MAIS MÚSICA NA ESCOLA BÁSICA JOÃO PAULO II
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PROGRAMA DOCÊNCIA NA EDUCAÇÃO BÁSICAPIBID/UNIVALI/CAPES
MAIS MÚSICA NA ESCOLA BÁSICA JOÃO PAULO II.
Freitas, MadlonMartins.1
Garcia, LucianoCabral. 2
Neto, Nicolau Clarindo Paulo. 3
Martinez, Gandhi Oliveira. 4
RESUMO: Este artigo é uma ação dos acadêmicos de Música com orientação daprofessora supervisora Helena Cristina de Azeredo da Escola Básica JoãoPaulo II e coordenadoras, PIBID/CAPES/UNIVALI. O Programa tem como objetivoinserir os licenciandos na realidade escolar, incentivando a formação deprofessores, elevando a qualidade de ações acadêmicas e fortalecendo aMúsica como área de conhecimento capaz de formar sujeitos mais sensíveis ecapazes de perceber melhor o mundo e expressar-se por meio das diversaslinguagens. Para isso, diagnosticou-se o conhecimento e a vivência com aMúsica por parte dos alunos, a fim de que houvesse uma motivação e umnivelamento musical que dê suporte teórico/prático para a formação de umabanda na Escola, e assim interagir com os conceitos musicais, por meio deapresentações, oficinas, painéis informativos e eventos na Escola. Issopotencializou a aproximação do meio artístico com toda a comunidade escolare obteve-se como resultado o desenvolvimento da percepção melódica, darítmica e da notação musical, além de propiciar a noção básica dos alunosde como se atua em uma banda com todos os elementos básicos como, pulsaçãorítmica, desenvolvimento melódico e harmônico.
1 Acadêmica do 6º período do Curso de Licenciatura em Música da UNIVALI2 Acadêmico do 6º período do Curso de Licenciatura em Música da UNIVALI3 Acadêmico do 4º período do Curso de Licenciatura em Música da UNIVALI
4 Acadêmico do 6º período do Curso de Licenciatura em Música daUNIVALI
2Palavras chave: Música, Banda na Escola, Motivação,
Conhecimento.
INTRODUÇÃO
Essa é a proposta dos acadêmicos do Curso de Licenciatura
em Música da UNIVALI após realizarem uma pesquisa com os
alunos das turmas de 8ª séries e diagnosticarem que todos tem
vivência com a música, mas não possuem informações teóricas
tais como: principais funções, noções básicas de ritmos,
elementos que a compõem e a contextualização histórica.
Criar coletivamente um conceito de música, romper a ideia
de que música não serve só para entretenimento, foram algumas
das estratégias elaboradas para a difusão desses
conhecimentos, a fim de ser construído um novo olhar para a
Música, percebendo que a mesma varia conforme a intenção pela
qual é elaborada, pois para cada momento de nossas vidas tem
sua significativa importância.
Voltar a atenção à habilidade de transmitir o
conhecimento que é construído na Universidade com o propósito
de fortalecer o exercício da educação musical tem sido
prioridade neste momento, pretendendo-se com isto servir a
ideologia do importante papel da música como formador de
cidadãos mais sensíveis e capazes de perceber melhor o mundo,
a fim de expressarem-se por meio de diversas linguagens.
Dentro dessa proposta pode-se observar a associação dos
alunos na apreciação de músicas cotidianas como forma de
expressão de sentimentos, o que remete à ideia de elaborar
oficinas fundamentadas em brincadeiras, jogos para
incorporação rítmica, leituras alternativas para a compreensão
de propriedades do som e linhas melódicas.
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A IMPORTÂNCIA RÍTMICA NA MÚSICA
Como conteúdo musical, os professores bolsistas apoiaram-
se no estudo do ritmo e levaram aos alunos o conhecimento dos
princípios da iniciação rítmica (pulso) através das figuras
musicais. Os benefícios que esse aprendizado traz são
inúmeros, dentre eles, o estímulo da capacidade de memorização
e assimilação corporal do ritmo e o desenvolvimento da
coordenação motora.
