Protótipo de um Sistema de Recomendação no Auxílio da Gestão de Competência em Disciplinas na...
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UNIVERSIDADE COMUNITÁRIA REGIONAL DE CHAPECÓCurso de Graduação
Fabio Aiub Sperotto
PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE RECOMENDAÇÃO NO AUXÍLIO DA GESTÃO
DE COMPETÊNCIAS EM DISCIPLINAS NA ÁREA ACADÊMICA
Chapecó – SC, 2010
FABIO AIUB SPEROTTO
PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE RECOMENDAÇÃO NO AUXÍLIO DA GESTÃO
DE COMPETÊNCIAS EM DISCIPLINAS NA ÁREA ACADÊMICA
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
à Unochapecó como parte dos requisitos para
obtenção do grau de Bacharel em Sistemas de
Informação.
Orientador: José Alexandre de Toni
Chapecó – SC, jul. 2010
FABIO AIUB SPEROTTO
PROTÓTIPO DE UM SISTEMA DE RECOMENDAÇÃO NO AUXÍLIO DA GESTÃO
DE COMPETÊNCIAS EM DISCIPLINAS NA ÁREA ACADÊMICA
Esta Monografia foi julgada para obtenção do título de Bacharel em Sistemas de In-formação, no Curso de Graduação em Sistemas de Informação da Universidade Co-munitária Regional de Chapecó - UNOCHAPECÓ – Campus Chapecó, com a se-guinte Banca Examinadora:
________________________________________________Prof. José Alexandre de Toni
Professor Orientador
________________________________________________Prof. Elton Luís Minetto - Membro
________________________________________________Profª. Magda Bianchi Migliori - Membro
Chapecó (SC), jul. 2010
DEDICATÓRIA
Dedico este trabalho principalmente a minha família, que, com apoio
incondicional, sendo o meu alicerce e o meu sustentáculo, propiciaram os
ensinamentos da dedicação, do comprometimento e, sobretudo, da persistência, nos
momentos difíceis.
Às pessoas que contribuíram de forma direta ou indireta, no período de
graduação e tornaram-no possível.
AGRADECIMENTOS
Agradeço aos meus pais pelo carinho, ajuda e aconselhamento fornecidos
durante toda a graduação.
Ao meu orientador, José Alexandre de Toni por ter aceitado o convite para
este projeto. Também as suas discussões, dicas, conselhos que ajudaram na
concepção inicial deste estudo (assim como na significativa compreensão me
fornecida nas primeiras semanas de projeto).
Ao professor Elton Minetto, por ter aceito o convite para a banca e pelos
grandes aconselhamentos e observações.
À professora Magda B. Migliori, por aceitar o convite para a banca, pelos
conselhos e esclarecimentos valiosos.
À professora Andrea B. Zambarda pelo tempo disponibilizado nas
discussões, observações e validações sobre a aplicação deste projeto.
Aos colegas de graduação, que contribuíram de alguma forma com o
trabalho, especialmente a Cynthia Refosco pelo carinho e auxílio na correção do
abstract.
RESUMO
Desenvolvimento de sistemas informacionais exigem questionamentos de
como podem ajudar as pessoas no seu dia a dia e como a automatização das
atividades podem ajuda-las na tomada de decisão. Os sistemas também podem
auxiliar ou tornar-se obstáculo das operações principalmente daqueles profissionais
que precisam se munir de informação para a tomada de decisão. Os sistemas de
recomendação surgem como mecanismo que pode auxiliar tanto na gestão quanto
na tomada de decisão de gestores. Este estudo fornece a proposta de um sistema
de recomendação no auxílio de gestão de competências para a Área de Ciências
Exatas e Ambientais da Unochapecó. Abrange estudos sobre a gestão acadêmica,
por meio de conceitos sobre gestão organizacional, gestão universitária: a estrutura
de uma instituição acadêmica (estratégias, plano pedagógico e definições sobre o
meio da qual a universidade está inserida). Também aborda estudos referentes à
gestão de pessoas e do conhecimento, compreendendo como é definida a sua
competência. Em seguida são descritos os conceitos sobre ontologia e mecanismos
da inteligência artificial, elaborando, assim, o fechamento de quais tópicos que
podem ser aplicados no desenvolvimento de um protótipo que possa ser usado
pelos gestores ou diretores do centro acadêmico e como ele foi desenvolvido
utilizando ferramentas livres e a linguagem de programação PHP.
Palavras-chave: sistemas de recomendação, gestão, competências, ontologia, fuzzy,
PHP.
ABSTRACT
The development of information systems requires questioning of how they
can help the people in their day by day and how the automatization of the activities
can help them in the decision making. The systems also can help or they can
become obstacle of the operations especially of those professionals who need to
provide of information for the decision making. The recommendation systems appear
as mechanism that can help as in the management as in the decision making of the
managers. This study supplies the proposal of a recommendation’s system in
management’s helping of competences for the area of exact sciences and
environmental of UNOCHAPECÓ. It includes studies about the academic
management, through concepts about organizational management, university
management: the structure of an academic institution (strategies, pedagogical plans
and definitions about the context which the university is inserted). It also deals
studies related to people and knowledge’s management, including how is defined its
competence. Then, it is described the concepts of ontology and mechanisms of
artificial intelligence. Elaborating thus the closing of which topics can be applied in
the developing of a prototype which can be by the managers or principals of the
Academic Center and how it was developed, using free tools and the language’s
programming PHP.
Keywords: systems of recommendation, management, competences, ontology, fuzzy,
PHP.
Lista de ilustraçõesIlustração 1: Mapeamento ontológico.......................................................................................42
Ilustração 2: Tela inicial do protótipo.......................................................................................45
Ilustração 3: Importação de currículo LATTES........................................................................46
Ilustração 4: Visualização de dados importados do currículo LATTES...................................47
Ilustração 5: Localização de professores..................................................................................48
Ilustração 6: Marcação de disciplinas.......................................................................................48
Ilustração 7: Cadastro de habilidades pessoais.........................................................................49
Ilustração 8: Cadastro de Disciplinas........................................................................................50
Ilustração 9: Painel de configuração da Inferência...................................................................51
Ilustração 10: Sugestão fornecida em forma de ranking...........................................................52
Ilustração 11: Modelagem entidade-relacionamento do sistema..............................................53
Ilustração 12: Funções usadas para filtro textual, PHP.............................................................56
Ilustração 13: Codificação de fórmulas para competências profissionais e habilidades
pessoais.....................................................................................................................................57
Ilustração 14: Codificação de fórmulas para os níveis de formação.........................................58
Lista de tabelasTabela 1: Síntese das funções gerenciais (Coelho, 2008, pág. 37).............................................8
Tabela 2: As categorias de papéis de Mintzberg (Coelho, 2008, pág. 39)..................................9
Tabela 3: Dimensões organizacionais da competência (Flink et al. apud RUAS, 2001)..........25
1
Sumário1. Introdução.........................................................................................................................................2
2. Revisão bibliográfica........................................................................................................................5
2.1 Aspectos gerais do ambiente a ser estudado.............................................................52.1.1 Histórico Unochapecó........................................................................................................5
2.2. Gestão........................................................................................................................72.2.1 Gestão organizacional........................................................................................................7
2.2.2 Gestão universitária..........................................................................................................10
2.2.3 Estratégias para Instituições de Ensino............................................................................11
2.2.3.1 Planejamento estratégico..........................................................................................12
2.2.3.2 Projeto pedagógico...................................................................................................15
2.2.3.2.1 Aspectos Pedagógicos da Unochapecó.............................................................17
2.3 Gestão de recursos humanos...................................................................................182.3.1 Competências...................................................................................................................19
2.3.2 Técnicas de visualização de competências......................................................................24
2.4 Aspectos relacionados...............................................................................................282.4.1 Gestão do conhecimento..................................................................................................29
2.4.2 Ontologia..........................................................................................................................30
2.4.3 Inteligência artificial........................................................................................................31
2.4.4 Sistemas de recomendação...............................................................................................34
2.4.4.1 Recomendação colaborativa................................................................................36
2.4.4.2 Recomendação baseada em conteúdo..................................................................36
2.4.4.3 Recomendação demográfica................................................................................37
2.4.4.4 Análise e projetação ............................................................................................37
2.4.5 Desenvolvimento web......................................................................................................38
2.4.5.1 PHP...........................................................................................................................39
2.4.5.2 Framework CodeIgniter...........................................................................................40
2.4.5.3 MYSQL....................................................................................................................41
3. Desenvolvimento do protótipo.......................................................................................................41
3.1 Ontologia....................................................................................................................423.2 Interfaces do sistema.................................................................................................443.3 Estrutura lógica do sistema.......................................................................................52
3.3.1 Modelagem do banco de dados........................................................................................53
3.3.2 Interpretação e Pontuação Fuzzy.....................................................................................54
4. Conclusão.......................................................................................................................................59
4.1 Trabalhos futuros.......................................................................................................605. Referências bibliográficas..............................................................................................................62
6. Anexos............................................................................................................................................67
6.1 Debates sobre a proposta.........................................................................................676.2 Funções PHP na mineração textual .........................................................................686.3 Ontologia no formato OWL/RDF...............................................................................686.4 Ontologia no formato OWL puro................................................................................72
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1. Introdução
Contemporaneamente, cada vez mais o sistema de informação se faz presente
no dia a dia das pessoas. O que se pode observar é que muitas vezes são sistemas que
demandam muita análise por parte do usuário e muita informação que este precisa inserir
para obter as devidas respostas pelo software. Pretende-se com isso exibir como os
sistemas de informações podem ajudar de forma mais sofisticada a decisão das pessoas.
Aplicando ciência tecnológica no cotidiano de administração ou gestão de pessoas.
Aumentando com a automação, a qualidade pertinente aos instrumentos de gestão de
pessoas. Diminuindo a atividade manual e o dispendioso tempo na catalogação e
organização, além do cruzamento, das características dos professores e das disciplinas
ministradas na área do estudo de caso (Unochapecó).
Alguns questionamentos podem ser feitos a respeito do assunto. Como um
sistema informacional pode ajudar na sugestão de que professores possuem um melhor
perfil para determinadas disciplinas? Que meios são necessários para discutir os
requisitos na proposta de um sistema que contemplará características para que os
diretores dos centros acadêmicos possam usufruir do sistema proposto? O presente
projeto por meio destes questionamentos, têm por finalidade desenvolver uma ferramenta
para a gestão de competências na área acadêmica. Essa ferramenta visa a ser um
sistema de recomendação no auxílio na gestão de competências em disciplinas da área
acadêmica. A ideia é propor para os gestores uma ferramenta que possa se especializar
em uma área na qual inexiste qualquer ferramenta de apoio à operação de
gerenciamento entre professores e a sugestão do seu perfil para as disciplinas dos mais
variados cursos.
O protótipo será desenvolvido focado na Área de Ciências Exatas e Ambientais.
Conforme já apresentado, a temática central é que seja um sistema de recomendação de
professores para a disciplina. Sugerindo professores, em formato de ranking, baseado em
várias configurações, ajudando a tomada de decisão com relação à alocação do melhor
professor para uma específica disciplina. Não têm por ambição ou pretensão substituir a
avaliação do diretor ou gestor de centro acadêmico, mas fornecer uma proposta que
contribua neste processo de decisão.
A ideia do protótipo se desenvolve por meio de alguns outros questionamentos
referente a própria área de sistemas. Como um software pode ajudar na sugestão de
professores para determinadas disciplinas, baseando-se em características do próprio
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professor? Também serão discutidos os meios necessários para os requisitos desta
proposta, de um sistema neste nível, englobando as necessidades dos diretores ou
gestores na tomada de suas decisões.
Também são estudados os tópicos relacionados à gestão e que conceitos devem
ser conhecidos para fundamentar o estudo proposto. Serão desenvolvidos estudos nos
conceitos de gestão: instrumento base, seguindo na gestão organizacional para a gestão
universitária. Por meio desta gestão serão conhecidas as estratégias que delimitam a
infraestrutura de uma universidade e como ela relaciona estrutura e operações para a
gestão acadêmica, focado sempre nos planos pedagógicos ou mais próximos das
atividades nos setores de tomadas de decisões com relação aos professores.
Para os estudos relacionados ao indivíduo, neste caso como foco será o
professor, o recurso humano faz parte também deste estudo. O objetivo maior é o estudo
sobre as competências destes profissionais, o que pode ser levado em consideração para
o tema proposto. Será definido com tudo isso quais são as melhores estratégias para a
elaboração de um sistema informacional para o objetivo fim.
Além da gestão, é realizado um estudo referente na parte tecnológica. Serão
discutidos três visões tecnológicas e as suas abordagens para a infraestrutura lógica da
aplicação (todos discutidos na seção de aspectos relacionados). Inicialmente tratando
sobre a gestão do conhecimento que é um dos instrumentos-chave do software proposto
e o que deverá ser levando em consideração no seu estudo, criando uma introdução para
a ontologia. Sobre a ontologia, serão discutidos quais são suas características mais
predominantes e como poderá ser aplicada na modelagem das características ou
atributos dos professores e das disciplinas.
Em seguida é discutida a abordagem de inteligência artificial. Quais são os
conceitos referente a ela e quais podem ser aplicados no desenvolvimento de algoritmos
do protótipo a ser construído. Colocando em comparação qual a melhor maneira a ser
aplicado levando em consideração a lógica fuzzy, algoritmos genéticos ou redes neurais.
Possui uma certa relação com sistemas de recomendação e ,desta forma, será descrito
na sua sequência.
O principal foco deste trabalho concentra-se no que significa um sistema de
recomendação. Foram analisados, além de sua conceituação os principais tipos de
sistemas de sugestão, nos mesmos moldes que a comparação realizada na seção de
Inteligência Artificial, focando quais atribuições seriam interessantes para esta aplicação.
Também será analisado como se pode inserir os conceitos de inteligência dentro dos
4
mecanismos de sistemas de recomendação.
O universo da pesquisa será, portanto, o sistema de recomendação para a gestão
de competências e a pesquisa será realizada em oito meses. Como instrumento de coleta
de dados será utilizada a pesquisa descritiva. Por meio da pesquisa bibliográfica serão
coletados dados acerca da gestão de competências para o embasamento assim como
tópicos em inteligência artificial, ontologias, sistemas de recomendação, gestão
organizacional (estratégica, de recursos humanos). Também serão utilizados livros,
artigos científicos da Internet, entre outros para a resolução.
Na primeira parte será feita a coleta de informações para a elaboração do
projeto, referente a toda fundamentação. A análise será feita e os dados serão compostos
após a implementação da aplicação. O resultado será apresentado na forma de um
protótipo, nas seções finais, referente à própria aplicação.
5
2. Revisão bibliográfica
2.1 Aspectos gerais do ambiente a ser estudado
O ambiente escolhido é um dos centros acadêmicos situados na instituição
Unochapecó Campus de Chapecó. Faz-se necessário analisar a história e a sua
formação pois faz parte de todo o desenvolvimento do que hoje é conhecido como
Universidade. Esta seção aborda desde os primeiros passos da formação da Unochapecó
até a formação das diretrizes de missão política e social da universidade. Um resultado de
sucesso de discussões, debates e a procura de uma universidade concreta na região de
Chapecó.
Nas seções seguintes serão analisados e estudados os tópicos referentes às
práticas organizacionais, a gestão de instituição de ensino, os conceitos de
gerenciamento que compõem o estudo global sobre a área de atuação do sistema
proposto.
2.1.1 Histórico Unochapecó
As universidades brasileiras formam um grande conglomerado de conhecimento e
formadores técnicos, seja qual área de atuação profissional for tratar. Toda uma estrutura
que promove a educação e a especialização focada na atuação profissional plena,
principalmente focado na região onde a universidade está estruturada. Porém a história
da universidade como um todo foi preconizada por resistências políticas e pela busca de
um modelo que caracteriza o sentido pleno da formação culta dos acadêmicos com
liberdade e políticas mais evolucionárias para a devida formação (Sguissardi, 2004).
A Unochapecó vem de um esforço acumulado. Desde os esforços das instalações
das universidades no Brasil, como a primeira no Rio de Janeiro (Decreto 19.852 de 1931),
até as formações de ensino e a busca da estruturação acadêmica regionalista no oeste de
Santa Catarina. A Unochapecó é, portanto, resultado dos anseios e esforços no
agrupamento entre as necessidades acadêmicas dos municípios e as suas decisões com
relação a instituição acadêmica em si.
