I. INTRODUÇÃO
O objetivo desse trabalho é analisar a situação atual do
adolescente em conflito com a lei e a aplicação das medidas
socioeducativas, bem como a efetividade e eficácia da
Liberdade Assistida. As medidas socioeducativas estão
elencadas na Lei 8.069/90, e são aplicadas aos Adolescentes e
ás crianças em conflito com a lei (BRASIL, 1990). (é essa a
referencia?) Alcione, a gente não começa a introdução com o
objetivo, vc já o colocou no fim da introdução que é o local
correto. Vc pode iniciar seu texto dentro desse mesmo
contexto, mas sem falar que é objetivo, entendeu? Eu não
consigo reformular para vc, pois não entendo o assunto.
Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA
estabeleça a importância da sociedade e do estado na formação
da criança e do adolescente, na prática percebe-se o
distanciamento entre esses elementos, tornando-se, portanto,
ineficaz a aplicação dos princípios estabelecidos em lei
(BRASIL, 1990).
No âmbito internacional o reconhecimento da criança e do
adolescente como sujeitos de direito teve sua coroação com a
convenção das nações unidas do direito da criança de 1990
(BRASIL, 1990).
Conforme ensina Karyna Sposato, o movimento de luta pelos
direitos da infância que reuniu 250 mil assinaturas a partir
de 1985, no bojo da convenção constituinte e cujas
reivindicações traduziram em exata medida a necessidade de
substituição do paradigma tutelar pelo garantista, com
incidência em todas as políticas de atenção à infância e à
juventude, inclusive para aqueles que se encontram bem
conflito com a lei. Tal movimento resultou na introdução dos
princípios básicos da proteção e garantia dos direitos da
criança e do adolescente no texto constitucional de 1988.
(Sposato, 2006)
Objetiva a pesquisa, a responder aos seguintes
questionamentos: Qual a medida mais eficaz na ressocialização
de crianças adolescentes em conflito com a lei? Como o estado
e sociedade participam do processo se ressocialização dos
menores? Como a sociedade lida com a questão do menor em
conflito com a lei? Quais as deficiências do sistema estatal
em relação às políticas de proteção ao menor?
A justificativa desse trabalho está em como o Estado e
sociedade tem contribuído para ressocialização desses jovens
em conflito com a lei uma vez que a constituição atribui a
esses sujeitos de proteção integral, em um ambiente em que o
menor que se encontra em conflito com a lei deve ser objeto de
proteção, uma vez que algumas medidas são ineficazes ao
analisar sua aplicação ao caso concreto.
Tem-se então, como objetivo geral analisar as medidas
socioeducativas, diante de seus aspectos promissores e
retrocedentes perante o adolescente infrator, com base nos
fundamentos doutrinários, jurisprudenciais, legislativos e
estatísticos, procurando ainda salientar o que vem sendo feito
pelo Estado e sociedade no processo de ressocialização dos
menores em conflito com a lei.
A hipótese desse trabalho se pauta em quais os meios tem a
sociedade e estado usado para a aplicação das medidas
socioeducativas e sobre tudo a abstração dos seus resultados.
II. METODOLOGIA
Em relação aos aspectos metodológicos, as pesquisas foram
realizadas em bibliografias e documentos que versam sobre o
assunto e também através de pesquisas empíricas as quais houve
o convívio do pesquisador em comunidade na qual jovem em
conflitos com a lei cumpriam as medidas socioeducativas,
através deste convívio pode o pesquisador fazer levantamentos
do perfil dos adolescentes que se encontra em conflito com a
lei e quais fatores comuns que influenciam ao cometimento de
infrações.
III. DESENVOLVIMENTO
3.1. Formas que a sociedade vê o menor infrator
Devido ao contexto histórico em que se consubstancia a
sociedade, há indícios veementes que esta não estava preparada
para recepcionar o estatuto, principalmente quando o agente
passivo, adolescente advindo de classe social excluída,
infringe normas social ou legalmente impostas. Enfim,
vinculam-se sempre os estigmas de caráter degradante a
dignidade desses autores que no cometimento de infrações se
tornam sujeitos em conflito com a lei e a sociedade. ( isso eu
mesma escrevi)
Observações feitas por Emilio Garcia citado por Beatriz
Cabezas, Constata que a crise de interpretação e implementação
do Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA tem se como
fundamento a cultura punitiva da sociedade, distorção na
interpretação do ECA e os problemas da própria legislação.
Pois os direitos expressos na Lei 8.069/90 reclamam uma nova
mentalidade dos magistrados, promotores e sociedade e Precisam
de uma nova estrutura para eficácia da medida socioeducativa
(CABEZAS, 2009).
Seguindo o enfoque de proteção instituído pela convenção
internacional do direito da criança e do adolescente de 1989,
pelo Estatuto da Criança e do Adolescente e pela Lei maior
qual seja a Constituição Federal que em seu artigo 228
estabeleceu que a conduta praticada por menor de 18 anos será
aplicada a medida socioeducativa (BRASIL, 1988). aqui eu fiz
referencia a constituição Federal
O Estatuto da Criança e do adolescente traz um rol dessas
medidas de proteção integral, tendo como última hipótese a
internação, aplicada em infrações graves a qual visa retirar o
autor das ruas e dos olhos da sociedade conferindo a esta, a
sensação de “segurança”, não obstante, no ordenamento
brasileiro, como afirmou César de Barros Leal “o tempo da
prisão e internação é limitado em lei, frisa- se que no país
com raras exceções, prisões são consideradas degradantes
(LEAL, 2001).
Em meio às políticas negativas impostas à criança e ao
adolescente, a Constituição Federal de 1988, em seu art. 227,
possibilitou o surgimento de uma nova política de atendimento
aos direitos da infância e juventude: a Proteção Integral com
a criação da lei 8.069/90 que visa conferir direitos e deveres
as crianças e adolescentes (BRASIL, 1988).
Através dessas medidas adotadas pelo estado a criança e
adolescente possuíram a condição de sujeitos que se
encontravam em situação peculiar merecedoras do acolhimento e
da proteção do estado QUAL A REFERENCIA?
3.2. O objetivo das medidas e as garantia do estatuto da
criança e do adolescente
Ao analisar a aplicação das medidas socioeducativas do
Estatuto da Criança e do Adolescente e a forma como se tem
aplicado essas medidas, deve-se entender todo o contexto
socioeconômico e familiar que estão inseridos os jovens que
praticam as infrações penais o que contribui para reincidência
dos atos infracionários e, sobretudo, o caráter
ressocializador de algumas medidas, enfatizando a liberdade
assistida devido o seu caráter pedagógico e de inclusão, o
qual envolve esforço conjunto da sociedade, Estado e entidades
não governamentais. Nesta medida que em todas as suas fases de
aplicação deve ter a criança e o adolescente como prioridades
das políticas públicas, o Estado, a sociedade e a família são
responsáveis pela garantia dos direitos à vida, à educação, à
saúde, à profissão, à cultura, ao lazer, e ao convívio
familiar conforme diretrizes estabelecidas pela Proteção
Integral, fundamentada no art. 227 da Constituição Federal
(BRASIL, 1988).
3.3. Evolução do conceito de criança e adolescente
Concepção histórica no reconhecimento dos direitos inerentes
as crianças e adolescentes
O conceito de criança e adolescente nem sempre foi
compreendido com o significado que lhe é atribuído hoje em dia
(CABEZAS, 2009).
Menezes (2008), em seu livro “medidas socioeducativas”
descreve a evolução histórica a qual submeteu-se os direitos
da Criança e do Adolescente: A retroação vai às ordens
Filipinas, legislação com vigência em Portugal a partir de
1603, comandando o instituto penal brasileiro até 1830, quando
do advento do Código Penal do Império. Aquelas, em seu título
CXXXV, do Livro Quinto, já apontavam para a responsabilização
do homem ou da mulher delinquente, com menos de dezessete anos
de idade, isentando-os da morte, mas conferindo ao julgador,
conforme seu arbítrio, a fixação de outra menor.
A imputabilidade penal, termo jurídico que representa o
período inicial de reconhecimento da responsabilidade penal
tinha inicio aos sete anos, isentando-se o menor de pena de
morte e concedendo-lhe redução da pena. Seguia desta forma, a
idade da razão, assim reconhecida pelo direito Canônico.
(MENESES, 2008)
Entre dezessete e vinte um anos caracterizava como
existente o “jovem adulto”, esse sim com possibilidade de ver
sua vida ceifada, com a imposição da pena de morte, ou,
conforme as circunstâncias que envolviam o delito cometido,
ter sua pena diminuída. A imputabilidade penal plena ficava
para os maiores de vinte um ano, a quem se cominava a pena de
morte, atendendo a gravidade do delito. (MENESES,2008)
Após a proclamação da independência do Brasil, no ano de
1830, surge o Código Criminal do Império, que considera
plenamente imputável (imputabilidade, para o direito penal
atual, é um dos requisitos para aplicação da pena) aos maiores
de quatorze anos, considerando aos que tiverem entre sete e os
quatorze anos de idade a possibilidade, conforme o
discernimento, do recolhimento às casas de correção, pelo
tempo que entendesse o juiz conveniente, desde que não
ultrapasse os 17 anos de idade. Eram esses, conforme um
critério biopsicológico, considerados relativamente imputáveis
(MENESES, 2008).
