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Anais do 7º Encontro Nacional de Política Social – ISSN 2175-098X
7º Encontro Nacional de Política Social “Trabalho e Lutas Sociais no mundo hoje”
27 a 29 de junho de 2012
NOTAS SOBRE A ECONOMIA SOLIDÁRIA NO CAPITALISMO
CONTEMPORÂNEO: PRECARIZAÇÃO E REFORMA TRABALHISTA
Fernando de Oliveira Teixeira da Silva1
Keila Lúcio de Carvalho2
Resumo Este estudo busca analisar a economia solidária no atual contexto marcado por processos de transformações na legislação do trabalho no país, tanto no sentido da efetivação destes novos dispositivos legais quanto o debate em torno daqueles em fase de projetos de lei. Entende-se que a economia solidária, ao se tornar política pública desde 2003, não pode ser analisada como um movimento descolado das atuais transformações do mundo do trabalho. Uma das facetas destas transformações se inclui a demanda por uma reforma trabalhista – que teria, segundo essa compreensão, se tornado obsoleta. Palavras-chave: Economia Solidária; Reforma Trabalhista; Precarização do Trabalho. Abstract This study has as its objective to analyze the solidarity economy in current context characterized by the process of changes in the country labor laws – both the ones already accomplished and the ones in the project stage. It’s perceived that the solidarity economy, to become public policy since 2003, can’t be analyzed as a movement dislocated of current changes in the world of work. One facet of these changes includes the demand for labor reform – in according to this understanding would became obsolete. Keywords: Solidarity Economy; Labor Reform; Precarization of Work.
O trabalho que se apresenta tem como objetivo analisar as modificações da normatividade do
trabalho a partir da reestruturação da produção capitalista no Brasil e da emergência da
economia solidária no país, em especial, a partir de 2003, quando ganhou estatuto de política
pública no primeiro ano do governo Lula. Busca-se demonstrar que esse processo, de todo
modo complexo, se relaciona a um quadro mais geral de precarização das relações de trabalho
que teve surto a partir da década de 1990. Esta perspectiva busca se contrapor às concepções
predominantes na atualidade de que a reforma trabalhista se configura como uma exigência,
1 Mestre em Serviço Social pela Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro. 2 Mestre em Serviço Social pela Universidade Federal do Rio de Janeiro.
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essencialmente, para a redução dos custos e para inserir maiores contingentes de trabalhadores
no mercado de trabalho, reduzindo, assim, o desemprego. Além dessas, outra preocupação
desta pesquisa consiste em enfatizar os elementos ideológicos e conjunturais que atravessam o
projeto da economia solidária, para além dos discursos performáticos de seus agentes.
Origens e desenvolvimentos da economia solidária
A economia solidária tem seu desenvolvimento relacionado ao conjunto de transformações
societárias localizadas a partir da crise capitalista dos anos 1970, que tornou o processo
produtivo de matriz fordista e as políticas econômicas de matriz keynesiana incapazes de
garantir a continuidade e o crescimento da acumulação. Como resposta à crise,
desenvolveram-se novas experiências na forma de produzir mercadorias e deorganizar o
trabalho pelo mundo3. Esse conjunto de inovações, que são uma expressão da reorganização
do capital, exigiu também uma nova estrutura estatal e jurídica que necessitava alterar
profundamente o “Estado de Bem-Estar Social”, favorecendo a flexibilidade da exploração do
trabalho, da circulação de bens, serviços e do capital, através da financeirização do sistema
econômico.Vivia-se, então, uma transição histórica, dos regimes de produção e político-
econômico referenciados no fordismo e no keynesianismo, para o novo regime denominado
por Harvey (2004) como acumulação flexível4.
Nesse contexto, a reestruturação produtiva é um processo global e universalizante que, nos
países centrais, teve plena efetividade nos anos 1980. No Brasil, somente na década de 1990 a
partir do governo Collor, o processo produtivo sofreu aceleradas modificações, através da
implementação das chamadas “políticas neoliberais”. Dentre as diversas medidas,
compreendem-se a financeirização da economia, as privatizações, a abertura de mercados e a
3A emergência de diversas inovações técnico-gestionárias do processo de reestruturação da produção – justamente na citada fase de crise do capitalismo e se articulando harmoniosamente com as inovações políticas, econômicas e ideológicas – se relacionam a uma determinada necessidade histórica, conjuntural e econômica – neste caso, do capital, que é hegemônico. Dentre esses processos, o toyotismo foi paradigmático, mas foi acompanhado de diversas inovações em outras partes de mundo.Esses diversos processos dizem respeito a uma nova forma de subsunção subjetiva e objetiva do trabalho, que vão desde uma nova relação entre empresas e sindicatos, até novos métodos de produção e organização como a “qualidade total”, kanban, fragmentação da produção, entre outros (ANTUNES, 1999). 4 “A acumulação flexível (...) é marcada por um confronto direto com a rigidez do fordismo. Ela se apoia na flexibilidade dos processos de trabalho, dos mercados de trabalho, dos produtos e padrões de consumo” (HARVEY, 2004, p.140).
