Xavier et al (2014) Do ver ao compreender as gravuras fusiformes

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87 Do ver ao compreender as gravuras “fusiformes” do Vale do Sabor PEDRO XAVIER 1, 2 , ARACELI CRISTO ROPERO 2 , JOSÉ MACIEL 2 , SOFIA SOARES DE FIGUEIREDO 1, 2 1 UAUM, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, Portugal. CITCEM, Centro de Investigação Transdisciplinar. 2 ACE, Bento Pedroso Construções e Lena Engenharia – Estaleiro do Baixo Sabor, Lugar da Póvoa – 5160 – 021 Póvoa, Adeganha, Portugal. RESUMO O presente artigo visa ser um primeiro ensaio, ainda que nesta fase sobretudo de FDUiFWHU GLYXOJDWLYR GH DOJXQV GRV WUDEDOKRV GHVHQYROYLGRV QR HVWXGR GD $UWH 5XSHVWUH OHYDGR D FDER QR kPELWR H QD iUHD GH DIHFWDomR GR $SURYHLWDPHQWR +L GURHOpFWULFR GR %DL[R 6DERU $+%6 1HVWH VHQWLGR SURFXUDPRV LQFLGLU SDUWLFX ODUPHQWH QXP WLSR GH JUDYXUDV HVSHFtÀFDV D TXH VH FRQYHQFLRQRX GHQRPLQDU GH ´JUDYXUDV IXVLIRUPHVµ H VRE RV VXSRUWHV URFKRVRV TXH WHP QHVWDV D VXD SULQFLSDO PRGDOLGDGH GH UHSUHVHQWDomR $SUHVHQWDUHPRV DVVLP DV VXDV SULQFLSDLV FDUDF WHUtVWLFDV HQWUH DV TXDLV RV PRWLYRV TXH RV FRQIRUPDP DV VXDV DVVRFLDo}HV FRP outras técnicas, a sua distribuição ao longo do vale, os resultados das sondagens GLDJQyVWLFR UHDOL]DGDV HQWUH RXWURV DVSHFWRV $V FRQFOXV}HV H[SRVWDV VmR QHFHVVD ULDPHQWH VXPiULDV H SUHOLPLQDUHV XPD YH] TXH RV HVWXGRV HVWmR DLQGD HP SOHQR desenvolvimento, guardandose para um futuro próximo a apresentação de dados PDLV VHJXURV H GHÀQLWLYRV

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Do ver ao compreender as gravuras “fusiformes” do Vale do Sabor

PEDRO XAVIER1, 2, ARACELI CRISTO ROPERO2,JOSÉ MACIEL2, SOFIA SOARES DE FIGUEIREDO1, 2

1 UAUM, Unidade de Arqueologia da Universidade do Minho, Portugal. CITCEM,Centro de Investigação Transdisciplinar.

2 ACE, Bento Pedroso Construções e Lena Engenharia – Estaleiro do Baixo Sabor, Lugar da Póvoa – 5160 – 021 Póvoa, Adeganha, Portugal.

RESUMOO presente artigo visa ser um primeiro ensaio, ainda que nesta fase sobretudo de FDUiFWHU� GLYXOJDWLYR�� GH� DOJXQV� GRV� WUDEDOKRV� GHVHQYROYLGRV� QR� HVWXGR�GD�$UWH�5XSHVWUH�OHYDGR�D�FDER�QR�kPELWR�H�QD�iUHD�GH�DIHFWDomR�GR�$SURYHLWDPHQWR�+L�GURHOpFWULFR�GR�%DL[R�6DERU� �$+%6���1HVWH� VHQWLGR��SURFXUDPRV� LQFLGLU�SDUWLFX�ODUPHQWH�QXP�WLSR�GH�JUDYXUDV�HVSHFtÀ�FDV�D�TXH�VH�FRQYHQFLRQRX�GHQRPLQDU�GH�´JUDYXUDV�IXVLIRUPHVµ�H�VRE�RV�VXSRUWHV�URFKRVRV�TXH�WHP�QHVWDV�D�VXD�SULQFLSDO�PRGDOLGDGH� GH� UHSUHVHQWDomR�� $SUHVHQWDUHPRV� DVVLP� DV� VXDV� SULQFLSDLV� FDUDF�WHUtVWLFDV��HQWUH�DV�TXDLV�RV�PRWLYRV�TXH�RV�FRQIRUPDP��DV�VXDV�DVVRFLDo}HV�FRP�outras técnicas, a sua distribuição ao longo do vale, os resultados das sondagens GLDJQyVWLFR�UHDOL]DGDV��HQWUH�RXWURV�DVSHFWRV��$V�FRQFOXV}HV�H[SRVWDV�VmR�QHFHVVD�ULDPHQWH�VXPiULDV�H�SUHOLPLQDUHV��XPD�YH]�TXH�RV�HVWXGRV�HVWmR�DLQGD�HP�SOHQR�desenvolvimento, guardandose para um futuro próximo a apresentação de dados PDLV�VHJXURV�H�GHÀ�QLWLYRV��

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Actas de las segundas jornadas de jóvenes investigadores del valle del Duero 2012

1. INTRODUÇÃO E APRESENTAÇÃO DA ÁREA GEOGRÁFICA DO ESTUDO.

$� iUHD� JHRJUiÀFD� GR� HVWXGR� GH� $UWH�Rupestre compreende o território de afectação da empreitada do AHBS, cujo início remonta ao ano de 2008. Com uma H[WHQVmR�GH�DOEXIHLUD�D�URQGDU�RV����NP��o AHBS, é limitado, a Norte, pelos con�FHOKRV�GH�0DFHGR�GH�&DYDOHLURV�H�0RJD�GRXUR�H��D�6XO��SHOR�FRQFHOKR�GH�7RUUH�GH�Moncorvo.

