Educação Conscientizadora - Um intrincado caminho para além do Liberalismo e Neoliberalismo
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Prof. Dr. Dílson Passos Júnior
EDUCAÇÃO
CONSCIENTIZADORA
um intricado caminho
para além do
liberalismo e do neoliberalismo
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INTRODUÇÃO
Tanto o Liberalismo como o Neoliberalismo não nasceram como concepções teóricas.
Práticas comerciais em busca de sobrevivência e lucro foram metas primeiras dos
mercadores no seu “renascimento” no fim da Idade Média. A riqueza conseguida e
acumulada ensejou, enfim, o surgimento e fortalecimento de uma nova classe social,
que passou a ver e organizar o mundo a partir da riqueza que acumularam.
Inicialmente, tiveram que se confrontar com senhores feudais que viram neles uma
fonte de exploração e com a moral medieval, contrária ao lucro. Foi, sobretudo com
Calvinismo, inicialmente, e, posteriormente, nas vertentes do protestantismo histórico,
que encontraram justificativa moral para o seu crescente enriquecimento com o
comércio e pela usura. Numa visão velho-testamentária a Genebra de Calvino, repleta
de riquezas, sentia-se abençoada, ainda que se levasse uma vida austera, onde acumulo
de riquezas era sinal da bênção de Deus.
Consolidada economicamente, a burguesia partiu para a conquista do poder político,
pois, a centralidade do Absolutismo criava sérios entraves às suas práticas comerciais.
As Revoluções Burguesas conseguiram vitórias, implantando regimes a seu favor,
enquanto filósofos e economistas defendiam um Estado alinhado com os valores e a
ética burguesa. Na Revolução industrial inglesa com o uso da máquina, e
posteriormente na Revolução Industrial americana, com a adoção da linha de
montagem, os valores e visões do liberalismo são postos em chegue de forma radical
por marxistas e anarquistas que fomentam a classe operária com o fim, não só de
amenizar sofrimentos e lhes garantir conquistas, mas com o objetivo da destruição do
liberalismo econômico, visando construir uma sociedade sem classes. O pensamento e a
prática capitalista sofrerão rude golpe quando da Quebra da Bolsa de Nova York em
1929. A busca de um Estado de Bem Estar Social, a partir de algumas concessões,
procurava, menos favorecer o operariado, e mais salvar o Capitalismo, mediante
algumas concessões. Superada a crise de 29 as formas de produção continuaram se
aperfeiçoando com meios de transporte e comunicação cada vez mais eficientes
edificando-se a aldeia global com uma economia transnacional, globalizando as formas
de produção e consumo. Procurando-se qualidade, bons preços e lucro na produção e
comercialização.
É neste contexto que o neoliberalismo surge como doutrina e prática. O capitalismo se
consolidara como extraordinária força de produção, mas, paradoxalmente, como
péssimo distribuidor de riquezas. Este é um dos impasses do século XXI. Perdeu-se a
mística dos antigos puritanos ingleses que queriam participar da construção do mundo
“ajudando a Deus” com seu trabalho, quando o capital se erige totem “sagrado”,
impondo sua força ao mundo moderno.
A gestão dessa economia globalizada está longe de ser resolvida, pois se mostra frágil
frente aos humores político-sociais de hoje. Guerra do Iraque, conflito entre judeus e
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palestinos, o Estado Islâmico, o narcotráfico, ampliação do território russo com
anexação de parte da Ucrânia, fundamentalismo religioso, zona do euro, massacres na
África, aquecimento global são apenas partes visíveis de velhos e novos conflitos que
estão longe de ser resolvidos. A História convive em pleno século XXI com regiões da
terra onde sobrevivem a pré-história com povos ágrafos, a violência do imperialismo
que marcou a História antiga, a servidão como na Idade Média, a escravidão que
marcou a idade moderna e a truculência de grupos que continuam buscando, mesmo
após o holocausto, limpeza étnica. O modo de produção e a infraestrutura econômica
continuam sendo os elementos que enfim determinam os rumos da História.
Ao nos debruçarmos sobre o resgate histórico do liberalismo e neoliberalismo temos
consciência que apenas estamos abordando uma pequena, mas significante parte da
economia que, praticadas por grandes potências, tiveram eco em quase todos os povos
que habitam a terra.
Não existem no horizonte da história atual soluções salvacionistas para se escapar dos
tentáculos deste macro sistema de produção de riquezas. Existem, porém soluções num
processo de fortalecimento da economia local como elemento que pode atenuar o
capitalismo tal como se configura hoje. Para que isso aconteça é necessária à integração
de várias ações que passam pelo campo politico e conscietizador de uma formação
crítico-educacional. Por maior e complexo que seja o sistema econômico e para além de
todas as teorias econômicas, existe a vida do individuo, na sua rua, no seu bairro e na
sua cidade, onde se desenrola não só a sua vida, como a de sua família, a de seus amigos
e a de sua comunidade. Sua vida só será viável se for viável o ambiente local em que
vive, apesar do macro sistema econômico em que está imerso. É um caminho delicado a
ser buscado. Mas é um caminho...
