Criando setups de softwares para Educação Musical Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V -...

13
Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm 1 de 13 20/11/2007 10:08 voltar ao menu de textos .[IMPRIMIR PÁGINA ] Criando setups de softwares para Educação Musical Autor: Éliton Pereira [1] - [email protected] Resumo: Esta comunicação relata parte do resultado de uma pesquisa de mestrado que analisa a interferência do uso das novas tecnologias no ensino musical na escolar de ensino básico. Verificou-se a funcionalidade do uso de softwares no processo educativo musical nos âmbitos sociais, pedagógicos e cognitivos. Antes de mostrar o processo de criação de setup de softwares para educação musical, apresentamos uma contextualização e conceitualização da Informática-Educativa-Musical por meio de estudos envolvendo os conceitos fundamentais da Pedagogia Musical, da relação entre Música e Novas Tecnologias e entre Educação Escolar e Informática. Palavras-chave: Educação musical, Softwares, desenvolvimento cognitivo musical. Abstract: This communication tells part of a master research product that analyzes the interference of the new technologies use to musical education in school. It was verified functionality of the use of software in the musical educative process in the social, pedagogical and cognitive aspects. Before presenting the process of creation of software’s setup for musical education, we present a contextualization and conceptualization of Musical-Educative-Computer Science by means of studies involving the basic concepts of the Musical Pedagogy, of the relation between Music and New Technologies, and between School Education and Computer science. Keywords: Music Education, Software, musical cognitive development. Educação Musical: novos contextos, demandas e processos Atualmente a obrigatoriedade da disciplina Arte[2] no ensino básico não tem garantido acesso a materiais didáticos e recursos necessários para por em prática a relação aluno versus conhecimento artístico. Esta realidade torna-se mais difícil quando se pensa em ensinar música, já que os Parâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997a, p. 47) esclarecem que o professor licenciado nesta habilitação deve ter este conteúdo específico como principal articulador das propostas de ensino em sua atuação em sala de aula. Nesse sentido, ao refletir sobre quais seriam os resultados almejados pelo ensino de música na atualidade e quais os objetivos do ensino musical voltado para o contexto escolar, conclui-se que há uma necessidade de se dar maior atenção para a relação que se estabelece entre a educação musical e a contextualização social/tecnológico-cultural. Objetivando encontrar recursos para a atuação do professor de música em sala de aula, que sejam mais contextuais às novas realidades da era digital, propomos realizar um estudo sobre o uso de softwares nas situações de aprendizagem musical. Propomos um experimento junto aos discentes de uma escola da rede estadual de Goiânia/Goiás, escolhendo para tal estudo, um contexto que se concretiza nas escolas: os laboratórios de informática instalados por meio do Programa Nacional de Informática Educativa – PROINFO e pelo programa CYBER (da Secretaria de Educação do Estado de Goiás). Estes espaços contêm equipamentos próximos à realidade dos alunos, tais como computadores, aportes de multimídia e softwares musicais. Esses recursos oferecem novas maneiras de aprender música e compreender a estrutura musical. Tais equipamentos possibilitam manipular os sons, as figuras musicais e os arquivos sonoros em geral. O que pode interferir positivamente no processo de desenvolvimento da escuta e compreensão musical pelos discentes. Tendo esta hipótese confirmada no decorrer do trabalho docente, a inquietação para a sistematização desta estratégia de ensino gerou uma pesquisa de mestrado (Pereira, 2006a). As conseqüências desta pesquisa têm sido positivas, tanto para os alunos como, para os professores educadores musicais que procuram formas mais atualizadas para sua práxis pedagógica (Pereira, 2006b). Nesse sentido, acreditamos ser imprescindível que o educador musical aproveite equipamentos, aportes multimidiáticos e softwares musicais, disponibilizados no mercado e de possível utilização nos laboratórios escolares. Acredita-se que, além de oferecer novas maneiras de aprendizagem e fruição musical, estes aportes tecnológicos fazem jus aos pressupostos da musicalização defendida

Transcript of Criando setups de softwares para Educação Musical Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V -...

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

1 de 13 20/11/2007 10:08

voltar ao menu de textos .[IMPRIMIR PÁGINA]

Criando setups de softwares para Educação Musical Autor: Éliton Pereira [1] - [email protected]

Resumo: Esta comunicação relata parte do resultado de uma pesquisa de mestrado que analisa ainterferência do uso das novas tecnologias no ensino musical na escolar de ensino básico.Verificou-se a funcionalidade do uso de softwares no processo educativo musical nos âmbitossociais, pedagógicos e cognitivos. Antes de mostrar o processo de criação de setup de softwares para educação musical, apresentamos uma contextualização e conceitualização daInformática-Educativa-Musical por meio de estudos envolvendo os conceitos fundamentais daPedagogia Musical, da relação entre Música e Novas Tecnologias e entre Educação Escolar eInformática.

Palavras-chave: Educação musical, Softwares, desenvolvimento cognitivo musical.

Abstract: This communication tells part of a master research product that analyzes theinterference of the new technologies use to musical education in school. It was verified functionalityof the use of software in the musical educative process in the social, pedagogical and cognitiveaspects. Before presenting the process of creation of software’s setup for musical education, wepresent a contextualization and conceptualization of Musical-Educative-Computer Science by meansof studies involving the basic concepts of the Musical Pedagogy, of the relation between Music andNew Technologies, and between School Education and Computer science.

Keywords: Music Education, Software, musical cognitive development.

Educação Musical: novos contextos, demandas e processos

Atualmente a obrigatoriedade da disciplina Arte[2] no ensino básico não tem garantido acesso amateriais didáticos e recursos necessários para por em prática a relação aluno versus conhecimentoartístico. Esta realidade torna-se mais difícil quando se pensa em ensinar música, já que osParâmetros Curriculares Nacionais (Brasil, 1997a, p. 47) esclarecem que o professor licenciadonesta habilitação deve ter este conteúdo específico como principal articulador das propostas deensino em sua atuação em sala de aula.