A história da universidade em Chapecó passou por vários momentos antes da real
estruturação da qual hoje se presencia. Fatos que não mostram resistência política, mas
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união de grupos e ideias para prontamente conceber a Unochapecó. Sua criação deu-se
por três grande etapas em referências históricas. A primeira ocorreu entre 1971 e 1991
com a criação da FUNDESTE para amparar as necessidades educacionais regionais. No
segundo grande momento entre 1992 e 2002, refere-se à consolidação da Universidade
do Oeste de Santa Catarina, UNOESC, com a fusão da então FUNDESTE com outras
entidades educacionais: FUOC - Fundação Universitária do Oeste Catarinense de
Joaçaba, a FEMARP - Fundação de Educacional e Empresarial do Alto Vale do Rio do
Peixe de Videira, a FUNESC - Fundação Educacional do Extremo Oeste de São Miguel
do Oeste e a FEMAI - Fundação Educacional dos Municípios do Alto Irani da cidade de
Xanxerê.
O terceiro e último momento refere-se a data mais atual, que partiu do
desmembramento do Campus Chapecó da Unoesc para o projeto Unochapecó. Que fora
formalizado e amparado pelo decreto Decreto Estadual no. 5.571 do Governo de Santa
Catarina, - publicado no Diário Oficial -, em 27 de agosto de 2002 e pelos pareceres nº.
347/2002/CEE/SC, Resolução nº, 158/2002, CEE/SC. Desde então a real estruturação do
que se conhece hoje como Unochapecó, vem sendo realizada mediante significativas
discussões de todos os envolvidos, do próprio campus e das entidades educacionais que
permeiam toda essa rede acadêmica regional. O projeto de formação optou pelo caráter
comunitário da nova, universidade comprometida com a sociedade, em fornecer
qualidade de ensino e o devido aprofundamento em pesquisas. Fazendo com que a
“nova” universidade pudesse formar acadêmicos bastante orientados para suprir as
necessidades regionais, assim como a sua referência na participação do desenvolvimento
cultural e socioeconômico.
A Unochapecó em meados de 2002 já contava com 24 cursos de graduação e 27
cursos de pós-graduação. Conforme o passar dos anos, novos projetos de formalização
de novos cursos foram sendo desenvolvidos e aprovados aumentando esses números e a
oferta de conhecimento. Projetos estes que também mantêm em constante atualização os
cursos existentes e o fomento da pesquisa. A inovação e o pensar científico estão sempre
em conformidade com a definição e a história da universidade brasileira, que passa pelo
ensino, pela própria pesquisa e a extensão do conhecimento.
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2.2. Gestão
Hoje, o termo gestão faz parte de qualquer instituição, de qualquer tamanho e
ordem. As seções seguintes respondem as dúvidas acerca das práticas da gestão
organizacional, universitária e as estratégias que forma a plena gestão universitária. Uma
abordagem conceitual que traz à tona o conhecimentos sobre conceitos necessários a
saber para o desenvolvimento da proposta (como ferramenta de gestão). Também
procura enfatizar os pontos mais cruciais como planejamento e os conceitos básicos do
padrão de gestão reconhecidos na literatura.
2.2.1 Gestão organizacional
Faz-se necessário saber como se estrutura a gestão organizacional, que
conceitos definem esse tipo de gestão e como ela se aplica no ambiente do estudo de
caso. O objetivo não é detalhar todos os aspectos da organização, mas sim conceituar
como é o ambiente organizacional e ilustrar com exemplos acadêmicos como é o
desenvolvimento desses ambientes. Existem três panoramas do ambiente organizacional:
o macroambiente, o ambiente de tarefas e o ambiente interno da organização (Coelho,
2008). Esses panoramas são gerais independente da organização.
Segundo o autor o macroambiente é constituído de forças externas que agem
sobre a organização e que a empresa não têm controle sobre elas. Mas reconhece que
qualquer entidade precisa constantemente monitorá-las. São as forças tecnológicas que
impactam a própria forma de trabalho. As econômicas que podem ser as taxas de
inflação, desemprego, taxas de juros, entre outros. As político-legais, em que as
empresas recebem forte influência das leis. As socioculturais, que relacionam os fatores
culturais da sociedade no uso ou requerimento de produtos e serviços. E as
internacionais, que são forças mais incidentes em empresas que possuem concorrência
ou fornecedores de fora do país.
O ambiente de tarefas, segundo Coelho (2008), é o ambiente mais imediato para
as organizações, ou seja, são todos os aspectos que a organização precisa se relacionar
na atribuição de suas atividades. Se resumem em clientes, que vão adquirir produtos e
serviços desta organização, no caso aqui seriam, em primeira instância, os alunos e, por
seguinte, as empresas da região. Os competidores, que trilham caminhos diferentes mas
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competem pelos mesmos clientes e matérias-primas (professores, equipamentos, por
exemplo). Os fornecedores, que hoje em dia são mais parceiros do que simples
distribuidores, podem ser pessoas ou outras organizações que possuem recursos para
ajudar na sustentação da organização. Órgãos reguladores, que regram e limitam as
operações, no caso dos órgãos de fiscalização contábil e universitário. E os parceiros
estratégicos que, diferente dos fornecedores, enfatizam o trabalho em equipe em uma
ajuda mútua, são duas organizações, ou mais, que resolvem se unir para explorar melhor
o mercado, buscando recursos das redes uma da outra em benefício mútuo. Essa parte,
como ganha a especifidade da universidade, ganhou uma seção a parte que detalha
melhor a estrutura da gestão definindo inclusive os aspectos de clientes e contribuidores
de uma universidade e o conceito do professor inserido nela (seção sobre Gestão
Universitária).
Os proprietários, empregados, administradores e o próprio ambiente físico forma o
último ambiente, que é o interno à organização. Os empregados formam o aspecto mais
importante da organização (não somente acadêmica), pois é a única estrutura que pode
ser ampliada devidamente, seja na quantidade ou qualidade (Coelho, 2008 pág. 19). Na
universidade isso pode ser crucial na sua sobrevivência ou melhoramento contínuo se for
levando em conta tanto perfil do ingresso quanto seu quadro de professores (novamente
será melhor detalhada nas seções seguintes).
Outro aspecto importante de como a gestão organizacional procede é na forma de
trabalho e nos papéis que as pessoas recebem dentro das atividades do ambiente
interno. O gestor, como peça importante do estudo de caso, deve estar inserido em um
ciclo de funções dentro dessa modalidade. Papel gerencial de ciclo em looping que é o de
controlar, planejar, liderar e organizar (Coelho, 2008, pág. 38). Um resumo pode ser visto
na tabela a seguir:
Função O que é Questionamentos
Planejar Estabelecer alvos. Aonde queremos chegar?
Organizar Providenciar os recursos necessários. O que é necessário para chegarmos lá?
LiderarEnvolver as pessoas necessárias para a
realização do plano.
Quem deve ir conosco para atingirmos
nosso alvo e qual deve ser a motivação
principal?
ControleVerificar se o desempenho real está de
acordo com o esperado no plano.
O que estamos fazendo está de acordo com
o que planejamos fazer?
Tabela 1: Síntese das funções gerenciais (Coelho, 2008, pág. 37).
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De acordo com a tabela acima, pode-se inferir um exemplo relacionativo à
universidade. O gestor de área ou gestor de curso pode planejar alguns objetivos que se
quer alcançar como a elaboração de novas disciplinas para um novo curso (ou optativas
para um já em funcionamento). Em seguida, ele se organiza em busca dos recursos
necessários que poderiam ser os professores. Com liderança ele coordena o grupo e leva
essas pessoas a atingirem os objetivos do planejamento e, por fim, controla todos os
aspectos validando se as atividades estão atingindo os objetivos planejados.
Como o estudo de caso é voltado ao gestor de área, existem nos conceitos de
papéis organizacionais, alguns papéis gerais e outros papéis específicos (exibidos a
seguir) relacionados com o gestor, conhecidos como papéis gerenciais de Mintzberg
(Coelho apud Robbins, 2000):
Papel geral Papel específico
Interpessoal
Chefe nominal
Líder
Ligação
Informacional
Monitor
Disseminador
Porta-voz
Decisorial
Empreendedor
Controlador de distúrbios
Alocador de recursos
Negociador
Tabela 2: As categorias de papéis de Mintzberg (Coelho, 2008, pág. 39).
O gestor de área, como exemplificado anteriormente, permeia sua gestão pelos
papéis gerais, pois desenvolve suas atividades em várias situações dos papéis
específicos, como alocador de recursos, chefe nominal representando todo o centro
acadêmico, líder, grande porta-voz, ligação (entre grupos, departamentos e sub-chefias
da área) e até mesmo sendo controlador de distúrbios (na correção de eventuais
problemas nas operações ou com professores).
Assim foi feito um panorama geral de como é formada a gestão organizacional,
procurando expor de forma resumida e clara sobre os pontos importantes a saber com
relação ao ambiente de estudo, estratégias organizacionais. Detalhes a respeito da
10
gestão universitária terão melhor enfoque nas seções seguintes.
2.2.2 Gestão universitária
As questões que envolvem um sistema voltado para uma instituição vão além dos
parâmetros normais da tecnologia empregada e dos requisitos puramente técnicos. Faz-
se necessário, na abordagem de um sistema voltado aos gestores de áreas da
universidade, compreender como funciona a estrutura da organização educacional. Que
conceitos se fazem necessários para esclarecer o funcionamento e a filosofia vigente
dentro da organização. Para que se possa compreender certos atributos e elevar a
qualidade do projeto, por conseguinte, cabe nesta seção, a apresentação de alguns
conceitos sobre as instituições de ensino, sua estrutura e forma de organização. Logo em
seguida são apresentados as estratégias de gestão e os planos metodológicos
As instituições de ensino (IES) são caracterizadas, segundo o artigo 1 do decreto
nº 3.860 em públicas e privadas. As públicas são mantidas pelo poder público enquanto
as privadas são mantidas e administradas por pessoas físicas ou jurídicas de direito
privado. A escola pode ser uma empresa prestadora de serviços que oferece produtos
(Tachizawa et al. apud Fernandes, 1999, pág. 39). Por meio desses conceitos pode-se
compreender que o ensino superior ou de terceiro grau pode ser uma organização de
sentido público ou privado que têm como objetivo prestar serviço que possa resultar em
um produto para a sociedade da qual está inserida. Entende-se por produtos os
profissionais que serão formandos para atuar no ambiente de mercado ou na sua própria
instituição.
Mediante isso pode-se perceber uma comparação com as organizações comuns,
privadas, externas atuantes no mercado. Toda organização, indiferente de ramo possui
um cliente específico. Dentro das universidades o serviço é a produção de conhecimento
que resulta no produto já comentado que são os profissionais e também podem ser
citados a manifestação e desenvolvimento tecnológico na sociedade (lei nº 9.394,
Diretrizes e Bases da Educação Nacional, Capítulo 4, artigo 43, inciso 4).
Toda organização acadêmica não é feita somente de jurisprudência e sim de um
coletivo de pessoas. Desta forma visualiza-se que:
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Uma organização, ou uma instituição de ensino, como um organismo vivo,
é um agrupamento humano em interação, que, ao se relacionar entre si, e
com o meio externo, por meio de sua estruturação interna de poder, faz
uma construção social na realidade, que lhe propicia a sobrevivência como
unidade, segundos os mesmos princípios pelos quais mutações são
preservadas dentro de cadeias ecológicas do mundo vivo (Tachizawa et al.
1999, pág. 44).
A partir dessa reflexão, percebe-se da forma conceitual que as IES são um
agrupamento focado no desenvolvimento de ensino para a sociedade, formando o seu
próprio ciclo de sobrevivência. Desse ciclo surge um fluxo de informação e conhecimento
que se desenvolve dentro das instituições e, com isso, temos os gestores que se
preocupam em trazer profissionais e políticas que formam o ensino. Que então possa
fornecer os subsídios que os alunos necessitam. Produzindo os produtos que são os
futuros profissionais. Nisso existem certos delineamentos que precisam ser observados,
justamente no tocante à formalização da gestão e aplicação de instrumentos de qualidade
a ela. Para isso, a seguir, são detalhados alguns conceitos importantes a saber na gestão
acadêmica.
2.2.3 Estratégias para Instituições de Ensino
Para o desenvolvimento desta organização acadêmica, alguns tópicos são
construídos para a sua manifestação. Podem ser por meio da jurisprudência como citado
anteriormente (diretrizes e políticas), mas principalmente tópicos sobre a sua organização
interna. A derivação disso resulta nas estratégias genéricas agregadas às específicas
(Tachizawa et al. 1999, pág. 51).
As estratégias genéricas são aquelas que reúnem características de ações
comuns a todos as instituições de ensino. Essas ações têm relação da forma que tratam
as variáveis de organização interna comum a qualquer Instituição de Ensino (IE), seja
privada ou não (principalmente privada). Segundo Tachizawa, essas estratégias são
descritas em dezenas de tópicos, mas as mais necessárias, a saber, citadas pelo autor,
são:
• Melhoria da qualidade das IES como um todo, aumentado o rigor com
relação ao corpo docente e quanto aos cursos oferecidos aos clientes.
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• Utilização das tecnologias da informação para o gerenciamento do
conhecimento e um melhor suporte administrativo.
• Criação e manutenção de um banco de dados de talentos, dos professores,
devido a exigência de mão-de-obra altamente qualificada.
• Implementação de cursos de especialização, cursos sequenciais e outras
formas de ensino complementares aos cursos de graduação, com estreita
interação teoria-prática.
Como pode se visualizar, essas estratégias fazem parte de qualquer instituição,
que irão ser agregadas às estratégias específicas que realizarão o perfil de gestão de
cada organização de ensino viabilizando a criação das estratégias próprias da IES. É
necessário que uma ferramenta se faça presente no tocante a resolver alguns desses
tópicos, e de tantos outros não abordados, como facilitador da administração e do seu
suporte, tão requerido por alguns gestores.
A ideia, neste trabalho, não é aprofundar as estratégias específicas, uma vez que
isso envolve uma complexidade fora do comum e já necessita de um maior envolvimento
nas organizações, resultando em estudo de caso específico. Contudo, nesta questão de
gestão, faz-se necessário detalhar alguns conceitos dessas estratégias (no próximo
capítulo) que permeiam as instituições de ensino. Como planejamento estratégico ou
gestão estratégica, projeto pedagógico, e os processos que configuram a IE.
2.2.3.1 Planejamento estratégico
O planejamento, essencialmente, é um pilar dentro de qualquer organização.
Visualiza-se como resultado de um produto ou empresa de qualidade um bom
planejamento feito no primórdio da organização. O planejamento estratégico1 em uma
instituição de ensino pode ser entendido como o conjunto de decisões programadas
previamente, relativas ao que deve ser feito na IEs a longo prazo (Tachizawa et al. 1999,
pág. 71).
Esta seção apresentará os conceitos referentes ao planejamento, que variáveis
existem ao redor do ambiente institucional, que ambientes existem na perspectiva
institucional e quais mecanismos se tornam produtos ou fornecem suporte às estratégias
dos gestores educacionais.1 Planejamento estratégico, gestão estratégica e plano estratégico são considerados sinônimos para o
presente estudo, devido as várias formas que os autores intitulam o assunto.
13
Para a construção do planejamento estratégico, uma ação planejadora precisa
coexistir em qualquer setor da sociedade. Essa ação está em toda atividade no cotidiano,
desde as mais simples e pessoal como na vida doméstica até as mais complexas no caso
das instituições, de forma política, econômica ou macrossocial (Tachizawa et al. apud
Ribeiro, 1999, pág. 80). Essa ação será diferente de acordo com a tipologia da instituição,
mas segue os mesmos pressupostos que a organização geral administrativa. Essa
organização, no caso das instituições de ensino, podem iniciar com o modelo de gestão já
pré-determinado. Em seguida, com delineamento estratégico que pode ser formado por
meio da coleta de dados do mercado, dos clientes (necessidades de cursos, de perfis de
profissionais, entre outros), para que então se possa desenvolver uma gestão que por
meio dos fornecedores2 e insumos (produto entregue pelo professor) possa criar produtos
(indivíduos instruídos) novamente para o mercado.
As estratégias, assim, permeiam a ação planejadora da instituição, tal qual, a
busca e incessante qualificação dos seu quadro de professores, quais cursos devem ser
oferecidos de acordo com o mercado e que tipo de perfil profissional, os alunos, deverão
receber nas instruções educacionais que aprendem. Apesar de considerar que o
planejamento coexiste em todos os setores da sociedade é necessário que se garanta a
legitimidade e eficiência no planejamento. Para isso é essencial que a organização
universitária dependa crucialmente do envolvimento dos seus membros e do bom preparo
profissional dos seus gestores.
Entende-se por gestão estratégica um processo contínuo e adaptativo, por
meio do qual uma organização (IEs) define e redefine a sua missão,
objetivos e metas, bem como seleciona as estratégias e meios para atingir
tais objetivos em determinado período de tempo, por meio da constante
interação com o meio ambiente externo (Tachizawa et al. apud Gama Filho
& Carvalho, 1999, pág. 84).