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1 – A Formação do Liberalismo
A nascente Burguesia comercial, tendo iniciado sua consolidação econômica a partir do
século XI, encontrava no poder pulverizado dos feudos com suas cobranças de impostos
e pedágios e no controle da Igreja com uma moral restritiva ao lucro e à usura,
obstáculos significativos para suas atividades comerciais. Realeza e burguesia se unem
para instaurar e fortalecer um poder centralizado com vantagens para ambos: o rei,
porque teria seu poder político efetivamente consolidado, a burguesia porque se livraria
das ingerências dos feudos em suas atividades, além de conseguirem acordos comerciais
vantajosos sob a proteção real. O Absolutismo foi resultado desta junção de interesses.
A eficiência deste sistema político teve resultados imediatos. A Burguesia comercial se
consolida economicamente com os monopólios reais que lhe são repassados.
Com o fortalecimento financeiro da burguesia, a tutela real limita seu potencial
econômico. É necessário então criar mecanismos que regulem, controlem e limitem o
poder real. Na Inglaterra a Revolução Puritana culmina com a execução do Rei Carlos I
e a ascensão de Cromwell. Mas, somente em 1688 com a Revolução Gloriosa, a
burguesia inglesa imporá limitações significativas ao rei Guilherme III que se submeterá
ao regime Parlamentarista. Em 1789 a Revolução Francesa porá fim ao Absolutismo.
Os ideais éticos e os projetos econômicos e políticos dos liberais terão impacto não
somente na Europa, mas em toda a América em muitas situações fomentando os
movimentos de Independência.
O liberalismo defende a formação de Estados nacionais rejeitando a concepção do poder
real oriundo de Deus. Toda autoridade emana da sociedade. Defendem a liberdade de
comércio sem a intervenção do Estado, rejeitando, sobretudo o mercantilismo que se
apoiava na defesa de monopólio e concessões reais. Os Fisiocratas, defensores do
autogoverno da Economia, acreditavam assim que como a natureza se autogoverna,
assim também aconteceria com a economia: laissez faire, laissez passé, le monde va de
lui-même. Essas idéias foram, posteriormente, melhor elaboradas por Adam Smith1 e
David Ricardo2 cujas teses defendiam a propriedade privada e a posse dos meios de
produção, além da liberdade de competição, num Estado não intervencionista.
O liberalismo entrelaça orgânica e simbioticamente o político e econômico. Alguns
intelectuais oferecem embasamento para essa teoria econômica, merecendo destaque
John Locke3 que afirmava que a sociedade civil nasce dum contrato que impede que as
paixões e limitações humanas se imponham de forma arbitrária impedindo que
prevaleçam os interesses individuais. Diferente de Hobbes, ferrenho defensor
Absolutismo, Locke afirma que ainda que o homem constitua uma autoridade acima de
si, o Estado, não perde, porém, o direito de retomar este poder delegado aos governantes
desde que estes venham trair os interesses dos que lhe delegaram o poder. Defende a
propriedade privada a partir da posse do próprio corpo e de tudo que este venha a
produzir. Montesquieu4 afirma que só o poder pode conter o poder defendendo a
autonomia dos poderes executivo, legislativo e judiciário. Rousseau5 afirma que o
1 - 1723 - 1790
2 - 1772 - 1823
3 - 1632 - 1704
4 - 1689 - 1755
5 - 1712 - 1778
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Estado é fruto dum Contrato Social onde cada um abre mão da própria liberdade em
favor da coletividade. Faz a distinção entre Soberania e Poder. A Soberania cabe ao
povo, verdadeiro depositário de todo o poder, e o governo é executor da vontade geral,
podendo ser destituído se traí-la. O bem comum que nasce da coletividade possui um
poder coercitivo porque nascido da vontade geral. Estas visões com suas diferenças
atendem à elite burguesa6 que se volta contra o Absolutismo e os privilégios da Igreja.
No século XIX, com a industrialização, surge uma nova classe social, o operariado que
aos poucos vai assumindo a consciência de classe e volta-se não só contra as
instituições ligadas à nobreza, mas também contra a própria burguesia, tanto comercial
como industrial. O socialismo utópico buscará soluções conciliatórias, que se
demonstraram inexequíveis. Será o Socialismo Cientifico, teorizado por Marx e Engels,
que fomentará radical oposição ao liberalismo burguês, não havendo possibilidade de
negociação entre burguesia e operariado, ambos em permanente luta de classe, pois, o
marxismo concebe que toda propriedade é uma usurpação pela classe burguesa do
salário do operário (mais-valia) e que o feiticismo da mercadoria aliena o operário
rebaixando-o ao nível de coisa. O comunismo tem por escopo final a implantação duma
sociedade sem classes.