Este empreendimento levou à imple�mentação de um Plano de Salvaguarda do Património (PSP), tendo sido consti�tuídas diferentes equipas de salvamento H�LQYHVWLJDomR�DGVWULWDV�D�YiULRV�SHUtRGRV�FURQROyJLFRV��iUHDV�JHRJUiÀFDV�RX�PDWH�rialidades. Neste âmbito é de destacar, a integração, pela primeira vez, de um HVWXGR�HVSHFtÀFR�SDUD�D�$UWH�5XSHVWUH��FRUUHVSRQGHQGR�DOLiV�� DR�~QLFR�GHGLFD�do a uma materialidade, e não a um es�SDoR�JHRJUiÀFR�RX�SHUtRGR�FURQROyJLFR�particular.

O artigo que aqui apresentamos é consequência directa desse estudo e dos HOHPHQWRV� SDWULPRQLDLV� LGHQWLÀFDGRV��ainda que direccionado a um tipo de JUDYXUDV� HVSHFtÀFDV�� FRQKHFLGDV�� HQWUH�RXWUDV�GHVLJQDo}HV��FRPR�´IXVLIRUPHVµ��Uma pequena nota para realçar que os sítios/locais abaixo tratados se repor�WDUmR�� VREUHWXGR�� jV� URFKDV� JUDYDGDV�cujos fusiformes consistem a principal modalidade de representação presente, dado que estes marcam presença, de modo mais residual e pontual, noutros suportes dominados por outras técnicas RX�SRU�RXWUDV�WHPiWLFDV�

Antes porém de nos debruçarmos directamente sobre as gravuras, preten�demos traçar um breve retrato geomor�IROyJLFR�H�OLWROyJLFR�GD�UHJLmR�GH�7UiV�RV�Montes Oriental.

Em termos físicos, a região trans�montana é uma zona detentora de uma

VXEVWDQFLDO�DOWLWXGH�PpGLD��FRQÀJXUDGR�pelo encadeamento de um conjunto de planaltos, cujas altitudes rondam os 700 PHWURV�� &RP� WUDoRV� WRSRJUiÀFRV� LGrQ�WLFRV�VH�FDUDFWHUL]DP�DV�PRQWDQKDV�TXH�encimam estes planaltos e onde abaixo GH�´GHVHQKDPµ� IXQGRV�YDOHV� IRUPDGRV�SRU�ULRV�RX�SRU�GHSUHVV}HV�WHFWyQLFDV�

A litologia do Nordeste Transmonta�QR�p�FRPSRVWD�SRU�IRUPDo}HV�[LVWRVDV�H�de xistos/quartzitos, ainda que as man�FKDV� JUDQtWLFDV� RFXSHP�� SRU� YH]HV�� WH�UULWyULRV� VLJQLÀFDWLYRV��$V� DFXPXODo}HV�VHGLPHQWRVDV�YHULÀFDGDV�GXUDQWH�R�3D�leozóico (Precâmbrico/Câmbrico) con�GX]LUDP�j� IRUPDomR�GH� [LVWRV� H� URFKDV�DÀQV�TXH�GXUDQWH�D�2URJHQLD�+HUFtQLFD�IRUDP�LQVWUXtGRV�H�PHWDPRUÀ]DGRV�SRU�JUDQLWRV�� GHVHQYROYHQGR�VH� DWUDYpV� GH�H[WHQVRV� DÁRUDPHQWRV� �$OHQFRmR� et al. 2005:48). O Rio Sabor tem o seu início QD�VHUUD�GH�3DUDGD��HP�(VSDQKD��D�DSUR�[LPDGDPHQWH� ����� PHWURV� GH� DOWLWXGH��GHVHQYROYHQGR�VH��grosso modo, de Nor�deste para Sudoeste. Num primeiro mo�mento, corre num vale regular e pouco SURIXQGR��$�SDUWLU�GH�*LPRQGH��iUHD�GH�IR]�GH�DOJXQV�GRV�VHXV�DÁXHQWHV��DVVXPH�XP�SHUÀO�PDLV�VLQXRVR��GHVFUHYHQGR�DO�guns meandros, coincidindo com a pas�sagem pelos xistos e quartzitos silúricos do planalto da Lombada. O vale eviden�FLD�XP�SHUÀO� HQFDL[DGR� HP�´9µ�� VHQVL�YHOPHQWH�DWp�j�iUHD�GH�FRQÁXrQFLD�FRP�a ribeira da Vilariça, a curta distância da IR]��HVSUDLDQGR�VH�SRU�[LVWRV�FULVWDOLQRV�H� SUp�FkPEULFRV�� PDLV� VLQXRVR� H� DWRU�PHQWDGR� QD� WUDYHVVLD� GR� DÁRUDPHQWR�de quartzitos silúricos que se estende de Lagoaça para oeste (Taborda, 1987:48). De uma forma geral, é de salientar a sua WRSRJUDÀD� EDVWDQWH� LUUHJXODU�� YHULÀFDQ�GR�VH� GLIHUHQoDV� DOWLPpWULFDV� QD� RUGHP�dos 800 metros entre a base e o topo do Vale do Sabor (Silva et al., 1989). Junta�mente com o Rio Côa, a Sul, o Sabor as�VXPH�VH�FRPR�XP�GRV�PDLV�LPSRUWDQWHV�H�VXEVWDQFLDLV�DÁXHQWHV�GR�5LR�'RXUR�

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2. AS GRAVURAS FUSIFORMES: PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS.

2.1.Técnica4XDQGR�QRV�UHIHULPRV�D�LQFLV}HV�´IXVL�formes”, estamos a fazer menção a gra�vuras efectuadas por abrasão, as quais se caracterizam por serem mais largos QR�PHLR��DJXoDQGR�VH�RX�DIXQLODQGR�VH�nas extremidades. De uma maneira ge�ral a largura do traço é proporcional à SURIXQGLGDGH� GR� VXOFR�� HVWH�� SRU� VXD�YH]�� SRGH� DSUHVHQWDU� XP� SHUÀO� RX� VH�cção tanto em “V” como em “U”. A sua designação enquanto fusiformes resulta de uma analogia morfológica, para com os fusos, antigos instrumentos usados SDUD�ÀDU��8PD�RXWUD�GHQRPLQDomR�p�R�de gravuras litotrípticas, da autoria de 6DQWRV�-~QLRU��GH�TXHP��DOLiV��GLVSRPRV�GH�XPDV�GDV�PHOKRUHV�GHVFULo}HV�SDUD�HVWDV�JUDÀDV��´formados por sulcos fusifor-mes, grossos no meio e aguçados nas pon-

tas, mais fundos na parte média e subindo em rampa para as extremidades” (Santos -~QLRU�� ����������� 2XWUDV� GHQRWDo}HV��mais populares ou tradicionais, são as GH�´XQKDGDV�GR�GLDERµ�H�DLQGD�GH�´SR�OLGRUHVµ�RX�´DÀDGRUHVµ��

Esta variabilidade terminológica ID]�VH�LJXDOPHQWH�VHQWLU�QRXWUDV�ODWLWX�GHV�� 1D� &HUGDQKD� �UHJLmR� VLWXDGD� QRV�Pirenéus Orientais, dividida entre a (VSDQKD� H� D� )UDQoD�� WDLV� JUDYXUDV� VmR�FRQKHFLGDV� FRPR� ´QDYLIRUPHVµ� �&DP�SPDMR�� ������� SRU� RXWUR� ODGR�� QXP� UH�FHQWH� WUDEDOKR� GH� HODERUDomR� GH� XP�Corpus de Arte Rupestre en Extremadura,, optam por uma designação mediante a WpFQLFD�²WUDoR�LQFLVR�JURVVR²�DGRSWDQGR�de seguida uma descrição dos motivos de ordem eminentemente morfológica (Collado Giraldo, 2007).

Assim, estamos perante um pro�blema de um designativo que, se por vezes envereda por argumentos de or�

Imagem 1. Mapa da Península Ibérica com ORFDOL]DomR�GD�iUHD�JHRJUiÀFD�GH�HVWXGR�

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GHP� WpFQLFD�� RXWUDV� YH]HV� DOLFHUoD�VH�em termos morfológicos ou ainda de índole tradicional ou popular. De facto, a singularidade destas gravuras acaba SRU� MXVWLÀFDU� HVWD�SURIXVmR�GH�QRPHQ�claturas. Disposta de forma isolada, a incisão fusiforme, independentemente da sua orientação, acaba por constituir apenas e só uma gravura linear e não necessariamente um motivo. Porém, di�IHUHQWHV�DVVRFLDo}HV�HQWUH�LQFLV}HV�IXVL�formes, acabam por conformar distintas morfologias, como reticulados, escalari�formes, asteriscos, ângulos, armas ou mesmo antropomorfos.

2.2.Motivos$� FRQVLGHUDomR� GH�PRWLYRV� UHYHVWH�VH��SRU�YH]HV��GH�DOJXPD�GLÀFXOGDGH��YLVWR�que se trata de uma construção bastante subjectiva, inerente à mente e à concep�tualização do próprio investigador. Esta VLWXDomR�SRGHUi�VHU�DLQGD�PDLV�LQWULQFD�da quando o objecto de estudo respeita jV� LQFLV}HV� IXVLIRUPHV�� LVWR� p�� VLPSOHV�JUDÀDV�OLQHDUHV��1HVWH�DSDUWDGR��SUHWHQ�

GHPRV� DVVLP�� UHIHULU�QRV� jV� GLIHUHQWHV�GLVSRVLo}HV�RX�DVVRFLDo}HV�TXH�VH�HVWD�EHOHFHP�QR�9DOH�GR�6DERU�HQWUH�LQFLV}HV�fusiformes.

De uma maneira geral, a iconogra�ÀD� QmR� p� SDUWLFXODUPHQWH� ULFD�� VHQGR�TXH�DV�LQFLV}HV�VH�HQFRQWUDP�GLVSRVWDV�de forma isolada ou em conjunto nas PDLV�YDULDGDV�GLUHFo}HV�RX�RULHQWDo}HV��'HVVD�IRUPD��GHSDUiPR�QRV�FRP�DOJX�PDV� DVVRFLDo}HV� HQWUH� IXVLIRUPHV�� GHV�de logo entrecruzados, paralelas, em “X”, perpendiculares, ângulos, em “V” e em “V” invertido, em cruz ou ainda VHWDV�� $V� FRQFHSo}HV� PDLV� HODERUDGDV�acabam por corresponder aos frisos de LQFLV}HV�TXH�HQFRQWUDPRV�QR�(OHPHQWR�3DWULPRQLDO� �(3������ �)LJXHLUHGR�et al., ����D��RX�QR�(3�������LVWR�p��VXFHVV}HV�de fusiformes dispostas ao longo de um PHVPR� HL[R� H� FRP� FRPSULPHQWRV� KR�mogéneos (como se de um ordenamen�to de caracteres/letras se tratassem) ou ao geométrico segmentado no interior LGHQWLÀFDGR� QR� (3� ���� �)LJXHLUHGR� H�;DYLHU������D��

,PDJHP����)ULVR�GH�IXVLIRUPHV�SUHVHQWH�QR�(3�����

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A disposição dos fusiformes é prefe�rencialmente vertical ou diagonal mar�cando uma presença muito menor as de RULHQWDomR�KRUL]RQWDO��

Reiteramos assim uma certa pobre�]D� QR� UHSRUWyULR� LFRQRJUiÀFR� GRV� VX�SRUWHV�URFKRVRV�FRP�IXVLIRUPHV�GR�6D�bor, relativamente a outros exemplares FRQKHFLGRV��DOJXQV�GRV�TXDLV�HP�WHUUL�tório nacional, como são os casos da Ro�FKD� GH�5LGHYLGHV� �6DQWRV� -~QLRU�� ������Abreu, 2007), Pedra Letreira de Góis (Nunes, Pereira e Barros, 1959), bem FRPR� R� DÁRUDPHQWR� GH� 0ROHLOLQKRV��&XQKD�� ������� QRV� TXDLV� HQFRQWUDPRV�JUDÀDV�PDLV� HODERUDGDV�� WDLV� FRPR�DQ�tropomorfos, armas, escalariformes, al�faias, utensílios agrícolas, entre outros.

