Dash Fitoterapia Para Doencas Do Figado

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F F I I T T O O T T E E R R A A P P I I A A para ICTERÍCIA e DOENÇAS DO FÍGADO na M M E E D D I I C C I I N N A A A A Y Y U U R R V V É É D D I I C C A A

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FFIITTOOTTEERRAAPPIIAA

para

ICTERÍCIA e

DOENÇAS DO

FÍGADO

na

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FITOTERAPIA

PARA

IICCTTEERRÍÍCCIIAA EE

DDOOEENNÇÇAASS DDOO FFÍÍGGAADDOO

NA

MEDICINA

AYURVÉDICA

Dr. Bhagwan Dash D.A.M.S., H.P.A., M.A., Ph.D.

Traduzido por: Williams Ribeiro de Farias

Dra. Yeda Ribeiro de Farias

EDITORA CHAKPORI

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Título Original: Herbal Treatment for Jaundice and Liver Disorders Primeira Edição em 1990

2000 Direitos autorais adquiridos por

EDITORA CHAKPORI

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NOTA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO Meu interesse em produzir esta série de livros sobre o tratamento fitoterápico para doenças comuns desenvolveu-se a partir de minha ligação com o Dr. Bhagwan Dash, cujos livros anteriores eu já havia publicado. Ambos sentimos que estes remédios mereciam um público mais amplo e mais receptivo. A idéia era ensinar a população a viver mais próxima à natureza e a pensar em termos de conduzir suas vidas de uma forma normal e saudável ao invés de perder muito de seu tempo tratando doenças. Os remédios, em seu sentido verdadeiro, devem promover a boa saúde; não devem ficar restritos à cura de doenças. Esta não é apenas uma mera iniciativa comercial; é um esforço genuíno para levar estes notáveis remédios ao alcance de todos, onde quer que estejam. Expus minhas idéias ao Dr. Dash que prontamente concordou em escrever vinte livros simples sobre as doenças mais comuns, descrevendo simultaneamente as ervas, dietas e condutas comumente disponíveis e potencialmente efetivas. Esta é a essência

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purificada de seus trinta anos de prática, pesquisa e profundos estudos sobre o Ayurveda e outros sistemas de medicina tradicional. Nossos leitores são os melhores juízes de nossas realizações. Concluímos com uma citação do grande poeta Kalidasa: Aparitosad vidusam na sadhu manye prayoga-

vijñanam “Nós não levamos em consideração o nosso esforço em sermos úteis até que nossos leitores, para quem ele é direcionado, estejam satisfeitos.”

Prem Nath Jain

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ÍNDICE

NOTA PARA A PRIMEIRA EDIÇÃO ................................. 4

ÍNDICE ................................................................................... 6

INTRODUÇÃO ...................................................................... 9

O FÍGADO ............................................................................ 13

CONSIDERAÇÕES ANATÔMICAS ............................................ 13

FUNÇÕES ............................................................................ 15

Formação do sangue e circulação ............................. 15

Produção de Bile ....................................................... 16

Metabolismo de carboidratos .................................... 17

Metabolismo do álcool .............................................. 17

Metabolismo de gorduras .......................................... 18

Metabolismo de proteínas ......................................... 18

Hormônios ................................................................ 19

Vitaminas .................................................................. 19

Desintoxicação .......................................................... 19

Imunidade ................................................................. 20

Circulação porta e hepática ...................................... 20

VESÍCULA BILIAR E BILE ..................................................... 20

AS FUNÇÕES DO FÍGADO SEGUNDO O AYURVEDA . 22

O PAPEL DA CONSTITUIÇÃO FÍSICA ....................................... 25

ICTERÍCIA (KAMALA) .......................................................... 26

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ALGUNS DISTÚRBIOS IMPORTANTES DO FÍGADO.................... 27

Hemorróidas ............................................................. 27

Constipação .............................................................. 28

Doenças do Coração e o Fígado ............................... 29

Diabetes .................................................................... 30

Distúrbios Gastrointestinais ...................................... 30

Leucodermia ............................................................. 31

Algumas doenças das mulheres relacionadas

ao fígado .................................................................. 32

Disenteria ................................................................. 33

Insônia ...................................................................... 34

Ascite ........................................................................ 34

COMO PREVENIR AS DOENÇAS DO FÍGADO? .......................... 36

Bebidas alcoólicas .................................................... 36

Chá, café e tabaco ..................................................... 37

Drogas químicas ....................................................... 37

Frituras ..................................................................... 38

Refeições irregulares ................................................. 39

Pressa, preocupação e temperos ............................... 39

Trigo ou arroz? ......................................................... 41

Alimentos cozidos no vapor ....................................... 42

Frutas, leite ............................................................... 42

Feijões ...................................................................... 44

Coalhada e manteiga de leite .................................... 45

Restrição ao açúcar .................................................. 46

Paz mental e exercícios físicos .................................. 47

Regularidade do sono e evacuação ............................ 48

Medicamentos ........................................................... 49

FITOTERÁPICOS ............................................................... 52

ALOE BARBADENSIS (KUMARI) ............................................ 52

BENINCASA HISPIDA (SVETA KUSMANDA) ............................ 59

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BERBERIS ARISTATA (DARU HARIDRA)................................. 64

Preparação de Rasañjana ......................................... 66

Rasañjanadi curna .................................................... 67

ECLIPTA ALBA (BHRNGA RAJA) ........................................... 70

EMBLICA OFFICINALIS (AMALAKI) ....................................... 75

Dhatri lauha .............................................................. 79

Amalakyadi paka ....................................................... 79

GLYCYRRHIZA GLABRA (YASTI MADHU) .............................. 83

MOMORDICA CHARANTIA (KARAVELLAKA) ......................... 88

PHYLLANTHUS NIRURI (BHUMYAMALAKI) ........................... 92

PICRORHIZA KURROA (KATUKI) ........................................... 96

Arogya vardhini ........................................................ 97

SOLANUM NIGRUM (KAKAMACI) ....................................... 100

SWERTIA CHIRATA (KIRATA TIKTA) ................................... 105

Kiratadi yoga .......................................................... 107

TEPHROSIA PURPUREA (SARA PUNKHA) ............................. 111

Sara punkha ksara................................................... 113

TINOSPORA CORDIFOLIA (GUDUCI) .................................... 116

GLOSSÁRIO ...................................................................... 120

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INTRODUÇÃO Em nossa sociedade civilizada, fazemos muitas injustiças com o fígado. Nossos hábitos dietéticos nunca são regulares. Além dos alimentos e bebidas ingeridos rotineiramente, nós nos entregamos ao excesso de chás, cafés, bebidas alcoólicas, tabaco (na forma de cigarros), alimentos de preparo instantâneo, frituras e ainda temos pressa para nos alimentar. Nossos jovens, frustrados e sem qualquer objetivo adequado na vida se entregam aos narcóticos e drogas intoxicantes. Festas, reuniões, filmes até altas horas da noite, tensão mental e dicotomia mental são agora uma parte de nossa vida moderna. Todos estes fatores afetam o funcionamento do fígado, que é um órgão vital. A ciência médica tem feito consideráveis progressos em várias áreas da medicina. Estamos na era da especialização e a tendência a ver o homem como um aglomerado físico-químico de muitas partes separadas está dando lugar a um novo gênero de pensamento biológico. Esta nova escola de pensamento está direcionada ao conceito do homem como um ser

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por inteiro, com seus inseparáveis aspectos físico, emocional e espiritual, unidos em um indivíduo vivo. O lugar do homem, como uma parte orgânica do universo cósmico e biológico, sujeito a todas as imutáveis e irrevogáveis leis da natureza, está se tornando cada vez mais reconhecido. Neste contexto, o papel da nutrição na medicina preventiva e curativa é ainda mais evidente. Apesar destas profundas mudanças estarem ocupando seu lugar no pensamento médico, a abordagem terapêutica convencional de hoje é incapaz de resolver o problema de um aumento catastrófico de doenças como cirrose hepática, câncer, distúrbios cardiovasculares, diabetes, asma, artrites, insônia, etc. Muitas destas doenças são consideradas “incuráveis” ou apenas controláveis. Praticantes de antigos sistemas de medicina indígenas possuem, verdadeiramente, curas para doenças do fígado, mas são ridicularizados como curandeiros, devido ao grande número de charlatães que exploram os tratamentos mais naturalistas. A denúncia sistemática de tais tratamentos está sendo feita através da moderna influência da mídia audiovisual e da imprensa. No Ayurveda, as causas, os sinais e sintomas, as medidas preventivas, assim como o tratamento curativo destas doenças são descritos em detalhes. Infelizmente, as prescrições e

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proibições mencionadas no Ayurveda, assim como em outros sistemas de medicina tradicional, são quase que desconhecidas pelos intelectuais e cientistas de hoje. Os casos de doenças hepáticas aumentam a cada dia, em direta proporção com o progresso da modernização e da civilização. O resultado final desta negligência criminosa é que esta atitude tem transformado o homem em portador de muitas doenças, do envelhecimento prematuro e da morte precoce. O outro lado da história é que em muitas partes do mundo, particularmente no berço da civilização antiga, há remédios à base de ervas que têm sido empregados há milhares de anos para o tratamento da icterícia. Estas ervas não são empregadas apenas empiricamente; praticantes iluminados em medicina tradicional na Índia, Nepal, Sri Lanka, Butão, Burma, China, Bangladesh e Paquistão podem transmitir o raciocínio existente por detrás do uso destas ervas no tratamento das doenças hepáticas. O Ayurveda, a medicina tradicional da Índia, tem prestado assistência ao sofrimento da humanidade há mais de três mil anos. É um repositório de experiência médica e de fitoterápicos já muito bem examinados e testados. Algumas destas drogas foram cientificamente testadas em animais e seres humanos sob

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condições controladas e provaram ser efetivas. Alguns destes fitoterápicos estão incluídos neste trabalho. Talvez, algum dia, no futuro próximo, o Ocidente seja capaz de aprender o conhecimento do Oriente, da maneira com tem se enriquecido com a filosofia e as artes orientais.

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O FÍGADO O fígado é o maior órgão e um dos mais importantes do corpo. É praticamente responsável pelo metabolismo de todas as substâncias nutritivas, ou seja, carboidratos, proteínas, gorduras, vitaminas e minerais. Além de nutrir os tecidos e outros elementos do corpo, é responsável pela produção do calor e da energia física. É um órgão que possui tanto funções secretoras como excretoras. Portanto, representa um papel importante e significativo na preservação, assim como na promoção da saúde positiva e da prevenção e cura de muitas doenças. Se a função deste órgão estiver prejudicada, seja por fatores físicos como mentais, a pessoa nunca será capaz de permanecer feliz ou saudável.

Considerações anatômicas Esta glândula está localizada na porção superior e do lado direito da cavidade abdominal. Ele é relativamente muito maior no feto e nas

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crianças mais novas do que nos adultos. É quase um órgão sólido, consiste principalmente de dois lobos, o direito, maior, e o esquerdo, que é o lobo menor e fica à esquerda. Além disso, o lobo esquerdo possui duas pequenas mas bem delimitadas regiões denominadas lobo quadrado e lobo caudado. Na face visceral do fígado está inserida a vesícula biliar, um reservatório de bile. Este órgão em forma de cúpula é separado dos órgãos do tórax por uma parede muscular denominada diafragma. O estômago, o duodeno, o intestino grosso, a glândula supra-renal e o rim direito estão localizados abaixo do fígado e deixam suas impressões na superfície inferior do fígado. A veia cava inferior, um grande vaso que carrega sangue impuro dos membros inferiores, passa próxima a este órgão em seu caminho para o coração. A veia porta carrega sangue impuro dos órgãos abdominais e penetra no fígado. Além da artéria hepática e da veia hepática, emergem deste órgão dois ductos hepáticos transportando bile. Numerosos vasos linfáticos também estão ligados ao órgão.

A estrutura do fígado é constituída por dois tipos de células, denominadas: (1) Células endoteliais e (2) Células de Kupffer. Estas últimas são muito importantes na luta contra a invasão por microorganismos. Eles possuem ação

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fagocítica, na medida em que atacam e eliminam os organismos que penetram o corpo. Este órgão possui uma importante capacidade para regenerar suas células e durante o repouso, ele comporta quase um quarto do volume total de sangue do corpo.

Funções Este órgão vital possui funções variadas, que serão resumidas abaixo:

Formação do sangue e circulação No feto, ele auxilia na formação do sangue, e na vida adulta, as células vermelhas destruídas são armazenadas e recicladas para formação de sangue novo. É o local de armazenagem de quase um quarto do sangue total do corpo. O volume sangüíneo a ser distribuído para outras partes do corpo depende deste órgão. Com a ajuda da Vitamina K, ele manufatura uma substância denominada protrombina, que é essencial para a coagulação do sangue. Lesões ocasionais e desgaste das células corporais podem causar sangramentos que são automaticamente interrompidos por esta substância. O fígado possui células especializadas denominadas mastócitos (também

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presentes em torno dos capilares dos pulmões em especial), que secretam uma substância química chamada heparina. Esta substância evita a coagulação do sangue dentro dos vasos em qualquer parte do corpo. Esta substância representa um importante papel na prevenção dos ataques cardíacos. Os vasos sangüíneos, que fornecem nutrição aos músculos cardíacos, ao tornarem-se bloqueados, causam malfuncionamento do coração. A presença desta heparina no sangue, em quantidade apropriada não permite este tipo de coagulação do sangue no coração. Da mesma forma, a substância impede a coagulação do sangue no interior dos vasos que fornecem nutrição para o cérebro. O funcionamento adequado deste órgão é, portanto, essencial para a prevenção assim como a cura dos infartos e dos acidentes vasculares cerebrais.

Produção de Bile A bile é secretada continuamente pelas células hepáticas e armazenada na vesícula biliar ligada ao fígado. O colesterol é sintetizado no fígado e é excretado deste órgão através da bile. Além disso, a bile possui alguns sais e pigmentos. Os sais biliares ajudam na emulsão das gorduras e facilitam sua absorção pelos intestinos. Os pigmentos biliares são formados a partir da quebra de células vermelhas.

