Análise automática de manifestações emocionais de tristeza e cólera em PB: abordagem pelo...

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Análise automática de manifestações emocionais de tristeza e cólera em PB: abordagem pelo programa ExProsodia WALDEMAR FERREIRA NETTO Doutor em Linguística. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, Brasil. [email protected] Resumo: Manifestações emocionais na linguagem são uma preocupação desde o início do séc. XX. Tomando princípios do programa ExProsodia de análise automática da entoação, cinco parâmetros para a análise da fala emotiva no português do Brasil foram estabelecidos. Dados de fala espontânea foram coletados na internet. O processamento foi feito com o aplicativo ExProsodia. Os resultados, testados pela comparação múltipla de Tukey e pela análise de cluster, apontaram para a identificação da manifestação de cólera, mas não para manifestação de gênero. O gênero foi identificado apenas em relação às falas neutras e às tristes, embora não se identificassem essas manifestações isoladamente. Palavra-chave: entoação , prosódia, manifestações emocionais Abstract: Emotional manifestations in language are analysed since the beginning of the century XX. This paper presents five parameters used for analysis of emotional speech in Brazilian Portuguese. The spontaneous speech data were collected in digital files on Internet. Automatic processing was done with the application ExProsodia. The results of this analysis, tested by Tukey’s multiple comparison and verified by multivariate analysis of cluster’s test, showed identification of male and female anger, but not of gender. There were gender identification in relation to the neutral and the sad, but it was not possible to identify these emotional expressions alone. Key-Words: intonation, prosody, emotional speech DANIEL OLIVEIRA PERES Doutorando em Filologia e Língua Portuguesa. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, Brasil. [email protected] MARCUS VINÍCIUS M. MARTINS Doutorando em Filologia e Língua Portuguesa. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, Brasil. [email protected] RENATA CEZAR DE MORAES ROSA Mestranda em Filologia e Língua Portuguesa. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, Brasil. [email protected] MARESSA DE FREITAS VIEIRA Doutora em Filologia e Língua Portuguesa. Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, Brasil. [email protected]

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Análise automática de manifestações emocionais de tristeza e cólera em PB: abordagem pelo programa ExProsodia

WALDEMAR FERREIRA NETTO

Doutor em Linguística. Faculdade de Filosofia,

Letras e Ciências Humanas, Universidade de São

Paulo, Brasil.

[email protected]

Resumo: Manifestações emocionais na

linguagem são uma preocupação desde o início

do séc. XX. Tomando princípios do programa

ExProsodia de análise automática da entoação,

cinco parâmetros para a análise da fala emotiva

no português do Brasil foram estabelecidos.

Dados de fala espontânea foram coletados

na internet. O processamento foi feito com o

aplicativo ExProsodia. Os resultados, testados

pela comparação múltipla de Tukey e pela análise

de cluster, apontaram para a identificação da

manifestação de cólera, mas não para manifestação

de gênero. O gênero foi identificado apenas em

relação às falas neutras e às tristes, embora não se

identificassem essas manifestações isoladamente.

Palavra-chave: entoação , prosódia, manifestações

emocionais

Abstract: Emotional manifestations in language

are analysed since the beginning of the century

XX. This paper presents five parameters

used for analysis of emotional speech in

Brazilian Portuguese. The spontaneous

speech data were collected in digital files

on Internet. Automatic processing was done

with the application ExProsodia. The results

of this analysis, tested by Tukey’s multiple

comparison and verified by multivariate

analysis of cluster’s test, showed identification

of male and female anger, but not of gender.

There were gender identification in relation to

the neutral and the sad, but it was not possible

to identify these emotional expressions alone.

Key-Words: intonation, prosody, emotional speech

DANIEL OLIVEIRA PERES

Doutorando em Filologia e Língua Portuguesa.

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências

Humanas, Universidade de São Paulo, Brasil.

[email protected]

MARCUS VINÍCIUS M. MARTINS

Doutorando em Filologia e Língua Portuguesa.

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências

Humanas, Universidade de São Paulo, Brasil.

[email protected]

RENATA CEZAR DE MORAES ROSA

Mestranda em Filologia e Língua Portuguesa.

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências

Humanas, Universidade de São Paulo, Brasil.

[email protected]

MARESSA DE FREITAS VIEIRA

Doutora em Filologia e Língua Portuguesa.

Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências

Humanas, Universidade de São Paulo, Brasil.