Esse processo contínuo descrito pelos autores é necessário devido à definição e
redefinição de estratégias. O fato é que a instituição educacional, de terceiro grau, têm
seu foco diretamente no ambiente que está inserido (neste caso o mercado) e é nele que
por meio das interações consegue definir, portanto, os objetivos, as estratégias, a sua
missão. O documento que contém o plano pode ser estático, mas somente para um
2 Todos aqueles que fornecem algo, desde bens, para o funcionamento interno da instituição até o conhecimento. Neste caso, figura principalmente o professor como maior fornecedor das IEs.
14
determinado período de tempo, ajustando-se aos seus clientes do ambiente externo.
Inclusive, o ambiente pode definir a missão da organização, que basicamente
reflete a intenção que é a manifestação dos interesses, da formação dos alunos, da
servidão em lecionar e promover a profissionalização. Com isso faz-se necessária uma
rápida abordagem sobre o ambiente onde a universidade está inserida e que ajuda a
caracterizar a sua ação planejadora.
A classificação dos ambientes podem ser definidas como o macroambiente clima,
o macroambiente solo, o ambiente operacional e o ambiente interno (Tachizawa et al.
1999, pág. 90). O macroambiente clima possui itens, variáveis, que se relacionam de
forma direta ou não, com a política, economia (PIB, inflação) entre outros fatores legais e
econômicos que possam interferir na gestão acadêmica. A nível governamental um setor
que pode ser considerado direto neste nível de ambiente é o Conselho Estadual de
Ensino Catarinense3.
Os atributos do macroambiente solo tratam da influência que o macroambiente
clima pode ocasionar às instituições. Um exemplo citado pelo autor que classificou os
ambientes e que é de fácil compreensão é a questão da inadimplência das mensalidades.
Algum grande impacto financeiro, como recessão, pode ocasionar na população local
alguns problemas financeiros que podem chegar, em uma amostra populacional, no
aumento nas dívidas de mensalidades com as IEs. Com relação à “amostra populacional”,
percebe-se que dados estatísticos sobre a sociedade em que a IE está instalada pode
servir como fator de relevância na gestão estratégica. O sistema ACAFE4 de vestibular
pode ser um exemplo de fator influente nesta organização de ensino.
O ambiente operacional é o que está mais próximo da instituição. Neste ambiente
são englobados todos que influenciam diretamente na organização. Desde fornecedores
de bens, outras instituições de ensino concorrentes, instituições financeiras entre outros. A
complexidade aumenta em compreender, analisar e filtrar dados da correlação de todos
os itens existentes no ambiente operacional. O que é necessário é compreender
globalmente, um exemplo é: entender as mudanças (evolução) na tecnologia e os hábitos
dos consumidores já podem conceber um posicionamento melhor neste ambiente. Aqui os
setores da Unochapecó que mantêm contato direto com o público, tais como secretarias e
núcleos de cursos se mantêm ativos na evolução de seus trabalhos.
No ambiente interno por sua vez é formado pelos gestores, técnicos, funcionários
3 http://www.cee.sc.gov.br/4 http://www.acafe.org.br
15
(professores ou não). Esse ambiente reúne as características e os valores de todas estas
pessoas. É o ambiente mais particular das pessoas e não têm como ser mudado somente
com a decisão de um único indivíduo. Neste ambiente os gestores devem possuir ótima
análise identificadora para aproveitar o máximo das aspirações das pessoas e prevenir
que obstáculos possam ameaçar a organização ou seus pontos críticos. Aqui a referência
maior são os diretores de área de cursos e os coordenadores de cada curso. O principal
ambiente onde o projeto se enquadra é este: o interno, uma vez que trata da organização
de atributos pessoais, sendo estes profissionais ou intrinsecamente pessoais.
Mediante toda essa explanação e análise dos ambientes que envolvem uma
instituição de ensino, de forma geral consegue-se conceber quais são os pontos fortes e
fracos existentes, assim como as ameaças e oportunidades das interações com o
mercado e a sociedade. Nesse momento é que a Universidade direciona o seu foco e
começa a finalizar as estratégias gerais e por meio das estratégias vigentes, começa a
definir as estratégias específicas de cada organização. As ações para a definição podem
ser grandes estratégias políticas e econômicas. Assim como das diretrizes e metas para
os trabalhos dos próximos períodos de tempo, da execução do plano estratégico.
Baseado nisso, segundo os estudos sobre o tema, a união de estratégias gerais
com as específicas resultam nas estratégias da própria instituição de ensino. No início
desta seção, foi comentado sobre algumas estratégias genéricas de qualquer IE. Havia
um item acerca da necessidade das Universidades possuírem a promoção de cursos de
especialização ou sequencial, a fim de aliar a teoria com a prática do mercado. Analisando
o mercado da região onde a IE pertence, pode-se ter como exemplo, a viabilização de um
curso de pós-graduação devido as necessidades que os gestores da instituição
encontram por meio de análise com empresários do ambiente específico. Isto exemplifica
a necessidade da análise de ambiente e estratégias específicas em conjuntura com as
estratégias gerais das instituições, promovendo como fim, uma estratégia de ensino
específica a esta instituição.
2.2.3.2 Projeto pedagógico
Em seguida ao planejamento estratégico, outro ponto importante é o projeto
pedagógico. A partir deste, todas as premissas abordadas nas estratégias específicas
anteriores resultam na elaboração de um projeto que, por sua vez, é considerado um
subconjunto do planejamento estratégico. Alia as atividades acadêmicas da graduação,
16
pós-graduação e extensão (Tachizawa et al. 1999, pág. 110).
Esse plano formula questões e princípios para o desenvolvimento de um currículo
(Tachizawa et al. apud Ribeiro, 1999, pág. 110) da universidade que viabilizará todos os
“esquemas”5 de ensino. Esses “esquemas” devem ser voltados para cada curso, uma vez
que o currículo de cada instituição de ensino deve entrar em consonância com as
necessidades do mercado específicos para aquela área (ou pelo menos deveria) já que,
como abordado no início desta seção, foi compreendido que o mercado torna-se a
principal entidade fim a qual as IEs “servem”.
De início, para formular este plano (pedagógico), o principal embasamento está
na lei vigente, tal qual em conformidade com os dispositivos legais que subsidiam as
estratégias gerais de toda instituição. A lei que organiza e propõe as premissas é a Lei de
Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que
descreve alguns itens pertinentes (de maior relevância, no título IV da Organização da
Educação Nacional) tais como:
• Art. 12º. Os estabelecimentos de ensino, respeitadas as normas comuns e as do
seu sistema de ensino, terão a incumbência de:
◦ I - elaborar e executar sua proposta pedagógica;
◦ IV - velar pelo cumprimento do plano de trabalho de cada docente;
• Art. 13º. Os docentes incumbir-se-ão de:
◦ I - participar da elaboração da proposta pedagógica do estabelecimento de
ensino;
◦ II - elaborar e cumprir plano de trabalho, segundo a proposta pedagógica do
estabelecimento de ensino.
A lei assegura, portanto, o desenvolvimento do ensino aos alunos em
conformidade com as características da instituição e do meio a qual ela está inserida.
Existem outros artigos e parágrafos que retratam melhor que princípios devem ser
seguidos. Mas já fica explicito como o projeto pedagógico se torna um plano de ação, por
meio do planejamento estratégico, para efetivar as disciplinas dos cursos e a própria
interação entre elas.
Assim, segundo estudos, autores e leis, temos uma fórmula que entra em
conformidade que é o planejamento estratégico mais planejamento curricular resulta em
5 Neste caso, esquemas são os itens presentes no projeto pedagógico que formulam a base do ensino.
17
projeto pedagógico de sucesso. Lembrando que precisa ser um projeto flexível, uma vez
que leva em conta as tendências do mercado. Como houve dificuldades em encontrar
trabalhos específicos nesta área, um maior detalhamento não foi desenvolvido e o que foi
apresentando determina-se como relevante para a questão das disciplinas que serão
abordadas no projeto do sistema (será discutido melhor na seção da proposta do
software).
2.2.3.2.1 Aspectos Pedagógicos da Unochapecó
Através do planejamento da gestão e do entendimento do conjunto formador do
plano pedagógico, se faz saber de alguns pontos existentes a respeito das diretrizes que
forma a base dos planos formados na Unochapecó. Desenvolver um plano, como bem
explanado nas seções anteriores, leva o desafio de compor um curso formado por
disciplinas que atenderão com qualidade os egressos dos cursos na instituição. O desafio
hoje, devido a constante atualização e mudanças no mercado de trabalho é proporcionar
essa qualidade aos alunos.
No plano político pedagógico da Unochapecó, há na sua composição alguns itens
relacionadores ético-políticos na formalização de cursos. São estes:
• Indissociabilidade do Ensino, Pesquisa e Extensão.
• Formação cidadã.
• Compromisso com o desenvolvimento regional sustentável.
• Garantia de meios de acesso e permanência de acadêmicos na Universidade.
• Pluralidade.
• Autonomia.
• Gestão participativa, democrática e transparente.
• Integração do conhecimento.
• Avaliação institucional permanente.
Dessa forma, esses itens podem contemplar aspectos epistemológicos6 de base
dos cursos frente a uma educação que realmente forme profissional de qualidade.
Indivíduo que se depara com a realidade e que precisa estar preparado para o novo. O
plano enfatiza aos professores que precisam romper o ensino tradicional e teórico e se 6 Estudo das ciências cujo fim é apreciar o seu valor pelo espírito humano.
18
aliar as práticas de ensino que são missão da universidade (vide a indissociabilidade do
ensino e as estratégias inseridas no planejamento comentadas nas seções anteriores).
A instituição educacional têm como estratégia a capacidade de sistematizar e
produzir conhecimento que respondam às exigências de seu entorno, desafiada pela
função de preparar cidadãos competentes para intervirem no desenvolvimento social
(PPP, Unochapecó, 2006). Então o plano não somente entra em conformidade com as
estratégias de mercado da instituição de ensino como também propicia a ação dos seus
valores sociais para com o indivíduo cliente dessa educação. Mostrando como é
importante a formalização curricular e como ela precisa se manter adequada à região
onde os aspectos serão aplicados. Na próxima seção serão apresentados os estudos
referente a outro delineamento, não nos instrumentos mas mais focados nas pessoas da
instituição acadêmica.
2.3 Gestão de recursos humanos
Por meio de toda a abordagem conceitual referente à gestão das instituições de
ensino superior a parte mais importante e movedora de toda a administração, são os
recursos humanos da sua estrutura. Uma instituição de ensino existe para promover o
atendimento das expectativas dos clientes com um retorno financeiro justo pelos seus
serviços prestados (Tachizawa et al. 1999, pág. 188).
Desta forma pode-se visualizar a importância que a organização desse setor
precisa alcançar, a fim de proporcionar nos seus produtos uma maior qualidade,
considerando ainda que os produtos são os profissionais formados para o cliente
chamado mercado e também o ensino de qualidade para os clientes na instância alunos.
Esse é o ponto vital de sobrevivência da instituição: garantir e zelar esta qualidade.
Gestão de Pessoas é a função gerencial que visa à cooperação das pessoas que
atuam nas organizações para o alcance dos objetivos tanto organizacionais quanto
individuais (Migliori 2006, pág. 25). Os objetivos específicos da organização, neste caso,
remetem-se as estratégias específicas de cada instituição de ensino. Mesmo que não
faça parte do planejamento estratégico abordado na seção 2.2, há uma significativa
interligação entre essas administrações, justamente pelo fato dessa conjuntura entre
19
estratégias e a ação dos funcionários. Pois todos estão reunidos em prol do
desenvolvimento da organização e em busca da efetivação da missão da instituição.
Apesar da gestão ser abrangente a todos os envolvidos na instituição, nesta
trabalha o ator principal é o professor. Para que a qualidade comentada anteriormente se
perpetue, uma melhor organização por parte dos docentes pode ser de grande valia,
especialmente para as disciplinas, cursos e alunos de qualquer instituição.
Os cargos devem ser projetados para apoiar as etapas do processo, bem
como os ambientes do cargo devem ser estruturados para permitir que as
pessoas dêem sua contribuição máxima à eficácia e à eficiência
organizacionais. Há a necessidade de analisar os postos de trabalho, ou
cargos, e os executores que desenvolvem suas atividades,
independentemente do nível que ocupam na hierarquia da organização
(Tachizawa et al. 1999. pág. 189).
Essa análise comentada pelo autor, não necessariamente seria, portanto,
somente com os professores. Mas sim com todos os envolvidos, na busca incessante de
melhorias do ambiente de trabalho e dos profissionais nos seus postos de trabalho. Para
o professor isso é ainda mais interessante, pois além da sua capacidade profissional
descrita no seu currículo, outras variáveis dependem do sucesso da eficiência do seu
ensino. Ter um gestor com a capacidade de definir por meio de ementa e planos
pedagógicos quais, entre professores aptos, aqueles que poderiam entregar o melhor
ensino, entre as exigências quem imperam na instituição. O presente projeto têm a
pretensão de ajudar na interação dessas exigências. Estas que vêm desde as
modelagens nas estratégias gerais, das específicas e das questões referentes aos
recursos humanos. Desta forma, nos próximos dois subcapítulos é formalizado o que é
competência e quais são qualificados academicamente aos professores.
2.3.1 Competências
Para desenvolver uma abordagem sobre um sistema de gestão de competências,
um estudo deve ser remetido aos conceitos das competências de pessoas. O
entendimento acerca dos fatores envolventes aos indivíduos dentro de uma organização
se faz necessário para criar pilares do projeto. Segundo Dutra (2002), cada vez mais as
20
pessoas são reconhecidas como um insumo ou um recurso de administração pela
organização, principalmente as empresas. É esperado que esse recurso possa fornecer à
instituição resultados que contribuam no seu desenvolvimento. Desenvolvimento
tecnológico e de negócios acaba tendo em suas raízes de partida, indivíduos que possam
ter características qualificáveis para responder aos trabalhos empreendidos.
As pessoas esperam mais de suas organizações, ao contrário do que
antigamente se prevalecia: trabalhar conforme as necessidades unicamente da
organização. Hoje em dia as pessoas estão mais focadas em si mesmas. Buscando
inovações e aprendizado, fazendo com que as suas habilidades sejam vistas e
entendidas, aumentando seu leque de oportunidades e buscando novos desafios.
O desenvolvimento da organização está diretamente relacionado com a
sua capacidade em desenvolver pessoas e ser desenvolvida por pessoas,
originando dessa premissa uma série de reflexões teóricas e conceituais
acerca da aprendizagem da organização e das pessoas e como elas estão
inter-relacionadas[...][Dutra 2002, pág. 16].
É possível verificar que este inter-relacionamento traz benefícios para todos os
atores da organização. Considerando maior valia ao individualismo das pessoas, faz com
que se tenha uma troca de parte do conhecimento institucional para a pessoa e o
resultado desta para os negócios internos. A gestão deve integrar também as expectativas
dos indivíduos que pertencem ao seu meio. Dutra ainda afirma que, para isso, deve existir
um conjunto de políticas que ampare as expectativas tanto da organização quanto aos
indivíduos dela, para que possam se desenvolver ao longo do tempo, dividindo
responsabilidades.
Através desse pensamento, existe uma visão humana (Dutra, 2002) a respeito de
três pilares que se relacionam ao conceito do relacionamento entre pessoas e
organização. A primeira é sobre a aprendizagem: é uma cultura que impera
principalmente dentro de uma universidade. Para um ambiente dinâmico que possa
requerer maiores respostas por parte de seus funcionários (um exemplo seriam os
professores) a capacitação se torna um instrumento contínuo, que deve ser registrado
como pauta da gestão. Não como um modelo antigo de capacitação somente para o
comprometimento da pessoas com o seu cargo, mas a visualização humana do
aperfeiçoamento das suas características.
21
Com isso, o segundo pilar fornece a continuação da visão, que é sobre a
dimensão da pessoa. O desafio aqui é encarar as pessoas por meio de sua
individualidade e não somente, como já mencionado, seu papel unicamente no seu
próprio cargo. Fazendo com que “[...]o papel e o equilíbrio dessas pessoas sejam
considerados e compreendidos dentro da particularidade de cada contexto” (Dutra 2002
apud Chanlat 1992, pág. 21). Talvez não somente os registros de habilidades deveriam
ser usados para o determinado cargo, mas a formação completa do indivíduo.
O último pilar de uma visão humana trataria da competência do indivíduo. Este é
o foco desse trabalho, avaliando e conceituando as necessidades referentes as
competências dos indivíduos para um sistema informacional de gerenciar pessoas, o
conceito em si poderia ser dito como:
[...]um cluster de conhecimentos, habilidades e atitudes relacionados que
afetam a maior parte de um papel profissional ou responsabilidade, que se
correlaciona com a performance desse papel ou responsabilidade, que
possa ser medido contra parâmetros ¨bem aceitos¨ e que pode ser
melhorado por meio de treinamento.(Dutra 2002 apud Parry 1996, pág.
21).
