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FACULDADE DE TECNOLOGIA TERMOMECANICA TRABALHO DE ORGANIZAÇÃO EMPRESARIAL GERAÇÃO Y 1. MERCADO MULTIGERACIONAL 1.1 GERAÇÕES O conceito de gerações reconhecido pela sociedade moderna segundo Oliveira (2008) estabelece o marco de vinte anos como marco de separação entre uma geração e outra, com vinte anos de idade, os jovens começam a realizar escolhas pessoais, profissionais, políticas, ou seja, começam a intervir de forma efetiva na sociedade. Nos dias atuais convivemos com cinco gerações distintas e se tornou comum famílias que convivem simultaneamente com bisavós, avós, pais, filhos e netos, graças ao aumento da expectativa de vida que se deu pelos avanços científicos, melhoras nas políticas públicas sanitárias, acesso à informação e cuidados alimentares. 1.2. GERAÇÃO DOS VETERANOS OU BELLE ÉPOQUE Segundo Oliveira (2008), os nascidos entre 1920 e 1940, denominados “Belle Époque”, são pessoas que cresceram vendo o mundo envolvido por uma grande crise econômica causada pela primeira guerra mundial. Muitas famílias estavam imigrando na busca por trabalho ou fugindo das conseqüências da guerra. Os jovens tinham poucas opções de trabalho que se resumiam na carreira militar, no trabalho como operários em indústrias ou como profissionais liberais. Os jovens de origem mais humilde, muitos deles, migrantes da zona rural, buscavam o trabalho para garantir seu próprio sustento, com pouca qualificação acabavam se transformando em operários da indústria; os melhores qualificados com curso de contabilidade e datilografia conseguiam chegar aos cargos administrativos. Os jovens de famílias com mais recursos estudavam em boas escolas e se formavam, em sua maioria, em medicina, advocacia ou engenharia. Já os jovens que pertenciam às famílias de Página 1 de 12 CURSO: TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS ALUNA: CLEUZA REGINA GRAUER ......…………………...……………….. PROFESSORA: VIVIANE TURMA: PG1 - NOTURNO DATA: 25.08.2014 RA: 042147480

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TRABALHO DE ORGANIZAÇÃOEMPRESARIAL

GERAÇÃO Y

1. MERCADO MULTIGERACIONAL1.1 GERAÇÕESO conceito de gerações reconhecido pela sociedade moderna segundo Oliveira(2008) estabelece o marco de vinte anos como marco de separação entre umageração e outra, com vinte anos de idade, os jovens começam a realizarescolhas pessoais, profissionais, políticas, ou seja, começam a intervirde forma efetiva na sociedade.Nos dias atuais convivemos com cinco gerações distintas e se tornou comumfamílias que convivem simultaneamente com bisavós, avós, pais, filhos enetos, graças ao aumento da expectativa de vida que se deu pelos avançoscientíficos, melhoras nas políticas públicas sanitárias, acesso àinformação e cuidados alimentares.

1.2. GERAÇÃO DOS VETERANOS OU BELLE ÉPOQUESegundo Oliveira (2008), os nascidos entre 1920 e 1940, denominados “BelleÉpoque”, são pessoas que cresceram vendo o mundo envolvido por uma grandecrise econômica causada pela primeira guerra mundial. Muitas famíliasestavam imigrando na busca por trabalho ou fugindo das conseqüências daguerra.Os jovens tinham poucas opções de trabalho que se resumiam na carreiramilitar, no trabalho como operários em indústrias ou como profissionaisliberais. Os jovens de origem mais humilde, muitos deles, migrantes dazona rural, buscavam o trabalho para garantir seu próprio sustento, compouca qualificação acabavam se transformando em operários da indústria; osmelhores qualificados com curso de contabilidade e datilografia conseguiamchegar aos cargos administrativos. Os jovens de famílias com mais recursosestudavam em boas escolas e se formavam, em sua maioria, em medicina,advocacia ou engenharia. Já os jovens que pertenciam às famílias de

