Características clínicas e fatores de risco em pacientes ...

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA Fundada em 18 de Fevereiro de 1808 Monografia Características clínicas e fatores de risco em pacientes adultos jovens com Doença Arterial Coronariana Débora de Sousa Pinheiro Salvador (Bahia), 2012

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de Fevereiro de 1808

Monografia

Características clínicas e fatores de risco em pacientes adultos jovens com

Doença Arterial Coronariana

Débora de Sousa Pinheiro

Salvador (Bahia), 2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA FACULDADE DE MEDICINA DA BAHIA

Fundada em 18 de Fevereiro de 1808

Características clínicas e fatores de risco em pacientes adultos jovens com

Doença Arterial Coronariana

Débora de Sousa Pinheiro

Professor-orientador: Roque Aras Junior

Monografia de conclusão do componente curricular MED-B60, do currículo médico da Faculdade de Medicina da Bahia (FMB) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), apresentada ao Colegiado do Curso de Graduação em Medicina da FMB-UFBA.

Salvador (Bahia), 2012

FICHA CATALOGRÁFICA ELABORADA PELA BIBLIOTECA UNIVERSITÁRIA DE SAÚDE, SIBI – UFBA.

P654 Pinheiro, Débora de Sousa

Características Clínicas e Fatores de Risco em pacientes adultos jovens com Doença Arterial Coronariana/ Débora de Sousa Pinheiro. – Salvador, 2012.

64 f.

Orientador: Profº. Drº Roque Aras Júnior Trabalho de Conclusão de Curso (Graduação) –

Universidade Federal da Bahia. Faculdade de Medicina da Bahia, 2012.

1. Medicina. 2. Síndrome Coronariana Aguda. 3. Adulto Jovem. 4. Fatores de Risco. I. Pinheiro, Débora de Sousa. II. Universidade Federal da Bahia. III. Título.

CDU 612.17

Monografia: Características clínicas e fatores de risco em pacientes adultos jovens com Doença Arterial Coronariana.

Débora de Sousa Pinheiro Professor-orientador: Roque Aras Junior

COMISSÃO EXAMINADORA

Membros Titulares:

• Roque Aras Junior (Presidente), Professor da FMB-UFBA.

• Edmundo José Nassri Câmara, Professor da FMB-UFBA.

• José Alberto Martins da Matta, Professor da FMB-UFBA.

Salvador (Bahia), 2012

TERMO DE REGISTRO ACADÊMICO: Monografia aprovada pela Comissão, e julgada apta à apresentação pública no III Seminário Estudantil de Pesquisa da Faculdade de Medicina da Bahia/UFBA, com posterior homologação do registro final do conceito (apto), pela coordenação do Núcleo de Formação Científica. Chefia do Departamento de Medicina da FMB-UFBA.

A toda minha família, que influenciou de uma forma ou de outra para a realização de mais uma conquista.

“A mente que se abre a uma nova idéia jamais voltará ao seu tamanho original.”

Albert Einstein

AGRADECIMENTOS

Primeiramente a Deus, por me abençoar em toda minha vida e principalmente dando-me força para conclusão dessa jornada. Ao meu querido amor Alando, que sempre me apoiou e por ser o meu alicerce nesta luta para não desistir. Agradeço aos meus pais, Alfredo e Raquel, por sempre me tolerar e amparar nos momentos difíceis da minha vida. As minhas irmãs, Arilza e Sinara, que me apoiaram de todas as formas possíveis. Ao professor orientador Drº Roque Aras Junior, por sua generosidade, paciência e compreensão na realização desta monografia. À toda turma, especialmente, Cleber Maia, Danilo Cardoso, Felipe Ramos, Gervanilson Oliveira, Joaquim Antão, Marcus Pagani, Marcus Vinicius Matos, Rodrigo Tavares e Sarita Lacerda por termos construído uma amizade sólida e sincera.

RESUMO

FUNDAMENTAÇÃO: As doenças cardiovasculares (DCV) representam a principal causa de morte no mundo. A cardiopatia isquêmica é responsável por cerca de 42% dos óbitos por DCV, tendo como principal etiologia a Síndrome Coronariana Aguda (SCA). Existem alguns estudos mostrando o comprometimento precoce da população na determinação da SCA. A vida contemporânea contribui para o desenvolvimento de patologias como: obesidade, dislipidemia, diabetes, hipertensão, entre outras, favorecendo o aumento do risco de DCV em populações cada vez mais jovens. OBJETIVO: Avaliar as características clínicas e os principais fatores de risco envolvidos na Doença Arterial Coronariana (DAC) em adultos jovens. MÉTODOS: Utilizamos estudo transversal, baseado em revisão retrospectiva de 28 prontuários de pacientes internados no período de maio de 2008 a maio de 2011 em hospital especializado diagnosticado para SCA com idades entre 20 e 41 anos. A coleta de dados foi realizada através de questionário específico, com variáveis demográficas e clínicas de interesse. ANÁLISE ESTATÍSTICA: Para tabulação e análise estatística dos dados foi utilizado o software SPSS (Statistical Package for Social Science), versão 17.0 (SPSS Inc. Chicago, Illinois). Foi realizada a análise descritiva das variáveis, adotando-se as medidas usuais de tendência central e de dispersão e cálculos de frequências simples. Para descrição das variáveis contínuas foram utilizadas as médias com desvios padrão quando distribuição normal. RESULTADOS: Dos 28 pacientes jovens selecionados com SCA, 67,9% foram homens, 78,6% apresentavam idade entre 31- 41 anos e 21,4% idades entre 20 -30 anos. Os fatores de risco encontrados 50% eram hipertensos, 57,1% etilistas, 39,3% tabagistas e 32,1% dislipidêmicos. A frequência de obstruções avaliadas pela cineangiocoronariografia (CATE) a maior parte ocorreu na DA (descendente anterior) em torno de 64,3% e obteve maiores taxas de obstruções em torno de 75% a 100%. Classificando pelo local de obstrução, 35,7% em 1/3 proximal, 32,1% em 1/3 medial, 14,3% em óstio e 7,1% obstrução difusa. CONCLUSÃO: O estudo mostrou que há uma precocidade na estratificação do risco cardiovascular e que há um ingresso precoce e crescente de pacientes jovens com importantes alterações cardiovasculares. Palavras-chave: Síndrome Coronariana Aguda. Adulto Jovem. Fatores de Risco.

SUMÁRIO 1. INTRODUÇÃO 10 1.1. Hipótese 11 1.2. Objetivos 11 1.2.1. Geral 11 1.2.2. Específicos 11 1.3. Justificativa 12 2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA 13 2.1. Adulto jovem 13 2.2. Fisiopatologia 13 2.2.1. Inflamação e progressão da placa aterosclerótica 13 2.2.2. Graus de obstrução arterial 14 2.2.3. Intervenções terapêuticas de reperfusão 16 2.2.3.1. Fibrinólise 16 2.2.3.2. Intervenção coronária percutânea (PCI) 17 2.2.3.2.1. PCI primária 17 2.2.3.2.2. PCI de resgate 19 2.2.3.3. Cirurgia de revascularização miocárdica 19 2.3. Fatores de risco clássicos 21 2.4. Fatores de risco no jovem 22 2.5. Mudança do perfil do paciente com DAC 24 2.6. Dados SUS/DATASUS e impacto econômico 25 3. METODOLOGIA 26 3.1. Tipo de estudo 26 3.2. Seleção da população 27 3.3. Da amostra 28 3.4. Dos questionários 29 3.5. Coleta de dados e variáveis 29 3.6. Análise estatística 29 4. RESULTADOS 30 5. DISCUSSÃO 37 6. CONCLUSÃO 42 REFERÊNCIAS 43 ANEXOS 51

LISTA DE SIGLAS E ABREVIATURAS

AI Angina Instável ARI Artéria Relacionada ao Infarto CEC Circulação Extracorpórea CRM Cirurgia de Revascularização Miocárdica DAC Doença Arterial Coronariana DCV Doença Cardiovascular IAM Infarto Agudo do Miocárdio IAMCST Infarto com Supradesnível de ST IAMSST Infartto sem Supra desnível de ST ICC Insuficiência Cardíaca Congestiva IFN-γ Interferon gama IMC Índice de Massa Corpórea IRC Insuficiência Renal Crônica Lp (a) Lipoproteína A MCP-1 Proteína 1 Quimiotáxica dos Monócitos M-CSF Fator Estimulador de Colônias de Macrófagos PCI Intervenção Coronária Percutânea SCA Síndrome Coronariana Aguda TCLE Termo de Consentimento Livre e Esclarecido TNF-α Fator de Necrose Tumoral VCAM-1 Molécula de Adesão Vascular - 1

10

1. INTRODUÇÃO

As doenças cardiovasculares são a principal causa de morte no mundo: mais

pessoas morrem anualmente de DCV do que de qualquer outra causa1. Embora as

taxas de morte cardiovascular tenham diminuído nos países desenvolvidos nas

últimas décadas, nos países pobres e emergentes as taxas de doenças

cardiovasculares têm aumentado bastante. Ademais, em 1990, 26% de todas as

mortes na América Latina (AL) foram causadas por doenças cardiovasculares

(DCV), e deverá continuar a ser a principal causa de morte na região há várias

décadas. A América Latina tem experimentado uma grande transição demográfica,

epidemiológica e nutricional durante as últimas 3 décadas, marcada pelo

crescimento econômico, urbanização, diminuição da mortalidade infantil, das

doenças infecciosas e aumento da expectativa de vida/sedentarismo, obesidade.

Esta transição levou a um grande aumento da morbidade e mortalidade atribuíveis à

DCV2 -3.

A SCA está relacionada com a isquemia aguda do coração e engloba um

grupo de entidades que incluem infarto agudo do miocárdio (IAM) com supradesnível

do segmento ST (SST), IAM sem SST e angina instável. Essas manifestações são

causas comuns de atendimentos e de admissões nos Departamentos de

Emergências. O estudo do IAM é fundamental pela alta prevalência, mortalidade e

morbidade da doença4.

A presença ou ausência e da quantidade de danos resultantes de isquemia

prolongada no miocárdio pode ser avaliado por uma série de diferentes meios,

incluindo exame patológico, a dosagem das proteínas do miocárdio no sangue,

eletrocardiograma (alterações do segmento ST-T, ondas Q), as modalidades de

imagem tais como imagens da perfusão miocárdica, ecocardiografia e

ventriculografia de contraste5.

