SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VIII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
(Universidade Federal do Maranhão, São Luís), novembro de 2010
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Telejornalismo e diversidade cultural:
a TV pública e a construção de identidades
Christina Ferraz Musse1
Mila Pernisa 2
Resumo: O artigo procura refletir sobre a construção da identidade nacional, no telejornalismo
brasileiro. Desta forma, pretende evidenciar a hegemonia do discurso televisivo na conforma-
ção do mito da brasilidade, como também desvelar os artifícios que constroem o mito, ao simu-
lar a pluralidade cultural, quando de fato há uma excessiva centralização nos modos de narrar o
país. O modelo comercial da televisão brasileira interioriza e dinamiza o consumo, mundializa
o desejo, mas não parece dar conta das diversidades regionais. A televisão pública ensaia narra-
tivas nesta direção, mas o resultado fica muito aquém da diversidade de sotaques e de fazeres.
Existe uma crise de representação do espaço público, que as novas tecnologias pretendem res-
gatar. O artigo tenta compreender a construção da imagem do país, com base nos conceitos de
identidade e mediação das Teorias do Jornalismo e dos Estudos Culturais.
Palavras-chave: Telejornalismo, televisão, identidade, diversidade, espaço público.
1. A diversidade: pauta de interesse público
A diversidade é pauta dos principais veículos de comunicação do mundo. Até
mesmo numa área como o esporte, ela é saudada como uma vantagem competitiva. Não
é à toa que este foi um dos atributos que, segundo especialistas, teriam levado a Seleção
1 Christina Ferraz Musse é Doutora em Comunicação e Cultura pela Universidade Federal do Rio de
Janeiro (UFRJ); professora adjunta e coordenadora do Curso de Comunicação Social (Diurno) da Univer-
sidade Federal de Juiz de Fora (UFJF); professora permanente do PPGCOM/UFJF.
2 Mila Pernisa é jornalista com especialização em Comunicação Empresarial e mestranda em Comunica-
ção e Sociedade pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF). Professora do curso de Comunicação
Social do Centro de Ensino Superior (CES) de Juiz de Fora.
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Alemã às quartas de final da Copa do Mundo de Futebol na África do Sul. ―Multirra-
cialismo, a arma alemã‖, alardeava a manchete do jornal O Globo, enfatizando a pre-
sença de 11 ―estrangeiros‖ entre os 23 jogadores (MULTIRRACIALISMO, 6 jul.2010,
p.1). De outra forma, poucos dias antes, após a humilhação e a volta para casa da Sele-
ção Francesa, reportagem do mesmo jornal mencionava que os jogadores estavam sendo
acusados de não serem franceses, por, entre outras razões, não cantarem o hino (ER-
LANGER, 25 jun. 2010, p.10). Dos estádios para a discussão acadêmica, parece não
haver distância. Na mesma semana, em palestra de abertura do Simpósio de Coopera-
ção França-Brasil, em Paris, Dominique Wolton3 citaria o futebol como metáfora das
disputas simbólicas que extrapolam o esporte e alertaria para a necessidade da pesquisa
das diferenças entre os povos e nações, muito mais do que aquilo que eles têm em co-
mum, fazendo, dessa forma, um elogio à diversidade.
Wolton, que é autor de livros e artigos sobre a televisão, não hesita em apontar o
veículo como ―fator de identidade cultural nacional, indispensável diante da internacio-
nalização da cultura‖ (2004, p.168). Analisando o exemplo brasileiro, em que a televi-
são privada, Globo, é amplamente dominante, o pesquisador salienta o papel das teleno-
velas, assistidas por todas as classes sociais. ―Elas fizeram provavelmente mais para
preservar um certo orgulho cultural, valorizar a criação e manter uma certa coesão, do
que muitas políticas públicas‖ (2004, p. 172). Wolton acredita que, quanto mais o mer-
cado da comunicação se internacionaliza, mais as televisões nacionais cumprem um
papel fundamental para garantir a diversidade e fazer frente aos interesses das multina-
cionais da cultura.
