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Table Of Contents

A Alta Incidência de Lesões na Articulação do Ombro em Atletas de Jiu-Jitsu ............ 3A Antropologia Forense na Diagnose Sexual ................................... 13A assistência privativa do enfermeiro no período de recuperação anestésica: Revisãointegrativa <sup><a href='#_ftn1' name='_ftnref1'>[1]</a></sup> ................... 21A Atuação do Assistente Social no Acolhimento ao Paciente Oncológico ............... 25

A atuação do enfermeiro no controle de medicamentos psicotrópicos ................. 35

A Atuação do Farmacêutico e a Legalização na Saúde Estética ...................... 52A Atuação do Shiatsu na Síndrome do Pânico .................................. 57A Caminhada Orientada por um Profissional de Educação Física e seus Benefícios ........ 68A cirurgia <i>Damage Control</i> no paciente traumatizado ....................... 81A Contribuição da Cromoterapia no Trabalho de Parto .......................... 89

A Eficácia do Tratamento Fisioterapêutico no Paciente com Lúpus Eritematoso Sistêmico:Uma Revisão Bibliográfica ............................................... 93A evolução da assistência ao paciente com Hanseníase: dos Leprosários à Poliquimioterapia................................................................. 105

A Evolução e a Importância da Tomografia Computadorizada na Odontologia ......... 116

A Falta do Sono Pode Prejudicar até mesmo onde Queremos Chegar ................ 127

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A Alta Incidência de Lesões na Articulação do Ombro em Atletasde Jiu-Jitsu

by Corina Natalina Costa Silva - domingo, junho 17, 2018

https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/lesoes-na-articulacao-do-ombro

SILVA, Corina Natalina Costa, SANTOS, Marcos Antonio Martins dos, GARRIDO, Wallace Costa,LIMA, Jacqueline Maria Maranhão Pinto

SILVA, Corina Natalina Costa; et.al. A Alta Incidência de Lesões na Articulação do Ombro emAtletas de Jiu-Jitsu. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 05, Vol.05, pp. 432-450, Maio de 2018. ISSN:2448-0959

Resumo

O objetivo desse estudo é identificar a produção científica acerca das lesões na articulação gleno-umeralpartir dos movimentos ou golpes que o Jiu-Jitsu utiliza na sua execução, no período de 2000 a 2015. Trata-se de um estudo descritivo e exploratório de natureza bibliográfica, com abordagem quantitativa.Analisou-se 11 artigos, uma vez que essa literatura acerca do jiu-jitsu é bastante escassa. A maioria dosautores teve seus objetivos focados em lesões articulares no ombro e joelhos em atletas de jiu-jitsu.Assim, foi notável que nos últimos anos não houve produção científica expressiva sobre o assunto emquestão, no entanto há grande necessidade de estudos como esse para preencher as lacunas existentes eesclarecer a população sobre a necessidade de executar a atividade física com profissionais habilitados, afim de evitar tais lesões.

1. Introdução

Historicamente o Jiu-jitsu surgiu por volta de 2500 anos atrás, sendo praticado por monges budistas quehabitavam uma região situada entre a Índia e a China, naquela época os monges que possuíam biótipofísico em sua maioria fraco, desenvolveram técnicas de defesa que lhes permitissem desviar de ataquesprovenientes de armas brancas utilizadas pelos seus agressores e por muitas vezes conseguiam por defesaprópria, ficar em melhor situação que seus oponentes.(GURGEL,2003). Existem artefatos como umapequena escultura achada na Babilônia, datada do 3º milênio a.C., os quais demonstravam duas pessoaspraticando jiu-jitsu.

Segundo Assis e Gomes, jiu-jitsu é praticado em pé e no chão, onde os atletas usam um tipo devestimenta chamada de Kimono. A luta dar-se em um tatame.

O jiu-jitsu é uma arte marcial que há séculos ganha adeptos no mundo inteiro, e não foi diferente noBrasil, que chegou na época da Segunda Guerra Mundial, introduzida pelo conde japonês MaedaKoma,que se estabeleceu em Belém do Pará, acolhido pela família Gracie.

Franzino por natureza, aos 15 anos, Gracie encontrou no jiu-jítsu um meio de realização pessoal. Aos 19,

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se transferiu para o Rio de Janeiro com a família e adotou a profissão de lutador e professor dessa artemarcial. Viajou para Belo Horizonte e depois para São Paulo, ministrando aulas evencendo adversáriosbem mais fortes fisicamente. Em 1925, voltou ao Rio e abriu a primeira Academia Gracie de Jiu-jítsu.Convidou seus irmãos Oswaldo Gastão para assessorá-lo e assumiu a criação dos menores George,14anos, e Hélio, com 12 anos.

Desde então, Carlos passou a transmitir seus conhecimentos aos irmãos, adequando e aperfeiçoando atécnica à compleição física franzina característica de sua família. Também lhes transmitiu sua filosofia devida e conceitos de alimentação natural, sendo um pioneiro na criação de uma dieta especial para atletas,a Dieta Gracie, transformando assim, o jiu-jítsu em.

sinônimo de saúde. De posse de uma eficiente técnica de defesa pessoal, Carlos Gracie viu na modalidadeum meio para se tornar um homem mais tolerante, respeitoso e autoconfiante. Imbuído de provar asuperioridade de o jiu-jítsu formar uma tradição familiar, Carlos Gracie lançou desafios aos grandeslutadores da época e passou a gerenciar a carreira dos irmãos.

Enfrentando adversários 20, 30 quilos mais pesados, os Gracie logo adquiriram fama e notoriedadenacional. Atraídos pelo novo mercado que se abriu em torno do jiu-jítsu, muitos japoneses vieram para oRio, porém, nenhum deles formou uma escola tão sólida quanto à da Academia Gracie, pois o jiu-jítsu que praticavam privilegiava as quedas e o dos Gracie, o aprimoramento da luta no chão e os golpesde finalização. Ao modificar as regras internacionais do jiu-jítsu japonês nas lutas que ele e os irmãosrealizavam, Carlos Gracie iniciou o primeiro caso de mudança de nacionalidade de uma luta, ou esporte,na história esportiva mundial. Anos depois, a arte marcial japonesa passou a ser denominada de jiu-jítsu brasileiro, sendo exportada para o mundo todo, inclusive para o Japão.

Essa modalidade esportiva utiliza arremessos (quedas), imobilizações, desequilíbrios, estrangulamentos echaves aplicadas às articulações do corpo, onde sobrecarrega principalmente o ombro. Poucos estudosforam feitos sobre lesões no Jiu-Jitsu. Pinto et al. relatam que de 41 lutadores 93% já sofreram algum tipode lesão articular. Baffa e Barros realizaram uma pesquisa com 36 atletas de Jiu-Jitsu e verificaram que aarticulação mais acometida foi o ombro e joelho.

Para Ide, (2004), O Jiu-Jitsu desportivo abrange seis técnicas permitidas em competições: projeções,imobilizações, chaves, torções e estrangulamentos. Todas são fundamentadas em princípios biomecânicose podem causar traumas sérios aos adversários.

1.1 Projeções

São utilizadas para desequilibrar e derrubar o adversário. Segundo França (2001), projeções podemocasionar fraturas no processo odontóide.

Pinçamentos (chave de bíceps e chave de panturrilha)

São ataques que pressionam estruturas musculares e centros nervosos dos adversários. Provocam muitador no atleta, fazendo com que este recue dos ataques. O pinça mento pode ocasionar estiramento deprimeiro a terceiro grau.

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Chaves

São ataques a estruturas articulares que visam imobilizações e extensões. As mais conhecidas chamam-se“Armlock” e “Leglock”.

O “ArmLock”diminui a amplitude de movimento e leva a dor.

Torções

Constituem ataques as estruturas articulares, mas que visam submetê-las a amplitudes de movimento alémdas suportadas pelas mesmas. As principais são as que atacam as articulações do ombro (“americanas” e“omoplatas”).

Estrangulamentos

Interrompem o fluxo de ar para os pulmões e/ou sanguíneo para o cérebro. Por definição, estrangulamentoé a asfixia mecânica na qual ocorre uma constrição do pescoço, causando embaraço à livre entrada de arno aparelho respiratório feito por meio de um laço acionado pela força muscular da própria vítima, ou deum estranho, (FRANÇA, 2001).

No caso do Jiu-jitsu desportivo o laço pode ser feito com auxílio do Quimono (roupa apropriada para aprática), (FRANÇA, 2001)

Possíveis lesões:

Morte - pelo impedimento da penetração do ar nas vias aéreas; por morte circulatória devido àcompressão dos grandes vasos do pescoço que conduzem para o cérebro; por morte nervosa domecanismo reflexo (inibição vagal);Equimoses de pequenas dimensões na face, nas conjuntivas, pescoço e face anterior do tórax;Infiltração hemorrágica em tela subcutânea e musculatura subjacente ao sulco;Rupturas musculares; Fraturas e luxações das vértebras cervicais. Sendo assim, essas podem serdenominadas lesões típicas, ou seja, são aquelas decorrentes da aplicação correta dos golpes etécnicas da modalidade esportiva (MENESES, 1983).

1.2 Lesões

A lesão é uma ocorrência da vida cotidiana. Enquanto alguns indivíduos sofrem lesão de maior gravidademais frequentemente do que outros, ninguém é poupado de dor de transtorno e da incapacidade causadospor uma lesão. Qualquer lesão é acompanhada por custos físicos, emocionais e econômicos inevitáveis,assim como por perda de tempo e da função normal (WHITING e ZERNICKE, 2001)

É importante destacar um tipo de lesão recorrente das lutas livres e também do judô, que é denominada dehematoma auricular, que não está associada a nenhuma técnica específica e sim pelo constante contatocorporal que caracteriza as modalidades. Wojtys (apud SAFRAN, 2002) afirma que quase 40% doslutadores comunicam ter algum tipo de deformidade auricular permanente. Nesse caso de traumatismo

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auricular, o sangue acumula-se entre o pericôndrio e a cartilagem. Nova cartilagem se forma a partir dofirme envoltório pericondrial, levando à deformidade da aurícula (a chamada "orelha de couve flor").

Segundo Kisner e Colby (1992), a lesão músculo esquelética pode ser classificada levando-se emconsideração as lesões de tecidos moles em:

1) Distensão – alongamento excessivo, excesso de exercício de uso do tecido mole; tende a ser menosgrave que uma entorse. Ocorre devido a trauma leve ou traumas não usuais repetidos de grau mínimo.Esse termo é frequentemente usado como referência especifica a algum grau de comprometimento deunidade musculo tendinea.

2) Entorse – sobrecarga grave, estiramento ou laceração de tecidos moles como a capsula articular,ligamento, tendão ou músculo. Esse termo é frequentemente usado em referência especifica a lesão de umligamento, e recebe a graduação de entorse de primeiro grau (leve), segundo grau (moderado), ou terceirograu (grave).

3) Ruptura ou laceração entre músculos e tendão – se ruptura ou laceração é parcial, ocorre dor na regiãoda fissura quando o músculo é alongado ou quando se contrai contra resistência. Se a ruptura ou laceraçãoé completa. Músculo não traciona o local lesado, de modo que alongamento ou contração do músculo nãocausa dor.

4) Lesões tendíneas – tenossinovite é uma inflamação da bainha sinovial que cobre um tendão,normalmente há crepitação ao movimento. Tendinite é a formação de cicatriz ou deposição de cálcio emum tendão.

5) Sinovite – inflamação da membrana sinovial; um excesso de líquido sinovial normal dentro de umaarticulação, geralmente devido a trauma ou doença.

6) Hemartrose – sangramento dentro de uma articulação, geralmente devido a trauma grave.

7) Contusão - golpe direto, resultando em uma ruptura capilar, sangramento. Edema e respostainflamatória.

8) Bursite – inflamação de uma bolsa (bursa).

9) Gânglio – um balonamento da parede de uma cápsula articular ou bainha tendínea.

10) Subluxação – deslocamento incompleto ou parcial que geralmente envolve trauma secundário aotecido mole vizinho.

11) Luxação – deslocamento de uma parte, geralmente as partes ósseas dentro de uma articulação,levando a lesão de tecido mole, inflamação, dor e espasmo muscular.

12) Síndromes por uso excessivo – sobrecarga repetida e/ou desgaste por fricção em músculo ou tendão.

Gianoni (2011) disse que “lesão é o dano sofrido pelos tecidos do corpo em resposta a um traumatismo

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físico”. “A grande parte das lesões que ocorrem nas extremidades superiores, vem de esportes queenvolvem oscilações bruscas tais como, chaves de articulações, quedas, socos mal desferidos entreoutros”. Temos o ombro com a articulação mais lesionada (EINISMAN at al., 2011). No jiu-jitsu aschaves de articulações de ombros (Americana, Omoplata), causam um grande dano ao atleta.

A prática dessa arte é encontrada em academias num formato voltado para competições, onde os alunossão graduados em faixas, na seguinte ordem: faixa branca, amarela, laranja, verde, azul, roxa, marrom epreta. Há graduações entre as faixas, normalmente quatro, dessa forma se passam por quatro estágiosantes de mudar a faixa. A Federação Brasileira de Jiu-Jitsu que organizou os critérios de troca de faixas, epara não haver divergências criou um estatuto, dividido em capítulos, especificando os itens que o atletadeve cumprir.

Os praticantes se limitam a um treino físico, voltado para o aquecimento e condicionamento, seguido deuma parte técnica, onde são executados os movimentos da luta, como raspagens, chaves e torções,finalizando com a luta entre os alunos.

O jiu-jitsu, apesar de ser uma arte marcial relativamente antiga, com quase um século de atividade noBrasil e mostrar-se um esporte em grande expansão nas últimas décadas, ainda não possui na literaturacientífica informações suficientes sobre as lesões que acometem seus praticantes. Essa arte acometelesões em ombros, joelhos, cotovelos e coluna vertebral, sendo que o ombro é a articulação maisacometida.

O ombro em particular está propenso a lesões por manter um precário equilíbrio entre movimento,estabilidade, sobrecarga e impacto, os quais podem estar envolvidos na causa de incapacidade em certosatletas (SOARES, SUZINÉA, 2003).

Para Ejnisman, et al., (2001), a dor é o principal sintoma manifestado pelos atletas. A localização da dornos atletas deve ser minuciosamente avaliada. Os atletas muitas vezes apresentam clínica de dor ântero-lateralsugestiva de síndrome do impacto, mas esta pode ser secundária à instabilidade glenoumeral. Oombro dolorosa afeta não só o atleta de alto nível como também amadores.

1.3 Articulações do ombro

O ombro é um conjunto funcional que permite unir o membro superior ao tórax. O ombro é umaarticulação proximal do membro superior, sendo o mais móvel de todas as articulações do corpo humano(KAPANDJI,1990). Apesar da sobrecarga imposta ao ombro, anatomicamente, a cavidade glenoidea érasa e tem uma superfície articular menor do que a cabeça do úmero. Assim, a forma das superfíciesarticulares não favorece a estabilidade que dependem, essencialmente, de ligamentos e músculos(DANGELO e FATTINE, 2004).

O ombro é a estrutura com maior mobilidade do corpo humano, capaz de realizar movimentos de mais de180°. Essa grande liberdade de movimentos só é possível graças a junção das articulações do ombro, nototal o complexo do ombro é formado por 5 articulações, 3 sinoviais, (esterno clavicular,acromioclavicular e glenoumeral) 2 funcionais (escapulotorácica e subacrômial) (KAPANDJI, 2000).

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A cintura escapular tem apenas uma ligação óssea com o esqueleto axial. Aclavícula articula-se com oesterno pela pequena articulação esternoclavicular. A articulação glenoumeral é do tipo triaxialincongruente, bola e soquete com uma cápsula articular frouxa. É suportada pelos tendões do manguitorotador e pelos ligamentos glenoumerais e coracoumerais (KISNER, 2005).

ARTICULAÇÃO ESTERNOCLAVICULAR

A articulação esterno clavicular permite o movimento entre clavícula e o eixo axial. Possui um discocartilaginoso entre suas faces que a permite se mover melhor. Esta articulação é formada pelos ligamentosesterno clavicular posterior e anterior, costoclavicular e o interclavicular, que tem como funções suportaro peso das extremidades superiores, limitar movimentos claviculares e prevenir luxações na articulação(KISNER; COLBY 2004).

ARTICULAÇÃO ACROMIOCLAVICULAR

A articulação acromioclavicular permite a movimentação entre clavícula e escapula, no momento em quemexemos o braço para frente e para o lado (movimentos de flexão e abdução do ombro). Esta articulaçãoé formada pelos ligamentos acromioclavicular, coracoclavicular, coracoacromial e o transverso superior(LECH et al., 2005).

ARTICULAÇÃO GLENOUMERAL

Considerada a principal articulação do ombro. A articulação glenoumeral tem amplos graus demovimento, como, adução e abdução, no plano frontal, flexão e extensão no plano horizontal(ANDREWS; HARRELSON; WILK, 2000), e é constituída pela cabeça do úmero e pela fossa glenoideda escapula. Composta pela capsula articular, pelos ligamentos coracoumeral, glenoumerais, (que são osuperior, médio e o inferior), e o ligamento transverso do úmero.

ARTICULAÇÃO ESCAPULOTORÁCICAE SUBACRÔMIAL

Essas articulações são consideradas funcionais, pois permitem a grande movimentação do ombro. Aarticulação escapulo torácica permite que a escapula participe de muitos movimentos do nosso ombro,podendo realizar movimentos de adução, abdução, rotação superior e inferior (SMITH; WEISS;LEHMKUHL, 1997).

A articulação subacromial é formada pelo arco coracocromial e úmero, sua função é impedir que o úmeroe desloque para cima.

MANGUITO ROTADOR

O manguito rotador é a unidade funcional mais importante do complexo do ombro. Tem como função aestabilização dinâmica do ombro, e auxilia tanto nos movimentos de abdução quanto nos de adução. Ele éformado a partir de 4 músculos, o supra- espinhal, infra- espinhal, sub- escapular e o redondo menor(LEE et al., 2000).

Essa unidade funcional do ombro é muito exigida pelos atletas de artes marciais, pois cada golpe, ou

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técnica que envolva os membros superiores irá conter os movimentos de adução e abdução. O manguitorotador muitas vezes acaba sendo sobrecarregado levando ao desgaste do ombro, gerando uma lesão.

Eles se originam na escápula e se inserem na tuberosidade do úmero, sendo responsáveis pelamovimentação e estabilidade da articulação glenoumeral (EJNISMANN;MONTEIRO; UYEDA, 2008).

Os tendões do manguito rotador unem-se com os ligamentos e o lábio glenoidal nos locais de inserção demodo que, quando os músculos se contraem, eles proporcionam estabilidade dinâmica tensionada àsestruturas de contenção estática. A resposta coordenada dos músculos do manguito e a tensão dosligamentos proporcionam graus variáveis de suporte dependendo da posição e da mobilidade do úmero(KISNER, p. 320, 2005). Pelo fato dos movimentos da articulação do ombro apresentar-se amplos, sendocapaz de mover-se tridimensionalmente, e suas luxações são mais frequentes do que todas as outrasarticulações do corpo (COOPER, 1832 apud DONEUX,1997).

A maioria das lesões atléticas do ombro representa o resultado de uma atividade repetitiva realizadaacima da cabeça e que pode ser classificada como micro traumática ou resultante de um mecanismo deuso excessivo. No caso do jiu-jitsu as luxações traumáticas são as mais comuns.

As luxações costuma ocorrer depois de um movimento de rotação muito brusco (chave de ombroamericana). Esse movimento de rotação é tão intenso que irá gerar a ruptura do lábio Inferior glenóide,gerando um trauma articular, que irá criar um ponto de fragilidade, e é ai que teremos a perda dacontinuidade articular. (GARCIA,2004).

O primeiro episódio de uma luxação de ombro pode ser encontrado no papiro de Edwin Smith(3000-2500 a. C.), o livro mais antigo da humanidade. Segundo Lech et al. (2005) a instabilidade podevariar em graus (subluxação, luxação e microinstabilidade), direção (anterior, inferior, posterior emultidirecional) etiologia (traumática e traumática) e volição (voluntária e involuntária). Em torno de80% dos casos de luxação traumática primária evoluem para recidivas. A luxação redicivante ocorre apóstraumatismos menores. Quanto mais intensos são os episódios de luxação, mais frequente será a recidiva,devido ao aumento progressivo da lesão, que acontece com as sucessivas luxações (LECH, 2009).

E se uma luxação dessas ocorre com um atleta menor de 20 anos, as chances de que outra luxação comoessa volte a acontecer são de 90%. Podendo piorar ainda mais, pois se essa segunda luxação ocorrer aschances de uma terceira luxação traumática acontecer (independente da idade) são de quase 100%(GARCIA 2004).

Nos dois quadros apresentados os atletas lesionados terão de ficar sem praticar a modalidade até umarecuperação, ou em casos mais graves enfrentar uma cirurgia para tentar diminuir os dados dessa lesão.Em sua grande maioria as lesões em atletas de artes marciais ocorrem pelo excesso de treino, por umamentalidade de não se render ou uso de força excessiva do adversário, por treinamentos de técnica,torneios ou por falta de um profissional que trabalhe seriamente com esse atleta.

Todos esses quadros de lesões (principalmente nos ombros, que são as mais comuns) podem ser evitadosse um trabalho de prevenção for feito com esses atletas (Wilket al., 2000).

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2. Metodologia

2.1 Tipos de estudo

Trata-se de estudo exploratório de natureza bibliográfica, com abordagem quantitativa, no qual serealizou um levantamento da produção científica sobre a temática em questão.

2.2 Períodos de Estudo

O estudo foi realizado no período de outubro de 2015 a maio de 2016. Realizou- se uma revisão daliteratura de artigos publicados em revistas indexadas e disponíveis em bases de dados eletrônicos entre operíodo de 2000 a 2015, devido à preferência por estudos mais recentes, apesar de ser bastante escasso.

2.3 População e amostra

Foi realizada primeiramente a leitura de identificação do material bibliográfico, após a identificação, umaleitura exploratória, que consiste em uma leitura rápida para identificar se as informações interessam defato para o estudo. Posteriormente prosseguiu-se com a leitura seletiva, que determina o materialrealmente relevante para a pesquisa, seguida pela leitura crítica que busca responder os objetivos dapesquisa, e finalmente a leitura interpretativa onde se relacionam as ideias expressas na obra com aproblemática para qual se busca resposta.

A identificação do material bibliográfico foi realizada nas bases de dados LILACS (Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde) e SCELO (ScientificElectronic Library Online). Nessaetapa foram identificados 11(onze) estudos, a partir da busca isolada ou cruzamento de palavras-chavescomo: jiu-jitsu; lesões articulares; educação física. Sendo considerados nessa busca inicial o título e oresumo dos trabalhos, bem como o idioma em português, para uma seleção ampla de prováveis trabalhosde interesse.

2.4 Instrumentos da pesquisa

Foi utilizado um formulário como instrumento de coleta de dados (APÊNDICE A), que permitiucompreender os objetivos propostos. O formulário é composto por questões referentes aos estudosanalisados, quanto ao título, autor principal, ano de publicação, objetivo, palavras-chaves ou descritores,periódico indexado, tipo de pesquisa, ênfase do estudo e conclusões alcançadas.

2.5 Coletas de dados

Os dados foram obtidos a partir da leitura minuciosa e simultânea transcrição dos dados de cada textoselecionado para o formulário (APÊNDICE A).

2.6 Análises de Dados

A síntese dos dados subsidiou a construção do perfil das produções. Os dados analisados foram apurados,

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agrupados e organizados em quadros e tabelas nos programas Word 2010 e Excel 2010.

Para a análise do enfoque dos estudos, empregou-se a técnica da análise do tipo temática. SegundoSeverino (2002), a análise temática se faz ao obter-se os elementos de expressão usados pelo autor,conhecendo todas as referências e alusões utilizadas por ele, a partir daí o leitor, numa segundaabordagem passará à etapa de captação da mensagem global incluída em uma unidade. Essa análise visacompreender o conteúdo da mensagem, ouvindo o autor, sem interferir nele.

3. Resultados e discussão

A partir da análise da produção científica sobre as lesões na articulação dos ombros presente em atletas dejiu-jitsu foi possível constatar a escassez de estudos e pesquisas nos últimos quinze anos sobre o tema.Em relação ao ano de publicação os resultados estão apresentados na Tabela 1, destacam-se somente duaspublicações no ano 2012, as demais publicações no total, sete foram nos anos de 2009 a 2010 e 2013 comuma publicação.

Tabela 1 – Características dos artigos científicos quanto ao ano de publicação, São Luís- MA, 2015.

CARACTERÍSTICAS N RevistaAno de publicação2000 012001 012004 0120092010

0101

20122013

0201

2014 022015 -TOTAL 10

Fonte: Scielo, 2012.

Quanto aos objetivos dos estudos analisados, o Quadro 1 mostra que a maioria composta por cinco deles,enfatizava as lesões adquiridas no treinamento do jiu-jitsu.

Isso é compreensível, visto que não há dúvidas de que o jiu-jitsu é uma atividade de grande impactoarticular no ombro pelas técnicas de projeção e torções. Clebis e Natali 2001, explicam que o nível deuma lesão é determinado pela duração e intensidade do exercício, ocorrendo desta forma que asatividades de resistência ou de explosão produzem vários níveis de resposta celular e de lesão muscular.

Quadro 1 – Caracterização dos artigos científicos quanto aos seus objetivos, São Luís- MA, 2016.

Nº AUTOR PRINCIPAL OBJETIVO1 JUNIOR, 2009 Definir a incidência de lesões

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musculoesqueléticas empraticantes de jiu-jitsu dasacademias de Belém do Pará.

2 EJNISMAN, et al. 2001 Analisar as queixas dos atletas dejiu-jitsu nas lesões de ombro

3 SILVA, et al. 2014 Analisar o papel dos exercíciosresistidos para prevenção de lesõesde ombro em atletas e praticantesde artes marciais.

4 MACHADO, et al. 2012

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A Antropologia Forense na Diagnose Sexual

by Andrey Luis Mauá Timoteo - quarta-feira, agosto 01, 2018

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TIMOTEO, Andrey Luís Mauá [1], BONI, Juliana Galliani [2], RIBEIRO, Maira Pinheiro [3], SOUZA,Paula Helena dos Santos e [4], MENEGUETTE, Cicero [5]

TIMOTEO, Andrey Luís Mauá; et.al. A Antropologia Forense na Diagnose Sexual. Revista CientíficaMultidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 07, Vol. 07, pp. 31-41, Julho de 2018.ISSN:2448-0959

Resumo

A Antropologia Forense se dedica à identificação humana em casos de desastres em massa, área criminale investigações arqueológicas, sendo de extrema relevância social, judicial e humanitária. O objetivodesse trabalho foi tecer uma breve descrição da aplicação da Antropologia Forense na Diagnose Sexual.Foi realizado um levantamento bibliográfico através da Biblioteca Virtual em Saúde. Para realizar aDiagnose Sexual são utilizados métodos morfológicos e métricos. Os resultados revelaram que dentre oselementos ósseos, o que possui maior dimorfismo sexual é o da bacia, seguido do crânio e ossos longos.

Palavras-chave: Antropologia Forense, Identificação Humana, Diagnose Sexual.

1. Introdução

A palavra Antropologia é derivada das palavras gregas “antropos” (humano ou homem) e “logos”(pensamento ou razão) (1).

Atualmente a Antropologia pode subdividir-se em três grandes campos de estudo: a Antropologia Físicaou Biológica, que se centra no estudo dos componentes biológicos e genéticos do homem, ocupando-sedo estudo de material colhido em escavações arqueológicas e em cenários de crimes e de desastres demassa, estando por isso relacionada com a anatomia, a arqueologia e as ciências forenses; a AntropologiaSocial, que se foca na explicação cultural do relacionamento familiar e da organização social e políticadas sociedades; e a Antropologia Cultural, que diversos autores consideram aglutinada com o campo deinvestigação antropológica anterior e que tem como alvo o estudo da ligação entre os sistemas simbólicos,as religiões e o comportamento humano e a análise da evolução dos seus costumes, crenças emanifestações artísticas(2).

A Antropologia Forense é uma especialidade relativamente novo dentro da Medicina Legal que empregaos métodos da antropologia física e arqueologia para coleta e análise de evidências legais a partir derestos humanos, buscando estabelecer a identidade do sujeito através da individualização decaracterísticas intrínsecas à situação(3,4). Esta área do conhecimento iniciou-se no século 20 e vem sendoampliada devido ao exponencial aumento da violência, pela necessidade do conhecimento da anatomia do

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esqueleto em ações jurídicas que envolvam a identificação e avaliação de restos humanos emdecomposição ou esqueletizados(3).

Segundo James & Nordby, o exame de restos humanos por antropologistas forenses deve ser focado emtrês tarefas: I) identificar a vítima ou pelo menos providenciar um perfil biológico, incluindo sexo, idade,estatura, ancestralidade, destreza manual, anomalias, patologias e características individuais; II)reconstruir o período post-mortem baseado nas condições dos restos e a recuperação do contexto e III)fornecer dados sobre o evento da morte, incluindo evidência de trauma ocorrendo no período peri-mortem. É preciso uma equipe multidisciplinar (médicos, biólogos, cirurgiões dentistas, entre outros)para efetuar essas tarefas e, a partir delas, desenvolver um perfil biológico completo do indivíduo de talmaneira que se possa estreitar a variedade das possíveis identidades(5).

A diagnose sexual, ou estimativa do gênero de uma vítima, baseia-se no dimorfismo sexual que se podeobservar na espécie humana. O nível de exatidão da diagnose sexual é diretamente proporcional ao graude dimorfismo sexual, ou seja, quanto maior for o grau de dimorfismo sexual da vítima, mais rigorosaserá a estimativa sexual, o que acontece com o incremento da idade, uma vez que o dimorfismo sexual vai-se desenvolvendo com esta, até à fase adulta(6).

Este trabalho tem o objetivo de tecer uma breve descrição da aplicação da Antropologia Forense naDiagnose Sexual.

2. Metodologia

Para o levantamento bibliográfico foi utilizado o site da Biblioteca Virtual em Saúde (BVS) e pesquisadonas bases de dados Medical Literature Analysis and Retrieval System Online (MEDLINE), LiteraturaLatino-Americana (LILACS) e Scientific Electronic Libray Online (SciELO). Foram utilizados osdescritores: Antropologia forense, Identificação humana e Diagnose sexual.

Dentre as obras científicas selecionadas foram consideradas as escritas em português, espanhol e inglês,de acesso livre e disponível em texto completo.

3. Resultados e discussão

3.1 Identificação humana

A preocupação de se identificarem indivíduos existe desde os primórdios das sociedades, apresentandoum caráter humanitário e social muito importante e até imprescindível para que as consequentes medidasjurídicas relativas a um falecimento possam ser tomadas(7).

A identidade de um indivíduo é o conjunto de características morfofisiológicas e psíquicas exclusivasdessa pessoa, sendo determinada por um processo objetivo, baseado em provas científicas. Ou seja, aidentidade é o conjunto de características físicas, funcionais e, até, psíquicas, normais ou patológicas, queindividualizam uma pessoa, diferenciando-a das demais(8).

Os processos de identificação humana podem ser de dois tipos: comparativos ou reconstrutivos. A

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utilização de processos comparativos pressupõe a existência de elementos fiáveis estabelecidos antemortem, como impressões digitais, radiografias, fichas médicas e dentárias, que serão confrontados comas características individualizantes da vítima, a fim de se chegar a uma identificação positiva. Osprocessos reconstrutivos utilizam-se quando não existem dados ante mortem disponíveis e apenaspermitem esclarecer se um determinado indivíduo corresponde ou não a uma dada descrição,estabelecendo apenas uma identificação provável(9).

Os métodos de identificação são utilizados de acordo com o estado do corpo encontrado. Quando aidentificação antropológica, odontologia legal e papiloscópica restaram insuficientes, o DNA passa a ser aúltima ferramenta para uma identificação definitiva e precisa(10).

Os Institutos Médicos Legais (IML) são providos de profissionais na área de Antropologia Forense, paraonde os cadáveres em situação de difícil identificação são encaminhados. É nessa fase que, através daatuação multidisciplinar de Médicos Legistas, Odonto-legais, farmacêuticos, químicos, biólogos, pode-seestimar o sexo, a estatura, determinação do grupo étnico ou a cor da pele do indivíduo a ser identificado,além de causa e tempo de morte(11).

3.2 Diagnose sexual

As células sexuais, ou gametas, são formadas nas gônadas (testículos e ovários) por um processo dedivisão designado por meiose. Durante este processo de divisão celular, o número regular decromossomos das células humanas – 46 – é reduzido para metade, para que cada célula tenha apenas 23cromossomos – células haploides. A fusão das células sexuais, espermatozoide e óvulo, dá origem ao ovo,ou zigoto, que recebe 23 cromossomos de cada parte, totalizando os 46 cromossomos (célula diploide).Contudo, estes 46 cromossomos não são diferentes entre si. São, na verdade, 23 pares de cromossomoshomólogos. Cada par de homólogos, com exceção dos cromossomos sexuais, é semelhante na forma e naconstituição genética. Estes 22 pares de cromossomos homólogos designam-se autossômicos, e o parrestante, cromossomos sexuais. Num indivíduo do sexo feminino, o 23º par consiste em doiscromossomos X e num indivíduo do sexo masculino consiste num cromossomo X e num Y. Estes doiscromossomos (X e Y) são diferentes na forma e na constituição genética. Assim, cada óvulo femininoterá, na maioria dos casos, apenas um cromossomo X e, cada espermatozoide terá, ao acaso, ou umcromossomo X ou um Y. E, é este acaso na constituição do espermatozoide que determina o sexogenético do ovo ou zigoto: a parte materna transmitirá sempre X, com as devidas exceções, e a masculinapode transmitir quer X quer Y. Apesar dos indivíduos do sexo feminino, receberem dois cromossomos X,parece que apenas um desses cromossomos se mantém ativo. O outro cromossomo X forma um agregadode heterocromatina inativo e pode ser, frequentemente, observado como um pequeno ponto, designadocorpúsculo de Barr. Ocorrida a fusão destas células sexuais, iniciasse o desenvolvimento do embrião(12,13).

A influência dos fatores genéticos e hormonais ocorre, alternadamente, nesta cadeia de eventos quedefinem as gônadas primárias, as estruturas sexuais internas e os órgãos sexuais externos. As identidadessexuais do cérebro e hipotálamo são adquiridas durante a vida pós-natal do indivíduo(14).

Podem ser três as causas principais que levam ao desenvolvimento de características distintas nosesqueletos dos dois sexos: a) a função reprodutora que se expressa fundamentalmente na variaçãomorfológica da bacia; b) as diferentes influências genéticas no desenvolvimento dos ossos e nas suas

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proporções; c) as diferenças na quantidade e proporção de massa muscular, verificada pelas diferentesáreas de inserção muscular nos dois sexos. Todas estas causas agem em conjunto, conduzindo àsdiferenças fenotípicas do esqueleto que demarcam o sexo, pelo que não são separáveis nos seusefeitos(15-17).

Os métodos mais utilizados e recomendados para a diagnose sexual são de dois tipos: os morfológicos eos métricos(18-20). Os primeiros, qualitativos, baseiam-se na observação da morfologia de certos caracteresanatômicos, altamente dimórficos, de acordo com o seu enquadramento estrutural, classificando-osatravés de critérios descritivos, publicados, ao longo dos anos, por alguns autores conceituados(21-24) doque é tipicamente feminino e tipicamente masculino. Os segundos, quantitativos, utilizam medições ereferências anatômicas para, posteriormente, se aplicarem cálculos estatísticos como, por exemplo, asfunções discriminantes(16,25,26,27).

A existência de um esqueleto completo é a melhor situação para o diagnóstico do gênero de uma vítima,mesmo quando os restos humanos estão fragmentados, pode-se efetuar uma diagnose sexual com umelevado grau de precisão(28).

No esqueleto humano adulto, as áreas que, comprovadamente, exibem mais dimorfismo sexual são abacia e o crânio, seguidos dos ossos longos e, por isso, fortemente, recomendadas por especialistas emuitos autores(4,18,17,19,20,23,29,27,30,31,32,33,34,35,36). Os restantes elementos do esqueleto exibem um grau dedimorfismo, geralmente, mais tênue, pelo que, a fiabilidade do diagnóstico sexual é menor(37,38,39,40,41,42).

