organizações, Lisboa, ISCTE-IUL. http://hdl.handle.net/10071/4421 Santos, M. H., & Amâncio, L. (no prelo). Sobreminorias em profissões marcadas pelo género: Consequências e reacções. Análise Social. Heikes, E. J. (1991). When men are the minority: The case of men in nursing. Sociological Quarterly. 32, 389-401. Williams, C. L. (1995). Still a man’s world. Men who do “women’s work”. London: University of California Press.

* Instituto Universitário de Lisboa (ISCTE-IUL) e Universidade de Lausanne, CIS - IUL e Centre en Etudes Genre LIEGE** Université de Lausanne, Centre en Etudes Genre LIEGE

G É N E R O ( S ) , R E L A Ç Õ E S D E P O D E R E É T I C A

227III Série - Suplemento 2013

Las relaciones de poder entre las profesionales de Enfermería y los profesionales de Medicina

Maria del Rocio Monge Quiros*

Introducción: Para cerrar mi proceso en la Maestría de Estudios de la Mujer, realicé la investigación Relaciones de Poder entre las Profesionales de Enfermería y los Profesionales en Medicina. Una recomendación de esta investigación, aboga para que, tome en cuenta las diferencias de género y las relaciones de poder como determinantes de la salud. Lo que sirvió de insumo para incorporar la perspectiva de género en el Plan de Estudios de la Escuela de Enfermería de la Universidad de Costa Rica.Objetivos: a) Analizar la forma en que se construyen, reproducen y manifiestan las relaciones de poder entre profesionales en enfermería y profesionales en medicina. b) Comprender los procesos de socialización donde la población participante aprendió e interiorizó normas, valores y formas de percibir la realidad. c) Establecer las diferencias según su género en la formación profesional recibida. d) Identificar las formas de manifestarse las relaciones de poder desde la práctica profesional.Metodología: Utilicé la metodología cualitativa, con tipo de estudio fenomenológico, desde una corriente descriptiva e interpretativa. Se trabajó con una muestra no probabilística por conveniencia, para un total de 9 enfermeras y 6 médicos. La técnica para recolectar la información fue la entrevista a profundidad, con dos guías; una para los médicos y otra para las enfermeras. El análisis se hizo a la luz de tres temas fundamentales: Procesos de socialización; Formación Profesional; Relaciones de poder desde la práctica profesional.Resultados: Los mandatos sociales de feminidad y masculinidad influyeron en la construcción genérica, la escogencia de carrera y en el establecimiento de relaciones de poder, de desigualdad y de discriminación en la población participante. La mayoría de enfermeras participantes tienen una percepción desvalorizada del cuidado que brindan, y los médicos participantes visualizan la enfermería como un instrumento para su labor y para el mantenimiento de su poder. La educación formal se ha basado en el aprendizaje repetido, el entrenamiento y la experiencia, lo que hace que el accionar de las enfermeras dependa de las órdenes médicas. Las participantes opinan que su formación reprime la curiosidad y la crítica y las hace pensar como colaboradoras del médico, ejecutoras de órdenes e implementadoras de políticas y normas de los hospitales. Las manifestaciones de poder sustentadas en aspectos desiguales, son la base para que se presente la violencia psicológica, sexual e institucional hacia las enfermeras participantes en la investigación.Conclusiones: Las relaciones de poder que se desarrollan por la desigualdad de género en la sociedad patriarcal son de dominación/subordinación. En la formación universitaria de los médicos, el énfasis está en el saber científico; en las enfermeras está en el humanismo. Las relaciones de poder manifestadas por violencia hacia las enfermeras, repercute en la prestación de los servicios y en la calidad de los mismos. Es necesario contribuir a la incorporación y al fortalecimiento de la perspectiva de género en el plan de estudios para una formación libre de estereotipos que incida en una atención más humanizada y equitativa.Palabras Claves: Relaciones de poder, Enfermeras, Médicos, Género.Referencias bibliograficas: García, C. (2001). Historia de la Enfermería. España: Harcourt, SA. Granados, M. (2003). Inicio de la ruta hacia la paz. México: Comisión Nacional de Derechos Humanos. Sampieri, R. (1997). Metodología de la Investigación. 2nd Edición. México: Editorial McGraw-Hill Interamericana. Martínez, M. L. (2001). Evolución histórica del cuidado enfermero. España: Harcourt, SA.

