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UNIVERSIDADE FEDERAL RIO GRANDE DO NORTE CENTRO DE BIOCIÊNCIAS DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA MEGAFAUNA EPIBENTÔNICA DA PRAIA DE BAÍA FORMOSA, RIO GRANDE DO NORTE. ANA CARLA GREGOLIN MENDES Natal 2014

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UNIVERSIDADE FEDERAL RIO GRANDE DO NORTE

CENTRO DE BIOCIÊNCIAS

DEPARTAMENTO DE OCEANOGRAFIA E LIMNOLOGIA

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA MEGAFAUNA EPIBENTÔNICA DA

PRAIA DE BAÍA FORMOSA, RIO GRANDE DO NORTE.

ANA CARLA GREGOLIN MENDES

Natal

2014

Monografia apresentada como

requisito parcial à obtenção do grau

de Bacharel em Ciências Biológicas da

Universidade Federal do Rio Grande

do Norte.

Orientação: Profª. Dra. Tatiana Silva

Leite

Co-orientação: Prof. Dr. Fúlvio Freire.

ANA CARLA GREGOLIN MENDES

VARIAÇÃO ESPAÇO-TEMPORAL DA MEGAFAUNA EPIBENTÔNICA DA

PRAIA DE BAÍA FORMOSA, RIO GRANDE DO NORTE.

Natal

2014

SUMÁRIO

LISTA DE FIGURAS.....................................................................................................ii

LISTA DE TABELAS....................................................................................................iii

1.INTRODUÇÃO............................................................................................................6

2.OBJETIVOS.................................................................................................................8

2.1.Objetivo Geral.........................................................................................................8

2.2.Objetivos Especificos ..............................................................................................8

3.METODOLOGIA.........................................................................................................9

3.1.Área de Estudo........................................................................................................9

3.2.Coletas......................................................................................................................9

3.3.Laboratório............................................................................................................10

3.4.Analises Estatísticas..............................................................................................10

4.RESULTADOS ...........................................................................................................12

5.DISCUSSÃO ..............................................................................................................23

6.CONSIDERAÇÕES FINAIS.....................................................................................27

REFERENCIAS.............................................................................................................28

LISTA DE FIGURAS

Figura 1: Localização da área de estudo enfatizando as estações de coleta e a influencia

do rio Cunhaú na porção mais ao norte da costa. Fonte: ALENCAR et al, 2014.

Figura 2: Precipitação acumulada por mês, medida no posto: Baía Formosa

(prefeitura). Gráfico baseado em dados da EMPARN.

Figura 3: Representação gráfica do percentual de indivíduos coletados e biomassa

relativa dos filos.

Figura 4: Número total de indivíduos dos táxons e/ou morfotipos mais abundantes

(acima de 10 indivíduos) nas amostragens de abril/2013 a março 2014.

Figura 5: Biomassa total dos táxons e morfotipos mais representativos (acima de 50

gramas) nas amostragens de abril/2013 a março/2014.

Figura 6: Variação temporal da abundância e biomassa totais durante o período do

estudo.

Figura 7: Dispersão da abundância e biomassa totais em relação à precipitação durante

os meses do estudo.

Figura 8: Comparação das médias de biomassa total para as estações chuvosa e seca

durante o período de estudo.

Figura 9: Variação sazonal dos índices de diversidade (Shannon), riqueza (Margalef) e

dominância ao longo do período de amostragem.

Figura 10: Variação mensal na abundância dos táxons dominantes.

Figura 11: Variação temporal na abundância relativa dos táxons dominantes.

Figura 12: Variação espacial do número total de indivíduos e biomassa conforme a

proximidade do estuário do Rio Cunhaú.

Figura 13: Variação espacial índices de diversidade (Shannon), riqueza (Margalef) e

dominância ao longo do período de amostragem.

Figura 14: Variação espacial na abundância relativa dos táxons dominantes

LISTA DE TABELAS

Tabela 1: Táxons de invertebrados bentônicos registrados em Baía Formosa e suas

abundancias (número total) e biomassas (gramas).

1.INTRODUÇÃO

Os organismos bênticos de regiões costeiras, principalmente nas áreas mais rasas

da plataforma, apresentam grande importância econômica e ecológica. Isto se dá tanto

pela sua participação na reciclagem de nutrientes e matéria orgânica depositada, quanto

pela sua utilização como itens alimentares pelo homem ou por peixes demersais de

importância econômica (Caddy, 1989). Crustáceos, equinodermas, corais, esponjas e

moluscos são os táxons de invertebrados que incluem o maior numero de espécies

encontradas nesses ambientes, e possuem como características gerais a baixa ou

nenhuma motilidade e vida relativamente longa (Soares-Gomes et al., 2009).