Reconhecendo o papel da televisão no cenário contemporâneo, ou melhor, das
múltiplas televisões (já que a ―televisão tem inúmeras faces‖), Vera França defende a
sua estreita relação com a vida social, mas alerta para o fato de que a TV é ―mecanismo
de reprodução e manutenção da ordem dominante‖ (2009, p.30). Isto é, mesmo reco-
nhecendo a televisão como ―vetor de dinamismo e modificação do seu entorno‖ (2009,
p.30), França conclui que ―é possível compreender as permanentes trocas entre televisão
e sociedade como pautadas por e resultando em permanentes equilíbrios e reequilí-
3 Dominique Wolton fez a palestra de abertura do Simpósio de Cooperação França-Brasil, realizado no
dia 22 de junho de 2010, no Instituto de Ciências da Comunicação, do Centro Nacional de Pesquisa Cien-
tífica (CNRS), em Paris.
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brios‖, o que ela caracteriza como um ―sistema homeostático‖ (2009, p. 31). Neste sen-
tido, a televisão seria capaz de absorver as transformações sociais e tecnológicas inten-
sas do mundo contemporâneo, até mesmo aquelas que provocassem rupturas, processá-
las e devolvê-las sob a forma de produtos de fácil consumo, mantendo o equilíbrio do
sistema como um todo.
De certa forma, a cultura da televisão é aquela definida por Wolton como cultura
média. ―A grande mudança é o surgimento dessa cultura média, de grande público, ma-
joritária, geral, a que mais se espalhou em nossas sociedades, à qual cada um pertence
de qualquer forma, mesmo quem adere a uma outra forma cultural‖ (2004, p.162). Essa
cultura média pode até contemplar a pluralidade de pontos de vista, as ―formas de vida
heterogêneas‖ de Muniz Sodré, que são importantes, como ele reconhece, para a ―ques-
tão das identificações de um povo nacional, por mais que sejam dificilmente reconheci-
das em sua diversidade cultural‖ (2008, p. 36). Sodré aponta diferenças entre a plurali-
dade e a diversidade, a última exigiria um intercâmbio mais amplo entre a produção e o
consumo de conteúdos, até mesmo, uma troca de papeis. É uma postura que dialoga
com Giddens (1991), quando o autor alerta para a confusão criada quando, na defesa do
multiculturalismo, criam-se posições que essencializam a identidade e a diferença e não
possibilitam aquilo que Hall entende como a geração de culturas híbridas (2001). Ao
defender que qualquer política cultural hoje tem de rever a ideia de cultura como essên-
cia, Sodré reconhece que:
Uma política de diversidade cultural não é o reconhecimento ou o financia-
mento de simples fetiches identitários, mas a promoção de relações dialógi-
cas entre Estado, sociedade global e formas plurais de existência, que impli-
cam a apropriação de territórios e a intervenção em agências governamentais
(SODRÉ, 2008, p. 36).
Tal pensamento vai ao encontro das estratégias adotadas por grupos da socieda-
de civil que têm se articulado para estruturar seus próprios canais de comunicação ou
pelo menos ganhar, mais do que reconhecimento, visibilidade nos media já constituídos.
Rousiley Maia destaca que, apesar de não haver a interação do tipo face a face, os media
provocam algum tipo de interação:
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Eles [os media] dão visibilidade a atores, vozes e a uma diversidade enorme
de matérias, mas não permitem uma interação dialógica, do tipo face a face,
com a audiência. Não obstante, deve-se considerar que o sistema dos media,
ao disseminar informações em volume e escala sem precedentes, oferece in-
sumos que alimentam interações dialógicas, com formatos variados, entre os
cidadãos, seja em conversações informais do dia-a-dia, seja em discussões
que se sobrepõem em fóruns organizados da complexa sociedade contempo-
rânea (MAIA, 2006, p.156).