2 – A crise do liberalismo
O liberalismo político se fundamenta no econômico defendendo a livre iniciativa dos
modos de produção e comércio, alinhado com os interesses das burguesias industrial e
comercial. Na sua história pode-se, didaticamente, indicar três momentos distintos de
contestação a este sistema político-econômico.
O movimento operário cresceu como forma de contestação, na medida em que se ia
tomando consciência coletiva das fragilidades sociais deste modo de produção. O
socialismo utópico, inicialmente, procurara uma via de conciliação sem bater
frontalmente com os interesses burgueses. Essas propostas utópicas buscaram superar as
desigualdades sociais, frente à crescente insatisfação do operariado. O pensamento
marxista explicitará de forma definitiva essa insatisfação, especialmente com o
Manifesto Comunista no qual se contesta integralmente a ordem burguesa e liberal não
deixando meias palavras para o caminho a seguir: a revolução. A conclamação final,
“operários uni-vos,” tem uma força maior do que a defesa de interesses de classe,
apenas, mas propõe a demolição7 da ordem burguesa. O papa Leão XIII traz a
perplexidade da Igreja católica no seu primeiro documento social, Rerum Novarum8,
com explicita condenação do comunismo e defesa da propriedade privada, dando inicio
a uma série de documentos que serão denominados no seu conjunto de Doutrina Social
6 - “[...] as exigências do burguês, foram delineadas na famosa Declaração dos Direitos do Homem do
cidadão em 1789. Este documento é um manifesto contra a sociedade hierárquica dos privilégios nobres,
mas não um manifesto a favor de uma sociedade democrática e igualitária”. Eric. J. HOBSBAWN. A Era
das Revoluções 1789-1848, Rio de Janeiro. Editora Paz e Terra. 1981 P. 77 7 - “Mesmo nos paises onde os” trabalhadores pudessem tomar o poder pacificamente através da vitória
eleitoral [...] esta tomada de poder, e a subseqüente destruição da velha política e das instituições, que ele
via como essencial, iria, provavelmente, pensava, levar a uma violenta resistência por parte dos antigos
dirigentes. E nisso ele era, sem dúvida, realista. - Eric j. HOBSBAWN. A era do capital – 1848-1675. Rio
de Janeiro, Paz e terra. 1982. P. 174. 8 - 15 de maio de 1891.
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da Igreja. Em 1917 com a Revolução Bolchevique o comunismo se torna uma ameaça
concreta porque agora ligado a um Estado. Há reflexos por todo ocidentes dessas ideias
que desnudam as fragilidades do capitalismo “ótimo produtor de riqueza e um mal
distribuidor das mesmas”. Muitos segmentos da classe operária colocam-se
frontalmente contra o capitalismo.
A segunda crise do liberalismo acontece a partir da formação dos regimes totalitários na
Alemanha e na Itália frente ao encrudescimento do movimento operário. Estes Estados
totalitários coíbem as expressões de liberdade política e de pensamento. Mas,
paradoxalmente, o fazem a partir da defesa do liberalismo econômico9. Nestes países a
indústria e o seu capital são protegidos pelos governos contra as ameaças comunista e
anarquista. Há neste plano, portanto, ao se enfraquecerem as liberdades individuais e
políticas, o fortalecimento das elites burguesas industriais protegidas pelo aparato do
Estado.
O terceiro e ultimo golpe vem exatamente no campo econômico. Com a primeira Guerra
Mundial os USA conquistam muitos mercados antes pertencentes à Europa, ampliando
sua hegemonia. A década de 1920 é marcada por grande euforia de consumo expressa
no american way of life quando os benefícios do capitalismo são partilhados com a
sociedade americana. Sem a intervenção do Estado na economia - o grande ideal liberal,
a produção - cresce mais do que o consumo. Em outubro, na chamada quinta feira negra
de 1929 há o Crack10
da bolsa, indo à falência um bom número de indústrias e entrando
em colapso o sistema capitalista liberal americano com reflexo sobre a economia
capitalista mundial, já que, para reparar danos da crise muito do capital americano
espalhado pelo mundo é repatriado. O sistema capitalista mundial entrará em crise num
efeito dominó.
