Elaboração de manual instrutivo sobre alternativas de desenvolvimento de Time Lapses
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ELABORAÇÃO DE MANUAL INSTRUTIVO SOBRE ALTERNATIVAS DE
DESENVOLVIMENTO DE TIME LAPSES
Clarissa de Pádua Vieira – [email protected]
Johann Matheus Carnasciali Rocha – [email protected]
Marina Braholka – [email protected]
Laís Cristina Licheski – [email protected] (orientadora)
Departamento Acadêmico de Desenho Industrial
Universidade Tecnológica Federal do Paraná
RESUMO
Este artigo procura descrever, de maneira concisa, o processo sequencial utilizado para o
desenvolvimento de maneiras alternativas originais para a realização de determinadas técnicas
pré-definidas de time lapse, vertente fotográfica que apresenta pouco material,mas que possui
grande potencial de exploração. Partindo dos resultados obtidos e com o uso de análise de tarefa
e testes com o público-alvo almejado, foi realizada uma peça gráfica voltada ao design de
informação e editorial, que objetiva o ensino de tais técnicas àqueles que exprimem interesse na
área e buscam a sua compreensão.
Palavras-chave:Time Lapse, Fotografia, Design editorial, Design de informação.
Abstract -This article tries to show, in a concise manner, the sequential process used on the
development of original alternative methods for the realization of certain pre-defined techniques
of time lapse, which is an aspect of photography that presents very little material and has a great
exploration potential and, from the results obtained and with the use of task analysis and tests
with the pretended target audience, define the making of a graphic piece centered around
informational and editorial design, which aims the teaching of these techniques to those who
express interest for the area and search for understanding of it.
Key-words: Time Lapse, Photography, Editorial Design, Information Design.
INTRODUÇÃO
A área da fotografia apresenta inúmeras ramificações relativas à sua utilização,ao seu
objetivo final e à mensagem a ser transmitida. Uma dessas ramificações, o time lapse, apresenta
grande potencial exploratório, já que a técnica não segue o padrão “estático” da fotografia que
captura e registra uma imagem por vez, mas aborda um fluxo de ações que se sucedem frente à
câmera por um período de tempo;e esta área não sofreu grande aprofundamento de estudo, visto
a dificuldade de se encontrar fontes bibliográficas específicas sobre o tema.Isto se dá, sobretudo,
pelo fato de queas poucas fontes existentes tratam da realização da técnica sob apenas uma
perspectiva, e nesta sempre são requeridos equipamentos caros e de funcionalidade restrita.
Este artigo pretende, essencialmente, expandir os limites supracitados da área do time
lapse, oferecendo formas originais de se realizar e compreender determinadas técnicas, de
maneira que os equipamentos vistos como “obrigatórios” sejam substituídos por outros mais
simplificados e/ou completamente eliminados.Tais técnicas foram compiladas em forma de
passos a serem seguidos e adicionados a uma peça gráfica didático-informacional de fácil leitura.
Nesta peça,concebida como um manual,foram empregados conceitos tanto do design de
informação quanto editorial, bem como conceitos básicos da fotografia.
Em essência, o manual busca se distanciar da linguagem puramente técnica e demonstrar
que com pouco material é possível realizar diversos movimentos para time lapse e obter diversos
resultados, inclusive permitindo – em diversos momentos – que o leitor crie novas maneiras para
resolver possíveis problemas, o que por sua vez gera a expansão de alternativas para a técnica.
METODOLOGIA
A primeira parte do projeto ao qual se refere este artigo foi executada a partir de pesquisas
bibliográficas. Com o estudo da literatura pertinente ao tema, obteve-se as informações que
auxiliaram na planificação do trabalho (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.158). Foram
explorados os temas fotografia básica, e-books1 com foco único em time lapses, projeto gráfico e
design de informação. Realizou análise sincrônica de manuais já presentes no mercado de
variados temas para a verificação de padrões utilizados, para checar como se deu a organização
de informações a fim de facilitar a compreensão do leitor.A segunda parte do projeto, por sua
vez, envolveua criação do manual, a definição de seu conteúdo, suadiagramação e as diretrizes
para sua produção.