É neste contexto que podemos entender a televisão, por exemplo, como veículo
capaz de criar ―laços sociais‖ (WOLTON, 2006) e se transformar na nova ―praça públi-
ca‖ (VIZEU; PORCELLO; MOTA, 2006). ―Certamente, vencer a barreira da invisibili-
dade é o primeiro passo para tomar parte no fórum de debate cívico constituído pela
mídia. Somente dessa forma os atores e seus discursos adquirem ‗existência pública‘,
para além de seu meio local e de suas comunidades compartilhadas‖ (MAIA, 2006, p.
161).
Ao analisar as relações entre sociedade e TV, Ana Carolina Temer e Tatiane Pi-
mentel acreditam não ser difícil, apesar de árduo, entender o veículo como laço social,
mas argumentam que ―a dificuldade estaria em admiti-la como substituta da expressão
do cidadão‖ (2009, p. 177), já que o pressuposto básico da cidadania é a transformação
social e esta não dispensa os cidadãos. ―No entanto, a ação dos cidadãos não reverbera
a contento nos meios de comunicação‖ (2009, p. 177). Desta forma, como destacam as
autoras, a comunicação efetuada pelos meios não responderia às exigências de uma co-
municação dialógica ou aos preceitos da cidadania social.
2. A concentração dos meios na América Latina e no Brasil
No cenário latino-americano, o maior entrave à comunicação dialógica e trans-
formadora está na excessiva concentração dos meios nas mãos de poucos produtores de
informação, o que cria, segundo Raúl Trejo Delarbre, uma relação inevitável, necessá-
ria, mas contraditória entre as novas democracias do continente e os meios de comuni-
cação:
En las sociedades contemporáneas los medios de masas, especialmente la te-
levisión, se han convertido en espacios esenciales par la construcción de
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consensos. Para la mayor parte de los ciudadanos son la principal fuente de
información acerca de los asuntos públicos. Si esa información es parcial, la
apreciación de los ciudadanos acerca de tales asuntos será insuficiente. En
otras palabras, las insuficiencias de los medios se pueden convertir en algu-
nas de las deficiencias en los regímenes democráticos. Y al contrario, ciando
una sociedad es democratica ofrecerá un contexto apropriado para un des-
empeño profesional de los medios (DELARBRE, 2010, p. 18).
Ao analisar a experiência televisiva na América Latina o autor traz para discus-
são essa evidência: a discrepância entre a homogeneização e a diversidade cultural; en-
tre a quantidade e a qualidade. Delarbre cunhou o termo ―mediocracia‖ para falar da
influência política e social da televisão e da empresas midiáticas no México. Ao anali-
sar a concentração da televisão aberta também na Argentina, Brasil, Chile e Venezuela,
ele alerta para um controle na produção de conteúdo que se amplifica ao se espalhar por
outros veículos de comunicação, num caso típico de propriedade cruzada de unidades
empresariais4:
El control que mantienen sobre las principales frecuencias de la televisión
abierta es uno de los puntales de esas posibilidades mediáticas pero hoy en
día se trata de grupos con versátiles y cambiantes ramificaciones. La pro-
ducción originalmente realizada para la televisión abierta pude ser difundida
por sistemas de televisión de paga, por cable o satélite. O es vendida más
tarde, empaquetada en videos o en formatos descargables en Internet. La
poderosa influencia que esas variadas actividades pueden proporcionar a los
consorcios mediáticos se manifiesta en la relación habitualmente cercana
que los empresarios de la televisión tienen con las elites políticas (DELAR-
BRE, 2010, p.25).
As relações de produção na televisão brasileira são sintomáticas. Anamaria Fa-
dul argumenta que o processo de desconcentração industrial no Brasil, observável na
última década, não veio acompanhado de algo semelhante entre as empresas de mídia.
―O desenvolvimento de um sistema midiático regional, como já se mostrou anterior-
mente, tem íntima relação com os indicadores demográficos e econômicos, isto é, qual o
tamanho da população, onde ela se localiza e quanto tem para consumir (IPC)‖ (2006,
p.28). Assim, por exemplo, é curioso que se observe que, dos 26 estados brasileiros,
4 Propriedade cruzada é a concentração de propriedade pelo mesmo grupo, de diferentes tipos de meios de
comunicação. Por exemplo, concessões de rádio e televisão e outros serviços como televisão por assinatu-
ra, jornais e internet.