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adequação do processo de produção no Brasil ao modelo tecnológico e organizacional
internacional.
A adoção da tecnologia como redutor de custos é marcante, não necessariamente na forma de
aumento da produção, mas, certamente, como mecanismo de dispensa de mão-de-obra.
Igualmente pode-se destacar a descentralização da produção (que não significa do capital),
onde empresas subcontratam outras, em geral de menor porte, para fornecer produtos e
serviços que antes eram responsabilidade da primeira. A “especialização flexível” se
configura como a nova forma produtiva associada ao desenvolvimento tecnológico e
desconcentração da produção baseada em empresas pequenas e médias.Merece destaque,
também, a flexibilização da produção, que torna a jornada de trabalho variável de acordo com
a necessidade da empresa, diversifica os contratos de trabalho tornando instável a condição do
trabalhador, que passa a não se ver mais como trabalhador coletivo e, inclusive, fica à mercê
de contratos temporários, chegando, em alguns casos a ser considerado como pessoa jurídica.
Todas essas mudanças foram implementadas nas mais diversas partes do mundo, embora de
forma diferenteem cada local. Isso somente foi possível através de outra batalha que se
desenvolveu fora das fábricas e que definiu uma nova diretriz político-econômica
(neoliberalismo) e uma nova legalidade (redução de escopo dos direitos trabalhistas e ataque
ao “Estado de Bem-Estar Social”). As consequências diretas desse processo são o
desemprego, a precarização do trabalho, fragmentação do trabalhador, bem como a própria
informalidade.
Na Europa, uma resposta aos custos sociais do projeto neoliberal e, correlatamente, para as
lacunas deixadas pela crise do “Estado de Bem-Estar Social” foi o desenvolvimento do
projeto da economia solidária, na década de 1990, na França. Foi o sociólogo e economista
francês Jean-Louis Laville o responsável pelo desenvolvimento do novo campo de estudo e
pesquisa da economia solidária, que tem como objetoexperiências práticas que incluem a
democratização da economia a partir do engajamento cidadão. Segundo França e Laville
(2004), o termo “economia solidária” veio dar conta daemergência e do desenvolvimento do
fenômeno de proliferação de iniciativas e práticas sócio-econômicas diversas, chamadas, na
Europa, de iniciativas locais.Uma concepção predominante na França entende a economia
solidária a partir da oferta de serviços sociais (creches, serviços culturais, dentre outros),
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garantidos pelas relações de vizinhança, que também possibilitou a constituição de outras
iniciativas como as finanças solidárias, as redes de troca não monetárias e o comércio justo5.
No Brasil, a economia solidária se desenvolveu no país a partir da articulação de diversos
sujeitos sociais em atividades reunidas no I Fórum Social Mundial (FSM). A partir deste
Fórum, foi formado o Grupo de Trabalho de Economia Solidária, que culminou, no III FSM,
com a criação do Fórum Brasileiro de Economia Solidária (FBES). A criação do FBES
coincidiu, todavia, com o momento da criação da Secretaria Nacional de Economia Solidária
(SENAES), em 2003. A criação da SENAES, “fruto da proposição da sociedade civil e da
decisão do Presidente Luís Inácio Lula da Silva”6, foi um marco importante para o
movimento. A secretaria é vinculada ao Ministério do Trabalho e Emprego e possui o objetivo
de “viabilizar e coordenar atividades de apoio à Economia Solidária em todo o território
nacional, visando à geração de trabalho e renda, à inclusão social e à promoção do
desenvolvimento justo e solidário”.
Segundo a base conceitual apresentada pelo Ministério do Trabalho e Emprego, a economia
solidária se configura como uma resposta dos próprios trabalhadores às transformações atuais
do mundo do trabalho. Estas respostas são caracterizadas por iniciativas econômicas
(organizações coletivas sob a forma de autogestão, a partir da produção de bens e de serviços,
crédito e finanças solidárias, trocas, comércio e consumo solidário) e solidárias (empresas de
autogestão, associações, cooperativas e grupos informais de produtores ou prestadores de
serviços, individuais e familiares, que realizam em comum a compra de insumos,
comercialização ou processamento dos produtos). Assim, a ampla abrangência de critérios
permite um amálgama de empreendimentos que, em consonância com as diversas
qualificações teóricas, configuram um conjunto de práticas heterogêneas no campo da
economia solidária7.