RESULTADOS
Um time lapse é a compilação de centenas de fotografias tiradas sucessivamente de um
mesmo motivo e que serão posteriormente mostradas em sequência com um alto valor de
quadros por segundos (ou frames per second), em forma de vídeo.Assim,segundo Chylinski
(2012), a fotografia em time lapse parte da ideia de que a frequência com a qual os quadros são
capturados é muito menor do que a frequência na qual serão exibidos em sequência futuramente.
No momento da captura das imagens é dado um intervalo de tempo (que será sempre o
mesmo) entre um clique e outro. Assumindo que a câmera não se moverá e sempre fotografará a
mesma composição, de uma captura para outra tudo aquilo que não for estático sofrerá uma
ligeira alteração.Como a exibição sequencial futura é normalmente feita no padrão de 24 quadros
(fotos) por segundo, a movimentação da cena é acelerada e isto fica nítido ao espectador.
Este é o objetivo principal do time lapse: mostrar as alterações que ocorreram numa mesma
cena durante certo período, enfatizando o movimento, seja ele pelo fluxo de pessoas, nuvens que
passam ou alteração da iluminação, algo que a fotografia comum consegue transmitir, porém
sem animação.
Tendo esse objetivo em mente, a técnica é comumente utilizadana televisão e no cinema
para demonstrarde forma suave a transição entre cenas que acontecem em diferentes períodos do
dia, dando a sensação de que o tempo passou, como em paisagens com nuvens se movendo
rapidamente por trás ou a mudança do dia para a noite (PORTALCAB, 2009). Outro uso da
1Do inglês “Eletronic book”, e-books são livros virtuais, ou seja, visualizados através de aparelhos eletrônicos
(SOLER, 2010)
técnica são registros científicos, sobretudo na área da biologia, em que certas ações podem levar
dias para serem finalizadas: com um timelapse do processo é possível analisar as informações
acontecendo em poucos minutos.
Equipamentos necessários. É imprescindível ter uma câmera e uma objetiva. O tripé, muitas
vezes opcional na fotografia comum, aqui se torna importante, pois a câmera pode ficar um
grande período de tempo direcionada para um mesmo ponto sem que haja qualquer tipo de
trepidação que comprometa a sessão de fotos.
Para definir o intervalo de tempo entre cada captura, bem como a realização dos cliques, é
indicado o intervalômetro, equipamento que funciona como um gatilho automatizado
programável que define uma quantidade desejada de fotografias a serem tiradas em um intervalo
também programado (WEGNER, 2012).
Por fim, para garantir fluidez dos movimentos e uniformidade da iluminação, pode ser
necessário o uso de filtros de densidade neutra (ND), rosqueados frente à lente.
Técnicas alternativas. Foram testadas cinco formas diferentes de efetuar um time lapse, com
mensagens e movimentos distintos, com o uso ou eliminação de alguns equipamentos.
A primeira técnica analisada é o movimento horizontal artificial. Este, além de capturar um
motivo principal também apresenta um lento deslocamento de enquadramento, revelando ao
espectador novos elementos ao longo da sequência.Assim, o que se busca é adicionar um
movimento a mais na cena, artificial, a partir do constante deslocamento.
Alguns softwares têm funções que simplificam a adição deste movimento, tornando mais
conveniente realizá-lo na pós-produção do que efetivamente movimentar a câmera
horizontalmente.Para a realização de tal ato é preciso entender que a maior qualidade de vídeo
possível de se alcançar nos programas de edição é a do Full HD, cujas dimensões são 1920 x
1080 px, e que a qualidade máxima de imagens em câmeras digitais mono-objetivas supera em
muito estes valores.Com isso em mente, conclui-se que não é preciso utilizar a imagem toda.
Com o programa LrTimelapse, disponibilizado justamente para edição destas técnicas, é
possível fazer a transição de uma foto para outra. Ou seja, se a primeira imagem estiver com um
corte em determinado ponto e a última imagem em outra região, o software é capaz de criar um
deslocamento da primeira para a última, criando o movimento artificial, demonstrado na figura
1.
