DEBORA CORDEIRO BRAGA - Tese - À Margem das Feiras de Negócios
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DEBORA CORDEIRO BRAGA
À MARGEM DAS FEIRAS DE
NEGÓCIOS
Uso do tempo livre do turista em São Paulo
Tese de Doutorado reformulada para concorrer ao III PRÊMIO EBAPE-FGV/EMBRATUR DE MONOGRAFIAS, ESTUDOS DE CASO E REPORTAGENS DO SETOR DE
TURISMO E HOTELARIA categoria Pós-graduação com o foco para a Gestão Pública e Gestão Privada do Turismo.
São Paulo, maio de 2006
2
À MARGEM DAS FEIRAS DE NEGÓCIOS
Uso do tempo livre do turista em São Paulo
Debora Cordeiro Braga
Banca Examinadora:
Profa. Dra. Olga Tulik Presidente
Prof. Dr. Mário Jorge Pires 1o Membro
Profa. Dra. Sarah Bacal 2o Membro
Prof. Dr. Luiz Gonzaga Goddoi Trigo 3o Membro
Prof. Dr. Haroldo Leitão Camargo 4o Membro
São Paulo, 06 de abril de 2005
3
AGRADECIMENTOS
Agradeço com muita sinceridade e gratidão as pessoas que abaixo relaciono, pois sem o apoio e incentivo delas este trabalho não seria realizado.
À querida Profa. Dra. Olga Tulik, que tem acreditado sempre em meu potencial.
À Profa. Dra. Sarah Bacal que de forma rigorosa me fez entender o caminho correto da pesquisa.
Ao Prof. Dr. Luiz Gonzaga Godoi Trigo que mostrou a importância de um estudo coerente com a realidade.
Ao Sr. Armando A. P. Campos Mello, Diretor Superintendente da UBRAFE, que acreditou na importância desta pesquisa e viabilizou a chancela da associação para a realização do trabalho de campo.
Ao Sr. Roberto Vertemati, Diretor adjunto de Turismo Receptivo da AVBAV-SP, por suas ricas contribuições.
Ao Prof. Roosevelt Hamam, reconhecido e premiado representante do setor de eventos que despertou meu interesse pela área.
Aos empresários das agências de viagens de receptivo de São Paulo que disponibilizaram seu tempo para responder à entrevista.
A todos os turistas de negócio que responderam ao questionário com presteza e seriedade.
À Profa. Dra. Karina Toledo Solha, eterna amiga que me apoiou emocionalmente no momento que mais precisei e deixou suas tarefas cotidianas para me ajudar na revisão final.
À grande amiga Vitória Muzi que, com o carinho de sempre, viabilizou a impressão dos exemplares.
À Profa. Ms. Irene Tulik Mariano Roque que teve participação importante na finalização.
Ao Rodrigo Valim Oliveira que com suas habilidades confeccionou os gráficos e tabelas que ilustram estas páginas.
Aos alunos de turismo André, Isabella, Laura e Moysés, que enfrentaram os desafios do campo e cumpriram as metas solicitadas.
Ao meu filho, Victor Braga Ramos, que suportou meu nervosismo e minha ausência.
Aos meus familiares e amigos que muito me ajudaram cuidando do Victor enquanto eu estava trabalhando.
Ao Luís Alberto de Araújo Ramos, sem palavras.
4À MARGEM DAS FEIRAS DE NEGÓCIOS
Uso do tempo livre do turista em São Paulo
RESUMO
O turista das feiras de negócios da cidade de São Paulo e o uso de seu
tempo livre constituem o tema desta pesquisa. O objetivo principal é caracterizar o
turista de negócios e entender a oferta de recursos e de serviços, principalmente aquela
relacionada ao lazer, à hospedagem e ao agenciamento visando dar sugestões e
direcionamentos para ações da gestão pública e de empresas turísticas.
Este estudo, fundamentado na literatura específica e no trabalho de
campo, considerou o universo das feiras de negócios para isolar seu objeto - o turista de
negócios. As interações com São Paulo estão apoiadas na distribuição espacial dos
diferentes componentes relacionados a este turista. A análise comparativa entre os
diversos elementos estudados é feita com base no método SWOT (Strenght, Weaknesse,
Oportunitie, Threat).
Conclui-se que o turismo de negócios é assunto polêmico e ainda não
resolvido; São Paulo apresenta todas as condições que favorecem este tipo de turismo;
as feiras de negócios recebem turistas; o turista de negócios pode apresentar diferentes
características quanto ao uso do tempo livre.
Palavras-chave: turistas de negócios, feiras de negócios, serviços receptivos, tempo
livre, atividades de lazer, São Paulo.
5Alongside business fairs
THE USE OF THE TOURIST SPARE TIME
ABSTRACT
The tourist from the business fairs of São Paulo and the use of their
spare time provide the theme of this survey. The main goal is to characterise the
business tourist and to understand the services and resources availability, especially that
related to leisure, hotels and agencies services.
This survey, based on specific literature as well as field study, has
considered the environment of the business fairs to isolate its subject – the business
tourist. The interaction with São Paulo is backed by the spatial distribution of the
different components related to the tourist.
The conclusion is: business tourism is controversial and not resolved
a subject so far; São Paulo displays every condition that favour this kind of tourism;
business fairs, are attended by tourists indeed; the business tourist may present different
characteristics concerning the use of spare time.
Keywords: business tourists, business fairs, receptive services, spare time, leisure
activities, São Paulo.
6À MARGEM DAS FEIRAS DE NEGÓCIOS Uso do tempo livre do turista em São Paulo
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO 12
1. TURISMO E TURISTA DE NEGÓCIOS 18
1.1. Conceitos e abordagens do Turismo de Negócios 18 1.2. Caracterização do turista de negócios 27 1.3. Turismo e eventos: as feiras de negócios 38 1.4. Lazer e trabalho: uma relação complexa 43
2. SÃO PAULO: CIDADE DO TURISMO DE NEGÓCIOS 51
2.1. Características da metrópole: a razão de ser do turismo de negócios em São Paulo 51
2.2. A oferta paulistana de atrativos: diversidade e distribuição territorial 57 2.3. Hotelaria em São Paulo: características e localização 71 2.4. Agências de turismo receptivo em São Paulo: atuação
e estrutura funcional 82 3. O UNIVERSO DAS FEIRAS DE NEGÓCIOS 99
3.1. Os números das feiras em São Paulo 99 3.2. A natureza dos dados no universo das feiras de negócios 101 3.3. O cenário das feiras de negócios 105
4. O TURISTA DE NEGÓCIOS EM SÃO PAULO 124
4.1. Características: biossociais, ciclo de vida na família e classe econômica 124
4.2. Interações com São Paulo: motivos, atividades, interesses e serviços 138 4.3. Uso do tempo livre: atividades de lazer, preferências e
fatores limitantes 148 4.4. Oportunidades e riscos: análise SWOT 167
CONSIDERAÇÕES FINAIS 174
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 181
APÊNDICES 191
ANEXOS 209
7
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: A Natureza e a Esfera de Ação do Turismo de Negócios 24
Figura 2: Distritos do Município de São Paulo – 2004 52
Figura 3: Mapa do Centro Expandido Considerado na Lei de Trânsito da Cidade de São Paulo 81
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Motivo da Viagem do Turista Estrangeiro que Visita o Brasil – Valores % (1994-2002)
28
Tabela 2: Caracterização do Turista Estrangeiro Segundo Motivo de Viagem, Permanência, Gasto per capita Diário e Renda Média per capita por Ano – 2003
29
Tabela 3: Chegada de Turistas Estrangeiro no Brasil Segundo o Portão de Entrada – 2003
54
Tabela 4: Motivo da Viagem de Turistas Internacionais Segundo Cidade Visitada – 2003
55
Tabela 5: Classificação de Atrativos Turísticos em São Paulo 60
Tabela 6: Espaço para Feiras de Negócios na Cidade de São Paulo com mais de 20.000 m2
101
Tabela 7: Eventos Pesquisados, Público Estimado e Questionários Aplicados 104
Tabela 8: Origem dos Visitantes por Região, Estado e Continente 126
LISTA DE QUADROS
Quadro1: Pontos Fortes e Oportunidades 168
Quadro 2: Pontos Fracos Ameaças 171
LISTA DE GRÁFICOS
8Gráfico 2.2.1.: Categorias de Atrativos por Região de São Paulo 63 Gráfico 2.2.2.: Tipos de Atrativos na Região Oeste 64 Gráfico 2.2.3.: Tipos de Atrativos na Região Central 66 Gráfico 2.2.4.: Tipos de Atrativos na Região Sul 67 Gráfico 2.2.5.: Tipos de Atrativos na Região Leste 68 Gráfico 2.2.6.: Tipos de Atrativos na Região Norte 69 Gráfico 2.3.1.: Categoria dos Meios de Hospedagem de São Paulo 73 Gráfico 2.3.2.: Distribuição dos Meios de Hospedagem pelas Regiões de São Paulo 74 Gráfico 2.3.3: Distribuição dos Meios de Hospedagem 1 � pelas Regiões de São Paulo 75 Gráfico 2.3.4: Distribuição dos Meios de Hospedagem 2 � pelas Regiões de São Paulo 76 Gráfico 2.3.5: Distribuição dos Meios de Hospedagem 3 � pelas Regiões de São Paulo 78 Gráfico 2.3.6: Distribuição dos Meios de Hospedagem 4 � pelas Regiões de São Paulo 79 Gráfico 2.3.7: Distribuição dos Meios de Hospedagem 5 � pelas Regiões de São Paulo 80 Gráfico 2.4.1: Atuação das Agências de Receptivo 87 Gráfico 2.4.2: Representantes das Agências 88 Gráfico 2.4.3: Meses de Maior Procura 89 Gráfico 2.4.4: Principais Serviços Vendidos 91 Gráfico 2.4.5: Interesse do Turista de Negócios por Atrativos Turísticos 92 Gráfico 2.4.6: Número de Funcionários 95 Gráfico 2.4.7: Funcionários Específicos de Serviço Receptivo 96 Gráfico 2.4.8: Frota Própria 97 Gráfico 2.4.9: Tipo de Veículos 97 Gráfico 2.4.10: Serviços Terceirizados 98 Gráfico 3.3.1: Áreas de Atuação 118 Gráfico 3.3.2: Público Estimado Gráfico 3.3.3: Duração das Feiras 120 Gráfico 3.3.4: Dias da Semana 120 Gráfico 3.3.5: Local de Realização das Feiras 121 Gráfico 3.3.6: Organizadores Filiados à UBRAFE 122 Gráfico 3.3.7: Agências de Viagens Oficiais 123 Gráfico 4.1.1: Origem 126 Gráfico 4.1.2: Chefe de Família por Gênero 127 Gráfico 4.1.3: Renda Familiar Mensal 128 Gráfico 4.1.4: Renda por Ocupação 129 Gráfico 4.1.5: Ocupação 130 Gráfico 4.1.6: Faixa Etária 131 Gráfico 4.1.7: Grau de Instrução 132 Gráfico 4.1.8: Estado Civil 133 Gráfico 4.1.9: Estado Civil e Idade dos Filhos 135 Gráfico 4.1.10: Classe Econômica 137 Gráfico 4.2.1: Motivo da Vista a São Paulo 138 Gráfico 4.2.2: Tempo de Permanência 139 Gráfico 4.2.3: Permanência nos Dias da Semana 140 Gráfico 4.2.4: Número de Visitas a São Paulo 141
9Gráfico 4.2.5: Custeio da Viagem 142 Gráfico 4.2.6: Hospedagem 143 Gráfico 4.2.7: Classificação dos Hotéis segundo entrevistados 144 Gráfico 4.2.8: Classificação dos Hotéis por Região com Base no Guia 4 Rodas Brasil
e Outras Fontes 145 Gráfico 4.2.9: Categoria Citada e a Real 146 Gráfico 4.2.10: Existência de Espaços Interessantes no Hotel 147 Gráfico 4.2.11: Espaços Interessantes no Hotel 147 Gráfico 4.3.1: Atividades pela Manhã 148 Gráfico 4.3.2: Atividades Após a Feira 150 Gráfico 4.3.3: Disponibilidade de Tempo para Diversão 151 Gráfico 4.3.4: Horas Disponíveis para Diversão 151 Gráfico 4.3.5: Conhecimento de Atrativos em São Paulo 152 Gráfico 4.3.6: Tipo de Atrativo Conhecido 153 Gráfico 4.3.7: Interesse por Passeio Turístico por São Paulo 154 Gráfico 4.3.8: Tipo de Atrativos que Despertam Interesse 154 Gráfico 4.3.9: Ocupação por Interesse em Passeio por São Paulo 156 Gráfico 4.3.10: Conhecimento Sobre Agências de Receptivo em São Paulo 157 Gráfico 4.3.11: Tipo de Agências Citadas 158 Gráfico 4.3.12: Imagem Mais Interessante de São Paulo 159 Gráfico 4.3.13: Atividades de Lazer Preferidas 161 Gráfico 4.3.14: Gosto em Visitar São Paulo a Lazer 162 Gráfico 4.3.15: Impedimento para Visitar São Paulo a Lazer 164 Gráfico 4.3.16: Interesse em Visitar São Paulo com a Família 165 Gráfico 4.3.17: Fatores Positivos para Trazer a Família 165 Gráfico 4.3.18: Fatores Negativos para Trazer a Família 166
LISTA DE APÊNDICES
Apêndice 1: Tabelas capítulo 2 192
Apêndice 2: Tabelas capítulo 3 197
Apêndice 3: Tabelas capítulo 4 199
10LISTA DE ANEXOS
Anexo 1: Subprefeituras e Distritos do Município de São Paulo 210
Anexo 2: Trafego Aéreo de Passageiros em Linhas Regulares Nacionais e Regionais entre os Aeroportos das Capitais e os da Grande São Paulo - 2000 211
Anexo 3: Movimento de Passageiros nos Terminais Rodoviários Intermunicipais e Interestaduais da Cidade de São Paulo 2000-2002 212
Anexo 4: População Total, por Grupo de Idade, segundo Subprefeituras e Distritos Municipais de São Paulo – 2004 213
Anexo 5: Ficha para Classificar Hotéis 216
Anexo 6: Agências de Receptivo na Grande São Paulo 217
Anexo 7: Questionário para Agências de Receptivo 2004 221
Anexo 8: Espaços na Cidade de São Paulo que Comportam Feiras de Negócios 223
Anexo 9: Lista de Todas as Feiras Agendadas para o Segundo Semestre de 2004 na cidade de São Paulo 224
Anexo 10: Feiras em São Paulo com Público entre 20 e 100 mil Visitantes Realizadas no Segundo Semestre de 2004 226
Anexo 11: Questionário Turista de Negócios 2004 227
Anexo 12: Estágios e subdivisões do ciclo de vida na família e as principais características – Teoria dos Ninhos 230
Anexo 13: Critério de Classificação Econômica Brasil – ANEP 231
Anexo 14: Objetivos do PLATUM 2003 e 2004-2006 233
11LISTA DE ABREVIATURAS
ABEOC – Associação Brasileira de Empresas de Eventos
ABIH - Associação Brasileira da Indústria Hoteleira
ABRABIN - Associação Brasileira dos Bingos
ABRESI - Associação Brasileira de Restaurantes e Similares
ANEP - Associação Nacional de Empresas de Pesquisa
BITO - Brazilian Incoming Tour Operators
CTIs - Centrais de Informações Turísticas
EMBRATUR – Instituto Brasileiro de Turismo
FAVECC - Fórum das Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais
FITS - Fórum Interamericano de Turismo Sustentável
IBOPE - Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatísticas
OMT - Organização Mundial do Turismo
SEADE – Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados
SEBRAE – Serviço Brasileiro de Apoio às Pequenas e Médias Empresas
SPC&VB - Convention & Visitours Bureau de São Paulo
SWOT - Strenght, Weaknesse, Oportunitie, Threat
UBRAFE -União Brasileira dos Promotores de Feiras
WTTC - World Travel e Tourism Council
1�- Uma estrela – meio de hospedagem simples
2�- Duas estrelas – meio de hospedagem médio conforto
3�- Três estrelas – meio de hospedagem confortável
4�- Quatro estrelas – meio de hospedagem muito confortável
5�- Cinco estrelas – meio de hospedagem luxo
12À MARGEM DAS FEIRAS DE NEGÓCIOS
Uso do tempo livre do turista em São Paulo
INTRODUÇÃO
A relevância da cidade de São Paulo na economia nacional e a sua
função como pólo irradiador do desenvolvimento da metrópole ocorreram graças à
extraordinária expansão dos equipamentos e serviços. Estes fatos contribuíram,
também, para a sua consolidação como centro de negócios e como destino preferencial
para a realização de eventos.
A diversidade paulistana concorre para a grande variedade e o volume
de eventos realizados, entre os quais se destacam as feiras de negócios, exposições,
convenções, congressos, seminários, entre outros. Esses eventos têm por característica
fundamental atrair visitantes das mais diversas origens motivados por um amplo leque
de interesses.
Nessa realidade, destaca-se o denominado Turismo de Negócios,
assunto controvertido, centralizado na figura do turista de negócios. Observa-se,
entretanto, que as informações sobre este público, quando existem, aparecem dispersas,
sem menção aos critérios utilizados e, quase sempre, relacionadas às abordagens
econômicas como o gasto diário e o tempo de permanência. Esta questão já começa a
preocupar os órgãos públicos e as associações de classe ligados ao turismo, que
discutem ações para avaliar, detalhadamente, a demanda de turistas nos eventos de São
Paulo.
Esta trama de relações justifica a escolha da cidade de São Paulo como
13espaço desta investigação e os eventos como ponto de partida para se chegar ao
Turismo de Negócios. Entretanto, buscava-se compreender o agente deste segmento e,
para isso, houve a necessidade de delimitar o espaço privilegiado onde ele atua, que são
as feiras de negócios.
Trata-se de um assunto oportuno e atual uma vez que, em 2003, a
Prefeitura desenvolveu uma campanha, fundamentada nos 450 anos da fundação da
cidade, composta por diversas ações de marketing, que resultaram em um calendário de
eventos, concursos artístico-culturais, chancela para projetos de empresas de cunho
social, visando divulgar São Paulo como um destino com opções diferenciadas.
Esse fato instigou o interesse em entender melhor as características do
turista de negócios e verificar qual o potencial deste público para visitar atrativos
turísticos e, conseqüentemente, aferir a sua compreensão de São Paulo também como
um destino turístico de lazer.
Assim, estabeleceu-se como problema de pesquisa a seguinte questão:
Quais as atividades de lazer que o turista de negócios desenvolve em seu tempo
livre ?
Observações empíricas da realidade paulistana e estatísticas do setor
turístico, mostraram que, efetivamente, o Turismo de Negócios é um segmento
importante. Levantamentos preliminares indicaram que a hotelaria paulistana é bastante
dependente deste tipo de turista e que as ações institucionais de divulgação da cidade,
usualmente vinculam São Paulo ao comércio e aos eventos.
O caráter eclético da oferta turística de São Paulo, manifesta-se nos
atrativos inerentes aos espaços urbanos complexos e, também, às áreas verdes como os
Parques do Pico do Jaraguá e da Cantareira. Essa realidade da oferta de recursos é
14subutilizada para o Turismo de Negócios. Percebeu-se, então, que seria interessante
desenvolver uma pesquisa com o objetivo principal verificar as relações entre estes dois
elementos: turista de negócios e visitação de atrativos turísticos na cidade.
Por conseguinte, objetivos específicos nortearam esta pesquisa, tais
como: entender a relação do turista de negócios e seu tempo livre em São Paulo;
verificar se o turista de negócios está presente em feiras de grande porte; constatar se
este público tem possibilidade de consumir roteiros turísticos da cidade de São Paulo;
estabelecer a relação entre o interesse do turista de negócios e os serviços de receptivo
oferecidos na capital paulista; entender as necessidades do turista de negócios quanto
aos equipamentos e serviços; analisar a relação dos tipos de ocupação dos turistas de
negócios e a sua disponibilidade para a prática do lazer; e avaliar o conhecimento do
turista de negócios sobre a oferta de atrativos turísticos da cidade de São Paulo.
A busca bibliográfica mostrou que o tema é pouco estudado, pois a
maioria das obras que tratam do Turismo ou do Turista de Negócios são genéricas e não
se aprofundam no assunto. Entre elas destacam-se: Andrade (2000), Beni (2000),
COOPER at all (2001), Cunha (2000), Montenero Montejano (2001), Lickrish e Jenkins
(1997), Oliveira (2000), OMT (2001), Rose (2002) e Swarbrooke (2000).
Entre as referências específicas ligadas ao Turismo de Negócios a ao
Turismo em São Paulo foram consultados os autores: Ansarah (1999), Canovas (2004),
Holloway (1992), Kuazaqui (2000), Martins (2002), Mastrobuono (2003), Moraes
(1999), Pelizzer (2004 e 2005), Serson (2000) e Tavares (2002), além de dados
estatísticos do SEADE e da EMBRATUR. Essas obras contribuíram para entender este
segmento de turismo e a oferta, a variedade e a distribuição territorial dos equipamentos
e serviços na cidade de São Paulo.
15Algumas obras ligadas ao marketing turístico fazem referências ao
Turismo de Negócios, como um segmento de mercado, como as de Barreto Filho
(1999), Cobra (2001), Kotler at all. (1994), Middeleton e Clarke (2002) e Vaz (1999).
Entretanto, esses autores não caracterizam este público de forma a revelar suas
necessidade nas cidades que visitam. Autores, como Nishimura (2000) e Carvalho
(2000) que tratam de projetos hoteleiros, referem-se a algumas características dos
turistas de negócios e indicam suas preferências. Para analisar as Feiras de Negócios, no
conjunto dos eventos foram consultadas obras de Britto e Fontes (2002), Cesca (1997)
Ferreira (1997), Freitas (1997), Martin (2003) e Matias (2000), que permitiram situar,
no complexo conjunto deste segmento, as Feiras de Negócios.
As atividades de lazer e sua relação com o trabalho e o tempo livre
estão fundamentadas em Bacal (2003), Camargo (1986 e 1998), De Mais (1999, 2000a
e 2000b), Dumazedier (1999), Krippendorf (2001), Marcelino (1995) e Parker (1978).
Para discutir o lazer no turismo urbano foram analisadas as obras de Castrogiovanni
(2000), Gastal (1999), Krause (1999), Marchena Gómez (1995).
O embasamento necessário para o estudo do turista de negócios,
considerando-se que ele é um consumidor potencial, foi obtido em obras sobre o
comportamento do consumidor como Gade (1989), Giacomini (1991), Giglio (2002),
Kotler (2000) e Swarbrooke e Horner (2002). Os autores Mattar (1996), Rutter e Abreu
(1994), SEBRAE (1997b) e Tagliacarne (1976), que abordam pesquisa de mercado,
foram fundamentais para apoiar o trabalho de campo junto aos turistas.
Obras sobre métodos de pesquisa em Turismo e metodologia científica
auxiliaram a definição dos caminhos adotados durante todas a etapas deste trabalho.
Bissoli (2000), Gil (1994), Lemos (1999), Mathieson e Wall (1988), Pereira (2001),
Petrocchi (1998), Richardson (1999), Ruschmann (1997) e Teixeira (1977), entre outros
16citados nas referências bibliográficas, contribuíram para dirimir dúvidas sobre
procedimentos de investigação e análises. Com base em métodos de pesquisa
segmentada, explicados por Lage (1992), Smith (1989) e Weinstein (1995), foram
colhidos dados detalhados sobre os eventos que são realizados na cidade de São Paulo e
separaram-se as feiras que têm caráter comercial porque servem de fórum para a
realização de negócios como espaço onde os turistas de negócios podem ser encontrados
e investigados.
A internet foi outro canal de busca bibliográfica uma vez que muitos dados
estatísticos e pesquisas quantitativas sobre fluxo de turistas em São Paulo foram
acessados em sites de órgão oficiais como SEADE, IBGE, EMBRATUR, SPC&VB,
Anhembi Turismo e secretarias estaduais e municipais.
Como exposto, esta pesquisa envolveu o estudo de vários
componentes do turismo, como os atrativos, a hotelaria, agências de receptivo, feiras de
negócios e o próprio turista, que exigiram fundamentação teórica e procedimentos
metodológicos específicos para cada um deles. Para facilitar a compreensão, a descrição
dos procedimentos aparece no item pertinente ao assunto tratado.
Diante do quadro complexo envolvendo o turista de negócios que
freqüenta feiras comerciais na cidade de São Paulo, o problema desta pesquisa
direcionou-se para este agente, mais precisamente para o uso do seu tempo livre com
atividades de lazer.
Para responder o problema de pesquisa foram levantadas três
hipóteses:
1o O turista de negócios, além de não ter tempo livre, não se interessa pela visitação dos
atrativos da cidade de São Paulo.
172o O interesse do turista de negócios, no seu tempo livre, restringe-se às atividades de
lazer associativas.
3o O receptivo em São Paulo não atende às necessidades do tempo livre do turista de
negócios.
Para alcançar os objetivos propostos e aferir as hipóteses, esta
pesquisa foi estruturada em quatro capítulos: Turismo e turista de Negócios; São Paulo:
cidade do Turismo de Negócios; O universo das feiras de negócios; e O turista de
Negócios em São Paulo.
O primeiro capítulo oferece o aporte conceitual inserindo o turismo de
negócios entre os eventos, além de analisar a complexidade da relação entre lazer e
trabalho. São Paulo como cidade do turismo de negócios trata das condições que
propiciaram tal atividade, abordando atrativos, hotelaria e receptivo. O terceiro capítulo
analisa a quantidade de feiras de negócios, suas particularidades como cenário de
transações comerciais. A pesquisa completa-se com a investigação do agente principal,
avaliando características, interações em São Paulo, uso do tempo livre e as
oportunidades e ameaças da complexa relação que se estabeleceu entre os diversos
dados analisados.
18
1. TURISMO E TURISTA DE NEGÓCIOS
1.1. Conceitos e Abordagens do Turismo de Negócios
Para analisar e compreender o Turismo de Negócios partiu-se da
definição geral de Turismo aceita pela Organização Mundial do Turismo (OMT), órgão
mundial de regulamentação e estudo do turismo. Esse órgão considera Turismo como:
“atividades que realizam as pessoas durante suas viagens e estadas em lugares diferentes ao seu entorno habitual, por um período consecutivo inferior a um ano, com finalidade de lazer, negócios e outras.” (OMT, 2001:38).
Dessa forma, para a OMT, o negócio pode ser visto como fator capaz
de promover o deslocamento de pessoas para fora de seu lugar de residência habitual,
em busca de outros destinos.
Já o Instituto Brasileiro de Turismo (EMBRATUR), órgão público
federal responsável pela gestão pública da atividade turística no Brasil e de realizar
estudos estatísticos e pesquisas sobre o setor, define turismo como:
“Uma atividade econômica representada pelo conjunto de transações de compra e venda de serviços turísticos efetuadas entre os agentes econômicos do turismo. É gerado pelo deslocamento voluntário e temporário de pessoas para fora dos limites da área ou região em que têm residência fixa, por qualquer motivo, excetuando-se o de exercer alguma atividade remunerada no local que visita” (EMBRATUR, 1992).
A polêmica sobre o exercício de atividades remuneradas no turismo é
uma constante em discussões acadêmicas e na bibliografia sobre Turismo de Negócios,
observando-se, inclusive, dúvidas sobre a consideração de viagens de negócios que são
realizadas sem livre arbítrio, ou seja, de forma obrigatória e que, indiretamente, acabam
19gerando alguma remuneração.
Entretanto, entende-se que a atividade remunerada, expressa na
definição, refere-se a pessoas que viajam para trabalhar de forma permanente, como
diplomatas ou profissionais que são transferidos de cidade para exercer uma função
designada. A própria EMBRATUR, em suas pesquisas sobre demanda turística
internacional, considera negócios e convenções como motivadores do turismo. Assim,
seria incoerente excluir o Turismo de Negócios da definição de Turismo adotada por
esse órgão público. Além disso, a própria definição deixa claro que o deslocamento por
qualquer motivo e o consumo de serviços turísticos caracterizam a atividade turística.
A OMT destaca, ainda, que grande parte do desenvolvimento e
progresso do turismo mundial, seja internacional ou interno, ocorrido na segunda
metade do século XX, deveu-se ao:
“crescimento progressivo das relações comerciais entre os diferentes mercados mundiais, que trouxe consigo o incremento correspondente dos deslocamentos não mais por motivos de lazer, mas por motivos de negócio ou estudos profissionais.” (OMT 2001:3-4).
Esta afirmativa reforça a relevância das viagens de negócios na
atividade turística, confirmando que o Turismo de Negócios pode ser considerado como
segmento do turismo. Lickorish e Jenkins também apontam a importância econômica do
Turismo de Negócios como um segmento que atinge escala internacional. (LICKORISH
e JENKINS 1997:72-74).
Martin mostrando a relevância do Turismo de Negócios na economia
mundial, cita dados do World Travel e Tourism Council (WTTC) que revelam que o
turismo de eventos e tecnologia são os que mais crescem no mundo, representando
9,9%. (WTTC Apud MARTIN, 2003:17-18).
20Beni explica turismo de negócios como sendo o:
“Deslocamento de executivos e homens de negócios, portanto turistas potencias, que afluem aos grandes centros empresariais e cosmopolitas a fim de efetuar transações e atividades profissionais, comerciais e industriais, empregando seu tempo livre no consumo de recreação e entretenimento típicos desses grandes centros, incluindo-se também a freqüência a restaurantes com gastronomia típica e internacional.” (BENI, 2002:423).
Alguns autores como Prado e Pelizzer relacionam o Turismo de
Negócios às viagens corporativas. Prado mostra a especificidade do turismo de negócios
como uma oportunidade de negócios para agências de viagens. Utiliza o termo viagens
corporativas para designar as viagens feitas por pessoas ligadas a empresas com o
propósito de realizar negócios e diferencia este tipo de turismo do Turismo de Lazer.
(PRADO, 2002:17-20). Pelizzer também discute o Turismo de Negócios pela ótica de
agências de viagens que trabalham com público corporativo, ou seja, pessoas jurídicas
que enviam funcionários para viagens de negócios. Para esse autor Turismo de
Negócios se identifica como Turismo Corporativo. (PELIZZER, 2005:30-31). Pelizzer
ainda isola o lazer do Turismo de Negócios ao afirmar que:
“... as modalidades relacionadas às viagens dos executivos ou profissionais liberais ou às viagens custeadas pelas empresas, na sua grande maioria. São viagens que não contemplam férias, lazer e turismo.” (PELIZZER, 2005:30-31).
Entende-se que o Turismo de Negócios se diferencia do Turismo de
Lazer, mas o reduzido número de pesquisas sobre o assunto não permite afirmar que o
Turismo de Negócios seja custeado principalmente ou exclusivamente por empresas.
Empiricamente, sabe-se que existem viajantes a negócios que por conta própria, buscam
cursos de especialização profissional, visitam feiras e participam de eventos para
atualizar conhecimentos e ampliar relacionamentos profissionais individuais, não se
atendo somente aos interesses das empresas que representam. Além disso, quando se
21trata de profissional liberal, é sutil a diferença entre o que é pessoa física e jurídica
porque, em muitos casos, o advogado, o médico ou até o representante comercial
constitui-se na própria empresa que não tem outros funcionários além dele próprio.
Assim só uma investigação detalhada tornaria possível dissociar pessoa física e jurídica,
e saber qual delas custeia a viagem de negócios.
Moraes explica o Turismo de Negócios como um segmento
determinado pela motivação da viagem que, por isso, tem características específicas
(MORAES, 1999:31). Ansarah aborda o tema como um segmento do turismo que
ocorre em metrópoles ligadas à indústria e aos serviços, e também relaciona esta
modalidade de turismo a eventos que impulsionam a realização de contatos
profissionais ou a obtenção de conhecimentos que favoreçam negócios. (ANSARAH,
1999:35-55).
Esta autora mostra números sobre o fluxo de Turismo de Negócios no
Brasil e os equipamentos e serviços que este segmento utiliza e informa dados
estatísticos de 1989 sobre o fluxo do turismo de negócios no Estado de São Paulo.
Mostra que 48,77% dos estrangeiros que vistam o Estado de São Paulo o fazem por
motivo de negócios, entretanto, considerando o total de turistas estrangeiros, a grande
maioria (74,86%) não utiliza serviços de agências para organizar suas viagens.
(ANSARAH, 1999:35-55).
Percebe-se que é grande o número de viagens de negócios que não são
intermediadas por agências. Esse fato revela que existe um público individual que faz
turismo de negócios e pode não estar sendo considerado em estudos de planejamento,
pois há uma idéia generalizada que Turismo de Negócios é, apenas aquele custeado por
empresas.
22Oliveira restringe o homem de negócios a executivos que se
utilizam de equipamentos e serviços de luxo (OLIVEIRA,2000:74). Observações
empíricas mostram que existem pequenos negociantes que se hospedam em hotéis
simples localizados junto às ruas comerciais dos grandes centros urbanos, que pouco
utilizam serviços complementares como táxis ou guias bilíngües e, muito menos,
serviços de luxo.
Outro aspecto abordado por Oliveira é o Turismo de Compras
entendido como um tipo ligado à necessidade do turista em adquirir lembranças:
“Turismo de Compras: Poucos viajantes conseguem voltar para casa sem trazer uma lembrança, por menor que ela seja. Sempre algo novo vem na bagagem. Criar esse tipo de turismo pode levar a localidade a obter estupendos lucros financeiros, que promovam seu próprio desenvolvimento sustentado.” (OLIVEIRA, 2000:70).
Diante da escassez de estudos sobre Turismo de Compras não se pode
ligar esse tipo, exclusivamente, a lembranças que o turista leva para o local de
residência. Montaner Montejano estuda o Turismo de Compras ligado ao Turismo
Urbano citando que parte da motivação está em adquirir produtos, porém, não relaciona
este tipo a negócios. Para ele o Turismo de Compras é feito por pessoas consumistas
com poder aquisitivo médio e alto. (MONTANER MONTEJANO, 2001:270).
Montaner Montejano também analisa o Turismo de Negócios e de
Congressos relacionando-os ao Turismo Urbano, destacando os equipamentos e
serviços utilizados e identifica, como destinos destes tipos, os grandes centros
comerciais ou capitais de negócios. (MONTANER MONTEJANO, 2001:264-265).
Outro autor que se preocupou com os tipos de Turismo e com o
Turismo de Negócios foi Andrade. Para ele:
“O conjunto de atividade de visitação e de lazer praticado por quem viaja a negócios referentes aos diversos setores da atividade
23comercial ou industrial ou para conhecer mercados, estabelecer contatos, firmar convênios, treinar novas tecnologias, vender ou comprar bens ou serviços denomina-se turismo de negócios, turismo técnico, viagem de negócios.” (ANDRADE, 2000: 73-74).
Andrade observa que alguns estudiosos e órgãos reguladores do
turismo não consideram o turista de negócios como turista, efetivamente, porque este
não viaja em seu tempo livre (ANDRADE, 2000: 73-74). Mas, como dito
anteriormente, foi exatamente por entender que o turismo de negócios é exercido por
pessoas com potencial para consumir atividades de lazer e recreativas na cidade onde
realizam seus negócios, que se escolheu este grupo como objeto desta pesquisa.
Cabe ressaltar que, em sua definição, Andrade considera Turismo de
Negócios e Turismo Técnico como sinônimos. Entretanto, essa questão é discutível e
merece atenção porque o Turismo Técnico pode estar vinculado ao Turismo Científico,
que tem por finalidade desenvolver pesquisas nos lugares visitados ou viajar para
estudar e adquirir conhecimentos técnicos. Nesse caso não se entende Turismo Técnico
relacionado com negócios.
Há, ainda, o Turismo Técnico que alguns incluem no Turismo Urbano,
direcionado para a visita de fábricas para conhecer processos de produção,
equipamentos e tecnologia com o intuito de melhorar e inovar negócios. Por este ângulo
de análise é possível considerar Turismo Técnico como um tipo de Turismo de
Negócios, e não um sinônimo do conceito mais amplo.
Percebe-se que a excessiva segmentação do Turismo complica, ainda
mais, as tentativas de classificação, pois muitos tipos de turismo, ou de turistas, estão
interligados.
24Figura 1: A Natureza e a Esfera de Ação do Turismo de Negócios
Fonte: SWARBROOKE (2000:86).
Swarbrooke, por exemplo, para mostrar que o Turismo de Negócios é
amplo e diversificado apresenta um diagrama (Figura 1) com modalidades de viagens e
eventos relacionados a esse tipo de Turismo (SWARBROOKE, 2000:85-86), porém não
explica estas modalidades, o que abre margem para algumas dúvidas. Assim, enquanto
Swarbrooke relaciona viagens de estudo e intercâmbio estudantil como Turismo de
Negócios, Rose entende esta modalidade como:
“ ... o Turismo praticado por jovens estudantes, com o objetivo de realizarem cursos ou aprenderem idiomas em outros países. Os estudantes ficam acomodados em casa de família e freqüentam cursos regulares.” (ROSE, 2002:10).
Definição aceita por Oliveira que, além de explicar Turismo de
Incentivo revela dados sobre o movimento mundial de pessoas que viajam para aprender
Viagens de negócios individuais
Exposições: -expositores - turistas
Turismo de
Negócios
Viagens de estudo e intercâmbios estudantis
Reuniões e conferências
Lançamentos de produtos
Viagens de incentivo
Cursos de treinamento
25idiomas fora de seu país de origem (OLIVEIRA, 2000:72). Com base nos
apontamentos de Rose e Oliveira fica difícil entender o Turismo de Intercâmbio como
negócios, tal como Swarbrooke indica, uma vez que não envolve profissionais
realizando transações comerciais e sim estudantes, que buscam ampliar conhecimentos.
A definição de turismo da OMT (2001) foi o ponto de partida para
contextualizar o Turismo de Negócios. Verificou-se que a mencionada finalidade
negócios não deixa dúvidas quanto à possibilidade de existir um tipo denominado
Turismo de Negócios.
Na definição da EMBRATUR, datada de 1992 mas ainda divulgada
em sua página da internet em 2004, consta a polêmica questão da atividade remunerada
como empecilho para classificar uma pessoa como turista. Essa idéia, entretanto, pode
ser considerada ultrapassada, tendo em vista a definição de turismo da OMT e as
discussões apresentadas sobre o assunto.
O exame da literatura específica de turismo revelou que, nem sempre,
há consenso entre os autores, principalmente quanto às divisões do Turismo de
Negócios. Todos concordam, porém, que o termo é aplicado ao turista que faz negócios,
aqui entendido como transação comercial de compra e venda, além de prestação de
serviços, visitas técnicas e outras atividades profissionais como reuniões e treinamentos.
Os autores discutem várias particularidades do Turismo de Negócios
relacionadas: ao envolvimento de pessoa física ou jurídica; à organização da viagem por
agências de turismo; à iniciativa individual ou da empresa; ao custeio da viagem; ao
nível sócio-econômico dos turistas de negócios; à categoria dos serviços utilizados; à
inserção do Turismo de Negócios em outros tipos de turismo; e à participação em
eventos.
26Diante do material consultado foi possível tecer algumas
considerações que nortearam esta pesquisa:
1º O Turismo de Negócios é caracterizado pela possibilidade de
realização de negócios, ou seja, transações comerciais e profissionais que,
necessariamente não precisam acontecer no lugar visitado.
2º As divisões do Turismo de Negócios ainda não foram totalmente
esclarecidas. O assunto é complexo e polêmico, como ocorre, de um modo geral, com
todas as classificações apoiadas no critério de motivações. Considerando que não há
consenso quanto à definição de Turismo de Negócios ou seus subtipos, optou-se, para
esta pesquisa, por estudá-lo como atividade que ocorre, principalmente, no espaço
urbano.
3º Questões não esclarecidas como: origem dos visitantes;
características biossociais; nível hierárquico profissional; estágio no ciclo da família;
tempo de permanência; disponibilidade de tempo livre; serviços e equipamentos
turísticos utilizados; interesse em visitar atrativos turísticos na cidade destino;
atividades de lazer preferidas; e hábito de viajar com a família serviram para nortear
este estudo e foram consideradas no questionário aplicado aos turistas de negócios.
4º Diante da polêmica conceitual, optou-se pelas idéias de Cunha, que
concilia negócios e exercício profissional e destaca a importância dos centros urbanos,
industriais e localidades com centros de congressos e exposições como principais
destinos do Turismo de Negócios (CUNHA, 2001:51-52). Assim, a definição a seguir,
apoiada em Cunha, norteia esta pesquisa:
Turismo de Negócios é o conjunto de atividades de visitação
praticado em lugar diferente do de residência habitual de pessoas que viajam com
27as finalidades de realizar negócios, cumprir tarefas profissionais, participar de
eventos de caráter comercial, ou simplesmente, estabelecer contatos que possam
gerar futuros negócios, aos mais diversos setores da economia.
Assunto polêmico, atual e relevante no contexto mundial, conforme já
constatado pela OMT, o Turismo de Negócios só poderá ser compreendido a partir de
estudos sistemáticos com fundamentação teórico-metodológica, Entendendo-se que essa
atividade resulta, sobretudo, da atuação de um agente, partiu-se, na seqüência, para a
caracterização dessa figura que é o turista de negócios.
1.2. Caracterização do Turista de Negócios
Caracterizar o turista de negócios não é uma tarefa fácil diante da falta
de clareza conceitual, da variedade e abrangência dos subtipos do Turismo de Negócios
e da escassez bibliográfica sobre o assunto. Além disso, os dados existentes são
esparsos e constituídos por séries incompletas, não apontam os critérios utilizados nas
pesquisas e misturam alguns tipos de turismo como negócios, convenções, congressos e
outros.
Uma primeira categoria de análise é a dos turistas de negócios
corporativos e os individuais, podendo-se inferir que são dois grupos com perfis bem
diferentes, já que um viaja para a empresa e outro viaja por iniciativa própria.
