ANÁLISE DE SISTEMA HIS – HERITAGE INFORMATION SYSTEM VOLTADOS PARA CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO...
Transcript of ANÁLISE DE SISTEMA HIS – HERITAGE INFORMATION SYSTEM VOLTADOS PARA CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO...
1
ANÁLISE DE SISTEMA HIS – HERITAGE INFORMATION SYSTEM
VOLTADOS PARA CONSERVAÇÃO DO PATRIMÔNIO HISTÓRICO E
CULTURAL QUANTO AO CONTEÚDO CARTOGRÁFICO
Elaine Gomes Vieira de Jesus
1
Vivian de Oliveira Fernandes 2
1 Universidade Federal da Bahia
Escola Politécnica
Mestranda do Programa de Pós-Graduação em Eng. Ambiental Urbana
2 Universidade Federal da Bahia
Escola Politécnica
Departamento de Engenharia de Transportes e Geodésia, Salvador – BA
Professora do Mestrado em Eng. Ambiental Urbana
RESUMO
O presente artigo vem tratar dos Sistemas de Informações Culturais a partir de aplicações voltadas para o patrimônio
histórico e cultural. A relevância desse estudo é evidenciada na importância da ferramenta para cadastramento e
preservação de pontos e áreas com valor histórico tanto para a comunidade local como para o turismo. Este trabalho
aborda uma análise de alguns Sistemas de Informações de Patrimônio Histórico, realizando uma abordagem
cartográfica destes sistemas que favorecem a interatividade do usuário.
Palavras chaves: Sistema de Informações de Patrimônio Histórico; Turismo; Análise cartográfica
ABSTRACT
This article is about the Heritage Information Systems from applications related to historical and cultural heritage. The
relevance of this study is evident in the importance of tool registration tool and preservation of points and areas of
historic value to both the local community and for tourism. This paper deals with an analysis of some Information
Systems Heritage, performing a cartographic approach these systems that promote user interactivity.
Keywords: Heritage Information System, Tourism, Cartographic analysis
1. INTRODUÇÃO
Ao considerar o avanço na utilização da internet e no uso de ferramentas cartográficas, é possível identificar que o
usuário está, cada vez mais, interessado em participar do processo de criação e ampliação dos mapas interativos
disponíveis nas mais variadas plataformas. Dessa forma, foi necessário avaliar em diferentes sítios históricos e culturais
qual o nível de interatividade e quão rápido se tem a resposta na ferramenta disponibilizada.
Assim, é importante frisar que todo trabalho que trata da preservação do patrimônio histórico, tem como objetivo
primordial a preservação de uma imagem, que representa um passado vivo na dinâmica de uma sociedade
contemporânea.
2
2. REFERENCIAL TEÓRICO
2.1 Cartografia
A Cartografia é considerada por muitos autores como ciência, pois para a confecção do mapa é necessária a
utilização de técnicas de representação, a aplicação de trabalhos de campo e laboratório, uma metodologia de trabalho e
conhecimentos específicos. Porém para outros, se aproxima da arte no quesito estética, pois segue um padrão de
organização de seus elementos como traços, símbolos, cores, legendas, título, margens, etc.
Hoje a Cartografia encontra-se em constante processo de desenvolvimento, pois utiliza da tecnologia para obter
eficácia na representação terrestre. Tem aplicação nos processos de tomada de decisão na economia e na administração
pública. A Cartografia teve seu desenvolvimento no Brasil a partir da II Guerra Mundial, com destaque nos interesses
militares.
O mapa é uma forma de comunicação que é empregada desde as sociedades mais antigas para relatar seus
espaços de vivência e é expressa através da linguagem visual, com o uso de cores, tonalidades, texturas, formas e
escritas (CATELLI e SENA, 2011).
Atualmente com o avanço das tecnologias a maioria dos mapas passou a ser produzida com ajuda do
computador passando do meio analógico para o digital. Assim o processo de evolução da cartografia digital avançou
quando foram desenvolvidos os sistemas de gerenciamento de banco de dados, tornando possível à ligação da base
cartográfica digital ao banco de dados descritivo, dando lugar ao surgimento dos Sistemas de Informação Geográfica
(SIG).
