Articulação tipográfica em bulas digitais: estudo analítico a partir do Bulário Eletrônico da...

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Anais do 6º Congresso Internacional de Design da Informação 5º InfoDesign Brasil 6º Congic Solange G. Coutinho, Monica Moura (orgs.) Sociedade Brasileira de Design da Informação SBDI Recife | Brasil | 2013 ISBN 978-85-212-0824-2 Proceedings of the 6 th Information Design International Conference 5 th InfoDesign Brazil 6 th Congic Solange G. Coutinho, Monica Moura (orgs.) Sociedade Brasileira de Design da Informação SBDI Recife | Brazil | 2013 ISBN 978-85-212-0824-2 Hammerschmidt, Christopher; Spinillo, Carla Galvão. 2014. Articulação tipográfica em bulas digitais: estudo analítico a partir do Bulário Eletrônico da Anvisa. In: Coutinho, Solange G.; Moura, Monica; Campello, Silvio Barreto; Cadena, Renata A.; Almeida, Swanne (orgs.). Proceedings of the 6th Information Design International Conference, 5th InfoDesign, 6th CONGIC [= Blucher Design Proceedings, num.2, vol.1]. São Paulo: Blucher, 2014. ISSN 2318-6968, ISBN 978-85-212-0824-2 DOI http://dx.doi.org/10.5151/designpro-CIDI-101 Articulação tipográfica em bulas digitais: estudo analítico a partir do Bulário Eletrônico da Anvisa Typographic articulation in digital medicine inserts: a study on Anvisa’s Bulário Eletrônico Christopher Hammerschmidt, Carla Galvão Spinillo tipografia, legibilidade, hierarquia tipográfica, bulas de medicamento digitais Os problemas de apresentação gráfica presentes em bulas de medicamentos contrastam fortemente com a função desempenhada por tais documentos no acesso à informação sobre saúde. Uma considerável parte das deficiências verificadas nas bulas se relaciona à articulação tipográfica, sobretudo em questões pertinentes à legibilidade e à definição de hierarquia da informação. Este artigo busca comparar diretrizes tipográficas identificadas na literatura com as especificações de apresentação visual para bulas conforme a Resolução RDC n. 47, publicada pela Anvisa em setembro de 2009. Selecionou-se uma amostra probabilística por tipicidade de 30 bulas digitais, disponíveis no banco de dados Bulário Eletrônico, para realizar as análises. A avaliação dessa amostra fornece uma base para discutir a articulação tipográfica em bulas digitais e aponta caminhos para trabalhos futuros. typography, legibility, typographic hierarchy, digital medicine inserts Problems concerning graphic presentation of medicine inserts strongly contrast with the function of these documents regarding the access to information about health. A substantial part of the deficiencies shown by the leaflets refer to typographic articulation, especially in questions about legibility and the definition of information hierarchy. This paper seeks to compare typographic guidelines from the literature to specifications for visual presentation of medicine inserts according to RDC n. 47, a resolution published in September 2009 by the Brazilian Health Surveillance Agency (Anvisa). We selected a probability sample of 30 digital medicine inserts, available from the Bulário Eletrônico database to perform the analyses. The assessment of these documents provides a background to discuss typographic articulation in digital medicine inserts and points out some pathways for future work. 1 Introdução As bulas de medicamentos, por constituírem o principal material informativo disponível a pacientes (Silva et al., 2000), assumem papel de grande importância acerca do acesso à informação na área de saúde. Tais documentos fornecem informações pertinentes à promoção do uso racional dos fármacos, alertam para os riscos associados à automedicação, para a importância da continuidade do tratamento, para a necessidade de prescrição médica e empreendem um trabalho educativo em relação aos usuários (Caldeira et al., 2008; Volpato et al., 2009). Em oposição à importante finalidade das bulas, verificam-se, na apresentação gráfica desses materiais, muitas deficiências que podem comprometer a compreensão do documento (Fujita, 2007; Spinillo et al., 2010). Uma considerável parte dessas deficiências se relaciona à articulação tipográfica, sobretudo em questões pertinentes à legibilidade e à definição de hierarquia da informação. Apesar de existir um corpo considerável de trabalhos dedicados às questões de legibilidade CIDI 2013 6 TH CIDI 5 TH InfoDesign 6 TH CONGIC 5 th Brazilian Conference of In formation Design 6 th Information Design Student Conference 6 th Information Design International Conference Blucher Design Proceedings Julho de 2014, Número 2, Volume 1