Enquanto política pública, a economia solidária se insere no Ministério do Trabalho e
Emprego através do Programa “Economia Solidária em Desenvolvimento”. Segundo sítio
5 Em 2000, o governo francês de Leonel Jospin (PSF) cria, pela primeira vez, o Secretariado de Estado para a Economia Solidária, com caráter de Ministério, com o objetivo de superar os altos índices de desemprego. 6 Disponível em <http://portal.mte.gov.br/ecosolidaria/a-economia-solidaria/>/. Acesso em: 12 mar. 2010. 7Segundo o mapeamento da economia solidária, realizado em 2005 e 2007, foram cadastrados quase 22 mil “Empreendimentos Econômicos Solidários”, que envolvem aproximadamente um milhão e setecentos mil trabalhadores. Estima-se ainda que estes indicadores não dêem conta do número real desses empreendimentos, pois afirmam que, por terem mapeado pouco mais da metade dos municípios, o número de empreendimentos estimado seria ainda maior.
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próprio8, a implementação da economia solidária como política pública se insere em um
contexto de transformações do mundo do trabalho, “que demandam do poder público
respostas para relações de trabalho distintas do emprego assalariado”. Foi a partir de tais
condições que o Governo Federal “assumiu o desafio de implementar políticas que estendam
ações de inclusão, proteção e fomento aos trabalhadores que participam das demais formas de
organização do mundo do trabalho entre elas, as iniciativas de economia solidária”. Também
segundo o MTE, “ao constituírem um modo de produção alternativo ao capitalismo, onde os
próprios trabalhadores assumem coletivamente a gestão de seus empreendimentos
econômicos, as iniciativas de economia solidária vêm apontando para soluções mais
definitivas à falta de trabalho e renda”.
Ainda segundo a SENAES, a economia solidária deve se configurar como uma estratégia de
desenvolvimento, alternativo ao modo de produção capitalista. Ainda que seja o resultado –
direto e indireto – das conseqüências do capitalismo sobre a situação de desemprego e
pobreza dos trabalhadores, a economia solidária deve ser capaz de conviver com o próprio
capitalismo e ser uma resposta às suas mazelas. Ou seja, parte-se do princípio de que a
economia solidária deve estar pautada em uma nova lógica de desenvolvimento, que seja
capaz de combinar o crescimento econômico (a finalidade econômica) com desenvolvimento
humano (a partir de um ponto de vista humanista).
A partir da década de 1980 até os dias atuais, a precarização das relações de trabalho,
evidenciada em grande parte pela ampliação do segmento informal, configurou uma realidade
de perdas, precarização e insegurança da existência ainda maior para os trabalhadores. Em
alguns casos, essa situação de vulnerabilidade veio acompanhada, por parte dos mesmos, da
tentativa de criação de alternativas ao desemprego que tinham como objetivo assegurar a
existência. O modo de produção capitalista, embora tenha, sobretudo em sua gênese,
subjugado formas não industriais de produção, a partir de sua hegemonia e mais ainda na
contemporaneidade, passou a subsumir e incorporar formas não tradicionalmente industriais
de produção e comércio. Muitas destas tentativas de garantir a sobrevivência também foram
subsumidas à lógica global de produção de mercadorias e transformadas em mais uma forma
de trabalho precarizado e de baixo custo inserido no modo de produção capitalista.
8 Retirado de: <http://portal.mte.gov.br/ecosolidaria/apresentacao.htm>. Acesso em 25 mai. 2011.
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Por outro lado, há concepções que, vislumbrando essa realidade, percebem, ao invés de
precarização e insegurança da existência, formas diversas de opções para os trabalhadores se
inserirem em um mercado que oferece alternativas mais “flexíveis” e “dinâmicas” de trabalho
– polivalência, práticas participativas etc. (TAUILE, 2009). Já outras perspectivas, dentre as
quais se encontra boa parte da teoria em torno da economia solidária, veem diversas formas
de iniciativas “alternativas” como uma resposta à insegurança da existência e mesmo à
precarização. Embora algumas dessas perspectivas apostem que tais iniciativas representam e
devam representar uma alternativa ao modelo capitalista, acreditam também que os “modelos
alternativos” devem ser compatíveis ao modo de produção capitalista, seja por estarem
inseridos neste, seja pela possibilidade de conviverem com o mesmo (SINGER, 2002).
