A IMPORTÂNCIA DO "SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS NACIONAL" PARA A CONCRETIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DAS...
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A IMPORTÂNCIA DO “SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS NACIONAL” PARAA CONCRETIZAÇÃO DOS OBJETIVOS DAS ADMINISTRAÇÕES MUNICIPAIS.
João Carlos de Freitas Junior
Resumo: O presente trabalho aborda, precipuamente, o Sistema
de Registro de Preços Nacional. Nesse viés, o objetivo
principal desta pesquisa é demonstrar como tal Sistema está
ajudando às Administrações Públicas Municipais a materializar
os recursos financeiros advindos de transferências creditadas
pelo Governo Federal. Assim, o trabalho explicará os
fundamentos legais de tal Sistema, abordando tanto o texto das
legislações em vigor quanto os comentários de especialistas
acerca dos temas.
Palavras-chave: Licitações Públicas. Sistema de Registro de
Preços. Sistema de Registro de Preços Nacional. Fundo Nacional
de Desenvolvimento da Educação. Recursos Federais.
1 INTRODUÇÃO
A nossa Constituição Federal aduz que é direito de cada
um dos residentes em nosso País, a prestação por parte do
Estado de serviços públicos de qualidade.
Assim, para que o Estado possa atingir ao menos uma
parte de suas atribuições legais é preciso que este adquira
bens, contrate serviços, porquanto, sabe-se que o Estado é
incapaz de prover, sem recorrer ao mercado, tudo aquilo que
dele é esperado.
Nesse sentido, para que o Estado possa adquirir e
contratar junto ao mercado é preciso se utilizar do instituto
jurídico da licitação, por força do art. 37, inciso XXI, da
CF/88, regulamentado pela lei nº 8.666/93.
Diante dos inúmeros e da importância dos objetivos a
serem alcançados pelo procedimento licitatório, tem-se que tal
procedimento é necessariamente burocrático, rígido e oneroso,
exigindo, portanto, conhecimentos técnico-administrativos
apurados e recursos financeiros para a consecução de seus
fins.
Sabe-se, por outro lado, que em virtude da baixa
arrecadação em relação à União, aos Estados e ao Distrito
Federal, os Municípios, no mais das vezes, não são dotados de
um corpo técnico qualificado a executar com maestria e rapidez
todas as etapas exigidas pela licitação.
Como corolário do contexto apresentado acima, temos a
morosidade e a corrupção nos procedimentos licitatórios
iniciados pelos Governos Municipais, que recebem orçamentos
vultosos oriundos do Governo Federal, contudo não conseguem
transformar essa verba em produtos ou serviços à sociedade.
Por óbvio, não se pode aceitar, nos tempos modernos,
que a burocracia impeça a entrega à população necessitada de
produtos e serviços. Porém, não se pode aceitar, também, que o
dinheiro advindo dessa mesma população necessitada não chegue
ao seu real destino e se extravie por intermédio de processos
de corrupção.
Portanto, é preciso encontrar um mecanismo rápido e
eficiente pelo qual se cumpra a legislação acerca do tema,
entregue à sociedade o que ela carece e, por fim, não deixe
brechas a possíveis procedimentos que visem à corrupção.
Diante do exposto, o “Sistema de Registro de Preços
Nacional” se mostra como uma interessante opção para a
contratação de bens e serviços, possibilitando aos Municípios
utilizar-se de licitações já prontas, organizadas e executadas
pelo Governo Federal.
O tema em epígrafe é por demais importante, porquanto
lida diretamente com a execução dos recursos transferidos pelo
Governo Federal aos Municípios.
O cenário atual nos mostra que os recursos são enviados
pela União aos Municípios, porém, não são gastos de forma
escorreita pela maioria desses entes, pois lhes falta a
capacidade técnica-administrativa para executar tal
procedimento.
Em alguns casos todo este montante fica anos e anos
aguardando tal procedimento. Ou seja, tal recurso, em verdade,
não está sendo aplicado de forma a contribuir com a consecução
dos fins do Estado.
Por outro lado, ocorre também que tais montantes, que
deveriam melhorar a situação da sociedade, precipuamente, com
relação à saúde, educação, segurança, saneamento, trabalho e
emprego, entre outros, são desviados e usufruídos por
corruptos que se aproveitam da fragilidade da máquina pública
e da impunidade enraizadas em nosso País para se apropriarem
de tais recursos.
Nesse sentido, em um momento em que a população foi às
ruas manifestar em busca de melhor aplicação dos recursos
públicos e de melhor utilização da res pública, tem-se que o
tema se justifica pela atualidade e pela necessidade de fazer
com que a máquina governamental trabalhe em prol do
atendimento dos fins do Estado e não em favor de uma pequena
parcela dominante da sociedade.
