LEVANTAMENTO DO CONTROLE DE ERVAS DANINHA EM CULTIVO DE MANDIOCA NO MUNICÍPIO DE UARINÍ (AM

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LEVANTAMENTO DO CONTROLE DE ERVAS DANINHA EM CULTIVO DE MANDIOCA NO MUNICÍPIO DE UARINÍ (AM) Leno Luna da Silva 1 , Genilson Pereira Santana 2 , Erasmo Sérgio Ferreira Pessoa Júnior 3 RESUMO Refazer. PALAVRAS-CHAVE: Agricultura familiar, Manihot esculenta, agrotóxicos, glifosato ABSTRACT Refazer. KEYWORDS: 1 INTRODUÇÃO Por ser matéria prima para produzir farinha, a mandioca (Manihot esculenta) ocupa posição de destaque na agricultura brasileira. A produção nacional de mandioca ocupa a segunda posição em termos mundiais; ou seja, o Brasil produz 12,7% do total. A mandioca é cultivada em todas as regiões do Brasil, sendo importante na alimentação humana e animal. Ela exerce papel importante na geração de emprego e de renda além de ser matéria-prima para inúmeros produtos industriais. Estima-se que, nas fases de produção primária e no processamento de farinha e fécula, são gerados um milhão de empregos diretos e que a atividade mandioqueira proporciona receita bruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuição tributária de 150 milhões de dólares; a produção que é transformada em farinha e fécula gera, respectivamente, receitas equivalentes a 600 milhões e 150 milhões de dólares (SOUZA; FIALHO, 2003) . A farinha é a base energética na dieta dos brasileiros, especialmente na região Norte e Nordeste (LEVY-COSTA et al., 2005). Na região 1 Acadêmico de Licenciatura em Química do Centro de Estudos Superiores de Tefé – CEST/UEA. E-mail: [email protected] 2 Professor Associado – Departamento de Química, Universidade Federal do Amazonas, E.mail:[email protected] 3 Professor Msc. do Colegiado de Química da Universidade do Estado do Amazonas, orientador do trabalho – Estrada do Bexiga, nº 1085, Jerusalém, Tefé, Amazonas e-mail: [email protected] .

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LEVANTAMENTO DO CONTROLE DE ERVAS DANINHA EM CULTIVODE MANDIOCA NO MUNICÍPIO DE UARINÍ (AM)

Leno Luna da Silva1, Genilson Pereira Santana2, Erasmo SérgioFerreira Pessoa Júnior3

RESUMO

Refazer.

PALAVRAS-CHAVE: Agricultura familiar, Manihot esculenta,agrotóxicos, glifosato

ABSTRACT

Refazer.

KEYWORDS:

1 INTRODUÇÃOPor ser matéria prima para produzir farinha, a mandioca

(Manihot esculenta) ocupa posição de destaque na agricultura brasileira.A produção nacional de mandioca ocupa a segunda posição em termosmundiais; ou seja, o Brasil produz 12,7% do total. A mandioca écultivada em todas as regiões do Brasil, sendo importante naalimentação humana e animal. Ela exerce papel importante na geraçãode emprego e de renda além de ser matéria-prima para inúmerosprodutos industriais. Estima-se que, nas fases de produção primáriae no processamento de farinha e fécula, são gerados um milhão deempregos diretos e que a atividade mandioqueira proporciona receitabruta anual equivalente a 2,5 bilhões de dólares e uma contribuiçãotributária de 150 milhões de dólares; a produção que é transformadaem farinha e fécula gera, respectivamente, receitas equivalentes a600 milhões e 150 milhões de dólares (SOUZA; FIALHO, 2003). Afarinha é a base energética na dieta dos brasileiros, especialmentena região Norte e Nordeste (LEVY-COSTA et al., 2005). Na região

1Acadêmico de Licenciatura em Química do Centro de Estudos Superiores deTefé – CEST/UEA. E-mail: [email protected] Professor Associado – Departamento de Química, Universidade Federal doAmazonas, E.mail:[email protected] Msc. do Colegiado de Química da Universidade do Estado doAmazonas, orientador do trabalho – Estrada do Bexiga, nº 1085, Jerusalém,Tefé, Amazonas e-mail: [email protected].