A comunidade faunística habitante dos fundos inconsolidados é estruturada pela

interação de fatores abióticos, biológicos e influências antrópicas (Amaral, 2011). A

hidrodinâmica, tipo de sedimento, salinidade, temperatura e poluição influenciam a

distribuição das assembleias bentônicas. Da mesma forma, o ciclo de vida dos

organismos e as interações biológicas são componentes que explicam flutuações de

espécies no espaço e no tempo (Peroni & Hernández, 2011).

Nos ambientes estuarinos ocorre uma ligação entre as águas interiores e o mar,

de forma que os mesmos sofrem influencia das marés e apresentam fortes gradientes

ambientais, desde águas doces próximos a sua cabeceira, águas salobras, e águas

marinhas próximas a sua desembocadura. Tais variações de salinidade acarretam na

variação da composição de espécies e riqueza diminuída. Organismos que vivem em

estuários estão sujeitos a estes gradientes e apresentam diversas estratégias para

sobreviver. Por exemplo, os crustáceos decápodes são capazes de osmorregular e estão

distribuídos por toda a região, já os equinodermos ocupam a zona mais marinha do

estuário e os gastrópodes fecham as conchas mediante a diminuição da salinidade

(Little, 2009).

A estrutura da comunidade animal refere-se aos atributos da sua composição,

abundância e diversidade de espécies. Assim, parâmetros usados na descrição da

estrutura da comunidade bentônica incluem: abundância ou densidade de algumas

espécies em relação às outras, frequência de ocorrência de uma espécie que é expressa

como uma porcentagem e a diversidade ou número de espécies encontradas. A possível

exclusão de determinadas espécies por atividades antrópicas, como a pesca de arrasto,

reflete no decréscimo da riqueza e diversidade específica, e pode alterar a distribuição e

a estrutura da comunidade faunística epibentônica (Reiss e Kroncke, 2004; Rábago-

Quiroz, 2011; DFO, 2012).

Teorias indicam que tanto a densidade como a biomassa de invertebrados

bênticos de plataformas tropicais e subtropicais tendem a ser reduzidas, com exceção

das áreas de ressurgência, onde a produção primária é mais elevada (Soares-Gomes et

al., 2009). Um estudo realizado por Vanin (1993) constatou que ocorre um aumento na

biomassa e abundância de organismos bentônicos no litoral de São Paulo nos períodos

de primavera – verão, devido a processos físicos como a entrada de frentes frias e

ressurgências. Outros estudos realizados no sul e sudeste do Brasil também

evidenciaram o registro de valores mais elevados de abundância e biomassa em meses

com temperaturas mais altas (Branco & Fracasso, 2004; Santos et al., 2000, Kotas,

1998). Sugere-se que para grandes invertebrados epibênticos ocorre um aumento na

diversidade em latitudes tropicais. Entretanto, segundo Lana (1996) em fundos arenosos

do nordeste do Brasil a biodiversidade é baixa com uma predominância de moluscos,

equinodermos e crustáceos.

Entre os aspectos antrópicos que afetam a fauna bentônica, as pescarias de

arrasto estão entre os mais frequentes. As redes de arrasto são pouco seletivas, causam

perturbações no fundo marinho, o deslocamento dos animais e impactos sobre o

recrutamento de juvenis, exercendo alterações na estrutura da comunidade dos

organismos bênticos (Duarte,2012). Analises dos dados relativos à epifauna capturada

acidentalmente na América do Norte - Canadá, Califórnia e Carolina do Norte - indicam

que as comunidades bentônicas em áreas intensamente exploradas pela pesca passam a

ser caracterizadas por grande abundância de organismos de pequeno porte ao invés

de espécies de elevada biomassa (Reiss e Kroncke, 2004; Rábago-Quiroz, 2011; DFO,

2012). Também se pode constatar que as atividades e o aumento da pressão de

exploração dos recursos sobre os ecossistemas costeiros ocasionam alterações na

dinâmica dos animais, afetando a qualidade do ambiente e a própria manutenção da

pesca (McConnaughey et al. 2000).

No estado do Rio Grande do Norte, com a faixa litorânea de 400 km divididos

em 25 municípios, a pesca de camarão ocorre do litoral norte ao sul, realizada em lagoas

com canoas ou em praias com o uso de barco a motor. Dentre as praias do litoral sul,

Baía Formosa destaca-se pela atividade que tem como características o uso de

embarcações de madeira, com casaria localizada na popa do convés, geralmente

tripuladas por dois pescadores e um motorista. As embarcações são menores que 12

metros e operam com apenas uma rede de arrasto, realizando viagens diárias com dois

arrastos com duração de 4 horas cada.

