Apostila Linguagem e Comunicação
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SENAC - SERVIÇO NACIONAL DE APRENDIZAGEM COMERCIAL Conselho Regional José Evaristo dos Santos Presidente Departamento Regional de Goiás Felicidade Maria de Faria Melo Diretora Regional Maria de Lourdes Martins Narciso Diretora de Educação Profissional Maria Helena de Podestá Diretora Recursos Humanos Maria Cândida Rodrigues Diretora Financeira Girsei Severino de Paula Diretor Administrativo Ronaldo de Sousa Ramos Diretor da Tecnologia da Informação Coordenação de Apoio Técnico Amália Cardoso da Silva Aguiar Angélica Cristina Pereira Carla Baylão de Carvalho Cláudia Márcia Alencar Costa Pereira Délcio Marques da Costa Márcia Neves Rocha de Oliveira Rômulo Criston Gomes Nascimento Veronízia Theodoro Luz Elaboração Adriana Costa Pires Diagramação Tatiane Aquino de Sousa
3
ÍNDICE APRESENTAÇÃO ...................................... ............................................ 5
1- LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO ........................... ....................... 7
2. TIPOS DE LINGUAGEM ............................. ....................................... 9
3. LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA ................. ........................... 9
4. O ASPECTO PROFISSIONAL DA COMUNICAÇÃO .......... ............ 11
5 . COMUNICAÇÃO ESCRITA ........................... .................................. 12
6. NOÇÕES BÁSICAS DA COMUNICAÇÃO ESCRITA .......... ............ 13
6.1 - Há algumas regras para a Escrita de Siglas. ......................................................... 14
6.2 - Grafia de Horas ...................................................................................................... 14
6.3 Grafias de Medidas .................................................................................................. 15
7. SINAIS DE PONTUAÇÃO ............................ .................................... 15
7.1 - Ponto e vírgula ( ; ) ................................................................................................. 15
7.2 - Dois pontos ( : ) ...................................................................................................... 16
7.3 - Vírgula ( , ) .............................................................................................................. 16
7.4 Ponto Final ( . ) ......................................................................................................... 19
7.5 Ponto de Interrogação ( ? ) ....................................................................................... 20
7.6 - Ponto de Exclamação ( ! ) ...................................................................................... 21
8 . QUESTÕES ORTOGRÁFICAS ......................... .............................. 22
9 . NOVA ORTOGRAFIA .............................. ....................................... 24
9.1 - Mudanças no Alfabeto ............................................................................................ 24
9.2 - Trema (¨) ................................................................................................................ 24
9.3 Mudanças nas regras de acentuação: ...................................................................... 25
9.4 - Uso do Hífen .......................................................................................................... 27
9.5 Crase ........................................................................................................................ 30
10 - EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO ................. ..................... 36
11 - PRONOMES .................................................................................. 41
11.1 - Pronomes Pessoais.............................................................................................. 42
11.2 - Pronome Reto ...................................................................................................... 42
11.3 - Pronome Oblíquo ................................................................................................. 43
4
11.4 - Pronome Oblíquo Átono ....................................................................................... 43
11.5 - Pronome Oblíquo Tônico...................................................................................... 44
12. COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM DIGITAL ............... .................... 49
12.1 Comunicação por E-Mail ........................................................................................ 52
12.2 - Exercícios de aprofundamento ............................................................................. 55
12.2 - A carta comercial .................................................................................................. 58
13 - CORREÇÃO GRAMATICAL .......................... ............................... 62
14- CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL ................. .................... 63
14.1 - Principais casos de concordância: ....................................................................... 63
14.2 - Concordância verbal............................................................................................. 65
15 - REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL .................... ........................... 66
15.1 - Regência verbal ................................................................................................... 67
16 - MODELOS DE CARTA ............................. .................................... 70
17 - CORRESPONDÊNCIA OFICIAL ...................... ............................. 72
17.1 - Abaixo-assinado ................................................................................................... 72
17.2 - Ata ........................................................................................................................ 72
17.3 - Declaração ........................................................................................................... 73
17.4 - Memorando .......................................................................................................... 73
17.5 - Ofício .................................................................................................................... 74
17.6 - Procuração ........................................................................................................... 74
17.7 - Requerimento ....................................................................................................... 74
18 - MODELOS DE DOCUMENTOS .................................................... 74
18- PARA INTERPRETAR BEM: ......................... ................................ 79
ANEXO I ......................................................................................................................... 84
19 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................... .......................... 88
5
APRESENTAÇÃO
Comunicação, etimologicamente, provém do verbo latino communicare, que significa pôr
em comum. A finalidade da comunicação é pôr em comum não apenas ideias,
sentimentos, pensamentos, desejos, mas também compartilhar formas de
comportamento, modos de vida, determinados por regras de caráter social. Desse ponto
de vista, comunicação é também convivência, que traz implícita a noção de comunidade,
vida em comum, agrupamento solidário, baseado no consenso espontâneo dos
indivíduos. Consenso significa acordo tácito, que pressupõe compreensão-e, em última
análise, o objetivo da comunicação é este: o entendimento entre os homens.
No cenário contemporâneo, em que a velocidade de comunicação possibilita trocas
comerciais e de informação em âmbito global, torna-se cada vez mais necessário que as
empresas e organizações busquem soluções de comunicação eficientes a fim de
alcançarem positivamente suas metas. Com o objetivo de buscar a eficácia da
comunicação nas organizações, os profissionais envolvidos precisam dedicar enorme
atenção à forma como se expressam, tanto ao falar quanto ao escrever.
Não se trata apenas de correção gramatical, mas de uma comunicação com simplicidade,
objetividade, clareza e precisão, elementos que formam a base para o sucesso das trocas
de informação e, consequentemente, permitem o desenvolvimento igualmente bem-
sucedido dos processos naturais ao dia-a-dia profissional.
6
MENSAGEM
“Você pode ter ideias brilhantes, mas, se não conse guir
transmiti-las, elas não o levarão a lugar algum.”
(Lee Iacocca)
7
1- LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
A palavra comunicação origina-se do latim communicare, que significa partilhar, dividir,
tornar comum, associar, trocar opiniões. A partir da etimologia, fica clara a diferença entre
comunicar e simplesmente informar.
O homem é um ser social e se difere dos outros seres que vivem reunidos pela
capacidade de julgar e discernir, estabelecendo regras para a vida em sociedade. Tal
concepção, nascida em A Política, de Aristóteles, implica estabelecer a necessidade de
linguagem para que o homem possa se comunicar com os outros e, juntos,
estabelecerem um código de vida em comum. Então, a linguagem, capacidade
comunicativa dos seres, constrói vínculos entre os homens e possibilita a transmissão de
culturas, além de garantir a eficácia dos mecanismos de funcionamento dos grupos
sociais.
Para que a comunicação ocorra, é necessário que seis elementos estejam presentes:
emissor, receptor, mensagem, código, canal e contexto. Cada um deles exerce um papel
essencial no processo de comunicação, e qualquer falha com um desses elementos pode
prejudicar ou invalidar a percepção ideal da mensagem.
Trataremos aqui tais elementos levando em conta a comunicação objetiva e cotidiana,
entendendo que, na comunicação literária, outros fatores podem estar envolvidos.
EMISSOR:
É o remetente da mensagem, aquele
que elabora sua ideia e a transforma
em código para ser enviada ao
receptor. O processo de codificação da
mensagem exige do emissor que ele:
a) conheça o código utilizado e suas
peculiaridades;
b) construa sua fala dentro das regras
convencionadas pela língua;
c) estruture sua fala de forma
inteligível e clara;
d) escolha o canal adequado para
fazer sua mensagem chegar ao
receptor;
e) perceba o contexto da comunicação
e se seu receptor compartilha esse
mesmo referencial.
RECEPTOR:
É o destinatário da mensagem, aquele
que, ao recebê-la, realiza o processo
8
de decodificação. Para que ela se dê
efetivamente, é necessário que o
receptor:
a) conheça o código utilizado e suas
peculiaridades;
b) reconheça as regras da língua
utilizada pelo emissor;
c) compreenda o sentido expresso na
mensagem;
d) tenha o canal aberto para receber a
mensagem;
e) compartilhe o mesmo referencial em
que se baseia a mensagem do
emissor.
MENSAGEM:
É o conteúdo e o objetivo da
comunicação. Como centro do
processo de comunicação, só se
concretiza de forma plena com a
presença articulada de todos os outros
elementos.
CANAL:
É o meio que possibilita o contato
entre o emissor e o receptor ou que
leva a mensagem até este. É
necessário que o canal esteja livre de
ruídos que possam atrapalhar ou
impedir a chegada da mensagem ao
receptor.
CÓDIGO:
É o sistema de signos convencionados
em cuja base a mensagem foi
construída. Para uma comunicação
plena, é essencial que emissor e
receptor possuam amplo domínio do
código, sob pena de haver divergência
entre a mensagem pretendida e a
efetivamente entendida.
CONTEXTO:
É o ambiente em que se dá a
comunicação e os referenciais
envolvidos na codificação e
decodificação da mensagem. Se
emissor e receptor, em relação à
mensagem, tomarem referenciais
diferentes, a ideia original será
bastante diferente da alcançada pela
decodificação.
2. TIPOS DE LINGUAGEM
A linguagem pode ser:
Verbal: a Linguagem Verbal é aquela que faz uso das palavras para comunicar
algo.
As figuras acima nos comunicam sua mensagem através da linguagem verbal (usa
palavras para transmitir a informação).
Não Verbal: é aquela que utiliza outros métodos de comunicação, que não são
as palavras. Dentre elas estão à linguagem de sinai s, as placas e sinais de
trânsito, a linguagem corporal, uma figura, a expre ssão facial, um gesto, etc.
Essas figuras fazem uso apenas de imagens para comunicar o que representam.
3. LÍNGUA FALADA E LÍNGUA ESCRITA
Não devemos confundir língua com escrita , pois são dois meios de comunicação
distintos. A escrita representa um estágio posterior de uma língua. A língua falada é
mais espontânea, abrange a comunicação linguística em toda sua totalidade. Além
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disso, é acompanhada pelo tom de voz, algumas vezes por mímicas, incluindo-se
fisionomias. A língua escrita não é apenas a representação da língua falada, mas
sim um sistema mais disciplinado e rígido, uma vez que não conta com o jogo
fisionômico, as mímicas e o tom de voz do falante.
No Brasil, por exemplo, todos falam a língua portuguesa, mas existem usos
diferentes da língua devido a diversos fatores. Dentre eles, destacam-se:
• Fatores regionais: é possível notar a diferença do português falado por um
habitante da região nordeste e outro da região sudeste do Brasil. Dentro de uma
mesma região, também há variações no uso da língua. No estado do Rio Grande
do Sul, por exemplo, há diferenças entre a língua utilizada por um cidadão que
vive na capital e aquela utilizada por um cidadão do interior do estado.
• Fatores culturais: o grau de escolarização e a formação cultural de um
indivíduo também são fatores que colaboram para os diferentes usos da língua.
Uma pessoa escolarizada utiliza a língua de uma maneira diferente da pessoa
que não teve acesso à escola.
• Fatores contextuais: nosso modo de falar varia de acordo com a situação
em que nos encontramos: quando conversamos com nossos amigos, não
usamos os termos que usaríamos se estivéssemos discursando em uma
solenidade de formatura.
• Fatores profissionais: o exercício de algumas atividades requer o domínio
de certas formas de língua chamadas línguas técnicas . Abundantes em termos
específicos, essas formas têm uso praticamente restrito ao intercâmbio técnico
de engenheiros, químicos, profissionais da área de direito e da informática,
biólogos, médicos, linguistas e outros especialistas.
• Fatores naturais: o uso da língua pelos falantes sofre influência de fatores
naturais, como idade e sexo. Uma criança não utiliza a língua da mesma maneira
que um adulto, daí falar-se em linguagem infantil e linguagem adulta.
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4. O ASPECTO PROFISSIONAL DA COMUNICAÇÃO
Qualquer discurso produzido por um emissor tem em vista um receptor desejado ou
definido, de modo que a mensagem possa se construir com base no contexto do
receptor, nos conhecimentos que este tem do código e na relação interpessoal que
há entre eles. Ao elaborar a fala, tais fatores interferem de forma delimitadora na
composição do texto. Ignorá-los significa possivelmente promover uma comunicação
carregada de ruídos, ou mesmo impossibilitá-la. É como um adulto utilizar uma
linguagem altamente elaborada e rebuscada para se dirigir a uma criança de sete
anos ou um médico só se utilizar de vocabulário técnico para explicar a um paciente
sua doença.
Assim, para a comunicação efetiva, quando alguém vai escrever um texto para uma
revista, pensa em quem são seus leitores. Quando um chefe se dirige a um
funcionário, ou vice-versa, deve ter em mente qual a melhor forma de elaborar a
mensagem. Ignorar a necessidade de adequação da mensagem ao seu contexto de
realização pode levar a um “travamento” da relação interpessoal, dificultando a troca
de informações e principalmente o trabalho em equipe, tão caro ao dia-a-dia
profissional.
Para adequar a mensagem ao seu contexto e à sua intenção, as funções sociais da
linguagem podem ser mediadas por um conjunto de procedimentos textuais que
auxiliem no alcance dos objetivos predefinidos. Para cada tipo de leitor há um tipo
de texto adequado, assim como tratamos do mesmo assunto de forma diferente com
interlocutores diferentes.
Na comunicação empresarial interna, um simples texto pode representar motivação
para o trabalho em equipe. Basta que ele alcance o leitor construindo tal relação. No
entanto, se trouxer marcas hierárquicas em que o leitor se sinta excluído, pode
dificultar o entrosamento ou mesmo inibi-lo de qualquer reação positiva. Um texto
inadequado também pode fragilizar as relações pessoais, prejudicando,
consequentemente, a produtividade.
12
Na comunicação empresarial externa, o texto é a imagem da própria empresa, seu
principal cartão de visitas. Sua adequação ao leitor é fundamental para que se
estabeleça profissionalmente uma imagem positiva, de credibilidade.
Uma boa comunicação pode fidelizar um cliente e promover confiabilidade.
Entretanto, um mau texto, além de poder causar prejuízos à empresa pela
inexatidão de informações, gera no receptor uma grande sensação de insegurança.
Portanto, o trabalho de quem lida com produção de textos constantemente na
empresa, sejam e-mails internos ou externos, comunicados ou cartas aos clientes,
não pode prescindir do bom funcionamento das funções sociais da linguagem. É
preciso estar sempre atento a todos esses fatores no momento da composição do
texto.
Pode parecer que isso exige um esforço e um gasto de tempo desmedido, mas será
somente no início, até o profissional incorporar a observância crítica no modo como
se expressa e adquirir fluência no trato com o texto. Depois disso, haverá
naturalidade e presteza na composição de textos, a que se somará seu estilo
individual. Não se trata de padronizar a linguagem e automatizar a comunicação,
tirando-lhe seu aspecto vivo, criativo e humano, mas sim de adequar a linguagem ao
contexto de seu uso, eliminando excessos que possam comprometer a boa relação
interpessoal e, por consequência, os objetivos da empresa ou organização.
5 . COMUNICAÇÃO ESCRITA
É sensível no mundo contemporâneo a importância da comunicação escrita no dia a
dia. Não é nenhum segredo que as melhores posições - em todas as profissões -
são dadas aos melhores comunicadores. Para estar sempre à frente é preciso falar,
e principalmente escreve bem. Hoje em dia nos comunicamos cada vez mais através
da Internet, e-mail, fax, memorando e cartas, e um texto bem escrito pode ser
fundamental em muitas situações. O estudante ou profissional, seja ele de qualquer
área, precisa conhecer bem seu idioma e as normas de escrita para que assim
possa elaborar textos concisos e bem estruturados que transmita de forma clara seu
objetivo, ponto de vista ou intenção.
