PESQUISA ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELOS PRATICANTES DE MEDICINA TRADICIONAL NO...

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Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade Pesquisa Etnobotânica PROCURA DE CUIDADOS DE SAÚDE NO CORREDOR DA ESPERANÇA EM RELAÇÃO AO HIV/SIDA

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Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade

Pesquisa Etnobotânica

PROCURA DE CUIDADOS DE SAÚDE NO CORREDOR DA ESPERANÇA EM

RELAÇÃO AO HIV/SIDA

Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica

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TÍTULO: PESQUISA ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELOS PRATIOCANTES DE MEDICINA TRADICIONAL NO TRATAMENTO DE DOENÇAS ASSOCIADAS AO HIV/SIDA

AUTORES: J. Fumane*, A. Cândido*, F. Barbosa**, C. Boana**, J. Dungo**, R. Mateus***, B. Bandeira****, V. Acha*****, F. Gaspar* * Instituto Nacional de Saúde ** Universidade Eduardo Mondlane, Departamento de Ciências Biológicas *** Instituto Nacional de Investigação Agronómica Departamento de Botânica **** Universidade Pedagógica, Departamento de Biologia, ***** Caminhos de Ferro de Moçambique, Unidade Técnica para a Força de trabalho,

Telefone/Fax: 258-1-431103 Maputo, Novembro de 2003

ASSISTÊNCIA FINANCEIRA:

Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Projecto Kulhuvuka.

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AGRADECIMENTOS

Aos Directores provinciais de Saúde de Maputo e Gaza nomeadamente Dr. Abdul Mussa, Dr. Dário Sacur e seus directores distritais pelas facilidades logísticas disponibilizadas. À AMETRAMO Provincial de Maputo e Gaza em especial aos senhores Presidentes Cardoso Ngive, Sabina Nhaca e seus vice–presidentes Jonas Ernesto Timbo e Chale Mbiza Justino pela mobilização feita e apoio prestado durante todo o trabalho nas províncias. Em particular a todos os Praticantes de Medecina Tradicional PMT’s que sem eles não teria sido possível a realização do presente trabalho. Aos senhores administradores distritais das províncias de Maputo e Gaza por terem acolhido a equipa e permitido a realização do trabalho. Ao Sr Joaquim Ngoluja pelo seu dinamismo e eficiência nas questões logísticas permitindo que todas as actividades fossem realizadas. Ao senhor dr. Mário Calane da Silva do INIA- Departamento de Botânica pela disponibilização de meios e de técnicos que possibilitaram a identificação e montagem dos espécimens. Aos técnicos envolvidos em especial a Iva Vaz, Abílio Manhique e João Manguele que incansavelmente apoiaram na identificação, montagem e etiquetagem dos espécimens. Por último a todos aqueles que contribuiram directa ou indirectamente para a realização deste trabalho.

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ÍNDICE

Lista de figuras e tabelas ........................................................................................................... 5 RESUMO .................................................................................................................................... 6 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 7

2. OBJECTIVOS ......................................................................................................................... 8 3. METODOLOGIA ...................................................................................................................... 9

3.1. Área de Estudo ............................................................................................................. 9

3.1.1. Principais Comunidades Vegetacionais ...................................................................... 11 3.2. Levantamento de Dados de Campo .............................................................................. 14 3.2.1. Selecção dos PMT’s ................................................................................................. 14

3.3. Análise e Tratamento de Dados.................................................................................... 14 4. ÉTICA ................................................................................................................................... 14

5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................. 15

5.1. Doenças Tratadas pelos PMT´s.................................................................................... 15 5.2. Plantas Registadas ..................................................................................................... 16 5.3. Plantas Usadas no Tratamento de Doenças Associadas ao SIDA ................................... 18

5.3.1. Gonorreia ................................................................................................................ 18

5.3.2. Sífilis ....................................................................................................................... 21

5.3.3. Linfogranuloma venereum ......................................................................................... 23

5.3.4. SIDA ....................................................................................................................... 24

5.3.5. Tuberculose ............................................................................................................. 25 5.3.6. Dores Abdominais .................................................................................................... 28

5.3.7. Diarreia ................................................................................................................... 30 5.3.8. Feridas .................................................................................................................... 31 5.3.9. Doenças pouco referidas pelos PMT’s ....................................................................... 32

5.4. Preparação de Medicamentos ...................................................................................... 34

5.4.1. Partes mais usadas na preparação de medicamentos ................................................. 34 5.4.2. Formas de preparação de medicamentos ................................................................... 34

5.4 3. Dosagem aplicada ao doente .................................................................................... 35 5.5. Critérios de Cura ......................................................................................................... 35

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................................. 35

6.1. Conclusões................................................................................................................. 35 6.2. Recomendações ......................................................................................................... 36

7. LIMITAÇÕES DO ESTUDO .................................................................................................... 36

8. GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... 37 9. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 40

10. ANEXOS ............................................................................................................................. 42

10.1. ANEXO 1 ......................................................................................................................... 42

I. Lista total das espécies usadas no tratamento das DTS/SIDA e doenças associadas ........... 42 II. Espécies usadas no tratamento das DTS/SIDA nas Prov de MAPUTO e GAZA ..................... 46

III. Espécies usadas nas DTS/SIDA Província de Maputo ......................................................... 49 IV. Espécies usadas nas DTS/SIDA Província de Gaza ............................................................. 51 V. Lista das doenças e sintomas referidas pelos PMT's no âmbito DTS/SIDA .......................... 53

VI. Frequência de uso de plantas para o tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA - Província de Maputo ................................................................................................................ 54

VII. Frequência de uso de plantas para o tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA - Província de Gaza .................................................................................................................... 59

VIII. Pesquisa bibliográfica ...................................................................................................... 65 IX. Efeitos fisiológicos e ou composição química .................................................................... 67

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X. Lista Nominal dos PMT's que participaram na pesquisa ...................................................... 70

Província de Maputo .......................................................................................................... 70

Província de Gaza ............................................................................................................. 71 XI. Etiqueta usada na montagem das espécies hebarizadas (Exemplo) .................................... 72 XII. Ficha etnobotânica para o levantamento de dados ............................................................ 73

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Lista de figuras e tabelas

Nº Título Pág Figura 1: Localização da área de estudo na província de Maputo.................................................................. 10

Figura 2: Localização da área de estudo na província de Gaza ..................................................................... 11

Figura 3: Mapa de vegetação da província de Maputo ................................................................................. 12

Figura 4: Mapa de vegetação da província de Gaza .................................................................................... 13

Figura 5: Doenças tratadas pelos PMT’s na Província de Maputo ................................................................. 15

Figura 6: Doenças tratadas pelos PMT’s na Província de Gaza .................................................................... 16

Figura 7: Frequência das plantas mais mencionadas pelos PMTs para o tratamento de DTS e outras doenças associadas ao HIV/SIDA .................................................................................................................. 17

Figura 8: Plantas usadas no tratamento da gonorreia pelos PMT’s na província de Maputo ............................ 19

Figura 9: Plantas usadas no tratamento da gonorreia pelos PMT’s na província de Gaza................................ 19

Figura 10: Plantas usadas no tratamento da Gonorreia pelos PMT’s na província de Maputo e Gaza .............. 20

Figura 11: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Maputo ................................. 22

Figura 12: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Gaza .................................... 22

Figura 13: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Maputo e Gaza ...................... 23

Figura 14: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da Tuberculose na província de Maputo .............. 26

Figura 15: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da tuberculose na província de Gaza .................. 27

Figura 16: Plantas usadas s pelos PMT's no tratamento da tuberculose nas províncias de Maputo e Gaza ...... 28

Figura 17: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo no tratamento da dor abdominal .................... 28

Figura 18: Plantas usadas pelos PMT's da província de Gaza no tratamento da dor abdominal ....................... 29

Figura 19: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo e Gaza no tratamento da dor abdominal ........ 30

Figura 20: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo no tratamento da diarreia .............................. 31

Figura 21: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo e Gaza no tratamento da diarreia .................. 31

Tabela 1: Plantas registadas por cada doença em cada uma das províncias ................................................. 18

Tabela 2: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da Linfogranuloma venereum .............................. 23

Tabela 3: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento do SIDA ............................................................ 24

Tabela 4: Plantas mencionadas para o tratamento de feridas nas províncias de estudo .................................. 32

Tabela 5: Lista de doenças e plantas pouco mencionadas pelos PMT’s nas províncias em estudo .................. 32

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RESUMO

O trabalho apresenta resultados de pesquisas feitas em 11 distritos ao longo do corredor de Esperança nas províncias de Maputo e Gaza onde foram entrevistados 138 PMT’s (Praticantes de Medicina Tradicional). A pesquisa foi centrada no saber dos PMT’s quanto ao tratamento das DTS e doenças associadas ao HIV/SIDA assim como as espécies de plantas usadas para o seu tratamento. Para se alcançar os objectivos traçados fizeram-se entrevistas e colheitas de amostras de plantas em vários locais dos 11 distritos durante dois meses. Foram identificadas 160 espécies de plantas. As 160 espécies foram herbarizadas e seus especímens conservados nos herbaria do MISAU INS – Departamento de Estudos de Plantas Medicinais e Medicina Tradicional e Universidade Pedagógica Faculdade de Ciências Naturais e Matemática – Departamento de Biologia. Do estudo destacam-se a Terminalia sericea, Aloe marlothii, Bridelia cathartica, Aloe chabaudii e Ozoroa obovata com frequências de citações acima de 33%. A gonorreia e a tuberculose são as doenças com elevadas frequências quer pelas plantas mencionadas quer pelo número de PMT’s que se refriram saber tratar. Embora com menor frequência, 5 PMT’s referiram saber tratar a SIDA. Para o tratamento das doenças referidas o número de plantas variava de 1 espécie de planta a uma combinação de 8. A Hypoxis spp., recomendada para o tratamento de várias doenças incluindo a SIDA é usada em Maputo e Gaza. Dada à pressão a que a espécie está sujeita no campo, mereceu um estudo particular incluso no presente relatório.

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1. INTRODUÇÃO

Segundo a Organização Mundial da Saúde a fitoterapia constitui uma alternativa na prestação dos cuidados de saúde primários em muitos países, especialmente onde os custos da medicina moderna são elevados e os sistemas de Saúde Pública ineficientes. Em Moçambique a situação não é diferente e o uso de plantas medicinais é uma prática comum e cultural, uma vez que as populações utilizam muitas vezes estes recursos naturais como forma única para prestação de cuidados de saúde. Moçambique tal como em outros países em desenvolvimento, existe um uso intensivo de plantas para a cura de doenças e cuidados de saúde primários. A medicina moderna tem uma cobertura insuficiente na razão de um médico/50000 habitantes e um enfermeiro/5000 habitantes. Um dos grupos intervenientes e que de certo modo ocupa um lugar de destaque na comunidade é o dos Praticantes da Medicina Tradicional (PMT’s), a sua proporção é na ordem de um 1/200 habitantes. Estima-se que cerca de 60% da população moçambicana depende da medicina tradicional para os seus cuidados de saúde. Os indicadores acima ilustram que os cuidados de saúde pela medicina moderna ainda estão aquém de abranger maior parte da comunidade ainda que sejam primários. Por outro lado enfatizam que a população moçambicana maioritáriamente usa a medicina tradicional e que os PMT’s gozam de uma grande confiança no seio da comunidade, o que poderá influenciar em grande medida a mudança de comportamentos de risco da população. Sendo evidente que as práticas e crenças relativas às doenças devem ser estudadas e analisadas para melhor se encontrar mecanismos e vias para o melhoramento das mesmas. Também os vastos conhecimentos dos PMT’s podem ser aplicados com bons resultados em cuidados de saúde primários se estes forem padronizados. Em países em vias de desenvolvimento mais de 4 biliões de pessoas tem nas plantas medicinais a sua sobrevivência quer usando-as na cura de diversas doenças quer explorando-as para fins lucrativos. Há centenas de milhares de anos, várias plantas tem sido usadas por populações locais para fins medicinais sendo estas parte integrante da sua própria cultura( Lambert et al 1997) Devido a importância crucial destas é urgente redescobrir os conhecimentos em vias de desaparecer sobre as plantas medicinais nativas, para reintroduzir o uso das mesmas, de modo a evitar a importação de medicamentos caros mas não necessáriamente melhores, produzidos pelas grandes companhias farmacêuticas. A flora moçambicana apresenta uma diversidade muito rica e apesar do seu uso generalizado, não só medicinal como também alimentar entre outros, ainda não existe um conhecimento de base sobre as plantas utilizadas pelos Praticantes de Medicina Tradicional (PMT´s) e pela comunidade em geral para o tratamento de doenças e das DTS/SIDA. Em Moçambique existe uma vasta gama de plantas que compõem a farmacopeia tradicional. Algumas destas plantas foram reunidas e editadas por Jansen e Mendes (1982;1984;1990;1991;2001). Contudo não existe um registo sistemático de muitas delas e o poder curativo de algumas ainda não está comprovado de modo a que sejam consideradas medicinais. A maioria destas plantas nunca foram profundamente investigadas no que respeita aos seus ingredientes activos. Programas de rastreio tem sido levados a cabo, contudo estes resultam em apenas um reduzido número de medicamentos de ampla utilização. Adicionalmente não foram desenvolvidos estudos com o objectivo de conhecer e avaliar a composição química, o valor terapêutico e nutricional e até mesmo como fonte para os extractos químicos e outros produtos de importância comercial. Os sistemas de medicina tradicionais abordam de forma holística i.e. como um todo esta problemática onde a doença ou desgraças resultam dum desequilíbrio entre o indivíduo e o ambiente, enquanto que a moderna biomedicina basea-se numa abordagem técnica e analítica. A crença de que nada ocorre por acaso mas sim é resultado de influências exercidas por algo, quer pessoas no presente ou espíritos dos antepassados é o focus central no uso de plantas medicinais. Estas diferentes formas de abordagem das doenças pelo sistema tradicional fazem com que ela seja procurada mesmo em áreas urbanas onde se regista disponibilidade de serviços de saúde (Cunningham 1996).

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Estudos feitos em alguns países asiáticos (Liquela et al 1994-95), africanos (Cavender 1988); (Coulibaly et al 1989); (Sharma & Rosse 1990); ( Arkovitz & Manley 1990) e mesmo os poucos estudos conduzidos pelo Departamento de Estudos de Plantas Medicinais e Medicina Tradicional-MISAU em Moçambique (Gaspar et al. 1994), demonstram a necessidade que se impõe de uma maior aproximação e colaboração entre o sector da medicina moderna e o tradicional, de modo a proteger os interesses das populações beneficiárias. Esta colaboração poderá conduzir a um impacto positivo na política de implementação dos cuidados de saúde primária, com um reflexo positivo no desenvolvimento sócio-económico do Continente, dado que o tratamento mediante o uso de plantas é fácilmente aceite pela população, e a sua disponibilidade local é imediata. Pelo reconhecimento do valor da medicina tradicional, iniciativas globais para Sistemas tradicionais de saúde tiveram lugar na America Latina, África e Ásia em 1994-95 e Inglaterra em 1995. Todos estes sublinharam a necessidade de se definir claramente políticas que promovessem uso seguro da medicina tradicional (Lambert et. al. 1997). Alguns Países da Região Africana estão a produzir localmente, em fase experimental, várias preparações à base de plantas para diarreia crónica, doenças do fígado, desinteria amebiana, obstipação, tosse, eczema, úlceras, hipertensão, diabetes, paludismo, saúde mental e HIV/SIDA. Alguns destes medicamentos foram registados e incluídos nas listas nacionais de medicamentos essenciais. Com o apoio de Centros de Colaboração da OMS e outras instituições de investigação estão a ser realizadas pesquisas no campo da medicina tradiciona l(WHO 2000) de modo a melhorar os serviços prestados por esta componente importante na saúde das comunidades. O projecto “PROCURA DE CUIDADOS DE SAÚDE NO CORREDOR DE ESPERANÇA” surgiu da necessidade urgente de investigação no que concerne ao uso das plantas medicinais com vista a torná-lo mais amplo, seguro e credível no país; incentivar a troca de informação e educação a todos os níveis de modo a aumentar e alertar seu potencial económico na produção de drogas; documentar espécies de plantas conhecidas como tendo uso medicinal no tratamento de doenças oportunísticas associadas ao HIV/SIDA. Através da documentação destas plantas e da identificação dos seus princípios activos o país poderá alcançar auto-suficiência nos cuidados de saúde a nível local e nacional através da promoção de plantas medicinais disponíveis localmente e aceites culturalmente, reduzir os custos e a depêndencia dos produtos farmacêuticos geralmente importados, fazer uso de medicamentos locais como alternativa segura, assegurar o uso de plantas mais eficientes reduzindo deste modo os índices de intoxicação. Esta pesquisa envolveu uma equipa multidisciplinar do Departamento de Estudo de Plantas Medicinais e Medicina Tradicional do MISAU, Universidade Pedagógica, Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Eduardo Mondlane e o CFM-UTFT, Unidade Técnica para a Força de Trabalho, de modo a se ter uma perspectiva holística na problemática do uso de plantas medicinais no nosso País. O projecto se propôs a investigar as plantas usadas para fins medicinais de modo a seleccionar as que possuem propriedades medicinais i.e. com efeitos na saúde do indivíduo, ou de efeito curativo comprovado pela medicina moderna. Começando com plantas cujo efeito é conhecido, poder-se-á provar ser um melhor meio, mais rápido e barato de se obter resultados. Deste modo foram traçados os seguintes objectivos:

2. OBJECTIVOS

O presente estudo tem como objectivos os seguintes: Fazer o levantamento das plantas medicinais usadas pelos Praticantes de Medicina Tradicional para o

tratamento das DTS/SIDA; Reportar os métodos de tratamento utilizados;

Registar os critérios de cura sob ponto de vista dos Practicantes de Medicina Tradicional.

