ANÁLISE CRÍTICA EM PROJETO DE ESTRUTURA METÁLICA SOBRE DISPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS E...
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ANÁLISE CRÍTICA EM PROJETO DE ESTRUTURA METÁLICA SOBRE
DISPOSIÇÃO DOS ELEMENTOS E DIMENSIONAMENTO DE UM PÓRTICO
Tássio Israel da Silva
Orientadora: Andrezza Marques Ferreira
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo fazer uma análise crítica sobre um projeto em
estrutura metálica o qual foi desenvolvido visando sanar o problema no processo de
enlonamento e desenlonamento de caminhões em uma empresa, que era
executado, segundo análises e as normas existentes de forma insegura. A análise
crítica foi tanto pelo lado funcional como dimensional da estrutura, pois em muitos
casos o lado funcional é deixado de lado sendo focado apenas o dimensionamento
dos perfis. O estudo de caso além da análise crítica sugeriu e dimensionou um novo
pórtico levando em consideração todas as premissas exigidas pela empresa, além
de ressaltar nos resultado deste trabalho a importância do dimensionamento por
profissionais específicos da área.
Palavras-chave: Análise crítica; Pórtico; Enlonamento e Desenlonamento;
Dimensionamento.
ABSTRACT
This objective of this paper is to make a critical analysis of a project of metallic
structure which was developed to solve the problem in the cover and uncover
operations of trucks in a company, which has been previously performed through an
unsafe procedure according to existing standards and analyzes. The critical analysis
is focused on both function and dimension of the structure itself because in many
cases the functionality is put aside and the rules are applied only on the scaling of
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the profiles. The case study beyond critical analysis has suggested a new view
taking into account all the assumptions required by the company, in addition to
emphasizing the result of this paper the importance of sizing by specific
professionals.
Keywords: Critical analysis; Frame; Cover and Uncover operation; Sizing
1- INTRODUÇÃO
O mercado de trabalho visa ao lucro e produtividade, sem que haja um
desequilíbrio destes elementos durante a prestação do serviço, ou seja, desde a sua
concepção, na fase do projeto até a sua execução.
Aliada a necessidade de projeto com um alto grau de detalhamento está o
alto custo deste projeto, o que tem direcionado a realização destes para empresas
terceirizadas.
Esta ação, no entanto, pode ter sucesso ou não, uma vez que alguns
projetos possuem um nível de detalhamento e de complexidade que não o
caracterizam como serviços usuais e acabam sendo conduzido por equipes de
gerenciamento de projeto compostas por engenheiro que não tem conhecimentos
específicos do projeto. Em virtude desses fatos podem-se gerar alguns problemas,
sendo o principal a falta da análise crítica sobre os projetos.
No decorrer deste trabalho será exposta uma situação semelhante à
demonstrada acima em que uma empresa se deparou com uma condição insegura
na prática de enlonar e desenlonar caminhões (item 3). Em virtude dessa condição a
empresa terceirizou o projeto o qual o mesmo foi entregue, porém pela falta de
análise crítica sobre o projeto de estrutura metálica o pórtico ficou inviável a
implantação devida seu alto peso gerado durante o dimensionamento.
De forma a sanar o problema citado acima o estudo de caso tem como
objetivo: citar os pontos positivos e negativos das estruturas metálica, fazer uma
análise crítica sobre o projeto o qual o pórtico ficou superdimensionado sugerindo
melhorias e através do resultado final obtido em cima das análises fazer um novo
dimensionamento do pórtico mais adequado para o processo.
3
2. Estrutura Metálica
Segundo Bellei (2010, p.15), o início da fabricação em ferro no Brasil deu-se
por volta de 1812. Acredita-se que a primeira obra a usar ferro pudlado, fundido no
Brasil, no estaleiro Mauá, em Niterói, RJ, foi a Ponte de Paraíba do Sul, no estado
do Rio de Janeiro, com cinco vãos de 30 metros, cuja data de construção é de1857,
estando em uso até hoje. A primeira obra em que se usou aço importado em
edifícios no Brasil foi o Teatro Santa Izabel, em Recife.