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Anais do 6º Congresso Internacional de Design da Informação 5º InfoDesign Brasil 6º Congic Solange G. Coutinho, Monica Moura (orgs.) Sociedade Brasileira de Design da Informação – SBDI Recife | Brasil | 2013 ISBN 978-85-212-0824-2

Proceedings of the 6th Information Design International Conference 5th InfoDesign Brazil 6th Congic Solange G. Coutinho, Monica Moura (orgs.) Sociedade Brasileira de Design da Informação – SBDI Recife | Brazil | 2013 ISBN 978-85-212-0824-2

Hammerschmidt, Christopher; Spinillo, Carla Galvão. 2014. Articulação tipográfica em bulas digitais: estudo analítico a

partir do Bulário Eletrônico da Anvisa. In: Coutinho, Solange G.; Moura, Monica; Campello, Silvio Barreto; Cadena,

Renata A.; Almeida, Swanne (orgs.). Proceedings of the 6th Information Design International Conference, 5th

InfoDesign, 6th CONGIC [= Blucher Design Proceedings, num.2, vol.1]. São Paulo: Blucher, 2014. ISSN 2318-6968,

ISBN 978-85-212-0824-2 DOI http://dx.doi.org/10.5151/designpro-CIDI-101

Articulação tipográfica em bulas digitais: estudo analítico a partir do Bulário Eletrônico da Anvisa Typographic articulation in digital medicine inserts: a study on Anvisa’s Bulário Eletrônico

Christopher Hammerschmidt, Carla Galvão Spinillo

tipografia, legibilidade, hierarquia tipográfica, bulas de medicamento digitais Os problemas de apresentação gráfica presentes em bulas de medicamentos contrastam fortemente com a função desempenhada por tais documentos no acesso à informação sobre saúde. Uma considerável parte das deficiências verificadas nas bulas se relaciona à articulação tipográfica, sobretudo em questões pertinentes à legibilidade e à definição de hierarquia da informação. Este artigo busca comparar diretrizes tipográficas identificadas na literatura com as especificações de apresentação visual para bulas conforme a Resolução RDC n. 47, publicada pela Anvisa em setembro de 2009. Selecionou-se uma amostra probabilística por tipicidade de 30 bulas digitais, disponíveis no banco de dados Bulário Eletrônico, para realizar as análises. A avaliação dessa amostra fornece uma base para discutir a articulação tipográfica em bulas digitais e aponta caminhos para trabalhos futuros. typography, legibility, typographic hierarchy, digital medicine inserts Problems concerning graphic presentation of medicine inserts strongly contrast with the function of these documents regarding the access to information about health. A substantial part of the deficiencies shown by the leaflets refer to typographic articulation, especially in questions about legibility and the definition of information hierarchy. This paper seeks to compare typographic guidelines from the literature to specifications for visual presentation of medicine inserts according to RDC n. 47, a resolution published in September 2009 by the Brazilian Health Surveillance Agency (Anvisa). We selected a probability sample of 30 digital medicine inserts, available from the Bulário Eletrônico database to perform the analyses. The assessment of these documents provides a background to discuss typographic articulation in digital medicine inserts and points out some pathways for future work.

1 Introdução

As bulas de medicamentos, por constituírem o principal material informativo disponível a pacientes (Silva et al., 2000), assumem papel de grande importância acerca do acesso à informação na área de saúde. Tais documentos fornecem informações pertinentes à promoção do uso racional dos fármacos, alertam para os riscos associados à automedicação, para a importância da continuidade do tratamento, para a necessidade de prescrição médica e empreendem um trabalho educativo em relação aos usuários (Caldeira et al., 2008; Volpato et al., 2009). Em oposição à importante finalidade das bulas, verificam-se, na apresentação gráfica desses materiais, muitas deficiências que podem comprometer a compreensão do documento (Fujita, 2007; Spinillo et al., 2010). Uma considerável parte dessas deficiências se relaciona à articulação tipográfica, sobretudo em questões pertinentes à legibilidade e à definição de hierarquia da informação.

Apesar de existir um corpo considerável de trabalhos dedicados às questões de legibilidade

CIDI2013 6TH CIDI 5TH InfoDesign 6TH CONGIC5th Brazilian Conferenceof In formation Design

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e hierarquia tipográfica aplicadas ao design de bulas de medicamentos, verifica-se que as análises contidas na literatura se concentram em bulas impressas. Dessa maneira, fazem-se necessárias iniciativas que considerem a apresentação das informações contidas nas bulas para leitura em meios digitais.