Sendo este tipo de modalidade pesqueira recorrente na localidade de Baia

Formosa, e considerando os possíveis impactos desta atividade sobre a comunidade

bentônica, mostra-se de grande importância caracterizar a variação espaço-temporal da

megafauna epibêntica de fundos inconsolidados nesta região.

2.OBJETIVOS

2.1.Objetivo geral:

Caracterizar a distribuição espaço-temporal da epifauna bentônica de fundo

inconsolidado na praia de Baía Formosa/RN.

2.2.Objetivos específicos:

Identificar os principais grupos de invertebrados da epifauna bentônica da região

Analisar a estrutura da comunidade bentônica em relação às estações seca e

chuvosa.

Verificar a distribuição dos diferentes grupos identificados em relação à

proximidade do estuário.

3.METODOLOGIA

3.1.Área de estudo

A praia de Baía Formosa encontra-se a 90 km da capital, no extremo sul do

litoral oriental do estado, a 6° 22’ 10” de latitude sul e 35° 00’ 28 ” de longitude

oeste . Segundo o IDEMA (2014) o clima da área é do tipo tropical úmido,

caracterizado por ocorrência de chuvas entre janeiro e agosto. A temperatura média

anual é de 27,3 °C com máxima de 29,6 °C e mínima de 23,9 °C. A maré apresenta

características semi-diurnas com a variação média das marés de sizígias de cerca de

2.30m e das marés de quadratura, de cerca de 0,85 m. As correntes de maré são mais

fortes nas vazantes de inverno, período este caracterizado por chuvas intensas. Na divisa

com o município de Canguaretama deságua o rio Cunhaú que devido à proximidade da

praia de Baía Formosa pode ter influencia na dinâmica oceanográfica desta localidade.

A economia da região baseia-se na agricultura e pesca (Freire, 2012).

3.2.Coletas

Para este estudo foi utilizado o material coletado, durante o Projeto “ESTUDO

DA DINÂMICA POPULACIONAL DOS CAMARÕES MARINHOS DE INTERESSE

ECONÔMICO NO LITORAL DO ESTADO DO RIO GRANDE DO NORTE COM

ÊNFASE NA ESPÉCIE XIPHOPENAEUS KROYERI (HELLER, 1862)

(CRUSTACEA, DECAPODA, PENAEIDAE).”, desenvolvido pelo Grupo de Estudos

em Ecologia e Fisiologia de Animais Aquáticos – GEEFAA/UFRN, sob a coordenação

do Prof. Dr. Fúlvio Aurélio de Morais Freire.

A amostragem da epifauna de invertebrados constou de 12 campanhas mensais,

realizadas durante o período de abril de 2013 a março de 2014, no litoral de Baia

Formosa. As operações de lançamento e recolhimento foram feitas manualmente pela

equipe do barco, composta por cinco integrantes do laboratório e os pescadores.

Os arrastos foram realizados entre 5 e 20m de profundidade da plataforma

continental em 6 transectos paralelos a costa, percorridos por 20 minutos, a uma

velocidade média de 1,08 nós. Os pontos de coleta foram predefinidos com o auxilio de

um GPS, visando duas áreas, uma próxima e outra distante da influencia do estuário do

rio Cunhaú. A arte de pesca utilizada consistiu na rede de arrasto com portas, empregada

na pesca comercial de camarão, a qual possui a malha do saco em torno de 25 mm.

Ainda a bordo, ocorreu uma triagem prévia dos táxons logo após o recolhimento

da rede. As amostras foram colocadas em sacos plásticos, etiquetadas - conforme o

trasecto amostrado - e armazenadas em recipiente de isopor resfriado com gelo.

Dados pluviométricos foram obtidos no site da Empresa de Pesquisa

Agropecuária do Rio Grande do Norte (EMPARN), em que foram utilizados os dados

de precipitação acumulada por mês nos anos de 2013 e 2014 para Baía Formosa.

Figura 1: Localização da área de estudo enfatizando as estações de coleta e a influencia

do rio Cunhaú na porção mais ao norte da costa. Fonte: ALENCAR et al, 2014.

3.3.Laboratório

Em laboratório, ocorreu a triagem dos exemplares por grandes grupos – e

morfotipos, que foram contados, pesados e fixados em álcool 70%. A identificação dos

espécimes foi realizada mediante a consulta de bibliografias especializadas (Rios, 2009;

Thomé et al, 2004; Clark & Downey, 1992; Matthews-Cascon, 2006; Absalão &

Pimenta, 2005) e com o apoio de especialistas de outros laboratórios. Todos esses dados

foram anotados e planilhados simultaneamente às analises.

3.4.Analises estatísticas

A partir dos registros, foram calculados os índices de riqueza de Margalef, de

diversidade de Shannon e dominância de Simpson utilizando-se o programa PAST.

Visando-se observar as variações mensais, para o cálculo dos índices foram somados

todos os valores de abundância das espécies dos 6 transectos amostrados em cada mês.

