Hugo Goes
Direito Previdenciário FCC
Curso de Questões Comentadas
Indicado para o concurso do INSS
Técnico do Seguro Social e Perito Médico
Dezembro de 2011
Direito Previdenciário FCC – Hugo Goes Aluno(a): do concurso do INSS
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O autor
Hugo Goes nasceu na zona rural do pequeno Município de Cruzeta, no
sertão do Rio Grande do Norte. Filho de trabalhadores rurais, sempre
estudou em escolas públicas. É Auditor-Fiscal da Receita Federal do Brasil;
bacharel em Direito pela Universidade Federal de Pernambuco e em
Ciências Contábeis pela Universidade Federal do Rio Grande do Norte; pós-
graduado em Direito Tributário pela Universidade Sul de Santa Catarina –
Unisul; professor de Direito Previdenciário em cursos jurídicos e
preparatórios para concursos públicos; autor dos livros Manual de Direito
Previdenciário, Direito Previdenciário Cespe/UnB, Direito Previdenciário Esaf
e Resumo de Direito Previdenciário.
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Apresentação
A presente obra dedica-se ao estudo do Direito Previdenciário por
meio de comentários a uma seleção de provas elaboradas pela Fundação
Carlos Chagas – FCC, referentes a concursos públicos realizados no período
de 2005 a 2011.
O objetivo do trabalho é fornecer ao público leitor subsídios básicos
para um bom aproveitamento nas provas de Direito Previdenciário
elaboradas por essa instituição.
Por meio da resolução das questões e da leitura dos comentários, os
leitores podem estudar conceitos, princípios e classificações de cada um dos
temas dessa disciplina jurídica, bem como tomar conhecimento ou
memorizar a legislação previdenciária vigente e, ao mesmo tempo,
habituar-se ao formato de prova aplicada pela FCC.
Desse modo, esperamos que o presente trabalho seja útil na
preparação de seus leitores.
Bons estudos.
Hugo Goes
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Sumário
Assunto Página
Capítulo 1 – Seguridade social: conceito, princípios constitucionais e evolução histórica
5
Capítulo 2 – Beneficiários do RGPS: segurados e dependentes 58
Capítulo 3 – Prestações do RGPS: benefícios e serviços 85
Capítulo 4 – Financiamento da Seguridade Social 146
Capítulo 5 – Benefício de Prestação Continuada – BPC/LOAS 164
Referências Bibliográficas 168
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Capítulo 1
Seguridade Social: conceito, princípios
constitucionais e evolução histórica
1. (FCC – TCE/SE - Analista de Controle Externo – 2011) No tocante
à evolução legislativa da Seguridade Social no Brasil, dentre as
primeiras regras de proteção, a aposentadoria por invalidez aos
servidores públicos
(A) foi prevista inicialmente na Constituição Federal brasileira de
1946.
(B) somente teve previsão constitucional na Constituição Federal
brasileira de 1988.
(C) teve previsão inicial em lei especial de caráter nacional
publicada em 1942.
(D) foi prevista inicialmente na Constituição Federal brasileira de
1891.
(E) teve previsão inicial de caráter nacional na conhecida Lei Eloy
Chaves.
Comentários
Vamos aproveitar os comentários dessa questão para fazer um
resumo acerca do tema “previdência social nas Constituições Federais
brasileiras”.
A primeira Constituição a trazer a expressão “aposentadoria” foi a de
1891, que instituiu a aposentadoria para os funcionários públicos em caso
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de invalidez, custeada integralmente pelo Estado. O art. 75 da Constituição
de 1891 determinava o seguinte:
“Art. 75. A aposentadoria só poderá ser dada aos funcionários públicos em caso de invalidez no serviço da Nação.”
A Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer, em texto
constitucional, a forma tripartite de custeio, determinado a “instituição de
previdência, mediante contribuição igual da União, do empregador e do
empregado, a favor da velhice, da invalidez, da maternidade e nos casos de
acidentes de trabalho ou de morte” (art. 121, § 1º, h). Essa foi também a
primeira Constituição a utilizar a expressão “previdência”. Aqui, não se usou
o termo “previdência social”, mas apenas “previdência”.
A Constituição de 1937 teve por particularidade a utilização da
expressão “seguro social”. Essa Constituição previu a instituição de seguros
de velhice, de invalidez, de vida e para os casos de acidentes do trabalho.
Nesse sentido, confira-se o seguinte dispositivo da Constituição de 1937:
Art 137 - A legislação do trabalho observará, além de outros, os seguintes preceitos: [...] l) assistência médica e higiênica ao trabalhador e à gestante, assegurado a esta, sem prejuízo do salário, um período de repouso antes e depois do parto; m) a instituição de seguros de velhice, de invalidez, de vida e para os casos de acidentes do trabalho; n) as associações de trabalhadores têm o dever de prestar aos seus associados auxílio ou assistência, no referente às práticas administrativas ou judiciais relativas aos seguros de acidentes do trabalho e aos seguros sociais. A Constituição de 1946 foi a primeira a utilizar a expressão
“previdência social” em seu texto. Essa Constituição estabeleceu uma
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previdência, mediante contribuição da União, do empregador e do
empregado, em favor da maternidade e contra as conseqüências da doença,
da velhice, da invalidez e da morte. Nesse sentido, confira-se o seguinte
dispositivo da Constituição de 1946:
Art. 157 - A legislação do trabalho e a da previdência social obedecerão nos seguintes preceitos, além de outros que visem a melhoria da condição dos trabalhadores: [...] XIV - assistência sanitária, inclusive hospitalar e médica preventiva, ao trabalhador e à gestante; XV - assistência aos desempregados; XVI - previdência, mediante contribuição da União, do empregador e do empregado, em favor da maternidade e contra as conseqüências da doença, da velhice, da invalidez e da morte; XVII - obrigatoriedade da instituição do seguro pelo empregador contra os acidentes do trabalho.
Em 1965, a Emenda Constitucional nº 11 acrescentou à Constituição
de 1946 o princípio da preexistência do custeio em relação ao benefício ou
serviço, segundo o qual “nenhuma prestação de serviço de caráter
assistencial ou de benefício compreendido na previdência social poderá ser
criada, majorada ou estendida sem a correspondente fonte de custeio
total”. Esse importante princípio da seguridade social foi repetido pelas
Constituições posteriores.
A Constituição de 1967 acrescentou como riscos sociais a doença e o
desemprego. Previu a criação do seguro-desemprego. Confira alguns
dispositivos da Constituição de 1967 relacionados à previdência social:
Art 158 - A Constituição assegura aos trabalhadores os seguintes direitos, além de outros que, nos termos da lei, visem à melhoria, de sua condição social: [...]
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II - salário-família aos dependentes do trabalhador; [...] XI - descanso remunerado da gestante, antes e depois do parto, sem prejuízo do emprego e do salário; [...] XVI - previdência social, mediante contribuição da União, do empregador e do empregado, para seguro-desemprego, proteção da maternidade e, nos casos de doença, velhice, invalidez e morte; XVII - seguro obrigatório pelo empregador contra acidentes do trabalho; [...] XX - aposentadoria para a mulher, aos trinta anos de trabalho, com salário integral; [...] § 1º - Nenhuma prestação de serviço de caráter assistencial ou de benefício compreendido na previdência social será criada, majorada ou estendida, sem a correspondente fonte de custeio total. § 2º - A parte da União no custeio dos encargos a que se refere o nº XVI deste artigo será atendida mediante dotação orçamentária, ou com o produto de contribuições de previdência arrecadadas, com caráter geral, na forma da lei.
Em 1981, a Emenda Constitucional nº 18, que alterou a CF/1967,
concedeu aposentadoria privilegiada para o professor e para a professora
após 30 e 25 anos de serviço, respectivamente.
Em 5/10/1988, foi promulgada a atual Constituição Federal. Como
novidade, a Constituição de 1988 destina um capítulo inteiro (arts. 194 a
204) para tratar da Seguridade Social, entendida como o gênero do qual
são espécies a previdência social, a assistência social e a saúde. As
contribuições sociais passaram a custear as ações do Estado nestas três
áreas, e não mais somente no campo da Previdência Social. A primeira
Constituição Brasileira a adotar a expressão “seguridade social” foi a de
1988.
A Emenda Constitucional nº 20, de 15 de dezembro de 1988,
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estabeleceu profundas mudanças na previdência social, dentre as quais
podemos citar as seguintes:
• Salário-família e auxílio-reclusão passaram a ser devidos somente
aos beneficiários de baixa renda;
• Estabeleceu novas regras para as aposentadorias dos servidores
públicos;
• Determinou que a lei não poderá estabelecer qualquer forma de
contagem de tempo de contribuição fictício;
• A aposentadoria por tempo de contribuição dos professores de ensino
superior perdeu o privilégio de cinco anos a menos no tempo de
contribuição, passando a obedecer à regra geral (35 para homem, 30
para mulher);
• Permitiu que a cobertura do risco de acidente do trabalho seja
atendida concorrentemente pelo RGPS e pelo setor privado, o que
depende de regulamentação mediante lei ordinária;
• A aposentadoria proporcional foi extinta para quem começou a
trabalhar a partir da data da publicação da emenda;
A Emenda Constitucional nº 41, de 19 de dezembro de 2003,
publicada no Diário Oficial da União no dia 31/12/2003, promoveu
profundas mudanças nas regras dos regimes próprios de previdência social
– RPPS (previdência dos servidores públicos ocupante de cargo efetivo).
Destaco as seguintes mudanças:
• Determinou a incidência de contribuição sobre os proventos de
aposentadorias e pensões concedidas pelo RPPS que superem o limite
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máximo estabelecido para os benefícios do RGPS, com percentual
igual ao estabelecido para os servidores titulares de cargos efetivos.
• Alterou a forma de cálculo da pensão por morte, que passou a ser
igual: (I) ao valor da totalidade dos proventos do servidor falecido,
até o limite máximo estabelecido para os benefícios do RGPS,
acrescido de 70% da parcela excedente a este limite, caso
aposentado à data do óbito; ou (II) ao valor da totalidade da
remuneração do servidor no cargo efetivo em que se deu o
falecimento, até o limite máximo estabelecido para os benefícios do
RPS, acrescido de 70% da parcela excedente a este limite, caso em
atividade na data do óbito;
• Excluiu do texto constitucional a paridade entre ativos e inativos. A
paridade assegurava que os proventos de aposentadoria e pensão por
morte fossem reajustados na mesma proporção e na mesma data,
sempre que se modificasse a remuneração dos servidores em
atividade.
• Fim da integralidade dos proventos de aposentadoria para servidores
que ingressarem no serviço público a partir vigência da EC 41/2003.
No cálculo da aposentadoria desses servidores titulares de cargo
efetivo, amparados por RPPS, será considerada a média aritmética
simples das maiores remunerações, utilizadas como base para as
contribuições do servidor aos regimes de previdência a que esteve
vinculado, correspondentes a 80% de todo o período contributivo
desde a competência julho de 1994 ou desde a do início da
contribuição, se posterior àquela competência.
A Emenda Constitucional nº 47, de 5 de julho de 2005, modificou
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algumas regras de transição que tinham sido estabelecidas pela Emenda
Constitucional nº 41/2003. Essa emenda, entre outras coisas, também
modificou a contribuição dos aposentados e pensionistas dos regimes
próprios de previdência, nos casos em que o beneficiário, na forma da lei,
for portador de doença incapacitante. Para estes, a contribuição incidirá
apenas sobre as parcelas de proventos de aposentadoria e de pensão que
superem o dobro do limite máximo estabelecido para os benefícios do
RGPS.
Em relação ao RGPS, uma das principais alterações da Emenda
Constitucional nº 47/2005 foi permitir que a lei crie um sistema especial de
inclusão previdenciária para atender a trabalhadores de baixa renda e
àqueles sem renda própria que se dediquem exclusivamente ao trabalho
doméstico no âmbito de sua residência, desde que pertencentes a famílias
de baixa renda, garantindo-lhes acesso a benefícios de valor igual a um
salário-mínimo (CF, art. 201, § 12). Esse sistema especial de inclusão
previdenciária terá alíquotas e carências inferiores às vigentes para os
demais segurados do regime geral de previdência social.
Gabarito D
2. (FCC – Perito Médico do INSS – 2006) – Assinale a alternativa
correta.
a) O primeiro diploma a instituir um sistema previdenciário no
Brasil foi a Lei Orgânica da Previdência Social – LOPS, de 1923, que
criou a Caixa de Aposentadoria e Pensão dos Ferroviários.
b) O segurado da Previdência Social adquire o direito à
aposentadoria no momento em que reúne todos os requisitos legais
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para a sua obtenção, inclusive o requerimento, conforme o
entendimento do Supremo Tribunal Federal.
c) O objetivo constitucional da universalidade de cobertura autoriza
o legislador a criar benefícios previdenciários independentemente
de fonte de custeio.
d) O direito previdenciário não pode ser considerado ramo
autônomo do direito porque os princípios do direito do trabalho são
inteiramente aplicáveis aos conflitos previdenciários.
e) O salário-maternidade é um benefício previdenciário que tem seu
valor correspondente ao salário da atividade para a segurada
empregada a fim de impedir a discriminação na contratação de
mulheres, conforme o entendimento do Supremo Tribunal Federal.
Comentários
Alternativa A – A doutrina majoritária considera como marco inicial da
previdência social brasileira a Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo nº 4.682,
de 24-1-1923). Esta Lei instituiu as Caixas de Aposentadoria e Pensões
(CAP’s) para os ferroviários. Assegurava, para esses trabalhadores, os
benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria ordinária
(equivalente à atual aposentadoria por tempo de contribuição), pensão por
morte e assistência médica. Os beneficiários eram os empregados e
diaristas que executavam serviços de caráter permanente nas empresas de
estrada de ferro existentes no País. Os regimes das CAP’s eram
organizados por empresa. Na década de 20, do século passado, as CAPs
ganharam popularidade e proliferaram-se, chegando ao número de 183
(cento e oitenta e três). A primeira empresa a criar uma caixa de
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aposentadoria e pensões foi a Great Western do Brasil.
Atualmente, comemora-se o aniversário da previdência social
brasileira no dia 24 de janeiro, em alusão à Lei Eloy Chaves (que é de 24 de
janeiro de 1923).
Antes da Lei Eloy Chaves, já havia o Decreto-legislativo nº 3.724/19,
sobre o seguro obrigatório de acidente do trabalho. Já havia também
algumas leis concedendo aposentadorias para algumas categorias de
trabalhadores (professores, empregados dos Correios, servidores públicos
etc.). Embora a doutrina considere a Lei Eloy Chaves como marco inicial da
previdência brasileira, não é correto afirmar que ela seja o primeiro diploma
legal sobre previdência social. A Lei Eloy Chaves ficou conhecida como
marco inicial da previdência social brasileira devido ao desenvolvimento e à
estrutura que a previdência passou a ter depois do seu advento.
É comum em provas de concursos aparecer alguma questão acerca
da Lei Eloy Chaves. Mas tenham cuidado: se a questão afirmar que antes
dessa lei não existia nenhuma legislação em matéria previdenciária no
Brasil, você deve considerar a questão como ERRADA.
O enunciado da alternativa A, ora comentada, afirma que a Lei
Orgânica da Previdência Social (LOPS) criou a Caixa de Aposentadoria e
Pensão dos Ferroviários. Isso não é verdade. A Caixa de Aposentadoria e
Pensão dos Ferroviários foi criada pela Lei Eloy Chaves (Decreto Legislativo
nº 4.682, de 24-1-1923).
Em 1960, a Lei nº 3.807, Lei Orgânica da Previdência Social (LOPS),
padronizou o sistema assistencial, estabelecendo regras uniformes para o
amparo a segurados e dependentes dos vários institutos então existentes. A
LOPS também criou novos benefícios como o auxílio-natalidade, auxílio
funeral e auxílio reclusão.
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Alternativa B – De acordo com o art. 5º, XXXVI, da Constituição Federal, “a
lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa
julgada”.
Assim, se mais vantajoso, fica assegurado o direito à aposentadoria,
nas condições legalmente previstas na data do cumprimento de todos os
requisitos necessários à obtenção do benefício, ao segurado que, tendo
completado 35 anos de serviço, se homem, ou trinta anos, se mulher, optou
por permanecer em atividade (Lei nº 8.213/91, art. 122).
No mesmo sentido, a perda da qualidade de segurado não prejudica o
direito à aposentadoria para cuja concessão tenham sido preenchidos todos
os requisitos, segundo a legislação em vigor à época em que estes
requisitos foram atendidos (Lei nº 8.213/91, art. 102, § 1º).
Para começar a receber os proventos da aposentadoria, é necessário
que o segurado faça o seu requerimento. Mas para adquirir o direito à
aposentadoria, basta que o segurado reúna todos os requisitos legais para a
sua concessão. Uma lei posterior, que modifique os requisitos para a
concessão do benefício, não prejudicará o seu direito adquirido.
Alternativa C – De acordo com o § 5º do art. 195 da Constituição Federal,
“nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”.
Alternativa D – Do ponto de vista científico, não se deve falar em autonomia
de nenhum ramo do Direito, que é uno. Didaticamente, porém, é
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conveniente dividir-se o Direito em ramos, com o objetivo de facilitar o
estudo.1
A questão da autonomia deste ou daquele ramo do Direito costuma
ser colocada em torno de reais ou supostas especificidades ou propriedades
de um dado conjunto de normas jurídicas, que possam distingui-lo dos
demais setores do Direito.2
Em relação à autonomia do Direito Previdenciário, há duas teorias: a
primeira afirma que a previdência social encontra-se no âmbito do Direito
do Trabalho; a segunda sustenta a autonomia didática deste ramo do
Direito.
Todavia, o entendimento dominante é que há autonomia do Direito
Previdenciário, mostrando que esse ramo do Direito não se confunde com o
Direito do Trabalho.
A Constituição de 1988 acaba com tal celeuma, ao estatuir um
capítulo próprio para a seguridade social, no qual constam várias
disposições sobre seguridade social, abrangendo a previdência social,
assistência social e saúde, tornando-o totalmente desvinculado do Direito
do Trabalho, que teve suas disposições incluídas no Capítulo II (“Dos
Direitos Sociais”) do Título II (“Dos Direitos e Garantias Fundamentais”), no
art. 7º.
Conclui-se, portanto, que o Direito Previdenciário é reconhecido como
ramo autônomo do Direito, relativamente às outras áreas da ciência
jurídica, em razão de possuir um objeto próprio de estudo e princípios e
conceitos particulares, diversos dos que informam outros ramos do Direito.
1 MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 21ª. ed. São Paulo: Malheiros, 2002. p. 54. 2 AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 8ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002, p.6.
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Possui ainda normas específicas sobre seu objeto, destacando-se as Leis
8.212/91 e 8.213/91.
Alternativa E – O salário-maternidade para a segurada empregada ou
trabalhadora avulsa consistirá numa renda mensal igual a sua remuneração
integral (Lei nº 8.213/91, art. 72, caput).
O inciso XX do art. 7º da Constituição, assegura a “proteção do
mercado de trabalho da mulher, mediante incentivos específicos, nos
termos da lei”. O objetivo deste dispositivo constitucional é de que homens
e mulheres tenham as mesmas possibilidades de trabalho, sem que haja
nenhuma discriminação em relação à mulher. Para tanto a lei ordinária deve
conceder incentivos específicos visando à proteção do mercado de trabalho
da mulher.
Um dos incentivos já existentes é o de que o salário-maternidade é
assumido pela Previdência Social, e não pelo empregador. O salário-
maternidade é um benefício previdenciário, sendo, por isso, um encargo
financeiro da Previdência Social. Assim, quando se trata de segurada
empregada, o salário-maternidade é pago pela empresa, mas esta tem o
direito de reembolsar-se do valor despendido, efetuando a compensação
quando do recolhimento de suas contribuições previdenciárias (Lei nº
8.213/91, art. 72, § 1º).
Inicialmente, era o empregador quem assumia o pagamento do
salário referente ao período em que a gestante ficava afastada para dar à
luz. Em consequência, a contratação era mais escassa, pois o empregador
não se interessava em ter esse encargo. Somente com a edição da Lei nº
6.136, de 7-11-74, é que o salário-maternidade passou a ser uma
prestação previdenciária, desonerando-se o empregador desta obrigação
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financeira.
O salário-maternidade tem, portanto, evidente fim social, uma vez
que desonera os custos que o afastamento remunerado da empregada
acarretaria para o empregador. Visa, portanto, a proteção da mulher e a
redução das desigualdades.
Gabarito: E
3. (FCC - PGE/MT - Procurador do Estado - 2011) A Seguridade
Social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
poderes públicos e da sociedade, destinado a assegurar o direito
relativo à saúde, à previdência e à assistência social.
Considere os itens abaixo relacionados:
I. universalidade da cobertura e do atendimento;
II. uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais;
III. seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e
serviços;
IV. irredutibilidade do valor dos benefícios;
V. caráter democrático e centralizado da gestão administrativa, com
a participação da comunidade, em especial de trabalhadores,
empresários e aposentados.
Quanto aos princípios e diretrizes da Seguridade Social, estão
corretos os itens
(A) I, II, III e IV, apenas.
(B) I, III, IV e V, apenas.
(C) I, II, IV e V, apenas.
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(D) II, III, IV e V, apenas.
(E) I, II, III, IV e V.
Comentários
Item I – “universalidade da cobertura e do atendimento” é um dos
princípios da seguridade social (CF, art. 194, parágrafo único, I). Por
universalidade da cobertura entende-se que a proteção social deve alcançar
todos os riscos sociais que possam gerar o estado de necessidade. Riscos
sociais são os infortúnios da vida (doenças, acidentes, velhice, invalidez
etc.), aos quais qualquer pessoa está sujeita. A universalidade do
atendimento tem por objetivo tornar a seguridade social acessível a todas
as pessoas residentes no país, inclusive estrangeiras.
Item II – “uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais” também é um princípio constitucional da
seguridade social (CF, art. 194, parágrafo único, II). A uniformidade diz
respeito às contingências que irão ser cobertas. A equivalência refere-se ao
aspecto pecuniário dos benefícios ou à qualidade dos serviços, que não
serão necessariamente iguais, mas equivalentes. Quando se fala em
uniformidade, equivale dizer, portanto, que as mesmas contingências
(morte, velhice, maternidade etc.) serão cobertas tanto para os
trabalhadores urbanos como para os rurais. Como exemplo de equivalência,
o valor mensal dos benefícios previdenciários que substituam o rendimento
do trabalho do segurado (urbano ou rural) nunca será inferior a um salário
mínimo (CF, art. 201, § 2º).
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Item III – outro princípio da seguridade social é a “seletividade e
distributividade na prestação dos benefícios e serviços” (CF, art. 194,
parágrafo único, III). A seletividade atua na delimitação do rol de
prestações, ou seja, na escolha dos benefícios e serviços a serem mantidos
pela seguridade social, enquanto a distributividade direciona a atuação do
sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade, definindo o grau
de proteção.3
Item IV – “irredutibilidade do valor dos benefícios” também é um princípio
da seguridade social (CF, art. 194, parágrafo único, IV). Esse princípio
assegura que o benefício legalmente concedido – pela Previdência Social ou
pela Assistência Social – não tenha seu valor nominal reduzido.4 Assim,
uma vez definido o valor do benefício, este não pode ser reduzido
nominalmente, salvo se houve erro na sua concessão.
Item V – Dentre os princípios constitucionais da seguridade social também
se encontra o “caráter democrático e descentralizado da administração,
mediante gestão quadripartite, com participação dos trabalhadores, dos
empregadores, dos aposentados e do Governo nos órgãos colegiados” (CF,
art. 194, parágrafo único, VII). De acordo com este princípio, a gestão dos
recursos, programas, planos, serviços e ações, nas três áreas da seguridade
social, em todas as esferas de poder, deve ser realizada mediante discussão
com a sociedade. Podemos citar como exemplo da materialização desse
princípio a criação do Conselho Nacional de Previdência Social (Lei nº
3 BALERA, Wagner. Noções Preliminares de Direito Previdenciário. São Paulo: Quartier Latin, 2004, p. 87. 4 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 9ª ed. São Paulo: LTr, 2008, p. 101.
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8.213/91, art. 3º); do Conselho Nacional de Assistência Social (Lei nº
8.742/93, art. 17); e do Conselho Nacional de Saúde (Lei nº 8.080/90).
O item V, ora comentado, está errado, pois o caráter da administração da
seguridade social não é “centralizado”, mas descentralizado.
Gabarito: A
4. (FCC - TCM/BA - Procurador Especial de Contas - 2011) São
princípios constitucionais da Seguridade Social:
(A) universalidade do atendimento; seletividade e distributividade
na prestação dos benefícios e serviços e irredutibilidade do valor
dos benefícios.
(B) diversidade da base de financiamento; contrapartida e
centralização da administração.
(C) universalidade da cobertura; formalismo procedimental e
irredutibilidade do valor dos benefícios e serviços.
(D) uniformidade e equivalência dos benefícios às populações
urbanas e rurais; unicidade da base de financiamento e
irredutibilidade do valor dos serviços.
(E) equidade na forma de participação do custeio; incapacidade
contributiva e diversidade de atendimento.
Comentários
Alternativa A – Como visto nos comentários da questão anterior,
universalidade do atendimento; seletividade e distributividade na prestação
dos benefícios e serviços e irredutibilidade do valor dos benefícios são
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princípios constitucionais da seguridade social.
Alternativa B – “diversidade da base de financiamento” é um dos princípios
constitucionais da seguridade social (CF, art. 194, parágrafo único, VI). A
seguridade social tem diversas fontes de custeio; assim, há maior
segurança para o sistema; em caso de dificuldade na arrecadação de
determinadas contribuições, haverá outras para lhes suprir a falta.
A alternativa B, ora comentada, está errada, pois “contrapartida e
centralização da administração” não são princípios da seguridade social.
Alternativa C – “formalismo procedimental” não é princípio da seguridade
social.
Alternativa D – “unicidade da base de financiamento” não é princípio da
seguridade social. Como visto no comentário da alternativa B, um dos
princípios da seguridade social é a “diversidade da base de financiamento”
(CF, art. 194, parágrafo único, VI).
Alternativa E – “equidade na forma de participação do custeio” é um dos
princípios constitucionais da seguridade social (CF, art. 194, parágrafo
único, V). Esse princípio é um desdobramento do princípio da igualdade
(CF/88, art. 5º) que consiste em tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades. Tratar com
igualdade os desiguais seria aprofundar as desigualdades; não é esse o
objetivo da seguridade social. Em relação ao custeio da seguridade social,
podemos resumi-lo com a seguinte frase: “quem pode mais paga mais; que
pode menos paga menos”.
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A alternativa E, ora comentada, está errada, pois “incapacidade contributiva
e diversidade de atendimento” não são princípios da seguridade social.
Gabarito: A
5. (FCC - Advogado - Nossa Caixa - 2011) O princípio da
universalidade da cobertura prevê
(A) que os benefícios são concedidos a quem deles efetivamente
necessite, razão pela qual a Seguridade Social deve apontar os
requisitos para a concessão dos benefícios e serviços.
(B) que a proteção social deve alcançar todos os eventos cuja
reparação seja premente, a fim de manter a subsistência de quem
dela necessite.
(C) que o benefício legalmente concedido pela Previdência Social
não pode ter o seu valor nominal reduzido.
(D) a participação equitativa de trabalhadores, empregadores e
Poder Público no custeio da seguridade social.
(E) que não há um único benefício ou serviço, mas vários, que serão
concedidos e mantidos de forma seletiva, conforme a necessidade
da pessoa.
Comentários
Alternativa A – esse enunciado refere-se ao princípio da “seletividade e
distributividade na prestação dos benefícios e serviços” (CF, art. 194,
parágrafo único, III).