O Estado de Bem Estar Social
A quebra da bolsa de Nova York leva o mundo capitalista à recessão. As causas
principais foram a superprodução, sem um consumo equivalente, aliada ao sistema
liberal não intervencionista, acreditando-se que de alguma forma o mercado se auto
regularia. Frente à crise que comprometia o sistema, o presidente Roosevelt toma
algumas medidas drásticas: abandona os princípios do capitalismo liberal intervindo
energicamente no mercado, aumentando salários, diminuindo a jornada de trabalho,
controlando a produção e oferta de produtos agrícolas e financiando obras
governamentais de combate ao desemprego. Para a realização deste processo apoia-se
nas teses de John M. Keynes considerado o pai do social liberalismo. Em linhas gerais,
como os liberais clássicos, os socio-liberais acreditam que a lei da oferta e procura
regula os preços. Defendem, porém, o disciplinamento do mercado, para que em
momentos necessários se possa garantir sua sobrevivência, pois relativizavam a
autodisciplina do sistema. Três pontos fundamentais sustentavam as teses Kenesianas:
Defendia, em primeiro lugar, a forte participação de empresas estatais na produção de
9 - Lembremos que o getulismo, aproveitando as ideias do Integralismo de Plínio Salgado, cria um estado
totalitário a partir de 1930, ainda que de forma camuflada até se auto decretado Estado Novo. Neste
período da Era Vargas a indústria nacional teve um desenvolvimento extraordinário, sobretudo a indústria
de base. Vargas ainda aproveitou muito das idéias de Carlos prestes para controlar o operariado. 10
- Dezesseis milhões de títulos lançados no mercado não tiveram procura para compra.
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bens e serviços e a crescente regulamentação das atividades do setor privado; em
segundo lugar dever-se-ia manter a ampliar o “Estado de Bem Estar social” (Welfare
State) como forma de transferir renda para segmentos da sociedade mais fragilizados
como idosos, crianças, deficientes e desempregados com a prática de certa justiça
distributiva. E, finalmente, em terceiro lugar, garantir na melhor forma possível o nível
de empregabilidade através de uma política de estímulos fiscais. Com esta política os
Estados Unidos conseguem se realinhar superando a crise. No governo de Regan e de
Margaret Tatcher o consenso kenesiano terminará assumindo a cena os conceitos do
neoliberalismo.
O Neoliberalismo
O sufixo “neo” associado ao termo “liberalismo” não representa algo de novo, mas a
retomada dos princípios do liberalismo, agora com maior consciência de sua extensão e
estando apoiado a “grosso modo”, na obra de Adam Smith A Investigação sobre as
Causas da Riqueza das Nações11
. Para Smith o interesse do individuo, quando possui
as garantias do Estado de direito, leva a economia de mercado a funcionar
eficientemente pelo incentivo criado pelo sistema de preços. Para que isso possa ocorrer
deve existe liberdade para a produção, consumo e livre concorrência, isto é, a ausência
de reserva de mercados. O Estado não deve intervir já que as leis naturais de mercado
auto regulariam o mercado.
O Embasamento teórico do neoliberalismo se consolida em idéias claras elaboradas
após a segunda guerra mundial entre os Estados Unidos e os paises capitalistas da
Europa, sendo uma reação teórica e política contra o Estado Intervencionista de Bem
Estar Social surgido após a crise de 1929, sendo contra qualquer limitação dos
mecanismos de mercado por parte do Estado. Hayek12
argumentava que a desigualdade
era um valor positivo – na realidade, imprescindível – como elemento fundamental das
sociedades ocidentais. Em 1974 funda a sociedade Mont Pélerin13
cuja finalidade era
promover os ideais liberais já que desde 1973 o mundo capitalista começara a viver
recessão com baixas taxas de crescimento e com altas taxas de inflação. Este crise acirra
os ânimos dos grupos neoliberais. No pensamento de Hayek
As raízes da crise estão localizadas no poder excessivo e nefasto dos sindicatos
e, de maneira geral, no movimento operário, que havia corroído as bases da
acumulação capitalista com suas pressões reivindicatórias sobre os salários e
11
- 1776 12
Autor do livro O Caminho da Servidão
13 - The Mont Pelerin Society is an international organization composed of economists, intellectuals,
business leaders, and others who favour classical liberalism; the society advocates free market economic
policies and the political values of an open society. The Mont Pelerin Society was created on 10 April
1947 at a conference organized by Friedrich Hayek. Originally, it was to be named the Acton-Tocqueville
Society. After Frank Knight protested against naming the group after two “Roman Catholic aristocrats”
and Ludwig von Mises expressed concern that the mistakes made by Acton and Tocqueville would be
connected with the society, the name of the Swiss resort where it convened was used instead.
en.wikipedia.org/wiki/Mont_Pelerin_Society
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com sua pressão parasitária para que o Estado aumentasse cada vez mais os
gastos sociais14
.
Estes processos destruíram os lucros das empresas desencadeando inflação exigindo do
Estado maior gastos sociais. A lógica de Hayek é simples e prioriza o capital e as
classes detentoras do poder econômico, representando a cartilha do neoliberalismo.