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Promover o uso de plantas medicinais eficazes no tratamento das DTS/SIDA. Incentivar o cultivo das plantas mais eficazes no tratamento das DTS/SIDA.

3. METODOLOGIA

3.1. Área de Estudo

O estudo realizou-se na zona sul de Moçambique nas província de Maputo e Gaza (Figuras 1 e 2). A província de Maputo com uma densidade populacional de 934.000 habitantes e uma taxa de prevalência de SIDA de 15,5% e Gaza com uma população de 1.203.000 habitantes cuja prevalência do SIDA é de 19,4% entre os 15-49 anos de idade (MISAU-INE 2001). Foram seleccionados onze distritos abrangidos pelo Projecto Corredor de Esperança em que se entrevistaram cerca de 138 PMT’s residentes em: Moamba, Namaacha, Boane, Manhiça e Magude na Província de Maputo e Macia, Chokwé, Guijá (Caniçado), Xai-Xai, Chibuto e Manjacaze na província de Gaza. A província de Maputo de acordo com o censo de 1997 www.ine.gov.mz Instituto Nacional de Estatistica, possui uma população estimada em 806. 179 habitantes. A densidade é de 30.9hab/km2. o número médio por agregado familiar é de 4.4 pessoas. Possui uma taxa de analfabetismo de 34.2 . A maioria destas pessoas vive em casas melhoradas 59.3%. No que concerne aos serviços básicos apenas 14.8 beneficiam de água canalizada, 85.3 não tem eletricidade e 22.3 sem latrinas. A taxa de mortalidade infantil está estimada em 14.7/1000 e a esperança de vida para a província é de 50.6 anos.

A província de Gaza, possui uma população estimada em 1.062.380 habitantes. A densidade é de 14.0 hab/km2. o número médio por agregado é de 4.5 pessoas. Possui uma taxa de analfabetismo elevada estimada em 52.7%. A maioria destas pessoas vive em palhotas 77.5 %. No que concerne aos serviços básicos apenas 4.5 beneficiam de água canalizada, 92.2 não tem eletricidade e 38.6 sem latrinas. A taxa de mortalidade infantil está estimada e 117.7/1000.

Na Província de Gaza tal como para Maputo há um elevado nível de mortalidade. É importante notar que este alto nível está determinado principalmente pela mortalidade na infância.

A esperança de vida para a província Gaza é de 45.6 anos sendo 50.4 anos nas urbanas e 44.2 anos nas rurais, o que corresponde a uma diferença de mais de 6 anos. Enquanto que para a de Maputo é de 50.6 anos sendo 55.0 anos nas urbanas e 44.5 anos nas rurais, o que corresponde a uma diferença de mais de 10 anos. Esta diferença entre as áreas urbanas e rurais pode dever-se a uma maior disponibilidade de serviços de saúde nas primeiras. Entretanto, também pode influir o nível educacional mais elevado da população urbana e o possível melhor nível de vida da mesma quando comparada com a rural.

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Figura 1: Localização da área de estudo na província de Maputo

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Figura 2: Localização da área de estudo na província de Gaza

3.1.1. Principais Comunidades Vegetacionais

As principais comunidades vegetacionais nos cinco distritos da província de Maputo de acordo com Wild & Barbosa (1968) são: vegetação seca semi-decídua com espécies predominantes, formações salinas, vegetação

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característica de terras baixas e formações aluvionares. No que se relaciona aos distritos da província da Gaza temos vegetação semi-decídua com espécies predominantes, vegetação das dunas litorais, formações salinas bem como formações aluvionares (Figuras 3 e 4).

Figura 3: Mapa de vegetação da província de Maputo

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Figura 4: Mapa de vegetação da província de Gaza

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3.2. Levantamento de Dados de Campo

Para o levantamento de dados foi produzido um questionário utilizado no campo durante os entrevistas (Grandstaff et. al. 1985; Theis & Grady, 1991). Este era constituido de duas componentes, uma sócio-antropológica e outra etno-botânica constituida por três partes: ficha de dados gerais de identificação, ficha etnomédica, e ficha para identificação das espécies utilizadas. (este desenvolvido com base no usado pela OUA) As variáveis abordadas foram:

Variáveis de base (proveniência, residência, idade, escolaridade e tipo de aprendizagem relativa aos

conhecimentos adquiridos);

Conhecimentos sobre a doença, atitudes e práticas desenvolvidas;

Contactos com doentes possuindo DTS/HIV/SIDA

Plantas utilizadas para os tratamentos;

Partes das plantas utilizadas e dosagens, entre outras variáveis.

Conhecimentos em relação aos critérios de melhoria do estado geral do doente (critérios utilizados)

Após a identificação das doenças tratadas pelos PMT´s fez-se a colheita das plantas utilizadas para o tratamento destas. Caso o total de plantas usadas para o preparado de uma um certo medicamento para a cura de uma doença não estivesse completo, a doença era anulada da amostra e consequentemente as plantas usadas na cura da mesma. Este critério foi utilizado devido ao facto de as plantas em falta se encontrarem em sítios inacessíveis ou muito distantes da área de estudo. Após a colheita, foi realizado o preechimento do inquérito referente a ficha etnomédica do questionário.

3.2.1. Selecção dos PMT’s

Durante a visita preliminar foram contactados em cada distrito o Presidente da Ametramo. Este por sua vez seleccionou os indivíduos que participaram das entrevistas. Alguns critérios foram recomendados para a selecção como sejam: experiência no tratamento de DTS, doenças diarréicas, doenças da pele, doenças pulmonares e outras associadas ao HIV/SIDA

3.3. Análise e Tratamento de Dados

Os dados foram analisados no programa estatístico Excel 2000. Foram determinadas frequências das diferentes variáveis numéricas e categóricas. A identificação das espécies medicinais, foi feita no herbário nacional - LMA (Instituto Nacional de Investigação Agronómica). Foi feita a confrontação dos dados obtidos com dados bibliográficos existentes a nível nacional e internacional.

4. ÉTICA

Os objectivos do trabalho foram apresentados e explicados antecipadamente a todos os PMT´s entrevistados, e, só após o seu consentimento, foram feitas as entrevistas, salvaguardando-se os aspectos de confidencialidade individual comunitária e cultural. Toda a informação recolhida com base nos informantes foi catalogada, todos os dados recolhidos e compilados e os materiais produzidos foram apresentados, avaliados e discutidos na comunidade. Em todos os locais de estudo cópias dos materiais finalizados foram colocados nas estruturas comunitárias e governamentais relevantes.

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5. RESULTADOS E DISCUSSÃO

Um total de 138 PMT`s foram entrevistados, 66 em Maputo e 72 em Gaza. Destes 57% são mulheres e 43% homens. A média de idade dos entrevistado é de cerca de 53 anos. A maioria dos praticaticantes são Nyamussoro1 com cerca de 91% e 71% em Maputo e Gaza respectivamente e em relação aos Nyangarrume2 e ervanários estes são em menor percentagem i.e., inferior a 30%. A maioria dos entrevistados, 83% e 84% em Maputo e Gaza respectivamente referiu exercer a actividade há mais de 10 anos denotando experiência nesta prática.

5.1. Doenças Tratadas pelos PMT´s

Os PMT´s entrevistados revelaram possuir experiência no tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA. Nas duas províncias foi feita uma listagem de doenças por estes tratadas tendo se obtido os seguintes resultados: Um total de 24 doenças e sintomas foram listadas na província de Maputo, enquanto que em Gaza foram 29. Destas, 18 foram mencionadas em ambas províncias tendo sido listadas outras 6 diferentes para Maputo e 11 para Gaza. Das doenças mencionadas em Maputo, destacam-se a Gonorreia (Xikandzameti), Tuberculose (Ndere, Nkohlolo ou Tindzaca), Dor abdominal (Kuvava ou kuluma ndzene), Diarreias (Kuhuda, Kutsutsuma, Kucheca ou kupurugara). Sífilis (Vuva ou Mbatata), Feridas (Xilondza), Corrimento (Ku humela nsila, Chilume, cododo), DTS (Mabadjwi ya massango), Vómitos (Kuhlantela, Nhongwa e Dgisso), Tosse (Mucuhluane, Kohlolela), Febres (Ku hissa muzimba, Dzedze, Phungulu), Aquecimento dos pés (N’daptswa), SIDA, Dores de cabeça (Kuvava nhloco), Linfogranuloma venereum (Mula, Ximuluana), Anemia (Anga hana ngati), Cólicas menstruais (Xilume) (Figura 5).

Doenças mencionadas na província de Maputo

0

5

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Figura 5: Doenças tratadas pelos PMT’s na Província de Maputo

1 Nyamussoro: Praticante de Medicina Tradicional que exerce a sua profissão pela força de espíritos. Antes de

tratar os seus doentes deve consultar os seus espíritos, para ver o que tem o doente e como trata-lo 2 Nyangarrume: Praticante de Medicina Tradicional que faz o tratamento ao doente sem no entanto ter que

consultar os espíritos. Este faz simplesmente a consulta por intermédio dos tinhlolos (pedras, conchas, moedas

e/ou ossadas). Conhece a doença e a planta para o tratamento específico. Este pode também ser considerado

ervanário

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Em Gaza as doenças que foram com maior frequência mencionadas e que também apresentam um grande número de especímens são: gonorreia, tuberculose, sífilis, dores abdominais, DTS, linfogranuloma venereum, infertilidade, diarreia, feridas, corrimento, reumatismo, borbulhas e epilepsia (Figura 6). Os nomes vernaculares quer em Maputo quer em Gaza são designados de igual modo diferindo na escrita onde temos o ronga em Maputo e o changana em Gaza.

Doenças mencionadas em Gaza

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15

20

25

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Gonorr

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Figura 6: Doenças tratadas pelos PMT’s na Província de Gaza

Como se pode observar, em ambas províncias a gonorreia, tuberculose, dor abdominal, sifilis, DTS e feridas são as doenças que foram mais mencionadas como sendo as mais tratadas. Este resultado pode ser indicativo de ocorrência de um elevado número de casos e consequentemente maior solicitação do seu tratamento junto aos PMTs. Comparativamente a província de Gaza, a diarreia foi mais mencionada na província de Maputo podendo se pressupor que esta tem maior incidência nesta última.

5.2. Plantas Registadas

Um total de 160 espécies de plantas medicinais usadas no tratamento das DTS e doenças oportunísticas associadas ao HIV/SIDA (anexo 1), foram identificadas e herbarizadas nas duas províncias sendo 82 espécies em Maputo das quais 44 espécies apenas usadas nesta província e 121 em Gaza das quais 83 apenas usadas nesta província. Do total de espécies identificadas nas duas províncias, 38 espécies são comuns (anexo 2) De cada espécie foram colhidas em média 4 exemplares. As colecções foram posteriormente colocadas nos herbaria no DPMMT-MISAU e na UP- Universidade Pedagógica – Maputo. A Terminalia sericea foi a mais mencionada pelos PMT´s. A figura 7 ilustra as 20 espécies mais mencionadas nas duas províncias, onde 60 destes afirmaram usar a mesma, seguida da Aloe marllothii (50), Bridelia cathartica (48), Aloe chaubadii (45), Ozoroa obovata (45) a Artabrotys brachypetalus e a Tabernaemontana elegans (34) PMT´s e por último a Tilacora funifera com (8). As restantes espécies foram mencionadas por menos PMT´s tendo algumas delas sido referidas apenas por um único PMT, como por exemplo Opuntia sp., Afzelia quazensis (anexo 1).

Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica

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Plantas

Plantas utilizadas nas Províncias de

Maputo e Gaza

Figura 7: Frequência das plantas mais mencionadas pelos PMTs para o tratamento de DTS e outras doenças associadas ao HIV/SIDA

Algumas espécies usadas no tratamento das doenças não se encontravam disponíveis na área onde foram realizadas as colheitas. Este facto contribuiu a exclusão de algumas doenças que os PMT’s afirmaram saber tratar e as respectivas plantas. Na Província de Maputo foram identificadas 83 diferentes espécies usadas no tratamento de 29 diferentes doenças relacionadas com as DTS/SIDA. No que se relaciona às plantas colhidas para o tratamento das DTS/SIDA há a destacar a Aloe marlothii, Aloe chabaudii, Tabernaemontana elegans, Terminalia sericea Euclea natalensis, Hypoxis hemerocallidea, Senna petersiana, Artabotris brachypetalus, Ozoroa obovata, Bridelia cathartica, Peltophorum africanum, Spirostachys africana, Phillanthus reticulatus que são plantas mais referidas, aplicadas no tratamento de várias doenças.(anexo III). Em Gaza, um total de 121 plantas correspondendo a cerca de 76% do universo de espécies registadas são utilizadas no tratamento de DTS/SIDA e outras doenças a ela associadas. Das plantas citadas pelos PMT’s para o tratamento das doenças, destacaram-se: A Bridelia cathartica (Thlanthangati Munuangati) que foi mencionada por 35 PMTs, Aloe chabaudii (Mangane ya yi tsngo), A. marlothii (Mangane ya yi kulo) e Euclea natalensis (Ntitane, Mulala Nkhitane) por 15, e as restantes foram mencionadas por um menor número de praticantes como por exemplo Hypoxis hemerocallidea (Chirangabua, Chirangaboana), Tabernaemontana elegans (Ncathlo), Turraea nilotica (Manjunguana, Nhamanjunguane), Ozoroa obovata (Ximafamafane, Xinungumafi Muthlambedzaka), Strychnos spinosa (Nsala, Massala), Cladostemon kirki (Mahukwa, Nhamurracuane), Kohautia sp. (Matchatchula), Terminalia sericea (Nkonola), Thylacium africanum

18

(Xitekelanhama, Xicotela), Phyllanthus reticulatus (Thethenha), Tilacora funifera (Chiwizila, Chiwozila, Cododo), Elephantorrhiza elephantina (Chengani, Xiwurrai) (anexo IV)

5.3. Plantas Usadas no Tratamento de Doenças Associadas ao SIDA

Para o tratamento das DTS/SIDA foram identificadas 160 plantas. A gonorreia e a tuberculose registaram o maior número de plantas enquanto que a SIDA, linfogranuloma e feridas e outras registaram menor número de espécies (tabela 1). Esta disparidade de espécies usadas também pode ser o reflexo da escolha e da disponibilidade da espécie na área Do total da amostra verificou-se que maior número de PMT’s possui grande prática no tratamento da gonorreia e tuberculose enquanto que os restantes, em menor número, revelaram experiência no tratamento da SIDA, linfogranuloma, feridas e outras (Anexo V).

Tabela 1: Plantas registadas por cada doença em cada uma das províncias

Doenças Maputo Gaza

Gonorreia 41 61

Tuberculose 41 49

Feridas 10 13

Sida 15 2

Diarreia 30 12

Dor de barriga 16 29

Sífilis 14 31

Linfogranuloma 2 20

5.3.1. Gonorreia

A Gonorreia (Xicandzameti ou Xicandzameto) na província de Maputo também foi a doença para a qual se colhera mais plantas, um total de 41 espécies destacando-se a Aloe marlothii (Mangani ya yi kulu) colhida por 25 PMTs, Aloe chabaudii (Mangani ya yi tsongo) (16) Tabernaemontana elegans (N’cahlo) (12) Bridelia cathartica (Thlanthlangati ou Balatangati) e Terminalia sericea com 11 colheitas seguindo-se depois a Euclea natalensis (Ntitane ou Mulala) com 8 colheitas, Hypoxis hemerocallidea (Chirangaboa ou Chirangaboane) Senna petersiana (Nembenembe) (6) Artabotrys brachypetalus (5) entre outros (Figura 8).

Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica

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Plantas para o tratamento da Gonorreia em Maputo

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Figura 8: Plantas usadas no tratamento da gonorreia pelos PMT’s na província de Maputo

Para o tratamento desta enfermidade, com maior frequência os PMT’s referiram-se ao método decoção das raízes e, em algumas vezes das folhas correspondendo 75,6%. 19,5% dos PMT’s inqueridos também preparam seus medicamentos mas, usando o método da Infusão. 4,9% referiram-se à maceração. A Gonorreia, localmente conhecida (Xicandzameti ou Xicandzameto) na província de Gaza é a doença para a qual se colheu um total de 61 espécies, destacando-se a Bridelia cathartica (Thlanthlangati ou Balatangati) que foi colhida por 15 PMTs colheitas estas em diferentes distritos da província seguindo-se depois a Aloe chabaudii (Mangani ya yi tsongo), Aloe marlothii (Mangani ya yi kulu), Euclea natalensis (Ntitane ou Mulala) estas com 7, Protasparagus falcatus (Kwangwalatilo) (6) Hypoxis sp. (Chirangaboa ou Chirangaboane) (5) Senna petersiana (Nembenembe) (5), Tabernaemontana elegans (N’cahlo) (4) entre outros (anexo III)

Plantas usadas no tratamento da Gonorreia em GAZA

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Plantas usadas

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Figura 9: Plantas usadas no tratamento da gonorreia pelos PMT’s na província de Gaza

20

Para o tratamento desta enfermidade, com maior frequência faz-se a decoção das raízes e, em algumas vezes das folhas. Também fazem-se chás por infusão. Raramente fora mencionada a maceração na preparação de medicamentos na base de plantas colhidas. Estas plantas são usadas singularmente ou misturadas com outras. Dos preparados registados, verificou-se que as misturas eram compostas por um número máximo de 8 diferentes plantas. Por exemplo a decoção de raízes de Bridelia cathartica, Tabernaemontana elegans, Anacardium occidentale, Mangifera indica, Clematis viridiflora, Ehretia nilotica, Turraea nilotica e Euclea natalensis que é usado no tratamento da Gonorreia. A Bridelia cathartica, Hypoxis sp. Phyllanthus reticulatus, Strychnos spinosa, Thylacium africanum, Cadaba natalensis, Ehretia obtusifolia, Kohautia sp., Heteromorpha trifoliata, Tilacora funifera, Elephantorrhiza elephantina, Catunaregam spinosa foram mencionadas como plantas que por si sós podem tratar a Gonorreia. As plantas são usadas sozinhas ou combinadas com outras. Dos preparados registados, as misturas máximas era composta por 7 diferentes plantas. Ex. a decoção de raízes de Ximenia americana; Bridelia cathartica, Phyllanthus reticulatus, Aloe marlothii, Aloe chabaudii, Terminalia sericea e Combretum molle. Para o tratamento desta doença em nenhum momento foi mencionado o uso duma única planta. A preparação mais referida na preparação de medicamentos para o tratamento da Gonorreia é a que junta 3 a 4 plantas.