Norte, os Estados do Amazonas e Pará são os principais produtores demandioca (IBGE, 2013).

O aumento no cultivo comercial da mandioca no Brasil ocorreucom o uso de incremento tecnológico na cultura. Dentre as quaisdestacam-se plantadeira, afofador e controle de pragas. O uso deagrotóxicos se tornou uma prática corriqueira no combate de pragas,sendo descritas mais de 200 espécies de insetos associados à culturada mandioca (PIETROWSKI et al., 2010). A escassez de produtosquímicos e biológicos para o controle de insetos é um dos principaisproblemas dos agricultores. Geralmente, o problema é enfrentado como uso indiscriminados de inseticidas e entre outros produtos (SILVA;KASSAB; GAONA, 2012). Particularmente, no caso da região Amazônica,a cultura da mandioca tem também como grande problema a presença deervas daninhas. No caso da Amazônia o alto desenvolvimento deplantas invasoras se deve a fatores climáticos como a temperatura eprecipitação pluviométrica elevada (em torno de 1.900 mm anuais). Aliteratura mostra que a presença de ervas daninhas influenciadiretamente na produção da mandioca (JOHANNS; CONTIERO, 2006).Geralmente, o controle das ervas daninhas deve ser iniciado entre 15e 30 dias de cultivos, prosseguindo até a formação total dafolhagem, aos 120 dias. Geralmente esse controle é a realizado com ouso de capinas (MOURA, 2000).

O objetivo deste trabalho foi levantar juntos aos agricultoresde Uarini (AM) como é realizado o controle de pragas no cultivaresde mandioca.

2. PROCEDIMENTO A SER ADOTADO PARA O USO DE AGROTÓXICOS

Tabela de procedimentoProcedimento Lei Comentário Compra Preparo Aplicação ArmazenamentoDescarte

3. Aspectos da mandioca no Estado do AmazonasA dieta do amazonense é baseada na influência indígena cuja

influência tem como tradição o uso da farinha de mandioca nos maisvariados pratos. Apesar de historicamente receber influência dosportugueses, franceses, espanhóis, africanos e árabes a farinha demandioca continua fazendo parte da comida dos amazonenses. Essaafirmação fica bastante evidente ao verificar os dados de produçãode mandioca no Estado do Amazonas. O Sensu do IBGE de 2006 mostraque a produção de mandioca familiar no Estado do Amazonas é de cerca

de 373.000 toneladas para um número de 32.264 estabelecimentos,representando uma área de 172.394 hectares (IBGE, 2009). Em termosde Brasil, o Estado do Amazonas possui cerca de 4% dos agricultoresbrasileiros de mandioca. Em praticamente todo o Estado do Amazonas éproduzido a mandioca com áreas variando de 6000 a 14090 hectares(Figura 1) e quantidade variando de 426 a 42900 toneladas por ano(Figura 2)

6000 a 75007800 a 95009600 a 1120011500 a 14090Indisponível

Uarini

Fonte: IBGE, 2014Figura 1. Área em hectare de lavoura temporária nos municípios do Estado doAmazonas

465 a 38523900 a 65506965 a 1620016350 a 42900Indisponível

Uarini

Figura 2. Quantidade de mandioca em toneladas produzida no Estado doAmazonas

3.2. Caracterização da pesquisa, área de estudo e amostragemA Pesquisa de Campo foi desenvolvida em dezenove

estabelecimentos rurais, sendo entrevistados agricultores de entre21 e 74 anos de idade nos cultivares de mandioca brava (Manihotesculenta) de Uarini. A realização da pesquisa foi entre junho eagosto de 2014, período em que um formulário contendo 23 questõesfechadas foi aplicado. A pesquisa teve caráter descritivo e cujainterpretação foi conduzida segundo método de análise de dados foiquantitativo (GIL, 2002).