3. OS SÍTIOS DO VALE DO SABOR

3.1- Distribuição2V�VtWLRV�FRP�DV�GLWDV�´XQKDGDV�GR�GLD�ERµ�QD�iUHD�GH�DIHFWDomR�GR�$+%6�HV�tão, de uma maneira geral e salvaguar�GDV� DV� H[FHSo}HV�� HQWUH� RV� TXDLV� R� (3�

������R�(3�����H�R�(3�������UHODFLRQDGRV�FRP�RV�FXUVRV�GH�iJXD�VHFXQGiULRV�GR�rio Sabor. Relativamente a aspectos de GLVWULEXLomR� H� DLQGD� TXH� QmR� VH� WHQKD�YHULÀFDGR�� DWp� DR� PRPHQWR�� XPD� UH�ÁH[mR�PXLWR�DWXUDGD�D�HVWH�UHVSHLWR��SR�GHPRV�REVHUYDU��DWUDYpV�GD�,PDJHP����uma possível divisão em dois núcleos: um primeiro, mais a jusante, contando FRP�R�(3������(3������(3������(3������(3������(3������H�(3�������GLVWULEXtGRV�entre as duas margens do Sabor e, um segundo, mais a montante, posiciona�GRV��j�H[FHSomR�GR�(3������QRV�DÁXHQ�tes da margem direita e compreenden�GR�R�(3������(3�����(3������(3������(3������H�(3�������&RPR�DFLPD�GLVVHPRV��este dois núcleos e os seus respectivos elementos patrimoniais, compreendem apenas aqueles suportes cujos fusifor�mes consistem na principal modalida�GH�UHSUHVHQWDGD��8PD�HVFDOD�GH�DQiOLVH�mais alargada, que integrasse qualquer suporte que comportasse estas gravu�ras litotrípticas, independentemente da sua representatividade, conduziria, se�

,PDJHP����0DSD�GD�DOEXIHLUD�FRP�D�ORFDOL]DomR�dos EP com fusiformes e respectivos núcleos.

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JXUDPHQWH��D�XP�DXPHQWR�VLJQLÀFDWLYR�GR�FDPSR�GH�DQiOLVH�

Gostaríamos ainda de realçar que, TXDQWR� j� LGHQWLÀFDomR�GH� QRYDV�PDWH�ULDOLGDGHV� UXSHVWUHV�� R� SDQRUDPD� HVWi�ORQJH�GH�VH�HQFRQWUDU�IHFKDGR��XPD�YH]�que as actividades de prospecção siste�PiWLFD�TXH�WLYHPRV�R�HQVHMR�GH�HIHFWXDU��ÀFDUDP� IRUoRVDPHQWH� FLUFXQVFULWDV� jV�FRWDV� GH� HQFKLPHQWR� GH� DPERV� RV� HV�FDO}HV�GR�$+%6�� FXMD�DOWLWXGH�Pi[LPD�p�GH����P��'HVVD�IRUPD��QRYDV�SURVSH�Fo}HV�HPSUHHQGLGDV�HP�ORFDLV�GH�PDLRU�altimetria poderão conduzir a um enri�quecimento do corpus detectado.

3.2- SuportesOs suportes onde se detectaram “in�FLV}HV� IXVLIRUPHVµ� SRGHP�� QXPD� SUL�meira instância, ser divididos numa ele�PHQWDU�VHSDUDomR��HQWUH�PyYHLV�H�À[RV��$LQGD�TXH�DWp�DR�PRPHQWR�QmR�WHQKDP�VLGR� UHIHULGDV�� HVWDV� JUDYXUDV� ÀJXUDP�igualmente em superfícies móveis como placas ou blocos. Relativamente jV�SODFDV��VmR�FRQKHFLGRV�DOJXQV�H[HP�plos na imensa colecção recuperada no VtWLR� SURWR�KLVWyULFR� GR� &DVWHOLQKR�� (3�149. Também na necrópole do Laranjal, EP 148, adstrita ao período medieval, a SODFD�����SHUWHQFHQWH�D�XPD�GDV�ODMHV�GH�uma sepultura, revela uma interessante FRQFHQWUDomR� GH� ´XQKDGDV� GR� GLDERµ��não se excluindo a possibilidade de se tratar de um elemento reutilizado.

Relativamente aos blocos temos o H[HPSOR� GR� (3� ����� XP�EORFR� JUDQtWL�FR� UHFROKLGR� QXP�PRLQKR� GH� iJXD� GH�FDUiFWHU� VD]RQDO� VLWXDGR� QD� PDUJHP�direita do rio Sabor. Neste bloco foram LGHQWLÀFDGRV� XP� WRWDO� GH� QRYH� FRYLQ�KDV��MXQWDPHQWH�FRP�GH]DVVHLV�LQFLV}HV�fusiformes (Figueiredo, Neves e Xavier, ����D���$�DQiOLVH�GRV�QHJDWLYRV�SHUPLWLX�descortinar o emprego de instrumentos PHWiOLFRV�WLSR�HVFRSUR�RX�SRQWHLUR��SHOR�TXH��QHVWH�FDVR�SDUWLFXODU��R�PHOKRU�GH�VLJQDWLYR�SDUD�FODVVLÀFDU�RV�IXVLIRUPHV��

VHUi� SUHFLVDPHQWH� R� GH� ´DÀDGRUHVµ�� e�sabido que, de modo a produzirem da IRUPD�SUHWHQGLGD��DV�PyV��TXDQGR�ÀFD�YDP�GHPDVLDGR�SROLGDV��WLQKDP�GH�VHU�picadas para voltarem a adquirir a ca�pacidade de moagem. Podemos assim HVWDU�SHUDQWH�XPD�URFKD�RQGH�VH�DÀDYD�o instrumento que serviria depois para picar as mós (idem, ibidem).