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Metabolismo de carboidratos O fígado representa um importante papel na conversão dos vários produtos amiláceos em glicose. Estes produtos só podem circular na forma de glicose e desta forma, fornecem nutrição aos tecidos. Este órgão é um importante

reservatório de carboidratos na forma de glicogênio, e dependendo das necessidades do sangue e dos tecidos, o fígado, de maneira controlada, libera glicose na circulação sangüínea. No fígado, estes carboidratos são convertidos em gorduras e se quebram para produzir calor e energia. Se os alimentos contém demasiados produtos amiláceos, são convertidos em gorduras e armazenados. O hábito moderno de consumir mais massas, chocolates e outros alimentos doces, especialmente entre as crianças, coloca a função do fígado fora de equilíbrio.

Metabolismo do álcool Nos países ocidentais e nas áreas urbanas e rurais de países orientais, há uma tendência crescente ao consumo de álcool e esta prática tem adquirido respeitabilidade social. Este álcool é principalmente metabolizado no fígado. O consumo excessivo de álcool leva ao acúmulo de mais gordura (pois é nesta forma que ele acaba

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sendo armazenado) no fígado. Isto dá origem a muitas doenças hepáticas.

Metabolismo de gorduras O fígado é o sítio de síntese e metabolismo de colesterol proveniente de gorduras, e representa um importante papel no metabolismo destas substâncias. Algumas vezes, ocorre que a pessoa sofre de uma doença e começa a jejuar. Naturalmente, o jejum causa uma redução na glicose sangüínea e os tecidos passam a ficar sem nutrição. A pessoa, portanto, torna-se enfraquecida. Durante este período, a gordura armazenada no fígado é convertida em glicose e liberada na circulação sangüínea para suprir a necessidade nutricional. Vitaminas lipossolúveis, como as vitaminas A, D e K, são armazenadas neste órgão.

Metabolismo de proteínas O fígado é responsável pela síntese de alguns aminoácidos a partir de proteínas, que são essenciais para os tecidos. Estes aminoácidos são produtos de alimentos ricos em proteínas como ovos, carne, leite e feijões. É o sítio principal de formação de uréia e ácido úrico como subprodutos do metabolismo das proteínas. Qualquer irregularidade no funcionamento do

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fígado leva à maior formação de uréia e ácido úrico, os quais dão origem a diversas doenças.

Hormônios O fígado controla a circulação dos diversos hormônios produzidos pela glândula supra-renal e dos hormônios sexuais. Estes hormônios são também denominados esteróides. O fígado torna-os inofensivos e ajuda na sua eliminação. Alguns se tornam inativos pela ação do fígado. Ele regula a secreção de insulina pelo pâncreas e outros hormônios secretados pela hipófise.

Vitaminas O fígado ajuda na formação de vitamina A (a partir do caroteno) e armazena as vitaminas A, D e B12.

Desintoxicação É o sítio de desintoxicação de diferentes substâncias tóxicas resultantes de seu funcionamento normal ou daquelas consumidas pelo indivíduo, como café, chá, drogas e metais pesados não processados. Enzimas localizadas no fígado, através de diferentes processos químicos, tornam estas substâncias tóxicas inativas. Estas substâncias desintoxicadas,

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incluindo bactérias e drogas, são excretadas através da bile e da urina.

Imunidade As células retículoendoteliais presentes no fígado representam o mecanismo de defesa do organismo. Elas interrompem o desenvolvimento, destroem os organismos invasores e ajudam na produção de imunidade contra seus efeitos adversos sobre o corpo. O malfuncionamento do fígado, portanto, expõe o corpo aos ataques de diferentes tipos de organismos.

Circulação porta e hepática A veia porta, através de suas diversas ramificações traz os produtos finais da digestão dos alimentos para o fígado e passa através de algumas bolsas especialmente preparadas entre células hepáticas, chamadas sinusóides. É aqui que várias funções metabólicas são realizadas e daqui parte o sangue venoso que vai à veia cava inferior e finalmente ao coração.

Vesícula biliar e Bile A bile é tanto uma secreção como uma excreção das células hepáticas. Ela sai do fígado através de dois diferentes canais denominados

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ductos hepáticos direito e esquerdo, que se unem para formar o ducto hepático comum. O canal que sai da vesícula biliar, chamado ducto cístico, une-se a este ducto hepático comum e passa a ser denominado colédoco. A bile é constantemente formada no fígado e é armazenada na vesícula biliar. A partir desta víscera, a bile é lançada no duodeno intermitentemente após a ingestão de alimentos. Ela contém sais biliares, pigmentos biliares e colesterol, entre outros. A bile ajuda na digestão dos alimentos (principalmente gorduras, assim como vitaminas lipossolúveis, e secundariamente carboidratos e proteínas) e na sua absorção do intestino grosso para a corrente sangüínea. Ela ajuda na neutralização do excesso de acidez no estômago e em maior escala, favorece os movimentos intestinais. Se a ingestão de alimentos é irregular ou inadequada, isto afeta a secreção de bile. Da mesma forma, se a secreção de bile não ocorre apropriadamente, isto afeta a digestão dos alimentos, a absorção dos produtos digeridos e os movimentos intestinais.

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AS FUNÇÕES DO FÍGADO SEGUNDO O AYURVEDA

O fígado, na terminologia ayurvédica é denominado yakrt e a vesícula biliar, pittasaya. A bile, juntamente com outras enzimas digestivas presentes no trato gastrointestinal, é denominada pacaka pitta, uma das cinco categorias de pitta. A bile em si é imprecisamente chamada de pitta em algumas ocasiões, e esta bile, extraída do gado, de elefante, de urso e de peixes, é extensivamente utilizada nas fórmulas ayurvédicas. O fígado de vários animais também é indicado para ser consumido como alimento,

especialmente em diversas condições patológicas. De acordo com o Ayurveda, pitta, resumidamente, representa todas as enzimas e hormônios responsáveis pela digestão, absorção, assimilação, produção de calor e todas as atividades hormonais, relacionadas também ao controle de muitas atividades psicossomáticas no corpo. Além de ser controlada pela natureza dos alimentos, pela dieta e pela produção de bile no fígado, todo o funcionamento deste órgão é

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controlado por muitos fatores emocionais e psíquicos. Além de seu papel na formação do sangue e na digestão dos alimentos, é considerado o sítio de Bhutagni paka, onde as substâncias heterogêneas derivadas dos alimentos são transformadas em homogêneas, com o objetivo de possibilitar que os produtos da digestão sejam absorvidos e assimilados em forma de tecidos. É, portanto, óbvio que os médicos ayurvédicos depositem tamanha ênfase na verificação das condições do fígado antes de tentar tratar qualquer doença. Além do aumento do órgão ou das alterações cirróticas nos tecidos, ou da obstrução dos canais biliares causada por tumores nos tecidos adjacentes ou cálculos na vesícula biliar, muito freqüentemente, ocorrem alterações funcionais no fígado. Pode ser uma dor sem importância na porção superior direita do abdome (na área do fígado), que se torna mais pronunciada à palpação. Além disso, o paciente sofre de alguns ou de todos os seguintes sintomas: 1. Perda de apetite 2. Constipação 3. Fraqueza geral 4. Sensação de desconforto na região superior

direita do abdome 5. Fadiga

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6. Indigestão 7. Cefaléia 8. Sensação de queimação na região superior do

abdome 9. Flatulência 10. Arrotos 11. Sensação de cabeça vazia 12. Intolerância a alimentos gordurosos 13. Incapacidade de concentrar-se 14. Insônia 15. Vertigem 16. Palpitação cardíaca 17. Aumento e amolecimento na palpação do

fígado

Geralmente, o início destes sintomas é lento e com freqüência, as queixas são intermitentes, com períodos nos quais o paciente não refere nenhum destes sintomas. Após algum tempo, se os fatores causais não forem corrigidos, estes sintomas continuam e tornam-se crônicos, e é quando o paciente procura o médico para tratamento. O fígado possui um bom estoque de reservas teciduais, que começam a operar no último estágio, depois que os tecidos ativos forem danificados. Quando estas reservas teciduais também se tornam prejudicadas, apenas então o paciente torna-se consciente de sua doença e busca auxílio médico.

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O papel da constituição física O ambiente no útero durante a união do

esperma e do óvulo no momento da concepção origina certas características psicossomáticas nos seres humanos. Na terminologia ayurvédica, isto se chama prakrti, que determina a constituição física e o temperamento psíquico do indivíduo. O prakrti apresenta sete categorias, como segue:

1. Vata prakrti 2. Pitta prakrti 3. Kapha prakrti 4. Vata-pitta prakrti 5. Vata-kapha prakrti 6. Pitta-kapha prakrti 7. Sama prakrti

Pessoas que possuem o segundo tipo de

prakrti (pitta) são mais propensos a adquirirem doenças do fígado1. Tais pessoas devem ser relativamente mais vigilantes para protegerem seu fígado, através de dietas e condutas adequadas.

1 Para estudar os aspectos característicos dos vários tipos de prakrti, o leitor deve buscar “Fundamentos da Medicina Ayurvédica”, Dr. Bhagwan Dash.

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Icterícia (Kamala) Icterícia é a condição na qual ocorre uma excessiva formação de pigmento biliar no fígado, que é liberado nos tecidos da pele e na conjuntiva ocular, produzindo uma coloração amarela. Pode ocorrer em conseqüência de maior produção de pigmentos biliares ou menor eliminação destes pigmentos a partir do fígado. Dependendo dos fatores causais, a icterícia é dividida em três grupos principais, ou seja: 1. Icterícia hemolítica, distúrbio no qual são

formados pigmentos biliares em excesso por aumento da destruição de hemácias.

2. Icterícia hepática, que ocorre por falhas na função hepática causadas por toxinas, venenos, infecções virais, cirrose, etc.

3. Icterícia obstrutiva, que ocorre por obstrução dos canais biliares do fígado e da vesícula biliar por tumores, etc. Como resultado desta obstrução, a bile não é corretamente excretada e é absorvida pela corrente sangüínea.

No Ayurveda, o termo kamala é utilizado

para designar icterícia. Quando a icterícia se manifesta de forma severa, é denominada kumbha kamala ou halimaka. Kamala (icterícia) é

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descrita de duas formas, denominadas sakhasrita kamala ou a icterícia que surge na periferia do corpo e kosthasrita kamala ou a icterícia geralmente confinada ao trato gastrointestinal. Na primeira forma, os sintomas de kamala (icterícia) como a tonalidade amarelada nos olhos e na pele, o prurido, etc., são mais evidentes e as fezes adquirem a coloração de argila. Isto se deve à ausência de pigmentos biliares. Na última forma, juntamente com a tonalidade amarela da pele e olhos, há maciça secreção de pigmentos através das fezes e os sintomas relacionados com o trato digestivo são mais evidentes, como náuseas, vômitos, indigestão, perda de apetite, flatulência e diarréia ocasional seguida de constipação e dor abdominal. Em ambas as formas de kamala, as funções do fígado precisam ser corrigidas e o paciente deve receber uma dieta leve e líquida.

Alguns distúrbios importantes do fígado

Hemorróidas O sangue venoso da porção inferior do reto

e do ânus é drenado pela veia hepática até o fígado. Se houver congestão no fígado, a função de drenagem é afetada e ocorre uma pressão no

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interior dos vasos de retorno, de forma que as veias na área do ânus tornam-se túrgidas. Há exsudação da mucosa, prurido, sensação de queimação e dor durante a evacuação. Se houver constipação, ou fezes ressecadas, os sintomas se agravam. Às vezes, estas veias túrgidas queimam e causam sangramento, ulcerações, inflamação e dor intensa. Durante o tratamento desta doença, é necessário avaliar a condição do fígado e qualquer alteração presente neste órgão deve ser corrigida.

Constipação

A bile, secretada pelo fígado, contém pigmentos biliares e sais biliares. Estes pigmentos e sais, ao auxiliarem na digestão dos alimentos, dão uma coloração às fezes e auxiliam no movimento intestinal para facilitar a defecação. Portanto, qualquer falha na função hepática leva à constipação crônica. Se a formação de bile é excessiva ou defeituosa, isto pode ocasionalmente levar à diarréia. Pacientes com disfunção hepática referem urgência para defecar imediatamente após a ingestão dos alimentos. Esta característica é mais acentuada nas crianças.

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Doenças do Coração e o Fígado

O fígado é responsável pela síntese do colesterol e pela sua eliminação através da bile, auxiliando finalmente na digestão das gorduras. O excesso de colesterol no corpo provoca alterações nas paredes dos canais que

transportam sangue, alterações estas responsáveis por muitas doenças no coração. Este distúrbio hepático também leva à hipertensão. Se a bile não é adequadamente excretada para o trato intestinal, ocorre distensão abdominal. Em conseqüência do aumento de pressão na cavidade abdominal, ocorre também um aumento da pressão sobre o coração através da parede muscular denominada diafragma. Se o coração não estiver funcionando adequadamente, haverá uma pressão no retorno venoso, o que leva então a um desequilíbrio do fígado. Assim, o coração e o fígado estão intimamente relacionados quanto às suas funções, sendo que a disfunção de um leva ao desequilíbrio do outro. Portanto, é necessário que o fígado seja preservado e isto deve ser considerado no tratamento de um paciente portador de doenças cardíacas.

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Diabetes O diabetes (mais especificamente o

diabetes mellitus) é causado por um desequilíbrio quantitativo de uma enzima (insulina) secretada pelo pâncreas (uma glândula situada abaixo e atrás do estômago e dos intestinos). A disfunção

do fígado pode também dar origem a esta doença.

O fígado é o sítio do metabolismo dos carboidratos, o reservatório de glicose, que é liberada no sangue de maneira regular. Se a função hepática estiver prejudicada, então, grandes quantidades de glicose são liberadas na corrente sangüínea, além da necessidade dos tecidos. O nível de açúcar no sangue, portanto, se eleva e o excesso é eliminado através da urina. Desta forma, devem ser tomados os cuidados necessários para corrigir a função hepática em um paciente que sofre de diabetes.