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Alternativa B – Por “universalidade da cobertura” entende-se que a proteção
social deve alcançar todos os riscos sociais que possam gerar o estado de
necessidade. Riscos sociais são os infortúnios da vida (doenças, acidentes,
velhice, invalidez etc.), aos quais qualquer pessoa está sujeita. O enunciado
da alternativa B é o que mais se aproxima do significado do princípio da
universalidade da cobertura.
Alternativa C – esse enunciado refere-se ao princípio da “irredutibilidade do
valor dos benefícios” (CF, art. 194, parágrafo único, IV).
Alternativa D – esse enunciado refere-se ao princípio da “eqüidade na forma
de participação no custeio” (CF, art. 194, parágrafo único, V).
Alternativa E – esse enunciado refere-se ao princípio da “seletividade e
distributividade na prestação dos benefícios e serviços” (CF, art. 194,
parágrafo único, III).
Gabarito: B
6. (FCC – TCE/SE - Analista de Controle Externo – 2011) Maria e
João são empregados da empresa X. Maria possui três dependentes
enquanto João não possui dependentes. Na qualidade de segurada
Maria recebe o benefício salário-família enquanto João apesar de
segurado não recebe. Neste caso específico está sendo aplicado o
princípio constitucional da
(A) equidade na forma de participação no custeio.
(B) distributividade na prestação dos benefícios.
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(C) universalidade do atendimento.
(D) diversidade da base de financiamento.
(E) seletividade da prestação dos benefícios.
Comentários
Um dos princípios constitucionais da seguridade social é a
“seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços” (CF,
art. 194, parágrafo único, III).
Para CASTRO & LAZZARI, a seletividade pressupõe que os benefícios
são concedidos a quem deles efetivamente necessite, razão pela qual a
seguridade social deve apontar os requisitos para a concessão de benefícios
e serviços. Nesse sentido, um trabalhador que não possua filhos (nem
equiparados a filhos), o benefício do salário-família não será concedido. A
distributividade refere-se à distribuição de renda e bem-estar social. Ao se
conceder, por exemplo, o benefício de prestação continuada da assistência
social (BPC/LOAS) aos idosos e portadores de deficiência sem meio de
subsistência, distribui-se renda; ao se prestar os serviços básicos de saúde,
distribui-se bem-estar social.5
Assim, compete ao legislador – com base em critérios equitativos de
solidariedade e justiça social e segundo as possibilidades econômico-
financeiras do sistema – definir quais benefícios serão concedidos a
determinados grupos de pessoas, em razão de especificidades que as
particularizem.
5 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Op. cit., p. 101.
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Diante do acima exposto, conclui-se que o princípio da “seletividade
da prestação dos benefícios” é o que mais se aproxima da situação
hipotética apresentada pela questão ora comentada.
Gabarito: E
7. (FCC - PGE/RR – Procurador do Estado - 2006) O financiamento
da Seguridade Social, incluindo a assistência social,
(A) é tripartite, a cargo do Poder Público, das empresas e dos
trabalhadores.
(B) compete às empresas e aos trabalhadores, mediante as
contribuições obrigatórias ao Regime Geral de Previdência Social.
(C) consiste nas contribuições das empresas, dos segurados e na
renda líquida das loterias federais.
(D) compete à União, com recursos do respectivo orçamento fiscal.
(E) cabe a toda a sociedade, direta e indiretamente.
Comentários
A atual Constituição Federal (de 1988) abandonou a tradicional
“forma tripartite de custeio” prevista nas Constituições anteriores (a
Constituição de 1934 foi a primeira a estabelecer, em texto constitucional, a
forma tripartite de custeio). A Constituição de 1988 inovou em matéria de
financiamento, estabelecendo como um dos princípios da seguridade social
a “diversidade da base de financiamento” (CF, art. 194, parágrafo único,
VI). Isso significa que a seguridade social tem diversas fontes de custeio;
assim, há maior segurança para o sistema; em caso de dificuldade na
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arrecadação de determinadas contribuições, haverá outras para lhes suprir
a falta.
De acordo com o disposto no caput do art. 195 da Constituição
federal, a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma
direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos
orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e
das contribuições sociais.
A seguridade social será financiada por toda a sociedade, de duas de formas:
è Forma direta
è Por meio do recolhimento de contribuições sociais.
è Forma indireta
è Mediante recursos provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios.
Diante do acima exposto, conclui-se que o enunciado da “alternativa
E” é o que mais se aproxima do atual modelo financiamento da Seguridade
Social.
Gabarito: E
8. (FCC - Assembleia Legislativa / SP - Ag.Téc.Leg.Esp-Direito -
2010) Considere as seguintes assertivas a respeito do Regime Geral
da Previdência Social:
I. É vedada a filiação ao regime geral de previdência social, na
qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante de regime
próprio de previdência.
II. A gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por
base a média aritmética do valor dos proventos recebidos em cada
ano.
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III. Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão
incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e
consequente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da
lei.
IV. O Regime Geral da Previdência Social possui caráter contributivo
e filiação obrigatória, observados os critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial.
De acordo com a Constituição Federal brasileira, está correto o que
se afirma APENAS em
(A) I, II e III.
(B) I, II e IV.
(C) I, III e IV.
(D) II, III e IV.
(E) II e IV.
Comentários
Item I – Conforme o § 5º do art. 201 da Constituição Federal, “é vedada a
filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência”.
Item II – Conforme o § 6º do art. 201 da Constituição Federal, “a
gratificação natalina dos aposentados e pensionistas terá por base o valor
dos proventos do mês de dezembro de cada ano”.
Item III – De acordo com o § 11 do art. 201 da Constituição Federal, “os
ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao
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salário para efeito de contribuição previdenciária e consequente repercussão
em benefícios, nos casos e na forma da lei”. Percebe-se que o constituinte,
expressamente, ampliou o conceito de salário para fins de incidência das
contribuições previdenciárias, para alcançar não só os salários propriamente
ditos, mas também os rendimentos do trabalho pagos a qualquer título.
Vale frisar que o próprio conceito doutrinário de salário também
compreende o salário social que envolve atribuições econômicas garantidas
pela legislação trabalhista ou previdenciária, sobretudo aquelas que são
pagas com a interrupção do contrato de trabalho.
Regulamentando o § 11 do art. 201 da Carta Magna, coube à Lei nº
8.212/91 excluir da base de cálculo das contribuições previdenciárias alguns
valores recebidos pelo trabalhador. Os valores que estão fora do campo de
incidência das contribuições previdenciárias são exclusivamente os previstos
no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212/91.
Item IV – De acordo com o caput do art. 201 da Constituição Federal, “a
previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o
equilíbrio financeiro e atuarial”.
Caráter contributivo: para fazer jus aos benefícios previdenciários é
necessário que o segurado contribua financeiramente para o regime. Das
três áreas integrantes da seguridade social (previdência social, assistência
social e saúde), a única que tem caráter contributivo é a previdência social.
Filiação obrigatória: exercendo o trabalhador alguma atividade remunerada
abrangida pelo RGPS, será obrigatoriamente filiado a este regime
previdenciário. No tocante àquelas pessoas que não exercem atividade
remunerada, a Constituição permite a filiação de forma facultativa.
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Equilíbrio financeiro: é a garantia de equivalência entre as receitas auferidas
e as obrigações do regime previdenciário em cada exercício financeiro.
Equilíbrio atuarial: é a garantia de equivalência, a valor presente, entre o
fluxo das receitas estimadas e das obrigações projetadas, apuradas
atuarialmente, a longo prazo.
Gabarito: C
9. (FCC - TCE/AP - Procurador Contas - 2010) A previsão
constitucional segundo a qual a seguridade social será financiada
por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei,
mediante recursos provenientes dos orçamentos dos entes da
Federação e das contribuições sociais que estabelece, é decorrência
do princípio da
(A) diversidade da base de financiamento.
(B) universalidade do atendimento.
(C) seletividade na prestação de benefícios e serviços.
(D) equivalência dos benefícios e serviços às populações urbanas e
rurais.
(E) irredutibilidade do valor dos benefícios.
Comentários
De acordo com o caput do art. 195 da Constituição Federal, a
seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
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sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
regime geral de previdência social;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar.
De acordo com o § 4º do art. 195 da Constituição Federal, além das
fontes de custeio acima discriminadas, poderão ser instituídas, mediante lei
complementar, outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou
expansão da seguridade social.
As várias fontes de custeio da seguridade social, acima elencadas, é
decorrência do princípio constitucional da diversidade da base de
financiamento (CF, art. 194, parágrafo único, VI). A seguridade social tem
diversas fontes de custeio; assim, há maior segurança para o sistema; em
caso de dificuldade na arrecadação de determinadas contribuições, haverá
outras para lhes suprir a falta.
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Gabarito: A
10. (FCC – Analista TRF 4ª Região - 2007) - Para um trabalhador
que não possua dependentes, o benefício salário-família não será
concedido; para o trabalhador que se encontre incapaz
temporariamente para o trabalho, por motivo de doença, não será
concedida a aposentadoria por invalidez, mas auxílio doença.
Nesses casos, está sendo aplicado, especificamente, o princípio
constitucional da
(A) seletividade na prestação dos benefícios e serviços.
(B) universalidade na cobertura e no atendimento.
(C) equidade na forma de participação no custeio.
(D) diversidade da base de financiamento.
(E) democratização e descentralização da administração.
Comentários
Um dos princípios constitucionais da seguridade social é a
“seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços” (CF,
art. 194, parágrafo único, III).
Para CASTRO & LAZZARI, a seletividade pressupõe que os benefícios
são concedidos a quem deles efetivamente necessite, razão pela qual a
seguridade social deve apontar os requisitos para a concessão de benefícios
e serviços. A distributividade refere-se à distribuição de renda e bem-estar
social.6
6 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Op. cit., p. 101.
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Diante do acima exposto, conclui-se que o princípio da “seletividade
da prestação dos benefícios e serviços” é o que mais se aproxima da
situação apresentada pela questão ora comentada.
Gabarito: A
11. (FCC - TRF4 - Analista Judiciário - 2010) Sobre o Conselho
Nacional de Previdência Social – CNPS, considere:
I. O CNPS terá, dentre os seus membros, seis representantes do
Governo Federal.
II. Os membros do CNPS e seus respectivos suplentes serão
nomeados pelo Presidente da República.
III. Os membros do CNPS representantes titulares da sociedade
civil terão mandato de 2 (dois) anos, vedada a recondução.
IV. O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, duas vezes por mês, por
convocação de seu Presidente.
Está correto o que consta APENAS em
(A) I e III.
(B) I, II e III.
(C) I, II e IV.
(D) II, III e IV.
(E) I e II.
Comentários
Item I – O art. 3º da Lei nº 8.213/91 instituiu o Conselho Nacional de
Previdência Social – CNPS, órgão superior de deliberação colegiada, que
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terá como membros: (I) seis representantes do Governo Federal; (II) nove
representantes da sociedade civil, sendo três representantes dos
aposentados e pensionistas, três representantes dos trabalhadores em
atividade e três representantes dos empregadores.
Item II – De acordo com o § 1º do art. 3º da Lei nº 8.213/91, os membros
do CNPS e seus respectivos suplentes serão nomeados pelo Presidente da
República.
Item III – Os membros do CNPS representantes titulares da sociedade civil
terão mandato de 2 (dois) anos, podendo ser reconduzidos, de imediato,
uma única vez (Lei nº 8.213/91, art. 3º, § 1º).
Item IV – O CNPS reunir-se-á, ordinariamente, uma vez por mês, por
convocação de seu Presidente, não podendo ser adiada a reunião por mais
de 15 dias se houver requerimento nesse sentido da maioria dos
conselheiros (Lei nº 8.213/91, art. 3º, § 3º). Poderá ser convocada reunião
extraordinária por seu Presidente ou a requerimento de um terço de seus
membros, conforme dispuser o regimento interno do CNPS (Lei nº
8.213/91, art. 3º, § 4º).
Gabarito: E
12. (FCC – TRF4 - Técnico Judiciário – 2010) Publicada lei
modificando a contribuição social sobre a receita ou faturamento,
(A) não poderá ser exigida tal contribuição no mesmo exercício
financeiro em que haja sido publicada a referida lei,
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independentemente da data de sua publicação.
(B) poderá ser exigida tal contribuição imediatamente após a data
da publicação da referida lei.
(C) só poderá ser exigida tal contribuição após decorridos cento e
vinte dias da data da publicação da referida lei.
(D) só poderá ser exigida tal contribuição após decorridos noventa
dias da data da publicação da referida lei.
(E) só poderá ser exigida tal contribuição após decorridos cento e
oitenta dias da data da publicação da referida lei.
Comentários
As contribuições destinadas ao financiamento da seguridade social só
poderão ser exigidas depois de decorridos noventa dias da data da
publicação da lei que as houver instituído ou modificado (CF, art. 195, §
6º). Trata--se, aqui, do princípio da anterioridade nonagesimal, também
conhecido como princípio da noventena ou da anterioridade mitigada.
As modificações que estão sujeitas à anterioridade nonagesimal são as que
representem uma efetiva onerosidade para o contribuinte. As modificações
menos onerosas ao contribuinte podem ser aplicadas desde a entrada em
vigor da lei nova.
O princípio da anterioridade nonagesimal tem como objetivo proteger
o contribuinte contra o fator surpresa. A noventena é o tempo necessário
para que o contribuinte ajuste seu planejamento financeiro, visando o
pagamento da contribuição.
Para os demais tributos, com algumas exceções, além da
anterioridade nonagesimal, aplica-se também o princípio da anterioridade
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anual (ou anterioridade do exercício). De acordo com o princípio da
anterioridade anual, os tributos não podem ser cobrados no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou (CF, art. 150, III, “b”). Para as contribuições destinadas à
seguridade social, o princípio da anterioridade anual não se aplica. Para
estas contribuições, aplica-se apenas a anterioridade nonagesimal.
Gabarito: D
13. (FCC – TRF4 - Técnico Judiciário – 2010) O princípio
constitucional que consiste na concessão dos benefícios a quem
deles efetivamente necessite, devendo a Seguridade Social apontar
os requisitos para a concessão de benefícios e serviços é,
especificamente, o princípio da
(A) universalidade da cobertura e do atendimento.
(B) equidade na forma de participação no custeio.
(C) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e
serviços.
(D) diversidade da base de financiamento.
(E) uniformidade e equivalência dos benefícios e serviços às
populações urbanas e rurais.
Comentários
Um dos princípios constitucionais da seguridade social é a
“seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços” (CF,
art. 194, parágrafo único, III).
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Para CASTRO & LAZZARI, a seletividade pressupõe que os benefícios
são concedidos a quem deles efetivamente necessite, razão pela qual a
seguridade social deve apontar os requisitos para a concessão de benefícios
e serviços. A distributividade refere-se à distribuição de renda e bem-estar
social.7
Diante do acima exposto, conclui-se que o princípio da “seletividade e
distributividade na prestação dos benefícios e serviços” (CF, art. 194,
parágrafo único, III) é o que mais se aproxima da situação apresentada
pela questão ora comentada.
Gabarito: C
14. (FCC – TRF4 - Técnico Judiciário – 2010) A seguridade social
compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa dos
Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à
(A) saúde e à assistência social, apenas.
(B) previdência social, apenas.
(C) previdência social e à assistência social, apenas.
(D) saúde e à previdência social, apenas.
(E) saúde, à previdência social e à assistência social.
Comentários
De acordo com o caput do art. 194 da Constituição Federal, “a
seguridade social compreende um conjunto integrado de ações de iniciativa
7 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Op. cit., p. 101.
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dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar os direitos
relativos à saúde, à previdência e à assistência social”.
Assim, a seguridade social é o gênero do qual são espécies a
Previdência Social, a Assistência Social e a Saúde.
Gabarito: E
15. (FCC – TRF4 - Técnico Judiciário – 2010) Considere as seguintes
assertivas a respeito da seguridade social:
I. As receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos
orçamentos, integrando o orçamento da União.
II. São isentas de contribuição para a seguridade social as
entidades beneficentes de assistência social que atendam às
exigências estabelecidas em lei.
III. A pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social,
como estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público
nem dele receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios.
IV. Nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser
criado ou majorado sem a correspondente fonte de custeio total,
mas poderá, no entanto, ser estendido.
De acordo com a Constituição Federal, está correto o que consta
APENAS em
(A) II, III e IV.
(B) I, II e III.
(C) II e III.
(D) III e IV.
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(E) I e II.
Comentários
Item I – Conforme o caput do art. 195 da constituição Federal, a seguridade
social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos
termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos da União,
dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das contribuições
sociais. Mas as receitas dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios
destinadas à seguridade social constarão dos respectivos orçamentos, não
integrando o orçamento da União (CF, art. 195, § 1º).
Item II – Nos termos do § 7º do art. 195 da Constituição Federal, “são
isentas de contribuição para a seguridade social as entidades beneficentes
de assistência social que atendam às exigências estabelecidas em lei”. Tais
exigências estão previstas na Lei nº 12.101/2009.
Item III – De acordo com o § 3º do art. 195 da Constituição Federal, “a
pessoa jurídica em débito com o sistema da seguridade social, como
estabelecido em lei, não poderá contratar com o Poder Público nem dele
receber benefícios ou incentivos fiscais ou creditícios”. Amparada nesse
dispositivo constitucional, a Lei nº 8.212/91 (art. 47, I, “a”) exige que a
empresa, para provar a inexistência de débito com o sistema da seguridade
social, apresente Certidão Negativa de Débito – CND, quando da
contratação com o Poder Público e no recebimento de benefícios ou
incentivo fiscal ou creditício concedido por ele.
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Item IV – Nos termos do § 5º do art. 195 da Constituição Federal, “nenhum
benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado, majorado ou
estendido sem a correspondente fonte de custeio total”. Trata-se do
princípio da “preexistência do custeio em relação ao benefício ou serviço”.
Esse princípio tem como objetivo assegurar o equilíbrio financeiro da
seguridade social: o caixa da seguridade social só pode pagar o benefício se
existir dinheiro para isso. Assim, será inconstitucional a lei que criar,
majorar ou estender uma prestação, previdenciária ou assistencial, sem
também criar a fonte de custeio.
Gabarito: C
16. (FCC – Analista TRF 3ª Região - 2007) - Considere as seguintes
assertivas a respeito do regime geral de previdência social:
I - Em regra, é vedada a filiação ao regime geral de previdência
social, na qualidade de segurado facultativo, de pessoa participante
de regime próprio de previdência.
II - Para efeito de aposentadoria não é assegurada a contagem
recíproca do tempo de contribuição na administração pública e na
atividade privada rural.
III- Os ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão
incorporados ao salário para efeito de contribuição previdenciária e
conseqüente repercussão em benefícios, nos casos e na forma da
lei.
IV - Nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o
rendimento do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao
salário mínimo.
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De acordo com a Constituição Federal brasileira, está correto o que
se afirma APENAS em
a) I, II e III
b) I e III
c) I, III e IV
d) II, III e IV
e) III e IV
Comentários
Item I – Nos termos do § 5º do art. 201 da Constituição Federal, ‘’é vedada
a filiação ao regime geral de previdência social, na qualidade de segurado
facultativo, de pessoa participante de regime próprio de previdência”.
Item II – De acordo com o § 9º do art. 201 da Constituição Federal, “para
efeito de aposentadoria, é assegurada a contagem recíproca do tempo de
contribuição na administração pública e na atividade privada, rural e
urbana, hipótese em que os diversos regimes de previdência social se
compensarão financeiramente, segundo critérios estabelecidos em lei”.
Assertiva em comento afirma exatamente o contrário, por isso, está errada.
Item III – Nos termos do § 11 do art. 201 da Constituição Federal, “os
ganhos habituais do empregado, a qualquer título, serão incorporados ao
salário para efeito de contribuição previdenciária e conseqüente repercussão
em benefícios, nos casos e na forma da lei”. De acordo com este dispositivo
constitucional, a habitualidade dos ganhos do empregado é requisito
suficiente para sua inclusão no salário-de-contribuição (base de cálculo da
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contribuição previdenciária dos segurados), gerando, por conseguinte,
repercussão no cálculo dos benefícios previdenciários. Contudo, vale frisar
que o dispositivo constitucional será aplicado “nos casos e na forma da lei”.
Por isso, coube à Lei nº 8.212/91 excluir da base de cálculo das
contribuições previdenciárias alguns valores recebidos pelo trabalhador. Os
valores que estão fora do campo de incidência das contribuições
previdenciárias são exclusivamente os previstos no § 9º do art. 28 da Lei nº
8.212/91.
A maioria dos benefícios é calculada com base no salário-de-benefício que,
por sua vez, é calculado a partir de uma média aritmética dos 80% maiores
salários-de-contribuição. Assim, se determinado valor integra a base de
cálculo da contribuição, também integrará a base de cálculo do benefício.
Como única exceção a esta regra, o décimo terceiro salário (gratificação
natalina) integra o salário-de-contribuição, exceto para o cálculo de
benefício (Lei nº 8.212/91, art. 28, § 7º).
Item IV – De acordo com o § 2º do art. 201 da Constituição Federal,
“nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento
do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo”.
De acordo com esse dispositivo constitucional, os benefícios que não podem
ter renda mensal inferior ao salário mínimo são somente aqueles que
substituem o salário-de-contribuição ou o rendimento do trabalho. Assim,
benefícios como salário-família e o auxílio-acidente podem ter renda mensal
inferior ao salário mínimo, pois nestes casos, o beneficiário recebe,
concomitantemente, o benefício previdenciário (pago pelo INSS) e o
rendimento do seu trabalho (pago pela empresa). Os citados benefícios não
substituem a renda mensal do trabalhador, por isso, podem ser inferior ao
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salário mínimo.
Assim, não terão valor inferior ao salário mínimo os benefícios de
prestação continuada pagos pela Previdência Social correspondentes a
aposentadorias, auxílio-doença, auxílio-reclusão (valor global) e pensão por
morte (valor global).
GABARITO: C
17. (FCC – Analista TRF 3ª Região - 2007) - A contribuição social
sobre a receita de concursos de prognósticos é um exemplo
específico do princípio constitucional da
a) Diversidade da base de financiamento.
b) Caráter democrático e descentralizado da administração.
c) Seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e
serviços.
d) Universalidade da cobertura.
e) Eqüidade na forma de participação no custeio.
Comentários
A contribuição social sobre a receita de concursos de prognósticos é
um exemplo específico do princípio constitucional da diversidade da base de
financiamento. A seguridade social tem diversas fontes de custeio; assim,
há maior segurança para o sistema; em caso de dificuldade na arrecadação
de determinadas contribuições, haverá outras para lhes suprir a falta.
De acordo com o caput do art. 195 da Constituição Federal, a
seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
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indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
regime geral de previdência social;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar.
O § 4º do art. 195 da Constituição Federal ainda prevê que “a lei
poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou
expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I”. Ou
seja, além das contribuições sociais previstas nos quatro incisos do caput do
art. 195 da Constituição Federal, outras fontes de custeio da seguridade
social poderão ser instituídas. Trata-se, aqui, das chamadas contribuições
residuais. Para que estas contribuições sejam instituídas, é necessário que
se obedeça ao disposto no art. 154, I, da Constituição Federal, cuja redação
é a seguinte: “Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei
complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam
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não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição”.
O STF entende que, em relação às novas contribuições para a
seguridade social, aplica-se somente a primeira parte do inciso I do artigo
154 da Carta Magna. Ou seja, contribuição para a seguridade social que não
esteja prevista nos quatro incisos do art. 195 da CF só pode ser criada
mediante lei complementar. Pode, contudo, ter base de cálculo e fato
gerador idênticos aos de impostos. No tocante à não-cumulatividade, o STF
entende que essa exigência só pode dizer respeito à técnica de tributação
que afasta a cumulatividade em impostos polifásicos como o ICMS e o IPI. A
cumulatividade não ocorre em contribuição cujo ciclo de incidência é
monofásico. Nesse sentido, confira-se o seguinte julgado da Suprema
Corte:
“EMENTA: Contribuição social. Constitucionalidade do artigo 1º, I, da Lei Complementar nº 84/96. - O Plenário desta Corte, ao julgar o RE 228.321, deu, por maioria de votos, pela constitucionalidade da contribuição social, a cargo das empresas e pessoas jurídicas, inclusive cooperativas, incidente sobre a remuneração ou retribuição pagas ou creditadas aos segurados empresários, trabalhadores autônomos, avulsos e demais pessoas físicas, objeto do artigo 1º, I, da Lei Complementar nº 84/96, por entender que não se aplica às contribuições sociais novas a segunda parte do inciso I do artigo 154 da Carta Magna, ou seja, que elas não devam ter fato gerador ou base de cálculos próprios dos impostos discriminados na Constituição. - Nessa decisão está ínsita a inexistência de violação, pela contribuição social em causa, da exigência da não-cumulatividade, porquanto essa exigência - e é este, aliás, o sentido constitucional da cumulatividade tributária - só pode dizer respeito à técnica de tributação que afasta a cumulatividade em impostos como o ICMS e o IPI - e cumulatividade que, evidentemente, não ocorre em contribuição dessa natureza cujo ciclo de incidência é monofásico -, uma vez que a não-cumulatividade no sentido de sobreposição de incidências tributárias já está prevista, em caráter exaustivo, na parte final do mesmo dispositivo da Carta Magna, que proíbe nova incidência sobre fato gerador ou base de cálculo próprios dos impostos discriminados nesta
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Constituição. - Dessa orientação não divergiu o acórdão recorrido. Recurso extraordinário não conhecido”.8
Em suma, se a contribuição para a seguridade social estiver prevista nos
quatro incisos do art. 195 da Constituição Federal, ela poderá ser instituída
mediante lei ordinária. Em caso contrário, só poderá ser instituída mediante
lei complementar. Nesse sentido, confira-se a seguinte decisão do STF:
“CONSTITUCIONAL. TRIBUTÁRIO. CONTRIBUIÇÕES SOCIAIS. CONTRIBUIÇÕES INCIDENTES SOBRE O LUCRO DAS PESSOAS JURIDICAS. Lei n. 7.689, de 15.12.88. I. - Contribuições parafiscais: contribuições sociais, contribuições de intervenção e contribuições corporativas. CF, art. 149. Contribuições sociais de seguridade social. CF, arts. 149 e 195. As diversas espécies de contribuições sociais. II. - A contribuição da Lei 7.689, de 15.12.88, é uma contribuição social instituída com base no art. 195, I, da Constituição. As contribuições do art. 195, I, II, III, da Constituição, não exigem, para a sua instituição, lei complementar. Apenas a contribuição do parágrafo 4º do mesmo art. 195 é que exige, para a sua instituição, lei complementar, dado que essa instituição deverá observar a técnica da competência residual da União (CF, art. 195, § 4º; CF, art. 154, I). Posto estarem sujeitas a lei complementar do art. 146, III, da Constituição, porque não são impostos, não há necessidade de que a lei complementar defina o seu fato gerador, base de cálculo e contribuintes (CF, art. 146, III, "a"). III. - Adicional ao imposto de renda: classificação desarrazoada. IV. - Irrelevância do fato de a receita integrar o orçamento fiscal da União. O que importa é que ela se destina ao financiamento da seguridade social (Lei 7.689/88, art. 1º). V. - Inconstitucionalidade do art. 8º, da Lei 7.689/88, por ofender o princípio da irretroatividade (CF, art, 150, III, "a") qualificado pela inexigibilidade da contribuição dentro no prazo de noventa dias da publicação da lei (CF, art. 195, § 6º). Vigência e eficácia da lei: distinção. VI. - Recurso Extraordinário conhecido, mas improvido, declarada a inconstitucionalidade apenas do artigo 8º da Lei 7.689, de 1988”.9
GABARITO: A
8 STF, RE 258470/RS, Rel. Min. Moreira Alves, 1ª T, DJ 12/05/2000. 9 STF, RE 138284/CE, Rel. Min. Carlos Velloso, Tribunal Pleno, DJ 28/12/92. Na época em que esta decisão foi proferida, o art. 195 da CF só tinha três incisos. O inciso IV foi incluído pela EC 42/2003.