[email protected]

45ANÁLISE AUTOMÁTICA DE MANIFESTAÇÕES EMOCIONAIS DE TRISTEZA E CÓLERA EM PB: ABORDAGEM PELO PROGRAMA EXPROSODIA

Introdução

A análise da manifestação das emoções associadas ! "#$#! %&'! ()*+!+,-&%+!*&!&(.&/0$#12+!/)&3%45/#!*&(*&!+!

início do século XX. Weaver (1924a; 1924b; 1924c) foi um dos primeiros a estabelecer parâmetros para descrever a frequência média da fala e as condições de produção. 6! #0%+7! *&53)0! /+'+! .#78'&%7+(9! "7&:0;3/)#! '<*)#!

normal (average normal pitch), extensão das variações tonais (pitch range ou span), soma dos desvios em relação à média tonal (total deviation), número de variações tonais (%+%#$!=0/%0#%)+3>!&!#!?7&#!*#!/07@#!A7?5/#!:0&!(&!formou (curve area). Os dados analisados foram extraídos de leituras feitas pelos sujeitos. A partir dos resultados obtidos, foram estabelecidas diferenças entre vozes femininas e vozes masculinas.

Numa das primeiras pesquisas que procurou descrever de forma mais sistemática a relação entre a variação de frequência e a manifestação das emoções na "#$#B!CD)33&7!EFGHI>!@&7)5/+0!:0&!#!"7&:0;3/)#!'<*)#!3#!

fala provocada pela alegria (happyness) era mais aguda do que a provocada pela tristeza (sadness). Fairbanks e Pronovost (1938; 1939) procuraram estabelecer a relação entre as variações da entoação e a manifestação das emoções na fala, bem como o julgamento dessas emoções por sujeitos ouvintes. A partir da fala simulada com leituras feitas por atores, compararam-se variações de F0 em manifestações emocionais de desprezo (contempt), raiva (anger), medo (fear), tristeza (grief) e indiferença (indifference). Foram estabelecidos quatro parâmetros: o valor médio da frequência (pitch level); a variação tonal média (J)*&!'&#3! )3=&/%)+3#$! 7#3A&); a extensão tonal (wide total pitch range); e a taxa de variação tonal (pitch change). As comparações basearam-se nos valores máximos e mínimos encontrados para esses parâmetros. Os resultados mostraram que raiva e medo ocorrem com frequência média mais aguda e que indiferença ocorre com

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a mais grave. No teste de avaliação dessas emoções, todas as leituras cuja frequência média fosse mais grave foram consideradas desprezo, tristeza e indiferença. Quanto à extensão tonal, desprezo e raiva apresentaram valores mais altos e indiferença, mais baixos. Tristeza apresentou a menor variação tonal e raiva, a maior. Quanto à taxa de variação tonal, a mais rápida foi a raiva e a mais lenta foi o medo. Fairbanks e Hoaglin (1941) analisaram a taxa de *07#12+!*#(!'&('#(!&'+1K&(!&!@&7)5/#7#'!:0&! %7)(%&L#!

e indiferença apresentaram as menores taxas de duração, atribuindo esse fato aos prolongamentos das fonações e às pausas.

A partir dos anos sessenta, a entoação emocional foi retomada. (MARKEL, 1965; CONSTANZO et al., 1969; WILLIAMS; STEVENS, 1972; para uma revisão desses trabalhos, cf. SCHERER, 1986; MURRAY; ARNOTT, 1993). Com exceção do trabalho de Williams e Stevens (1972), pesquisas de análise acústica das emoções realizavam-se a partir de dados de fala atuada. Scherer e seus colegas (SCHERER et alii, 1984) concluíram que, embora a entoação seja responsável pela manifestação de emoções, seu reconhecimento associa-se a traços gramaticais &(.&/45/+(! &! :0&! (&7)#! 3&/&((?7)+! *)(%)3A0)7! %7#1+(!

linguísticos e paralinguísticos de F0. Em 1998 (BATLINER et al. 2011), o trabalho de Slaney e McRoberts (1998) com dados espontâneos de fala dirigida às crianças, inova utilizando dados de fala espontânea na análise automática. Recentemente, um grande número de pesquisas têm analisado a fala espontânea (cf. BATLINER et al. 2011 para um levantamento mais detalhado). Bänzinger e Scherer EMNNI>! @&7)5/#7#'!:0&! #! @#7)#12+! A$+,#$!*&!ON! <! #"&%#*#!

diretamente pelo estímulo emocional representado na fala e que é a variação mais importante para a discriminação das categorias emocionais observadas.

Para a língua portuguesa, Vassoler e Martins (2012a; 2012b), analisando raiva, alegria, medo, tristeza

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&! 3&0%7#! 3#! "#$#! #%0#*#B! @&7)5/#7#'! :0&! #! @#7)#12+! *#!