Nesse sentido, ao refletir sobre quais seriam os resultados almejados pelo ensino de música naatualidade e quais os objetivos do ensino musical voltado para o contexto escolar, conclui-se quehá uma necessidade de se dar maior atenção para a relação que se estabelece entre a educaçãomusical e a contextualização social/tecnológico-cultural.

Objetivando encontrar recursos para a atuação do professor de música em sala de aula, que sejammais contextuais às novas realidades da era digital, propomos realizar um estudo sobre o uso desoftwares nas situações de aprendizagem musical.

Propomos um experimento junto aos discentes de uma escola da rede estadual de Goiânia/Goiás,escolhendo para tal estudo, um contexto que se concretiza nas escolas: os laboratórios deinformática instalados por meio do Programa Nacional de Informática Educativa – PROINFO e peloprograma CYBER (da Secretaria de Educação do Estado de Goiás). Estes espaços contêmequipamentos próximos à realidade dos alunos, tais como computadores, aportes de multimídia esoftwares musicais. Esses recursos oferecem novas maneiras de aprender música e compreender aestrutura musical. Tais equipamentos possibilitam manipular os sons, as figuras musicais e osarquivos sonoros em geral. O que pode interferir positivamente no processo de desenvolvimento daescuta e compreensão musical pelos discentes.

Tendo esta hipótese confirmada no decorrer do trabalho docente, a inquietação para asistematização desta estratégia de ensino gerou uma pesquisa de mestrado (Pereira, 2006a). Asconseqüências desta pesquisa têm sido positivas, tanto para os alunos como, para os professoreseducadores musicais que procuram formas mais atualizadas para sua práxis pedagógica (Pereira,2006b).

Nesse sentido, acreditamos ser imprescindível que o educador musical aproveite equipamentos,aportes multimidiáticos e softwares musicais, disponibilizados no mercado e de possível utilizaçãonos laboratórios escolares. Acredita-se que, além de oferecer novas maneiras de aprendizagem efruição musical, estes aportes tecnológicos fazem jus aos pressupostos da musicalização defendida

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

2 de 13 20/11/2007 10:08

pela pedagogia musical contemporânea.

Na pesquisa, optamos por analisar a construção de conceitos musicais específicos como: altura,duração, intensidade, timbre e forma musical, de acordo com os estudos pioneiros em cogniçãomusical de Beyer (1995) e Penna (1990), mas analisando a construção destes conceitos viacomputador, por acreditar ser viável, tanto a funcionalidade desta contextualização quanto, odesenvolvimento de conceitos musicais pelos alunos.

Nesse sentido, seguindo as diretivas metodológicas da pesquisa empírica da educação musical(Bastian, 2000), propomos uma aplicação do uso do computador e de softwares no processo educativo musical.

Selecionamos um grupo de alunos, dentre as turmas do ensino fundamental, para seremobservados e avaliados durante as sessões/aulas. Tal observação se deu por meio de filmagens,gravações, entrevistas, atividades pré-elaboradas e por meio da análise microgenética baseada nosestudos de Allessandrini (2004), Mantoan (1993), Wertsch & Hickmann (1987), Góes (1986) eInhelder & Cellérier (1996).

A análise e a avaliação do processo de desenvolvimento musical dos sujeitos foram fundamentadasna teoria contemporânea da pedagogia musical de Swanwick (1991, 2003) e a construção deconceitos musicais, via softwares e o desenvolvimento da construção de conceitos musicais, foramfundamentados em Vigotsky (1998, 1991).

Assim sendo, algumas questões nortearam a proposta da pesquisa:

a) Como adequar ao contexto da musicalização escolar os resultados de pesquisas já realizadas quefundamentam a implementação do computador, de seus recursos multimidiáticos e softwares noensino musical?

b) Quais seriam os recursos técnicos e pedagógicos, físicos e humanos, necessários para que talimplementação ocorra com sucesso no contexto escolar?

c) Quais seriam os softwares mais adequados para se utilizar no contexto da educação musical emescola pública de ensino básico?

d) Como se daria o desenvolvimento cognitivo e musical dos alunos participantes?

Partindo desta problematização, e do contexto acima justificado, objetivamos apontar a relevânciasocial e cognitiva da integração do uso do computador, de seus recursos multimidiáticos e desoftwares educativo-musicais no Ensino Musical Escolar, em escola de ensino básico que possuilaboratório de informática instalado pelo PROINFO.

Acredita-se que o espaço dos laboratórios instalados nas escolas, com computadores e recursosmultimidiáticos, somados aos softwares disponíveis e adequados, são recursos convenientes aoensino de música na contemporaneidade, que “podem contribuir para a inclusão desta linguagemartística no ensino escolar”, como solicitam os Parâmetros Curriculares Nacionais - PCN-Arte II(Brasil, 1997b, p. 80).

Portanto, os resultados de pesquisas com esta abordagem podem proporcionar uma ampliaçãometodológica para o ensino da música no contexto escolar, de forma a cooperar com a atualizaçãodo ensino mediante a aproximação dos alunos ao computador e às músicas contemporâneas(Cunha & Martins, 1998). Acredita-se que tais subsídios possam integrar programas de formaçãocontinuada de professores, contribuindo para a atualização do conhecimento concernente ao uso docomputador, dos recursos multimidiáticos e softwares no processo de ensino-aprendizagem musical.

Conceitualização da Informática Educativa Musical

O estudo em Informática Educativa Musical, por ser uma área recente, ainda não tem suacaracterização totalmente definida. A produção de conhecimento nesta área se dá pela integraçãointerdisciplinar entre áreas de conhecimentos relacionadas, que sustentam a conceitualização destaárea nos moldes da caracterização da área da educação musical.

