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ASSÍGNATURA ANNUAL

Brazil 58000

PAGAMENTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E lb DECADA MEZ

1»URIOI>ICO EVOIiUCIONISTA

«« M HMJH0I) Élllá «MIlElli

ASSÍGNATURA ANNUAL

68000PAGAMENTO ADIANTADO

Estrangeiro

PUBLICASE mB DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.

Anno XII

B4xi»B<:ii>ii-hvra<:

Sito agentes desta folhaAmazonas—O Sr. Bernardo Rodri-

gues de Almeida, em Manaus.para' —O Sr. José Maria da «Silva

Bastos, em Belém, rua da Gloria u.42.Rio Grande do Norte—O Sr. For-

tunato Rufino Aranha, no Natal.Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-

te, no Recife, rua 15 de Novembro,n. 65.

Bahia — O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro—O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, era Campos, rua doRozario ri. 42 A.

S. Paulo—O Sr. Autonio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência n. 0.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-nior—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso —O Sr. Capitão Joa-quira Antônio de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Brazil — Itio de Janeiro — 18» t — .lanciro I

As assignaturas deste periódico co-meçam em qualquer dia e terminamsempre a 31 de Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSALVerdade e Luz—Órgão do Espiritualismo scien-

tifico, publicação quinzenal. Direetor responsávelAntônio Gonyalves da Silva Batuira, S. Puulo-4,rua da Independência. Assignutura annuui 2jjfJ0O.

A An:_ürgão do Centro Spirita de Çorityba,publicação ([iiin/.enal. Chefe da redacção, AlfredoO. Murihtíz. Corityba-5l—Rua 15 de Novembro.

O Víiavol — (Jrgão do (.'entro Spirita de Pura-nnguà, publicação quiozenal. Paranaguá. Distei-buiçiio gratuita.

A Evolução — Órgão do Centro Spirita Rio-Grnn-dense, publicação quinzenal. Propriedade deDomingos Tòsoaho Barbosa. Rio Grande do Sul17!) rua Pedro II. Aasignatura trimensal ijjQÚÒ.

O Psycliismo—Revista Spirita portugüezá, pti-blicação mensal. Lisboa, (Jõ rua Augusta. Porserie de (i números 120 reis; por serie de 12 nu-meros 240 réis.

La Hcviie Spirite.— Journal d'ótudes psycholo-giques etspiritualisine experimental ; revue men-suelle, fondée en 18ã8 par Allan Kardec. Paris1 rue de Cbabanais. Prix 14 franca par an.Le Spiritisme — Journal mensuel. Rédaotcur Ga-briel Delanne. Paris, 24 rue Labruyèrc. Prix ü fr.par an.

La Chaine Magnétique — Organe des sociétésmagnétiques de Fnmce et de 1'étrunger, fondée en1879 sous Ia direction de M. le Baron Du 1'otct.Gérant, Louis Auflinger. Paris, 15 rue du Four-Saint-Gernmiu. Prix 9 franes par an.

lournaldiiMagnètisme — Fondée en 1845 parM. lc Baron du Potet ; organe de Ia Société Ma-gnetique de France ; Journal mensuel. DirecteurH. Durville. Paris, 23 rue Saint-Mcrri. Prix ü fr.par an.

La IMiaion Uniuersclle — Organe de Solidaritéet de Kcgéneration sociale, paraissant le 15 de

aque móis. Kcdaeteur Cli. Fauvety. Gcrent, P.erdad. Nantes, 3 rue Mercoeur. Prix (i fr. par an.La Paix Universelle — Rcvue indépendent. Ma-

trnétisme transcendental. Philosophie. Physiologic.Psycbologic. Journal quinzénal. Directeur B. Ni-colai. Lyon, 5 cours Gambetta. Prix 3 fr. 5(J par an.

La Nouvctle Science — Revue mensuelle consacréa Ia propagution et à Ia discussion de Ia synthèse«cientifique de Ia Renooz. Organe de Ia Iié^énara-tion sociale par Ia seience. Kedacteur, GaitoutPHailly. Paris, 13 rue de Buoi.

La Lumière — líévelation du Nouveau-Spiritua-lisme. Rovüe mensuelle, Publiée par Mine. LucieGranje. 1'aris, 97 boulevard Montmorency. Prix7 franes par an.

Lc Messager— Spiritisme, questions sociales, ma-

Enétisme. Journal bi-mensuel. Mr. II. Saive,

iége, 24 Boulevard de Ia Sotivenière, Prix. 5 franespnr an.

Light —Journal of psicbieal, occült and mysticalrescareb. Cbaring Cross. I.ondon, lü Craven btreet.

Banne ofLignl— An exponent of tíié spiritual

Í)hilosopby. Colby & Ricb. publisbers. Boston, 9

logworth." fi 2,50 "per

auniun.

The Iteligio-Phllòsoptitcal-Joúrrial — Publisbed at92 La Sallc-Street, Chicago, by Mary E, Bundy.1 year fl 2,50.

The World'sAduance-Thought —- Publisbed mon-bly. Oregon. Portland, 1!)3, Sittli Street.

The Ilarbinger of Light — A monlhly journaldevoted to zoistic seience, freetliought, spiritualismand tbe harmonial pbilosopby, Melbourne, 13Kastern Arcade. Price (j d.

The Carrier Doye — Tbe oldest spiritual journalon tbe Pacific Coost. San Francisco, 121 lii-btb-Street. °

Iisludios reosd/icos-pubiicacion mensual. Barce-lonn, b(i, entr.» l.«Tallcrs, 1'recio 8 pesetas ai ano.

Las üominicales dei Libre PánsaÈienio—lUia-ctores : Rainon Caies y Deinoíilo. Madrid, 5-1."callé dei Ilomo de Ia Ma^ta Precio 15 pesetas ai ano.

/•-'/ Espiritismo— 0'rgano mensual dei CentroBarcèlono» de Estúdios Psicológicos. Redactor :Lutaybe, Barcelona, 40-2." Mercádsrt. Precio 3pesetas ai ano.

La Nucou Espana—X crútul, moral, justicia, se-manario sociológico espiritualista. AdministradorI). José Moreno Gonzáles. Madrid, 41 EspirittiSanto. Precio Í0 pesetas ai ano.

Liix—Bolletino delPAccadeinia Internazionale pergli studi spiritiei e magnetici. Publicaziono meu-sile. Direttore: Giovahni JIolYniann. Roma, 13 viaRafíaele Cadorna. Abbonamento anno 12 fr.

La SJiiuje—Gaz/.ettino di propaganda spiriticacom lííbliotbeca Appendice pei soli abbonati. Publi-cazionc mensile. Direttore : E. Unglier. Roma, 128via dei Boschetto. Abbonamento nnnuale 8 liras.

La bralernidad—0'rgano de Ia Fedoracion Espi-ritista Argentina. Redactor: M. Saem; Cortês. Pu-blicacion mensual en cuaderno3 de 24 páginas.Buenos Aires, 15Ü5. Brandzen. Suscrición-tnmes-tre adelantado (H.õ0"'/n.

Constância—Revista semanal sooioíôgicò-spiriía vorgano de la Sociedade « Constância .. RedactorCosme Mnrnio. Buenos Aires, 444 Andes Suscri-cion : trimestre adelantado m/n #2.50,La prí/d—Reviie s|)irite mensuelle, publiée en

rite Can, „d Je la v.lle de Rosário (province deaanta-Jej Kepnblique Argentine. Directeur: P.Kastoui. Rosário, ^Ocalle San Luis. Abonement :ps. ykfOlJ,

lleoista Espirilisla—Pevmco de estúdios psíco-jAg-icoa, publicado por la Sociedad Espiritista Mon-Trvideana. Se publica cada mes v se reparte <rrati.s.

Rcmsla hspirilista de Ia llubuna -ürgano oliciãldei Centro « Revelacion ». Periódico mensual. Ha-n/"f» *Sl'i'"'ez. Suscripcion : fil.00 plata.hll /•«'in-.*.-,,;*—(jrgano de la Sociedad Hspirilistacentral de Sinaloa. Periódico mensal. México, Ma-zatlan.El Fentx-. Boletin de la Sociedad Espirita de su

nombre. Mazatlun, Sinaloa. México. Publicáciòneventual dedicada á la propaganda y defensa de laFilosofia Espirita. Suscripcion voluntária-»

La Illustracion Espirita—Se publica dei l."al 5 decada mes en cuadernos de 32 pag. com forro decolor. Proprietário General D. Refugio I. Gonzáles,México, 2a de la Independência, (j.

La lliiena Nueua— Revista mensual de Ciências,Cristianismo, Democracia; organo oficial dei CentroEspiritista « L'a Caridad » Grátis para todos. CubaSancti-Spiritua, 7 calle dei Príncipe.

LaAlborada—Revista quiucenal, literária, de es-tudios psicológicos, interesses geraes, y organo oli-ciai dei Centro « El Salvador » Direetor Jüan J.deGaray. Grátis para todos. Cuba, Sngua-lu-Grunde,üü R mirez.

La Nucva Alianza—Periódico mensual .organo deiCentro Espiritista Lazo de Union. Ciratis para todosCuba, Cienfuegos, 72 Arguolles

Revista Espiritista—Organo de propaganda de laSociedad «I>a Perseveranciau Se publica dos vecesai mes, ae distribuye grátis. Republica Argentina,Mendoza, Gl Colômbia.

El Estúdio—Periódico de propaganda y eco deínoviniiento general dei Libre-pcnsamiento. Se pu-blica losiJuéves. Redactor: Andrés Cürazon Gonza-lez. Ponce, 18 Isabel.

The Thcosophist—A magazine of oriental philoso-pby, art. literature and oaoultism, conduoede by11. S. Olcott. Madras, Adyar. Price annual í; I.

Annali deliu Spiritismo in Itália — Torino 23 \'iaBogino.

Oolden 0'<i/e-Unitcd — States. S. Francisco (Cali-forny), 734 Montgòméry Street.

La Álboráda—Revista mensual, literária, de estu- .dios psicológicos, interesses generales y organo oi!''— j*^, tUnS também SCClllo de IVllOVÍl-ciai dei Centro « El Snlvador » Grátis para tod» tra- fDireetor: Juan J. de Garay. Sagua-la-Crande (ÇilH.ba), 1 Gloria

LaPenséedes Morls—Organe de PUnion Spiritede Reims et de PUnion bpiritualiste de Roíicu.Administriiteur : Paul Monclin, Remis, Placo de laRepublique, Pavillori de Mais, Prix 1 fr. 50 par an;

t.e Journal Splrile de V Est—Reims, 2S rue Gam-belta.

Data de 15 de Setembro do anno

passado o ultimo numero que destri-buimos pelo.s nossos leitores; entãoachavamo nos em dia, e de animofirme a, em cumprimento do dever,não sermos jamais achados cm falta. Osacontecimentos politicos, porem, quedesie então se desenrolaram entro nós,trouxeram em nosso seio tal contur-bação que vimo-uos força;los a sus-

pender por um tempo a publicação donossa folha.

Esto tempo de descanço foi-nos mo-tivo de reflexão e de reconhecimentode que ainda infelizmente não somosaproveitados discípulos daquelle mes-tre nazareno que nos deu a lição daserenidade de espirito no meio dasmaiores turbições, porque, emborahouvesse em nós espirito para orar,sentíamos auzencia de capacidade

para doutrinar.Receia vamos mesmo que a nuvem

negra que paira nos ares, e que tãoapaixonadamente irrita os ânimos,dominasse-nos também e não tivesse-mos aquellas palavras de concórdia ede amor que são a essência de nossadoutrina. Já que estamos com osnossos leitores em divida que não po-demos resgatar, seja ao menos a fran-

queza da confissão de nosso atra/.omoral motivo de perdão para nossafalta. Hoje, revig-orados pela prece, e

portanto na plenitude da serenidade,esperamos que alcançaremos em pre-gar maiores esforços que d'antes

para que, ao envez de lesão, tenhamos nossos assigmantes mais substan-ciai e variada leitura. E, embora di-reito algum tenhamos aos seus favo-res, ousamos esperar que, como spiri-tas e geomo irmãos, não murmurarão

queixas por começar a nova phase doReformador na data do bojo.

O gcouSo por vir

Mais um anno; mais um degraualçou-se a humanidade para aproxi-már-se do século que abi está a vir;século de luctas, século de calamida-

Annales des Sciences Psychiques ¦ Paris, 108 Boüde levardS aint Germain.

\J).

Mil oito centos e noventa e três an-nos tem decorrido depois que viu aluz na Judéa o humilde carpinteirode Nazareth, e de então para câ, fia-dos nas infalliveis promessas de quemjamais se enganou, esperam os homenso domiüiu da jusiiça, da paz e da con-

I\. 261

cordia, o reinado de Deus sobre a ter-ral

Quantas vozes a ampulbeta dotempo tem visto escoar-se de todo emtodo sua arêa, sem que exalçadas ha-jam sido suas esperanças)

E' que a transformação da penúriaem abundância, da iniqüidade emjustiça, doerro em verdade, dasatribu-lações em paz, necessita urna gesta-ção varias vezes secular para serlevada atenuo; gestação tanto maislonga e diíHcil quanto se faz misterque varias gerações de espíritos de-pur.em.-ae no cadinho das dores, d?»sinjustiças e dos soffrimentos, porquesó a dôr fortalece, só o soffrimento éque dobra a cerviz dos endurecidos.

Quanto tempo ainda se faz precisopara que a lição de Jesus—a frater-teruidade—seja alguma cousa maisdo que mera palavra! Emquanloneste mundo houver ainda distineçãoda classes, de raças, de nacionalida-des, o espirito do bem e da verdadeterá a face voltada para o lado oppos-to ao em que estão os homens.

Entretanto já desde os primordiosdo Christianismo pregavam os após-Ulos que não era maior o senhor-'-do--que o servo, o rei!do que o subdito,

Conclue-se, portanto, que não bas-ta a predica, que não basta convicçãode uns tantos ou a sanetificacão dealguns menos.

Si os homens, como indivíduos,precisam do aguilhão da dor, pormuitas vidas, para, na phrase dePaulo — despojarem-se do homemvelho e transformarem se no homemnovo —, como seres sócia es necessi-tam mais ainda de suppartarem asgrandes calamidades que de longe emlonge pesam sobre as nações. Da-hi a p^sto, a fome'ou a guerra, que dequando em quando assolam uma re-gião do planeta.

Ora, si por um lado alastra-se peloespirito das sociedades a revolta dosoppriraidos contra os oppressores, dosproluetores contra os inproductivos,a revolta emfim contra a injustiça daorganisação social, vè-se por outroque, ao envez de cuidarem ellas deresolver o grande problema que comoum gigantesco ponto de interrogaçãoenfrenta os pensadores, tratam antesdos grandes preparativos das guerras,armando-se umas contra outras, e ai-gumas até contra si mesmas!

Mister não se fa& portauto ser pro-pheta para se lobrigar na aurora doséculo vindouro, si não fôr antes, ochoque extraordinário, iramenso, gi-gantesco, que irá talvez modificar ornappa das nações.

Então as sociedades decadentes, eamollentadas pelos requintes de umacivilisação antes apparente que real,terão de ceder o passo ao domínio daverdade: será talvez esta a palavra deordem para o desarmamento geral,será talvez o inicio do reinado da paz!

Ií isto porque está na ordem natu-ral que ás noites tempestuosas suece-dam auroras de banança.

O pacr.o social terá naturalmentede transfigurar-se: á lei do trabalho,

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HEFORUABOR - 48»4 — Janeiro 1

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lei ineluctavel por divina, ter-se-áde sugeitar o homem de qualquercondição. E' que a pyramide da orga-nisaçáo das sociedades, bem longedos prodígios de equilíbrio sobre oápice, lirmar-se-á então sobre a base INão mais se verão dissenção e ódiosentre nações: Baal e Jeovah estarãoenlaçados no mesmo amplexo'

Mas quanta dôr e quanta lagrimapara que o velho mundo possa ceder oseu logar ao novo I Nãoé sem gritos esem ranger de dentes que o reinadoda matéria deixa-se despojar pelo doespirito.

Ha muito que estamos a ouvir osnossos amigos de além tangerem amesma tecla : são chegados os tem-pos. Outra não é sua intenção sinãoque nos apparelheraos cora as vestescândidas do homem novo, para queincólumes atravessemos a terapesta-dade que se aununcia. Não succeda,spiritas, que, á chegada do esposo,tenhamos como as virgens loucasnossas lanternas apagadas I

O padre Boca

Haverá no mundo spirita poucagente que desconheça a persouali-dade excepcional e imponente do pa-dre que entre os vivos era conhecidopor abbé Roca. Dizemos—era conheci-do, porque desde setembro do annoque se findou hontera elle não per-tence mais ao numero dos encarna-dos.

Recordar-se-ão todos dos applausosensurdecedores que "cobriram a vozde Roca, quando no Congresso Spiri-ta de 1889 elle clamava: «Meu Chris-to não é o do Vaticano.» Ja n^staepocha teve elle a idéa, que senãotransformou em realidade, de fundarum órgão do Christianismo esoterico.—Seria isto, si o tivesse consegui- I do livro, uma explicação scientifica

Charles Fauvety, cuja vida litterariatera sido toda dedicada a uma obrade regeneração social—o laicismo re-ligionario, ó dar uma noticia queserá alacremente recebida pelos nossosleitores, os quaes todos conhecem,por sciencia própria ou por nossas re-ferencias, o emérito redactor da Religion Laique, hoje denominada Religion Universelle.

O livro que elle acaba de publicarsob o titulo — Théonomie, Démon-stralion soienüjique de Vexistmçe deDieu, deve se encontrar na bibliothe-ca de todos os pensadores, principal-mente spiritas, Resumil-o seria umatarefa tão melindrosa que só quere-mos deixar aos cuidados do editor, oqual se exprime do seguinte modo:

«Publicamos um livro sobre Deus,em uma epocha em que ninguém maisquer ouvir fallar de Deus. Entretantosentimos a necessidade imperiosa destapublicação, porque demais em maisacreditamos na utilidade moral e so-ciai da idéa de Deus. Notem bem quenão ae trata neste volume de inventarDeus, porque elle é moral e social-mente útil ã vida dos povos. Voltaireprofessou esta opinião: que, si Deusnão existisse, mister seria invental-o.Aocontrariopensamoscomoautordestelivro, o Sr. Ch. Fauvety, que si Deus,não existisse, cumpriria declaral-oaltamente por toda terra, porque anossos olhos a verdade está antes detodas as cousas.

Si, pois, aífirmainos a idéa de Deus,desejamos que saibam quenãoé porqueacreditamos uuic^mente na utilidademoral e social desta idéa, mas simporque estamos persuadidos da exis-tencia do Ser por excellencia que con-téra todos os seres e que é como a ai-ina « a realidade viva de tudo o queexiste: Deus, para o autor deste livrocomo para o editor, é um fado scien-tifico. E' pois, como o indica o titulo

do, voltar aos tempos do puro Chris-tianismo, do Christianismo primitivo,ao tempo emfim daa prédicas do «após-tolo das gentes». Ninguém por certo

de Deus que temos a felicidade de of-ferecer ao publico. Porém é tambémuma sciencia nova que trazemos anossos contemporâneos, e que o Sr.

dirá que seria um regresso, embora Fauvety tão apropriadamente denofosse uma volta ao passado de ha dous minou Theonomia de Theos, Deus,pamil annos.

Collaboraudo activamente nos jor-naes do espiritualismo moderno, couci-tava Roca á Egreja a lembrar-se dastradições dos primeiros séculos, aempenhar-se no movimento socialis-ta actual, a não representar emfimperante o espiritualismo moderno opapel do judaísmo perante o christia-nismo nascente. Si seus conselhosforam attendidos pelo Papa, que naultima enciclina pretende influirsobre o movimento cio socialismo; ei-les foram entretanto reprovados e pu-nidos pelo bispo de sua diocese, que,snbmettendo o a penas disciplinarei,arrancou-lhe o pão, e castigou-o ain-da depois da morte rccusando-lhe asepultura.

Porémo quese torna mais caracteris-tico do phariseismo actual, é que, ten-do Roca manifestado o desejo de queum sacerdote assistisse a seu enterro,nenhum houve que se quizesse com-prometter attendendo á sua ultimavontade I

E o que mais é: o cura feixou áspressas a porta da egreja, quando porabi transitava o cortejo fúnebre 1 Aobra de Roca está apenas iniciada :será elle mesmo que em sua próximavolta vir-lhe-á dar impulso ? Só Deuso sabe. A nós spiritas compete a.iom-panhal-o na vida espiritual com umbom pensamento', roguemos todos quea misericórdia divina delle se acerqueem sua nova missão.

Nomes, lei, nada mais significa nopensamento do Sr. Fauvety sinão oque diz claramente a álliánca destasduas pavlaras : deus—lei.

Este neologismo tem a van-tagein de exprimir a identidadeda sciencia e da Lei. A Sciencia sóexiste porque ha leis, e uma Lei su-prema que as liga e abraça todas.Não pôde haver sciencia, siasciéh-só se apoia sobre phenornenos. Os phe-nomenos fazem conhecer a existênciadas leis c servem para descobíH-Ug,porém a realidade perfeita está nalei, e não no phenorneuo separado daLei que o domina e o reç*e. Pensamosque, em nenhuma outra obra sobreDeus, esta maneira de considerar aidéa de Deus tenha jamais sido em-pregada. Esperamos que aquelles quelerem o trabalho do Sr. Fauvety con-cluirão como elle próprio concluiu, epropagarão a seu torno uma idéa queé a afnrmaçãoda verdade mais scien-tifica, pois que ella é, em sua origem.a mais viva e a mais real.

NOTIGlaBlO

Itibliographia

Dizer-se que acaba de ver a luznm volume do notável philosopho

Federação Spiri ti a IBrazi-leira -Esta associação noraeiou doseu seio uma commissão especial,composta dos membros FranCase miro Alberto da Costa, AugustoElias da Silva o Manuel FernandesFigueira, afim de permanentementeangariar meios matoriaes parasustén-taçâo e ampliação da propaganda.

O Spiritismo em lloma.— Amédium Ensapia Paladino, que tem

attrahido as attenções de alguns ho-meus da sciencia para indagação dosphenornenos psychicos, foi ainda obje-cto de sérios estudos por parte doillustre Dr. F. Ochorowicz, de Varso-via, amigo do Dr. Ricbet, com quemestudou era Paris o hypnotismo e asuggestão mental.

O Dr. Ochorowicz publicou um li-rro—Da sugestão mental, prefacia-do pelo dito Dr. Ricbet. C mio electri-cista oecupou-se por algum tempo dotelephouo, eo seu apparelho denorai-do termomicropliono fez a admiraçãodo publico e dos especialistas. Pro-fessa o positivismo, e é grande in-vestigador dos segredos da natureza.

Convencido, depois das experiências,da verdade dos phenornenos médium- |niraiços, confessa ter feito indubita-vel progresso entrando no conheci-mento desta nova verdade, e pensandono tempo immenso que perdeu antesque se resolvesse a estudar e maisainda no sorriso irônico com que liaas investigações do sábio Crookes,bate nos peitos e exclama: Pater, ptc-cavi |

Ao cuidado do seu intimo amigo oinsigne pintor Enrico Siemiradzki,em casa de quem foram feitas as ex-periencias, ponde a «Lux» de Agostopublicar o resumo das actas, tra-duzido do polaco, e nós vamos ain-da unais resumir a serie alli raencio-nada dos importantes phenornenoscomprovados.

As experiências duraram três diascom assistência de ura pequeno nu-eleo de pessoas dignas de toda a;estimae assaz conhecidas na sociedaderomana.

Deu-se. umas quinze vezes, o le-vantamento da mesinha um palmo emais no ar, algumas vezes mesmo emplena luz.

Poderám-se obter quatro photogra-phias instantâneas á luz do magne-sium ; em uma dellas viara-se os Drs.Lombroso e Richet segurando Eusa-pia pelas mãos e joelhos, e a mesinhalevantada projectando a sombra do pésobre o soalho.

Foi arrebatada a cadeira em queassentava-se o Dr. Ochorowicz, e col-locada sobre a mesa.

Um harmonium que estava sobreuma mesa grande, passando pela.-,mãos dos assistentes, escorregou pe-los joelhos de Eusapia e cáhi.u comrumor ao chão.

A mesinha, uma mesa e um grandepiano fizeram diversas digressões pelasala.

Ouviram-se sons tirados ao mesmotempo da rebecca e do rabecão, comopor mão inexperiente.

Em uma bacia com argila de escul-ptor, appareceu uma profunda escava-ção, e cheia esta de gesso, foi mode-lada uma só mão com os dedos enru-gados e envolta em panno.

O pollegar dessa mão tinha umaforma toda especial e uma unhamuito comprida. Finalmente scen-telhas phosphorescentes percorriamo espaço em volta dos assistentes,sirailhautes a py ri Iam pos.

Alão com lâmpada—Debaixode.ste titulo publica a Sphinx, deBerlim, o seguinte :

Ha uns oitenta ou cem annos viviaperto da povoaçãp Somraorda na Tu-ringia (A liem unha), um proprietárioque preferia a taberna á egreja. Um

, ja, em Somraorda tendo se excedido. bebida, poz-se a caminho, mas

nunca mais appareceu. Provável-mente cahiu n'um pântano em cujascercanias vii-se desde aquelle tempocerta mão susteutando uma lanterna.Muitas mulheres dos povoados adj-i-contes viram o plnuiumeno, e até sehabituaram a que a lâmpada as illu-

minasse, tanto que nas noites escurascontavam com ella.

Muiias foram as pessoas de creditoque viram a lanterna. Meu próprioavô a encontrou em uma noite escura,tendo-lhe parecido antes de aproxi-mar-se que era conduzida por umhomem.

Quando se avisinhou, saudou e viucom espanto uma simples mão segu-rando a lanterna. Então meu avô, quoera um destemido, bateu com a ben-gala em direcção á lâmpada, mas nomesmo instante rolou fortemente porterra, desmaiado. Ao erguer-se tevede gastar muito tempo antes queencontrasse o verdadeiro camiuho.

Outra vez ura bando de uns oitoou dez homens passaram umanoite alegremente de carro pela mes-ma estrada, quando appareceu tani-bem de chofre o pharol e os acotnpa-nhou até a porta da povoação. Deixavasempre as muitas pessoas que acom-panhava na porta da povoação, masnunca lá entrou. O pharol appareceudurante o tempo da vida de um ho-mem.

Desde cerca de dous annos não maisfoi visto.

Le Spirüisme — Este periódicoquinzeual, que ja ha onze annos sus-tenta a propaganda e que se publicaem Paris, acaba de mudar de redac-ção, continuando entretanto a mesmaobra. O Sr. Gabriel Delanue, queteve esta tarefa por muitos annos, atransferio aos Srs. Arthur d'Angle-mont e A. Latirent de Faget, incun-bindo se aquelle da parte philosophi-ca e scientifica e este da parte spiri-ta e literária.

Novo Centro Spiri Ia.—A 19de Nobembro foi installada na ci-dade de Montes Claros, Estado deMinas Geraes, a «União Spirita MonteGlarense.» Componrlo-se a sua directo-ria rle pessoas illustradas e contandojá era seu seio as mais conspicuas dalocalidade, é de crer que seja um focode luz que resplandecerá por todasas suas cercanias. São estes os nossossinceros votos.

aceitara de pciisnmcnlo.—Noticia «Le Messager,» de Liége, umnovo leitor de pensamentos, entre osmuitos que tem apparecido;

Chama-se Ninoff, e executa com osolhos tapados todos os movimentos eordens que lhe são transmittidos pelapessoa que lhe serve de médium,qualquer que srja. O pensamentodesta pessoa se transmitte immediata-mente a elle e imprime se em seu ce-rebro como era um apparelho telegra-phico. Chamam-no porisso Telegra-pho humano.

General Serrano -O que abai-xo se vae ler foi publicado pelo nossocollega Moniteur Spirite :

A viuva do general Serrano acabade publicar um volume, no qual, entreoutras revelações históricas de gran-de interesse, se encontra, sob o titulode Factos verídicos, o seguinte caso :

Depois de doze inez".s de grandessoffrimentos, o fim do general se apro-ximava rapidamente. Prevendo estedesfecho, seu sobrinho, o general Lo-pez Domingnez, pediu ao rei AffonsoXII uma audiência, com o fim de so-licitar em favor de sou tio a permissãode poder ser enterrado em uma egre-ja, privilegio este não negado a ou-tros generaes. Serrano como é sabido,representou um importante papel narevolução de sou paiz e regeu a Hes-punha. Affonso \Il não acceden aopedido que lhe foi feito. Estava emestação era suai possessões do Pardo,e no intento dr; qu ¦ sua presença emMadrid não tirasse o lu/.imento ás

7ItHFCmiI%l»Olt — iftfM — Janeiro 4

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honras militares tributadas em seuenterro ao general, resolveu prolon-gar sua permanência na dita possessãopor alguns dias.

Entretanto os soffrimentos do gene-ral augmentavam de dia a dia. Umamanhã, meu esposo, que estava comoatrophiado pelos effeitos da morphina,o que não podia fazer o menor movi-mento sem auxilio de outra pessoa, le-vantou-se subitamente com uma forçasobrehumaua e com voz rouca e sono-ra gritou no silencio da noite: «De-pressa uni oííicial monte a cavalloe corra ao Pardo. FI rei morreu.»

Pronunciadas estas palavras dei-xou-se cahir extenuado em seu leito.Acreditando que elle delirava, admi-nistramos-lhe um calmante. Adorme-ceu, mas poucos minutos depois le-vantou-se de novo, e com voz débil,quasi sepulchral, disse: «Meu uni-forme e minha espada; El rei morreu».Foram estas suas derradeiras palavras.Rtcebeu os últimos sacramentos e abençam do Papa e expirou. El rei,com effeito, tinha morrido.

Foi o Rei mesmo quem appareceu aSerrano? O Pardo fica a grande dis-tancia de Madrid ; a villa inteira es-tava entregue aosomno; meu mari-do somente conhecia esta morte ;como adquiriu este conhecimento ?Eis um caso a propósito para medita-ção daquelles que creera no Spiri-tismo.

D em car tec»; mediam -listava-se no século 17 e do ninava o theolo-gismocmn a sua férrea intransigência,quando no inundo dos philosophosappareceu Descartes. Reconhecendo ainanidade de todas as theorias, a er-ronia dos conhecimentos em voga, osfalsos metho/los | a;a acquisição daverdade, resolveu abandonar Paris,onde encontrava muitas distrações,para entregar se inteiramente à me-ditação. Começou por e.-tabelec^rcomo principio philosophico a duvida,antes que novos methodos surgissem

* FOLHETIM :)õ

LÁZARO —O LEPROSOItOMANCI? S MUITA

poa

• xxx ySalve santíssima lei, sublime emanação '

do amor infinito ! Salve - três vezes salve.Como vão distanciados do caminho da

verdade os que ensinam em nomo do di-vin> Jesus: que o fraco, que cabe na e.s-trada, é sepultado nos abysmos da terra,para nunca mais, nunca man! volver áluz e á vida !

Quantos, meu Deus, quantos de teusfilhos tem fugido ao divino aprisco, porcausa de similhante doutrina, falsamenteattribuidti a teu Sacrosanto Filho, pelaqual tu és apresentado tis tuas ovelhas,não como o pastor amante que, com pe-rigo de vida, vae aos alcantis e cerrados, ]procurar a desga rada ; mas como o lobo ;cerval, que mata e despedaça a pobre- \si ilha que se afastou do rebanho, (pie de- |sertou do aprisco, pata se açoitar nis te-nebrosas brenhas i

Que importa que tenhas dito, por E/e- •qviiel: «Eu não quero a mo te do ímpio...?

Os que se dizem teus ministros, dizem ipor si: « morte eterna ao que acabar, na !vida, em peccado .»

Tu, quo és ti fonte Io amor, apresentado ao mundo como o svmbolo da cólerae a vingança I

Tudo, porém, passa do que é humano,não permanecendo firmes, deante da con-stanto variação, sinão tuas leis eternas eimmutáveis í

Felizmente, Pae, já desponta no bori-zonte a estrella bemdita, que vem espau-car as trevas, em que tem revolutetulo as jpjbres e.reaturas deste planeta, que silo 'todas filhas de tvu puríssimo amor!

para alcançar-se a realidade das cou-sas.

Foi tão profícuo o alvitre da medi-tação, que elle se tornou o fundadorda escola cartesiana, e o autor domuitas obras celebres, que de todoem todo transformaram a faca dosconhecimentos humanos. Bem cedo,aos 24 annos, apesar de seu scepti-cismo apparente, cabia muitas vezesem êxtase; em um delles ouviu o rui-do como de uma explosão e viu scen-telhas luminosas brilharem por todoo quarto, então uma voz, que ellesuppoz do céu, chegou-lhe aos ouvi-dos, promettendo que lhe ensinaria overdadeiro caminho da scieneia. Sejacomo fôr, o que é exacto é que o ver-dadeiro caminho da scieneia data deDescartes. Como todos os grandes des-cobridores, não esteve isento o philosopho das perseguições : um theolo-go de Utrecht, aceusando-o de atheis-mo, quasi conseguiu que seus livrosfossem na praça publica queimadospela mão do carrasco. Si entretantoistonãose deu, muitos foram postos noIndex. O exemplo de Descartes é maisuma vez a prova de que a meditaçãopódeser a origem das mediuinnidades.Renictam sobre isto os que nos lerem.

Lüflftuviofii corado*— Por maisque riam os incrédulos, ou que esçár-neçam os pseudo-scientistas do século,a verdade é que, a passos de gigante,marcha e se diffiinde o conhecimentodos Unidos humanos e extralnnnanos.Até mesmo já chegam alguns repre-sentantes da sçiènçia officinl a apro-veitarem-.-e dclle para etfeitos

j práticos. A - -s i 111 o que, ha jâ" algumtempo, na Caridade em Paris, o Dr.Luys, medico effectivo deste hospitale universalmente conhecido, te.n-.sevalido de certos sensitivos videntespara chegar ao diagnostico de algu-mas enfermidades nervosas pela cordos dilúvios emanados di s dentes.

Ve se, pois, que bem razão temostido em nossa teimosia de chamar omundo seientiíico oííicial para a in-vestigacão dos factos desta natureza.

felizmente, já vão os pobres cegos ven-do: que a tua justiça, longe de ser viu-gança, é pura e exceísa misericordi i, quotua má > santíssima não fere. um tillio teu,o mais relapso, sinão para curai o, pai tilivrai o de"si mesmo, pira erguel-o deSU! f riqueza !

Todo o (pie delinque contra tuas leis, 6punido, mas a punição é meio de rrgeue-ração, é misericórdia e amor do i'ae, quoquer fazer do iillio perdido, um liiliodigno de suas graças !

li todos, por esta sublime lei da evo-luçãO progressiva dos espíritos, subirão,a trove'/, dos séculos, na eternidade, até titua santíssima casa, e sentar-uvão, lim-pos de toda a culpa, á mesa farta de tuasacratissima caridade !

Salvação universal, em vez de morteeterna,

"eis a bandeira que vae guiar asnossas gerações, que não são sinão asmesmas gerações passadas, á conquista daterra promettida, da nova Siào, on !e osque melhor te comprehendcram, o sou-beram afféiçoar sua liberdade ás tuas su-blimes leis, á tua vista, cantando hymnosde gloria em tua honra, vêm receber osretardatarios, que só á tua justiça miae-ricordiosti devem a felicidade, que nãotem Si mi Io neste bemdito planeta, ondepbintaste a arvore da dò •, que é o divinodepurativo de todas as mazellas humanas I

csilve sacratissima lei, sublime emana-cão do amor inlinito, que faz da pena, docastigo, da dor, o remédio especifico daculpa, e di ao culpado o tempo na ftterni-dade pira remir o mal que tenh i prati-esdo t

() pob r. caipira, com quem nos oceu-pamos, nâo tinha SÍqucr lobrigado a claraluz di nova estrella, que vem annunciaraos homens e nascimento do novo Messias;mas tão bom uso havia feito de sua liber-dade, no estreito circulo que lhe foi tra-çádo, nesta rida, que seu coração, guiadopela simples advertência de um sonho,adivinhou a lei das vidas suce ssjyas ereparadoras, é còmprelierideu: qüt ò malque lhe cabia em casa, como ura raio, erao remédio que Deus lhe dava para cural-odo mal que fizera a um seu irmão.

I'] desde que assim comprehendeu, cur-vou a cabeça, e louvando a Deus em seu

iM«F--l ii I III I 111 III m ¦^^»r=3^-—

MtSCBLUKEA

O SPIRITlSfflO ANTE A SCIENCIAPOR

diuhriel Iftolumie

PARTE PRIMEIRA

III

Conseqüências das theorias prece-dentes

O capitulo precedente desenrolouás nossas vistas o panorama das ope-raçOes mysteriosas que se dão no seioda massa cerebral. Seguimos a func-

ção de cada um dos órgãos do cérebroe pudemos admittir, theoricamente,

que as cousas se passam assim comoensina M. Luys.

Mas, na realidade, os actos mui ti-

pios da vila não tem a simplicidadeinicial que supposemos. Um exemplouol-o fará comprehènder.

Quando assistimos a uma represen.tação theatral, os olhos e os ouvidossão affectados ao mesmo tempo, e snr-

ge um mundo de idéias determinadas

por milhares de sensações que chegaminstantaneamente ao cérebro. Si jun-tar se a estas duas causas as impres-soes produzidas pela decoração da si-

Ia, o calor, a representação dos acto

res, a musica, etc, chegar-se-a a um

total enorme de acções sensitivas per-cebidas pelo cérebro.

Como todas essas vibrações tão di-versas chegam a se harmotiisar?

Como os movimentos vibratórios secombinam para produzir no especta-

coração, deixou calarem dos lábios as pi-lavras traneriptas no final do passado et-pitulo.« Beati illi, qui non vidoruut, et credi-deruut » bem-iventúradós aquelles que,pela pureza de seu coraçã > e pe a fé desua alma, aspiram a verdade indepeh-dente de qual ucr prova.

Bemaventurad i .Manoel di Silva, queacabava de dar a mais completa satisfa-ção ao compromisso quo tomara corri oSenhor, quando lhe foi concedida estaexistência, como meio de reparar ás culpasdo passado.

Si os olhos humanos podc-smi pe.net a-as nuvens que envolvem o mundo dos e--pintos, que grandezas não se descorlina riam á vista !

Km torno de Manoel da Silva, liumi-lliado deante da mais dura provação, quelhe poderá vir, legiões de bons espíritos,amigos de todas as suas existenciaã, ex-pandiam-se em alegrias iriéffaveis, e er-guiam ao Sacratissimo Solio do Pae .leamor, cânticos de louvor e de reconheci-mento, que diziam : Gloria a Deus nasalturas, e paz na terra aos homens de boavontade.

Dentre todos aquelles bemaventurado.i,para quem as agonias desta vida já nãosão sinão doces recordações, erguia-se,jubiloso, um espirito e ivolto em claraluz.

lira o anjo da guarda do ieliz Manoelda Silva, que tantas lagrimas verL,craquando > vira descambar nos abysmos dapassada existência, e que naquelle mo-mento, resplendendo celestes alegrias,punha, com invisível mão, sobre a cabeçade seu guardado a coroa dos vencedonem logar da que retirara : a dos condem-nados.

Tudo eram festas em volta das pungen-tes tristezas que denegriam o quadro pa-tente, ás vistas dos homens 1

Como vivemos illudidos nesta vida ma-| terial 1j A's tristezas que enluctam o lar, si são

receb das com resignação, correspondem,! no espaço, sonoros cantos, que exprimem| as alegrias dos justos, e que sobem, como

puro incenso, hoj pés do Supremo Crca-d o-.

dor o sentimento de prazer ou des-gosto que resulta? Em vão se nosmostrará que cada um dos sentidostem um logar reservado na crosta ce-rebral, que as excitações exterioresahi correspondem encaminham-se di-reclamente para as partes que lhessão affectas, não podemos compreheu-der como os abalos d'estes differentesterritório* de cellulas vão procuraruns aos outros, fundirem se entre si,

para produzir uma idéia.Para chegar a apanhar o que tem

logar, seria preciso suppôr que as cel-lulas nervosas são capazes de sentir,e ainda não seria fácil figurar qualseria a resultante das sensações decada uma d'ellas.

Si admittirmos ao contrario a exis-tencia da alma, então tudo torna-secomprehensivel. Temos um centroonde se reunem todas as sensações e

portanto todas as idéias a comparar.E1 elle que armazenando as múltiplasinpressões que recebe as analysa, as

pesa, compara ás que possuía ante-dormente, e o resultado de todas essasoperações é o julgamento.

M Luys pretende qne não é necessa-rio recorrer á intervenção da alma

para explicar todos os actos do espi-rito, qokí se pode acceitar por meiodas três propriedades fun bsinentaesseguintes que elle attribue ao syste-ii.a nervoso :

I- A sensib lidad-\2" A phosphorescencia orgânica.•i- O automatistno.São estas propriedades geraes qne

M. Luys estuda na segunda parte doseu trabalho. Desde qne as conheceu

A's alegrias, produzidas pela satisfaçãodos instinetos amaines, correspondem, nomundo espiritual e nas fileijraa dos bpnsjtristezas quaes smtimos quando assis-timos a mina de um ente. que anuímos.

Aqui o jiii/.o (irmfdo em appáre.ncias^que nos indtiz a te' por bem o que é mal,e por mal o que ú bom.

I.á o juizo fumado no critério absolutoda verdade, no conhecimento dos doustermos da comparação entra o bem eomal relativos, e o bem e o mal absolutos",de que só conhecemos o relativo;

A submissão nü decreto de Deus nãoveda, porém, que se. sinta a dor ; e poisManoel da Silva chorava, co no creanen, aperda da sua Kulalia, cuja falta deixavaem casa um vaeuo tanto mais fundo,quanto era ti moça o centro do movimentoda família que nada resolvia sem lheouvir a opinião.

Para onde iria? pensava o pobrehomem.

E com quem sabiiia ?Vae ser desgraçada com certeza, e eu

é que fui causa de sua perdição !Agora, nem Lázaro, nem Paulo. Agora,

talvez um bigorrilliã seja o « tertius gau-det .»

Todo embrliido nestes pensamentos, Ma-noel da Silva esqueceu se completamentede Paulo, que fora fulminado pelo fatalacontecimento.