* Universidad de Costa Rica, Escuela de Enfermerìa

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228III Série - Suplemento 2013

Mulheres, saúde e poder

Carmen Valls-Llobet*, Noemia Loio Marques**

Introdução: A saúde das mulheres analisada como seres diferentes dos homens tem permanecido invisível para as Ciências da Saúde até aos finais do século XX. A maioria dos trabalhos de investigação antes de 1990 não incluíam as mulheres nas coortes investigadas e os diagnósticos e tratamentos se extrapolaram dos investigados em homens. Existem viés de género nas ciências da saúde perpetuados pelas relações de poder androcéntricas que deveriam ser explicitadas para serem introduzidas na formação médica 1,2.Objetivos: Identificar em que aspetos das ciências da saúde estão presentes os estereótipos de género que tem levado as mulheres a serem invisíveis para as ciências da saúde, as suas patologias e análises sejam consideradas inferiores, e a sua saúde seja controlada durante todas as etapas das suas vidas, em especial a saúde reprodutiva e a saúde mental 3.Metodologia: Revisão sistemática da literatura científica desde o ano 1885 até 2013. Agruparam-se os trabalhos bibliográficos divididos em 3 grandes grupos: 1) Morbilidade diferencial com todas as patologias que podem presentar-se nas mulheres com uma razão Mulher/Homem superior ou igual a 2; 2) Viés de género que naturalizam as mulheres como seres inferiores; 3) Intervenções no tratamento e prevenção que controlam a saúde das mulheres (como por exemplo: THS: terapia hormonal de substituição, anticoncepção, vacina contra o vírus do papiloma humano).Resultados: Por grupos divididos:1) Morbilidade diferencial: a) Morbilidade derivada por transtornos do ciclo menstrual: Importante prevalência; b) Morbilidade derivada da biologia e meio ambiente: Clara evidência de maior incidenta e prevalência para as mulheres em doenças músculo-esqueléticas, autoimunes, de afetação ambiental e carências; c) Morbilidade diferencial em mulheres maiores de 50 anos: Razão Mulher/Homem superior ou igual a 2/1 para doenças crónicas: Diabetis mellitus, hipertensão, cancro de mama, patologia cardiovascular, osteoporose e alterações músculo-esqueléticas. 2) Quando os valores laboratoriais são diferenciados entre mulheres e homens, consideram-se os valores das mulheres inferiores, e as relações de poder no ato médico contribuem a que as mulheres se sintam anuladas em relação à medicina. 3) Sem base científica e somente por costume ou por estudos observacionais é mais provável que as mulheres recebam ansiolíticos ou antidepressivos na primeira consulta, sejam receitados anticoncetivos, terapia hormonal de substituição, e a vacina do papiloma vírus humano em adolescentes de 10 anos sem estudos científicos prévios.Conclusão: Identificar se as mulheres e os homens apresentam diagnósticos diferentes na saúde permitirá que a morbilidade diferencial seja introduzida como um aspeto específico na educação das ciências da saúde (medicina, enfermagem, psicologia). A análise dos parâmetros bioquímicos onde as mulheres são invisibilizadas, inferiorizadas ou controladas, permitirá estabelecer quais são os âmbitos onde se deve realizar um esforço especial nas prioridades da investigação no futuro para conseguir umas ciências da saúde livres de estereótipos de género.Palavras-chave: Morbilidade diferencial, Naturalização, Inferioridade, Viés, Género.Referências bibliográficas: Valls-Llobet, C. (1994). Mujeres Y Hombres. Salud y diferencias. Editorial Folio. Valls-Llobet, C. (2006). Mujeres Invisibles. Barcelona: Editorial de Bolsillo. Valls-Llobet, C. (2010). Mujeres, salud y poder. Valencia: Colección Feminismos. Swahnberg, K., Thapar-Björkert, S., & Bertero, C. (2007). Nullified: Women’s perceptions of being abused in health care. Journal of Psychosomatic Obstetrics & Gynecology, 28(3), 161-167.