Assim, considerando que o “Sistema de Registro de
Preços Nacional” é uma proposta salutar e inovadora que visa
exatamente o atendimento dos objetivos acima mencionados, tem-
se que este tema se mostra pertinente ao Curso de Gestão
Pública, tendo em vista que este ramo de estudo visa fazer com
que a Administração Pública em geral funcione de maneira
eficiente e atinja o bem estar social.
Portanto, o objetivo precípuo deste trabalho é
demonstrar que o Sistema de Registro de Preços Nacional é uma
ferramenta hábil a auxiliar às Administrações Municipais para
cumprirem as extensas exigências legais, mitigarem a chance de
desvios de escassos recursos públicos e fazer com que o
dinheiro transferido pelo Governo Federal se transforme, de
fato, em melhorias na qualidade de vida de suas populações.
Nesse diapasão, visando atender o referido objetivo
geral, foram estabelecidos os seguintes objetivos específicos:
- Analisar os princípios norteadores da Administração
Pública presentes na Constituição Federal;
- Definir Licitação Pública;
- Entender como são feitas as transferências de
recursos pelo Governo Federal aos Municípios;
- Identificar as principais dificuldades encontradas
pelos Governos Municipais na execução dos recursos
transferidos pelo Governo Federal;
- Identificar os principais prejuízos para a população
em virtude da não utilização dos recursos transferidos pelo
Governo Federal aos Municípios;
- Conceituar o “Sistema de Registro de Preços
Nacional”;
- Analisar a possibilidade de Órgão ou Entidade
pertencente à Administração Estadual, Distrital ou Municipal
aderir à "Ata de Registro de Preços" de Órgão ou Entidade
Federal.
- Analisar, sucintamente, o modelo de contratação
implantado Pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação.
Para o atingimento dos objetivos propostos, será feita
uma análise da legislação em vigor aplicável à problemática,
assim, será relatado o arcabouço jurídico necessário à
compreensão da problemática.
Em resumo, a metodologia aplicada será bibliográfica,
por meio da análise do texto legal, que será feita por meio de
livros de autores especialistas em Direito Constitucional e
Direito Administrativo, e também será analisada, por meio de
textos de reportagens e sites governamentais como está a
aplicação fática dos institutos jurídicos analisados.
2.1 PRINCÍPIOS NORTEADORES DA ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
2.1.1 PRINCÍPIO DA LEGALIDADE
O primeiro princípio elencado pela Constituição
Federal, talvez não por acaso, é um dos mais importantes para
todo o ordenamento jurídico administrativo.
Nesse diapasão, Bandeira de Mello, citado por Carvalho
Filho (2010, p. 22), aduz que o princípio da legalidade
"implica subordinação completa do administrador à lei. Todos
os agentes públicos, desde o que lhe ocupe a cúspide até o
mais modesto deles, devem ser instrumentos de fiel e dócil
realização das finalidades normativas".
2.1.2 PRINCÍPIO DA IMPESSOALIDADE
O princípio da impessoalidade diz que a Administração
Pública deve tratar os administrados de forma imparcial, no
sentido de não conceder a certos grupos privilegiados
vantagens em detrimento de outros grupos sociais. Outro viés
desse princípio é a vedação da utilização da máquina pública
para o alcance de objetivos pessoais dos Gestores. Assim, uma
obra pública deve ser concretizada para atender o interesse
público primário e não para valorizar o terreno de um
Prefeito, por exemplo.
2.1.3 PRINCÍPIO DA MORALIDADE
O princípio da moralidade na visão de Carvalho Filho
(2010, p. 24) “está indissociavelmente ligado à noção do bom
administrador, que não somente deve ser conhecedor da lei como
dos princípios éticos regentes da função administrativa".
2.1.4 PRINCÍPIO DA PUBLICIDADE
Acerca do princípio da publicidade, Fernanda Marinela
(2010, p. 39) aduz que:
O princípio da publicidade nada mais é que a divulgação,tendo como finalidade o conhecimento público. Esseprincípio tem como base o fato de que o administradorexerce função pública, atividade em nome e interesse dopovo, por isso nada mais justo que o titular desseinteresse tenha ciência do que está sendo feito com osseus direitos.
2.1.5 PRINCÍPIO DA EFICIÊNCIA
De acordo com Fernanda Marinela (2010, p. 42):
A eficiência exige que a atividade administrativa sejaexercida com presteza, perfeição e rendimento funcional.Consiste na busca de resultados práticos deprodutividade, de economicidade, com a consequenteredução de desperdícios do dinheiro público erendimentos típicos da iniciativa privada, sendo que,nessa situação, o lucro é do povo; quem ganha é o bemcomum.
2.1.6 PRINCÍPIO DA SUPREMACIA DO INTERESSE PÚBLICO
O princípio da supremacia do interesse público, o qual
não está expresso na CF/88, aduz que a atividade
administrativa visa o bem estar social e não individual, ou
seja, em um hipotético confronto entre interesses coletivos ou
públicos e interesses individuais ou de um grupo restrito de
pessoas, deverá prevalecer o interesse público.