Figura 1. Definições de ponto inicial e final contidos na imagem total
Fonte: Autoria própria, 2013
A segunda técnica é o zoom artificial, conveniente de ser executada depois do movimento
horizontal artificial por ter um processo extremamente semelhante.
Aqui, busca-se trazer à cena um efeito de aproximação ao motivo fotografado e este efeito
é criado na pós-produção. A captura de imagens é realizada exatamente da mesma forma que em
um time lapse simples; porém, quando chegar a hora de desenvolver o movimento, este não
acontecerá por deslocamento de enquadramento e sim pela diferençadas dimensões da fotografia
inicial e final.
Assim como no movimento horizontal artificial, o programa LrTimelapse editará todas as
imagens contidas entre a primeira e a última, executando um ligeiro corte a cada foto, o que dará
o efeito de aproximação, justamente pela nitidez nunca se alterar devido ao limite de tamanho
dado pelo fullHD, como demonstrado na figura 2.
Uma restrição é que o elemento a ser aproximado sempre deve estar presente no
enquadramento, caso contrário a transição também trará um movimento horizontal que poderá
tornar a sequência extremamente confusa.
Figura 2. Deslocamento entre ponto inicial e final de diferentes dimensões
Fonte: Autoria própria, 2013
Na terceira técnica, nenhum movimento artificial é criado, porém esta traz plenos
ensinamentos acerca das mudanças de iluminação de um ambiente e como lidar com elas. Para
mudanças bruscas de iluminação, antes mesmo da captura deve-se ter pleno conhecimento das
condições de alteração de luz: isso pode se alcançar a partir de testes anteriores, registrando a
quantidade de tempo que a cena leva para a total transição de luz e, a partir do valor obtido,
calcular o número de imagens necessárias em combinação com o intervalo pré-definido entre
capturas para se ter certeza que todo o processo será registrado.
Para que as fotografias finais não tenham resultados insatisfatórios devido à medida de luz
originalmente feita não se adequar a toda sequência, o fotógrafo tem duas alternativas: a primeira
é deixar as configurações de compensação de iluminação da câmera no modo automático, já
quedesta forma o próprio equipamento mudará suas configurações à medida que o local
escurece/ilumina-se; e a segunda é buscar uma configuração que seja uma média entre a correta
para o início da sequência e a correta para o fim, e então realizar uma transição de edições
diferentes entre a primeira e a última foto com o programa LrTimelapse 2. Ressalva-se que, nas
configurações automáticas, as mudanças feitas pela própria câmera poderão ter pequenas
irregularidades que geramflicker2 na sequência final e, dependendo da sua intensidade, este pode
condenar parte da qualidade da sequência.
A quarta técnica, o movimento circular,mostratoda a cena ao redor da câmera, ou seja, o
deslocamento não é em metros, e sim em ângulos. A ideia seria demonstrar um movimento
horizontal que percorre uma imagem panorâmica, e se a câmera fosse capaz de capturar cada
imagem única como sendo uma panorâmica, seria exatamente o mesmo conceito da primeira
técnica, o movimento horizontal. Como não é o caso, o deslocamento angular deverá ser feito
manualmente durante os intervalos entre cada captura, o que requer esforço e paciência, além de
trazer algumas irregularidades à sequência que deverão ser corrigidas na pós-produção, pois o
fotógrafo não tem uma referência exata do deslocamento a ser feito em cada clique.
Todos os tripés possuem duas travas principais (horizontal e vertical), se a trava horizontal
estiver frouxa, é permitido um movimento angular da câmera ao redor do eixo central do tripé
sem mover-se de onde se encontra.
Além disso, lembra-se que uma volta completa em torno do seu eixo totaliza 360 graus.
Teoricamente, caso exista um deslocamento de 10 graus em cada foto, isso significaria que a
cada 36 fotos a câmera daria uma volta completa o que, em uma taxa de 24 quadros por segundo
evidenciada em vídeo posteriormente, é extremamente rápido e nada do conteúdo poderia ser
identificado. Portanto, utilizou-se como referência o deslocamento de 1 grau por imagem,
finalizando com 360 imagens e 15 segundos (em 24fps) de vídeo para uma volta completa.