Dirigindo agora a nossa atenção SDUD�RV�VXSRUWHV�À[RV��DVVLVWLPRV�D�XPD�TXDVH�HTXLSDUDomR�HQWUH�DEULJRV�H�DÁR�ramentos ao ar livre, compreendendo os primeiros 42% do total, com os se�gundos a rondarem os 50%, os quais podem ainda ser de disposição vertical RX�KRUL]RQWDO��5HODWLYDPHQWH�D�HVWHV�~O�timos e no âmbito do estudo praticado no AHBS, temos a assinalar apenas um exemplar, nomeadamente o EP 215, dis�tinto dos seus congéneres verticais, em DVSHFWRV� FRPR� D� VLWXDomR� WRSRJUiÀFD��dimensão e composição dos fusiformes, EHP�FRPR�QR�TXH�j�URFKD�VXSRUWH�UHV�SHLWD��WUDWDQGR�VH�GH�XP�[LVWR�GH�FROR�ração mais escura e de maior dureza, quando comparado com o presente nos DEULJRV�H�DÁRUDPHQWRV��

$LQGD�UHODWLYDPHQWH�D�DÁRUDPHQWRV�gravados, podemos observar uma gran�GH�VLPLOLWXGH�HQWUH�R�(3�����H�R�(3�������JUDQGHV� SDUHG}HV� YHUWLFDLV� VLWXDGRV�MXQWR� DR� OHLWR� GH� ULEHLUDV� VHFXQGiULDV��ambos detentores de mais de trinta su�perfícies gravadas (algumas das quais a mais de dois metros de altura) e onde os frisos de fusiformes são a princi�pal característica quanto ao reportório gravado. Por outro lado, nos abrigos, YHULÀFDPRV� WDPEpP� XPD� HQRUPH� VL�militude entre o EP 109 (Figueiredo et al., 2011a) e o EP 202, ao qual se pode�Ui�HYHQWXDOPHQWH�DFUHVFHQWDU�R�(3�����(Figueiredo et al., 2011b). Os pontos de contacto respeitam, desde logo às suas ORFDOL]Do}HV�HP�]RQDV� LQWULQFDGDV�H�VL�nuosas das respectivas ribeiras, e onde DV�LQFLV}HV�IXVLIRUPHV��FRPSDUWLOKDP�DV�

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iUHDV�JUDYiYHLV��j�H[FHSomR�GR�(3������FRP�UHVWRV�GH�SLQWXUD�PRQRFURPiWLFD�

3.3- Os Fusiformes e as Outras Técnicas1DV� URFKDV� TXH� WHPRV� YLQGR� D� UHIHULU�D� LQFLVmR� IXVLIRUPH� DVVXPH�VH� FRPR�a técnica dominante. Esta, por vezes, é omnipresente, como são os casos do EP 589 e EP 590 (Figueiredo, Neves e Xavier, 2011b), porém, noutros casos, FRPR� RV� Mi� FLWDGRV� (3� ���� H� (3� �����SDUWLOKD� R� UHSRUWyULR� LFRQRJUiÀFR� FRP�D�SLQWXUD�PRQRFURPiWLFD��2XWUD�FRDEL�tação igualmente comum são os fusifor�mes com picotados. Estes podem surgir LVRODGRV�� FRPR� QDV� SUySULDV� LQFLV}HV�ou “invadindo” o próprio sulco, como constituem excelentes exemplos o EP ����H�R�(3�������7DPEpP�R�EORFR�FRUUHV�SRQGHQWH� DR� (3� ����� FRPSRUWD�� FRPR�YLPRV�� QRYH� FRYLQKDV� UHVXOWDQWHV� GD�aplicação da técnica de picotagem.

Um dos casos mais singulares diz UHVSHLWR�jV�DVVRFLDo}HV�YHULÀFDGDV�FRP�LQFLV}HV� ÀOLIRUPHV�� WDQWR� QR� FDVR� GHV�tas conformarem outros motivos ou JUDÀDV�� FRPR� TXDQGR� VH� HQFRQWUDP� D�ladear os fusiformes. Na primeira das VLWXDo}HV�PHQFLRQDGD��WHPRV�R�LQWHUHV�VDQWH�FDVR�GR�(3������FXMRV� IXVLIRUPHV�se localizam, grosso modo, nos painéis de PDLRU�QRWRULHGDGH�UHOHJDQGR�RV�ÀOLIRU�mes, para superfícies mais recônditas e GH�PDLV�LQWULQFDGD�LGHQWLÀFDomR�

1D� VHJXQGD� GDV� VLWXDo}HV�PHQFLR�QDGDV��RV�ÀOLIRUPHV�SRGHUmR�VHU�HQWHQ�didos enquanto estrias de execução, isto é, resultando directamente da rea�OL]DomR� GRV� IXVLIRUPHV� �FRQVHTXrQFLD�directa do movimento repetido da téc�QLFD�DEUDVLYD���QXP�SURFHVVR�TXH�VHULD��PDLV� RX� PHQRV�� LQYROXQWiULR�� 1RXWUD�SHUVSHFWLYD�� HVWHV� WUDoRV� PXLWR� ÀQRV�podem, ao invés de acidentais, serem plenos de intencionalidade, procuran�do conferir maior destaque ou signi�ÀFDGR� jV� LQFLV}HV� IXVLIRUPHV� TXH� DV�apresentassem. Entre outros, o EP 2108,

DVVLP� FRPR� R� (3� ����� �)LJXHLUHGR� H�'RPtQJXH]�*DUFtD��������VmR�SUyGLJRV�QHVWDV� PDQLIHVWDo}HV�� DV� TXDLV� HVWmR�perfeitamente ausentes, por exemplo, no EP 109 e EP 589. Não descartamos DLQGD� D� SRVVLELOLGDGH� GH� WDLV� LQFLV}HV�ÀQDV� HVWDUHP� UHODFLRQDGDV� FRP� R� WLSR�GH�[LVWR��HYLGHQFLDQGR�VH�PDLV�SHUDQWH�XP�VXSRUWH�PDLV�GXUR�H�PHQRV�IULiYHO��Contudo a ausência de um estudo lito�OyJLFR�H�SHWURJUiÀFR�QmR�SHUPLWH��SDUD�Mi��D�YDOLGDomR�GH�WDLV�VXSRVLo}HV�

Igualmente presentes são as asso�FLDo}HV�FRP�LQFLV}HV�WpQXHV��WtSLFDV�GDV�LPDJHQV� UXSHVWUHV� GD� KLVWyULD� UHFHQWH�do Vale do Sabor, particularmente do período moderno e contemporâneo. &DUDFWHUL]DP�VH� SHOR� VHX� FDUiFWHU� VX�SHUÀFLDO��DXVrQFLD�GH�VXOFR�H�SURIXQGL�dade no traço, conformando uma técni�ca de gravação pouco intrusiva. Neste contexto, é de particular relevância o EP ����¶�)LJXHLUHGR��1HYHV�H�;DYLHU���������no qual os fusiformes se posicionam QD�EDVH�GR�DÁRUDPHQWR��ÀFDQGR�D�iUHD�intermédia e superior “destinada” às marcas recentes, postulando momentos cronológicos distintos e, de certo modo, ´UHVSHLWRµ�H�GHIHUrQFLD�SHODV�JUDYDo}HV�mais ancestrais.