Seguindo a codificação do direito penal, onde inserida a
discussão sobre a responsabilização dos menores, promulgado em
1890, o Decreto n. 847, conhecido como o Código Penal dos
Estados Unidos do Brasil. De tal texto se extrai a absoluta
inimputabilidade dos menores de nove anos de idade, sendo da
mesma forma inimputáveis os que estiverem dessa idade até os
quatorze anos, desde que não tivessem agido com discernimento.
Se agissem com tal discernimento, seriam recolhidos a
estabelecimentos disciplinares industriais, pelo tempo que o
juiz entendesse conveniente, não excedendo os dezessete anos
de idade (MENESES, 2008).
O avanço cronológico da legislação aponta para criação do
primeiro Tribunal de Menores no Brasil acontecendo no ano de
1923, precedendo ao período assistencialista que estava por
vir. Mas, no que diz com o aspecto da denominada delinquência,
no âmbito juvenil, a lei n. 4.242, de 05 de janeiro de 1921,
já afastava a análise biopsicológica, que vinha do Código
Republicano, adotando o critério etário, estabelecendo a
imputabilidade aos 14 (quatorze) anos de idade (MENESES,
2008).
3.4. Visão tutelar
Conforme destaca Menezes (2008), o Brasil vivenciou, mais
tarde, período essencialmente assistencialista quanto à
intervenção do Poder Judiciário, com a criação do primeiro
Juizado de Menores, ocorrido em 1924, tendo como titular um
Juiz de Menores antes disso, porém, o Decreto n. 16.272, de 20
de dezembro de 1923, já criava normas de assistência social
para proteção dos menores abandonados e delinquentes.
Instituiu-se o primeiro código dos menores em 1927, por
meio do Decreto 17.943-A, iniciou-se a “ação Social do Juízo
de Menores” conforme salienta Beatriz Cabezas, o referido
Código se aplicava em três categorias de acordo com a idade:
plenamente irresponsáveis até os quatorze anos, sujeitos às
medidas disciplinares e de assistência entre quatorze e
dezesseis anos e penalmente responsáveis entre dezesseis e 18
anos. (Cabezas, 2009. P.32 cap.II)
Convém salientar, na análise dessa evolução
histórica que dispõe sobre o tratamento ao ser dispensado aos
menores, que o Código de 1927 estabeleceu posição de vanguarda
no que dispunha como ato do “menor delinquente” proibindo a
sua submissão a processo penal, modificando a concepção
anterior reflexo do Código Penal de 1890, que admitia a
responsabilização dos menores de 9 a 14 anos de idade, que
agissem com discernimento, impondo o recolhimento em
estabelecimento disciplinar, conforme o período que o juiz
(não o de menores, eis que ainda não existia) entendesse
cabível (Meneses, 2008)
O Código Penal de 1940 (Decreto – Lei n. 2.848)
estabeleceu a inimputabilidade aos menores de 18 anos.
Atribuía à análise dos atos que se referiam aos abandonados e
delinquentes à legislação especial, com pedagogia corretiva,
reafirmando o caráter cautelar (BRASIL, 1940).
Na “Era Vargas” em lei especial foi criado o SAM (Serviço
de Atendimento ao Menor) a criança pobre e o menor, termo
reservado ao autor de ato contra a lei passaram a ter
atendimento diferenciado. Para desencadeamento ao atendimento
dos menores “delinquentes”, várias instituições (internatos,
patronatos agrícolas) foram criadas com evidente conotação de
presídio de menores, a orientação era correcional-repressiva
(CABEZAS, 2009).
Caracterizavam-se pelos castigos físicos, maus tratos,
para correção dos rebeldes ou suspeitos. Nas casas de meninas
as denuncias de abusos sexuais cresciam. O SAM, órgão
centralizador das ações, perdeu o controle das instituições
que dele nasceram. (MENESES, 2008).
Em 1964, período do governo militarista, este assume a
função de interventor e controlador da assistência social e
após duas décadas de sua existência, o SAM dá lugar à Fundação
Nacional do Bem-Estar do Menor (FUNABEM), ponto de partida
para instituição das Fundações Estaduais (FEBEMs), instalando-
se no país a política nacional do bem-estar do menor sob a
influência da doutrina de segurança nacional promulgada pela
ditadura militar (CABEZAS, 2009)
Nesse período em que foi instituída a (FEBEM), o conceito
de menor em situação conflituosa com a lei foi totalmente
descaracterizado de acordo com entendimento de Maria Liduína
de Oliveira e silva citada por Beatriz Cabezas, o menor era
considerado pelo sistema ditatorial como desviado,
“desajustado” e marginal, evidenciando, o velho modelo da
criminologia positivista do Século XIX, passou a ser
substituído pelo modelo das Organizações dos Estados
Americanos (OEA), no qual o delinquente é considerado
indivíduo de conduta anti-social, já nasce propenso ao delito
e dotado de alto grau de periculosidade (SILVA, citada por
CABEZAS,2009) Oi Juliana, eu acrescentei esse parágrafo, pois
achei-o muito bom para completar sobre o sistema febem
Com as transições políticas estabeleceu-se a necessidade
da revisão do Código de Menores, o que passou a acontecer a
partir de 1943, ultrapassando toda era ditatorial no país até
chegar ao novo Código de Menores, em 1979 instituído pala Lei
6.697 de 1979, que cria centros especializados em triagem,
recepção e permanência de menores, não apenas aqueles em
conflito com a lei, mas também os menores carentes e
abandonadas que se misturavam e mantinham-se distantes da
sociedade. (CABEZAS, 2009)
Continua a autora a defender que tal política de
institucionalização criou uma condição de subcidadania desse
grupo de jovem que eram criados longe dos grupos familiares
que incapazes de exercer suas potencialidades, continuaram na
fase adulta marginalizados. (CABEZAS, 2009)
No Código de 1979 o menor em conflito com a lei,
considerado em situação irregular ou delinquente, a idade para
imputabilidade permaneceu sendo 18 anos e os menores entre 14
e 18 anos eram submetidos a procedimento para apuração do ato
sendo passível de aplicação das medidas descritas no código. O
menor de 14 anos não era submetido a procedimento, mas poderia
receber medida se considerado em situação irregular (BRASIL,
1979).
A resposta à infração em uma abordagem comparativa já não
mais referendava como essencial a verificação pura do
discernimento, mas agregava, na indeterminação das penas, a
subjetividade judicial, fossem os menores delinquentes ou
abandonados, mantendo-se como solução repressiva de proteção a
institucionalização. (MENESES, 2008)
A criminalização da pobreza e a judicialização das
questões sociais foram características marcantes de tal
período, amparadas pelo Código de Menores. O “sistema Febem”
foi significativo para amparar decisões judiciais que
determinavam internações, mesmo aos que fossem autores de
qualquer infração. As garantias processuais eram nulas.
Criança e adolescentes eram objetos do direito, da norma
jurídica, nas mãos de uma única pessoa a traçar seus destinos:
o juiz de menores: era utilizada a internação no “sistema
febem”, privação da liberdade para situações irregulares, nas
seguintes categorias admitidas pelo código de menores.
(MENESES,2008)
Menores privados de condições de subsistência.
Menores em perigo moral;
Menores vítimas de maus tratos familiares;
Menores privados de representação ou assistência;
Menores com desvios de conduta, por inadaptação
familiar ou comunitária;
Menor autor de infração penal. OI JULIANA, ESSES
TÓPICOS PODEM FICAR ASSIM?
Com a reforma do Código penal-parte geral 1984 a
imputabilidade penal permaneceu aos 18 anos por motivos de
política criminal ( Brasil, 1984)
3.5. Rumo à proteção integral
Esta etapa se instala com o advento da Convenção das
Nações Unidas de direito das Crianças. Recomeça um processo
de responsabilização criminal. Afasta-se a subjetividade dos
Juízes aplicadores das penas e o informalismo. Não obstante em
1959, já fossem reconhecidos direitos ao público infanto
juvenil, a partir da Convenção Internacional das Nações Unidas
sobre os Direitos das Crianças e dos Adolescentes, estes
passaram a ser responsáveis pelos delitos que cometeram e essa
responsabilização é justamente o ponto de partida de uma
abordagem que considera o jovem como sujeito de direito.
REFERENCIA?
Significa no marco da Convenção que são titulares dos
mesmos direitos de que gozam todas as pessoas e mais direitos
específicos que decorrem da condição da pessoa que está
crescendo, em desenvolvimento.
Este direito garantido aos menores se deu na fase integral
em substituição à situação irregular. A fase garantista
reconheceu a Criança e o adolescente como sujeito de direito
positivo, A Convenção sobre os Direitos da Criança e do
Adolescente, documento internacional com regras imperativas
aos países signatários, entre eles “O Brasil, como a
consolidação da Doutrina da Proteção Integral à criança”.