Como referência para o deslocamento, como observado na figura 3, foi elaborado um pequeno
indicador ao redor eixo central da câmera, com marcas indicando de 10 em 10 graus de
diferença: entre cada uma das marcas, deveriam ser tiradas dez imagens, com diferenças
mínimas de deslocamento entre elas. As imperfeições de diferenças de deslocamento seriam
muito pequenas e poderiam ser desconsideradas, caso o fotógrafo tenha tido cuidado na
realização do processo por toda sua extensão.
Figura 3. Aparato utilizado para se medir a angulação da Câmera.
Fonte: Autoria Própria, 2013
2 O flicker se trata de pequenas diferenças de iluminação ao longo de imagens da sequência, tanto mais escurar
quanto mais claras do que deveriam ser, principalmente causadas por inconsistências (CHYLINSKI, 2012).
A quinta e última técnica, o movimento retilíneo, é o único dentre os aqui comentados que
requer um total deslocamento de todo o equipamento pelo local, evidenciando novas
composições ao longo do caminho.
Assim como o movimento circular, a cada intervalo de captura é realizado uma pequena
movimentação e, somando todas estas, totaliza-se o percurso. Para tal, é recomendado definir
pequenos valores entre os intervalos para reduzir ao máximo a imprecisão, pois este movimento
terá, com garantia, uma margem de erro. É possível realizar esta técnica através do simples
levantamento do tripé para o seu reposicionamento logo à frente, mas levando-se em conta que
isso pode alterar a angulação da câmera e comprometer a cena, é recomendado posicionar o tripé
sobre uma plataforma plana móvel e deslocar esta, diminuindo assim a irregularidade do
direcionamento da câmera. Nesteprojeto, o tripé foi posicionado sobre a plataforma de um
carrinho de carga de quatro rodas, que era empurrado seguindo a rua, como mostra a figura 4.
Figura 4. Deslocamento do equipamento em plataforma plana móvel
Fonte: Autoria própria, 2013
Análise de tarefa.Com os dados já obtidos da pesquisa experimental, estes agora são
organizados em forma de passos instrucionais para serem inseridos futuramente no manual a
partir do design de informação: as informações reunidas a priori do desenvolvimento do manual
deviam ser selecionadas e resumidas, de maneira com que o desnecessário fosse retirado, mas
que não fossem criadas, com isso, lacunas para o entendimento geral do guia. Assim, para uma
garantia de que toda a informação selecionada para ser contida na peça gráfica estivesse clara
para os seus usuários, foram realizados testes de processos sequenciais representando as ideias
inseridas no manual a partir do conceito de análise de tarefa. Aplicou-se um pequeno teste a
indivíduos do público-alvo almejado, fornecendo a eles os equipamentos necessários e uma lista
dividida em passos com a explicação de como se executar algumas das técnicas anteriormente
comentadas. Foram anotados todos os passos nos quais houve necessidade de ajuda para a
compreensão de certa orientação. O mesmo teste foi executado por diversas vezes sem nenhuma
alteração para a confirmação de problemas presentes em determinados fragmentos das
instruções. Em seguida, estes pontos foram corrigidos e novamente o teste foi realizado com
novos indivíduos, até que se chegou ao ponto no qual todas as informações se tornaram
compreensíveis para todos os leitores.
Projeto gráfico.O projeto gráfico foi desenvolvido quando o conteúdo do manual já estava bem
definido. Inicialmente, foram considerados fatores relativos à aparência das páginas e também da
facilidade ou dificuldade de leitura que tais fatores pudessem trazer: o formato da peça gráfica, o
tipo de papel, as tipografias utilizadas, o estilo tipográfico e os padrões de diagramação
utilizados, bem como o posicionamento das imagens, são cruciais para o entendimento do
projeto. Apesar do assunto pretendido ter um teor técnico tanto de time lapses quanto da
fotografia geral, o manual propõe uma linguagem mais simples para facilitar a compreensão
dessas informações, tentando tornar a leitura o mais agradável possível.