Para comparar os dados das estações do ano (chuva e seca), os meses de abril,

maio, junho, julho, agosto e setembro foram considerados réplicas para a estação de

maior pluviosidade e os meses de outubro, novembro, dezembro, janeiro, fevereiro e

março para a estação de estiagem. Com a finalidade de avaliar as variações espaciais, os

índices foram calculados considerando a abundância de todas as espécies das 12 coletas

mensais de cada localidade (transecto). Para verificar a influência do estuário, as

réplicas para a área distante do estuário foram os transectos 1, 2 e 3 e como réplicas para

a área mais próxima do estuário, os transectos 4, 5 e 6.

Tais dados foram comparados entre os meses e as regiões, para saber se existem

diferenças significativas entre as estações seca e chuvosa e entre a área mais próxima e

mais distante do estuário. Em função da não normalidade dos dados, fez-se o teste de

Kruscal-Walis no programa Statistica v7.

Para relacionar a quantidade e o peso dos organismos à pluviosidade foi feita

uma regressão linear simples, considerando a biomassa e a abundância como variável

dependente e a pluviosidade acumulada por mês como variável independente.

4.RESULTADOS

Em relação à pluviosidade observou-se que ocorrem variações na precipitação

em Baía Formosa, constando de estações: inverno e verão. O gráfico apresenta a

precipitação acumulada por mês durante o estudo. Pode-se observar o período chuvoso

inicia no mês de março e se estende até novembro, com destaque para o mês de julho

como o de maior pluviosidade. O período seco é composto pelos meses de outubro,

novembro e dezembro de 2013- classificados como muito secos- e janeiro e fevereiro de

2014, com baixa quantidade de chuvas.

Figura 2: Precipitação acumulada por mês, medida no posto: Baía Formosa

(prefeitura). Gráfico baseado em dados da Emparn.

Em relação às amostras biológicas, durante o período estudado foram capturadas

63 espécies/morfotipos, totalizando 1830 exemplares e 15,44 kg de invertebrados

bentônicos. Tais organismos pertenciam aos filos Mollusca (12 ssp.), Arthropoda-

Crustacea (44 ssp.), Echinodermata (5 ssp.) e Cnidaria (2 ssp.).

Tabela 1: Táxons de invertebrados bentônicos registrados em Baía Formosa e suas

abundâncias (número total) e biomassas (gramas).

Táxon N Biomassa (g)