Assim, Carvalho Filho (2010, p. 35), diz que:
Trata-se, de fato, do primado do interesse público. Oindivíduo tem que ser visto como integrante dasociedade, não podendo os seus direitos, em regra, serequiparados aos direitos sociais. Vemos a aplicação doprincípio da supremacia do interesse público, porexemplo, na desapropriação, em que o interesse públicosuplanta o do proprietário; ou no poder de polícia doEstado, por força do qual se estabelecem algumasrestrições às atividades individuais.
2.2 DEFINICÃO DE LICITAÇÃO PÚBLICA
Carvalho Filho (2010, p. 256) ensina que:
[...] podemos conceituar licitação como o procedimentoadministrativo vinculado por meio do qual os entes daAdministração Pública e aqueles por ela controladosselecionam a melhor proposta entre as oferecidas pelosvários interessados, com dois objetivos - a celebraçãode contrato, ou a obtenção do melhor trabalho técnico,artístico ou científico. (Grifou-se)
Em suma, licitação pública é a forma, é o procedimento
rígido e previsto em lei federal, é a sequencia de atos que
deve respeitar o Administrador Público quando da contratação
de bens ou serviços.
2.3 TRANSFERÊNCIAS DE RECURSOS FEDERAIS AOS MUNICIPIOS
Os repasses federais a Municípios são efetuados por
meio de três formas (SENADO FEDERAL, 2005, p. 11): a)
transferências constitucionais; b) transferências voluntárias
e c) transferências legais.
A primeira espécie de transferência, quais sejam as
ditas "transferências constitucionais" são um montante
financeiro arrecado pela União e repassado aos Municípios por
força de um mandamento normativo previsto na própria
Constituição Federal.
Já as "transferências voluntárias" são definidas
pelo artigo 25, caput, da Lei Complementar nº 101, de 4 de
maio de 2000 (a famigerada LRF), como sendo:
Art. 25, LC nº 101/00: Para efeito desta LeiComplementar, entende-se por transferência voluntária aentrega de recursos correntes ou de capital a outro enteda Federação, a título de cooperação, auxílio ouassistência financeira, que não decorra de determinaçãoconstitucional, legal ou os destinados ao Sistema Únicode Saúde.
De acordo o SENADO FEDERAL (2005, p. 12), em regra,
existem dois instrumentos para operacionalização das
transferências voluntárias: a) convênio e b) contrato de
repasse.
No convênio, os recursos são transferidos
diretamente da União para o Município (SENADO FEDERAL, 2005,
p. 12).
Já no contrato de repasse, os recursos são
transferidos com a intermediação de um banco oficial (SENADO
FEDERAL, 2005, p. 12).
A última modalidade de transferência de recursos
federais para os Municípios, elencada pelo SENADO FEDERAL, são
as chamadas "transferências legais", as quais, como o próprio
nome já diz, são regulamentadas em leis específicas. Tais leis
regulamentadoras devem prever os meios de habilitação,
transferência, aplicação de recursos e prestação de contas
(SENADO FEDERAL, 2005, p. 13).
Nesse diapasão, existem duas modalidades de
transferências legais (SENADO FEDERAL, 2005, p. 13): a) as
cuja aplicação dos recursos repassados não está vinculada a
fim específico e b) as cuja aplicação dos recursos repassados
está vinculada um fim específico.
Assim, no primeiro caso, nota-se que a
Administração Municipal terá margem de discricionariedade para
aplicar o recurso, ou seja, terá o poder de escolher como e
onde se dará a despesa do montante repassado pela União.
No segundo caso, não é facultado à Administração
Municipal escolher a destinação da verba, porquanto, a
transferência legal tem um aspecto finalístico, ou seja, os
recursos são repassados para acorrer a uma despesa específica.
(SENADO FEDERAL, 2005, p. 13).
Nesse contexto, há duas modalidades de
transferências legais cujos recursos estão vinculados a um fim
específico (SENADO FEDEAL, 2005, p. 13): a) transferência
automática e b) transferência fundo a fundo.
Pode-se exemplificar a transferência legal na
modalidade automática com o "Programa Nacional de Apoio ao
Transporte Escolar (PNATE)", o qual foi instituído pela lei nº
10.880, de 9 de julho de 2004.
Pode-se exemplificar a transferência legal na
modalidade fundo a fundo com "Fundo Nacional de Assistência
Social", cuja base legal é a lei nº 8.742, de 7 de dezembro de
1993, que dispõe sobre a organização da assistência social e
dá outras providências.