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6. NOÇÕES BÁSICAS DA COMUNICAÇÃO ESCRITA
A linguagem coloquial pressupõe presença, uma conversa frente a frente. Quando
você conversa com alguém, tem o apoio dos gestos, da entonação, do ritmo, das
expressões do rosto, da piscadela ou do soerguer de sobrancelhas que acompanha
as palavras. O entendimento se dá, portanto, de uma forma complexa, e não é só o
valor da palavra que conta.
Lembre-se de que, ao ler uma mensagem sua, em qualquer forma que seja
apresentada (e-mail, memorando, carta, relatório), a outra pessoa não estará vendo
o seu rosto. E, sem complemento, a mensagem vai ficar incompreendida, não vai
cumprir o seu papel de comunicar uma ideia. E você não estará lá para explicar a
quem estiver lendo o que foi que quis dizer.
Por isso, a sua mensagem deve ser tão clara que a pessoa que a leia possa
entendê-la sem precisar de qualquer apoio fora do texto.
Com as mesmas palavras, podemos construir frases de significados diferentes, ou
dar margem a significados dúbios.
Veremos, inicialmente, os exemplos mais comuns de erros cometidos
cotidianamente e que podem, não raro, afetar ou mesmo inverter os resultados
pretendidos por um simples comunicado.
Entre eles destacamos: gírias, jargões, vícios de linguagem, uso de siglas,
estrangeirismo e muito mais. Vamos ver também alguns padrões de linguagem e
convenções.
Por isso, a sua mensagem deve ser tão clara que a pessoa que a leia possa
entendê-la sem precisar de qualquer apoio fora do texto.
Com as mesmas palavras, podemos construir frases de significados diferentes, ou
dar margem a significados dúbios.
“Gerente algum compareceu à reunião.”
“Algum gerente compareceu à reunião.”
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Mas não seria mais simples escrever as mesmas frases de forma mais clara,
sem dar margem à dupla interpretação? Por exemplo:
“Nenhum gerente compareceu à reunião.”
“Poucos gerentes compareceram à reunião.”
Pense antes de escrever. O homem não consegue nada de valioso sem seguir
um plano. L.E. Frailey autor de Handbook of Busines s Letters
Dicas:
6.1 - Há algumas regras para a Escrita de Siglas.
� Quando a sigla tiver até três letras, use todas em maiúsculas.
Exemplos: ONU, SIF, CEF.
� Quando a sigla tiver que ser pronunciada letra por letra (FGTS, INSS,
AACD), escreva com todas as letras em maiúsculas.
� Quando a sigla formar uma palavra pronunciável (Embratel, Petrobrás,
Telesp), use apenas a primeira letra em maiúscula.
Obs. Nunca use pontos em siglas. É errado escrever C.E.P., por exemplo.
6.2 - Grafia de Horas
Por acordo internacional, horas e suas frações são grafadas de uma só maneira: h
(letra minúscula, sem ponto e sem plural) para horas; min (também em minúsculas,
sem ponto e sem plural) para minutos — não use a letra m, porque esta representa
metro, e não minuto — e seg (em minúsculas, sem ponto e sem plural) para
segundos.
Portanto, esta é a grafia correta para oito horas e trinta e dois minutos: 8h32min
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6.3 Grafias de Medidas
Em todos os países em que foi adotado o padrão decimal de medidas, existe um
formato de grafia que é único. Dessa forma, a mensagem será entendida em
qualquer país que utilize o sistema decimal.
Observe a abreviatura para metro: m
Em minúscula, sem ponto e sem plural, mesmo que se trate de mais de um metro. A
regra é a mesma para outras medidas, seja para centímetro (cm), seja para
quilômetro (km), para grama (g) ou para quilograma (kg).
• Um cm, dois cm, três cm
• Um m, dois m, três m
• Um km, dois km, três km
• Um g, dois g, três g
• Um kg, dois kg, três kg
7. SINAIS DE PONTUAÇÃO
7.1 - Ponto e vírgula ( ; )
• Quando dois pensamentos, equivalentes a duas sentenças, mas fazendo
parte do mesmo assunto, são declarados, pode-se separá-los por ponto e
vírgula.
“Recebemos relatório do Departamento Financeiro informando sobre a alta
dos preços de matéria-prima; o documento continha dados de pesquisa da área de
planejamento.”
• Também pode ser usados para separar itens em documentos oficiais como
leis, decretos, regulamentos, ou documentos de empresas, como relatórios.
“Os produtos que tiveram preços reajustados foram: a) embalagens de
papelão; b) bobinas de papel; c) chapas de alumínio; d) folhas de acetato.”
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7.2 - Dois pontos ( : )
São utilizados quando a segunda frase é conclusiva ou explicativa em relação à
primeira. Os casos mais indicados para o uso de dois pontos são estes:
• Indicar uma enumeração clara “Temos quatro razões para contratar uma
consultoria: rapidez, economia, confiabilidade e garantia.”
• Quando a enumeração é indicada pelas expressões como ou tais como, não
use dois pontos, porque será uma redundância.
“Temos razões tais como rapidez e confiabilidade, para contratar uma
consultoria.”
• Indicar uma citação direta de alguém Exemplo:
Na última reunião, o engenheiro disse: “Vou promover mudanças no projeto”.
• Logo depois de vocativos que iniciam correspondências.
Prezado senhor:
Ilmo. Sr.:
7.3 - Vírgula ( , )
A vírgula indica uma pausa pequena, deixando a voz em suspenso à espera da
continuação do período. Geralmente é usada:
� Nas datas, para separar o nome da localidade. Por Exemplo:
São Paulo, 25 de agosto de 2011.
� Após o uso dos advérbios "sim" ou "não", usados como resposta, no início
da frase.
– Você gostou do vestido?
– Sim, eu adorei!
– Pretende usá-lo hoje?
– Não, no final de semana.
� Após a saudação em correspondência (social e comercial).
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− Com muito amor;
− Reitosamente,
� Para separar termos de uma mesma função sintática.
A casa tem três quartos, dois banheiros, três salas e um quintal.
Obs.: a conjunção "e" substitui a vírgula entre o último e o penúltimo termo.
- para destacar elementos intercalados, como:
a) uma conjunção
Por Exemplo:
Estudamos bastante, logo, merecemos férias!
b) um adjunto adverbial
Por Exemplo:
Estas crianças, com certeza, serão aprovadas.
Obs.: a rigor, não é necessário separar por vírgula o advérbio e a
locução adverbial, principalmente quando de pequeno corpo, a não ser
que a ênfase o exija.
c) um vocativo
Por Exemplo:
Apressemo-nos, Lucas, pois não quero chegar atrasado.
d) um aposto
Por Exemplo:
Juliana, a aluna destaque, passou no vestibular.
e) uma expressão explicativa ( isto é, a saber, por exemplo, ou melhor, ou
antes, etc.)
Por Exemplo:
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O amor, isto é, o mais forte e sublime dos sentimentos humanos, tem
seu princípio em Deus.
� Para separar termos deslocados de sua posição normal na frase.
O documento de identidade, você trouxe?
� Para separar elementos paralelos de um provérbio.
Tal pai, tal filho.
� Para destacar os pleonasmos antecipados ao verbo.
As flores, eu as recebi hoje.
� Para indicar a elipse de um termo.
Daniel ficou alegre; eu, triste.
� Para isolar elementos repetidos.
− A casa, a casa está destruída.
− Estão todos cansados, cansados de dar dó!
� Para separar orações intercaladas.
O importante insistiam os pais, era a segurança da escola.
� Para separar orações coordenadas assindéticas.
O tempo não para no porto, não apita na curva, não espera ninguém.
� Para separar orações coordenadas adversativas, conclusivas, explicativas
e algumas orações alternativas.
− Esforçou-se muito, porém não conseguiu o prêmio.
− Vá devagar, que o caminho é perigoso.
− Estuda muito, pois será recompensado.
− As pessoas ora dançavam, ora ouviam música.
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ATENÇÃO
Embora a conjunção "e" seja aditiva, há três
casos em que se usa a vírgula antes de sua ocorrência:
1) Quando as orações coordenadas tiverem sujeitos diferentes.
Por Exemplo:
O homem vendeu o carro, e a mulher protestou.
Neste caso, "O homem" é sujeito de "vendeu", e "A mulher" é
sujeito de "protestou".
2) Quando a conjunção "e" vier repetida com a finalidade de dar
ênfase (polissíndeto).
Por Exemplo:
E chora, e ri, e grita, e pula de alegria.
3) Quando a conjunção "e" assumir valores distintos que não seja da
adição (adversidade, consequência, por exemplo)
Por Exemplo:
Coitada! Estudou muito, e ainda assim não foi aprovada.
7.4 Ponto Final ( . )
O ponto final representa a pausa máxima da voz. A melodia da frase indica que o
tom é descendente. Emprega-se, principalmente:
� Para fechar o período de frases declarativas e impe rativas. Exemplos:
Contei ao meu namorado o que eu estava sentindo.
Façam o favor de prestar atenção naquilo que irei falar.
� Nas abreviaturas. Exemplos:
20
Sr. (Senhor)
Cia. (Companhia)
Saiba que:
Pontuação nos títulos e cabeçalhos
Todos os cabeçalhos e títulos são encerrados por pontos finais.
Não há uniformidade quando ao uso desta pontuação, mas é de
bom tom seguir o que determina a ortografia oficial vigente. Muitas
pessoas consideram mais estético não pontuar títulos. Em
jornalismo, por exemplo, não se usa a pontuação de titulação.
7.5 Ponto de Interrogação ( ? )
O ponto de interrogação é usado ao final de qualquer interrogação direta, ainda que
a pergunta não exija resposta. A entoação ocorre de forma ascendente.
Exemplos:
Onde você comprou este computador?
Quais seriam as causas de tantas discussões?
Por que não me avisaram?
Obs.: não se usa ponto interrogativo nas perguntas indiretas.
Por Exemplo: Perguntei quem era aquela criança.
Note que:
1) O ponto de interrogação pode aparecer ao final de uma pergunta
intercalada, entre parênteses.
Por Exemplo:
Trabalhar em equipe (quem o contesta?) é a melhor
forma para atingir os resultados esperados.
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2) O ponto de interrogação pode realizar combinação com o ponto
admirativo.
Por Exemplo:
Eu?! Que ideia!
7.6 - Ponto de Exclamação ( ! )
O ponto de exclamação é utilizado após as interjeições, frases exclamativas e
imperativas. Pode exprimir surpresa, espanto, susto, indignação, piedade, ordem,
súplica, etc. Possui entoação descendente.
Exemplos:
"Como as mulheres são lindas!" (Manuel Bandeira)
Pare, por favor! Ah! Que pena que ele não veio...
Obs.: o ponto de exclamação substitui o uso da vírgula de um vocativo enfático.
Por Exemplo: Ana! Venha até aqui!
Observe a importância da pontuação e da entonação n o texto abaixo:
O TESTAMENTO
Um homem rico, sentindo que estava morrendo, pediu o papel e a caneta e
escreveu:
“Deixo os meus bens à minha irmã não ao meu sobrinho jamais será paga a conta
ao alfaiate nada aos pobres. ”Não teve tempo de pontuar e morreu. Eram quatro os
herdeiros.
Chegou o sobrinho e fez estas pontuações na cópia do bilhete:
“Deixo os meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho. Jamais será paga a
conta ao alfaiate. Nada aos pobres.”
22
A irmã do morto chegou em seguida, com outra cópia do escrito, pontuada deste
modo:
“Deixo os meus bens à minha irmã. Não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta
ao alfaiate. Nada aos pobres.”
Surgiu o alfaiate que, pedindo a cópia do original, fez estas pontuações:
“Deixo os meus bens à minha irmã? Não. Ao meu sobrinho? Jamais!
Será paga a conta ao alfaiate. Nada aos pobres.”
O juiz estudava o caso, quando chegaram os pobres da cidade; um deles mais
sabido, tomando outra cópia, pontuou assim:
“Deixo os meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais!
Será paga a conta ao alfaiate? Nada! Aos pobres!”
Como será que foi resolvida a questão?
8 . QUESTÕES ORTOGRÁFICAS
Português no Mundo
Atualmente, o português é língua oficial de oito países (Portugal, Brasil, Angola,
Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste).
Apesar da incorporação de vocábulos nativos e de modificações gramaticais e de
pronúncia próprias de cada país, as línguas mantêm uma unidade com o português
de Portugal.
O português também é falado em pequenas comunidades, reflexão de povoamentos
portugueses datados do século XVI, como é o caso de:
Zanzibar (na Tanzânia, costa oriental da África)
23
Macau (ex-possessão portuguesa encravada na China)
Goa, Diu , Damão (na Índia)
Málaca (na Malásia)
A Língua Portuguesa se faz presente em todos os continentes, observe:
América : O Brasil é o único país de
língua portuguesa na América.
Durante o período colonial, o
português falado no Brasil foi
influenciado pelas línguas indígenas,
africanas e de imigrantes europeus.
Isso explica as diferenças regionais na
pronúncia e no vocabulário verificadas,
por exemplo, no nordeste e no sul do
país. Apesar disso, a língua conserva
a uniformidade gramatical em todo o
território.
Europa : O português é a língua oficial
de Portugal . Em 1986, o país passa a
integrar a Comunidade Econômica
Européia (CEE) e a língua portuguesa
é adotada como um dos idiomas
oficiais da organização. Existem
falantes concentrados na França,
Alemanha, Bélgica, em Luxemburgo e
na Suécia, sendo a França o país com
mais falantes.
Ásia : Entre os séculos XVI e XVIII, o
português atuou como língua franca
nos portos da Índia e sudeste da Ásia.
Atualmente, a cidade de Goa, na Índia,
é o único lugar do continente onde o
português sobrevive na sua forma
original. Entretanto, o idioma está
sendo gradualmente substituído pelo
inglês. Em Damão e Diu (Índia), Java
(Indonésia), Macau (ex-território
português), Sri Lanka e Málaca
(Malásia) fala-se o crioulo, língua que
conserva o vocabulário do português,
mas adota formas gramaticais
diferentes.
Oceania : O português é idioma oficial
no Timor Leste . No entanto, a língua
dominante no país é o tétum. Devido à
recente ocupação indonésia, grande
parte da população compreende o
indonésio bahasa, apenas uma
minoria compreende o português.
África : O português é a língua oficial
de cinco países, sendo usado na
administração, no ensino, na imprensa
e nas relações internacionais. A língua
convive com diversos dialetos crioulos.
Em Angola , 60% dos moradores falam
o português como língua materna.
Cerca de 40% da população fala
24
dialetos crioulos como o bacongo, o
quimbundo, o ovibundo e o chacue.
Em Cabo Verde , quase todos os
habitantes falam o português e um
dialeto crioulo, que mescla o português
arcaico a línguas africanas. Há duas
variedades desse dialeto, a de
Barlavento e a de Sotavento.
Em Guiné-Bissau , 90% da população
fala o dialeto crioulo ou dialetos
africanos, enquanto apenas 10%
utiliza o português.
Em Moçambique , somente 0,18% da
população considera o português
como língua oficial, embora seja falado
por mais de 2 milhões de
moçambicanos. A maioria dos
habitantes usa línguas locais,
principalmente as do grupo banto.