A partir de uma geração inicial de alternativas, seguindo certos padrões iniciais (formato,
uso de cores, alinhamento do corpo de texto) e da análise feita anteriormente na pesquisa
bibliográfica quanto a manuais já existentes no mercado, foram obtidos alguns dados importantes
a serem explorados na peça gráfica: a utilização de ícones, que servem como uma padronização
de informações amplamente necessárias por toda a extensão do manual didático; o uso de cores
para distinção de capítulos, já que certos capítulos devem ser repetidas vezes revisitados para
consulta pelo leitor; e indicações nas próprias imagens a partir de setas para uma ainda maior
facilidade de compreensão, conforme evidenciado na figura 5.
Figura 5. Fotografia indicando suas demarcações
Fonte: Autoria própria, 2013
Foi determinado um formato final de 210 x 240mm, grande o suficiente para que as
imagens não ficassem com dimensões muito pequenas e, ao mesmo tempo, permitisse grandes
extensões de texto a cada página. As páginas têm um formato quase quadrado,permitindo um
melhor manuseio, isso se levando em conta que a peça é planejada para ser usada no mesmo
momento em que o leitor tenta programar sua câmera para capturar as imagens para seu time
lapse. Assim, formatos com medidas mais próximas evitariam que a peça dobrasse devido ao
próprio peso e facilitaria assim seu uso. A mancha gráfica adotada foi feita a partir de um ponto
médio entre os padrões da margem tradicional (50% da área total do formato) e da margem
econômica (75%), ocupando portanto, 61,5% da área total do papel, evidenciado na figura 6.
Esse valor foi adotado porque a margem tradicional ocupava muito espaço, aumentando o
número de páginas devido a quantidade de imagens dispostas no manual, e a econômica deixava
o material com margens internas e externas muito estreitas, trazendo o risco destas serem
cortadas dependendo do método de encadernação. Posteriormente, a mancha foi reposicionada
para o centro, finalizando com 27mm de margem interna, 18mm de margem externa, 20,8mm de
margem de cabeça e 31,2mm de margem de pé.
Figura 6. Disposição de mancha gráfica em páginas abertas.
Fonte: Autoria Própria, 2013
O tipo de papel escolhido foi o Couchê fosco de gramatura 115g/m², o que confere uma
boa durabilidade ao material, além de ser um papel de acabamento polido, mais conveniente do
que um papel opaco quando o material depende fortemente de ilustrações (COLLARO, 2000).
As fontes utilizadas foram todas não-serifadas, com corpo suficientemente alto para não
comprometer a legibilidade. A partir de diferentes tamanhos, as fontes estabeleceram a
hierarquia de informações com facilidade. Foram utilizadas, sobretudo, quatro fontes principais
neste projeto: a fonte paga DIN, para o corpo do texto principal, apresentando variações de cor
em palavras que necessitariam de uma ênfase; a fonte gratuita Simplicity, para ser usada nos
títulos dos capítulos, centralizados na mancha gráfica, também utilizada para a numeração das
páginas; a fonte também gratuita Frenchy, muito semelhante à anterior, utilizada para subtítulos
presentes em diversas situações por todo o material; e a fonte gratuita Handof Sean, usada em
informações adicionais relativas a certas situações e/ou indicações em imagens. Esta última
fonte, por ser manuscrita e descontraída, foi utilizada para transmitir a ideia que alguém
realmente a escreveu ali como um “lembrete” depois mesmo do manual estar impresso.
Composição. A composição é a combinação geral de todos os elementos estabelecidos
anteriormente, de modo que a peça gráfica transmita a ideia que pretende de maneira ordenada.
Tendo-se em mente que o projeto era de um manual, a hierarquia de informações e ordenação
dos dados tornava-se crucial, já que, na falta desses fatores, todo o projeto seria comprometido.