O trabalho rítmico busca, através de práticas lúdicas e
desafiadoras, criar condições objetivas para que o aluno
amplie seu universo sonoro, que estabeleça diversas relações
entre som e movimento e que identifique os vários tipos de
ritmos e os aprenda da maneira que melhor lhe convier em
função de suas necessidades. O ensino rítmico na escola
revela-se uma fonte de conhecimento para a ampliação da
comunicação e apreensão do mundo por parte do aluno.
“Formas e sons passam gradativamente a compor o universo
sensório-motor do jovem, ajudando-o a desenvolver melhor a
percepção, o espaço-temporal e, paralelamente, a imagem
corporal do aluno” (FORNEL et al., 2006 apud FREITAS & SCHÜTZ,
2009, p1). É necessário deixar que o aluno realize, sinta,
crie e vivencie a música no próprio corpo e somente depois
analise os fenômenos musicais. “A música não é um objeto
externo, mas pertence, ao mesmo tempo, ao fora e ao dentro do
corpo” (FONTERRADA, 2005, p.120). Concorda-se com Paiva (2007)
quando relata que:é comum observarmos a presença da percussão corporal,seja na batida das palmas das mãos ou na batida dos pésno chão. Essa necessidade de vivenciar corporalmente o
4ritmo está presente em diversas manifestações musicais echama-nos a atenção, portanto, para a sua utilizaçãotambém no âmbito da Educação Musical. (PAIVA, 2007, p01).
Através das aulas com enfoque na atividade prática,
rítmica, o objetivo foi diagnosticar o conhecimento e a
vivência com a Música por parte dos alunos, a fim de que haja
um nivelamento musical que dê suporte teórico/prático para a
formação de uma banda na Escola, sem esquecer o contato com a
leitura e a escrita musical, pois esses fatores permitem
acesso a um tipo de conhecimento importante na formação
musical como um todo.
Diante desses objetivos, os professores bolsistas
buscaram integrar aulas expositivas e práticas convencionais
com aulas utilizando equipamentos audiovisuais na
apresentação, estudo e prática dos conteúdos, sempre buscando
identificar as vantagens e desvantagens de cada estratégia,
através desse relato de experiência.
METODOLOGIA
O público alvo foi três turmas de 8ª séries do ensino
fundamental com aproximadamente trinta alunos por sala com
idade média de quatorze anos, sendo realizadas dezesseis
oficinas quinzenais no período matutino, durante as aulas de
Arte, na Escola Básica João Paulo II.
As oficinas foram ministradas por quatro acadêmicos do
curso de Licenciatura em Música atuantes como professores
bolsistas do projeto PIBID sob a orientação da professora
supervisora Helena Cristina de Azeredo.
5Após o contato inicial com a Escola, direção da Escola, o
espaço escolar e demais profissionais, foi informado aos
professores bolsistas da existência de instrumentos musicais
para a formação de uma fanfarra na Escola e que, os mesmos,
poderiam ser utilizados dentro deste projeto. Com os alunos, o
primeiro contato deu-se através da apresentação dos
professores bolsistas e a aplicação de um questionário
qualitativo/quantitativo elaborado pelos mesmos.
As estratégias para o desenvolvimento das atividades
criavam uma narrativa, onde a oficina anterior dava o suporte
para realização da oficina seguinte. Assim, este trabalho
possuiu um caráter qualitativo, onde “diz respeito à questão
da representatividade, uma metodologia que trabalha sempre com
comunidades sociais, ela privilegia os estudos de caso -
entendendo-se como caso, o indivíduo, a comunidade, o grupo, a
instituição” (MARTINS, 2004, p.293).
As oficinas posteriores aconteceram através de atividades
que trouxeram consigo conteúdos básicos da teoria musical, que
seriam apropriados a fim de serem explorados mais amplamente
no segundo semestre através da formação de uma banda na
escola, fundamentada em PERES & TATIT (2010) e PAIVA (2007).