No ano de 1921 com intuito de produzir fio máquina, o arame farpado, e
perfis leves foram implantados no Brasil a Companhia Siderúrgica Belgo-Mineira.
Logo em sequência por volta de 1941 foi fundada a Companhia Siderúrgica Nacional
porém somente após cinco anos entrou em operação produzindo chapas, trilhos e
perfis no padrão americano.
Na década de 1960 foram implantadas a Usiminas e Cosipa consolidando o
mercado nacional de estrutura metálica, sendo elas fabricantes de chapas. A partir
desses marcos uma das empresas marcantes que entraram no mercado sendo ela
uma das mais acionadas hoje na fabricação de perfis laminados foi a Açominas.
Com a invenção do aço laminado no século passado, foi possível o
desenvolvimento de grandes estruturas metálicas, como proeminentes exemplos
deste advento no mundo inteiro podemos citar: O Palácio de Cristal, construído em
Londres, em 1851, que se caracteriza pela presença de gigantescas estruturas
encimada por uma abóbada envidraçada e outros exemplos são a construção das
pontes de Pia e Dom Luís I em Portugal nos anos de 1877 e 1885, respectivamente.
(Carnasciali, 1974).
Atualmente o Brasil produz perto de 33 milhões de toneladas de aço,
passando do maior importador na década de 1970 ao maior exportador de aço.
(Bellei, 2010, p.15).
Freitas (2005) cita que apesar da alta produção de aço o Brasil utiliza em
média de 5 quilos de aço estrutural por habitante, o que é considerado baixo
consumo quando comparado com a média de consumo na Europa que é de 20
quilos de aço estrutural por habitante ou nos Estados Unidos, aproxima-se a 30
quilos de aço estrutural por habitantes.
Mesmo com um baixo consumo deste material em obras no Brasil é possível
destacar o Edifício Avenida Central na cidade do Rio de Janeiro, composto por 34
4
andares. No Brasil obras civis notáveis construídas com principal material estrutura
metálica segundo Carnasciali (1974) são: o Palácio do Comércio, em São Paulo,
com 25 andares e a ponte sobre o Rio São Francisco, em arco, com 240 metros de
extensão.
2.1 Vantagens das estruturas metálicas
O projeto de estrutura metálica quando bem elaborado leva a diversos
aspectos positivos para gerenciamento da obra, como por exemplo, sua elevada
resistência e o baixo peso próprio devido a sua excelente propriedade mecânica.
Outro elemento que se destaca nesse tipo de construção é que as colunas
ocupam um menor espaço em comparação com os demais materiais disponíveis no
mercado, consequentemente implicando na utilização de um número menor de
pilares em um pórtico ou estrutura.
Ressaltando também que para obras industriais a grande vantagem da
utilização do aço é a facilidade de execução e planejamento. Com um projeto bem
elaborado juntamente com o planejamento evita-se improvisos, correções e
desperdício de materiais durante a execução da obra. Além da redução do tempo de
execução, sendo essa razão diretamente ligada ao foco de grandes mineradoras,
agilidade de implantação de projetos consequentemente rápida produção (Bellei,
2010).
Para Carnasciali (1974), a principal vantagem do aço é o reaproveitamento
de estruturas já usadas: É muito comum nas construções industriais, por exemplo,
ocorrer à necessidade demudar um edifício para outro local, o que se consegue
facilmente com estruturas metálicas, bastando desmontá-las e montá-las de novo.
Ou pode se dar o caso de que haja necessidade de novos vãos maiores, então a
estrutura existente pode ser substituída por outra, podendo a velha ser negociada
como estrutura a ser aproveitada por outra empresa.
Além disso, o autor também cita que o reforço de obras existentes: no
decorrer da vida útil de uma dada estrutura pode acontecer que haja aumento das
cargas nela atuantes, implicando em taxas de trabalho incompatíveis no material.
Utilizando estrutura metálica torna-se fácil o emprego de reforço com material
adicional, quer pelo simples acréscimo em seção transversal às peças existentes,
quer pela modificação do sistema estrutural.
5
2.2 Desvantagens das estruturas metálicas
A grande desvantagem na utilização de estruturas metálicas é a
suscetibilidade da estrutura com a corrosão. (Bellei, 2010) Devido às propriedades
mecânicas do aço carbono a corrosão é o problema que mais causa desconforto em
sua utilização.
