PESQUISA ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELOS PRATICANTES DE MEDICINA TRADICIONAL NO...
Transcript of PESQUISA ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELOS PRATICANTES DE MEDICINA TRADICIONAL NO...
Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade
Pesquisa Etnobotânica
PROCURA DE CUIDADOS DE SAÚDE NO CORREDOR DA ESPERANÇA EM
RELAÇÃO AO HIV/SIDA
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
1
TÍTULO: PESQUISA ETNOBOTÂNICA DE PLANTAS MEDICINAIS UTILIZADAS PELOS PRATIOCANTES DE MEDICINA TRADICIONAL NO TRATAMENTO DE DOENÇAS ASSOCIADAS AO HIV/SIDA
AUTORES: J. Fumane*, A. Cândido*, F. Barbosa**, C. Boana**, J. Dungo**, R. Mateus***, B. Bandeira****, V. Acha*****, F. Gaspar* * Instituto Nacional de Saúde ** Universidade Eduardo Mondlane, Departamento de Ciências Biológicas *** Instituto Nacional de Investigação Agronómica Departamento de Botânica **** Universidade Pedagógica, Departamento de Biologia, ***** Caminhos de Ferro de Moçambique, Unidade Técnica para a Força de trabalho,
Telefone/Fax: 258-1-431103 Maputo, Novembro de 2003
ASSISTÊNCIA FINANCEIRA:
Fundação para o Desenvolvimento da Comunidade (FDC), Projecto Kulhuvuka.
2
AGRADECIMENTOS
Aos Directores provinciais de Saúde de Maputo e Gaza nomeadamente Dr. Abdul Mussa, Dr. Dário Sacur e seus directores distritais pelas facilidades logísticas disponibilizadas. À AMETRAMO Provincial de Maputo e Gaza em especial aos senhores Presidentes Cardoso Ngive, Sabina Nhaca e seus vice–presidentes Jonas Ernesto Timbo e Chale Mbiza Justino pela mobilização feita e apoio prestado durante todo o trabalho nas províncias. Em particular a todos os Praticantes de Medecina Tradicional PMT’s que sem eles não teria sido possível a realização do presente trabalho. Aos senhores administradores distritais das províncias de Maputo e Gaza por terem acolhido a equipa e permitido a realização do trabalho. Ao Sr Joaquim Ngoluja pelo seu dinamismo e eficiência nas questões logísticas permitindo que todas as actividades fossem realizadas. Ao senhor dr. Mário Calane da Silva do INIA- Departamento de Botânica pela disponibilização de meios e de técnicos que possibilitaram a identificação e montagem dos espécimens. Aos técnicos envolvidos em especial a Iva Vaz, Abílio Manhique e João Manguele que incansavelmente apoiaram na identificação, montagem e etiquetagem dos espécimens. Por último a todos aqueles que contribuiram directa ou indirectamente para a realização deste trabalho.
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
3
ÍNDICE
Lista de figuras e tabelas ........................................................................................................... 5 RESUMO .................................................................................................................................... 6 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 7
2. OBJECTIVOS ......................................................................................................................... 8 3. METODOLOGIA ...................................................................................................................... 9
3.1. Área de Estudo ............................................................................................................. 9
3.1.1. Principais Comunidades Vegetacionais ...................................................................... 11 3.2. Levantamento de Dados de Campo .............................................................................. 14 3.2.1. Selecção dos PMT’s ................................................................................................. 14
3.3. Análise e Tratamento de Dados.................................................................................... 14 4. ÉTICA ................................................................................................................................... 14
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO .............................................................................................. 15
5.1. Doenças Tratadas pelos PMT´s.................................................................................... 15 5.2. Plantas Registadas ..................................................................................................... 16 5.3. Plantas Usadas no Tratamento de Doenças Associadas ao SIDA ................................... 18
5.3.1. Gonorreia ................................................................................................................ 18
5.3.2. Sífilis ....................................................................................................................... 21
5.3.3. Linfogranuloma venereum ......................................................................................... 23
5.3.4. SIDA ....................................................................................................................... 24
5.3.5. Tuberculose ............................................................................................................. 25 5.3.6. Dores Abdominais .................................................................................................... 28
5.3.7. Diarreia ................................................................................................................... 30 5.3.8. Feridas .................................................................................................................... 31 5.3.9. Doenças pouco referidas pelos PMT’s ....................................................................... 32
5.4. Preparação de Medicamentos ...................................................................................... 34
5.4.1. Partes mais usadas na preparação de medicamentos ................................................. 34 5.4.2. Formas de preparação de medicamentos ................................................................... 34
5.4 3. Dosagem aplicada ao doente .................................................................................... 35 5.5. Critérios de Cura ......................................................................................................... 35
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES .................................................................................. 35
6.1. Conclusões................................................................................................................. 35 6.2. Recomendações ......................................................................................................... 36
7. LIMITAÇÕES DO ESTUDO .................................................................................................... 36
8. GLOSSÁRIO ......................................................................................................................... 37 9. BIBLIOGRAFIA ..................................................................................................................... 40
10. ANEXOS ............................................................................................................................. 42
10.1. ANEXO 1 ......................................................................................................................... 42
I. Lista total das espécies usadas no tratamento das DTS/SIDA e doenças associadas ........... 42 II. Espécies usadas no tratamento das DTS/SIDA nas Prov de MAPUTO e GAZA ..................... 46
III. Espécies usadas nas DTS/SIDA Província de Maputo ......................................................... 49 IV. Espécies usadas nas DTS/SIDA Província de Gaza ............................................................. 51 V. Lista das doenças e sintomas referidas pelos PMT's no âmbito DTS/SIDA .......................... 53
VI. Frequência de uso de plantas para o tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA - Província de Maputo ................................................................................................................ 54
VII. Frequência de uso de plantas para o tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA - Província de Gaza .................................................................................................................... 59
VIII. Pesquisa bibliográfica ...................................................................................................... 65 IX. Efeitos fisiológicos e ou composição química .................................................................... 67
4
X. Lista Nominal dos PMT's que participaram na pesquisa ...................................................... 70
Província de Maputo .......................................................................................................... 70
Província de Gaza ............................................................................................................. 71 XI. Etiqueta usada na montagem das espécies hebarizadas (Exemplo) .................................... 72 XII. Ficha etnobotânica para o levantamento de dados ............................................................ 73
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
5
Lista de figuras e tabelas
Nº Título Pág Figura 1: Localização da área de estudo na província de Maputo.................................................................. 10
Figura 2: Localização da área de estudo na província de Gaza ..................................................................... 11
Figura 3: Mapa de vegetação da província de Maputo ................................................................................. 12
Figura 4: Mapa de vegetação da província de Gaza .................................................................................... 13
Figura 5: Doenças tratadas pelos PMT’s na Província de Maputo ................................................................. 15
Figura 6: Doenças tratadas pelos PMT’s na Província de Gaza .................................................................... 16
Figura 7: Frequência das plantas mais mencionadas pelos PMTs para o tratamento de DTS e outras doenças associadas ao HIV/SIDA .................................................................................................................. 17
Figura 8: Plantas usadas no tratamento da gonorreia pelos PMT’s na província de Maputo ............................ 19
Figura 9: Plantas usadas no tratamento da gonorreia pelos PMT’s na província de Gaza................................ 19
Figura 10: Plantas usadas no tratamento da Gonorreia pelos PMT’s na província de Maputo e Gaza .............. 20
Figura 11: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Maputo ................................. 22
Figura 12: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Gaza .................................... 22
Figura 13: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Maputo e Gaza ...................... 23
Figura 14: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da Tuberculose na província de Maputo .............. 26
Figura 15: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da tuberculose na província de Gaza .................. 27
Figura 16: Plantas usadas s pelos PMT's no tratamento da tuberculose nas províncias de Maputo e Gaza ...... 28
Figura 17: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo no tratamento da dor abdominal .................... 28
Figura 18: Plantas usadas pelos PMT's da província de Gaza no tratamento da dor abdominal ....................... 29
Figura 19: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo e Gaza no tratamento da dor abdominal ........ 30
Figura 20: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo no tratamento da diarreia .............................. 31
Figura 21: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo e Gaza no tratamento da diarreia .................. 31
Tabela 1: Plantas registadas por cada doença em cada uma das províncias ................................................. 18
Tabela 2: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da Linfogranuloma venereum .............................. 23
Tabela 3: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento do SIDA ............................................................ 24
Tabela 4: Plantas mencionadas para o tratamento de feridas nas províncias de estudo .................................. 32
Tabela 5: Lista de doenças e plantas pouco mencionadas pelos PMT’s nas províncias em estudo .................. 32
6
RESUMO
O trabalho apresenta resultados de pesquisas feitas em 11 distritos ao longo do corredor de Esperança nas províncias de Maputo e Gaza onde foram entrevistados 138 PMT’s (Praticantes de Medicina Tradicional). A pesquisa foi centrada no saber dos PMT’s quanto ao tratamento das DTS e doenças associadas ao HIV/SIDA assim como as espécies de plantas usadas para o seu tratamento. Para se alcançar os objectivos traçados fizeram-se entrevistas e colheitas de amostras de plantas em vários locais dos 11 distritos durante dois meses. Foram identificadas 160 espécies de plantas. As 160 espécies foram herbarizadas e seus especímens conservados nos herbaria do MISAU INS – Departamento de Estudos de Plantas Medicinais e Medicina Tradicional e Universidade Pedagógica Faculdade de Ciências Naturais e Matemática – Departamento de Biologia. Do estudo destacam-se a Terminalia sericea, Aloe marlothii, Bridelia cathartica, Aloe chabaudii e Ozoroa obovata com frequências de citações acima de 33%. A gonorreia e a tuberculose são as doenças com elevadas frequências quer pelas plantas mencionadas quer pelo número de PMT’s que se refriram saber tratar. Embora com menor frequência, 5 PMT’s referiram saber tratar a SIDA. Para o tratamento das doenças referidas o número de plantas variava de 1 espécie de planta a uma combinação de 8. A Hypoxis spp., recomendada para o tratamento de várias doenças incluindo a SIDA é usada em Maputo e Gaza. Dada à pressão a que a espécie está sujeita no campo, mereceu um estudo particular incluso no presente relatório.
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
7
1. INTRODUÇÃO
Segundo a Organização Mundial da Saúde a fitoterapia constitui uma alternativa na prestação dos cuidados de saúde primários em muitos países, especialmente onde os custos da medicina moderna são elevados e os sistemas de Saúde Pública ineficientes. Em Moçambique a situação não é diferente e o uso de plantas medicinais é uma prática comum e cultural, uma vez que as populações utilizam muitas vezes estes recursos naturais como forma única para prestação de cuidados de saúde. Moçambique tal como em outros países em desenvolvimento, existe um uso intensivo de plantas para a cura de doenças e cuidados de saúde primários. A medicina moderna tem uma cobertura insuficiente na razão de um médico/50000 habitantes e um enfermeiro/5000 habitantes. Um dos grupos intervenientes e que de certo modo ocupa um lugar de destaque na comunidade é o dos Praticantes da Medicina Tradicional (PMT’s), a sua proporção é na ordem de um 1/200 habitantes. Estima-se que cerca de 60% da população moçambicana depende da medicina tradicional para os seus cuidados de saúde. Os indicadores acima ilustram que os cuidados de saúde pela medicina moderna ainda estão aquém de abranger maior parte da comunidade ainda que sejam primários. Por outro lado enfatizam que a população moçambicana maioritáriamente usa a medicina tradicional e que os PMT’s gozam de uma grande confiança no seio da comunidade, o que poderá influenciar em grande medida a mudança de comportamentos de risco da população. Sendo evidente que as práticas e crenças relativas às doenças devem ser estudadas e analisadas para melhor se encontrar mecanismos e vias para o melhoramento das mesmas. Também os vastos conhecimentos dos PMT’s podem ser aplicados com bons resultados em cuidados de saúde primários se estes forem padronizados. Em países em vias de desenvolvimento mais de 4 biliões de pessoas tem nas plantas medicinais a sua sobrevivência quer usando-as na cura de diversas doenças quer explorando-as para fins lucrativos. Há centenas de milhares de anos, várias plantas tem sido usadas por populações locais para fins medicinais sendo estas parte integrante da sua própria cultura( Lambert et al 1997) Devido a importância crucial destas é urgente redescobrir os conhecimentos em vias de desaparecer sobre as plantas medicinais nativas, para reintroduzir o uso das mesmas, de modo a evitar a importação de medicamentos caros mas não necessáriamente melhores, produzidos pelas grandes companhias farmacêuticas. A flora moçambicana apresenta uma diversidade muito rica e apesar do seu uso generalizado, não só medicinal como também alimentar entre outros, ainda não existe um conhecimento de base sobre as plantas utilizadas pelos Praticantes de Medicina Tradicional (PMT´s) e pela comunidade em geral para o tratamento de doenças e das DTS/SIDA. Em Moçambique existe uma vasta gama de plantas que compõem a farmacopeia tradicional. Algumas destas plantas foram reunidas e editadas por Jansen e Mendes (1982;1984;1990;1991;2001). Contudo não existe um registo sistemático de muitas delas e o poder curativo de algumas ainda não está comprovado de modo a que sejam consideradas medicinais. A maioria destas plantas nunca foram profundamente investigadas no que respeita aos seus ingredientes activos. Programas de rastreio tem sido levados a cabo, contudo estes resultam em apenas um reduzido número de medicamentos de ampla utilização. Adicionalmente não foram desenvolvidos estudos com o objectivo de conhecer e avaliar a composição química, o valor terapêutico e nutricional e até mesmo como fonte para os extractos químicos e outros produtos de importância comercial. Os sistemas de medicina tradicionais abordam de forma holística i.e. como um todo esta problemática onde a doença ou desgraças resultam dum desequilíbrio entre o indivíduo e o ambiente, enquanto que a moderna biomedicina basea-se numa abordagem técnica e analítica. A crença de que nada ocorre por acaso mas sim é resultado de influências exercidas por algo, quer pessoas no presente ou espíritos dos antepassados é o focus central no uso de plantas medicinais. Estas diferentes formas de abordagem das doenças pelo sistema tradicional fazem com que ela seja procurada mesmo em áreas urbanas onde se regista disponibilidade de serviços de saúde (Cunningham 1996).
8
Estudos feitos em alguns países asiáticos (Liquela et al 1994-95), africanos (Cavender 1988); (Coulibaly et al 1989); (Sharma & Rosse 1990); ( Arkovitz & Manley 1990) e mesmo os poucos estudos conduzidos pelo Departamento de Estudos de Plantas Medicinais e Medicina Tradicional-MISAU em Moçambique (Gaspar et al. 1994), demonstram a necessidade que se impõe de uma maior aproximação e colaboração entre o sector da medicina moderna e o tradicional, de modo a proteger os interesses das populações beneficiárias. Esta colaboração poderá conduzir a um impacto positivo na política de implementação dos cuidados de saúde primária, com um reflexo positivo no desenvolvimento sócio-económico do Continente, dado que o tratamento mediante o uso de plantas é fácilmente aceite pela população, e a sua disponibilidade local é imediata. Pelo reconhecimento do valor da medicina tradicional, iniciativas globais para Sistemas tradicionais de saúde tiveram lugar na America Latina, África e Ásia em 1994-95 e Inglaterra em 1995. Todos estes sublinharam a necessidade de se definir claramente políticas que promovessem uso seguro da medicina tradicional (Lambert et. al. 1997). Alguns Países da Região Africana estão a produzir localmente, em fase experimental, várias preparações à base de plantas para diarreia crónica, doenças do fígado, desinteria amebiana, obstipação, tosse, eczema, úlceras, hipertensão, diabetes, paludismo, saúde mental e HIV/SIDA. Alguns destes medicamentos foram registados e incluídos nas listas nacionais de medicamentos essenciais. Com o apoio de Centros de Colaboração da OMS e outras instituições de investigação estão a ser realizadas pesquisas no campo da medicina tradiciona l(WHO 2000) de modo a melhorar os serviços prestados por esta componente importante na saúde das comunidades. O projecto “PROCURA DE CUIDADOS DE SAÚDE NO CORREDOR DE ESPERANÇA” surgiu da necessidade urgente de investigação no que concerne ao uso das plantas medicinais com vista a torná-lo mais amplo, seguro e credível no país; incentivar a troca de informação e educação a todos os níveis de modo a aumentar e alertar seu potencial económico na produção de drogas; documentar espécies de plantas conhecidas como tendo uso medicinal no tratamento de doenças oportunísticas associadas ao HIV/SIDA. Através da documentação destas plantas e da identificação dos seus princípios activos o país poderá alcançar auto-suficiência nos cuidados de saúde a nível local e nacional através da promoção de plantas medicinais disponíveis localmente e aceites culturalmente, reduzir os custos e a depêndencia dos produtos farmacêuticos geralmente importados, fazer uso de medicamentos locais como alternativa segura, assegurar o uso de plantas mais eficientes reduzindo deste modo os índices de intoxicação. Esta pesquisa envolveu uma equipa multidisciplinar do Departamento de Estudo de Plantas Medicinais e Medicina Tradicional do MISAU, Universidade Pedagógica, Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Eduardo Mondlane e o CFM-UTFT, Unidade Técnica para a Força de Trabalho, de modo a se ter uma perspectiva holística na problemática do uso de plantas medicinais no nosso País. O projecto se propôs a investigar as plantas usadas para fins medicinais de modo a seleccionar as que possuem propriedades medicinais i.e. com efeitos na saúde do indivíduo, ou de efeito curativo comprovado pela medicina moderna. Começando com plantas cujo efeito é conhecido, poder-se-á provar ser um melhor meio, mais rápido e barato de se obter resultados. Deste modo foram traçados os seguintes objectivos:
2. OBJECTIVOS
O presente estudo tem como objectivos os seguintes: Fazer o levantamento das plantas medicinais usadas pelos Praticantes de Medicina Tradicional para o
tratamento das DTS/SIDA; Reportar os métodos de tratamento utilizados;
Registar os critérios de cura sob ponto de vista dos Practicantes de Medicina Tradicional.
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
9
Promover o uso de plantas medicinais eficazes no tratamento das DTS/SIDA. Incentivar o cultivo das plantas mais eficazes no tratamento das DTS/SIDA.
3. METODOLOGIA
3.1. Área de Estudo
O estudo realizou-se na zona sul de Moçambique nas província de Maputo e Gaza (Figuras 1 e 2). A província de Maputo com uma densidade populacional de 934.000 habitantes e uma taxa de prevalência de SIDA de 15,5% e Gaza com uma população de 1.203.000 habitantes cuja prevalência do SIDA é de 19,4% entre os 15-49 anos de idade (MISAU-INE 2001). Foram seleccionados onze distritos abrangidos pelo Projecto Corredor de Esperança em que se entrevistaram cerca de 138 PMT’s residentes em: Moamba, Namaacha, Boane, Manhiça e Magude na Província de Maputo e Macia, Chokwé, Guijá (Caniçado), Xai-Xai, Chibuto e Manjacaze na província de Gaza. A província de Maputo de acordo com o censo de 1997 www.ine.gov.mz Instituto Nacional de Estatistica, possui uma população estimada em 806. 179 habitantes. A densidade é de 30.9hab/km2. o número médio por agregado familiar é de 4.4 pessoas. Possui uma taxa de analfabetismo de 34.2 . A maioria destas pessoas vive em casas melhoradas 59.3%. No que concerne aos serviços básicos apenas 14.8 beneficiam de água canalizada, 85.3 não tem eletricidade e 22.3 sem latrinas. A taxa de mortalidade infantil está estimada em 14.7/1000 e a esperança de vida para a província é de 50.6 anos.
A província de Gaza, possui uma população estimada em 1.062.380 habitantes. A densidade é de 14.0 hab/km2. o número médio por agregado é de 4.5 pessoas. Possui uma taxa de analfabetismo elevada estimada em 52.7%. A maioria destas pessoas vive em palhotas 77.5 %. No que concerne aos serviços básicos apenas 4.5 beneficiam de água canalizada, 92.2 não tem eletricidade e 38.6 sem latrinas. A taxa de mortalidade infantil está estimada e 117.7/1000.