Os dentes, frequentemente, se preservam melhor que outras partes do esqueleto, foram também alvo demuitos estudos. O dimorfismo sexual, neste caso, está mais bem representado nos caninos, mas os valoresde eficácia de diagnose sexual, através da medição destes, encontram-se entre 75% e 80%, o que éconsiderado pouco preciso(17).

A participação da Medicina Dentária Forense nos processos de identificação humana conduz aoestabelecimento de critérios para a execução de estimativas do grupo étnico, do gênero, da idade à mortee da estatura de uma vítima de homicídio ou de desastre de massa, a serem aplicados num exameodontológico forense às arcadas dentárias e aos dentes(43).

As técnicas de análise do DNA (ácido desoxirribonucleico) consolidaram-se como auxiliares ecertificadoras dos exames antropológicos, pelo que o estudo do gene da amelogenina, que está presenteem cromossomas recolhidos a nível pulpar, pela técnica PCR (Polymerase Chain Reaction), podecontribuir para a determinação do gênero de uma pessoa. Este gene da amelogenina, embora presente noscromossomas X e Y, apresenta um número de pares de bases (pb) diferente, caso seja oriundo docromossoma X (212 pb) ou do Y (228 pb)(44).

Conclusão

Essa pesquisa proporcionou conhecimentos sobre a identificação humana e pontuou os melhores métodosde Diagnose Sexual amparada na Antropologia Forense.

No final desse trabalho é possível concluir que os ossos da bacia geram uma Diagnose Sexual mais

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precisa em relação aos ossos do crânio e os ossos longos. Nos casos em que o esqueleto não estáadequadamente preservado, lança-se mão do exame odontológico forense para auxiliar no diagnósticosexual, porém não possui a mesma eficácia dos ossos supracitados. As metodologias que utilizam aanálise de DNA contribuem para a determinação sexual.

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Mestrado),2008.

[1] Graduando em Medicina pela Universidade Brasil - Fernandópolis, Brasil. Graduado em Biomedicinapela Unicesumar – Maringá, Brasil.

[2] Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil - Fernandópolis, Brasil.

[3] Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil - Fernandópolis, Brasil.

[4] Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil - Fernandópolis, Brasil.

[5] Doutor pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Brasil. Mestre pela Universidade Federalde Minas Gerais, Brasil. Título de Especialista em Medicina Legal pela Associação Médica Brasileira,Brasil. Graduado em Medicina pela Faculdade de Medicina de São José do Rio Preto, Brasil. Professor doCurso de Medicina da Universidade Brasil – Fernandópolis, Brasil.

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A assistência privativa do enfermeiro no período de recuperaçãoanestésica: Revisão integrativa [1]

by Laiani Cursino Madureira - segunda-feira, setembro 17, 2018

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CURSINO, Laiani Madureira [2], BRASILEIRO, Marislei Espíndula [3]

CURSINO, Laiani Madureira, BRASILEIRO, Marislei Espíndula. A assistência privativa doenfermeiro no período de recuperação anestésica: Revisão integrativa. Revisão integrativa. RevistaCientífica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 09, Vol. 03, pp. 19-28, Setembro de2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

Objetivo: O presente estudo tem como finalidade identificar na literatura científica estudos relacionados aassistência privativa do enfermeiro no período de recuperação anestésica, bem como relatar as principaiscomplicações nesse período e sua assistência específica. Materiais e Método: Trata-se de um estudo derevisão integrativa da literatura, dos ultimos 10 anos, com análise baseada em niveis de evidência. Osdados foram obtidos por meio de dados virtuais em saúde, em bibliotecas convencionais e virtuais.Resultados: Identificou-se que nos estudos que compuseram a amostra que o enfermeiro tem o papel denortear assistência no periodo de recuperação anestésica, prevenindo possives complicações nesseperiodo. Conclusão: É possivel concluir que com este estudo que não ter um enfermeiro específico doSRPA, é dificil especificar a assistência privativa de enfermeiro já que o técnico de enfermagem faz aassistência conjunto com o mesmo, mas a SAE é especifica do enfermeiro, onde tambem é realizado doSRPA.

Descritores: Enfermagem pós-anestésico, assistência do enfermeiro, Centro Cirúrgico.

INTRODUÇÃO

A motivação em pesquisar sobre a assistência do enfermeiro no período de recuperação anestésica deve-se ao fato de que é no período de recuperação anestésica que se pode ter inúmeras intercorrências com opaciente que se submeteu ao procedimento cirúrgico e que passou pela anestesia. Pesquisar a respeito daimportância da assistência privativa do enfermeiro no período de recuperação anestésica, surgiu ao seobservar que se assistência no período em que o paciente se encontra na sala de recuperação anestésicanão for de qualidade o paciente pode apresentar uma piora do quadro patológico não relacionado aoprocedimento cirúrgico e sim ao ato anestésico. Isso ocorre, provavelmente, devido a falta deconhecimento quanto a uma assistência de qualidade nesse período.

A Sala de Recuperação Pós- Anestésica é o lugar que tem finalidade de receber os pacientes em pós-operatório imediato submetido a anestesia geral ou locorregional, onde são implementados cuidadosintensivos, até o momento em que o paciente esteja consciente, com reflexos protetores presentes e com

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estabilidade de sinais vitais. Para que isso aconteça são necessarios recursos técnicos e recursos humanos,especializados que proporciona suporte para prevenção, detecção e implementação dos cuidados(POPOV; PENICHE, 2008).

De acordo com o COFEN, o Enfermeiro é aquele que detém o tÍtulo do diploma de Enfermeiro conferidopor instituiçao de ensino, nos termos da Lei nº 7.498, de 25 de junho de 1986 e do Decreto nº 94.406, de08 de junho de 1987, tem como função o planejamento, organização, direção, coordenação, execução eavaliação dos serviços de Enfermagem, a quem é concedida (COFEN, 2008).

O papel do enfermeiro no CC tem se tornado mais complicado a cada dia, na medida em que precisa uniras atividades que compreendem área tecnica, administrativa, assistêncial, de ensino e pesquisa. Naintegração destas atividades, entre os quais vários profissionais interatuam em muitos aspectos salienta-seo relacionamento interpessoal, comumente dificultado em unidade fechada, estressante e dinamica comoé o centro cirúrgico (FONSECA; PENICHE, 2008).

Segundo Stacciarini, Andraus et. Al. (1999) a execução do trabalho do enfermeiro ao longo dos tempos,tem-se se consolidado em objeto de questionamentos e pensamentos por parte dos profissionais eestudantes da área. Suas ações estão relacionadas com a prática da saúde, determinada pelo conjuntosocial.

O enfermeiro do Centro Cirúrgico deve saber a lidar com a dificuldade da assistência e a apreensão com opaciente e família, além do número diminuido de enfermeiros em relação ao maior número de cirurgias(FONSECA;PENICHE, 2009).

De acordo com Rocha, Moraes (2010) em seu estudo de levantamento bibliográfico, onde teve comoobjetivo identificar as publicações da literatura nacional que abordam o tema assistência de enfermagemno controle da dor na recuperação pós-anestésica, onde obteve como resultado que a dor é uma dascomplicações mais comuns encontrada na SRPA, onde conclui-se que que há poucos estudos queabordam esse tema, onde o mesmo relata que o enfermeiro podera intervir de acordo com a intensidade,localização. Duração, ritmo, e os fatores que pioram a dor.

Nesse contexto o enfermeiro possui um papel importante na prevenção de intercorrências nesse período,pois ele participa ativamente no cuidado principalmente no que se diz respeito a sistematização daassistência do paciente nesse período e sua recuperação por completo. Por outro lado, observa-se nocotidiano que, nem sempre a assistência de enfermagem na SRPA é realizada por enfermeiro, diante dissode acordo com Nunes, Matos et.al Devido o alto indice de complicações, é de extraordinária importânciaa continuação do paciente na SRPA até que o mesmo readquira a consciência, fique com os reflexosprotetores e sinais vitais estáveis, é de extrema importancia que enquanto necessite de cuidados especiais,sejam ofertados ao paciente equipamentos de monitorização e equipe habilitada para detectarprecocemente estas alterações.

Diante disso surge o questionamento: Qual a importância da assistência privativa do enfermeiro noperíodo de recuperação anestésica?

Responder a esse questionamento é importante, pois poderá contribuir com a forma que se é questionadoo cuidado em SRPA visando que é nesse momento que pode-se ter complicações que pode ser

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irreversíveis. Com esse estudo se espera mostrar a importância do enfermeiro no cuidado principalmentenesse período, onde se trata do período mais critico para que haja a estabilização do paciente, diante dissoesse estudo tem como finalidade identificar através da revisão integrativa da literatura ações doenfermeiro em frente ao período de recuperação anestésica.

A SRPA é um período complexo e de suma importancia na recuperação do paciente submetido aintervenção cirúrgica, mesmo assim muitos hospitais em seu quadro de funcionários não tem oenfermeiro fixo na SRPA o que impede a prestação de cuidados ao paciente, como já enfocado,desencadeando sobrecarga de atividades organizacionais e administrativas, tirando o enfermeiro daassistência ao paciente neste período critico (FONSECA;PENICHE, 2009).

4 MATERIAIS E MÉTODO

Este artigo trata-se de uma revisão integrativa que tem o objetivo de unir e exemplificar resultados depesquisas sobre um demarcado tema ou questionamento, de maneira sintetizada e ordenada, colaborandopara o aprofundamento do conhecimento do tema investigado. Desde 1980 a revisão integrativa é expostana literatura como método de pesquisa (MENDES, SILVEIRA et al.2008).

Este método também assimila dados da bibliografia teórica e empírica, além disso ela une um amploleque de questões: significado de conceitos, revisão de teorias e ênfases, e julgamento de problemasmetodológicos de um assunto particular. A extensa amostra, em conjunto com a variedade de propostas,deve gerar um cenário sólido e acessível de conceitos bem elaborados, teorias ou problemas de saúdeessenciais para a enfermagem(SOUZA; SILVA et al. 2010).

O estudo foi efetivado por meio de busca online das produções cientificas nacionais sobre a importanciada assistência de enfermagem o periodo de recuperação anestésica, no periodo de 2008 a 2017. Oresultado dos dados ocorreu através de buscas processadas por meio da Biblioteca Virtual emSaude(BVS), sendo utiliadas pricipalmente as bases de dados: Literatura Latino-Americana e do Caribeem Ciencias da Saude (Lilacs), Scientific Eletronic Library Online(Scielo). Os descritores foram:Enfermagem pos anestesico, assistência do enfermeiro, Centro Cirurgico

Foram analisados os seguintes criterios de inclusão: os artigos que foram selecionados são aqueles quetem como foco principal a assistência do enfermeiro no periodo de recuperação anestésica, não foramselecionados artigos que não tem como foco principal a assistência do enfermeiro em SRPA, foramselecionados 150 artigos mas so 16 foram selecionados para o devido estudo, publicados no idiomaportugues, nos ultimos 10 anos. O acesso a base de dados foi entre março e julho de 2018. Logo após,todos os estudos foram lidos na íntegra, por meio dos descritores.

Logo depois da leitura completa de cada um dos artigos foram elegidos e foi realizado um instrumento,preparado pelas autoras no Microsoft Word 2018, onde contém seguintes topicos: ano do artigo, autores eperiódico no qual foi publicado, metodologia empregada, nivel de evidenica, resultado encontrado nosestudos sobre a assistência de enfermagem no período de recuperação anestésica e a populaçãoencontrada.

A avaliação do nivel de evidência foi classificada em Nivel 1-Revisões sistemáticas ou meta-análise de

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relevantes ensaios clinicos; Nivel 2-evidências derivadas de, pelo menos um ensaio clinico randomizado;nivel 3- ensaios clinicos bem delineados sem randomizaçao; nível 4-estudos de coortes e de caso controlebem delineados; nível 5-revisão sistemática de estudos descritivos e qualitativos; Nivel 5- evidênciasderivadas de um único estudo descritivo ou qualitativo e Nivel 6- opinião de autoridades ou relatório deespecialistas. As evidências pertencentes aos niveis I eII são consideradas fortes, de III e IV moderadas eV e VI, fracas.

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO

Quadro 1- Distribuição dos estudos a respeito da assistência privativa do enfermeiro no período derecuperação anestésica.

Autor: Objetivo Resultado Conclusão

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A Atuação do Assistente Social no Acolhimento ao PacienteOncológico

by Carla Dendasck - domingo, novembro 26, 2017

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SILVA, Dulciléia Martins da [1], DENDASCK, Carla Viana [2], OLIVEIRA, Euzébio de [3]

SILVA, Dulciléia Martins da; et.al. A Atuação do Assistente Social no Acolhimento ao PacienteOncológico. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Edição 8. Ano 02, Vol. 05. pp39-51, Novembro de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

Objetivo: analisar a intervenção do profissional de Serviço Social ao paciente da área de Oncologia, hajavista a problemática relacionada ao tema, ou seja, as dificuldades encontradas por pacientes acometidospor câncer na adaptação à internação e ao tratamento da doença, considerando-se que o câncer é aindaconsiderada uma doença estigmatizante. Metodologia: foi realizado um estudo de revisão bibliográficaentre os anos de 2010 a 2015. Resultados: o câncer é uma doença estigmatizante, que dá margem a umprocesso de significação, gerado pela percepção de que a doença possibilita a reformulação depreconcepções e a elaboração de novos conceitos sobre ter uma doença incurável; cuidar do paciente comcâncer implica em ter conhecimento em relação à patologia, bem como aprender a lidar com ossentimentos desses pacientes e com as suas próprias emoções perante a doença, bem como de seusfamiliares; a intervenção do Serviço Social tem o objetivo de proporcionar acolhimento, atendimento eacompanhamento social e, assim, identificam-se problemas que possam vir a comprometer o tratamentoda doença, bem como afetar a vida do paciente e de seus familiares. Conclusões: A atenção do ServiçoSocial possibilita melhoria da qualidade de vida de pacientes oncológicos, pois a atenção ao paciente deuma doença que provoca mudanças significativas no comportamento dos indivíduos gera necessidades aserem atendidas e, assim, o Assistente Social exerce intervenção fundamental na colaboração para amelhoria da qualidade de vida da pessoa acometida pela doença a partir da compreensão da experiênciada pessoa com câncer e o adequado acolhimento e apoio ao indivíduo e a seus familiares.

Palavras-Chave: Paciente Oncológico, Assistente Social, Acolhimento.

INTRODUÇÃO

A questão da saúde na sociedade brasileira tem sofrido um processo de alterações em sua dimensãopolítica e social, a partir da introdução de um conjunto de medidas e processos que contribuíram paramodificar a relação da entidade hospitalar com o paciente. Dessa forma, a atenção ao indivíduo sujeito atratamentos e/ou internações hospitalares ou ambulatoriais tem exigido dos profissionais a atençãonecessária em prol da qualidade de vida do paciente (INCA, 2016).

Dentre os profissionais incluídos nesse processo de alterações na dimensão política e social está oAssistente Social que presta a complementaridade da atenção ao paciente da área de Oncologia (INCA,

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2016). E nesse contexto a atuação do Serviço Social está voltada para o atendimento do usuário em suasnecessidades psicossocial e emocional, em situações de doença, norteado pelo compromisso devalorização da dignidade da pessoa humana, compreendendo a pessoa doente, assim como suaenfermidade, para tratá-la como ser completo que pertence a uma família e a uma comunidade, dentro deuma perspectiva de acolhimento do doente e de seu familiar (BRENTANI, 2013).

O doente de câncer, o paciente oncológico apresenta uma vasta gama de necessidades afetadas,principalmente as de ordem emocional e os aspectos emocionais na doença, devendo-se prestar-lhe oadequado acolhimento e assisti-lo da melhor forma possível, orientando nos encaminhamentosnecessários, além de prestar-lhe apoio tanto no físico como no psicológico, já que a saúde é uma interaçãode equilíbrio entre corpo e mente, o qual interfere significativamente nas respostas ao tratamento docâncer (BERLINGUER, 2008).

O câncer, após as doenças cardiovasculares, é atualmente a segunda causa de morte no mundo ocidental,especialmente nos países desenvolvidos. Os pesados investimentos em pesquisas e o volume de trabalhospublicados na área de oncologia confirmam, nos últimos anos, a importância atribuída à doença. Em talcenário, a Organização Mundial de Saúde (OMS, 2014) dispõe que onze milhões de pessoas sãodiagnosticados com câncer anualmente e que a doença representa 12,5% das mortes no mundo. Segundo aOMS, mais de 16 milhões de casos serão verificados até 2020.

O Instituto Nacional do Câncer (INCA), do Ministério da Saúde, descreve que, analisando-se as taxas demortalidade no Brasil, o câncer está sempre incluído entre as primeiras causas de morte (INCA, 2016).

Assim, cada vez mais, vivencia-se o aumento significativo das neoplasias malignas. No quadro sanitáriobrasileiro, esta realidade tem ampliado a discussão sobre o controle desse grupo de doenças, incluindo-ascomo uma das prioridades em saúde. Apesar de ainda haver áreas obscuras na compreensão da etiologiado câncer, já se tem conhecimentos suficientes para embasar ações de controle capazes de diminuir suaincidência e mortalidade (INCA, 2016).

Dessa forma, justifica-se a escolha da temática por ser o câncer uma doença em que, frequentemente aprimeira atitude do doente ao receber a notícia é a negação, no segundo momento é angústia, sensação devazio, abandono e medo da morte, perante a qual o paciente necessita de apoio de toda a equipe de saúde,na qual se inclui o Assistente Social e, fundamentalmente, do apoio da família, esta que é tambémfortemente impactada pela notícia da doença.

Diante do exposto, o objetivo deste artigo foi analisar a intervenção do profissional de Serviço Social aopaciente da área de Oncologia, haja vista a problemática relacionada ao tema, ou seja, as dificuldadesencontradas por pacientes acometidos por câncer na adaptação à internação e ao tratamento da doença,considerando-se que o câncer uma doença ainda estigmatizante.

METODOLOGIA

Para atender ao objetivo proposto foi desenvolvido o procedimento metodológico de pesquisabibliográfica que, segundo Richardson (2010), é importante por ser um método que implica na seleção,leitura e análise de textos relevantes ao estudo e tem por base fundamentos que determinam os passos e ocaminho a ser percorrido na pesquisa, assim como exige reflexão constante e controle de variáveis,

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checando-se informações em relação ao conhecimento já adquirido. Segundo o autor, na realização dapesquisa bibliográfica é importante que o pesquisador faça um levantamento dos temas e tipos deabordagens já trabalhadas por outros teóricos, assimilando os conceitos e explorando os aspectos jápublicados.

Dessa forma, foi realizado um estudo de revisão bibliográfica e, para a pesquisa, foram utilizados livros,artigos científicos encontrados em sites de pesquisa, publicados entre os anos de 2010 a 2016, tais como Lilacs e Scielo, utilizando-se como descritores os termos: câncer, assistente social e acolhimento.

RESULTADOS E DISCUSSÃO

O câncer como uma doença multifatorial

Segundo Borges et al. (2006), câncer é o nome genérico de um conjunto de mais de 200 doenças distintas,com multiplicidade de causas, formas de tratamento e prognósticos. Várias transformações podem ocorrerna mesma célula, fazendo com que ela se prolifere rapidamente e se transforme em uma massa tumoral.Portanto, o câncer nada mais é que a multiplicação descontrolada de células defeituosas ou atípicas, queescapam ao controle do sistema imunológico por algum motivo até hoje desconhecido.

Neiva (2014) cita que o câncer é uma doença que está cada vez mais próxima da realidade do brasileiro eexpõe que o Instituto Nacional do Câncer (INCA) demonstra que são esperados 576 mil novos casos decâncer no Brasil para os próximos dois anos, sendo 8.603 casos somente no estado do Pará.

Para Berlinguer (2008), muitas das causas do câncer estão relacionadas ao estilo de vida de uma pessoa,pois o câncer é uma doença que muitas vezes se desenvolve sem dar sinais claros de sua existência, alémdo que muitas pessoas pensam que, se ela não tem sintomas, não estão doentes ou não estão adoecendo e,nesse sentido, a maioria não compreende o conceito de que o câncer, em geral, pode levar vários anospara se desenvolver.

Segundo Berlinguer (2008), podem ser encontrados no ambiente físico, ser herdados ou representarhábitos ou costumes próprios de um determinado ambiente social e cultural. O surgimento de um câncerem uma pessoa não depende de um único fator de risco na grande parte das vezes. As pesquisas realizadaspelos cientistas já conseguiram mostrar que um conjunto de fatores atua sobre determinada pessoa paraque a doença oncológica possa aparecer (BERLINGUER, 2008).

O câncer como doença estigmatizante

Almeida et al. (2010) afirmam que o câncer é uma doença estigmatizante, que dá margem a um processode significação, gerado pela percepção de que a doença possibilita a reformulação de preconcepções e aelaboração de novos conceitos sobre ter uma doença incurável.

Segundo os autores, a interpretação da experiência de viver com a doença oncológica e seu tratamentogera sentimentos e atitudes que refletem um grau de incerteza a partir da revelação do diagnóstico e dassuas concepções a respeito da doença, suas possibilidades de recorrência e causalidade, representando“uma visão assustadora e temerosa e que desperta temor”, pois o ocultamento dos sinais e sintomasfísicos dificulta um diagnóstico precoce, o que é percebido como o lado sombrio da doença, além da

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possibilidade de sua recorrência, visto ser ela imprevisível (ALMEIDA et al., 2010, p. 64).

O sofrimento embutido na experiência de cada uma também é revelado como algo que marcaprofundamente suas vidas, da mesma forma que mostra a possibilidade da recorrência que é incorporadacomo parte do processo de adoecer (ALMEIDA et al., 2010, p. 65).

Nesse sentido, as pessoas vitimadas pelo câncer buscam identificar sentimentos e para tal tentamcompreender sua própria responsabilidade no processo de adoecer, assim como passam a conviver comuma nova concepção de si mesmas, a qual nem sempre é facilmente aceita e, desse modo, tendem a secomportar como pessoas com um estigma particular que tendem a vivenciar experiências similares deaprendizagem, relativas à sua condição e a sofrer mudanças análogas na concepção do eu, que não sejamapenas causa, mas também efeito do compromisso com uma sequência semelhante de ajustamentospessoais, em que ao enfrentarem a doença adquirem o sentido de conviver com sentimentos negativosatravés da culpa e autocensura, percebendo-se com alterações corporais (FIGUEIREDO, 2009).

Para o autor, diante da situação vivida, muitas pessoas passam a refletir acerca das ações tomadas comrelação à sua saúde e percebem o descaso que tiveram com o próprio corpo. Aqueles que se encontramnuma fase avançada da vida passam por uma reorganização radical da visão do seu passado, sustentandoFigueiredo (2009, p. 68) que o doente de câncer “passa a refletir sobre todos os erros cometidos nopassado”.

Segundo Laplantine (2008), o câncer, simbolicamente representado no imaginário popular pelas crençastradicionais sobre a natureza moral da saúde, da doença e do sofrimento humano traz para as pessoasacometidas dificuldades para elaborar uma imagem satisfatória da doença, visto que é percebida por todoscomo o próprio mal; além de a doença ser constantemente associada como a perda do poder físico ou dadignidade humana, fato que se traduz na prepotência dos sadios e que acentua a desigualdade social, queacentua o constrangimento por serem portadoras de uma doença impregnada de preconceitos.

O constrangimento de ter uma doença estigmatizante leva alguns doentes a se afastarem das pessoas deseu convívio social. Essa atitude parece fruto de um processo interpretativo, baseado nos seus conceitos enos dos outros sobre a doença, que deliberadamente escondem informações sobre sua identidade socialverdadeira, quer recebendo ou aceitando um tratamento baseado em falsas suposições a seu respeito. Amanipulação da informação oculta que desacredita o eu, ou seja, o encobrimento da doença é evidenciadono enfrentamento da situação vivida por pessoas doentes (GUALDA, 2008, p. 98).

Para Simonetti (2008), o recebimento do diagnóstico de uma doença grave como o câncer possui asseguintes fases:

- Fase 1 - Reacional: a doença é um evento em que tudo o mais perde importância ou passa a girar emtorno dela, resultando em negação, revolta, depressão e enfrentamento (sem ordem fixa);

- Fase 2 - Negação: é a primeira reação diante da doença, sendo diferente de desconhecimento, variandode forma e ocorrendo por falta de condições psicológicas da pessoa doente;

- Fase 3 - Revolta: é a reação dirigida contra a doença, o médico, os enfermeiros, a família, pois para odoente a situação de doença não é justa, se caracterizando pela frustração, raiva e depressão, em vista das

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limitações impostas pela doença. Possui estreita ligação com a reação de agitação (choros, gritos eagressões), em decorrência da injustiça da doença, que é entendida como um castigo. No entanto, secaracteriza, também, como um estado de estresse, que é um estado de prontidão para a luta.

- Fase 4 - Depressão: é a entrega passiva à doença, em sinal de desistência, desesperança na cura etristeza, em que o silêncio é mais comum. Pode chegar ao nível patológico em vista da melancolia e dosentimento de luto e impotência, principalmente perante uma doença grave.

- Fase 5 - Enfrentamento: É uma reação às outras posições, uma mistura entre a luta e o luto, umapolaridade e uma estratégia humana para lidar com mudanças, em decorrência do adoecimento e embusca de soluções do tipo realista, misturando potência e impotência em relação à doença e, dessa forma,não negar a doença. É uma posição de fluidez emocional partilhada com a família.

Para Almeida et al. (2010), no entanto, o preconceito identificado por portadores de doença oncológicaexplicita também a possibilidade da recorrência da doença, quando trazem em seu discurso a falta decredibilidade na cura. A interpretação dessa possibilidade está baseada na construção social da doença, narealidade vivenciada, ou seja, o câncer ainda é uma doença fundamentalmente incurável; portanto, seufuturo passa a ser incerto.

Assim, pode-se afirmar que viver com uma doença estigmatizante, conviver com sentimentos negativos eenfrentar preconceitos significa se deparar, constantemente, com incertezas e possibilidades darecorrência da doença, momento em que se constata a importância não somente dos profissionais desaúde, mas também da família do doente, por significarem o entendimento de como as pessoas percebemo significado do câncer e suas formas de enfrentamento, com o fim de ajudá-las a explorar seussentimentos, expectativas e estratégias de ajustamento e suporte constante, com vistas a equilibrarem ascomplexas conexões entre a doença, sentimentos de incerteza a partir da experiência da doença(SIMONETTI, 2008).

Observa-se que o tratamento do câncer é longo e com grande desgaste emocional e físico e requerpersistência e esperança do paciente e da família. Toda a doença é uma situação traumática e com ocâncer não é diferente. É uma doença que traz consigo o estigma da morte e a relação equipe-paciente mostra-se com características bem diferentes de situações menos graves. Portanto, é fundamentaluma equipe que se compadeça e que tenha competência técnica para lidar com as diversas fases da doençaoncológica (ALMEIDA et al., 2010).

Impacto psicossocial do paciente com câncer e a importância do profissional da saúde

Para Simonetti (2008), tais fases ocorrem em vista de o câncer se caracterizar como uma doençaassociada à dor, morte e sofrimento, desesperança, medo, ansiedade e perda do controle. A dor é umaexperiência emocional e sensorial desagradável, associada a uma lesão tecidual real, quando associada aocâncer. A exacerbação da percepção dolorosa é uma das complicações mais temidas, por quem sofre ou jásofreu com essa doença. O sofrimento doloroso pode desencadear alterações emocionais, culturais epsicológicas.

O autor também cita que elementos sensoriais, afetivos, culturais e emocionais compõem o fenômenodoloroso, o qual não implica apenas na veiculação da informação sensitiva através das vias nervosas até

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seu processamento no sistema nervoso central. Atualmente, há interação entre as diferentes qualidadessensoriais e a dolorosa e entre esta e os sistemas responsáveis pelos aspectos cognitivos e afetivos doindivíduo.

Em tal cenário, Rodrigues (2009) pontua que cuidar do paciente com câncer implica em ter conhecimentoem relação à patologia, bem como aprender a lidar com os sentimentos desses pacientes e com as suaspróprias emoções perante a doença.

Para o autor, o processo de cuidar ameniza e alivia a dor. Aspectos como a comunicação entre a família, opaciente e principalmente a equipe de saúde (que muitas vezes se sentem impotentes e acabam seafastando para não ter que responder questionamentos da família ou do paciente, pois é muito difícilrelatar a gravidade do caso e dizer que se está apenas aguardando a morte) são muito importantes. É, pois,fundamental manter o controle de sintomas, como a dor, os aspectos bioéticos, principalmente aautonomia, a veracidade, a beneficência e o acolhimento.

Além dos problemas trazidos pela própria doença, o paciente ainda está exposto à hospitalização, que setorna em uma nova situação por ser um espaço desconhecido, sendo importante que o local e o tratamentosejam dignos, humanos e acolhedores, possibilitando a redução das angústias e medos do doente, bemcomo de seus familiares.

A família de um paciente com neoplasia requer atenção, devido à cronicidade e agravos da patologia,conjugada com o tempo em que fica exposta a essa situação de sofrimento extremo (KOVÁCS, 2008).Quanto mais avançada a doença, maior é o nível de dependência do paciente em relação à família,tornando-se necessário identificar os cuidados, considerando as dificuldades que serão enfrentadas pelosfamiliares nesse processo; oferecendo suporte às situações de desgaste físico e emocional que o problemaimpõe no momento de enfrentamento das muitas situações limites que se apresentam nesse cotidiano docuidar de pacientes em tratamentos paliativos.

A atuação do assistente social no acolhimento ao paciente oncológico

O Serviço Social, segundo Martinelli (2012), é uma profissão de natureza eminentemente interventivaque atua no campo das relações humano-sociais. É uma forma de especialização do trabalho coletivo,socialmente construído. Participa do processo global de trabalho e tem, portanto, uma dimensão sócio-histórica e política que lhe é constitutiva e constituinte.

Segundo o autor, o Assistente Social é o profissional que, preferencialmente, é chamado a implementarpolíticas sócio-assistenciais no interior das organizações públicas governamentais e não-governamentais,das organizações privadas, operando sob duas perspectivas: a prestação de serviços e a ação educativa.

Na área da saúde, o Serviço Social se amplia por meio do novo conceito de saúde elaborado em 1948 pelaOrganização Mundial de Saúde (OMS), tendo como foco os aspectos biopsicossociais, dos quaispromovem ao assistente social uma tarefa educativa com intervenção normativa no modo de vida da“clientela”, com relação aos hábitos de higiene e saúde, atuando assim nos programas prioritáriosestabelecidos pelas normatizações da política de saúde (BRAVO; MATOS, 2011).

Os autores observam que a capacitação profissional influencia a qualidade dos serviços, a qualidade da

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prática do Serviço Social, por isso devem estar sempre atualizados e comprometidos com seu fazerprofissional, inseridos em cursos, palestras, oficinas na busca de novos conhecimentos para melhoratender os usuários. Portanto, fica claro que o novo perfil do Assistente Social adere às exigências de umacapacitação teórico-metodológica, ético-política e técnico-operativa.

O Assistente Social, inserido na área da Saúde, tem a contribuir na direção da objetivação dos direitossociais e na construção de novos sujeitos coletivos que realizem seus direitos. Assim, percebe-se que oagir profissional do Assistente Social que atua na área da Saúde não se restringe apenas às demandas noque diz respeito à saúde do usuário, mas sim nas expressões da questão social, principalmente quanto aoacolhimento do usuário doente.

A intervenção do Serviço Social tem o objetivo de proporcionar acolhimento, atendimento eacompanhamento social, por exemplo, aos pacientes internados e seus respectivos familiares e/ouacompanhantes, dentro de uma perspectiva crítica, por meio do desdobramento clínico da questão socialpostas ao Serviço Social durante o período de internação.

O assistente social está preparado para acrescentar na relação com o paciente, elementos que possibilitemo enfrentamento de sua condição de pessoa doente, sua relação com a família [...] a continuidade dotratamento e outras condições chamadas “sociais”, vitais ao SUS e à sobrevivência, que são de seudomínio profissional (BERTANI, 2013, p. 43).

Segundo Martinelli (2012), o Assistente Social muito contribui, por exemplo, com o paciente doente decâncer e seus familiares, a partir das seguintes ações:

- Atendimento/ acolhimento individual a pacientes;

- Atendimento/ acolhimento a acompanhantes/familiares;

- Intervenção sobre internação (admissão social);

- Procedimento de interconsulta com equipe de saúde;

- Intervenção interprofissional (articulações internas);

- Articulação interinstitucional;

- Encaminhamento à rede de serviços – interna e externa;

- Atendimento e visita domiciliar;

- Orientação sobre Tratamento Fora de Domicílio (TFD).

O autor relaciona ainda o acolhimento e orientação em razão de óbito; orientação referente àacompanhante; orientação sobre benefício assistencial e identificação da rede familiar, pois o campo deação do Serviço Social implica um contato direto com o paciente e sua família, a partir de investigaçõesde situações culturais, ambientais, sociais, pessoais, psicológicas e financeiras do paciente. Dessa forma,

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identificam-se problemas que possam vir a comprometer o tratamento da doença, bem como afetar a vidado paciente e de seus familiares.

O profissional do Serviço Social, segundo Gualda (2008), com objetivos de minimizar os impactospsicológicos e emocionais que envolvem o paciente com câncer, pode instituir as seguintes ações:

a) Orientação e informação sobre a instituição hospitalar e seus recursos;b) Orientação e encaminhamento a serviços e recursos previdenciários;c) Realização de contato com o paciente e sua família;d) Interpretação dos fatores sociais, políticos e econômicos que permeiam a realidade dos pacientes e deseus familiares;e) Orientação do tratamento global nos aspectos biopsicossociais;f) Realização de trabalho integral, multidisciplinar, com os membros da equipe de saúde.

O papel do Assistente Social no acompanhamento dos pacientes da área oncológica ocorre mediante olevantamento do perfil biopsicossocial do paciente e de orientações sobre o tratamento da doença epromoção de ações educativas, que visam “desencadear um processo reflexivo nos pacientes e familiares,para que possam participar do processo de tratamento e/ou cura” (GUALDA, 2008, p. 7).

Do mesmo modo, o suporte fornecido pelo Serviço Social oferece apoio psicossocial a partir deinformações que ajudam a desmistificar a doença (câncer); contribuições para que o doente seja capaz deenfrentar a doença, bem como ações sociais relativas ao tratamento e reabilitação do doente oncológico.

Gualda (2008) confirma que a necessidade de intervenção social para o doente visa à humanização dosprocedimentos a fim de que o indivíduo doente reelabore seu estado emocional e lide com a doença demaneira menos agressiva possível. Nesse sentido, o Assistente Social, como profissional de Saúde, possuicompetências para intervir junto aos fenômenos socioculturais (emocionais e comportamentais) quecontribuem para a melhoria da qualidade de vida de doentes oncológicos. Portanto, todos os profissionaisenvolvidos na área da saúde devem se preocupar com o ser humano, assim como têm que desenvolvermeios para oferecer a oportunidade de uma existência mais digna, mais compreensiva e menos solitáriano momento da doença.

É muito importante que os profissionais atuantes na área da saúde (médicos, enfermeiros e assistentessociais) se conscientizem de que o homem é muito mais do que uma entidade biológica, pois ele possuium mundo interior que não pode ser ignorado, sendo a relação entre a mente, o corpo e os sentimentos,dinâmica e interdependente, podendo uma influenciar e afetar as outras. Além da conscientização, queseria o ponto de partida, há a necessidade de os profissionais refletirem e mudarem sua forma de concebero doente oncológico, valorizando suas experiências e inquietações a respeito da doença e do seu contextosociocultural, para poderem prestar-lhe assistência que vise melhoria de sua qualidade de vida.

CONCLUSÃO

Esta pesquisa abordou a prática profissional do Assistente Social dentro da área da saúde, especificamentea intervenção do profissional de Serviço Social ao paciente da área de Oncologia e a análise desenvolvidaapresenta que a atuação desse profissional se pauta nos interesses dos usuários, buscando principalmentea garantia de direitos sociais, de modo que esses profissionais devem possuir amplo conhecimento,

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visando garantir o acesso à rede de serviços (consultas, cirurgias, acompanhamento ambulatorial, entreoutros serviços) para a população usuária.

Diante de todo o exposto, conclui-se que o profissional Assistente Social deve possuir as competências ehabilidades necessárias para atuação junto ao paciente da área oncológica, haja vista também atuar emconjunto com equipe multidisciplinar na elaboração de planos referentes ao atendimento e atenção aopaciente em nível individual ou familiar.