Distúrbios Gastrointestinais A bile secretada pelo fígado representa um

papel importante na digestão dos alimentos, na absorção dos produtos digeridos e no metabolismo. Qualquer dificuldade na função do fígado afetará, naturalmente, a digestão, etc. levando a perda do apetite, náuseas, acidez gástrica (a regurgitação de bile para o estômago

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ajuda a neutralizar o excesso de acidez), flatulência e constipação. Isto leva a uma falta de nutrição dos tecidos, causa anemia, enfraquecimento e fadiga. Uma vez que a maioria dos órgãos digestivos estão localizados abaixo do fígado, seu peso e tamanho aumentados afetam o funcionamento dos mesmos.

Crianças geralmente sofrem de distúrbios digestivos por causa de uma disfunção do fígado. Isto provoca com freqüência uma doença denominada diarréia infantil.

O fígado está separado dos órgãos torácicos, como os pulmões, por uma parede muscular denominada diafragma. O aumento do fígado, portanto, pressiona os pulmões através do diafragma levando a dificuldades respiratórias e dor.

Leucodermia

Os pigmentos localizados na pele, a melanina entre outros, possuem uma ação protetora contra efeitos prejudiciais da luz do sol. De acordo com o Ayurveda, estes pigmentos são formados por uma substância denominada rañjaka pitta (uma das cinco variedades de pitta). Um desequilíbrio da função hepática, portanto, leva à maior ou menor produção destes pigmentos. A ausência destes pigmentos em áreas isoladas da pele resulta em uma condição

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denominada vitiligo ou leucodermia. Eventualmente, por causa do distúrbio na função do fígado, mais pigmentos são formados na pele. Ao tratar estas doenças, o médico precisa dar a necessária atenção à correção dos distúrbios da função hepática.

Algumas doenças das mulheres relacionadas ao fígado

O fígado ajuda na formação de duas substâncias diferentes, uma das quais, a protrombina, age na coagulação do sangue e a outra, a heparina, evita sua coagulação indevida dentro dos vasos. Simultaneamente, o fígado controla muitos dos hormônios sexuais. Portanto, a falha em suas funções leva a muitas doenças próprias das mulheres, como o sangramento excessivo durante o período menstrual (menorragia). Durante a gravidez, as perturbações na função hepática levam a sintomas como perda do apetite, náuseas, vômitos, enjôos, constipação e flatulência. Após o parto, se a função hepática não for corrigida prontamente, a mulher leva um longo tempo para recuperar sua saúde.

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Disenteria

A disenteria (mais especificamente a disenteria amebiana) é causada pela infestação por um microorganismo, conhecido na medicina como Entamoeba histolytica, que geralmente afeta os intestinos. Quando na fase aguda, causa

dores espasmódicas no abdome e o paciente evacua pequenas quantidades de fezes com muco com muita freqüência. Este sinal está associado geralmente com dor abdominal, flatulência, perda do apetite, emagrecimento e fraqueza. Os pacientes geralmente tentam tratar desta condição na sua fase aguda, mas abandonam o tratamento antes do tempo necessário para curar totalmente a doença e, consequentemente, a condição torna-se crônica. Com isso, o paciente passa a evacuar fezes irregularmente e a ter distúrbios digestivos. Quando a condição se torna crônica, o fígado também é afetado e surgem todos os sintomas de perturbação da função hepática. Algumas vezes o abscesso hepático é causado pela disenteria crônica. Portanto, nestas condições, tanto na disenteria aguda como na crônica, deve-se ter o cuidado de proteger a função hepática.

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Insônia

De acordo com o Ayurveda, o sono de uma pessoa é controlado por vayu. Se este dosha estiver em seu estado normal, o paciente dorme bem, mas se estiver desequilibrado, a pessoa tem seu sono perturbado ou insônia. As doenças

do fígado estão geralmente associadas com constipação, indigestão e flatulência. A distensão abdominal e a dor dão origem à cefaléia, sensação de desconforto, mal-estar e insônia. Nestes casos, deve ser feito um tratamento que alivie o paciente da constipação e corrija a disfunção hepática.

Ascite Como foi descrito anteriormente, todas as

veias provenientes dos órgãos abdominais drenam para um importante canal denominado veia porta, que vai ao fígado. Na cirrose, os tecidos do fígado estão contraídos, obstruindo a drenagem através desta veia porta. Consequentemente, a parte fluida do sangue é forçada a sair das várias veias tributárias e acumula-se no abdome. Por causa deste fluido acumulado, o abdome torna-se distendido e inchado. Como resultado da pressão dos fluidos, todos os órgãos abdominais param de realizar suas funções normais. O paciente sofre de perda

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de apetite, náuseas, vômitos, constipação e flatulência e veias proeminentes tornam-se aparentes na parede do abdome. O fluido acumulado na cavidade abdominal também pressiona os pulmões e o coração localizados no tórax. O paciente desenvolve dificuldade respiratória e há uma falha na circulação sangüínea em todo o corpo. Em um último estágio, o edema também torna-se evidente nas pernas, nas mãos e até mesmo na face. A produção de urina é reduzida. Nesta grave condição, é necessário corrigir o funcionamento do fígado desde o início do tratamento.

Vimos acima que o fígado representa um

importante papel na fisiologia do corpo e uma falha em suas funções leva a diversas doenças. Não se deve esperar que uma condição grave se desenvolva, mas sim, deve-se tomar o cuidado necessário para corrigir a função hepática imediatamente após o aparecimento dos primeiros sinais e sintomas. A prevenção é melhor que a cura. A pessoa deve evitar qualquer dano físico ou fisiológico ao fígado e deve recorrer às dietas e condutas que conservem o fígado livre de qualquer perturbação funcional.

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Como prevenir as doenças do fígado? A pessoa deve tomar as seguintes medidas

em sua rotina diária para evitar qualquer lesão ao fígado:

Bebidas alcoólicas O álcool é consumido freqüentemente nos

países ocidentais. Nos países orientais, apesar de ser um tabu, aquelas pessoas completamente frustradas, com sobrecarga de trabalho ou ignorantes também consomem álcool. Algumas vezes, a destilação ilegal e a venda não autorizada de álcool leva ao consumo e bebidas preparadas inadequadamente. Tais produtos alcoólicos tóxicos causam morte imediata ou lesões irreparáveis ao fígado. Mesmo as bebidas alcoólicas adequadamente preparadas, quando ingeridas em excesso, afetam o funcionamento apropriado deste órgão. É melhor, portanto, evitar o consumo de bebidas alcoólicas e se isto for feito, sua ingestão deve ser acompanhada de boa alimentação e estas bebidas nunca devem ser ingeridas com o estômago vazio. As bebidas alcoólicas devem ser bem diluídas e consumidas apenas em pequenas quantidades. Se, no entanto, já aparecerem sintomas de mal funcionamento do fígado, o conselho mais lógico

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seria evitar estritamente o consumo de qualquer bebida alcoólica.

Chá, café e tabaco

A cafeína e a nicotina, estes dois ingredientes ativos dos chás, do café e do tabaco são prejudiciais ao corpo. Eles são consumidos devido ao seu efeito estimulante. Tornou-se parte de nossa vida social oferecer chá e café a uma visita. O consumo destas bebidas, especialmente com o estômago vazio e em quantidade excessiva, afeta o funcionamento do fígado. A cafeína e a nicotina são neutralizadas no fígado e se estes ingredientes são consumidos em grande quantidade, o fígado falha em realizar seu trabalho e seus tecidos tornam-se adversamente afetados. Portanto, deve-se evitar o chá, o café e o tabaco ou consumi-los apenas em pequena quantidade, se quiser conservar o fígado saudável e se desejar levar uma vida feliz.

Drogas químicas Alguns dos analgésicos convencionais, etc.

são compostos de substâncias químicas e algumas outras substâncias que são tóxicas para o corpo. As pessoas não querem perder suas horas de trabalho. Se estão com dor de cabeça, porque não dormiram bem à noite, ao invés de

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repousar, elas ingerem algumas pílulas e correm para seus trabalhos. Se ingeridas repetidamente, vão finalmente afetar o funcionamento do fígado. Portanto, as pessoas devem usar estas drogas inorgânicas apenas quando houver real necessidade e tais drogas devem ser ingeridas juntamente com algumas preparações orgânicas ou com alimentos que possam corrigir a função hepática.

Frituras Alimentos de preparo rápido tornaram-se

um costume nos dias de hoje. A vida tem se tornado mecânica e temos menos tempo para nossas refeições e bebidas. Há pouquíssimo tempo nas cidades e nas metrópoles para uma família preparar seu próprio alimento. Assim, há uma tendência para o consumo de alimentos preparados em restaurantes e as pessoas freqüentemente preferem pratos rápidos, que são fritos e que se tornam mais saborosos para atrair os clientes. O ghee, a manteiga e os óleos vegetais não são muito prejudiciais para o fígado, se consumidos em quantidades moderadas. Mas quando são utilizados para fritar ou torrar os alimentos, o prato torna-se muito pesado para a digestão e a pessoa que consome tal alimento torna-se habitualmente uma vítima de doenças do fígado.

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Refeições irregulares Apesar da bile ser secretada pelo fígado

ininterruptamente, ela é armazenada na vesícula biliar e é fornecida aos intestinos como ação reflexa depois que a pessoa ingeriu algum alimento. Se o alimento é ingerido irregularmente,

obviamente, o fornecimento de bile ao trato digestivo torna-se irregular e a pessoa sofre de doenças do fígado.

A pessoa deve ingerir duas refeições principais, o almoço e o jantar, além do café da manhã, e estas refeições devem ser feitas dentro de intervalos regulares. Consumir alimentos apenas quando a pessoa está sem trabalho, ou apenas quando o anfitrião os oferece é muito prejudicial para o fígado. A ingestão de refeições freqüentes, exceto em algumas condições patológicas, também é ruim.

Pressa, preocupação e temperos O lazer e o repouso tanto físico como

mental são as vítimas do modo de vida mecânico dos dias de hoje. Nós temos tempo para conversa fiada, festas, filmes e outras diversões baratas. Mas não temos tempo para o relaxamento. Os passeios estereotipados aos parques e lagos criam mais tensão e proporcionam pouco relaxamento. Interesses

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econômicos e problemas administrativos não permanecem confinados aos escritórios, indústrias e lojas. São levados para casa, fisicamente e mentalmente. Estar com pressa na hora de se alimentar, correr para o local de trabalho imediatamente após a refeição, entregar-se a discussões sócio-políticas, discutir problemas familiares na mesa de jantar, atender ao telefone durante as refeições e assistir televisão enquanto come são hábitos que atualmente tornaram-se parte de nossa vida. A tensão mental envolvida na pressa e na preocupação afetam a digestão e a função hepática.

De acordo com o Ayurveda, o alimento deve ser ingerido em um ambiente de absoluta paz e sem qualquer tensão mental. Os trabalhos ayurvédicos clássicos fornecem instruções com relação ao que deve ou não deve ser feito durante a refeição. A observação destas regras ajudarão a manter o adequado funcionamento do fígado.

Com a adição de temperos e pós de curry e com as frituras os alimentos ficam mais saborosos. Sem dúvida, estes alimentos satisfazem o paladar, mas são muito prejudiciais para o estômago e o fígado. Os pós de curry, particularmente quando são apimentados, podem aumentar o apetite no início. Mas, a longo prazo,

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causam dispepsia por mal funcionamento do fígado e pela irregularidade nas secreções do estômago e dos intestinos. Massas, chocolates e outras preparações doces, de que as crianças tanto gostam, afetam o funcionamento do fígado. Eles são geralmente ingeridos fora de hora. São oferecidos às crianças, quando os pais visitam os mercados, as feiras e os festivais. São geralmente trazidos pelas visitas, quando os anfitriões possuem crianças. Todo este consumo irregular de alimentos afeta o poder digestivo e afeta o fígado, especialmente quando são consumidos com pressa.

Trigo ou arroz? Em muitas regiões do mundo, o arroz é

consumido como alimento principal, e em outros, as pessoas consomem habitualmente o trigo e a cevada. Arroz, trigo, milho, cevada, etc. colhidos recentemente não são benéficos para o fígado. Eles fazem com que o fígado se torne preguiçoso. Estes cereais devem ser consumidos apenas após um período de conservação de seis meses, quando seus efeitos adversos são neutralizados. Entre o arroz e o trigo, este último é mais saudável para o sistema digestivo e para o fígado. As pessoas que possuem doenças do fígado são aconselhadas a dar preferência às preparações contendo trigo do que ao arroz.

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Alimentos cozidos no vapor Muitos alimentos são preparados por

cozimento no vapor. No sul da Índia, uma preparação especial é consumida com muita freqüência, denominada Idli. É preparada com a farinha do Phaseolus mungo e do arroz,

adicionados em diferentes proporções. A massa é depois fervida no vapor. É um pouco pesado, sem dúvida, quando consumido em quantidade excessiva. Mas a longo prazo, é muito saudável tanto para o processo digestivo como para o fígado.

Frutas, leite Entre os alimentos vegetarianos e não-

vegetarianos, os primeiros são melhores para a digestão e para o fígado. Para abastecer o corpo com proteínas, a pessoa que tem condições econômicas prefere consumir muita carne de boi, de peixe e de aves. O corpo tem a capacidade de sintetizar proteínas e assimilá-las aos tecidos mesmo se estiverem disponíveis apenas em pequena quantidade nos gêneros alimentícios. Tome como exemplo um dos maiores animais, o elefante. Ele consome apenas vegetais e possui um corpo gigantesco e músculos rígidos. Da mesma forma, os seres humanos podem conseguir proteínas suficientes a partir de uma

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dieta vegetariana. Se a comida vegetariana tiver que ser suplementada, isto pode ser feito através do leite e de laticínios. Isto não é prejudicial para o fígado. O leite pasteurizado provoca dificuldades na digestão e geralmente torna o fígado lento em suas funções. O leite fresco, particularmente o leite de vaca, é muito saudável para os seres humanos. Para crianças, o leite de cabra é muito benéfico. Se a pessoa sofre de doenças crônicas do fígado, diarréia, constipação, indigestão, bronquite, asma e amigdalite, a escolha mais sábia é pelo leite de cabra.