Os estudos FRAMINGHAM e INTERHEART identificaram nove fatores de

risco principais ou clássicos, facilmente mensuráveis (tabagismo, lipídios,

hipertensão, diabetes, obesidade, dieta, atividade física, consumo de álcool e fatores

psicossociais), que representam mais de 90% do risco de IAM (Anexo 1). Dados

recentes do estudo FORTIAM apontam o surgimento de novos fatores de risco

11

implicados na gênese das placas de ateroma tais como a lipoproteína A (Lp(a)) e o

LDL-oxidado6.

Apesar das doenças cardiovasculares apresentarem expressiva

morbimortalidade na população idosa, a literatura apresenta claras evidências de

que as DCV manifestas na idade adulta resultam de uma complexa interação entre

fatores de risco variados presentes desde a infância e adolescência7. Sendo, então,

importante a identificação precoce de riscos elevados baseado na obesidade,

elevada adiposidade corporal, história familiar e anormalidades lipídicas8.

A identificação e a estratificação de risco9 dos pacientes com possível dor

anginosa é de grande importância, permitindo ao médico a instituição de uma

terapêutica adequada, com grande possibilidade de aumento da sobrevida10.

1.1. HIPÓTESE

Qual a frequência de Síndrome Coronariana Aguda em pacientes adultos

jovens?

1.2 . OBJETIVOS

1.2.1. GERAL

� Avaliar as características clínicas e os principais fatores de risco envolvidos

na Doença Arterial Coronariana (DAC) em adultos jovens.

1.2.2. ESPECÍFICOS

� Investigar as comorbidades associadas à Doença Arterial Coronariana em

adultos jovens.

� Buscar fundamentação teórica para o entendimento de como se pode evitar

episódio de Síndrome Coronariana Aguda de modo precoce.

� Discutir sobre como eventos coronarianos agudos precoces podem afetar a

qualidade de vida dos pacientes jovens.

12

1.3. JUSTIFICATIVA

Pacientes jovens estão sofrendo eventos de Síndrome Coronariana Aguda,

como o IAM, cada vez mais cedo. Na cidade de São Paulo, por exemplo, eles

representam, em média, 12% dos casos - essa incidência há dez anos não passava

de 6%, e nos EUA, o índice médio de infartos em jovens é de 4%11.

O aumento da obesidade em crianças e adolescentes vem se tornando uma

pandemia, resultando no aumento da incidência de doença arterial coronariana na

idade adulta. Dessa forma, o excesso de peso, juntamente com outras

comorbidades, pode ser considerado principal responsável pela morbimortalidade

em adultos jovens12. Além do mais, alguns estudos detectaram a prevalência de

placas ateroscleróticas superior a 40% nas autópsias de adultos jovens, sugerindo

que processo aterosclerótico ocorra precocemente. Além disso, Napoli et al

postulam que a aterosclerose pode iniciar na fase fetal, intra-uterina (podendo ser

potencializada por hipercolesterolemia materna), progredir lentamente na

adolescência e apresentar manifestações clínicas na idade adulta13 .

Assim, faz-se necessário que os profissionais de saúde se empenhem em ter

um novo olhar sobre o processo de desenvolvimento da SCA, levando em

consideração o aumento da frequência de novos casos em pacientes, antes

considerados, fora da faixa de risco para um evento coronariano.

É importante ressaltar, ainda, sobre a influência das doenças

cardiovasculares sobre as taxas de mortalidade da população brasileira e, também,

sobre os internamentos. A partir daí, verifica-se o impacto econômico gerado por

essas doenças sobre o sistema de saúde, sendo os gastos anuais bastante

significativos.

E é para este fim que, a partir da avaliação dos principais fatores de risco

comuns a jovens que sofreram episódio de SCA, poderemos verificar quais

modificações poderão ser introduzidas nessa população a fim de que possam ter

menos risco de apresentar este episódio de modo precoce futuramente.

13

2. FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

2.1. ADULTO JOVEM

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS) adulto jovem são aqueles

indivíduos entre 20 a 40 anos. Além disso, essa definição para adulto jovem é dada

pelas características de desenvolvimento das habilidades cognitivas que assumem

maior complexidade e a saúde física do indivíduo que atinge seu auge. Assim, todas

essas características são mais precisamente evidenciadas entre os 20 a 40 anos14.

2.2. FISIOPATOLOGIA

2.2.1. INFLAMAÇÃO E PROGRESSÃO DA PLACA ATEROSCLERÓTICA

A aterosclerose é uma doença inflamatória, sendo a infiltração de monócitos

um dos primeiros passos. A presença de lipoproteínas intimais e seus derivados

modificados provoca um aumento na expressão de moléculas de adesão na

superfície endotelial. Adesão de células inflamatórias envolve a expressão de

selectinas, que facilitam a fixação firme dos monócitos para integrinas endoteliais15.

Acredita-se que a secreção dessas moléculas de adesão é regulada por citoquinas

sintetizadas em pequenas concentrações pelo endotélio arterial. Destas salientam-

se IL-1, IL-4, o TFN-α e o interferon gama (IFN-γ). Na vigência de disfunção

endotelial, a concentração destas citoquinas eleva-se, estimulando a produção de

moléculas de adesão, assim favorecendo o recrutamento e adesão de monócitos à

superfície endotelial16.

Acredita-se que a oxidação da lipoproteína de baixa densidade (LDL) é um

requisito para a iniciação e progressão da aterosclerose e é promovida por

macrófagos, células endoteliais, e células musculares lisas. Foi mostrado que a

oxidação de LDL ocorre como um resultado da ação de lipoxigenases,

mieloperoxidases, a sintase induzível de óxido nítrico e NADPH oxidase. Estes estão

presentes em macrófagos, células endoteliais e células musculares lisas. LDL

14

oxidado é um quimioatrator potente e induz a secreção de proteína-1 quimiotáxica

de monócito (MCP-1) por células endoteliais15.

Além disso, mediadores inflamatórios, tais como M-CSF pode aumentar a

expressão de receptor “scavenger” (para lipoproteínas modificadas) de macrófagos o

que facilita a acumulação maciça de ésteres de colesterol e colesterol livre,

tornando-se células espumosas, representadas por um citoplasma preenchido com

gotas lipídicas17.

À medida que a estria gordurosa evolui células do músculo liso migram da

camada média para a íntima onde depositam matriz extracelular que forma o volume

da lesão avançada. Além disso, plexos abundantes de microvasos desenvolvem-se

em conexão com os vasa vasorum da artéria. Esses microvasos constituem focos de

hemorragia dentro das placas, provocando trombose in situ e formação de trombina

a partir da protrombina. Do mesmo modo, mediadores inflamatórios podem inibir a

síntese de colágeno e evocar a expressão de colagenases por células de espuma

no interior da lesão da íntima. Estas alterações no metabolismo da matriz

extracelular deixa a capa fibrosa fina, tornando-o fraco e suscetível à ruptura. Esse

fenômeno também causa trombose arterial ao possibilitar que fatores da coagulação

entrem em contato com o fator tecidual trombogênico expresso pelas células

espumosas. Os trombos oclusivos e persistentes geralmente causam IAM,

principalmente na ausência de circulação colateral bem desenvolvida suprindo o

território afetado18.

2.2.2. GRAUS DE OBSTRUÇÃO ARTERIAL

O grau de obstrução é expresso em percentual de estenose do diâmetro, que

é a relação do diâmetro do segmento mais estenótico com o do segmento normal

adjacente proximal e/ou distal. Uma obstrução maior que 50% de diâmetro é

considerada significativa, uma vez que a partir desse grau de obstrução costuma

haver diminuição da reserva de fluxo coronariano. Habitualmente, a estimativa do

grau de estenose é feita por análise visual, mas pode ser feita mediante técnica

quantitativa computadorizada19.

Para quantificar a extensão e a severidade das estenoses arteriais coronárias

utiliza-se os seguintes critérios de classificação, adaptados do método proposto por

15

Bogaty: a) oclusão - lesão de 99% ou 100% em pelo menos uma artéria; b)

severidade - classificado quanto ao grau de estenose nos grupos 50% a 74%, 75% a

90% e >90%; c) extensão - estabelecido escore segundo número de artérias

comprometidas e presença de lesão em tronco de artéria coronária esquerda:

segmento angiograficamente normal = 0 ponto; estenose >70% em artéria coronária

direita = 1 ponto; estenose >70% em artéria coronária esquerda = 1 ponto; estenose

>70% em artéria circunflexa = 1 ponto; estenose >50% em tronco de artéria

coronária esquerda = 2 pontos. O escore do paciente é estabelecido pela soma dos

pontos20-21.

Pelo método angiográfico TIMI, o fluxo coronariano (principalmente o

epicárdio) é classificado em graus que variam de 0 a 322. O fluxo TIMI 0 representa a

artéria relacionada ao infarto (ARI) ocluída e sem fluxo, TIMI 1 é a situação na qual o

contraste circula discretamente na ARI, TIMI 2 o contraste circula na ARI, mas tem

sua eliminação retardada, TIMI 3 quando o contraste circula e é eliminado

normalmente da ARI, sempre em comparação a outra artéria não relacionada ao

infarto23.

A relação do fluxo coronariano inicial (TIMI flow grade) com a mortalidade foi

investigada pelo Registro Nacional de IAM – EUA (NRMI-5). O NRMI-5 é um banco

de dados multicêntrico de pacientes que se apresentaram aos centros participantes

com quadro de IAM. Pacientes do registro NRMI-5 que foram submetidos à

angioplastia coronariana primária foram incluídos nesta análise quando havia

documentação do fluxo TIMI pré e pós angioplastia24.

Pacientes com fluxo TIMI 0/1 tinham menores escores de risco TIMI, mais

frequentemente apresentavam PA sistólica < 100 mmHg e choque cardiogênico.

Estes pacientes também apresentaram maior mortalidade quando comparados aos

pacientes com fluxo TIMI 2 ou 3. Pacientes com fluxo TIMI 3 tiveram menor

incidência de morte, reinfarto, insuficiência cardíaca e choque quando comparados

aos grupos de TIMI 2 e TIMI 0/1. Esses dados sugerem que o relato do fluxo TIMI

pré e pós angioplastia pelo médico intervencionista pode ajudar no manejo clínico

destes pacientes, selecionando os de maior risco para uma terapêutica mais

agressiva visando a uma redução dos eventos isquêmicos subsequentes24.