Para evitar a corrosão desses materiais o ideal é proteger com camadas de
tintas anticorrosivas ou outro método de proteção disponível no mercado. Devido
essa suscetibilidade as industriais começaram a fabricar aços com alta resistência à
corrosão como USI-SAC 300 e 350, COS AE COR 300 e 350, COR 420 e 500.
(Bellei, 2010)
2.2.1 Constantes físicas dos aços estruturais
São praticamente constantes, na faixa normal de temperatura atmosférica,
para qualquer aço estrutural as seguintes propriedades:
Tabela 1 - Propriedades Aço Estrutural
Massa Específica ρa = 77,0 kN/m³
Módulo de Elasticidade E = 20.000 kN/cm²
Coeficiente de Poisson no regime elástico v = 0,3
Módulo Transversal de Elasticidade G = 7.700 kN/cm²
Coeficiente de Poisson no regime plástico Vp = 0,5
Coeficiente de Dilatação Térmica α = 1,2x10-5 /°C
Fonte: Bellei (2010, pag. 23).
3. Enlonamento e Desenlonamento
Locatelli (2012) cita que o trabalho de enlonar um caminhão é algo
extremamente trabalhoso, o qual requer que o operador do veículo, de posse da
lona, estique, tracione e amarre, podendo trazer sérios riscos a segurança.
6
3.1 Processo atual
Atualmente o meio de transporte mais utilizados para o transporte de minério
é por rodovias, ferrovias e minerodutos (CNT 2010). Pelo alto nível de utilização de
rodovias para transporte de minério o processo de carregamento dentro do
complexo de mineração é algo crucial para o processo como um todo.
Focalizados em acidente zero viu-se a necessidade de estudo de uma
melhor forma para desenlonar e enlonar o caminhão, pois o processo é visto como
uma condição insegura para operadores e motoristas.
Hoje em dia, o enlonamento é feito de forma manual sem uso de
equipamento, apenas por uma linha de vida e um trava quedas onde operador ou
motorista fica em cima do caminhão correndo risco de queda. Além disso, o tempo
gasto e a insegurança do processo alertaram o setor de segurança do trabalho da
empresa.
Um dos principais focos do projeto para sanar esse problema foi à
automatização do sistema. Um sistema o qual foi bem cotado e colocado na mesa
para implantação foi um projeto que pertence ao banco de patentes do Instituto
Nacional de Propriedades Industrial, o (INPI), patente P10101900-7 B1, porém
descreve um mecanismo manual, onde o sistema ainda depende do operador. O
sistema é composto por dois eixos, uma lona, sendo um dos eixos funcionando
como uma manivela cujo operador exerce o esforço capaz de gira-la e enlonar o
caminhão. Conforme figura abaixo:
Figura 1 - Dispositivo para enlonar carrocerias
Fonte: Instituto Nacional de Propriedade Industrial (2012)
Porém para a mineradora em questão, optou-se por trabalhar em uma
plataforma em estrutura metálica de acesso com linhas de vida e trava quedas em
7
todo eixo do caminhão, pois o sistema exposto acima iria trabalhar sobre melhoras
no caminhão não sendo de responsabilidade da mineradora essa melhora, pois a
mesma não é responsável pelos caminhões, e sim somente sobre o processo.
2- ESTUDO DE CASO
2.1- Objetivo do estudo de caso
O objetivo do estudo foi analisar o projeto proposto (item 2.2) indicando seus
pontos positivos e negativos. Após essa análise foi desenvolvido um novo projeto
transpondo os pontos positivos do existente e extinguindo os negativos.
Após o novo layout, foi executado o dimensionamento dos perfis com auxílio
de softwares educacionais e conhecimentos adquiridos no curso de graduação. Por
fim a validação do projeto perante as normas pertinentes ao projeto.
2.2- Necessidade da Empresa
Para que o projeto fosse realizado a empresa descreveu em itens algumas
de suas necessidades objetivando melhor pórtico no final do trabalho realizado pela
empresa terceirizada.