Em decorrência da ampliação do uso da internet, a utilização dos mapas em meio digital se expandiu, pois além
de armazenar e apresentar uma quantidade muito maior de informações do que os mapas analógicos, sua versão digital
viabilizou o aumento da interatividade dos dados espaciais.
Segundo Queiroz Filho e Giannotti (2012), na Web, a integração e o compartilhamento de informações são
sinônimos da palavra interoperabilidade. Para Goodchild et al (apud Queiroz Filho e Giannotti, 2012),
interoperabilidade é a capacidade de compartilhar e trocar informações de um sistema. Seus principais objetivos são:
tornar aberta a estrutura interna dos arquivos de dados; viabilizar a conversão de dados entre os programas e popularizar
a interação com o usuário.
2.2 Patrimônio histórico
A relevância histórica de um patrimônio tem sua importância na conservação de sentimentos, lembranças e
sensações que fazem reviver momentos e fatos vividos, que por sua vez, fundamentam e explicam a realidade vivida.
Esse patrimônio normalmente está disposto na forma de lugares, edificações e monumentos, materialidades que fazem
lembrar a forma de vida daqueles que no passado utilizaram os citados equipamentos.
A busca pela coesão do passado comum e do sentimento de pertencimento, com vista a uma trajetória comum,
depende da forma como cada geração se propõe a escrever e reescrever o passado de sua cidade, a partir de fragmentos
e reorganizações de fatos históricos. Desse modo, como bem salienta Pesavento (apud Tomaz, 2010) uma cidade
inventa seu passado, construindo um mito das origens, descobre pais ancestrais, elege seus heróis fundadores, identifica
um patrimônio, cataloga monumentos, transforma espaços em lugares com significados.
O estudo do patrimônio cultural é consagrado pela valorização do que é comum a determinado grupo social no
tempo e no espaço. A sua concepção pode ser dividida em três grandes categorias, a saber: elementos pertencentes à
natureza e ao meio ambiente; elementos referentes ao conhecimento relacionados à técnica, ao saber e ao saber-fazer e
por fim os elementos que reúnem o patrimônio histórico, representado por artefatos e construções resultantes da relação
entre o homem e o meio ambiente e do saber-fazer humano.
A noção de patrimônio não pode se prender apenas a concepção de ser uma coleção estática de objetos,
documentos e edificações, pois o patrimônio está associado à relação de processos sociais amplos, envolvendo até
mesmo a concepção de história e a antropologia. Sendo assim Kersten (apud Tomaz, 2010) afirma que a antropologia
auxilia na percepção do outro e a história permite várias e diferentes leituras de fatos e documentos. Esse quadro
impacta na forma de preservação e valorização do patrimônio como herança histórica, sendo assim, não é possível
preservar a memória de um povo sem, ao mesmo tempo, preservar os espaços por ele utilizados e as manifestações
quotidianas de seu viver (TOMAZ, 2010).
Em consonância com Paoli (apud Tomaz 2010), o patrimônio histórico deve evocar as dimensões múltiplas da
cultura como imagens de um passado vivo. Essa perspectiva é a ideal, porém o que se vivencia é o patrimônio histórico
como uma imagem congelada do passado que estão dispostos para atestar uma herança coletiva. Dessa forma, a
preservação nesses moldes está relacionada à conservação de relíquias antigas ou edificações, sem destacar à
preservação de uma história vivida, caminho percorrido pela sociedade. Ainda considerando a realidade vivenciada pelo
patrimônio histórico, nota-se que por motivos meramente comerciais e por definição de patrimônio impróprio prefere-se
demolir o velho, e substituí-lo por um equipamento novo, contemporâneo e funcional, adequado às necessidades da vida
moderna.
3
2.3 Heritage Information System – HIS
Neste contexto a partir das tecnologias disponíveis referentes ao uso dos SIGs, os dados referentes aos
monumentos e sítios históricos do patrimônio histórico e cultural podem ser relacionados a localização geográfica
compondo os chamados sistemas de informações culturais ou HIS (Heritage Information System).
Nestes sistemas a configuração espacial do sítio histórico é geralmente representada por mapas base, sobre os
quais serão inseridas outras informações referentes às edificações arquitetônicas de acordo com o objetivo de cada sítio
histórico, agregando elementos como fotos e links da internet que possibilitem uma gama maior de informações sobre o
assunto.
