Texto Para as Turmas de 2º Ano

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Texto para as turmas de 2º Ano Texto 1 Falácias A falácias, ou paralogismo, é um tipo de raciocínio incorreto, apesar de ter aparência de correção. É conhecida também como sofisma, embora alguns estudiosos façam uma distinção, pela qual o sofisma teria a intenção de enganar o interlocutor, diferentemente da falácia, que seria um engano involuntário. Falácias não formais: são diversos os tipos de falácias não formais: muitas decorrem da irrelevância das premissas, que não estabelecem a conclusão; outras são generalizações apressadas, que partem de falsas causas ou se baseiam em preconceitos; e assim por diante. Geralmente exercem a função psicológica de convencer, ao mobilizar emoções como entusiasmo, medo, hostilidade ou reverência. Vejamos algumas delas.  O argumento de autoridade: não é totalmente impertinente, desde que a autoridade seja um especialista naquele assunto, mas é irrelevante se, por exemplo, recorrermos à autoridade de um cientista para justificar posições religiosas ou de um jogador de futebol para avaliar política. Trata-se de um recurso muito comum na propaganda, quando artistas famosos “vendem” desde sabonetes até ideias, como as propsotas políticas de um candidato.  O argumento contra o homem: é um tipo de argumento de autoridade às avessas”, no sentido de ser pejorativo e ofensivo. Ocorre quando não aceitamos uma conclusão por estar baseada no testemunho de alguém que depreciamos. Ao questionar, atacamos quem fez a afirmação, por exemplo, se desvalorizamos a filosofia de Francis Bacon porque ele perdeu ser cargo de Chanceler da Inglaterra depois de serem constatados atos de desonestidade; ou ainda se desmerecemos o valos musical de Wagner por causa de sua adesão aos movimentos antissemitas; ou, ainda, se desconsideramos a versão de um mendigo como testemunha de um crime.  A falácia de acidente ou de generalização apressada: é um tipo de falácia indutiva, diante de um erro médico, concluímos apressadamente que a medicina é inútil. Ocorre também quando uma regra geral é aplicada em cinrcunstânci as particulares e “acidentais” em que seria inaplicável. Um exemplo: pessoas exessivamente legalistas que julgam a partir da letra fria das normas e das leis, independentement da análise cuidadosa das cinrcunstâncias específicas dos acontecimntos.  A falácia da conclusão irrelevante: consiste em se afastaar da questão, desviando a discussão. Um advogado habilidoso, que não tem como negar o

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  • 5/21/2018 Texto Para as Turmas de 2 Ano

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    Texto para as turmas de 2 Ano

    Texto 1

    Falcias

    A falcias, ou paralogismo, um tipo de raciocnio incorreto, apesar de ter aparncia

    de correo. conhecida tambm como sofisma, embora alguns estudiosos faam

    uma distino, pela qual o sofisma teria a inteno de enganar o interlocutor,

    diferentemente da falcia, que seria um engano involuntrio.

    Falcias no formais: so diversos os tipos de falcias no formais: muitas decorrem

    da irrelevncia das premissas, que no estabelecem a concluso; outras so

    generalizaes apressadas, que partem de falsas causas ou se baseiam em

    preconceitos; e assim por diante. Geralmente exercem a funo psicolgica de

    convencer, ao mobilizar emoes como entusiasmo, medo, hostilidade ou reverncia.

    Vejamos algumas delas.

    O argumento de autoridade: no totalmente impertinente, desde que a

    autoridade seja um especialista naquele assunto, mas irrelevante se, por

    exemplo, recorrermos autoridade de um cientista para justificar posies

    religiosas ou de um jogador de futebol para avaliar poltica.

    Trata-se de um recurso muito comum na propaganda, quando artistas famosos

    vendem desde sabonetes at ideias, como as propsotas polticas de umcandidato.