16

2.2.3. INTERVENÇÕES TERAPÊUTICAS DE REPERFUSÃO

O rápido restabelecimento do fluxo sanguíneo do miocárdio é essencial para

otimizar o salvamento do miocárdio e para reduzir a mortalidade25. A reperfusão

pode ser realizada com a utilização de agentes fibrinolíticos ou com angioplastia

primária com balão, com ou sem implante de stents. Cada método tem vantagens e

limitações. A indicação da terapia de reperfusão apóia-se no quadro clínico e nas

alterações eletrocardiográficas26.

2.2.3.1 FIBRINÓLISE

Os fibrinolíticos têm indicação clara nos pacientes com sintomas sugestivos

de IAM associado à presença, no eletrocardiograma, de supradesnível persistente

do segmento ST em pelo menos duas derivações contíguas ou de um novo ou

presumivelmente novo bloqueio de ramo esquerdo, desde que não haja

contraindicações27 (Anexo 2).

De acordo com o foco de atualização do ACC / AHA de 2007 (não mudou na

atualização de 2009) o uso da terapia fibrinolítica é recomendado em determinadas

situações28:

� Qualquer paciente com IAM que se apresenta dentro de 12 horas do início

dos sintomas que não tenha contra-indicação para fibrinólise (Anexo 2), e

sem a capacidade de intervenção especializada pronta com PCI primária no

prazo de 90 minutos desde o primeiro contato médico .

� Os pacientes que apresentam uma instalação na qual o atraso relativo

necessário à realização de PCI primário é maior do que uma hora.

O intervalo de tempo entre o primeiro contato com o paciente e a iniciação da

infusão da droga fibrinolítica deve ser inferior a 30 minutos. A terapia fibrinolítica não

melhorou os resultados em pacientes cujos sintomas se iniciaram em 12 horas ou

mais e não é, portanto, indicada para aqueles que são estáveis e assintomáticos. No

entanto, a fibrinólise pode ser considerada até 24 horas após o início dos sintomas

se o paciente tem dor torácica persistente ou a PCI não está disponível28.

Os fibrinolíticos podem causar algumas complicações, como excesso de 3,9

acidentes vasculares cerebrais (AVC) por mil pacientes tratados. São considerados

17

preditores independentes para AVC pós-fibrinolíticos: idosos, baixo peso, sexo

feminino, antecedente de doença cerebrovascular e hipertensão arterial tanto

sistólica como diastólica na admissão. Sangramentos maiores não cerebrais

(complicações hemorrágicas que necessitam de transfusão) podem ocorrer entre

4%-13%, sendo que os preditores independentes são: idosos, baixo peso e sexo

feminino26,29.

A escolha do fibrinolítico depende da análise individual dos riscos e

benefícios, da disponibilidade e do custo. Os regimes de administração para o

tratamento do IAMCST e a necessidade de terapia coadjuvante estão listados na

tabela (Anexo 3). Com base nas evidências acumuladas ao longo dos anos, existe

um benefício inequívoco em termos de redução de morbidade e mortalidade com a

associação da aspirina aos fibrinolíticos, sendo seus efeitos considerados sinérgicos.

Mais recentemente, dois grandes estudos - um realizado pela Sociedade Médica de

Massachusetts envolvendo 23 países e com 3491 pacientes que apresentaram

IAMCST30 e o outro realizado pelo CAST31 envolvendo vinte mil pacientes com AVC

isquêmico agudo - mostraram benefícios adicionais com o uso de clopidogrel em

associação à combinação de aspirina e fibrinolíticos. A adição de

clopidogrel melhora a taxa de perviedade da artéria relacionada ao infarto e reduz as

complicações isquêmicas complicações30, além de reduz a mortalidade e os

principais eventos vasculares, devendo ser considerado de forma rotineira31.

2.2.3.2. INTERVENÇÃO CORONÁRIA PERCUTÂNEA (PCI)

2.2.3.2.1. PCI PRIMÁRIA

A PCI primária é a utilização do cateter balão com ou sem implante do stent

coronário e sem o uso prévio de fibrinolítico, com o objetivo de restabelecer o fluxo

coronário anterógrado de maneira mecânica26.

De acordo com as Diretrizes para o manejo de pacientes com IAMCST da

ACC/AHA de 2009 é recomendado o uso de PCI primária para qualquer paciente

com IAM com SST que podem se submeter ao procedimento no prazo de 90

minutos do primeiro contato médico até o procedimento realizado por pessoas

especializadas28.

18

Para pacientes com 12 a 24 horas após o início dos sintomas, o desempenho

da PCI primária é razoável se o paciente tem insuficiência cardíaca grave,

instabilidade hemodinâmica ou elétrica, ou sintomas isquêmicos persistentes32.

Os critérios de inclusão para a realização de uma PCI primária são amplos,

favorecendo quase todos os pacientes acometidos pelo IAM. A cinecoronariografia

realizada imediatamente antes do procedimento terapêutico determina os critérios de

exclusão26:

� Impossibilidade de identificar com clareza o vaso coronário responsável pelo

infarto;

� Infarto relacionado à oclusão de ramos secundários responsáveis pela

irrigação de pequenas áreas do miocárdio;

� Presença de doença coronária multiarterial severa, em paciente

assintomático, com o vaso-alvo com fluxo coronário TIMI grau 3, evidenciando

uma indicação para revascularização cirúrgica do miocárdio;

� Constatação de fluxo coronário normal (TIMI grau 3) associado à estenose

coronária ≤ 70% no vaso-alvo.

As variáveis relacionadas a um pior prognóstico em pacientes submetidos a

angioplastia estão listados na tabela (Anexo 4). Todos os pacientes que se

submetem a ATC primária devem ser pré-tratados no momento do diagnóstico com

a terapia anticoagulante e antiplaquetária25.

A utilização dos stents coronários reduz significativamente as taxas tardias de

uma nova revascularização, no entanto não reduz as taxas de mortalidade e

reinfarto quando comparado com o uso de cateter balão somente33.

Não é recomendado implantar um stent coronário na vigência do IAM na

evidência de26:

� Estenose em ramo secundário calibroso (≥ 3,0 mm), não passível de

tratamento percutâneo;

� Alto risco de fenômeno de no reflow em vasos com grande quantidade de

trombo não tratado adequadamente (defeito de enchimento globular duas

vezes maior que o diâmetro de referência do vaso-alvo);

� Tortuosidade ou calcificação de grau severo que impeça a progressão da

endoprótese até a lesão-alvo.

19

2.2.3.2.2. PCI DE SALVAMENTO OU DE RESGATE

A PCI de resgate é definida como a estratégia de recanalização mecânica

realizada precocemente quando a terapia fibrinolítica falha em atingir a reperfusão

miocárdica. A falha da terapia fibrinolítica é definida pela oclusão persistente da

artéria relacionada ao infarto (ARI) pela angiografia (TIMI 0-1) em até 90 minutos.

Entretanto, como a angiografia não é realizada de rotina após a trombólise, não há

critérios definitivos para detectar a falha primária da fibrinólise, devendo esta basear-

se em alta suspeição clínica, sendo os seguintes aspectos importantes26:

� Clínico: Dor torácica persistente importante, especialmente associada à

sudorese e dispneia, e instabilidade hemodinâmica;

� Eletrocardiográfico: Supra de ST persistente ou que aumenta (normalmente

visto em 60-90 minutos após a trombólise).

Não existindo recanalização adequada da ARI, deve ser realizada a ICP de

salvamento em tempo < 180 minutos após o fibrinolítico.

2.2.3.3. CIRURGIA DE REVASCULARIZAÇÃO MIOCÁRDICA (CRM)

No tratamento do IAM, as situações com indicação de revascularização

cirúrgica do miocárdio têm sido cada vez menos frequentes28. Atualmente, devido

aos avanços na terapêutica médica, bem como intervenção coronária percutânea

(PCI), a CRM, como a principal modalidade de revascularização, é realizada em

apenas cerca de 5% dos pacientes com infarto agudo com supradesnível de ST34. O

guidelines28 do Colégio Americano de Cardiologia 2004 / American Heart Association

(ACC / AHA) sobre IAMCST identificou as seguintes indicações potenciais de

revascularização miocárdica. Estas indicações não foram alteradas na atualização

de 2007:

� Evolução do IAM para angina pós-infarto

� Choque cardiogênico

� Complicações agudas após PCI primária

� Complicações mecânicas do infarto agudo do miocárdio

� Arritmias ventriculares fatais

20

� Como estratégia de reperfusão primária em pacientes que não são candidatos

à fibrinólise ou PCI primária.

O Guidelines para a cirurgia de revascularização miocárdica está exposto na

tabela (Anexo 5). A CRM possui várias vantagens35:

� Ela está associada com baixas taxas de isquemia recorrente com sobrevida

livre de eventos e reintervenção.

� Oferece revascularização completa em pacientes com doença multiarterial e

de alto risco na anatomia coronariana. Alcançar revascularização completa

contribui para melhorar o desempenho global do miocárdio. No entanto, o

implante de stent, especialmente com stents farmacológicos, expandiu o

papel da PCI em algumas dessas configurações de alto risco.

As principais complicações associadas à cirurgia de revascularização do

miocárdio são morte, infarto do miocárdio, acidente vascular cerebral, infecção da

ferida, a exigência de ventilação mecânica prolongada, insuficiência renal aguda e

hemorragia necessitando de transfusão ou reoperação. Muitas complicações

relacionadas às técnicas tradicionais de cirurgia cardíaca são principalmente o

resultado da circulação extracorpórea (CEC) como deslocamento de detritos

ateroscleróticos e embolização de aortas doentes. Erros técnicos na construção de

bypass que podem levar à oclusão do enxerto, principalmente nas veias safenas36.

Outros factores que contribuem para as complicações incluem36:

� Parada cardíaca global.

� Hipotermia.

� Uma intensa resposta "inflamatória" para perfusão com superfícies artificiais .

� A reintrodução de resíduos de gordura e de partículas, assim como fatores

pró-coagulantes e pró-inflamatória do campo cirúrgico pericárdico para a

circulação sistêmica através do uso de cardiotomia de sucção.

� A esternotomia e incisão na pele.

� Necessidade de transfusão sanguínea em aproximadamente 30% dos

pacientes.

� Complicações neurológicas tais como acidente vascular cerebral,

anormalidades neuropsiquiátricas, tais como disfunção cognitiva, e neuropatia

periférica. O risco aumenta com a idade do paciente.

� Infecção da ferida cirúrgica e mediastinite.

21

2.3. FATORES DE RISCO CLÁSSICOS

Dados como aqueles apresentados no estudo INTERHEART2 estabeleceram

o papel crucial dos fatores de risco clássicos no desenvolvimento de doença

cardíaca, independentemente da região geográfica.