Segundo Arruda (2010) com o HIS, os planejadores têm em suas mãos um instrumento para a visualização de
uma base de dados multimídia, para realização de análises espaciais e de simulações de cenários propostos durante um
projeto de conservação urbana, que seja para reabilitação, restauração, renovação ou revitalização, da infraestrutura e do
conjunto de sítios históricos.
Desta forma a disponibilização na web dessas plataformas amplia consideravelmente as potencialidades de
compartilhamento do conhecimento sobre o patrimônio, o que para Arruda (2010) favorece a utilização do HIS no
fomento à identidade, memória e história nas áreas de valor histórico e cultural, fornecendo ferramentas para o turismo
cultural e para a educação patrimonial.
3. MATERIAIS E MÉTODOS
Para a realização deste testudo foram analisados quanto ao conteúdo cartográfico e quanto à forma de disponibilização
de três sistemas HIS sendo eles: Projeto Fortificações Mundiais, Projeto Lençóis e o Projeto Mapas Digitais do
Patrimônio Cultural de Pernambuco.
4. RESULTADOS E DISCUSSÕES
4.1 O Projeto Fortificações Mundiais
O sítio Fortificações Mundiais (www.fortalezas.org) é derivado do projeto Fortalezas Multimídia da
Universidade Federal de Santa Catarina, UFSC. O sítio foi idealizado pelo Prof. Roberto Tonera, arquiteto, em 2001 e
teve como ponto de partida a interatividade, pois recebeu grande contribuição de pessoas e entidades em relação a
informações técnicas. O fortalezas.org oferece, através de acesso gratuito, um banco de dados das fortificações
históricas do mundo, essas construções podem ser divididas em três categorias: existentes, ruínas e extintas, além da
visualização do banco de dados o internauta pode consultar, pesquisar e contribuir com o conteúdo online do sítio.
A contribuição do internauta se dá através do livre registrado ao site como um usuário contribuinte para
adicionar registros, nova fortificação, bibliografia, personagem, link (website) e/ou fórum de texto. Desta forma, o
usuário torna-se tutor do registro adicional, o único que pode editá-lo, no entanto, esse tutor é capaz de receber
contribuições (fotos e textos) de outros usuários, possibilitando a ampliação, atualização ou correção dos conteúdos
cadastrados. Esta contribuição estará sujeito à aprovação do tutor, com garantia de integridade e confiabilidade sobre as
informações disponíveis na página.
A idéia para o sítio é que ele funcione como um banco de dados relacional, um local de realização de estudos
comparativos entre as fortificações, por meio de buscas combinadas para a tipologia, nome, localização geográfica, data
de construção, projetor, nacionalidade de origem, utilização, proteção legal, conservação e técnicas construtivas. Sendo
assim, o fortalezas.org têm o propósito de desenvolver suas atividades como ferramenta de gestão, educação
patrimonial, documentação, promoção, conservação e difusão destes monumentos, além de base para estudos e
pesquisas científicas. Portanto, é um mecanismo de ação em favor da memória e preservação das fortificações do
mundo.
As fortificações do mundo cadastradas no banco de dados do sítio podem ser visualizadas na figura 1.
4
Figura 1 - As Fortificações do mundo.
Fonte: http://fortalezas.org/?ct=mapa
Neste mapa interativo foram verificadas algumas dificuldades quanto a interação do mapa com o usuário, pois
as informações demoravam muito tempo para serem carregadas e os links das fortificações não abriam em outras
páginas sendo portanto necessário sair da visualização do mapa para ver uma fortificação e depois voltar ao mapa
inicial. Por esse motivo não foi possível descrever todas as fortificações, sendo que foram escolhidas algumas
localizadas em Salvador para serem citadas. A distribuição das fortificações em Salvador é mostrada na figura 2.
Figura 2 - As Fortificações em Salvador - BA.
Fonte: http://fortalezas.org/?ct=mapa
Dentre as fortificações localizadas em Salvador e cadastradas no sítio fortalezas pode-se citar:
Forte de Santo Antônio da Barra – localizado no bairro da Barra foi fundado no dia 1º de novembro de 1501.