Esses parâmetros são individuais de cada organização mas se referem ao fato de
medir as características de um profissional e verificar o seu enquadramento nos papéis
distribuídos internamente. Um cluster é como se fosse um conjunto e segundo esse
resumo estão inseridos não somente o conhecimento formal do indivíduo mas também
suas habilidades e atitudes, ou seja, não é somente um diploma que possa definir a
competência de uma pessoa. Porém, não se pode ir contra a uma política interna em que
pós-graduações são requisitadas, como em um corpo docente de uma universidade. Mas
vale ressaltar que outras características podem agregar mais fatores em um conjunto
(cluster) completo.
Seguindo esses pressupostos da política interna da organização, uma pesquisa
em campo foi realizada (pelo autor) para aplicar conceitos e mensurar as práticas dos
mesmo. Em conjunto de gestores que contribuíram na construção dos instrumentos da
prática realizada, foi possível levantar tópicos importantes dessa discussão (Dutra et al.,
2000):
• Entrega exigida pela organização: elaboração e conceituação de uma metodologia
22
sobre como a organização resolve em relação ao que quer que os indivíduos
entreguem para ela. Diferentes pessoas podem resolver trabalhos e entregar
subsídios de diferentes formas.
• Caracterização da entrega: descrição objetiva e facilmente identificável, do que a
organização precisa do indivíduo. Essa descrição exata pode influenciar até
mesmo nos aspectos remuneratórios devido à fácil identificação de necessidades e
o como a pessoa deve estar predisposta para a entrega (a realização do trabalho,
entregar aquilo que a organização necessita) .
• Forma de mensurar a entrega: meios de como medir essa entrega e correlacioná-la
a caracterização do indivíduo. Criar uma escala de mensuração em ajuda às
descrições do trabalho.
Por meio dessa discussão é possível avaliar pontos estratégicos para tornar a
competência como instrumento de gestão, vide a elaboração metodológica do assunto
dentro da organização. Pode ser considerada essa gestão como formulação estratégica
para a completar as colunas de competências em resolução dentro da instituição. Saber
mensurar e gerenciar esses aspectos, poderia contemplar uma maior facilidade de
agregação de conhecimento aos funcionários da organização. O mesmo autor que definiu
os tópicos de instrumentação acima também define essa agregação como uma
contribuição ao patrimônio da organização, inclusive, aumentando a sua competitividade
no campo de sua atuação.
Existem ainda alguns tipos de competências que devem ser considerados e
conceituados. Segundo bibliografias estudadas, algumas categorias viabilizam uma
observação com relação aquilo que é recurso e também é competência, fazendo parte em
praticamente toda organização. Também caracterizam a relação direta com o indivíduo,
aumentando a classificação de simples humano na organização, e classificando o
conhecimento da parte humana (Dutra et al. 2000, pág. 25):
• Competências essenciais: fundamentais para a sobrevivência da organização e
centrais em sua estratégia.
• Competências distintivas: reconhecidas pelo cliente como diferenciais em relação
aos competidores (no caso aqui se refere o sentido de competição comentado
anteriormente, a diferenciação).
• Competências de unidade de negócios: pequeno número de atividades-chave
23
esperadas pela organização das unidades de negócio.
• Competências de suporte: atividades que servem de alicerce para outras
atividades da organização. Por exemplo: a construção e o trabalho eficientes em
equipes podem ter grande influência na velocidade e qualidade de muitas
atividades dentro da organização;
• Capacidade dinâmica: categoria que define a condição da organização de adaptar
continuamente suas competências às exigências do ambiente.
Para este projeto as categorias mais interessantes e de maior relevância para as
definições da construção da ferramenta são as: essenciais, devido ao fato de que existem
competências cruciais para o ministério de disciplinas. As distintivas também poderiam ser
adequadas com relação às diferenças entre um professor e outro (competitividade inter-
características). E as de unidades de negócios, no caso, dentro de uma instituição de
ensino, a relação é com unidades de ensino (ou melhor, micro unidades, já agrupando
disciplinas com o seu curso). Fazendo com que o desenvolvimento de uma disciplina
tenha suas regras, propostas como regras de negócio e que competências devem ser
buscadas para o deu desenvolvimento.
A capacidade dinâmica poderia refletir na necessidade de atualização das
disciplinas, assim como as competências necessárias que são exigidas de tempos em
tempos. Consequentemente uma ferramenta disponibilizaria uma fácil edição,
catalogação e melhoramento das características dessas disciplinas.
Essa catalogação também haveria de fornecer meios para a questão do
conhecimento. As pessoas estão presentes em todos os tipos de recursos como:
tangíveis, conhecimento, experiência, habilidades, sistemas, procedimentos,valores,
cultura e rede de relacionamentos (Dutra apud Mills et al. 2000 pág. 25). Por conseguinte,
existe uma dinâmica para definição de como abordar as características dos professores
dentro de um sistema de informação. Não podendo ser de forma genérica a catalogação
pois também deve levar em conta o individualismo dos mestres. Para o reconhecimento
visual pelos gestores destas competências, são analisadas a seguir algumas técnicas que
podem ser levados em consideração pelas instituições de ensino na sua gestão e
descrição de competências.
24
2.3.2 Técnicas de visualização de competências
Cada organização pode entender de uma forma diferente as questões sobre a
competência. Enquanto alguns autores conceituam que a gestão de competências deve
se relacionar com a capacidade do indivíduo em realizar algum trabalho sem levar em
conta sua personalidade (Dutra et al. apud Parry 1996, pág. 127), outros autores
defendem a ideia de que traços pessoais também precisem ser inseridos na avaliação de
competências, independente da área onde esse indivíduo for atuar, já que as pessoas,
nas suas diferenças, podem entregar de várias formas o que é esperado delas pela
organização, características difíceis de se conseguir de forma genérica (Dutra et al. apud
Woodruffe 1991, pág. 128).
Dessa forma as organizações tendem a procurar um modelo específico, concreto,
para atender esses itens específicos das pessoas, a identificação e análise pessoal. A
tabela a seguir reflete esse modelo:
Dimensões Organizacionais
da Competência
Noções Abrangência
Essenciais
São as competências que diferenciam a empresa perante concorrentes clientes e constituem a razão de sua sobrevivência.
Devem estar presentes em todas as áreas, grupos e pessoas da organização, embora em níveis diferenciados.
Funcionais
São as competências específicas de cada uma das áreas vitais na empresa (vendas, produção, por exemplo).
Estão presentes entre os grupos e pessoas de cada área.
Individuais
São as competências individuais e compreendem as competências gerenciais.
Apesar da dimensão individual, podem exercer importante influência no desenvolvimento das competências dos grupos e até mesmo da organização. É o caso das competências gerenciais.
Tabela 3: Dimensões organizacionais da competência (Flink et al. apud RUAS, 2001).
Essas dimensões podem ser comparadas com algumas das dimensões humanas,
definidas na seção anterior (Dutra et al. 2000, pág. 25). Na essencial pode ser
correlacionada com as partes essenciais e distintivas sob o ponto de vista de diferencial a
25
organização. As funcionais se relacionam bastante com aparte de unidades de negócio,
diretamente com a função que o indivíduo recebe na organização, assim também podem
ser distintivas. E as individuais englobam as partes distintivas (diferencial competitivo), de
suporte (trabalho em equipe e intergrupos), e da dinâmica (capacidade de se adequar às
exigências do ambiente).
Mediante essa análise, visualiza-se o desafio de quais aspectos as organizações
precisam estudar e de que forma elas podem generalizar um processo de definição de
competência, para que consiga atingir um sistema de avaliação plena e confiável de
indivíduos.
Existem algumas técnicas formuladas há alguns anos, da experiência de
estudiosos e gestores, para a avaliação de competências. Essas técnicas ou métodos
podem ser encontrados como: jogos de empresas, “assessment centers”, testes
psicológicos, métodos comportamentais, dinâmicas de grupo, análise curricular, avaliação
de competências de equipes, observação direta do trabalho (FLINK, 2006, pág. 2). Assim
como a técnica desenvolvida pelo estudioso da área, McClelland intitulada Entrevista de
eventos comportamentais (Flink et al. apud McClelland, 1973). A seguir, são apresentadas
essas técnicas, ou modelos, baseados em conceitos disponíveis na literatura.
Os jogos de empresas simulam uma empresa fictícia em que o grupo de
indivíduos são inseridos, todas as suas atitudes refletem o andamento interno e externo
dessa organização falsa e que pode dramatizar que postos são mais interessantes para
uma determinada pessoa (LACRUZ, 2004).
Os “assessment centers” é uma espécie de uma prova de competências, em que
o indivíduo é posto em confronto com situações reais e é avaliado para cada competência
que a organização exige (Pereira et al., 2007).
Os testes psicológicos são viabilizados por meio de questionários para a
visualização de traços da personalidade do indivíduo, os métodos comportamentais
também são avaliados por questionários mas para a visualização de comportamentos
observáveis (Flink et al. 2006, pág. 3). As dinâmicas de grupo têm como proposta a
apresentação de um tema para um grupo de indivíduos e a consequente visualização da
inteligência e capacidade de interação e resolução deles com o tema (FLINK, apud
Galleno, 2000).
Análise curricular é, talvez, a forma mais usada de avaliação da captação de
26
pessoas, têm por objetivo visualizar eventos que comprovem as competências do
indivíduo (Flink et al. apud Silva, 2003; Goodstein, 1998). A avaliação de competências de
equipe segue a mesma lógica que a análise comportamental e curricular, porém avalia-se
uma equipe inteira no sucesso de uma determinada atividade (Flink et al. 2006, pág. 4). A
observação direta do trabalho nada mais é que a observação do indivíduo no seu local de
trabalho e o registro de como ela desenvolve as atividades requeridas, e
consequentemente, são anotado os melhores resultados.
A entrevista de eventos comportamentais visualiza também competências por
grupos, onde um grupo é considerado excepcional e o outro na comparação é
considerado menos capacitado (em teoria). As competências são levantadas por
entrevistas com os participantes dos grupos. Estas competências são definidas e então
redefinidas para melhorar o grau no qual elas se diferenciam entre os dois grupos em um
trabalho particular. Com isso pode-se chegar a uma maturação de quais competências
determinado trabalho realmente requer e padronizando essa competência, se pode criar
um dicionário das competências requeridas (Flink et al. apud McClelland, 1998; Spencer,
1993; Daniels 2001).
Ainda teria outras técnicas mais modernas como a entrevista por competência,
em que o indivíduo é avaliado a respeito de situações reais a qual ele passou (Flink et al.
apud THOMPSON, 1996; PARRY, 1996; REIS, 2003). Aqui ainda pode-se desenvolver
uma alternativa que seria uma entrevista também, mas com relação a qual postura o
indivíduo teria em determinadas situações e as suas respostas seriam, portanto,
avaliados nas dependências da competência.
A análise curricular, entrevistas por competência e até mesmo “assessment
centers” e entrevista de eventos comportamentais podem ser úteis em um ambiente
acadêmico. Para que os gestores de área possam, por meio de análises de grupos de
professores, ou individuais, sob uma forma concreta de modelo de observação,
padronizar e detalhar de forma mais segura as competências. O sistema pode, por meio
do conhecimento das técnicas usados na Unochapecó, determinar como pode dar suporte
no registro e organização desta gestão (objetivo até então primário) e, em uma instância
maior, na incumbência de desenvolver a própria técnica usada.
As técnicas tendem a viabilizar os aspectos de seleção. Os conceitos de captação
de pessoas, segundo alguns autores, na verdade relacionam duas ações distintas: a
captação do recrutamento e a seleção. Geralmente o que se encontra são as duas ações
27
juntas (Dutra, 2002 pág. 82). Todavia, segundo o mesmo autor, a visão estratégica das
empresas (pelo menos de grande parte delas) não visualiza corretamente esses
processos divididos, ou ainda, os desenvolve de forma que o processos como um todo de
recrutamento possam não atender às necessidades da própria organização.
O motivo dessa falta de visualização é a forma como as empresas encaram esse
processo, distinto ou não. Dutra em sua pesquisa (2002) destacou que as empresas
geralmente não encaram a captação na forma das pessoas para a empresa e sim no
sentido de empresa pessoa. Considera o mercado como fonte de recursos humanos e
não como espaço de trocas, como comentado na seção anterior e também como as
empresas privilegiam apenas o presente sem pensar no futuro das suas próprias
necessidades.
Necessidades estas que nem sempre se consegue definir se determinado
indivíduo irá suprir, já no processo de captação ou, até mesmo, na seleção, mesmo
usando das técnicas mais sofisticadas e padronizadas comentadas no início desta seção.
De uma forma geral, partindo das necessidades da organização e visualizando os
conceitos da devida troca entre empresa-indivíduo (promovido na cultura organizacional)
alguns aspectos podem ser definidos para adequar um processo bem definido de
captação (Dutra, 2002):
• perfil profissional: definição do espaço de trabalho da pessoa assim como que
conhecimento, habilidade e experiência será requerida do indivíduo.
• Perfil comportamental: se baseia no contexto político, social e cultural em que a
pessoa irá atuar (o motivo pelo qual de existir mais de uma técnica voltada para a
visualização e registro comportamental).
• Entregas desejadas: análise do que é esperado pela pessoa para entregar no
presente e também no futuro as devidas entregas esperadas.
• Condições de trabalho: qual o ambiente e que recursos o indivíduo têm à
disposição para efetuar o trabalho.
• Condições de desenvolvimento: investimentos previstos para a capacitação da
pessoa a ser captada7.
7 Aqui entra uma necessidade específica que as organizações precisam gerenciar: a questão de necessitar de trabalhadores, mas não encontrar pessoal no padrão técnico exigido, alguns autores aqui se referenciam que não pode haver muito pessoal não especializado já que isso pode frear a produção da empresa. A empresa precisaria estar preparada para estas questões.
28
• Condições contratuais: vínculos contratuais possíveis para que a pessoa possa
realizar seu trabalho.
Apesar de o autor levantar esses aspectos para empresas, estes itens fazem
parte também da visão de gestão de pessoas dentro de uma universidade. As técnicas de
seleção podem distinguir aqueles que são mais aptos para um determinado trabalho, mas
o processo como um todo de captação também precisa estar bem formado. Na
universidade podemos encontrar facilmente investimentos em atualização de professores,
a definição daqueles que têm perfil para integrar núcleos de pesquisa ou coordenar
cursos de graduação e obviamente toda a questão do perfil profissional. Isso denota a
importância dos aspectos distintos entre captação e seleção. Uma, forma a primeira parte
do processo e formula toda a política de recrutamento, enquanto a segunda define, entre
um grupo de pessoas, quais indivíduos que estão mais aptos à organização.
Assim, encerram-se as seções referentes à fundamentação teórica de toda uma
gestão focada na academia (instituição de ensino), como ela se desenvolve e quais
práticas podem fazer parte das operações dos gestores. A seguir serão descritos os
estudos aos aspectos relacionados que complementarão a proposta deste trabalho.
2.4 Aspectos relacionados
Neste capítulo, o foco dos estudos começa a ser direcionado a conceitos que
permeiam todo o caminho do desenvolvimento de sistemas. Gestão do conhecimento
será abordado conceitualmente, pois seu estudo pode ser inserido em composição de
aplicações técnicas computacionais. Na seção seguinte, é abordada a ontologia,o que é e
como pode ser usada em algumas definições dentro do sistema de informação. Logo
depois, são apresentados brevemente os aspectos que envolvem inteligência artificial e
quais componentes podem fazer parte do sistema de recomendação, logo a seguir, são
descritos todas as questões referentes a sistemas de recomendação e as suas
arquiteturas (foco principal nesse projeto).
Descrições sobre ferramentas e tecnologias que serão usadas fazem parte deste
capítulo (na seção de desenvolvimento para a web). Serão descritos a linguagem de
programação, a arquitetura de desenvolvimento e a base de dados que será usado para a
implementação de um sistema referente a todo o estudo deste capítulo e de toda a
fundamentação deste trabalho.
29
2.4.1 Gestão do conhecimento
O conceito referente ao conhecimento difere bastante entre autores. Pode ser
definido como “uma crença justificadamente verdadeira” (Fleury et al. apud Nonaka, 1994
pág. 15) ou como “o conjunto de crenças mantidas por um indivíduo acerca de relações
causais entre fenômenos” (Fleury et al. apud Sanchez; Heene; Thomas, 1996 pág. 9).
Ainda o conhecimento pode ser determinado como público e pessoal e que é construído
por seres humanos, contendo emoções, ou paixão (Migliori apud Polanyi, 1997 ).
Dessa forma visualiza-se que o conhecimento possui implicações que nem todos
entram em consenso para a sua discussão. Para a organização o conhecimento pretende
ser entendido, segundo os autores, de que é relevante a estratégica de competitividade
mas também é de compreensão diferente pelos integrantes da organização. Que é
resultado do conjunto de crenças e do espírito humano.