Dessa forma, a atenção do Serviço Social possibilita melhoria da qualidade de vida de pacientesoncológicos, pois a atenção ao paciente de uma doença que provoca mudanças significativas nocomportamento dos indivíduos gera necessidades a serem atendidas e, assim, o Assistente Social exerceintervenção fundamental na colaboração para a melhoria da qualidade de vida da pessoa acometida peladoença a partir da compreensão da experiência da pessoa com câncer e o adequado acolhimento e apoioao indivíduo e a seus familiares.

REFERÊNCIAS

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BORGES, A. D. V. S. et al. Percepção da morte pelo paciente oncológico ao longo dodesenvolvimento. Psicologia em Estudo, Maringá, v. 11, n. 2, maio/ago, 2006.

BRAVO, Maria Inês Souza; MATOS, Maurílio Castro de Matos. Projeto Ético-Político do ServiçoSocial e sua relação com a Reforma Sanitária: elementos para o debate. São Paulo: Cortez, 2011.

BRENTANI, Marcelo M.; COELHO, Fernando R. G.; KOWALSKI. Bases da Oncologia. São Paulo:Lemar Livraria; Editora Marina e Tecmed Editora, 2013.

FIGUEIREDO, E. M. A. A doença oncológica. Rio de Janeiro: REVINTER, 2009.

GUALDA, Judith. A compreensão da doença e do doente. Porto Alegre: Artes Médicas, 2008.

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LAPLANTINE, F. Antropologia da doença. São Paulo (SP): Martins Fontes, 2008.

MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social: identidade e alienação. São Paulo: Cortez, 2012.

NEIVA, Cristina Barros. Câncer e mudança de hábito. Belém: Ofir Loyola, 2014.

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RICHARDSON, R.J. Pesquisa bibliográfica: métodos e técnicas. Santos: Atlas, 2010.

RODRIGUES, I. G. Cuidados paliativos: análise de conceito. Ribeirão Preto: Universidade de SãoPaulo: Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto, 2009.

SIMONETTI, Alfredo. Manual de Psicologia Hospitalar: o mapa da doença. São Paulo: Casa doPsicólogo, 2008.

[1] Assistente Social. Especialista em Oncologia Multiprofissional pela Universidade de Jales - Unijales

[2] Doutora em Psicanálise- Pesquisadora do Centro de Pesquisas e Estudos Avançados- CEPA

[3] Biólogo. Doutor em Medicina/Doenças Tropicais. Docente e Pesquisador na Universidade Federal doPará – UFPA. Pesquisador no Laboratório de Toxicologia Humana e Ambiental e no Laboratório deEstresse Oxidativo do Núcleo de Medicina Tropical da UFPA (NMT-UFPA)

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A atuação do enfermeiro no controle de medicamentospsicotrópicos

by Andrea Dos Santos Souza - segunda-feira, setembro 17, 2018

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SOUZA, Andrea Dos Santos

SOUZA, Andrea Dos Santos. A atuação do enfermeiro no controle de medicamentos psicotrópicos.revista científica multidisciplinar núcleo do conhecimento. Ano 03, ed. 08, vol. 08, pp. 171-192 , agostode 2018. Issn:2448-0959

RESUMO

O presente estudo, baseado em revisões bibliográficas tem como desígnio descrever a atuação e controledo enfermeiro na instituição de saúde com os psicotrópicos juntamente com os pacientes que fazem usoda mesma. A importância neste controle com base em pesquisas, resoluções, decretos, leis e código deética de enfermagem, no Brasil estima que muitos pacientes utilizassem medicações psicotrópicas semcontrole e de forma incorreta, acarretando em danos maiores a saúde mental do indivíduo, e algunsprofissionais não sabem como abordar e orientar o paciente com os ensinos adequadas, uma equipe desaúde qualificada é possível evitar e alertar para uso de psicotrópicos em doses corretas prescritas e quesejam cumpridos os horários determinados. Este tema precisa ser estudado e melhorado os métodos doprofissional enfermeiro com palestras e orientações não só para o paciente, mas para a família do mesmocom finalidade em evitar danos ao usuário. A assistência de enfermagem tem grande importância nasorientações e no controle do uso de medicações controladas.

Palavra Chave: Psicotrópicos, atuação do enfermeiro, controle, medicamentos.

INTRODUÇÃO

O Psicotrópico é uma substância que pode levar a dependência psíquica ou física, ela age diretamente nosistema nervoso do indivíduo, podendo gerar várias consequências e desenvolver outras patologias, sãoutilizadas no tratamento de ansiedade, depressão transtornos psiquiátricos, anticonvulsivos, trataresquizofrenia entre outros. Por ser medicação controlada só pode ser vendida sobre prescrição médica, areceita é de controle especial e ela exige notificação.

A atuação do enfermeiro no passar dos anos vem se ampliando de uma forma geral, tanto na atençãobásica, hospitalar e clínicas em geral. Este profissional de nível superior tem capacidade e conhecimentopara administrar medicações que não necessitam de controle, assim como as de controle especial como ascontroladas, ao indivíduo que faz uso cabe ao enfermeiro esclarecer todas as dúvidas e orientar ao usocorreto da medicação assim prestando cuidado e evitando alta dosagem.

A justificativa deste trabalho é desenvolver a importância do profissional enfermeiro em estar capacitado

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a supervisionar e administrar as medicações psicotrópicas com ampla responsabilidade e que não sejarealizado algo que o mesmo não tenha conhecimento.

Assunto norteador: Qual deve ser a conduta do enfermeiro no controle de medicamentos psicotrópicos?Sabendo que este profissional é capacitado a realizar procedimentos/medicações complexos no que tangeseus conhecimentos adquiridos na sua vida de estudos e qualificações.

O estudo teve como objetivo geral identificar o papel do enfermeiro no controle e supervisão demedicamentos psicotrópicos, princípios farmacológicos e do Código de Ética. Tendo como objetivosespecíficos explicar o conceito de psicotrópicos e sua ação no organismo humano, descrever a atuação doprofissional na instituição de saúde; fazer uma revisão integrativa da literatura com o intuito de levantar ointeresse de pesquisadores sobre a temática em questão.

Utilizou metodologias pesquisadas através de revisões descritivas, retrospectivas e bibliográficas comanálise sistematizada e de caráter quantitativa, com intuito de explicar pelo meio de outros artigos ereferências bibliográficas a atuação do enfermeiro no controle de medicações psicotrópicas. A pesquisafoi realizada através da base de informações do Brunner E Suddarth, Potter, Scielo, Código de éticasresoluções e decretos. Utilizaram-se artigos e livros e outros periódicos dentro do período 2000–2017. Aspalavras chave utilizadas foram: Psicotrópicos; atuação do enfermeiro; controle; medicamentos.

O desenvolvimento deste trabalho se deu em três capítulos distintos, sendo que no primeiro foi abordadosobre as medicações psicotrópicas, no segundo a atuação do enfermeiro em unidades de saúde e noterceiro as ações do enfermeiro relacionadas ao psicotrópico.

1. ASPECTOS GERAIS SOBRE USO DE PSICOTROPICOS

Sistema nervoso (SN) é aquele que capta mensagens e estímulos, além da capacidade de formar respostasem formas de movimentos, sensações ou percepções. Ele se divide em sistema nervoso central (SNC) esistema nervoso periférico (SNP). O SNC é constituído por encéfalo, medula espinhal e membranasmeníngeas com função de conduzir impulsos. SNP é formado por nervos se inicia no encéfalo e medulaespinhal ele se conecta ao SNC e a todo o corpo (VORONEZ, 2010).

As substâncias psicotrópicas são as que têm efeito diretamente no SNC também conhecido comoneurotransmissores. Utilizados para tratar doenças psiquiátricas, este medicamento não cura, apenas tratae mantém a doença controlada, com isso pode ocorrer mudança no comportamento físico e mental desteindivíduo. A droga psicotrópica tem efeito diretamente ligado a distúrbios mentais (JUNIOR, 2008).

O bom funcionamento do SN é importante para que o indivíduo tenha uma boa qualidade de vida econvívio com a sociedade, o mau funcionamento deste sistema gera diversas consequências psicossociais,essas medicações são de controle e atenção severas, a mesma tem vários efeitos colaterais no organismo ena qualidade de vida (SILVA, 2014).

De acordo com os autores citados acima, o SN é subdividido em dois, um sendo responsável pelo impulsoe o outro em se ligar ao organismo. Sem o funcionamento adequado destes, o corpo humano não funcionade maneira eficaz assim necessitando de uso de medicações controladas.

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As medicações que influenciam no SNC é um composto de duas palavras “psico” que significa o quesentimos ou pensamos e “trópico” que está relacionado a atração em drogas, isso é aquelas que agemsobre o cérebro, modificando a forma de pensar, agir e de sentir. Essas mudanças podem ocorrer demaneiras diferentes no nosso sistema nervoso de acordo com os grupos que se dividem em estimulantes,depressoras e as alucinógenas (LOPES, 2011).

Quando ocorre um estimulo no SNC, gera um processamento de informações, memorizações,interpretações, entre outros. Esse processo é gerado em segundos e se repete várias vezes no mesmo dia.Isso começa pela visão, ela envia um impulso elétrico que atinge o córtex visual e no mesmo momentoenvia para outra parte do cérebro que gera a informação do que está sendo visto (CARLINI et.al, 2001).

A atuação de cada psicotrópico depende do tipo da droga, se é excitante, alucinógena ou depressora, daforma de uso, venoso ou oral, da quantidade do fármaco, do período e da frequência de uso, dacaracterística da droga, do mecanismo de absorção e da eliminação pelo organismo de cada indivíduo, sehá associação com outros tipos de drogas, do conjunto social bem como das condições físicas,psicológicas e do paciente (OMS, 1981 Apud. CARLINI et.al, 2001).

Drogas estimulantes são as drogas que elevam as ações motoras, aceleram o funcionamento do cérebro ecognitivas, deixam as pessoas em estado de alerta, atenção e vigília diminuindo o sono. Algumas delassão: o cloridrato, cocaína e crack (ALVES, 2010).

Alucinógenas é a denominação dada a drogas que tem a característica de provocar alterações nofuncionamento do cérebro que geram consequências como o delírio e alucinações, sem depressão naatividade cerebral, como por exemplo, a mescalina, anticolinérgicos e triexifenidil (NICASTRI, 2006).

Depressoras são aquelas que deixam as atividades do SNC mais lentas com intuito de deixar as pessoasmais sonolentas, tranquilas ou sedar alguém exemplo dessas drogas são as inalantes benzodiazepínicos(este medicamento se for utilizado por alguns meses leva a dependência) e são uns dos mais prescritos noBrasil, ansiolíticos, barbitúricos e o álcool (CARLINI,2001).

Devido ao aumento desordenado de uso dessas drogas que lesionam o sistema nervoso do paciente, asautoridades vêm tentando melhorar o método de fornecimento e diminuir o uso na população, uma dasformas é prevenindo o início de tratamento com psicotrópico afim de evitar o aumento de dependentes(MARTINEZ, 2016).

De acordo com Kehl (2002, p.80):

A depressão, sintoma do mal-estar neste começo de milênio como a histeria no final da era vitoriana, é aomesmo tempo condição e consequência da recusa do sujeito em assumir a dimensão de conflito que lhe éprópria. De um lado é a condição, porque, sem certo rebaixamento libidinal próprio dos estadosdepressivos, o conflito acaba por se impor. De outra consequência, na medida em que a depressão, oempobrecimento da vida subjetiva, são o preço pago por aqueles que orientam suas escolhas em funçãodo medo de sofrer.

Essa droga antidepressiva tem habilidade de tratar transtornos compulsivos e obsessões ou quem temtendência ao suicídio. Os compostos tricíclicos (ADTs) e os chamados inibidores da monoaminoxidase

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(IMAOs) são utilizados em casos de depressão mental, distúrbios do pânico e ansiedade. Os efeitoscolaterais mais observados são: cefaleia, visão turva, boca seca, constipação e sono em excesso (SILVA,2014).

Por gerar efeito sedativo e relaxante o psicotrópico vem sendo utilizada de maneira incorreta, isso érelatado por (SILVA 2014), ele refere a importância e benefícios do controle desta distribuição, e afluoxetina é um dos mais prescritos no Brasil devido a fácil aceitação do organismo. Constatou se emuma pesquisa realizada no município de Pacatuba localizada no Ceará que o índice de mulheres quefazem uso de psicotrópicos é mais elevado se comparado aos homens, principalmente da medicaçãodiazepam (10mg). Nessa maioria as mulheres também consomem mais tranquilizantes, sendo assim énecessária uma maior atenção dos profissionais de saúde para este público (SILVA, 2009).

Segundo Wiggers (2004) e citado por Silva (2014, p.8):

A prescrição e venda de drogas narcóticas e substâncias psicotrópicas no Brasil é regulamentada pelaportaria 344/98, a qual exige uma notificação de receita para que a dispensação seja autorizada. A receitaé mantida nas instituições para inspeção de controle, além de poder ser usada como uma fonte deinformação valiosa sobre a prática atual de prescrição/dispensação de substâncias psicoativas emedicamentos psicotrópicos.

A entrega da medicação psicotrópica deve ser feita pelo farmacêutico e controlada por este profissional aosair da farmácia podendo então assim evitar interações medicamentosas, efeitos adversos e usoinadequado que possa gerar piora no tratamento deste indivíduo. No Brasil houve um aumento de uso depsicotrópicos pela população, essa prescrição deve ser escrita diretamente pelo médico (SILVA, 2006).

O excesso em uso desses tipos de medicações preocupa os profissionais de saúde assim como osfamiliares já que isso causa prejuízo a saúde da a população, muitos não usam só para tratar doenças outranstornos, mas também as utilizam por meio ilícito em forma de drogas e acabam se tornando viciados einventam de tudo para conseguir adquirir a droga ou a receita (FERRARI, 2013).

Foi considerado que há poucas décadas as medicações psicotrópicas não estão diretamente relacionadasao uso exclusivo de pacientes psiquiátricos devido o desenvolvimento da neurologia, psicofarmacologia eevolução da ciência esses medicamentos tratam leves alterações do estresse gerado pelas ocorrênciashabituais diárias, esse é um dos motivos pelo quais vem aumentando a utilização desse tipo de droga(SILVA, 2009).

Diferentes dos indivíduos que estão internados em clinicas psiquiátricas e fazem uso de psicotrópicos osque estão em convívio com a sociedade são inteiramente capazes de responder pelos seus atosjudicialmente (TAVARES, 2010).

Foi constatado que há uma prevalência muito alta no consumo dos psicotrópicos, independentemente deestar sendo dispensado para mulheres, homens, idosos, pessoas depressivas, viciadas e entre outros, foipercebível alterações no comportamento destas pessoas. Constatou também que cada vez mais pessoasprocuram este método para conseguir ter um sono tranquilo ou um dia a dia menos estressante(PADILHA, 2014).

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Segundo Padilha, Toledo e Rosada (2014, p.5-6)

As pessoas normalmente usam psicotrópicos para o alívio de sintomas, que surgem devido aos diferentesfatores socioeconômicos como: trabalho excessivo, estresse ou problemas financeiros. Para o tratamentode ansiedade e insônia nem sempre é necessário a farmacoterapia, pois se pode fazer o uso de outrasformas terapêuticas como: terapias alternativas, acupuntura, fitoterapias e mudanças no estilo de vidaprática de esportes.

Algumas orientações são dadas pelo médico, que prescreve, e pelo enfermeiro, já o farmacêutico faz aentrega em unidades de saúde. Dentro do ambiente hospitalar, onde se encontram pacientes internados, oenfermeiro é o profissional que fica todo o tempo com o paciente ele está na responsabilidade de forneceressas informações de maneira clara e objetiva e também é o que faz administração das medicações(POTTER; PERRY, 2013).

Com base nos dados dos autores citados acima, o uso exorbitante de medicações decorre porque o sistemaúnico de saúde libera sem custos aos pacientes e as outras alternativas sem medicações este mesmosistema não disponibiliza e as pessoas preferem usar medicações controladas ao mudar os hábitos de vida,a um modo mais tranquilo e sem excesso de estresse.

Observa que os usuários necessitam de uma avaliação e acompanhamento criterioso da equipe de saúde,estando detalhado e esclarecido a importância do uso correto da medicação prescrita (CHEREGATTI,2010).

A equipe de saúde necessita se unir para formular projetos educativos e sociais em função de alertar ospacientes usuários de medicação em casa, já que em ambiente hospitalar enfermeiros e técnicossupervisionam para que não ocorra alta dosagem de medicação, orientando os risos e consequências casonão sigam as recomendações realizadas pelos médicos, enfermeiros, farmacêuticos, assistente social entreoutros que fazem parte da equipe multidisciplinar (LOPES; GRICOLETO, 2011).

2.ENFERMEIRO EM UNIDADES DE SAÚDE

Entende que unidade de saúde é aquele local que se localiza no bairro ou cidade com o objetivo deatender toda a família, seja criança, adulto, idoso ou gestante, de maneira igualitária sem restrição de raça,etnia, religião ou crenças diversas. Uma unidade de saúde comporta de salas de enfermagem, consultóriomédico, consultório odontológico, sala de vacinação, sala de curativos, entre outros (FERTONANI.et al.,2014).

O objetivo de uma unidade de saúde é atender a maioria da população para que não haja superlotação noshospitais como vem ocorrendo ao longo dos anos e que o paciente seja diagnosticado e tratadopreviamente afim de evitar agravos na patologia, estas unidades leva a proximidade da população naatenção primaria (MELO. et al., 2011).

A equipe que compõem uma unidade de saúde são: técnico de enfermagem, auxiliares de enfermagem,medico, enfermeiro, dentista, farmacêutico, nutricionista, psicólogo, agente comunitário essas funções eatribuições são dadas pelo programa de saúde da família de acordo com as normas do SUS (Sistema

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Único de Saúde) e Ministério da saúde (ARAUJO, 2007).

BRASIL,2006, p.01. Diz que:

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicasque visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações eserviços para sua promoção, proteção e recuperação.

Segundo o SUS o serviço de saúde se estabelece em um desenvolvimento amplo, abrangendo dimensõeseconômicas, realizações técnico e assistencial política e simbólica, este serviço tem a meta de colocar oindivíduo cada vez mais preocupado e orientado com os riscos de saúde que ele se encontra exposto, esteproblema não ocorre só no Brasil, mas no mundo devido à dificuldade de atender toda a população demaneira igualitária (BRASIL,2012).

Para que haja um bom funcionamento das unidades de saúde os profissionais das equipes são osresponsáveis pela atenção e cuidados prestados a saúde de toda a população da comunidade em umadeterminada região. As funções são de: prestar assistência adequada, integral e de boa qualidade, intervernos fatores que são considerados de riscos a população, atendimento humanizado, práticas de saúdegerando um bom relacionamento e confiança e contribuindo para o processo de saúde-doença (SOARES.Et al., 2012).

FAQUINELO. (2010, p.741) fala que:

A responsabilidade e a humanização são necessárias na prestação da assistência técnico-científica, poispermitem a ampliação da capacidade da equipe de saúde em responder às demandas dos usuários e,consequentemente, reduzem a centralidade do atendimento às consultas médicas, além de melhor utilizaro trabalho dos demais profissionais que atuam na unidade básica de saúde.

Entre os profissionais da unidade de saúde está o que desenvolve diversas funções, elas se dividem emvárias fazes de trabalho sendo as de cuidar, administrar, assistir, pesquisar, gerenciar, coordenar, eensinar, entre elas os processos mais utilizados são o do cuidar e o de gerenciar (PERES. et.al., 2006).

De acordo com o Ministério da Saúde (2011) o enfermeiro tem como função realizar cuidados deenfermagem, e dar continuidade a assistência, realizar consulta de enfermagem, requerer examescomplementares, prescrever algumas medicações, gerenciar, coordenar, planejar, executar, avaliar,comandar e coordenar o trabalho dos agentes comunitários de saúde e de auxiliares e técnico deenfermagem.

Uma pesquisa realizada com profissionais técnicos e auxiliares de enfermagem para que os mesmosrelatassem qual a função do enfermeiro de acordo com o que eles evidenciavam diariamente em suarotina de trabalho constatou que o enfermeiro tem função geral de avaliar, admitir, orientar, entre outrasmúltiplas funções (SOARES. et al., 2013).

De acordo com a lei nº 7498 de 25 de junho de 1986 que regulamenta o exercício da enfermagem oenfermeiro exerce as funções de enfermagem, mas tem como função privativas o comando do órgão deenfermagem, como na organização, consultoria, auditoria em geral, consulta de enfermagem, total

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assistência e enfermagem, os cuidados de enfermagem também em pacientes graves, assistência aparturiente e ao parto normal (BRASIL,1986).

Ao prestar essa atenção ao doente, o profissional de enfermagem está diretamente relacionado a todos oscuidados feitos a ele, além do acompanhamento de sua melhora. No decreto nº 94.406 de 8 de junho de1987, no artigo 8, estão descritas as atividades pertinentes ao profissional de enfermagem. Dentre elas,destaca-se a questão que o enfermeiro deve estar responsável diretamente sobre alguns serviços querequer maior capacitação, como o cuidado com pacientes graves com risco de vida, além de planejar,organizar e coordenar os serviços dos assistentes de enfermagem e sua equipe.

O enfermeiro e técnico de enfermagem são profissionais responsável pela administração demedicamentos, o enfermeiro deve conhecer a ação dos medicamentos no organismo e suas reaçõesadversas, uma vez que “o código de ética do profissional de enfermagem proíbe que o profissionaladministre o medicamento sem o conhecimento da ação da droga e de seus riscos”. Um enfermeiro podedetectar falhas e intervir quanto à prescrição e uso de medicamentos. (FRANCO. et. al., 2010).

Na vigilância em saúde é visto que este profissional compõe o controle de infecção no papel da vigilânciaa saúde de um determinado local desempenhando a saúde coletiva e fazendo o levantamento de riscos,condições de vida, agravos ou danos à saúde da população (LEROY, 2009).

Com base nas políticas públicas de saúde no Brasil na saúde coletiva os enfermeiros necessitamproporcionar as ações de promoção a saúde, visitas domiciliares, educação em saúde na comunidade, comobjetivo de capacitar os cidadãos a cuidar da saúde e do bem-estar melhorando sua condição de vida eproporcionando uma melhor saúde da família no geral (WOBETO, 2013).

Segundo Leroy (2009) os enfermeiros que ocupam o cargo de fiscal de Saúde Pública estão concentradosnas áreas de estabelecimentos de saúde e saneamento ambiental, sendo que a maioria é responsável pelafiscalização dos serviços de saúde. Estes profissionais, pela sua formação acadêmica, possuemcompetência técnica e legal para o desenvolvimento dessas ações, o que tem sido reconhecido pelosgestores dos serviços e contribuído para o desenvolvimento das ações de vigilância.

Em saúde da criança deve se avaliar o desenvolvimento e crescimento do indivíduo, se há histórico dedoenças desde o nascimento até o momento da entrevista como desidratação, doença crônica, diarreiasconstantes, história de asma, pneumonia ou até mesmo desnutrição, com isso elaborar metas e estratégiaspara controlar e melhorar a vida desta criança (BRASIL, 2012).

Com o programa nacional de imunização o enfermeiro de acordo com as técnicas e diretrizes devemrelacionar a pratica de imunização, cuidar de toda parte da vacinação, cadeia de frios e conservar osimunizantes como um todo (SANTOS, 2014).

Em saúde do adulto com o controle da tuberculose, atos fundamentais no controle de hipertensão arteriale diabetes, hanseníase assim como na saúde do idoso o enfermeiro também controla o atendimento aodomicilio e promove o papel do enfermeiro na saúde do idoso (BRASIL, 2012).

De acordo com LIMA. (2009, p.6):

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O idoso espera da enfermagem predominantemente ações não técnicas, caracterizando como necessidadede saúde receber alegria, amizade, tranquilidade, conforto, consolo, felicidade, agrado, carinho e atémesmo levantar sua moral, o espírito, sair da solidão lhe fazendo acordar para o mundo a sua volta. Nesteencontro tem a necessidade de poder conversar e resolver seus problemas através do diálogo tanto com osenfermeiros como com outros idosos. Desta forma a atitude compreensiva da enfermagem é fundamentalpara que se alcance o bem-estar e a saúde do idoso, pois este demonstra satisfação em receber aassistência e o cuidado de quem se mostra como pessoa.

Com a saúde da mulher é visto uma abrangência de maior porte como o planejamento familiar, auxílio nopré-natal, as mesmas rotinas de enfermagem que são abordadas na saúde da criança, adultos e idoso,aleitamento, prevenções as doenças sexualmente transmissíveis, controle e prevenção de câncer de colouterino e de mama (BRASIL, 2016).

A enfermagem com atuação em saúde coletiva aborda a comunidade em: visitas domiciliares, acompanhae cuida da saúde da mulher, adultos e idoso, complexidade total familiar com abrangência em aspectosculturais e sociais, rotinas e planejamento de toda a equipe em uma unidade de saúde, acolher a populaçãoe fazer todo o cadastramento de acordo com o SUS (WOBETO, 2013).

No geral a consulta de enfermagem é realizada privativamente pelo profissional de nível superiorenfermeiro nas gestantes e crianças. Vacinação do adulto e criança hidratação oral e endovenosa,medicações enfermeiro e técnico capacitado podem realizar tal procedimento, orientações no geral casotenha o devido conhecimento pedagógico, diagnostico de enfermagem, processo de enfermagem,enfermagem em saúde pública e educação em saúde devidamente o profissional de nível superior(SOUZA, 2012).

Notou se que a equipe se saúde básica necessita de diversos profissionais que os mesmos ajudam oindivíduo de múltiplas formas no combate, tratamento ou prevenção da doença, a equipe multidisciplinarapoia um ao outro a sua maneira diferente, mas com o mesmo objetivo que é o bem-estar, físico, social eeconômico do paciente (SCOREL, 2007).

Aos profissionais da unidade de saúde destacam se os enfermeiros por compor a maioria da equipe e seuspapéis previstos em lei, Conselho federal de Enfermagem, decretos, resoluções e diretrizes do SUS. Oenfermeiro tem diferentes dimensionamentos e funções na unidade, uma delas e de importanteconhecimento é a administração de psicotrópicos em pacientes nas unidades de saúde (PEIXOTO, 2016).

3. ENFERMAGEM E O USO DE MEDICAÇÕES PSICOTRÓPICAS

Psicotrópico por causar dependência o profissional que vai administrar ou o paciente que irá receber amedicação devem saber todos os efeitos em consequências do uso como foi visto no primeiro capítulo(SILVA, 2014).

Notou em uma pesquisa que a dificuldade da equipe em conhecer os efeitos das medicações controladasestá relacionada com a vida acadêmica e falta de instrução adequada, é de imensa importância que estetrabalhador seja intuído de maneira adequada para que compreenda todos os riscos e que este tipo dedroga não tratam os pacientes, e sim diminuem os sintomas dos transtornos (ARAUJO, 2011).

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O relacionamento terapêutico é um importante instrumento de cuidado que permite a reintegração ereorganização do portador de sofrimento mental. Através do cuidado de enfermagem é possíveldesenvolver o reconhecimento do sujeito com o potencial para o autocuidado e desenvolvimento dehabilidades para o enfrentamento do sofrimento (BARRETO, 2014, p..27).

Qualquer medicação antes de ser administrada deve se perguntar se o paciente tem algum tipo de alergiamedicamentosa, caso o mesmo esteja inconsciente a pergunta se estende ao familiar, é de importância queanotem na ´prescrição a alergia do paciente afim de evitar agravos e transtornos futuros (BRASIL, 2014).

Quando o médico prescreve uma droga controlada é de suma importância que observem quando foradministrar ou dispensar, confira os dados do paciente que está na receita de controle especial com odocumento de quem está retirando o medicamento ou de quem vai fazer o uso, conferir o nome do médicoe o tipo de receita, se não estiver anotado, anote endereço e número de documento e telefone, por teraumentado os transtornos psicológicos, muitos parentes de doentes estão fazendo uso sem qualqueratenção ou indicação.(GALATO, 2008).

A respeito das substâncias de controle especial RAPKIEWICZ (2015, p.07) diz:

As substâncias sujeitas a controle especial e os medicamentos que as contêm devem ser guardados sobchave ou outro dispositivo que ofereça segurança, em local exclusivo para este fim e sob aresponsabilidade do farmacêutico. Sua dispensação deve ser feita exclusivamente por farmacêuticos,sendo proibida a delegação da responsabilidade sobre o controle dos medicamentos a outros funcionários.

É necessário que a medicação seja diluída na forma correta afim de não ter perda da estabilidade domedicamento ou sua eficácia. A infusão da medicação deve ser observada e atribuída já que algumasdedicações necessitam ser administradas de maneiras mais lentas que as outras para evitar reaçõesadversas no paciente (RAPKIEWICZ, 2015).

Com o aumento da população e das depressões ou outras doenças que influenciam diretamente alteraçõesde humor, personalidade entre outros a população vem aderindo cada vez mais o uso de medicaçõescontroladas em seu domicilio ou em ambientes hospitalares e unidades básicas, para que isso ocorra egere um dano menor ao cidadão é preciso que ele seja bem instruído quanto ao uso e suas consequências(TAVARES, 2010).

Cada profissional tem suas funções e regulamentos, o farmacêutico tem atribuições diferentes, mas todaselas com o intuito de melhor qualidade de vida da família, do enfermo, e de todos, mas a enfermagemabrange para a promoção de saúde na pessoa e sua integridade tudo isso com base na bioética e éticaprofissional (COFEN, 2007).

Foi visto no capítulo anterior as dimensões de funções e atribuições do profissional enfermeiro e de todosos outros profissionais que compõem uma unidade de saúde, com isso observa que está profissão é deimensa importância na saúde brasileira e indispensável este cuidado a população (brasil, 2016).

Boff. (2009, p.33) relata que:

O que se opõe ao descuido e ao descaso é o cuidado. Cuidar é mais que um ato; é uma atitude. Portanto,

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abrange mais que um momento de atenção, de zelo e de desvelo. Representa uma atitude de ocupação,preocupação, de responsabilização e de envolvimento afetivo com o outro.

O cuidado por ser executado pelo enfermeiro com objetivo de recuperar o bom estado de saúde doenfermo, este profissional instrui a educação em saúde da população, o cuidado com o paciente e oautocuidado na melhoria do quadro do cliente com seus colegas de trabalho, atua em pesquisas na área dasaúde. O enfermeiro em uma unidade exerce múltiplas funções que vai além só do cuidado, mas envolveo paciente e a família como um todo (VALE, 2009).

Na prática da enfermagem o profissional é capacitado a contribuir para uma melhor qualidade de vida esaúde ao enfermo, já no sistema único de saúde, para as mudanças de práticas em enfermagem e para ofortalecimento de ações na área de atenção psicossocial”. No geral, o enfermeiro é responsável poradministrar medicação, está encarregado de observar o paciente no que se refere aos efeitos indesejáveisadversos dos medicamentos, registrar o prontuário, monitorar os sinais vitais, estar em constantecomunicação, tanto com o paciente quanto com o médico e familiares (SILVA, 2014). Cabe aoenfermeiro como chefe saber realizar o procedimento e conhecer os cuidados para com determinadadroga, para evitar que o técnico e o enfermeiro comentam algum erro que possa ser letal ao paciente,conhecer a medicação administrada, dosagem e efeitos colaterais está diretamente ligada a um bomprofissional, em nenhuma hipótese é indicado que seja administrado uma medicação que o profissionalnão saiba os efeitos colaterais, adversos, e sua função no organismo. (FRANCO.et. al., 2010).

Segundo o Conselho Regional de Enfermagem (COREN-DF) Nº :013/2004:

Capitulo III- Das Responsabilidades. Artigo 16- Assegurar ao cliente uma assistência de Enfermagemlivre de danos decorrente de imperícia, negligencia ou imprudência. Considerando que não há Resoluçãodo Conselho Federal de Enfermagem nem Decisão Regional que atribua ao profissional enfermeiro,responsabilidade e competência desta natureza. Concluímos: Não é da competência, responsabilidade ouatribuição do enfermeiro a guarda, a distribuição, a observação da validade do estoque de medicamentos emateriais. Compete sim e é uma obrigação dos profissionais de enfermagem observar a validade domedicamento ou do material no momento do uso da aplicação no paciente, para assegurar a este umaassistência de Enfermagem livre de danos decorrentes de imperícia, negligência ou imprudência.

A equipe deve estar ciente que ter um problema mental não o inutiliza o mesmo as atividades diárias, comisso deve orientar o enfermo ao autocuidado, para que o mesmo se sinta útil e capaz. Deve fazer visitasaos familiares e conhece lós para instruir e orientar a deixar o doente mental fazer as atividadesdomesticas e rotineiras que já eram de costume e o levar para fazer parte de projetos sociais como oincentivo à cultura isso ajuda na recuperação (CAIXETA, 2008).

Enquanto o paciente está aos cuidados da equipe de enfermagem, controlar os horários e dosagens é dedever da equipe, mas assim que ele vai para casa e o mesmo deve se cuidar já passa a ser umaresponsabilidade do cidadão, se ele foi orientado de forma correta e tiver discernimento para não esquecere nem usar altas doses os danos na saúde serão mínimos (FRANCO. et al., 2010).

Na avaliação das estratégias de atenção à saúde mental, foi observada a existência de enfermeiros quepossuem atividades relevantes para a comunidade e apresentam avaliações positivas. Entretanto, asrespectivas ações precisam ser mais valorizadas pelo profissional generalista, pois a maioria ainda

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identifica a necessidade de um especialista para lidar com o sofrimento psíquico. O enfermeiro de famíliadeve buscar na multidisciplinaridade, na formação de parcerias intersetoriais e na participação social dosusuários, a ampliação do nível de saúde da comunidade (AMARANTE, 2011).

Existem várias literaturas, entre elas há citações de tipos de certos da enfermagem como: dose certa,medicação certa, via certa, paciente certo, horários certos, registro certo, forma farmacêutica certa e odireito do paciente de não utilizar a medicação. Com a adesão a estes certos a enfermagem pode evitarmais de oitenta por cento de erros medicamentosos que acontecem nas áreas de saúde, e cada certo temimensa importância neste processo de evitar erros que algumas vezes são irreversíveis (TEIXEIRA;CASSIANI. 2009).

Um estudo realizado em São Paulo com enfermeiros e pacientes constatou que muitas das vezes não éesclarecido de forma correta por falta de conhecimento deste profissional e por conta de o mesmo nãoestar preparado o suficiente para orientar e tirar todas as dúvidas do indivíduo no que diz respeito a formacorreta de abordagem a esses diversos tipos de. Com isso constata que há falta de qualificaçãoprofissional de excelente qualidade nas instituições de ensino. (VARGAS; DIVANE. et.al., 2012).

Ao prestar essa atenção ao doente, o profissional de enfermagem está diretamente relaciona do a todos oscuidados feitos a ele, além do acompanhamento de sua melhora. No decreto nº 94.406 de 8 de junho de1987, no artigo 8, estão descritas as atividades pertinentes ao profissional de enfermagem. Dentre elas,destaca-se a questão que o enfermeiro deve estar responsável diretamente sobre alguns serviços querequer maior capacitação, como o cuidado com pacientes graves com risco de vida, além de planejar,organizar e coordenar os serviços dos assistentes de enfermagem e sua equipe.

Após a reforma psiquiátrica, podemos perceber que houve uma facilidade de acesso aos psicofármacos, oque pode trazer risco à saúde se não houver um acompanhamento pela equipe de saúde ao usuário dessemedicamento podendo vir a ser utilizado por outros membros da família ou de forma indiscriminada pelopróprio paciente (BARRETO, 2011, p.11).

O enfermeiro em uma unidade exerce modificas funções que vai além só do cuidado, mas envolve opaciente e a família como um todo. Este profissional ajuda e realizam intervenções de formas diretas eindiretas, a enfermagem vem se atualizando para atender as alterações e atualizações na área da saúde quesão constantes. Cada conselho de enfermagem estadual decreta algumas regras que convém ao estado e aopaciente para haver uma melhor adaptação e qualificação, o papel do enfermeiro vem aumentando aolongo dos anos isso se deve a dedicação e capacitação dos profissionais desta área e dos conselhos(SMELTZER.et.al., 2011).

Enfermeiros precisam de métodos para melhor prestação de cuidados, quem cuida de certa forma respeitaa necessidade do outro, e que proporcione melhor convívio dos familiares para com o paciente isso geraum vínculo de confiança e ajuda na sua melhora (BARRETO, 2014).