O mais forte preditor de risco a nível global foi a razão de apoB/apoA1

(associado a 4 vezes mais risco de IAM), sendo um indicador mais confiável do

risco2. Um alto nível de LDL colesterol é um dos maiores fatores de risco para

doença arterial, porém, os níveis podem ser influenciados pelo estado de não-jejum

da fase aguda do IAM. Níveis de ApoB não são afetados pelo estado de jejum e são

um reflexo do número de partículas de lipoproteínas potencialmente aterogênicas,

enquanto ApoA-1 reflete a lipoproteína de alta densidade antiaterogênica. A

evidência substancial que existe é que apolipoproteínas são melhores preditores do

futuro da doença arterial coronariana do que as lipoproteínas3.

O tabagismo é o segundo maior preditor de risco para IAM no mundo

(associado a 3 vezes mais risco de IAM)2. Além disso, foi demonstrado que a

obesidade abdominal é um fator de risco mais forte do que o índice de massa

corporal (IMC), sugerindo que esta medida deverá substituir o IMC como um

indicador de obesidade2. O estudo de Framingham mostra ainda que a obesidade,

além de fator de risco predisponente, é também fator de risco independente. Essa

ação independente se faria por intermédio da produção, pelo tecido adiposo intra-

abdominal, de adipocitocinas, angiotensinogênio e cortisol37.

Indivíduos fumantes apresentam alterações em marcadores inflamatórios e

hematológicos e nos componentes da coagulação. A atividade fibrinolítica endógena

diminui em decorrência da inibição da liberação de fatores derivados do endotélio,

como o tPA, precipitando disfunção endotelial e predispondo a formação de trombos.

O IAM ocorre com mais de 10 anos de antecedência nos fumantes em relação aos

não fumantes, o que proporciona menor acúmulo de outros fatores de risco e maior

tendência à obstrução coronária trombogênica e menos aterosclerótica37.

Do mesmo modo, no estudo INTERHEART2 uma relação forte e gradual foi

observada entre o número de cigarros consumidos e o risco de infarto agudo do

miocárdio, com o risco aumentando a cada acréscimo. Consumo de 1-5 cigarros por

22

dia aumentou o risco do IAM em 38%, e isso aumentou linearmente até o consumo

de 40 cigarros, aumentando o risco em 900%; (OR de 9,2 naqueles que fumam > 40

cigarros por dia). Isto pode anular os efeitos benéficos da prevenção secundária, tais

como a aspirina, que reduz o risco em 20%, mas também poderia eliminar, tanto

quanto 75% do benefício de tomar uma estatina.

O cálculo do risco atribuível populacional (RAP) mostrou que, globalmente,

50% do infarto agudo do miocárdio é previsto pela apoB/apoA1 e 36% pelo

tabagismo. Estes dois fatores de riscos juntos prevêem 66,4% de todas os IAMs, em

todo o mundo. Cinco fatores de riscos clássicos (tabagismo, lipídios, hipertensão,

diabetes e obesidade) foram responsáveis por cerca de 80% do RAP, e quando se

acrescenta os outros quatro (dieta, atividade física, consumo de álcool e fatores

psicossociais) o RAP sobe para 90,4%, representando todo o risco de IAM. Este fato

pode levar à implementação de estratégias preventivas2. O risco associado a lipídios

e tabagismo foi particularmente acentuado nos jovens (<55 nos homens, <65 em

mulheres) comparado ao indivíduo idoso. Para todos os fatores de risco

combinados, o OR foi 2,5 vezes maior nos jovens que nos idosos2.

2.4. FATORES DE RISCO NO JOVEM

Pacientes jovens com infarto geralmente têm múltiplos fatores de risco para

doença coronariana 38.

O tabagismo é o mais comum e o fator de risco mais modificável em

pacientes jovens. Tem-se observado em 65% a 92% dos pacientes jovens com

infarto do miocárdio, em comparação com 24 a 56 por cento dos pacientes com mais

de 45 anos de idade38.

Vários estudos no Brasil e no mundo mostram que o hábito de fumar se

instala precocemente, já que 80% dos atuais adultos fumantes declararam ter se

iniciado no tabagismo antes dos dezoito anos de idade. Essa informação confirma a

tendência mundial de aumento da prevalência do uso de cigarros entre a população

de adolescentes e adultos jovens39. Além disso, estima-se que 150 milhões de

jovens fazem o uso do tabaco; esse número é crescente particularmente entre as

mulheres jovens40.

23

História familiar - pacientes mais jovens com doença coronariana têm mais

freqüentemente história familiar de doença coronária prematura: 41% contra 28% e

12% em pacientes de meia idade ou mais idosos, respectivamente41. Além disso, a

descendência de pacientes com doença coronária prematura são mais propensos a

ter fatores de risco coronariano do que aqueles sem tal história da família42. Estes

incluem excesso de peso corporal e elevações nos níveis mais elevados de

colesterol no soro, glicose e insulina. Estes descendentes também são mais

propensos a ter evidência de doença vascular, como a disfunção endotelial e

aumento da espessura da camada íntima da artéria carótida43.

Anormalidades lipídicas - A hipercolesterolemia é comum em pacientes jovens

com DAC, mas a sua prevalência é semelhante à dos pacientes mais velhos. No

entanto, quando comparados com os pacientes mais idosos, os pacientes jovens

têm concentrações significativamente inferiores de lipoproteína de elevada

densidade no soro (HDL) (35 versus 43 mg / dL [0,9 versus 1,1 mmol / L]) e maior

triglicéridos no soro (239 vs 186 mg / dL [2,7 versus 2,1 mmol / L])44. A

hipertrigliceridemia foi, em uma série, a mais comum anormalidade lipídica em

pacientes jovens com infarto do miocárdio45. Ela pode estar associada com

intolerância à glicose e uma predominância de pequenas partículas de LDL

aterogênicas, ambos os quais predispõem à aterosclerose38.

Obesidade – o estudo dos Determinantes Patobiológicos de aterosclerose na

juventude (PDAY) coletou artérias, sangue e outros tecidos, de 3000 pessoas com

idades entre 15 e 34 anos que morreram de causas externas e foram autopsiados

em laboratórios forenses. Os resultados mostram que a obesidade em adolescentes

e jovens adultos homens está associada com extensão e gravidade da lesão

aterosclerótica precoce. Esta conclusão é consistente com os resultados de longo

prazo em estudos de seguimento, que mostram que a obesidade na juventude não

só prevê a obesidade na idade adulta, mas também prediz a morbidade e

mortalidade na DAC. Estes resultados indicam que a obesidade em adolescentes e

adultos jovens, através de mecanismos ainda não identificados, acelera a

progressão de aterosclerose décadas antes das manifestações clínicas aparecem. A

obesidade é um contribuinte importante modificável na aterosclerose coronariana,

particularmente em homens adultos jovens, e esforços para controlar a obesidade

infantil são justificados na prevenção em longo prazo de DAC, bem como outras

24

doenças. A crescente prevalência da obesidade entre as pessoas jovens enfatiza a

necessidade de esforços de controle da obesidade46.

Uso de cocaína – o mecanismo subjacente para a associação entre uso

regular da cocaína e o IAM em pessoas jovens não é bem entendido. A cocaína

potencializa a atividade adrenérgica, bloqueando a captação pré-sináptica de

noradrenalina e dopamina. A atividade adrenérgica aumentada posteriormente

aumenta a demanda de oxigênio do miocárdio pelo aumento da contratilidade

ventricular e da frequência cardíaca. Outros mediadores potenciais, como

vasoconstrição coronária, aumento da agregação plaquetária e aumento das

concentrações plasmáticas do inibidor do ativador de plasminogênio-1 têm sido

sugeridos também. O uso de cocaína em pacientes jovens também tem sido

demonstrado acelerar a aterosclerose. Qureshi et al verificou que 1 de cada 20

pessoas com 18 anos a 45 anos relataram o uso regular de cocaína. O uso regular

foi associado com um aumento da probabilidade de IAM não fatal em pacientes mais

jovens. Nesta análise, 1 de cada 4 infartos não fatais em jovens foi atribuído ao uso

frequente de cocaína47.

2.5. MUDANÇA DO PERFIL DO PACIENTE COM DAC

Apesar das doenças cardiovasculares apresentarem expressiva

morbimortalidade na população idosa, a literatura apresenta claras evidências de

que as DCV manifestas na idade adulta resultam de uma complexa interação entre

fatores de risco variados presentes desde a infância e adolescência48. A gênese da

aterosclerose está correlacionada aos níveis lipídicos em adolescentes, sendo

possível a identificação de placas ateromatosas nesta fase. A gênese da

aterosclerose pode ser iniciada na infância com o desenvolvimento de estrias na

aorta e seu progresso na vida adulta, sendo então importante a identificação

precoce de riscos elevados baseados na obesidade, elevada adiposidade corporal,

história familiar e anormalidades lipídicas49. Além disso, segundo o Instituto

Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE)50 entre 1974-1975 e 2002-2003 houve

uma evolução no perfil antropométrico-nutricional da população brasileira, incluindo

as crianças e adolescentes. Neste mesmo período, o excesso de peso e a

25

obesidade aumentaram continuamente e intensamente em ambos os sexos, embora

maior entre as mulheres50.

Estudos das décadas de 1970 e 1980 sugeriam que entre 2 e 6% dos infartos

ocorriam em pacientes jovens. Séries de 1990s sugerem que entre 4 e 10% dos

infartos incidiam nessa faixa etária51. Assim, existe o conceito que o infarto agudo do

miocárdio não é comum em indivíduos jovens por acometer somente 4 a 8% dessa

população. Considerando-se, entretanto, em números absolutos, verifica-se que o

acometimento nessa faixa etária não é infrequente; apenas nos hospitais brasileiros

credenciados pelo Sistema Único de Saúde, durante o ano de 2000, 4.549 pacientes

com menos de 45 anos de idade foram internados devido ao infarto agudo do

miocárdio52.

Assim, pacientes jovens estão sofrendo eventos de Síndrome Coronariana

Aguda, como o IAM, cada vez mais cedo. Na cidade de São Paulo, por exemplo,

eles representam, em média, 12% dos casos - essa incidência há dez anos não

passava de 6%, e nos EUA, o índice médio de infartos em jovens é de 4%53. Isso

pode ser resultante do estilo de vida atual da sociedade ocidental em que o aumento

da obesidade em crianças e adolescentes vem se tornando uma pandemia,

resultando no aumento da incidência de doença arterial coronariana na idade adulta.