Plantas referidas no tratamento da Gonorreia em Maputo e Gaza

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Gaza Maputo

Figura 10: Plantas usadas no tratamento da Gonorreia pelos PMT’s na província de Maputo e Gaza

A maioria dos PMT’s 45 em Gaza e 40 em Maputo disseram conhecer e tratar a gonorreia uma doença de transmissão sexual. Como se pode ver na figura 10 um total de 9 espécies de plantas são usadas em ambas províncias nomeadamente a Bridelia cathartica, Euclea natalensis, Aloe marlothii, Aloe chabaudii, Ozoroa obovata, Terminalia sericea, Tabernaemontana elegans, Hypoxis hemerocallidea e a Hypoxis sp. onde não se determinou a espécie.

A Bridelia cathartica de acordo com Hutchings et.al. (1996) é usada também pelos Zulus e no Zimbabwe (Gelfand et. al. 1985) para fins medicinais, contudo outros que não o tratamento da gonorreia. Apenas a espécie Bridelia micrantha, uma espécie próxima, é também utilizada no tratamento de doenças venéreas pelos

Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica

21

Vhavenda na Africa do Sul. Das bibliografias consultadas, Adjanohoun et.al. (1993), Mshana et.al. (2000) não foi encontrada esta espécie, mas sim a B. micrantha utilizada noutras doenças. Contudo esta não menção talvez se deve ao facto desta não ocorrer nesta região de Africa, o Gana e o Uganda. Relativamente à Swazilándia também não há registo desta espécie nas farmacopeias produzidas pela OUA.

No que concerne ao princípio activo Hutchings (1996) apenas refere para Bridelia cathartica diferentes compostos presentes na casca, tronco e folhas. Entre outras temos a Epifriedelinol, taraxerol, ácido gálico e elágico encontrados na casca e tronco e as folhas com anthocyanidina, delfinidina e ácido caféico. Esta espécie ocorre também em Moçambique contudo na área de estudo não foi colectada, é caracteristica do centro e norte do País.

Relativamente a Aloe chaubadii Hutchings et.al. (1996) não a menciona como tendo uso medicinal. Adjanohoun et.al. (1993), Mshana et.al. (2000) também não fazem referência a esta espécie. Gelfand et al. (1985) registou esta espécie mas não para o tratamento de Gonorreia. As espécies usadas no Zimbabwe para o efeito são a A. Globuligemma e A greatheadii.

Aloe marlothii é citado por Hutchings et.al. (1996) para outros fins e apenas a A. ferox é usada para o tratamento de DTS. Os outros autores consultados não fazem referência a mesma.

No que se relaciona à Euclea natalensis Hutchings et.al. (1996) registou também o uso desta espécies na RSA no tratamento de doenças venéreas. No Zimbabwe uma espécie diferente é utilizada no tratamento das DTS a Euclea crispa; Gelfand et al. (1985). Bibliografia referente a Uganda, Gana e Suazilândia não registaram a mesma. Os compostos químicos isolados entre outros são terpenóides pentacíclicos, o lupeol e betulin, naftaquinonas: o diospyrona, mamegakinona, diosindigo A. A Tabernaemontana elegans também não foi referida como usada para o tratamento de DTS incluíndo a gonorreia. Esta apenas é usada para dores no peito, e como séptico e para problemas pulmonares. Contudo esta está registada como tendo um efeito contra bactérias Gram-positivas e efeito moderado em Gram-negativas. Efeito anti-fúngico e anti-leveduras baixo Van Beek et. (1984a) citado por Hutchings et.al. (1996).

Ozoroa obovata não se registou o uso desta espécie para o tratamento de DTS no geral.

Terminalia sericea é também utilizada no Zimbabwe e Botswana no tratamento de desordens ginecológicas, doenças venéreas. Composição química taninos, polissacarídeos, triterpenoides, ácido serícico e sericosideo. Estes dois últimos componentes mostraram actividade anti-úlceras, anti-inflamatória e cicatrizante e são os mais abundantes nas raízes das plantas que se encontram em Moçambique.

No que se refere às outras espécies uma lista referente ao uso das espécies listadas no presente estudo noutros países, regiões foi produzida e anexada ( Anexo VIII).

5.3.2. Sífilis

Em Maputo foram indicadas 14 espécies no tratamento da Sífilis onde as mais mencionadas foram Aloe chabaudii, Aloe marlothii, Bridelia cathartica com frequência 4.5% correspondendo a 3 plantas colhidas seguindo-se a Spirostachys africana e Tabernaemontana elegans com frequência de 3% significando 2 PMT’s que se referiram a esta planta (figura 11)

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Plantas para o tratamento da sífilis em Maputo

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Figura 11: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Maputo

Para a preparação do medicamento contra a Sífilis em Maputo, predomina a decoção. Dos 68 PMT’s inqueridos em Maputo 5 para além de informarem saber tratar a Sífilis, conseguiram também localizar as plantas para o tratamento da mesma. Os 5 PMT’s referiram-se unicamente à decoção na preparação dos medicamentos. A Sífilis conhecida por (Vuva ou Mbatata) na Província de Gaza é uma das doenças também mais referidas. Para esta doença foram colhidas 31 diferentes espécies de plantas onde se destacam a Protasparagus falcatus (Kwangualatilo) e Bridelia cathartica com 5 plantas colhidas; Aloe chabaudii, Aloe marlothii, Aloe sp. Euclea natalensis (Ntitane, Mulala) com 4; Hugonia orientalis (Khungulamunti, Minta-Mhunti) e Terminalia sericea com 3 conforme ilustra a figura que se segue.

Plantas para o tratamento da sífilis em Gaza

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Figura 12: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Gaza

Em Gaza 16 PMT’s localizaram as plantas que diziam conhecer para tratar Mbatata ou Vuva. O método de extracção das substâncias activas contra a Sífilis indicada por quase todos os PMT’s foi a decoção excepto 1 que indicou a infusão. Um único PMT indicou 7 plantas no tratamento desta enfermidade que são a: Kedrostis sp., Aloe marlothii, Sansevieria sp., Hugonia orientalis, Spirostachys africana, Cladostemon kirkii, Thylacium africanum. A maior

Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica

23

parte indicou 4 a 5 espécies no tratamento da Sífilis. Dois PMT’s indicaram um tratamento possível com apenas 1 única planta: Tabernaemontana elegans, Plumbago zeylanica. Dos dados colhidos no tratamento da Sífilis registamos um número máximo de 8 plantas misturadas para o tratamento da doença: Grewia caffra, Bridelia cathartica, Abrus precatorius, Senna petersiana, Strychnos spinosa, Epinetrum spinosa Combretum molle, Tabernaemontana elegans. O número mínimo registado foi de 2 plantas: Hypoxis sp. e Aloe marlothii.

Plantas referidas no tratamento da Sífilis em Maputo e Gaza

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Gaza Maputo

Figura 13: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Maputo e Gaza

As plantas aqui referidas são no geral similares as usadas no tratamento da gonorreia. Notou-se que para o tratamento de DTS os PMT’s utilizam relativamente as mesmas espécies onde a Aloe chabaudii, Aloe marlothii, Bridelia cathartica estão sempre presentes nas duas províncias. Das plantas registadas no tratamento da sífilis se assumirmos que esta é uma DTS apenas a Euclea natalensis, Terminalia sericea são utilizadas para o efeito noutros países (ver gonorreia). A Spirostachys africana é usada na Swazilândia para tratar infertilidade. No Zimbabwe esta é também usada para fins medicinais contudo de forma diferente (Gelfand et al. 1985). Relativamente as espécies Bridelia cathartica, Aloe chabaudii, Aloe marlothii e Tabernaemontana elegans não se encontrou registos de seu uso para o tratamento de DTS. A Protasparagus falcatus não foi encontrado registos de seu uso para fins medicinais e sim mágicos. No que se relaciona a Hugonia orientalis também não se encontrou registos sobre o seu uso medicinal.

5.3.3. Linfogranuloma venereum

O linfogranuloma venereum (Mula) que é também uma DTS fora mencionada em Maputo e em Gaza. Em Maputo foi referida apenas por um PMT que indicou duas espécies. Em Gaza foram registadas 20 espécies usadas para o tratamento da linfogranuloma venereum (tabela 2).

Tabela 2: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da Linfogranuloma venereum

24

Província de Gaza Província de Maputo

Nº Ord

Nome da planta Nº de PMT’s

Nº Ord

Nome da planta Nº de PMT’s

1 Aloe chabaudii 3 1 Aloe chabaudii 1

2 Aloe marlothii 3 2 Terminalia sericea 1

3 Annona senegalensis 3

4 Senna petersiana 3

5 Bridelia cathartica 2

6 Sansevieria sp. 2

7 Terminalia sericea 2

8 Protasparagus falcatus 1

9 Capparis citrifolia 1

10 Cladostemon kirkii 1

11 Elephantorrhiza elephantina 1

12 Euphorbia trucalli 1

13 Hypoxis hemerocallidea 1

14 Opilia celtidifolia 1

15 Ozoroa obovata 1

16 Phyllanthus reticulatus 1

17 Sapium integerriinum 1

18 Senna occidentalis 1

19 Strychnos spinosa 1

20 Tabernaemontana elegans 1

5.3.4. SIDA

A SIDA é uma doença que foi também referida como sendo tratada. 4 PMTs em Maputo e 1 em Gaza disseram saber tratar a SIDA, melhorando o estado de saúde do doente. 15 espécies foram referidas em Maputo e 2 em Gaza. Dentre elas destacam-se a Senna petersiana, Strychnos spinosa e Terminalia sericea com 3, 2 e 2 menções respectivamente, enquanto que as restantes foram mencionadas uma só vez. A Hypoxis spp. é única espécie comum em ambas províncias (Tabela 3). O género Hypoxis foi muito referido tanto em Maputo como em Gaza para o tratamento de várias doenças, destacando-se as DTS no geral, o SIDA, a sífilis, a gonorreia, e as dores abdominais (anexo VI e VII). Resultados desta pesquisa revelaram que algumas espécies deste género sofrem pressão no campo particularmente a Hypoxis spp., devido à enorme demanda a que está sujeita. Este facto, sugeriu a que fosse feito um estudo particular deste caso o qual se encontra neste relatório, no anexo 2. De notar que a Hypoxis spp. é largamente difundida e usada na região no tratamento das DTS/SIDA. Neil (2001).sugere métodos de preparação simples e práticos.

Tabela 3: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento do SIDA

Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica

25

Província de Maputo Província de Gaza

Nº Ord

Nome da planta Nº de PMT’s

Nº Ord

Nome da planta Nº de PMT’s

1 Senna petersiana 3 1 Hypoxis sp. 1

2 Strychnos spinosa 2 2 Kohautia sp. 1

3 Terminalia sericea 2

4 Aloe sp. 1

5 Anacardium occidentale 1

6 Artabotrys brachypetalus 1

7 Bridelia cathartica 1

8 Combretum molle 1

9 Cucumis africanus 1

10 Gossypium herbaceum 1

11 Hypoxis sp. 1

12 Lannea discolor 1

13 Ozoroa obovata 1

14 Zanthoxylum sp. 1

15 Mangifera indica 1

A Gossypium herbaceum embora mencionada por apenas um PMT para o tratamento da SIDA, é referida por (Roger, 1996) em como protege a pele e desinflama os brônquios. O mesmo autor acrescenta que as folhas e flores são ricas em mucilagens e têm propriedades emolientes (calmantes da pele e mucosas inflamadas) e peitorais. A infusão de flores e folhas utiliza-se para amolecer as secreções e desinflamar as vias respiratórias, em caso de catarro brônquico. Também é útil no caso de desenteria ou de colite pelo seu efeito emoliente ou antiinflamatório sobre a mucosa intestinal.

5.3.5. Tuberculose

Na Província de Maputo 24 PMT’s colheram 41 plantas para o tratamento da tuberculose. Dentre as várias espécies colhidas destacam-se a Artabotrys brachypetalus colhida por 9 PMT’s, Ozoroa obovata (7) e Ziziphus mucronata (4).

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Plantas usadas no tratamento da tuberculose em Maputo

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Figura 14: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da Tuberculose na província de Maputo

Dos 24 PMT’s 60,7% para a preparação de seus medicamentos fazem a decoção, 32,1% são na base da infusão e o resto fazem-no na base da maceração. A maior parte destes PMT’s prepara os medicamentos para o tratamento da tuberculose misturando 2 a 3 plantas. Casos há em que só se usa 1 única planta como Securidaca longipedunculata ou Cladostemn kirki. Estes casos foram reportados por apenas 2 PMT’s. A mistura máxima de plantas para o tratamento da Tuberculose apresentada na província de Maputo foi de 6 plantas: Lannea discolor, Spirostachys africana, Passiflora edulis, Artabotrys brachypetalus, Opilia celtidifolia e Maerua sp. De um total de 80 plantas referidas para o tratamento da tuberculose em Maputo e Gaza, apenas 5 são de uso comum nas duas províncias correspondendo a 6,3% do total. Este facto pode ter origem na variação da vegetação e provavelmente na diferença de solos nas duas províncias (Figura 1 e 2). Embora algumas destas espécies ocorram nas duas províncias, a variação dos solos pode ditar uma composição química diferente, e por conseguinte, a presença ou ausência de determinados princípios activos na mesma espécie, facto que poderá determinar a utilização preferencial de determinadas espécies no tratamento de uma mesma doença. A Tuberculose (Ndere, Nkohlolo ou ainda Tindzaca) na província de Gaza foi a segunda doença mais referida. Para esta doença foram colhidas 49 diferentes espécies destacando-se a Artabotrys brachypetalus (Ntita) com 12 plantas colhidas seguindo-se a Ozoroa obovata (Ximafamafane, Xinungumafi ou Xifitho) com 9 Bridelia cathartica e Senna petersiana (6), Tabernaemontana elegans (6), Cardiogyne africana (M’pumbula, M’pumbulu) (4) Strychnos spinosa (Nsala) (4) correspondendo às frequências ilustradas pela figura 15.

Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica

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Plantas para o tratamento da tuberculose em Gaza

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Figura 15: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da tuberculose na província de Gaza

Dos dados colhidos no tratamento da tuberculose indicaram que o número máximo de plantas misturadas para o preparado de medicamento usado para o tratamento desta doença eram 7. Como exemplo é o preparado em que se misturam a Ziziphus mucronata, Maerua nervosa, Thylacium africanum, Ehretia obtusifolia, Balanites maughamii, Strychnos spinosa, Kedrostis sp.. O tratamento da tuberculose também é feito apenas por uma planta; tal é o caso da Phyllanthus reticulatus, Bridelia cathartica, Ozoroa obovata, Artabotrys brachypetalus, Senna petersiana, Grewia flavescens, Lannea sp. e Cadaba natalensis. Para a preparação do medicamento contra a tuberculose em Gaza, predomina a decoção. Cerca de 71% das plantas colhidas são utilizadas na forma de decoto. 12,2% como infusão e outros 12,2% diz-se que as raízes são queimadas onde o fumo é inalado, como também as cinzas são utilizadas para adicionar à papas de milho e depois comidas. A Artabotrys brachypetalus, a mais referida na cura de tuberculose em ambas províncias, é referida por Jansen & Mendes (1983) como sendo de grande aplicação medicinal, nomeadamente na cura de cefaleas, dores abdominais, parasitoses, reumatismo, febres, esterilidade femenina, palpitações e ainda, dores articulares, febres, e tosse, sintomas típicos da tuberculose. A Ziziphus mucronata usada nas duas províncias, embora com poucas mencões, 2 em Gaza e 4 em Maputo (Anexos VI e VII), é referida por Van Wyk et. Al. (1997), como sendo usada a infusão da casca, algumas vezes adicionada a raízes ou folhas desta mesma espécie na África Oriental para o tratamento da tosse, e como expectorante.

28

Plantas para o tratamento da Tuberculose em Maputo e Gaza

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Figura 16: Plantas usadas s pelos PMT's no tratamento da tuberculose nas províncias de Maputo e Gaza

5.3.6. Dores Abdominais

Em Maputo, 12 PMT’s indicaram 16 espécies usadas no tratamento de dores abdominais. As mais mencionadas foram Terminalia sericeaa 5 espécies em seguida foi a Clerodendrum glabrum, Lannea discolor, Strychnos spinosa e Zanthoxylum sp. com 2 plantas (anexo III).

Plantas para o tratamento da Dor Abdominal em Maputo

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Terminalia

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Clerodendrum

glabrum

Lannea discolor Strychnos

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Figura 17: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo no tratamento da dor abdominal

No que respeita aos preparados 5 PMT´s referiram tratar a doença usando apenas 1 única planta: Tabernaemontana elegans, Terminalia sericea, Portulaca oleracea, Rhoicissus revoilli, 3 referiram utilizar 3 plantas enquanto que 2 utilizam 4 plantas e os restantes 2 usam 2 diferentes espécies. Na província de Gaza 19 PMT’s localizaram plantas usadas no tratamento das dores abdominais cujos nomes locais são: ndzene, kuluma ndzene, kuvavisa ndzene.