Amava perdidamente a Kulalia, amava-a tanto que, ainda deante da franca de-claraçãp que lhe ella foz, não desistiu daresolução de tela por mulher.

Por isco mesmo, e porque sua alma nãoera de dobrar-se ás eontrariedades, todoáquelle amor se converteu em ódio, eminsano desejo de vingança.

Com taes sentimentos dirigiu-se a Ma-noel da Silva, para perguntar-lhe: o queia fazer.

Eu..', eu... o que. hei de eu fazer?Procurar a miserável que lhe deshonra

as barbas, e infligir-lhe o ca-tigo, quemerecem as mulheres que esquecem o quedevem a si mesmas.Ora, meu amigo, si minha filha é

uma mulher perdida, como o Sr. diz, dêgraçis a Deus por estar livro, delia.

(Continua.-)

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REFORMADOR — 1§®4 — Janeiro 1 ¦*

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e definiu, aborda o estudo das di-versas combinações a (pie se pres-tam, e quer estabelecer que todas asoperações do espirito não são mais doque sensações transformadas por meiode acções reflexas múltiplas.

Si o é para o cérebro como para oscentros da medulla, com a differençaque os processos são mais complica-dos, não somos no ponto de vista phy-siologico, sinão autômatos cujasexcitações exteriores fazem mover asmollas, quer directameute suscitandoreacçõoa immediatas, quer indirecta-mente depois de uma travessia maisou menos longa nos centros nervosos.

Taes são as opiniões de um certonumero de sábios que representam naépoca a eschola positivista.

E' fácil provar que sua philosophianão é sinão a forma ssientifica dastheorias de Hume, e que não ganha-ram em valor passando para este novoterreno.

Apezar das declarações e do tom dou-toral que affectara, não podem se nosimpor ; assim, em relação á vontade,M. Luys escreve o seguinte,; «As con-troversias dos philosophos e metha-physicos se dão de longa data paranão chegarem sinão a uma cousa: ex-primir em phraseologia sonora suaignorância mais ou menos absolutadas condições da vida psychica».

Não sabemos até que ponto estaspalavras são fundadas, mas o quevamos demonstrar é que o sábio pro-*—-ísssor não faz sinão hypotheses mui-to contestáveis para explicar os phe-nomenos do espirito, e para um posi-tivista, por um homem que o tomade tão alto com a philosophia, seriaprudente não se expor a ser desraen-tido pelos factos.

DA SENSIBILIDADE DOS ELEMENTOSNERVOSOS

Todo o argumento de M. Luysassenta sobre um equivoco de pala-vras; para elle, a sensibilidade, istoé, a faculdade de sentir, pertence ácellula nervosa; é um facto que elleenuncia sem, alem, disso, dar a menorprova; define-a assim: «A sensibili-dade é esta propriedade fundamentalque caracterisa a vida das cellulas;e graças a ella que as cellulas vivasentram em confiicto com o meio queas cerca, que reagem motupróprio emvirtude de suas affinidades intimaspostas em acção, e testemunham ap-petencia para as ilicitações que a?lisonjeiam a repulsa para as que ascontrariam. A attracção para ascousas que são agradáveis, a repulsapara as desagradáveis são pois, oscorrolarios indispensáveis de toda or-ganisação apta a viver, e a manifes-tação apparente de toda a sensibili-dade».

E' admitindo que as cellulas sãocapazes de experimentar attracção erepulsão, isto 6, suppomlo as dotadasda faculdade de discernir, que M.Luys mostra que, á. medida que sesobe na escala dos seres, esta proprie-dade sa especialisa em certas cellulas

LüiMUlLJA U..UB"

semente ; elle faz ver o desenvolvimento da sensibilidade caminhandoa par com a exteusão crescente dosystema nervoso para chegar nohomem aoseio máximo poder.

Raciocinar assim não é difíicil enãoexige grandes tratos de imaginação,desde que se suppõo demonstrada aquestão em litígio. Admittir que acellula escolhe entre os diversos ele-mentoa com os quaes so ucha em re-lação, é tão racional como suppôrque era uma combinação clinica ooxigênio escolhe o corpo com o qualie liga.

Mas, dir-se-ha, as cellulas sãovivas, ellas tem um gráo de capacida-de e de propriedade maior que oscorpos inorgânicos e podem, pois, nãoserem mbuiettidas ás leis que regemos corpos simples, e possuírem umrudi manto de consciência.

Eis o que responde Alaude Bernard,o illustre pkysiologista, nas suas:Lecens sur les tisitus vivants, pag. 63'

«Pois que não ha sinão os elemen-tos anatômicos que sejam vivos, sãoelles somente que poderam nos dar oscaracteres da vida. Ora cada tecidoapresenta propriedades diferentes, epoder-se-hia assim dizer que não hacaracter vital essencial. Entretantoos phyaiologistas ensaiaram determinar este caracter vital essencial nomeiodasivariações de propriedades dostecidos, e chamaram-no deirritabilidade, isto é, a aptidío de reagir phy-siologicamente contra a influenciadas circumstancias exteriores, comoindica a palavra om si. Esta proprie-dade não pertence nem ás matériasmiueraes nem ás matérias orgânicas ;ó o privilegio exclusivo da matériaorganisada e viva, isto é, dís elemen-tos anatômicos vivos que são por con-seqüência as únicas partes irritaveisdo organismo. Todos os seres vivossão, pois, irritaveis pelos elementoshistologicos que elles comprehendem,e perdem esta propriedade no momen-to da morte. A propriedade de serirritava distingue, portanto, a mate-ria organisada da que náo é, e demais,por entre as matérias organisadas,olla faz reconhecer a que é viva daque não é, em em uma palavra a irritabilidade carateriss a vida.

(Continua)

'mm m mmEXPOSTO DA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOS

SUAS BASES SCIENTIF1CAS E EXPERIMENTAEg

SUAS CONSEQÜÊNCIAS MOBAES

POB

laéon RtMiis

V

PARTE MORAL

O CAMINHO DIREITO

XLII. — A vida moralGravados em si, traz todo ser hu-

mano, no intimo da consciência odentro da razão, os rudiraentos dalei moral. E' neste mundo mesmo queesta lei recebe um começo de sane-ção. Qualquer acto bom acarretapara seu autor uma satisfação intima,uma espécie de dilatação, de desafogo

da alma ; pelo contrario, as raás acçõestrazem muitas vezes após si amargo-res e desgostos. Mas esta saneção, tãovariável .segundo os indivíduos, émuito vaga, muito insufficieiite, noponto de vista da justiça absoluta.Eis por que as religiões transferirampara a vida futura, para as pena» eas recompensas que ella nos reserva,a saticção capital de nossos actos. Ora,sendo, em falta de base positiva,postos taes dados em duvida pelomaior numero, embora tivessem ellesexercido uma séria influencia sobre aisociedades da edade media, já agoranão bastara mais para desviar o ho-mem dos caminhos da sensualidade.

Antes do drama do Golgotha, ha-via Jesus aonunciado aos homens umoutro consolador, o Espirito de Ver-dade, que devia restabelecer e com'pletar seu ensino. Este espirito deverdade veiu o fallou á terra; portoda a parte fez ouvir sua voz.

Dezoito «eculos depois da morte doChristo, havendo se derramado pelomundo a liberdade de palavra e depensamento, tendo a sciencia sondadoos céus, e oceorrendo o desenvolvi-mento da intelligeucia humana, ahora foi julgada favorável; em mui-tidáo vieram os espiritos ensinar aseus irmãos da terra a loi do progressoinfinito e réaliiar a promessa de Jesusalteando sua doutrina, commentandosuas parábolas.

O spiritismo dá-nos a chave doEvangelho, e explica seu sentidoobscuro ou oceulto. Mais ainda; traz-nos a moral superior, a moral defini-tiva, cuja grandeza e belleza revêIam a origem suprahumana.

Para que a verdade se espalhe aomesmo tempo por todos os povos, oninguém a possa desuaturar, des-truir, não é mais um homem, n&oó mais um grupo de apóstoloso_ encarregado de a fazer conhe-cida pela humanidade. As vozes dosespiritos ploclamam-n'a sobre todosos pontos do inundo civilisado, e,graçaa a este caracter uni-versal, permanente, esta revelaçãodesafia todas as hostilidades, todas* asinquisições. Podem destruir o ensinode um homem, falsificar, aniquilarsuas obrrs, mas quem pude attingire repillir os habitantes do espaço?Elles podem frustar toda a molevo-lencia, e levar a preciosa semente atéas mais escusas regiões. Dahi a po-tencia, a rapidez de extensão do spi-ritismo, sua superioridade sobre todosás doutrinas que o precederam e queprepararam sua vinda.

Assim pois a moral spirita edifica-se sobre os testemunhos de milhões dealmas, que em todos os logares, vem,pela interferência dos médiuns, des-crevera vida de além) túmulo, pintarsuas próprias sensações, suas ale-grias, suas dores.

A moral independente, áquella qu«os materialistas tentaram edificar,vacilla por todos os ventos em faltade base solida. A moral das religiões,«omo movei, inspirar-se sobretudo noterror, no medo dos castigos infer-naes; sentimento falso que só nospodo rebaixar, e deprimir. A philoso-phia dos espiritos vem offerecer 4 hu-manidade uma saneção moral poroutro modo elevada, um ideal de outrasorte nobre e generoso: não ha maisBupplicios eternos, mas a justa con-seqüência dos actos recahe sobre seuautor.

O Espirito se encontra, em todos oslogares qual elle mesmo se fez. Siviola a ^ei moral, elle ennoita suaconsciência e suas faculdades, materialisa-se, agrilhoa-se com suas proprias mãos. Mas praticando a lei dohera, dominando as paixões brutaes,torna-se leve e vae-se aproximandodos mundos felizes.

l-U—i-m»

Sob estas luzes, a lei moral impõe-secomo ^ uma obrigação a todos que nãodescuidam de seus destinos. D'aqui selevanta a necessidade de uma hygiensda alma, que se applique a todos nos-sos actos, e mantenha nossas força3espirituaes em estado de equilíbrio* eharmonia. Si se faz mester submet-termos o corpo, este invólucro mortal,este instrumento morredouro, ás pres-peões cri-da lei physica que o man-tem elhe segura a funeção, urge-nosinstantemente vigiarmo*s no aper-feiçoamento d'esta alma que ó nossoimperecivel eu, e de cujo estado sesegue nossa sorte futura. Elementosd'esta hygiene da alma, temo-los nospiritismo.

O conhecimento do porque da exis-tencia é de conseqüências incalcula-veis para melhoria e elevação dohomem. _ Quem sabe aonde vae, pisafirme e imprime a seus actos um im-pulso vigoroso para o ideal concebido.

As doutrinas do nada escurentama vida e levam logicamente ao sen-sualismo e á desordem. As religiões,por isso que da existência fazem obrade salvação pessoal, muito problema-tica, consideram-na num ponto de vis-ta egoistico e estreitíssimo.

Com a philosophia dos Espiritosmuda-se este ponto de vista, alarga-se a perspectiva. O que nos cumpreprocurar, não é de toda a felicidadeterrestre—neste mundo a felicidadenão passa de ser uma chitnera—masantes melhoria continua, e o meio derealisarmos é a observação da leimoral sob todas as suas formas.

Com este ideal, uma sociedade in-districtivel; ella contrasta todos osvaovens, todos os suecessos. Avigo-ra-se nos infortúnios, no seio daadversidade deparam-se-lhe meios dese elevar acima de si mesma. Si a pri-vam do ideal, si os sensualistasamodorram-na com seus sophismas,uma sociedade irreparavelmente see enfraquece; com a viralidade perdaa fé no progresso e na justiça ; paralogo é corpo sem alma e fatalmentevôm acalcal-a seus inimigos.

Ditoso quem nesta vida cheia deobscuridade e trapaças, caminha co-rajosamente a um scopo elevado, seo-po que elle divisa, conhece e de que*está certo. Ditoso o que está inspiradoem suas boas obras e sente impeli idopor um sopro do ai to--Os prazeres são-lhe semsabores; as tentações da carne,as miragens enganosas da fortuna nãoo tonteia. Viajor em marcha, só mi.rao seu alvo e só mira e para elle selança I

(Continua)

Sfciuriottdo $pirHi«mo

«Nascer, morrer, e renascerainda :«progredir sempre—tal éa lei. » Allan Kardec.

No intuito de facilitar aos investi-gadores da verdade, que defendem a li-herdade de consciência, occasião paratomarem parte nos estudos iniciaes dasciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerânciaserão adraittidas nas reuniões de es-tudos theoricos e práticos, que terãologar todos os]dias, ás 7 horas da noiteá rua da Alfândega n. 342, 2* andar

Rio I de Janeiro de 1891.Segunda—-Sociedade Antônio de PaduaTerça. -União Spirita do Brazil.Quarta—Circulo Paz o Concórdia.Quinta—Sociedade Antônio de PaduaSexta—Federação Spirita Brazileira.Sabbado-Sociedade Fraternidade.Domingo—Circulo Conciliação.

Typographia do reformada

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ASSIGNÀTURA ANNUAL

Brazil 58000

PAGAMENTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 É 16 DECADA MEZ

B»i:i&IOI>IC O i:%OM< lo\BVIV

êMíê Bi FSMMilli fflllfá I8MH1HM

ASSIGNÀTURA ANNUAL

68000PAGAMENTO ADIANTADO

Estrangeiro

PUBLICASE NOS DIAS K E 15 DECADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfândega n. 342.

Ann» XII

ELYPHIHKiVIT

«fio agentes desta TolhaAmazonas-O Sr. Bernardo Rodri-

gues.de Almeida, em Manaus.para'-0 Sr. José Maria da Silva

Bastos, em Belém, rua da Gloria n.42.Rio Grande do íSíohte-0 Sr. For-

tunato Rufino Aranha, fid Natal.Pernambuco—O Sr. Arrunso Duar-

te, no Recife, rua 15 de Novembro,n. 65.

Bahia _ O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cacboeira;'

Rio de Janeiro—O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario ti. 42 A.

S. Paulo—O Sr. Autonio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital,

'ruada Independência n. 6.

O Sr. Beuedicto José de Souza Ju-mor—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso—O Sr. Capitão Joà-quim Antônio de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio Grandi? do Sul —O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

As assignaturas deste periódico co-meçam em qualquer dia e terminam«empre a 31 do Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSALVerdade eLnz-Or^o do Espiritualismo scien-•unco, publicação quinzenal; Üireotóf ròspórisavol-•\ulonio Gonyiflves da Silva Háíuirn, .S. Paulo-VÍrua da Indepeudcricia: A.ssígriutüí-a annuaí 2#OÓo'AU,:— Orgno do Centro Spiritu de Ooiitybn

publicação quinzenal;. Chefe da redncçüo AlfredoC. M.ml.u/. ÜoriCyba-5l-Ruu If, ,|e' Novembro.O P/iaro/_Orguo do Centro Spirita ,|e ]>in.u_"agu_, iiublionçiio quinzeual. Paranaguá: Distei-u.l'içti,o gratuita.„ iiuoma.o-Órgão do Centro Spirita Rio-Gran-"°o»e, publicação quinzenal. Propriedade de

^oniingos Tòsçnno Barbosa, liio Ciando do Sul1./.J rua Pediu II, Assignalurii triniensal tSÓÕO^a/ty/c/lísmo-Revista .Spirita portugueza, m(.blicBçiio mensal. Lisboa, -Jõ rua Augusta >or

121 réis; por serie de 12 nu-serie de (1 númerosmeros 240 róis

La Remie Spiritc — Journal d'eludcs nsvònoin-g.ques et sp.r,.ualisme experimental , Í!1 rue.de 0 liabana.s. Prix |'_ frilIlc. par ánU bpirihsme Journft, --,-,_

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bnel nelanne. Paris, 2_ rue Labr^èr^x^La Chairie Muunétiaue i\ ,

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Annales des Scifin-es Psychlqaes Paris, 108 Boude levardS aint Cermain,

Berorüia. rolorma !

Eis o g-rito, spiritas, que, a consci-encia, percutida pelo.s no.ssos amigosdo espaço, está incessantemente a nosbradar : cumpre qne 1103 reformemos.

Cumpre que dispamos as roupa-gens p-aslas e enxovalhadas de nossaspaixões e de nossos erros, para revés-tirmos as vestes cândidas do homemnovo, dn homem transfigurado pelareforma.

N&o basta que tenhamos encerradaem nossos lubios, como era um car-cere infranqueavel, a doce palavra —caridade ; não hasta mesmo que jo-gmetncs á direita e á esquerda o sufTicTente para saciar a fome ou para cobrira nudez de nossos irmão.? em humani-dade; não basta que aliviemos asdores dos enfermos, 011 qne tenhamosconsolações para os desgraçados.

jE' preciso mais, muito mais ainda.* Q'dSíidõ"a caiMdade está nos lábios,'siella não tem raizes no coração, é umaplanta fatiada e morta ; quando a be-neficeucia é feita sem que nossos po-deres moraes se encham de um g-ozo(ispecial, de uma- satisfação que senão define, a beneficência também étim acto morto.

Hrque, spiritas, o que dá vida ápabiyra ou aos netos ó o sentimeii-to ; este é qne é n alma daqüelles : apalavra e o acto tanto podem ser o ca-da ver destina-lo á involução, como oente vivo que se Hes ti na a evolyer.Pedi ao vosso cérebro -somente quevos dite expressões capazes de ^ecca-rem as lagrimas do um infeliz, e

jamais cou.;eg'uireis o vosso intento,emquanto tiverdes cerradas as portasdo sentimento I

Cumpre, portanto, que tratemos de

polir esta chave com que se abre avida a palavra e o acto.

Fazer isto é rever-se quotidiana*mente no luminoso espulhe da consci-encia, que. com escropulosa íideli-d ide, reproduz manchas e l.v unas dfnossa tilma.

Mas, si é verdade que se nio re-inovem montanhas com simples ala-yanças, menos exacto não ó que nos

precisamos de apparelhar para tentaro emprehendimento da reforma pro-p ria.

10 qual será este apparelho que de-vemos empunhar primeiro, para que,com êxito, cultivemos, nos jardins denossa alma, as plantai perfumosas da

prudência, da simplicidade, da abne-g-aç.ão, da humildade, do perdão, dacaridade, do amor emfim ?

Ha, spiritas, para os que cultivamo Christianismo esotérico, uma liçãoque é o segredo de sua força, que é acouraça cora que se tornam invulne-raveis ao império das paixões, aosataques da lera que todos tem em si.Consiste a lição em educar a vontade,esta raysteriosa potência com que nossenhoreamos de nós mesmos, e nos se-nhoreamos também da natureza toda.

Compreheudereis, porem, que senão trata de lição de uma hora, masde lição que .so prolongará por dias edias.

Quando aos poucos fôr o ser consci-ente apoderando se do domínio dacasa que lhe ó habitação, quandonella dominar como senhor, até mes-mo do ser impulsivo que preside ávida vegetativa, q.uando, por exem-pio, puder dizer ao coração — pára !011 a qualquer viscera — cessa deagirl, terá então completado a edn-cação de sua vontade.

Antes, porém, de attingir a esseapuro, já elle poderá simnliaheá'.mento ir cultivando com frneto assementes das virtudes; então estassementes, porque já não encontramterreno pedregoso, vigorarão e reprò-duxir-se ão.

Mas, assim como cada planta temseu tempo di; seraeadura o. de colbeia,não é simultaneamente que um espi-rito se exorna de todas as virtudes :nâo podo,- co n offeitn perdoar quemnão fôr humilde, ou abnegar quemnão fôr simples. Aprendamos, spi-ritas, por nós mesmos a methodisar otrabalho de nossa reforma, porque sóassim daremos prova de que nos que-reinos iniciar no cultivo de nossa vou-tade.

Então ão mai-; nos dirão os vi-venies do espaço qne ainda não vi-rimos a folha do a. b, c ; então é queteremos foiçis para descenon- a cr-tina que aii.da oceulta o mundo novo.

O a é essa a nossa principal missão ;não se. nos aceuse, spiritas, de termosa ella fali ido.

AWefonna, portanto, èt refortftiH

-SvicriorisAÇílo da sosi^SImIí-(Ia de

Quem hoje quisesse seria mente f.il-lar em feitiçaria ou quèbrauto teria

UKliVUKSS.tltOH — t«»4 — Janeiro fl&—x__tr

;.-

.".;¦¦¦..

!:,

I&K

de supportar os sarcasmos, não já so-mente dos homens de sciencia, comotambém de todos os outros, que tini-bram era entregar cegamente áquel-lesa própria razão e as aílirmações daconsciência.

Julgando que os estudos actuaes jápor assim dizer deram a ultima pa-lavra, os sciantistas modernos, irai-tando os de todos os tempos, atiram aexcomunhão e o anathema sobre tudoo que se expande além do circulo desuas idéas, sobre tudo o que não temo placet acadêmico.

Olhando do alto de sua pretençãopara o resultado dos trabalhos quenão têm o assentimeixto official, jul-gam poder abafal-os por ura calou-lado desprezo, ou afogal-os em ummar de ridiculo.

Entretanto os trabalhadores sérios,

pondo de lado anathema, desprezo, ob-

jurgatoria, ridículo, continuam cal-mos e imperterritos em seu afan, las-tintando apenas que as academias,restringindo os horizontes da sciencia,afferrem-se á teimosia de conserva-retn-se na penumbra.

E1 realmente conservar-se na pe-numbra não ter tido jamais a gloriade uma descoberta, não ter em tempoalgum galgado um degrau do pro-gresso. Effectivamente, quando ascorporações sabias permittem que seaggremie ao patrimônio da scienciaqualquer facto, qualquer lei nova, éque não lhes é mais possivel resistirao que já se acha no domínio de todos.Assim sticcedeu com a circulação dosangue, com o vapor, com o telo-phono, com o braidismo, com o in-vento de Jenuer, e ainda está hojesuccedeudo com a lei Hahuemau-niana, e com as descobertas do Spi-ritismo.

Na historia do desenvolvimento doespirito humano ha uma coinciden-cia notável, que tem sempre derro-tado' a perspicácia dos pensadores :são precisamente as corporações scien-tificas e as instituições religiosas que,apparentando embora um antagonis-mo irreal, dão-se entretanto as mãospara pearem os vôos accelerados doprogresso. Dir-.se-ia que as academiase as religiões foram inventadas paraque o homem, em ve/, de desenvolver-se com as azas do espirito, marchasseapenas com os pa>-sos rotineiros deseus pés orgânicos.

Riam-se, portanto, embora as cor-porações sabias ou irritem-se as reli-giosa's, a verdade ó que a feitiçaria eactos correlatos, que empiricamentedominaram até o século XVI, resur-gem hoje com os paramentos com quelhe reveste a technica scientifica : ócom effeito nos laboratórios que se osvae encontrar, e não mais naquellasescusas e tnysteriosas cavernas, ori-gem de tantos terrores.

Ora taes praticas são fundamental-mente perigosas, quando ao serviço deuma vontade má; é aqui que devemoslastimar que se houvessem divorciadodo progresso a sciencia e a religião,porquanto, si assim não fora, era ocaso de trabalharem ambas de mãosdadas, aquella nas investigações delaboratório e esta na educação dasvontades.

Quem desde 1801 têm-se preoccu-pado com estudos desta natureza èsobretudo o emérito director da Es-cola Polytechnica de Paris, Coronelde Rochas.

Reproduzindo d.e mil modos as in-vestigações feitas, ciucoenta annosantes, pelo sábio chimico austríacoBarão de Reichenbach, verificou oSr. de Rochas que a mor parte dossensitivos vêm escapar-se do-; animaes,dos vegetaes, dos cristaes, dos iiriansuma emanação luminosa, a que con-servou o nome od, dado pelo primeiroinvestigador.

No homem- estes ellluvios sabemdos olhos, das narinas, das orelhas,

das extrenvidadas digitacs, emquantóo resto do corpo acha-ae simples-mente coberto por uma leve camadaluminosa. O od varia de luminosi-dade e de côr conforme a constituição,o temperamento, e o estado higidomi pathologico do indivíduo; e, cousanotável, o vidente percebe, quandose exteriorisa a sensibilidade de umsensitivo, a camada luminosa aban-douar ;i pelle e dirigir-se para pro-ximas camadas de ar, que percutidasou beliscadas dão a respectiva sen-sação ao paciente. Insistindo nas ma-nobras de exteriorisação, verificou oSr. de Rochas, até a distancia de ai-guns metros do paciente, uma seriede camadas sensíveis, muito delga-das, concentricas, separadas por zonasinsensíveis de õ a 6 centímetros deespessura, bem que a primeira tenhaapenas '2 a 3.

Procurando saber .-d o od se retie-ctia e refractava como as ondas lumi-nosas, sonoras, etc, verificou que oprisma o desviava segundo lei queainda não havia até então estabele-cido; verificou mais que os líquidosretém as ondas do od e o dissolvem.Assim dique collocando um copo cheio,d'aguaetn uma das camadas sensíveismais próximas do corpo, produz-se o

que elle chama uma sombra odica,isto é, as camadas seguintes desappa-recém por traz do copo era uma certaextensão. Mas a água nelle contidatorna-se então sensível, e emitte raes-mo, no fim de certo tempo (prova-vehneute quando está saturada),ellluvios sensíveis que se elevam desua superfície livre. Si se affasta ocopo, a água fica sensível até certadistancia, além da qual a sensibili-dade vae gradualmente se enfraque-cendo. Mesmo depois do transporte docopo para fora da camada ein queelle sa saturou de sensibilidade, o sen-sitivo percebe sempre no mesmo pon-to de seu corpo, isto é, no ponto maispróximo do logar em que se achavaprimeiramente o copo, todos os con-tactos que tenha o magnetisador com

i viscosa, a imagem de um sensitivoexteriorisado, ..chegaria a localisarexactamente as sensações transmitiu-das da imagem á pessoa. Foi o que seleu, notando, entretanto, o experi-mentador que o phenomeno se apre-sentava de um modo mais coupleto esatisfactorio, quando se carregava a

placa com a sensibilidade antes de sea levar ao apparelho photographico.A picada com um alfinete em um pon-to do retrato fez com que o sensitivo,

que tudo ignorava, desmaiasse, aceu-sando dôr no respectivo logar de seucorpo, onde se percebiam duas riscasvermelhas subeutanoas. Deve-se notar

que o experimentado!' feria o retra-to sem para elle olhar, de sorte quenão sabia precisamente o ponto atttn-

gido. Esta ultima circumstancia veminvalidar a hypotuese da su -gestão,

levantada por outros observadores,que julgaram poder apresentai-a emvista do facto,jáaliásltambem referido

pelo sr. de Rochas, de que, si é o pho-tographo ou outra, qualquer pessoaque não o magnetisador quem fere aimagem, o sensitivo nada percebe.

Todas estas experimentações foramreproduzidas varias vezes quer peloOr. Luys, que conseguiu exteriôrisara sensibilidade até 35 metros de dis-tancia, quer por outros investigado-res.

Vê-se, pois, que nos achamos em

pleno campo da sciencia í enganar-se-ia, portanto, quem se julgassetransferido ás edades medievas : nãose está fazendo mais do que illuininarcom os conhecimentos modernos o queempericameute praticavam os feiticei-ros de outrVra.

Si com este resumo, porque maisnão poderia dar um pequeno perio-dico quinzena 1, conseguirmos levarao animo dos capazes e competenteso desejo de proseguir entre nós a taesestudos, çiicher-nos-eraos de satisfacão por ver que cada qual soubecumprir o sou dever,

a água. J.ÍB SlVl'11Ferido pela analogia que apresenta

este phenomeno com as historias de

pessoas a que se dá morte á distanciapermitindo uma figura de cera modo-lada á sua imagem, procurou expe-ri mental* o Sr. de Rochas si ac:ra, como a agm, absorveria a seu-sibilidade, e verificou que ella pos-suia, em alto grau, tal propriedade,como também verificou que a possuemas substancins gordas, viscosas, avel-ludadas etc.

Sensibilisou uma. estatueta de cera,collocando-a, durante alguns instáu-tes, a uma pequena distancia do sen-sitivo, então este percebia em si as

picadas com que o Sr. de Rochas feria aestatueta; mas, si é verdade que as pi-cadas na cabeça da figura eram perce-bidas pelo sensitivo em um pontovago da parte superior do corpo, e asdos pés em um da inferior, é tambémexacto que a sensação não era preci-samente localisada. Isto, entretanto,foi conseguido em uma experimenta-cão por outro modo : durante o somu.jdo sensitivo o Sr. de Rochas cortou-lhena nuca uma raecha de cabellos e m

plantou a na cabeça da figura de ceia,então um outro observador levou parafóradas vistas de todos, o Sr.de Rochasdespertou o sensitivo, cora quem co-mecou a conversar naturalmente. Derepente este voltou-se e levou a mauá nuca, perguntando quem lhe havia

puxado os cabellos: era o momento

preciso em que o observador oceultohavia puxado a media de cabellosda figura. ,".'¦¦•.

Sabendo pelas experiências do lia-rão de Reichenbach, e pelas próprias,que os [effluvios odicos refractam-seanalogamente á luz, julgou o Sr. de

, Rochas que, si projectas.se, por meu

j de uma lentilha, sobre uma cagada

Só agora podemos entreter os nossosletoroíT com a noticia do appare-cimento de um livro, que lhes in-teressa especialmente, porque discuteassnmptos referentes á nossa doutrina:alluditnus a O Homem atravez dosmundos.

O só titulo é urna recommendação.Effectivamente a humanidade actual,tomando muito á lettra a lição da ve-lha inulhor quando aconselhava ao

philosopho grego que, por olhar paraos a-tros, cahira em uni poço;.-«'Deagora em deante, Thales, emquantótiveres os pés sobre a terra, não te-nbaes os olh"S para os astros», nãobusca se próoccüpar com o planeta mu

que pisa, julgando (pie elle, únicoinundo, é uma excepçâo entre seus con-

geneves.José Balsamo, pseudonymo que oc-

culta um nome conhecido de muitosspiritas, é o autor do novo livro.

Polemista amestrado, por não es-tar agira uosseus primeiros ensaios, o

que escreveu foi uma obra de comba-te. Não espere, portanto, nenhumleitor encontrar no-Somem um livroseguidamente dcuiriii tri", um Trata-do de Spiritismo.

pação, portanto, foi, como devera ser,I ;i mesma que inspira o escriptor doi Paiz que se assigua Max: póde-se,

; pois. dizer que José Balsamo é o Maxdo livro, como Max e o José Balsamoda imprensa ; apenas cumpre fazeruma distineção : o jornalista, escre-vendo segundo as impressões de mo-mento, trata salteadarnente de váriosassumptos, ao passo que o escriptordo livro tem de methodica e ordena-mente discutir todos elles.

O Homem é duque lies livros quese lêm, sem fastio, de principio a fim:estylo fluente, argumentação rigoro-samente férrea, eis suas caracteristi-cas. Assim estivesse elle completa-mente espurgado de algumas lacunas,cremos, de revisão.

Os spiritas que, no afan da propa-ganda, tanto amam a polemica, en-contrarão no Homem subddios valio-sos para satisfação de seus gostos;queremos crer que a nenhum delles

i passará despercebido o livro de .Joséli ilsamo, mesmo nos pontos de herme-neutica bíblica pessoal ao autor, ounos de applicação também originalde certos priucipios spiritas".

Quer nos parecer que veiu a pontolivro de quo vamos nos oecupaudo;

adormecidos os cátholicos em sua pé-trea im mobilidade, servindo-se uni-camente contra nói do anathema comodemoníacos (que, diga-se em bem daverdade, tem produzido certo effeitoentre algumas pobres velhas), nãoargumentando jamais, affigura-se-nosque desta vez soffreram alguma com-moção em sua consciência.

Outra explicação não pode ter aviuda a publico de um padre notávelexgrimir-se, peito a peito, com .ToseBalsamo. A polemica foi eorreçta : deambos os lados terçavam cavalheiros.Infelizmente, porém, motivos de or-dem política absorvendo a attençãogeral, o duelo foi suspenso.

Devemo-nos entristecer pela sus-pensão deste duelo incruento, já quepelo manejo das armas, vimos que avictoria devia caber a José Balsamo,o que, vale dizer, a nossos princípios.

Este lucro já se pode assentar uaconta corrente do novo livro: deveestar satisfeito o seu autor. Mas nãosó elle; também o editor Moreira Ma-ximino, o conhecido livreiro, quetanto teu; animado os escriptores spi-

ritos, deve por egnad estar contente.Mas não só os dous ; todos nós spi-ritas devemos com ambos nos congru-tnlàr pelo appareci mento do Somematravez dos mundos.

NuHtfJ/vnIU

Até mesmo pelo ponto de vista em

que secollocou o autor, alguma, theorias appresenta que talvez clio [iiem opuritanismo de spiritas meticulosos,os quaes, não ob.-ta:ite, palmear-lhe-ã >com justiça a coragem e o esforço.

Para escrever um livro do propa-ganda e de combate melhor ponto de,vista não poderia ter escolhido JoáéBalsamo; assim é que consistiu a mórparte de sua terefa em conpeudiár eem pôr em parallo a Cosmogonia spi-rita e a catholicn, ti Phflosophia deuma e de outra escola. Sua preoccu-

S.in. S-i3B"SíH*-_"t'! — Esta revista,t que, como sabem os leitores, é publi-j cada era Paris — Auteuil pela Sr\

: Lucie Grange, enceta em o numero| de Agosto uma serie de historias con-j tados pelos espíritos, e continua comj as interessantes cartas do espirito ini-i ciador Hermes.\

^aiía.y íollíns MpiritkaM — Re-vista de Estúdios Psicologias, fnu-dada cm Maio de 1803; publica semensalmente em Rancagua, uoühile.Lux Revista de í.studios Ori entales y

I de Ciências Ocultas, uni.'» órgão da,'.Sociedade Théosopbica da índia uai America do Sul, publica-se em Bue-' nos Ayres.

Esta noticia achamos na Revista, de' Estúdios J^sicoloyicos, de Barcelona, e\ aqui a damos com o desejo de. pro-

movera perrautu com a nossa folha.

S&í'3í*.^iíi d{> Wjdís-.ííiísmo - Sob: a epigraphe Cm repto e uma evasivaj eucontramos ua Revista d". Estúdios

Psicológicos, de Barcelona, o seguinte1 caso : Uma folha da localidade; a 3 do

mez de Junho, noticiou que o Dr. (Ja-

Ili:i 0IlllAI>01t — 18»! — Janeiro 15

r

\

jetano Vidal de Valenciano era urabanquete, no qual reunira os cathe-draticos da Faculdade de Philósophiae Lettras da Universidade, lera ásobremesa, a vivas instâncias de seuscollegas, um notável dialogo philoso-phicosocial, ridiciilarisando as idéaskrausistas e spiritistas. A' vista distoo redactor da Revista, de accordocora a Junta Uirectora do Centro B-.r-celones, dirigiu aquelle dr. uma cartaattenciosa convidando-o para discutirna tribuna ou na imprensa as idéasspiritas. A este convite, respondeu odr. de Valenciano cora outra cartanão menos attenciosa, porém alie-gando que, por não ter conhecimentoda doutrina da qual só fallou na in ti-midade e por pouca saúde, não podiaacceitar tal convite.

A illustrada redácção da Revista»deixando os commentarios a esta res"posta para mais tarde, couclue assim :

« Por hoje nos limitaremos a consi-gnar; Io que, si fizemos acta das o pi-niões que só no seio da amizade maisintima se atreve a expor o Sr. Vidal deValenciano, foi porque as fez publicasura periódico de grande circulaçãoem Barcelona; 2o. que lamentamosprofundamente a evasiva de quem seleva a ridicularizar o que, segundo aprópria confissão, escassamente co-nhece ; e 3". que, si aquelle cathe-dratico estudasse antes de criticar,em vez das imaginárias lagomacliiasque suppõe, acharia no Spiritismo osfundamentos, caracteres e aspiraçõesque assignalou o Congresso Interna-cional Spiritista de Barcelona e rati-ficaram os de Paris e de Madrid. »

1'lscolu pratica de niagiic-tismo A Sociedade Magnética deFrança, fundou urna escola em quetodos os ramos da arte magnéticaserão ensi nulos raeihodicaraeiite pormédicos, magnetistas e professoresespeciaes. O ensino coinprehende dousgráos, 1*. e 2-, anuo.

fl^x per inicia* pNycliicax —Noticia o Dail Chronicle que o Dr.Luys tera, no hospital Charité, feitocora suecesso, as experiências inicia-das pelo Coronel de Rochas, em Paris,sobre a exteriorisacão da sènsibili-

36

LÁZARO —0 LEPROSOU O M A N C R S P I R I '1' A

POR

XXXVILa vae, a caminho de Mogy-Mirim, a

triste Eulalia, meditando sobre a incrívelresolução que tomara, meio voluntáriameio expontaneamente.

Tinha o direito de o fazer o que foz?Consultava-se depois do facto, «mvez de

fazel-o antes delle.Prova de pouco ou nenhum critério, ou

então prova de ter sido arrastada porloucura transitória, aproveitada pelosmaus espíritos, que se deleitim em arras-tar para os abysmos seus sirailhantes daterra, ás vezes por saciar ódio e vingança,ás vezes por que sua natureza apraz-"secom fazer mal seja a quem for.

Si Eulalia tivesse retlectido antes detomar a arriscada resolução, com certezanão deixaria a casa paterna; mas... ohlera-lhe impossível acceit>r o cálice amar-gurozo que lhe ora ali imposto.

Para evital-o, pira não ser de outro, eprincipalmente do odioso Paulo, emboramorto fosse seu adorado Lázaro...tudo,,tudo, até a morte,até a deshònral

La vae, pois, a infeliz, collocada porduro fado entre os mais dolorosos extre-mos da vida, caminho de Mngy-Mirim,em busca de um asylo, que lhe fora indi-cado... por um sonho !

O trem parou. O guarda da estação bra-dou : Mogy-Mirim.

dade. Esta noticia é tão soberana-mente notável que os nossos confra-des se encherão de júbilo, e nãoregatearão applausos ao emérito sei-entista, que, pondo de lado precon-ceitos e quejandas considerações, af-fronta a cólera de seus collegas offi.-ciaes, penetrando cora o facho dasciencia era mãos nos obeuros e tor-tuosos corredores, cuja entrada a na-tureza só permitte, como prêmio,aquelle que tem a coragem do tra-balho, do esforço próprio. Mas estacoragem é, como todas, contagiosa :em breve teremos de ver o inundooílicial era pesoacurvar-se era seus la-boratorios para desvendar os arcauosdesta natureza que só pede que lheinterroguem. Mais um pouco de pa-ciência e de esforço, e teremos a sa-tisfação de ver justiça ser-nos feita,porque reconhecer-se-á que os spiritasfomos os batedores desta cruzada emque conseguimos empenhar todos.

Imprensa spirita — Mr. "Wil-

liara T. Stead, ura dos primeiros jornalistas inglezes, acaba de crear umjornal trimensal muito importante,denominado Borderland (o extremolimite). O primeiro numero formauma brochura grande quadrado de9(3 paginas repletas de artigos spiritase espiritualistas os mais interessantese de factos muitos notáveis.

Esta noticia nos dá a Revue Spirite,de Agosto, que promette dar amplorelatório proxiraaraente, acrescentan-do que esta nova obra está destinadaa causar sensação, visto que M. W.T. Stead é conhecido como publicistaserio e como pensador de primeiraordem.

IMieiiomeiios na Itu*»ia —O Rêbus publica uma carta que lhedirigiu Ni-r; Pclekhine, relatando-lhevários factos interessantes produzidosem diversas províncias da Rússia. Ocorrespondente do Rébus afrirraa (juena Rússia os pheuomenos psychicossão tão freqüentes como em qualqueroutra parte ; tuas diflicilinente se en-contrain pessoas que queiram dar-seao trabalho de registrar e cora muni-car taes factos.

iSstatiia de .Ic.sii.m — Por ini-ciativa de D. Nemesio Uranga, fo

Como ceboou em sua alma aquelle somlugubre,que parecia um dobre por finados!

Estava no flm da viagem, mus no prin-cipio de uma aventura que enchia lhe aalma de indiziveis terrores!

A pobre moca via abrir-se diante de sicomo um barathro, para onde vento fatala impedia, como era o que impellia o im-piedoso judeu, aproveitado pela imagina-ção de I1;. Sue para sy.nbolo do maior lia-gelloconhecido : o cholera.

Tremia de bater os queixos em horrívelcalefrio I

Porque, não morreu antes de emprehen-der tão arriscada aventura, mais arriscadaque. a dos Argonautus ou que a de ícaro ? !üh ! Deus não tinha pena de suas dores,e abandonava-a ao mais horrendo destinode que ha conhecimento na terra !

Mas... Deus é bom, e não quer para dar,um raio de sua exelsa mi/.ericordia, sinãoqae seus filhos a provoquem pela hu.mil-dade e pela fé, consubstanciadas cm umaprece, destas que brotam dos imos vivosda alma.

Oremos, pois, concluiu a desolada moça,e bgo o tiritardos dentes foi sub-tituidopo.- quasi imperceptível movimento doslábios, única manifestação de que aindaestiva preso á matéria" aquelle espiritotão acicatado por pungentes dores.

«Cor contrictum et humiliatum, Deus,non despneies». Não despreses, Pae, ogemido que vos envia o ílIho que temcontricto e humilhado o coração.

Si mais não conseguiu, com sua fervo-rosa prece, Eulalia alcançou incompre-hensivcl resolução, parecendo lhe que nãoestava só no mundo, e que o ceu carregad i de, nuvens negras, que sua imaginaçãocreava, se havia transformado em ninaabobada límpida e transparente, como emdiasde verão.

Sem mais tremores, ergeu sua mala deviagem, e saltou na [data forma da esta-cão.

mentou El Bucn Sentido a idéa de le-vantar-se era praça publica e ao arlivre uma estatua de Jesus.

Neste sentido faz um appelo atodos os spiritas para que contribuamcom seu obulo, visto que nenhumaescola trabalha como a spirita paradar á religião um caracter completa-mente leigo. Por ura só se recebe adeclaração da quantia com que sedeseja contribuir; sendo remettidasas quantias quando se saiba que asnbscripção tenha attiugido ao alga-risrao suficiente e o logar onde teráde erguer-se a estatua.