Os materiais utilizados no desenvolvimento das oficinas
pelos professores bolsistas foram: latas de achocolatado,
instrumentos percussivos (surdo, caixa e ganzá), violão, data
show, baquetas, teclado, quadro negro, sala de aula e espaços
alternativos da Escola, entre outros.
RELATOS DE EXPERIÊNCIA
A escola apresenta um bom espaço físico com pátio, quadra
6coberta, sala de vídeo e informática e salas de aula
climatizadas e adequadas ao número de alunos. O público alvo
inicial foi três turmas das 8ª séries do ensino fundamental,
com aproximadamente trinta alunos por sala. No segundo
semestre trabalhou-se com apenas duas turmas de 8ª série,
devido à demanda de inscrições nas oficinas propostas.
Primeiramente os professores realizaram uma entrevista
através de questionário com os alunos com o objetivo de
conhecer melhor o universo musical de cada um. Vários alunos
relataram os gêneros e estilos musicais de que mais gostavam,
sendo: Sertanejo, Pagode, Eletrônico, Reggae, Funk e Rock.
Para a surpresa dos professores bolsistas, cerca de cinco
alunos informaram ter, ou já tiveram, experiências musicais
distribuídas em várias áreas específicas, como cantores,
violonistas, trompetistas, pianistas, entre outros,
consequentemente apresentaram algum conhecimento teórico
musical. Nesse sentido, Hentschke comenta que:(…) a necessidade de conhecer as realidades de nossosalunos e compreender como eles se relacionam com amúsica fora da escola - em quais situações, sob queformas, por quais processos e procedimentos, com queobjetivos, com quais expectativas e interesses, para queseja possível construir práticas pedagógico-musicaissignificativas dentro das salas de aula, práticas essasque, ao incorporar as experiências musicaisextraescolares dos alunos, possam ser ampliadas eaprofundadas. (HENTSCHKE, 2003, p 181)
As atividades desenvolvidas pelos professores bolsistas
deram início através da construção de uma breve definição de
música com os alunos em um diálogo informal fundamentado em
SCHAFER (1991). Paralelamente utilizou-se a linha do tempo da
história da música popular brasileira com o objetivo de
esclarecer as influências do processo criativo e evolutivo dos
gêneros musicais brasileiros.
7Percebeu-se que todos os alunos possuíam um contato com a
música, porém, não apresentavam nenhuma definição dos
conceitos básicos musicais e suas funções. As atividades foram
realizadas de maneira interativa, através de diálogos e
contextualização partindo do cotidiano dos alunos, pois,
segundo Hentschke:a educação musical escolar não visa a formação domúsico profissional. Objetiva, entre outras coisas,auxiliar crianças, adolescentes e jovens noprocesso de apropriação, transmissão e criação depráticas músico-culturais como parte da construçãode sua cidadania. (HENTSCHKE, 2003, p 181)
Em seguida foi trabalhado o conteúdo referente às
propriedades do som com os alunos através do exercício
‘’Montanha russa maluca’’, que consiste em desenhar no quadro
uma linha que represente um contorno melódico contendo as
propriedades do som (altura, timbre, intensidade, duração).
Após a compreensão deste processo, os alunos criaram suas
próprias composições em grupos e a turma toda executou o que
foi criado pelos mesmos.
A oficina que explorou a pulsação rítmica proporcionou
trabalhar com os alunos em um ambiente externo. Formou-se um
grande círculo onde todos contaram até quatro em pulsação
estabelecida pelos professores bolsistas, alternando as pernas
e batendo os pés no chão. Ainda no círculo e na pulsação
estabelecida, cada aluno no sentido horário passava para o
colega do lado uma palma batendo e apontando as duas mãos em
forma de flecha no andamento proposto, percebendo assim a
relação entre o movimento corporal e o fazer musical conforme
escreve CIAVATTA: “o passo parte de um andar específico que desloca o eixodo corpo e trabalha necessariamente o equilíbrio. Trazassim a noção de regularidade e possibilita oaprendizado da pulsação. A percepção dessa pulsação
8diretamente associada ao movimento corporal permite quealgo essencialmente abstrato como o tempo possa ser“mapeado’’, pois passa, a partir do estabelecimento deuma relação direta entre a movimentação corporal e ofazer musical, a ser concreto, palpável’’. (CIAVATTA,2003, p. 36 – 37).