Assim, interesses e hábitos de consumo podem ser diferentes, tanto no
que diz respeito a tipos de equipamentos e serviços turísticos que utilizam, quanto no
que se refere à disposição para aproveitar, ao máximo, os recursos da cidade que está
visitando a trabalho.
28Entretanto, algumas fontes podem servir para isolar dados sobre o
turista de negócios. Por exemplo, nos Estudos da Demanda Turística Internacional, da
EMBRATUR, entre os motivos da viagem do turista estrangeiro que visita o Brasil
aparece o item Negócios / Congressos / Convenções. (Tabela 1).
Tabela 1
Motivo da Viagem do Turista Estrangeiro que Visita o Brasil – valores % (1994-2002)
Motivo 1994 1995 1996 1997 1998 1999*
2000 2001 2002 2003 Média
Lazer / Turismo 63,2 58,4 56,3 48,3 53,1 77,6 57,0 55,5 51,2 53,9 57,4 Negócios / Congressos / Convenções 22,3 26,9 28,7 32,6 26,7 21,2 27,9 30,2 28,3 26,0 27,1 Visitar familiares / Amigos 13,1 11,1 10,9 17,0 18,7 - 10,9 10,6 15,6 17,1 12,5 Outros 1,4 3,6 4,1 2,1 1,6 1,2 4,2 3,7 4,9 3,0 3,0
Fonte: dados compilados dos documentos: Estudo da Demanda Turística Internacional dos anos de 1998, 2000, 2001, 2002, 2003 www.embratur.gov.br acessado em 09/10/2004 e em 23/12/2004. * dados do ano de 1999 foram colhidos no Estudo de Demanda de 2003, pois não estavam disponíveis no site da Embratur.
Como os percentuais mostram, os turistas estrangeiros que visitaram o
Brasil por esses motivos representam 27,1%, em média, no período de 1994 e 2003,
percentual inferior aos turistas que visitaram o país por motivo de lazer (57,4%).
Observa-se que não houve variação percentual muito grande nesse período,
permanecendo os valores entre 21,2% e 32,6%. Assim pode-se afirmar que o volume de
turistas estrangeiros a negócios no Brasil, embora não supere o de lazer, é
quantitativamente representativo.
Conforme a EMBRATUR, os turistas estrangeiros que visitaram o
Brasil a negócios, no ano de 2003, permaneceram, em média, 9,7 dias, valor inferior ao
da permanência dos turistas que estiveram no país por outros motivos. Entretanto, o
gasto médio diário per capita dos turistas de negócios foi 20,5% maior que o dos
turistas de lazer e 42,6% superior aos gastos dos turistas que vieram visitar
familiares/amigos. No que se refere à renda média per capita, o turista de negócios
29superou os turistas que visitaram o Brasil por outros motivos. (Tabela 2).
Tabela 2
Caracterização do Turista Estrangeiro Segundo Motivo de Viagem, Permanência, Gasto per capita Diário e Renda Média per capita por Ano - 2003.
Motivo da viagem Permanência média (dias)
Gasto médio per
capita dia (US$) Renda média per
capita ano (US$)
Negócios/Congressos/Convenções 9,7 106,46 35.879,80 Lazer 13,6 84,63 27.378,90 Visitar familiares / Amigos 19,2 61,10 28.793,81 Tratamento de saúde 22,0 120,00 34.753,20 Fonte: Estudo da Demanda Turística Internacional 2003 www.embratur.gov.br <http://www.embratur.gov.br/0-
catalogo-documentos/demanda%20turistica/EstudodaDemandaTuristicaInternacional2003.pdf> acessado em 05/01/2005 - páginas 34,36,38.
Depreende-se destes dados que o turista de negócios estrangeiro em
viagem pelo Brasil, realmente gasta mais, embora permaneça por menor tempo,
comparativamente aos motivados por outros fatores. Além disso, este segmento é o que
apresenta a maior renda anual, o que leva a inferir que trata-se de pessoas com alto
poder aquisitivo.
Verificou-se que dados estatísticos sobre turistas de negócios no Brasil
são escassos e que, além do Estudos da Demanda Turística Internacional, publicado
anualmente pela EMBRATUR não foram localizadas outras fontes. O mesmo pode-se
dizer em relação ao turismo interno, pois o Estudo do Mercado Doméstico realizado
pelo EMBRATUR em 2001 não revela o motivo da viagem, o que impede extrair dados
sobre o turista de negócios ou mesmo, sobre turismo de negócios.
Outra possibilidade para captar o volume de turistas de negócios é a
venda de passagens aéreas. Uma fonte que tem dados disponíveis é o Fórum das
Agências de Viagens Especializadas em Contas Comerciais (FAVECC), que conta com
27 agências, que somados aos postos de serviços e filiais totalizam 577 escritórios
30especializados em viagens de negócios. O FAVECC revela o volume de passagens
aéreas vendidas no Brasil por motivo de negócios. No território nacional estas agências
respondem por 33% do volume total de emissão de passagens aéreas, e congregam 67%
do mercado de viagens corporativas, empregando mais de quatro mil pessoas e
movimentando R$ 4,152 bilhões apenas em 2003. Do total das vendas, 83,1% referem-
se a passagens aéreas; 12,6% à hospedagem, 1,1% à locação de veículos, 1,0% a
excursões de terceiros e 2,1% a outros serviços.
Mais uma vez, observa-se que os dados, restringem-se, apenas, a
alguns componentes e uma categoria do amplo leque de elementos que poderiam
auxiliar na caracterização do turista de negócios. Neste caso, os dados referem-se ao
fluxo por via aérea e a turistas de negócios que se utilizam dos serviços de agências de
viagens que atendem o público corporativo. Inexistem informações sobre fluxos
terrestres e sobre turistas de negócios individuais, que utilizam transporte rodoviário
intermunicipal regular ou automóvel próprio. Embora perceba-se que este tipo de turista
de negócios existe, não há como quantificá-lo ou caracterizá-lo pela absoluta falta de
dados.
Hábitos de consumo e gastos com produtos e serviços são
fundamentais quando se pretende caracterizar o turista de negócios e, geralmente, são
perspectivas abordadas em conjunto. Lickorish e Jenkins indicam que os turistas de
negócios demandam os mesmos serviços que os turistas de lazer (transporte,
alojamento, alimentação e serviços locais). Entretanto, a diferença está na categoria dos
serviços que, muitas vezes são de luxo, e na opção por alojamento em localizações
estratégias para a realização do negócio, sem muita preocupação com o preço, pois as
despesas são pagas pelas empresas (LICKORISH e JENKINS, 1997:74).
Conseqüentemente os gastos per capita dos turistas de negócios costumam ser
31superiores aos dos turistas de lazer, o que se confirmou com os dados da já menciona
pesquisa da EMBRATUR.
Mas, esses autores apontam que as empresas custeiam as viagens de
seus funcionários e os gastos referentes a esta atividade são considerados essenciais e
não um luxo, ainda que, em períodos recessivos, as empresas tendam a consumir
categorias inferiores ao escolher assentos em aeronaves e hotéis, além de optar por
permanências mais curtas, embora continuem financiando viagens. (LICKORISH e
JENKINS, 1997:74).
Percebe-se que, em muitos casos, as viagens do turista de negócios
podem ser custeadas pela empresa, pois os gastos tornam-se parte de uma transação
comercial e acabam sendo diluídos nos custos dos produtos ou serviços. Por isso, em
viagens corporativas, geralmente são utilizados serviços de qualidade e, até mesmo de
luxo, visando o bem-estar do homem de negócios que, muitas vezes, para viabilizar
importantes transações comerciais, fica privado do conforto de sua residência. A
escolha dos serviços, em alguns casos, está ligada, muito mais à conveniência, como a
localização, do que, simplesmente ao luxo.
Entretanto, dependendo do nível hierárquico do funcionário que viaja
a negócios, ou do porte da empresa, pode ocorrer demanda por produtos e serviços mais
simples, considerando-se que a prática mostra a ocorrência de um fluxo de turistas de
negócios por via terrestre. Verifica-se que, além dos turistas de negócios que demandam
serviços de luxo, há, também, funcionários de níveis hierárquicos baixos que viajam a
trabalho e outros que assumem os custos da própria viagem. Outra característica dos
turistas de negócios é a maior freqüência das viagens, em comparação ao turista de
lazer. Swarbrooke explica que os turistas de negócios:
32 “Na maioria das vezes são pessoas que fazem mais viagens num ano do que a média dos turistas de lazer, por isso eles exigem mais infra-estrutura de transportes e dos serviços na destinação.” (SWARBROOKE, 2000:85).
Esse fato, evidentemente, contribui para aumentar os custos de
viagens, mas também explica a maior exigência dos turistas de negócios por bons
serviços. Esta conjunção de conseqüências pode justificar a recente tendência de
investimentos em hotéis econômicos. Teich relata que grandes redes hoteleiras, que
seguem padrões de qualidade internacionais, estão investindo na construção de hotéis
econômicos (similares à categoria duas estrelas) e supereconômicos (similares à uma
estrela). Conforme esse autor, estima-se que 50 novos hotéis deste tipo sejam
inaugurados no Brasil, até o ano de 2007, em regiões estratégicas, sendo sete na cidade
de São Paulo (TEICH, 2005:12), que se volta para o turismo de negócios. Tais
empreendimentos contam com número reduzido de funcionários e estrutura montada
para diminuir todos os tipos de custos, servindo perfeitamente para hospedar turistas de
negócios que desejam ter gastos menores.
Pode-se inferir, pelas considerações feitas que existem, no mínimo,
duas categorias de turistas de negócios: aqueles que, por conta da empresa ou com
recursos próprios, utilizam equipamentos caros e luxuosos; e outros que procuram
opções alternativas em virtude de restrições financeiras pessoais ou das empresas que
representam. O primeiro tipo, seja por aparentar sucesso, seja por não ter sido
considerada a existência de um outro, foi o que mais chamou a atenção de todos, até
agora. A idéia de negócio está associada a dinheiro, a executivos bem vestidos que
buscam equipamentos e serviços de boa qualidade porque os custos são creditados à
empresa. Nessa perspectiva, torna-se difícil, para o senso comum, identificar como
turista de negócios uma pessoa que utiliza equipamentos e serviços em desacordo com
essa idéia.
33Pesquisando o caso de Salvador, Canovas verificou que o turista de
negócios arca com parte de seus próprios gastos (CANOVAS, 2004:156). Algumas
dessas idéias podem ser apreendidas de recente pesquisa do European Incentive and
Business Travel & Meeting Exhibition, divulgada na Gazeta Mercantil:
“Apesar de o turista de negócios representar apenas 20% das pessoas transportadas, ele corresponde a mais de 60% do faturamento das empresas de aviação. Os passageiros aéreos que se deslocam a negócio viajam na baixa temporada de lazer e tantas vezes quantas os negócios demandarem. Utilizam-se freqüentemente das ‘tarifas cheias’ (tarifas aéreas sem descontos) da classe econômica, por não poderem submeter-se às restrições impostas pelas tarifas promocionais, como a de permanência mínima de vários dias. Entre eles, os executivos são os principais freqüentadores das classes mais dispendiosas, como a executiva e a primeira classe. Também se hospedam em melhores hotéis ou flats e gastam mais em alimentação e transporte terrestre (táxis e aluguéis de automóveis)”. (apud MARTIN, 2003:20).
Entretanto, não se deve confundir luxo com qualidade. O turista de
negócios, qualquer que seja o tipo, precisa de serviços eficientes, que atendam às suas
necessidades que, usualmente, são individualizadas e próprias, pois elas não se
enquadram no perfil de produtos estruturados para o turismo de lazer, como pacotes
turísticos ou serviços padronizados e inflexíveis.
Nesta pesquisa, o uso do tempo livre do turista de negócios assume
grande importância, uma vez que constitui o objetivo maior deste estudo.
Lickorish e Jenkins chamam a atenção para a relação entre o tempo
livre e as atividades de lazer que podem ser realizadas nos lugares visitados. Destacam
que os órgãos de turismo de muitos países ainda não se deram conta da potencialidade
do turista de negócios ser também turista de lazer.
“A todo ello se añade el hecho de que los viajeros de negocios pueden utilizar su tiempo de ´no-negocio` para actividades de ocio.....podría aprovechar su tempo libre para realizar actividades paralelas en la ciudad visitada. No obstante, las organizaciones turísticas de muchos países han sido lentas en darse cuenta de este potencial de los viajeros de negocios de convertirse en viajeros de ocio cuando se encuentran en sus destinos.” (LICKORISH e JENKINS, 1997:74).
34Nesta linha de raciocínio, Holloway aponta a necessidade de
planejamento voltado para o turista de negócios, que consome as mesmas facilidades
que o turista de lazer, inclusive entretenimento e recreação. Mas ressalta as diferenças
que precisam ser consideradas por profissionais do turismo, uma vez que o turista de
negócios viaja para locais que, nem sempre, fazem parte de roteiros turísticos. Lembra
que demanda de negócios não é suscetível a fatores sazonais como clima ou época do
ano, e também não sofre influência com a variação cambial, pois as relações comerciais
tendem a se tornarem mais freqüentes em épocas de crise quando se observa uma
postura empresarial mais agressiva para fazer mais negócios. (HOLLOWAY, 1992:37-
39).
Ainda com relação ao tempo livre, Holloway explica que os turistas de
negócios concentram suas viagens em vôos no início da manhã e no início da noite,
visando otimizar seu dia de trabalho, e poucos passam o final de semana no destino do
negócio, provocando ociosidade dos equipamentos locais. (HOLLOWAY, 1992:37-39).
Holloway observa que algumas esposas que acompanham seus
maridos em viagens de negócios, procuram por atrativos nas proximidades do local
visitado. Comenta também que o número de mulheres de negócios vem aumentando e
demandando serviços especiais (HOLLOWAY, 1992:37-39), assunto que deveria ser
objeto de pesquisa no Brasil, pois não existem dados a este respeito.
Deve-se ressaltar que, no século XXI, não se pode mais pensar que o
turista de negócios seja exclusivamente, do sexo masculino, embora se perceba
empiricamente que predominam homens de negócios. A mulher de um modo geral vem
conquistando espaços na sociedade. Giacomini Filho revela que:
“A mulher tem adquirido importância crescente nas forças sociais brasileiras; seu peso na produção e consumo aumentou; sua participação política é gradativamente maior, não causando mais
35surpresa termos uma mulher como ministra e outra como prefeita. Seu poder de decisão aumentou, passando de uma figura materna e serviçal para de uma profissional e administradora com visão apurada do que comprar para si e família.” (GIACOMINI FILHO, 1991:52).
No mundo contemporâneo, as mulheres vêm, cada vez mais, ocupando
postos de trabalho. Muitas estão em cargos executivos e realizam viagens de negócios
na mesma freqüência ou forma que os homens. Cobra afirma que:
“As mulheres no século 21 deverão estar em maioria na PEA (População Economicamente Ativa), e por isso estarão batizando gostos e tendências de consumo também em viagens de negócios e lazer e estabelecendo parâmetros para um serviço de hospitalidade com maior conforto e requinte.” (COBRA, 2001:61).
Essa tendência já pode ser observada em alguns hotéis que
desenvolveram atendimento diferenciado para executivas mulheres, sobretudo na
decoração e na oferta de facilidades inerentes ao gênero feminino, como forma de atrair
as turistas de negócios. (NISHIMURA, 2000:230).
Diante desta colocação sobre a mulher de negócios fica difícil
entender que o cônjuge homem acompanhe suas esposa em viagens de negócios,
pressupondo-se que ele também tenha um vínculo empregatício e não dispõe de tempo
livre para acompanhar a esposa. Por outro lado, estas mulheres podem ter filhos e estes
podem ser seus acompanhantes em viagens de negócios, principalmente em períodos de
férias. Além disso, a condição de acompanhante da mãe pode proporcionar
oportunidades para contato com outras culturas e outros ambientes naturais.
Dependendo do caso, a mulher de negócios terá que levar alguém que cuide dos filhos
enquanto ela desempenha sua função profissional.
Apesar de antigos, pois referem-se a 1982, os dados apresentados por
Hudman e Hankins mostram que cerca de 17% dos respondentes de uma pesquisa do
Travel Market Yearbook afirmaram viajar a negócios na companhia da esposa. Esse
36percentual, embora pouco significativo, indica que, realmente, existe uma parcela de
turistas de negócios que viaja com familiares. Dados mais recentes sobre o assunto não
foram encontrados, o que reforça a idéia da necessidade de estudos sobre o turista de
negócios.
A busca pela caracterização do turista de negócios tornou evidente que
pouco se sabe sobre o assunto. Mas, revelou que existem tipos diferentes de turistas de
negócios, cada qual utilizando equipamentos e serviços ajustados às suas necessidades e
ao seu orçamento. Pode-se dizer que, no contexto do turismo em geral, o volume de
turistas de negócios é relativamente considerável, embora os dados se misturem aos de
alguns tipos de eventos, e pouco se saiba sobre os critérios utilizados.
Outro fato observado foi a ligação das viagens corporativas com as
agências de turismo e os serviços de luxo, pois, neste caso, as despesas são custeadas
pelas empresas. Por outro lado, há aqueles que utilizam equipamentos e serviços de
menores custos, embora possam primar pela qualidade. E ainda, os turistas de negócio
individuais que dispensam serviços de agenciamento.
Informações pontuais sobre o uso do tempo livre, assunto que assume
especial interesse para esta pesquisa, foram importantes para revelar determinadas
características desse segmento: poucos turistas de negócios permanecem no local
visitado durante o final de semana; o potencial de atrativos e de entretenimento é
subutilizado; poucas são as opções de lazer colocadas à disposição desses turistas e das
esposas acompanhantes; mulheres de negócios já marcam presença no setor e alguns
estabelecimentos hoteleiros já desenvolveram adaptações para atender a essa clientela.
Percebeu-se, ainda, uma estreita relação do turista de negócios com os
eventos, o que transparece nos dados da EMBRATUR e em algumas informações
37colhidas na literatura de turismo. Esse fato levou à idéia de abordar o segmento de
eventos e, neste, o subtipo feira de negócios, que maior interesse apresenta para esta
pesquisa.
1.3. Turismo e eventos: as feiras e os negócios
Há consenso entre os autores quanto à estreita relação do Turismo e do
turista de Negócios com eventos. Esse fato, que tem gerado dificuldades para a
conceituação do Turismo de Negócios, em virtude da relevância dos eventos para este
segmento, é o aspecto mais polêmico, e mesmo contraditório, da questão. Entretanto,
essa discussão mostra a necessidade de se analisar os eventos, seus tipos e classificações
para poder esclarecer quais estão, realmente relacionados aos negócios.
Constatou-se, que não há consenso em relação a definição de eventos.
Alguns autores sequer se preocupam com este aspecto. O que se observa, são
abordagens distintas para eventos. Cesca valoriza o evento como um instrumento das
relações públicas (CESCA, 1997:14); Britto e Fontes destacam a importância
socioeconômica dos eventos (BRITTO e FONTES, 2002:33-37); Ferreira aponta o
evento como um veículo de comunicação dirigida (FERREIRA, 1997:13-14) e Freitas
explica os eventos como parte do planejamento estratégico de organizações.
(FREITAS,1997:75-80).
Evidentemente, transparece nestas abordagens o interesse de alguns
autores voltado para Relações Públicas, área que se dedica à organização dos eventos e
ao seu enfoque no contexto da empresa. O tema no âmbito do turismo, entretanto, ainda
não foi devidamente considerado. Para esta disciplina, a importância do evento
extrapola a sua organização e funcionalidade para chegar aos efeitos destes na infra-
estrutura, nos equipamentos e nos serviços, do núcleo receptor, utilizados pelo turista.
38A abrangência dos eventos e o seu leque de influencia dificultam
propostas de conceituação, classificação e tipificação. Entretanto, observa-se que os
autores concordam que os eventos são acontecimentos planejados que reúnem pessoas
em um determinado espaço e tempo.
A diversidade dos tipos de eventos conhecidos exige uma classificação
que só será possível com a determinação de critérios. Martin enumera nove critérios,
que embora não sejam excludentes, facilitam a análise:
1 abrangência – podem ser divididos em internacionais, continentais, nacionais,
regionais ou municipais.
2 competição – relacionados às disputas e premiações.
3 demonstração ou exposição – motivado pela apresentação de produtos ou serviços.
4 data ou freqüência – subdivididos em permanentes (com ocorrência periódica),
esporádico (com intervalos irregulares entre as edições), únicos (ocorrem apenas
uma vez) e de oportunidade (promovidos em momentos propícios).
5 categoria e função estratégia – sendo públicos ou privados, subcategorizados de
acordo com as funções: promocional, comercial, institucional, divulgação,
integração, social e misto.
6 dimensão – separado entre macroeventos, eventos de grande, médio e pequeno
porte.
7 objetivo ou área de interesse – distribuídos entre 24 áreas (artístico, assistencial,
científico, cívico, cultural, desportivo, divulgação, ecoturismo, educativo,
empresarial, expositivo, filantrópico, folclórico, gastronômico, governamental,
incentivo, informativo, institucional, político, promocional, religioso, social, técnico,
39turismo/lazer).
8 perfil dos participantes – podendo ser um publico geral, dirigido ou específico.
9 tipo de adesão – podendo ser fechado (adesão restrita) ou aberto (acesso livre ou
venda de ingresso). (MARTIN, 2003:39-42).
A classificação de Freitas considera seis funções: divulgação;
integração; promoção institucional; promoção de produtos e serviços; incentivo e de
pressão organizada. E afirma:
“ ... todas, sem exceção, atenderão à função estratégica e portanto de política de negócios, seja de um banco, de uma construtora, de uma escola, de uma associação de classe, de um hospital, etc.” (FREITAS, 1997:78)
Há semelhança entre a classificação de Freitas e a de Martin quando
este considera categoria e função estratégica. Entretanto, nenhum deles relaciona, a
estas classificações, tipos de eventos, o que facilitaria o entendimento daqueles
diretamente ligados às transações comerciais e profissionais, ou seja, à promoção de
negócios.
Os tipos de eventos são diversificados e numerosos. Martin, por
exemplo, relaciona 84 tipos mais conhecidos e, dentre estes, explica os 49 que considera
mais comuns no mercado (MARTIN, 2003:44-58). Britto e Fontes listam 78 tipos de
eventos que mais movimentam a infra-estrutura turística, agrupando-os entre:
programas de visitas, exposições, encontros técnicos e científicos, encontros de
conveniência, cerimoniais, competições, inaugurações, lançamentos, excursões,
desfiles, leilões, dias específicos e outros indefinidos (BRITTO e FONTES, 2002:60-92).
As classificações dos eventos mostram a grande variedade existente,
40permitindo identificar aqueles que são promotores de transações comerciais. Optou,
então, por analisar as definições dos eventos do tipo feiras, pois a prática tem
demonstrado que são os que reúnem empresas e profissionais de segmentos específicos,
com propósitos ligados às funções de negócios apontadas por Freitas.
Observou-se que existe ligeira diferença entre os autores ao
relacionarem feiras e exposições. Para Martin, as feiras e exposições estão entre os
eventos voltados a um público aberto, com acesso livre ou com cobrança de ingresso,
que pode ser visitado por qualquer interessado. Feiras e exposições são tratados como
sinônimos, sendo destacada a eficácia comercial deste tipo de evento. (MARTIN,
2003:39-60).
Britto e Fontes entendem que as feiras são um tipo de exposição,
embora ressaltem que as exposições têm caráter mais amplo:
“ ... são todos os eventos que se destinam a apresentar ou demonstrar in loco ou de forma itinerante e ao público, novos equipamentos, produtos, artefatos artísticos, destinações turísticas e serviços, entre outros, com a finalidade de divulgá-los, promovê-los e vendê-los, direta ou indiretamente, ao seu público alvo.” (BRITTO E FONTES, 2002:64).
Na definição de feiras enaltecem seu caráter comercial:
“É uma iniciativa de uma ou várias empresas que se associam para divulgar e promover seus produtos, técnicas e serviços, visando a comercialização. A finalidade principal da feira é, em última instância, a conquista de mercado, isto é, o aumento da demanda pelos produtos em exposição. Na montagem da feira as mercadorias são expostas e preparadas de forma a permitir que sejam examinadas, tocadas ou degustadas pelos visitantes. Esse contato direto do público com os produtos estimula a concretização de negócios, fazendo com que a feira funcione como eficiente recurso de marketing dos produtos”. (BRITTO E FONTES, 2002:64).
Para Cesca a diferença entre exposição e feira está no fato da primeira
ter caráter exclusivo de divulgação e demonstração, enquanto a feira visa a venda
41(CESCA, 1997:17-18). Ferreira faz uma pequena diferenciação entre exposição e
feira, explicando que a exposição pode ser itinerante e os produtos expostos podem não
estar à venda, e destaca o caráter comercial da feira:
“Os objetivos da feira são a divulgação, o lançamento de novos produtos ou serviços, relações com os concorrentes, atendimento de clientes reais e potenciais, criação de conceito e imagem favoráveis, comparação com os concorrentes, vaidade na participação e, naturalmente, a venda direta ou indireta do que está sendo exibido em seus diferentes estandes, tanto para o mercado interno como para o internacional.” (FERREIRA, 1997:13-17).
Diante desse quadro de idéias sobre feiras e exposições, pode-se dizer
que todos os autores concordam num ponto: as feiras têm caráter comercial. Assim, é
viável afirmar, que a grande maioria das feiras está ligada a realização de negócios,
mesmo que apenas se destinem à demonstração e não permitam vendas. Isso porque
trata-se de um tipo de acontecimento planejado para promover a reunião de pessoas para
divulgar, entender, discutir e experimentar produtos e serviços ligados a um
determinada atividade, como agropecuária, industria ou serviços. Ações desenvolvidas
nesses espaços terão, portanto, por conseqüência transações comerciais ou profissionais.
Este tipo de evento pode ser considerado como motivador do deslocamento de pessoas
para negócios e, conseqüentemente, um fator impulsionador do Turismo de Negócios.
As feiras, pela aproximação com os negócios, foram selecionadas para compor o espaço
em que se realizou esta pesquisa sobre o turista de negócios.
Entretanto, é preciso saber quais as feiras capazes de atrair públicos
internacionais, continentais, nacionais, regionais para se constatar a presença de Turistas
de Negócios entre seus visitantes e expositores. Acredita-se que o porte, tanto em
relação à área de exposição, quanto em função do número de visitantes esperados,
possam ser fatores indicativos de sua capacidade de motivar demandas de lugares mais
distantes, podendo ser identificados com turistas de negócios.
42Como o presente trabalho desenvolve-se na cidade de São Paulo e
objetiva entender a interação dos turistas de negócios, visitantes de feiras comerciais,
com o tempo livre que dispõem neste centro urbano, revela-se importante entender
alguns conceitos ligados a lazer e trabalho como instrumento de preparação para a
pesquisa de campo.
1.4. Lazer e trabalho: uma relação complexa
Lazer e tempo livre estão estreitamente relacionados e têm grande
importância para esta pesquisa que trata do uso do tempo do turista de negócios, no
destino urbano que visita, após participar de feiras com o intuito comercial.
Dentre os vários autores que tratam do lazer, utilizou-se como
principal fonte Bacal, que se dedicou ao estudo do tempo livre, partindo da relação do
homem pós-industrial com o tempo. Essa autora dividiu o tempo diário, ou tempo total,
em tempo necessário (trabalho) e tempo liberado (destituído de obrigações), lembrando
que dentro deste último tempo a pessoa ainda desenvolve atividades fisiológicas como
sono, alimentação e higiene, além de atividades sociais ligadas à família e às ações
sociais. (BACAL, 2003:9-20).
O tempo livre, portanto, é aquele que sobra após sua utilização para o
trabalho e para as atividades necessárias, como o conforto pessoal e social que ocupam
parte do tempo liberado. O tempo livre, então, pode ser destinado ao repouso (motivos
de deficiência) ou à diversão (motivos de excesso), e nele são desenvolvidas atividades
discricionais, de livre-arbítrio (BACAL, 2003:97-107).
A análise das atividades realizadas no tempo livre remete para os
43lazeres. Conforme Bacal:
“Os lazeres são atividades discricionais realizadas no tempo livre, sendo este considerado a parcela de tempo (do cotidiano, fins de semana, feriados e/ou férias) na qual o homem não tem atividades impostas (laborais, familiares ou sociais), podendo realizar atividades segundo a sua vontade.” (BACAL, 2003:106).
A relação do turista de negócios com seu trabalho e o lazer precisa ser
analisada e Parker discute esta relação, questionando se o lazer pode ser considerado
como oposto ao trabalho, ou se, apenas, tem a função de recuperar o homem para o
trabalho do dia seguinte. Destaca três abordagens da sociedade referentes ao trabalho e
ao lazer (PARKER, 1978:79-95), que são interessantes para quem quer entender as
atitudes de pessoas que, teoricamente, estão em tempo de trabalho mas, ao mesmo
tempo, têm tempo liberado para fazer o que gostam e, além disso, estão a distância de
sua rotina cotidiana.
A primeira abordagem coloca o trabalho como a parte séria da vida e o
lazer como um mero subsidiário, coisa menor ou inexistente. Neste caso observa-se a
priorização do trabalho. A segunda abordagem coloca o lazer como o grande objetivo
da vida, e o trabalho um meio para se chegar a este fim. Constitui a exaltação do lazer.
A terceira abordagem considera que, tanto o lazer como o trabalho são partes
reconciliáveis e uma pode enriquecer a outra. É a tendência de igualdade entre trabalho
e lazer. (PARKER, 1978:79-95).
Entende-se que, dentre o grande número de turistas de negócios, é
possível encontrar pessoas que se identificam com qualquer uma destas abordagens.
Poderia haver um grupo que prioriza o trabalho, outro o lazer, e um outro que consegue
o equilíbrio entre ambos. A pesquisa sobre o uso do tempo livre do turista de negócios
poderá trazer surpresas, pois trata-se de um assunto polêmico, e que nem sempre é
totalmente revelado porque, como observa Parker, muitas pessoas ainda não se
44desvincularam da idéia ainda arraigada na sociedade cristã de que o trabalho
enobrece (bem/céu) e o lazer empobrece (mau/inferno). (PARKER,1978:80).
Voguel mostra que homens de negócios nos Estados Unidos e no
Japão têm dificuldade para distinguir o tempo de trabalho do tempo de lazer, isso
porque os japoneses costumam levar clientes para jogar golfe ou para festas com
gueixas e portanto, confundindo lazer e trabalho. Médicos e homens de negócios
prósperos, denominados profissionais liberais, não costumam fazer separação marcante
entre trabalho e lazer; ao contrário, o assalariado, em virtude da rigidez de seu turno de
trabalho distingue claramente o tempo de trabalho do de lazer. (VOGUEL apud
PARKER, 1978:85).
Para determinados tipos de turista de negócios que freqüentam feiras
comerciais, é, às vezes, difícil diferenciar trabalho e lazer, principalmente porque
trabalham em um ambiente festivo, colorido e descontraído onde a meta é chamar a
atenção do maior número possível de pessoas para alcançar seus objetivos. Além disso,
muitos profissionais liberais também participam de feiras de negócios. Nesta comunhão
entre trabalho e turismo de negócios pode-se perceber uma fusão entre o lazer e o
trabalho. Entretanto o que interessa para este estudo é o que o turista faz à margem da
feira de negócios. Convém entender se o turista tem disposição para conhecer a cidade
onde está fazendo negócios ou, simplesmente, reage negativamente porque este
ambiente o remete à idéia de trabalho e de obrigação.
Parker distingue três tipos de reação ao lazer em conseqüência da
característica do trabalho ao qual o homem se submete:
1 o lazer pode ser a extensão do trabalho quando há incentivo e motivação;
2 o lazer pode ser a oposição ao trabalho quando é opressivo e prejudicial; ou
453 o lazer pode ser a neutralidade, sendo conseqüência de um trabalho realizado
com tédio e sem entusiasmo.
Entende-se que a atitude do turista de negócios, frente à utilização de
seu tempo livre, tem estreita relação com sua atividade profissional ou com a hierarquia
que ocupa e as funções que desempenha. Estes fatores, porém, são de difícil
mensuração, uma vez que o ambiente de trabalho é bastante subjetivo e também pode
influenciar a realidade profissional.
Considerando que o presente trabalho sobre turista de negócios
também investiga atividades que este desenvolve em seu tempo livre, buscou-se um
critério de classificação de atividades de lazer a fim de viabilizar agrupamentos e
análises. Optou-se pela classificação de Camargo que divide as atividades de lazer em
seis tipos:
1 físicas - ligadas a atividades que movimentam o corpo, como caminhadas, esportes e
exercícios físicos;
2 manuais - ligadas ao contato com coisas em seu estado natural para então
transformá-las, como a bricolagem e a jardinagem;
3 artísticas - relacionadas ao imaginário, ao belo e ao faz-de-conta, ou seja, ligadas às
artes, como cinema, teatro, pintura, literatura;
4 intelectuais - tudo que impulsiona o crescimento pessoal, o conhecimento, a
informação e a aprendizagem, como ler jornais e revistas, assistir à TV ou discutir
idéias;
5 associativas - ligadas ao contato com as pessoas, sociabilização como encontrar
amigos, estar com a família ou fazer parte de associações e movimentos
46sócioculturais.
6 turísticas - busca por novas paisagens, novos estilos de vida como viagens e
passeios a lugares distintos do cotidiano. (CAMARGO, 1986:16-28).
Além desta classificação, existem obras que tratam especificamente do
lazer e turismo em áreas urbanas e que podem auxiliar para compreender as atividades
que os turistas desenvolvem nas grandes cidades e os tipos de atrativos relacionados,
principalmente, a atributos histórico-culturais, técnico-científicos e de entretenimento, e
com menor importância para atrativos referentes a manifestações de usos e costumes e à
natureza.
Destaca-se a importância de atrativos histórico-culturais e do fascínio
simbólico que estes espaços exercem sobre as pessoas, uma vez que as cidades
concentram monumentos e outros elementos que representam períodos da evolução das
várias fases históricas da sociedade moderna (CASTROGIOVANNI, 2000:25). Esse
autor afirma que:
"A cidade é uma construção física e imaginária, compreende um lugar e faz parte do todo geográfico. O tecido urbano é dinâmico e está inserido no processo histórico de uma sociedade. O traçado de uma cidade é uma arte processual e representa uma leitura temporal. A cada instante há mais do que os olhos podem ver, do que o olfato pode sentir ou do que os ouvidos podem escutar. Cada momento é repleto de sentimentos e associações a significados, portanto, há uma constante construção de significados. A cidade é o que é visto, mas mais ainda, o que pode ser sentido." (CASTROGIOVANNI, 2000:25)
Neste sentido, a atratividade dos centros urbanos distancia-se de
questões naturais. Por outro lado é fortalecida por realizações técnico-científicas que
demonstram ou representam o domínio do homem sobre o ambiente, graças às
pesquisas e ao desenvolvimento técnico-cultural da sociedade. Esta imagem de homem
construtor tem muitos opositores, que analisam a evolução tecnológica e os
conglomerados urbanos como ações de destruição ambiental e ganância capitalista.
47Entretanto, não há como negar que, para muitos, uma grande cidade como São Paulo
ou Nova Iorque constitui-se em espaço mágico que tem vida incessante e inebriante,
repleto de informações atualizadas e, conseqüentemente, de variadas opções de
entretenimento. (SERSON, 2000:233).
Fala-se em entretenimento em centros urbanos, porque este pode ser
entendido como um conceito ligado a metrópoles, constituindo-se em um elemento de
atração bastante significativo para o Turismo Urbano, pois são nestes espaços que as
novidades acontecem. Trigo destaca que o entretenimento está ligado à transformação
de informações em mercadoria, realidade percebida em cidades arraigadas de
significado de contemporaneidade, inovação e tecnologia:
“Em uma sociedade cuja informação é uma mercadoria valiosa e os fluxos de circulação da informação são controlados por instituições e empresas ligadas aos mais diversos setores produtivos, existe uma intrincada rede que agrupa em um mesmo fenômeno atividades que, na origem, são diferentes (esportes, notícias, arte, educação, lazer, turismo, show-business), mas que se articulam enquanto mercadorias destinadas a um consumo específico e caracterizado pelo prazer. Surge um grande e difuso espaço que pode ser denominado entretenimento ........ Ele perpassa todas as atividades e possibilita transformar tudo, literalmente tudo, em mercadoria para consumo, das mais ordinárias e baratas até as pretensiosamente mais exclusivas, sofisticadas e caras”. (TRIGO, 2003:21-22).
Entende-se que existam pessoas que se sentem atraídas e outras que
repelem os centros urbanos como espaços para serem visitados a lazer. Muitas cidades,
como São Paulo, têm sua imagem vinculada ao trabalho, à produção industrial, ao
comércio, à prosperidade financeira e ao entretenimento, e, em alguns casos, pouco se
ressalta de suas qualidades histórico-culturais porque estas não foram transformadas em
mercadoria que possa ser consumida de forma a promover status a quem as admira,
assim o entretenimento acaba se destacando, tornando-se o principal atrativo de centros
urbanos.
48Como esta pesquisa objetiva estudar os turistas de negócios que se
constituem em pessoas que desenvolvem atividades profissionais fora de seu domicílio,
com interesse maior em entender como estes usufruem seu tempo livre no centro urbano
visitado e, conseqüentemente, quais as atividades que lhe aprazem neste espaço, foi
preciso analisar a relação entre lazer e trabalho, bem como atividades de lazer em áreas
urbanas.
Para isso foi feita a análise do tempo livre e de lazer, segundo a linha
de análise de Bacal, com destaque para as atividades discricionais de repouso e de
diversão. Em seguida verificou-se que existem linhas teóricas que analisam a relação
entre o lazer e o trabalho, sendo estes opostos ou complementares. A bibliografia
mostrou, também, que existem profissionais com dificuldade para distinguir lazer de
trabalho e outros que conseguem dividir bem estas atividades.
Mas, a influência do trabalho sobre as atividades de lazer também
pode ocorrer em conseqüência do grau de satisfação do homem com seu trabalho,
podendo gerar as já mencionadas atitudes diferentes frente ao lazer. Apesar de se
considerar difícil detectar esta interferência, pesquisas sobre turismo de negócios
deveriam estudar melhor o assunto.
Outro elemento ligado ao lazer que se coloca como importante para a
consecução deste trabalho é a classificação de atividades de lazer para viabilizar
análises dos hábitos e preferências do turista de negócios. Assim como os tipos de
atrativos mais comuns que são ofertados em centros urbanos e viabilizam atividades de
lazer, uma vez que o presente trabalho se concretiza em feiras de negócios da cidade de
São Paulo.
Entendendo-se que São Paulo constitui um centro urbano complexo é
49que se dedica o próximo capítulo para descrever desde a infra-estrutura até serviços
de turismo que a cidade oferece, através de uma análise espacial e administrativa do
município.
50
2. SÃO PAULO: CIDADE DO TURISMO DE
NEGÓCIOS
2.1. Características da metrópole: a razão de ser do Turismo de Negócios em São Paulo
As grandes cidades vêm sendo apontadas como destinos preferenciais
para o Turismo de Negócios. Atividade cuja característica é gerar rentabilidade, o
Turismo de Negócios vem se expandindo nas sociedades industrializadas, que agregam
aos seus mais diversos recursos econômicos, sociais e culturais, a diversidade dos
serviços aos quais se juntam os atrativos turísticos e agências de receptivo. Nova Iorque,
Paris, Milão, Barcelona, Frankfurt, Londres, Tóquio e muitas outras estão entre as
cidades que atraem pessoas motivadas por relações comerciais e negócios em suas mais
diversas formas. No Brasil, algumas grandes cidades, como São Paulo, estão no rol
daquelas que interessam a investidores, técnicos, executivos entre tantos outros
inclinados a realizar negócios e participar de eventos, entre os quais se destacam feiras
comerciais, congressos, seminários, visitas técnicas e reuniões corporativas.
A região metropolitana de São Paulo, polarizada pela capital, é
formada por 39 municípios, e constitui uma enorme mancha urbana, onde estão
reunidas todas as condições que favorecem o Turismo de Negócios: sistema de
transportes, que a partir da capital se irradia em todas as direções; aeroportos, estações
rodoviárias e serviços especializados de táxi, helicópteros, motoboys, além do metrô e
outros; comércio e serviços em geral que primam pela diversidade; hospedagem
diferenciada, de vários níveis, capaz de atender públicos com necessidades específicas
como é o caso dos turistas de negócios.
51Figura 2: Distritos do Município de São Paulo - 2004
Fonte: http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/mapas/index.php - acessado em 17/12/04
Legenda: Azul e nuances: Região Norte – 18 distritos Vermelho e nuances: Região Leste – 33 distritos Amarelo: Região Central – 08 distritos Marrom e nuances: Região Oeste – 15 distritos Verde e nuances: Região Sul – 22 distritos
A extraordinária efervescência de São Paulo identifica-se com a
imagem de metrópole agitada, geralmente associada à avenida Paulista, local de grande
concentração das instituições financeiras do País1, das principais federações de
empresários e industriais do Brasil2, do museu cujo acervo é de interesse internacional3,
de mansões que remetem à história de famílias abastadas do início do processo de
1 Segundo o http://www.paulistaviva.com.br/ acessado em 02/01/2005: “Paulista dos grandes bancos. Do
Chase Manhattan, de Tóquio, passando pelo Exterior, de Espanha, o Union,, o da Argentina, o da República do Uruguai, o Central do Brasil. São noventa, sendo que muitos não se abrem para a rua, estão acima, não disponíveis para o público comum”.
2 A Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP) e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo ocupam um prédio na Av. Paulista, 1313. http://www.fiesp.com.br/fiesp/secao2/index.asp?id=574&se=18 acessado em 02/01/2005.