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CURSO: TECNOLOGIA EM PROCESSOS GERENCIAIS

ALUNA: CLEUZA REGINA GRAUER ......…………………...……………….. PROFESSORA: VIVIANE

TURMA: PG1 - NOTURNO DATA: 25.08.2014

RA: 042147480

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ICA grandes empreendedores não tinham outra opção senão de herdeiros e

sucessores dos pais. Outra opção era a carreira militar, que era seguidapor jovens de todas as classes sociais: os mais humildes interessados emum poder circunstancial ou reconhecimento público, os mais privilegiadosestavam interessados na independência da autoridade dos pais e até mesmoseduzidos com a possibilidade de conhecer o mundo.O cenário mundial era caótico neste período: crises, catástrofes, guerrase famílias separadas ou destruídas por conta desses acontecimentos fizeramcom que os jovens desenvolvessem valores fortes de compaixão esolidariedade, resgate dos laços familiares e dos bons costumes. Acomposição familiar tradicional era a única aceita pela sociedade, ouseja, pai trabalhando para garantir o sustento, mãe em casa cuidando dosfilhos.“Reconstruir a sociedade foi o grande motivador, a grande missão dosjovens desta geração. Refazer a estrutura social econômica, direcionougrande parte dos jovens na formação de suas próprias famílias, na educaçãode seus filhos e na sua relação com o trabalho”. (Oliveira, 2008, p.49).Essa geração era muito dedicada e fiel ao trabalho, buscavam aestabilidade no emprego, respeitavam a hierarquia e as regrasestabelecidas sem contestações, o objetivo era começar a trabalhar e seaposentar na mesma organização, esperavam pacientemente por promoções emelhorias salariais, para eles nada se consegue sem muito sacrifício. Oslíderes dessa geração são autoritários e administram pautados nosprincípios clássicos da administração, aceitam o trabalho em equipe, masacreditam que sempre deve ter alguém para comandar e dar a última palavra.

1.3. GERAÇÃO DOS BABY BOMMERSDe acordo com Oliveira (2008), pertencem à geração “Baby Bommer” osnascidos entre 1940 e 1960. Esse nome veio do crescimento da taxanatalidade após o final da segunda guerra mundial em todo o mundo. Aexpectativa era que essas crianças cresceriam em um mundo melhor que o deseus pais, devido ao movimento de reconstrução da sociedade que a geraçãoanterior realizava. Os jovens eram criados dentro de rígidos padrõesdisciplinares na família, nos estudos e no trabalho, as contestações nãoeram aceitas, e os que tentavam infringir essas regras eram castigados erecebiam punições. Diante de uma disciplina tão rígida a tendência naturaldos jovens foi de rebelar-se, e eles utilizaram a música paraformaram suasidentidades ao som de Elvis Presley, Little Richard, Buddy Holly, BobDylan, Beatles, Rolling Stones e The Who.Essa geração viu a popularização da televisão, através dela tiveram aoportunidade de assistir eventos culturais, esportivos e também a guerrado Vietnã.Diante deste contexto, os jovens dessa época se dividiam em dois perfis: ojovem disciplinado e o rebelde. Os disciplinados, geralmente filhos depais trabalhadores ou militares, aceitavam a rigidez imposta por seus paise buscavam ter um comportamento digno de ser copiado, ingressaram maisrápido na vida adulta e seu comportamento exemplar fazia com queconseguissem estabilidade no emprego em grandes empresas, em seguida

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ICA constituíam família. Já os rebeldes, na sua maioria filhos de pais ricos e