Devido à alta complexidade em diferentes tipos de medicações algumas exigem atenção maior, a maioriados casos de erro de medicação ocorre por excesso de trabalho e sobrecarga de pacientes, devido aunidade de saúde não investir em mais contratações de profissionais (SILVA, 2014).

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CONSIDERAÇÕES FINAIS

Este trabalho permitiu abranger o conceito e como agir em caso de medicações psicotrópicas aospacientes portadores de transtornos psíquicos, com intuído de uma revisão bibliográfica para assim ajudaros profissionais a compreender melhor a importância do paciente bem orientado, contribuindo de maneirapositiva para o bem-estar do paciente que é o foco principal.

A unidade de saúde neste contexto é interesse dos profissionais de saúde o bom conhecimento eatendimento prestado ao público, por ser um local que atende todas as classes e portadores de qualquerdoença, foi visto que muitos não sabem como agir a pacientes em uso de psicotrópicos, alguns sabem eesclarecem de maneira satisfatória ao paciente.

Percebe se a necessidade dos enfermeiros bem qualificados que busquem sempre conhecimento ecomprovações cientificas para elaborar melhor método de aconselhamento e evitar erros da enfermagem esuper dosagem de pacientes com transtornos psíquicos, colaborando para a melhora da patologia e daqualidade de vida do enfermo.

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A Atuação do Farmacêutico e a Legalização na Saúde Estética

by Bruno Rogério Ferreira - sexta-feira, setembro 23, 2016

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FERREIRA, Bruno Rogério [1]

FERREIRA, Bruno Rogério. A atuação do farmacêutico e a legalização na saúde estética. RevistaCientífica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 1. Vol. 8. Pp. 93-98. Setembro de 2016. ISSN:2448-0959

Resumo:

A estética da beleza já é hoje no Brasil, um dos mercados mais promissores e altamente competitivos.Considerando um grande desenvolvimento de produtos e serviços estéticos, a profissão farmacêutica, queé uma das mais antigas, historicamente se desenvolveu como parte integrante da sociedade, prestandorelevantes serviços à humanidade desde a manipulação, distribuição de medicamentos, cosméticos einsumos, isso fez que os farmacêuticos despertassem para a área da saúde estética, que é multidisciplinar.Uma só profissão monopolizar o mercado parece injusto, com tantas possibilidades que existe na área daestética. Todos buscam uma solução para insatisfação e melhorias da autoestima, talvez por esses motivosmais profissionais e profissões tem ganhado o direito de exercer uma parte dessa ciência. Objetivos:Relatar a resolução vigente dos farmacêuticos estetas e suas atribuições no exercício da saúde estética eda responsabilidade técnica por estabelecimentos que executem atividades afins. Métodos: Trata- se deuma revisão realizada por meio de levantamento retrospectivo de artigos científicos, legislação eresoluções publicadas nos últimos cinco anos (2011 a 2016). Os artigos foram analisados e categorizadoscom vista à classificação e o delineamento dos estudos, observando-se: ano de publicação, fonte,formação e origem do autor/pesquisador, objeto de estudo, população estudada, tempo de exposição,instrumento de avaliação ou de coleta de dados e resultados encontrados e discussão dos mesmos.

Palavras chaves: Farmácia estética, Saúde estética, Farmacêutico esteta, Legalização.

INTRODUÇÃO

A profissão do farmacêutico tem se destacado por profissionais, que cada vez mais, querem se sobressairem um mercado tão competitivo.

O farmacêutico atua em mais de setenta áreas privativas e não privativas, ou seja, multidisciplinar, issodemonstra que estamos ganhando o mercado e atento às novas tendências no meio da saúde estética etecnológicas.

Um dos mercados mais promissores no Brasil é a cosmética e beleza (SEBRAE 2015). Estética deixou deser uma questão de beleza, hoje passou a representar a saúde. O número de profissionais estetas écrescente no país, as atualizações e investimentos na carreira são totalmente necessários, em um mercado

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que se renova rapidamente.

Os tratamentos são encarados como um momento de lazer é o tempo que investem para se sentir bem eelevar a autoestima.

No Brasil a saúde estética torna-se um padrão que está presente em todas as classes, idades e gêneros.Diante de uma cultura que o corpo se transforma em uma dimensão importante para a felicidade daspessoas, o envelhecimento natural do corpo é vivido de forma reprimida (PEREIRA et al, 2010).

O Brasil, nas últimas décadas, vem ampliando as áreas de formação e atuação profissional em nívelsuperior e, dentre elas, temos as áreas voltadas para tratamentos estéticos, com destaque para a medicinaestética, onde o Conselho Federal de medicina (CFM) não reconhece como especialidade médica,tecnologia em estética e cosmética (MACHADO et al, 2008).

O farmacêutico começou a se interessar com a área da estética, quando percebeu que existiam disciplinascomuns entre as profissões que atuam na estética, na manipulação de medicamentos, cosméticos, insumosfarmacêuticos, mecanismo de ações farmacológico e atua com todas as vias de administração demedicamentos, foi então que o Conselho Federal de Farmácia (CFF) começou uma luta em busca dalegalização da responsabilidade técnica como farmacêutico esteta.

Legalização do farmacêutico esteta

De acordo com o julgamento da seção judiciária do Distrito Federal, os argumentos dos médicoscontrários a resolução 573/2013, que descreve as atribuições do farmacêutico em saúde estética, nãoprocedem e o CFF ganhou o direito de atuar na estética (ALMA,2015).

A constituição Federal Brasileira é a lei suprema outorgada à nação pela vontade soberana do povo, pormeios de seus representantes escolhidos. Designa leis e princípios, tendo por finalidade estabelecer todasas formas necessárias para delimitar a competência dos poderes públicos, impondo as regras de ação dasinstituições púbicas, e as restrições que devem ser adotadas para garantia dos direitos individuais (SILVA2008).

O Conselho Federal de Farmácia dispõe sobre as atribuições do farmacêutico no exercício da saúdeestética e da responsabilidade técnica por estabelecimentos que executam atividades afins.

Então a Resolução n° 573 de 22 de maio de 2013 confirma a atuação do farmacêutico esteta.

Desta forma procedimentos invasivos não cirúrgicos na área da saúde, podem ser praticados porfarmacêuticos.

Considerando a infraestrutura mínima dos serviços de saúde, bem como os recursos materiais einstrumentais exigidos para esta atividade que é correlata com o profissional farmacêutico, e visando aprestação de assistência com dignidade que estão disciplinadas em normativas próprias, quer na esferaFederal, Estadual ou municipal e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA). A resoluçãoreconhece a saúde estética como de atuação do farmacêutico.

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Na área da saúde estética o farmacêutico devendo estar regularmente inscrito no Conselho Regional deFarmácia de sua jurisdição poderá ser responsável técnico por estabelecimentos nos quais se utilizamtécnicas de natureza estética e recursos terapêuticos para fins estéticos, desde que não haja a prática deintervenções de cirurgia plástica, (CFF, 2013).

O Conselho Federal de Farmácia cita e discrimina as técnicas de natureza estética utilizada pelofarmacêutico.

Cosmetoterapia: Consiste na aplicação externa e superficial de produtos denominados genericamente decosméticos com finalidade terapêutica e de embelezamento (CFF, 2013).

Eletroterapia: Consiste no uso de correntes elétricas dentro da terapêutica (CFF, 2013).

Iontoforese: É a introdução de radicais químicos nos tecidos, através de um campo elétrico, produzidopor uma corrente unidirecional. Durante essa introdução ocorrerá repulsão e atração iônica, de acordocom a polaridade de cada eletrodo e assim sua interação com a membrana biológica (CFF, 2013).

Laserterapia: Técnica não ablativa utilizada para epilação, discromias, envelhecimento cutâneo, flacideztegumentar e lesões vasculares (CFF, 2013).

Luz intensa pulsada: É considerada uma fonte de luz não -laser gerada por lâmpadas, resultando naemissão de calor e radiação luminosa, sendo, portanto, classificada como recurso fototermoterapêutico(CFF,2013).

Peeling químicos e mecânicos: São procedimentos de estética capaz de promover a renovação celular, deforma progressiva, estimulando a regeneração natural dos tecidos (CFF, 2013).

Radiofrequência estética: É um tipo de radiação eletromagnética que em frequência mais elevadas geracalor nos tecidos biológicos. A técnica é considerada não ablativa, induzindo a produção de colágeno semruptura da pele (CFF, 2013).

Saúde estética: Área da saúde voltada à promoção, proteção, manutenção e recuperação estética doindivíduo, de forma a selecionar e aplicar procedimentos e recursos estéticos, utilizando-se para istoprodutos cosméticos, técnicas e equipamentos específicos, de acordo com as características enecessidades do cliente (CFF, 2013).

Sonoforese (ultrassom estético): É o uso do ultrassom para aumentar a absorção cutânea de fármacosaplicados topicamente. A sonoforese aumenta exponencialmente a absorção tópica de substâncias atravésda epiderme, derme e anexos cutâneos (CFF, 2013).

No ano de 2015, o CFF atuando como entidade de fiscalização do exercício das profissões liberais definiuos requisitos técnicos para o exercício do farmacêutico no âmbito da saúde estética, ampliando o rol dastécnicas dessa natureza e recursos terapêuticos utilizados pelos farmacêuticos em estabelecimento desaúde estética de acordo com a resolução n° 616, de 25 de novembro de 2015.

A resolução considera que são exemplos de procedimentos invasivos não cirúrgicos, conforme a Lei

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Federal 12842/2013 que apenas é ato privativo do profissional de medicina a indicação da execução e aexecução de procedimentos invasivos, os quais são considerados tão somente a invasão dos orifíciosnaturais do corpo que atinjam órgãos internos. Baseado nessa situação foi legalizado mais algumasatividades estéticas, como o fio lifting de autosustentação, a aplicação de toxina botulínica, opreenchimento dérmico, a carboxiterapia, a intradermoterapia/ mesoterapia, agulhamento,microagulhamento estético e técnicas crioterápicas como criolipólíse.

Para que o profissional se torne capacitado a exercer a saúde estética tem que alguns requisitosobrigatórios:

Ser egresso de programa de pós – graduação Lato Sensu reconhecida pelo Ministério da Educação, naárea de saúde estética.Ser egresso de curso livre a área de estética, reconhecido pelo Conselho Federal deFarmácia.

Comprovar experiência por, pelo menos, 2 (dois) anos, contínuos ou intermitentes, sobre a qual deveráapresentar os documentos comprobatórios.

No caso do farmacêutico com vinculo empregatício, necessita apresentar documentos obrigatórios doempregador, CNPJ, endereço completo e função exercida com descrição das atividades e a indicação doperíodo em que foram realizadas.

Então em função de sua qualificação para o exercício da saúde estética, o farmacêutico nosestabelecimentos de saúde estética sob sua responsabilidade, é o responsável pela aquisição dassubstâncias e dos equipamentos necessários ao desenvolvimento das técnicas de natureza estética erecursos terapêuticos.

Conclusão

A farmácia estética é a mais nova área da farmácia, que atua em diversos tratamentos e disfunçõesestéticas corporais, faciais e fisiológicas. Quanto aos direitos adquiridos, ganha força total na saúdeestética, o que é legitimado através da regulamentação da profissão e Resolução n° 573/ 2013 e ampliaçãodas técnicas, pela Resolução n° 616/ 2015 e que permite legalmente a aplicação de várias técnicas nãoinvasiva isso com certeza foi uma grande conquista para a profissão, hoje a farmácia estética tem umenvolvimento mais científico e seguro.

Referências

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SOCIEDADE BRASILEIRA DE CIRURGIA PLÁSTICA. Cirurgia plástica no Brasil, SBCP, 2009.Disponível em: <www2.cirurgiaplastica.org acesso agosto 2016.

[1] Especialista em Farmacologia Clínica e Pós Graduando em Farmácia Estética pelo Núcleo de Estudose Treinamentos Ana Carolina Puga- NEPUGA. Cotato. [email protected]

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A Atuação do Shiatsu na Síndrome do Pânico

by Gisele Correia da Silva Fioramonte - sábado, janeiro 06, 2018

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ALMEIDA, Emanoelle [1], FIORAMONTE, Gisele [2] , PADILHA, Evandro [3], SCATOLIN, HenriqueGuilherme [4]

ALMEIDA, Emanuelle; et. al. A atuação do Shiatsu na Síndrome do Pânico. Revista CientíficaMultidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 01, Vol. 01, pp. 38- 55, Janeiro de 2018.ISSN:2448-0959

RESUMO

A síndrome do pânico é uma psicopatologia que consiste em ataques de pânico repentinos sucessivos ounão em que o indivíduo se sente em situação de risco de vida e se encontra na necessidade de fugir. Otratamento convencional baseia-se em psicofármacos e psicoterapia. Dessa forma, o shiatsu visa apromoção da saúde do indivíduo através de um tratamento integral porque melhora os sintomas dasíndrome através do reequilíbrio energético e fisiológico. O objetivo do trabalho é relatar a eficácia doshiatsu nos sintomas da síndrome do pânico, indicando-o como uma possível terapia complementar aotratamento convencional da psicopatologia. Foi realizada uma revisão de literatura com buscas em livrospublicados entre os anos de 1973 a 2016, monografias entre os anos de 2008 a 2010, dissertação do anode 2002, tese do ano de 2008, e em bases de dados bibliográficos como Scielo e Google Acadêmico,pesquisando artigos em português publicados entre os anos de 1997 a 2015, utilizando-se os termos acaixa de pandora, acupuntura, cloridrato de clomipramina, fluoxetina, fobia e síndrome do pânico,medicina tradicional chinesa, neurose de angústia e transtorno do pânico, práticas integrativas notranstorno do pânico, psicofarmacologia, psicofarmacoterapia, psicoterapia e depressão, shiatsu eacupuntura, shiatsuterapia, síndrome do pânico,terapias complementares, transtorno do pânico, transtornodo pânico e shiatsu, transtorno do pânico manifestação e transtorno do pânico terapia cognitivocomportamental . O estudo concluiu que o shiatsu é eficaz na melhora dos sintomas de medo, angústia,dores musculares, depressão e ansiedade, através do reequilíbrio fisiológico e energético, sendo umapossível terapia complementar indicada ao tratamento da síndrome do pânico, mas para afirmar comexatidão, é necessário comprovações por meio de estudos práticos.

Palavras-chave: Shiatsu, Pânico, Tratamento.

INTRODUÇÃO

A síndrome do pânico é uma patologia psicológica e emocional, que está relacionada a traumasvivenciados anteriormente pelos portadores, mas também se associa a fatores medicamentosos, deinterpretações errôneas provenientes de estímulos externos ou internos, como ruídos ou tontura,abstinência ou dependência de drogas ou de medicamentos (QUEIROZ; SOUZA, 2011).

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Também associa-se a fatores estressantes da vida adulta, como a depressão, ansiedade, baixa autoestima esentimento de culpa, a repressão de sentimentos, o que desencadeia a angústia, o desamparo,caracterizado pela sensação de estar sem recursos e proteção, o medo de outro ataque de pânico sedesenvolver e também pode estar associada a agorafobia, em que o indivíduo se encontra em umasituação ou local de difícil fuga, como por exemplo, estar em uma multidão (BLAYA; MANFRO;SALUM, 2009; QUEIROZ; SOUZA, 2011).

Esses fatores se manifestam de maneira diferente em intensidade e quantidade em cada indivíduo,gerando principalmente dores musculares, ansiedade, medo, angústia e depressão, dessa forma, podemdesenvolver um ataque de pânico espontâneo, que pode ser sucessivo ou não, em que a pessoa se senteem perigo ou correndo risco de vida, encontrando a necessidade de sair do local (fugir). Essa sensação éiniciada e potencializada pelas alterações fisiológicas que ocorrem no organismo, como a taquicardia,sudorese e aumento do fluxo sanguíneo (BLAYA; MANFRO; SALUM, 2009).

A síndrome do pânico acomete 15 % da população geral, em que a maioria são mulheres e adolescentesna faixa etária entre 15 e 30 anos, quando comparado aos homens, idosos e crianças (CORDÁS; JÚNIOR,2013).

O diagnóstico deve ser diferenciado, considerando todo o histórico de vida do paciente, em que otratamento convencional, utiliza-se de consultas psiquiátricas para a prescrição de psicofármacos, quecontrolam fisiologicamente os sintomas de ansiedade e medo, evitando o desenvolvimento de novosataques de pânico, porém acompanham efeitos colaterais graves e alguns incluem até o risco de vida aopaciente e também é de suma importância a atuação da psicoterapia (BLAYA; MANFRO; SALUM,2009; NARDI, 2005).

Essa psicopatologia gera no indivíduo angústia, ansiedade, medo, depressão e dores muscularesprincipalmente, assim muitos são os tratamentos utilizados por meios medicamentosos ou não (SENAFILHO; et. al., 2006, VALENÇA, 2013).

Dentre os não medicamentosos, destaca-se o shiatsu como uma forma de tratamento complementar aométodo convencional para auxiliar o processo de liberação da angústia, geralmente relacionada a causa(SENA FILHO; et. al., 2006).

O shiatsu é uma terapia milenar chinesa que tem por objetivo apresentar se há algum desequilíbrio nocorpo, um exemplo são os nódulos musculares, e assim, trabalhar para seu reestabelecimento(LEONELLI; MARTINS, 2002, p. 2-76).

Essa prática tem como benefícios a melhora da circulação linfática e sanguínea, liberando as toxinas etensões musculares do corpo, proporcionando relaxamento, a devolução do equilíbrio da energiadenominada de Ki, remove estagnações energéticas e promove o reestabelecimento da harmonia(LEONELLI; MARTINS, 2002, p. 2-76; IMAIZUMI, C.; et.al., 2007).

Para essa manipulação é necessário um diagnóstico específico que inclui a avaliação da língua, os cincoelementos da natureza e o histórico de vida do paciente (LUCA, 2008).

Dessa forma, o objetivo do trabalho é, relatar a eficácia do shiatsu nos sintomas da síndrome do pânico,

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indicando-o como uma possível terapia complementar ao tratamento convencional da psicopatologia.

OBJETIVO

Relatar a eficácia do shiatsu nos sintomas da síndrome do pânico, sendo eles as dores musculares, aansiedade, o medo, a angústia e a depressão, indicando-o como uma possível terapia complementar aotratamento convencional da psicopatologia.

METODOLOGIA

Foi realizada uma revisão de literatura com buscas em livros publicados entre os anos de 1973 a 2016,monografias entre os anos de 2008 a 2010, dissertação do ano de 2002, tese do ano de 2008, e em basesde dados bibliográficos como Scielo e Google Acadêmico, pesquisando artigos em português publicadosentre os anos de 1997 a 2015, utilizando-se termos e suas respectivas quantidades de trabalho, em queforam 1 de a caixa de pandora, 1 de acupuntura, 1 de benzodiazepínicos, 1 de cloridrato de clomipramina,1 de fluoxetina, 1 de fobia e síndrome do pânico, 1 de medicina tradicional chinesa, 1 de neurose deangústia e transtorno do pânico, 1 de práticas integrativas no transtorno do pânico, 1 depsicofarmacologia, 1 de psicofarmacoterapia, 2 de psicoterapia e depressão, 2 de shiatsu e acupuntura, 1de shiatsuterapia, 1 de síndrome do pânico, 2 de terapias complementares, 4 de transtorno do pânico, 3 detranstorno do pânico e shiatsu, 1 de transtorno do pânico manifestação e 1 de transtorno do pânico eterapia cognitivo comportamental.

REVISÃO DE LITERATURA

O trabalho tem como objeto de estudo os principais sintomas da síndrome do pânico, a ansiedade, aangústia, o medo, a depressão e as dores musculares, que afetam negativamente a vida do indivíduo,principalmente a social, uma vez que os ataques de pânico são repentinos e a psicopatologia pode estarassociada à agorafobia. A partir disso o trabalho visa incorporar o shiatsu como uma possível forma detratamento complementar ao convencional para a melhora desses sintomas.

A síndrome do pânico tem sua origem em 1872, com o psiquiatra alemão Karl Frederic Westphal, querelatou sobre a agorafobia, em que o indivíduo se encontra em local público ou privado ou situação dedifícil fuga e desenvolve um ataque de pânico, indicando uma questão social relacionada a causa doataque (RIBEIRO, 2009).

Conforme o passar dos anos, diversos autores adicionaram estudos a esta psicopatologia, até ser definidasegundo o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM), como o surgimento súbito demedo por uma interpretação errônea de um comportamento corporal normal, apreensão intensadesencadeante das sensações de risco e sentimentos catastróficos, como o de morte. E em 1995 trouxe anova nomenclatura, transtorno de pânico (DSM-III, 1980).

A Organização Mundial da Saúde (OMS) classificou esta síndrome como baseada nos ataques súbitos erecorrentes de pânico, nos sintomas variantes de cada indivíduo, entre eles, a taquicardia (98%), asudorese (93%), a tontura (95%), a dor no peito, a dispneia (90%), os sentimentos de irrealidade, avontade de fugir, a paralisia motora, as congestões, a insônia, os calafrios, a fome excessiva, a parestesia,

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a sensação de desfalecimento, os distúrbios gastrointestinais, a irritabilidade, a perda de controle (90%) eo medo de insanidade (OMS, 1993).

A síndrome do pânico é de etiologia multifatorial e variante em cada indivíduo, englobando traumas nãoresolvidos na infância, como o comportamento reprimido, fatores estressantes da vida adulta, como adepressão, ansiedade, baixa autoestima e sentimento de culpa, a dependência ou abstinência desubstâncias como drogas e nicotina (tabagismo), a repressão de sentimentos, o que desencadeia aangústia, assim como o desamparo, caracterizado pela sensação de estar sem recursos e proteção e omedo de outro ataque de pânico se desenvolver (BLAYA; MANFRO; SALUM, 2009; QUEIROZ;SOUZA, 2011).

Os ataques podem ser sucessivos ou não, espontâneos, que são os mais comuns, ou por um fatordesencadeante, como estar em uma multidão e sentir a necessidade de fugir difícil. Nos casos em que sãosucessivos, acompanha uma ansiedade aguda antecipatória, ocorrente entre os ataques de pânico(LEVITAN; et. al., 2002).

Há os ataques de pânico noturnos, que ocorrem de 44% a 71% pelo menos uma vez e de maneirasucessiva de 30% a 45%, em um grupo portador. Indivíduos com este tipo de ataque são mais propensosao desenvolvimento de depressão, anorexia nervosa e transtorno de somatização (BARLOW; CRASKE,2016).

A síndrome do pânico acomete 15% da população geral, em que a maioria são mulheres e adolescentesentre 15 e 30 anos, quando comparados a homens, idosos e crianças, tendo que no estado de São Paulo33,1% corresponde ao público masculino e a síndrome com causa relacionada a dependência de tabaco. Aporcentagem de desenvolvimento da psicopatologia é de 25% ao longo da vida para homens e mulheres.Também pode estar relacionada de 6.5% a 24% em asmáticos e 13,1% em agorafóbicos (CORDÁS;JÚNIOR, 2013; NARDI, 2005).

Outro ponto importante é o fato da síndrome ser muito encontrada em quadros de histerias e fobiasantecedentes de medos infantis, em que o indivíduo guarda alguma conexão inconsciente com o objetofobígeno, porém este é desconhecido (ROSENBERG, 1997).

O tratamento convencional para a síndrome do pânico baseia-se no uso de psicofármacos e napsicoterapia, em que os três principais medicamentos utilizados são os antidepressivos tricíclicos, como ocloridrato de clomipramina, os inibidores seletivos da recaptação da serotonina, como a fluoxetina e osantidepressivos atípicos, como os benzodiazepínicos (BRASIL; FILHO, 2000; MORENO; MORENO;SOARES, 1999).

Enquanto a psicoterapia atua em três principais procedimentos, o acompanhamento psicológico, a escutadas questões sobre os sintomas da síndrome e os ataques de pânico, porém o diagnóstico deve serrealizado o mais rápido possível, para o menor desenvolvimento e resultado mais rápido no tratamento(DEMETRIO; HUMES; TENDG, 2005; LEVITAN; et. al., 2012).

Os medicamentos inibem a recaptação da norepinefrina e da serotonina nos sistemas noradrenérgicos eserotoninérgicos através dos neurônios pré ganglionares, ou seja, ultrapassam a barreirahematoencefálica, sendo que o componente de maior relevância para a ação farmacológica é relacionado

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a serotonina, popularmente conhecida como o “hormônio do prazer”, é liberada em situações ouatividades consideradas prazerosas pelo indivíduo, promovendo bem estar, além de inibir os receptoresadrenérgicos, anticolinérgicos e histamínicos, evitando a ansiedade (DEMETRIO; HUMES; TENG,2005).

Porém estes psicofármacos apresentam efeitos colaterais, sendo alguns deles respectivos ao Cloridrato deClomipramina os distúrbios nos sistemas sanguíneo e linfático, no sistema imunológico, laboratoriaiscomo o aumento de peso podendo incentivar a depressão e psíquicos, por aturem no sistema nervosocomo alucinações (FURP, 2015).

Considerado com menos efeitos colaterais que o Cloridrato de Clomipramina, medicamentos à base defluoxetina tem como alguns efeitos colaterais a ideação suicida, as alucinações e os distúrbiospsiquiátricos, aumentando o risco de vida e podendo auxiliar para o desenvolvimento da agorafobia e deataques de pânico (CARLINI; et. al., 2009). E os benzodiazepínicos que apresentam efeitos colateraiscomo a indução do sono, aumentando o risco de acidentes, altos níveis de desenvolvimento dedependência se forem de alta potência, dislexia e diminuição das funções psicomotoras e cognitivas(AUCHEWSKI, 2004; BRASIL; FILHO, 2000).

A psicoterapia cognitiva trabalha com a indução controlada dos sintomas relatados pelos pacientes, com oobjetivo de mostrar que estes são inofensivos, ou seja, não oferecem risco à vida, não havendo anecessidade de desencadear um ataque de pânico (KING; et. al., 2007).

Os ataques de pânico são tratados na psicoterapia, através do fator principal que o desencadeia,descoberto através da escuta das questões sobre os sintomas, em que há a atuação do psicólogo clínico(ROSENBERG, 1997).

Assim, a partir da escuta das questões, de associações livres e seguindo o modo de operar doinconsciente, o profissional consegue perceber sinais do que seja aquele trauma, identificando o sintomaprincipal e tornando o trabalho de outros profissionais focalizado (FLECK; SCHESTATSKY, 1999).

Estas técnicas instigam o paciente a investigar o caso dos seus ataques, reestabelecendo o entendimentodas reações psicológicas e minimizando a frequência dos ataques de pânico (KING; et. al., 2007).

A síndrome acompanha também transtornos de ansiedade, que limitam o indivíduo a tomar decisões esegundo a medicina tradicional chinesa isso ocorre devido a estagnação de energia do sistema que nutreos órgãos (zang) e vísceras (fú) (SILVA, 1997, p. 1-43).

De acordo com Luca (2008) esta estagnação causa o esgotamento da energia do Jing (Ch’i e Xue), que éa essência dos rins, responsável pela constituição do indivíduo proveniente dos pais no momento dafecundação, e de regular o desenvolvimento cerebral normal. Este órgão se relaciona com o medo e opânico, caracterizado por um desequilíbrio do elemento água, representando os sentidos de ação e reação,tornando comum perder o controle urinário após um ataque de pânico (desequilíbrio energético dabexiga).

O Xue é uma energia encontrada nos neurotransmissores e neuropeptídios, como a noradrenalina e aserotonina (por isso utilizam remédios que inibem a recaptação da mesma). Os mecanismos de harmonia

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da energia vital Ch’i e Xue, fortalecem o Jing e a energia dos rins se consolidam. Isso ocorre através douso de terapias complementares, como o shiatsu, que visam a causa do desequilíbrio e trabalham pararesolve-la, através do reequilíbrio físico, mental, espiritual e emocional, ou seja, trabalha o indivíduo emsua integralidade melhorando o fluxo energético (LUCA, 2008; SILVA, 1997, p. 1-43).

No shiatsu cada sintoma da síndrome relaciona-se com o desequilíbrio de um elemento da natureza, sendoassim, o trabalho foca em sintomas principais, são eles a angústia relacionada ao desequilíbrio doelemento fogo, as dores musculares, relacionadas ao desequilíbrio do elemento madeira, o medorelacionado ao desequilíbrio do elemento água, a ansiedade relacionada ao desequilíbrio do elementoterra e a depressão, relacionada ao desequilíbrio no elemento metal (BOLA, 2012, p. 7-15;VACCHIANO, 2010, p.20-31; YAMADA, 2002).

Para essa manipulação é necessário um diagnóstico específico que inclui a avaliação da língua, os cincoelementos da natureza e o histórico de vida do paciente (LUCA, 2008).

Apesar de não ter sido encontrado estudos específicos da atuação do shiatsu em indivíduos com síndromedo pânico, muitos autores em seus estudos sobre esta psicopatologia citam a terapia manual, como umprocedimento complementar indicado para o tratamento, por exemplo ALVIM, N. A. T.; et. al., (2013);FLORES, P. M. M., (2010); SENA FILHO, J. G.; et. al., (2006).

Segundo Alvim; et. al. (2013) em seu estudo sobre as implicações e aplicabilidade das práticasintegrativas e complementares em enfermeiros, tendo como uma das principais indicações a síndrome dopânico, citou o shiatsu como uma técnica capaz de auxiliar no equilíbrio das emoções e da energiacirculante no corpo humano, sendo uma terapia complementar indicada para a depressão e a ansiedade.

Pelo shiatsu a depressão relaciona-se aos meridianos do pulmão (yin) e do intestino grosso (yang), emque o pulmão é responsável pela purificação, através dos processos de absorção, distribuição para todo ocorpo e eliminação gasosa, filtrando a tristeza e a melancolia, quando em desequilíbrio a fluidez dosprocessos se torna deficiente porque a energia vital se acumula, obstruindo o meridiano (VACCHIANO,2010, p. 21-31; YAMADA, 2002).

Enquanto o meridiano do intestino grosso (yang), é responsável pela eliminação sólida, quandodesregulado, resulta em distúrbios mentais e emocionais, assim como o negativismo e a retenção desentimentos antigos, relacionada a constipação. Dessa forma, o shiatsu trabalha de maneira estimulanteem ambos os meridianos, promovendo a desestagnação do Ki e consequente desobstrução do meridiano eevacuação da energia estagnada no intestino grosso, gerando fluidez e reequilíbrio energético(VACCHIANO, 2010, p. 21-31; YAMADA, 2002).

A ansiedade relaciona-se aos meridianos do baço-pâncreas (yin) e do estômago (yang), em que o baço-pâncreas é responsável por transformar e transportar a energia proveniente dos alimentos ao pulmão,equilibrando as funções fisiológicas, emocionais e psicológicas do organismo, responsável pelodesenvolvimento de opiniões, pensamentos e ideias, quando desregulado o fluxo se torna deficiente,assim como as funções (LIECHTI, 1994, p. 38; LUCA, 2008).

Enquanto o estômago (yang) é responsável pela digestão dos alimentos, no caso da síndrome emocionais,como traumas ou sociais, como evitar locais públicos por medo de um ataque de pânico se desenvolver,

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quando desregulado a digestão se torna deficiente, ou seja, algo que o indivíduo não foi capaz de lidar,causando uma confusão mental e consequente ansiedade pelo motivo do desequilíbrio ser desconhecido(LIECHTI, 1994, p. 38; LUCA, 2008).

Dessa forma, o shiatsu trabalha através de movimentos estimulantes no meridiano do baço-pâncreas paraaumentar a fluidez do Ki fazendo com que atinja adequadamente todos os órgãos e vísceras, uma vez quese torna deficiente, e movimentos sedantes no meridiano do estômago, uma vez que a confusão é umestado de euforia, caracterizado pela presença de azias, e deve-se acalmar para o compreendi mento doque possa ter promovido o desequilíbrio (CHOU, 2009).

Segundo Flores (2010) apud Coco (2001) em seu estudo sobre a qualidade de vida dos trabalhadores deuma empresa relatou que o desenvolvimento da síndrome do pânico é comum nos funcionários, dessaforma citou o shiatsu como eficaz para o alívio das dores musculares, da depressão e da ansiedade, porpromover o fortalecimento e reequilíbrio dos órgãos e vísceras, porque quando há a estagnação do Ki, aenergia que atinge os órgãos é deficiente, iniciando o processo da doença.

E também segundo Sena Filho (2006) em seu estudo sobre a atuação das terapias complementares nosfatores cognitivos e emocionais de psicopatologias como a síndrome do pânico, citou o shiatsu comoeficaz na melhora da ansiedade e dores musculares, por amenizar a tensão muscular e a exaustão.

As dores musculares relacionam-se aos meridianos do fígado (yin) e da vesícula biliar (yang), em que ofígado é responsável pela fluidez do Ki e consequente fluidez das emoções, promovendo melhor fluxoenergético e equilíbrio, porém quando desregulado, resulta em desequilíbrios emocionais (AZEVEDO;HERSZKOWICZ; ROCHA, 2010).

Enquanto o meridiano da vesícula biliar (yang), é responsável pela tomada de decisões e em desequilíbriogera a instabilidade, dessa forma o shiatsu trabalha através de movimentos estimulantes, atingindoprofundamente os músculos, aumentando a circulação sanguínea e promovendo consequente aquecimentoe fluidez que auxiliam o processo de remoção dos nódulos musculares, pontos de energia estagnada ealívio das dores (AZEVEDO; HERSZKOWICZ; ROCHA, 2010; CHOU, 2009).

Segundo Pessoa (2008), na síndrome do pânico o medo é provocado por desgaste emocional, frustação eestresse, dessa forma cita o shiatsu por reestabelecer o equilíbrio das energias do corpo, sem causarefeitos colaterais.

O shiatsu atua promovendo movimentos rápidos e vigorosos nos meridianos a serem estimulados como abexiga (yang) e o rim (yin), relacionados à água, que em desequilíbrio promovem o medo, dessa forma osmeridianos devem ser trabalhados no sentido descendente e ascendente, respectivamente, ou seja, opostoao que está prevalecendo, uma vez que yang é ascendente e yin descendente, para promover o equilíbrio.(SILVA, 1997, p. 1-43).

O rim armazena a essência ancestral e pós-natal, monitora a atividade do Ki e é o suporte das forçasopostas yin e yang. Quando em desequilíbrio não executa suas funções corretamente, assim o shiatsu atuade maneira estimulante com movimentos ascendentes em ambos os meridianos, para aumentar a energia,resultando no equilíbrio, enquanto a bexiga transforma a água em energia e elimina emoções negativas,quando em equilíbrio (PINHEIRO, 2011).

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Segundo Teodoro (2010), a angustia é um dos sintomas relacionado à síndrome do pânico, dessa formacita o shiatsu como terapia complementar para equilibrar o fluxo da energia vital e consequentemente,relaxamento e diminuição do estresse promovendo bem-estar, acrescentando as chances de recuperaçãodo individuo.

Na angustia, os meridianos desestabilizados são os do coração (yang) e do intestino delgado (yin), em queno primeiro é excelente sua estimulação para diluir a angustia, ajudando o músculo cardíaco a reagir,tranquilizando seus movimentos e equilibrando as suas funções, enquanto no segundo sua estimulação éexcelente para melhorar a aceitabilidade e entendimento daquilo que é encaminhado ao indivíduo, umavez que se relaciona com a digestão, absorção e separação, sendo fundamental no processo de descobertada causa (VACCHIANO, 2010).

Outro órgão relacionado à angústia denomina-se timo, localizado aproximadamente no centro do esterno,atinge seu tamanho máximo na puberdade, fase de mutações emocionais constantes e após, diminuigradualmente. Pelo shiatsu é conhecido como ponto da angústia e remete a caixa de pandora da mitologiagrega, aonde todos os sentimentos do mundo foram guardados. Dessa forma, entende-se que todos ossentimentos e traumas vivenciados pelo indivíduo ficam retidos, gerando desequilíbrio e sendo um fatordesencadeante da síndrome (PEREIRA, 1996; MONTANARI, 2016).

CONSIDERAÇÕES FINAIS

O estudo concluiu que o shiatsu pode ser um complemento eficaz no tratamento dos sintomas de medo,angústia, dores musculares, depressão e ansiedade, através do reequilíbrio fisiológico e energético,indicada então ao tratamento da síndrome do pânico, porem se faz necessário mais comprovações pormeio de estudos práticos.

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[1] Graduanda do Curso de Bacharelado em Estética – FHO/Uniararas.

[2] Graduanda do Curso de Bacharelado em Estética – FHO/Uniararas.