'*• ANNOS SÍSSÒKS 1'llKyUKNCIA

MtSCEtUNEA

Grupo de Estudos Spiri tico*

No órgão da Federação SpiritaBrázileira o Reformador, correspon-dente a 15 de Fevereiro de 185)3, foipublicado o histórico deste grupodesde sua installação, na resposta aoinquérito dirigido a todos os grupos eassociações spiritas.

Julgando dever demonstrar á refe-rida Federação o acatamente e aadmiração do Grupo Estudos Spiri-ticos, completamos aquellas informa-ções com os dados mais importantesaté 1893.

Continuou a funecionar ein umadas salas cedidas pela Federação nasquartas feiras das 7 ás 9 horas danoite, a portas fechadas, sendo so-mente admittidos os associados pré-viamente iuscriptos.

Têm sido desenvolvidos e conveni-entemente instruídos alguns médiunsvidentes, escreventes e soranaubuli-cos.

Tendo a estatística das ses.-õ^s jápublicada ficado imcompleta quantoao anno de 1892, a reproduzimos até31 de Dezembro de 1893.

A locomotiva sibilou e partiu, fazendolluctuar nos ares em longo pcnnacho de|'u iio, que se rareava a poüe.o e pouco, ãmedida que se afastava a machina que ovomitava.

Eulalia levou a mão ao coração, pensan-do que Ia se ia o ultimo laço material,que a ligavu por horas á terra de seu nas-cimento, á casa onde deixara o berço, osamados pais, cujos afagos lhe eram agoradoces e saudosas recordações.

Homem—triste e sublime creatura, oque es, para tanto presumires de ti?

A vila não é para ti real, sinão no mo-mento em quo te escapa, como o grão deareia que cabe da ampulheta !

Tu vives d') recordações, e ainda bemquando as podes ter de não te fazeremsangrar o coração, de não te fazerem cor-rer da vergonha de ti mesmo!

Lembra-te sempre, pobre creatura, deque é nestes rápidos momentos, que con-stituem toda a tua vida real, que se ore-para o teu passado que ti serve ávidacontemplativa, única que. psrdura, porobra de tua memória !

Prepara, pois, nestes rápidos momentos,que são o teu prcsuite, o passado querevive em ti, e tu nelle, e te dará nobreorgulho ou (bdorosa vergonha, prazeresou tristezas !

Eulalia não tinha, na duração da suacurta existência, de que se exprobrar, anão ser aquella desesperada resolução, quea tinha alli, encostada a uma columna daestação, chorando seu passado, mas cho-rando com saudades, aviventadas pelacomparação do viver plácido na casa pa-terna com aquelle viver indeliuivel quecomeçara havia poucas horas.

Chorava com saudades, e orava com fé 1Mal sabia a triste moça, que em seus

snffyimentos, que lhe eiam suas provasnesta vida, consiiminuvn-.se a obra da expia-ção de seu amado pae, de que ella não erasinão providencial in trumeiP.o!

Si naquelle momento angustioso se rom-

1889 39 340 8

1890 49 538 10

1891 49 731 14

1892 49 784 16

1893 51 711 15

1889-1693 237 3.164 13,8 ¦¦:¦}¦

¦ ¦

MKDIA

A media de 1893 decresceu devidoao pânico produzido pela revolta nostrês últimos mezes do anno, se bemque nunca deixou-se de effectuaras sessões.

Em 1892, a 24 de Outubro foi inau-gurado um grupo denominado — Re-generação —, que faz parte desraera-brada deste, exclusivamente para oscasos de obsessões,

Funcciona ás terças feiras na casade familia de ura de seus membrosnos subúrbios servidos pela Estradade Ferro ('entrai.

Seus trabalhos tera sido de impor-tancia transcendental e não compor-tara utna estatística, mas um volumede proveitosas e admiráveis paginas.

Grupo Estudos Spiriticos, 31 deDezembro de 1893.

O secretarioAmérico Ferreira o' Ai.mrida.

0 SPIRITISMO ANTE A SCIENCIAPOR

(¦ítiliriel llelaiisir

PARTE PRIMEIRADA SRNSIBILÍDADE D S ELEMENTOS

NERVOSOS

(Continuação)«.1 matéria por si mesma é inerte,

mesmo a matéria viva, no .sen tido deque ella deve ser considerada como

pe^se o veu escuro que encobre aos mun-danos a razão de tudo o que lhe acontecena vida, que doce satisfação innundaria osseios d*al.na da desolada'moça!

E' preciso, porem, qu>, emquanto esta-mos em purgatório, ignoremos os mvste-rios que nos envolvem, pira termos meri-to, si não nos deixarmos abater pelo que omundo chama, fatalidade, o que nã) érealmente, sinão misericórdia.

A moça inscien e do que lhe era dadopela Providencia, para bem seu e de seupae, olhava em torno de si, a ver si des-cobria o caminho que devia seguir, semencontrar nenhum que lhe fosse preferível,no meio de tantos que lhe causavam em-baraço na e.?c )lhal

Devia ficar alli e esperar?Devia immediatamente procurar, entre

as famílias do logar, uma accommodacãodefinitiva ?

Devia, seguir a inspiração daquella vi-são, em que lhe foi patente o retiro a (piedevia recolher-se ?

Até a idéi de voltar lhe oceorreunaquelle dinicil momento; mas esta foivarrida de seu cérebro, como varre o tu-fáo o cisco depositado na estrada, e rea-nimou-seem sua memória o quadro dotigre que lhe apparecera e do moço auge-lico que lhe disse-a: é preciso atravessaro rio ou morres.

Pensava, pois, a moça sem descobrirmeio de sahir-se da teYrivel diíliculdadede uma resolução, quando lhe oceorreuverificar a verdade ou falsidade de seusonho com o retiro de D. Clara de Albu-querque.

üerigindo-se ao agente da estação, per-guntou lhe onde poderia «ncontraV aquel-Ia Sra.

Perguntou tremendo, porque temia quee homem lhe respondesse: nãj ha poraqui similhante creatura.O agente, porem disse-lhe o que lhe

encheu a alma de alegria : D. Clara moradaqui a 1 quarto de hora. (Conti um.)

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ISEFOI&tt-AlftOK — lS»4 ___ Janeiro 15gy—.?w..m ¦»¦-_;

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desprovida de espontaneidade. Masesta mesma matéria é irritavel e podoassim entrar em ac.ividàde para raa-riifestar suas propriedades partícula-res, o que seria impossível si ellafosse ao mesmo tempo desprovida deespontaneidade e de irritabilidade. Airritabilidade é, pois, a propriedadefundamedtal da vida».

Esta passagem é muito explicita ;a matéria mesmo viva é inerte, é-lhe

preciso uin excitante para fazel-aagir, e quando ella manifesta os ca-racteres da vida é simplesmente ámaneira dos corpo, inorgânicos, semnenhuma participação voluntária; jnão pode, pois, reagir, assim como

quer M. Luys, de motupróprio. Umacellula nervos* não pode mostrar re-

pulsão. porque lhe é impossível esco-lher entre os diversos corpos com os

quaes está em contacto.Olaude Bernard ensina que ha trez

cathegorias de irritantes: os irritairtes physicos, chimicos, e vitaes. Si acellula é posta em presença de umd'esses irritantes, ella não pode es-colher ou manifestar a repulsão; rea-ge, porque é obrigada a isso. Si a pu-zerem em contacto com um corpo quenão entre em uma das classe» indicadasacima, ella fica inerte, absolutamentecomo dom gazes que, não tendo afíi-nidades, não se combinam.

A physiologia está, pois, em oppo-siç&o formal com M, Luys, ; ella nãoadmittequenos phenomenos manifes-tados para a vida das cellulas possahaver intervenção de uma vontadequalquer, por infim que se pos-sa suppôr. Podemos legitimameu-te negar que a sensibilidade, isto é,esta faculdade de sentir o que sepassa em nós, seja uma propriedadedas cellulas nervosas do corpo ; é pre-ciso, portanto, attribuil-a k alma.

Eis ainda a opinião de ura outrosábio, Rosentbal, exposta era; Lcsmuscles et les nerfs;

«Para que a percepção das seusa-ções se produza, parece absolutamén-te indispensável que a excitação che-gue até o cérebro. E' muito duvidoso,e ainda menos provado, que uma ou-tra parte do encephalo, « sobretudoa medulla, possa produzir sensações.Quando as irritações chegam ao cere-bro não se produzem ahi somente sen-sações, mas ainda percepções precisas,sobre a espécie de irritação, sobre suacausa, e sobre o ponto oude foi prati-cada. Algumas vezes, no entretanto,entes phenomenos não tem logar e aexcitação passa despercebida. E' oque se dá, por exemplo, quando anossa attençãò é fortemente desviadapara outra parte... Mas não se podedar a menor explicação sobre a ma-neira como se forma esta percepção.

E' possível que haja producção dephenomenos moleculares no interiordas cellulas nervosas, mas estes phe-nomenod não podem ser sinão movi-méritos. Ora, nós podemos comprehen-der bem como movimentos geramoutros movimentos, mas não sabe-mos absolutamente como esses movimen-tos poderiam produzir uma percepção.

Fica, pois, bem estabelecido que éfazer uma hypothese não justificadaadmittir a percepção, ou por outra, o

conhecimento dos phenomenos da sen--ibilidade, como pertencendo á cellu-Ia nervosa. A sciencia positiva de M.Luys é ;ip unhada em flagrante deli-cto de concepções de nenhum mododemonstradas, imaginadas em vistado fim a attingir, absolutamente comovibrações que animalisam e depois seespiritualisam não foram apresentadassinão para desviar a alma da expli-cação do pensamento.

E' pelo menos singular ver tratardesonhadores e de pessoas pouco scien-ti ficas os espiritualistas que crerano espirito, quando os representantesda sciencia ofíicial querem nos per-suadir que existem vibrações espiri-tuaes, contestando a existência de umprincipio im material.

Segunda hypothese do autor, arrii-da para explicar a memória.

(Continua)

mm íi liifsEXPOSTO DA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOS

SUAS BASES SCIENTIF-CA8 E EXPERIMENTAES

SUAS CON3HQUENC1A8 MOHAES

POR

l\é<m Honi*

V

PARTE MORAL

O CAMINHO DIREITO

XLIII. - 0 DeverDever é o conjuneto das prescri-

pções da lei moral, a regra por quese deve conduzir o komera, nas rela-ções cora seus similhantes e com ouniverso inteiro. Figura nobre esanta, elle paira acima da humani-dade, inspira os grandes sacrifícios,os puros devotamentos, os santos en-thusiasinos. Risonho para uns, temi-vel para outros, inflexível sempre,ergue-se perante nós a nos apontar aescadaria do progresso, cujos degrausse perdem em alturas incommensu-rave.is.

idêntico uão é para todos o dever.Varia segundo nossa condição e nossosaber. Quanto mais nos elevarmos,mais adquire elle a nossos olhosgran-deza, raagestade, exteusão. Mas seuculto é agradável sempre ao virtuoso,e a submissão a suas leis fértil emalegrias intimas, que nada pôde égua-lar.

Por mais obscura que seja a con-dição do homem, por mais humildesua sorte, o dever domina e enuo-brece-lhe a vida, esclarece-lhe a ra-zão, fortifica-lhe a alma. Delle só nosvem esta calma interior, esta sereni-dade de espirito, mais preciosas doque todos os bens da terra, e que po-demos experimentar no meio mesmodas provas e dos revezes. Senhoresnão somos de desviar os aconteci-mentos, nosso destino deve seguir seutrilho rigoroso, mas sempre pode-mos, mesmo atravez das tempestades,firmar esta paz da consciência, estecontentamento de nós mesmos que ocumprimento do dever accarreta.

Todo alto espitito tem profunda-mente euraigado o seutimento do de-ver. E' sem esforços que elle segueseu caminho. E' por uma tendêncianatural, resultado dos progressos ad-quiridoi, que se desvia das cousasvis, que para o bem orienta os im-pulsos de seu ser. Torna-se o deverentão uma obrigação de todos os mo-mentos, a condição mesma da exjs-

tencia, um poder ao qual nos sen-timos indissoluvelmente ligados paraa vida e para a morte.

O dever offorece múltiplas fôrmas :ha o dever para comnosco, que con-siste em nos respeitarmos, em nos go-vernarmos com sabedoria, em nãoquerer, em não realisar sinão o que édigno, útil e bello ; ha o dever profis-sional, que exige o cumprimento con-scieucioso das obrigações de nossosencargo»; ha o dever social, que nosconvida a amar o.s homens, a tra-balhar por elles, a servir fielmente onosso paiz e á humanidade ; ha odever para com Deus. O dever nãotem limites. Sempre se pôde fazermelhor, e é na immolação de simesmo que o ser encontra o mais se-goro meio de se engrandecer e de sedepurar.

A honestidade é a essência mesmado homem moral. Logo que delia seaffasta, elle é um desgraçado. O ho-mera honrado faz o bem pelo bem,sem procurar approvação, nem recom-pensa. Desconhecendo o ódio, a viu-gança, esquece as oflensas e perdoa aseu. inimigos. Para todos é benevolo,para os humildes protector. Em cadahomem vé um irmão, seja qual fôrseu paiz, seja qual for sua fé. Tole-rante, respeita as crenças sinceras,desculpa as faltas dos outros, faz re-alçar suas qualidades, e não maldizjamais. Usa com moderação dos bensque a vida lhe concede, consagra-osao melhoramento social; e, quandopobre, não tem de ninguém invejanem ciúme.

A honestidade deante do mundonão é sempre a honestidade segundoas leis divinas. A opinião publicatem seu valor ; ella torna mais agra-da vel a pratica do bem, mas não sedeve consideral-a infallivel. O ho-mem discreto não a desdenha, semduvida; mas, quando ella é injustaou insuficiente, elle caminha paradeante, e calcula seu dever por umamedida mais segura. O mérito, avirtude são algumas vezes deseonhe-cidos na terra ; e os juízos da mui-tidão muitas vezes são influenciadospelas paixões e pelos interesses ma-teriaes. Antes de tudo, o homem ho»nesto busca sua própria estima, e oassenso da consciência.

Aquelle que soube comprehendertodo o alcance moral do ensino dosespíritos tem do dever uma concepçãoainda mais alta. Conhece que a re-spon abilidade é correlativa ao saber,que a posso dos segredos de alémtúmulo impõe-lhe a obrigação detrabalhar com a maior energia paramelhoramento próprio e para o deseusirmãos.

As vozes de cima tem nelle feito vi-brar eólios, despertado forças quejazem entorpecidas na mór parte doshomens ; taes vozes impellem-n'opoderosamente para sua marchaascencional. Um nobre ideaPo anima eo atormenta ao mesmo tempo, fazendoo escameo dos maus : mas elle não otrocaria por todos os thezouros de umimpério. A pratica da caridade, torna-se-lhe fácil. Fila lhe ensina a desen-volver sua sensibilidade e suas qua-lidades affectivas. O im passivo e bom,sente todos os males tia humanidade';querd rramar pnr .-eus companheirosde infortúnio as esperanças que parti-lha, de ejaria enxugar todas as la-grima,s pi nsar todas as chagas, extinguir Iodas as dores.

A pratica constante do dever leva-nos ao aperfeiçoamento. Para apres-sal o, convém a principio estudar-sea si mesmo com attençãò, submetterseus actos num exame escropuloso.Não se pôde remediar o mal semconhece l-o.

Podemos mesmo nos estudar nosoutros homens. Si algum vicio delles,algum defeito terrível nos impressio-na, procuramos cora cuidado si nãoexiste em nós um germen idêntico; e,si o descobrirmos, empenhemo-nos emarrancal-o.

Consideremos uoss^lma pelo queella é realmente, isto 6, uma obraadmirável, porém, imperfeita, que énosso dever embellezar e ornar inces-santamente. Este pensamento de nossaimperfeição tornar-nos-ámaismodesto,affastará de nós a presumpção, a tolaa vaidade.

Submettamo-nos a uma disciplinarigorosa. Como ao arbusto damos afôrma e a direcção convenientes, poregual regulemos as tendências donosso -ser moral. O habito do bem tor-na fácil sua pratica. Os primeirosesforços é que são só peuiveis. Apren-damos antes de tudo a nos dominar.Fugitivas e volúveis são as impres-soes ; a vontade é o fundo solido daalma. Saibamos governar nossa von-tade, senhorear-nos de nossas impres-.soes, jamais deixar-nos dominar porellas.

O homem não deve se isolar de seussimilhantes. Importa entretanto esco-lher suas relações, sons amigos,empenhar-.se por viver em um meiohonesto e puro, onde só reinem buas iu-íluencias.

Evitemos as conversações frivolas,os assumptos ociosos, que conduzemá maledicencia. Qualquer que possaser o resultado, digamos sempre averdade. Reteuipe.retno-nos frequen-temente no estudo e no recolhimento.Âli encontra a alma novas forças,novas luze?'. Pudéssemos dizer nos nofim de cada dia : Fiz hoje obra útil,alcancei alguma vantagem sobre mimmesmo, assisti, consolei desgraçados,esclareci meus irmãos, trabalhei portornai-os melhores; lenho cumpridoo meu dever.

(Continua)

Affa.HÍCB-cia ao* \Teco«*H«do*i

Esta instituição funeciona na rua

da Alfândega n. 342, sobrado, ha-

vendo sessões publicas todos os

domingos, ás 2 horas da tarde.

I_0. ia «Bondo £piri(l-.<gii_o

aNascer, morrer, e renasceainda :«progredir sempre—tal úa lei. » Allam Kardec.

No intuito de facilitar aos investi-

gadores da verdade, que defendem a li-herdade de consciência, oceasião paratomarem parte nos estudos iniciaes dasciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerânciaserão admittidas nas reuniões de es-tudos theòricos e práticos, qne terãologar todos os^dias, ás 7 horas da noite

& rua da Alfândega n. 342,2- andar

io l de Janeiro de 1891.Segunda—Sociedade Antônio de PaduaTerça-União Spirita do Brazil.Quarta-Circulo Paz e Concórdia.

' Quinta—Sociedade Antônio de Padua.Sexta—Lede ração Spirita Brazileira.Sabbado — Sociedade Fraternidade.Domingo—Circulo Conciliação.

Typographia do uefoiimadju

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*

, ASS1GNATURA ANNUAL

Brazil 5*000

PAGAMENTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E Li DECADA MEZ

t*i:iu*»i»iuo í<;vomj<;h<»:\'r.smm ASSIGNATURA ANKUAL

Estrangeiro . . . . . . .i.,. . 68000

PUBLICASE NOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

'oda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.*-••

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Atiaio XII B§i-n/i9 — llio «le Jum*ii*o — JSW1 — l^cvcrciro 1 IV. 263=2ST

ií,\B»aíB>BB.í.VB,a':

Nao agente* cSe.NÍu folliaAmazonas—O Sr. Bernardo Rodri-

gues de Almeida, em Manaus.para'—O Sr. José Maria da Silva

Bastos, em Belém, rua da Gloria n.4'2.Rio Grande do Norte—0 Sr. For-

tu nato Rufino Aranha, no Natal.Pernambuco—O Sr. A transo Duar-

te, no Recife, rua lõ de Novembro,n. 65.

Bahia __ O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

liio de Janeiro.—O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua dolio/.ario n. 42 A.

Minas Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—Ü Sr. Autonio Gonçal-ves da Silva Batuíra, ira Capital,; ruada Independência n. (i.

O Sr. Henedicto José de Souza Ju-nipr—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 1 '28.

Matto Grosso—O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio Guandu do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

A.3 assignaturas deste periódico co-raeçam cm qualquer dia e terminamsempre a 31 do Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSALVerdade e Luz—Órgão do Espiritualisino scien-

tiíieo, publicação quinzénnl. Director responsávelAntônio Gonçalves dn Silva Bntuirn, S. Paulo-4,ma da Independência. Assignatura annunl 2$000.

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O 1'harol— Órgão do Centro Spirita de Pura-"n.niá, publicação quiuzcnal. Paranaguá. l)istri-b-UioRo gratuita.

A Euolução—Orgiio do Centro Spirita Kio-Gran-"ViVse, publicação ijuinzcnul. Propriedade doDomingos 'foscnnq Barbosa. Rio Grande do Sullm ma Pedro !'• Assignatura triinensal IfíOOO.

O' Psychismo—Revista Spirita portugueza, pu-bjicação mensal. Lisboa, 05 rua Augusta. l'orserie do (i i uuieros 120 réis; por serie de 12 nu-meros 240 reis.

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1 ruc dc Chabanais. Prix 14 fràncs par an.Le Spiritisnjc — Journal mensuel. Rédacteur (ia-

briel Delarine. Paris, 24 ruo Labruycro. Prix ü fr.par an.

Lu Chuine. Magnóllque — Qrgaiíe des soeiétésmagnétiijues de France et de l'élranger, fondée enltf7(J sous Ia direction de .M. lc líarou Du Potct.Gérant, Lpuis Aullinger. Paris, 15 ruc du Four-Saint-Germniu. Prix !) franca par an.

Journal duMagnólisinc— fondée en 1845 parM. le liaron du Potel ; organe de Ia Sooiété Ma-gnétique de France ; journal mensuel. DirecteurJi. Durville. Paris, '>'.] rue Saint-Merri. Prix 0 fr.par an.

/.« Religión Uniuci-sçUc — Orgune de Splidnritéet de liégéueralion souiale, paraissant le 15 de

aque móis. Kedaeleur Oli. Fauvety. Gérenl, P.erdad. Nantes, 3 rue Mcreocur. Prix ü fr. par anLu Paia: Uhivcrsclle — Revue indépendent. Ma-

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Lu Sflnge— Gazzettino di propaganda spirilicacom Bibliotheca Appendice ]iei soli abbonati. 1'ubli-caztone mcnsile. üirettore : E. Cngher. Kornn, J28via dei Boscbetto. Abbonamento anriuale <S liras.

La Frdlcriiidad—0'rga.ao ae ];l B'edoracion Espi-ritista Argentina. Kedactor: M. Saenz Cortês. Pu-blicacton mensual en euadernos de '24

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Conslancia— Pvevista semanal sociológico-spirita vorgano de la Sociedade « Constância » RedactorCosme Murn.o. Buenos Aires, 444 Andes Suscri-ciou : trimestre adelantado m/n fii.oO.

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La Biiená Nueíia—Revista mensual de Ciências,Cristianismo, Democracia; organo oficial dei CentroEspiritista «La Garidad » Grátis para todos. CubaSuncti-Spintu3) 7 calle dei Principe.

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La Nueva Allahza—Periódico mensual .organo deiCentro Espiritista Lazo de Union. GrütijS paia todoiCuba, Uienfuegòs, 72 Arguelles

Revista Espiritista—Organo de propagande da laSociedad «La Pòrseverancia» Se piibiica dos vecesai mos, se distribuyo grátis. Republica Argentina,Mendoza, (il Colômbia.

El Estádio— Periódico de propaganda y eco denioviiiiiento genend dei Libre-pensamiento. Se pu-blica los Juéves. Redactor; An.Ires Cor.izon Gonza-le/.. Ponee, 18 Isabel.

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La Albòrada—líevista mensual, literária, dc eslu-dios psicológicos, interesses generales y orgm li-ciai de! Ceniro « El Salvador » Grátis para todos.Diioctor: Juan J. de Garay. Sngiia.-la-Grande (Cu-ba), I Gloria . .

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Le Journal Splrlle de V Est-~ Rei ms, 28 rue (Am-betta.

Aiina/es des Sciences Vsychlques Paris, lo8 Houde levardS aint Gurmain.

* ¦ -

Mostre não p6de ser qnetn primeironão houver sido discípulo ; faz-se pre-cisa, na verdade, uma longa aprendi-zag-em, para que de neonhytos su-bainos á escallâ dos que ensinam.

Ora, si tomarmos a serio a nossamissão de g*aiar a líumanidadè porentra os tredos caminhos que vão terao reino da paz, e da justiça ; si qui-701'inos, e isto nos cumpre, alçar os

guiões da ,-ociedade transformada,comsalviçareiros da boanova ; urge quenos alistemos nas fileiras dos disci-

pulos que aspiram á aprendizagem dobem n da verdade, urge que nos es-forcemos por ser desde agora, entreos homens de hoje, os precursores doshomens do futuro.

Mas para conseguir um desidera-tum de tão alta monta cutnpte quemodibMiKis sobre os destinos infelizesde todas as doutrinas philosopinças^ou religiosas que hão tido eguaes as-

pirações. Todas hão se esbarrado deencontro ao impossiivel, porque ellasIodas se esqueceram de que, parafazer a difficil predica do exemplo,necessitavam de um aprendizato nãomuito curto.

Tomemos, spiritas, esta.-; lições dahistoria, que ua phrase de Oioero émàgislra vüce, lux uerüatis.

Ora, não nos podemos embrenhar

pelo caminho da perfeição, setn quede. um lado cultivemos as virtudes ede outro expurguemos nossos vícios.

Não é de um salto, porém, que seconsegue uma e outra cousa : acqni-sições e expulsões só se fazem metho-dicamente, uma a uma.

Refere-se que.Agostinho, o celebrebispo de Hippona, escrevia quotidia-na mente em um livro, depois de pro-Iongada scrutaçTo mental, os errosde que sua alma era for,nada; reveu-do-se então naquollas paginas, con-sistia sua tarefa em orientar-.-'," sobre

contra qual dos vícios devia dar

primeiro comb ite : cadi victoria ai-

cançada era uma pagina rota do

livro negro de sua vida. Só por este

meio. por assim dizer material e

sclieinattco, é que alcançou sntisfa-

ze.r o co seliio delphico : nasce ta

ipsitm.Não faltará, porém, quem venha

repetir a sediça objecção de, que é tm

possível o conhecer-se a si mesmo.

Não, spiritas, não ha impossíveis paraa vontade, quando se a saiba regular :è uma questão de aprendizagem. Maisquo os outros homens, nós temos achave da illuminação do nosso espi-rito : uo silencio pacifico de nosso lar,-mergulhados profundamente na me- *ditação, em colloquio intimo com-"no.sco mesmo, chispas luminosas *es-

clarecerão nossasintelligencias, trans- ,'«Sformarão o mutismo da consciênciaem amiga conselheira. E- o momento

propicio de escolher a falta por quedevemos começar a nos expurgar, e a "

virtude que devemos tentar adquirir.'Concentrados

por este modo, cogi-temos si durante aquelle dia,'tivemossempre deante dos olhos a lição mes-sianica: fazer aos outros quanto sequereria que a si fizessem. Façamosentão, neste momento mesmo, o exer-cicio da vontade : firmamos o propo-sito da emenda e da reparação,

.^^físta ultima patenteim le-á então aos--olhos de nossa alma sob duas faces;em uma estará o facto particular decorrigir um transtorno momentâneo

que aflectou a alguém, em outraestará o facto geral da acquisição deuma virtude nova, que se ppporá á

queda em idênticas circumstancias*Agora, e ainda sob as mesmas in-

spirações interiores, depois de nostermos estudado a nós mesmos, lan-cemos rápida olhada sobre áquelles

que estiveram em relação comnosco ;ponhamos sobre nós os factos passa-dos, e meditemos sobre como deveria-mos agir, si fossemos nós que nosachássemos nas circumstanrias delles.Teremos assim nos preparado paracasos idênticos, aproveitando-nos daexperiência alheia.

Ha uma lição que se não deve

perder np pó dos tempos, e esta foidada pelos philosophos neoplatonicos.A celebre escola de Alexandria, quetanto floresceu nos primordios denossa éráj o que immensas luzes re-ceheu da sabedoria oriental, ensinava:o conhecimento do alvo da, vida érevelado pela verdadeira sciencia, queadquirimos por illuminação, para a

qual tios preparam >s pelo raciocínio.IC pelas vii liides que attingiremos &esle alvo: virtudes physicas queaperfeiçoam o corpo, virtudes moraes

que, trazem o aperfeiçoamento dasociedade, virtudes theoreticas quetornam a alma mais perfeita pela con-

. r

m¦ !X''W$3í

¦ a

¦'-:

RiCFORMAROR — !«»• — Fevereiro t

templação, que a transporta para o

plano divino.Procuremos, spiritás, comprehen-

der esta lição, não nos esquecendo de,

como Agostinho, rasgar, uma a uma,

as paginas negras do livro de nossa

vida.

aístndemos

Nos jornaes especiaes do mundointeiro, repositórios da pheuomenali-dade spirita, abundam factos, cujasminúcias devem chamar a atteuçãodos homens de estudo. Não basta,com effeito, que cumulemos factossobre factos, não basta mesmo que osnarremos com a fidelidade escrupu-losa de chronistas honestos. Ha nascircumstancias sempre idênticas queos revestem algum principio a dedu-zir, alguma lei a formular. E' uratrabalho syntetico que cabe ao es-forço dos pesquizadores de boa vou-tade.; nenhum conhecimento humanoconstitue-se em sciencia, emquanto asyntesenão vem completar a analyse.

Si, para vergonha de nossa escola,a ella ainda não compete a gloria deura tal esforço, saibamos ao menosadaptar ao nosso patrimônio o que já

só destas acções physico-chimicas écapaz a luz: ella também actua bio-logicamente sobre os demais seresvivos. Sem se fallar de seus effeitosmanifestos sobre a pelle e sobre o sys-tema lymphatico, como provam certasmáculas e certos erythemas quandoa luz é exagerada, e a integraçãonormal da pelle, sem marcas profun-das, na varíola, quando a obscuri-dade domina, — póde-se ainda lembrara acção da luz ua evolução vital.São peremptórias as experiências dosábio naturalista Milne Edwards:collocou no Sena duas caixas perfu-radas de orifícios, que permittissem arenovação da água, uma coin paredesopacas," outra com transparentes : em-quanto nesta, rans chegaram á trans-formação final, naquella não passa-ram dó estado rudimentar.

Ora, na producção de effeitos phy-sicos, o ser psycliico necessita jogarcom estes reagantes ethereos, semi-materiaes, a que denominamos fluidos;não é portanto absurdo suppor quesobre elles tenha a luz uma acçãoelectiva, quando poderosa é a quetem sobre a matéria bruta. Poder-se-á,entretanto, objectar que nos exemplosapontados a acção é prolongada,lenta em se manifestar, emquanto

que contrariamente os chamados ef-feitos physicos são rápidos, fugazes.Valiosa seria a duvida, si se não con-

outros têm conseguido. E, quando siderasse que os primeiros phenomenão nos seja incentivo o amor do estudo pelo estudo, façamol-o ao menospara que não passemos pela vergonhade confessar, de publico, a uossa igno-rancia, quando interrogados sobre asleis que presidem a certas circum-stancias da phenoraenalidade spirita. IE ainda devêramos fazel-o, mesmoque não nos dominasse esta ultimaidéa, porque, sabemol-o todos, é obrieracão nossa accelerar nem só a evo-

nos dão-se no plano material, ao

passo que os outros são justamentedo plano espiritual; a fugacidade

convidando o espirito, que servia-seda boca do mediura para fallar a queexecutassem algum canto harmonioso,o que foi feito, exliibindo-se um cantoreligioso e solemne, e sendo entãovistos sobre a cortina dous espíritosipie mudavam rapidamente de logar.

Appareceu depois, mas muito inde-cisa, entre a divisão da cortina, umafigura branca da estatura da Sr".Demmler. Veio fora uma segundafigura que apertou a mão ao sr. quetinha sido o primeiro dentre os pre-sentes que visitara a médium.

A mão da Sr", li., tornou-se phos-phoresceute por algum tempo, tendo-se sentido, desde o começo da sessão,cheiro de phosphoro, que depois de-sapparecera. Como terceira, e quiçá amais bella materialisação, appareceuuma nobre figura de virgem, de longavestimenta branca, tendo sobre afronte uma coroa radiante, a qualdisse : « O amor forma uma ponte deouro entre os de cá e os de lá, e deixajá daqui presentir-se o céo.»

Tendo-se de novo cantado, apparc-ceu uma figura do lado da Sr". R.,mas sem sahir da dobra da cortina, ecom voz débil chamou : Maria, nomeda dita sra.; ao que ella respondeu :«Sois yós, Mãe?» mas não teve res-posta. Formou-se do lado direito dacortina uma outra figura, que disse:« Oood Evining », aproximou-se de I ura dos monumentos históricos dojgjpi

mente formado por uma cortina quecobre um canto do aposento e a me-dium fica muitas vezes visível du-rante a apparição dos espíritos.

Miss Mellon effectuou uma sessãoem Manchester, em casa do Sr. Bro-liam, na presença de altos persona-gens. Os espíritos permittiram ámédium o postar-se fora do gabinete,e quando ella esteve em transe, muitosespíritos appareceram, entre outrosCissy, joven negra que sustentava ani-mada conversação cora os assistentese lhes offerecia coufeitos encontradossobre a mesa. Appareceram espíritosque foram reconhecidos pelos assis-tentes como membros de suas famílias.

As vinte e duas pessoas presentesattestaram espontaneamente a reali-dade dos plienomenos.

Sessões análogas foram também ce-lebradas era diversas cidades da In-glaterra.

tftecebemos : —- Los Espiritusprimeiro tomo do livro do Sr. Dr. M.1Otero Acevedo, ao qual nos referimosera nosso numero de 15 de Agosto,editado por La Irradiacion, cujo di-rector, D. Eduardo E. Crarcia, obse-quiosaraente nos fez remessa. Só umaacurada leitura poderá preparar-nospara fazer um juizo seguro sobre omérito desta obra, qne não obstante,apresentamos aos nossos leitores, como

uma pessoa, apertou a mão e desappa-receu.

Comprovou-se eutão que a médium

•lestes "últimos

é relativa â natureza continuava a jazerem somno e queestavam intactos os cordões com quotinha sido amarrada.dos elementos que entram era jogo,

como também a lentidão dos pri-meiros properciona-se á sua matéria-lidade. As experimentações dos Srs.Volpi e Aksakow com a luz magne-siana quer nos effeitos de photogra-

vo- pina mediamnimica, quer nos de ma-lução moral como egualmente a scien- 1 terialisações, já são passos avantaja-

"tihca. Algumas circumstancias ha dos no proseguimento destes estuilos.que, por freqüentes na phenomenali-dade spirita, devem mais de promptochamar a attenção dos investigado-res.

Quem procede a um inquérito sobreas sessões de effeitos physicos, de queestão pejados priucipalmente os jor-naes da língua iugleza, tem desdelogo como primeira impressão o factode serem os mais notáveis pheno-menos produzidos na escuridão. Orano plano material, nós já o sabíamospela sciencia, a luz, embora agenteimponderável, exerce sobre certoscorpos uma acção tão profunda queem alguns chega mesmo a mudar denatureza. Mas ainda assim esta acçãovaria conforme o foco produetor daluz: não é ideuticamente que agemo sol, o gaz, ou a electricidade.

De admirar, portanto, não é que aluz actue por egual sobre o plano es-piritual, cujo meio fluidico tem tara-bem a imponderabilidade em sua con-stituição. Ninguém ignora os effeitosprodigiosos deste agente subtil sobrea vegetação : sabe-se que por sua in-fiueucia é que esta ultima reverdece;que é ainda por ella que os vege-taes decompõe o ácido carbônico daatlunosphera para fixar em seus te-cidos o carbono, que finalmente aindaé pela me.->ma acção que aquellesseres orgânicos se engorgitam d'bgua,tornando por conseguinte suas fibrasmais laxas, sua textura mais molle.Utilisamo nos destes priucipios, quan-do, para conservar mais demorada-mente frescas certas plantas, guarda-mol as ua obscuridade. Mas nem sósobre as reacções chimicas actua a luz,como lambem sobre as posições que acertas horas fixas tomara as folhas eas flores: o celebre botânico de Can-dolle conseguiu inverter a ordemdestes movimentos, expondo as plan-tas durante a noite á luz de poderosaslâmpadas, e subtrahindo-as duranteo dia á claridade do sol. Mas nem

estas sós acquisições: o campo ^estáaberto aos lavradores operosos. Estu-demos.

Appareceu tambetn uma joven quedeixou admirar seus longos cabellosnegros repartidos no meio da cabeça.

Veio depois uma criancinha, quebeijou a mão do Sr. Stossraeister edesappareceu como viera.

Seguiu-se uma apparição masculi-Convém que não descansemos sobre I naj qlie nao saíiiti das dobras da cor-

¦i -^===:

NOTtotamoProblemas sociaes — Tal é

o titulo com que ha 5 annos appa-receu nas folhas desta Capital uraaboa serie de artigos assignados porJosé Balsarao. Era referencia disseentão o Dr. Enues de Souza pela Ga-zeta da Tarde « que traziam em seubojo os elementos da mais profundarevolução que podia agitar um povo».

Realmente não se lhes pòle negarfiuencia e riqueza de estylo a par dasmais brilhantes concepções de um

publicista distineto; e no terreno dasociologia muito honra Balsarao ascrenças"espiritualistas com uma eu-vereadora não soraenos aquella queos leitores notaram era Léou Denis eDelanne erabora estes escriptores seciugissem mais ao lado theorico e de-raoustrativo do Spiritismo.

Abriremos espaço a um ou outroartigo da colleção,' pensando^com istoser agradáveis a quem nos lê.

Materialisaçrtes — O órgão dasociedade Sphinx de Berlin, Dic Uber-sinnliche Welt, refere a sessão queeffectuou-se ua dita sociedade com a

presença da Sr". Minna Demmler,

grande médium de materialisação,convidada para esse fim antes de sua

partida para America.Assistiram umas quarenta pessoas,

que observaram os seguintes pheno-menos :

Primeiramente sentiu-se mover acadeira em que estava assentada aSr*-. Detnmler, e depois, voaram, compoucos intervallos, as botinas da mes-um Sr", para dentro das cortinas ;

tina, di^tinguiudo-se-lhe longa barbasendo parecida com o espirito pintadonos livros spiritás e conhecido porJohn King.

Finalmente, executado um outrocanto, veio apressadamente fora dacortina a Si". Demmler, que pronun-ciou com voz bella e sonora um dis-curso, no qual encorajou a lueta peloSpiritismo e sua verdade, aconse-1 bando uma vida de abnegação o deamor freterual, com o que poderemosjá na terra .^er partecipauites da feli-cidade celeste.

Tendo acabado de fallar, o Sr.Rahn tomou a médium nos braços,collocou a era uma cadeira e deu-lhe,água, de que bebeu com avidez douscopos.

Duas folhas de papel enfurnado,que durante a sessão tinham sidopostas no gabinete, apresentaramduas imagens, uma de uma cabeça dehomem e outra de um pé.

Esta ultima ficou ura pouco preju-dicada ao examinar-se ; a primeira,porém, está intacta e conservada nolocal da reunião.

BiuprciBsa spirila — Temos asatisfação de aceusar mais uma folhade propaganda. E1 a Revista Espiri-tida, orguno de propaganda de Ia sociedad La Persevcrancia, de Meudoza,que se publiea uma vez por mez edistribue-se gratuitamente.

Agradecemos cordialmente a vi itae retribuiremos com a permuta danossa folha.

llatcrialisxiçSttS — Encontra-mos o seguinte no Monitcur Spirita e,Mugnetique, que o reproduziu do Meãium and Daybreàk :

Um novo médium notável, MissMediou, apparece na Inglaterra, ondemanifesta a sua presença em círculosparticulares. O gabinete é simples-

ritismo, garantida como se acha pelonome do seu autor, convencido pelainvestigação conscienciosa e scienti-fica, illustrado e enriquecido pelo tra-balho e mérito pessoal.

Acompanham esta remessa algunsexemplares, que vamos destribuir, dacircular em que a dita revista propõe-se editar as obras mais importantesde Spiritismo, Magnetismo e Hypno-tismo e as obras de Allan Kardec,publicando quatro vezes por mez urafasciculo com 32 paginas, ao preço de0 pesetas cada assiguatura animal o12 no estrangeiro.

Psychische Studien, revista mensalque se publica era Leipzig, sob a di-reccão e redaccão do Sr. Alexander*Aksakow, correspondente ao mez deSetembro.

Die übersinnliche Welt órgão daSociedade SpJiinx, de Berlin; ns. 4e 5, correspondentes aos inezes doAgosto e Setembro.

The Pacific Coast Spiritualist, jor-uai dedicado á propaganda dos en-sinos do espiritualisnu), que se pu-blica em S. Francisco da Califórnia.

America Central, La Palmera, ElEco Nacional, Diário de El Salvador,jornaes da Republica de S. Salvador,America Central, gentilmente envia-dos pelo Sr. José Friscani, de Ahua-chapam

Collegio leigo para senho-ras — A sociedade La FratcmidadUniversal de Madrid, que sustentaha já vinte e seis annos um:', revistade estudos psycologicos com o mesmotitulo (segunda época do El CritérioEspiritista), inaugurou o primeiro col-legio leigo para senhoras em Setem-bro do anno passado com uma sessãosolemne, concorrida por selecta e il-lustrada sociedade, na qual se dis-tinguiam alguns professores leigos damesma cidade, livres pensadores; va-rios membros da sociedade theoso-phica e profusão de spiritás. Forampronunciados bellos discursos, lindaspoeoias, alternadas com boa musica.

«BísIío BiCrmiiiti — Este coube-cido homem de letras, em sua viagemá Hespanha, fez unia conferência noCentro Barcelonez de Estudos Psyeo-lógicos, tratando de theosophia e hu-dbismo.

Puüeram os que assistiram a estaconferência, apreciar asòraiua de co-

X

FOLHETIM \u

REFORMADOR — 1891 — Fevereiro 1

nhecimentos do orador, e ver quantoelle se havia avantajado no conheci-mento destes assumptos.

Dr. Jaime A. Ilonet — De-sencarnou era Agosto do anuo passadoeste eminente medico, homem illus-trado e virtuoso, cujo espirito^ veiocompletar o seu progresso era SaguaLa Grande (Cuba).

La Alborada, revista spirita da-

quella cidade, era seu n. de 31 doüito mez, descreve as muitas provasde sympathia que foram manifesta-das em seu funeral por pessoas detodas as classes sociaes.

Sua passagem foi geralmento seu-tida, e os spiritas lastimam a separa-ção do propagandista e susteütacüloda doutrina naquella localidade.

Sessão mcdianimica mnsi-cal — Extratamos do Lumem o se-guinte curioso facto, que publicou halerapos o periódico Courrier dé Lon-dres et de VEurope :

Foi realisada no palácio dos duquesde Cumberland uma sessão mediaui-mico-musical por meio do Sr. She-pard, notável médium desta facul-dade.