2.4 PRINCIPAIS DIFICULDADES ENCONTRADAS PELOS GOVERNOS
MUNICIPAIS NA EXECUÇÃO DOS RECURSOS TRANSFERIDOS PELO GOVERNO
FEDERAL
No capítulo anterior, fora demonstrado como os
Municípios recebem verbas advindas da União, a qual é o maior
arrecadador dentre todos os entes da Federação, tendo em vista
o modelo constitucional - tributário por nós adotado. Assim, é
necessário que a União repasse verbas aos Municípios, visto
que, após o advento da Constituição de 1988, a maioria das
ações e programas governamentais deve ser executada pelas
Administrações Municipais.
Acerca da importância das Administrações Municipais
no contexto da organização política administrativa do Brasil,
Campello e Matias (2000, p. 21), aduzem que "o poder local,
por estar mais próximo dos problemas e por ser suscetível de
controle da sociedade, mostra-se mais adequado para atender as
demandas sociais".
Bernardi (2006) aduz que o município é "unidade
federativa, no mesmo nível dos Estados e do Distrito Federal",
amparado no art. 1º da Constituição Federal, assim como no
art. 18 estabelecendo que:
a organização político - administrativa da RepúblicaFederativa do Brasil compreende a União, os Estados, oDistrito Federal e os Municípios, todos autônomos... Sobeste aspecto escreve Amélia Cohn (1998, p. 153) que aConstituição de 1988 define os municípios como membrosda Federação: é quando se passa, então a associardescentralização à municipalização, vinculando-a aoprocesso de autonomização das distintas esferassubnacionais entre si (...) tampouco estados emunicípios vêm se revelando capazes de definir comprecisão suas atribuições diante de trinta competênciasconcorrentes lá estipuladas, a grande maioria delas naárea social (BERNARDI, 2006, p. 25).
Como se demonstrou nos capítulos antecedentes, a
regra para contratações públicas é a licitação, a qual, como
vimos, é um procedimento extremamente formal, que deve
respeitar o rito previsto na lei nº 8.666/93. Assim, o próprio
passo a passo é lento e requer conhecimento técnico para sua
fiel execução.
Além de o passo a passo ser lento e exigir
conhecimento técnico, como falamos alhures, existe uma série
de possibilidades de impugnar na esfera administrativa ou
judicial o andamento do procedimento licitatório.
Nesse sentido, se é exigido um conhecimento técnico
para executar o rito administrativo do procedimento
licitatório, imaginemos o quão difícil é responder uma
impugnação de uma empresa ou grupo de empresas, que contam com
assessorias altamente especializadas e capacitadas para lidar
com as vendas para o setor governamental.
Nesse sentido, demonstrou-se que os Municípios, ao
menos em tese, têm recursos suficientes para o atingimento de
um bom nível de satisfação na prestação dos serviços que lhe
incumbe. Contudo, esbarra na falta de capacidade técnica
requerida para executar tais recursos, porquanto, como se
aduziu acima, o Município deve recorrer-se às licitações
públicas, que são extremamente burocráticas, para contratar
bens e serviços.
Um fator muito importante, que atrapalha por demais
o desenvolvimento dos projetos municipais, é a não
estabilidade da maioria dos colaboradores das Prefeituras
Municipais.
Nesse sentido, tem-se que, no Brasil, grande parte
do quadro de funcionários das Administrações Municipais é
formada por ocupantes de Cargos Comissionados, o que
atrapalha, e muito, o bom andamento dos projetos e programas
governamentais, inclusive as licitações, porquanto, quando se
troca o Prefeito, ou Secretário Municipal ou, até mesmo, um
Chefe de uma diretoria qualquer, o novo líder substituirá a
maioria dos funcionários por outros de sua confiança e,
logicamente, processos ficarão parados até serem reiniciados
pela nova equipe, que talvez seja trocada antes mesmo do
término do procedimento iniciado lá atrás.
Vejamos, por exemplo, o caso do programa lançado
pelo Governo Federal intitulado de "Crack, é possível vencer",
o qual é um programa que visa "prevenir o uso e promover a
atenção integral ao usuário de crack, bem como enfrentar o
tráfico de drogas" (PORTAL BRASIL, 2014).
Para o alcance da finalidade do programa, a União
transfere verbas "a Estados, municípios e DF, que poderão
aderir ao programa assumindo contrapartidas e implementando os
equipamentos de saúde, assistência social e segurança pública"
(PORTAL BRASIL, 2014).
Consequentemente, caberá:
aos estados, municípios e DF a instalação de instânciasde gestão integrada do programa em âmbito local, pormeio de comitês, que articulem as áreas de segurança,saúde, assistência social, educação, entre outras, parao planejamento, execução e avaliação das ações. (PORTALBRASIL, 2014).