[3] Mestre em Ciências Biomédicas (Fisiologia) pelo Centro Universitário Hermínio Ometo –FHO/Uniararas (2013), Especialista em MBA em Cosmetologia pelas Faculdades IntegradasMetropolitanas de Campinas METROCAMP – 2008. Graduação em Tecnologia em Estética pelo CentroUniversitário Herminio Ometto (2006). Docente do curso de Bacharelado em Estética do CentroUniversitário Herminio Ometto com experiência na área da Saúde, com ênfase em Estética e coordenadordo programa de estágio supervisionado do Curso de Bacharelado em Estética nas áreas de TerapiasManuais e Estética facial/ corporal – Campinas e professor do Curso de Bacharelado em Estética –FHO/Uniararas. Pós-graduando em Terapia Ayurveda pelo Instituto de cultura Hindu Naradeva Shala

[4] Pós doutorando em Psicologia Clínica pela PUC-SP. Possui doutorado (2014) e mestrado (2007) emPsicologia (Psicologia Clínica) pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Possui graduação(bacharelado e licenciatura) em Psicologia pela Universidade Metodista de Piracicaba (2003). Atua há 13anos como psicoterapeuta de enfoque psicanalítico e há 09 anos como consultor. Atualmente realiza afunção de psicólogo clínico (de enfoque psicanalítico) e organizacional. É consultor credenciado aFESPSP (Fundação Escola de Sociologia do estado de São Paulo), como também foi consultorcredenciado a Fundap (secretaria de gestão pública do estado de São Paulo) durante 08 anos, prestandoserviços na área da educação e saúde. É proprietário da empresa HGS consultoria, atuando comopesquisador e consultor público. Atua como professor, em regime parcial, do Centro UniversitárioHermínio Ometto de Araras. É revisor da revista Subjetividades (Programa de pós-graduação emPsicologia da UNIFOR), da revista Administração em Diálogo (PUC-SP), do periódico latino Spacios(localizado em Caracas – Venezuela), dos periódicos americanos science and Education Publishing ePsychology Research, ambos com sede em New York, como também da revista psicologia revista (daPUC-SP). Tem 5 livros de psicanálise lançados nos Estados Unidos, Inglaterra e China, dois livros depsicanálise publicados no Brasil, 15 artigos nacionais publicados, 22 trabalhos publicados em países daAmérica latina (Argentina, Uruguai, peru e Guatemala) e 84 resumos publicados em congressos nacionaise internacionais.

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A Caminhada Orientada por um Profissional de Educação Físicae seus Benefícios

by Naianna Regina Pereira Ramos - terça-feira, julho 11, 2017

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RAMOS, Naianna Regina Pereira [1]

MACIEL, Rosana Mendes [2]

RAMOS, Naianna Regina Pereira; MACIEL, Rosana Mendes. A Caminhada Orientada por umProfissional de Educação Física e Seus Benefícios. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo doConhecimento. Edição 03. Ano 02, Vol. 01. pp 294-312, Junho de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

O presente estudo se trata de uma revisão bibliográfica sobre a importância da prática de caminhadascomo fator de promoção e manutenção de uma vida mais saudável, tanto física como mentalmente.Descreve fatores motivacionais relevantes a essa prática, capazes de fazer com que as pessoas façam dacaminhada uma atividade constante e regular em seu dia-a-dia e, para melhores benefícios nessa prática,quando acompanhados por um profissional de Educação Física. O objetivo principal foi tratar essesbenefícios para a saúde dos praticantes, em especial quando acompanhados por um profissional deEducação Física. A metodologia utilizada nesse estudo foi uma pesquisa bibliográfica como base teórica,por meio da revisão da literatura referente a este tema, com abordagem qualitativa. Com base na pesquisarealizada, constatou-se que a realização de caminhadas com acompanhamento de um profissional torna aatividade mais eficaz, prazerosa, mais vezes praticada, com resultados muito positivos na promoção emanutenção de saúde física e psíquica dos indivíduos.

Palavras-chave: Caminhada, Saúde, Benefícios, Profissional de Educação Física.

INTRODUÇÃO

A caminhada pode ser uma ótima aliada para uma vida saudável, sendo também uma excelente atividadefísica de início para quem ficou durante muito tempo afastado do exercício ou para os mais sedentários. Écomum que as pessoas desanimem quando o assunto é caminhar. O melhor é criar um planejamento paraa sua caminhada. As pessoas que não seguem um plano de caminhada chegam a um ponto que não sesentem desafiadas com esse tipo de exercício e começam a tê-la como uma atividade monótona

Dentro da Educação Física muitos aspectos podem ser abordados, neste estudo específico, é abordada aquestão da importância do acompanhamento de um profissional da área na realização de atividadesfísicas, em especial da caminhada, visando produzir resultados positivos tanto no bem-estar físico quantopsíquico.

Desse modo a escolha pelo presente tema se deu ao observar a prática de atividades físicas quando

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realizadas com o acompanhamento de um profissional proporciona resultados mais rápidos e eficazes,haja vista que os indivíduos, em grande maioria, não gostam de praticar atividades físicas, se por algummotivo se propõem fazê-lo é possível observar que elas buscam uma motivação para isso e querem obterresultados rapidamente.

Muitas vezes a motivação para a prática da atividade, se apresenta em forma de outra pessoa, umacompanhia, alguém com quem conversar durante a caminhada, distrair-se, ajudar a passar o tempo eassim não perceber o esforço que a atividade física significa para si, bem como a orientação de umprofissional para que os resultados sejam mais visíveis. Dessa forma o presente trabalho justifica-se poresclarecer os benefícios obtidos por pessoas que buscam o acompanhamento profissional para caminharou realizar outras atividades físicas.

Zanon (2012) esclarece que o profissional de Educação Física é o responsável por prescrever e orientar asatividades físicas, inclusive a caminhada. Ressalta ainda que ao ser elaboradas e orientadas por umprofissional, tornam-se um exercício físico, que pode ser definido como sendo uma sequenciasistematizada de movimentos de segmentos corporais diversos, executados de maneira planejada,conforme um determinado objetivo a ser alcançado.

O presente estudo busca elencar os benefícios da caminhada para a promoção e manutenção da saúdefísica e psíquica dos praticantes, por se tronar uma atividade estimulante, pois além do bem-estar físicoinerente a prática correta de alguma atividade física, agrega-se o valor do acompanhamento profissionaltornando a prática mais eficiente.

Ferreira (2014) conclui que de modo geral, a motivação que se tem em praticar atividades e/ou exercíciosfísicos com apoio profissional é bem maior do que quando se faz sozinho. Na caminhada, por exemplo;algumas pessoas são prescritas a caminhar, outras a fazem como hobby, como prática de atividade físicapara se evitar o sedentarismo, para manter a forma e como forma de prevenção para possíveis problemasde saúde, dentre diversos outros fatores, onde muitas pessoas procuram já iniciar sua prática nacompanhia de alguém para tornar a atividade mais prazerosa.

Este estudo busca o aprofundamento no assunto, por saber que a caminhada orientada pode trazermelhorias para a vida e até mesmo para a rotina diária de todos os adeptos a esse tipo de atividade físicapraticada na companhia de outra pessoa. Muitos se tornam sedentários devido ao fato de não gostarem depraticar qualquer tipo de atividade física, especialmente sozinho. Acredita-se que a escolha deste temapoderá proporcionar maiores e melhores conhecimentos além de talvez contribuir para futurasinvestigações a respeito do assunto.

Diante do exposto objetiva-se com esse estudo discutir sobre os benefícios da caminhada acompanhadapor um profissional de Educação Física.

METODOLOGIA

Para a elaboração do presente estudo foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório e qualitativo,sendo ela bibliográfica e documental com base na revisão da literatura de obras de autores renomadosreferente ao objeto de pesquisa.

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A dimensão empírica do trabalho de pesquisa fundamenta-se a partir de alguns dados pesquisabibliográfica e/ou documental, embasando em fundamentos que designam os benefícios da atividadefísica. Busca conhecer a motivação dos praticantes de caminha quando esta é realizada com oacompanhamento de um profissional.

Para Lakatos e Marconi, (2003), o conhecimento obtido por meio de procedimentos metodológicos quepossibilitam investigar a realidade de forma organizada, ordenada, seguindo etapas, normas e técnicas,por meio de aplicação de métodos preestabelecidos, buscando responder como e por que ocorrem os fatose fenômenos. Em outras palavras, o conhecimento científico resulta de pesquisa metódica e sistemática darealidade dos fatos. Quanto ao método se trata do caminho pelo qual se chega a determinado resultado,ainda que esse caminho não tenha sido fixado de antemão, de modo refletido e deliberado.

Em sentido geral Cervo e Bervian (2002) afirmam que método é a ordem que se deve impor aosdiferentes processos necessários para atingir um certo fim ou resultado. Na ciência, entende-se pormétodo o conjunto de processos empregados na investigação e na demonstração da verdade.

Segundo Brito (2004) a pesquisa se trata de uma atividade direcionada a solucionar problemas, por meioda utilização de uma metodologia para investigar e analisar as soluções, busca também algo novo noprocesso de conhecimento, colaborando para o desenvolvimento das diversas ciências e, não raramente,para o bem-estar da sociedade.

Santos (2009) afirma que toda e qualquer informação publicada seja ela por meio impresso ou eletrônicopode se tornar uma fonte de consulta. Os livros são as fontes de referências mais consultadas. Já os temaspublicados em periódicos tais como, jornais e revistas científicas, se tratam de informações que estão emfase de sistematização, ou seja, são estudos ou pesquisas que ainda serão oficialmente comprovadas, masque ainda assim podem ser utilizadas como referência.

Assim sendo o objetivo desta pesquisa é conhecer, havendo confirmação de hipóteses que nos leve aentender a motivação da caminhada realizada na companhia de outra (s) pessoas como fator positivo paraincentivar a realização de atividades físicas.

Para tal, foi realizada uma pesquisa bibliográfica e documental, com base na revisão da literatura delivros, revistas, artigos, dissertações, monografias, obtidos por meio impresso e via sites acadêmicos.Foram priorizados textos na língua portuguesa que abordem as temáticas sobre a caminhada comoatividade física regular, a motivação na realização de atividades físicas e os benefícios da caminhada emgrupo para a saúde global dos praticantes.

Lima (2009) complementa que a pesquisa bibliográfica é aquela formulada a partir da utilização demateriais já publicados, basicamente livros, artigos de periódicos e ultimamente também o materialdisponibilizado na Internet. Este método de pesquisa incide em ordenar e comentar o que outros autoresjá explanaram sobre o assunto, ressaltado as diferenças ou similaridades existentes entre as opiniões.

Para Fonseca (2002, p. 32):

A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências teóricas já analisadas, e publicadaspor meios escritos e eletrônicos, como livros, artigos científicos, páginas de web sites. Qualquer trabalho

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científico inicia-se com uma pesquisa bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já seestudou sobre o assunto. Existem, porém, pesquisas científicas que se baseiam unicamente na pesquisabibliográfica, procurando referências teóricas publicadas com o objetivo de recolher informações ouconhecimentos prévios sobre o problema a respeito do qual se procura a resposta

Brito (2004) explana que a pesquisa bibliográfica consiste na localização e consulta de fontes variadas deinformação escrita, com o intuito de coletar dados gerais ou específicos sobre um determinado tema, afim de esclarecer o tema por meio de materiais já elaborados.

Lima (2009) explica que a pesquisa de caráter exploratório, objetiva explanar maior familiaridade com asituação problema proposta, tornando-a clara ou ainda, procura formular hipóteses. Esse tipo de pesquisautiliza-se de levantamento bibliográfico, análise de exemplos que favoreçam a compreensão, dentreoutros. Tendo como objetivo principal desenvolver, explicar e transformar conceitos e ideias, tendo emvista à formulação de problemas mais específicos ou a descoberta de uma solução para um problema jáexistente.

FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA

A CAMINHADA COMO ATIVIDADE FÍSICA REGULAR

Oliveira (2012) afirma que o brasileiro, de forma geral, tem se tornado mais sedentário, trocandoatividades físicas, esportes e caminhadas pela televisão, avaliada como a opção de lazer principal dasdiversas camadas da população. Os processos produtivos cada vez mais modernos também tem sidoresponsável pela diminuição da pratica de atividades físicas. O modo de vida da maioria dos brasileirosdemanda cada vez menos gasto energético.

Barbosa Filho et al. (2011) citam que a prática regular de atividade física está diretamente relacionadacom a diminuição do risco de várias doenças como a hipertensão, diabetes tipo 2, aterosclerose, algumasformas de câncer, e com a melhoria na capacidade dos sistemas musculoesquelético e cardiorrespiratório,bem como favorece o crescimento físico saudável e o controle de peso corporal, melhorandosignificativamente a qualidade de vida dos praticantes.

O conceito de qualidade de vida segundo Goldner (2013) é subjetivo, complexo e multidimensional, hajavista que a definição de qualidade de vida pode ter interpretações diferentes, assim, compreende-se aatividade física como sendo toda e qualquer atividade praticada regularmente de forma orientada e depreferência com o acompanhamento de um profissional. A atividade física pode ser uma caminhadaalgumas vezes durante a semana durante cerca de 40 minutos com orientação ou determinação de umprofissional de Educação Física. O acompanhamento é uma necessidade fisiológica importante para odesenvolvimento saudável e eficaz da atividade física e do corpo.

Oliveira (2012) explica que a caminhada possui diversos benefícios tais como a diminuição do estresse,tensão e ansiedade, melhoria na autoestima, e redução das chances de se desenvolver depressão, alem deatuar na promoção da sociabilização, sendo uma oportunidade excelente de se relacionar e conheceroutras pessoas.

Caminhar é uma excelente atividade física, especialmente para quem está começando um programa de

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atividades. Melo (2012) afirma que a caminhada influencia beneficamente na melhoria do corpo, namelhora da função cardiovascular, dos níveis de condicionamento físico; auxilia na redução do peso e nofortalecimento dos músculos das pernas, evitando assim quedas e promovendo maior agilidade; aindareduz a pressão sanguínea, as taxas de colesterol no sangue, a possibilidade de doenças cardíacas, daosteoporose, do diabetes e do estresse, além de melhorar a autoestima, impedir a depressão e fazer novasamizades.

A caminhada segundo Ferreira (2014) é um exercício de natureza aeróbia. O exercício aeróbico écaracterizado pelo envolvimento de diversos grupos musculares em atividades enérgicas tendo comoresultado um gasto energético intenso.

Bernardo (2014) complementa que devido ao fato da caminhada ser uma atividade física aeróbia, elapromove a melhoria da qualidade de vida das pessoas que a praticam de maneira regular e sistemática.Segundo a autora ao caminhar, a respiração aumenta, os músculos fazem mais força, no sangue sãodistribuídos mais nutrientes, maior quantidade de impulsos nervosos e ocorre a aceleração dometabolismo. Os resíduos são eliminados de forma rápida, gastando as reservas energéticas e aumentandoa quantidade de sangue filtrado recebido pelos rins.

Os exercícios aeróbios de acordo com Ferreira (2014) promovem o aumento da capacidade defornecimento e utilização do oxigênio nos músculos, promovendo também o aumento do fluxo sanguíneo,auxiliando a conservação da integridade de artérias e veias, tornando mais difícil o acúmulo de gordura naparede dos vasos, reduzindo o risco de falecimento ocasionado por doenças cardiovasculares.

Gueriero (2004) explana que a perda da capacidade de caminhar prejudica as interações sociais e arealização das atividades cotidianas, portanto preservar a capacidade de caminhar do indivíduo é manter asua independência física e sua autonomia. Dentre tantas as vantagens apresentadas em se praticar acaminhada, ela também se faz importante por permitir ao indivíduo a prática de exercícios de maneiraautônoma. Sabe-se que o profissional de Educação Física é indispensável para a prescrição adequada deexercícios físicos, mas sabe-se também que o acesso a esses serviços ainda é para uma população restritaque possui mais informações e recursos financeiros.

Bernardo (2014) menciona que a caminhada se trata de uma das atividades físicas mais naturaisexistentes, devido ao fato de ser controlada facilmente, por poder ser praticada por qualquer pessoa e aqualquer momento do dia. Assim é importante que haja a mudança de hábitos, promovendo práticassaudáveis de modo a proporcionar uma melhoria na qualidade dos praticantes da caminhada.

De acordo com Lima et al. (2011) caminhar é fácil, agradável, barato, faz bem e se trata de uma formamuito eficiente de promover o emagrecimento, tonificar o corpo, proporcionando saúde mental e física.No entanto, é importante saber aproveitar o tempo disponível para a realização da caminhada que deve seracompanhada por profissional de educação física, para obter melhores resultados utilizando as seguintestécnicas:

[...] observe a batida do calcanhar que deve ser a primeira parte do pé a tocar o chão, depois à planta dopé e, por fim, os dedos; impulsione o corpo à frente, usando os glúteos e os músculos da parte posteriordas pernas; mantenha as costas e o abdome firmes e contraídos; use os braços, dobre o cotovelo em 90graus e inicie todo o movimento a partir dos ombros; mantenha os ombros em linha reta e não deixe o

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corpo girar na cintura, evitando o vai e vem dos quadris; use um tênis apropriado para caminhada, poiseste absorve mais o impacto com o solo; se você sentir dor nas pernas, diminua a velocidade e evite asladeiras; faça alongamento antes e depois das caminhadas; hidrate o corpo bebendo água antes, durante edepois do exercício. (SCHMOLINSKY, 1992, p. 01)

Bernardo (2014) esclarece que em virtude de sua praticidade a caminhada é uma das atividades físicasmais praticadas hoje em dia, por ser muito simples de ser realizada, haja vista que se trata de ummovimento natural do ser humano e não necessita de termos técnicos e aparelhamentos, permitindo oacesso das pessoas que procuram uma forma de vida ativa. Ao analisar que a caminhada é uma atividadeaeróbica, observa-se que ela ajuda na promoção da qualidade de vida dos praticantes.

É verdade que as pessoas em geral encontram grande dificuldade para introduzir no cotidiano o hábito doexercício. Mesmo a informação, lógica e racional, de que a ginástica ou outra atividade física praticadadiariamente trazem benefício para o organismo sob vários aspectos, inclusive estéticos, mostra-seinsuficiente para transformar o cerne de nossas dificuldades. Como afirma Miragaya (2006), háevidências científicas apontando que a prática de atividade física é uma ferramenta essencial para apromoção da saúde, porque ela inibe o surgimento e o desenvolvimento de fatores de risco quepredispõem ao aparecimento de disfunções crônico-degenerativas. Vários estudos epidemiológicos têmdemonstrado que indivíduos fisicamente ativos vivem mais que indivíduos sedentários e têm menorpropensão a desenvolver vários tipos de doenças crônicas.

O plano de caminhada, segundo Gueriero (2004) é sempre associado aos seus objetivos, o que torna oexercício muito mais eficaz e prazeroso, já que você sempre estará saindo da zona da facilidade doexercício para um nível um pouco mais intenso. É importante consultar um especialista para ajudar a criarum plano de caminhadas que atenda ao seu perfil e seus objetivos, que podem ser de fins estéticos, perdade peso, necessidades médicas, diminuição do estresse e melhora da saúde em geral.

No entanto, Lima et al. (2011) afirmam que os efeitos da caminhada só são obtidos para uma intensidadede no máximo de 7 km/hora. Após essa marcação, o corpo possui a tendência a adaptar-se ao esforçosendo necessário aumentar a intensidade para que o condicionamento físico continue a melhorar. Osautores afirmam ainda que para um rendimento ainda melhor, ao realizar a caminhada, é preciso escolheruma passada intensa, porém tolerável, para estimular a respiração. Por isso é importante que cada pessoarespeite seu próprio ritmo.

O objetivo da caminhada, de acordo com Piccolo (1995) é conseguir que as pessoas se tornem ativaspropondo uma atividade a qualquer momento e por qualquer um, jovem ou idoso. A medida em que acaminhada se torna uma atividade progressiva, a zona da frequência cardíaca alvo é atingida. Quandorealizada com longa duração, a caminhada é parte efetiva de um programa de controle de peso. Do pontode vista estético a prática de caminhada para auxiliar a perda de peso deve ser constante e ter um ritmomais intenso. Dentre uma enorme gama de opções para o indivíduo se manter fisicamente ativo, acaminhada é apontada como um dos seus principais recursos.

Mattos e Neira (2007) explicam que a Educação Física apresenta como característica própria da área, apossibilidade da construção de conhecimentos sobre a cultura corporal inerente à disciplina (jogos, lutas,danças regionais, esportes) que vão além de recursos amparados somente na palavra do professor, quemais se aproximam do ideal. Esses saberes deveriam por si traduzir-se em motivação suficiente para levar

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alguém a praticar alguma atividade física, seja ela esportiva ou não, ou mesmo uma caminhada, mas não éo que acontece e em grande parte as pessoas buscam em outras pessoas a motivação de que precisava parainiciar sua prática.

A prática de atividades físicas traz diversos benefícios à saúde. Miranda (2014) explana que os principaisproporcionados pela atividade física, inclusive pela caminhada, são a diminuição de peso, redução dapressão arterial, diminuição do colesterol ruim, do diabetes, da ansiedade, do estresse, além da redução dorisco de morte por doenças cardíacas. A caminhada ainda contribui para a melhora da capacidadecardiorrespiratória, do nível da força, do fortalecimento de ossos e articulações e da flexibilidade. No quese refere a saúde mental favorece o convívio social, a recuperação da autoestima, a regulação dassubstâncias relacionadas ao sistema nervoso, o estresse, auxilia na melhoria do fluxo sanguíneo para océrebro e colabora no tratamento da depressão.

No entanto, Melo (2012) ressalta que para que o sucesso desses resultados seja alcançando recomenda-seque os indivíduos pratiquem níveis adequados de atividade física e mantenham este comportamentodurante toda a vida. Para resultados de saúde diferentes são solicitados tipos de frequência e duração deatividades físicas diferentes. No mínimo 30 minutos de atividade física regular, com intensidademoderada algumas vezes por semana, diminui o risco de doenças cardiovasculares, diabetes e tipos decâncer.

O que se observa é que é comum não sentir vontade de se exercitar mesmo sabendo de todos osbenefícios que o exercício pode proporcionar, para isso é preciso que haja um fator importantíssimo que oleve a se exercitar constantemente, chamado motivação, o indivíduo por natureza precisa de motivosrelevantes que o faça a tomar algumas atitudes, mesmo em relação a si mesmo.

MOTIVAÇÃO PARA A PRÁTICA DA CAMINHADA

A motivação, conforme Gouveia (2007) exerce um grande efeito sobre as pessoas principalmente quandose refere à prática de atividades físicas em geral. Muitas vezes a motivação pode ser responsável peladecisão de uma pessoa realizar ou não alguma atividade física. O assunto relacionado à motivação pessoaltem alcançado grande importância nos dias atuais.

Rufini e Boruchovitch (2009) destacam que a motivação tem sido avaliada como elemento fundamentalno contexto da Educação Física, visto que influencia o envolvimento do aluno/pessoa e a qualidade daexecução da tarefa. Assim uma pessoa motivada mostra-se envolvida ativamente no processo deaprendizagem, engajando-se e persistindo em tarefas desafiadoras, despendendo esforços, usandoestratégias adequadas, buscando desenvolver novas habilidades de compreensão e domínio.

As complexidades de movimento do homem são resultado de tomadas de consciência ao longo de suaevolução. Foram conquistas vindas tanto da experiência coletiva como quanto das diversas etapas de seupercurso individual, das transformações e maturações do processo de formação de sua identidade.(BERTAZZO, 1998, p.51)

Schultz e Schultz (2002) explicam que a motivação, é um processo psicológico básico que auxilia nacompreensão das diferentes ações e escolhas individuais, é um dos fatores determinantes do modo comouma pessoa se comporta.

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Goldner (2013) explana que o bem-estar físico é sem dúvidas a principal área de ação da educação física,por se tratar de obter pessoas satisfeitas com sua imagem física e sua saúde mental, de modo que o bem-estar se reflita na vontade diária de praticar suas atividades, não apresentando um cansaço extremo, poisfoi corretamente orientada por um profissional. Outro ponto importante se refere a oportunidade de serelacionar e interagir com outras pessoas durante a prática de atividades físicas.

Melo (2012) ressalta que a caminhada é uma das atividades mais praticadas e indicadas, uma vez que nãonecessita de recursos e pode ser realizada em qualquer lugar como parques, calçadas, condomínios, ruas epraças. Sendo aconselhada por ser um movimento natural, de realização simples, além de não necessitarde habilidades peculiares, a mesma proporciona excelentes resultados, podendo ser realizada como fatorde promoção a saúde, ao condicionamento físico e ao lazer. Deste modo devido ao fato de ter fácil acessoe não proporcionar riscos, a caminhada é uma das atividades físicas mais indicadas para qualquer pessoa.

A caminhada de acordo com Bernardo (2014) é uma atividade importante para a promoção da saúde,podendo ser empregada para regular os níveis glicêmicos de pessoas com doenças diabetes mellitus, bemcomo colaborar para uma melhoria na qualidade de vida. A prática regular de atividades físicas podeproporcionar benefícios significativos a curto, médio e longo prazo. Durante a prática de atividade física,ocorre a alteração corporal, aumentando o consumo de energia corporal, acontece uma alteração naquantidade de gordura, dentre outros fatores. Os programas de exercícios, quando acompanhados por umprofissional, bem como o acompanhamento dos aspectos nutricionais são de suma importância para apromoção da saúde, a alteração da composição corporal e a melhoria da qualidade de vida.

Ferreira (2014) salienta que a prática regular da caminhada, pode proporcionar diversos benefícios taiscomo: a melhoria da saúde, estímulo dos grupos musculares, promoção da melhoria da coordenação entrepernas e braços, melhoria da capacidade motora, articular, muscular e cardiorrespiratória, ajuda naqueima de calorias reduzindo a gordura corporal, melhora a eficiência dos pulmões, coração e vasossanguíneos, promove o fortalecimento da musculatura dos membros inferiores, ajuda no combate àinsônia, promove maior contato entre corpo e natureza, melhora a interação social.

Sampaio (2009) complementa que a caminhada também proporciona benefícios psicológicos ao melhoraro estado de humor, diminuir a tensão, depressão e confusão, incitando o aumento do vigor e da vitalidade,agindo de forma direta no tratamento da depressão e da ansiedade.

Lima et al. (2011) explanam ainda que a caminhada colabora com o meio ambiente, haja vista que écomum que as pessoas utilizem os meios de transporte automotores para ir ao trabalho ou a qualquerlugar, quando poderiam caminhar, sendo um meio de locomoção que promove benefícios não só anatureza, mas às próprias pessoas. Ao sair de casa deixando seu automóvel, a pessoa pratica um ato desaúde dobrado, tanto para ele, quanto para o meio ambiente, reduzindo a produção de gases poluentesproduzidos por seu veículo.

Bernardo (2014) destaca a necessidade de que haja uma maior estimulação da prática de atividadesfísicas, principalmente da caminhada, desde que ela seja devidamente orientada por profissionais da áreade educação física, bem como o desenvolvimento de mais pesquisas que estudem os benefícios que estaprática pode proporcionar.

BENEFÍCIOS DA CAMINHADA COM A COMPANHAMENTO PROFISSIONAL PARA A

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PROMOÇÃO E MANUTENÇÃO DA SAÚDE

É sabido que o avanço tecnológico tem gerado uma grande comodidade e aumentado significativamente osedentarismo que por consequência causa redução das habilidades motoras. Lima et al. (2011) afirma quea caminhada auxilia na redução do processo de degeneração, conservação das funções orgânicas epromove a sociabilização, ocasionando benefícios físicos, biológicos e psíquicos para quem a pratica,contribuindo para qualidade de vida. Contudo, sem o acompanhamento devido de profissionais darespectiva área, pode acarretar pequenas lesões osteoarticulares e cardíacas, a caminhada geralmente éuma atividade física á praticada em locais mais próximos da residência ou do trabalho do praticante,muitas vezes sem nenhuma orientação ou acompanhamento de um profissional.

Não restam dúvidas que a caminhada é uma atividade física muito benéfica a saúde, no entanto, Trapé etal. (2014) explicam que quando ela é praticada sem o acompanhamento de um profissional da área deEducação Física, fato que geralmente ocorre com frequência, não é comprovado que este exercício físicoalcança a intensidade, frequência e duração apropriada para a promoção dos resultados esperados, umavez que é comumente praticada em praças, ruas e ou parques das cidades.

Lima et al. (2011) salientam que sem avaliação e acompanhamento de um profissional da EducaçãoFísica, podem ocorrer erros na quantidade e na intensidade da caminhada que podem ocasionar problemasortopédicos e estressores. Portanto, faz-se necessária a atuação desses profissionais para que ospraticantes da caminhada possam desfrutar de todos os benefícios dessa atividade.

Na prática de atividades físicas, o profissional de Educação Física tem uma função importante, uma vezque a atividade física é uma das melhores formas de interação, pois durante uma atividade física umindivíduo possui maior facilidade para relacionar-se. Isso deve em primeiro lugar pelos processosendócrinos que torna o indivíduo mais aceptivo e sensível a informações e em segundo lugar pelointeresse, de praticar a atividade física a fim de melhorar sua qualidade de vida, seja de forma física oupsíquica, emocional ou funcional, independente do motivo, a essência da atividade física está emproporcionar bem estar ao praticante.

Lima et al. (2011) explicam que é importante também seguir alguns pré-requisitos fundamentais, como aavaliação e prescrição da atividade física pelos seguintes profissionais: médico, nutricionista eprofissional de Educação Física dependendo da necessidade individual de cada pessoa, para que fatorescomo os objetivos pretendidos com a atividade física, necessidades, estado de saúde, condições locais,vestimentas, tempo disponível, sejam considerados com vistas a produzir um melhor resultado. Acaminhada se trata de uma excelente alternativa de atividade física de rendimento, sendo normalmenteorientada para possuir uma duração que varia entre 20 a 60 minutos sendo praticada de 3 a 5 vezes porsemana, com progressão conforme a intensidade de exercício, podendo ser praticada por ambos os sexos,sem restrições em relação à idade.

Para Freitas (2013) haja vista que o Profissional de Educação Física é também um profissional de saúde,este deve partir do conceito de que a utilização de um programa de atividade física dependefundamentalmente de sua visão científica, de sua experiência e do que possa realizar. O profissional deEducação Física, precisa, portanto repensar sua função, atribuindo um significado coerente ao seu papelna sociedade ao promover o aumento da mudança de estilos de vida por meio da prática de atividades e,por consequência, formar pessoas com hábitos de vida mais saudáveis.

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Lima et al. (2011) explicam que o profissional de Educação Física precisa analisar se a atividade físicanão está sendo estressante, se o tênis é apropriado e consegue amortecer o impacto das passadas, se asroupas são leves e claras de modo a absorver o suor, se as atividades estão sendo realizadas em umambiente agradável, preferencialmente arborizado e com solo de terra, grama ou areia batida.

Para Freitas (2013) profissional de Educação Física é responsável por prescrever, orientar e acompanharqualquer pessoa que decida realizar alguma atividade física. A intervenção profissional na caminhadasugere necessariamente que o educador físico precisa estar apto para realizá-la de tal forma aproporcionar resultados eficazes de maneira segura, correta e saudável.

O profissional de Educação Física, conforme Lima et al. (2011) também deve estar atento em relação aalterações fisiológicas e de gênero as quais caracterizam as necessidades nutricionais em razão dasdemandas energéticas, metabólicas de cada indivíduo, bem como distúrbios alimentares como a anorexiaou bulimia.

Os autores supracitados ressaltam ainda a existência de alguns sintomas que caso sejam percebidos após aprática da caminhada faz-se necessário que se procure um médico. Esses sintomas incluem tontura, fadigaem excesso, sudorese intensa, irregularidade nos batimentos cardíacos, falta de ar intensa na recuperaçãoe dor no peito. É importante que o profissional avalie o desempenho dos praticantes que acompanha detempos em tempos afim de promover a manutenção da saúde, bem como modificar o ritmo, intensidade eobjetivos da caminhada conforme a necessidade de cada indivíduo.

Portanto é possível perceber a caminhada, embora seja uma atividade física muito simples, é capaz deproporcionar diversos benefícios ao organismo. Para tanto, basta que a caminhada seja feita corretamente,com energia e disposição, sempre com o acompanhamento de um profissional que poderá orientar quantoa melhor forma de realizá-la.

CONCLUSÃO

A caminhada devidamente orientada por um profissional de Educação Física realizada de maneiraregular, aumentando o ritmo e a duração gradativamente, possui excelentes resultados para a melhoria dasaúde e da qualidade de vida como um todo. É uma atividade física recomendada em especial parainiciantes, gestantes ou idosos, por ser de fácil realização, não requer habilidades especiais, possui puçáscontraindicações, a não ser em pessoas com alguma doença contraindicada para essa prática. Possui baixorisco de lesões articulares.

A caminhada contribui de forma significativa para a melhoria da qualidade de vida no que se refere aosaspectos biológicos, sociais e psíquicos. Entretanto é importante que ela não seja realizada de formadesordenada, sem que haja o acompanhamento de um profissional de Educação Física, bem como semantes passar pela avaliação de outros profissionais da saúde que poderão contribuir com orientaçõesapropriadas a respeito da preparação, cuidados durante a atividade e a alimentação, com o intuito deproporcionar um resultado eficiente dentro do esperado pelo praticante.

No entanto, vale salientar que resultados de perda calórica, diminuição da pressão arterial, melhoria dosíndices de glicose, bem como outros benefícios dessa atividade são determinados de acordo com aintensidade com que a caminhada é realizada.

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Portanto, pode-se concluir que a prática da atividade física com acompanhamento de um profissional deEducação Física é essencial para a obtenção de uma boa qualidade de vida, além do mais, caminhadaproporciona regulações importantes na manutenção da saúde emocional e na melhoria da saúde clínica.Emocionalmente, a caminhada leva o praticante a regular o metabolismo proporcionando ainda sensaçãode prazer, alegria, diminui o estresse, reduz a obesidade, mantém níveis de colesterol e glicose,proporciona estabilidade ao sistema nervoso central, favorece o aumento da concentração, melhorando acapacidade de raciocínio. Fisicamente, reduz taxas de glicose, colesterol, promove a perda de peso e ébenéfica para o sistema cardíaco e circulatório.

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[1] Graduanda do Curso de Bacharel em Educação Física. Faculdade Patos de Minas (FPM).

[2] Mestre em Educação. Universidade Federal de Uberlândia (UFU).

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A cirurgia Damage Control no paciente traumatizado

by Desriée Oliveira Karasek Hazime - sábado, outubro 20, 2018

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ARTIGO DE REVISÃO

HAZIME, Desirée Oliveira Karasek [1], SCHERWINSKI, Rubeneide da Rocha Ferreira [2], OLIVEIRA,Renato Leão [3]

HAZIME, Desirée Oliveira karasek. SCHERWINSKI, Rubeneide da Rocha Ferreira. OLIVEIRA, RenatoLeão. A cirurgia damage control no paciente traumatizado. Revista Científica Multidisciplinar Núcleodo Conhecimento. Ano 03, Ed. 10, Vol. 05, pp. 121-130 Outubro de 2018. ISSN:2448-0959

RESUMO

A cirurgia de damage control é amplamente aceito e utilizado pelos médicos em pacientes traumatizados.Os pacientes em sua maioria vão a óbito devido a instalação da tríade letal (hipotermia, coagulopatia eacidose). Esse tipo de cirurgia surgiu com a finalidade de diminuir a mortalidade desses pacientes atravésda redução do tempo cirúrgico e estabilização dos parâmetros fisiológicos antes da reparação das lesões.Este estudo contextualizou as indicações da cirurgia e a tríade letal. Fica evidente a necessidade de umprotocolo para orientação dos médicos na indicação da cirurgia damage control, evitando assim asubjetividade e a dependência da experiência desse profissional.

Palavras-chave: Damage Control, Controle de Danos, Cirurgia, Trauma.

1. INTRODUÇÃO

O termo damage control (controle de danos) tem origem na terminologia naval usada para designar asreparações estritamente necessárias a realizar num navio com o objetivo de terminar a missão e regressarao porto, onde as reparações definitivas teriam lugar. (1) A cirurgia damage control parte do mesmoprincípio, uma vez que um traumatizado grave, com baixas reservas fisiológicas, deve ser sujeito apenasaos procedimentos estritamente necessários no momento, interrompendo-se o procedimento cirúrgico atérecuperação da estabilidade fisiológica numa unidade de cuidados intensivos(2).