REFERENCIA?
O Brasil ratificou a Convenção em 1990, referendou-se o
garantismo jurídico em confirmação as regras constitucionais
de 1988, surgiu o Estatuto da Criança e do Adolescente
ratificando a política que se desenhava: a proteção integral1.
REFERENCIA?
De acordo com Menezes (2008), em medidas socioeducativas,
o sistema de garantias reconhecido ao cidadão passou a ser
estendido ao público infanto-juvenil, tanto a criança e ao
adolescente em situação de risco, como em conflito com a lei,1
que antes, pela doutrina até então vigente, se uniam em um
conceito de situação irregular.
Percebe-se um desenvolvimento no direito pertinente aos
adolescentes e criança em conflito com a lei, o Estado
mediante estatísticas institucionais, não poderia continuar em
um sistema falido como as ordens passadas. Aqueles sistemas
eram degradantes a dignidade humana no sentido que mais
penalizavam o jovem do que recuperava, aplicação de penas
extremamente rigorosas. Acredita-se que neste sistema o estado
se preocupava com o delito na punição do delinquente,
estrutura da escola positivista. Referencia?
Entende Ramidoff (2011) que, os adolescentes por serem
pessoas titulares de direitos e estarem em desenvolvimento da
personalidade, as medidas socioeducativa deve ser aplicada de
maneira individualizada e diferenciada nas perspecitvas dos
direitos humanos e não na vertente penalista repressivo-
punitiva. Sendo essa característica predominante no código de
menor que trouxe ao adolescente em situação em conflito com a
lei o conceito de infrator.
Na proposta atual, a qual busca-se estabelecer um
diferencial na concepção do menor enquanto sujeito em conflito
com a lei, é contraditória a aplicação das teorias punitivas.
Têm-se como parâmetros as base ideológicas, a pena como
prevenção, através dos valores, da educação e da estrutura
concedida ao jovem para um projeto de vida. (meneses,2008)
Com o advento do principio da legalidade para verificação
dos atos dos não mais menores, mas adolescentes a doutrina da
proteção integral reconheceu (crianças até 12 anos incompletos
) e adolescentes ( 12 a 18 anos), então houve a necessidade de
intervenção judicial para responsabilização do adolescente em
conflito com a lei e a criança com a intervenção do conselho
tutelar para aplicação das medidas de proteção, com garantias
processuais que lhe assegurem a justa aplicação da medida.
(CABEZAS, 2009)
Menezes (2008) salienta que o sistema de garantias ao
adolescente em conflito com a lei, partindo da legalidade como
princípio da análise da conduta infracional, reconheceu como
direito a existência do devido processo legal, da ampla defesa
e do contraditório, da privação da liberdade (internação) como
medida breve e excepcional, da aplicação das medidas
socioeducativas, em consonância com o garantismo jurídico.
Nesse sistema de garantismo jurídico, passa vigorar os
princípios preceituados pelas leis que regem o tema e pela
Constituição Federal.
O artigo 227 da Constituição da Federal traz a seguinte
redação:
“o direito à proteção especial abrangerá os seguintes
aspectos: I- idade mínima de 14 anos para admissão ao
trabalho, observado o disposto no artigo 7º, XXXIII; II-
garantia de direitos previdenciários e trabalhistas;
III- garantia de acessosdo adolescente trabalhador à
escola; IV- garantia de pleno e formal conhecimento da
atribuição de ato infracional, igualdadena relação
processual e defesa técnica por profissional habilitado,
segundo dispuser a legislação tutelar especifica; V –
obediência aos princípios de brevidade, excepcionalidade
e respeito à condição peculiar de pessoa em
desenvolvimento, quando da aplicação de qualquer medida
privativa de liberdade; VI- estimulo do poder, através
de assistência jurídica, incentivos fiscais e subsídios,
nos termos da lei, ao acolhimento, sob. forma de guarda
de criança e adolescente órfão ou abandonado. VIII-
programas de prevenção e atendimento especializados à
criança e ou adolescente dependente de entorpecente e
drogas afins.”
A existência de uma legislação garante ao adolescente
autor de atos que afrontam a lei, a certeza de um equilíbrio
de relações processuais , quando a resposta estatal de caráter
punitivo, será dada na conformidade com os limites da lei,
afastando-se critérios subjetivos e discricionários, que
encontraram espaço em legislações passadas. Afasta-se assim, a
possibilidade da aplicação da regra do mais forte, utilizada
no dizer de Ferrajoli, quando não há regras definidas.
(MENESES,2008)
Segundo entendimento de Menezes (2008), a aplicação das
medidas socioeducativas associadas às questões sociais e
culturais devem ter seu foco no desenvolvimento da capacidade
humana para interação social e construção individual daquele
adolescente em conflito com a lei, sem tirar-lhe a liberdade e
individualidade, aplicando-se a finalidade pedagógica da pena,
qual seja ressocialização do adolescente, levar-se á em
consideração o estágio de desenvolvimento desses jovens e a
identidade cultural e social, portanto a medida socioeducativa
deve ter como premissa principal o desenvolvimento humano e a
inserção social do jovem na sociedade.
Não obstante a existência do garantismo jurídico, seja na
ordem dos direitos humanos no estatuto da criança e do
adolescente que reconheceu a proteção integral dos jovens em
conflito com a lei, existe a necessidade de frizar as
circunstancias sociais e educativas quando da aplicação da
medida socioeducativa (MENESES, 2008).
3.6. Finalidade socializadora da medida socioeducativa
Menezes (2008) distinguiu em seu trabalho o
significado do termo “educativo” e “retributivo -
ressocializador”, os quais vinculam a aplicação da medida
socioeducativa. O componente retributivo deve ser associado ao
educativo, pois este último representará sua finalidade em
todas as espécies de respostas estatais, portanto deve-se
garantir a análise interdisciplinar do ato, suas consequências
na vida do adolescente infrator e a medida mais indicada para
que se resgate a finalidade educativa.
A medida socioeducativa vista como uma forma de o estado
intervir quando o comportamento vá de encontro às condutas
estabelecidas em lei e que de alguma forma causa transtornos
sociais. Em nome da segurança social o adolescente em conflito
com a lei deve ter a punição pelos seus atos, assim também tem
o direito de ser “educado” o que implica ter a oportunidade de
compreender os prejuízos causados pelos próprios atos para
comunidade e para si, assim como as alternativas que a ele se
oferece para superar a situação e os comportamentos que o
levaram a um processo judicial. (MENESES.2008)
Em estudos sobre a natureza das medidas socioeducativas
qual seja penal ou jurídica entende o citado autor que a
aplicação da medida apenas como caráter sancionatório seria
inócua. Conforme a constituição e convenções
internacionalmente reconhecidas. O adolescente, mesmo em
conflito com a lei é um sujeito de direito e a ele devem ser
conferidas todas as garantias jurídicas.(oi Juliana, isso foi
eu quem escrevi) Costa (2005), segue o entendimento que a natureza das medidas
é sancionatórias, embora seu conteúdo na execução deva ser
predominantemente educativo, para autora tem-se a natureza
sancionatória, uma vez que o adolescente é obrigado a cumprir
a medida, caso não houvesse obrigação em cumprir a medida não
haveria o aprendizado e a oportunidade de o estado controlar
as ações desse indivíduo na sociedade, pois é no momento da
execução da medida que o adolescente reconhecerá a finalidade
da pena, compreenderá o caráter dessa medida, quando a ele for
esclarecido que aquela medida é por ter infringido norma
social e que deverá ser responsabilizado cumprindo-se à medida
que lhe for aplicada.(COSTA,2005)
Nesse processo de cumprimento da medida, tem-se a
contribuição do orientador voluntário que acompanhará o jovem
na execução da medida, que dentre de suas limitações ou
disposição direciona esse jovem a conviver com o outro, de
forma a ampliar seus horizontes de convívio social, através
desse resgate em que o jovem é levado a reconhecer e a se
responsabilizar pelos seus atos. ( pode até parecer estranho,
mas como sou orientadora voluntária e acompanho um adolescente
em L.A, muita coisa eu vou escrever por experiência aí não
tenho como colocar referência.
Ele vai através de um referencial aprender a conviver
junto, seja na escola ou em qualquer espaço público neste
processo de reintegração social o qual desvincula-se a medida
da natureza punitiva, a pena, punição ou castigos não educam,
quando sobrepõe a educação. Dificilmente a natureza
sancionatória atinge a finalidade da lei em um sistema de
garantias. “Aplicar o conteúdo aflitivo sem acompanhar a
natureza social e pedagógica na execução da medida, certamente
implicará desconhecer qualquer finalidade educativa”.
(MENEZES, 2008).
