Projeto de um Sistema de Conversor Multinível para Painéis ...
Trabalho de Iniciação Científica MARKETING MULTINÍVEL ...
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UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ AMANDA BARROZO ARBOITH
LUCIANO AUGUSTO ALVES DE CARVALHO
Trabalho de Iniciação Científica MARKETING MULTINÍVEL EM EMPRESAS ESTRANGEIRAS ATUANTES NO BRASIL
NO RAMO DE COSMÉTICOS
ITAJAÍ 2013
AMANDA BARROZO ARBOITH LUCIANO AUGUSTO ALVES DE CARVALHO
Trabalho de Iniciação Científica MARKETING MULTINÍVEL EM EMPRESAS ESTRANGEIRAS ATUANTES NO BRASIL
NO RAMO DE COSMÉTICOS
Trabalho de Iniciação Científica desenvolvido para o Estágio Supervisionado do Curso de Comércio Exterior do Centro de Ciências Sociais Aplicadas – Gestão da Universidade do Vale do Itajaí.
Orientadora: Profª MSC. Renata Granemann Bertoldi Platchek
ITAJAÍ 2013
Agradecemos a Deus e a espiritualidade, aos nossos
familiares e amigos, estendendo nossa gratidão aos professores e
companheiros do meio acadêmico, que contribuíram direta ou
indiretamente para a concretização desta etapa. Agradecemos
especialmente a Renata Platchek, professora, orientadora e amiga, que
nos guiou de forma assertiva e carinhosa, inspirando-nos dia a dia a
disciplina, bom ânimo e confiança plena.
“O tamanho do seu sucesso é medido pela força do seu desejo, o
tamanho do seu sonho e como você lida com a decepção ao longo do
caminho.
(Roberto Kiyosaki)”
EQUIPE TÉCNICA
a) Nome dos estagiários Amanda Barrozo Arboith Luciano Augusto Alves de Carvalho b) Área de estágio Marketing c) Orientador de conteúdo Prof. MSC. Renata Granemann Bertoldi Platchek d) Responsável pelo Estágio Prof. MSC. Natali Nascimento
RESUMO
A interdependência entre as pessoas, físicas ou jurídicas, públicas ou privadas, no mercado mundial, tem tornado o ambiente corporativo cada vez mais eclético, imprevisível e desafiador para qualquer um. Neste cenário as organizações procuram diferenciar-se aplicando as mais variadas estratégias comerciais e de marketing. Entre elas, destaca-se o tema desta pesquisa, que visa analisar o marketing multinível e sua aplicação pelas empresas internacionais comercializadoras de cosméticos atuantes no território brasileiro, considerando a relevância atual da temática, devido à alta repercussão nas mídias e interesse dos acadêmicos na avaliação de investimentos futuros. Desenvolvida de forma qualitativa, por meios bibliográficos, com fins descritivos, aborda primeiramente a história mundial do marketing, sua evolução no Brasil e suas principais ramificações. Apresenta, em seguida, os conceitos do marketing multinível e pirâmide financeira, traçando-se um retrospecto histórico de ambos os sistemas, suas características, aspectos e singularidades que os diferenciam. Relata-se a história e atividades organizacionais das principais empresas internacionais do ramo de cosméticos, delineando um comparativo entre suas estruturas e políticas comerciais, a representatividade do volume de negócios no mercado de vendas diretas e, a construção e desenvolvimento das redes de relacionamento. Apresenta também, que mesmo havendo semelhança na forma de aplicação do marketing multinível dentro das organizações, as empresas tem a liberdade para definir os parâmetros de entrada e treinamento de revendedores em sua rede, formular e desenvolver seus planos de negócio, bem como os planos de compensação destinados aos distribuidores independentes, de modo que estas ações são tomadas para atender a demanda de mercado e padronizar a forma de trabalho dentro da empresa. Sugerem-se ainda, estudos futuros mais aprofundados sobre o tema, que permitam avaliar outros aspectos pertinentes a pesquisas mercadológicas institucionais, processos de importação de matérias primas e a cadeia logística de distribuição de produtos para comercialização. Palavras-chave: Marketing Multinível. Cosméticos. Organizações Internacionais.
7
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
1.1 Objetivo geral ................................................................................................. 10
1.2 Objetivos específicos ...................................................................................... 10
1.3 Justificativa da realização do estudo .............................................................. 10
1.4 Aspectos metodológicos ................................................................................. 11
1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados ......................................................... 12
2 O MARKETING .................................................................................................. 14
2.1 História mundial do marketing ........................................................................ 14
2.2 Evolução do marketing no Brasil .................................................................... 19
2.3 O Mix de Marketing e seus 4 P’s .................................................................... 21
2.4 As principais ramificações do marketing ......................................................... 24
3 VENDAS ............................................................................................................ 28
3.1 Marketing multinível ........................................................................................ 28
3.2 Sistema piramidal financeiro ........................................................................... 33
3.3 Principais diferenças entre MMN e sistema piramidal financeiro .................... 39
4 MARKETING MULTINÍVEL E AS EMPRESAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL . 44
4.1 Atuação no Brasil ........................................................................................... 47
4.1.1 Amway ........................................................................................................ 48
4.1.2 Herbalife ...................................................................................................... 51
4.1.3 Belcorp ........................................................................................................ 54
4.1.4 UP! Essência .............................................................................................. 58
4.2 O MMN nas organizações de cosméticos ...................................................... 61
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 64
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 66
ANEXOS ................................................................................................................... 79
ANEXO 1 – Estatuto do vendedor direto ................................................................... 80
ANEXO 2 – Códigos de ética ABEVD ....................................................................... 83
ANEXO 3 – Ranking das 100 maiores empresas de vendas diretas ........................ 88
ANEXO 4 – Plano de vendas e marketing Amway .................................................... 91
ASSINATURA DOS RESPONSÁVEIS ...................................................................... 95
8
1 INTRODUÇÃO
O atual cenário do comércio mundial é resultado de uma evolução nas
relações entre os agentes negociadores e a interdependência derivada deste
processo ininterrupto gerado pela globalização. As organizações em diversos
países, de diferentes segmentos, com capacidades diversificadas, independente da
sua origem ou atuação de mercado, começam a ter uma visão holística a respeito de
seu preparo para atender, não somente o mercado consumidor doméstico, como
também os clientes do mercado internacional.
Sob esse prisma, visando abranger esses mercados, as empresas têm
procurado aumentar o seu potencial competitivo, por meio do fortalecimento da sua
rede de relacionamento (como a Amazon), diminuição de seus custos fixos e
variáveis, buscando ou mantendo os investimentos (como o caso da Avon),
qualificando a mão de obra ou até mesmo terceirizando-a, promovendo parceiras
contratuais (como por exemplo, a Walt Disney) e, em estratégias mais ousadas,
realizando aquisições e fusões, assim como a BRF e a Nu Skin.
Dentro do mundo corporativo algumas empresas procuram inicialmente,
estabelecer ações voltadas para setores específicos, objetivando pré-definir parte
das estratégias de negócio. Convém evidenciar que a utilização do marketing como
alicerce na elaboração do planejamento, torna-se uma estratégia entre as ações que
vem a ajudar no autoconhecimento e tomada de decisões para uma prospecção de
mercado que condiga com os objetivos traçados pela organização.
Vale lembrar, que o marketing é constituído de diferentes ramificações, entre
as quais, cita-se o marketing digital, marketing interno, marketing indireto e o
marketing direto, que por sua vez, vem em constante crescimento, como por
exemplo, no ano de 2012 no qual o setor de vendas diretas reuniu mais de 89,7
milhões de pessoas pelo mundo (representantes), que movimentaram cerca de US$
169 bilhões em vendas, conforme World Federation of Direct Selling Associations –
WFDSA (2013, tradução nossa1). Da mesma forma ocorreu no Brasil, conforme
apresenta a Associação Brasileira de Vendas Diretas – ABEVD (2011 apud FRIAS),
1 “There are presently over 60 national DSAs represented in its membership, and in 2012 it is estimated that worldwide retail sales accounted for more than US$169 Billion through the activities of more than 89.7 million independent sales representatives.”. (WFDSA, 2013)
9
o setor teve grande progresso no ano de 2010, pois contabilizou um crescimento de
12,5% em relação a 2009, chegando a 2,7 milhões de revendedores apenas no
terceiro trimestre do ano.
Ressalta-se que, conforme apresenta WFDSA (2006, apud ABEVD), dentre
as empresas que trabalham com vendas diretas no mundo, cerca de 80% empregam
algum tipo de compensação multinível em seus planos de venda. Inserido neste
setor, o marketing multinível surge no mercado como uma opção de maior facilidade
para a promoção da internacionalização das organizações, visto que, os próprios
consumidores do mercado interno ou externo, os quais já carregam as informações
de cultura e costumes regionais, serão os responsáveis pelas vendas e prospecção
dos produtos desta empresa no mercado em questão.
O marketing multinível (ou marketing de rede) originou-se nos Estados Unidos
no início dos anos 40, trazendo ao comércio mundial um novo conceito em
estratégias de venda, na comercialização de produtos ou serviços, tendo como
princípio o recrutamento de novos vendedores, em níveis horizontais e verticais,
termos também conhecidos como lateralidade e profundidade, buscando na
credibilidade adquirida expandir rapidamente a área de atuação. (ZIGLAR e HAYES,
2001; ARAGÃO, 2009)
Nessa mesma linha, utilizando-se de um formato parecido, mas visando
apenas a movimentação de recursos financeiros sem a comercialização de produtos,
surgiu a pirâmide financeira que necessita realizar a cobrança de taxas de ingresso
dos novos vendedores para que a rede dê lucro, provocando um conflito de
interesses e entendimento, lesando assim grande parte dos interessados em
participar de um legítimo sistema de vendas diretas, como o marketing multinível.
No Brasil vislumbra-se um panorama completo que envolve a comum
confusão entre o marketing multinível e o sistema piramidal financeiro, processo
esse iniciado por volta dos anos 70 por empresas estadunidenses, que fecharam
anos depois. A partir da década de 90 o marketing multinível retomava suas
atividades com maior expressividade, quando empresas distribuidoras traziam aos
brasileiros as linhas de produtos dos Estados Unidos. Já na virada do século XXI,
empresas brasileiras, das Américas, Ásia e África, começam a desenvolver o
marketing multinível ou empregá-lo em seus planos de negócio (ARAGÃO, 2009;
ESPER, et al., 2010).
10
Desta maneira, a forma de aplicação do marketing multinível é abordada no
decorrer deste trabalho focando nas organizações internacionais que trabalham com
a comercialização de produtos e que atuam dentro do território brasileiro; tema este,
que se desdobra com a conceituação do marketing multinível, a diferenciação entre
o marketing multinível e o sistema piramidal financeiro e por fim, com o relato da
atividade e aplicação do marketing multinível no Brasil.
1.1 Objetivo geral
O presente trabalho tem como objetivo geral analisar o marketing multinível
nas organizações internacionais comercializadoras de cosméticos no território
brasileiro.
1.2 Objetivos específicos
Para que o objetivo geral seja alcançado, a pesquisa desdobra-se nos
seguintes objetivos específicos:
• Conceituar o marketing multinível.
• Diferenciar o marketing multinível do sistema piramidal financeiro.
• Apresentar o marketing multinível nas principais organizações
internacionais no Brasil, atuantes no ramo de cosméticos.
1.3 Justificativa da realização do estudo
Considerando um ambiente internacional competitivo, o tema para a
realização deste trabalho de iniciação científica foi escolhido por se tratar de uma
11
questão atual, com tema pouco explorado no curso de Comércio Exterior da
Universidade e, frequentemente abordado pelas mídias brasileiras, devido à
intervenção do Governo nos processos comerciais e abertura de investigação dos
agentes envolvidos.
Para os acadêmicos, este tema é relevante por proporcionar conhecimento
científico a respeito da aplicabilidade e importância do marketing multinível para as
organizações empresariais, além de permitir aos mesmos avaliar eventuais
investimentos futuros.
A universidade se beneficia, pois esta pesquisa serve aos estudos de
acadêmicos interessados nesta ramificação do marketing, como também pode ser
utilizada como base para futuras pesquisas a respeito do tema proposto.
Para a sociedade, este estudo serve como fonte de obtenção de
conhecimento técnico a respeito da aplicação e forma com que empresas se utilizam
desta ferramenta de marketing, esclarecendo dúvidas quanto à diferença da
pirâmide financeira para o marketing multinível.
O referente estudo tornou-se viável, tendo em vista que as informações foram
coletadas por meio de pesquisas realizadas com base em materiais públicos, de
cunho bibliográfico, frisando-se a utilização de livros, periódicos, revistas e artigos
científicos.
1.4 Aspectos metodológicos
O presente trabalho de iniciação científica foi elaborado por meio do uso da
pesquisa científica que para Cervo e Bervian (1996, p. 44) é definida como “[...] uma
atividade voltada para a solução de problemas, através do emprego de processos
científicos [...] buscando uma resposta ou solução.”
Com relação ao tipo de abordagem que foi utilizada nesta pesquisa, optou-se
pelo caráter qualitativo, que é apresentado por Oliveira (1999) como sendo um
método que não possui como centralidade do processo a análise de dados
estatísticos, mas sim, a busca por respostas baseadas em parâmetros, pelo uso de
12
categorias, atitudes, opiniões e comportamentos que serão interpretados e descritos
para a análise da complexidade de hipóteses ou problemas no processo.
Incluído neste, a pesquisa se deu de forma bibliográfica, a qual é uma forma
ampla de pesquisa que se utiliza de diversas fontes públicas, tendo por finalidade
conhecer diversos materiais científicos sobre determinado assunto, com a busca
pelo conhecimento por meio do uso da imprensa escrita, meios audiovisuais (rádios,
filmes, televisão), materiais cartográficos (diversas formas de mapas) e publicações,
entre as quais se encontram os livros, teses e pesquisas (OLIVEIRA, 1999;
MARCONI e LAKATOS, 2006).
Marconi e Lakatos (2006, p. 185) ressaltam ainda que “[...] a pesquisa
bibliográfica não é mera repetição do que já foi dito ou escrito sobre certo assunto,
mas propicia o exame de um tema sob novo enfoque ou abordagem, chegando a
conclusões inovadoras.”
Com o objetivo de examinar e apresentar os dados coletados a respeito do
tema proposto foram utilizados nesta pesquisa os fins de caráter descritivo, forma
essa que segundo Gil (2008), tem o objetivo de descrever casos e características,
levantar opiniões, e entre outros, descobrir a existência de uma associação entre
diversas variáveis de uma situação ou população pesquisada, propiciando uma
forma de identificar outros aspectos importantes deste cenário para o estudo.
1.5 Técnicas de coleta e análise dos dados
Com relação às técnicas de coleta e análise de dados as informações
coletadas foram de fontes secundárias, que conforme Évora (2012), são decorrentes
da análise, interpretação e comentários de autores a respeito dos materiais das
fontes primárias, ou seja, materiais não elaborados, apresentado por Lakatos e
Marconi (1992), como dados disponibilizados pelos próprios órgãos observadores,
provenientes de arquivos públicos e privados, da maneira que foram coletados;
como por exemplo, as entrevistas, gravações e materiais disponíveis na imprensa
falada, que posteriormente foram organizados e publicados em meios como livros,
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revistas e demais publicações avulsas (artigos). Estas publicações formam a base
para as pesquisas bibliográficas, que Severino (2007, p. 122) explica:
[...] decorrer de pesquisas anteriores, em documentos impressos [...]. Utilizando-se de dados ou de categorias teóricas já trabalhadas por outros pesquisadores e devidamente registrados. Os textos tornam-se fontes dos temas a serem pesquisados.
Todos os dados pesquisados foram analisados tecnicamente, sendo que
alguns desses conteúdos foram utilizados no decorrer deste trabalho para
esclarecer, contextualizar, exemplificar, apresentar e conceituar os itens para melhor
apresentação do tema proposto. Considerou-se ainda, três critérios basiladores na
escolha das empresas analisadas, as quais deveriam utilizar o marketing multinível
na comercialização de cosméticos em terrtório brasileiro, estar associadas a ABEVD
e classificadas entre as dez primeiras no volume de vendas liquidas mundiais no
ranking da Directing Selling News. Incluiu-se ainda, a UP! Essência como referencia
de empresa brasileira que atua nos mesmos parâmetros e códigos de ética das
instituições internacionais.
14
2 O MARKETING
A palavra marketing é definida como o “[...] Conjunto de estratégias e ações
relativas a desenvolvimento, apreçamento, distribuição e promoção de produtos e
serviços, e que visa à adequação destes ao mercado.” (FERREIRA, 2010, p. 490).
Complementando esta definição, Kotler e Armstrong (2007, p. 3) apresentam que:
“[...] marketing é administrar relacionamentos lucrativos com o cliente. [...] com
objetivos de [...] atrair novos clientes, prometendo-lhes valor superior, e manter e
cultivar os clientes atuais, propiciando-lhes satisfação.”.
Nesse contexto, o presente capítulo apresenta a história do marketing,
abordando as suas origens em nível mundial e a evolução do mesmo no Brasil,
finalizando com a apresentação das suas ramificações.
2.1 História mundial do marketing
O marketing aparece na história da humanidade desde seus primórdios, tendo
uma de suas raízes na Roma antiga, época em que se definia o marketing pela
palavra do latim “mercare”, que significava o ato de comercializar produtos. Vale
lembrar que, a comercialização existia de uma forma primitiva, não havendo a
necessidade de um mercado especializado para compra e venda dos produtos, visto
que toda produção da época era consumida (FERREIRA, 2008).
De modo geral, este cenário começa a mudar com o fim da Segunda Guerra
Mundial, na década de 40, enquanto o mercado ainda estava preso à economia e a
administração clássica, com o foco voltado para a produtividade e logística em busca
do crescimento dos lucros.
No decorrer desta transição, as indústrias deixavam a fase do mercado de
vendedores, onde não se permitia que os consumidores tivessem poder de
barganha devido à quase inexistente concorrência, e passavam a adaptar-se ao
novo tipo de mercado de compradores (CFMKT, 2002). Como consequência, as
empresas tiveram seu foco deslocado da simples visão da busca pelo crescimento
15
dos lucros, para como atrair e lidar com seus consumidores, surgindo uma cultura de
vender a qualquer preço.
Entretanto, no decorrer da década de 50, conforme Santângelo (2012)
apresenta, a simples produção e venda de produtos e serviços com qualidade,
deixavam de ser o suficiente para manter o cliente, visto que o consumidor já
possuía o poder de escolha e passava a realizar um comparativo entre o custo e o
benefício da compra antes de realizá-la. Complementando, Santângelo (2012, p. 1)
afirma que:
As organizações, reconhecendo que a decisão final sobre a compra dos produtos estava nas mãos dos clientes, começavam a criar e desenvolver técnicas como pesquisa de mercado, comunicação das qualidades e benefícios dos produtos em veículos de massa, expansão e diversificação dos canais de distribuição, adequação de produtos e serviços de acordo com as necessidades e desejos dos clientes.