Nas ilhas de São Tomé e Príncipe ,
apenas 2,5% dos habitantes falam a
língua portuguesa. A maioria utiliza
dialetos locais, como o forro e o
moncó..
9 . NOVA ORTOGRAFIA
9.1 - Mudanças no Alfabeto
O alfabeto passa a ter 26 letras. Foram reintroduzidas as letras k, w e y.
O alfabeto completo passa a ser:
A B C D E F G H I J K L M N O P Q R S T U V W X Y Z
As letras k, w e y, que na verdade não tinham desaparecido da maioria dos
dicionários da nossa língua, são usadas em várias situações. Por exemplo:
a) na escrita de símbolos de unidades de medida: km (quilômetro), kg (quilograma),
W watt);
b) na escrita de palavras e nomes estrangeiros (e seus derivados): show, playboy,
playground, windsurf, kung fu, yin, yang, William, kaiser, Kafka, kafkiano.
9.2 - Trema (¨)
Não se usa mais o trema (¨), sinal colocado sobre a letra u para indicar que ela deve
ser pronunciada nos grupos gue , gui , que , qui .
25
Como era: agüentar, argüir, bilíngüe,
cinqüenta, delinqüente,
eloqüente,ensangüentado, eqüestre,
freqüente, lingüeta, lingüiça, qüinqüênio,
sagüi,seqüência, seqüestro, tranqüilo,
Como fica: aguentar, arguir, bilíngue,
cinquenta, delinquente, eloquente,
ensanguentado, equestre, frequente,
lingueta, linguiça, quinquênio, sagui,
sequência, sequestro, tranquilo.
Atenção: o trema permanece apenas nas palavras estrangeiras e em suas
derivadas. Exemplos: Müller, mülleriano.
9.3 Mudanças nas regras de acentuação:
1. Não se usa mais o acento dos ditongos abertos éi e ói das palavras paroxítonas
(palavras que têm acento tônico na penúltima sílaba).
Como era: alcalóide, alcatéia,
andróide, apóia, apóio(verbo apoiar),
asteróide, bóia,celulóide, clarabóia,
colméia, Coréia, debilóide, epopéia,
estóico, estréia, estréio (verbo estrear),
geléia, heróico, idéia, jibóia, jóia,
odisséia, paranóia, paranóico, platéia,
tramóia.
Como fica: alcaloide, alcateia,
androide apoia, apoio (verbo apoiar),
asteroide, boia, celuloide, claraboia,
colmeia, Coreia, debiloide, epopeia,
estoico, estreia, estreio(verbo estrear),
geleia, heroico, ideia, jiboia joia,
odisseia, paranoia, paranoico, plateia
tramoia.
Atenção: essa regra é válida somente para palavras paroxítonas. Assim, continuam
a ser acentuadas as palavras oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis.
Exemplos: papéis, herói, heróis, troféu, troféus.
2. Nas palavras paroxítonas, não se usa mais o acento no i e no u tônicos quando
vierem depois de um ditongo.
Como era: baiúca, bocaiúva, cauíla,
feiúra.
Como fica: baiuca, bocaiuva, cauila,
feiura.
26
Atenção: se a palavra for oxítona e o i ou o u estiverem em posição final (ou
seguidos de s), o acento permanece. Exemplos: tuiuiú, tuiuiús, Piauí.
3. Não se usa mais o acento das palavras terminadas em êem e ôo(s).
Como era: abençôo, crêem (verbo
crer), dêem (verbo dar), dôo (verbo
doar), enjôo, lêem (verbo ler), magôo
(verbo magoar), perdôo (verbo
perdoar), povôo (verbo povoar), vêem
(verbo ver), vôos, zôo.
Como fica: abençoo creem (verbo
crer), deem (verbo dar), doo (verbo
doar), enjoo, leem (verbo ler), magoo
(verbo magoar), perdoo (verbo
perdoar), povoo (verbo povoar), veem
(verbo ver), voos, zoo.
4. Não se usa mais o acento que di-ferenciava os pares pára/para , péla(s)/ pela(s) ,
pêlo(s)/pelo(s) , pólo(s)/polo(s) e pêra/pera .
Como era: Ele pára o carro. Ele foi ao
póloNorte. Ele gosta de jogar pólo. Esse
gato tem pêlos brancos. Comi uma pêra.
Como fica: Ele para o carro. Ele foi ao
polo Norte. Ele gosta de jogar polo. Esse
gato tem pelos brancos. Comi uma pera.
Atenção: Permanece o acento diferencial em pôde/pode .
• Pôde é a forma do passado do verbo poder (pretérito perfeito do indicativo),
na 3ª pessoa do singular. Pode é a forma do presente do indicativo, na 3ª pessoa
do singular.
Exemplo: Ontem, ele não pôde sair mais cedo, mas hoje ele pode.
• Permanece o acento diferencial em pôr/por . Pôr é verbo. Por é preposição.
Exemplo : Vou pôr o livro na estante que foi feita por mim.
• Permanecem os acentos que diferenciam o singular do plural dos verbos ter e
vir , assim como de seus derivados (manter, deter, reter, conter, convir, intervir,
advir etc.).
Exemplos : Ele tem dois carros. / Eles têm dois carros. Ele vem de Sorocaba.
/ Eles vêm de Sorocaba. Ele mantém a palavra. / Eles mantêm a palavra. Ele
27
convém aos estudantes. / Eles convêm aos estudantes. Ele detém o poder. /
Eles detêm o poder. Ele intervém em todas as aulas. / Eles intervêm em todas
as aulas.
• É facultativo o uso do acento circunflexo para diferenciar as palavras forma/
fôrma . Em alguns casos, o uso do acento deixa a frase mais clara. Veja este
exemplo: Qual é a forma da fôrma do bolo?
5. Não se usa mais o acento agudo no u tônico das formas (tu) arguis, (ele) argui,
(eles) arguem, do presente do indicativo dos verbos arguir e redarguir .
6. Há uma variação na pronúncia dos verbos terminados em guar , quar e quir ,
como aguar, averiguar, apaziguar, desaguar, enxaguar, obliquar, delinquir, etc.
Esses verbos admitem duas pronúncias em algumas formas do presente do
indicativo, do presente do subjuntivo e também do imperativo.
Veja:
a) se forem pronunciadas com a ou i tônicos, essas formas devem ser acentuadas.
Exemplos:
verbo enxaguar: enxáguo, enxáguas, enxágua, enxáguam; enxágue, enxágues,
enxáguem.
verbo delinquir: delínquo, delínques, delínque, delínquem; delínqua, delínquas,
delínquam.
b) se forem pronunciadas com u tônico, essas formas deixam de ser acentuadas.
Exemplos: (a vogal sublinhada é tônica, isto é, deve ser pronunciada mais
fortemente que as outras): verbo enxaguar: enxaguo, enxaguas, enxagua,
enxaguam; enxague, enxagues, enxaguem. verbo delinquir: delinquo, delinques,
delinque, delinquem; delinqua, delinquas, delinquam.
Atenção: no Brasil, a pronúncia mais corrente é a primeira, aquela com a e i tônicos.
9.4 - Uso do Hífen
Algumas regras do uso do hífen foram alteradas pelo novo Acordo. Mas, como se
trata ainda de matéria controvertida em muitos aspectos, para facilitar a
28
compreensão dos leitores, apresentamos um resumo das regras que orientam o uso
do hífen com os prefixos mais comuns, assim como as novas orientações
estabelecidas pelo Acordo. As observações a seguir referem-se ao uso do hífen em
palavras formadas por prefixos ou por elementos que podem funcionar como
prefixos, como: aero, agro, além, ante, anti, aquém, arqui, auto, circum, co, contra,
eletro, entre, ex, extra, geo, hidro, hiper, in-fra, inter, intra, macro, micro, mini, multi,
neo, pan, pluri, proto, pós, pré, pró, pseudo, retro, semi, sobre, sub, super, supra,
tele, ultra, vice, etc.
• Com prefixos, usa-se sempre o hífen diante de palavra iniciada por h.
Exemplos: anti-higiênico, anti-histórico, co-herdeiro, macro-história, mini-hotel,
proto-história, sobre-humano, super-homem, ultra-humano.
Exceção: subumano (nesse caso, a palavra humano perde o h).
• Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal diferente da vogal com
que se inicia o segundo elemento.
Exemplos: aeroespacial, agroindustrial, anteontem, antiaéreo, antieducativo,
autoaprendizagem, autoescola, autoestrada, autoinstrução, coautor, coedição,
extraescolar, infraestrutura, plurianual, semiaberto, semianalfabeto, semiesférico,
semiopaco.
Exceção: o prefixo co aglutina-se em geral com o segundo elemento, mesmo
quando este se inicia por o: coobrigar, coobrigação, coordenar, cooperar,
cooperação, cooptar, coocupante etc.
• Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento
começa por consoante diferente de r ou s.
Exemplos: anteprojeto, antipedagógico, autopeça, autoproteção, coprodução,
geopolítica, microcomputador, pseudoprofessor, semicírculo, semideus,
seminovo, ultramoderno.
Atenção: com o prefixo vice, usa-se sempre o hífen.
Exemplos : vice-rei, vice-almirante etc.
29
• Não se usa o hífen quando o prefixo termina em vogal e o segundo elemento
começa por r ou s. Nesse caso, duplicam-se essas letras.
Exemplos: antirrábico, antirracismo, antirreligioso, antirrugas, antissocial,
biorritmo, contrarregra, contrassenso, cosseno, infrassom, microssistema,
minissaia, multissecular, neorrealismo, neossimbolista, semirreta, ultrarresistente,
Ultrassom.
• Quando o prefixo termina por vogal, usa-se o hífen se o segundo elemento
começar pela mesma vogal.
Exemplos: anti-ibérico, anti-imperialista, anti-inflacionário, anti-inflamatório, auto-
observação, contra-almirante, contra-atacar, contra-ataque micro-ondas micro-
ônibus semi-internato, semi-interno.
• Quando o prefixo termina por consoante, usa-se o hífen se o segundo elemento
começar pela mesma consoante.
Exemplos: hiper-requintado, inter-racial, inter-regional, sub-bibliotecário, super-
racista, super-reacionário, super-resistente, super-romântico.
Atenção: Nos demais casos não se usa o hífen.
Exemplos: hipermercado, intermunicipal, superinteressante, superproteção.
Com o prefixo sub , usa-se o hífen também diante de palavra iniciada por r: sub-
região, sub-raça etc.
Com os prefixos circum e pan , usa-se o hífen diante de palavra iniciada por m, n
e vogal: circum-navegação, pan-americano etc.
• Quando o prefixo termina por consoante, não se usa o hífen se o segundo
elemento começar por vogal.
Exemplos : hiperacidez, hiperativo, interescolar, interestadual, interestelar,
interestudantil, superamigo, superaquecimento, supereconômico, superexigente,
superinteressante, superotimismo.
• Com os prefixos ex, sem , além , aquém , recém , pós , pré , pró , usa-se sempre o
hífen.
30
Exemplos: além-mar, além-túmulo, aquém-mar, ex-aluno, ex-diretor, ex-
hospedeiro, ex-prefeito, ex-presidente, pós-graduação, pré-história, pré-
vestibular, pró-europeu, recém-casado, recém-nascido, sem-terra.
• Deve-se usar o hífen com os sufixos de origem tupi-guarani: açu, guaçu e mirim.
Exemplos: amoré-guaçu, anajá-mirim, capim-açu.
• Deve-se usar o hífen para ligar duas ou mais palavras que ocasionalmente se
combinam, formando não propriamente vocábulos, mas encadeamentos
vocabulares.
Exemplos: ponte Rio-Niterói, eixo Rio-São Paulo.
• Não se deve usar o hífen em certas palavras que perderam a noção de
composição.
Exemplos : girassol, madressilva, mandachuva, paraquedas, paraquedista,
pontapé.
• Para clareza gráfica, se no final da linha a partição de uma palavra ou
combinação de palavras coincidir com o hífen, ele deve ser repetido na linha
seguinte.
Exemplos: Na cidade, conta-se que ele foi viajar.
O diretor recebeu os ex-alunos.
9.5 Crase
A palavra crase significa fusão, junção. Em português, a crase é a fusão das vogais
idênticas a + a, indicada por meio do acento grave (à).
1. Pode ocorrer a fusão da preposição a com:
a) o artigo feminino a ou as:
prep. artigo
\ /
Fui a + a feira.
31
\ /
Fui à feira.
prep. artigo
b) o a dos pronomes aquele(s), aquela(s), aquilo:
prep. pronome
\ /
Fui a + aquele lugar.
\ /
Fui àquele lugar.
c) o a do pronome relativo a qual e flexão (as quais):
prep. pronome relativo
\ /
A cidade a + a qual nos referimos fica longe.
\ /
A cidade à qual nos referimos fica longe.
prep. pronome relativo
REGRA GERAL PARA IDENTIFICAÇÃO DA CRASE
Haverá crase sempre que o termo anterior exigir a preposição a e o termo posterior
admitir o artigo a ou as.
prep. artigo
\ /
Eu me referi a + a diretora.
\ /
32
Eu me referi à diretora.
prep. Artigo
Nesses casos, é fácil descobrir se há ou não crase. Se ao trocarmos o termo
posterior por um masculino correspondente, obtivermos AO, constataremos a
presença da preposição (a) e do artigo (o) e, portanto, da crase antes dos termos
femininos.
Eu me referi ao diretor.
Fui ao bairro.
Veja que, para que ocorra crase, é necessário que o termo ant erior exija a
preposição a e o termo posterior admita o artigo a.
Eu conheço a diretora.
Eu me refiro a ela.
Trocando pelo masculino:
Eu conheço o diretor.
Eu me refiro a ele.
SEMPRE OCORRE CRASE
a) na indicação do número de horas, desde que, trocando-se esse número por
meio-dia , obtenha-se ao meio-dia .
Chegou à uma hora em ponto. (ao meio-dia em ponto)
Saí às quatro horas. (ao meio-dia)
b) diante da palavra moda (da expressão à moda de ), mesmo que essa palavra
esteja subentendida.
Fez um gol à Pelé (à moda de Pelé)
Possui um estilo à Eça de Queirós. (à moda de Eça de Queirós)
c) nas locuções constituídas de palavras femininas.
33
Chegaram à noite .
Agia às escondidas .
Caminhavam às pressas .
Estava à disposição .
Sentaram-se à sombra .
Estou à procura de ajuda.
À medida que caminhava, ficava mais longe de casa.
À proporção que estuda, sua nota vai melhorando.
Nas expressões adverbiais femininas de instrumento não se costuma usar
o acento grave.
Eles escreveram a máquina.
Saíram num barco a vela.
Entretanto, algumas vezes, a crase é utilizada por força da tradição. Veja:
À bala.
À vista.
Verifique que, substituindo pelo masculino, teríamos:
Vendi a prazo o relógio que ganhei.
CRASE FACULTATIVA
a) diante de nomes de pessoas do sexo feminino.
Ele fez referência a(à) Georgina.
b) diante de pronomes possessivos femininos.
Obedeço a(à) minha irmã.
c) depois da preposição até.
Fomos até a(à) feira.
34
PARTICULARIDADES
1. Diante de nomes de lugar
Para verificar se um nome de lugar aceita ou não o artigo a, usa-se o seguinte
artifício: se, ao formularmos uma frase com um nome de lugar mais o verbo vir ,
obtivermos a combinação da, cabe o artigo. Se obtivermos simplesmente a
preposição de, claro está que não cabe o artigo.