Assistiram a esta sessão as rainhasda Dinamarca e de Uanover, a du-

.queza de Altenburg, princoza Mariade Hanover, duques de Cumberland,vários oííiciaes generaes, a corte,damas de honra e oííiciaes do serviçodaquellas soberanas.

O médium não só deixou ouvir asharmoniosas notas de sua voz, como

por seu intermédio ouviram-se pri-morosas peças executadas ao pianopelos espirites de Thalberg, Liszt,Ühopin, Mozart e Berlioz.

As harmonies eram ouvidas eracorapleia escuridão e os espíritos eramannunciados por meio de luzes comoestrellas.

Pintara mcdianimica — As-signada por Miss L. C. Otto, tran-bcreve a Revue Spirite uma carta pu-bli--ad uo Progressive Thinher de 20de Julho de 1893, nagqual esta sra.conta que a 10 de Junho foi com suairmã visitar a M. Campbell, de Chi-cn«>-o. Abi ligaram duas ardosias,coUocando no centro uma placa de

porcellaua. Tendo ambas segurado asardosias por trinta minutos e tendoM. Campbell collocado também assuas por instantes, obtiveram comgrande espanto ao abril-as que naplaca estavam pintadas bellas flores,na ardosia superior uma communica-ção de seus pães, com os nomes assi-gnados, e por debaixo da placa umramo de flores naturaes, sirailhantesás pintadas na placa, frescas e orva-lhadas.

MtSCEttANEA

0 SPIRITISMO ANTE A SCIENCIAPoR

Gabriel Delanne

PARTE PRIMEIRA

riIOSPITORRSCENCIA OIIÜANICA DOS ELE-

MENTOS NERVOSOS

M. Luys é o primeiro a propor, assi-milar a faculdade da memória a umaacção physica. Suppondo que as cel-lulas nervosas sejam como certoscorpos capazes de armazenar de algummodo as vibrações que lhes chegam,como as substancias phosphoresctntesque continuara a brilhar depois quea fonte luminosa desapareceu, da mes-ma maneira as cellulas nervosas po-deriam vibrar ainda depois que acausa excitante deixou de agir.

Graças aos trabalhos dos physicosmodernos, é certo que as vibrações doether, sob a forma de ondulações iu-tniuosas, são susceptíveis para os cor-

pos phosphorescentes de se prolonga-rem por um tempo mais ou menoslongo, e sobreviver á causa que as

produziu.Niepce de Saint-Victor nas pesqui-

zas sobre as propriedades dynamicasda luz chegou a mostrar que as vi-orações luminosas podiam se arma-zenar sobre uma folha de papel, no

LÁZARO —0 LEPROSOROMANCE SPIRITA

POR

imiaC^ÊLTSmmZ

XXXVIIO condemnado, (pie tem a vida penden-

te de um perdão real, não sente maior.satisfação quando lli-Ó annunciam, do (piesentiu a fillia de Manoel da Silva ouvindoa resposta que lhe deu o agente da esta-cão. . ," Era, porem, de conturbar a alma simplesc ignorante da moça aquelle facto de ha-ver ella, sem a mínima indicação, desço-berto, de S. Paulo, uma pessoa completa-mente desconhecida, que residia cmMògy-miriin !

K, entretanto, não podia duvidar doportento !

Por mais que procurasse penetraiaquelle mysterio, elle cuia vez se lhe apreisentava mais impenetrável.

Com que elementos podia a moça jogarno empenho que a dominava?

Nada conhecia da nova sciencia, que co-meçava a avassahir o mundo, e que vemtrazer luz aos homem»; e, portanto nadapodia adiantar, na solução do problema,por mais esforços que empregasse.

Também, ella não se prendeu, corpo ealma, aquella indagação, contentando-secom o facto c deixando aos competentesii sua decifrarão.

Volveu, pois, a perguntar ao agenti.,como poderia chegar á casa de D. uwa.,

- liste rapaz, respondeu o intcrpellado,apontando para uin preto que se acha'a

estado de vibrações silenciosas, duran.te um tempo mais ou menos longo,

promptas a reaparecer ao appôllo deuma substancia revelatriz. F/ assim

que, tendo conversado na escuridãogravuras expostas precedentementeaos raios, solares poude, muitas vezesdepois da isolação, com o auxilio dereactores especiaes, revelar os traços

persistentes da acção photographica dosol sobre sua superfície.

O que se faz, com effeito, quandose expõe ao sol uma placa de collodiosecco e que muitas semanas depois des-cortina-se a imagem latente que ellacontem?

Faz se surgir abalos persistentes,recolhe-se uma lembrança do sol au-sente, e isto é tão verdadeiro, trata-setão hera da persistência de um movi-mento vibratório que não tem sinãouma limitada|duração, quesinltrapas"sar-se os limites precisos,5se esperar-se por muito tempo, o movimento vaeenfraquecendo tal como uma fonte decalor que esfria e cessa de manifestarsua existência.

Esta curiosa propriedade de certoscorpos inorgânicos se encontra sobnovas formas, cora apparencias appro-

priadas, é verdade, mas copiadas esimilares, no estudo da vida dos ele-raentos nervosos. Era apoio á sua theo-ria M. Luys cita exemplos de phos-phorescencia orgânica tomada aofunecionamento dos órgãos dos senti-dos.

Quera não sabe, diz elle, qu? ascellulas da retina continuam a serabaladas depois que as incitações de-sapareceram? Calculou-se que esta

persistência das impressões podia seravaliada de trinta e dois a trinta ecinco segundos Plateau. E' graçasa ella que duas impressões sue-cessivas e rápidas se confundem echegara a dar uma impressão conti-nua; que um carvão incandes-çente que se faz virar na ponta de

UíBiüüwa HggggaajBMJBBBManrafMraMB»

assentado a um canto, fumando descuida-damente seu cachimbo, este rapaz morana vislnhança da casa, que a sra. procura,e por quasqúer cinco tostões, pode carro-gar-lhe a mala e guial-a até onde a sra.deseja chegar.

Ouvindo fallar de si e em cinco tostões,o preto ergeu-se de seu logar, como sitivesse sido impellido por machina, eapresentou-se á moça, dizendo muito res-peitosamente: si minha senhora quer, eulevo-a lá, n'um instante, li' emquauto odemônio esfrega um olho.

—Pois toma, e vamos, disse a moca lar-gando a ..mala ao preto, e pondo-se a ca-minho.

Era viagem, acontece o que da-se quan-do se encontram desconhecidos, em terraestranha: riivella.rri-se as condições, e es-tabelece-se a intimidade, sem nenhumescrúpulo de saber-se com quem se trata.

Kulalia, pois, tanto que deixou os loga-res povoados e entrou no caminho que évulgarmente chamado de roça, começouâ fazer perguntas ao pae Martins, queassim chamava-se seu guia.

Soube delle que 1). Clara, a querida detoda a visinhauea, perdera havia cerca dedoas mezes sua companheira de casa, quelhe era a única creada para o serviço do-mestiço, e que niuda não tinha podido en-

I contrai* (piem lhe substituísse a estimadaMaria da Ponaa, não querendo absoluta-mente sinão pessoa branca.

Aquillo foi um raio de luz para a moçaquo não sabia como apresentar-se a umasra que.niU» conhecia, pára viverem suacompanhia.

Agora, sim ; tinha uinjmeio muito natu-rnl para chegar a seu fim : apresentava-se,pari criada, no que nada havia de extra-uhavel, c uma vez admiti ida n i casa, SÓde si dependia conquistar a estima e aconfiança da boi sra , para ficar alli poruma vez,

uma corda produz a illusão de umcirculo de fogo; que um disco em ro-tação, fiobre o qual estão pintadas ascores do espectro, não nos dá sinão asensação de luz branca, porque todasas suas cores se confundem e formamuma resultante única que éa noçãodo branco.

Todos os que se oecupam de estudosmicroscópicos sabem quejdepois de umtrabalho prolongado as imagens vis-tas no foco do instrumento ficam dealgum modo photographadas no fun-do do olhar, e que basta ás vezes de-

pois de algumas horas de estudo fe-char os olhos para as ver apparecercom grande limpidez. Acontece omesmo para as impressões auditivas,os nervos conservam durante um tem-

po prolongado a passagem das vibra-

ções que os excitaram. Quando se via-

ja em caminho de ferro ouve-se aindadepois de horas da chegada o bar*v^lho das trepidações do wagão; a mu-sica, certos estribilhos favoritos re-soam involuntariamente nos ouvidos,e isto algumas vezes de um mododesagradável, por muito tempo de-

pois que se as ouvio. O doutorMoosd de Heielberg, refere o caso deum indivíduo em quem as sensaçõesda musica persistiam por quinze dias.

Os dous apparelhos sensoriaes davista e do ouvido são únicos onde assensações parecem deixar uma im-

pressão de alguma duração. Os teci-dos gustatives não parecem despro-vidos d'esta qualidade, mas não aappresentara cora intensidade suffi-ciente.

Proseguindo sem estudo, o authorattribue á phosphorescencia orgânicaos actos que derivara do habito, taescomo os exercícios do corpo, a dansa,a esgriraa, o tocar instrumentos demusica etc. Depois elle liga á esta

phosphorescencia todos os phenomenosda memória.

Ha em tudo i-do que se tem dado ulti-mamente corri mi go, pensava a bella moça,a influencia de algum protector invisível,como aquelle moço, (pie me appireccu mi-racidosamente I

Tudo se tem preparado de modo que osmaiores embaraços como que são removidosde meu caminho 1

Obrigada, meu Deus; porque não podeser sinão vossa providencia quem me temassim protegido !

Cada vez mais encorajada, a moça con-tinuava a caminhar para o que chamava oseu triste destino, levando nalma espe-rança emvez de sobresaltos, ou emvez doque\sentia quando começo uaquella terri-vel viagem.

No fim de um quarto de nora, mais oumenos,Jchegaram os dous viajantes á tron-queira da fazenda de ü. Clara, propondo-se pae Martins, por desencargo de con-sciencia, aco.npanhal-a até a casa.

Não é preciso, disse-lhe Kulalia.Daqui á casa é um instante, e eu mesmaqmiro levar minha mala.

—Mas, redarguiuo preto, desejando queas bichas não pegassem, eu ajustei levarsua mala até a casa de si nha D. Clara.

—Pois bem; mas eu lhe pago aqui, o vousó, porque quero causar uma surpreza ábòa amiga.

—Minha sra. conhece ella?—Si não a conheesse, respondeu Kulalia

falseando na voz, cá não teria vindo.Kstá bom; neste caso, vou-me embora

pura casa, que si nha está esperando pormim.

Paga a ajustada esportula, partiu opreto" contuiite de ir rindo-se para asarvores do caminho—e ficou junto a tron-queira, f>-cliada, a moca, que, apesar detudo, sentia-se um pouco perturbada.

Ia penetrar em um mundo novo,desconhecido, e ninguém, em casos tae<,deixa de sentir profundo abalo.

Ahi reappareceu a lembrança da vidaplácida e descuidosa que gomara na casapaterna, pira agourentar a que iria tern'uma casa estranha e desconhecida.

ü que seria delia nesta nova phase?A sra. que vira procurar, tinha fama

geral de angélica bondade; mas assimcomo os maus para todos, Ia tem um paraquem são bons, assim, pelo mesmo modo,os ..que são bons para todos, lá tem umpara quem são maus.

Tudo depende da sorte da gente !Outros diriam, com os verdadeiros fun-

damentos : tudo depende da éxpiação quecada um vom fazer na vida.

A tronqueira rodou, a final, e, compouco Kulalia viu o sitio que reconheceuser precisamente o que lhe appareceu noque ella chamou sempre um sonho.

Ia de surpresa em surpresa lSó lhe faltava vericar si D. Clara era a

mesma que vira, e da qual guardara, bemgravados em sua memória, os traços phy-sionomicos.

Pouco durou aquella duvida; porque,chegando á Ci.sa, perguntando no alpen-dre, que ú uma peçi de rigor nas casas daroça, sahiu-lheao.encontròa velhinha bemsua conhecida.

.A commoção que lhe produziu esteultimo estupendo facto, fcl-a parecer ádona da casa, cançada de mal poder-se terem pé ; e, pois, a bôa sra. viu pressurosa

a cila, trazendo-lhe uma cadeira de assen-to de couro, muito usadas nos tempos quejá lá vão.

Kscolheu minha casa para pouso, emsua viagem ? minha filha.

Não, sra. Soube que estava precisandode uma criada, corria ver si tinha a feli-cidade de agradar-lhe.

A velha encarou llxamente a rocem-chcg.ula, e depois de longo e detido exame,respondeu : o physico me agrada, conver-saremos sobre o mais. •

(Continiu.)

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HE.l?01tiU/al»01K — 18«4 — Fevereiro 1

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Esta appíicáção não pode nos sa.

tisfazer por muitas razões ; ê que a

phosphorescencia dos elementos ner-

vosos não é demonstradasinão para um

tempo muito curto ; alem disso, ne-

nhuma experiência estabeleceu queella existia no cérebro.

Viu-se pelos exemplos citados aci-

ma que a duração das impressões,

persistindo quando o accusa cessa de

ao-ir, é muito limitada, sua maior

influencia chegando a uma reminis-

cencia de algumas'semanas. E\ pois,

já arriscar-sé sobre um terreno desço-

nhecido suppõr ás cellulas centraes

uma propriedade similhante, e mes-

mo em um grau mais elevado.

0 qne contradiz esta maneira de

vêr é que nas substancias inorgani-

cas não se deve ultrapassar um certo

limite, si quizer-se obter os factos re-

lativos á phosphoresceucia. No orga-

nismo humano, submettido a tantas

excitações diversas, em um apparelho

tão complicado como o cérebro, é cer-

to que as vibrações tão differentes

das cellulas nervosas não podem ter

sinão uma duração muito limitada.

A segunda razão que temos a fazer,

valer, destroe radicalmente a suppo-

• sição de uma armazenagem da vibra-

ção. 'M. Luys diz textualmente:«Esta aptidão maravilhosa (phos-

phorescencia orgânica) da cellula ce-

rehral, incessantemente entretida pe-Ias condições favoráveis do meio onde

vive, mantem-se incessantemente no

estado de verdôr emquanto as condi-

ções physicas do seo agregado material

são respeitadas, emquanto está ella

associada aos phenomenos vitaes do

organismo.»Vimos que Meleschott pretende que

o corpo se renova todos os trinta dias;

sem ir tão longe como este sábio,

pode-se admittir que todas as mole-

cuias do corpo são substituídas por.outras no fim de sete annos como querAElourens. Este naturalista, operando

era coelhos, mosATon que em um espa-

ço de tçrítípo determinado os ossos ti-

íiham sido mudados inteiramente, queno lugar dos antigos se tinham for-

raado novos.

Ora. o que se produz para os ossca

pro luz se para todos os outros tecidos,

e paru as cri lulas nervosas era parti-cular. Si a phosphorescencia organi-

ca é uma propriedade do elemento

nervoso, ou ella affecta o conjuncto da

cellula ou as moléculas que a com-

põem. Quando a cellula inteira se ré-

nova, isto é, quando os elementos queconstituem são absorvidos pelo orga

nismo, as moléculas que vem to-

mar o logar das que desapareceram

não possuem mais o movimento vibra-

torio que impressionou as suas ante-

passadas, de sorte que. quando todasas cellulas estão mudadas nenhum

dos movimentos vibratórios antigos

existe, ou por outra, a phosphores-cencia orgânica desapareceu tanto decada uma das moléculas como do con-iunctÒ da cellula.

Si a memória nao residisse unaonesta propriedade, deveria estar ani-

quilada completamente no fim de um

tempo mais ou menos longo, mas rpm

não poderia exceder de sete anuas.

Todos os sete annos teríamos deaprender do novo tudo que fixámosem nós antos dessa época. Muito me-lhor, como a evolução das partículasdo corpo se faz constantemente, asnossas lembranças desapareceriam á

medida que as moléculas se renovas-

sem, de modo que, na realidade, seria-

mos incapazes de aprender o que

quer que fosse.

Sabemos todos que não é isto quese dá, e que a nossa individualidadee memória persistem ape/ar da tor-rente de matéria que atravessa o

nosso corpo. Embora moléculas diver-sas venham incorporar-se em nós, te- |mos a lembrança e consciência de

sermos sempre uós memos, e isto não

pode explicar-se sinão admittindo a

existência de uma força que não varia

como a matéria e na qual se. regis-

tram osconhecimentosiquo adquirimos

pelo trabalho.Esta força, essência immaterial, é

a alma que, apezar das negações ma-terialistas, revela, a sua presença,por muito pouco que se estude impar-

cialmenteos pheuoraenos quo se pas-sara em nós.

(Conitniia)

totalmente, é a fé cega. De impa-'A-

Mffíã II »HIEXPOSTO DA PHILOSOPHIA OOS ESPÍRITOS

SUAS 1IASKS SCIENTIFICAS E EXPERIMENTAI-:*

SUAS CONSEQÜÊNCIAS MOHAES

POR

Eaéon Heni*

• gPARTE MORAL

O CAMINHO DIREITO

XLIV. — Fé, esperança, consolações

A fé é a confiança do homem emseus destinos, é o sentimento que oeleva á infinita potestade, é a certezade estar no caminho que vae dar áverdade. A fé cega é como um phárolde que o vermelho clarão não podevarar o nevoeiro ; a fé esclarecida éum foco electrico que illumiua dobrilhante luz a estrada a percorrer.

Ninguém adquire esta fé sem terpassado as tribulações da duvida,sem ter padecido as angustias queabrolbam o caminho dos investiga-dores. Muitos param em cançada in-certeza e íliictuam longo tempo entreoppostas correntezas. Feliz quem crô,sabe, vê e caminha firme. E'-lheprofunda e inabalável a fé. Ella otorna capaz de superar os máximosobstáculos. Neste sentido foi que sedisse que a fé transporta montanhas,pois são montanhas as difliculdadesno caíniuho dos innovadores, as pai-xoes, a ignorância, os preconceito*?- e .o interesse. '

A gente vulgar cifra a fè na crençaem c;rtos dogmas religiosos acceito;sem exame. Mas verdadeira fé é sóa convicção que conforta o huinem eo arrebata a outros fins. Ha a fé emsi próprio, em qualquer obra mate-rial, a fé política,a fé na pátria. Purao artista, o poeta, o pensador, a fé éo sentimento do ideal, é a vista dosublime fanal acceso pela mão divinanos alcantis eternos, para guiar ahumanidade ao Bem e á Verdade.

A fé religiosa que annulla a razãoe se submette ao juízo dos outros,que acceita um corpo de doutrina,verdadeiro ou falso, e a elle se captiva

ciouto tí demasiada esta fé recorrecilmente á perfídia o á subjugação, eresvala ao fanatismo. Ainda sob esteaspecto é a fé poderoso mobil. Ellatem ensinado os homens a se humi-lhar e a soffrer. Pervertida porémpelo espirito de dominio, tom sido acausa de muitos crimes, ainda que desuau conseqüências funestas transpa-reça o muito que ella podo realisar.

Ora, si a fó cega pôde produzir taeséffeitos, que não fará a fé firmada narazão, a fé que julga, discerne e com-

prehendeVNão fallecém theologos que^ nos

solicitam a desprezar mos a razão, arenegar mos (Pella, a pisarmol-a.

Será deveras para regeitar-se, mes-nio quando nos mostra o bem e o bel-Io ? Allegam esses taes todos os errosem que a razão cabiii, e esquece lheslastimosamente que foi a razão quemdescobriu esses erros e ajudou-nos acorrigil-os.

E' a razão uma superior faculdi.de,destinada a esclarecer-nos sobre todasas cousas, e que se desenvolve e nu

gménta pelo exercício, como todas asnossas faculdades. A humana razão éum reflexo da Razão eterna : E' Deusem nós, disse S. Paulo. Menoscabar-lhe a valia e a utilidade, 6 menos-

prezar a natureza humana e ultrajara própria Divindade. Querer substi-tuir a razão pela fé, é ignorar quesão ambas solidárias e inseparáveis,que ellas se solidam e aviventam umae outra. A união d'ellas abre ao pen-samento mais vasto campo, sobre bar-monisar nossas faculdades e trazer-nos a paz interna.

A fé é mãe dos nohres sentimentose dos grandes feitos. O homem pro-fundamente convicto é imperturbáveldiante do perigo como nas tribulações.Superior ás blandicias, ás lisonjas, ásameaças, ao braraar da paixão, elleouve uma voz resoar-lhe nas profun-dezas da consciência, instigando-o álueta, encorajando-o nas horas diflTi-cultosas.

Para produzir taes resultados, hade a fé repousar na base solida quelhe offerecem o livre exame e a liber-dade de pensamento. Em vez de do-

gmas e raysterios, cumpre que ellasó reconheça princípios decorrentesda observação directa, do estudo dasleis naturaes. Tal é o caracter da féspirita.

A philosophia dos Espiritos vemoíferecér-nos uma fé robustíssima,

porque é racional. O conhecimento doinundo Invisível, a confiança cm umalei, snpertoij le justiça, e de progresso,tudo imprime a esta fé um duplo ca-racter de socego e seguridade.

Que poderemos temer, quando sa-bentos que nenhuma alma pôde pere-cer, que depois das borrascas e. con-snmições da vida, para além da noitesombria era que tudo parece afundar-se, veremos despontar a suave clari-dade dos dias infindáveis1?

Penetrados da idó i de que esta vidanão é mais que um instante em no-saexistência ira mortal, levaremos empaciência os males inevitáveis queella engendra. A perspectivados tem-pos que estão abertos nos daià poderpara domi iar mos as | eqnenezas pre-sentes e de nos superpormos aos vae-vens da fortuna. Mais livres e melhorarmados nos sentire nos para a lueta.

O spirita conhece a causa de seusmales; compreheude !i necessidade(Pollfís. Sabe que a morte nada séj ara,que nossos senümentos perduram naVida de além túmulo, e que todo-os que se amaram cá emb lixo tornama encontrar-se, libertos das misériasterrestres, Io íge (Festa lutuosa morada : que só ha s '.paração para os maus.IVestas convicções resultam-lhe etn-solações que os indifferentes e osscepticos ignoram. Si, de uma extre-

ma a outra do mundo, todas as almascoinmuligassem nesta fé poderosa,assistiríamos á mais estupenda trans-formação moral que nunca a Insto-ria registrou.

Mas esta fé, são poucos ainda os quea possuem. O Espirito de verdade temfallado á Terra, mas a Terra escassa-mente o ouve. Entre os filhos dos ho-meus não são os poderosos que teemescutado, antes são os humildes, ospequenos, os desherdados, todos osque teeiu sede de esperança. Os afor-tonados e os poderosos teem-uo re-gaitado, como ha dezenove séculosregeitaram o próprio Ghristo. Os mera-bros do clero o as associações sabiasalliançarara-se contraeste desmancha-prazeres que lhe vinha turbar os in-teresses e o repouso ou derrubar-lhesas aíítrmações. E' que poucos.homensteem a coragem de se desdizer e deconfessar que se enganaram. O orgu-lho senhoreia-os totalmente; prefe-rem impugnar toda a vida esta ver-dade ameaçadora que brevemente,arrasará suas obras epheineras. Ou-tros, muito em secreto, reconhecem abellcza, a magnitude (Festa doutrina,mas ;atemorisam-se ante as exigen-cias moraes d'ella. Aferrados aos pra-zéres, almejando viver a seu gosto,deslembrados do além-vida sacodemde seus pensamentos tudo quanto osreduziria a quebrarem por hábitos

perniciosos e queridos. Que amargo-sos pezares hão de colher d'estas lou-cas evasivas!

Nossa sociedade, engolphada fre-neticamente nus especulações} poucose lhe dado um ensino moral. lunu-meras opiniões contradictorias ahi es-tão a embater-se; nesta batalha,neste turbilhão da vida material, ohomem detetn-se pouco a reflexio-nar.

Mas todo espirito sincero, quoanhela possuirá fé o a verdade, ha deachal-as em a nova revelação. Um in-(luxo do alto fluirá sobre elle e o guia-rá para este sol nascente, que um dia[Iluminará- toda a humanidade.

(Contínua)

Asui.síeneia. u«* ^ece*«Ha«Bos

Esta instituição funeciona na rua

da Alfândega ti. 342, sobrado, ha-

vendo sessões publicas todos os

domingos, ás 2 horas da tarde.

K«*íu<Io.w,l<> SpÍB'iíi«mo

«Nascer, morrer, c renasceainda :«progredir sempre—tal 6a lei. » Au.an Kaudkc.

No intuito de facilitar aos investi-

n-adores da verdade, que defendera a li-

herdade de consciência, occasião paratomarem parte nos estudos iniciaes da

sciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerância

serão admittidas nas reuniões de cs-

tudos theoricos e práticos, que terão

lo^ar todos os^dias, ás 7 horas da noite

á rua da Alfândega n. 312, 2* andar.

Segunda—terça -União Spirita do Brazil.Quarta -Circulo Paz c Concórdia.Quinta—Hexta—-iMideração Spirita líra/.ileira.Sabbadó - -Sociedade Fraternidade;Domingo—Circulo Conciliação.

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Typographia do reformador

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D% ASSIGNATURA ANNUALBrasil 5|000

PAGAMENTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DfAS 1 E ja DRCADA MRZ

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PKRIOIMCO BVOLITCIONISTA

«i© m fmmmM mwm m&BmmASSIGNATURA ANNUAL

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PUBLICA SE NOS DIAS l E 15 DECADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfandega n. 342.

Anno XII

eXPGDIGNTE

Brazil — 11 i» de Janeiro — 18t»4 — Fevereiro t&

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»*o agentes des Ia folhaÀsiazonas-0 Sr. Bernardo Rodri-

giiM de Almeida, em Üíanaus.PabV-0 Sr. José Maria da Silva

Bastos, em Belém, rua da Gloria u. 42.Bio Grande do Norte—O Sr. For-

tunaíqRunoo Arauha, no Natal.Pbbnambuco—O Sr. Affonso Duar-

te,.no Recife, rua 15 de Noeembro,n. 65.

Bahia _ O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro-O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, era Campos, rua doRozario u. 42 A.

Minas Gbbaks — O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Autonio Gonçal-ves da Silva Batuira, ua Capital, mada íadependencia n. 6.

O Sr. Bmedicto José de Souza Ju-nior—era SaiUos, rua Xavier da Sil-veira u. 128.

Katto Grosso-O Sr. Capitão Joa-quina Antônio de Oliveira Roza, eraCuvabá.

Rio Grande do.Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

A§ aMigaaturas deste periódico co-meçane em qualquer dia e terminam••mpré a 81 da Dezembro.IMPRENSA SPIltlTA UNIVERSALYeráHdteLuz—OrcrÍQdo Espiritualismo scisn-lilieo, ptiblicíçüa qninzennl. Director responsávelAntônio Gonçalves d» Silva Batuira, 9. Paulo-*,rua Ua independência. Assignatura auutml ?#000\ í.iii_Or^ãa do Centro Spirita de Corityba,

publicação qninzenal. Cliefo da redaeç&o, Alfredot" Munbez. Corityba-5l—Rua 15 de NovembroO Phurvl — Orgae do Centro Spirita de Pura-"gua. publicação quinzeual. Paranaguá. Distri-üUi»Ío gratuito..A Eiwluçüo— Órgão do Centro Spirita Rio-Gran-*9o»«, publicação quinzena!. Propriedade de

Y^iuingoi Toscauo Barbosa. Rio Grande do Sul''9 ma Pedro II. Assiguatüra trimensal ltfOOO.ÜPsychtsmo— Revista Spirita portugueza, pu-blicaçaé- mensal. Lisboa, 95 rua Augusta. PorMn« de G euiaeros 120 réis; por serie de 12 nu-««rei 240 réis.li'Revue Spirite — Journal d'études psycholo-gtatiM e-t uiritaaliiae experimental ; revue men-'iBe"^i?m^ "• l858 Par A11« k'"dec. Pari»1 rH8od! C^»b»"*'í. Prix 14 franci par au.Lt Sptritlsmc -. Journal meriauel.^Rédacteur Oa-fcnel DçlaHue. Paru», 24 rue Labruyère. Prix 0 fr

par an.LvChalne Magnét(Hu9 _ Organe des eoeiétésraagnétiques da France et de 1'ítranger, fondée en1879 ioui a dirtctmu de M, le Baron Du Potet.Glraat Louis Auflinger. Paria, 15 rue du Four-Baut-Geruiaiu. Prix 0 franca par au.'•«"»«* du hlagntítsme _ fondée eo 1845 parM. le Baron du Potet ; organe de Ia Société Ma-Mnétiane de Frauce : journal mensue). DirècteurM. DaiTille. Paria, 23 rue Saint-Merri. Prix (J-fr.

par au.L« ReUgton UniverseU* — Orgaie de Solidarité

it de Kégéneratiou ioeiale, paraiasant le 15 deaaue móis. Reda«teur CL. 1-auyety. Qérent, P.trdad. Nantei, 3 rue Mercceur. Prix 6 fr. parantk Pãtx Unieerselle — Reme indépendent. Ma-

»r -•»--»-.v t#v.v>>vi| — uciuc lucuiueiie couiacxea lia propagation et k Ia diacusiioa de Ia gyntbeie«c entiQqu« de Ia Rtaooz. OrgVne de k Refinara-lioa tocial* par Ia icience. Redacteur, Qaitoud'Haillj. Paria, 13 rue de Buci.

Lk Lumlire — RéTalation du Nouveau-Spiritua-liime. Bavue measnelle, Publiée par Mine. Lucietíranje. Paríí, 97 boulevard Moatworeucy. Prix7 franca par au.

La Mwütr — Spiritiíine, questiona locialei, ma-gnétUme. .Journal bi-meninel. Mr. li. Saive.Litga. 24 Bonlevard de Ia Soavenière. Prix. 5 rxancipar au.

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B El Fenix— Boletiu de lá Sociedad Espirita de sueombr«. Mazatlau, Sinaloa. Me.xico. Publicacionveuüu] dedicada i la propaganda y defeuaa de latilesofia Espirita. Suscripcion voluntária.

Lu lllustracton Espiritu—Se publica dei I.» ai 5 decada mes en cuadernos de 32 pag. com forro decolor. Proprietário General D. Refugio I. Gonzáles,México, 2» de la Iudepsndeuci», 0.La fluem» Nuevu—Reflita mensual de Ciências,Gristuàismo, Democracia; organo oficial dei CentroEspiritista a L» Garídad » Grátis para todos. CubaSanctt-bpintus, 7 calle dei Priucipe.

L« Alborada^ R,vista qaincanal, literária, de as-tudios psicológicos, interesses gêraes, y organe) oli-ciai (2*1 Centro a El Salvador n Director Juan J. d*Garay. Grátis para todos. Cuba, Sagua-la-GraBde,60 R mirez.

La Nueva Ahauza—Periódico mensual .organo deiCentro Espiritista Lazo de Union. Grátis para todosCuba, Cienfnegos, 72 Arguellei

Revista Espiritista—Organo de propagauda de laSociedad «La Perseveranciao Se publica dos vecesai mes, se distribnye grátis. Republica Argentina,Mendoza, ül Colômbia.

El Estúdio—Periódico de propagauda y eco demovimiento general dei Libro-pensstniienlo. Se pu-blica loi Juéves. Redactor: Amlrés Córazon Gonza-lez. Ponce, 18 Isabel.

37ie Theosophist—A wtgazine of oriental philoso-|ibv. art. literatura, and oecultism, couducede byH. S. Olceít. Madraa, Adyar. Price auuual ü I.

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Le Journal Splrile de V Kst—Reima, 28 rue Gani-betta.'

Annales des Selrnces Psychiyues Paris, 108 Buuda lavardã atui Uerwaia.

¦\ iniftaifo «le Jesua

Que^tSo interminável essa a damissão de Jeens; queatSo sobre aqnal têm perpassado os séculos semque se deixe de apresentar vivnz, semque nao seja motivo de discórdias,nem sempre pacificas.

Nova rovelação, o spiritismo, veitia ponto; chegou a tempo, para quepossamos nós também, à luz de seusprincípios, encarar a questão com aserenidade e a calma que não permit-tem türbâções.

No anno 749 da fundação de Horaafoi que, era uma raangedoura de He-thlem, nasceu Jesus.

Nessa épocba o mundo achava-separtilhado por duas civilisacOes contrarias : de ura lado o velho Oriente,que por sua ancianidade mesmo, sehaviaavantajado em todos os adiar)-lamentos, excepto o social ; de outroo Occiubiíte, que mesmo nos requintesde seu apuro, uos explendores de suacivilisaçio, patenteava já uma socie-dade em decadência, precocementeavelhantada.

Daqui era dominadora Roma, que,por suas depredações e conquistas,se havia senhoreado do inundo o-tci-denU), a que tinha transfnndido odesregramento dos costumes de suaaristocracia rica, poderosa mas desor-denada, e o servilismo de sua plebe,que, para acckmar o senhor do dia,contentava-se com diversões propor-cionadas pelo erário publico.

Comprehende bem que a autorida-de do vencedor, pesando sobre o veu-cido, fazia cora que neste se infiltras-sem costumes licenciosos, praticasabjectas, actos servis ou ferozes: eiso occideute desta epocha.

Preoccupados só cora dilatar áensenhorio sobre as demais nações, osdominadores do occideute nao se po-diam alçar aos grandes princípios : ópor isso que, fracos de espirito, desdeo infimo até o potentado, todos se re-pastavam em visitas freqüentes aospsvchomancios, oude sibyllas, estesmediunádaquella épochi, pretendiamtransraittir obscuras communicaçõesdos deuses sobre as cousas mais ma-teriaea.

Náo consubstanciando suas crençassiuaV) uos vícios e nas paixões quepeisonalisavam divinisaudo os, quefestejavam, rendendo-lhos culto, pó-

de-se dizer que nSo tinham religiSo;que nao comprehendiam Deus.

Mas, embora se houvesse fundido acivilisação grega nos costumes la-tinos, esse amálgama nSo fazia sali-entar as lições de Sócrates ou dePlatão, e sim a multiplicidade dasescolas materialistas, porque estasmais favoreciam a licença romana.

Mister se fazia que o ensino da mo-ral, para poder chocar as conscien-cias o interverter portanto a ordemdas cousas, além dé ser feito pelapalavra e exemplificado pelo acto,viesse revestido daquellas scénas mi-raculòsas que tão profundamente ca-Iam no animo popular.

E esta ultima condição era.mais necessária (inanto iáJÉWPTho-menr, e entre elles ojljsWiosophos ci-tados, haviam dado, cora exemplifi-cação, altíssimas lições de moral, semque tivessem conseguido mais do queformar escola em torno de si. Eramesses, missionários em parte, que pre-paravam o leito por onde devia fluiro rio da grande missão.

Deduz-se, pois, que o missionárioexcelso, destinado a commover asmassas do mundo occidental, deviaser: l\ um espirito mais alto do queo commutn dos homens, para lhespoder dar o. exemplo da pura moral,2-, uma organização psychica capazde produzir os phenornenos que aignorância denomina sobrenaturaes.

Ora de todos os estados submetti-dos ao jugo romano o mais talhadopara ser a pátria de um tal missio-uario era incontestavelraente a Judéa.

De facto, postado nos confins do oc-cidente, tinha este paiz continuas eininterruptas communicações cora ospovos que lhe ficavam a leste, com oOriente. Dahi a freqüência destesfactos sorprehendentes de mediumniat5o com ra uns no Oriente como entreos judeus ; entretanto os filhos deaquém—Judéa só haviam observadosybillas e pythonisas, que mais nãofaziam do que hoje os médiuns emgrupos pouco preparados.

Nas proximidades sobretudo do an-no 740 houve uma exaltação geral:pululavam entre os judeus, prophe-tas, prophetisas, videntes, pregado-res, thaurnaturgos, curadores de pos-sessos, illuminados celebres por suasausteridados e seus longos jejuns.

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Era este portanto de todo o Occi-dente o mais preparado meio paraoorporifiear se um espirito que aosoutros devera exceder em phènome-nos miraculosos.

Demais, os judeus constituíam um

povo despresado [.elas outras nações :

accuaavara-n^os de baixeza, sordidez.

rapacidade ; fugiam de convivênciacom elles; detestavam n'os mesmo.

Ora um espirito, que se sobreleva-va a todos os demais homens, vindo á

luz em um tal meio, nem só se sali-entaria mais, como ainda dava com o

nascimento a lição de que, assim comonão ha nações privilegiadas, não ha,

por egual, nenhuma que deva sup"nortar o ferreteda condemnaeâo.

Por taes signaes, que bem se pode-riam chamar os caracteres exteriores,Jesus, o filho da Judéa, era ura mis-sionario.

Ha também caracteres Íntimos, tão

precisos quanto estes, que idêntica-mente patenteara a todas as vistas a

grande mis3âo que para iodo o he-mispherio aquém do Euphrates traziao filho de Maria.

Aqui ainda se não haviam pregadocomo desde muito no Oriente, os altosensinamentos de Moral, que consti-tiüain toda a lição de Jesus.

Não peusando em fundar uma reli-gião, elle aturadamente pregava omelhoramento individual, para quepodesse chegar o reino de Deus, oPae supremo, reino em que os ho-nienSjJtodos irmãos, só seriam amor econfiança ; era que o rico destribuiriacom o pobre ; em que a injuria sóencontraria o perdão; em que a hy-pocrisia não teria mais de occultarvicios nem ambições ; ei» que o jura-mento seria inútil; era que a precenão seria só palavras mas um acto defé, de esperança e de amor ; era quenão haveria sacerdotes, ceremoniasnem templos ; em que a fraternidadeseria geral. Sua doutrina baseava-se portanto, neste lemraa: « amai-vosuns aos autros».

A sublimidade desta lição só en-contra par em a de Gonfucio uaChina, ou em a do Budha no Hin-d os tão.

Mas, si o caracter de tal doutrina,só por só, não bastasse para affirmara missão do sublime judeu, a sua

propagação e exclusivo império emtodo o Occideute seria a prova cabalde que devemos considerar Jesus oespirito superior encarregado da di-vina missão de accelerar o progressomural do inundo do Occideute.

Mas esta impiedade só é para osque cá sí arrastam, para os que ficamcarpindo a falta, dos companheiros domesmo trabalho, dos auxiliares domesmo afan.

Quanto aos outros... a morte é paraelles o anjo propicio da libertação quevem partir as cadeias que os retinhamneste cárcere de provas; o anjo bem-dito que os auxilia a sacudir o póterreno, para que realce a alvura desuas vestes.

Nó*, portanto, não vos choramos,Bonnemêre e Nus; recalcamos em

1)<hi« e»|»iri< o* que *e vil»

Nem mesmo nesta missão alevan-tada de preparar o mundo novo, estáalguém ao abrigo da fatalidade damorte: hontem era Rocb, hoje sãoBonnemêre e Nus.

Impiedosa, a morte joga por terracorpos, porque se compraz em veralar-se ao< espaços espiritos trabalha-dores.

nossas almas o egoistico sentimentode vos haver perdido, para só dar ex-pansão á alegria por estardes nessemomento a vos despojar das roupa-gens de lama cá de baixo, ficando sócom as vestes nnpciaes com que vosides entregar a outros trabalhos, comque vos preparaes para pairar em ou-trás regiões f

Mas, si é verdade que sempre, setem do passado, embora triste, recor-dações saudosa?, de lá mesmo haveisde vos rever durante os SO annos quevagastes nesta prisão, tu, EugèneBonnemêre, desde 1813, e tu, EugèneNus, desde 1810.

Então, recolhendo vossas remini-cencias, cada um a seu turno interro-"¦ara a própria consciência.

Tu, Bonnemêre, dir-te-ás a ti mes-mo : «Consciência, mais do que nuncana hora presente em que acabo deabandonar á terra de Lourre os meusdespojos não te quero ver mu Ia.

Vou desfilar deante de ti o meupassado de homem. Falia. Diz si te-nho a tua approvação, si na rainhaesphera cumpri o dever qne me cabiade-concorrer por algum modo para odesenvolvimento do progresso huina-no. Minhas incliuações foram todaspara as lettras ; mas dediquei-me espe-cialmente á historia e ao drama, tantoque, quando em Angers, de 1843 a1848, collahorei no «Prócourseur deVOuest», si escrevia folhetius hebdo-madarios, não deixava também depu-blicar estudos históricos. Nunca dei-xei inactiva minha penna, comoverás pela presente lista de trabalhosque te vou fazer passar deaute dosolhos : em 1841 viram a luz da publi-cidade o vaudeville em 2 actos «LesPremiersfiacres» e a mágica ein 5 «Mi-cromégas»; em 1847, «Les Paysans auXIX siècle»; em 1850, «Histoire de1'Association Àgricole»;em 1857,«Mis-toire des Paysans ; em 1864, «La Fran-ce sous Lo iis XIV»; era 18(38 «LouisHubert» ; em 1869, «Histoire des ca-raisards»; no mesmo anno, «Les de-clasés»; em 1872, «Les paysans avantet après 1789» ; era 1874, «Histoire deIa Jacquerie» ; ainda nesse anno,«Histoire populaire de Ia Frauce».Falia agora, consciência, devo ou nãoestar em paz eomtigo?»

«Todos os trabalhos são úteis, res-pondera ella; qualquer que seja aactividade a que se dedique o homem,elle está no cumprimento de sua mis-são. Tu bem acurapriate, tanto maisquanto em tuas escavações, atravezda histo"ia, soubeste descobrir a alma,descortinar seus destinos. Fica, por-tanto, em paz, filho do trabalho !»