Neste período em que as organizações estavam desenvolvendo técnicas para
o crescimento e manutenção de clientes, uma das mais utilizadas foram as
propagandas, que levavam ao público as novidades da linha de produtos e
ressaltavam as qualidades dos mesmos, fazendo com que as empresas buscassem
a satisfação dos seus consumidores (SAVINO, 2012a).
Em vista de entender este novo mercado, surgiram estudos paralelos que
agruparam os principais elementos que influenciavam o mercado – o produto, o
preço, a promoção (ou propaganda) e a praça – os quais foram criados por Jerome
McCarthy em 1960, conforme ressalta Araujo (2008), e ficaram posteriormente
conhecidos como mix de marketing, composto de marketing, ou os 4 P’s do
marketing. Savino (2012a, p. 1) lembra ainda que “[...] a junção destes elementos
variáveis estabeleceu as ações de marketing” para as empresas da época.
Da mesma forma, CFMKT (2002) e Savino (2012a) relatam que em 1954 o
marketing começa a ser visto como uma fonte importante a ser considerada pelos
administradores da época, visto que surgiam publicações a respeito do tema, como
por exemplo, o livro “A Prática da Administração” de Peter Drucker, lançado neste
mesmo ano, que auxiliou no redirecionamento do foco dos gestores, fazendo com
que estes passassem a avaliar impacto dos demais elementos que influenciavam o
mercado, não pensando somente no produto.
16
Em seguida, no início da década de 60, questionava-se a respeito da falta de
percepção a respeito dos clientes, redefinindo a visão das organizações para a
busca contínua da satisfação dos seus consumidores, conforme focaliza Levitt
(1960, p. 15) ao citar que “[...] é evidente que a formação de uma companhia com
eficiente orientação para o cliente exige muito mais do que boas intenções ou
truques promocionais; exige o conhecimento profundo de questões de organização
humana e liderança.”
Em consequência a esta mudança, surgiam publicações e pesquisas a
respeito de marketing no mundo acadêmico e no ano de 1967, muitas destas
informações foram reunidas, analisadas e publicadas em livros que vieram por
consolidar as regras básicas do marketing como é conhecido (CFMKT, 2002;
PORTAL BRASIL NET, 2008; SAVINO, 2012a).
Neste sentido, na década de 70, o marketing ganha espaço significativo nas
organizações empresariais, com o surgimento de departamentos próprios e
diretorias, fato este decorrente do marketing ser visto então, como uma necessidade
para o fortalecimento e sobrevivência da empresa no mercado (PORTAL BRASIL
NET, 2008). Como resultado, empresas de diversos ramos como organizações civis,
governos, supermercados, partidos políticos e organizações religiosas, por exemplo,
passaram a utilizar o marketing em seus planejamentos, adaptando-se a esta nova
fase.
Posteriormente, na década de 80, o marketing passa a ter seu foco voltado
para o cliente, assim como as publicações literárias a respeito do tema na época,
que popularizaram o marketing, levando as informações a todos os tipos de
profissionais, assim como as pequenas e médias empresas, passando desta forma a
preocupar grande parte dos diretores das grandes organizações (PORTAL BRASIL
NET, 2008; CFMKT, 2002).
Na década de 90, o avanço tecnológico surtiu efeito em todos os ramos no
comércio mundial, da mesma forma que no marketing, com o surgimento do
comércio eletrônico (a Internet), que modificou novamente as formas de
comunicação entre empresas e seus clientes, pois esta ferramenta possibilitou que
as organizações tenham uma gestão de consumidores em larga escala (PORTAL
BRASIL NET, 2008).
Nesse sentido, a logística e as formas de distribuição de produtos, a
comunicação e as formas de propaganda mudaram, surgindo entre os mercadólogos
17
novos estudos em busca da personalização em massa, conforme apresenta CFMKT
(2002) quando cita novos conceitos, como por exemplo o maximarketing, que é
definido por Dantas (2005) como um modelo de trabalho com nova direção em
questões como propaganda e estratégias de promoção, o qual busca alcançar
compradores em potencial, realizar e maximizar as vendas, devido sua influência
pelo surgimento da Internet. Complementando, Encyclopedia of Business (2013,
tradução nossa2) cita que o maximarketing tem como base nove pilares
(segmentação, mídia, responsabilidade, consciência, ativação, sinergia, ligação,
vendas e distribuição maximizadas), vislumbrando atingir o público alvo da melhor e
mais eficaz forma possível.
Outros exemplos são o aftermarketing (pós-marketing), que conforme
apresentado por Nunes (2011), tratava sobre o relacionamento com os clientes
antes, durante e depois das vendas de produtos e serviços, objetivando o
fortalecimento da lealdade do mesmo; e o marketing direto, que conforme explica
Abemd (2012, p. 4), “[...] utiliza uma ou mais mídias para obter uma resposta ou
transação mensurável junto a públicos específicos, ou simplesmente gerar uma ação
de relacionamento que gere encantamento junto ao público visado.”
Devido a nova era da informação estar ligada ao marketing neste período, as
organizações passam a enfrentar uma concorrência maior do que haviam conhecido
até o momento, tendo que criar diferenciais em seus produtos e serviços em busca
de conquistar os clientes. Para atingir este objetivo, diversas empresas começam a
aplicar o marketing societal, o qual se utizava da preocupação com o bem estar da
sociedade, a satisfação do cliente e as opiniões públicas – com o uso de campanhas
de envolvimento e interação – para obter vantagem competitiva no mercado
(PORTAL BRASIL NET, 2008; SAVINO, 2012a).
Em razão disso, na década de 2000 a tecnologia ganhava espaço de forma
evidente, assim como os estudos e publicações a respeito do comércio eletrônico e
do marketing digital cresciam. Paralelamente, a mídia deixava seu formato
tradicional e passava a ser utilizada de formas variadas, como por exemplo, com o
auxílio de assessorias de imprensa (CFMKT, 2002; PORTAL BRASIL NET, 2008).
2 “The MaxiMarketing model was built upon nine points: Maximized targeting, [...] Maximized media, [...] Maximized accountability, [...] Maximized awareness, [...] Maximized activation, [...] Maximized synergy, [...] Maximized linkage, [...] Maximized sales, [...] Maximized distribution. [...]”. (ENCYCLOPEDIA OF BUSINESS, 2013, p. 1 a 2)
18
Este novo cenário revolucionou a logística e as ofertas de produtos, dando ao
consumidor um alto poder de barganha, conforme apresentam CFMKT (2002), Portal
Brasil Net (2008) e Savino (2012a), quando citam que as organizações estabeleciam
um alto grau de concorrência entre si, e em contrapartida, a população obtinha um
acesso mais fácil às informações necessárias, para comparar e avaliar a qualidade e
os preços dos produtos, antes de realizarem as compras.
Consequentemente, o marketing que em meados da década de 50 era visto
apenas como um serviço promocional, passou nos anos 2000 a possuir igual
importância que as divisões de recursos humanos e financeira dentro das empresas,
com seu foco então voltado para o consumidor. Isso aconteceu devido à
necessidade das empresas estarem preparadas e bem organizadas, para que a
escolha do segmento de mercado a ser abordado, correspondesse com os objetivos
e com a capacidade das organizações, apesar das mesmas acreditarem ainda que
fidelizariam seus clientes apenas investindo no marketing, deixando de lado
questões como o bom atendimento (CFMKT, 2002; PORTAL BRASIL NET, 2008;
SAVINO, 2012a).
Por sua vez, em meados de 2013, conforme apresenta Savino (2012b), o
marketing estando em sua versão mais atualizada, é inserido em momentos de
grandes acontecimentos econômicos, socioculturais e ambientais, o que faz com
que o marketing esteja voltado para a valorização e análise do comportamento do
ser humano, pois os sentimentos dos clientes em relação às empresas passam a
ganhar mais importância, visto que esses consumidores estão em busca da
transformação do mundo globalizado em um lugar melhor, considerando seus
sentimentos nos momentos de escolha.
Corroborando, Kotler, Kartajaya e Setiawan (2010) afirmam que a identidade
da marca em uma organização ocupa uma posição de notável importância, pois
além de oferecer produtos que satisfaçam seus clientes com ótimos desempenhos, a
marca precisa ter um posicionamento único, carregando ideias como a da realização
de aspirações emocionais e sustentabilidade, para que assim a instituição seja
ouvida e notada pelo público em meio às demais no mercado.
19
2.2 Evolução do marketing no Brasil
O marketing chegou ao Brasil na década de 50 voltado para as vendas, pois
estava inserido em uma economia acelerada industrialmente. Neste mesmo período
as universidades do país começam a ministrar conteúdos a respeito do tema,
disseminando os conceitos e teorias existentes, assim como se criava em 1951, a
Escola Superior de Propaganda, posteriormente chamada de Escola Superior de
Propaganda e Marketing – ESPM, iniciando estudos a respeito do marketing no país
(BARBOSA, 2006; COSTA e VIEIRA, 2007).
Posteriormente, durante a década de 60, enquanto politicamente o país vivia
um período delicado, com a renúncia do presidente Jânio Quadros, a ascensão de
João Goulart e o golpe de 1964; o governo tentava proteger as indústrias nacionais
emergentes, provocando um efeito mercadológico indesejado, que coincidia com o
momento de maior crescimento do país, fazendo com que os profissionais de
marketing tivessem seu foco dividido entre convencer a população a comprar
produtos nacionais aos importados, e gerir esta fase de retração do consumo,
levando o marketing a atingir elevado grau de sistematização dentro das empresas,
as quais passaram a enfatizar o produto (BARBOSA, 2006; COSTA e VIEIRA,
2007).
Neste momento, o cenário brasileiro era favorável para o reduzido número de
grandes organizações, pois a classe média nas cidades estava crescendo, surgiam
grandes estabelecimentos de compras (como shopping center), assim como a
promoção de vendas e a propaganda estavam sendo desenvolvidas, acompanhando
o crescimento e auxiliando na absorção dos produtos pela sociedade (BARBOSA,
2006).
No decorrer deste período ocorreram mudanças e ao chegar à década de 70
o desenvolvimento das indústrias fez com que o marketing tivesse seu foco voltado
para a operacionalização da produção, porque além do consumo interno ter
progredido, surgiu também o marketing de exportação, devido à participação do
Brasil em outros mercados (BARBOSA, 2006).
Da mesma forma com que esta fase beneficiava as empresas, profissionais
formados em marketing no exterior estavam voltando para o país em busca de
emprego, onde passaram a gerenciar as áreas de marketing das grandes
20
organizações. Além de tudo, a competição continuava fraca, os preços e a inflação
estavam baixos, contribuindo para o aumento dos lucros, o que vinha por estimular
os empresários.
Ao contrário deste momento propício que ocorreu, Ribeiro (2011?) explica que
a década de 80 teve sérios agravantes na economia e política brasileira, pois o país
passou pelas manifestações das diretas já, pela eleição e falecimento do então
presidente Tancredo Neves (em 1985), momento no qual o vice-presidente José
Sarney assumiu o comando do país.
Economicamente o Brasil estava estagnado, devido ao endividamento, o
contínuo aumento da inflação, e ao presidente Sarney não ter mantido a forma
ortodoxa de política do FMI (Fundo Monetário Internacional), onde deveria cortar os
gastos e aumentar as arrecadações do país para cumprir com seus compromissos
financeiros. Em decorrência, desse conturbado período econômico do país, foram
lançadas diversas tentativas de reformas monetárias e planos econômicos,
objetivando estabilizar a economia, o que não aconteceu, terminando a década com
uma hiperinflação (RIBEIRO, 2011?).
No âmbito político, promulgou-se em 1988 a Constituição Federal Brasileira,
até hoje vigente, que trouxe consigo a recuperação de uma grande parcela cívica do
país com o fim da ditadura militar, onde posteriormente Fernando Collor de Melo
venceu as eleições presidenciais, mudando totalmente o cenário do mercado,
conforme afirmou Ribeiro (2011?).
Somando-se a estes fatos, o mundo vivia o fim da Guerra Fria, quando o
modelo neoliberal de governo, que buscava manter o equilíbrio dos preços internos
com mecanismos de estabilização financeira e monetária, utilizando-se de políticas
que preservassem as reservas de dinheiro do país reduzindo os gastos com as
necessidades essenciais da sociedade civil, impulsionou o processo de globalização
econômica. (SOUSA, 2007?) Juntamente a este conjunto de acontecimentos, o
marketing passava por momentos difíceis, pois as organizações continuavam
focando principalmente nas tentativas de manter os preços, deixando de lado o
conjunto mix de marketing (BARBOSA, 2006; RIBEIRO 2011?).
Diferente do período anterior, Pinheiro, Giambiagi e Moreira (2001),
identificam que na década de 90 o programa de estabilização da inflação ocorreu de
forma bem sucedida, deixando o momento marcado pela busca do mercado em
estabilizar os preços e ter um crescimento sustentável.
21
Corroborando, Barbosa (2006) afirma que a implantação do Plano Real, a
partir de 1995, fez com que a concorrência se acirrasse entre as empresas,
impulsionando-as a buscar no marketing referências para enfatizar seus modos de
trabalho. Neste período onde a utilização do marketing de serviços e a diversificação
das formas de distribuição dos produtos estavam em alta, começava uma nova era
de competitividade juntamente com a abertura do mercado econômico brasileiro, que
forçava os fabricantes nacionais a manter a qualidade de seus produtos e reduzir
custos, o marketing tornava-se uma ferramenta cada vez mais competitiva.
Posteriormente a desvalorização cambial, o fraco desempenho econômico e
as novas estratégias exportadoras que as empresas vinham adotando em 1999,
juntamente com os esforços comerciais e reajustes de linhas de produção nas
multinacionais; a política externa do mercado brasileiro, no ano de 2003, promovia
as exportações e suas diversificações (países de destino), impulsionando assim as
vendas de produtos manufaturados com maior valor agregado, como por exemplo,
os automóveis e eletroeletrônicos (IPEA, 2010).
Diante desse cenário do marketing na década de 2000, onde os
consumidores diversas vezes acabam escolhendo um produto ou serviço devido aos
valores das empresas, conforme relatou Lima e Zotes (2004), surgiram novas linhas
de trabalho dentro dos tradicionais enfoques como o marketing direto, que vem
utilizando-se de aplicações como o marketing digital e o marketing multinível, com o
objetivo de atingir uma grande parcela de consumidores.
2.3 O Mix de Marketing e seus 4 P’s
A fim de entender os elementos criados em 1960 por Jerome McCarthy
(ARAUJO, 2008), os quais atualmente compõem o mix (ou composto) de marketing
e sua relação com os períodos históricos mencionados, Munhoz (2005) ressalta
primeiramente, que nestes quatro elementos – 4 P’s – o mercado está sob a ótica da
empresa (vendedora), tendo seu foco voltado para o produto e menos para o
consumidor.
22
Em virtude disto, Munhoz (2005) e Campos (2012) apresentam que o produto
abrange toda a gama de ofertas que a empresa pode oferecer ao mercado, inclusive
os referentes à prestação de serviços, qualidades e características de produtos e
serviços, considerando também as embalagens, seus tamanhos, garantias e a
possibilidade, de haver ou não, a devolução de produtos quando necessário.
Tuleski (2009) ressalta que a definição do produto pode ser considerada a
mais crítica no processo decisório das empresas, pois este deve ser planejado e
cuidado como um patrimônio da mesma, visto que os “Produtos são o conjunto de
atributos, funções e benefícios que os clientes compram.” (TULESKI, 2009, p. 3).
Com relação ao preço Campos (2012, p. 1), observa que é “[...] Expresso em
unidades monetárias, e que ele representa o valor que é pago pelo consumidor para
receber o conjunto de benefícios fornecidos pelo produto.”. Tuleski (2009)
complementa relatando que o preço é o único “p” do mix que gera renda às
empresas, tornando-se desta forma um dos principais elementos que determina a
participação das mesmas nos mercados, possuindo influência na sua rentabilidade e
tendo grande importância no sucesso do plano de marketing das organizações.
Complementando, Gomes (2005, p. 10) esclarece que:
Plano de Marketing é uma ferramenta de gestão que deve ser regularmente utilizada e atualizada, pois permite analisar o mercado, adaptando-se as suas constantes mudanças e identificando tendências. Por meio dele podem definir resultados a serem alcançados e formular ações para atingir competitividade.
Munhoz (2005, p. 1) cita ainda o elemento praça (ou ponto de venda), que
afirma “[...] dizer respeito aos canais de distribuição (localizações), distribuição física
(estoque), transporte e armazenagem [...].”. Complementando, Tuleski (2009, p. 5)
ressalta que a praça pode ser descrita como uma “[...] rede organizada de órgãos e
instituições que, em combinação, executam todas as funções necessárias para ligar
os fabricantes aos usuários-finais a fim de realizar a tarefa de marketing.”.
Desta forma, a escolha do local de distribuição dos produtos e serviços pode
afetar diretamente as decisões das empresas, pois é importante que sejam de fácil
acesso aos seus consumidores, para que os mesmos possam adquirir os produtos
no momento mais conveniente. Convém evidenciar que existem diversas formas de
distribuição, dentre as quais, cita-se a direta (onde o produtor vende diretamente os
produtos e serviços ao consumidor), e a indireta (quando é necessária a utilização
23
de distribuidores para que os produtos e serviços sejam entregues aos clientes)
como as principais (TULESKI, 2009).
Por conseguinte, de acordo com Campos (2012, p. 1), a promoção “refere-se
ao composto de elementos promocionais que divulgam e comunicam o produto ao
mercado-alvo [...].”. Exemplificando, Tuleski (2009, p. 6) cita a “[...] propaganda,
promoção de vendas, relações públicas e publicidade, força de vendas e marketing
direto” como formas de divulgação.
A respeito disso, Tuleski (2009) apresenta que a promoção é muitas vezes,
confundida com o marketing devido a este elemento ser o mais visualizado pelas
pessoas em geral, pois a divulgação faz-se necessária, visto que os consumidores
precisam saber da existência do produto no mercado, criando nos clientes o desejo
pelo seu consumo.
Assim, em busca de criar estes desejos e alavancar as vendas, as empresas
utilizam diferentes tipos de promoções, dentre as quais Tuleski (2009) e Campos
(2012) apresentam como principais a publicidade, a propaganda, as promoções de
vendas, o marketing direto e as relações públicas, conforme Quadro 1:
Quadro 1: Principais formas de propaganda
Formas Finalidades
Publicidade
Informar o público da existência dos produtos e da empresa
com o uso de veículos de comunicação, sem que a mesma
precise pagar para isso.
Propaganda Informar os consumidores dos novos produtos e induzir ao
consumo dos mesmos.
Promoção de
vendas
Atrair a atenção dos consumidores, alavancar o consumo de
produtos (vendas) e convidar para eventos imediatos.