Em suma, o programa funciona da seguinte maneira: o
Governo Federal envia verbas aos demais entes da Federação, os
quais deverão, obviamente por meio de procedimentos
licitatórios, contratar serviços e adquirir equipamentos de
saúde, assistência social e de segurança pública. No mundo
abstrato, o programa parece funcionar bem, contudo, como
demonstraremos a seguir, na prática, não é bem assim que está
acontecendo.
De acordo com reportagem publicada no Portal EM
(disponível em
<http://www.em.com.br/app/noticia/gerais/2013/04/25/interna_ge
rais,376705/ministerio-da-saude-cobra-acao-da-prefeitura-de-
belo-horizonte-contra-o-crack-na-cidade.shtml>), no Estado de
Minas Gerais, várias prefeituras estão com dificuldades de
implantar as políticas de enfrentamento ao crack:
No estado, foram abertos apenas 100 dos 386 leitos emenfermarias especializados em álcool e drogas pactuadospara 2012. Se, em vez de encaminhar o paciente parainternação, a orientação for o tratamento ambulatorialnos Centros de Atenção Psicossocial (Caps), adificuldade de achar vaga será a mesma. Das 105 unidadesque deveriam ter sido implantadas nos municípiosmineiros no ano passado, saíram 25, ou seja, ocorrespondente a 24% do total previsto pelo Ministérioda Saúde.
Conforme se extrai do trecho acima, apenas uma
pequena parte dos recursos transferidos pela União se
transformou, de fato, em benefícios à população.
Ainda de acordo com a reportagem:
Um obstáculo para o bom funcionamento do programa foramas eleições municipais no ano passado, com a renovaçãoem cerca de 640 prefeituras, o que dificultou acontinuidade das políticas. Outra justificativa para adificuldade na implantação do programa de combate aocrack vem das dificuldades de lidar com as questões doSUS e de contratar psicólogos e psiquiatras, devido aoslimites impostos pela Lei de Responsabilidade Fiscal.
Assim, por diversos fatores intrínsecos às
Administrações Municipais, percebe-se que estas têm
dificuldades em executar os repasses de verbas advindas da
União, e também de prestar contas ao Governo Federal, fatos
que geram vultosos malefícios à população.
2.5 PRINCIPAIS PREJUÍZOS CAUSADOS À POPULAÇÃO DOS MUNICÍPIOS
Como se demonstrou no capítulo anterior, as esferas
municipais estão enfrentando grandes problemas em relação aos
recursos financeiros advindos do Governo Federal. Entre esses
problemas, arrolam-se os seguintes: i) estas Administrações
não estão conseguindo executar esses recursos, porquanto não
detém a capacidade técnica necessária para, por exemplo,
executar um procedimento licitatório, o que impede a
contratação, de forma lícita, de bens e serviços necessários
ao atingimento do objetivo proposto para aquelas verbas
federais; e ii) tais Administrações não conseguem prestar
contas ao Governo Federal acerca da destinação das verbas
repassadas, o que, obviamente, traz aos Municípios
consequências gravíssimas que serão demonstradas a seguir.
Sobre as consequências dos problemas enfrentados
pelos Municípios em relação à execução dos recursos federais,
que citamos acima, o primeiro problema, por óbvio, acarreta a
não entrega à população dos serviços públicos que esta tanto
precisa. Como por exemplo, no caso do programa "Crack, é
possível vencer", tem-se que a não execução desses recursos
priva a população do recebimento de leitos hospitalares,
consultórios de rua, Centros de Atenção Psicossociais (Caps),
equipagem das polícias para o combate ao narcotráfico, entre
outras. Ora, é inadmissível, nos dias atuais, que a população,
principalmente a parcela mais necessitada, não receba tais
serviços por incompetência administrativa.
Nesse viés, é possível afirmar que deixar de
receber tais serviços por falta de verbas, a nosso ver, é por
demasiadamente grave, porquanto temos uma das maiores cargas
tributárias do mundo, contudo, deixar de receber tais serviços
por falta de capacidade técnica, é ainda mais grave e deve ser
resolvido o mais rapidamente possível.
O outro problema arrolado foi a não prestação de
contas ao Governo Federal. Tal problema é tão grave quanto a
não execução dos recursos recebidos.
Ao deixar de prestar contas, o Município corre
sério risco de não receber outras parcelas acordadas com o
Governo Federal.
Um exemplo bastante elucidativo desta problemática
é o caso do PRONASCI (Programa Nacional de Segurança Pública
com Cidadania), que é um programa do Governo Federal composto
de 94 (noventa e quatro) medidas e duas linhas de ação: i)
Ações Estruturais e Programas Locais. (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA,
2014).
As ditas Ações Estruturais são a modernização das
instituições de segurança pública e do sistema prisional,
valorização dos profissionais de segurança pública e agentes
penitenciários e enfrentamento à corrupção policial e ao crime
organizado. (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA, 2014).
