A Casa do Maestro Leonel Ferreira (Almada): um vislumbre para o quotidiano dos séculos XV a XVII

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Iª Série(1982-1986)

IIª Série(1992-...)

3

EDITORIAL

II Série, n.º 18, tomo 2, Janeiro 2014

Propriedade e Edição |Centro de Arqueologia de Almada,Apartado 603 EC Pragal, 2801-601 Almada PortugalTel. / Fax | 212 766 975E-mail | [email protected] | www.almadan.publ.pt

Registo de imprensa | 108998ISSN | 0871-066X (edição impressa)ISSN | 2182-7265 (edição digital)Publicidade | Elisabete GonçalvesPeriodicidade | SemestralDistribuição |http://issuu.com/almadan

Director | Jorge Raposo([email protected])

Conselho Científico |Amílcar Guerra, António Nabais, Luís Raposo, Carlos Marques da Silvae Carlos Tavares da Silva

Redacção | Vanessa Dias,Ana Luísa Duarte, ElisabeteGonçalves e Francisco Silva

Resumos | Jorge Raposo (português),Luisa Pinho (inglês) e Maria Isabeldos Santos (francês)

Modelo gráfico | Jorge Raposo

Tratamento de imagem, ilustração epaginação electrónica | Jorge Raposo

Revisão | Vanessa Dias, ElisabeteGonçalves, Fernanda Lourenço e Sónia Tchissole

Colaboram neste número |Telmo António, Dário Antunes, José Morais Arnaud, António RafaelCarvalho, Cidália Duarte, Joséd’Encarnação, Alexandra Figueiredo,António Ginja, Mónica Ginja,Fernando Robles Henriques, AntónioManuel Lima, Conceição Lima, Pedro

Capa | Jorge Raposo

Complexo conjunto de motivos da Idade do Ferro, gravados por incisãoem rocha localizada em Vale de Junco(Sebadelhe, Vila Nova de Foz Côa).Fotografia © Filipe Alves Pina e Mário Reis.

Com o Tomo 2 da Al-Madan Online completa-se a planificação editorial do Centro de Arqueologia de Almada para o n.º 18 da revista, na sequência do Tomo 1digital, colocado online em Julho de 2013, e do volume impresso apresentado

publicamente em Novembro último (informação detalhada em http://www.almadan.publ.pt/).A resposta dos colaboradores a este modelo e ao ritmo de publicação semestral continuamuito positiva, comprovando a dinâmica de investigação e divulgação nas áreas temáticas aque a Al-Madan se dedica, numa perspectiva pluridisciplinar muito mais abrangente do que a configurada pelas fronteiras convencionais da Arqueologia e dos seus diferentes “terrenos”.Reúnem-se nas páginas seguintes reflexões tão diversificadas quanto as que tratam o direitolatino na Hispânia romana ou de um microtopónimo de eventual origem pré-latina,associado a documentação que remonta às origens da nossa nacionalidade. A atençãocrescente que é dedicada à presença islâmica traduz-se na abordagem das suas marcas,presente na arquitectura civil e militar de Alcácer do Sal e de Lisboa. E, por fim, é discutido que tipo de resistência individual à “regra” se manifestaria nos conventosfemininos dos séculos XVII e XVIII.No plano mais especificamente arqueológico, realça-se a investigação sobre o megalitismofunerário, do já conhecido monumento da Roça do Casal do Meio (Sesimbra) aos quepontuam o território do município de Avis. A arte rupestre está presente na divulgação einterpretação de rocha gravada identificada em Vale de Junco, eventualmente inspirada nasabundantes manifestações artísticas da região do Côa. São ainda abordados os resultados deintervenções arqueológicas recentes em Almada e Coimbra, a primeira em contextos urbanosdos séculos XV a XVII, a segunda em imóvel integrado no Mosteiro de Santa Cruz.Dois estudos de materiais dão a conhecer uma candeia em vidro recolhida na villa romana da Quinta de S. João / Quinta da Laranjeira (Seixal), e a tipologia de um conjunto decontentores cerâmicos de tipo dolium identificados no Castro de Guifões (Matosinhos).O papel das Arqueociências no enriquecimento da investigação é exemplificado em artigosobre as potencialidades da radiação ultravioleta para detectar microcontextos arqueológicosinvisíveis ao olho humano.Há ainda espaço para noticiar a produção oitocentista de faianças na zona de Leiria e o quese sabe da evolução arquitectónica da igreja do Colmeal (Góis), cujas raízes remontam à baixaIdade Média. E também para divulgar inquérito internacional à actividade arqueológica naEuropa, enquadrado em Portugal pela Associação Profissional de Arqueólogos. A encerrar, faz-se o balanço de três congressos científicos recentes: em Lugo, dedicado às“cidades de poder” na Hispânia romana; em Tróia, sobre a produção e difusão das ânforaslusitanas; e em Lisboa, celebrando os 150 anos da Associação dos Arqueólogos Portugueses.Bons motivos de leitura, que certamente corresponderão ao interesse diversificado dos leitores da Al-Madan Online.