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29

Foram colhidas 28 espécies de plantas onde se destacam a Tabernaemontana elegans (Ncahlo) com 5 plantas colhidas; Adenia gumifera (Rangaturana, Mwarrupi), Aloe marlothii, Elephantorrhiza elephantina (Xiwurrai, Chengani), Eucmis sp. (Xinhualane xa kwati, Xiwizila), Maytenus senegalensis (Xitlangwa), Senna petersiana, Strychnos spinosa, Turraea nilotica (Manjunguana), e Vernonia colorata (Nhathelo) com 2 conforme ilustra a figura 18

Plantas para o tratamento da dor abdominal em Gaza

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Plantas

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Figura 18: Plantas usadas pelos PMT's da província de Gaza no tratamento da dor abdominal

O método de preparação indicado por quase todos os PMT’s foi a decoção exceptuando um que indicou a Infusão. Um número máximo de 5 plantas foi indicado por um único PMT para o tratamento desta enfermidade, nomeadamente: Turraea Nilotica, Phillanthus reticulatus, Deinbolia oblongifolia, Senna petersiana, Tilacora funifera. A maior parte dos PMT’s apresentaram um tratamento com apenas 2 espécies. Quatro PMT’s indicaram um tratamento possível com apenas 1 única espécie sendo elas: Elephantorrhiza elephantina, Tabernaemontana elegans, Acanthospermum hispidium ou Maerua angolensis.

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Plantas referidas no tratamento das Dores Abdominais

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Figura 19: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo e Gaza no tratamento da dor abdominal

A Tabernaemontana elegans, é também usada pelos Tswanas como medicamento para distúrbios estomacais (van Wyk et. al. 1997). Van Beek et al (1984a), citado por Hutchings et.al. (1996), refere que a planta possui uma forte actividade contra bactérias gram-positivas e moderada contra bactérias gram- negativas, com uma pequena actividade anti-fermentativa e antifúngica. De acordo com Jansen & Mendes (1991) a raíz de Terminalia sericea é usada na África Austral e oriental, em Moçambique e no Quénia, para o tratamento de dores abdominais. Verifica-se que em ambas províncias, só a Strychnos spinosa é usada para o tratamento de dores abdominais. Salientar que a abundância e disponibilidade desta espécie em ambas províncias pode ser a causa desta preferência. No que respeita aos princípios activos e toxicidade, Githens, 1948 citado por Jansen e Mendes (1991) refere que a madeira da Terminalia sericea contém taninos, contudo, Verdcourt et al. 1969, citado por Jansen e Mendes 1991, afirma que testes de toxicidade efectuados na Tanzania mostraram-se negativos.

5.3.7. Diarreia

No tratamento da diarreia apenas a Terminalia sericea registou um número elevado de uso em ambas províncias, onde na província de Maputo cerca de 40% destes usa esta espécie.

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Plantas para o tratamento da diarreia em Maputo

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Figura 20: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo no tratamento da diarreia

Esta é também usada para a diarreia, acalmar as cólicas e para desordens gástricas em geral no Zimbabwe e Botswana (Gelfand et al. 1985). De notar que a província de Maputo registou um grande leque de plantas utilizadas no combate as diarreias entre elas a Peltophorum africanum, Combretum molle são usadas para o mesmo fins no Zimbabwe (Gelfand et al. 1985), e a Sclerocarrya birrea na Africa do Sul, esta espécie em termos de compostos quimícos possui taninos e traços de alcalóides (Hutchings et.al. 1996). A Ximenia americana é também usada na Tanzania para tratar a diarreia. A casca desta espécie originária Sudão registou a presença de taninos, não há resgito da presença deste composto nas colhidas a Sul de Africa.

Plantas para o tratamento da Diarreia em Maputo e Gaza

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Plantas usadas

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Figura 21: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo e Gaza no tratamento da diarreia

A Euclea natalensis de acordo com Hutchings et.al. (1996) é utilizada para tratar disturbios gástricos no geral. Por outro lado no respeitante a Ozoroa obovata as suas raízes são utilizadas no tratamento da disenteria uma forma de diarreia a Spirostachys africana por sua vez é também usada pelos Vhavenda na Africa do sul no tratamento da diarreia, disenteria e dores de estômago, relativamente a sua composição química foi identificada a exoecarina. Relativamente a Tabernaemontana elegans é usada para outros fins como problemas no peito e pulmões (Hutchings et.al. 1996). Esta não é referida em outras regiões para este efeito.

5.3.8. Feridas

Em Maputo, 8 PMT´s referiram usar 13 plantas para o tratamento de feridas enquanto que em em Gaza, 9 PMT´s referiram utilizar 10 plantas. Dentre estas apenas a Hypoxis hemerocallidea é comum. As mais citadas em Maputo foram: Combretum molle (3), Phyllanthus reticulatus e Ozoroa obovata (2). Para a província de Gaza Cyphostema sp (4) Hypoxis hemerocallidea (3) e Euclea natalensis (2) (Tabela 4).

32

Tabela 4: Plantas mencionadas para o tratamento de feridas nas províncias de estudo

Província de Gaza Província de Maputo

Nº Ord

Nome da planta Nº de PMT’s

Nº Ord

Nome da planta Nº de PMT’s

1 Combretum molle 3 1 Cyphostemma sp. 4

2 Ozoroa obovata 2 2 Hypoxis hemerocallidea 3

3 Phyllanthus reticulatus 2 3 Euclea natalensis 2

4 Bridelia cathartica 1 4 Aloe chabaudii 1

5 Capparis brassii 1 5 Aloe marlothii 1

6 Hypoxis hemerocallidea 1 6 Annona senegalensis 1

7 Smilax kraussiana 1 7 Cadaba sp. 1

8 Strychnos spinosa 1 8 Cladostemon kirkii 1

9 Dodonaea viscisa 1 9 Cucumis myriocarpus 1

10 Margaritaria discolor 1 10 Sclerocarya birrea 1

11 Synaptolepis kirkii 1

12 Terminalia sericea 1

13 Triunfetta pentandra 1

Jansen & Mendes (1991) refere o uso na áfrica Austral de folhas frescas ou secas, humedecidas de Combretum molle, sobre as feridas como pensos. O mesmo autor, refere ainda o uso de raízes na África Austral e Oriental como pensos.

5.3.9. Doenças pouco referidas pelos PMT’s

Existem outras doenças pouco mencionadas ou mencionadas apenas numa única Província por um único PMT onde o número de espécies por doença não passam de 4. São como exemplo disso as constantes na tabela 5.

Tabela 5: Lista de doenças e plantas pouco mencionadas pelos PMT’s nas províncias em estudo

Nome da doença Nome da planta Província da

colheita Nº de PMT’s

Prisão de ventre Hypoxis hemerocallidea Maputo 1

Malária Gossypium herbaceum Vangueria infausta

Maputo 1

1

Cólicas menstruais Abrus precatorius Strychnos spinosa Tabernaemontana elegans

Maputo 2

1

1

Recém nascidos raquiticos Anacardium occidentale Mangifera indica Ozoroa sp. Salacia kraussii

Maputo 1

1

1

1

Asma Salacia kraussii Maputo 1

Cólera Terminalia phanerophlebia Maputo 1

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33

Hemorragia Albizia petersiana Securidaca longipedunculata

Maputo

1

1

Dores do útero Rhoicissus revoilii Maputo 1

Aquecimento dos pés Artabotrys brachypetalus Ricinus communis

Gaza 2

1

Aloe chabaudii Aloe marlothii Spirostachys africana

Maputo 1

1

1

Evitar vomitar sangue Kohautia sp. Gaza 1

Impotência sexual Heteromorpha trifoliata Strophanthus petersianus

Gaza 1 1

Enxaqueca Strychnos madagascariensis Maputo 1

Inchaço do corpo Kohautia sp. Gaza 1

Ameaça de aborto Ziziphus mucronata Gaza 1

Diarreia sanguinolenta Combretum molle Dodonaea viscosa

Gaza 1 1

Falta de apetite Phyllanthus reticulatus Gaza 1

Artabotrys brachypetalus Cladostemon kirkii

Maputo 1 1

Furúnculos Clematis viridiflora Gaza 1

Grewia caffra Maputo 1

Dermatite Plumbago zeylanica Gaza 1

Úlceras Terminalia sericea Gaza 1

Hidrocelo Aloe chabaudii Bridelia cathartica Sansevieria sp

Gaza 1

Anemia Ozoroa obovata Rhoicissus revoilii

Gaza 1 1

Rhoicissus revoilii Maputo 1

Borbulhas Securidaca longipedunc Maputo 1

Albizia versicolor Cyphostemma congestum Elephantorrhiza elephantina Tephrosia bracteolata

Gaza 1 1 1 1

Reumatismo Cladostemon kirkii Maputo 1

Adenia gummifera Cladostemon kirkii Opilia celtidifolia Turraea nilotica

Gaza 1 1 1 1

Tosse Psidium guajava Walteria indica

Gaza 1 1

Artabotrys brachypetalus Ehretia amoena Ozoroa obovata Senna petersiana

Maputo 2 1 1 1

Dores de cabeça Tilacora funifera Gaza 1

34

Crotolaria monteiroi Catunaregam spinosa Cladostemon kirkii Ozoroa obovata Securidaca longipedunculata

Maputo 2 1 1 1 1

Epilepsia Allophylus sp Ornithogalum tenuifolium Senna petersiana Terminalia sericea Thylacium africanum

Gaza 1 1 1 1 1

Resultados da pesquisa bibliográfica indicam que vários países usam algumas das plantas identificadas nesta pesquisa, para o tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA. Por exemplo a Terminalia sericea.é muito usada na África Austral e Oriental, no Zimbabwe, Botswana, RSA, Tanzania, Quénia, Malawi, Angola, para o tratamento da sífilis, doenças toráxicas, diarreias, reumatismo, disenteria, dores abdominais, doenças venéreas, desordens gástricas, estomacais e ginecológicas, fraqueza geral, feridas. (tabela VIII) Dados resultantes desta pesquisa no campo, revelam que os PMT’s de Maputo e Gaza também utilizam a Terminalia sericea no tratamento da diarreia, dor abdominal, gonorreia feridas linfogranuloma, úlceras tuberculose bem como para a sífilis A Strychnos spinosa usada na RSA, Zimbabwe para o tratamento de feridas sifílicas disenteria, dores abdominais, gonorreia e febres é também usada como emético. Os PMT’s em Maputo e Gaza, usam igualmente esta planta para o tratamento de dores abdominais, gonorreia, linfogranuloma, tuberculose bem como feridas. Este estudo bibliográfico também mostrou que estas plantas possuem alguns componentes químicos com princípios activos tais como:alcalóides, taninos, glicosídeos, quinonas, terpenoóides e outros. (tabela IX). Por exemplo: A Terminalia sericea contém ácido serícico e sericosideo que tem actividades anticolagénicas, antiinflamatórias e cicratizantes. Estas substâncias também mostraram, actividade anti-úlcera. A Carica papaya contém glicosídeos: carposida e caricina, sendo a caricina com propriedades antibióticas. Contém também papaína, que é uma enzima proteolítica que ajuda a digestão de proteínas, e tem propriedades antihelmínticas e o alcalóide carpaína que é uma subastância amoebicida. A casca, folha e outras partes da Mangifera indica, contêm ácido tânico (tanino). Esta substância já foi utilizada na medecina alopática no tratamento à diarreia.

5.4. Preparação de Medicamentos

5.4.1. Partes mais usadas na preparação de medicamentos

Raízes e folhas são as partes mais usadas pelos PMT’s na preparação dos medicamentos. No total de plantas identificadas foi registada uma utilização na ordem de: 65% raízes, 24.9% folhas, 5.5% bolbo e tubérculo e 4.2% casca do caule para a preparação de medicamentos usados na cura das doenças referidas neste estudo. Flores, frutos e sementes não foram citados em ambas províncias.

5.4.2. Formas de preparação de medicamentos

Os preparados mais comuns no tratamento das doenças mencionadas em ambas províncias foram a decoção, a infusão, a maceração, o bafo que inclui os banhos a vapor e a inalação, e ainda os pachos quentes.

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35

A pesquisa revelou que a maior parte dos PMTs que usa partes duras das plantas tais como raízes caules rizomas e casca, aplica largamente o método de decoção Enquanto que para as folhas, parte mais delicadas, usam mais a infusão. Este resultado está de acordo com pesquisas realizadas por Roger (1996), o qual refere que a decoção é considerada um óptimo método para a obtenção de princípios activos das das partes duras da planta, através da fervura destas. Este autor acrescenta que, a infusão permite a extracção de grande parte de substâncias activas com pouca alteração da sua estrutura química, e portanto conservando o máximo das propriedades da planta, enquanto que a maceração é recomendável para partes de plantas cujos princípios activos podem destruir-se com o calor e para plantas muito ricas em taninos, por forma a reduzir o sabor amargo causado por estes, em caso de infusão.

5.4 3. Dosagem aplicada ao doente

Verificou-se que os PMT’s doseam os medicamentos administrados aos seus pacientes, que variam de acordo com o tipo, gravidade da doença e idade. No entanto nota-se a falta de rigor no concernete às concentrações do medicamento produzido. Por exemplo para a produção de um decoto, com a mesma quantidade de raízes encontrou-se uma grande variabilidade na quantidade de água e de tempo de fervura do decoto.

5.5. Critérios de Cura

No que diz respeito a este item, os resultados da entrevista revelaram existirem 3 critérios usados pelos PMT´s para avaliar o estado de melhoria ou cura dos seus doentes, nomeadamente:

O doente revela o seu estado de saúde;O PMT observa os sintomas no doente;

O PMT consulta os “tinhlolo3”.

6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

6.1. Conclusões

As doenças associadas ao HIV/SIDA mais tratadas pelos PMTs a nível de Maputo são: gonorreia, diarreia, tuberculose e dor abdominal enquanto que em Gaza são: gonorreia, tuberculose, dor abdominal, sifilis e DTS no geral. A Terminalia sericea, Aloe marlothii, Bridelia cathartica, Aloe Chabaudii e Ozoroa obovata são plantas largamente usadas para o tratamento de HIV/SIDA e doenças a ela associadas. As partes mais usadas das plantas para o tratamento de doenças são as raízes seguidas de folhas, casca, tubérculos. Os métodos mais usados para o tratamento das doenças são a decoção, seguida da infusão e maceração. O PMT para avaliar a cura do seu paciente, limita-se a auscultar o seu doente, sendo que outros observam-no e outros ainda consultam os “tinhlolos”. Cinco PMT’s referiram saber curar SIDA e mencionaram 15 espécies de plantas usadas na cura desta. A maioria das plantas usadas opelos PMT’s em Maputo e Gaza são igualmente usadas pela medicina tradional em outros países sobretudo em África. Parte das plantas usadas pelos PMT’s na área de estudo tem os componentes químicos e seus princípios activos identificados

3 Tinhlolos: Conchas, pedras, ossículos e moedas usadas na prática divinatória

36

6.2. Recomendações

Recomenda-se a continuidade deste estudo no sentido de:

Identificar, inventariar e quantificar as áreas de ocorrência de espécies medicinais usadas pelos PMT’s no tratamento das DTS/SIDA

Identificar os princípios activos das plantas referidas como sendo usadas na cura de DTS/HIV/SIDA.

Realizar campos de cultivo experimentais, de espécies de fácil propargação com actividades terapêuticas reconhecidas, cujos princípios activos já foram identificadas tais como a Hipoxis spp, Aloe spp, Cladostemon kirkii, Cucumis sp. e Kedrostis sp.

Utilizar o manancial de dados obtidos neste estudo nomeadamente: doenças, plantas usadas para o tratamento das doenças, local de ocorrência das plantas, descrição botânica e modo de preparação do medicamento, permitem a elaboracão de uma farmacopeia Este material, a ser divulgado, servirá de guião de utilização das plantas medicinais

As espécies fruteiras nomeadamente Anacardium occidentale, Mangifera indica, Musa sp. Carica papaya, Psidium guajava e a Passiflora edulis para além do seu efeito medicinal possuem larga importância alimentar, pelo que é de sugerir que cada PMT, utilizador desta se preocupe em propagá-las em seu quintal. Que sejam acompanhados os PMT’s que referiram tratar a SIDA de forma a comprovar os resultados dessa prática. Fazer estudos no sentido de determinar as concentrações eficazes, o tempo médio de fervura que garantam a produção de um medicamento eficaz bem como as condições de conservação. Tendo em conta que algumas espécies como Hypoxis sp. e Aloe sp., estão sofrendo uma maior demanda, propõe-se que sejam desenvolvidos programas de aconselhamento e educação ambiental, visando a sensibilização para o uso sustentável das plantas medicinais.

7. LIMITAÇÕES DO ESTUDO

A não ocorrência de espécies usadas para o tratamento de uma determinada doença nas zonas de colheita mais próximas da área de estudo fez com que algumas doenças fossem excluidas da amostra, uma vez que não haveria matéria para estudo. Nalguns instantes, houve relutância por parte dos PMT´s em transmitir as suas experiências, com receio que lhes sejam extorquidos os seus conhecimentos e clientes.