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somente oito têm suas capitais incluídas nas pesquisas de audiência, além da capital do
Distrito Federal, Brasília. ―Este fato significa que, para a publicidade e os anunciantes,
o Brasil da mídia é muito menor do que aquele real. No caso da televisão, a mídia de
maior impacto no país, a audiência televisiva dessas nove capitais sinaliza o que será
exibido em todo o país‖ (2006, p.29). Na opinião da autora, até mesmo as pesquisas
sobre mídia regional têm uma visão etnocêntrica, uma vez que têm privilegiado, em sua
maioria, o estudo nas cidades do Rio de Janeiro e São Paulo, onde estão localizadas as
maiores e mais importantes empresas do setor.
Neste sentido, José Marques de Melo aponta para o que ele chama de ―colonia-
lismo cultural‖:
A análise da programação da TV brasileira no que se refere à origem da pro-
dução permite identificar uma situação de colonialismo cultural. Mais de
80% do espaço dos programas exibidos é ocupado por material proveniente
de universos culturais diversos daquele peculiar à população à qual se desti-
na. Cerca de metade dos programas são estrangeiros (48%) e cerca de 1/3
são nacionais (34%). A produção regional é reduzidíssima (4%) e a produ-
ção local é quantitativamente pouco expressiva (MARQUES DE MELO,
2010, p.117).
Apesar de a Constituição brasileira ter um capítulo sobre Comunicação Social e
garantir o direito à livre expressão e à comunicação, observa-se que, de fato, ainda é
pouco o que se tem realizado no sentido de possibilitar uma maior democratização da
produção de conteúdos na televisão brasileira. A Constituição prevê, por exemplo, no
Artigo 220, § 5º, que ―os meios de comunicação social não podem, direta ou indireta-
mente, ser objeto de monopólio ou oligopólio.‖ O artigo 221 é ainda mais explícito:
Art. 221. A produção e a programação das emissoras de rádio e televisão a-
tenderão aos seguintes princípios:
I - preferência a finalidades educativas, artísticas, culturais e informativas;
II - promoção da cultura nacional e regional e estímulo à produção indepen-
dente que objetive sua divulgação;
III - regionalização da produção cultural, artística e jornalística, conforme
percentuais estabelecidos em lei (Constituição Brasileira).
Esses pontos da lei revelam o desejo de uma profunda mudança no modelo de
comunicação realizado no país, mas ainda dependem de regulamentação que só ocorrerá
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diante de uma efetiva pressão da sociedade civil. Em dezembro de 2009, mais de 20
anos depois da Assembléia Nacional Constituinte, este momento parecia ter chegado.
Foi a realização da 1ª Conferência Nacional de Comunicação, em Brasília, depois de
vários fóruns regionais. Os 1.800 delegados, representando os segmentos da sociedade
civil, sociedade civil empresarial e poder público, participaram dos 15 Grupos de Traba-
lho, organizados em três eixos temáticos – Produção de conteúdo; Meios de distribui-
ção; e Cidadania: direitos e deveres – e aprovaram, ao final, 633 propostas.
Dentre aquelas apresentadas no quesito Produção de Conteúdo, apresentamos
aqui um brevíssimo resumo: ampliar o volume de recursos públicos destinados à produ-
ção independente por meio de leis de incentivos e regionalização dos editais; valoriza-
ção da diversidade (regional, étnico-racial, religiosa, cultural, de geração, orientação
sexual, e inclusão de pessoas com deficiência), respeitando os direitos humanos e não
incentivando o consumismo; resgate de traços genuínos das culturas regionais e memó-
rias coletivas; valorização dos pequenos empreendedores de comunicação; discussão da
realidade cultural local e regional com produção descentralizada de conteúdos, além de
vários outros itens (Caderno da 1ª Conferência Nacional de Comunicação).