Ao tratar do status epistemológico da educação musical e de sua delimitação como área deconhecimento, Del Ben (2001) afirma que é preciso chegar a um acordo acerca dos vários saberesque investigam o fenômeno educativo-musical. A autora considera a “educação musical como umaárea de intersecção entre duas áreas” (Del Ben, 2001, p. 71) onde a educação musical, “por

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

3 de 13 20/11/2007 10:08

ocupar-se das relações entre as pessoas e as músicas, divide seu objeto com as chamadas ciênciashumanas, como a pedagogia e musicologia”.

Nesta perspectiva, o uso de aportes tecnológicos no ensino de música no contexto escolar deve serpensado inicialmente sobre a origem histórica e caracterização desta nova prática, por duas vias. Aprimeira via se refere à chegada da informática ou do computador no ensino básico e suasimplicações pedagógicas (Almeida, 1987; Almeida, 2000; Valente, 1996). A segunda via é relativaàs novas estéticas musicais advindas do uso do computador na produção musical eletroacústica(Almeida, 1997), eletrônica (Assef, 2003) e ao novo tratamento que se dá à música em geral, comgravações - restaurações e armazenamento digital de arquivos sonoro-musicais (UNESCO, 2003;Alves, 2002).

Estas áreas de conhecimento têm-se desenvolvido paralelamente com estruturas próprias que asfundamentam. No entanto, estas vias vão se cruzar dando origem ao que chamamos de InformáticaEducativa Musical (Cunha & Martins, 1998; Martins, 1994; Krüger, 2000). Deste modo, acaracterização do que seja a informática no ensino da música passa pela educação musical, pelainformática educativa e pela música computacional. Isto pode ser mais bem compreendido pormeio da seguinte soma ilustrativa:

Educação + Música = Educação Musical

Educação + Informática = Informática Educativa

Informática + Música = Música Computacional

Educação Musical + Informática Educativa + Música Computacional = INFORMÁTICA EDUCATIVAMUSICAL

Verifica-se, desta forma, a complexidade do tema proposto no estudo empreendido, no qual se faznecessário compreender as relações existentes entre a Educação Musical com Informática Educativae Música Computacional. Estas áreas de conhecimento são integrativas e seus estudos tendem apromover avanços na medida em que se desenvolve uma consciência de que mudançastecnológicas, culturais e pedagógicas estão interligadas.

Concernente a tais estudos no Brasil, o Congresso de Música e Informática Brasileiro (CMIB)[3] éum dos eventos nacionais que vem divulgando pesquisas voltadas para o uso de ferramentascomputacionais na música. Há, também, o interesse crescente dos educadores musicais,preocupados com esta nova realidade (Gohn, 2003; Caesar, 1999; Braga, 1995). Porém, poucaspesquisas têm procurado transpor os resultados desses estudos para a iniciação musical e para oensino escolar, o que se acredita ser importante e viável. O que proporcionaria a inclusãodigital-musical de uma maior parcela da população estudantil.

No Brasil a relevância do conhecimento musical na formação do cidadão é referendada pelaLDB/1996 e PCN, tanto no aspecto dos conteúdos da linguagem musical quanto das relaçõesinterdisciplinares. Os documentos oficiais para a educação, que abordam a educação musical noBrasil, ratificam a integração do ensino de música com a informática, fundamentados na“interdisciplinaridade, contextualização, desenvolvimento de competências” (Brasil, 1997a, p. 51,81) e na “utilização didático-pedagógica do computador e de seus periféricos” (Brasil, 1997b, p.146-154).

Recursos Computacionais e Ensino de Música

Relativo aos softwares pesquisados e implementados, pôde-se examinar uma enorme quantidadede softwares que servem às várias fases de um processo pedagógico musical nos chamadosfreeware e shareware (Ferrari, 2003). O uso Legal destes softwares é amparado por lei desde queos mesmos não sejam utilizados com fins comerciais e não fira as cláusulas legais[4] (Ferrari, 2003).

Nesse sentido, ao se utilizar de vários destes softwares, dentro das possibilidades legais, é possívelmontar um setup de produção musical com fins pedagógicos. Catalogar e analisar estes softwares, sob perspectiva pedagógica e criar um setup específico para a pesquisa, configurou a necessidadede se optar por uma postura criativa de ensino musical, através da qual pudemos realizargravações, criação de melodias, combinação de ritmos e sons pré-gravados, e re-arranjar pequenasmúsicas em formato midi.

Antes de tudo, ao situar as principais necessidades que podem ser supridas pelo computador noensino de música, a primeira seria a de encontrar um repertório grande e variado de músicas

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

4 de 13 20/11/2007 10:08

pré-gravadas. Arquivos musicais no formato Midi (Musical Interface for Digital Instruments) ecorrelatos (formatos tipo karaokê, com sufixo “.kar”, “.mus” e “.st3”) e o uso de música comprimidano formato MP3. Estes arquivos podem ser capturados na internet, comprados em bancas de jornaljunto com revistas especializadas, ou, no caso dos MP3, ripados a partir de faixas de áudio de CDscomerciais ou de outras fontes (fitas, discos, rádio). É bom lembrar que nestes casos os trechosselecionados não devem exceder a duração de 30 segundos com o objetivo de não infringir o direitoautoral da peça copiada.

Para o trabalho com MIDI ou a gravação de sons no computador, pode-se utilizar recursos dopróprio sistema operacional, como o gravador de sons do Windows ou o Quicktime do Macintosh.

Após ter acesso aos arquivos musicais, a próxima necessidade seria a de modificar e/ou re-arranjarestes trechos sonoros. Os arquivos musicais gravados em computador podem ser modificados, aqualquer tempo, em suas características de instrumentação, tonalidade e andamento. Com umpouco de paciência e dedicação diária é possível trabalhar e se divertir bastante, modificando sonse seqüências musicais inteiras no computador com programas de custo reduzido ou ainda comsoftwares livres.

