Reação de genótipos de milho à mancha ocular causada por Kabatiella zeae
Epidemiologia e controle das doenças do milho
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• Expansão da fronteira agrícola;• Ampliação das épocas de plantio (safra e safrinha);
• Adoção do sistema do plantio direto;
• Sistemas de irrigação;• Rotação de cultura;• Materiais suscetíveis.
Principais medidas de controle
1.Uso cultivares resistentes;
2.Plantio em época adequada, procurando evitar que os períodos críticos para a cultura coincidam com as condiçoes ambientais favoraveis para o desenvolvimento da doença;
3.Uso de sementes de boa qualidade e tratadas com fungicidas;
4.Plantas daninhas e hospedeiros secundários;
5.Realizar a rotação com culturas não suscetiveis;
6.Rotacionar as cultivares;
7.População adequada de plantas;
8.Manejo adequado da lavoura – adubação equilibrada (N e K);
9.Colheita na época correta.
Doenças do Milho1.Antracnose;2.Carvão;3.Cercosporiose;4.Complexo Mancha
branca;5.Enfezamento
vermelho;6.Enfezamento
pálido;7.Ferrugem Comum;8.Ferrugem
Polissora;
9.Ferrugem Tropical ou Branca;
10.Helmintorporiose;
11.Mancha Foliar de Diplodia;
12.Podridões de Diplodia;
13.Podridões de Fusarium
Momentos de Aplicação
A)Pulverizadores de arrasto
B)Auto-propelidosC)Complemento da (B) aérea
70 a 80 cm
120 a 150 cm
15 dias após R1
Antracnose – Colletotrichum graminicola
• SintomasLimbo foliar e nervura principal – lesões necróticas marrom e alongadas;
Murcha das folhas apicais e amarelecimento das basais;
Colmo – (polinização), são estreitas, encharcadas, inicialmente pardo-avermelhada, passando a castanho-escuras.
* Restos culturais com esporos e micélio dormente. Via sementes.
• Condições favoráveisTemperatura moderada;Extensos períodos nublados;Períodos secos antes do florescimento.
*Problema sério no plantio direto
• Medidas de controleCultivares resistente ao tombamento;
Aração e gradagem;Rotação de culturas – evitar o cultivo sucessivo.
• Sintoma da antracnose foliar do milho (A)
• Sintomas da antracnose na nervura e queima foliar em formato de “V” invertido em plantas de milho (B)
Fotos: Rodrigo Véras da Costa
A B
Carvão - Ustilago maydis
• SintomasFormação de galhas, ocorrendo em qualquer parte aérea da planta, sendo mais comum nas espigas;
Tecidos embrionários são, de modo geral, suscetíveis ao patógeno.
• Condições favoráveisTemperaturas amenas;Umidade do solo baixa;Plantas com deficiência de nitrogênio.
• Medidas de controleCultivares resistentes e com bom empalhamento de espiga;
Evitar doses excessivas de nitrogênio;Evitar injuria por tratos culturais;Controle lagartas que afetam as espigas;
Rotação de cultura.
• Galhas recobertas por uma membrana de cor branca e aspecto brilhante.
Foto: Leonardo Minaré Braúna
Mancha foliar de Cercospora - Cercospora zea-maydis e C. sorghi
var. maydys • SintomasColoração cinza, retangulares a irregulares – desenvolvendo-se paralelas às nervuras;
Inicialmente pequenas manchas amarelas de tecido necrótico com as bordas cloróticas facilmente observadas contra a luz;
Lesões escurecem e podem ser observados os conidióforos sobre a lesão.
* Pode ocorrer acamamento em ataques mais severos da doença
• Condições favoráveisTemperaturas entre 22-30°C;Períodos prolongados de orvalho;Estágios: V8-V10 e Pré-pendoamento (V10-VT).
• Medidas de controleCultivares resistentes;Restos da culturais – principal fonte de inóculo;
Rotação com culturas como soja, sorgo, girassol;
Evitar o plantio sucessivo; Adubações;
Manejo no âmbito regional;Estrobilurina + triazol.