Dessa forma, o excesso de peso, juntamente com outras comorbidades, pode ser

considerado principal responsável pela morbimortalidade em adultos jovens54.

2.6. DADOS SUS/DATASUS E IMPACTO ECONÔMICO

No âmbito nacional, as doenças do aparelho circulatório continuam sendo a

principal causa de morte proporcional no Brasil, correspondendo 31,8% de todas as

causas de morte em 200955. O IAM é a segunda causa de morte dentre as doenças

do aparelho circulatório com coeficiente de mortalidade por 100.000 habitantes de

38,9 em 2008, ficando atrás das doenças cerebrovasculares com 51,6 neste mesmo

ano. Na Bahia o IAM é a segunda causa de morte dentre as doenças do aparelho

circulatório com coeficiente de mortalidade por 100.000 habitantes de 24,9 em 2008,

ficando atrás das doenças cerebrovasculares com 40,8 neste mesmo ano55.

Além disso, foi a terceira maior causa de internações no país neste mesmo

ano com taxa de 10,2% de todos os internamentos, ficando atrás somente de

26

gravidez / parto e puerpério (21,6%) e doenças do aparelho respiratório (13,8%)55.

Segundo dados do Datasus a maior prevalência encontra-se na faixa etária que

engloba os idosos (acima dos 65 anos) com taxas de mortalidade proporcional de

41,3% (em 2008) e internamentos de 27,7% (em 2009). Ao passo que adultos

jovens possuem taxas de 15,8% e de 6,8%, respectivamente55.

No Brasil há escassez de dados para subsidiar a crescente preocupação

sobre o impacto econômico das doenças cardiovasculares (DCV)56. No ano de 2004,

os casos de DCV grave (os mais onerosos para o sistema de saúde), representaram

uma despesa de R$ 11.2 bilhões para o sistema de saúde e de R$ 2.57 bilhões para

o seguro social. Isto representa aproximadamente 0,64% e 0,16%, respectivamente,

do Produto Interno Bruto (de 1.766 trilhões). Estes números demonstram que as

doenças cardiovasculares representaram um impacto potencial de, pelo menos, R$

30.8 bilhões, correspondendo a 1,74% do PIB naquele ano56. Este valor foi

equivalente a R$ 500,00 per capita (para a população de 35 anos ou mais) e

R$9.640,00 por paciente. Os custos diretos com a saúde para os casos de DCV

grave representaram 8% dos gastos nacionais totais com saúde e 0,52% do PIB de

2004 (R$ 1.767 bilhões = 602 bilhões de dólares), o que correspondeu para toda a

população brasileira, um custo direto anual de R$182,00 per capita (R$ 87,00 destes

provenientes de recursos públicos) e de R$ 3.514,00 por caso. Assim sendo, estima-

se que tanto os custos per capita como aqueles correspondentes aos pacientes com

DCV grave aumentem significativamente à medida que a população envelhece e a

prevalência de casos graves aumente56.

3. METODOLOGIA

Trabalho submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa do Hospital

Ana Nery (HAN), Salvador – Bahia, sob o processo de nº 82/2011 (anexo 8).

3.1. TIPO DE ESTUDO

O estudo desenvolvido foi do tipo observacional, transversal, analítico e

retrospectivo. A coleta de dados foi feita através da análise retrospectiva de

prontuários e procedimentos cardiovasculares (angioplastia e cirurgias).

27

Como ferramenta principal de coleta de dados, utilizou-se um instrumento que

permitiu a coleta dos principais dados sócio-demográficos, características clínicas

principais (presença de coomorbidades), história familiar e das características

detalhadas sobre a dor torácica (qualidade, intensidade, duração, irradiação, etc)

bem como sintomas associados (sudorese, dispneia, tonturas, etc). Laudos

descritivos de ECG, ecocardiograma transtorácico, cineangiocoronariografia e

marcadores de necrose miocárdica foram devidamente registrados quando

registrados nos prontuários.

Além disso, foram coletados dados sobre a avaliação laboratorial do perfil

lipídico e do perfil metabólico (glicemia, TGO/TGP, creatinina) quando presentes nos

registros do paciente.

3.2. SELEÇÃO DA POPULAÇÃO

O principal critério de inclusão foi o de pacientes entre 20 a 41 anos com

diagnóstico de Doença Arterial Coronariana (DAC) ou Síndrome Coronariana Aguda

(SCA). Os critérios de exclusão incluem: pacientes com idade ≤ 19 anos e > 41

anos, com outras cardiopatias como a valvar e as miocardiopatias, uso de marca-

passo, doença terminal ou recusa do paciente em assinar o Termo de

Consentimento Livre e Esclarecido – TCLE (Anexo 6).

O diagnóstico de infarto agudo do miocárdio foi estabelecido na presença de

pelo menos dois dos seguintes critérios52:

a) clínicos: relato de dor, com localização torácica anterior, como aperto, peso ou

queimação >20min;

b) eletrocardiográficos: supradesnivelamento do segmento ST ≥ 1mm, medido 0,02s

após o ponto J ou onda Q patológica (duração ≥ 0,03s e amplitude ≥ 3mm), em pelo

menos duas derivações contíguas do eletrocardiograma convencional, incluindo V7

e V8;

c) critérios enzimáticos: valores elevados (acima de 20UI) da enzima

creatinofosfoquinase fração miocárdica (valor normal 10UI) como também troponina

com valores acima de 1,0 ng/ml.

Foram também incluídos no estudo pacientes com angina instável (AI) e com

diagnóstico de IAM sem supradesnivelamento de ST (IAMSST). O diagnóstico de AI

28

baseia-se principalmente no quadro clínico, sendo definida como desconforto

isquêmico equivalente pelo menos com uma das três manifestações: (1) ocorre em

repouso (ou com esforço mínimo) e geralmente persiste por mais de 10 minutos; (2)

é intensa e tem início recente (nas últimas 4 a 6 semanas), e/ou (3) possui um

padrão progressivo. O diagnóstico de IAMSST foi estabelecido se um paciente com

manifestações clínicas de AI apresentar evidências de necrose miocárdica, refletida

por elevações dos biomarcadores cardíacos57.

A descrição clássica da dor torácica na síndrome coronariana aguda é a de

uma dor ou desconforto ou queimação ou sensação opressiva localizada na região

precordial ou retroesternal, que pode ter irradiação para o ombro e/ou braço

esquerdo, braço direito, pescoço ou mandíbula, acompanhada frequentemente de

diaforese, náuseas, vômitos, ou dispneia58.

3.3. DA AMOSTRA

Foram selecionados retrospectivamente pacientes com idade entre 20 a 41

anos, que se apresentaram na unidade de emergência do Hospital Ana Nery com

SCA de alto risco. Os pacientes foram selecionados por amostra de conveniência a

partir de uma amostra de 575 pacientes em que 30 destes obedeciam o principal

critério de inclusão. Porém, 02 prontuários não foram encontrados, perfazendo,

portanto, 28 pacientes. Esta população foi submetida ao internamento no Hospital

Ana Nery (HAN), Salvador-Ba, por DAC ou SCA e realizaram procedimentos como a

revascularização miocárdica, cateterismo ou angioplastia entre os anos de 2008 a

junho de 2011. Todos os dados dos prontuários e de relatórios médicos foram

consistentemente checados.

O conceito de doença arterial coronária (DAC) precoce foi definido como a

presença de DAC em pacientes homens com idade ≤ 55 anos e em mulheres com

idade ≤ 65 anos59. Já o termo idoso neste estudo foi baseada na definição da

Organização Mundial da Saúde (OMS) para os países em desenvolvimento60,

também adotada pelo Ministério da Saúde do Brasil61, que considera idosos aqueles

indivíduos com 60 anos ou mais de idade. Foi considerado jovens os pacientes com

idade entre 20 a 40 anos, e adulto, entre 40 e 60 anos.

29

3.4. DOS QUESTIONÁRIOS:

Dados sócio-demográficos, características clínicas (coomorbidades,

medicamentos em uso, antecedentes médicos), perfil nutricional, foram coletados

através de formulário objetivo e padronizado (Anexo 7).

3.5. COLETA DE DADOS E VARIÁVEIS:

As variáveis analisadas foram:

� Idade

� Sexo

� Tipo de dor torácica

� Diabetes mellitus

� Hipertensão arterial

� História familiar de DAC precoce

� Hábitos de vida: tabagismo, etilismo, uso de cocaína,

sedentarismo.

� DAC prévia

� Parede do coração acometida

� Tipo de lesão coranariana

� Local de obstrução arterial

3.6. ANÁLISE ESTATÍSTICA

Para tabulação e análise estatística dos dados foi utilizado o software SPSS

(Statistical Package for Social Science), versão 17.0 (SPSS Inc. Chicago, Illinois).

Foi realizada a análise descritiva das variáveis, adotando-se as medidas usuais de

tendência central e de dispersão e cálculos de frequências simples. Para descrição

das variáveis contínuas foram utilizadas as médias com desvios padrão quando

distribuição normal.

30

4. RESULTADOS

Dos 28 pacientes adultos jovens selecionados com SCA, 67,9% eram do sexo

masculino e 32,1% do sexo feminino. A maior parte dos pacientes avaliados, cerca

de 78,6%, apresentavam idade entre 31- 41anos e 21,4% idades entre 20 -30 anos

(Tabela1).

TABELA 1: Análise descritiva dos valores absolutos e percentuais das variáveis paramétricas em pacientes com SCA acompanhados no Hospital Ana Nery, Salvador Bahia de 2008-2011.

Sexo n (%) Idade (anos) n (%)

Feminino Masculino 20 - 30 31 - 41

9 (32,1) 19(67,9) 6(21,4) 22(78,6)

Dentre os fatores de risco clássicos 50% eram hipertensos, 14,3% eram

diabéticos, 57,1% etilistas, 39,3% tabagistas e 32,1% dislipidêmicos (Tabela

2/Gráfico 1). Informações a cerca desses fatores de risco não constavam em muitos

prontuários ao passo que o percentual da variável NCP (não consta no prontuário)

foi maior sobre a variável dislipidemia e sedentarismo.

O principal motivo de internação foi o IAMCST com o percentual de 60,7%

seguido da angina instável com 21,4% e IAMSST com 7,1% (Tabela 3). Na

avaliação do eletrocardiograma no momento da admissão houve uma predominância

do infarto de parede ântero-septal representando 35,7% dos infartos, seguido da

associação parede ântero-septal/lateral alta com 10,7% (Tabela 4/Gráfico 2).