3 O Museu de Arte de São Paulo (MASP), localizado à Av. Paulista 1578, possui acervo com obras de artistas de diversos Países europeus e americanos, de renome internacional. Seu acervo é tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional, fazendo parte dos bens nacionais. http://www.masp.art.br/default.asp?PG=MUN acessado 02/01/2005.
52industrialização da cidade4. Na avenida Paulista manifestações e eventos políticos e
socioculturais5 acontecem, reunindo milhares de pessoas. A esta artéria paulistana
marcada pela expressiva realização de negócios, outras se juntam, como a região da
avenida Luiz Carlos Berrini e outros centros comerciais distribuídos pelos diversos
distritos do município (anexo 1).
Segundo dados da Prefeitura e do SEADE6, o município de São Paulo
está dividido em cinco regiões, compostas por 96 distritos, totalizando 1.509
quilômetros quadrados de área7, registrando uma população de 10.676.760 habitantes8
no ano de 2004.
Em São Paulo, a maior metrópole da América do Sul, estão instaladas
sedes de empresas multinacionais, grandes grupos financeiros, centros de comércio com
relevância nacional, além de uma vasta e variada quantidade de empresas nas áreas de
serviços, condição que também propicia o desenvolvimento do Turismo de Negócios.
Segundo dados do site oficial de turismo da cidade:
“A cidade de São Paulo é o maior destino de turismo de negócios da América Latina. Os números confirmam seu potencial. Este ano, por exemplo, mais de 70% das feiras programadas no País foram realizadas na Capital. E, para 2005, espera-se crescimento maior. Segundo dados da UBRAFE - União Brasileira dos Promotores de Feiras - já estão agendadas para o próximo ano 150 feiras, reunindo 35 mil empresas. Desse total, 75% dos eventos ocorrerão na cidade de São Paulo. Todo mês cerca de 1,4 milhão de pessoas desembarcam na cidade para fazer negócios e participar de eventos internacionais. São 90 mil eventos por
4 Hoje a Casa das Rosas, antiga residência da família Ramos de Azevedo, localizado no número 37 da
Avenida Paulista, é um espaço cultural gerido pelo Governo do Estado. http://www.sampa.art.br/SAOPAULO/casadasrosas.htm acessado em 02/01/2005. 5 Um exemplo foi a Parada do Orgulho Gay, que segundo dados da Policia Militar, reuniu 1,5 milhões de
pessoas na edição de 2004 que aconteceu no dia 13/06/2004. http://exclusivo.terra.com.br/paradagay/interna/0,,OI324568-EI3613,00.html acessado em 02/01/2005.
6 http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/numeros_da_cidade/index.php - acessado em 17/12/04 e http://www.seade.gov.br/produtos/msp/ acessado em 19/12/04.
7 Fonte: http://ww1.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/organogramas/index.php?p=487&more=1&c=1&tb =1&pb=1, acessado em 17/12/04.
8 Fonte: http://www.seade.gov.br/produtos/msp/ acessado em 19/12/04.
53ano. É um segmento que gera 5 bilhões de reais ao ano, movimentando no total 56 setores da economia.” (http://www.cidadedesaopaulo.com/ acessado em 02/01/2005).
A dimensão dessa atividade é favorecida pelo sistema de transporte,
sendo o aeroporto uma parte essencial para o desenvolvimento do turismo.
Dados do Anuário Estatístico do Embratur revelam que o aeroporto
internacional de São Paulo constitui principal portão de entrada do Brasil, com um
movimento de 1.991.281 desembarques de estrangeiros, representando 48,7% do total
de chegadas no Brasil. (EMBRATUR 2004:13-14) (tabela 3).
Tabela 3
Chegada de Turistas Estrangeiros no Brasil Segundo o Portão de Entrada - 2003
Portão de entrada Número de turistas estrangeiros % São Paulo 1.991.281 48,7
Rio de Janeiro 629.508 15,4 Rio Grande do Sul 566.134 13,8
Paraná 428.974 10,5 Outros estados 474.693 11,6
Total 4.090.590 100 Fonte: Anuário Estatístico 2004 EMBRATUR em <http://www.embratur.gov.br/0-catalogo-documentos/Anuario/AnuarioEstatistico2004.pdf> acessado em 27/12/2004.
Conforme o Panrotas, o aeroporto de Cumbica é o terminal aéreo que
mais recebe vôos internacionais, e o de Congonhas o de maior fluxo de vôos domésticos
do Brasil. Esses dados e informações devem ser vistos com cautela, pois muitas pessoas
apenas passam pelos aeroportos, e seguem para outros destinos, por tratar-se de um
ponto de chegada e de conexão. (PANROTAS, maio 2004).
O Estudo sobre a Demanda Turística Internacional de 2003 analisa a
relevância da motivação de negócios para os turistas que chegam a São Paulo, que se
destaca entre as cidades brasileiras mais visitadas por estrangeiros (tabela 4).
54A pesquisa da EMBRATUR, entretanto, não fornece valores
absolutos, apenas percentuais, o que dificulta avaliar o volume de turistas. Pelo mesmo
motivo fica difícil, também, quantificar os turistas de negócios que chegam a São Paulo.
Tabela 4
Motivo da Viagem de Turistas Internacionais Segundo Cidade Visitada - 2003
Cidade Motivo da Viagem em %
Negócios Lazer Outros São Paulo 37,9 42,7 19,4 Belo Horizonte 34,2 30,3 35,4 Rio de Janeiro 25,4 57,9 16,7 Porto Alegre 25,4 55,3 19,3 Recife 18,9 62,6 18,5 Salvador 15,3 71,1 13,6 Florianópolis 15,3 68,1 16,6 Fortaleza 15,0 66,3 18,7 Foz do Iguaçu 12,5 75,7 11,8
Fonte: Estudo da Demanda Turística Internacional 2003 em <http://www.embratur.gov.br/0-catalogo-documentos/demanda%20turistica/EstudodaDemandaTuristicaInternacional2003.pdf> acessado em 27/12/2004.
A análise de dados sobre Tráfego Aéreo de Passageiros, em linhas
regulares nacionais nos aeroportos da grande São Paulo, fornecidos pelo Anuário
Estatístico da EMBRATUR de 2002 (anexo 2), permite que se tenha uma idéia do
volume de pessoas que desembarcam na capital paulista por linhas aéreas regulares, e
saber quais são as cidades que mais enviam visitantes, por via aérea, para a cidade de
São Paulo. Chega-se a esta conclusão subtraindo-se do número de chegadas, as partidas
de São Paulo para diversas capitais. Deste modo foi possível identificar, no território
nacional, localidades que se caracterizam como emissivas para São Paulo, aqueles onde
o resultado é positivo. Observa-se que, em 2001, São Paulo recebeu aproximadamente
540 mil visitantes domésticos, sendo que os principais pólos emissores de turistas para
São Paulo foram: Curitiba (PR), Goiânia (GO), Porto Alegre (RS), Rio de Janeiro (RJ),
Salvador (BA) e Recife (PE).
55Componente importante do sistema de transportes, os terminais
rodoviários têm função similar à dos aeroportos. Em São Paulo existem quatro terminais
rodoviários que movimentam fluxos nacional e internacional, totalizando o
desembarque de mais de 1,4 milhão de pessoas por mês, que chegam à cidade por
ônibus, conforme números da Secretaria da Ciência, Tecnologia, Desenvolvimento
Econômico e Turismo do Estado de São Paulo9 (anexo 3).
O volume de pessoas que chega a São Paulo, por via terrestre indica a
importância desse destino no panorama nacional. Entretanto, este fluxo não tem sido
relacionado a São Paulo como destino de lazer, apesar de sua potencialidade, traduzida
em uma vasta oferta de museus, monumentos, teatros, cinemas, parques e outros tipos
de entretenimento como boates, bares e restaurantes. Sua imagem permanece voltada,
principalmente, para os negócios.
Na realidade, São Paulo comanda uma grande metrópole que sofre
com as conseqüências de um crescimento populacional rápido e desordenado. O
planejamento urbano deve procurar amenizar problemas relacionados à ocupação do
solo, ao transporte, à habitação, à poluição, ao saneamento básico e questões sociais
ligadas à educação, saúde, distribuição de renda e violência. A densidade populacional é
de 7.077,4 hab./Km2 10, sendo grande o número de visitantes que transitam na cidade
diariamente. A imagem que se tem desse espaço é de grande demanda e até, saturação
dos serviços públicos, situação que, muitas vezes faz, com que as pessoas dele se
distanciem e só o visitem por necessidades de trabalho como, por exemplo, realizar
negócios. Outras vezes, a cidade é visitada pela concentração de acervo histórico-
cultural e pelas opções de entretenimento ímpares que detém.
9 www.ciencia.sp.gov.br. Acessados em 10/04/2004. 10 Dados do SEADE referentes a 2004. http://www.seade.gov.br/produtos/msp/tabela_sintese.htm
acessado em 19/12/2004.
56Outros componentes contribuem para explicar a diversidade de São
Paulo como destino turístico de lazer e de negócios. A análise da oferta de atrativos da
cidade, segundo as cinco regiões serviu para avaliar a sua contigüidade em relação aos
espaços que concentram as feiras de negócios e os desafios de acesso podendo auxiliar
na elaboração de roteiros para o turista de negócios.
2.2. Oferta de atrativos paulistana: diversidade e distribuição territorial
A variedade e grande quantidade de atrativos que a cidade de São
Paulo possui torna difícil a tarefa de listar todos os espaços de interesse turístico. Fazer
um levantamento de campo para constatar e descrever cada um dos atrativos, bem como
horários de acesso, preços e outros dados característicos, esta seria a forma mais
completa para a elaboração de um guia, ou mesmo um catálogo, que subsidiasse turistas
e até moradores sobre pontos de São Paulo interessantes para visitação. Entretanto, o
que existe são informações pontuais e não se tem conhecimento de um material que
congregue toda a oferta da cidade. Sabe-se que tal trabalho depende de patrocínio e
incentivo público e privado para se concretizar, além de exigir pesquisa detalhada e
constantes atualizações, em função da dinâmica percebida com a abertura e o
fechamento de estabelecimentos ligados ao setor de entretenimento, como bares e casas
noturnas.
Alguns sites, jornais e revistas relacionam os teatros, cinemas e filmes
em cartaz na capital, o mesmo acontece com restaurantes, bares e casas de show.
Entretanto, se em um determinado dia ou semana não existe nenhum acontecimento
programado para um destes espaços, este não figura na lista destes meios de
comunicação e, portanto, pode ser esquecido como espaço potencial de visitação.
57Os monumentos ou construções vinculados a fatos históricos ou que
representam estilos de época ou, ainda, que se destacam pela beleza arquitetônica ou
pela importância relativa às questões técnico-científicas como viadutos, estações,
avenidas, shopping centers e indústrias, muitas vezes não aparecem entre as opções de
passeios registradas em guias ou revistas ligadas ao lazer, entretenimento ou turismo. O
patrimônio edificado, por exemplo, muitas vezes não exerce atração sobre moradores ou
visitantes freqüentes, e, no entanto, podem apresentar grande interesse para turistas que
se encantam com a suntuosidade e variedade dos estilos da arquitetura de uma cidade
que é marcada pela imagem de grande metrópole.
Apenas alguns monumentos históricos são destacados em guias
turísticos especializados. O Guia Brasil 4 Rodas 2005, por exemplo, que relaciona 51
locais de interesse histórico-cultural entre os quais: diversos museus, construções,
igrejas; 14 parques naturais; 4 parques temáticos; 8 manifestações e usos populares
como feiras e bairros típicos; diversos restaurantes e bares. Mas, nada remete às
conquistas técnico-científicas, aos shopping centers, às ruas comerciais, aos
característicos prédios COPON, Edifício Itália, ou à Cidade Universitária, ou, ainda, à
avenida Luiz Carlos Berrini com seus prédios comerciais de arquitetura impar, ou ao
autódromo e aos estádios de futebol, palcos de decisões dos principais campeonatos
brasileiros. A vasta oferta de cinemas e teatros, considerados espaços onde são
realizados os acontecimentos programados, principal fator diferencial do lazer de São
Paulo, também não é mencionada.
Diante da falta de uma única fonte que relacione os atrativos de São
Paulo e não cabendo, neste momento, realizar um levantamento de campo minucioso,
58pois esta não é a proposta do presente trabalho, foram utilizadas diversas fontes11
para o levantamento do que se acredita ser de interesse turístico, incluindo-se
construções tombadas mas que, atualmente, não estão em boas condições para serem
visitadas, embora futuramente possam compor roteiros histórico-culturais, em função de
sua relevância arquitetônica ou histórica.
Para elaborar uma lista completa de atrativos turísticos da cidade de
São Paulo, estes foram classificados, com base na metodologia da EMBRATUR, em
seis categorias subdivididas em 24 tipos (tabela 5).
11 SEADE que publica o www.guiacultura.sp.gpv.br acessado em 23/12/2004; Anhembi Turismo que publica o www.cidadedesaopaulo.com acessado em 23/12/2004; http://www.embratur.com.br acessado em 26/02/2004; www.spcvb.com.br acessado em 19/12/2004; www.guiasp.com.br acessado em 19/12/2004; www.saopaulobairros.com.br acessado em 19/12/2004; http://www.abresi.com.br acessado em 27/12/2004; www.meuseus.sp.gov.br; www.prefeitura.sp.gov.br acessado em 19/12/2004. Guia Brasil 4 Rodas 2005; Revista Veja São Paulo, Guia do Estado de São Paulo; http://geo.sampa.prodam.sp.gov.br/principal.asp# acessado 05/01/2005.
59Tabela 5
Classificação de Atrativos Turísticos em São Paulo
Categorias Num. Abs. % Tipos Núm. Abs. %
1. Acontecimentos Programados
351 25,0 1. Cinema 244 17,4 2. Shows 15 1,1 3. Teatro 92 6,6
2. Divertimento 233 16,6
4. Bar 107 7,6 5. Dança 86 6,1 6. Esporte 24 1,7 7. Parque temático 16 1,2
3. Histórico-cultural 303 21,6
8. Biblioteca 13 0,9 9. Centro Cultural 79 5,6
10. Monumento 97 6,9 11. Museu 90 6,4 12. Religioso 23 1,6 13. Roteiro 1 0,1
4. Manifestações e Usos Populares
398 28,4
14. Bairro 5 0,4 15. Feiras 12 0,9 16. Festas 2 0,1 17. Gastronomia 379 27,0
5. Naturais 56 4,0 18. Parques 46 3,3 19. Praças 10 0,7
6. Técnico-científico 62 4,4
20. Avenida 6 0,4 21. Compras 40 2,9 22. Edifício 10 0,7 23. Estação 4 0,3 24. Viaduto 2 0,1
Total 1403 100 Total 1403 100 Fonte: adaptado de EMBRATUR 1984:15-22 e dados compilados de diversas fontes citadas nas referências bibliográficas.
Observa-se que os atrativos da categoria manifestações e usos
populares são os que mais se destacam (28,4%). Nesse conjunto merece realce a
gastronomia que congrega restaurantes de diversos tipos de cozinha, fato comprovado
pelos dados da Associação Brasileira de Restaurantes e Similares (ABRESI)12, que
enumera, aproximadamente, 3.500 restaurantes diferenciados, entre 46 tipos de cozinhas
internacionais, indicando que São Paulo é conhecida por sua gastronomia de qualidade.
Os listados nesta pesquisa são apenas os que aparecem no Guia Brasil 4 Rodas 2005, no
Guia O Estado de São Paulo e na Veja São Paulo. Assim, pode-se dizer que foram
considerados apenas os restaurantes com cardápio e ambiente adequado para atrair
turistas, sendo ignorados aqueles que servem refeições de baixo custo para atender à
60população local que busca estabelecimentos situados nas proximidades do lugar onde
trabalha. Entende-se que esses restaurantes de categoria simples compõem infra-
estrutura de alimentos e bebidas que não têm caráter de atrativo turístico.
Em seguida, destacam-se os acontecimentos programados com uma
participação de 25,0% entre os atrativos. Nessa categoria são considerados cinemas,
teatros e locais de shows, sendo bastante significativo o número total de cinemas. Os
atrativos histórico-culturais (21,6%) figuram como a terceira categoria que mais ocorre
em São Paulo, com destaque para a quantidade de monumentos, museus e centros
culturais. Estes números ressaltam a significância da vida artístico-cultural e a
importância histórica da cidade.
A categoria “divertimento” que engloba espaços para atividades
noturnas como bares, danceterias e similares, parques temáticos e locais para a prática
de esportes como estádios, ginásios e autódromos também têm importante participação
entre os atrativos da cidade (16,6%). Deve-se considerar ainda os bingos que, segundo a
Associação Brasileira dos Bingos (ABRABIN)13, são aproximadamente 110 na cidade
de São Paulo, além das casas de jogos eletrônicos e as lan house, empreendimentos, que
podem ser classificados como atrativos de entretenimento do tipo jogos de azar. A falta
de informações precisas sobre a localização destes equipamentos impediu que fossem
discriminados. Sabe-se, entretanto, que eles estão espalhados por todas as regiões de
São Paulo, e que poderiam reforçar o percentual de entretenimento que a cidade oferece.
Os atrativos técnico-científicos que se referem a obras realizadas
pelo homem, e que representam ícones da urbanização como obras arquitetônicas e
locais para compras, entre os quais estão shopping centers e ruas comerciais, têm
12 http://www.abresi.com.br acessado em 27/12/2004. 13 http://www.abrabin.com.br/final/index.htm acessado em 06/01/2005.
61uma participação de 4,4% entre os atrativos. Apesar da Prefeitura de São Paulo14
divulgar que a cidade possui 70 shopping centers, o levantamento mostrou que os
locais de compra mais conhecidos somam apenas 40. Esse número exagerado talvez
se explique pelo critério adotado nas estatísticas da gestão municipal: devem estar
sendo contabilizadas galerias e grupos de estabelecimentos comerciais que não
chegam a ter a característica de shopping center, pois entende-se que nesse deve
haver infra-estrutura como estacionamento, áreas de alimentação e outros
entretenimentos que complementam o caráter comercial do lugar.
Considerando-se que São Paulo é eminentemente urbana sobressai
esse caráter em detrimento da natureza. Entretanto o município conta com parques de
grandes áreas territoriais e relevante valor de atração turística em função de sua
beleza cênica (4,0%), como o caso do Parque do Ibirapuera e o Parque da Cantareira,
ou de sua infra-estrutura como o Jardim Zoológico.
Com base nesta classificação fez-se uma análise dos tipos de
atrativos e sua localização em relação às regiões: Central (1), Leste (2), Norte (3),
Oeste (4) e Sul (5), e segundo o tipo e a categoria. Esse procedimento serviu para
conhecer onde a concentração é maior além de contribuir para identificar atrativos
turísticos que possam interessar aos turistas de negócios. Além disso, a localização
dos atrativos facilita a análise da viabilidade de acesso para quem visita feiras de
negócios.
14 Dado divulgado no site da Prefeitura: <http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/noticias/index.php?p=1122> acesso em 05/12/2005.
62
Gráfico 2.2.1.: Categorias de Atrativos por Região de São Paulo
Constatou-se que a Região Oeste, com 128 Km2 de área, concentra o
maior número de atrativos. Ela é compreendida pelos distritos: Alto de Pinheiros, Barra
Funda, Butantã, Itaim Bibi, Jaguara, Jaguaré, Jardim Paulista, Lapa, Morumbi, Perdizes,
Pinheiros, Raposo Tavares, Rio Pequeno, Vila Leopoldina, Vila Sônia. Nesta região
destacam-se as manifestações e usos populares, com significativa participação da
gastronomia pois, segundo o levantamento, a grande maioria dos restaurantes
diferenciados concentra-se nos distritos de Itaim Bibi, Perdizes, Pinheiros e Jardim
Paulista. Da mesma forma, os entretenimentos que congregam bares e casas noturnas
para dançar e locais para esportes também são muito presentes nestas localidades. A
seguir aparecem, os acontecimentos programados, pois nos distritos Jardim Paulista,
Pinheiros, Perdizes e Morumbi também existe uma grande oferta de salas de cinema,
atrativo que mais aparece nesta categoria. Os atrativos histórico-culturais também se
sobressaem, com um significativo número de museus, centros culturais e monumentos.
Há grande oferta de atrativos técnico-científicos, concentrando muitos locais para
8,4
2,4
10,8
4,9
0,61,6
3,2 1,4 1,60,6
0,50,4
1,7 0,60,90,60,7
0,4
5,9
7,4
5,4
16,4
0,9 1,0
5,8
4,8
2,9
5,8 1,3 0,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
%
1 2 3 4 5 Acontecimentos Programados Divertimento Histórico-culturalManifestações e Usos Populares Natural Técnico-científica
63realizar compras, entre eles os mais tradicionais shopping centers como o Eldorado e
o Iguatemi. Esta região é a segunda que mais oferta atrativos naturais, com significativo
número de parques.
Gráfico 2.2.2.: Tipos de Atrativos na Região Oeste
16,0%
20,0%
14,6%
44,2%
2,5% 2,7%
Acontecimentos Programados Divertimento Histórico-cultural
Manifestações e Usos Populares Natural Técnico-científica
64
A Região Central, segundo dados do SEADE15, tem 26 Km2 sendo
a que detém maior densidade populacional da cidade (13.351,6 hab./Km2) (anexo 4).
Composta pelos distritos: Bela Vista, Bom Retiro, Cambuci, Consolação, Liberdade,
República, Santa Cecília e Sé é a segunda região em concentração de atrativos, com
predomínio dos histórico-culturais. Isso se explica por ter sido nesta que o município
foi fundado, razão pela qual ela concentra construções de valor histórico, como
monumentos, centros culturais, museus e espaços religiosos. Em seguida, destacam-
se os acontecimentos programados, pois as avenidas Paulista, Consolação,
Liberdade, Brigadeiro Luiz Antônio e Rui Barbosa sediam grande número de
cinemas e o maior número de teatros da cidade. A oferta de manifestações e usos
populares se sobressai em virtude da ocorrência de restaurantes, alguns bastante
tradicionais que vêm funcionando por décadas, como exemplo o Bassi na Bela Vista.
Os entretenimentos também são freqüentes na Região Central que abriga bares e
casas noturnas como o Bar Brahma, na conhecida esquina da avenida Ipiranga com a
avenida São João. Os atrativos técnico-científicos destacam-se em função de
edifícios e obras urbanas como o viaduto do Chá e o Edifício COPAN.
15 http://www.seade.gov.br/produtos/msp/dem/dem9_009.htm> acessado em 06/01/2005.
65
Gráfico 2.2.3.: Tipos de Atrativos na Região Central
29,4%
8,2%
37,6%
17,2%
2,0% 5,7%
Acontecimentos Programados Divertimento Histórico-cultural
Manifestações e Usos Populares Natural Técnico-científica
66
A Região Sul, que é a maior em área abrangendo 733 Km2 (48,6%
do total do território do município) é composta por 22 distritos. É a terceira que mais
oferece atrativos. Considerando que os distritos de Moema, Campo Belo, Santo Amaro
e Vila Mariana são bairros com muitos estabelecimentos comerciais ligados a alimentos
e bebidas, verifica-se significativo número de manifestações e usos populares
decorrentes dos inúmeros restaurantes, e também de acontecimentos programados,
sendo que dentre todas as regiões do município esta é a que mais oferece salas de
cinema. A seguir vêm os entretenimentos, graças a grande quantidade de bares, casas
noturnas e locais para a prática de esportes. Os atrativos histórico-culturais se destacam
com a presença de diversos museus e monumentos. Os atrativos naturais também têm
relevância nesta região, que concentra o maior número de parques da cidade como
Ibirapuera, Guarapiranga e Jardim Botânico e Jardim Zoológico. A ocorrência de
atrativos técnico-científicos se dá em função de diversos espaços de compras da região.
Gráfico 2.2.4.: Tipos de Atrativos na Região Sul
26,9%
22,3% 13,6%
26,9%
6,0% 4,3%
Acontecimentos Programados Divertimento Histórico-cultural
Manifestações e Usos Populares Natural Técnico-científica
67A Região Leste que congrega 33 distritos em uma área de 327 Km2,
caracteriza-se por ser a região mais populosa de São Paulo com 37% do total dos
moradores. Possui apenas 7,8% do total de atrativos da cidade, sendo que os
acontecimentos programados são os que mais aparecem (41,3%). Alguns monumentos
constituem os atrativos histórico-culturais. O razoável número de bares na região
garante a sua participação nos entretenimentos da cidade (18,3%).
Gráfico 2.2.5.: Tipos de Atrativos na Região Leste
Com 295 Km2, a Região Norte é a que conta com menor oferta de
atrativos, despontando, também, os acontecimentos programados em função de salas de
41,3%
18,3%
20,2%
8,3%
6,4%5,5%
Acontecimentos Programados Divertimento Histórico-cultural
Manifestações e Usos Populares Natural Técnico-científica
68cinema. Os museus se destacam com atrativos histórico-culturais, sendo que a região
concentra a maior área territorial da cidade em atrativos naturais, com destaque para os
Parques Estaduais da Cantareira e do Jaraguá.
Gráfico 2.2.6.: Tipos de Atrativos na Região Norte
Por fim, deve-se considerar que um sistema de transporte adequado
e eficiente pode beneficiar a visitação aos atrativos. Nas regiões Oeste e Central, o
metrô, que é um transporte público, acaba sendo um fator positivo para o turismo de
negócios, uma vez que o acesso é fácil para as pessoas provenientes dos espaços de
eventos localizados nas regiões Norte e Oeste (Santana- Pavilhão Anhembi, Vila
Guilherme-Expo Center Norte, Vila Leopoldina – ITM) e para aquelas hospedadas
nos principais redutos de hotéis como República, Consolação, Bela Vista e Jardim
Paulista. Esse fato garante ao turista certa liberdade para fazer visitas por conta
própria. Entretanto, turistas que buscam os espaços de eventos localizados na zona
33,8%
12,7%18,3%
12,7%
14,1%
8,5%
Acontecimentos Programados Divertimento Histórico-cultural
Manifestações e Usos Populares Natural Técnico-científica
69sul (Cursino - Imigrantes, Santo Amaro – Expo Center Transamérica e Moema –
Pavilhão da Bienal) enfrentam problemas. Esses locais ficam distantes das regiões
Oeste e Central e, além disso, não há transporte público eficiente que ligue estas
regiões. Os hóspedes dos luxuosos hotéis da região da Berrini também enfrentam o
problema da distância e do acesso. Tais dificuldades podem levar o turista a
restringir suas visitas aos atrativos da cidade e, provavelmente, eles se limitarão a
procurar atrativos da Região Sul.
Mesmo, sendo numerosos e diversificados os atrativos de São
Paulo parecem ser pouco procurados por grupos de turistas. A demanda por roteiros
turísticos pela cidade, apoiados em ônibus ou vans, é eventual, conforme depoimento
de funcionários de hotéis e agências que atendem basicamente o público de negócios.
A oferta de atrativos foi analisada para verificar a disponibilidade de
recursos oferecidos ao turista de negócios para eventual uso de seu tempo livre. A
ampliação do tempo de permanência poderá vir em decorrência dessa procura que,
certamente será facilitada se houver uma rede de meios de hospedagem eficiente,
adequada e de acesso fácil em relação aos objetivos deste segmento.
70
2.3. Hotelaria em São Paulo: características e localização
Com relação à infra-estrutura de hospedagem observa-se que a
hotelaria paulistana passou por uma fase de ampliação e reformulação na última década
e, hoje, estão instalados hotéis de diversas redes hoteleiras internacionais, com
empreendimentos desde super luxo até hotéis econômicos (CARVALHO; 2000:209-
210). Esse processo introduziu novos conceitos de serviços e de qualidade no
atendimento. Segundo a ABEOC estima-se que, atualmente, São Paulo conte com
aproximadamente 66 mil unidades habitacionais (UHs), incluindo a oferta de flats
(ABEOC Apud MARTIN, 2002:3-4)
Entende-se que para estudar o turista de negócios, é fundamental
conhecer o conjunto e as características dos hotéis de São Paulo. Além disso, é
importante avaliar a sua distribuição pelas regiões administrativas do município e
conhecer as suas categorias em relação ao conforto.
Dados sobre a nova matriz de classificação hoteleira, elaborada por
um convênio entre a EMBRATUR e a Associação Brasileira da Indústria Hoteleira
(ABIH)16, viabilizaram a análise das categorias dos hotéis de São Paulo. Novas normas
sobre classificação de meios de hospedagem estão vigentes desde 2002 e os antigos
regulamentos de fiscalização e procedimentos de classificação da EMBRATUR, que
obrigavam os hotéis a colocarem, em local visível, uma placa divulgando sua
classificação junto ao órgão federal, foram revogados por uma deliberação normativa.
Assim ficou facultativo aos meios de hospedagem requerer a classificação mediante o
pagamento de uma taxa, dependendo da categoria do estabelecimento. Todavia
16 Associação que reúne hotéis de todo o Brasil, com forte representatividade junto ao setor e em
conselhos instituídos pela EMBRATUR.
71verificou-se que apenas 20 hotéis, em todo o País, estão oficialmente classificados
pela nova matriz e nenhum destes localiza-se em São Paulo.
Diante desta constatação, percebeu-se que seria necessário buscar uma
nova fonte que descrevesse os meios de hospedagem de São Paulo, da forma mais
próxima, possível, da classificação oficial. Então recorreu-se ao Guia Brasil 4 Rodas,
referente a 2005, que relaciona 132 hotéis e 86 flats classificando-os entre as categorias
luxo (que será considerada similar a 5�), muito confortável (4�), confortável (3�),
médio conforto (2�) e simples (1�). Esse guia também indica o endereço dos
estabelecimentos, permitindo a localização dos hotéis nas cinco regiões de São Paulo. A
utilização desta fonte justifica-se pelas sucessivas classificações que este periódico vem
apresentado dos hotéis do País. Entretanto, alguns hotéis tradicionais como o Maksoud
Plaza não constavam neste guia e, além disso, hotéis simples não foram avaliados por
esta fonte, que tem caráter eminentemente comercial. Assim, em virtude de fatores
subjetivos, alguns empreendimentos hoteleiros podem não ter sido divulgados. Decidiu-
se, então, por buscar outras fontes que relacionassem hotéis e serviços, de forma a
viabilizar uma categorização similar à atribuída pelo Guia Brasil 4 Rodas, para
completar a lista de hotéis da cidade.
Utilizou-se dados do site www.hotelonline.com.br que divulga uma
lista com quase 300 hotéis e flats localizados na capital paulista, sendo que 197 destes já
constavam da relação do Guia 4 Rodas. Dos 101 restantes, 51 estavam desativados ou
não foi possível fazer contato telefônico para atestar sua categoria de conforto. Outros
50 foram contatados e verificando-se alguns dados básicos (anexo 5), atribuiu-se
categoria similar à adotada pelo Guia 4 Rodas.
72Além disso, fez-se uma comparação com a lista dos hotéis
divulgados no site oficial da cidade17, que somam 318, mais os 144 flats e três
albergues, totalizando 465 equipamentos de hospedagem na cidade de São Paulo, dos
quais 203 foram incluídos na lista de hotéis elaborada para este estudo, considerando a
região em que estão localizados e a categoria, segundo os dados básicos fornecidos no
site, sobre serviços e acomodações destes empreendimentos hoteleiros.
49,7%
20,0%
22,5%
5,3% 2,5%
Uma Duas Três Quatro Cinco
Gráfico 2.3.1.: Categoria dos Meios de Hospedagem de São Paulo
17 http://www.cidadedesaopaulo.com/ acessado em 21/01/2005.
73
No conjunto, o levantamento considerou 471 meios de hospedagem
instalados na cidade de São Paulo, incluindo-se hotéis, flats e albergues, que foram
classificados segundo suas condições de conforto. Essa avaliação foi feita de acordo
com os serviços e equipamentos que oferecem, com base nos critérios divulgados no
Guia Brasil 4 Rodas 2005.
47,3%
26,8%
19,5%
3,8% 2,5%
Central Oeste Sul Norte Leste
Gráfico 2.3.2.: Distribuição dos Meios de Hospedagem pelas Regiões de São Paulo
O que se observou com este levantamento foi que quase a metade dos
empreendimentos hoteleiros da cidade de São Paulo são simples, considerados como
1� (49,7%). Trata-se de hotéis de pequeno porte com uma oferta entre 20 e 100 UHs
que, na maioria dos casos, não oferecem serviços de internet, room service,
equipamentos de lazer ou estacionamento. São negócios familiares, com poucas redes
hoteleiras, atuando neste segmento até o momento desta análise, podendo-se citar
apenas três hotéis da bandeira Formule 1 da rede Accor, considerados como super
econômicos. No geral, estes meios de hospedagem têm a média das diárias entre R$
30,00 e R$ 70,00.
74Verifica-se que 33,1% estão localizados na Região Central, que é
bem servida por estações de metrô e linhas de ônibus metropolitano, facilitando o
deslocamento dos turistas pela cidade toda; 7,0% na Região Oeste, bem distribuídos por
todos os distritos, mas poucos estão nos arredores do ITM Expo Feiras e Convenções;
4,9% na Região Sul, com destaque para as imediações do aeroporto de Congonhas,
2,8% na Região Norte, nas proximidades do terminal rodoviário do Tietê e,
conseqüentemente, perto do Pavilhão do Anhembi e do Expo Center Norte; e 1,9% na
Região Leste, com concentração no distrito do Brás, que tem vocação comercial.
33,1
7,0
4,9
2,81,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
%
Central Oeste Sul Norte Leste
Gráfico 2.3.3: Distribuição dos Meios de Hospedagem 1 ���� pelas Regiões de São Paulo
75
7,6
8,7
3,4
0,00,2
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
%
Central Oeste Sul Norte Leste
Os hotéis de categoria de médio conforto, ou seja, 2�, oferecem
serviços e equipamentos variados e com qualidade um pouco superior aos classificados
com 1�. Cobram diárias mais elevadas, que giram em torno de R$ 70,00 e R$ 150,00.
Estes empreendimentos também têm características de empresas familiares. Como
exemplo de bandeira de rede internacional classificada com 2�, pode-se citar o IBIS,
também da rede Accor, que possui apartamentos confortáveis mas não oferece serviço
de quarto, de mensageiro ou outras facilidades.
Os hotéis e flats de 2� somam 20% da oferta de meios de
hospedagem da cidade, sendo que 8,7% destes estão na região oeste, 7,6% na região
central e 3,4% na Região Sul e apenas 0,2% na região leste. Não existe nenhum hotel
desta categoria na Região Norte, exatamente onde se concentram os centros de
exposições que abrigam as feiras de negócios.
Gráfico 2.3.4: Distribuição dos Meios de Hospedagem 2 ���� pelas Regiões de São Paulo
76O número de meios de hospedagem confortáveis, considerados 3�,
supera um pouco os de 2�, representando 22,5% da oferta hoteleira de São Paulo. São
hotéis ou flats que oferecem serviços de qualidade como room service 24 horas por dia,
business center com facilidades como fax, computador, impressora, internet para
viabilizar o dia-a-dia do turista de negócios, restaurantes e, usualmente, possuem
equipamentos de lazer como fitness center, piscina e sauna. Na maioria, são
empreendimentos de redes hoteleiras como a bandeira de flats Parthenon e
Transamérica e hotéis como o Blue Tree. As diárias variam entre R$ 150,00 e R$
300,00.
Grande parte destes meios de hospedagem localiza-se na Região Sul
(9,1%), com concentração nos distritos de Moema e Vila Mariana, que estão perto do
Pavilhão da Bienal e no distrito de Santo Amaro, com destaque para as imediações da
avenida Luiz Carlos Berrini e rua Américo Brasiliense, áreas que concentram sedes de
grandes empresas e estão próximos ao Expo Center Transamérica. Vale destacar, que é
quase nula a oferta de hotéis 3� nas imediações do Centro de Exposições Imigrantes.
A Região Oeste abriga 7,0% de hotéis 3�, que se aglutinam no
distrito do Jardim Paulista. Esta possui comércio sofisticado e vários estabelecimentos
de entretenimento e gastronomia, além de ruas arborizadas e bairros residenciais.
Distrito limítrofe à avenida Paulista o Jardim Paulista é servido por metrô, o que facilita
o deslocamento pela cidade. Quem se hospeda nesta região está próximo à Região
Central, mas em um ambiente urbano que possui vida noturna mais animada que a do
centro da cidade que, em virtude de suas características como centro de negócios,
apresenta, durante a noite, logradouros ocupados por moradores de rua e marginais.
Avalia-se que os investidores do setor hoteleiro têm preferência por distritos
77contemplados com a lei de zoneamento, que viabiliza conjugar as funções comercial
e residencial.
A Região Norte conta com 1,1% da oferta de hotéis 3�, que se
posicionam nas proximidades do Expo Center Norte (Novotel Expo Center Norte) e do
Pavilhão do Anhembi (Holiday Inn Park Anhembi). A Região Leste possui, apenas,
0,4% de hotéis 3�.
4,9
7,0
9,1
1,1
0,4
0,0
1,0
2,0
3,0
4,0
5,0
6,0
7,0
8,0
9,0
10,0
%
Central Oeste Sul Norte Leste
Gráfico 2.3.5: Distribuição dos Meios de Hospedagem 3 ���� pelas Regiões de São Paulo
78
Os hotéis de categoria 4� são considerados muito confortáveis em
função de suas instalações, pois têm a decoração sempre renovada, transmitindo a
sensação de um espaço novo, sofisticado, limpo e organizado. No geral possuem áreas
com dimensões maiores que os hotéis de menor conforto. Oferecem, também, serviços
de qualidade e equipamentos de lazer variados. Cobram diárias entre R$ 300,00 e R$
500,00.
Este tipo de estabelecimento hoteleiro totaliza apenas 5,3% das opções
de hospedagem de São Paulo, e se concentra na Região Oeste (2,8%), possivelmente
pelos mesmos motivos apontados para a categoria de hotéis 3�. Nas regiões Sul e
Central com a participação de 1,3%, cada uma. Importante destacar que não existe
oferta de hotéis desta categoria nas regiões Norte e Leste.
1,3
2,8
1,3
0,0 0,0
0,0
0,5
1,0
1,5
2,0
2,5
3,0
Central Oeste Sul Norte Leste
Gráfico 2.3.6: Distribuição dos Meios de Hospedagem 4 ���� pelas Regiões de São Paulo
79
Já os hotéis 5�, além de muito conforto, oferecem serviços de
luxo, com atendimento personalizado e equipamentos de gastronomia e lazer
diferenciados, cobram diárias superiores a R$ 500,00. Representam apenas 2,5% da
oferta de empreendimentos hoteleiros. Entretanto, são construções de grande porte com
uma média de 220 apartamentos por hotel, o que representa quase 3.000 UHs, em São
Paulo, destinadas a um público elitizado, pois as diárias cobradas superam o salário
mínimo.
Os hotéis luxuosos, 5�, localizam-se, principalmente, na Região
Oeste (1,3%), especificamente no distrito do Jardim Paulista. A região Sul conta com
0,8% destes empreendimentos, nas proximidades da avenida Luiz Carlos Berrini, e
0,4% estão na região Central, no distrito da Bela Vista, localizados próximos à avenida
Paulista, que faz divisa com o Jardim Paulista.
0,4
1,3
0,8
0,0 0,0
0,0
0,2
0,4
0,6
0,8
1,0
1,2
1,4
Central Oeste Sul Norte Leste
Gráfico 2.3.7: Distribuição dos Meios de Hospedagem 5 ���� pelas Regiões de São Paulo
80A análise geral da hotelaria paulistana mostra que a maior oferta de
estabelecimentos hoteleiros na cidade de São Paulo é de categoria simples. Entretanto, o
número de UHs deste tipo de hotel deve ser superado pelas UHs de hotéis de 3� e 4�,
pois estes últimos constituem empreendimentos de porte maior e apesar de totalizarem
menor número de estabelecimentos acabam somando uma oferta maior de
apartamentos.
Foi possível avaliar ainda, que a maioria dos hotéis da cidade está
localizada na Região Central e em bairros próximos, ou seja, no centro expandido, tal
como ocorre com a oferta de atrativos.
Figura 3: Mapa do Centro Expandido Considerado na Lei de Trânsito da Cidade de São Paulo
Fonte: <http://www.sodesp.com.br/rodizio.htm> acessado em 22/01/05.
81O centro expandido compreende todos os distritos da Região
Central; parte de alguns distritos da Região Leste, como Brás, Mooca, Belém e Pari;
alguns distritos da Região Oeste, como Barra Funda, Perdizes, Pinheiros, Jardim
Paulista , na sua totalidade e parte do Itaim Bibi; e os bairros da Região Sul como
Moema e Vila Mariana e fração dos bairros da Saúde e Ipiranga. Não abrange nenhuma
área da Região Norte.
Com base na figura 3 destaca-se, mais uma vez, a avenida Paulista que
liga os bairros da Consolação ao da Vila Mariana. Esta artéria de circulação localiza-se
quase no núcleo do centro expandido, o que serve para reforçar sua importância na
rotina da cidade como nó nevrálgico do tráfego de pessoas, e como área de
concentração de comércio e serviços, opções de lazer, linhas de metrô e outras
facilidades. Essas condições contribuem para consolidar sua imagem de representante
da efervescência de São Paulo.
A dimensão ampla da cidade de São Paulo inserida na metrópole dá a
idéia de um mega espaço que inviabiliza a organização de roteiros turísticos. Porém,
verificando-se apenas o centro expandido, ressalta a distribuição aglomerada dos hotéis
e atrativos, o que facilita os itinerários de visitação turística.
2.4. Agências de Turismo receptivo em São Paulo: atuação e estrutura funcional
Agências de turismo receptivo são tratadas em obras de vários autores.
Destacam-se Tomelin (2001) e Vogeler Ruiz e Hernández Armand (1997) que
descrevem as tipologias das agências de viagem; Gonzalez Cobreros (1999) que aborda
produtos de agências voltados para o turismo urbano e metropolitano; e Fremont (1983)
que trata dos procedimentos de uma agência de viagens. Além destes autores, Tavares
82(2002) explica os serviços de city-tour ressaltando os problemas que São Paulo
enfrenta diante do agenciamento de roteiros turísticos.