COMPLEXO MANCHA BRANCA - Phaeospharia maydis/Pantoea ananas• SintomasLesões foliares necróticas, esbranquiçada, circular a eliptico;
Frutificação do fungo no centro da lesão;Seca prematura de folhas;Redução do ciclo;Tamanho e densidade dos grãos;Em ataques severos pode ocorrer a coalescência das lesões matando parcial ou totalmente a folha.
• Condições favoráveisTemperatura diurna 24-30oC e noturna 14-16oC;
Alta umidade e baixa luminosidade;Estágios: Pré-pendoamento e 15 dias após R1.
• Medidas de controleCultivares resistentes;Restos da culturais – principal fonte de inóculo;
Evitar semeadura tardias;Estrobilurina + triazol e Reforço com Mancozeb.
• (A) Sintomas da mancha branca do milho (Phaeospharia maydis)
Foto: Fabrício Lanza
A
• (B) Mancha Branca (Patoea ananas)Foto: Carlos Roberto
Casela
B
Enfezamento Pálido – Spiroplasma kunkelli
• SintomasFaixas esbranquiçadas na base das folhas;
Incurtamento de internódios;Grãos cochos e pequenos.
• Condições favoráveisTemperatura diurna 31oC e noturna 25oC
Enfezamento Vermelho - Fitoplasma
• SintomasDescoloração e posterior avermelhamento da margem e ápice das folhas;
Espigas multiplas;Clorose;Graos pequenos.
• Condições favoráveisTemperatura diurna 31oC e noturna 25oC
Ferrugem Comum – Puccinia sorghi • SintomasInicialmente em folhas basais;Pústulas de formato circular à alongado, pulverulentas, de cor marrom-clara à marrom-escura;
Quando maduras rompem a epiderme em forma de fendas;
Seca prematura de folhas;Espigas pequenas.
*Em situações de ataques severos, a necrose do tecido causado pelo agrupamento de lesões da ferrugem comum podem ser confundidas com lesões de manchas foliares.
• Condições favoráveisTemperatura 16-23oC;Alta umidade;Estágio: V8-V10.
• Medidas de controleCultivares resistentes;Controle de plantas daninhas (trevo);Rotação de culturas;Evitar adubação nitrogenada excessiva;
Fungicidas (estrobilurina + triazol)
Ferrugem Polissora – Puccinia polyssora
•SintomasLesões menores que P. sorghi;As pústulas são circulares à ovais, marrom-clara, chegando a marrom-escuras ;
As pústulas encontram-se densamente distribuídas na face superior da folha e normalmente observadas cobertas pela epiderme, quando rompem apresentam aspecto pulverulento.
* Os sintomas também podem ser observados no colmo, espiga e no pendão.
• Condições favoráveisTemperatura 23-28oC;Alta umidade relativa do ar;Estágio: V8-V10, Pré-pendoamento (V10-VT) e 15 dias após R1.
• Medidas de controleCultivares resistentes;Rotação de culturas;Evitar adubação nitrogenada excessiva;Evitar híbridos superprecoces em regiões baixas,
Semeadura tardia;Azoxystrobin e Picoxystrobin.
FERRUGEM BRANCA ou TROPICAL – Physopella zeae
• SintomaPústulas de cor creme;Com formato circular a oblongo, pequenas, em grupos;
Recobertas pela epiderme e paralela as nervuras
Seca prematura das folhas
*Com o desenvolvimento da doença os grupos de lesões são circulares por um halo escuro avermelhado.
• Condições favoráveisTemperatura 24-25oC;Alta umidade;Estágio: V8-V10;Altitudes inferiores a 500m.
• Medidas de controleCultivares resistentes;Rotação de culturas;Evitar adubação nitrogenada excessiva;
Evitar híbridos em regiões baixas,Azoxystrobin e Picoxystrobin.