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8. GLOSSÁRIO

Gonorreia - (Xicandzamenti) Dôr ao urinar, com corrimento esbranquiçado, acompanhadas de dôr abdominal. Referem os PMTs entrevistados que, quando o homen tem este problema não consegue esconder porque tem muita dôr e isto faz com que ele procure de imediato um tratamento, ao contrário do que acontece com as mulheres que suportam as dores por muito tempo e isto faz com que estas escodam a doença por muito tempo. A mãe grávida pode contaminar a criança e esta nasce com os olhos cheios de sujidade. Sífilis - (Mbatata/Buva/Vuva) Feridas nos genitais tanto no homem como na mulher, dôr ao urinar. A criança que nasce de uma mãe contaminada, pode ficar com a pele descascada….. Linfogranuloma venereum - (Mula) Inchaço nas virilhas e quando o doente não se trata atempadamente, as feridas rebentam e deitam pús. Estas doenças acima referidas segundo os PMTs, todas elas contrem-se através de relações sexuais com uma pessoa infectada. Tuberculose - Nderre/Nkohlola/Tindzaca) Tosse, acompanhada de emagrecimento, cabelos descorados e fracos, fraqueza e falta de apetite assim como de sangue. Quando o odente está grave vomita sangue. Esta doença segundo os PMTs contrai-se através de relações sexuais. A causa desta doença é transgressão de regras sociais e estas interpretam-se como sendo: Por falta de cumprimento de cerimónias tradicionais quando existe um falecimento na casa; Quando uma mulher mantém relações sexuais enquanto está menstruada; Quando uma mulher mantém relações sexuais depois de um aborto recente e não cumpre com o período

estipulado pela tradição. Segundo este grupo o tratamento só é feito pela medicina tradicional porque as causa são de carárcter tradicional. Corrimento – (Kuhuma n’sila ) Corrimento esbranquiçado ou amarelado na mulher. Dor abdominal - (Kuvavissa Ndzene/Kuluma ndzene) Dôr abdominal que pode ter causas tais como: Doença de Transmissão Sexual, Diarreia e por causa menstrual que se denomina de Xilume, Diarreia (Kupurgara/Tcheca/Kuhuda/Kupandza/Kutchatcha/Kutsutsuma) Fezes líquidas que se repetem com frequência e são acompanhadas por dores abdominais e tem como causa ingestão de alimentos estragados, falta de higiene, consumo de água suja. Feridas - (Xilondza) Feridas que se localizam principalmente nos pés, dentro do abdómem quando o doente tem Doneça de Transmissão Sexual (DTS).

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Infusão O procedimento ideal para obter tisanas das partes delicadas das plantas: folhas, flores, sumidade e caules tenros. Com a infusão extrai-se uma grande parte de substâncias activas com muito pouca alteração da sua estrutura química, e portanto conservando-se o máximo das propriedades. Técnica de preparação 1 – Colocar as partes a usar (folhas flores etc.) num recipiente de porcelana, barro cozido, vidro ou material semelhante que resista bem a acção súbita do calor. As partes das plantas podem estar soltas dentro do recipiente ou então juntas num coador para infusões que se coloca dentro do recipiente. 2 – escaldão: verter a água de ferver sobre as plantas na proporção adequada. 3 – Tapar o recipente e esperar certo tempo para dar lugar que se produza a extracção dos princípios activos. Normalmente bastam 5 a 10 minutos. Quanto mais espessas ou duras forem as partes da planta utilizada, tanto mais tempo será necessário para a sua extração 4 – filtração: coar as plantas passando o líquido por um coador. Caso se tenha colocado previamente as plantas num coador é só levantar o coador. E deixar escorrer o líquido. Conservação Geralmente as infusões podem conservar-se durante cerca de 12 horas . Preparam-se logo de manha e vão se tomando ao longo do dia. Podem ser aquecidas mas sem chegar a ferrver. Não é aconselhável guarda-las no frigorífico. Não se deveriam tomar infusões que tenham sido preparadas com mais de 24 horas de antecedência. Decoção A decoção utiliza-se para preparar tisanas à base de partes duras das plantas (raízes, rizomas, cascas, sememnte) que precisam de ser mantidaos em ebulição para libertar os seus princípios activos. A decoção apresenta um inconviniente de que alguns dos seus princípios activos podem degradar-se pela acção prolongada do calor. Técnica: 1 – colocação: colocar o produto num recipiente adeqaudo com a proporção de água requerida 2- Cocção: Ferver durante 3 a 15 minutos em lume brando 3 – Deixar repousar alguns minutos 4- Filtrar com coador Conservação das decoções Dado terem sido fervidas, as decções conservam-se durante mais tempo do que as infusões, especialmente se forem guardadas no frigorífico. Podem utilizar-se durante vários dias se bem que não convenha deixar passar mais de uma semana Maceração Consiste na extração dos princípios activos de uma planta ou parte dela à temperatura ambiente utilizando a água como dissolvente. Trata-se simplesmente de pôr de molho tão bem trituradas quanto possível as partes das plantas a utilizar. A maceração é um método prferível para os seguintes casos: Plantas cujos princípios activos de distruam com o calor. Plantas muito ricas em taninos. Quando se toma por via oral, um excesso de taninos dá a infusão um gosto

amargo ou áspero. A maceração tem a vantagem de extrair a maior parte dos princípios activos, deixando os taninos na planta.

Técnica de maceração 1 – Colocar as partes a utilizar com a proporçãao de água requerida (à temperatura ambiente), num recipeiente opaco que não deixe passar a luz

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2 – Deixar repousar num lugar fresco ao abrigo do sol remexer de vez em quando. 3 – Se a maceração for de partes moles (folhas flores etc.)bastam 12 horas. Quando se trate de partes duras (raízes, cascas, sementes, etc.) tem de esperar 24 horas. Tempos mais longos podem dar origem a fermentação ou aparecimento de bolor. 4 – filtrar com um coador 5 – o líquido resultante da maceração pode ser aquecido antes de se tomar. As macerações podem conservar-se durante bastante tempo (até um mês) especialmente quando o líquido extractor utilizado como dissolvente for azeite ou álcool no lugar da água. Banhos de vapor Aplicam-se sobre a cabeça, tórax ou todo o corpo. Técnica 1- Colocar uma panela de água a ferver com plantas ou essências a utilizar em cima de um banco. A

panela deve estar tapada. Em vez de plantas podem-se juntar duas ou 3 gotas de óleo essencial. 2 – O doente senta-se numa cadeira e cobre-se com uma toalha grande ou lençol de forma a que não se escape o vapor. 3 – Destapar progressivamente a panela para deixar sair o vapor. 4 –A aplicação dura 10-15 minutos até que deixe de sair o vapor. 5 – Convém terminar com uma fricção de água fria ou álcool sobre a zona que esteve exposta ao vapor.

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9. BIBLIOGRAFIA

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10. ANEXOS

10.1. ANEXO 1

I. Lista total das espécies usadas no tratamento das DTS/SIDA e doenças associadas

Nº de ordem

Nome científico

Nome vernacular

Freq

1 Terminalia sericea Nkonola 60

2 Aloe marlothii Mangane ya yi kulu 50

3 Bridelia cathartica Thlanthlangati 48

4 Aloe chabaudii Mangane ya yi tsongo 45

5 Ozoroa obovata Chimafamafane 45

6 Artabotrys brachypetalus Ntita, Tchandjawa, Tchaera 34

7 Tabernaemontana elegans Ncahlo 34

8 Senna petersiana Nembenembe 29

9 Hypoxis hemerocallidea Chirangaboana 22

10 Euclea natalensis Ntitane, Mulala 21

11 Combretum molle Xiwondzwana, Xicucutsi 18

12 Strychnos spinosa Nsala 17

13 Cladostemon kirkii Nhamurricuane, Mahukwa 13

14 Phyllanthus reticulatus Thethenha 13

15 Hypoxis sp. Chirangaboana 13

16 Ziziphus mucronata M'passamala, Phafa 13

17 Peltophorum africanum Maxuvana, Mphungancomo 11

18 Anacardium occidentale Ncanju, Cajú 10

19 Thylacium africanum Nxhekelanhama, Xikotela 10

20 Lannea discolor Xiumbucanhane 9

21 Turraea nilotica Manjunguana 9

22 Strophanthus petersianus Nhantsulane, Mphengulo, Fuxankhuzi 8

23 Spirostachys africana Xilangamahlu, Badua, Libando 8

24 Tilacora funifera Chiwizula, Cododo, Ngwelane 8

25 Elephantorrhiza elephantina Xiwurrai, Chengani 8

26 Kohautia sp. Matchachule, Nhaulane 8

27 Mangifera indica Mangue, Manga 7

28 Sansevieria sp. Chikwenga ya kwati 7

29 Abrus precatorius Sissane, Chichumbala 7

30 Gossypium herbaceum Thondge ya kwati 7

31 Ximenia americana

Tunduluca, Thlathlangate wa mutsongo, Tsenguele 7

32 Cyphostemma sp. Mahlanptswana 7

33 Rhoicissus revoilii Thualissangati, Phessa, Pensane 7

34 Rhus natalensis Xhumulasole, Chingatangatana 6

35 Sclerocarya birrea Ncanhu, Ncanhe 6

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36 Annona senegalensis Rompha 6

37 Terminalia phanerophlebia Nkonola 6

38 Cassytha filiformis

Landzalate, Dingamukhangueni, Hule, Liendzaendza 6

39 Olax dissitiflora Nhamhuntane, Kucondzomuntani 6

40 Securidaca longipedunculata Mudlhandlhovo/Lhambo 6

41 Securidaca virosa Hlangahume 6

42 Vangueria infausta Mphilwa, Maphilo 6

43 Ehretia obtusifolia Ponwane, N'kheya, 5

44 Capparis tomentosa Khawa, Nkau 5

45 Maerua nervosa Zive-Zive, Tindzavelamice 5

46 Carica papaya Papaia, Mpai-pai 5

47 Combretum sp. Fufu, Xiwonzuane, Nhathelo 5

48 Casearia gladiformis Nhamunhocuane 5

49 Hugonia orientalis Khungulamunti, Minta-Mhunti 5

50 Protasparagus falcatus kwangwalatilo 5

51 Crotolaria monteiroi

Ntshuelambangui, Xitsekessa, Mudlhanfundlha 5

52 Cardiogyne africana M'pumbula, Npumbulu 5

53 Ochna natalitia

Mathlanganisso, Chinderanderana, Gugugu 5

54 Zanthoxylum sp. Munungwana 5

55 Grewia caffra Ntchiwana 5

56 Aloe sp. Mangani 4

57 Rhus sp. Macanjuira, Xhumulasole 4

58 Vernonia colorata Nhathelo 4

59 Maerua angolensis Zive-Zive 4

60 Cucumis sp. Dema, Mathema 4

61 Kedrostis sp. Dema la kupshuka 4

62 Albizia versicolor Muvangase, mbeixo 4

63 Ornithogalum tenuifolium Khonwa 4

64 Strychnos madagascariensis M'cuacua 4

65 Opilia celtidifolia Pambavangoma, Vutha, Maguthu 4

66 Catunaregam spinosa Xirole 4

67 Grewia flavescens Ntchiwana 4

68 Clerodendrum glabrum Phembo, Pechacuado, Vumbanhe 4

69 Ehretia amoena N'theya, Pomoana, Chimondzwane 3

70 Cadaba sp. Dudumunhame, Nongonoko 3

71 Maytenus heterophylla Xitlangwa 3

72 Maytenus senegalensis Xitlangwa 3

73 Salacia kraussii Matswincha, Mbobo 3

74 Garcinia livingstonei Himbe 3

75 Cucumis africanus Chiracarane, N'thema 3

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76 Dioscorea sp. Chimuambamuambane 3

77 Mondulea sericea Mutsama N'tete, Xinkonolana 3

78 Musa sp. Tsengue 3

79 Clematis viridiflora Mukhokha, Xikhizamelo 3

80 Dodonaea viscosa Tchotila 3

81 Lannea sp. Xibhomboncanhi 2

82 Ozoroa sp. Xifitloko 2

83 Heteromorpha trifoliata Ntsumbulane 2

84 Acanthospermum hispidium Chinamane, Xiwurrai 2

85 Commiphora schlechteri Xicanhacanhane 2

86 Schotia brachypetala Vovovo 2

87 Cadaba natalensis T'chissa, Tsatatane 2

88 Maerua sp. Mudjamala, Ndondimunhama 2

89 Cassine sp. Chitsico, chigugutsa 2

90 Cucumis myriocarpus Dema 2

91 Momordica balsamina Cacana 2

92 Margaritaria discolor Xindikwe, Tsatsatana, Xinderana 2

93 Ricinus communis Tichanfura 2

94 Albizia petersiana Ndzongwelanguwa 2

95 Senna abreviata Nembenembe 2

96 Gladiolus sp. Halahingwa, Mugathandela 2

97 Eucomis sp. Xinhualane xa kwati, Xiwizila 2

98 Psidium guajava Pherwa 2

99 Adenia gummifera Rangaturana, Mwarrupi 2

100 Passiflora edulis 2

101 Plumbago zeylanica Nyalihassakani 2

102 Heinsia crinita Xissindze 2

103 Zanthoxylum holtizianum Manhaia 2

104 Dobera loranthifolia Mboco 2

105 Deinbollia oblongifolia Xikulhula, Gutana 2

106 Smilax kraussiana Gualanguluve, Muguena-Nguluvê 2

107 Synaptolepis kirkii Xiufhaufha 2

108 Justicia sp. Xiohbue 1

109 Zaleya pentandon N'lhava 1

110 Pupalia lappaceae Xicomabuluku 1

111 Artabotrys monteiroi Ntita 1

112 Heteromorpha sp. Xitsumbulane 1

113 Tabernaemontana sp. 1

114 Pergularia daemia Fenga 1

115 Epaltes sp. Madibane 1

116 Balanites maughamii Chavankundzi 1

117 Kigelia africana Fungura 1

118 Ehretia nilotica Ntea 1

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119 Opuntia sp. Xihaha 1

120 Boscia sp. Nsati n'kulu 1

121 Capparis brassii Nungu, N'kwangulatilo 1

122 Capparis citrifolia Khau 1

123 Maytenus sp. Xihlangwa 1

124 Combretum Zeyheri N'fufu 1

125 Xidudu 1

126 Diospyros villosa Xicocombela 1

127 Acalypha sp. Manhaia 1

128 Antidesma venosum Mupassa sengane 1

129 Euphorbia trucalli Dema 1

130 Himenocardia ulmoides Magwanhe 1

131 Sapium integerriinum Nhalimhuntana 1

132 Afzelia quanzensis Xene 1

133 Lanchocarpus capassa M'bandzu 1

134 Senna occidentalis Nhoka, Nhokane 1

135 Xylotheca kraussiana Vilawacheka 1

136 Xylotheca tettensis Tchekela 1

137 Hippocratea delagoensis Hambuwa 1

138 Mocuna coriacea Fethla 1

139 Tephrosia bracteolata Rumbarumba 1

140 Loranthus sp. Xirema 1

141 Melia azedarach Seringa 1

142 Cissampelos hirta Malangacupira 1

143 Epinetrum spinosa Chicombela 1

144 Ficus sycomorus Chanfuta 1

145 Mollugo cerviana Mburomachomana 1

146 Anselia gigantea Phakama la hlanga 1

147 Dicerocaryum sinecioides Lihlehluwa 1

148 Portulaca oleracea Nwerere/Punhuca 1

149 Canthium sp. Xitsalala xa xitsongo 1

150 Pavetta catophylla Chitsindza 1

151 Allophylus sp. Mubaomo 1

152 Mimusops caffra Muchambadzaca 1

153 Walteria indica Tsowa mi lomo 1

154 Grewia inaequilatera Sipana 1

155 Triumfetta pentandra Xlhangulu 1

156 Lantana camara Chimunhamunhane 1

157 Cissus quadrangularis Chowololo 1

158 Cissus rotundifolium Mpangalatane 1

159 Cyphostemma congestum Tchambalatana 1

160 Rhoicissus sp. N'ranga 1

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II. Espécies usadas no tratamento das DTS/SIDA nas Prov de MAPUTO e GAZA

Maputo Gaza

Lista de plantas diferentes em ambas províncias

Nº ord Nome científico

Nº PMT's

Nº ord Nome científico

Nº PMT's

1 Acalypha sp. 1 57 Lantana camara 1

2 Acanthospermum hispidium 3 58 Loranthus sp. 1

3 Adenia gummifera 3 59 Maerua nervosa 7

4 Afzelia quanzensis 1 60 Maerua sp. 1

5 Albizia petersiana 2 61 Maerua sp. 1

6 Allophylus sp. 1 62 Margaritaria discolor 2

7 Anselia gigantea 1 63 Maytenus heterophylla 3

8 Antidesma venosum 1 64 Maytenus senegalensis 3

9 Artabotrys monteiroi 1 65 Maytenus sp. 1

10 Balanites maughamii 1 66 Melia azedarach 1

11 Boscia sp. 1 67 Mimusops caffra 1

12 Cadaba natalensis 2 68 Mocuna coriacea 1

13 Capparis brassii 1 69 Mollugo cerviana 1

14 Capparis citrifolia 1 70 Momordica balsamina 2

15 Cardiogyne africana 6 71 Mondulea sericea 3

16 Cissampelos hirta 1 72 Musa sp. 3

17 Cissus quadrangularis 1 73 Ochna natalitia 4

18 Clematis viridiflora 4 74 Opuntia sp. 1

19 Clerodendrum glabrum 4 75 Ornithogalum tenuifolium 4

20 Combretum Zeyheri 2 76 Ozoroa sp. 2

21 Commiphora schlechteri 2 77 Passiflora edulis 2

22 Crotolaria monteiroi 2 78 Pavetta catophylla 1

23 Cucumis africanus 2 79 Peltophorum africanum 12

24 Cucumis myriocarpus 2 80 Pergalaria daemia 1

25 Cyphostemma congestum 1 81 Plumbago zeylanica 2

26 Cyphostemma sp. 8 82 Portulaca oleracea 1

27 Dicerocaryum sinecioides 1 83 Protasparagus falcatus 12

28 Dioscorea sp. 3 84 Psidium guajava 3

29 Diospyros villosa 1 85 Pupalia lappaceae 1

30 Dobera loranthifolia 2 86 Rhus natalensis 5

31 Dodonaea viscosa 5 87 Salacia kraussii 3

32 Ehretia amoena 3 88 Sansevieria sp. 8

33 Ehretia nilotica 1 89 Sapium integerriinum 1

34 Ehretia obtusifolia 6 90 Schotia brachypetala 2

35 Epaltes sp. 1 91 Sclerocarya birrea 5

36 Epinetrum spinosa 1 92 Securidaca longipedunculata 8

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37 Eucomis sp. 2 93 Securidaca virosa 2