Jorge Raposo

Marques, Salete Santos Melo, CláudioMonteiro, Pedro Pereira, Filipe AlvesPina, Rui Pinheiro, Inês Vaz Pinto,Eduardo Porfírio, Mário Reis, AnaCristina Ribeiro, Sérgio Rosa, CézerSantos, Ricardo Soares, Ana RitaTrindade e Chia-Chin Wu

A Vaidade Secular, e Indevoção do Espirito, que em Taes Objectos se Deleita:cultura material e subversão nos conventosfemininos em Época Moderna |Ana Rita Trindade ...53

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ÍNDICE

II SÉRIE (18) Tomo 2 JANEIRO 2014online

EDITORIAL ...3

Algumas Considerações Acerca do Ius Latii na Hispânia |Pedro Marques ...6

Venobriga / Viombra (Ancede, Baião) |António Manuel de Carvalho Lima ...15

A Proto-Madrasa al-Muwahhid de Qasr al-Fath / Alcácer [do Sal]:definição e localização |António Rafael Carvalho e Chia-Chin Wu ...20

Lisboa Islâmica:contributos para o estudo

do sistema defensivo |Salete Santos Melo ...42

Apontamentos Sobre o MegalitismoFunerário no Concelho de Avis |Ana Cristina Ribeiro ...75

OPINIÃO

ARQUEOLOGIA

Vale de Junco (Sebadelhe, Vila Nova deFoz Côa): uma nova rocha com gravurasda Idade do Ferro no Douro Superior |Filipe Alves Pina e Mário Reis ...89

. .. .

O (re)Monumento Funerário da Roça do Casal do Meio (Arrábida / Sesimbra):

as “histórias” da investigação e os novos dados(1960-2013) | Ricardo Soares ...65

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IntervençãoArqueológica

no Restaurante Jardimda Manga (Coimbra):

resultados preliminares |Dário Antunes e

Eduardo Porfírio ...109

Os Recipientes de Tipo Dolium no Castro de Guifões (Guifões, Matosinhos): novos dados para o estudo da romanização de um castro marítimo |Conceição Lima e Pedro Pereira ...125

Contribuição da Radiação Ultravioleta na Investigação e Deteção de Micro-Contextos Arqueológicos | Cláudio Monteiroe Alexandra Figueiredo ...131

As Cidades do Poder na Hispânia Romanae a Descoberta de uma Cidade Singular |José d’Encarnação ...144

Sobre o Achado de uma Candeia de Vidro na VillaRomana da Quinta de S. João / / Quinta da Laranjeira (Arrentela, Seixal) |Cézer Santos ...117

Rua de Pêro Alvito, Leiria: notícias sobre a produção oitocentista de faiança |Mónica Ginja e António Ginja ...136

A Casa do Maestro Leonel Ferreira (Almada): um vislumbre para o quotidiano dos séculos XV a XVII |Fernando Robles Henriques, Telmo António e Sérgio Rosa ...100

Evolução Arquitectónica daIgreja do Colmeal: de uma

pequena ermida baixo-medievalaté à actual igreja |

Rui Pinheiro ...139

ESTUDOS

ARQUEOCIÊNCIAS

NOTICIÁRIO

ARQUEOLÓGICO

EVENTOS

Ânforas Lusitanas: poucas... mas portodo o lado - breve crónica de congressointernacional sobre ânforas, em Tróia |Inês Vaz Pinto ...147

I Congresso da Associação dos Arqueólogos Portugueses |José Morais Arnaud ...150

Conhecer a Profissão de Arqueólogoem Portugal e na União Europeia |Cidália Duarte ...143