militares, tinham características inversas aos disciplinados, elesbuscavam transgredir todas as regras dos pais e da sociedade, usavamcabelos compridos, faziam sexo antes do casamento, fumavam e usavam roupascoladas ao corpo, seguiam as influências dos personagens de cinema,lutavam ativamente pela liberdade e exigiam mudanças no cenário políticode todo o mundo, foram líderes dos movimentos feministas, homossexuais,civis e pela privacidade, participaram de movimentos estudantis e domovimento “Yuppie”. No Brasil lutaram ativamente contra a ditaduramilitar.Mesmo com perfis tão distintos esses jovens tinham características comunsinfluenciados diretamente pela geração dos veteranos:“Ambos desenvolveram uma forte expectativa pela gratificação e crescimentopessoal que pudesse ser alcançada como fruto de suas conquistas e de seutrabalho. Preocupar-se com o bem-estar e com a saúde foram condições quesurgiram na maturidade desta geração, e que cultivam até hoje naexpectativa de ser eternamente jovem”. (Oliveira, 2008, P.55).Como líderes são defensores de teorias participativas, motivacionais e deliderança mais raramente as praticam, são preocupados com a manutenção deum bom ambiente de trabalho e de justiça. Segundo Zemke et al. (2008), agestão dessa geração é realizada por consensos, são pessoas que colocam otrabalho a frente de tudo inclusive da família, e se definem através dosresultados que alcançam.Segundo Neilsen (2009), essa geração é mais saudável e instruída que suaantecessora, eles vivem mais e com qualidade, por isso tendem a seaposentar mais tarde, por motivos variados, como a necessidade decomplementar a renda familiar, pela vitalidade que sentem e a necessidadede continuar produzindo, essa é uma geração que deseja continuar ematividade por muito tempo. Muitos dos bommers, de ambos os sexos, quandose aposentam passam a realizar trabalhos voluntários, e são uma valiosacontribuição para as organizações sem fins lucrativos devido à suaexperiência e competência no mundo coorporativo.

1.4. GERAÇÃO “X”A geração dos nascidos entre 1960 e 1980 segundo Oliveira (2008), édenominada Geração “X”, viveram num momento de revolução e de luta pelaabertura política e social praticamente no mundo inteiro, escândalospolíticos como o de Watergate, assassinatos de lideres políticos comoMartin Luter king, floresceram nos pais dessa geração o sentimento deceticismo e desconfiança nas autoridades. No Brasil tivemos diversasrevoluções políticas que resultaram em perseguições a lideres políticos,professores, jornalistas, artistas e religiosos.“Movimentos “Hippies” e rebeliões de estudantes passaram a fazer parte docenário em quase todo mundo. A música passou a ser mais barulhenta, asroupas ficaram mais coloridas, os cabelos mais longos, as experiênciasmais intensas. Tudo acontecia em excesso. A nova ordem era se rebelarcontra qualquer coisa que tivesse

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ICA o caráter convencional ou padronizado, inclusive a estrutura familiar”.

(Oliveira,2008, p.56)A estrutura familiar dessa geração era bem diferente da antecessora,filhos de pais e mães que trabalham fora, de pais separados elesconviveram com a quebra de padrões arcaicos sociais e morais, o casamento,por exemplo, para eles deixou de significar uma relação perpétua. Aeducação deles foi totalmente influenciada pela televisão, a rotinafamiliar foi transformada em função de programas de TV, e segundo Oliveira(2008), os pais passaram a castigar os filhos limitando seu acesso a seusprogramas favoritos, o que para eles, fãs incondicionais de desenhosanimados era um grande castigo. Influenciada pela TV, foi a geração maisatraída pelos apelos consumistas.Essa geração teve grande contato com as inovações tecnológicas, assistiramao surgimento do vídeo cassete, do computador pessoal e da internet emuitas outras novidades que começaram a prosperar na juventude e continuamnum ritmo acelerado nos dias atuais.Diante desse cenário de mudanças sociais e evolução tecnológica, essageração tem jovens de características e estilos de vida diferentes, entreeles existem: Os revolucionários são aqueles interessados em política quemanifestavam seus ideais em movimentos estudantis, ou em movimentos“Hippies” buscando direitos iguais; Os musicais, num primeiro momentomanifestavam através da música seus valores e posições políticas, maistarde passaram a buscar a liberdade de escolha e encontravam nasdanceterias os relacionamentos superficiais que estavam interessados; osfamiliares são os filhos que descendem de pais que conseguiram impor aosseus filhos a disciplina a que estavam acostumados, esses jovens buscaramestabilidade financeira para rapidamente constituírem família, sãotolerantes e cuidadosos em suas escolhas, e submetem-se de forma passiva aregras; O Workaholic, são pessoas que colocaram sua carreira profissionala frente de tudo, deixaram a família em segundo plano, começaram atrabalhar bem cedo buscando o sucesso profissional, muitas vezes colocandoseus valores pessoais em jogo na busca por objetivos.As pessoas da geração “X” são egoístas e auto-suficientes, e buscaramatravés do trabalho a realização dos desejos matérias e pessoais. “Essageração é marcada pelo pragmatismo e autoconfiança nas escolhas, e buscapromover a igualdade de direitos e de justiça em suas decisões” (Oliveira,2008, p.63).