Este é um tipo especial de agência, pois fornece serviços para
operadoras turísticas e para o próprio turista, enquanto este está viajando. Tomelin
explica:
“As agências de receptivo prestam serviços para as operadoras de turismo por meio do oferecimento ao turista de uma gama variada de serviços, como transfers entre aeroporto e hotel (e vice-versa), city-tours e assessoria ao turista enquanto ele estiver no destino da viagem. Além de prestarem serviços e serem pagas por isso pelas operadoras e agências, as agências de receptivo obtêm receita pela montagem de passeios e programas que são oferecidos ao turista e cobrados à parte do pacote turístico.” (TOMELIN, 2001:25)
Tavares trata de roteiros turísticos e da importância deste serviço para
o desenvolvimento do turismo, uma vez que, potencializam atrativos por meio de sua
contextualização histórica e social, e viabilizam a visitação de pontos dispersos pela
cidade, facilitando o consumo do produto turístico. Esta autora identificou 12 agências
atuantes com receptivo em São Paulo (TAVARES, 2002:9-64), mas seus dados não são
suficientes para esclarecer a realidade deste segmento. Assim iniciou-se um
levantamento das empresas que fazem estes serviços na capital paulista, pois alguns
aspectos peculiares foram percebidos e mereceram ser investigados como: a ausência
deste tipo de agência em hotéis e a pouca divulgação de roteiros pela cidade.
A Associação Brasileira de Agências de Viagens (ABAV-SP)18
registra mais de 450 agências com sede na cidade de São Paulo. Para distinguir as que
trabalham com serviços de receptivo foi utilizado material da Diretoria de Turismo
Receptivo, que aponta dez empresas, na metrópole, especializadas nestes serviços.
18 www.abav.org.br acessado em 02/06/2004
83O pequeno número de agências de receptivo pode ser explicado pela
característica eminentemente emissora que São Paulo detém. Em virtude desse fato, as
agências se especializam na venda de pacotes e serviços para outros destinos e poucas
se dedicam ao turismo receptivo. Isto se confirma com as estatísticas da EMBRATUR19
dos últimos anos que revelam que o município é o principal pólo emissivo de turistas do
Brasil e, também o que mais envia turistas para o exterior.
Considerando que existe uma associação de empresas que trabalham
com turismo receptivo, a Brazilian Incoming Tour Operators (BITO)20 verificou-se as
agências paulistanas associadas e constatou-se que apenas uma, das 41 associadas, tem
sede em São Paulo, e esta já havia sido listada pela ABAV-SP.
Em virtude do pequeno número de empresas localizadas e, também
sabendo que nem todas as agências são filiadas a ABAV foi necessário recorrer aos
serviços de receptivo no site do Convention & Visitours Bureau de São Paulo
(SPC&VB)21. Esta nova pesquisa revelou seis agências pertencentes ao receptivo. O
exame do Guia 2004 de São Paulo do SPC&VB, relaciona 17 agências de viagens e
operadoras de turismo receptivo. Somando-se as agências do site e do guia, e excluindo
as coincidentes, obteve-se um total de 18 agências de receptivo referendadas por este
órgão. Destas, seis também estavam incluídas na lista da ABAV-SP.
A verificação das 13 agências de receptivo divulgadas no site oficial
dos atrativos e serviços turísticos do município22, mostrou que seis delas coincidiam
com as divulgadas pelo SPC&VB e pela ABAV-SP. No levantamento das agências
19 Anuário Estatístico da EMBRATUR dos anos de 1998, 1999, 2000, 2001, 2002, 2003
www.embratur.gov.br acessado em 09/10/2004 e em 23/12/2004. 20 <http://bito.com.br/index.htm> acesso em 17/12/2004 21 <http://www.spcvb.com.br> acesso em 08/04/2004. 22 www.cidadedesaopaulo.com.br
84relacionadas no Panrotas23, que se colocavam como especializadas em receptivo,
foram encontradas 24 agências, sendo que quatro já constavam das listas anteriores.
Além destes canais de divulgação e das associações, outros cinco
nomes de agências de receptivo foram indicados por pessoas que trabalham em agências
de viagens ou em hotéis renomados da cidade de São Paulo. Entretanto, através de
contato com os prestadores de serviços, descobriu-se que duas delas não são empresas
regularmente constituídas, sendo consideradas informais, apesar de prestarem serviços
regulares de city-tour e de serem recomendadas por recepcionistas de hotéis. Isso indica
a fragilidade do setor com relação às questões legais e também, de marketing, pois
pessoas físicas acabam divulgando seus serviços de forma mais eficiente que as
agências de receptivo especializadas.
Para completar a investigação do universo de agências de receptivo de
São Paulo, foram listadas todas as citadas pelos entrevistados na pesquisa realizada com
os visitantes das feiras de negócio e constatou-se, através da busca na internet, que
apenas quatro delas efetivamente, oferecem serviços de receptivo, sendo que uma,
apesar de divulgar em seu site passeios em pontos turísticos do município, está sediada
em Campinas. Esta última foi desconsiderada no levantamento final das agências de
receptivo de São Paulo, além de outras duas que já figuravam nos levantamentos
anteriores.
Este exaustivo trabalho de busca revelou um universo de 53 agências
em São Paulo, que afirmam trabalhar com serviços de receptivo. Assim, compilando-se
os dados destas diversas fontes foi possível relacionar endereço e outros dados
cadastrais destas empresas (anexo 6).
23 Revista utilizada por agencias de viagens, que entre outras informações, possui uma seção que
relaciona nome e endereço das agências assinantes de todo o Brasil, destacando, com pequeno asterisco, aquelas especializadas em turismo receptivo.
85A partir deste rol, foram analisados os sites das agências
verificando-se que muitas não têm o receptivo como principal serviço. Como
instrumento de verificação, solicitou-se, por e-mail, a elaboração de um roteiro
específico para um grupo de estrangeiros que gostaria de visitar museus no feriado de
15 de novembro de 2004. De todas as agências apenas seis responderam ao pedido
informando o roteiro e os preços. Entretanto, apenas uma percebeu que o dia solicitado
era uma segunda-feira, único dia em que, tradicionalmente no mundo inteiro, os museus
não abrem para a visitação, inviabilizando, portanto, o roteiro.
Este fato indicou que as agências de receptivo de São Paulo não estão
realmente estruturadas e preparadas para atender àqueles que desejam visitar os
atrativos turísticos da capital. Do universo de empresas apenas 11,3% atenderam a uma
solicitação de serviços e não atentaram para o fato mais importante em agenciamentos
turísticos, que é a viabilidade de realização do roteiro. Assim, resolveu-se fazer uma
pesquisa diretamente com estes prestadores de serviços para colher dados sobre clientes,
principais produtos e serviços oferecidos, a fim de melhor entender este ramo da
atividade turística de São Paulo.
Um questionário sucinto foi aplicado aos responsáveis pela empresa,
visando conhecer as principais características destas agências com relação à sua atuação
junto aos turistas e a sua estrutura funcional (anexo 7). Com este trabalho descobriu-se
que doze das empresas pesquisadas não trabalham efetivamente com receptivo em São
Paulo ou então, terceirizam todos os serviços e, portanto, não se consideram agências de
receptivo. A avaliação mostrou outros problemas: o telefone de três agências não foi
atendido por dias e horas consecutivos; em três delas os responsáveis não quiseram
responder ao questionário; e uma agência solicitou que o questionário fosse enviado por
86e-mail, mas não o respondeu até a conclusão deste estudo. Restaram, assim, 34
agências por meio das quais foi possível aferir como atuam no receptivo da cidade de
São Paulo e saber a estrutura funcional predominante.
22,6%
13,2%64,2%
Não trabalham com receptivo Sem resposta Trabalham com receptivo
Gráfico 2.4.1: Atuação das Agências de Receptivo
Entre as pessoas que responderam ao questionário, 41,2% são
proprietários ou diretores, representantes com grande conhecimento do funcionamento e
propósito da empresa, com condições de explicar o que realmente acontece com o
negócio de agências de receptivo. Outros 35,3% correspondem a pessoas com cargo de
gerente, supervisores ou coordenadores de áreas, com conhecimentos suficientes para
dar informações coerentes e precisas. O restante, 23,5%, refere-se a pessoas que fazem
o atendimento diretamente do público, funcionários titulados como agentes de viagens,
consultores de viagem ou atendentes, que podem não ter informações precisas sobre os
objetivos e o planejamento estratégico da empresa, entretanto conhecem os produtos
87vendidos e sabem quem os consomem, podendo, assim, dar respostas coerentes ao
que foi questionado.
23,5%
41,2%
35,3%
Agente Diretor proprietário Gerente
Gráfico 2.4.2: Representantes das Agências
Com relação à atuação da agência junto aos turistas foram verificadas
informações sobre os meses de maior procura, para avaliar a sazonalidade, as
características dos principais consumidores, os produtos mais vendidos, divulgação dos
serviços, a idéia que fazem do turista de negócios enquanto consumidor de atrativos
turísticos de São Paulo e as principais dificuldades enfrentadas neste ramo de atividade.
Nas agências, os meses apontados como sendo os de maior procura de
produtos concentram-se no segundo semestre: novembro (11,3%), outubro (10,8%),
setembro (10,8%) e agosto (9,8%). Por outro lado, os meses de janeiro (2,1%), fevereiro
(4,6%) e dezembro (5,7%) são os de menor movimento. As feiras de negócios
88predominam em agosto e setembro e os meses de menor ocorrência destes eventos
são dezembro e janeiro. Percebe-se que há coincidência em ambos os casos, levando à
possibilidade de que os turistas visitantes de feiras de negócios sejam os principais
consumidores de serviços receptivos.
2,1
4,6
9,38,8
9,3 9,3
8,2
9,8
10,8 10,8
11,3
5,7
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
%
Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembo
Gráfico 2.4.3: Meses de Maior Procura
Destacam-se como principais consumidores dos serviços de receptivo,
os operadores e agências do exterior ou de outras cidades do Brasil (46,0%). Isso mostra
que as empresas estão habituadas a atender, basicamente, turistas estrangeiros que
visitam São Paulo intermediados por agências ou através de pacotes turísticos. A seguir,
aparecem consumidores diretos (34,0%), sendo que algumas agências citam os
hóspedes de hotéis. O que indica que mesmo sem a presença de agências em lobbies de
hotéis há procura por serviços de receptivo, que acabam sendo indicados
informalmente, por recepcionistas, uma vez que as agências não estão localizadas nas
proximidades dos distritos onde os hotéis estão fixados. Além disso, este processo de
comunicação dá margem à atuação de empresas ilegais, como já foi dito. Entre os
89consumidores diretos estão os participantes de feiras de negócios, mostrando que os
turistas de negócios também utilizam serviços de agências de receptivo. Algumas
agências (8,0%) atendem outras, da própria cidade de São Paulo atuando como
terceirizadas; 6,0% vendem seus serviços para empresas que enviam funcionários para
São Paulo; e outras 6,0% para organizadoras de eventos. Assim é reforçada a idéia de
que os turistas de negócios servem-se das agências de receptivo, que podem não ser a
maioria, mas que têm alguma relevância para o setor.
Com relação aos produtos que as agências de receptivo mais vendem
destacam-se os city-tours (45,5%) e os transfers ou traslados (32,7%), as reservas em
hotéis (12,7%) e a realização ou intermediação de eventos (3,6%). Já 5,5% deram
respostas que não se encaixam nestas categorias. Estes dados indicam que, realmente,
existe visitação de atrativos turísticos da cidade de São Paulo conduzida por agências de
receptivo, que também oferecem assistência ao turista na cidade com serviços de
transporte, hospedagem e eventos, tendo, assim, condições para atender aos turistas de
negócios.
90
45,5
32,7
12,7
5,53,6
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
City Tour Transfer Hotel Outros Eventos
Gráfico 2.4.4: Principais Serviços Vendidos
A forma de divulgação mais utilizada pelas agências pesquisadas é o
folder (25,0%) descritivo e promocional dos serviços de receptivo, seguida da internet
(22,5%) como canal de divulgação e a participação em eventos e montagem de estandes
11,2% e na mesma proporção, anúncios em revistas e jornais. Os hotéis (8,8%), as
agências e operadoras turísticas (7,5%) figuram como outros canais de divulgação.
Indicação e propaganda boca-a-boca corresponderam a 3,8%. As demais respostas
(10,0%) não se enquadram em nenhuma destas categorias, pois estavam ligadas às ações
diferenciadas em aeroportos, órgão públicos ou junto a câmaras de comércio.
A grande maioria dos responsáveis pelas agências (73,5%) acredita
que os turistas de negócios têm interesse em visitar pontos turísticos de São Paulo,
entretanto alguns comentam que isto acontece esporadicamente pois falta estímulo e
divulgação dos atrativos para este público, e que esta demanda tem aumentado
ultimamente. Já 26,5% dizem que o turista de negócios não faz passeios a pontos
91turísticos da cidade e apontam que é um público que não tem tempo para este tipo de
atividade ou não tem informação sobre a oferta de atrativos. Em um ponto os que
responderam positiva ou negativamente a esta questão concordam: há falta de
divulgação sobre os atrativos turísticos de São Paulo para os turistas de negócios.
Gráfico 2.4.5: Interesse do Turista de Negócios por Atrativos Turísticos
Entre as principais dificuldades enfrentadas para operar o turismo
receptivo em São Paulo, 34,8% estão ligadas aos problemas de acesso a atrativos, às
opções de estacionamento e ao trânsito da cidade. Em seguida, aparecem a falta de
ações públicas (22,7%) para regulamentar e ordenar o turismo no município, o excesso
de leis e a burocracia que dificultam a atuação das empresas de turismo receptivo que,
além disso, não contam com apoio governamental para ampliar a atuação. Do total,
10,6% referem-se à falta de divulgação dos atrativos turísticos e da cidade propriamente
dita, que não possui um símbolo ou uma política de sinalização eficiente. Assim, pode-
se dizer que 33,3% das respostas estão relacionadas às medidas que devem ser tomadas
pelo poder público. Interessante destacar que 16,7% das dificuldades apontadas estão
2 6 ,5
7 3 ,5
0 ,0
1 0 ,0
2 0 ,0
3 0 ,0
4 0 ,0
5 0 ,0
6 0 ,0
7 0 ,0
8 0 ,0
%
N ão S im
92ligadas a problemas do próprio setor de agenciamento e turismo como: a falta de
mão-de-obra especializada, localização e tarifas dos hotéis como fator limitante de
demanda e a desunião das agências de receptivo para buscar soluções conjuntas. Por
fim, são citados problemas urbanos (15,2%) como violência, falta de segurança, limpeza
pública e a presença de camelôs e moradores de rua, deficiências mais amplas que
também competem à instância governamental, e que não podem ser solucionadas a
curto ou médio prazo, pois têm relação com questões mais amplas socioeconômicas,
culturais e estruturais.
Para analisar a estrutura funcional das empresas verificou-se o tempo
de atuação da empresa em serviços receptivos e a participação desses serviços no
faturamento total da empresa, o que permitiu verificar a representatividade deste tipo de
serviço. Para saber o porte da empresa, investigou-se o número total de funcionários e
aqueles que trabalham exclusivamente com receptivo; a existência de frota própria e os
serviços que são terceirizados. Vale destacar que 23,5% dos entrevistados não quiseram
informar o número do CNPJ das empresas, documento que confirma a legalidade de
atuação da empresa, mas acredita-se que esta recusa esteja ligada a preocupações
comerciais, considerando-se que todas as empresas listadas atuem regularmente, pois
figuram em canais de divulgação conceituados como Panrotas e sites de associações e
órgão oficiais.
Com relação ao tempo de atuação em serviços receptivos, observa-se
que a maioria das empresas está no mercado há mais de nove anos (50,0%), aparentando
serem tradicionais no setor; 38,2% estão atuando apenas nos últimos quatro anos, sendo
que 5,9% destas têm menos de um ano ramo, mostrando que o setor está se renovando.
Ainda existem empresas, cujo tempo de atuação é de cinco a nove anos (11,8%), que já
podem ser consideradas consolidadas no mercado.
93Os serviços de receptivo representam mais de 60% do faturamento
para 41,2% das empresas investigadas, e 8,8% atribuem entre 40% e 60% do
faturamento aos serviços receptivos. Este grupo de empresas mostra que, realmente, se
dedicam a este setor do turismo. Entretanto, para 20,6%, estes serviços não chegam a
10% do faturamento; 14,7% indicam que os serviços de receptivo contribuem com
aproximadamente 10% e 20% do faturamento e 8,8% entre 20% e 40%, dados que
revelam que, dentre as empresas pesquisadas, existe um representativo número de
agências que não são especializadas em turismo receptivo e que possivelmente não
oferecem serviços de qualidade porque este setor não é sua prioridade nem seu principal
serviço. Destaca-se que 5,9% não responderam a esta questão.
Verifica-se que 41,2% das agências têm entre 6 e 10 funcionários,
8,8% entre 11 e 20 funcionários e 17,7% têm mais de 20, indicando que são empresas
de médio a grande porte. Considerando que dados da EMBRATUR24 mostram que as
agências de viagens do Estado de São Paulo têm em média 5,3 funcionários e a média
brasileira é de 4,6 funcionários por agência, podendo-se perceber que este grupo de
empresas tem um número de funcionários superior à média. Entretanto, 20,6% são
empresas de pequeno porte, com menos de 3 funcionários, e 8,8% têm entre 3 e 5
funcionários.
24 Publicação da Embratur sobre: Mão-de-obra empregada nas atividades turísticas em 2002. Compilação
de dados sobre o mercado formal de trabalho em atividades turísticas geradas a partir de informações coletadas na RAIS – Relação Anual de Informações Sociais, editada a partir de base de dados cedidos sobre os setores de alojamento, alimentação, agência de viagem, atividades recreativas, transporte rodoviário não urbano, transporte aéreo e aluguel de automóveis.http://www.embratur.gov.br/br/conteudo/ver.asp?conteudoId=1152&id=160 acessado em 09/01/2005.
94
20,6
8,8
41,2
8,8
17,6
2,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
%
Até 3 de 3 a 5 de 6 a 10 de 11 a 20 mais de 20 Sem resposta
Gráfico 2.4.6: Número de Funcionários
95
A análise do número de funcionários dedicados exclusivamente aos
serviços receptivos, mostra que a grande maioria das empresas (32,4%) têm entre um e
dois funcionários específicos de receptivo e 29,4% das agências contam com um quadro
entre 3 e 4 funcionários de receptivo, o que comprova que, nem sempre, este é o
principal produto das agências pesquisadas. Mas 23,5% das agências têm entre 5 e 10
funcionários atuando apenas com receptivo e 11,8% possuem mais de 10 funcionários
especializados. Aponta-se que 2,9% não responderam a esta questão alegando ser uma
informação confidencial.
32,4
29,4
23,5
11,8
2,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
%
de 1 a 2 de 3 a 4 de 5 a 10 mais de 10 Sem resposta
Gráfico 2.4.7: Funcionários Específicos de Serviço Receptivo
Observa-se que é maior o número de agências de receptivo que não
contam com frota própria (58,8%) e, daquelas que possuem veículos (41,2%), a maioria
disponibiliza para o serviço de receptivo automóveis de luxo (45,4%) transportando, no
96máximo, 3 pessoas; em seguida as vans, com 36,4%, veículos com capacidade para
até 12 pessoas; e, por fim, os ônibus e microônibus que transportam mais de 20 pessoas,
com 18,2%. Percebe-se que, em geral, os serviços de receptivo têm estrutura própria
para transportar pequenos grupos de turistas, fato que atende à demanda de turistas de
negócios que necessita de serviços específicos e individualizados.
58,8%
41,2%
Nâo Sim
Gráfico 2.4.8: Frota Própria
45,5
36,4
18,2
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
45,0
50,0
%
Carro Van Õnibus / microonibus
Gráfico 2.4.9: Tipos de Veículo
No geral, observa-se que quase a totalidade das agências investigadas
terceirizam os serviços de guias e de transporte (88,2%), indicando que as pessoas que
97têm contato direto com o turista, não têm vínculo empregatício. Deste modo, a
garantia da qualidade destes serviços fica prejudicada, e a agência corre o risco de, em
determinado dia, não conseguir contratar o profissional em que confia e, assim, acaba
recorrendo a um cadastro sem ter certeza da competência do profissional que está
terceirizando. Das empresas entrevistadas 5,9% só utilizam o transporte terceirizado,
pois têm guias em seu quadro de funcionários. 2,9% terceirizam apenas os guias, pois
utilizam frota própria. Entretanto algumas agências recorrem a outros serviços
terceirizados, como motoristas, recepcionistas no aeroporto e monitores (2,9%).
88,2%
5,9%
2,9%
2,9%
Guias e Transporte Transporte Guias Outros
Gráfico 2.4.10: Serviços Terceirizados
3. O UNIVERSO DAS FEIRAS DE NEGÓCIOS
983.1. Os números das feiras em São Paulo
O fato de São Paulo ser um centro comercial de relevância para a
economia nacional, aliado às condições dos serviços e equipamentos turísticos
oferecidos e às campanhas institucionais de captação de eventos para a cidade, faz com
que a capital paulista seja palco de inúmeros eventos de abrangência nacional e
internacional. Pesquisas do São Paulo Convention & Visitor Bureau (SPC&VB) aponta
que são realizados, aproximadamente, 74 mil eventos, entre feiras, congressos,
convenções, treinamentos e encontros educacionais, na cidade, por ano. Só em São
Paulo, o setor de eventos movimentou, no ano de 1999, R$ 2,6 bilhões, em 2000 cerca
de R$ 3,5 bilhões e estima-se que 432 mil postos de trabalho estejam ligados direta ou
indiretamente a eventos, com influência sobre 56 setores econômicos diferentes.
(MARTINS, 2002:3-4).
São 31 empresas organizadores de eventos associadas à União
Brasileira dos Promotores de Feiras (UBRAFE), que têm sede na região da Grande São
Paulo, sendo que, uma análise preliminar sobre as feiras que acontecem no segundo
semestre de 2004 mostra que 10% destas empresas são responsáveis por,
aproximadamente, 80% das grandes feiras de negócios realizadas na cidade de São
Paulo.
Neste setor pujante destacam-se as feiras de negócios, geralmente com
visitação total de mais de 20 mil pessoas, e com duração média de 4 dias. São eventos
que instigam relações comerciais, atraindo negócios e públicos de diversas regiões.
Dados estatísticos compilados pela Associação Brasileira de Empresas de Eventos
(ABEOC -SP) mostram que 70% das pessoas que visitam São Paulo têm os negócios
como motivação. Estes dados apontam, ainda, que 76% das feiras de negócios
realizadas no Brasil acontecem na cidade de São Paulo. Se for computado o número de
99feiras de negócios e os dias no ano, pode-se dizer que, na cidade, ocorre uma a cada
quatro dias, sendo que, em 2003, São Paulo foi sede de 107 feiras. (MARTINS, 2002:3-4).
Vale destacar que novos espaços para feiras e exposições foram
criados nos últimos cinco anos para atender a demanda crescente deste tipo de evento,
como é o caso do Expo Center Transamérica, o ITM Expo e o Frei Caneca Convention
Center. No total, São Paulo possui mais 250 mil metros quadrados de áreas destinadas a
feiras e exposições, como mostra o anexo 8, que lista os dez principais locais onde as
feiras de negócios acontecem. Entretanto, notou-se que, em função da área total, estes
espaços podem ser divididos entre os que têm capacidade para grandes eventos e
aqueles que recebem apenas pequenas feiras, muitas vezes conjugadas com congressos
ou encontros fechados de empresas.
Sendo assim, excluíram-se os espaços com área total inferior a 20 mil
metros quadrados porque só interessavam os locais que comportam grandes feiras de
negócios. Estabeleceu-se, portanto, que os eventos que seriam contabilizados para
compor o universo de turistas de negócios seriam aqueles, cujo número previsto de
visitantes fosse superior a 20 mil pessoas e inferior a 100 mil, conforme embasamento
sobre classificação em razão da dimensão do evento. Na tabela 6 aparecem os espaços
considerados como locais de investigação das grandes feiras de negócios em questão.
Tabela 6
Espaço para Feiras de Negócios na Cidade de São Paulo com Mais de 20.000 m2
Espaço Área Total em m2 Pavilhão de Exposições do Anhembi 75.600 Expo Center Norte 60.596 Centro de Exposições Imigrantes 50.000 ITM Expo Feiras e Convenções 38.000 Pavilhão Ciccillo Matarazzo (Pavilhão da Bienal) 30.000 Transamérica Expo Center 22.000
Fonte: sites dos espaços de eventos relacionados nas referências bibliográficas.
100
Com base nos dados do SPCVB foi feito o levantamento das feiras
programadas para o segundo semestre de 2004 em São Paulo. No total, 47 feiras foram
relacionadas (anexo 9). Na relação geral das feiras observou-se que muitas eram em
eventos de pequeno porte, com público estimado inferior a 20 mil pessoas, sendo que
alguns não eram abertos ao público ou tiveram seus ingressos vendidos a um grupo
restrito de visitantes, com funções bastante específicas; outros apresentavam
características de eventos para grande público sem focar negócios entre empresas.
Assim, os limites estabelecidos para o universo de pesquisa ficou restringido a 24 feiras
de grande porte com caráter comercial e de abrangência internacional (anexo 10).
3.2. A natureza dos dados no universo das feiras de negócios
A delimitação do universo das feiras e de suas características básicas
foi fundamental para chegar à natureza dos dados que nortearam esta pesquisa. Diante
de um total de 24 feiras de grande porte com um público estimado em 1.424.300
pessoas, foi preciso estabelecer critérios para determinar, nesse universo, a proporção de
feiras e de pessoas que seriam objeto de investigação. Considerando que foi definido
um critério para determinar a amostra de pesquisa e considerando que os eventos se
concentravam nos meses de agosto e setembro, optou-se por investigar as 18 feiras
realizadas neste período. A amostra de eventos pesquisada representa 75% do total do
universo de grandes feiras do segundo semestre de 2004.
Após a definição da amostra foram feitos contatos telefônicos com os
responsáveis pelos espaços listados para a complementação das informações sobre o
calendário dos eventos, organizadores, duração das feiras e outros dados cadastrais que
101serviram para montar a estratégia de investigação de campo. No decorrer deste
levantamento observou-se que da fase de planejamento até a realização do evento,
houve alterações de datas e até mesmo de locais. Assim, as listas que se encontram nos
anexos foram atualizadas correspondendo à realidade do período investigado.
O número de questionários a ser aplicado em cada feira foi
estabelecido a partir do número total de visitantes previstos no universo, totalizando
1.424.300 pessoas.
Na busca por fundamentação, verificou-se que uma pesquisa realizada
em nível nacional, pelo SEBRAE e FBC&VB (2004) revelou que apenas 32,8% dos
participantes dos eventos são relacionados a turistas, sendo os demais ligados a
moradores da própria cidade onde o evento acontece.
Deve-se, entretanto, considerar que por esses dados corresponderem
ao Brasil e serem desconhecidos os critérios utilizados, a falta de outras fontes levou a
se adotar esta proporção para o cálculo da amostra de turistas nas feiras de negócios da
cidade de São Paulo. Com base nessa pesquisa do SEBRAE e FBC&VB chegou-se ao
número de 467.170 pessoas que, possivelmente, residem fora de São Paulo e em seus
municípios limítrofes.
Restava estabelecer o número de questionários a serem aplicados aos
turistas. Para tanto foi utilizado critério de Arkin e Colton que estabelece uma amostra
de no mínimo 1.111 questionários, com uma margem de erro de, aproximadamente, 3%,
na hipótese de p=0,5 com coeficiente de confiança de 95,5%. (ARKIN e COLTON
apud TAGLIACARNE 1976:176). Portanto, ficou determinado que, em cada feira,
seriam aplicados entre 50 e 80 questionários, dependendo das possibilidades de
aplicação e disposição dos visitantes em responder.
102Foi montado um banco de dados com material do site de todos os
18 eventos pesquisados contendo: nome completo do evento, o segmento a que está
ligado, o local onde aconteceria, a data, as empresas organizadoras ou promotoras e o
público estimado para apoiar os preparativos da investigação de campo. Além disso,
esse material possibilitou uma análise sobre a divulgação de serviços e dos atrativos
turísticos em São Paulo.
A pesquisa de campo, junto aos turistas de negócios, foi realizada por
quatro entrevistadores, alunos de turismo, com domínio de no mínimo uma língua
estrangeira, que foram treinados para compreender o propósito de cada pergunta e
aprender as maneiras de abordar os visitantes da feira, procedimentos de auto-
identificação, vestimenta, postura profissional e critérios para descartar entrevistados.
Em média, cada um aplicou 17 questionários em cada feira, o número de questionários
aplicados dependia do volume de pessoas que estava visitando a feira no dia da
pesquisa, por isso nem sempre existe uma proporção coerente com o número de
visitantes previstos e o número de questionários aplicados. Assim, o total referente à
amostra pesquisada foi de 1.183 questionários válidos (anexo 11).
Tabela 7
Eventos Pesquisados, Público Estimado e Questionários Aplicados
Nome da Feira Público Estimado
Número de Questionários Aplicados*
1. ForMóbile – Feira Internacional de Móveis 30.000 83
2. Adventure Sports Fair 2004 86.000 63
3. PhotoImage Brazil – Feira Internacional de Imagem 25.000 61
4. Movimat 2004 – Feira de Logística, Movimentação, Armazenagem e Transporte de Materiais
35.000 64
5. Brasil Fishing Show 2004 30.000 73
1036. IT Brazil Comdex - Feira e Congresso Internacional de Informática e
Telecomunicações 80.000 82
7. 29a Housewares & Gift Fair South America 30.000 52
8. FISP - Feira Internacional de Segurança e Proteção 60.000 87
9. Escolar – 18a Feira Internacional de Produtos para Escola, Papelaria, Escritório e Informática
40.000 68
10. Fiaflora – Feira Internacional de Floricultura, Paisagismo e Jardinagem
38.000 66
11. Expocatólica 2004 – Feira Internacional de Livros e Artigos Religiosos
21.000 62
12. Cosmoprof Cosmética– Feira Internacional da Beleza 80.000 57
13. Feitintas– IV Feira da Indústria de Tintas e Vernizes e Produtos Correlatos
22.000 59
14. Expomusic 2004 - 21a Feira Internacional da Música 43.000 56
15. Fehab – 20a Feira Inter. da Indústria da Construção e Equimac Feira Inter. de Máquinas e Equip. para Construção Civil
65.000 61
16. Equipotel 2004 - 42a Feira Inter. Equipamentos, Produtos e Serviços para Hotéis, Motéis, Flats, Restaurantes e Similares
48.000 67
17. Fesqua – V Feira Internacional de Esquadrias, Ferragens e Componentes
20.000 56
18. Pet South America 2004 – Feira Internacional de Produtos e Serviços da Linha Pet e Veterinária
20.000 66
Total 773.000 1.183
Número provável de turistas da amostra (32,8%) 254.200 0,5%
pesquisado
Fonte: Sites dos eventos relacionados nas referências bibliográficas. Adotou-se, como público estimado, o número de visitantes divulgado pelos organizadores que, algumas vezes, relatavam dados da última edição do evento e, em outros, forneciam uma previsão para 2004. * dados do trabalho de campo.
Visando alcançar turistas de negócios, foram estabelecidos os
seguintes critérios para abordar o público das grandes feiras:
1 não ser morador da cidade de São Paulo ou de seus municípios limítrofes;
2 estar na cidade a negócios ou especificamente para participar da feira.
Estas foram questões-filtro da pesquisa. Inicialmente, estabeleceu-se
que só seriam entrevistados os visitantes que pernoitassem em São Paulo, entretanto, no
pré-teste, observou-se que o número de visitantes vindos do interior de São Paulo, com
104permanência de um único dia era bastante significativo, assim alterou-se o
questionário, pois, entendeu-se que este público também deveria ser considerado uma
vez que têm potencial para visitar São Paulo a passeio ou destinar horas de sua estada
para o lazer, considerando assim turistas e excursionistas a negócios na cidade.
Considerando-se que, em média, as grandes feiras selecionadas têm
duração de quatro dias, ficou estabelecido que os questionários seriam aplicados no
segundo e terceiro dia da feira, descartando-se o primeiro e último que têm fluxo de
visitantes atípicos. Além disso, no primeiro dia, quando acontecem as cerimônias
solenes de abertura, o número de visitantes costuma ser pequeno. Já, no último, além de
haver excesso de visitantes, o que dificulta a circulação no interior da feira, alguns
eventos têm horário reduzido.
3.3. O cenário das feiras de negócios
A grande quantidade de dados levantados exigiu a sua organização
conforme critérios específicos que servissem para situar todos os eventos motivadores
de negócios, e que pudessem explicar as características dos expositores e a tradição do
evento no mercado, além de informações sobre a empresa organizadora. Como o
objetivo principal deste trabalho é entender o que os turistas, visitantes das feiras fazem
no tempo livre, buscaram-se informações nos sites, a respeito de passeios turísticos ou
agências de receptivo com city-tour ou simplesmente, links promovendo atrativos na
cidade de São Paulo.
ForMóbile 2004 Feira Internacional de Fornecedores da Indústria
da Madeira e de Móveis (04 a 07/08 – quarta a sábado), realizada no Pavilhão de
Exposições do Anhembi, feira voltada para empresas moveleiras, marceneiros,
105arquitetos, decoradores, designers, com público estimado pelos organizadores em
30.000 pessoas, durante os quatro dias do evento. Foram expostas matérias-primas
como fórmicas, madeiras, materiais industrializados, ferragens e equipamentos como
máquinas de corte preciso, furadeiras e ferramentas em geral. A empresa organizadora
do evento foi a G+G Eventos e Promoções, associada da UBRAFE, e a realização
ficou a crédito da Móbile e da WR São Paulo Feiras e Congressos. No sitedo evento não
havia links com endereços que pudessem dar informações turísticas sobre São Paulo,
entretanto, a CVC era divulgada como a operadora turística oficial do evento e a TAM
transportadora, tanto no meio eletrônico como no material impresso, planta de
localização, distribuído gratuitamente na feira. Pelo fato do evento ser realizado no
Anhembi, órgão oficial responsável pelo turismo no município de São Paulo, existia no
interior da feira uma sala gerenciada por este órgão, mais um balcão de informações que
funcionavam como Centrais de Informações Turísticas (CTIs), distribuindo folhetos e
prestando auxílio a pessoas interessadas em dados sobre a cidade. Estes dois espaços
estiveram presentes em todos os eventos realizado no Pavilhão do Anhembi, variando a
quantidade e diversidade dos folhetos, bem como o número de pessoas trabalhando.
Adventure Sports Fair (07 a 11/08 – sábado a quarta), único dos
eventos pesquisados que foi realizado no Pavilhão da Bienal, acredita-se que o pequeno
número de feiras realizadas neste local esteja relacionado ao fato de tratar-se de um
espaço pertencente a uma fundação ligada às artes e cultura e, portanto, com uma
filosofia de comercialização do espaço um pouco diferente dos demais, que têm como
negócio a locação para eventos. Apesar deste evento se encaixar nos limites
determinados para feiras de negócios, ele tinha características diferenciadas dos demais
por se tratar de um acontecimento ligado a esportes de aventura e turismo de aventura,
portanto, muitos municípios tinham estandes montados divulgando suas belezas naturais
propícias para a prática destas atividades, outros expositores eram as empresas de
106equipamentos ou serviços voltados à aventura, como barcos, carros, cordas, roupas e
utensílios de segurança. A principal especificidade deste evento, aberto ao público
através da venda de ingressos na bilheteria no valor de R$ 12,00, foi que os visitantes
eram basicamente de moradores de São Paulo, o público estimado era de 86.000 pessoas
durante os cinco dias da feira, entende-se que por focar este público o evento foi
realizado inclusive em um final de semana. Assim, as entrevistas foram concentradas
em expositores, que na maioria eram provenientes de outras cidades e estavam em São
Paulo para trabalhar na feira, portanto se encaixavam no perfil de turista de negócios.
Este evento foi organizado pela Promotrade Feiras e Congressos e em paralelo
aconteceu o Fórum Interamericano de Turismo Sustentável (FITS) e o Simpósio de
Certificação em Turismo de Aventura. No site a TAM viagens era divulgada como
operadora oficial do evento, que divulgava preços de pacotes incluindo apenas hotel,
com destaque para um que oferece transporte gratuito para a feira, passagem aérea e
transfer "aeroporto de Congonhas/hotel/aeroporto de Congonhas", sem oferecer
qualquer facilidade de locomoção para o evento ou passeios pela cidade.
PhotoImage Brazil 2004 – 13a Feira Internacional de Imagem (11
a 13/08 – quarta a sexta), evento realizado no Centro de Exposições Imigrantes, feira
voltada para profissionais de fotografia, cinema, editoração, iluminação, arte cênica,
comunicação visual e outros segmentos afins, com público estimado de 25.000 pessoas
durante os três dias do evento. Em exposição havia produtos como máquinas
fotográficas, impressoras, de serigrafia, produtos químicos, papéis, lâmpadas e outros
materiais ligados a imagens. O evento foi organizado pela Alcântara Machado,
associada da UBRAFE. Como na data da entrevista a empresa não havia recebido o
comunicado da UBRAFE a respeito da pesquisa, dois dos entrevistadores foram
obrigados a deixar a feira sem ter concluído o trabalho, mesmo assim a meta de
questionários foi atendida. No site do evento havia informações sobre pacotes para o
107evento, oferecidos pela Almax, empresa coligada ao grupo Alcântara Machado, que
na verdade oferece uma lista de hotéis e passagens aéreas da Gol, com preços especiais
para participantes do evento. Além disso, há um link com o título: Bem-Vindo a São
Paulo, que oferece serviços de receptivo com transporte para a feira, reservas em
restaurantes e teatros, tours para Guarujá, Campos do Jordão, Rio de Janeiro e em São
Paulo.
Movimat 2004 (10 a 13/08 – terça a sexta), feira que aconteceu no
Expo Center Norte, nos pavilhões Branco e Azul, voltada para todo o tipo de empresas,
pois oferecia produtos e serviços ligados à logística com exposição de esteiras,
empilhadeiras, cestos, palets e alta tecnologia de gerenciamento de embalagens,
armazenamento, transporte e movimentação de produtos ou insumos, portanto grande
parte dos visitantes constituía-se de pessoas realizando negócios. O evento foi
organizado pela IMAM Feiras e Promoções, como este organizador não é associado à
UBRAFE, os entrevistadores também tiveram problemas para concluir a pesquisa, pois
dois foram convidados a se retirar do evento antes do horário previsto. O site do evento
é muito simples, não contendo nenhum tipo de informações sobre serviços turísticos.
Brazil Fishing Show 2004 (11 a 15/08 – quarta a domingo), feira
realizada no Transamérica Expo Center, voltada para as pessoas que praticam pesca
esportiva ou admiram a atividade. Como se trata de um evento que atinge o consumidor
final e está ligado ao turismo, suas características eram similares a Adventure Fair, com
maior público de residentes em São Paulo e aberta no final de semana, com público
estimado de 30.000 pessoas nos cinco dias do evento. Os expositores variavam entre
produtos para pesca, camping, hotéis e pousadas com infra-estrutura para pesca, iscas,
publicações específicas, municípios, Estados e órgãos públicos ligados à atividade. O
evento foi organizado pela All Fishing com apoio da revista Pesca e Companhia,
108EMBRATUR, Programa Nacional de Desenvolvimento da Pesca Amadora
(IBAMA), Governo dos Estados do Amazonas e Pará e a empresa de produtos de pesca
Mazzaferro. No site havia a divulgação da agência Sugoi Turismo oferecendo pacotes
promocionais de hospedagem, sem qualquer referência a passeios por São Paulo.
IT Brasil Comdex (17 a 20/08 – terça a sexta), feira e congresso
realizado no Pavilhão de Exposições do Anhembi. Trata-se de um evento de
abrangência internacional, ligado, tradicionalmente à informática e ampliando para o
setor de telecomunicações; assim a feira tem como público-alvo empresas e o público
em geral, pois se constatou a presença de muitos estudantes visitando o evento, sendo
que o público estimado era de 80.000 nos quatro dias de sua duração. Os expositores
demonstravam produtos de soft e hardware, impressoras e equipamentos periféricos,
insumos de informática e havia uma área específica ligada à telefonia. Paralelamente à
feira acontecia um congresso e diversos eventos considerados como verticais, mas que
ocupavam o mesmo espaço do pavilhão sem permitir ao visitante a identificação de que
estava em um “outro” evento. A feira foi organizada pela Guazzelli Messe Frankfurt
Feiras, filiada à UBRAFE, em conjunto com a Sociedade de Usuários de Informática e
telecomunicações de São Paulo SUCESU-SP e a MediaLive Internacional. Neste
evento, os organizadores estavam aplicando um questionário para avaliar a satisfação
dos visitantes com relação ao evento e ao Anhembi Turismo, uma pesquisa institucional
que visava caracterizar os turistas de São Paulo, com objetivos descritos na ata da 130a
reunião do Conselho Municipal do Turismo (COMTUR), mesmo assim os
pesquisadores conseguiram cumprir a meta de trabalho. No site havia no item "contato"
a divulgação de preços de hotéis e telefone a SGP Internacional Viagens e Turismo
Ltda, sem mencionar qualquer informação sobre serviços de turismo receptivo, mas
como a feira aconteceu no Anhembi havia os postos de informação e no portão de saída
da feira eram distribuídos folhetos de casas noturnas voltadas para o público masculino
109e as moças que distribuíam o folheto resistiam em entregá-los para mulheres.