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ARQUEOLOGIA

II SÉRIE (18) Tomo 2 JANEIRO 2014online

A Casa do MaestroLeonel Ferreira(Almada)

um vislumbre para o quotidiano dos séculos XV a XVII

Fernando Robles Henriques I, Telmo António II e Sérgio Rosa III

INTRODUÇÃO

Os trabalhos relatados no presente artigo obedeceram à intenção de aplicar medi-das de prevenção e salvaguarda impostas pelo início do processo de construçãodo novo Museu da Música Filarmónica, a implantar no local onde outrora se

erguia a casa onde viveu o Maestro Leonel Duarte Ferreira, à época já em estado de ruí-na evidente. Num primeiro momento, foi assegurado o acompanhamento da execuçãode uma sondagem geotécnica no exterior e, posteriormente, foi aberta uma sondagem nointerior do imóvel, localizado na Rua Capitão Leitão, com acesso traseiro pela Rua daJudiaria.Tendo presente essa necessidade e, também, o facto de este edifício situar-se num dosprincipais vectores de expansão do núcleo urbano antigo de Almada, nomeadamente apartir do séc. XV, foi requerida pelo Gabinete de Serviços Técnicos da Câmara Municipalde Almada a execução de uma intervenção arqueológica, obedecendo a criteriosos méto-dos científicos exigidos pelos organismos tutelares da Administração Central (mais espe-cificamente, o IGESPAR) e pela legislação em vigor, referente ao Património Cultural,acautelando, desde logo, a realização de um programa de investigação que, como instru-mento de prevenção, pudesse ser efectuado antecipadamente.Ressalve-se a relativa proximidade ao local de sítios de interesse histórico, claros testemu-nhos da ocupação humana de Almada (Núcleo Medieval-Moderno de Almada Velha,Rua Henriques Nogueira, Travessa da Judiaria, Rua da Cerca, Rua da Padaria, entre ou -tros). A escavação de espaços, ainda que pequenos, em áreas sensíveis do casco urbano deAlmada acarreta conhecimento precioso sobre a antiga organização do território medie-val, que permanece ainda, em grande medida, desconhecida.

RESUMO

Resultados dos trabalhos arqueológicos realizados em 2010 no arranque da construção do futuro Museu daMúsica Filarmónica, em Almada (Setúbal).Visando diagnosticar e caracterizar eventuais ocupações mais antigas, foi também acompanhada sondagem geotécnicarealizada no exterior. Sondagem manual aberta no interior da casa onde viveu o Maestro Leonel Ferreira permitiudetectar estruturas de habitação, bolsas de despejos, estratos de derrube e a boca de um silo. O conjunto materialrecuperado aponta para uma diacronia de ocupação situadaentre os séculos XV e XVII.

PALAVRAS CHAVE: Idade Moderna; Arqueologia urbana.

ABSTRACT

Results of archaeological work carried out in 2010 at the start of the construction of the future Museum ofPhilharmonic Music in Almada (Setúbal).Archaeologists also monitored the geotechnical survey carriedout outside in order to diagnose and characterise possibleolder occupation. A manual open survey inside MaestroLeonel Ferreira’s house led to the detection of living structures,dumping pits, landslide strata and the existence of buried silo.The findings seem to show occupation dating from betweenthe 15th and 17th centuries.

KEY WORDS: Modern age; Urban archaeology.

RÉSUMÉ

Résultats des fouilles archéologiques réalisées en 2010 au démarrage de la construction du futur Musée de laMusique Philarmonique, à Almada (Setúbal). Dans l’optique de diagnostiquer et de caractériser d’éventuelles occupations plus anciennes, le sondagegéotechnique réalisé à l’extérieur a également été suivi.Le sondage manuel ouvert à l’intérieur de la maison où vécut Maître Lionel Ferreira a permis de détecté des structures d’habitation, des poches de débarras, des stratesd’éboulements et l’ouverture d’un silo. L’ensemble matérielrécupéré indique une diachronie d’occupation située entre le XVème et le XVIIème siècle.

MOTS CLÉS: Période moderne; Archéologie urbaine.

I, II e III Arqueólogos, Câmara Municipal de Almada.