Relações públicas Desenvolver apelos junto aos consumidores com obras sociais
da empresa, a sua história, etc.
Marketing direto Direcionar as estratégias de marketing para o público alvo da
empresa em busca de obter retornos mais ágeis.
Força de vendas Ganhar a preferência do cliente com o uso da venda pessoal.
Fonte: elaborado pelos acadêmicos com base em Tuleski (2009) e Campos (2012).
24
Conforme apresentado no Quadro 1, existem diversas formas de fazer com
que informações relevantes dos produtos e serviços cheguem até o público alvo.
Entre estas, o marketing direto é um exemplo de ferramenta que ajuda a empresa a
direcionar seus esforços ao mercado desejado, propiciando acompanhar a reação
dos clientes, seus desejos e necessidades, visto que a mesma tem um contato mais
próximo com os consumidores.
Além de tudo, o marketing e a definição adequada do mix de marketing nas
empresas as auxiliam a direcionarem seus esforços para o caminho correto a seguir,
em busca da preparação e competitividade. Levando em consideração que os 4 P’s
estão interligados, um planejamento correto e uma gestão eficaz das estratégias de
marketing, farão com que o mercado seja estimulado, oportunizando assim, o
crescimento da organização.
2.4 As principais ramificações do marketing
O estudo do marketing tem a função de coletar informações teóricas para que
profissionais, e estudantes da área tenham condições de entender e praticar o
marketing. Complementando, Kotler (2000, p. 25) cita que:
[...] [A estrutura] do marketing é vista como a tarefa de criar, promover e fornecer bens e serviços a clientes sejam estes pessoas físicas ou jurídicas. Na verdade, os profissionais de marketing envolvem-se no marketing de bens, serviços, experiências, eventos, pessoas, lugares, propriedades, organizações, informações e ideias.
A fim de analisar essas informações, Mazur e Miles (2010) ressaltam que se
deve identificar e entender qual a percepção dos consumidores em relação aos
produtos e as organizações, visualizando caminhos mais flexíveis para lidar com os
desafios encontrados e optar por qual das ramificações do marketing utilizar. Em
relação a estas escolhas, Serrano (2010) e Souza (2012) citam o marketing digital,
de relacionamento, um a um, pessoal, internacional e o direto como alguns dos tipos
mais utilizados de marketing.
Dentre estes, Torres (2009) e Santos (2013) apresentam que com o
crescimento da Internet não é mais possível pensar em ações isoladas, pois as
25
empresas possuem uma nova forma de comercializar os seus produtos, onde
diferente das outras mídias, a Internet afeta os negócios mesmo que as empresas
não queiram participar, pois os consumidores estão presentes na web comparando
os produtos entre as organizações. Desta forma, o marketing digital (publicidade
online e marketing web) utiliza a Internet como sua ferramenta, pois envolve todo
arsenal de estratégias das teorias do marketing, como por exemplo, a utilização da
publicidade e da propaganda, onde as corporações devem manter o foco editorial
dos conteúdos publicados para que o consumidor entenda e aceite o material.
Outra ramificação é o marketing de relacionamentos, que consiste na
valorização, construção e manutenção dos clientes já conquistados pelas empresas.
Para atingir a fidelização destes consumidores, as organizações devem buscar
aumentar a confiança entre elas e seus clientes, com ações como a constante
observação e pesquisa de interesses e personalidades dos consumidores, a criação
de formas de bonificações a fim de atendê-los da melhor forma, satisfazendo suas
necessidades, pois estes clientes serão os responsáveis por levar grande parte das
informações das empresas (boas ou ruins) e sua marca a outras pessoas (BERRO,
2010; MAZUR e MILES, 2010; SERRANO, 2010; NASCIMENTO, 2013).
Com relação ao marketing um a um, Ramos (2007) e Jacob (2010) apontam
que nesta ramificação as organizações devem seguir uma regra básica, onde
buscam reconhecer as necessidades de cada cliente, a fim de eleger formas
distintas de atendimento. Concordando, Ramos (2000, p. 1) ressalta ainda que as
organizações precisam também atentar-se a questionamentos de como “[...]
identificar o cliente; com que serviços diferenciá-lo dos demais; como vou interagir
com ele; o que e como customizar? [...]”, antes de efetivamente implantar uma
estratégia.
Já com relação ao marketing pessoal, Gehringer (2007, p. 1) relata que:
Marketing é o conjunto de ferramentas que uma empresa usa para fazer com que seus produtos sejam conhecidos, apreciados e comprados. Marketing pessoal é o profissional fazer exatamente a mesma coisa só que em beneficio da própria carreira.
Tascin e Servidon (2005, p. 4) explicam que “[...] o Marketing Pessoal ajuda a
criar a marca da pessoa e é uma ferramenta importantíssima, pois melhora a
imagem e desenvolve habilidades como liderança, percepção e o próprio carisma.”
26
Estas razões fazem com que o marketing pessoal seja cada vez mais utilizado entre
os profissionais de diversas áreas.
Tratando-se de outra ramificação, Corrêa (2009, p. 1) explica que no
marketing internacional é preciso que, além da preocupação com “[...] as atividades
de avaliação de oportunidades, desenvolvimento de produtos, comunicação e
logística e distribuição dos produtos nos pontos de venda [...]” as empresas tenham
atenção com itens como a análise de mercado e a distribuição dos produtos no país
de destino.
Desta forma, “[...] As ferramentas do marketing internacional podem ajudar as
empresas a planejar e gerenciar suas atividades visando satisfazer as necessidades
e desejos de consumidores localizados nos mais diversos países” (Brasil, 2000?, p.
1), ressaltando que nem sempre as políticas de marketing adotadas em um país
terão sucesso nos demais, pois cada mercado possui características próprias que
geram resultados diferentes entre si, forçando as organizações a encontrarem
estratégias adequadas para que o produto entre e mantenha-se no mercado alvo.
Reforçando, Direct Marketing Association of Singapore (20??, p. 1) define
marketing direto como “[...] um sistema interativo que usa uma ou mais mídias de
propaganda para obter uma resposta e ou transação mensurável em qualquer
localização [...]. (tradução nossa)”3. Dentre uma das técnicas mais antigas, esta
ramificação visa criar relacionamentos com clientes com o uso de diálogos, para que
a empresa possa receber o retorno, as opiniões destes clientes. Vale ressaltar que,
com o uso do marketing direto as organizações devem estar atentas para criar
campanhas de grande apelo, onde sejam apresentadas as novidades a fim de
chamar a atenção dos consumidores.
Kotler (2006) acrescenta que o marketing direto utiliza-se de canais diretos e
serviços sem intermediários, permitindo focar as preocupações e ações das
empresas nos consumidores que tem interesse nos produtos, a fim de reforçar o
relacionamento entre estas organizações e as pessoas.
Dentro do marketing direto existem diversas formas de chegar até o
consumidor final, para isso a empresa deve estabelecer o modelo (ou sistema de
vendas) que condiga com a forma de trabalho da sua equipe e a relação destas com
3 "An interactive system of marketing that uses one or more advertising media to effect a measurable response and/or transaction at any location, with this activity stored on a database." (DIRECT MARKETING ASSOCIATION OF SINGAPORE, 20??, p. 1).
27
seus clientes. Alves e Pinheiro (2003) citam a venda por catálogo, a porta a porta, a
party plan e a venda por consultoria como modelos de treinamento e orientação de
materiais de comunicações das organizações que trabalham com vendas diretas.
Já de acordo com a Associação Brasileira de Vendas Diretas – ABEVD
(20??), o estatuto do vendedor direto (conforme Anexo 1), prevê que existem
apenas três tipos de vendas diretas, a porta a porta, por catálogo e party plan,
excluindo desta forma as vendas por consultoria das formas de comercialização
existentes. No caso da venda por catálogo, as vendedoras deixam este material na
casa do cliente e passam em outro momento recolhendo os pedidos; nas vendas
party plan, a vendedora promove um chá, convida diversas pessoas e demonstra o
produto a estes convidados; e já na situação de vendas porta a porta, o mais
utilizado no Brasil, a vendedora vai até a casa dos clientes com o catálogo e vende
os produtos da empresa.
Inserido nestes sistemas de vendas, ABEVD (20??) apresenta que existem
duas práticas de sistemas de compensação, o mononível, onde os vendedores
ganham apenas um desconto de 30 % (em média) na compra dos produtos, não
recebendo nenhum tipo de pagamento das empresas; e o multinível, onde os
vendedores além de praticar suas vendas e receber de forma mononível
(descontos), também ganham das empresas bônus pelas indicações de novos
revendedores, formando assim sua própria rede de vendedores.
28
3 VENDAS
A estratégia de venda direta, conforme apresentado no capítulo anterior, que
contempla o sistema multinível, traz consigo um estigma, referenciando que
trabalhar com o marketing de rede, comumente está ligado há uma série de dúvidas
e questionamentos sobre as empresas, os produtos e serviços comercializados, os
mercados, os sistemas de vendas, enquadramento dos profissionais e,
principalmente, as formas de remuneração. Qual a melhor empresa ou produto para
se revender? Há suporte para os itens vendidos? Onde se obterá maior garantia,
concessão de descontos e retorno financeiro? Entre essas e outras dúvidas, há uma
de alta relevância para qualquer tomada de decisão: O sistema que a empresa
adota é marketing multinível legítimo ou pirâmide financeira? (KISHEL e KISHEL,
1993; ZIGLAR, 2001; ARAGÃO, 2009).
Como ambos os sistemas se baseiam em estruturas organizacionais
semelhantes, facilmente confunde-se qual é qual. Desta forma, visando um melhor
entendimento, serão apresentados neste capítulo, os conceitos individuais de cada
um, assim como as características que permitem diferenciá-los.
3.1 Marketing multinível
O marketing de rede, também conhecido como marketing multinível (MMN) é
um método para venda direta em que os clientes podem tornar-se vendedores do
produto ou serviço que estão adquirindo, por meio de recrutamento, encaixando-se
em uma nivelada estrutura de distribuição, abaixo do nível de seu recrutador que por
consequência, obterá ganhos sob as vendas realizadas pelo novo vendedor
(KISHEL, KISHEL, 1993).
Citando brevemente sua história, o MMN iniciou nos EUA na década 1940
quando o Dr. Carl Rehnborg, fundador da Nutrilite Products, empresa de produtos
nutricionais, mudou sua estratégia de venda direta, devido aos problemas da grave
crise nos EUA, no qual os bancos e empresas faliam, assim como o desemprego
29
assolava massivamente a população. Rehnborg percebeu que a indicação de
conhecidos e de pessoas que já consumiam o produto, dava maior credibilidade às
vendas e promovia a marca por meio do boca a boca (NUTRILITE, 1999).
Desta forma, desenvolveu um sistema de distribuidores independentes que,
além de vender, podiam construir o próprio negócio e indicar outros interessados na
compra e venda dos produtos, criando assim, um de plano de remuneração
multinível, pagando uma bonificação sobre vendas realizadas pelo novo distribuidor
indicado (ZIGLAR e HAYES, 2001; ARAGÃO, 2009).
Complementando o conceito de MMN, Buaiz (1998) explica que se trata de
uma estratégia de venda, que visa à comercialização de produtos ou serviços, por
meio de representantes que não possuem vínculo empregatício com a empresa
fornecedora, atendendo diretamente ao consumidor. A particularidade desse sistema
se dá, porque é o vendedor quem vai até o cliente final, muitas vezes na
comodidade do lar, apresentar e comercializar o produto direto da fábrica. Isso
permite ao distribuidor independente, como é conhecido no mercado, diversificar a
abordagem, personalizar o atendimento e criar um relacionamento mais sólido com o
cliente, satisfazendo-o e fidelizando-o em grande maioria.
Esse processo se fortalece porque a empresa que utiliza o marketing
multinível em seu negócio aplica o investimento que, por outro meio seria destinado
para a promoção e propaganda, no programa de remuneração da cadeia de seus
distribuidores, visto que a própria rede, disposta em níveis, irá disseminar as
informações pertinentes ao fabricante, promover a linha de produtos, perceber no
cliente suas necessidades e preferências, possibilitando à organização maior
atratividade perante o público-alvo (ARAGÃO, 2009).
O investimento também tem grande evidência no que tange o
desenvolvimento de novos produtos e serviços, sistema de distribuição e estrutura
logística, assim como, a aplicação das tecnologias na divulgação de toda a linha
comercializável.
Outra característica da indústria atuante no mercado multinível é a forma de
adesão dos revendedores e seu processo de treinamento. Inicialmente, a empresa
abre oportunidade a um grupo seleto de interessados, apresentando os produto ou
serviços disponíveis para comercialização; demonstra as vantagens, evidencia os
benefícios e, informa a necessidade de adquirir o material de divulgação (kit) para se
cadastrar e tornar-se um revendedor (KISHEL, KISHEL, 1993).
30
O treinamento é ministrado, muitas vezes, pelos próprios empresários e
idealizadores do projeto, promovendo ainda mais credibilidade e interesse, por parte
dos interlocutores, agora distribuidores na rede. Os distribuidores por sua vez,
tornam-se replicadores no processo de treinamento, quando estenderem a
oportunidade a outros interessados ou novos entrantes (ZIGLAR, 2001).
Entre as vantagens para os distribuidores independentes, que por
característica principal da atividade, são seus próprios patrões e tem a autonomia
para gerir o negócio à sua maneira, são: estipular metas particulares, determinar a
área de atuação, estabelecer sua carga horária e, promover eventos e treinamentos
visando expandir sua própria rede. Estes e outros elementos tem tornado o MMN
num grande atrativo para quem pretende montar seu próprio negócio e ser um
empreendedor, obviamente, que tudo isso, alinhado a estrutura organizacional,
respeitando as regras e normas de conduta das empresas (KISHEL e KISHEL, 1993;
ZIGLAR, 2001).
O marketing multinível é um sistema de venda direta, promovida por
distribuidores autônomos, que compram o produto de uma empresa para revendê-lo,
obtendo o lucro sobre as margens de venda. Inclusive, podendo indicar outros
revendedores, que eventualmente indicarão mais outros, numa linha sucessiva,
estabelecendo assim, uma rede de vendas em variados níveis (Figura 1). Os
distribuidores ganham comissões sobre as vendas realizadas por eles e toda sua
rede, direta ou indiretamente ligada, de acordo com as definições da organização
(ABEVD, 1999).
Figura 1: Sistema de MMN
Fonte: Adaptado de ECONOMIA (2013).
31
Os níveis de enquadramento da rede de MMN possuem duas vertentes, a
horizontal ou lateralidade, que remete as pessoas da rede ligadas diretamente ao
primeiro distribuidor e, a vertical ou profundidade, referenciando as pessoas ligadas
aos primeiros indicados horizontal ou lateralmente, em todos os níveis abaixo
(ZIGLAR e HAYES, 2001; ARAGÃO, 2009).
Para melhor entender o funcionamento do MMN, pode-se observar na Figura
2, que o nível A representa o distribuidor ligado direto a empresa fornecedora, o
nível B são os distribuidores indicados pelo primeiro para fazer parte da rede (ligado
horizontal ou lateralmente) e, consequentemente, o nível C são os distribuidores
indicados pelo revendedor cadastrado no nível B (ligados verticalmente). Ressalta-
se aí, que o nível A receberá um percentual sobre as vendas do nível B e C, além
das margens de lucro sobre suas próprias vendas. O nível B, da mesma forma, irá
receber sobre suas vendas e um percentual sobre as vendas do nível C. Caso este
último nível não estenda sua rede de relacionamento, recrutando novos
distribuidores, obterá ganhos apenas referentes às vendas por ele realizadas
(KISHEL e KISHEL, 1993).
Figura 2: Rede de MMN
Fonte: adaptado de KISHEL E KISHEL (1993).
A extensão da rede de MMN não possui uma predefinição em seu sistema e,
deve ser definida pelas empresas que adotam essa forma de venda direta,
32
procurando conciliar o limite de níveis horizontais e verticais, com seu planejamento
estratégico, modelo comercial e estrutura organizacional.
Atualmente no Brasil, não existem leis específicas que regulamentem o
marketing multinível e seu funcionamento, mas a Associação Brasileira de Vendas
Diretas (ABEVD) disponibiliza um Código de Ética, que foi confeccionado conforme o
modelo mundial seguido pela World Federation of Direct Selling Associations
(WFDSA) – Federação Mundial das Associações de Vendas Diretas – onde a
mesma é a responsável por fornecer orientações para o bom relacionamento entre:
[...] por um lado, as empresas associadas à [...] Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas e os vendedores diretos a elas relacionados e, por outro lado, os consumidores dos produtos comercializados pelas empresas e pelos vendedores diretos. (ABEVD, 2009, p.2)
No decorrer deste código, são apresentadas informações a respeito de
diversos assuntos relacionados com as empresas, vendedores e seus clientes,
conforme apresenta ABEVD (2009, p.3) ao citar que:
Este Código contém disposições relacionadas à conduta das empresas para proteção dos direitos dos consumidores e visa contribuir para a satisfação desses consumidores, para a promoção da concorrência leal, respeitando-se a livre iniciativa, para a disseminação da imagem pública da venda direta e para a percepção pela sociedade da atividade de venda direta como oportunidade de trabalho e geração de renda.
As organizações interessadas em fazer parte da Associação Brasileira de
Vendas Diretas passam por análises e parâmetros balizadores com a finalidade de
verificar-se a estrutura administrativa da empresa, seus produtos e serviços
comercializados e, principalmente, a autenticidade de seus sistemas de vendas
diretas. Desta forma, não se pode olvidar que, estar associada a entidades como a
WFDSA e ABEVD concede as organizações, distribuidores e consumidores, uma
relação comercial mais garantida e de maior credibilidade (ABEVD, 2009).
Entretanto, há empresas que mesmo não se enquadrando ao perfil multinível,
autodenominam-se empresas de MMN, com o propósito de facilitar o recrutamento
de interessados, expandir rapidamente seu esquema, arrecadar o maior número de
investimentos possíveis, com o intuito somente de promover o fluxo de recursos
financeiros.
33
3.2 Sistema piramidal financeiro
No decorrer da história mundial, esquemas fraudulentos que envolvem trocas
de valores algumas vezes geraram grandes casos em continentes como a América
do Norte, Europa e Ásia. Dentre estes esquemas está o sistema piramidal financeiro,
que Ordones (2013, p. 1) conceitua como sendo:
[...] um modelo comercial não sustentável, caracterizado como fraude e muitas vezes mascarado sob o sistema de ‘Marketing Multinível’. O esquema envolve a troca de dinheiro pelo recrutamento de outras pessoas ou, por exemplo, por postagens diárias de anúncios publicitários da empresa na internet, sem qualquer produto ou serviço ser entregue.