Na Província de Gaza tal como para Maputo há um elevado nível de mortalidade. É importante notar que este alto nível está determinado principalmente pela mortalidade na infância.
A esperança de vida para a província Gaza é de 45.6 anos sendo 50.4 anos nas urbanas e 44.2 anos nas rurais, o que corresponde a uma diferença de mais de 6 anos. Enquanto que para a de Maputo é de 50.6 anos sendo 55.0 anos nas urbanas e 44.5 anos nas rurais, o que corresponde a uma diferença de mais de 10 anos. Esta diferença entre as áreas urbanas e rurais pode dever-se a uma maior disponibilidade de serviços de saúde nas primeiras. Entretanto, também pode influir o nível educacional mais elevado da população urbana e o possível melhor nível de vida da mesma quando comparada com a rural.
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
11
Figura 2: Localização da área de estudo na província de Gaza
3.1.1. Principais Comunidades Vegetacionais
As principais comunidades vegetacionais nos cinco distritos da província de Maputo de acordo com Wild & Barbosa (1968) são: vegetação seca semi-decídua com espécies predominantes, formações salinas, vegetação
12
característica de terras baixas e formações aluvionares. No que se relaciona aos distritos da província da Gaza temos vegetação semi-decídua com espécies predominantes, vegetação das dunas litorais, formações salinas bem como formações aluvionares (Figuras 3 e 4).
Figura 3: Mapa de vegetação da província de Maputo
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
13
Figura 4: Mapa de vegetação da província de Gaza
14
3.2. Levantamento de Dados de Campo
Para o levantamento de dados foi produzido um questionário utilizado no campo durante os entrevistas (Grandstaff et. al. 1985; Theis & Grady, 1991). Este era constituido de duas componentes, uma sócio-antropológica e outra etno-botânica constituida por três partes: ficha de dados gerais de identificação, ficha etnomédica, e ficha para identificação das espécies utilizadas. (este desenvolvido com base no usado pela OUA) As variáveis abordadas foram:
Variáveis de base (proveniência, residência, idade, escolaridade e tipo de aprendizagem relativa aos
conhecimentos adquiridos);
Conhecimentos sobre a doença, atitudes e práticas desenvolvidas;
Contactos com doentes possuindo DTS/HIV/SIDA
Plantas utilizadas para os tratamentos;
Partes das plantas utilizadas e dosagens, entre outras variáveis.
Conhecimentos em relação aos critérios de melhoria do estado geral do doente (critérios utilizados)
Após a identificação das doenças tratadas pelos PMT´s fez-se a colheita das plantas utilizadas para o tratamento destas. Caso o total de plantas usadas para o preparado de uma um certo medicamento para a cura de uma doença não estivesse completo, a doença era anulada da amostra e consequentemente as plantas usadas na cura da mesma. Este critério foi utilizado devido ao facto de as plantas em falta se encontrarem em sítios inacessíveis ou muito distantes da área de estudo. Após a colheita, foi realizado o preechimento do inquérito referente a ficha etnomédica do questionário.
3.2.1. Selecção dos PMT’s
Durante a visita preliminar foram contactados em cada distrito o Presidente da Ametramo. Este por sua vez seleccionou os indivíduos que participaram das entrevistas. Alguns critérios foram recomendados para a selecção como sejam: experiência no tratamento de DTS, doenças diarréicas, doenças da pele, doenças pulmonares e outras associadas ao HIV/SIDA
3.3. Análise e Tratamento de Dados
Os dados foram analisados no programa estatístico Excel 2000. Foram determinadas frequências das diferentes variáveis numéricas e categóricas. A identificação das espécies medicinais, foi feita no herbário nacional - LMA (Instituto Nacional de Investigação Agronómica). Foi feita a confrontação dos dados obtidos com dados bibliográficos existentes a nível nacional e internacional.
4. ÉTICA
Os objectivos do trabalho foram apresentados e explicados antecipadamente a todos os PMT´s entrevistados, e, só após o seu consentimento, foram feitas as entrevistas, salvaguardando-se os aspectos de confidencialidade individual comunitária e cultural. Toda a informação recolhida com base nos informantes foi catalogada, todos os dados recolhidos e compilados e os materiais produzidos foram apresentados, avaliados e discutidos na comunidade. Em todos os locais de estudo cópias dos materiais finalizados foram colocados nas estruturas comunitárias e governamentais relevantes.
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
15
5. RESULTADOS E DISCUSSÃO
Um total de 138 PMT`s foram entrevistados, 66 em Maputo e 72 em Gaza. Destes 57% são mulheres e 43% homens. A média de idade dos entrevistado é de cerca de 53 anos. A maioria dos praticaticantes são Nyamussoro1 com cerca de 91% e 71% em Maputo e Gaza respectivamente e em relação aos Nyangarrume2 e ervanários estes são em menor percentagem i.e., inferior a 30%. A maioria dos entrevistados, 83% e 84% em Maputo e Gaza respectivamente referiu exercer a actividade há mais de 10 anos denotando experiência nesta prática.
5.1. Doenças Tratadas pelos PMT´s
Os PMT´s entrevistados revelaram possuir experiência no tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA. Nas duas províncias foi feita uma listagem de doenças por estes tratadas tendo se obtido os seguintes resultados: Um total de 24 doenças e sintomas foram listadas na província de Maputo, enquanto que em Gaza foram 29. Destas, 18 foram mencionadas em ambas províncias tendo sido listadas outras 6 diferentes para Maputo e 11 para Gaza. Das doenças mencionadas em Maputo, destacam-se a Gonorreia (Xikandzameti), Tuberculose (Ndere, Nkohlolo ou Tindzaca), Dor abdominal (Kuvava ou kuluma ndzene), Diarreias (Kuhuda, Kutsutsuma, Kucheca ou kupurugara). Sífilis (Vuva ou Mbatata), Feridas (Xilondza), Corrimento (Ku humela nsila, Chilume, cododo), DTS (Mabadjwi ya massango), Vómitos (Kuhlantela, Nhongwa e Dgisso), Tosse (Mucuhluane, Kohlolela), Febres (Ku hissa muzimba, Dzedze, Phungulu), Aquecimento dos pés (N’daptswa), SIDA, Dores de cabeça (Kuvava nhloco), Linfogranuloma venereum (Mula, Ximuluana), Anemia (Anga hana ngati), Cólicas menstruais (Xilume) (Figura 5).
Doenças mencionadas na província de Maputo
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Gonorr
eia
Dia
rreia
Tuberc
ulo
se
Dor
abdo
Feridas
Vóm
itos
Dor
de c
abeça
Síf
ilis
DT
S
Febre
s
SID
A
Cólic
as m
enstr
Tosse
Lin
fogra
nulo
ma v
enere
um
Corr
imento
Aquecim
dos p
és
Borb
ulh
as
Reum
atism
o
Anem
ia
Falta d
e a
petite
Asm
a
Dor
úte
ro
Hem
orr
agia
Prisão d
e v
entr
e
Doenças
Nº
de v
ezes m
en
cio
nad
as p
elo
s P
MT
's
Figura 5: Doenças tratadas pelos PMT’s na Província de Maputo
1 Nyamussoro: Praticante de Medicina Tradicional que exerce a sua profissão pela força de espíritos. Antes de
tratar os seus doentes deve consultar os seus espíritos, para ver o que tem o doente e como trata-lo 2 Nyangarrume: Praticante de Medicina Tradicional que faz o tratamento ao doente sem no entanto ter que
consultar os espíritos. Este faz simplesmente a consulta por intermédio dos tinhlolos (pedras, conchas, moedas
e/ou ossadas). Conhece a doença e a planta para o tratamento específico. Este pode também ser considerado
ervanário
16
Em Gaza as doenças que foram com maior frequência mencionadas e que também apresentam um grande número de especímens são: gonorreia, tuberculose, sífilis, dores abdominais, DTS, linfogranuloma venereum, infertilidade, diarreia, feridas, corrimento, reumatismo, borbulhas e epilepsia (Figura 6). Os nomes vernaculares quer em Maputo quer em Gaza são designados de igual modo diferindo na escrita onde temos o ronga em Maputo e o changana em Gaza.
Doenças mencionadas em Gaza
0
5
10
15
20
25
30
35
40
45
50
Gonorr
eia
Tuberc
ulo
se
Dor
abdo
Síf
ilis
DT
S
Lin
fogra
nulo
ma v
enere
um
Feridas
Dia
rreia
Infe
rtili
dade
Corr
imento
Febre
s
Borb
ulh
as
Dia
rreia
sanguin
ole
nta
Epile
psia
Impotê
ncia
Sexual
Reum
atism
o
Tosse
Am
eaça a
bort
o
Anem
ia
Derm
atite
Dor
de c
abeça
Falta d
e a
petite
Furú
nculo
s
Hid
rocelo
Inchaço c
orp
o
SID
A
ùlc
era
Doenças
Nº
de v
ezes m
en
cio
nad
as p
elo
s P
MT
's
Figura 6: Doenças tratadas pelos PMT’s na Província de Gaza
Como se pode observar, em ambas províncias a gonorreia, tuberculose, dor abdominal, sifilis, DTS e feridas são as doenças que foram mais mencionadas como sendo as mais tratadas. Este resultado pode ser indicativo de ocorrência de um elevado número de casos e consequentemente maior solicitação do seu tratamento junto aos PMTs. Comparativamente a província de Gaza, a diarreia foi mais mencionada na província de Maputo podendo se pressupor que esta tem maior incidência nesta última.
5.2. Plantas Registadas
Um total de 160 espécies de plantas medicinais usadas no tratamento das DTS e doenças oportunísticas associadas ao HIV/SIDA (anexo 1), foram identificadas e herbarizadas nas duas províncias sendo 82 espécies em Maputo das quais 44 espécies apenas usadas nesta província e 121 em Gaza das quais 83 apenas usadas nesta província. Do total de espécies identificadas nas duas províncias, 38 espécies são comuns (anexo 2) De cada espécie foram colhidas em média 4 exemplares. As colecções foram posteriormente colocadas nos herbaria no DPMMT-MISAU e na UP- Universidade Pedagógica – Maputo. A Terminalia sericea foi a mais mencionada pelos PMT´s. A figura 7 ilustra as 20 espécies mais mencionadas nas duas províncias, onde 60 destes afirmaram usar a mesma, seguida da Aloe marllothii (50), Bridelia cathartica (48), Aloe chaubadii (45), Ozoroa obovata (45) a Artabrotys brachypetalus e a Tabernaemontana elegans (34) PMT´s e por último a Tilacora funifera com (8). As restantes espécies foram mencionadas por menos PMT´s tendo algumas delas sido referidas apenas por um único PMT, como por exemplo Opuntia sp., Afzelia quazensis (anexo 1).
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
17
0
10
20
30
40
50
60
Nº
de
PM
T's
qu
e m
en
cio
na
ram
a p
lan
ta
Term
inalia
sericea
Alo
e m
arloth
ii
Bridelia
cath
art
ica
Alo
e c
habaudii
Ozoro
a o
bovata
Art
abotr
ys b
rachypeta
lus
Tabern
aem
onta
na e
legans
Senna p
ete
rsia
na
Hypoxis
angustifo
lia
Eucle
a n
ata
lensis
Com
bre
tum
molle
Str
ychnos s
pin
osa
Cla
doste
mon k
irkii
Hypoxis
sp.
Phylla
nth
us r
eticula
tus
Ziz
iphus m
ucro
nata
Peltophoru
m a
fric
anum
Anacard
ium
occid
enta
le
Thyla
ciu
m a
fric
anum
Lannea d
iscolo
r
Turr
aea n
ilotica
Ele
phanto
rrhiz
a e
lephantina
Kohautia s
p.
Spirosta
chys a
fric
ana
Str
ophanth
us p
ete
rsia
nus
Tila
cora
funifera
Plantas
Plantas utilizadas nas Províncias de
Maputo e Gaza
Figura 7: Frequência das plantas mais mencionadas pelos PMTs para o tratamento de DTS e outras doenças associadas ao HIV/SIDA
Algumas espécies usadas no tratamento das doenças não se encontravam disponíveis na área onde foram realizadas as colheitas. Este facto contribuiu a exclusão de algumas doenças que os PMT’s afirmaram saber tratar e as respectivas plantas. Na Província de Maputo foram identificadas 83 diferentes espécies usadas no tratamento de 29 diferentes doenças relacionadas com as DTS/SIDA. No que se relaciona às plantas colhidas para o tratamento das DTS/SIDA há a destacar a Aloe marlothii, Aloe chabaudii, Tabernaemontana elegans, Terminalia sericea Euclea natalensis, Hypoxis hemerocallidea, Senna petersiana, Artabotris brachypetalus, Ozoroa obovata, Bridelia cathartica, Peltophorum africanum, Spirostachys africana, Phillanthus reticulatus que são plantas mais referidas, aplicadas no tratamento de várias doenças.(anexo III). Em Gaza, um total de 121 plantas correspondendo a cerca de 76% do universo de espécies registadas são utilizadas no tratamento de DTS/SIDA e outras doenças a ela associadas. Das plantas citadas pelos PMT’s para o tratamento das doenças, destacaram-se: A Bridelia cathartica (Thlanthangati Munuangati) que foi mencionada por 35 PMTs, Aloe chabaudii (Mangane ya yi tsngo), A. marlothii (Mangane ya yi kulo) e Euclea natalensis (Ntitane, Mulala Nkhitane) por 15, e as restantes foram mencionadas por um menor número de praticantes como por exemplo Hypoxis hemerocallidea (Chirangabua, Chirangaboana), Tabernaemontana elegans (Ncathlo), Turraea nilotica (Manjunguana, Nhamanjunguane), Ozoroa obovata (Ximafamafane, Xinungumafi Muthlambedzaka), Strychnos spinosa (Nsala, Massala), Cladostemon kirki (Mahukwa, Nhamurracuane), Kohautia sp. (Matchatchula), Terminalia sericea (Nkonola), Thylacium africanum
18
(Xitekelanhama, Xicotela), Phyllanthus reticulatus (Thethenha), Tilacora funifera (Chiwizila, Chiwozila, Cododo), Elephantorrhiza elephantina (Chengani, Xiwurrai) (anexo IV)
5.3. Plantas Usadas no Tratamento de Doenças Associadas ao SIDA
Para o tratamento das DTS/SIDA foram identificadas 160 plantas. A gonorreia e a tuberculose registaram o maior número de plantas enquanto que a SIDA, linfogranuloma e feridas e outras registaram menor número de espécies (tabela 1). Esta disparidade de espécies usadas também pode ser o reflexo da escolha e da disponibilidade da espécie na área Do total da amostra verificou-se que maior número de PMT’s possui grande prática no tratamento da gonorreia e tuberculose enquanto que os restantes, em menor número, revelaram experiência no tratamento da SIDA, linfogranuloma, feridas e outras (Anexo V).
Tabela 1: Plantas registadas por cada doença em cada uma das províncias
Doenças Maputo Gaza
Gonorreia 41 61
Tuberculose 41 49
Feridas 10 13
Sida 15 2
Diarreia 30 12
Dor de barriga 16 29
Sífilis 14 31
Linfogranuloma 2 20
5.3.1. Gonorreia
A Gonorreia (Xicandzameti ou Xicandzameto) na província de Maputo também foi a doença para a qual se colhera mais plantas, um total de 41 espécies destacando-se a Aloe marlothii (Mangani ya yi kulu) colhida por 25 PMTs, Aloe chabaudii (Mangani ya yi tsongo) (16) Tabernaemontana elegans (N’cahlo) (12) Bridelia cathartica (Thlanthlangati ou Balatangati) e Terminalia sericea com 11 colheitas seguindo-se depois a Euclea natalensis (Ntitane ou Mulala) com 8 colheitas, Hypoxis hemerocallidea (Chirangaboa ou Chirangaboane) Senna petersiana (Nembenembe) (6) Artabotrys brachypetalus (5) entre outros (Figura 8).
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
19
Plantas para o tratamento da Gonorreia em Maputo
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Alo
e m
arl
oth
ii
Alo
e c
ha
bau
dii
Ta
be
rna
em
onta
na
ele
ga
ns
Bri
de
lia c
ath
art
ica
Te
rmin
alia s
eri
ce
a
Euc
lea n
ata
len
sis
Hypo
xis
ang
us
tifo
lia
Sen
na p
ete
rsia
na
Art
ab
otr
ys
bra
chy
peta
lus
Hypo
xis
sp.
Cari
ca p
apa
ya
Cyph
os
tem
ma
sp.
Mu
sa s
p.
Oz
oro
a o
bov
ata
Phy
llan
thus
reti
cula
tus
Rho
icis
su
s r
ev
oil
ii
Ana
card
ium
oc
cid
en
tale
Com
bre
tum
mo
lle
Gos
sy
piu
m
he
rba
ce
um
Gre
wia
caff
ra
Ma
eru
a a
ng
ole
ns
is
Spir
os
tac
hy
s
afr
ican
a
Plantas
Fre
qu
ên
cia
Figura 8: Plantas usadas no tratamento da gonorreia pelos PMT’s na província de Maputo
Para o tratamento desta enfermidade, com maior frequência os PMT’s referiram-se ao método decoção das raízes e, em algumas vezes das folhas correspondendo 75,6%. 19,5% dos PMT’s inqueridos também preparam seus medicamentos mas, usando o método da Infusão. 4,9% referiram-se à maceração. A Gonorreia, localmente conhecida (Xicandzameti ou Xicandzameto) na província de Gaza é a doença para a qual se colheu um total de 61 espécies, destacando-se a Bridelia cathartica (Thlanthlangati ou Balatangati) que foi colhida por 15 PMTs colheitas estas em diferentes distritos da província seguindo-se depois a Aloe chabaudii (Mangani ya yi tsongo), Aloe marlothii (Mangani ya yi kulu), Euclea natalensis (Ntitane ou Mulala) estas com 7, Protasparagus falcatus (Kwangwalatilo) (6) Hypoxis sp. (Chirangaboa ou Chirangaboane) (5) Senna petersiana (Nembenembe) (5), Tabernaemontana elegans (N’cahlo) (4) entre outros (anexo III)
Plantas usadas no tratamento da Gonorreia em GAZA
0
5
10
15
20
25
Brid
elia
ca
tha
rtic
a
Alo
e c
ha
ba
ud
ii
Alo
e m
arlo
thii
Eu
cle
a n
ata
len
sis
Pro
tasp
ara
gu
s
falc
atu
s
Hyp
oxis
sp
.
Se
nn
a p
ete
rsia
na
Ta
be
rna
em
on
tan
a
ele
ga
ns
Tu
rra
ea
nilo
tica
Alo
e s
p.
Ca
tun
are
ga
m
sp
ino
sa
Eh
retia
ob
tusifo
lia
Hyp
oxis
an
gu
stifo
lia
Ko
ha
utia
sp
.
Ozo
roa
ob
ova
ta
Str
ych
no
s
sp
ino
sa
Te
rmin
alia
se
rice
a
Plantas usadas
Fre
qu
ên
cia
Figura 9: Plantas usadas no tratamento da gonorreia pelos PMT’s na província de Gaza
20
Para o tratamento desta enfermidade, com maior frequência faz-se a decoção das raízes e, em algumas vezes das folhas. Também fazem-se chás por infusão. Raramente fora mencionada a maceração na preparação de medicamentos na base de plantas colhidas. Estas plantas são usadas singularmente ou misturadas com outras. Dos preparados registados, verificou-se que as misturas eram compostas por um número máximo de 8 diferentes plantas. Por exemplo a decoção de raízes de Bridelia cathartica, Tabernaemontana elegans, Anacardium occidentale, Mangifera indica, Clematis viridiflora, Ehretia nilotica, Turraea nilotica e Euclea natalensis que é usado no tratamento da Gonorreia. A Bridelia cathartica, Hypoxis sp. Phyllanthus reticulatus, Strychnos spinosa, Thylacium africanum, Cadaba natalensis, Ehretia obtusifolia, Kohautia sp., Heteromorpha trifoliata, Tilacora funifera, Elephantorrhiza elephantina, Catunaregam spinosa foram mencionadas como plantas que por si sós podem tratar a Gonorreia. As plantas são usadas sozinhas ou combinadas com outras. Dos preparados registados, as misturas máximas era composta por 7 diferentes plantas. Ex. a decoção de raízes de Ximenia americana; Bridelia cathartica, Phyllanthus reticulatus, Aloe marlothii, Aloe chabaudii, Terminalia sericea e Combretum molle. Para o tratamento desta doença em nenhum momento foi mencionado o uso duma única planta. A preparação mais referida na preparação de medicamentos para o tratamento da Gonorreia é a que junta 3 a 4 plantas.