Por seu lado responderá também aconsciência a Eugène Nus: «Por queme interrogas tu? Houve alguma syn-cope em tua memória? Esqneceste-tejá, somente porque acabas de deixaro corpo em Cannes, de que teus con-tempòranèoá festejavam-te como poeta,como prosador? Ja te não lembras damissão nobilissima que sobre ti tomas-te, quando, depois da revolução de1848, fizeste parte do corpo redacto-rial da «Democratie pacifique»? E porque todos te consideravam, não já so-mente como jornalista, mas como dra-maturgo, como romancista ? Mas, sipara te avivar a memória, cumpre quedesenrole a teus olhos lista a detens trabalhos,eil-auLe XlXsieécle»

1839; Jaequos le Gorsairè, 184-1;I/Enseignetneiit . mutuei, 1846; LeTrésor du pauvre, 1847 ; Le Cõnté deSaint Hélòne, 1849; Le TestamentiViim garçon, té51 ; Le voilede deu-teile, 1853; Le. Vicaire de Wakifield,Sn/ane, 1854; La Tonr de Londres,1855; La Servante, Les Pauvres deParis, «Jaiie Grrey, Les Ménages deParis», 1856—59 ; Draraes de Ia vie,1860; La Maison saladier, Lè Barconde ferme. Les Dogunes nouveanx,l8Gl;Les Lettres anciennes, 1862 ; Léo-nard, La Femine coupable, Les Mede-cins, 1863; Le Testament de Ia reineElisabeth, 1867; Miss Multou, LaVierge noire, 1869 ; La Fiévre dujonr, 1870 ; La Marquise, 1873, LaCamorra, 1874: Choses de 1'antremonde, 1.880; Nos bètises, 1882: AIa recherche des destinées, 1891..

O ponto culminante de tua obra foieste ultimo livro: dir-se-ia que en-trevias a tua próxima transformação.Estudando, ainda homem, as cousasdo mundo em que agora vives, pre-paraste teu espirito para uma maisprompta lucidez : não comprehendo,portanto, que me interrogues, tu otrabalhador infatigavel, tu uma dascolnmnas do templo do futuro domundo reformado! Mas, si é mister que eu falle, para que tenhascalma e serenidade nos trabalhos no-vos em que te vaes empenhar comoespirito, eu oirei: cada anno passadoviu um producto de teu esforço; istoé uma promessa, mais do que pro-messa, uma garantia na vida novado espaço, na luz niteute em que tevaes immergir, terás apoio firmee seguro uaquelles que te foram receber ás portas da nov. morada, na-quelles qne em teu despreudim ratoforara-te auxiliares poderosos. Vae,evola-te a estas regiões brilhantes daverdadeira vida; vae, porque bem fí-zestel»

Cada um destes brados será com-preheudido por todos os spiritas, queunisonos faremos os votos de que sejapara breve a vossa nova missão.

NOTlGtABtO

Ifòdératioii Spirile llnivor-Mello — Acha-se definitivamente organisada em Paris esta associação,da qual recebemos alguns exemplaresde seus estatutos. Não os publica-mos por falta de espaço.

A Federation tem por objecto a ag-oTemiação de pessoas ou de grupospara o estudo e propaganda dos phe-nomenos spiritas.

Em assemblea geral foram eleitos :Presidente, A. Laurent de Faget;

vice-presidente, Gabriel Delanne eAdolphe Boyer; membros, as Sr"\Poulain, Gonnet, Delanne, Hoileux,e os Srs., Camille Chaigneau, Girod,Lecorate, Muscadel, Mongin, Fabre,Tegrard, Louis, Deabouis, Hatiu, Car-lier, Boisseau, Chainprenaud, Ga-lopin.

Óeweneariiaçrto — A Socieda-de Constância, de Buenos Ayres, acabade perder um dos seus melhores e de-votados obreiros, na pessoa do Sr.Carlos SaiiU-s, seu fundador e médiumnotável.

A revista de 2 l de Setembro, dandoesta noticia, transcreve os discursosque foram pronunciados no cemitériopelo Presidente e Vice Presidente da1mesma soei edade.

I

llninlia «pirllu — Transcreve-mos de La irradiation : Assegura eiAnnali dollo Spiritismo, de Turim,que * rainha de Italiaé spirita con-vencida. Diz-se. que concluiu um li-vro com o titulo Pensamentos sobre avida de ahm-lumiílo, fazendo disposi-

ções pura que seja publicado depoif»de sua morte.

Br. Sunz Kenho — I/umen, ointeressante periódico spirita de SanMartin de Provensals, publica era seunumero de 4 de Novembro a biogra-phia, illustrada com o retrato donosso eminente e i Ilustra do confradeDr. Dou Manuel Sanz Benito, lentecathedratico de Metaphysiea da Uni-versidade de Barcelona.

Quem tem revolvido a litteraturaspirita, não desconhece o nome illus-tre daquelle infatigavel escriptor; éportanto com satisfação que \evk suabiographia.

< uiiu «le Willinm < rooLet— Traduzimos da Revue Spirite a íts«guinte carta lida no Congresso deChicago, entre as enviadas por pes-soas auzentes, a qual a mesma revistaofferece como resposta aos inimigosdo Spiritismo :

Kensington Park, Gardens,—Lon-dou, 27 de Julho de 1893.

Meu caro professor Cones.Si estaes informado do boato que

corre, que eu me tivera retractado demeus testemunhos, quanto á realida-de dos phenomenos spiritas, porquedepois percebesse que tivesse sido lo-grado, tendes plena autorisação «leminha parte (ainda mais e isto ihstan-temente vos peço) de oppor a essasfalsas asserções uma negativa ener-gica e completa.

Tenho hoje, como depois de minhasexperiências, a mesma convicção arespeito destes phenomenos ; não pudeentão achar a menor possibilidadepara desapontamentos, e hoje, depoisde minhas experiências de mais devinte annos, juntas ás outras feitaspor sábios, não posso ver como fossepossível que eu me tivesse enganado.Lede meus relatórios das sessões comD. D. Home, e ahi vereis com exacti-dão c que penso actualmente a esterespeito. Vosso etc—Willtam Croo-KES.

Spiritismo em C?uha — LaBuena Nueva, revista mensal spirita,deJJSancti Spiritus (Cuba) dá circum-stanciadamenie noticia de phenorae-nos physieos que se manifestaram ernuma casa da rua S. Felix n. 13, ha-bitada pelos senhores Pedro e Joa-quina Valle proximamente ha donsannos e pela jovem O. 0r., hospedadaali oito ou dez dias antes de taes phenomenos.

Cmsistiram as manifestações en.pedras que cabiam no interior da casa,annunciando sua presença uuicaraen-te por uma pequena pancada" produ-zida ao cahir, sem que se descobrissea direcção que traziam, apezar de re-petir-se o facto quer de noite quer dedia ; pancadas estrondosas nas portes,oceasionadas pelo choque violento depedras de. peso de cinco libras ; corpospesados, como fragmentos de telhasou ladrilho rolavam ligeiramente pe-lãs roupas de algumas das pessoasprementes sem offendel-ns.

Estes phenomenos foram compro-vados por muitas pessoas inclusive oAlcaide Municipal, ficando verificadoque o médium da producçao de taeseffeitos era a joven O. G.

Aluiu link |»ni*n l&ft-i — Rece-bemos esta obrinha .publicada pelaFederação Spirita da região de Liège.Este almauak que está era seu ('»•anuo contém uma serie de iraportan-tes artigos em prosi e em verso, «ub-acriptos pelos nomes mais eminentesentre or escriptores spiritas. Para quese possa fazer idéa do valor desta pu-blicaçãò, aqui damos os títulos de ai-guns dos artigm com os seus respe-ctivos autores : Agrande tradição daG.illin, por Lédn Denis ; As theorias do

ii

Spiritismo, por Michel Solovoy; A

/

HKItMlM 4lM>K — 18» a - Fevereiro 16 3

i-

mulher, por Felix Paülsen ; Qual seráa nota dominante do Congresso deLiègé, por .1. Camille Ohaigneau ;Carta de Mazzini, o grande demo-crata italiano, a Robert Owen sobreamorte ; Alexandre Aksak')\v; por Eli-se Protin ; A idéa nova, por Emma-miei Vauchez ; Castigo não é justiça,por Marins George : Indroducção daobra Os essenios e a Egreja orthodoxa,por R. Ctirard e Marins Garredi.

Que é • «píritiaiiio? — O pe-riodico de Madrid La Irradiacion estápublicando em hespanliol aquelle li-vro de propaganda, escripto em fran.-cez por Allan Kardec. Destribue emfasciculos, de que acabamos de re-ceber o primeiro, que muito agrade-ceinos.

fCI Itatutllo — Fomos visitadospelo n. 45 de El Estúdio, periódico depropaganda y eco dei moviraiento ge-neral dei Libre pensamiento— que aepublica ás quintas feiras am Ponce.

Agradece mes a consideração quenos foi dispensada e com muita satis-facão faremos a permuta com a nossafolha.

Meeting «|»irita em Bada-lona — Noticia Lumem, de Junho,ter havido um segundo meeting emBadalona, com o tim de propagar alin nossa doutrina, o qual foi muitoconcorrido, tendo discursado diversosoradores representante* do CentroBarcelonós iniciador da propagandapublica uaquella povoação.

Atlivitn NiibeoMeieiile e «|»iritinino — E' este o titulo do fo-lheto que o mn autor, o illustradoSr. Dç. G. 13. Ermacora, de Romateve a gentileza de nos enviar.

Comprehende-se bem, que estasqyetões metaphieicasdemandam umaaitençfto inteiramente particular, paraqne se as possa resolver ; lastimamos,portanto, que ainda u&o tivéssemospodido distrahir' o tempo necessáriopara hatirir no livro do Sr. Ermacoraas boas lições que o nome festejado

FOLHETIM 5*8

LÁZARO — 0 LEPROSOROMANCE SPIRITA

POR

XXXVIIIA fuga de Eulalia foi o assumpto-for-

çado das conversas de toda a vismhançaque, de ponto em ponto, levaram o contoaté onde ouvimol-o da bocca da velhamexiriqueira, que envenenou toda a vidado pobre Lázaro.

Os rumores da malidicencis, firmada emjuizos temerários, chegaram até os ouvi-dos do pae desolado, e tauto mais quantonenhum argumento ou prova tinha paraoppor-lhes; o que mais doloroso tornavao golpe que lhe fora desfechado.

Parecelí-iii.f-', até, plausível o que sedizia, uma vez que, por mais que pensassesobra o caso, uSo via nelle sinão um es-candalo, <•>, desde que ne admitte o escan-dalo, ipso factn estã-se érri via de adm.it*-tir lheas mais aggrivantes circumstancia-t.

Crear uma filha, arn<il-a com todas aseffusões da alma, viver no pensamento deque mais fácil é o sol afastar-se de seucurso, do que ella dos sentimentos dahonra è da pureza; e um dia ser obrigadoa supportar que se diga delia o que niose pode ouvir sem constragimento dizsrde uma mulher do mundo; ou! nem todasas penas do inferno podem ser inaiB durasdo que esta pena !

F. Manoel da Silva soffria esta penaatrocíssima, e quedava-se, em si mesmo,pensando que egnaes torturas inflingiraa Reu amigo Lázaro, quando roubou-lhe alilha que amava delirantemente.

Certamente, si nao fora esta conside-rBça\ o pae, ferido em smi amor pelo quelhe fez a filha, e ferido em seu orgulhopelo que delia se faltava, teria estourado,

do autor promette. Esperámos, porém,poder em breve fazel-o, e dar desdelogo conta aos nossos leitores das im-pressões que tivermos.

MISCELUNEA

l*rol»lema« «mcíuom

PRÓLOGO OK lTM l.IVRO

De todos os ângulos do globo umrumor surdo, como o que precede osabalos da natureza; uma inquietaçãoviva, como os vagos presentimentosdas grandes calamidades publicas,parece ádiantar-se no espaço, como sio raio da mais formidável das revolu-ções sociaes estivesse prestes a esta-lar, causando horror a todos a idéados estragos e rui nas, das lagrimas eda carnagem que são o medonho cor-tejo da horrível catastrophe que seprepara na atmosphera política dospovos.

Quem haverá abi capaz de medir aprofundidade do abyamo de dores e delagrimas, de misérias e desesperos,que seria para o mundo inteiro a im-mensa catastrophe de uma confia-graoão europea?! Pois a grande dee-graça, o esmagador cataclysma pre-para se indubitavelmente, ameaçandoá todos.

Tão medonho quadro transtornae afílige os corações generosos doaque olham compadecidos para tantosma'ei e vêm na miséria crescente doapovos a cansa de todas as calarai-dades. •

Conggregam-se entretanto por todaparte, cora uma snciednde generosa,os homens de boa vontade, no vehe-mente desejo de conjurar tamanhosperigos, e jactam contra o monstroque ameaça a sociedade, procurandodebellál-os.

Eutão o espirito incansável dos sa-bios e dos philosophos não repousa,na investigação dos remédios pararemoverem o mal; e, onde cada um*

fazendo antes estourarem todos os difiu-madores da filha, sem considerar a razãoque tinham para assim fazerem I

Aquella sc;encia do pissidò ln« era,porem, um freio, que sua natureza nova'impunha 4 sua natureza velln, cujos impe-tos lhe acicatavam a alma.

E' sempre assim. O mal a que o espi-rito se avèzoü em passadas existências,procura con-tantemente dominal-o rianova existência reparadorj.

Vem d'ahi a lueta que sustentamos con-tra nós mesmos, luta em que, uns tantossuecumbem, mas outros conquistam apalma do triumpho.

Feliz aquelle em quem o homem novosubjuga-o homem velho 1

A inconsciencia ou esquecimento dopassado é condição para o mérito e deme-rito do espirito posto a provas ; mas quan-do ja se tem dado longa prova de submis-são ao compromisso que so tomou aoreincarnar, quando ja setem feito o mérito,Deus, em sua mizericordia, permitte quese conheça o motivo porque si voltou ávida corporea.

Quer dizir que a justiça indefectível jaesti satisfeita, e que só impera no animodo Pae a mizericordia.

Quer diser qu.v, satisfeito o Um paraque foi concedida a nova existência, per-mitte o amor divino que o Ilibo, que deuprova cabal, lave sua alma de todas asmáculas do passado.

Kis porque Lázaro e Manoel da. Silvaalc»nçaram a sublime graça, recebendopor sonhos a sciencia do que foram, e eispor que Manoel da Silva curvou se resigna-damente diante da aguda espada de dores,que trttspassou o coraçilo.

Lázaro nfto tícou menos ncibrunhado,como vimoa, nem teve menor redtfnaçSo,raftectindo sobre o caao, que nao foi pa:-aelle sinão mais um elo da cadeia incan-decente, que devia prender seu berço aseu túmulo.

F' pouco, meu Deus, é pouco para quomtanto ae desviou do caminho do bem ;dizia o moço muito cornsigo, emquanto otrem, que levou-o á fazenda das Lavras,devorava o espaço, arrastado pelo cavallode foü-o.

dos luetadores do bem presuppõe vèruma causa, corre á brecha a defendera sociedade ameaçada.

Pensam uns que a ignorância dasmultidões é a causa primordial datormenta que se approxima, e erguementão contra a fome a escola, derra-mando por toda parte a instrucção,frebricitantes. A escola no entantoesclarece apenas as consciências, queficam por esse modo comprebendendomais o inadiável da solução social; eo phantasma desolador, era vez de sesumir nas extinetas trevas da igno-raneia dos povos, pisa mais (irme eameaçador, corno quem vê allumiadoo caminho que percorre : logo, si oeffeito não cessou, é porque a cansanão estava alli inteiramente. l

Eàtes são, no entanto, os philoso- (phos, oà sábios ; os que entendem queo professor ha de fazer desapparecero carcereiro ; os que aceusam no bancodos réos a ignorância e não o homem,como si a illustração faminta nãotivesse já alli sido levada pelassuas felicidades selvagens. Presumemoutros, pelo contrario, que, si a igno-raneia é o estado primitivo, a igno-raneia é a felicidade patriarchal emque viveram as primeiras gerações, eque a natureza inculta é a nuturezavirgem e livre em cujo estado o ho-mem não conhece ambições nem in-vejas, similbando o* habitantes doParaizo Terrestre, antes do pomo ve-dado ; e tão cruéis lhes parecera asnecessidades creadas pela moderna ei-vilisaçao, que reputam o selvi.geramais feliz, na sua barbaria farta elivre, do que a civilisação faminta eanêmica subordinada a formas esrna-gadoras!

Nesse sentido proclamam então asublevaçâo e a anarchia, a desordeme o cabos, corno si de facto as trevasvalessem mais que a luz, o abandonomah que a cultura, a força mais quea justiça I

Estes são os anavchistas, os desori-entados, os que nunca conheceramna vida sinão misérias e desgraças;mas o seu brado é o arranco do deses-pero e do desatino, da fome e da

F' pouco, em rehqjjyio que fiz, e prin-cipalmente, em relação ao que daesaos quesouberem aproveitar esta moeda, que. vósmèsmòòfferéeèis lhes para resgate de todosas suas dividas.

Embebiap nestes pensamentos, quetransformam o fel em mel, a dor em gozo,a trist za em alegria, Lázaro não prestoua menor attenção á quem entrava ousahiado carro, em que tomara um logar, nemmesmo a quem adiante de si e aos ladosse achava sentado.

Si isto não fora, teria visto penetrarnaquellecarro e hir adiante;, na outra ex-tremidade, tomar logar o sr. Manoel daSilva que, pela mesma razão, passou porelle sem o ver.

O que vinha fazer por aquellas paragensa que levava o trem, o pae de Eulalia!

Teria farejado a pista da fugitiva, e vi-nha no intento de descobrir-lhe o escon-derijo?

Nem si quer pensava nisto o pobre ho-mem, que acceitou como fatal a lei dosfactos consummados.

A filha se entregara a um miserávelseduetor, que ja lhe linvia roubado a honra,como asseguravam os vi.sinhos, a filhamorrera para- o seu coração que não guar-dava delia sinão a adorada imagem de seustempos de pura inriocencia, votando áperdida a mais sentida conpuncção.

O facto fora :|que Manoel da Silva, pas-sado o maior atordòaméntò cxus.ido peloterrivel golpe, procurou seu nobre compa-dre, o Conde das Lavras, para dir-lhoparte da desgraça que o ferira.

Nilo encontrou quem procurava, masveio-lhe ao encontro a boa Marietta, queouviulhe a narração do que ja sabia porLázaro, A quem, desde a véspera tinhamandado seguir para a fazenda, para pro-curar nos novos ares diversão a seus dolo-roROB sentimentos.

A encantadora menina procurou conso-lar o affiicto pae, pelo mesmo modo comofizera com o indignado amante de Fulalia.

R em meio das suas praticas, ungidaspelo puro amor do próximo, de que suaalma era foute perenne, faltou da dor ve-hem«nte, que o lamentável desastre haviacausado a Lázaro.

nudez, e o ódio aos que os desprezampelos seus andrajos e lhes arremessamurn osso em troca dos mais rudes tra-ballios que lhes exigem.

Outros ainda imaginara que a di-visão das terras em pequenos lotes re-partidos por todos com egualdadü,como si todos fossem aptos para cultivaras terras, resolveria o problema social,sem reparar que a perpetuidadeda suecessão, deslocando no dia se-guinte essa ordem de cousas, arras-taria em pouco tempo ao mesmo péa questão social, deixando-a eterna-mente insoluvel deante do phantasmada onda crescente da miséria inva-sora I.

Estes são os socialistas, os queacham qne tudo corre bem quandonada falta, os mais raaoaveis, entre-tanto ; mas não reparam que deantede seu programma continuaria o mes-mo crescente das populações zomban-do da divisão das fortunas.

Estas differentes opiniões, que sechocam de encontro ás suas oppostasdoutrinas, provara tão somente os es-forços e a anciedade do espirito mo-demo em busca de uma verdade pre-cisa ao bem geral, como a vida aocorpo, e que por toda parte tem sidoprocurada, menos onde ella realmenteexiste.

De facto, si a ignorância é o mesmoque a uatureza inculta onde reina apaz e a harmonia, é que a naturezatem era sua ignorância toda a sabe-doria das suas leis adm;raveis, pelasquaes se desenvolvem em todas ascreaturas os iustinetos que são inhe-rentes á uatureza de cada umadellas ; assim, si de uma fera uuncase fará urn homem, também de umhomem uunca se fará uma fera. Ora,sendo o homem sociavel por natureza,só á sociedade convém a sua organi-zação e existência.

Si o homem muitas vezes praticaexcessos de uma ferocidade tal quenem o instineto da fera, tem aipdfipor causa as mesmas razões por que afera se deixa domar e perde àquellesinstinetos ; a fera na jaula, farta eacariciada, reveste-se da mansidão do

—Como assim, si aqui mesmo me foi ditoque Lázaro, suecumbindo ii do- de lhe eunegar a mão de Eul-ília, havia dado a almaa Deus?

Historias, respondeu Marietta; effe-ctivamen^e o pobre moço esteve ás portasda morte, porem sua valente oi-o-anisaçãosuperou o mal do ospi ito, e maniei-qhoritèin para a fazenda, onde a esta horaja deve estar descançando.

Oh ! sra. e eu sou a causa de tudo quet-rni sofiVido aquelle caro amigo, e do queeu mesmo tenho sofiVido e hei de soofiVeraté morrer!

—Si tivesse accedidoao que me elle fezconsiderar, o .sr. Paulo de Oliveira estariadesesperado, como está hoje; mas eu, La-zaro e minha filha seriamos felizes.

—Disse.|eu; mas posso assegurar-lhe quenão sé me dava de ser desgraçado, comosou, contanto que minha filha não fosseuma mulher perdida, e que meu bom ami-go não sofiVesse as angustias que o ralam.

Bem que me elle prognosticou tudo is-to!

Eu, porem, estava cego, cogo e louco, aoponto de não ver o que estava á vista detodos, e dè não prever o que era du sim-pies senso commum !

May... devia ser assim mesmo !Quem deve, paga, e bem feliz é o que

pode pagar IMarietta não comprehendia nada destas

ultimas expressões do homem ; mas insis-tiu em consolal-o

Não seeanc; minha santa menina, queresignado estou eu, e até dou graças aDeus paio ijue me aconteceu ; porem sin-to ura desejo ardente de me encontrarcom Lázaro, única pessoa que compaehen-de minha dor. Paracé-me que abraçando-nos, nossos coraçOes se faliam, e por essemotivo se darão mutuamente a paz, naobediência a graciosa lei das repnracOes.—Pois vá á fazenda, sr. Manoel da"Silva,disse a menina, para quem todas aquellaspalavras e am enigmas, porque ignorava o.»sonho do homem. '•

Seja como diz, respondeu este, e eis por-què vimol-o no trem que Lázaro tomou,tendo perdido o dá véspér.i.

(Continua)

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cordeiro ; o homem na sociedade, des-prezivel e faminto, despede se dosinstinetos humanos e apresenta então em toda a monstruosidade a natu-reza da fera.

A civilisação é a conquista do espi-rito, como a vidnselvagem é o reinadoda matéria ; ora, quando ò espiritocede o logar á matéria, o lobo devorao cordeiro, e o leão subjuga o lobo ;mas o progresso é também para a ma-teria uma lei natural, e só os egoístasse dão bem com a ignorância das mui-tidões, a que melhor reduzem poresse meio á condição da besta de car-BP

Quereis, pois, evitar os males ao-ciaes?! Procurae o bem estar de todospela garantia do trabalho remunera-do. e tereis resolvido o problemasocial. A instrucção para o homem éum complemento necessário, como ummethodo fecundo em resultados paraelle saber dirigir com intelligenciaos trabalhos da vida : mas olhae qneo pão do espirito está longe de ser opão do corpo, e um estômago vaziodeixa vazia a intelligencia.

Os desacatos partem, pois, da fomeem primeiro logar, e depois da igno-raucia ; são, portanto, os dois mons-troa que mais affrontam e agitam ahumanidade e assim, do dia era que ohomem instruído tiver garantido odireito ao trabalho, os desacatos serãoentão impossíveis.

A vós, pois, philosophos, a vós,sonhadores do bem geral, e que embusca da verdade não recuaes mesmodeante do martyrio á vossa reflexãoofterecemos as nossas convicções, emcujo fundo, se nos affigura, encontra-reis o — x—do problema social.

Baseados no respeito e na ordem,na justiça e na honra, as nossas dou-trinas são a voz do coração e da con-scieneia, um brado de angustia emnome dos que soffrem, e que são ape-

— aas victimas d'uma incúria social.Nao queremos senhores nem escravos,millionarios nem desgraçados, masrespeitamos a fortuna de todos, e nosoppômos k violência das leis da evo-lücáo.

Não consideramos o capital um ini-migo, mas um incentivo ao trabalho,uma necessidade e um direito : oppo-ino-nos legalmente a que elle pela ex-ploraçãoseja a causa do desequilíbrioe da miséria. No dia em que assimreformardes os costumes dos povos,bem raerecereis as bênçãos da o uma-nidade, e tereis reformado o mundo.

Entretanto toda revolução é labo-riosa e toda tem cs seus excessos,como todos nós temos alguma coisado que censurarmos uos outros; masantes de exigirmos, antes de procla-raarmos, vejamos bem o alcance donosso programma, e o que virá a lu-crar a sociedade cora a simples mu-dança de scenario e personagens: me-ditae ni^tò, innovadores, e tambémvós, revolucionários. O que vemos,todos os dias, ainda nos espíritosmais liberaes, é muito discurso emuito enthusiasmo, muita activida-de e muito bons desejos; mas nofundo de todos os seus planos a posi-ção do proletário fica seudo sempre amesma, sempre o paria social eralueta com a fome, apenas um poucomais livre para gritar e arrepellarse,mas de resto us mesmas difíiculdadesda vida.

Desde que o objectivo é, pouco maisé6ú menos, uma parodia aos goveruosimraoracs das fardas carnavalescas,

não vale a pena perturbar a paz, in-citar couvuLões sociaes. E o mais éque nos agitadores de toda espéciepouco mais apparece do que a arabi-ção premeditada que lhe deve collo-car nas mãos o poder, que só não ébom para elles nas mãos dos outros ;por isso os povos, vendo por exemplo,

que pouco adoatitarn com uma repu-blicâ monarchisla, preferem o mal co-nhecido ao desconhecido, e couser-vam-se assim para se não lançaremnos braços dhima aventurosa innova-ção, que está para o problema socialcomo a está para ./•.

Portanto, o nosso livro é profunda-mente revolucionário; mas o vapor éa revolução,e a electricidade é a revo-lução ! Avante, pois, em nome do fu-ttiro : avante ainda em nome da hu-inauidade !

JOSIÍ I5.U.SAM0

O SPIRITISmO ANTE A SCIENCIAroít

{••ahriel llelamie

PARTE PRIMEIRA

AUTOMA.Tl.SM0

(Continuação)M. Luys definiu o automatismo :A propriedade que apresentam as

cellulas nervosas vivas de entrar es-pontaneamente em movimento, e tra-duzir de um modo inconsciente osestados diversos da cellula em agita-ção. Por outro modo : A actividadeautomática de toda cellula viva não émais que a reacção espontânea dasensibilidade intima da cellula, soli-citada de uma maneira ou de outra.

E' sempre a theoria do elemento•ner-voso que actua directameute em vir-tude das suas forças intimas motnpróprio, e é também equivocando-seque o autor pôde interpretar esse factoem seu favor.

E' incontestável que se passam emnós actos de que não temos couscíen-cia. As experiências de Charles Robin,feitas sobre o cadáver de um suppli-ciado, mostraram que as funcçõés damedulla se perpetuavam emquantonão desapparecesse a vida dos ele-mentos, e isto com tanta regularidadecomo si o cérebro as dirigisse.

Devemos attribuil-as ás proprieda-des intimas das cellulas nervosas?

Para sabel-o, recorramos ainda aOlaude Beruard que se exprime assim;

«No homem ha duas espécies demovimentos: 1.-os movimentos con-scientes ou voluntários ; 2.* os movi-mentos inconscientes, involuntáriosou reflexos (ou automáticos) porquesob nomes diversos é sempre a mesmacousa.

O movimento reflexo é ura movi-mento para cuja execução concorremsempre trez ordens distinetas de ele-mentos do syslema nervoso : o ele-mento sensitivo, o elemento motor, ea cellula.

Si se produzisse movimento semuma destas condicções, sem a com-participação de um destes elemeutos.não seria mais um movimento reflexo.Com effeito, todo o movimento reflexosuppõe trez cousas distinetas : 1.- umaexcítação do nervo sensitivo em umlogar qualquer da sua extensão, 2.-uma excítação do nervo motor, que setraduz pela contracção de ura mus-culo, 3,* um centro que sirva de trans-ição e por assim dizer de linha deunião destes dous elemeutos, de modo

a produzir a irritação du segundo soba influência do primeiro. »

Sabemos já que a matéria viva éinerte, que por si mesma não pôdeentrar em movimento : os actos auto-maticos são, pois, sempre devidos auma irritação do nervo sensitivo quetransmitte a excítação a um nervomotor por meio da cellula. E' destamaneira que se operam os actos darespiração, da contracção tio coração,da digestão, etc, nos quaes a vontadenão intervém habitualmente; no en-tretanto, verificou se que existe um

ponto collocado no cérebro que ino-dera as acções reflexas.

A alma manifesta, pois, sempre asua presença, quer de uma maneiradirecta pelos movimentos voluntários,quer de um modo indirecto nas acçõesreflexas, pela intervenção dos centrosmodera lores.

O argumento de M. Luys limita-sea aiiirrnações desmentidas pela scien-cia, de sorte que os seus raciocínios,estribando-se em base falsa, chegama deducções em opposição formalcom a verdade. Nem a. sensação, nema phosphorescencia, nem o autorna-tismo, tem o sentido e o alcance quese lhes quer dar, e é por meio destasinterpretações truncada.s que a theoriamaterialista parece ter uma força queeffecti vãmente não ponsue.

ooNor.usÃo

De todas as theorias examinadasaté agora nenhuma leva á certeza deque a alma não seja uma entidade.

Ao contrario, de um exame attentodesprende-se a convicção de que o es-pirito ou a alma existe muito real-menti», que ella manifesta sua pre-sen ca em todos os actos da vida.

Nem os profindos onhecimentoschimicos de Moleschott, nem o ta-lento extraordinário dos sábios comoBroussais, Buchner, Carl Vogtj Luys,etc, podem bastar não só para inval-lidar a crença na alma, como parasimplesmente fazer duvidar da suarealidade.

Ma um século temos ao nosso ai-cance um instrumento poderoso de in«vestigação que nos descortina da ma-neira a mais formal a existência daalma; queremos fallar da scieneiamagnética.

Nas discussões precedentes, duvidaspodem ainda subsistir no espirito decertos leitores. A autoridade dos no-mes dos nossos contradictores pôdefazer pensar que elles "são incapazesde um engano tão grosseiro ; dahisuspeitar se das nossas conclusões quesão, no entretanto^ ás da scieneiaoííicial. Mas com os fictos fornecidospelo magnetismo separa-se a alma docorpo, ella se desprende deste ultimoe manifesta a sua realidade por phe-nomenos surprehendentes, affirma-seclaramente separada de seu envolto-rio carnal e vivendo do uma existen-cia especial.

Eis porque nos ocenparemos na segunda parte dos factos que põem forade contestação a existência do eupensante, da alma.

(Continua)

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KiPll II IM<nexposto n.\ pnu.osoruiA nos espíritos

SOAS BASES SCII5NT1F1CAS E EXPERIMENTAR*SOAS CONSEQÜÊNCIAS M0HAES

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¦ <©«ii D<mi.<iV

PARTE MORALO CAMINHO niRKITO

®?F« — O orgulho. Riqueza e po-brezaDe todos os vícios ó o orgulho o

mais aborrecivel, pois semôa os ger-meus de quasi todos os outros. E'hydra monstruosa, sempre a pro-crear-se, sendo a sua prole egualmentemonstruosa. Era ficando de assentoem uraa alma, qual si fosse praçaconquistada, dispõe d'ella como s"e-nhor, espiar-se sem [estorvo, fortifi-ca-se de geito que se torna inexpu-gnavel.

Ai por quem se deixou sorprender IMelhor lufc fora arrancar do peito ocoração do que deixar insinuar-sanelle o orgulho. Não poderá libertar-se d'este tyranno sinão a preço de ter-riveis luetas, a custo de dolorosasprovações, ao cabo de existências oh-seu ras, após iu findos vilipendies ehumilhações pelo porvir a fora, poisnão ha remediar de outro modo osmales que o orgulho engendra.

Este vicio é, o máximo flagello dahumauidade. D^lle procelem todosos transtornos da vida social, as riva-lidades de classes e de povos, as iutri-gas, os ódios, a guerra. [ spiradordas loucas arabiçõed, o orgulho temcoberto a terra de sangue e de ruínas,e é ainda elle qne causa nossos pada-cimentos de além túmulo, porqueseus effeitos ultrapassam a morte, ealcançam nossos longinquos destinos.

O orgulho não nos desvia somentedo amor de nossos,similhantes, tam-bem estorva-nos toda a melhoriaengodando-nos cora nossa valia, ce-gando-nos para não vermos nossosdefeitos. Só o exame rigoroso de nos-sos actos e pensamentos induz-nos auma fruetuosa reforma. E como ha deo orgulhoso submetter se a esse exa-me? De todos os homens elle é quemmenos se pôde conhecer. Enfatuado epresumido, nada pôde desengánal-o,pois elle evita quanto deveria escla-recel-o, aborrece a contradicção e sóse compraz na sociedade dos adula-dores.

Como o verme estraga um bellofrueto, o orgulho corrompe as obrasmais raeritorias. Não raro as tornaaté nocivas a quem as pratica. O bemque fazemos com ostentação, com se-creto despjo de sermos applaudidose laureados, volta-se contra nós. Navida espiritual as intenções, os moti-vos occultosque nos inspiraram reap-parecem quaes outras testemunhas;acabrunhara o orgulhoso e resolveraem fumo seus méritos illusorios.

O orgulho escurece-nos toda a ver-dade. Para estudar proveitosamente ouniverso e suas leis, são precisas maisque tudo a simplicidade, a sinceri-dade, a inteireza do coração e do es-pirito, virtudes que o orgulhoso igmo-ra. E'-lhe insupportavel pousar quetantos entes e ta-itas coisas o subal-ternara. Nada existe além do que ellepôde alcançar; limites á sua compre-hensão e ao seu saber,nenhuns adrait-te.

O homem simples, humilde decoração, rico de qualidades moraes,se apossará mais depressa da verdade,apezar da possível inferioridade desuas qualidades, do que o presumido,o yanglorioso, o que se rebella con-tra a lei que diminue c 1 lie debilita oprestigio.

(Continua)

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Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.

Anno X1B

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gues de Almeida, em Manaus.para'—O Sr. José Maria da Silva

Bastos, era Belém, rua da Gloria n. 42.Rio Grande do Norte—O Sr. For-

tunato Rufiuo Aranha, no Natal.Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-

te, rio Recife, rua 15 de Novembro,n, 65.

Bahia — Sr. Francisco XavierViaira Gomes, na Cachoeira.

j Rio de Janeiro—O Sr. AfYonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario ri. 42 A.

Minas Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-veg da Silva Batuira, na Capital,

"rua

da Independência n. (5.O Sr. Benedicto José de Suiza Ju-

nior—era Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso- Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, emCuyabà.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81. -

BSrazil Ilio de ^Janeiro

A« asaijrnaturas desta periódico co-meçam em qualquer dia e terminamsempre a 31 de Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSALVerdade e Lm— Órgão do Espiritualismo seien-

tifico, publicução quinzena); Director responsávelAntônio Gonçalves dá Silva Ratuira, S. Paiilo-4,rna da Independência. Assignatura animal 2/fOOU.

ALii:_ürgâo do Centro Spirita de Çórityba,publicação quinzena). Cliefe da redacçâo. Alfredo

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A Evolução—Órgão do Centro Spirita Rio-Gian-dense publicação quinzena!. Propriedade del^oniingoa To*cano Barbosa. Rio Crande do Sul179 rua 1'edro II. Aisignatura trimenial IflUOO.

O 1'sychismo — Revista Spiritii portugneza, pu-blicação meninl. Lisboa, 95 rua Augusta. Porserie de G números 120 réii; por serie de 12 nu-meros 240 réis.

La Revue Spirile— Journal d'études psycholo-glqoe» etspiritualiíine experimental ; revue men-suelle, fondée en 1858 par Allan Kardec. Paris,1 rue de Cbabanais. Prix 14 franca par an.

I.t Spiritisme — Journal mensuel. Rédacteur Ga-brel De'anne. Paria, 24 rue Labrujère. Prix 6 fr.par an.

La Chaiiie Magnètiqtte Organe des socictésmagnétiques de France et de 1'étranger, fondée en1879 sous Ia direction de M. le Baron Du Potet.Gerant, Louis Auftinger. Paris, 15 rue du Four-Saint-Germaiu. Prix D frnrics par an.

Journal du Magnitisme— Fondée en 1845 parM. le Baron du Potet ; organe de Ia Société Ma-gnétiqne de France ; Journal mensuel. Directeurti. Durville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix b" fr.par an.

La Religion Uniuerselle — Organe de Solidaritéot d« Régéneration sociale, pnraissant le 15 deeu« móis. Redacteur Cli. Fauxety. Gérent, P.qerdad. Nautes, 3 rue Mercóeur. Prix 6 fr. par an

LaPqlx Uniocrselle — Revue indéptndcnt. Ma-é isine transcendental. Plulosogphie. Phyiiiologie.yehologie. Journal quinznenal. Direclteur R. Ni-ai. Lyou, 5 eours Gum'betta. Prix 3 fr. 50 par iané

La Nouoelle Science _ Revue mcnsuelle coiuiacrIa propagation et à 'a discussion de Ia g;yntthèieeutitiqu* de Ia Rennooz. Orgacoe de Ia Refinara-on social» par Ia science. Redascteur, GastouHailly- Paris, 13 rue de Buoi.La Lumière _ RévelaCtion du Nouveau-Spiritua-me. Ravue mcnsuelle, Publiée par Mine. GLuoieanje. Pasiri», 97 bouPevárd Montniorency. Prixfranca par an.Lc Messayer— Spiritisme, queaatione Lsociules, maétlsme. Journal bi-mensuel. Mr. IL Saivse.-ége, 24 Boulevard de Ia Sou.veniére. Prix. 5 drancsl«sr an.

Light —Journal of psiobicnl, occult and mysticaarcarch. Charirig Crosj. Londuu, lti Craven Street.

Bamtt of Light— An exponent of tbc spiritualpWloiopby. Colby & Ricb, publisliers, Boston, 9Ètyawortb. S 2,50 par aoitum.

_ The Religio-fíhilosophlaxl-Journal — Published at92 Lu Salje-Street, Chicago, bv Marv E. Bundyi1 year g 2,50. '

The WorWsJduámThoitght _ Publishcd mon-lily. Oregon. Portland, 193, SUth Street.The Hurbinger of Ughl - A montbly iournul.ievoled to zoistic science, freetbouglit, spiritualiimand the harmonial philoaophy, Melbourne. 13Lailfi-n Araule. Price li d.The Carrier Dou, - The oldeat spiritual Journalon lhe lauihc toost. San Francisco, 121 Kighíh-

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ElFenix—Boletin de Ia Sociedad Espirita de auombro. Ma/.atlan, Sinalon. México, Pnblicacióncventúal dedicada á Ia inojjaganda y defeusa de Ia

Filosofia Espirita. Susciipcion voluntária.La Illustrucion Espirita—Se publica dei l.°al 5 de

cada mes en cuadernos de 32 pag. com forro decolor. Proprietário General D. Refugio I. Gonzales,México, 2* de Ia Independência, 6.

La Bnena -\ueva—Revista mensual de Ciências,Cristianismo, Democracia; organo oficial dei CentroEspiritista « La Caridad » Grátis para todos. CubaSancti-Spiritug, 7 calle dei Príncipe.

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La Xueva Álianzd—Periódico mensual ,organo deiCentro Espiritista Lazo de Union. Grátis para todosCuba, Cienfuegos, 72 Arguellcs

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Antuües des Sciences P.tychiques Paris, 108 Boude levardS aiut Garuuiu,

&H».f — Hareo I

A vida

O espirito, ser consciente, livre eintelngente, é, por estas mesmas fa-culdade>, o dominador da natureza '¦>

mas, poi.s que elle tanto se pode ackardesprendido, como encadeado aoslaços da matéria, dupla e diversadeve ser a sua dominação sobre anatureza.

No primeiro caso elle affè direita-A. O

mente «obre ella, jogando com suasaptidões próprias, de accordo semprecom as leis que eternamente presidemao mundo espiritual; no segundocaso, porem, a sua acção já é nenosdirecta, porque entre o espirito e anatimza ha a intromissão de órgãosmateriais. F/ verdadade que estessão appropriados ;\. actividade do es-pirito,; mas nem por isso constituemrrienosl um tal- ou qual embaraço ásua expansão própria.

Perguntar-Sb-á, porem: que k qnfffaz com que estes org-ãos sejam apro-

priados á actividade espiritual? Aresposta nâo podo ser outra sinão— avida. Porque vivos, é que são capazesde serem órgãos de um espirito.

Ora o só enunciado da palavrabasta para definil-a; ninguém, comeffeito, confundirá uma substanciaviva com outra que o não seja. Nemmesmo cahirá em tal confusão aquel-le que quizer dar assentimento á

phrase de Caba ti is —viver é sentir,

porque comprehenderá que o celebremedico [não pretendeu definir a vida,fazendo-a partilha exclusiva do reinoanimal ; mas tão somente salientarsua caracteriatica mais elevada —a

sensibilidade.

E1 a vida que preside a toda adi-vidade orgânica : C ella que se mani-festa com a propriedade eletiva detomar do exterior somente os elemeu-tos apropriados a nutrição do orga-nismo, e expellir do interior aquelles

que mais não são prestaveis; é ella

que dá a cada indivíduo o impulso docrescimento ate" os limites de suaespécie ; é ella emtim que regenera deum modo constante e uni forme, as

partes divididas pelas acções estra-nhas.

Mas esta actividade orgânica quenão cessa,fque não tem um momentosiquer dft repouso, opera-se.de ummodo alheio ao ser consciente : ella

portanto independe delle. Não tem,

N. 26»

pois, razão osanimistas, quando pre-tendem, com Stahl, que é a alma acausa da vida.

E nós spiritás temos mais um argtrmento incontroverso para demonstrara inanidade da theoria stahliana:sabemos que ao cadáver, que è umorganismo sem vida, pôde estar presopor tempo indeterminado o espirito, eporj tempo tanto maior quanto maissubitaneo foi o «strotamento vital.Ora, si fosse o espirito a causa davida, razão não haveria para queaquelle organismo fosse cadáver.