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18. (FCC – Analista TRF 3ª Região - 2007) - Ao se conceder o
benefício assistencial da renda vitalícia ao idoso ou ao deficiente
sem meios de subsistência estará sendo aplicado, especificamente,
o princípio da
a) Equidade na forma de participação no custeio.
b) Universalidade do atendimento.
c) Universalidade da cobertura.
d) Distributividade na prestação dos benefícios e serviços.
e) Diversidade da base de financiamento.
Comentários
No inciso III do parágrafo único do art. 194, a Constituição Federal
estabelece como sendo um dos princípios da seguridade social a
“seletividade e distributividade na prestação dos benefícios e serviços”. A
seletividade atua na delimitação do rol de prestações, ou seja, na escolha
dos benefícios e serviços a serem mantidos pela seguridade social,
enquanto a distributividade direciona a atuação do sistema protetivo para
as pessoas com maior necessidade, definindo o grau de proteção.10 Os
benefícios da assistência social, por exemplo, serão concedidos apenas aos
“necessitados”; os benefícios salário-família e o auxílio-reclusão só serão
concedidos aos beneficiários de baixa renda (atualmente, para aqueles que
tenham renda mensal inferior ou igual a R$ 862,60)11.
Assim, compete ao legislador – com base em critérios eqüitativos de
solidariedade e justiça social e segundo as possibilidades econômico-
10 BALERA, Wagner. Noções Preliminares de Direito Previdenciário. São Paulo: Quartier Latin, 2004, p. 87. 11 Valor atualizado, a partir de 1/01/2011, pela Portaria MPS/MF nº 407, de 14/07/2011.
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financeiras do sistema – definir quais benefícios serão concedidos a
determinados grupos de pessoas, em razão de especificidades que as
particularizem.
Portanto, ao se conceder o benefício assistencial da renda vitalícia ao
idoso ou ao deficiente sem meios de subsistência estará sendo aplicado,
especificamente, o princípio da “distributividade na prestação dos benefícios
e serviços”.
GABARITO: D
19. (FCC – Juiz do Trabalho - TRT11 - 2005) - A Constituição Federal
de 5 de outubro de 1988 disciplinou o Sistema de Seguridade Social,
no Título VIII, Capítulo II, estabelecendo como um de seus
objetivos a
(A) irredutibilidade do valor do benefício, a fim de que seja mantido
o padrão de vida de todos os segurados do sistema, mantendo o
valor real dos benefícios.
(B) diversidade da base de financiamento, já que para o Sistema de
Seguridade Social serão vertidas contribuições tanto dos
trabalhadores como dos empregadores.
(C) universalidade de cobertura e atendimento, já que todos os
riscos sociais deverão ser cobertos e todas as pessoas deverão ser
atendidas, na exata medida de sua contribuição ao sistema.
(D) seletividade e a distributividade na prestação dos benefícios e
serviços, já que os riscos sociais que merecem proteção são
selecionados e depois distribuídos conforme a necessidade de cada
qual.
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(E) equidade na forma de participação no custeio, com idêntica
contribuição das empresas e trabalhadores, em decorrência do
princípio da solidariedade social.
Comentários
Alternativa A - Na doutrina, não há consenso a respeito do significado do
princípio da irredutibilidade do valor dos benefícios, aplicado à Seguridade
Social. Parte da doutrina entende que seu objetivo é preservar o valor real
do benefício.12 Outra parte entende que a sua finalidade é, simplesmente,
impedir a diminuição do valor nominal do benefício.13
Mas para o STF, não havendo diminuição do valor nominal, não procede a
alegação de ofensa ao princípio da irredutibilidade. Nesse sentido, confira-
se o seguinte julgado da Suprema Corte:
“EMENTA: Servidor público militar: supressão de adicional de inatividade: inexistência, no caso, de violação às garantias constitucionais do direito adquirido e da irredutibilidade de vencimentos (CF, art. 37, XV). É da jurisprudência do Supremo Tribunal que não há direito adquirido a regime jurídico e que a garantia da irredutibilidade de vencimentos não impede a alteração de vantagem anteriormente percebida pelo servidor, desde que seja preservado o valor nominal dos vencimentos”.14
É verdade que a jurisprudência supra é relativa a proventos de inatividade
de servidor público militar. Mas a irredutibilidade do valor dos benefícios é
princípio equivalente ao da irredutibilidade dos vencimentos dos servidores
12 Esta é a posição defendida por Fábio Zambitte Ibrahim (2008, p. 58), Marcelo Leonardo Tavares (2004, p. 5), Kerlly Huback Bragança (2006, p. 14), Ivan Kertzman (2005, p. 27), Ítalo Romano Eduardo e Jeane Tavares Aragão Eduardo (2008, p. 20). 13 Esta a posição defendida por Sérgio Pinto Martins (2002, p. 78), Carlos Alberto Pereira de Castro e João Batista Lazzari (2008, p. 101), Daniel Machado da Rocha e José Paulo Baltazar Júnior (2006, p. 40). 14 STF, AI-AgR 618777/RJ, Rel. Min. Sepúlveda Pertence, 1ª T., DJ 03/08/2007.
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públicos (CF, art, 37, XV). Confira-se, agora, um julgado do STF a respeito
de benefício do RGPS:
“EMENTA: - Previdência social. Irredutibilidade do benefício. Preservação permanente de seu valor real. - No caso não houve redução do benefício, porquanto já se firmou a jurisprudência desta Corte no sentido de que o princípio da irredutibilidade é garantia contra a redução do “quantum” que se recebe, e não daquilo que se pretende receber para que não haja perda do poder aquisitivo em decorrência da inflação. - De outra parte, a preservação permanente do valor real do benefício - e, portanto, a garantia contra a perda do poder aquisitivo - se faz, como preceitua o artigo 201, § 2º, da Carta Magna, conforme critérios definidos em lei, cabendo, portanto, a esta estabelecê-los. Recurso extraordinário não conhecido”.15
Nessa linha de raciocínio, o princípio da irredutibilidade assegura
apenas que o benefício legalmente concedido – pela Previdência Social ou
pela Assistência Social – não tenha seu valor nominal reduzido.16 Assim,
uma vez definido o valor do benefício, este não pode ser reduzido
nominalmente, salvo se houve erro na sua concessão.
Fica claro que, conforme a jurisprudência predominante no STF, o
princípio da irredutibilidade veda apenas a redução do valor nominal dos
benefícios. Mas se o benefício for concedido em desacordo com a lei, até
mesmo o valor nominal poderá ser reduzido. O STF entende que “a redução
de proventos de aposentadoria, quando concedida em desacordo com a lei,
não ofende o princípio da irredutibilidade”.17
Vale ressaltar que, em relação aos benefícios previdenciários, o § 4º do art.
201 da Constituição Federal, assegura “o reajustamento dos benefícios para
15 STF, RE 263252/PR, Rel. Min. Moreira Alves, 1ª T., DJ 23/06/2000. Vale frisar que a redação original do § 2º do art. 201 da CF corresponde à atual redação do § 4º do mesmo artigo. 16 CASTRO, Carlos Alberto Pereira de e LAZZARI, João Batista. Op. cit., p. 90. 17 STF, MS 25552/DF, Rel. Min. Cármen Lúcia, DJ 30/05/2008.
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preserva-lhes, em caráter permanente, o valor real, conforme critérios
definidos em lei”.
Assim, em relação aos benefícios previdenciários, o princípio da
irredutibilidade (CF, art. 194, parágrafo único, IV) é garantia contra a
redução do valor nominal, e o § 4º do art. 201 da Carta Magna assegura o
reajustamento para preservar o valor real. Mas estes dois dispositivos
constitucionais têm significados distintos, não devendo ser confundidos. O
primeiro é o princípio da irredutibilidade, aplicado à seguridade social
(engloba benefícios da previdência e da assistência social). O segundo é o
princípio da preservação do valor real dos benefícios, aplicado somente à
previdência social. O princípio da irredutibilidade, por si só, não assegura
reajustamento de benefícios. O que assegura o reajustamento dos
benefícios do RGPS, de acordo com critérios definidos em lei ordinária, é o
princípio da preservação do valor real dos benefícios, previsto no § 4º do
art. 201 da Constituição. A separação desses dois princípios fica evidente no
seguinte julgado do STF:
“EMENTAS: (...) 2. PREVIDÊNCIA SOCIAL. Reajuste de benefício de prestação continuada. Índices aplicados para atualização do salário-de-benefício. Arts. 20, § 1º e 28, § 5º, da Lei nº 8.212/91. Princípios constitucionais da irredutibilidade do valor dos benefícios (Art. 194, IV) e da preservação do valor real dos benefícios (Art. 201, § 4º). Não violação. Precedentes. Agravo regimental improvido. Os índices de atualização dos salários-de-contribuição não se aplicam ao reajuste dos benefícios previdenciários de prestação continuada".18
Alternativa B – A diversidade da base de financiamento significa que a
seguridade social tem diversas fontes de custeio, não se limitando às
contribuições dos trabalhadores e dos empregadores. De acordo com
o caput do art. 195 da Constituição Federal, a seguridade social será 18 STF, AI-AgR 590177/SC, Rel. Min. Cezar Peluso, 2ª T., DJ 27/04/2007, p. 96.
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financiada por toda a sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da
lei, mediante recursos provenientes da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
regime geral de previdência social;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar.
O § 4º do art. 195 da Constituição Federal ainda prevê que “a lei
poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou
expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I”. Ou
seja, além das contribuições sociais previstas nos quatro incisos do caput do
art. 195 da Constituição Federal, outras fontes de custeio da seguridade
social poderão ser instituídas mediante lei complementar.
Alternativa C – De acordo com o princípio da universalidade da cobertura e
do atendimento, todos os riscos sociais deverão ser cobertos e todas as
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pessoas deverão ser atendidas. Contudo, a cobertura e o atendimento não
se dão necessariamente na exata medida de sua contribuição ao sistema.
Na assistência social, por exemplo, os benefícios são concedidos
independentemente de contribuição (CF, art. 203, caput).
Alternativa D (certa) – A seletividade atua na delimitação do rol de
prestações, ou seja, na escolha dos benefícios e serviços a serem mantidos
pela seguridade social, enquanto a distributividade direciona a atuação do
sistema protetivo para as pessoas com maior necessidade, definindo o grau
de proteção.19 Os benefícios da assistência social, por exemplo, serão
concedidos apenas aos “necessitados”; os benefícios salário-família e o
auxílio-reclusão só serão concedidos aos beneficiários de baixa renda
(atualmente, para aqueles que tenham renda mensal inferior ou igual a
R$862,60)20.
Assim, compete ao legislador – com base em critérios eqüitativos de
solidariedade e justiça social e segundo as possibilidades econômico-
financeiras do sistema – definir quais benefícios serão concedidos a
determinados grupos de pessoas, em razão de especificidades que as
particularizem.
Como se observa, esse princípio procura amenizar os efeitos do princípio da
universalidade. Destarte, os princípios da universalidade e da seletividade
devem ser aplicados de forma harmônica e equilibrada.
O gabarito definitivo da questão ora comentada considerou a alternativa D
como sendo a CERTA. Contudo, o texto desta alternativa está mal redigido,
passando a ideia de que “os riscos são distribuídos conforme a necessidade
19 BALERA, Wagner. Noções Preliminares de Direito Previdenciário. São Paulo: Quartier Latin, 2004, p. 87. 20 Valor atualizado, a partir de 1/01/2011, pela Portaria MPS/MF nº 407, de 14/07/2011.
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de cada qual”. E na verdade, os riscos sociais serão “selecionados”, mas o
que deve ser distribuído aos beneficiários da seguridade social são as
prestações (benefícios e serviços), que darão cobertura aos referidos riscos
sociais.
Alternativa E – A equidade na forma de participação no custeio é um
desdobramento do princípio da igualdade (CF/88, art. 5º) que consiste em
tratar igualmente os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de
suas desigualdades. Tratar com igualdade os desiguais seria aprofundar as
desigualdades; não é esse o objetivo da seguridade social.
Em relação ao custeio da seguridade social, significa dizer que quem tem
maior capacidade econômica irá contribuir com mais; quem tem menor
capacidade contribuirá com menos.
Seguindo essa orientação, o § 9º do art. 195 da CF (na redação dada pela
EC 47, de 5/7/2005) dispõe que as contribuições para a seguridade social a
cargo das empresas poderão ter alíquotas ou bases de cálculo
diferenciadas, em razão da atividade econômica, da utilização intensiva de
mão-de-obra, do porte da empresa ou da condição estrutural do mercado
de trabalho.
A Lei nº 8.212/91 prevê alguns exemplos de eqüidade: as contribuições das
empresas têm alíquotas maiores que a dos segurados; as instituições
financeiras contribuem para a seguridade social com alíquotas mais
elevadas do que as empresas em geral; já as microempresas e empresas de
pequeno porte contribuem de forma mais simplificada e favorecida (Lei
Complementar nº 123/2006); os segurados empregados, trabalhadores
avulsos e empregados domésticos têm alíquotas progressivas (8%, 9% ou
11%) – quanto maior a remuneração maior será a alíquota.
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GABARITO: D
20. (FCC – Analista TRF 2ª Região - 2007) Contribuem para a
seguridade social, da mesma forma, aqueles que estão em iguais
condições contributivas. As empresas NÃO contribuem da mesma
forma que os trabalhadores, em conformidade, especificamente,
com o princípio da
(A) universalidade.
(B) seletividade na prestação de benefícios e serviços.
(C) equidade na forma de participação no custeio.
(D) irredutibilidade do valor dos benefícios.
(E) natureza democrática e descentralizada da administração.
Comentários
No inciso V do parágrafo único do art. 194, a Constituição Federal
estabelece como sendo um dos princípios da seguridade social a “equidade
na forma de participação no custeio”. Esse princípio é um desdobramento
do princípio da igualdade (CF/88, art. 5º) que consiste em tratar igualmente
os iguais e desigualmente os desiguais, na medida de suas desigualdades.
Tratar com igualdade os desiguais seria aprofundar as desigualdades; não é
esse o objetivo da seguridade social.
Em relação ao custeio da seguridade social, significa dizer que quem
tem maior capacidade econômica irá contribuir com mais; quem tem menor
capacidade contribuirá com menos.
A Lei nº 8.212/91 prevê alguns exemplos de eqüidade: as contribuições das
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empresas têm alíquotas maiores que a dos segurados; as instituições
financeiras contribuem para a seguridade social com alíquotas mais
elevadas do que as empresas em geral; já as microempresas e empresas de
pequeno porte contribuem de forma mais simplificada e favorecida (Lei
Complementar nº 123/2006); os segurados empregados, trabalhadores
avulsos e empregados domésticos têm alíquotas progressivas (8%, 9% ou
11%) – quanto maior a remuneração maior será a alíquota.
Gabarito: C
21. (FCC – Analista TRF 2ª Região - 2007). A receita da seguridade
social não está adstrita a trabalhadores, empregadores e Poder
Público. Essa assertiva relacionada a receita da seguridade social
está baseada, especificamente, ao princípio da
(A) natureza democrática e descentralizada da administração.
(B) diversidade da base de financiamento.
(C) universalidade da cobertura e do atendimento.
(D) equidade na forma de participação no custeio.
(E) seletividade e distributividade na prestação dos benefícios.
Comentários
No inciso VI do parágrafo único do art. 194, a Constituição Federal
estabelece como sendo um dos princípios da seguridade social a
“diversidade da base de financiamento”. De acordo com este princípio, a
seguridade social terá diversas fontes de custeio; assim, há maior
segurança para o sistema; em caso de dificuldade na arrecadação de
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determinadas contribuições, haverá outras para lhes suprir a falta.
De acordo com o caput do art. 195 da Constituição Federal, a
seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes da União, dos
Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições
sociais:
I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na
forma da lei, incidentes sobre:
a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;
II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social, não
incidindo contribuição sobre aposentadoria e pensão concedidas pelo
regime geral de previdência social;
III - sobre a receita de concursos de prognósticos.
IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei
a ele equiparar.
O § 4º do art. 195 da Constituição Federal ainda prevê que “a lei
poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou
expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I”. Ou
seja, além das contribuições sociais previstas nos quatro incisos do caput do
art. 195 da Constituição Federal, outras fontes de custeio da seguridade
social poderão ser instituídas. Trata-se, aqui, das chamadas contribuições
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residuais. Para que estas contribuições sejam instituídas, é necessário que
se obedeça ao disposto no art. 154, I, da Constituição Federal, cuja redação
é a seguinte: “Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei
complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição”.
Assim, a criação de contribuições para a seguridade social obedece ao
seguinte raciocínio: (a) se a contribuição estiver prevista nos quatro incisos
do art. 195 da CF, ela poderá ser instituída mediante lei ordinária; (b) mas
se a contribuição não estiver prevista nos quatro incisos do art. 195 da CF,
ela só poderá ser criada mediante lei complementar.
Gabarito: B
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Capítulo 2
Beneficiários do RGPS: segurados e dependentes
22. (FCC - Advogado - Nossa Caixa - 2011) De acordo com a Lei no
8.212/91, são segurados obrigatórios da Previdência Social na
qualidade de segurado especial
(A) o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal,
desde que não vinculado a regime próprio de previdência social.
(B) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil
para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa
nacional no exterior.
(C) o servidor público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo
efetivo com a União, Autarquias, inclusive em regime especial, e
Fundações Públicas Federais.
(D) a pessoa física residente no imóvel rural que, individualmente,
ainda que com o auxílio eventual de terceiros a título de mútua
colaboração, na condição de pescador artesanal faça da pesca
profissão habitual.
(E) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de vida
consagrada, de congregação ou de ordem religiosa.
Comentários
Alternativa A - o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência social,
é segurado obrigatório do RGPS como empregado (Lei nº 8.213/91, art. 11,
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I, “j”). Por exemplo, o Deputado Federal Tiririca não tem vínculo efetivo
com o serviço público, por isso, não é vinculado a regime próprio de
previdência social. Nesse caso, na condição de Deputado Federal, Tiririca é
segurado empregado do RGPS.
Alternativa B – entre outros, filia-se obrigatoriamente ao RGPS, na
qualidade de segurado empregado, o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado
e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou
agência de empresa nacional no exterior (Lei nº 8.213/91, art. 11, I, “c”).
Por exemplo, Pablo, peruano, domiciliado no Brasil, foi contratado no Brasil
por uma empresa brasileira denominada Banco Alfa S/A, para trabalhar
como empregado em uma agência bancária situada na Bolívia e pertencente
ao referido Banco. Nessa situação, Pablo é segurado empregado do RGPS.
Alternativa C – Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de
outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de
previdência social (CF, art. 40, § 13). No RGPS, esses servidores serão
considerados como segurados empregados (RPS, art. 9º, I, “i’, “l” e “m”).
Alternativa D – Conforme a Lei nº 8.213/91, art. 11, VII filia-se
obrigatoriamente como segurado especial a pessoa física residente no
imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que,
individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o
auxílio eventual de terceiros, na condição de:
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado,
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parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais,
que explore atividade:
1. agropecuária em área de até 4 (quatro) módulos fiscais;
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que exerça suas atividades
nos termos do inciso XII do caput do art. 2º da Lei no 9.985, de 18
de julho de 2000, e faça dessas atividades o principal meio de vida;
b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca
profissão habitual ou principal meio de vida; e
c) cônjuge ou companheiro, bem como filho maior de 16 (dezesseis)
anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as
alíneas a e b deste inciso, que, comprovadamente, trabalhem com o
grupo familiar respectivo.
Alternativa E – entre outros, filia-se obrigatoriamente ao RGPS, na
qualidade de segurado contribuinte individual o ministro de confissão
religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de
ordem religiosa (Lei nº 8.213/91, art. 11, V, “c”).
Os ministros de confissão religiosa são aqueles que consagram sua
vida a serviço de Deus e do próximo, com ou sem ordenação, dedicando-se
ao anúncio de suas respectivas doutrinas e crenças, à celebração dos cultos
próprios, à organização das comunidades e à promoção de observância das
normas estabelecidas, desde que devidamente aprovados para o exercício
de suas funções pela autoridade religiosa competente. São, por exemplo, os
padres, pastores, bispos.
Os membros do instituto de vida consagrada, de congregação ou
ordem religiosa são os que emitem ou professam voto (promessa feita pelos
religiosos), devidamente aprovado pela autoridade religiosa competente.
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São, por exemplo, as freiras, freis e monges.
Gabarito: D
23. (FCC – TCE/SE - Analista de Controle Externo – 2011) O servidor
público ocupante de cargo em comissão, sem vínculo efetivo com a
União, Autarquias, inclusive em regime especial, e Fundações
Públicas Federais
(A) é segurado obrigatório da Previdência Social como trabalhador
avulso.
(B) não é segurado da Previdência Social por expressa disposição
legal.
(C) é segurado facultativo da Previdência Social.
(D) é segurado obrigatório da Previdência Social como contribuinte
individual.
(E) é segurado obrigatório da Previdência Social na qualidade de
empregado.
Comentários
Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão
declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo
temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência
social (CF, art. 40, § 13). No RGPS, esses servidores serão considerados
como segurados empregados (RPS, art. 9º, I, “i’, “l” e “m”).
Gabarito: E
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24. (FCC - TRF4 - Analista Judiciário - 2010) - Independentemente
de contribuições, mantém a qualidade de segurado:
a) quem está em gozo de benefício, sem limite de prazo.
b) até doze meses após a cessação das contribuições, o segurado
facultativo.
c) até três meses após a cessação das contribuições, o segurado
facultativo.
d) até seis meses após o licenciamento, o segurado incorporado às
Forças Armadas para prestar serviço militar.
e) até doze meses após o licenciamento, o segurado incorporado às
Forças Armadas para prestar serviço militar.
Comentários
Alternativa A - Durante o período em que o segurado está em gozo de
qualquer benefício do RGPS, independentemente de contribuições, ele
mantém a qualidade de segurado, sem limite de prazo (Lei nº 8.213/91,
art. 15, I). Se, por exemplo, a pessoa vinha recebendo aposentadoria (ou
qualquer outro benefício do RGPS) e vem a falecer, os seus dependentes
terão direito a pensão por morte, pois, na data do óbito, o falecido
encontrava-se com a qualidade de segurado mantida.
Alternativas B e C – o segurado facultativo mantém a qualidade de
segurado, independentemente de contribuições, até 6 (seis) meses após a
cessação das contribuições (Lei nº 8.213/91, art. 15, VI).
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Alternativas D e E – Conforme o art. 15, V, da Lei nº 8.213/91, mantém a
qualidade de segurado, independentemente de contribuições, até 3 (três)
meses após o licenciamento, o segurado incorporado às Forças Armadas
para prestar serviço militar.
Gabarito: A
25. (FCC – TRF5 – Analista Judiciário – 2008) De acordo com a Lei
nº 8.231/91, em regra, mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições até
(A) seis meses após o livramento, o segurado retido ou recluso.
(B) seis meses após cessar a segregação, o segurado acometido de
doença de segregação compulsória.
(C) três meses após o licenciamento, o segurado incorporado às
Forças Armadas para prestar serviço militar.
(D) seis meses após a cessação das contribuições, o segurado que
estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.
(E) doze meses após a cessação das contribuições, o segurado
facultativo.
Comentários
Esta questão foi anulada, porque o número da Lei está errado. A Lei nº
8.213/91 foi trocada pela Lei nº 8.231/91.
No entanto, se não houvesse este erro, a alternativa correta seria a letra
“c”, conforme o art. 15 da Lei nº 8.213/91, abaixo transcrito:
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Art. 15. Mantém a qualidade de segurado, independentemente de
contribuições:
I - sem limite de prazo, quem está em gozo de benefício;
II - até 12 (doze) meses após a cessação das contribuições, o
segurado que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela
Previdência Social ou estiver suspenso ou licenciado sem
remuneração;
III - até 12 (doze) meses após cessar a segregação, o segurado
acometido de doença de segregação compulsória;
IV - até 12 (doze) meses após o livramento, o segurado retido ou
recluso;
V - até 3 (três) meses após o licenciamento, o segurado incorporado
às Forças Armadas para prestar serviço militar;
VI - até 6 (seis) meses após a cessação das contribuições, o
segurado facultativo § 1º O prazo do inciso II será prorrogado para
até 24 (vinte e quatro) meses se o segurado já tiver pago mais de
120 (cento e vinte) contribuições mensais sem interrupção que
acarrete a perda da qualidade de segurado.
§ 2º Os prazos do inciso II ou do § 1º serão acrescidos de 12 (doze)
meses para o segurado desempregado, desde que comprovada essa
situação pelo registro no órgão próprio do Ministério do Trabalho e da
Previdência Social.
§ 3º Durante os prazos deste artigo, o segurado conserva todos os
seus direitos perante a Previdência Social.
§ 4º A perda da qualidade de segurado ocorrerá no dia seguinte ao
do término do prazo fixado no Plano de Custeio da Seguridade
Social para recolhimento da contribuição referente ao mês
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imediatamente posterior ao do final dos prazos fixados neste artigo e
seus parágrafos.
Gabarito: C
26. (FCC – Juiz do Trabalho - TRT11 - 2007) É segurado obrigatório
do Regime de Previdência Social como
(A) empregado, o brasileiro civil que trabalha no exterior para
organismo oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo,
ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se coberto por regime
próprio de previdência.
(B) empregado, o exercente de mandato eletivo federal, estadual ou
municipal, desde que não vinculado a regime próprio de previdência
social.
(C) segurado especial, o garimpeiro e a pessoa física que explore
atividade agropecuária, diretamente ou por intermédio de
prepostos, com contratação, ainda que descontínua, de
colaboradores.
(D) contribuinte individual, o brasileiro civil que trabalha para a
União, no exterior, em organismos oficiais brasileiros ou
internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo, ainda que lá
domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da legislação
vigente do país de domicílio.
(E) empregado, o dirigente sindical, independentemente do
enquadramento no Regime Geral de Previdência Social que
mantinha antes do exercício do mandato eletivo.
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Comentários
Alternativa A – De acordo com a Lei nº 8.213/91, art. 11, V, “e”, é
segurado obrigatório da Previdência Social, como contribuinte individual,
dentre outros, o brasileiro civil que trabalha no exterior para organismo
oficial internacional do qual o Brasil é membro efetivo, ainda que lá
domiciliado e contratado, salvo quando coberto por regime próprio de
previdência social.
Trata-se de brasileiro civil que presta serviço no exterior a
organismos oficiais internacionais, como ONU, OIT etc., ainda que
contratado e domiciliado no exterior.
A questão erra ao afirmar que esta pessoa física enquadra-se como
segurado empregado. Aqui, o contratante do serviço é o próprio organismo
oficial internacional, por isso, o trabalhador contratado enquadra-se como
contribuinte individual. O trabalhador seria segurado empregado se fosse
contratado pela União, para prestação do serviço em organismo oficial
internacional do qual o Brasil é membro efetivo (Lei nº 8.213/91, art. 11, I,
“e”).
Alternativa B – Conforme a Lei nº 8.213/91, art. 11, I, “j”, é segurado
obrigatório da Previdência Social, como empregado, dentre outros, o
exercente de mandato eletivo federal, estadual ou municipal, desde que não
vinculado a regime próprio de previdência social.
Exercentes de mandato eletivo são: vereador, prefeito, deputado
estadual, deputado distrital (no caso do DF), governador, deputado federal,
senador e presidente da República.
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Esses mandatários são, em regra, segurados obrigatórios do RGPS,
na categoria de segurado empregado. No entanto, se um servidor público
amparado por regime próprio de previdência for eleito para exercer um
desses mandatos, nessa situação, continuará vinculado ao regime próprio
de origem e, desse modo, excluído do RGPS.