2.2.1- Objetivo do projeto
O projeto das plataformas de enlonamento tem como objetivo proporcionar
maior segurança aos caminhoneiros nas atividades de enlonamento e
desenlonamento de caminhões na Unidade.
2.2.2- Descrição do projeto
Atualmente o processo de enlonamento e desenlonamento de caminhões é
realizado em locais onde não se tem acesso por plataformas, e em pontos
específicos da Unidade, os quais possuem plataformas, porém, não atendem aos
Requisitos de Segurança da empresa.
8
Neste contexto, o projeto estará implantando plataformas em regiões
estrategicamente definidas em conjunto com as áreas de Logística e Unidades, a fim
de garantir maior segurança nas operações de enlonamento e desenlonamento de
caminhões.
2.2.3- Premissas do projeto
Para o desenvolvimento do projeto foram consideradas as seguintes
premissas: acesso duplo para plataforma; acesso ao caminhão por escada
pantográfica; plataforma coberta; plataforma de 30 metros.
2.2.4- Restrições do projeto
Para o desenvolvimento do projeto foram consideradas as seguintes
restrições: plataformas com SPDA, iluminação e aterramento, em atendimento à
NR10; plataforma em Estrutura Metálica; linhas de Vida para 1500 [kgf] em
atendimento à NR 35.
2.3- Projeto proposto
Com o objetivo de atender a necessidade da empresa foi elaborado por uma
empresa terceirizada um projeto o qual foi realizado críticas sobre o mesmo visando
a melhorar e reforçar a importância dessa ação em todos os tipos de projeto.
2.3.1- Objetivo proposto
O objetivo desse projeto é o dimensionamento básico das plataformas de
enlonamento e desenlonamento de plataformas metálicas.
2.3.2- Materiais utilizados
Estrutura metálica composta de perfis laminados de aço carbono ASTM A-36
e/ou A572 Grau 50. Pilares fixados com chumbadores metálicos nas bases de
concreto armado.
9
2.3.3- Referências normativas utilizadas
Para a execução deste projeto foram utilizadas as normativas: NBR-
8800:2008; Projetos de estrutura de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de
edifícios; NBR-6123:1988; Forças devidas ao vento em edificações; NBR-
8681:2003; Ações e segurança nas estruturas – Procedimento; AISC – American
Institute of Steel Construction, 9th Ed; AISI – Specification for the Design of Cold
Formed Steel Structural Member; AWS – American WeldingSocity.
2.3.4- Cargas adotadas no projeto
2.3.4.1- Cargas permanentes
Peso próprio da estrutura 15 toneladas;
Cargas da plataforma – Grade Selmec com 24 kgf/m²;
Carga da cobertura 15 kgf/m².
2.3.4.2- Cargas variáveis
Carga provocada pelo trava quedas, com valor de 1,5 tf;
Temperatura variação de mais ou menos 15°C;
Sobrecarga cobertura 25 kgf/m²;
Sobrecarga plataforma 250 kgf/m².
2.3.5- Processamento do projeto
Os esforços foram processados por um software 3D de análise estrutural,
considerando-se a geometria da estrutura e as cargas previstas.
Dimensionamento feito com os perfis em aço ASTM A-36 e A572 Grau 50.
Foram consideradas ações de caráter permanente e acidental passíveis de
atuarem na estrutura.
O desempenho estrutural foi avaliado tanto pelo ponto de vista de segurança
no estado limite último, como no ponto de vista de utilização, avaliando a
10
deformação dos elementos, fissuração e falhas que induzam a prejudicar a
durabilidade.
2.3.6- Resultado final
Figura 2 - Vista Isométrica Pórtico Proposto
Fonte: Acervo do Autor (2014)
2.3.7- Perfis utilizados
Os perfis utilizados estão descritos na Tabela 2 a seguir, com referência no
catálogo Açominas:
Tabela 2 - Perfis utilizados Pórtico Proposto
Item Perfil
1 W 200x35.9 2 W 150x29.8 3 W 150x22.5 4 W 150x13.0 5 L 3”x3/16”
Peso total 15.000 quilos Preço para fabricação e montagem R$14,00 / kg R$ 210.000,00
Fonte: Acervo do Autor (2014)
2.4- Análise Crítica
Objetivando a melhoria do pórtico foram realizadas algumas análises para
melhoria do pórtico visando diminuir o peso final da estrutura.