2 Articulação tipográfica: legibilidade e hierarquia

Fatores que influenciam a legibilidade

A literatura sobre legibilidade revela grande interesse na identificação de variáveis que possam influenciar o desempenho dos leitores. Entre os aspectos identificados como decisivos para a legibilidade na composição tipográfica, podem-se citar:

Contraformas: definidas como os espaços em branco internos ou externos aos caracteres tipográficos (Farias, 2004: não paginado), as contraformas são consideradas tão importantes quanto o próprio desenho dos tipos (Jamra, 2004: 1; Cheng, 2005: 218). Durante o processo de design dos tipos, busca-se equilibrar os espaços brancos de modo que as contraformas internas e externas aos caracteres ocupem áreas aproximadamente iguais (Briem, 2003; Smeijers, 2011: 30-32).

Serifas e familiaridade: segundo a literatura, as serifas (pequenas projeções para um ou ambos os lados das extremidades do traço principal nos desenhos dos caracteres) podem auxiliar a leitura por construírem desenhos com características distintivas mais ressaltadas, além de auxiliar o movimento horizontal dos olhos ao longo da linha de texto (Dumont, 2011: 1426). Contudo, esses argumentos são bastante questionados e carecem de comprovação científica (Felici, 2011; Lund, 1997). Morris et al. (2002), argumentam que a preferência por fontes serifadas não se dá apenas pela presença dos remates nos traços, mas também por uma série de outras características de design consideradas importantes para a legibilidade de faces de tipos, tais como espessura das hastes, altura-x, extensão de ascendentes e descendentes, largura dos caracteres e modulação (contraste) entre traços finos e espessos, além da familiaridade do público com relação a essas fontes.

Corpo da fonte: o termo corpo diz respeito ao tamanho em que a fonte é composta. Segundo Waarde (1999: 70), as diretrizes encontradas na literatura especificam diferentes faixas de tamanhos sugeridos para textos de leitura contínua, variando entre 9-11 pt, 9-14pt e 8-12 pt.

Entrelinha: definida como a distância entre linhas de base consecutivas (Farias, 2004: não paginado), a entrelinha revela grande importância na definição da cor do bloco de texto (Lupton, 2006: 83). Bringhurst (2005: 45) afirma que as entrelinhas de corpo (sem espaço adicional entre linhas de texto) ou negativa (distância entre linhas menor que o tamanho do corpo) raramente produzem blocos de texto com boa legibilidade. Waarde (1999: 70) identifica, na literatura, diretrizes para definição da entrelinha a partir do corpo da fonte: de 2 a 4 pt de espaço adicional em relação ao tamanho do corpo.

Comprimento de linha: desde a década de 1940, com Tschichold (1940), argumenta-se que linhas muito extensas prejudicam a legibilidade, ainda que o aumento da entrelinha ajude a amenizar as dificuldades na leitura de linhas muito extensas. Waarde (1999: 71) sintetiza as recomendações de comprimento de linha encontradas na literatura, afirmando que a medida ideal deve comportar entre 10 a 12 palavras por linha. Segundo Bringhurst (2005: 34), linhas que comportem de 45 a 70 caracteres se mostram satisfatórias, 66 caracteres o comprimento ideal.

Alinhamento de texto: trata-se de fator relevante, pois influencia as relações entre os espaços e as formas tipográficas (Samara, 2004; Bringhurst, 2005; Lupton, 2006; Felici, 2011). Haslam (2007: 76) define quatro disposições básicas: alinhamento à direita, à esquerda, centralizado e justificado. As três primeiras formas têm como característica comum a manutenção de espaços fixos entre palavras (Bringhurst, 2005). Já no alinhamento justificado, para que ambas as margens sejam regulares, faz-se necessário flexibilizar tais espaços. Esse processo pode ocasionar problemas na composição do texto, como a ocorrência de linhas muito apertadas ou muito soltas, buracos e rios (quando espaços entre letras se acumulam um sobre o outro em diversas linhas consecutivas) (Lupton, 2006; Felici, 2011).

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Hierarquia tipográfica

Segundo Lupton (2006), a distinção entre níveis hierárquicos deve ser indicada por meio de um ou mais sinais aplicados com consistência ao longo do texto. Tais sinais se classificam em duas categorias básicas (Lupton, 2006; Lupton & Phillips, 2008):

Espaciais: recuo, entrelinha, espacejamento, posição na página;

Gráficos: tamanho e variações de escala (referentes ao corpo do tipo), estilo, fonte, cor e tonalidade.