CNIDARIA 10

Octocorallia

Renilla muelleri 2 0,53

Renilla sp. 8 11,95

MOLLUSCA 395

Bivalvia

Anadara sp. 4 16,57

Ventricolaria sp. 1 2

Cephalopoda

Loliginidae spp. 337 1422,57

Gastropoda

Anaspidea 1 4

Aplysia sp. 7 20

Cassis tuberosa 1 48

Natica canariensis 13 35

Sinum maculatum 1 0,72

Distorsio clathrata 22 225,4

Stramonita haemastoma floridana 1 5

Olivella sp. 1 0,05

Turbinella laevigata 6 971,52

CRUSTACEA 1146

Brachyura

Hepatus gronovii 3 31,13

Calappa ocellata 1 4,15

Calappa angusta 1 0,98

Stratiolibinia bellicosa 7 366,21

Acanthonyx dissimulatus 3 0,06

Epialtus bituberculatus 3 0,03

Pitho lherminieri 1 0,01

Persephona lichtensteinii 6 21,22

Persephona punctata 1 16,53

Microphrys sp. 1 0,36

Menippe nodifrons 1 47,92

Hexapanopeus caribbaeus 2 0,59

Pilumnus dasypodus 2 0,02

Pilumnus diomedeae 1 0,13

Pilumnus reticulatus 2 0,12

Dissodactylus crinitichelis 2 0,07

Xanthodius denticulatus 1 0,47

Callinectes ornatus 112 1906,22

Charybdis helleri 4 24,35

Portunus spp. 2 0,7

Arenaeus cribrarius 11 516,19

Cronius tumidulus 1 0,12

Callinectes sapidus 2 132,08

Callinectes danae 10 333,76

Callinectes spp. 55 87,59

Callinectes sp. 56 197,87

Anomura

Pagurus leptonyx 1 0,02

Dardanus venosus 19 343,25

Isocheles sawayai 1 3,02

Petrochirus diogenes 54 3945,21

Porcellana sayana 2 0,12

Achelata

Panulirus echinatus 1 61,13

Panulirus laevicauda 5 291,37

Parribacus antarcticus 1 3,23

Caridea

Alpheidae 3 0,98

Alpheus intrinsecus 5 1,78

Alpheus sp. 1 0,12

Exhippolysmata oplophoroides 350 351,74

Podochela cf. brasiliensis 1 0,01

Nematopalaemon schmitti 327 468,29

Caridea spp. 6 1,5

Dendrobranchiata

Rimapenaeus similis 2 1,94

Acetes americanus 62 3,19

Sicyonia dorsalis 14 7,06

ECHINODERMATA 279

Asteroidea

Astropecten sp. 5 25,53

Luidia senegalensis 202 2004,94

Echinoidea

Mellita sexisperforata 68 1475,17

Tripneustes ventricosus 1 3

Ophiuroidea

Ophiuroidea sp. 3 0,09

No total, os crustáceos foram os mais representativos, tanto em número de

indivíduos como em peso. Os moluscos contribuíram com 22% dos indivíduos e os

equinodermos com 15% da abundância total. No entanto, a biomassa percentual de

equinodermos superou a de moluscos. Os cnidários apresentaram baixa

representatividade com apenas 10 indivíduos e 20g de peso.

Figura 3: Representação gráfica do percentual de indivíduos coletados e biomassa

relativa dos filos

Dos 63 táxons e morfotipos capturados, 16 apresentaram 10 indivíduos ou mais.

Destacaram-se 2 espécies de camarão - Nematopolemon schimitti e Exhippolysmata

oplophoroides pertencentes à família Caridea, com importância econômica reduzida no

Brasil, as lulas da família Loliginidae, e a estrela-do-mar Luidia senegalensis com mais

de 200 indivíduos (figura 4).

Figura 4: Número total de indivíduos dos táxons e/ou morfotipos mais abundantes

(acima de 10 indivíduos) nas amostragens de abril/2013 a março 2014.

Observa-se que na distribuição da biomassa 16 espécies contribuíram

com mais de 100g cada. Cinco táxons (Petrochiurus diogenes, Callinectes

ornatus, Luidia senegalensis, Mellita sexisperforata e Loliginidae spp.)

contribuíram com 70% do peso total - cada um apresentou valores superiores a

1,0 kg (figura 5).

Figura 5: Biomassa total dos táxons e morfotipos mais representativos (acima de 50

gramas) nas amostragens de abril/2013 a março/2014.

Ao analisar a relação abundância e biomassa por espécie, verifica-se

discrepância, as espécies com maior número de indivíduos não são as mesmas que

possuem a maior biomassa.

O número total de indivíduos, assim como o peso apresentou variação durante os

meses de amostragem. Os meses de junho, julho e agosto apresentaram os maiores

valores de abundância e biomassa, que começaram a decrescer no mês de outubro,

voltando a aumentar no mês de março do ano seguinte.

Figura 6: Variação temporal da abundância e biomassa totais durante o período do

estudo.

Os valores de R² nas regressões lineares mostram que os valores de abundância

e biomassa são diretamente proporcionais à precipitação representada na figura abaixo.

Os valores são mais elevados no período chuvoso, e diminuem no período seco (R²=

0,6). Em dezembro foram capturados somente 17 espécimes, distribuídos em 9 táxons.

No entanto, a diferença sazonal entre as médias foi significativa apenas para a biomassa

(K-W, p<0,05) (figura 8).

Figura 7: Dispersão da abundância e biomassa totais em relação à precipitação durante

o período de estudo.

Figura 8: Comparação das médias de biomassa total para as estações chuvosa e seca

durante o período de estudo.

Os resultados obtidos para a estrutura da comunidade (figura 9) mostram uma

baixa variabilidade da diversidade entre os meses avaliados (1,8-2,3), sendo que os

menores valores foram encontrados no mês de agosto. A riqueza apresentou uma maior

variação quando comparada a diversidade (2,4-4,8), com maiores valores nos meses de

julho, setembro e março e menores nos meses de maio, agosto, outubro e novembro.

Entretanto, a dominância explica as alterações nos outros índices, pois se comporta de

forma inversa à riqueza e seus picos indicam os meses de menor equitabilidade. Ao

comparar as médias dos índices entre as estações do ano, verificou-se que não ocorreu

diferença significativa (K-W, p> 0,05) entre o período chuvoso e seco.

Figura 9: Variação sazonal dos índices de diversidade (Shannon), riqueza (Margalef) e

dominância ao longo do período de amostragem.

Durante o período de coleta, cinco táxons dominaram as amostras em todos os

meses estudados, a família Loliginidae, e as espécies Luidia senegalensis,

Exhippolysmata oplophoroides, Nematopalaemon schmitti e Callinectes ornatus. Os

táxons menos representativos foram classificados como “outros” e obtiveram maior

abundância apenas no mês de maio.