1.5. GERAÇÃO “Y”A denominada Geração “Y”, segundo Oliveira (2008), são os nascidos entre1980 e 1999, são filhos dos Baby Bommers e dos primeiros membros daGeração “X”, os mais novos ainda estão saindo da adolescência e os maisvelhos ainda não chegaram aos trinta anos. Essa geração não viveu nenhumagrande ruptura social, vivem a democracia, a liberdade política eprosperidade econômica. O modelo familiar é flexível, muitos são filhos depais separados, convivem com irmãos de pais diferentes, com madrasta,padrasto, namorados dos pais e das mães, influência de avós e tios, o que

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ICA para eles é natural. As mães dessa geração em sua maioria são mulheres

independentes financeira e emocionalmente e tem vida profissional ativa,os pais dos “Y”, de maneira geral, têm um enorme sentimento de ausência nacriação dos filhos, por isso, procuram compensar essa lacunaproporcionando-lhes a melhor educação possível, oferecendo cursos,esportes, viagens, tecnologia. “Para muitos pais e mães, preparar seusfilhos para o ambiente de alta competitividade, tornou-se missão de vida”.(Oliveira, 2008, p.72). Essa geração recebeu tudo a mais que as outras,carinho, cuidados, estímulos, informações abertura na convivência familiare com isso tornou-se a geração de auto estima mais elevada de todos ostempos, são jovens autoconfiantes, inteligentes, alegres, agitados,informais, imediatistas, tendem a imaginar que as coisas acontecem navelocidade da internet e dos vídeos games.Como já aconteceu em outras gerações, os jovens tendem a se agrupar comoutros jovens de características parecidas, e nunca em outros tempos ajuventude foi tão diversificada como a “Y”, os principais grupos ou“tribos”, como eles mesmo se autodenominam são: Os Alternativos são jovensque procuram se diferenciar dos outros em estilo musical, modo de sevestir, posicionamento político e forma de relacionamento, se relacionamamistosamente somente com os outros integrantes do seu grupo, são eles osgóticos, os emos e os punks; Os burgueses têm autopoder aquisitivoproporcionado pelos pais, são seletivos e sofisticados, foram educados emcolégios particulares e extremamente estimulados na infância, sãoreconhecidos muitas vezes pela superficialidade e falta de interesseprodutivo, gostam de curtir a noite, viajar, cuidar da aparência, nãoentendem como problema viverem com seus pais mesmo depois de adultos; osblogueiros são o que utilizam as redes sociais da internet cotidianamente,entre eles existem os que gostam de publicar sua vida pessoal em sitescomo Orkut, Facebook, e os que se dedicam a redes sociais de caráterinformativo que publicam informações de relevância como o Twitter; ossonoros são aqueles que manifestam as emoções, o posicionamento político esocial através do estilo musical favorito, entre eles temos os metaleirosou roqueiros, funqueiros, sertanejos, pagodeiros, gospel entre outros; Ourbanos são os jovens que vivem nas grandes cidades, e buscamoportunidades como excelentes empregos com grandes salários, se sentemtotalmente alinhados com o cenário global, gostam de ambientes com arcondicionado e buscam segurança nos momentos de lazer, praticam esportesem academias e são consumistas ao extremo, os shoppings centers são seuespaço predileto, entre os urbanos existem os jovens da periferia, quecomeçam a trabalhar em atividades informais muito cedo para contribuíremcom o orçamento familiar, muitos são adeptos de lan houses, onde temcontato com as novidades tecnológicas.Os jovens dessa geração aceitam de forma natural a diversidade de raças,religiões e ambientes, não se interessam por política, são preocupados como meio ambiente e sua preservação e são otimistas em relação ao futuro.A tecnologia influenciou absurdamente a educação deles, afinal são pessoasque não conheceram o mundo sem ela, TV por assinatura, internet,celulares, vídeos games altamente sofisticados são ferramentas básicas nocotidiano dos jovens “Y”, a informação através da internet tornou-se