Luiz Gonzaga Motta chama a atenção para a importância do evento no cenário
nacional:
Sua simples realização representa um divisor de águas entre a intolerância
anterior dos radicais e o diálogo que se abre sobre o tema da comunicação
no país depois do evento de Brasília. A Conferência criou uma cultura de
debates sobre as políticas públicas de comunicação (tema tabu nos círculos
políticos até agora) que não tem volta atrás. O debate é saudável, e será be-
néfico para o país (MOTTA, 2009).
A televisão surgiu no Brasil de um esforço da iniciativa empresarial e firmou-se
como TV comercial. Contribuiu para a modernização e a integração do país, principal-
mente à época de sua consolidação, durante a ditadura militar, mudou hábitos, mas não
diminuiu as diferenças, em especial as de renda e de educação. E, apesar de ser o meio
de maior penetração nos lares brasileiros5, não contempla em sua programação conteú-
5 O número de famílias brasileiras com TV em cores é maior do que o das que desfrutam de serviços
adequados de saneamento. Essa situação ocorre em todas as faixas de renda e em todos os Estados, embo-
ra a diferença seja maior entre os mais pobres. No Brasil, há 162,9 milhões de pessoas que moram em
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dos destinados à difusão cultural e à formação da cidadania – o que pode ser explicado
por sua própria origem no país: financiada pela publicidade e, portanto, orientada pela
lógica mercantil da busca da audiência e incentivo ao consumo e, não, da construção da
cidadania.
3. A TV Brasil
A Empresa Brasil de Comunicação (EBC)6 foi criada para gerir os quatro canais
federais que hoje compõem a TV Brasil e, assim, ―suprir uma lacuna no sistema brasi-
leiro de radiodifusão com o objetivo de implantar e gerir os canais públicos, aqueles
que, por sua independência editorial, distinguem-se dos canais estatais ou governamen-
tais‖ (http://www.ebc.com.br).
A EBC foi constituída baseando-se no artigo 223 da Constituição de 1988 que
prevê a complementaridade entre os sistemas estatal, público e privado, ou seja, inclui a
rede pública de televisão, reunindo as emissoras públicas nacionais, de natureza educa-
tiva, universitária e comunitária. A TV pública em todo o mundo tem como proposta
trabalhar melhor a diversidade, assegurando mais espaço para aqueles que não têm co-
mo se mostrar nas grandes redes comerciais. Para Diego Cifuentes, são três os fatores
que tornam necessária a existência da televisão pública nas circunstâncias históricas
atuais:
1) A expressão da diversidade que constitui a Nação. Por sua natureza, a
empresa privada tem a opção legítima de expressar o ponto de vista de seus
proprietários, isto é, de um setor da sociedade, com exclusão dos outros. (...)
a televisão pública se justifica por se constituir em garantia de expressão da
diversidade.
domicílios com televisão colorida — 32,3% a mais do que os 123,2 milhões que estão em domicílio com
rede coletora de esgoto ou fossa séptica. (Dados referentes a 2005).
(http://www.pnud.org.br/saneamento/reportagens/index.php?id01=2635&lay=san). 6 A EBC é um complexo de comunicação composto pela nova TV Pública, oito emissoras de rádio, uma
agência de notícias e outros serviços, gerido sob controle da sociedade através de um Conselho Curador
representativo e autônomo. Seus usuários têm ainda na Ouvidoria um canal direto para suas críticas, opi-
niões e reclamações (http://www.ebc.com.br).
.
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2) A cobertura nacional e a expressão descentralizada da comunidade nacio-
nal. (...)
3) A experimentação, inovação e atenção aos públicos minoritários (CIFU-
ENTES, 2000, p. 131-132 apud ARAÚJO, 2008, p.5-6).
Assim, a TV Brasil iniciou suas transmissões em 2 de dezembro de 2007, com a
pretensão de ser uma TV pública nacional, independente e democrática, uma saída para
a lacuna que a televisão brasileira apresenta no sentido de mostrar os vários Brasis, dan-
do oportunidade àqueles que não têm voz na TV comercial. ―A TV Brasil busca ofere-
cer ao telespectador programação diferenciada e privilegia conteúdos nacionais e regio-
nais em suas diferentes faixas: infantil, jornalismo, documentários, debates, programas
culturais e entretenimento. A programação inclui conteúdos próprios, co-produções,
contribuições da produção independente e da produção regional‖ (www.tvbrasil.org.br).