3.4- Sondagens ArqueológicasNo domínio dos estudos de Arte Ru�pestre desenvolvidos no AHBS, além de todo um leque de registos incidindo VREUH�DV�PDQLIHVWDo}HV�JUDYDGDV��IRUDP�ainda levadas a cabo, sempre que julga�GR�SHUWLQHQWH�H�RX�YLiYHO��XP�FRQMXQWR�de sondagens diagnóstico em determi�nados elementos patrimoniais. O esta�GR�GR�FRQKHFLPHQWR�DOJR�GLIXVR�H�QHEX�loso no que aos fusiformes concerne e a HYHQWXDOLGDGH�GH�R�PHVPR�YLU�D�FRQKH�FHU�DOJXPD�FODULÀFDomR��FRQGX]LX�D�TXH�WUrV� URFKDV�DEULJRV� RQGH� HVWDV� JUDÀDV�assumem particular destaque fossem intervencionados: EP 202, EP 589 e EP ����

Do ver ao compreender as gravuras “fusiformes” do Vale do Sabor

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A este respeito, devemos recordar a execução de uma sondagem no abrigo 5 das Fragas do Diabo (conjunto de seis DEULJRV�FXMD�SULQFLSDO�LFRQRJUDÀD�UHJLV�WDGD� VmR� XQKDGDV� GR� GLDER��� VLWXDGDV�HP� 0RJDGRXUR�� 7UiV�RV�0RQWHV�� �/H�PRV�H�0DUFRV�������. Aqui, adicionado D�DOJXQV� WHUPRFODVWRV� H�GXDV�PDQFKDV�GH� WHUUD� ²DR� TXH� WXGR� LQGLFD� YHVWtJLRV�GH� XPD� DQWLJD� ODUHLUD��� IRUDP� UHFROKL�dos dois fragmentos de quartzo, pos�VLYHOPHQWH� WDOKDGRV�� H� RXWURV� GRLV� GH�cerâmica, aparentemente de fabrico manual, embora o seu reduzidíssimo WDPDQKR� QmR� WHQKD� SHUPLWLGR� HVFODUH�cer esta última questão. Com bastantes reservas foi avançada uma cronologia DGHQWUR�GD�3URWR�+LVWyULD��QXP�HVWiGLR�LQGHÀQLGR� GD� ,GDGH� GR� %URQ]H� �LGHP��ibidem).

As sondagens por nós realizadas QmR�SURSRUFLRQDUDP�D� LGHQWLÀFDomR�GH�TXDLVTXHU�QtYHLV� HVWUDWLJUiÀFRV�SUHVHU�

vados, saindo goradas as expectativas de se estabelecer um contexto de rea�lização/gravação das gravuras fusifor�PHV�� 1R� (3� ����� QD� 8�(�� >���@�� IRUDP�recuperadas duas placas nas quais se REVHUYDP�D�SUHVHQoD�GH�DOJXPDV�OLQKDV��3RUpP�� R� FDUiFWHU� G~ELR� GHVWHV� WUDoRV�QmR� SHUPLWLX� FKHJDU� D� XPD� FRQFOXVmR�VHJXUD�GH�TXH�VH�WUDWDULDP�GH�JUDYDo}HV�antrópicas intencionais ou de estrias de corte (Figueiredo et al., 2011b). Por sua YH]�� QR� (3� ����� IRUDP� UHFROKLGRV� VHWH�peças líticas, dois fragmentos de cerâ�mica manual, novamente em unidades HVWUDWLJUiÀFDV�SHUWXUEDGDV�� LPSHGLQGR�qualquer relação com o reportório ar�WtVWLFR�GR�DÁRUDPHQWR��)LJXHLUHGR�et al., �������

$LQGD� TXH� RXWUDV� H[SOLFDo}HV� WHQ�KDP�VLGR�IRUPXODGDV��HVWDPRV�FRQYHQ�FLGRV�GH�TXH�D�SUR[LPLGDGH�GDV�URFKDV�acima mencionadas para com os cursos GH�iJXD�D�TXH�VH�HQFRQWUDP�VXEMDFHQWHV��IDFWR�TXH�DV�WRUQD�EDVWDQWH�VXVFHSWtYHLV�D�OHLWRV�GH�FKHLD�H��FRQVHTXHQWHPHQWH��D�TXH�SHOR�PHQRV�SDUWH�GR�VHX�HQFKLPHQ�to seja lavado e arrastado pela própria FRUUHQWH�� ��FRQVWLWXD�R�DUJXPHQWR�PDLV�YiOLGR�SDUD�D�LQH[LVWrQFLD�GH�QtYHLV�FRQ�servados e para a sóbria recuperação de espólio arqueológico (Figueiredo et al., 2011b). Noutra esfera de ideias, WDO� FHQiULR� ´GHVRODGRUµ� SRGHULD� HVWDU�relacionado com a própria funcionali�GDGH�VLPERORJLD� GR� ORFDO�� WUDWDQGR�VH�estes sítios de meros locais de passa�gem e não propriamente de ocupação, onde teriam lugar actos de gravar pe�dra, imbuídos ou não de alguma impli�cância simbólica ou ritual, mas onde a permanência seria, em regra, exígua, e assim pouco propícia à acumulação e deposição de evidências.