Ana vai à Itália . (Ana vem da Itália)
Aline vai a Roma . (Aline vem de Roma)
Beto vai a Brasília. (Beto vem de Brasília)
Se o nome de lugar que repele o artigo vier determinado, passará a aceitá-lo e,
conseqüentemente, haverá crase.
Aline vai à Roma antiga . (Aline vem da Roma antiga)
Beto vai à velha Brasília . (Beto vem da velha Brasília)
2. Diante das palavras casa e terra
Não ocorre crase diante das palavras casa (no sentido de lar, moradia) e terra (no
sentido de chão firme), a menos que venham especificadas.
Voltamos cedo a casa.
Os marinheiros desceram a terra.
Mas:
Voltamos cedo à casa dos amigos .
Os marinheiros desceram à terra dos anões .
NUNCA OCORRE CRASE:
a) Diante dos pronomes quem e cuja.
Esta é a mulher a quem obedeço.
Este é o autor a cuja obra me refiro.
35
b) diante de palavras masculinas.
Não assisto a filme de terror.
c) diante de numerais considerados de forma indeterminada.
O número de mortos chegou a dez.
d) substantivos no plural que fazem parte de locução de modo.
Pegaram-se a dentadas.
e) substantivos no plural, usados no sentido genérico.
Refiro-me a alunas interessadas.
Falava a pessoas inteligentes.
f ) diante de distância, desde que não seja determinada.
O funcionário ficou a distância.
Veja: O funcionário ficou à distância de três metros.
g) diante de verbos.
Estou disposto a estudar.
h) nas expressões formadas por palavras repetidas.
Ficamos frente a frente.
i) diante de pronomes que repelem o artigo (ela, esta, essa, ninguém, alguém, toda,
cada, tudo, você, alguma, qual etc.)
Dirijo-me a Vossa Excelência.
Fiz alusão a ela.
Isto não interessa a ninguém.
Evidentemente, se o pronome admitir artigo, haverá crase.
Dirijo-me à senhora, Dona Lurdes, contando com seu apoio.
Fiz alusão à mesma aluna.
36
Isto interessa à própria candidata.
10 - EXERCÍCIOS DE APROFUNDAMENTO
01. A alternativa que apresenta
incorreção quanto à ortografia é:
a) Equestre.
b) Linguiça.
c) Frequente.
d) Coréia.
e) Ensanguentado.
02. Assinale a opção correta quanto
à ortografia:
a) Jóia.
b) Crêem.
c) Mini-saia.
d) Feiura.
e) Abençôo.
03. Assinale a opção com erro
ortográfico:
a) Co-herdeiro.
b) Anti-histórico.
c) Anteontem.
d) Macro-história.
e) Auto-escola.
04. A opção que contém erro
ortográfico é :
a) Plurianual.
b) Semiaberto.
c) Mini-hotel.
d) Antieducativo.
e) Semi-analfabeto.
05. A palavra com erro ortográfico
é:
a) Assaz.
b) Ginete.
c) Avestruz.
d) Faicha.
e) Geringonça.
06. A frase que não apresenta erro
ortográfico é:
a) Manifesta comportamento
antissocial.
b) Viajei pela rodovia inter-estadual.
37
c) O ante-projeto já está pronto.
d) O contraataque foi fulminante.
e) Ela participou dos jogos
panamericanos.
07. Há erro ortográfico na opção:
a) Apóia.
b) Sequestro.
c) Estoico.
d) Bilíngue.
e) Papéis.
08. Não existe erro ortográfico na
opção:
a) Dêem.
b) Perdoo.
c) Odisséia.
d) Baiúca. e) Paranóia.
09. A série que apresenta pelo
menos uma palavra incorreta é:
a) Pan-africano – pan-mágico – pan-
negritude.
b) Circum-escolar – circum-murado –
circumnavegação.
c) Pré-escolar – pré-natal – pró-
africano.
d) Extra-regulamentar – inter-
resistente –
super-revista.
e) Ex-almirante – ex-diretor – ex-
hospedeira.
10. A opção que apresenta equívoco
na grafia
de S, X ou Z é:
a) Explêndido – expontâneo –
expremer.
b) Adestrar – Calisto – escusar –
esdrúxulo.
c) Inextricável – inexperto – sextante.
d) Extensão – explicar – estender.
e) Esgotar – esplanada – esquisito.
11. Em qual das opções não há erro
de acentuação?
a) Álbuns – fóruns – ducteis.
b) Semen – fêmures – reptis.
c) Íris – oásis – jurís.
d) Fizéreis – liquens – amáreis.
e) Lúmens – répteis – dóceis.
12. Qual a opção em que há erro no
emprego de vogais (e, i, o, u)?
a) Tábua – tabuada – tabuleta.
b) Lampião – pátio – Filipe.
c) Enteado – linear – arrepiar.
d) Guela – curtir – pulir.
38
e) Cobiça – fístula – bulir.
13. A opção que apresenta pelo
menos uma palavra incorreta é:
a) Manda-chuva – ponta-pé – finca-pé.
b) Ano-luz – arcebispo-bispo – arco-
íris.
c) Segunda-feira – conta-gotas –
guarda-chuva.
d) Alcaide-mor – amor-perfeito –
portoalegrense.
e) Tenente-coronel – tio-avô – turma-
piloto.
14. Assinale a opção em que ocorre
erro de acentuação gráfica em
formas verbais:
a) Crês – dês – lês – vês.
b) Crê – dê – lê – vê.
c) Crêem – dêem – lêem – vêem.
d) Descreem – desdeem – releem –
preveem.
e) Não há opção com erro.
15. Assinale a opção sem erro
ortográfico:
a) Hiperativo.
b) Super-otimismo.
c) Superromântico.
d) Circumnavegação.
e) Inter-estudantil.
16. Não existe erro ortográfico na
opção :
a) semi-novo.
b) auto-peça.
c) ante-ontem.
Produzindo Resultados Positivos
d) super-homem.
e) auto-instrução.
17. Há erro quanto à ortografia na
opção:
a) windsurf.
b) co-autor.
c) eloquente.
d) claraboia.
e) semiopaco.
18. Assinale a opção que contém
erro ortográfico:
a) Co-ocupante.
b) Geopolítica.
c) Antipedagógico.
d) Anteprojeto.
e) Autoproteção.
19. Indique quantos erros
ortográficos há na frase:O
pseudoprofessor, que se acha um
39
semideus,posa de ultramoderno,
mas usa métodos antipedagógicos.
a) Um.
b) Dois.
c) Três.
d) Quatro.
e) Nenhum.
20. A série em que há erro de
acentuação é:
a) Heróis – caubóis – sóis.
b) Anéis – fiéis – papéis.
c) Chapéus - ilhéus – vês.
d) Côr – colhêr – pôr.
e) Harém – porém – também.
21. Assinale a opção que apresenta
erro de acentuação gráfica:
a) Almíscar – caráter – ímpar.
b) Réptil – dólmen – líquen.
c) Córtex – índex – tórax.
d) Sêmen – fêmur – ônix.
e) Queóps – bíceps – fórceps.
22. Assinale a opção em que há pelo
menos uma palavra incorreta:
a) Pan-helenismo – semi-hospitalar –
protohistórico.
b) Anti-higiênico – circum-hospitalar –
coherdeiro.
c) Extra-humano – pré-história – sub-
hepático.
d) Super-homem – ultra-hiperbólico –
deshumidificar.
e) Eletro-higrómetro – geo-história –
neohelênico.
23. Assinale a opção com erro de
acentuação gráfica:
a) Ciúme – egoísmo – faísca.
b) Baía – balaústre – cafeína.
c) Amiúde – Araújo – Ataíde.
d) Baiúca – boiúno – cauíla.
e) Miúdo – paraíso – raízes.
24. Assinale a opção em que não há
erro de acentuação gráfica:
a) Ás – porquê – pára – pólo.
b) Pêra – péra – pêlo – quê.
c) Quê – pôde – pôr – fôrma.
d) Pêlo – péla – pêra – pôla.
e) Pára – pólo – pôlo.
25. A opção em que há pelo menos
uma acentuação gráfica incorreta é:
a) Fá-lo-ás – habitá-la-iam – estudá-la-
íamos.
40
b) Comprá-lo – vendê-lo – partí-lo.
c) Pontapés – dominós – paletós.
d) Crochê – canapé – matinê.
e) Já – és – só.
26. O item que apresenta somente
palavras
incorretas é:
a) Abadessa – acossar – amassar.
b) Obsecar – benece – almasso.
c) Pretensão – remanso – seara.
d) Ânsia – ascensão – asperção.
e) Obsessão – pêssego – possesso.
27. O item incorreto quanto à
ortografia é:
a) Troféu.
b) Androide.
c) Sencerimônia.
d) Aguentar.
e) Paranoico.
28. Há erro quanto à ortografia em:
a) co-optar.
b) sub-região. c) vice-rei.
d) pré-vestibular. e) subumanidade.
Gabarito:
01. d
02. d
03. e
04. e
05. d
06. a
07. a
08. b
09. d
10. a
11. d
12. d
13. a
14. c
15. a
16. d
17. b
18. a
19. a
20. d
21. e
22. e
23. d
24. c
25. b
26. b
27. c
28.a
41
11 - PRONOMES
Pronome é a palavra que se usa em lugar do nome, ou a ele se refere, ou ainda,
que acompanha o nome qualificando-o de alguma forma. Grande parte dos
pronomes não possuem significados fixos, isto é, essas palavras só adquirem
significação dentro de um contexto , o qual nos permite recuperar a referência exata
daquilo que está sendo colocado por meio dos pronomes no ato da comunicação.
Com exceção dos pronomes interrogativos e indefinidos, os demais pronomes têm
por função principal apontar para as pessoas do discurso ou a elas se relacionar,
indicando-lhes sua situação no tempo ou no espaço. Em virtude dessa
característica, os pronomes apresentam uma forma específica para cada pessoa do
discurso.
Exemplos:
1. Minha carteira estava vazia quando eu fui assaltada.
[minha/eu: pronomes de 1ª pessoa = aquele que fala]
2. Tua carteira estava vazia quando tu foste assaltada?
[tua/tu: pronomes de 2ª pessoa = aquele a quem se fala]
3. A carteira dela estava vazia quando ela foi assaltada.
[dela/ela: pronomes de 3ª pessoa = aquele de quem se fala]
Em termos morfológicos, os pronomes são palavras variáveis em gênero
(masculino ou feminino) e em número (singular ou plural). Assim, espera-se que a
referência através do pronome seja coerente em termos de gênero e número
(fenômeno da concordância) com o seu objeto, mesmo quando este se apresenta
ausente no enunciado.
Exemplos:
1. Fala-se de Roberta]
2. Ele quer participar do desfile da nossa escola neste ano.
[nossa : pronome que qualifica "escola" = concordância adequada]
42
[neste : pronome que determina "ano" = concordância adequada]
[ele: pronome que faz referência à "Roberta" = concordância inadequada]Existem
seis tipos de pronomes: pessoais, possessivos, demonstrativos, indefinidos,
relativos e interrogativos.
11.1 - Pronomes Pessoais
São aqueles que substituem os substantivos, indicando diretamente as pessoas do
discurso. Quem fala ou escreve assume os pronomes eu ou nós , usa os pronomes
tu, vós, você ou vocês para designar a quem se dirige e ele, ela, eles ou elas para
fazer referência a pessoa ou pessoas de quem fala.
Os pronomes pessoais variam de acordo com as funções que exercem nas orações,
podendo ser do caso reto ou do caso oblíquo.
11.2 - Pronome Reto
Pronome pessoal do caso reto é aquele que, na sentença, exerce a função de
sujeito ou predicativo do sujeito .Por exemplo: Nós lhe ofertamos flores.
Os pronomes retos apresentam flexão de número, gênero (apenas na 3ª pessoa) e
pessoa, sendo essa última a principal flexão, uma vez que marca a pessoa do
discurso. Dessa forma, o quadro dos pronomes retos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular: eu
- 2ª pessoa do singular: tu
- 3ª pessoa do singular: ele, ela
- 1ª pessoa do plural: nós
- 2ª pessoa do plural: vós
- 3ª pessoa do plural: eles, elas
Atenção: esses pronomes não costumam ser usados como compl ementos
verbais na língua-padrão. Frases como "Vi ele na ru a" , "Encontrei ela na
43
praça", "Trouxeram eu até aqui", comuns na língua o ral cotidiana, devem ser
evitadas na língua formal escrita ou falada. Na lín gua formal, devem ser
usados os pronomes oblíquos correspondentes: "Vi-o na rua", "Encontrei-a na
praça", "Trouxeram-me até aqui".
11.3 - Pronome Oblíquo
Pronome pessoal do caso oblíquo é aquele que, na sentença, exerce a função de
complemento verbal (objeto direto ou indireto) ou complemento nominal .
Por exemplo: Ofertaram-nos flores. (objeto indireto)
Obs.: em verdade, o pronome oblíquo é uma forma var iante do pronome
pessoal do caso reto. Essa variação indica a função diversa que eles
desempenham na oração: pronome reto marca o sujeito da oração; pronome
oblíquo marca o complemento da oração.
Os pronomes oblíquos sofrem variação de acordo com a acentuação tônica que
possuem, podendo ser átonos ou tônicos .
11.4 - Pronome Oblíquo Átono
São chamados átonos os pronomes oblíquos que não são precedidos de
preposição.
Possuem acentuação tônica fraca . Por exemplo: Ele me deu um presente.
O quadro dos pronomes oblíquos átonos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): me
- 2ª pessoa do singular (tu): te
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): o, a, lhe
- 1ª pessoa do plural (nós): nos
- 2ª pessoa do plural (vós): vos
44
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): os, as, lhes
Observações: O lhe é o único pronome oblíquo átono que já se apresenta na forma
contraída, ou seja, houve a união entre o pronome o ou a e preposição a ou para .
Por acompanhar diretamente uma preposição, o pronome lhe exerce sempre a
função de objeto indireto na oração. Os pronomes me, te, nos e vos podem tanto
ser objetos diretos como objetos indiretos. Os pronomes o, as, os e as atuam
exclusivamente como objetos diretos.
11.5 - Pronome Oblíquo Tônico
Os pronomes oblíquos tônicos são sempre precedidos por preposições , em geral
as preposições a, para, de e com . Por esse motivo, os pronomes tônicos exercem a
função de objeto indireto da oração. Possuem acentuação tônica forte .
O quadro dos pronomes oblíquos tônicos é assim configurado:
- 1ª pessoa do singular (eu): mim, comigo
- 2ª pessoa do singular (tu): ti, contigo
- 3ª pessoa do singular (ele, ela): ele, ela
- 1ª pessoa do plural (nós): nós, conosco
- 2ª pessoa do plural (vós): vós, convosco
- 3ª pessoa do plural (eles, elas): eles, elas
� - Observe que as únicas formas próprias do pronome tônico são a primeira
pessoa (mim ) e segunda pessoa (ti ). As demais repetem a forma do pronome
pessoal do caso reto.
� - As preposições essenciais introduzem sempre pronomes pessoais do caso
oblíquo e nunca pronome do caso reto. Nos contextos interlocutivos que
exigem o uso da língua formal, os pronomes costumam ser usados desta
forma:
• Não há mais nada entre mim e ti .
45
• Não se comprovou qualquer ligação entre ti e ela.
• Não há nenhuma acusação contra mim .
• Não vá sem mim .
� - A combinação da preposição "com " e alguns pronomes originou as formas
especiais comigo, contigo, consigo, conosco e convosco . Tais pronomes
oblíquos tônicos frequentemente exercem a função de adjunto adverbial de
companhia .