Uma atenção especial deve ser dada à situação previdenciária dos
vereadores. Isso porque há o permissivo constitucional da acumulação de
subsídios do mandato eletivo com a remuneração do cargo efetivo, desde
que haja compatibilidade de horários (CF, art. 38, III). Se o vereador não
tiver nenhum vínculo efetivo com o serviço público, filia-se somente ao
RGPS. Contudo, se ele exercer, concomitantemente, mandato eletivo e
cargo efetivo em ente federativo que possui RPPS, filia-se ao RGPS, pelo
mandato eletivo, e ao RPPS, pelo cargo efetivo. Mas se o ente federativo no
qual ele exerce o cargo efetivo não possuir RPPS, o servidor/vereador será
filiado ao RGPS em relação a ambas as atividades exercidas (Lei nº
8.213/91, art. 11, § 2º).
Não havendo compatibilidade de horários, para exercer a vereança, o
servidor terá que se afastar do cargo, sendo-lhe facultado optar pela sua
remuneração (CF, art. 38, II e III). Neste caso, se o ente federativo onde
ele exerce o cargo efetivo possuir RPPS, independentemente de ter ou não
optado pela remuneração do cargo, o servidor/vereador continuará
vinculado somente ao RPPS de origem. Neste mesmo caso, se o ente
federativo não possuir RPPS, o servidor/vereador filia-se somente ao RGPS.
Alternativa C – O inciso VII do art. 11 da Lei nº 8.213/91 define o segurado
especial na forma esquematizada no quadro a seguir:
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Segurado especial é a pessoa física residente no imóvel rural ou em aglomerado urbano ou rural próximo a ele que, individualmente ou em regime de economia familiar, ainda que com o auxílio eventual de terceiros, na condição de:
è
a) produtor, seja proprietário, usufrutuário, possuidor, assentado, parceiro ou meeiro outorgados, comodatário ou arrendatário rurais, que explore atividade:
è 1. agropecuária em área de até 4 módulos fiscais;
è
2. de seringueiro ou extrativista vegetal que, de modo sustentável, atua na coleta e extração de recursos naturais renováveis, e faça dessas atividades o principal meio de vida;
è b) pescador artesanal ou a este assemelhado que faça da pesca profissão habitual ou principal meio de vida;
è
c) cônjuge, companheiro, filho maior de 16 anos de idade ou a este equiparado, do segurado de que tratam as alíneas a e b, que, comprovadamente, trabalhem com o grupo familiar respectivo.
Para que o produtor rural e o pescador artesanal sejam considerados
segurados especiais, é necessário que exerçam suas respectivas atividades
individualmente ou em regime de economia familiar.
Entende-se como regime de economia familiar a atividade em que o
trabalho dos membros da família é indispensável à própria subsistência e ao
desenvolvimento socioeconômico do núcleo familiar e é exercido em
condições de mútua dependência e colaboração, sem a utilização de
empregados permanentes (Lei nº 8.213/91, art. 11, § 1º).
O grupo familiar poderá utilizar-se de empregados contratados por
prazo determinado ou de trabalhadores eventuais, em épocas de safra, à
razão de, no máximo, 120 pessoas/dia no ano civil, em períodos corridos ou
intercalados ou, ainda, por tempo equivalente em horas de trabalho (Lei nº
8.213/91, art. 11, § 7º). Esta relação pessoas/dia significa o seguinte: o
segurado especial poderá contratar um empregado por até 120 dias dentro
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de um mesmo ano civil. Se contratar dois empregados, poderá mantê-los
por até 60 dias. Se forem 4 empregados, por 30 dias, e assim por diante.
Contratando uma quantidade de empregados superior ao limite
estabelecido, o produtor rural torna-se contribuinte individual.
A alternativa “c” da questão em tela está errada, pois inclui o
garimpeiro na condição de segurado especial. Na verdade, enquadra-se
como contribuinte individual a pessoa física, proprietária ou não, que
explora atividade de extração mineral – garimpo, em caráter permanente
ou temporário, diretamente ou por intermédio de prepostos, com ou sem o
auxílio de empregados, utilizados a qualquer título, ainda que de forma não
contínua (Lei nº 8.213/91, art. 11, V, “b”).
Alternativa D – Conforme a Lei nº 8.213/91, art. 11, I, “e”, é segurado
obrigatório da Previdência Social, como empregado, dentre outros, o
brasileiro civil que trabalha para a União, no exterior, em organismos
oficiais brasileiros ou internacionais dos quais o Brasil seja membro efetivo,
ainda que lá domiciliado e contratado, salvo se segurado na forma da
legislação vigente do país do domicílio.
Para ser segurado empregado é necessário que o trabalhador
trabalhe, no exterior, para a União, em organismos oficiais internacionais
dos quais o Brasil seja membro efetivo (exemplo: ONU, OIT etc.). Se o
obreiro trabalhar diretamente para o organismo oficial internacional, nessas
mesmas condições, também será segurado obrigatório do RGPS, porém, na
categoria de contribuinte individual.
Assim, a diferença reside no contratante do serviço: quando o
brasileiro civil é contratado pela União, para prestação do serviço em
organismo oficial internacional, é segurado empregado; quando trabalha
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para o próprio organismo oficial internacional, é contribuinte individual.
Alternativa E (errada) – O dirigente sindical mantém, durante o exercício do
mandato, o mesmo enquadramento no RGPS de antes da investidura no
cargo (Lei nº 8.212/91, art. 12, § 5º).
Exemplo 1: Joaquim, pequeno produtor, residente no imóvel rural
com área de 3 módulos fiscais, explora atividade agropecuária em
regime de economia familiar. Nessa condição, Joaquim é segurado
obrigatório do RGPS como segurado especial. Passando a exercer o
mandato de presidente do sindicado dos trabalhadores rurais do seu
Município, ele manterá a condição de segurado especial, ainda que
receba alguma remuneração paga pelo sindicato.
Exemplo 2: Mateus, empregado do Banco Alfa, passou a exercer o
mandato de presidente do Sindicato dos Bancários. Nesta situação,
independentemente de sua remuneração ser paga pelo Sindicato,
pelo Banco ou por ambos, Mateus continua sendo segurado
obrigatório do RGPS como empregado.
GABARITO: B
27. (FCC – Analista TRF 2ª Região - 2007) - Dentre outros, é
segurado da Previdência Social na categoria de contribuinte
individual,
(A) o brasileiro ou estrangeiro domiciliado e contratado no Brasil
para trabalhar como empregado em sucursal ou agência de empresa
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nacional no exterior.
(B) aquele que presta serviço de natureza urbana à empresa, em
caráter não eventual, sob sua subordinação e mediante
remuneração.
(C) aquele que, contratado por empresa de trabalho temporário,
definida em legislação específica, presta serviço para atender a
necessidade transitória de substituição de pessoal regular e
permanente.
(D) o ministro de confissão religiosa e o membro de instituto de
vida consagrada, de congregação ou de ordem religiosa.
(E) o servidor da União, Estado, Distrito Federal ou Município,
incluindo suas autarquias e fundações, ocupantes de cargo ou
função pública.
Comentários
Alternativa A – entre outros, filia-se obrigatoriamente ao RGPS, na
qualidade de segurado empregado, o brasileiro ou o estrangeiro domiciliado
e contratado no Brasil para trabalhar como empregado em sucursal ou
agência de empresa nacional no exterior (Lei nº 8.213/91, art. 11, I, “c”).
Por exemplo, Pablo, peruano, domiciliado no Brasil, foi contratado no Brasil
por uma empresa brasileira denominada Banco Alfa S/A, para trabalhar
como empregado em uma agência bancária situada na Bolívia e pertencente
ao referido Banco. Nessa situação, Pablo é segurado empregado do RGPS.
Alternativa B – entre outros, filia-se obrigatoriamente ao RGPS, na
qualidade de segurado empregado, aquele que presta serviço de natureza
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urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua subordinação
e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado (Lei nº
8.213/91, art. 11, I, “a”).
Alternativa C – entre outros, filia-se obrigatoriamente ao RGPS, na
qualidade de segurado empregado, aquele que, contratado por empresa de
trabalho temporário, definida em legislação específica, presta serviço para
atender a necessidade transitória de substituição de pessoal regular e
permanente ou a acréscimo extraordinário de serviços de outras empresas
(Lei nº 8.213/91, art. 11, I, “b”). Trata-se aqui do trabalhador temporário,
regido pela Lei nº 6.019/74. O trabalhador temporário presta serviço à
empresa de trabalho temporário, cuja atividade consiste em colocar à
disposição de outras empresas, temporariamente, trabalhadores
devidamente qualificados. Assim, ocorre uma operação triangular, em
virtude da qual a empresa contratada fornece pessoal para trabalhar sob o
poder de comando da empresa contratante.
Alternativa D – entre outros, filia-se obrigatoriamente ao RGPS, na
qualidade de segurado contribuinte individual o ministro de confissão
religiosa e o membro de instituto de vida consagrada, de congregação ou de
ordem religiosa (Lei nº 8.213/91, art. 11, V, “c”).
Os ministros de confissão religiosa são aqueles que consagram sua vida a
serviço de Deus e do próximo, com ou sem ordenação, dedicando-se ao
anúncio de suas respectivas doutrinas e crenças, à celebração dos cultos
próprios, à organização das comunidades e à promoção de observância das
normas estabelecidas, desde que devidamente aprovados para o exercício
de suas funções pela autoridade religiosa competente. São, por exemplo, os
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padres, pastores, bispos.
Os membros do instituto de vida consagrada, de congregação ou ordem
religiosa são os que emitem ou professam voto (promessa feita pelos
religiosos), devidamente aprovado pela autoridade religiosa competente.
São, por exemplo, as freiras, freis e monges.
Alternativa E – Ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em
comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração bem como de
outro cargo temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de
previdência social (CF, art. 40, § 13). Nos municípios que não possuem
regime próprio de previdência, os servidores ocupantes de cargo efetivo
também estão vinculados ao RGPS. No RGPS, todos esses servidores serão
considerados como segurados empregados (RPS, art. 9º, I, “i’, “j”, “l” e
“m”).
Gabarito: D
28. (FCC – Juiz do Trabalho - TRT11 - 2005) - Podem contribuir
facultativamente para o regime geral de previdência social
(A) a dona-de-casa, o estudante a partir dos quatorze anos de idade
e o presidiário que não exerce atividade remunerada.
(B) a dona-de-casa, o estudante a partir dos dezesseis anos de
idade e o servidor púbico sem regime próprio.
(C) a dona-de-casa, o estudante a partir dos dezesseis anos de
idade e a empregada doméstica que trabalha em imóvel rural em
atividades sem fins lucrativos.
(D) a dona-de-casa, o trabalhador autônomo e o brasileiro
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contratado no Brasil para trabalhar em filial de empresa brasileira
no exterior.
(E) o segurado especial, o estudante a partir dos dezesseis anos de
idade e o síndico não remunerado de condomínio.
Comentários
Alternativa A – O estudante só pode contribuir facultativamente para o
RGPS a partir dos 16 anos de idade (RPS, art. 11).
Alternativa B – O servidor público que não seja amparado por regime
próprio filia-se, obrigatoriamente, ao RGPS, na condição de segurado
empregado (RPS, art. 9º, I, alíneas “i”, “j”, “l” e “m”). Assim, o servidor
sem regime próprio contribui obrigatoriamente para o RGPS.
Alternativa C – A empregada doméstica contribui obrigatoriamente para o
RGPS. Vale dizer, ela é segurada obrigatória do RGPS (Lei nº 8.213/91, art.
11, II).
Alternativa D – O trabalhador autônomo é segurado obrigatório do RGPS,
na condição de contribuinte individual (Lei nº 8.213/91, art. 11, V, “h”). O
brasileiro contratado no Brasil para trabalhar em filial de empresa brasileira
no exterior é segurado obrigatório do RGPS, na condição de empregado (Lei
nº 8.213/91, art. 11, I, “c”).
Alternativa E – O estudante, a partir dos 16 anos de idade, pode filiar-se ao
RGPS como segurado facultativo (RPS, art. 11, § 1º, III). O síndico de
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condomínio, quando não remunerado, também pode filiar-se ao RGPS como
segurado facultativo (RPS, art. 11, § 1º, II). O segurado especial, embora
não possa filiar-se como segurado facultativo (pois é segurado obrigatório),
pode recolher contribuições facultativas.
Além da contribuição obrigatória de 2,1% incidente sobre a receita bruta da
comercialização da produção, o segurado especial poderá contribuir,
facultativamente, com alíquota de 20% sobre o salário-de-contribuição (Lei
nº 8.212/91, art. 25, § 1º). Neste caso, o salário-de-contribuição do
segurado especial será o valor por ele declarado (IN RFB nº 971/2009, art.
55, V). Vale frisar que o recolhimento de contribuições facultativas sobre o
salário-de-contribuição não desobriga o segurado especial de continuar
contribuindo sobre a receita bruta da comercialização da produção rural.
Contribuindo, facultativamente, sobre o salário-de-contribuição, o segurado
especial terá, além dos benefícios que já lhes são assegurados, as seguintes
vantagens: (a) benefícios com valores superiores a um salário mínimo; e
(b) aposentadoria por tempo de contribuição.
Frise-se, contudo, que o recolhimento facultativo de contribuições sobre o
salário-de-contribuição não assegura ao segurado especial a percepção de
duas aposentadorias, em virtude da proibição legal do recebimento de mais
de uma aposentadoria, razão pela qual somente terá renda mensal superior
ao salário mínimo se contribuir sobre salário-de-contribuição superior a um
salário mínimo.
O recolhimento de contribuições facultativas, incidentes sobre o salário-de-
contribuição, não provoca a perda da qualidade de segurado especial. Vale
dizer, o recolhimento destas contribuições não transforma o segurado
especial em segurado facultativo nem em contribuinte individual. Ele poderá
usar a faculdade de contribuir individualmente, mantendo a qualidade de
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segurado especial no RGPS (IN RFB nº 971/2009, art. 10, § 10). Ou seja,
ele contribui, facultativamente, como se contribuinte individual fosse,
mantendo, porém, a condição de segurado especial.
Gabarito: E
29. (FCC – Analista TRF 2ª Região - 2007) - De acordo com a Lei nº
8.213/91, mantém a qualidade de segurado, independentemente de
contribuições,
(A) até três meses após a cessação das contribuições, o segurado
que estiver suspenso ou licenciado sem remuneração.
(B) até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado
facultativo.
(C) até seis meses após a cessação das contribuições, o segurado
que deixar de exercer atividade remunerada abrangida pela
Previdência Social.
(D) até dez meses após cessar a segregação, o segurado acometido
de doença de segregação compulsória.
(E) até vinte e quatro meses após o livramento, o segurado detido
ou recluso.
Comentários
Alternativas A e C – De acordo com a Lei nº 8.213/91, art. 15, II, mantém
a qualidade de segurado, independentemente de contribuições, até 12
meses após a cessação das contribuições, o segurado que deixar de exercer
atividade remunerada abrangida pela Previdência Social ou estiver suspenso
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ou licenciado sem remuneração. Este prazo será prorrogado para até 24
meses, se o segurado já tiver pago mais de 120 contribuições mensais sem
interrupção que acarrete a perda da qualidade de segurado (Lei nº 8.213,
art. 15, § 1º). Estes dois prazos (12 ou 24 meses) serão acrescidos de mais
12 meses para o segurado que comprove está desempregado (Lei nº
8.213/91, art. 15, § 2º).
Verifica-se, portanto, que o período de graça do segurado que deixa de
exercer atividade remunerada, ou que esteja suspenso ou licenciado sem
remuneração, pode ser: (I) De 12 meses – para o segurado com menos de
120 contribuições mensais; (II) De 24 meses – para o segurado com mais
de 120 contribuições mensais; ou para o segurado com menos de 120
contribuições mensais que comprovar que permanece na situação de
desemprego; (III) De 36 meses – para o segurado com mais de 120
contribuições mensais que comprovar que permanece na situação de
desemprego.
Alternativa B – Conforme a Lei nº 8.213/91, art. 15, VI, mantém a
qualidade de segurado, independentemente de contribuições, até 6 meses
após a cessação das contribuições, o segurado facultativo.
Atrasando o recolhimento de suas contribuições previdenciárias por até 6
meses, o segurado facultativo ainda permanece com a qualidade de
segurado mantida. Todavia, se atrasar o recolhimento de suas contribuições
por 7 meses consecutivos, perde a qualidade de segurado.
Alternativa D – De acordo com a Lei nº 8.213/91, art. 15, III, mantém a
qualidade de segurado, independentemente de contribuições, até 12 meses
após cessar a segregação, o segurado acometido de doença de segregação
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compulsória.
Enquanto durar a segregação, o segurado estará em gozo de benefício por
incapacidade, mantendo a qualidade de segurado em razão disto. Após
cessar a segregação, o segurado mantém esta qualidade por mais 12
meses.
Alternativa E – Conforme a Lei nº 8.213/91, art. 15, IV, mantém a
qualidade de segurado, independentemente de contribuições, até 12 meses
após o livramento, o segurado detido ou recluso.
O segurado detido ou recluso, que antes de ser preso era segurado do
Regime Geral de Previdência Social, mantém a esta qualidade até 12 meses
após o livramento. Durante o período em que estiver preso, ele também
mantém a qualidade de segurado.
Gabarito: B
30. (FCC – Perito Médico do INSS – 2006) – A respeito da
manutenção e perda da qualidade de segurado é correto afirmar que
a) a perda da qualidade de segurado acarreta o reinício da
contagem do prazo de carência para obtenção de auxílio-doença,
aposentadoria por invalidez e aposentadoria especial.
b) o segurado que estiver recebendo benefício por incapacidade
mantém essa qualidade durante seis meses após a cessação do
benefício, independentemente do retorno à atividade remunerada.
c) a perda da qualidade de segurado não será considerada para a
concessão de auxílio-doença, aposentadoria especial e
aposentadoria por tempo de contribuição.
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d) é irrelevante para a concessão da aposentadoria por idade, desde
que o segurado comprove a carência exigida para obtenção do
benefício.
e) o segurado facultativo tem um período de graça de seis meses,
prazo que poderá ser prorrogado por doze meses se comprovada a
situação de desemprego perante o Ministério de Trabalho e
Emprego.
Comentários
Alternativa A – Período de carência é o número mínimo de contribuições
mensais indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício,
consideradas a partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas
competências (Lei nº 8.213/91, art. 24).
Em regra, havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições
anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois
que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com,
no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o
cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido (Lei nº
8.213/91, art. 24, parágrafo único). Mas essa regra não se aplica às
aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e especial, em razão
do disposto no art. 3º da Lei nº 10.666/2003 (caput e § 1º), in verbis:
Art. 3º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. § 1º Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. [...]
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Assim, mesmo que a regra prevista no art. 24, parágrafo único, da Lei nº
8.213/91 seja entendida como “reinício da contagem do prazo de carência”,
a alternativa A, ora comentada, ainda estaria errada, pois tal regra não se
aplica à aposentadoria especial.
Alternativa B – Durante o período em que o segurado está em gozo de
qualquer benefício do RGPS, independentemente de contribuições, ele
mantém a qualidade de segurado, sem limite de prazo (Lei nº 8.213/91,
art. 15, I). Quando se trata de benefício por incapacidade (auxílio-doença e
aposentadoria por invalidez, por exemplo), ele ainda manterá a qualidade
de segurado até 12 meses após a cessação de benefício,
independentemente do retorno à atividade remunerada (RPS, art. 13, II).
Este prazo será prorrogado para até 24 meses, se o segurado já tiver pago
mais de 120 contribuições mensais sem interrupção que acarrete a perda da
qualidade de segurado (Lei nº 8.213, art. 15, § 1º). Estes dois prazos (12
ou 24 meses) serão acrescidos de mais 12 meses para o segurado que
comprove estar desempregado (Lei nº 8.213/91, art. 15, § 2º).
Imagine, por exemplo, o segurado que, por motivo de doença, afastou--se
de suas atividades trabalhistas, passando a receber auxílio-doença.
Enquanto estiver em gozo de benefício, manterá a qualidade de segurado
nos termos do inciso I do art. 15 da Lei nº 8.213/91. Se após a cessação do
auxílio--doença, o segurado voltar a exercer atividade remunerada, não há
mais o que falar em período de graça, pois o segurado volta a pagar
contribuições previdenciárias. Mas se após o término do auxílio-doença, o
segurado não voltar a trabalhar (deixar de exercer atividade remunerada),
iniciará um novo período de graça (de 12, 24 ou 36 meses, conforme o
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caso) contado a partir da data da cessação do benefício.
Alternativa C – Em regra, a perda da qualidade de segurado importa em
caducidade dos direitos inerentes a essa qualidade (Lei nº 8.213/91, art.
102, caput). No entanto, esta regra comporta algumas exceções: (1) a
perda da qualidade de segurado não prejudica o direito à aposentadoria
para cuja concessão tenham sido preenchidos todos os requisitos, segundo
a legislação em vigor à época em que estes requisitos foram atendidos (Lei
nº 8.213/91, art. 102, § 1º); (2) a perda da qualidade de segurado não
será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de
contribuição e especial (Lei nº 10.666/2003, art. 3º); (3) na hipótese de
aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será
considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte
com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para
efeito de carência na data do requerimento do benefício (Lei nº
10.666/2003, art. 3º, § 1º).
Mas para efeito de recebimento de auxílio-doença, é necessário que o
beneficiário esteja com qualidade de segurado mantida.
Alternativa D – na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da
qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse
benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de
contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do
requerimento do benefício (Lei nº 10.666/2003, art. 3º, § 1º).
Exemplo: Sebastiana trabalhou como empregada da empresa Moda
Moderna Ltda., durante o período de 24/03/1984 a 30/08/2000. A
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partir de setembro de 2000, ela não exerceu mais nenhuma atividade
remunerada, nem recolheu contribuições como segurada facultativa.
Em 19/04/2011, Sebastiana completou 60 anos de idade. Neste caso,
mesmo tendo perdido a qualidade de segurada, ela terá direito à
aposentadoria por idade, pois tem a idade mínima exigida por lei (60
anos para mulher) e cumpriu a carência de 180 contribuições
mensais.
Alternativa E – o segurado facultativo mantém a qualidade de segurado,
independentemente de contribuições, até 6 (seis) meses após a cessação
das contribuições (Lei nº 8.213/91, art. 15, VI). Mesmo que o segurado
facultativo comprove a situação de desemprego perante o Ministério de
Trabalho e Emprego, esse prazo não será prorrogado.
Gabarito: D
31. (FCC – Perito Médico do INSS – 2006) – Considera-se
empregado toda pessoa física
a) que prestar serviços de natureza eventual ou não a empregador,
com exclusividade, sob a dependência deste e mediante salário.
b) que prestar serviços de natureza eventual a empregador, sob a
dependência deste e mediante salário.
c) ou jurídica que prestar serviços de natureza não eventual a
empregador, sob a dependência deste e mediante salário.
d) que prestar serviço de natureza não eventual a empregador, sob
a dependência deste e mediante salário.
e) ou jurídica que prestar serviços de natureza não eventual a
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empregador, com exclusividade, sob a dependência deste e
mediante salário.
Comentários
Alternativas A e B – Para ser segurado empregado, a prestação do serviço
deve ser em caráter não eventual (Lei nº 8.213/91, art. 11, I, “a”). Serviço
prestado em caráter não eventual é entendido como aquele relacionado
direta ou indiretamente com as atividades normais da empresa (RPS, art.
9º, § 4º).
Além disso, não é necessário que o empregado preste o serviço “com
exclusividade” a uma só empresa. Vale dizer, um mesmo empregado pode
ter vínculo empregatício com mais de uma empresa.
Alternativa C – o empregado não pode ser uma pessoa jurídica. O
empregado há de ser uma pessoa física.
Alternativa D – É considerado como empregado aquele que presta serviço
de natureza urbana ou rural à empresa, em caráter não eventual, sob sua
subordinação e mediante remuneração, inclusive como diretor empregado
(Lei nº 8.213/91, art. 11, I, “a”). A expressão “sob a dependência do
empregador”, que consta no enunciado da alternativa D, equivale á
expressão “sob a subordinação do empregador”. Subordinação significa o
trabalhador estar sujeito ao poder de direção do empregador. O empregado
se sujeita a receber ordens do empregador, a ser comandado pelo
empregador.
E para que não reste nenhuma dúvida, vale frisar que, de acordo com o art.
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3º da CLT, “considera-se empregado toda pessoa física que prestar serviços
de natureza não eventual a empregador, sob a dependência deste e
mediante salário”.
Alternativa E – o empregado não pode ser uma pessoa jurídica. Além disso,
não é necessário que o empregado preste o serviço “com exclusividade” a
uma só empresa.
Gabarito: D
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Capítulo 3
Prestações do RGPS: benefícios e serviços
32. (FCC - Advogado - Nossa Caixa - 2011) Segundo a Lei nº
8.213/91, havendo perda da qualidade de segurado, as
contribuições anteriores a essa data só serão computadas para
efeito de carência depois que o segurado contar, a partir da nova
filiação à Previdência Social, com, no mínimo,
(A) um terço do número de contribuições exigidas para o
cumprimento da carência definida para o benefício da pensão por
morte, independentemente do benefício a ser requerido.
(B) dois terços do número de contribuições exigidas para o
cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.
(C) um terço do número de contribuições exigidas para o
cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.
(D) metade do número de contribuições exigidas para o
cumprimento da carência definida para o benefício de auxílio-
doença, independentemente do benefício a ser requerido.
(E) metade do número de contribuições exigidas para o
cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido.
Comentários
Período de carência é o número mínimo de contribuições mensais
indispensáveis para que o beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a
partir do transcurso do primeiro dia dos meses de suas competências (Lei
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nº 8.213/91, art. 24).
Em regra, havendo perda da qualidade de segurado, as contribuições
anteriores a essa data só serão computadas para efeito de carência depois
que o segurado contar, a partir da nova filiação à Previdência Social, com,
no mínimo, 1/3 (um terço) do número de contribuições exigidas para o
cumprimento da carência definida para o benefício a ser requerido (Lei nº
8.213/91, art. 24, parágrafo único). Mas essa regra não se aplica às
aposentadorias por idade, por tempo de contribuição e especial, em razão
do disposto no art. 3º da Lei nº 10.666/2003 (caput e § 1º), in verbis:
Art. 3º A perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão das aposentadorias por tempo de contribuição e especial. § 1º Na hipótese de aposentadoria por idade, a perda da qualidade de segurado não será considerada para a concessão desse benefício, desde que o segurado conte com, no mínimo, o tempo de contribuição correspondente ao exigido para efeito de carência na data do requerimento do benefício. [...]
Assim, atualmente, a regra prevista no parágrafo único do art. 24 da
Lei nº 8.213/91, ora comentada, somente é aplicada para os benefícios de
auxílio-doença, aposentadoria por invalidez e salário-maternidade
(obviamente, apenas nos casos em que estes benefícios exigem carência).
Gabarito: C
33. (FCC - Advogado - Nossa Caixa - 2011) De acordo com a Lei nº
8.213/91, em regra, o auxílio-doença, consistirá numa renda
mensal correspondente a
(A) 100% do salário-de-benefício, exceto o decorrente de acidente
do trabalho.
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(B) 100% do salário-de-benefício, inclusive o decorrente de
acidente do trabalho.
(C) 85% do salário-de-benefício, exceto o decorrente de acidente do
trabalho.
(D) 91% do salário-de-benefício, exceto o decorrente de acidente
do trabalho.
(E) 91% do salário-de-benefício, inclusive o decorrente de acidente
do trabalho.
Comentários
O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho,
consistirá numa renda mensal correspondente a 91% (noventa e um por
cento) do salário-de-benefício (Lei nº 8.213/91, art. 61).
Gabarito: E
34. (FCC – TCE/SE - Analista de Controle Externo – 2011) Hortência,
empregada da empresa Flor, está afastada de seus serviços em
razão de acidente de trabalho que lhe decepou o dedo polegar.