O leite não deve ser considerado saudável ou prejudicial apenas quanto ao seu conteúdo de gorduras. O leite de búfala contém muito mais gorduras do que o leite de vaca e o leite de cabra é o que contém menos gorduras. Isto não significa que o leite de búfala, suficientemente diluído e tendo reduzido seu conteúdo de gordura, possa agir da mesma forma que o leite de vaca e de cabra, que previnem a deterioração da função hepática. O leite de égua e suas preparações são muito saudáveis para o fígado. O leite de camela, apesar de ser mais grosso e ter um maior teor de gordura, é extremamente benéfico para o fígado. É administrado no tratamento da cirrose hepática associada com ascite. Aumenta a função renal e drena o excesso

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de água acumulada na cavidade abdominal. Vegetais como patola (Trichosanthes cucumerina e Trichosanthes dioica), sobhañjana (Moringa oleifera), kunduru (Coccinia indica) e o coco são muito benéficos nas doenças hepáticas.

Feijões Vegetarianos de todo o mundo tentam

compensar a deficiência de proteínas através da ingestão de maior quantidade de feijões. Entre os feijões, alguns são muito pesados para a digestão e causam perturbação do funcionamento do fígado e muitas outras alterações digestivas. Eles aumentam a produção de vento no intestino grosso resultando em flatulência. Podemos citar alguns feijões importantes na alimentação: rajma ou raja masa (Vigna cylindrica), mungo (Phaseolus mungo) e arhar (Cajanus cajan). Para conservar o fígado saudável, a pessoa deve evitar a ingestão destes feijões em excesso. Suas preparações são consideradas pratos saborosos em certas partes do país, mas não devem ser consumidos em excesso. Dentre estes feijões, moong (Phaseolus mungo) e masoor (Lens culinaris) são muito benéficos. Eles fornecem as proteínas necessárias e não produzem muitos efeitos prejudiciais.

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Coalhada e manteiga de leite

O iogurte, a coalhada ou smitan são muito bons para aumentar o apetite, assim como para promover a digestão. Mas, quando o fígado já está afetado, a coalhada não deve ser ingerida por estes pacientes. No Ayurveda, a coalhada é

considerada abhisyandi ou seja, um tipo de ingrediente que obstrui os canais de circulação.

A manteiga de leite é preparada de diferentes maneiras. Geralmente, a água é adicionada à coalhada em iguais quantidades e são batidas até que surja a manteiga. Nas vilas da Índia, a manteiga é extraída e a porção remanescente do iogurte diluído é denominada chacha ou matha. Se ingerido, após adição de um pouco de sal e cominho em pó (jeera), é muito saudável tanto para o trato digestivo como para o fígado. Em locais como a Mongólia e a República Buriátia, um tipo especial de manteiga é preparada a partir do leite de égua. Esta manteiga é muito benéfica em doenças do fígado, inclusive na cirrose hepática. Nos estados no norte da Índia, uma forma de manteiga denominada lassi é geralmente consumida no verão para conservar o poder digestivo e prevenir os efeitos prejudiciais do excesso de calor.

Apesar da coalhada e da manteiga possuírem os mesmos ingredientes básicos,

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estes dois alimentos possuem qualidades opostas. A manteiga, sem dúvida, afeta a função do fígado por causa de seu teor de gorduras e batê-la é muito útil. Mas o processo de bater a manteiga, envolvido na sua preparação, faz a diferença. A coalhada obstrui os canais de circulação e a manteiga, por outro lado, promove o funcionamento dos canais de circulação. Os vegetarianos, necessitando de proteína adicional, podem suplementar sua alimentação com queijos, que não são prejudiciais ao fígado.

Restrição ao açúcar Muito açúcar é consumido na forma de

batatas, cana-de-açúcar, massas e doces. Sem dúvida, o açúcar é essencial em nossa rotina para o fornecimento de energia ao nosso corpo. Mas ele não deve ser consumido em excesso, especialmente quando a pessoa passa da idade de quarenta anos. O mel contém muito açúcar na forma de frutose, mas ele não é prejudicial ao corpo ou ao fígado. O mel não deve ser ingerido juntamente com qualquer bebida quente. No Ayurveda, o mel é considerado um redutor do açúcar sangüíneo e é administrado aos pacientes que sofrem de diabetes mellitus. O mel com bebidas quentes é geralmente administrado às pessoas que têm excesso de gordura corporal.

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Paz mental e exercícios físicos Você deve praticar a meditação

regularmente, se quiser conservar a função hepática em boa forma. Diferentes tipos de meditação são defendidas por diferentes religiões. Todas são boas, desde que o aspirante

esteja sob a supervisão de uma pessoa competente. Além das realizações espirituais e da paz mental, a meditação sempre ajuda a conservar o corpo fisicamente saudável.

As pessoas que trabalham em escritórios e lojas sempre levam uma vida sedentária. Eles se locomovem direto de casa para o local de trabalho, de carro ou de bicicleta e na volta põem os pés na porta de casa no mesmo veículo. Estando cansados do trabalho oficial, pouca energia lhes resta para caminhar ou para fazer qualquer exercício físico. Isto afeta a função hepática e a digestão. A pessoa deve praticar exercícios pela manhã e à tarde e deve encontrar justificativas em casa e no trabalho que o permitam sair para caminhar, para manter-se saudável. Deve ficar bem claro aqui que correr ou caminhar com pressa, imediatamente após a ingestão de alimentos é extremamente prejudicial para o fígado. A pessoa deve repousar durante pelo menos quinze minutos após a alimentação e antes de começar a trabalhar.

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Regularidade do sono e evacuação Se a pessoa não está constipada, a

possibilidade do fígado estar lesado é mais remota. Deve haver regularidade nos movimentos intestinais e para que isto ocorra, a pessoa deve desenvolver o hábito de ir ao banheiro

regularmente e fixar períodos de tempo. Os movimentos intestinais dependem de uma boa noite de sono. Pessoas que se comprometem a ir a festas até tarde da noite, dormem muito tarde e não acordam pela manhã bem cedo não conseguem movimentos intestinais adequados. Portanto, a pessoa deve desenvolver o hábito de ir para cama cedo e levantar-se da cama logo que o dia começa.

Há um bom ditado que diz “Ir cedo para a cama e cedo se levantar torna o homem saudável, rico e sábio para a vida aproveitar.”

Os vegetarianos geralmente apresentam problemas para limpar os intestinos por causa do menor aporte de resíduos em sua dieta. Sua alimentação, portanto, deve ser complementada com uma quantidade adequada de frutas e cascas para conservar seus intestinos limpos.

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Medicamentos Se, por ignorância ou descuido, a pessoa

acaba vítima de doenças do fígado, é necessário que ela tome medicamentos. Nesta monografia, treze plantas estão sendo descritas com referência a suas propriedades como preventivas

e curativas de várias doenças do fígado. Elas estão em uso na Índia e países vizinhos há milhares de anos. Hoje, os médicos ayurvédicos utilizam estas plantas e suas preparações com sucesso considerável e nenhum efeito colateral adverso tem sido notificado. Estas não são as únicas ervas usadas contra doenças do fígado no arsenal de medicamentos ayurvédicos. Elas foram escolhidas por causa de sua popularidade e excelência terapêutica. O Ayurveda possui seus próprios conceitos sobre a composição e o modo de ação destas drogas. Tais detalhes foram evitados intencionalmente tendo em vista que este livro deve conservar um volume reduzido de páginas. Muitas preparações compostas a partir destas plantas são descritas nos clássicos ayurvédicos e comercializadas por um grande número de fabricantes. Para incrementar os efeitos destas drogas, para tornar as preparações mais agradáveis ao paladar, para aumentar o raio de ação e multiplicar seus efeitos, para aumentar

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a validade dos produtos e promover maior eficácia terapêutica, muitas outras substâncias vegetais, animais ou minerais são adicionadas e as preparações são produzidas segundo diferentes processos farmacêuticos, dependendo de sua indicação e das substâncias utilizadas no composto. Diferentemente da medicina moderna, nenhuma substância química sintética é adicionada nestas preparações compostas. Apenas extratos simples da erva em sua forma bruta são utilizados. Algumas importantes preparações compostas são citadas no final de cada monografia nesta série. Os pacientes podem empregar estas plantas com segurança, seguindo as orientações destas monografias. Elas pretendem não só proporcionar alívio aos sinais e sintomas já manifestados das doenças do fígado, mas também possuem uma ação no corpo como um todo e finalmente ajudam a erradicar a doença. Todas as preparações citadas possuem uma larga margem de segurança e mesmo se consumidas em doses mais elevadas do que aquelas prescritas para propósitos terapêuticos, não apresentam na prática nenhum efeito indesejável. Ao invés de produzirem efeitos colaterais tóxicos, estas drogas produzem benefícios colaterais. Elas podem ser utilizadas para indivíduos saudáveis da mesma forma que

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para os doentes. Em pessoas saudáveis, estas ervas previnem a ocorrência das doenças e proporcionam uma saúde positiva. Nos pacientes, estas plantas curam a doença e tornam o corpo imune a futuros ataques da mesma. Estas ervas possuem muitos outros efeitos terapêuticos mas, para não nos afastarmos do contexto, apenas seus efeitos sobre as doenças do fígado foram destacados aqui e outros aspectos destas ervas foram apenas citados. Como estas plantas não produzem efeitos adversos quando utilizadas por períodos prolongados, não há um tempo limite para o tratamento das doenças do fígado com estes remédios. Eles podem ser empregados seguramente até que o paciente fique absolutamente livre da doença e mesmo durante alguns poucos dias após sua remissão, para prevenir a recorrência da mesma.

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FITOTERÁPICOS

Aloe barbadensis (Kumari) Sinônimos Árabe: Musagbar; Bengali: Ghrita kumari;

Inglês: Aloe, Common Indian aloe; Francês: Aloes; Alemão: Aloe; Grego: Aloi; Hindi: Ghiguvara, Gvarapatha, Kumari, Kuvarapatha; Italiano: Aloe; Persa: Darakhtesinn; Sânscrito: Ghrtakumari, Adala, Aphala, Bahupatri, Grihakanya; Urdu: Ghiqwara; Português: Babosa.

Parte utilizada A polpa ou o suco da folha fresca são

utilizados na medicina. Habitat Kumari (Aloe barbadensis) cresce

espontaneamente e também é cultivada como planta ornamental nas regiões tropicais,

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subtropicais e temperadas. Cresce bem em solo arenoso.

Descrição Kumari é um arbusto anão de folhas

carnosas. Seu caule tem 30 a 60 cm. de altura. Suas folhas possuem cerca de 40 cm. de comprimento, 10 cm. de largura e 2 cm. de espessura. Estas folhas são carnosas e apresenta espinhos em toda a margem. Se a folha é cortada e pendurada com a porção cortada para baixo, um suco transparente, amarelado, escorre da mesma. Este líquido é coletado e colocado a secar por exposição ao sol (algumas vezes é colocado a secar no fogo). A massa sólida resultante é chamada musagbar. Este é um ingrediente utilizado na medicina. As flores avermelhadas aparecem no inverno.

Usos terapêuticos Kumari é geralmente utilizada no tratamento

das doenças do fígado, incluindo icterícia, constipação crônica, hemorróidas, formação de gases no estômago, perda do apetite e outras doenças tais como dismenorréia, irregularidade menstrual e leucorréia (secreção vaginal de odor fétido). Como cura distúrbios digestivos e doenças do fígado, é especialmente utilizado para crianças.

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Aloe barbadensis (Kumari)

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Externamente, é empregado no tratamento de queimaduras e entorses.

O nome sânscrito desta planta Kumari (que significa “menina virgem”) é muito significativo. É muito útil para garotas na fase adolescente. Além de curar os distúrbios menstruais, melhora a compleição, limpa a pele de espinhas e aumenta sua fertilidade. Se utilizada regularmente, ajuda na manutenção de seu equilíbrio hormonal durante diferentes fases de seu ciclo menstrual e ajuda na criação de um desenvolvimento mental harmonioso. É igualmente útil para mulheres com mais idade, especialmente durante o período de menopausa. As mulheres durante esta fase de sua vida, sofrem geralmente de muitos distúrbios físicos e mentais e desequilíbrios hormonais, que são prevenidos e curados através do uso desta droga.

Método de preparação e modo de usar Nas doenças do fígado, inclusive na

icterícia, na constipação crônica, hemorróidas, perda do apetite, flatulência e leucorréia, tanto o suco como a polpa desta planta são administrados ao paciente.

Como é amarga, deve ser adicionada uma pitada de sal ao remédio. Quando for administrado às crianças, deve ser adicionada a mesma quantidade de mel ou uma pequena

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quantidade de açúcar mascavado indiano ou açúcar. Em casos de icterícia, o suco ou a polpa devem ser administrados ao paciente juntamente com açúcar mascavado indiano ou açúcar (não se deve adicionar sal).

Internamente, kumari (Aloe barbadensis) é também utilizada na forma de asava (bebida alcoólica) e paka (xarope ralo).

O suco ou a polpa da parte carnosa da folha são aplicados externamente em queimaduras. A pele externa da folha deve ser removida com uma faca e a polpa carnosa deve ser transformada em pasta com um pilão. Por causa de sua natureza carnosa é um pouco difícil extrair o suco da polpa. A folha inteira deve ser ligeiramente tostada sobre o fogo. Isto torna mais fácil a extração do suco, passando a polpa através de um pano.

Em casos de entorses ou luxações, a polpa ou o suco desta planta devem ser suavemente esfregados sobre a área afetada, duas a três vezes ao dia.

Dose Suco: Duas colheres de chá (10 ml.), duas

vezes ao dia, com mel. Polpa: Duas colheres de chá (10 ml.), duas

vezes ao dia, com açúcar mascavado indiano ou açúcar.