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ICA irrestrita e ilimitada, e eles têm uma enorme capacidade de fazer várias

coisas ao mesmo tempo.“Encontrar um deles falando ao celular, digitando no MSN e assistindotevê, enquanto come um sanduíche. Ao mesmo tempo em que isso comprova ashabilidades multifacetadas necessárias para conseguir equilibrar diversasatividades, muitas vezes esse aspecto também vem junto com a dificuldadede esperar a concretização de um projeto de longo prazo.” (Periscinoto,2008).No ambiente de trabalho são questionadores, espertos, ousados,interessados, multifuncionais e proativos, não gostam de formalidades, sãocorajosos ao expor suas idéias e lutam por suas opiniões. “A falta decerimônia com os pais leva à indiferença sobre autoridade, admiram acompetência real e não a hierarquia.”. (Kuntz, 2009), conversam de igualpra igual com os chefes, não se preocupando com o nível hierárquico.“Movida por desafios, a Geração Y não é a melhor amiga do tempo, muitopelo contrário, algumas de suas mais evidentes características são apressa e acreditar em retornos rápidos a todo tempo”. (Macedo, 2008). Os“Y” buscam realizar seu trabalho de forma prazerosa e serem reconhecidos,eles têm grande necessidade de receber “feedback” do seu desempenho. Essageração não tem intenção de permanecer por muito tempo na mesma empresa,eles ficam enquanto se sentem desafiados com projetos interessantes, casocontrário, buscam rapidamente outras opções, eles não são fiéis asorganizações e sim aos seus interesses pessoais. “Eles querem trabalhar,mas não querem que o trabalho seja sua vida”(Armour, 2009).

1.6. MERCADO MULTIGERACIONALSegundo Kaye, Evans (2004), pela primeira vez na história da humanidadeexistem quatro gerações distintas no mercado de trabalho, os veteranos, osBaby Bommers, a Geração “X” e a ingressante Geração “Y”, o que leva a umconflito de gerações dentro do ambiente de trabalho, afinal, cada grupo deindivíduos tem características típicas da sua era, ou seja, pontos devista, atitudes, valores, comportamentos, expectativas moldadas porconceitos culturais do seu tempo. As gerações mais antigas como osVeteranos e os Baby Bommers, são formais, valorizam o comprometimento elealdade, na busca por status e reconhecimento profissional procuram serpolíticos e formam alianças objetivando alcançar metas, a geração “X”,prefere certa informalidade, e buscam equilibrar a vida pessoal com aprofissional; Já os profissionais da geração Y, são extremamenteinformais, imediatistas, agitados, impacientes, questionadores.“A mistura de gerações no trabalho pode ser, na melhor das hipóteses,empolgante e enriquecedora, mas, na pior delas, uma experiência irritantee frustrante”. (Kaye, Evans, 2004, p.193).

