Diferencias de localización en los atractivos turísticos ...
Análise da qualidade de visitação dos atrativos turísticos do distrito de Itaiacoca PR
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ANÁLISE DA QUALIDADE DE VISITAÇÃO DOS ATRATIVOS TURÍSTICOS DO DISTRITO DE ITAIACOCA - PR
Andressa Stefany Teles1
Bárbara Cristina Leite2 Flávia Ferreira dos Santos3
Valéria Albach4
RESUMO – A falta de infraestrutura adequada em atrativos turísticos pode ocasionar
no aumento de impactos ambientais e na perda de qualidade de visitaçãona percepção do turista. Com isso, o presente trabalho tem como objetivo principal analisar os resultados obtidos durante uma pesquisa realizada com visitantes das áreas do Buraco do Padre, Capão da Onça e Botuquara, localizados no municípiode Ponta Grossa, no Distrito deItaiacoca. O questionário foi elaborado visando compreender qual a percepção desses visitantes sobre a infraestrutura desses locais e ainda sobre a qualidade de visitação. Para aplicação da pesquisa foi utilizada uma ferramenta online, que possibilitou a montagem e divulgação do mesmo. Foi observado que as áreas em estudo apresentam potencial para o desenvolvimento da atividade turística, isso pelas suas belezas cênicas, porém precisam de adequação da infraestrutura para melhor receber esse visitante.
PALAVRAS-CHAVE:turismo em áreas naturais, qualidade da visitação, atrativos turísticos de Itaiacoca.
Introdução
O mercado turístico apresenta diferentes segmentos que podem ser
trabalhados de acordo com a vocação existente no local. Para que ocorra o
desenvolvimento dessas atividades de maneira sustentável é necessário que
ocorra um planejamento adequado, para que assim, os impactos negativos
minimizem e os positivos maximizem, trazendo benefícios para as localidades.
Dentro do turismo existem diversas segmentações, entre elas o
“turismo em áreas naturais”. Esta segmentação trabalha com o turismo no
patrimônio ambiental de uma forma sustentável a fim de promovê-lo. De acordo
com McKerher (2002), o turismo em áreas naturaisengloba ecoturismo, turismo
de aventura, turismo educacional e ainda outros tipos de experiências
proporcionadas pelo turismo ao ar livre. 1Andressa Stefany Teles, acadêmica do 3º ano do curso de Bacharelado em Turismo na Universidade
Estadual de Ponta Grossa e estagiária no ICMBio. 2 Bárbara Cristina Leite, acadêmica do 3º ano do curso de Bacharelado em Turismo na Universidade
Estadual de Ponta Grossa. 3Flávia Ferreira dos Santos, acadêmica do 3º ano do curso de Bacharelado em Turismo na Universidade
Estadual de Ponta Grossa. 4Valéria Albach, professora mestre no curso de Bacharelado em Turismo pela Universidade estadual de
Ponta Grossa.
Esse é visto como um segmento crescente dentro desse
mercado,ondesegundo Boo (1992) apud Rushmann (1997), as populações
urbanas vêm buscando mais contato com ambientes naturais, e, com isso,
percebe-se a crescente demanda de visitantes que procuram por esses locais.
Porém, também acarreta algumas preocupações, isso porque muitos
desses locais apresentam características relevantes para conservação e que
se não manejadas corretamente podem perder aspectos únicos de uma área.
Um dos fatores que contribuem para essa conservação é a adequação
dos atrativos para receber tanto a demanda turística como a própria
comunidade, diminuindo os impactos ambientais. Porém, existem locais que
mesmo sem possuir essa infraestrutura acabam recebendo um alto número de
visitantes, o que acaba prejudicando tanto a conservação como a qualidade da
visitação do turista, como é o caso dos atrativos turísticos trabalhados nesse
estudo.
Pensando na elaboração de umPlano de Desenvolvimento Turístico
paraItaiacoca, situado no Distrito rural do município de Ponta Grossa,pode-se
enfocar alguns atrativos turísticos importantes como oCapão da Onça, o
Buraco do Padre e o Recanto Botuquara, assimfoi elaborado um questionário
visando compreender qual a percepção do visitante a respeito da infraestrutura
e da qualidade de visitação tanto da região de Itaiacoca quanto nos atrativos
turísticos citados.
O presente trabalho conta com a análise realizada dessa pesquisa,
apresentando os principais pontos de discussão.
Metodologia
Pode ser considerado que grande parte das atividades turísticas são
desenvolvidas no ambiente natural, necessitando de monitoramento constante
para que ocorra um turismo sustentável. Segundo DIAS (2003, p. 70), “como o
desenvolvimento turístico é concebido como um processo de mudança, torna-
se evidente a necessidade de monitoramento permanente que permita seu
acompanhamento e avaliação contínua para determinar sua eficiência”.