A utilização do sistema piramidal financeiro, ou pirâmide financeira, foi
responsável pela formação de diversos esquemas como o de Ponzi, que ocorreu nos
EUA entre os anos de 1903 e 1920, onde o idealizador prometia retornos que
variavam de 50% a 100% em até 90 dias para os investimentos realizados. O
esquema durou alguns anos e teve seu fim devido às investigações da época
descobrirem que o fundador, o qual investia na compra de cupons de selos postais
de outros países para revender nos EUA, tinha apenas 27 mil cupons no mercado,
quando precisaria de cerca de 160 milhões destes em circulação para cobrir seus
gastos e o pagamento de todos os investidores no sistema (ESTADÃO, 2009;
ORDONES, 2013).
Posteriormente ocorreram outros grandes casos, como a banqueira do povo
em Portugal nos anos 50; e o caso Madoff em Nova Iorque, que movimentou mais
de USD 65 bilhões e teve seu fim no ano de 2009, devido às suspeitas e
investigações de um cidadão que procurava entender como o idealizador do projeto
conseguia pagar rendimentos tão altos a todos os seus investidores (ESTADÃO,
2009; ORDONES, 2013).
Além destes casos, a pirâmide financeira esteve presente em países como
Colômbia, Jamaica, Albânia, Filipinas, Quênia, Romênia, Nigéria, Rússia e Namíbia,
onde se registraram esquemas bilionários envolvendo o sistema piramidal financeiro,
assim como as reclamações de casos que chegam ao FMI – Fundo Monetário
Internacional. Na Albânia, por exemplo, entre os anos de 1996 a 1997, o esquema
envolveu dois terços da população, devido a fatores como a falta de conhecimento a
34
respeito do mercado financeiro e do deficiente sistema financeiro do país, que
encorajou o desenvolvimento do mercado informal, facilitando a criação das
pirâmides financeiras. A participação desta grande parcela da população,
juntamente com as medidas que foram tomadas pelo governo albanês para tentar
controlar a situação e acabar com as empresas que trabalhavam neste ilegal
sistema piramidal, fez com que o país entrasse em colapso em 1997, causando
revolta e resposta violenta por parte do povo (SOONTHORNSIMA,
BARTHOLOMEW e ZEPHIRIN, 2009, tradução nossa4; JARVIS, 2000, tradução
nossa5; TEIXEIRA, 2013).
Ayres (2011) apresenta que o Brasil também é alvo de empresas que
trabalham com o sistema piramidal, como por exemplo, a empresa do Caso Boi
Gordo, que teve seu início na década de 90 e com o passar dos anos foi reunindo
investidores pelo país, chegando a cerca de 30 mil pessoas envolvidas com a
empresa no início do ano 2000. Um ano depois, foi detectado que a empresa já não
tinha mais condições de pagar todos os investidores, visto que sua arrecadação de
valores era baseada na entrada de novos participantes, fazendo com que, em 2004
a organização tivesse sua falência decretada, deixando os investidores com perdas
de cerca de 3,9 milhões de reais.
Outro grande acontecimento foi o caso do Avestruz Master, que conforme
Goiás (2010) e Rosa (2013) explicam, ocorreu em Goiânia entre os anos de 1998 e
2006, época em que a empresa vendia contratos de compra e venda de avestruzes
com a promessa de recomprar as aves, sendo que a carne dos animais seria
exportada gerando um lucro de 10% em 18 meses. A organização teve sua falência
decretada em 2006, quando os sócios fundadores fugiram para o Paraguai, mas
somente em 2010 os responsáveis foram condenados pelo Ministério Público
Federal (MPF) em Goiás ao pagamento de indenização de 100 milhões de reais e a
prisão. Ressalta-se que este caso foi considerado como o ‘maior crime financeiro do
estado’, pois envolveu cerca de 40 mil pessoas (30 mil eram goianas) e teve
prejuízos que ultrapassaram um bilhão de reais. 4 “IMF technical assistance has helped Jamaica, Lesotho, and Swaziland to address cases of financial fraud. In addition, Kenya, Namibia, Nigeria, and Seychelles are among other countries that have relayed instances of fraud to the IMF.” (SOONTHORNSIMA, BARTHOLOMEW e ZEPHIRIN, 2009, p.1) 5 “During 1996-97, Albania was convulsed by the dramatic rise and collapse of several huge financial pyramid schemes. [...] By March 1997, Albania was in chaos. The government had lost control of the south. [...] The collapse of the schemes seems to have had a major short-term economic impact, but the most damaging effects came from the civil disorder it precipitated. [...].” (JARVIS, 2000, p. 1 a 6)
35
Além destes, atualmente existem empresas que estão sob investigação, como
é o caso, por exemplo, da organização que chegou a cerca de um ano no Brasil, a
qual trabalha com a venda de planos de minutos de tecnologia VOIP (telefonia via
Internet), que permite que sejam realizadas ligações ilimitadas para mais de 10
países no mundo. Os participantes desta organização devem realizar um
investimento para ganhar o direito de participar da empresa, promovendo os
serviços da mesma via postagens de anúncios em sites de classificados ou redes
sociais. Alem disso, os participantes ainda pagam uma taxa mensal para terem o
direito de utilizar o serviço de ligações ilimitadas via Internet. Para que estes
participantes tenham o retorno dos valores investidos na companhia, devem recrutar
novas pessoas para que a rede continue recebendo dinheiro. Esta empresa, que de
acordo com Navarro (2013), já envolveu cerca de um milhão de pessoas pelo país,
encontra-se com as atividades suspensas no estado do Acre e sob investigação do
Ministério da Justiça brasileira, devido às suspeitas desta ter cometido crimes como
estelionato, formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e crime contra a economia
popular (NAVARRO, 2013; GUERRA, 2013; ORDONES, 2013).
A par destes acontecimentos, Federal Trade Commission (1998, p. 1)
apresenta que em esquemas fraudulentos como o sistema piramidal financeiro,
existem características essenciais na forma de trabalho, pois:
Eles prometem aos consumidores ou investidores grandes lucros baseados principalmente no recrutamento de outras pessoas para trabalhar no programa, não baseado em lucros a partir de algum investimento real ou venda real de mercadorias para o público. (tradução nossa6)
Corroborando para o entendimento deste sistema, Teixeira (2013) cita que
genericamente o sistema piramidal financeiro é um sistema utilizado para que as
empresas possam coletar dinheiro ou benefícios pelo recolhimento com novos
participantes. Desta forma, cada novo participante tem como função gerar o dinheiro
necessário para o pagamento dos antigos participantes e captar no mercado
pessoas que ainda não faziam parte do esquema para que a o sistema se mantenha
por mais tempo, conforme esquema apresentado na Figura 3.
6 “They promise consumers or investors large profits based primarily on recruiting others to join their program, not based on profits from any real investment or real sale of goods to the public.” (FTS, 1998, p. 1).
36
Figura 3: Ilustração do sistema piramidal financeiro.
Fonte: Adaptado de CAMPOS, LIRA e VALFRÉ (2013); e TEIXEIRA (2013).
De acordo com Teixeira (2013), com o surgimento da Internet estes
esquemas foram se modernizando, com promessas de que supostas prestações de
serviços, como por exemplo, encaminhar e-mails ou criar um site, fará com que os
participantes fiquem milionários. Além disso, outra forma de persuasão foi a inclusão
das ofertas de produtos no sistema, pois as pessoas teriam mais confiança na
empresa, facilitando que a mesma esconda que o foco da organização continua
sendo as cobranças na entrada de novos participantes.
Corroborando, a Associação Brasileira de Empresas de Vendas Diretas –
ABEVD (1999) ressalta que no sistema piramidal financeiro o produto ou serviço
oferecido não existe de fato, ou não é a fonte principal dos recursos obtidos pela
empresa, como adverte Federal Trade Commission (1998, tradução nossa7) ao
apresentar que a falta de vendas dos produtos no mercado varejista e o
carregamento de estoque, que ocorre quando as empresas incentivam a compra de
mais produtos do que jamais poderia vender, inflacionando os preços; são dois
fortes indicadores de que os produtos comercializados pela empresa buscam
apenas disfarçar a pirâmide financeira existente. Desta forma observa-se que o
objetivo destas organizações é, sobretudo, a entrada de capital por meio de novos
entrantes, através das taxas e custos de associação, fazendo com que a
organização em certo momento de sua existência não encontre outras pessoas
dispostas a entrar no esquema (ABEVD, 1999). 7 “There are two tell-tale signs that a product is simply being used to disguise a pyramid scheme: inventory loading and a lack of retail sales. Inventory loading occurs when a company's incentive program forces recruits to buy more products than they could ever sell, often at inflated prices. [...] ”. (FEDERAL TRADE COMMISSION, 1998, p. 1)
37
Em relação a este cenário, Teixeira (2013, p. 1) aponta que:
Se o esquema prever que cada pessoa encontre 10 novos participantes e a pirâmide começar com uma pessoa no topo, teremos 10 pessoas debaixo dela e 100 debaixo deles e 1000 debaixo deles etc... a pirâmide terá mais da inteira população da terra depois de 10 andares (ou níveis), com um único golpista no topo.
Exemplificando, Teixeira (2013, p. 1) apresenta na Figura 4 a representação
do processo exponencial derivado da pirâmide financeira, no qual se pode perceber
que em certo momento o crescimento desta cadeia se tornará limitado e
consequente insustentável, visto que não haverá novas pessoas disponíveis para
entrar no esquema.
Figura 4: Ilustração do sistema piramidal financeiro em números.
Fonte: TEIXEIRA (2013, p. 1).
Examinando a forma de estrutura e trabalho dos sistemas piramidais
financeiros, Soonthornsima, Bartholomew e Zephirin (2009, tradução nossa8)
identificam que estes esquemas piramidais possuem quatro fases: a iniciação,
quando surgem as primeiras participações; a validação, quando as notícias dos
grandes lucros conseguidos pelos membros iniciais são passadas a outras pessoas;
a expansão, quando a organização recebe grande número de novos participantes e
massivos investimentos; e a fase do colapso, quando os responsáveis pela empresa
8 “Pyramid and Ponzi schemes typically go through the following stages: Initiation, when the first subscriptions or investments are handed over; Validation, when large and easy rewards earned by initial members generate strong word-of-mouth publicity; Expansion, when a large number of people join or massive investments are received, and; Collapse, when defaults occur and promoters seek to abscond with invested money.” (SOONTHORNSIMA, BARTHOLOMEW E ZEPHIRIN (2009, p. 2).
38
fogem com o dinheiro dos investimentos por não conseguirem mais pagar os
participantes.
A fim de minimizar o impacto econômico negativo destes esquemas
fraudulentos, Brasil (1951, p. 1) busca aplicar o disposto na Lei nº 1.521/51, em seu
Art. 2º, informando que serão punidos aqueles que cometerem crimes ou
contravenções contra a economia popular no país, onde:
[...] IX - obter ou tentar obter ganhos ilícitos em detrimento do povo ou de número indeterminado de pessoas mediante especulações ou processos fraudulentos ("bola de neve", "cadeias", "pichardismo" e quaisquer outros equivalentes); [...] Pena - detenção, de 6 (seis) meses a 2 (dois) anos, e multa, de dois mil a cinquenta mil cruzeiros.
Pietro (2009) explica que este inciso fala sobre a exploração fraudulenta da
credulidade da população, no qual as empresas aproveitam-se da ingenuidade, boa-
fé e até mesmo da ignorância das pessoas para que o golpe funcione, ressaltando-
se que a simples tentativa do golpe já é ilícita. Incluídos neste, encontram-se as
cadeias, também conhecidas como corrente da felicidade ou pirâmides, as quais são
organizações engenhosas que beneficiam os primeiros participantes
(organizadores), pois quando a cadeia se rompe, os níveis mais baixos de
participantes terão prejuízos.
No intuito de facilitar o enquadramento das contravenções e crimes deste
gênero, o Brasil vem buscando fortalecer sua legislação a fim de garantir que a
prática de esquemas piramidais seja considerada “[...] crime contra a ordem
econômica, quando a fraude se limitar a um município ou Estado, e em crime contra
o sistema financeiro nacional, quando se espalhar por mais de uma Unidade da
Federação” (SORANO, 2013). Corroborando, Goiás (2013) e Sorano (2013)
ressaltam que grande parte dos deputados federais está em consenso à ideia de
acirrar as leis, mesmo considerando que três destes estão dispostos a criar uma
frente parlamentar, com o objetivo de apoiar os representantes de três empresas,
atualmente, sob investigação federal.
Desta forma, baseado em todo este cenário de atuação, juntamente com as
tentativas de controle governamental das práticas piramidais, Ordones (2013, p. 2)
chama a atenção para o fato de que “Em uma pirâmide financeira, além da empresa
que oferece o ‘serviço’ estar cometendo um crime, todas as pessoas que viram
‘sócias’ dela estão alimentando uma prática ilegal.” Portanto, deve-se procurar
39
analisar criteriosamente a empresa, a qualidade da equipe administrativa, posição
da mesma dentro do segmento de mercado, assim como as suas formas reais de
arrecadação de valores, antes de se pensar em investir nas organizações.
3.3 Principais diferenças entre MMN e sistema piramidal financeiro
A mídia vem abordando alguns assuntos a respeito de empresas que
trabalham com o MMN, como por exemplo, a Amway, que está em constante
crescimento e em 2012 passou a ser a maior companhia de vendas diretas do
mundo, quando suas vendas atingiram USD 11,3 bilhões entre diferentes mercados
como China, Índia, Coreia e Japão. Da mesma forma, organizações que trabalham
com o sistema piramidal financeiro, como a Telexfree, NNex, BBom e Priple, são
foco de reportagens, que por sua vez, enfatizam temas como a recente prisão dos
donos de uma destas empresas sob suspeita de crime contra a economia popular,
assim como entorno de processos administrativos junto ao Ministério da Justiça
(AYRES, 2013; ALVARENGA, 2013; TRIBUNA DO NORTE, 2013; CONTILNET,
2013).
Enfatiza-se também que popularmente é comum existir confusão, pois o MMN
e o sistema piramidal financeiro trabalham a partir de ideias próximas, nas quais os
cooperadores buscam formar um grupo de pessoas que irão trabalhar visando o
crescimento da empresa e seus colaboradores. Visto isso, ressalta-se que quando
se investiga detalhadamente o MMN e o sistema piramidal financeiro, percebe-se
que estes sistemas possuem mais diferenças do que semelhanças.
Juntamente, com todos estes acontecimentos, o governo do Brasil tem
procurado acompanhar o surgimento e desenvolvimento das práticas de MMN e
sistema piramidal financeiro, pois se preocupa em antecipar quais as empresas que
estão envolvidas em esquemas ilegais de pirâmide, em busca de resguardar sua
economia, antecipando a falência do esquema e interferindo para que os prejuízos
sejam minimizados (ALVARENGA, 2013).
Neste contexto, em busca de esclarecer, Duda (2013a) auxilia informando
que o MMN deve ser observado e compreendido como um canal de distribuição de
40
produtos e serviços, que quando empregado de maneira adequada, gera lucros e
rendas para os membros da rede. Ressaltando ainda que:
[...] se [você] trabalha em uma empresa de MMN você deve ser especialista de produto e serviço. Se perguntarem do produto ou do que trabalha, a resposta tem que estar na ponta da língua, afinal seu trabalho é falar muito bem de produtos e serviços muito bons, que levam valor e benefícios ao mercado. (DUDA, 2013a, p. 3)
Corroborando, Alvarenga (2013, p. 2) apresenta que:
A diferença básica é que o Marketing Multinível (MMN) é um canal de distribuição de produtos e serviços e não de captação de recursos para investimento, e não depende de novos associados para a sustentabilidade do negócio. No MMN, o número de consumidores dos produtos ou serviços é sempre superior ao número de revendedores, e o consumo é baseado no benefício e qualidade que trazem. Outra diferença é que as empresas pagam apenas um percentual de vendas já realizadas. Ou seja, se nunca mais entrar um novo membro, os pagamentos terão como ser mantidos, uma vez que o consumidor final estará utilizando o produto, mesmo sem fazer parte da rede.
Desta forma, ressalta-se que as empresas que trabalham com o MMN contam
com pessoas treinadas, que compram produtos com desconto e posteriormente os
revendem a outras pessoas, fazendo com que estas vendas gerem seus ganhos e
consequentemente, lucros para a empresa. Juntamente com este fato, os
revendedores têm a possibilidade de realizarem indicações de novas pessoas para
participar da sua rede de vendas, e quando isso ocorre, as organizações lhes dão
bonificações e aumentam o repasse de comissões. Ressalta-se que qualquer
participante da rede tem igual possibilidade de ganhar mais dinheiro, pois isso
dependerá apenas do seu esforço nas revendas, não importando o seu tempo de
participação na rede (KISHEL e KISHEL, 1993; ZIGLAR, 2001; COBRA, 2009).
Em contrapartida, as organizações que trabalham com o sistema piramidal
financeiro, têm como objetivo a entrada de novas pessoas em seu esquema, visto
que a principal arrecadação e os lucros da empresa estão baseados no dinheiro que
os novos entrantes pagarão (taxa de inscrição), independente de haver uma oferta
de produto. Ressalta-se que neste caso, a única forma de um participante ganhar
mais dinheiro, será conseguindo novas pessoas para iniciar no esquema, porque os
produtos e serviços oferecidos são apenas uma forma de distração, conforme Dana
(2013) e Duda (2013b). Corroborando, PROCON (2010, p. 1) explica que:
41
O golpe da pirâmide é uma artimanha comercial não sustentável que paga valores pelo recrutamento de outras pessoas para o esquema, sem que qualquer produto ou serviço seja entregue. E ele é considerado ilegal pelo Código de Defesa do Consumidor.
A sustentabilidade da pirâmide financeira torna-se impossível pelo fato que
em um determinado momento, os atuais participantes não conseguirão encontrar
outras pessoas para colocar abaixo de seus níveis, fazendo com que o esquema
piramidal não possua mais fonte de renda, deixando assim os últimos entrantes sem
o prometido retorno de seus investimentos.
Comparando os dois sistemas, Dana (2013, p. 1) esclarece que:
Marketing multinível é uma estratégia de vendas na qual a empresa vende seu produto (seja qual for) por meio de vendedores que não são funcionários da empresa. No caso do embuste da pirâmide, os vendedores, denominados "associados", pagam uma taxa de inscrição. Mais importante, os associados ganham bônus toda vez que trazem novos associados.
Considerando as características que distinguem os dois sistemas, percebe-se
que com o MMN, qualquer pessoa pode obter mais ganho que o seu patrocinador
(pessoa que a indicou); o negócio é legítimo e legalmente sustentável; possui
representação por uma pessoa jurídica; sua principal fonte de renda é a
comercialização de produtos, serviços ou ambos; o investimento inicial para
participar é relativamente baixo; os impostos devidos são pagos ao poder público,
independente da sua esfera; e o retorno financeiro está intrinsecamente ligado à
dedicação, produtividade, gestão da rede de relacionamento, podendo ser a curto,
médio e longo prazo, dependendo do empenho e comprometimento do investidor
(revendedor ou distribuidor independente) (ABEVD, 1999).