Neste artigo, optou-se por classificar os sinais espaciais em dois grupos, para auxiliar a condução do estudo analítico. Desse modo, considera-se como espaço vertical todo espaço cuja medida no layout se faz pelo eixo vertical da página, correspondendo ao que Bringhurst (2005) denomina de movimento vertical. Espaços horizontais, por sua vez, são definidos como aqueles cuja medição se executa pelo eixo horizontal da página – movimento horizontal (Bringhurst, 2005).

Por outro lado, Mijksenaar (1997), ao buscar uma classificação de variáveis gráficas para promover diretrizes à prática do design gráfico, discrimina elementos em três categorias, diferenciando variáveis de hierarquia e distinção, às quais se somam componentes de apoio:

Variáveis hierárquicas: indicam diferença de importância, sendo expressas por meio de tamanho e intensidade. Incluem posição sequencial (cronológica), posição na página (layout), tamanho, peso do tipo e entrelinha;

Variáveis distintivas: expressam diferença de tipo e incluem aspectos relacionados a cor e forma. Abrangem o uso de cor, ilustrações, largura da coluna de texto e tipo (fonte tipográfica);

Variáveis de apoio: compreendem elementos de suporte, tais como áreas de cor e sombreamento, linhas e caixas, símbolos, logotipos, ilustrações, atributos de texto (como uso de itálicos), cujo papel consiste em acentuar e organizar a informação.

A classificação sugerida pelo autor tem por objetivo fornecer bases para que se possa analisar e projetar materiais gráficos diversos, desde manuais de instrução a revistas e mesmo bulas de medicamentos (Mijksenaar, 1997). O Quadro 1 apresenta uma matriz desenvolvida com esse propósito, tendo por base elementos comumente encontrados em revistas.

Quadro 1: Exemplo de uso de variáveis hierárquicas e distintivas na descrição tipográfica do layout de uma revista.

Fonte: Mijksenaar, 1997.

As características enumeradas por Mijksenaar (1997) no grupo das variáveis hierárquicas, sobretudo o peso do tipo, apresentam forte relação com a cor tipográfica, corroborando as assertivas de Samara (2004), que atenta para o efeito que alterações na textura e no ritmo do bloco de texto implicam na hierarquia.

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3 Forma das bulas de medicamentos: especificações da RDC n. 47

Até a publicação da Resolução RDC n. 47, em 2009, a legislação brasileira se mostrava praticamente omissa quanto à apresentação gráfica das bulas de medicamentos, desconsiderando fatores como legibilidade, clareza nas instruções visuais e layout do documento (Fujita, 2007). A Resolução citada contempla, além de diretrizes acerca do conteúdo das bulas, especificações básicas quanto à forma do documento, conforme aponta o texto do Art. 5º (Brasil, 2010: 37):

Art. 5° Quanto à forma, as bulas dos medicamentos devem:

I. apresentar fonte Times New Roman no corpo do texto com tamanho mínimo de 10 pt (dez pontos), não-condensada e não expandida;

II. apresentar texto com espaçamento entre letras de no mínimo 10% (dez por cento);

III. apresentar texto com espaçamento entre linhas de no mínimo 12 pt (doze pontos);

IV. apresentar colunas de texto com no mínimo 80 mm (oitenta milímetros) de largura;

V. ter o texto alinhado à esquerda, hifenizado ou não;

VI. utilizar caixa alta e negrito para destacar as perguntas e os itens de bula;

VII. possuir texto sublinhado e itálico apenas para nomes científicos;

VIII. ser impressas na cor preta em papel branco que não permita a visualização da impressão na outra face, quando a bula estiver sobre uma superfície.

[...]

§ 3º Para a disponibilização da bula em meio eletrônico, o texto deve ser corrido e não apresentar colunas.

O § 3º do Art. 5º da RDC n. 47 oferece a única citação quanto à forma das bulas digitais no texto legal, mas carece de especificações mais detalhadas. Assim, pode-se inferir que as bulas digitais devam apresentar as mesmas características de formatação que as bulas impressas, com a particularidade de apresentar uma única coluna de texto.