De uma forma geral os táxons dos Loliginidae e Callinectes foram os mais

frequentes durante o ano, ocorrendo em quase todos os meses, com exceção do mês de

maio. Dentre os 64 espécimes coletados neste mês, foram identificadas 13 espécies de

crustáceos. As lulas apresentaram uma evidente dominância em outubro e janeiro. Já a

estrela Luidia senegalensis não ocorreu nos meses de menor abundância, porém em

abril e junho compôs 38% e 25% do total, respectivamente. O siri, Callinectes ornatus,

mostrou um pico de dominância em dezembro e não esteve entre os mais numerosos de

julho. Os camarões carídeos contribuíram com o maior número de indivíduos na

maioria dos meses de estudo, exceto em abril, outubro, dezembro, janeiro.

Figura 11: Variação temporal na abundância relativa dos táxons dominantes.

Em relação à distribuição espacial observou-se que o número de indivíduos e a

biomassa total apresentaram diferentes valores para os transectos amostrados. A maior

abundância e peso ocorreu no transecto 1, local de menor profundidade e mais abrigado.

O transecto 6, longe da praia, onde a profundidade foi maior apresentou apenas 62

indivíduos e 750g coletados em 1 ano.

Quando comparado os transectos em conjunto para averiguação da influência do

estuário na estrutura das comunidades, verificou-se que, apesar da área de estudo mais

distante do estuário ter maiores valores para a biomassa e abundância esta diferença não

foi significativa (K-W, p>0,05) (figura 12).

Figura 12: Variação espacial do número total de indivíduos e biomassa conforme a

proximidade do estuário do Rio Cunhaú.

Em relação aos índices de diversidade, a diversidade mostrou uma tendência

geral a aumentar do T1 para o T6, enquanto que a dominância apresentou tendência

oposta (figura 13). Já a riqueza apresentou um pico no transecto 3, o mais distante da

costa e do rio. Apesar das tendências, as médias não apresentaram diferenças

significativas quando comparadas as áreas próxima e distante do estuário (K-W,

p>0,05).

Figura 13: Variação espacial índices de diversidade (Shannon), riqueza (Margalef) e

dominância ao longo do período de amostragem.

Os táxons mais frequentes entre as estações foram o Exhipplysmata

oplophoroides e Loliginidae, ocorrendo em todos os transectos. O Nematopalaemon

schmitti foi dominante apenas na área distante do estuário (T1, T2 e T3) e o Petrochirus

diogenes esteve entre os mais representativos apenas na área próxima do estuário (T4,

T5 e T6). A Luidia senegalensis não foi abundante nas estações 1, mais rasa e distante

do estuário, e na estação 6, mais profunda e próxima do estuário.

Figura 14: Variação espacial na abundância relativa dos táxons dominantes.

5. DISCUSSÃO

Os resultados do presente estudo indicaram a presença de grupos de organismos

comuns na região Nordeste do Brasil, como crustáceos, equinodermos e moluscos que

habitam os fundos inconsolidados (Mota-Alves & Rodrigues 1977, Coelho & Santos

1993). Esses grandes grupos são principais representantes da epifauna bentônica em

diversas áreas tropicais e também em outras regiões do país (Branco & Fracasso, 2004;

Kotas, 1998; Braga, 2000; Branco & Verani, 2006; Pires-Vanin et al, 1995; Costa &

Medeira Di Beneditto, 2009).

De acordo com Carranza Frazer & Grande (1982) e Ruffino & Castelo (1992), a

abundância relativa dos grupos da megafauna epibêntica pode sofrer mudanças em

função da época do ano ou área de pesca. O presente estudo verificou um aumento do

peso e número de indivíduos capturados nos meses chuvosos o que evidenciou uma

variação sazonal em relação à abundância e biomassa de invertebrados bentônicos na

praia de Baía Formosa. O enriquecimento do substrato da costa pelo transporte de

matéria orgânica e inorgânica pelos rios (Soares-Gomes et al., 2009) poderia explicar a

biomassa significativamente maior no inverno (estação chuvosa). À medida que esses

nutrientes podem ser metabolizados pelos organismos, favorecem a entrada de energia

na teia alimentar, pois aumentam a proliferação de algas e a produção primária, além de

serem diretamente consumidos por outros níveis tróficos (Begon, et al. 2007).

No entanto, outros fatores abióticos de maior significância devem ser

considerados para explicar a variação espaço-temporal, como por exemplo, as correntes.

A velocidade da corrente influencia o tamanho das partículas do substrato, afetando a

distribuição de alimento e remoção de nutrientes (Allan, apud Almeida, 2003). O

revolvimento do sedimento por diferentes correntes, maior no inverno, também tem

efeitos na abundância dos organismos detritívoros e suspensívoros, à medida que torna

disponível a matéria orgânica. Os diferentes habitats que se formam devido o tipo de

sedimento, presença de algas ou folhiço, também oferecem esconderijos e podem

abrigar mais espécies/organismos (Soares-Gomes, 2009). Desta forma, análises futuras

de fatores ambientais suplementares, poderão elucidar aspectos mais particulares como

as ocorrências restrita de algumas espécies a determinadas áreas de coleta.