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Asava (Preparação alcoólica): Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, após a alimentação, com igual quantidade de água.

Paka (xarope ralo): Uma colher de chá (5 ml.), duas vezes ao dia, em jejum, com leite.

Preparações 1. Kumaryasava

2. Kumari vati 3. Rajah pravartini vati 4. Kumari paka

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Benincasa hispida (Sveta kusmanda)

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Benincasa hispida (Sveta kusmanda) Sinônimos Árabe: Majdabha; Bengali: Chal kumra;

Birmanês: Kyauk payon; Inglês: White gourd, Ash pumpkin, Tallow gourd, Wax gourd; Francês: Courge a la cire; Alemão: Wachskurbis, Prugel kurbia; Chinês: Tung kua; Hindi: Petha, Safed kumda; Italiano: Zucca della cera; Persa: Kadurumi, Majdabh, Pazdaba; Sânscrito: Sveta kusmanda, Brhat phala; Singalês: Alupuhu; Urdu: Petha; Português: Melancia da Ásia.

Partes utilizadas A fruta e as sementes são utilizadas na

medicina. Habitat É cultivada em todos os trópicos, tanto nas

planícies como nas encostas a 1.200 m. acima do nível do mar.

Descrição É uma erva rasteira, comprida ou do tipo

trepadeira. Sua fruta é cilíndrica ou esférica, 30 a

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45 cm. de comprimento, com sementes brancas e achatadas. Nas planícies, as sementes são semeadas durante os meses de Fevereiro e Março e, sobre as encostas, nos meses de Março a Abril2. A parreira se propaga sobre os telhados de palha das casas nos vilarejos. Levam três a seis meses para seus frutos amadurecerem. O fruto verde é empregado como vegetal logo após a colheita. O fruto maduro é armazenado em um local aberto e usado na culinária, na medicina e para fazer doces, como e quando necessário. As sementes coletadas dos frutos maduros são secas e empregadas nas preparações vegetais, assim como na medicina.

Usos terapêuticos É útil no tratamento das doenças do fígado,

incluindo a icterícia. É também empregada nos casos de acidez, azia, gastrite, úlcera péptica, sangramentos do trato gastrointestinal e infestações parasitárias. Também é utilizada no tratamento da tuberculose, dos distúrbios urinários, das hemorróidas que sangram, do

2 N. do T.: Os meses de Fevereiro e Março correspondem a Sisira ou final do Inverno e os meses de Março e Abril correspondem a Vasanta ou Primavera pelo calendário hindu.

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sangramento menstrual excessivo e da síndrome de queimação.

Método de preparação e modo de usar O suco da melancia da Ásia (Benincasa

hispida) é muito útil nas doenças do fígado, inclusive na icterícia, na gastrite e na úlcera péptica. A casca da fruta é retirada e as sementes são removidas da polpa cuidadosamente. Sua polpa é muito macia e sem fibras. Portanto, com o auxílio de um espremedor de suco ou uma centrífuga, o suco pode ser extraído. A polpa pode ser cortada em pedaços pequenos, transformada em pasta por trituração e o suco pode ser espremido. Além de reduzir a acidez, a azia e o sangramento das úlceras, ajuda na promoção das funções do fígado e na eliminação dos pigmentos biliares. Produz, simultaneamente um efeito diurético.

A polpa da Benincasa hispida é também transformada em geléia ou compota. A última é denominada petha e, no método convencional de preparação, a polpa é triturada em água de cal. Isto não é indicado para pacientes que sofrem de doenças do fígado e icterícia. Para tais pacientes, os doces devem ser preparados de forma especial, sem que a polpa seja lavada em água de cal. A polpa da fruta também pode ser

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empregada em preparações vegetais e em sopas.

Dose Suco: Um copo (125 ml.), três a quatro

vezes ao dia. Para torná-lo mais agradável ao paladar, pode ser adicionado um pouco de açúcar ou mel.

Geléia: Uma colher de chá (5 g.), três a quatro vezes ao dia.

O suco ou a geléia devem ser administrados, de preferência, com o estômago vazio.

Preparações 1. Kusmandavaleha 2. Kusmanda curna 3. Kusmanda ghrta

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Berberis aristata (Daru haridra)

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Berberis aristata (Daru haridra)

Sinônimos Árabe: Aargis, ambar baris; Bengali: Dar

haldi; Butanês: Skyer rtsa, Tse ma: Inglês: Indian barberry, Tree turmeric; Grego: Lykion indikon; Hindi: Daru haldi, Dar hald, Kashmal, Rasvat; Nepalês: Chitra, Chutro; Sânscrito: Daru haridra, Darvi, Pita daru, Katankateri; Urdu: Jharki halad, Zarishk.

Partes utilizadas O caule, a raiz, a fruta e o extrato são

utilizados na medicina. Habitat Daru haridra (Berberis aristata) cresce no

clima temperado das montanhas do Himalaia e das montanhas Nilgiri, a cerca de 500-875 m. acima do nível do mar.

Descrição É um arbusto grande, geralmente com 2 a 4

m. de altura. Seus ramos são esbranquiçados ou

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marrom amarelados e pálidos. A casca é extremamente enrugada e áspera. As folhas possuem 4 a 10 cm. de comprimento por 1,5 a 3,5 cm. de largura, com a borda denteada. Seu fruto possui os sabores doce e azedo.

Usos terapêuticos É um medicamento excelente para corrigir

desequilíbrios do fígado, incluindo a icterícia, hemorróidas, anemia, perda de apetite, náuseas, vômitos, flatulência e constipação. É utilizada tanto internamente como externamente para várias doenças de pele como a escabiose, os eczemas, psoríase, abscessos e ulcerações crônicas. É administrada para várias doenças urinárias como queimação e dor à micção, diabetes mellitus e hipertrofia da próstata. Tradicionalmente, é utilizada no tratamento de leucorréia, menorragia, amenorréia, dismenorréia, hipertrofia das glândulas linfáticas, fístula anal, sinusite e febres.

Externamente, é empregada para o tratamento de conjuntivite e outras doenças oculares.

Método de preparação e modo de usar Na icterícia e doenças associadas, é

geralmente utilizada na forma de decocção. Para este propósito, três colheres de chá (15 mg.) do

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pó grosso de seu caule é fervido com dois copos de água até que a quantidade inicial se reduza a um quarto. Depois, o pó é coado e a decocção é esfriada. Por causa de seu sabor amargo, deve ser adicionado um pouco de açúcar ou mel antes da decocção ser ingerida.

Ela também pode ser utilizada em forma de chá (infusão). Uma colher de chá (5 mg.) do pó fino deve ser colocado em um coador e uma xícara de água morna deve ser despejada sobre ele. O chá deve ser tomado após a adição de leite e açúcar.

Preparação de Rasañjana A casca da raiz, a raiz e a parte inferior do

caule são transformados em pó e fervidos, adicionando-se oito vezes a quantidade de água, até que a solução se reduza a um quarto da quantidade inicial. A decocção, assim preparada, é coada e novamente colocada para cozinhar em fogo lento até que uma pasta marrom e pegajosa seja obtida. Esta pasta é posteriormente colocada a secar no sol. Isto se chama rasañjana ou rasaunt. Possui sabor amargo e adstringente e é facilmente dissolvido em água. Rasañjana misturado com manteiga e sulfato de alumínio ou com ópio é utilizado para pingar nos olhos. Na forma de pasta, é aplicado sobre as pálpebras e sobre úlceras. Este é um remédio caseiro para

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conjuntivite aguda e para oftalmia crônica. A solução preparada a partir da adição de água ao rasañjana é utilizada para lavagem de úlceras crônicas e supuradas.

Rasañjanadi curna Junta-se uma parte de cada um dos

seguintes ingredientes: rasañjana, ativisa (Aconitum heterophyllum), sementes de kutaja (Holarrhena antidysenterica), a casca da kutaja, dhataki (Woodfordia floribunda) e gengibre. Estes ingredientes são transformados em pó e administrados junto com água de arroz. É uma formulação excelente para curar doenças do fígado, icterícia e distúrbios digestivos.

Dose Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),

duas vezes ao dia, em jejum, com adição de mel, açúcar ou açúcar mascavado indiano.

Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), duas vezes ao dia, em jejum, com mel.

Infusão: Uma xícara, duas a três vezes ao dia, com leite e açúcar.

Preparações 1. Rasañjana curna 2. Rasañjanadi curna 3. Rasañjanadi yoga

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4. Rasañjanadya taila 5. Rasañjanadi lepa 6. Rasañjanadi kalka

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Eclipta alba (Bhrnga raja)

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Eclipta alba (Bhrnga raja) Sinônimos

Árabe: Kadimelbint; Bengali: Keshori, Kesuti, Bhrunga raja; Butanês: Bhrin ga; Chinês: Han lien ts’as, Li ch’ang, Me teou ts’ao; Inglês: Trailing eclipta; Francês: Eclipta droite; Alemão: Aufrechte mehlblume; Hindi: Bhangra; Italiano: Eclipta; Malaio: Han lien tsao; Sânscrito: Markava, Kesaraja; Singalês: Kikirindi; Urdu: Bhangra. Partes utilizadas A planta inteira é utilizada na medicina.

Habitat Bhrnga raja cresce espontaneamente na

natureza em climas úmidos e quentes, particularmente na proximidade de riachos e lagos, até 1.800 m. acima do nível do mar, sobre as colinas.

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Descrição É uma erva pequena com cerca de 15 a 20

cm de comprimento. Ela se espalha pelo solo. As folhas são alongadas e pontiagudas em ambas as extremidades. As flores são brancas e aparecem no Outono, assim como as sementes. As raízes saem de seus nódulos ou protuberâncias.

Usos terapêuticos É administrada no tratamento das doenças

do fígado, inclusive na icterícia e na hepatite infantil. É também utilizada no tratamento da perda do apetite, acidez estomacal, azia, eructação ácida, gastrite, úlcera péptica e constipação crônica. É útil no tratamento da febre, da sensação de queimação, dos problemas com a garganta, do branqueamento prematuro dos cabelos, da epilepsia e das doenças cardíacas.

Externamente, é administrada no tratamento das doenças de pele, tais como erisipela e eczemas.

Método de preparação e modo de usar Externamente, são empregados a pasta, o

suco e o óleo medicinal desta planta. Internamente, é utilizada na forma de pasta, suco e pó. Como cresce na lama, deve ser limpa de

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forma apropriada antes de ser utilizada. Para a preparação do pó, a planta deve ser colocada para secar na sombra. Para a preparação do suco, as folhas, flores e os ramos verdes são muito bem lavados, triturados com um pouco de água e o suco é extraído espremendo-se esta pasta através de um pano. É adstringente e amargo no sabor e para melhorá-lo, deve ser adicionada à pasta ou ao suco uma pequena quantidade de sal, açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel.

Para a preparação do óleo medicinal, seu suco, juntamente com algumas outras drogas, é fervido no óleo de gergelim e este óleo medicinal é popularmente empregado para o tratamento do branqueamento prematuro dos cabelos, para a prevenção e cura da queda de cabelos (alopécia) e para produzir um efeito refrescante sobre o corpo como um todo. Uma massagem no couro cabeludo feita com este óleo promove um sono adequado, reduz a pressão arterial, se esta estiver elevada, e melhora a visão.

Dose A pasta, o suco ou o pó são administrados

em doses de uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia.

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Preparações 1. Bhrngarajadi curna 2. Bhrngarajadi ghrta 3. Maha bhrngaraja taila 4. Bhringaraja rasayana

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Emblica officinalis (Amalaki)

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Emblica officinalis (Amalaki) Sinônimos Árabe: Amlaj, Ambliy, Amlag, As sananir;

Bengali: Ambolaki, Amlaki, Aunlah; Butanês: Skyu-ru-ra; Birmanês: Hziphyu, Shabju, Tasha, Zibyu; Chinês: An mo le; Inglês: Emblic myrobalan; Francês: Emblique officinale; Alemão: Grave myrobalane; Hindi: Amla; Italiano: Mirobalano embelica; Nepalês: Amla; Persa: Amelah, Amuleh; Sânscrito: Amlika, Amalaka, Siva, Sriphala; Singalês: Awusadanelli, Nelli, Tattiri; Urdu: Anwala.

Parte utilizada O fruto é empregado na medicina. Habitat Amalaki cresce espontaneamente em

florestas e é cultivado nas planícies de regiões tropicais e subtropicais.

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Descrição É uma árvore de 6 a 7,5 m. de altura. Nas

colinas das áreas subtropicais e mesmo temperadas, a árvore é mais baixa. Seus frutos são redondos, carnosos e amarelo-esverdeados na coloração. Frutos completamente maduros são amarelo-róseos. Há seis linhas verticais sobre a casca externa dos frutos. Quando secos tornam-se marrom-escuros. Floresce no outono e os frutos amadurecem no final do inverno e na primavera. A variedade selvagem é fibrosa enquanto a cultivada é carnosa. Terapeuticamente, a primeira é mais efetiva do que a última. Usos terapêuticos Sua fruta é fria, age como diurético e como um laxante suave. É extremamente benéfica como agente rejuvenescedor e também para o tratamento de doenças do fígado, inclusive a icterícia, gastrite e úlceras gástricas e duodenais, insônia, hipertensão, cefaléia e vertigem. É um tônico especial para os olhos, sendo portanto bastante utilizada em muitas doenças oculares, particularmente em erros de refração e catarata. É também benéfica no tratamento de obstrução urinária, dor e queimação à micção, no diabetes mellitus, deficiência nos órgãos sensoriais, perda da memória, encanecimento precoce dos

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cabelos, calvície, hemorróidas, vômitos, especialmente durante a gestação, doenças cardíacas, sangramentos por qualquer parte do corpo, bronquite, asma, tuberculose, menorragia, eczema, febre crônica, sede mórbida, síndrome de queimação e fraqueza geral. Como preventiva, a planta é utilizada contra gripe, tosse, asma, tuberculose e erros de refração dos olhos. Como tônico geral, previne o processo de envelhecimento e promove a longevidade. Seu uso é recomendado nos clássicos do Ayurveda sendo um medicamento popularmente prescrito pelos médicos ayurvédicos. A ingestão desta fruta age como preventivo para as doenças do fígado e da icterícia. Pessoas viciadas em bebidas alcoólicas devem utilizar-se desta fruta e de suas preparações regularmente para prevenir o efeito prejudicial do álcool sobre o fígado. Durante epidemias de icterícia, como ocorrem nas hepatites infantis, esta fruta e suas preparações devem ser administradas para evitar a ocorrência da doença. Externamente, é utilizada para cefaléias, insônia, hipertensão, conjuntivite e obstruções urinárias.