As emissoras que compõem a rede pública proposta pela EBC são 21, incluindo
a TV Brasil, e fazem parte da Associação Brasileira das Emissoras Públicas, Educativas
e Culturais (Abepec), alcançando 3.000 municípios. O objetivo da EBC é integrar ―cer-
ca de 174 canais municipais/regionais, 70 emissoras comunitárias, 40 universitárias e 64
legislativas. O plano prevê dez horas de transmissão simultânea, sendo quatro da TV
Brasil, quatro do conjunto da rede e duas horas de programação infantil comum a todos‖
(www.tvbrasil.org.br).
A TV Brasil produz quatro telejornais diários: o Repórter Brasil – manhã, das 8h
às 8h45; o Repórter Brasil – noite, das 21h às 22h; o Repórter Rio e o Jornal Visual
(para a comunidade de surdos). Para este estudo, analisamos o Repórter Brasil – edição
noturna. A proposta é encontrar de que forma o principal telejornal da rede pública dá
conta das diversidades culturais brasileiras, já que
o telejornal Repórter Brasil continua sendo, entretanto, o programa líder da
articulação entre a TV Brasil e as demais TVs públicas, sendo veiculado em
19 estados, afora televisões educativas ou universitárias de âmbito regional
ou local (www.tvbrasil.org.br).
Em pesquisa realizada entre os dias 18 e 22 de agosto de 2009, com mais de 5
mil entrevistas, a TV Brasil foi mencionada apenas por 1% dos entrevistados, na consul-
ta espontânea. Na consulta estimulada (pesquisador menciona o nome do canal), 15%
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dos entrevistados disseram já ter assistido ao canal alguma vez e 10% declararam assis-
ti-lo na época. Três programas destacaram-se na preferência destes telespectadores:
Programa de Cinema (filmes), com 34% , o telejornal Repórter Brasil Noite, com 31%,
e o programa Leda Nagle - Sem Censura, com 26% (www.ebc.com.br).7
4. O telejornal Repórter Brasil
Através da análise de algumas edições do telejornal, pudemos perceber o quanto
a produção jornalística da TV Pública brasileira ainda não acompanha as novas tendên-
cias do telejornalismo, como, por exemplo, mais descontração dos apresentadores, mais
entradas ao vivo, complementaridade das matérias nos sites dos programas. O telejornal
é apresentado de três cidades: Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo. Os apresentadores
aparecem simultaneamente na tela no início e ao final do telejornal, para a abertura e o
fechamento, respectivamente. Durante o programa, vão se revezando nas chamadas das
matérias. Esse formato talvez seja uma tentativa de descentralizar, ainda que de maneira
superficial, os modos de narrar o país. Mas parece que, na prática, essa pluralidade não
é conseguida pela equipe jornalística. A grande maioria das matérias é apurada em São
Paulo e Rio de Janeiro. Apenas em caso de situações emergenciais, como as enchentes
em Alagoas e Pernambuco, o foco dessas duas capitais é desviado.
Há espaço para notícias de economia, a agenda política dos três principais can-
didatos à Presidência da República (Dilma Roussef, José Serra e Marina Silva) – já que
estamos em ano eleitoral – e matérias internacionais. A nosso ver, as notícias interna-
cionais talvez pudessem ter o espaço mais reduzido, privilegiando mais matérias nacio-
nais, visto que, mesmo o telejornal tendo uma hora de duração, não dá conta da diversi-
dade cultural brasileira.
7 Só para comparação, na semana, de 14 a 20 de junho de 2010, as 30 maiores audiências no mercado de
São Paulo, o mais relevante em termos de comercialização, foram da Rede Globo de Televisão. A trans-
missão do jogo Brasil x Coreia do Norte conseguiu audiência de 45 pontos, com 73% de participação da
Globo. Na mesma semana, o Jornal Nacional atingiu 34 pontos de audiência, com 54% de participação.