4 Análise tipográfica das bulas digitais

Amostra

Para a realização da análise de bulas digitais, selecionou-se uma amostra probabilística por tipicidade de 30 bulas digitais, em formato PDF. Os arquivos foram coletados no site Bulário Eletrônico no dia 8 de setembro de 2012 e incluem tanto bulas de medicamentos controlados quanto de medicamentos vendidos sem receita médica.

Instrumento e protocolo de análise

O instrumento de análise utilizado (Figura 1) se estrutura em três seções:

1. Identificação da bula: informações básicas para localização e identificação dos arquivos digitais;

2. Características gerais: atributos fundamentais do layout do documento, que definem a estrutura geral de formatação;

3. Articulação tipográfica: confronto entre variáveis tipográficas e níveis de hierarquia.

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Figura 1: Instrumento de análise para condução do estudo analítico

A terceira seção do instrumento de análise dispõe as variáveis tipográficas nas colunas e os níveis hierárquicos de formatação nas linhas da matriz. A classificação dos níveis de hierarquia define três grupos fundamentais: (a) identificação do medicamento, (b) informações ao paciente e (c) dizeres legais. Tal categorização se fez com base nas especificações da RDC n. 47. O grupo (a) identificação do medicamento foi estruturado em sete planos:

Antetítulo: informação que precede o título principal da bula;

Identificação 1: identificação principal – nome do medicamento;

Identificação 2: identificação complementar – nome do princípio ativo e outras informações adicionais;

Título 1: título de seção primária. Neste caso, indica o título Identificação do medicamento;

Título 2: título de seção secundária. Neste grupo, inclui os títulos Apresentação e Composição;

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Corpo de texto: texto simples da bula, utilizado como base para a classificação hierárquica dos demais planos;

Advertência: avisos e alertas destacados do corpo de texto.

O grupo (b) informações ao paciente comporta até sete planos:

Título 1: título de seção primária. Neste caso, define o título Informações ao paciente;

Título 2: título de seção secundária. Indica as perguntas pelas quais se estrutura o conteúdo da seção;

Título 3: título de seção terciária. Trata-se de subtítulos relacionados às perguntas definidas como Título 2;

Corpo de texto: texto simples da bula, como no grupo (a);

Advertência: avisos e alertas, similares ao grupo (b);

Lista: informações complementares ao corpo de texto, definidas por indicadores de sequenciamento;

Tabela: texto interno às células de tabelas.

No grupo (c) dizeres legais, pode-se encontrar até quatro planos:

Título 1: título de seção primária. Neste grupo, refere-se ao título Dizeres legais;

Corpo de texto: texto simples da bula, como nos grupos (a) e (b);

Advertência: avisos e alertas, similares aos grupos (a) e (b);

Aprovação: indica a data de aprovação da bula pela Anvisa.

Alguns planos se repetem entre diferentes grupos de informação. Optou-se por defini-los assim em vez de estabelecer uma classificação geral porque a formatação pode divergir entre grupos. Como resultado do confronto de variáveis tipográficas em relação aos níveis de hierarquia, tem-se uma escala hierárquica observada para cada bula, definida por valores numéricos, baseada no modelo de Mijksenaar (1997). A escala hierárquica ideal se encontra disposta no coluna à direita da escala observada, para facilitar a comparação entre ambas.

Aos três grupos de informação já descritos, soma-se uma quarta categoria, cuja finalidade consiste em identificar a presença ou ausência de elementos auxiliares no design das bulas: figuras, cabeçalho e rodapé. Já que tais componentes não integram as informações obrigatórias e atuam, na maioria das vezes, como suporte ao corpo do texto, optou-se por apenas discriminar de maneira simplificada o conteúdo desses níveis de informação.

A aferição de aspectos que exigem medidas, como margens, comprimento de linha, corpo da fonte e entrelinha se fez por meio do programa de desenho vetorial Adobe Illustrator. Para estas duas últimas variáveis, utilizou-se como unidade de medida o ponto1, por estar em consonância com as especificações da RDC n. 47.

Resultados e discussão

A abordagem utilizada para análise dos resultados possui caráter qualitativo. Quanto às características gerais dos documentos, verificou-se o uso de três formatos de página: a bula 4 emprega um formato não padronizado, de medidas 240 × 180 mm; as bulas 7 e 11 são editadas em formato Carta (215,9 × 279,4 mm); todas as demais bulas se encontram em formato A4 (210 × 297 mm). Os valores associados às margens das páginas variam consideravelmente, sendo os mais comuns na faixa de 20 a 30 mm.