29a Houseware & Gift South America (21 a 24/08 – sábado a
terça), feira de abrangência internacional que aconteceu no Expo Center Norte,
ocupando todos os pavilhões, voltada exclusivamente para visitantes vinculados a uma
empresa, pois o credenciamento só era realizado com o fornecimento do CNPJ da
empresa a que o visitante representava. O público estimado pelos organizadores era de
30.000 pessoas entre lojistas, arquitetos, designers e outros profissionais ligados à
decoração, durante os quatro dias da feira. Havia expositores fabricantes, importadores e
distribuidores de produtos para casa e artigos de presentes em geral, sendo que uma ala
foi destinada a empresas chinesas, inclusive com um bureau de negócios montado com
serviço de tradutor intérprete. Vale destacar que como o principal público era formado
por comerciantes, a feira aconteceu inclusive no final de semana, quando muitos
estabelecimentos comerciais ficam fechados e o número de visitantes não moradores de
São Paulo não era significativo. A Grafite Feiras e Promoção foi a empresa
organizadora do evento, é associada a UBRAFE. No site de divulgação não existam
informações sobre serviços turísticos na cidade de São Paulo, entretanto, na feira foi
reservado um local para a divulgação da rede de hotéis da rede Atlântica, onde os
visitantes podiam fazer reserva de hotel.
FISP – XV Feira Internacional de Segurança e Proteção (25 a
27/08 – quarta a sexta) O evento aconteceu no Centro de Exposições Imigrantes e era
voltado para empresas de diversos segmentos, uma vez que tratava do tema segurança,
em que produtos e equipamentos como capacete, luva, botas e óculos ligados à
segurança do trabalhador e serviços de primeiros socorros, prevenção de incêndio, trato
de lixo químico e hospitalar eram expostos e demonstrados. O público previsto era de
60.000 pessoas durante os três dias do evento. A realização do evento foi atribuída a
110Animaseg, Sindise e Abraseg e a organização ficou por conta do Grupo CIPA
Feiras e Congressos, associado à UBRAFE, que promovia eventos integrados e outros
simultâneos acontecendo no mesmo espaço, pois todos estavam voltados para segurança
e o visitante não conseguia perceber a delimitação das áreas dos eventos. O site remetia
a um folheto de divulgação e inscrição no evento que divulgava como agência de
viagens a Commissair Congressos, Eventos e Turismo, localizada em São Paulo, sem
mencionar serviços turísticos na cidade de São Paulo.Com relação à hospedagem
remetia à Fixmídia e mostrava a Varig como Cia. Aérea (contatos da Varig também
eram divulgados nos crachás). No geral, o site era de difícil navegação não permitindo
link direto com as empresas mencionadas.
Escolar 2004 – 18a Feira Internacional de Produtos, Serviços &
Tecnologia para Escolas, Escritórios e Papelaria (31/08 a 03/09 – terça a sexta),
feira realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi, voltada para o público escolar,
papelarias e informática, tendo como visitantes pessoas variadas como professores,
pedagogos, proprietários de escolas, lojistas, comerciantes e distribuidores de material
escolar, desenhistas e outros profissionais ligados ao setor de papelaria. O número de
visitantes estimado era de 40.000 pessoas. O evento foi organizado pela Francal
Feiras, filiada à UBRAFE, que também foi responsável pelo simpósio e cursos livres
que aconteciam paralelamente à feira. Tanto o site do evento como o material de
divulgação colocava a Varig como Cia. Aérea oficial do evento e a Agência de Viagens
Must Tour, que inclusive contava com um estande, divulgando os roteiros do Anhembi
Turismo, mas quando foi solicitado um city tour individual para visitar museus, a
pessoa que fazia o atendimento no local não soube dar informações, ligou para a sede da
agência e foi informado que só seria possível realizar o passeio se houvesse um grupo,
entretanto forneceram o telefone de uma outra agência (Gol Tour) que poderia atender
ao pedido fazendo roteiros individuais por São Paulo.
111Fiaflora Expo Garden – 7a Feira Internacional do Paisagismo,
Jardinagem e Floricultura (02 a 05/09 – quinta a domingo), realizada no Centro de
Exposições Imigrantes, voltada para arquitetos, paisagistas, decoradores, lojistas de
floricultura, com público estimado em mais de 40.000 visitantes entre nacionais e
internacionais, nos quatro dias do evento. Tinha expositores de equipamentos e
utensílios de jardinagem, adubo, terra, vasos, móveis de jardim e uma grande variedade
de flores. O evento foi organizado pela T&T Associados Feiras e Exposições com
apoio da Alcântara Machado, ambas filiadas à UBRAFE. No site existiam informações
sobre pacotes de viagem com link para a agência Almax, divulgando os hotéis da rede
Atlântica e apontando a TAM como transportadora aérea oficial, entretanto nenhum
dado sobre atrativos ou passeios em São Paulo eram divulgados.
Expocatólica 2004 – Feira de Livros e Artigos Religiosos (08 a
12/09 – quarta a domingo), feira realizada no Expo Center Norte com exposição de
livros e obras religiosas, imagens, batinas e roupas para religiosos, terços, velas e outros
artigos votivos. O número de visitantes estimado era de 21.000, sendo que nos dias úteis
o evento era restrito a religiosos e comerciantes e no sábado e domingo aberto para o
público em geral. A feira foi organizada pela Promocat Marketing de Serviços com
apoio de diversas editoras religiosas, Rede Vida e Conferência Nacional de Bispos do
Brasil (CNBB). No site havia a divulgação da agência Itiquira Turismo, mas sem
divulgar serviços de receptivo em São Paulo.
Cosmoprof Cosmética – 14a Feira Internacional da Beleza (11 a
14/09 – sábado a terça), evento realizado no Pavilhão de Exposições do Anhembi,
voltado para o público de cabeleireiros, esteticistas, maquiadores, dermatologistas e
outras pessoas ligadas à cosmética, com público previsto de 80.000 visitantes, sendo
que o acesso era restrito a profissionais e comerciantes sendo o convite distribuído para
112convidados dos expositores ou adquirido, pelo valor de R$ 10,00 para profissionais
sem convite. Os expositores eram fabricantes, nacionais e internacionais, de produtos de
higiene pessoal como xampus, cremes, sabonetes, perfumes, maquiagens, tinturas de
cabelo, além de equipamentos e utensílios como secadores, escovas, pincéis, tesouras e
uma infinidade de produtos para o corpo. Havia demonstrações de uso de produtos com
estandes bastante concorridos. O evento foi organizado pela Alcântara Machado,
associada da UBRAFE, e em paralelo acontecia o Congresso Internacional Científico de
Estética. No site havia o link com a chamada: torne sua viagem econômica, que remetia
para a agência Almax com divulgação de diversos hotéis em São Paulo, venda de
passagem aérea e a divulgação de passeios por cidades do interior de São Paulo, na
cidade do Rio de Janeiro e o tour: São Paulo Night and Day.
Feitintas 2004 – IV Feira da Indústria de Tintas e Vernizes &
Produtos Correlatos (15 a 18/04 – quarta a sábado), realizada no Centro de
Exposições Imigrantes, voltada para empresas e profissionais ligados a diversas áreas
que utilizam tintas, como construção civil, automotivos e tecelagem, sendo estimado um
público de 43.000 visitantes nos quatro dias da feira. Os expositores eram de indústrias
químicas com linhas de tintas e algumas distribuidoras de empresas internacionais, além
de indústrias de pincéis e outros instrumentos ligados a tintas e pinturas. O evento foi
organizado e promovido pelo Sindicato da Indústria de Tintas e Vernizes do Estado
de São Paulo (SITIVESP). No site do evento havia o item pacote de viagem remetendo
à agência HomeTour, com divulgação de hotéis com preços de diárias, destacando
aqueles que ofereciam transporte para a feira, mas não fazia divulgação de passeios por
São Paulo.
Expomusic 2004 – 21a Feira Internacional da Música,
Instrumentos Musicais, Áudio, Iluminação e Afins (15 a 19/09 – quarta a
113domingo), evento realizado no Expo Center Norte, nos pavilhões Branco e Verde,
voltado para o público que trabalha com música e shows, com ingresso gratuito para
lojistas que se cadastravam na entrada da feira, ou ingresso vendido a R$10,00 para
quaisquer outros interessados. Assim, a feira foi visitada pelo público em geral, com
grande concentração de moradores de São Paulo, e a estimativa era de 22.000 pessoas
visitando o evento. Os expositores eram de indústrias, importadores e distribuidores de
instrumentos musicais e acessórios, equipamentos de áudio e iluminação, mas a feira era
apenas de exposição sem a venda de produtos. A Francal Feiras, fiada à UBRAF, foi a
promotora do evento. No site e no guia do visitante, distribuído gratuitamente, havia a
divulgação da Must Tour como agência de viagens e a Varig como Cia. Aérea oficial do
evento, sem destaque para atrativos da cidade de São Paulo.
FEHAB – 20a Feira Internacional da Indústria da Construção (21
a 25/09 – terça a sábado), realizada no Expo Center Norte voltada para negócios na
área de construção civil, com público estimado em 65.000 pessoas nos cinco dias da
feira, mas dificilmente este marco tenha sido atingido em função do pequeno número de
visitantes que se encontrou no local. Os expositores, bastante variados expunham
equipamentos, ferramentas, insumos e serviços relacionados à área de construção civil.
A Guazzalli Messe Frankfurt Feiras, associada à UBRAFE, foi responsável pela
promoção e organização do evento e em paralelo acontecia a EQUIMAC – Feira
Internacional de Máquinas e Equipamentos para Construção Civil e o 3o Salão do
Locador de Equipamentos. No site, no item "informações", estava divulgada a agência
como operadora de turismo oficial do evento a IT Viagens de Incentivo,
disponibilizando serviços de reserva de hotéis, passagens aéreas e outros serviços não
especificados.
Equipotel 2004 - 42a Feira Internacional de Equipamentos,
114Produtos e Serviços para Hotéis, Motéis, Flats, Restaurantes, Bares,
Lanchonetes, Fast Food, Casas Noturnas, Cozinhas Industriais, Hospitais,
Lavanderias e Similares (27 a 30/09 – segunda a quinta). Evento realizado no
Pavilhão de Exposições do Anhembi, voltado para empreendimento de hospedagem,
alimentação e afins, com público estimado de 48.000 visitantes durante os quatro dias
do evento. Expositores de móveis, equipamentos de segurança, equipamentos e
utensílios de cozinha, produtos de decoração, insumos de cozinha, editoras e
associações. O evento foi promovido e organizado pela Equipotel Feiras, Edições e
Promoções Ltda., filiada à UBRAFE. Simultaneamente aconteceram palestras e
cursos, e em paralelo foi realizado o 46o Congresso Nacional de Hotéis organizado
pela Associação Brasileira da Indústria de Hotéis (ABIH). No site do evento não havia
qualquer divulgação de serviços turísticos, entretanto no Mapa de Localização e Guia de
Eventos, distribuído gratuitamente na feira, havia uma lista de cinco roteiros de traslado
sob responsabilidade da Breda Turismo e a Must Tour aparecia como agência oficial do
evento, responsável por reservas de hotéis, passagens aéreas, traslados e city tours para
todos os participantes da feira, inclusive com estande próprio. Além disso, a sala e o
guichê do Anhembi Turismo distribuíam folhetos com os roteiros promovidos pela
Prefeitura de São Paulo. Neste evento também havia a presença de pesquisadores do
Anhembi abordando visitantes.
Fesqua – V Feira Internacional de Esquadrias, Ferragens e
Componentes (28/09 a 01/10 – terça a sexta), evento realizado no Centro de
Exposições Imigrantes voltado para o setor de construção civil e serralheria com
estimativa de público na ordem de 20.000 pessoas. Os expositores concentravam-se em
produtores de insumos metálicos, ferro, alumínio e inox para as áreas de edificação e
acabamento. O evento foi organizado pela CIPA Feiras e Congressos, filiada à
UBRAFE como dito anteriormente, e realizado pala CT César Tavares Comunicações.
115E simultaneamente aconteciam outros cinco eventos afins: a Exposição de Produtos
e Equipamentos para Serralherias, a Mostra Internacional de Estruturas Metálicas, a
Feira Internacional de Equipamentos e Serviços de Instalações Prediais, o Salão de
Tecnologia de Acabamento de Fachadas e o Fórum de Inovações Tecnológicas da
Arquitetura e Construção, mas na verdade ao visitante não era perceptível a separação
destes eventos. No site havia um indicativo para hospedagem que trazia uma lista de
endereços de hotéis e no verso do crachá o telefone da Varig era divulgado para
informações sobre pacotes turísticos, mas nenhum dado sobre turismo receptivo foi
fornecido.
Pet South América 2004 – 3a Feira Internacional de Produtos e
Serviços para a Linha Pet e Veterinária (29/09 a 01/10 – quarta a sexta), realizada
no Transamérica Expo Center voltado para o público que trabalha, cria ou simplesmente
admira animais domésticos, como veterinários, instrutores, criadores, lojistas, com
estimativa de 20.000 visitantes. Os expositores variavam entre produtores de alimentos,
remédios, ração e higienização até enfeites e brinquedos para animais domésticos (cães,
gatos, pássaros, peixes, etc.). A feira foi organizada e promovida pela VNU Business
Media, associada à UBRAFE e simultaneamente aconteceram o Congresso Paulista de
Clínicos Veterinários de Pequenos Animais, o Fórum Pet Food da América Latina e os
eventos titulados de coorporativos: Seminário Internacional de Estética Canina,
Encontro para Empresários da Indústria de Pet Food, entre outros. O site de divulgação
da feira tinha um item chamado "pacote de viagem", que ao ser acessado remetia à
agência oficial do evento Fly One, mas eram fornecidos apenas telefone e e-mail de
contato sem nenhuma informação sobre serviços turísticos, e o hotel Transamérica
aparecia como oficial do evento.
Na análise geral das 18 feiras de negócios, observa-se que são
116variados os segmentos que as feiras atingem: turismo e hotelaria (16,7%),
construção civil (16,7%), móveis e decoração (16,7%), tecnologia e comunicação
(16,7%), artefatos para indústrias em geral (11,1%), área escolar (5,6%), artigos
religiosos (5,6%), produtos de estética (5,6%) e animais domésticos (5,6%).
16,7%
16,7%
16,7%16,7%
11,1%
5,6%
5,6%5,6%
5,6%
Turismo/Hotelaria Móveis/Decoração Construção Civil
Telecomunicação Indústria EscolaReligião Estética Animais domésticos
Gráfico 3.3.1: Áreas de Atuação
Considerando o público estimado, 27,8%, das feiras, esperavam entre
20.000 e 30.000 visitantes, 22,2% entre 30.000 e 39.000 visitantes, outros 22,2% entre
11740.000 e 59.000, e 27,8% estimavam público superior a 59.000 pessoas. Estes dados
mostram que a amostra selecionada estava equilibrada com relação ao número de
visitantes.
27,8
22,2 22,2
27,8
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
Menos de 30.000 de 30.000 a 39.000 de 40.000 a 59.000 mais de 59.000
Gráfico 3.3.2: Público Estimado
A duração média das feiras foi de 4,2 dias, sendo 61,1% com duração
de quatro dias, 27,8% foram realizadas em três dias e 11,1% aconteceram em cinco dias.
Do total de feiras analisado, a maioria (44,4%) foi realizada apenas em dias úteis, 16,7%
foram até o sábado e 38,9% funcionaram em dias úteis e durante todo o fim de semana.
Fato que mostra que as feiras de negócios também aproveitam o sábado e domingo para
atender a um público sem disponibilidade de horário em dias úteis, que podem ser os
turistas de negócios que viajam por conta própria.
118
27,8
61,1
11,1
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
3 dias 4 dias 5 dias
Gráfico 3.3.3: Duração das Feiras
44,4%
16,7%
38,9%
Só dias úteis Dias úteis + sábado Dias úteis + sábado + domingo
Gráfico 3.3.4: Dias da semana
Com relação aos espaços de eventos há uma distribuição equilibrada
entre o Anhembi, o Expo Center Norte e o Centro de Exposições Imigrantes, cada um
abrigou 27,8% das feiras, respectivamente, em seguida vem o Transamérica Expo
Center que sediou 11,1% e por fim o Pavilhão da Bienal onde 5,6% das feiras
119aconteceu. Destaca-se que nenhuma das feiras pesquisadas foi realizada no ITM
Expo Feiras e Convenções. Assim, é possível afirmar que os principais espaços para
grandes feiras de negócios em São Paulo são o Anhembi e o Expo Center Norte, ambos
na zona Norte da cidade e o Centro de Exposições Imigrantes, na zona Sul.
27,8%
27,8%
27,8%
11,1%5,6%
Pavilhão do Anhembi Expo Center NorteCentro de Exposições Imigrantes Trasamérica Expo CenterPavilhão da Bienal
Gráfico 3.3.5: Local de Realização das feiras
Quanto aos organizadores das feiras, apenas cinco empresas não são
filiadas à UBRAFE (28,0%); sendo que uma delas é um sindicato que não tem como
propósito principal a realização de eventos. Dos organizadores filiados, destaque para
Alcântara Machado, CIPA, Francal e Guazzelli Messe Frankfurt, responsáveis pela
promoção de dois eventos cada uma (11,1%).
120
11,1%
11,1%
11,1%
11,1%5,6%5,6%
5,6%
5,6%
5,6%
5,6%
5,6%
5,6%
5,6%5,6%
Alcântara Machado UBRAFE CIPA UBRAFE Francal UBRAFE
Guazzelli Messe Frankfurt UBRAFE Equipotel UBRAFE Grafite UBRAFE
G+G UBRAFE T&T UBRAFE VNU UBRAFE
All Fishing Imam Promocat
Promotrade SITIVesp
Gráfico 3.3.6: Organizadores Filiados à UBRAFE
121
Referente a informações turísticas, apenas três eventos não
divulgavam agências de viagens oficiais (16,7%). As agências Almax e Must Tour
estavam, cada uma, vinculada a três eventos diferentes, mostrando sua significância no
mercado de Feiras de Negócios, com destaque para a Almax que, no próprio site dos
eventos, divulga passeios pela cidade de São Paulo. Entretanto, no geral, organizadores
dos eventos não valorizam os atrativos turísticos de São Paulo ou a promoção de
passeios opcionais para expositores ou visitantes. Também é mínimo o número de
agências de receptivo que se utilizam deste canal de informação diretamente voltado
para o turista de negócios.
16,7%
16,7%
16,7%5,6%
5,6%
5,6%
5,6%
5,6%
5,6%
5,6%
5,6%5,6%
Almax Must Tour Sem agência Commissair CVC Fly One
Home Tour Itiquira IT Viagens SGP Sugoi TAM
Gráfico 3.3.7: Agências de Viagens Oficiais
122
4. O TURISTA DE NEGÓCIOS EM SÃO PAULO
4.1. Características biossociais, ciclo de vida da família e classe econômica
Para a análise biossocial foram considerados os dados sobre origem,
ocupação, idade, escolaridade, estado civil, renda e gênero. Por entender que os
elementos biossociais analisados isoladamente servem apenas para caracterizar
genericamente o grupo pesquisado, resolveu-se ampliar as análises para conseguir dados
que indicassem segmentos dentro do público de turistas de negócios. Como Smith
(1988:39-40) explica, o processo de segmentação serve-se de alguns critérios para
definir grupos de pessoas que sejam relativamente, similares, e que, ao mesmo tempo,
sejam relativamente diferentes de outros grupos.
Deste modo, a análise inclui também, o estágio no ciclo de vida da
família e a classe econômica, critérios ligados ao estudo do consumidor que apóiam
pesquisas de mercado e planos de marketing. Explicações destes critérios estão
detalhadas juntamente com o estudo dos resultados.
Acredita-se que a análise das características biossociais, aliada à do
estágio no ciclo de vida da família e à da classe social possam subsidiar ações de
marketing ou de planejamento turístico, pois além de avaliar dados genéricos, permite
verificar a existência de grupos homogêneos de visitantes, facilitando a compreensão de
suas características como segmento consumidor.
Com relação à origem dos turistas de negócios, observa-se que a
grande maioria (37,4%) é proveniente do próprio Estado de São Paulo. Além do Estado
paulista os outros estados da Região Sudeste são os que mais enviam turistas de
123negócios para as feiras: Minas Gerais (11,0%), Rio de Janeiro (11,0%) e Espírito
Santo (2,0%). Assim, no total, a Região Sudeste congrega 61,4% dos visitantes das
feiras de São Paulo. Em seguida, vêm os Estados do Sul, Paraná (8,9%), Rio Grande do
Sul (6,5%) e Santa Catarina (5,8%). Os Estados do Centro-oeste também têm
relevância, sendo o Distrito Federal (2,5%), Goiás (1,8%) e o Mato Grosso (1,1%) os
Estados mais presentes desta região. Já os Estados do Nordeste não têm grande
representatividade, sendo que a soma dos nove estados representam apenas 5,8% do
total dos visitantes, com destaque para Bahia (2,7%), Pernambuco (1,1%) e Ceará
(0,5%). Da Região Norte também é pouco o número de turistas de negócios, sendo Pará
(0,9%) e Amazonas (0,8%) os mais representativos.
Acredita-se que o grau de desenvolvimento socioeconômico e a
localização dos estados em relação a São Paulo sejam os fatores que determinam a
maior concentração de visitantes provenientes das regiões Sudeste e Sul. Entretanto,
observa-se que regiões em desenvolvimento, como no caso os estado do centro-oeste,
também enviam considerável número de turistas de negócios para as feiras em São
Paulo.
Com relação aos 2,5% de visitantes estrangeiros, é importante destacar
que a maioria provém da América Central e do Sul (1,0%), com representatividade
maior dos argentinos, seguidos pelos uruguaios. Dos visitantes da América do Norte
(0,3) destacam-se os americanos; dos europeus (0,5%), os italianos; e dos visitantes da
Ásia e Oriente Médio (0,7%) destacam-se os chineses.
Tabela 8
Origem dos Visitantes por Região, Estado e Continente Região n. abs Subtotal Estado n. abs Subtotal
124SUDESTE 726 61,4% SP 442 37,4%
MG 130 11,0% RJ 130 11,0% ES 24 2,0%
SUL 251 21,2% PR 105 8,9%
RS 77 6,5% SC 69 5,8%
CENTRO-OESTE 74 6,2% DF 30 2,5%
GO 21 1,8%
MT 13 1,1% MS 10 0,9%
NORDESTE 69 5,8% BA 32 2,7%
PE 13 1,1% MA 10 0,8% CE 6 0,5% Outros 8 0,7%
NORTE 31 2,6% PA 11 0,9%
AM 9 0,8% Outros 11 0,9%
ESTRANGEIROS 30 2,5% America Latina 12 1,0%
Europa 6 0,5% América do Norte 4 0,3% Ásia e Oriente Médio 8 0,7%
Sem resposta 2 0,2% 2 0,2%
TOTAL 1183 100,0% 1183 100,0%
61,5
21,3
6,3 5,82,6 2,5
0,0%
10,0%
20,0%
30,0%
40,0%
50,0%
60,0%
70,0%
%
SUDESTE SUL CENTRO-OESTE NORDESTE NORTE Estrangeiros
Região
Gráfico 4.1.1: Origem
Referente ao gênero dos entrevistados há o predomínio de homens
72,9%, enquanto as mulheres representam 27,1%. O cruzamento desse dado com a
125posição família mostrou que, entre os homens, 56,5% eram chefes de família e,
dentre as mulheres, apenas, 10,2% se constituíam em chefes da família, revelando a
parcela das turistas de negócios, que freqüentam feiras de negócios em São Paulo, e que
são provedoras da família. No geral, apenas 33,3% dos entrevistados não são chefes da
família, portanto, mais da metade dos entrevistados (66,7%) são os responsáveis pelo
sustento da família.
16,4
56,5
16,9
10,2
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
70,0
80,0
%
Homens Mulheres
Não Sim
Gráfico 4.1.2: Chefe de Família por Gênero
126
Na análise da renda familiar verifica-se uma distribuição normal
com renda familiar mensal média de aproximadamente R$ 6.000, mostrando que há
concentração das pessoas com renda entre R$ 3.001 e R$ 5.000 (30,6%), seguidos dos
visitantes com renda entre R$ 5.001 e R$10.000 (26,0%), e daqueles com rendimento
familiar mensal de R$ 1.001 a R$ 3.000 (25,0%). Por fim, vem os entrevistados
com renda na ordem de R$ 10.001 a R$ 15.000 com 8,8% , ficando a soma dos
percentuais das faixas das extremidades menor que 10%.
0,4
3,5
25
30,6
26
8,8
3,52,2
0
5
10
15
20
25
30
35
%
Até R$ 500,00 de R$ 501,00 a1.000,00
de R$ 1.001,00a 3.000,00
de R$ 3.001,00a 5.000,00
de R$ 5001,00a 10.000,00
de R$10.001,00 a15.000,00
de R$15.001,00 a20.000,00
ma is de R$20.000,00
Faixa de Renda
Gráfico 4.1.3: Renda Familiar Mensal
Para determinar ocupação optou-se pelo método de Mattar (1997:56),
com algumas adaptações, estabelecendo onze categorias de ocupação em função do
porte da empresa e do poder de decisão, dividindo ocupações administrativas e
operacionais. Considerou-se esta classificação a mais adequada para a presente
pesquisa, pois era importante entender a posição profissional dos turistas de negócios
frente à tomada de decisões.
Cruzando os dados da renda com os de ocupação observa-se que, dos
127turistas com renda familiar mensal entre R$ 3.001 e R$ 5.000, destacam-se os
profissionais liberais, representando 7,7%, seguidos pelos proprietários ou gestores de
empresas de médio porte (5,8%) e proprietários de empresas de pequeno porte (5,7%).
No segundo grupo de concentração de renda (entre R$ 5.001 e R$ 10.000), destacam-se
os proprietários de empresas de pequeno porte (6,3%), os proprietários de empresas de
médio porte (5,5%) e os profissionais liberais (4,7%). Na terceira faixa de renda (de R$
1.001 a R$ 3.000) os profissionais liberais continuam em maioria (7,4%), seguidos das
pessoas com cargo de chefia em áreas operacionais (4,4%), pessoas com cargo de chefia
em áreas administrativas (3,3%) e assistentes em áreas administrativas (3,3%).
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0
Até R$ 500
de R$ 501 a 1.000
de R$ 1.001 a 3.000
de R$ 3.001 a 5.000
de R$ 5001 a 10.000
de R$ 10.001 a 15.000
de R$ 15.001 a 20.000
mais de R$ 20.000
Ocupação A Ocupação B Ocupação C Ocupação D Ocupação E Ocupação F
Ocupação G Ocupação H Ocupação I Ocupação J Ocupação K
Gráfico 4.1.4: Renda por Ocupação
Legenda: A. Proprietário de empresa de grande porte / alto executivo / alto funcionário do governo. B. Profissional liberal. C. Proprietário de empresa de médio porte / Professor universitário / Executivo de empresas de médio porte. D. Proprietário de empresa de pequeno porte. E. Encarregado / Chefe ou Gerente de áreas administrativas. F. Técnico / Encarregado / Chefe ou Gerente de áreas operacionais. G. Microempresário / Professor do ensino fundamental. H. Assistente de áreas administrativas. I. Ajudante / Trabalhador braçal. J. Atua na economia informal / Ambulante. K. Outra ocupação que não se encaixa em nenhuma das anteriores.
128
Na análise geral dos visitantes das feiras, por ocupação, observa-se
que se destacam os profissionais liberais (22,3%), seguidos dos proprietários de
empresas de pequeno porte (18,1%) e dos proprietários ou executivos de empresas de
médio porte (16,2%). Os encarregados ou chefes de áreas administrativas somam 14,7%
e os encarregados ou chefes de áreas operacionais perfazem 10,1%. Turistas de
negócios que ocupam cargos de assistentes de áreas administrativas representam 6,7% e
os proprietários ou executivos de empresas de grande porte 5,7%. Já as demais
ocupações como microempresário, trabalhador braçal, ambulante e outras não
especificadas somam 6,2%.
22,318,1
16,214,7
10,16,7
5,73,5
1,70,70,3
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0
%Ajudante / Trabalho braçal
Ajudante / traba lhador braça lDona de casa. Estudante, desempregado, doente ou inválido
Micro empresário / Professor de ensino fundamentalProprietário de empresa de grande por te / alto executivo / alto fumciomário do governo
Assistente de áreas administrativasTécnico / enca rregado / Chefe ou gerente de áreas operacionais
Encarregado / chefe ou gerente de áreas administrativasProprietário de empresa de médio porte / professor universitár io / executivo de empresa de médio porte
Proprietário de empresa de pequeno porteProfissiona l Liberal
Gráfico 4.1.5: Ocupação
129
A faixa etária predominante dos turistas de negócios está entre 35
e 44 anos (26,8%). Aos mais novos, com idade entre 30 e 34 anos (22,8%), seguem
aqueles da faixa entre 45 e 54 anos (17,5%); em quarto lugar estão os visitantes com
idade entre 25 e 29 anos (17,4%). Registra-se a presença de visitantes entre 18 e 24 anos
(11,0%), grupo que pode ser representado por profissionais recém-ingressados no
mercado de trabalho ou mesmo estagiários. Verifica-se que a idade média dos turistas é
de 36 anos e que os maiores de 55 anos representam apenas 4,5% do total. Assim pode-
se dizer que quase a totalidade dos entrevistados nas feiras de negócios (84,5%) tem
entre 25 e 54 anos, faixa etária da população adulta, economicamente ativa,
confirmando que se trata de um público com idade de estar exercendo plenamente suas
tarefas profissionais.
11,0
17,4
22,8
26,8
17,5
4,1
0,4
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
%
18 - 24 anos 25 - 29 anos 30 - 34 anos 35 - 44 anos 45 - 54 anos 55 - 64 anos mais de 65 anos
Gráfico 4.1.6: Faixa Etária
130
Considerando o grau de instrução, observa-se que a maioria dos
entrevistados tem nível superior completo e pós-graduação (57,1% e 1,2%
respectivamente), instrução compatível com cargos de chefia e gestão de negócios, bem
como profissionais liberais. Os turistas de negócios com ensino médio completo ou
superior incompleto correspondem a 32,5% e aqueles com nível de instrução menor não
somam 9,2% do total de entrevistados.
0,3
3,6
5,3
32,5
57,1
1,2
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
%
Primário incompleto
Primário completo
Ginasio completo
Ensino médio completo
Superior completo
Pós Graduação
Gráfico 4.1.7: Grau de Instrução
131
Os casados predominam entre os entrevistados, representando
metade dos turistas das feiras (50,0%), depois seguem os solteiros (38,5%) e por fim os
separados (10,3%). Os viúvos representam apenas 1,2% do total pesquisado.
38,5%
50,0%
10,3%1,2%
Solteiro Casado Separado Viúvo
Gráfico 4.1.8: Estado Civil
A análise, segundo o critério de estágio no ciclo de vida da família,
está baseada no modelo explicado e detalhado por Gade. A escolha deste autor dentre os
muitos que tratam do tema se deu em função da abrangência e coerência com a
realidade atual dos estágios estabelecidos. São quatro estágios para o público jovem
(solteiro I, recém-casado, ninho cheio I e monoparentais I); quatro estágios para as
pessoas de meia idade (solteiro II, ninho cheio II, monoparentais II e ninho vazio); e
dois para os idosos (solteiro II e ninho vazio II). (GADE, 1998:169-171). No total são
dez estágios das pessoas relacionadas à questão familiar (anexo 12), que além de avaliar
idade e estado civil verifica a relação do entrevistado com parentes e dependentes.
132Destaca-se, também, que Swarbrooke e Horner mostram que cônjuges e filhos
influenciam os hábitos de consumo e também têm grande participação no processo de
decisão por destinos turísticos. (SWARBROOKE e HORNER 2001: 111).
Para analisar o estágio no ciclo de vida da família partiu-se dos dados
sobre idade, considerando que os turistas de negócios com idade até 29 anos são jovens
(33,8%), os de meia idade entre 30 e 54 representam 61,7% e 4,5% são idosos com mais
de 55 anos. Depois os dados sobre estado civil e idade dos filhos foram cruzados para
localizar os estágios que mais se destacavam.
Dentre os casados, 51,8% possuem filhos que moram na mesma casa,
sendo que a idade predominante dos filhos é entre 11 e 18 anos (16,8%). Assim, com
base nos dados avaliados foi possível afirmar que dentre os turistas de negócios
predominam chefes de família de meia-idade que se localizam no estágio da família de
ninho cheio II caracterizado por um segmento de casais com filhos pré-adolescentes ou
adolescentes, com hábito de consumo típico das necessidades dos jovens e da família, o
domicílio geralmente é maior, gastam com eletrodomésticos, consomem serviços
médicos, dentários, gastam com ensino, esportes e incluem os filhos jovens nas opções
de lazer.
Entre os solteiros, apenas 3,5% moram com filhos, assim a maioria
deste grupo encontra-se no estágio da família intitulado como solteiro II que se
caracteriza por incluir adultos com idade entre 30 e 54 anos, sozinhos, que não tem
filhos. Dispõem da sua renda para si e consomem serviços de saúde, turismo, locação de
fitas de vídeo, além de produtos pessoais.
Apenas 3,7% dos separados que mora com filhos, também com idade
predominante entre 11 e 18 anos, encontram-se na categoria de monoparentais II, que se
133caracteriza por pais de meia idade, que carregam as responsabilidades da família
sozinhos, com consumo baseado nas necessidades dos jovens, serviços médicos,
dentários, ensino, esportes, eletrodomésticos. Seu lazer inclui os jovens, mas todos este
itens são consumidos em quantidade reduzida devido à única fonte de renda. Os filhos
passam a decidir por vários itens de consumo, principalmente alimentação. A maioria
dos separados (96,3%) não têm filhos ou não moram com eles portanto também se
encaixam na classificação de solteiro II.
Entre os viúvos, 0,6% moram com filhos com idade entre 18 e 30
anos, localizando-se no estágio da família chamado de monoparentais II, mas
destacando que os filhos já podem ser considerados como adultos e, portanto, menos
dependentes dos pais com relação à decisão de consumo.
1,1 1,40,7 0,3 0,0
11,3
14,4
16,8
8,6
0,70,2
1,01,6
0,90,0 0,1 0,0 0,2 0,3 0,1
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
%
Solteiro Casado Sepa rado Viuvo
Até 5 anos de 6 a 10 anos de 11 a 18 anos de 18 a 30 anos ma is de 30 anos
Gráfico 4.1.9: Estado Civil e Idade dos Filhos
Outro elemento escolhido para fazer análise dos turistas de negócios
segundo segmentos de consumidor foi a classe econômica dos turistas de negócios
através da metodologia da Associação Nacional de Empresas de Pesquisa ANEP, que
134divide as pessoas em sete grupos distintos de classes econômicas, definidas segundo
uma pontuação que considera a posse de bens duráveis, informações sobre a residência
e o grau de instrução do chefe da família. Trata-se de uma metodologia mais ampla que
a análise da renda, portanto, este conceito é usualmente utilizado para apoiar pesquisas
mercadológicas, assim pode, auxiliar na melhor caracterização do turista (anexo 13).
Esta pontuação é baseada no levantamento socioeconômico feito pelo
Instituto Brasileiro de Opinião Pública e Estatísticas (IBOPE) no ano de 2000. As
classes econômicas e a representação de cada uma delas no Brasil ou em regiões
metropolitanas é divulgada em percentuais. A escolha por este critério se deu por se
tratar de um método adequado à realidade brasileira. O resultado estabelece a
circunstância econômica, de forma a entender o poder de compra do entrevistado com
base em um padrão nacional.
Sobre a classe econômica dos turistas de negócios constatou-se que
32,2% dos entrevistados estão na classe A2, outros 29,1% na classe B1, além de 20,5%
na classe B2 e 9,9% na classe A1. Esses dados confirmam que turistas visitantes das
feiras constituem-se na elite econômica do Brasil.
136
4.2. Interações com São Paulo: motivos, atividade, interesses e serviços
Como interações do turista de negócios com São Paulo considera-se o
motivo da visita dos entrevistados, quantidade de dias e os dias da semana em que
permanecem na cidade, freqüência das visitas a São Paulo, custeador da viagem, meio
de hospedagem, características do meio de hospedagem, bem como, espaços e
equipamentos de lazer que oferecem.
A avaliação do motivo da visita a São Paulo serviu para avaliar se os
entrevistados entendiam sua presença na feira como meio de realizar negócios ou,
simplesmente, como participantes de um evento. Assim, respostas espontâneas levaram
ao seguinte resultado: 57% afirmaram que estavam na cidade a negócios; 42,3%
disseram que estavam na cidade por causa da feira; e 0,7% não responderam a esta
pergunta. Estes dados mostram que além da feira, outros negócios podem ser realizados
na cidade no período do evento ou, então, que as feiras por si só se constituem em
negócios.
Motivo da Visita
57,0%
42,3%
0,7%
Negócio / Trabalho Feira / Convenção Sem resposta
Gráfico 4.2.1: Motivo da Visita a São Paulo
Os turistas de negócios permanecem na cidade, em média 3,7 dias,
137dado compatível com a média de duração das feiras que é de 4 dias. Apesar da
distribuição equilibrada entre a quantidade de dias que os turistas ficam em São Paulo,
destacam-se aqueles que permanecem 3 dias (18,3%) e os que ficam 4 dias (16,7%). É
pequeno o percentual de pessoas cuja estada dura 5 dias (12,8%) e 6 dias (7,1%). Mas,
14,1% permanecem 7 dias, ou seja, uma semana completa, sugerindo que devem
aproveitar a viagem a São Paulo para outras atividades além da feira, seja a trabalho ou
a lazer. Entre esses turistas, 15,4% ficam apenas um dia, portanto, não pernoitam.
15,4 15,2
18,3
16,7
12,8
7,1
14,1
0,4
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
%
1 2 3 4 5 6 7 Sem resposta
Número de dias
Gráfico 4.2.2: Tempo de Permanência
138
Na análise dos dias da semana, observa-se maior concentração dos
turistas nas quartas, quintas e sextas-feiras, sendo que os dias de menor freqüência de
turistas são segundas-feiras e domingos. Tal dado confirma que a permanência dos
entrevistados, na cidade de São Paulo está diretamente ligada ao evento, pois de todas as
feiras pesquisadas 61,1% acontecem entre terça e sábado, sendo a quinta-feira o dia
central da maioria das feiras. Entretanto, vale destacar que, mesmo sendo pequeno, o
número de turistas que fica na cidade de São Paulo no domingo (9,9%), estes podem ser
considerados visitantes potenciais dos atrativos turísticos, porque, provavelmente, têm
alguma disponibilidade de tempo livre.
9,5
12,8
16,9
18,7 19,0
13,0
9,9
0,1
0,0
2,0
4,0
6,0
8,0
10,0
12,0
14,0
16,0
18,0
20,0
%
Segunda-feira Terça-feira Quarta-feira Quinta-feira Sexta-feira Sábado Domingo Sem Resposta
Gráfico 4.2.3: Permanência nos Dias da Semana
139
Dos visitantes entrevistados, apenas 12,3% estavam em São Paulo
pela primeira vez; 25,4% já haviam estado na cidade entre duas e cinco vezes; 14,5%
entre seis e dez vezes; a maioria (47,6%) já esteve na cidade mais de dez vezes; e 0,2%
não respondeu a esta questão. Constata-se, portanto, que a grande maioria dos turistas
de negócios vem freqüentemente à capital. Este fato confirmou-se ao verificar que a
maioria dos entrevistados conhece inúmeros atrativos turísticos de São Paulo, como será
analisado posteriormente.
12,3%
25,4%
14,5%
47,6%
0,2%
1a. vez 2 a 5 vezes 6 a 10 vezes mais de 10 vezes Sem resposta
Gráfico 4.2.4: Número de Visitas a São Paulo
140
Com relação ao custeio da viagem observa-se que em 59,4% dos
casos a empresa custeia a viagem. Entretanto, uma parte dos visitantes das feiras arca
com suas próprias despesas (29,9%), enquanto outros 10,2% dividem os gastos com a
empresa. Este dado contraria a idéia divulgada na literatura específica que, usualmente
relaciona o turismo de negócios a uma atividade custeada por pessoa jurídica. Por outro
lado, confirma que existem turistas de negócios que viajam por conta própria ou, como
já analisado na ocupação, que muitos são profissionais liberais ou proprietários de
pequenas e médias empresas, e que, portanto, custeiam a própria viagem. Existe ainda
0,3% que tem as despesas pagas por empresas-clientes e 0,2% não respondeu a esta
questão.
59,4%
29,9%
0,3%10,2%0,2%
Empresa Entrevistado Cliente Empresa e entrevistado Sem resposta
Gráfico 4.2.5: Custeio da Viagem
141
Referente à hospedagem, a grande maioria fica hospedada em
hotel ou flat (59,7%), mas é considerável o número de pessoas que se hospedam em
casa de amigos ou parentes (19,2%), enquanto 1,3% fica em alojamento ou apartamento
da empresa e 0,8% tem residência em São Paulo. O albergue da juventude como local
de hospedagem aparece com 00,2%. Já, 18,8% são turistas de negócios que não
pernoitam em São Paulo, número bem próximo aos 15,4% que permanecem na cidade
por apenas um dia. Nesta questão 2,4% utilizaram outro tipo de meio de hospedagem,
como alojamento da empresa, residência própria, motel ou albergue.
59,7
19,2
18,8
1,3
0,8
0,3
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
%
Hotel / Flat
Casa de parentes / amigos
Não pernoita
Alojamento de empresas
Residencia própr ia
Outros
Gráfico 4.2.6: Hospedagem
142
Para os visitantes que se utilizam de hotéis foi indagada a categoria
e o nome do mesmo. O que se observou foi que, em muitos casos, os turistas de
negócios não sabem a categoria do hotel ou preferiram omitir esta informação, pois
53,8% não responderam a esta questão. Dos que responderam a esta questão, 16,1%
afirmaram estar em um hotel 5� e 14,3% disseram estar hospedados em um 4�,
11,5% afirmaram estar em um classificado como 3�, 3,7% em hotel 2� e, apenas,
0,6% confirmou estar hospedado em um hotel de categoria 1�. Em alguns casos, o
nome do hotel declarado não conferia com a classificação.