4. ALGUNS PARALELOS IBÉRICOS

Uma lista exaustiva dos possíveis pa�UDOHORV� LEpULFRV� SDUD� DV� PDQLIHVWDo}HV�

,PDJHP����7UDEDOKRV�GH�HVFDYDomR�QR�(3�����

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LGHQWLÀFDGDV�QR�9DOH�GR�6DERU�QmR�WHP�lugar na exiguidade e no alcance des�te artigo. Assim, esta exposição tem de ser necessariamente curta, relegando SDUD� R� IXWXUR� XP� URO� PDLV� GHWDOKDGR�em ulteriores desenvolvimentos deste WUDEDOKR�

No território português é sobretudo QDV� UHJL}HV� GH� 7UiV�RV�0RQWHV� H� %HLUD�Alta que nos deparamos com suportes com fusiforme. Relativamente a esta última podemos referenciar a Pedra Letreira de Góis (Nunes, Pereira e Ba�UURV��������H�0ROHOLQKRV��&XQKD���������que consubstanciam as referências mais antigas às quais se vieram a adicionar, mais recentemente, a Fraga Marcada (Figueiredo e Figueiredo, 2008), a Pedra das Letras (Henriques e Caninas, 2009) e ainda as gravuras rupestres de Cabris �������� e�� FRQWXGR�� HP�7UiV�RV�0RQWHV�TXH�HVWDV�LQFLV}HV�FRQKHFHP�XPD�PDLRU�expressão, desde logo através dos Abri�JRV�GDV�$JXoDGHLUDV��6DQFKHV���������RV�DEULJRV� GH� 9DOH� GH� (VSLQKHLURV� �idem, ibidem���9DOH�GH�3DOKHLURV��idem, ibidem) RX�RV�Mi�PHQFLRQDGRV�$EULJRV�GDV�)UD�JDV� GR� 'LDER� �/HPRV� H�0DUFRV�� ������6DQFKHV�� ������� D� 5RFKD� GR� 3UDGR� GD�Rodela (idem, ibidem), bem como o fami�JHUDGR�$EULJR�GD�6ROKDSD��HP�0LUDQGD�do Douro, com uma grande variedade GH�PRWLYRV��GHVGH� LQFLV}HV� IXVLIRUPHV��D� FRYLQKDV�� KDOWHULIRUPHV� H� ]RRPRUIRV��0RXULQKR�� ������� 0DLV� UHFHQWHPHQWH�IRL� LGHQWLÀFDGR� R� GHQRPLQDGR�$EULJR�da Foz do Tua (Teixeira, Valdez e San�FKHV�� ����), combinando fusiformes FRP�SLQWXUD�HVTXHPiWLFD��

1D�YL]LQKD�(VSDQKD��QmR�VmR�LJXDO�mente parcos os sítios com fusiformes. $OpP�GDTXHOHV�TXH�Mi�WLYHPRV�D�RSRUWX�nidade de mencionar acima, não pode�mos deixar de referir os dois complexos UXSHVWUHV�GH� OD�=HSD�GH� OD�6HUHQD�H�GD�Comarca de las Hurdes (Collado e Gar�FtD� &RRUGV�� ������ 6HYLOODQR� H� %pFDUHV�1997, 1998), bem como o monumental

conjunto de abrigos de Pena Cabrera, HP�&DVDEHUPHMD��0iODJD��ORFDO�RQGH�DV�LQFLV}HV� IXVLIRUPHV�VH�DVVRFLDP�D� WRGR�um enorme leque de motivos adscritos j�SLQWXUD� HVTXHPiWLFD� �0HGLQD�/DUD� H�Barroso Ruíz, 1982). Um dos casos mais VLQJXODUHV� SUHQGH�VH� FRP� R� DEULJR� GH�La Viña (Astúrias), onde nas suas pa�redes exteriores foram detectadas “in�FLV}HV�SURIXQGDV�JHUDOPHQWH�YHUWLFDLVµ�H� TXH� SDUHFHP� UHPRQWDU� DR� $XULQKD�cense (Fortea, 1994), visto que algumas GDV� LQFLV}HV� VH� HQFRQWUDYDP� FREHUWDV�por estratos arqueológicos, pertencente ao Solutrense Antigo (idem, ibidem).

O limitado alcance deste artigo não permite o desenvolvimento de uma re�ÁH[mR�D�SURSyVLWR�GH�FURQRORJLDV��&RQ�tudo, não podemos deixar de realçar que, relativamente à cronologia, estes motivos, conferem alguns problemas no momento de enquadrar este tipo GH� PDQLIHVWDo}HV� QXPD� IDVH� WHPSRUDO�concreta. Ainda que para a generalida�de dos autores, a gravação deste tipo de motivos se encontre atribuída num grande intervalo de tempo representa�GR� SHOD� 3Up�+LVWyULD� 5HFHQWH�� j� YROWD�do III milénio a. C, entre o Calcolítico e a Idade do Ferro, a verdade, porém, é que os motivos fusiformes aparecem em outros contextos muito diferentes que fazem recuar as cronologias até períodos muito antigos do Paleolítico 6XSHULRU��$VVLP� VHQGR�� R� PDLV� SURYi�YHO� p� HVWDUPRV� SHUDQWH� PDQLIHVWDo}HV�transversais no tempo, presentes desde D� 3Up�+LVWyULD� DWp� j� DFWXDOLGDGH�� j� VH�PHOKDQoD�DOLiV��GDV�FRYLQKDV�

5. BREVES CONSIDERAÇÕES FINAIS

'DGR� TXH� R� WUDEDOKR� GD� HTXLSD� GH�Arte Rupestre, no âmbito do AHBS se encontra ainda em desenvolvimento, neste momento, são mais as dúvidas e DV�TXHVW}HV�TXH�VH�FRORFDP�GR�TXH�SUR�

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priamente dados conclusivos, no que às gravuras fusiformes respeita.