Esta técnica cirúrgica, que começou a ser divulgada em 1983 por Stone et al. (3), foi realizada empacientes que desenvolviam coagulopatia. A cirurgia era o mais breve possível, controlando-se ahemorragia através de tamponamento abdominal, de reparação de vasos maiores e de ligação seletiva dosrestantes vasos(3).

Em 1993, Rotondo et al. introduziram pela primeira vez o termo “damage control”, descrevendo oprocedimento em três fases consecutivas. A primeira fase consistia no controle cirúrgico da hemorragia eda contaminação, de forma rápida e eficaz, adiando a reparação definitiva e terminando o procedimento

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rapidamente após tamponamento intra-abdominal através do encerramento temporário da paredeabdominal. A segunda fase tinha lugar na unidade de cuidados intensivos, com o objetivo de corrigiralterações fisiológicas e de otimizar os valores hemodinâmicos. A última fase consistia num segundoprocedimento cirúrgico, com reparação definitiva das lesões intra-abdominais e encerramento doabdômen(2).

No estudo realizado por Rotondo, concluiu-se que em traumatizados muito graves, com um InjurySeverity Score (ISS) médio de 23,8, a sobrevida dos doentes submetidos a damage control era muitosuperior à dos controles, sujeitos a laparotomia convencional (sobrevida de 77% nos sujeitos contra 11%nos controles). Concluiu-se assim o benefício da aplicação da técnica de damage control em pacientesselecionados com lesões vasculares major e múltiplas lesões viscerais(2).

A cirurgia de damage control está dividida em cinco fases distintas, a primeira das quais é a seleção depacientes e a decisão para recorrer a damage control. Esta fase enfatiza a necessidade do reconhecimentoprecoce da potencial necessidade de damage control. Para esse efeito, foram desenvolvidos critérios deseleção de pacientes que ainda são controversos e que serão objeto de posterior desenvolvimento(1,4). Asegunda fase consiste no procedimento propriamente dito, com controle da hemorragia através dotamponamento abdominal e da contaminação e do encerramento temporário do abdome(2,1). A terceirafase consiste no recobro numa unidade de cuidados intensivos, com recuperação das alteraçõesfisiológicas. A quarta fase consiste na cirurgia definitiva, após estabilização do doente, com reparaçãodefinitiva das lesões, sendo ainda, controverso o tempo correto para a sua realização. Por último, oencerramento definitivo da parede abdominal, após a resolução do edema e da hemorragia, realizado semtensão, para evitar desenvolvimento da síndrome do compartimento abdominal(1).

Segundo um estudo retrospectivo realizado em 2006, com o objetivo de identificar os erros mais comunsque contribuem para mortalidade evitável em contexto de trauma, 8% desses erros constituíram numatraso em recorrer a damage control em politraumatizados graves(5).

Carrilo et al. em 1993 propuseram como critérios para recorrer a damage control uma perda inicial desangue superior a quatro litros ou doentes que tivessem determinados parâmetros fisiológicos,nomeadamente pH menor que 7.25 e temperatura corporal menor que 34ºC(6). Garrison et al. em 1996sugeriram como indicadores pré-operatórios para realização de damage control um ISS superior a 35,tempo total de hipotensão superior a 70 minutos, tempo de protrombina (PT) superior a 19 segundos,tempo de tromboplastina ativada (aPTT) superior a 60 segundos, numero total de transfusões superior a15 unidades de concentrado de eritrócitos e pH menor que 7.2(6).

2. OBJETIVO

Esta pesquisa teve como objetivo elucidar as indicações da cirurgia damage control no pacientetraumatizado e discorrer sobre a tríade letal.

3. METODOLOGIA

Trata-se de um estudo do tipo descritivo o e retrospectivo bibliográfico.

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Após a definição do tema foi feita uma busca em bases de dados virtuais em saúde, especificamente naBiblioteca Virtual em Saúde (BVS/Bireme). Foram utilizados os descritores: damage control, controle dedanos, cirurgia, e trauma. Foram selecionados no total 17 artigos que estavam no Sistema Latino-Americano e do Caribe de informação em Ciências da Saúde (LILACS) e Scientific Electronic Libraryonline (Scielo), com base nos quais foi feita uma revisão da literatura sobre o tema.

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 INDICAÇÕES DE CIRURGIA DAMAGE CONTROL

A. Fase 1: Seleção do Paciente

A primeira fase da cirurgia de damage control consiste na seleção de doentes, enfatizando-se anecessidade de um reconhecimento precoce dos doentes em risco de desenvolver a tríade letal. Nopassado, o damage control era visto como uma medida de último recurso, logo a decisão para realizar estacirurgia era feita tardiamente, o que afetava negativamente no resultado(1).

As indicações para damage control são geralmente divididas em seis categorias: 1ª - incapacidade deconseguir uma hemostasia eficaz devido a coagulopatia. 2ª - lesões vasculares maiores e inacessíveis. 3ª -antecipação da necessidade de procedimentos complexos e morosos num doente com reservas fisiológicaslimitadas. 4ª - necessidade de controle não cirúrgico de lesões que colocam a vida do paciente em risco. 5ª- incapacidade de fechar o abdome devido o edema visceral. E por último, necessidade de acessarposteriormente os conteúdos abdominais, como quando ocorrem lesões viscerais muito extensas(7).

B. Fase 2: Laparotomia Inicial

Controle da hemorragia intra-abdominal e contaminação, por meio do tamponamento intra-abdominal,seguido do fechamento temporário do abdome(8,9,10).

O abdome é inicialmente tamponado em quatro quadrantes separados(8,10). Depois se inicia o controle dacontaminação por meio de compressas, clampeamento vascular, e cateteres munidos de balonetes(8,10,11).

C. Ressuscitação em Unidade de Terapia Intensiva - UTI

O paciente é levado à UTI para restauração de seu status fisiológico, a partir de aquecimento, correção dacoagulopatia e acidose, redução da transfusão de cristalóides, suporte ventilatório, monitorizaçãocardiorrespiratória, soluções de reposição, antibioticoterapia e transfusão sanguínea(8,10).

D. Cirurgia Definitiva

A cirurgia definitiva planejada o paciente encontra-se hemodinâmicamente estável, sem distúrbios decoagulação e com a homeostase restabelecida. Em alguns casos o paciente pode necessitar de reoperaçãonão planejada devido hipertensão abdominal, hemorragia ou infecção intra-abdominal com o objetivo desalvar a vida(8,10).

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E. Fechamento da Parede do Abdome

O fechamento ideal nem sempre é possível, mesmo recorrendo-se aos recursos semelhantes utilizados noprimeiro ato operatório, até a diminuição do edema, diminuição do espaço entre fáscias musculares ereaproximação da pele sem exposição do conteúdo da cavidade ou excesso de tensão(8,9,1).

4.2 TRÍADE LETAL

A questão primordial diante de trauma grave é constituída pela instabilidade fisiológica que cursa com “atríade da morte”, composta por hipotermia, acidose metabólica e coagulopatia(12).

Fonte: autor

Figura 1: Tríade Letal

4.2.1 HIPOTERMIA

O prognóstico da hipotermia é muito mais grave nos pacientes traumatizados do que nos restantes doscasos, tendo-se estabelecido uma classificação própria. A hipotermia ligeira define-se como temperaturasno intervalo entre os 34ºC e os 35ºC, hipotermia moderada define-se como temperaturas entre os 34ºC eos 32ºC, e a hipotermia grave define-se como temperaturas inferiores a 32ºC(13).

Em um estudo demonstraram uma relação linear entre a taxa de mortalidade e o grau de hipotermia emdoentes traumatizados, com taxa de mortalidade próxima de 100% para temperaturas inferiores a 32ºC,definindo assim a hipotermia como um fator de risco independente. No mesmo estudo, verificou-se umarelação linear inversa entre a gravidade do trauma (definido pelo Injury Severity Score) e a temperaturacorporal. Verificou-se também uma maior necessidade de administração de fluídos, de transfusõessanguíneas e estadias hospitalares mais prolongadas no doente hipotérmico, quando comparado com umtraumatizado equivalente normotérmico(14).

Uma vez instalada, a hipotermia deve ser prontamente corrigida, pois sua correção é um fator de extremaimportância para o controle das demais alterações fisiológicas. Na tentativa de revertê-la, devem seradotadas, além das medidas já descritas, o emprego de: colchões térmicos, sistemas de aquecimento pela

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circulação de ar aquecido, irrigação de sondas gástricas e vesicais com solução salina aquecida a 39-40ºCe/ou irrigação das cavidades torácica ou abdominal através de drenos de tórax ou cateteres de diáliseperitonial(1,15,16).

A hipotermia provoca vários efeitos deletérios no organismo humano, sendo um dos mais reconhecidos acoagulopatia. As temperaturas corporais inferiores a 35ºC provocam alterações da cascata de coagulaçãopor interferência enzimática, com prolongamento do tempo de protrombina e do tempo de ativaçãoparcial da tromboplastina. A hipotermia também provoca disfunção plaquetária por diminuição daprodução de tromboxano B2 e da expressão de moléculas de superfície plaquetárias. Ocorre tambéminibição do sistema fibrinolítico, por interferência com o alfa-2-antiplasmina e com o inibidor da ativaçãodo plasminogénio(13).

4.2.2 COAGULOPATIA

A coagulopatia associada ao trauma é definida como hemorragia anormal ou excessiva de lesõestraumáticas, superfícies mucosas ou serosas e acessos vasculares ou aparecimento de hematomas emlocais não traumatizados, devido a alterações hemostáticas direta ou indiretamente associadas aotrauma(17).

A administração de fluidoterapia endovenosa é mais um mecanismo que reconhecidamente contribui parao desenvolvimento de coagulopatia, por diluição dos fatores de coagulação e das plaquetas e porcontribuir para o aparecimento de hipotermia, que como já se referiu pode causar distúrbioshemorrágicos(18).

A acidose também desempenha um papel importante no desenvolvimento deste fenômeno, uma vez que adiminuição do pH para valores próximos de 7 resulta numa diminuição da atividade enzimática dosfatores de coagulação. Adicionalmente, o aumento da concentração de íons de hidrogênio interferenegativamente na interação entre os complexos de fatores de coagulação e os fosfolipídios expostos àsuperfícies de plaquetas ativadas, o que diminui o nível de atividade dos fatores de coagulação(17).

O médico deve ter em mente que o uso de cristaloides nos pacientes em estado de hipocoagulabilidade éextremamente limitado, pois uso de solução salina a 0,9% e de Ringer Lactato aumenta a lesão porreperfusão, induz adesão leucocitária e acarreta a hemodiluição(14). A reposição de fatores de coagulaçãoe plaquetas é, portanto, fundamental nesses cenários. Para a correção da coagulopatia podem serutilizados plasma fresco, concentrado de plaquetas, fator recombinante VIIa, crioprecipitados, ácidotranexâmico e/ou reposição de cálcio(19,20).

4.2.3 ACIDOSE METABÓLICA

A acidose metabólica é o fenômeno relevante, resultante da hipoperfusão celular secundária ao choquehemorrágico. Pacientes com pH <7,2 apresentam redução da contratilidade miocárdica e do débitocardíaco, vasodilatação, hipotensão, bradicardia, arritmias cardíacas, redução do fluxo sanguíneorenal/hepático e diminuição da resposta às catecolaminas endógenas e exógenas(21).

A correção da acidose metabólica exige o controle das perdas hemorrágicas e a otimização da distribuição

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tecidual de oxigênio, através de transfusões sanguíneas e do aumento farmacológico do débitocardíaco(18).

A avaliação do efeito da acidose metabólica no prognóstico destes pacientes é complexa, no entantoverificou-se que o tempo necessário para a normalização dos níveis séricos de lactato é um importantefator de prognóstico em traumatizados graves, observando-se melhoria da sobrevida quando anormalização ocorre nas primeiras 24 horas(22).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

Nota-se que a falta de protocolos específicos para indicação do damage control, levam a dependência daexperiência e/ou agilidade do médico cirurgião para seletiva dos pacientes politraumatizados graves ecom isso diminuir a taxa de mortalidade nos mesmos.

Não há momento “divisor de águas” além do qual se deva interromper o ato cirúrgico e optar por“damage control”(8,10). A experiência clínica, até o presente momento, já demonstrou que quando feita demaneira correta e quando bem indicada, diminui a mortalidade em pacientes com traumas(1,6).

REFERÊNCIAS

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[1] Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil - Fernandópolis, Brasil.

[2] Graduanda em Medicina pela Universidade Brasil - Fernandópolis, Brasil.

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[3] Médico Especialista em Cirurgia Oncológica pelo Hospital de Câncer de Barretos, Brasil. Especialistaem Cirurgia Geral pela Santa Casa de Votuporanga, Brasil. Graduado em Medicina pela UniversidadeBrasil – Fernandópolis, Brasil. Professor do Curso de Medicina da Universidade Brasil - Fernandópolis,Brasil.

Enviado: Setembro, 2018

Aprovado: Outubro, 2018

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A Contribuição da Cromoterapia no Trabalho de Parto

by Simone Regina Alves de Freitas Barros - terça-feira, agosto 14, 2018

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BARROS, Simone Regina Alves de Freitas [1], FERREIRA, Fernanda Cruz Ramos [2], FALCÃO, PedroHenrique de Barros [3]

BARROS, Simone Regina Alves de Freitas; FERREIRA, Fernanda Cruz Ramos; FALCÃO, PedroHenrique de Barros. A Contribuição da Cromoterapia no Trabalho de Parto. Revista CientíficaMultidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08, Vol. 02, pp. 52-57, Agosto de 2018.ISSN:2448-0959

Resumo

Várias foram as civilizações antigas, como a egípcia, a grega, a indiana, a chinesa e outras que fizeramuso das cores para tratamento de saúde. As evidências científicas apontam que a cromoterapia é umaimportante terapia complementar indicada para a redução da dor, dilatação e controle da irritabilidadedurante o trabalho de parto. MATERIAIS E MÉTODOS: Pesquisa bibliográfica. A coleta de dados foirealizada de junho a outubro de 2017, por meio das seguintes bases de dados: Scientific Eletronic LibraryOnline (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências da Saúde (LILACS). Critériosde inclusão: estudos publicados entre 2010 e 2015, escritos em língua portuguesa ou inglesa e em formade texto completo sobre a temática. Foram identificados 240 estudos desses apenas 22 responderam aosobjetivos da pesquisa. CONCLUSÕES: Estudos apontam resultados positivos acerca da aplicação dacromoterapia nos aspectos biológicos, emocionais e psicológicos da mulher durante o trabalho de parto,embora tenha seus benéficos comprovados, essa terapia ainda é pouco divulgada no Brasil, sendonecessário o direcionamento e incentivo de pesquisas nessa área.

Palavras-chave: Parto, Dor, Cromoterapia.

Introdução

O vocábulo cromoterapia é formado por dois radicais: cromo que significa cor e terapia que correspondea tratamento ou terapia. Então, cromoterapia é o tratamento pelas cores (BALZANO, 2008).

Define-se Cromoterapia como a ciência que utiliza as cores do espectro solar para restaurar o equilíbriofísico-energético em áreas do corpo humano atingidas por alguma disfunção, com o objetivo deharmonizá-lo, atuando do nível físico aos mais sutis, entendendo-se que cada cor possui uma vibraçãoespecífica e uma capacidade terapêutica (MARTINS, 2010).

Segundo Balzano (2008), ela fundamenta-se em três ciências: Medicina entendida como a arte de curar;Física como a ciência que estuda as transformações da energia, a natureza e origem da luz, os elementosdo espectro eletromagnético, o comprimento da onda, frequência e velocidade da luz; Bioenergética como

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a ciência demonstra a existência do corpo bioenergético, analisando a energia vital. A luz éincontestavelmente a primeira fonte de vida.

Embora pareça novidade, a cromoterapia não foi inventada no século XX. Várias foram as civilizaçõesantigas, como a egípcia, a grega, a indiana, a chinesa e outras que fizeram uso das cores para tratamentode saúde. Na China e na Índia a cor era mais relacionada à Mitologia e à Astrologia. Na Grécia muitosfilósofos-médicos foram absorver o conhecimento da ciência médica na fonte egípcia, com os sacerdotesmédicos. Por tratar-se de uma prática milenar, não há registros precisos da origem da cromoterapia(MARTINS, 2010).

Especialistas e estudiosos acreditam que as células humanas possuem propriedades de luz e quedependendo da harmonização dessas células, ocorrem modificações no sistema de informação do corpo(LIMA, 2017).

Para Gaspar (2002), um elemento fundamental da cromoterapia é o efeito psicológico resultante, nãoapenas da interação física com a radiação luminosa, mas da percepção da cor. Esse efeito é muitoutilizado em Psicologia Ocupacional, Marketing e Saúde.

Os efeitos das cores são explicados como resultado das modificações que estas provocam no sistemanervoso. O estímulo colorido depois de captado pelos olhos e conduzidos ao cérebro e ali produzemtransformações bioquímicas que resultam em sensações psíquicas e somáticas (PINTO, 1997).

A Cromoterapia baseia-se nas propriedades terapêuticas das sete cores do arco-íris reveladas pelaincidência da luz solar nas gotículas de água da chuva, ainda suspensas na atmosfera. É como se cadagota fosse um prisma e quando os raios do sol tocam esse prisma, a luz se refrata em vermelho, laranja,amarelo, verde, azul, azul índigo e violeta, que são as cores também associadas aos centros de energiapresentes no nosso corpo, os chakras (SANTOS et al., 2007).

Na saúde a cromoterapia é uma terapia complementar reconhecida pela Organização Mundial de Saúde(OMS) desde 1976. É vista pela entidade como uma das principais técnicas complementares para tratardoenças tanto emocionais, como mentais e físicas (PEDROL, 2017).

No Brasil as práticas integrativas e complementares são definidas pela Portaria de nº 971, de 3 de maio de2006 do Ministério da Saúde que aprova a Política Nacional de Práticas Integrativas e Complementares(LEMOS et al., 2014).

Nos últimos anos, houve uma necessidade de mudança dos modelos de assistência à saúde da mulher,devido às limitações impostas pelo modelo biomédico. Atualmente os métodos terapêuticos nãoconvencionais vêm sendo utilizados no cuidado, manutenção e recuperação da saúde. Essas estratégiasutilizam recursos simples e seguros, convergentes à atenção à saúde da mulher e as propostas dehumanização da assistência ao parto e nascimento (BORGES; MADEIRA; AZEVEDO, 2011).

Sabe-se que os fatores psicológicos podem ter um papel decisivo no trabalho de parto. Elevados níveis deansiedade são em parte, responsáveis por perturbações e complicações do parto. Assim, os medos e aansiedade aparecem como preditores das complicações do parto (CUNHA, 2017).

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Alinhando-se ao uso da cromoterapia no trabalho de parto observa-se que no campo das práticasintegrativas e complementares essa terapia ainda é pouco explorada no Brasil, embora seja uma práticamilenar e eficaz (PEDROL, 2017).

As evidências científicas apontam que a cromoterapia através do uso das cores é uma importante terapiacomplementar indicada para a redução da dor, dilatação e controle da irritabilidade durante o trabalho departo (BARBIERI; GABRIELLONI; HENRIQUE, 2015).

Segundo Macedo e colaboradores (2008), a cromoterapia é vista como uma tecnologia de cuidado duranteo trabalho de parto.

Sendo assim, este trabalho pretende responder ao seguinte problema de pesquisa: Quais as contribuiçõesda cromoterapia para o trabalho de parto perante os achados da literatura?

Diante deste contexto, pretende-se com esse trabalho aprimorar conhecimentos acerca do uso dacromoterapia no trabalho de parto e elucidar os seus benefícios à luz das evidências científicas.

Materiais e método

Atendendo à proposta da investigação, optamos por desenvolver uma pesquisa bibliográfica do tiporevisão de literatura. Para elaboração do estudo, percorremos as seguintes etapas: estabelecimento doobjetivo da revisão; estabelecimento de critérios de inclusão e exclusão de estudos; definição dasinformações a serem extraídas dos estudos selecionados; análise dos resultados; discussão e apresentaçãodos resultados. Para nortear esta pesquisa, formulamos a seguinte questão: Quais as contribuições dacromoterapia para o trabalho de parto perante os achados da literatura?

A coleta de dados foi realizada de junho a outubro de 2017, por meio das seguintes bases de dados:Scientific Eletronic Library Online (SciELO) e Literatura Latino-Americana e do Caribe em Ciências daSaúde (LILACS). Os descritores utilizados para a coleta dos dados foram:parto, dor, cromoterapia. Todossegundo a classificação dos descritores em ciências da saúde (DeCS).

Os critérios de inclusão dos estudos para esta revisão bibliográfica apontaram para estudos sobre atemática: cromoterapia no trabalho de parto publicada entre 2010 e 2015, escritos em língua portuguesa einglesa em forma de texto completo. Assim, excluíram-se os estudos com ano de publicação inferior a2010 e as duplicidades; também foram utilizados livros, a fim de complementar a discussão dosresultados, devido à escassez de artigos científicos brasileiros sobre o objeto de estudo abordado nessainvestigação. Nesse sentido, a análise crítica dos estudos incluídos foi baseada em conformidade com osobjetivos desta pesquisa em que se buscou: apresentar revisão de literatura sobre cromoterapia notrabalho de parto. Os autores utilizados neste estudo foram devidamente referenciados, respeitando eidentificando as fontes de pesquisa, observando assim, o rigor ético.

Resultados e discussão

Foram identificados 240 estudos nas bases de dados: SciELO e LILACS, porém considerando-se oscritérios de inclusão descritos, foram selecionadas 22 publicações.

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Sabe-se que um parto normal acontece sozinho, guiado pelo próprio corpo, portanto, pode sercompreendida fisiologicamente como uma cadeia sutil de hormônios, que vão acionando um ao outro econduzindo ao parto/nascimento. Quem comanda todo esse processo é a estrutura primitiva do cérebro,chamada de “sistema límbico” e composta pelo hipotálamo e hipófise. Durante o trabalho de parto, comoem qualquer outra experiência sexual, as inibições que podem acontecer no processo provêm da outraparte do cérebro, a mais moderna, denominada córtex ou neocórtex (KOEHLER, 2017).

Torna-se necessário na assistência obstétrica evitar fatores que estimulam a atividade do neocortex,permitindo que o cérebro primitivo funcione sem impedimentos e assim favoreça o trabalho de parto.Colocando-se em ação o modelo fisiológico previsto para um parto seguro e prazeroso (KOEHLER,2017).

A mulher no trabalho de parto experimenta as mais tocantes emoções, incluindo expectativa, dúvida,incerteza ou temor. Associadas a essa experiência emocional estão às dores que, com frequência, aslevam à exaustão (CAVALCANTE et al., 2007).

Contudo, esses fatores psicológicos podem desencadear altos níveis de ansiedade, responsáveis porestimularem a atividade do neocortex e impedirem que o trabalho de parto curse dentro dos padrõesfisiológicos. Assim, os medos e a ansiedade aparecem como preditores do parto com experiênciasnegativas (CUNHA, 2017).

Para Barbieri e colaboradores (2015), estas percepções conflituosas em relação ao parto podem serminimizadas com uma assistência humanizada que extrapole a dimensão biológica. Dentro dessecontexto insere-se a cromoterapia atuando nos aspectos físico, mental e emocional da mulher. Reduzindo-se ao máximo as ansiedades e temores dessas parturientes, favorecendo o pleno êxito do parto.

A tabela a seguir mostra o uso da cromoterapia no trabalho de parto segundo Barbieri e colaboradores(2015):

Tabela 1 - uso da cromoterapia no trabalho de parto

COR INDICAÇÃO CONTRAINDICAÇÃO

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A Eficácia do Tratamento Fisioterapêutico no Paciente comLúpus Eritematoso Sistêmico: Uma Revisão Bibliográfica

by Jairo Pinheiro da Silva - segunda-feira, agosto 20, 2018

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SILVA, Jairo Pinheiro da Silva [1], LAMAS, Dheliane Roberta Faria [2], INVERNIZZI, Rodrigo Negri [3]

SILVA, Jairo Pinheiro da Silva; LAMAS, Dheliane Roberta Faria; INVERNIZZI, Rodrigo Negri. AEficácia do Tratamento Fisioterapêutico no Paciente com Lúpus Eritematoso Sistêmico: UmaRevisão Bibliográfica. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 03, Ed. 08,Vol. 01, pp. 171-185, Agosto de 2018. ISSN:2448-0959

Resumo

O presente trabalho tem como objetivo mostrar através de dados que a fisioterapia pode ajudar de formapositiva pacientes de LES. Tendo como objetivo principal demonstrar como a atuação da fisioterapia éimportante aos portadores de Lúpus Eritematoso Sistêmico. Descrever recursos Fisioterapêutico quepossam amenizar as complicações provenientes das sequelas do Lúpus Eritematoso Sistêmico, a fim deproporcionar uma melhor qualidade de vida aos portadores dessa patologia. O resultado que se espera éque os pacientes acompanhados e submetidos a tratamentos fisioterapeuticos apresentem um melhordesempenho físico. A intenção do trabalho e mostrar que tratamento fisioterapêutico no portador do lúpusajuda na suas AVDS, não temos um tratamento para sumir a doença mas para amenizar o aparecimentode outras doenças que pode gerar e com o tratamento da fisioterapia agente consegue que a pessoa nãodesamina da vida, faz com que diminua as suas dores.

Palavras Chaves: Lúpus Eritematoso Sistêmico, Fisioterapia, Atividade de Vida Diária.

1. Introdução

Lúpus é uma doença inflamatória autoimune, desencadeada por um desequilíbrio no sistema imunológico,exatamente aquele que deveria proteger a pessoa contra o ataque de agentes patogênicos podendo semanifestar de uma forma cutânea (atinge apenas a pele) ou generalizada, ou seja, pode acometer qualquertipo de tecido no corpo humano. (LES) (SATO, et al., 2002; VELÁZQUEZ, 2005).

Estudos recentes mostram que os fatores genéticos e ambientais estão envolvidos no aparecimento dascrises lúpicas. Entre as causas externas, destacam-se a exposição ao sol, o uso de certos medicamentos,alguns vírus e bactérias e o hormônio estrógeno, podendo justificar o fato da doença acometer maismulheres em idade fértil do que os homens (AYACHE & COSTA, 2005; VELÁZQUEZ, 2005).

De acordo com Chartash (2001) os sintomas dependem basicamente do órgão afetado. Os mais frequentessão: febre, manchas na pele, vermelhidão no nariz e nas faces em forma de asa de borboleta, fotossensibilidade, feridas recorrentes na boca e no nariz, dores articulares, fadiga, falta de ar, taquicardia,

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tosse seca, dor de cabeça, convulsões, anemia, problemas hematológicos, renais, cardíacos e pulmonares.Portadoras de Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) podem ter dificuldade para engravidar e necessitam dealgumas medidas terapêuticas para levarem a gestação adiante. No entanto, a gravidez é possível, desdeque sejam realizados cuidados médicos permanentes.

Atualmente, sabemos sobre os benefícios da fisioterapia em diversas patologias sistêmicas, entre elas,Diabetes Mellitus; Hipertensão Arterial Sistêmica, é importante compreendermos os benefícios dafisioterapia no paciente com LES (NOGUEIRA, 2009).

A Fisioterapia é ciência que estuda, diagnostica funcionalmente e previne que os pacientes com distúrbioscinéticos funcionais, intercorrentes em órgãos e sistemas do corpo humano, trabalhando com doençasgeradas por alterações genéticas, traumas ou deformidades adquiridas (POLESE, 2009)

O objetivo da fisioterapia no tratamento de pacientes com LES é preservar, manter, desenvolver ourestaurar (reabilitação) a integridade de órgãos, sistemas ou funções. Utiliza-se de conhecimento erecursos próprios como parte do processo terapêutico nas condições psico-fisico-social para promovendouma melhoria da qualidade de vida (SKARE, 2007; NOGUEIRA, et al., 2009; POLESE, 2009)

O tratamento fisioterapêutico indiciará em pacientes portadores de LES uma possível recuperação ouimpedir que a doença venha progredir, por meios de mecanismos terapêuticos sistematizados pelosestudos morfológicos, fisiológicos, patológicos, bioquímicos, biofísicos, biomecânicos, cinéticos,sinérgicos, cinésico-patológico de órgãos e sistemas do corpo humano, além das disciplinascomportamentais e sociais do paciente (SKARE, 2007; POLESE, 2009).

2. Materiais e métodos

O presente estudo tratou-se de uma revisão bibliográfica integrativa de artigos científicos, procurandoincluir o maior número de abordagens metodológicas referente a outros métodos de revisões, fornecendoassim, um vasto suporte para tomada de decisões e melhoria na prática clínicaPara compor este estudo, osartigos selecionados foram através da busca eletrônica nas bases de dados Bireme (Biblioteca Virtual emSaúde), Pubmed, Scielo, PeDRO, Lilacs e Cochrane. Utilizamos como palavras chaves: LúpusEritematoso Sistêmico, Fisioterapia, Recursos Terapêuticos.

3. Revisão bibliográfica

3.1 Lúpus Eritematoso Sistêmico

O LES trata-se de uma doença inflamatória crônica, multissistêmica, de etiologia desconhecida e denatureza autoimune. (SATO, et al., 2002; VELÁZQUEZ, 2005).

As características clínicas da doença não são específicas e ocorrem de forma combinada. Normalmenteacomete diversos órgãos e sistemas, sendo os principais órgãos comprometidos pela doença os rins, asarticulações e a pele (DANCHENKO, 2006).

3.2 Etiologia do Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES)

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A etiologia e patogênese do LES continuam pouco compreendidas, no entanto, face à verificação levada acabo nas últimas décadas, é hoje aceite que o LES é uma doença multifatorial na qual a interação entrefatores ambientais e genes de susceptibilidade origina respostas imunes anormais que levarão aodesenvolvimento desta doença (MOREIRA & MELLO FILHO, 1992).

Fatores genéticos, ambientais e hormonais podem desempenhar desequilíbrios do sistema imune, como aprodução de anti-anticorpos, alguns dos quais comprovadamente participam da lesão tecidual (AYACHE& COSTA, 2005; VELÁZQUEZ, 2005).

Acredita-se que possa haver possibilidade do LES ser herdado, no entanto, a constatação da doença nospais ou avós não quer dizer que a pessoa terá a doença; entretanto, há uma maior disposição em manifestá-la. Sua etiologia sugere a combinação de fatores (genéticos, hormonais e ambientais), uma vez que aindustrialização e alterações nos hábitos de vida podem contribuir para o aumento dos índices do LES. Asjunções desses fatores em pessoas que são geneticamente predispostas podem gerar um desequilíbrio nosistema imunológico, favorecendo o aparecimento do lúpus (SATO, 1999; SATO et al, 2002; ZERBINI& FIDELIX, 1989).

Em estudos realizados por SATO, et al., 2002; VELÁZQUEZ, 2005 cerca de 90% dos indivíduos comlúpus são do sexo feminino e idade reprodutiva, iniciando na maioria do casos entre 15 e 40 anos deidade. Uma vez que a grande maioria dos pacientes com LES são do sexo feminino, verifica-se maiorrisco de desenvolver a doença aquelas que são expostas a contraceptivos com estrogênio ou terapia desubstituição hormonal.

No entanto, as crianças, sobretudo as meninas, homens e mulheres idosos também podem ser afetados(SATO, et al., 2002; VELÁZQUEZ, 2005). No Brasil, um dos maiores dados registrados de incidência deLES é na cidade de Natal no Rio Grande do Norte, onde demonstrava uma estimativa de 8,7 casos novospor 100.000 habitantes, dados estes do ano de 2000 (VILAR, RODRIGUES e SATO, 2003).

3.3 Fisiopatologia

No LES ocorrem várias anormalidades nas respostas do sistema imunológico celular e humoral comconsequente produção de auto anticorpos e deposição de imunocomplexos, que resultam nasmanifestações clínicas multissistêmicas da doença. Esses autos anticorpos são responsáveis, em grandeparte, pelas lesões teciduais características da doença (incluindo anemia hemolítica, glomerulonefrite,artrite e vasculite) e também por induzir alterações em outros elementos do sistema imunológico(KAYSER; ANDRADE, 2003). Estudos demonstram a presença de auto anticorpos (anticorposantinucleares, antiRo, antiLa, antiSm, antiRNP e anticorpos antifosfolipideos) antes da manifestação dadoença clínica.

Os anticorpos antinucleares foram identificados de forma precoce em comparação aos anticorposantiDNA e vários pacientes apresentam um aumento na concentração de antiDNA antes do diagnóstico.Os anticorpos AntiSm e antiRNP foram também identificados, sugerindo um alto nível de imunidade,resultando, portanto, em doença clínica. Os dados também sugerem que os anticorpos por si só nãonecessariamente resultam em doença clínica e que outros fatores, possivelmente genéticos e ambientais,podem ser importantes. Por meio desses achados, no futuro, haverá a possibilidade de prever o início da

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fase clínica do LES por meio da avaliação clínica e monitorização do desenvolvimento dos vários auto-anticorpos envolvidos na fisiopatologia do LES (D’ CRUZ et al., 2007). A presença de anticorposantinucleares (AAN) patológicos representa o ponto básico para o desenvolvimento do LES. É umfenômeno prevalente, que antecede em anos a eclosão clínica, serve como marcador diagnóstico e tempapel patogenético efetivo, uma vez que o dano tissular pode ser promovido pelo depósito de complexosimunes e pela presença de anticorpos citotóxicos reativos antinucleares (PASSOS, 2008).

No entanto, a presença de anticorpos antinucleares é fisiológicamente normal em humanos, desde que embaixas concentrações do tipo IgM. Esses anticorpos podem ser produzidos pela população especial delinfócitos B, que produz anticorpos IgM de linhagem germinativa como mecanismo inato de defesacontra patógenos usuais como o vírus de Epstein-Barr, o citomegalovírus e algumas espécies demicoplasma. Tendo um espectro amplo de reatividade, e baixa afinidade, reagem também contraantígenos nucleares e servem 16 fisiologicamente como auxiliares na opsonização de restos apoptóticos.Os linfócitos B naturais usualmente restringem-se à resposta IgM, admitindo-se mecanismos repressoresque bloqueiam a mudança de isotipo para IgG, o aumento da especificidade e da expansão folicular Tdependente, durante o desenvolvimento do LES (PASSOS, 2008).

No LES observa-se um excesso de restos apoptóticos nos interstícios e adjacências de células fagocíticas.Admite-se que podem ser induzidas pelas populações celulares com turnover aumentado; ou peladeficiência primária das opsoninas que mediam sua fagocitose; ou ainda pela incapacidade na digestãocelular do DNA. O excesso de restos apoptóticos e de antígenos nucleares pode induzir um estímulo àprodução de anticorpos antinucleares, em células B naturais, ou pela via celular T-independente, por meiode receptores inatos (tolllikereceptors) T-dependente, devido à ingestão desses fragmentos nucleares porcélulas dendríticas, subseqüente a apresentação a linfócitos T específicos e a sua apresentação a linfócitosB produtores de anticorpos antinucleares (PASSOS, 2008).

Durante este processo são expostos componentes nucleares e citoplasmáticos que não são habitualmenteremovidos pelo sistema imune, e podem ocasionar reações imunes contra elementos nucleares,citoplasmáticos e da membrana plasmática. Contudo, quando expostas a células apoptóticas, as célulasdendríticas não ativam as células T, e não induz em necrose. Durante o turnover normal dos tecidos, ascélulas apoptóticas são capturadas pelas células dendríticas e transportadas para os gânglios linfáticos. Oprocesso de tolerância em relação às células apoptóticas, pode haver tornado o indivíduo susceptível aoaparecimento de processos autoimunes e de auto-anticorpos característicos do LES (FONSECA, 2009).Como referido anteriormente, ocorre um acúmulo de restos apoptóticos nos centros germinativos dosgânglios linfáticos de pacientes com LES. Restos celulares e/ou nucleares são observados nas célulasdendríticas foliculares, que normalmente podem reter complexos imunes opsonizados por fatores docomplemento que promove a ativação das células B. Estas frações celulares podem então fornecer oestímulo necessário à sobrevivência de células B autorreativas, levando à sua diferenciação emplasmócitos e a secreção de auto-anticorpos presentes no LES. Além disso, na medula óssea de pacientescom LES também pode ser encontrada uma quantidade aumentada de restos apoptóticos, o que, apesar damedula óssea ser um local de intensa apoptose, é raramente observável em indivíduos sadios devido aremoção das células apoptóticas ocorrer por meio de um processo rápido (FONSECA, 2009).