Ainda explorando a pulsação rítmica presente na música,
realizou-se uma conversa informal a respeito do Grupo
Barbatuques e a forma de produção musical do mesmo através da
apreciação estética, com o intuito de relacionar as oficinas
trabalhadas anteriormente.
Dando prosseguimento com o conteúdo foi exposto aos alunos
a escala de palmas (uma a uma): palma concha, palma estrela,
palma estalada, costas de mão, pingo, pulso e dedo. Essa
escala foi explorada no sentido ascendente e descendente.
Utilizou-se a escala de palmas, dessa vez progressivamente,
para reproduzir o som da chuva, do fraco ao forte (da garoa à
tempestade), explorando assim todas as propriedades do som.
Com relação à linha melódica, desenhou-se um modelo
alternativo da mesma no quadro que foi cantada com a letra da
música “Maria Fumaça”, a qual possui intervalos de graus
conjuntos percorrendo do I ao V grau da escala de dó maior, e,
com o auxílio do teclado para afinação das vozes. Utilizou-se
o teclado para executar a escala de dó maior, percebeu-se uma
maior facilidade para solfejá-la de modo ascendente e
descendente. É muito importante frisar uma frase de Villa-
Lobos que alerta: "Antes do aluno ser atrapalhado com regras,
deve familiarizar-se com os sons. Deve-se ensinar-lhe a
conhecer os sons, a ouvi-los, a apreciar suas cores e
individualidade." (Villa-Lobos, 1946, p.496)
O projeto “Palavra Cantada” foi apresentado pelos
professores bolsistas através da música “Fome Come”, com o
9objetivo de instigar os alunos a desenvolverem a percepção e
execução rítmica. Na sequência, escreveu-se a divisão rítmica
da música “Fome Come” de maneira formal no quadro, que
consiste nas figuras musicais: semínima, colcheia e
semicolcheia. Para facilitar esse processo dividiu-se os dois
compassos quaternários em quatro passos de execução, lembrando
que cada passo possui dois tempos. Para o processo de execução
da música foram trazidas latas de achocolatado vazias para o
ambiente escolar.
Para executar a manulação com as latas, os professores
bolsistas separaram o groove em quatro etapas, trabalhando uma
por vez com os alunos, a fim de executar as células rítmicas
do groove. Tal procedimento consistiu em bater palmas, bater a
lata na mesa, girar a lata e bater com a mão na lateral da
mesma, conforme a rítmica constante que segue anexo 1. Durante
todas as oficinas realizadas no primeiro semestre, os
professores bolsistas apresentaram alguns instrumentos
musicais que a maioria dos alunos não possuíam conhecimento
quanto a origem e as suas peculiaridades, sendo-os: pandeiro,
bongô, cajón, flauta doce, violão, teclado e voz.
No início do segundo semestre os professores bolsistas
elaboraram em conjunto um novo arranjo para a música “Fome
Come” sendo incluídos os gêneros musicais baião, funk e
maracatu (segue anexo 2). A partir desse momento oportunizou-
se aos alunos que se inscrevessem em uma das três oficinas
propostas pelos professores bolsistas, sendo-as: voz, violão e
percussão.
As oficinas foram desenvolvidas individualmente, separadas
por naipes, durante um período de tempo e, posteriormente,
agrupadas para o desenvolvimento do arranjo através da prática
10de conjunto.
Os alunos relembraram o groove da lata para depois
executarem a música da forma completa, ou seja, com melodia,
harmonia, rítmica e letra. Eles apresentaram um pouco de
dificuldade na articulação das palavras durante o canto.
“às vezes é necessário fragmentar a música em seuselementos para se garantir a apreensão dos conceitos;mas as fronteiras entre eles devem se dissolver tão logosejam assimilados”. (FRANÇA, 2003, p.53).