38 Euphorbia trucalli 3 94 Senna abreviata 1

39 Ficus sycomorus 1 95 Senna occidentalis 1

40 Gladiolus sp. 1 96 Smilax kraussiana 2

41 Grewia caffra 5 97 Synaptolepis kirkii 2

42 Grewia flavescens 4 98 Tephrosia bracteolata 1

43 Grewia inaequilatera 1 99 Terminalia phanerophlebia 5

44 Heinsia crinita 1 100 Thylacium africanum 9

45 Heteromorpha sp. 3 101 Tilacora funifera 10

46 Heteromorpha trifoliata 3 102 Triunfetta pentandra 1

47 Himenocardia ulmoides 1 103 Turraea nilotica 11

48 Hippocratea delagoensis 2 104 Vernonia colorata 4

49 Hugonia orientalis 7 105 Walteria indica 1

50 Justicia sp. 1 106 Ximenia americana 8

51 Kedrostis sp. 4 107 Xylotheca kraussiana 1

52 Kigelia africana 1 108 Xylotheca tettensis 1

53 Kohautia sp. 10 109 Zaleya pentandon 1

54 Lanchocarpus capassa 1 110 Zanthoxylum holtizianum 2

55 Lannea discolor 9 111 Zanthoxylum sp. 6

56 Lannea sp. 2

Plantas comuns nas 2 províncias

Nº ord Nome científico

Nº PMT's Nº ord Nome científico

Nº PMT's

1 Abrus precatorius 3 47 Garcinia livingstonei 1

2 Abrus precatorius 4 48 Garcinia livingstonei 2

3 Albizia versicolor 1 49 Gossypium herbaceum 1

4 Albizia versicolor 3 50 Gossypium herbaceum 8

5 Aloe chabaudii 20 51 Hypoxis hemerocallidea 8

6 Aloe chabaudii 27 52 Hypoxis hemerocallidea 14

7 Aloe marlothii 18 53 Hypoxis sp. 7

8 Aloe marlothii 35 54 Hypoxis sp. 8

9 Aloe sp. 8 55 Maerua angolensis 4

10 Aloe sp. 3 56 Maerua angolensis 4

11 Anacardium occidentale 4 57 Mangifera indica 4

12 Anacardium occidentale 7 58 Mangifera indica 4

13 Annona senegalensis 3 59 Olax dissitiflora 5

14 Annona senegalensis 3 60 Olax dissitiflora 1

15 Artabotrys brachypetalus 16 61 Opilia celtidifolia 4

16 Artabotrys brachypetalus 19 62 Opilia celtidifolia 1

17 Bridelia cathartica 35 63 Ozoroa obovata 21

48

18 Bridelia cathartica 19 64 Ozoroa obovata 28

19 Cadaba sp. 2 65 Phyllanthus reticulatus 9

20 Cadaba sp. 1 66 Phyllanthus reticulatus 6

21 Capparis tomentosa 1 67 Rhoicissus revoilii 1

22 Capparis tomentosa 4 68 Rhoicissus revoilii 7

23 Carica papaya 1 69 Rhoicissus sp. 1

24 Carica papaya 4 70 Rhoicissus sp. 1

25 Casearia gladiformis 1 71 Rhus sp. 1

26 Casearia gladiformis 2 72 Rhus sp. 3

27 Cassine sp. 1 73 Ricinus communis 1

28 Cassine sp. 1 74 Ricinus communis 1

29 Cassytha filiformis 5 75 Senna petersiana 20

30 Cassytha filiformis 1 76 Senna petersiana 16

31 Catunaregam spinosa 4 77 Spirostachys africana 3

32 Catunaregam spinosa 1 78 Spirostachys africana 8

33 Cladostemon kirkii 8 79 Strophanthus petersianus 7

34 Cladostemon kirkii 6 80 Strophanthus petersianus 1

35 Combretum molle 7 81 Strychnos madagascariensis 2

36 Combretum molle 14 82 Strychnos madagascariensis 2

37 Combretum sp. 4 83 Strychnos spinosa 12

38 Combretum sp. 1 84 Strychnos spinosa 7

39 Cucumis sp. 2 85 Tabernaemontana elegans 21

40 Cucumis sp. 1 86 Tabernaemontana elegans 23

41 Deinbollia oblongifolia 1 87 Terminalia sericea 16

42 Deinbollia oblongifolia 2 88 Terminalia sericea 51

43 Elephantorrhiza elephantina 8 89 Vangueria infausta 2

44 Elephantorrhiza elephantina 1 90 Vangueria infausta 5

45 Euclea natalensis 15 91 Ziziphus mucronata 5

46 Euclea natalensis 11 92 Ziziphus mucronata 5

Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica

49

III. Espécies usadas nas DTS/SIDA Província de Maputo

Nº de ord

Nome científico

Nº PMT'