Defende um Estado forte contra os sindicatos, assumindo um firme controle social e
impedindo que possa tomar corpo todas as manifestações que coloquem em risco a
economia. Deve existir uma contenção com os gastos de Bem Estar Social com redução
dos recursos para gastos sociais. Considera oportuna a existência de um “exército de
reserva” de mão de obra para conter os sindicatos que negociariam então, não mais
direitos, mas a empregabilidade. E, finalmente, defende uma reforma fiscal com taxas
menores para as maiores riquezas. Haveria assim uma nova e saudável desigualdade
para dinamizar as economias avançadas15
. As idéias de Hayek têm como ponto de
partida uma das idéias fundamentais do liberalismo tradicional16
que é a noção de um
organismo eficiente que corrige automaticamente os distúrbios de funcionamento, sendo
boa a Instituição que é capaz de funcionar satisfatoriamente independente de salvadores
da pátria. A partir deste conceito de eficiência orgânica e sistêmica, Hayek desenvolve
três proposições: A primeira afirma que os preços devem flutuar livremente dentro dos
impulsos naturais do mercado sem burocratas que interfiram na economia. A segunda
defende que o Estado Democrático deve ser simples, pois os que são eleitos
democraticamente nem sempre estão aptos a votar temas tecnicamente complexos e
cruciais para a eficiência do Estado. E, finalmente, o excesso de intervencionismo
estatal acaba por violentar Estado de Direito.
O Estado possui um papel bem definido no ideário neoliberal, não devendo interferir
nas negociações entre patrões e empregados, mas adotar postura firme com os
movimentos grevistas e deve deixar de lado uma política de pleno emprego, pois, uma
taxa permanente de desemprego teria o mérito de reduzir a pressão e a organização dos
trabalhadores. No conceito neoliberal o dever do Estado seria estimular a circulação de
capital e a economia de mercado e, por outro lado, reduzir os investimentos com os
gastos sociais deixando que os trabalhadores gerenciem suas dificuldades. A meta final
do neoliberalismo é o Estado Mínimo.
Esta visão é considerada como estreita pelos sociais liberais que combatem o Estado
minimalista, acreditando que este possui funções sociais que se reverte em benefício
não só das pessoas, mas também do sistema capitalista. Argumentam que os neoliberais
se esqueceram de que a doutrina política não deve apenas tentar conciliar os desejos
humanos de liberdade e vida em comum, mas levar em conta também o sentimento
natural de solidariedade que justifica a assistência do Estado aos desamparados. Os
neoliberais passam por cima, argumentam, de uma questão que é muito importante: boa
parte do destino de um indivíduo depende do que lhe é fornecido em matéria de
educação, saúde, nutrição durante a infância e adolescência, período em que é
juridicamente incapaz e, portanto, não tem como tomar decisões responsáveis. Caso isto
não seja realizado, esse individuo, além de não ser produtivo para o sistema, poderá
onerá-lo como cidadão marginal doente, improdutivo ou criminoso.
14
- www.lutadospovos.hpg.com.br/neoliberalismo.htm 15
- www.socialismo.org.br/portal/filosofia/155-artigo/302-balanco-do-neoliberalismo- 16
- laissez faire, laissez passé...
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Brasil – liberalismo e neoliberalismo
Nos seus 500 anos de História o Brasil esteve sempre atrelado à Economia
internacional, desde nossa economia colonial, engendrada como parte do mercantilismo
europeu, visando, com nossas produções de açúcar, ouro e café atender ao capitalismo
de centro como coadjuvante na periferia do sistema. As idéias liberais que medraram
aqui no período colonial foram no campo político quando as pequenas elites, sob o
influxo das idéias liberais da Revolução Francesa e Independência dos Estrados Unidos,
chegaram a alinhavar alguns poucos focos de resistência. Nossas tentativas de
industrialização foram pífias até 1930 e nosso surto de industrialização em 1920 esteve
muito mais ligado à crise da indústria européia do que a um caminho verdadeiramente
assumido. A Era Vargas foi a primeira tentativa de autonomia econômica em nível de
industrialização, investindo-se, sobretudo na indústria de base. Após Vargas, o Brasil se
submeteu ao capital internacional, sobretudo no campo da indústria. O Golpe militar de
1964 tolheu toda a liberdade de expressão, sobretudo a partir de 1968, quando do AI5.
Neste período a indústria e a iniciativa privada conheceram um amplo florescimento em
contraponto das liberdades individuais e de expressão que foram tolhidas, quando a
globalização já ia se impondo em nível mundial. Com Fernando Henrique Cardoso17
o
Brasil assume um neoliberalismo caboclo e ingênuo com a abertura dos nossos
mercados e com a alienação de grandes empresas estatais para a iniciativa privada, pois
no Brasil prevalece historicamente o interesse privado sobre o público. O Governo Lula,
apesar de um discurso de centro-esquerda, na macro economia cede às imposições do
mercado internacional. Ainda que exista razoável liberdade de expressão, controlada,
porém pela censura do poder econômico sobre os meios de comunicação social que são
cooptados com os interesses da burguesia internacional, o Brasil é também mais um
refém da globalização que se impõe a todo o planeta.