Entende Ramidoff (2011), que mesmo com as ingerências
estatais a transdisciplinariedade é um novo paradigma que se
torna estrategicamente necessário para o estabelecimento de
uma metodologia, mas não a substituição das razões
juridicamente destinadas à infância a juventude, impõe - se em
que pese à necessária transdisciplinariedade, o
estabelecimento dos direitos humanos como marco teórico
pragmático orientativo e informador das resoluções impostas às
importantes questões estabelecidas e referentes aos direitos e
interesses da criança e do adolescente.
É importante que em nosso sistema atual, o jovem que
esteja em situação de conflito com a lei possa ser assistido
por profissionais de outros ramos para que seja feito um
levantamento cientifico das condições biológicasenglobando as
questões psíquicas. Por isso tratar e recuperar também é uma
ciência interdisciplinar. (RAMIDOFF, 2011)
3.7. Medidas socioeducativas
O Estatuto da Criança e do Adolescente – Lei 8.069/90, no
rol dos direitos fundamentais da Criança e do Adolescente,
assim como os direitos processuais e os derivados da sentença,
prelecionam que as medidas socioeducativas são endereçadas ao
adolescente em conflito com a lei e visam em primeiro plano à
reintegração desses jovens ao convívio familiar e comunitário.
Deve-se levar em conta cada caso, em sua aplicação
individualizada, a capacidade do jovem em cumpri-la, bem como
as circunstancias e a gravidade da infração. O Estatuto da
Criança e do Adolescente traz em seu artigo a seguinte redação
(BRASIL, 1990).
Art. 112. “Verificada a prática de ato infracional, a
autoridade competente poderá aplicar ao adolescente as
seguintes medidas:” (BRASIL,1990)
3.7.1. Advertência;
O termo "advertência" deriva do latim advertentiva e
significa o mesmo que admoestação, observação, aviso,
adversão, ato de advertir. (LEAL, 2001)
Medida branda recomendável a primários ou autores de atos
infracionais leves e aplicadas pela autoridade quando o ato
infracional tiver reflexos patrimoniais leves, são aplicadas
com a presença dos pais ou responsável, exige-se para a
aplicação dessa medida prova de autoria e materialidade.
(LEAL, 2001).
A medida da advertência equivale a um aconselhamento com
cunho pedagógico e socioeducativo. Não há descrição em lei de
quantas vezes pode aplicar a advertência, na prática aplica-se
uma única vez, se o adolescente vier a cometer outro ato
infracional, aplica-se outra medida proporcional ao delito
observando-se a aplicação da advertência.( LEAL, 2001)
Prever o Estatuto em seu artigo 115: “A advertência
consistirá á em admoestação verbal, que será reduzida a termo
e assinada.” (BRASIL,1990)
Cury (2005), em seu texto estatuto da criança e do
adolescente comentado, contribui com o seguinte entendimento:
“nesse sentido precisa-se levar em conta que o
adolescente subcensura é titular do direito subjetivo à
liberdade, ao respeito e a dignidade art.18 do ECA -
alguém que se apresenta na condição peculiar de pessoa
em desenvolvimento art. 6º do -ECA e que não pode ser
exposto ou submetido, por quem quer que seja, a qualquer
tipo de crueldade (física, ou moral), violência (física
ou moral e opressão ) nos termos do artigo 5º do
Estatuto.”
3.7.2. Obrigação de reparar o dano;
Esta medida é aplicável quando o ato infracional tiver
reflexos patrimoniais. O adolescente poderá ser obrigado, se
for o caso, a restituir a coisa, promover o ressarcimento do
dano ou de outro modo compensar o prejuízo da vítima, não é
admitida na obrigação de reparar o dano o trabalho forçado
proibido pela Constituição Federal. (BRASIL, 1988)
Estabelece a lei, no artigo 116 o seguinte:
Amedida poderá ser substituída por outra adequada em
se tratando de ato infracional com reflexos
patrimoniais, a autoridade poderá determinar, se for o
caso, que o adolescente restitua a coisa, promova o
ressarcimento do dano, ou, por outra forma, compense o
prejuízo da vítima.
Segundo Liberati (2003),
“Tem- se que o propósito da medida é fazer com que o
adolescente infrator se sinta responsável pelo ato que
cometeu e intensifique os cuidados necessários, para não
causar prejuízo a outrem. Por isto, há entendimento de
que essa medida tem caráter personalíssimo e
intransferível, devendo o adolescente ser o responsável
exclusivo pela reparação do dano.”
No tocante a reparação do dano o Código Civil traz a
seguinte redação:
Art. 180. O menor, entre dezesseis e dezoito anos, não
pode, para eximir-se de uma obrigação, invocar a sua idade se
dolosamente a ocultou quando inquirido pela outra parte, ou
se, no ato de obrigar-se, declarou-se maior (BRASIL, 2002).
Art. 927 do Código Civil Aquele que, por ato ilícito (art.
186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo
(BRASIL, 2002).
Art. 928 do Código Civil. O incapaz responde pelos
prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios
suficientes (BRASIL, 2002).
Percebe-se nestes artigos, além do condão reparador e de
ressarcimento, tem-se o caráter pedagógico que o próprio
adolescente responde pelos seus atos e não em solidariedade
com os pais (BRASIL, 2002).
Art. 932. São também responsáveis pela reparação civil:
I – os pais, pelos filhos menores que estiverem sob sua
autoridade e em sua companhia;
II – o tutor e o curador, pelos pupilos e curatelados, que se
acharem nas mesmas condições; [...]
Aplica se redação nos casos em que o adolescente, não tem
a mínima condição de reparar os danos causados a terceiros,
responde-se solidariamente pelos danos os seus responsáveis
(BRASIL, 2002).
3.7.3. Prestação de serviços à comunidade
Esta medida consiste na realização de tarefas gratuitas,
de interesse geral, por um período não superior a seis meses,
junto às entidades assistenciais, estabelecimento congêneres e
programas desenvolvidos pela comunidade e pelo governo. As
tarefas, atribuídas conforme as aptidões do adolescente (e com
sua concordância, na opinião de alguns autores, pois, ao
contrário, caracterizar-se-ia o trabalho forçado), devem,
portanto, ser cumpridas com duração máxima de 6 horas
semanais, aos sábados, domingos e feriados, ou em dias úteis,
de maneira a não afetar a frequência à escola ou a jornada
normal de trabalho. (RODRIGUES,1994)
Quando o adolescente é submetido ao trabalho é
muito importante para sua construção social frente à família e
a comunidade. (RODRIGUES,1994)
A lei 8.069/90 traz a seguinte redação (BRASIL, 1990),
Art. 117 A prestação de serviços comunitários consiste
na realização de tarefas gratuitas de interesse geral,
por período não excedente a seis meses, junto a
entidades assistenciais, hospitais, escolas e outros
estabelecimentos congéneres, bem como em programas
comunitários ou governamentais. Parágrafo único - As
tarefas serão atribuídas conforme as aptidões do
adolescente, devendo ser cumpridas durante jornada
máxima de oito horas semanais, aos sábados, domingos e
feriados ou em dias úteis, de modo a não prejudicara
frequência à escola ou jornada normal de trabalho
(BRASIL, 1990).
3.7.4. Semiliberdade
Durante o cumprimento da medida de semiliberdade os
adolescentes podem exercer atividades externas durante o dia
(trabalho ou frequência escolar) a semiliberdade é uma
alternativa ao regime de internamento que priva, parcialmente,
a liberdade do adolescente, colocando-o em contato com a
comunidade. ( LEAL, 2001)
O período da semiliberdade não poderá exceder três anos,
conforme preceitua o disposto no § 2º do Art. 120 c/c o § 3º
do Art. 121, todos do ECA ( lei 8.069/90) O adolescente,
durante o período do cumprimento máximo da medida fixado pelo
juiz, deverá se submeter à avaliação periódica levada a efeito
pela equipe interdisciplinar, no máximo realizada a cada seis
meses, podendo, inclusive, sugerir a progressão para o
cumprimento em meio aberto, seja, liberdade assistida ou
prestação de serviços à comunidade, respeitado o limite máximo
previsto na lei, ou mesmo, o seu desligamento definitivo do
programa de atendimento, por ter cumprido, satisfatoriamente,
todas as fases e já se encontrar apto para conviver,
pacificamente na sociedade e exercer plenamente a sua
cidadania (BRASIL, 1990).
3.7.5. Internação
A internação é uma medida privativa de liberdade aplicada
pela autoridade judiciária em decisão fundamentada com base em
alguns princípios; Brevidade: sem tempo determinado pelo
Estatuto da Criança e do Adolescente, mas sua manutenção é
reavaliada no máximo a cada seis meses e jamais excederá a
três anos. Excepcionalidade: utilizada em última hipótese,
devendo tais princípios corroborar com o artigo 121 do ECA.
(LEAL, 2001)
Art. 121. A internação constitui medida privativa daliberdade, sujeita aos princípios de brevidade,excepcionalidade e respeito à condição peculiar depessoa em desenvolvimento.
§ 1º Será permitida a realização de atividades externas,a critério da equipe técnica da entidade, salvo expressadeterminação judicial em contrário.