As células B inatas, os anticorpos antinucleares naturais e o processo de apoptose são fenômenosfisiológicos que ocorrem em todos os indivíduos não portadores de LES. Por sua vez, no LES podeocorrer um desarranjo nesse equilíbrio. Dessa forma, a hiperreatividade do 17 sistema imune pode

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encontrar um vasto número de diferentes defeitos genéticos que têm como resultado final a respostaimune exacerbada. Esses defeitos, se isolados, talvez até tenham sido úteis na evolução, conferindoresistência contra patógenos diversos. Mas, se um indivíduo acumula vários desses defeitos, pordeterminismo da hereditariedade, o resultado pode ser uma doença autoimune. A maioria dos genescandidatos até hoje confirmadamente associados ao LES encaixa-se nessa categoria. E também os novosgenes que emergiram após os primeiros estudos pan-genômicos de alta vazão (GWA) (PASSOS, 2008).Os chamados “sinalizadores citoplasmáticos”, ou “elementos transdutores de sinal de membrana” sãomoléculas intermediárias entre o estímulo inicial no receptor e a resposta fisiológica da célula. Sãogeralmente fosfatases e cinasesprotéicas, que reagem em cadeia, de forma complexa e mediam, no casode linfócitos T e B, uma resposta estimulatória com expansão clonal e ativação, ou uma respostainibitória. Um grande número de sinalizadores tem sido descrito (PASSOS, 2008). De acordo com Skare(1999) nem todos anticorpos encontrados no lúpus são patogênicos. Existe alguns que causa doenças pelasua própria especificidade antigênica.

3.4 Manifestações Clínicas

Normalmente, pacientes com LES apresentam também fadiga, perda de peso, febre, náusea, cefaleia,depressão, vômitos, artralgias, mialgias dores nas juntas e nos músculos ocorrem em 90% dos casos. Osmúsculos podem ser gravemente danificados pela doença, podendo resultar em fraqueza e perda daresistência, caso não seja dado um tratamento adequado no início do problema (STEVENS, 2001)

Vários fatores são reconhecidos como contribuintes para a fadiga, como a atividade da doença, desordensde humor, padrões de sono inadequados, forma física aeróbica debilitada e presença de fibromialgia. Arelação entre a fadiga e a atividade da doença é controversa. Vários investigadores defendem que osdoentes lúpicos com fadiga apresentam uma maior sintomatologia da doença, artrites e menor contagemde linfócitos quando comparados com os doentes lúpicos sem fadiga, o que revela uma correlaçãosignificativa entre a fadiga e o índice de atividade da doença (KRUPP, 1990; TENCHET et al., 2000;WYSENBEEK et al., 1993; ZONNA-NACACH et al., 2000).

Outras características da doença são apontadas por Zerbini e Fidelix (1989) como a psicose e a depressãocomo as complicações neuropsiquiátricas mais frequentes. O fato das pessoas serem portadoras de doençacrônica tende a criar uma visão distorcida de que as mesmas têm razões para sentirem-se deprimidasdevido à doença, o que impede a realização de um diagnóstico precoce. Grande parte das crisesdepressivas em pessoas portadoras de LES tem curto período de tempo, desaparecendo em meses, masdevem ser tratadas com o mesmo empenho e persistência com que se trata qualquer outra expressão dacrise lúpica(ISENBERG, 1986).

É de extrema importância para o tratamento de o LES ter como medidas gerais: a educação do paciente eda família quanto à gravidade da doença, os recursos para o seu tratamento, a importância da atividadefísica. (POLESE, 2009).

Moreira & Mello Filho, 1992 Reconhecem que esse tipo de doença crônica tem uma dimensãopsicossomática prevalente, sendo importante considerar o estresse e o sofrimento psicossocial no seudesencadeamento, evolução, agravamento e possível controle. A necessidade de apoio psicológico, obteruma dieta balanceada, evitar o tabagismo também são medidas que devem ser tomadas.

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3.4.1 Manifestações do Aparelho Locomotor

As manifestações músculo-esqueléticas são freqüentes nas fases iniciais da doença, podendo a artralgiae/ou Artrite ser a principal queixa em aproximadamente 75% a 80% no momento do diagnóstico ecomprometer até 90% dos pacientes no curso da doença. O padrão articular predominante é de poliartritesimétrica episódica, de carácter migratório ou aditivo, e quase sempre não deformante. Na evolução dadoença, cerca de 10% a 15% dos casos podem evoluir para uma artropatia crônica ou do tipo Jaccoud,que se caracteriza por desvio ulnar seguido de subluxação, deformidades do tipo pescoço-de-cisne esubluxação das interfalangianas do polegar. Essas deformidades são decorrentes da instabilidadeprovocada pelo processo inflamatório crônico da cápsula articular, ligamentos e tendões. Outro quadroarticular importante no LES é a necrose avascular, que pode acometer vários sítios, sendo o maisfreqüente a cabeça femoral, e na maioria dos casos associada tanto ao tratamento com corticosteróidesquanto à atividade da doença.

A tenossinovite pode ocorrer em até 10% dos pacientes em qualquer fase da doença e ser independente doenvolvimento articular. Mialgia generalizada é comum durante os episódios de atividade da doença, porisso pode ser a queixa inicial em 40% a 45% dos casos. Entretanto, a miosite inflamatória envolvendomusculatura proximal com elevação de enzimas musculares, como a creatinofosfoquinase (CPK) e aaldolase, ocorre numa porcentagem menor, em torno de 5% a 10%.

3.4.2 Cutâneas

Segundo Wachner M e Mese G é importante lembrar que nem toda lesão cutânea é específica para lúpus,podendo decorrer de complicações do tratamento ou de outras dermatoses concomitantes, requerendocondutas diagnósticas e terapêuticas diversas.Considerando que a radiação ultravioleta B é a principalcausadora de fotossensibilidade e desencadeante das lesões cutâneas do LES, protetores solares usarsempre com frequência FPS 15 ou mais devem ser utilizados em quantidade generosa pela manhã ereaplicados mais uma vez ao dia. (Wachner M, Meser G, Kind P.167-174, 199).

Tendo lesões subagudas, lesões localizadas e lesões disseminadas. Nas lesões localizadas são indicadascomo tratamento a terapia tópica com corticoides não fluorado, nas lesões disseminadas indicasse terapiasistêmica, sendo uso de antimaláricos como primeira opção.

3.4.3 Manifestações Cardiovasculares e Pleuropulmonares

O envolvimento cardiovascular mais freqüente é a pericardite, sendo sintomática em 20% a 30% duranteo curso da doença, podendo ser observada como primeira manifestação em 5% dos casos. O quadroagudo pode ser isolado ou fazer parte de Serosite generalizada, particularmente associada à pleurite. Oecocardiograma pode revelar derrame ou espessamento pericárdico em até 30% dos pacientes com lúpus,mesmo assintomáticos. Sua evolução é habitualmente subaguda ou crônica, explicando sua rara tendênciaao tamponamento. A miocardite clínica é encontrada principalmente no decorrer do LES, sendocaracterizada por taquicardia persistente e sinais clínicos de insuficiência cardíaca de instalação agudanormalmente acompanhada de alterações no mapeamento cardíaco e em enzimas musculares.

SegundoBorba EF, Bonfa E o envolvimento das túnicas cardíacas geralmente apresenta boa resposta à

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corticoterapia, em doses moderadas, com exceção das miocardiopatias, que em alguns casos podem terresposta inadequada. Nos raros casos de tamponamento cardíaco é indicada a pericardiocentese. Háevidências claras de risco de aterosclerose em pacientes com LES em virtude do aumento da sobrevida,do uso crônico de corticosteróides, além do papel da inflamação na gênese da placa aterosclerótica.(Borba EF, Bonfa E:p.780-785, 2001)

3.4.5 Manifestações do Sistema Nervoso

O espectro dos quadros de sistema nervoso engloba uma série de condições neurológicas que sãoidentificadas entre 25% e 70% dos pacientes. As síndromes neuropsiquiátricas no LES foramclassificadas em 19 síndromes, subdivididas em dois grandes grupos: sistema nervoso central e sistemanervoso periférico (tabela 3). Didaticamente, essas condições podem ser subdivididas em difusas, em queidentificamos a convulsão e a psicose que fazem parte dos critérios, e os quadros focais. A maioria dosquadros epilépticos é do tipo grande-mal, de eventos tônicoclônicos e associação temporal com a doençaou com períodos de exacerbação, o que reforça a hipótese de lúpus.

3.4.6 Outras Manifestações

Os parâmetros utilizados para avaliar o envolvimento renal e o monitoramento da terapêutica são:Clínico: Edema, oligúria e hipertensão arterial (um número significativo de casos pode estarassintomático). Laboratorial: Exame do sedimento urinário, proteinúria de 24 horas, creatinina e albuminaséricas, depuração de creatinina, C3 e anti-DNAds. Biópsia renal: É desejável sua realização em pacientescom envolvimento renal, caracterizado por: sedimento urinário anormal (hematúria e cilindrúria) e/ouproteinúria maior que 1 g/24h e/ou alteração da função renal, excluindo-se sua indicação na nefropatiacrônica terminal. (Wallace JD, Hahn BH, Klippel, p. 1077-1091).

Segundo os estudos de QUISMORIO JR não há estudos controlados avaliando o tratamento das anemiashemolíticas auto-imunes decorrentes do LES. O tratamento de escolha é feito com prednisona em dosealta a muito alta, por 4-6 semanas com posterior redução, na dependência da resposta. (Quismorio Jr FP.p.793-819, 2001.

3.5 Diagnóstico

Existem onze critérios diagnósticos para o LES, e para confirmação deste é necessário que o pacienteapresente pelo menos quatro dessas características (SATO, et. al, 2002; POLESE, 2009).

Dos critérios citados fazem parte: eritema malar (eritema fixo, plano ou elevado, sobre as eminênciasmalares, tendendo a poupar sulco nasolabial); lesão discoide (placas elevadas, eritematosas, comdescamação ceratótica e crostículas, cicatrizes atróficas podem aparecer em lesões antigas); fotossensibilidade (eritema cutâneo, às vezes maculopapular, como resultado de uma exposição solar); úlcerasorais (ulceração oral ou nasofaringeana, indolor, observada pelo médico); artrite (não erosiva, envolvendoduas ou mais articulações periféricas); serosite (pleurite ou pericardite documentada por examesradiológicos); alteração renal (nefrite, com sinais de proteinúria maior que 0,5g/24 h, presente em 3amostras, e/ou alterações no sedimento urinário (hematúria, cilindros granulosos); distúrbio neurológico(convulsões e psicoses, descartando distúrbios metabólicos, infecção ou uso de medicações); alterações

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hematológicas (anemia hemolítica, autoimune, com reticulocitose, ou leucopenia: GB < 4.000 cel/mm3,em 2 ou mais ocasiões, ou linfopenia: linfócitos < 1.500 cel/mm3, em 2 ou mais ocasiões outrombocitopenia: plaquetas < 100.000 cel/mm3, na ausência de drogas desencadeadoras); alteraçõesimunológicas (presença de anticorpos, como anticardiolipina, ou de anticorpos contra DNA nativo, ou deanticorpos contra antígeno nuclear Sm, ou teste para Lues falsamente positivo, confirmado com teste defluorescência, com anticorpo contra o Treponema pallidum (FTAbs), negativo); e alteração do fatorantinuclear (FAN). (SATO, et. al, 2002; POLESE, 2009).

3.6 Tratamento Clínico Farmacológico

O tratamento farmacológico tem a finalidade de reduzir a atividade inflamatória da doença, controlarsinais e sintomas e reduzir complicações. Ele deve ser individualizado para cada paciente e depende dosórgãos ou dos sistemas comprometidos, bem como da gravidade desses acometimentos. (SATO et al,2002; BORBA et al, 2008).

Drogas Antiinflamatórias: As drogas antiinflamatórias aliviam os sintomas do lúpus ao reduzir ainflamação responsável pela dor e pelo desconforto. Os antiinflamatórios são, de longe, osmedicamentos mais usados no tratamento do lúpus, particularmente quando o paciente apresentasintomas como febre baixa, fadiga, artrite, ou pleurisia. A melhora dos sintomas geralmente énotada após vários dias de tratamento. Na maioria das pessoas com LES, os antiinflamatórios sãoos únicos medicamentos necessários para controlar a doença. Essas drogas são divididas em duassubcategorias: antiinflamatórios não esteróides e corticosteróides.Antiinflamatórios Não Esteróides (AINEs): Os AINEs estão entre os agentes farmacológicos maisutilizados na área de Reumatologia (MONTEIRO et al., 2008). Apresentam um amplo espectro deindicações terapêuticas, como: analgesia, antiinflamação, antipirese, profilaxia contra doençascardiovasculares (KUMMER; COELHO, 2002). No entanto, estes medicamentos, após um longoperíodo de uso, podem causar efeitos adversos que variam de leves a graves, sendo um dos maisfreqüentes os efeitos gastrointestinais.Corticosteróides: Os corticóides constituem fármacos bastante utilizados em doenças autoimunessistêmicas, dentre as quais, o LES. A utilização de doses altas endovenosas de corticóides emsituações específicas, que recebe a denominação de pulsoterapia, é a orientação mais recente.Além da pulsoterapia, são utilizadas doses imunossupressivas por tempo prolongado, com bonsresultados na remissão da doença e estabilização da saúde das pacientes (NONATO, 2009). Osglicocorticóides são muito eficazes no tratamento do LES e as suas doses diárias variam de acordocom a gravidade de cada caso. Tendo a prednisona como padrão, didaticamente estas doses podemser divididas em: 1- Dose baixa (0,125 mg/kg/dia); 2- Dose moderada (0,125 a 0,5 mg/kg/dia); 3-Dose alta (0,6 a 1 mg/kg/dia); 4- Dose muito alta (1 a 2 mg/kg/dia).Antimaláricos: Os antimaláricos são muito úteis para sintomas constitucionais crônicos emanifestações cutâneas e músculo-esquelético não responsivas aos antiinflamatórios nãoesteroidais e baixas doses de corticosteróides ou quando ocorre recorrência durante a retiradadestas medicações. Os antimaláricos controlam 75% dos casos de LES com comprometimentocutâneo. São utilizados de forma contínua para reduzir a atividade do LES ou como poupador decorticosteróide. A resposta terapêutica ocorre após quatro a seis semanas de uso e a dose utilizadaé de 400 mg/dia de hidroxicloroquina ou 250 mg/dia de difosfato de cloroquina, podendo emalguns casos ser reduzida. O maior problema quanto ao seu uso se refere à toxicidade ocular,

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devido à sua deposição no epitélio pigmentar da retina. O dano precoce geralmente é reversível,geralmente assintomático, necessitando exame oftalmológico freqüente (SOUTO et al, 2007).Imunossupressores: A ciclofosfamida se destaca, hoje, por sua eficácia no tratamento de nefritelúpica grave, mostrando resultados melhores em relação ao corticóide na prevenção daexacerbação da nefrite no LES (NONATO, 2009). Este fármaco encontra-se disponível emdrágeas de 50 mg e soluções endovenosas de concentrações variáveis. A dose recomendada é de2mg a 3mg/kg/peso/dia, por via oral, e 500mg a 1,2g/m2 de superfície corporal, por viaendovenosa, em pulsos mensais. A ciclofosfamida está contra-indicada na gravidez. As reaçõesadversas são freqüentes e as mais comuns são: gosto amargo (48%), hiperemia facial (40%),vômitos (78,3%) e náuseas (48,3%). Por conta disso, pode ser necessária uma terapia adicionalcom antieméticos. A avaliação clínica da resposta terapêutica é realizada por meio de hemogramaconforme resposta clinica individual (REIS et al, 2007). Além dos efeitos adversos citadosanteriormente, a ciclofosfamida tem sido associada à ocorrência de alterações menstruais naspacientes com LES em tratamento com a droga. A amenorréia é citada em 11,7 - 37,3% e afalência ovariana prematura em 11,3 – 14,9% das pacientes.

3.7 Tratamento Fisioterapêutico

De acordo com Alves et al (2012) o uso de recursos Fisioterapêutico como a cinesioterapia, o TENS, osexercícios de coordenação e equilíbrio e reeducação da marcha, dentre outros meios são de fundamentalimportância para a manutenção ou aumento da força muscular, da amplitude de movimento articular, daredução de edemas, da manutenção do equilíbrio e da redução da dor, concordando com os objetivos daterapêutica utilizada nesse caso clínico. A Fisioterapia é um fator primordial no tratamento do LES, poispor meio de exercícios e manobras específicas é possível a manutenção e a melhora das funçõescardiorrespiratórias e musculares. Levando em conta que a mesma visa à melhora da funcionalidade dospacientes, minimizando assim os sintomas que a doença causa.

Moura (2001) recomenda que na fase aguda o paciente faça repouso de acordo com a gravidade dadoença. Para o autor o lúpus é uma doença crônica, assim como também o são a hipertensão, diabetes,doenças intestinais, alergias e outras doenças reumatológicas.

Campo (1992,) descreve que portadoras de lúpus necessitam de um acompanhamento prolongado, masisso não quer dizer que a doença vai estar sempre causando sintomas, ou impedindo o indivíduo de viversua vida, trabalhar fora ou cuidar dos filhos e da casa, pois a evolução natural do lúpus caracteriza-se porperíodos de maior e menor “atividade” (com quantidade maior ou menor de sintomas). Ao mesmo tempo,o uso regular dos medicamentos (corticoides, antimaláricos (difosfato de cloroquina ouhidroxicloroquina), azatioprina) auxiliam no controle da doença.

O tratamento medicamentoso é prescrito baseado nas manifestações clínicas e na gravidade da doença. Ouso de anti-inflamatórios não-esteróides (AINH) é utilizado no tratamento de artralgias, artrite, febre eserosite, pericardite e pleurites leves. Os antimaláricos também são indicados e os corticosteroides sãoutilizados para manifestações mais graves e quando os medicamentos acima não forem eficazes. Asdosagens destes devem ser controladas para minimizar os efeitos colaterais que possam aparecer(VELÁZQUEZ, 2005; POLESE, 2009).

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A associação do tratamento fisioterapêutico com o farmacológico demonstra excelentes melhoras aoportador do LES, além de que as orientações sobre medidas preventivas e reabilitadoras revelam umquadro de estabilidade da doença, minimizando sintomas, diminuindo os riscos de crises e mantendo asfunções corporais normais e uma boa qualidade de vida. Podendo dessa maneira o paciente convier com adoença de maneira estável. (ALVES, 2012).

A fisioterapia é de extrema importância no tratamento do LES, pois por meio de exercícios físicos emanobras específicas consegue-se obter a manutenção e a melhora das funções cardiorrespiratórias emusculares. A fisioterapia visa sempre a melhora da funcionalidade dos pacientes minimizando ossintomas que a doença possa apresentar (POLESE, 2009).

Propõem que os exercícios de força e a resistência, com exercícios aeróbicos de baixo impacto. Incluindotambém exercícios de fortalecimento isotônico, isométrico das musculaturas adjacentes as grandesarticulações e manutenção da amplitude de movimento. (MARTINEZ, 2004).

Além de restaurar o equilíbrio osteomuscular, a fisioterapia favorece a manutençãodo condicionamentocardiorrespiratório, a prevenção de osteoporose e fraturas, manutençãodo equilíbrio e damarcha,favorecendo assim, uma boa qualidade de vida ao indivíduo. (Wibelinger LM, 2009)

.As modalidades de tratamento que podem ser trabalhadas num paciente com LES são diversas, e a suaescolha dependerá das manifestações clínicas apresentadas por ele. Com isso, este estudo tem comoobjetivo realizar uma revisão de literatura em bases de dados para conhecer as modalidades de tratamentomais utilizadas no LES, bem como a sua aplicabilidade na prática clínica. (Wibelinger LM, 2009).

O autor CHIARELLO fala que alguns objetivos e cuidados no tratamento da fisioterapia com os pacientescom LES são eles:

Repouso orientado na fase aguda;Aumento e manutenção da força muscular;Treino de equilíbrio e marchaPrevenção de osteoporose e fraturas;Orientação gerais sobre a doença e sua evolução

4. Resultado

Pacientes com LES não tem um tratamento especifico, porém o que se busca a cada é uma certa melhorano tratamento destes pacientes buscando dessa forma um bem estar ao paciente, procurando maistratamentos específicos, para que os pacientes com LES fique sem dor, consiga realizar suas tarefas semsentir o cansaço que a doença pode gerar.

A principal base para o tratamento fisioterapêutico é que o paciente mantenha capacidade para asatividades funcionais, o que depende da capacidade física do paciente, sujeita a determinadas variáveis,como; alterações na função cardiorrespiratória, força muscular e flexibilidade (SKARE, 2007; POLESE,2009).

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Para grande maioria, um tratamento efetivo pode amenizar os sintomas, reduzir as inflamações e manteras funções do corpo íntegras. Medidas preventivas podem reduzir os riscos de uma crise. O tratamento ébaseado em necessidades e sintomas específicos de cada pessoa assistida. Pelo fato das características edo curso do Lúpus variar significativamente de pessoa para pessoa, é importante ressaltar que umaavaliação médica constante é essencial para garantir um diagnóstico e um tratamento adequados(NOGUEIRA, et.al, 2009).

5. Conclusão

Concluímos que pacientes com LES fazendo o uso de fisioterapia que o nosso objetivo no trabalho elepode ter uma melhora não dizemos de 100% mas podemos dizer uma boa melhora no seucondicionamento físico e terá mas capacidade de realizar suas tarefas diárias que são as mais importantes.Podemos também se dizer que não é uma área muito conhecida para este tratamento ainda, então muitasdas vezes os pacientes com LES não procura a fisioterapia por não saber que terá melhora não 100% masuma boa parte dela.

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ZERBINI, C. A., & FIDELIX, T. S. A. Conversando sobre lúpus: um livro para o paciente e sua família.São Paulo: Roca, 1989.

[1] Docente – Fisioterapia – Uniesp – Faculdade de Taquaritinga

[2] Graduanda no curso de Fisioterapia – UNIARA – Araraquara

[3] Fisioterapeuta na Reabilita – Clínica de Fisioterapia

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A evolução da assistência ao paciente com Hanseníase: dosLeprosários à Poliquimioterapia

by Ciane Martins de Oliveira - sábado, agosto 20, 2016

https://www.nucleodoconhecimento.com.br/saude/paciente-hanseniase-dos-leprosarios-poliquimioterapia

OLIVEIRA, Ciane Martins de [1]

MACHADO, Angela Maria Ramos Canuto [2]

ALVES, Régia Cristina da Silva Pereira [3]

MAR, Zenaide Soares do [4]

FECURY, Amanda Alves [5]

DIAS, Cláudio Alberto Gellis de Mattos [6]

OLIVEIRA, Euzébio de [7]

DENDASCK, Carla [8]

OLIVEIRA, Ciane Martins de; et. al. A evolução da assistência ao paciente com Hanseníase: dosleprosários à poliquimioterapia. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 1.Vol. 6, pp. 68-80. Agosto 2016. ISSN: 2448-0959

RESUMO

Objetivo: Descrever a evolução da assistência ao portador de hanseníase, desde a internação compulsórianos leprosários até o tratamento atual através da poliquimioterapia. Metodologia: A pesquisa foirealizada por meio de revisão bibliográfica, de abordagem exploratória, descritiva, qualitativa eretrospectiva de estudos múltiplos, através de dados disponíveis em bases de dados online, artigos,dissertações e manuais do Ministério da Saúde, publicados no período de 1998 até os dias atuais. Resultados: Antes da adoção da poliquimioterapia como tratamento padrão da hanseníase, a medidaaplicada para romper a cadeia epidemiológica da doença era o isolamento compulsório dos pacientes noshospitais colônias, conhecidos como leprosários. Durante o século XX, o avanço da ciência na luta contraa hanseníase teve na terapêutica importantes descobertas de medicamentos, como a dapsona na década de1940, a clofazimina na década de 1960 e a rifampicina nos anos de 1970. A utilização destes fármacostrouxe a tão esperada cura. Conclusão: É importante que os profissionais de saúde tenham umconhecimento das medidas de profilaxia, avaliação e tratamento a fim de evitar um número crescente depessoas infectadas, como também as incapacidades geradas pela doença. A partir desta compreensão, épossível prestar tratamento integral ao hanseniano, tanto na esfera biológica, quanto na psicossocial.

Palavras-chave: Hanseníase, Leprosários, Poliquimioterapia.

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INTRODUÇÃO

A hanseníase é uma doença crônica e infecciosa, causada por uma bactéria do tipo bacilo, cujo nomecientífico é Mycobacterium leprae. Este bacilo é semelhante ao que causa a tuberculose e foi identificadoem 1874, por um médico norueguês, Gerhard Henrik Armanuer Hansen (1841-1912). Em suahomenagem, a bactéria é conhecida como bacilo de Hansen e a doença, como hanseníase. Este nome foisugerido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) por não ter um significado tão agressivo ediscriminador como o nome “lepra”, citado desde a época antes de Cristo e com grande ênfase durante aidade média (EDER, 2005).

A hanseníase não teria a importância que tem se fosse apenas uma doença de pele contagiosa, mas é a suapredileção pelos nervos periféricos que causa as incapacidades e deformidades, responsáveis pelo medo,preconceito e tabus que a envolvem (GHIDELA, 2000). Os primeiros sinais dessa doença são: manchasesbranquiçadas ou avermelhadas na pele, perda de sensação, dormência ou formigamento na regiãoafetada, insensibilidade à dor, ao tato, ao calor e queda dos pêlos sobre as manchas (EDER, 2005).

A transmissão ocorre, principalmente, pelas vias aéreas superiores, de pessoa a pessoa, através doconvívio de susceptíveis com doentes bacilíferos sem tratamento e o período de incubação é de dois a seteanos (BRASIL, 2002). O agravamento da doença envolve o comprometimento do sistema nervosoperiférico, com consequente perda de sensibilidade, atrofia e paralisia muscular, que se não tratadaspodem evoluir para incapacidades físicas irreversíveis (BRASIL, 2OO1). Esta marca de desonra físicapresente nos membros desfigurados do "leproso" foi incorporada à sua identificação e lançou a doença nolado mais obscuro da sociedade. Assim, durante muitos anos o isolamento compulsório dos doentessignificou a exclusão do convívio social, pois a única forma de tratamento existente até a metade doséculo XX era o isolamento nos leprosários (AUVRAY, 2005).

No início da década de 1980, a OMS passou a recomendar o tratamento com Poliquimioterapia (PQT),com esquema terapêutico apropriado a cada forma clínica da doença, para o controle e cura dahanseníase. As formas clínicas são: indeterminada, tuberculóide, dimorfa (boderline) e virchowiana(Figura 1). Segundo a OMS, a hanseníase pode ser classificada de acordo com o número de lesõescutâneas em: Paucibacilar (PB), casos com até cinco lesões de pele; e Multibacilar (MB), casos com maisde cinco lesões de pele (BRASIL, 2001).

A B

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C D Figura 1- Formas clínicasda hanseníase. A) Indeterminada. B) Tuberculóide. C) Dimorfa. D) Virchowiana.Fonte: meclicinageriatria.com.br

Considerando a importância da doença, o objetivo do trabalho foi descrever a evolução da assistência aoportador de hanseníase, desde a internação compulsória nos leprosários até o tratamento atual através daPQT.

METODOLOGIA

A pesquisa foi realizada por meio de revisão bibliográfica, de abordagem exploratória, descritiva,qualitativa e retrospectiva de estudos múltiplos, através de dados disponíveis em bases de dados online,artigos, dissertações e manuais do Ministério da Saúde, publicados no período de 1998 até os dias atuais.As palavras-chave utilizadas para realizar as buscas bibliográficas foram hanseníase, leprosários epoliquimioterapia.

Os critérios de inclusão foram a data da publicação da obra e a localização de uma das palavras-chave.

RESULTADOS

Antes da adoção da PQT como tratamento padrão da hanseníase, a medida aplicada para romper a cadeiaepidemiológica da doença era o isolamento compulsório dos pacientes nos hospitais colônias, conhecidos

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como leprosários. Esse procedimento era preconizado pelas autoridades federais de saúde (BRASIL,2001). Nos leprosários não havia um tratamento específico, apenas o isolamento e essa medida eraconsiderada a única forma de conter a proliferação da doença. No Brasil, o isolamento foi consideradoextinto com a aprovação do decreto nº 968, de 07/05/1962 (MORHAN, 2005). Começa, então, a buscapor um tratamento eficaz.

Assim, o óleo de chaulmoogra, uma planta nativa da Índia, que já era utilizado há muitos séculos paratratar doenças de pela na Ásia, foi usado sob a forma de pomada para uso externo, pílula, gotas e injeção -muito dolorosa (PARASCANDOLA, 2003). Contudo, este tratamento nos pacientes hansênicos era poucoeficiente, pois a ingestão do óleo era pouco tolerada pelo organismo, causando vômitos, diarreia eproblemas gástricos (FERNANDES, 2004). Além dos efeitos colaterais significativos dessa terapêutica, otratamento era muito longo e tinha uma efetividade questionável, pois não havia consenso acerca dasreais possibilidades de cura (ARAÚJO, 2003).

No Brasil, o óleo foi utilizado por alguns anos, porém a introdução das sulfonas permitiu a transformaçãoda política de isolamento dos doentes, os quais poderiam ser tratados apenas com visitas ambulatoriais,ou seja, as sulfonas aparecem não só como um medicamento mais eficiente, mas possibilitaram umaprática contrária ao isolamento dos pacientes nos leprosários (CUNHA, 2005). Em 1960, num momentoem que as sulfonas já eram utilizadas em grande escala durante algumas décadas, seu uso contínuo,começou a produzir casos de resistência medicamentosa (BRASIL, 2003).

Durante o século XX, o avanço da ciência na luta contra a hanseníase teve na terapêutica importantesdescobertas de medicamentos, como a dapsona na década de 1940, a clofazimina na década de 1960 e arifampicina nos anos de 1970. A utilização destes fármacos trouxe a tão esperada cura (BRASIL, 1998).

Assim, em 1981, a OMS passou a recomendar a terapia múltipla ou PQT, incluindo os fármacos dapsona,rifampicina e clofazimina (BRASIL, 2001). A PQT mata o bacilo, tornando-o inviável, evita a evoluçãoda doença, prevenindo as incapacidades e deformidades causadas por ele. O bacilo morto é incapaz deinfectar outras pessoas, rompendo a cadeia epidemiológica da doença. Portanto, logo no início dotratamento, a transmissão da doença é interrompida e, sendo realizado de forma completa e correta,garante a cura da doença (BRASIL, 2001).

No Brasil, para se alcançar a cura, os pacientes PB e MB são tratados com esquemas diferentes.

Esquema PB para adulto

Dose supervisionada: Dapsona 100 mg e Rifampicina 600 mg (2 cápsulas de 300 mg).Dose diária auto-administrada: Dapsona 100 mg.O tratamento é feito com 6 cartelas (Figura 2) em até 9 meses, sendo necessário ocomparecimento à unidade de saúde para administração da dose supervisionada a cada 28 dias(BRASIL, 2002).

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Figura 2 – Esquemapaucibacilar para adulto.Fonte: BRASIL, 2002.

Esquema MB para adulto

Dose supervisionada: Dapsona 100 mg, Clofazimina 300 mg (3 cápsulas de 100 mg) eRifampicina 600 mg ( 2 cápsula de 300 mg).Dose diária auto-administrada: Dapsona 100 mg e Clofazimina 50 mg.O tratamento é feito com 12 cartelas (Figura 3) em até 18 meses (BRASIL, 2002).

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Figura 3 –Esquema multibacilar para adulto.Fonte: BRASIL, 20002.

Esquema PB para criança

Idade: 0 – 5 anos

Dose mensal supervisionada: Dapsona 25 mg e Rifampicina 150 – 300 mg.Dose diária auto-administrada: Dapsona 25 mg.

Idade: 6 - 14 anos

Dose mensal supervisionada: Dapsona 50 – 100 mg e Rifampicina 300 – 450 mg.Dose diária auto-administrada: Dapsona 50 – 100 mg.O tratamento é feito com 6 cartelas (Figura 4) em até 9 meses (BRASIL, 2002).

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Figura 4 -Esquema paucibacilar para criança.Fonte: BRASIL, 2002

Esquema MB para criança

Idade: 0 – 5 anos

Dose mensal supervisionada: Dapsona 25 mg, Rifampicina 150 – 300 mg e Clofazimina 100 mg.

Dose diária auto-administrada: Dapsona 25 mg e Clofazimina 100 mg/semana

Idade: 6 – 14 anos

Dose mensal supervisionada: Dapsona 50 – 100 mg, Rifampicina 300 – 450 mg e Clofazimina150 – 200 mg.Dose diária auto-administrada: Dapsona 50 – 150mg e Clofazimina 150 mg/semana.O tratamento é feito com 12 cartelas (Figura 5) em até 18 meses (BRASIL, 2002).

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Figura 5 –Esquema multibacilar para criança.Fonte: BRASIL, 2002

A assistência ao paciente hansênico é realizada a partir de visitas de um Agente Comunitário de Saúde(ACS), que é orientado a identificar as suspeitas da doença. O ACS encaminha o paciente paraatendimento de enfermagem no posto de saúde mais próximo de sua residência, este paciente passa poruma avaliação com um enfermeiro e é encaminhado ao médico. O médico solicita exames específicos,para confirmar ou não a hanseníase e após os resultados, há a liberação do diagnóstico. Se positivo, opaciente retorna ao posto de saúde e, com a supervisão do enfermeiro, inicia o tratamento, que é oferecidogratuitamente pelo governo federal.

Os contatos intradomiciliares do paciente, chamados de comunicantes, também passam por uma avaliaçãodo Programa Saúde da Família (PSF). Se não apresentarem nenhum sintoma, são encaminhados paraadministração da vacina BCG, que não é específica para hanseníase, mas produz proteção contra asformas graves da doença. Ao término do tratamento, o paciente recebe alta e passa a ser acompanhadopela equipe do PSF, para que uma recidiva, se acontecer, seja detectada e tratada imediatamente.

DISCUSSÃO

O tratamento é fundamental para fechar a fonte de infecção, interrompendo a cadeia de transmissão dadoença, sendo estratégico no controle da endemia e na eliminação da hanseníase enquanto problema desaúde pública (BRASIL, 2001).

Em 1986, ocorreu a oitava Conferência Nacional de Saúde, que determinou transformar os leprosários emHospitais Gerais ou Centros de Pesquisa. Porém, ainda hoje existem aproximadamente 30 antigoshospitais–colônias no Brasil, onde residem antigos pacientes e seus familiares (ARAUJO, 2003). Ospacientes hansênicos submetidos a isolamento e internação compulsórios em hospitais-colônias, têm

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direito a requerer a pensão especial, mensal, vitalícia e intransferível. Um direito reconhecido pelogoverno federal, que sancionou a Medida Provisória nº 373/07, convertida na Lei nº 11.520/2007, que dádireito à pensão especial vitalícia no valor de R$750 mensais para pessoas atingidas pela doença(BRASIL, 2007).

Com o fim do isolamento compulsório, os doentes poderiam sair dos asilos, se assim quisessem, e otratamento poderia ser feito em postos de saúde. Porém, após décadas de segregação, muitos escolheramcontinuar nos leprosários, simplesmente porque não tinham para onde voltar e nem como se sustentar nasociedade "sadia" com o dinheiro da aposentadoria que recebiam (MACIEL, 2003).

Além dos medicamentos da PQT, medidas como diagnóstico precoce, vigilância dos comunicantes,prevenção e tratamento das incapacidades físicas e educação para a saúde, fazem parte das políticasatuais. Este é o esquema de tratamento vigente em todo o território nacional na atualidade (BRASIL,2001).

CONCLUSÃO

A importância desta evolução histórica, desde o tratamento nos leprosários até à poliquimioterapia,encontra-se no fato de possibilitar a divulgação de conhecimentos acerca da hanseníase e dos fatorescontribuintes para o seu surgimento e controle. Permite, ainda, a compreensão de diversas atitudes esentimentos dos doentes que chegam fragilizados, deprimidos e até mesmo revoltados ao atendimentopela equipe de saúde, tendo em vista as discriminações e preconceitos vivenciados ao longo dos tempos.