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TRABALHOS EFECTUADOS E

RESULTADOS OBTIDOS

“De fronte de Lisboa para o Sul, em distancia de meya legoa, que medem as celulaes ondas do mar Oceano, em lugarimminente tem seu assento a nobre Villa deAlmada, a quem os Latinos chamãoCoentobrix, & outros Cetobrica. Tem forteCastello, fundação dos Inglezes, aos quaesEl-Rey Dom Affonso Henriquez fez doaçãodella no anno de 1147. quando o vierãoajudar no cerco de Lisboa, os quaes lhechamarão Vimadel, que significa povoaçãode muytos. Depois se chamou Almada, por ser conquistada aos Mouros por humCavalleyro deste apellido. El-Rey D. Sanchoo Primeyro lhe deo foral, & fez doação dellaaos Cavalleyros de Santiago pelos annos de1178. & El-Rey D. Dinis a encorporou naCoroa, dando em troca aos ditos Cavalleyrosde Santiago as Villas de Almodôvar, &Ourique com os Castellos de Marachique,& Aljezur. Tem voto em Cortes com assentono banco sexto: consta de 650. vizinhos[…]. O seu termo he abundante de vinho,frutas, gado, caça, lenha, & peixe. Tem trêslegoas & meya para o Nascente, três para oSul, & outras tantas para o Poente […]”

Corografia Portugueza (…),Padre António Carvalho da Costa (1706 -1712)

“Pelo lado Poente, em fins do século XVI ou princípios de XVII, a expansão [da Vilade Almada] abrangia já a praça velha(Largo José Alaíz), assim chamado porantinomia à praça nova (Largo Luís deCamões), de que encontramos referência emprincípios do séc. XVII. O limite estariaalgures junto à ermida do Espírito Santoque nos parece ser construção do séc. XVI”.

SOUSA, 1985

A intervenção arqueológica foi iniciada no dia 23 de Agosto de 2010,com o acompanhamento da sondagem geotécnica realizada na Ruada Judiaria. O edifício (entretanto demolido) enquadrava-se, em ter-mos de tipologia de construção, em pleno séc. XIX, com sucessivosrearranjos arquitectónicos ao longo do séc. XX.

Convém salientar que, face ao desenvolvimento de um turismo voca-cionado para as identidades culturais locais, a eventual existência devestígios passíveis de musealização, longe de constituir um constran-gimento, é, antes de mais, uma mais-valia para qualquer novo em pre -endimento público ou privado.

FIGS. 1 E 2 − Localização da casa do Maestro Leonel Ferreira.

Em cima, sobre extracto da Folha 431 da Carta Militar de Portugal, escala 1:25 000.

Em baixo, sobre levantamento aerofotogramétrico. Antecipando a fase de intervenção, era presumível a obrigatoriedade

de um rigoroso acompanhamento arqueológico, uma vez que oedifício encontrava-se localizado em pleno Núcleo Histórico de

Almada Velha, perímetro estabelecido por deliberação camarária eratificação da Assembleia Municipal, no qual, após consulta e parecer

emanado da Comissão Municipal do Património, são aprovadas econsideradas como Áreas Históricas do Concelho os centros urbanos

com determinado assento histórico, carácter e forma próprios, cuja construção seja anterior ao séc. XX.

FIG. 3 − Localização da sondagem executadano sítio correspondente a uma das sapatas

para implantação de vigas (P12).

BREVE

DESCRIÇÃO ESTRATIGRÁFICA

[UE 1]: Imediatamente sob o chão de laje da antiga habitação. Cons -tituída por argamassas, areias, entulhos diversos, seixos de rio, outros.Em vários pontos, o cimento do pavimento não assenta sobre qual-quer matéria, encontrando-se suspenso;[UE 2]: Terras castanhas escuras, de características orgânicas, atraves-sadas por estreita faixa de areia, de contorno rectangular. Pouco com-pacta, composta, essencialmente, por restos de escombro (argamassas,estuques, cerâmica de construção, escassa cerâmica comum, blocos decalcário de pequena dimensão);[UE 3]: Massame compactado que integra blocos de calcário, arga-massa, estuque, cerâmica de construção. Assentamento de soalho?Con sistente enquanto depósito de colmatação. Inclui traves de ma -deira;[UE 4]: Camada argilosa de cor castanha, bastante comprimida, comvestígios de revestimento de argamassa de cal. Vestígios de danos pro-vocados por pressão. Observou-se uma notória depressão central. Re -lacionável com a UE anterior, uma vez que assenta directamente noestrato (correspondendo a eventual caixa de ar ou a piso niveladomais antigo?);[UE 5]: Muro argamassado. Aparelho grosseiro, com vestígios de rea-proveitamento de materiais fragmentados (estuque, tijolo, pequenosblocos calcários, outros). Aparentemente, foi interceptado e destruí-do, identificando-se a sua continuação no corte Oeste da sondagem;[UE 6]: Camada castanha-escura, correspondente a nível de colapso.Abundantes fragmentos de telha de meia cana e materiais de cons-trução, restos osteológicos, malacológicos (Fig. 9) e carvão. Conjuntocerâmico homogéneo, enquadrável entre os finais do séc. XVI e o sé -culo XVII, nomeadamente as faianças e os elementos de uso comum.