"7&:0;3/)#!'<*)#!&!*#!*)(.&7(2+B!'&*)*#!.&$+!/+&5/)&3%&!

de variação da frequência média, são parâmetros que permitem a diferenciação entre as emoções de raiva e as neutras. Vassoler (2012), utilizando os mesmos dados, @&7)5/+0!:0&! #!@#7)#12+!*#! "7&:0;3/)#!'<*)#!.&7')%&! #!

diferenciação entre as emoções de tristeza e neutras.

P&(%&! %7#,#$Q+B! .7&%&3*&R(&! @&7)5/#7! (&! 0'!

conjunto de parâmetros estabelecido pelo programa ExProsodia de análise automática da entoação do Português do Brasil permite reconhecer manifestações emocionais produzidas pelos sujeitos falantes.

2. O aplicativo ExProsodia

O programa ExProsodia de pesquisa objetiva a análise automática da entoação no português do Brasil, entendendo que entoação é uma sequência de tons, iguais ou diferentes, produzidos pela voz durante a fala. O desenvolvimento desse programa parte da hipótese de Xu e Wang (1997) de que alguns fatos prosódicos têm 7&(%7)1K&(! '&/83)/+R5()+$SA)/#(! &! +0%7+(! *&/+77&'! *#(!

necessidades expressivas dos falantes. Ferreira Netto (2006) propôs que a entoação da fala pode ser decomposta em componentes estruturadoras e semântico-funcionais: 53#$)L#12+!EO>!&!(0(%&3%#12+!EC>B!*&!0'!$#*+B!"+/+T;3"#(&!

(E), de outro.

Segundo Ferreira Netto (2006; 2008) e Peres e seus colegas (2009; 2011), a produção da fala exige esforço para sustentar a voz com uma frequência relativamente estável, *&53)*#!#:0)!/+'+!%+'!'<*)+!)*&#$!EUV>!*&!ONB!:0&!(&!

repete nos momentos Z(t) mensurados de F0. A supressão desse esforço desencadeia uma declinação pontual que exige a retomada da tensão inicial. A sustentação (S) é consequência do esforço que se acrescenta a cada um dos momentos da fala, incluindo-se o inicial, para compensar

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#! *&/$)3#12+! .+3%0#$! *&! 53#$)L#12+! EO>W! X)%'+! %+3#$! <!

consequência da ação dessas tendências que atuam em sentidos opostos, possibilitando a produção da fala. A componente F associa-se ao fato de que se trata do tom alvo da declinação pontual, estabelecida por um intervalo ideal decrescente de 7 st do TM obtido até o momento Z(t). TM é a tendência central dos valores válidos de F0 calculada como a média aritmética acumulada no tempo. Os valores válidos mensurados são os momentos de F0 que cumprem as restrições de altura, intensidade &! *07#12+W! Y! (<7)&! %&'.+7#$! (&! /+35A07#! #*)%)@#'&3%&!

como Z(t)=S(t)+F(t)+E(t).

6!A7?5/+!#,#)Z+!'+(%7#!+!7)%'+!%+3#$!30'!()(%&'#!

de coordenadas cartesianas em que o eixo horizontal corresponde a medições temporais em milissegundos (ms) e o eixo vertical corresponde a medições de frequências em Hz. As setas diagonais escuras representam a declinação desencadeada em cada momento pela supressão do esforço e as setas verticais escuras representam a sustentação desencadeada pela retomada da tensão inicial, momento a momento, formando o ritmo tonal. Os pontos marcados com o símbolo Z são os momentos nesse processo em :0&! Q?! *07#12+B! )3%&3()*#*&! &! "7&:0;3/)#! (05/)&3%&(!

para que os interlocutores envolvidos no processo da fala possam estabelecer cada uma das unidades formadoras da entoação frasal.

Fig. 1: Ritmo Tonal

O modelo de análise apresentado permite a análise isolada de cada

uma das componentes de F0.

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3. Unidade básica da entoação - UBI

A seleção das unidades Z(t) — ora chamadas de UBI (Unit of Base of Intonation) — para análise é feita pelo aplicativo ExProsodia®. O aplicativo faz a análise automática de porções da curva de frequência estabelecida por autocorrelação pelo software Speech Filing System® (HUCKVALE, 2008; HUCKVALE et al., 1987). Três parâmetros são considerados para essa *&53)12+9! "7&:0;3/)#!'#)+7! *+! :0&! IN! [L! &! '&3+7! *+!