No que concerne ao número de colunas de texto, apenas a bula 4 apresenta duas colunas. Essa característica impacta diretamente o comprimento de linha, medindo 110 mm, com 76 cpl em média. As demais bulas, formatadas com apenas uma coluna de texto, apresentam linhas consideravelmente mais longas. Com a formatação do texto em uma única coluna, o menor comprimento de linha em cpl se encontra nas bulas 15 e 25, sendo igual a 84 caracteres por linha. Por outro lado, o maior valor para comprimento de linha em cpl consiste no que se observou na bula 18: 121 caracteres. Dessa maneira, percebe-se que nenhuma das bulas analisadas apresenta conformidade com as diretrizes tipográficas. Apenas a bula 4, com 76 cpl, encontra-se numa faixa aceitável. Por outro lado, examinando-se as especificações da RDC

1 A unidade ponto se refere, nesse caso, ao padrão de pontos PostScript, definido pela Adobe como

1/72 de polegada (Felici, 2011).

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n. 47, tem-se como única referência o valor de 80 mm como o mínimo para comprimento de linha. Sob tal critério, todas as bulas da amostra apresentam conformidade com as especificações legais, exceto a bula 4, que apresenta duas colunas de texto. Isso demonstra uma clara falta de consenso entre as diretrizes da literatura e as exigências da RDC n. 47.

O Quadro 2 apresenta uma visão geral dos resultados obtidos para as variáveis tipo, corpo e entrelinha. Constatou-se o uso de poucas fontes na composição dos textos das bulas digitais. A exceção das bulas 7 e 11, todos os documentos utilizam uma única família tipográfica no layout. Conforme demonstra a Figura 2, a família Times New Roman consiste na única dotada de tipos serifados em uso regular nas bulas da amostra, contrastando com Arial, Helvetica, Tahoma e Calibri, que não possuem tais detalhes de desenho.

Quadro 2: Características dos tipos, tamanhos de corpo e entrelinha identificadas na análise da amostra de 30 bulas

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Quadro 2: Características dos tipos, tamanhos de corpo e entrelinha identificadas na análise da amostra de 30 bulas

* Tipos não identificados, apresentados como imagens bitmap.

Figura 2: Famílias tipográficas identificadas na análise das bulas digitais: Calibri (A),

Times New Roman (B), Arial (C), Helvetica (D) e Tahoma (E)

Assim como se verificou pouca variedade no uso de fontes tipográficas, observaram-se também poucas bulas com uso de variações no corpo do tipo como recurso de composição tipográfica. Dos 30 documentos analisados, 21 utilizam apenas um tamanho para o corpo das fontes (Quadro 3). Sob o ponto de vista da RDC n. 47, o corpo da fonte apresenta

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irregularidades nas bulas 11, 28 e 29, que apresentam fontes menores que 10 pt – mínimo recomendado pelo texto legal. Quanto às diretrizes tipográficas, verifica-se que todas as bulas encontram respaldo na literatura, segundo a sumarização realizada por Waarde (1999).

Para comparar o tamanho do corpo tipográfico e a medida absoluta da entrelinha nas bulas, optou-se por estabelecer uma classificação que tornasse essas relações mais claras. Assim, entrelinhas de valor inferior ao corpo do tipo (entrelinha proporcional2 menor que 1) receberam a denominação de entrelinha negativa; espaços adicionais de até 40% em relação ao corpo (entrelinha proporcional até 1,4) foram classificados como entrelinha simples; distâncias maiores que 40% e menores que 90% de espaço adicional (entrelinha proporcional maior que 1,4 e menor que 1,9) constam como espacejamento de 1,5 linha. Em alguns casos, não foi possível estimar a entrelinha, devido ao fato de os textos correspondentes a determinados níveis ocuparem apenas uma linha e apresentarem espaços verticais anterior e/ou posterior. Entretanto, verifica-se sensível consistência na classificação da entrelinha para cada documento, como evidencia o Quadro 3.

Considerando-se que as bulas da amostra exibem comprimento de linha extenso, a entrelinha padrão recomendada, 2 a 4 pt adicionais em relação ao corpo do tipo (Waarde, 1999), mostra-se insuficiente. Assim, valores maiores para a entrelinha seriam mais adequados (Samara, 2004; Haslam, 2007), o que se verifica somente nas bulas 1, 7, 9, 12, 13 e 27, com uso de espacejamento de 1,5 linha. Entre as demais, as bulas 4, 8, 11, 14, 17, 18, 19, 20 e 28 desrespeitam as exigências da RDC n. 47, exibindo espaços entre linhas de texto inferiores a 12 pt.