(Anúncio institucional publicado no jornal O Globo, de 27 de junho de 2010, p. 36). Cada ponto corres-
ponde a 55 mil domicílios sintonizados na Grande São Paulo.
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Analisamos edições durante o final de junho e início de julho de 20108, portanto,
período de jogos da Copa do Mundo. Devido a este fato, os telejornais começavam com
transmissão ao vivo, da África do Sul e, quando dos jogos do Brasil, havia participação
de um comentarista esportivo. Normalmente, a participação de comentaristas é reduzi-
da, ficando sempre com o de economia com entrada todos os dias. As matérias de cultu-
ra ficam restritas ao final do telejornal, sempre em tom leve, como se fossem de menor
interesse da equipe de jornalistas e do próprio telespectador.
Apesar da rede ser formada por TVs educativas, culturais e universitárias de to-
do o Brasil, o que se vê são matérias no Rio de Janeiro, São Paulo e Brasília. Assuntos
que poderiam ser abordados em outras partes do país, até mesmo para ouvirmos outros
sotaques e vermos posturas um pouco diferentes daquilo que está homogêneo na TV,
não são colocados no ar (ou mesmo não são produzidos pela rede). Em uma das edições
analisadas, por exemplo, lembrando que sua duração é de uma hora, mostrou-se uma
matéria em Belo Horizonte (uso de celular no trânsito), sendo o restante em São Paulo,
Rio e Brasília. Em outra edição, foi ao ar uma matéria em Porto Alegre – pessoas que
estão em trânsito durante os jogos do Brasil na Copa.
Em relação ao formato do Repórter Brasil, notamos um ―engessamento‖, com os
três apresentadores com participações meramente de locução, sem seguir a tendência
das grandes redes comerciais onde os apresentadores são jornalistas e têm um perfil de
âncoras, isto é, participam também da confecção do telejornal. Isso, pressupõe-se, deve
ocorrer justamente por ser um jornal de TV pública, onde não há interesse em tornar os
jornalistas e/ou apresentadores ―parte da família brasileira‖. Os apresentadores não tro-
cam palavras entre si, o que poderia deixar o jornal mais leve e dinâmico, na nossa opi-
nião. Pouco espaço para a interatividade no ar – a não ser no site da TV, onde há um
link para telespectadores postarem suas reportagens que podem entrar no Repórter Bra-
sil através do espaço Um Outro Olhar, destinado justamente para a participação do te-
lespectador. Ele posta o vídeo produzido para que seja ou não selecionado para exibição
no telejornal. Por exemplo, foi ao ar uma reportagem sobre as chuvas em Alagoas em
uma das edições que mais destacaram o problema das enchentes no Nordeste. Na edição
da noite em que o Brasil ganhou do Chile, durante a Copa do Mundo, a reportagem foi
8 As edições analisadas foram preferencialmente dos dias 28, 29 e 30 de junho de 2010.
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sobre futebol na periferia do Rio de Janeiro, ocupada pelas unidades pacificadoras da
Polícia Militar. Este é um aspecto positivo do telejornal, que parece tentar acompanhar a
nova participação dos cidadãos nos veículos de comunicação – quando eles mesmos são
os repórteres.
Outro aspecto positivo encontrado é a duração média das matérias, cerca de dois
minutos, com muitas sonoras, dando ―voz ao povo‖. Há um certo equilíbrio entre o tex-
to do repórter e a entrada de sonoras (as entrevistas), sempre com participação do cida-
dão comum e de autoridades/especialistas.