Quanto ao sistema piramidal financeiro, a pessoa que participa do esquema
não ganhará mais dinheiro que o seu patrocinador; a ilegalidade do negócio está
presente desde sua origem; são pessoas físicas que administram toda a estrutura,
sendo praticamente impossível contatá-las; não há produtos ou serviços legítimos
destinados à venda; permite-se a entrada de novos interessados, mediante alto
investimento inicial; os impostos não são pagos ou recolhidos; há a promessa de
fortuna rápida, sem esforço ou necessidade de trabalhar; onde os primeiros tornam-
se milionários e desfrutam da boa vida, enquanto os demais perdem o investimento
e saem muito mais do que prejudicados (ABEVD, 1999).
42
Deste modo a ABEVD (1999, p. 3 e 4) apresenta variadas diferenças entre o
MMN (venda direta) e o sistema piramidal financeiro (pirâmides), dentre as quais se
ressaltam no Quadro 2 as principais:
Quadro 2: Comparativo entre MMN e sistema piramidal financeiro Venda Direta Pirâmides
Vende produtos e serviços
Não vende nada ou “mesclam” a
inexistência de produtos ou serviços
cobrando por eles, valores muito acima
daqueles praticados no mercado
Ganho proporcianal ao esforço O primeiro a entrar é o que mais ganha
Continuidade (e hereditariedade) Não há continuidade
Gera e recolhe impostos Nem sempre há pagamento de impostos e
Emissão de Notas Fiscais
Tem garantia de devolução ou de
desistência do negócio
Nem sempre há garantia de devolução ou
possibilidade de desistir do negócio
Forte investimento em treinamento
Foco no deseconhecido e apenas no
enriquecimento rápido e fácil (não há
treinamento)
São associados à ABEVD* e
WFDSA** e cumprem o Código de
Ética
Esquema ilegais que não cumprem o
Código de Ética de associações do setor
Presente em mais de 100 países
Podem ser enquadrados em crimes como
estelionato, crime contra a economia
popular, evasão de divisas entre outros
Fonte: ABEVD (1999, p. 3 e 4).
Portanto, há grande importância quanto ao avaliar as empresas e potenciais
investimentos que se deseja fazer e se relacionar. Necessita-se de moderação,
paciência, alto conhecimento para distinguir as empresas de marketing multinível
dos esquemas de pirâmide financeira. Um parâmetro relevante que pode auxiliar na
tomada de decisão, trata-se do reconhecimento e registro da ABEVD (Associação
Brasileira de Empresas de Vendas Diretas). Para associar-se a ABEVD a empresa
tem que se adequar aos Códigos de Ética da entidade, que orienta a conduta diante
43
dos consumidores, dos vendedores diretos e entre as empresas, conforme Anexo 2.
O associado à ABEVD tem maior credibilidade perante o mercado de vendas diretas,
realça a sua legitimidade administrativa e fortalece seu negócio.
Figura 5: Ilustração comparativa entre MMN e pirâmide financeira, respectivamente.
Fonte: Adaptado de ECONOMIA (2013); CAMPOS, LIRA e VALFRÉ (2013)
Vale lembrar que a análise do mercado, sua história e tendências, são
igualmente importantes para obter um panorama favorável à melhor escolha,
esquivando-se dos riscos, evidenciando as oportunidades que apresentam mais
benefícios e vantagens aos interessados e a todos os envolvidos, dentro e fora do
sistema de negócio em questão.
44
4 MARKETING MULTINÍVEL E AS EMPRESAS ESTRANGEIRAS NO BRASIL
O MMN chega ao Brasil por volta de 1970, derivado de empresas vindas dos
EUA, mas como nesta época os revendedores precisavam comprar um grande
estoque de produtos e realizar a gestão e os pagamentos de sua rede, estas
empresas não tiveram sucesso e deixaram o mercado brasileiro (ARAGÃO, 2009).
Posteriormente, no início dos anos 90, chegaram outras empresas de MMN
vindas dos EUA, França, Suécia e Malásia, as quais tiveram maior sucesso no país.
Neste mesmo período, empresas brasileiras (como por exemplo, a Odorizzi),
começavam a trabalhar com o MMN, mas utilizaram conduta de má-fé, não
mantendo a palavra e as regras de compensação acordadas, sendo que encerraram
as atividades em pouco tempo; e também porque alguns não tinham o conhecimento
e os recursos necessários para alavancar o projeto e ter sucesso com a empresa.
(ARAGÃO, 2009).
A consolidação do MMN inicia-se na década de 2000, quando o setor de
vendas diretas começa a ter significativo crescimento, atingindo aumentos como o
de 21% no primeiro semestre de 2003. Outra referência foi que o MMN conquistou
adeptos e ganhou espaço no mercado brasileiro em 2008, devido às grandes
empresas do ramo que vinham dos EUA, China, México, Japão e África do Sul; da
mesma forma que surgiam novamente empresas brasileiras trabalhando no
segmento, e também algumas organizações que migraram seu modelo de negócio
de sistemas tradicionais para o MMN (ALVES e PINHEIRO, 2003; ARAGÃO, 2009).
Complementando a respeito deste crescente cenário, ABEVD (2012)
apresenta que, conforme observa-se na Figura 6, entre os anos de 2007 e 2011, o
volume acumulado de vendas diretas do canal subiu 67,9%, passando de R$ 16,2
bilhões de vendas no primeiro ano, para R$ 27,2 bilhões no último ano, período em
que o mercado varejista tradicional teve crescimento de 42,5%, ficando 25,4%
abaixo do mercado de vendas diretas. Ressalta-se ainda que este último mercado
vem crescendo ao longo dos anos, atingindo um crescimento de mais de 20% na
última década, fato este decorrente também do emprego da estratégia de MMN
pelas empresas.
45
Figura 6: Volume de Negócios da Venda Direta (R$ bilhões)
5,9 6,98,1
10,412,4
14,516,2
18,521,9
25,8 27,2
0
5
10
15
20
25
30
2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011
Fonte: adaptado de ABEVD (2012, p. 1).
Com vistas a acompanhar este mercado e seu crescimento, algumas
organizações fazem o levantamento de dados (receitas líquidas) e elencam
anualmente as cem maiores empresas do ramo de vendas diretas do mundo. Dentre
estas organizações, Direct Selling News (2013) aponta que, conforme o Anexo 3, as
sete primeiras empresas no ranking somaram juntas USD 38,3 bilhões, alcançando
53,39% de um total de USD 71,734 bilhões de renda líquida. Cenário este que pode
ser visualizado quando Direct Selling News (2013, p. 2 e 3) apresenta a comparação
do crescimento das dez primeiras empresas entre os anos de 2010 e 2012,
conforme o Quadro 3, ressaltando-se os crescimentos de 13% da empresa
Tupperware; 22,2% da Amway; 22,9% da Mary Kay; 46,7% da Herbalife e 41,9% da
Belcorp.
Desta forma, observando estes dados mundiais e considerando que cada
fornecedor deve atender seu mercado alvo, decidindo a forma de disponibilizar as
mercadorias nos locais que são designados, relata-se que o MMN apresenta uma
opção de profissão dinâmica, que vem por gerar riqueza a milhões de pessoas e a
contribuir para o desenvolvimento da sociedade pelo mundo, desde que estes
profissionais mantenham a forma legal e ética de trabalho, seguindo sempre as
premissas das empresas aos quais estes estão ligados (KOTLER, 1999; ZIGLAR e
HAYES, 2001).
46
Quadro 3: Mudanças de vendas líquidas (2010-2012)
Vendas Líquidas (Bilhões USD) 2010 2011 2012
1. Alticore (Amway) USA $9.2 $10.9 $11.3
18,50 3,70
2. Avon USA $10.9 $11.3 $10.7
3,7 -5,3
3. Herbalife USA $2.7 $3.5 $4.1
29,6 17,1
4. Vorwerk Alemanha $2.9 $3.0 $3.3
3,4 10
5. Natura Brasil $3.0 $2.8 $3.2
-6,7 14,3
6. Mary Kay USA $2.5 $2.9 $3.1
16 6,9
7. Tupperware USA $2.3 $2.6 $2.6
13 0
8. Nu Skin USA $1.5 $1.7 $2.2
13,3 29,4
9. Oriflame Luxemburgo $2.2 $2.1 $2.0
-4,5 -4,8
10. Belcorp Peru $1.3 $1.6 $1.9
23,1 18,8 Fonte: DIRECT SELLING NEWS (2013, p. 2 e 3).
Em virtude disso, o presente capítulo apresentará as principais organizações
que trabalham com o MMN e atuam no Brasil, ressaltando dentre estas as inseridas
no ramo de cosméticos.
47
4.1 Atuação no Brasil
Em primeiro momento, Buaiz (2004) relembra que quase todas as grandes
empresas do mundo que trabalham com vendas diretas e MMN já sofreram com
acusações em algum momento. Como por exemplo, a China, que chegou a
suspender o direito de empresas como a Avon e a Mary Kay de trabalharem, pois o
governo analisava se as mesmas tinham uma forma de trabalho legal, moral e ética.
Ao contrário do que apresenta Kotler (1999, p. 133), ao afirmar que:
[...] A maioria das empresas de cosméticos ⎯ Revlon, Estée Lauder, Lancôme ⎯ vende seus produtos a varejistas que, por seu lado, os vendem aos consumidores. Quando a Avon tentou fazer o mesmo, não conseguiu persuadir os varejistas a lhe dar espaço nas prateleiras. Assim, ela recorreu à distribuição direta e contratou as ‘consultoras Avon’ para vender seus produtos de porta em porta. Dessa maneira, construiu sua própria força de vendas de mais de um milhão de representantes e obteve grande sucesso por meio de venda direta. [...]
Neste cenário, Buiaz (2004) registra ainda que além dos governos, existem
outros desequilíbrios neste mercado, visto que o número de amadores envolvidos é
maior que o número de pessoas comprometidas e que buscam seu treinamento e
constante aperfeiçoamento na área de vendas e na representação de seus produtos,
em busca de realizarem trabalhos sérios. Esta maioria não se preocupa em, por
exemplo, ler contratos, entender como a empresa trabalha, seus desafios e
diretrizes; estas pessoas apenas assimilam como verdade o que lhes foi
apresentado pelo seu ascendente (a pessoa que o indicou).
Em vista disso, Buaiz (201?, p. 1) afirma que quando se analisa uma empresa
que trabalha com MMN, alguns fatores devem ser levados em consideração, como
por exemplo o:
[...] mercado, produtos, plano de marketing, serviços, capital, etc [...]. Mas nenhuma empresa é forte sem um RH forte. Todo o resto é consequência de uma boa liderança. As decisões que uma companhia deve tomar diariamente, em todos os níveis, exigem cada vez mais preparo e competência, sobretudo nas questões humanas.
Reconhecendo essas situações, Duda (2013c) relembra que o MMN:
48
[...] é um sistema de distribuição de “produtos”, ou seja, se você não compraria aquele produto por aquele preço sem fazer parte da rede, isso não é MMN. [...] No Marketing Multinível você ganha sobre as suas vendas e as vendas da sua rede, não existe ganhar em Marketing de Rede sem ter rede!
Neste contexto, Duda (2013c) relembra que as empresas de MMN legítimas
seguem o código de ética (Anexo 2) e as diretrizes de conduta da ABEVD em busca
de demonstrar que são empresas sérias no mercado. A fim de permitir que consultas
possam ser realizadas pela população interessada, ABEVD (2013?a) apresenta sua
lista de associados, onde são encontradas 09 organizações que utilizam o sistema
de MMN, dentre mais de 20 empresas que trabalham com vendas diretas, as quais
estão sob constante acompanhamento da ABEVD.
A ABEVD (2013?a) reconhece as empresas Amway, Akmos, Belcorp Brasil,
Jafra, Herbalife, Hinode, Rede Brascon e a Up Essência como empresas de vendas
diretas que utilizam o sistema de MMN, todas do ramo de cosméticos. No qual,
conforme apresenta Direct Selling News (2013), as organizações Amway, Belcorp e
Herbalife estão entre as 10 maiores em vendas diretas no mundo.
4.1.1 Amway
A empresa foi fundada em 1959, há mais de 50 anos nos EUA, com sua sede
no estado de Michigan e atualmente comercializa cerca de 450 produtos exclusivos.
A organização realiza a distribuição destes produtos através de 38 centrais que
estão presentes em 31 países pelo mundo, chegando a despachar por dia mais de
30 mil itens. Desta forma, a mesma chega a atingir mais de 100 países, como por
exemplo, nos EUA, México, Brasil, China, Índia, Coréia, Japão, Argentina, Uruguai,
Panamá, Costa Rica e Colômbia (AYRES, 2013; AMWAY, 2013?a, 2013b).
No Brasil, a organização chegou em 1991 com a linha de produtos
direcionada para a área de saúde (marca Nutrilitte) e de cuidados com a casa
(Amway Home). Posteriormente, a organização desenvolveu para as consumidoras
da América Latina, os produtos de cuidados com a pele (marca Moiskin), cabelos e
corpo (marca Ertia), implantando em 2012, a linha de panelas iCook (AMWAY,
2013?a), estando atualmente com 8 filiais estrategicamente colocadas no pais.
49
A par disso, a empresa estruturou seu plano de vendas em três etapas, sendo
a primeira de revenda, que conforme apresenta Amway (2013?b, p. 1) esta:
[...] é a etapa em que o novo Empresário Amway deve conhecer os produtos e suas características, aprender e aprimorar técnicas de revenda. Em especial, nesta fase é possível obter uma renda extra imediata com os ganhos da revenda dos produtos para conhecidos, amigos e familiares.
Nesta primeira fase, a empresa oferece descontos de 25% sobre o preço dos
produtos de catálogo, dando a oportunidade de seus revendedores terem ganhos de
até 33%. A organização tem como objetivo que cada revendedor (Empresários
Amway), seja recompensado relativamente aos seus esforços nas vendas e a
construção de seu negócio, quando o mesmo atinge a segunda etapa do plano de
vendas. Sobre a construção de negócio Amway (2013?b, p. 1) salienta que:
[...] esta etapa consiste em convidar outras pessoas para esta oportunidade de ter seu próprio Negócio Amway. O patrocínio de novos Empresários dará a chance de obter Recompensa pelo desempenho da sua Linha, além dos já mencionados ganhos da revenda. Um bom patrocinador é, sobretudo, uma pessoa ética e bem-informada sobre os Princípios Comerciais Amway.
Quando o empresário está na segunda fase, recebe pelos ganhos da
revenda dos produtos, assim como a organização oferece recompensas mensais de
desempenho, a qual é calculada sobre os pontos dos produtos revendidos e o
volume negócios (VN) deste empresário e seus patrocinados (conforme Quadro 4).
O acumulado destes pontos representa o percentual de pagamento e o VN é o valor
sob o qual será aplicada a porcentagem (AMWAY, 2013?b, p. 2).
Quadro 4: Recompensa de Desempenho Pontos de Grupo Nível
10,000 21%
7,000 18%
4,000 15%
2,400 12%
1,200 9%
Fonte: adaptado de Amway (2013?b, p. 2).
50
Nesta fase, conforme citado por Amway (2013?c), os empresários têm a
possibilidade de, devido a seus esforços nas vendas e patrocínio de novos
empresários, se qualificarem a participar de dois níveis, o produtor prata e o produtor
ouro, no qual receberão alguns prêmios (conforme Anexo 4) e estarão no caminho
para a próxima fase: a liderança, onde “[...] ao tornar-se um Líder, a partir do nível
Platina, outras recompensas e incentivos podem ser obtidos” (AMWAY, 2013?b, p.
2).
Desta forma, quando os empresários ingressam nesta terceira e última fase,
vão aumentando suas possibilidades de ganhos, pois sua rede de empresários
patrocinados já tem um considerável número de integrantes e ainda possui a
possibilidade de crescimento, fazendo com que as revendas aumentem e mais
pontos sejam acumulados mensalmente. Como resultado, este terá o
reconhecimento de seus esforços podendo vir a passar por diversos níveis no plano
de vendas e marketing da Amway, níveis estes que variam entre o Platina e o
Embaixador Coroa Fundador, conforme demonstrado no Anexo 4 (AMWAY, 2013?c,
p. 3).
Amway (2013?d) cita que as pessoas podem trabalhar sem o cumprimento de
metas, pois a empresa está interessada em auxiliar que estas vivam melhor,
oferecendo oportunidades de negócios onde todos podem vir a crescer juntos com
as vendas dos produtos. Desta forma, os interessados em se tornarem Empresários
Amway (revendedores), devem contatar a empresa via telefone 0800, ou e-mail,
ambos disponíveis no site oficial da mesma. Posteriormente ao contato via e-mail,
por exemplo, a empresa solicita o envio de alguns dados pessoais, que serão
repassados para um revendedor próximo a cidade do interessado, para que o
mesmo tenha condições de entrar em contato com o eventual futuro revendedor, a
fim de apresentar os produtos, a empresa e sua forma de trabalho, assim como o
contrato que deverá ser assinado e enviado à empresa para o devido registro e
posterior início das atividades (AMWAY, 2013?d; AMWAY, 2013a).
Outra maneira de ingressar na rede de revendas da organização é consultar
diretamente um empresário nos Centros de Experiência Amway – AEC (lojas físicas)
presentes em São Paulo, Rio de Janeiro, Recife e Curitiba, pois nestes locais
existem computadores disponíveis para que o empresário faça seu auto registro no
site, tendo também a possibilidade de tirar suas dúvidas e receber informações da
empresa. Estes representantes possuem três opções para realizarem os
51
treinamentos, os quais podem ser feitos online, pois o site da organização tem o
campo de capacitação (Portal de Treinamento); virtual, onde existem um sub campo
na seção de capacitação (Agenda de Treinamentos), que estão disponíveis as datas
e os horários que serão passados os treinamentos virtuais; outra maneira é o
empresário realizar treinamentos presenciais nos Centros de Experiência, onde as
datas e horários também se encontram disponíveis na seção de capacitação
(Agenda de Treinamentos) ou diretamente nos AEC’s (AMWAY, 2013?d; AMWAY
2013a).
A organização mundial Amway explica ainda que seus princípios são
baseados em quatro pilares – liberdade, família, esperança e recompensa – os quais
como consequência, geraram os valores seguidos por todos os membros da
empresa – parceria, integridade, valor pessoal, realização e responsabilidade
pessoal. Estando estes fatores ligados ao crescimento da empresa, o registrado no
final do ano de 2011, apresenta que a mesma expandiu suas vendas em 96% e
aumentou em 126% o seu quadro de revendedores (AMWAY, 2013?a; AMWAY
2013?e).