Por sua vez, os Programas Locais, os quais são
desenvolvidos nas regiões indicadas pelo próprio PRONASCI,
constituem-se de Território de Paz, Integração do Jovem e da
Família e Segurança e Convivência (MINISTÉRIO DA JUSTIÇA,
2014).
Feita a breve apresentação do PRONASCI, voltemos
aos problemas enfrentados pelas administrações. Nesse sentido,
vejamos um trecho de reportagem veiculada pelo Portal Âmbito
Jurídico (disponível em
<http://www.ambito-juridico.com.br/site/?
n_link=visualiza_noticia&id_caderno=20&id_noticia=42121>):
Pronasci cortará verba de estados e municípios que nãoprestarem conta.
Dos 27 estados e 70 municípios que receberam dinheiro doPrograma Nacional de Segurança Pública com Cidadania(Pronasci) em 2008, apenas o DF, cinco estados e 21municípios estão com os recursos de 2009 garantidos. OMinistério da Justiça não repassará verba aos estadosque não apresentarem, até o fim de outubro, acomprovação de que pelo menos 30% dos investimentos doano passado foram executados. No caso dos municípios, opercentual exigido é de 25%.
Em agosto, o ministro da Justiça, Tarso Genro, envioucarta oficial a estados e municípios do Programa,alertando que o Sistema de Monitoramento e Avaliação doPronasci (SIMAP) deveria ser alimentado. Até o fim deagosto, 21 estados e 49 municípios não prestaram contassobre a execução dos recursos.
Agora, os entes federados têm mais 30 dias paraapresentar as informações solicitadas e garantir orecebimento dos investimentos de 2009. “Não podemostransferir dinheiro para uma área tão sensível como a dasegurança pública se não tivermos garantia de que oestado vai fazer algo para melhorar a vida dapopulação”, afirma o secretário-executivo do Ministérioda Justiça, Luiz Paulo Barreto. “Aqueles que nãoprestarem contas não vão receber”. (Grifou-se).
Como se depreende da reportagem acima, a
consequência para os Municípios que não prestarem contas ao
Governo Federal acerca dos recursos por ele repassados é o
corte na transferência dessas verbas, ou seja, caso um
Município "X" tenha recebido um montante da União para
empregar no PRONASCI e não apresente as contas à União, este
município não mais receberá verbas do Programa enquanto estas
não forem prestadas, o que tem como consequência, novamente, o
não recebimento por parte da população de serviços públicos
que tanto carece.
Obviamente, tanto no primeiro caso, qual seja a não
execução ou concretização fática dos recursos recebidos, como
no segundo caso, qual seja a não prestação de contas dos
recursos recebidos, tem-se que a parte ou sujeito mais
prejudicado nesse processo todo é a população que fica a mercê
da incompetência de seus governantes seja para transformar um
montante recebido em benesses ou para prestar contas acerca
daquilo que foi recebido.
Tal problemática apresentada poderá, a nosso ver,
ser mitigada pela intensificação na utilização do Sistema de
Registros de Preços, porquanto, tal sistema, como se
demonstrará a seguir, permite que toda a burocracia do
procedimento licitatório, com todos aqueles percalços que
vimos anteriormente, seja executada pelo Governo Federal, que,
por óbvio, detém uma maior capacidade técnico-administrativa
para lidar com o assunto, competindo aos Municípios "apenas"
aderirem ao produto desta licitação, que como veremos, é a
chamada "ata de registro de preços".
2.6 DEFINIÇÃO DE SISTEMA DE REGISTRO DE PREÇOS
O Sistema de Registros de Preços - SRP está
previsto no artigo 15, II, da lei 8.666/93, o qual aduz que:
"As compras, sempre que possível, deverão ser processadas
através de sistema de registros de preços".
De acordo com Marcelo Alexandrino & Vicente Paulo
(ano, p. 610), o sistema de registro de preços é:
um meio apto a viabilizar diversas contratações decompras, concomitantes ou sucessivas, sem a realizaçãode um específico procedimento licitatório previamente acada uma, por um ou mais órgão ou entidade daAdministração Pública.
Acerca das vantagens de tal modelo de contratação,
Marcelo Alexandrino & Vicente Paulo (ano, p. 610), salientam:
Tem como vantagens, dentre outras, tornar ágeis ascontratações e evitar a necessidade de formação deestoques, além de proporcionar transparência aos preçospagos pela Administração pelos bens e serviços quecontrata frequentemente. Quanto ao último pontomencionado, vale anotar que o § 6º do art. 15 da Lei8666/93 atribui a todos os cidadãos legitimidade paraimpugnar preço constante do quadro geral de preços,quando verifique incompatibilidade entre esse e o preçovigente no mercado.