A maioria dos programas de edição musical baseia-se em interfaces gráficas cheias de botõescoloridos que simulam mesas de som e pistas de gravação. Todos dão suporte as operações tipo‘arrastar’ e ‘soltar’ com o mouse, e os manuais e tutoriais costumam ser completos.

A última necessidade é a de se transportar os arquivos. Todos os arquivos podem ser gravados emdisquete e transferidos para qualquer máquina que tenha os mesmos programas instalados e,evidentemente, uma placa de som e monitores. Isso é particularmente válido para os arquivos emMIDI, que ocupam em média 50 Kb, permitindo que num mesmo disquete haja uma coleção demúsicas. A dificuldade de se trabalhar com áudio de uma faixa de CD em estéreo, que costumaocupar mais de 60 MB, o equivalente a uns 40 disquetes, é superada ao se optar por mídiasremovíveis tipo, Pen Driver, Zip Driver ou mesmo com CDs graváveis. Mas, o ideal é apelar para oformato MP3, que encolhe o tamanho dos arquivos em uma fração de cerca de onze vezes otamanho original, e enviá-los pela internet para a máquina que desejar.

Outras possibilidades, no contexto do uso do computador na educação musical, é o trabalho deensino musical via web, com a criação de páginas, de bloggers ou mesmo um grupo de discussões,nos quais é possível compartilhar dados, arquivos, informações, realizar discussões, conversason-line em tempo real e receber e enviar dados criados pelos alunos. Nesse sentido, para trabalharcom áudio comprimido essas necessidades são reduzidas sem perda expressiva de qualidade, o queexplica a popularidade recente e crescente de tais formatos. Para trabalhar com MIDI, os requisitosde memória e processamento da máquina são ínfimos.

Desta forma alguns autores (Alves, 2002; Almeida, 1997; Gohn, 2003; Miletto, 2004) procuramesclarecer, de forma prática e sucinta, uma lista de conceitos e habilidades, divididas por tópicos,que podem ter grande valia para o professor que deseja explorar as possibilidades tecnológicas noseu trabalho em sala de aula. Estes autores abordam cada uma das possibilidades dodesenvolvimento do conhecimento em música.

Usando Softwares na Educação Musical

Fritsch (2003) realiza uma sucinta discussão sobre como aplicar diversos tipos de softwares no ensino de música. Nesse sentido, destacam-se os conceitos básicos, os tipos de softwares atualmente disponíveis e também as possibilidades metodológicas.

Um princípio básico é que qualquer programa pode ser considerado como educacional, desde queseja contextualizado no processo de ensino e aprendizagem, o que leva o autor a afirmar que o tipode software traz consigo pressupostos psicopedagógicos (Fritsch, 2003).

A partir deste princípio o professor deve ser capaz de prever ações dos aprendizes e propor autilização destas ferramentas para a resolução de problemas musicais.

Nesse sentido, duas grandes categorias são observadas. Em primeiro lugar estão os softwares deaprendizagem dirigida ao desenvolvimento de uma competência especifica, como, por exemplo,percepção musical. Em segundo lugar, estão os softwares que propiciam um amplo desenvolvimento cognitivo musical.

A taxonomia proposta por Fritsch (2003), para programas educacionais se divide em: a)aprendizagem de habilidades específicas como: Tutoriais, Exercício-Prático, Demonstração, Jogos eSimulação, Sistemas Especialistas; b) Aprendizagem de habilidades cognitivas amplas como:Micro-mundos, Sistemas de Autoria, Jogos Educacionais, Laboratórios Virtuais.

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

5 de 13 20/11/2007 10:08

Além destas formas apresentadas por Fritsch (2003) há a possibilidade de se utilizar váriossoftwares para montagem de um setup completo, no sentido de se obter diversas possibilidades demanipulação sonora. Destacamos diferentemente o contexto da integração de diversos softwares que levam ao desenvolvimento de processos completos dentro da proposta de ensino musical.

Com base nestas classificações alguns pressupostos para o uso do computador na educação musicalpodem ser elencados. Seja qual for o tipo de software criado para uso em educação musical éimportante que sejam observados pressupostos pedagógicos coerentes com os objetivos educativosdo contexto e, principalmente, que propicie o desenvolvimento musical de forma mais abrangentepossível. De acordo com Krüger (2000), o desenvolvimento e uso de softwares deve ser fundamentado em métodos de apresentação, aplicação de conceitos e avaliação dos resultados.

O uso do software educacional solicita estratégias peculiares para definição do conteúdo, com basena identificação do público-alvo, na aplicação e no currículo de ensino adequado ao usuário,principalmente em termos do conhecimento formal musical que ele possui, e, também, na forma deapresentação do conteúdo, levando em conta teorias de ensino/aprendizagem reconhecidas daEducação Musical e da Psicologia Cognitiva da Música (Miletto, 2004).

Segundo Miletto a utilização de computadores na educação, em particular na Educação Musical,possui duas premissas. Inicialmente, os programas de computador devem ser vistos como maisuma possibilidade para auxiliar o professor na prática do ensino, pois não se pretende substituir oprofessor. E em segundo lugar, o professor decide as formas mais adequadas de utilização deferramentas computacionais para enriquecer o ambiente de aprendizagem.

Nesse sentido, podemos observar três níveis de utilização de software na educação musical: a)primeiro, o uso de software musical em geral (editores de partituras, seqüenciadores), comoferramenta educativa, embora não tenha sido criado especificamente com este objetivo; b)segundo, o uso de software especificamente educativo-musical (treinamento auditivo, tutoresteórico-musicais), criado especificamente para educação musical; c) terceiro, a montagem de setup de softwares que juntos formam um ambiente completo de produção e aprendizado musical amplo:perceptivo-conceitual-criativo.