Numa macro visão da economia global constata-se que a maior parte dos empregos,
denominados nobres, está aliado a grandes empresas do primeiro mundo, prevalecendo
fisicamente nos países subdesenvolvidos e emergentes os empregos precários na
informalidade ou mesmo o emprego ilegal.
Nossa população tem necessidade de educação, saúde, saneamento, habitação e
alimentos. O capital volátil internacional não permite a constituição de uma economia
estável, sendo que muito do nosso dinheiro está aplicado não na produção, mas na
especulação. Alguns problemas estão presentes nas praticas liberais. Há o desemprego
que em médio e longo prazo tem reflexos também nas camadas ricas que deixarão de
vender. A tecnologia avançada reduz os empregos. Muitos recursos são retirados das
frentes produtivas para as especulativas.
Nossas elites sempre estiveram mais voltadas para uma economia externa que interna,
sendo que nossa classe dirigente raramente foi produtora, mas, quase sempre
intermediária, oferecendo aos interesses internacionais um espaço acolhedor, um povo
17
- “duas questões de ordem conceitual tornaram-se freqüentes ao longo do período do governo de
Cardoso (1995-1999). São eles o neoliberalismo e a globalização. Em ambas, o presidente no curso do
seu mandato tem sido associado, ora de forma a situá-lo no campo dos que praticam uma política
neoliberal, ora por ter-se deixado levar docentemente pelo contagiante e perigoso processo da
globalização, com implicações seriíssimas à soberania nacional, na visão dos seus críticos”. P. 336
Lincoln de Abreu PENNA. República Brasileira. Rio de Janeiro. Editora Nova Fronteira, 1999. P. 336
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de índole pacífica, salários baixos, financiamentos e subvenções. Com isto ganha
legitimidade aos olhos dos paises desenvolvidos, mas pode perder a legitimidade
interna, pois não se pode, simultaneamente, ter má distribuição de renda e apoio
popular. Em outros termos, temos em nossa história, estranho comportamento da classe
dirigente, dura e violenta internamente e compreensiva e bem comportada, quando não
subserviente, quando se trata do primeiro mundo.
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Uma reação ao neoliberalismo
A globalização tem sido um fenômeno mundial e, mesmo países de esquerda, têm se
rendido à economia de mercado, já que a produção de riquezas perdeu seu aspecto local
para ser multinacional sendo a governabilidade do Estado fragilizada e comprometida,
pois, como numa teia de aranha, nenhum fio vibra sem que toda a teia se ressinta.
Frente à globalização hoje, mais que um processo de enfrentamento em campo aberto,
deve-se procurar a formação de focos de resistência frente ao poder avassalador do
capital internacional. A própria Educação superior esta em vias de internacionalização
com o aporte de capitais que impõem uma formação neoliberal que agora se alia aos
meios de comunicação patrocinados por grandes empresas multinacionais. Merecem
destaque algumas teses do professor Ladislau Dowbor18
que propõe um caminho do
global para o particular. Suas idéias merecem uma análise.
Há uma premissa que neutraliza as proposições do liberalismo e neoliberalismo: o
objetivo central do desenvolvimento é o homem. Deve-se considerar que nem
sempre o PIB é indicador de qualidade de vida, pois, em muitos paises de PIB elevado a
distribuição de renda é injusta. O Estado se encontra fragilizado quando há um
excedente de capital que leva à especulação financeira mundial, facilitada pela
integração dos espaços mundiais pela comunicação. A informação é um trunfo do
sistema econômico especulativo como forma de obter lucros rápidos em lugares onde a
rentabilidade seja maior numa economia mundial de capital volátil e fluxos de dinheiro
que, com um simples apertar de uma tecla, muda de país, enquanto que, o Estado não
possui instrumentos de regulação adequados das movimentações internacionais e
incapacidade jurídica e tecnológica para o controle deste dinheiro. Há perda de
governabilidade financeira em nível de planeta, faltando, frente à economia mundial um
governo também mundial que a controle. Temos a erosão da soberania dos Estados19
perdendo o cidadão o poder de decisão frente a empresas transnacionais que dominam a
tecnologia de ponta e possuem rendimentos superiores ao PIB de muitos países pobres.
Algumas observações são pertinentes. Hoje não se pode negar o global e nem se viver
sem ele. No século XV iniciou-se a passagem do ambiente local da pequena cidade para
cidades maiores e mais organizadas economicamente. Vieram as metrópoles regionais e
nacionais até se chegar às metrópoles mundiais. No Renascimento o Estado moderno
buscava seus interesses, hoje, os países têm de se unir em blocos, como o MERCOSUL
ou União Européia, para garantir seus interesses, e, isto faz com que o eixo de
relacionamentos da comunidade local fique fragmentado e diluído.