Plantas referidas no tratamento da Gonorreia em Maputo e Gaza
0
5
10
15
20
25
30
35
40
Bri
de
lia c
ath
art
ica
Eu
cle
a n
ata
len
sis
Alo
e m
arl
oth
ii
Alo
e c
ha
ba
ud
ii
Pro
tasp
ara
gu
s
falc
atu
s
Se
nn
a p
ete
rsia
na
Hyp
oxis
sp
.
Tu
rra
ea
nilo
tica
Ta
be
rna
em
on
tan
a
ele
ga
ns
Te
rmin
alia
se
rice
a
Str
ych
no
s s
pin
osa
Ozo
roa
ob
ova
ta
Ko
ha
utia
sp
.
Hyp
oxis
an
gu
stifo
lia
Eh
retia
ob
tusifo
lia
Ca
tun
are
ga
m
sp
ino
sa
Alo
e s
p.
Se
nn
a p
ete
rsia
na
Rh
oic
issu
s r
evo
ilii
Ph
ylla
nth
us
reticu
latu
s
Mu
sa
sp
.
Cyp
ho
ste
mm
a s
p.
Ca
rica
pa
pa
ya
Art
ab
otr
ys
bra
ch
yp
eta
lus
Plantas
Fre
qu
ên
cia
do
s P
MT
's
Gaza Maputo
Figura 10: Plantas usadas no tratamento da Gonorreia pelos PMT’s na província de Maputo e Gaza
A maioria dos PMT’s 45 em Gaza e 40 em Maputo disseram conhecer e tratar a gonorreia uma doença de transmissão sexual. Como se pode ver na figura 10 um total de 9 espécies de plantas são usadas em ambas províncias nomeadamente a Bridelia cathartica, Euclea natalensis, Aloe marlothii, Aloe chabaudii, Ozoroa obovata, Terminalia sericea, Tabernaemontana elegans, Hypoxis hemerocallidea e a Hypoxis sp. onde não se determinou a espécie.
A Bridelia cathartica de acordo com Hutchings et.al. (1996) é usada também pelos Zulus e no Zimbabwe (Gelfand et. al. 1985) para fins medicinais, contudo outros que não o tratamento da gonorreia. Apenas a espécie Bridelia micrantha, uma espécie próxima, é também utilizada no tratamento de doenças venéreas pelos
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
21
Vhavenda na Africa do Sul. Das bibliografias consultadas, Adjanohoun et.al. (1993), Mshana et.al. (2000) não foi encontrada esta espécie, mas sim a B. micrantha utilizada noutras doenças. Contudo esta não menção talvez se deve ao facto desta não ocorrer nesta região de Africa, o Gana e o Uganda. Relativamente à Swazilándia também não há registo desta espécie nas farmacopeias produzidas pela OUA.
No que concerne ao princípio activo Hutchings (1996) apenas refere para Bridelia cathartica diferentes compostos presentes na casca, tronco e folhas. Entre outras temos a Epifriedelinol, taraxerol, ácido gálico e elágico encontrados na casca e tronco e as folhas com anthocyanidina, delfinidina e ácido caféico. Esta espécie ocorre também em Moçambique contudo na área de estudo não foi colectada, é caracteristica do centro e norte do País.
Relativamente a Aloe chaubadii Hutchings et.al. (1996) não a menciona como tendo uso medicinal. Adjanohoun et.al. (1993), Mshana et.al. (2000) também não fazem referência a esta espécie. Gelfand et al. (1985) registou esta espécie mas não para o tratamento de Gonorreia. As espécies usadas no Zimbabwe para o efeito são a A. Globuligemma e A greatheadii.
Aloe marlothii é citado por Hutchings et.al. (1996) para outros fins e apenas a A. ferox é usada para o tratamento de DTS. Os outros autores consultados não fazem referência a mesma.
No que se relaciona à Euclea natalensis Hutchings et.al. (1996) registou também o uso desta espécies na RSA no tratamento de doenças venéreas. No Zimbabwe uma espécie diferente é utilizada no tratamento das DTS a Euclea crispa; Gelfand et al. (1985). Bibliografia referente a Uganda, Gana e Suazilândia não registaram a mesma. Os compostos químicos isolados entre outros são terpenóides pentacíclicos, o lupeol e betulin, naftaquinonas: o diospyrona, mamegakinona, diosindigo A. A Tabernaemontana elegans também não foi referida como usada para o tratamento de DTS incluíndo a gonorreia. Esta apenas é usada para dores no peito, e como séptico e para problemas pulmonares. Contudo esta está registada como tendo um efeito contra bactérias Gram-positivas e efeito moderado em Gram-negativas. Efeito anti-fúngico e anti-leveduras baixo Van Beek et. (1984a) citado por Hutchings et.al. (1996).
Ozoroa obovata não se registou o uso desta espécie para o tratamento de DTS no geral.
Terminalia sericea é também utilizada no Zimbabwe e Botswana no tratamento de desordens ginecológicas, doenças venéreas. Composição química taninos, polissacarídeos, triterpenoides, ácido serícico e sericosideo. Estes dois últimos componentes mostraram actividade anti-úlceras, anti-inflamatória e cicatrizante e são os mais abundantes nas raízes das plantas que se encontram em Moçambique.
No que se refere às outras espécies uma lista referente ao uso das espécies listadas no presente estudo noutros países, regiões foi produzida e anexada ( Anexo VIII).
5.3.2. Sífilis
Em Maputo foram indicadas 14 espécies no tratamento da Sífilis onde as mais mencionadas foram Aloe chabaudii, Aloe marlothii, Bridelia cathartica com frequência 4.5% correspondendo a 3 plantas colhidas seguindo-se a Spirostachys africana e Tabernaemontana elegans com frequência de 3% significando 2 PMT’s que se referiram a esta planta (figura 11)
22
Plantas para o tratamento da sífilis em Maputo
0
3
6
Alo
e c
ha
ba
ud
ii
Alo
e m
arl
oth
ii
Bri
de
lia c
ath
art
ica
Sp
iro
sta
ch
ys
afr
ica
na
Ta
be
rna
em
on
tan
a
ele
ga
ns
Plantas usadas
Fre
qu
ên
cia
Figura 11: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Maputo
Para a preparação do medicamento contra a Sífilis em Maputo, predomina a decoção. Dos 68 PMT’s inqueridos em Maputo 5 para além de informarem saber tratar a Sífilis, conseguiram também localizar as plantas para o tratamento da mesma. Os 5 PMT’s referiram-se unicamente à decoção na preparação dos medicamentos. A Sífilis conhecida por (Vuva ou Mbatata) na Província de Gaza é uma das doenças também mais referidas. Para esta doença foram colhidas 31 diferentes espécies de plantas onde se destacam a Protasparagus falcatus (Kwangualatilo) e Bridelia cathartica com 5 plantas colhidas; Aloe chabaudii, Aloe marlothii, Aloe sp. Euclea natalensis (Ntitane, Mulala) com 4; Hugonia orientalis (Khungulamunti, Minta-Mhunti) e Terminalia sericea com 3 conforme ilustra a figura que se segue.
Plantas para o tratamento da sífilis em Gaza
0
4
8
Pro
taspara
gus
falc
atu
s
Bridelia
cath
art
ica
Alo
e c
habaudii
Alo
e m
arloth
ii
Alo
e s
p.
Eucle
a
nata
lensis
Hugonia
orienta
lis
Term
inalia
sericea
Plantas usadas
Fre
qu
ên
cia
Figura 12: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Gaza
Em Gaza 16 PMT’s localizaram as plantas que diziam conhecer para tratar Mbatata ou Vuva. O método de extracção das substâncias activas contra a Sífilis indicada por quase todos os PMT’s foi a decoção excepto 1 que indicou a infusão. Um único PMT indicou 7 plantas no tratamento desta enfermidade que são a: Kedrostis sp., Aloe marlothii, Sansevieria sp., Hugonia orientalis, Spirostachys africana, Cladostemon kirkii, Thylacium africanum. A maior
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
23
parte indicou 4 a 5 espécies no tratamento da Sífilis. Dois PMT’s indicaram um tratamento possível com apenas 1 única planta: Tabernaemontana elegans, Plumbago zeylanica. Dos dados colhidos no tratamento da Sífilis registamos um número máximo de 8 plantas misturadas para o tratamento da doença: Grewia caffra, Bridelia cathartica, Abrus precatorius, Senna petersiana, Strychnos spinosa, Epinetrum spinosa Combretum molle, Tabernaemontana elegans. O número mínimo registado foi de 2 plantas: Hypoxis sp. e Aloe marlothii.
Plantas referidas no tratamento da Sífilis em Maputo e Gaza
0
2
4
6
8
Pro
taspara
gus
falc
atu
s
Bridelia
cath
art
ica
Alo
e c
habaudii
Alo
e m
arloth
ii
Alo
e s
p.
Eucle
a n
ata
lensis
Hugonia
orienta
lis
Term
inalia
sericea
Spirosta
chys
afr
icana
Tabern
aem
onta
na
ele
gans
Cle
matis
virid
iflo
ra
Hypoxis
hem
ero
calli
dea
Maeru
a
angole
nsis
Ozoro
a o
bovata
Sansevie
ria s
p.
Senna p
ete
rsia
na
Plantas
Fre
qu
ên
cia
do
s P
MT
's
Gaza Maputo
Figura 13: Plantas usadas no tratamento da sífilis pelos PMT’s na província de Maputo e Gaza
As plantas aqui referidas são no geral similares as usadas no tratamento da gonorreia. Notou-se que para o tratamento de DTS os PMT’s utilizam relativamente as mesmas espécies onde a Aloe chabaudii, Aloe marlothii, Bridelia cathartica estão sempre presentes nas duas províncias. Das plantas registadas no tratamento da sífilis se assumirmos que esta é uma DTS apenas a Euclea natalensis, Terminalia sericea são utilizadas para o efeito noutros países (ver gonorreia). A Spirostachys africana é usada na Swazilândia para tratar infertilidade. No Zimbabwe esta é também usada para fins medicinais contudo de forma diferente (Gelfand et al. 1985). Relativamente as espécies Bridelia cathartica, Aloe chabaudii, Aloe marlothii e Tabernaemontana elegans não se encontrou registos de seu uso para o tratamento de DTS. A Protasparagus falcatus não foi encontrado registos de seu uso para fins medicinais e sim mágicos. No que se relaciona a Hugonia orientalis também não se encontrou registos sobre o seu uso medicinal.
5.3.3. Linfogranuloma venereum
O linfogranuloma venereum (Mula) que é também uma DTS fora mencionada em Maputo e em Gaza. Em Maputo foi referida apenas por um PMT que indicou duas espécies. Em Gaza foram registadas 20 espécies usadas para o tratamento da linfogranuloma venereum (tabela 2).
Tabela 2: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da Linfogranuloma venereum
24
Província de Gaza Província de Maputo
Nº Ord
Nome da planta Nº de PMT’s
Nº Ord
Nome da planta Nº de PMT’s
1 Aloe chabaudii 3 1 Aloe chabaudii 1
2 Aloe marlothii 3 2 Terminalia sericea 1
3 Annona senegalensis 3
4 Senna petersiana 3
5 Bridelia cathartica 2
6 Sansevieria sp. 2
7 Terminalia sericea 2
8 Protasparagus falcatus 1
9 Capparis citrifolia 1
10 Cladostemon kirkii 1
11 Elephantorrhiza elephantina 1
12 Euphorbia trucalli 1
13 Hypoxis hemerocallidea 1
14 Opilia celtidifolia 1
15 Ozoroa obovata 1
16 Phyllanthus reticulatus 1
17 Sapium integerriinum 1
18 Senna occidentalis 1
19 Strychnos spinosa 1
20 Tabernaemontana elegans 1
5.3.4. SIDA
A SIDA é uma doença que foi também referida como sendo tratada. 4 PMTs em Maputo e 1 em Gaza disseram saber tratar a SIDA, melhorando o estado de saúde do doente. 15 espécies foram referidas em Maputo e 2 em Gaza. Dentre elas destacam-se a Senna petersiana, Strychnos spinosa e Terminalia sericea com 3, 2 e 2 menções respectivamente, enquanto que as restantes foram mencionadas uma só vez. A Hypoxis spp. é única espécie comum em ambas províncias (Tabela 3). O género Hypoxis foi muito referido tanto em Maputo como em Gaza para o tratamento de várias doenças, destacando-se as DTS no geral, o SIDA, a sífilis, a gonorreia, e as dores abdominais (anexo VI e VII). Resultados desta pesquisa revelaram que algumas espécies deste género sofrem pressão no campo particularmente a Hypoxis spp., devido à enorme demanda a que está sujeita. Este facto, sugeriu a que fosse feito um estudo particular deste caso o qual se encontra neste relatório, no anexo 2. De notar que a Hypoxis spp. é largamente difundida e usada na região no tratamento das DTS/SIDA. Neil (2001).sugere métodos de preparação simples e práticos.
Tabela 3: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento do SIDA
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
25
Província de Maputo Província de Gaza
Nº Ord
Nome da planta Nº de PMT’s
Nº Ord
Nome da planta Nº de PMT’s
1 Senna petersiana 3 1 Hypoxis sp. 1
2 Strychnos spinosa 2 2 Kohautia sp. 1
3 Terminalia sericea 2
4 Aloe sp. 1
5 Anacardium occidentale 1
6 Artabotrys brachypetalus 1
7 Bridelia cathartica 1
8 Combretum molle 1
9 Cucumis africanus 1
10 Gossypium herbaceum 1
11 Hypoxis sp. 1
12 Lannea discolor 1
13 Ozoroa obovata 1
14 Zanthoxylum sp. 1
15 Mangifera indica 1
A Gossypium herbaceum embora mencionada por apenas um PMT para o tratamento da SIDA, é referida por (Roger, 1996) em como protege a pele e desinflama os brônquios. O mesmo autor acrescenta que as folhas e flores são ricas em mucilagens e têm propriedades emolientes (calmantes da pele e mucosas inflamadas) e peitorais. A infusão de flores e folhas utiliza-se para amolecer as secreções e desinflamar as vias respiratórias, em caso de catarro brônquico. Também é útil no caso de desenteria ou de colite pelo seu efeito emoliente ou antiinflamatório sobre a mucosa intestinal.
5.3.5. Tuberculose
Na Província de Maputo 24 PMT’s colheram 41 plantas para o tratamento da tuberculose. Dentre as várias espécies colhidas destacam-se a Artabotrys brachypetalus colhida por 9 PMT’s, Ozoroa obovata (7) e Ziziphus mucronata (4).
26
Plantas usadas no tratamento da tuberculose em Maputo
0
5
10
15A
rta
bo
trys
bra
ch
yp
eta
lus
Ozo
roa
ob
ova
ta
Ziz
iph
us
mu
cro
na
ta
Alb
izia
ve
rsic
olo
r
Ca
pp
ari
s
tom
en
tosa
La
nn
ea
dis
co
lor
Mo
nd
ule
a
se
rice
a
Rh
us s
p.
Se
cu
rid
aca
lon
gip
ed
un
c
Se
nn
a
pe
ters
ian
a
Ca
se
ari
a
gla
difo
rmis
Cla
do
ste
mo
n
kir
kii
De
inb
olli
a
ob
lon
gifo
lia
Pa
ssiflo
ra
ed
ulis
Se
cu
rid
aca
vir
osa
Plantas
Fre
qu
ên
cia
Figura 14: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da Tuberculose na província de Maputo
Dos 24 PMT’s 60,7% para a preparação de seus medicamentos fazem a decoção, 32,1% são na base da infusão e o resto fazem-no na base da maceração. A maior parte destes PMT’s prepara os medicamentos para o tratamento da tuberculose misturando 2 a 3 plantas. Casos há em que só se usa 1 única planta como Securidaca longipedunculata ou Cladostemn kirki. Estes casos foram reportados por apenas 2 PMT’s. A mistura máxima de plantas para o tratamento da Tuberculose apresentada na província de Maputo foi de 6 plantas: Lannea discolor, Spirostachys africana, Passiflora edulis, Artabotrys brachypetalus, Opilia celtidifolia e Maerua sp. De um total de 80 plantas referidas para o tratamento da tuberculose em Maputo e Gaza, apenas 5 são de uso comum nas duas províncias correspondendo a 6,3% do total. Este facto pode ter origem na variação da vegetação e provavelmente na diferença de solos nas duas províncias (Figura 1 e 2). Embora algumas destas espécies ocorram nas duas províncias, a variação dos solos pode ditar uma composição química diferente, e por conseguinte, a presença ou ausência de determinados princípios activos na mesma espécie, facto que poderá determinar a utilização preferencial de determinadas espécies no tratamento de uma mesma doença. A Tuberculose (Ndere, Nkohlolo ou ainda Tindzaca) na província de Gaza foi a segunda doença mais referida. Para esta doença foram colhidas 49 diferentes espécies destacando-se a Artabotrys brachypetalus (Ntita) com 12 plantas colhidas seguindo-se a Ozoroa obovata (Ximafamafane, Xinungumafi ou Xifitho) com 9 Bridelia cathartica e Senna petersiana (6), Tabernaemontana elegans (6), Cardiogyne africana (M’pumbula, M’pumbulu) (4) Strychnos spinosa (Nsala) (4) correspondendo às frequências ilustradas pela figura 15.
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
27
Plantas para o tratamento da tuberculose em Gaza
0
5
10
15
20
Art
abotr
ys
bra
chypeta
lus
Ozoro
a o
bovata
Bridelia
cath
art
ica
Senna p
ete
rsia
na
Tabern
aem
onta
na
ele
gans
Card
iogyne
afr
icana
Str
ychnos
spin
osa
Gre
wia
flavescens
Maeru
a n
erv
osa
Ochna n
ata
litia
Rhus n
ata
lensis
Thyla
ciu
m
afr
icanum
Turr
aea n
ilotica
Plantas usadas
Fre
qu
ên
cia
Figura 15: Plantas mencionadas pelos PMT's no tratamento da tuberculose na província de Gaza
Dos dados colhidos no tratamento da tuberculose indicaram que o número máximo de plantas misturadas para o preparado de medicamento usado para o tratamento desta doença eram 7. Como exemplo é o preparado em que se misturam a Ziziphus mucronata, Maerua nervosa, Thylacium africanum, Ehretia obtusifolia, Balanites maughamii, Strychnos spinosa, Kedrostis sp.. O tratamento da tuberculose também é feito apenas por uma planta; tal é o caso da Phyllanthus reticulatus, Bridelia cathartica, Ozoroa obovata, Artabotrys brachypetalus, Senna petersiana, Grewia flavescens, Lannea sp. e Cadaba natalensis. Para a preparação do medicamento contra a tuberculose em Gaza, predomina a decoção. Cerca de 71% das plantas colhidas são utilizadas na forma de decoto. 12,2% como infusão e outros 12,2% diz-se que as raízes são queimadas onde o fumo é inalado, como também as cinzas são utilizadas para adicionar à papas de milho e depois comidas. A Artabotrys brachypetalus, a mais referida na cura de tuberculose em ambas províncias, é referida por Jansen & Mendes (1983) como sendo de grande aplicação medicinal, nomeadamente na cura de cefaleas, dores abdominais, parasitoses, reumatismo, febres, esterilidade femenina, palpitações e ainda, dores articulares, febres, e tosse, sintomas típicos da tuberculose. A Ziziphus mucronata usada nas duas províncias, embora com poucas mencões, 2 em Gaza e 4 em Maputo (Anexos VI e VII), é referida por Van Wyk et. Al. (1997), como sendo usada a infusão da casca, algumas vezes adicionada a raízes ou folhas desta mesma espécie na África Oriental para o tratamento da tosse, e como expectorante.