    O argumento contra o homem: um tipo de argumento de autoridade s

    avessas, no sentido de ser pejorativo e ofensivo. Ocorre quando no

    aceitamos uma concluso por estar baseada no testemunho de algum que

    depreciamos. Ao questionar, atacamos quem fez a afirmao, por exemplo, se

    desvalorizamos a filosofia de Francis Bacon porque ele perdeu ser cargo de

    Chanceler da Inglaterra depois de serem constatados atos de desonestidade;

    ou ainda se desmerecemos o valos musical de Wagner por causa de sua adeso

    aos movimentos antissemitas; ou, ainda, se desconsideramos a verso de ummendigo como testemunha de um crime.

    A falcia de acidente ou de generalizao apressada: um tipo de falcia

    indutiva, diante de um erro mdico, conclumos apressadamente que a

    medicina intil. Ocorre tambm quando uma regra geral aplicada em

    cinrcunstncias particulares e acidentais em que seria inaplicvel. Um

    exemplo: pessoas exessivamente legalistas que julgam a partir da letra fria das

    normas e das leis, independentement da anlise cuidadosa das cinrcunstncias

    especficas dos acontecimntos.

    A falcia da concluso irrelevante: consiste em se afastaar da questo,desviando a discusso. Um advogado habilidoso, que no tem como negar o

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    crime do ru, enfatiza que ele bom filho, bom marido, trabalhador etc.; um

    vereador acusado de realizar gastos sem autorizao da Cmara pe em relevo

    a importncia e a urgncia das despesas; o deputado que defende o governo

    acusado de corrupo no se detm nos fatos devidamente comprovados, mas

    discute questes formais do relatrio da comisso de inqurito ou enfatiza opretenso revanchismo dos deputados oposicionistas.

    As falcias de petio de princpio, ou crculo vicioso: supem conhecido o que

    objeto da questo. Tal ao injusta porque condenvel; e condenvel

    porque injusta. Nesse exemplo fcil perceber o erro, mas o mesmo ocorre

    neste outro, relatado por Irving Copo: permitir a todos os homens uma

    liberdade ilimitada de expresso deve ser sempre, de um modo geral,

    vantajoso para o Estado; pois altamente propcio aos interesses da

    comunidade que cada indivduo desfrute de liberdade, perfeitamente ilimitada,

    para expressar os seus sentimentos. Nas falcias de ambiguidade (tambm chamadas semnticas ou de equvoco):

    os conceitos ou enunciados no so suficientemente esclarecidos ou os termos

    so empregados com sentidos diferentes nas diversas etapas d argumentao.

    No exemplo seguinte o termo fim usado em dois sentidos diferentes como se

    fosse o mesmo: O fim de uma coisa a sua perfeio; a morte o fim da vida;

    logo a morte a perfeio da vida.

    As falcias de falsa causa: so muito comuns e representam as inmeras

    inferncias que fazemos no cotidiano ao tomarmos como causa o que no a

    causa real. Por exemplo: No levo minha namorada em jogo do meu time

    porque da ltima vez que a levei, meu time perdeu: ela p frio!.

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    Atividade 1

    Na obra Dom Quixote de la Mancha, escrita no incnio do sculo XVII, Miguel de

    Cervantes critica as novelas de cavalaria, que, ignorando as mudanas da

    poca, continuavam exaltando ideias e comportamentos medievais. Dom

    Quixote, o cavaleiro da triste figura, vive entre a realidade e o sonho:enfrenta um rebanho de ovelhas como se fosse um exrcito de inimigos, luta

    contra gigantes que no passam de moinhos de vento. Mas, no leito de morte,

    reconhece seus disparates e lamenta o tempo perdido. D exemplos de

    concluses que pareciam verdadeiras e que depois voc descobriu serem falsas

    e baseadas em enganos, mentiras ou preconceitos.

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    4/4

    Atividade 2: Assista ao filme.

    http://www.youtube.com/watch?v=02DXVdgyxEk