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À data da intervenção encontrava-se em avançadoes tado de ruína, com colapso total do telhado, es -tando o seu interior coberto de entulho, lixo e vege-tação rasteira. O furo foi executado junto à parede exterior do edifí-cio, alinhado com a porta detentora do Número de Polícia 37. Numprimeiro momento, foi necessário desmontar de forma manual, par-cialmente, o nível de calçada. Os resultados obtidos foram, de certamaneira, dados de amostragem, não representativos de uma realidadeabrangente, atendendo à exiguidade do sítio intervencionado. Deveter-se presente que, a cerca de 6 metros, na direcção Oeste, existe umsilo completo e preservado sob o pavimento.A 2 de Setembro de 2010, após limpeza assegurada por elementos daBrigada da Divisão de Salubridade da Câmara Municipal de Almada,a área interna de intervenção ficou desimpedida. Foi possível acederao local designado no projecto por P12 (correspondente a uma dassapatas para implantação de vigas) e principiar a remoção, com recur-so a marreta e picareta, de um pavimento de tijoleira compondo mo -tivos geométricos.A interpretação das Unidades Estratigráficas [UE] revelou uma ocu-pação contínua que terminava em meados no séc. XX, recuando afinais do XV, sendo que os primeiros níveis de colmatação se encon-travam revolvidos. A sondagem, com dimensão de 4 m2, permitiu afe-rir a sucessão de fases de ocupação preservadas, saldando-se numalonga linha diacrónica de povoamento do espaço. Os estratos de der-rube e despejos, enquadráveis em finais do séc. XVI-inícios do XVII,integram materiais considerados de prestígio (cerâmica de mesa mo -delada, porcelana, faiança, outros). O muro associado, de aparelhobem construído, revestido a estuque e argamassa de cal (supostamen-te a face exterior), representará cronologia mais antiga. Foi aindaidentificado um silo, no canto Noroeste, embora apenas permaneces-se visível a boca, em aparente boa condição de conservação, delinea-da com recurso a argamassa. Saliente-se, ainda, o resgate de um con-junto constituído por cinco moedas, acervo que permitiria aferir commaior exactidão as fases de ocupação do local.

ARQUEOLOGIA

II SÉRIE (18) Tomo 2 JANEIRO 2014online

0 1,5 mRua Capitão Leitão

Rua Capitão Leitão

Rua da Judiaria

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0 50 cm

Fragmentos de reboco de cal. Poderá equivaler a um possível momen-to de abandono / destruição estrutural verificada no local relacionadacom a UE 8;[UE 7]: Estrato pouco denso. Denunciará situação de ocupação(?).Res tos faunísticos alimentares associados a cerâmica comum;[UE 8]: Muro com orientação Norte-Sul e cerca de 82 centímetros delargura. Aparelho recorre à estruturação de blocos de calcário arga-massados. Visível a aplicação de reboco de cal na face Oeste;[UE 9]: Pavimento adossado na face Leste da UE 8;[UE 10]: Argila compacta, estéril, que cobre parcialmente a realidadear queológica desvendada. Surge após remoção da UE 7. Não ofertaespólio cerâmico ou de qualquer outro tipo;[UE 11]: Argila com vestígios de carvão e fina capa de argamassa decal. Possível aproveitamento enquanto pavimento;[UE 12]: Alinhamentos de pedra mais antigos, associados a eventualpiso constituído por blocos líticos e argamassa hidráulica.

FIGS. 4 E 5 − Fases de trabalho em sondagem de reduzidas dimensões.

FIG. 6 − Registo gráfico de cortes e plano final dostrabalhos arqueológicos(desenho e fotografia).