Por exemplo: Ele carregava o documento consigo .
� - As formas "conosco " e "convosco " são substituídas por "com nós" e
"com vós" quando os pronomes pessoais são reforçados por palavras como
outros, mesmos, próprios, todos, ambos ou algum numeral.
Umas das características do estilo da correspondência oficial e empresarial é a
polidez, entendida como o ajustamento da expressão às normas de educação ou
cortesia.
A polidez se manifesta no emprego de fórmulas de cortesia ("Tenho a honra de
encaminhar" e não, simplesmente, "Encaminho..."; "Tomo a liberdade de sugerir..."
em vez de, simplesmente, "Sugiro..."); no cuidado de evitar frases agressivas ou
ásperas (até uma carta de cobrança pode ter seu tom amenizado, fazendo-se
menção, por exemplo, a um possível esquecimento...); no emprego adequado das
formas de tratamento, dispensando sempre atenção respeitosa a superiores,
colegas e subalternos. No que diz respeito à utilização das formas de tratamento e
endereçamento, deve-se considerar não apenas a área de atuação da autoridade
(universitária, judiciária, religiosa, etc.), mas também a posição hierárquica do cargo
que ocupa. Veja algumas formas de tratamento e com que pessoas devem ser
usadas. Atente igualmente para suas formas abreviadas. No caso de plural das
abreviaturas, flexione somente o segundo elemento. Exemplo:
Vossas Senhorias – V. Sas. ou V.S.as. Atualmente, prefere-se a abreviatura sem
colocar o “a” sobrescrito.
Memorizar ( Ver Anexo I )
46
• acadêmico = Acad., Acadêm.
• administrador = Adm.
• advogado = Adv.º, Advo.
• almirante = Alm.
• apostólico = Ap.
• arcebispo = Arc.º, Arco.
• bacharel, bacharela, bacharéis,
bacharelas = B.el, Bel., B.ela,
Bela., B.éis, Béis., B.elas, Belas.
• bispo = B.po, Bpo.
• capitão = Cap.
• cardeal = Card.
• comandante = Com., Com.te,
Comte.
• cirurgião-dentista = CD.
• comendador = Com., Comend.,
Com.or, Comor.
• cônego = Côn.º, Côno.
• conselheiro = Cons., Consel.,
Conselh., Cons.º, Conso.
• contador = Cont.dor, Contdor.,
Cont.or, Contor.
• contra-almirante = C.-alm.
• coronel = C.el, Cel.
• deputado = Dep.
• desembargador,
desembargadora = Des., Des.ª,
Desa.
• diácono = Diác.
• Digníssimo = DD.
• Digno, Dom, Dona = D.
• Dona = D.ª, Da.
• doutor, doutores = D.r, Dr., D.rs,
Drs.
• doutora, doutoras = D.ra, Dra.
D.ras, Dras.
• editor, editores = E., EE.
• embaixador extraordinário e
plenipotenciário = E.E.P.
• Eminência = Em.ª, Ema.
• Eminentíssimo = Em.mo, Emmo.
• enfermeiro, enfermeira = Enf.,
Enf.ª, Enfa.
• engenheiro, engenheira = Eng.,
Eng.º, Engo.
• enviado extraordinário e
ministro plenipotenciário =
E.E.M.P.
• Estado-Maior = E.M., E.-M.
• Excelência = Ex.ª, Exa.
• Excelentíssimo, Excelentíssima
= Ex.mo, Exmo. Ex.ma, Exma.
47
• general = Gen., G.al, Gal.
• ilustríssimo, Ilustríssima = Il.mo,
Ilmo., Il.ma, Ilma.
• madame (francês = senhora) =
M.me, Mme.
• mademoiselle (francês =
senhorita) = M.lle, Mlle.
• major = maj.
• major-brigadeiro = Maj.-Brig.
• marechal = Mar., M.al,Mal.
• médico = Méd.
• Meritíssimo = MM.
• mestre, mestra = Me, Me., Mª,
Ma.
• mister (inglês = senhor) = Mr.
• monsenhor = Mons.
• monsieur, messieurs (francês =
senhor, senhores) = M., MM.
• Mui(to) Digno = M.D.
• Nossa Senhora = N.Sª, N.Sa.
• Nosso Senhor = N.S.
• padre = P., P.e, Pe.
• pároco = Pár.º, paro.
• pastor = Pr.
• Philosophiae Doctor (latim =
doutor de/ em filosofia) =Ph.D.
• prefeito = Pref.
• presbítero = Presb.º, Presbo.
• presidente = Pres., Presid.
• procurador = Proc.
• professor, professores = Prof.,
Profs.
• professora, professoras =
Prof.ª, Profa., Prof.as, Profas.
• promotor = Prom.
• provedor = Prov.
• rei = R.
• Reverendíssimo, Revendíssima
= Rev.mo, Revmo., Rev.ma,
Revma.
• Reverendo = Rev., Rev.do,
Revdo., Rev.º, Revo.
• Reverendo Padre = R.P.
• sacerdote = Sac.
• Santa = S., S.ta, Sta.
• Santíssimo = SS.
• Santo = S., S.to, Sto.
• Santo Padre = S.P.
• São, Santo, Santa = S.
• sargento = Sarg., Sgtº
• sargento-ajudante = Sarg.-
aj.te,Sarg.-ajte.
48
• secretário, secretária = Sec.,
Secr.
• senador = Sen.
• senhor, senhores = S.r, Sr., S.rs,
Srs.
• senhora, senhoras = S.ra, Sra.,
S.ras, Sras.
• senhorita, senhoritas = Sr.ta,
Srta., Sr.tas, Srtas.
• Sênior = S.or, Sor.
• sóror = Sór., S.or, Sor.
• Sua Alteza Real = S.A.R.
• Sua Alteza = S.A.
• Sua Eminência = S.Em.ª, S.Ema.
• Sua Excelência = S..Ex.ª, S.Exa.
• Sua Excelência Reverendíssima
= S.Ex.ª Rev.ma, S. Exa. Revma.
• Sua Majestade = S.M.
• Sua Reverência = S. Rev.ª,
S.Reva.
• Sua Reverendíssima =
S.Rev.ma, S. Revma.
• Sua Santidade = S.S.
• Sua Senhoria = S.Sª, S.Sa.
• tenente = Ten., T.te, Tte.
• tenente-coronel = Ten. -c.el,
Ten.-cel., t.te - c.el, Tte. - cel.
• tesoureiro = Tes.
• testemunha = Test.
• vereador = Ver.
• veterinário = Vet.
• vice-almirante = V. -alm.
• vigário = Vig., Vig.º, Vigo.
• visconde = V.de, Vde.
• viscondessa = V.dessa, Vdessa.
• você = V., v.
• Vossa Alteza = V.A.
• Vossa Eminência, Vossas
Eminências = V.Em.ª, V.Ema.,
V.Em.as, V.Emas.
• Vossa Excelência
Reverendíssima, Vossas
Excelências Reverendíssimas =
V.Ex.ª Rev.ma, V. Exa. Revma.,
V.Ex.as Rev.mas, V. Exas.
Revmas.
• Vossa Excelência, Vossas
Excelências = V.Ex.ª, V.Exa.,
V.Ex.as, V.Exas.
• Vossa Magnificência, Vossas
Magnificências = V. Mag.ª,
V.Maga., V.Mag.as, V.Magas.
49
• Vossa Majestade = V.M.
• Vossa Revendíssima, Vossas
Reverendíssimas = V. Ver.ma, V.
Revma., V.Rev.mas, V. Revmas.
• Vossa Reverência, Vossas
Reverências = V.Rev.ª, V.Reva.,
V. Rev.as, V.Revas.Vossa
Senhoria, Vossas Senhorias =
V.S.ª, V.Sa., V.S.as, V.Sas.
12. COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM DIGITAL
Com o advento da Internet e a otimização da comunicação nos ambientes
empresariais, é possível notar que o e-mail acabou assumindo vários papéis no dia-
a-dia dos ambientes institucionais. Assim, com suas variadas funções, a mensagem
eletrônica pode vir a ser usada tanto no universo das comunicações mais informais,
como ao convidar um colega de trabalho para um almoço, quanto no universo das
comunicações externas com clientes e fornecedores. Em função disso, é importante
que o profissional que usa o e-mail como ferramenta de trabalho observe
particularidades do seu uso, igualmente observáveis para outras formas de
comunicação escrita ou oral. Recomenda-se enfaticamente que os traços
característicos a seguir sejam observados.
� Cordialidade versus intimidade: Ser cordial na comunicação empresarial não
significa criar laços de afetividade ou romper relações hierárquicas.
� A intimidade é exclusiva das relações pessoais não profissionais.
� Sempre vale o bom senso no momento de elaboração do texto.
1. Seleção vocabular: A cordialidade – e não a intimidade – se expressa de
imediato pela seleção das palavras utilizadas na comunicação empresarial.
Sem a necessidade de rebuscamento, o texto deve ser claro, simples,
objetivo e educado.
50
2. Vocativos e formas de tratamento: Mesmo com toda a simplificação que se
operou na comunicação empresarial nas últimas décadas, ainda há um
protocolo a ser seguido, tanto interna quanto externamente. O uso adequado
das formas de tratamento delimita o grau de profissionalismo da empresa.
3. A Urgência: Normalmente, culpa-se a pressa pelos erros cometidos nas
comunicações das empresas. Pressa significa falta de planejamento. A
urgência é situação cotidiana das empresas, e a comunicação escrita não
pode se furtar de manter a qualidade mesmo nessas situações.
4. Você deve ser muito cuidadoso ao redigir uma mensagem, seja de que
natureza for. Leve em conta a pessoa que vai ler. E observe, antes de
escrever, o seguinte:
Pessoa Confusa
Quando a comunicação trata de um
assunto desconhecido do destinatário,
seja porque ele tem limitado
conhecimento técnico ou porque não
está bem preparado. Nesse caso,
respeite o seu leitor e facilite as coisas
para ele. Sempre que tiver que
escrever um conceito difícil, explique.
Pessoa Contrariada
Quando o destinatário não está
interessado no assunto. Por exemplo:
se você está apresentando um
relatório que apresenta falhas de
sistema ou da equipe. Ninguém gosta
de receber mensagens que apontam
erros. Seja objetivo e evite
comentários. Relate apenas os fatos.
Pessoa Entediada
Quando você sabe que o destinatário
é uma pessoa extremamente ocupada
e sofre pressão do tempo. Para essas
pessoas, mensagens longas não
funcionam. Seja breve e conciso.
Pessoa Rindo
Quando o destinatário costuma utilizar
um vocabulário diferente do seu.
Geralmente esta diferença se deve a
desníveis culturais, hierárquicos ou de
idade. Escreva mensagens diretas e
simples.
Pessoa Irritada
Quando você sabe que o destinatário
parte de suposições diferentes da sua
51
ou quando apresenta reações hostis
ou negativas a você. Seja objetivo e
direto, evitando quaisquer tipos de
comentários.
Em geral, a pergunta que vem à cabeça de muitas pessoas quando se veem diante
da necessidade de compor um texto é: “Como começar?” A resposta é mais uma
vez: “Planejamento.” Dependendo do tipo de texto, planejar o ordenamento das
ideias e sua estrutura pode demandar um tempo maior, objetivando-se, sempre, é
claro, a eficácia da comunicação. Entretanto, no dia-a-dia, com as pequenas
comunicações que somos levadas a realizar, nem sempre a tempo de se fazer um
planejamento completo do texto. O importante é desenvolver a capacidade de
expressão escrita com eficácia e eficiência e internalizá-la, para que, na velocidade
das trocas de comunicação, os erros e a falta de clareza sejam minimizados ou
eliminados por completo.
Então, ao invés de fazer a pergunta “como começar?”, o ideal é substituí-la por
outras perguntas que possibilitarão discernir a natureza da comunicação e a forma
de estruturá-la. Antes de começar a escrever, é preciso compreender a situação em
que se vai produzir o texto. Com esse procedimento, você conseguirá avaliar com
bom senso e clareza o que ficará adequado ao seu texto, já de antemão
desprezando o que pode ser nocivo à sua intenção de comunicar. Ainda com bom
senso e clareza, é necessário identificar o que é ou não recomendável quanto ao
tipo de texto produzido e linguagem empregada. Ao identificar a situação de
comunicação, parte-se para a delimitação dos objetivos do texto, a natureza da
comunicação e a forma como o texto vai se apresentar. Em síntese, o que não se
pode deixar de fazer é pensar antes de compor o texto.
O passo-a-passo:
52
� Sobre que vou escrever? Delimite o assunto para evitar perder o foco da
comunicação.
� A quem o texto se destina? Estabeleça a adequação da linguagem e suas
modalizações.
� Qual é o objetivo do texto? É uma solicitação, um comunicado, uma
resposta?
� Como pretendo construir o texto? É uma carta, um e-mail, um
comunicado? De acordo com as respostas dadas a essas perguntas, você
terá desenvolvido uma estratégia clara para pelo menos iniciar o texto. Não
se esqueça de sempre de reler e revisar tudo o que escrever, sempre em
busca da eficiência.
12.1 Comunicação por E-Mail
A palavra “e-mail” vem do inglês electronic mail e significa “ correspondência.
eletrônica”. O e-mail é a ferramenta de comunicação mais difundida e útil, desde o
advento do telefone .Profissionais da maioria dos ramos usam e-mails internamente
para marcar reuniões, pedir informações e trocar ideias e opiniões.
Na Administração moderna, os princípios que norteiam as decisões se baseiam nos
conceitos de eficácia e eficiência . Também vale dizer que, no âmbito da
comunicação empresarial, tais princípios funcionam como meta a ser alcançada em
qualquer modalidade textual.
Podemos estabelecer a eficácia como a segurança de que a mensagem alcançará
seu propósito, sem gerar ambiguidade, multiplicidade de interpretações ou mal-
entendidos. A estruturação do texto, de forma clara, objetiva, sucinta, corresponde à
sua eficiência. Uma mensagem pouco eficiente pode prejudicar sua eficácia.
Entretanto, vale lembrar que uma mensagem bastante eficiente não implica que ela
seja automaticamente eficaz, pois a eficácia está condicionada essencialmente à
53
adequação e delimitação da mensagem. Uma das grandes qualidades da
comunicação escrita é a clareza .
Lembre:
1. Escreva apenas o que é importante,
de modo claro, conciso e objetivo.
Evite opinar. Apresente fatos e
informações.
2. Uma boa mensagem deve unir
algumas características básicas:
clareza, concisão, objetividade,
encadeamento coerente, simplicidade,
unidade, criatividade, imparcialidade.
3. Clareza: uma mensagem
incompreendida é quase a mesma
coisa que uma mensagem inexistente.
Se a pessoa que recebe a mensagem
não consegue entendê-la por falta de
54
clareza, a comunicação não surtiu
efeito.
4. Concisão: as pessoas deveriam
estar ocupadas somente com assuntos
importantes. Escreva em sua
mensagem somente o que é
necessário. O leitor vai agradecer.
5. Objetividade: a objetividade consiste
em apresentar fatos em uma
mensagem, e não opiniões sem
fundamentação. Por isso, nada de
basear sua mensagem em
argumentações subjetivas. Prove; é
sempre mais eficaz.
6. Encadeamento coerente: não
misture assuntos, nem fique voltando a
temas já tratados anteriormente. O
ideal é ordenar os assuntos de que
quer tratar, ligando-os logicamente por
um raciocínio claro.