Este forte foi construído inicialmente para defesa do porto da então capital da colônia durante o Governo Geral de
Manuel Telles Barreto. De propriedade da união, o forte foi tombado pelo então Serviço do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional, em 1938. Atualmente é administrado pela Marinha do Brasil e abriga o Museu Náutico da Bahia
desde 1998, que possui peças de arqueologia submarina, réplicas de embarcações, cartas náuticas, equipamentos para
navegação, dentre outros (figura 3).
5
Forte de São Pedro – este forte está localizado no bairro do Campo Grande (figura 4) e foi construído a partir
de 1627 no Governo-geral de Diogo Luís de Oliveira. Tinha a função de defesa do acesso terrestre à capital. Encontra-
se tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1957, quando abrigava a 6ª
DSup (estabelecimento regional de Subsistência) do Exército.
Forte do Monte Serrat – também conhecido como forte de Nossa Senhora de Monte Serrat encontra-se no
bairro da Boa Viagem e pode ser visualizado na figura 5. Sua construção foi concluída em 1742 sob o governo do Vice-
rei D. André de melo e Castro. O sítio histórico de Monte Serrat (a igreja e o forte) foram tombados pelo Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional em 1957. É administrado pela 6ª Região Militar do Exército brasileiro e desde 1993
abriga o museu da Armaria que expõe ao público diversas armas de fogo, inclusive canhões.
Forte de São Marcelo – também conhecido como Forte do Mar foi inicialmente construído em madeira e
edificado em alvenaria em 1623, com o objetivo de proteger o porto da cidade de Salvador. Foi erguido num banco de
areia a 600 metros da encosta, localizado em frente ao Elevador Lacerda. O forte é tombado pelo Instituto do
Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN) desde 1938. Atualmente encontra-se aberto à visitação desde 2004
quando ocorreu sua última reforma, e possui atividades culturais, de lazer e de turismo (figura 6).
Figura 3- Forte de Santo Antônio da Barra - Salvador - BA.
Fonte: http://fortalezas.org/index.php?ct=fortaleza&id_fortaleza=77
Figura 4 - Forte de São Pedro - Salvador - BA.
Fonte: http://fortalezas.org/?ct=fortaleza&id_fortaleza=85
6
Figura 5 - Forte do Monte Serrat - Salvador - BA.
Fonte: http://patrimoniodesalvador.wordpress.com/category/fortes-de-salvador/
Figura 6 - Forte de São Marcelo - Salvador - BA.
Fonte: http://patrimoniodesalvador.wordpress.com/category/fortes-de-salvador/
4.2 Projeto Lençóis
O produto do Projeto Lençóis é um Website sobre o patrimônio arquitetônico da cidade de Lençóis, que tem
como objetivo divulgar o patrimônio cultural da cidade e região. Este website foi criado a partir da dissertação de
mestrado de Lorena Claudia Souza Moreira, sendo realizado através do Programa de Pós-graduação em Arquitetura e
Urbanismo (Pós-ARQ) da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC). Ele apresenta informações sobre a cidade
de Lençóis e outras informações como turismo e importantes construções do seu sítio histórico. Neste contexto a cidade
de Lençóis apresenta grande importância cultural e foi tombada pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico
Nacional (IPHAN) em 1973 como patrimônio nacional, destacando-se pela arquitetura de suas construções do final do
século XIX.
O Projeto Lençóis é produto de um conjunto de ações relacionadas à documentação do patrimônio
arquitetônico do estado da Bahia, com o auxílio de tecnologias digitais. As atividades deste projeto tiveram início em
2003, a partir de um projeto de pesquisa denominado DIGIFOTO – Fotogrametria Digital na Conservação e Restauro,
tendo como objeto de estudo a cidade de Lençóis na Chapada Diamantina.
O Projeto Lençóis está estruturado em torno dos seguintes objetivos principais:
- Construir / compilar uma base de dados digitais do patrimônio arquitetônico do estado da Bahia, empregando as
várias mídias e formatos de dados;
- Formar pessoal especializado no uso das várias tecnologias digitais aplicadas à documentação arquitetônica, no seu
conceito mais amplo;
- Desenvolver ações que contribuam para a divulgação e a preservação deste patrimônio, bem como incentivar e
promover a educação patrimonial;
7
- Estabelecer / integrar uma rede cooperativa, formada por instituições e grupos de pesquisa que tenha objetivos
semelhantes, visando a troca de experiências, a realização de ações conjuntas, o apoio recíproco.