Aproveitou-se a oportunidade de unir todos os alunos das
oitavas séries envolvidos neste projeto para um ensaio final
em sala de aula e, agora com todos os naipes sanaram-se as
últimas dúvidas, deixando os alunos preparados para a gravação
na TV UNIVALI.
Fechando o ciclo do trabalho desenvolvido durante o ano
letivo de dois mil e doze, tivemos a oportunidade de realizar
uma gravação no estúdio da TV UNIVALI. Os alunos foram levados
ao encontro dos professores bolsistas até a UNIVALI e lá
tiveram toda a estrutura necessária para realizar a gravação
através de equipamentos de ótima qualidade.
RESULTADOS
Ao longo do desenvolvimento do projeto na Escola Básica
João Paulo II percebeu-se que a música é muito bem aceita na
Escola, sendo por si só um estímulo para os alunos.
Pode-se compreender que, à medida que o conhecimento da
música passa a ser entendido como parte integrante do nosso
processo cognitivo, o trabalho lúdico possibilita ao aluno uma
capacidade de expressão e percepção em música. Os jogos
musicais com o auxílio dos instrumentos convencionais e
11alternativos proporcionaram aos alunos uma aproximação com a
realidade musical, pois de maneira dinâmica, criaram
estruturas e conceitos que os permitiram apropriarem-se de
novos conhecimentos. Todo esse processo pode propiciar uma
transformação do aluno por meio da criatividade, sendo que os
jogos e as ideias não se perdem no tempo e sim se materializam
em ações e conhecimentos.
Os exercícios rítmicos foram uma dificuldade inicial,
principalmente devido à complexidade motora envolvida, porém o
treino e a repetição, ligados a uma didática coerente com a
faixa etária dos alunos, logo superaram essa dificuldade.
Em alguns momentos houveram dificuldades quanto a
organização da sala, pois controlar o barulho feito com as
latas era difícil devido à empolgação dos alunos. Todos os
alunos que se propuseram a fazer parte da percussão
conseguiram executar de maneira satisfatória a manulação com
os passos do groove da lata. Tivemos a participação de alguns
alunos tocando a harmonia no violão, sendo que apenas três
alunos já tocavam o instrumento e, aqueles que não tocavam
mostraram-se interessados em aprender para participar
efetivamente do projeto.
Com relação às estratégias, as mesmas mostraram-se um
fator realmente motivador em vários momentos, pois as mesmas
aproximaram-se de jogos, muito comuns entre os alunos,
mostraram exemplos e possibilidades através de vídeos e áudio
e, assim tornaram a aula mais interessante e participativa;
fato este considerado pelos professores bolsistas algo muito
positivo durante as aulas, uma vez que facilitou os processos
de aquisição de conhecimento e avaliação coletiva dos alunos.
Os alunos envolveram-se durante todas as oficinas,
12principalmente depois que visualizaram a proposta final do
projeto. Surpreenderam-se com a sonoridade obtida através das
latas, querendo também apropriar-se desse universo sonoro.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Enquanto futuros educadores na área da Música, acredita-se
na importância de ressaltar a fundamentação básica dos
conceitos de música e suas funções dentro da sociedade durante
a formação do cidadão.
Percebeu-se que a contextualização e simplificação são
fundamentais para o melhor entendimento de conteúdos teóricos
mais complexos. No início, quando as aulas foram planejadas e
os conteúdos a serem trabalhados foram escolhidos, os
professores bolsistas encararam como um desafio o processo de
ensino-aprendizagem contextualizado, porém através das
atividades alternativas e de forma lúdica obteve-se um bom
resultado nesse processo.
O segundo semestre foi sensivelmente mais produtivo do
ponto de vista musical, acadêmico e docente do que o anterior,
pois houve maior interesse e participação por parte dos
alunos, alem de um contato mais intenso ao longo do mesmo. Uma
das razões pra que isso tenha acontecido é o fato de as noções
básicas já terem sido trabalhadas pelos professores bolsistas
e absorvidas parcialmente pelos alunos no semestre anterior.