1.7. QUEBRA DE PARAGIGMAS

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ICA Etimologicamente a palavra paradigma provém do grego parádeigma, que

significa padrão ou exemplo.“ Estudos mostram que nós desenvolvemos as nossas próprias perspectivas eregras não escritas na forma como fazemos as coisas. Estas regras sãochamadas de paradigmas. Sem perceber, consideramo-las como verdadesabsolutas e como pressupostos básicos sobre a forma como vivemos,trabalhamos e nos relacionamos com as pessoas. O efeito paradigma. Osparadigmas funcionam como hábitos e nos ajudam a resolver problemas do diaa dia, mas também funcionam como filtros, nos impedindo de ver novasoportunidades. Passamos a acreditar que a maneira habitual de realizaralguma tarefa, por exemplo, é a única maneira possível. Neste caso, osparadigmas tornam-se barreiras a nossa capacidade de aceitar e compreenderas novas idéias ou novos produtos. Chamamos de efeito paradigma, quandocoletivamente se aceita determinados conceitos como sendo verdadesabsolutas, através de regras não escritas” (Lima, 2007, p.1).Vivemos um momento de constantes mudanças e a flexibilidade dasorganizações e de seus departamentos é fator primordial para avançar comelas, a velocidade das transformações faz com que os conceitos,referências sejam constantemente reciclados nos modelos de gestão. SegundoKnapik (2006), os paradigmas organizacionais servem de direcionamento paranossos comportamentos, orientam de forma positiva os indivíduos, mas nãodevem ser vistos como verdades absolutas que limitam e condicionam oscomportamentos. Muitas vezes os colaboradores das empresas tendem a nãoaceitar a quebra de certos paradigmas com medo de sair da sua zona deconforto, e se prendem a padrões ultrapassados levando à empresa aestagnação.Num mercado onde existem no mínimo três gerações convivendo no ambiente detrabalho, a quebra de paradigmas é fator essencial para a convivênciapacífica, eficiente e geradora de diferencial competitivo doscolaboradores dentro delas.Os velhos paradigmas da visão mecanicista de Taylor e Fayol, como sigilonas estratégias de modo que somente os altos cargos pensam e planejamvários níveis hierárquicos, empresas inflexíveis e sem abertura para oscolaboradores, apesar de parecerem arcaicos ainda sobrevivem de formacamuflada em muitas organizações. Esse formato de gestão é que trazinsatisfação e desmotiva as novas gerações que estão ingressando nomercado de trabalho. A quebra desses paradigmas e a administração comtransparência de gestão, participação dos colaboradores nas decisões,metas e estratégias claras e focadas nas necessidades dos clientes,flexibilidade de idéias, de ações e até mesmo de horários, líderescompetentes para delegar e principalmente ágeis em dar “feedback” aoscolaboradores, é o que a geração ingressantes no mercado espera encontrarno ambiente de trabalho.

2. ENTREVISTA

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ICA Essa entrevista foi realizada com a senhora Ana Paula Kagueyama

especialista em Marketing pela FAAP, especialista em Gestão de Pessoas egraduada em Ciências Contábeis pela fundação Getúlio Vargas, Diretora dosetor de Prevenção e Fraude do Grupo Santander, no dia 10 de Dezembro de2009, pela aluna Patricia Gomes da Silva.