Dessa forma, o remate possível des�te artigo passa, sobretudo, pela indi�cação de algumas vias de investigação que pretendemos seguir e desenvolver futuramente. Desde logo pretendemos aprofundar as eventuais diferenças/VHPHOKDQoDV�HQWUH�DEULJRV�H�DÁRUDPHQ�tos e, no seio destes, entre os de dispo�VLomR� YHUWLFDO� H� KRUL]RQWDO�� 1HVWD� IDVH��estamos convencidos que respondem a propósitos distintos, ainda que não ne�cessariamente cronológicos. No mesmo sentido, urge investigar a relação de tão singulares “monumentos” rupestres FRP� DV� ULEHLUDV� VHFXQGiULDV� GR� 6DERU��bem como a circunstância insólita de, no caso do EP 2108, encontrarmos su�perfícies gravadas localizadas a quase três metros de altura relativamente ao nível do solo.

Relativamente a aspectos cronológi�FRV�H�DLQGD�TXH�HVWH�WH[WR�QmR�VH�WHQKD�FHQWUDGR�VREUH�HVWH�DVSHFWR��SDUHFH�QRV�TXH�VH�HQFRQWUD�EHP�GHÀQLGD�D�HQRUPH�

transversalidade e diacronia apensa a HVWDV�UHSUHVHQWDo}HV��SHOR�TXH��DR�LQYpV�de puder ser encarado como “fóssil di�UHFWRUµ�GH�TXDOTXHU�SHUtRGR�HVSHFtÀFR��a cronologia dos fusiformes tem de ser HQFDUDGD�H�GHVFRGLÀFDGD��DWHQGHQGR�DR�FRQWH[WR� �JHRJUiÀFR�� SDLVDJtVWLFR�� HV�WLOtVWLFR� H�� FODUR� HVWi�� DUTXHROyJLFR�� HP�que se encontram inseridos.

Gorados que foram os nossos es�forços para constituir um quadro cro�QR�FXOWXUDO�GH�JUDYDomR�SDUD�RV�IXVLIRU�mes, recordando os escassos resultados GDV� VRQGDJHQV�� DV� TXHVW}HV� GH� tQGROH�interpretativa terão de passar, forçosa�mente, pela tentativa de estabelecimen�WR�GH�DOJXPDV�UHODo}HV�FRQWH[WXDLV��6DO�YDJXDUGDGDV�DOJXPDV�H[FHSo}HV��FRPR�R�(3� ����� LQVHULGR�� VHP�JUDQGHV�G~YL�das, num período contemporâneo, de�fendemos, não sem algumas reservas, que a maioria dos EP do Vale do Sabor, SRGHUmR�VHU�HQTXDGUDGRV�QD�3URWR�+LV�tória, sobretudo a tríade consubstancia�GD�QR�(3������(3�����H�(3�������

Imagem 5. Perspectiva do EP 2108.

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A proximidade física detida para FRP�R�(3�����¶&DVWHOLQKR·��VtWLR�IRUWLÀFD�do da Idade do Ferro, e as particulares UHODo}HV�YLVXDLV�SDUD�FRP�HVWH�H[LVWHQ�tes a partir do EP 215 (como se um pos�to de vigia se tratasse), constituem bons indícios para a inclusão dos fusiformes naquele período. Por outro lado, o re�SRUWyULR�LFRQRJUiÀFR�GHVWDV�WUrV�URFKDV��não é susceptível de grandes conjectu�UDV� TXH� VXSRUWHP� HVWD� KLSyWHVH�� DLQGD�TXH� QR�(3� ����� H� QR�(3� ����� DOJXPDV�LQFLV}HV� VH� FRQMXUHP� IRUPDQGR� VHWDV��ÀFDQGR�D�G~YLGD�VH�HVWDV�DGPLWHP�XPD�leitura cinegética (enquanto armas) ou apenas morfológico e descritivo. No mesmo sentido, os frisos de fusiformes presentes em cada um dos exemplos ci�WDGRV��VmR�HTXLSDUiYHLV�D�DOJXQV�H[HP�SODUHV� GHWHFWDGRV� QD� &HUGDQKD�� FXMRV�mais antigos são atribuíveis à 2º Idade do Ferro e dos quais se proclama uma associação com a escrita ibérica (Camp�PDMR��������&DPSPDMR�H�&UDERO, 2009).

Relação idêntica sucede entre o EP �����H�R�(3������¶3RYRDGR�GD�4XLQWD�GH�&UHVWHORV·��DRV�TXDLV�VH�SRGHUi��SRUYHQ�WXUD��DFUHVFHQWDU�R�(3�����H�R�(3��������igualmente atribuível à Idade do Ferro H� GH� FRQWRUQRV� VHPHOKDQWHV� GR� &DVWH�OLQKR��VHQGR�TXH��XPD�YH]�PDLV��R�FRQ�texto, para os suportes gravados, é for�QHFLGR�SRU�XP�VtWLR�IRUWLÀFDGR�VLWXDGR�na margem oposto do Rio Sabor. Com efeito, no interior do dito povoado, fo�UDP� GHVSLVWDGRV� GRLV� DÁRUDPHQWRV� RV�TXDLV� FRPSRUWDP� LQFLV}HV� IXVLIRUPHV��QRPHDGDPHQWH�R�(3������H�(3�������

$� IHFKDU� JRVWDUtDPRV�GH� UHIRUoDU� D�necessidade de se obterem contextos DUTXHROyJLFRV� ÀiYHLV� GHVWDV� PDWHULD�lidades através da execução de sonda�JHQV� H� HVFDYDo}HV�� SUHIHUHQFLDOPHQWH��HP� DEULJRV�DÁRUDPHQWRV� D� FRWDV�PDLV�elevadas e mais afastados de cursos de iJXD�� PLQRUDQGR� RV� SRVVtYHLV� HIHLWRV�destes agentes naturais de transporte e erosão de sedimentos.

AGRADECIMENTOS

Os autores gostariam de agradecer a EDP, entidade promotora do Aprovei�tamento Hidroeléctrico do Baixo Sabor, D�%DL[R�6DERU�$&(���2GHEUHFKW��%HQWR�3HGURVR� FRQVWUXo}HV�6�$�� H�/HQD� FRQV�WUXo}HV�� FRQVyUFLR� FRQVWUXWRU�� DR� JHy�grafo João Monteiro pela elaboração da FDUWRJUDÀD�H�DR�IRWyJUDIR�$GULDQR�%RU�JHV�SHOD�FHGrQFLD�GDV�IRWRJUDÀDV�

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