31

n(%) HAS DM DAC DSL Sedent Tabag Etilismo Coca

sim 14 (50) 4(14,3) 9(32,1) 9 (32,1) 5 (17,9) 11 (39,3) 16 (57,1) 3(10,7)não 14 (50) 22 (78,6) 15 (53,6) 11 (39,3) 3 (10,7) 14 (50) 7 (25) 8(28,6)ATV.irregular 1 (3,6)abstêmio 1 (3,6) 1 (3,6)NCP* 2 (7,1) 4 (14,3) 8 (28,6) 19 (67,9) 2 (7,1) 4 (14,3) 17(60,7)NCP = não consta no prontuário * / SCA=Síndrome coronariana aguda ** Coca=cocaína

HAS = hipertensão arterial sistêmica DM = diabetes melitus tipo II DAC = doença arterial coronariana

ATV irregular = atividade fisica irregular

Fatores de risco

TABELA 2: Análise descritiva dos valores absolutos e percentuais dos fatores de risco para doenças ateroscleróticas em pacientes com SCA** acompanhados no Hospital Ana Nery, Salvador Bahia de 2008-2011.

14

4

9 9

5

11

16

3

14

22

15

11

3

14

7 8

1 1 124

8

19

24

17

0

5

10

15

20

25

Va

lore

s A

bso

luto

s

Fatores de Risco para IAM

Gráfico 1 : Análise descritiva dos valores absolutos e percentuais dos fatores de risco para doenças ateroscleróticas em pacientes com SCA **

acompanhados no Hospital Ana Nery, Salvador Bahia de 2008-2011

Sim Não Atividade Física Irregular Abstêmio Sem Prontuário

32

Tabela 3: Análise descritiva dos valores absolutos e percentuais do motivo da internação em pacientes adultos jovens com SCA acompanhados no Hospital Ana Nery (HAN), Salvador Bahia de 2008-jun de 2011.

Tabela 4: Análise descritiva dos valores absolutos e percentuais do ECG de admissão em pacientes adultos jovens com SCA acompanhados no Hospital Ana Nery (HAN), Salvador Bahia de 2008-jun de 2011.

Parede Acometida Frequência Percentual

Percentual

Válido

Percentual

Acumulado

IAM antero-septal 10 35,7 37,0 37,0

IAM inferior 2 7,1 7,4 44,4

ZEI antero-septal 1 3,6 3,7 48,1

ZEI anterior 2 7,1 7,4 55,6

isquemia anterior 3 10,7 11,1 66,7

infradesnivel de ST 2 7,1 7,4 74,1

IAM antero-septal + lateral

alto

3 10,7 11,1 85,2

IAM inferior + dorso-lateral 1 3,6 3,7 88,9

normal 2 7,1 7,4 96,3

ZEI inferior + isquemia 1 3,6 3,7 100,0

Total 27 96,4 100,0

Missing System 1 3,6

Total 28 100,0

Motivo Internamento Frequência Percentual

Percentual

Válido

Percentual

Acumulado

angina instável 6 21,4 21,4 21,4

IAM com ST 17 60,7 60,7 82,1

IAM sem ST 2 7,1 7,1 89,3

ATC eletiva 1 3,6 3,6 92,9

angina pós-infarto 2 7,1 7,1 100,0

Total 28 100,0 100,0

33

A maioria dos infartos com supradesnível de ST apresentaram dor

retroesternal típica à admissão correspondendo 56%, ao passo que no IAMSST foi

somente 12%. Os sintomas de sudorese, náuseas e dispneia não estavam

presentes na maioria dos infartos, correspondendo apenas, respectivamente, 28,6%,

21,4%, 14,3% para IAMCST e 3,6%, 3,6%, 14,3% para IAMSST. Já no que diz

respeito à irradiação da dor os pacientes que apresentaram supradesnível de ST

corresponderam 39,3% e os que não tiveram supradesnível de ST apenas 17,9%

(Tabela 5). No entanto, esses valores não foram considerados estatisticamente

significantes haja vista do tamanho reduzido da amostra.

A frequência de obstruções avaliadas pela cineangiocoronariografia (CATE) a

maior parte ocorreu na DA (descendente anterior) em torno de 64,3% e obteve

maiores taxas de obstruções em torno de 75% a 100% (Tabela 6). Considerando o

local de obstrução das artérias o tipo de obstrução mais predominante foi no 1/3

proximal com 35,7% seguido do 1/3 medial com 32,1% (Tabela 7).

De acordo com a conduta tomada durante o atendimento a opção de

tratamento adotada na maioria dos internamentos foi pela angioplastia com 71,4%,

seguido pelo tratamento clínico com 21,4% e por último a revascularização

miocárdica com apenas 7,1% dos pacientes (Gráfico 3).

No que diz respeito ao tratamento efetivado em pacientes com SCA

acompanhados no Hospital Ana Nery cerca de 53% obtiveram alta hospitalar com

sequelas, 43% alta hospitalar sem sequelas e cerca de 4% óbito (Gráfico 4). Desses

0

2

4

6

8

10

12

Gráfico 2: Parede Acometida

34

53% (o que corresponde a 15 pacientes) 7 deles tiveram como complicação

insuficiência cardíaca congestiva, 6 deles disfunção de ventrículo esquerdo leve, 1

paciente apresentou aneurisma apical de ventrículo esquerdo e 1 paciente renal

crônico dialítico (este paciente já apresentava IRC dialítica antes da angioplastia, no

entanto foi considerada sequela já que também possuía diabetes e hipertensão

associados. Assim, não foi considerada a alta bem sucedido para este paciente)

(Gráfico 5).

Tabela 5: Análise descritiva dos valores absolutos e percentuais com seus respectivos Intervalos de Confiança (95%), das manifestações clínicas ao internamento em pacientes adultos jovens com SCA acompanhados no Hospital Ana Nery (HAN), Salvador Bahia de 2008-jun de 2011.

IAMCST IAMSST p RP IC 95%

Sudorese Sim 8 1 0,061 1,689 [ 1,040-2,743] 28,6% 3,6%

Não 10 9 35,7% 32,1%

Nausea Sim 6 1 0,176 1,5 0,93 - 2,42 21,4% 3,6%

Não 12 9 42,9% 32,1%

Dispneia Sim 4 4 0,318 0,714 0,337-1,512 14,3% 14,3%

Não 14 6 50,0% 21,4%

Dor Típica 14 3 0,093 1,647 0,796 - 3,408 56,0% 12,0%

Atípica 4 4 16,0% 16,0%

Irradiação Sim 11 5 39,3% 17,9% 0,569 1,179 0,659 - 2,107

Não 7 5 25,0% 17,9%

35

Tabela 6: Análise descritiva dos valores absolutos e percentuais do CATE (cineangiocoronariografia) avaliando o grau de obstrução das principais artérias que irrigam o coração em pacientes com SCA ** acompanhados no Hospital Ana Nery, Salvador Bahia de 2008-2011.

Tipos lesões CATE n 28 (%) DA com < 50% de obstrução 1 (3,6)

DA com 50 a 75% de obstrução 1 (3,6)

DA com 75 a 99% de obstrução 10 (35,7)

DA com 100% de obstrução 8 (28,6)

Cx com 100% de obstrução 2 (7,1 )

Irregularidades parietais 3 (10,7)

CD + DA + Dg com 50 a 75% de obstrução 1 (3,6)

CD + DA + Tronco com 75 a 99% de obstrução 1 (3,6)

DA + Dg com 75 a 99% de obstrução 1 (3,6)

Tabela 7: Análise descritiva dos valores absolutos e percentuais do local de obstrução arterial em pacientes com SCA acompanhados no Hospital Ana Nery, Salvador Bahia de 2008-2011.

Local_Obstrução n %

1/3 proximal 10 35,7 1/3 medial 9 32,1 óstio 4 14,3 não se aplica 3 10,7 difusa 2 7,1

Gráfico 3: Percentual das condutas adotadas

0,00%

10,00%

20,00%

30,00%

40,00%

50,00%

60,00%

70,00%

80,00%

Angioplastia T. Clínico CRM

36

Gráfico 4: Resultado do tratamento efetivado em pacientes com SCA acompanhados

no Hospital Ana Nery, Salvador Bahia de 2008-2011.

Gráfico 5: Sequelas apresentadas pelos pacientes com SCA acompanhados no

Hospital Ana Nery, Salvador Bahia de 2008-2011 após tratamento especializado.

43%

53%

4%

Alta/bem sucedido Alta/com sequelas Óbito

0

2

4

6

8

10

12

14

16

Total ICC Disf VE leve Aneurisma VE IRC

37

Gráfico 6: Distribuição ao longo do tempo do valor percentual do número de casos

de Síndrome Coronariana Aguda em pacientes adultos jovens atendidos no HAN

entre 2008 e junho de 2011.

Apesar da SCA em pacientes adultos jovens ser uma condição clínica pouco

frequente podemos observar que a distribuição ao longo do tempo (de 2008 a junho

de 2011) do valor percentual do número de casos atendidos no HAN vem

aumentando (Gráfico 6); ressaltando-se que já nos primeiros 6 meses de 2011 o

percentual de pacientes afetados foi 21,4%, já ultrapassando a metade dos casos de

2010 (19,6%).

5. DISCUSSÃO

A maioria dos pacientes com Síndrome Coronariana Aguda possui

apresentação clínica acima dos 40 anos, que é o ponto de corte do presente estudo,

sendo mais predominante acima dos 65 anos. Dessa forma, a avaliação adequada e

a disposição dos fatores de risco e das características clínicas na população que

estamos estudando podem ser complexas.

O Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) em uma idade jovem (<45 anos) é

caracterizado por baixas taxas de mortalidade, doença coronariana menos extensa,

função ventricular esquerda residual boa e um prognóstico favorável62.

0,00%

5,00%

10,00%

15,00%

20,00%

25,00%

30,00%

35,00%

40,00%

45,00%

Ano de 2008 Ano de 2009 Ano de 2010 Até jun/2011

Percentagem

38

Poucos estudos recentes têm abordado as principais características clínicas a

cerca da instalação da síndrome coronariana aguda em adultos jovens. Alguns

estudos de coorte existentes demonstraram que os pacientes jovens com IAM

possuem fatores de risco com perfis distintos quando comparado aos pacientes

idosos63-64.

O fator de risco importante em determinados estudos foi o uso de tabaco (81-

94%), seguido por história familiar (40%), hipertensão (26%), e hiperlipidemia

(20%)65-66.