:0&!\NN![L]!)3%&3()*#*&!(05/)&3%&!.#7#!(&7!.&7/&,)*#!&B!

garantidos os critérios anteriores, duração maior do que MN!'(W!^((&(!@#$+7&(!.+*&'!(&7!'+*)5/#*+(!.&$+!0(0?7)+W

A seleção de 50 Hz como frequência mínima deu-se pela manutenção de um intervalo de segurança. O mesmo fato ocorre para as frequências mais agudas, /+'!$)')%&!&'!\NN![LW!X0((+!&!_&Q$#0!EFGGH>!@&7)5/#7#'!

que falantes masculinos do português brasileiro têm uma frequência fundamental em torno de 105 Hz, os do sexo feminino têm 213 Hz, crianças antes da puberdade, em média, 290 Hz e recém-nascidos, em torno de 440 Hz. Mortari (1990) encontrou para vozes infantis entre sete e nove anos uma variação entre 182 e 281 Hz, para meninos e meninas, sem diferenças marcantes entre eles. Andrade (2003) encontrou para vozes masculinas uma variação média oscilando entre 110 e 146,7 Hz e, para vozes femininas, uma concentração acentuada em torno de 203,5 Hz. Felippe e colegas (2006) propuseram a normatização entre 119 e 120 Hz, para vozes masculinas, e entre 206 e 207 Hz, para vozes femininas. Apesar da variação na frequência fundamental na fala de língua portuguesa do Brasil, é possível estabelecer algum limite que abarque essa variação. Russo (1999) propôs que a área da fala incluindo a frequência fundamental esteja desde 100 Hz até 8000 Hz, com intensidade variando entre 40 e 65 dB. Tendo em vista objetivar-se a análise automática da fala e a população ser bastante heterogênea, optou-se

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por uma margem de erro mais extensa, sobretudo para as frequências mais graves, de maneira a não se rejeitar ocorrências falso-negativas. O programa ExProsodia de pesquisa considera uma margem de erro de 35%, a partir do valor médio mínimo de 100 Hz para vozes masculinas EX`CC6B!FGGG>B!.#7#!+!:0#$!(&!.7&((0.K&!0'!@#$+7!53#$!

de aproximadamente 67 Hz, ou uma quinta descendente (FERREIRA NETTO; CONSONI, 2008), e se estabelece um valor mínimo de 50 Hz. Para valores mais agudos, o limite foi estabelecido arbitrariamente em torno de 2 vezes o valor da frequência média máxima das vozes infantis (ANDRADE, 2003). Esses valores, mínimo, de 50 Hz e, máximo, de 700 Hz são os limites possíveis assumidos para a análise automática aceitar um momento Z

t como passível de ser UBI.

Tendo em vista especialmente as variações de frequência da onda sonora, a intensidade é tratada somente como parâmetro de avaliação de audibilidade dessa frequência. O aplicativo SFS analisa a variação de intensidade com uma taxa de amostragem de 200 Hz e apresenta os resultados como unidades de RMS (root mean square) dos picos de intensidade de porções de 25 ms. Ainda que variações de intensidade da onda sonora sejam reconhecidamente importantes, principalmente para as análises de ritmo, não foram tomadas como referência, por sujeitarem-se a fatores extralinguísticos, tais como possível variação de posição do falante em relação ao microfone. Um valor entre 1 e 10 estabelece um corte nos momentos que tenham de 1/1 a 1/10 do valor médio da intensidade, em RMS.

Boemio et alii! EMNNI>! @&7)5/#7#'! :0&B! &',+7#!

ambos os hemisférios processem informações em duas @&$+/)*#*&(! &(.&/45/#(! a! MIRIN! '(! &! MNNRHNN! '(! a!

no giro temporal superior, a conexão que se faz com o sulco temporal superior é enfatizada no hemisfério esquerdo na velocidade de 25-50 ms e no hemisfério

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direito na velocidade de 200-300 ms. Dessa maneira ambos os hemisférios atuam nas tarefas de percepção linguística, mas cada um terá melhor especialização &'! %#7&"#(! &(.&/45/#(B! 3+! /#(+! 7&$#%)@#(! ! *07#12+! &! !

precisão da análise. Os valores apresentados estabelecem a possibilidade de ocorrerem resoluções diferenciadas e simultâneas em cada um dos hemisférios. Quanto aos valores mínimos entre 25-50 ms, outros autores encontraram resultados semelhantes (SCHAEFFER, 1966; HUGGINS, 1972; ROEDERER, 2008; STEVENS, 2000; HENRIQUE, 2002; MENEZES, 2003). Dada a necessidade de segmentar unidades de entoação na fala, a seleção de quatro momentos de análise do SFS, correspondendo a 5 ms cada um, estabelece uma duração mínima de 20 ms. Apesar de os valores mínimos propostos pelos autores já referidos estarem acima dessa opção, é seguro manter uma margem de erro maior para não se incorrer em "#$(+(!3&A#%)@+(W!Y!53#$)L#12+!*#(!.+71K&(! ()A3)5/#%)@#(!