16,114,3
11,5
3,70,6
53,8
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
%
Cinco Quatro Três D uas Uma Não sabe / nãorespondeu
Classificação
Gráfico 4.2.7: Classificação dos Hotéis segundo os Entrevistados
Analisando a lista dos nomes de hotéis citados, 25,1% não foram
identificados, pois não constavam nas outras fontes consultadas para listar os hotéis de
São Paulo, que foi utilizada como referência para categorizar os hotéis e flats. Dos
hotéis mencionados, observa-se que as redes hoteleiras de categoria 3� são as mais
utilizadas (36,1%). Entre eles destacam-se os hotéis Holiday Inn, flats da Parthenon,
Hotéis Blue Tree, Novotel, Confort da rede Atlântica e Meliá. Estas redes possuem
143estabelecimentos em todas as regiões de São Paulo, além de terem hotéis nas
proximidades dos centros de eventos onde acontecem as feiras. Em seguida vêm os
hotéis considerados 2� como os da rede Íbis (20,8%), e diversos hotéis localizados na
região central. Apenas 7,6% dos entrevistados ficaram em hotel 4�com destaque para o
Hotel Transamérica. Apenas 2,7% dos hotéis citados são classificados como 5�.
Estes dados confirmam que nem sempre os turistas de negócios se
utilizam de equipamentos e serviços de luxo, pois a maioria dos entrevistados
hospedou-se em hotéis de 3� e 2�, considerados confortáveis ou de médio conforto.
Entretanto, a maioria dos estabelecimentos pertence a redes hoteleiras que seguem
padrões internacionais, o que pode garantir qualidade e conforto.
2,7
7,6
36,1
20,8
7,6
25,1
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
40,0
%
Cinco Quatro Três Duas Uma Nã o sabe / nãorespondeu
Gráfico 4.2.8: Classificação dos Hotéis por Região com Base no Guia 4 Rodas Brasil e outras fontes
Comparando a classificação dos hotéis colhida junto aos turistas de
negócios com a classificação de padrão de conforto do Guia Brasil 4 Rodas de 2005,
observa-se que, usualmente, os turistas de negócios não têm clareza quanto à categoria
144do meio de hospedagem em que se hospedam. O gráfico 19 compara a classificação
citada pelos entrevistados com a real categoria dos hotéis mencionados e demonstra as
discrepâncias.
16,1
2,7
14,3
7,6
11,5
36,1
3,7
20,8
0,6
7,6
53,8
25,1
0,0
10,0
20,0
30,0
40,0
50,0
60,0
%
Cinco Quatro Três Duas Uma Não sabe/não respondeu
Hóspede Guia
Gráfico 4.2.9: Categoria Citada e a Categoria Real
145A existência de equipamentos ou serviços interessantes nos hotéis
mencionados foi considerada para verificar se o turista de negócios teria opções para
usufruir de seu tempo livre nos próprios estabelecimentos. Do total de hotéis, 30,2%
não oferecia nada de interessante. Em 44,2% existem equipamentos interessantes no
hotel, sendo que espaços ligados a atividades físicas (26,1%) como sala de fitness,
quadras e pistas de cooper foram os mais lembrados. Piscinas foram mencionadas por
26,1% dos entrevistados que conheciam espaços de interesse no hotel; bares e
restaurantes foram citados por 21,8% dos hóspedes; sauna e massagem por 19,1% e
6,9% citaram outros equipamentos como internet e salão de jogos.
30,2%
44,2%
25,6%
Não Sim Não Sabe
Gráfico 4.2.10: Existência de Espaços Interessantes no Hotel
146
2 6 ,1 2 6 ,1
2 1 ,8
1 9 ,1
6 ,9
0 ,0
5 ,0
1 0 ,0
1 5 ,0
2 0 ,0
2 5 ,0
3 0 ,0
%
F it n e ss C e n t e r P isc in a B a r / R e st a ur a n t e Sa un a O ut r o s
Gráfico 4.2.11: Espaços Interessantes no Hotel
4.3. Uso do tempo livre: atividades de lazer, preferências e fatores limitantes
Considerando-se que a maioria das feiras de negócios ocorre nos períodos
da tarde e da noite, pressupõe-se que esse turista tenha disponibilidade de tempo livre
durante as manhãs. Esta questão foi investigada verificando-se que: no início do dia a
maioria dos turistas trabalha (33,1%); 19,3% estavam viajando, tendo chegado a São Paulo
no dia da entrevista; 4,5% estiveram na feira; e 0,3% almoçou. Isso significa que 56,9% dos
entrevistados não tinham tempo livre no período da manhã, pois estavam desenvolvendo
atividades relacionadas ao trabalho ou às necessidades fisiológicas, que não podem ser
consideradas no uso do tempo livre. Por outro lado, 19,3% descansaram, 10,8% fizeram
compras, 7,1% passearam, 1,6% visitou amigos e parentes, 1,3% realizou exercícios físicos,
gerando um total de 40,1% de pessoas que tiveram tempo livre para utilizá-lo com livre
arbítrio. Esse percentual revela-se bastante interessante para propostas de atividade de
lazer. Ainda 1,1% das respostas não se encaixavam nas categorias estabelecidas no
agrupamento; e 1,6% não respondeu a esta questão.
147
33,1
19,3
19,2
10,8
7,1
4,5
1,6
1,3
0,3
1,1
1,6
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0
%
Trabalhou
Descansou
Viagem
Compras
Passeio
Feira
Visitou amigos ou parentes
Exercício Físico
Almoçou
Outros
Sem resposta
Gráfico 4.3.1: Atividades pela Manhã
Outra possibilidade de existir tempo livre é após a feira, neste caso, a
atividade mais citada foi jantar (28,2%). Analisar esta opção em relação ao turista de
neócios é bastante complicado, porque esta pode assumir diferentes formas: meramente
de caráter de subsistência, e não seria lazer; pode ser uma atividade de associativa de
lazer, para degustar pratos diferentes ou freqüentar restaurantes com ambiente
diferenciado, podendo estar tornam a refeição uma atividade para conhecer
manifestações e usos populares de São Paulo, e isso pode acontecer na companhia de
amigos ou mesmo colegas de trabalho. Neste caso, a atividade não é obrigatória, nem
discricional. Assim, optou-se por não considera-la de lazer.
Descansar e dormir somam 33,0% das respostas e constituem-se em
atividades obrigatórias para estabilizar funções fisiológicas, mostrando que grande parte
dos entrevistados não tem disposição física para lazer após a feira. Esta decisão também
pode ocorrer por falta de opção de lazer, seja por desconhecimento, seja por receio de se
aventurar numa grande cidade. Outros 16,6% viajariam após a feira, provavelmente
retornando à cidade de origem; e 3,5% explicaram que iriam trabalhar. Assim 20,1%
dos turistas de negócios, realmente, não teiram tempo livre após visitar a feira.
148Atividades descompromissadas com a profissão ou com
necessidades fisiológicas, foram citadas por 17,1% . Estes, na maioria, buscam
entretenimentos noturnos como beber (5,5%), divertir-se no contexto geral sem
especificar como (5,4%), passear (3,2%), também em caráter genérico, e 3,0%
mencionaram compras. Assim, pode-se ressaltar que é pequeno o percentual de turistas
de negócios com disposição para o lazer após a visita à feira. Aqueles que se encaixam
neste perfil têm interesses peculiares, que podem estar ligados à busca de aventura por
estar longe de seu cotidiano familiar, limitando, assim, propostas para o lazer noturno
deste público. Destaca-se que 1,4% deu outras respostas variadas e sem significância.
Do total, 0,2% não respondeu a esta questão.
28,2
17,716,6
15,3
5,5 5,4
3,5 3,2 3,01,4
0,2
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
%
Jantar D esca nsar Viajar Dormir Beber Divertir-se Trabalha r Passear Compras Outros Sem resposta
Gráfico 4.3.2: Atividades após a feira
Foi indagado se o turista de negócios havia reservado algumas horas
para se divertir em São Paulo, buscando-se com isso verificar se havia tempo para o
lazer. Respostas negativas ocorreu em 69,7% dos casos. Dos 30,3% que responderam
afirmativamente a esta questão, 52,0% tinha entre 6 e 24 horas para se divertir, o que
149pode ser considerado um dia para o lazer; 38,0% disse ter até 5 horas para diversão,
ou seja, meio dia; e 8,4% disse ter reservado entre 25 e 48 horas para lazer, ou seja, dois
dias; apenas 1,6% mencionou períodos maiores. Apesar de ser pequeno o percentual de
turistas de negócios com tempo para diversão observa-se que aqueles que têm esta
disposição reservam em média um dia para passear em São Paulo.
69,7%
30,3%
Não Sim
Gráfico 4.3.3: Disponibilidade de Tempo para Diversão
150
38,0
52,0
8,4
1,6
0,0 10,0 20,0 30,0 40,0 50,0 60,0
%
Até 5 horas
de 6 a 24 horas
de 25 a 48 horas
mais de 48 horas
Inte
rval
os
de
hora
s
Gráfico 4.3.4: Horas Disponíveis para Diversão
Do total de entrevistados, 56,8% conhecem atrativos turísticos de São
Paulo; enquanto 43,2% tinham total desconhecimento sobre locais turísticos. Esse fato é
bastante relevante, pois a falta de informação pode estar restringindo os passeios de
turista de negócios pela cidade. Dentre as respostas sobre os atrativos, os mais citados
foram os histórico-culturais (30,1%) como museus, monumentos e igrejas. Em seguida
aparecem os naturais (27,8%) como Parque do Ibirapuera, Jardim Zoológico e praças;
12,3% enumeraram realizações técnico-científicas como avenidas, viadutos, shopping
centers; 10,4% mencionaram entretenimentos como espaços de diversão noturna,
parques temáticos ou estádios de futebol; 6,6% referiram-se aos acontecimentos
programados como cinema, shows ou teatro; e outros 4,4% citaram restaurantes ou
espaços gastronômicos. Apenas 3,2% citaram manifestações populares como festas ou
bairros típicos; 2,5% deram alguma resposta que não se encaixava nas categorias
estabelecidas; e 1,9% não descreveu o atrativo que conhecia.
151
43,2%
56,8%
Não Sim
Gráfico 4.3.5: Conhecimento de Atrativos em São Paulo
31,1
27,8
12,3
10,4
6,6
4,4
3,2
2,5
1,9
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0
%
Histórico - Cultura is
Na tura is
Realizações Técnico-científica s
Entretenimento
Acontecimentos Programados
Gastronomia
Manifestações e Usos Tradiciona is / Populares
Outros
Sem Resposta
Gráfico 4.3.6: Tipo de Atrativo Conhecido
Mais da metade dos entrevistados (53,5%) confirmou que tinha
interesse em fazer um passeio turístico por São Paulo. Entretanto, 46,5 disse não ter este
interesse. Os locais apontados, como de maior curiosidade, foram os atrativos histórico-
152culturais (31,6%); em seguida os naturais (14,9%); a atividade de city-tour teve uma
representação de 14,7%; e a participação em acontecimentos programados de 11,1%;
em seguida aparecem obras ligadas a realizações técnico-científicas (7,8%),
entretenimento (6,8%); manifestações populares (3,1%); e apenas 2,7% citou
gastronomia.
Destaca-se, portanto, que atrativos como monumentos, museus e
igrejas, que remetem à compreensão histórica e cultural da metrópole são os que
despertam maior interesse e que os atrativos ligados à natureza também instigam
curiosidade. Observou-se que um número significativo de turistas tem vontade de fazer
um city-tour para conhecer os principais pontos turísticos de São Paulo e que a tão
variada gastronomia não constitui fator de relevante interesse dos turistas de negócios.
53,5%
46,5%
Não Sim
Gráfico 4.3.7: Interesse em Passeio Turístico por São Paulo
153
31,6
14,9
14,7
11,1
7,8
6,8
3,1
2,7
1,7
5,5
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0
Historico / Cultura is
Natura is
City Tour
Acontecimentos progranados
Realizações Técnico - científicos
Entretenimento
Manifestações e usos tradicionais / populares
Gastronomia
Outros
Não respondeu
Gráfico 4.3.8: Tipo de Atrativos que Despertam Interesse
154
Relacionando a ocupação profissional com o interesse em fazer
passeios em São Paulo, observou-se que, dentre as várias categorias, aqueles turistas
que, proporcionalmente, demonstram mais interesse em passear pela cidade são os que
deram respostas evasivas (65,0%), não sendo possível entender sua autonomia em
decisões ou seu vínculo empregatício; os profissionais alocados em cargos com vínculo
empregatício em vagas sem grande prestígio (encarregado, chefe ou gerente de áreas
administrativas) constituem-se no segundo grupo que mais se interessa em passeios por
São Paulo (63,2%); depois vêm os ajudantes e trabalhadores braçais (62,5%). Observa-
se, portanto, que os profissionais que ocupam cargos com pequeno grau de autonomia
de decisões são os que valorizam a possibilidade de lazer em São Paulo.
Os proprietários de pequenas empresas e os profissionais liberais que,
na maioria dos casos, são responsáveis pelo custeio da própria viagem, são os que
menos se interessam em passear por São Paulo com percentuais na ordem de 54,7% e
51,9% de respostas negativas. Infere-se, portanto, que este grupo de turistas prioriza o
trabalho.
Esta constatação confirma que o trabalho influencia o lazer de
diferentes formas. Esse tema foi discutido por Parker que afirma:
“A experiência de trabalho e as atitudes para com o trabalho influenciam o lazer de muitas maneiras .... As diferenças culturais fazem com que o mesmo tipo de trabalho afete o lazer de diversas maneiras em países diferentes.” (PARKER, 1978:80-95).
Assim, pode-se dizer que, no caso dos turistas de negócios que
participam de feiras em São Paulo, a influência do trabalho sobre o lazer está ligada às
questões financeiras e de responsabilidade pelo negócio, pois os proprietários ou
autônomos são os principais promotores do sucesso da empresa e, deste modo, então
155acabam por não dar importância ao lazer no destino em que estão realizando
negócios e, efetivamente aproveitam a viagem, apenas, com o intuito profissional. Por
outro lado, os trabalhadores assalariados, que muitas vezes têm sua viagem paga pela
empresa, se interessam em aproveitar ao máximo sua estada na cidade e buscam ocupar
seu tempo livre com passeios, pois seu grau de responsabilidade sobre o negócio não é
tão evidente como acontece com os outros profissionais mencionados.
45,5
54,5
51,9
48,1
43,5
56,5
54,7
45,3
36,8
63,2
44,2
55,8
43,9
56,1
44,3
55,7
37,5
62,5
50,0
50,0
35,0
65,0
0, 0
10, 0
20, 0
30, 0
40, 0
50, 0
60, 0
70, 0
80, 0
90, 0
100, 0
%
A B C D E F G H I J K
Não Sim
Gráfico 4.3.9: Ocupação por Interesse em Passeio por São Paulo
Legenda: A. Proprietário de empresa de grande porte / alto executivo / alto funcionário do governo. B. Profissional liberal. C. Proprietário de empresa de médio porte / Professor universitário / Executivo de empresas de médio porte. D. Proprietário de empresa de pequeno porte. E. Encarregado / Chefe ou Gerente de áreas administrativas. F. Técnico / Encarregado / Chefe ou Gerente de áreas operacionais. G. Microempresário / Professor do ensino fundamental. H. Assistente de áreas administrativas. I. Ajudante / Trabalhador braçal. J. Atua na economia informal / Ambulante. K. Outra ocupação que não se encaixa em nenhuma das anteriores.
Como a maioria dos turistas a negócios nas feiras demonstrou
interesse em fazer passeios turístico, verificou-se se eles conheciam agências de turismo
156que oferecessem passeios por São Paulo. Apenas 6,4% respondeu afirmativamente a
esta questão. Dentre as agências citadas apenas 34,2% eram empresas que realmente
oferecem serviços de receptivo como city-tour. Além da Itiquira, agência oficial de um
dos eventos pesquisados, foi destacada a CVC, que oferece um passeio em ônibus leito,
regular de terça a domingo, que parte da região central para a visitação panorâmica dos
principais pontos de São Paulo. As demais agências citadas, ou eram desconhecidas
(22,4%), ou eram agências convencionais com caráter emissivo (6,6%), ou operadoras
que não ofertam pacotes turísticos para São Paulo (5,3%) ou, então, eram
transportadoras especializadas apenas em transfer, que não oferecem serviços de guias
(3,9%). A prefeitura também foi citada por 3,9% dos entrevistados.
93,6%
6,4%
Nã o Sim
Gráfico 4.3.10: Conhecimento Sobre Agências de Receptivo em São Paulo
157
34,2
23,722,4
6,65,3
3,9 3,9
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
30,0
35,0
Agência receptivo /oficial do evento
Sem resposta Não encontrada Convenciona l O pera dora sempacote para SP
Prefeitura / hotel Transportadoras
Gráfico 4.3.11: Tipo de Agências Citadas
Para complementar, e até confirmar o interesse dos turistas de
negócios com relação a visitas espontâneas, indagou-se, de forma aberta, o que eles
achavam que São Paulo oferecia de mais interessante. Observou-se que aquilo que mais
chama a atenção dos entrevistados é a imagem de negócios da cidade (37,1%), como
centro industrial e de serviços, destacando-se o comércio, bem como as muitas
oportunidades que oferece como opções de produtos, empregos e relações profissionais.
Em seguida, vem a imagem urbana da metrópole (20,2%) na qual se destaca a grande
quantidade de pessoas, a diversidade dos lugares, o movimento de carros, e o
funcionamento dia-e-noite de alguns estabelecimentos comerciais.
A diversidade e inovação das opções de entretenimento foi citada por
11% dos pesquisados, 10,8% deram respostas que remetiam para a história, cultura ou
manifestações populares, 7,0% citaram a gastronomia, 4,3% referiram-se a parentes e
amigos, 2,1% a acontecimentos programados, 1,9% refereiu-se às realizações técnico
científicas, tais como arquitetura e sistema viário e de transporte. Considerando que
30,1% citaram os atrativos turísticos que São Paulo tem de mais interessantes,
158percebeu-se que considerável parte dos turistas de negócios entende que São Paulo
tem um lado para lazer.
Apenas 2,0% disse que São Paulo não tem absolutamente nada de
interessante, 2,1% deram respostas que não se enquadravam nas categorias de
agrupamento e 0,9% não respondeu a esta questão.
37 ,1
20 ,2
11,0
10 ,8
7 ,0
4 ,3
2 ,1
2,0
1,9
0 ,7
0,0 5,0 1 0 ,0 15 ,0 20,0 25,0 30 ,0 35,0 40,0
%
Ima gem de neg ócios, com ércio ou oportunidades
I magem u rba na
Entr etenimen to
Cu ltura , h istó ria, man istesfações populares
Gastro nomia
Am igos e p aren tes
Acon tecimen tos pr ogr ama dos
Na da
Arq uitetu ra, Rea lizações técn ico cientificos
Atra tivos turísticos
Gráfico 4.3.12: Imagem Mais Interessante de São Paulo
Para analisar as atividades de lazer que os turistas apontaram ter
vontade de desenvolver no tempo livre em São Paulo, usou-se como base a classificação
indicada por Camargo. Como visto anteriormente, este autor enumera seis categorias de
atividades de lazer (físicas, manuais, artísticas, intelectuais, associativas e turísticas)
(CAMARGO, 1986:20-28). No entanto, algumas adaptações se fizeram necessárias para
enquadrar o leque de opões apresentado pelos turistas. Cinco destas categorias foram
mantidas, as atividades manuais foram substituídas por passivas e de descanso e duas
foram acrescidas em função de sua representatividade com atividades ligadas à
gastronomia e às compras.
159Assim, as atividades de lazer apontadas como de interesse dos
turistas de negócios foram classificadas da seguinte forma:
1 artísticas – ir ao teatro, assistir a shows musicais, ir ao cinema;
2 associativas – visitar boates, freqüentar bares, encontrar amigos e parentes, visitar
festas típicas, estar com a família;
3 físicas – passear em parques ou áreas verdes, fazer exercício físico, usar piscina,
sauna, fitness do hotel;
4 intelectuais – visitar museus ou centro culturais, conhecer monumentos históricos,
ler, escrever ou digitar cartas, e-mail;
5 turísticas – fazer city-tour, contemplar belezas da cidade;
6 passivas de descanso – ficar no hotel, ver TV, ouvir música, dormir, descansar,
meditar;
7 consumistas – fazer compras, passear em shopping;
8 gastronômicas – comer em restaurantes, freqüentar bar ou restaurante do hotel.
Observa-se que as atividades artísticas, são as que se sobressaem
(20,2%); depois vêm as atividades de gastronomia (15,7%); em seguida figuram as
atividades associativas (15,4%), aquelas que se imaginou ser preferidas pelos turistas;
com 13,8% aparecem as atividades intelectuais; as atividades consumistas representam
12,1% das preferências; as atividades físicas 8,8%; as atividades passivas e de descanso
6,9%; e por último aparecem as atividades turísticas (6,8%).
160A análise comparativa entre os dados gerais sobre pontos de
interesse dos turistas em visitar em São Paulo com atividades que gostariam de fazer em
seu tempo livre, mostra alguma distorção ou discrepância. Por exemplo, 14,7% dos
turistas afirmaram ter interesse em fazer city-tour em São Paulo, mas apenas 6,9%
apontou gosto por atividades turísticas, entre elas fazer city-tour. Esta inconsistência
pode resultar da diferença da estrutura das perguntas. A questão sobre interesse foi
aberta, obrigando a uma resposta espontânea, enquanto a questão sobre gosto foi
fechada, onde o turista escolhia as atividades preferidas. Entretanto tal assunto deve ser
investigado mais a fundo para detectar se em algum dos momentos o turista não foi
preciso em suas respostas.
20,2
15,7 15,4
13,8
12,1
8,8
6,9 6,8
0,3
0,0
5,0
10,0
15,0
20,0
25,0
%
A rtística s Gastronomicas A ssocia tivas Intelectua is Consumista s Física s Passiva s dedesca nso
Turísticas Sem resposta
Gráfico 4.3.13: Atividades de Lazer Preferidas
161
Interessante perceber que 67,3% dos entrevistados confirmaram ter
interesse em visitar São Paulo a passeio, isso é mais de dois terços dos entrevistados, o
que mostra que os turistas de negócios conhecem o potencial da cidade para a diversão.
Entretanto, 32,7% não têm interesse em visitar São Paulo a passeio.
67,3%
32,7%
Não Sim
Gráfico 4.3.14: Gosto em Visitar São Paulo a Lazer
Inferindo que, provavelmente, os turistas de negócios que não
visitariam a cidade a passeio são pessoas que relacionam a imagem de São Paulo com o
trabalho, indagou-se o motivo. Os problemas urbanos como violência, poluição, trânsito
e correria figuram como os principais impedimentos para visitas a lazer, somando
22,8% das respostas. Outras preferências para viajar a lazer, como praias ou a busca de
lugares calmos, foram apontadas por 22,3% dos entrevistados; 19,9% consideram a
cidade sem atrativo para visitá-la a passeio; e 17,6%, efetivamente vinculam a imagem
de São Paulo aos negócios, negando-a como destino de lazer.
162Assim, pode-se dizer que quase a totalidade das respostas (82,6%)
para justificar a não visita a lazer à metrópole, estão ligadas a sua característica
cosmopolita, e as demais respostas estão relacionadas a questões de mercado como falta
de informação (3,7%), distância do local de origem (3,5%), preços (2,0%) ou por já
conhecer a cidade e 0,7% deu outras respostas descontextualizadas.
Conhecendo os fatores impeditivos que os turistas de negócios citaram
como motivo para não visitar São Paulo a lazer, é possível verificar que o fato da cidade
ser o núcleo de uma metrópole, é apontado como o maior defeito. Sabe-se que os
problemas urbanos que afetam a população paulistana também repelem turistas e
entende-se que uma solução está longe de ser alcançada. Mas, por outro lado, é
exatamente a característica de agitação e efervescência cultural e de entretenimento que
motiva a maioria dos entrevistados a visitar a cidade para lazer. Assim, pode-se dizer
que, realmente, existem turistas de negócios que não são demanda potencial para São
Paulo a lazer em função de gostos e preferências. Esse aspecto dificilmente poderá ser
alterado por campanhas de marketing, vale a pena, portanto, investir em ações voltadas
para os turistas que têm predisposição para passear em São Paulo, ressaltando os
atributos de grande centro urbano.
163
22,8
22,3
19,9
17,6
3,7
3,5
2,0
1,7
0,7
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0
%
Problema s urbanos
Outras preferência s
Sem atrativo
Imagem de negócios
Falta informação tur ística
Distante
Alto custo
Já conhece
Outros
Gráfico 4.3.15: Impedimento para Visitar São Paulo a Lazer
É importante destacar que 69,3% dos turistas de negócios gostariam de
trazer a família para visitar São Paulo. Os motivos positivos apontados, segundo o grau
de importância foram: atrativos turísticos de forma geral (36,2%); acontecimentos
programados como show, teatro e cinema (13,0%); compras (12,9%); parques ao ar
livre (8,2%); visita a amigos e parentes (7,1%); atrativos histórico-culturais (6,7%);
gastronomia (5,4%); entretenimento (4,2%); imagem de negócios 2,8%; além de outros
motivos como arquitetura, conveniência de estar com a família e a imagem urbana
(3,4%).
164
30,7%
69,3%
Não Sim
Gráfico 4.3.16: Interesse em Visitar São Paulo com a Família
36,2
13,0
12,9
8,2
7,1
6,7
5,4
4,2
2,8
3,4
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0 35,0 40,0
%
Atrativos turísticos
Acontecimentos progra mados
Comércio
Atrativos naturais
Amigos e parentes
Cultura / histór ia
Gastronomia
Entretenimento
Imagem de negócio
Outros
Gráfico 4.3.17: Fatores Positivos para Trazer a Família
Entre os turistas, 30,7% afirmaram que não gostariam de trazer a
família para visitar São Paulo, justificando com os seguintes pontos negativos: 27,9%
não consideram a cidade atrativa para passear com a família; 25,8% destacam os
problemas urbanos como trânsito e violência como impeditivos; 20,5% têm outras
preferências para viajar com a família; 7,7% não viaja com a família; 6,0% relaciona a
165imagem de negócios como negativa para viajar com a família; 4,0% afirmaram que
a família já conhecia a cidade portanto, não a visitariam de novo; para 2,3%, o custo de
São Paulo é muito alto; 2,3% ressaltaram que falta informação sobre os atrativos de
lazer da cidade; 2,0% citaram a distância entre São Paulo e sua residência como
empecilho; 1,3% deu respostas que não se encaixavam nas categorias estabelecidas.
Estes motivos negativos são bastante similares aos apontados como impedimentos para
visitar a cidade a passeio, havendo alguma mudança nos percentuais, exceto no caso dos
turistas de negócios que não viajam com a família.
27,9
25,8
20,5
7,7
6,0
4,0
2,3
2,3
2,0
1,3
0,0 5,0 10,0 15,0 20,0 25,0 30,0
%
Sem atrativo
Problemas urbanos
Outras preferências
Não via ja com família
Imagem de negócios
Já conhece
Custo
Falta de informação
Distância
Outros
Gráfico 4.3.18: Fatores Negativos para Trazer a Família
4.4. Oportunidades e ameaças: análise SWOT
A análise cuidadosa de todos os dados coletados, mostrou a
diversidade de interfaces do turista de negócios com a cidade de São Paulo, tornando
166possível isolar seis aspectos principais:
1º cidade – relativo ao sistema de transporte, acesso e questões de infra-estrutura básica.
2º atrativos – segundo categorias, tipos e distribuição territorial;
3º meios de hospedagem – com relação à classificação de conforto e localização;
4º agências de receptivo – pelo prisma de produtos, serviços e estrutura funcional;
5º feiras de negócios – no que se refere à quantificação e á aproximação com o turismo
de negócios;
6º turista de negócios – conforme características biossociais, ciclo de vida na família,
classe econômica, interação com o destino e o uso de tempo livre.
Em virtude de adequação do método SWOT (Strenght, Weaknesse,
Oportunitie, Threat), aos casos de análise comparativa de um grande conjunto de dados
e informações, entendeu-se ser interessante adotar este procedimento para avaliar a
realidade investigada, o que poderá facilitar uma visão geral e ampla dos diversos
elementos estudados.
Dentre os muitos autores que abordam o planejamento, o marketing e
a gestão do turismo em nível municipal, Pereira explica o método SWOT como parte
integrante de um plano de marketing, mostrando quadros comparativos que viabilizam
análises objetivas. (PEREIRA, 2001:66-72). Petrocchi, por sua vez, destaca que pontos
fortes e fracos referem-se à análise interna do município, enquanto as oportunidades e
ameaças são conseqüências prováveis em função de diversos fatores que influenciam
estes elementos internos. (PETROCCHI, 1998:263-277). Assim, foram considerados
como pontos fortes e fracos os principais resultados da pesquisa em relação aos seis
elementos analisados.
167Em seqüência, foram elaborados dois quadros: o quadro 1 reúne os
pontos fortes detectados no decorrer deste trabalho, com descrição das oportunidades a
eles relacionadas; o quadro 2 aponta pontos fracos negativos com as ameaças que os
circundam.
Quadro 1
Pontos Fortes e Oportunidades A Cidade
Pontos Fortes Oportunidades Aeroporto de Guarulhos é o principal
portão de entrada de turistas estrangeiros
no Brasil.
Turistas estrangeiros passam,
obrigatoriamente, por São Paulo e podem
ser motivados a visitar a cidade.
Aeroporto de Congonhas é o terminal
aeroviário com maior movimento no país.
Turistas domésticos podem ser
incentivados a visitar São Paulo entre
conexões de seus vôos.
Atrativos Pontos Fortes Oportunidades
Atrativos ligados a acontecimentos
programados existem em grande número e
bem distribuídos pelas cinco regiões
administrativas da cidade.
Turistas têm facilidade para visitar, por
conta própria, os eventos programados que
acontecem na cidade.
Oferta de entretenimentos diversificada e
diferenciada, se comparada com outras
cidades do Brasil.
Entretenimentos da cidade têm
potencialidade para servir como atrativo do
turismo de lazer.
Atrativos histórico-culturais de importância
internacional.
Atrativos histórico-culturais da cidade têm
potencialidade para o turismo de lazer.
Variedade e qualidade da gastronomia. Turista se interessa em conhecer os
restaurantes diferenciados da cidade.
Oferta de atrativos naturais de valor
paisagístico diferenciado.
Diversidade de áreas verdes podem
surpreender os turistas que só pensam em
São Paulo como centro urbano.
O valor dos atrativos técnico-científicos é
reconhecido nacionalmente.
Oferta de espaços de compras é capaz de
motivar visitas a lazer.
Meios de Hospedagem Pontos Fortes Oportunidades
168Grande oferta de meios de hospedagem de
diversas categorias de conforto.
Possibilidade de atender turistas de todas as
faixas de renda.
Hotelaria está concentrada no chamado
centro expandido.
Maioria dos hotéis está próxima aos
atrativos turísticos.
Hotelaria entende que é preciso aumentar a
permanência do turista de negócios na
cidade.
Empresariado pode se mobilizar para
divulgar atrativos turísticos em conjunto
com agências de receptivo.
Agências de Receptivo Pontos Fortes Oportunidades
Existência de agências especializadas em
serviços receptivos.
Possibilidade de oferecer serviços de
receptivo de qualidade para os turistas.
Feiras de Negócios Pontos Fortes Oportunidades
A maioria das grandes feiras de negócios
acontece em São Paulo.
Organizadores têm facilidades para
viabilizar os eventos na cidade.
Organizadores de eventos precisam que a
cidade de São Paulo seja bem-vista como
sede de eventos.
Facilita a adesão deste segmento para
divulgar atrativos turísticos da cidade.
Turistas de Negócios Pontos Positivos Oportunidades
São provenientes, principalmente, do
interior de São Paulo e da Região Sudeste.
Divulgação da cidade pode ser direcionada
para o estado paulista.
Maioria constitui-se em chefes de família. Provedores na maioria profissionais liberais
Renda média de R$ 6.000,00 e
classificados como classe econômica A2 e
B1.
Público com renda mensal alta, se comparada
ao salário mínimo atual de R$ 240,00, fazendo
parte de uma minoria abastada do país.
Na maioria são profissionais liberais ou
empresários.
Pessoas que têm autonomia sobre seu
tempo livre, uma vez que são os principais
tomadores de decisão.
Têm idade entre 30 e 44 anos, faixa etária
de uma população economicamente ativa.
Deve ter boa saúde e recursos financeiros
para viajar a lazer.
Na maioria dos casos são casados, com
filhos jovens. (ninho cheio II).
Costumam viajar para destinos que tenham
atrativos para adolescentes, como
entretenimento e atrativos naturais.
São pessoas que freqüentemente vêm a São
Paulo.
Podem ser motivados a conhecer novidades
pois já têm uma idéia da diversidade da
169oferta de São Paulo.
Maioria se hospeda em hotéis ou flats. Mais fácil de localizar e promover ações de
marketing.
Poucos hotéis oferecem equipamentos de
lazer.
Interessante para os hotéis simples
mostrarem o que a cidade tem de
interessante para encantar o hóspede.
Boa parte dos turistas de negócios tem
tempo livre pela manhã (40,1%)
Promover passeios turísticos pela manhã.
Parte dos turistas de negócios (30,3%) reserva
mais de 6 horas para se divertir em São Paulo.
Demanda potencial para serviços turísticos
receptivos.
Mais da metade dos turistas de negócios
tem interesse em fazer passeios pela cidade.
Demanda potencial para roteiros turísticos.
A minoria dos turistas de negócios conhece
agências que fazem serviços específicos de
receptivo.
Possibilidade de novas empresas se
firmarem neste mercado.
Turistas de negócio se interessam por
atividades de lazer ligadas ao artístico.
Suscetíveis a adquirir acontecimentos
programados, entretenimentos e atrativos
histórico-culturais. Categorias de atrativos
que a cidade tem maior oferta.
67,3% dos turistas de negócios têm
disposição em visitar São Paulo a lazer
Realmente são demandas potenciais para
turismo de lazer.
69,3% dos turistas de negócios trariam a
família para conhecer São Paulo.
Constituem público que realmente pode
ampliar o número de visitantes da cidade.
Destaca-se que com relação aos pontos fortes, os atrativos e os turistas
são os elementos que mais geram oportunidades para o turismo em São Paulo, enquanto
que as agências de receptivo pouco contribuem positivamente.
Quadro 2
Pontos Fracos e Ameaças A Cidade
Pontos Fracos Ameaças
170Falta de uma política de desenvolvimento do
turismo que determine diretrizes de divulgação
e comercialização do turismo de São Paulo.
A cidade ser vista apenas como destino de
negócios sem atrair pessoas a lazer.
Ações isoladas de promoção da cidade. Gasto do dinheiro público sem resultados
eficientes.
Problemas urbanos como violência,
trânsito, saneamento básico.
Afastam turistas e deixam moradores locais
desgostosos.
Atrativos Pontos Fracos Ameaças
Falta de divulgação sobre acontecimentos
programados junto às feiras de negócios.
Turista de negócios não sabe onde são
realizados os acontecimentos programados,
portanto não se programam para visita-los.
Ações isoladas de divulgação de alguns
empreendimentos e entretenimento em
algumas feiras de negócio.
Turista não percebe a relevância da oferta
de entretenimentos como um conjunto de
atrativos suficiente para motivar visitas a
lazer.
Conjunto de atrativos históricos não são
divulgados nas feiras de negócios.
Turista não tem conhecimento de formas
que facilitem, ou mesmo viabilizem a visita
a atrativos histórico-culturais.
Os esforços de revitalização do centro
histórico ainda não surtiram efeitos.
Área central imprópria para visitação
turística.
As manifestações e usos populares só se
destacam em função da gastronomia,
enquanto festas ou outros eventos não são
divulgados.
Turista não percebe atrativos ligados a
manifestações e usos populares em uma
metrópole que abriga tantas culturas
diferentes.
Atrativos naturais são pouco divulgados e
seu acesso é difícil.
Turistas não se interessam em conhecer
parques por desinformação.
Atrativos técnico-científicos não são
divulgados em feiras de negócios.
Turistas não conseguem compreender o
quanto a cidade pode oferecer com relação
a atrativos técnico-científicos.
Meios de Hospedagem Pontos Fracos Ameaças
Hotelaria não incentiva hospedes a visitar
atrativos turísticos de São Paulo.
Turistas não conhecem o que a cidade
oferece de interessante, portanto, não
estendem sua estada.
171Falta de um critério de regulamentação e
fiscalização dos serviços hoteleiros.
Distorção na classificação dos meios de
hospedagem.
Agências de Receptivo Pontos Fracos Ameaças
Agências de receptivo não se fazem presentes
nas feiras de negócios nem em hotéis.
Turistas de negócios e outros visitantes não
conhecem a oferta de agências de receptivo.
Desunião dos empresários de agências de
receptivo.
Falta de força política para reivindicar
ações políticas.
Falta de regulamentação e fiscalização dos
serviços de receptivo.
Distorção na qualidade dos serviços
receptivos prestados aos turistas.
Feiras de Negócios Pontos Fracos Ameaças
Espaços onde as feiras são realizadas ficam
distantes dos hotéis.
Turista passa por dificuldades de transporte
para se locomover do meio de hospedagem
ao local da feira.
Espaços de eventos não divulgam atrativos
da cidade de São Paulo.
Inibe a possibilidade do turista de ampliar
sua permanência na cidade.
Espaços de eventos da cidade precisam ser
modernizados.
Feiras de grande porte deixam de ser
realizadas em São Paulo.
Organizadores de eventos não estão
sensibilizados com a importância de
divulgar atrativos turísticos de São Paulo.
Contribuir para uma imagem que a cidade
só é própria para negócios.
Turistas de Negócios Pontos Fracos Ameaças
Na maioria são profissionais liberais ou
empresários.
Arcam com suas próprias despesas de viagem.
Permanência média de 3,7 dias, durante
dias da semana.
Hotéis têm baixa ocupação nos finais de
semana.
Poucos turistas de negócios têm tempo
livre no período da noite.
Organização de passeios noturnos para
turistas de negócios pode fracassar.
A imagem de negócios é o que mais
interessa aos turistas de negócios em São
Paulo.
Maior dificuldade de convencê-los das
qualidades de atrativos turísticos que a
cidade oferece.
Os turistas que não visitariam São Paulo a
lazer apontam como principal motivo o
Constatação de que a falta de informação
sobre atrativos da cidade limitam o
172fato da São Paulo não ter atrativos. interesse em visitá-la a lazer.
Com relação aos pontos fracos, os seis elementos apresentam aspectos
de ameaça na relação do turista de negócios com a cidade de São Paulo, sendo os
ligados aos atrativos os mais numerosos.
Assim, ações que tenham o propósito de dinamizar positivamente as
interações avaliadas no âmbito do uso do tempo livre do turista de negócios em São
Paulo, podem se apoiar neste conjunto de análises comparativas para otimizar os pontos
fortes, aproveitando as oportunidades apontadas, minimizando os pontos fracos e
anulando as ameaças detectadas acerca do tema pesquisado.
173
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Esta pesquisa tem como foco principal o turista de negócios na cidade
de São Paulo. No decorrer do estudo foi feita a avaliação conceitual do turismo e do
turista de negócios, que apontou para uma grande diversidade de idéias na abordagem
dos tipos de turismo relacionados aos eventos e aos negócios.
Com relação ao Turismo de Negócios, conclui-se que ele acontece,
predominantemente, em áreas urbanas e caracteriza-se por transações comerciais e
profissionais; não há consenso sobre as divisões do turismo de negócios, embora tenha
sido estabelecida a sua relação estreita com eventos, principalmente, feiras. Estas são,
na verdade, o tipo que mais capta turistas de negócios.
Na investigação do turista de negócios foram identificados, pelo
menos dois grandes tipos, considerando o consumo de serviços:
1o turista que tem suas despesas custeadas pela empresa ou por ele próprio, e se utiliza
de equipamentos e serviços de alto custo e padrão;
2o turista que procura equipamentos e serviços simples e de valor acessível, custeado
pela empresa ou por ele próprio.
Foi feita uma avaliação geral de todo os dados levantados e analisados
sobre a oferta turística de São Paulo (atrativos, meios de hospedagem e agenciamento
receptivo), a realidade das feiras de negócios e, principalmente, sobre os turistas de
negócios que visitam nas feiras comerciais; de forma a fundamentar a proposição de
algumas ações que possam vir a minimizar ameaças e otimizar oportunidades, visando
tornar o turista de negócios um turista de lazer para a cidade de São Paulo.
174Primeiramente é importante destacar que a presença de turistas de
negócios nas grandes feiras, que fizeram parte da amostra de pesquisa, foi comprovada.
Verificou-se, ainda, que a proporção deste público, vindo de outras cidades que não
São Paulo e os municípios limítrofes, variava em função da vocação da feira e de sua
tradição como evento motivador de negócios.
Confirmou-se, também, que este segmento constitui-se em demanda
potencial para visitar São Paulo a passeio, porque tem tempo livre e vontade de
conhecer atrativos na cidade. Entretanto, algumas medidas precisam ser viabilizadas
para efetivamente motivar este público.
Entendeu-se que é de interesse de empresários das áreas de eventos,
hotelaria, agenciamento, e também do poder público, uma análise objetiva do que
precisa ser modificado para que São Paulo se consolide como destino turístico de lazer,
além de sua vocação principal que é de negócios. Constatou-se que existem atrativos e
infra-estrutura capazes de atender visitantes que tenham interesse de desvendar a
diversidade paulistana. Mas algumas arestas precisam ser aparadas para que a cidade
explore positivamente esta sua característica, enaltecendo seus atributos para que a
população local e os visitantes valorizem tudo o que São Paulo oferece.