§ 2º A medida não comporta prazo determinado, devendosua manutenção ser reavaliada, mediante decisãofundamentada, no máximo a cada seis meses.
§ 3º Em nenhuma hipótese o período máximo de internaçãoexcederá a três anos.
Moacir Rodrigues em seu livro medidas socioeducativas, assim
preleciona:
“A internação é a medida extrema no elenco das medidas
socioeducativas [...] a internação de adolescente que
tenham praticado tráfico de drogas, além de ser uma
infração grave, muitas vezes o adolescente corre risco
de vida e mesmo assim tem se discutido se o juiz pode
manter privado de liberdade o adolescente que tenha
praticado tal ato infracional, levando em conta que não
se enquadra a situação nos extremos limites do artigo
122 da Lei 8069/90.” (RODRIGUES, 1994, p.32).
3.7.6. Da liberdade assistida
Entre as medidas aplicáveis aos menores em conflito com a
lei, tem-se através dos resultados práticos e satisfatórios
enfatizar a aplicação da medida Liberdade Assistida. Moacir
Rodrigues em seu livro, medidas socioeducativas, relata que:
“As vantagens da nova Legislação Brasileira é contar com
inúmeras medidas socioeducativas alternativas,
possibilitando que os juízes da infância e da juventude
imponha uma medida compatível, especialmente aos que
praticam atos infracionais sem violência a pessoa, sem
se valer de medida extrema de internação.”(RODRIGUES.
1994, p.26)
Quando se compara a liberdade assistida e a medida de
internação pode se aferir que em termos pedagógicos a eficácia
da liberdade assistida é bem relevante para a vida do
adolescente, que se apresenta apenas como um ser em
desenvolvimento e em conflito com a lei, Por isso essa medida
deve ser aplicada para que esse jovem possa pensar e reverter
os rumos de sua vida. A medida de internação o adolescenteé
excluído da sociedade para se tratar ou por apresentar algum
indício de periculosidade, para o adolescente a internação tem
um caráter extremamente punitivo.
Segundo Leal (2001), A Liberdade Assistida é a “mais
eficaz de todas as medidas (...) sempre que afigurar a de
melhor convivência para o fim de acompanhar, auxiliar e
orientar o adolescente que haja cometido o ato infracional”.
Maioria dos autores de infrações a que podemos por analogia,
classificar como de pequeno potencial ofensivo, situa-se num
segmento que carece de autoridade paterna e materna, é oriunda
de lares desestruturados e necessitam de auxílio,
acompanhamento e orientação.
Dentre vários pontos positivos da medida socioeducativa -
Liberdade Assistida, destaca-se, sobretudo, o seu caráter
pedagógico e o seu prazo de cumprimento não inferior a seis
meses e isso permite, que seja trabalhado gradativamente os
pontos mais importantes na ressocialização do adolescente.
(LEAL, 2001)
3.7.7. A participação da sociedade e do estado na aplicação da
Liberdade Assistida
Na execução da Liberdade Assistida, é importante a
presença do orientador, que em seus acompanhamentos ao
adolescente reúna informações sobre o comportamento deste,
também é importante na execução dessa medida a presença do
Ministério Público que acompanhará e fiscalizará a execução da
medida. (MENESES)
Esclarece Válter kenji Ishida:
“A situação irregular da Criança e do adolescente afere-
se sempre que se constatar situação de abandono ou de
risco envolvendo os mesmos. Isso seja em decorrência da
conduta comissiva ou omissiva do Estado, da Sociedade,
dos genitores da própria criança ou
adolescente.”(ISHIDA, 2008, p. 95)
e
O artigo 98, inciso I do estatuto da criança e do
adolescente, trata da conduta da sociedade do Estado,
familiares ou do próprio adolescente. (BRASIL, 1990).
O Estatuto da Criança e do Adolescente em seu artigo 100
preleciona que na aplicação das medidas levar-se-ão em conta
as necessidades pedagógicas, preferindo-se aquelas que visem
um fortalecimento dos vínculos familiares. Em analogia ao
relatório divulgado pela Secretaria de QUE REFERENCIA É ESSA?
NÃO CONSIGO ENTENDER.É UM SITE? Sim. É um site, inclusive está
nas referencias Cidadania e Superintendência da Criança e do
Adolescente, conclui-se que os jovens devem ser orientados e
assistidos no seio sócio familiar, pois torna - se possível à
intervenção educativa no seu próprio meio o que sem dúvida
alguma facilita o seu processo pedagógico e sua consequente
mudança de vida, uma vez que a intervenção pedagógica na
família e na comunidade de origem possibilita a inteiração das
relações e superação das dificuldades sócio- familiares. isso
faz parte do sit, como fazer referencia a sit aqui?
Portanto, insta salientar que a Liberdade Assistida, é à
medida que direciona o adolescente a repensar nos seus atos e
que garante a este, responder por suas ações sem interferir em
sua dignidade, apresenta-se resultados bem favoráveis no
estabelecimento de valores, pois há a inteiração da sociedade
através do orientador voluntário que prestará um serviço de
alta relevância social, atuando como peça importante na
formação desse sujeito de direito, com referências éticas para
o rompimento com a transgressão social e construção da sua
cidadania.
“(...) ao orientador, pessoa capacitada para acompanhar
o caso e que pode ser indicado por entidade ou programa
de atendimento, incube, apoiado e supervisionado pela
autoridade competente, realizar encargos como o de
promover socialmente o adolescente e sua família,
supervisionar suafrequência e aproveitamento escolar,
diligenciar paraprofissionalizá-lo einseri-lo no mercado
de trabalho além de apresentar relatório do caso.”
(LEAL, 2001, p.194)
Embora o Estatuto da Criança e do Adolescente Lei 8.069/90
– ECA, artigo 121, trata a privação da liberdade a depender da
gravidade da infração cometida, no entanto, ao cumprir essa
medida a possibilidade de regressão é bem elevada, pois no
convívio com outros reclusos aprenderá ou aperfeiçoará novas
práticas infracionais e após cumprir a medida em regime
fechado, será devolvido à sociedade um adolescente, que em
muitas vezes teve sua autoestima dilacerada, sem nenhum
referencial social, contribuindo para sua regressão ao mundo
do crime (BRASIL, 1990).
A Liberdade Assistida pressupõe, ainda, para sua execução,
uma estreita articulação e integração com os órgãos, entidades
e instituições governamentais e não governamentais que
desenvolvam ações na área da infância e juventude. Por ser a
adolescência segundo o psicanalista Winnecott, citado por Elsa
de Oliveira Dias e Zeliko Loparic uma fase crucial no
desenvolvimento humano e na constituição do indivíduo no seu
meio social, é fundamental que sejam fornecidas condições
sociais adequadas para consecução dos direitos a eles
atribuído. (DIAS,2008 e LOPARIC)
Eu me refiro ao Winnecott, citado por Elsa Oliveira Dias e
Zeliko Loparic
O Estatuto da Criança e do Adolescente-ECA traz o seguinte
entendimento:
Art. 3º “A criança e o adolescente gozam de todos os direitos
fundamentais inerentes à pessoa humana, sem prejuízo da proteção integral
de que trata esta Lei, assegurando-se lhes, por lei ou por outros meios,
todas as oportunidades e facilidades, a fim de lhes facultar o
desenvolvimento físico, mental, moral, espiritual e social, em condições de
liberdade e de dignidade.” (BRASIL, 1990).
Art. 4º “É dever da família, da comunidade, da sociedade
em geral e do poder público assegurar, com absoluta
prioridade, a efetivação dos direitos referentes à vida,
à saúde, à alimentação, à educação, ao esporte, ao
lazer, à profissionalização, à cultura, à dignidade, ao
respeito, à liberdade e à convivência familiar e
comunitária”. (BRASIL, 1990).
Historicamente o caráter sócio pedagógico da liberdade
Assistida foi bem recepcionado por alguns estudiosos, que
faziam árduas críticas aos outros sistemas de caráter punitivo
.” (CABEZAS,2009)
“este preceito resulta menos em um postulado de
sociologia cientifica do que um critério de política
criminal. Ao invés de assinalar o adolescente transviado
como o ferrete de uma condenação penal, que arruinará,
talvez irremediavelmente, sua existência inteira, é
preferível, sem dúvida, tentar corrigi-lo por métodos
pedagógicos, prevenindo sua recaída no malefício. O
delinquente juvenil é, na grande maioria dos casos, um
corolário do menor socialmente abandonado, e a sociedade
perdoando e procurando no mesmo passo, reabilitá-lo para
vida, resgata o que é em grande proporção, sua própria
culpa.”(CABEZAS,2009, p 34)
3.7.8. As necessidades humanas versus transgressão social
Caliman (2003), entende que, em análise das perspectivas
culturais dos jovens em conflito com a lei, tem se um número
bem elevado de jovens que advém de condicionamentos sociais
negativos e de uma exclusão social quase absoluta que para
atingir uma satisfação fundamental que o estado por suas
carências políticas não conseguiu suprir, aqueles buscam em
situações de riscos satisfazer essa necessidade de bem estar
ou de viver impondo sua aceitação pelo outro em sociedade.