Demais o que se dá para o todo dá-se para qualquer parte : quandosuecede um embaraço em qualquerponto da artéria principal dê ummembro, todas as partes que estãoalém, não recebendo mais o iniluxovital accarretado pelo sangue, gaií?grenatn, espliaceiain, isto íV,4í>0íFe4^«Dir se-i que aquelle membro morreu,

porque delle-se separou o espirito'V!Assim pois a ra.prte não se dá por-

que o espirito se desprenda, mas oespirito se desprend.e porque a morteu ccerleu.

Mus então que será a morte?Para isto se comprehender basta

que, recorramos a qnalqhér mngni-tisador, Teste, Puysegur, Du Potetou outro. Todos elles accordementeafirmara qne tem conseguido, em

ce tos casos, ceder uma parte da pro-pria vida a indivíduos nos quaes ella

estava em imininencià de esgotar-sede todo. Demais os sensitivos perce-biam que havia em taes eircumstan-cias um desprendimento de ujrí fluidoluminoso que do magnetisaejor diri-

gia-se para o raagnetisado-r Ora as

observações posteriores, quer as maisantigas do Barão de Reichenbach,

quer as modernissimas dos Srs. Hora-ce, Pelletièr e de Rochas, attestamunisonamente que todos £os corposvivos desprendem nina substanciamais ou menos luminosa, mais oumenos corada, e capaz de polarisação.

E', pois, infinitamente provávelque o agente vital seja essa substan-cia, cuja rarefação ainda não permit-tiu ser apreciada pelos mais delicadosinstrumentos de physica, mas tão só

por um apparelho ainda mais delica-do que qualquer destes—o sensitivovidente.

Este principio vital é verosimil-mente o mesmo em todos os seres

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desde ò vegetal ato o lioiueiu, bom

que varie em sua força instinctivaconforme a espécie e conforme o in di-*viduo. A demonstração deste assertoacha-se na celebre experiência, dosfakires sobre a actividade da vegeta

ção.Os phenomenos passam-.-*! do Sc-

guinte modo: dá-se ao fakir uma se-mente qualquer escolhida pela pro-pria pessoa que também trouxecomsigo um pouco de terra.

O fakir, que apenas acha-se revés-tido de uma leve tanga, assenta-seorientalmente a um metro da terraonde foi deposta a semente ; fixa ahio olhar, fica com os braços hir tos nadirecção da semente, torna-se iramo-vel; aos poucos vae empallidecendoe se resfriando. Fica assim duranteuma ou duas horas, tempo sufliciente

pára a planta cresser de metro a me-tro e meio. Si se prolonga a exporiencia por três ou quatro horas, aplanta se cobre, de flores, depois en-tão de fruetos, que se podem comer.

Neste caso o fakir conseguiu exte-riorisar.seii principio vital, unil-o aoda semente que se achava em estadolatente, e assim produzir om algumashoras o que este só por si levariatalvez um anno a fazer.

Assim si foi o fakir quem cedeu avida em favor dn vegetal, foi o servolitivo, isto é, o espirito quem sobreellaa8Íu; 9.-^°' Pois> se diz que a

Jr\ii& independe do espirito, não sequer assim significar que esta partesuperior do homem, ou melhor o pro-prio homem, não possa dominar pelaenergia [de sua vontade um ser in-ferior a força vital.

E' mesmo este o segredo todo daphenomenalidade by per physica. Sóquem soube educar a vontade nadirecção das forças naturaes é que asi mesmo pôde dizer: Agora sim souo rei da creação, porque sou o senhorda natureza.

NOTICIÁRIO

\ovo« visitantes - Op de (iren-zen van ticee Werelden, onãerzoek enervaring op het gebicd van het hoogereleven. «Sob os limites, (fronteiras) deDous Mundos. Estudo e experiênciano campo da vida superior, de Mine.Elisa van Calcar ». Publicação emfascic.nlos, impressos em S. Grave-nhage, na Mollauda.

Archivo do Districto Federal, re-vista de documentos para a historiada cidadejdo Rio de Janeiro, ns. l'e 2.

Deúellos dei infinito, tomo 2." edi-tado pela Bibliotueca de La Irradia-lion, de Madrid, contendo bellissimascoininuiiicuções do ranndo espiritual,tendo por tema certos vocábulos. Estevolume coinprehende as letras E a O.

Agradecemos estas honrosas visitasque vem enriquecer a nessa serie deperrautas, e desejamos continuaçãonão interrompida.

$|»ii*ilitti»io au YursovioEm additamento ao que já referimosdas experiências feitas pelo Dr. J,Ochorovitz com a médium Kusapia

Paladino, transcrevemos a carta destesr. publicada no periódico de Tor,uno(Itália) intitulado Coriere Abriázese :

Varsovia, S de Dezembro de LB03.Sr. í Ja vai loiro Ercolu (Jhiaia.

Caro Sr. Acho-me tão preoccúpadopela presença da Musa pia, nossa nospede, que não pude responderá vosyiattenciosa carta de 12 de Novembro.1'ara ser breve vos direi que tudo vaebem, e que com excepeão de umasessão um pouco incompleta por causado circulo mal preparado e da indis-posição da médium, tudo mais teveresultado summaraeü-te satisfactòrio.

1'enalisa-me não haver seguido anorma de condueta reeorameüdada navossa carta, mas creio que a maiorparte das prescripções tem sido exe-cutadas.

Infelizmente me tem sido impôs-si vel até hoje reduzir a um pequenocirculo de amigos o numero de assis-tentes âs expetiencias. Apezar distoestou satisfèitissimo com os resul-tados,

Eusapia constituo aqui o que sechama um verdadeiro suecesso ; todaa cidade somente delia se oecupa. ecinco ou seis periódicos já se achamconvertidos a causa.

Acaba de ser apresentada a Sr.'1líauko, esposa do general governa-dor do paiz, e já deu uma brilhantesessão na presença de sete notabilida-des do nosso governo.

Vae se habituando pouco a poucoao clima e minha senhora e eu nãoperdemos oceasião de lhe satisfazeros desejos e de lhe proporcionar dis-trações.

Quando termina uma sessão, inag-netiso-a e faço-a tomar um banho;isso a conforta. Nesta semana tevequatro dias de repouso. Nbima pala-vra po:leis contar que regressará sã esalva, mais ainda, espero que re-gresse mais desenvolvida e fortificadana sua qualidade de médium.

Recebei, caro sr. a expressão deminha maior sympathia. —J. Oono-ÍIOVITZ.

P. S. Hoje effectuar-se-á a sessãodecisiva em plena luz, na presença desete médicos incrédulos.

t oaferenciu *g»iriía —Sabe-mos por II Vessillo Spirilista que oprofessor M. T. Falcomer, propagan-dista benemérito e fundador do cir-culo UÀrmonia Spiritisla, em Terá-mo, tendo de transferir sua residênciapara Alexandria (1'iemonte) fez suasdespedidas dando uma brilhante con-ferencia (pie foi ouvida por mais de150 pessoas, sendo calorosamente ap-plaudido.

Novos coIlegas — Fomos visi-tados pelos seguintes, aos quaes agra-decênios e pennutamos :

Light of Truth, de _Oincinnati or-gão da nova philosophia da vida pre-sente e futura.

The Progressive Thinker, de Chi-cago, folha espiritualista.

The Pacific Coast Spiritiialist, deS. Francismo da Califórnia, dedicadoá publicação das doutrinas do espiritualismo.

8'bíe hiccííbi£ <lc ttpãriíittiiio— A liga espiritualista de Londres or-ganizoü um grande meeting com aconcurso do Sr. Stead, fundador daRevieiv òj Re ciei rs.

O Sr. Stead è um dos mais recentese brilhantes recrutas do spiritismo :o anno (lassado regalou os seus assi-gnántes da Revieio ofJReviews com umnumero de Natal, composto única-mente de historias de apparições au-thenticas.

No meeting discutiu-se bastantessem que -se chegasse a um accordosobre a questão ; as pessoas que es-crevem telepaticamente tôm consçi-

cucia do i| ue fazem 1O Sr. Stead e o Sr. I rilberto El-

liot.t narraram casos que con olles sederam']

Huméitas de i-.alerialiMaçffcscai IScrliiu —- Estas sessões furararealisadas com a médium Sr'. E. deLrothenburg*o já apreciada pelo pro-fessor A ksM k'jfV.

<í'a*o de telepatia na flftu**iu — A Revue Spirite reproduz doRelnis o seguinte caso de visão on dematerialisação ; dando a palavra áprópria pessoa que foi o ohjecto damanifestação :

« Ha alguns annos, oecupava eu emeu marido um pequeno commodo emS. Petersburg. Éramos quatro : meumarido, eu, minha filhinha e umacriada. Em seguida a alguns incoiii-modos de família, lembra-me que umdia, sentia-me muito abatida. Prepa-rei a cama na.-ala, sobre o sofáe logome adormeci. .Vs õ horas da manhãdespertei; já era dia (estávamos emAbril), como tinha por costume, co-bri a cabeça e fiquei deitada poralgum tempo. Ue repente tive umsentimento iudelinivel; similhante aoquo se experimenta pela presença deuma pessoa estranha'no aposento.Voltei a cabeça, e á claridade, do dia,percebi em pé, sobre o sofá, a meuspés, uma mulher vestida de brancoou antes de. citr/ento, que me era abso-lutaraente desconhecida ; seu rostoera de uma palidez cadaverica, seusolhos pardos estavam ira moveis comoos de uma pessoa morta. 'Seus ossossalientes, .seu nariz e suas sobrance-lhas que se, juntavam formando umasó linha, davam á sua figura um as-pecto tão característico (pie se reconheceria este rosto entre mil, vendo-se uma só vez.

0 phauta.sma fixava sobre mim seuóllíar Jterrio e immovel ; eu estavan'uma espécie de torpor e não tinhaforça nem de me mexer nem de darum grito. Emfim o pliántasma pare-ceu diminuir-se ou antes desmanchar a meus olhos, conservando-sesempre a meus pés até que não.ficassesobre o assoalho mais do que umaespécie de mancha parda, similhantea uma nuvem, que, por si mesma,desappareceu gradualmente.

Só então recuperei minhas factil-dades e puz-me a gritar com todas asminhas forças ; meu marido e os cria-dos acudirain á toda pressa, mas de-correu algum tempo antes que ficasseem estado de contar minha aventura;eu soluçava. Quando fiz a descripçãoda mulher que me tinha apparecido,meu marido bastante commovido pe-diu-rae que descrevesse ainda umavez os traços desse rosto com a ma-xima minuciosidade, e então, cheiode uma violenta emoção exclamou:

— Mas é minha tia X. IEu ignorava a existência dessa lia,

fallecida alguns amos antes do nossocasamento, era a primeira vez quedelia ouvia fallar, naturalmente nun-ca a tinh i visto.

No mesmo dia meu marido foi ácasa de seus pães, e pôde lá encontraruma photographia de sua fallecidatia.

Ao primeiro golpe de vista reco-nheci o plianiasina que me tinha ap-parecido. O engano ei a impossível ;a similbança dos traços era absoluta,

o mesmo nariz, os mesmos ossos sali-entes, as sobrancelhas cerradas, etc.

Este rosto eu o reconheceria entremil.

mmxxmihfJi-cacão «' «lc«lia» <I» I.ooac ai

\

(ao mri; amigo alfredo pi.rt.iha.1Recentemente ouvimos qualquercousa sobre — creação e destino do

homem, mas abstrahidos como esta-

"jos, ha tanto tempo de « causas eenreitos»,aveuturamo-nos a fallar um),m;c"

'« "m assumpto que já estádatado ha milhares de annos.Amda que joven e sem condiçõesWarentes para philo.sopho, que-lemos dizer alguma cousa, bem quemio tratamos de convencer, sobre umassumpto tão intrincado.

Devemos ter em conta a verdadepliysiologiea de Kekiinghnu.sseu: « Osseresorganisados, assim como mudamde epulerme constantemente e á me-"ida que crescem, também mudam nuescala psychico-sociologica, á medidaque se desenvolvem as cellulas ce-rebraes e .se modificam, áperfeicoari-do-se, as faculdades da alma. »

'Fallando da philosophia actualdizia Burkely : « Finalmente, querocrer que nos é impuiavel a maior

parte, sinão a totalidade, dos obsta-culosquê fecham o caminho da sei-encia : depois de havermos nós mes-mos removido o pó, queixamo-nos deque não podemos ver.»

Baumgaertner, cathedratico de me-dicina na Universidade de Ereibue-(Baden) publicou um livro uo qual es°clarecendo assumptos physiologic.os,explica o modo de compreliender-se aproducção do inundo orgânico e suacontinuidade, especialmente do mim-do animal. Como facto perfeitamentedemonstrado é o que hoje se firma,que o mundo animal com sua formaperespirita, durante os milhões deannos que constituíram os períodos"da creação, desenvolveu em suas se-nes parallelas, sores muito mais per-leitos do que os que existiam, terram vvcuo eral; o que faz esperar ecrer que o gênero humano é a basepara o desenvolvimento de creaturasque, tarde ou cedo, chegarão a maisperfeita e elevada constituição moral-espirita.

Para não nos afastar-mos do as-sumpto — creação e desenvolvimentono destino dos seres -, diremos quetudo é transformações de germens onalternativas continuas de gerações re-presentadas nos chamados dias' dacreação.

Não estamos de accordo com a ma-teria geradora de Roesmassler, pensa-mos, porém, que o espirito necessitadelia para a mudança de suas formassuecessivas.

Os palavrões, vasios de sentido,dos que negam as leis perespiritaessó nos causam o effeito das thermasde Oeysers cujos jactos d'agua estron-dosameutese antiunCiam com ruirloísubterrâneos surdos o prolongados, eque entretanto mais não produzem doque simples resíduos só prestaveis ácusta da industria.

Os seres orgânicos não podem pro-duzir-se pelos elementos directamen-te, nem tão pouco pelas substanciasorgânicas do reino vegetal. Não sepôde admittir um augmento insen-sivel na intensidade da forca creado-ra. Devemos antes de tudo antepor arazão, que como raio de luz, lampejasobre cs antros obscuros das preoc-cnpações. Nem tão pouco, como dizHronn, devemos pensar que seja umametamorphoseoii transformação insen-sivel da força creadora, pVovocadapor influencias externas ou leis in-trinsecas de formação.

A causa desta producção poderia-existir nas transformações suecessi-vas dos germens, em que os animaessuperiores se'produzem por germens,de animaes superiores. Assim, porexemplo: 'os animaes inferioressão produzidos por cellulas primor-diaes ou certas massas destinadas aser a base[dos animaes e dos vegetaes.Nestas cellulas se effectua uma exci-são ou polarisação era que uma parterepresenta a vida animal e a outra avida vegetal. Os primeiros seres or-ganisados eram de uma formação tãosimples que em nada excediam' a pro-

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pria cellula. A' medida, porem, queiam encontrando um meio era quepodessera progredir em seu desenvol-viraento de organisação, foratn-se for-mando em novas excisões de gerraensmais elevados e segurarasnte maisperfeitos, os quaes tem seguidaraen-te se repetido—até que o mundo or-ganico se loustituiu e chegou ao pro-gresso actual atra vez dos períodos decreação e da revoluções da terra, que,segundo crô Baumgaertner, foram detrinta a quarenta.

Quando os mundos, entre elles aterra-, estavam era completa encan-descenda, não podia alli desenvolver-se nem microorganismos, nem nadaque soffresse vida.

Em suas primeiras revoluções, istoé, depois do resfriamento

"de toda* a sua massa exterior foram appa-

recendo os terrenos de transição, osterrenos de onde apenas pod*eriamhaver indícios cellulares.

Mais tarde, nos terrenos hulhosos,foram-se formando ferraentos e estesatravessando camadas embryonarias,porâuas revoluções suecessivas, appa-receu o primeiro gerrnen, que deviaser tão iníimo como os infusorios.

Agsimforamappnrecendosuccessiva-mente moluscos C;mo os polypos e asmedusas etc. etc. (.'remos, poi*, qnenão existiu uma só causa de desenvol-vimento mas varias que se colloca-ram umas ao lado de outras. Os seresprimordiaes simples deveriam se for-mar a expensas dos elementos, em-quanto que os animaes e as plantasdevem sua origem ás transformaçõesdos gerraens. Façamos notar, poroutra parte, que os animaes que re-spi rara no ar viveram no estado delarvas. Com relaçio á creação dohomem, podia ser sua f mnnção poly-germem, donde se explicaria a diffe-rença de raças, e não como diz Darwin:« Que os monos são os fornecedores degerraens para o gênero huma.no».,

Baumgaertner julga encontrar re-lação na formação dos corpos celestes,e a producção dos seres orgânicos. Atran*forraa de massas nebulosas in-formes em corpos celestes, diz elle,segue as mesmas evoluções e as me-

FOLHETIM :«)

LÁZARO —O LEPROSOHOMANCH SPI RITA

P.ÓR

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XXXIX

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Quem sabe si o primeiro motor damachina do universo não foi um mosquito?dizia um dia o excelso Victor Hugo.

Seguramente aquella grande mentalidadenão teve o pensamento, que a muitosparecerá ridículo, sinão emface de milfactos de observação constante.

Tantas vezes se" vêm grandes sueces-sos, obra de pequeníssimo» accidentes, quen-lo é completamente fora de propósitoimaginar um symbolo, como o fez VictorHugo.

Em nosso caso, o simples facto de La-zaro ter demorado vinte e quatro horas opedido da rnão de Eulalia, trouxe todasas minas moraes que temos visto.

Ainda assim, si quando Manoel da Sil-va foi saber noticias do amigo, não otivesse o porteiro convencido de ja sermorto o que /procurava, talvez ainda fossetempo de remediar aquelle mal, de collo-

\ car o carro no trilho.Sabemos, porem, que tudo isto. appa-

rentemente casual, era providencialmen-te regulado e encaminhado para um pon-to, que os olhos humanos não podiam ver,para um flm, que a intelligencia humananão podia comprehender.

Vemos o movimento que approxima ouafasta os homens, um dos outros, masnão vemos a rnzão, o motivo, a causa detudo isto que observamos.

Dir-se-ia que ha, no mundo moral,d tia* correntes, como no Oceano, como na

a >.||jK'ii.

tamorplioscs das cellulas.O conjuneto do universo uo qual :

estrellas e cellulas desempe- inhain um papel análogo, bem se jpode chamar um organismo cósmico. I

Flainmarion diz quo uma grande Iparte dos astros deveriam ter se for-mado pela excisão de massas cora-muns, destinadas a tornar formas decorpos celestes já formados,

Em todo o universo se effectuarapolarisações, pois, si assim não fosse,pouco a pouco o universo se tornariaa condensar era uma só massa infor-me.

O desenvolvimento progressivo donosso planeta não somente está emrelação com as grandes correntes quese espargem em toda a massa, comotambera com a marcha ascendente detodo o universo.

A lei de desenvolvimento segue oconjuneto.

Muito fácil é também que os cor-pos celestes soffrain uma dissoluçãofinal insensível, posto que sejam liy-potheses baseadas era observaçõesastronômicas. E' fácil conceber, aindaque seja esta uma questão debatidahaja bastante tempo, si não podemser os corpos celestes a morada deseres anaiagos aos que aqui exi.-stem.

Mercúrio, Venus, a Terra e Marte,por suajsimilhauça ua sua construcçãophysica nodein onter seres siinilliân-tes ; como o demonstra a queda adeoslitos em que ultimamente nos lista-dos unidos do Norte e no Méxicoencontrarem-se enormes quantidadesde ouro, platina, ferro, manganez,uiagnesio, cobalto etc. ele. Talvez òmesmo Sol emseu núcleo possa e«-ualmente contel-os, aindamodificados. que

opouco

Júpiter, Neptuno e quiçá Urano eSaturno, podem ter habitantes aindaque um pouco mais densos.

De todos os modos, sendo tambémmundos como são devem ser habita-dos, por pouca harmonia que houvessena natureza.doA astronomia mesma nos fornecenados a respeito da extensão dos es-

ços celestes.E' facto de todos conhecido, que a

atmosphera, de que uma é a superficiale a outra profunda, tendo as duas direc-ções op postas.

E' por esta razão que escahdalisa ver ohomem bom soffrer, ao pas<o que edilleaeste mesmo facto, desde que, descenclo-seá razão ou causa que determina, reconhe-cer-se que «as injustiças da terra são ajustiça de Deus que.se cumpre»).

Manoel da Silva hia erhbebidn èrh todosestes pensamentos, sem contudo penetrarna philósophia dos factos, que o impres-sionavam, mas que elle não podia bemcomprehender.

A viagem, nem elle poderia dizer quan-to tempo levou ; ou foi longa como o tem-po de supplicio, ou fui rápida como o degozo.

Saltou em Mogy, onde também saltouLázaro, e não ter-se-iam visto, apesar dese acharem a poucos passos nm do outro,na plaafo-ma, si, tendo todos- os passa-geiros tomado seu rumo, não ficassemelles sós, olhando um para o outro.—-Ohl... exclamaram os dous ao mesmotempo, e, como impellidos por forciextra-nlia, atiraram-se, de braços abertos, umpara o outro.

—Que prazer poder ainda abraçai o entreos vivos ! disse, realmente exaltado, o bomManoel da Silva.

—Que consolo saber ainda que me esti-mas 1 respondeu Lázaro.

—Como é que o encontro aqui, quandoja o fazia na fazenda? interrogou o pri-meiro.

Como 6 que o vejo nestas paragens,quando fazia-o em S. Paulo ? respondeuLázaro.

laceis foram as expl caçÒüsquese pe-diam, e os dois amigos, marchando paraa cidade a fim de tomarem alguma refèi-ção, entraram no assumpto obrigatório desuas conversas.

Sabe, sr. Lázaro,"que o tive por morto?f—E quasi não errou em seu juízo.—Jaséi; D. Marietta me contou tudo;

mas o tratante do porteiro fez-me o favorde dizer, quando fui, á pedido de Kulalia,saber noticias suas, que o sr. tinha falte-

segundolu/. atravessando ein um298-.0ÜU kiloraelros; necessita unimilhão de annos para chegar ao nossoorgaiu visual dos anéis nebulososmais longínquos (jue o telescópio nostora apontáüò. Poderá acontecer quequalquer anel nebuloso que hoje vemosterá deixado de existir ha milhões deannos.

Qora tudo isto, que é do domínioda sciencia, vé se que o mais peque-no animal tera seu desenvolvi-mento ascendente no curso dos secu-los, como lei natural e que ha de con-tinuar mais é alem do que hoje ohomem.

O destino do homem é progredir sof-freudo e não dissolver-se finamente emácido carbônico, ammoniaco e águapara alimentar novos seres e novasplantas. Todo este desenvolvimentodeve ex tender-se mais além da terra,pois está demostrando que esta nãoé imperecivel. Ao deixar de existir aterra, é natural que o homem tambémpereça, e então deve buscar seu dee-tino alem da própria morte.

Sendo a alma o que se salva e nãoo corpo, é natural que esta alma te-nha seu desenvolvimento ulterior,porque sendo substancial não pôdeexistir tora de um corpo, que a con-tenha. Todos os movimentos de vida,pensamento, idéia não acabam muum finito, mas em ura universo illi-mitado, buscando uma força pensa-dora, causa das mesmas leis naturaese últimos princípios das cousas e aeste conjuneto devemos chamar Deus.

Deus e a natureza não são umamesma cousa nem tem eguál impor-tancia. — Uma idéia universal nãopôde ser Deus.—.Ei» todas as partesda natureza reina uma harmonia tale nm plano tão uniforme que ao deixar de existir esta deixaria de existiro outro. O hóntem não tem outratendência sinão reconhecer em todaessa harmonia —Deus.

Em resumo, a huraanidada me-diante todas suas forças, avançarámaterial e iotellectuálraeüte. Subiráu, escala, dos seres era busca de suaperfeição. Uma só morada não é ofim do homem. Terá de passar como

colo.—(Jue dôr senti! Parecia-me que tinhasido eu (pie lhe tinha dado omorte. IjlÜ

Lázaro, ouvindo o pae de Eulalia dizer •que fora, da parte delia, procurar noti-cias suas, sentiu vibrar, no coração, aquel-Ia corda que tão encantadoras harmoniasja desferira, e que agora, partida pelatensão de ingente dor, não dava maissi nao dolorosos gemidos.Ainda o perdido quizera levar por dian-te seu indigno desfarce, ainda procuravafazel-o victima de sua disfacatez IJulgava, sem duvida, que"podia fazer deseu fingido amor a bandeira com que co-brisse o contrabando de seu verdadeiro einfame amor por quem não ousava apre-sentar em publico a seu lado !

E um assomo de indignação, restos malextinetos de seu passado orgulho, fez-lhesubir o sangue ás faces, e perguntar aManoel da Silva : para o que queria a sr.d. Eulalia saber noticias minhas?Um pae é amphora d > óleo sagrado, quealimenta, contra tudo e a despeito de tu-do, o lume ainda mais sagrado do amorlaço mystico que liga, em estreito amph-xo, o homem, a natureza, e DeusManoel da Silva era o primeiro a reco-nhecer a infâmia de sua filha, era o pri-mono a condemnal-a ..n as seu coracã.' de

pae nao podia Slipp.ortar a pena de ver umestranho conhecer o que elle reconheciaverberar o que elle, condemnava !A mulher era uma perdida; a filha eraum ser ímmaculado IKm vez pois, de responder á interpela-

çãa de Lázaro, abaixou a cabeça e gemeucomo si aquelle amigblhe tivesse cravadono peito agudo punhal.Bem sentiu o pobre Lázaro o mal unefizera ao amigo, e de sua confusão concluiusem duvida por induecão, que verdade eratudo o que sorprehendera á velha sirieaita. ; bRecalcou, pois, sua dor no fundo do seucoração, e lingindo-se muito superior a

qualquer fraqueza que se lhe podesseattribuir, procurou soerguer o espirito

o minorai, primeiro pela copella paramostrar-se ouro. O homem buscará asoernidade. Ura ser não pode chegará perfeição infinitasem achar-se puri-ficado e sem tér deixado essa capagrosseira que o rodeia ao morrer, eassim coma a lei de "Militia est vilahominis super lerram,, a compensaçãoe cumprirá também era tudo e parao d os.

Dr. L. Matua da Latia

Ocanã — Ooluinbia

O SPIRITISMO ANTE A SCIENCIA4

POR

GabrieiitDelaiiiic

PARTE SEGUNDACapitulo 1

O MAGNETISMO, SUA IIISTOllIA.

Sul)ilido das graves discussões doscapítulos precedentes, parecerá talvezestranho a certas pessoas nos verabordar um assumpto tal como omagnetismo, scieucia que até entãonão encontrou direito de cidade nasacademias.

Desconhecido por muito tempo, es-carnecido e me-uno perseguido, o ma-gnetismo como todas as grandes ver-dades tera a vida dura ; IcihffH dede.shillecer sob o vento das persegui-ções toincu um desenvol vi hien to con-sideravel e se nos apresenta com oseu cortejo de homens illustres e em-diUs, com ds .-eus milhões de éxpèri-encias autlienticns, como pá>*a mos-trar á humanidade de qué aberraçõessão capazes os corpos sábios.

Em nossos dias opera-se uma reac-ção em seu favor.

De todos os lados os joruaes, as re-vistas médicas, se oecupam dos factosmaravilhosos produzidos pelo liypno-

maabatido do amigo conduzindo w conversapara outro terreno.Veio a negocio ou veio dar-mn umalição exprobativa, por não me lei- eu des-pedido do sr. vindo enterrar-me vivonestas bronhas '¦'

Nem uma, nem outra cousa : e muitomenos exprobál o, quando ,sou eu que mereconheço culpado de todas estas desgraçasque sederam.

Eu vim em sua procura para lhe pedir,perdão do mal que lhe fiz, e para lhe ro-gar |que não me queira mal, e que nãodeixe de ser meu amigo, como eu sou seuc heide ser, haja o que houver.—Só para isto emprehendeu tão laslidio-sa viagem ?—Só por isto ! Então o sr. não faria omesmo, si me tivesse involuntariamente,ou antes : inconsientemeute, feito mal?Disse : só por isto ; porque b-un deviasaber que nenauma offensa me fez, e queeu seria um desarrazoado si lhe attribuisseo mal, que, só a mim mesmo devo.Estimo bem que pense assim ; porqueme era insupportavcl pensar que estivesseresentido commigo. Somos, então, amigoscomo dantes ?

- Como d'anté.5, e até a. morte.Manoel da Silva sentiu se aliviado de

um pezo enorme que opprimia-o, e e ele-valido os olhos pira o ceo, exclamou :Meu Deus, tu teus sempre o balsamo paraas feridas da alma. de teus filhos, queopnfiám em tua misericórdia!

A missão do bom homem, para.cujodesempenho omprehendera.aqüella via-geiff, estava completa; mas elle não podiadestacar-se daquelle amigo, e pediu-lhepara accompanhal-o até a. fazenda, paraassistir a seu estabelecimento.

Foram, pois, os dous para Lavras, apoucas léguas de Mogy, e, tendo o admi-nistrador acolhido muito respeitosa,porem friamente, o Lázaro, seu amigo,quando se recolheram, disse-lhe, bastamte incommodado: cuidado com estehomem.

(Continua)

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Jlsüid, nome novo de que se revestiuo magnetismo.

Ao abrigo deste pseudonymo elleinsinuou-se no sanetuario dos prin-cipes da sciencia que, não o reeonhe-cendo a principio, lhe fizeram bomacolhimento; mas hoje, vendo com

quem tem a trai ar, quereriam negar

seu parentesco próximo com o raagne-tismo, que continuam a proscrever.

Antes de estudar esse recem-che-

gado em um capitulo particular, é

preciso nos oecupar do magnetismo

propriamente dito.

. A primeira parte desta obra esta-beleceuque a sciencia não autorizavaninguém a fallar em seu nome quan-do se trata de combater a existênciada [alma. Os pbysiologistas maiseminentes reconhecem sua impotência

para explicar a vida iutellectual semVintervenção de uma força intelli-

gente. A philosophia conclue pela ne-eessidade do principio pensante, a ex-

periencia por sua vez, pelos processosdo magnetismo, prova até à evidenciaa presença da alma como potência

• directriz da machina humana.Ha um século pesquizas miuucio-

sas se fazem neste domínio.

Homens sérios, convencidos e dedi-cados, demonstraram que o charlata-nismo não tem parte alguma com asverdadeiras acções magnéticas, e queachavam-se em face de uma modifica-

ção nervosa que era bom estudar.Puységur, Deleuze, Du Potet, Char-

pignon, Lafontaine, etc, todos ho-mens de sciencia e de uma honesti-

—dMe incontestável, descreveram, nassuas numerosas publicações, milha-res de experiências verídicas confir-madas por actas assignadas pelosnomes | mais honrados e g conheci-dos. Negar hoje os factos seria pue-ridade ou má fé.

Afim de mostrar a nossa imparcia-lidade, nao tomaremos para demon-stração da existência da alma sinãoexperiências bem averiguadas ; as ti-raremos em grande parte da relaçãosobre o magnetismo feita á Academiade Medicina, e lida nas sessões de 21e28 de Junho de 1831 em Paris porM. Husson, relator. Os outros teste-munhos serão tomados, ora nos adver-sarios das doutrinas espiritualistas,

que não se poderá aceusar de compla-cencia, ora em escriptores especiaes

que trataram destas questões, maj,neste caso, sua narração apoiada pelaautoridadede médicos que as seguiramera todas as suas phases. Deste modo

podemos raciocinar sobre observaçõesautheiiticas, e tirar dei Ias conclusõestão claras como as que se deduzem doestudo da natureza, e que foram for-mnladas sob o|nome de leis phy.-icas echimicas.

HisTomco

A sciencia magnética comprehende,um certo numero de divisões, confor-me com a applicacão para differentescatliegorias de phenomenos. Nos con-tentaremos em assignalar aqui osfactos que tem relação com o des-prendiinento da alma, deixando delado o aspecto therapeutico desta sei-

éncia cultivada pelos nossos aütopas-•m dos.

Sem fazer a historia detalhada domagnetismo, podemos lembrar queelle foi conhecido de todos os tempos.Os animes dos povos da antigüidadeformigam de narrações cireumstan-ciadas que relatam o profundo coube-cimento que tinham do magnetismoos sacerdotes antigos.

Os raagcs da Chaldéa, os brahmásda índia, curavam pelo olhar pormeio do qual proporcionavam o som-no. Hoje ainda, na Ásia, os sacer-dotes estão de posse dos segredos desseus predecessores, e particularmenteuo ludostão osfakires cultivam comsuecesso aspraticasjmagneticas, assimcomo relatam todos os viajantes quepercorrem estes paizes.

Os egypcios co.lherani sua religiãoe seus mysterios da grande fonte daÍndia ; elles empregavam para o ali-vio das dores os passes e a imposi-ção das mãos tal como fazemos aindahoje. Herodoto cita em muitas pas-sagens os sanetuarios onde se reuniamos peregrinos desejosos de cura pormeio dos remédios que os biérophan-tes descobriam em sonho. Deodoro,daSicilia, diz positivamente que os do-entes chegavam em massa noJTemplodTsis para ahi serem adormecidos

pelos sacerdotes. A maior parte dos

pacientes cabiam em crise, e indica-vara, elles mesmos, o tratamento quedevia restitnir-lhes a saúde.

O Teraplojde Sérapis de Alexandriaera afaraado para restituir o somnoaos que estavam d'elle privados. Stra-

| bon refere que em Memphis os sacer-dotes adormeciam, e que nesse estadodavam consultas médicas. A historiaestá cheia de narrações de curas obti-das por] esse modo. Arnobio, Celso eJamblic,'ensinam jnos seus escriptos

que por entre os Egypcios existiamem todos os tempos pessoas dotadasaa faculdade de ctfrar por meio detoques e insufllações, e que conse-

guiam muitas vezes fazer desappare-cer certas affecções reputadas infira-veis.

(Continua)

mim ii iMiííEXPOSTO DA riIII.OSOPIUA DOS ESPÍRITOS

SUAS tlASKS SOIENTIE1CA8 E EXPEUIMIÍNTA Bg

SUAS CONSEQÜÊNCIAS MOUAES

POIl

liéon DenisV

PARTE MORALO CAMINHO DIREITO

XLV. — O orgulho. Riqueza epo-breza

(Continuação)O ensino dos Espíritos patenteamos

a tristonha situação dos orgulhososna vida de além-tumulo. Os humil-des e os pequenos d'este mundoacham-se ali exaltados, ali os fatuose os poderosos são apoucados e rebni-xados. E' que uns levaram comsigo oqne faz a verdadeira superioridade :as virtudes, as qualidades adquiri-das pelo soffrimento, ao passo que osoutros tiveram qua largar á mortetítulos, bens da fortuna e seu vão sa-

be.r. Tudo que fazia a gloria u a feli-•idade dVlles esvaeceu se. Chegam

ao espaço pobres, esbulhados: e estasúbita desnude/, contrastando com opassado esplendor, desconsola os e so-bremodò os mortifica. Com profundaamargura avistam acima delles, ualu/,, os quedsperezaraine calcaram naterra. O mesmo no que toca ás futuraseucarnações. O orgulho, a voraz ara-bicão, não se podem abater e acabarsinão por meio de existências atribu-ladas, existências de trabalho e de re-nuncia, no correr das quaes a almaorgulhosa assume-se, reconhece suafraqueza e pouco a pouco vae-seabrindo a melhores sentimentos.

Com um pouco de reflexão e sensa-tez evitaríamos estes males. Coinoconsentimos que nos tome e senherieio orgulho, quando basta que nosconsideremos para ver o pouco quesomos? Envaidece-nos o corpo comseus pri mores ? A belleza é de poucadura ; uma só doença a pôde destruir.Cada dia o tempo a vae murchando ;e ao cabo de breve tempo só ruinasrestarão, e essas não tardarão a serasquerosas. Avantaja-nos a nossa su-perioridade sobre a natureza"? Si omais poderoso e o melhor dotado denós for transportado para ura desertoonde ninguém o valha; si tiver queaffrontar os 'elementos turbados ; sisolitário contrastar as fúrias do Ocea-no ; si se vir ludibrio do vento e dasondas, ou victima dos fog"o3 subterra-neos, ali ! como se patenteará sua fra-queza I

Então, todas as distineções soeiaes,os títulos, as vantagens da fortuna,medem-se por seu justo valor. Someistodos eguaes perante o perigo, o pa-decimento e a morte. Desde o maisalto collocado ao mais miserável somosos homens amassados da mesma ar-gila. Cobertos de andrajos ou de ves-tes suraptuosas, nossos corpos sãoanimados por espíritos da mesma ori-gem e todos nos acharemos confun-didos na vida futura. Nosso valormoral único nos distinguira. O poten-tado cá embaixo pôde tornar-se umdos últimos no espaço, e o mendigopôde tomar uma vestidura brilhante.A ninguém, pois, desprezemos. Nãonos enfunemos com favores e vanta-gens que fenecem. O que o dia deamanhai, lhe serve, ninguém o sabe.

Si Jesus prometteu a entrada doscelestes reinos aos humildes e aos pe-quenos, é porque a riqueza e o podergeram mutissimas vezes o orgulho,quando a vida laboriosa e obscura éo elemento mais seguro do progressomoral. As tentações, os desejos, asruins paixões opprimem menos o tra-balhador todo entregue ás lides quo-tidianas ; elle pôde votar-se á medi-tacão e cultivar sua consciência ; aocontrario, o mundano é todo dasoecupações frivolas, da especulaçãoou do prazer.

Tantos e tão fortes são os vínculoscom que a riqueza nos prende á terra,que a morte nem sempre conseguequebral-os e libertar-nos d'elles.l)'ahi 'as angustias do rico na futuravida. Assim se manifesta que de fictonada" nos perteuce deste globo. Sóapparenteinénte são nossos estes bensque tanto prezamos. C.-im, mil homensantes de nós suppozeram possuil-os,mil outros depôs que houvermos pas-sado se embalarão nas mesmas iIlusõese todos t,e vêem sem elles cedo outftrle. Nosso próprio corpo não passade ser um empréstimo da terra, quemuito bem sabe rehavêl o quandolhe convém. Duráveis são soas acqui-sições de ordem iutellectual e moral.

Do amar dos bens raateria.es nãoraro procedem a inveja e os ciúmes.O que ipadece taes vicies bem pôdedespedir-se do repouso e da paz. Per-petuo tormento é então a vida. 0-têxitos e aopnlencia alheia exitam no

invejoso ardentes cúbicas, inspiram-lhe febre abrazadora de

"possuir. Todo

seu anbelo é supplantar os outros eadquirir riquezas que nem sabe go-zar. Ha porventura existência maislastimável ? Acaso não será crear parasi um supplicio de todos os instantes,correr alguém após uma ventura chi-merica, dar-se todo a futilidades quegeram o dsespêro si se esvaem?

Entretanto, a riqueza não é em sium mal ; é bôa ou ruim, cousoante oemprego que fazemos delia. O queimporta T* que não inspire nem orgu-lho nem dureza de coração. Ha de ohomem ser senhor de sua fortuna,nunca escravo ; ha de snperiorar-se aella, ser abnegado e generoso. Emtaes condições, a perigosa prova dariqueza não é tão difficultosa de pas-sar, não amollenta os caracteres, nãoprovoca a.sensualidade quasi inespe-ravel do bem-estar.

A prosperidade é perigosa pelastentações que dá, pela fascinação queexerce sobre os espíritos. Todavia,pôde ser manancial de grandíssimosbens, quando dispomos d'ella comsiso e medida.

Pela riqueza pôde quemquer con-tribuir para o progresso iutellectualdos homens" e para a melhoria dassociedades, mantendo ou creando ins-titutos pios ou escolas, fazendo osdesherdados participar nas desço-bertas da sciencia e nas manifestaçõesdo bello sob todas as fôrmas. Mas,deve sobretudo a riqueza desfazer-seem benefícios aos que luetam contraas precisões, raostrando-se sob á fór-ma de trabalho é de soecorros.

Si, ao envez d'isto, o homem con-verte seus recursos emjmeios de satis-fazer ' exclusivamente sua vaidadee sentidos, perdida Jestá sua ; exis-tencia e (penosamente embrulha-do seu porvir, O rico dará contas dodeposito posto em sua mãos para obem de todos. Quando a lei inexora-vel eo clamor de consciência se levan-tarem, no novo mundo onde não temvalia o ouro, que responderá elle áaceusação de ter empregado em seuproveito único aquillo que tinha dematar a fome e mitigar os padeciraeu-tos alheios? Ira mensuráveis serão en-tão seu vexame e confusão.

Quando o Espirito não se sentirsuficientemente armado contra as se-ducções da riqueza, deverá declinaresta prova 'dolorosa,

procurará antesuma vida simples, remota dos esplen-dores e vertigens da fortuna e dagrandeza. Si apezar de tudo destinaa sorte a oecupar ura logar conspicuoneste inundo, não se ufaue, porquemais lhe vão pesar a responsabilidadee (os deveres. N«*ra tão pouco se mor-tiflque vendo-se nas classes inferioresda sociedade. O officio dos humildes éo mais meritorio são elles que aguen-tam todo peso da civilisação, do tra-balho d'elles vive e se alimenta ahumanidade. Para todos deve ser sa-grado o pobre, porque pobre quiz Je-sus nascer e morrer; eos mais nobresEspíritos que tém vivido neste mundoelegeram a pobreza. Elles sabiam queo trabalho, as privações e o padeci-mento desenvolvem as forças viris daalma, ao passo que a prosperidade asquebranta. Não invejamos os ricos,cujo esplendor apparente esconde tan-tas misérias moraes. Não nos esque-çamos de que sob o manto da pobrezase-occultam as mais sublimes virtu-des, a abenegação, o espirito desacrideio. Lembremo-nos de que ópelas lides e pelo sangue, pela im-molação perpetua dos pequenos, queas sociedades vivera, se defendera ese renovara I

(Conitnúa)

Typographia do reformador

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ASSIGNATURA ANNUALBrazil 58000

PAGAMENTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 1;> DECADA MEZ

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Estrangeiro . . ... .TV% . 68000

PAGAMENTO ADIANTADO

PUBLICASE VMOS DIAS 1 E-15 DECADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.? •

m>.Anuo \BB Brazil — Rio <Ie £Janeiro ±- 1894 — Março 1S ní. ««6

KXaPKlHIíVrkU

fSão agente* «lenta folhaAmazonas—O Sr. Bernardo Rodri-

guei de Almeida, em Manaus.para' —O Sr. .1 sé Maria da Silva

Bastos, era Belém, roa da Gloria n.42.Rio Grande do Norte—O Sr. For-

tunato Rufino Aranha, no Natal.Pkrnamiüco—O Sr. Affonso Dnar-, no Recife, rua 15 de Novembro,

n. 65.Bamia — O Sr. Francisco Xavier

Viflira Gomes, na Cachoeira.Rio de Janeiro—O Sr. Affonso Ma-

chado de Faria, em Campos, rua doRdzario n. 42 A.