28
Plantas para o tratamento da Tuberculose em Maputo e Gaza
0
5
10
15
20
Art
ab
otr
ys
bra
ch
yp
eta
lus
Ozo
roa
ob
ova
ta
Brid
elia
ca
tha
rtic
a
Sen
na p
ete
rsia
na
Ta
bern
ae
mo
nta
na
ele
ga
ns
Ca
rdio
gyn
e
afr
ica
na
Str
ych
nos
sp
inosa
Gre
wia
fla
ve
sce
ns
Ma
eru
a n
erv
osa
Och
na n
ata
litia
Rh
us n
ata
lensis
Th
yla
ciu
m
afr
ica
num
Tu
rra
ea n
ilotica
Alb
izia
ve
rsic
olo
r
Ca
ppa
ris
tom
en
tosa
La
nn
ea d
isco
lor
Mo
ndu
lea s
erice
a
Rh
us s
p.
Secu
rid
aca
lon
gip
edu
nc
Ziz
iph
us
mu
cro
na
ta
Plantas
Fre
qu
ên
cia
do
s P
MT
's Gaza Maputo
Figura 16: Plantas usadas s pelos PMT's no tratamento da tuberculose nas províncias de Maputo e Gaza
5.3.6. Dores Abdominais
Em Maputo, 12 PMT’s indicaram 16 espécies usadas no tratamento de dores abdominais. As mais mencionadas foram Terminalia sericeaa 5 espécies em seguida foi a Clerodendrum glabrum, Lannea discolor, Strychnos spinosa e Zanthoxylum sp. com 2 plantas (anexo III).
Plantas para o tratamento da Dor Abdominal em Maputo
0
3
6
9
Terminalia
sericea
Clerodendrum
glabrum
Lannea discolor Strychnos
spinosa
Zanthoxylum sp.
Plantas
Fre
qu
ên
cia
Figura 17: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo no tratamento da dor abdominal
No que respeita aos preparados 5 PMT´s referiram tratar a doença usando apenas 1 única planta: Tabernaemontana elegans, Terminalia sericea, Portulaca oleracea, Rhoicissus revoilli, 3 referiram utilizar 3 plantas enquanto que 2 utilizam 4 plantas e os restantes 2 usam 2 diferentes espécies. Na província de Gaza 19 PMT’s localizaram plantas usadas no tratamento das dores abdominais cujos nomes locais são: ndzene, kuluma ndzene, kuvavisa ndzene.
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
29
Foram colhidas 28 espécies de plantas onde se destacam a Tabernaemontana elegans (Ncahlo) com 5 plantas colhidas; Adenia gumifera (Rangaturana, Mwarrupi), Aloe marlothii, Elephantorrhiza elephantina (Xiwurrai, Chengani), Eucmis sp. (Xinhualane xa kwati, Xiwizila), Maytenus senegalensis (Xitlangwa), Senna petersiana, Strychnos spinosa, Turraea nilotica (Manjunguana), e Vernonia colorata (Nhathelo) com 2 conforme ilustra a figura 18
Plantas para o tratamento da dor abdominal em Gaza
0
3
6
9T
abern
aem
onta
na
ele
gans
Adenia
gum
mifera
Alo
e m
arl
oth
ii
Ele
phanto
rrhiz
a
ele
phantina
Eucom
is s
p.
Mayte
nus
senegale
nsis
Senna p
ete
rsia
na
Str
ychnos s
pin
osa
Turr
aea n
ilotica
Vern
onia
colo
rata
Plantas
Fre
qu
ên
cia
Figura 18: Plantas usadas pelos PMT's da província de Gaza no tratamento da dor abdominal
O método de preparação indicado por quase todos os PMT’s foi a decoção exceptuando um que indicou a Infusão. Um número máximo de 5 plantas foi indicado por um único PMT para o tratamento desta enfermidade, nomeadamente: Turraea Nilotica, Phillanthus reticulatus, Deinbolia oblongifolia, Senna petersiana, Tilacora funifera. A maior parte dos PMT’s apresentaram um tratamento com apenas 2 espécies. Quatro PMT’s indicaram um tratamento possível com apenas 1 única espécie sendo elas: Elephantorrhiza elephantina, Tabernaemontana elegans, Acanthospermum hispidium ou Maerua angolensis.
30
Plantas referidas no tratamento das Dores Abdominais
0
1
2
3
4
5
6
7
8
Te
rmin
alia
se
ricea
Ta
be
rna
em
on
tan
a
ele
ga
ns
Str
ych
no
s s
pin
osa
Cle
rod
en
dru
m
gla
bru
m
La
nn
ea
dis
colo
r
Za
nth
oxylu
m s
p.
Ad
en
ia g
um
mife
ra
Alo
e m
arl
oth
ii
Ele
ph
an
torr
hiz
a
ele
ph
an
tin
a
Eu
co
mis
sp
.
Ma
yte
nu
s
se
ne
ga
len
sis
Se
nn
a p
ete
rsia
na
Tu
rra
ea
nilo
tica
Ve
rno
nia
co
lora
ta
Plantas
Fre
qu
ên
cia
do
s P
MT
's
Gaza Maputo
Figura 19: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo e Gaza no tratamento da dor abdominal
A Tabernaemontana elegans, é também usada pelos Tswanas como medicamento para distúrbios estomacais (van Wyk et. al. 1997). Van Beek et al (1984a), citado por Hutchings et.al. (1996), refere que a planta possui uma forte actividade contra bactérias gram-positivas e moderada contra bactérias gram- negativas, com uma pequena actividade anti-fermentativa e antifúngica. De acordo com Jansen & Mendes (1991) a raíz de Terminalia sericea é usada na África Austral e oriental, em Moçambique e no Quénia, para o tratamento de dores abdominais. Verifica-se que em ambas províncias, só a Strychnos spinosa é usada para o tratamento de dores abdominais. Salientar que a abundância e disponibilidade desta espécie em ambas províncias pode ser a causa desta preferência. No que respeita aos princípios activos e toxicidade, Githens, 1948 citado por Jansen e Mendes (1991) refere que a madeira da Terminalia sericea contém taninos, contudo, Verdcourt et al. 1969, citado por Jansen e Mendes 1991, afirma que testes de toxicidade efectuados na Tanzania mostraram-se negativos.
5.3.7. Diarreia
No tratamento da diarreia apenas a Terminalia sericea registou um número elevado de uso em ambas províncias, onde na província de Maputo cerca de 40% destes usa esta espécie.
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
31
Plantas para o tratamento da diarreia em Maputo
0
10
20
30
40
50
Te
rmin
alia
se
rice
a
Ozo
roa
ob
ova
ta
Pe
lto
ph
oru
m
afr
ica
nu
m
Co
mb
retu
m m
olle
Xim
en
ia
am
eri
ca
na
Ta
be
rna
em
on
tan
a
ele
ga
ns
Alo
e m
arl
oth
ii
Scle
roca
rya
bir
rea
Alo
e c
ha
ba
ud
ii
Bri
de
lia
ca
tha
rtic
a
Ga
rcin
ia
livin
gsto
ne
i
Go
ssyp
ium
he
rba
ce
um
La
nn
ea
dis
co
lor
Te
rmin
alia
ph
an
ero
ph
leb
ia
Va
ng
ue
ria
infa
usta
Za
nth
oxylu
m s
p.
Plantas
Fre
qu
ên
cia
Figura 20: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo no tratamento da diarreia
Esta é também usada para a diarreia, acalmar as cólicas e para desordens gástricas em geral no Zimbabwe e Botswana (Gelfand et al. 1985). De notar que a província de Maputo registou um grande leque de plantas utilizadas no combate as diarreias entre elas a Peltophorum africanum, Combretum molle são usadas para o mesmo fins no Zimbabwe (Gelfand et al. 1985), e a Sclerocarrya birrea na Africa do Sul, esta espécie em termos de compostos quimícos possui taninos e traços de alcalóides (Hutchings et.al. 1996). A Ximenia americana é também usada na Tanzania para tratar a diarreia. A casca desta espécie originária Sudão registou a presença de taninos, não há resgito da presença deste composto nas colhidas a Sul de Africa.
Plantas para o tratamento da Diarreia em Maputo e Gaza
0
15
30
45
Te
rmin
alia
seri
cea
Ozo
roa
ob
ova
ta
Pe
ltop
ho
rum
afr
ica
num
Co
mb
retu
m m
olle
Xim
en
ia
am
eri
can
a
Ta
be
rnae
mo
nta
na
ele
ga
ns
Alo
e m
arl
oth
ii
Scle
roca
rya
birre
a
Plantas usadas
Fre
qu
ên
cia
do
s P
MT
's
Gaza Maputo
Figura 21: Plantas usadas pelos PMT's da província de Maputo e Gaza no tratamento da diarreia
A Euclea natalensis de acordo com Hutchings et.al. (1996) é utilizada para tratar disturbios gástricos no geral. Por outro lado no respeitante a Ozoroa obovata as suas raízes são utilizadas no tratamento da disenteria uma forma de diarreia a Spirostachys africana por sua vez é também usada pelos Vhavenda na Africa do sul no tratamento da diarreia, disenteria e dores de estômago, relativamente a sua composição química foi identificada a exoecarina. Relativamente a Tabernaemontana elegans é usada para outros fins como problemas no peito e pulmões (Hutchings et.al. 1996). Esta não é referida em outras regiões para este efeito.
5.3.8. Feridas
Em Maputo, 8 PMT´s referiram usar 13 plantas para o tratamento de feridas enquanto que em em Gaza, 9 PMT´s referiram utilizar 10 plantas. Dentre estas apenas a Hypoxis hemerocallidea é comum. As mais citadas em Maputo foram: Combretum molle (3), Phyllanthus reticulatus e Ozoroa obovata (2). Para a província de Gaza Cyphostema sp (4) Hypoxis hemerocallidea (3) e Euclea natalensis (2) (Tabela 4).
32
Tabela 4: Plantas mencionadas para o tratamento de feridas nas províncias de estudo
Província de Gaza Província de Maputo
Nº Ord
Nome da planta Nº de PMT’s
Nº Ord
Nome da planta Nº de PMT’s
1 Combretum molle 3 1 Cyphostemma sp. 4
2 Ozoroa obovata 2 2 Hypoxis hemerocallidea 3
3 Phyllanthus reticulatus 2 3 Euclea natalensis 2
4 Bridelia cathartica 1 4 Aloe chabaudii 1
5 Capparis brassii 1 5 Aloe marlothii 1
6 Hypoxis hemerocallidea 1 6 Annona senegalensis 1
7 Smilax kraussiana 1 7 Cadaba sp. 1
8 Strychnos spinosa 1 8 Cladostemon kirkii 1
9 Dodonaea viscisa 1 9 Cucumis myriocarpus 1
10 Margaritaria discolor 1 10 Sclerocarya birrea 1
11 Synaptolepis kirkii 1
12 Terminalia sericea 1
13 Triunfetta pentandra 1
Jansen & Mendes (1991) refere o uso na áfrica Austral de folhas frescas ou secas, humedecidas de Combretum molle, sobre as feridas como pensos. O mesmo autor, refere ainda o uso de raízes na África Austral e Oriental como pensos.
5.3.9. Doenças pouco referidas pelos PMT’s
Existem outras doenças pouco mencionadas ou mencionadas apenas numa única Província por um único PMT onde o número de espécies por doença não passam de 4. São como exemplo disso as constantes na tabela 5.
Tabela 5: Lista de doenças e plantas pouco mencionadas pelos PMT’s nas províncias em estudo
Nome da doença Nome da planta Província da
colheita Nº de PMT’s
Prisão de ventre Hypoxis hemerocallidea Maputo 1
Malária Gossypium herbaceum Vangueria infausta
Maputo 1
1
Cólicas menstruais Abrus precatorius Strychnos spinosa Tabernaemontana elegans
Maputo 2
1
1
Recém nascidos raquiticos Anacardium occidentale Mangifera indica Ozoroa sp. Salacia kraussii
Maputo 1
1
1
1
Asma Salacia kraussii Maputo 1
Cólera Terminalia phanerophlebia Maputo 1
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
33
Hemorragia Albizia petersiana Securidaca longipedunculata
Maputo
1
1
Dores do útero Rhoicissus revoilii Maputo 1
Aquecimento dos pés Artabotrys brachypetalus Ricinus communis
Gaza 2
1
Aloe chabaudii Aloe marlothii Spirostachys africana
Maputo 1
1
1
Evitar vomitar sangue Kohautia sp. Gaza 1
Impotência sexual Heteromorpha trifoliata Strophanthus petersianus
Gaza 1 1
Enxaqueca Strychnos madagascariensis Maputo 1
Inchaço do corpo Kohautia sp. Gaza 1
Ameaça de aborto Ziziphus mucronata Gaza 1
Diarreia sanguinolenta Combretum molle Dodonaea viscosa
Gaza 1 1
Falta de apetite Phyllanthus reticulatus Gaza 1
Artabotrys brachypetalus Cladostemon kirkii
Maputo 1 1
Furúnculos Clematis viridiflora Gaza 1
Grewia caffra Maputo 1
Dermatite Plumbago zeylanica Gaza 1
Úlceras Terminalia sericea Gaza 1
Hidrocelo Aloe chabaudii Bridelia cathartica Sansevieria sp
Gaza 1
Anemia Ozoroa obovata Rhoicissus revoilii
Gaza 1 1
Rhoicissus revoilii Maputo 1
Borbulhas Securidaca longipedunc Maputo 1
Albizia versicolor Cyphostemma congestum Elephantorrhiza elephantina Tephrosia bracteolata
Gaza 1 1 1 1
Reumatismo Cladostemon kirkii Maputo 1
Adenia gummifera Cladostemon kirkii Opilia celtidifolia Turraea nilotica
Gaza 1 1 1 1
Tosse Psidium guajava Walteria indica
Gaza 1 1
Artabotrys brachypetalus Ehretia amoena Ozoroa obovata Senna petersiana
Maputo 2 1 1 1
Dores de cabeça Tilacora funifera Gaza 1
34
Crotolaria monteiroi Catunaregam spinosa Cladostemon kirkii Ozoroa obovata Securidaca longipedunculata
Maputo 2 1 1 1 1
Epilepsia Allophylus sp Ornithogalum tenuifolium Senna petersiana Terminalia sericea Thylacium africanum
Gaza 1 1 1 1 1
Resultados da pesquisa bibliográfica indicam que vários países usam algumas das plantas identificadas nesta pesquisa, para o tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA. Por exemplo a Terminalia sericea.é muito usada na África Austral e Oriental, no Zimbabwe, Botswana, RSA, Tanzania, Quénia, Malawi, Angola, para o tratamento da sífilis, doenças toráxicas, diarreias, reumatismo, disenteria, dores abdominais, doenças venéreas, desordens gástricas, estomacais e ginecológicas, fraqueza geral, feridas. (tabela VIII) Dados resultantes desta pesquisa no campo, revelam que os PMT’s de Maputo e Gaza também utilizam a Terminalia sericea no tratamento da diarreia, dor abdominal, gonorreia feridas linfogranuloma, úlceras tuberculose bem como para a sífilis A Strychnos spinosa usada na RSA, Zimbabwe para o tratamento de feridas sifílicas disenteria, dores abdominais, gonorreia e febres é também usada como emético. Os PMT’s em Maputo e Gaza, usam igualmente esta planta para o tratamento de dores abdominais, gonorreia, linfogranuloma, tuberculose bem como feridas. Este estudo bibliográfico também mostrou que estas plantas possuem alguns componentes químicos com princípios activos tais como:alcalóides, taninos, glicosídeos, quinonas, terpenoóides e outros. (tabela IX). Por exemplo: A Terminalia sericea contém ácido serícico e sericosideo que tem actividades anticolagénicas, antiinflamatórias e cicratizantes. Estas substâncias também mostraram, actividade anti-úlcera. A Carica papaya contém glicosídeos: carposida e caricina, sendo a caricina com propriedades antibióticas. Contém também papaína, que é uma enzima proteolítica que ajuda a digestão de proteínas, e tem propriedades antihelmínticas e o alcalóide carpaína que é uma subastância amoebicida. A casca, folha e outras partes da Mangifera indica, contêm ácido tânico (tanino). Esta substância já foi utilizada na medecina alopática no tratamento à diarreia.
5.4. Preparação de Medicamentos
5.4.1. Partes mais usadas na preparação de medicamentos
Raízes e folhas são as partes mais usadas pelos PMT’s na preparação dos medicamentos. No total de plantas identificadas foi registada uma utilização na ordem de: 65% raízes, 24.9% folhas, 5.5% bolbo e tubérculo e 4.2% casca do caule para a preparação de medicamentos usados na cura das doenças referidas neste estudo. Flores, frutos e sementes não foram citados em ambas províncias.
5.4.2. Formas de preparação de medicamentos
Os preparados mais comuns no tratamento das doenças mencionadas em ambas províncias foram a decoção, a infusão, a maceração, o bafo que inclui os banhos a vapor e a inalação, e ainda os pachos quentes.
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
35
A pesquisa revelou que a maior parte dos PMTs que usa partes duras das plantas tais como raízes caules rizomas e casca, aplica largamente o método de decoção Enquanto que para as folhas, parte mais delicadas, usam mais a infusão. Este resultado está de acordo com pesquisas realizadas por Roger (1996), o qual refere que a decoção é considerada um óptimo método para a obtenção de princípios activos das das partes duras da planta, através da fervura destas. Este autor acrescenta que, a infusão permite a extracção de grande parte de substâncias activas com pouca alteração da sua estrutura química, e portanto conservando o máximo das propriedades da planta, enquanto que a maceração é recomendável para partes de plantas cujos princípios activos podem destruir-se com o calor e para plantas muito ricas em taninos, por forma a reduzir o sabor amargo causado por estes, em caso de infusão.
5.4 3. Dosagem aplicada ao doente
Verificou-se que os PMT’s doseam os medicamentos administrados aos seus pacientes, que variam de acordo com o tipo, gravidade da doença e idade. No entanto nota-se a falta de rigor no concernete às concentrações do medicamento produzido. Por exemplo para a produção de um decoto, com a mesma quantidade de raízes encontrou-se uma grande variabilidade na quantidade de água e de tempo de fervura do decoto.
5.5. Critérios de Cura
No que diz respeito a este item, os resultados da entrevista revelaram existirem 3 critérios usados pelos PMT´s para avaliar o estado de melhoria ou cura dos seus doentes, nomeadamente:
O doente revela o seu estado de saúde;O PMT observa os sintomas no doente;
O PMT consulta os “tinhlolo3”.
6. CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES
6.1. Conclusões
As doenças associadas ao HIV/SIDA mais tratadas pelos PMTs a nível de Maputo são: gonorreia, diarreia, tuberculose e dor abdominal enquanto que em Gaza são: gonorreia, tuberculose, dor abdominal, sifilis e DTS no geral. A Terminalia sericea, Aloe marlothii, Bridelia cathartica, Aloe Chabaudii e Ozoroa obovata são plantas largamente usadas para o tratamento de HIV/SIDA e doenças a ela associadas. As partes mais usadas das plantas para o tratamento de doenças são as raízes seguidas de folhas, casca, tubérculos. Os métodos mais usados para o tratamento das doenças são a decoção, seguida da infusão e maceração. O PMT para avaliar a cura do seu paciente, limita-se a auscultar o seu doente, sendo que outros observam-no e outros ainda consultam os “tinhlolos”. Cinco PMT’s referiram saber curar SIDA e mencionaram 15 espécies de plantas usadas na cura desta. A maioria das plantas usadas opelos PMT’s em Maputo e Gaza são igualmente usadas pela medicina tradional em outros países sobretudo em África. Parte das plantas usadas pelos PMT’s na área de estudo tem os componentes químicos e seus princípios activos identificados
3 Tinhlolos: Conchas, pedras, ossículos e moedas usadas na prática divinatória
36
6.2. Recomendações
Recomenda-se a continuidade deste estudo no sentido de:
Identificar, inventariar e quantificar as áreas de ocorrência de espécies medicinais usadas pelos PMT’s no tratamento das DTS/SIDA
Identificar os princípios activos das plantas referidas como sendo usadas na cura de DTS/HIV/SIDA.