Acredita-se que é possível a reinclusão desses jovens,
pois os mesmos darão respostas aos estímulos os quais estão
inseridos, maioria comprometido com a delinquência, uma vez
que as “pessoas que vivem em situação de risco tendem a dar
respostas a tais situações pautadas pela transgressividade e
pelo desvio, causando perplexidade e reação social.” Dai surge
à rotulação e os estigmas. (CALIMAN, 2003)
Os comportamentos e desvios sociais são a externação de
uma insatisfação social e ou psicológica a qual o indivíduo
está submetido, não obstante em países com grande desigualdade
social, a violência externada dos indivíduos se torna um tanto
quanto maior. A frustação das necessidades humanas tende a
provocar reações do tipo transgressivo, desviante e
delinquencial comportamento analisado pela sociedade de uma
forma subjetiva, abstraindo-se questões de cunho pessoal ou
emocional. (CALIMAN,2003)
Há um julgamento preconcebido por parte da sociedade que
forma um todo o senso comum, ao estabelecer a rotulação ou os
estigmas esse autor subjetivista não detém o conhecimento das
causas sociais ou políticas que geraram a insatisfação daquele
jovem, não obstante a sociedade viva no espetáculo da
globalização e da informatização tem ancorado em seu seio as
bases moralistas de muitos séculos passados. ISSO FOI IDÉIA
MINHA
Discutir uma situação que envolva o humano em formação em
um patamar de vida, no qual se deve ter uma bússola
orientadora, usando estigmas morais seria como retroceder os
séculos, onde crianças não eram consideradas sujeitos de
direitos. IDEM
Atualmente, vive-se em um estado no qual a criança é pela
constituição federal, (a lei maior) sujeito de proteção
integral da sociedade e do estado. As questões envolvendo
crianças e adolescentes foi tratada de forma diferente a cada
época na sociedade. Faz-se necessário que este tema não se
esgote em pequenas políticas públicas, mas que seja objeto de
prioridades tanto para os estudiosos que apresentarão através
das analises sociais as melhores soluções para as questões e o
estado que agirá sempre no sentido de adotar políticas
eficazes para solucioná-las. (BRASIL,1988)
Neste momento é que se deve existir uma inteiração entre
os ramos da ciência, como a sociologia, biologia,
antropologia, psicologia e o direito. Não se analisa uma
questão de tal alvitre em amparsã e em separado, acredita-se
que as junções das teorias advindas dessas ciências formarão
as respostas para os questionamentos em torno da
ressocialização dos menores e os motivos das delinquências e
transgressões. EU QUEM ESCREVI
No entendimento de Menezes (2008), se não houver
identificação dos motivos que o levaram ao ato infracional, e
a importância desses motivos talvez não seja encontrada nas
ciências jurídicas, buscando-a no auxilio da sociologia,
antropologia, psicologia, pela psicanálise, já que o ato
infracional também poderá está relacionado com o superego, que
exige uma punição interna.
Caliman, (2006) em seu livro desvios sociais e
delinqüência juvenil contribuiu com a seguinte tese [...]
“nenhuma teoria sociológica deu muita relevância ao
comportamento delinquencial e desviante como ação livre e
calculada por interesse. [...]”
O delinqüente racional é um indivíduo caracterizado por
uma mentalidade criminal, que calcula a capacidade de tirar
vantagens com as infrações da lei “a teoria racionalista do
crime parte de dois pressupostos, o primeiro diz respeito a
desorganização social : as necessidades dos indivíduos com
meios ilegais escolhidos sempre que fossem avaliados quaisquer
benefício superiores ao custos (CALLIMAN, 2006).
O segundo pressuposto relaciona-se com o conceito de
controle social. O ator social avalia custos e benefícios das
diferentes ações, legais e ilegais, e opta por aquela
considerada como mais conveniente. os fatores que o sujeito
considera na construção da sua decisão são: o vinculo afetivo
com pessoas e instituições; o comprometimento com linha de
ação convencionais; o envolvimento em atividade não
criminosas; as convicções sobre a validade moral das leis. O
sujeito tem tanto mais probabilidade de percorrer uma carreira
desviante quanto menor for o seu vinculo com o mundo dos
adultos: pais, educadores, autoridades institucionais”
(CALLIMAN, 2006).
A delinqüência é relevantemente social,
“A teoria da opção racional sustenta metodologicamente
uma posição favorável à aceitação probabilística das
causas do comportamento desviante. O fato de que os atos
delinquenciais sejam causados por condições, eventos e
condicionamentos precedentes não equivale a pressupor
que eles sejam determinados por cada condição ou eventos
singularmente, mas simplesmente por uma combinação
qualquer de todas as condições e eventos presentes no
momento em que tais atos tenham sido cometidos. Algo
como a conjunção de diversos fatores de risco capazes de
condicionar as decisões humanas." (CALIMAN, 2006, p.
217)
Diante da análise dessas teorias, não se deve analisar a
questão do adolescente de maneira subjetivista ou moralista,
deve – se, portanto considerar os parâmetros racionais,
sociais e culturais, no entanto o pré-julgamento moral torna-
se o sujeito passivo, objeto de discriminação, sendo esta
dirigida a uma certa classe ou cor, e deve-se portanto ser a
cada dia reformulado novas bases de entendimento em nossa
sociedade, de maneira a banir qualquer tipo de discriminação
social, principalmente quando se trata de pessoas em uma fase
em formação, onde necessitam de um condicionamento social.
A questão envolvendo menores e a delinqüência tem maior
relevância na perspectiva sociológica, segundo a hipótese da
insatisfação das necessidades fundamentais. Na prevenção das
atividades delinqüências ou na recuperação e reinserção social
desses jovens atingidos por condicionamentos sociais,
“sobretudo quando este sujeito social está numa faixa etária
(adolescencial e juvenil) que demanda apoio, cuidados e
orientação no seu itinerário educativo” (CALIMAN, 2006).
Na perspectiva atual, essa reação aos estímulos gerados
pela negação de direitos fundamentais a esse jovem contribui
para gerar a marginalização e o desvio social, que se dar em
um estado de frustação e desânimo, que se externa em forma de
agressividade, violência, uso de drogas pichações, vandalismos
e até mesmo busca de proteção em gangue, e a consequente
intolerância e revolta por parte da sociedade. (CALIMAN, 2006)
O pressuposto da sociologia do desvio social é que a
insatisfação das necessidades humanas tende a provocar
situações de risco e de desvio comportamental (CALIMAN, 2006).
Em uma análise no cenário social dos jovens em conflito
com a lei, maioria emerge de uma realidade de desigualdade,
caracterizando os sintomas de mal estar social.
Caliman, (2006) descreve esses sintomas que são provocados
por:
“Pobreza extrema, analfabetismo, condições habitacionais
precárias, baixa qualidade do ensino, alta incidência de
falências escolares, trabalho precoce, desestruturação
familiar, trabalho ilegal e abandono, tendo esse mal-
estar suas origens na desestruturação do núcleo familiar
e nos conflitos entre seus membros, no núcleo formativo
ele é provocado pela falta de referenciais e valores.”
(CALIMAN, 2006, p. 26 )
Nessa teoria da necessidade humana, Caliman (2006) tem
como objeto de estudo a teoria do risco social e parte do
pressuposto como principal causa da marginalidade a questão de
miserabilidade causada pela exclusão, e a pobreza enquanto
frustação das necessidades fundamentais.
Em uma análise comportamental da juventude de países
tecnologicamente desenvolvidos e a juventude de países
emergentes, estes tem maior propensão a ter uma juventude
sujeita a marginalização e ao risco social devido a frustação
das necessidades, ”sobretudo na alimentação, os sintomas de
mal-estar demonstrado pelos jovens de países como o Brasil se
manifesta de diversas maneiras como o baixo nível de instrução
o despreparo para a concorrência no mercado de trabalho e
tantas formas de privação”. (CALIMAN, 2006).
Preleciona Mauricio Neves de Jesus “o reconhecimento da
situação infanto-juvenil como problema social é explicitado
nos discursos e nas leis como consequência óbvia da situação
generalizada de pobreza da população (NEVES, 2006).
3.7.9. Aplicação da liberdade assistida na cidade de Belo
Horizonte
OI JULIANA, eu tirei esses dados de um livro que nósorientadores ganhamos, ele é da Secretaria de direito Humanos,feito por coordenadores do Programa L.A, não sei como fazer asreferencias desse livro. Não tem o nome de quem o Elaborousomente Secretaria de direitos Humanos. Vc tem idéia de como
faço p colocar as referencias? Entre 1998 e 2004, houve a transição da responsabilidade
de execução das medidas Socioeducativas ao poder público
municipal, que criou junto a Secretaria Municipal de
assistência Social (SMAAS) dois serviços, quais sejam, a
Liberdade Assistida e Prestação de Serviços a Comunidade.