Por isso é de suma importância que ocorra o planejamento da atividade
de turismo em áreas naturais, visto que é através dele que serão elaboradas
estratégias e meios para alcançar os objetivos propostos. Para RUSCHMANN
(1997, p.10), apenas ações planejadas dentro de uma metodologia científica –
com vistas nodesenvolvimento sustentável da atividade turística – poderiam
conduzir a uma evolução favorável para os empreendedores, para as
populações receptoras, para os turistas e, consequentemente, para as
destinações.
De acordo com Fontoura e Simiqueli, 2006, o planejamento deve
englobar a conservação dos recursos naturais e o uso turístico com
osinteresses e necessidades dos atores sociais envolvidos na atividade,
visando a diminuição dos impactos negativos.
Partindo da base teórica sobre o turismo em áreas naturais, apesquisa
para recolhimento de dados primários foi estruturada em uma ferramenta da
internet chamadaGoogle Drive, que possibilitou a montagem do questionário
eposteriormente gerou um link que dava acesso direto para o participante
responder a pesquisa. Após isso, a ferramenta também possibilitou a junção
dos resultados obtidos, contribuindo para o desenvolvimento do trabalho.
Resultados e Discussões
Foram respondidas durante 14 dias, 41 questionários online, onde foi
requisitado para respondê-lo aqueles que conheciam algum dos atrativos
turísticos trabalhados na pesquisa, como o Capão da Onça, o Recanto
Botuquara ou o Buraco do Padre.
Analisando os primeiros resultados obtidos, observa-se que a grande
maioria, 61%, que respondeu ao questionário é do sexo feminino, sendo que
do sexo masculino são apenas 16%.
A faixa etária predominante é de 21 a 30 anos, sendo 49%dos participantes,
logo em seguida 16 a 20 anos, com 37%, 41 a 50 anos com 7% e 51 a 60
também com 7%.
Quanto à escolaridade, vê-se que 42% dos entrevistados são da área de
graduação, 8% da área de pós-graduação, 10% do ensino médio e 2% do
ensino fundamental, sendo que desses, 38% são estudantes ou pesquisadores
da área de turismo.
A grande maioria das pessoas é de Ponta Grossa, sendo 68%, logo
depois aparece a cidade de Palmeira, com 24%, Curitiba com 5% e São José
dos Pinhais, sendo 3% da pesquisa.
Quando perguntado quantas vezes visitou o Distrito de Itaiacoca no
último ano, temos a grande maioria citando apenas uma vez, seguido de duas
vezes e mais de nove vezes. O que mostra a necessita de modificações e
inovações para que os visitantes queiram retornar a essa localidade.
Outra análise realizada foi a questão do que falta, na visão dessas
pessoas, na região de Itaiacoca. Essa questão ficou equilibrada, visto que a
diferença entre as porcentagens são mínimas, sendo 22% para a falta de
sinalização, 18% para a falta de um posto de informações turísticas, 17% na
falta das melhorias das vias de acesso, 16% na falta de serviços de
alimentação, 13% na falta de serviços de hospedagem, 11% na falta da venda
de artesanatos locais. Essa questão mostra que existe uma deficiência
referente a infraestrutura turística no local, o que acaba prejudicando o
desenvolvimento dessa atividade, porém, também mostra algumas
oportunidades que a comunidade poderia explorar, como a venda de souvenirs,
locais para alimentação e para hospedagem.
Verificando quais dos atrativos trabalhados são mais conhecidos, temos o
Buraco do Padre, com 49%, visto que existe uma maior divulgação a respeito
dessa área. Seguido do Capão da Onça, com 31% e depois o Botuquara, com
20% (Ver figura 1).
Figura 1: Conhecimento sobre os atrativos Fonte: Os autores, 2014
O gasto médio das pessoas com essas visitas são, por 46% dos
participantes, de R$ 21,00 a R$ 50,00, seguido de menos de R$20,00 por 29%.
Esse número poderia ser maior se existisse na área em estudo, mais opções
de entretenimento, alimentação, hospedagens e souvenirs, visto que muitas
vezes o turista apenas vai até o atrativo e retorna para casa por falta dessas
opções(Ver figura 2).
Figura 2: Gasto com a visitação
Fonte: Os autores, 2014
Quando perguntado sobre a motivação da visita a esses locais, temos em
primeiro lugar o contato com a natureza, com 44%, seguido do banho, com
21% e a caminhada, com 18%. O item referente ao contato com a população
local foi selecionado apenas por 1% dos entrevistados, visto assim, que ainda
faltam alternativas de interação entre o visitante e a comunidade nesses locais.