é decorre de um teste z para cada elemento do conjunto proposto como UBI.

4. Parâmetros estabelecidos

Com o propósito de se descrever automaticamente as condições de produção da fala pelo programa ^Zb7+(+*)#B!"+7#'!*&53)*+(!FH!.#78'&%7+(B!/+3()*&7#3*+R

se frequência, duração e intensidade:

Frequência

F0dp_TM

F0_skew

mUBI

TM_mUBI

TM_skew

F/Eneg_cv

F/Epos_cv

Duração

entreUBI_dp

intra_UBI_dp

entreUBI_cv

intra_UBI_cv

Intensidade

IM_cv

IM_skew

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Parâmetros relativos à frequência partem do UV!*&53)*+!.&$#!#3?$)(&!*+!^Zb7+(+*)#® para cada UBI, medido em Hz. F0dp_TM!<!+!/+&5/)&3%&!*&!@#7)#12+!*&!

F0; F0_skew é a simetria de F0; mUBI é o menor valor válido de UBI; TM_mUBI é a diferença entre o TM e o menor valor válido de UBI; TM_skew é a assimetria de TM; F/Eposg_cv!<!+!/+&5/)&3%&!*&!@#7)#12+!*+(!@#$+7&(!*#!componente Foco/Ênfase que ocorreram acima do limite superior do TM; F/Eneg_cv! <! +! /+&5/)&3%&! *&! @#7)#12+!dos valores de Foco/Ênfase que ocorreram abaixo do $)')%&!)3"&7)+7!*+!UVW!U+*+(!+(!@#$+7&(!"+7#'!*&53)*+(!

pela média aritmética dos dados analisados.

Parâmetros relativos à duração partem das *&53)1K&(!*&!`_c!7&#$)L#*#(!.&$#!#3?$)(&!*+!ExProsodia®, medidas em ms. O parâmetro entreUBI_dp é o desvio-.#*72+!'<*)+!+,%)*+!#!.#7%)7!*#!53#$)L#12+!*&!0'#!`_c!&!

+!)34/)+!*#!(&A0)3%&W!b#7#!&((#!*&53)12+B!"+)!&(%#,&$&/)*+!+!

limite máximo de 500 ms. intraUBI_dp é o desvio-padrão médio da duração de uma UBI. entreUBI_cv e intraUBI_cv! (2+B! 7&(.&/%)@#'&3%&B! +! /+&5/)&3%&! *&! @#7)#12+! *#!

duração que ocorre entre as UBIs e nas UBIs.

Parâmetros relativos à intensidade partem das *&53)1K&(! *#! )3%&3()*#*&! '<*)#! EcV>! 7&#$)L#*#(! .&$#!

análise do ExProsodia®, medida em RMS para cada UBI. O parâmetro IM_cv!<!+!/+&5/)&3%&!*&!@#7)#12+!'<*)+!*#!

intensidade das UBIs. IM_skew é a assimetria média da )3%&3()*#*&!@&7)5/#*#!3#(!`_c(W

Tendo em vista que as gravações eram tanto de depoimentos quanto de entrevistas, não se consideraram parâmetros que envolvessem duração e quantidade de pausas.

5. Experimento

Para a realização do experimento consideraram-se dois conjuntos de variáveis: (a) gênero — masculino