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Método de preparação e modo de usar Internamente, é utilizada na forma de pó, pasta, decocção, infusão fria, pílulas, xarope ralo, ghee medicinal, óleo medicinal e na preparação de arista (preparação alcoólica). Para doenças do fígado, inclusive para a icterícia e para a promoção da visão, é geralmente administrada como suco. Terapeuticamente, as frutas maduras são mais úteis. Para a preparação do suco, as frutas são muito bem lavadas e trituradas. Extrai-se o suco desta pasta, espremendo-a através de um tecido. Para a preparação do pó, as frutas são colocadas a secar na sombra, suas sementes e corpos estranhos são removidos e as fibras são transformadas em um pó fino. Para a pasta, a polpa da fruta é embebida em água e transformada em pasta por trituração. A decocção é preparada através da adição de oito vezes a quantidade de água, fervendo-se até que se reduza a um quarto da quantidade inicial. Esta decocção é coletada após a filtragem através de um pano. Na preparação sita kasaya (infusão fria), muito útil nas doenças do fígado, inclusive na icterícia, uma colher de sopa (15 g.) do pó grosso de amalaki (Emblica officinalis) é embebido em um copo de água (de preferência um recipiente de barro). Esta solução é conservada durante a

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noite e, pela manhã, é coada através de um pano. Esta infusão deve ser ingerida pela manhã em jejum. Esta preparação corrige as doenças do fígado e a icterícia, reduz a hipertensão e induz ao sono profundo. Promove também a função renal. Esta água pode ser empregada para lavar os olhos, prevenindo e curando doenças oculares.

Dhatri lauha O pó da polpa da fruta amalaki deve ser

impregnado com o suco ou a decocção desta fruta 21 vezes. A cada vez, o pó deve ser embebido com adequada quantidade de suco e colocado a secar na sombra, antes de adicionar o suco novamente para a próxima impregnação. Deve ser adicionado um quarto da quantidade de lauha bhasma (ferro calcinado). Este pó deve ser administrado ao paciente com mel ou açúcar, em iguais quantidades. Entre outras ações, esta preparação cura doenças do fígado e icterícia.

Amalakyadi paka O pó fino das frutas maduras da amalaki

(duas partes), deve ser impregnado com o suco desta fruta e colocado a secar na sombra. A este pó, duas partes de ghee devem ser adicionados e a mistura deve ser aquecida sobre o fogo.

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Adiciona-se um xarope preparado com açúcar (quatro partes). Depois a preparação é resfriada, adiciona-se mel (uma parte) e mistura-se bem. Esta fórmula se chama Amalakyadi paka e é administrada ao paciente duas vezes ao dia, com leite, em jejum. Corrige as doenças hepáticas, induz a um bom sono, cura enxaqueca, cefaléias fortes e hipertensão.

Externamente, a polpa da fruta é aplicada em forma de pasta sobre a testa. Isto produz um efeito refrescante, promove o sono e alivia as cefaléias. O suco da polpa desta fruta é utilizada como colírio.

Dose Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), duas

vezes ao dia, em jejum, com mel. Pasta: Em geral empregada externamente. Suco ou decocção: Seis colheres de chá

(30 ml.), duas vezes ao dia, em jejum, com mel. Sita kasaya (infusão fria): Duas xícaras. É

ligeiramente azeda e para torná-la mais saborosa pode ser adicionado um pouco de mel.

Dhatri lauha: Uma grama, duas vezes ao dia, em jejum, com mel.

Amalakyadi paka: Duas colheres de chá (10 g.), duas vezes ao dia, em jejum, com leite.

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Preparações 1. Dhatri lauha 2. Dhatri rasayana 3. Amalakyadi khanda 4. Amalakyadi paka 5. Amalakyadi leha 6. Dhatryarista 7. Saptamrta lauha

8. Cyavana prasa Nota A fruta Amalaki é freqüentemente usada

como suplemento alimentar na forma de conserva, compotas (murabbas) e geléias. A ingestão destes suplementos também auxilia na cura de doenças do fígado e da icterícia.

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Glycyrrhiza glabra (Yastimadhu)

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Glycyrrhiza glabra (Yasti madhu) Sinônimos Sânscrito: Madhuka, Madhu yasti, Yasti,

Yastimadhu; Inglês: Liquorice; França: Reglisse glabre; Alemanha: Echtes sussholz; Hindi: Mulhati; Itália: Regolizia: Pérsia: Bikhemahak; Singalês: Atimadhuram; Português (Brasil): Alcaçuz.

Partes utilizadas O rizoma e a raiz são usados como

medicamentos. Habitat A planta yastimadhu desenvolve-se em

clima seco e ensolarado, sendo cultivada nas regiões subtropicais e temperadas mornas, principalmente no Mediterrâneo.

Descrição É uma erva resistente que alcança 1,8 m.

de altura. A parte subterrânea da planta consiste de numerosos ramos. Sua raiz possui muitas ramificações. A raiz e os ramos subterrâneos,

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com casca e sem casca, são empregados na medicina. Estes ramos subterrâneos e raízes são colhidos e depois cortados em pedaços para serem secos sob cobertura. Sua coloração é amarelo claro e possuem sabor característico, doce e agradável.

Usos terapêuticos

A planta é útil no tratamento de doenças do fígado, inclusive para icterícia, constipação, hemorróidas, para sangramento que se manifesta em diferentes partes do corpo, bronquite, asma, rouquidão, hiperacidez, artrite, indigestão, dores em cólicas, febre crônica, perda do apetite, infecção urinária, disúria e doenças dos cabelos.

Externamente, é aplicado sobre as articulações dolorosas e inchadas. Na forma de solução é utilizada para enxaguar os olhos.

Método de preparação e modo de usar

É utilizada na forma de pó, decocção e óleo medicinal. Para preparar o pó, os rizomas e as raízes desta planta são limpos e depois transformados em pó por moagem. Como são muito fibrosos, é demorada sua transformação para a forma de pó, uma vez que é preciso ser peneirado e moído repetidamente.

Na preparação da decocção, uma colher de sopa (15 g.) deste pó é misturado a duas xícaras

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de água. Esta mistura é fervida até que a quantidade inicial se reduza a meia xícara. O pó deve ser coado e desprezado e a decocção é empregada como medicamento. Por causa de seu sabor adocicado, as crianças aceitam sua administração com mais facilidade e a planta é adicionada a muitos xaropes para tosse. Seu pó também é mascado juntamente com a folha de bétele para prevenir e corrigir distúrbios digestivos. O pó produz um efeito suavizante sobre a garganta. É adicionado a diversas formulações na forma de tabletes, comprimidos e pílulas. Os vocalistas conservam um pedaço de sua raiz na boca e mascam-na quando podem. Isto ajuda a melhorar a voz.

Úlceras na garganta, tosse, constipação crônica e hemorróidas são aliviadas com o uso deste pó juntamente com chá, ambos em iguais quantidades. Algumas pessoas ingerem a infusão do pó de yastimadhu (Glycyrrhiza glabra) com leite e açúcar, como um chá.

Para promover a boa visão, uma colher de chá (5 g.) do pó desta planta e uma colher de chá (5 g.) de amalaki (Emblica officinalis) são adicionados a um copo de água, conservados durante a noite, coados através de um pano e o líquido é ingerido pela manhã, em jejum. Enquanto promove a visão, corrige também doenças do fígado, inclusive a icterícia, a

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constipação, hemorróidas, a hiperacidez e o reumatismo. É administrado na forma de um xarope regularmente para prevenir as doenças do fígado, inclusive a icterícia e os ataques de calor no verão.

Dose

Curna (pó): Uma colher de chá (5 gramas), duas a três vezes por dia, com água ou leite morno ou misturado com mel. A administração do pó com mel e ghee (1/2 colher de chá de cada) é muito útil para promover a visão.

Kvatha (decocção): Meio copo (60 ml.), duas vezes ao dia. Na bronquite, asma, hemorróidas e constipação, a decocção deve ser administrada quando estiver morna. Pode ser ingerida três a quatro vezes ao dia dependendo da seriedade da doença.

Sarbat (xarope): Duas colheres de chá (10 ml.), duas a três vezes ao dia.

Preparações

1. Yastyadi curna 2. Yastimadhvati taila 3. Yastyadi kvatha 4. Saptamrta lauha 5. Svadista virecana

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Momordica charantia (Karavellaka)

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Momordica charantia (Karavellaka)

Sinônimos Árabe: Ulhimar, Qisaulbarrl; Bengali:

Baramasiya, Varamasiya; Birmanês: Kehingabin, Kyethenka; Chinês: Ku Kua; Inglês: Bitter gourd; Francês: Pandipane; Alemão: Gurkenahnlicher Balsamapfel; Hindi: Karela, Karola; Persa: Karelah, Simahang; Sânscrito: Susavi; Singalês: Battukarawilla, Kirilla; Urdu: Karella; Português: Pepino de São Gregório, Melão de São Caetano.

Partes Utilizadas As folhas e o fruto desta planta são

utilizados como medicamentos. Habitat Como a planta é muito utilizada como

vegetal, é cultivada extensivamente nas regiões subtropicais e tropicais até 1.500 m. de altitude.

Descrição Karavellaka (Momordica charantia) é uma

trepadeira com ramos finos e possui cinco a sete

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folhas em cada talo. As flores são amarelas, e os frutos possuem de 5 a 25 cm. de comprimento, suspensos e guarnecidos com numerosas tuberosidades. As sementes são de coloração marrom, com 13 a 16 mm. de comprimento, achatadas e encaixadas na polpa vermelha. Geralmente, dois tipos de Karavellaka (Momordica charantia) são cultivados – uma variedade produz frutos no verão e a outra produz frutos durante o ano todo. Elas diferem na forma de crescimento, no tamanho e na forma dos frutos e no período de maturidade. Algumas variedades produzem frutos pequenos e outras, grandes, com uma superfície externa grossa. A fruta, apesar do sabor amargo, é considerada saudável e apreciada como vegetal quando verde. Pode ser fatiada e conservada após secagem, para uso na entressafra.

Usos terapêuticos É útil no tratamento de doenças do fígado e

icterícia. É utilizado popularmente no tratamento de diabetes mellitus, reumatismo, gota, doenças do baço, febre, parasitoses, hemorróidas, asma, bronquite, edemas, litíase urinária, doenças crônicas de pele e obesidade.

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Método de preparação e modo de usar A fruta é cozida como vegetal, preparada

como conserva e utilizada como condimento. Seu sabor amargo é reduzido através de uma infusão em água e sal e do cozimento após a raspagem da casca.

É indicado para o tratamento de doenças do fígado, inclusive a icterícia, na forma de suco e pó. O suco é feito a partir das folhas e da fruta.

O pó da fruta seca também é utilizado no diabetes.

Dose Suco: Seis colheres de chá (30 ml.), três

vezes ao dia. Pó (curna): Duas colheres de chá (10 g.),

três vezes ao dia.

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Phyllanthus niruri (Bhumyamalaki)

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Phyllanthus niruri (Bhumyamalaki) Sinônimos Árabe: Bhuin amala; Butanês: Ta ma la ki;

Birmanês: Mizi phiyu; Hindi: Bhuin amala; Sânscrito: Bhudhatri, Tamalaki; Singalês: Pittavaka; Português: Quebra-pedra.

Partes utilizadas A planta inteira é utilizada na medicina. Habitat Cresce espontaneamente em áreas

arenosas e úmidas de regiões tropicais e subtropicais. É encontrada também em todos as planícies da Índia, no Sri Lanka, no arquipélago Malaio, na China e nas ilhas do Pacífico.

Descrição É uma erva anual pequena com cerca de 30

a 40 cm. de altura, que cresce como erva daninha nas estações chuvosas e no inverno. As folhas são elíptico-alongadas e linearmente alongadas. As flores são amareladas, esverdeadas e

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esbranquiçadas. Suas frutas aparecem na união das folhas com o caule. Apesar de minúsculas em tamanho, estas frutas se parecem com as da planta amalaki (Emblica officinalis), por isso é chamada bhumyamalaki, ou seja, “amalaki que cresce próxima ao chão”. As flores e as frutas aparecem no outono. Esta erva geralmente aparece nas estação chuvosa e no inverno e desaparece no verão.

Usos terapêuticos É amarga no sabor e é útil nas doenças do

fígado, inclusive na icterícia, na perda de apetite, nas febres, cólicas, diarréia, disenteria, ascites, doenças do trato geniturinário e na leucorréia (secreção branca ou sem cor, associada a odor fétido). É utilizada também na bronquite, asma, soluços, doenças do baço e doenças da pele.

Método de preparação e modo de usar Na icterícia e outras doenças do fígado, é

geralmente empregada na forma de pasta ou suco. É também administrada na forma de óleo medicinal. Para a preparação da pasta, a planta deve ser bem lavada com água, e a pasta é preparada por trituração. Coando-se esta pasta com um pano, obtém-se o suco.

Nos soluços, o suco de sua raiz, misturado com açúcar é administrado ao paciente. Este

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suco também pode ser utilizado para inalação. Para leucorréia e menorragia, as folhas e as frutas são transformadas em pasta e misturada com água de arroz. Este líquido é ingerido pela paciente.

Para úlceras e outras doenças de pele, é administrada externamente na forma de pasta. Para doenças dos olhos, sua pasta é preparada por trituração com vinagre e sal-gema e aplicada externamente sobre as pálpebras.