AC

D

B

pedras

cerâmica de construção

argamassa

De algum modo anómalo, em comparação com todo o espólio cerâ-mico recuperado nesta sondagem, surgiu um fragmento de bordo deum pote, em cerâmica manual (Fig. 10, n.º 3). A sua tipologia e asca racterísticas da pasta, bastante grosseira, parecem contextualizá-lonuma realidade totalmente à parte. Podendo, à partida, correspondera uma realidade cultural muito específica: a das cerâmicas manuais decronologia moderna de eventual integração em contexto africano deprodução (BARROS e CARDOSO, 2008), não é de excluir a inclusão emperíodo evolutivo mais antigo, nomeadamente a Idade do Bronze,tanto mais que provém de um estrato relacionado com a deposição deescombros, pelo que poderá ter estado simplesmente incorporadonuma parede derrubada entretanto, sabendo-se da prática, corrente

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ESPÓLIO

CERÂMICA

O espólio cerâmico exumado, na sua globalida-de, incorpora todas as facetas inerentes a contex-tos de ocupação habitacional. Foram identifica-dos fragmentos de cerâmica de construção (telhade canudo), de cozinha (panelas) e de serviço dealimentos, onde se incluem peças ditas de prestí-gio (casos da faiança, porcelana e cerâmica mode-lada: escudelas, pratos e taças). O conjunto, noseu todo, aponta para uma ocupação aparente-mente contínua deste espaço, que se estende des-de a segunda metade do séc. XV até ao séc. XVII,apresentando paralelismos com contextos coevos documentados nu -ma ampla extensão geográfica. Foram detectadas similitudes tipológi-cas com contextos intervencionados em Almada (SABROSA, 1992),Lisboa (DIOGO E TRINDADE, 2008; RAMALHO e FOLGADO, 2002), Cas -cais (CARDOSO e RODRIGUES, 1991, 2002 e 2008), Madeira (SOU SA,2006 e 2007) e Silves (GOMES, 2008).Parte significativa do conjunto cerâmico estudado reporta às UE 6 e 7,dada a sua homogeneidade em termos cronológicos e ampla varieda-de tipológica. Estão associadas a despejos no que serão depósitos for -mados em curto espaço de tempo e cingidos a espaços bem delimita-dos (caso da UE 6), ou a deposições feitas em diacronias mais longas,coerentes com uma ocupação mais espaçada no tempo (UE 7). Foi re -colhido um número assinalável de fragmentos de faiança, cujas gra-máticas decorativas permitem enquadrar os contextos das UE referi-das num período genericamente compreendido entre o último quar-tel do séc. XVI e o séc. XVII (Fig. 8).Em ambos os casos, a informação recolhida contém elementos pre-ciosos para o conhecimento da vida quotidiana da época, centradanes te período cronológico, não apenas no que aos conjuntos cerâmi-cos diz respeito, mas, de igual modo, respeitando a hábitos alimenta-res coevos, extrapoláveis a partir dos vestígios osteológicos e malaco-lógicos exumados (Fig. 9).

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0 3 cm

0 1,5 cm

FIG. 7 − Fragmento de cerâmica modelada.

FIG. 8 − Fragmentos de faiança, um deles com figura humana alimentando-se de uvas (à direita)?

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Neste local foi possível constatar que a uma fase mais antiga (sécs. XI--XII), correspondente à plena utilização dos silos ali existentes, se -guiu-se uma fase de abandono e colmatação destas estruturas, acimadas quais se ergueram estruturas habitacionais a dado momento doséc. XV. Não tendo sido tecnicamente possível intervencionar o siloidentificado na quadrícula aqui abordada, será seguro ponderar queestamos perante uma sequência de ocupação análoga, com sucessivosmomentos de ocupação, abandono e reformulação de espaço, algoque não será de estranhar, dado que a área de implantação bordeja aantiga Rua Direita de Almada, eixo fulcral em torno do qual se estru-turou a partir de certo momento a expansão da vila.

Catálogo Morfológico (Fig. 10)

1. Bilha. Fragmento de bordo, ligeiramente reentrante, de lábio bo -leado. O colo da peça apresenta caneluras paralelas. Pasta de cor ver-melha, homogénea e com escassos elementos não plásticos (e.n.p.) dereduzida dimensão. Superfícies interna e externa de cor laranja;2. Panela. Fragmento de bordo com aba de secção trapezoidal e lábioaplanado. Apresenta uma canelura horizontal abaixo do bordo e cololigeiramente abaulado. Pasta de cor vermelha homogénea e com e.n.p.de dimensão reduzida/média. A superfície interna é castanha averme-lhada e a externa tem coloração vermelha, ostentando vestígios deacção do fogo;