Destacam-se entre os softwares musicais utilizados no ensino musical os tipos básicos pesquisadospor Fritsch (2003). Além destes citados acima se destacam os softwares para instrução musical,que em geral são programas utilizados para o estudo de teoria e percepção ou para o auxílio aoaprendizado de um instrumento musical. Ao contrário de outras categorias de software musical, como seqüenciadores e gravadores digitais, os programas de instrução são desenvolvidosexclusivamente para quem deseja utilizar o computador para aprender sobre determinada área damúsica. Nesta categoria de software, também, estão incluídos os CD-ROM multimídia e Websites sobre história da música e biografia de compositores.

Criando um Setup de Softwares para o Ensino Musical

A montagem de um setup de softwares se configura como o ideal na proposta da musicalização viainformática, já que somente um software não contempla todas as necessidades do modelo deensino proposto por Keith Swanwick (1991, 2003) - audição, criação, interpretação-, que consideratoda a extensão do processo de desenvolvimento musical.

Conforme já citado, determinados softwares, categorizados em funções diferenciadas, sãoorganizados em taxonomia específica, como, por exemplo: softwares para acompanhamento,edição de partituras, gravação de áudio, instrução musical, seqüenciamento musical e síntesesonora. Utilizando pelo menos um software que contempla cada uma destas funções, o aluno tem apossibilidade de criar suas próprias melodias e desenvolver sua habilidade de pesquisar novos sons.Ao criar um catálogo de novos sons ele poderá organizá-lo com base em técnicas de composição eprincípios estéticos (oficina de sons eletrônicos, por exemplo).

Nas figuras abaixo são apresentados alguns softwares, cujas características são evidenciadas paraatender as necessidades de determinadas atividades e conteúdos do processo de ensino musical.Acredita-se que estes recursos sejam adequados, também, ao ensino musical escolar, pois sãofacilmente encontrados na web e podem ser utilizados de forma complementar em determinadosmomentos da prática pedagógica.

Vale salientar que com o desenvolvimento e divulgação dos softwares livres, o professor sempreterá ao seu dispor novas ferramentas para trabalhar com a abordagem de ensino musical viaaportes multimidiáticos.

De acordo com a proposta de um setup de softwares pedagógico-musicais, apresentamos, a seguir,

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

6 de 13 20/11/2007 10:08

alguns exemplos de softwares em ordem pedagógica de uso no aprendizado musical e que podemser utilizados pelos alunos para exercitar o contato com conceitos musicais:

a) Software para Experimentação Sonora e Contato com as Notas Musicais:

O software Ringtone-Composer é um executável que apresenta uma interface muito clara (figura1), com três oitavas para improvisação, podendo escolher-se o timbre a ser utilizado. Usando omouse o aluno pode improvisar nas notas e gravar sua desempenho em tempo real. Ao passar omouse pelas notas elas mudam de cor, isto facilita a aprendizagem da relação entre o som ouvido ea nota equivalente no teclado. Neste software é possível de trabalhar conceitos relacionados àaltura do som. Este software é freeware e não apresenta limitações técnicas ou legais para usopedagógico.

FIGURA 1 – Software Ringtone-composer/Epinoisis Software 2004 - © All Rights Reserved.

b) Improvisação e Arranjo:

Segundo Ficheman (2003) no software Editor Musical (figura 2) o usuário é convidado aexperimentar a improvisação, a composição e o arranjo de forma bem simples. Pode-se escolher deum a três instrumentos musicais e compor uma melodia colocando notas na grade por meio domouse. A figura 2 mostra a tela de Composição Individual. O usuário utiliza as ferramentas que seencontram do lado esquerdo da tela para compor música na grade. A grade corresponde às pautas,sendo que o sentido horizontal representa a linha do tempo e o sentido vertical as alturas das notasem uma escala específica. A grade pode rolar para a direita e tem um tamanho que pode seraumentado por meio de um comando de menu. A adoção desta notação simplificada permite queiniciantes na aprendizagem musical possam experimentar notas e instrumentos musicais, construirconceitos de timbre, altura e duração dos sons, além de uma concepção básica de arranjoinstrumental.

FIGURA 2 - Editor Musical (Ficheman, 2003) - © All Rights Reserved.

c) Edição de Partituras, Criação de Melodias e Karaokê:

O software Melody Assistant é um editor de partituras (figura 3) que possibilita o trabalho com agrafia tradicional e apresenta o recurso de ouvir arquivos Midi com maior qualidade timbrística.Ainda é possível inserir facilmente a letra na melodia e ouvi-la sendo cantada em diversos idiomaspor meio do plug-in “Virtual Singer”. Este software shareware não possui limitações técnicas oulegais que impeça a utilização pedagógica.

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

7 de 13 20/11/2007 10:08

FIGURA 3 – Software Melody Assistant com Virtual Singer / Myriad 2004 - © All Rights Reserved.

d) Arranjo, Mixagem e Seqüenciamento:

Por meio do software Acid-pro (figura 4), os arquivos gravados pelos alunos, ou samples, podem ser organizados, re-arranjados, modificados, cortados, copiados, colados, enfim manipuladoslivremente pelos alunos. Neste momento, o aluno trabalha a criatividade na organização harmônicae polifônica e na estruturação formal da música como um todo. Este software pode ser utilizado como mixer, seqüenciador e arranjador.

FIGURA 4 – Software seqüenciador Acid-pro - © All Rights Reserved.

e) Arranjador de Estilos:

O programa Band-in-a-box (figura 5) facilita a compreensão do encadeamento harmônico e daestrutura de estilos na composição de arranjos em música popular e/ou jazz. Possui váriaspossibilidades de visualização em cifra, partitura (grafia tradicional) e tablatura.