Segundo Singer, principal referencia e secretário nacional da Senaes, com o desmonte do
“Estado de Bem-Estar Social”, ocorreu um ressurgimento da economia solidária não só no
Brasil, mas em diversos outros países. Esse fato se relaciona, segundo o referido autor, ao
desenvolvimento do recente fenômeno do desemprego em massa – tantonos países periféricos
quanto nos países centrais – como resultado da reestruturação produtiva em fins da década de
1970. Mediante a “flexibilização” dos direitos trabalhistas, redução dos salários e
instabilidade dos empregos, Singer afirma que a economia solidária vem crescendo como
alternativa, recuperando o “valor atribuído à democracia e à igualdade dentro dos
empreendimentos, a insistência na autogestão e o repúdio ao assalariamento” (SINGER,
2002, p.111).
De uma forma geral, o nascimento da economia solidária no país também está relacionado ao
desenvolvimento do chamado “novo cooperativismo”, a partir de uma intenção de
diferenciação política em relação às “cooperativas tradicionais” organizadas em torno da
Organização das Cooperativas do Brasil (OCB)9.
Foi somente com a Constituição de 1988 que o Estado brasileiro abandonou seu poder
“fiscalizatório” e conferiu autonomia às cooperativas10. Esse período foi marcado pela
proliferação de ações propositivas por parte da sociedade civil e, em especial, pela criação de
9O cooperativismo no Brasil foi impulsionado em princípios do século XX pelo então presidente Afonso Pena (1906-1909). Esse projeto esteve relacionado ao chamado “sindicalismo amarelo”, antissocialista, que tinha como objetivo a incorporação da classe trabalhadora ao Estado por meio de uma política corporativista. Por muitas décadas, no país, a bandeira do cooperativismo esteve relacionada a uma forma de controlar, política e ideologicamente, as classes trabalhadoras, tanto por parte da burguesia nacional quanto por parte de seu Estado. 10 O artigo 5º, parágrafo XVIII, afirma que “a criação de associações e, na forma da lei, a de cooperativas independem de autorização, sendo vedada a interferência estatal em seu funcionamento” (BRASIL, 1988).
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organizações não governamentais que, em sua grande maioria, tiveram como campo de
atuação a assistência social e a promoção de políticas filantrópicas. Esse conjunto de
transformações na sociedade brasileira teve no pragmatismo o princípio que fundamentou
tanto as políticas compensatórias – realizadas pelo Estado e pelo terceiro setor – quanto a
desmobilização dos movimentos populares em objetivos de médio e longo prazo.
A questão da reforma trabalhista no Brasil
Em consonância com a ascendente reestruturação da produção capitalista, no governo de
Fernando Henrique Cardoso houve uma grande investida sobre as leis de proteção do
trabalhador, que representavam uma intervenção negativa no mercado, pois acarretariam
prejuízos econômicos e sociais, atravancando o progresso e o desenvolvimento do país. Ainda
antes da posse como presidente, no seu discurso de despedida ao Senado Federal, Fernando
Henrique, fatidicamente, decretou o “fim da era Vargas” (CARDOSO, 1994). O então
presidente não poderia ser mais eloquente. De acordo com essa perspectiva, dentre diversas
mazelas sociais e econômicas, como os vestígios do período da ditadura militar, o
endividamento externo, a queda vertiginosa do poder de compra do saláriomínimo etc., o
modelo de organização do trabalho herdado da era Vargas seria o alvo mais importante em
seu projeto político e econômico. Fica evidente, pois, a referência aberta do governo Cardoso
no projeto neoliberal.
Já no governo Lula (2003-2010), o desenvolvimento desses processos ocorreu de forma mais
discreta. Seu governo peculiarmente desmembrou o que, até então, era denominado Reforma
Trabalhista, encaminhando as mudanças nas leis de proteção ao trabalhador separadas da
discussão relativa às formas de organização sindical. Tal procedimento dificulta a
compreensão dos diferentes interesses e projetos em disputa.
No lugar de leis de abrangência universal, o modelo econômico referenciado no
neoliberalismo propõe que as normatizações das relações de trabalho sejam realizadas pelas
partes nelas envolvidas. Dessa forma, reduz ou retira o poder da lei no estabelecimento dos
direitos do trabalhador. Essa fórmula ficou conhecida como desregulamentação das leis de
proteção ao trabalhador. No entanto, há que se frisar que esta fórmula, que, na realidade,
reduz os direitos assegurados ao trabalhador, muitas vezes é posta em prática através de novas
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regulamentações. O Estado intervém, legal e ideologicamente, para a institucionalização deste
novo modelo. Apesar da redução quantitativa das regras legais de proteção ao trabalho, há,
igualmente, um movimento de significativa importância: a criação de novas regras legais
(normatização), que atende às demandas da acumulação flexível e da fragmentação da
produção e do trabalhador.