Outra instância é a questão do tipo de conhecimento que faz parte dos processos
mentais da própria definição de conhecimento. O conhecimento tácito e o explícito. O
explícito, também conhecido como codificado, é um conhecimento que pode ser
comunicado em linguagem formal, sistematicamente, enquanto o tácito é enraizado ao
indivíduo, nas suas ações, no envolvimento deste em contextos específicos (Fleury et al.
apud Nonaka, 1994 pág. 16). Outro autor ainda defende que o tácito não
necessariamente não possa ser codificado, mas é um conhecimento “ainda não
explicado” (Fleury et al. apud Spender, 1996 pág. 58).
O conhecimento organizacional é definido como “o conjunto compartilhado de
crenças sobre relações causais mantidas por indivíduos dentro de um grupo” (Migliori
apud SANCHEZ; HEENE, 1997, p. 5). A organização pode viabilizar como estratégia
interna o mapeamento desse conjunto de ideias para o objetivo de contextualizar todo
esse capital humano dos funcionários. Pois pessoa qualificada e de experiência é
considerado de difícil transposição ou imitação. Fleury (2001) indica que na prática
gerencial a gestão do conhecimento pode ser compreendida em sete dimensões.
A primeira exibe como a alta administração deve definir os campos do
conhecimento no qual os funcionários vão focalizar seus esforços de aprendizado (Fleury
et al. apud Nonaka e Takeuchi, 1995). A segunda é como o desenvolvimento de uma
cultura organizacional, as estratégias e o comprometimento com a otimização das áreas
30
da empresa podem ser úteis em alavancar a ação das estratégias espiritualizadas pela
organização. Na terceira, trata da importância das novas estruturas organizacionais com
relação ao aprendizado de grupo, a inovação e geração de novos conhecimentos mesmo
em ambientes super burocráticos.
A quarta dimensão reflete bastante este objeto de estudo: trata das práticas
políticas da gestão de recursos humanos e como a organização deve se prontificar e
organizar a aquisição de conhecimentos externos e a melhoria do pessoal interno. Denota
a rigorosidade na estrutura de seleção, assim como na prática de treinamentos do
pessoal já contratado. A dimensão enfatiza também a prática de remuneração para
aqueles que buscam melhorias nas competências individuais. A quinta dimensão foca nos
aspectos de como os sistemas de informação afetam os processos de geração e difusão
do conhecimento. Assim como a tecnologia assume o papel de transparência,
colaboração e recebem um bom nível de confiança, pois a maioria dos sistemas recebem
entrada de dados individuais e pessoais.
A sexta dimensão trata da mensuração dos resultados das avaliações do capital
intelectual e as suas dimensões (Fleury et al. apud Edvinsson; Malone; Sveiby, 1997). E a
sétima refere-se ao constante aprendizado das empresas com o ambiente onde estão
inseridas e das alianças com outras empresas.
Através do panorama dessa dimensões e dos conceitos percebe-se a importância
do capital humano e de como o conhecimento pode refletir no sucesso das estratégias da
organização. É importante salientar que também faz parte da gestão do conhecimento os
aspectos de know-now8 dos grupos da organização. Pois apesar de ser conhecimento
acumulado, nem sempre é fácil explicar como fazer uma determinada tarefa (Fleury et al.
2001, pág. 134).
2.4.2 Ontologia
Ontologia pode ser uma maneira de se conceitualizar de forma explícita e formal
os conceitos e restrições relacionados a um domínio de interesse (Carneiro et al. apud
Guarino 1998). Gruber (1992) define a ontologia como um vocabulário de termos (com
funções, relacionamentos) em que seres humanos e máquinas possam ler e que sistemas
8 É a especialidade do indivíduo, também citado na literatura como expertise
31
baseados em conhecimento possam interoperar no nível de conhecimento. Para a ciência
da informação, ontologia é a representação da informação em meio digital, relacionando-
se com conteúdos da realidade (Gonçalves et al. 2008).
Ontologia é um conceito que permeia portanto um mecanismo que formaliza um
domínio de informação (um conhecimento específico). Define de forma clara e objetiva os
conceitos que fazem parte de determinado domínio e que precisam ser formalizados para
que tanto as pessoas possam compreender, mesmo com diferentes opiniões, quanto as
máquinas que possam reusar informação em seu nível abstrato. Forma um esquema
conceitual e bases de dados, que fornecem uma base para várias aplicações que possam
vir a compartilhar definições (Gruber, 1992). O domínio da informação aqui pode significar
o entendimento sobre um conceito ou sobre uma rede de conceitos que venha a formar
as informações sobre o ambiente do sistema e por fim a base de conhecimento.
Cada indivíduo possui suas próprias ideias, cultura, crenças. Cada um pode
compreender o mundo à sua volta de forma diferente, isso reflete quando pessoas
discutem um significado de uma palavra, conceito, informação. Em sistemas
computacionais isso pode provocar uma dificuldade na comunicação das informações
pertinentes no meio onde podem coexistir desenvolvedores, usuários do sistema e a
gestão da informação em que esses dois atores têm acesso.
Neste trabalho, o uso de ontologia servirá para a definição concreta do
entendimento de todo o conhecimento que envolva a seleção por meio de competências
de professores. Este entendimento concreto é aplicado na formação da base de dados,
este e demais detalhes serão apresentados na seção 3 sobre o desenvolvimento do
protótipo.
2.4.3 Inteligência artificial
Os conceitos que definem o que é inteligência artificial também divergem entre os
autores na literatura. Muitos preferem não conceituar esse termo e partir diretamente para
modelos computacionais que possam ilustrar essa inteligência (já que conceituar
aspectos de conhecimento não são tão fáceis como foi percebido no capítulo anterior
sobre gestão do conhecimento).
Basicamente, a inteligência artificial pode assim ser definida: o estudo de como
fazer os computadores realizarem tarefas que, no momento, as pessoas são melhores
32
(Rich, 1988, pág. 1). É o uso do computador para executar raciocínio, reconhecimento de
padrões, aprendizagem ou outras formas de inferência (Luger, 2004, pág. 48). O objetivo
central da IA (Inteligência Artificial) é simultaneamente teórico – a criação de teorias e
modelos para a capacidade cognitiva – e prático – a implementação de sistemas
computacionais baseados nestes modelos (Bittencourt, 2001, pág. 20). Dessa forma
visualizamos um novo campo de desenvolvimento de sistemas, cada vez mais
inteligentes e fornecedores de conhecimento, até mesmo na postulação de ações e de
novo conhecimento, podendo tornarem-se úteis a indivíduos tomadores de decisão.
Contemporaneamente, podemos encontrar sistemas especialistas que ajudam a
promover a intenção desses conceitos comentados no parágrafo anterior. Esses sistemas
são chamados de sistemas especialistas e possuem geralmente três arquiteturas: uma
base de regras, uma memória de trabalho e um motor de inferência (Bittencourt, 2001,
pág. 254). A base de regras constitui do “alimento” do funcionamento do sistema, é onde
perguntas serão feitas, condições arquitetadas serão promovidas para que o sistema
possa gerar um conhecimento. A memória de trabalho também participa dessa geração e
pode ser qualquer estrutura de dados. O motor de inferência é que usará os subsídios das
duas partes anteriores: que irá aplicar tanto as regras quanto as informações disponíveis
na memória, para fazer as devidas inferências que serão retornadas ao usuário.
O maior problema visualizado é a determinação da inferência sobre um
determinado conjunto de informações. O sistema receberia as ideias e iria inferir sobre
elas, determinando como resultado o que ele poderia “mensurar”, “quantificar” ou “pensar”
sobre aquele domínio de problema. Existem várias técnicas reconhecidas na literatura de
IA, contudo este trabalho define (seguindo os questionamentos de pesquisa) duas
técnicas: lógica fuzzy e algoritmos genéticos.
A lógica fuzzy faz parte do estudo sobre lógica nebulosa, que é o modelo mais
tradicional para o tratamento da informação imprecisa e vaga (Bittencourt, 2001, pág.
282). A lógica fuzzy foi introduzida no contexto científico em 1965 pelo professor Lotfi
Zadeh e se diferencia da lógica booleana, 0 e 1, precisão de resposta (JANÉ, 2004). Essa
lógica têm como ponto fundamental a representação da lógica e da racionalidade humana
na resolução de problemas complexos (Bittencourt apud Von Altrock, 2004, pág. 3).
Em sistemas comuns computacionais a lógica booleana é usada, o computador
processa uma informação e define se aquilo é correto ou não, precisamente. Entretanto,
no trato com sistemas mais inteligentes que operam com informações do tipo “hoje o
33
clima está mais ou menos quente”, ou “aquele indivíduo é mais ou menos competente em
uma tarefa”, o conjunto de dados dá-se de forma diferente. Um determinado valor têm um
determinado grau de pertinência em um conjunto, ainda usando o exemplo anterior,
podendo hoje estar 40% frio e 60% quente (então está mais ou menos quente,
dependendo do conjunto de regras estipulado para o entendimento pelo sistema).
Os algoritmos genéticos fazem parte da área de estudo sobre conexionismo9. Que
têm por objetivo investigar a possibilidade de simulação de comportamentos inteligentes
por meio de modelos baseados na estrutura e funcionamento do cérebro humano
(Bittencourt, 2001, pág. 301). Segundo Luger (2004, pág. 437) o algoritmo genético pode-
se basear em uma metáfora biológica, em que o algoritmo vê o aprendizado como uma
competição numa população de soluções evolutivas, candidatas para o problema. De
forma parecida com o funcionamento dos nossos neurônios.
Algoritmos genéticos produzem implementações de busca que utilizam
processos iterativos que simulam o desenvolvimento evolucionário baseado
nos conceitos de seleção das espécies, isto é, pelos indivíduos mais aptos.
Em computação, os indivíduos mais aptos são aqueles que produzem
resultados mais adequados, isto é, mais próximos da solução do problema
proposto (Souza, 2004, pág. 35).
Existem operadores genéticos que produzem novas soluções mediante de
combinações de componentes dos pais dos filhos em questão. Razão pelo qual se chama
computação evolutiva e as aplicações de algoritmos genéticos cabem muito bem em um
campo de soluções das quais não há um modelo de regras e, sim, um espaço finito de
soluções onde a população revela o indivíduo mais apto (que têm a melhor solução) para
um determinado problema.
Por meio do estudo na literatura a forma mais contemplada de resolver o
problema da ferramenta no enfoque de gestão de competências seria a lógica fuzzy
(lógica nebulosa). Pois a indução de regras no modelo de avaliação de competência se
faz necessário existir (como abordado nos capítulos anteriores). E os indivíduos
(professores) também seriam avaliados, conforme a arquitetura, na questão de serem
mais pontuados para uma determinado conjunto de valores (seriam mais propícios para
9 Segundo Bittecourt (2001) outros nomes podem ser sinônimos dessa área de estudo como redes neurais, processamento distribuído paralelo, redes adaptativas e computação coletiva.
34
uma determinada disciplina).
2.4.4 Sistemas de recomendação
Sistemas de recomendação (SR´s) surgiram como um conceito de aumentar o
nível de respostas dos sistemas comuns. Aplicativos estes que na maioria das vezes
fazem com que os usuários precisem vasculhar resultados estáticos a respeito dos dados
de entrada. O objetivo dos Sistemas de Recomendação é o de que os usuários não
apenas recebam o retorno de itens a partir da formulação de consultas, mas que o
possível interesse por um determinado item possa ser previsto (Lichtnow et al., 2006).
Burke ainda define que sistemas de recomendação modernos são sistemas que
produzem recomendações individualizadas como saída ou possuem efeito de mostrar um
caminho personalizado direto no objeto de interesse em meio a uma grande variedade de
opções.
Esses sistemas são amplamente usados em sites de comércio (e-commerce).
Segundo Schafer (et al. 1999), aplicativos são usados para sugerir produtos baseados
naqueles que estão sendo mais vendidos ou, ainda, baseados no passado de compras de
cada cliente. Alguns outros exemplos são o sistema de recomendação de livros da
Amazon10, anunciante de cd´s CD Now11 e também na sugestão de roupas, no caso de
um aplicativo apresentado pela marca de roupas Levis12.
Um modelo de desenvolvimento de sistemas desse tipo, considerado um dos
mais completos (e usados em alguns dos aplicativos citados acima) se define em quatro
processos: identificação do usuário, coleta de informações, estratégias de recomendação
e visualização das recomendações (Barcellos et al. apud Schafer, 2007). A identificação
do usuário não é obrigatória desses sistemas, se existir, é o primeiro passo a ser
executado. Características do usuário são reconhecidas e o sistema pode atender de
forma personalizada para cada tipo de usuário (efeito de caminho personalizado
comentado anteriormente).
Em seguida é feita a coleta de informações, nessa fase as informações são
retiradas na busca de dados. Essa busca de dados pode ser feita por meio de dados
inseridos pelos usuários, histórico de navegação, compras e demais ações passadas
(assim como bases de dados). Também pode ser por meio de inferências feitas pelas 10 http://www.amazon.com11 http://www.cdnow.com12 http://www.levis.com
35
características de um grupo de de usuários para um determinado usuário (comparação de
preferencias, gostos, atividades, entre outros). Essas informações podem ser reunidas em
um banco de dados em que podem ser aplicadas técnicas de mineração de dados a fim
de descobrir relações entre os dados obtidos e as informações desejadas.
A visualização das recomendações nada mais é como as sugestões são exibidas
aos usuários, estas devem ser apresentadas de forma que seja de fácil compreensão. A
sugestão pode ser visualizada normalmente por meio do navegador, ou por e-mail, em
uma lista de recomendação, ou de outras formas (Schafer, 1999, pág 160).
(…) existem três níveis de recomendação: não recomendação,
recomendação efêmera e recomendação persistente. Na não-
recomendação, as recomendações são iguais para todos os usuários.
Como, por exemplo, uma lista com os produtos mais vendidos para todos
os seus clientes. Na recomendação efêmera, as recomendações são
baseadas inteiramente na navegação de um único usuário e não utiliza
informações das navegações anteriores do mesmo. Na recomendação
persistente, as recomendações são baseadas no reconhecimento do
usuário, e sugere produtos que são do seu interesse, com base nas suas
navegações anteriores. (Barcellos et al. apud Schafer, 2007, pág. 5).
Mesmo que as definições acima descritas sejam voltadas para um sistemas de
recomendação de produtos, para o presente projeto, na questão da visualização, o
enfoque seria na recomendação efêmera. Devido ao fato de que a sugestão fornecida é
para um usuário (gestor) dentro daquele momento, sem inferências em navegações
anteriores pelo sistema. Para a estratégia de recomendação foi feito um estudo a parte,
pois, nas pesquisas, mostrou-se de grande importância a seleção da técnica de
desenvolvimento.
Existem várias técnicas elaboradas ou agregadas que foram usadas para se
desenvolver sistemas de recomendação. Algumas arquiteturas são catalogadas e
propostas na literatura, todas baseiam-se em propriedades distintas tendo como mesmo
objetivo o conceito de recomendação. As técnicas especificamente atendem a três
requisitos básicos: os dados existentes no plano de fundo, antes do sistema de
recomendação gerar novos dados; os dados de entrada, as informações que os usuários
podem comunicar ao sistema para gerar a recomendação; e em um terceiro nível, os
algoritmos que vão fazer as combinações entre os dados existentes e os dados de
36
entrada para obter sugestões. Estes são os processos básicos e por meio destas etapas
podem existir cinco grandes técnicas de desenvolvimento de SR: recomendação
colaborativa, recomendação baseada em conteúdo, recomendação demográfica,
recomendação baseada em utilização e recomendação baseada em conhecimento
(Burke, 2002, pag. 2). A seguir serão apresentados estas técnicas, com o objetivo de
elucidar e apresentar aquelas que são mais recomendas para o presente projeto.
2.4.4.1 Recomendação colaborativa
A recomendação colaborativa é a estrutura mais usada, segundos os autores, no
desenvolvimento de aplicações de recomendação. Esta estrutura é desenvolvida baseado
nas avaliações em determinados objetos, reconhecendo características comuns entre
usuários e as suas avaliações ou de outros indivíduos aos objetos (produtos) e propondo
recomendações por meio da comparação destas características entre usuários. Então,
pode-se visualizar que, dentro destes sistemas, poderia-se ter um perfil do usuário com
um vetor de produtos e as avaliações deste usuário sobre os produtos, por exemplo.
Essas avaliações podem ser binárias (ruim/bom), ou com valores que denotam a nota
sobre o produto. O histórico de dados pode ser usado para fazer predições sobre um
determinado produto (Burke, 2002 apud Breese et al. 1998, pág. 2). Para essas
predições, várias técnicas podem ser usadas como uma rede neural focada em sugerir
um determinado objeto (Burke, 2002 apud Jennings & Higuchi, 1993, pág. 2). Essa
técnica possui um ponto forte, ainda segundo os autores, relacionado à independência de
como os dados referentes aos objetos estão representados virtualmente. Inclusive
podendo-se trabalhar com objetos complexos que possuem vários atributos internos
(como filmes, que têm atributos como atores, roteiro, trilha sonora, etc).