11
2.4.1- Primeira Análise: Largura da plataforma
A plataforma sugerida pela projetista é composta por 6 vãos de 5 metros
cada, totalizando 30 metros de plataforma.
Porém o maior caminhão que passa pelo processo de enlonamento e
desenlonamento na empresa é de 25 metros. Ou seja, nota-se uma folga tanto antes
como depois em ambas as extremidades da plataforma como mostra a figura
sistemática abaixo:
Figura 3 - Análise Largura Plataforma1
Fonte: Acervo do Autor (2014)
Observa-se na Figura 03, que a carreta quando parada no centro da
plataforma dispõe-se de uma folga de 2500 milímetros à frente a atrás do veículo.
Portanto nota-se que perde 5 metros onde temos uma área a qual não tem
funcionalidade.
Com base nessa análise crítica percebe-se que uma plataforma de 20
metros atenderia o processo de carretas até 25 metros, pois abrange a área exata
onde o enlonamento e desenlonamento ocorrem, conforme figura abaixo:
Figura 4 - Análise Largura Plataforma 2
Fonte: Acervo do Autor (2014)
12
Portanto nessa primeira análise, afirma-se que passando de 30 metros para
20 metros o pórtico continuará atendendo. O cavalinho do caminhão ficaria de fora
da área de acesso da plataforma, porém o enlonamento ocorre apenas na carreta.
2.4.2- Segunda Análise: Cobertura da plataforma
Na figura abaixo nota-se que a plataforma é composta por diversos perfis
para sustentar uma cobertura, conforme a figura abaixo:
Figura 5 - Análise Cobertura da Plataforma
Fonte: Acervo do Autor (2014)
Para explicar a existência da cobertura podem ser citadas duas
possibilidades: Primeira, a cobertura tem a função de proteger a carga contra chuva.
Segundo: a cobertura tem a função de proteger o operador contra intemperes.
Porém o pórtico possui uma altura de 7 metros onde nota-se um vão muito
grande entre o topo da carreta do caminhão e a cobertura. Caso ocorra uma chuva
de vento a estrutura não irá atender, e consequentemente a carga irá molhar.
Analisando o modus operandi da plataforma segundo a empresa o operador
irá subir na carreta do caminhão sazonalmente, portanto afirma-se que a cobertura
não irá atender contra o sol e chuva para com o operador.
Portanto com base na segunda análise conclui-se que a plataforma não
necessita de uma estrutura tão robusta para sustentação da cobertura, pois a
mesma não se julga eficaz e necessária.
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2.4.3- Terceira Análise: Escadas de acesso
Conforme modus operandi da plataforma o operador subira na plataforma
sazonalmente não justificando acesso duplo ao topo da plataforma conforme figura
abaixo:
Figura 6 - Análise Escadas de Acesso
Fonte: Acervo do Autor (2014)
Observa-se que apenas um acesso à plataforma atenderá o processo e a
mesma esta atendendo às normas pertinentes, como rota de fuga, pois a escada
possui uma largura de 1,2 metros.
Portanto a terceira análise feita julga-se positiva onde pode retirar uma
escada de acesso reduzindo o peso do pórtico em estudo.
2.5- Considerações finais
Após as análises feitas chega-se à conclusão o quanto o pórtico pode ser
melhorado e modificado e apesar dessas, continuar atendendo o processo com
segurança.
Porém as análises notórias levam o projeto a mudanças brutas na estrutura.
Portanto para atender todas as modificações observadas foi sugerido um novo
pórtico o qual será lançado com novo layout.
Com um novo layout definido os perfis foram dimensionados com base em
cálculos atendendo tensões admissíveis conforme normas pertinentes ao projeto.