A
B• Pústulas de aspecto pulverulento e coloração esbranquiçada características da ferrugem branca do milho.
Foto: Leonardo Minaré Braúna
Helmintosporiose – Helmintosporiose maidis/Exserohilum turcicum
• SintomasLesões de cor palha com formato retangular e aparecem entre as nervuras;
Frutificação escura do fungo sobre as lesões;
As lesões produzidas pela raça T são mais opacas e maiores do que as lesões da raça O;
Seca precoce, grãos pequenos.*Devido ao seu formato as lesões são facilmente confundidas com lesões de Cercosporiose.
• Condições favoráveisTemperatura 18-27oC;Alta umidade;Baixa luminosidade;Estágio: V8-V10 e no Pré-pendoamento (V10-VT).
• Medidas de controleCultivares resistentes;Rotação de culturas;Aração e gradagem;Nutrição equilibrada com N e K;Evitar milhos após milho;Estrobilurina + triazol e Reforço com Triazol.
• Os conídios têm cor verde-oliva ou marrom-escura, são fusiformes, ligeiramente curvos, com 3 a 8 septos.
Mancha Foliar de Diplodia – Diplodia macrospora
• SintomasAs lesões são pardas, alongadas, grandes, semelhantes as de E. turcicum;
No centro da lesão – o ponto de infecção na forma de um anel concêntrico de cor escura;
Sobre o tecido necrosado são observados pontos negros, subepidérmicos, isolados ou agrupados, constituídos por cirros longos liberando os picnídios do fungo.
• Condições favoráveisTemperatura 18-27oC;Alta umidade;Baixa luminosidade;Estágio: V8-V10 e no Pré-pendoamento (V10-VT).
• Medidas de controleCultivares resistentes;Rotação de culturas;Adubação equilibrada com K;Densidade do plantio;Estrobilurina + triazol e Reforço com Triazol.
Podridões de Colmo• Ocorre: Antes do enchimento de grãos: Morte prematura de plantas.
Após a maturação fisiológica: quebramento de plantas.
Podridão Branca da espiga – Diplodia maydis e D. macrospora
• SintomasEspigas com coloração marrom-claro e grãos leves;
Micélio branco entre as fileiras de graõs;
Bracteas secas;Estruturas negras do fungo – na base das bracteas.
• Condições favoráveisTemperatura 28-30oC;Chuvas na época de maturação dos grãos;Estágio: Pré-pendoamento (V10-VT) e 15 dias após R1..
• Medidas de controleCultivares resistentes (espigas decumbentes e bem empalhadas);
Rotação de culturas;Aração e gradagem;Estrobilurina + triazol e Reforço com Triazol.
• Sintomas da podridão do colmo do milho causada por Stenocarpela spp. (=Diplodia spp.)
• Sintomas da podridão branca da espiga
Podridão de espiga – Fusarium Moniliforme
• SintomasMofo pulverulento de cor rosa a marrom avermelhada sobre os grãos e palhas;
Tecidos internos de entrenós e raízes de cor avermelhada;
Tombamento.
• Condições favoráveisTemperatura 30oC;Ataque de nematoides e pragas subterrâneas;
Estágio: Pré-pendoamento (V10-VT) e 15 dias após R1..
• Medidas de controleCultivares resistentes (espigas decumbentes e bem empalhadas);
Rotação de culturas;Aração e gradagem;Evitar estresse nutricional;Estrobilurina + triazol e Reforço com Triazol.
• (A) Micélio sobre a palhada;• (B) Sintomas da podridão da espiga por Fusarium;• (C ) Podridão do colmo causada por Fusarium spp
A BC
Qualidade do Colmo• Clima - Periodos nublados;• Injurias – pragas e danos mecanicos;
• Nutrição das plantas;• Densidade populacional;• Aplicação de fungicidas;• Época de colheita.