Assim, após o décimo sexto dia de afastamento a referida
empregada começou a gozar de auxílio-doença acidentário. Neste
caso, considerando que o acidente ocorreu no ano de 2011, em
regra, o auxílio-doença acidentário
(A) consistirá numa renda mensal correspondente a 91% do
salário-de-benefício.
(B) consistirá numa renda mensal correspondente a 100% do
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salário-de-benefício.
(C) dependerá de perícia médica realizada por perito especialista do
INSS, obrigatoriamente, dentro de trinta dias a contar do acidente.
(D) dependerá de perícia médica realizada por perito especialista do
INSS, obrigatoriamente, dentro de sessenta dias a contar do
acidente.
(E) consistirá numa renda mensal que poderá variar de 40 a 90% do
salário-de-benefício.
Comentários
Alternativas A, B e E – O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente
do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a 91% (noventa
e um por cento) do salário-de-benefício (Lei nº 8.213/91, art. 61).
Alternativas C e D – O auxílio-doença será devido:
I - Quando requerido até o 30º dia do afastamento da atividade:
a) para o segurado empregado: a contar do 16º dia do afastamento
da atividade;
b) para os demais segurados: a contar da data do início da
incapacidade.
II - quando requerido após o 30º dia do afastamento da atividade: a
contar da data de entrada do requerimento, para todos os segurados.
O auxílio-doença, bem como os demais benefícios por incapacidade,
depende de perícia médica realizada por perito especialista do INSS. Tanto
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o requerimento do auxílio-doença como a perícia médica podem ser
realizadas antes ou depois de 30 dias da data do afastamento da atividade.
Vale frisar, porém, que quando o requerimento é realizado depois de 30
dias do afastamento, o auxílio-doença será devido somente a partir da data
do requerimento.
Gabarito: A
35. (FCC - PGE/RR - Procurador do Estado - 2006) Em relação aos
benefícios da Seguridade Social, é correto afirmar que
(A) é cabível a conversão do auxílio-doença em aposentadoria
especial, independentemente da subsistência dos demais vínculos
laborais mantidos pelo beneficiário, caso apurada a incapacidade
definitiva do segurado para uma das atividades titularizadas.
(B) o auxílio-doença do segurado que exerce mais de uma atividade
abrangida pela previdência não será devido, se a incapacidade
ocorrer apenas para o exercício de uma delas, salvo se as atividades
concomitantes forem da mesma natureza.
(C)) o auxílio-reclusão é devido aos dependentes do segurado
recolhido à prisão que não receba remuneração, auxílio-doença,
aposentadoria ou abono de permanência, durante todo o período de
detenção ou reclusão, devendo ser suspenso em caso de fuga e
convertido em pensão, se sobrevier a morte do segurado detido ou
recluso.
(D) o aposentado por invalidez que recuperar a capacidade
laborativa e tiver cancelado o benefício previdenciário poderá
pleitear o retorno ao emprego ocupado à data do evento e, caso tal
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não convier ao empregador, terá direito a ser indenizado pela
Previdência Social na forma da lei.
(E) a incapacidade decorrente de doença ou lesão de que o
segurado já era portador ao filiar-se ao Regime Geral de Previdência
Social não lhe conferirá o direito à aposentadoria por invalidez,
assim como a incapacidade que sobrevier por motivo de
agravamento ou progressão de tal doença ou lesão.
Comentários
Alternativa A – O auxílio-doença cessa pela recuperação da capacidade para
o trabalho, pela transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-
acidente de qualquer natureza, neste caso se resultar seqüela que implique
redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia (RPS, art.
78). Conclui-se, portanto, que é cabível a conversão do auxílio-doença em
aposentadoria por invalidez ou em auxílio-acidente, mas não é cabível a
conversão em aposentadoria especial.
Quando o segurado que exercer mais de uma atividade se incapacitar
definitivamente para uma delas, deverá o auxílio-doença ser mantido
indefinidamente, não cabendo sua transformação em aposentadoria por
invalidez, enquanto essa incapacidade não se estender às demais atividades
(RPS, art. 74).
A concessão de aposentadoria por invalidez, inclusive mediante
transformação de auxílio-doença, está condicionada ao afastamento de
todas as atividades (RPS, art. 44, § 3º).
Alternativa B – O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma
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atividade abrangida pela previdência social será devido mesmo no caso de
incapacidade apenas para o exercício de uma delas, devendo a perícia
médica ser conhecedora de todas as atividades que o mesmo estiver
exercendo (RPS, art. 73). Neste caso, o auxílio-doença será concedido em
relação à atividade para a qual o segurado estiver incapacitado,
considerando-se para efeito de carência somente as contribuições relativas
a essa atividade (RPS, art. 73, § 1º). Nesta situação, o valor do auxílio-
doença poderá ser inferior ao salário mínimo desde que somado às demais
remunerações recebidas resultar valor superior a este (RPS, art. 73, § 4º).
Alternativa C – De acordo com o art. 80 da Lei nº 8.213/91, o auxílio-
reclusão será devido, nas mesmas condições da pensão por morte, aos
dependentes do segurado recolhido à prisão, que não receber remuneração
da empresa nem estiver em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de
abono de permanência em serviço. Vale, contudo, frisar que o inciso IV do
art. 201 da Constituição Federal, na redação dada pela EC 20/98, restringiu
a concessão do auxílio-reclusão para os dependentes dos segurados de
baixa renda (último salário-de-contribuição menor ou igual a R$ 862,60).21
O requerimento do auxílio-reclusão deverá ser instruído com certidão
do efetivo recolhimento à prisão, sendo obrigatória, para a manutenção do
benefício, a apresentação de declaração de permanência na condição de
presidiário (Lei nº 8.213/91, art. 80, parágrafo único). O beneficiário deverá
apresentar trimestralmente atestado de que o segurado continua detido ou
recluso, firmado pela autoridade competente (RPS, art. 117, § 1º).
No caso de fuga, o benefício será suspenso e, se houver recaptura do
segurado, será restabelecido a contar da data em que esta ocorrer, desde
21 Valor atualizado, a partir de 1º/01/2011, pela Portaria MPS/MF nº 407, de 14/07/2011.
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que esteja ainda mantida a qualidade de segurado (RPS, art. 117, § 2º). Se
houver exercício de atividade dentro do período de fuga, o mesmo será
considerado para a verificação da perda ou não da qualidade de segurado
(RPS, art. 117, § 3º).
Falecendo o segurado detido ou recluso, o auxílio-reclusão que
estiver sendo pago será automaticamente convertido em pensão por morte
(RPS, art. 118).
A alternativa ora comentada está incompleta (não mencionou o
requisito da baixa renda), mas não está errada. Compare-a com as outras
opções e veja se há alguma que esteja certa e completa. Se não houver,
escolha esta.
Alternativa D – De acordo com o art. 475 da CLT, “o empregado que for
aposentado por invalidez terá suspenso o seu contrato de trabalho durante
o prazo fixado pelas leis de previdência social para a efetivação do
benefício”. Recuperando o empregado a capacidade de trabalho e sendo a
aposentadoria cancelada, ser-lhe-á assegurado o direito à função que
ocupava ao tempo da aposentadoria, facultado, porém, ao empregador, o
direito de indenizá-lo por rescisão do contrato de trabalho (CLT, art. 475, §
1º).
Alternativa E – A doença ou lesão de que o segurado já era portador ao
filiar-se ao Regime Geral de Previdência Social não lhe conferirá direito à
aposentadoria por invalidez, salvo quando a incapacidade sobrevier por
motivo de progressão ou agravamento dessa doença ou lesão (Lei nº
8.213/91, art. 42, § 2º).
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Gabarito: C
36. (FCC - Assembleia Legislativa / SP - Ag.Téc.Leg.Esp-Direito -
2010) Magda, segurada da Previdência Social, adotou uma criança
de dois anos e sete meses completos de idade. Neste caso, Magda
(A) terá direito ao salário-maternidade pelo período de cento e vinte
dias.
(B) terá direito ao salário-maternidade pelo período de sessenta
dias.
(C) terá direito ao salário-maternidade pelo período de noventa
dias.
(D) terá direito ao salário-maternidade pelo período de trinta dias.
(E) não terá direito ao salário-maternidade, por ausência de
disposição legal neste sentido.
Comentários
De acordo com o art. 71-A da Lei nº 8.213/91, à segurada da
Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção
de criança é devido salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte)
dias, se a criança tiver até 1(um) ano de idade, de 60 (sessenta) dias, se a
criança tiver entre 1 (um) e 4 (quatro) anos de idade, e de 30 (trinta) dias,
se a criança tiver de 4 (quatro) a 8 (oito) anos de idade.
Na questão ora comentada, Magda terá direito ao recebimento do
salário-maternidade pelo período de 60 dias, já que a criança que ela
adotou tem a idade de 2 anos e 7 meses.
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Gabarito: B
37. (FCC - TCM/BA - Procurador Especial de Contas - 2011) Segundo
as regras do Regime Geral da Previdência Social, o benefício da
aposentadoria por invalidez é benefício
(A) programado; reclama carência e não permite a volta ao trabalho
durante seu gozo.
(B) não programado; não reclama carência e permite trabalho
concomitante com o recebimento, dentro das possibilidades do
segurado.
(C) não programado; reclama carência, exceto se decorrente de
acidente de trabalho; substitui os salários e não permite o retorno
ao trabalho, durante sua concessão.
(D) não programado; reclama carência, inclusive se decorrente de
acidente de trabalho; substitui os salários e não permite o retorno
ao trabalho durante sua concessão.
(E) programado; reclama carência, exceto se decorrente de acidente
de trabalho e permite trabalho concomitante com o recebimento,
dentro dos limites impostos pelo perito do INSS.
Comentários
Dentre várias outras classificações, podemos dividir os benefícios
previdenciários em dois tipos: benefício programado e benefício de risco. O
benefício de risco também pode ser chamado de benefício não programado.
Benefício programado é aquele cuja concessão decorre de eventos
previsíveis, previamente planejados pelo beneficiário, como, por exemplo,
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aposentadoria por idade e por tempo de contribuição.
Os benefícios de risco correspondem a situações imprevisíveis, como
doença, acidente de trabalho, invalidez e pensão por morte.
A aposentadoria por invalidez não é um benefício programado, mas de risco
imprevisível (ou seja, não programado).
Em regra, a aposentadoria por invalidez reclama carência de 12
contribuições mensais (Lei nº 8.213/91, art. 25, I). Todavia, a concessão
independe de carência nos casos em que a incapacidade for decorrente de
acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos casos de segurado
que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma das seguintes
doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental, neoplasia
maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante, cardiopatia grave,
doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave,
estado avançado de doença de Paget (osteíte deformante), AIDS,
contaminação por radiação com base em conclusão da medicina
especializada ou hepatopatia grave (IN INSS nº 45/2010, art. 152, III).
A concessão de aposentadoria por invalidez, inclusive mediante
transformação de auxílio-doença, está condicionada ao afastamento de
todas as atividades (RPS, art. 44, § 3º). O aposentado por invalidez que
retornar voluntariamente à atividade terá sua aposentadoria
automaticamente cancelada, a partir da data do retorno (Lei nº 8.213/91,
art. 46).
A aposentadoria por invalidez substitui o rendimento do trabalho do
segurado, razão pela qual o seu valor mensal não pode ser inferior ao
salário mínimo (CF, art. 201, § 2º).
Diante do acima exposto, conclui-se que o enunciado da “alternativa
C” é o que mais se aproxima das características inerentes ao benefício de
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aposentadoria por invalidez.
Gabarito: C
38. (FCC - TCM/BA - Procurador Especial de Contas - 2011)
Conforme o Regime Geral da Previdência Social, o auxílio doença é
benefício de pagamento
(A) descontinuado, permanente, não reeditável, de risco
imprevisível e assemelhado à aposentadoria por invalidez.
(B) continuado, permanente, reeditável, de risco previsível e
assemelhado à aposentadoria por invalidez.
(C) descontinuado, temporário, reeditável, de risco imprevisível e
assemelhado à aposentadoria especial.
(D) continuado, temporário, não reeditável, de risco previsível e
assemelhado à aposentadoria especial.
(E) continuado, temporário, reeditável, de risco imprevisível e
assemelhado à aposentadoria por invalidez.
Comentários
O auxílio-doença é um benefício de prestações continuadas. Ou seja,
é pago pela previdência social em prestações mensais e sucessivas.
De acordo com o art. 59 da Lei nº 8.213/91, o auxílio-doença será
devido ao segurado que, havendo cumprido, quando for o caso, o período
de carência exigido nesta Lei, ficar incapacitado para o seu trabalho ou para
a sua atividade habitual por mais de 15 (quinze) dias consecutivos. O
auxílio-doença cessa pela recuperação da capacidade para o trabalho, pela
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transformação em aposentadoria por invalidez ou auxílio-acidente de
qualquer natureza, neste caso se resultar seqüela que implique redução da
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia (RPS, art. 78).
Assim, podemos dizer que o auxílio-doença é um benefício temporário.
Todas as vezes que o segurado ficar incapacitado para o seu trabalho
ou para a sua atividade habitual por mais de 15 dias consecutivos, ele fará
jus ao recebimento do auxílio-doença. Ou seja, o fato de o segurado já ter
recebido auxílio-doença durante certo período de sua vida não impede que
ele volte a recebê-lo, caso volte a ficar novamente incapacitado para o
trabalho por mais de 15 dias consecutivos. Assim, podemos dizer que o
auxílio-doença é um benefício reeditável.
Como visto nos comentários da questão anterior, podemos dividir os
benefícios previdenciários em dois tipos: benefício programado e benefício
de risco.
Benefício programado é aquele cuja concessão decorre de eventos
previsíveis, previamente planejados pelo beneficiário, como, por exemplo,
aposentadoria por idade e por tempo de contribuição.
Os benefícios de risco correspondem a situações imprevisíveis, como
doença, acidente de trabalho, invalidez e pensão por morte.
Da mesma forma que a aposentadoria por invalidez, o auxílio-doença
também é um benefício de risco imprevisível.
Diante do acima exposto, conclui-se que o enunciado da “alternativa
E” é o que mais se aproxima das características inerentes ao benefício de
auxílio-doença.
Gabarito: E
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39. (FCC - PGE/MT - Procurador do Estado - 2011) Considere as
seguintes afirmações relacionadas à pensão por morte:
I. A pensão por morte, havendo mais de um pensionista, será
rateada entre todos em partes iguais.
II. Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à
pensão cessar.
III. A parte individual da pensão extingue-se pela morte do
pensionista.
IV. A parte individual da pensão extingue-se também para o filho,
pela emancipação ou ao completar 24 (vinte e quatro) anos de
idade, salvo se for inválido.
V. Para o pensionista inválido, extingue-se o benefício da pensão
por morte pela cessação da invalidez.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I, II, III e IV.
(B) I, II, III e V.
(C) I, II e V.
(D) I, III e IV.
(E) II, III e V.
Comentários
Itens I e II – Conforme o art. 77 da Lei nº 8.213/91, a pensão por morte,
havendo mais de um pensionista, será rateada entre todos em parte iguais.
Reverterá em favor dos demais a parte daquele cujo direito à pensão cessar
(Lei nº 8.213/91, art. 77, § 1º).
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Itens III, IV e V – De acordo com o § 2º do art. 77 da Lei nº 8.213/91, a
parte individual da pensão extingue-se:
I - pela morte do pensionista;
II - para o filho, a pessoa a ele equiparada ou o irmão, de ambos os
sexos, pela emancipação ou ao completar 21 (vinte e um) anos de
idade, salvo se for inválido ou com deficiência intelectual ou mental
que o torne absoluta ou relativamente incapaz, assim declarado
judicialmente;
III - para o pensionista inválido pela cessação da invalidez e para o
pensionista com deficiência intelectual ou mental, pelo levantamento
da interdição.
Gabarito: B
40. (FCC - PGE/MT - Procurador do Estado - 2011) Em relação ao
auxílio-acidente, é correto afirmar:
(A) O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da
cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer
remuneração ou rendimento auferido pelo acidentado, permitida
sua acumulação com qualquer aposentadoria.
(B) O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta por cento
do salário-de-contribuição e será devido até a véspera do início de
qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.
(C) O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao
segurado quando, após a consolidação das lesões decorrentes de
acidente de qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem
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redução da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
(D) O recebimento de salário ou concessão de qualquer outro
benefício, não prejudicará a continuidade do recebimento do
auxílio-acidente.
(E) A perda da audição somente proporcionará a concessão do
auxílio-acidente, quando, além do reconhecimento de causalidade
entre o trabalho e a doença, resultar, comprovadamente, na perda
da capacidade para o trabalho que habitualmente exercia.
Comentários
Alternativa A – O auxílio-acidente será devido a partir do dia seguinte ao da
cessação do auxílio-doença, independentemente de qualquer remuneração
ou rendimento auferido pelo acidentado. Contudo, é vedada a acumulação
do auxílio-acidente com qualquer aposentadoria (Lei nº 8.213/91, art. 86, §
2º).
Alternativa B – O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinqüenta por
cento do salário-de-benefício e será devido até a véspera do início de
qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado (Lei nº
8.213/91, art. 86, § 1º).
Para o auxílio-acidente, o salário-de-benefício consiste na média
aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a
oitenta por cento de todo o período contributivo (Lei nº 8.213/91, art. 29,
II).
Cuidado: não confunda salário-de-benefício com salário-de-
contribuição!
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Salário-de-contribuição é a base de cálculo da contribuição previdenciária
do segurado.
Salário-de-benefício é a base de cálculo da renda mensal inicial da
maioria dos benefícios previdenciários. Conforme o art. 28 da Lei nº
8.213/91, o valor do benefício de prestação continuada, inclusive o regido
por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o salário-
família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário-de-
benefício.
Alternativa C – De acordo com o caput do art. 86 da Lei nº 8.213/91, o
auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao segurado quando,
após consolidação das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza,
resultarem sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho
que habitualmente exercia.
Alternativa D – O recebimento de salário ou concessão de outro benefício,
exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do
auxílio-acidente (Lei nº 8.213/91, art. 86, § 3º).
O auxílio-acidente será devido até a véspera do início de qualquer
aposentadoria ou até a data do óbito do segurado (Lei nº 8.213/91, art. 86,
§ 1º). Assim, concessão de qualquer aposentadoria prejudicará a
continuidade do recebimento do auxílio-acidente.
Alternativa E – A perda da audição, em qualquer grau, somente
proporcionará a concessão do auxílio-acidente, quando, além do
reconhecimento de causalidade entre o trabalho e a doença, resultar,
comprovadamente, na redução ou perda da capacidade para o trabalho que
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habitualmente exercia (Lei nº 8.213/91, art. 86, § 4º). Veja que nesse caso
não é obrigatório que ocorra a perda da capacidade para o trabalho que o
segurado exercia, mas a simples redução do mesmo já é suficiente.
Gabarito: C
41. (FCC - PGE/MT - Procurador do Estado - 2011) Considerando a
contagem recíproca de tempo de serviço, é correto afirmar:
(A) O tempo de contribuição ou de serviço será contado de acordo
com a legislação pertinente, considerando entre outras normas, a
admissão da contagem em dobro, em situações especiais.
(B) A aposentadoria por tempo de serviço, com contagem de tempo,
será concedida ao segurado do sexo feminino a partir de 30 (trinta)
anos completos de serviço, e, ao segurado do sexo masculino, a
partir de 25 (vinte e cinco) anos completos de serviço, ressalvadas
as hipóteses de redução previstas em lei.
(C) Quando a soma dos tempos de serviço ultrapassar 25 (vinte e
cinco) anos, se do sexo feminino, e 30 (trinta) anos, se do sexo
masculino, o excesso não será considerado para qualquer efeito.
(D) O benefício resultante de contagem de tempo de serviço será
concedido e pago pelo sistema a que o interessado estiver vinculado
ao requerê-lo, e calculado na forma da legislação anterior,
considerando o direito adquirido do beneficiário.
(E) Para efeito dos benefícios previstos no Regime Geral de
Previdência Social ou no serviço público é assegurada a contagem
recíproca do tempo de contribuição na atividade privada, rural e
urbana, e do tempo de contribuição ou de serviço na administração
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pública, hipótese em que os diferentes sistemas de previdência
social se compensarão financeiramente.
Comentários
Alternativa A e E – Para efeito de aposentadoria, a Constituição Federal
assegura a contagem recíproca do tempo de contribuição na administração
pública e na atividade privada, rural e urbana, hipótese em que os diversos
regimes de previdência social se compensarão financeiramente, segundo
critérios estabelecidos em lei (CF, art. 201, § 9º).
Coube à Lei nº 8.213/91 estabelecer os critérios relativos à contagem
recíproca de tempo de contribuição. Em seu art. 96, I, a Lei nº 8.213/91
determina que, para tal finalidade, não será admitida a contagem em dobro
ou em outras condições especiais.
Alternativas B, C e D – O benefício resultante de contagem de tempo de
contribuição será concedido e pago pelo sistema a que o interessado estiver
vinculado ao requerê-lo, e calculado na forma da respectiva legislação (Lei
nº 8.213/91, art. 99). Se na data do requerimento o segurado estiver
vinculado ao RGPS, a aposentadoria por tempo de contribuição será
concedida ao segurado do sexo feminino a partir de 30 anos de
contribuição, e, ao segurado do sexo masculino, a partir de 35 anos de
contribuição. No RGPS, quando a soma dos tempos de serviço ultrapassar
30 anos, se do sexo feminino, e 35 anos, se do sexo masculino, o excesso
de tempo de contribuição aumentará o valor da aposentadoria, em razão da
aplicação do fator previdenciário. No RGPS, a aposentadoria por tempo de
contribuição corresponde a 100% do salário-de-benefício (RPS, art. 39, IV).
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Para aposentadoria por tempo de contribuição, o salário-de-benefício
consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo,
multiplicada pelo fator previdenciário (Lei nº 8.213/91, art. 29, I). O fator
previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa de
sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar (Lei nº
8.213/91, art. 29, § 7º).
Gabarito: E
42. (FCC – TRF5 – Analista Judiciário – 2008) De acordo com a Lei
nº 8.213/91, com relação ao salário família é correto afirmar:
(A) A cota do salário-família não será incorporada, para qualquer
efeito, ao salário ou ao benefício.
(B) O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado
empregado, inclusive ao doméstico, na proporção do respectivo
número de filhos.
(C) O aposentado por invalidez não terá direito ao salário-família,
uma vez que já recebe a respectiva aposentadoria.
(D) Quando o pagamento do salário não for mensal, o salário-
família será obrigatoriamente pago semanalmente.
(E) A empresa conservará durante quinze anos os comprovantes
dos pagamentos do salário família para exame pela fiscalização da
Previdência Social.
Comentários
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Alternativa A – De acordo com o disposto no art. 70 da Lei nº 8.213/91, “a
cota do salário-família não será incorporada, para qualquer efeito, ao salário
ou ao benefício”.
Alternativa B – O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado
empregado, exceto ao doméstico, e ao segurado trabalhador avulso, na
proporção do respectivo número de filhos ou equiparados (Lei nº 8.213/91,
art. 65, caput).
Alternativa C – O aposentado por invalidez ou por idade e os demais
aposentados com 65 (sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do
sexo masculino, ou 60 (sessenta) anos ou mais, se do feminino, terão
direito ao salário-família, pago juntamente com a aposentadoria (Lei nº
8.213/91, art. 65, parágrafo único).
Alternativa D – As cotas do salário-família serão pagas pela empresa,
mensalmente, junto com o salário, efetivando-se a compensação quando do
recolhimento das contribuições, conforme dispuser o Regulamento (Lei nº
8.213/91, art. 68, caput). Quando o pagamento do salário não for mensal,
o salário-família será pago juntamente com o último pagamento relativo ao
mês (Lei nº 8.213/91, art. 68, § 2º).
Alternativa E – A empresa conservará durante 10 (dez) anos os
comprovantes dos pagamentos e as cópias das certidões correspondentes,
para exame pela fiscalização da Previdência Social (Lei nº 8.213/91, art. 68,
§ 1º).
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Gabarito: A
43. (FCC – Perito Médico do INSS – 2006) – O cumprimento do
período de carência
a) não é exigido para a aposentadoria por invalidez quando a
incapacidade decorrer de acidente de qualquer natureza ou causa.
b) é obrigatório e são exigidas 12 contribuições mensais para a
aposentadoria por invalidez quando a incapacidade decorrer de
hepatopatia grave.
c) não é exigido para o salário-maternidade para as seguradas
empregadas e facultativas.
d) é obrigatório e são exigidas 180 contribuições mensais para a
aposentadoria por idade para aqueles que se filiarem ao Regime
Geral de Previdência Social em janeiro de 1990.
e) é obrigatório e são exigidas 12 contribuições mensais para o
auxílio-doença para os segurados especiais.
Comentários
Alternativas A e B – O período de carência para a concessão da
aposentadoria por invalidez é, em regra, de 12 contribuições mensais (Lei
nº 8.213/91, art. 25, I). Todavia, a concessão independe de carência nos
casos em que a incapacidade for decorrente de acidente de qualquer
natureza ou causa, bem como nos casos de segurado que, após filiar-se ao
RGPS, for acometido de alguma das seguintes doenças: tuberculose ativa,
hanseníase, alienação mental, neoplasia maligna, cegueira, paralisia
irreversível e incapacitante, cardiopatia grave, doença de Parkinson,
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espondiloartrose anquilosante, nefropatia grave, estado avançado de
doença de Paget (osteíte deformante), AIDS, contaminação por radiação
com base em conclusão da medicina especializada ou hepatopatia grave (IN
INSS nº 45/2010, art. 152, III).
Em casos de acidente, para que haja a dispensa da carência, não é
necessário que seja acidente de trabalho. A lei refere-se a acidente de
qualquer natureza ou causa. Entende-se como acidente de qualquer
natureza ou causa aquele de origem traumática e por exposição a agentes
exógenos (físicos, químicos ou biológicos), que acarrete lesão corporal ou
perturbação funcional que cause a morte, a perda ou a redução permanente
ou temporária da capacidade laborativa.
Alternativa C – Para as seguradas contribuinte individual, especial e
facultativa, o período de carência do salário-maternidade é de 10
contribuições mensais (Lei nº 8.213/91, art. 25, III).
Para o segurado especial, considera-se período de carência o tempo
mínimo de efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, igual ao número de meses necessário à concessão do benefício
requerido (RPS, art. 26, § 1º). Assim, será devido o salário-maternidade à
segurada especial, desde que comprove o exercício de atividade rural nos
últimos 10 meses imediatamente anteriores à data do parto ou do
requerimento do benefício, quando requerido antes do parto, mesmo que de
forma descontínua (RPS, art. 93, § 2º). Portanto, não se exige da segurada
especial que tenha recolhido 10 contribuições mensais, bastando que tenha
exercido a atividade rural nos últimos 10 meses anteriores ao parto ou à
data do requerimento do benefício.
Em caso de parto antecipado, o período de carência (quando exigido)
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será reduzido em número de contribuições equivalente ao número de meses
em que o parto foi antecipado (Lei nº 8.213, art. 25, parágrafo único).
Para as seguradas empregada, trabalhadora avulsa e empregada
doméstica, a concessão do salário-maternidade independe de carência (Lei
nº 8.213/91, art. 26, VI).