3- PROJETO PROPOSTO PELO AUTOR
3.1- Apresentação
14
Após considerações finais exposta no item 2.5 deste artigo foi estudada a
seguinte esquemática de distribuição de perfis, conforme figura abaixo:
Figura 7 – Vista Isométrica, Esquemático Projeto Proposto pelo Autor
Fonte: Acervo do Autor (2014)
Figura 8 - Locação, Esquemático Projeto Proposto pelo Autor
Fonte: Acervo do Autor (2014)
Figura 9- Elevação 3m, Esquemático Projeto Proposto pelo Autor
Fonte: Acervo do Autor (2014)
Figura 10 - Elevação 7m, Esquemático Projeto Proposto pelo Autor
Fonte: Acervo do Autor (2014)
15
A plataforma é constituída de perfis ainda não dimensionados o qual foram
determinados em itens subsequente. O pórtico possui 7 metros de altura com
plataforma de acesso na elevação de 3 metros. Seguindo as mesmas dimensões da
plataforma anterior, com 20 metros de comprimento.
3.2- Referências normativas para cálculo
Para o dimensionamento da plataforma dispõem-se das melhores normas
alemãs sendo elas as D.I.N (Deutsche Industries Normen), as quais fixam cargas a
adotar onde são baseadas nas teorias e experiências mais recentes, e algumas
americanas sendo ela as do A.I.S.C (American Institute of Steel Construction).
3.3- Dimensionamento
Para o dimensionamento dos perfis foram considerados cálculos adquiridos
no curso de Engenharia Civil pela Universidade de Uberaba e leitura sobre os livros:
Estrutura de Aço, Dimensionamento Prático Segundo as Normas Brasileiras
por Walter Pfeil;
Estruturas Metálicas na Prática por Carlos Celso Carnasciali.
Admitido tensão admissível para o aço ASTM a-572 Grau 50 deσ = 2100
[ ⁄ ²], absorvendo todos os fatores de segurança e desprezando algumas
verificações.
Para determinação dos perfis admitido catálogo de perfis “W” da Açominas.
3.4- Pré-dimensionamento
Para realizar o pré-dimensionamento foram considerados sobrecargas
conforme normas aplicáveis ao projeto e o peso próprio da estrutura ainda não
definido.
3.4.1- Sobrecargas e Peso Próprio
3.4.1.1- Sobrecarga
16
Para o dimensionamento dos perfis foi necessário determinar a sobrecarga
que irá atuar na elevação de 3 metros do pórtico. Conforme normas utiliza-se
sobrecarga de 100kgf/m², portanto nota-se:
( )
3.4.1.2- Peso Próprio
Para iniciar os cálculos necessita-se de um peso próprio de cada estrutura
para saber aproximadamente o peso próprio em nível de pré-dimensionamento.
Então se adota a viga com a pior situação para escolher o perfil “W” segundo a
tabela da Açominas, para a partir disso verificar o peso linear do perfil.
Portanto a pior situação abaixo descreve a pior situação:
Figura 11 - Pré-dimensionamento
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.4.1.3- Momento máximo
( )
( ) [ ] [ ]
( ) [ ]
3.4.1.4- Módulo resistente
( )
17
[ ]
[ ⁄ ]
[ ]
3.4.1.5- Determinação do Perfil
W 150x24,0
Portanto adota-se um peso próprio aproximado de 0,25 ⁄ .
3.5- Dimensionamento
3.5.1- Viga 04 (V04)
Figura 12 - Esquema Viga04
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.5.1.1- Determinando reações de apoio
( )
[ ]
[ ]
3.5.1.2- Momento máximo
( )
( )
( ) [ ]
18
Figura 13 - Diagramas Viga 04
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.5.1.3- Módulo resistente
( )
[ ]
[ ⁄ ]
[ ]
3.5.1.4- Determinação do Perfil
W 150x18,0
3.5.1.5- Verificando Cisalhamento
Para ζadm = 1150 [ ].
( )
[ ⁄ ]
3.5.2- Viga 05 (V05)
Figura 14 - Esquema Viga 05
Fonte: Acervo do Autor (2014)
19
3.5.2.1- Determinando reações de apoio
[ ]
[ ]
3.5.2.2- Momento máximo
( )
( )
( ) [ ]
Figura 15 - Diagramas Vigas 05
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.5.2.3- Módulo resistente
( )
[ ]
[ ⁄ ]
[ ]
3.5.2.4- Determinação do Perfil
W 150x13
20
3.5.2.5- Verificando Cisalhamento
Para ζadm = 1150 [ ].