18 Ladislau Dowbor, formado em economia política pela Universidade de Lausanne, Suiça; Doutor em
Ciências Econômicas pela Escola Central de Planejamento e Estatística de Varsóvia, Polônia (1976).
Atualmente é professor titular no departamento de pós-graduação da Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo, nas áreas de economia e administração. Continua com o trabalho de consultoria para diversas
agencias das Nações Unidas, governos e municípios, bem como do SENAC. Atua como Conselheiro na
Fundação Abrinq, Instituto Polis, Transparência Brasil e outras instituições.
www.dowbor.org/sobreld.asp
19 - www.estantevirtual.com.br/buscaporautor/Ladislau%20Dowbor
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12
Deve-se, porém constatar uma realidade: A vida humana acontece no cotidiano das
comunidades. É preciso reconstruir o espaço urbano como espaço de convivência e de
negócios. A globalização é um processo sem retorno, mas se se estabelece uma política
regionalizada faz-se o dinheiro circular, na medida do possível, em áreas mais restritas,
com a economia que se organiza localmente. É necessário partir para soluções locais,
passando a cidade a ser o centro de decisões com seu entorno regional revitalizado.
O que Dowbor propõe é que, na medida do possível, se volte para as relações locais em
nível de Economia. Isto representaria um esforço econômico e político como forma de
não se pulverizar os lucros de uma região. Um exemplo é dado por Belo Horizonte onde
a prefeitura passou a realizar todas as compras da merenda escolar no entorno verde da
cidade. Houve um impacto imediato. Este dinheiro, antes mandado para outras regiões,
ficou na da própria cidade gerando empregos, aumentando o poder aquisitivo da
população e fazendo que agricultores tivessem maiores possibilidades de emprego.
Outro exemplo é o da prefeitura de Santos que para garantir a qualidade de recepção de
turistas contratou desempregados para a limpeza das praias e canais, ao invés de
empresas externas. Além de ter gerado empregos, e com a beleza, fomentado o turismo
com os seus gastos em hotéis e restaurantes, fez com que a arrecadação municipal
aumentasse e retornasse com salários num ambiente de consumo na própria cidade. É
necessária uma verdadeira e criativa reengenharia local em nível de política urbana.
Com essa visão pode-se aquecer enormemente a economia local.
Outra política que pode ser adotada é a sinergia entre empresas da mesma região.
Percebe-se que em muitas circunstâncias algumas empresas vão buscar produtos em
outras regiões sendo que similares são produzidos na mesma região e com igual
qualidade. Deveria existir uma maior interação de empresas que defendessem inclusive
interesses comuns.
No nível do trabalho também alguns passos podem ser dados. Tem-se um grande
problema dos trabalhadores informais e ilegais20
. Essas populações marginais ao
sistema de emprego formal são também produto de uma legislação, que se de um lado
pretendeu proteger o trabalhador, de outro tem gerado obstáculos que motivam muitas
indústrias a reduzir as contratações. As relações trabalhistas deveriam ser flexibilizadas
para atender a atual demanda, se bem que, alguns passos já foram dados como a
implantação do banco de horas ou o emprego temporário. Deve-se salientar de fato que
as exigências trabalhistas do passado estão complicadas e o sistema tradicional de
empregos está decaindo. A remuneração do trabalho tem sido desigual. Há excesso de
trabalho para uns e desemprego para outros. Torna-se necessário a reformulação das leis
trabalhistas que favoreçam a empregabilidade e flexibilidade para a adoção de banco de
horas, controle pessoal das horas trabalhadas, horário pessoal, ambientes mais
domésticos.
Todo este processo, porém, passa necessariamente pela Educação. O Japão, terminada a
segunda Guerra mundial, investiu pesadamente nela gerando pessoas politicamente mais
conscientes e profissionalmente mais habilitadas. Educação e politização andam juntas e
todo investimento nela representará melhoria de qualidade de vida.
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- Economicamente não hás distinção entre um ambulante e um que furta carros. Ambos estão gerando e
manipulando riquezas.
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O neoliberalismo, como prática econômica, tem se imposto nas grandes transações
mundiais com as pessoas se sentindo de mãos atadas frente ao seu poder, havendo,
então, resfriamento em nível de compromisso político, seja de um lado por acomodação
fruto de um individualismo crescente, seja de outro pela radicalização de movimentos
extremistas sem qualquer forma de diálogo, partindo-se para ações radicais e/ou
violentas. Estas posturas podem ser mudadas pela educação enquanto será através dela
que se pode mudar essa mentalidade. Uma dimensão crítica, talvez seja, o primeiro
grande passo a ser dado pela Educação que deveria não se submeter às leis do mercado.