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

8 de 13 20/11/2007 10:08

FIGURA 5 – Software Seqüenciador e Arranjador Band-in-a-box - © All Rights Reserved.

f) Teoria Musical:

A figura 6 mostra a interface inicial do software - Jogos Musicais-, que está disponível em forma dedemonstração via internet, mas que também é vendido em CD-ROM. Suas características sãoadequadas para vivências de aspectos teóricos, pois apresenta quatro jogos, por meio dos quais épossível vivenciar o contato com os conceitos da grafia tradicional: pauta de cinco linhas, claves, asfiguras e suas leituras rítmicas e melódicas correspondentes.

FIGURA 6 – Jogos Musicais: trabalham conteúdo teórico por meio da memorização deseqüências rítmicas, intervalares, perguntas e repostas (Clemente, 2005) - © All Rights

Reserved.

f) Percepção Musical:

O programa Ear Master (figura 7) é um exemplo de software pago. No entanto, ele também épublicado como shareware, ou seja, um programa que possui limitações até que o usuário comprea senha. Após este processo o programa apresenta dez interfaces diferentes para prática depercepção de intervalos, acordes, escalas, ditado e leitura rítmica e melódica.

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

9 de 13 20/11/2007 10:08

FIGURA 7: Software Ear Máster Pró - Tutor para percepção musical - © All Rights Reserved.

g) Instrumento Musical:

Alguns tutoriais apresentam formas de contato com aspectos da aprendizagem de instrumento. Nocaso do software freeware Recorder Digits (figura 8), que se propõe ao ensino de flauta doce, épossível facilmente verificar as posições do dedilhado das escalas maiores e menores nas diferentesflautas (soprano, contralto, tenor e baixo).

FIGURA 8: Software Recorder Digits Fingerings For Recorder - Tutor para

aprendizagem do instrumento flauta doce - © All Rights Reserved.

Os softwares citados acima exemplificam possibilidades variadas de contato com sons e músicas.Assim, é possível optar por uma postura criativa de ensino musical, realizando gravações, criaçãode melodias, combinação de ritmos e sons pré-gravados, e re-arranjo de trechos musicais emotivos melódicos. Ainda é possível ter alguns programas como reforço para a aprendizagem dateoria musical, leitura musical e aprendizagem de instrumento, como no caso deste último paraflauta doce.

Pelo exposto acima, pôde-se verificar exemplos de uma enorme quantidade de softwares[5] que servem às várias fases de uma produção musical e etapas do ensino de música.

Deste modo, acredita-se que a proposta de ensino musical via aportes computacionais deva levarem consideração as etapas de desenvolvimento musical descritas pela pedagogia dodesenvolvimento musical (Swanwick, 2003). Esta proposta, também, deve levar em consideração odesenvolvimento relativo ao uso da informática no processo de criação e manipulação musical e ainclusão da informática no ensino básico, deste modo fazendo referência, também, às propostasconstrutivistas de ensino.

A Interface Educativo-Musical do Software Mega LOGO

Apresentamos a seguir a interface de um software que se faz presente nos computadoresinstalados pelo PROINFO nas escolas públicas de ensino básico, estaduais e municipais, deGoiânia/Goiás, útil ao desenvolvimento de atividades pedagógico-musicais. Esta interface musicalacompanha o software Mega LOGO, que é um software da linha LOGO (Mantoan, 1993)caracterizado por propiciar uma ampla relação com elementos musicais e por ser um ambiente deconstrução musical, no qual o aluno constrói as melodias a partir de sua audição, ou seja, tendo porprincípio o elemento essencial para o desenvolvimento musical – a escuta.

A figura nove mostra as possibilidades de relação que o aluno tem com os elementos da grafiamusical, com as figuras musicais, a escolha de timbres diferenciados, a pauta de cinco linhas e umteclado musical com quatro oitavas, por meio do qual é possível inserir as figuras no pentagrama.

Este foi um dos softwares utilizados no experimento empreendido junto aos discentes do ensinofundamental do colégio estadual de Goiânia/Goiás. Por meio do uso deste programa (Figura 9)propomos a analisar a construção de conceitos musicais e o desenvolvimento do conhecimento emmúsica. A análise empreendida buscou referências nos estudos desenvolvidos por Mantoan (1994)que analisa o desenvolvimento de conceitos por meio do uso de softwares da linha LOGO[6].

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

10 de 13 20/11/2007 10:08

FIGURA 9 - Interface Musical do Software Mega LOGO - © All Rights Reserved.

Por meio da mediação pedagógica e uso deste software os alunos tiveram a oportunidade deescrever em grupos, e de forma autônoma, as melodias das canções folclóricas que o professorpropôs para cantarem e solfejarem. Estas aulas foram filmadas e ficou constatado que diante dosoftware os aprendizes desenvolvem os conceitos musicais de altura do som (melodia), duração(ritmo), timbre (instrumentação) e forma (frase e membro de frase).

Nesse sentido, foi possível constatar a gênese da construção de conceitos musicais (Vigotsky1998, 1991). Neste caso, a construção destes conhecimentos se deu por meio do uso dasferramentas computacionais e multimidiáticas.

No final do semestre o professor pesquisador fez uma entrevista filmada com os participantes econstatou que todos internalizaram as palavras que identificam os conceitos já citados, juntamentecom as figuras próprias da escrita musical e os seus significados. Isto foi confirmado porque osalunos passaram a reaplicar estes conceitos em situações musicais e sociais diversas.Demonstrando, desta forma, o desenvolvimento de uma aprendizagem mediada pelo software.

Possibilidades e Novas Buscas

Verificou-se, por meio do estudo empreendido, a relevância e viabilidade do uso da informática noensino musical dentro do contexto da escola de ensino básico, tanto sob aspectos técnicos quantodidático-pedagógicos, tendo por base as temáticas da contextualização – aprendizagemsignificativa, integração interdisciplinar e desenvolvimento de competências numa aprendizagemmediada e por descobertas, onde os alunos desenvolvem a percepção auditiva e assimilam osconceitos musicais.