DESCREVER MELHOR INCLUSIVE COLOCANDO AS PERGUNTAS DOQUESTIONÁRIO

4 RESULTADOS E DISCUSSÃO4.1. Os agrotóxicos utilizados pelos agricultores

Aos seres questionados sobre a utilização de tipo de agrotóxiconos cultivos de mandioca, foi verificado que 84% dos entrevistadosfaziam uso desse implemento agrícola, o restante utilizaferramentas, como o terçado, enxada e foice. O que chama a atenção éque 87% dos agricultores utilizam glifosato (C3H8NO5P – n-(fosfonometil)glicina) para combater as ervas daninhas, 13% usa,outros tipos de agrotóxicos: Paraquat (C12H14Cl2N2 - dicloreto de 1,1`-dimetil - 4,4` - bipiridínio); Picloram (C6H3Cl3N2O2); Tebuthiuron(C9H16N4OS); Tricloropyr (C7H4Cl3NO3).

O uso do glifosato pode ser explicado pelo fato dele ser um dosherbicidas amplamente utilizados no Brasil como dessecante emcultivos sob plantio direto para a eliminação de plantas daninhas.Normalmente, o glifosato é aplicado em pós-emergência, apresentandoação total. Atua na inibição da enzima 5-enolpiruvishikimato-3-fosfato sintetase (EPSPS), interferindo na biossíntese deaminoácidos. Na maioria dos casos, esse herbicida não é metabolizadopela planta, razão por que não apresenta seletividade. Somentevariedades geneticamente alteradas para tal são resistentes aoglifosato (PRATA et al., 2000). Praticamente toda a concentração doingrediente ativo aplicado chega ao solo na sua forma original e, emprincípio, apresenta baixa atividade. O glifosato ao entrar emcontato com o solo seria degradado por microrganismos para produtosnão fitotóxicos: CO2, PO4

3- e NH3 e uma outra parte adsorvida pelosconstituintes do solo (COUTINHO; MAZO, 2005). A adsorção doglifosato pode ocorrer devido à presença de matéria orgânica, óxidosde ferro e alumínio e, também, devido às argilas que compõem o solo.Uma vez adsorvido, o glifosato pode persistir durante anos no solo.Além disso, os processos de transporte entre compartimentos

ambientais, como lixiviação e escoamento superficial merecemdestaque, possibilitam o translocamento das moléculas de herbicidaspara as camadas profundas do solo, podendo atingir e contaminar aságuas subterrâneas. Por outro lado, o escoamento superficialfavorece a contaminação das águas superficiais, devido ao transportedo herbicida adsorvido nas partículas do solo erodido ou em solução(QUEIROZ et al., 2011).

Infelizmente, não há limites legais estabelecidos paraglifosato em águas ou solo na legislação brasileira. A Agência deProteção Ambiental dos Estados Unidos (US EPA) estabelece limite de700 mg L-1 de glifosato em água potável como “limite consultivo desaúde”. A Comunidade Econômica Européia (EEC) estabelece como“concentração máxima admissível” para pesticidas em água potável,como substâncias individuais, o limite de 0,1 mg L-1, desde que aconcentração total de pesticidas não ultrapasse 0,5 mg L-1. Aquantidade máxima de resíduo de determinado pesticida que pode seraceita em cada alimento destinado ao consumo humano é chamada deLimite Máximo de Resíduo (LMR). Estes limites são estabelecidos pelo“Codex Alimentarius Commission”, um corpo subsidiário da FAO (Food andAgriculture Organization) e da WHO. Na legislação brasileira ospesticidas têm seus LMR, ou tolerância, e intervalo de segurança, oucarência (intervalo entre a aplicação do pesticida e a colheita),estabelecidos pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária(ANVISA). Os países integrantes da EEC têm estabelecido LMR deglifosato para frutas e hortaliças (0,10 mg kg-1), para cogumelosselvagens (50,00 mg kg-1) e para tubérculos (0,10 mg kg-1). A verdadeé que a ingestão de doses elevadas de glifosato podem serobservados os seguintes sintomas e doenças: epigastralgia, ulceraçãoou lesão de mucosa gástrica, hipertermia, anúria oligúria,hipotensão, conjuntivite, edema orbital, choque cardiogênico,arritmias cardíacas, edema pulmonar não-carcinogênico, pneumonite,necrose tubular aguda, elevação de enzimas hepáticas, aumento daquantidade de leucócitos, acidose metabólica, e hipercalemia(AMARANTE JUNIOR et al., 2002).