Observou-se que, de certa forma, a hierarquia do cargo dos turistas de
negócios acaba influenciando sua disponibilidade para o lazer, pois aqueles que têm
funções que exigem autonomia e grande poder de decisão são os que menos se
interessam por passeios. Os outros, com funções de menor prestígio, ou que têm menor
responsabilidade sobre o negócio, são os mais animados em visitar atrativos. Abrem-se,
assim, oportunidades para que futuros trabalhos explorem esta questão com maior
profundidade.
175Verificou-se que a maioria dos turistas de negócios possui algum
conhecimento sobre atrativos da cidade de São Paulo, destacando-se atrativos histórico-
culturais, naturais e entretenimentos usualmente divulgados. Por outro lado, as
atividades de lazer que mais interessam a este público estão ligadas às artes como
museus, exposições, teatro, shows e cinemas, acontecimentos em geral ou que se
viabilizam em atrativos histórico-culturais e de entretenimento. Assim, é possível dizer
que, apesar de algumas discrepâncias detectadas, há coerência entre o que o turista de
negócios já ouviu falar ou conheceu em São Paulo, com aquilo que ele gosta de fazer
em seu tempo livre.
O que se apreende com estas descobertas, é que não há como
promover um destino turístico sem diretrizes de ação, ainda mais quando se trata de São
Paulo, que possui diversos atributos, desde negócios até meio ambiente. Deve ficar
claro o que, como e para quem divulgar a cidade. Os objetivos do Plano Municipal de
Turismo (PLATUM) (anexo14) só serão efetivados quando ficar estabelecido o objeto
alvo das estratégias e o público a que se destinam. Nesta seqüência pode-se identificar,
por exemplo, o turismo de negócios como objeto; a divulgação e a melhoria da infra-
estrutura de receptivo como estratégia; e o turista de negócios como público-alvo.
A fim de atender ao objetivo geral deste trabalho acadêmico, que é
contribuir para o estudo do turismo de negócios, foram elaboradas algumas estratégias
de ação, visando transformar o turista de negócios em consumidor de lazer em São
Paulo. Pretende-se, assim, abrir o debate sobre o turismo e o turista de negócios que
visita feiras comerciais na capital. A descrição das estratégias de ação mistura-se à
confirmação ou negação das hipóteses:
Com relação à primeira hipótese, que turista de negócios, além de não
ter tempo livre, não se interessa pela visitação dos atrativos da cidade de São Paulo,
176afirma-se que foi parcialmente negada.
Verificou-se que parte dos turistas de negócios tem tempo livre para
desfrutar de atividades de lazer no destino visitado, pois reserva algum tempo para lazer
em São Paulo ou têm horas disponíveis no período da manhã. Entretanto, uma grande
quantidade de turistas, realmente, não desfruta de tempo livre em suas viagens de
negócios.
Quanto ao interesse em visitar atrativos, a hipótese foi negada, uma
vez que muitos turistas demonstraram disposição para visitar a cidade apenas a passeio,
podendo, inclusive, virem acompanhados da família. Assim, conclui-se que tanto o
turista de negócios que tem tempo livre em suas viagens, como aquele que não tem,
mostra-se motivado em conhecer atrativos da cidade de São Paulo.
Pode-se afirmar, portanto, que o turista de negócios é um segmento
potencial para turismo de lazer na cidade de São Paulo, uma vez que tem algum
conhecimento sobre o destino e confirma interesse em visitar atrativos turísticos. Neste
sentido, entende-se que seja prioritário estruturar e divulgar os atrativos turísticos para,
efetivamente, transformar o turista de negócios em demanda por lazer.
A segunda hipótese sobre o interesse do turista de negócios, no seu
tempo livre, restringir-se às atividades de lazer associativas, foi parcialmente negada.
Apesar de parte dos turistas demonstrar interesse por atividades de
entretenimento noturno, o que se aproxima de atividades associativas, uma vez que
propiciam encontros sociais e ambientes de interação de pessoas. O interesse, dos
turistas de negócios por atividades artísticas de lazer foi o que mais se destacou.
Portanto, o importante é distanciar-se da idéia, que paira sobre os turistas de negócios,
que estes só têm interesse em boates, bares e casas noturnas para interagir com um
177ambiente diferente de seu cotidiano e revestido por uma sensação de liberdade por
estar distante de seu local de residência.
Constatou-se, por outro lado, que a cidade de São Paulo realmente
possui, de forma diferenciada, quantidade e variedade de atrativos como museus, casas
de show, estádios, teatros e cinemas, que se relacionam estreitamente com atividades
artísticas de lazer. Assim estes atrativos mereceriam maior destaque em ações de
promoção da oferta turística paulistana.
A terceira hipótese, apontando que o receptivo em São Paulo não
atende às necessidades do tempo livre do turista de negócios foi confirmada.
A pesquisa comprovou que os turistas das feiras de negócios têm
interesse em visitar atrativos turísticos de variados tipos, mas, poucos sabem sobre
localização, acesso, horário de funcionamento, preço ou serviços de agenciamento
necessários para viabilizar a visitação. Verifica-se que a cidade não possui um sistema
de sinalização turística, canais de divulgação ou comercialização eficientes sobre
atrativos turísticos e a iniciativa privada também não apresenta alternativas para suprir
esta falta de informação.
Isso foi constatado quando os turistas de negócio apontaram atrativos
divulgados pela mídia de forma geral, como museus e parques, mas não conseguiram
descrever um conjunto de atrativos de valor suficientemente interessante para motivar
uma viagem exclusivamente a lazer, apesar de saberem que a cidade tem este potencial.
As agências de receptivo não parecem preocupadas em incentivar o
turista de negócios a visitar os atrativos de lazer, pois não se fazem presentes nas feiras
de negócios e também não têm postos de atendimento em hotéis ou outros locais
freqüentados por este tipo de turista. Observou-se atitude passiva das agências com
178relação à oferta de roteiros turísticos, que são organizados apenas quando
demandados. Os organizadores das feiras também pouco destacam atrativos de São
Paulo ou promovem passeios pela cidade para atender o público de turistas.
Vale destacar, que enquanto os serviços de receptivo não atenderem os
turistas de negócios no uso de seu tempo livre, será difícil conseguir fazer com que este
estenda seu tempo de permanência, fato que beneficiaria todo o setor turístico e a
própria cidade.
A pesquisa mostrou que aproximadamente 300.000 turistas de
negócios freqüentam feiras comerciais e demonstram interesse em roteiros turísticos.
Assim, a demanda potencial por serviços de receptivo no período de um semestre é
bastante significativa em termos quantitativos. Cabe, então, às empresas do setor
estabelecer ações efetivas para atender o turista de negócios em seu tempo livre.
A existência de uma demanda potencial não garante o sucesso de um
empreendimento, pois outros fatores conjunturais precisam ser analisados e as ações de
marketing devem considerar as especificidades deste público, cujo perfil biossocial é
característico e apresenta necessidades de consumo diferenciadas, exigindo serviços
personalizados e de qualidade.
Entende-se, portanto que o turista de negócios é, realmente, uma
demanda potencial para o turismo de lazer em São Paulo e que ações da iniciativa
privada e do poder público precisam ser efetivadas, de forma conjunta, para identificar
caminhos para melhorar atender a este segmento. O próprio turista, se estiver satisfeito,
poderá ser um excelente canal de divulgação da cidade.
Finalmente, acredita-se que São Paulo possa tornar-se uma das cidades
mais visitadas no Brasil, desde que o setor turístico se mobilize para estabelecer uma
179política de ação coerente, vinculada a serviços receptivos de qualidade, que sirva
como estratégia de divulgação dos atrativos e do clima cosmopolita da cidade. Ações
que visem a ampliação da visitação devem estar direcionadas aos turistas de negócios
que visitam feiras e têm predisposição para conhecer São Paulo com um olhar turístico.
Este público, à margem das feiras de negócios, pode revelar-se como um turista de
lazer.
180
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<http://www.favecc.org.br> acesso em 09/10/2004
<http://www.businesstravel.com.br> acesso em 09/10/2004
<http://brasilviagem.com/pontur/?CodCid=4> acesso em 17/12/2004
<http://bito.com.br/index.htm> acesso em 17/12/2004
<http://www.cidadedesaopaulo.com/dados.htm> acesso em 17/12/2004
<http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/mapas/index.php> acesso em 17/12/04
<http://www.saopaulo.sp.gov.br/saopaulo/turismo/cap_ptos.htm> acesso em 18/12/2004
<http://www.museus.sp.gov.br/indexmuseus.htm> acesso em 18/12/2004
<http://www.guiasp.com.br/guiasp/site/passeios_diversoes/lista_completa...> acesso em 18/12/2004
<http://www.guiacultural.sp.gov.br> acesso em 18/12/2004
<http://www.saopaulobairros.com.br/index.php> acesso em 18/12/04
<http://www.abrasce.com.br> acesso em 19/12/2004
<http://www.seade.gov.br/produtos/msp/car/car2_m001.pdf> acesso em 19/12/2004
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<http://www1.uol.com.br/diversao/guiafolhasp/pa1712200402.shtml> acesso em 19/12/2004
<http://www.seade.gov.br/produtos/msp/dem/dem9_009.htm> acesso em 06/01/2005.
<http://www.abrabin.com.br/final/index.htm> acesso em 06/01/2005
189<http://www.prefeitura.sp.gov.br/portal/a_cidade/noticias/index.php?p=1122> acesso em 05/12/2005
<http://www.hotelonline.com.br> acesso em 10/01/2005
<http://www.hoteissaopaulo.com.br/todos-os-hoteis-em-sao-paulo.html> acesso em 21/01/05
<http://www.hoteldesconto.com.br/hdesc/hotelSearch.do> acesso em 21/01/05
<http://www.cidadedesaopaulo.com/> acesso em 21/01/05
<http://www.sodesp.com.br/rodizio.htm> acesso em 22/01/05
< http://anhembi.terra.com.br/ > acesso em 23/01/05
<http://www.abih.com.br/principal/classificacao/matriz.php> acesso em 28/01/05
191Apêndice 1
Tabelas capítulo 2
Tabela 2.2.1.: Categorias de Atrativos por Região de São Paulo
Central Leste Norte Oeste Sul Total Tipos de atrativos n. abs % n. abs. % n. abs. % n. abs. % n. abs. % n. abs. %
Acontecimentos Programados 118 8,4 45 3,2 24 1,7 83 5,9 81 5,8 351 25,0
Entretenimento 33 2,4 20 1,4 9 0,6 104 7,4 67 4,8 233 16,6
Histórico-cultural 151 10,8 22 1,6 13 0,9 76 5,4 41 2,9 303 21,6
Manifestações e Usos Populares 69 4,9 9 0,6 9 0,6 230 16,4 81 5,8 398 28,4
Natural 8 0,6 7 0,5 10 0,7 13 0,9 18 1,3 56 4,0
Técnico-científica 23 1,6 6 0,4 6 0,4 14 1,0 13 0,9 62 4,4
Total 402 28,7 109 7,8 71 5,1 520 37,1 301 21,5 1403 100,0 Tabela 2.2.2.: Tipos de Atrativos na Região Oeste
Tipos de atrativos n. abs. % Acontecimentos Programados 83 16,0
Entretenimento 104 20,0 Histórico-cultural 76 14,6
Manifestações e Usos Populares 230 44,2 Natural 13 2,5
Técnico-científica 14 2,7
Total 520 100,0 Tabela 2.2.3.: Tipos de Atrativos na Região Central
Tipos de atrativos n. abs. % Acontecimentos Programados 118 29,4
Entretenimento 33 8,2 Histórico-cultural 151 37,6
Manifestações e Usos Populares 69 17,2 Natural 8 2,0
Técnico-científica 23 5,7
Total 402 100,00 Tabela 2.2.4.: Tipos de Atrativos na Região Sul
Tipos de atrativos n. abs. % Acontecimentos Programados 81 26,9
Entretenimento 67 22,3 Histórico-cultural 41 13,6
Manifestações e Usos Populares 81 26,9 Natural 18 6,0
Técnico-científica 13 4,3
Total 301 100,0
192Tabela 2.2.5.: Tipos de Atrativos na Região Leste
Tipos de atrativos n. abs. % Acontecimentos Programados 45 41,3
Entretenimento 20 18,3 Histórico-cultural 22 20,2
Manifestações e Usos Populares 9 8,3 Natural 7 6,4
Técnico-científica 6 5,5
Total 109 100,0 Tabela 2.2.6.: Tipos de Atrativos na Região Norte
Tipos de atrativos n. abs. % Acontecimentos Programados 24 33,8
Entretenimento 9 12,7 Histórico-cultural 13 18,3
Manifestações e Usos Populares 9 12,7 Natural 10 14,1
Técnico-científica 6 8,5
Total 71 100,0 Tabela 2.3.1.: Categoria dos Meios de Hospedagem de São Paulo
Categoria n. abs. % 1� 234 49,7 2� 94 20,0 3� 106 22,5 4� 25 5,3 5� 12 2,5
Total 471 100,0 Tabela 2.3.2.: Distribuição dos Meios de Hospedagem pelas Regiões de São Paulo
Região n. abs. % Central 223 47,3 Oeste 126 26,8 Sul 92 19,5
Norte 18 3,8 Leste 12 2,5
Total 471 100,0 Tabela 2.3.3: Distribuição dos Meios de Hospedagem 1 ���� pelas Regiões de São Paulo
Região 1���� % Central 156 33,1 Oeste 33 7,0 Sul 23 4,9
Norte 13 2,8 Leste 9 1,9 Total 234 49,7
193Tabela 2.3.4: Distribuição dos Meios de Hospedagem 2 ���� pelas Regiões de São Paulo
Região 2���� % Central 36 7,6 Oeste 41 8,7 Sul 16 3,4
Norte 0 0,0 Leste 1 0,2 Total 94 20,0
Tabela 2.3.5: Distribuição dos Meios de Hospedagem 3 ���� pelas Regiões de São Paulo
Região 3���� % Central 23 4,9 Oeste 33 7,0 Sul 43 9,1
Norte 5 1,1 Leste 2 0,4 Total 106 22,5
Tabela 2.3.6: Distribuição dos Meios de Hospedagem 4 ���� pelas Regiões de São Paulo
Região 4���� % Central 6 1,3 Oeste 13 2,8 Sul 6 1,3
Norte 0 0,0 Leste 0 0,0 Total 25 5,3
Tabela 2.3.7: Distribuição dos Meios de Hospedagem 5 ���� pelas Regiões de São Paulo
Região 5���� % Central 2 0,4 Oeste 6 1,3 Sul 4 0,8
Norte 0 0,0 Leste 0 0,0 Total 12 2,5
Tabela 2.4.1: Atuação das Agências de Receptivo
Agências n. abs. % Trabalham com receptivo 34 64,2
Não trabalham com receptivo 12 22,6 Sem resposta 7 13,2
Total 53 100,0 Tabela 2.4.2: Representantes das Agências
Cargo n. abs. % Diretor proprietário 14 41,2
Gerente 12 35,3 Agente 8 23,5
Total 34 100,0
194Tabela 2.4.3: Meses de Maior Procura
Meses n. abs. % Janeiro 4 2,1
Fevereiro 9 4,6 Março 18 9,3 Abril 17 8,8 Maio 18 9,3 Junho 18 9,3 Julho 16 8,2
Agosto 19 9,8 Setembro 21 10,8 Outubro 21 10,8
Novembro 22 11,3 Dezembo 11 5,7
Total 194 100,0 Tabela 2.4.4: Principais Serviços Vendidos
Serviços n. abs. % City-Tour 25 45,5 Transfer 18 32,7
Hotel 7 12,7 Outros 3 5,5
Eventos 2 3,6 Total 55 100,0
Tabela 2.4.5: Interesse do Turista de Negócios por Atrativos Turísticos
Turista tem Interesse em Passeios n. abs. % Não 9 26,5 Sim 25 73,5
Total 34 100,0 Tabela 2.4.6: Número de Funcionários
Quantidade n. abs. % Até 3 7 20,6
de 3 a 5 3 8,8 de 6 a 10 14 41,2
De 11 a 20 3 8,8 mais de 20 6 17,6
Sem resposta 1 2,9
Total 34 100,0 Tabela 2.4.7: Funcionários Específicos de Serviço Receptivo
Quantidade n. abs. % de 1 a 2 11 32,4 de 3 a 4 10 29,4
de 5 a 10 8 23,5 mais de 10 4 11,8
Sem resposta 1 2,9 Total 34 100,0
195Tabela 2.4.8: Frota Própria
Frota própria n. abs. % Não 20 58,8 Sim 14 41,2
Total 34 100,0 Tabela 2.4.9: Tipo de Veículos
Tipos n. abs. % Carro 10 45,5 Van 8 36,4
ônibus / microônibus 4 18,2 Total 22 100,0
Tabela 2.4.10: Serviços Terceirizados
Serviços n. abs. % Guias e Transporte 30 88,2
Transporte 2 5,9 Guias 1 2,9 Outros 1 2,9 Total 34 100,0
196
Apêndice 2
Tabelas capítulo 3
Tabela 3.3.1: Áreas de Atuação
Área de Atuação n. abs. % Turismo / Hotelaria 3 16,7 Móveis / Decoração 3 16,7
Construção Civil 3 16,7 Telecomunicação 3 16,7
Indústria 2 11,1 Escola 1 5,6
Religião 1 5,6 Estética 1 5,6
Animais domésticos 1 5,6
Total 18 100,0 Tabela 3.3.2: Público Estimado
Público n. abs. % De 20.000 de 30.000 5 27,8 de 30.000 a 39.000 4 22,2 de 40.000 a 59.000 4 22,2
mais de 59.000 5 27,8 Total 18 100,0
Tabela 3.3.3: Duração das Feiras
Duração da Feira n. abs. % 3 dias 5 27,8 4 dias 11 61,1 5 dias 2 11,1
Total 18 100,0 Tabela 3.3.4: Dias da Semana
Dias da Semana n. abs. % Só dias úteis 8 44,4
Dias úteis + sábado 3 16,7 Dias úteis + sábado + domingo 7 38,9
Total 18 100,0 Tabela 3.3.5: Local de Realização das Feiras
Local de Realização n. abs. % Pavilhão do Anhembi 5 27,8
Expo Center Norte 5 27,8 Centro de Exposições Imigrantes 5 27,8
Transamérica Expo Center 2 11,1 Pavilhão da Bienal 1 5,6
Total 18 100,0 Tabela 3.3.6: Organizadores Filiados à UBRAFE
Organizadores n. abs. %
197
Alcântara Machado UBRAFE 2 11,1 CIPA UBRAFE 2 11,1
Francal UBRAFE 2 11,1
Guazzelli Messe Frankfurt UBRAFE 2 11,1 Equipotel UBRAFE 1 5,6
Grafite UBRAFE 1 5,6 G+G UBRAFE 1 5,6 T&T UBRAFE 1 5,6 VNU UBRAFE 1 5,6
All Fishing 1 5,6 Imam 1 5,6
Promocat 1 5,6 Promotrade 1 5,6 SITIVesp 1 5,6
Total 18 100,0 Tabela 3.3.7: Agências de Viagens Oficiais
Agências Oficiais n. ab.s % Almax 3 16,7
Must Tour 3 16,7 Sem agência 3 16,7 Commissair 1 5,6
CVC 1 5,6 Fly One 1 5,6
Home Tour 1 5,6 Itiquira 1 5,6
IT Viagens 1 5,6 SGP 1 5,6
Sugoi 1 5,6 TAM 1 5,6
Total 18 100,0
198
Apêndice 3
Tabelas capítulo 4
Tabela 4.1.1: Origem
Região n. abs. Subtotal SUDESTE 726 61,4%
SUL 251 21,2%
CENTRO-OESTE 74 6,3%
NORDESTE 69 5,8%
NORTE 31 2,6%
ESTRANGEIROS 30 2,5%
Sem resposta 2 0,2%
TOTAL 1183 100,0% Tabela 4.1.2: Chefe de Família por Gênero Chefes de Família
Não Sim Total Gênero n. abs. Não n. abs. Sim n. abs. % Homens 194 16,4 668 56,5 862 72,9
Mulheres 200 16,9 121 10,2 321 27,1
Total 394 33,3 789 66,7 1183 100,0 Tabela 4.1.3: Renda Familiar Mensal
Faixa de Renda n. abs. % Até R$ 500,00 5 0,4
de R$ 501,00 a 1.000,00 41 3,5
de R$ 1.001,00 a 3.000,00 296 25,0
de R$ 3.001,00 a 5.000,00 362 30,6
de R$ 5001,00 a 10.000,00 308 26,0
de R$ 10.001,00 a 15.000,00 104 8,8
de R$ 15.001,00 a 20.000,00 41 3,5
mais de R$ 20.000,00 26 2,2
Total 1183 100,0
199Tabela 4.1.4: Renda por Ocupação
Ocupação Faixa de Renda
A B C D E F G H I J K Total
Até R$ 500 0,0 0,2 0,0 0,0 0,1 0,1 0,1 0,0 0,0 0,0 0,0 0,5
de R$ 501 a 1.000 0,3 0,4 0,3 0,3 0,8 0,2 0,1 0,4 0,6 0,0 0,1 3,5
de R$ 1.001 a 3.000 0,5 7,4 1,0 3,2 3,3 4,4 1,4 3,3 0,1 0,3 0,2 25,1
de R$ 3.001 a 5.000 0,3 7,7 5,8 5,7 4,8 2,7 1,1 1,7 0,0 0,1 0,7 30,6
de R$ 5001 a 10.000 1,5 4,7 5,5 6,3 4,3 1,9 0,6 0,8 0,0 0,0 0,3 25,9
de R$ 10.001 a 15.000 1,1 1,2 2,2 2,3 0,9 0,5 0,2 0,3 0,0 0,0 0,2 8,9
de R$ 15.001 a 20.000 1,1 0,3 0,9 0,3 0,3 0,3 0,1 0,0 0,0 0,0 0,3 3,6
mais de R$ 20.000 0,8 0,3 0,5 0,0 0,3 0,2 0,0 0,2 0,0 0,0 0,0 2,3
Total 5,6 22,2 16,2 18,1 14,8 10,3 3,6 6,7 0,7 0,4 1,8 100,0
Tabela 4.1.5: Ocupação
Ocupação n. abs. % Profissional Liberal 264 22,3
Proprietário de empresa de pequeno porte 214 18,1 Proprietário de empresa de médio porte /
Professor universitário / Executivo de empresa de médio porte 192 16,2
Encarregado / Chefe ou Gerente de áreas administrativas 174 14,7
Técnico / encarregado / Chefe ou Gerente de áreas operacionais 120 10,1
Assistente de áreas administrativas 79 6,7 Proprietário de empresa de grande porte / alto
executivo / alto funcionário do governo 67 5,7 Micro empresário / Professor de ensino
fundamental 41 3,5 Outra ocupação que não se encaixa em nenhuma
das anteriores 20 1,7
Ajudante / Trabalhador braçal 8 0,7
Ambulante / Trabalho informal 4 0,3
Total 1183 100,0 Tabela 4.1.6: Faixa Etária
Faixa Etária n. abs. % 18 - 24 anos 130 11,0
25 - 29 anos 206 17,4
30 - 34 anos 270 22,8
35 - 44 anos 317 26,8
45 - 54 anos 207 17,5
55 - 64 anos 48 4,1
mais de 65 anos 5 0,4
Total 1183 100,0
200Tabela 4.1.7: Grau de Instrução
Grau de Instrução n. abs. % Primário incompleto 4 0,3
Primário completo 42 3,6
Ginásio completo 63 5,3
Ensino médio completo 384 32,5
Superior completo 676 57,1
Pós-Graduação 14 1,2
Total 1183 100,0 Tabela 4.1.8: Estado Civil
Estado Civil n. abs. % Casado 591 50,0
Solteiro 456 38,5
Separado 122 10,3
Viúvo 14 1,2
Total 1183 100,0 Tabela 4.1.9: Estado Civil e Idade dos Filhos
Faixa Etária até 5 anos de 6 a 10 anos de 11 a 18 anos de 18 a 30 anos mais de 30 anos Estado Civil n. abs. % n. abs. % n. abs. % n. abs. % n. abs. %
Solteiro 13 1,1 16 1,4 8 0,7 4 0,3 0 0,0
Casado 134 11,3 170 14,4 199 16,8 102 8,6 8 0,7
Separado 2 0,2 12 1,0 19 1,6 11 0,9 0 0,0
Viúvo 1 0,1 0 0,0 2 0,2 4 0,3 1 0,1
Total Filhos 150 12,7 198 16,7 228 19,3 121 10,2 9 0,8 Tabela 4.1.10: Classe Econômica
Classe n. abs. % A1 117 9,9
A2 381 32,2
B1 344 29,1
B2 242 20,5
C 95 8,0
D 4 0,3
Total 1183 100,0 Tabela 4.2.1: Motivo da Visita a São Paulo
Motivo n. abs. % Negócio / Trabalho 674 57,0
Feira / Convenção 501 42,3
Sem resposta 8 0,7
Total 1183 100,0
201Tabela 4.2.2: Tempo de Permanência
Quantidade de dias n. abs. %
1 182 15,4
2 180 15,2
3 216 18,3
4 197 16,7
5 152 12,8
6 84 7,1
7 167 14,1
Sem resposta 5 0,4
Total 1183 100,0 Tabela 4.2.3: Permanência nos Dias da Semana
Dias da Semana n. abs. % Segunda-feira 420 9,5
Terça-feira 567 12,8
Quarta-feira 748 16,9
Quinta-feira 827 18,7
Sexta-feira 838 19,0
Sábado 572 13,0
Domingo 439 9,9
Sem Resposta 5 0,1
Total 4416 100,0 Tabela 4.2.4: Número de Visitas a São Paulo
Número de Visita já Realizadas n. abs. %
1a. vez 146 12,3
2 a 5 vezes 301 25,4
6 a 10 vezes 171 14,5
mais de 10 vezes 563 47,6
Sem resposta 2 0,2
Total 1183 100,0 Tabela 4.2.5: Custeio da Viagem
Responsável pelo Custeio n. abs. %
Empresa 703 59,4
Entrevistado 354 29,9
Cliente 3 0,3
Empresa e entrevistado 121 10,2
Sem resposta 2 0,2
Total 1183 100,0
202Tabela 4.2.6: Hospedagem
Meio de Hospedagem n. abs. % Hotel / Flat 706 59,7
Casa de parentes / amigos 227 19,2
Não pernoita 222 18,8
Alojamento de empresas 15 1,3
Residência própria 10 0,8
Outros 3 0,3
Total 1183 100,0 Tabela 4.2.7: Classificação dos Hotéis segundo entrevistados
Categoria n. abs. % 5� 114 16,1
4� 101 14,3
3� 81 11,5
2� 26 3,7
1� 4 0,6
Não sabe / não respondeu 380 53,8
Total 706 100,0 Tabela 4.2.8: Classificação dos Hotéis por Região com Base no Guia 4 Rodas Brasil e Outras Fontes
Classificação n. abs. % 5� 19 2,7
4� 54 7,6
3� 255 36,1
2� 147 20,8
1� 54 7,6
Não sabe / não respondeu 177 25,1
Total 706 100,0 Tabela 4.2.9: Categoria Citada e a Real Entrevistado Guia
Categoria n. abs. % n. abs. % 5� 114 16,1 19 2,7
4� 101 14,3 54 7,6
3� 81 11,5 255 36,1
2� 26 3,7 147 20,8
1� 4 0,6 54 7,6
Não sabe/não respondeu 380 53,8 177 25,1
Total 706 100,0 706 100,0 Tabela 4.2.10: Existência de Espaços Interessantes no Hotel Existência de Espaços Interessantes n. abs. %
Não 213 30,2
Sim 312 44,2
Não Sabe 181 25,6
Total 706 100,0 Tabela 4.2.11: Espaços Interessantes no Hotel
Espaços Interessantes n. abs. %
203Fitness Center 224 26,1
Piscina 224 26,1
Bar / Restaurante 187 21,8
Sauna / Massagem 164 19,1
Outros 59 6,9
Total 858 100,0 Tabela 4.3.1: Atividades pela Manhã
Atividades pela Manhã n. abs. % Trabalhar 402 33,1
Descansar 235 19,3
Viajar 234 19,2
Comprar 131 10,8
Passear 86 7,1
Estar na Feira 55 4,5
Visitar amigos ou parentes 20 1,6
Praticar Exercício Físico 16 1,3
Almoçar 4 0,3
Outros 13 1,1
Sem resposta 20 1,6
Total 1216 100,0 Tabela 4.3.2: Atividades Após a Feira
Atividades após a Feira n. abs. % Jantar 506 28,2
Descansar 318 17,7
Viajar 297 16,6
Dormir 275 15,3
Beber 98 5,5
Divertir-se 97 5,4
Trabalhar 62 3,5
Passear 58 3,2
Comprar 53 3,0
Outros 25 1,4
Sem resposta 3 0,2
Total 1792 100,0 Tabela 4.3.3: Disponibilidade de Tempo para Diversão
Tempo para Diversão n. abs. % Não 825 69,7
Sim 358 30,3
Total 1183 100,0
204Tabela 4.3.4: Horas Disponíveis para Diversão
Intervalo de Horas para Diversão n. abs. % Até 5 horas 136 38,0
de 6 a 24 horas 186 52,0
de 25 a 48 horas 30 8,4
mais de 48 horas 6 1,6
Total 358 100,0 Tabela 4.3.5: Conhecimento de Atrativos em São Paulo
Conhecimento sobre Atrativos n. abs. % Não 511 43,2
Sim 672 56,8
Total 1183 100,0 Tabela 4.3.6: Tipo de Atrativo Conhecido
Tipo de Atrativos n. abs. % Histórico-culturais 341 31,1
Naturais 305 27,8
Realizações Técnico-científicas 135 12,3
Entretenimento 114 10,4
Acontecimentos Programados 72 6,6
Gastronomia 48 4,4
Manifestações e Usos Tradicionais / Populares 35 3,2
Outros 27 2,5
Sem Resposta 21 1,9
Total 1098 100,0 Tabela 4.3.7: Interesse por Passeio Turístico por São Paulo
Interesse por Passeio Turístico n. abs. % Não 550 46,5
Sim 633 53,5
Total 1183 100,0 Tabela 4.3.8: Tipo de Atrativos que Despertam Interesse
Tabela 27 - Atrativos que despertam interesse n. abs. % Histórico-culturais 254 31,6
Naturais 120 14,9
City-Tour 118 14,7
Acontecimentos programados 89 11,1
Realizações Técnico-científicos 63 7,8
Entretenimento 55 6,8
Manifestações e usos tradicionais / populares 25 3,1
Gastronomia 22 2,7
Outros 14 1,7
Não respondeu 44 5,5
Total 804 100,0
205Tabela 4.3.9: Ocupação por Interesse em Passeio por São Paulo Interesse em passeio Ocupação
Não % Sim % Total %
A 30 45,5 36 54,5 66 100,0 B 137 51,9 127 48,1 264 100,0 C 84 43,5 109 56,5 193 100,0 D 117 54,7 97 45,3 214 100,0 E 64 36,8 110 63,2 174 100,0 F 53 44,2 67 55,8 120 100,0 G 18 43,9 23 56,1 41 100,0 H 35 44,3 44 55,7 79 100,0 I 3 37,5 5 62,5 8 100,0 J 2 50,0 2 50,0 4 100,0 K 7 35,0 13 65,0 20 100,0
Total 550 46,5 633 53,5 1183 100,0 Tabela 4.3.10: Conhecimento Sobre Agências de Receptivo em São Paulo
Conhecimento sobre Agência n. abs. %
Não 1107 93,6
Sim 76 6,4
Total 1183 100,0 Tabela 4.3.11: Tipo de Agências Citadas
Tipo n. abs. %
Agência receptivo / oficial do evento 26 34,2
Sem resposta 18 23,7
Não encontrada 17 22,4
Convencional 5 6,6
Operadora sem pacote para SP 4 5,3
Prefeitura / hotel 3 3,9
Transportadoras 3 3,9
Total 76 100,0
206Tabela 4.3.12: Imagem Mais Interessante de São Paulo
Imagem mais Interesse n. abs. % Imagem de negócios, comércio ou oportunidades 524 37,1
Imagem urbana 285 20,2
Entretenimento 156 11,0
Cultura, história, manifestações populares 153 10,8
Gastronomia 99 7,0
Amigos e parentes 61 4,3
Acontecimentos programados 29 2,1
Nada 28 2,0
Arquitetura, Realizações Técnico-científicas 27 1,9
Atrativos turísticos 10 0,7
Outros 29 2,1
Sem resposta 13 0,9
Total 1414 100,0 Tabela 4.3.13: Atividades de Lazer Preferidas
Atividades Preferidas n. abs. % Artísticas 1196 20,2
Gastronômicas 180 15,7
Associativas 1505 15,4
Intelectuais 740 13,8
Consumistas 1167 12,1
Físicas 291 8,8
Passivas de descanso 490 6,9
Turísticas 764 6,8
Sem resposta 18 0,3
Total 6351 100,0 Tabela 4.3.14: Gosto em Visitar São Paulo a Lazer
Visitar a Passeio n. abs. % Não 387 32,7
Sim 796 67,3
Total 1183 100,0 Tabela 4.3.15: Impedimento para Visitar São Paulo a Lazer
Impedimentos para Passear n. abs. % Problemas urbanos 92 22,8
Outras preferências 90 22,3
Sem atrativo 80 19,9
Imagem de negócios 71 17,6
Falta informação turística 15 3,7
Distante 14 3,5
Alto custo 8 2,0
Já conhece 7 1,7
Outros 3 0,7
Sem resposta 23 5,7
Total 380 100,0 Tabela 4.3.16: Interesse em Visitar São Paulo com a Família
Visitar com a família n. abs %
207Não 363 30,7
Sim 820 69,3
Total 1183 100,0 Tabela 4.3.17: Fatores Positivos para Trazer a Família
Motivos para Viajar com a Família n. abs % Atrativos turísticos 389 36,2
Acontecimentos programados 140 13,0
Comércio 139 12,9
Atrativos naturais 88 8,2
Amigos e parentes 76 7,1
Cultura / história 72 6,7
Gastronomia 58 5,4
Entretenimento 45 4,2
Imagem de negócio 30 2,8
Outros 37 3,4
Total 1074 100,0 Tabela 4.3.18: Fatores Negativos para Trazer a Família
Motivos para não viajar com a família n. abs % Sem atrativo 83 27,9
Problemas urbanos 77 25,8
Outras preferências 61 20,5
Não viaja com família 23 7,7
Imagem de negócios 18 6,0
Já conhece 12 4,0
Custo 7 2,3
Falta de informação 7 2,3
Distância 6 2,0
Outros 4 1,3
Total 298 100,0
210Anexo 2
Tráfego aéreo de passageiros, linhas regulares nacionais e regionais entre os aeroportos das capitais e os da grande São Paulo – 2000.
Origem Chegadas Partidas Diferença Aracaju 11.806 15.021 (3.215) Belém 56.949 135.758 (78.809) Belo Horizonte 119.070 118.045 1.025 Boa Vista 1.968 1.586 382 Brasília 659.871 684.442 (24.571) Campo Grande 104.848 111.848 (7.000) Cuiabá 91.194 90.746 448 Curitiba 728.752 243.468 485.284 Florianópolis 225.449 237.692 (12.243) Fortaleza 213.731 221.795 (8.064) Goiânia 195.716 81.990 113.726 João Pessoa 25.390 21.049 4.341 Macapá 4.019 5.171 (1.152) Maceió 57.945 75.157 (17.212) Manaus 122.517 120.857 1.660 Natal 69.145 75.361 (6.216) Porto Alegre 581.879 528.460 53.419 Porto Velho 11.044 10.104 940 Recife 287.785 279.478 8.307 Rio Branco 6.618 5.689 929 Rio de Janeiro 2.052.653 2.030.927 21.726 São Luís 14.765 17.077 (2.312) Salvador 470.967 455.187 15.780 Teresina 4.563 5.803 (1.240) Vitória 167.790 178.865 (11.075) TOTAL 6.427.509 5.886.893 540.616 Fontes: Departamento de Aviação Civil / Embratur Anuário Estatístico 2002.
Anexo 3
211Movimento de Passageiros nos Terminais Rodoviários Intermunicipais e
Interestaduais da Cidade de São Paulo – 2000-2002 Tietê Barra Funda Jabaqua ra Bresser* Total Mês EmbaRua Desemb. EmbaRua Desemb. EmbaRua Desem. EmbaRua Desemb. EmbaRua Desemb.