Alternativa D – Em regra, a carência exigida para a concessão da
aposentadoria por idade é de 180 contribuições mensais (Lei nº 8.213/91,
art. 25, II). Todavia, para os segurados inscritos na Previdência Social
Urbana até 24/07/91, bem como para os trabalhadores e empregadores
rurais antes amparados pela Previdência Social Rural, observa-se a regra de
transição prevista no art. 142 da Lei nº 8.213/91. A regra de transição
levará em conta o ano em que o segurado implementar todas as condições
necessárias à obtenção do benefício, de acordo com a seguinte tabela:
Ano de implementação das condições Meses de contribuição exigidos 1991 60 meses 1992 60 meses 1993 66 meses 1994 72 meses 1995 78 meses 1996 90 meses 1997 96 meses 1998 102 meses 1999 108 meses 2000 114 meses 2001 120 meses 2002 126 meses 2003 132 meses 2004 138 meses 2005 144 meses 2006 150 meses 2007 156 meses 2008 162 meses 2009 168 meses
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2010 174 meses 2011 180 meses
Alternativa E – O período de carência para a concessão do auxílio-doença é,
em regra, de 12 contribuições mensais (Lei nº 8.21391, art. 25, I). Todavia,
a concessão independe de carência nos casos em que a incapacidade for
decorrente de acidente de qualquer natureza ou causa, bem como nos
casos de segurado que, após filiar-se ao RGPS, for acometido de alguma
das seguintes doenças: tuberculose ativa, hanseníase, alienação mental,
neoplasia maligna, cegueira, paralisia irreversível e incapacitante,
cardiopatia grave, doença de Parkinson, espondiloartrose anquilosante,
nefropatia grave, estado avançado de doença de Paget (osteíte
deformante), AIDS, contaminação por radiação com base em conclusão da
medicina especializada ou hepatopatia grave (IN INSS nº 45/2010, art.
151, III).
Nos termos do art. 24 da Lei nº 8.213/91, “período de carência é o
número mínimo de contribuições mensais indispensáveis para que o
beneficiário faça jus ao benefício, consideradas a partir do transcurso do
primeiro dia dos meses de suas competências”.
Mas para o segurado especial, considera-se período de carência o
tempo mínimo de efetivo exercício de atividade rural, ainda que de forma
descontínua, igual ao número de meses necessário à concessão do benefício
requerido (RPS, art. 26, § 1º). Assim, o período de carência do segurado
especial não é contado em número de contribuições previdenciárias
recolhidas, e sim em número de meses de efetivo exercício na atividade
rural. Todavia, se o segurado especial fizer a opção por contribuir,
facultativamente, com a alíquota de 20% sobre o salário-de-contribuição,
será dele exigido o recolhimento das contribuições.
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Diante do acima exposto, pode-se dizer que, em regra, a carência
exigida para fins de concessão de auxílio-doença ao segurado especial não é
de 12 contribuições mensais, mas de 12 meses de efetivo exercício na
atividade rural.
Gabarito: A
44. (FCC – Perito Médico do INSS – 2006) – O salário-maternidade
a) é indevido à mãe adotiva quando a mãe biológica tiver recebido o
mesmo benefício por ocasião do nascimento da criança.
b) é devido por 90 (noventa) dias, quando a adoção referir-se à
criança com idade de um até quatro anos.
c) será concedido em duplicidade, quando se tratar do nascimento
de gêmeos.
d) poderá ser prorrogado por duas semanas nas situações em que
exista risco de vida para o feto, a criança ou a mãe.
e) será pago juntamente com o auxílio-doença quando ocorrer
incapacidade concomitante ao período de pagamento do benefício.
Comentários
Alternativas A e B – De acordo com o art. 71-A da Lei nº 8.213/91, à
segurada da Previdência Social que adotar ou obtiver guarda judicial para
fins de adoção de criança é devido salário-maternidade pelo período de 120
(cento e vinte) dias, se a criança tiver até 1(um) ano de idade, de 60
(sessenta) dias, se a criança tiver entre 1 (um) e 4 (quatro) anos de idade,
e de 30 (trinta) dias, se a criança tiver de 4 (quatro) a 8 (oito) anos de
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idade.
O salário-maternidade é devido à segurada independentemente de a
mãe biológica ter recebido o mesmo benefício quando do nascimento da
criança (RPS, art. 93-A, § 1º).
Alternativa C - O parto é considerado como fato gerador do salário-
maternidade, bem como o aborto espontâneo, a adoção ou a guarda judicial
para fins de adoção (IN INSS nº 45/2010, art. 294, § 1º). Assim, a
quantidade de crianças nascidas durante o parto não interfere no valor da
renda mensal nem no prazo de duração do salário-maternidade. Quando
houver adoção ou guarda judicial para adoção de mais de uma criança, é
devido um único salário-maternidade relativo à criança de menor idade
(RPS, art. 93-A, § 4º).
Alternativa D – Em casos excepcionais, os períodos de repouso anterior e
posterior ao parto podem ser aumentados de mais duas semanas, mediante
atestado médico específico (RPS, art. 93, § 3º). A prorrogação dos períodos
de repouso anteriores e posteriores ao parto consiste em excepcionalidade,
compreendendo as situações em que exista algum risco para a vida do feto
ou criança ou da mãe, devendo o atestado médico ser apreciado pela Perícia
Médica do INSS, exceto nos casos de segurada empregada, que é pago
diretamente pela empresa (IN INSS nº 45/2010, art. 294, § 6º).
Alternativa E – O salário-maternidade não pode ser acumulado com
benefício por incapacidade (RPS, art. 102, caput). Quando ocorrer
incapacidade em concomitância com o período de pagamento do salário-
maternidade, o benefício por incapacidade, conforme o caso, deverá ser
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suspenso enquanto perdurar o referido pagamento, ou terá sua data de
início adiada para o primeiro dia seguinte ao término do período de cento e
vinte dias (RPS, art. 102, parágrafo único).
Por exemplo, se quando da concessão do salário-maternidade for
verificado que a segurada recebe auxílio-doença, este deverá ser suspenso
na véspera do início do salário-maternidade. Se logo após a cessação do
salário-maternidade, e mediante avaliação da Perícia Médica do INSS, a
pedido da segurada, for constatado que esta permanece incapacitada para o
trabalho pela mesma doença que originou o auxílio-doença cessado, este
será restabelecido. Se na avaliação da Perícia Médica do INSS ficar
constatada a incapacidade da segurada para o trabalho em razão de
moléstia diversa da que deu origem ao auxílio-doença cessado, deverá ser
concedido novo benefício.
Gabarito: D
45. (FCC – Perito Médico do INSS – 2006) – O auxílio-acidente
a) pressupõe seqüela definitiva após a consolidação das lesões
decorrentes de acidente de qualquer natureza.
b) é devido aos empregados, contribuintes individuais e
trabalhadores avulsos.
c) não exige o cumprimento do período de carência e tem caráter
vitalício, extinguindo-se apenas com o óbito do segurado.
d) é devido ao desempregado, desde que detenha qualidade de
segurado.
e) poderá ser cumulado com auxílio-doença e com aposentadoria
por tempo de contribuição.
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Comentários
Alternativa A – Conforme o art. 86 da Lei nº 8.213/91, o auxílio-acidente
será concedido, como indenização, ao segurado quando, após consolidação
das lesões decorrentes de acidente de qualquer natureza, resultarem
sequelas que impliquem redução da capacidade para o trabalho que
habitualmente exercia.
Assim, é correto afirmar que o auxílio-acidente pressupõe sequela
definitiva após a consolidação das lesões decorrentes de acidente de
qualquer natureza.
Alternativa B – Os beneficiários do auxílio-acidente são: segurado
empregado, segurado trabalhador avulso e segurado especial (Lei nº
8.213/91, art. 18, § 1º). Assim, os segurados contribuintes individuais,
empregados domésticos e facultativos não terão direito ao recebimento do
auxílio-acidente.
Alternativa C – O auxílio-acidente não exige carência (Lei nº 8.213/91, art.
26, I).
O auxílio-acidente não tem caráter vitalício, pois além de cessar com
a morte do segurado, o benefício também cessa em decorrência da
aposentadoria do segurado. Nesse sentido, confira-se o art. 86, § 1º, da Lei
nº 8.213/91:
§ 1º O auxílio-acidente mensal corresponderá a cinquenta por cento do salário-de-benefício e será devido, observado o disposto no § 5º, até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do segurado.
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Alternativa D – Em 2006, quando da aplicação da prova, apenas a letra A
estava correta (o gabarito oficial foi letra A). Mas hoje, a letra D também
estaria correta, pois atualmente, se o acidente ocorrer durante o período de
graça, o segurado (empregado, trabalhador avulso ou segurado especial)
poderá receber o auxílio-acidente. Assim, é possível um desempregado
(com a qualidade de segurado mantida) ser beneficiário do auxílio-acidente.
Nesse sentido, confira-se art. 104, § 7º, do RPS:
§ 7º Cabe a concessão de auxílio-acidente oriundo de acidente de qualquer natureza ocorrido durante o período de manutenção da qualidade de segurado, desde que atendidas às condições inerentes à espécie. (Redação dada pelo Decreto nº 6.722, de 2008).
Assim, se aplicada hoje, esta questão deveria ser anulada (tem duas
certas: A e D).
Alternativa E – O recebimento de salário ou concessão de outro benefício,
exceto de aposentadoria, não prejudicará a continuidade do recebimento do
auxílio-acidente (Lei nº 8.213/91, art. 86, § 3º).
É vedada a acumulação de auxílio-acidente com qualquer
aposentadoria (Lei nº 8.213, art. 86, § 2º).
Não é permitida a acumulação de mais de um auxílio-acidente (Lei nº
8.213/91, art. 124, V). Assim, quando o segurado em gozo de auxílio-
acidente fizer jus a um novo auxílio-acidente, em decorrência de outro
acidente, serão comparadas as rendas mensais dos dois benefícios e
mantido o benefício mais vantajoso.
No caso de reabertura de auxílio-doença em razão do mesmo
acidente que tenha dado origem a um auxílio-acidente, este será suspenso
até a cessação do auxílio-doença reaberto. O auxílio-acidente suspenso será
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restabelecido após a cessação do auxílio-doença reaberto (RPS, art. 104, §
6º). Note-se que, em regra, não é vedada a acumulação de auxílio-acidente
com auxílio-doença. Só não pode acumular quando se trata de reabertura
de auxílio-doença decorrente do mesmo acidente que deu origem ao
auxílio-acidente. Neste caso, reabre-se o auxílio-doença e suspende-se o
auxílio-acidente enquanto durar o auxílio-doença.
Gabarito: A
46. (FCC – Perito Médico do INSS – 2006) – Pode-se afirmar
corretamente que
a) o retorno voluntário ao trabalho do aposentado por invalidez faz
presumir a alta médica e acarreta a cessação automática do
benefício, sem direito a nova perícia.
b) a recuperação total da capacidade de trabalho do aposentado por
invalidez, após a alta médica que ocorrer dentro de cinco anos
contados do início do benefício, possibilita o contribuinte individual
receber o valor integral do benefício durante quantos meses forem
os anos de duração do benefício.
c) aquele que receber aposentadoria especial e retornar à atividade
que ensejou a concessão da aposentadoria terá o benefício cessado
e está dispensado de devolver as importâncias recebidas da
autarquia previdenciária.
d) a recuperação total da capacidade laborativa do aposentado por
invalidez, após a alta médica que ocorrer dentro de cinco anos
contados da data do início do benefício, possibilita ao segurado
contribuinte individual receber o valor do benefício por seis meses.
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e) o retorno voluntário ao trabalho do segurado que receber auxílio-
doença faz presumir a alta médica e acarreta a cessação automática
do benefício, sem direito a nova perícia.
Comentários
Alternativa A – O aposentado por invalidez que retornar voluntariamente à
atividade terá sua aposentadoria automaticamente cancelada, a partir da
data do retorno (Lei nº 8.213/91, art. 46). Os valores recebidos
indevidamente pelo segurado aposentado por invalidez que retornar à
atividade voluntariamente deverão ser devolvidos conforme disposto no §
2º do art. 154 e art. 365, ambos do RPS.
Todavia, o segurado que retornar à atividade poderá requerer, a
qualquer tempo, novo benefício, tendo este processamento normal (RPS,
art. 50, caput). Assim, o segurado que, em razão do retorno voluntário ao
trabalho, teve sua aposentadoria por invalidez cancelada, poderá requerer
este mesmo benefício novamente. Neste caso, será garantido ao segurado o
direito de submeter-se a novo exame médico-pericial para avaliação de sua
capacidade laborativa.
Contra o ato administrativo de cancelamento da aposentadoria por
invalidez, o segurado pode interpor recurso ao Conselho de Recursos da
Previdência Social (RPS, art. 305). Neste caso, também terá direito a
submeter-se a exame médico-pericial para avaliação de sua capacidade
laborativa (IN INSS nº 45/2010, art. 208, § 1º).
Percebe-se, portanto, que o enunciado da letra “a” está incorreto,
pois quando o segurado, em razão do retorno voluntário ao trabalho, tiver
cessada sua aposentadoria por invalidez, caso requeira, terá direito a nova
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perícia.
Alternativas B e D – Conforme visto nos comentários da alternativa “A”,
quando o aposentado por invalidez retorna voluntariamente à atividade sua
aposentadoria será automaticamente cancelada, a partir da data do retorno.
Mas se a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por
invalidez for verificada mediante avaliação da perícia médica do INSS, a
cessação da aposentadoria obedecerá às regras constantes do art. 47 da Lei
nº. 8.213/91, abaixo transcritas:
Art. 47. Verificada a recuperação da capacidade de trabalho do aposentado por invalidez, será observado o seguinte procedimento: I - quando a recuperação ocorrer dentro de 5 (cinco) anos, contados da data do início da aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem interrupção, o benefício cessará: a) de imediato, para o segurado empregado que tiver direito a retornar à função que desempenhava na empresa quando se aposentou, na forma da legislação trabalhista, valendo como documento, para tal fim, o certificado de capacidade fornecido pela Previdência Social; ou b) após tantos meses quantos forem os anos de duração do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez, para os demais segurados; II - quando a recuperação for parcial, ou ocorrer após o período do inciso I, ou ainda quando o segurado for declarado apto para o exercício de trabalho diverso do qual habitualmente exercia, a aposentadoria será mantida, sem prejuízo da volta à atividade: a) no seu valor integral, durante 6 (seis) meses contados da data em que for verificada a recuperação da capacidade; b) com redução de 50% (cinqüenta por cento), no período seguinte de 6 (seis) meses; c) com redução de 75% (setenta e cinco por cento), também por igual período de 6 (seis) meses, ao término do qual cessará definitivamente.
Os enunciados das alternativas “B” e “D” tratam, especificamente, da
cessação da aposentadoria por invalidez do contribuinte individual em razão
da recuperação da sua capacidade laborativa. Para este segurado, quando a
recuperação ocorrer dentro de 5 anos, contados da data do início da
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aposentadoria por invalidez ou do auxílio-doença que a antecedeu sem
interrupção, o benefício cessará após tantos meses quantos forem os anos
de duração do auxílio-doença ou da aposentadoria por invalidez (Lei nº
8.213/91, art. 47, I, “b”). Assim, a alternativa “b” está certa e a “d” errada.
Alternativa C – A aposentadoria especial, concedida em virtude da
exposição do trabalhador a agentes nocivos, será automaticamente
cancelada pelo INSS, se o beneficiário permanecer ou retornar à atividade
que enseje a concessão desse benefício, na mesma ou em outra empresa,
qualquer que seja a forma de prestação de serviço ou categoria de
segurado (RPS, art. 69, parágrafo único e Lei nº 8.213/91, art. 57, § 8º).
Os valores indevidamente recebidos deverão ser devolvidos ao INSS, na
forma dos artigos 154 e 365 do Regulamento da Previdência Social (IN
INSS nº 45/2010, art. 208, § 2º).
Assim, o enunciado da letra “C” está incorreto, pois afirma que, na situação
em tela, o segurado “está dispensado de devolver as importâncias recebidas
da autarquia previdenciária”.
Alternativa E – Conforme visto anteriormente, o retorno voluntário ao
trabalho é causa para a cessação da aposentadoria por invalidez (Lei nº
8.213/91, art. 46). No caso da aposentadoria especial, o retorno a alguma
atividade que enseje a concessão desse benefício é motivo para sua
cessação (Lei nº 8.213/91, art. 57, § 8º).
Todavia, no tocante ao auxílio-doença, a legislação previdenciária não
manda cessar o benefício quando o segurado retorna voluntariamente ao
trabalho. Ainda que a legislação assim determinasse, o segurado teria,
obviamente, direito a requerer nova perícia.
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As causas de cessação do auxílio-doença são as seguintes: (a) pela
recuperação da capacidade para o trabalho; (b) pela transformação em
aposentadoria por invalidez; (c) pela transformação em auxílio-acidente de
qualquer natureza, neste caso se resultar seqüela que implique redução da
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia; ou (d) com a morte
do segurado.
Gabarito: B
47. (FCC – Perito Médico do INSS – 2006) – Em relação ao acidente
do trabalho, pode-se afirmar que
a) para a caracterização do acidente laboral, é necessário que este
seja causa única da redução ou perda da capacidade laborativa do
segurado.
b) o ato de imprudência praticado por terceiro ou companheiro de
trabalho, que acarrete a incapacidade laborativa do segurado não é
considerado acidente de trabalho.
c) o acidente ocorrido no trânsito que causa morte do segurado no
caminho de volta do trabalho, mesmo com desvio do trajeto
habitual para resolver assunto de seu interesse, é considerado
acidente do trabalho.
d) para caracterização técnica do nexo causal do acidente do
trabalho, a perícia médica do INSS poderá ouvir testemunhas,
efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de trabalho.
e) o benzenismo que acarrete leucopenia, ainda que incapacitante,
autoriza a concessão de benefício acidentário.
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Comentários
Alternativa A – De acordo com o inciso I do art. 21 da Lei nº 8.213/91,
equipara-se ao acidente do trabalho, o acidente ligado ao trabalho que,
embora não tenha sido a causa única, haja contribuído diretamente para a
morte do segurado, para redução ou perda da sua capacidade para o
trabalho, ou produzido lesão que exija atenção médica para a sua
recuperação.
Deduz-se, portanto, que o enunciado da letra “A” está incorreto, pois
para ser considerado como acidente do trabalho, não é necessário que este
seja causa única da redução ou perda da capacidade laborativa do
segurado.
Alternativa B – Equipara-se também ao acidente do trabalho, o acidente
sofrido pelo segurado no local e no horário do trabalho, em conseqüência de
ato de imprudência, de negligência ou de imperícia de terceiro ou de
companheiro de trabalho (Lei nº 8.213/91, art. 21, II, “c”).
A proposição da letra “B” é falsa, visto que nega o dispositivo legal
acima transcrito.
Alternativa C – Equipara-se também ao acidente do trabalho, o acidente
sofrido pelo segurado ainda que fora do local e horário de trabalho, no
percurso da residência para o local de trabalho ou deste para aquela,
qualquer que seja o meio de locomoção, inclusive veículo de propriedade do
segurado (Lei nº 8.213/91, art. 21, IV, “d”). No entanto, não se caracteriza
como acidente de trabalho o acidente de trajeto sofrido pelo segurado que,
por interesse pessoal, tiver interrompido ou alterado o percurso habitual (IN
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INSS nº 45/2010, art. 348, § 5º).
Alternativa D – De acordo com o art. 21-A da Lei nº 8.213/91, a perícia
médica do INSS considerará caracterizada a natureza acidentária da
incapacidade quando constatar ocorrência de nexo técnico epidemiológico
entre o trabalho e o agravo, decorrente da relação entre a atividade da
empresa e a entidade mórbida motivadora da incapacidade elencada na
Classificação Internacional de Doenças - CID, em conformidade com o que
dispuser o regulamento.
Para a identificação do nexo entre o trabalho e o agravo, que
caracteriza o acidente do trabalho, a perícia médica do INSS, se necessário,
poderá ouvir testemunhas, efetuar pesquisa ou realizar vistoria do local de
trabalho ou solicitar o PPP (perfil profissiográfico previdenciário)
diretamente ao empregador para o esclarecimento dos fatos (IN INSS nº
45/2010, art. 350).
Alternativa E – O anexo II do Regulamento da Previdência Social relaciona
os “agentes patogênicos causadores de doenças profissionais ou do
trabalho”, conforme previsto no art. 20 da Lei nº 8.213/91. Nesta lista de
doenças e seus respectivos agentes patogênicos causadores, não consta a
leucopenia (diminuição do número de leucócitos no sangue) causada pelo
benzeno.
Gabarito: D
48. (FCC – Perito Médico do INSS – 2006) – Considera-se tempo de
contribuição para fins de concessão de aposentadoria o
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a) período de contribuição efetuado por segurado facultativo.
b) tempo de serviço baseado em prova exclusivamente
testemunhal, quando não houver documentos contemporâneos dos
fatos a serem comprovados.
c) tempo de serviço militar já computado para a inatividade
remunerada nas Forças Armadas.
d) exercício da medicina, a partir da inscrição no Conselho Regional
de Medicina.
e) tempo de auxílio-reclusão.
Comentários
Alternativa A – O período de contribuição efetuada como segurado
facultativo é contado como tempo de contribuição para efeito de concessão
de aposentadoria (Lei nº 8.213/91, art. 55, III e RPS, art. 60, VI).
Alternativa B – Não será admitida prova exclusivamente testemunhal para
efeito de comprovação de tempo de serviço ou de contribuição, salvo na
ocorrência de motivo de força maior ou caso fortuito (Lei nº 8.213/91, art.
55, § 3º e RPS, art. 63).
Caracteriza motivo de força maior ou caso fortuito a verificação de
ocorrência notória, tais como incêndio, inundação ou desmoronamento, que
tenha atingido a empresa na qual o segurado alegue ter trabalhado,
devendo ser comprovada mediante registro da ocorrência policial feito em
época própria ou apresentação de documentos contemporâneos dos fatos, e
verificada a correlação entre a atividade da empresa e a profissão do
segurado (RPS, art. 143, § 2º).
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Alternativa C – Será contado como tempo de contribuição para efeito de
concessão de aposentadoria, o tempo de serviço militar, salvo se já contado
para inatividade remunerada nas Forças Armadas ou auxiliares, ou para
aposentadoria no serviço público federal, estadual, do Distrito Federal ou
municipal, ainda que anterior à filiação ao Regime Geral de Previdência
Social, nas seguintes condições: (a) obrigatório ou voluntário; e
(b) alternativo, assim considerado o atribuído pelas Forças Armadas àqueles
que, após alistamento, alegarem imperativo de consciência, entendendo-se
como tal o decorrente de crença religiosa e de convicção filosófica ou
política, para se eximirem de atividades de caráter militar (Lei nº 8.213/91,
art. 55, I e RPS, art. 60, IV).
Assim, se já foi contado para a inatividade remunerada nas Forças
Armadas, o tempo de serviço militar não será contado como tempo de
contribuição para efeito de aposentadoria no Regime Geral de Previdência
Social.
Alternativa D – O médico que exerce a medicina por conta própria é
segurado obrigatório como contribuinte individual. Neste caso, a inscrição
no Conselho Regional de Medicina é insuficiente para a comprovação de
tempo de contribuição para efeito de concessão de aposentadoria. Para o
contribuinte individual contar tempo de contribuição, além de comprovar o
exercício da atividade, tem de recolher as contribuições previdenciárias
referentes ao período trabalhado ou, a partir de abril de 2003, comprovar
que tais contribuições foram dele descontadas pela empresa para a qual
prestou serviço (Lei nº 8.212/91, art. 33, § 5º; Lei nº 8.213/91, art. 34, III
e RPS, art. 26, § 4º).
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Alternativa E – O auxílio-reclusão é devido aos dependentes do segurado
recolhido à prisão, que não receber remuneração da empresa nem estiver
em gozo de auxílio-doença, de aposentadoria ou de abono de permanência
em serviço (Lei nº 8.213/91, art. 80, caput). O auxílio-reclusão é restrito
aos dependentes dos segurados de baixa renda (CF, art. 201, IV).
Não é o segurado recolhido à prisão quem recebe o auxílio-reclusão.
Quem recebe o benefício são os seus dependentes. Obviamente, não conta
como tempo de contribuição para os dependentes do segurado recolhido à
prisão, o período no qual eles estejam recebendo auxílio-reclusão.
O segurado detido ou recluso mantém a qualidade de segurado até
12 meses após o livramento (Lei nº 8.213/91, art. 15, IV). Durante o
período em que estiver preso, ele também mantém a qualidade de
segurado. Mas o fato de manter a qualidade de segurado, durante o período
de recolhimento à prisão, não significa que este período esteja contando
como tempo de contribuição. Para que este período conte como tempo de
contribuição, é necessário que o presidiário esteja contribuindo para a
Previdência Social como segurado facultativo.
Assim, se o presidiário estiver contribuindo como segurado
facultativo, o período de reclusão conta como tempo de contribuição. Mas
se não estiver recolhendo contribuições previdenciárias, o período de
reclusão não conta como tempo de contribuição.
Gabarito: A
49. (FCC - Juiz do Trabalho - TRT11 - 2005) - Os benefícios
previdenciários são concedidos na ocorrência dos riscos sociais,
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sendo devidos aos segurados diante do preenchimento dos
requisitos legais. Em relação a esses benefícios, é INCORRETO
afirmar que o
(A) fator previdenciário funciona como redutor do benefício, nos
casos em que o segurado o requer em idade precoce, sendo de
aplicação obrigatória no cálculo das aposentadorias por idade e por
tempo de contribuição, não participando do cálculo dos demais
benefícios.
(B) salário-maternidade, benefício devido a todas as espécies de
seguradas do regime geral de previdência social, é concedido, em
regra, com fundamento na adoção ou nascimento de filho, mas
também é excepcionalmente garantido no caso de aborto não
criminoso, pelo período de duas semanas.
(C) auxílio-acidente não pode ser cumulado com outro auxílio-
acidente, nem tampouco com benefício de aposentadoria, sendo
que, nesta última hipótese, será considerado no cálculo do
benefício, observando o limite-teto, de acordo com a legislação
previdenciária atualmente em vigor.
(D) aposentado do regime geral de previdência social por invalidez,
por idade ou com idade a partir dos 65 ou 60 anos de idade – no
caso de homem ou mulher, respectivamente – têm direito ao
salário-família, além dos segurados empregado (exceto o
doméstico) e trabalhador avulso.
(E) auxílio-doença será devido enquanto o segurado estiver
incapacitado para o trabalho e será convertido em aposentadoria
por invalidez, quando ficar constatado que o segurado encontra-se
incapaz e insuscetível de reabilitação para o exercício de atividade
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que lhe garanta a subsistência.
Comentários
Alternativa A – O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o
regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o
salário-família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário-
de-benefício (Lei nº 8.213/91, art. 28).
De acordo com o caput do art. 29 da Lei nº 8.213/91, o salário-de-
benefício consiste: (I) para aposentadoria por tempo de contribuição e
aposentadoria por idade, na média aritmética simples dos maiores salários-
de-contribuição correspondentes a oitenta por cento de todo o período
contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário; (II) para aposentadoria
por invalidez, aposentadoria especial, auxílio-doença e auxílio-acidente, na
média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a oitenta por cento de todo o período contributivo.
O fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a
expectativa de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se
aposentar (Lei nº 8.213/91, art. 29, § 7º). De acordo com o art. 7º da Lei
nº 9.876/99, é garantida ao segurado com direito a aposentadoria por idade
a opção pela não aplicação do fator previdenciário.
Assim, o fator previdenciário será aplicado, obrigatoriamente, no
cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição e, facultativamente, no
cálculo da aposentadoria por idade. Para os demais benefícios do RGPS, o
fator previdenciário não será aplicado.
Alternativa B – salário-maternidade é o benefício devido à segurada da
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Previdência Social em função do parto, de aborto não-criminoso, da adoção
ou da guarda judicial obtida para fins de adoção de criança (RPS, art. 93,
caput e § 5º e art. 93-A). Em caso de aborto não criminoso, comprovado
mediante atestado médico, a segurada terá direito ao salário-maternidade
correspondente a duas semanas (RPS, art. 94, § 5º). Todas as seguradas
do RGPS têm direito ao salário-maternidade.