As aulas práticas, por serem mais dinâmicas, serviram para
consolidar esses novos conhecimentos.
Pode-se arriscar mais e ver até onde era possível chegar,
até onde o que foi planejado poderia, ou não, sair do papel e
se concretizar. Inúmeras ideias surgiram e nenhuma deixou de
13ser ouvida e avaliada pelo grupo dos professores bolsistas e
professora supervisora. As conclusões a que foram chegadas
estavam em consentimento geral do grupo, sendo sempre um
processo bem democrático.
Esse projeto ofereceu aos professores bolsistas a
oportunidade de terem uma experiência real de trabalho com a
educação musical em escolas regulares, proporcionando uma
visão do mercado de trabalho e um consequente direcionamento
profissional.
Esse trabalho tem fundamental importância na vida dos
professores bolsistas, pois o que foi visto ali é a pura
realidade escolar, sem essa prática pedagógica os mesmos
seriam lançados no mercado de trabalho sem muita noção do que
os espera.
REFERÊNCIAS
Barbatuques. DVD Corpo do Som Ao Vivo. São Paulo: MCD; 2007
CIAVATTA, Lucas. O PASSO: A PULSAÇÃO E O ENSINO – APRENDIZAGEM DERITMOS. Rio de Janeiro: L. Ciavatta, 2003
FONTERRADA, M, T, O. De tramas e fios: Um ensaio sobre música e educação. São Paulo: Editora da UNESP, 2005.
FORNEL, A.; FERNANDES, A.; CARON, C.; SILVA, E.; MOREIRA, M.; SANTOS, R.; MOREIRA, V. Atividades rítmicas nas escolas da rede pública e particular dos municípios de Ji-Paraná e Ouro Preto do Oeste (RO). Revista Ciência e Consciência, Vol. 1 2006.
FRANÇA, Cecília Cavalieri. In: HENTSCHKE, Liane; DEL BEN,Luciana (Orgs.). Ensino de Música: Propostas para pensar e agir em sala deaula. São Paulo: Moderna, 2003.
HENTSCHKE, Liane; DEL BEN, Luciana (Orgs.). Ensino de Música:Propostas para pensar e agir em sala de aula. São Paulo: Moderna, 2003.
14MARTINS, Helena T. de Souza. Metodologia qualitativa de pesquisa.Educação e Pesquisa, São Paulo: v.30, n.2, p.289-300,maio/ago.2004.
PAIVA, Rodrigo Gudin. Oficina de Percussão Corporal: Relato de umaExperiência Significativa. X Encontro Regional da abem - sul. Blumenau.Mai-2007.
PAZ, Ermelinda. A. Pedagogia musical brasileira no século XX:metodologias e tendências. Brasília: Musimed, 2000.PERES, Sandra; TATIT, Paulo. O livro de Brincadeiras Musicais da Palavra Cantada Vol. 4. Melhoramentos. São Paulo. 2010.
SCHAFER, Murray. O ouvido pensante. Trad. Marisa Fonterrada. SãoPaulo: EDUNESP, 1991.
VILLA-LOBOS, Heitor, "Educação Musical". Boletim LatinoAmericano de Música, abril de 1946
Figura 1: Bate Copos
Fonte: Palavra Cantada 2010 p.12.
Anexo 2ARRANJO DA MÚSICA “ FOME COME ”
Intro – Groove da lata (4 compassos)
15 Groove da lata (4 compassos) + Violão (4
compassos)
Groove da lata (4 compassos) + Violão (4
compassos) + instrumentos (4 compassos)
Ponte – Palmas baião (4 compassos) – CHAMADA PARA CAIR NA
PARTE A
Parte A – Uníssono no baião
Ponte – (1 compasso de pausa)
Parte – Uníssono funk
Parte B – Voz puxa maracatu + Uníssono maracatu
Final – Percussão faz o groove da lata (4 compassos) + latas
(8 compassos) s