Realizar campos de cultivo experimentais, de espécies de fácil propargação com actividades terapêuticas reconhecidas, cujos princípios activos já foram identificadas tais como a Hipoxis spp, Aloe spp, Cladostemon kirkii, Cucumis sp. e Kedrostis sp.
Utilizar o manancial de dados obtidos neste estudo nomeadamente: doenças, plantas usadas para o tratamento das doenças, local de ocorrência das plantas, descrição botânica e modo de preparação do medicamento, permitem a elaboracão de uma farmacopeia Este material, a ser divulgado, servirá de guião de utilização das plantas medicinais
As espécies fruteiras nomeadamente Anacardium occidentale, Mangifera indica, Musa sp. Carica papaya, Psidium guajava e a Passiflora edulis para além do seu efeito medicinal possuem larga importância alimentar, pelo que é de sugerir que cada PMT, utilizador desta se preocupe em propagá-las em seu quintal. Que sejam acompanhados os PMT’s que referiram tratar a SIDA de forma a comprovar os resultados dessa prática. Fazer estudos no sentido de determinar as concentrações eficazes, o tempo médio de fervura que garantam a produção de um medicamento eficaz bem como as condições de conservação. Tendo em conta que algumas espécies como Hypoxis sp. e Aloe sp., estão sofrendo uma maior demanda, propõe-se que sejam desenvolvidos programas de aconselhamento e educação ambiental, visando a sensibilização para o uso sustentável das plantas medicinais.
7. LIMITAÇÕES DO ESTUDO
A não ocorrência de espécies usadas para o tratamento de uma determinada doença nas zonas de colheita mais próximas da área de estudo fez com que algumas doenças fossem excluidas da amostra, uma vez que não haveria matéria para estudo. Nalguns instantes, houve relutância por parte dos PMT´s em transmitir as suas experiências, com receio que lhes sejam extorquidos os seus conhecimentos e clientes.
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
37
8. GLOSSÁRIO
Gonorreia - (Xicandzamenti) Dôr ao urinar, com corrimento esbranquiçado, acompanhadas de dôr abdominal. Referem os PMTs entrevistados que, quando o homen tem este problema não consegue esconder porque tem muita dôr e isto faz com que ele procure de imediato um tratamento, ao contrário do que acontece com as mulheres que suportam as dores por muito tempo e isto faz com que estas escodam a doença por muito tempo. A mãe grávida pode contaminar a criança e esta nasce com os olhos cheios de sujidade. Sífilis - (Mbatata/Buva/Vuva) Feridas nos genitais tanto no homem como na mulher, dôr ao urinar. A criança que nasce de uma mãe contaminada, pode ficar com a pele descascada….. Linfogranuloma venereum - (Mula) Inchaço nas virilhas e quando o doente não se trata atempadamente, as feridas rebentam e deitam pús. Estas doenças acima referidas segundo os PMTs, todas elas contrem-se através de relações sexuais com uma pessoa infectada. Tuberculose - Nderre/Nkohlola/Tindzaca) Tosse, acompanhada de emagrecimento, cabelos descorados e fracos, fraqueza e falta de apetite assim como de sangue. Quando o odente está grave vomita sangue. Esta doença segundo os PMTs contrai-se através de relações sexuais. A causa desta doença é transgressão de regras sociais e estas interpretam-se como sendo: Por falta de cumprimento de cerimónias tradicionais quando existe um falecimento na casa; Quando uma mulher mantém relações sexuais enquanto está menstruada; Quando uma mulher mantém relações sexuais depois de um aborto recente e não cumpre com o período
estipulado pela tradição. Segundo este grupo o tratamento só é feito pela medicina tradicional porque as causa são de carárcter tradicional. Corrimento – (Kuhuma n’sila ) Corrimento esbranquiçado ou amarelado na mulher. Dor abdominal - (Kuvavissa Ndzene/Kuluma ndzene) Dôr abdominal que pode ter causas tais como: Doença de Transmissão Sexual, Diarreia e por causa menstrual que se denomina de Xilume, Diarreia (Kupurgara/Tcheca/Kuhuda/Kupandza/Kutchatcha/Kutsutsuma) Fezes líquidas que se repetem com frequência e são acompanhadas por dores abdominais e tem como causa ingestão de alimentos estragados, falta de higiene, consumo de água suja. Feridas - (Xilondza) Feridas que se localizam principalmente nos pés, dentro do abdómem quando o doente tem Doneça de Transmissão Sexual (DTS).
38
Infusão O procedimento ideal para obter tisanas das partes delicadas das plantas: folhas, flores, sumidade e caules tenros. Com a infusão extrai-se uma grande parte de substâncias activas com muito pouca alteração da sua estrutura química, e portanto conservando-se o máximo das propriedades. Técnica de preparação 1 – Colocar as partes a usar (folhas flores etc.) num recipiente de porcelana, barro cozido, vidro ou material semelhante que resista bem a acção súbita do calor. As partes das plantas podem estar soltas dentro do recipiente ou então juntas num coador para infusões que se coloca dentro do recipiente. 2 – escaldão: verter a água de ferver sobre as plantas na proporção adequada. 3 – Tapar o recipente e esperar certo tempo para dar lugar que se produza a extracção dos princípios activos. Normalmente bastam 5 a 10 minutos. Quanto mais espessas ou duras forem as partes da planta utilizada, tanto mais tempo será necessário para a sua extração 4 – filtração: coar as plantas passando o líquido por um coador. Caso se tenha colocado previamente as plantas num coador é só levantar o coador. E deixar escorrer o líquido. Conservação Geralmente as infusões podem conservar-se durante cerca de 12 horas . Preparam-se logo de manha e vão se tomando ao longo do dia. Podem ser aquecidas mas sem chegar a ferrver. Não é aconselhável guarda-las no frigorífico. Não se deveriam tomar infusões que tenham sido preparadas com mais de 24 horas de antecedência. Decoção A decoção utiliza-se para preparar tisanas à base de partes duras das plantas (raízes, rizomas, cascas, sememnte) que precisam de ser mantidaos em ebulição para libertar os seus princípios activos. A decoção apresenta um inconviniente de que alguns dos seus princípios activos podem degradar-se pela acção prolongada do calor. Técnica: 1 – colocação: colocar o produto num recipiente adeqaudo com a proporção de água requerida 2- Cocção: Ferver durante 3 a 15 minutos em lume brando 3 – Deixar repousar alguns minutos 4- Filtrar com coador Conservação das decoções Dado terem sido fervidas, as decções conservam-se durante mais tempo do que as infusões, especialmente se forem guardadas no frigorífico. Podem utilizar-se durante vários dias se bem que não convenha deixar passar mais de uma semana Maceração Consiste na extração dos princípios activos de uma planta ou parte dela à temperatura ambiente utilizando a água como dissolvente. Trata-se simplesmente de pôr de molho tão bem trituradas quanto possível as partes das plantas a utilizar. A maceração é um método prferível para os seguintes casos: Plantas cujos princípios activos de distruam com o calor. Plantas muito ricas em taninos. Quando se toma por via oral, um excesso de taninos dá a infusão um gosto
amargo ou áspero. A maceração tem a vantagem de extrair a maior parte dos princípios activos, deixando os taninos na planta.
Técnica de maceração 1 – Colocar as partes a utilizar com a proporçãao de água requerida (à temperatura ambiente), num recipeiente opaco que não deixe passar a luz
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
39
2 – Deixar repousar num lugar fresco ao abrigo do sol remexer de vez em quando. 3 – Se a maceração for de partes moles (folhas flores etc.)bastam 12 horas. Quando se trate de partes duras (raízes, cascas, sementes, etc.) tem de esperar 24 horas. Tempos mais longos podem dar origem a fermentação ou aparecimento de bolor. 4 – filtrar com um coador 5 – o líquido resultante da maceração pode ser aquecido antes de se tomar. As macerações podem conservar-se durante bastante tempo (até um mês) especialmente quando o líquido extractor utilizado como dissolvente for azeite ou álcool no lugar da água. Banhos de vapor Aplicam-se sobre a cabeça, tórax ou todo o corpo. Técnica 1- Colocar uma panela de água a ferver com plantas ou essências a utilizar em cima de um banco. A
panela deve estar tapada. Em vez de plantas podem-se juntar duas ou 3 gotas de óleo essencial. 2 – O doente senta-se numa cadeira e cobre-se com uma toalha grande ou lençol de forma a que não se escape o vapor. 3 – Destapar progressivamente a panela para deixar sair o vapor. 4 –A aplicação dura 10-15 minutos até que deixe de sair o vapor. 5 – Convém terminar com uma fricção de água fria ou álcool sobre a zona que esteve exposta ao vapor.
40
9. BIBLIOGRAFIA
1. Adeniji, K.o.; Amusan,O.O.G.; Dlamini,P.S.; Enow-Orock, E.G.; Gamedze, S.T.; Gbile, Z.O.; Lang, A.D.; Makhubu, L.P.; Mahunnah, R.L.A.; Mshana, R.N.; Sofowora, A.; Vilane, M.J. Traditional Medicine and Parmacopoeia. Contribution to the revision of ethnobotanical and Floristic Studies in Swaziland. Organization of African Unity/Scientific, Thecnical & Research Commission (OUA/STRC.) ISBN: 978-2453-66-3
2. Adjanohoun, J.E.; Ahyi, M.R.A.; Aké Assi, l.; Alia, A.M.; Amai, C.A.; Gbile, Z.O.; Johnson, C.L.A.; Kakooko, Z.O.; Lutakome, H.K.; Morakinyo, O.; Mubiru, N.K.; Ogwal-Okeng, J.W.; Sofowara, E.A. (1993) Traditional Medicine and Pharmacopoeia. Contribution to the revision of ethnobotanical and Floristic Studies in Uganda. Organization of African Unity/Scientific, Thecnical & Research Commission (OUA/STRC.)
3. Arkovitz, M.S. and manley, M. (1990); Specialization and referral among the n´ganga (traditional healers) of Zimbabwe. Tropical Doctor. Jul. 20(3):109-10.
4. Cavender, T. (1988). The professionalization of traditional medicine in Zimbabwe. Human
Organization 47(3): 251-4. 5. Coulibaly, A., Gbary, R., Le Bras, J. and Rey, J.L. (1989); Utilization of modern and traditional
health systems in rural Ivory Coast. Annales de la Societé Belge de Medicine Tropicale. Dec. 69(49 :331-6.
6. Gaspar, F.; Willissone, M. e Gulube, L., (1994); Crenças e Práticas Tradicionais Relativas À
Doenças Diarreicas e às DTS/SIDA em Inhambane – Moçambique: Relatório de Pesquisa e Comunicação. Gabinete de Estudos de Medicina Tradicional, C.P. 264 Maputo.
7. Gelfand M., S.Mavi, R.B. Drummond & B. Ndemera (1985) The Traditional Medical Practitioner in Zimbabwe: His Principles of Practice and Pharmacopoeia. Mambo press, Gweru. Zimbabwe 411pp
8. Grandstaff, S.W.; Grandstaff, T.B. and Lovelave, G.W.; (1985); Proceeding of the 1985: International
conference on Rapid Rural Appraisal. Amstardam. 9. Hutchings, A.; Haxton Scott, A.; Lewis G.; Cunningham, A. (1996) Zulu Medicinal Plants An
Inventory. University of Natal Press Pietermaritzburg. 450pp
10. INE (2002) Impacto Demográfico do HIV/SIDA Em Moçambique (Actualização), Maputo, Unicef
11. Jansen, P.C.M, Silva M. C. & Orlando Mendes (2001) Plantas Medicinais-Seu Uso Tradicional Em Moçambique T5, Maputo: Ministério da Saúde INS Departamento de Estudos de Plantas Medicinais e Medicina Tradicional. Imprensa Comercial do Indico, Lda.. 162pp
12. Jansen, P.C.M. & Orlando Mendes (1982) Plantas Medicinais-Seu Uso Tradicional Em
Moçambique T1, Maputo: Ministério da Saúde Gabinete de estudos de Medicina Tradicional. Imprensa do Partido. 216pp
13. Jansen, P.C.M. & Orlando Mendes (1984) Plantas Medicinais-Seu Uso Tradicional Em
Moçambique T2, Maputo: Ministério da Saúde Gabinete de estudos de Medicina Tradicional. Imprensa do Partido. 259pp
14. Jansen, P.C.M. & Orlando Mendes (1990) Plantas Medicinais-Seu Uso Tradicional Em
Moçambique T3, Maputo: Ministério da Saúde Gabinete de estudos de Medicina Tradicional. Imprensa do Partido. 302pp
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
41
15. Jansen, P.C.M. & Orlando Mendes (1991) Plantas Medicinais-Seu Uso Tradicional Em
Moçambique T4, Maputo: Ministério da Saúde Gabinete de Estudos de Medicina Tradicional. Imprensa do Partido. 299pp
16. Kokwaro, J. O. (1976) Medicinal Plants Of East África. Kampala Nairobi Dar Es Salaam. General
Printers Ltd 384pp
17. Lambert, J.; Srivastava, J.; & Noel Vietmeyer (1997) Medicinal Plants. Rescuing a Global Heritage. World Bank Technical Paper n 355. The World Bank, Washington, D. C.
18. Liquela R.M, Gloyd S., Gama R, Ghee A., Cunha A, (1994-1995) Concepts of STD Among High Risk
Women in Mozambique Unpublished data.
19. Mshana, N.R.; Abbiw, D.K.; Addae-Mensah, I.; Adjanouhoun, E.; Ahyi, M.R.A.; Ekpere, J.A.; Enow-Drock, E.G.; Gbire, Z.O.; Noamesi, G.K.; Odei, M.A.; Odunlami, H.; Oteng-Yeboah; A.A.; Sarpong, K.; Sofowara, A.; and Tackie, A.N. (2000) Traditional Medicine and Pharmacopoeia. Contribution to the revision of ethnobotanical and Floristic Studies in Ghana. Organization of African Unity/Scientific, Thecnical & Research Commission (OUA/STRC.)
20. Neil R. Orr (2001) Vida positiva. Registo legal 2007/RLIND/2001
21. Sharma, A. and Ross J. (1990); Nepal: Integrating Traditional and Modern Health Services in the
Remote Area of Bashkhara. International Journal of Nursing Studies. 27(4): 343-53.
22. Theis, J. and H.M. Grady, (1991); Participatory Rapid Appraisal for Community Development: A training Manual Based on Experiences in the Middle East and North Africa. International Institute for Environment and Development. London. UK. 150pp.
23. van Wyk, B. E; van Oudtshoorn, B.; & Nigel Gericke (2000) Medicinal Plants Of South África. Brisa
publications. Pretoria, 304pp ISBN 1 875093 09 5
24. Wild, H, & L. A Gandvaux Barbosa. 1967(1968) Vegetation Map of The Flora Zambesiaca Area (1:2500.000 colorido). Descriptive Memoir, Salisbury Rhodesia, Collins. 71pp (Supplement to Flora Zambesiaca)
25. World Health Organization, Regional Office for Africa, (2000); Promoção do Papel da Medicina
Tradicional nos Sistemas de Saúde: Estratégia para a Região Africana. AFR/RC50/9.