Outra terminologia, frequentemente associada a este processo, é a de flexibilização:
entendemos aqui que este termo também pode ser impreciso, pois, se por um lado, o capital
adquire dinamicidade e autonomia, por outro, este processo representa um enrijecimento e
recrudescimento do trabalho. Além disso, o termo flexibilidade/flexibilização vem sendo
utilizado com o propósito de favorecer a adesão e o consentimento dos trabalhadores à
“modernização” das relações de trabalho, sendo, portanto, dotado de ampla carga ideológica.
Desse modo, optamos por nos referir a esse processo como precarização das relações de
trabalho, em favor de uma terminologia que seja objetivamente condizente com a
degeneração das relações de trabalho nos dias atuais.
Assim, para a atual reestruturação da produção capitalista, baseada na flexibilidade da
produção e da acumulação e para uma política econômica referenciada no neoliberalismo,
impõe-se uma nova normatividade do trabalho. Esse processo se encontra em curso no país na
forma de diversos projetos de lei e outros dispositivos que já alteraram ou pretendem alterar
significativamente a legislação trabalhista, numa perspectiva de redução dos direitos dos
trabalhadores, paradoxalmente apontada como necessária para o benefício dos mesmos.
Defendemos aqui, que esse movimento, na realidade, é a consequência da necessidade de
ampliação do capital, preservando o aumento das taxas de lucro e, em certos casos, da
exploração da mais-valia.
Podemos notar, ainda, que a maioria das alterações, tanto aquelas já realizadas como as
alterações ainda em projeto, tiveram e têm o sentido de institucionalizar práticas laborativas já
vigentes e permitir o emprego de novas práticas. A normatividade do trabalho, bem como
suas alterações, atendem a uma dada correlação de forças; logo, sua movimentação revela o
quadro desta disputa. Considerando que, no período em questão, estas alterações tendem à
institucionalização, através do direito, da precarização do trabalho – banco de horas,
regulamentação da terceirização, fragmentação do 13º salário, alterações no regime de férias,
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dentre outros –, caracterizando um momento de retração do poder reivindicatório dos
trabalhadores e, por outro lado, de favorecimento da capacidade interventiva do capital.
Para um melhor entendimento das principais medidas já implementadas a partir de o governo
Cardoso, apresentamos a seguir algumas daquelas que consideramos mais importantes para a
compreensão da consolidação do projeto da economia solidária e suas interfaces com o
processo de reestruturação produtiva e a consequente precarização das condições de trabalho
no Brasil recente.
Em 1994 foi promulgada a Lei nº 8.94911 que aprofundou a utilização da cooperativa como
mecanismo para a subcontratação da força de trabalho. Ao afirmar que as cooperativas são um
tipo de associação onde inexiste vínculo empregatício entre os cooperados e os compradores
dos serviços, o cooperativismo tornou-se um “bom negócio” ao possibilitar, através de um
dispositivo legal, a sua utilização como subcontratação, precarizando ainda mais o trabalho.
Apesar de ter sido aprovada menos de trinta dias antes do início da “era Cardoso”, a Lei nº
8.949/94 foi largamente utilizada durante o referido governo e até os dias atuais.À primeira
vista, poderíamos concordar que as cooperativas, por seu caráter de adesão livre e voluntária,
não evidenciam uma relação de contratante/contratado, pois, formalmente, todos são
cooperados e inexiste, dente eles, relação de assalariamento. Portanto, não deve existir,
realmente, a existência de vínculo empregatício.
No entanto, cabe frisar que, através da Lei nº 8.949/94, as cooperativas vêm sendo cada vez
mais utilizadas como forma de precarização do trabalho e de sua contratação a baixos custos.
Isso porque muitas empresas vêm utilizando as cooperativas de trabalho como mecanismo
para fugir do contrato de trabalho tradicional. Neste caso, o trabalhador fica ainda mais
desprotegido em comparação à terceirização, pois nesta há o vínculo com a empresa
prestadora de serviço, enquanto nas cooperativas, não há qualquer vínculo.