2.4.4.2 Recomendação baseada em conteúdo
A segunda técnica é a recomendação baseada em conteúdo. Essa técnica
baseia-se na associação entre os objetos (expressões, palavras, frases) para então
formular os novos objetos de interesse. Esses objetos de interesse são gerados por meio
de mecanismos que “aprendem” sobre o conteúdo e possam usar para recomendar algo
para as pessoas ou postular conhecimento sobre o que existe de registros. Um sistema
para exemplificar melhor o conceito é o sistema proposto LIBRA (Learning Intelligent Book
37
Recommending Agent13), para a recomendação de livros na web (Mooney et al. 1999,
pág. 1). O sistema é desenvolvido por meio do uso de bases de dados de livros como o
próprio website da Amazom.com (citado no início desta seção), da análise da avaliação
de uma determinada grade de livros e de um algoritmo de inteligência artificial que
“estuda” o usuário do sistema. Com isso, este sistema consegue gerar um ranking de
livros como sugestão para o usuário. Redes neurais também podem dar grande suporte
para a aplicação, assim como mineração de texto diretamente no conteúdo podem ser
usados para extrair e desenvolver conhecimento para a recomendação.
2.4.4.3 Recomendação demográfica
A terceira técnica é a recomendação demográfica. Os sistemas com essa técnica
têm como objetivo categorizar o usuário baseado em atributos pessoais e fazer
recomendações baseadas em classes demográficas. Essas recomendações podem ser
usadas para visualizar que produtos podem ser direcionados a uma determinada região,
direcionando a propaganda de um produto para um determinado segmento de mercado,
por exemplo (Barcellos et al. apud Schafer, 2007, pág. 4). A vantagem do uso dessa
técnica, com relação aos sistemas de recomendação baseada em conteúdo e
colaborativos, é a não necessidade de manter históricos de avaliações dos usuários sobre
produtos e serviços.
2.4.4.4 Análise e projetação
As técnicas de recomendação baseadas em utilização e conhecimento não são
focadas em generalizar ou avaliar os usuários, sua preferências e seus históricos a longo
prazo. A ideia central é sugerir um caminho entre a necessidade do usuário e um conjunto
de opções disponíveis. No caso do SR baseado em utilização, a arquitetura parte da
premissa de avaliar a utilidade de cada objeto para o usuário. Já o baseado em
conhecimento consiste na sugestão baseada na inferência do que o usuário necessita e
das suas preferências. Em outras palavras, para construir um sistema nesse modelo,
seria necessário uma representação mais detalhada das necessidades do usuário
(Bunker 2002 apud Towle & Quinn, 2000, pág. 3) para então suportar como um item em
particular encontra uma necessidade particular.
13 http://www.cs.utexas.edu/users/libra/
38
Para o projeto, a escolha mais considerável é o baseado em conhecimento, pois
de um lado existe a ementa das disciplinas, com toda a descrição e as necessidades do
desenvolvimento da matéria. De outro lado, têm-se as características dos professores
assim como a sua formação acadêmica. Há, por conseguinte, opções de um lado que
precisam ser corretamente conectadas nas opções do outro lado. Um exemplo é se a
ementa se refere à matéria que ensina tópicos de programação para a web, temos umas
opções que podem ser a linguagem em script14 e estilização de páginas. E temos alguns
professores que ensinam linguagem em script e outros que entendam o básico de
estilização. A necessidade do gestor seria de uma sugestão de que professor pudesse
preencher as opções da respectiva ementa. Essa técnica (baseada em conhecimento)
torna-se a mais próxima da arquitetura necessária a ser desenvolvida no protótipo. Já que
nas demais, são focadas nas inferências de desejos de vários usuários associados a
várias características e avaliações diretas sobre objetos e não sobre a necessidade de
definição de que “conhecimento poderá suprir conhecimento” (qual o professor ideal para
ministrar determinada disciplina). As características dos usuários, como descrito, não é
obrigatória, não fará parte do desenvolvimento pois não há uma necessidade de tratar os
atributos pessoais dos usuários do sistema. A coleta de dados será por meio de
informações inseridas pelo gestor, e banco de dados formado dos registros das ementas
de disciplinas e formações acadêmicas dos professores.
2.4.5 Desenvolvimento web
O desenvolvimento da proposta se dará como um sistema voltado para a web.
Dessa forma algumas tecnologias devem ser consideradas para o desenvolvimento pleno
do software. Questões como arquitetura, escalabilidade e boas práticas devem ser
observadas para desenvolvimento de qualidade de qualquer aplicativo para a web. Na
parte de programação foi escolhida a linguagem PHP, pois poderá atender perfeitamente
as questões anteriores de ótimo desenvolvimento para a web.
Conforme o desenvolvimento, alguns itens precisarão ser considerados como a
interação com usuário e, dessa forma, pode ou não surgir a necessidade do uso de API's
(classes de códigos automatizados feito por terceiros, como o Google Charts15 por
14 Linguagens de programação que são interpretadas. Um navegador web, pode interpretar a estilização de cores e estruturas que são programadas para uma determinada página, por exemplo.
15 http://www.code.google.com/apis/chart/
39
exemplo, com grande facilidade de criação de gráficos) ou de uso de Javascript (Jquery16
se torna interessante pois é uma biblioteca que automatiza o desenvolvimento de uma
melhor interação da interface). O uso do componente ajax17 do Jquery será usado para as
telas exibidas ao usuário final. XHTML e CSS também serão usados, pois o primeiro,
define a estrutura de qualquer página e o segundo define o estilo que ela conterá. Estas
tecnologias de desenvolvimento de páginas serão codificadas dentro de padrões
designados pela W3C (www.w3.org) que possui validadores que certificarão a página
onde o aplicativo funcionará. O banco de dados escolhido para a pertinência dos dados é
o MySQL.
2.4.5.1 PHP
A linguagem PHP como conhecemos hoje iniciou-se em 1997. Antes, Rasmus
Lerdoff em 1995 criou um projeto de um simples script18 somente para retornar alguns
dados do seu currículo online. Ele intitulou esse script como “Personal Home Page Tools”
e logo em seguida passou a se chamar PHP/FI: o mesmo script passaria a receber mais
funcionalidades (implementados em linguagem C que até conseguia já se comunicar com
banco de dados).
A linguagem de script funciona do lado do servidor (servidor de aplicações). É um
programa que pode acompanhar um documento HTML ou a ele ser incorporado, pode
proporcionar um maior dinamismo no conteúdo, maiores interações com o lado cliente
(navegador do usuário), gerenciar informações de usuários, entre outras infinidades de
atributos (W3C Recommendation, Introduction to scripts). Atributos estes que cada vez
mais ajudam na evolução de aplicativos para a Internet e hoje formam uma ponta de
tecnologia tão desenvolvida bem próximos (ou até mesmo mais práticos) aos softwares
para desktops19.
PHP, que significa "PHP: Hypertext Preprocessor", é uma linguagem de
programação de ampla utilização, interpretada, que é especialmente
16 http://www.jquery.com/17 http://api.jquery.com/category/ajax/18 Scripts nada mais são que arquivos que contém um código escrito por uma linguagem de programação.19 Que residem em computadores e não em servidores, conhecidos como software de prateleira. Sistemas
para a web hoje trazem praticamente tudo que os softwares para desktop trazem, inclusive já existe plataformas para criar interfaces gráficas em desktops para se usar sistemas web feitos em PHP sem o uso de navegadores como: Internet Explorer, Mozilla Firefox, entre outros no mercado.
40
interessante para desenvolvimento para a Web e pode ser mesclada
dentro do código HTML. A sintaxe da linguagem lembra C, Java e Perl, e é
fácil de aprender. O objetivo principal da linguagem é permitir a
desenvolvedores escreverem páginas que serão geradas dinamicamente
rapidamente, mas você pode fazer muito mais do que isso com PHP
(Manual do PHP, Prefácio).
Além de todos esses atributos, a linguagem interpretada é sinônimo de script e
nesta em especial é de fácil aprendizado e muito poderosa. A licença de desenvolvimento
é livre (possui algumas restrições com uso de nome por exemplo, entretanto não existe a
necessidade de adquirir licença para desenvolver aplicativos), podendo ser usados em
aplicativos comerciais ou não sem mudança jurídica nos termos de uso (inclusive
podendo receber colaboração de grupos de desenvolvedores em seu projeto de
codificação). A versão da linguagem em uso é a 5.2.6. Desse modo a escolha dessa
linguagem não advém somente de sua facilidade de desenvolvimento, mas também da
sua escalabilidade e da segurança apoiados por um desenvolvimento constante de vários
grupos espalhados pelo mundo.
2.4.5.2 Framework CodeIgniter
O framework para PHP utilizado neste projeto é o CodeIgniter que pode ser
encontrado em http://codeigniter.com/. O framework não foi escolhido somente para
aplicar as melhores práticas de desenvolvimento web. Sua preferência neste projeto foi
devido a algumas características, que retiradas do próprio sítio do framework, são
elencadas a seguir:
• Excepcional performance.
• Um framework que não necessita de configuração para usá-lo.
• Rápido aprendizado, não necessita usar a linha de comando.
• Foco em soluções simples.
• Possui boa e clara documentação.
Algumas classes da própria estrutura foram utilizadas, como Database Class,
Active Record Class, que facilitam as manipulações com o banco de dados. Há a criação
41
particular de uma library (biblioteca) de mensagens em javascript que foram
desenvolvidos e inseridos no próprio framework.
2.4.5.3 MYSQL
Dividindo a mesma linha de usar bons produtos livres, o banco de dados
selecionado é o MySQL (www.mysql.com), mantido pela Oracle20. Na sua página, se pode
visualizar os motivos concretos de escolha em usar MySQL. Os motivos mais fortes são
que: é o banco de dados open-source (código-fonte aberto) mais popular do mundo
(sendo inclusive usado por grupos na Antártida), possui performance rápida e consistente,
uma fácil usabilidade e é independente de plataforma de sistema operacional. A
linguagem de programação PHP possui total conexão e gerenciamento com vários
bancos, principalmente MySQL. Devido à facilidade, os dois garantem uma boa
produtividade.
MySQL possui alguns aplicativos interessantes que se tornam úteis para o
desenvolvimento, que fazem parte do grupo de ferramentas da própria MySQL. São eleso
o MySQL Query Browser para a elaboração, testes e manipulação de instruções SQL no
banco (de uma forma mais gráfica do que linha de comando); MySQL Administrator, que é
uma ferramenta gráfica para o gerenciamento de todo o servidor MySQL; e uma grande
ferramenta que se chama MySQL Workbench, onde um banco de dados pode ser
desenhado de forma gráfica e prontamente ser gerado no servidor onde aplicações
podem em seguida utiliza-lo, diminuindo assim a necessidade de escrever manualmente
scripts de criações de banco de dados aumentando a produtividade. A versão do MySQL
em uso é a 5 até o momento da escrita deste trabalho.
3. Desenvolvimento do protótipo
De acordo com toda a fundamentação e estudos desenvolvidos sobre aspectos que,
de forma direta ou indireta afetam o desenvolvimento de sistemas de recomendação, foi
elaborado um protótipo, levando os conceitos escolhidos neste estudo para um software.
Na seção 3.1 será descrito a aplicação da ontologia. Na seção 3.2 serão descritas todas
as telas do protótipo, suas funções ou operações e logo na seção 3.3 é explanado como
20 http://www.oracle.com
42
os itens apresentados na 3.1 atendem aos aspectos estudados que foram definidos nas
seções anteriores.
3.1 Ontologia
Para o desenvolvimento da modelagem ontológica, foi realizada uma pesquisa
frente às documentações que poderiam ser disponibilizadas pela direção do centro
acadêmico e com o setor de Recursos Humanos. Desta forma houve contato com alguns
profissionais (ver anexo 8.1) para a discussão a respeito da ideia deste projeto e quais as
definições que fazem parte do domínio do problema, ou seja, do domínio da qual
aplicação visa a atender as necessidades. Após algumas discussões, chegou-se a um
acordo conceitual comum entre as partes especializadas. Um conjunto de conceitos que
determinam todos os aspectos da aplicação ou parte da cultura organizacional frente a
seleção de professores. Abaixo segue a modelagem ontológica, realizada com a
ferramenta Protégé21:
A ilustração 1 mostra uma visualização da combinação de classes e subclasses.
21 http://protege.stanford.edu/
Ilustração 1: Mapeamento ontológico.
43
Geralmente a ontologia descreve classes como sendo os próprios conceitos.
Propriedades de dados são os tipos de dados que são inseridos para as classes. Assim,
foram classificados os seguintes conceitos:
• Thing: classe raiz, contém todas as classificações de projeto, faz parte tanto da
ferramenta ontológica quanto das documentações da w3c para a ontologia,
significa simplesmente “alguma coisa”;
• Dominio: o domínio de interesse da ontologia, neste caso refere-se à Unochapecó,
mais especificamente centro acadêmico. A escolha da palavra Domínio é apenas
uma referência ao domínio da qual o presente protótipo se refere ontológicamente,
englobando as disciplinas e os professores;
• Disciplina: no conceito de disciplina, existente normalmente, dois tipos de dados
foram classificados: título e ementa. Nesta visualização aparecem as classes ou
conceitos, sendo que tipos de dados e objetos somente aparecem no arquivo
gerado em OWL (ver anexo 8.2 e 8.3);
• Professor: maior conceito dentro do domínio. Define o professor e suas subclasses
(conceitos relacionados), sendo os conceitos relacionados às Competências e
Habilidades Pessoais. O único tipo de dado concedido a ele é um “XML Literal”,
pois todos os dados são importados de um arquivo XML que, por sua vez, é
exportado da plataforma Lattes;
• Competências: dividem-se em Didáticas e Profissionais. A didática se refere às
graduações do indivíduo (a aplicação trata desde graduação até pós-doutorado).
As Profissionais são referentes às atuações profissionais encontradas no currículo
do indivíduo, sendo que a norma existente verifica os anos de experiência
independente da origem do trabalho;
• Habilidades pessoais: divide-se em conceitos como projeto de vivência acadêmica,
aspectos profissionais, cultura geral, disponibilidade de tempo e observações.
Estes conceitos foram encontrados em uma relação entre entrevistado e
entrevistador. Descrições textuais definem cada grupo destes conceitos, sendo,
portanto definido interiormente um tipo de dado como texto.
A ontologia forneceu mecanismos com os quais foi viabilizada a modelagem do
conhecimento seguindo o modelo organizacional vigente. Forneceu não somente
entendimentos para a aplicação, mas também para toda a gestão organizacional, como
44
os profissionais definem o conhecimento e alguns dos seus relacionamentos,
formalizando aquilo que muitas vezes é crença ou se diz de forma textual sem a
centralização de registros (mapeamento do conhecimento existente, gestão do
conhecimento, seção 4.4.1) para um modelo formal.
O objetivo central era a possibilidade da modelagem do conhecimento, entretanto
isto é apenas uma forma de uso: a realização do mapeamento e consequente geração de
bases de dados. A web semântica pode por meio de documentos como os que estão em
anexo no final deste projeto, fornecer bases de conhecimento específicos, interligando
várias culturas em uma modelagem única e concreta, em que aplicações podem usufruir
destas bases aumentando a especialidade de suas operações ou respostas.
Podendo ser útil inclusive para instituições acadêmicas diferentes, onde cada
setor possui suas diferenças dentre as operações e conceitos. Depois de formalizado,
todas as partes envolvidas no desenvolvimento de sistemas (analistas, programadores,
usuários) conseguem obter conhecimento único entre os seus entendimentos. Isto torna-
se uma estratégia para a instituição (seção 4.2.3), pois é a utilização para o
gerenciamento de conhecimento interno. Desta forma, a seguir, também será mostrado a
documentação de interfaces e, logo na sequência, o desenvolvimento da lógica ou regras
de negócio da aplicação.
3.2 Interfaces do sistema
Esta seção disponibilizará a documentação de todas as telas do sistema, bem
como as operações que estão acessíveis e as suas explicações ou significados. Também
serão exibidos as descrições ou conceitos formados pelas classes ontológicas projetadas
anteriormente. Após as explanações, a seção seguinte, trata sobre os mecanismos
funcionais da aplicação.
45
Conforme proposto, o sistema seria desenvolvido para a web. A ilustração 2
mostra a página inicial para o uso do protótipo. Para a sua construção, foram seguidos
poucos conceitos de usabilidade e projetos de interfaces web, pois o foco deste trabalho
está nos algoritmos22 internamente usados e esta interface é apenas um modelo de como
pode ser usado um sistema de recomendação. Possui a esquerda um menu de
navegação para o gestor. Cabeçalho e rodapé possuem o título e demais referências a
autor e instituição educacional de estudo. Na parte central, há breve introdução para o
usuário e as logomarcas das ferramentas livres usadas no desenvolvimento do protótipo.