Neste projeto a documentação arquitetônica é entendida como o processo sistemático de aquisição, tratamento,
indexação, armazenamento, recuperação, disponibilização e divulgação de dados e informações, gráficas e não gráficas,
sobre as edificações e os sítios onde estão inseridas, para os mais variados usos (MOREIRA, 2008).
Este site apresenta informações gerais sobre a cidade, o patrimônio cultural, possui poucas informações
cartográficas sobre as edificações da área de estudo, sendo apresentado apenas um mapa com a localização os
monumentos da cidade que pode ser observado na figura 7. Ao passar o cursor do mouse sobre cada edificação
cadastrada possibilitará ao usuário ver informações e fotos sobre as mesmas. A base de dados das edificações apresenta
apenas 10 monumentos que podem ser visualizados na figura 8.
Figura 7 - Localização de importantes edificações que fazem parte do sítio histórico de Lençóis.
Fonte: www.projetolencois.ufba.br/index.asp
8
Figura 8 - Descrição de importantes edificações que fazem parte do sítio histórico de Lençóis.
Fonte: Fonte: www.projetolencois.ufba.br/index.asp
4.3 Projeto Mapas Digitais do Patrimônio Cultural de Pernambuco.
A Fundação do Patrimônio Histórico e Artístico de Pernambuco, FUNDARPE, desde 2007, vem
desenvolvendo o uso de tecnologias digitais, incluindo os Sistemas de Geoinformação, SIG, no planejamento de ações
para gestão e preservação dos bens. Os bens que fazem parte do programa foram divididos em duas classes, a saber,
tangíveis e intangíveis, e o cadastro e o mapeamento destes foi de autoria do patrimônio cultural de Pernambuco.
A partir do censo do patrimônio cultural de Pernambuco tornou-se viável a disponibilização do aplicativo
Mapas Digitais do Patrimônio Cultural de Pernambuco, através do sítio www.mapacultural.pe.gov.br. As bases
cartográficas disponibilizadas são produtos do projeto Cultura MAP, financiado pelo Fundo Pernambucano de Incentivo
à Cultura, FUNCULTURA. Cultura MAP e tem como público alvo os agentes e grupos culturais, as prefeituras, a
Secretaria de Educação e Cultura, e a Secretaria de Turismo, estendendo-se a pesquisadores, universidades e a
sociedade em geral, não só de Pernambuco.
A produção da base de dados espaciais do referido aplicativo teve seu início no Panorama Cultural de
Pernambuco (FUNDARPE, 2006): o levantamento feito para o conhecimento e a apreensão do patrimônio material e
imaterial do estado foi realizado em 170 municípios a partir de sessões públicas com gestores municipais e produtores
culturais em 11 das 12 Regiões de Desenvolvimento de Pernambuco, a saber: Sertão de Itaparica, Sertão do São
Francisco, Sertão do Araripe, Sertão Central, Sertão do Pajeú, Sertão do Moxotó, Agreste Meridional, Agreste Central,
Agreste Setentrional, Mata Sul e Mata Norte.
No momento, o usuário tem a sua disposição ferramentas de consultas e downloads de dados, visualização e
impressão de mapas temáticos sobre: monumentos históricos, atrativos naturais e reservas ambientais e étnicas, sítios
históricos e pré-históricos, tradições e manifestações populares, eventos e espaços culturais, pontos de cultura e o
patrimônio vivo (FUNDARPE, 2006).
Esta plataforma utiliza as informações agrupadas na forma de shape sendo que utilizaram como mapa base os
shapes: municípios, região de desenvolvimento, sistema viário, núcleos urbanos, hidrografia. Para representar o
9
patrimônio cultural os elementos foram divididos em bens materiais, bens imateriais e equipamentos culturais e por fim
o fomento foi dividido em pontos de cultura e patrimônios vivos. A interface em questão está representada na figura 9.
Figura 9 - Interface do projeto Mapas digitais do Patrimônio Cultural de Pernambuco.