O ideal seria que ela fosse promovida por um Estado comprometido com uma séria
mudança social, mas, poderá também ser ação de agentes que, associados em ONGS,
possam efetuar uma prática educacional livre das amarras do capital que, não raras
vezes, corrompe os homens de governo de um Estado.
O neoliberalismo possui sua capacidade de controle social a partir de imensos capitais
que manipula. Além do controle econômico, tem também obtido um controle ideológico
gerando uma mentalidade capitalista consumista de boa parcela da sociedade, onde
prioriza mais do que a individualidade, o individualismo, existindo pouco espaço para a
solidariedade e altruísmo. Um dos sintomas do processo de alienação é que, para citar
um exemplo, nos diretórios Acadêmicos está havendo um período de baixa inserção
política sendo preocupante verificar que as elites culturais e futuros líderes da sociedade
estão mais preocupados em promover eventos sociais que políticos, seja em nível de
comunidade universitária, seja em nível de sociedade.
Como Marx já bem preconizava, a infraestrutura econômica determina a superestrutura
social. Esta afirmação, se verdadeira, criaria um verdadeiro determinismo em nível de
educação. Paschoal Lemme21
, militante comunista da década de 30, signatário do
Manifesto dos Pioneiros da Educação22
, explicitamente defende que a escola não seria,
por melhor intenção que tivesse, capaz de mudar a sociedade. Para ele, fiel aos cânones
marxistas, a escola seria apenas resultado em suas práticas educacionais do sistema
econômicos sobre o qual se assentasse. Para, ele, portanto, somente através de um
processo revolucionário, se mudaria a sociedade. Tal afirmação parece por demais
radical, mas não deixa de mostrar o quanto é difícil afrontar um poder econômico
estabelecido. É certo, porém, que ir contra o pensamento neoliberal é ser minoria
assumindo algo semelhante a uma contracultura. De alguma forma a Educação e a
21
- Nasceu em 1905, no Rio de Janeiro. Foi professor da Escola Normal do Distrito Federal. Autor de
"Memórias de um professor", Paschoal Lemme deixou inúmeras obras sobre a história da educação
brasileira do século 20. Participou da formulação de políticas educacionais e lutou por oportunidades
iguais para todos, por meio de manifestos, textos e redações de projetos de lei. Faleceu em 1997. O
educador Paschoal Lemme é discípulo de Anísio Teixeira, Fernando Azevedo e Lourenço Filho. Porém,
ao longo de seus estudos no magistério, começou a discordar dos mestres e ter uma concepção mais
sociológica da educação: As condições de educação brotam da própria estrutura social, num retrato das
condições econômico-sociais do país. Paschoal Lemme considerava utópico pensar que a educação
produz transformações sociais profundas. Para o educador, a escola é muito mais um produto da
sociedade em que ela se organiza do que fator transformador dessa sociedade. Suas teorias estabelecem
que a escola tem muito mais a função de preservar a própria estrutura social. Lemme também dirigiu o
projeto de educação de adultos criado por Anísio Teixeira em 1933. Nasceu em 1905, no Rio de Janeiro.
Foi professor da Escola Normal do Distrito Federal. Autor de "Memórias de um professor", Paschoal
Lemme deixou inúmeras obras sobre a história da educação brasileira do século 20. Participou da
formulação de políticas educacionais e lutou por oportunidades iguais para todos, por meio de manifestos,
textos e redações de projetos de lei. Faleceu em 1997.
. - www.canalciencia.ibict.br/notaveis/resumophpid=41 22
- 1932
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politização da sociedade numa leitura crítica da realidade são os meios disponíveis para
este processo. Neste sentido a proposta de Dowbor tem consistência. É preciso no
ambiente local reconstituir os valores e as práticas da cidade. Bons líderes colocados em
postos-chave teriam condições de incrementar este processo critico de avaliação do
neoliberalismo e percepção dos valores de uma maior socialização.
O homem moderno não é fechado para uma análise critica da realidade. Educação,
Politização e Conscientização são os caminhos para quebrar a hegemonia do poder do
capital. Uma socialização dos bens da comunidade é um grande passo para se iniciar a
implantação de maior e melhor justiça social. Fica clara a critica ao neoliberalismo e os
ideais a serem conquistados em sentido à socialização. Resta a difícil tarefa de descobrir
por que caminhos...
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BIBLIOGRAFIA
HOBSBAWM, Eric. J. A Era do Capital – 1848-1875. Rio de Janeiro, Editora
Paz e Terra, 1982.
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Editora.
Paz e Terra, 1981.
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Fronteira, 1999.
MOSCA, Gaetano. História das Doutrinas Políticas, Rio de janeiro, Zahar
Editores, 1975.
BELL, John Fred. História do Pensamento Econômico, Rio de janeiro, Zahar
Editores, 1976.
FRAILE, Guillermo. Historia de la Filosofia. Madrid, BAC, 1866.