Outra preocupação é a utilização do Paraquat apesar daproibição da sua comercialização pela União Europeia em Julho de2007. Pelo jeito esse herbicida continua disponível para o meiorural de Uarini. A exposição profissional ao Paraquat não acarretanenhum perigo para a saúde se as precauções de utilização foremseguidas e forem respeitadas as regras de segurança. No entanto, égrande o número de casos de intoxicação, voluntária ou acidental,pelo Paraquat. Podem distinguir se dois tipos de intoxicação mortal:uma intoxicação fulminante aguda que leva à morte em alguns dias, euma forma menos severa, durando várias semanas e conduzindo a umafibrose pulmonar letal. Segundo a gravidade da intoxicação, diversosórgãos, entre os quais o rim e o fígado, podem ser atingidos. Em

caso de ingestão de líquido concentrado, observam-se habitualmentelesões ao nível da rinofaringe e esófago (SERRA; DOMINGOS; PRATA,2003).

Processo de escolha do agrotóxico Os agrotóxicos foram recomendados, a maioria das vezes, por

amigos, que já tinham utilizado esse produto químico em suaspropriedades agrícolas (Figura 1). Esse processo de escolha é muitoagravante pois não existe qualquer acompanhamento técnico para aaplicação desses insumos agrícolas nas plantações de mandioca. Alémdisso, a venda de agrotóxicos deve ser feita por meio de receituáriopróprio e prescrito por um profissional autorizado segundo o ATO Nº008 (6/6/1995). No entanto, a veda de agrotóxicos no município deUarini ocorre facilmente sem nenhum tipo de fiscalização a venda deagrotóxicos no.

0102030405060708090

Técnico Propaganda Amigo Ind. da lojaPerce

ntagem de resposta (%)

Indicação de uso de agrotóxico

Figura 1 - Quem sugeriu a utilização de agrotóxico (herbicida)?

Os resultados mostrados na Figura 2 fica evidente que a práticada utilização de agrotóxicos é relativamente recente. Em termos defrequência da aplicação dos agrotóxicos, em um período de um ano, umpercentual de 63% dos agricultores responderam aplicar somente umavez (Figura 33). Comumente, a área de aplicação do agrotóxicoabrange praticamente toda a área de cultura, sendo realizada com umequipamento de pulverização costal com aplicação na região foliardas ervas daninhas. Os agricultores não levam em consideração se aaplicação dos agrotóxicos pode ser realizada contra ou a favor dovento. Nas respostas dos formulários ficou evidente que osagricultores da região que não existe um padrão de aplicação. Aquantidade de agrotóxico aplicada é função do que o agricultor achanecessário para combater a praga de sua propriedade. Dependendo daquantidade erva daninhas existente em sua área a quantidade aplicadaserá maior ou menor, sem atender as recomendações indicadas para ouso do agrotóxico. No caso específico do glifosato, a literaturamostra que a época de aplicação varia de acordo com as ervas a seremtratadas, ou seja, para ervas daninhas perenes, no início da

floração, ou para ervas daninhas anuais, antes da floração. Apesarda eficiência do glifosato esse não tem ação sobre as sementes daservas daninhas no solo (AMARANTE JR, 2002).

0

10

20

30

40

50

60

70

Um a Duas M ais de duas

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ntagem (%)

Número de aplicações

Figura 2 – Frequência de utilização do agrotóxico por ciclo de cultura

0

10

20

30

40

50

60

70

1 2 3 4 > 4

Perce

ntagem (%)

Núm ero de anos de aplicação do agrotóxicoFigura 3 – A) Há quanto tempo você usa agrotóxicos na plantação? B) Quantasvezes o agrotóxico é aplicado na plantação em um período de um ano?