Nesse diapasão, o artigo 15, § 3º, I, da Lei
8.666/93 determina que a modalidade de licitação para
selecionar os potenciais fornecedores na sistemática de
registro de preços deve ser a concorrência. Todavia, a Lei
10.520/02, em seu artigo 11, faculta a utilização da
modalidade pregão, quando a tal sistema for utilizado para
compras e contratações de bens e serviços comuns.
Cabe registrar que o Sistema de Registro de Preços
é regulamentado pelo Decreto nº 7.892, de 23 de janeiro de
2013.
Nesse sentido, consoante o artigo 12 do referido
Decreto, o prazo de validade da "ata de registro de preço" não
poderá ser superior a doze meses, computadas as eventuais
prorrogações.
É interessante aduzir que a ata de registro de
preços, durante sua vigência, poderá ser utilizada por
qualquer órgão ou entidade da Administração que não tenha
participado do certame licitatório, mediante prévia consulta
ao órgão gerenciador daquele Sistema de Registro de Preços,
desde que devidamente comprovada a vantagem (art. 22, Decreto
nº 7.892).
2.7 A POSSIBILIDADE DE ADESÃO DOS ESTADOS, DISTRITO FEDERAL E
MUNICÍPIOS DE ATAS DE REGISTROS DE PREÇOS DE ÓRGÃO FEDERAL
Como vimos, atualmente, o Sistema de Registro de
Preços - SRP é regulamentado pelo Decreto nº 7.892, de 23 de
janeiro de 2013, todavia, antes da entrada em vigor deste
instrumento normativo, tal sistema era regido pelo Decreto nº
3.931, de 19 de setembro de 2001.
Acerca da utilização da ata de registro de preços
por outros órgãos que não aquele que executou o procedimento
licitatório, o artigo 8º do Decreto de 2001 aduzia o seguinte:
Art. 8º, Decreto 3.931/2011 (Revogado) - A Ata deRegistro de Preços, durante sua vigência, poderá serutilizada por qualquer órgão ou entidade daAdministração que não tenha participado do certamelicitatório, mediante prévia consulta ao órgãogerenciador, desde que devidamente comprovada avantagem. (Grifou-se).
Conforme se observa no trecho normativo acima, o
Decreto de 2001 não foi suficientemente claro quanto à
possibilidade (ou não) de órgãos integrantes das
Administrações Estaduais, Distritais ou Municipais aderirem às
atas de registro de preços geridas por órgãos ou entidades
Federais.
Tal celeuma foi resolvido com a edição do Decreto
de 2013, o qual no seu artigo 22, § 9º, aduz que:
Art. 22, Decreto 7.892/13 (Em vigor) - Desde quedevidamente justificada a vantagem, a ata de registro depreços, durante sua vigência, poderá ser utilizada porqualquer órgão ou entidade da administração públicafederal que não tenha participado do certamelicitatório, mediante anuência do órgão gerenciador.[...]§ 9º - É facultada aos órgãos ou entidades municipais,distritais ou estaduais a adesão a ata de registro depreços da Administração Pública Federal.
Assim, atualmente, é expresso na legislação em
vigor que os órgãos e entidades não integrantes da esfera
federal poderão aderir às atas federais.
2.8 O MODELO ADOTADO PELO FUNDO NACIONAL DE DESENVOLVIMENTO DA
EDUCAÇÃO - FNDE
No âmbito do Fundo Nacional de Desenvolvimento da
Educação - FNDE, o Sistema de Registro de Preços, que
analisamos nos capítulos antecedentes, é denominado de
Registro de Preço Nacional (RPN), tal registro funciona, com
algumas adaptações, da mesma maneira, sendo que o Governo
Federal, aqui representado pelo FNDE, valendo-se de sua
capacidade técnico-administrativa, realiza um único
procedimento licitatório para todo o País, sem, contudo,
efetivar contrato algum, o que se quer, na verdade, é
disponibilizar o registro de preço, angariado por meio do
pregão eletrônico. Nesse panorama, como vimos, o processo de
aquisição se torna mais célere, menos oneroso, menos
burocrático, obedecendo aos princípios constitucionais da
legalidade, eficiência e economicidade. (ESCOLA NACIONAL DE
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ENAP, 2011, p. 54).
Tal projeto, no âmbito do FNDE, teve início com a
edição da Resolução CD/FNDE nº 27, a qual definiu a gestão
compartilhada de compras entre o FNDE e as diversas
secretarias do MEC. Com isso, o FNDE passou a ser responsável
pelas grandes compras do MEC e de seus parceiros, auxiliando e
subsidiando, nesse contexto, a implementação de políticas
públicas no âmbito da educação. (ESCOLA NACIONAL DE
ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ENAP, 2011, p. 55).
Importantíssimo registrar que, antes da edição da
Resolução supramencionada:
o governo federal repassava valores aos municípios(transferências voluntárias) e estes deveriam realizaros certames licitatórios. No entanto, diante da falta decapacidade técnico-administrativa, muitas vezes osprodutos adquiridos eram de baixa qualidade, nãoatendendo plenamente às necessidades dos usuários.(ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ENAP, 2011,p. 55).