A apesar de o material não seguir um grid pré-estabelecido devido às grandes mudanças que
cada página deveria sofrer por causa do número de imagens de dimensões diversas, suas páginas
sempre seguem uma apresentação gráfica semelhante: conta com um rodapé interligado a uma
caixa vertical, de cor mais escura, na qual está contida a numeração da página; quanto a imagens,
foram usadas fotografias e ilustraçõessem um fundo definido; de elementos textuais, dispõe de
títulos, subtítulos, legendas de elementos, legendas de definição de propósito de uma imagem,
informações adicionais, numeração da página e o nome do capítulo. O texto, justificado em uma
só coluna, só sofrerá alterações quando imagens forem dispostas, fazendo com que, nesses casos,
este siga em uma coluna menor, ainda justificada, separado da imagem por uma pequena
margem deixada ao seu redor, como se verifica na Figura 7. Em imagens de dimensões extensas,
o texto é disposto apenas acima e abaixo destas.
Figura 7. Composição geral do manual
Fonte: Autoria Própria, 2013
Produção gráfica.O manual utiliza uma encadernação com adesivo, ou encadernação em
brochuras, pois este método, além de econômico, oferece uma abertura satisfatória das páginas e
um bom manuseio da peça. Esta última qualidade também surge na encadernação por espiral ou
wire-O, mas que pode ser comprometida pelo número de páginas final do manual.
Para a escolha apropriada do processo a ser utilizado na impressão do manual, foi obtida
uma base conceitual acerca das vantagens e desvantagens de se utilizar a impressão offset e
digital.
A primeira oferece uma excelente qualidade de impressão e melhor custo quando se trata
de uma produção de larga escala. No entanto, em produções baixas, por ter um valor fixo devido
à gravação de chapas, lavagem da máquina de impressão e desenvolvimento de fotolitos, seu
custo torna-se inadmissível. Para estes casos é normalmente usada a impressão digital: sendo o
arquivo fechado e diretamente enviado à gráfica, esta possui um custo fixo praticamente
inexistente.
No entanto, além da qualidade de sua impressão ser um pouco inferior quando comparada
àoffset, o seu valor em altas tiragens possui é maior, o que a inviabiliza neste projeto. Assim, o
processo escolhido foi ooffset por ser o mais proveitoso quanto ao seu custo e qualidade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir dos conhecimentos obtidos da metodologia de pesquisa, este projeto conseguiu
alcançar o objetivo geral pretendido, apesar das diversas dificuldades encontradas no seu
desenvolvimento. A área do time lapse apresentou-se como extremamente escassa de conteúdo
bibliográfico existente e, naqueles encontrados, observou-se uma visão muito semelhante que
demonstravahaver somente uma forma de executar determinadas técnicas. Como consequência,
estabelecer os efeitos a serem transmitidos, bem como elaborar soluções para a criação dos
mesmos, criou complicações pela falta de informações, o que gerou a necessidade de realizar
inúmeros testes apenas para se ter uma percepção dos erros.
De qualquer forma, porém, o trabalho em si revelou-se positivo, acrescentando
conhecimentos às áreas de fotografia e projeto gráfico e, principalmente, design de informação,
pois o desenvolvimento do manual exigiu que absolutamente todas as suas orientações pudessem
ser facilmente entendidas.
O manual, além de adquirir um valor instrucional para uma área que possui pouco
aprofundamento e bibliografia, também tem como função abrir portas para que novas
alternativas sejam futuramente desenvolvidas e compartilhadas.
REFERÊNCIAS
LAKATOS, Eva; MARCONI, Marina. Fundamentos de metodologia científica.5a. Ed. São
Paulo: Atlas, 2003.
CHYLINSKI, Ryan. Time-lapse Photography.E-book. Disponívelem:
http://www.learntimelapse.com/time-lapse-ebook.Acesso em: 13 jun. 2012.
SOLER, Chrimo. Ebooks:la guerra digital global por el domínio del libro. Disponível em:
http://www.realinstitutoelcano.org. Acesso em: 13 mar. 2013
PORTALCAB. Time Lapse: obras de arte aceleradas. Disponível em:
<http://www.portalcab.com/cinema/time-lapse.php.Acessoem: 15 out. 2012.
WEGNER, Gunther. Time lapse shooting and processing.E-book. Disponívelem:
http://lrtimelapse.com/shop/ebook/.Acesso em: 14 jun. 2012.
COLLARO, Antonio. Projeto Gráfico: Teoria e prática da diagramação. São Paulo:
Summus, 2000.