* Centro de analisis y programas sanitarios, mujeres, salud y calidad de vida** Universidade Autónoma de Barcelona

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229III Série - Suplemento 2013

O poder de género na utilização do preservativo entre os participantes do carnaval do Rio de Janeiro, Brasil

Márcio Tadeu Ribeiro Francisco*, Cristiane Maria Amorim Costa**, Vinícius Rodrigues Fernandes da Fonte***, �elma Spindola****, Carina D’Onofrio Prince Pinheiro*****

Introdução: As doenças sexualmente transmissíveis persistem como um importante problema de saúde pública (Brito, Castilho, & Szwarcwald, 2001). Dentre as formas preventivas disponíveis, o preservativo é o método que não comprometer a prática e a liberdade sexual. Estudos vêm demonstrando o baixo poder das mulheres na decisão ao uso do preservativo, promovendo uma situação de vulnerabilidade (Garcia & Souza, 2010; Melo, Leal, Marques, & Marino, 2012).Objetivos: Identificar relações de poder entre géneros quanto à utilização do preservativo entre os participantes do carnaval do sambódromo do Rio de Janeiro, Brasil.Metodologia: Estudo descritivo estatístico de natureza quantitativa. Os sujeitos foram os expectadores, foliões e trabalhadores presentes no sambódromo, durante os 4 dias festivos, em fevereiro de 2013. Utilizamos a amostra aleatória simples, com nível de confiança de 95% e erro amostral de 3%, totalizando 1070 entrevistados. O critério de inclusão dos sujeitos foi ter idade igual ou superior a 18 anos e ter iniciado a vida sexual. Para coleta de dados foi utilizado um questionário anônimo e para análise o programa EpiInfo.Resultados: A maioria dos sujeitos são mulheres (54,1%), na faixa de 21 a 30 anos (26,7%), da cor parda (35,7%), de religião católica (53,9%), com renda familiar de 1260 a 2520 reais (25,3%) e que possuem parceiro fixo (76,5%). Com relação ao poder de género na utilização do preservativo, 43,5% das mulheres e 30,6% dos homens tiveram parceiros(as) que recusaram utilizar o preservativo. Quanto à ação em caso de recusa ao uso do preservativo, 60,1% das mulheres afirmam que não teriam relação sexual contra 41,2% dos homens. Indagados sobre a possibilidade de abandonar o preservativo para agradar o parceiro, 19,3% das mulheres e 35,8% dos homens o fariam.Conclusões: Os resultados sugerem que os homens tendem a abandonar o uso do preservativo com maior frequência que as mulheres e buscam persuadi-las para atender aos seus interesses. Sendo necessárias ações que promovam o empoderamento e protagonismo feminino.Palavras-chave: Género, Saúde, Vulnerabilidade, DST, Preservativos.Referências bibliográficas: Brito, A. M., Castilho, E. A., & Szwarcwald, C. L. (2001). AIDS e infecção pelo HIV no Brasil: Uma epidemia multifacetada. Revista da Sociedade Brasileira de Medicina Tropical, 34(2), 207-217. Retirado 31 de março de 2013, a partir de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0037-86822001000200010&lng=en&tlng=pt.10.1590/S0037-86822001000200010. Garcia, S., & Souza, F. M. (2010). Vulnerabilidades ao HIV/aids no Contexto Brasileiro: iniquidades de género, raça e geração. Saúde e Sociedade, 19 (Suppl. 2), 9-20. Retrieved March 25, 2013, from http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S0104-12902010000600003&lng=en&tlng=pt. 10.1590/S0104-12902010000600003. Melo, H. M. A., Leal, M. C. C., Marques, A. P. O., & Marino, J. G. (2012). O conhecimento sobre Aids de homens idosos e adultos jovens: um estudo sobre a perceção desta doença. Ciência & Saúde Coletiva, 17 (1), 43-53. Retirado 31 de março de 2013, a partir de http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1413-81232012000100007&lng=en&tlng=pt. 10.1590/S1413-81232012000100007.

* Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Fundamentos de Enfermagem** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Fundamentos de Enfermagem*** Hospital Universitário Pedro Ernesto, Núcleo de Estudos em Saúde do Adolescente**** Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Fundamentos de Enfermagem***** Universidade Veiga de Almeida

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230III Série - Suplemento 2013

Perfiles de Sexismo Juvenil: el papel de los factores contextuales

Laura Ortiz Miralles*, Carmen María Viejo Almanzor**, Rosario Ortega Ruiz***

Introducción: En los últimos años los estudios de género han centrado su interés en la evolución que han sufrido las tradicionales formas de sexismo. La juventud se señala, en este sentido, como el agente protagonista del cambio; no obstante, los contextos de desarrollo social en los que se desenvuelve apuntan un papel fundamental en cuanto al aprendizaje de comportamientos y actitudes sexistas y en cuanto a la aceptación o no de dichos comportamientos.Objetivos: Este trabajo plantea un análisis exploratorio de las nuevas formas de sexismo en la juventud y su relación con variables del contexto familiar y de pareja. En primer lugar analiza las actitudes sexistas de los y las jóvenes, delimitando perfiles en función del tipo de sexismo detectado; en segundo lugar, analiza la influencia del estilo educativo parental y la calidad de la relación sentimental en la asunción de creencias sexistas.Metodología: 302 jóvenes (72.5% chicas) de entre 17 y 58 años (edad media=22.57; d.t.=5.15), estudiantes de la Universidad de Granada (España), contestaron un cuestionario con medidas sobre Ideología de Género (Moya y cols., 2006-), Neosexismo (Tougas y cols., 1995), Paternalismo y Cosificación (escala ad-hoc), Micromachismos (Ferrer y cols., 2008), Estilos Educativos Parentales (Oliva y cols., 2007), y Calidad de las Relaciones Sentimentales (Furman y Wehner, 1994; Fuligni y Eccles, 1993). Se utilizó el software estadístico SPSS 17 para los análisis descriptivos, de comparaciones de medias y análisis de conglomerados realizados.Resultados: Respecto al primero de los objetivos, los resultados señalaron que las nuevas formas de sexismo son más aceptadas por los jóvenes que las formas más tradicionales, siendo los chicos significativamente más sexistas que las chicas. El análisis conjunto de las diferentes formas de sexismo en relación al sexo permitía establecer hasta cuatro perfiles diferenciados de sujetos. Respecto al segundo objetivo, los resultados apuntaron relación de ambos contextos, familiar y de pareja, con las conductas sexistas; concretamente, el control conductual y psicológico de los padres y madres se relacionaba con el sexismo de los jóvenes, y los patrones de cosificación del cuerpo de la chica por parte de los chicos correlacionaba con comportamientos transgresivos en la pareja.Conclusiones: Este estudio señala la importancia de poder establecer diversos patrones de sexismo, y el papel que el sexo de los protagonistas juega en ello. En este sentido, parece que factores como la edad o el tipo de estudios también podrían estar relacionados con el perfil adoptado, siendo necesario, no obstante, profundizar en este aspecto y realizar análisis con mayor potencia y número de sujetos. En segundo lugar, apunta la importancia del análisis de los comportamientos sexistas en contexto, considerando no sólo los posibles factores de riesgo del contexto familiar sino también del contexto de la pareja.Palabras Claves: Género, Sexismo, Estilos educativos, Pareja, Jóvenes.Referências bibliográficas: Garaigordobil, M., & Aliri, J. (2011). Conexión intergeneracional del sexismo: influencia de variables familiares, Psicothema, 23 (3), 382- 387. Glick, P., & Fiske, S. (1996). The Ambivalent Sexism Inventory: Differentiating hostile and benevolent sexism, Journal of Personality and Social Psychology, 70, 491-512. Moya, M., Espósito, F., & Padilla, J. L. (1996). Revisión de las propiedades psicométricas de las versiones larga y reducida de la escala sobre ideología de género, International Journal of Clinical and Health Psychology, 6 (003), 709-72. Ortega, R., & Sánchez V. (2011). Juvenil Dating Violence. En C. Monks e I.Coyne (Eds.) Bullying in different contexts (pp. 113-136). London: Cambridge University Press.