Também, em alguns casos, a empresa exige a formação de uma cooperativa para passar a
contratar trabalhadores sem vínculo empregatício. Neste caso, os trabalhadores não se
cooperativaram, e sim “foram cooperativados”, como forma de não perderem seu trabalho,
pois o emprego eles perdem. Esse caso é um bom exemplo,não só da precarização das 11 A referida lei é um acréscimo ao artigo 442 da CLT: “Parágrafo único. Qualquer que seja o ramo de atividade da sociedade cooperativa, não existe vínculo empregatício entre ela e seus associados, nem entre estes e os tomadores de serviços daquela" (BRASIL, 1994).
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relações de trabalho ocorridas no período recortado para este estudo, mas da perversão do
sentido de um dispositivo legal, sem sequer alterá-lo.
As cooperativas de trabalho – representadas pelas cooperativas de serviços, de prestação de
serviços, de profissionais autônomos e de mão de obra – são as modalidades de trabalho mais
utilizada, ainda hoje, para as práticas de subcontratação da força de trabalho, já que não se
obteve, durante mais de oito anos da SENAES, nenhuma ação efetiva para por fim a esta
prática. O que existe, em termos legais, e para além de uma ação propositiva da SENAES, é
uma Súmula do Tribunal Superior do Trabalho (TST) – o Enunciado 331 – que regulamenta a
“terceirização” nas atividades-meio, desde que ausentes os pressupostos de subordinação e
pessoalidade, vedando, assim, a terceirização de atividades-fim na forma da prestação de
serviços12.
Até hoje inexiste uma legislação para as cooperativas de trabalho, que regulamente suas
condições de funcionamento e criação como forma de desvinculá-las da atual utilização como
simples intermediadoras de mão de obra precarizada. O Projeto de Lei nº 7009/2006, enviado
pelo executivo e elaborado com a colaboração do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE) e
com o movimento em torno da economia solidária, foi arquivado em 2009. Ao contrário dos
outros Projetos de Lei13 que tratavam de regulamentar as cooperativas de trabalho, o PL
7009/2006 foi aquele que mais parecia ter o sentido de resolver essa questão. No entanto, até
o momento, não há sinais de que esta questão possa ser resolvida de forma a contornar a
realidade da precarização do trabalho por meio das cooperativas.
Assim, uma questão polêmica se refere à deficiência das atuais formas jurídicas pelas quais os
empreendimentos de economia solidária se organizam, consequência da ausência de uma
legislação específica para a economia solidária. Entretanto, o movimento da economia
solidária tem lutado, sem maiores resultados, para que o governo federal reconheça
legalmente o setor, através da criação de um marco jurídico legal14. É praticamente consenso,
no interior do movimento, que as leis atuais do cooperativismo não atendem aos interesses da 12 Cabe destacar que até o presente momento, a terceirização ainda não foi regulamentada em lei. Prática amplamente utilizada já há vários anos no país, a terceirização vem sendo amparada por brechas na legislação do trabalho temporário. É neste cenário marcado pela ausência de um marco legal do setor que as cooperativas de trabalho são utilizadas para práticas fraudulentas de trabalho. 13 Trata-se dos Projetos de Lei nº 6.449/2005, de Walter Barelli (PSDB-SP) e 4.622/2004, de Pompeo de Mattos (PDT-RS). O PL 7009/2006 foi apensado ao 4.622, que tinha respaldo da OCB. 14 As políticas tributárias também não são nada favoráveis: a maioria das cooperativas pagam, hoje, a mesma carga tributária que uma empresa “convencional”, sendo que, em alguns casos, o cooperado também é tributado como pessoa física.
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economia solidária, pois se tratariam de interesses político-econômicos distintos. Já em 2006
foi criado um Projeto de Lei para a economia solidária, reivindicado pelo movimento, mas
ainda não saiu do papel e não há previsão para tal.
Uma espécie de “reviravolta” no que se refere à institucionalização da economia solidária no
país, contrariando as expectativas e anseios do movimento, ocorreu em 2011. Poucos meses
após o início do governo Dilma Roussef (PT), foi encaminhado, como iniciativa do próprio
governo federal, o Projeto de Lei (PL) nº 865 de 31 de março de 2011. Esse PL altera a Lei nº
10.683/2003 – que criou a SENAES – e, especialmente, cria a Secretaria da Micro e Pequena
Empresa. Isso implicaria na extinção da SENAES e, a princípio, transferiria o Conselho
Nacional de Economia Solidária para o interior desta nova Secretaria.