(secretaria de Direitos Humanos,2010), estou colocando assim,
se não estiver certo, me fale que apago
Na aplicação das medidas socioeducativas, conta-se com o
trabalho conjunto da Vara da Infância e Juventude e a
Associação Municipal de Assistência Social (SMAAS) que tem
como diretrizes os princípios elencados no Estatuto da Criança
e do Adolescente. Referencia?
A aplicação das medidas é coordenada pela Gerência de
Promoção e Proteção especial e executadas pela Gerência de
Coordenação de Medidas Socioeducativas. Este trabalho conta
com a contribuição de diversos órgãos do poder público e
instância da sociedade civil: Vara da Infância e da juventude,
Ministério Público, Conselhos Tutelares, Conselho Municipal
dos Direitos da Criança e do Adolescente, Secretarias de
Saúde, de Educação, Fundação Municipal de Cultura,
organizações não governamentais e instituições/entidades
parceiras. Referencia?
O ECA em seu artigo 86 estabelece que, “a política de
atendimento dos direitos da criança e do adolescente far-se-á
através de um conjunto articulado de ações governamentais e
não governamentais da União, dos Estados, do Distrito Federal
e dos Municípios.” Referencia?
3.7.10. Circunstâncias político sociais na aplicação da
medida no município de Belo Horizonte
Seguindo os parâmetros da Constituição de 1988, a qual
define a assistência social como uma política pública e inclui
entre seus objetivos a proteção à criança e ao adolescente
(BRASIL, 1998).
Conforme dados da Secretaria de Direitos Humanos da
Presidência da República, a Lei Orgânica define como usuários
da política os cidadãos ou grupos que se encontram em situação
de vulnerabilidade e riscos, entre estes as vulnerabilidades
decorrentes dos ciclos de vida nos quais se incluem as
crianças e os adolescentes. (Secretaria de Direitos Humanos,
2010)
Também são instituidoras de diretrizes para a aplicação
das politicas protetivas ao menor, a Política Nacional de
Assistência ao Menor (PNAS) e o Sistema Único de Assistência
Social (SUAS) que asseguram a aplicação de (LOAS) Lei Orgânica
de Assistência Social, lei 8.742 de 1993, bem como estabelece
a proteção e defesa dos direitos assistenciais (BRASIL,1993)
“Prover serviços, programas, projetos e benefícios de
proteção social básica e, ou, especial para famílias,
indivíduos e grupos que deles necessitarem; Contribuir
com a inclusão e a equidade dos usuários e grupos
específicos, ampliando o acesso aos bens e serviços
socioassistenciais básicos e especiais, em áreas urbana
e rural; Assegurar que as ações no âmbito da assistência
social tenham centralidade na família, e que garantam a
convivência familiar e comunitária;” (BRASIL, 1993)
Com as políticas de proteção social infundadas no
assistencialismo e garantismo, tem se a participação do estado
no âmbito familiar, quando algum membro se encontra em
situação de risco ou na iminência de sofrer qualquer dano,
cabível a intervenção estatal em famílias marcadas por
abandono, uso de substâncias psicoativas ou situações de
vulnerabilidade social.
Percebe-se que as políticas assistencialistas, não são
meras liberalidades de representantes governamentais, mas
estão elencadas na constituição, e em leis especiais.
Acredita-se que essas políticas servem para amenizar as
lacunas deixadas pela educação. EU ESCREVI
A desestrutura familiar também envolve questões de cunho
subjetivista, ou seja, individual, situações arraigada numa
única entidade familiar. Pode-se exemplificar a ausência da
figura paterna. EU ESCCREVI
Conforme a Resolução do Conselho Nacional de Direitos da
Criança e do Adolescente (CONANDA) que tem como objetivo
aprovar o Sistema de Atendimento Sócio Educativo – Sinase,
constituirá uma política de inclusão social ao adolescente em
conflito com a lei.
O Sinase é o conjunto de princípios, regras e critérios de
caráter jurídico, político, pedagógico, financeiro e
administrativo que envolve desde o processo de apuração de ato
infracional até a execução de medida socioeducativa e reafirma
as diretrizes do ECA – Estatuto da Criança e do Adolescente
sobre a natureza pedagógica da medida. (BRASIL,1990)
Para que o adolescente em conflito com a lei possa
reconstruir sua vida por meio da intervenção de políticas
públicas e sociais faz-se necessário, que essas políticas
sejam mais próximas do local de residência do adolescente ou
mesmo do cumprimento da medida.
Em consonância com a Secretaria de Direitos Humanos Para
aplicação eficaz da medida são reafirmados os seguintes
princípios:
“Respeitos aos direitos humanos; responsabilidade
solidária da Família, Sociedade, e Estado pela promoção
e a defesa dos direitos da criança e do adolescente como
pessoa em situação peculiar de desenvolvimento, sujeito
de direitos e responsabilidades; prioridade absoluta
para a criança e o adolescente (que inclui a garantia de
todos os direitos previstos no ECA); legalidade,
respeito ao devido processo legal, excepcionalidade,
brevidade e respeito à condição peculiar da pessoa em
desenvolvimento; incolumidade, integridade física e
segurança; respeito à capacidade do adolescente de
cumprir a medida; às circunstancias; à gravidade da
infração e às necessidades pedagógicas do adolescente
na escolha de medida com preferência pelas que visem ao
fortalecimento dos vínculos familiares e comunitários;
incompletude; institucional, caracterizada pela
utilização no máximo possível de serviços na comunidade,
responsabilizando as políticas setoriais no atendimento
aos adolescentes; garantia de atendimento especializado
para adolescente com deficiência; municipalização do
atendimento [...]
3.7.11. A aplicação normativa e prática no município de Belo
Horizonte
No município de Belo Horizonte, a política assistencial
está sob a égide da Secretaria Municipal Adjunta de
Assistência Social – SMAAS a qual vincula os serviços
relativos às medidas socioeducativas executadas pela Gerência
de Coordenação de Medidas Socioeducativas. ( Secretaria de
Direitos Humanos, 2010)
Com a descentralização político-administrativa e com as
diretrizes constitucionais, implantou-se em Belo Horizonte em
1993 o serviço de Liberdade Assistida, para atender crianças e
adolescentes em situação de conflito com a lei. (Secretaria de
Direitos Humanos,2010)
São oferecidos os serviços de orientação e acompanhamento
a adolescente em cumprimento de Medida Socioeducativa. No
primeiro instante do acompanhamento faz-se um levantamento nos
aspectos subjetivos, através de acompanhamentos
individualizados com o apoio de um técnico com formação nas
áreas de direito, psicologia ou assistência social. “São
garantidos inserção comunitária, manutenção de vínculos
familiares, da frequência à escola e inserção no mercado de
trabalho” (Secretaria dos Direitos Humanos, 2010).
Através desses elementos conjugados constitui-se um
processo de assistência ao adolescente de forma continuada
visando à eficácia da lei no cotidiano. Percebe-se que na
prática de aplicação da medida o processo de responsabilização
do adolescente, trabalhando sua subjetividade tem um cunho
muito mais social que coercitivo, a finalidade alcançada com a
aplicação da medida consiste na escuta, e valorização
individualizada de cada um tendo como eixo principal a
família, escola, e profissionalização/trabalho. referencia?
Em cartilha publicada pela comissão de direitos humanos
sobre a aplicação da liberdade assistida em Belo horizonte
frisa-se que para atender a estratégia de aplicação da
Liberdade Assistida de uma forma em que o jovem pudesse
responder em meio aberto e se posicionar com uma nova
perspectiva de vida, em face do ato que cometeu, assim como o
ECA tem o objetivo garantir que a criança e adolescente avance
em seu processo de pessoa em desenvolvimento, decorrendo-se da
aplicação da Medida Socioeducativa em meio aberto, pode-se
oferecer aos adolescentes em conflito com a lei, condições e
meios para estabelecer um novo projeto de vida, de cidadania e
ruptura com a prática de atos infracionais. Garantindo aos ao
adolescente a inserção social, e que aponte para
responsabilização do sujeito.( DIREITOS, humanos 2010)
3.7.12. O papel do orientador voluntário como representante da
sociedade no processo de ressocialização do menor
Faz parte da diretriz do serviço o acompanhamento do
orientador voluntário, como um cidadão, representante da
sociedade que propicia ao jovem a oportunidade de fala, com o
objetivo de desenvolver no adolescente a confiança, e a
capacidade de reflexão sobre sua vivencia, dificuldades, atos
e consequências. referencia?
O orientador, ao estabelecer vínculos com o adolescente,
terá como meta o acompanhamento escolar, acompanhamento em
eventos culturais e sociais, no processo de inserção social e
comunitária respeitando as limitações e liberdades individuais
de cada adolescente. Esse trabalho do orientador se faz
conjuntamente com os técnicos de apoio que integram a SMAAS.
referencia?