42
10. ANEXOS
10.1. ANEXO 1
I. Lista total das espécies usadas no tratamento das DTS/SIDA e doenças associadas
Nº de ordem
Nome científico
Nome vernacular
Freq
1 Terminalia sericea Nkonola 60
2 Aloe marlothii Mangane ya yi kulu 50
3 Bridelia cathartica Thlanthlangati 48
4 Aloe chabaudii Mangane ya yi tsongo 45
5 Ozoroa obovata Chimafamafane 45
6 Artabotrys brachypetalus Ntita, Tchandjawa, Tchaera 34
7 Tabernaemontana elegans Ncahlo 34
8 Senna petersiana Nembenembe 29
9 Hypoxis hemerocallidea Chirangaboana 22
10 Euclea natalensis Ntitane, Mulala 21
11 Combretum molle Xiwondzwana, Xicucutsi 18
12 Strychnos spinosa Nsala 17
13 Cladostemon kirkii Nhamurricuane, Mahukwa 13
14 Phyllanthus reticulatus Thethenha 13
15 Hypoxis sp. Chirangaboana 13
16 Ziziphus mucronata M'passamala, Phafa 13
17 Peltophorum africanum Maxuvana, Mphungancomo 11
18 Anacardium occidentale Ncanju, Cajú 10
19 Thylacium africanum Nxhekelanhama, Xikotela 10
20 Lannea discolor Xiumbucanhane 9
21 Turraea nilotica Manjunguana 9
22 Strophanthus petersianus Nhantsulane, Mphengulo, Fuxankhuzi 8
23 Spirostachys africana Xilangamahlu, Badua, Libando 8
24 Tilacora funifera Chiwizula, Cododo, Ngwelane 8
25 Elephantorrhiza elephantina Xiwurrai, Chengani 8
26 Kohautia sp. Matchachule, Nhaulane 8
27 Mangifera indica Mangue, Manga 7
28 Sansevieria sp. Chikwenga ya kwati 7
29 Abrus precatorius Sissane, Chichumbala 7
30 Gossypium herbaceum Thondge ya kwati 7
31 Ximenia americana
Tunduluca, Thlathlangate wa mutsongo, Tsenguele 7
32 Cyphostemma sp. Mahlanptswana 7
33 Rhoicissus revoilii Thualissangati, Phessa, Pensane 7
34 Rhus natalensis Xhumulasole, Chingatangatana 6
35 Sclerocarya birrea Ncanhu, Ncanhe 6
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
43
36 Annona senegalensis Rompha 6
37 Terminalia phanerophlebia Nkonola 6
38 Cassytha filiformis
Landzalate, Dingamukhangueni, Hule, Liendzaendza 6
39 Olax dissitiflora Nhamhuntane, Kucondzomuntani 6
40 Securidaca longipedunculata Mudlhandlhovo/Lhambo 6
41 Securidaca virosa Hlangahume 6
42 Vangueria infausta Mphilwa, Maphilo 6
43 Ehretia obtusifolia Ponwane, N'kheya, 5
44 Capparis tomentosa Khawa, Nkau 5
45 Maerua nervosa Zive-Zive, Tindzavelamice 5
46 Carica papaya Papaia, Mpai-pai 5
47 Combretum sp. Fufu, Xiwonzuane, Nhathelo 5
48 Casearia gladiformis Nhamunhocuane 5
49 Hugonia orientalis Khungulamunti, Minta-Mhunti 5
50 Protasparagus falcatus kwangwalatilo 5
51 Crotolaria monteiroi
Ntshuelambangui, Xitsekessa, Mudlhanfundlha 5
52 Cardiogyne africana M'pumbula, Npumbulu 5
53 Ochna natalitia
Mathlanganisso, Chinderanderana, Gugugu 5
54 Zanthoxylum sp. Munungwana 5
55 Grewia caffra Ntchiwana 5
56 Aloe sp. Mangani 4
57 Rhus sp. Macanjuira, Xhumulasole 4
58 Vernonia colorata Nhathelo 4
59 Maerua angolensis Zive-Zive 4
60 Cucumis sp. Dema, Mathema 4
61 Kedrostis sp. Dema la kupshuka 4
62 Albizia versicolor Muvangase, mbeixo 4
63 Ornithogalum tenuifolium Khonwa 4
64 Strychnos madagascariensis M'cuacua 4
65 Opilia celtidifolia Pambavangoma, Vutha, Maguthu 4
66 Catunaregam spinosa Xirole 4
67 Grewia flavescens Ntchiwana 4
68 Clerodendrum glabrum Phembo, Pechacuado, Vumbanhe 4
69 Ehretia amoena N'theya, Pomoana, Chimondzwane 3
70 Cadaba sp. Dudumunhame, Nongonoko 3
71 Maytenus heterophylla Xitlangwa 3
72 Maytenus senegalensis Xitlangwa 3
73 Salacia kraussii Matswincha, Mbobo 3
74 Garcinia livingstonei Himbe 3
75 Cucumis africanus Chiracarane, N'thema 3
44
76 Dioscorea sp. Chimuambamuambane 3
77 Mondulea sericea Mutsama N'tete, Xinkonolana 3
78 Musa sp. Tsengue 3
79 Clematis viridiflora Mukhokha, Xikhizamelo 3
80 Dodonaea viscosa Tchotila 3
81 Lannea sp. Xibhomboncanhi 2
82 Ozoroa sp. Xifitloko 2
83 Heteromorpha trifoliata Ntsumbulane 2
84 Acanthospermum hispidium Chinamane, Xiwurrai 2
85 Commiphora schlechteri Xicanhacanhane 2
86 Schotia brachypetala Vovovo 2
87 Cadaba natalensis T'chissa, Tsatatane 2
88 Maerua sp. Mudjamala, Ndondimunhama 2
89 Cassine sp. Chitsico, chigugutsa 2
90 Cucumis myriocarpus Dema 2
91 Momordica balsamina Cacana 2
92 Margaritaria discolor Xindikwe, Tsatsatana, Xinderana 2
93 Ricinus communis Tichanfura 2
94 Albizia petersiana Ndzongwelanguwa 2
95 Senna abreviata Nembenembe 2
96 Gladiolus sp. Halahingwa, Mugathandela 2
97 Eucomis sp. Xinhualane xa kwati, Xiwizila 2
98 Psidium guajava Pherwa 2
99 Adenia gummifera Rangaturana, Mwarrupi 2
100 Passiflora edulis 2
101 Plumbago zeylanica Nyalihassakani 2
102 Heinsia crinita Xissindze 2
103 Zanthoxylum holtizianum Manhaia 2
104 Dobera loranthifolia Mboco 2
105 Deinbollia oblongifolia Xikulhula, Gutana 2
106 Smilax kraussiana Gualanguluve, Muguena-Nguluvê 2
107 Synaptolepis kirkii Xiufhaufha 2
108 Justicia sp. Xiohbue 1
109 Zaleya pentandon N'lhava 1
110 Pupalia lappaceae Xicomabuluku 1
111 Artabotrys monteiroi Ntita 1
112 Heteromorpha sp. Xitsumbulane 1
113 Tabernaemontana sp. 1
114 Pergularia daemia Fenga 1
115 Epaltes sp. Madibane 1
116 Balanites maughamii Chavankundzi 1
117 Kigelia africana Fungura 1
118 Ehretia nilotica Ntea 1
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
45
119 Opuntia sp. Xihaha 1
120 Boscia sp. Nsati n'kulu 1
121 Capparis brassii Nungu, N'kwangulatilo 1
122 Capparis citrifolia Khau 1
123 Maytenus sp. Xihlangwa 1
124 Combretum Zeyheri N'fufu 1
125 Xidudu 1
126 Diospyros villosa Xicocombela 1
127 Acalypha sp. Manhaia 1
128 Antidesma venosum Mupassa sengane 1
129 Euphorbia trucalli Dema 1
130 Himenocardia ulmoides Magwanhe 1
131 Sapium integerriinum Nhalimhuntana 1
132 Afzelia quanzensis Xene 1
133 Lanchocarpus capassa M'bandzu 1
134 Senna occidentalis Nhoka, Nhokane 1
135 Xylotheca kraussiana Vilawacheka 1
136 Xylotheca tettensis Tchekela 1
137 Hippocratea delagoensis Hambuwa 1
138 Mocuna coriacea Fethla 1
139 Tephrosia bracteolata Rumbarumba 1
140 Loranthus sp. Xirema 1
141 Melia azedarach Seringa 1
142 Cissampelos hirta Malangacupira 1
143 Epinetrum spinosa Chicombela 1
144 Ficus sycomorus Chanfuta 1
145 Mollugo cerviana Mburomachomana 1
146 Anselia gigantea Phakama la hlanga 1
147 Dicerocaryum sinecioides Lihlehluwa 1
148 Portulaca oleracea Nwerere/Punhuca 1
149 Canthium sp. Xitsalala xa xitsongo 1
150 Pavetta catophylla Chitsindza 1
151 Allophylus sp. Mubaomo 1
152 Mimusops caffra Muchambadzaca 1
153 Walteria indica Tsowa mi lomo 1
154 Grewia inaequilatera Sipana 1
155 Triumfetta pentandra Xlhangulu 1
156 Lantana camara Chimunhamunhane 1
157 Cissus quadrangularis Chowololo 1
158 Cissus rotundifolium Mpangalatane 1
159 Cyphostemma congestum Tchambalatana 1
160 Rhoicissus sp. N'ranga 1
46
II. Espécies usadas no tratamento das DTS/SIDA nas Prov de MAPUTO e GAZA
Maputo Gaza
Lista de plantas diferentes em ambas províncias
Nº ord Nome científico
Nº PMT's
Nº ord Nome científico
Nº PMT's
1 Acalypha sp. 1 57 Lantana camara 1
2 Acanthospermum hispidium 3 58 Loranthus sp. 1
3 Adenia gummifera 3 59 Maerua nervosa 7
4 Afzelia quanzensis 1 60 Maerua sp. 1
5 Albizia petersiana 2 61 Maerua sp. 1
6 Allophylus sp. 1 62 Margaritaria discolor 2
7 Anselia gigantea 1 63 Maytenus heterophylla 3
8 Antidesma venosum 1 64 Maytenus senegalensis 3
9 Artabotrys monteiroi 1 65 Maytenus sp. 1
10 Balanites maughamii 1 66 Melia azedarach 1
11 Boscia sp. 1 67 Mimusops caffra 1
12 Cadaba natalensis 2 68 Mocuna coriacea 1
13 Capparis brassii 1 69 Mollugo cerviana 1
14 Capparis citrifolia 1 70 Momordica balsamina 2
15 Cardiogyne africana 6 71 Mondulea sericea 3
16 Cissampelos hirta 1 72 Musa sp. 3
17 Cissus quadrangularis 1 73 Ochna natalitia 4
18 Clematis viridiflora 4 74 Opuntia sp. 1
19 Clerodendrum glabrum 4 75 Ornithogalum tenuifolium 4
20 Combretum Zeyheri 2 76 Ozoroa sp. 2
21 Commiphora schlechteri 2 77 Passiflora edulis 2
22 Crotolaria monteiroi 2 78 Pavetta catophylla 1
23 Cucumis africanus 2 79 Peltophorum africanum 12
24 Cucumis myriocarpus 2 80 Pergalaria daemia 1
25 Cyphostemma congestum 1 81 Plumbago zeylanica 2
26 Cyphostemma sp. 8 82 Portulaca oleracea 1
27 Dicerocaryum sinecioides 1 83 Protasparagus falcatus 12
28 Dioscorea sp. 3 84 Psidium guajava 3
29 Diospyros villosa 1 85 Pupalia lappaceae 1
30 Dobera loranthifolia 2 86 Rhus natalensis 5
31 Dodonaea viscosa 5 87 Salacia kraussii 3
32 Ehretia amoena 3 88 Sansevieria sp. 8
33 Ehretia nilotica 1 89 Sapium integerriinum 1
34 Ehretia obtusifolia 6 90 Schotia brachypetala 2
35 Epaltes sp. 1 91 Sclerocarya birrea 5
36 Epinetrum spinosa 1 92 Securidaca longipedunculata 8
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
47
37 Eucomis sp. 2 93 Securidaca virosa 2
38 Euphorbia trucalli 3 94 Senna abreviata 1
39 Ficus sycomorus 1 95 Senna occidentalis 1
40 Gladiolus sp. 1 96 Smilax kraussiana 2
41 Grewia caffra 5 97 Synaptolepis kirkii 2
42 Grewia flavescens 4 98 Tephrosia bracteolata 1
43 Grewia inaequilatera 1 99 Terminalia phanerophlebia 5
44 Heinsia crinita 1 100 Thylacium africanum 9
45 Heteromorpha sp. 3 101 Tilacora funifera 10
46 Heteromorpha trifoliata 3 102 Triunfetta pentandra 1
47 Himenocardia ulmoides 1 103 Turraea nilotica 11
48 Hippocratea delagoensis 2 104 Vernonia colorata 4
49 Hugonia orientalis 7 105 Walteria indica 1
50 Justicia sp. 1 106 Ximenia americana 8
51 Kedrostis sp. 4 107 Xylotheca kraussiana 1
52 Kigelia africana 1 108 Xylotheca tettensis 1
53 Kohautia sp. 10 109 Zaleya pentandon 1
54 Lanchocarpus capassa 1 110 Zanthoxylum holtizianum 2
55 Lannea discolor 9 111 Zanthoxylum sp. 6
56 Lannea sp. 2
Plantas comuns nas 2 províncias
Nº ord Nome científico
Nº PMT's Nº ord Nome científico
Nº PMT's
1 Abrus precatorius 3 47 Garcinia livingstonei 1
2 Abrus precatorius 4 48 Garcinia livingstonei 2
3 Albizia versicolor 1 49 Gossypium herbaceum 1
4 Albizia versicolor 3 50 Gossypium herbaceum 8
5 Aloe chabaudii 20 51 Hypoxis hemerocallidea 8
6 Aloe chabaudii 27 52 Hypoxis hemerocallidea 14
7 Aloe marlothii 18 53 Hypoxis sp. 7
8 Aloe marlothii 35 54 Hypoxis sp. 8
9 Aloe sp. 8 55 Maerua angolensis 4
10 Aloe sp. 3 56 Maerua angolensis 4
11 Anacardium occidentale 4 57 Mangifera indica 4
12 Anacardium occidentale 7 58 Mangifera indica 4
13 Annona senegalensis 3 59 Olax dissitiflora 5
14 Annona senegalensis 3 60 Olax dissitiflora 1
15 Artabotrys brachypetalus 16 61 Opilia celtidifolia 4
16 Artabotrys brachypetalus 19 62 Opilia celtidifolia 1
17 Bridelia cathartica 35 63 Ozoroa obovata 21
48
18 Bridelia cathartica 19 64 Ozoroa obovata 28
19 Cadaba sp. 2 65 Phyllanthus reticulatus 9
20 Cadaba sp. 1 66 Phyllanthus reticulatus 6
21 Capparis tomentosa 1 67 Rhoicissus revoilii 1
22 Capparis tomentosa 4 68 Rhoicissus revoilii 7
23 Carica papaya 1 69 Rhoicissus sp. 1
24 Carica papaya 4 70 Rhoicissus sp. 1
25 Casearia gladiformis 1 71 Rhus sp. 1
26 Casearia gladiformis 2 72 Rhus sp. 3
27 Cassine sp. 1 73 Ricinus communis 1
28 Cassine sp. 1 74 Ricinus communis 1
29 Cassytha filiformis 5 75 Senna petersiana 20
30 Cassytha filiformis 1 76 Senna petersiana 16
31 Catunaregam spinosa 4 77 Spirostachys africana 3
32 Catunaregam spinosa 1 78 Spirostachys africana 8
33 Cladostemon kirkii 8 79 Strophanthus petersianus 7
34 Cladostemon kirkii 6 80 Strophanthus petersianus 1
35 Combretum molle 7 81 Strychnos madagascariensis 2
36 Combretum molle 14 82 Strychnos madagascariensis 2
37 Combretum sp. 4 83 Strychnos spinosa 12
38 Combretum sp. 1 84 Strychnos spinosa 7
39 Cucumis sp. 2 85 Tabernaemontana elegans 21
40 Cucumis sp. 1 86 Tabernaemontana elegans 23
41 Deinbollia oblongifolia 1 87 Terminalia sericea 16
42 Deinbollia oblongifolia 2 88 Terminalia sericea 51
43 Elephantorrhiza elephantina 8 89 Vangueria infausta 2
44 Elephantorrhiza elephantina 1 90 Vangueria infausta 5
45 Euclea natalensis 15 91 Ziziphus mucronata 5
46 Euclea natalensis 11 92 Ziziphus mucronata 5
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
49
III. Espécies usadas nas DTS/SIDA Província de Maputo
Nº de ord
Nome científico
Nº PMT'
s
Nº de ord
Nome científico Nº
PMT's
1 Terminalia sericea 51 42 Ehretia amoena 3
2 Aloe marlothii 35 43 Annona senegalensis 3
3 Ozoroa obovata 28 44 Aloe sp. 3
4 Aloe chabaudii 27 45 Albizia versicolor 3
5 Tabernaemontana elegans 23 46 Strychnos madagascariensis 2
6 Bridelia cathartica 19 47 Securidaca virosa 2
7 Artabotrys brachypetalus 19 48 Schotia brachypetala 2
8 Senna petersiana 16 49 Passiflora edulis 2
9 Hypoxis hemerocallidea 14 50 Ozoroa sp. 2
10 Combretum molle 14 51 Momordica balsamina 2
11 Peltophorum africanum 12 52 Garcinia livingstonei 2
12 Euclea natalensis 11 53 Deinbollia oblongifolia 2
13 Lannea discolor 9 54 Cucumis myriocarpus 2
14 Ximenia americana 8 55 Cucumis africanus 2
15 Spirostachys africana 8 56 Crotolaria monteiroi 2
16 Securidaca longipedunculata 8 57 Combretum Zeyheri 2
17 Hypoxis sp. 8 58 Casearia gladiformis 2
18 Gossypium herbaceum 8 59 Albizia petersiana 2
19 Cyphostemma sp. 8 60 Zaleya pentandon 1
20 Strychnos spinosa 7 61 Strophanthus petersianus 1
21 Rhoicissus revoilii 7 62 Ricinus communis 1
22 Anacardium occidentale 7 63 Rhoicissus sp. 1
23 Zanthoxylum sp. 6 64 Portulaca oleracea 1
24 Phyllanthus reticulatus 6 65 Opilia celtidifolia 1
25 Cladostemon kirkii 6 66 Olax dissitiflora 1
26 Ziziphus mucronata 5 67 Melia azedarach 1
27 Vangueria infausta 5 68 Maytenus sp. 1
28 Terminalia phanerophlebia 5 69 Maerua sp. 1
29 Sclerocarya birrea 5 70 Lanchocarpus capassa 1
30 Grewia caffra 5 71 Grewia inaequilatera 1
31 Mangifera indica 4 72 Epinetrum spinosa 1
32 Maerua angolensis 4 73 Elephantorrhiza elephantina 1
33 Clerodendrum glabrum 4 74 Diospyros villosa 1
50
34 Carica papaya 4 75 Dicerocaryum sinecioides 1
35 Capparis tomentosa 4 76 Cucumis sp. 1
36 Abrus precatorius 4 77 Combretum sp. 1
37 Salacia kraussii 3 78 Cissampelos hirta 1
38 Rhus sp. 3 79 Catunaregam spinosa 1
39 Musa sp. 3 80 Cassytha filiformis 1
40 Mondulea sericea 3 81 Cassine sp. 1
41 Maytenus heterophylla 3 82 Cadaba sp. 1
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
51
IV. Espécies usadas nas DTS/SIDA Província de Gaza
Nº de ord Nome científico
Nº PMT's
Nº de ord Nome científico
Nº PMT's
1 Bridelia cathartica 35 62 Eucomis sp. 2
2 Ozoroa obovata 21 63 Hippocratea delagoensis 2
3 Tabernaemontana elegans 21 64 Lannea sp. 2
4 Aloe chabaudii 20 65 Margaritaria discolor 2
5 Senna petersiana 20 66 Plumbago zeylanica 2
6 Aloe marlothii 18 67 Smilax kraussiana 2
7 Artabotrys brachypetalus 16 68 Strychnos madagascariensis 2
8 Terminalia sericea 16 69 Synaptolepis kirkii 2
9 Euclea natalensis 15 70 Vangueria infausta 2
10 Protasparagus falcatus 12 71 Zanthoxylum holtizianum 2
11 Strychnos spinosa 12 72 Acalypha sp. 1
12 Turraea nilotica 11 73 Afzelia quanzensis 1
13 Kohautia sp. 10 74 Albizia versicolor 1
14 Tilacora funifera 10 75 Allophylus sp. 1
15 Phyllanthus reticulatus 9 76 Anselia gigantea 1
16 Thylacium africanum 9 77 Antidesma venosum 1
17 Aloe sp. 8 78 Artabotrys monteiroi 1
18 Cladostemon kirkii 8 79 Balanites maughamii 1
19 Elephantorrhiza elephantina 8 80 Boscia sp. 1
20 Hypoxis hemerocallidea 8 81 Capparis brassii 1
21 Sansevieria sp. 8 82 Capparis citrifolia 1
22 Combretum molle 7 83 Capparis tomentosa 1
23 Hugonia orientalis 7 84 Carica papaya 1
24 Hypoxis sp. 7 85 Casearia gladiformis 1
25 Maerua nervosa 7 86 Cassine sp. 1
26 Strophanthus petersianus 7 87 Cissus quadrangularis 1
27 Cardiogyne africana 6 88 Cyphostemma congestum 1
28 Ehretia obtusifolia 6 89 Deinbollia oblongifolia 1
29 Cassytha filiformis 5 90 Ehretia nilotica 1