* Universidad de Córdoba, Departamento de Psicología [[email protected]]** Universidad de Córdoba, Departamento de Psicología*** Universidad de Córdoba, Departamento de Psicología

G É N E R O ( S ) , R E L A Ç Õ E S D E P O D E R E É T I C A

231III Série - Suplemento 2013

Roles de género y desigualdades en la educación

María del Mar Pastor Bravo*, Ismael Jiménez Ruiz**, Pilar Almansa Martinez***, Paula Ruiz Carreño****, Mari Carmen López Ruiz

Introducción: Todas las sociedades asignan diferentes roles a mujeres y a hombres que perpetúan los estereotipos de género. Estas diferencias se traducen en desigualdades que suponen una carga desproporcionada para las mujeres en varias dimensiones, especialmente en la salud. Ellas sufren peor situación socioeconómica, discriminación y dificultades de acceso a los servicios de salud y educación. No tienen las mismas oportunidades que los hombres ni la libertad para adoptar sus propias decisiones y disfrutar de sus derechos.Objetivos: Explorar los distintos roles en que son educados un grupo de mujeres y hombres de Marruecos, su percepción respecto a las desigualdades vividas y las perspectivas de cambio.Metodología: La metodología empleada es cualitativa etnográfica y particularista. La población del estudio se compone de cinco mujeres y seis hombres del Norte de Marruecos. El grupo de edad de la muestra es de 20 a 30 años. Se ha seleccionado la muestra mediante el muestreo por conveniencia, contactando a través de distintas asociaciones de mujeres marroquíes hasta llegar a la saturación de datos. Para la recogida de información se ha utilizado una entrevista mixta estructurada, de elaboración propia, que se realiza de manera individual en un ambiente de confidencialidad.Resultados: 1) Diferencias en la educación: Las mujeres refieren grandes desigualdades en la educación que reciben respecto a los varones alegando que éstos tienen prioridad en el acceso a los recursos y mayor libertad. Los hombres niegan que haya desigualdades de género en su entorno. Sin embargo, al profundizar más en las cuestiones y compararse con sus hermanas o primas coinciden en que las chicas tienen restricciones para salir de casa y algunos lo justifican por la protección de la mujer y el honor de la familia. 2) Roles de género: Tanto hombres como mujeres afirman que es la madre la encargada del cuidado de los hijos y las tareas del hogar; funciones que transmite solo a las hijas, perpetuando en las mujeres el rol reproductivo. En cuanto a las perspectivas de cambio de roles, algunos hombres afirman que no les importaría que su esposa trabajase fuera, pero la mayoría refiere que su mujer deberá permanecer en casa.Conclusiones: Las mujeres, tradicionalmente más discriminadas, son más conscientes de las desigualdades de género que sufren respecto a los varones. Se sigue educando en la diferenciación de roles de género, que determina los modos de conducta y el uso que cada sexo hace del espacio y el tiempo. Las mujeres son educadas en el rol reproductivo y a permanecer en sus hogares, pero percibimos un cambio estructural en otros hombres que “permitirían” a sus mujeres trabajar fuera, pudiendo éstas desarrollar el rol productivo.Palabras Claves: Enfermería, Salud, Género, Rol reproductivo, Desigualdad.Referencias bibliograficas: Bourquia, R., Charrad, M., Gallagher, N. (2000). Femmes, Culture et Société au Maghreb, I. Culture, femmes et famille. Casablanca, Gran Casablanca, Marruecos: Afrique-Orient. Organización Mundial de la Salud (2002). Integración de las perspectivas de género en la labor de la OMS. Política de la OMS en materia de género. Disponible en: http://www.who.int/gender/mainstreaming/ESPwhole.pdf Organización de las Naciones Unidas para la Educación, la Ciencia y la Cultura (1995-2012). Educación para el desarrollo sostenible. Igualdad de género. Paris. Disponible en: http://www.unesco.org/new/es/education/themes/leading-the-international-agenda/education-for-sustainable-development/gender-equality/

* Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería [[email protected]]** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería*** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería**** Universidad de Murcia, Departamento de Enfermería

233III Série - Suplemento 2013

Editor/Editor: Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem / Health Sciences Research Unit: Nursing Escola Superior de Enfermagem de Coimbra / Nursing School of Coimbra

Editor Chefe / Editor in Chief Manuel Alves Rodrigues, Ph.D, Agregação. Coordenador Científico da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem Scientific Coordinator of the Health Sciences Research Unit: Nursing

Editor Sénior / Sénior Editor Aida Cruz Mendes, Ph.D, Coordenadora Adjunta da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem Deputy Coordinator of the Health Sciences Research Unit: Nursing

Conselho Editorial / Editorial Board Arménio Cruz, Ph.D – Professor Coordenador da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra António Fernando Salgueiro Amaral, MS, Professor Coordenador da Escola Superior de Enfermagem Anabela Pereira, Ph.D, Agregação – Professora Auxiliar com agregação, Universidade de Aveiro Ananda Maria Fernandes, Ph.D – Professora Coordenadora, Esc. Superior de Enfermagem de Coimbra Clara Ventura, MS – Professora Adjunta da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra Fernando Ramos, Ph.D – Professor, Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra João Luís Alves Apóstolo, Ph.D – Professor Adjunto da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra João O. Malva, Ph.D – Investigador Principal com Agregação da Faculdade de Medicina da Universidade de Coimbra José Carlos Santos, Ph.D – Professor Coordenador da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra Manuel José Lopes, Ph.D – Professor Coordenador da Escola Superior de Enfermagem S. João de Deus, Universidade de Évora Maria dos Anjos Dixe, Ph.D – Professora Coordenadora na Escola Superior de Enfermagem do Instituto Politécnico de Leiria Paulo Queirós, Ph.D – Professor Coordenador da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra Teresa Barroso, Ph.D – Professora Adjunta da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra Vítor Rodrigues, Ph.D – Professor Coordenador na ESEVR, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro

Conselho Editorial Internacional/ Internacional Editorial Board Alacoque Lorenzini Herdemann, RN. Ph.D – Professora Titular da Universidade Federal de Santa Catarina, Brasil Alan Pearson, RN, Ph.D – Professor of Evidence Based Health Care at the University of Adelaide, Australia; Editor of the Journal of Nursing Practice Christine Webb, RN, Ph.D – Professor of Health Studies at the University of Plymouth, UK; Editora Técnica da Revista Journal of Advanced Nursing Dalmo Valério Machado de Lima, Ph.D – Professor adjunto, Universidade Federal Fluminense, Brasil Isabel Amélia Costa Mendes, Ph.D – Diretora do Centro Colaborador da OMS para o Desenvolvimento da Pesquisa em Enfermagem, Brasil Javier Barca Durán, Ph.D – Professor Titular, Facultad de Engermería y Terapia Ocupacional, Universidad de Extremadura, Espanha Manuel Amezcua, RN – Chefe de B. de Docência e de Investigação; Presidente da Fundação Índex, Granada, Espanha Rodrigo Chácon Ferrera, MS – Professor Titular, Escuela Universitária, Fac. de Ciências de la Salud Las Palmas de Gran Canaria, Espanha