s

Nº de ord

Nome científico Nº

PMT's

1 Terminalia sericea 51 42 Ehretia amoena 3

2 Aloe marlothii 35 43 Annona senegalensis 3

3 Ozoroa obovata 28 44 Aloe sp. 3

4 Aloe chabaudii 27 45 Albizia versicolor 3

5 Tabernaemontana elegans 23 46 Strychnos madagascariensis 2

6 Bridelia cathartica 19 47 Securidaca virosa 2

7 Artabotrys brachypetalus 19 48 Schotia brachypetala 2

8 Senna petersiana 16 49 Passiflora edulis 2

9 Hypoxis hemerocallidea 14 50 Ozoroa sp. 2

10 Combretum molle 14 51 Momordica balsamina 2

11 Peltophorum africanum 12 52 Garcinia livingstonei 2

12 Euclea natalensis 11 53 Deinbollia oblongifolia 2

13 Lannea discolor 9 54 Cucumis myriocarpus 2

14 Ximenia americana 8 55 Cucumis africanus 2

15 Spirostachys africana 8 56 Crotolaria monteiroi 2

16 Securidaca longipedunculata 8 57 Combretum Zeyheri 2

17 Hypoxis sp. 8 58 Casearia gladiformis 2

18 Gossypium herbaceum 8 59 Albizia petersiana 2

19 Cyphostemma sp. 8 60 Zaleya pentandon 1

20 Strychnos spinosa 7 61 Strophanthus petersianus 1

21 Rhoicissus revoilii 7 62 Ricinus communis 1

22 Anacardium occidentale 7 63 Rhoicissus sp. 1

23 Zanthoxylum sp. 6 64 Portulaca oleracea 1

24 Phyllanthus reticulatus 6 65 Opilia celtidifolia 1

25 Cladostemon kirkii 6 66 Olax dissitiflora 1

26 Ziziphus mucronata 5 67 Melia azedarach 1

27 Vangueria infausta 5 68 Maytenus sp. 1

28 Terminalia phanerophlebia 5 69 Maerua sp. 1

29 Sclerocarya birrea 5 70 Lanchocarpus capassa 1

30 Grewia caffra 5 71 Grewia inaequilatera 1

31 Mangifera indica 4 72 Epinetrum spinosa 1

32 Maerua angolensis 4 73 Elephantorrhiza elephantina 1

33 Clerodendrum glabrum 4 74 Diospyros villosa 1

50

34 Carica papaya 4 75 Dicerocaryum sinecioides 1

35 Capparis tomentosa 4 76 Cucumis sp. 1

36 Abrus precatorius 4 77 Combretum sp. 1

37 Salacia kraussii 3 78 Cissampelos hirta 1

38 Rhus sp. 3 79 Catunaregam spinosa 1

39 Musa sp. 3 80 Cassytha filiformis 1

40 Mondulea sericea 3 81 Cassine sp. 1

41 Maytenus heterophylla 3 82 Cadaba sp. 1

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51

IV. Espécies usadas nas DTS/SIDA Província de Gaza

Nº de ord Nome científico

Nº PMT's

Nº de ord Nome científico

Nº PMT's

1 Bridelia cathartica 35 62 Eucomis sp. 2

2 Ozoroa obovata 21 63 Hippocratea delagoensis 2

3 Tabernaemontana elegans 21 64 Lannea sp. 2

4 Aloe chabaudii 20 65 Margaritaria discolor 2

5 Senna petersiana 20 66 Plumbago zeylanica 2

6 Aloe marlothii 18 67 Smilax kraussiana 2

7 Artabotrys brachypetalus 16 68 Strychnos madagascariensis 2

8 Terminalia sericea 16 69 Synaptolepis kirkii 2

9 Euclea natalensis 15 70 Vangueria infausta 2

10 Protasparagus falcatus 12 71 Zanthoxylum holtizianum 2

11 Strychnos spinosa 12 72 Acalypha sp. 1

12 Turraea nilotica 11 73 Afzelia quanzensis 1

13 Kohautia sp. 10 74 Albizia versicolor 1

14 Tilacora funifera 10 75 Allophylus sp. 1

15 Phyllanthus reticulatus 9 76 Anselia gigantea 1

16 Thylacium africanum 9 77 Antidesma venosum 1

17 Aloe sp. 8 78 Artabotrys monteiroi 1

18 Cladostemon kirkii 8 79 Balanites maughamii 1

19 Elephantorrhiza elephantina 8 80 Boscia sp. 1

20 Hypoxis hemerocallidea 8 81 Capparis brassii 1

21 Sansevieria sp. 8 82 Capparis citrifolia 1

22 Combretum molle 7 83 Capparis tomentosa 1

23 Hugonia orientalis 7 84 Carica papaya 1

24 Hypoxis sp. 7 85 Casearia gladiformis 1

25 Maerua nervosa 7 86 Cassine sp. 1

26 Strophanthus petersianus 7 87 Cissus quadrangularis 1

27 Cardiogyne africana 6 88 Cyphostemma congestum 1

28 Ehretia obtusifolia 6 89 Deinbollia oblongifolia 1

29 Cassytha filiformis 5 90 Ehretia nilotica 1

30 Dodonaea viscosa 5 91 Epaltes sp. 1

31 Olax dissitiflora 5 92 Ficus sycomorus 1

32 Rhus natalensis 5 93 Garcinia livingstonei 1

33 Ziziphus mucronata 5 94 Gladiolus sp. 1

34 Anacardium occidentale 4 95 Gossypium herbaceum 1

52

35 Catunaregam spinosa 4 96 Heinsia crinita 1

36 Clematis viridiflora 4 97 Himenocardia ulmoides 1

37 Combretum sp. 4 98 Justicia sp. 1

38 Grewia flavescens 4 99 Kigelia africana 1

39 Kedrostis sp. 4 100 Lantana camara 1

40 Maerua angolensis 4 101 Loranthus sp. 1

41 Mangifera indica 4 102 Maerua sp. 1

42 Ochna natalitia 4 103 Mimusops caffra 1

43 Opilia celtidifolia 4 104 Mocuna coriacea 1

44 Ornithogalum tenuifolium 4 105 Mollugo cerviana 1

45 Vernonia colorata 4 106 Opuntia sp. 1

46 Abrus precatorius 3 107 Pavetta catophylla 1

47 Acanthospermum hispidium 3 108 Pergalaria daemia 1

48 Adenia gummifera 3 109 Pupalia lappaceae 1

49 Annona senegalensis 3 110 Rhoicissus revoilii 1

50 Dioscorea sp. 3 111 Rhoicissus sp. 1

51 Euphorbia trucalli 3 112 Rhus sp. 1

52 Heteromorpha sp. 3 113 Ricinus communis 1

53 Heteromorpha trifoliata 3 114 Sapium integerriinum 1

54 Maytenus senegalensis 3 115 Senna abreviata 1

55 Psidium guajava 3 116 Senna occidentalis 1

56 Spirostachys africana 3 117 Tephrosia bracteolata 1

57 Cadaba natalensis 2 118 Triunfetta pentandra 1

58 Cadaba sp. 2 119 Walteria indica 1

59 Commiphora schlechteri 2 120 Xylotheca kraussiana 1

60 Cucumis sp. 2 121 Xylotheca tettensis 1

61 Dobera loranthifolia 2

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53

V. Lista das doenças e sintomas referidas pelos PMT's no âmbito DTS/SIDA

Nº de PMT,s Nº de PMT,s

Doença Maputo Gaza Doença Maputo Gaza

Gonorreia 40 45 Ameaça aborto 0 1

Tuberculose 24 37 Anemia 1 1

Dor abdominal 12 19 Dermatite 0 1

Sífilis 5 16 Dor de cabeça 7 1

DTS 4 13 Evitar vomitar sangue 0 1

Linfogranuloma venereum 1 10 Falta de apetite 1 1

Feridas 8 9 Furúnculos 0 1

Diarreia 40 8 Hidrocelo 0 1

Infertilidade 0 5 Inchaço corpo 0 1

Corrimento 1 3 SIDA 4 1

Febres 4 3 ùlcera 0 1

Aquecimento dos pés 1 2 Asma 1 0

Borbulhas 1 2 Cólicas menstr 4 0

Diarreia sanguinolenta 0 2 Dor útero 1 0

Epilepsia 0 2 Hemorragia 1 0

Impotência Sexual 0 2 Prisão de ventre 1 0

Reumatismo 1 2 Vómitos 0

Tosse 2 2

54

VI. Frequência de uso de plantas para o tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA - Província de Maputo

Gonorreia Tuberculose

Nome científico Nº PMT's Nome científico Nº

PMT's

Aloe marlothii 25 Artabotrys brachypetalus 9

Aloe chabaudii 16 Ozoroa obovata 7

Tabernaemontana elegans 12 Ziziphus mucronata 4

Bridelia cathartica 11 Albizia versicolor 3

Terminalia sericea 11 Capparis tomentosa 3

Euclea natalensis 8 Lannea discolor 3

Hypoxis hemerocallidea 6 Mondulea sericea 3

Senna petersiana 6 Rhus sp. 3

Artabotrys brachypetalus 5 Securidaca longipedunculata 3

Hypoxis sp. 4 Senna petersiana 3

Carica papaya 3 Casearia gladiformis 2

Cyphostemma sp. 3 Cladostemon kirkii 2

Musa sp. 3 Deinbollia oblongifolia 2

Ozoroa obovata 3 Passiflora edulis 2

Phyllanthus reticulatus 3 Securidaca virosa 2

Rhoicissus revoilii 3 Aloe sp. 1

Anacardium occidentale 2 Anacardium occidentale 1

Combretum molle 2 Annona senegalensis 1

Gossypium herbaceum 2 Bridelia cathartica 1

Grewia caffra 2 Cassytha filiformis 1

Maerua angolensis 2 Cissampelos hirta 1

Spirostachys africana 2 Combretum molle 1

Aloe sp. 1 Cucumis africanus 1

Annona senegalensis 1 Cucumis myriocarpus 1

Capparis tomentosa 1 Dicerocaryum sinecioides 1

Cucumis sp. 1 Diospyros villosa 1

Lannea discolor 1 Ehretia amoena 1

Mangifera indica 1 Grewia caffra 1

Melia azedarach 1 Grewia inaequilatera 1

Olax dissitiflora 1 Lanchocarpus capassa 1

Peltophorum africanum 1 Maerua sp. 1

Rhoicissus sp. 1 Maytenus heterophylla 1

Ricinus communis 1 Momordica balsamina 1

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55

Schotia brachypetala 1 Opilia celtidifolia 1

Sclerocarya birrea 1 Phyllanthus reticulatus 1

Strophanthus petersianus 1 Rhoicissus revoilii 1

Strychnos spinosa 1 Salacia kraussii 1

Terminalia phanerophlebia 1 Spirostachys africana 1

Vangueria infausta 1 Strychnos madagascari 1

Ximenia americana 1 Tabernaemontana elegans 1

Ziziphus mucronata 1 Terminalia phanerophlebia 1

Dor abdominal DTS

Terminalia sericea 5 Hypoxis hemerocallidea 4

Clerodendrum glabrum 2 Aloe chabaudii 2

Lannea discolor 2 Aloe marlothii 1

Strychnos spinosa 2 Bridelia cathartica 1

Zanthoxylum sp. 2 Carica papaya 1

Combretum molle 1 Cyphostemma sp. 1

Gossypium herbaceum 1 Elephantorrhiza elephantina 1

Hypoxis sp. 1 Euclea natalensis 1

Maytenus heterophylla 1 Tabernaemontana elegans 1

Maytenus sp. 1 Terminalia sericea 1

Ozoroa obovata 1

Ozoroa sp. 1 Feridas

Portulaca oleracea 1

Rhoicissus revoilii 1 Cyphostemma sp. 4

Securidaca longipedunc 1 Hypoxis hemerocallidea 3

Tabernaemontana elegans 1 Euclea natalensis 2

Aloe chabaudii 1

Sífilis Aloe marlothii 1

Annona senegalensis 1

Aloe chabaudii 3 Cadaba sp. 1

Aloe marlothii 3 Cladostemon kirkii 1

Bridelia cathartica 3 Cucumis myriocarpus 1

Spirostachys africana 2 Sclerocarya birrea 1

Tabernaemontana elegans 2

Abrus precatorius 1 Hemorragia

Combretum molle 1

Epinetrum spinosa 1 Albizia petersiana 1

56

Grewia caffra 1 Securidaca longipedunculata 1

Hypoxis sp. 1

Maerua angolensis 1 Corrimento

Phyllanthus reticulatus 1

Senna petersiana 1 Aloe chabaudii 1

Strychnos spinosa 1 Aloe marlothii 1

Anacardium occidentale 1

Linfogranuloma venereum Mangifera indica 1

Spirostachys africana 1

Aloe chabaudii 1

Terminalia sericea 1 Borbulhas

Securidaca longipedunculata 1

Diarreia Aquecimento

Terminalia sericea 28 Aloe chabaudii 1

Ozoroa obovata 12 Aloe marlothii 1

Peltophorum africanum 9 Spirostachys africana 1

Combretum molle 6

Ximenia americana 5 Vómitos

Tabernaemontana elegans 4

Aloe marlothii 3 Terminalia sericea 3

Sclerocarya birrea 3 Peltophorum africanum 2

Aloe chabaudii 2 Ximenia americana 2

Bridelia cathartica 2 Albizia petersiana 1

Garcinia livingstonei 2 Combretum molle 1

Gossypium herbaceum 2 Combretum Zeyheri 1

Lannea discolor 2 Gossypium herbaceum 1

Terminalia phanerophlebia 2 Momordica balsamina 1

Vangueria infausta 2 Ozoroa obovata 1

Zanthoxylum sp. 2 Tabernaemontana elegans 1

Anacardium occidentale 1 Vangueria infausta 1

Clerodendrum glabrum 1 Zanthoxylum sp. 1

Combretum sp. 1 Abrus precatorius 1

Combretum Zeyheri 1

Ehretia amoena 1 Enxaqueca

Hypoxis sp. 1

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57

Maerua angolensis 1 Strychnos madagascariensis 1

Maytenus heterophylla 1

Phyllanthus reticulatus 1 Dor do Útero

Schotia brachypetala 1

Securidaca longipedunculata 1 Rhoicissus revoilii 1

Senna petersiana 1

Spirostachys africana 1 Reumatismo

Zaleya pentandon 1

Cladostemon kirkii 1

Febres

Tosse

Artabotrys brachypetalus 1

Cassine sp. 1 Artabotrys brachypetalus 2

Clerodendrum glabrum 1 Ehretia amoena 1

Combretum molle 1 Ozoroa obovata 1

Ozoroa obovata 1 Senna petersiana 1

Senna petersiana 1

Cólera Cólicas menstruais

Terminalia phanerophlebia 1 Abrus precatorius 2

Strychnos spinosa 1

Asma Tabernaemontana elegans 1

Salacia kraussii 1 SIDA

Anemia Senna petersiana 3

Strychnos spinosa 2

Rhoicissus revoilii 1 Terminalia sericea 2

Aloe sp. 1

Recém nascidos Raquíticos Anacardium occidentale 1

Artabotrys brachypetalus 1

Anacardium occidentale 1 Bridelia cathartica 1

Mangifera indica 1 Combretum molle 1

Ozoroa sp. 1 Cucumis africanus 1

Salacia kraussii 1 Gossypium herbaceum 1

Hypoxis sp. 1

58

Dores de cabeça Lannea discolor 1

Mangifera indica 1

Crotolaria monteiroi 2 Ozoroa obovata 1

Catunaregam spinosa 1 Zanthoxylum sp. 1

Cladostemon kirkii 1

Ozoroa obovata 1 Prisão de Ventre

Securidaca longipedunculata 1

Hypoxis hemerocallidea 1

Malaria

Gossypium herbaceum 1

Vangueria infausta 1

Falta de Apetite

Artabotrys brachypetalus 1

Cladostemon kirkii 1

Furúnculos

Grewia caffra 1

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59

VII. Frequência de uso de plantas para o tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA - Província de Gaza

Gonorreia Tuberculose

Nome científico Nº PMT's Nome científico

Nº PMT'

s

Bridelia cathartica 15 Artabotrys brachypetalus 12

Aloe chabaudii 7 Ozoroa obovata 9

Aloe marlothii 7 Bridelia cathartica 6

Euclea natalensis 7 Senna petersiana 6

Protasparagus falcatus 6 Tabernaemontana elegans 6

Hypoxis sp. 5 Cardiogyne africana 4

Senna petersiana 5 Strychnos spinosa 4

Tabernaemontana elegans 4 Grewia flavescens 3

Turraea nilotica 4 Maerua nervosa 3

Aloe sp. 3 Ochna natalitia 3

Catunaregam spinosa 3 Rhus natalensis 3

Ehretia obtusifolia 3 Thylacium africanum 3

Hypoxis hemerocallidea 3 Turraea nilotica 3

Kohautia sp. 3 Dobera loranthifolia 2

Ozoroa obovata 3 Ehretia obtusifolia 2

Strychnos spinosa 3 Elephantorrhiza elephantina 2

Terminalia sericea 3 Euclea natalensis 2

Combretum sp. 2 Hugonia orientalis 2

Elephantorrhiza elephantina 2 Kedrostis sp. 2

Maerua nervosa 2 Lannea sp. 2

Sansevieria sp. 2 Olax dissitiflora 2

Strophanthus petersianus 2 Strophanthus petersianus 2

Thylacium africanum 2 Strychnos madagascari 2

Tilacora funifera 2 Tilacora funifera 2

Vernonia colorata 2 Vangueria infausta 2

Abrus precatorius 1 Zanthoxylum holtizianum 2

Acanthospermum hispidium 1 Ziziphus mucronata 2

Anacardium occidentale 1 Acalypha sp. 1

Antidesma venosum 1 Afzelia quanzensis 1

Artabotrys brachypetalus 1 Artabotrys monteiroi 1

Cadaba natalensis 1 Balanites maughamii 1

Cadaba sp. 1 Boscia sp. 1

60

Capparis tomentosa 1 Cadaba natalensis 1

Cardiogyne africana 1 Cadaba sp. 1

Cassine sp. 1 Casearia gladiformis 1

Cassytha filiformis 1 Combretum molle 1

Cissus quadrangularis 1 Combretum sp. 1

Cladostemon kirkii 1 Heteromorpha sp. 1

Clematis viridiflora 1 Heteromorpha trifoliata 1

Cucumis sp. 1 Hippocratea delagoensis 1

Dioscorea sp. 1 Loranthus sp. 1

Ehretia nilotica 1 Maerua sp. 1

Euphorbia trucalli 1 Margaritaria discolor 1

Heteromorpha sp. 1 Maytenus senegalensis 1

Heteromorpha trifoliata 1 Opilia celtidifolia 1

Hipenetes delagoensis 1 Pavetta catophylla 1

Hugonia orientalis 1 Phyllanthus reticulatus 1

Maerua angolensis 1 Terminalia sericea 1

Mangifera indica 1 Xylotheca kraussiana 1

Mimusops caffra 1

Mocuna coriacea 1 Falta de Apetite

Ochna natalitia 1

Olax dissitiflora 1 Phyllanthus reticulatus 1

Ornithogalum tenuifolium 1

Pergalaria daemia 1 Feridas Epidérmicas

Phyllanthus reticulatus 1

Rhus natalensis 1 Phyllanthus reticulatus 1

Smilax kraussiana 1

Synaptolepis kirkii 1 Furúnculos

Xylotheca tettensis 1

Ziziphus mucronata 1 Clematis viridiflora 1

Dores Abdominais Sífilis

Tabernaemontana elegans 5 Protasparagus falcatus 5

Adenia gummifera 2 Bridelia cathartica 5

Aloe marlothii 2 Aloe chabaudii 4

Elephantorrhiza elephantina 2 Aloe marlothii 4

Eucomis sp. 2 Aloe sp. 4

Maytenus senegalensis 2 Euclea natalensis 4

Senna petersiana 2 Hugonia orientalis 3

Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica

61

Strychnos spinosa 2 Terminalia sericea 3

Turraea nilotica 2 Clematis viridiflora 2

Vernonia colorata 2 Hypoxis hemerocallidea 2

Acanthospermum hispidium 1 Maerua angolensis 2

Cladostemon kirkii 1 Ozoroa obovata 2

Combretum sp. 1 Sansevieria sp. 2

Commiphora schlechteri 1 Senna petersiana 2

Deinbollia oblongifolia 1 Tabernaemontana elegans 2

Epaltes sp. 1 Cardiogyne africana 1

Ficus sycomorus 1 Catunaregam spinosa 1

Hypoxis hemerocallidea 1 Cladostemon kirkii 1

Kigelia africana 1 Ehretia obtusifolia 1

Maerua angolensis 1 Euphorbia trucalli 1

Maerua nervosa 1 Heteromorpha sp. 1

Opilia celtidifolia 1 Hypoxis sp. 1

Ornithogalum tenuifolium 1 Kedrostis sp. 1

Ozoroa obovata 1 Kohautia sp. 1

Phyllanthus reticulatus 1 Maerua nervosa 1

Senna abreviata 1 Plumbago zeylanica 1

Spirostachys africana 1 Spirostachys africana 1

Tilacora funifera 1 Strophanthus petersianus 1

Strychnos spinosa 1

Borbulhas Thylacium africanum 1

Turraea nilotica 1

Albizia versicolor 1

Cyphostemma congestum 1 Reumatismo

Elephantorrhiza elephantina 1

Tephrosia bracteolata 1 Adenia gummifera 1

Cladostemon kirkii 1

Infertilidade Opilia celtidifolia 1

Turraea nilotica 1

Abrus precatorius 2

Commiphora schlechteri 1 Impotência sexual

Cucumis sp. 1

Euclea natalensis 1 Heteromorpha trifoliata 1

Justicia sp. 1 Strophanthus petersianus 1

Olax dissitiflora 1

Ozoroa obovata 1 Epilepsia

62

Phyllanthus reticulatus 1

Pupalia lappaceae 1 Allophylus sp. 1

Rhoicissus sp. 1 Ornithogalum tenuifolium 1

Rhus sp. 1 Senna petersiana 1

Ziziphus mucronata 1 Terminalia sericea 1

Thylacium africanum 1

DTS Linfogranuloma venereum

Aloe chabaudii 4 Aloe chabaudii 3

Bridelia cathartica 4 Aloe marlothii 3

Cassytha filiformis 4 Annona senegalensis 3

Anacardium occidentale 3 Senna petersiana 3

Cladostemon kirkii 3 Bridelia cathartica 2

Kohautia sp. 3 Sansevieria sp. 2

Mangifera indica 3 Terminalia sericea 2

Dioscorea sp. 2 Protasparagus falcatus 1

Dodonaea viscosa 2 Capparis citrifolia 1

Thylacium africanum 2 Cladostemon kirkii 1

Tilacora funifera 2 Elephantorrhiza elephantina 1

Acanthospermum hispidium 1 Euphorbia trucalli 1

Aloe marlothii 1 Hypoxis hemerocallidea 1

Aloe sp. 1 Opilia celtidifolia 1

Anselia gigantea 1 Ozoroa obovata 1

Artabotrys brachypetalus 1 Phyllanthus reticulatus 1

Carica papaya 1 Sapium integerriinum 1

Combretum molle 1 Senna occidentalis 1

Euclea natalensis 1 Strychnos spinosa 1

Gossypium herbaceum 1 Tabernaemontana elegans 1

Grewia flavescens 1

Heinsia crinita 1 Diarreia sanguinolenta

Himenocardia ulmoides 1

Hugonia orientalis 1 Combretum molle 1

Mollugo cerviana 1 Dodonaea viscosa 1

Olax dissitiflora 1

Opuntia sp. 1 Aquecimento dos pés

Ornithogalum tenuifolium 1

Rhus natalensis 1 Artabotrys brachypetalus 2

Sansevieria sp. 1 Ricinus communis 1

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63

Spirostachys africana 1

Strophanthus petersianus 1 Febres

Tabernaemontana elegans 1

Bridelia cathartica 1

Tosse Ozoroa obovata 1

Senna petersiana 1

Psidium guajava 1 Tilacora funifera 1

Walteria indica 1

Feridas internas

Ameaça de aborto

Combretum molle 2

Ziziphus mucronata 1 Bridelia cathartica 1

Capparis brassii 1

Anemia Hypoxis hemerocallidea 1

Ozoroa obovata 1

Ozoroa obovata 1 Phyllanthus reticulatus 1

Rhoicissus revoilii 1 Smilax kraussiana 1

Strychnos spinosa 1

Dermatite

Dores de Cabeça

Plumbago zeylanica 1

Tilacora funifera 1

Diarreia

Terminalia sericea 4

Aloe chabaudii 1

Aloe marlothii 1

Combretum molle 1

Garcinia livingstonei 1

Gladiolus sp. 1

Kedrostis sp. 1

Lantana camara 1

Psidium guajava 1

Tabernaemontana elegans 1

Feridas

Combretum molle 1

64

Dodonaea viscosa 1

Margaritaria discolor 1

Ozoroa obovata 1

Phyllanthus reticulatus 1

Synaptolepis kirkii 1

Terminalia sericea 1

Triunfetta pentandra 1

Corrimento

Dodonaea viscosa 1

Psidium guajava 1

Tabernaemontana elegans 1

Tilacora funifera 1

Hidrocelo

Aloe chabaudii 1

Bridelia cathartica 1

Sansevieria sp. 1

Inchaço do Corpo

Kohautia sp. 1

SIDA

Hypoxis sp. 1

Kohautia sp. 1

Úlceras

Terminalia sericea 1

Evitar vomitar sangue

Kohautia sp. 1

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65

VIII. Pesquisa bibliográfica

Espécies Países Usos

Abrus precatorius África Oriental Perturbações estomacais, disenteria, dores no peito, contraceptivo oral, bronquites, asmas, tosse convulsa, febre (malária) tuberculose

Albizia versicolor África Oriental Antielmético, purgativo, dor de cabeça

Aloe marlothii Sul de África Laxativo, artrites, eczemas, irritações da pele, problemas de estômago, para lombrigas, enemas para bebés.

Anacardium occidentale África Austral e Oriental, Moçambique, Serra Leoa, Brasil, Congo, Filipinas, Índia,

Erupções cutâneas, aftas e febres, duirético, perturbações uterinas, purgativo, tosse, diarreias e desenterias, doenças intestinais e pulmonares, purgativo, vermífugo,

Annona senegalensis África Tropical e Oriental, Sul de África, Tanzania, Nigéria

Doenças venéreas, gonorreia, tosse, esfriado, dores abdominais, diarreia, desenteria, dores de cabeça, errupções da pele, loucura,

Artabotrys brachypetalus Sul de África, África oriental Gonorreia, cefaleas, desparasitante, dores abdominais, dores articulares, febre, tosse, dores intestinais, esterilidade femenina, impotência sexual, reumatismo, tosse com asma,

Bridelia cathartica RSA, Zimbabwe, East Africa Dores de cabeça, menorregia, infertilidade, dores de estômago

Capparis tomentosa Sul de África Reumatismo, loucura, dores de peito, malária dor de cabeça, tosse pneumonia, laxativo

Combretum molle África Austral e Oriental Disenterias, antiabortivo, hemorragia contínua da menstruação, Febres, feridas, perturbações estomacais,, estómago dilatado, obstipação, cólicas, diarreia, infertilidade, convulsões, fraqueza, disenteria

Cucumis africanus Purgativo, enema

Dodonea viscosa África oriental Diarreia,

Elephantorrhiza elephantina Sul de África Diarreia, desenteria, desordens estomacais, úlceras pépticas, doenças da pele, acne

Eucles natalensis Sul de África Distúrbios gástricos, vómitos, feridas e dores de estómago, úlceras no geral

Hypoxis hemerocallidea África Austral Problemas mentais, hipertrofia benigna da próstata, dores de cabeça, tónica para crianças, vertigens

Hypoxis sp. RSA Purgativo, parasites intestinais, delírio, úlceras, impetigo, parasitas intestinais

Kigelia africana Sul de África Sífilis, úlceras, feridas, reumatismo, disenteria

Lannea discolor RSA, Zimbabwe Diarreia, abcessos, furúnculos infertilidade feminina, menorragia, gonorreia, pés inchados, tosse convulsa,

66

Olax dissitiflora Sul de África Dores de estómago e úlceras no geral

Ozoroa obovata RSA Disenteria, inflamação aguda do peito

Peltophorum africanus RSA, Zimbabwe Febres, doenças venereas, Menorragia, diurético e diaforético, diarreia, dores do estômago, feridas, aftas em crianças, tosse, infertilidade, cólicas, esterilidade, enemas

Phyllanthus reticulatus Sul de África Gonorreia, purgativo

Ricinus comunis Sul de África, Purgativo, dor de estómago, feridas

Sclerrocarya birrea Sul de África Enema para malária e diarreia, limpeza do sangue, dores de barriga, disenteria, febre, problemas do estômago, dores de cabeça, úlceras, infertilidade, dores nas costas, obstipação, reumatismo

Securidaca longipedunculata RSA Tosse, reumatismo, dores de cabeça, inflamações e feridas

Smilax kraussiana RSA, Madagáscar, Tanzania, Tosse, doenças venéreas, abcessos, sífilis, blenorreia, eczemas, úlceras, infertilidade,

Strychnos spinosa RSA, Zimbabwe Emético, feridas sifilíticas, disenteria, dores abdominais, e uterinas, infertilidade, amenorreia, gonorreia, diarreia, entero-colite, colite, febres

Tabernaemontana elegans RSA Problemas respiratórios

Terminalia sericea África Austral e oriental, Zimbabwe, Botswana, RSA, Moçambique, Tanzania, Quénia, Malawi, Angola

Sífilis, doenças toráxicas, diarreias, reumatismo,perturbações pancreáticas, desenteria, dores abdominais, doenças venéreas, infertilidade, desordens gástricas, estomacais e genicológicas, fraqueza geral, feridas, menorragia

Turraea nilotica África Oriental Desarranjos/transtornos estomacais

Vangueria infausta Sul de África Diarreia, desenteria, problemas não específicos de estômago, febre ,malária

Vernonia colorata África Oriental, Ocidental, Angola, Congo, Costa do Marfim, Nigéria,Quénia, Senegal, Zaire

Tosse, diarreias febres, tosse,Blenorragia, afecções gastro-intestinais, dores estomacais, erupções cutâneas

Ximenia americana RSA, Zimbabwe, Botswana, Somália

Febre, diarreia, sifilis, menorragia , infertilidade feminina, doenças venéreas, dores de cabeça, inchaços, problemas ginecológicos, vertigens, transpiração e palpitações, dores de barriga, feridas, vômitos, “ancylostomiasis”

Ziziphus mucronata Sul de África RSA, Angola Reumatismo e distúrbios de estómago Emético, tosse crónica, scrofula, furúnculos, inchaço de glândulas, infertilidade, carminativo, sarampo, diarreia sanguinolenta, desminorreia, problemas urogenitais

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67

IX. Efeitos fisiológicos e ou composição química

Espécies Efeitos fisiológicos e ou composição química

Terminalia

sericea

A planta contém ácido serícico e sericosideo que tem actividades anticolagénicas,

antiinflamatórias e cicratizantes. Contém também outros glicosídeos

Nerifolina, um glycosideo isolado da árvore, inibe o crescimento excessivo de fibroblástico

em tecidos aneurais do coração explantados in vitro e inibe a taxa de pulsação em uma

diluição de 1:700 ou mais alto

Amargores de árvores foram encontrados contendo 10,2% de substâncias de curtimento.