A análise do estilo padrão de formatação revelou algumas tendências nos documentos. Constatou-se que, para o Título 1, existe uma forte predominância do uso de bold associado à composição do texto em caixa-alta, situação verificada em 26 bulas. Em algumas delas, observam-se recursos adicionais para promover diferenciação e ressaltar a hierarquia, conforme demonstra a Figura 3.

Figura 3: Diferentes padrões de formatação para o Título 1: combinação simples de caixa-alta e bold (A), uso

de realce (B), sublinhado (C), cor (D), fios envolvendo os tipos (E) e pseudo-versaletes com fio inferior (F).

Quanto ao Título 2, detectou-se um padrão formal muito semelhante àquele descrito para o Título 1. Das 30 bulas analisadas, 28 exibem as informações referentes ao Título 2 em caixa-alta e bold, conforme exige a RDC n. 47, podendo haver recursos adicionais como sublinhado (bula 9). Essa semelhança no estilo de formatação acarreta problemas na hierarquia,

2 Denominou-se entrelinha proporcional o quociente (entrelinha)/(corpo do tipo).

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fortalecidos pela similaridade no padrão tipográfico das advertências, sobretudo aquelas contidas no grupo (a) identificação do medicamento. A Figura 4 exemplifica como essa semelhança pode dificultar a discriminação de níveis de informação distintos. Em suporte aos estilos tipográficos padrão, o emprego de estilos secundários ou de ênfase se observa com maior frequência na Identificação 2, geralmente para indicar nomes científicos, e no corpo de texto ou em informações relacionadas, como listas e tabelas, podendo ocorrer também em advertências. Os estilos mais comuns verificados consistem em itálico, bold, caixa-alta e na combinação de bold e caixa-alta. Esta última forma pode gerar problemas de distinção e hierarquia, devido à similaridade com informações pertencentes a níveis superiores na hierarquia tipográfica do documento.

Figura 4: Exemplo de similaridade de formatação entre informações de diferentes níveis hierárquicos.

Com respeito à utilização de indicadores de sequenciamento, notou-se a presença de numerais em estilo romano e arábico, além de traços e bullets – bolas ou outros símbolos utilizados como marcadores em listas. Ainda que a RDC n. 47 não especifique claramente no texto o uso de indicadores de sequenciamento, o Anexo I da Resolução permite inferir recomendações quanto ao uso de numerais romanos para Título 1, numerais arábicos para Título 2 no grupo (b) informações ao paciente – títulos em forma de pergunta – e hífens como marcadores em listas de apoio ao corpo de texto. A numeração por algarismos arábicos dos títulos em forma de perguntas se mostrou um padrão forte, ocorrendo em 25 das 30 bulas analisadas.

A aplicação de variações no espaço horizontal se mostra fortemente relacionada à presença de indicadores de sequenciamento nas bulas analisadas. Nesses casos, constatou-se o uso de recuo saliente (parágrafo francês) como forma de isolar os marcadores ou numerais do bloco de texto, por vezes associado a recuo à esquerda. Outras formas de uso do espaço horizontal consistem no recuo à esquerda para Identificação 1 e Identificação 2; uso de tabulações para organizar informações de identificação do fármaco (Figura 5A); uso de recuo à esquerda após a primeira linha em blocos de dizeres legais, como forma de agrupar elementos relacionados entre si (Figura 5B).

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Figura 5: Exemplos do uso de espaço horizontal: tabulações para organizar dados de identificação do

medicamento (A); recuo à esquerda após a primeira linha em blocos de dizeres legais (B).

O recuo da primeira linha de um parágrafo, prática comum no design editorial, considerada padrão desde o século XVII (Lupton, 2006), mostrou-se ausente na amostra analisada. Em vez disso, muitas bulas aplicam apenas quebra de linha entre parágrafos, sem qualquer sinal indicativo de início de um novo parágrafo. Tal constatação, aliada aliada à inconsistência no uso de espaços verticais, aponta para problemas no reconhecimento de quebras de parágrafos. Em títulos, tem-se geralmente espaço anterior ou a combinação de espaço anterior e posterior. Para advertências, o espaço vertical tende a ocorrer entre blocos de informações ou em combinação de espaços anterior e posterior. Entretanto, há situações em que o espaço vertical é ignorado enquanto recurso de composição (Figura 6).