30 Dodonaea viscosa 5 91 Epaltes sp. 1
31 Olax dissitiflora 5 92 Ficus sycomorus 1
32 Rhus natalensis 5 93 Garcinia livingstonei 1
33 Ziziphus mucronata 5 94 Gladiolus sp. 1
34 Anacardium occidentale 4 95 Gossypium herbaceum 1
52
35 Catunaregam spinosa 4 96 Heinsia crinita 1
36 Clematis viridiflora 4 97 Himenocardia ulmoides 1
37 Combretum sp. 4 98 Justicia sp. 1
38 Grewia flavescens 4 99 Kigelia africana 1
39 Kedrostis sp. 4 100 Lantana camara 1
40 Maerua angolensis 4 101 Loranthus sp. 1
41 Mangifera indica 4 102 Maerua sp. 1
42 Ochna natalitia 4 103 Mimusops caffra 1
43 Opilia celtidifolia 4 104 Mocuna coriacea 1
44 Ornithogalum tenuifolium 4 105 Mollugo cerviana 1
45 Vernonia colorata 4 106 Opuntia sp. 1
46 Abrus precatorius 3 107 Pavetta catophylla 1
47 Acanthospermum hispidium 3 108 Pergalaria daemia 1
48 Adenia gummifera 3 109 Pupalia lappaceae 1
49 Annona senegalensis 3 110 Rhoicissus revoilii 1
50 Dioscorea sp. 3 111 Rhoicissus sp. 1
51 Euphorbia trucalli 3 112 Rhus sp. 1
52 Heteromorpha sp. 3 113 Ricinus communis 1
53 Heteromorpha trifoliata 3 114 Sapium integerriinum 1
54 Maytenus senegalensis 3 115 Senna abreviata 1
55 Psidium guajava 3 116 Senna occidentalis 1
56 Spirostachys africana 3 117 Tephrosia bracteolata 1
57 Cadaba natalensis 2 118 Triunfetta pentandra 1
58 Cadaba sp. 2 119 Walteria indica 1
59 Commiphora schlechteri 2 120 Xylotheca kraussiana 1
60 Cucumis sp. 2 121 Xylotheca tettensis 1
61 Dobera loranthifolia 2
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
53
V. Lista das doenças e sintomas referidas pelos PMT's no âmbito DTS/SIDA
Nº de PMT,s Nº de PMT,s
Doença Maputo Gaza Doença Maputo Gaza
Gonorreia 40 45 Ameaça aborto 0 1
Tuberculose 24 37 Anemia 1 1
Dor abdominal 12 19 Dermatite 0 1
Sífilis 5 16 Dor de cabeça 7 1
DTS 4 13 Evitar vomitar sangue 0 1
Linfogranuloma venereum 1 10 Falta de apetite 1 1
Feridas 8 9 Furúnculos 0 1
Diarreia 40 8 Hidrocelo 0 1
Infertilidade 0 5 Inchaço corpo 0 1
Corrimento 1 3 SIDA 4 1
Febres 4 3 ùlcera 0 1
Aquecimento dos pés 1 2 Asma 1 0
Borbulhas 1 2 Cólicas menstr 4 0
Diarreia sanguinolenta 0 2 Dor útero 1 0
Epilepsia 0 2 Hemorragia 1 0
Impotência Sexual 0 2 Prisão de ventre 1 0
Reumatismo 1 2 Vómitos 0
Tosse 2 2
54
VI. Frequência de uso de plantas para o tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA - Província de Maputo
Gonorreia Tuberculose
Nome científico Nº PMT's Nome científico Nº
PMT's
Aloe marlothii 25 Artabotrys brachypetalus 9
Aloe chabaudii 16 Ozoroa obovata 7
Tabernaemontana elegans 12 Ziziphus mucronata 4
Bridelia cathartica 11 Albizia versicolor 3
Terminalia sericea 11 Capparis tomentosa 3
Euclea natalensis 8 Lannea discolor 3
Hypoxis hemerocallidea 6 Mondulea sericea 3
Senna petersiana 6 Rhus sp. 3
Artabotrys brachypetalus 5 Securidaca longipedunculata 3
Hypoxis sp. 4 Senna petersiana 3
Carica papaya 3 Casearia gladiformis 2
Cyphostemma sp. 3 Cladostemon kirkii 2
Musa sp. 3 Deinbollia oblongifolia 2
Ozoroa obovata 3 Passiflora edulis 2
Phyllanthus reticulatus 3 Securidaca virosa 2
Rhoicissus revoilii 3 Aloe sp. 1
Anacardium occidentale 2 Anacardium occidentale 1
Combretum molle 2 Annona senegalensis 1
Gossypium herbaceum 2 Bridelia cathartica 1
Grewia caffra 2 Cassytha filiformis 1
Maerua angolensis 2 Cissampelos hirta 1
Spirostachys africana 2 Combretum molle 1
Aloe sp. 1 Cucumis africanus 1
Annona senegalensis 1 Cucumis myriocarpus 1
Capparis tomentosa 1 Dicerocaryum sinecioides 1
Cucumis sp. 1 Diospyros villosa 1
Lannea discolor 1 Ehretia amoena 1
Mangifera indica 1 Grewia caffra 1
Melia azedarach 1 Grewia inaequilatera 1
Olax dissitiflora 1 Lanchocarpus capassa 1
Peltophorum africanum 1 Maerua sp. 1
Rhoicissus sp. 1 Maytenus heterophylla 1
Ricinus communis 1 Momordica balsamina 1
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
55
Schotia brachypetala 1 Opilia celtidifolia 1
Sclerocarya birrea 1 Phyllanthus reticulatus 1
Strophanthus petersianus 1 Rhoicissus revoilii 1
Strychnos spinosa 1 Salacia kraussii 1
Terminalia phanerophlebia 1 Spirostachys africana 1
Vangueria infausta 1 Strychnos madagascari 1
Ximenia americana 1 Tabernaemontana elegans 1
Ziziphus mucronata 1 Terminalia phanerophlebia 1
Dor abdominal DTS
Terminalia sericea 5 Hypoxis hemerocallidea 4
Clerodendrum glabrum 2 Aloe chabaudii 2
Lannea discolor 2 Aloe marlothii 1
Strychnos spinosa 2 Bridelia cathartica 1
Zanthoxylum sp. 2 Carica papaya 1
Combretum molle 1 Cyphostemma sp. 1
Gossypium herbaceum 1 Elephantorrhiza elephantina 1
Hypoxis sp. 1 Euclea natalensis 1
Maytenus heterophylla 1 Tabernaemontana elegans 1
Maytenus sp. 1 Terminalia sericea 1
Ozoroa obovata 1
Ozoroa sp. 1 Feridas
Portulaca oleracea 1
Rhoicissus revoilii 1 Cyphostemma sp. 4
Securidaca longipedunc 1 Hypoxis hemerocallidea 3
Tabernaemontana elegans 1 Euclea natalensis 2
Aloe chabaudii 1
Sífilis Aloe marlothii 1
Annona senegalensis 1
Aloe chabaudii 3 Cadaba sp. 1
Aloe marlothii 3 Cladostemon kirkii 1
Bridelia cathartica 3 Cucumis myriocarpus 1
Spirostachys africana 2 Sclerocarya birrea 1
Tabernaemontana elegans 2
Abrus precatorius 1 Hemorragia
Combretum molle 1
Epinetrum spinosa 1 Albizia petersiana 1
56
Grewia caffra 1 Securidaca longipedunculata 1
Hypoxis sp. 1
Maerua angolensis 1 Corrimento
Phyllanthus reticulatus 1
Senna petersiana 1 Aloe chabaudii 1
Strychnos spinosa 1 Aloe marlothii 1
Anacardium occidentale 1
Linfogranuloma venereum Mangifera indica 1
Spirostachys africana 1
Aloe chabaudii 1
Terminalia sericea 1 Borbulhas
Securidaca longipedunculata 1
Diarreia Aquecimento
Terminalia sericea 28 Aloe chabaudii 1
Ozoroa obovata 12 Aloe marlothii 1
Peltophorum africanum 9 Spirostachys africana 1
Combretum molle 6
Ximenia americana 5 Vómitos
Tabernaemontana elegans 4
Aloe marlothii 3 Terminalia sericea 3
Sclerocarya birrea 3 Peltophorum africanum 2
Aloe chabaudii 2 Ximenia americana 2
Bridelia cathartica 2 Albizia petersiana 1
Garcinia livingstonei 2 Combretum molle 1
Gossypium herbaceum 2 Combretum Zeyheri 1
Lannea discolor 2 Gossypium herbaceum 1
Terminalia phanerophlebia 2 Momordica balsamina 1
Vangueria infausta 2 Ozoroa obovata 1
Zanthoxylum sp. 2 Tabernaemontana elegans 1
Anacardium occidentale 1 Vangueria infausta 1
Clerodendrum glabrum 1 Zanthoxylum sp. 1
Combretum sp. 1 Abrus precatorius 1
Combretum Zeyheri 1
Ehretia amoena 1 Enxaqueca
Hypoxis sp. 1
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
57
Maerua angolensis 1 Strychnos madagascariensis 1
Maytenus heterophylla 1
Phyllanthus reticulatus 1 Dor do Útero
Schotia brachypetala 1
Securidaca longipedunculata 1 Rhoicissus revoilii 1
Senna petersiana 1
Spirostachys africana 1 Reumatismo
Zaleya pentandon 1
Cladostemon kirkii 1
Febres
Tosse
Artabotrys brachypetalus 1
Cassine sp. 1 Artabotrys brachypetalus 2
Clerodendrum glabrum 1 Ehretia amoena 1
Combretum molle 1 Ozoroa obovata 1
Ozoroa obovata 1 Senna petersiana 1
Senna petersiana 1
Cólera Cólicas menstruais
Terminalia phanerophlebia 1 Abrus precatorius 2
Strychnos spinosa 1
Asma Tabernaemontana elegans 1
Salacia kraussii 1 SIDA
Anemia Senna petersiana 3
Strychnos spinosa 2
Rhoicissus revoilii 1 Terminalia sericea 2
Aloe sp. 1
Recém nascidos Raquíticos Anacardium occidentale 1
Artabotrys brachypetalus 1
Anacardium occidentale 1 Bridelia cathartica 1
Mangifera indica 1 Combretum molle 1
Ozoroa sp. 1 Cucumis africanus 1
Salacia kraussii 1 Gossypium herbaceum 1
Hypoxis sp. 1
58
Dores de cabeça Lannea discolor 1
Mangifera indica 1
Crotolaria monteiroi 2 Ozoroa obovata 1
Catunaregam spinosa 1 Zanthoxylum sp. 1
Cladostemon kirkii 1
Ozoroa obovata 1 Prisão de Ventre
Securidaca longipedunculata 1
Hypoxis hemerocallidea 1
Malaria
Gossypium herbaceum 1
Vangueria infausta 1
Falta de Apetite
Artabotrys brachypetalus 1
Cladostemon kirkii 1
Furúnculos
Grewia caffra 1
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
59
VII. Frequência de uso de plantas para o tratamento de doenças associadas ao HIV/SIDA - Província de Gaza
Gonorreia Tuberculose
Nome científico Nº PMT's Nome científico
Nº PMT'
s
Bridelia cathartica 15 Artabotrys brachypetalus 12
Aloe chabaudii 7 Ozoroa obovata 9
Aloe marlothii 7 Bridelia cathartica 6
Euclea natalensis 7 Senna petersiana 6
Protasparagus falcatus 6 Tabernaemontana elegans 6
Hypoxis sp. 5 Cardiogyne africana 4
Senna petersiana 5 Strychnos spinosa 4
Tabernaemontana elegans 4 Grewia flavescens 3
Turraea nilotica 4 Maerua nervosa 3
Aloe sp. 3 Ochna natalitia 3
Catunaregam spinosa 3 Rhus natalensis 3
Ehretia obtusifolia 3 Thylacium africanum 3
Hypoxis hemerocallidea 3 Turraea nilotica 3
Kohautia sp. 3 Dobera loranthifolia 2
Ozoroa obovata 3 Ehretia obtusifolia 2
Strychnos spinosa 3 Elephantorrhiza elephantina 2
Terminalia sericea 3 Euclea natalensis 2
Combretum sp. 2 Hugonia orientalis 2
Elephantorrhiza elephantina 2 Kedrostis sp. 2
Maerua nervosa 2 Lannea sp. 2
Sansevieria sp. 2 Olax dissitiflora 2
Strophanthus petersianus 2 Strophanthus petersianus 2
Thylacium africanum 2 Strychnos madagascari 2
Tilacora funifera 2 Tilacora funifera 2
Vernonia colorata 2 Vangueria infausta 2
Abrus precatorius 1 Zanthoxylum holtizianum 2
Acanthospermum hispidium 1 Ziziphus mucronata 2
Anacardium occidentale 1 Acalypha sp. 1
Antidesma venosum 1 Afzelia quanzensis 1
Artabotrys brachypetalus 1 Artabotrys monteiroi 1
Cadaba natalensis 1 Balanites maughamii 1
Cadaba sp. 1 Boscia sp. 1
60
Capparis tomentosa 1 Cadaba natalensis 1
Cardiogyne africana 1 Cadaba sp. 1
Cassine sp. 1 Casearia gladiformis 1
Cassytha filiformis 1 Combretum molle 1
Cissus quadrangularis 1 Combretum sp. 1
Cladostemon kirkii 1 Heteromorpha sp. 1
Clematis viridiflora 1 Heteromorpha trifoliata 1
Cucumis sp. 1 Hippocratea delagoensis 1
Dioscorea sp. 1 Loranthus sp. 1
Ehretia nilotica 1 Maerua sp. 1
Euphorbia trucalli 1 Margaritaria discolor 1
Heteromorpha sp. 1 Maytenus senegalensis 1
Heteromorpha trifoliata 1 Opilia celtidifolia 1
Hipenetes delagoensis 1 Pavetta catophylla 1
Hugonia orientalis 1 Phyllanthus reticulatus 1
Maerua angolensis 1 Terminalia sericea 1
Mangifera indica 1 Xylotheca kraussiana 1
Mimusops caffra 1
Mocuna coriacea 1 Falta de Apetite
Ochna natalitia 1
Olax dissitiflora 1 Phyllanthus reticulatus 1
Ornithogalum tenuifolium 1
Pergalaria daemia 1 Feridas Epidérmicas
Phyllanthus reticulatus 1
Rhus natalensis 1 Phyllanthus reticulatus 1
Smilax kraussiana 1
Synaptolepis kirkii 1 Furúnculos
Xylotheca tettensis 1
Ziziphus mucronata 1 Clematis viridiflora 1
Dores Abdominais Sífilis
Tabernaemontana elegans 5 Protasparagus falcatus 5
Adenia gummifera 2 Bridelia cathartica 5
Aloe marlothii 2 Aloe chabaudii 4
Elephantorrhiza elephantina 2 Aloe marlothii 4
Eucomis sp. 2 Aloe sp. 4
Maytenus senegalensis 2 Euclea natalensis 4
Senna petersiana 2 Hugonia orientalis 3
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
61
Strychnos spinosa 2 Terminalia sericea 3
Turraea nilotica 2 Clematis viridiflora 2
Vernonia colorata 2 Hypoxis hemerocallidea 2
Acanthospermum hispidium 1 Maerua angolensis 2
Cladostemon kirkii 1 Ozoroa obovata 2
Combretum sp. 1 Sansevieria sp. 2
Commiphora schlechteri 1 Senna petersiana 2
Deinbollia oblongifolia 1 Tabernaemontana elegans 2
Epaltes sp. 1 Cardiogyne africana 1
Ficus sycomorus 1 Catunaregam spinosa 1
Hypoxis hemerocallidea 1 Cladostemon kirkii 1
Kigelia africana 1 Ehretia obtusifolia 1
Maerua angolensis 1 Euphorbia trucalli 1
Maerua nervosa 1 Heteromorpha sp. 1
Opilia celtidifolia 1 Hypoxis sp. 1
Ornithogalum tenuifolium 1 Kedrostis sp. 1
Ozoroa obovata 1 Kohautia sp. 1
Phyllanthus reticulatus 1 Maerua nervosa 1
Senna abreviata 1 Plumbago zeylanica 1
Spirostachys africana 1 Spirostachys africana 1
Tilacora funifera 1 Strophanthus petersianus 1
Strychnos spinosa 1
Borbulhas Thylacium africanum 1
Turraea nilotica 1
Albizia versicolor 1
Cyphostemma congestum 1 Reumatismo
Elephantorrhiza elephantina 1
Tephrosia bracteolata 1 Adenia gummifera 1
Cladostemon kirkii 1
Infertilidade Opilia celtidifolia 1
Turraea nilotica 1
Abrus precatorius 2
Commiphora schlechteri 1 Impotência sexual
Cucumis sp. 1
Euclea natalensis 1 Heteromorpha trifoliata 1
Justicia sp. 1 Strophanthus petersianus 1
Olax dissitiflora 1
Ozoroa obovata 1 Epilepsia
62
Phyllanthus reticulatus 1
Pupalia lappaceae 1 Allophylus sp. 1
Rhoicissus sp. 1 Ornithogalum tenuifolium 1
Rhus sp. 1 Senna petersiana 1
Ziziphus mucronata 1 Terminalia sericea 1
Thylacium africanum 1
DTS Linfogranuloma venereum
Aloe chabaudii 4 Aloe chabaudii 3
Bridelia cathartica 4 Aloe marlothii 3
Cassytha filiformis 4 Annona senegalensis 3
Anacardium occidentale 3 Senna petersiana 3
Cladostemon kirkii 3 Bridelia cathartica 2
Kohautia sp. 3 Sansevieria sp. 2
Mangifera indica 3 Terminalia sericea 2
Dioscorea sp. 2 Protasparagus falcatus 1
Dodonaea viscosa 2 Capparis citrifolia 1
Thylacium africanum 2 Cladostemon kirkii 1
Tilacora funifera 2 Elephantorrhiza elephantina 1
Acanthospermum hispidium 1 Euphorbia trucalli 1
Aloe marlothii 1 Hypoxis hemerocallidea 1
Aloe sp. 1 Opilia celtidifolia 1
Anselia gigantea 1 Ozoroa obovata 1
Artabotrys brachypetalus 1 Phyllanthus reticulatus 1
Carica papaya 1 Sapium integerriinum 1
Combretum molle 1 Senna occidentalis 1
Euclea natalensis 1 Strychnos spinosa 1
Gossypium herbaceum 1 Tabernaemontana elegans 1
Grewia flavescens 1
Heinsia crinita 1 Diarreia sanguinolenta
Himenocardia ulmoides 1
Hugonia orientalis 1 Combretum molle 1
Mollugo cerviana 1 Dodonaea viscosa 1
Olax dissitiflora 1
Opuntia sp. 1 Aquecimento dos pés
Ornithogalum tenuifolium 1
Rhus natalensis 1 Artabotrys brachypetalus 2
Sansevieria sp. 1 Ricinus communis 1
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
63
Spirostachys africana 1
Strophanthus petersianus 1 Febres
Tabernaemontana elegans 1
Bridelia cathartica 1
Tosse Ozoroa obovata 1
Senna petersiana 1
Psidium guajava 1 Tilacora funifera 1
Walteria indica 1
Feridas internas
Ameaça de aborto
Combretum molle 2
Ziziphus mucronata 1 Bridelia cathartica 1
Capparis brassii 1
Anemia Hypoxis hemerocallidea 1
Ozoroa obovata 1
Ozoroa obovata 1 Phyllanthus reticulatus 1
Rhoicissus revoilii 1 Smilax kraussiana 1
Strychnos spinosa 1
Dermatite
Dores de Cabeça
Plumbago zeylanica 1
Tilacora funifera 1
Diarreia
Terminalia sericea 4
Aloe chabaudii 1
Aloe marlothii 1
Combretum molle 1
Garcinia livingstonei 1
Gladiolus sp. 1
Kedrostis sp. 1
Lantana camara 1
Psidium guajava 1
Tabernaemontana elegans 1
Feridas
Combretum molle 1
64
Dodonaea viscosa 1
Margaritaria discolor 1
Ozoroa obovata 1
Phyllanthus reticulatus 1
Synaptolepis kirkii 1
Terminalia sericea 1
Triunfetta pentandra 1
Corrimento
Dodonaea viscosa 1
Psidium guajava 1
Tabernaemontana elegans 1
Tilacora funifera 1
Hidrocelo
Aloe chabaudii 1
Bridelia cathartica 1
Sansevieria sp. 1
Inchaço do Corpo
Kohautia sp. 1
SIDA
Hypoxis sp. 1
Kohautia sp. 1
Úlceras
Terminalia sericea 1
Evitar vomitar sangue
Kohautia sp. 1
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
65
VIII. Pesquisa bibliográfica
Espécies Países Usos
Abrus precatorius África Oriental Perturbações estomacais, disenteria, dores no peito, contraceptivo oral, bronquites, asmas, tosse convulsa, febre (malária) tuberculose
Albizia versicolor África Oriental Antielmético, purgativo, dor de cabeça
Aloe marlothii Sul de África Laxativo, artrites, eczemas, irritações da pele, problemas de estômago, para lombrigas, enemas para bebés.