Qualidade dos grãos• Cultivar – genética;• Clima;• Nutrição das plantas;• Densidade populacional;• Aplicação de fungicidas;• Época de colheita
Mancha Marrom• Local de coleta: PAD-DF • Nome da doença: Mancha marrom • Nome do patógeno: Physoderma
maydis (Miyabe) Miyabe • Reino: Fungi Filo: Blastocladiomycota
• Classe: Blastocladiomycetes Ordem: Blastocladiales
• Ocorrência e importância econômicaSua ocorrência é bastante comum e esporádica. Longos períodos de umidade e altas temperaturas favorecem o seu desenvolvimento.É considerada uma doença foliar secundária devido ao baixo nível de danos ao potencial produtivo em condições normais.Em condições epidêmicas pode ocorrer no colmo da planta causando o apodrecimento do tecido e quebramento do colmo, sendo esse o dano mais grave da doença.SintomasOs primeiros sintomas são pequenas manchas amareladas em faixas sobre o limbo foliar e as nervuras (normalmente onde existe acúmulo de água livre sobre a folha). Depois de maduras aumentam de tamanho e mudam de cor passando a marrom-arroxeado. Além da folha, ataca a bainha, colmos e raramente a palha da espiga.
• Sintomas e sinais: • Os principais sintomas aparecem nas folhas como pequenas pontuações amarelas, que podem coalescer, formando lesões maiores. O limbo foliar pode apresentar-se com coloração dourada. Com o decorrer do tempo, as manchas mudam de cor, passando a marrom-arroxeado. As manchas podem ocorrer no limbo, bainha e colmos. Pontuações características com áreas necrosadas na nervura principal das folhas são frequentes. A quebra do colmo, que pode ocorrer nos locais das lesões, é o dano mais grave causado pela doença
• Epidemiologia da doença: • O agente causal da mancha marrom e P. maydis. As estruturas características produzidas por este patógeno são os esporângios marrom-avermelhados, globosos, achatados em um dos lados e com dimensões de 18-24 x 20-30 μm. Na germinação dos esporângios, processo influenciado por luz, temperatura e água livre, são liberados os zoósporos, em numero de 20 a 50 por esporângio.
• Métodos de controle: • O uso de cultivares resistentes, em regiões onde a doença e mais frequente, é a medida de controle recomendada.
Phaeosphaeria maydis• Local de coleta: PAD-DF • Nome da doença: Mancha de Phaeosphaeria • Nome do patógeno: Phaeosphaeria maydis (Phyllosticta sp.) (Henn.) Rane, Payak & Renfro
• Reino: Fungi • Filo: Ascomycota • Classe: Ascomycetes • Ordem: Pleosporales
• Sintoma e sinais: Inicialmente as lesões são pequenas, cloróticas, tornando-se maiores (até 2 cm), arredondadas e oblongas, com coloração esbranquiçada e bordos escuros. Pode haver coalescência de lesões, levando à morte da folha. No centro das lesões podem ser encontrados peritécios e picnídios.
• Ciclo de vida do patógeno (Biologia):
O fungo pode sobreviver em restos de cultura e infecta seu hospedeiro definitivo com os ascósporos, podendo desenvolver sintomas no colmo e na semente
• Epidemiologia da doença: A disseminação do patógeno ocorre pelo vento e por respingos de chuva. A doença é mais severa em plantios compreendidos entre a segunda quinzena de novembro a março.
• Métodos de controle: Deve-se evitar o plantio de cultivares com maior suscetibilidade em épocas ou locais que sejam muito úmidos ou chuvosos, principalmente durante o período vegetativo/florescimento da cultura. O uso de cultivares resistentes nas regiões onde o patógeno encontra melhores condições de desenvolvimento é o método de controle mais eficiente e utilizado no Brasil. A rotação de culturas e a destruição dos restos culturais ajudam a complementar o manejo da doença. Devem ser feitas também adubações equilibradas entre nitrogênio, fósforo e potássio, pois o nitrogênio em excesso favorece a doença. Fungicidas dos grupos químicos da estrobilurina e do ditiocarbamato são os únicos que comprovadamente controlam esta doença até o momento.