No presente estudo o principal fator de risco foi atribuído ao etilismo (57,1%),

no entanto, a quantificação do teor de álcool ingerido não foi realizada haja vista que

não havia dados suficientes nos prontuários. A HAS aparece em segundo lugar com

50%, em terceiro tabagismo com 39,3% e dislipidemia 32,1% em quarto lugar. Deve-

se observar que a maior parte dos pacientes apresentou mais de um fator de risco

associado, o que pode ter contribuído para algumas complicações como ICC

(46,6%), disfunção ventricular (40%) e aneurisma ventricular (6,6%). O diabetes

aparece somente com 14,3%, taxa um pouco semelhante ao do estudo de Walker et

al67 onde cerca de 12% dos pacientes jovens com IAM tinham diabetes mellitus.

De acordo com o estudo de Qureshi et al67 7,2% das pessoas relataram uso

irregular de cocaína e 5,3% uso regular de cocaína com idade entre 18 a 45 anos,

sendo que o uso regular foi associado a uma maior probabilidade de infarto do

miocárdio em pacientes jovens. Neste mesmo estudo, a porcentagem de risco

atribuível à população para IAM não fatal que usa a cocaína de forma frequente foi

estimada em 25%. Assim, 1 em cada 4 infartos não fatais em pessoas com idade

entre 18 a 45 anos foi atribuído ao uso frequente de cocaína nos Estados Unidos. O

uso da cocaína em nosso estudo foi evidenciado em 3 pacientes (10,7%), sendo que

1 paciente (3,6%) não apresentou obstrução em artéria coronária e os outros 2

(7,2%) tiveram IAM de parede ântero-septal com obstrução de 95 e 100%. Esses

dados podem não evidenciar a real situação de nossa população, já que a não

constatação das informações necessárias na maioria dos prontuários poderia

subestimar os reais valores a cerca do uso de drogas de abuso bem como a sua

regularidade de uso. Dos 28 prontuários analisados 17 (60,7%) não possuíam

qualquer informação sobre o uso de droga.

39

A maioria dos infartos antes dos 40 anos ocorre em homens jovens com o

percentual variando de 81-94%67. Isso foi também foi observado neste estudo,

porém num percentual menor, em que 67.9% dos pacientes com SCA foram do sexo

masculino. A idade mais frequentemente acometida, englobando ambos os sexos,

foi entre 31 e 41 anos, representando cerca de 78,6% do total de pacientes.

De acordo com os estudos de Founier FA65 e Kanitz MG66 o infarto de parede

inferior é mais frequente nos jovens, correspondendo a 57,5% no primeiro estudo.

No entanto, em nosso trabalho a parede ântero-septal foi mais frequentemente

acometida, tendo como percentual 35,7% dos casos, seguido do infarto de parede

ântero-septal/lateral alto e isquemia anterior ambas com 10,7%. O infarto de parede

inferior correspondeu apenas 7,1% dos casos.

Vários pacientes jovens com IAM foram avaliados a cerca do tipo de lesão no

vaso e mais da metade deles tem apenas lesão em um único vaso; variável

analisada durante a angiografia63,66. Os valores que encontramos foram de 78,6%

para lesão de um único vaso, 10,8% para lesão de dois ou mais vasos e 10,7% para

somente com irregularidades parietais. Isso corrobora que pacientes adultos jovens

sofrem menos acometimento multiarterial quando comparado aos mais velhos. Além

disso, desses 78,6% pacientes que apresentam lesão em único vaso, 45,4%

possuem suboclusão (75 a 99% de obstrução) da artéria descendente anterior,

sendo esta mais frequentemente acometida na população estudada.

Um estudo realizado no próprio Hospital Ana Nery69 sob o tema Registro de

Letalidade Hospitalar da Síndrome Coronariana Aguda em Centro de Referência em

Cardiologia na Bahia analisou 575 prontuários desde o ano de 2008 a 2011. Desses

575 prontuários, 64,5% eram homens e a idade média foi de 60,75 ±11,5 anos.

Assim, podemos utilizar esta amostra atendida nesse Centro de Referência como

população geral a ser comparada. Dessa forma, a prevalência de SCA em adultos

jovens tomando como base a população acima é de 4,8%, sendo 20% a mais a dos

Estados Unidos, onde o índice médio de infartos em jovens é de 4%11. Já pacientes

adultos jovens homens correspondeu 5,1% e mulheres cerca de 4,3% da população

geral atendida.

Neste mesmo estudo, dentre o espectro da SCA, observou-se 159 pacientes

com Angina Instável (27,6%), 105 com IAMSST (18,3%), 304 com IAMCST (52,9%)

e 07 pacientes com SCA não classificada (1,2%). A letalidade foi de 9,2% no geral,

40

sendo 11,5% no IAMCST e 5,7% no IAMSST. O principal fator de risco foi a história

prévia de Hipertensão Arterial Sistêmica com 84,5% dos casos, seguido do

tabagismo com 70,8%; ao passo que se excluirmos o etilismo devido a sua não

quantificação por causa de dados insuficientes dos prontuários, a HAS e o

tabagismo também aparecem como os dois principais fatores de risco para SCA em

pacientes adultos jovens seguidos da dislipidemia e diabetes respectivamente

(Gráfico 7).

Além disso, de uma amostra total de 575 pacientes 2,9% destes eram adultos

jovens e apresentaram IAMCST, 1% exibiram AI e 0,3% exibiram IAMSST. Portanto,

o IAMCST foi o tipo de infarto mais prevalente tanto no estudo da SCA na população

geral atendida pelo Centro de Referência quanto na população de adultos jovens

atendida neste mesmo Centro; seguido da AI e IAMSST respectivamente. A

letalidade geral em nosso estudo foi de 4% e a HAS também foi um dos principais

fatores de risco atribuído ao infarto “prematuro”. Portanto, a nossa taxa de

sobrevivência (96%) é maior que a taxa observada (94%) no estudo realizado por

Lee et al70 como também da população geral atendida no HAN (90,8%),

corroborando com o estudo de Brscic et al62 que verificou baixa taxa de mortalidade

em indivíduos que infartam antes dos 45 anos. Esta variação na letalidade hospitalar

da SCA entre esta população geral do HAN e a do estudo de Lee et al

provavelmente está relacionada aos diferentes perfis populacionais estudados, bem

como possíveis limitações ao acesso ao primeiro atendimento.

Gráfico 7: Comparação dos principais fatores de risco clássicos entre a população

geral e a de pacientes adultos jovens atendidos no HAN entre 2008 e junho de

2011.

0,00%

20,00%

40,00%

60,00%

80,00%

100,00%

HAS Tabagismo DSL DM

População geral População pacientes jovens

41

5. CONCLUSÃO

Descrevemos as características clínicas e os fatores de risco das SCA no

adulto jovem cuja prevalência foi de 4,8%. Além disso, podemos observar que há

predomínio do IAMCST; do etilismo, HAS e tabagismo como principais fatores de

risco; o infarto de parede ântero-septal foi o mais frequente; acomete mais homens

do que mulheres com idades entre 31 a 41 anos; a lesão do vaso geralmente é

única e com uma maior frequência na artéria DA (descendente anterior) com 64,3%,

obtendo maiores taxas de obstruções em torno de 75% a 100%. Por fim, a taxa de

sobrevivência foi de 96%. No entanto, cerca de 53% dos pacientes analisados

apresentaram alta hospitalar com sequelas, destas a maior parte exibiu ICC, o que

pode influenciar de forma negativa na qualidade de vida desses pacientes. Assim, a

mudança no estilo de vida torna-se fundamental a fim de que se possa prevenir

eventos coronarianos precoces.

A população estudada teve um tamanho amostral pequeno, haja vista que se

trata de uma situação clínica pouco frequente. Dessa forma, certas variáveis não

tiveram valores semelhantes com outros estudos de amostragem maior. Dentre

essas variáveis discordantes destacam-se o tabagismo como principal fator de risco

no jovem e o infarto de parede inferior. Assim, torna-se essencial darmos

continuidade à pesquisa a fim de que possamos obter futuramente uma amostragem

mais consistente.

42

SUMMARY BACKGROUND: Cardiovascular diseases (CVD) are the leading cause of death worldwide. Ischemic heart disease is responsible for about 42% of deaths from CVD, with the primary etiology Acute Coronary Syndrome (ACS). There are some early studies showing the involvement of the population in determining the SCA. Contemporary life contributes to the development of diseases such as obesity, dyslipidemia, diabetes, hypertension, among others, favoring an increase in CVD risk in increasingly younger populations. OBJECTIVE: To evaluate the clinical characteristics and major risk factors involved in coronary artery disease (CAD) in young adults. METHODS: We used cross-sectional study based on retrospective review of 28 charts of patients admitted from May 2008 to May 2011 specialized hospital for ACS diagnosed between the ages of 20 and 40 years. Data collection was performed using a specific questionnaire with demographic and clinical variables of interest. STATISTICAL ANALYSIS: For tabulation and statistical analysis software used was SPSS (Statistical Package for Social Science) version 17.0 (SPSS Inc. the Chicago, Illinois). We performed a descriptive analysis of data, adopting the usual measures of central tendency and dispersion and frequency calculations simple. For a description of continuous variables were used as means with standard deviations normal distribution. RESULTS: Of the 28 selected young patients with ACS, 67,9% were men, 78,6% were aged between 31 – 41 years and 21,4% aged 20 - 30 years. The risk factors found 50% were hypertensive, 57,1% consumed alcohol, 39.3% smokers and 32,1% had dyslipidemia. The frequency of obstruction assessed by coronary angiography (CATE) most occurred in AD (anterior descending) around 64,3% and achieved higher rates of obstructions around 75% to 100%. Sorting the site of obstruction, 35,7% in the third proximal, 32,1% in the third medial, 14.3% in the ostium and 7,1% diffuse obstruction. CONCLUSION: The study showed an early stratification of cardiovascular risk and that there is an early entry and growing of young patients with significant cardiovascular changes. Keywords: Acute Coronary Syndrome. Young Adult. Risk Factors .

43

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50

59 - Sociedade Brasileira de Cardiologia/Sociedade Brasileira de Hipertensão/

Sociedade Brasileira de Nefrologia. VI Diretrizes Brasileiras de Hipertensão. Arq

Bras Cardiol 2010; 95(1 supl.1): 1-5.

60 - Organização Pan-Americana da Saúde. Envelhecimento ativo: uma política de

saúde. Brasília: OPAS; 2005.

61 - Ministério da Saúde. Política Nacional de Saúde do Idoso: Portaria No 1395.

Brasília: MS; 1999.

62 – Brscic E, et al. Acute Myocardial Infarction in Young Adults. American Heart

Journal. 2000;139(6).