234III Série - Suplemento 2013

Conselho Consultivo / Consultive Board Comissão Administrativa, Comissão Externa de Aconselhamento e Comissão de Ética da Unidade de Investigação / Administrative Council, Advisory External Council and Ethics Council of the Research Unit

Apoio Estatístico / Statistical Support Manuel Gameiro, RN, MS Luis Loureiro, Ph.D

Apoio Documental / Documental Support Fernanda Umbelino – Especialista em Ciências Documentais

Revisão Língua Inglesa / English Language Review Christine Webb, RN, Ph.D

Revisão Língua Espanhola / Spanish Language Review Marta Estévez Pequeño, MS – Ensino de Espanhol como língua estrangeira

Secretariado Editorial / Editorial Office Susana Branca – Lic. em Ciências da Informação

Divulgação e Distribuição/Distribution Gabinete de Apoio aos Projetos, ESEnfC

Conversão Hyper Text Markup Language (HTML) Serviço de Documentação da ESEnfC

Contactos Escola Superior de Enfermagem de Coimbra / Nursing School of Coimbra Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem Avenida Bissaya Barreto – 3001-091 Coimbra Telefs. 239 487 255 / 239 487 200 (ext. 2077) E.mail: [email protected] (Revista de Enfermagem Referência) [email protected] (Unidade de Investigação) URL: http://www.esenfc.pt/rr (Revista de Enfermagem Referência - disponível em texto integral / Journal Referência available in full text) URL: http://www.esenfc.pt/ui (Unidade de Investigação)

235III Série - Suplemento 2013

Ficha Técnica

Propriedade: Escola Superior de Enfermagem de Coimbra / Nursing School of Coimbra Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem Avenida Bissaya Barreto – 3001-091 Coimbra Telefs. 239 487 255 / 239 487 200 (ext. 2077) E.mail: [email protected] (Revista de Enfermagem Referência) [email protected] (Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem) URL: http://www.esenfc.pt/rr/site/ (Revista de Enfermagem Referência) URL: http://www.esenfc.pt/ui/site/ (Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem)

ELEMENTOS REFERENTES AO SUPLEMENTO DO Nº 10, III SÉRIE DA REV. ENF. REF.

Responsabilidade da organização Joana de Oliveira Fabião, Ph.D – Professora Adjunta da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra Maria Neto Leitão, Ph.D – Professora Coordenadora da Escola Superior de Enfermagem de Coimbra A organização do Congresso Internacional Género(s) e Saúde: (In)Determinações e Aproximações agradece a todos os que contribuíram com entrega, dedicação e rigor para a elaboração deste documento

ORGANIZAÇÃO DE TEXTO E REVISÃO Telma Vidinha, RN, Investigadora, Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem (UICISA: E), Esc. Sup. Enf. de Coimbra

MAQUETIZAÇÃO E PAGINAÇÃO Eurico Nogueira, MS em Tecnologias de Informação Visual

APOIO TÉCNICO Cristina Louçano, Secretariado da Unidade de Investigação em Ciências da Saúde: Enfermagem

TÍTULO DE REGISTO DE MARCA NACIONAL INPI-402077

DEPÓSITO LEGAL 119318/98

ISSN 0874.0283

Próximos eventos

OUTUBRO 2013SUPLEMENTO

ATAS DO CONGRESSO INTERNACIONAL

GÉNERO(S) E SAÚDE: (IN)DETERMINAÇÕES E APROXIMAÇÕES

ISSN: 0874.0283

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