Fonte: www.mapacultural.pe.gov.br
Nessa plataforma as informações relacionadas ao patrimônio cultural são agrupadas nas três classes: bens
materiais, bens imateriais e equipamentos culturais e a cada classe foi atribuída uma simbologia que pode ser
visualizada na figura 10.
Figura 10 - Classes dos elementos do patrimônio histórico do Mapa Digital de Pernambuco
Fonte: www.mapacultural.pe.gov.br
A partir disso o usuário pode realizar consultas sobre os pontos que estão agrupados nas classes anteriormente
citadas. Essa consulta traz algumas informações relevantes sobre o ponto pesquisado. Um exemplo é mostrado na figura
11. E traz também a opção de visualização para abrir fotos do local selecionado.
10
Figura 11 - Descrição de um elemento do patrimônio histórico do Mapa Digital de Pernambuco.
Fonte: www.mapacultural.pe.gov.br
Por fim pode-se dizer que esse projeto apresenta-se bem estruturado no que se refere ao conteúdo e interação
com o usuário pois a barra de ferramentas desta plataforma possui ícones como zoon in e zoom out, prosseguir e voltar,
calcular distância e área, e permite ao usuário adicionar pontos de interesse. Com a visualização final do mapa o
usuário tem as opções de salvar como imagem em diversas resoluções ou como GeoTIFF, imprimir o mapa ou ainda
exportar os dados para planilha excel, shape ou como pdf.
5. CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir deste estudo percebeu-se a necessidade em discutir as questões relacionadas à preservação e conservação
do patrimônio histórico e cultural bem como entender como os sistemas de informações culturais – HIS podem
contribuir neste ponto.
No que se refere às plataformas estudadas observou-se que: o sítio fortificações mundiais foi elaborado com o
intuito de promover a interatividade, pois recebeu grande contribuição de pessoas e entidades em relação à informações
técnicas, utilizando como base cartográfica imagens de satélite, entretanto foram observadas dificuldades, pois as
informações demoravam muito tempo para serem carregadas e os links das fortificações não abriam em outras páginas.
O projeto Lençóis que foi criado com o objetivo de representar os principais monumentos da cidade apresentou poucas
informações sobre essas edificações e não possui outras questões sobre o conteúdo geográfico. Já o site do mapa digital
do patrimônio cultural de Pernambuco apresenta informações mais consistentes em relação ao conteúdo cartográfico,
pois os mapas apresentavam elementos como escala e subdivisão do patrimônio cultural em categorias que estavam
sendo representadas por meios das diversas camadas.
Desta forma conclui-se que é necessário fazer uma reavaliação de alguns elementos presentes nas plataformas HIS
já que os objetivos relacionados à interatividade e qualidade do conteúdo cartográfico não estão sendo atendidos.
11
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
CATELLI, M. R; SENA, C. C. R. G. Cartografia Tátil e Turismo inclusivo: o início de um desafio nas estâncias
turísticas de Barra Bonita e Igaraçu do Tietê – SP. In: Colóquio de Cartografia para Crianças e escolares; Vitória,
2011.
QUEIROZ FILHO, A. P. de; GIANNOTTI, M. A. Mapas na Web. Revista do Departamento de Geografia – USP,
Volume Especial 30 Anos. 2012.
TOMAZ, P. C. A Preservação do Patrimônio Cultural e sua Trajetória no Brasil. Revista de História e Estudos
Culturais. Volume 7. 2010.
ARRUDA, A. K. T. AMORIM, A. L. de. Heritage Information System: Tecnologias Digitais aplicadas ao
planejamento e gestão de intervenções urbanas – um modelo conceitual. In: XIV Congresso de la sociedade
Iberoamericana de gráfica digital. SIGRADI - Disrupción, modelación y construcción: Diálogos cambiantes. 2010.
Projeto Fortificações Mundiais. Disponível em: <www.fortalezas.org>. Acessado em 31/08/2013.
Projeto Mapas Digitais do Patrimônio Cultural de Pernambuco. Disponível em: <www.mapacultural.pe.gov.br>.
Acessado em 31/08/2013.
MOREIRA. L. Projeto Lençóis. Disponível em: <www.projetolencois.ufba.br/index.asp>. Acessado em 31/08/2013.