Alternativa C – De acordo com a Lei nº 8.213/91, art. 124, V, não é
permitido o recebimento conjunto de mais de um auxílio-acidente. Nos
termos do § 1º do art. 86 da Lei nº 8.213/91, o auxílio-acidente mensal
corresponderá a cinquenta por cento do salário-de-benefício e será devido
até a véspera do início de qualquer aposentadoria ou até a data do óbito do
segurado. Assim, é vedada a acumulação de auxílio-acidente com qualquer
aposentadoria (Lei nº 8.213/91, art. 86, § 2º).
O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário-de-contribuição,
para fins de cálculo do salário-de-benefício de qualquer aposentadoria (Lei
nº 8.213/91, art. 31). Vale frisar que para fins de cálculo da contribuição
previdenciária, o auxílio-acidente não integra o salário-de-contribuição (Lei
nº 8.212/91, art. 28, § 9º, “a”). Mas para fins de cálculo de qualquer
aposentadoria, o auxílio-acidente integra o salário-de-contribuição.
Assim, para fins de apuração do salário-de-benefício de qualquer
aposentadoria precedida de auxílio-acidente, o valor mensal deste será
somado ao salário-de-contribuição, não podendo o total apurado ser
superior ao limite máximo do salário-de-contribuição (RPS, art. 32, § 8º).
Alternativa D – De acordo com a Lei nº 8.213/91, os beneficiários do
salário-família são os seguintes: (I) Segurado empregado e trabalhador
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avulso (caput do art. 65); (II) O aposentado por invalidez ou por idade (art.
65, parágrafo único); e (III) Os demais aposentados com 65 anos ou mais
de idade, se do sexo masculino, ou 60 anos ou mais, se do feminino (art.
65, parágrafo único).
O salário-família será devido, mensalmente, aos beneficiários
supramencionados, desde que tenham salário-de-contribuição inferior ou
igual a R$862,60,22 na proporção do respectivo número de filhos de até 14
anos de idade ou inválidos (RPS, arts. 81 e 83).
Para fins de recebimento do salário-família, equiparam-se aos filhos,
mediante declaração escrita do segurado, comprovada a dependência
econômica, o enteado e o menor que esteja sob sua tutela, desde que não
possua bens suficientes para o próprio sustento e educação (RPS, art. 16, §
3º).
Alternativa E – O auxílio-doença será devido ao segurado que, havendo
cumprido, quando for o caso, o período de carência exigido nesta Lei, ficar
incapacitado para o seu trabalho ou para a sua atividade habitual por mais
de 15 dias consecutivos (Lei 8.213/91, art. 59, caput).
O segurado em gozo de auxílio-doença, insusceptível de recuperação
para sua atividade habitual, deverá submeter-se a processo de reabilitação
profissional para o exercício de outra atividade. Não cessará o benefício até
que seja dado como habilitado para o desempenho de nova atividade que
lhe garanta a subsistência ou, quando considerado não-recuperável, for
aposentado por invalidez (Lei 8.213/91, art. 62).
Gabarito: A
22 Valor atualizado, a partir de 1/01/2011, pela Portaria MPS/MF nº 407, de 14/07/2011.
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50. (FCC - Juiz do Trabalho - TRT11 - 2005) - Em relação aos
benefícios previdenciários e segurados do Regime Geral da
Previdência Social, é correto afirmar que
(A) o segurado, caso trabalhe tanto para o regime próprio quanto
para o regime geral, será segurado obrigatório do primeiro regime
ao qual se filiou e facultativo, em relação ao segundo.
(B) o auxílio-acidente tem caráter ressarcitório, devendo ter, para
sua concessão, sequela que implique redução na capacidade de
trabalho do segurado.
(C) a aposentada que permanecer ou retornar à atividade terá
direito a receber salário-maternidade, quando preenchidos os
requisitos legais.
(D) os servidores públicos ocupantes de cargo em comissão não
integram o elenco dos segurados obrigatórios do regime geral de
previdência social.
(E) o segurado aposentado que voltar a trabalhar não voltará a
contribuir, visto já ser aposentado pelo regime geral de Previdência
Social.
Comentários
Alternativa A – Caso o servidor ou o militar, amparados por regime próprio
de previdência social, venham a exercer, concomitantemente, uma ou mais
atividades abrangidas pelo Regime Geral de Previdência Social, tornar-se-ão
segurados obrigatórios em relação a essas atividades (Lei nº 8.213/91, art.
12, § 1º).
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Exemplo: Isaque, além de ocupar o cargo efetivo de Procurador
Federal, é professor de uma universidade privada. Nesta situação,
pelo fato de exercer o cargo de procurador Federal, Isaque é
segurado obrigatório do regime próprio de previdência da União; e
em razão de ser professor de uma universidade privada, é segurado
obrigatório do RGPS. Assim, Isaque será obrigado a pagar
contribuições previdenciárias para os dois regimes, tendo também a
possibilidade de vir a ter duas aposentadorias (uma do regime
próprio e outra do RGPS).
Alternativa B – O auxílio-acidente será concedido, como indenização, ao
segurado quando, após consolidação das lesões decorrentes de acidente de
qualquer natureza, resultarem sequelas que impliquem redução da
capacidade para o trabalho que habitualmente exercia (Lei nº 8.213/91, art.
86, caput). Veja que o auxílio-acidente não tem caráter ressarcitório, e sim
indenizatório.
Alternativa C – De acordo com o disposto no § 2º do art. 18 da Lei
8.213/91, “o aposentado pelo RGPS que permanecer em atividade sujeita a
este Regime, ou a ele retornar, não fará jus a prestação alguma da
Previdência Social em decorrência do exercício dessa atividade, exceto ao
salário-família e à reabilitação profissional, quando empregado”. Em
contradição com a Lei nº 8.213/91, o art. 103 do Regulamento da
Previdência Social (Decreto 3.048/99) garante à segurada aposentada que
retornar à atividade o direito ao salário-maternidade. No entanto, este
dispositivo do Regulamento está em consonância com o inciso XVIII do art.
7º da Constituição Federal, que assegura para as trabalhadoras a licença à
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gestante, sem prejuízo do emprego e do salário, com a duração de cento e
vinte dias. A aposentada que retorna à atividade é uma trabalhadora. Se
durante a licença-maternidade ela não tivesse direito ao recebimento do
salário-maternidade, haveria o prejuízo do salário, que é expressamente
vedado pelo inciso XVIII do art. 7º da Constituição Federal.
Alternativa D – De acordo com o § 13 do art. 40 da Constituição Federal,
“ao servidor ocupante, exclusivamente, de cargo em comissão declarado
em lei de livre nomeação e exoneração bem como de outro cargo
temporário ou de emprego público, aplica-se o regime geral de previdência
social”.
Alternativa E – De acordo com o § 4º art. 12 da Lei nº 8.212/91, o
aposentado pelo RGPS que estiver exercendo ou que voltar a exercer
atividade abrangida por este Regime é segurado obrigatório em relação a
essa atividade, ficando sujeito às contribuições de que trata esta Lei, para
fins de custeio da Seguridade Social.
Gabarito: C
51. (FCC - Juiz do Trabalho - TRT11 - 2005) Com relação ao salário-
de-benefício, é INCORRETO afirmar que
(A) a previdência social estabelece, para o cálculo de benefícios
previdenciários, um piso, correspondente ao salário-mínimo, e um
limite-teto, equivalente ao limite máximo do salário-de-
contribuição. O salário-família é uma exceção à regra do piso,
enquanto que o salário-maternidade o é em relação ao teto.
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(B) o salário-de-benefício será calculado tendo como base a média
aritmética dos maiores salários-de-contribuição, correspondentes a
80% de todo o período contributivo, podendo o segurado, no
entanto, fazer a opção pelo cálculo baseado nos trinta e seis últimos
meses de contribuição, se lhe for mais vantajoso.
(C) o décimo terceiro salário é considerado como salário-de-
contribuição, para efeito de cálculo da contribuição mensal do
segurado da previdência social. Entretanto, não será utilizado no
cálculo do salário-de-benefício de sua prestação previdenciária.
(D) a idade, a expectativa de sobrevida do segurado, no momento
da aposentadoria, calculadas pelo IBGE tendo em vista a média
nacional única para ambos os sexos, e o tempo de contribuição do
segurado serão considerados no cálculo do fator previdenciário.
(E) o montante referente ao auxílio-acidente integra o salário-de-
contribuição utilizado no cálculo de aposentadoria concedida pelo
regime geral de previdência social, desprezando-se dessa soma o
valor que exceder o limite-teto do salário-de-contribuição.
Comentários
Alternativa A – De acordo com o § 2º do art. 201 da Constituição Federal,
“nenhum benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento
do trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo”. E de
acordo com a Lei nº 8.213/91, art. 41-A, § 1º, “nenhum benefício
reajustado poderá exceder o limite máximo do salário-de-benefício na data
do reajustamento, respeitados os direitos adquiridos”. Assim, a regra é que
a renda mensal do benefício não terá valor inferior ao do salário mínimo
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(hoje, R$545,00), nem superior ao limite máximo do salário-de-contribuição
(hoje, R$3.691,74)23, respeitados os direitos adquiridos. No entanto, esta
regra admite as seguintes exceções:
I - No caso de aposentadoria por invalidez, quando o segurado
necessitar da assistência permanente de outra pessoa, ele terá direito
a um acréscimo de 25% no valor de sua aposentadoria, podendo,
nesse caso, o limite máximo da renda mensal do benefício superar o
limite máximo do salário-de-contribuição (Lei nº 8.213/91, art. 45);
II - O salário-maternidade das seguradas empregada e trabalhadora
avulsa consiste numa renda mensal igual à sua remuneração integral,
limitada ao subsídio dos Ministros do STF (CF, art. 248), podendo,
assim, ser superior ao limite máximo do salário-de-contribuição (Lei
nº 8.213/91, art. 72);
III - O auxílio-acidente e o salário-família poderão ter valor inferior ao
do salário mínimo. Isso ocorre, porque esses benefícios não
substituem a renda mensal do trabalhador. O segurado recebe o
benefício previdenciário, pago pelo INSS, e também recebe,
simultaneamente, o rendimento do seu trabalho;
IV - A parcela a cargo do RGPS dos benefícios por totalização,
concedidos com base em acordos internacionais de previdência social,
poderão ter valor inferior ao do salário mínimo (RPS, art. 35, § 1º).
Isso ocorre quando o segurado recebe parte do seu benefício pelo
regime brasileiro (RGPS) e outra parte por regime estrangeiro. Por
exemplo: João Marcos trabalhou 16 anos vinculado à previdência
social uruguaia e 19 anos vinculado ao RGPS. Com base num acordo
23 Valor atualizado, a partir de 1/01/2011, pela Portaria MPS/MF nº 407, de 14/07/2011.
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internacional, a previdência social uruguaia arcará com uma parcela
da aposentadoria devida a João Marcos e o RGPS arcará com a outra
parcela, proporcionalmente ao período cumprido em cada país. Essa
parcela a cargo do RGPS pode ser inferior ao salário mínimo.
V - O auxílio-doença do segurado que exercer mais de uma atividade
abrangida pelo RGPS será devido mesmo no caso de incapacidade
apenas para o exercício de uma delas. Nessa hipótese, o valor do
auxílio-doença poderá ser inferior ao salário mínimo desde que
somado às demais remunerações recebidas resultar valor superior a
este (RPS, art. 73, § 4º). Isso é possível porque, nesse caso, o
auxílio-doença não está substituído renda mensal do trabalhador,
pois este ainda contará com o rendimento da atividade para a qual
não se incapacitou.
Assim, não terão valor inferior ao salário mínimo os benefícios de
prestação continuada pagos pela Previdência Social correspondentes a
aposentadorias, auxílio-doença (em regra), auxílio-reclusão (valor global) e
pensão por morte (valor global).
Nos casos de auxílio-reclusão e de pensão por morte, a cota
individual de cada dependente pode ser inferior ao salário mínimo. O que
não pode ser inferior ao salário mínimo é o valor global do benefício.
Não confundir os limites da renda mensal do benefício com os limites
do salário-de-benefício. No tocante ao salário-de-benefício, em nenhuma
hipótese poderá ser inferior ao salário mínimo nem superior ao limite
máximo do salário-de-contribuição.
Pode-se, então, afirmar que os benefícios do RGPS têm piso (limite
mínimo) e teto (limite máximo); contudo, o salário-família é uma exceção à
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regra do piso, enquanto que o salário-maternidade o é em relação ao teto.
Alternativa B – O valor do benefício de prestação continuada, inclusive o
regido por norma especial e o decorrente de acidente do trabalho, exceto o
salário-família e o salário-maternidade, será calculado com base no salário-
de-benefício (Lei nº 8.213/91, art. 28).
Para os benefícios de aposentadoria por tempo de contribuição e
aposentadoria por idade, o salário-de-benefício consiste na média aritmética
simples dos maiores salários-de-contribuição correspondentes a 80% de
todo o período contributivo, multiplicada pelo fator previdenciário (Lei nº
8.213/91, art. 29, I). É garantido ao segurado com direito a aposentadoria
por idade a opção pela não aplicação do fator previdenciário (Lei nº
9.876/99, art. 7º). Assim, o fator previdenciário será aplicado,
obrigatoriamente, no cálculo da aposentadoria por tempo de contribuição e,
facultativamente, no cálculo da aposentadoria por idade.
Para os benefícios de aposentadoria por invalidez, aposentadoria
especial, auxílio-doença e auxílio-acidente, o salário-de-benefício consiste
na média aritmética simples dos maiores salários-de-contribuição
correspondentes a 80% de todo o período contributivo (Lei nº 8.213/91,
art. 29, II).
A questão ora comentada está errada, pois, na legislação atualmente
vigente, não existe a opção pelo cálculo baseado nos 36 últimos meses de
contribuição.
Alternativa C – O décimo terceiro salário (gratificação natalina) integra o
salário-de-contribuição, exceto para o cálculo de benefício (Lei nº 8.212/91,
art. 28, § 7º). Assim, apesar de sofrer a incidência da contribuição
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previdenciária, o valor do décimo terceiro salário não será utilizado no
cálculo do benefício previdenciário.
Alternativa D – Conforme o disposto no § 7º do art. 29 da Lei nº 8.213/91,
o fator previdenciário será calculado considerando-se a idade, a expectativa
de sobrevida e o tempo de contribuição do segurado ao se aposentar,
segundo a seguinte fórmula:
onde:
f = fator previdenciário;
Es = expectativa de sobrevida no momento da aposentadoria;
Tc = tempo de contribuição até o momento da aposentadoria;
Id = idade no momento da aposentadoria; e
a = alíquota de contribuição correspondente a 0,31.
A expectativa de sobrevida do segurado na idade da aposentadoria
será obtida a partir da tábua completa de mortalidade construída pela
Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), para toda a
população brasileira, considerando-se a média nacional única para ambos os
sexos.
Alternativa E – O valor mensal do auxílio-acidente integra o salário-de-
contribuição, para fins de cálculo do salário-de-benefício de qualquer
aposentadoria (Lei nº 8.213/91, art. 31). Mas para efeito de cálculo da
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contribuição previdenciária, o auxílio-acidente não integra o salário-de-
contribuição (Lei nº 8.212/91, art. 28, § 9º, “a”). Assim, apesar de não
sofrer a incidência da contribuição previdenciária, o valor do auxílio-
acidente será utilizado no cálculo de qualquer aposentadoria.
Gabarito: B
52. (FCC - Analista TRF 2ª Região - 2007) À segurada da Previdência
Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de
criança é devido salário-maternidade pelo período de
(A) cento e vinte dias se a criança tiver entre um e quatro anos de
idade.
(B) noventa dias, se a criança tiver até um ano de idade.
(C) noventa dias, se a criança tiver entre um e quatro anos de
idade.
(D) sessenta dias, se a criança tiver de quatro a oito anos de idade.
(E) trinta dias, se a criança tiver de quatro a oito anos de idade.
Comentários
Conforme o art. 71-A da Lei nº 8.213/91, “à segurada da Previdência
Social que adotar ou obtiver guarda judicial para fins de adoção de criança é
devido salário-maternidade pelo período de 120 (cento e vinte) dias, se a
criança tiver até 1(um) ano de idade, de 60 (sessenta) dias, se a criança
tiver entre 1 (um) e 4 (quatro) anos de idade, e de 30 (trinta) dias, se a
criança tiver de 4 (quatro) a 8 (oito) anos de idade”. Assim, verifica-se que,
na questão em tela, a alternativa correta é a da letra “E”.
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Gabarito: E
53. (FCC - Analista TRF 2ª Região - 2007). Considere as seguintes
assertivas a respeito do salário família:
I. O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado
empregado, inclusive ao doméstico e ao segurado trabalhador
avulso, na proporção do respectivo número de filhos.
II. O aposentado por invalidez ou por idade e os demais
aposentados com sessenta e cinco anos ou mais de idade, se do
sexo masculino, ou sessenta anos ou mais, se do feminino, terão
direito ao salário-família, pago juntamente com a aposentadoria.
III. A empresa conservará durante quinze anos, obrigatoriamente,
os comprovantes dos pagamentos e as cópias das certidões
correspondentes, para exame pela fiscalização da Previdência
Social.
IV. A cota do salário-família não será incorporada ao salário ou ao
benefício.
Está correto o que se afirma, APENAS em
(A) I, II e III.
(B) I e III.
(C) I e IV.
(D) II e IV.
(E) II, III e IV.
Comentários
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Item I – O salário-família será devido, mensalmente, ao segurado
empregado e ao trabalhador avulso que tenham salário-de-contribuição
inferior ou igual a R$862,60 24, na proporção do respectivo número de filhos
ou equiparados de qualquer condição, até 14 anos de idade ou inválidos de
qualquer idade (RPS, arts. 81 e 83). A questão em análise está errada, pois
o empregado doméstico não faz jus ao salário-família.
Item II – De acordo com o parágrafo único do art. 65 da Lei nº 8.213/91, “o
aposentado por invalidez ou por idade e os demais aposentados com 65
(sessenta e cinco) anos ou mais de idade, se do sexo masculino, ou 60
(sessenta) anos ou mais, se do feminino, terão direito ao salário-família,
pago juntamente com a aposentadoria”.
Item III – De acordo com o § 1º do art. 68 da Lei nº 8.213/91, “a empresa
conservará durante 10 (dez) anos os comprovantes dos pagamentos e as
cópias das certidões correspondentes, para exame pela fiscalização da
Previdência Social”. Este prazo de arquivamento de documentos estava em
consonância com os arts. 45 e 46 da Lei nº 8.212/91, que determinavam
que os prazos de decadência e prescrição relativos às contribuições
previdenciárias eram de 10 anos. Caso a empresa tivesse efetuado
reembolso de valor de salário-família pago em desacordo com a legislação,
a previdência teria o prazo de 10 anos para efetuar o lançamento de ofício,
objetivando a constituição do crédito previdenciário. Por isso, a exigência de
arquivar durante 10 anos os comprovantes dos pagamentos e as cópias das
certidões correspondentes, para exame pela fiscalização.
24 Valor atualizado, a partir de 1/01/2011, pela Portaria MPS/MF nº 407, de 14/07/2011.
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Página 140
Acontece que os arts. 45 e 46 da Lei nº 8.212/91 foram considerados
inconstitucionais pela Súmula Vinculante nº 8, e, posteriormente, foram
revogados pela Lei Complementar nº 28/08.
Agora, o prazo de arquivamento dos documentos comprobatórios do
pagamento do salário família deve obedecer ao que determina o § 11 do
art. 32 da Lei nº 8.212/91, in verbis: “Em relação aos créditos tributários,
os documentos comprobatórios do cumprimento das obrigações de que
trata este artigo devem ficar arquivados na empresa até que ocorra a
prescrição relativa aos créditos decorrentes das operações a que se
refiram”.
De qualquer forma, a questão em tela está errada, pois não há
amparo legal para afirmar-se que o prazo de arquivamento dos
mencionados documentos seja de 15 anos.
Item IV – Conforme determina o art. 70 da Lei nº 8.213/91, “a cota do
salário-família não será incorporada, para qualquer efeito, ao salário ou ao
benefício”.
Gabarito: D
54. (FCC - Analista TRF 2ª Região - 2007). Considere as seguintes
assertivas a respeito do auxílio-doença:
I. O auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do
décimo sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos
demais segurados, a contar da data do início da incapacidade e
enquanto ele permanecer incapaz.
II. Quando requerido por segurado afastado da atividade por mais
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de trinta dias, o auxílio-doença será devido após quinze dias
contados da data da entrada do requerimento.
III. Em regra, o auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente
do trabalho, consistirá numa renda mensal correspondente a
noventa e um por cento do salário-de-benefício.
IV. A empresa que garantir ao segurado licença remunerada, em
regra, não ficará obrigada a pagar-lhe durante o período de auxílio-
doença a eventual diferença entre o valor deste e a importância
garantida pela licença.
Está correto o que consta APENAS em
(A) I, III e IV.
(B) I, II e III.
(C) I e III.
(D) II e IV.
(E) II, III e IV.
Comentários
Itens I e II – Quando requerido até o 30º dia do afastamento da atividade,
o auxílio-doença será devido ao segurado empregado a contar do décimo
sexto dia do afastamento da atividade, e, no caso dos demais segurados, a
contar da data do início da incapacidade e enquanto ele permanecer incapaz
(Lei nº 8.213/91, art. 60, caput). Mas quando requerido após o 30º dia do
afastamento da atividade, o auxílio-doença será devido a contar da data da
entrada do requerimento, para todos os segurados (Lei nº 8.213/91, art.
60, § 1º).
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Item III – O auxílio-doença, inclusive o decorrente de acidente do trabalho,
consistirá numa renda mensal correspondente a 91% do salário-de-
benefício (Lei nº 8.213/91, art. 61). Contudo, vale frisar que nenhum
benefício que substitua o salário de contribuição ou o rendimento do
trabalho do segurado terá valor mensal inferior ao salário mínimo (CF, art.
201, § 2º). Assim, se o valor do salário-de-benefício for, por exemplo, igual
a um salário mínimo, a renda mensal do auxílio-doença corresponderá a um
salário mínimo.
Item IV – De acordo com o parágrafo único do art. 63 da Lei nº 8.213/91,
“a empresa que garantir ao segurado licença remunerada ficará obrigada a
pagar-lhe durante o período de auxílio-doença a eventual diferença entre o
valor deste e a importância garantida pela licença”.
Gabarito: C
55. (FCC - Juiz do Trabalho - TRT11 - 2007). Constitui hipótese de
acumulação indevida de benefícios:
(A) auxílio-doença e auxílio-acidente.
(B) aposentadoria e salário-maternidade.
(C) pensão por morte de filho e pensão por morte de cônjuge.
(D) auxílio-reclusão e pensão por morte.
(E) salário-maternidade e auxílio-doença.
Comentários
Alternativa A – Em regra, é possível o segurado acumular os benefícios de
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auxílio-doença e auxílio-acidente. Mas no caso de reabertura de auxílio-
doença por acidente de qualquer natureza que tenha dado origem a auxílio-
acidente, este será suspenso até a cessação do auxílio-doença reaberto,
quando será reativado (RPS, art. 104, § 6º).
Alternativa B – De acordo com o art. 103 do RPS, “a segurada aposentada
que retornar à atividade fará jus ao pagamento do salário-maternidade”.
Assim, é possível a segurada acumular os benefícios de aposentadoria e
salário-maternidade.
Alternativa C – Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o
recebimento conjunto de mais de uma pensão deixada por cônjuge ou
companheiro, ressalvado o direito de opção pela mais vantajosa (Lei nº
8.213/91, art. 124, VI). Todavia, é legal a acumulação de pensão por morte
deixada por filho com pensão por morte deixada por cônjuge.
Alternativa D – Não há nenhum dispositivo legal que proíba o recebimento
conjunto dos benefícios de auxílio-reclusão e pensão por morte. Imagine-se,
por exemplo, a seguinte situação: João e Maria, segurados de baixa renda,
são os pais de Pedrinho, que tem cinco anos de idade. João assassinou
Maria e, por isso, foi recolhido à prisão em regime fechado. Neste caso,
Pedrinho terá direito aos benefícios de pensão por morte (em razão do
falecimento de Maria) e de auxílio-reclusão (em razão de João ter sido
recolhido à prisão).
Alternativa E – Salvo no caso de direito adquirido, não é permitido o
recebimento conjunto de salário-maternidade e auxílio-doença (Lei nº
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8.213/91, art. 124, IV).
Gabarito: E
56. (FCC - PROCURADOR TCE-MG 2007). No cálculo da
aposentadoria especial do RGPS – Regime Geral de Previdência
Social, observados, em todas as hipóteses, os limites mínimos e
máximos do valor dos benefícios previdenciários, inclui a média
aritmética simples dos maiores salários de contribuição atualizados
correspondentes a
(A) 80% de todo o período contributivo para os segurados que se
filiaram à Previdência Social anteriormente a 28 de novembro de
1999.
(B) 100% de todo o período contributivo para os segurados que se
filiaram à Previdência Social posteriormente a 28 de novembro de
1999.
(C) 80% de todo o período contributivo para os segurados que se
filiaram à Previdência Social posteriormente a 28 de novembro de
1999.
(D) 100% de todo o período contributivo para os segurados que se
filiaram à Previdência Social anteriormente a 28 de novembro de
1999.
(E) média aritmética simples dos maiores salários de contribuição
atualizados correspondentes a 80% de todo o período contributivo,
sendo irrelevante a data de filiação à Previdência Social.
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Comentários
A aposentadoria especial consistirá numa renda mensal equivalente a
100% (cem por cento) do salário-de-benefício (Lei nº 8.213/91, art. 57, §
1º).
Para os segurados que se filiaram à Previdência Social posteriormente
a 28/11/99, para fins de concessão de aposentadoria especial, o salário-de-
benefício consiste na média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição correspondentes a 80% de todo o período contributivo (Lei nº
8.213/91, art. 29, II).
Mas para o segurado filiado à Previdência Social até 28/11/99,
véspera da publicação da Lei 9.876/99, no cálculo do salário-de-benefício
será considerada a média aritmética simples dos maiores salários-de-
contribuição, correspondentes a, no mínimo, 80% de todo o período
contributivo decorrido desde a competência julho de 1994 (Lei nº 9.876/99,
art. 3º).
Diante do exposto, verifica-se que a alternativa correta é a da letra
“C”.
Gabarito: C
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Capítulo 4
Financiamento da Seguridade Social
57. (Médico Perito do INSS – 2006) - Integram o orçamento da
Seguridade Social no âmbito federal,
a) as receitas da União, dos impostos e receitas de outras fontes.
b) as contribuições sociais recolhidas pelas empresas, incidentes
sobre a folha de salários, excluído o pequeno produtor rural.
c) as contribuições sociais recolhidas pelas empresas, incidentes
sobre o faturamento e o lucro.
d) a receita do concurso de prognósticos e contribuições sobre os
salários de empregados, salvo para aposentados que tenham
retorno à atividade.
e) as contribuições dos trabalhadores, inclusive dos servidores
públicos sujeitos a regime próprio de previdência social.
Comentários
Conforme o disposto no art. 11 da Lei nº 8.212/91, no âmbito
federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das seguintes
receitas: (I) receitas da União; (II) receitas das contribuições sociais; e (III)
receitas de outras fontes.
As contribuições sociais destinadas à seguridade social são as
seguintes:
I - as das empresas, incidentes sobre a remuneração paga, devida ou
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creditada aos segurados e demais pessoas físicas a seu serviço,
mesmo sem vínculo empregatício;
II - as dos empregadores domésticos, incidentes sobre o salário-de-
contribuição dos empregados domésticos a seu serviço;
III - as dos trabalhadores, incidentes sobre seu salário-de-
contribuição;
IV - as das associações desportivas que mantêm equipe de futebol
profissional, incidentes sobre a receita bruta decorrente dos
espetáculos desportivos de que participem em todo território nacional
em qualquer modalidade desportiva, inclusive jogos internacionais, e
de qualquer forma de patrocínio, licenciamento de uso de marcas e
símbolos, publicidade, propaganda e transmissão de espetáculos
desportivos;
V - as incidentes sobre a receita bruta proveniente da comercialização
da produção rural;
VI - as das empresas, incidentes sobre a receita ou o faturamento e o
lucro;
VII - as incidentes sobre a receita de concursos de prognósticos; e
VIII - as do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem
a lei a ele equiparar (CF, art. 195, IV).