O lançamento deste PL caiu como um “balde de água fria” no movimento da economia
solidária no país. Segundo informações retiradas do sítio do FBES15, a subordinação da
economia solidária às políticas das micro e pequenas empresas representa um grande
retrocesso político para o movimento da economia solidária. Em finais de agosto do referido
ano (2011), foram retiradas as atribuições da economia solidária do PL 865. Segundo carta
pública, a coordenação do FBES destaca “as positivas conquistas com as mobilizações do
movimento de economia solidária” e agradece “a compreensão e a sensibilidade do poder
executivo e legislativo de seguir o posicionamento do movimento de economia solidária, com
a retirada das atribuições da economia solidária do PL 865”16. Por ocasião do lançamento do
PL, foi criado um Grupo de Trabalho da Economia Solidária, com o objetivo de se constituir
como um canal de diálogo permanente sobre as políticas públicas o setor. Com a vitória em
relação à retirada das atribuições da economia solidária do PL, a referida carta ainda ressalta
que a “luta para a construção de uma sociedade justa, solidária e sustentável” continua, “bem
como a expectativa de construção em conjunto com o atual governo”17 Mas, será que os
empreendimentos solidários já não são tratados a partir da mesma lógica do
empreendedorismo, ainda que negada pela própria economia solidária?
Outra forma de precarização que vem se desenvolvendo no Brasil recente é a contratação de
prestadores de serviços ou mesmo conversão de trabalhadores vinculados a uma empresa
como pessoa jurídica. Essa prática elimina qualquer possibilidade de acesso a algum direito
15<http://www.fbes.org.br/> 16Disponível em <http://cirandas.net/pl865/relatos/nota-publica>. Acesso em: 17 fev. 2012. 17Disponível em <http://cirandas.net/pl865/relatos/nota-publica>. Acesso em: 17 fev. 2012.
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pelo trabalhador, pois, apesar de o ser, é tratado como pessoa jurídica. A Lei Complementar
nº 128 cria o Microempreendedor Individual, figura jurídica que, a priori, tem a função de
formalizar pequenos negócios informais, mas que cabe perfeitamente à modalidade de
precarização citada acima.
Cabe ressaltar que no “Portal do Empreendedor”, site mantido pelo Governo Federal, o
Microempreendedor Individual é referido, ora como empreendedor, ora como trabalhador18,
evidenciando a contradição do caráter da lei.
Considerações finais
O desenvolvimento do processo de reforma trabalhista no Brasil não é visto aqui como um
“pacote” de medidas legais que alteram o contrato de trabalho, mas como um processo
contínuo que envolve diversas e fragmentadas medidas legais bem como novas práticas de
trabalho. Parte-se do pressuposto de que se refere a uma via de mão dupla, entre o processo de
normatização do trabalho e o processo de inovação e disseminação de diversas práticas
laborais. Sendo assim, considera-se que o projeto da economia solidária no Brasil está
compreendido no processo de reforma trabalhista em seu aspecto mais amplo.
Este quadro se torna evidente a partir da transformação das práticas da economia solidária em
política pública no país, sobretudo a partir de um conjunto de transformações relacionadas ao
mundo do trabalho de uma forma geral e, em especial, em dispositivos legais em matéria do
direito do trabalho a partir dos anos 1990. O que se pretendeu demonstrar é que esses
processos integram um movimento mais amplo de precarização das relações de trabalho, que
fazem da economia solidária um mecanismo – ainda que de forma indireta e com certas
contradições – complementar ao atendimento a demandas da reestruturação da produção
capitalista no Brasil.
Pretendeu-se analisar que as práticas19 do projeto da economia solidária têm afinidades com
outras alterações normativas em curso, em especial, a Lei 8.949/94 e a Lei Complementar
128, que regulamentam segmentos de trabalhadores que não terão qualquer vínculo
18 http://www.portaldoempreendedor.gov.br/. Acesso em: 01 jul. 2011. 19 De certo modo, considera-se este quadro implícito em várias concepções teóricas em torno da economia solidária, como abordado ao longo deste artigo.
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empregatício, logo, nenhum acesso a direitos trabalhistas. No caso da economia solidária, essa
pretensa autonomia é utilizada como um discurso performático em torno das potencialidades
de ser “empreendedor”, “patrão de si mesmo”.
Segundo Barbosa (2007), a economia solidária é uma prática recente que se combina, de
forma intrínseca, à “desobrigação pública com a oferta de empregos”, à fragilização dos
sindicatos e ao “concomitante associativismo das organizações não governamentais”
(BARBOSA, 2007, p.22). Ainda que as práticas da economia solidária estejam voltadas
para a sobrevivência – além de corroborarem com atividades informais que reduzem os custos
do capital com o trabalho (BARBOSA, 2007) –, esse processo não está dissociado do
movimento mais geral do capital que, nas décadas recentes, vem apresentando a peculiaridade
de mesclar, de forma heterogênea, práticas distintas de trabalho até então consideradas não
tipicamente capitalistas.