Para facilitar a usabilidade do sistema, não há um cadastro com inúmeros campos
que demandem um esforço em digitação. Foi realizado um mecanismo de importação de
currículos (ilustração a seguir), do qual o gestor só precisa realmente do arquivo em um
tipo específico, exportado diretamente da plataforma LATTES23, para inserir no sistema.
Foi concebido desta forma devido ao fato de que a plataforma LATTES reúne, de forma
padronizada, um banco de dados de currículos de alunos, professores, pesquisadores,
sendo regido ou organizado pelo Ministério de Ciência e Tecnologia por meio do Conselho
Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico. Não precisando, por conseguinte, 22 Lógica, regrais de negócios e demais instruções do programa.23 http://lattes.cnpq.br/
Ilustração 2: Tela inicial do protótipo.
46
formular um cadastro específico para a Instituição de ensino, mas sim de uma forma que
o cadastro possa ser usado por qualquer instituição acadêmica em todo o território
brasileiro.
A ilustração 3 designa a facilidade em cadastrar um professor, precisando
somente escolher um arquivo e carregá-lo. Quando o arquivo for lido totalmente irá
aparecer uma tela com todos os dados minerados do currículo, o usuário poderá editar
alguma informação e efetuar o cadastro com um único botão. Podem ser cadastradas
quantas vezes for desejado o currículo do professor, principalmente se precisar de alguma
atualização: o sistema de recomendação responsabiliza-se em atualizar as informações
(atualizando o que foi modificado ou até mesmo apagando o que fora retirado). Após
executada a operação de importação, serão mostrados a seguir (ilustração 4) quais dados
foram interpretados com sucesso.
Ilustração 3: Importação de currículo LATTES
47
Existe uma opção no painel de usuário (da plataforma LATTES), da qual o
professor possa exportar seu currículo em formato XML, indispensável para a importação
dos dados do currículo para o sistema. Os dados que são importados24 referem-se a
dados pessoais (nome, documentos, endereços), graduações acadêmicas (desde a
graduação até doutorado, independente de quantidade entre os níveis) e as atuações
profissionais registradas (empresa, tipos de enquadramento e a quantidade em anos
permanecidos na empresa), como pode ser visualizado na ilustração 4 (devido à
quantidade de dados é somente exibida a parte superior da página, dos dados pessoais).
Os dados são exibidos para que o gestor ou outro usuário fique à vontade em editá-los,
como exemplo, nesta ilustração 3 foram apagados os números de documentos.
24 Para a importação de dados do XML, foi utilizado na codificação em PHP o SimpleXML e o seu manual de
referência pode ser acessado em http://www.php.net/manual/pt_BR/book.simplexml.php
Ilustração 4: Visualização de dados importados do currículo LATTES.
48
A ilustração 5 exibe a função de localização de professores (opção Professores
na esquerda). Podem ser pesquisados todos os professores cadastrados (como pode ser
visualizado na ilustração) ou por meio da inserção de nome completo ou parte do nome
do professor a ser encontrado. Existem duas opções de sub-cadastrados: Habilidades
pessoais e Disciplinas explanados a seguir.
Ilustração 5: Localização de professores.
Ilustração 6: Marcação de disciplinas.
49
Conforme pode ser visualizado na ilustração 6, existe uma marcação de
disciplinas. Podem ser marcados para um professor específico as suas disciplinas,
conforme o gestor de área desejar realizar esse cadastramento. Nesta listagem, são
exibidas todas as disciplinas cadastradas. O gestor poderá marcar, desmarcar e, logo
após, clicar em Cadastrar: o sistema encarrega-se em salvar as disciplinas cadastradas e/
ou apagar o vínculo com alguma.
Ilustração 7: Cadastro de habilidades pessoais.
50
É disponibilizado o cadastro de habilidades pessoais (ilustração 7), em que
atualmente, é feito de forma digitalizada em documento de texto. Neste caso, o cadastro
será registrado em banco de dados e os dados contidos serão usados para a
recomendação.
O cadastro de disciplinas (ilustração 8) é composto dos campos de inserção
definidos em título e ementa. A ementa da forma como o gestor puder cadastrar, seja por
palavras-chave (separadas de qualquer forma) ou inserção de texto completo. Na parte
inferior já são visualizadas todas as disciplinas previamente cadastradas. Em cada
disciplina, na coluna da direita, existe um pequeno local de seleção e logo abaixo um
botão com o título de Inferência. Caso alguma disciplina seja selecionada e em seguida
executada a ação de inferência, aparecerá uma tela visualizada na ilustração 9, a seguir.
Ilustração 8: Cadastro de Disciplinas.
51
Com este painel de controle, são fornecidos ao gestor alguns itens que podem ser
configurados. O objetivo é que o próprio usuário possa parametrizar o tipo de sugestão
mediante pesos. Os três conjuntos de características definidas na ontologia
(competências didáticas, profissionais e habilidades pessoais) possuem um peso padrão
considerado baixo. Entretanto podem ser configurados entre as opções “Nenhum” a “Alto”
(0 a 3 respectivamente), fazendo com que se mude a pontuação da relevância na
sugestão. Outra opção é com relação a disciplina escolhida: caso a resposta descrita na
tela a respeito da marcação de disciplina for positiva, a sugestão será fornecida baseada
somente nos professores que foram previamente cadastrados para esta disciplina
(realizado na ilustração 6). Após clicar no botão Enviar, o gestor receberá uma resposta,
logo abaixo do painel, parecida com o que se pode observar na próxima ilustração.
Ilustração 9: Painel de configuração da Inferência.
52
Nesta ilustração 10, levando em consideração dois professores previamente
cadastrados, é dito que o Professor1 têm mais aptidão para ministrar a disciplina que a
Professora1. Desta forma, independente da quantidade de professoras que o sistema
possa sugerir, sempre mostrará no topo da lista o mais apto para a disciplina escolhida.
Estas são as telas existentes no protótipo. Buscou-se o desenvolvimento de
mecanismos simples e rápidos ao usuário final (gestor) para alcançar a informação de
forma mais rápida e ampla possível. O funcionamento de toda a inferência por trás destas
interfaces e os mecanismos que retornam esses resultados obtidos serão descritos nas
próximas seções.
3.3 Estrutura lógica do sistema
A codificação foi desenvolvida em paralelo com as interfaces apresentadas
anteriormente. Não houve um levantamento de requisitos realizado de forma mais
apurada pelo fato da reunião de conceitos diferenciados que foram trazidos para este
projeto. Como visto no anexo 8.1, a maior parte do tempo entre desenvolvedor e cliente
foi para o entendimento da inovação que o sistema poderia trazer. Após a ontologia
formada, o primeiro passo foi a realização da modelagem entidade-relacionamento
podendo ser visualizada na seção 3.3.1 e os demais algoritmos descritos na seção
posterior (3.3.2).
Ilustração 10: Sugestão fornecida em forma de ranking.
53
3.3.1 Modelagem do banco de dados
Segue a disposição da modelagem (realizada por meio das ferramentas descritas
na seção 2.4.5.2) na ilustração 11. O cadastro de professores seguem com as
informações obtidas por mediante a importação de currículo e desta forma permanecem
registradas na tabela PROFESSOR (algumas estruturas seguem a risca a nomenclatura
que a plataforma LATTES usa nas nomeações de dados).
Os níveis de formação (que fazem parte também das competências didáticas)
ficam à parte na estrutura FORMACAO e as atuações profissionais, como definidos na
ontologia (seção 3.1) em COMPETENCIAS_PROFISSIONAIS. Na
HABILIDADES_PESSOAIS permanecem os dados provenientes das entrevistas feitas
hoje de forma digitada em documentos de textos, mas que agora possam ser registradas
em banco de dados.
A existência da estrutura COMPETENCIAS_DIDATICAS é disponibilizada para
Ilustração 11: Modelagem entidade-relacionamento do sistema
54
reservar um local apropriado para futuros registros sobre estes aspectos relacionados ao
perfil do professor. Na próxima seção, é discutida a codificação referente aos aspectos
existentes no processo seletivo e o que o protótipo acolhe.
3.3.2 Interpretação e Pontuação Fuzzy
Nesta fase, levou-se em consideração o desenvolvimento contínuo da modelagem
no banco de dados assim como os debates e acesso a materiais de seleção. A
interpretação fuzzy foi desenvolvida levando em consideração o questionamento de como
um algoritmo poderia ser desenvolvido que pudesse realizar a sugestão dos professores
baseados em características qualitativas e quantitativas. Desta forma como estudado na
seção 2.4.3 a ideia é de usar a interpretação fuzzy para determinar um professor mais ou
menos apto para ministrar uma disciplina e quanto mais apto é com relação aos demais
professores.
As características reconhecidas quantitativas são as pontuações existentes no
processo seletivo, para os níveis de formação (graduação até pós-doutorado) e a atuação
profissional. Outros itens foram observados, mas somente estes foram agrupados para o
presente protótipo. Nas características qualitativas, houve esforço maior no
desenvolvimento lógico, pois exige um cuidado diferenciado devido aos dados serem em
formato textual.
Um material usado como suporte na modelagem do algoritmo é de título “Controle
e Modelagem Fuzzy”25. Especificamente por meio de análise da modelagem com
variáveis linguísticas (página 24), possuindo relação com as propriedades fundamentais
de conjunto (página 35 possui conexão conceitual sobre conjuntos disjuntos interpretados
na ontologia, seção 3.1) e algumas relações fuzzy como base de conhecimento (a partir
da página 42).
Na terminologia de sistemas inteligentes, a relação fuzzy é uma base de
conhecimento, ou seja, o depósito de toda a inteligência relacionada a um
dado sistema. Assim como a função de transferência na teoria de controle
linear, a relação fuzzy, se conhecida, nos permite computar a resposta do
sistema a uma dada excitação. A diferença entre as duas é que relações
fuzzy não exige requisitos de linearidade ou de invariância temporal [...]
25 Autor Ian Shaw e tradução de Marcelo Godoy Simões.
55
(Shaw 1999, pág. 43-44).
Assim, pelo fato de o sistema não possuir requisitos mais rígidos o autor ainda
comenta que dois itens devem ser levados em consideração pelo projetista: como a
identificação e estimação dos conjuntos relacionados ao domínio do problema. Sendo
assim, reunindo o conhecimento alcançado nos estudos e pesquisas, definiu-se o
desenvolvimento por meio de pontuações ou ranking a respeito do condicionamento do
professor para a disciplina.
Os conjuntos foram definidos por meio de equações e pesos para formalizar os
grupos de excitação (que respondem por meio da mudança dos seus pesos, pelo usuário,
como mostrado na ilustração 9). Os pesos definidos pelo usuário são considerados na
anotação Pu. Estes pesos vão de nenhum até alto, ou 0 até 3. Se for escolhido zero, já é
definido a não execução da regra matemática.
O universo de discurso é definido por U sendo U = ƩRp. Rp é o ranking de um
professor específico, portanto universo de discurso é interpretado como a somatória dos
rankings dos professores, e R (recomendação) é meu próprio universo mais filtros de
interpretação ao usuário final: R = U. Rp é dfinindo por Rp = Cd + Cp + Hp. Sendo oƩ Ʃ Ʃ
total das somas entre os cálculos de competências didáticas (Cd), competências
profissionais (Cp) e habilidades pessoais (Hp). Estas formam o escopo matemático do
algoritmo. Os detalhes ligados diretamente ao perfil do professor são discutidos a seguir.
As habilidades pessoais são informações cadastradas em formato texto. Para que
se possam viabilizar as pontuações referentes a estas descrições, foram concebidos
mecanismos de mineração e contagem textual. Estes mecanismos realizam o confronto
entre as descrições das habilidades pessoais, com o título e a ementa da disciplina alvo.
Nesta forma, é feita uma combinação entre as palavras de cada lado da descrição e, em
cada retorno positivo, soma-se um valor matemático, tornando-se assim uma forma
quantitativa para a resolução matemática.
Os mecanismos que realizam a mineração textual foram codificados usando
funções existentes da própria linguagem PHP. Estas funções podem ser encontradas no
guia de referência da linguagem26 e são melhores descritas no anexo 6.2. Foi considerado
o problema de combinações de palavras, verbos, artigos, preposições, pontuações,
inúteis ou que não fazem parte do objetivo da aplicação e podem retornar falsas
26 http://www.php.net/manual/pt_BR/book.strings.php
56
combinações positivas. A seguir, é visualizado na ilustração 12, a primeira função
codificada que realiza um suporte inicial, para que se possa realizar na sequencia a
mineração textual.
Como pode ser visualizado na ilustração 12, foram também usados mecanismos
da própria linguagem PHP, concebido um inicio de estrutura de dicionário, em que são
guardadas os termos que precisam ser ignorados para as combinações27. Serve como
uma espécie de filtro aplicado em todos os textos ou palavras-chave, aumentando a
confiança na resposta do sistema, entretanto ainda existem lacunas que podem ser
melhorados com um estudo mais aprofundado sobre mineração textual e
desenvolvimento de algoritmos de interpretações da linguagem humana. A fórmula
concebida para Hp é definida como:Ʃ
• (total de combinações textuais positivas x Pu).Ʃ
As competências profissionais destinam-se a pontuação por meio da experiência
profissional. Esta pontuação também já ocorre nos processos organizacionais de seleção
27 Para as combinações, todos os textos precisam receber um tratamento, já que as funções do PHP para strings,
realizam combinações de palavra por palavra, pontuação a pontuação. Com isso, pode gerar falsos positivos e, o
dicionário foi concebido para no mínimo evitar grandes erros de combinações e elevar a confiança no projeto.
Ilustração 12: Funções usadas para filtro textual, PHP
57
atualmente. Por meio da fórmula:
• Cp = ((anos de atuações profissionais x valor padrão) + Pu).Ʃ Ʃ
Na ilustração 13 é visualizado a codificação para as competências profissionais e
as habilidades pessoais (além das equações, há o emprego da contabilização oriunda da
mineração textual).
Os anos de experiência são calculados já na importação do currículo do
professor, baseado no tempo de permanência nas atividades profissionais (somente
considera as atividades profissionais após a sua data da primeira graduação). O valor
padrão é uma pontuação básica existente no processo seletivo.
Para as competências didáticas foram definidos dois atributos: os níveis de
formação e a mineração textual entre os cursos das quais os professores têm em suas
formações e as descrições da disciplina alvo. No primeiro atributo foi usado como
referência o próprio processo seletivo discutido com os gestores (seção 8.1) formalizado
como Cd = Ng + Mtd. Ng os níveis de graduação e Mtd é a mineração textual com aƩ Ʃ
disciplina. Desta forma, a equação é disposta da seguinte forma:
• Ng = (pontuação normativa para o nível de graduação + Pu);Ʃ Ʃ
• Mtd = (total de combinações textuais positivas).Ʃ Ʃ
A mineração textual ocorre de forma parecida na quantificação de habilidades
pessoais descritos anteriormente. A diferença é que o mecanismo realiza um confronto
entre as descrições existentes no título e ementa da disciplina com o título do professor (o
Ilustração 13: Codificação de fórmulas para competências profissionais e habilidades pessoais.
58
nome do curso da formação, desde a graduação até pós-doutorado).
Nesta ilustração 14 é visualizado toda a codificação das equações empregadas
nos cálculos de recomendação, em conjunto com a contabilização oriunda da mineração
textual. É aceito uma pontuação somente de acordo com o nível de formação que o
candidato a professor possui.
Após todos os cálculos, é finalizada a equação global (Rp = Cd + Cp + Hp)Ʃ Ʃ Ʃ
para um professor específico e assim é realizado para todos os professores existentes na
base de dados ou previamente cadastrados para a disciplina alvo (ver ilustração 9). O
escopo de uma forma geral não é fechado e o sistema é condicionado ao título de “beta
eterno”, pois os conjuntos aqui interpretados podem ser melhorados e inclusive criadas
outras equações para outras informações, qualitativas ou quantitativas, a fim de melhorar
continuamente e adaptar-se à gestão organizacional.
Essa denominação equivale também ao planejamento estratégico da instituição
(seção 2.2.3.1), pois precisa constantemente estar em adaptação conforme a
ambientação onde se insira o software. Para a ação planejadora do gestor esta
ferramenta fornecerá o auxilio ao planejamento de alocação de professores e o protótipo
já disponibiliza mecanismos que ajudem a acelerar a tomada de decisão do gestor.
A classe que possui estas atividades recebeu o nome de “motorfuzzy” somente
Ilustração 14: Codificação de fórmulas para os níveis de formação.
59
para identificar o pilar central do sistema de recomendação, usando conceitos estudados
em capítulos anteriores, finalizando, assim, todo o desenvolvimento da aplicação em nível
de protótipo.