Anacardium occidentale África Austral e Oriental, Moçambique, Serra Leoa, Brasil, Congo, Filipinas, Índia,
Erupções cutâneas, aftas e febres, duirético, perturbações uterinas, purgativo, tosse, diarreias e desenterias, doenças intestinais e pulmonares, purgativo, vermífugo,
Annona senegalensis África Tropical e Oriental, Sul de África, Tanzania, Nigéria
Doenças venéreas, gonorreia, tosse, esfriado, dores abdominais, diarreia, desenteria, dores de cabeça, errupções da pele, loucura,
Artabotrys brachypetalus Sul de África, África oriental Gonorreia, cefaleas, desparasitante, dores abdominais, dores articulares, febre, tosse, dores intestinais, esterilidade femenina, impotência sexual, reumatismo, tosse com asma,
Bridelia cathartica RSA, Zimbabwe, East Africa Dores de cabeça, menorregia, infertilidade, dores de estômago
Capparis tomentosa Sul de África Reumatismo, loucura, dores de peito, malária dor de cabeça, tosse pneumonia, laxativo
Combretum molle África Austral e Oriental Disenterias, antiabortivo, hemorragia contínua da menstruação, Febres, feridas, perturbações estomacais,, estómago dilatado, obstipação, cólicas, diarreia, infertilidade, convulsões, fraqueza, disenteria
Cucumis africanus Purgativo, enema
Dodonea viscosa África oriental Diarreia,
Elephantorrhiza elephantina Sul de África Diarreia, desenteria, desordens estomacais, úlceras pépticas, doenças da pele, acne
Eucles natalensis Sul de África Distúrbios gástricos, vómitos, feridas e dores de estómago, úlceras no geral
Hypoxis hemerocallidea África Austral Problemas mentais, hipertrofia benigna da próstata, dores de cabeça, tónica para crianças, vertigens
Hypoxis sp. RSA Purgativo, parasites intestinais, delírio, úlceras, impetigo, parasitas intestinais
Kigelia africana Sul de África Sífilis, úlceras, feridas, reumatismo, disenteria
Lannea discolor RSA, Zimbabwe Diarreia, abcessos, furúnculos infertilidade feminina, menorragia, gonorreia, pés inchados, tosse convulsa,
66
Olax dissitiflora Sul de África Dores de estómago e úlceras no geral
Ozoroa obovata RSA Disenteria, inflamação aguda do peito
Peltophorum africanus RSA, Zimbabwe Febres, doenças venereas, Menorragia, diurético e diaforético, diarreia, dores do estômago, feridas, aftas em crianças, tosse, infertilidade, cólicas, esterilidade, enemas
Phyllanthus reticulatus Sul de África Gonorreia, purgativo
Ricinus comunis Sul de África, Purgativo, dor de estómago, feridas
Sclerrocarya birrea Sul de África Enema para malária e diarreia, limpeza do sangue, dores de barriga, disenteria, febre, problemas do estômago, dores de cabeça, úlceras, infertilidade, dores nas costas, obstipação, reumatismo
Securidaca longipedunculata RSA Tosse, reumatismo, dores de cabeça, inflamações e feridas
Smilax kraussiana RSA, Madagáscar, Tanzania, Tosse, doenças venéreas, abcessos, sífilis, blenorreia, eczemas, úlceras, infertilidade,
Strychnos spinosa RSA, Zimbabwe Emético, feridas sifilíticas, disenteria, dores abdominais, e uterinas, infertilidade, amenorreia, gonorreia, diarreia, entero-colite, colite, febres
Tabernaemontana elegans RSA Problemas respiratórios
Terminalia sericea África Austral e oriental, Zimbabwe, Botswana, RSA, Moçambique, Tanzania, Quénia, Malawi, Angola
Sífilis, doenças toráxicas, diarreias, reumatismo,perturbações pancreáticas, desenteria, dores abdominais, doenças venéreas, infertilidade, desordens gástricas, estomacais e genicológicas, fraqueza geral, feridas, menorragia
Turraea nilotica África Oriental Desarranjos/transtornos estomacais
Vangueria infausta Sul de África Diarreia, desenteria, problemas não específicos de estômago, febre ,malária
Vernonia colorata África Oriental, Ocidental, Angola, Congo, Costa do Marfim, Nigéria,Quénia, Senegal, Zaire
Tosse, diarreias febres, tosse,Blenorragia, afecções gastro-intestinais, dores estomacais, erupções cutâneas
Ximenia americana RSA, Zimbabwe, Botswana, Somália
Febre, diarreia, sifilis, menorragia , infertilidade feminina, doenças venéreas, dores de cabeça, inchaços, problemas ginecológicos, vertigens, transpiração e palpitações, dores de barriga, feridas, vômitos, “ancylostomiasis”
Ziziphus mucronata Sul de África RSA, Angola Reumatismo e distúrbios de estómago Emético, tosse crónica, scrofula, furúnculos, inchaço de glândulas, infertilidade, carminativo, sarampo, diarreia sanguinolenta, desminorreia, problemas urogenitais
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
67
IX. Efeitos fisiológicos e ou composição química
Espécies Efeitos fisiológicos e ou composição química
Terminalia
sericea
A planta contém ácido serícico e sericosideo que tem actividades anticolagénicas,
antiinflamatórias e cicratizantes. Contém também outros glicosídeos
Nerifolina, um glycosideo isolado da árvore, inibe o crescimento excessivo de fibroblástico
em tecidos aneurais do coração explantados in vitro e inibe a taxa de pulsação em uma
diluição de 1:700 ou mais alto
Amargores de árvores foram encontrados contendo 10,2% de substâncias de curtimento.
Polissacarídeos de gomas contêm ácidos galacturonico e 4-0-methylglucuronico
glucuronico e galactose, arabinose, rhamnose e xylose.
Triterpenóides, ácido serico e sericosídeo são os componentes principais de raízes de
plantas de Moçambique. Um glycosídeo de hydroxistilbeno também fora isolado de raízes.
Ácido Serico e sericosideo mostraram atividade anti-úlcera, anti-inflamatória e
cicatrizante.
Aloe
marlothii
Foi isolado um derivado de oximetillanthraquinona conhecido como nataloina
Extratos da folha podem produzir haemolisis, embora nenhuma sapogenina tenha sido
achada
Espécie de babosa pode causar gastrite e diarrea em overdose e deveria ser evitada por
mulheres grávidas. Foram informados casos de aborto seguindo uso medicinal. A arabinose
de toxina potencial é conhecida no gênero
Anacarduim
occidentale
Raíz, folhas, frutos, casca contém ácido anacárdico (óleos irritantes do fruto). O ácido
anacárdico contém propriedades bactericidas. A casca da árvore demonstrou ter
propriedades antiarítmicas sem depressão do miocárdio.
Tabernaemon
tana elegans
Extratos de planta inteiras são fortemente activas contra bactérias Gram-positivas e
moderadamente activas contra bactérias Gram-negativas, mas mostrou pequena actividade
e anti- fúngica.
Vários alcalóides de indole do ibogamine e tipo-voacamine são conhecidos no gênero.
Conopharingina de Isovoacangina, conodurina, voacamidina de conoduraminem,
tabersonina e coronaridina que tenham propriedades simpatomimetica.
Dezenove espécie foram filtradas com acividade anti-fermentativa microbiana, anti-
amoebica e antiviral. Destas, 19 espécie mostraram actividade antiviral, cinco mostraram
anti-fermentativa e seis mostraram atividade anti-fúngica enquanto dois extratos de
actividade anti-amoebica
Hypoxis
hemerocallid
ea.
O género Hypoxis é mencionado como tendo atividade anti-tumor. Foram achados
saponinas haemolíticas e ácidos orgânicos nas reservas da raíz de uma espécie de Hypoxis
do Malawí. Glycosideos de Diarilpentanil de várias espécies incluem o hipoxosidio A que
mostrou atividade antitumor. O mais comum e maior componente de phytosterol, ß-
sitosterol, é tido como o possível inibidor da síntese de prostaglandina
Glycosídeos de Phytosterol foram extraídos de tubérculos e mostraram atcividade na
hypertrofia da próstata benigna. O conteúdo do extrato do cormo foi calculado teno sido o
ß–sitosterol ß–D-glucosídeo. O ß–sitosterol tem propriedades anti-inflamatórias. Do
cormos extrairam-se três citokininas, identificadas como zeatina, ribosideo de zeatina e
glucosídeo de zeatina. Pentenina-bis-glucosidophenol (hypoxosido A) fora também
extraído da planta. Uma patente registrada refere que drogas que contêm esta substância
tem atividade antitumor nos pacientes de câncer e relatam não ser tóxicas para animais. Em
exames de três tipos de cultura, as culturas de tipo raiz é que continham o hypoxosido.
Mangifera
indica
A casca, folha e outras partes contêm ácido tânico (tanino). Esta substância já foi utilizada
na medecina científica no tratamento à diarreia, devido ao seu efeito adstringente tendo
sido abandonada porque se verificou que pode ser absorvida por via gastrointestinal dando
necroses no centro lobular do fígado.
Ozoroa
obovata
Às raizes são atribuídas propriedades purgativas.
68
Sclerocarya
birrea
Fruto contém vitaminas, a planta contém alguns alcalóides e taninos.
A casca da árvore que sabor adstringente é largamente usada no tratamento de disenteria e
diarreia.
Ziziphus
mucronata
Raizes são glutinosas. Alcalóides de Peptídios estiveram isolados da casca de árvore e
folhas. Planta extratos mostraram actividade anti-fungica, contra Candida albicans.
Peltophorum
africanum
A casca fresca da árvore usa-se mastigada, para cólicas. Também é para tosses, dor de
garganta, febres, dores de estômago, feridas, parasitas intestinais, erupções cutâneas de
língua nas crianças, doenças da vista, doenças venéreas. A planta inteira é usada para
menorrhagia, As raízes são usadas para dor abdominal, hidropisia, diarreia, infertilidade,
doenças venéreas, dor de garganta, prevenição de aborto e também como diurético e
diaphorético. A goma é conhecida como sendo venenosa
Raizes e casca de árvore contêm taninos. Foram achadas flavanóides nas folhas de plantas
incluindo galactosideos de kaempferol, myricetina, quercetina e rutina. Também foram
descobertos ácido chlorogenico e ácido gálico. ácido trans: 4-hydroxypipecolico 4 ester
sulfato foi encontrado em sementes da África Meridional.
Carica
papaya
Contém glicosídeos, carposida e caricina, sendo o primeiro antihelmítico e o segundo
propriedades antibióticas. Contém papaína que é uma enzima proteolítica que ajuda a
digestão de proteínas, e tem propriedades antihelmíticas e o alcalóide carpaína que é uma
subastância amoebicida e que tem acções cardíacas que deprime o músculo liso.
Eucles
natalensis
Contém lupeol, betulina, sete qualidades de naftaquinona e natalenona
Dois terpenoides pentacíclicos, lupeol e betulina, foram isolados. Quatro naphthaquinona,
diosindigo A, 7-methyljuglona, mamegakinona e diospyrona foram isolados de macerado
da raiz. Triterpenoides e três naphthaquinonas, 7-methyljuglona, diospyrina e Ent3
(desconhecido) foram isolados de um filtrado de ramos.
Ricinus
comunis
Contém rutina, óleos de rícino, riboflavina, ácido nicotínico, lipase, ácido úrico, urease
casbene (agente antifúgico) e ricina que é uma proteína muito tóxica
Garcinia
livingstonei
Contém ácido ascórbico
Abrus
precatorius
A semente é muito tóxica, contém abrina que é uma toxalbumina, ácido ábrico, ácido
poligalacturónico, pentosano e açucar reduzido. A abrina, talvez tenha propriedades
anticancerosas
Combretum
molle
Triterpenoides, ácido mólico 1-a-hydroxycycloartenóide e ácido mólioc 3-ß-D-Xylosideo e
seus glucosídeos, xylosideo e arabinosideo foram isolados de folhas. Uma combinação de e
triterpenóides pentacyclicos de cycloartanos foram isolados do fruto. Extratos de várias
partes mostram actividade anti-tumor contra sarcoma 180.
Strychnos
spinosa
Foi reportada a presença strychnina e brucina. Um monoterpeno não comum a lactona,
stryspinolactona, foram isolados de sementes. Akagerina, kribina e 10-hydroxyakagerina
foram isolados de folhas e 12-hydroxy-11-methoxy-diaboline e 12-hydroxy-11-methoxy-
diabolina da casca do caule. Somente um dos alcalóides encontrados nas folha foi também
achado na casca do caule. O único alcalóide filtrado e achado com actividades biológicas
revelou ter propriedades convulsivas, ainda vários extratos de folhas, ramos, casca do
caule e mistura de caule e casca da raíz revelaram fraco efeito relaxante do músculo ou
nenhum efeito. Nenhum alcalóide isolado do fruto ou semente foram encontrados.
São referidos efeitos narcóticos. Vários relatórios indicam que a semente e talvez outras
partes de plantas possam ser venenosas. Duas ou três sementes pode ser suficiente para
produzir náuseas. Geralmente é considerado que a polpa da fruta é comestível, é ácido e
refrescante. A toxicidade da planta parece ser muito baixa e só efeitos fracos de
relaxamento de músculos foram reportados
Phyllanthus
reticulatus
Folhas pulverizadas são localmente aplicados a chagas, queimam e esfolam irritações.
Ramos são usados como escovas de dente e casca de árvore e folhas são usadas como
diureticos Partes não especificadas da planta são usadas para anemia e hemorragias
intestinais
Phyllanthus primariamente contém phyllantina e hypophyllantina alcalóides e
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
69
bioflavanoides (ex., quercetina). Enquanto resíduos não conhecidos destes ingredientes
possuem efeito anti-viral. Phyllanthus bloquea DNA-polymerase, a enzima necessária para
que o virus da hepatite B se reproduzaToda a planta é usada no tratamento de edemas,
gonorreia menorragia e outras infecções genito- urinárias. Também é aplicada no
tratamento de diabetes, dispepsia, úlceras, disenteria crónica, inchaços, feridas, oftalmia O
cataplasma das folhas misturado com sal cura algumas infecções da pele. Lannea
discolor
A casca interna da árvore moída é usada para diarreia enquanto que folhas são usadas para
furúnculos e abscessos., Preparações na base de raízes são uasadas para infertilidade nas
mulheres, menorrhagia, gonorreia, inchaço das pernas, tosse. Infusões de raiz são aplicadas
como gotas da vista. Enquanto que a casca da árvore pulverizada é utilizado para diarrhoea.
Plumbago
zeylanica
Raizes contém plumbaginina. São referidas como promovendo o poder digestivo e o
apetite. Produzem um poder acro-narcótico, são também usadas para produzir pomadas
para abrir abcessos. São também recomendadas no tratamento de diarreias, dispepsia e
doenças da pele.
Senna
petersiana
Varias partes da planta sâo usadas como purgativo e para tratar febres, gonorreia e infeções
da pele.
Contém apigenina, physciona,, emodol, xanthona cassiollina, anthraquinonas
Possui actividade antibiotica contra Staphylococcus aureus, Bacillus subtilis, B. porteus e
Vibrio cholerae e antifungica Aspergillus niger, A. flavus,e Peninillium chrysogenum,
propriedades tónicas e cicatrizante, abortifaciente, febrifúgo, diurético, laxativo, actividade
antimalárica reduzida.
Cucumis sp.
C. capensis
Cucumina em Cucumis africanus e Cucumis hirsutus
Estas espécies são compostas de cucurbitacina A
Kedrostis sp. Reportado como tendo causado morte após aplicação medicinal.
O gênero contém toxinas potenciais conhecidas por cucurbitacina E e ácido hidrociânico
(Duke 1985) sintomas incluem náuseas , vómitos e diarreia e morte após doses maiores por
paragem respiratória
70
X. Lista Nominal dos PMT's que participaram na pesquisa
Província de Maputo
Manhiça Moamba 75 Avelino Muianga 112 Alice Chaúque 76 Cardoso Djive 113 Amosse Mpinga 77 Celestina Maculele 114 Armando Muianga 78 Eduardo Tamele 115 Cecília Cossa 79 Ernesto Tembe 116 Celeste Mazuze 80 Fernando Mentana 117 Elisa Ntila 81 José Mbozela 118 Ernesto Timbe 82 Lídia Sitoe 119 Evelina Matsolo 83 Maria Cossa 120 Helena Bila 84 Palmira Chihangwe 121 Helena Matenjua 85 Rosalina Cossa 122 Meritina Changala 86 Eugénia Massango? 123 Olga Machava 124 Traifina Chicamale
Namaacha
87 Alberto Chuhongue Magude 88 Alice Zumba 125 Amélia Chaúque 89 Amade Essumaila 126 Carlos Mundlovo 90 Argentina Chambisse 127 Catarina Ubisse 91 Argentina Chambisse 128 Francisco Simione 92 Felismina Chongo 129 Maria Macia 93 Madalena Saveca 130 Mertina Matlhavale 94 Mariana Pechisso
95 Marta Cuna R. Garcia 96 Marta Muhate 131 Amélia Macamo 97 Percina Cuna 132 Amosse Kubaio 98 Ruth Muianga 133 Ana Mateule 99 Sara Sodasse 134 Angelina Tsamuane 100 Saugelina Faife 135 Bissonto Sibui 136 Catarina Mudlhovo
Boane 137 Felipe Zitha 101 Amélia Manhique 138 Laurinda Timane 102 Boavida Machava 139 Linna Nyoni 103 Carlos Matsombe 140 Lúcia Mucantcho 104 Celeste Magaia 141 Maria Samuel Ngomane 105 Cristina Benzane 142 Ngomane (Sati Muni) 106 Ernesto Chirindza 143 William Matlani 107 Helena Muchanga 108 Jeremias Cherinda 109 Laurinda António 110 Levis Facude 111 Rafa Mabunda
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
71
Província de Gaza
Xai-Xai Mandlacaze 1 Alfredo Manusse 37 Angelina Maússe 2 Américo Zandamela 38 Azélia Mawhae 3 Atália Ndeve 39 Bababiana Djire 4 Catarina Wa Xifo 40 Carlota Sigaúque 5 Cristina Chichava 41 Catarina Maússe 6 Elisa Tamele 42 Catarina Nuvunga 7 Fernando Halazi 43 Deolinda Tovela 8 Lourenço Nhaule 44 Ernesto Machava 9 Maria Bila 45 Esmeralda Munguambe 10 Olinda Nhabanga 46 Luís Tovela 11 Regina Manave 47 Manuel Mathe (Ndima) 48 Marcos Macuacua
Macia
12 Arone Cossa Guijá 13 Azélia Mawae 49 Amosse Matusse 14 Catarina Cossa 50 Angelina Mabunda 15 Domingos Tembe 51 Elias Massinga 16 Francisco Malache 52 Florinda Mutombene 17 Isabel Macachwa 53 José Chambal 18 Ndotane Maposse 54 Maria Matavel 19 Rosalina Mabunda 55 Paulo Chaúque 20 Rosalina Macaringue 56 Romeu Zitha 21 Salmina Matavel 57 Safira Ngovene 22 Salva Massingue 58 Salmina Mbanjo 59 Sebastião Macamo
Chibuto 60 Silvano Saro 23 Albertina Macachua 61 Simione Sitoe 24 Alfredo Sitoe
25 Anselmo Chaúque Chókwe 26 António Maposse 62 Alberto Macuvele 27 Armando Mauai 63 António Ngwenha 28 Armando Tamele 64 Carlota Sitoe 29 Cacilda Matsinhe 65 Eugénio Mucave 30 Elias Macarringue 66 Fenias Mongwe 31 Eva Manave 67 Francisco Mandlaze 32 Florência Balate 68 Janeta Nhate 33 Orlando Mazive 69 Joana Massango 34 Raimundo Macamo 70 Júlio Macie 35 Ricardina Marindze 71 Laura Chaúque 36 Simbine Chigono 72 Lourenço Nhate 73 Salimina Matavel 74 Sineta Chonguane
72
XI. Etiqueta usada na montagem das espécies hebarizadas (Exemplo)
Departamento de Estudos de Plantas Medicinais e Medicina Tradicional Herbário
Nº ------ 153/4589
Plantas Medicinais do Sul de Moçambique
Col. F. Gaspar, F. Barbosa, B. Bandeira, V. Acha, A. Cândido, C. Boane, R. Mateus et S. Dungo nº 863 Data:Janeiro 2003-09-09 ANACARDIACEAE Ozoroa obovata (Oliv.) R. & A. Fernandes Nome vernacular: Ximafamafane Província: Maputo; Distrito Namaacha Local: Estrada de boane a porto Henriques, povoação de Ambrósio Coordenadas: Sul 26º 16’ 38,4” Este 32º 19’ 58,5” Altitude 120 ft Biot.: Arbusto muito ramificado de 1,5–2 m de altura; folhas alternas a sub-verticiladas; limbo obovado, obovado-oblongo, arredondado no ápice, acuneado na base. Ecologia: Solos rochosos com areia vermelha compacto,. Espécies dominantes: Xylotheca kraussiana, Lannea edulis, Balanites maughamii, Terminalia sericea, Combretum molle, Panicum maximum, Commelina bengalensis, Vitex sp., Dichrostachys sp., Hymenocardia ulmoides, Rhoicissus sp, Aspargus sp. Informação medicinal: Trata dores abdominais e diarreia
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
73
XII. Ficha etnobotânica para o levantamento de dados
Procura de cuidados de Saúde no Corredor da Esperança em Relação ao HIV-SIDA - Pesquisa Etnobotânica
75