53ANÁLISE AUTOMÁTICA DE MANIFESTAÇÕES EMOCIONAIS DE TRISTEZA E CÓLERA EM PB: ABORDAGEM PELO PROGRAMA EXPROSODIA

e feminino — e (b) emoções — colérica, neutra e triste — combinadas entre si. Os dados foram coletados na internet em sites que disponibilizam podcasts.: “Webcombrasil” <http://www.webcombrasil.com.br/>, “A Voz do Brasil” <http://www.ebcservicos.ebc.com.br/programas/a-voz-do-brasil>, “Podcast UNESP” http://podcast.unesp.br/. Também foram coletadas gravações de vídeos no site Youtube <http://www.youtube.com/>. Todos os arquivos sonoros foram extraídos com o software Soundtap Streaming Audio Recorder® v2.11, produzido pela NCH Software Pty Ltd. Os arquivos sonoros foram segmentados com o programa Adobe Audition 3.0.1 build 8347.0 [Audition\3.0] Copyright© 1992-2008 Adobe Systems Incorporated and its Licensors. A análise e conversão da curva de frequência fundamental e da curva de intensidade para arquivos de texto foi realizada pelo software Speech Filing System Release 4.8/Windows SFSWin Version 1.7, produzido e registrado por Mark Huckvale, em 2010. Todas as demais análises foram feitas pelo aplicativo ExProsodia® registrado pela Universidade de São Paulo produzido por Waldemar Ferreira Netto (FERREIRA NETTO, 2008). As análises estatísticas foram realizadas pelo software KyPlot® version 2.0 beta 15 (32 bit) produzido e registrado por Kuichi Yoshida.

Para a análise das variáveis gênero e manifestação emocional, foram selecionados 60 arquivos sonoros, distribuídos em grupos de 10. Os grupos compreendiam: fala masculina colérica (HC), fala feminina colérica (MC), fala masculina neutra (HN), fala feminina neutra (MN), fala masculina triste (HT) e fala feminina triste (MT). A avaliação das falas como colérica, neutra e triste foi feita coletivamente pelos membros da equipe, com base nas gravações originais. As falas tristes referem-se todas a mortes de parentes próximos ou descrição de situações extremamente vexaminosas. As falas neutras foram tomadas de entrevistas nas quais o entrevistado, objeto

54 LEITURA MACEIÓ, N.52, P. 43-65, JUL./DEZ. 2013

*#! /+$&%#B! %7#%#@#! *&! #((03%+(! 7&$#%)@+(! #! (0#! .7+5((2+W!

As falas coléricas referem-se a situações de estresse ou de ameaças. Não houve restrições quanto à qualidade da gravação.

Para as análises quantitativas realizaram-se testes *&!YP6dYB!/+'!34@&$!*&!()A3)5/83/)#!*&!NBNIW!U#',<'!

se realizou teste de Tukey, para comparações múltiplas, /+'! +! '&('+! 34@&$! *&! ()A3)5/83/)#W! 6(! 7&(0$%#*+(!

obtidos nas análises dos 13 parâmetros foram os que @2+!*&(/7)%+(!3#!U#,W!FW!P#!%#,&$#!<!.+((4@&$!@&7)5/#7!+(!

valores de p obtidos nos testes de ANOVA. Todos os testes de ANOVA, em que p<0,01, também apresentaram pelo menos um valor de p<0,05, no teste de Tukey de comparações múltiplas.

frequência duração intensidade

F0dp_TM ANOVA p<0,01 entreUBI_dp NS IM_cv NS

F0_skew ANOVA p<0,01 intra_UBI_dp ANOVA p<0,01 IM_skew NS

mUBI NS entreUBI_cv NS

TM_mUBI ANOVA p<0,01 intra_UBI_cv NS

TM_skew NS

F/Eneg_cv NS

F/Epos_cv ANOVA p<0,01

Tab. 1: parâmetros analisados.

6. Tabulação e análise

Os valores médios obtidos para cada um dos parâmetros relativos às variáveis vão descritos na tabela 2. Somente os parâmetros que obtiveram algum resultado ()A3)5/#%)@+!@2+!*)(.+(%+(!3&((#!%#,&$#W!b#7#!0'#!'&$Q+7!

compreensão da seleção feita, pode-se observar esses 7&(0$%#*+(!3#!U#,W!MW!6(!A7?5/+(!:0&!@2+!#!(&A0)7!EO)AW!M!

até Fig. 6) foram feitos a partir dessa Tab.2. Em todos eles, as linhas contínuas à esquerda representam a variação entre as manifestações emocionais. As linhas à direita representam a variação das manifestações emocionais entre os gêneros.

55ANÁLISE AUTOMÁTICA DE MANIFESTAÇÕES EMOCIONAIS DE TRISTEZA E CÓLERA EM PB: ABORDAGEM PELO PROGRAMA EXPROSODIA

MC MN MT HC HN HT

F0_skew -0,25 0,32 0,82 0,61 2,55 2,37

TM_mUBI 202,30 139,40 123,20 135,30 76,00 68,50

intra_UBI_dp 57,32 64,77 65,28 49,94 64,74 67,64

F/Epos_cv 0,78 1,02 1,02 0,93 1,19 1,23

F0dp/TM 89,18 55,65 60,69 72,21 46,07 40,06

Tab. 2:!3#!%#,&$#!@2+!+(!.#78'&%7+(!()A3)5/#%)@+(!*)(.+(%+(!3#(!$)3Q#!

e as variáveis comparadas, segundo gênero e tipo de manifestação

emocional, nas colunas. Para a descrição de cada um, ver o texto.