Finalizando, Amway (2013?f) relata a respeito da criação do programa Amway
One by One, o qual tem como objetivo levar moradias dignas para as famílias
carentes no mundo, como por exemplo as 12 primeiras casas construídas para
famílias carentes na Guatemala no ano de 2011, as 20 casas reformadas no Brasil,
assim como donativos que ajudaram pessoas na Argentina, El Salvador, Colômbia e
Costa Rica.
4.1.2 Herbalife
Atuando em mais de 80 países com mais de 2 milhões de distribuidores pelo
mundo, a Herbalife, empresa fundada em 1980 nos EUA por Mark Hughes em Los
Angeles – Califórnia, comercializa produtos de nutrição, controle de peso e cuidados
com a pele. No Brasil as atividades da Herbalife iniciaram no ano de 1995, que
atualmente é o maior mercado para a empresa nas Américas do Sul e Central e
mundialmente o quarto maior mercado da organização (HERBALIFE, 2013).
52
A empresa com sede na cidade de São Paulo, conta ainda com mais sete
filiais (Brasília-DF, Belém-PA, Belo Horizonte-MG, Curitiba-PR, Jaboatão-PE, Porto
Alegre-RS e Salvador-BA), sendo que cinco delas foram inauguradas no ano de
2012, alocando estrategicamente pontos de distribuição em todas as regiões
brasileiras (HERBALIFE, 2013).
De acordo com Buaiz (2012) e Herbalife (2011c) a estrutura de vendas da
organização é formada por um plano de marketing, constituído por quatorze níveis:
distribuidor, consultor sênior, construtor de sucesso, produtor de sucesso,
supervisor, equipe mundial, equipe Global Expansion Team (G.E.T.), equipe de
milionários, equipe de presidentes, presidente 20K, presidente 30K, presidente 50K,
chairman’s club e círculo do fundador, conforme Figura 7.
Dentro do plano de marketing da Herbalife há quatro formas de ganho: o lucro
no varejo de 25% a 50%, proveniente da revenda de produtos ao consumidor final; o
lucro no atacado de até 25%, que é a diferença entre o que o distribuidor paga pelos
produtos e o que os distribuidores de sua organização pessoal descendente pagam
pelos produtos que adquirem; os royalties override, onde o supervisor ganha até 5%
sobre o volume pessoal de todos os supervisores da sua rede, nos três níveis ativos
da linha descendente; e o bônus de 2% a 7% da produção organizacional, exclusivo
para membros da equipe Top Achievers Business – TAB (todos os membros acima
da equipe GET), mediante classificação (BUAIZ, 2012; HERBALIFE, 2011c).
Além das formas de ganho, há ainda, bonificações anuais aos distribuidores
de maior sucesso e qualificações para prêmios de incentivos e treinamentos
especiais, destinados aos distribuidores com maior desempenho na construção de
seus negócios (BUAIZ, 2012; HERBALIFE, 2011c).
53
Figura 7: Plano de marketing Herbalife.
Fonte: adaptado de Herbalife (2011c, p. 22).
Para ingressar no plano de marketing da Herbalife é necessário a indicação
ou recrutamento por um membro já cadastrado (patrocinador). Também é
necessário à aquisição de um mini kit internacional de negócios (International
Business Pack). O kit contém um produto, manual de treinamento e administração
do negócio, catálogo de produtos, bóton, contrato de distribuição e código de ética
54
da ABEVD. O patrocinador do novo revendedor é o responsável pelo treinamento
básico, auxílio inicial no que compete ao plano de ação, desenvolvimento da rede e
instrução sobre as normas de conduta da organização (HERBALIFE, 2011a, 2011b).
Contemplando brevemente o cenário de vendas líquidas da Herbalife, os
valores globais atingiram o volume de US$ 4,1 bilhões em 2012. No mundo o
aumento de receitas líquidas (em dólares) foi de 18% no acumulado do mesmo ano
e 13% no primeiro trimestre de 2013. Já no mercado brasileiro o crescimento em
vendas líquidas (em reais) foi de 19,8% no acumulado do ano de 2012 e 33% no
primeiro trimestre de 2013 (HERBALIFE, 2013).
Associada à Direct Selling Association (DSA), à Associação Brasileira de
Empresas de Vendas Diretas (ABEVD), à associação Brasileira da Indústria de
Alimentos Dietéticos e para Fins Especiais (ABIAD), Associação Brasileira da
Indústria de Higiene Pessoal, Perfumaria e Cosméticos (ABIHPEC) e a International
Life Science Institute (Ilsi), a empresa tem como missão, mudar a vida das pessoas
e compromisso de oferecer produtos de qualidade e a melhor oportunidade de
negócio na venda direta (HERBALIFE, 2013).
Estendendo os princípios da companhia a outras esferas, a empresa criou em
1994 a Herbalife Family Foundation (HFF), que é uma organização sem fins
lucrativos, mantida pela Herbalife Ltda, distribuidores, funcionários, amigos e
familiares. A HFF é dedicada a melhorar a qualidade de vida ao prover uma boa
nutrição a crianças em situação de risco social, por meio do apoio a outras
organizações sem fins lucrativos (HERBALIFE, 2013).
4.1.3 Belcorp
A companhia surgiu em 1968 no Peru como um negócio familiar e no ano
2000 lançou a marca Belcorp, a qual virou o apoio às marcas já existentes da
empresa, tornando-se o nome da companhia. Posteriormente no ano de 2003, a
instituição lança o programa Privilège de Ebel, o qual mudou a forma de vendas da
organização para as vendas diretas. Há mais de 40 anos atuante na indústria de
cosméticos, com as marcas L’Bel, Ésika e Cyzone, a indústria trabalha com produtos
55
focados em tratamentos faciais e corporais, além de maquiagens, cuidados pessoais
e fragrâncias (BELCORP, 2012?; ABEVD, 2013?b).
Frisa-se ainda, possui quatro centros de produção, os quais estão presentes
no Peru, Chile, México, Colômbia, assim como parceiros na Alemanha, Itália, França
e Espanha. Desta forma, a empresa que é comprometida com a beleza e a
realização pessoal das mulheres, está presente atualmente em 16 países das
Américas, como por exemplo a Argentina, Bolívia, Equador, Venezuela, Porto Rico,
República Dominicana, Panamá, Guatemala, EUA e Brasil, onde chegou no ano de
2011. Como resultado, a organização possui diferentes canais de vendas, como as
lojas especializadas e os websites das marcas L´Bel, Ésika e Cyzone; assim como
possui também cerca de 800 mil representantes independentes, que atingem os
mercados alvo com a utilização de catálogos e vendas diretas de produtos (ABEVD,
2013?b; BELCORP, 2013?a).
Com relação ao plano de marketing da empresa, a mesma inovou, mesclando
a forma de trabalho do sistema mononível, com a utilização dos catálogos para as
vendas, com o sistema multinível, pois a organização disponibiliza para seus
representantes três catálogos mensais (das marcas de trabalho), assim como têm
uma estrutura de plano de carreira montada, conforme Figura 8, com o objetivo de
que seus revendedores tenham conhecimento do nível em que estão dentro da
organização (BELCORP, 2012).
Figura 8: Plano de carreira Belcorp
Fonte: adaptado de Belcorp (2012, p. 1).
Visto isso, Belcorp (2012) explica que a empresa disponibiliza três formas
básicas de ganho, onde a primeira é o ganho por vender, quando a empresa paga
de 30% a 60% sobre as vendas realizadas via catálogo; a segunda é o ganho por
indicações, onde o revendedor ganha 5% sobre as vendas dos seus indicados
56
diretos e 3% sobre as vendas do segundo nível das indicações; e a terceira é a
liderança, onde o consultor que desenvolve sua equipe ganha por formar outros
líderes, conforme Figura 9.
Figura 9: Formas básicas de ganho.
Fonte: adaptado de Belcorp (2012).
Ainda neste contexto, Carvalheira (2011?) e Belcorp (2012) ressaltam que os
consultores que trabalham no sistema multinível da organização, contam com um
plano de MMN que possui 11 níveis de cargos, os quais são conquistados pelo
preenchimento de requisitos estabelecidos. Como é o caso, por exemplo, de um
consultor que para ter o direito de se tornar um Empresário, deverá atingir o mínimo
de vendas pessoais no valor de R$ 250,00 (duzentos e cinquenta reais), assim como
possuir no mínimo quatro consultores e quatro mil pontos nas vendas do grupo.
Atingindo estes requisitos o novo Empresário, continuará ganhando seus 30% de
desconto nas compras diretas de produtos, mas terá como benefício os ganhos de
7% sobre as vendas do primeiro nível de indicados, 5% sobre as vendas do segundo
nível, 2% sobre as vendas do grupo, juntamente com o recebimento de um bônus de
R$ 500,00 (quinhentos reais) pela promoção, conforme apresentado na Figura 10.
57
Figura 10: Plano de MMN Belcorp
Fonte: adaptado de Cavalheira (2011?, p. 80)
Para fazer parte da empresa, as pessoas podem entrar em contato com a
organização via site, assim como solicitar a indicação de um dos atuais
representantes. A fim de que os representantes e a organização cresçam e tenham
sucesso, os treinamentos empresariais são realizados de formas presenciais, ou via
web (por meio da Internet), conforme os assuntos e as necessidades de abordagem
do grupo em questão. Desta forma, os mesmos são ministrados a partir de três
níveis: o básico, onde o revendedor conhecerá a respeito do produto, das
oportunidades de campanha e das técnicas de vendas; o nível intermediário, onde
ocorrem treinamentos em eventos mensais e trimestrais, para alinhar as estratégias
de vendas, motivar e reconhecer os destaques; e o nível avançado de treinamentos,
que ocorrem semestralmente em conjunto com os grandes líderes do país, onde
além de motivar e reconhecer os destaques, também se apresenta o planejamento
da empresa e compartilham-se os métodos de sucesso (CARVALHEIRA, 2011?).
Finalizando, Belcorp (2013?a, 2013?b) e Direct Selling News (2013) ressaltam
que com uma organização baseada em valores como a liderança, a paixão, o
compromisso e o orgulho, juntamente com o respeito pela pessoa, a honestidade e a
integridade como pilares a serem seguidos, a empresa ocupou no ano de 2012 o 10º
lugar no ranking mundial de vendas líquidas de organizações que trabalham com o
58
sistema de vendas diretas, assim como vem ganhando espaço com programas
internos, como por exemplo, Ecoação, onde a empresa assumiu o compromisso de
contribuir com o desenvolvimento sustentável (escritórios, fábricas e controle de
distribuição).
Da mesma forma que em âmbito externo, criou a Fundação Belcorp no ano
de 2003, bem como sua manutenção, em busca de contribuir para o crescimento
das mulheres que trabalham para a empresa, possibilitando que estas possam
construir um futuro melhor (BELCORP, 2013?b).
4.1.4 UP! Essência
A organização, genuinamente brasileira e apresentada ao mercado no dia 08
março de 2007 na cidade de São Paulo, foi inclusa nessa pesquisa como referência
de instituição nacional que trabalha dentro dos mesmos parâmetros e diretrizes das
empresas já mencionadas.
A UP! Essência trabalha com pesquisas, desenvolvimento e distribuição de
produtos cosméticos, higiene pessoal e perfumes no Brasil; surgiu com objetivos de
proporcionar aos seus distribuidores a sustentabilidade e a alta lucratividade com as
vendas dos produtos e dar a eles a oportunidade de gerenciarem seus negócios,
com a utilização das políticas e táticas de MMN (UP ESSÊNCIA, 2013?, 2013a).
Atualmente a empresa, que possui um faturamento mensal em cerca de 30
milhões de reais, atende uma demanda presente em todos os estados brasileiros,
devido aos centros de distribuição e os mais de 850 mil distribuidores cadastrados
presentes nestas regiões. Em busca de crescimento, a empresa vem se expandindo
para atingir os mercados da América Latina, como a Colômbia e Peru, assim como o
mercado dos EUA (LOPES, 2013?; UP ESSÊNCIA, 2013a).
UP Essência (2013a, 2013b) informa que com relação ao plano de marketing
da empresa, está organizada de forma que os distribuidores possam escolher
trabalhar com a simples revenda dos produtos, ou trabalhar com a criação das redes
de MMN de distribuidores. Ressalta-se que as pessoas ao ingressarem na empresa
iniciam suas atividades como distribuidores, o primeiro nível do Plano de Evolução
59
Pessoal – PEP, pois os títulos de carreira e reconhecimento, apresentados na Figura
11, serão conquistados com base no volume das vendas, no giro de produtos e no
tamanho da sua rede (UP ESSÊNCIA, 2013a).
Figura 11: Plano de evolução pessoal – PEP
Fonte: UP Essência (2013b, p.20).
Desta forma, os interessados que optarem pelo início de suas atividades com
a formação de redes de MMN, terão disponíveis dez formas de ganhos simultâneos
e cumulativos, conforme apresentado no Quadro 5.
Quadro 5: Formas de ganho da UP! Forma Descrição
Vendas diretas O maior lucro do mercado.
Bônus na 1ª compra Ganham R$ 6,90 sobre cada novo distribuidor cadastrado até sua 5ª geração.
Bônus de ativação Ganham 10% a 12% sobre as ativações de até sua 5ª geração.
Bônus de vendas Ganham 15% sobre os produtos consumidos por sua rede.
Bônus de Liderança Ganham até 3% sobre as redes dos seus Downlines Diamantes.
Super bônus Ganham até 3% sobre o volume de compras e ativações de toda a sua rede.
Bônus de 1ª Compra Personalité
Ganham até 45% sobre cada novo Distribuidor patrocinado.
Bônus de Equipe Personalité
Bronzes e acima ganham de 10% a 22% sobre o volume de compras da rede.
Bônus Unilevel Personalité
Ganham até 45% sobre o volume de compras da sua rede, em até 8 gerações.
Bônus de Elite Personalité
Duplos Diamantes, Triplos e Ônix ainda ganham até 2,5% sobre o volume de compras e ativações da sua rede.
Fonte: elaborado pelos acadêmicos com base em UP Essência (2013a, p. 1 a 2; 2013b, p. 24 a 32).
60
Inserido nisso, o PEP é explicado por UP Essência (2013b) ao informar que,
por exemplo, os distribuidores Bronze deverão atingir os 2 mil pontos e no mínimo 5
ativos (pessoas indicadas ativas no plano de MMN); estes pré-requisitos estão em
forma crescente, visto que para se atingir o patamar de Diamante, a pessoa deverá
chegar aos 60 mil pontos, 6 linhas da rede qualificadas e no mínimo 5 ativos, e para
chegar ao Ônix, deverá ter 1,2 milhão de pontos, 20 linhas da rede qualificadas e no
mínimo 5 ativos, conforme Figura 12.
Figura 12: Qualificações PEP
Fonte: adaptado de UP ESSÊNCIA (2013b, p. 21)
Desta forma, UP Essência (2013?) explica que, quem busca fazer parte do
negócio da empresa, sempre deverá possuir um patrocinador (Upline), o qual será o
responsável pela indicação e o acompanhamento deste novo entrante na rede. Mas
caso o interessado não conheça nenhuma pessoa que possa ser seu patrocinador,
este tem a opção de verificar no site da organização onde ocorrerão os próximos
eventos, permitindo conhecer diversos possíveis patrocinadores. Após este
processo, o interessado deverá realizar seu cadastro no site da empresa com a
inclusão do ID (identificação) de seu patrocinador e também será necessário realizar
61
a compra de um dos kit’s de concessão da empresa (profissional, básico ou
compacto), para que possa ser treinado e iniciar suas vendas.
Ressalta-se que, conforme cita UP Essência (2013?), após a entrada na
empresa, todos os empresários que desejarem estar ativos nos planos do PEP
devem realizar a compra de um perfume no valor de R$ 79,00 (setenta e nove reais)
por mês, validando assim seu cadastro. Em decorrência desses fatores e a fim de
auxiliar, a organização trabalha com programas especiais com relação aos fretes
para a entrega dos produtos, podendo subsidiar 100% do valor em casos de o
distribuidor atingir a quantia mínima por pedido que será enviada via correio, por
exemplo.
Finalizando, UP Essência (2013?) relata que os treinamentos dos
empresários dos níveis da organização são realizados semanalmente pela Internet,
assim como em treinamentos oficiais pelo Brasil. Comunica-se também que, em
busca de manter seus colaboradores informados e preparados, a organização
investe em cursos, como o de gestão de centros de distribuição e o de treinador
oficial de vendas.
4.2 O MMN nas organizações de cosméticos
Reconhecendo a importância do MMN para as referidas empresas na
pesquisa, observa-se grande similaridade nas políticas de vendas, que são voltadas
para a distribuição independente dos produtos, concessão de descontos para os
revendedores e a necessidade de aquisição de Kit’s para adentrar ao sistema de
negócio.
Há semelhança ainda, nos planos de marketing apresentados pelas
organizações, que definem a classificação de títulos para os distribuidores e os
limites para desenvolvimento da rede de MMN em níveis de profundidade e
lateralidade. Os sistemas de remuneração, bonificação e premiação, são outros
aspectos que mesmo variando em seus valores, seguem linhas análogas no
estabelecimento das regras para promovê-los.
62
Ressalta-se também, que as instituições investem fortemente na divulgação e
realização de eventos como: reuniões, jantares, encontros, conferências e
apresentações diversas. Porém, não se pode abster da principal característica em
comum das empresas que aplicam o MMN como negócio, a força de vendas
baseada no recrutamento de novos distribuidores que desempenham o papel de
vendedor, representante e, porque não dizer, de multiplicador e promotor da marca,
dos produtos e da empresa.
No Quadro 6, pode-se elucidar mais claramente alguns elementos que
constituem o sistema de MMN das organizações em questão e destacar os aspectos
que as diferenciam.
Quadro 6: Comparativo das formas de trabalho das empresas de MMN
Empresa Amway Herbalife Belcorp UP
País de Origem EUA EUA Peru Brasil
Presença Internacional
100 Países 80 Países 16 Países -
Filiais no Brasil 8 8 Não Informado 1
Tempo no mercado Desde 1959 Desde 1980 Desde 1968 Desde 2007
Tempo no Brasil
Desde 1991 Desde 1995 Desde 2011 -
Produtos Nutrição,
Beleza e Casa
Nutrição, controle de
peso e cuidados com
a pele
Cosméticos, maquiagens e
perfumes
Cosméticos, higiene
pessoal e perfumes
Valor para iniciar
Compra Kit R$ 56,00
Compra Kit R$ 210,00
Compra de Kit R$ 210,00 à R$ 310,00
Compra de Kit R$ 150,00 à R$ 323,00
Lucro na venda para iniciantes Até 33% 25% 30%
Não informado
Plano de marketing (níveis)
21 14 11 9
Distribuidores Mais de 3 milhões
Mais de 2 milhões
Cerca de 800 mil
Mais de 850 mil
Vendas Líquidas (2012)
Mundial – U$ 11,3 Bilhões
Mundial – U$ 4,1 Bilhões
Mundial – U$ 2 Bilhões
R$ 30 Milhões
(Faturamento) Fonte: confeccionado pelos acadêmicos com base em AMWAY (2013?a, 2013?b, 2013?c, 2013?d,
2013?e); BUAIZ (2012); HERBALIFE (2011a, 2011b, 2011c, 2013); BELCORP (2012, 2012?, 2013?); ABEVD (2013?b); UP ESSÊNCIA (2013?, 2013a, 2013b); THOMAZI (2013).