durante séculos, de incorporar todo o tipo de materiais naquelas es -truturas.No que concerne à UE 11, onde os materiais cerâmicos, ainda queescassos, parecem remeter para um momento de ocupação mais anti-go, esta permite, ainda assim, ponderar uma possível cronologia emtorno dos finais do séc. XV, inícios do XVI. Um pequeno fragmentode cerâmica esmaltada a branco (não representado graficamente) e atipologia de alguns fragmentos mais representativos (Fig. 10, n.º 5)suportam esta hipótese que é, de resto, coerente com as datações atri-buíveis ao conjunto de numismas recuperados. Ainda que, relativa-mente ao caso da UE 6, a datação do estrato não seja compatível coma das moedas, as restantes, que surgem na base da UE 7 e em plenaUE 11, formam um conjunto bastante homogéneo, expondo umacro nologia consistente (ver descrição numismática), que remete paraa segunda metade do séc. XV, meados da centúria seguinte.Com todos os constrangimentos que advêm de tentar compreenderuma realidade complexa com base nos dados obtidos a partir de umasondagem destas dimensões (2 x 2 m), é ainda assim possível traçar al -gumas hipóteses com base em comparações com a realidade percep-cionada na escavação do actual Museu de Sítio – Núcleo Medieval-Moderno de Almada Velha –, localizado a curta distância.

FIG. 9 − Exemplares malacológicos recolhidos.

0 3 cm

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3. Pote. Fragmento de bordo de lábio boleado. Cerâ -mica de fabrico manual, possuindo uma pasta grossei-ra, de cor vermelha com abundantes e.n.p. de dimensãomédia. As superfícies interna e externa com coloraçãocastanha escura têm vestígios de aplicação de engobe epolimento;4. Tigela. Fragmento de bordo com espessamento ex -terno e lábio afilado. A pasta, de cor vermelha, é homo-génea com e.n.p. de dimensão reduzida. As superfíciesinterna e externa apresentam coloração vermelha clara,apresentando o exterior vestígios de acção do fogo.5. Talha. Fragmento de bordo de aba saliente, descaída,com decoração digitada, formando motivos ondulados.Pasta de cor laranja com e.n.p. de reduzida dimensão.As superfícies interna e externa ostentam coloração ver-melha clara;6. Terrina (?). Peça de grande diâmetro, possuindo obordo uma aba de secção trapezoidal e lábio aplanadosobre o qual foi aplicada decoração digitada. Apresentaum ressalto saliente que marca a inflexão da parede,abaixo do qual surge uma canelura sua-ve. A pasta, de cor vermelha, possuie.n.p. de dimensão reduzida. As superfí-cies interna e externa, com coloraçãovermelha, ostentam vestígios de aplica-ção de engobe;7. Caçoila. Fragmento de bordo com es -pessamento externo e lábio afilado. Apasta apresenta coloração avermelhada ee.n.p. de dimensão reduzida. A superfí-cie externa está enegrecida pela acção dofogo, ostentando no interior coloraçãovermelha clara.

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0 1,5 cm

0 5 cmFIG. 10 − Fragmentos cerâmicos.

FIG. 11 − Fragmento degarrafa em vidro.

1

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6

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VIDRO

Também presente no conjunto material associado às UE 6 e 7 surge,ainda que residualmente, o vidro. Relacionado com o transporte eserviço de líquidos, pode considerar-se, pela sua raridade à época, ele-mento demarcador de prestígio. Foram recolhidos pequenos frag-mentos de difícil atribuição tipológica, adivinhando-se contudo, pelaespessura de algumas das paredes, a sua função original. Se os exem-plares de reduzida grossura se referem com alguma certeza a copos, ou -tros corresponderão, possivelmente, a fragmentos de garrafa (Fig. 11).

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Em Julho deste último ano, por decreto real, ficou estabelecido que,daí em dian te, as quinas laterais do escudo das Armas de Portugal de -veriam ser sempre colocadas a direito e não deitadas, como até aí acon -te cia. Embora seja muito provavelmente um ceitil de D. Afonso V,atenta a legibilidade bastante reduzida, não pode excluir-se total -mente a possibilidade de se tratar de uma moeda batida em nome deD. João II. A dúvida só poderá, em princípio, esclarecer-se com visua-lização do castelo e, principalmente, da legenda, após limpeza espe-cializada.Um ceitil do Reinado de D. Afonso V (1438-1481) foi identificadono decurso da exumação da UE 11. No anverso, apresentava a legen-da (…)Q(…)I. No reverso, (…)Q(…). A inscrição aparenta nãocoin cidir com qualquer dos subtipos referidos por MAGRO (1986).Poderá tratar-se de um exemplar inédito.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