Alternativa A – as receitas dos impostos não integram o orçamento da
seguridade social.
Alternativa B – o pequeno produtor rural também contribui para a
seguridade social. Ele é, inclusive, obrigado a arrecadar e recolher a
contribuição previdenciária dos empregados que lhe prestam serviços.
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Alternativa C – as contribuições sociais recolhidas pelas empresas,
incidentes sobre o faturamento e o lucro integram o orçamento da
Seguridade Social no âmbito federal.
Alternativa D – Conforme o § 4º do art. 12 da Lei nº 8.212/91, o
aposentado pelo Regime Geral de Previdência Social – RGPS que estiver
exercendo ou que voltar a exercer atividade abrangida por este Regime é
segurado obrigatório em relação a essa atividade, ficando sujeito às
contribuições de que trata esta Lei, para fins de custeio da Seguridade
Social.
Alternativa E – as contribuições dos servidores públicos sujeitos a regime
próprio de previdência social não integram o orçamento da Seguridade
Social no âmbito federal.
GABARITO: C
58. (FCC - PGE/MT - Procurador do Estado - 2011) Em relação ao
financiamento da Seguridade Social, é correto afirmar:
(A) A Seguridade Social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta e indireta, mediante recursos provenientes apenas da
União e dos Estados e, em certos casos, também de contribuições
sociais.
(B) No âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é
composto de receitas, provenientes da União, dos Estados, das
contribuições sociais e de receitas de outras fontes.
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(C) Constituem contribuições sociais, as das empresas, incidentes
sobre a remuneração paga ou creditada aos segurados a seu
serviço, com exceção das microempresas.
(D) Entre as contribuições sociais encontramos as dos
empregadores domésticos.
(E) Figuram também entre as contribuições sociais as incidentes
sobre a receita de concursos de prognósticos e do imposto de
importação.
Comentários
Alternativa A - De acordo com o disposto no caput do art. 195 da
Constituição Federal, a seguridade social será financiada por toda a
sociedade, de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios, e das contribuições sociais.
Alternativa B – Conforme o disposto no art. 11 da Lei nº 8.212/91, no
âmbito federal, o orçamento da Seguridade Social é composto das seguintes
receitas: (I) receitas da União; (II) receitas das contribuições sociais; e (III)
receitas de outras fontes.
Alternativa C – As microempresas também contribuem para o financiamento
da seguridade social.
Alternativa D – A contribuição social do empregador doméstico, destinada
ao financiamento da seguridade social, é de 12% (doze por cento) do
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salário-de-contribuição do empregado doméstico a seu serviço (Lei nº
8.212/91, art. 24).
Alternativa E – O imposto de importação não é destinado ao financiamento
da seguridade social.
Cuidado: não confunda a contribuição social do importador de bens ou
serviços do exterior (CF, art. 195, IV) com o imposto de importação de
produtos estrangeiros (CF, art. 153, I).
Gabarito: D
59. (FCC – TRF4 - Técnico Judiciário – 2010) O produtor, o parceiro,
o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador artesanal, bem como
os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades em regime de
economia familiar, sem empregados permanentes, contribuirão para
a seguridade social mediante a
(A) contribuição fixa e predeterminada de dois salários mínimos.
(B) aplicação de uma alíquota sobre o salário mínimo.
(C) contribuição fixa e predeterminada de um salário mínimo.
(D) aplicação de uma alíquota sobre o resultado da comercialização
da produção.
(E) aplicação de uma alíquota sobre o lucro presumido e
previamente declarado.
Comentários
De acordo com o § 8º do art. 195 da Constituição Federal, o
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produtor, o parceiro, o meeiro e o arrendatário rurais e o pescador
artesanal, bem como os respectivos cônjuges, que exerçam suas atividades
em regime de economia familiar, sem empregados permanentes,
contribuirão para a seguridade social mediante a aplicação de uma alíquota
sobre o resultado da comercialização da produção e farão jus aos benefícios
nos termos da lei.
Gabarito: D
60. (FCC – Analista TRF 3ª Região – 2007) – De acordo com a
Constituição Federal brasileira, as contribuições do empregador, da
empresa e da entidade a ela equiparada na forma da lei, incidirão,
dentre outras, sobre
A) Os rendimentos do trabalho pagos ou creditados somente a título
salarial, à pessoa física que lhe preste serviço exclusivamente com
vínculo empregatício.
B) A folha de salários pagos à pessoa física que lhe preste serviço
exclusivamente com vínculo empregatício.
C) Todo e qualquer rendimento do trabalho com natureza salarial
pagos à pessoa física que lhe preste serviço exclusivamente com
vínculo empregatício.
D) Todo e qualquer rendimento do trabalho pago ou creditado a
título exclusivamente salarial, à pessoa física ou jurídica que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício.
E) A folha de salários e demais rendimentos do trabalho pagos ou
creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe preste serviço,
mesmo sem vínculo empregatício.
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Comentários
De acordo com o inciso I do art. 195 da Constituição Federal, as
contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada na forma da lei, incidirão sobre: (a) a folha de salários e demais
rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa
física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (b) a receita
ou o faturamento; (c) o lucro.
Alternativa A – Folha de salários corresponde ao valor da remuneração que
a empresa paga aos seus empregados. A contribuição previdenciária a
cargo da empresa, além de incidir sobre a folha de salários, também incide
sobre os demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer
título, à pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo
empregatício. Assim, a questão em tela está errada por dois motivos: (1º)
para que haja a incidência da contribuição previdenciária, não é necessário
que os rendimentos do trabalho sejam pagos ou creditados somente a título
salarial; (2º) também não precisa que a pessoa física prestadora de serviço
tenha vínculo empregatício com a empresa tomadora do serviço.
Alternativa B – Como visto, para que incida a contribuição previdenciária a
cargo da empresa, não há necessidade de existência de vínculo
empregatício entre a pessoa física e a empresa.
Alternativa C – Contém os mesmos erros das alternativas anteriores.
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Alternativa D – Esta alternativa está errada por dois motivos: (1º) para que
haja a incidência da contribuição previdenciária, não é necessário que os
rendimentos do trabalho sejam pagos ou creditados exclusivamente a título
salarial; (2º) quando o prestador de serviço for uma pessoa jurídica, sobre
o valor dos serviços prestados, não incidirá contribuição previdenciária a
cargo da empresa contratante.
Alternativa E – Esta alternativa enquadra-se perfeitamente na base de
incidência prevista no art. 195, I, “a”, da Constituição Federal. Portanto,
esta assertiva está correta.
GABARITO: E
61. (FCC – Juiz do Trabalho - TRT11 - 2007). Sobre o financiamento
da seguridade social, é correto afirmar que
(A) a seguridade social será financiada por toda a sociedade, de
forma direta, por meio de repasse de recursos orçamentários, e de
forma indireta, por intermédio do pagamento de contribuições
sociais.
(B) as contribuições sociais destinadas ao financiamento da
seguridade social têm a natureza jurídica de impostos; em razão
disso aplicam-se a essas contribuições as regras de imunidade
previstas para os impostos em geral.
(C) a Constituição de 1988 impede que haja diferenciação entre
contribuintes, para efeito de pagamento de contribuições sociais
destinadas ao sistema de seguridade social, em razão da atividade
econômica por eles exercida.
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(D) o princípio da preexistência de custeio impõe que somente
poderão ser criados ou majorados benefícios se houver indicação de
sua fonte de custeio total, o que, entretanto, não impede o
reajustamento periódico dos benefícios de prestação continuada.
(E) a Constituição de 1988 atribui à União a competência para criar
contribuições sociais, destinadas ao financiamento da saúde,
assistência e previdência social, devida pelo empregador, empresa
ou entidade a ela equiparada, incidente sobre folha de salários e
demais rendimentos do trabalho.
Comentários
Alternativa A – De acordo com o art. 195 da Constituição Federal, a
seguridade social será financiada por toda a sociedade, de forma direta e
indireta, nos termos da lei, mediante recursos provenientes dos orçamentos
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios, e das seguintes
contribuições sociais.
Assim, a sociedade financiará a seguridade social de duas formas: (I) de
forma direta, por intermédio do pagamento de contribuições sociais; e (II)
de forma indireta, mediante recursos provenientes dos orçamentos da
União, dos Estados, do Distrito Federal e dos Municípios. A questão em
análise está errada, pois troca a forma direta pela indireta, e vice versa.
Alternativa B – O STF entende que as contribuições, inclusive as
previdenciárias, têm natureza tributária e se submetem ao regime jurídico-
tributário previsto na Constituição.25
25 STF, RE 556664/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, DJe 216, de 13/11/2008.
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Embora tenham natureza tributária, as contribuições não são
impostos. As contribuições são uma espécie autônoma de tributo. De acordo
com o regime jurídico-tributário previsto na CF/88, há cinco espécies de
tributos: impostos, taxas, contribuições de melhoria, empréstimos
compulsórios e contribuições especiais.
Alternativa C – De acordo com o § 9º do art. 195 da Constituição Federal,
as contribuições sociais do empregador, da empresa e da entidade a ela
equiparada poderão ter alíquotas ou bases de cálculo diferenciadas, em
razão da atividade econômica, da utilização intensiva de mão-de-obra, do
porte da empresa ou da condição estrutural do mercado de trabalho.
Alternativa D – De acordo com o § 5º do art. 195 da Constituição Federal,
“nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”. Esse
princípio, conhecido como preexistência do custeio em relação ao benefício,
tem como objetivo assegurar o equilíbrio financeiro da seguridade social.
Contudo, esse princípio constitucional não impede que os benefícios
previdenciários sejam reajustados. A própria Constituição Federal assegura
o reajustamento dos benefícios para preservar-lhes, em caráter
permanente, o valor real, conforme critérios definidos em lei (CF, art. 201,
§ 4º).
Alternativa E – A contribuição social devida pelo empregador, empresa ou
entidade a ela equiparada, incidente sobre folha de salários e demais
rendimentos do trabalho destina-se, exclusivamente, ao pagamento de
benefícios do RGPS (CF, art. 167, XI). Assim, esta contribuição não se
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destina ao financiamento da saúde e da assistência social. Destina-se
somente ao financiamento do RGPS.
Gabarito: D
62. (FCC - Juiz do Trabalho - TRT11 - 2005). Dentre as regras sobre
a sustentabilidade (financiamento) do Sistema de Seguridade Social
NÃO se inclui:
(A) As fontes de custeio são previamente determinadas. Assim, para
que um benefício seja criado, é preciso estabelecer qual a fonte
financiadora do mesmo.
(B) Outras fontes de custeio poderão ser criadas, havendo
necessidade, desde que observem a contrapartida necessária e
sejam criadas por lei ordinária.
(C) O empregador deve contribuir para o sistema de seguridade
social, independentemente de ter ou não empregado à sua
disposição.
(D) Existe um orçamento único para o Sistema de Seguridade
Social, que será elaborado conjuntamente pelos órgãos
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social.
(E) As contribuições sociais poderão ser cobradas no mesmo
exercício financeiro em que tenha sido publicada a lei que as
instituiu ou aumentou.
Comentários
Nesta questão, o candidato deve assinalar a alternativa ERRADA.
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Alternativa A – De acordo com o § 5º do art. 195 da Constituição Federal,
“nenhum benefício ou serviço da seguridade social poderá ser criado,
majorado ou estendido sem a correspondente fonte de custeio total”.
Assim, para que um benefício seja criado, é preciso estabelecer qual a fonte
financiadora do mesmo.
Alternativa B – De acordo com o § 4º do art. 195 da constituição Federal, “a
lei poderá instituir outras fontes destinadas a garantir a manutenção ou
expansão da seguridade social, obedecido o disposto no art. 154, I”. Ou
seja, além das contribuições sociais previstas nos quatro incisos do caput do
art. 195 da Constituição Federal, outras fontes de custeio da seguridade
social poderão ser instituídas. Trata-se, aqui, das chamadas contribuições
residuais. Para que estas contribuições sejam instituídas, é necessário que
se obedeça ao disposto no art. 154, I, da Constituição Federal, cuja redação
é a seguinte: “Art. 154. A União poderá instituir: I - mediante lei
complementar, impostos não previstos no artigo anterior, desde que sejam
não-cumulativos e não tenham fato gerador ou base de cálculo próprios dos
discriminados nesta Constituição”.
Assim, se a contribuição para a seguridade social estiver prevista nos
quatro incisos do art. 195 da Constituição Federal, ela poderá ser instituída
mediante lei ordinária. Em caso contrário, só poderá ser instituída mediante
lei complementar.
Portanto, outras fontes de custeio (além das previstas no caput do
art. 195) poderão ser criadas, desde que seja mediante lei complementar.
Alternativa C – Dentre as contribuições sociais previstas no art. 195 da
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Constituição Federal, temos a do empregador, da empresa e da entidade a
ela equiparada na forma da lei, incidentes sobre: (a) a folha de salários e
demais rendimentos do trabalho pagos ou creditados, a qualquer título, à
pessoa física que lhe preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício; (b)
a receita ou o faturamento; (c) o lucro (CF, art. 195, I).
Assim, mesmo que a empresa não possua empregados, ela
contribuirá para a seguridade social sobre o faturamento, sobre o lucro,
sobre a remuneração de trabalhador autônomo etc.
Alternativa D – O orçamento da seguridade social, abrangerá todas as
entidades e órgãos a ela vinculados, da administração direta ou indireta,
bem como os fundos e fundações instituídos e mantidos pelo Poder Público
(CF, art. 165, § 5º, III). Desse modo, a proposta de orçamento da
seguridade social será elaborada de forma integrada pelos órgãos
responsáveis pela saúde, previdência social e assistência social, tendo em
vista as metas e prioridades estabelecidas na lei de diretrizes
orçamentárias, assegurada a cada área a gestão de seus recursos (CF, art.
195, § 2º).
Contudo, vale frisar que as receitas dos Estados, do Distrito Federal e
dos Municípios destinadas à seguridade social constarão dos respectivos
orçamentos, não integrando o orçamento da União (CF, art. 195, § 1º).
Alternativa E – De acordo com o § 6º do art. 195 da constituição Federal,
“As contribuições sociais de que trata este artigo só poderão ser exigidas
após decorridos noventa dias da data da publicação da lei que as houver
instituído ou modificado, não se lhes aplicando o disposto no art. 150, III,
"b". Trata-se, aqui, do princípio da anterioridade nonagesimal, também
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conhecido como princípio da noventena ou da anterioridade mitigada.
Para os demais tributos, com algumas exceções, além da
anterioridade nonagesimal, aplica-se também o princípio da anterioridade
anual (ou anterioridade do exercício). De acordo com o princípio da
anterioridade anual, os tributos não podem ser cobrados no mesmo
exercício financeiro em que haja sido publicada a lei que os instituiu ou
aumentou (CF, art. 150, III, “b”). Para as contribuições destinadas à
seguridade social, o princípio da anterioridade anual não se aplica. Para
estas contribuições, aplica-se apenas a anterioridade nonagesimal.
Assim, nada impede que uma contribuição para a seguridade social
seja cobrada no mesmo exercício financeiro em que tenha sido publicada a
lei que a instituiu ou aumentou.
Gabarito: B
63. (FCC - Juiz do Trabalho - TRT11 - 2005). Em relação à
responsabilidade pela arrecadação e recolhimento das
contribuições, é correto afirmar:
(A) O empregador é responsável pelo desconto e recolhimento da
contribuição previdenciária devida pelo empregado. Caso se omita,
a cobrança do montante devido será feita diretamente do segurado.
(B) O trabalhador avulso somente é responsável pelo recolhimento
de sua própria contribuição se não for sindicalizado, caso contrário
o sindicato será o responsável.
(C) A empresa que remunera contribuinte individual que lhe presta
serviço é responsável pela retenção e recolhimento da contribuição
devida por esse trabalhador.
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(D) O empregado doméstico é responsável pelo recolhimento de sua
própria contribuição, sendo tal encargo a este facultado, mediante
assinatura de termo perante o INSS.
(E) O segurado especial é responsável pelo recolhimento de sua
própria contribuição, sem a qual não terá direito a recebimento de
benefício previdenciário, o que se impõe em razão da
contributividade do sistema previdenciário, aplicável também aos
trabalhadores do campo.
Comentários
Alternativa A – A empresa é obrigada a arrecadar as contribuições dos
segurados empregados, trabalhadores avulsos e contribuintes individuais a
seu serviço, descontando-as da respectiva remuneração. A empresa
também é obrigada a recolher os valores descontados dos segurados,
juntamente com as contribuições a seu cargo, até o dia vinte do mês
seguinte ao da competência.26 O desconto da contribuição sempre se
presumirá feito, oportuna e regularmente, pela empresa, não lhe sendo
lícito alegar qualquer omissão para se eximir do recolhimento. A empresa
fica diretamente responsável pelas importâncias que deixar de descontar ou
tiver descontado em desacordo com a legislação (RPS, art. 216, § 5º). Se
efetuado o desconto e o responsável não realizar o recolhimento do valor
descontado, ficará configurado o crime de apropriação indébita
previdenciária (CP, art. 168-A). Assim, caso a empresa se omita, o valor da
contribuição devida não poderá ser cobrada do segurado.
26 Lei nº 8.212/91, art. 30, I, “a” e “b” e Lei nº 10.666/03, art. 4º.
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Alternativa B – O órgão gestor de mão-de-obra (OGMO) é responsável pelo
desconto e recolhimento da contribuição do trabalhador avulso portuário
(RPS, art. 217, § 2º, IV). A contribuição do trabalhador avulso não-
portuário é descontada pela empresa tomadora dos serviços (Lei nº
8.212/91, art. 30, I, “a”). Tais contribuições devem ser recolhidas até o dia
20 do mês seguinte.
Alternativa C – De acordo com o caput do art. 4º da Lei nº 10.666/03, “fica
a empresa obrigada a arrecadar a contribuição do segurado contribuinte
individual a seu serviço, descontando-a da respectiva remuneração, e a
recolher o valor arrecadado juntamente com a contribuição a seu cargo até
o dia vinte do mês seguinte ao da competência, ou até o dia útil
imediatamente anterior se não houver expediente bancário naquele dia”.
Alternativa D – O empregador doméstico está obrigado a arrecadar a
contribuição do segurado empregado a seu serviço e a recolhê-la, assim
como a parcela a seu cargo, até o dia quinze do mês seguinte ao da
competência (Lei nº 8.212/91, art. 30, V).
Alternativa E – Sempre que o segurado especial vender sua produção rural
à adquirente pessoa jurídica, esta ficará sub-rogada na obrigação de
descontar a contribuição previdenciária do segurado e efetuar o respectivo
recolhimento até o dia 20 do mês seguinte (Lei nº 8.212/91, art. 30, III e
IV). A pessoa física não produtor rural que adquire a produção rural do
segurado especial para vender, no varejo, a consumidor pessoa física,
também ficará sub-rogada no cumprimento da obrigação de descontar a
contribuição previdenciária do segurado e efetuar o respectivo recolhimento
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até o dia 20 do mês seguinte (RPS, art. 200, § 7º, II e art. 216, VI).27
O segurado especial é obrigado a recolher, por iniciativa própria, as
contribuições incidentes sobre a comercialização da produção rural quando
comercialize com adquirente domiciliado no exterior, diretamente no varejo
a consumidor pessoa física, a outro segurado especial ou a produtor rural
pessoa física (Lei nº 8.212/91, art. 30, X).
O segurado especial também é obrigado a recolher, diretamente, a
contribuição incidente sobre a receita bruta proveniente: (a) da
comercialização de artigos de artesanato elaborados com matéria-prima
produzida pelo respectivo grupo familiar; (b) de comercialização de
artesanato ou do exercício de atividade artística; e (c) de serviços
prestados, de equipamentos utilizados e de produtos comercializados no
imóvel rural, desde que em atividades turística e de entretenimento
desenvolvidas no próprio imóvel, inclusive hospedagem, alimentação,
recepção, recreação e atividades pedagógicas, bem como taxa de visitação
e serviços especiais (Lei nº 8.212/91, art. 30, XII).
Como visto supra, o segurado especial é obrigado a recolher
contribuições previdenciárias (Lei nº 8.212/91, art. 25, caput). Mas a
contribuição obrigatória só existe quando o segurado especial vende seus
produtos rurais, pois é neste momento que ocorre o fato gerador da
contribuição. Não havendo venda, não há obrigação de recolher
contribuição. Para efeito de concessão dos benefícios previdenciários ao
segurado especial, não é exigível a comprovação do recolhimento das
contribuições incidentes sobre a receita bruta da comercialização da
produção rural. Para receber benefício previdenciário, o que o segurado
especial deve comprovar é o tempo mínimo de efetivo exercício de atividade
27 Considera-se sub-rogação a substituição de uma pessoa por outra, na mesma relação jurídica.
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rural, ainda que de forma descontínua, igual ao número de meses
necessário à concessão do benefício requerido (RPS, art. 26, § 1º).
Gabarito: C
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Capítulo 5
Benefício de Prestação Continuada – BPC/LOAS
64. (FCC - TJ/PI - Analista Judiciário - Assistente Social - 2010) Em
relação ao Benefício de Prestação Continuada, previsto no artigo 20
da Lei Orgânica da Assistência Social e regulações posteriores, é
correto afirmar:
(A) O benefício será devido a mais de um membro da mesma família
enquanto atendidos os requisitos exigidos nas regulações.
(B) O desenvolvimento das capacidades cognitivas, motoras ou
educacionais e a realização de atividades não remuneradas de
habilitação e reabilitação, constituem motivo de suspensão ou
cessação do benefício da pessoa com deficiência.
(C) A cessação do benefício concedido à pessoa com deficiência,
inclusive em razão de seu ingresso no mercado de trabalho, impede
nova concessão do benefício mesmo que atenda os requisitos
exigidos na legislação.
(D) O pagamento do benefício poderá ser antecipado dependendo
da avaliação técnica e da situação de vulnerabilidade social do
beneficiário.
(E) O benefício está sujeito a desconto de qualquer contribuição e
gera direito ao pagamento de abono anual.
Comentários
O benefício de prestação continuada é o benefício mais importante da
assistência social. Esse benefício, previsto no art. 203, V, da Constituição
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Federal, é regulamentado pelos artigos 20 e 21 da Lei nº 8.742/93
(LOAS).
O benefício de prestação continuada é a garantia de 1 (um) salário
mínimo mensal à pessoa com deficiência e ao idoso com 65 anos ou mais
que comprovem não possuir meios de prover a própria manutenção e nem
de tê-la provida por sua família.
Apesar de não se tratar de um benefício previdenciário, a concessão e
a manutenção do benefício de prestação continuada são feitas pelo INSS.
Isso ocorre devido a preceitos práticos: se o INSS já possui estrutura
própria espalhada por todo o país, em condição de atender à clientela
assistida, não haveria necessidade da manutenção em paralelo de outra
estrutura.
Alternativa A – conforme o art. 19 do Decreto nº 6.214/07, o Benefício de
Prestação Continuada (BPC/LOAS) será devido a mais de um membro
da mesma família enquanto atendidos os requisitos exigidos.
Para efeito de concessão do BPC/LOAS, considera-se incapaz de
prover a manutenção da pessoa com deficiência ou idosa a família
cuja renda mensal per capita seja inferior a 1/4 (um quarto) do
salário-mínimo (Lei nº 8.742/93, art. 20, § 3º). Contudo, vale frisar
que o valor do BPC/LOAS concedido a idoso não será computado no
cálculo da renda mensal bruta familiar, para fins de concessão do
BPC/LOAS a outro idoso da mesma família (Decreto nº 6.214/07, art.
19, parágrafo único).
Exemplo: João e Maria, desempregados, sem renda própria, são casados e vivem sob o mesmo teto. Essa família é composta apenas pelo referido
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casal. Em março de 2010, João completou 65 anos de idade e passou a receber o BPC/LOAS. Em dezembro de 2011, Maria completou 65 anos de idade. Nesse caso, Maria também terá direito ao recebimento do BPC/LOAS, pois o benefício recebido pelo seu marido não será computado no cálculo da renda per capita da família. Portanto, nesse caso, o benefício será devido a mais de um membro da mesma família.
Alternativa B – O desenvolvimento das capacidades cognitivas,
motoras ou educacionais e a realização de atividades não
remuneradas de habilitação e reabilitação, entre outras, não
constituem motivo de suspensão ou cessação do benefício da pessoa
com deficiência (Lei nº 8.742/93, art. 21, § 3º).
Alternativa C – A cessação do benefício de prestação continuada
concedido à pessoa com deficiência não impede nova concessão do
benefício, desde que atendidos os requisitos definidos em
regulamento (Lei nº 8.742/93, art. 21, § 4º).
Alternativa D – De acordo com o disposto no art. 27 do Decreto nº
6.214/07, o pagamento do BPC/LOAS poderá ser antecipado
excepcionalmente, na hipótese prevista no § 1º do art. 169 do
Decreto nº 3.048/99, abaixo transcrito:
§ 1º Excepcionalmente, nos casos de estado de calamidade pública decorrente de desastres naturais, reconhecidos por ato do Governo Federal, o INSS poderá, nos termos de ato do Ministro de Estado da Previdência Social, antecipar aos beneficiários domiciliados nos respectivos municípios: I - o cronograma de pagamento dos benefícios de prestação continuada previdenciária e assistencial, enquanto perdurar o estado de calamidade; e II - o valor correspondente a uma renda mensal do benefício devido, excetuados os temporários, mediante opção dos beneficiários.
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Como se vê acima, o BPC/LOAS pode ser antecipado nos casos
previstos no § 1º do art. 169 do Decreto nº 3.048/99. No entanto, o
enunciado da alternativa D, ora analisado, deve ser considerado
como ERRADO, pois não define corretamente as hipóteses em que a
referida antecipação será autorizada pelo Ministro da Previdência
Social.
Alternativa E – O Benefício de Prestação Continuada não está sujeito
a desconto de qualquer contribuição e não gera direito ao pagamento
de abono anual (Decreto nº 6.214/07, art. 22).
O abono anual também pode ser chamado de gratificação
natalina (CF, art. 201, § 6º) ou décimo terceiro salário. É devido
apenas em relação a benefícios previdenciários. Assim, o abono anual
não é devido em relação a benefícios assistenciais (benefícios da
Assistência Social).
Será devido abono anual ao segurado e ao dependente que,
durante o ano, recebeu auxílio-doença, auxílio-acidente,
aposentadoria, salário-maternidade, pensão por morte ou auxílio-
reclusão (RPS, art. 120). Como fica evidente, o único benefício
previdenciário que não dá origem ao abono anual é o salário-família.
Gabarito: A
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Referências Bibliográficas
AMARO, Luciano. Direito Tributário Brasileiro. 8ª. ed. São Paulo: Saraiva, 2002.
BALERA, Wagner. Noções Preliminares de Direito Previdenciário. São Paulo: Quartier Latin, 2004.
CASTRO, Carlos Alberto Pereira de; LAZZARI, João Batista. Manual de Direito Previdenciário. 9ª ed. São Paulo: LTr, 2008.
GOES, Hugo Medeiros de. Manual de Direito Previdenciário. 5ª ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2011.
________. Direito Previdenciário Cespe/UnB. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2011.
________. Direito Previdenciário Esaf. 3ª Ed. Rio de Janeiro: Ferreira, 2009.
IBRAHIM, Fábio Zambitte. Curso de Direito Previdenciário. 16ª ed. Rio de Janeiro: Impetus, 2011.
MACHADO, Hugo de Brito. Curso de Direito Tributário. 21ª ed. São Paulo: Malheiros, 2002.
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