F0dp/TM — Em relação ao parâmetro F0dp/TM, +! %&(%&! YP6dY! #.+3%+0! 0'#! *)"&7&31#! ()A3)5/#%)@#!

no conjunto dos dados (Fo=16.45 e p<0,001). O teste de Tukey, por sua vez, no que diz respeito à relação entre a dispersão das frequência e o valor médio acumulado *&((#(! "7&:0;3/)#(B!#.+3%+0!*)"&7&31#(!()A3)5/#%)@#(W!P#!

comparação entre manifestações emocionais, MC diferiu de MN (to=-5.36 e p<0,001) e de MT (to=-4.55 e p<0,001), nas falas femininas, e HC diferiu de HN (to=-4.18 e p<0,01) e de HT (to=-5.14 e p<0,001), nas masculinas. Não houve, &3%7&%#3%+B!3&3Q0'#!@#7)#12+!()A3)5/#%)@#!#.+3%#*#!.&$+!

mesmo teste entre MN e MT, nem entre HN e HT. Na comparação entre falas de gêneros diferentes, apenas HT &! VU! #.7&(&3%#7#'! *)"&7&31#(! ()A3)5/#%)@#(! Eto=3.30 e p<0,05).

Fig. 2: Variação dos valores médios encontrados para o parâmetro

f0dp/tm.

56 LEITURA MACEIÓ, N.52, P. 43-65, JUL./DEZ. 2013

F0_skew — Em relação ao parâmetro F0_skew, +!%&(%&!YP6dY!#.+3%+0!0'#!*)"&7&31#!()A3)5/#%)@#!3+!

conjunto dos dados (Fo=8.81 e p<0,001). O teste de Tukey,

no que diz respeito à relação entre a assimetria da dispersão *#(! "7&:0;3/)#B! #.+3%+0! *)"&7&31#(! ()A3)5/#%)@#(W! P#!

comparação entre manifestações emocionais, não houve *)"&7&31#!()A3)5/#%)@#!.#7#!#(()'&%7)#!3#(!"#$#(!"&')3)3#(W!

Nas falas masculinas, HC diferiu de HN (to=3.58 e p<0,01) e de HT (to=3.24 e p<0,05). Não houve diferença ()A3)5/#%)@#! #.+3%#*#! .&$+! '&('+! %&(%&B! &'! 7&$#12+! #!

HN e HT. Na comparação entre os gêneros, MN e HN *)"&7)7#'!()A3)5/#%)@#'&3%&Eto=4.43 e p<0,01).

Fig. 3: Variação dos valores médios encontrados para o parâmetro

f0_skew.

TM_mUBI — Em relação ao parâmetro TM_mUBI, o teste ANOVA apontou uma diferença ()A3)5/#%)@#!3+!/+3-03%+!*+(!*#*+(!EO

o=14.68 e p<0,001).

O teste de Tukey, no que diz respeito à diferença entre o TM e a média da menor frequência válida encontrada, #.+3%+0! *)"&7&31#(! ()A3)5/#%)@#(W! P#! /+'.#7#12+! &3%7&!

manifestações emocionais, MC diferiu de MN (to=-3.50 e p<0,05) e de MT (to=-4.40 e p<0,001), entre as mulheres, e HC diferiu de HN (to=-3.30 e p<0,05) e de HT (to=3.72 e p<0,01), entre os homens. Não houve, entretanto, *)"&7&31#!()A3)5/#%)@#!&3%7&!VP!&!VU!3&'!&3%7&![P!&!

HT. Na comparação entre os gêneros, houve diferença ()A3)5/#%)@#! &'! %+*#(! #(! /+'.#7#1K&(9! &3%7&!Ve! &![e!

57ANÁLISE AUTOMÁTICA DE MANIFESTAÇÕES EMOCIONAIS DE TRISTEZA E CÓLERA EM PB: ABORDAGEM PELO PROGRAMA EXPROSODIA

(to=3.73 e p<0,01), entre MN e HN (to=3.52 e p<0,05) e entre MT e HT (to=3.04 e p<0,05).

Fig. 4: Variação dos valores médios encontrados para o parâmetro

TM_mUBI.

intraUBI_dp — Em relação ao parâmetro intraUBI_dp, o teste ANOVA apontou uma diferença ()A3)5/#%)@#!3+!/+3-03%+!*+(!*#*+(!EO

o=6.40 e p<0,001).