No decurso dos trabalhos arqueológicos, as estruturas identificadasfo ram fotografadas e desenhadas em detalhe. A interpretação do sítioencontrava-se condicionada pela densa ocupação de estruturas emárea circunscrita de intervenção, factor que impossibilitou uma leitu-ra e interpretação globais. Não obstante, é possível afirmar que se estaria perante uma realidadear queológica excepcionalmente complexa e bem conservada, que po -deria fornecer, potencialmente, informação de inestimável valor paraa compreensão de um espaço que, através da análise dos vestígios pre-sentes, sustenta a hipótese de intensa ocupação ao longo da História.Alguns materiais recolhidos permitem conjecturar uma proposta dedatação mais recuada, centrada em meados do séc. XV-inícios do séc.XVI. Esta perspectiva cronológica foi reforçada pelos resultados doestudo numismático. As moedas recolhidas contextualizam a realida-de intervencionada, sem variações expressivas, em pleno séc. XV.Con tudo, esta não é uma afirmação definitiva e/ou conclusiva, umavez que, como se disse, a área intervencionada revelou-se extrema-mente parcelar e o silo identificado não reunia condições mínimas deintervenção.

METAL

Com excepção do caso específico das moedas, abordado adiante, o es -pólio metálico recuperado resumiu-se a uma única peça, em cobre,proveniente da UE 6. De difícil identificação, apresenta-se aguçadanuma das pontas, estando incompleta na extremidade oposta, onde évisível uma óbvia linha de fractura. Com uma espessura máxima deum milímetro, poderá corresponder, eventualmente, ao cabo de umtalher, tendo também em consideração que foi recolhida em associa-ção com fragmentos de cerâmica de mesa, restos de bivalves e carvões(Fig. 12).

Descrição Numismática

Apesar da exiguidade da área intervencionada, foi possível recolherum conjunto de moedas considerável, cronologicamente coerente,ain da que por vezes associadas a materiais arqueológicos de cronolo-gia posterior. O estudo foi efectuado pelo Arquitecto João Paulo San -tos, a quem muito agradecemos.Durante a escavação da UE 6 foram recolhidos dois numismas, no -meadamente dois ceitis, em cobre e em mau estado de conservação,de circulação documentada entre 1448 (reinado de D. Afonso V) e1550 (reinado de D. João III). MAGRO (1986) estima o período depro dução das moedas integráveis no designado Grupo 6 entre 1485e 1495. Embora a última peça referida se encontre praticamente ile-gível, é evidente a presença de uma circunferência numa das faces, ro -deando o castelo ou o escudo. Por esse motivo, excluiu-se, também,da estimativa cronológica supra o reinado de D. Sebastião, cujos cei-tis não apresentam circunferência em qualquer das faces.A remoção da UE 7, em situação de transição para a UE 11, garan-tiu o resgate de dois ceitis, em cobre e má condição de preservação.Um deles corresponderá ao reinado de D. Afonso V (1438-1481). Ooutro enquadra-se em período idêntico ou, eventualmente, em faseini cial do reinado de D. João II (1481 a Julho de 1485), uma vez quese trata de uma moeda de grande módulo, característico dos reinadossupra referidos. Em 1477, durante um curto período, D. João II foipor direito próprio Rei de Portugal, por abdicação formal de seu pai,D. Afonso V. Foi também, por diversas vezes, Regente do Reino, porimpedimento de seu pai. Por conseguinte, as moedas do Grupo 1 des-te monarca datarão de 1477 ou do período de 1481 a 1485.

0 1,5 cm FIG. 12 − Cabo de talher?

108

A intervenção preliminar foi concluída no dia 8 de Setembro de2010. No dia 6 de Setembro de 2011, foram iniciados no terreno osmecanismos de adaptação do sítio a futuro Museu da Música Filar -mónica, sem que se reunissem condições para uma atempada inter-venção arqueológica mais profunda e esclarecedora, com o objectivode alcançar uma melhor compreensão da evolução da malha urbanaantiga de Almada, da qual se obtiveram, até ao momento, apenas da -dos fragmentários, único vislumbre para uma realidade desapareci-da.

ARQUEOLOGIA

II SÉRIE (18) Tomo 2 JANEIRO 2014online

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Educação Patrimonial1014 participantesentre Outubro e Dezembro de 2013

campo de simulação arqueológica

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romanos no vale do Tejo

à procura da janela da carochinha

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