O assunto “Geração Y” é conhecido pelos gestores do banco?Na minha visão, com profundidade é conhecido pela área de Recursos humanose por aqueles que têm filhos dessa geração.Já existe política diferenciada para contratar e manter os profissionaisda geração Y no banco?Adotamos algumas posturas para se adequar a geração, como por exemplo, ovestuário“Casual Day”, dia em que não é exigido terno, gravata e vestimenta social,exceto nas áreas comerciais que lidam com clientes. São realizadasfrequentes campanhas motivacionais, liberando folgas para os talentos,ingressos em cinemas e premiações em geral, planos de premiação salarial,tudo isso com intuito de que se sintam recompensados e valorizados dentroda empresa.O banco permite no horário de trabalho a utilização de redes sociais ouprogramas de mensagem instantânea?Acesso a e-mail particulares é liberado, mas mensagens instantâneas eredes sociais na área de fraudes não, devido à grande preocupação com apreservação dos dados dos clientes. Existem conflitos dos profissionais Ycom os de outra geração? O que é feito para amenizar esses conflitos?Temos equipes jovens com líderes jovens, porém, comprometidos. Entendemosque com essa geração, é necessário "prender" a atenção do grupo econseguimos isso na base da troca. Eles necessitam entender as vantagensde estar em uma determinada área e mais ainda, de se sentirem felizes,quando eles se sentem assim os conflitos são mínimos.A rotatividade de profissionais Y dentro da empresa é maior que a deprofissionais de outras gerações?Sem dúvida é maior, quando se sentem insatisfeitos não temem em arriscaroutro emprego ou até mesmo ficar desempregados.Em sua opinião qual o nível de qualificação dos novos profissionais queestão chegando ao mercado?A visão que tenho desse aspecto é que a qualificação varia de acordo com ainstituição de ensino de onde o profissional veio e do grau decomprometimento deles nos estudos, é impossível generalizar que todos osprofissionais da nova geração são ou não bem qualificados.Como pode ser considerado o conhecimento deles em outros idiomas?Os novos profissionais que pertencem uma classe social menos favorecidatêm como prioridade cursar a faculdade e na sua maioria não tem condiçõespara custear um curso de idiomas, já os que pertencem a uma classe maisfavorecida em sua maioria têm um bom conhecimento de inglês.Essa nova geração é bem informada?Hoje o acesso a informação foi muito facilitado com os meios eletrônicos,porém, é importante saber usar essa carga de informação. Na minha visão háferramentas que prejudicam e impactam inclusive a escrita/fala correta,

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ICA como MSN, sites de relacionamento entre outros. Mas sem dúvida é uma

geração muito bem informada.Você percebe se essa geração sabe utilizar essa gama de informações emprol da empresa?Em minha opinião, muito pouco. Com o domínio das ferramentas tecnológicasque essa geração tem e com a diversidade de meios de comunicação queexiste, eles agregam muito pouco as informações à sua vida profissional,muitos deles utilizam dos meios de comunicação apenas para entretenimento.Eles são profissionais que aspiram crescer rapidamente na carreira eganhar muito dinheiro?Sim, eles desejam crescer e ganhar muito dinheiro e buscam resultadosrápidos, mas muitos deles não têm foco. São profissionais que questionamconstantemente as regras dos planos de carreira dentro das empresas.São jovens profissionais dispostos a aprender e a se qualificar para aatividade que exercem?Sim, principalmente se exercem atividade com que se identificam.Você observa nesses profissionais o imediatismo?Sim. Não há paciência nem mesmo de aguardar para aprender o trabalho.Eles tendem a fazer apenas o que gostam?Com certeza, e saturam-se rapidamente das tarefas e buscam sempremudanças.Qual o grau de auto estima deles?São jovens com grande autoestima, a maioria deles muito seguros nas suasatitudes e extremamente individualistas.Eles são pessoas superficiais?Uma grande parte sim, em minha opinião eles têm um conhecimento poucofundamentado e interesses que para minha geração são futilidades.Você percebe o interesse deles por política?Pouquíssimo ou quase nenhum interesse, ainda mais se comparado com outrasgerações.Você como gestora se incomoda com a facilidade que eles têm de fazervárias coisas ao mesmo tempo, como, escutar música no Ipode, conversar noMSN, acessar redes sociais e realizar as tarefas do trabalhosimultaneamente?Nem um pouco. Trata-se de uma geração que se adaptou a se concentrar econseguir realizar várias coisas ao mesmo tempo. Não vejo problemas, é umaaptidão desenvolvida.Quais os pontos fracos desses novos profissionais que estão chegando aomercado?A falta de vontade em vivenciar experiências importantes e o imediatismo.Quais os pontos fortes desses novos profissionais que estão chegando aomercado de trabalho?Destacam-se como ponto forte da classe econômica elevada facilidade deidiomas e o conhecimento de novas culturas. No caso dos de menor renda, oconhecimento em novas tecnologias.Em sua opinião, o que os gestores devem fazer para atrair e reter essesprofissionais no mercado de trabalho?Entender esse novo público e se adequar às necessidades dele falando a“mesma língua”.