Os agricultores também consideravam os fatores climáticos, egeralmente não aplicam o agrotóxico quando está chovendo, poisacreditam que a chuva retira este produto da área foliar das ervasdaninhas, diminuindo assim a eficiência do mesmo. Os formuláriosmostram também que 81% dos agricultores preferem aplicar osagrotóxicos no período matutino. Uma parcela menor tem o hábito deaplicar por volta do meio dia, acreditando que temperaturas maiselevadas aumenta a eficiência dos agrotóxicos. Em contrapartida, omelhor período para aplicação de agrotóxicos são aqueles cujoshorários são mais frescos (ANDEF, 2005).

Armazenagem dos agrotóxicosAs respostas dos formulários revelam que os agricultores

entrevistados não acondicionam os agrotóxicos em local recomendado.Cerca de 94% dos agricultores acondicionam os agrotóxicos queutilizam em suas casas. Geralmente, eles acondicionam os produtos emprateleiras da cozinha de suas casas. O restante declarou queacondicionam os agrotóxicos em casas de farinhas ou em locaiscobertos existentes nas áreas do cultivo de mandioca. Essa práticanão é adequada para o armazenamento de agrotóxicos em propriedades

rurais. O acondicionamento de agrotóxicos deve atender a algumasregras básicas de segurança para evitar acidentes. Destacam-se oagricultor deve ter um local apropriado e identificado com aspalavras CUIDADO VENENO. O local deve ser trancado para impedir oacesso de crianças, pessoas não autorizadas e animais, além de serventilado, coberto e com piso impermeável (EMBRAPA, 2005). A faltade cuidado com os agrotóxicos está também presente no recolhimentodas embalagens vazias de agrotóxicos. Essa afirmação é sustentadapelas respostas apresentadas na Figura 4. Verificou-se que todas aslojas do município de Uarini não fazem o recolhimento de recipientesutilizados pelos os agricultores.

82%

6%

6%

6%M eio AmbienteReutilizadaDevolvida à lojaPonto de coleta

Figura 4 – A onde são descartadas as embalagens vazias?

Manipulação dos agrotóxicosAntes da aplicação dos agrotóxicos alguns cuidados devem ser

tomados no que se refere ao uso de equipamentos de proteçãoindividual (EPI´s). Dos EPI´s obrigatórios para manipulação deagrotóxicos. Os formulários revelaram que 94% dos agricultores usamsomente botas de borracha. Em termos de higiene pessoal durante aaplicação de agrotóxicos, 81% dos agricultores tomam banho após operíodo de trabalho, os demais não fazer a higiene pessoal. Cerca de25% dos agricultores responderam que lavam suas roupas com suasroupas comuns e 81% guardam suas roupas de trabalho juntamente comsuas roupas do dia-a-dia.

Quando questionados sobre como era feita a dosagem doagrotóxico, os agricultores responderam que utilizam objetos comogarrafa PET (Figura 5). Apenas uma pequena fração de agricultoresutilizam um copo graduado ou uma balança, conforme recomendado pelaANVISA (2005). Todavia, todos os agricultores responderam que nãoutilizam os utensílios de medição em outras atividades do seucotidiano e muitas que os descartam no ambiente.

051015202530354045

CoposGraduados

Balança Garrafa pet Copodescartável

Outros

PERC

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GEM (%

)

RECIPIENTE PARA DO SAGEM DO AGRO TÓXICO

Figura 5 – Qual utensílio você utiliza para fazer a medição dadose?

A calibragem do equipamento de pulverização costal é realizadano próprio local de aplicação por cerca de 88% dos agricultores, orestante faz em casa. Quando o bico do pulverizador está entupidotodos utilizam alguns materiais perfurantes. A Figura 6 mostra osprincipais materiais utilizados no desentupimento, sendo que metadeutiliza agulha para desentupir o pico do pulverizador costal, orestante usa pedaços de madeira entre outros.

05101520253035404550

Pedaço dem adeira

Agulha Escova oupincel

O utros

Percentagem (%

)

M aterial para desem tupim ento do bico do pulverizador Figura 6 – Você desentope o bico do pulverizador costal de que maneira?

4. CONCLUSÃOOs resultados mostram que a prática mais utilizada pelos

agricultores do Uarini é o uso do “glifosato”. Infelizmente, amanipulação, aplicação, cuidados de higiene pessoal e descartes deembalagens não estão de acordo com as instruções recomendadas.

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