7. Simplicidade: escrever bonito é
importante. Mas na maioria das vezes
a beleza está na simplicidade. Enfeitar
desnecessariamente uma frase pode
acabar levando ao tédio, ao mal-
entendido e ao aborrecimento. Poupe
o seu leitor. Seja simples.
8. Unidade: a unidade em um texto
informativo é resultado imediato do
encadeamento coerente. Significa que
o texto trata do assunto definido no
tópico frasal e não se perde em
divagações ou desvios. A mensagem
constitui um conjunto único na
abordagem e no estilo.
9. Criatividade: a criatividade é uma
característica que contribui em muito
para transformar uma mensagem em
um texto interessante para ler. É
possível ser criativo sem contrariar as
qualidades do texto citadas há pouco
(clareza, concisão, objetividade e
coerência).
10. Evite os clichês. Clichê é o maior
inimigo da criatividade. Clichê é o
termo corriqueiro, que todo mundo
usa. Clichê é o lugar-comum, o
estereótipo que empobrece a
linguagem.
11. Imparcialidade: num texto
informativo, especialmente no texto
técnico, é necessário que o autor evite
opinar sobre o assunto, a não ser
quando for estritamente necessário. O
ideal é indicar apenas dados
concretos, reais. O autor deve indicar
onde, quando e como obteve os dados
de que se valeu e especificar as
limitações do trabalho, se houver.
55
12. Há três tipos básicos de redação: a
descrição (e a descrição de processo),
a narração e a dissertação.
13. A descrição se utiliza mais de
frases nominais, não tem floreios, é
clara e objetiva. O leitor deve
conseguir visualizar o objeto descrito a
partir do que lê. É o modelo mais
prático para ser utilizado em relatórios.
14. A narração pressupõe pessoas em
ação, pressupõe dinâmica. É um relato
sequencial, com acontecimentos que
se sucedem no tempo e que envolvem
seres. Nesse tipo de texto, em geral é
preciso explicar a interferência das
personagens, do tempo, do espaço,
dos fatos, das circunstâncias etc. Na
narração predominam as frases
verbais, indicando ação.
15. A narração é o estilo mais indicado
para ser utilizado em atas — por
exemplo, registram-se as pessoas
que participaram de uma reunião,
lugar e data em que foi realizada, as
circunstâncias que a cercaram e as
decisões que foram tomadas.
16. Com a dissertação podemos expor
ideias sobre um determinado tema.
Este é o tipo de texto recomendado
para expressar opiniões e conceitos. É
o recurso mais adequado para ser
utilizado em uma carta, por exemplo.
12.2 - Exercícios de aprofundamento
Exercício 1: O diretor do departamento de gestão de pessoas precisa discutir com
sua equipe uma estratégia de motivação para os funcionários. Utilizando o passo-a-
passo apresentado anteriormente, elabore o planejamento do seu texto.
Exercício 2: A partir do planejamento construído no exercício 1, elabore um texto à
sua equipe convocando-os para uma reunião.
56
Exercício 3: Prepare uma lista de “FAZER” e “NÃO FAZER” para apresentar na
reunião com a sua equipe.
Leia o texto a seguir para realizar os exercícios 4 e 5.
Insatisfação de funcionário é oportunidade de melho ria (John Cymbaum *)
Em quase toda empresa há aquele típico funcionário insatisfeito. Não importa o tanto
de benefícios que recebe, ele sempre estará atento às falhas da organização.
Geralmente, é uma pessoa mais audaciosa, que impõe suas opiniões, gostos,
críticas e, às vezes, acaba agindo como um verdadeiro formador de opinião dentro
da corporação, podendo contaminar o grupo. É preciso estar bastante atento a esse
tipo de conduta. Primeiro, para que outros colaboradores não passem a ver o copo
"meio vazio", mas sempre "meio cheio". Segundo, e muito importante, porque muitas
mudanças podem ocorrer a partir do "funcionário-radar", que graciosamente detecta
falhas e pontos críticos da organização. Podemos começar tomando de empréstimo
uma lição da área de Marketing:
"Todo cliente que reclama é uma oportunidade de melhoria". O funcionário
descontente é um cliente interno para a área de Recursos Humanos. Ele deve dispor
de canais onde possa expressar suas queixas, manifestar suas insatisfações.
Querer conhecer a razão de seu descontentamento é um sinal de respeito que já
começa a virar o jogo a favor da empresa.
Se ouvir atentamente as queixas do funcionário não for o suficiente para torná-lo
satisfeito, ao menos aumenta a imunidade à insatisfação do resto do grupo e
minimiza as típicas queixas feitas nos corredores, na máquina de café, abrindo a
possibilidade de um tratamento positivo do assunto. A efetiva resolução de um
problema, em muitos casos, pode depender apenas de esclarecimento,
comunicação e orientação. Por isso, os canais precisam estar abertos. Casos mais
complexos também têm de ser conhecidos pela administração da empresa. O
profissional de RH, que certamente não se sente confortável em admitir que os
colaboradores simplesmente passam por cima das regras da empresa e, ao mesmo
tempo, não tende a "enterrar a cabeça na areia como se nada estivesse
57
acontecendo", precisa levar às altas instâncias não apenas os problemas, mas as
possíveis soluções. É uma oportunidade de aprimorar políticas de benefícios ou de
promoção, inovar nas práticas de remuneração ou desenvolvimento. Um cliente
interno que tem sua queixa atendida pode se transformar numa influência
extremamente positiva para o clima organizacional. Então, o principal é não ter
medo de ouvir os descontentes.
É claro que nem sempre a causa do descontentamento pode ser solucionada. Nessa
situação, é perfeitamente possível que as ambições, motivações ou interesses do
funcionário não sejam compatíveis com os da empresa ou da sua área específica.
Pelo menos, não naquele momento... Novamente, o mais recomendável é manter a
comunicação aberta, enfrentando de forma objetiva as divergências para que o resto
do grupo possa assumir suas próprias posições com clareza. Discutindo os
problemas com franqueza, minimizam-se jogos dramáticos em que uns aparecem
como vítimas, outros como heróis e outros, ainda, como algozes.
John Cymbaum é consultor em Gestão de Recursos Huma nos, diretor da
Laboredomus, mestre em administração e sociólogo. (Fonte:
ttp://www.catho.com.br/estilorh/index.phtml?combo_e d=112&secao=158.
Acesso em janeiro/2006)
Exercício 4: A partir das ideias do texto, imaginando-se como diretor do
departamento de gestão de pessoas, descreva uma estratégia para criar um canal
de comunicação com o “funcionário insatisfeito”. Atente para que sua estratégia não
pareça uma coerção ou que seu departamento esteja agindo como “algoz”.
Exercício 5 : De acordo com a estratégia elaborada, redija um e-mail ao funcionário
que você deseja ouvir.
Exercício 6: Como já vem ocorrendo em algumas empresas, funcionários que
podem ter acesso a ambientes de alta confidencialidade tiveram chips implantados
para que pudessem ter seus movimentos controlados. Qual é a sua opinião sobre
isso? Redija um texto dissertativo discutindo a relação emprego–individualidade–
liberdade.
58
Exercício 7: Cite dois argumentos que você utilizaria para convencer sua equipe de
trabalho a redigir um documento coletivo relatando suas insatisfações no ambiente
de trabalho.
Exercício 8: Redija um e-mail a um funcionário da empresa destacando sua
atuação em algum projeto recém-implantado e parabenizando-o pela iniciativa.
12.2 - A carta comercial
Antigamente, nas cartas comerciais, utilizavam-se chavões e linguagem prolixa e
rebuscada. Tudo fazia parte de um protocolo que, hoje, não mais tem razão de
existir. Toda a mudança se justifica pela objetividade que deve ser buscada em todo
processo de comunicação empresarial e organizacional.
Para que serve uma carta?
A carta é a forma recomendada para levar ideias e defender posições. Por sua
natureza dissertativa, é o mais livre dos tipos de textos apresentados, já que permite
a opinião, a parcialidade e o posicionamento de ideias.
59
São qualidades que você deve cultivar ao redigir: a concisão, a clareza, a
coerência, a coesão, a correção e a elegância.
� Concisão: Ser conciso é ser exato, não abusar das palavras. Deve-se ir
direto ao assunto. Um texto é considerado conciso quando elimina tudo aquilo
que é desnecessário.
Serve para o leitor chegar à informação o mais rápido possível, ou seja, para atingir
o objetivo da sua redação (informar, solicitar, relatar etc.). Em nome da concisão, é
claro, não se devem sacrificar as ideias importantes nem eliminar as considerações
pertinentes. O ideal está no perfeito equilíbrio entre os dados que se pediram e
aqueles que se oferecem.
Compare os textos abaixo:
TEXTO PROLIXO TEXTO CONCISO TEXTO CONCISO
Agradeço imensamente sua carta e seu
interesse em publicar conosco seus
maravilhosos e bem redigidos trabalhos.
Nossa diretriz editorial, contudo, está
sendo gerida pelas atuais e catastróficas
dificuldades por que atravessa o país,
não podendo, por isso, a empresa
investir em novos e atraentes títulos no
presente momento. Fossem outras as
condições do momento, certamente
teríamos a maior satisfação em publicar
sua insigne obra.
Com nossos melhores agradecimentos
pela oferta, manifestamos ao ensejo as
expressões de nossa elevada
consideração e apreço. Sem mais para o
Agradeço sua carta e seu interesse em
publicar conosco sua obra.
Lamentamos informa-lhe que a
empresa não está investindo em novas
publicações no momento, embora
reconheçamos tratar-se de obra com
apuro científico.
Manifestamos nossa consideração pela
oferta.
Atenciosamente,
Fulano de tal.
60
momento.
Atenciosamente,
Fulano de tal.
� Clareza: Ser claro é tornar o seu pensamento comum aos leitores. Serve para
ser compreendido rapidamente e para não confundir o leitor. Use palavras
conhecidas de todos. Com simplicidade é possível escrever de maneira
original e criativa e produzir frases elegantes e variadas; evite termos
estrangeiros, termos técnicos, termos difíceis, enfim, palavras ambíguas ou
com sentido vago; tome cuidado com os adjetivos e advérbios, pois eles
refletem “seu” julgamento a respeito da qualidade ou natureza das coisas,
objetos e processos; também ficaremos em dúvida quanto à interpretação do
leitor. Pontue adequadamente.
Ex: As máquinas serão instaladas rapidamente . (o que é rápido para mim pode não
ser para você);
� Coerência Planeje: Não se esqueça do objetivo da redação; verifique se as
informações relevantes encontram-se presentes. A ausência de alguma
informação dá a impressão de descuido ou de má fé na pior das hipóteses;
Não misture fatos e opiniões. FATO é o que realmente aconteceu. OPINIÃO é
a interpretação dos fatos; Justifique as conclusões. Elas precisam ter uma
origem, uma razão. Precisa ficar bem claro para o leitor que a sua conclusão
tem um fundamento lógico; não misture assuntos. Cada assunto em um
parágrafo.
12.2.1 - VINTE LEMBRETES PARA O REDATOR DE CARTAS C OMERCIAIS.
� 1. Trate o leitor com a máxima cortesia.
� 2. Responda sem demora as cartas recebidas.
� 3. Antes de escrever, reúna todos os dados necessários.
61
� 4. Vá diretamente ao assunto, pois os leitores são pessoas ocupadas.
� 5. Seja claro, conciso, pois assim economizará o tempo do leitor e o seu.
� 6. Quando tiver de redigir, evite o nervosismo e a preocupação; sem
serenidade, é difícil reunir ideias apropriadas.
� 7. Seja original.
� 8. Não empregue gírias nem use, desnecessariamente, termos técnicos.
� 9. Evite as controvérsias e os antagonismos.
� 10. Se for preciso apresentar queixas, evite o tom ofensivo: “Com vinagre não
se apanham moscas.”
� 11. Em vez de censurar, peça explicações.
� 12. Consulte o dicionário sempre que estiver com dúvidas.
� 13. Escreva para expressar-se, não para impressionar.
� 14. A quem você está escrevendo? Se possível, forme uma ideia do
destinatário.
� 15. Suas cartas têm de refletir espírito de cooperação; interesse sincero em
ajudar, pois cativa os leitores.
� 16. Veja se as qualidades da comunicação escrita estão presentes em seus
textos.
� 17. Nunca se desvie do objetivo da carta.
� 18. Se possível, peça para um colega ler seus textos, analisando-os e dando
algumas sugestões.
� 19. Uma boa estética complementa a qualidade de seu texto.
� 20. Lembre-se de que uma carta bem redigida assegura bons negócios.
Na correspondência moderna é necessário deixar de lado chavões, palavras
redundantes, repetições incômodas, elogios exagerados e falsos, introduções e
fechos que nada transmitem.
62
Será colocado aqui, um modelo de carta comercial atualizada, para que você possa
verificar o que está certo, errado e aceitável. Mas, antes de qualquer coisa, é
necessário ter bom senso. Saiba que você é dono de seu texto e responsável por
ele. Elaborando o bem, usando bem as palavras e tendo estética, você não precisa
ter medo de nada, apenas... escreva!
Os tipos de correspondências são:
� Oficial
� Comercial
� Particular
São inúmeros os tipos de correspondência, entretanto, iremos trabalhar as
particularidades da correspondência comercial utilizada na indústria e comércio
com seus clientes e vice-versa, acondicionada em envelopes.
No final deste capítulo, seguem algumas definições e modelos de cartas oficiais.
“Em qualquer meio de comunicação existem três interpretações:
A. O que o autor ou orador quis dizer.
B. O que ele realmente disse.
C. O que a pessoa que recebe a mensagem acha que foi dito.
Deveríamos todos procurar assegurar que A e C sejam idênticos.” R.T. Chapell &
W.L. Read
13 - CORREÇÃO GRAMATICAL
Correção gramatical é a utilização do padrão culto de linguagem, ou seja, é
escrever sem desrespeitar os fatos particulares da língua e as regras apropriadas
63
para o seu perfeito uso. As incorreções gramaticais desmerecem o redator e
põem em dúvida sua autoridade para falar sobre qualquer assunto.
Além disso, conhecer a própria língua não é privilégio de gramáticos, senão
dever de todos aqueles que dela se utilizam. É erro de consequências
imprevisíveis acreditar que só os escritores profissionais têm a obrigação de
saber escrever. Saber escrever a própria língua faz parte dos deveres cívicos. A
língua é a mais viva expressão da nacionalidade.
14- CONCORDÂNCIA NOMINAL E VERBAL
Os artigos, adjetivos, pronomes adjetivos e numerais concordam em gênero e
número com o substantivo a que se referem, chamamos de concordância
nominal.
14.1 - Principais casos de concordância:
� ANEXO - INCLUSO - OBRIGADO - MESMO - PRÓPRIO
Todos esses vocábulos são palavras adjetivas (adjetivos ou pronomes adjetivos),
devendo, portanto, concordar com o substantivo a que se refere.
O livro segue anexo.
As duplicatas seguem anexas.
Ele respondeu: muito obrigado.
Ela disse: muito obrigada.
Ele mesmo construiu a maquete.
Elas mesmas resolveram as pendências.
Ela própria entregou o malote.
Eles próprios receberam o prêmio.
64
� MEIO - BASTANTE
a) Quando é adjetivo concorda com o substantivo a q ue se refere; são
variáveis.
Agora é meio-dia e meia. (hora)
Já vi bastantes novidades, mas essa eu não sabia.
b) Quando são advérbios permanecerão invariáveis.
A porta estava meio fechada.
Eles falaram bastante.
Elas chegaram bastante cedo.