Janeiro 1.115.130 1.193.400 363.147 388.095 272.442 - 110.742 133.145 1.861.461 1.714.640 Fevereiro 840.298 795.716 268.455 248.960 178.944 - 75.700 74.628 1.363.397 1.119.304
Março 913.356 834.773 304.705 283.828 229.545 - 89.972 87.134 1.537.578 1.205.735 Abril 902.155 788.533 309.633 275.767 202.475 - 91.439 80.815 1.505.702 1.145.115 Maio 843.375 773.376 278.472 277.476 169.191 - 78.712 81.044 1.369.750 1.131.896 Junho 870.214 736.950 281.894 256.999 161.890 - 84.178 75.050 1.398.176 1.068.999 Julho 1.009.797 965.187 347.094 322.915 185.649 - 110.126 107.328 1.652.666 1.395.430
Agosto 834.847 766.978 273.597 258.154 164.705 - 78.230 76.329 1.351.379 1.101.461 Setembro 893.427 764.943 302.124 260.826 181.879 - 88.424 77.806 1.465.854 1.103.575 Outubro 899.194 847.906 304.051 290.758 222.021 - 83.322 86.082 1.508.588 1.224.746
Novembro 854.783 - 288.720 - 200.753 - 78.490 - 1.422.746 - Dezembro 1.316.378 - 444.345 - 308.765 - 141.463 - 2.210.951 -
Total 2000 11.292.954 8.467.762 3.766.237 2.863.778 2.478.259 - 1.110.798 879.361 18.648.248
12.210.901
Janeiro 1.172.399 1.250.543 384.132 417.184 314.417 116.136 143.296 1.987.084 1.811.023 Fevereiro 914.270 845.056 308.942 275.898 236.622 92.289 83.057 1.552.123 1.204.011
Março 872.991 834.177 290.687 266.557 196.162 74.203 79.234 1.434.043 1.179.968 Abril 911.284 814.015 325.159 296.121 206.098 92.715 84.565 1.535.256 1.194.701 Maio 829.497 771.098 285.782 279.497 162.534 79.457 79.895 1.357.270 1.130.490 Junho 868.654 734.586 287.336 261.702 159.887 84.775 75.003 1.400.652 1.071.291 Julho 1.012.561 956.169 361.318 348.486 186.431 112.294 111.239 1.672.604 1.415.894
Agosto 818.521 708.538 285.118 267.718 165.756 75.584 71.866 1.344.979 1.048.122 Setembro 818.746 732.849 291.998 278.824 179.025 77.641 75.628 1.367.410 1.087.301 Outubro 835.657 751.970 299.899 279.700 196.724 77.476 73.936 1.409.756 1.105.606
Novembro 808.188 707.580 297.010 271.130 203.023 73.708 69.775 1.381.929 1.048.485 Dezembro 1.288.259 939.037 430.869 341.163 285.909 desativado desativado - -
Total 2001 11.151.027 10.045.618 3.848.250 3.583.980 2.492.588 - 956.278 947.494 16.443.106 13.296.892
Janeiro 1.111.014 1.182.408 369.257 401.342 273.283 desativado desativado 1.753.554 .583.750 Fevereiro 879.478 831.843 288.245 273.276 212.349 desativado desativado 1.380.072 1.105.119
Março 959.879 805.508 320.578 279.029 203.802 desativado desativado 1.484.259 .084.537 Abril 857.433 769.488 279.003 276.386 173.448 desativado desativado 1.309.884 1.045.874 Maio 911.619 748.084 310.717 267.030 172.172 desativado desativado 1.394.508 1.015.114 Junho -
1o sem 2002
4.719.423 4.337.331 1.567.800 1.497.063 1.035.054 - - 7.322.277 5.834.394
Fonte: Boletim Informativo Mensal da Secretaria de Esportes e Turismo do Estado de São Paulo ago. 2000 a jan. 2001. * terminal Bresser foi desativado em dezembro de 2001
212
Anexo 4
População Total, por Grupo de Idade, segundo Subprefeituras e Distritos Municipais de São Paulo - 2004
Subprefeituras e Distritos 0 a 9 Anos 10 a 17 Anos
18 a 24 Anos
25 a 59 Anos
60 Anos e Mais Total
MUNICÍPIO DE SÃO PAULO 1.787.962 1.338.763 1.320.339 5.169.568 1.063.128 10.679.760 Aricanduva 35.292 29.761 29.587 129.595 37.920 262.155
Aricanduva 14.064 11.385 11.311 46.398 11.201 94.359
Carrão 9.213 8.088 7.741 37.146 12.859 75.047
Vila Formosa 12.015 10.288 10.535 46.051 13.860 92.749 Butantã 58.514 45.725 47.557 187.845 37.926 377.567
Butantã 5.068 4.771 5.883 26.450 8.565 50.737
Morumbi 4.259 3.282 3.924 17.473 3.937 32.875
Raposo Tavares 17.100 12.692 12.659 44.686 5.672 92.809
Rio Pequeno 18.727 14.621 14.383 55.248 10.357 113.336
Vila Sônia 13.360 10.359 10.708 43.988 9.395 87.810 Campo Limpo 105.632 74.556 73.609 255.579 29.477 538.853
Campo Limpo 38.133 27.307 26.883 95.187 12.296 199.806
Capão Redondo 49.889 36.337 35.284 118.892 13.350 253.752
Vila Andrade 17.610 10.912 11.442 41.500 3.831 85.295 Casa Verde/Cachoeirinha 52.138 39.479 38.730 148.387 32.918 311.652
Cachoeirinha 29.951 20.980 19.403 71.060 11.615 153.009
Casa Verde 10.426 9.096 9.452 39.050 11.554 79.578
Limão 11.761 9.403 9.875 38.277 9.749 79.065 Itaim Paulista 80.077 56.509 47.929 172.262 22.354 379.131
Itaim Paulista 48.560 34.380 28.798 102.944 12.455 227.137
Vila Curuçá 31.517 22.129 19.131 69.318 9.899 151.994
Itaquera 91.683 68.488 66.170 240.917 35.565 502.823
Cidade Líder 21.619 16.526 15.922 59.131 8.662 121.860
Itaquera 39.888 28.148 26.333 98.201 15.028 207.598
José Bonifácio 17.653 14.337 15.191 52.271 7.568 107.020
Parque do Carmo 12.523 9.477 8.724 31.314 4.307 66.345 Jabaquara 32.576 25.352 25.504 106.723 23.919 214.074
Jabaquara 32.576 25.352 25.504 106.723 23.919 214.074 Lapa 28.557 24.928 29.607 134.984 45.105 263.181
Barra Funda 1.230 1.072 1.415 5.942 2.447 12.106
Jaguara 3.077 2.744 2.900 12.129 3.582 24.432
Jaguaré 6.832 4.889 5.289 20.532 4.428 41.970
Lapa 5.157 4.891 5.762 28.724 12.519 57.053
Perdizes 9.054 8.623 11.171 53.866 18.019 100.733
Vila Leopoldina 3.207 2.709 3.070 13.791 4.110 26.887 M'Boi Mirim 105.779 73.069 70.477 239.640 25.409 514.374
Jardim Ângela 58.922 38.941 36.697 121.569 10.553 266.682
Jardim São Luís 46.857 34.128 33.780 118.071 14.856 247.692
Moóca 32.503 28.080 31.003 146.514 56.792 294.892
Água Rasa 9.293 8.247 8.831 40.822 15.475 82.668
Belém 4.330 3.575 4.069 17.547 7.299 36.820
Brás 3.418 2.256 2.741 11.810 2.761 22.986
Moóca 5.949 5.464 5.968 29.898 13.158 60.437
Pari 1.480 1.196 1.516 6.411 2.661 13.264
Tatuapé 8.033 7.342 7.878 40.026 15.438 78.717
213Parelheiros 30.928 19.967 16.717 57.122 5.853 130.587
Marsilac 2.151 1.460 1.077 3.761 716 9.165
Parelheiros 28.777 18.507 15.640 53.361 5.137 121.422 Penha 69.635 56.389 55.678 234.673 59.303 475.678
Artur Alvim 15.998 12.958 13.886 54.427 11.982 109.251
Cangaíba 23.982 18.516 16.864 70.347 13.449 143.158
Penha 15.713 13.162 13.442 59.811 19.839 121.967
Vila Matilde 13.942 11.753 11.486 50.088 14.033 101.302 Perus 28.850 18.322 16.112 61.778 6.651 131.713
Anhanguera 12.032 7.474 6.114 25.259 1.856 52.735
Perus 16.818 10.848 9.998 36.519 4.795 78.978 Pinheiros 20.007 18.895 27.289 135.563 52.141 253.895
Alto de Pinheiros 3.706 3.515 4.785 22.448 8.055 42.509
Itaim Bibi 6.277 5.899 7.922 40.037 14.495 74.630
Jardim Paulista 5.455 5.091 8.515 41.791 17.281 78.133
Pinheiros 4.569 4.390 6.067 31.287 12.310 58.623 Pirituba 71.142 53.989 50.738 202.413 34.838 413.120
Jaraguá 32.513 23.726 20.845 78.215 8.894 164.193
Pirituba 25.352 20.171 19.203 81.198 17.090 163.014
São Domingos 13.277 10.092 10.690 43.000 8.854 85.913 Santana/Tucuruvi 37.367 33.056 36.697 162.587 48.575 318.282
Mandaqui 14.587 11.843 11.712 52.675 12.232 103.049
Santana 12.067 11.155 14.416 62.400 20.012 120.050
Tucuruvi 10.713 10.058 10.569 47.512 16.331 95.183 Santo Amaro 23.952 20.942 24.131 111.481 32.288 212.794
Campo Belo 6.575 5.625 7.347 32.684 10.931 63.162
Campo Grande 12.577 10.506 10.477 49.404 10.332 93.296
Santo Amaro 4.800 4.811 6.307 29.393 11.025 56.336
São Mateus 82.222 57.856 51.370 192.828 25.202 409.478
Iguatemi 25.558 17.747 14.818 54.091 5.100 117.314
São Mateus 27.683 21.148 19.262 75.385 12.582 156.060
São Rafael 28.981 18.961 17.290 63.352 7.520 136.104 São Miguel 80.127 56.537 50.195 181.017 27.004 394.880
Jardim Helena 31.022 21.182 18.751 64.757 8.508 144.220
São Miguel 16.954 12.634 11.646 45.058 9.582 95.874
Vila Jacuí 32.151 22.721 19.798 71.202 8.914 154.786 Sé 34.259 27.463 41.220 186.709 60.162 349.813
Bela Vista 5.487 4.304 7.382 33.299 9.895 60.367
Bom Retiro 3.240 2.348 2.891 11.798 3.895 24.172
Cambuci 2.913 2.441 2.901 12.904 5.313 26.472
Consolação 3.648 3.315 6.056 27.118 10.909 51.046
Liberdade 5.961 5.079 6.826 30.640 9.283 57.789
República 4.256 3.114 5.252 25.551 6.606 44.779
Santa Cecília 6.411 5.188 7.518 35.605 12.159 66.881
Sé 2.343 1.674 2.394 9.794 2.102 18.307 Socorro 124.207 88.432 83.292 289.496 34.217 619.644
Cidade Dutra 35.469 27.479 25.821 94.079 13.568 196.416
Grajaú 84.510 56.870 52.961 176.214 15.023 385.578
Socorro 4.228 4.083 4.510 19.203 5.626 37.650 Tremembé/Jaçanã 47.276 34.238 33.261 126.864 25.890 267.529
Jaçanã 15.451 11.616 11.428 43.344 10.538 92.377
Tremembé 31.825 22.622 21.833 83.520 15.352 175.152 Vila Maria/Vila Guilherme 43.425 34.298 35.381 140.696 38.444 292.244
Vila Guilherme 5.445 4.828 5.433 22.894 8.075 46.675
Vila Maria 17.965 13.286 13.611 52.355 13.194 110.411
Vila Medeiros 20.015 16.184 16.337 65.447 17.175 135.158
214Vila Mariana 27.278 25.665 32.642 163.722 55.551 304.858
Moema 5.958 5.418 7.304 38.360 11.948 68.988
Saúde 11.109 10.273 11.925 61.308 21.191 115.806
Vila Mariana 10.211 9.974 13.413 64.054 22.412 120.064 Vila Prudente/Sapopemba 84.323 66.128 62.346 252.956 53.711 519.464
São Lucas 19.006 15.540 15.125 67.481 17.494 134.646
Sapopemba 52.737 39.945 36.191 136.675 21.309 286.857
Vila Prudente 12.580 10.643 11.030 48.800 14.908 97.961
Fonte: Fundação Seade; IBGE.
Nota: População em 1º de julho.
215
Anexo 5
Ficha para Classificar Hotéis
Nome do Hotel: _____________________________________
Ano de fundação: ____________
Última reforma: ____________
Equipamentos e serviços nos apartamentos e hotel:
( )frigobar, ( )ar-condicionado, ( )varanda, ( )aquecimento central, ( )room service,
( )TV a cabo, ( )internet, ( )lavanderia, ( )piscina, ( )fitness center, ( )restaurante.
Número de apartamentos: __________
Preço da diária: ___________
Número de funcionários: _____________
Site: ___________ E-mail: ___________
216
Anexo 6
Agência de Receptivo na Grande São Paulo
Nome Endereço Principais serviços
1. Aeroporto Express Rua Cristianópolis, 30 Mooca CEP 03128-030 Tel.: 11-6121-7795 [email protected] www.aeroportoexpress.com.br
City-tour
2. Agência Roxy de Turismo Pça. Dom José Gaspar, 76 Cj. 51 CEP 01047-010 Tel.: 3214-4114 [email protected] www.roxytravel.com.br
Receptivo
3. ALMAX Rua Diogo Moreira, 132 Cj. 1905 CEP 05423-010 Tel.: 3035-1000 www.almax.com.br
Receptivo Eventos
4. Andanças Rua São Silvestre, 440 sala 9 Tel.: 6351-3821 e 3451-3710 [email protected] www.andançatur.com.br
Passeios a pé e de metrô
5. BBTurismo Rua Araújo, 216 2a sobreloja CEP 01220-020 São Paulo-SP Tel.: 3259-2577 fax 3257-3067 www.bbtuRuacom.br
6. Beeline Viagens e Turismo Rua Pamplona, 700 Cj. 74 CEP 01405-001 Tel.: 3171-1544 [email protected] www.beeline.com.br
Receptivo
7. BSP Associados Viagens e Turismo
Av. Brig. Faria Lima, 2229 Cj 52 CEP 01451-927 Tel.: 3819-4724 [email protected] www.bsptuRuacom.br
Receptivo
8. Caminhos e Paisagens Rua Itajaí, 98 – Mooca - São Paulo – SP CEP 03162-060 Tel.: 6694-3679 [email protected] www.caminosepaisagens.com.br
City-tour , roteiros turísticos
9. Chamonix Operadora de Turismo
Rua Stella, 515 Cj. 161 bl. H CEP 04011-002 Tel.: 5082-3416 [email protected] www.chamonix.com.br
Receptivo
10. Check Point Operadora de Turismo Receptivo
Rua Jacques Du Cerceau, 84 CEP 03624-120 Tel.: 6091-1316 www.checkpoint.com.br
City-tour, roteiros turísticos, by night, roteiro ecológico
11. Circuito São Paulo Rua Cancioneiro de Évora, 552 Tel.: 5182-3974 www.circuitosaopaulo.com.br
Receptivo com roteiros regulares
12. Coraltur Turismo Pça. da República, 95 CEP 01045-001 Tel.: 3255-7188 [email protected] www.coraltur.com.br
Receptivo
13. CVC Turismo Rua Gertrudes de Lima, 51/53 Santo André CEP: 09020-000 Tel.: (11) 2191-8400 www.cvc.com.br
City-tour, roteiros turísticos
14. DLS Agência de Viagens e Turismo
Rua Joaquim Nabuco, 47 Cj 34 A CEP 04621-000 Tel.: 5531-3377 [email protected]
Transfer
217 15. Easygoing Rua Cristiano Viana, 1182 CEP 05411-002
Tel.: 3801-9540 [email protected] www.easygoing.com.br
City-tour, roteiros turísticos, bynight, roteiros ecológicos
16. Ecology Passagens e Turismo
Rua Cel. Joaquim Ferreira Lobo, 203 CEP 04544-150 São Paulo-SP Tel.: 3845-0273 fax3849-0731 www.ecology.com.br
17. Free Way Rua Capitão Cavalcanti, 322 CEP 04017-000 São Paulo-SP Tel.: 5088-0999 Fax:5574-1141 [email protected] www.freeway.tur.br
Ecoturismo
18. Gipsy Tours Av. Vieira de Carvalho, 115 - 4º andar - cj. 42 – São Paulo CEP 01210-010 Tel.: 3338-2500 [email protected] www.receptivobrasil.com.br
Receptivo
19. Go in São Paulo Av. São Luís,187 lj.8 CEP 01046-001 Tel.: 3289-3814 Cel. 9211-5399 [email protected] www.goinsaopaulo.com.br
City-tour e roteiros turísticos
20. Gol Tour Av. São Luís, 187 lj 8 CEP 01046-001 Tel.: 3256-2388 [email protected] www.goltour.com.br
Receptivo
21. Graffit Viagens e Turismo Rua Carlos Petit, 423 CEP 04110-001 Tel.: 5549-9569 [email protected] www.graffit.com.br
Roteiros temáticos
22. GRP Brasil Agencia de Viagens, Turismo e Representações Ltda.
Rua Formosa, 111 cj.92 CEP 01049-000 São Paulo-SP Tel.: 32583139 Fax 3258-3139 RUA 204
23. Inventos, Viagens de Incentivo, Lazer e Negócios, Viagens de Incentivo
Rua dos Três Irmãos, 201 cj. 12/13 CEP 05615-190 São Paulo-SP Tel.: 3721-2127 fax 37212127 www.incentivossp.com.br
24. IT Viagens de Incentivo Al. Rio Negro, 911 9o and. CEP 06454-000 Barueri-SP Tel.: 4195-1660 Fax4191-8316 www.it-incentivo.com.br
25. Itiquira Turismo Rua Felipe de Oliveira, 36 – 3o and. CEP 01001-010 Tel.: 3101-3266 [email protected]
Receptivo
26. Jamal Transportes Locadoras e Receptivo
Rua Afonso José de Carvalho, 108 CEP 05451-000 Tel.: 3022-7583 [email protected] www.jamaltur.com.br
Receptivo
27. Lusanova Tour Operator Brasil
Av. São Luís, 112 –14o and. CEP 01046-000 Tel.: 3237-5091 [email protected] www.lusanova.com.br
Receptivo
28. MC Tour Av. Angélica, 1761 Tel.: 3668-5444 [email protected]
Receptivo
29. Miratur Agência de Viagens e Turismo
Rua Albuquerque Lins, 537 Cj.51/54 CEP 01230-001 Tel.: 3824-0644 [email protected] www.miratuRuacom.br
City-tour, passeios a pé, roteiros culturais
30. MKT Eventos e Turismo Ltda.
Rua Pascal, 1076 CEP 04616-004 São Paulo-SP Tel.: 5542-4355 Fax50448640 www.mkteventos.com.br
31. Mr. Trip Operadora Turística Rua 7 de Abril, 97 Cj 1A CEP 01043-000
Tel.: 3256-9799 [email protected]
Receptivo
218www.mrtrip.com.br
32. Must Tour Agencia de Viagens e Turismo
Av. Paulista, 491 – cj. 82 CEP 01311-000 Tel.: 3284-1666 [email protected] www.musttouRuacom.br
City´-tour, roteiros turísticos
33. Newmon Travel & Conventions
Al. Iraé, 620 cj. 32 CEP 04075-000 Tel.: 5052-3233 [email protected] www.newmon.com.br
Receptivo
34. Nippon Brasil Viagens e turismo
Rua Marconi,31 cj. 82 CEP 01047-000 Tel.: 3151-6492 [email protected]
Receptivo
35. Plantur Agência de Viagens e Turismo
Al. Dos Nhambiquaras, 1518 cj.93A CEP 04090-003 Tel.: 5533-3644 [email protected] www.plantur.com.br
Receptivo
36. Prince Tour Agência de Viagens e Turismo
Rua da Glória, 234 CEP 01510-000 Tel.: 3104-3111 [email protected]
Receptivo
37. Queensberry Viagens e Turismo
Av. São Luís, 165 – 2o and. CEP 01046-911 Tel.: 3217-7100 [email protected] www.queensberry.com.br www.go4brazil.com
City-tour, roteiros turísticos
38. Receptivo São Paulo Viagens e Turismo
Av. Ipiranga, 345 cj.902 CEP 01046-925 Tel.: 3258-4313 [email protected]
Receptivo
39. Receptur Viagens e Turismo (trasnfer e guias)
Av. Ipiranga, 104 cj. 83 CEP 01046-000 Tel.: 3259-4066 [email protected]
Receptivo
40. Remer Agência de Viagens e Turismo
Rua Cons. Crispiniano, 344 cj. 208 CEP 01037-000 Tel.:223-6376 [email protected]
Receptivo
41. RMB Rua Dom Paulo Pedrosa, 701 Cj. 93 CEP: 05687-001 Tel.: 3758-1569 [email protected] www.rmbcitytour.sites.uol.com.br
City-tour, roteiros turísticos
42. Santa Rita Viagens e Turismo
Rua Sen. Eloi de Souza, 50 CEP:03821-060 Tel.:: (11) 6943.8000 [email protected] www.turismosantarita.com.br
City-tour, roteiros turísticos
43. SP Guide Turismo Receptivo Rua Capote Valente, 874 Sala 08 CEP 05409-002 São Paulo-SP Tel.: 3083-2381 Fax 30624275 www.spguide.com.br
44. Taks Tour Rua Rahal, 272 – Guarulhos-SP CEP 07097-020 Tel.: 6459-3355 www.takstouRuacom.br
Transfer
45. TAM Viagens Rua Bela Cintra, 1.149 – cj 16A CEP 01415-907 Tel.: 3068-7900, 3068-7919, 0800 555 200 [email protected] [email protected] www.tamviagens.com.br
Passeio a pé
46. Tayar Rua Dona Avelina, 68 CEP 04111-010 Tel.: 5081-3118 [email protected] www.taya.com.br
City-tour, roteiros turísticos
219 47. Terra Nobre Rua Cardoso de Almeida, 60 - cj. 151 CEP 05013-
000 - Tel.: 3676.1200 - Fax. 3676.0261 São Paulo - SP – Brasil [email protected] www.terranobre.com.br
City-tour e roteiros culturais
48. Tunibra Travel Turismo Pca. da Liberdade, 170 CEP 01503-010 Tel.: 3346-8200 [email protected] www.tunibra.com.br
City-tour
49. Univer Receptivo Agência de Viagens
Rua Tomaz Gonzaga, 08 cj. 32 CEP 01506-020 Tel.: 3277-4044 [email protected]
Receptivo
50. Urben Turismo Rua Gassipós, 147 - Vila Mariana - 04019-090 / São Paulo - SP – Brasil - Tel.:/Fax: (11) 5081-6785 [email protected] www.urbenturismo.com.br
City-tour e roteiros turísticos
51. Voyage Agência de Viagens e Turismo
Av. Paulista, 726- cj.604 CEP 01310-100 Tel.: 3372-0177 [email protected] www.voyagetur.com.br
Receptivo
52. Viaggio Turismo Av. São Luís, 196 CEP 01046-913 Tel.: 3255-7737 [email protected]
Receptivo
53. VVS Sampa Tur Agência de Viagens (city-tour)
Rua Domingos de Moraes, 770- Lj. 43 CEP 04010-100 Tel.:5571-4249 [email protected] www.sampatuRuacom.br
Receptivo
Fonte: www.cidadesaopaulo.com.br acesso em 10/10/2004 (6-19); www.spcvb.com.br acesso em 10/10/04 (3-8); Panrotas março 2004 (20-43); Lista fornecida pela ABAV-SP (44-46), Agências citadas na pesquisa (46-50).
220
Anexo 7
Questionário para Agências de Receptivo 2004
1. Nome do entrevistado:_________________________________________________
2. Cargo: _______________________________
3. Desde quando sua empresa trabalha com serviço de receptivo em São Paulo?
( ) menos de 6 meses ( ) de 6 meses a 1 ano ( ) de 1 a 2 anos ( ) de 3 a 4 anos ( ) de 5 a 6 anos ( ) de 7 a 9 anos ( ) mais de 10 anos
4. Qual o produto receptivo que mais vede?
( ) transfer/ traslados/ transporte ( ) city tour / principais pontos turísticos ( ) ______________________________________________________________________
5. Quem são os principais consumidores de seus serviços receptivos em São Paulo?
( ) empresas que compram para funcionários ou visitantes
( ) organizadores de eventos de São Paulo ( ) agencias de viagens de outras cidades ( ) agências de viagens de São Paulo ( ) consumidor direto ( ) outros _______________________________
6. Onde faz a divulgação de seus serviços de receptivo?
( ) hotéis Como? ______________________________ ( ) feiras e eventos Como? ______________________________ ( ) revistas especializadas Qual? _______________________________ ( ) tarifários Qual? _______________________________ ( ) outros _______________________________
7. Quais os meses de maior procura por serviços receptivos?
( )jan ( )fev ( )mar ( )abr ( )mai ( )jun ( )jul ( )ago ( )set ( )out ( )nov ( )dez
8. Quais as principais dificuldades para operar o receptivo na cidade de São Paulo?
______________________________________________________________________ 9. Você acha que o turista de negócios tem interesse em visitar pontos turísticos de São Paulo?
221( ) não ________________________________ ( ) sim ________________________________ 10. Qual o percentual do faturamento de sua empresa proveniente dos serviços receptivos?
( ) menos de 10% ( ) de 10 a 20% ( ) de 30 a 40% ( ) de 50 a 60% ( ) mais de 60%
11. Tem frota própria para serviços de receptivo?
( ) não ( ) sim 11a. Quais veículos? _________________________________________________
12. Número de empregados?
( ) até 3 ( ) 3 a 5 ( ) de 6 a 10 ( ) de 11 a 20 ( ) mais de 20
13. Quantos destes funcionários trabalham especificamente com turismo receptivo? _______________
14. Quais serviços são terceirizados?
( ) guia ( ) transporte ( ) ____________________________________
15. A empresa tem CNPJ ? ( ) não ( ) sim ______________________________
16. Razão Social: _______________________________________________________________ 17. Data da entrevista: _____/______/_____
Problemas e observações:
__________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________________
Anexo 8
Espaços na Cidade de São Paulo que Comportam Feiras de Negócios
222Local Endereço Área
Pavilhão de Exposições 57.600m2 Palácio convenções 18.000m2 Total 75.600m2
Rua José Bernardo Pinto, 333 - Pavilhão azul 16.195m2 Vila Guilherme Vermelho 12.727m2 CEP 02055-000 - São Paulo Verde 8.100m2 – SP Tel.: 11 6224-5959 Amarelo 8.675m2 http://www.expocnorte.com.br/ Branco I 4.870 m2 II 8.060 m2 email: [email protected] Auditórios 1.969 m2 Total 60.596 m2
Rod. dos Imigrantes, km.1,5 Pavilhão 1 - 22.464 m2 04329-900 São Paulo/SP Pavilhão 2 - 10.962 m2 Tel.: (11) 5073-7799 Pavilhão 3 - 4.176 m2 Fax: (11) 5058-9400 Áreas cobertas 12.398m2 http://www.centroimigrantes.com.br/web/index.htm
Total 50.000m2
Av. Engenheiro Roberto Zuccolo, 555 Pavilhão 1 - 8.672m2 – Vila Leopoldina - São Paulo/SP Pavilhão 2 – 7.072m2 Email: [email protected] Pavilhão 3 – 9.465m2 Tel.: (11) 3839-7210 / 7211 Pavilhão 4 – 9. 855m2 http://200.152.208.135/itm/ Centro convenções 9.855m2 Total 38.000m2
Parque Ibirapuera, Portão 3 CEP 04094-000 São Paulo - SP – Brasil Tel.:(11) 5574-5922
(11) 5573 9974 - (11) 5573-5377 Fax: (11) 5549 0230 http://bienalsaopaulo.terra.com.br/informa.asp
Av. Doutor Mario Villas Boas Rodrigues, 387 Pavilhão A 6.000m2 - Sto Amaro. Tel.: 5643-3000 Pavilhão B 6.000m2 http://www.transamericaexpo.com.br/ Pavilhão C 8.000m2 Mezanino 2.000m2 Total 22.000m2
Rua Chico Pontes, 1.500, Vila Guilherme
Tel.: 0800-130-155
Frei Caneca Shopping e
Convention Center
Rua Frei Caneca, 596, Cerqueira César+C34
Total 6.500m2
Avenida das Nações Unidas, nº 12.551-9 Centro Convenções 5.000m2 Tel.: 3043-7108 Salas 760m2 http://www.worldtradecentersp.com.br/site/eventos.html
Total 5.760m2
Espaço São Luís Rua Luis Coelho, 323, Haddok Lobo Tel.: (11) 3120-5346
Total 2.574 m2
Av. Rebouças, 600 - Cerqueira César - CEP 05402-000 - São Paulo - SP – Brasil Fone :
Centro de Convenções Rebouças
(5511) 3898-7850 / Fax : (5511) 3081-1125 http://www.convencoesreboucas.com.br/frm_espacos.htm
Total 1.976m2
E-mail : rebouç[email protected]
Anexo 9
Lista de Todas as Feiras Agendadas para o Segundo Semestre de 2004 na Cidade de São Paulo
223Evento Local Público Início Fim
1. Feira FLV - Frutas, Verduras e Legumes Transamérica 10.000 04/07/04 06/07/04 Expo Center 2. Francal - 36a. Feira de calçados e Pavilhão Anhembi 43.000 13/07/04 16/07/04 acessórios de Moda, Máquinas e Equipamentos 3. Expo Pet Trade Fair 2004 Expo Center Norte 50.000 13/07/04 18/07/04 4. Abióptica - Feira Internacional Ótica Transamérica 18.000 15/07/04 18/07/04 Expo Center 5. Feira Brasil Cachaça 2004 Pavilhão Anhembi 10.000 22/07/04 25/07/04 6. FIPAN - Encontro Comercial e Industrial de Expo Center Norte 30.000 27/07/04 30/07/04 pequenos varejos de alimentos da América Latina 7. Sport Business Show 2004 Expo Center Norte 7.000 29/07/04 31/07/04 8. Brazil Promotion Transamérica 15.000 03/08/04 05/08/04 Expo Center 9. Formóbile - Feira Internacional de Móveis Pavilhão Anhembi 30.000 04/08/04 07/08/04 10. PhotoImage Brazil - Feira Internacional Centro Exposições 25.000 04/08/04 07/08/04 de Imagem Imigrantes 11. Adventure Sports Fair 2004 Pavilhão Bienal 86.000 07/08/04 11/08/04 12. Salão Lingerie Brasil - Mostra Internacional ITM Expo 6.000 08/08/04 10/08/04 de Lingerie e tendências em moda íntima 13. Movimat 2004 Feira de Logística, Movimen- Expo Center Norte 35.000 10/08/04 13/08/04 tação, Armazenagem e Transporte de Materiais 14. Expolazer 2004 Feira Internacional de Prod. Expo Center Norte 8.000 11/08/04 14/08/04 e Serviços para Piscinas, Parques Temáticos e Lazer 15. Brazil Fishing Show Transamerica 30.000 11/08/04 15/08/04 Expo Center 16. Comdex IT Brasil Feira e Congresso Pavilhão Anhembi 80.000 17/08/04 20/08/04 Internacional de Informática e de Telecomunicações 17. Transnacional 2004 Transamerica 15.000 18/08/04 20/08/04 Expo Center 18. 3a. Linea Domus South America - Expo Center Norte 5.000 21/08/04 24/08/04 Salão do Mobiliário 19. 29a. Housewares & Gift Fair South America Expo Center Norte 30.000 21/08/04 24/08/04 20. FISP - Feira Internacional de Segurança Centro Exposições 60.000 25/08/04 27/08/04 e Proteção Imigrantes 21. 2a. Sport Fair South America ITM Expo 5.000 28/08/04 31/08/04 22. TecnoBebida Latin America - Feira Internacional Transamérica 14.300 31/08/04 02/09/04 de Soluções e Tecnologia para a Indústria de Bebidas Expo Center 23. Escolar - 18a Feira Internacional de Produtos Pavihão Anhembi 40.000 31/08/04 03/09/04 para Escola, Papelaria, Escritório e Iinformática
24. Higiexpo 2004 - Feira de Produtos e Serviços ITM Expo 8.000 01/09/04 03/09/04 para Higiene, Limpeza e Conservação Ambiental 25. Fiaflora - Feira Internacional da Centro Exposições 40.000 02/09/04 05/09/04 Floricultura, Paisagismo e Jardinagem Imigrantes 26. Expocatólica / 2004 - Feira Expo Center Norte 21.000 08/09/04 12/09/04 Internacional de Livros e Artigos Religiosos
22427. Cosmoprof Cosmética Feira Internacional Pavilhão Anhembi 80.000 11/09/04 14/09/04 da Beleza Hair & Beauty Show 28. FICOC / 2004 - Feira Internacional do Expo Mart 26.000 15/09/04 18/09/04 Consumidor Cristão 29. Expomusic / 2004 Expo Center Norte 43.000 15/09/04 18/09/04 21a Feira Internacional da Música 30. Feitintas - IV Feira da Indústria de Centro Exposições 22.000 15/0904 18/09/04 Tintas e Vernizes e produtos correlatos Imigrantes 31. Expo Cachaça – A Bebida Mundial ITM Expo 10.000 16/09/04 19/09/04 do Brasil 32. Maximídia Transamerica 12.000 29/set 01/out Expo Center 33. Equimac – Feira Internacional de Expo Center Norte 65.000 21/09/04 25/09/04 Máquinas e Equipamentos da Construção Civil 34. Expotrel- Exposição Nacional de Veículos, Centro Exposições 6.000 25/09/04 26/09/04 Equip. Serv. de Transporte do Setor Energia Elétrica Imigrantes 35. Equipotel 2004- Feira Internacional de Equip., Pavilhão Anhembi 48.000 27/09/04 30/09/04 produtos e serviços para Hotéis, Flats, Motéis, etc. 36. Expo Serralheria - Exposição de Produtos Centro Exposições 20.000 29/09/04 02/10/04 e Equipamentos para Serralherias Imigrantes 37. Pet South America 2004 – Feira Internacional Transamerica 20.000 29/09/04 01/10/04 de Produtos e Serviços da Linha Pet e Veterinária Expo Center 38.GlobalShop South America Feira Internacional de Transamerica 12.000 29/09/04 01/10/04 Merchandising no PDV, Equip.e serviços para Varejo Expo Center 39. Farmag Expo 2004 Trsansamerica 7.800 07/10/04 09/10/04 Expo Center 40. Salão de Motopeças Expo Center Norte 28.000 13/10/04 16/10/04 41. Salão Internacional do Automóvel Pavilhão Anhembi 500.000 21/10/04 31/10/04 42. Expomilk – Exposição da Pecuária Leiteira Centro Exposições 18.000 26/10/04 30/10/04 e Feira Internacional da Cadeia Produtiva do Leite Imigrantes 43. Negócio nos Trilhos 2004 - Eventos ITM EXPO 5.300 26/10/04 28/10/04 sobre negócios ferroviários e metroviários 44. Usinagem 2004 - Feira e Congresso Expo Center Norte 6.000 27/10/04 29/10/04 45. Fimai - Feira e Seminário Internacional Expo Center Norte 28.000 03/11/04 05/11/04 de Meio Ambiente Industrial 46. Brasiltec - Salão e Forum de Inovação Pavilhão Anhembi 80.000 17/11/04 20/11/04 Tecnológica 47. ISA Show 2004 South America - Feira Sul - Expo Center Norte 15.000 23/11/04 25/11/04
Americana de Automação, Sistemas e Instrumentação
Anexo 10
Feiras em São Paulo com Público entre 20 e 100 mil Visitantes Realizadas no Segundo Semestre de 2004
Nome da Feira Número Data Setor
1. Francal - 36a. Feira de calçados e 43.000 13/07/04 16/07/04 Calçados
225
2. Expo Pet Trade Fair 2004 50.000 13/07/04 18/07/04 Animais domésticos
3. FIPAN - Encontro comercial e Industrial 30.000 27/07/04 30/07/04 Alimentício
4. Formóbile - Feira Internacional de móveis 30.000 04/08/04 07/08/04 Moveleiro
5. PhotoImage Brazil – Feira Internacional 25.000 04/08/04 07/08/04 Comunicação
6. Adventure Sports Fair 2004 86.000 07/08/04 11/08/04 Esporte e turismo
7. Movimat 2004 / Feira de Logística, 35.000 10/08/04 13/08/04 Transportes
8. Brasil Fishing Show 2004 30.000 11/08/04 15/08/04 Agrobusiness
9. Comdex IT Brasil / Feira e Congresso 80.000 17/08/04 20/08/04 Informática eTelecom.
10. 29a Housewares & Gift Fair South America 30.000 21/08/04 24/08/04 Presentes e variedade
11. FISP - Feira Internacional de Segurança 60.000 25/08/04 27/08/04 Segurança
12. Escolar - 18a Feira Internacional 40.000 31/08/04 03/09/04 Escolas e papelarias
13. Fiaflora - Feira Internacional 40.000 02/09/04 05/09/04 Jardinagem
14. Expocatólica / 2004 21.000 08/09/04 12/09/04 Artigos religiosos
15. Cosmoprof Cosmética 80.000 11/09/04 14/09/04 Estética
16. Expomusic / 2004 43.000 15/09/04 18/09/04 Música
17. Feitintas - IV Feira da Indústria 22.000 15/0904 18/09/04 Construção civil
18. Equimac - Feira Internacional 65.000 21/09/04 25/09/04 Construção civil
19. Equipotel 2004 - Feira Internacional 48.000 27/09/04 30/09/04 Hotelaria
20. Expo Serralheria - Exposição de Produtos 20.000 29/09/04 02/10/04 Construção civil
21. Pet South America 2004 20.000 29/09/04 01/10/04 Animais domésticos
22. Salão de Motopeças 28.000 13/10/04 16/10/04 Automobilística
23. Fimai - Feira e Seminário Internacional 28.000 03/11/04 05/11/04 Meio Ambiente
24. Brasiltec - Salão e Fórum de Inovação 80.000 17/11/04 20/11/04 Informática e Telecom.
Total de visitantes 1.424.300
Os eventos em negrito compõem a amostra
227Cartão 1 – Atividades no tempo livre
A. Fazer city- tour B. Freqüentar bares C. Visitar boates D. Comer em restaurantes E. Fazer compras F. Passear em shopping G. Ir ao teatro H. Ir ao cinema I. Assistir a shows musicais J. Visitar museus ou centro culturais K. Encontrar amigos e parentes L. Passear em parques ou áreas verdes M. Conhecer monumentos históricos N. Visitar festas típicas O. Estar com a família P. Contemplar belezas da cidade Q. Fazer exercício físico R. Ficar no hotel S. Usar piscina, sauna, fitness do hotel T. Freqüentar bar ou restaurante do hotel U. Ver TV V. Ouvir música W. Dormir X. Ler Y. Escrever ou digitar cartas, e-mails Z. Descansar, meditar
228 Cartão 2 – Ocupação (se aposentado indicar a categoria quando estava na ativa) A. Proprietário de empresa de grande porte / alto executivo / alto funcionário
do governo. B. Profissional liberal. C. Proprietário de empresa de médio porte / Professor universitário /
Executivo de empresas de médio porte. D. Proprietário de empresa de pequeno porte. E. Encarregado / Chefe ou Gerente de áreas administrativas. F. Técnico / Encarregado / Chefe ou Gerente de áreas operacionais. G. Microempresário / Professor do ensino fundamental. H. Assistente de áreas administrativas. I. Ajudante / Trabalhador braçal. J. Atua na economia informal / Ambulante. K. Dona de casa, estudante, desempregado (mais de seis meses), doente ou
invalido. Cartão 3 – Idade A. 18-24 anos B. 25-29 anos C. 30-34 anos D. 35-44 anos E. 45-54 anos F. 55-64 anos G. mais de 65 anos. Cartão 4 – Renda Qual sua faixa de renda familiar mensal?
(Por favor inclua todos os rendimentos como salários, pensões, aluguéis, dividendos, ganhos de capitais da família).
A. Até R$ 500 B. de R$ 501 a 1.000 C. de R$ 1.001 a 3.000 D. de R$ 3.001 a 5.000 E. de R$ 5.001 a 10.000 F. de R$ 10.001 a 15.000 G. de R$ 15.001 a 20.000 H. mais de R$ 20.000
229
Anexo 12
Estágios e subdivisões do ciclo de vida na família e as principais características – Teoria dos Ninhos
Estágio Subdivisão Características Solteiro I • Solteiro abaixo de 35 anos que vive com a família - consumo
orientado para bens de consumo pessoal; • Solteiro abaixo de 35 anos que vive sozinho - consumo
orientado para bens de consumo pessoal e também consome itens para casa.
Jovem Recém-casado • Casal jovem, sem filhos – consumo de bens duráveis, mas também de lazer, passeios e produtos pessoais.
Ninho cheio• I • Casal jovem, com filhos pequenos, o que implica a aquisição e uso de produtos e serviços infantis.
Monoparentais I • Um dos pais, solteiro ou separado que está criando filhos pequenos sozinho – consumo se caracteriza pela necessidade de serviços e produtos que facilitem esta tarefa, principalmente quando trabalha, porém conta com menos recursos financeiros.
Solteiro II • Solteiros com idade entre 35 e 64 anos, sozinhos, que não tem filhos. Dispõem da sua renda para si e consomem serviços de saúde, turismo, locação de fitas de vídeo, além de produtos pessoais.
Meia-idade Ninho cheio II • Casais com idade entre 35 e 64 anos, com filhos pré-adolescentes ou adolescentes – consumo típico das necessidades dos jovens e da família, o domicílio geralmente é maior, consomem serviços médicos, dentários, gastam com ensino, esportes, eletrodomésticos, seu lazer inclui os jovens.
Monoparentais II
• Pais com meia idade que carregam as responsabilidades da família sozinhos - consumo das necessidades dos jovens, serviços médicos, dentários, ensino, esportes, eletrodomésticos, seu lazer inclui os jovens, mas todos estes itens são consumidos em quantidade reduzida devido à única fonte de renda. Os filhos quando passam a decidir por vários itens de consumo, principalmente alimentação, que compram e consomem sozinhos.
Ninho vazio I • Casais sem filhos em casa. Freqüentemente os dois trabalham e dispõem da sua renda para gastar com facilidades e ou conveniências.
Idosos Solteiro III • Pessoa com mais de 64 anos que vive sozinha, consumidora ou usuária de lazer, turismo e serviços médicos, muito sensível à segurança e a atividades grupais. Tem pequena renda.
Ninho vazio II Casais acima de 64 anos, em geral aposentados, com saúde, energia e forma física reduzida, assim como a renda é, freqüentemente, menor - consumidores de lazer, turismo e serviços médicos, muito sensível à segurança.
Fonte: GADE (1998:169-171)
230
Anexo 13
Critério de Classificação Econômica Brasil – ANEP
A adoção do mercado de apenas um Critério de Classificação Econômica comum restabelece a unicidade dos mecanismos de avaliação do potencial de compra dos consumidores, após alguns anos de existência de dois critérios. O novo sistema, batizado de Critério de Classificação Econômica Brasil, enfatiza sua função de estimar o poder de compra das pessoas e famílias urbanas, abandonando a pretensão de classificar a população em termos de “classes sociais”. A divisão de mercado definida pelas entidades é, exclusivamente de classes econômicas. SISTEMA DE PONTOS Posse de itens
Não T E M
tem 1 2 3 4 ou +Televisão em cores 0 2 3 4 5Rádio 0 1 2 3 4Banheiro 0 2 3 4 4Automóvel 0 2 4 5 5Empregada mensalis ta 0 2 4 4 4Aspirador de pó 0 1 1 1 1Máquina de lavar 0 1 1 1 1Videocassete 0 2 2 2 2Geladeira 0 2 2 2 2Freezer (aparelho independente 0 1 1 1 1ou parte da geladeira duplex) Grau de Instrução do chefe de família Analfabeto / Primário incompleto 0Primário completo / Ginasial incompleto 1Ginasial completo / Colegial incompleto 2Colegial completo / Superior incompleto 3Superior completo 5 CORTES DO CRITÉRIO BRASIL Dados LSE 96
C l a s s e P O N T O S T O T A L B R A S IL (% )A 1 3 0 -3 4 1A 2 2 5 -2 9 4B 1 2 1 -2 4 7B 2 1 7 -2 0 1 2C 1 1 -1 6 3 1D 6 -1 0 3 3E 0 -5 1 2
Renda familiar por classes
231Classe Pontos Faixa de Renda (R$) Renda Média (R$)
A1 30-34 5555 ou + 5894 A2 25-29 2944 a 5554 3743 B1 21-24 1771 a 2943 2444 B2 17-20 1065 a 1770 1614 C 11-16 497 a 1064 844 D 6-10 263 a 496 435 E 0-5 até 262 229
232
Anexo 14
Objetivos do PLATUM 2003 e 2004-2006
PROMOÇÃO E INFORMAÇÃO
1 Criação de material de apoio promocional a eventos de grande apelo turístico;
2 Participação cooperada em feiras e eventos com o empresariado;
3 Produção de material promocional turístico – folheteria, brindes, vídeos e banco de imagens;
4 Realização de Fam Tours, Press Trips e Workshops de promoção da cidade;
5 Contratação de serviço de assessoria de comunicação para divulgação da cidade.
INFRA-ESTRUTURA E MANUTENÇÃO
1 Reestruturação dos Serviços de Informação Turística – Call Center, CIT, Loja SP e SITE;
2 Disponibilização de roteiros turísticos de ônibus;
3 Programa de trabalho para desenvolvimento de oportunidades de organização da oferta turística;
4 Criação de indicadores de desempenho da atividade turística com respectivo banco de dados;
5 Criação do banco de dados de eventos nacionais para suporte a captação;
6 Manutenção do funcionamento do COMTUR
Fonte: http://anhembi.terra.com.br/ acessado em 23/01/05.
PLATUM 2004-2006
MARKETING TURÍSTICO
1 Criação de material promocional turístico: folheteria, brindes, vídeos e banco de imagens;
2 Participação em feiras e eventos turísticos nacionais e internacionais;
3 Realização de Fam tours, Press Trips, Site Inspections e Workshops de promoção da cidade;
4 Contratação de Serviços de assessoria de comunicação e veiculação em mídia.
233ORGANIZAÇÃO E GESTÃO
1 Reestruturação dos Serviços de informação Turística: Call Center, aperfeiçoamento de mã-de-obra, Totens de auto-atendimento, CIT, Loja SP e Site;
2 Disponibilização de Roteiros Turísticos de ônibus e a pé;
3 Programa de trabalho para desenvolvimento de oportunidade de organização da oferta turística;
4 Criação de indicadores de desempenho da atividade turística;
5 Criação de banco de dados de eventos nacionais para suporte a captação;
6 Manutenção do funcionamento do COMTUR.
Fonte: http://anhembi.terra.com.br/ acessado em 23/01/05.