Os critérios para a seleção das notícias (os valores-notícia) parecem não seguir a
lógica tradicional dos telejornais de maior audiência no Brasil. Segundo Traquina
(2008), os principais seriam: morte, notoriedade, proximidade, relevância, tempo, nota-
bilidade, inesperado, conflito, infração. O que parece guiar os jornalistas são os aconte-
cimentos econômicos, tipo prestação de serviço, que são de interesse do cidadão (ou do
governo, mesmo que o jornalismo ―chapa branca‖ não seja abertamente praticado) –
crescimento do PIB (Produto Interno Bruto) brasileiro em 9% no trimestre. E também
assuntos pautados por assessorias de imprensa de instituições públicas – projetos desen-
volvidos por universidades (Hospital das Clínicas e tratamento para compradores com-
pulsivos; pesquisa da Universidade de São Paulo sobre consumo de chuveiro – gás, elé-
trico ou solar, qual o mais econômico?). Matérias policiais não ganham destaque, de três
edições analisadas, em apenas uma foi ao ar matéria sobre uma explosão de caixas ele-
trônicos na Paraíba.
Ao final de cada bloco, logo após as chamadas para o intervalo, entra um ―povo
fala‖, que é uma enquete feita nas ruas, com cidadãos comuns, sobre o assunto do dia.
Exemplos: ―A economia cresceu 9%, isso faz diferença na sua vida?‖; ―O que você vai
levar em conta para escolher seus candidatos?‖; ―O que você pode fazer para ajudar o
nordestino vítima das enchentes?‖. O que era de se esperar seriam participações de todo
o país, mas o que acontece são sonoras feitas no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e
Goiânia. Enquanto que no site da TV Brasil está escrito: ―Através das emissoras da rede
pública de televisão, oferece notícias de todos os estados e regiões brasileiras, na certeza
de que a formação da identidade nacional pressupõe a compreensão do Brasil em todas
as suas dimensões‖, a realidade é outra.
SBPJor – Associação Brasileira de Pesquisadores em Jornalismo VIII Encontro Nacional de Pesquisadores em Jornalismo
(Universidade Federal do Maranhão, São Luís), novembro de 2010
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Em todas as edições estudadas há presença de matérias ―educativas‖, ou explica-
tivas. É o espaço para desenvolver assuntos que possam complementar matérias que
foram ao ar. Por exemplo, na edição em que entrou a matéria sobre o crescimento do
PIB em 9%, foi produzida também reportagem sobre como ele é calculado. Na edição
que mostrou a definição do vice do presidenciável José Serra, também foi ao ar ―Para
você entender melhor o que são as convenções partidárias‖. No período estudado tam-
bém foi produzida uma série de reportagens sobre as ―Eleições 2010‖: a importância do
voto, o que levar em conta na escolha dos candidatos, entre outros.
5. Considerações finais
Ao analisar a produção telejornalística de uma emissora pública de televisão, se-
ria esperado que encontrássemos um novo modelo de abordagem para conteúdo e for-
mato, que rompessem com a lógica da audiência e do lucro das TVs comerciais, privile-
giando uma nova linguagem, e contemplando a diversidade das características de um
país da extensão e população brasileiras. Mas, na prática, apesar do compromisso com
a diversidade estar na pauta de apresentação da recém-criada EBC, a TV Brasil parece
esbarrar em todo o tipo de dificuldade, inclusive infra-estrutural, para construir uma
imagem do país mais plural. Propostas como a de produzir conteúdos digitais inovado-
res e incrementar a interatividade ainda são distantes. Da mesma forma, a democratiza-
ção dos conteúdos está estagnada. Apesar da existência de uma boa carta de intenções,
como a Carta de Brasília, produzida no I Fórum de Emissoras Públicas, em 2006, o sis-
tema público brasileiro carece de vontade política e investimentos que realmente garan-
tam a efetiva produção de conteúdo transformador, dialógico e representativo da diver-
sidade nacional. Além do que a própria formação de jornalistas e radialistas deve pas-
sar por uma intensa revisão, enquanto são discutidas as Novas Diretrizes Curriculares
dos Cursos de Comunicação Social, para graduar profissionais capazes de atuar no sen-
tido da formação de cidadãos críticos, transformando a TV Pública numa bandeira da
diversidade e promovendo o diálogo entre as múltiplas identidades do país.
6. Referências bibliográficas
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