63
Com relação às instituições analisadas e apresentadas no Quadro 6, ressalta-
se que todas possuem as características básicas de organizações que trabalham
com o MMN, assim como, por exemplo, a exigência de que os interessados em fazer
parte da instituição, devem primeiramente entrar em contato com um distribuidor
independente conhecido para receberem a indicação, e posteriormente terem a
possibilidade de adquirir um kit da empresa escolhida, a fim de iniciar suas
atividades e preparação para as revendas.
Outro ponto é a divisão em níveis dos planos de marketing das empresas,
que permite aos distribuidores de todas as classes a possibilidade de alcançarem
rendimentos maiores, pois seu crescimento está diretamente ligado aos esforços na
busca pela amplificação das suas vendas e indicações, gerando uma corpulência de
benefícios para estes consultores e as organizações representadas.
Desta forma, a análise apresentada pode servir como parâmetro para
eventuais tomadas de decisões, pois se podem comparar as vantagens e
desvantagens entre as organizações, analisar e elencar os principais componentes,
relacionando aspectos como, por exemplo, o investimento inicial e as porcentagens
de ganhos para os novos entrantes.
Finalizando, Aragão (2009) relembra que as instituições que trabalham com o
sistema de vendas diretas baseado no MMN, não tem a necessidade de realizar
grandes investimentos na área de propagandas e promoções para que o público
conheça seus produtos, pois estas organizações contam com seus distribuidores
independentes que levam o produto e o nome da empresa até os clientes,
promovendo suas linhas de produtos, assim como acompanhando as preferências e
necessidades dos consumidores. Estes fatores em conjunto com um cenário
mercadológico propício vêm por facilitar que as instituições tenham a possibilidade
de abranger um maior território em menor tempo, dispondo de menor efetivo
contratado, diminuindo os custos e maximizando os resultados.
64
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
O comércio mundial de cosméticos e a abertura do mercado brasileiro
possibilitaram a entrada de grandes organizações internacionais no país, assim
como as que utilizam o sistema de marketing multinível (MMN), a fim de atender a
demanda da população brasileira, que possui uma tendência em conhecer e
consumir produtos novos e com tecnologias diferenciadas dos encontrados no
mercado nacional. Estas, por sua vez, vêm movimentando crescentes montantes de
divisas que acabam influenciando a balança comercial por meio de investimentos e
abertura de novas filiais.
Juntamente a estes fatores, considerou-se o interesse dos acadêmicos por
eventuais investimentos no segmento, buscando-se desta forma, estudar a respeito
do MMN para compreender suas formas de aplicação nas principais empresas
internacionais do ramo de cosméticos no território brasileiro. Para atingir este
objetivo, conceituou-se o sistema de MMN, ressaltaram-se as principais diferenças
entre esta atividade e o sistema piramidal financeiro, assim como, apresentaram-se
as estruturas de trabalho do MMN das organizações do ramo de cosméticos
atuantes no Brasil, que utilizam esta ferramenta em sua estratégia de marketing em
busca de reduzir custos e ampliar sua participação no mercado alvo.
Em consequência deste estudo, constatou-se que o MMN trata-se de um
sistema legal de vendas diretas, que utiliza o relacionamento dos seus distribuidores
independentes para estreitar a distância entre os fabricantes e os consumidores
finais, por meio da divulgação, promoção e distribuição dos produtos destas
instituições.
Além deste fato, os distribuidores, mesmo não possuindo vínculo
empregatício com a organização, carregam consigo a imagem e o nome da
empresa. Em contrapartida, a instituição ao invés de investir em grandes programas
de promoções e propagandas, direciona recursos para pesquisas e desenvolvimento
de novos produtos e para o aprimoramento de processos de qualidade, assim como
utiliza parte destes recursos na concessão de benefícios, bonificações e incentivos
para, em médio e longo prazo, vir a cativar, manter e conquistar novos distribuidores
e clientes.
65
Ressalta-se ainda que mesmo havendo semelhança entre a forma de
aplicação do MMN dentro das organizações, essas possuem a liberdade para definir
os parâmetros de entrada e treinamento de revendedores em sua rede, formular e
desenvolver seus planos de negócio, bem como os planos de compensação
destinados aos distribuidores independentes, de modo que estas ações são
tomadas para atender a demanda de mercado e padronizar a forma de trabalho
dentro da empresa.
Evidencia-se que o conteúdo da pesquisa contribua aos interessados,
dirimindo eventuais dúvidas a respeito do sistema de MMN e sua aplicabilidade, bem
como, diferenciá-lo da pirâmide financeira. O sistema piramidal se trata de um
esquema ilegal baseado na movimentação financeira, proveniente da capitação de
recursos por pagamentos de novos entrantes recrutados. Como a fonte principal de
arrecadação não se encontra na comercialização de produtos ou serviços, os
recrutados deverão incluir novas pessoas no esquema para obterem o almejado
retorno financeiro.
No decorrer da pesquisa para a realização deste estudo, as maiores
dificuldades encontradas foram: a existência de poucos livros a respeito do MMN,
suas formas de trabalho e estruturação, e as informações existentes, em grande
parte em sites não confiáveis, que exigiram dos acadêmicos, minuciosa pesquisa e
filtragem dos dados. No entanto, as fontes seguras trouxeram uma facilidade para a
agregação de conhecimento a respeito do tema, pois na maioria das vezes,
apresentaram-se numa linguagem acessível, com informações claras e objetivas,
viabilizando a concretização do trabalho.
Finalizando, os acadêmicos deixam como sugestão, que sejam realizadas
futuras pesquisas sobre a temática, com foco voltado para as demais áreas
envolvidas no processo, como por exemplo, os estudos a respeito das pesquisas de
mercado realizadas pelas instituições, os processos de importação de matérias
primas e a logística de distribuição dos produtos prontos destinados à
comercialização, visto que as organizações internacionais do segmento de
cosméticos movimentam um grande volume em negócios, com expressiva
participação de mercado, possibilitando a muitos, uma opção de renda
complementar ou ainda, a oportunidade de criar e gerenciar seu próprio negócio por
meio do MMN.
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REFERÊNCIAS
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______. What is Direct Selling? 2013. Disponível em: <http://www.wfdsa.org/about_dir_sell/index.cfm?fa=whatisds>. Acesso em: 01 out. 2013.
ZIGLAR, Zig; HAYES, John Patrick. Marketing de redes de distribuição para dummies. Rio de Janeiro: Editora Campus, 2001.
80
ANEXO 1 – Estatuto do vendedor direto
1. Venda Direta A venda direta deve ser entendida como aquela em que produtos e serviços são apresentados diretamente ao consumidor, por intermédio de explicações pessoais e demonstrações. 2. Vendedor Direto É uma pessoa que participa do sistema de distribuição de uma empresa de venda direta. Pode ser agente comercial independente, contratado por empreitada, revendedor ou distribuidor independente, representante empregado ou por conta própria, franqueado ou similar. O vendedor direto no Brasil em geral é um revendedor autônomo e independente, que adquire produtos das empresas de vendas diretas e os revende aos seus clientes, com uma margem de lucro. Portanto, os revendedores possuem natureza jurídica de comerciantes. Em conformidade com o Código Comercial Brasileiro (Lei n º 556, de 01.01.1850), podem ser comerciantes no País todas as pessoas que se achem na livre administração de suas pessoas e de seus bens e que não estejam expressamente proibidas pela Lei. A partir da promulgação da Lei n º 6.586, de 06.11.1978, a venda direta pelo ambulante passou a ser disciplinada isoladamente, ficando confirmado o enquadramento do vendedor como comerciante ambulante. A mencionada lei dispõe que "Considera-se comerciante ambulante aquele que, pessoalmente, por conta própria e a seus riscos, exerce pequena atividade comercial em via pública, ou de porta em porta" (art. 1o). Ficou ressalvado no artigo 2º dessa Lei que não serão considerados comerciantes ambulantes, aquele que exercem atividades em condições que caracterizem a existência de relação de emprego com o fornecedor dos produtos. O comerciante ambulante, conforme dispõe o Decreto Lei número 486, de 03.03.1969, está desobrigado de seguir ordem uniforme de escrituração, utilizando os livros e papéis adequados, desde que estejam inseridos numas das seguintes hipóteses:
• natureza artesiana da atividade; • predominância do trabalho próprio ou de familiares, ainda que organizada a
atividade; • capital efetivamente empregado;
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• condições peculiares da atividade, que revelem a exiguidade do comércio existente.
O comerciante ambulante está obrigado a se inscrever na Previdência Social, na categoria de autônomo contribuinte obrigatório, de acordo com a Lei n º 6.586, de 06.11.1978. Não são abrangidas pela Lei n º 6.586/78 outras atividades que, apesar de exercidas em vias ou logradouros públicos sejam objeto de legislação específica. 3. Sistemas de Vendas Quanto às formas de comercialização existentes, existem três formas de a revendedora se relacionar com o consumidor final: 1. “Door to door” ou porta-a-porta: a revendedora vai até a residência ou local de
trabalho do consumidor e através de folhetos demonstra e vende os produtos. Algumas revendedoras mais empreendedoras têm os produtos de maior procura para pronta entrega
2. Catálogo: a revendedora deixa o catálogo ou folheto na residência do consumidor e depois passa para retirar o pedido (sistemática pouco utilizada no Brasil)
3. “Party plan”: a revendedora, através de uma consumidora denominada anfitriã, promove um chá na casa da anfitriã para diversas senhoras e lá demonstra e revende os produtos (sistemática adotada por poucas empresas).
Sistemas de Compensação Quanto à forma de compensação, existem duas práticas:
a. Mononível: a margem de lucro do produto revendido. Nesta sistemática a revendedora compra o produto e o revende com uma margem de lucro média de 30% (mark up). Nesse sistema não há qualquer pagamento feito pelas empresas aos revendedores. Esta forma de compensação também é denominada “desconto”.
b. Multinível: a remuneração é paga pela empresa de venda direta ao revendedor que indicar outros revendedores. Neste caso, o revendedor exerce duas relações absolutamente distintas: a primeira de compra e venda (mononível) e a segunda de prestação de serviços de agenciamento em que recebe um bônus (multinível). Relação de Emprego O artigo 3o. da Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto lei número 5.452, de 01.05.1943) estabelece os requisitos necessários para caracterizar a relação de emprego. O vendedor direto não possui relação de emprego com as empresas de vendas diretas.
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4. Relação de Emprego
O artigo 3o. da Consolidação das Leis do Trabalho (Decreto lei número 5.452, de 01.05.1943) estabelece os requisitos necessários para caracterizar a relação de emprego. O vendedor direto não possui relação de emprego com as empresas de vendas diretas.
Fonte: ABEV, Associação Brasileira de Vendas Diretas (20??).
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ANEXO 2 – Códigos de ética ABEVD
1. GERAL 1.1 ABRANGÊNCIA DESTE CÓDIGO
Este Código contém disposições relacionadas à conduta das empresas para proteção dos direitos dos consumidores e visa contribuir para a satisfação desses consumidores, para a promoção da concorrência leal, respeitando-se a livre iniciativa, para a disseminação da imagem pública da venda direta e para a percepção pela sociedade da atividade de venda direta como oportunidade de trabalho e geração de renda.
1.2 GLOSSÁRIO DE TERMOS – para os objetivos deste Código, os termos nele utilizados têm os seguintes significados:
Administrador do Código: a pessoa ou entidade independente nomeada pela ABEVD para acompanhar e orientar o cumprimento deste Código pelas empresas e para solucionar as reclamações relacionadas às disposições deste Código. Empresa: é uma entidade de negócios (a) que utiliza o sistema de distribuição por venda direta para comercialização de seus produtos e (b) que é associada à ABEVD. Consumidor: é qualquer pessoa que adquira ou consuma produtos de uma empresa comercializados por um vendedor direto ou pela própria empresa. Vendedor direto: é uma pessoa que, na condição de vendedor autônomo, participa do sistema de distribuição de uma empresa de venda direta, sem manter com essa empresa relação de emprego. O vendedor direto comercializa bens ou serviços diretamente para os consumidores em ambiente diverso de um local de varejo permanente e fixo, geralmente explicando ou demonstrando os bens ou serviços. Comprovante de pedido: é um documento manuscrito, impresso ou digitalizado em formato para impressão ou download, que confirme os detalhes do pedido efetuado por um consumidor e sirva como comprovante de venda. Produto: é um bem ou serviço, tangível ou intangível. Recrutamento: qualquer atividade conduzida com o objetivo de estabelecer uma pessoa como vendedor direto. Venda direta: é a comercialização de bens ou serviços diretamente ao consumidor, em sua residência ou na de outras pessoas, em seu local de trabalho ou em qualquer outro ambiente diverso de um local de varejo permanente e fixo, através da ação de um vendedor direto.
1.3 ADOÇÃO DESTE CÓDIGO PELAS EMPRESAS
As empresas se comprometem a adotar e executar normas de conduta que incorporem a essência das disposições deste Código como condição para admissão e permanência no quadro de associados à ABEVD. As empresas
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também se comprometem a divulgar este Código e as disposições especificamente aplicáveis aos consumidores e aos vendedores diretos, bem como a informar sobre como e em que locais os consumidores e os vendedores diretos podem obter cópia deste Código.
1.4 VENDEDORES DIRETOS
Os vendedores diretos devem ser incentivados pelas empresas a observar normas de conduta que atendam aos padrões estabelecidos neste Código.
1.5 AUTORREGULAMENTAÇÃO
Este Código se constitui em medida de autorregulamentação da atividade de venda direta e o cumprimento das obrigações nele estabelecidas implica comportamento ético que atenda ou mesmo exceda às exigências legais. A inobservância deste Código não acarreta responsabilidade civil perante terceiros. Com o encerramento de sua associação à ABEVD, uma empresa não permanecerá vinculada a este Código. Todavia, as disposições deste Código continuarão a se aplicar aos eventos ou transações correspondentes ao período de associação da empresa à ABEVD.
1.6 LEGISLAÇÃO
As empresas devem cumprir as exigências legais estabelecidas nos países em que conduzem seus negócios. Portanto, este Código não reproduz todas as obrigações legais aplicáveis à atividade de venda direta. A conformidade por parte das empresas com a legislação que se aplica à atividade de venda direta é condição para associação e permanência na ABEVD.
1.7 EXTRATERRITORIALIDADE
As disposições deste Código aplicam-se às atividades de venda direta desenvolvidas por empresa fora do território brasileiro, salvo na hipótese dessas atividades ocorrerem no território de jurisdição de uma associação nacional de empresas de venda direta de um outro país, à qual a empresa também esteja associada e a cujo Código de Ética se encontre vinculada.
2. CONDUTA PARA PROTEÇÃO DOS CONSUMIDORES
2.1 PRÁTICAS PROIBIDAS
O vendedor direto não deve adotar práticas comerciais enganosas, desleais ou que induzam a erro.
2.2 IDENTIFICAÇÃO
Ao iniciar a atividade de venda, o vendedor direto deve, mesmo que não seja solicitado, identificar-se com clareza e fidedignidade, identificando a empresa cujos produtos está comercializando, a natureza desses produtos e o objetivo de sua abordagem ao potencial consumidor.
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2.3 EXPLICAÇÃO E DEMONSTRAÇÃO
O vendedor direto deve oferecer ao consumidor explicação e demonstração precisas e completas sobre o preço do produto e eventuais condições de crédito, os prazos de pagamento, o direito de arrependimento, inclusive políticas de devolução, as condições de garantia, o serviço pós-venda e o prazo de entrega. O vendedor direto deve fornecer respostas precisas e inteligíveis para as perguntas do consumidor. Na medida em que sejam solicitados esclarecimentos com relação à eficácia do produto, o vendedor direto deve fornecer, oralmente ou por escrito, somente as informações autorizadas pela empresa.
2.4 COMPROVAÇÃO DO PEDIDO
Um comprovante de pedido deve ser entregue ou disponibilizado para o consumidor no momento da venda. No caso de uma venda por correio, telefone ou por meios semelhantes, inclusive eletrônicos, que não incluam a presença do consumidor, o comprovante de pedido deve ser entregue ou disponibilizado para o consumidor no menor tempo possível. O comprovante do pedido deve identificar a empresa e o vendedor direto e conter o nome completo, o endereço permanente e o número de telefone da empresa ou do vendedor direto, assim como todos os termos relevantes da venda. Os termos da garantia, os detalhes e a limitação do serviço pós-venda, o nome e endereço do garantidor, a duração da garantia e a ação de reparação disponível para o consumidor devem estar estipulados de forma clara no comprovante de pedido ou em outro material impresso que acompanhe o produto. Todos os termos devem estar redigidos de forma clara e legível.
2.5 MATERIAL INFORMATIVO
O material informativo, incluindo-se os anúncios e as peças de mala-direta, não deve conter descrições, informações, fotos ou ilustrações do produto que sejam enganosas ou que induzam a erro. O material informativo deve conter o nome e o endereço ou o número de telefone da empresa, podendo incluir o número de telefone do vendedor direto.
2.6 DEPOIMENTOS
A empresa e o vendedor direto não devem se valer de depoimento, testemunho ou declaração de apoio que não seja autorizado ou que seja falso, obsoleto, ou inaplicável, ou ainda, que não esteja relacionado com a oferta, ou seja, utilizado de modo a induzir o consumidor a erro.
2.7 COMPARAÇÃO E DENEGRIMENTO
A empresa e o vendedor direto não devem fazer uso de comparações que sejam enganosas. Os pontos de comparação devem ser baseados em fatos que possam ser comprovados. A empresa e o vendedor direto não devem denegrir qualquer empresa, negócio ou produto, diretamente ou por
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insinuação. A empresa e o vendedor direto não devem obter vantagem, de forma desleal, da reputação associada ao nome e à marca de qualquer empresa, negócio ou produto.
2.8. DESISTÊNCIA E DEVOLUÇÃO DO PRODUTO Independentemente de exigência legal, a empresa e o vendedor direto devem oferecer condições que permitam ao consumidor, em um prazo especificado e razoável, desistir do pedido. Esse prazo deve ser declarado de forma clara. A empresa e o vendedor direto, ao oferecerem o direito de devolução, condicionado ou não a determinados eventos, devem fazê-lo por escrito.
2.9 RESPEITO À PRIVACIDADE
O vendedor direto deve fazer contato pessoal ou por telefone com o consumidor de modo adequado e em horários razoáveis, de forma a evitar incômodo ao consumidor. O vendedor direto deve interromper uma demonstração ou apresentação de venda imediatamente após solicitação do consumidor. A empresa e o vendedor direto devem tomar as medidas apropriadas para assegurar a proteção de todas as informações pessoais fornecidas por um consumidor, por um consumidor em potencial ou por um vendedor direto.