4. Conclusão
Por meio dos estudos realizados para este trabalho verificou-se o nível de
capacidade que os sistemas informacionais possam alcançar, sejam estes voltados a
atividades em setores humanos ou em exatas. Os conceitos de gestão podem fornecer
um roteiro de ação para que o desenvolvedor de software saiba conceber sistemas mais
especialistas ao objetivo fim da aplicação. Não somente desenvolver sistemas que
automatizam atividades diárias, contudo, podendo ser úteis também para a tomada de
decisão humana.
Nesta decisão humana implica não na pretensão do software resolver problemas
automaticamente para as pessoas já que as soluções nem sempre são lineares ou
exatas. Mas sim de modelos computacionais que visam atender modelos organizacionais
e constantemente adaptar-se as mudanças temporais sem perder sua capacidade de
auxílio de gerenciamento ou de valores em suas respostas.
O sistema de recomendação é focado neste auxílio, baseado no que o indivíduo
precisa, consegue fornecer sugestões para dar origem a uma decisão pelo usuário. A
gestão do conhecimento não deve ser encarada como obstáculo. Deve ser visto como
aliada na contextualização entre software e pessoa, entre sistema e estratégia ou, ainda,
entre gestor e ferramenta. De um lado uma consciência e, de outro, um sistema que
possa acompanhar e valorizar o capital humano.
A inteligência artificial mostrou-se ser um universo à parte para a concepção de
sistemas cada vez menos manipuláveis pelo usuário, mas retornando cada vez mais
informação especializada para o próprio usuário. Isso pode ser observado no painel de
controle da inferência e até onde determinam-se as pontuações e minerações de
informações para a sugestão. Outros estudos, mais focados e aprofundados podem ser
gerados a partir deste projeto (seção de Trabalhos Futuros). Em que se possa conceber
uma plataforma geradora de conhecimento para a instituição acadêmica. Desde já os
conceitos básicos mostraram-se fazer parte do dia a dia na tomada de decisão dos
diretores de área e precisam serem inerentes aos processos de codificação de software
60
mais especialistas.
Ainda há muito o que estudar sobre a ontologia. Entretanto, já disponibiliza
mecanismos novos para o gerenciamento da compreensão e definição do conhecimento.
Estes mecanismos podem ser úteis na gestão organizacional no objetivo de separar
aquilo que faz parte da cultura do indivíduo, para o conceito que verdadeiramente faz
parte da gestão acadêmica. Também mostrou-se como pode ser útil no desenvolvimento
de aplicação voltada para o conhecimento especializado, e a comunicação, mesmo que
em vias de software, entre todos os indivíduos, não importando se estes estão em
culturas, setores, operações ou profissões diferentes.
Assim, houve uma compreensão maior sobre o desenvolvimento de software e
até onde os Sistemas de Informação podem chegar, ultrapassando até mesmo outros
softwares menos especialistas em determinadas ações estratégicas. É importante
ressaltar que os sistemas de informação também nunca estarão concluídos, sempre
haverá a necessidade de adaptar-se as culturas organizacionais, às infraestruturas, e com
elas continuamente manter-se o seu desenvolvimento e atualização, seja em codificação
ou em conceito. Aumenta também a confiança que um gestor possa ter no software
viabilizando uma tomada de decisão segura e em conjunta com modelos algoritmos.
4.1 Trabalhos futuros
O protótipo, como bem seu nome confere, possui algumas limitações e a própria
forma de desenvolvimento pressupõe infinita necessidade de aperfeiçoamento. Sistemas
para a web são muitas vezes considerados “beta eternos”, pois muitas vezes existe
crescimento na demanda por modificações, fazendo com que facilmente esses softwares
sejam abertos a mudanças.
Para este protótipo, algumas mudanças podem ser ainda realizadas: a melhoria
nas questões de usabilidade, ergonomia, que não foram inseridas no escopo deste
trabalho. A disposição do desenho de página (layout) também não foi concebido pelos
usuários gestores e consequentemente, pode ser alterada. Outra contínua modificação
seria a questão dos pesos e pontuações na recomendação. Todos estão de acordo com a
própria legislação da universidade e com relação às fórmulas propostas. Estes valores
precisam de cuidados contínuos, seguindo as mudanças na gestão que use este sistema.
Um painel de configurações para um administrador do sistema poderá ser útil, inclusive
61
na calibragem do sistema (uma recomendação nunca poderá ser 100% ou passar disto
nos cálculos).
Aperfeiçoamento contínuo da mineração textual também é importante devido ao
fato da confiança nas próprias funções que interpretam e filtram textos na linguagem
humana. Para a resolução deste problema, podem surgir outros trabalhos na área de
Engenharia do Conhecimento, pois um estudo focado poderá ir profundamente nesta
questão complexa entre a linguagem de programação e a linguagem humana, usando,
talvez, conhecimento de programação de outros estudos, tecnologias ou, até mesmo,
viabilizando novos, complexos e mais eficientes algoritmos.
A lógica fuzzy teve apenas sua base inserida neste trabalho e pode, com um
projeto melhorado, focar mais na questão de sistemas especialistas. Uma evolução que
seria interessante neste aspecto é que o sistema consiga se aprofundar nos aspectos de
inteligência artificial. Sistemas de recomendação podem facilmente abrigar algoritmos
mais complexos em suas recomendações, inclusive, redes neurais artificiais.
Expandir a abordagem da ontologia é um dos últimos aperfeiçoamentos
discutidos neste capítulo. Apesar de o sistema ter sido desenvolvido para uso
possivelmente interno, é uma solução que discute a ontologia focada na chamada web
semântica. A ontologia pode ser útil na troca de informações entre seres humanos e
máquinas, em nível de conhecimento. Assim pode ter objetivo de criação ou operação
entre sistemas, agrupando conhecimento, seja ele para repassar informações aos
usuários quanto para formalizar regras de negócio ou, ainda, desenvolver os próprios
componentes no desenvolvimento de software.
Tanto a ontologia como os demais tópicos fazem parte de uma área que, de um
lado está amadurecendo seus próprios conceitos e, de outro, já aplicando a ciência no
cotidiano. Sendo assim, estas são algumas modificações que ficam como pensamento
futuro. Propostas que podem resultar em trabalhos derivados não desta obra, mas
trabalhos derivados da inovação.
62
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63
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67
6. Anexos
6.1 Debates sobre a proposta
Durante alguns encontros para a elaboração deste projeto, alguns professores e
diretores da área foram consultados a respeito dos aspectos relevantes para a fabricação
e a validação do software. Informações acerca do problema foram debatidas com os
professores José Alexandre de Toni (Diretor da Área de Ciências Exatas e Ambientais),
Roberta Pasquali (ex-professora do centro acadêmico) e Andrea Bencke Zambarda
(Diretora de Desenvolvimento Humano). Os pontos elencados foram:
• Fornecido acesso a planilhas e documentos dos processos de seleção de
professores.
• Correção sobre a interpretação de Competências Pessoais. Conceito modelado na
ontologia fica correto como Habilidades Pessoais, denotando o objetivo inserido no
projeto.
• O cadastro de Habilidades Pessoais no sistema é o usado na entrevista entre
diretor e professor, atualmente feito de forma manual em documento de texto
(Word/Writer). Foi requerido sua permanência tal qual usado no dia a dia.
• Professora Andrea apontou falha na mineração textual com relação de negação
das características (palavras como não ou sem, antes de uma característica, por
exemplo), registrou-se a limitação da leitura de textos, foi exibido a modelagem
ontológica e julgou interessante a definição em comum da forma como todos
precisam inserir informações textuais em formato padronizado.
• A expressão níveis de graduação deve ser corrigida sempre para níveis de
formação, denotando a graduação até pós-doutorado, conceito inserido e corrigido
na ontologia final.
• O sistema não estava interpretando a experiência profissional a partir da data de
conclusão da primeira graduação: foi solicitada a alteração e corrigido os cálculos
na importação dos currículos.
• Visualizada e fornecida a necessidade de duas formas da realização da inferência
no banco de dados, por meio de todos os professores e mediante somente dos
68
professores cadastrados na disciplina escolhida.
6.2 Funções PHP na mineração textual
Segue uma relação de funções da linguagem de programação PHP usadas na
mineração textual, com a descrição da função e como foi inserida no projeto:
• str_replace (www.php.net/manual/pt_BR/function.str-replace.php): é usada para
substituir palavras ou expressões que não podem ser consideradas para a
comparação de textos (evita falsos positivos).
• explode (http://www.php.net/manual/pt_BR/function.explode.php): da forma como
foi realizada a aplicação de filtro por meio de str_replace, explode é usado para
que transforme o texto em um array de palavras, com objetivo de correção e
otimização do texto filtrado.
• trim (http://www.php.net/manual/pt_BR/function.trim.php): retira espaços em branco
desnecessários.
• substr_count (http://www.php.net/manual/pt_BR/function.substr-count.php): é a
principal função na mineração textual, é usada para contabilizar as comparações
entre textos ou fragmentos de textos. Conta o número de ocorrências de alguma
expressão no texto. Como essa contagem não tem controle, pode retornar um
resultado não confiável caso o texto não tenha sido filtrado anteriormente (esta
função, em conjunto com a estrutura do algoritmo, pode retornar os chamados
falsos positivos).
6.3 Ontologia no formato OWL/RDF
<?xml version="1.0"?>
<!DOCTYPE Ontology [
<!ENTITY xsd "http://www.w3.org/2001/XMLSchema#" >
<!ENTITY xml "http://www.w3.org/XML/1998/namespace" >
<!ENTITY rdfs "http://www.w3.org/2000/01/rdf-schema#" >
<!ENTITY rdf "http://www.w3.org/1999/02/22-rdf-syntax-ns#" >
]>
<Ontology xmlns="http://www.w3.org/2002/07/owl#"
xml:base="http://www.semanticweb.org/ontologies/professor.owl"
69
xmlns:rdfs="http://www.w3.org/2000/01/rdf-schema#"
xmlns:xsd="http://www.w3.org/2001/XMLSchema#"
xmlns:rdf="http://www.w3.org/1999/02/22-rdf-syntax-ns#"
xmlns:xml="http://www.w3.org/XML/1998/namespace"
ontologyIRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/professor.owl"
versionIRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/professor.owl">
<Prefix name="xsd" IRI="http://www.w3.org/2001/XMLSchema#"/>
<Prefix name="owl" IRI="http://www.w3.org/2002/07/owl#"/>
<Prefix name="" IRI="http://www.w3.org/2002/07/owl#"/>
<Prefix name="rdf" IRI="http://www.w3.org/1999/02/22-rdf-syntax-ns#"/>
<Prefix name="rdfs" IRI="http://www.w3.org/2000/01/rdf-schema#"/>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#aspectos_profissionais"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#competencias"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#cultura_geral"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#didatica"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#competencias"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disciplina"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#dominio"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disponibilidade"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#dominio"/>
<Class abbreviatedIRI=":Thing"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#experiencia"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#profissional"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#niveis_formacao"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#didatica"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#observacoes"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais"/>
</SubClassOf>
70
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#dominio"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#profissional"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#competencias"/>
</SubClassOf>
<SubClassOf>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#proj_vida_academica"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais"/>
</SubClassOf>
<DisjointClasses>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#competencias"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais"/>
</DisjointClasses>
<DisjointClasses>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#didatica"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#profissional"/>
</DisjointClasses>
<DisjointClasses>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disciplina"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor"/>
</DisjointClasses>
<EquivalentObjectProperties>
<ObjectProperty
IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#possui_disciplina"/>
</EquivalentObjectProperties>
<EquivalentObjectProperties>
<ObjectProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#relacional"/>
</EquivalentObjectProperties>
<EquivalentObjectProperties>
<ObjectProperty abbreviatedIRI=":topObjectProperty"/>
</EquivalentObjectProperties>
<SubObjectPropertyOf>
<ObjectProperty
IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#possui_disciplina"/>
<ObjectProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#relacional"/>
</SubObjectPropertyOf>
<SubObjectPropertyOf>
<ObjectProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#relacional"/>
<ObjectProperty abbreviatedIRI=":topObjectProperty"/>
</SubObjectPropertyOf>
<ObjectPropertyDomain>
<ObjectProperty
IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#possui_disciplina"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor"/>
</ObjectPropertyDomain>
<ObjectPropertyRange>
<ObjectProperty
IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#possui_disciplina"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disciplina"/>
</ObjectPropertyRange>
<EquivalentDataProperties>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#curriculo"/>
71
</EquivalentDataProperties>
<EquivalentDataProperties>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#descricao_textual"/
>
</EquivalentDataProperties>
<EquivalentDataProperties>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#ementa"/>
</EquivalentDataProperties>
<EquivalentDataProperties>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#texto"/>
</EquivalentDataProperties>
<EquivalentDataProperties>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#titulo"/>
</EquivalentDataProperties>
<EquivalentDataProperties>
<DataProperty abbreviatedIRI=":topDataProperty"/>
</EquivalentDataProperties>
<SubDataPropertyOf>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#curriculo"/>
<DataProperty abbreviatedIRI=":topDataProperty"/>
</SubDataPropertyOf>
<SubDataPropertyOf>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#descricao_textual"/
>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#texto"/>
</SubDataPropertyOf>
<SubDataPropertyOf>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#ementa"/>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#texto"/>
</SubDataPropertyOf>
<SubDataPropertyOf>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#texto"/>
<DataProperty abbreviatedIRI=":topDataProperty"/>
</SubDataPropertyOf>
<SubDataPropertyOf>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#titulo"/>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#texto"/>
</SubDataPropertyOf>
<DataPropertyDomain>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#curriculo"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor"/>
</DataPropertyDomain>
<DataPropertyDomain>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#curriculo"/>
<DataAllValuesFrom>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#curriculo"/>
<Datatype abbreviatedIRI="rdf:XMLLiteral"/>
</DataAllValuesFrom>
</DataPropertyDomain>
<DataPropertyDomain>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#descricao_textual"/
>
<DataSomeValuesFrom>
<DataProperty
IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#descricao_textual"/>
72
<Datatype abbreviatedIRI="xsd:string"/>
</DataSomeValuesFrom>
</DataPropertyDomain>
<DataPropertyDomain>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#ementa"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disciplina"/>
</DataPropertyDomain>
<DataPropertyDomain>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#ementa"/>
<DataSomeValuesFrom>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#ementa"/>
<Datatype abbreviatedIRI="xsd:string"/>
</DataSomeValuesFrom>
</DataPropertyDomain>
<DataPropertyDomain>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#titulo"/>
<Class IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disciplina"/>
</DataPropertyDomain>
<DataPropertyDomain>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#titulo"/>
<DataSomeValuesFrom>
<DataProperty IRI="http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#titulo"/>
<Datatype abbreviatedIRI="xsd:string"/>
</DataSomeValuesFrom>
</DataPropertyDomain>
</Ontology>
<!-- Generated by the OWL API (version 3.0.0.1451) http://owlapi.sourceforge.net →
6.4 Ontologia no formato OWL puro
Prefix(xsd:=<http://www.w3.org/2001/XMLSchema#>)
Prefix(owl:=<http://www.w3.org/2002/07/owl#>)
Prefix(:=<http://www.semanticweb.org/ontologies/professor.owl#>)
Prefix(xml:=<http://www.w3.org/XML/1998/namespace>)
Prefix(rdf:=<http://www.w3.org/1999/02/22-rdf-syntax-ns#>)
Prefix(rdfs:=<http://www.w3.org/2000/01/rdf-schema#>)
Prefix(skos:=<http://www.w3.org/2004/02/skos/core#>)
Ontology(<http://www.semanticweb.org/ontologies/professor.owl>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/professor.owl>
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#aspectos_profissionais> <http://
www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#competencias>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor>)
DisjointClasses(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#competencias>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#cultura_geral>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#didatica>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#competencias>)
DisjointClasses(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#didatica>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#profissional>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disciplina>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#dominio>)
73
DisjointClasses(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disciplina>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disponibilidade>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#dominio> owl:Thing)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#experiencia>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#profissional>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor>)
DisjointClasses(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#competencias>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#niveis_formacao>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#didatica>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#observacoes>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#dominio>)
DisjointClasses(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disciplina>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#profissional>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#competencias>)
DisjointClasses(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#profissional>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#didatica>)
SubClassOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#proj_vida_academica> <http://
www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#habilidades_pessoais>)
EquivalentObjectProperties(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#possui_disciplin
a>)
SubObjectPropertyOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#possui_disciplina>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#relacional>)
ObjectPropertyDomain(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#possui_disciplina>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#professor>)
ObjectPropertyRange(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#possui_disciplina>
<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#disciplina>)
EquivalentObjectProperties(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#relacional>)
SubObjectPropertyOf(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#relacional>
owl:topObjectProperty)
EquivalentObjectProperties(owl:topObjectProperty)
EquivalentDataProperties(<http://www.semanticweb.org/ontologies/2010/5/professor.owl#curriculo>)
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74
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