( )
[ ⁄ ]
3.5.3- Viga 03 (V03)
Figura 16 - Esquema Viga 03
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.5.3.1- Determinando reações de apoio
( )
[ ]
[ ]
3.5.3.2- Momento máximo
( ) [ ]
21
Figura 17 - Diagramas Viga 03
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.5.3.3- Módulo resistente
( )
[ ]
[ ⁄ ]
[ ]
3.5.3.4- Determinação do Perfil
W 150x18,0
3.5.3.5- Verificando Cisalhamento
Para ζadm = 1150 [ ].
( )
[ ⁄ ]
22
3.5.4- Viga 01 (V01)
Figura 18 - Esquema Viga 01
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.5.4.1- Determinando reações de apoio
( ) ( )
[ ]
[ ]
3.5.4.2- Momento máximo
( )
( )
( ) [ ]
Figura 19 - Diagramas Viga 01
Fonte: Acervo do Autor (2014)
23
3.5.4.3- Módulo resistente
( )
[ ]
[ ⁄ ]
[ ]
3.5.4.4- Determinação do Perfil
W 150x13
3.5.4.5- Verificando Cisalhamento
Para ζadm = 1150 [ ].
( )
[ ⁄ ]
3.5.5- Viga 02 (V02)
Figura 20- Esquema Viga 02
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.5.5.1- Determinando reações de apoio
( ) ( )
24
[ ]
[ ]
3.5.5.2- Momento máximo
( )
( )
( ) [ ]
Figura 21 - Diagramas Viga 02
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.5.5.3- Módulo resistente
( )
[ ]
[ ⁄ ]
[ ]
3.5.5.4- Determinação do Perfil
W 150x13
3.5.5.5- Verificando Cisalhamento
Para ζadm = 1150 [ ].
25
( )
[ ⁄ ]
3.5.6- Coluna 01 (CL01)
Figura 22 - Esquema Coluna 01
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.5.6.1- Força normal
[ ]
3.5.6.2- Comprimento de Flambagem
3.5.6.3- Tensão Admissível
( ) ( )
26
( ) ( )
( ) [ ⁄ ]
3.5.6.4- Tensão Normal Real
( )
( )
( ) [ ⁄ ]
( ) ( ) [ ]
3.5.6.5- Determinação do Perfil
W 200x46,1
3.6- Perfis utilizados
Os perfis utilizados estão descritos na Tabela 3 a seguir, com referência no
catálogo Açominas:
Tabela 3 - Perfis Utilizados Projeto Proposto pelo Autor
Item Perfil
V01 W 150x13,0 V02 W 150x13,0 V03 W 150xx18,0 V04 W 150,18,0 V05 W 150x13,0
CL01 W 200x46,1
Peso total 6.000quilos Preço para fabricação e montagem R$14,00 / kg R$ 84.000,00 Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.7- Resultado final obtido
Após realizar o pré-dimensionamento de todos os perfis o resultado obtido
foi disposto conforme a figura a seguir:
27
Figura 23 - Vista Isométrica, Plataforma Proposta pelo Autor
Fonte: Acervo do Autor (2014)
3.8- Considerações finais de cálculo
Para considerar os resultados obtidos nesse estudo de caso é importante
ressaltar e demonstrar a importância dos tipos de ligações que foram consideradas
nos perfis da estrutura tridimensional.
Para efeito de cálculos todas as ligações foram consideradas rotuladas,
porém na estrutura metálica é quase impossível conseguir uma rotula perfeita, para
isso a maneira mais fácil de obter esse resultado foi semi-engastando todos os
perfis. Para efeito de cálculos podemos considerar como rotulados.
Para conseguir rotular as vigas e colunas foram utilizadas ligações
parafusadas. Para Bellei (2010, p.63) as ligações parafusadas, tanto as soldadas,
são empregadas em grande escala nas ligações de partes das estruturas nas
montagens finais de campo e nas de fábrica. Os parafusos vieram substituir, com
vantagens, as ligações rebitadas, usadas durante muito tempo, até 1969, no Brasil.