Por meio do estudo realizado com os alunos da escola educação básica em Goiânia, foi possívelverificar não somente a construção do conhecimento musical por parte dos alunos participantes,mas também, o desenvolvimento da sociabilidade e capacidade criativa e crítica com relação àmúsica - em sua estrutura sonora e em seu significado. Estes resultados foram constatados nosvídeos gravados junto aos alunos participantes e junto à comunidade escolar - por meio daverificação da mudança de atitude dos alunos com relação à escola, professores, colegas e àmúsica.

A oficina de inclusão musical-digital oferecida aos alunos alcançou os seus objetivos e confirmou ahipótese de que os laboratórios instalados nas escolas públicas de educação básica são espaços nosquais é possível desenvolver o potencial criador musical e social dos alunos da rede pública deensino básico.

Acredita-se que os avanços tecnológicos devem estar disponíveis na educação musical como umtodo, não apenas em seus níveis mais avançados, mas em qualquer processo criativosonoro-musical de experimentações estético-musicais.

Cabe ressaltar que um ambiente computacional voltado à experimentação musical pode favorecer aatuação dos educandos iniciantes em música ou em informática, lhes possibilitando conceber eexecutar suas criações musicais numa situação autônoma de tomada de decisões e rica empossibilidades de concretização de idéias, sempre aberta a novas incursões. Acredita-se que épreciso manter sempre um princípio que garanta a criação, exploração, experimentação e acompreensão do processo pelo aprendiz.

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

11 de 13 20/11/2007 10:08

Atualmente há uma variedade de aplicativos computacionais que podem ser utilizados tanto empesquisas quanto em propostas educacionais na área musical (UNESCO, 2003; Pereira, 2006).

A sociedade atual passa por contínuos processos de mudança e o ensino de música não pode fecharos olhos para o desenvolvimento cultural e tecnológico. Considerar estas novas aberturas se tornaimperativo para que a educação musical concretize seus objetivos procurando corresponder aosanseios contemporâneos.

Referências Bibliográficas:

ALLESSANDRINI, C. D. Análise Microgenética da Oficina Criativa: Projeto de Modelagem em Argila.São Paulo: Casa do Psicólogo, 2004.

ALMEIDA, A. G. de. Ambientes interativos de composição musical assistida por computador. Tesede Doutorado. PUC: São Paulo, 1997.

ALMEIDA, F. J. de. Educação e informática: os computadores na escola. São Paulo: Cortez, 1987.

ALMEIDA, M. E. de. PROINFO: informática e formação de professores. Secretaria de educação adistancia. Brasília: Ministério da Educação: Seed, 2000.

ALVES, L. Fazendo Música no Computador. Rio de Janeiro: Campus, 2002.

ASSEF, C. Todo DJ já sambou: história do DJ no Brasil. São Paulo: Conrad, 2003.

BASTIAN, H. G. A pesquisa empírica na educação musical à luz do pragmatismo. In: Em Pauta –revista de Pós-Graduação em música da UFRGS – Porto Alegre, v.11, n.16/17. P.76-109. 2000.

BEYER, E. A construção de conceitos musicais no indivíduo: Perspectivas para a educação musical.In: Em Pauta. Porto Alegre, v.9/10, dez.1994/ abril, 1995.

BRAGA, L. O. R. C. LADAM (Laboratório Digital para Aprendizagem Musical): uma estação detrabalho informatizada para ensino de música. Dissertação de Mestrado - Ciências da Engenharia deSistemas e Computação. UFRJ: RJ, 1995.

BRASIL. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Arte II. Ensinode quinta a oitava série - Brasília: MEC/SEF. 1997a.

______. Ministério da Educação e do Desporto. Parâmetros Curriculares Nacionais: Introdução.Ensino de quinta a oitava série - Brasília: MEC/SEF. 1997b.

CAESAR, R. A aplicação das novas tecnologias no ensino de música. In: Anais da ABEM – Curitiba,VIII encontro, p. 52-55, 1999.

CLEMENTE, B. S. Jogos Musicais. Site informa sobre programas desenvolvidos pela pesquisadora.Disponível em <www.jogosmusicais.com> (agosto de 2005).

CUNHA, G. & MARTINS, M. C. Tecnologia, Produção & Educação Musical: Descompassos eDesafinos. Anais - RIBIE n. IV, 1998 - Campinas: FE/UNICAMP, 1998.

DEL BEN, L. A delimitação da educação musical como área de conhecimento: contribuições de umainvestigação junto a três professoras de música do ensino fundamental. In: Em Pauta. Porto Alegre.v. 12; n.18-19. P. 65-94, 2001.

FERRARI, A. C. Proteção Jurídica de Software. São Paulo: Novatec, 2003.

FICHEMAN, I. K. (org.); LIPAS, R. A; KRÜGER, S. E; LOPES, R. de Deus. Editor Musical: umaAplicação para a Aprendizagem de Música apoiada por Meios Eletrônicos Interativos. Laboratório deSistemas Integráveis - Escola Politécnica da USP. XIV Simpósio Brasileiro de Informática naEducação – NCE – IM/UFRJ: RJ, 2003.

FRITSCH, E. F. (org.). Software Musical e sugestões de aplicação em aulas de música. In:Hentschke, L. & Del Bem, L. Ensino de música: propostas para pensar e agir em sala de aula. SãoPaulo: Moderna, 2003.

GÓES, M.C.R. A abordagem microgenética na matriz histórico-cultural: uma perspectiva para o

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

12 de 13 20/11/2007 10:08

estudo da constituição da subjetividade. In: Cadernos Cedes, N. 50. 2000: 9-25.

GOHN, D. M. Auto-aprendizagem Musical: Alternativas Tecnológicas. São Paulo: Editora Annablume,2003.

INHELDER, B. & CELLÉRIER, G. (Orgs). O desenrolar das Descobertas da Criança: um estudo sobreas microgêneses cognitivas. Trad. Eunice Gruman. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.