Dose Pasta: Uma colher de chá (5 g.), três vezes

ao dia, com água ou água de arroz. Suco: Uma colher de chá (5 ml.), três vezes

ao dia, com mel. Preparação 1. Bhudhatryadi taila

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Picrorhiza kurroa (Katuki)

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Picrorhiza kurroa (Katuki)

Sinônimos Bengali: Katki, Karu; Butanês: Ka ta bhi,

Hon len, Puti sin; Inglês: Kurroa, Hellebore; Hindi: Kutaki; Nepalês: Kaduki; Sânscrito: Tikta, Katu rohini; Singalês: Katukarosana.

Parte utilizada A raiz é utilizada na medicina. Habitat Cresce espontaneamente no Himalaia,

entre 2.000 a 4.000 m. acima do nível do mar. Descrição É uma erva com caule duro. As folhas são

denteadas em sua margem, arredondadas na extremidade e com 5 a 10 cm. de comprimento. As raízes possuem 15 a 25 cm. de comprimento. Quando seca, a pele externa da raiz é marrom e fica solta. O miolo da raiz é de coloração preta. As raízes disponíveis no mercado possuem de 2,5 a 5 cm. de comprimento. Elas são muito

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amargas. As flores e as frutas aparecem no verão.

Usos terapêuticos É extremamente útil nas doenças do fígado,

inclusive na icterícia e na leucodermia. Aumenta o apetite, cura constipação, parasitoses intestinais e corrige doenças urinárias, inclusive o diabetes mellitus e doenças crônicas de pele, inclusive o eczema. É um tônico e cura as febres, a flatulência, doenças cardíacas, edemas, bronquite e asma.

Método de preparação e modo de usar Geralmente, é administrada na forma de pó.

Para adultos, é algumas vezes prescrita na forma de decocção. Por causa de seu sabor extremamente amargo, é geralmente administrada juntamente com açúcar mascavado indiano, açúcar ou mel. Geralmente, é administrada em jejum, mas se o paciente apresentar náuseas, ela deve ser ingerida após a refeição.

Arogya vardhini Contém uma parte de mercúrio purificado,

uma parte de enxofre purificado, uma parte de bhasma de ferro (o metal calcinado), uma parte de bhasma de mica, uma parte de bhasma de

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cobre, duas partes de cada um dos seguintes: haritaki (Terminalia chebula), bibhitaka (Terminalia belerica) e amalaki (Emblica officinalis), três partes de Shilajiti (uma resina mineral), quatro partes de guggulu purificado (Commiphora mukul), quatro partes da raiz de citraka (Plumbago zeylanica) e 22 partes de katuki (Picrorhiza kurroa). Para começar, o mercúrio e o enxofre são triturados e transformados em um pó finíssimo. A este pó, as outras drogas em pó são adicionadas sendo então trituradas através da adição do suco das folhas da neem (Azadirachta indica). Desta pasta, são feitos tabletes de 250 mg.

Dose Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), três

vezes ao dia, com mel ou açúcar mascavado indiano.

Decocção: Uma colher de chá (5 ml.), três vezes ao dia.

Arogya vardhini: Dois tabletes, três vezes ao dia, com água morna ou leite morno.

Preparações 1. Arogyavardhini vati 2. Katukadya lauha 3. Tiktadi kvatha 4. Tiktadya ghrta

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Solanum nigrum (Kakamaci)

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Solanum nigrum (Kakamaci) Sinônimos Árabe: Enabeth thalab; Ribriq, Enabeddir,

Ambussalap; Bengali: Kak machi, Mako, Tulidun, Gurkamai; Butanês: Smon sne’u dmar po; Chinês: Long k’oei; Inglês: Black night shade, Common night shade; Hounds berry; Francês: Morella noire, Amourette, Bonbon noir; Alemão: Schwarzer nachts chatten; Grego: Strychnos, Sychnos; Hindi: Makoy, Kabaia, Gurkamai; Italiano: Ballerina, Solano hero, Solatro ortense, Morella; Persa: Rubahtareek; Sânscrito: Kaka maci, Bahuphala; Singalês: Kalu kanweriya, Kalu kungwareiya; Urdu: Makoy; Português (Brasil): Erva-moura, Erva-de-bicho, Caraxixu, Aguaraquiá, Pimenta-de-galinha

Partes utilizadas A planta inteira é utilizada na medicina. Habitat Cresce espontaneamente em todas as

regiões tropicais e temperadas.

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Descrição É uma planta herbácea com cerca de 30 a

45 cm. de altura. As folhas são ovais ou alongadas, denteadas nas margens, ou lobuladas e estreitas nas duas extremidades. As flores são brancas. As frutas são vermelhas, amarelas ou pretas e possuem forma redonda.

Usos terapêuticos É um remédio caseiro para as doenças do

fígado, inclusive para icterícia e para cirrose. É também utilizada para orquites, reumatismo, diarréia, disenteria, tosse, soluços, asma, disúria, constipação crônica, distúrbios uterinos, esterilidade feminina, febre crônica e doenças crônicas de pele. É utilizada externamente na forma de pasta morna sobre áreas inflamadas, assim como em articulações edemaciadas e ulcerações na pele e na mucosa.

Método de preparação e modo de usar É administrada na forma de pasta, suco,

decocção, pó e arka (produto destilado). Para a preparação da pasta, kakamaci

(Solanum nigrum) é lavada e triturada bastante com um pilão. Esta pasta é coada através de um pano para retirada do suco. Para a preparação do pó, a planta é cortada em pequenos pedaços e

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colocada a secar na sombra. Estes pedaços secos são pulverizados e coados em uma peneira fina ou pano. Duas colheres de sopa deste pó (10 g.) são adicionadas a dois copos de água, fervidos e reduzidos a um quarto da quantidade inicial. O pó é coado e a decocção assim obtida é empregada na medicina.

Para a preparação de arka (produto destilado), a planta verde é bem lavada e cortada em pequenos pedaços. Adiciona-se igual quantidade de água, despeja-se esta mistura em um destilador, ferve-se e o líquido destilado é coletado em um recipiente. Este destilado (arka) é popularmente e preferencialmente utilizado na cirrose infantil, em doenças do fígado e na diarréia das crianças.

O suco de kakamaci (Solanum nigrum) é adicionado a diferentes formas de xaropes utilizados para prevenir e curar doenças do fígado. Muitos tipos de xarope fabricados por diferentes laboratórios são vendidos nas farmácias da Índia. Kakamaci (Solanum nigrum), juntamente com outras drogas também entra na formulação de medicamentos na forma de tabletes.

Para bronquite e asma, o pó de suas frutas é especialmente indicado.

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Suas folhas são empregadas na forma de preparação vegetal na culinária e associadas à dieta de pacientes que sofrem de edema.

Dose Pasta: Uma colher de chá (5 g.), três vezes

ao dia, com mel, açúcar ou açúcar mascavado indiano.

Suco: Duas colheres de chá (10 ml.), três vezes ao dia, com mel.

Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com leite ou mel.

Decocção: Doze colheres de chá (60 ml.), duas vezes ao dia, em jejum.

Arka (Produto destilado): 20 a 50 ml., duas vezes ao dia, em jejum, com mel.

Preparação 1. Arka makoya

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Swertia chirata (Kirata tikta)

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Swertia chirata (Kirata tikta) Sinônimos Árabe: Qurabuzzarirah; Bengali: Chirata;

Butanês: Ti kta; Birmanês: Sekhagi; Inglês: Chiretta; Hindi: Chirayata; Nepalês: Cherata; Persa: Nenilawandi, Quasabuzzarirah; Sânscrito: Bhu nimba, Naipala, Sutiktaka; Urdu: Chiarayata.

Partes utilizadas A planta inteira é útil para a medicina. Habitat Cresce espontaneamente nas regiões de

clima temperado no Himalaia, a cerca de 1.200 a 3.000 m. acima do nível do mar.

Descrição Kirata tikta (Swertia chirata) é uma erva

anual ereta, com 60 a 125 cm. de altura., caule robusto, ramificado, cilíndrico embaixo e quadrangular na parte de cima. Folhas largas e lanceoladas e flores amarelo-esverdeadas tingidas de púrpura. A planta se espalha

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rapidamente a partir de sementes que são derrubadas durante os meses de Outubro-Novembro (no hemisfério norte).3

Usos terapêuticos É bastante apreciada como medicamento e

popularmente utilizada no tratamento das doenças do fígado, inclusive na icterícia, na constipação crônica, flatulência, perda de apetite, febre (particularmente causada por malária), anemia e reumatismo, doenças do sangue e da pele, assim como escabiose, eczemas, psoríase e leucodermia. É utilizada também nos distúrbios menstruais, como atrasos, dismenorréia e oligomenorréia. É um tônico amargo e destrói parasitas intestinais.

Método de preparação e modo de usar É vendida no mercado na sua forma seca.

Em altitudes elevadas, no entanto, é vendida na forma verde. Nas planícies, uma outra planta chamada Andrographis paniculata (popularmente conhecida como Kalmegh), que possui propriedades idênticas, é vendida nos mercados e utilizada para os mesmos propósitos terapêuticos.

3 N. do T.: Corresponderiam aos meses de março-abril no Hemisfério Sul (Karttika, ou final do Outono).

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É administrada na forma de suco, pó e decocção.

Para a preparação do suco, a planta é lavada e transformada em pasta por trituração. Através de um pano, espreme-se a pasta e extrai-se o suco.

Para a preparação do pó, a planta é colocada a secar na sombra, após a lavagem e a retirada de material estranho, e depois transformada em um pó fino.

A decocção desta planta é preparada adicionando-se duas xícaras de água a duas colheres de chá (10 g.) do pó. Ferve-se até que a quantidade inicial fique reduzida a um quarto. O pó é coado e a decocção é empregada como medicamento.

É também administrada na forma de um xarope ralo, de óleo medicinal ou como ghee medicinal.

É utilizada como tônico juntamente com a pasta de madeira de sândalo e nesta forma é utilizada para curar doenças do fígado, inclusive a icterícia, a disúria e a sensação de queimação na sola dos pés.

Kiratadi yoga Para preparar esta fórmula juntam-se iguais

quantidades de kirata tikta (Swertia chirata), musta (Cyperus rotundus), vatsaka (Holarrhena

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antidysenterica) e rasañjana (extrato de Berberis aristata) e transforma-se em um pó fino. É muito útil no tratamento da icterícia e da diarréia.

Dose Suco: Uma colher de chá (5 ml.), três vezes

ao dia, com mel, açúcar ou açúcar mascavado indiano.

Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com mel.

Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.), duas vezes ao dia, com açúcar mascavado indiano ou açúcar.

Kiratadi yoga: Uma colher de chá (5 g.), três vezes ao dia, com mel.

Nota Por causa de seu sabor amargo, suas

preparações devem ser administradas para crianças adicionando-se mel, açúcar ou açúcar mascavado indiano. Estas preparações agem melhor se ingeridas com o estômago vazio. Seu sabor amargo pode causar náuseas e, nestes casos, as preparações devem ser administradas depois dos alimentos.

Preparações 1. Kiratadi curna 2. Kiratadi yoga

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3. Bhunimbadi kvatha 4. Pañcatikta kasaya 5. Bhunimbadyavaleha 6. Bhunimbadya ghrta 7. Pañcatikta ghrta

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Tephrosia purpurea (Sarapunkha)

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Tephrosia purpurea (Sara punkha) Sinônimos Bengali: Bannil gacch, Sarphonka; Inglês:

Purple tephrosia; Francês: Bois nivre; Hindi: Sarpunkha, Sarpankha; Persa: Barg sufar; Sânscrito: Sarapunkha, Isu punkhika, Pliha satru; Singalês: Pila, Kavilai, Kolinchi; Urdu: Sarfonka.

Partes utilizadas A planta inteira é utilizada na medicina. Habitat Cresce em solo duro e rochoso em toda a

Índia e na Península Malaia. É geralmente cultivada como adubo verde em campos de arroz, bananais e coqueirais.

Descrição É uma planta resistente e intensamente

ramificada, com 30 a 60 cm. de altura. As folhas possuem 5 a 10 cm. de comprimento e pecíolos de 6 a 12 mm. de comprimento. São 11 a 21

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pequenas folhas com penugem na superfície interna. As flores são de coloração púrpura.

Usos terapêuticos Como indica a denominação em sânscrito

(pliha satru), a planta é extremamente útil nas doenças do baço, assim como nas doenças do fígado. Além de suas propriedades tônicas, laxantes e diuréticas, é comumente utilizada no tratamento das bronquites, asma, febre, icterícia, cirrose infantil, ascite, edemas, diarréia e doenças da pele. É útil na dispepsia crônica, na flatulência e nas cólicas.

Método de preparação e modo de usar Sara punkha (Tephrosia purpurea) é

administrada na forma de suco, pó e decocção. A planta, especialmente suas folhas, flores

e seus pequenos ramos verdes são bem lavados com água e transformados em pasta por trituração. O suco deve ser extraído espremendo-se esta pasta através de um pano.

Para a preparação do pó, os ramos e as folhas desta planta devem ser cortados em pequenos pedaços, colocados a secar no sol e triturados até se transformarem em pó.

A decocção é preparada adicionando-se duas colheres de chá (10 g.) do pó a dois copos de água e reduzindo a quantidade inicial a um

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quarto. O pó deve então ser coado e a decocção deve ser administrada com açúcar ou açúcar mascavado indiano.

Sara punkha (Tephrosia purpurea) é geralmente utilizada nas doenças do fígado na forma de ksara (preparação alcalina). O método será detalhado a seguir.