Na análise espacial os resultados de aumento de riqueza e diminuição da

dominância e abundância na área mais próxima ao rio Cunhaú foram opostos ao

esperado. Maiores abundâncias são observadas em direção ao estuário, em função do

enriquecimento da água pelos nutrientes, assim como uma diminuição da diversidade

devido a dominância das espécies resistentes, que se ajustam as situações de estresse

ambiental (Soares-Gomes et al., 2009; Coull, 1988). A diminuição do número de

organismos e biomassa na área de influência do deságue do rio, diferente do que consta

na literatura, pode ter uma explicação baseada nas correntes locais, até o momento

desconhecidas. A presença de uma corrente que leve a água oriunda do continente para

outra região explicaria porque a abundância, biomassa e dominância foram menores na

área mais próxima do estuário.

Através de observações pessoais, em mapas e em campo, pode-se perceber que a

área distante do estuário é abrigada, ou seja, mais protegida de correntes pela costa.

Além disso, esta possui sedimento de granulometria mais fina e presença de restos de

conchas em sua composição, o que pode gerar um acúmulo de nutrientes. Estudos

citados por Knox (2001) revelaram que em áreas onde o teor de matéria orgânica do

sedimento era alta, espécies com necessidades tróficas semelhantes coexistiram,

enquanto que em áreas com baixo teor de matéria orgânica, apenas espécies de

categorias tróficas diferentes conseguem sobreviver. Dessa forma, as espécies

dominantes de crustáceos (camarão-espinho, o camarão barriga-branca e o siri

Callinectes ornatus), ambos organismos detritivoros, teriam condições de coexistir na

área abrigada. Já na área próxima ao estuário, a estrela-do-mar foi encontrada em maior

abundância junto aos crustáceos, lulas e ermitões por serem animais que não têm

necessidades nutricionais tão semelhantes, e assim, concorrerem menos.

Conforme o que foi citado anteriormente, infere-se que a área abrigada e distante

do estuário tenha maior disponibilidade de alimentos e que comida está limitando

nessas comunidades de fundos moles, além de que, a concorrência é maior entre as

espécies com necessidades semelhantes. Dessa forma, outra explicação para o aumento

de indivíduos coletados no inverno é que a elevada pluviosidade pode ter favorecido a

deposição de matéria orgânica e, consequentemente, a oferta de alimentos para a

megafauna epibentônica. As correntes mais fortes no inverno também podem ser

relacionadas ao revolvimento do susbtrato e remoção da infauna do sedimento, trazendo

mais alimento para os consumidores que habitam a superfície do fundo marinho (Knox,

2001).

Neste estudo, o filo Crustacea foi o principal representante dos invertebrados

amostrados em número de espécies, abundância e biomassa. Fato que é realidade na

maioria das pescarias de arrasto de fundo, tanto em regiões temperadas quanto tropicais

(Graça Lopes et al, 2002; Vera et al; Cattani et al, 2012; Robert et al, 2007). Algumas

espécies de camarões da família Caridea, como Nematopolemon schimitti e

Exhippolysmata oplophoroides apresentam reduzida importância econômica no Brasil, e

dominaram o by catch da pesca artesanal de X. kroyeri em Baía Formosa.

Comparando a abundância dos táxons encontrados nesse estudo, verifica-se uma

semelhança em relação a grande abundância dos tá xons, por exemplo, do crustáceo

carídeo Exhippolysmata oplophoroides com o Paraná (Robert et al, 2007). Já na pesca

do camarão-rosa, realizada em Santa Catarina, a família Loliginidae foi o táxon

dominante nesta região em termos de abundancia e biomassa entre os moluscos (Kotas,

1998), o que também ocorreu no presente estudo.

Segundo Herrera (2013), a distribuição espaço-temporal de N. schmitti revelou

uma relação com os fatores ambientais analisados, principalmente com a granulometria

do sedimento e com a temperatura da água. Isto permitiu propor que tal espécie prefere

se distribuir em locais com predominância de areia fina e em períodos com temperatura

variando entre 20ºC e 22ºC. A citada espécie também teve maior representatividade em

locais com acumulo de folhas, que conferiram abrigos para este camarão (Almeida,

2007). Sabe-se, por observação durante as coletas em Baía Formosa, que os transectos

distantes do estuário localizam-se numa área mais abrigada e de sedimento de aspecto

lamoso, com parcela da região composta por sedimento bioclástico. Pode-se, assim,

inferir que tais características determinaram a dominância do camarão barriga-branca

apenas nessa porção da área analisada.