Outro movimento desse mesmo processo é a diversidade de contratação da mão de obra. O
trabalho assalariado, amparado pela legislação trabalhista, vem sendo substituído por
contratos precarizados (temporários, subcontratação, “terceirização”, informalidade e, de certa
forma, o cooperativismo), processo que vem ocorrendo de acordo com as necessidades do
capital. Assim, quando se fala em “flexibilidade”, cabe destacar que consiste em um elemento
presente somente para o capital (em sua facilidade de contratar, demitir, subtrair ou anular
direitos), pois, para o trabalhador, sua condição vem sendo cada vez mais enrijecida pela
intensificação da exploração e da vulnerabilidade social.
O papel que esses processos cumprem, nesse sentido, é alterar a repartição entre a
remuneração do trabalhador e o lucro. Além do fato de que o rebaixamento direto dos salários
atua de forma imediata sobre a remuneração do capital e do trabalho, há também a pressão do
alto índice de desemprego e da informalidade, combinados com a precarização do contrato de
trabalho (terceirização, contrato por tempo determinado, ausência de vínculo empregatício
etc.).
Esse panorama amplia a insegurança do trabalhador, fragiliza sua capacidade de reivindicação
e, com isso, não somente rebaixa os salários, mas também intensifica o trabalho. Esse
processo é consequência direta da luta de classes, e aumenta a dinamicidade do capital sobre a
gestão do trabalho – facilidade de demitir, de contratar, de alterar salários –, com impactos
diretos sobre as taxas de lucro.
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Desse modo, o que se pretende destacar é que a economia solidária e sua relação a processos
mais amplos de reforma trabalhista se referem a uma adequação legal à reestruturação
produtiva, que têm como objetivo facilitar a ampliação da acumulação pelo capital. Dessa
maneira, mantendo o modo de produção capitalista e aprofundando a questão social.
Fenômenos como a desigualdade, a miséria e a insegurança da existência estão diretamente
relacionados às formas de produção e circulação do valor, o que é, em si, a materialização de
uma relação social. As alterações na forma de gestão e nos processos de trabalho, bem como
modificações do modelo econômico-político do capitalismo, podem agravar a questão social,
como, se acredita aqui, ser o caso da reforma trabalhista.
Do mesmo modo, conjunturas de ascenso do movimento dos trabalhadores podem amortizá-
la, processo este que não deve, de modo algum, ser subestimado. Apesar de não significar,
necessariamente, a superação do capitalismo, esse processo representa, em alguma medida,
uma melhoria das condições de vida da classe trabalhadora. Entretanto, ao manter a estrutura
de organização do trabalho e da propriedade – consequentemente, mantendo-se um
determinado modo de produção – conserva-se os principais condicionadores de todas as
relações sociais.
A flexibilidade de contratação, manutenção e demissão do trabalhador para o capitalista,assim
como o enrijecimento da subsunção do trabalhador às demandas do capital, ambos garantidos
pela precarização dos contratos de trabalho (e mesmo ausência deste nos casos de contratação
como pessoa jurídica), somados ao desemprego e à informalidade, geram, indiretamente, um
rebaixamento adicional da remuneração do trabalho, pois geram uma maior insegurança do
trabalhador em relação ao seu meio de vida, reduzindo sua capacidade de reivindicação e
barganha.
De fato, consideramos aqui que a multiplicidade de opções pelas quais o capitalista pode se
valer da força de trabalho configura uma das principais marcas da reforma trabalhista.
Levando em conta, é claro, que estas “novas” opções tendem a representar alguma forma de
precarização da relação de trabalho. De um lado, a livre escolha da forma mais apropriada de
exploração do trabalho; de outro, a rigidez de seguir as necessidades fugazes do capital. O
“mercado de trabalho” se coloca cada vez mais como um “mercado”, onde não somente se
compra a força de trabalho, como se escolhe a “melhor forma de pagamento”.
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Uma questão que merece atenção é a efetividade das medidas abordadas neste estudo sobre a
acumulação, considerando que hoje, no Brasil (e no mundo), os serviços e o trabalho
improdutivo em geral ocupam a maior parte da economia, movimentam maior quantidade de
capital e empregam mais trabalhadores. Entretanto, não se trata simplesmente da disputa pela
mais-valia, mas da disputa, em todos os níveis da produção, circulação e redistribuição, pelo
valor socialmente criado em uma sociedade produtora extremamente e crescentemente
complexificada. Essa disputa está presente desde a produção de mais-valia até as divergências
sobre as políticas de governo e de Estado – como é o caso de políticas públicas como a
economia solidária.
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