Minas Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência n. G.

O Sr. B -nedicto José de Souza Jn-nior—etn Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosio— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, eraCuyabá.

Rio Grandu do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

. Aa asíiffnaturas dest« periódico co-meçam em qialqucr dia • terminamsempre a 31 de Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSALYerdadt e Lut—Órgão do -'Espiritualisme scien-

tifico, publicação quinzenal. Dir«ctor responsávelAntônio Gonçalves da Silva Batuira, S. i'aulo-4,rua da Independência. Assinatura annual 2#000.

4/./iz_Orgão do Centro Spirita <le Cotitjbsi,publicação quinzonal. Chefe da redacção, Alfredo

Jdunhez. Corityba-51 — Rua 15 de Nevembro.O Rharol— Orgáo do Centro Spirita de Para-

na>ruá, publicação quinzenal. Paranaguá. Dislri-¦ bujçRo gratuita.

AEvoluçào—Órgão do Centro Spirita Rio-Gran-dense publicação quinzenal. Propriedade deDomingos To>URno Barbosa. Rio Grande do Sul179 rua Pedro ü- Assignatura trimemal 1,1000.

O Psyehismo — Revista Spirita portugneza, pu-blicaeão mensal. Lisboa, 95 rua Augusta. Por•crie de G números 120 réis; por «erie de 12 nu-mares 240 réis.

La Revue Spirite — Journal d'études psycholo-glqti*» et spiritualisme experimental ; revue men-tu«!l«, foadée en 1858 par Allan Kardec. Paris,1 ue de Chabanais. Prix 14 franes par an.

rLt Spiritisme — Journal mensuel. Rédacteur Ga-brel Delanne. Paris, 24 rue Labruyère. Prix 6 fr.par an. ...

La Chaine Magnettque — Organe des societesmagnétiques áe France et de 1'étranger, fondée en1879 sous Ia direction de M. le Baron Du Petet.Gerant, Louis Aurtinger. Paris, 15 rue du Four-Saint-Germaiu. Prix 9 franes par an.

Journal du Magnitisinc — Fondée en 1845 parM. le Baron du Potet ; organe de Ia Société Ma-guétieue de Frauce ; Journal mensuel. DirecteurHvD»rville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix 6 fr.pai an.

La Religian Univtrselle — Organe de Solidarité«i0t de Régéneratioa sociale, paraissant le 15 de

tue móis. Redaeteur Ch. Fauvety. Gérent, P.***** :«*4«ráad. Na.ites, 3 rue Meroieur. Prix 6 fr. paran.

La 1'aix Univtrsrlle — Revue indépendent. Ma-* isme traasaeadental. Philosogphie. Payisielogie.

,J«lielegie. Joaraal quinzaénal. Direclteur B. Ni-aí. Lyon, 5 eours Gam'betta. Prix 3 fr. 50 par iané

La Notwelle Science — Revue mensuelle censiacrIa prepagatioa et * Ia discussion de Ia gsyntthèse_eatifiqoe de Ia Rennooz. Orgaeoe de Ia Régénara-oa sooiale par Ia science. Redascteur, GastouJíailly. Paris, 13 rue de Buei.Lm. Lumière — RévelaCtio» du Nouveau-Spiritua-me. Revue mensuelle, Publiée par Mine. SLucieanje. Pasiris, 97 boul^evard Mootmorency. Prixfranes par an. .Le títtsager—Spiritisme, queastions Lsociale», maéiitme. Journal bi-mensuel. Mr. H. Saivse.-•ge, 24 Bonletard de Ia Souveniére. Prix. 5 drancsl»*r an. .... , ,

Liflxl Journal of psicbical, occult and inyiticaareereh. Charing Cross. London, lli Craven í-treet.

Buniie <>[ Light — An exponent of tlie spiritual

philosophv. Colby & Rich, publi»hers. Boston, 9Bosworth." fl 2,50 per aouum.

The Religio-Phtlosophlcal-Joumal — Publislied at92 La Salle-Street, Chicago, bv Marv E. Bundv.1 year () 2,50.

The World's Advance-ThouglK — PublisheJ mon-hly. Oregon. Portland, 193, Sixtti Street.

The Harbinger of Light _ A nionthly journaldevoted to zoistic science, freetliought, spiritualismand the harmonial philoaophy, Melbourne, 13Eastern Arcade. Price 6 d.

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La Sflnge—Gazzettiao di *pro|)agatiila spiiiticacom Biblietbeca Appendice pei sòllabbonati. Publi-cazione mensile. Üirettore : E. Unglier. Roma, 128via dei Beschelto. Abbenainento aunuale S liras.

La Fraternidad—0'rjano de Ia Fedcracion Espi-ritista Argentina. Redacter: M. Saenz Cortes. Pu-blicacion mensual eu enadernos de 24 páginas.Buenos Aires, 1565. Brandzen. Suscrieión-trimes-tre adelantado <H.50m/n.

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Reuista Espiritista—1'crióilico de estúdios psico-jógicos, publicado por Ia Sociedad Espiritista Mon-tevideana. Sc publica cada mes y se reparte grátis.Revista Espiritista de Ia Ilabana —Organo oficialdei Centro « Revelaciou ». Periódico mensual. Ha-fciiiA, 57 Suúrez. Suscripciun : fll.00 pinta.

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El Feiiix— Boletin de Ia Sociedad Espirita de su"ombro. Ma/.atlan, Sinaloa. México. Publicacioneventu»l dedicada á Ia propagauda y defensa de IaFilosofia Espirita. Suscripcion voluntária.

La Illuslracion Espirita—Se publica dei I." ai 5 decada mes en cuadernos de 32 pag. com forro decolor. Proprietário General D. Refugio I. Gonzalcs,México, 2* de Ia Indopondencia, 6.

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Le Journal Spirile de V físt-Reims, 21 rue Gam-belta.

Ánnales 'des Sciences Psychlques- Paris, 108 Bou

levard de Saint Germain.

<Vliarles Fauvety

Não ha muito ainda entravamosalacremente em festa por noticiar aosnossta leitores o apparecimento denmlivro qne vinha enriquecer a já ricacollecção hibliographica do spiritis-mo. Di/.iamos então: «olivro Tliéo»nomie deve-se encontrar na bibliothe-ca ;de todos os pensadores, principal-mente spiritas.» Mal sabíamos aotraçar taes linhas que aquella obra.vultuosa devera ser o canto de cysnedaquelle que entre nói se chamouCharles Fauvety 1

Abandonando o invólucro corporeo,depois de 80 annos de lueta, aquelleespirito por certo se evolou'a. regiõesmajis serenas, onde irá se rever naobra que deixou por acabar, obra queencheu todos os minutos de sua vida*toda? as aspiraçõe.-; de seu ideal. Mftsentão, será em pleno contentamento

que elle dirá a si mesmo: «si não

pude levar por termo uma empreza

que era de Titan, deixei entretantodiscípulos que não esmorecerão natarefa».

Philosopho profundo, elle sonhavacom o reinado da tolerância, da jus-tiça, do amor ; ó por isso que o lemtnade suas armas assim se inscrevia:«Religião sem corpo sacordolal, semmysterios, sem milagreá.» Cmtava

que este leinma poderia per o labaroda synthese religiosa que era o seufito, que era sua aspiração integral.

Norteando so para a regeneraçãosocial, elle pretendia basea Ia i asoli-dariedade; por isso é que escreveu asentença, ¦ digna de meditação, sobre

que tantas vezes temos repassado osolhos: «Não ha vida eterna para oindivíduo que se põe fora da vida col-lectiva da humanidade e da vida uni-versai.»

Frtuvety fui um operário que nãocansou jamais: havendo constituídosua tenda de trabalho na revista quedenominou-— Religion La/que, reco-nheceu, annos passados, devei achrystnar melhor; é assim qne ellafoi depois, e sel-o á ainda aos auspi-cios de Paul de Verdade La ReligionUniverselle. O philosopho havia com-

prenhendido ser esse nome menos se-etário do que aquelle.

Melhor oração não podemos nós fay.er por este companheiro que nosabandonou em corpo, melhor monu-mento não podemos urigir á sua me-

moria, do que honrar estas columnas jcom a transcripção de sua ProfissãoMoral:

A' gloria do Eterno - :*^# ;i i¦ Em nome da razão e da sciencia"!.:*'

¦ . y ¦ y<y-?,~

yt

*-.¦¦%:

progressiva : . .. •¦.

¦- ¦ ¦*- ¦

Affirmo o Direito';Confesso o Dever;

'

Quero a Justiça e a Fraternidadehumana v

'¦-•-. -Ív;-;-Creio na-Solidariedade universal;Aspiro í\ Perfeição.. , -

Direito—Dotado de intelligencia ede razão, conseguintemente responsa-vel por teus actos, tu tens o direito eo dever de te g-overnar a ti mesmo,em todas .aá esphèras de tua a c ti vi d a-*. V'de: Mantém teu direito emquantos-«lle '"¦

não offenda o direito de outrem. Res-peita te, afim de que os outros té res-peitem. Cultiva tuas faculdades, de-—senvolve tuas forças, cuida de tuasaúde, evita qualquer mancha, apren-de a defender tua existeucia e a pro-teger tua liberdade. Ama a vida querecebeste, porque, si nem sempre deti depende que ella seja feliz dependede ti que ella soja útil aos outros eboa para teu melhoramento. Não te-mas a morte, que mais não é do queum renovamento das forças e umaevolução necessária ao progresso, aoengraudecimento dos Seres.

Devei—Não esqueças que desconho-cer sen dever é comprometterseudirei-to, porque o Direitoeo Dever são corre-lativos, e não se afirmam um sem ooutro. Su submisso á Lei, fonte daegualdade social, e repelle todo pri-vilegio, mesmo quando delle te ve-nha proveito. Respeita teus compro-iníssos, cultiva a verdade; jamaisconserves o que a outrem pertença.Restitue a teus pães tudo o que dei-les recebeste : honra-os por tua con-dueta de todos os dias, esteja teu res-

peito na altura da ternura delles.Transmitte teu latrimonio a teusfilhos, si elles não se tem mostradoindignos, porém não lhes sacrifiques

jamais o interesse social. Abstera-te.da ociosidade como de um roubo. Siamontoares riquezas, cuida no queellas custaram e, considerando-tecomo simples depositário, faze quesirvam para fecundar o trabalho,

para aliiviãr a desgraça, para eatin-

guir a mizerin.

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Justiça.—Pratica a justiça, nãosomente deixando de fazer aos outros

o que não querer ias que a ti fizessem'porém tomando a iniciativa do bem,e luctando contra a iniqüidade emqualquer parte que a encoutrares,Jamais condemnes sem recurso e semdeixar uma aberta á reparação, aoarrependimento, á rehabilitação.O sentimento religioso é incompatívelcora o inferno eterno, e a consciênciada humanidade, regenerada pelo amordo próximo, não admitte pena semremissão.

Fraternidade humana. — Trata ateu próximo como a ti mesmo. Perdoaas injurias e paga mesmo o mal como bem, todas as vezes que o cuidadode tua dignidade pessoal t'o permittir.Serve fielmente a tua pátria, porémnão a dis ti ligas jamais em teu coraçãodesta maior pátria que se nomêa lfu-manidade. Não fujas voluntariamenteda sociedade dos homens : não te iso-les de teus irmãos, enâo os isoles unsdos outros : não ha progresso para ohomem isolado. Lembra-te que é ásluctas sustentadas, aos soffrimentossupportados, atravez de tantos secu-los, pelas gerações que te precede-ram, que te deves todos o.s bens deque gozas; pensa em que é, associan-do teus esforços aos de teus contem-poraneos, que prepararássorte melhorpara aquelles que virão depois de ti-Crea cedo pelo casamento uma esphe-ra familial, de onde sejam bauidos oegoísmo, que é o maior de todos osvicios, o jogo, a preguiça, a dissimu-Facão, a mentira, a cólera, o deboche,a intemperança. Esposos, nãosejaesunicamente unidos pela carne ; sede-otambém pelo espirito e pelo coração,como si fosseis uma só alma. Vigiaeem merecer sempre a estima unidooutro, enão tenhaes jamais decorardiante de vossos filhos.

Solidariedade Universal. -Em teusesforços para o melhor, aspira a tudoo que está em cima, e estende a mãoa tudo o que está em baixo. Sébrando e com passivo para com os ani-mães, porque, como tu, elles são sen-siveis. Se caridoso e benevolo paratodos os soffrimentos. Em teus praze-res, não saboreies sinão aquelles quea ninguém fazem chorar. Ama a na-tureza, respeita suas leis e não a do-mines sinão obdecendo-lhe. Nãoesque-ças jamais de que, si a terra foi dadaaos homens, foi para que nella todostivessem seu logar no banquete davida, e para que abi achando, graçasá instrucção a que todos egualmentetêm direito, e ao auxilio do trabalhoquotidiano de que todos tora o dever,sua quota de luz e de liberdade,façam nella regenerar a ordem, a paz,e a harmonia. B' assim realisando o'reinado de Deus em nosso domínioterrestre, que nos poderemos dizer oscollaboradores da obra diviua,e quenos será dado elevamos progressiva-mente para o Ser perfeito, de que,cada ura traz em si 0 inexgotavelideal.

Bemdita seja a humanidade, emseu passado, em seu presente, em seufuturo í

Uemdito todo aquelle que vive aci-ma e abaixo de nós, na perpetua com-muuhãc dos seres.

Bfemdito seja Deus, Pae celeste,Unidade suprema, Lei viva, Razãoconsciente do universo, Fonte de todavida, de todo amor, de toda luz e detoda perfeição !

Eis ahi o pensamento inteiro, aobra que intentava levar por deanteo philosopho espiritualista de que As-mores acaba de se tranportar para omundo das causas. Mais do que nunca a sua obra está viva; viva pelos dis-ei pulos que ficaram para continual-aviva porque, quando a morte sorpre-,hende ura espirito em plena tensãode idéas, estas renascendo em uma es-phera superior ganham maior energiapara tranferirem-se em acto no mundodos éffeitos.

Todo o trabalho de Fauvety encer-fòu-üé em dous livros e em uma re-vista. Chamam-se aquelles, NouvelleRêvèlationja Vie-um, e Thêonomie,DOmonstration de lí'e.vistence de Dieu-outro.

A sua revista teve três phases : cha-moii-se em 18(5(5 Solidarité e foi in-terrompida pela guerra franco-prus"siana em 1870, para reapparecer em187,5 com o "orne Rcligion laique, quea seu turno foi substituído em 1800pelo de Réligion universelle.

Agora que, transcrevendo sua Pro-fissão Moral, levantámos a Fauvetyum monumento merecido, seja-nos li-cito coroal-o cora um capitei digno desua obra; oiçamos a proclamação quepor intermédio da Réligion Univer-selle, elle todos o.s mezes dirigia

Aos homens de boa vontade.Vinde a nós, vós que obedeceis á

razão e que procuraes a fè nova; por-que falíamos em nome da razão etemos a fé nova!

Vinde a nós, vós que tendes horrorá hypocrisia, á dissimulação e á meu-tira ; vós que tendes sede de luz e deverdade, vinde a nós, porque somosespiritas sinceros caminhando em pie-na luz para uma luz sempre maior epreferindo a verdade a todas as cou-sas.

Vinde a nós, amantes apaixonadosda liberdade-, e vós também defenso-res zelosos da Ordem, e vós que pro-curaes a justiça e que soffreis com asiniquidades sociaes; vinde a nósvós todos queamaeso Povo, a Familiaa Pátria, a Humanidade ! Vinde tra-balhar comnosco para cicatrizarnossas chagas sociaes: a ignorânciae suas trevas, a embriaguez e seusenbrutecimentos, o proletariado esuas misérias, a guerra e suas feroci-dades, o roubo e o assasinato com seucortejo de prisões, calcetas, cadafal-sos, a prostituição com seus impudo-

1 res e suas infecções, e também, o

egoísmo satisfeito que campeia emcima, a inveja que sopra era baixo, eo ódio que reina por toda parte, fazen-do de cada homem um lobo para seusimilhante 1

Homens de sciencia, convidaino-vosn vos reunirdes a nós. porque nosapoiamos sobre os processos da scien-cia, indo sempre do conhecido para odesconhecido, regeitando o milagrecomo contradictorio com a ordem uni-versai, referindo todos os factos aprincípios certos, a leis immutaveis.

E vós também, philosophos, juntae-vos a nós, porque a obra que em pre-hendemos é justamente a obra dosphilòsòphos. E'sempre a pesquiza dasabedoria e o conhecimento da vidaperfeita ; porém é mais, sua vulgari-sação. Nòs vos convidamos a virdesensinar comnosco a philosophia aopovo, a todo mundo, tomando pela

j mão os pequenos, os humildes, ascreanças, os pobres como os ricos, parafazer com que subam pouco a poucoás alturas serenas do pensamento.Cumpre que qualquer ser de figurahumana aprenda a se servir de suarazão, torue-se capaz de pensar, dere"flectir, de se governar.

Vinde, pois, a nós, vós todos quenão sabeis, afim de que vos instrua-mos, e vinde a nos, vós todos que sa-heis, para nos auxiliar a instruir osque ignoram, porque não. ha outropeccado original sinão a ignorância, eo primeiro mandamento é este :

«Amaivae-vos mutname e ensinai-vos uns aos outros.»

na algumas

O SpirUiâino em Itoma

.lançadas tão distinefasqne pareciam produzidas por umpunho de aço.

Foi annuticiada pelo espirito LLuiz-ix presença do espirito-Amos-que na vida corporea tinha sidonicavi6nVn,1S1(i0' Muesecoramu-meava pelo médium Sr. Cecchini«nn joven de 18 a 20 annos que está:va presente. 1

Pouco depois ouvirãra-se barulhosde mãos no interior do piano, raspa-geus nas taboas e o rumor de serratao perfeita que chegaram a temerque o piano estivesse sendo serrado.

O Sr. Cecchini sentio-se tocado naespaduae na cabeça. Outras pessoassentiam os mesmos éffeitos, perce-bendo-se serem produzidos por íí ou 4mãos. 'O espirito Amos pediu que se. col-ocasee „ medi,,m Cecchial ao Alco as mãos sobre o teclado. Istofeito, ficou adormecido, e somnambu-

ellas que a mente se perturbava.ne súbito suas mãos percorreram oteclado convulsivamente, fazendo ourim I?'88 qr " t0d03 encauta",am P°r espaço de meia hora.

Em seguida pedio-se ao Espiritoque tocasse alguma cousa com fno fechado, e, tendo elle anui ido 'foi

; n.«l...ra cllocdo A distancA de

ío^ "o

T° PPlP«>PÍ?ü o piano Asoar .e desta vez já não foram melo-dias conhecidas pelos presentes ml*eho.-íe operas doa AaSeSdo tempo. llt!S

JWbi^sc^em^eosomera P^corda T

n""'te"0a ",Ue"J" "Í3cordas, mas era acompanhado pordao^co"dafPr0dUép*AÍ

A Academia Internacional para osEstudos Psycologicos tem ultima-mente obtido resultados de alta im-portancia mediauinica nas .sessõescelebradas fora ou em sua própriasede.

Ha muito que alguns membros daAcademia assistiam As sessões em casado Sr. Aleggiani, onde se produziamphenomenos physicos surprehendeti-tes, taes como raaterialisacões, trans-portes, sons no piano fechado á cha-ve, luzes, levitaçãs de moveis e depessoas, pancadas fortíssimas e final-mente escripta directa.

Estes factos levaram a Academia aconvidar o Sr. Aleggiani a trazer osseus raftdiuns ao salão da mesma, noque f.i cavalheirosameiite attendido,celebrando-.se então as sessões ora emum ora cm outro local.

A Lux, boletim da dita academiados mezes de Setembro, Outubro e'Novembro do anno passado, relataminuciosamente a serie desses into-ressautes trabalhos, dos quaes vamosdar uma resenha.

As duas primeiras reuniões na aca-deinia não tiveram resultado satis-factorio, allegandoo espirito—Luiz-familiar do Sr. Aleggiani, por meioda tiptologia, que nada se poderiaproduzir por cansa da presença dedous espiritos cujas condições eramde ordem diametralmente opposta.

Passou-se então a reunião para acas» Aleggiani na sexta-feira segum-te.Ahi, sentados em volta de umamesa pesada e á luz de uma lâmpada

vermelha, foi poucos momentos de-pois, ouvido um forte estalo na mes-ma mesa e no centro da mesa peque-

A's vezes o acompanhamento eral^çorau por duas oVmais baodu™

Fazendo-se a obscuridade comrecommendação do Espirito, produziu-se um prolongado estremèc me oW varias partes da sala, e de novoascenderam.se as luzes. Um pesadaSi oo ^ busto de que estava sotea lareira da ante saia, foi trazido paracima da mesa em pe estavaWB^ndo

cadeia. Tinham-no coberto com° P'°Pnd P*no da mesa, e aagrupados em bella ordem várioseste que em plena luz daria não po,..co trabalho e que pensar a qualqu,rdos presentes. ] J

Finalrasnte o piano tinha si lodesar-¦nado e as taboas collocadas em ummonte a um canto d* sala.Na segunda sessão, estando presentes outros médiuns de éffeitos

pbysicos, obtiveram-se os seguiu ephenomenos: á luz do petróleo- onsno p,„no fechado á chave, ÍAt c, odos médiuns; tirados presentes foisuspenso muitas vezes outro de corpomuito pesado foi violentamente ele-co",n A",

'"^ Üe t0°"r ° téct° d" Si*com a cabeça.A um estudante da Uiiiver.sidadooi retirada a cadeira em que se^ssen-ava por duas ou três vezss e posta ádistancia de dous ou três metros.Mãos materialisadas tocaram osos presentes em varias partes do cor-

po.Diversos objectos foram transpor-tados. 'Á um dos que estavam fazendo ca-deia foi lhe tirado collete sem que lhetosse tocado no paletot, c sem que oscompanheiros que lhe seguravam asmãossentissem o menor movimento ouo tivessem deixado livre um só instan-tante.Alli de agosto reuniram-se de no-

| vo, dando-se quasi os mesmos plieno-l menos da sessão passada.

REFOR114DO 111 — *8»1 _ Marco 15.'.I.X J«

Um copo d'agua, qae estava sobrea mesa, foi inesperadamente levadopara cima do piano, que logo depoiscomeçou a soar com o costumado liar-pejo das outras vezes. —Fizeram-sevarias tentativas de outros phenome-nos, entre os quaes o da escripta di-recta.

A sessão de 23 de Agosto foi a maisbella e interessante. O espirito Luigitendo mandado fechar a porta da sala,visto penetrar luz muito forte da sa-leta immediata, foi uo mesmo iustan-te violentamente fechada a porta poruma força estranha.

Feita escuridão completa e annun-ciada a presença do espirito Amos,foram produzidas pancadas sobre opiano, sons como de moedas agitadasnhima bolsa, outros como de farfalharde vestidos de seda, isto por 10 a 15minutos, quando todos sentiram quetinham moedas de cobre nas mãos.Outras moedas voavam pelo ar e maisuma bolsa cheia de ouro a qual bateuna testa dos assistentes, e recolheu-sesubitamente para a mão que a traziaquando o Sr. Aleggiani quiz reco-lhel-a.

Acceso o Iara peão de kerozene, fo-ram encontradas sobre a mesa variasmoedas de cobre, um collete, um re-logio, livros, etc.

Uma sonata para piano que diasantes tinha sido escripta pelo sr. Oecchini sob a intuição de Amos, foi pos-ta sobre a mesa na escuridão, e pon-cos minutos depois foi encontrada afolha que continha a muzica com pie-tamente em branco.

Finalmente, depois de uma grandealgazarra, motivada pelo susto dassenhoras, porque um dos assistentesresistiu quando o tentaram elevar aoar, sendo violentamente arrojado áparede e a sua cadeira agitada fazen-do grande fracasso, fez-se completosilencio na expectação de outros phe-nomenos, quando, feita a claridadade,encontraram-se estas poucas mas estu-pendas linhas escriptas directamente;

FOLHETIM -IO

LÁZARO —0 LEPROSOROMANCE SPIRITA

POK

XL

D. Clara de. Albuquerque acolheu, comovimos, a fugitiva de 8. Paulo, com aquelhserena confiança que é a norma dos bons,em contraposição á dos maus, que emtodos não vêm sinão a que elles mesmossão.

Cada um julgi os outros por si.A santa velha tinha para fazer áquelle

accolhimento mais do que a razão de jul-gar a recemcliegada por si; tinha, emprimeiro lugar a belleza esculptural e es-thetica da moça, que, salvo um desvbmuito raro, é sempre a manifestação ex-terior de uma alma ílluminadapelà bem,e tinha, principalmente, a suggestãodas influencias invisíveis, que tinham en-caminhado Kulalia para alli, como meiode iazel-a instrumento de purificação daalma do pae, sem prejuízo de sua pro-pria alma.

D. Clara, pois, foi ella mesma, prepararum quarto para a que se propunha á sersua criada, dominada como era semprepor áquelle sentimento divino, de queJesus nos deu o exemplo solemne, lavandoos pós de seus discípulos.

Olhe, minha menina, aqui está seueommodo, que eu mesmo lhe arranjei.Se faltar-lhe alguma cousa, não tenha aca-nhamento, diga, que eu tenho gosto emfazer o que for possível, Dará que se achebem em casa.Obrigado, minha Senhora. Além de

que meus gostos são simples, acresce que,em minhas condiçóes, tião se deve ter exi-gencias.

«Que succede mais Y Anarchia nadoutrina, na mente, na f unilia. Tau-tas as seitas quantas são as cidades,tantas religiões e symbolos quantas aspessoas.

Mas amanhã será derribado o queé hoje adorado. Abater-se-á, destro-ir-se-á, até que nada permaneça davelha egreja. Esta é a conseqüêncianecessária do erro, do caus, da mina.Por isso os espíritos mais cultos egentis abandonam estes campos depodridão e veèm refugiar-se coranos-co.»

—As actas destas sessões estão assi-gnadas pelos seguintes assistentes.:

Francesco Aleggiani —Ing.'#—Chi-notto,— M. Lorabardi —Fontana Al-berto —Cario Ruggeri.—Frio (liorli —Luigi Paciui.—Elettra Aleggiani.—Amalia Aleggiani. —Angelina Possi-dotii.—Antonietta Possuloni.—LouisePossidoni. — Agnese Aleggiani.— Ar-turo Ruggerei.—Maria Bucchigna-ni. — Ferruccio Qecchini.

(Continua)

NOTICIÁRIO

H>i»uo ti© estudo-Em TheProgressive Tliineher de Chicago eu-contrainos o seguinte : No anuo üIVi-rac o Sr. Carlos Reger, de Morisans,casou-se e nove mezes depois estavaviuvo. Foi tão forte o seu sentimentoqne elle enloqueceu, sem deixaralguma esperança de cura. Continua-mente elle pensava na fallecidae eradominado pela idéa fixa de ter ellasido enterrada inconvenientemente.Para libertai o desse pésádellò seusamigos resolveram exhumar o cada-ver.

Fizeram-n'o no dia immediato, masrecuaram horrorisados achando ahitodos os indícios de haver sido asenhora enterrada viva : A face estava

Demais, este eommodo está preparadocomo se fora para uma Senhora.— Estimo bem que elle lhe agrade.

Descance quanto tempo qui/or, e depoisvamos á conversar, á ver se nos entende-tnos tão bem pela alma, como nos enten-demos pelo corpo.

Dito isto, a velha sahiu, contente pelaimpressão que lhe causou aquella partiquem s remetteram.

E, nò seio da paz que alli se suspirava,a moca teve lazer e tranquillidade pararerlectir sobre o modo miraculoso comoviera ter alli.

Sua intelligencia sem cultivo, igno-rante da existência de uma faculdade 03-pecial, pela qual os vivos podem commu-nicar com os mortos,a íilna de Manoel daSilva foi naturalmente levada dos ftetosde sua observação á inducção de um mi-lacre: da protecção invisível de algumanjo, destes que n'outros tempos se faziamvisiveis,com'õ o que fallou á A hrahã.>,comoo que acompanhou o filho de Tobias,como o que annunciou a Maria que seriaella o sacrario da incarnação do Verbo.

Como poderia ella comprehènder quetodos estes factos obedecem á lei natural: álei da communieação dos espíritos, e qneuns anjos,de que faliam as Escriptui-asjnãosão sinão espíritos humanos, elevados ágrau de perfeição que lhes dá para veremá Deus—para tallarom á Deus—para rece-berem de Deus as missões que desempe-nham entre os desterrados deste mundo ?

Como comprcliendel-o, se tantos, dota-dos de vasto saber, riem dos que acreditamnestas cousas, e acreditam, porque todasellas, permitte-o Deos, podem passar pelocadinho das provas experimentaes ?

E' certo que, par* chegar ti verdade maisvale a ignorância da humildade, do quea scieneia do orgulho, mais pôde o cegoque quer ver, do que o que tem olhos ecerra-os á luz ; mas Kulalia não tinhanenhum lio que a guiasse no novo labv-rintho, e, pois, seria preciso ter o dom deadvinhar, para comprehènder a nova lei.

Para ella, portanto, tudo o que lhe acon-toceu, desde a casa de seu pae, foi puromilagre, milagre de Deus, cuja protecçãorecebia com o coração contrieto e huini-Lhado.

voltada para baixo, o vidro da tampado caixão despedaçado, a mortalharasgada, os membros contrahidos, eamão apertando uma media de cubei-los arrancados da cabeça. De todos ospresentes um só não

'se perturbou,foi o marido demente, que então recu-

perou o juizo e dirigiu o acto a novaenhiimação.

Aviso de Morto—Conta TheCarrier Dotve de Junho: ':Na cidadede Allegheny, no^começo da rebelliâo,viviam era uma casa de dous andarega viuva Mac Dowell e seu filho, denome João. Prendia-os profunda afei-ção, e foi doloroso o golpe que aquel-Ia recebeu, quando seu filho annun-ciou-lhe estar alistado e, ter de seguircora seu batalhão para a campanha.

A (> de Abril teve ella a coragempela primeira vez de subir ao segundoandar, depois da partida do filho.Ahi, muito triste, ella conservou-sepor algum tempo com a cabeça encos-tada sobre os traveseiros, quandosentiu pesados passos na escada, ealguém tentando entrar na sala.

• Foi grande o abalo que soffreuvendo de pó no meio da sala a figurade seu filho, tendo atado á cabeça umlenço sujo de sangue.

A figura empunhava uma grandeespada, com a qual vibrou ulgunsgolpes no ar, como querendo ferir ai-guem, depois do que a espada cahiu-lhe da mão sem produzir barulhoalgum, e o espectro desappareceu,bradando : Oh ! mãi ?

Tudo era exacto. João Mac Dowellentrara em uma acção, em que cahi-ram mortos todos os ofllcaes do seucorpo, e elle, ja ferido por uma bailana cabeça, depois de atar um lenço,tomou a espada de um confederadomorto, e avançou á frente dos solda-dos, recebendo segunda baila queprostrou-o sem vida.«Oh mãi», foramas palavras que pronunciou aocahir.

O choque recebido por Mrs. MacDowell foi tal que uma semana depoisera seu corpo sepultado no cemitériode Hilldale.

Ao romper do dia, ergueu-se da cama,suppondo preceder a dona da casa ; masfoi surprehendida, vendo-a no terreiro ádar cuidados a crenção, que fazia seumaior entretimento naquella solidão.

Mim a primeira vez que a moça assistiaao nascer do sol nos desertos sertões,onde.á luz do astro rei, a coma das escurasmattas apresenta um bello colorido deencantar ti alma, do meio das folhaselevam-se ao Creador os mais doces hym-nos, cantados por mynades de innocéntesalados, que são suas creáturas.

Kulalia extasiou-séá contemplar áquelleexcelso quadro, completamente deseo-nhecido dos que habitam cidades, ondeo homem vive enredado no turbilhão de.paixões carnaes e de interesses materiaes,que afastam o pensamento de Deus, tantoqminto a quadro vivo, que Kulalia con-templava, aproxima o homem de Deuspelo pensamento.— Já tão cedo de pé ? minha Senhora.

A velha riu-se benevolamente da admi-ração ile. sua hospede, e respondeu : aquinão é como lá, respira-se a vida em vezdi morte, e a melhor hora de respirar éao romper do dia, quando o ar está em-balsamado pelos eílluvios das plantas,queo calor do sol espanca.

—E' verdade, Senhora : aqui respira-sea vida, e pode respirar também a felici-dade, quem procurar, neste meio hino-cente, elevar os pensamentos aos pés doli ter no.

E' aqui que a alma pode conversar comDeus !

D. Clara encarou a moça, surprehen-didft de ver uma menina, bella e creadanuma cidade, com ideas religiosas e prin-cipaltnentecom desejos poucos mundanos.

Ou quer me enganar, ou éque me serve !Eulalia sustentou firmemente o mudo

exame da velha, que parecia querer levara sonda até os seios de sua alma.

—Não fallei verdade ? minha senhora.Não lhe agradou o que disse? Ku pensoassim, e por causa nenhuma do mundo,mudarei de pensar.Ku creio que esta vida, com suas dores,com suas duras provações, não passa dopervstillo da Jverdadéua vida, que é a doespirito, além do túmulo.

Universalidade da crençaspirita—No Carrier Dowe publi-cou 'o seguinte o Sr. Dr. \V. Foster :

«Entre as classes rústicas da Gran-ISretanha ouvi muitas vezes jovenscontando na intimidade dólar factosde apparições e ruídos ouvidos, pre-sumidamente de uma origem sobre-humana.

Reconheci depois, que essa crençanão é um privilegio das classes hu~mildes, mas qua também a partilhamos melhores educados e mais cultiva-dos membros da sociedade.

Nos paizes selvagens e senii-barba-ros prevalece a mesma crença.

Quando residia na Nova'Zelandia,freqüentemente assisti ás sessões dosMaoris e conversei a esse respeitocom os naturaes. Elles faliam descesíactos com tal convicção que desper-tam-n'a nas almas dos ouvintes.

Os naturaes do Archypelago Ma-la\'o, do Mar da China, os habitantesdò pequeno e densamente povoadopaiz da Novo Guine, os Komolcos dasLuisadas ilhas de Salomão e NovasIlebridas e outros pontos dos maresdo sul, como os Hindus, Cingaleses eÁrabes, todos alimentam a crença denão ser a morte mais que a separaçãodo homem real do seu corpo visível ede continuar áquelle a visitar a ter-ra e interessar-se pela sorte dos quenella deixou. Os modos diversos porqne esses vários povos manifestamsua crença na continuação daexisten-cia dos chamados mortos, tem consti-tnido para mim por muitos auuos oobjecto de mu serio estudo.

Todos elles tem seos sacerdotes,médiuns ou médicos, que especial-mente se oecupam de servir de inter-medianos dos mundos espiritual eterreno.

Os que conhecem as verdades spi-riticas, têm a crença ua continuaçãoda existência dos que desnppareceram,—o que lhes traz consolo e alegria, evi-tando com iseomuitasjvezesamargurasdo desespero. Aos que ainda nãoadquiriram esse conhecimento nósdiremos:

Ku creio que é tão sublime o destinodos bons, que 'tido devemos sacrificar naterra, dos bens da terra, para sermos umdaquelles.

- Onde aprendeu isto ? menina.—Eu li os Evangelhos, e meu coração

exultou com o que alli nos ensina, exèm-pliticando, o divino .lesus, cuja vida é ounico livro da verdadeira sabedoria.

A fé, a humildade, o amor, a caridade,qíiè o liedemptor fez de sua passagem pelaterra os symbolos sagrados, são os luzeirosúnicos que guiarão os desterrados destemundo, na marcha, para seu explendorosodestino.

Feliz áquelle que traz o coração chei0daquellas celcstiaes virtudes; porque en-trará no reino do ceu !

1). Clara estava encantada de ouviraquellas práticas da bocea de uma moça,na idade em que os gozos da terra obscu-recém as aspirações do ceu.

—Deus seja louvado em sua misericórdia,exclamou, finalmente a boa senhora emum accesso de verdadeiro enthusiasmo !

Eu não merecia que entrasse em minhamorada tão peccadora um anjo do Senhor!

Sim ; este é anjo, embora tenha o re-vestimento carnal do nobre ser humano !

Minha filha, eu te, agradeço a visita, deque a memória ficará sempre gravada emminha alma, para despertar nella o reco-nhecimento pela graça que tive, e a espe-rança de melhores d"ias ; mas aqui nãotenho onde guardar tão puro espirito ; e,pois, siga, minhafilha, siga o seu destino.

— Kxpelle-mc de sua casa ? Não soudigna de laziy-lhe companhia V gemeu apobre moca, aterrada com as palavras deD. Clara.

—Nem expillo-a, nem a julgo indignade me fazer companhia; ao contrario,creioque eu é que não bou digna de conviver-mos.

—Não me confunda, minha senhora. Euquero acabar aqui.

A velha levantou os olhos para o ceu odisse : seja feita a vontade de Deus.

(Continua)

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RV!FORII4DOR — 1KIM — Março 15

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E' por certo bella a crença quenos vem ensinar que. as almas denossos mortos vêm sempre nos ajudar.Que cousa maravilhosa essas ligeiraspancadas com que cs espíritos amigosnos denunciam sua presença e seudesejo de entrar em relação comnosco!E' nina descoberta mais rica de resul-tados ua vida e conducção das futurasgerações, do qu-í qualquer outra cou-seguida até hoje.

4 avii mnl assombrada—Tira-mos da revista La Lumiere, de Abril,a seguinte noticia :

Ha oito ou dez dias a praça doMarche, a Leon- Vaise, enche-se, das8 ás 11 horas, de uma considerávelmultidão de curiosos, que grita, asso-bia e carta. Eis o motivo de taesajuntamentos:

?No segundo andar do n. 8 morama viuva D. e sua filha. Estas senho-ras affirmam que todas as noites sãoelectrisadas, que seu aposento trepi-da que seus moveis mudam de logar eque ei Ias merao recebem choque etudo isto sem presentirem ninguém.

Muitos visinhos dizem que presen-ciaram mudar de logar um relógio,um espelho ele.

Segue-se a descripção dos aposen-tos e dos phenomenos alli dados nessesentido, concluindo com estes donsfactos:

A' noite quando os guardas da po-licia vieram, o brigadas assentou-seem |cima|da mesa ; esta ergueu-se eelle sentio uma com moção bem forte.

Em um momento dado, Mine. D.abre a porta para sab ir, e o auetordesta exposição vio a mesa de cabe-ceira avançar cerca de dez centímetrossem causa ou motor apparente.

A. sepultura delllaii kar-dec—Reproduzimos de Lumen de 31de Março :

JE-1 ..um simples e ao mesmo temposevero dolmen, monumento drnidico,consistindo em nma grande pedra nãolavrada, sobreposta a outras duascollocadas perpendicularmente. Nocentro dellas eleva-se uma lapidequadrangular coroada com o bustodo mestre, onde se lêem as seguintesinseri peões :

«Allan Kardec, fundador da philo-sophia spirita».

«Todo effeito reconhece uma causa ;todo effeito intelligente reconheceuma causa intelligente.»

«A magnitude da causa está eraproporção com a grandeza do effeito .»

«3 de Outubro de 1804.»«31 de Março de 1869.»Na grande pedra que constitue a

coberta do dolmeii, também se lê";«Nascer, morrer, tornar a nascer

e progredir sempre, tal é a lei.»Rodeia o monumento uma forte

cadeia de grossos elos, e encostadassobre as fachadas daquelle ve-.segrande numero de coroas.

Completa a decoração desta sepul-tura multidão de plantas e flores sil-vestres.

Um consciencioso escriptor, dese-nhou esta sepultura, inaugurada aocommemorar-se o primeiro anniver-sario da desencarnação de Allan Kar-dec, com as seguintes phrases ;

«Construcção de imponente simpli-cidade, fallando aos olhos e á almaera linguagem dos séculos desappa-recidos, evoca a lembrança das anti-gas gerações que consagraram por seuculto e por suas sepulturas .as cren-ças novamente encontradas pelo Spi-ritismo moderno.»

Mova - folha «|»iri4tt—Fomosobsequiados com a visita de «TheSearchlight» dedicado ao progressosocial e espiritual, justiça, liberdadede pensamento e humanidrule, o qualsaio á luz em S. Francisco da Cali-

fornia, e se publicará todos os sabba-dos. Para o primeiro numero, de 7de Abril, será tirada uma edição dedez mil exemplares.

MtSCEtUNEA

0 SPIRITISMO ANTE A SCIENCIAPOU

Ciultricf Deluiiiic»

PARTE SEGUNDA

Capitulo 1

o magnetismo, sua historia.(Continuação)

Os Gregos, por sua vez, tomaramaos povos do Egypto um grande nu-mero de conhecimentos, e não tarda-ram em egualar ou ultrapassar osseus mestres. Os hiérophantes qneservem o altar de TroplÍonius|tinhamadquirido uma grande celebridaden'estas matérias. 0 que prova que omagnetismo estava muito espalhadon'esta época, e que no dizer de Hero-doto sacerdotes fizeram morrer porciúme a uma mágica que operavacuras por meio de fricções magmeti-cas.

Apolhonius de Thiana, o illnstrethauraaturgo, não ignoravaessas pra-ticas; elle curava a epilepisia pormeio de objectos niagnetisados, predi-zia o futuro e annunciava aconteci-mentos que se passavam longe. Con-servon-se a lembrança da aneçdótaseguinte; na sua velhice o philoso-pho se tinha refugiado em Epheso.Um dia em que elle ensinava na praçapublica, seus discípulos o viram de-ter-se de repente e exclamar com vozvibrante ;«Coragera, fere o tyrano I»Tnterrompêo-se ainda alguns instan-tes, wra attitude de um homem queespera com anciedade, e continuou :«Não tenhaes medo, Ephesios, o tyra-no não existe mais, acaba de serassassinado.» Alguns dias depois sou-be-se que no momento em que Apol-loniuns fallava assim, Domiciauocabia sob o punhal de um liberto.