Sara punkha ksara Para a preparação de ksara4, a planta

inteira deve ser bem lavada, cortada em pedaços pequenos e colocada a secar no sol. Estes pedaços de planta devem ser conservados em um jarro de barro com sua boca selada. Este recipiente deve ser cercado de combustível e incendiado. Quando os pedaços de planta forem reduzidos a cinzas dentro do recipiente, devem ser retirados e transformados em um pó fino. A este pó, são adicionados dez vezes a quantidade de água e misturados muito bem. Depois a solução é filtrada através de um pano. O líquido filtrado deve ser deixado em repouso para que as partículas depositem no fundo do recipiente. A água acima do decantado deve ser retirada e o pó fino deve ser coletado. Estas cinzas são muito

4 Preparação na qual o ingrediente é transformado em cinzas através de procedimentos específicos.

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úteis para corrigir doenças do fígado e funcionam como um diurético potente.

Na forma de pasta, as folhas e os ramos verdes desta planta são administradas externamente no tratamento de úlceras, caxumba e eczemas.

Dose Suco: Uma colher de chá (5 ml.), três vezes

ao dia, com mel. Pó (curna): Uma colher de chá (5 g.), três

vezes ao dia, com mel. Decocção (kvatha): Doze colheres de chá

(60 ml.), duas vezes ao dia, com açúcar ou açúcar mascavado indiano.

Ksara (preparação alcalina): 250 g., duas ou três vezes ao dia, após as refeições, com mel. Esta preparação também pode ser misturada a um copo de água e administrada três vezes ao dia.

Preparações 1. Sarapunkhadi kalka 2. Sarapunkha rasa yoga 3. Sarapunkha yoga

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Tinospora cordifolia (Guduci)

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Tinospora cordifolia (Guduci)

Sinônimos Árabe: Gilo; Bengali: Gadancha, Giloe,

Nimgilo; Butanês: Sletres; Birmanês: Singomone, Sinzamanne; Chinês: K’uan chu Hsing; Francês: Culancha; Hindi: Giloe, Gulancha, Gurach; Malaio: Foon Kan thang; Nepalês: Garjo; Persa: Gulbel; Sânscrito: Guduci, Amrita; Singalês: Galuchi, Rassakinda, Chinfil.

Partes utilizadas Os ramos e as folhas são utilizados na

medicina. Habitat Guduci (Tinospora cordifolia) cresce

naturalmente nas regiões tropicais e subtropicais até 300 m. de altitude. É também plantada em jardins como planta ornamental.

Descrição É um arbusto e trepadeira. A casca é

marrom esverdeada ou branca, cor de creme. As folhas são largas, pontiagudas na extremidade e

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possuem margens lisas. As flores pequenas aparecem no verão e as frutas no inverno. A planta apoia-se sobre a neem (Azadirachta indica) e quando isto ocorre, é considerada terapeuticamente muito útil.

Usos terapêuticos É utilizada no tratamento das doenças do

fígado, inclusive na icterícia. É administrada também no tratamento da constipação, sede patológica, diabetes mellitus, diabetes insipidus, febre, sensação de queimação, vômitos, doenças geniturinárias, tosse, asma, doenças do baço, vertigem, doenças da pele, diarréia, disenteria e reumatismo. Externamente, é utilizada no tratamento de fraturas.

Método de preparação e modo de usar É utilizada na forma de pasta, suco, pó e

decocção. As folhas são geralmente utilizadas na forma de pasta e suco. Os ramos são geralmente administrados na forma de pó e decocção.

Para o preparo do pó, os ramos são colocados a secar na sombra (não devem ser expostos ao sol). Estes ramos são carnosos e, portanto, levam um considerável tempo para secarem. Uma decocção é preparada através da ebulição de uma colher de sopa (15 g.) do pó em duas xícaras de água, até que a solução se

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reduza a um quarto da quantidade inicial. Depois a decocção é coada.

A partir desta decocção podem ser preparadas pílulas. Para este fim, a decocção é fervida até que se torne semi-sólida e depois colocada a secar no sol para que toda a água se evapore e torne-se uma pasta. Desta pasta, fazem-se pílulas do tamanho de ervilhas (com cerca de 250 g. de peso), que são postas a secar na sombra e conservadas em um recipiente limpo e seco.

A goma desta planta chama-se Guduci sattva e é popularmente utilizada no tratamento das doenças do fígado. Os caules grossos desta planta são cortados em pedaços pequenos com cerca de duas polegadas e transformados em uma pasta. Adicionam-se cerca de 20 litros de água a 1 kg. desta pasta e mistura-se bem com a mão ou com um misturador. Esta água é filtrada é coada através de uma peneira. Os pedaços de planta que permanecem na peneira são desprezados e a água é deixada assentar ou é centrifugada. Partículas de goma depositar-se-ão no fundo do recipiente. Depois, a porção aquosa é lentamente derramada, sem perturbar as partículas depositadas no fundo. A água que ainda permanece junto com as partículas se evapora quando o recipiente é colocado a secar no sol. A goma, na forma de um pó

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absolutamente branco, é coletado e armazenado em um recipiente de vidro ou porcelana hermeticamente fechado. Esta goma é muito benéfica no tratamento das doenças do fígado.

Dose Pasta, suco e pó: Uma colher de chá (5 g.

ou 5 ml.), três vezes ao dia. Decocção: Seis colheres de chá (30 ml.),

três vezes ao dia. Ghana vati (pílulas): Duas pílulas três vezes

ao dia. Guduci sattva (goma do caule): Meia colher

de chá (2,5 g.), três vezes ao dia, com leite. Nota A planta e suas preparações são um pouco

amargas e adstringentes no sabor. Portanto, a pasta, o suco, o pó e a decocção são geralmente administrados com uma pequena quantidade de mel.

Preparações 1. Guducyadi curna 2. Guducyadi kvatha 3. Guduci lauha 4. Guduci sattva 5. Amrtarista

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GLOSSÁRIO

Abhisyandi Droga ou gênero alimentício que obstrui os canais de circulação.

Amalaki Nome do fruto da planta Emblica officinalis. A polpa da fruta é utilizada como alimento e como medicamento.

Amalakyadi khanda

Nome de um xarope ralo que contém amalaki (Emblica officinalis), entre outros ingredientes.

Amalakyadi leha

Nome de um xarope ralo contendo amalaki, entre outros ingredientes.

Amrtarista Nome de uma preparação alcoólica contendo guduci (Tinospora cordifolia), entre outros ingredientes.

Arhar Nome de um feijão, Cajanus cajan.

Arka Produto destilado.

Arka makoya Produto destilado contendo kakamaci (Solanum nigrum)

Asava Preparação alcoólica

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Bhasma Pó calcinado de uma droga, especialmente de metais, minerais e produtos animais.

Bhringaraja rasayana

Nome de um tônico contendo bhringaraja (Eclipta alba).

Bhringarajadi curna

Nome de uma fórmula em pó contendo bhringaraja (Eclipta alba).

Bhringaraja ghrta

Ghee medicinal contendo bhringaraja (Eclipta alba).

Bhringaraja

taila

Óleo medicinal contendo

bhringaraja (Eclipta alba) entre outros ingredientes.

Bhunimbadi kvatha

Decocção contendo kirata tikta (Swertia chirata) entre outros ingredientes.

Bhunimbadya curna

Formulação em pó contendo kirata tikta (Swertia chirata) entre outros ingredientes.

Bhunimbadya ghrta

Ghee medicinal contendo kirata tikta (Swertia chirata).

Chach (a) Manteiga de leite.

Cyavanaprasa Nome de um xarope ralo contendo amalaki (Emblica officinalis) entre outras plantas.

Dhatri lauha Formulação em pílulas ou em pó contendo amalaki (Emblica

officinalis) e ferro calcinado em

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pó.

Dhatri rasayana

Tônico contendo amalaki (Emblica officinalis) entre outros ingredientes.

Dhatryarista Preparação alcoólica contendo amalaki (Emblica officinalis) entre outros ingredientes.

Ghana vati Extrato sólido de uma planta preparada após a evaporação de sua decocção.

Ghee Manteiga purificada. Na sua

preparação, a manteiga de leite de vaca é colocada em uma panela e aquecida em fogo brando até que se derreta. A manteiga é coada em um pano fino (tipo musselina) e a parte branca é assim separada da manteiga. Esta manteiga purificada pode ser utilizada normalmente na culinária ou nas preparações medicinais.

Guduci lauha Pílulas ou pó contendo guduci (Tinospora cordifolia) e ferro calcinado em pó, entre outros.

Guduci sattva Goma extraída da planta guduci (Tinospora cordifolia).

Guducyadi Preparação em pó contendo

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curna guduci (Tinospora cordifolia), entre outros ingredientes.

Guducyadi

kvatha

Decocção contendo guduci (Tinospora cordifolia), entre outros ingredientes.

Halimaka Um tipo grave de icterícia.

Kamala Icterícia.

Kapha Um dos três doshas. Entre outras funções, kapha age como lubrificante das células teciduais.

Kapha prakrti Um tipo de constituição física e psíquica, na qual predomina kapha dosha.

Katukadya lauha

Preparação em pó ou pílulas contendo katuki (Picrorhiza kurroa) e ferro calcinado em pó, entre outros ingredientes.

Kiratadi curna Formulação em pó contendo bhunimba ou kirata tikta (Swertia chirata), entre outros ingredientes.

Kiratadi yoga Formulação em pó contendo kirata tikta (Swertia chirata), entre outros ingredientes.

Kosthasrita kamala

Um tipo de icterícia.

Kumari paka Um xarope ralo contendo kumari

(Aloe barbadensis), entre outros

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ingredientes.

Kumari vati Pílulas contendo kumari (Aloe barbadensis), entre outros ingredientes.

Kumaryasava Preparação alcoólica contendo kumari (Aloe barbadensis), entre outros ingredientes.

Kumbha kamala

Uma forma grave de icterícia.

Kusmanda curna

Formulação em pó contendo a polpa da sveta kusmanda

(Benincasa hispida), entre outros ingredientes.

Kusmanda ghrta

Um ghee medicinal contendo o suco de sveta kusmanda (Benincasa hispida) entre outros ingredientes.

Kusmandavaleha

Um xarope ralo contendo a polpa da sveta kusmanda (Benincasa hispida), entre outros ingredientes.

Lauha bhasma Pó calcinado de ferro, preparado após certos processamentos do metal chamados sodhana e marana.

Marana Última fase do processo de purificação dos metais ou minerais, no qual torna-se

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possível que os mesmos sejam assimilados pelas células e possam, desta forma, exercer seus efeitos terapêuticos.

Matha Manteiga de leite.

Murabba Frutas, etc. conservadas em xarope de açúcar

Musagbar Extrato sólido do suco de kumari (Aloe barbadensis)

Pañcatikta ghrta

Ghee medicinal preparado com cinco drogas amargas, entre

outros ingredientes.

Pañcatikta kasaya

Decocção de cinco drogas amargas.

Paka Xarope ralo

Pitta Um dos três doshas. Responsável pela digestão e pelo metabolismo do corpo.

Pitta prakrti Um tipo de constituição e traços psíquicos na qual predomina pitta dosha.

Pitta-kapha prakrti

Um tipo de constituição física e psíquica na qual predominam pitta e kapha doshas.

Prakrti Constituição física e traços psíquicos.

Rajahpravartini vati

Pílulas preparadas com kumari (Aloe barbadensis), entre outros

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ingredientes.

Rajamasa Nome de um feijão (Vigna cylindrica).

Rañjaka pitta Uma das cinco variedades de pitta, responsável pela cor vermelha do sangue.

Rasañjana Extrato sólido de daru haridra (Berberis aristata).

Rasañjana curna

Preparação de rasañjana (Berberis aristata) em forma de pó.

Rasañjanadi curna

Preparação em pó contendo daru haridra (Berberis aristata), entre outros ingredientes.

Rasañjanadi kalka

Pasta contendo rasañjana (Berberis aristata) entre outros ingredientes.

Rasañjanadi lepa

Pasta contendo rasañjana (Berberis aristata) entre outros ingredientes.

Rasañjanadi yoga

Preparação contendo rasañjana (Berberis aristata) entre outros ingredientes.

Rasañjanadi taila

Óleo medicinal contendo rasañjana (Berberis aristata) entre outros ingredientes.

Sakhasrita

kamala

Uma forma de icterícia.

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Sama prakrti Um tipo de constituição física e traços psíquicos no qual todos os três doshas estão em estado de equilíbrio.

Saptamrta lauha

Fórmula contendo haritaki (Terminalia chebula), bibhitaka (Terminalia belerica), amalaki (Emblica officinalis), yastimadhu (Glycyrrhiza glabra), lauha bhasma (pó calcinado de ferro), mel e ghee.

Sarapunkha ksara

Preparação alcalina contendo sarapunkha (Tephrosia purpurea)

Sarapunkha rasa yoga

Formulação contendo o suco da planta sarapunkha (Tephrosia purpurea).

Sarapunkhadi yoga

Pasta contendo sarapunkha (Tephrosia purpurea), entre outros ingredientes.

Shilajit Resina mineral.

Sita kasaya Infusão fria.

Sodhana Literalmente, sodhana significa purificação. Neste processo, o metal ou o mineral adquirem propriedades diferentes que são utilizadas terapeuticamente.

Svadista virecana

Preparação em pó contendo yastimadhu (Glycyrrhiza glabra)

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entre outros ingredientes.

Tiktadi kvatha Decocção contendo katuki (Picrorhiza kurroa).

Tiktadya ghrta Ghee medicinal contendo katuki (Picrorhiza kurroa), entre outros ingredientes.

Vata Um dos três doshas, responsável por todos os movimentos e sensações do corpo.

Vata-kapha prakrti

Um tipo de constituição física e traços psíquicos causados pela

predominância de vata e kapha.

Vata-pitta prakrti

Um tipo de constituição física e traços psíquicos causados pela predominância de vata e pitta.

Vata prakrti Um tipo de constituição física e traços psíquicos causados pela predominância de vata.

Yastimadhvati

taila

Óleo medicinal contendo yastimadhu (Glycyrrhiza glabra), entre outros ingredientes.

Yastyadi curna Preparação em pó contendo yastimadhu (Glycyrrhiza glabra), entre outros ingredientes.

Yastyadi kvatha

Decocção contendo yastimadhu (Glycyrrhiza glabra), entre outros ingredientes.