A hanseníase é tida como um problema de saúde pública e, se não diagnosticada e tratada precocemente,pode levar a comprometimentos físicos (deformidades e incapacidades) e sociais, originados do medo,preconceito e estigma envolvendo o desconhecimento acerca do contágio, prevenção, sinais e tratamentodesta doença. É importante, portanto, que os profissionais de saúde tenham um conhecimento dasmedidas de profilaxia, avaliação e tratamento a fim de evitar esse número crescente de pessoas infectadas,como também as incapacidades geradas pela doença. A partir desta compreensão, é possível prestartratamento integral ao hanseniano, tanto na esfera biológica, quanto na psicossocial.

REFERÊNCIAS

ARAÚJO, César Heráclides Sousa de. História da lepra no Brasil. Revista da Sociedade Brasileira deMedicina Tropical: Uberaba, v. 36 nº 3, 2003.

AUVRAY, Kátia. Cidade dos esquecidos: a vida dos hansenianos num antigo leprosário doBrasil. Itu: Ottoni editora; 2005.

BRASIL, Ministério da Saúde. Secretaria de Políticas de Saúde. Departamento de Atenção Básica. Áreatécnica de Dermatologia Sanitária – Saúde para a vida treinamento para prevenção de incapacidadesem hanseníase. Brasília: American Leprosy Mission.1998.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Controle da hanseníase na atenção Básica. Guia Prático paraProfissionais da equipe Saúde da Família. Secretaria de Políticas de Saúde Departamento de AtençãoBásica. Brasília-DF, março 2001.

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BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Secretaria de Políticas de Saúde Departamento de AtençãoBásica. Guia para o controle da hanseníase. Brasília-DF, 3ª Ed. 2002.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Programa de Controle de Hanseníase: SES/CIP/CVE/SãoPaulo, 2003. Disponível em: <http//WWW.cve.saude.sp.gov.br/htm/Hans/Hans_camp 03. Hts>: Acessoem 25 abr 2013.

BRASIL, MINISTÉRIO DA SAÚDE. Medida provisória nº 373 de 24/5/2007. Dispõe sobre aconcessão de pensão especial às pessoas atingidas pela hanseníase que foram submetidas a isolamento einternação compulsórios. Brasília-DF, 2007. Disponível em: <http//www.planalto.gov.br/ccivil03/ato2007-2010/2007/lei//11520htm.> Acesso em: 08 abr. 2013.

CUNHA, Vivian da Silva. O isolamento compulsório em questão: políticas de combate à lepra noBrasil (1920 – 1941). Dissertação (Mestrado). Fundação Oswaldo Cruz, Rio de Janeiro, 2005.

EDER, H.M.M.T. Hanseníase. Editora Moderna. São Paulo, 2005. Disponível em:<htt//www.moderna.com.br/moderna/arte/aleijadinho/hanseníase:>. Acesso em: 24 abr. 2013.

FERNANDES, Tânia Maria. Plantas medicinais: memória da ciência no Brasil, Rio de Janeiro: Ed. FioCruz, 2004.

GHIDELA. C. Hanseníase. São Paulo, 2000. Disponível em:<htt//www.geocities.com/hanseníase/idex.html:>. Acesso em 27 abr. 2013.

htt//www.meclicinageriatrica.com.br./2009/05/02/hanseníase- parte -2-formas clinicas: Acesso em 08 abr.2013.

MACIEL, Laurinda Rosa. Memories and history of hansen’s disease in Brazil told by witnesses(1960-2000). História, Ciência, Saúde - Manguinhos, Rio de Janeiro. 2003. v. 10, p.308-336.

MORHAN (Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase). Relatórioconsolidado do I Seminário Nacional dos Antigos Hospitais-Colônia de Hanseníase. MS/ Secretaria deVigilância em Saúde. Rio de Janeiro, 2005. Disponível em:<http//www.morhan.org.br/views/upload/jornal-40>:Acesso em 25 abr.2012.

PARASCANDOLA, John. Chaumoogra oil and the treatment of leprosy. Pharmacy in History,Madison, 2003. v. 45, p. 47-57.

[1] Bióloga. Doutora em Ciências Biológicas - Área de Concentração Genética. Professora e Pesquisadorano CESUPA - Centro Universitário do Estado do Pará - E-mail: [email protected]

[2] Acadêmica do Curso de Enfermagem da FAMAZ - Faculdade Metropolitana da Amazônia - E-mail:[email protected]

[3] Acadêmica do Curso de Enfermagem da FAMAZ - Faculdade Metropolitana da Amazônia - E-mail:[email protected]

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[4] Acadêmica do Curso de Enfermagem da FAMAZ - Faculdade Metropolitana da Amazônia - E-mail:[email protected]

[5] Biomédica. Doutora em Doenças Tropicais. Docente e Pesquisadora da Universidade Federal doAmapá, AP. Pesquisador Colaborador do Núcleo de Medicina Tropical da UFPA (NMT-UFPA) - E-mail:[email protected]

[6] Biólogo. Doutor em Teoria e Pesquisa do Comportamento. Docente e Pesquisador do Instituto Federaldo Amapá - IFAP - E-mail: [email protected]

[7] Biólogo. Mestre em Biologia Ambiental. Doutor em Medicina/Doenças Tropicais. Docente ePesquisador na Universidade Federal do Pará - UFPA. Pesquisador Colaborador do Núcleo de MedicinaTropical da UFPA (NMT-UFPA). - E-mail: [email protected] (Autorcorrespondente).

[8] Doutora em Psicanálise Clínica- Pesquisadora do Centro de Pesquisa e Estudo Avançado - CEPA - E-mail: [email protected]

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A Evolução e a Importância da Tomografia Computadorizada naOdontologia

by Wanessa Danielle Barbosa Soares - quinta-feira, dezembro 29, 2016

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SILVA, Darlison André Pestana [1], SANTOS, Gizélia Farias dos [2], FERNANDES, Igor JhonesMendes [3], CORREA, Kely Jane [4], PEREIRA, Luzinete dos Santos [5], SOARES, Wanessa DanielleBarbosa [6]

SILVA, Darlison André Pestana; et. al. A Evolução e a Importância da Tomografia Computadorizadana Odontologia. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Ed. 01, Vol. 13,pp. 463-473 Janeiro de 2017. ISSN:2448-0959

RESUMO

A Tomografia Computadorizada permite a visualização de estruturas em três dimensões. No princípio erausada a Tomografia Computadorizada Fan Beam (FBCT) para fins de diagnóstico na Odontologia, porémpor ser necessário uma alta dose de radiação para aquisição de imagens,devido ao alto custo, facilidade deinfluência de artefatos, dentre outros aspectos, surgiu a Tomografia Computadorizada Cone Beam(CBCT), que foi desenvolvida especialmente para a Odontologia, com melhor nitidez, limitação do feixede raios X em forma de cone, menor tempo de varredura e menor dose de radiação, menos artefatos demovimentos de paciente e artefatos gerados por metais, aparelho mais compacto quando comparado aostomógrafos Fan Beam, facilitando o paciente ficar em pé ou sentado, melhorando o conforto e a precisãonos resultados dos exames.

Palavras-chave: Tomografia Computadorizada Cone Beam, Tomografia Computadorizada Fan Beam.

INTRODUÇÃO

A Tomografia Computadorizada possibilita aquisição quase imediata da imagem sem etapa deprocessamento químico. O tratamento e processamento das imagens são feitas no computador,empregando técnicas que podem influenciar no resultado diagnóstico das imagens, possui espaçoreduzido para armazenamento das imagens, além de facilitar no compartilhamento das mesmas.

Após anos de avanços tecnológicos, a Odontologia passou a utilizar a tomografia de feixe cônico.Desenvolvida especialmente para a área, a Tomografia Computadorizada Cone Beam (CBCT) permiteanalise de imagens em 3D, o que lhe confere algumas vantagens em relação à TomografiaComputadorizada Fan Beam (FBCT).

A antiga Tomografia Computadorizada Fan Beam utiliza feixe em forma de leque, adquire primeiramenteimagens em cortes axiais para após fazer reconstruções em 3D, através do empilhamento das fatias. Já TCCone Beam adquire a imagem em forma de cilindro, e a partir dessa aquisição, podem ser feitos os cortes

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em qualquer um dos planos de corte: axial, sagital e coronal.

As mais importantes características da TC Cone Beam são: menor exposição à radiação e melhorresolução das imagens das estruturas dentomaxilofaciais, o que possibilita um diagnóstico mais preciso,quando comparadas às da técnica da TC Fan Beam. O tomógrafo computadorizado Fan Beam é umaparelho grande e caro, e, além disso, foi designado primeiramente para exame de todo o corpo. Já otomógrafo computadorizado Cone Beam é um aparelho menor, com menor custo, originadoespecialmente obtenção de imagens da região maxilomandibular

DESENVOLVIMENTO:

HISTÓRICO

A Tomografia Computadorizada é um método não invasivo, prático, rápido, eficaz e de muita precisãodiagnóstica. É um exame radiológico que reproduz imagens de forma seccionadas com gerador de raios Xe receptores em um aparelho orbital, o gantry. A mesma foi idealizada em 1967 por Hounsfield, umengenheiro eletrônico inglês, que se baseou nos estudos e princípios do australiano e matemático Rádon,feitos em 1917. Esse método não invasivo tem como fundamento uma reconstrução matemática nocomputador já utilizada por Hounsfield, essas imagens já no sistema digital têm fácil acesso emanipulação, imagens tridimensionais, nítidas, de alta resolução e com melhor finalidade de interpretaçãodiagnóstica.

No início, as imagens eram reproduzidas de forma borrada e Hounsfield criou uma escala de tons branco,cinza e preto, com tonalidade atenuada de -1000 a +1000, sendo quanto mais denso, mais radiopaco equanto menos denso, mais radio lúcido. Esse tipo de exame é muito importante em diversas áreas dasaúde em ênfase na Odontologia. O primeiro radio X na Odontologia ocorreu em 1895, a TomografiaConvencional em 1920, a Tomografia Computadorizada Fan Beam só foi possível nos anos 70 eatualmente há um tipo de exame mais aperfeiçoado e direcionado à Odontologia, a TomografiaComputadorizada Cone Beam, criada em 1998, juntamente com o lançamento do tomógrafo New Tom3G 9000 (Quantitative Radiology, Verona, Itália), que foi pela primeira vez aprovado pela Foodand DrugAdministration (FDA) em abril de 2001, e está atualmente em sua quarta geração como VG New Tom.Desde aquela época numerosos sistemas adicionais foram aprovados ou estão em desenvolvimento.

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA FAN BEAM (FBCT)

Com a varredura espiral ou helicoidal, enquanto o pórtico contendo o tubo de raios X e os detectores semove ao redor do paciente, a mesa onde o paciente está avança continuamente pelo pórtico. Isto resulta naaquisição de dados de forma espiral contínua. O aparelho de FBCT apresenta três componentesprincipais: o gantry, no interior do qual se localizam o tubo de raios-x e um anel de detectores deradiação, constituído por cristais de cintilação, a mesa, que acomoda o paciente deitado e que, durante oexame, movimenta-se em direção ao interior do gantry e o computador, que reconstrói a imagemtomográfica a partir das informações adquiridas.

O técnico ou operador acompanha o exame pelo computador, que geralmente fica fora da sala queacomoda o gantry e a mesa, separados por uma parede de vidro constituído de chumbo. Neste aparelho, a

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fonte de raios X emite feixe em forma de leque. Durante o exame, no interior do gantry, o tubo de raios Xgira dentro do anel estacionário de receptores. Os sinais recebidos pelos detectores dependem da absorçãodos tecidos atravessados pelo feixe radiográfico e são registrados e processados matematicamente nocomputador.

Figura 1 - Gantry, mesa,console de comandos e eletrônica.

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Figura 2 - Paciente é movido através do pórtico, para fora e para dentro, enquanto ocorre a rotação dotubo de raios X e o detector descreve uma trajetória helicoidal ou espiral sobre o paciente, adquirindodados para a imagem com sua rotação.

Durante o exame de FBCT, o paciente posiciona-se deitado na mesa com o plano de Camper,perpendicular ao solo, a linha luminosa longitudinal passando pelo centro da glabela e do filtro labial e alinha luminosa transversal coincidindo com o canto lateral dos olhos. Os dentes podem ser mantidosdesocluídos, para que a intercuspidação não interfira na obtenção da imagem dos dentes superiores einferiores.

A primeira imagem obtida pelo tomógrafo é chamada de escanograma ou Scout. Nesta imagem, o técnicoseleciona a região que será escaneada, assim como determina a inclinação dos cortes axiais. Para o exameda maxila, recomenda-se obtenção de cortes axiais, paralelos ao plano palatino ou, menos comumente,paralelos ao plano oclusal. Para o exame da mandíbula, os cortes axiais são ajustados paralelamente àbase mandibular. Estas estruturas de referência não precisam estar necessariamente perpendiculares aosolo, pois o gantry pode sofrer inclinações durante o exame para escanear o plano de corte desejado. Asimagens originais na FBCT são obtidas no sentido axial.

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Figura 3 - Escanograma ou Scout

Figura 4 - (A) Scout com cortes axiais para maxila. (B) Scout com cortes axiais para mandíbula.

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Figura 5 - Cortes Axiais Originais.

A FBCT não foi originalmente desenvolvida para diagnóstico em Odontologia. Essa técnica introduz erealiza cortes contínuos da região. De acordo com o número de fileiras de sensores, a FBCT pode ser: 4fileiras (4 canais), 8 fileiras (8 canais), 16 fileiras (16 canais),e 64 fileiras (64 canais). Quanto maisfileiras (canais), mais rápida é a aquisição das imagens e melhor sua resolução. Atualmente no Japão estásendo desenvolvido o 1º Tomógrafo Fan Beam de 256 canais.

TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA CONE BEAM (CBCT)

Figura 6: TC Cone Beam

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A TC Cone Beam usa varredura com uma única rotação, 360º, de uma fonte de raios X e um pistão sensorde raios X fixo por um braço em torno da cabeça do paciente para adquirir múltiplas projeções, ou basede imagens. Na CBCT, o voxel é chamado de isotrópico por apresentar altura, largura e profundidade dedimensões iguais.

Existem 2 tipos de sensores para a tecnologia Cone Beam: Intensificador de Imagem e o Flat Panel. Aprimeira geração de tomógrafos Cone Beam utilizava o sistema intensificador de imagem de 8bits. Com aevolução dos aparelhos, o sensor Flat Panel passou a ser mais usado devido as vantagens que oferece,pois produz imagens livres de artefatos, não são sensíveis a campos magnéticos e não precisam decalibração frequente. Atualmente os sensores Flat Panel possuem 12 a 16 bits. Quanto maior a quantidadede bits, maior a quantidade de tons de cinza. A tomografia Cone Beam possui voxel isométrico 10 (voxelcom altura, largura e profundidade de dimensões iguais) e voxel isomorfo, aumentado à capacidade dereproduzir detalhes dos tecidos duros com maior nitidez e clareza do que a FBCT (que não possui voxelsisométricos).

Assim como na TC Fan Beam, o sistema Cone Beam possibilita a exportação das imagens em arquivoDicom (Digital Imagingand Communications in Medicine). O arquivo Dicom foi desenvolvidoexclusivamente para a área médica com a finalidade de integrar e visualizar diversas modalidades deimagens em um único sistema de arquivamento digital. O sistema Dicom pode armazenar dados técnicosda aquisição do exame, data, informações clínicas do paciente, etc.

O tomógrafo é constituído por um tubo que emite raio X pulsátil, em forma de um feixe cônico deradiação e, um sensor, unidos por um braço, semelhante ao de um aparelho panorâmico. Uma cadeira oumesa com motor, juntamente com sistemas de suporte de queixo e cabeça completam o aparelho que éligado a um computador comum, sem necessidade de uma estação de trabalho (Workstation) específica.O braço contendo o sensor e o tubo de raios X gira em torno do paciente, adquirindo múltiplas imagensbidimensionais em diferentes projeções. O número de projeções varia entre 250 a 600 imagens adquiridasdentro um giro de 180 a 360 graus. As imagens obtidas das múltiplas exposições geram um volumecilíndrico e o computador realiza a reconstrução primária. Depois, para trabalho, executam-sereconstruções secundárias da imagem de acordo com as necessidades e com os protocolos deatendimento.

COMPARAÇÃO ENTRE AS TOMOGRAFIAS COMPUTADORIZADAS CONE BEAM E FANBEAM

A tomografia computadorizada (TC) trata-se de um método de diagnóstico por imagem que utiliza aradiação X e permite obter a reprodução de uma secção do corpo humano nos três planos de corte.Recentemente, a Tomografia Computadorizada Cone Beam (CBCT) introduziu a terceira dimensão naodontologia, beneficiando especialidades que até então não usufruíam da Tomografia ComputadorizadaFan Beam (FBCT) por falta de peculiaridade.

A técnica Cone Beam permite a obtenção de aquisições de dados muito mais rapidamente do que a FanBeam. A qualidade da imagem parece suficiente para a necessidade de diagnóstico específica. O tempo deexposição é menor (0,5 segundos) e a dose de radiação absorvida fica a baixo de 1 msV. Esses recursos,somados ao custo que é de 150 mil dólares e facilidade de uso da máquina, desperta interesse nospequenos centros de diagnóstico. O tomógrafo Cone Beam é compacto quando comparado aos

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tomógrafos Fan Beam. O paciente fica em pé, sentado. Na Fan Beam o processamento do exame érealizado em um computador servidor específico, de alto custo. Na tomografia Cone Beam é utilizado umcomputador convencional, com alto desempenho.

Figura 7 – TC Cone Beam: paciente em pé e paciente sentado

A TC Fan Beam foi utilizada para um estudo quantitativo dos tecidos duros da cavidade bucal, napresença de restaurações metálicas. O trabalho demonstrou que os programas de redução dos artefatosmetálicos são eficazes podendo remover totalmente os artefatos da imagem. Foram realizados exames deTC Fan Beam e TC Cone Beam de mandíbulas secas, nas quais foram executadas perfurações simulandolesões. As imagens foram realizadas na presença e na ausência de restaurações metálicas dentárias. Asimagens foram avaliadas quanto à presença ou ausência de lesão, número de lojas das lesões e aexistência ou não de invasão medular. As imagens foram reconstruídas nos seguintes protocolos deavaliação: axial, sagital + coronal, 3D, conjunto (axial+sagital+coronal+3D) e parassagital. A aquisiçãopor TC Fan Beam sofreu mais influência dos artefatos do que aquisição a TC Cone Beam, exceto nasreconstruções em 3D. O melhor protocolo de pós processamento para interpretação de lesões ósseassimuladas foi o RMP+ 3D. O protocolo que apresentou os piores resultados foi o que utilizou asreconstruções parassagitais.

A TC Cone Beam é muito útil para observar os tecidos duros, mas não é satisfatório para observação detecidos moles.

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A FBCT e a CBCT permitem a obtenção de imagens em cortes da região dentomaxilofacial, no entanto aúnica característica que apresentam em comum refere-se à utilização da radiação X. A engenharia e asdimensões do aparelho, o princípio pelo qual se obtém e se processam as imagens, a dose de radiação e ocusto do aparelho são completamente distintos entre as duas modalidades de TC. Uma grande vantagemda CBCT é que os programas que executam a reconstrução computadorizada das imagens podem serinstalados em computadores convencionais, e não necessitam de uma Workstation como a FBCT, apesarde ambas serem armazenadas na linguagem Dicom (Digital imagingand communication in Medicine).Desta maneira, se o profissional possuir o software específico instalado em seu computador pessoal,ficará apto a manipular as imagens tridimensionais, segundo a sua conveniência, assim como mostrá-laem tempo real aos pacientes.

FAN BEAM (convencional) CONE BEAM (volumétrica)Dimensão do aparelho Grande, permite exame do

corpo todoMais compacto, permite exame de

cabeça e pescoçoAquisição da imagem Diversas voltas, obtenção de

cortes axiaisUma volta apenas, obtenção de

imagens-base semelhantes àtelerragiografia

Tempo deescaneamento

1s multiplicado pelo númerode cortes necessários

10 a 70s

Dose de radiação Alta, exposição ininterruptadurante o exame

Reduzida, cerca de 15x menos que aconvencional, exposição de 3 a 6s

Custo do exame Alto ReduzidoRecursos do exame Reconstruções multiplanares

e em 3DReconstruções multiplanares e em 3D,reconstruções de radiografias em 2D

Qualidade da imagem Boa nitidez, ótimo contraste Boa nitidez, baixo contraste entretecidos duros e moles, boa acurácia

Produção de artefatos Muito artefato na presença demetal

Pouco artefato na presença de metal

CONCLUSÃO

A Tomografia Computadorizada permite analise de imagens em três dimensões. A TomografiaComputadorizada Cone Beam (CBCT) foi desenvolvida especialmente para a Odontologia, o que lheconfere algumas vantagens em relação à Tomografia Computadorizada Fan Beam (FBCT).

O feixe de raios X da Fan Beam é em forma de leque, e adquire as imagens primeiramente em cortesaxiais e posteriormente faz sua reconstrução em 3D pelo empilhamento das fatias. A TC Cone Beam jáadquire a imagem como um volume cilíndrico, e a partir deste, podem ser feitos os cortes nos planos deescolha.

As vantagens da CBCT em relação à FBCT são: melhor nitidez, limitação do feixe de raios X, menortempo de varredura e menor dose de radiação, menos artefatos de movimento do paciente e menosartefatos gerados por metais, aparelho mais compacto, utilização de computador convencional e pacientesentado para o exame (melhora do conforto e da precisão nos exames de ATM e dos seios maxilares).

As imagens interpretadas pelas radiografias em apenas dois planos, desde sua descoberta por Röntgen em

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1895, atravessaram quase um século. Hoje a tomografia computadorizada Cone Beam (CBCT) permiteuma visualização de uma imagem tridimensional, em que um novo plano é adicionado: a profundidade.Sua aplicação clínica com elevada acurácia, se direciona a quase todas as áreas da Odontologia –Cirurgia, Implantodontia, Ortodontia, Endodontia, Periodontia, Distúrbio Temporomandibular eDiagnóstico por Imagens. A Tomografia Computadorizada Cone Beam (CBCT) beneficiouespecialidades que até então não usufruíam da Tomografia Computadorizada Fan Beam (FBCT) por faltade especificidade.

Devido principalmente ao custo financeiro mais baixo e menor exposição à radiação, avista-se umcrescente uso da TC de feixe cônico ocorrendo cada vez mais na Odontologia. Com a definição de novosconhecimentos gerados pela aquisição de imagens tridimensionais do crânio e da face, a expectativa é quea TC de feixe cônico altere conceitos e paradigmas, redefinindo metas e planos terapêuticos naOdontologia.

REFERÊNCIAS

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DAVIES,A. WHITEHOUSE,R. JENKINS, J. Imagens do pé e tornozelo: técnicas e aplicações. Riode Janeiro: Guanabara - Koogan, 2004. 334p.

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[1] Faculdade Maurício de Nassau / Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador

[2] Faculdade Maurício de Nassau / Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador

[3] Faculdade Maurício de Nassau / Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador

[4] Faculdade Maurício de Nassau / Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador

[5] Faculdade Maurício de Nassau / Curso Tecnólogo em Radiologia/Discente Pesquisador

[6] Faculdade Maurício de Nassau / Curso Tecnólogo em Radiologia/Docente Orientadora

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A Falta do Sono Pode Prejudicar até mesmo onde QueremosChegar

by Maria Jose Pessoa De Andrade Araújo - segunda-feira, janeiro 02, 2017

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ARAUJO, Maria José Pessoa de Andrade [1]

ARAUJO, Maria José Pessoa de Andrade. A Falta do Sono Pode Prejudicar até Mesmo ondeQueremos Chegar. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 01, Ed. 01, Vol.11, pp. 213-220 dezembro de 2016. ISSN:2448-0959

RESUMO

O presente trabalho tem como objetivo expor alguns pontos referentes ao fenômeno em estudo: "A faltado sono pode prejudicar até mesmo onde queremos chegar". O referido artigo foi elaborado após umapesquisa bibliográfica quanto ao assunto em análise, bem como as dificuldades presentes neste fenômeno.Sabemos o quanto o sono pode contribuir para uma boa saúde e consecutivamente uma boa vivência,trazendo condições propícias para que o indivíduo seja recíproco ao sucesso e a boa qualidade de vida eque o sono com boa qualidade pode ser um grande parceiro na boa qualidade de vida e pode ajudar oindivíduo a chegar onde deseja. Como também sua ausência pode implicar em problemas psicossomáticoscomo agressividades, pressão alta, depressão síndrome de burnout, entre outros. Dessa forma percebe-seque muito fortemente o sono contribui para a melhoria de via e que sua ausência pode provocar inúmerosproblemas levando o indivíduo ao fracasso.

Palavras Chave: Sono. Vida. Sucesso

1.INTRODUÇÃO

Este artigo surgiu da urgente precisão em percebermos que a ausência do sono pode repercutir em muitosmalefícios ao indivíduo, entre outros problemas temos a falta de saúde física e emocional, podendoprovocar inúmeros prejuízos ao ser humano, como também entender um pouco sobre as sequelas daausência de sono, e quais as maneiras mais viáveis para ajudar a melhorar a qualidade do sono.

Para Fernandes (2006), a precisão de dormir bem, é muito diversificado seguindo a idade, por exemplo ascrianças recém-nascidas precisam dormir de 13 a 15 horas de sono, entre noite e dia, na época da pré-escolar precisa de dormir cerca de 12 e 13 horas, com um pequeno período de sono diurno; a na faseescolar deve dormir cerca de 10 a 12 horas, no período noturno; na fase da adolescência de oito a 10 horase os adultos de cinco a oito horas. Porém muitas as vezes percebe-se que muitos não consideram nenhumpouco estas horas de sono, por conta da rotina da família, outras vezes por conta da correria dos pais eoutras por falta de organização do tempo.

Segundo pesquisadores como Andrade e Menna- Barreto (2002), as pessoas que não dormem o tempo

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devido apresentam geralmente baixo rendimento escolar além de outros fatores que possam vir surgir emseu cotidiano, deixando claro que o ser humano precisa dormir bem para viver melhor. Indo de encontroao que diz Milazzoti (2013):

"A maioria das pessoas que dome mal hoje È por origem externa. Não só pela falta de ritmo próprio navida, como no caso dos trabalhadores noturnos, mas também pela quebra do ritmo biológico dostrabalhadores diurnos, devido as perturbações sociais, cada vez maiores nas cidades" (Milazzoti, 2013,P,01)

Nos fazendo perceber que o sono consiste num dos fatores que merece ser respeitado se desejarmos teruma boa trajetória saudável e consequentemente uma vida mais recíproca ao sucesso.

Quanto a metodologia utilizada para elaboração deste artigo é de caráter qualitativo e quantitativo,possuindo por estrutura uma relevante pesquisa bibliográfica, voltada para um melhor entendimentoquanto ao fenômeno em estudo.

Por fim, o referido artigo fez uso de métodos analíticos e reflexivo, por meio de recursos e metodologiaexplicativas voltado para um maior entendimento quanto ao fenômeno em análise: "Os problemaspsicossomáticos oriundos da falta de sono".

2. SEQUELAS DA AUSÊNCIA DO SONO

De acordo com Cristina Sales (2013), são muitas as sequelas da falta de sono, uma vez que o ato dedormir, pois a privação do sono pode transformar o indivíduo irritado, estressado, podendo corromper suaestrutura emocional e física, causando males como a sua vida sexual, seu potencial cognitivo e até mesmoseu aspecto físico, podendo ainda reduzir em alto índice a libido, pois por reprimirem o sono acabamperdendo o desejo e o estímulo sexual, de acordo com a revista Cristina Sales (2013), no momento emque o indivíduo se priva do direito de dormir, os homens podem perder a quantidade de testosterona e asmulheres podem perder a libido adquirindo assim, muitas tensão, muito estresse e total interesse pormuitas atividades do dia a dia.

Um outro fator de suma importância quanto a privação do sono, é referente ao problemas psicossomáticoscomo a depressão, conforme alega a revista Cristina Sales (2013), ao salientar que a depressão e muitosoutros problemas que alguns sofrem alegando que com o passar do tempo, a ausência do sono provocamuitos males, entre estes estão a depressão, uma vez que foi comprovado de acordo com Gomes (2010),muitas pessoas que apresentam indícios da depressão, geralmente apresentam problemas de insônia, ouforam privadas de sono por um bom período de tempo.

Para Rodrigues (2012), há diversas causas de interrupções do sono entre, as quais muitas vezes estãoligadas ao fato de não dormir corretamente, não dormir o horário que se deve e assim acaba gerandoindícios de grande estresse e por fim problemas que muitas vezes acabam maltratando as pessoas de talmaneira que terminam provocando inúmeros fatores entre estes: hiperatividade cognitiva e preferênciapara dormir em ocasiões não comuns com a vida social em si. Modificações nos espaços onde convive ena rotina podem contribuir muito para o surgimento das doenças do sono, como salientado por Hayes(2001), problemas no estabelecimento do horário de dormir: o diagnóstico da insônia relacionada a

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problemas no estabelecimento de horários envolve uma boa compreensão dos ritmos normais desono/vigília nas diferentes idades. Um dos problemas mais frequentes é o estabelecimento do horário dedormir antes da hora adequada, em período de intensa vigília, o que faz com que a criança permaneçadeitada sem sono (porque dentro do seu ritmo interno é cedo para ter sono).

Alterações no ambiente e na rotina do paciente podem ser fatores bastantes relevantes quanto a perca dosbenefícios que o sono podem trazer ao ser humano.

2.1 Doenças do sono

Para Valadres (2004), os problemas oriundos do sono, os quais são classificadas doenças do sono,especialmente a depressão e problemas psiquiátricos são sequelas muitas vezes das privações do sonoseguidas de esquecimentos, hipersonia, dificuldades para iniciar o sono além de muitos outros distúrbiosque podem provocar o fracasso do indivíduo, caso este não procure um tratamento adequado para pelomenos redimir os problemas do sono.

Indo de encontro as ressalvas Jonson (2001), os problemas do sono geralmente englobam alterações comosíndromes diversas, capazes de tornar o ser totalmente doente, flagelado e desacreditado até de si mesmo.

2.2 Posturas para melhorar o sono

Para Sara Viega (2012), uma das maneiras de manter um sono com qualidade é procurar se alimentar deforma saudável, evitando comidas pesadas como frituras, carnes vermelhas, açucares em exagero, oupratos muito cheios de gorduras, o que chamamos de comida pesada.Indo de encontro ao que ressalta Gagliardi (2015), costumamos cometer o erro de sair para jantar e comerdemais ou pedir o prato mais pesado para seu estômago. Quando jantamos frituras, carne vermelha, coisasaçucaradas ou muito pesadas o corpo demora mais para fazer a digestão e isto fará com que você durmamal e se sinta mais cansado.

3.PASSOS PARA VENCER OS PROBLEMAS ORIUNDOS DO SONO

De acordo com Doutor Artur Frazão (2015), na busca para vencer a insônia deve procurar deitar-se elevantar-se sempre à mesma hora e evitar estar com ansiedade na hora de dormir, pois dormir bem éfundamental para a saúde e para o bom humor, por isso, quando se tem dificuldade em adormecer oumanter o sono seguido é fundamental adotar estratégias que ajudem a dormir melhor.

Indo de encontro ao que é salientado por ele ao falar sobre alguns caminhos para melhorar a qualidade dosono como:

Optar por horários adequados, mantendo um mesmo horário para deitar e levantar;

Praticar atividades que possam reduzir o índice de estresse;

Realizar refeições suaves, evitando a ingestão de café e chá verde;

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Desligar antes de dormir aparelhos eletrônicos.

Uma outra excelente maneira de melhorar o sono é evitar o alto índice de estresse, se desviando delugares que geram ansiedade, realizar atividades de relaxamento, como também caso seja necessário soborientação médica tomar medicamentos para insônia.Indo de encontro ao que salienta o Doutor Mauricio Bagnato (2016), quando fala sobre algunsproblemas oriundos do sono como: insônia, ronco e apneia. Ao falar de apneia do sono, Bagnato(2016), ressalta que geralmente, os grandes roncadores tendem a desenvolver apneia. Entretanto isso nãoocorre apenas com pessoas acima do peso, algumas pessoas que apresentam apneia do sono é devido ascaracterísticas anatômicas da mandíbula e do queixo podem determinar a apneia. O músculo presente naparte posterior do queixo fica preso na língua. Queixos recuados puxam a base da língua para trás, o quedificulta a passagem do ar e pode causar apneia. Agora, se além de portadora dessa desarmoniacraniofacial a pessoa for obesa, o risco de desenvolver apneia aumenta bastante. Mesmo assim, hoje éraro indicar cirurgia para corrigir a posição da mandíbula ou da maxila.

Bagnato (2016), também fala sobre a insônia, afirmando que este problema oriundo do sono de máqualidade, tem sido a mais frequente, ele afirma que:

“Estatísticas demonstram que de 30% a 40% dos indivíduos, em alguma fase da vida, sofrerão de insônia,ou seja, experimentarão dificuldade para pegar no sono ou para voltar a dormir se acordarem no meio damadrugada”, (BAGNATO, 2016, P.01).

E quanto ao ronco Bagnato (2016), afirma que nos dias de hoje quando o indivíduo dorme e ronca, devemobservar com atenção e de acordo com estudos, o ronco é muito presente em homens jovens e na fase damenopausa as mulheres passam a evidenciar tais problemas. O mesmo sugere que para vencer taisproblemas, o indivíduo deve mudar a rotina da vida, procurando novos hábitos saudáveis que possamajudar a reduzir e até mesmo eliminar os problemas oriundos do sono de má qualidade.

3.CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por uma questão de saúde e bem estar ao elaborar este artigo, foi possível detectar que os distúrbios desono se desenvolvem geralmente em três desdobram em pelo menos três esferas, as quais costumamprejudicar de forma relevante a saúde das pessoas e que tais esferas geralmente estão interligadas aoestresse, ao cansaço físico e mental e as rotinas estressantes que muitos seguem.

Deixando claro que diante dos pressupostos aqui salientados, os problemas oriundos do sono, senãoforem tratados podem levar o ser humano a sérios problemas de saúde, como também podem complicar avida do indivíduo e assim impossibilitar esta pessoa de alcançar seus ideias, pois o indivíduo com sono demá qualidade pode adquirir muitas impossibilidades cognitivas e emocionais.

Entretanto, constatou-se que a prática de atividades físicas, uma boa alimentação e posturas que venhamreduzir a tensão e o estresse poderão contribuir de forma significativa para que o indivíduo possamelhorar de vida e consequentemente tornar seu sono mais saudável, lhe propiciando condições viáveisao sucesso naquilo que executa em seu dia a dia.

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Porém, ao analisarmos as publicações científicas dos autores citados neste artigo, foi possível evidenciarque o melhor caminho para se chegar onde sonhamos, é cuidar de si mesmo, portanto procurar ter umaqualidade de vida, incluindo com prioridade a qualidade do sono que costuma-se ter.

Assim, não basta somente buscar correr atrás dos ideias, sem tratar de si mesmo, se quisermos ser pessoasaptas ao sucesso, temos que comer bem, trabalhar bem, dormir bem, ou seja viver bem, pois o indivíduoque dorme mal, dificilmente ele alcançará seus objetivos acadêmicos, sociais e profissionais com bomêxito.

REFERÊNCIAS

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BAGNATO, Mauricio (2016),Entrevista distúrbios do sono. DIPONIVEL EM: Site Drauzio Varella,2016.

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GAGLIARDI, Luís Gustavo. Equilíbrio Online, Folha de São Paulo. 25-04-2000.

GOMES MM, MILAZZOTTI, Renata, 2013. TRANSTORNO DO SONO. Disponível em: Meus blogsPSICÓLOGA RENATA MILAZZOTTI

JANSON, C., Lindberg, E., Gislason, T., Elmasry, A., & Boman, G. (2001). Insomnia in men - a 10year prospective population based study. Sleep: Journal of Sleep and Sleep Disorders Research, 24 (4),425-430.

Quinhones MS, Engelhardt E. Neurofisiologia do sono e aspectos farmacoterapêuticos dos seustranstornos [revisão]/Neurophysiology of sleep and pharmacotherapeutic aspects of their disorders:[review]. Rev Bras Neurol. 2010;46(1):5-15.

VALADRES, Neto DC. Distúrbios de sono no idoso. In: Cançado FAX, coordenador. Noções práticasde geriatria . Belo Horizonte (MG): Coopmed Editora; 1994. p. 234-240.

[1] Pedagoga, fornada pela UEPB, especialista em formação do educador e Ciências da Educação, mestraem ciências da educação pela Lusófona em Portugal.

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