Polissacarídeos de gomas contêm ácidos galacturonico e 4-0-methylglucuronico

glucuronico e galactose, arabinose, rhamnose e xylose.

Triterpenóides, ácido serico e sericosídeo são os componentes principais de raízes de

plantas de Moçambique. Um glycosídeo de hydroxistilbeno também fora isolado de raízes.

Ácido Serico e sericosideo mostraram atividade anti-úlcera, anti-inflamatória e

cicatrizante.

Aloe

marlothii

Foi isolado um derivado de oximetillanthraquinona conhecido como nataloina

Extratos da folha podem produzir haemolisis, embora nenhuma sapogenina tenha sido

achada

Espécie de babosa pode causar gastrite e diarrea em overdose e deveria ser evitada por

mulheres grávidas. Foram informados casos de aborto seguindo uso medicinal. A arabinose

de toxina potencial é conhecida no gênero

Anacarduim

occidentale

Raíz, folhas, frutos, casca contém ácido anacárdico (óleos irritantes do fruto). O ácido

anacárdico contém propriedades bactericidas. A casca da árvore demonstrou ter

propriedades antiarítmicas sem depressão do miocárdio.

Tabernaemon

tana elegans

Extratos de planta inteiras são fortemente activas contra bactérias Gram-positivas e

moderadamente activas contra bactérias Gram-negativas, mas mostrou pequena actividade

e anti- fúngica.

Vários alcalóides de indole do ibogamine e tipo-voacamine são conhecidos no gênero.

Conopharingina de Isovoacangina, conodurina, voacamidina de conoduraminem,

tabersonina e coronaridina que tenham propriedades simpatomimetica.

Dezenove espécie foram filtradas com acividade anti-fermentativa microbiana, anti-

amoebica e antiviral. Destas, 19 espécie mostraram actividade antiviral, cinco mostraram

anti-fermentativa e seis mostraram atividade anti-fúngica enquanto dois extratos de

actividade anti-amoebica

Hypoxis

hemerocallid

ea.

O género Hypoxis é mencionado como tendo atividade anti-tumor. Foram achados

saponinas haemolíticas e ácidos orgânicos nas reservas da raíz de uma espécie de Hypoxis

do Malawí. Glycosideos de Diarilpentanil de várias espécies incluem o hipoxosidio A que

mostrou atividade antitumor. O mais comum e maior componente de phytosterol, ß-

sitosterol, é tido como o possível inibidor da síntese de prostaglandina

Glycosídeos de Phytosterol foram extraídos de tubérculos e mostraram atcividade na

hypertrofia da próstata benigna. O conteúdo do extrato do cormo foi calculado teno sido o

ß–sitosterol ß–D-glucosídeo. O ß–sitosterol tem propriedades anti-inflamatórias. Do

cormos extrairam-se três citokininas, identificadas como zeatina, ribosideo de zeatina e

glucosídeo de zeatina. Pentenina-bis-glucosidophenol (hypoxosido A) fora também

extraído da planta. Uma patente registrada refere que drogas que contêm esta substância

tem atividade antitumor nos pacientes de câncer e relatam não ser tóxicas para animais. Em

exames de três tipos de cultura, as culturas de tipo raiz é que continham o hypoxosido.

Mangifera

indica

A casca, folha e outras partes contêm ácido tânico (tanino). Esta substância já foi utilizada

na medecina científica no tratamento à diarreia, devido ao seu efeito adstringente tendo

sido abandonada porque se verificou que pode ser absorvida por via gastrointestinal dando

necroses no centro lobular do fígado.

Ozoroa

obovata

Às raizes são atribuídas propriedades purgativas.

68

Sclerocarya

birrea

Fruto contém vitaminas, a planta contém alguns alcalóides e taninos.

A casca da árvore que sabor adstringente é largamente usada no tratamento de disenteria e

diarreia.

Ziziphus

mucronata

Raizes são glutinosas. Alcalóides de Peptídios estiveram isolados da casca de árvore e

folhas. Planta extratos mostraram actividade anti-fungica, contra Candida albicans.

Peltophorum

africanum

A casca fresca da árvore usa-se mastigada, para cólicas. Também é para tosses, dor de

garganta, febres, dores de estômago, feridas, parasitas intestinais, erupções cutâneas de

língua nas crianças, doenças da vista, doenças venéreas. A planta inteira é usada para

menorrhagia, As raízes são usadas para dor abdominal, hidropisia, diarreia, infertilidade,

doenças venéreas, dor de garganta, prevenição de aborto e também como diurético e

diaphorético. A goma é conhecida como sendo venenosa

Raizes e casca de árvore contêm taninos. Foram achadas flavanóides nas folhas de plantas

incluindo galactosideos de kaempferol, myricetina, quercetina e rutina. Também foram

descobertos ácido chlorogenico e ácido gálico. ácido trans: 4-hydroxypipecolico 4 ester

sulfato foi encontrado em sementes da África Meridional.

Carica

papaya

Contém glicosídeos, carposida e caricina, sendo o primeiro antihelmítico e o segundo

propriedades antibióticas. Contém papaína que é uma enzima proteolítica que ajuda a

digestão de proteínas, e tem propriedades antihelmíticas e o alcalóide carpaína que é uma

subastância amoebicida e que tem acções cardíacas que deprime o músculo liso.

Eucles

natalensis

Contém lupeol, betulina, sete qualidades de naftaquinona e natalenona

Dois terpenoides pentacíclicos, lupeol e betulina, foram isolados. Quatro naphthaquinona,

diosindigo A, 7-methyljuglona, mamegakinona e diospyrona foram isolados de macerado

da raiz. Triterpenoides e três naphthaquinonas, 7-methyljuglona, diospyrina e Ent3

(desconhecido) foram isolados de um filtrado de ramos.

Ricinus

comunis

Contém rutina, óleos de rícino, riboflavina, ácido nicotínico, lipase, ácido úrico, urease

casbene (agente antifúgico) e ricina que é uma proteína muito tóxica

Garcinia

livingstonei

Contém ácido ascórbico

Abrus

precatorius

A semente é muito tóxica, contém abrina que é uma toxalbumina, ácido ábrico, ácido

poligalacturónico, pentosano e açucar reduzido. A abrina, talvez tenha propriedades

anticancerosas

Combretum

molle

Triterpenoides, ácido mólico 1-a-hydroxycycloartenóide e ácido mólioc 3-ß-D-Xylosideo e

seus glucosídeos, xylosideo e arabinosideo foram isolados de folhas. Uma combinação de e

triterpenóides pentacyclicos de cycloartanos foram isolados do fruto. Extratos de várias

partes mostram actividade anti-tumor contra sarcoma 180.

Strychnos

spinosa

Foi reportada a presença strychnina e brucina. Um monoterpeno não comum a lactona,

stryspinolactona, foram isolados de sementes. Akagerina, kribina e 10-hydroxyakagerina

foram isolados de folhas e 12-hydroxy-11-methoxy-diaboline e 12-hydroxy-11-methoxy-

diabolina da casca do caule. Somente um dos alcalóides encontrados nas folha foi também

achado na casca do caule. O único alcalóide filtrado e achado com actividades biológicas

revelou ter propriedades convulsivas, ainda vários extratos de folhas, ramos, casca do

caule e mistura de caule e casca da raíz revelaram fraco efeito relaxante do músculo ou

nenhum efeito. Nenhum alcalóide isolado do fruto ou semente foram encontrados.

São referidos efeitos narcóticos. Vários relatórios indicam que a semente e talvez outras

partes de plantas possam ser venenosas. Duas ou três sementes pode ser suficiente para

produzir náuseas. Geralmente é considerado que a polpa da fruta é comestível, é ácido e

refrescante. A toxicidade da planta parece ser muito baixa e só efeitos fracos de

relaxamento de músculos foram reportados

Phyllanthus

reticulatus

Folhas pulverizadas são localmente aplicados a chagas, queimam e esfolam irritações.

Ramos são usados como escovas de dente e casca de árvore e folhas são usadas como

diureticos Partes não especificadas da planta são usadas para anemia e hemorragias

intestinais

Phyllanthus primariamente contém phyllantina e hypophyllantina alcalóides e

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bioflavanoides (ex., quercetina). Enquanto resíduos não conhecidos destes ingredientes

possuem efeito anti-viral. Phyllanthus bloquea DNA-polymerase, a enzima necessária para

que o virus da hepatite B se reproduzaToda a planta é usada no tratamento de edemas,

gonorreia menorragia e outras infecções genito- urinárias. Também é aplicada no

tratamento de diabetes, dispepsia, úlceras, disenteria crónica, inchaços, feridas, oftalmia O

cataplasma das folhas misturado com sal cura algumas infecções da pele. Lannea

discolor

A casca interna da árvore moída é usada para diarreia enquanto que folhas são usadas para

furúnculos e abscessos., Preparações na base de raízes são uasadas para infertilidade nas

mulheres, menorrhagia, gonorreia, inchaço das pernas, tosse. Infusões de raiz são aplicadas

como gotas da vista. Enquanto que a casca da árvore pulverizada é utilizado para diarrhoea.

Plumbago

zeylanica

Raizes contém plumbaginina. São referidas como promovendo o poder digestivo e o

apetite. Produzem um poder acro-narcótico, são também usadas para produzir pomadas

para abrir abcessos. São também recomendadas no tratamento de diarreias, dispepsia e

doenças da pele.

Senna

petersiana

Varias partes da planta sâo usadas como purgativo e para tratar febres, gonorreia e infeções

da pele.

Contém apigenina, physciona,, emodol, xanthona cassiollina, anthraquinonas

Possui actividade antibiotica contra Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, B. porteus e

Vibrio cholerae e antifungica Aspergillus niger, A. flavus,e Peninillium chrysogenum,

propriedades tónicas e cicatrizante, abortifaciente, febrifúgo, diurético, laxativo, actividade

antimalárica reduzida.

Cucumis sp.

C. capensis

Cucumina em Cucumis africanus e Cucumis hirsutus

Estas espécies são compostas de cucurbitacina A

Kedrostis sp. Reportado como tendo causado morte após aplicação medicinal.

O gênero contém toxinas potenciais conhecidas por cucurbitacina E e ácido hidrociânico

(Duke 1985) sintomas incluem náuseas , vómitos e diarreia e morte após doses maiores por

paragem respiratória

70

X. Lista Nominal dos PMT's que participaram na pesquisa

Província de Maputo

Manhiça Moamba 75 Avelino Muianga 112 Alice Chaúque 76 Cardoso Djive 113 Amosse Mpinga 77 Celestina Maculele 114 Armando Muianga 78 Eduardo Tamele 115 Cecília Cossa 79 Ernesto Tembe 116 Celeste Mazuze 80 Fernando Mentana 117 Elisa Ntila 81 José Mbozela 118 Ernesto Timbe 82 Lídia Sitoe 119 Evelina Matsolo 83 Maria Cossa 120 Helena Bila 84 Palmira Chihangwe 121 Helena Matenjua 85 Rosalina Cossa 122 Meritina Changala 86 Eugénia Massango? 123 Olga Machava 124 Traifina Chicamale

Namaacha

87 Alberto Chuhongue Magude 88 Alice Zumba 125 Amélia Chaúque 89 Amade Essumaila 126 Carlos Mundlovo 90 Argentina Chambisse 127 Catarina Ubisse 91 Argentina Chambisse 128 Francisco Simione 92 Felismina Chongo 129 Maria Macia 93 Madalena Saveca 130 Mertina Matlhavale 94 Mariana Pechisso

95 Marta Cuna R. Garcia 96 Marta Muhate 131 Amélia Macamo 97 Percina Cuna 132 Amosse Kubaio 98 Ruth Muianga 133 Ana Mateule 99 Sara Sodasse 134 Angelina Tsamuane 100 Saugelina Faife 135 Bissonto Sibui 136 Catarina Mudlhovo

Boane 137 Felipe Zitha 101 Amélia Manhique 138 Laurinda Timane 102 Boavida Machava 139 Linna Nyoni 103 Carlos Matsombe 140 Lúcia Mucantcho 104 Celeste Magaia 141 Maria Samuel Ngomane 105 Cristina Benzane 142 Ngomane (Sati Muni) 106 Ernesto Chirindza 143 William Matlani 107 Helena Muchanga 108 Jeremias Cherinda 109 Laurinda António 110 Levis Facude 111 Rafa Mabunda

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Província de Gaza

Xai-Xai Mandlacaze 1 Alfredo Manusse 37 Angelina Maússe 2 Américo Zandamela 38 Azélia Mawhae 3 Atália Ndeve 39 Bababiana Djire 4 Catarina Wa Xifo 40 Carlota Sigaúque 5 Cristina Chichava 41 Catarina Maússe 6 Elisa Tamele 42 Catarina Nuvunga 7 Fernando Halazi 43 Deolinda Tovela 8 Lourenço Nhaule 44 Ernesto Machava 9 Maria Bila 45 Esmeralda Munguambe 10 Olinda Nhabanga 46 Luís Tovela 11 Regina Manave 47 Manuel Mathe (Ndima) 48 Marcos Macuacua

Macia

12 Arone Cossa Guijá 13 Azélia Mawae 49 Amosse Matusse 14 Catarina Cossa 50 Angelina Mabunda 15 Domingos Tembe 51 Elias Massinga 16 Francisco Malache 52 Florinda Mutombene 17 Isabel Macachwa 53 José Chambal 18 Ndotane Maposse 54 Maria Matavel 19 Rosalina Mabunda 55 Paulo Chaúque 20 Rosalina Macaringue 56 Romeu Zitha 21 Salmina Matavel 57 Safira Ngovene 22 Salva Massingue 58 Salmina Mbanjo 59 Sebastião Macamo

Chibuto 60 Silvano Saro 23 Albertina Macachua 61 Simione Sitoe 24 Alfredo Sitoe

25 Anselmo Chaúque Chókwe 26 António Maposse 62 Alberto Macuvele 27 Armando Mauai 63 António Ngwenha 28 Armando Tamele 64 Carlota Sitoe 29 Cacilda Matsinhe 65 Eugénio Mucave 30 Elias Macarringue 66 Fenias Mongwe 31 Eva Manave 67 Francisco Mandlaze 32 Florência Balate 68 Janeta Nhate 33 Orlando Mazive 69 Joana Massango 34 Raimundo Macamo 70 Júlio Macie 35 Ricardina Marindze 71 Laura Chaúque 36 Simbine Chigono 72 Lourenço Nhate 73 Salimina Matavel 74 Sineta Chonguane

72

XI. Etiqueta usada na montagem das espécies hebarizadas (Exemplo)

Departamento de Estudos de Plantas Medicinais e Medicina Tradicional Herbário

Nº ------ 153/4589

Plantas Medicinais do Sul de Moçambique

Col. F. Gaspar, F. Barbosa, B. Bandeira, V. Acha, A. Cândido, C. Boane, R. Mateus et S. Dungo nº 863 Data:Janeiro 2003-09-09 ANACARDIACEAE Ozoroa obovata (Oliv.) R. & A. Fernandes Nome vernacular: Ximafamafane Província: Maputo; Distrito Namaacha Local: Estrada de boane a porto Henriques, povoação de Ambrósio Coordenadas: Sul 26º 16’ 38,4” Este 32º 19’ 58,5” Altitude 120 ft Biot.: Arbusto muito ramificado de 1,5–2 m de altura; folhas alternas a sub-verticiladas; limbo obovado, obovado-oblongo, arredondado no ápice, acuneado na base. Ecologia: Solos rochosos com areia vermelha compacto,. Espécies dominantes: Xylotheca kraussiana, Lannea edulis, Balanites maughamii, Terminalia sericea, Combretum molle, Panicum maximum, Commelina bengalensis, Vitex sp., Dichrostachys sp., Hymenocardia ulmoides, Rhoicissus sp, Aspargus sp. Informação medicinal: Trata dores abdominais e diarreia

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XII. Ficha etnobotânica para o levantamento de dados

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