� MENOS
a) É sempre invariável.
Havia menos pessoas interessadas no cargo.
Havia menos candidatos interessados no cargo.
� É BOM - É NECESSÁRIO - É PROIBIDO - É PERMITIDO - É PRECISO
São sempre variáveis. As expressões formadas de verbo SER + ADJETIVO não
variam se o sujeito dessas expressões não vier precedido de artigos (ou outros
determinantes).
Água é bom.
Chuva é necessário .
Bebida alcoólica é proibido para menores.
Se houver artigo ou pronome concordará com o mesmo:
A bebida alcoólica é proibida para menores.
É proibida a entrada.
65
É permitida a permanência de pessoas autorizadas.
� ALERTA
a) É invariável quando interjeição ou advérbio.
Alerta ! O inimigo vem aí.
Os homens vigiavam o farol alerta. (atentamente)
b) É variável quando adjetivo, com sentido de atento, ou substantivo,
como sinônimo de aviso.
Ambos estavam alertas. (atentos)
As estrelas deram vários alertas. (avisos)
Fiquem sempre alertas !
14.2 - Concordância verbal
O verbo concorda com o sujeito da frase.
� CASOS ESPECIAIS
O sujeito é:
a) pronome de tratamento: o verbo permanecerá sempre na terceira pessoa.
Vossa Excelência atendeu o nosso pedido.
b) coletivo: o verbo ficará sempre no singular.
Uma quadrilha assaltou um banco.
Se o coletivo vier especificado, seguido de nomes no plural, o verbo poderá
permanecer no singular ou ir para o plural.
Uma quadrilha de ladrões assaltou (assaltaram) o banco.
66
Tal observação se aplica também quando o sujeito é uma expressão partitiva
PARTE DE, METADE DE, A MAIOR PARTE DE, GRANDE Nº DE , A MAIORIA DE
ETC.
Parte dos empresários faltou. Ou Partes dos empresários faltaram.
Com as expressões UM DOS QUE e UMA DAS QUE o verbo deverá ir para o plural
(embora sejam freqüentes construções com o verbo no singular).
Cassiano foi um dos que ganharam os prêmios.
Sou um dos que acreditam nisso.
� HAJA VISTA - EQUIVALENTE A VEJA
Há três construções possíveis:
Haja vista os
Haja vista aos } argumentos apresentados
Hajam vista os
OBS: Não existe haja visto.
� VERBO PARECER + INFINITIVO
Há duas construções possíveis: ou se flexiona o verbo parecer, ou se flexiona o
infinitivo, nunca ambos.
As estrelas pareciam brilhar .
As estrelas parecia brilharem .
15 - REGÊNCIA NOMINAL E VERBAL
Muitas vezes, o sentido do que falamos ou escrevemos fica confuso devido ao
emprego incorreto de uma simples preposição. Por esse motivo, as gramáticas
67
costumam apresentar listas de verbos e nomes com a regência apropriada. Na
verdade, a regência é simplesmente a relação entre um nome e seu complemento
ou do verbo e seu complemento. Daí vêm as classificações que normalmente
estudamos, regência nominal e verbal, que indicam se é ou não necessário o
emprego da preposição e, caso afirmativo, qual seria ela.
15.1 - Regência verbal
Os verbos ligam-se aos seus elementos dependentes (complementos) de duas
maneiras:
1. Diretamente (sem ajuda de preposição) - objeto direto
2. Indiretamente (com ajuda de preposição) - objeto indireto
Além disso, os verbos também podem mudar de significação dependendo da
regência.
Veja algumas regências:
• Acabar (finalizar, terminar)
Acabou a digitação.
• Acabar de + infinitivo (cessar, terminar)
Acabou de escrever.
• Acabar por + infinitivo (realizar)
Acabou por fazer o relatório.
• Aspirar a (desejar, alcançar, almejar)
Aspirávamos a um mundo melhor.
• Assistir (dar assistência)
O médico assistiu o paciente no momento do acidente.
• Assistir a (caber, pertencer)
A mim não assiste defendê-lo.
68
• Assistir a (ver, presenciar)
Assistimos ao filme Titanic.
• Assistir em (competir, tomar parte)
Faço questão em não assistir nesses debates.
• Chamar (solicitar a presença, fazer vir)
Todos chamaram o diretor.
• Chamar por, pelo (pedir auxílio)
Chamava por Deus.
• Chamar (denominar, cognominar)
Todos chamaram o Léo de burro. (com preposição)
Chamaram Léo burro. (sem preposição)
• Chamar a (denominar, cognominar)
Chamaram a Léo de burro. (com preposição)
Chamaram a Léo burro. (sem preposição)
• Chegar a - Ir a - Regressar a - Retornar a - Vir a - Voltar a
Cheguei ao escritório - Fui ao banheiro.
Regressei à faculdade - Retornei ao 10º andar.
Veio à festa - Voltou ao baile.
• Esquecer
Esqueci o nome de meu ex-namorado.
• Esquecer-se de
Esqueci-me do nome dele.
• Implicar (acarretar)
Toda ação implica uma reação. (não admite em)
• Implicar com (ter implicância)
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Meus pais implicam com o barulho.
• Informar alguma coisa a alguém:
Informei o fato ao diretor.
Informei ao diretor que o relatório foi aprovado.
Informei-lhe que sairíamos mais cedo.
• Informar alguém de alguma coisa:
Informei o diretor do ocorrido.
Informei-o de que sairíamos mais cedo.
• Lembrar (parecer)
Maria lembra muito a mãe na maneira de andar.
• Lembrar (não esquecer, recordar)
Lembrem que pode estar chovendo lá.
Lembrei a letra da música de Gilberto Gil.
• Lembrar a (advertir)
Lembrei a Antônio sua indelicadeza.
• Lembrar-se de (recordar, ter lembrança)
Lembra-te de que o estudo é tudo.
• Morar, residir, situar-se em ( não a)
Ela morava com a irmã no prédio ao lado.
Residimos no Tatuapé.
Aquele prédio situa-se na rua Xavier de Toledo.
• Namorar (nunca com )
Paulo namora Juliana.
• Preferir a
Prefiro ficar sozinha a ficar com você.
70
Nunca utilize: prefiro antes/prefiro mais/prefiro isto que aquilo.
• Resultar em
A festa resultou em tragédia.
• Ter de (necessidade, obrigatoriedade)
Temos de ter cuidado com ele.
• Ter que (indica a existência de alguma coisa a se r feita)
Tenho muito o que fazer.
• Visar (pôr o visto, apontar para)
Ele visou o passaporte de Carla para os EUA.
• Visar a (desejar, objetivar)
Todos visamos a um posto melhor.
16 - MODELOS DE CARTA
Suas partes componentes são:
1. Local e data, por extenso, à esquerda da página.
2. Endereçamento (alinhado à esquerda): nome do destinatário, precedido da forma
de tratamento, e o endereço.
3. Vocativo: a palavra Senhor (a), seguida do cargo do destinatário, e de vírgula.
4. Texto para grafado, com a exposição do(s) assunto(s) e o objetivo da carta.
5. Fecho de cortesia, seguido de advérbio adequado: Cordialmente,
Atenciosamente, ou
Respeitosamente.
6. Assinatura, nome e cargo do emitente da carta.
71
EXEMPLO:
Rio de Janeiro, 28 de abril de 2011
Ilm.º Sr. Professor José Batista
Rua da Ajuda n.º 0 / apto 208
Centro - Rio de Janeiro - RJ
20000-999
Senhor Professor,
A Secretaria de Estado de Administração e Reestruturação vem
desenvolvendo ações no sentido de uniformizar e racionalizar os procedimentos
administrativos do Governo do Estado do Rio de Janeiro, visando à transparência
dos atos governamentais, à melhoria dos serviços prestados e ao controle, por parte
do cidadão, das políticas públicas implementadas.
Para atender aos objetivos propostos, estão sendo desenvolvidos diversos
projetos que alcançam diferentes setores da administração, dentre eles, o Manual de
Redação Oficial do Estado do Rio de Janeiro.
Os trabalhos de seleção dos atos, conceituação e elaboração de modelos
foram realizados por grupo de especialistas das áreas de direito, letras,
administração, documentação e comunicação e já se encontram em fase final. No
entanto, ainda se faz necessária uma revisão por profissional de reconhecida
experiência, para garantir a excelência da publicação.
Para este fim, conforme entendimentos anteriores havidos com a Professora
Luide Freitas Moraes, venho solicitar sua colaboração.
Na expectativa de pronunciamento favorável, agradecemos antecipadamente
a gentileza.
Atenciosamente
PEDRO LEAL MELO DA SILVA
72
Secretário de Estado de Administração e Reestruturação
17 - CORRESPONDÊNCIA OFICIAL
A correspondência oficial estabelece relações de serviço na administração
pública; relações que seguem normas de linguagem e padronização no uso de
fórmulas e estéticas, por exemplo:
17.1 - Abaixo-assinado
Documento particular, assinado por várias pessoas e que, em geral, contém
reivindicação, pedido, manifestação de protesto ou de solidariedade etc.
17.2 - Ata
Documento de valor jurídico, em que se registram fatos, ocorrências, resoluções e
decisões de uma assembleia, sessão ou reunião. Sua finalidade é divulgada,
normalmente, pelo edital de convocação publicado no Diário Oficial do Estado e em
jornais de grande circulação.
Ela deve ser assinada pelos participantes da reunião em alguns casos (conforme o
estatuto da empresa), pelo presidente ou secretário, sempre. Para sua lavratura,
devem ser observadas as seguintes normas:
1. Lavrar a ata em livro próprio ou folhas soltas, de tal modo que impossibilite
a introdução de modificações.
2. Sintetizar de maneira clara e precisa as ocorrências verificadas.
3. Consignar as retificações feitas à anterior.
4. O texto será digitado ou manuscrito, mas sem rasuras.
5. O texto será compacto, sem parágrafos ou com parágrafos numerados,
mas não se fará uso de alíneas.
6. No caso de erros constatados no momento de redigi-la, emprega-se a
partícula corretiva “digo”.
73
7. Quando o erro for notado após a redação de toda a ata, recorre-se à
expressão:
“em tempo”, que é colocada após todo o escrito, seguindo-se então o texto
emendado: Em tempo: na linha em que se lê “bata”, leia “data”.
8. Os números são grafados por extenso.
9. Quando ocorrem emendas à ata ou alguma contestação oportuna, a ata só
será assinada após aprovadas as correções.
10. Há um tipo de ata que se refere a atos rotineiros e cuja redação tem
procedimento padronizado. Neste caso há um formulário a ser preenchido.
11. A ata é redigida por um secretário efetivo. No caso de sua ausência,
nomeia-se outro secretário (ad hoc) designado para esta ocasião.
17.2.1 Deve constar numa ata:
1. Dia, mês, ano e hora da reunião (por extenso);
2. Local da reunião;
3. Pessoas presentes (com suas respectivas qualificações);
4. Declaração do presidente e secretário;
5. Ordem do dia;
6. Fecho;
7. Assinaturas de presidente, secretário e participantes.
17.3 - Declaração
Muito semelhante ao atestado, dele difere apenas quanto ao objeto; enquanto
aquele é expedido em relação a alguém, a declaração é sempre feita em relação a
alguém quanto a um fato ou direito; pode ser um depoimento, explicação em que se
manifestam opinião, conceito, resolução ou observação.
17.4 - Memorando
Correspondência interna usada por todas as pessoas de um mesmo local de
trabalho.
74
17.5 - Ofício
Correspondência usada pelas autoridades públicas para tratar de assuntos entre
subalternos e superiores nos órgãos da administração pública. Os destinatários
podem ser particulares com os quais se queira tratar assuntos de caráter oficial.
17.6 - Procuração
É um documento que autoriza uma pessoa a realizar negócios em nome de outra.
17.7 - Requerimento
Pedido dirigido, geralmente, a uma pessoa de hierarquia superior ou autoridade.
Abre-se com a indicação do cargo ocupado pelo destinatário. O corpo do texto deve
conter:
• os dados pessoais do requerente;
• pedido propriamente dito (introduzido pelos verbos solicitar ou requerer );
• a justificativa;
• fecho, composto pelas expressões: Nestes termos, pede deferimento ;
• local e a data;
• a assinatura do requerente.
“O fornecimento de modelos não soluciona o problema dos que não sabem
redigir. É engano pensar que se aprende muito, copiando tudo.”
18 - MODELOS DE DOCUMENTOS
18.1 - Declaração
GOVERNO DO ESTADO DE SANTA CATARINA
75
SECRETARIA DE ADMINISTRAÇÃO
DECLARAÇÃO
Declaro, para os devidos fins, que o servidor ..........................................................
.........................................................................., matrícula no .................................
cargo ou função
........................................................................................, exerceu, no período de
......../......../........ a
......../......../........, os seguintes cargos em comissão:
............................................................... .
Florianópolis, ........ de .......................... de ............ .
Assinatura
Nome por extenso
Cargo
76
18. 2 - Ata
logo ATA DE REUNIÃO
LOCAL: DATA: HORÁRIO:
PARTICIPANTES
NOME ASSINATURAS
ASSUNTOS TRATADOS
PROVIDÊNCIAS QUEM?
QUANDO?
ACOMPANHAMENTO (assinatura)
ELABORADA POR:
77
TERRAFORTE - MADEIREIRA RIOSUL S.A.
CGC MF No 78.234.192/0001-15 - COMPANHIA ABERTA
Ata da Reunião Extraordinária do Conselho de Administração
REALIZADA EM 07 DE AGOSTO DE 2011.
Data, hora e local: 07 de agosto de 2011, às 13 horas na sede social, à Alameda
dos Anapurus, 679 - 5o andar - São Paulo - SP. Presenças: A totalidade dos
membros de Conselho de Administração da
Sociedade, regularmente convocados na forma do parágrafo 1o do Art. 19 do
Estatuto Social. Mesa da Sessão: Presidente: Fernando Collor de Mello e
Secretário: Paulo César Farias, Ordem do Dia: a) Apreciar o pedido de renúncia de
membro do Conselho de Administração, solicitado por carta pela Sra. Zélia Cardoso
de Mello; b) Deliberar sobre a designação de seu substituto, nos termos do
parágrafo 4o do Art. 18 do Estatuto Social
......................................................................................
........................................................................................................................................
............................
Encerramento: Nada mais havendo a tratar, foi encerrada a Sessão com a lavratura
da presente ATA que, após lida e achada de acordo, segue assinada pelos
presentes, tendo o Sr. Juca de Oliveira declarado não estar incurso em nenhum dos
crimes previstos em Lei que o impeça de exercer atividades mercantis. São Paulo,
07 de agosto de 2011. Paulo Maluf - Presidente da Mesa e do Conselho;Pitta
Secretário da Mesa e Conselheiro
........................................................................................................................................
........................................................................................................................................
............................
78
18.3 - Edital
Instrumento pelo qual a Administração dá conhecimento ao público sobre: licitações,
concursos públicos, atos deliberativos etc.
Observação:
É obrigatória a divulgação do edital, pela imprensa, integralmente ou como "aviso
de Edital" , dando informações gerais e o local onde é possível obtê-lo na íntegra.
Suas partes componentes são:
1. Título (a palavra EDITAL, em letras maiúsculas, em negrito e centralizada
sobre o texto).
2. CITAÇÃO DO OBJETO DO EDITAL em letras maiúsculas, em negrito
alinhado à esquerda.
3. Preâmbulo: parte introdutória, apresentando o assunto e a identificação do
órgão responsável.
4. Texto: parte fundamental do edital que define o objeto e estabelece as
condições de participação.