Figura 6: Espaço em branco como recurso de composição tipográfica: em (A) , a falta de espaços verticais

torna o bloco de texto denso, dificultando a distinção entre parágrafos e níveis de hierarquia. O uso de

recuo no título, distanciando-o da margem esquerda, enfraquece a ênfase desse nível em relação ao corpo

de texto. Em (B), o uso do espaço vertical auxilia a distinção entre os níveis hierárquicos

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Acerca do alinhamento do corpo de texto, comprovou-se a predominância do modo justificado (26 bulas), o que acarreta frequentemente problemas como a expansão e a compressão da entrepalavra, e compressão da entreletra. Esses efeitos são ressaltados pela falta de hifenização de palavras, ocasionando buracos ou até mesmo a sobreposição de caracteres no bloco de texto. A literatura rejeita enfaticamente tais situações, que distorcem o equilíbrio entre forma e contraforma (Samara, 2004; Bringhurst, 2005; Lupton, 2006; Haslam, 2007; Felici, 2011). Tendo por base o texto da Resolução RDC n. 47, constata-se que essas características se encontram em desacordo com as especificações legais, que exigem texto alinhado à esquerda e facultam o uso de hifenização.

No que diz respeito à estrutura hierárquica da informação, as bulas digitais se revelam consideravelmente complexas, possuindo até sete níveis hierárquicos. Alguns tipos de informações, como títulos e antetítulos, listas, tabelas, entre outros não se encontram em todas as bulas, o que confere à amostra significativa variedade na organização das informações. O Quadro 4 permite conferir a presença dos diferentes planos de hierarquia nas 30 bulas da amostra, associados aos respectivos valores atribuídos na escala hierárquica observada. A escala ideal se encontra no rodapé do quadro para permitir comparações.

Quadro 3: Comparação entre as escalas hierárquicas observadas nas bulas da amostra do estudo analítico

com a escala ideal

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Quadro 3: Comparação entre as escalas hierárquicas observadas nas bulas da amostra do estudo analítico

com a escala ideal

= divergências em relação à escala ideal; * = formatação inconsistente.

Confrontando-se as escalas hierárquicas observadas com a escala ideal definida por meio da fundamentação teórica, percebe-se que todas as bulas apresentam divergência em pelo menos um plano com relação à hierarquia considerada ideal.

5 Considerações finais

As bulas de medicamentos constituem documentos de considerável complexidade textual e gráfica, conforme demonstrou a análise descrita neste artigo. Assim, esses documentos devem ser cuidadosamente considerados quanto à apresentação visual, de modo a permitir que os usuários consigam compreender o conteúdo do material. Nesse contexto, a tipografia se revela como uma importante dimensão para estudo.

Por meio de uma análise fundamentada em diretrizes presentes na literatura específica sobre tipografia e nas especificações da RDC n. 47 para a forma das bulas de medicamentos, este artigo buscou avaliar a articulação tipográfica em bulas digitais disponíveis no sistema Bulário Eletrônico, da Anvisa. Verificou-se que, mesmo constando como adequadas às exigências dessa resolução, as bulas analisadas exibem aspectos de composição tipográfica que não se encontram em conformidade com as especificações legais. As divergências com relação às diretrizes tipográficas podem indicar inadequações desses documentos quanto à legibilidade do texto. A definição da hierarquia também pode ser considerada como deficiente nos materiais analisados, pelo contraste insuficiente entre níveis distintos de informação e pela falta de clareza na discriminação da estrutura dos documentos. Estes aspectos podem vir a afetar a eficácia comunicativa das bulas junto a usuários de medicamentos.

Por fim, constatou-se que as bulas digitais analisadas estão configuradas como documentos impressos (e.g. formato de página, definição das margens, corpo do tipo). Portanto, é questionável sua adequação à visualização por meio de aparelhos eletrônicos, sobretudo aqueles com telas de tamanho reduzido, como os dispositivos de interação móvel (smartphones, iPods). Essas observações apontam uma demanda de estudos futuros no âmbito do design da informação para bulas digitais brasileiras.

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Agradecimento

Os autores agradecem o apoio financeiro por meio da bolsa CAPES/Reuni concedida para a realização da pesquisa de mestrado que originou este artigo.

Referências

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Sobre os autores

Christopher Hammerschmidt, BA, UFPR, Brasil <[email protected]>

Carla Galvão Spinillo, PhD, UFPR, Brasil <[email protected]>