O trabalho realizado pelo técnico de apoio que deve ter
formação em assistência social ou psicologia se dar
internamente, nas regionais do município, onde o adolescente
deve comparecer semanalmente ou quando for solicitado. Nesse
atendimento individualizado, também é dado ao adolescente à
liberdade da fala, de expor suas necessidades, de repensar sua
conduta. Por isso é comum usar a expressão que o tratamento se
dar no campo subjetivo. Nesses atendimentos é corriqueiro que
a família também faça parte desse processo de estruturação,
quando na família existe qualquer desestrutura que também
ensejou a situação de conflito do adolescente com a lei, então
faz-se necessário a intervenção no âmbito familiar.
referencia?
Em cada atendimento do adolescente com o técnico, este
deve elaborar relatórios que serão remetidos ao Juízo da
Infância e da Juventude, sinalizando os aspectos do processo
de ressocialização bem como as vezes que o jovem deixa de
comparecer aos atendimentos ou descumpre a medida. referencia?
É dada ao jovem a liberdade de escolher entre querer ou
não o acompanhamento do orientador voluntário. Este por sua
vez será um referencial, um integrante social que deve
respeitar a liberdade e dignidade do adolescente, sem afrontar
suas convicções pessoais. referencia?
Deve o orientador agir no processo de ressocialização
desse jovem de forma a orientá-lo no seu novo trajeto de vida,
levando em conta que o adolescente é uma pessoa em
desenvolvimento. Percebe-se que os jovens em conflito com a
lei, maioria, advém de uma família desestruturada, faltando-
lhes, portanto, um referencial. referencia?
Daí a figura do orientador para suprir esse referencial
que em muito contribui no processo de ressocialização desse
jovem, que em seu íntimo nutri medo da sociedade, medo de
frequentar os locais, de ser visto de ser tachado como
criminoso, de ser barrado na porta de um estabelecimento.
Então cabe ao orientador reestabelecer nesse jovem a confiança
na sociedade, estabelecendo um rompimento aos estigmas
degradantes. referencia?
IV. CONCLUSÃO
As medidas de cunho socializador apresentam na prática
maior eficácia que as medidas de cunho penalizador. É
importante partir da premissa que a sociedade em
desenvolvimento possa reconhecer que julgar um adolescente e
lhe aplicar penas cruéis não contribuirá para que ele deixe de
praticar o delito. Não obstante, a sociedade pré-julgue
qualquer cidadão que infrinja norma social. Deve-se ter como
parâmetro que a pena por mais cruel que seja não trará esse
individuo a sociedade, mas causará a ele repulsa e exclusão
social.
Acredita-se em uma nova ordem social, em que a pena deve
ser preventiva, onde o estado tem como objetivo estabelecer
meios para que o adolescente não venha estar em conflito com a
lei.
A cadeia e os castigos cruéis, não demonstraram eficácia
alguma que fosse resguardar a sociedade ou tratar o indivíduo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
COSTA, A. P. M. As garantias processuais e o direito penaljuvenil. Livraria do Advogado, Porto Alegre, 1º ed. 2005. Isso é arevista? Se sim tem q vir em itálico ou negrito, como eu fiz,se não o que é isso? Não. é um livro, o problema é que eraemprestado e já devolvi
BRASIL. Decreto 16.272 de 20 de dezembro de 1923, Regulamentaa Lei 4.242 de 5 de janeiro de 1921, que dispõe sobre aassistência e proteção aos menores abandonados e delinquentes.Rio de Janeiro, 20 de dezembro de 1923, p.18.Oi juliana eu tirei esta lei nesse site http://www6.senado.gov.br/legislacao/ListaNormas.action?numero=16272&tipo_norma=DEC&data=19231220&link=s
Onde foi publicado, local, dia, mês, ano, páginas.
Essas leis antigas eu só consigo ter acesso a elas no site dogoverno. Nem tem livros com essas leis só eletrônico. Odireito muda muito. Então não costumam guardar isso. BRASIL. Decreto n.56.725, de 16 ago. 1965. Regulamenta a Lein.4.084, de 30 de junho de 1962, que dispõe sobre o exercícioda profissão de Bibliotecário. Diário Oficial da União,
Brasília, 19 ago. 1965. p.7. Esse aqui Alcione é um modelo dereferencia de decreto, eu preciso de todas essas informações. p
RAMIDOFF, L. M. Lições de Direito da Criança e doAdolescente. 3ª Ed. Curitiba: Editora Juruá-Curitiba, 2011.
CABEZAS, Beatriz. Critério Judicial de Aplicação das medidas Socioeducativas, 2008.144f.(Mestrado em Direito)-Pontifica Universidade Católica de São Paulo. São Paulo
PINTO, João Pereira. Da reificação à reflexão: diálogo entre aliteratura e a filosofia em São Bernardo de Graciliano Ramos.1994. 112f. Dissertação (Mestrado em Letras) – PontifíciaUniversidade Católica de Minas Gerais, Belo Horizonte. Modelopara referencia de dissertação de mestrado, isso td eu precisopara fazer acima
BRASIL. Lei 8069 de 07 de jul. 1990, Vade Mecum Universitáriode Direito, p. 916-941 12ª edição São Paulo Rideel,2012 ( eutirei do vade Mecum que é um livro de leis)
BRASIL. Lei n.7.505, de 02 jul. 1986. Lex: Coletânea deLegislação e Jurisprudência, Legislação Federal e Marginália,São Paulo, v.50, p.658-662, jul. 1986. Modelo para referenciade lei.
LEAL, Barros César. Prisão crepúsculo de uma época. 2ª Ed.Belo Horizonte: Editora Del Rey, 2001.
RODRIGUES, Moacir. Medidas Socioeducativas. 2ª Ed. BeloHorizonte: Editora Del Rey, 1995.
ISHIDA, KenjiVálter. Estatuto da Criança e do Adolescente. 9ªEd., São Paulo: Editora Atlas, 2008.
CURY Munir, memória viva do estatuto. Fundação telefônica.2005
http://www.promenino.org.br/Ferramentas/Conteudo/tabid/77/ConteudoId/178a5399-5deb-4255-aa65-e594d754d575/Default.aspx. (Oi Juliana, foi nesse site que encontrei o artigo do Munyr Cury, então eu copiei o link, esta errado?) o que é isso? Decreto, livro, artigo, dissertação?? artigo
NICOLAU, Rodrigo Borges. Assédio moral e a reforma na legislação trabalhista. Síntese Trabalhista, Porto Alegre, v. 15, n. 179, p. 49-52, maio 2004. Modelo referencia de artigo
SPOSATO, Karyna Batista. O direito penal juvenil, Ed. SãoPaulo: revista dos Tribunais, Ed. 2006. o título é o “direitopenal juvenil” é uma revista com artigos e o artigo da autoratem o título acima mencionado, vc utilizou um artigo darevista? SIM.
DONIZETE, Wilson Liberati. Adolescente e ato infracional. 2ªEd. São Paulo: Editora Malheiros, 2012.
BRASIL, Lei 7.210, de 11 jul.1984. Vade Mecum Universitário de
Direito,1984, 12ª edição, Rideel, São Paulo, 2012 oi
juliana, hj a noite terei que pegar um vade mecum antigo, pois
o meu é de 2012 e a lei modificou no ano passado, então a
minha referencia ficará errada.
BRASIL. Lei n.7.505, de 02 jul. 1986. Lex: Coletânea deLegislação e Jurisprudência, Legislação Federal e Marginália,São Paulo, v.50, p.658-662, jul. 1986. Modelo para referenciade lei.
JESUS, Mauricio Neves. Adolescente em conflito com a lei,proteção integral. 1ª. Ed. Campinas: Editora Servanda, 2006.
BRASIL, lei 6.697 de 10 de outubro de 1979, institui o Código de menores, Brasília.1979http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/1970-1979/L6697.htm Falta dados
BRASIL, Lei8.742/1993, institui a PolíticaNacional de assistência Social,Brasília,1993.http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L8742.htm Falta dados
BRASIL,Resolução Conanda n. 119/2006, regulamentada pela Lei 8.242 de 1991, institui o Sinase e regulamenta a execução da medida socioeducativa, Brasília.199. h ttp://www.pmfi.pr.gov.br/arquivos/eleicoes_conselho_tutelar/R esol_119_CONANDA.pdf é a mesma coisa que uma emenda constitucional? Ou eu posso colocar a lei? Para fazer a referencia..
BRASIL. Lei 10.406 de 2002, institui Código Civil 2002, 12ªedição, São Paulo, Rideel 2012. Falta dados
CALIMAN,Geraldo, desvio social e delinquência juvenil,Brasília, Universa 2006. O que é isso???
SECRETARIA de Direitos Humanos da Presidência da República –medidas socioeducativas em meio aberto- a experiência de BeloHorizonte, volume 1. Belo Horizonte, 2010 ( oi juliana, esselivro é um encarte da Preferitura, foi lançado em 2010 e nãotem a edição,)
É uma cartilha então? Sim. Como faço para referenciá-la?
O que for livro eu preciso que vc me envie o nome do livro,
edição, ano de publicação, capitulo, autor do livro e capítulo
Top Related