2.10 RESPEITO
O vendedor direto deve respeitar a falta de experiência comercial do consumidor. O vendedor direto não deve abusar da confiança do consumidor e nem se aproveitar de sua idade ou de doença, bem como da falta de entendimento ou de familiaridade com o idioma.
2.11 VENDA POR INDICAÇÃO
A empresa e o vendedor direto não devem induzir uma pessoa a adquirir bens ou serviços com base na perspectiva de obtenção de redução ou recuperação do valor da compra em troca da indicação de potenciais consumidores para compras semelhantes, caso tais benefícios estejam condicionados a eventos futuros e incertos.
2.12 ENTREGA
A empresa e o vendedor direto devem atender no prazo previsto aos pedidos formulados pelo consumidor.
3. APLICAÇÃO DO CÓDIGO 3.1 RESPONSABILIDADE DA EMPRESA
A responsabilidade primária no cumprimento deste Código é de cada empresa. Em caso de infração ao Código, a empresa deve fazer todo o possível para satisfazer o reclamante.
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3.2 NOMEAÇÃO DO ADMINISTRADOR DO CÓDIGO
A ABEVD deve nomear uma pessoa ou entidade independente como Administrador deste Código. O Administrador do Código deve acompanhar e orientar o cumprimento deste Código por parte das empresas através de medidas adequadas e deve ser responsável pelo estabelecimento e aplicação de regras de processo para resolução das reclamações. O Administrador do Código deve dirimir qualquer reclamação de consumidor que esteja baseada em infração a este Código e que não tenha sido solucionada.
3.3 MEDIDAS DE REPARAÇÃO
O Administrador do Código pode recomendar à empresa o cancelamento de pedidos, a devolução de produtos adquiridos, o reembolso de pagamentos ou outras medidas adequadas, incluindo cancelamento ou rescisão de contrato de vendedor direto com empresa, bem como efetuar advertência à empresa.
3.4 RECEBIMENTO E PROCESSAMENTO DE RECLAMAÇÕES
A ABEVD e o Administrador deste Código devem estabelecer, divulgar e implementar procedimentos para recebimento e processamento de reclamações a fim de assegurar sua solução imediata. As empresas também devem estabelecer, divulgar e implementar procedimentos próprios para recebimento e processamento de reclamações igualmente com a finalidade de sua pronta solução.
3.5 DIVULGAÇÃO
Todas as empresas devem divulgar este Código de Ética para os consumidores e vendedores diretos.
Fonte: ABEV, Associação Brasileira de Vendas Diretas (2009)
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ANEXO 3 – Ranking das 100 maiores empresas de vendas diretas
Posição Nome da Receita Países 2013 Companhia 2012 1 Alticor (Amway) $11.3B USA 2 Avon Products Inc. $10.7B USA 3 Herbalife Ltd. $4.1B USA 4 Vorwerk Co. KG $3.3B Alemanha 5 Natura Cosmeticos SA $3.2B Brasil 6 Mary Kay Inc. $3.1B USA 7 Tupperware Brands Corp. $2.6B USA 8 Nu Skin Enterprises Inc. $2.2B USA 9 Oriflame Cosmetics AS $2.0B Luxemburgo 10 Belcorp Ltd. $1.9B Peru 11 Primerica Financial Services Inc. $1.2B USA 11 Pola $1.2B Japão 13 Miki Corp. $1.1B Japão 14 Ambit Energy L.P. $930M USA 15 Telecom Plus $892M Reino Unido 16 Stream Energy (Ignite) $840M USA 17 Yanbal International $815M Peru 18 Thirty-One Gifts LLC $718M USA 19 Shaklee Corp. $650M USA 20 USANA Health Sciences Inc. $649M USA 21 ViSalus (Blyth) $624M USA 22 ACN Inc. $582M USA 23 Scentsy $560M USA 24 Hermes $550M Brasil 25 WIV Wein International AG $539M Alemanha 26 AmorePacific $520M Coreia do Sul 27 Market America Inc. $505M USA 28 The Pampered Chef Ltd. $500M USA 29 For Days Co. Ltd. $445M Japão 30 Southwestern $427M USA 31 PartyLite (Blyth) $425M USA 32 KK ASSURAN $378M Japão 33 Arbonne International LLC $377M USA 34 Nature’s Sunshine Products Inc. $368M USA 35 LG Household & Health Care $350M Coreia do Sul 36 Isagenix International $334M USA 37 Faberlic $330M Rússia 38 Neways Inc. $326M USA 38 Noevir Holdings Co. Ltd. $326M Japão 40 Menard Japan Cosmetics $319M Japão 41 Eureka Forbes Ltd. $318M Índia 42 LR Health & Beauty Systems $313M Alemanha 43 Team National Inc. $301M USA
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Posição Nome da Receita Países 2013 Companhia 2012 44 Longrich (Jiangsu Longliqi) $287M China 45 4Life Research L.C. $268M USA 46 Charle Corp. Ltd. $258M Japão 47 Advocare International L.P. $255M USA 48 PM-International $249M Alemanha 49 Ann Summers $235M Reino Unido 50 Naturally Plus $233M Japão 51 Team Beachbody $218M USA 52 Take Shape For Life (Medifast) $216M USA 53 JapanLife $215M Japão 54 K par K $214M França 55 Family Heritage Life $202M USA 56 CUTCO (Vector Marketing) $200M USA 56 Huis Clos $200M França 56 It Works! Global $200M USA 59 BearCere’Ju Co. Ltd. $192M Japão 60 Hillarys Blinds $189M Reino Unido 61 LifeVantage Corp. $187M USA 62 KOYO-SHA $186M Japão 63 Viridian Energy* $182M USA 64 Mannatech Inc. $173M USA 65 Elken $172M Malásia 66 GNLD $170M USA 66 Organo Gold International $170M Canadá 68 Enagic USA Inc. $165M USA 68 North American Power $165M USA 70 Lux International $163M Suíça 71 Hy Cite Enterprises LLC $159M USA 73 Princess House Inc. $148M USA 74 Zhulian Marketing $145M Malásia 75 Sportron $143M USA 75 WorldVentures Holdings LLC $143M USA 77 Nikken Global Inc. $133M USA 78 Jeunesse Global $126M USA 79 Univera $121M USA 80 TriVita $120M USA 81 Vemma Nutrition Co. $117M USA 82 Zija International $110M USA 83 Rodan+Fields $108M USA 84 5LINX Enterprises Inc. $104M USA 85 Momentis $103M USA 86 The Longaberger Company $100M USA 86 Nerium International $100M USA 88 Akasuka $98M Japão 89 Creative Memories $97M USA 90 Tastefully Simple Inc. $96M USA 91 Vision Intern. People Group $95M Chipre
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Posição Nome da Receita Países 2013 Companhia 2012 92 Ion Cosmetics $93M Japão 93 Chandeal Co. Ltd. $86M Japão 94 Nefful $79M Japão 95 Kleeneze Ltd. $76M Reino Unido 96 Youngevity $75M USA 97 The Maira Co. Ltd. $72M Japão 97 Supreme Products $72M Japão 99 Nature Care $71M Japão 100 Reliv International $69M USA
* A figura dos rendimentos mostra por Viridian a exclusão de 43 dias de receita de 1 outubro - 12 novembro 2012.
NOTA: Nossa classificação inicial incluía uma empresa de n º 72 que solicitou a retirada da lista no momento em que a Global 100 anunciou em 3 de abril de 2013. A seguinte empresa apresentou informações após o prazo solicitado: Better Way / Mistine, $ 460 milhões, Tailândia.
Fonte: DSN – Direct Selling News (2013, p. 3 a 5, tradução nossa9)
9 “*The revenue figure reflected for Viridian excludes 43 days of revenue from Oct. 1 to Nov. 12, 2012. NOTE: Our initial ranking included a company at No. 72 that requested withdrawal from the list at the time of the Global 100 announcement on April 3, 2013. The following company submitted information after the requested deadline: Better Way/Mistine, $460 million, Thailand” (Direct Selling News, 2013a, p. 3 a 5).
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ANEXO 4 – Plano de vendas e marketing Amway
O Plano de Vendas e Marketing da Amway tem como objetivo recompensar os Empresários Amway proporcionalmente ao esforço que dedicam à venda dos produtos e ao patrocínio e capacitação de novos Empresários.
Nível Requisitos para qualificação Prêmios PRODUTOR
PRATA
O Pin Produtor Prata é concedido quando em um mês se atinge o seguinte: a. 10.000 Pontos de Grupo. b. Ser Patrocinador Pessoal ou Local de uma Linha qualificada ao nível máximo de Recompensa de Desempenho (21%), com lateralidade de 4.000 Pontos de Grupo. c. Ser Patrocinador Pessoal ou Local de duas ou mais Linhas qualificadas ao nível de Recompensa de Desempenho (21%) no mesmo mês. Além disso, é necessário gerar um volume pessoal de 150 Pontos durante o período de qualificação.
- Pin Produtor Prata.- Reconhecimento especial na Revista Amway.- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.
PRODUTOR OURO
- O Pin Produtor Ouro é concedido aos Empresários Amway que se qualificam ao nível Produtor Prata durante três meses em um período de 12 meses. - Para se requalificar como Produtor Ouro, o Empresário deve se qualificar como Produtor Prata por quaisquer três meses, durante o ano fiscal Amway (1o de setembro a 31 de agosto)
- Pin Produtor Ouro.- Reconhecimento especial na Revista Amway.- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.
PLATINA
- Este Pin é concedido aos Empresários Amway que mantiverem o nível Produtor Prata durante seis meses dentro de um período de 12 meses, três dos quais devem ser consecutivos. - Para se requalificar como Platina, o Empresário deve se qualificar como Produtor Prata por quaisquer seis meses, durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
Pin Platina.Certificado Platina entregue no Seminário de Platinas.Reconhecimento especial na Revista Amway.Mensagem de felicitações da Amway do Brasil. Convite para o Seminário de Novos Platinas com as despesas pagas pela Amway do Brasil (para qualificação pela primeira vez).
PLATINA FUNDADOR
- Os Empresários Platina que mantiverem o nível Produtor Prata durante os 12 meses do ano fiscal, são qualificados ao Pin Platina Fundador e receberão um reconhecimento adicional nas publicações da Amway. - Para se requalificar como Platina Fundador, o Empresário deve atingir o nível Produtor Prata durante cada mês do ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Pin Platina Fundador.- Certificado Platina Fundador. - Reconhecimento em publicação Amway.- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil. .
RUBI - Este Pin é concedido aos Platina qualificados por gerar 15.000 Pontos de Grupo ou mais (incluindo seus Pontos Pessoais) durante um mês.
- Pin Rubi.- Certificado Rubi.- Reconhecimento especial
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- O volume dos Produtores Produtor Prata, Produtor Ouro e Platina frontais ou em profundidade, não é acumulável para a qualificação e cálculo da Recompensa Rubi.
na Revista Amway- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.
RUBI FUNDADOR
Este Pin é concedido pela Amway aos Empresários Platina que mantiverem a qualificação Rubi durante os 12 meses do ano fiscal.
- Pin Rubi Fundador.- Reconhecimento em publicação Amway.- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.
SAFIRA
Este Pin é concedido aos Empresários Platina que se qualificam a Safira por seis meses dentro do ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto). Há duas formas de se qualificar a Safira: - Ter duas Linhas* locais qualificadas ao nível de máximo de Recompensa de Desempenho (21%) e 4.000 Pontos de Grupo (incluindo Pontos Pessoais) dentro do mesmo mês; ou- Ter três Linhas* locais qualificadas ao nível máximo de Recompensa de Desempenho (21%) dentro do mesmo mês. * As Linhas não necessariamente têm que ser as mesmas.
- Pin Safira.- Certificado Safira.- Reconhecimento especial na Revista Amway.- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.
SAFIRA FUNDADOR
Este Pin é concedido aos Empresários Platina que se mantiverem como Safira durante os 12 meses do ano fiscal.
- Pin Safira Fundador.- Reconhecimento em publicação Amway.- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.
ESMERALDA
Este Pin é concedido aos Empresários Platina que patrocinarem pessoal, local ou internacionalmente, três ou mais Linhas qualificadas ao nível máximo de Recompensa de Desempenho (21%), cada um se qualificando como tal durante um período mínimo de seis meses. Devem ser as mesmas Linhas dentro do ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto) e pelo menos duas das Linhas devem ser locais. Qualificando-se desta forma as recompensas serão diferentes.
- Pin Esmeralda.- Certificado Esmeralda.- Reconhecimento com fotografia e entrevista em publicação Amway. - Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.
ESMERALDA FUNDADOR
Este Pin é concedido aos Empresários Platina que mantiverem as três Linhas qualificadas durante os 12 meses do ano fiscal.
- Pin Esmeralda Fundador.- Certificado Esmeralda Fundador. - Reconhecimento em publicação Amway.- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.
DIAMANTE
Este Pin é concedido aos Empresários Platina que patrocinarem pessoal, local ou internacionalmente seis Linhas qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%), cada uma se qualificando como tal, durante um período mínimo de seis meses no ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto). Deve ter recebido a Recompensa Anual Esmeralda para se qualificar neste nível.
- Pin Diamante.- Placa Diamante.- Reconhecimento especial com fotografia e entrevista em publicação Amway. - Reconhecimento no Amway Gala.- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.
DIAMANTE - Este Pin é concedido aos Empresários Platina que - Pin Diamante Fundador.
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FUNDADOR
mantiverem as seis Linhas qualificadas durante os 12 meses do ano fiscal. - Outra maneira de qualificar a este nível é acumulando 8 créditos FAA durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Placa Diamante Fundador. - Reconhecimento no Amway Gala.- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.- Reconhecimento com fotografia e entrevista em publicação Amway
DIAMANTE EXECUTIVO
- Este Pin é concedido aos Empresários Platina que patrocinarem pessoal, local ou internacionalmente nove Linhas ou mais qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%) cada um se qualificando como tal durante um período mínimo de seis meses no ano fiscal da Amway (1º de setembro a 31 de agosto). - O Empresário deve ter pelo menos três Linhas locais qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%).- Outra maneira de se qualificar a este nível é acumulando 10 créditos FAA durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Pin Diamante Executivo.- Placa Diamante Executivo. - Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.- Reconhecimento no Amway Gala.- Reconhecimento especial com fotografia e entrevista em publicação Amway.
DIAMANTE EXECUTIVO FUNDADOR
- Os Empresários Platina que mantiverem a qualificação de suas nove Linhas durante os 12 meses do ano fiscal são reconhecidos com este Pin. - Outra maneira de se qualificar a este nível é acumulando 12 créditos FAA durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Pin Diamante Executivo Fundador. - Placa Diamante Executivo Fundador. - Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.- Reconhecimento especial com fotografia e entrevista em publicação Amway.- Reconhecimento no Amway Gala.
DUPLO DIAMANTE
- Este Pin é concedido aos Empresários Platina que patrocinarem pessoal, local ou internacionalmente 12 Linhas qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%), cada um se qualificando como tal durante um período mínimo de seis meses no ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto). O Empresário deve ter pelo menos três Linhas locais qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%).- Outra maneira de se qualificar a este nível é acumulando 14 créditos FAA durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Pin Duplo Diamante. - Placa Duplo Diamante. - Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.- Reconhecimento no Amway Gala.- Reconhecimento especial com fotografia e entrevista em publicação Amway.
PIN DUPLO DIAMANTE
FUNDADOR
- Os Empresários Platina que mantiverem a qualificação das suas 12 Linhas durante os 12 meses do ano fiscal são reconhecidos com este Pin. O Empresário deve ter no mínimo três Linhas locais qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%). - Outra maneira de se qualificar a este nível é acumulando 16 créditos FAA durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Pin Duplo Diamante Fundador. - Placa Duplo Diamante Fundador. - Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.- Reconhecimento no Amway Gala.- Reconhecimento com fotografia e entrevista em publicação Amway.
TRIPLO DIAMANTE
- Este Pin é concedido aos Empresários Platina que patrocinarem pessoal, local ou internacionalmente 15
- Pin Triplo Diamante. - Placa Triplo Diamante.
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Linhas qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%), cada um se qualificando como tal durante um período mínimo de seis meses no ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto). O Empresário deve ter pelo menos três Linhas locais qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%).- Outra maneira de se qualificar a este nível é acumulando 18 créditos FAA durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.- Reconhecimento no Amway Gala.- Reconhecimento especial com fotografia e entrevista em publicação Amway.
PIN TRIPLO DIAMANTE FUNDADOR
- Os Empresários Platina que mantiverem a qualificação das suas 15 Linhas durante os 12 meses do ano fiscal são reconhecidos com este Pin. O Empresário deve ter no mínimo três Linhas locais qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%).- Outra maneira de se qualificar a este nível é acumulando 20 créditos FAA durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Pin Triplo DiamanteFundador. - Placa Triplo Diamante Fundador. - Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.- Reconhecimento no Amway Gala.- Reconhecimento com fotografia e entrevista em publicação Amway.
COROA
- Este Pin é concedido aos Empresários Platina que patrocinarem pessoal, local ou internacionalmente 18 Linhas qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%), cada um qualificando pelo menos durante seis meses no ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto). O Empresário deve ter pelo menos três Linhas locais qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%). - Outra maneira de qualificar a este nível é acumulando 22 créditos FAA durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Pin Coroa.- Placa Coroa. - Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.- Reconhecimento no Amway Gala.- Reconhecimento especial com fotografia e entrevista em publicação Amway.
COROA FUNDADOR
- Os Empresários Platina que mantiverem a qualificação das suas 18 Linhas durante os 12 meses do ano fiscal são reconhecidos com este Pin. O Empresário deve ter no mínimo três Linhas locais qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%).- Outra maneira de se qualificar a este nível é acumulando 25 créditos FAA durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Pin Coroa Fundador.- Placa Coroa Fundador.- Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.- Reconhecimento no Amway Gala.- Reconhecimento com fotografia e entrevista em publicação Amway.
EMBAIXADOR COROA
FUNDADOR
- Os Empresários Platina que mantiverem a qualificação de suas 20 Linhas durante os 12 meses do ano fiscal são reconhecidos com este Pin. O Empresário deve ter no mínimo três Linhas locais qualificadas ao nível máximo da Recompensa de Desempenho (21%).- Outra maneira de se qualificar a este nível é acumulando 30 créditos FAA durante o ano fiscal da Amway (1o de setembro a 31 de agosto).
- Pin Embaixador Coroa Fundador. - Placa Embaixador Coroa Fundador. - Mensagem de felicitações da Amway do Brasil.- Reconhecimento no Amway Gala.- Reconhecimento especial na Revista Amway.
Fonte: AMWAY (2013?c, p. 1 a 3)