5. Fecho: encerramento do edital, com as determinações finais sobre sua
divulgação
6. Local e data por extenso.
7. Assinatura e cargo da autoridade responsável.
EXEMPLO: EDITAL TOMADA DE PREÇOS N.º 00/99
O Departamento de Material da Secretaria de Estado de Administração e
Reestruturação, em decorrência de superior autorização exarada no Processo n.º,
torna público, para conhecimento dos interessados, que às 10:00 horas do dia 1º de
abril de 1999, na repartição situada na Av. Erasmo Braga, 118 sala 1202, Centro,
Rio de Janeiro, RJ, será realizada, em sessão pública, pela Comissão Permanente
de Licitação desta Secretaria, designada pela Resolução SARE/n.º 00, de 1º de abril
de 1999, publicada no Diário Oficial de 1º de abril de 1999, a licitação sob a
79
modalidade de Tomada de Preços, do tipo menor preço, observados os preceitos
legais em vigor, especialmente a Lei Federal n.º 8.666, de 21.06.93, a Lei Estadual
n.º 287, de 04.12.79, os Decretos Estaduais n.º 3149, de 28.04.80 e n.º 16.672, de
28.06.91 e suas alterações subsequentes, bem como os regulamentos e normas
vigentes no Sistema de Suprimentos do Estado do Rio de Janeiro.
18- PARA INTERPRETAR BEM:
Todos têm dificuldades com interpretação de textos. Encare isso como algo normal,
inevitável. Importante é enfrentar o problema e, com segurança, progredir. Aliás,
progredir muito. Leia com atenção os itens abaixo.
1) Desenvolva o gosto pela leitura. Leia de tudo: jornais, revistas, livros, textos
publicitários, listas telefônicas, bulas de remédios etc. Enfim, tudo o que estiver ao
seu alcance. Mas leia com atenção, tentando, pacientemente, apreender o sentido.
O mal é “ler por ler”, para se livrar.
2) Aumente o seu vocabulário. Os dicionários são amigos que precisamos consultar.
Faça exercícios de sinônimos e antônimos.
3) Não se deixe levar pela primeira impressão. Há textos que metem medo. Na
realidade, eles nos oferecem um mundo de informações que nos fornecerão grande
prazer interior. Abra sua mente e seu coração para o que o texto lhe transmite, na
qualidade de um amigo silencioso.
4) Ao fazer uma prova qualquer, leia o texto duas ou três vezes, atentamente, antes
de tentar responder a qualquer pergunta. Primeiro, é preciso captar sua mensagem,
entendê-lo como um todo, e isso não pode ser alcançado com uma simples leitura.
Dessa forma, leia-o algumas vezes. A cada leitura, novas ideias serão assimiladas.
Tenha a paciência necessária para agir assim. Só depois tente resolver as questões
propostas.
5) As questões de interpretação podem ser localizadas (por exemplo, voltadas só
para um determinado trecho) ou referir-se ao conjunto, às ideias gerais do texto. No
80
primeiro caso, leia não apenas o trecho (às vezes uma linha) referido, mas todo o
parágrafo em que ele se situa. Lembre-se: quanto mais você ler, mais entenderá o
texto. Tudo é uma questão de costume, e você vai acostumar-se a agir dessa forma.
Então - acredite nisso - alcançará seu objetivo.
6) Há questões que pedem conhecimento fora do texto. Por exemplo, ele pode
aludir a uma determinada personalidade da história ou da atualidade, e ser cobrado
do aluno ou candidato o nome dessa pessoa ou algo que ela tenha feito. Por isso, é
importante desenvolver o hábito da leitura, como já foi dito. Procure estar atualizado,
lendo jornais e revistas especializadas.
Ou isto ou aquilo
Cecília Meireles
Ou se tem chuva e não se tem sol,
ou se tem sol e não se tem chuva!
Ou se calça a luva e não se põe o anel,
ou se põe o anel e não se calça a luva!
Quem sobe nos ares não fica no chão,
quem fica no chão não sobe nos ares.
É uma grande pena que não se possa
estar ao mesmo tempo nos dois lugares!
Ou guardo o dinheiro e não compro o doce,
ou compro o doce e gasto o dinheiro.
Ou isto ou aquilo: ou isto ou aquilo...
e vivo escolhendo o dia inteiro!
Não sei se brinco, não sei se estudo,
se saio correndo ou fico tranquilo.
Mas não consegui entender ainda
qual é melhor: se é isto ou aquilo.
81
ALGUMAS PALAVRAS CUJA GRAFIA CAUSA DÚVIDAS
Acender (pôr fogo)
Ascender (subir)
Adivinhar (e não: advinhar)
Afim (afinidade, semelhança)
A fim de (finalidade)
À medida que ou na medida em que (e
não: a medida em que)
Anexo (do latim annexu) adj. 1. ligado,
junto, contíguo: carta
anexa. 2. Incorporado, apenso:
documento anexo. 3. Dependente,
subordinado (...) cf. Aurélio. (e não: em
anexo)
A ponto de (e não: ao ponto de)
Apreçar (ver o preço)
Apressar (tornar rápido)
Asterisco (e não asterístico)
Aterrissar (e não aterrisar)
Bandeja (e não: bandeija)
Berruga - verruga (as duas)
Beneficência (e não beneficiência)
Cabeçalho (e não: cabeçário)
Caçar (matar animal)
Cassar (tornar nulo, sem efeito)
Cedilha (e não cecidilha)
Censo (recenseamento)
Senso (juízo)
Comprido (longo)
Cumprido (executado)
Conserto (remendar)
Concerto (musical)
Coser (costurar)
Cozer (cozinhar)
Deferimento (aprovação)
Diferimento (adiamento)
Delatar (denunciar)
Dilatar (retardar, aumentar o prazo)
Descrição (enumeração)
82
Discrição (sensatez, modéstia,
reserva)
Descriminar (inocentar) descriminação
Discriminar (distinguir) discriminação
Dignitário (e não: dignatário)
É proibida a entrada/É proibido entrar
Emergir (vir à tona)
Imergir (mergulhar)
Empecilho (e não: impecilho)
Espirar (soprar)
Expirar (morrer)
Esterno (osso do peito)
Externo (o que está fora)
Espectador (o que assiste)
Expectador (o que espera)
Eminência (altura)
Iminência (proximidade)
Entretenimento
Estadia (para navios e seres
inanimados)
Estada (para pessoas)
Estória (ficção)
História (acontecimentos reais)
Estar ao telefone (e não: estar no
telefone)
Exceção (e não: excessão)
Experto (aquele que tem experiência)
Esperto (inteligente)
Expiar (pagar pena)
Espiar (espreitar)
Fluido (sem acento)
Fruir (usufruir)
Fragrante (perfumado, aromático)
Flagrante (manifesto, momento,
evidente)
Há (verbo haver: passado). Há cinco
anos que não o vejo.
A (futuro). Estarei ai daqui a pouco.
Haja (verbo haver)
Aja (verbo agir)
Imigrante (é quem entra em um país)
Emigrante (é quem sai de um país
para outro)
Incluso ou incluído (ambas estão
corretas)
Infringir (transgredir)
Infligir (aplicar pena, castigo)
Infra-estrutura (e não: infraestrutura)
Insipiente (ignorante)
Incipiente (que está no começo;
principiante)
83
Mau/bom: adjetivo
Mal/bem: advérbio
Matéria-prima (e não: matéria prima)
Precursor/precursora (pioneiro(a))
Pátio (e não: páteo)
Perda (e não: perca)
Predeterminado (e não: pré-
determinado)
Preexistente (e não: pré-existente)
Prevenir (e não: previnir)
Prescrever (determinar)
Proscrever (proibir)
Privilégio (e não: previlégio)
Ratificar (confirmar)
Retificar (corrigir)
Recorde (e não: récorde)
Reivindicação/Reivindicar (e não:
reinvindicação/reinvindicar)
Somos três (e não: somos em três)
Sortir (abastecer)
Surtir (originar)
Subtendida (estendida por baixo)
Subentendida (o que está na mente e
não foi expresso)
Sucinta (resumida)
Suscitar (causar, provocar)
Tataraneto - tetraneto (as duas)
Tráfego (circulação de veículos)
Tráfico (comércio ilícito)
Viagem (substantivo)
Viajem (verbo)
84
ANEXO I Autoridades de Estado
• Vossa Excelência (V. Ex.ª):
Para o presidente da
República, senadores da
República, ministros de Estado,
governadores, deputados
federais e estaduais, prefeitos,
embaixadores, cônsules,
chefes das Casas Civis e
Militares. Somente o presidente
da república usa o pronome de
tratamento por extenso, nunca
abreviado.
• Vossa Magnificência (V.
Mag.ª): Para reitores de
Universidade, pró-reitores e
vice-reitores.
• Vossa Senhoria (V. S.ª):
Vereadores; Para diretores de
autarquias federais, estaduais
e municipais.
Militares
• Vossa Excelência (V. Ex.ª):
para oficias generais -
(Almirantes-de-Esquadra,
Generais-de-Exército e
Tenentes-Brigadeiros; Vice-
Almirantes, Generais-de-
Divisão e Majores-Brigadeiros;
Judiciárias
• Vossa Excelência (V. Ex.ª):
para Magistrados (Juízes de
Direito, do Trabalho,
Federais, Militar e Eleitoral),
Membros de Tribunais (de
Justiça, Regionais Federais,
Regionais do Trabalho,
Regionais Eleitorais),
Ministros de Tribunais
Superiores (do Trabalho,
Eleitoral, Militar, Superior
Tribunal de Justiça e
Supremo Tribunal Federal).
• Meritíssimo Juízo (M. Juízo):
para referência ao Juízo.
Executivo e Legislativo
• Vossa Excelência (V. Ex.ª):
para chefes do Executivo
(Presidente da República,
Governadores e Prefeitos),
Ministros de Estado e
Secretários Estaduais, para
Integrantes do Poder
Legislativo (Senadores,
Deputados Federais,
Deputados Estaduais,
Presidente de Câmara de
Vereadores e vereadores),
85
Contra-Almirantes, Generais-
de-Brigada e Brigadeiros e
Coronéis Comandantes das
Forças Auxiliares dos Estados
e DF (Polícias Militares e
Bombeiros Militares).
• Vossa Senhoria (V. S.ª): para
demais patentes e graduações
militares.
Autoridades eclesiásticas
• Vossa Santidade (V. S.):Para
o papa.
• Vossa Eminência (V. Em.ª
Revma):Para cardeais
• Vossa Beatitude :Para os
patriarcas das igrejas sui juris
orientais
• Vossa Excelência
Reverendíssima (V. Ex.ª
Revma):Para bispos em geral.
• Vossa Paternidade :Para
superiores de ordens
religiosas.
• Vossa Reverendíssima (V.
Revma):Para sacerdotes em
geral.
• Dom (Dom):Para bispos em
geral (De forma peculiar, será
também concedido aos
Ministros do Tribunal de
Contas da União e para
Conselheiros dos Tribunais
de Contas Estaduais.
Autoridades monárquicas ou imperiais
• Vossa Majestade Real &
Imperial (V. M. R. & I.): para
monarcas que detenham
títulos de imperador e rei ao
mesmo tempo.
• Vossa Majestade Imperial
(V. M. I.): para imperadores e
imperatrizes
• Vossa Majestade (V. M.):
para reis e rainhas.
• Vossa Alteza Real &
Imperial (V. A. R. & I.): para
príncipes de casas reais e
imperiais.
• Vossa Alteza Imperial (V. A.
I.): para príncipes de casas
imperiais.
• Vossa Alteza Real (V. A. R.):
para príncipes e infantes de
casas reais.
• Vossa Alteza Sereníssima
(V. A. S.): para príncipes
monarcas e Arquiduques.
86
Monges Beneditinos).
• Padre (Pe.):Para padres (Em
endereçamento pode ser
usado Rvmo. Pe.).
• Diácono (Diác.):Para diáconos.
Outros títulos
• Senhor (Sr.): para homens em
geral, quando não existe
intimidade
• Senhora (Sr.ª): para mulheres
casadas ou mais velhas (no
Brasil) ou mulheres em geral
(em Portugal).
• Senhorita (Srt.ª): para moças
solteiras, quando não existe
intimidade (no Brasil).
• Vossa Senhoria (V. S.ª): para
autoridades em geral, como
secretários da prefeitura ou
diretores de empresas
• Doutor (Dr.): para empregado
a quem possui doutorado,é
atribuído ao indivíduo que
tenha recebido o último e mais
alto grau acadêmico, o qual é
conferido por uma universidade
ou outro estabelecimento de
ensino superior autorizado,
após a conclusão de um curso
• Vossa Alteza (V. A.): para
duques.
• Vossa Excelência (V. Ex.ª):
para Duques com Grandeza,
na Espanha.
• Vossa Graça (V. G.): para
Duques e Condes.
• Vossa Alteza Ilustríssima
(V. A. Ilmª.): para nobres
mediatizados, como Condes,
na Alemanha.
• O Mui Honorável (M. Hon.):
para marqueses, na Grã-
Bretanha.
• O Honorável (Hon.): para
condes (The Right Hon.),
viscondes, barões e filhos de
duques, marqueses e condes
na Grã-Bretanha.
• Ilustríssimo (Il.mo): para
membros da nobreza
brasileira sem título de barão
ou outro.
• Dom (Dom): para membros
de alguma nobreza
portuguesa e brasileira.
87
de Doutorado ou
Doutoramento. Também foi
empregado no tratamento de
advogados e médicos,
independentemente do
doutorado acadêmico,
conforme a Lei de 11 de
Agosto de 1827, revogada pela
Lei 9.394 de 20 de Dezembro
de 1996 (Lei de Diretrizes e
Bases).[1][2]
• Arquitecto (Arq.º(ª)): para
arquitetos (em Portugal).
• Bibliotecário (Bib.º(ª)): para
bibliotecários.
• Engenheiro (Eng.º(ª)): para
engenheiros (em Portugal).
• Comendador (Com.(ª)): para
comendadores
• Professor (Prof.(ª)): para
professores.
• Desembargador (Des.dor):
para desembargadores
• Pastor (Pr.): para pastores de
igrejas protestantes.
• Vossa Magnificência (V. M.): para
Reitores de universidades,
instituições de ensino superior.
88
19 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
• CINTRA, Ana Maria Marques. Português instrumental para a área de Ciências
Contábeis. São Paulo, Atlas, 2009.
• CIPRO NETO, Pasquale & INFANTE, Ulisses. Gramática da língua
portuguesa. São Paulo, Scipione.
• FERREIRA, Aurélio Buarque de Holanda. Novo dicionário da Língua
Portuguesa. Rio de Janeiro, Nova Fronteira.
• MEDEIROS, João Bosco. Correspondência: técnica de comunicação
criativa,20 a ed. São Paulo, Atlas.
• MEDEIROS, João Bosco /TOMASI Carolina, Novo Acordo Ortográfico da
língua portuguesa, Editora Atlas.
• MOURA, Francisco Marto de. & FARACO, Carlos Emílio. Gramática. 4 aed.
São Paulo, Ática.
• KOCH, I. G. V. “Argumentação e linguagem”. Cortez Editora.
• KRANZ, Garry, Comunicação – Use corretamente a linguagem empresarial,
Editora SENAC São Paulo.
• OLIVEIRA, E. B. R. “Aulas de redação”. Atual Editora.
• Formas de Tratamento (Fonte: Manual de Redação da PUCRS:
http://www.pucrs.br/manualred/abreviaturas.php