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ICA Para você, hoje gestora e integrante da geração X, sua carreira é o

principal fator de sua identidade pessoal?Sim. A minha carreira me trouxe grandes conquistas e é assim que eu vejo otrabalho. Tive a oportunidade de trabalhar em grandes empresas e comgrandes líderes, isso facilitou meu desenvolvimento e despertou em mimprazer muito grande pelo que faço. Esses estímulos, somados às orientaçõese à história de carreira dos meus pais me ajudaram.Hoje em dia a carreira deixou de significar emprego para significarprojetos?Sem dúvida, o trabalho existe para viabilizar grandes projetos de vida. Édessa forma que eu vejo o trabalho.Estabilidade no emprego é fator essencial na sua escolha para trabalhar emuma empresa?A satisfação na minha visão é o item essencial, a estabilidade não.Você tem fidelidade à empresa ou aos princípios e aspirações?Com certeza aos meus princípios e aspirações.Para você, o trabalho pode ser considerado um meio ou um fim?Certamente um meio para a realização das satisfações pessoais.

QUESTÕES:

1. Identifique os possíveis paradigmas.

2. Como você trabalharia a questão do paradigma dentro do ambienteorganizacional?

3. Conforme estudado em sala sobre Fayol. Relacione os pontos aprendidosem sala e os supostos motivos que deixariam a geração Y insatisfeita noambiente organizacional.

“Os velhos paradigmas da visão mecanicista de Taylor e Fayol, comosigilo nas estratégias de modo que somente os altos cargos pensam eplanejam vários níveis hierárquicos, empresas inflexíveis e semabertura para os colaboradores, apesar de parecerem arcaicos aindasobrevivem de forma camuflada em muitas organizações. Esse formato degestão é que traz insatisfação e desmotiva as novas gerações que estãoingressando no mercado de trabalho. A quebra desses paradigmas e aadministração com transparência de gestão, participação doscolaboradores nas decisões, metas e estratégias claras e focadas nasnecessidades dos clientes, flexibilidade de idéias, de ações e atémesmo de horários, líderes competentes para delegar e principalmenteágeis em dar “feedback” aos colaboradores, é o que a geraçãoingressantes no mercado espera encontrar no ambiente de trabalho”

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RESPOSTAS:

1.Geração Belle ÉpoquePoucas opções de trabalho, pouca qualificação, dificuldade de acesso acargos administrativos, dificuldade de ascenção. Os cargos maiselevados concentrados nas classes mais abastadas.Baixíssima auto estima devido aos rígidos padrões, sem contextação ecom castigos.Baixa natalidade devido as guerras.Mulher sem acesso ao trabalho.Geração Baby BoomersCrescimento da natalidade no pós guerra.Geração que começava a contextar o sistema, porém mantendo ainda ospadrões sociais rígidos.Divisão da sociedade em “disciplinados” e “rebeldes” comcaracterísticas comportamentais opostas.Surgimentos de movimentos estudantís e Hippyes.Geração XEnvolvimento revolucionário político e social.Rebelados contra qualquer coisa que tivesse caráter convencional oupadronizado, incluindo família.Começou a ter contato com as inovações tecnológicas e o surgimento dainternet.Autosuficientes e egoístas.Geração YSem grandes rupturas sociais e com liberdade plena.Estrutura familiar flexível.Auto estima elevada.Superficiais e, para manter a atenção, somente a base de trocas.Conhecimento pouco fundamentado, porém movidos por desafios.Qualificação variando de acordo com a instituição de ensinofrequentada.

2. O primeiro passo seria o disseminar em toda organização oreconhecimento de que eles existem.Gerar grupos de diálogos para que as diversas gerações possam exporseus “paradigmas” e, em conjunto, avaliar as “melhores” opções,buscando o consenso, que atenda aos princípios da Organização.Estabelecer uma linha de comunicação como ferramenta de trabalho,identificando constantemente as necessidades de mudança e/ou adaptaçãoem todos os níveis.

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3. Somente altos cargos pensam e planejam.Inflexibilidade, sem abertura para os colaboradores participarem.Falta de metas e estratégias claras.Falta de flexibilidade nos horários.Falta de feedback aos colaboradores.

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