63 - Fullhaas JU, Rickenbacher P, Pfisterer M, Ritz R. Longterm prognosis of young

patients after myocardial infarction in the thrombolytic era. Clin Cardiol. 1997;

20:993–8.

64 - Chouhan L, Hajar H, Pomposiello JC. Comparison of thrombolytic therapy for

acute myocardial infarction in patients aged <35 and >55 years. Am J Cardiol. 1993;

71:157–9.

65 - Fournier JA, Sanchez A, Quero J, et al. Myocardial infarction in men aged 40

years or less: a prospective clinical-angiographic study. Clin Cardiol. 1996; 19:631–6.

66 - Kanitz MG, Giovannucci SJ, Jones JS, et al. Myocardial infarction in young

adults: risk factors and clinical features. J Emerg Med. 1996; 14:139–45.

67 – Qureshi AI, Suri MF, Guterman LR, et al. Cocaine Use and the Likelihood of

Nonfatal Myocardial Infarction and Stroke: Data From the Third National Health and

Nutrition Examination Survey. Circulation 2001, 103:502-506.

51

68 – Walker, et al. Characteristics and Outcomes of Young Adults Who Present to

the Emergency Department with Chest Pain. Academic emergency medicine. July

2001, Volume 8, Number 7.

69 - Gordilho JO, Silva JVB, Pinheiro DS, Sanjuan IT, Araujo TVBA, Matta JAM et al.

Registro de Letalidade Hospitalar da Síndrome Coronariana Aguda em Centro de

Referência em Cardiologia na Bahia. UFBA-HAN, SSA, BA, Brasil - EBMSP, SSA,

BA, Brasil.

70 - Lee TH, Ting HH, Shammash JB, et al. Long-term survival of emergency

department patients with acute chest pain. Am J Cardiol. 1992; 69:145–51.

52

ANEXOS

53

ANEXO 1

INTERHEART: A Global Case-Control Study of Risk Factors for Acute Myocardial Infarction

54

ANEXO 2

Uptodate. Overview of the acute management of acute ST elevation myocardial infarction. Literature review current through: Fev 2012.

55

ANEXO 3

56

ANEXO 4

FONTE:Diretriz de Indicações e Utilizações das Intervenções

Percutâneas e Stent Intracoronariano na Prática Clínica

57

ANEXO 5

58

ANEXO 6

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

_____________________________________________________________________

CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

INFORMAÇÕES PARA O PACIENTE

Com o intuito de avaliar a maneira como se manifestou os sintomas e

alterações de exames no momento que o senhor(a) apresentou o quadro de infarto

agudo do miocárdio, foi idealizado este projeto de pesquisa.

Caso concorde em participar do estudo iremos analisar os seus dados

clínicos e laboratoriais procurando correlacionar com o seu estado de saúde.

Estaremos coletando informações dos prontuários médicos, como por exemplo,

motivos de internamentos e exames cardiológicos como eletrocardiograma e o

ecocardiograma. Profissionais estarão disponíveis para ajudá-lo(a) a preencher os

questionários. Os conhecimentos gerados pelo estudo trarão benefícios para o

Senhor(a) ao fornecer subsídios aos profissionais de saúde sobre o que necessário

para melhorar a qualidade de vida dos pacientes e o tratamento de um modo geral.

O fato da sua participação neste estudo não lhe trará qualquer malefício, atraso ou

interrupção do seu tratamento. A sua participação é voluntária e não interferirá no

seu tratamento. Os seus dados de identificação serão mantidos em sigilo e

resguardados para fins de publicações do estudo em revistas científicas

especializadas e de relatórios técnicos dirigidos para organizações de saúde e

instituições científicas. O Senhor(a) poderá solicitar desligamento a qualquer

momento, sem prejuízo para o seu tratamento.

Desconfortos e riscos esperados: não foi considerado risco algum na realização

deste estudo pelos pesquisadores visto não se utilizar medicamentos novos nem

tratamentos alternativos. Todos os pacientes farão uso habitual do tratamento

59

convencional já estabelecido pela medicina. Apenas serão coletados dados de

prontuários.

CONSENTIMENTO PÓS-ESCLARECIDO

Declaro que, após ter sido esclarecido pelo médico pesquisador e ter entendido o que

me foi explicado, consinto em participar do presente estudo.

Salvador, _____ / _____ / _________

______________________________________

Nome do Paciente

____________________________________________

Assinatura do sujeito da pesquisa ou responsável legal

_______________________________________________

Nome do pesquisador

________________________________________________

Assinatura do pesquisador

60

ANEXO 7

FICHA DE COLETA DE DADOS CLÍNICOS: COMPLEXO HOSPITALAR ANA NERY

IDENTIFICAÇÃO: RG/SAME: NOME: IDADE: Data do nascimento: / / SEXO: M( )F( ) ESTADO CIVIL: PROFISSÃO: COR: DI: / / DA: / / DADOS CLÍNICOS: MOTIVO DO INTERNAMENTO: Angina instável( ) IAM com supra( ) KILLIP: I ( ) II ( ) III ( ) IV ( ) Local: IAM sem supra( ) KILLIP: I ( ) II ( ) III ( ) IV ( ) Local: Revascularização Miocárdica ( ) Tempo de CEC: minutos Outros (descrever): TIMI: SINAIS E SINTOMAS Dor retroesternal: ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tem no prontuário. Que tipo? Irradiação da dor: ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tem no prontuário. Se sim para onde? Presença de náuseas e/ou vômitos: ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tem no prontuário. Falta de ar: ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tem no prontuário. Sudorese: ( ) Sim ( ) Não ( ) Não tem no prontuário. ANTECEDENTES MÉDICOS: HAS Sim( ) Não( ) DM Sim( ) Não( ) DAC Sim( ) Não( ) Angio. prévia Sim ( ) Não ( ) N° de procedimentos: DLP Sim( ) Não( ) Obesidade Sim( ) Não( ) ------- IMC: ICC Sim( ) Não( ) ------- CF: I( ) II( ) III( ) IV( ) Febre reumática Sim( ) Não( ) ------ Atividade: Sim( ) Não( ) Cardiopatia Congênita Sim( ) Não( ) ------- Corrigida: Sim( ) Não( ) D. Cerebrovascular prévia Sim( ) Não( ) ------- AVCh( ) AVCi( ) Doença Pulmonar prévia Sim( ) Não( ) -------- Qual? Neoplasia Sim( ) Não( ) -------- Local: Cirurgia prévia Sim( ) Não( ) ------- Local: Transfusão sanguínea Sim( ) Não( ) ------ Bolsas: Doenças infecciosas Sim( ) Não( ) ------- Qual? Marca-Passo prévio: Sim( ) Não( ) HÁBITOS DE VIDA/FATORES DE RISCO: Tabagismo: Sim ( ) Não ( ) Abstêmio ( ) Tempo: Etilismo: Sim ( ) Não ( ) Abstêmio ( ) Tempo:

61

Sedentarismo: Sim ( ) Não ( ) Atividade irregular ( ) D. Chagas: Sim ( ) Não ( ) Esquistossomose: Sim ( )Não ( ) Drogas ilícitas: Sim ( ) Não ( ). Qual(ais): ANTECEDENTES FAMILIARES: História familiar de DAC Sim ( ) Não ( )História familiar de HAS Sim ( ) Não ( ) História familiar de DM Sim ( ) Não ( )História familiar de AVC Sim ( ) Não ( ) História familiar de DLP Sim ( ) Não ( )História familiar de DCV Sim ( ) Não ( ) EXAMES: ECG: CATE: % DE

OBSTRUÇÃO LOCAL Outros dados

Coronária Direita Descendente anterior

Circunflexa Diagonais Marginais Tronco Coronária esquerda ECO: ( )TT ( )TE FE%: DSVE: DDVE: AE: PSAP: Outros achados: DOSAGEM: CKMB: Elevada ( ) Normal ( ) Valor: CPK total: Troponinas: Elevada ( ) Normal ( ) Valor: TGO/TGP: Elevada ( ) Normal ( ) Valor: Creatinina: Elevada ( ) Normal ( ) Valor: Glicemia: Elevada ( ) Normal ( ) Valor: Perfil lipídico: Elevada ( ) Normal ( ) CT: LDL: HDL: VLDL: TG: OUTROS: EVOLUÇÃO CLÍNICA E NA UTI: ANGIOPLASTIA ( ) CIRURGIA DE RM ( ) T.CLÍNICO ( ) Complicações: ICC Sim ( ) Não ( ) Fibrilação V. Sim ( ) Não ( ) Arritmia Sim ( ) Não ( ) TV Sim ( ) Não ( ) AVC Sim ( ) Não ( ) Embolia Sim ( ) Não ( ) Trombose do Stent Sim ( ) Não ( ) Reinfarto Sim ( ) Não ( )

62

Coagulopatia Sim ( ) Não ( ) Anemia Sim ( ) Não ( ) T. sanguínea Sim ( ) Não ( ) Bolsas: Dissecção coronariana Sim ( ) Não ( ) Infecções Sim ( ) Não ( ) Necessidade de Marca-Passo Sim ( ) Não ( ) Ponte de Safena Sim ( ) Não ( ) Local: Número: Disfunção VE Nenhuma ( ) Leve ( ) Moderada ( ) Severa ( ) Aneurisma de VE Sim ( ) Não ( ) Angina pós infarto Sim ( ) Não ( ) PCR Sim ( ) Não ( ) Outras complicações: MEDICAÇÕES: Heparina ( ) Enoxaparina (clexane) ( ) AAS ( ) Clopidogrel ( ) Reopro ( ) Nitrato venoso ( ) Nitrato oral ( ) Carvedilol ( ) Metoprolol ( ) Outros: DADOS COMPLEMENTARES: Necessidade de Ventilação Mecânica: Sim ( ) Não ( ) Tempo de VM: dias Necessidade de vasopressor:Sim ( )[Nora ( )Dobutamina ( )Dopa ( )Outros( )] Não ( ) Necessidade de Cardioversão Elétrica Sim ( ) Não ( ) Necessidade de Reinternamento Sim ( ) Não ( ) Trombólise Sim ( ) Não ( ) RESGATE Sim ( ) Não ( ) Necessidade de REOP Sim ( ) Não ( ) Tempo de internamento na UTI: Dias Resultado final Alta/bem sucedido ( ) Alta/com seqüelas ( ) Óbito ( ) DATA: / / Pesquisador: DÉBORA DE SOUSA PINHEIRO

1

ANEXO 8

62