Apesar de todos os grupos seguirem o mesmo padrão de abundância

sazonalmente, o inverno, apesar de não rigoroso, pode ter favorecido a maior biomassa

de camarões que preferem menores temperaturas. Além das caracteristicas ideais para

cada espécie, a maior disponibilidade de nutrientes e favorecimento de fases do ciclo de

vida, contribuiram para a relevante diferença temporal na distribuição dos invertebrados

epibênticos da localidade estudada.

A estrela-do-mar Luidia senegalensis foi a mais representativa entre os

equinodermos de Baía Formosa. Esses animais são predadores generalistas que se

alimentam de pelicipodos, gastrópodes, asteroides e equinoides irregulares, braquiuros,

e outros pequenos crustáceos decápodos, copépodos, além de poliquetas (Moura, 1999).

A maior ocorrência dessa estrela nos meses de maior abundância é justificada pelo

maior número de presas disponíveis no período do inverno.

Já a bolacha-de-praia (ex. Mellita) é conhecida como agente modificador das

propriedades texturais do sedimento, principalmente na atividade de bioturbação da

meiofauna. Devido a sua capacidade de escavar o sedimento, a espécie influencia a

atividade microbiana pela alteração do tamanho dos detritos, pela homogeneização e

ressuspensão dos sedimentos, pela regeneração de nutrientes minerais, pelo aumento da

camada de atividade oxi-redução e pela redução da zona anaeróbica do sedimento.

Como consequência, eleva-se a biomassa microbiana e altera-se a estrutura das

comunidades de eucariontes (Dias, 2008). Esta espécie não esteve entre as dominantes,

mas seu elevado número de indivíduos nos meses chuvosos pode ter contríbuído para a

maior abundância total de invertebrados no inverno, disponibilizando maior quantidade

de matéria organica para os demais níveis tróficos da teia alimentar.

As águas costeiras são habitat da maioria dos loliginídeos (ex. Loligo) como

observada a dominância dessa família no presente estudo (Pires-Vanin, 1993). As lulas

são predadoras de crustáceos (ex. camarões e siris), de diversas espécies de peixes e de

moluscos, como outros cefalópodes, bivalves e gastrópodes (Ruppert, 1996). Algumas

capturadas durante a pesca de camarão em Baía Formosa possuíam pequenos ofiuros

entre seus braços, que indica que estão se alimentando próximo ao fundo. Assim, a

sobre-exploração de camarões e moluscos pode contribuir para a diminuição das

populações da família Loliginidae.

Embora não tenham aparecido dentre os mais representativos em Baía Formosa,

do ponto de vista ecológico, os bivalves desempenham um papel importante na

condução de energia e nutrientes da coluna de água, para o bentos no controle da

ciclagem de matéria entre esses compartimentos em águas rasas, podendo inclusive, em

caso de populações densas, controlar a eutrofização. Este grupo, ao lado dos

cefalópodes são os moluscos mais explorados economicamente (Pires-Vanin, 1993). A

baixa quantidade de bivalves encontrada no presente estudo pode estar relacionada às

correntes que aumentam a turbidez local ou à presença a presença abundante

depositivoros e turbadores, como a bolacha-de-praia e os camarões que causam um

amensalismo trófico, turbando o sedimento e dificultanto a captação de nutrientes por

essa classe de moluscos. O hábito de enterrar-se, típico do grupo, também dificulta a

captura por arrastão.

O filo Cnidaria, apesar de ter sido o menos representativo, em número de

indivíduos e espécies, tratou-se do primeiro registro para a costa sul do Rio Grande do

Norte, o que torna importante a presença de octocorais nas capturas em Baía Formosa.

6.CONSIDERAÇÕES FINAIS

De uma forma geral o presente estudo evidenciou que uma fauna diversificada

de organismos epibentônicos na praia de Baía Formosa, os quais podem ser capturados

de forma constante ao longo do ano. As quantidades de organismos coletados, peso e

número, sofreram visível variação sazonal. Entretanto, os resultados não apresentaram

grandes alterações de diversidade e dominância de espécies quando comparados os

meses de coleta, nem quando comparadas a área mais próxima e a mais distante do

estuário do rio Cunhaú. Tal fato pode estar relacionado à morfologia da área de estudo,

uma baía, com as duas áreas analisadas sem indícios diferenças aparentes entre si. O

formato de arco quase fechado desse tipo de praia, delimitada abruptamente por falésias

cobertas pelo campo de dunas e mais protegida de frentes de ondas incidentes,

garantiria condições mais estáveis a localidade, justificando a estabilidade dos índices

avaliados (Diniz, 1998; Amaral, 2000). Outras váriáveis, como o tipo de sedimento,

podem ser determinantes na distribuição da megaepifauna bêntica da região.

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