KRÜGER, S. E. Desenvolvimento, testagem e proposta de um roteiro para avaliação de softwarepara educação musical. Dissertação de Mestrado em Música. UFRGS, 2000.

MANTOAN, M. T. E (org.). LOGO e microgêneses cognitivas: um estudo preliminar. In: MARTINS, M.C. Investigando a Atividade Composicional: Levantando dados para um Ambiente Computacional deExperimentação Musical. Dissertação de Mestrado em Educação. Faculdade de Educação daUNICAMP. Campinas, 1994.

MILETTO, E. M. Educação musical auxiliada por computador: algumas considerações e experiências.CINTED-UFRGS. V.2 Nº. 1, Março, 2004.

PENNA, M. Reavaliações e buscas em musicalização. São Paulo: Loyola, 1990.

PEREIRA, E. P. R. Computador, Multimídia e Softwares na Educação Musical: uma análisemicrogenética do conhecimento musical na escola pública de educação básica. Dissertação deMestrado – EMAC-UFG. Goiânia, 2006a.

________. O uso do software no ensino musical escolar. Mini-curso ministrado no VI encontroregional da ABEM centro-oeste. Escola de Música e Artes Cênicas da UFG. Goiânia, 2006b.

SWANWICK, Keith. Ensinando música musicalmente. Trad. De Alda de Oliveira e Cristina Tourinho.São Paulo. Moderna, 2003.

________. Música, pensamiento y educación. Madrid: Ediciones Morata, 1991.

UNESCO. Manual de atualização tecnológica em áudio digital. Quito, Equador: UNESCO-CODE,2003.

VALENTE, J. A. (org.). A. Por que o computador na educação. In: Computadores e conhecimento:repensando a educação. UNICAMP: Campinas, 1996.

VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1998.

_________. Pensamento e linguagem. São Paulo: Martins Fontes, 1991.

WERTSCH, J.V. & HICKMANN, M. Problem solving in social interaction: A microgenetic analysis. In:HICKMANN, M. (org.). Social and functional approaches to language and thought. Nova York: Academic Press, 1987.

Notas:

[1] EMAC/UFG- Mestre em Educação Musical pela Escola de Música e Artes Cênicas da UniversidadeFederal de Goiás (EMAC-UFG). Licenciado em música atua na rede estadual de ensino básico.Professor substituto no curso de licenciatura em música da EMAC-UFG. Bolsista do curso delicenciatura em Teatro na modalidade à distância da EMAC-UFG. Pesquisa educação musical, novastecnologias, interdisciplinaridade e EAD. Aluno especial do programa de doutorado em educação daUFG. SEED-GO.

[2] Seguem-se as orientações curriculares nacionais para o ensino das artes na escola de ensinobásico (PCN-Arte II; BRASIL, 1997a) que definem o termo Arte (em maiúsculo) caracterizando aárea de conhecimento como um todo e não apenas uma linguagem específica. Na escola de ensinobásico, há a possibilidade de se ter uma ou várias das quatro linguagens artísticas preconizadaspelos PCN, que no caso contemplaria as necessidades inerentes ao desenvolvimento de conteúdosrelacionados ao conhecimento artístico. As linguagens são: Música, Dança, Teatro ou ArtesPlásticas.

[3] Além do CMIB há ainda o SBCM – Simpósio brasileiro de computação e música; e o SBIE –

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubr... http://www.revista.art.br/site-numero-08/trabalhos/24.htm

13 de 13 20/11/2007 10:08

Simpósio Brasileira informática na educação.

[4] Os softwares freeware, shareware, demo, trial, entre outros, são softwares exemplos,disponibilizados pelos fabricantes com limitações técnicas que restringem sua utilização no nívelprofissional, mas que não impedem sua utilização parcial, desde que sejam respeitadas a formas deuso (Ferrari, 2003). Um procedimento ilegal que ocorre, por parte dos usuários comuns, é o de seconseguir uma senha ‘falsa’ para os programas – o que faria o software funcionar de formacompleta sem se pagar pela senha adquirida. Não propomos tal procedimento, pois o mesmo éilegal. O que propomos é utilizar vários programas sem o uso de senhas, pois o objetivo de suasutilizações é apenas pedagógico e contextualizado ao processo pedagógico musical.

[5] Apresentamos os endereços eletrônicos dos fabricantes e/ou locais para acesso aos softwares apresentados no artigo (sites acessados em 28/12/2006):

Figura 1 - Rigtone-Composer -http://www.ringophone.com/ringtone-composer.asp?tab=4&type=freebies

Figura 2 - Editor Musical -http://www.edumusical.org.br/siteprof/editor/DownloadEditorMusical.html

Figura 3 - Melody Assistant - http://www.myriad-online.com/en/products/melody.htm

Figura 4 - Acid-pro - http://baixaki.ig.com.br/site/detail2577.htm

Figura 5 - Band-in-a-box - http://64.40.99.154/demos/demo_pt.php

Figura 6 - Jogos Musicais - http://64.40.99.154/demos/demo_pt.php

Figura 7 - Ear Máster - http://www.earmaster.com/

Figura 8 - Recorder Digits - http://baixaki.ig.com.br/download/Recorder-Digits.htm

Figura 9 - MegaLogo (Imagine) - http://www.imagine.etc.br/imagine/download.htm

[6] Outro software compatível como o LOGO e disponibilizado gratuitamente na versão shareware éo IMAGINE. Veja o site: http://www.imagine.etc.br/imagine/logo.htm (Acesso em 08/09/2006).

Revista Digital Art& - ISSN 1806-2962 - Ano V - Número 08 - Outubro de 2007 -Webmaster - Todos os Direitos Reservado

OBS: Os textos publicados na Revista Art& só podem ser reproduzidos com autorização POR ESCRITO dos editores.