Detalhes das ligações conforme figura a seguir:
Figura 24 - Detalhes Ligações
Fonte: Acervo do Autor (2014)
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4- CONCLUSÃO
De acordo com o estudo de caso apresentado, conclui-se o quão importante
ter uma equipe especializada em cada área em uma empresa de gerenciamento de
projetos. É de suma necessidade ter consultores especializados para dar esse tipo
de suporte em grandes projetos.
Através desses consultores, fazer a análise crítica sobre todos os pontos do
projeto tentando proporcionar melhores atribuições ao projeto e consequentemente
facilidade em sua implantação.
Pode-se observar nos pesos dos dois projetos apresentados onde houve
redução de aproximadamente 60% do valor para implantação.
Analisando os cálculos apresentados conclui-se também que os perfis em
questões podem ser diminuídos, porém deve-se atentar para uma questão muito
relevante na estrutura metálica. Apesar de poder diminuir as bitolas do perfil é
importante obter e transparecer a segurança da estrutura para os leigos que irão
utilizar a mesma.
A estrutura metálica tem sua elasticidade muito elevada, ou seja, ela pode
ter uma deformação muito grande e voltar ao seu estado inicial, porém é deve-se
manter a segurança visual da estrutura, pois muitas pessoas não se sentem seguras
em plataformas as quais balançam. Segundo referências e cálculos essa variação é
admissível, porém é importante levar o aspecto visual em questão.
Ressaltando-se também que cada estrutura tem sua particularidade, e o
pórtico analisado nesse estudo de caso pode ser alterado pelo proposto. Porém
cada caso deve ser analisado separadamente levando em consideração todo
contexto em questão como: tipo de estrutura, local a ser instalada, finalidade, entre
outros aspectos.
Por fim, para efeito de cálculos não foram considerados efeitos de vento,
pois em alguns cálculos específicos foram admitidos coeficientes de segurança
elevados para suprir a necessidade de algumas verificações, sendo a verificação do
vento uma delas. Também levando a desconsideração do efeito de vento devido à
falta de tapamento na estrutura, sendo a incidência sobre os perfis muito pequena
comparada a estruturas com tapamentos laterais.
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5- REFERÊNCIAS
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8681: Ações e segurança
nas estruturas. Rio de Janeiro, 2003.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8800: Projeto de
estruturas de aço e de estruturas mistas de aço e concreto de edifícios. Rio de
Janeiro, 2008.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 6123: Forças devidas ao
vento em edificações. Rio de Janeiro, 1988.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 15980: Perfis laminados
de aço para uso estrutural – Dimensionamento e tolerâncias. Rio de Janeiro,
2011.
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas. NBR 8681: Ações e segurança
nas estruturas. Rio de Janeiro, 2003.
LOCATELLI, G., VALDIERO, A. C. Projeto de um Sistema Automático para
Enlonamento de Caminhões Agrícolas. In: XIX Congresso Nacional de Estudantes
de Engenharia Mecânica - CREEM, 2012, São Carlos - SP. CREEM 2012. , 2012.
v.1. p.1 – 4
BELLEI, H. Ildony, Edifícios Industriais em Aço. Projeto e Cálculo. 6ª Edição.
Editora Pini. São Paulo, Agosto 2010.
CARNASCIALI, Carlos. Estrutura Metálica na Prática. Editora McGraw Hill do
Brasil, LTDA. São Paulo, 1974.
LOCATELLI, Giovani. Projeto de um sistema automático para enlonamento de
caminhões agrícolas. 57p. Trabalho de Conclusão de Curso. Universidade Regional
do Noroeste do Estado do Rio Grande do Sul, 2012.
30
PFEIL, Walter. Estrutura de Aço. Dimensionamento prático Segundo as Normas
Brasileiras. 2ª Edição. LTC – Livros Técnicos e Científicos Editora S.A. Rio de
Janeiro, 1976.
Confederação Nacional do Transporte CNT (2010) Pesquisa CNT de Rodovias
2010.
Açominas, Tabela de bitolas de perfis. Propriedades mecânicas. Comparativo
de resistência. Disponível em: http://www.soufer.com.br/arquivos/laminados/2.pdf.
Acesso em: Maio de 2014.