O teste de Tukey, no que diz respeito à dispersão das *07#1K&(! *#(! `_c(B! #.+3%+0! *)"&7&31#(! ()A3)5/#%)@#(W!

Na comparação entre as manifestações emocionais, não Q+0@&! *)"&7&31#! ()A3)5/#%)@#! &3%7&! #(! "#$#(! "&')3)3#(W!

Houve diferença entre HC e HN (to=3.40 e p<0,01) e entre HT (to=4.73 e pfNBNNF>W!P2+!Q+0@&!*)"&7&31#!()A3)5/#%)@#!

entre HN e HT. Na comparação entre os gêneros não Q+0@&!*)"&7&31#(!()A3)5/#%)@#(W

Fig. 5: Variação dos valores médios encontrados para o parâmetro

intraUBI_dp.

58 LEITURA MACEIÓ, N.52, P. 43-65, JUL./DEZ. 2013

F/Epos_cv — Em relação ao parâmetro F/Epos_cvB!+!%&(%&!YP6dY!#.+3%+0!0'#!*)"&7&31#!()A3)5/#%)@#!

no conjunto dos dados (Fo=5.64 e p<0,001). O teste de

Tukey, no que diz respeito à relação entre a dispersão dos valores médios que ocorreram acima e abaixo do TM e essa mesma variação média, apontou diferenças ()A3)5/#%)@#(W! P#! /+'.#7#12+! &3%7&! #(! '#3)"&(%#1K&(!

&'+/)+3#)(B!32+!Q+0@&!*)"&7&31#(!()A3)5/#%)@#(!3#(!"#$#(!

femininas. Nas falas masculinas, houve diferença entre HC e HT (to=3.04 e p<0,05). Não houve diferença entre HC e HN. Na comparação entre gêneros, não houve *)"&7&31#(!()A3)5/#%)@#(W

Fig 6: Variação dos valores médios encontrados para o parâmetro

F/Epos_cv.

Com o propósito de se testar os parâmetros descritos acima, uma análise multivariada de Cluster pelo método de Ward (RUSSO et al., 2011) foi realizada, /+3()*&7#3*+R(&! 0'! 34@&$! *&! ()A3)5/83/)#! *&! NBNIW!

Conforme se pode observar no dendrograma (Figura \>! 7&(0$%#3%&! *&((#! #3?$)(&B! Q+0@&! #! )*&3%)5/#12+! *#!

manifestação de cólera, feminina e masculina, mas não a '#3)"&(%#12+!*&!A;3&7+W![+0@&!%#',<'!#!)*&3%)5/#12+!

de gênero em relação às falas neutras e às tristes, mas, 3&((&!/#(+B!32+!"+)!.+((4@&$!)*&3%)5/#7!3&3Q0'#!*&((#(!

emoções isoladamente.

59ANÁLISE AUTOMÁTICA DE MANIFESTAÇÕES EMOCIONAIS DE TRISTEZA E CÓLERA EM PB: ABORDAGEM PELO PROGRAMA EXPROSODIA

Fig. 7: no dendrograma acima, realizado pelo método de Ward

(Incremental Sum of Squares Method), usando os dados da Tab. 2,

<!.+((4@&$!@&7)5/#7!3+!&)Z+!Q+7)L+3%#$!#(!@#7)?@&)(!*&!A;3&7+!&!*&!

manifestação emocional agrupadas segundo os parâmetros estabelecidos.

O eixo vertical representa a distância entre as variáveis agrupadas que

se apontou por esse método: quanto menor o traço vertical maior a

semelhança entre variáveis agrupadas ou grupo de variáveis.

7. Considerações Finais

As análises realizadas mostraram que os .#78'&%7+(! #.7&(&3%#*+(! "+7#'! (05/)&3%&(! .#7#! )(+$#7!

a manifestação emocional de cólera das manifestações emocionais neutras. As manifestações neutras e tristes apenas puderam diferir-se quanto à variação de gênero, deixando isolada a variável que considerou o gênero masculino. Esse isolamento parece decorrer do TM que se caracterizaria pelos valores mais graves da fala masculina. De maneira semelhante, a discriminação da manifestação emocional de cólera parece decorrer da dispersão menor dos parâmetros analisados associada a um aumento ()A3)5/#%)@+!*+!UVW!

60 LEITURA MACEIÓ, N.52, P. 43-65, JUL./DEZ. 2013

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[Recebido em 26 de junho de 2013e aceito para publicação em 22 de novembro de 2013]