Registre-se, também, que por se tratar de compras
de menor investimento global, os produtos eram adquiridos por
valor muito além dos praticados pelo mercado, logicamente,
incompatíveis com o grau de qualidade apresentado.
Assim, o contexto enfrentado pelo Governo Federal
era marcado por uma série de dificuldades, tais quais a) falta
de produtos/materiais padronizados e adequados; b) falta de
capacidade técnico-administrativa dos entes federados,
especialmente dos municípios, e lentidão no processo de
contratação; c) falta de planejamento da execução de políticas
públicas; d) falta de transparência; e, e) a insuficiência de
recursos para atender às necessidades de todos os municípios,
estados e Distrito Federal. (ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO
PÚBLICA - ENAP, 2011, p. 55).
Diante da série de problemas acima arrolados, foi
desenhado o Registro de Preços Nacional (RPN), o qual é um
modelo gerencial que se baseia na premissa de que o Governo
Federal, apoiado por sua eminente capacidade técnico-
administrativa, e por sua quantidade significativa de órgãos e
agentes, é apto a realizar um procedimento licitatório único
para todo o País, sem, todavia, firmar nenhum contrato
administrativo, disponibilizando apenas o registro de preços.
(ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ENAP, 2011, p.
56).
Com isso, observa-se que o modelo do Registro de
Preços Nacional tem por objetivos principais: a) padronização
e adequação dos materiais: garantia de compra de bens com
especificações adequadas; b) redução dos preços: a compra
centralizada pressiona os preços para baixo; c) assistência
técnica aos estados e municípios: desoneração da necessidade
de realização de processos licitatórios e oferta de produtos
adequados e de qualidade; d) racionalidade processual:
atendimento a todo o território nacional com um único
procedimento licitatório; e) diversidade nas formas de
aquisição dos bens; f) controle de qualidade: os produtos
passam por verificação em relação às normas estabelecidas no
termo de referência e às normas da Associação Brasileira de
Normas Técnicas (ABNT); g) transparência e publicidade: uma
grande compra gera, automaticamente, o acompanhamento dos
órgãos de controle, das empresas participantes e da mídia e,
por isso, consequentemente, é alvo também do controle social.
(ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ENAP, 2011, p.
59).
É interessante salientar que tanto a Administração
quanto os próprios alunos e a comunidade escolar saem ganhando
com esse modelo. A Administração é beneficiada, mormente a
máquina administrativa, porquanto não precisa enfrentar um
procedimento licitatório complexo, tendo acesso a produtos
adequados, de qualidade, ao menor custo praticável. Já os
alunos e a comunidade escolar saem ganhando, pois serão
beneficiadas com uma educação de qualidade. (ESCOLA NACIONAL
DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ENAP, 2011, p. 60).
Atualmente, o Registro de Preços Nacional é
aplicado às compras dos seguintes produtos/materiais: ônibus
escolares rurais, mobiliário escolar, bicicletas escolares,
capacetes para bicicleta escolar, medicamentos e equipamentos
médicos para atendimento aos hospitais universitários,
laboratórios de informática, uniformes escolares, laptop em
atendimento ao Programa Um Computador por Aluno, Laboratório
Móvel de Ensino Técnico Profissionalizante (E-Tec),
consultórios itinerantes e projetores interativos, entre
outros. (ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ENAP,
2011, p. 62).
Salienta-se que antes da implantação deste modelo,
o tempo estimado para que uma licitação fosse concluída, por
meio do modelo tradicional, era de, aproximadamente, 170 dias,
ou seja, quase 6 meses. Pelo modelo de Registro de Preços
Nacional, os estados e municípios podem aderir à ata, emitir a
nota de empenho e firmar contrato em apenas 5 dias. (ESCOLA
NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA - ENAP, 2011, p. 63).
Entre os anos de 2008 e 2010, foi apurada economia
de R$ 865.943.324,67 nas compras efetuadas por meio do
Registro de Preços Nacional (RPN), considerando os preços
registrados (R$ 3.826.921.875,20) e os estimados (R$
4.692.859.199,87), o que equivale a 18,45% de redução dos
custos de aquisição. (ESCOLA NACIONAL DE ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA
- ENAP, 2011, p. 63).
Como se vê, o modelo implantado pelo FNDE, que é
uma adaptação do Sistema de Registros de Preços às suas
realidades institucionais, vem funcionando muito bem,
otimizando o tempo de contratação; diminuindo o risco de
influência de fatores abomináveis, tais quais a fraude e a
corrupção, tão presentes em procedimentos licitatórios comuns,
quiçá aqueles no âmbito das Administrações Municipais; e,
principalmente, reduzindo custos para o erário público como um