Outro ponto analisado é que apenas 6% visitam esses locais para a prática de
esportes, sendo outro segmento que possui potencial e pode ser desenvolvido
na região(Ver figura 3).
Figura 3: Motivação em conhecer os locais Fonte: Os autores, 2014
Outra questão que foi abordada é referente à qualidade de visitação desses
locais, incluindo o acesso até o atrativo, os banheiros, serviço de alimentação,
sinalização, souvenirs, qualidade das trilhas e limpeza.
No Capão da onça(Figura 4) foi analisado que a qualidade do acesso ao
local está equilibrada, visto que 50% das respostas a apontam como regular e
50% apontam como um acesso bom.
Figura 4: Balneário Capão da Onça Fonte: Os autores, 2014
Já os banheiros são colocados como regular por 63% das pessoas, como
bom por 8% e 29% colocaram que não se aplica a questão. No local existem
dois banheiros femininos e dois banheiros masculinos, porém, a condição de
uso, principalmente em finais de semana com grande movimento, acaba sendo
afetada pelo mau cuidado de alguns visitantes e pela falta de manutenção do
local.
Outra questão apontada como regular são os serviços de alimentação,
sendo colocado como insuficiente por 61% dos visitantes e como bom por 17%.
O local disponibilizava apenas uma lanchonete para atender a demanda,
oferecendo algumas bebidas e alguns lanches, sem muitas opções.
A sinalização é apontada como regular por 75% das pessoas, como boa por
17% e não se aplica para 2% dos participantes. Com a visita realizada in loco,
foi observado que esse local possui algumas placas informativas para os
visitantes, o que contribui para uma maior segurança no local, porém, ainda
não é suficiente(Ver figura 5).
Figura 5: Sinalização
Fonte: Os autores, 2014
O artesanato/souvenir, de acordo com 58% das pessoas, não se aplica.
Isso porque no local em questão não é ofertado esse tipo de produto, sendo
uma oportunidade para a comunidade desenvolver esse trabalho.
Sobre a qualidade das trilhas também encontra-se um equilíbrio entre as
respostas, sendo que 50% apontam como regular, 42% como boas, 4% como
ótimas e 4% que não se aplicam. Foi observado que nas trilhas não existe
nenhum tipo de painel interpretativo, o que pode prejudicar também a visitação.
(Ver figura 6).
Figura 6: Qualidade das trilhas Fonte: Os autores, 2014
Mais um item regular citado é quanto à limpeza e presença de lixeiras no
lugar, sendo colocado por 71% das pessoas. Já 21% optaram como boa e 8%
como não se aplica, visto que no decorrer da trilha não foi encontrado nenhuma
lixeira.
Pode-se observar com esse resultado que ainda é necessário o estudo e
planejamento da atividade turística no local, visto que a maioria dos itens
pesquisados se encontra como regular perante os participantes.
No Recanto Botuquara(Figura 7) o acesso foi considerado pela maioria,
44% dos participantes, como bom.
Figura 7: Recanto Botuquara Fonte: Os autores, 2014
Já os banheiros são considerados regulares por 44% e bom por 28%.
Muitas vezes a falta de manutenção dos banheiros pode prejudicar na
qualidade da visitação, principalmente em finais de semana de maior
movimento.
O serviço de alimentação é colocado como regular por 47% e bom por
24%, visto que não existem muitas opções para o visitante.
Foi analisado que a sinalização é colocada como regular por 50% e bom
por 25%. Outro item que acaba prejudicando na qualidade de visitação do
turista.
Foi apontado que o artesanato não se aplica à área por 65% das
pessoas. Nesse caso, também pode ser uma oportunidade para o
empreendimento desenvolver esse trabalho e aumentar sua renda.
Já as trilhas são consideradas como boas por 63% e regular por 19%.
Pode ser analisado que o local possui uma melhor infraestrutura nas trilhas em
relação aos outros atrativos, sendo um dos pontos positivos da visitação (Ver
figura 8).
Figura 8: Qualidade das trilhas Fonte: Os autores, 2014
A limpeza também é considerada boa por 59% das pessoas. Esse é
mais um item positivo que acaba contribuindo para uma melhora na qualidade
de visitação desse local.
Considera-se que no Botuquara existe um equilíbrio, sendo três itens
regulares e três bons, ainda assim, é preciso melhorar alguns aspectos para
um melhor desenvolvimento da atividade turística e assim, uma melhor
satisfação do turista.
No caso do Buraco do Padre (Figura 9), o acesso é considerado bom
por 51% das pessoas e regular por 46%, visto que o local ficou fechado para
revitalização e uma melhora foi realizada no acesso.
Figura 9: Buraco do Padre Fonte: Os autores, 2014
Na questão dos banheiros, 41% aponta que não se aplica, e para 32%
consideram a estrutura existente boa, isso porque antes da reforma que foi
realizada nos banheiros, ele era inutilizado pois foi depredado e não possuía
condições de uso.
O serviço de alimentação também é apontado como não se aplica no
local por 65% das pessoas, visto que na área não existe nenhuma
infraestrutura que faça a venda de suprimentos, apenas no caminho até o
atrativo.
Já a sinalização é considerada regular por 73% das pessoas, visto que
no caminho existem apenas três placas de sinalização e duas delas estão em
más condições de conservação, e ainda, nas trilhas do atrativo não existe
nenhum painel interpretativo para informar o visitante.
É colocado que o artesanato não se aplica ao local por 64%, visto que
inexiste a venda dos mesmos. Mais uma vez podem-se apontar como uma
oportunidade para a comunidade desenvolver esse trabalho. No centro da
cidade de Ponta Grossa existe a Casa do Artesão, que conta com diversos
trabalhos de artesanatos e sourvenirs da comunidade sobre os aspectos da
região, porém, ele fica fora da rota de muitos turistas, o que acaba não
chegando até os mesmos.
As trilhas são consideradas boas por 69%, sendo um dos pontos
positivos da visitação. Com a visita in loco, foi observado que as trilhas estão
em boas condições até certo ponto, pois no final existem caminhos para passar
sobre raízes expostas e até locais que apresentam risco para o visitante,
necessitando de cuidado e monitoramento periódico(Ver figura 10).
Figura 10: Qualidade das trilhas Fonte: Os autores, 2014
Já a limpeza é considerada regular por 61% das pessoas. Na visita, foi
observado que no estacionamento existia uma grande quantidade de lixo
espalhado pelo chão e também que não existem lixeiras no decorrer da trilha.
Dentro de todos os atrativos o Buraco do Padre é o mais conhecido e
visitado pelos participantes da pesquisa. Ele apresenta alguns aspectos bons
colocados pelos participantes, mas ainda assim precisa melhorar alguns pontos
para oferecer ao turista um passeio de qualidade.
Quando perguntado sobre os impactos ambientais encontrados durante
a visitação existe também um equilíbrio nas respostas, sendo o maior índice o
lixo, com 27%, seguido do som alto por 20%. A aglomeração de pessoas,
trilhas mal conservadas e o comportamento dos turistas é apontado, cada um,
por 13% das pessoas, seguido da pichação, com 11%. É evidente que
encontramos problemas nessas áreas, visto a falta de planejamento adequado
para desenvolver a atividade turística e, com isso, cada vez mais impactos
ambientais acabam aparecendo (Ver figura 11).
Figura 11: Impactos ambientais encontrados durante a visitação Fonte: Os autores, 2014
Considerando a análise realizada, observa-se a importância de planejar
as atividades que vem sendo desenvolvidas nas áreas em estudo,
condicionando ações aos problemas levantadospara que ocorra uma melhora
na qualidade de visitação e também na diminuição de impactos ambientais,
visto que quando o turismo acontece de forma desordenada, maior são os
impactos para aquela localidade.
Considerações finais
Com o resultado das pesquisas, foi analisado que os objetos de estudo
possuem uma capacidade de atratividade turística acentuada pelas suas
belezas naturais, porém necessitam de algumas mudanças para um melhor
desenvolvimento da atividade turística.
Aparecem também algumas oportunidades para a inserção da
comunidade do entorno participar dessa atividade, trazendo mais
desenvolvimento para esses locais.
Porém, para que ocorram essas melhorias, é necessário que tanto o
setor público, como o setor privado, realizem um planejamento adequado das
áreas em questão, visando atender as necessidades dos visitantes. Além
disso, vê-se a importância da realização de ações de sensibilização ambiental
com a comunidade, visto que muitas vezes ela é o principal consumidor desse
espaço, e assim, também deve contribuir para a conservação desses locais.
Referências
DIAS, R. Turismo Sustentável e Meio Ambiente. São Paulo: Atlas, 2003.
FONTOURA, L. M. & SIMIQUELI, R. F. Análise da capacidade de carga antrópica nas trilhas do Circuito das Águas do Parque Estadual do Ibitipoca – MG.Monografia de especialização. Universidade Federal de Juiz de Fora. 2006.
RUSHMANN, D. Turismo e planejamento sustentável: A proteção do meio ambiente. Campinas, SP: Papirus,1997.
MCKERHER, B. 2002. Turismo de Natureza: Planejamento e Sustentabilidade. Contexto, 304p.
MORERA, J. C. Geoturismo e Interpretação ambiental. Ponta Grossa: Editora UEPG, 2011