Os Romanos tiveram também tem-pios onde se reconstituía a saude pormeio de operações magnéticas. Celsorefere que Asclepiades de Pruse ador-raecia as pessoas affectadas de frenesi.Galleno, um dos pães da medicinamoderna, supprimia certas doençascom applicações d'estes mesmos reme-dios que lhe fizeram passar por feiti-ro e o obrigaram a deixar Roma. Estecelebre sábio confessava que deviauma grande parte da sua experiênciaás luzes que lhe tinham vindo ernsonho. A este respeito Uippocratesdizia que a melhor medicina era aque lhe indicavam durante o somno.Mas o homem que obteve a maior faman'estas matérias foi Simão, chamadoo mágico, que, soprando os epilecti-cos, destruía o mal de que estavamaffectados.

Na Gallia, os d ruídas e as druide-zas possuíam era alto gríio a faculdadede curar, como attestam um grandenumero de historiadores ; sua medi-cina magnética tornou-se tão celebreque de todas as partes do mundo as

vinham cousultar. E1 fácil assegurar,sede quanto a sua fama era universalconsultando Tácito, Plínio e Celso.Na edade media o magnetismo foi so-bretudo praticado pelos sábios. O cie-ro ignorante e supersticioso temia aintervenção do diabo n'essas operaçõesura tanto estranhas, de sorte que estasciencia ficou como apanágio doshomenâ instruídos.

Anaice, famoso doutor que viveude 80 a 1030, escrevia que a almaactua não só sobre o seu corpo comotambém sobre corpos estranhos queella pode influenciar á distancia.

Ficin era 1460, Corelius Agrippa^Poraponace era 1500, e sobretudoParacelse, seo contemporâneo, estabe-leceram as bases do magnetismo mo-derno tal como devia ser ensinadomai-, tarde por Mesraer.

Arnnud de Villeneuve bebeu nosautores árabes o conhecimento doseffeitos magnéticos, e seos suecessostornaràm-se em breve tão grandes queattrahio o ódio dos seus confrades efoi condemnado pela Sorboraa.

Desde 1608, Glocénius, professorde medicina era Marbourg, deu á luzuma obra tratando das curas magne-ticas. Desde esta época ella tenta daruma explicação racional d*1 estes phe-.nomenos.

(Continua)

íffiil BI ItIBI

EXPOSTO HA PUILOROIMUA DOS ESPÍRITOS

SUAS ItASES SCÍENTIFÍCÁ3 U KXPEUIMENTAES

SUAS CONSEQÜÊNCIAS MOUAES

1'OU

liéou lleui*V

PARTE MORALo CA.MINIÍO DIRUITO

LVI. — O Egòisnio

O egoismo é irmão do orgulho eprocede das mesmas causas. E' dasmais terríveis doenças da alma, oobstáculo mais tenaz ás melhoriassociaes. Aunulla, só elle, e torna es-tereis quasi todos os esforços do ho-mera para o bem. Por isso, a preocu-pação constante de todos os amigosdo progresso e de todos os servidoresda justiça deve ser combatêl-o.

O (g usino é a persistência em nósdo individualismo feroz que caracte-risa o animal, é um quasi vestigio doestado de inferioridade por que passa-mos. O homem é, porém um entesocial, é destinado sobretudo a vivercom seus similhantes e nada pôde semelles. Entregue a si próprio, lhe seriaimpossível satisfazer suas precisões edesenvolver suas qualidades.

Abaixo de Deus, á sociedade deveelle os benefícios da existência e to-das as vantagens da civilisação. D'es-tas goza, mas o mesmo gòso e a mes-ma participação nos fruetos da obracommum irapõem-lhe o dever decooperar nessa obra. Estreita solida-riedado vincula-o á sociedade, deve sea ella, como ella se lhe deve. Quedarinactivo, improduetivo, inútil ernmeio do trabalho de todos, seria ul-traje á lei moral, um roubo quasi ;nada menos seria que aproveitar-sedos labores alheios, neceitar um em-presumo e negar-se a restituil-o.

Pois que fazemos parte integranteda sociedade, toca-nos tudo que lhediz respeito. Pela comprebensão dovinculo social e da lei da solidarie-dade, é que medimos a dose de egois-.mo que temos ern nós. Quem sabeviver em seus similhantes e para seussimilhantes, não tem que temer osataques tl'este flagello; possue um{cri-terio infallivel para julgar seu proce-dimento. Esse tal nada faz cogitar sio que elle projecta é bom ou mau paraos que cercam, sem indagar de sipróprio si seus actos são nocivos ouproveitosos á sociedade de que émembro. Si não parecem vantajosossinão para elle, e prejudiciaes a ou-tros, jã fica sabendo que são maus,e d'elles se abstera escropulosamente.

A avareza é uraa das fôrmas maishorrendas do egoismo. Ella desvendaa baixeza da alma que, empolgandoriquezas utilisaveis para o bem com-tniim, nem siquer sabe utilisar-sedellas. O avarento, appetitoso do ouroe desalrnado no adquiril-o, empobreceseus similhantes e elle próprio ficaindigente, pois assaz pobreza é a pro-speridade apparente que accuraulasem proveito para ninguém, e tantode lastimar-se ó como a pobreza dosdesgraçados.

Nenhum sentimento elevado, nadado que constitue a nobreza do homempôde germinar na alma do avarento.A inveja e a cupidez que o atormen-tam, condeiniiam-n'o a trabalhosaexistência ea um futuro ainda maismiserando. Immenso é seu desesperoquando vè, d'além do túmulo, quelhes estão partilhando e dispersandoos thesouros.

Os que bnscaes a paz do coração,fugi deste vicio baixo e aborrecivel.Mas não .vos precipiteis no excessocontrario : nada esperdiceis. Com bomsenso o moderação usae ile vossos re-cursos.

O egoismo traz era si o seu castigo.0 egoísta só vê sua pessoa no mundo ;é lhe indifferente tudo que lhe é ex-tranho. D'aqui o fastidioso de todasas horas de sua vida. Em redor d'elleo vácuo, na existência terrestre comodepois da morte, porque, homens ouEspiritos, todos fogem (Velle.

Ao contrario, quem coopera ua me-dida de suas forças para a obra social,quem vive em coininunhão com seussimilhantes, fazendo-os quinhoar desuas faculdades e de seus bens, assimcomo participa nos delles, expandin-do pelos outros o que tem de bom erasi, esse sente-se mais ditoso. Diz-lhea consciência que elle obedece á Lei,que é um membro útil da sociedade,interessa-lhe quanto se opera no mun-do, tudo quanto é grande e bello lheconcerne e commove: a alma vibra-lhe afinada por todas as almas illus-três e generosas, e jamais se apossamdelle o tédio e a desesperança.

(Conitnita)

Vlsindosdo ftpirilisiiio«Nascer, morrer, e renascer

ainda :«progredir sempre—'tal l'!a lei. » Ai.i.an Kaudec. •

No intuito de facilitar aos investi-gadores da verdade, que defendem a li-herdade de consciência, oceasião paratomarem parte nos estudos iniciaesdasciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas doespirito de tolerânciaserão admittidas nas reuniões de es-tudos theoricos e práticos, que terálogar todos os dias, ás 7 horas da noiteá rua da Alfândega n. 342, 2- andar

Segunda—G. Spirita Jesus de Nazaretli.Terça -União Spirita do Brazil.Quartar-Circulo Paz e Concórdia.Quinta—G. Spirita I.uiza Torterolli.Sexta—Federação Spirita Brazileira.Sabbado—Sociedade Fraternidade.Domingo—Circulo Conciliação.

Typographia do refoiudor

36*-

ASSIGNATURA ANN.UAL ASSIGNATURA ANNUALra<:iu<»B>i<*> EVOLUCIONBSTABrazil . T, .-. . .¦'..; 58000 Estrangeiro 6S000

*j§P«> M„A,,.A„„ «Mi-íá lEBMlíM IHlIfi IMHlIIiii Pi0iMEST0 .""¦»»>PUBLICA-SE NOS DIAS 1 K ]0 DIS

CADA Ml-!/.PUBLICASE IMOS DIAS 1 E 15 DE

CADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREjXj PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.

Anuo ?OH Brazil — iÊi<> de Jttiiei-.ro — 1«»4 — Abril fl 1%. HWS

EXPlSmÈNTIS

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#»mlOllyu

rr>cnoõumo^ cioS nov

$oà coiifrudcv uiiiv

eom u maior- breri-¦clcicle, afim d-c |jOtlc'r

%oè rcôidunianiouu

a-^ c i i |j 1 ei.

\ (& cfe o vindos

ch d cuidou \j o d g t ao

ciirlurno^ miu^ ot-

tku^ cm Kíle-jjovlal.

Amazonas—0 Sr. Bernardo R.dri-glies de Almeidii, em Manáus.

tara.' —O Sr. Jjjsé Maria da SilvaBastos, em B-dóuí, rua da Gíoria n.4'2.

Rio Guandu do North — O Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal;

Pernambuco—O Sr. Afionsp Duar-,no Recife, rua 15 de Nu/euib'0,

n. 05.Bahia — O Sr. Francisco Xavier

Vieira Gomes, ha Cachoeira.Rio dh Janeiro—O Sr. Àffohso Ma-

chado de Faria, em Campos, rua doRòzario n. 42 A.

Minas Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Guiçal-ves da Silva Baiuira, na Capital, ruada Independência n. (5.

O Sr. B '-'nedicto José de Souza Ju-nior—em Santos, rua Xavier da Silveira n. 128.

Matto Guoss i— (.) Sr. Capiiã > Joa-quim Ântcrü o de Ülivei.a Itòza"; eoiCuyabc

Rio Grande do Sul—O Sr. AlteresMiguel Vieira de Novaes, na CapitaRrua do General Victorino n. 81.

A.s assigriatúras deãte periódico co-meçam em (] lalquer dia e termiaarósempre a 31 Io Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA PMVEIíSALVerdade c Luz—Órgão do lSspirituulisiu» scien-

tiíieo, publicação quinzenal. Director responsávelAntônio Gonçalves da Silvo Batuiru, S. l'auIo-4,rua da Independência. Assiguatura annunl 'J^UUÍJ.

A Luz — Urgão do- Centro Spirita de Corityou,publicação quinzena); Chefe da redncçAO, Alfredo

Munhoz. Gorityba-51— Rua 15 de Novembro.O Phurul — ürgao do Centro Spirita ds Para-

naguã, publicação ipiiuzenul. Paranaguá. Distri-

tíiução gratuita.

.1 Euolução—Ürgão do Centro Spirita Rio-Gran-denso, publicação quinzcnal. Propriedade deDomingos Toscrino Barbosa. Rio Grande do Sul17il rua Redro II. Assignatura trimehsal ISQOOj

OPsijchisino — Revista Spirita portugueza, pu-blicncàü mensal. Lisboa, !)j rua Augusta. Porserie de (i números 120 réis; por serie de 12 nu-meros 240 réis.

La Revue Spirite — Journal d'études psycholo-glqties etspiritualisme experimental ; revue meu-BUelle, fondée en 185S par Allan Kardec. Paris,1 ue de Chabanais. Prix 14 fràncs par an.

rLc Spiritisiiie —Journal mensuel. Rédacteur Ga-brel DeUuine. Paris, 24 rue ifabruyère. Prix ü fr.par an.

La Chuine Magucliqüc — Organe des soeiétésniagnéticjues de France et de Pétranger, fondée enltt7'J sons Ia direction de M. le Baron Du Poiet.Gérant, Lòuis Auflirigèr. Paris, lõ rue du Four-Saint-Germaiu, Prix '.) tranes par an.

Journal du Magnèlisine — Fondée en 1845 parM. le Baron du Potei. ; organe de la Société Ma-gnétique de France ; Journal mensuel. Directeurli. Durville. Paris, y, rue Saint-.Merri. Prix ti ir.pur an.

Lalieligion Universclle _ OrgaiTè de Sofidaritôlot de Regeiieralioii áociale, paraissanL le 15 deeue móis, Ledi.etour Cl). Fauvety. Gérent, Pqerdad. Na.,tes, J rue Mereicur. Prix irtr. par anto Paias Unwerselle _ Kcvuejnrlépcndent. .Ma-é isme transcendental. Pl.ilosogpbie. Plíyisiolo-Wc:y^ioíogie. Journal quiny.nenal. Direclteúr B Ni-a Lyou, ò;çonrsGai},'betta.<Prix 3 fr. 5u par iauéLa SouucUc Scence _ Kevue mensuelle con,iaerIa propagation et a lu discussion de ia ,'syntihéseentiíiijue de la Renuooz. Orgacne de lalie^éoara-ou sociale par la senence. Redascleur, Gastoullailly. Paris, I .'J rue de Buoi.;.„ Lumière - RévelaCtiòn du Nouveau-Spiritua-me. Revue mensuelje, Publiée par Mme. GLucicanje. Pasiris, 'J7 bou!'evard Montmorency. Prixfraues par au.Li'Messager —Spiritisme, quejistioiis Lsociales, maétisme. Journal bi-inensuel. Mr II. Saivse.-ége, 24 Boulevard de la Sou.venière. Prix. 5'dráhcsjser an.

Light — Journal of psichical, oceult and mysticaarcarch. Charing Cross. London, Ki Gráven Street.

Banne of Light — An exponent of tlíè sjdritnalpbilosopliy. Qolby & Ricli, publisbers'. Boston, UBoiworth, ,S 2;50 per annum.

Thè^lteligiorPiiilosopJücál-Joiirhal — Published at\)1 La salle-btreei, Chicago, by Alary 1£. Buiulv.

I y.ar fj 2",òü.Thc \\'orld'sAduancc-Thought— 1'ubÍisíieii mon-

hly. Uru^on. Poruan i, |!J:i, si\lh Slreel.The llurbinger of Light — A monllily journal

devoted to zoisuc science, freeil.ought, spiritualisiiiainl iiie lmruionial phiioaopb., Melbòurne, IJLasiem Arcaile. Price o d.

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La .S/ini/i'—Guzzetlil.o di propaganda apir.lica

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vit dei lieschello. A bbonailit nio annui.e í> liras.

l.a Erdlcrniihid—Ü'rjiiiuo de lu Fcd.racion l'Api-ritista Argentina. Kctiaeior: At. Saenz Cortês. Pu-blicacion iiieiijUnl eu euadernos ue 'ik.

paginas.Buenos Auus, lobo. Bramlzeii Susci ic.on-li unes-tre iiilelanuutoSl.õOm/u.

Coiisltiiicui —Revista semanal sociológico spirna yorgano ue m SociedaUe « Constunciu ,i HedactorCosuie M.iiiio. Buenos Aires, 444 AitJes Suseri-ciou : triiuestre udolantado »'/n ,f»..r)0.

/.,a Vèrilé—Revue spirite inensuclle, publiée enfruncuis et eu espiignol. Urgane de la Socicté Spi-rite fíiriííud ue ia vil.e de Rosário (,ui.vinco deSaut.i-1'i-) Republique Argeiitine. Directeur : I'.Kaslouil. Rosuno, lOUcalle San Luís. Abouemenl :ps. 4,30.

Revista Espii ilisla — Periódico de estúdios psico-lógicos, publicado pür l11 Sociedad LApnitistu Mon-tevideuua. Se publica ca.ia mes y su ruparle guit.s.

Revista Espiritista de la liabuuu -Urgàiio olicialdei Centro . lievelacio.) ... Periódico uieusual. 11..-'^ana,

57 Siuirez. Suscripcion : ÍJliQU lllat!l-

w^Çl

Precursor—Grgano de la Sociedad Espiritista phenomeno que devia transtornai" aSGpntral de Sinaloa. Periódico mensal. México, Ma- jat.)an , coipsciencias e quiçá inverter as oaseg

¦ki /¦•.•um— Boletin de ia Sociedad Espirita de su da sociedade moderna, Kardec, comnombre. Mazatlan, Sinaloa. México. Pubhcacion •eventual dedicada ú la propaganda y deten=a de la unia visada (le afilia, aprelieildeil1*ilo-.., 1 i;i Espirita. Suscripcion voluntária. I

W^i iiiusirucion Espirita—Se publica dei i.° ai 5 de desde log-o tudo quanto nelle secada mes eu euadernos de ÁÍ pag. com forro de \ pnnt' , I).(l,i., rrpnnàh rlpatP ldnr»nmor. Proprietário General D. Refugio I. Gonzáles, I COUttlll. LU1H a CieaçaO Üe^te 0I0COpxieo, •> de la Independência, ! inteiriço, e iá agora i iicipuo-navel,- y.ii /,/irnii .Ni/cwi —Revista mensual de Ciências, '

°wistiuiusino,, Democracia; organo oficial dei Centro : que, penetrando as oriírens e os fins^pintista

c La Caridad » Grátis para todos. Cuba :

^aneti-spiriiua, 7 cabe dei Principe. i do homem, preparou uma renovaçãoKa.UÍ)orada_j{evista,1uincenal, literária, de es-

';¦Hius psicológicos, interesses geraes, y organo ofi- pUUOSOplllCa, SOCial 6 religiosa, ten-oial A-i Centro «El Salvador» Director Juan J.de 0 .ffiiray. Uratis para-todos. Cuba, SaguaMa-Grande, dente

a avasS&lar 0 mundo ; o Spi"ÜÜ i. uurez. t.i .', ,. ., „ . ,. , . nti-tno nasceu. E assim que do maismLa Aitcua Altanza—Periódico mensual ,organo dei 7Centio Espiritista Lazo de Um»n. Grátis paia todos insignificante p li 0 DO 10 e 11 D sabeK'bu, Cieufucgos, 72 Arguelles jmevista Espíril/s/a-Organo de propaganda de la aquelle que

-ate huscar 110 CérebroESciedad «La Perseveranc.a» Se publica dos vecesj ascen»o]U& ,1,, ,r(Jn;,. ff,vPr «..Itorâl n.es, se distribnye grátis. Repubhca Argentina, rl

SCeUietUa (10 geiHO la/.ei Saltar,

Kéudoza, (il Colômbia. j ptí|a melitiição e pelo estudo, uraEl Esludiu—Periódico de propaganda y ec* de ,

ffibviuiiento general dei Libre-pensamiento. Se pu- ' lllilllfo inteiro e Completo. Eis

blica los Juéves. Redacur: AuUréâ Cerazon Ganzá- . . ,. .le/.. Ponee, isIsabel. j porque su depus de Ivardece que

; The Theosophist—A magazine of-orienta) philoso- ' ucidaincnte Cutliprelieudemos 0 quephv, art. Iiteiaiure and oceultism, condúcede by ^H.' S. Ulcotl. Madras, Adyar. Price annual x 1. é 0 liÕViem U0V0 que deve COUStltuir a. Annalldello Spiritismo iiLÜalía—Toririo '-'3 ViaBogmo. t sociedade reformada. Com effeito, de

ãolden Gale-United—States. S. Francisco.. (Cali- ,Rrny). 734¦ Moutgom.ery Street. neuiiiima reforma estável é susce-

La Albòrada—Revista mensual, literária, de estu- , ¦ i iinteresses generales y organo ?fi- l'»t WCl a hu mauidilde, Si nao abrange

.simultaneamente as três faces-phi-?dios psicológicos, in

Ciai dei Centro « El salvador .. Grátis para todos, t

Diíeòtor: Juan J. de GarayA Sagua-la-Grunde (Cu-ba), I Gloria .

Lu PensceJes Morts—Organo de I Luiuii Spirite

de Reiins et de PUnion Spiritualiste de Roueu.

Adni.uistrateur: Paul Monciin, Reims, I lace dc la

Republique, Pavillon de Mars, Prix 1 ir. M par au.

Lc Journal Spirite dc i Vv./—Reims, 28 rue Gani-belta.

Àniialcs des Sçionces Psychiques—Paris, 108 Boulevard de Saint Germaiu

Nunca será por demais reine-

morar-se o personagem que a actual

Losopuica, social e religiosa—queconstituem a trilogia bendita do es-pi rito humano; Cjusiderar o homemsó como indivíduo, ou só como sersucial, ou só como creatura divina— é sempre scindil-o, porque, pormais autônoma e independente queseja cada uma das fuces, ellas entrem relacionam-se de tal inodo, que senão pôde considerar cada uma semter ao mesmo tempo os olhos íitos no

renovação philosuphica perdeu na có.rijunctoi Eis porque philosophiadata de hoje : fui, com effeito, a 31 sociologia e moral constituem a syn-de Março de 1869 que despiu-se das tese scientifica que o renovador dovestes exteriores aquelle que mais secnfQ XIX chamou Spiritismo.conhecido é pelo p.seudonyino de lvar- | Entretauio a obra deste hotnemdec do que pelo nome ue Rivail. genial não é positivamente uma cousa

Mas, embora jà tenha decorrido noV!l . }l verdade, como tudo quedahi uiü quarto de ^eculo, sua me- VÍVcS

lc|n je atravesáar cyclòs de re-moria está sempre presente deaute de vivesceucia e de estado latente,de luznói, como merece aquelle que, no e ,je obscundade. Cora effeito, desdedix.erde um escriptor, por si su enche 0 majs remoto passado at.é a actuali-um século.

Effecti vãmente elle é digiioV de,1,todasas hòtueüageus, porquanlü, cuiu

espirito alerta e mão segura, íoi ejle,e não qualquer outro, quem tomouiis rédeas dos acontecimentos para,com sabedoria e prudência', dirigil-os

dade, este conhecimento integral era'o segred i de todos os sauetuaridâ, se*

gredo só confiado á tradição oralentre poucos, ou ao mysterio dossymbolos e dos mythos. No cahos daorientação materialista dominante noséculo, quando raros, rarissimos,

ao grau de tensão espiritualista qoe eram os iniciados na verdade, o des-

vamos felizmente atravessando. v.endamento de taes conhecimentos

Ao mesmo tempo em qué lavrava foi para os homens um., revelação. E

em todos os salões da Europa a feltre só neste sentido •Uymologicò é que se

do divertimento com a chamada deve actualmeute empregar a teme-*

dausa das mesas e dus chapéus, rosa palavra. 0 momento presente é,

ningfiem vendo ahi o importante pois, uma resurreição do passado j

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quem dehuchou as primeiras linhasdeste cyclo que começa agora foi o

gênio de Kardec. Tendo, portanto,integralisado a philosophia, a so-ciologia, e a moral no que a pro-priadamente se pôde chamar a—sei-encia divina, desc/briu Kardec omeio de derribar as fronteiras queinimisavam a sciencia e a fé. Si,

pois, elle é um revelador, um messias

para os religionarios, para escultoresda moral,—elle é também um refor-mador para os sociólogos, —um sadio

para os philosophos. Messias, refor-mador, sábio—eis a trilogia que seunifica na personalidade do philo-sopho emérito do século XIX. Ocunho de sua obra deixará na histo.ria evolutiva do espirito humanomarcas insdestruotiveis. Também nodecorrer de um quarto de século,desde que o homem se transformouem sar perispirital, um só anno nãotem passado sem que a imprensa spi-rita rememore a 31 de Março a ta-refa colossal que coube aquelle espi.rito de escolha. A nó*, seus sueces-sores na obra ingente de reconstituir

para a humanidade o tríplice ca-minho que a levará a seus Moriososdestinos, cabe também o trabalhohercúleo de continuar a traçar no in-finito a parábola que elle foi o pri-meiro a debuchar. NeUe dia, por-tanto, evoquemos com toda a energiade nossa vontade o pensamento deKardec para que sempre nos seja pre-sente ao cumprimento de nossamissão.

' y

O 8niritisnio cm Komii

(Continuação)Em outra sessão na casa Aleggianj

foi obtida uma bellissima escriptadirecta assignada —Orione —contendoa diagnosis da asthma.

Essa communicação foi obtida em

poucos minutos e depois que a folhade papel em que veio escripta fui portodas as pessoas presentes sentidadistinetamente elevar-se no espaço

girando pela sala, agitada -j ela mão

psychica que deu a communicação ea unia respeitável altura da mesa.

Por demasiado longa não a repro-duzimos.

A ultima, sessão,descripta na "Lnz'

de Novembro, foi celebrada na Aca-demia.

Tomaram assento, fazendo a ca-deia mediamnimica em volta de umamesa retangular do compriraento.demetro e meio.

Depois de uma espera de cerca dedez minutos, uma forte pancada so-bre a mesa fez tremer n pavimentocomo s1' fosse o abalo de um terre-moto.

Em seguida sentiram-se dous ou-tros poderosos golpes, e logo apósfortes rumores; de todas as partesda sala moviam-se as esdeiras asemque fossem tocadas por ninguera, alüega l.evíui.tfiy,i-ase e çtiUiu com

grande barulho ; ouviam-se pamadassobre os encostos das cadeiras em

que e:,tava.tn assentados e houve uramomento em que a mesa elevou-se

completamente do solo e balanceou-secomo si estivesse sobre as ondas deum mar ein bonança.

O .Snr. Ruggeri começou a ficar

desasocegado, e arrebatado pelo es-

pinto que era causa de toda aquella

confusão. Mais de unia vez lhe foi

arrebatada a cadeira e tentaram

sobreleval-o violentamente com fortes

impulsos aos quaes oppoz tenaz

resistência.Occasião houve em que os ânimos

foram invadidos pelo pavor, mas se-

renados os violentos abalos, as pau-cadas estrondosas e enfurecidas le-vantamc.ntos, o Snr. Fontana foi ai-

çadò ao ar sentado na própria ca-

deira, isto suave e lentamente como

se fosse por um ascensor, baixando

depois do mesmo modo; sendo em se-

gnida suspenso também ao ar o

Snr. Ruggeri, e depois os dous ao

mesmo tempo. O Engenheiro Chi-notto que estava entre os dous e quesesrurou-os tentando obstar a ascép-

a"5

cão foi egualmente transportado parao ar entre os dous médios.

Rstas 1 ivitaçôes foram perfeitamente por todos observadas pois não

só a sala estava illuminada com luz

vermelha como da porta aberta parao archivo refletia-se a luz de um

forte, lampeão de petróleo.Passados poucos minutos os me-

diums baixaram para cima da mesa,e foram collocados depois em seus loz

gares sem o minimo inconveniente.Ouviram-se finalmente quatro for-

tes pancadas, signal convencional de

s 5 encerrar a sesão.

primeiro bafejo do vento; elles nãotem bastante força para a si attrahi-rem outros : são pensamentos Ínfimose rotineiros, não exigem pois umao-rande tensão de espirito; entretan-to estes pensamentos tém maior in-

fluencia do qne se poderia suppòr;não se perdem, acham emprego em

certos cérebros fracos ou fa ti gadosexcesso de trabalho.

Todos oa homens são susceptíveisde terem pensamentos estranhos a

suas preoecupações habituacs : ene-

gam expon taticamente, e são algumasvezes de tal sorte disparatados que sor-

preliéndem.A linguiagem das creanças., suas

palavras incoberentes, são produzidaspelos pensamentos íluctuantes que asassaltam, esperando que ellas te-

iihum pensamentos pessoaes.Os velhos cuja intelligencia está

enfraquecida, os ebrios, os somnam-buios mal dirigidos, soffrem também

estas estranhas fascinações.

Os sonhos são povoados das piutu-ras que os pensamentos, mesmo osmais insignificantes, formam sobre ostinidos qoe elles despendem, e si fosse

possível ao mortal ver estes quadrosfluidicos, elle poderá fazer curiosasCollecções de não—senso. Estes pen-sa mentos vagos nau tem longa dura-cão, atravessam o cérebro sem nellese fixar, ou a elle são attrahidos porum vasio deste órgão.

(Continua)

NQTIGfAHIÜ

Os ni»si««tt8i_.»nl<.»M .la_c.Mai*|lcÍ9

Entre os livro's dados á estampa

pela Sra. Antoiuette Bnmlin. sprita

da primeira hora, conta-se o denomi-

nado— Cosmogonia dos fluidos, que é

uma serie, de communicações que re-

cebeu dos espíritos Emiliae Latira,

suas filhas. Pretendendo transladar

para aqui as qneofTeiececem maior in-teresse,começa remos hoje pela que está

subordinada á epigraphe acima, por-

que ella dá, em germem, a confirma-

ção de uma das theorias psycologicasdos modernos esoteristas :

. . • Existem também pensamentosqne não têm a energia suíücienie paraattingirem sen destino; desprendem-se em parte, dos cérebros que só ela-b iram as cons; s ti-maes da existência,ou que se c oitentam com as çotiyic-ções já formadas; em uma palavra,daquelles que comprehendera a exis-tencia como devendo dar a maiortranqüilidade de espirito e o máximo

possível de bem estar; seus pensa-mentos fluetuam sem direcçâo. semalvo determinado, como fumaça quem eleva, a, principio e se diasjpa rq

V«»r<l«*Se <». -jjjtf.--K-te dunn-dado órgão de propaganda spirita,continua cada vez mai.-; interessai) te,e íiÇ.tívh su i publicação em S Piilli.

"O Itef irinadur'1 enche de saiisf--cão por e. te facto e cada ve/, mais

seuie se attribid) e vinculado pelagratidão, não já pela ofrV.rtu grátisda mesma1 f-.l oi a quem tomar umaassignatura do '•Reformada""' comopelo interesse qne toma pi r sua prós-pM-id-ide, transcrevendo u nosso eii-tpriál de 1 de Janeiro em sv.n nu-mero di* '•)[ de Marco.

geração.Bitaon.a dMrc — Aactual empenha-se em fazer justiça ámemória desta dunzella illuminada,para apresentai o uo seu verdadeiro

p.apf'1 de médium inspirada.A Egreja Cithnliea pretende cano-

nisal-a, e por toda a parte fa.Ia-seem Joanna d'.Aro.

Acompanhando e-te niovimeutoenthusiastico a cidade de Orleans eoutras cidades da França pre na-ram-se para oeblrar a tS de Maio o4Gõ" anniversario do levantamento docerco posto pelos inglezes, durantesete mezes.

Um novo pcrioilicr» — La Re-visla de Estúdios Psicológicos, deMarço açciisa o recebimento dos primeiros números de um novo periodi-Co de estudos psyoologiçus, a RevuaScienlifique de V OccitUisme orgummensal da Evolução scieutifica, litte-ruHu e anistiei, com. relação (y

sciencias oceultas, "Propõe-se nadamenos do que a rasgar o veu com quese rodeara todas as psendo-scienciaschamadas oceultas, déspòjàí-às dosobrenatural 9 levar ás simples leisnaturaes os que se esforçam em des-natural isa-las- sob nomes estranhos1'.

Publiça-se nln Paris, (12. rueCohstance) sob a direccão dos Srs. G.Démarest e (i. Fabrius de Chara-pville.

VuriH* uoíUUtN.— A referidaRevista de Estúdios Psicológicos trás-«revê da dita nova Revue Scienlifiquede l Occultísme, o seguinte :

— A pretexto de um Jsupposta casode hypinotismo oceorrido em Joiu-ville, o Matin, de Paris, fez-se èclíoda aceusação contra íírn official da-quclla gnarniçao, suppondo quehavia abusado de uma jovem depoisde tel-a adormecido.

O siiminario iustrnido demonstrounaturalmente,a innocencia do official.Si os nossos Srs. sábios quizessemestudar as leis physicas do magne-Usino e abandonar essa perigosafricção que é o hypnoiismo, não seproduziriam semelhantes accu.-ações,porque .saberiam então que é mate-ríálmente im possível abusar de umapessoa adormecida magnéticamente,não désapparecendo o seu livre arbi-trio em umlinui dos estados dosomno.

-—M. Jiiles 13-iis anuuncia 10 Figaro que os periódicos do NovoMundo a^signal un n vinda a Bostonde 0111 Messias, que pret»nde ser osuccessnr de Mme. Blayaítsl.y.

BOxííhiÍ!» (Iíh g»ÍBC*ti«>iu'eno.*(t^ri'^..-.!.---^ do periódico \ilni-tiation a seguinte noticia ;

Sabemos de boa fonte que os phe-nomenos psychicos estão sendo neste*momento ohjecto de um profundo es-tudo experimental por parte de cer-tas ordens religiosas. O médiumFranck, segundo estamos informados,deve achar-se actualmente em umconvento, não longe de Paris, e 0sfactos de reenearnação, graças aelle, serão .ouidadosVmenié Imalv-sados.

& 'Vhvutxnphía ;..síí» c» W^ig-i-linm». — Kxii-íi hiiti- s ib, \,a Fraícr-nidud Universal o seguinte :

Nosso dUtincto irmão 1). FabiainPalasi, presidente da Sociedade Espi-mista deZiragoza. está fazendo umestudo detido da "Chave, da Tliroáo-Pliin1', de M,ne. Blavalsky. e. deoutras obras theosophicas, com o in-tento de publicar em breve um in-teressante folheto com o titulo •—ATheosophia ante o Spiriiismó.'—Felicitamos o Sur*. Palasi e dese-ja trios n prompta apparicão do ditofolheto, que coolerá os juiliciosos ar-tlgosque COUl o titiilo-dMieosophia eSpiritismo, publicou na Revista ãoEstúdios Psicológicos de Barcelona.

.1 iileirt «Je »cnM.__ Achateempenhado um debate 11 í jornal "LeFlanibean" mure esçripinivs spirilas^propósito d„ pri-grinn.mil do pro-ximo O ingresso de. Liége. Muitosdelles rem se pronunciado contra aafflrmação di exigência de De s, eMr. l.épn D mis respondeu lhes emum ait gode que Le Paix Unive.rscllcextrahe als-.uniHÁ passagens no seueditorial de 31 < de Março.

Parece que este me.a.sias deve res-taurar na terra o reinado do amor e'asciencia do Chi-ino que hão de suece-der áactual era de perturbação.

..Qb.uma.se Oncet e pretende lem-brar-se de muitas encnrnnções,Apaixonado*] cmm^sao oa nofüí-.

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KIWOlt.H IBIO-fc — 1*»8 ~ Alu-il 15 3

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americanos, tem despertado vivas

polemicas a respeito deste persona-gem, que tem 'numerosos adeptos etambém muitos inimigos.

—0 Journal, nssignalou o casa deuma enferma que teve entrada nohospital da Salpêtriere, e que os me-dicos do estabelecimento, á força deexperiências hypnotieas, acabarampor tornal-a completamente louca.

voltasse os olhos para a consolantedoutrina que lhe ensinava a soffrercom resignação.ção tinham àoffridq suasde passada grandeza.

como com resigna-vietnnas

MtSCEltaNE/l

CliriMtianiwiBBo c Spiritismo

Dominada a velha Roma pelo or-

gulho dos Cézares, decahio a Olhosvistos na devassidâo e no crime, pha-ses características da decadência do

grande império, quando lá dos confinsdo Oriente nasce a Lu/, do nosso pia-neta, aquelle que, no mais alto grauda moral e da justiça, veio de unilado com o seu lábaro de verdade, ede outro com a sua auctoridade deamor, prorligar o erro e a mentira,trazendo ao mundo a justiça e a mo-ral imraòrredoura e fazer a egualda-de.

Pelos dominadores do mundo foiseu sangue derramado no cimo doGolgotha ; e 33 annos de sua preciosaexistência foram bastante para dei-xar a seus guiados, tudo quanto é

preciso para todas as necessidades doliomein perante o homem e peranteDeus seu Creador.

Revivendo limpo e puro no cora-

ção de seus discípulos e eleitos, como

que vegetou durante 4 séculos, sem

que a humanidade se compenetrassede que ella em si trazia a limpha

pura que devia saciar a sede aos ex-haustos de prazeres ephemerns, aosdeseccados pelo vicio o pelo crime.

Foi precisi que viessèji desgraça,

que a- hora das provações chegasse

para que esse povo que se dizia rei,cal-cadojá aos pés do bárbaro ignaro,

Por uma lei do progresso humano,lei que só uma providencia sabia ejusta pôde perceber, o barbarismod<) norte d'Eúropa irrompe, os diquesde suas amigas florestas, e, qualavalanche medonha, vai1 á cnpiia 1 domundo de então, não deixando pedrasobro pedra, conquista, o conquista-dor império, apossa-se. da immorialcidade e do seus orgulhosos filhosfaz humildes tributários do maisforte.

A velha Roma vê-se em breve ha-bitada por dois povos, coinpletamen-te hecterogeneos em idéias e em co-nheci mentos.

De um lado : a s ipina ignorância ;de outro; o ódio impotente de quemfoi grande e civilisado e vê se subjugado ao ignaro filho da selva, que aseu favor só tem a força.

Então, obrigado pela inviolávellei da necessidade, voltou-.-e para acrença que ha muito lhe era aponta-da, como consolado!a e ama a creu-ça que até ahi despresuva com des-dem, como quem possuo tudo que lheé preciso para ser feliz.

Entra em acção a obra do imnior-tal Jeéus.: de um lado, ensinando aodespeitado —a resignação ; de outro,os primeiros passos no caminho dacivilisação e do progresso,

O Christianismo foi o traço queiinio esses dois elementos de vida eprogresso no im-swlo, e, espalhando-se pelo inundo, foi o raio que clareoua noite escura da humanidade, quallâmpada de Dioge es na.escura caverna . , .

Passaram-se os séculos e, t.s fru-ctos dessa frondosa arvore foram sabo-reados pela humanidade, como o ma-na do deserto pelo povo hebreu.

Mas, assim como esse povo se es-queceu das le'8 do decalogo, promul-gado por Moysés, assim a humanida-de christã se esqueceu do puro e sim-

FOLHETIM 41

LÁZARO —0 LEPROSOHUMANOU SIM KIT A

PÒÚ

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XLl*De

volta da sua viagem a Mogy-miritn,o sr. Manoel (ia Silva recebeu a visita dePaulo de Oliveira, (pie acreditava ter ovelho tido algum indicio do refugio ondese occultara a mulher, a quem tantoamava, quanto agora odiava.

Era elle o principal auetor da versãocorrente: de haver a moça fugido comum meliante da ultima ralé, com o qualse perdera havia muito tempo.

Ouvir repetir sua própria invenção,erapara elle uma delicia, a delicia que senteo mau quando exerce a inais cruel vin-gança.

Só* com esta devera o desgraçado ti carsatisfeito ;, porque maior rhunno nunca'poderia causar u moça, objecto' de tcuaódios ; assim porém" não acontecia, porse cumprir a lei :. da ser aquella paixãoinsaciável, para castigo dos que lhe dã >agazalho.

Dá prazer ; mas este prazer faz nascernovos desejos, não é prazer que dè calma,como o que provém de accçfto boa, é umverdadeiro tontiel de DánáÍ_tíS,que nuncase enche

Veio, pois, visitar o velho Manoel daSilva, por saber dellc onde se achava Iíu-lalia, afim de maior vingança exercercontra ella, de exercer todt a espécie devinganças.

— Fez boa viagem, pelo que mostra, ealcançou facilmente o fim que teve, vistotão depressa voltou ; não é'(

—K' verdade, riien amigo, fiz excellcnteViagem, e consegui facilmente o que mej^YOU tt fazel-a.

pies ensina de Jesus e, fazendo obrasua, em dogmas e interpretações fezum desconexo,impossível de seraccei-lado pela razão e pelo bom senso, des-virtuando a pureza de seus sublimesensinos.

Eis qne vem o Spiritismo chamaros homens ao cumprimento do dever!Elles deyirezam-iro, e velipendiara-n'o, o maior numero ainda d'elle seri, e mofa du boa fé do incauto queaceita uma doutrina toda de absurdose utopias.

E, não obstante, seu caminho estápela Providencia traçado, sun utili-dade e grandeza é reconhecida pelaboa razão cora i a verdadeira crençacapaz de alimentar na alma humanao fogo sagrado da fé esclarecido ep u ra.

E ainda isto é um simples prelúdioda sua grandeza no futuro.

Prenhe de terríveis acontecimen-tos é a época que atravessamos, gran-de hecatombe vae soffrer a humani- jdade; a guerra e cora ella o cortejode suas co-irmãs, como elementosdevastadores,se está alimentando como suo\ e sangue generoso dos filhosd'Europa ; e o ódio da grande lutanão tardará. Quando assim acontecerserá preciso qua alguma cousa maispura e sania qne o catholicismo de In -je venha, ijiml Christianismo dopassado, dar as mãos a vencedores evencidos—ensinar-lhes como o astrochegando ao seu apageu é nesse mes-mo momento que decae no oceaso e seesconde ; qne as lutas sangrentas dahumanidade, devem acabar porque échegada a hora de se viver pela paze trabalho na pernoita dos doces sen-timentos do amor; amor e verdade,ha desenove séculos ensinados peloDivino Mtstre até o ultimo momentode sua existência terrena.

E assim pela segunda vez, o Chris-tianismo salvará a humanidade pelaprevidência infinita do Pae ; pois que,o Christianismo e o Spiritismo sãouma e a mesma doutrina, partida damesma fonte, dado á humanidade

.— Descobriu-n, então? Porque cão atrouxe com sigo ?

Manoel da Silva ficou sem saber o qneresponder, tendo a mente n'um pólo, efaílando-líié o ineço de coe.s-is de pólo op-posto.— por dizer a verdade, não o entendo,sr. Paulo,

—Como ! Pois não fui em busca de sua>filha, e não disse que conseguiu o fim desua viagem ?

—Qual fim de viagem ! Qual busca defilliá ! I - ti fui em busca do meu amigo Li-zaro, para llie pedir perdão do mal (pie lhe,fiz, e consegui o meu fim. porque fomosjuntos de Nlogy até á fazenda das Lavras,t; elle recebeu minhas desculpas, com agrandeza d'oi ma, que sempre lhe conheci.

O qne somente me incommoda é a com-panhia em que o deixei : um hnmém malencarado, oue lhe liade fazer necessária-'mente alguma; poque elle vae-lhe tomar,contas, que o conde,meu compadre,nuncalhe tomou.

—Como é que o sr. esteve com Lázaro,quando foi mesmo o sr. que me deu anoticia de sua morte ?

—Homem, nem me lembrava disto. [>,'verdade (pie eu lhe fnlléi da mn/tê do meuamigo ; mas depois verifiquei (pie tinhasido enganado, e que elle,.«jln e salvo, se-guio para a fazei.d i, onde e-Aá empregado*!

Paulo, a principio desapontado pela re-surreiçãn do sen rival, po le bem depressadominar-se e trrnquilisac-se,vendo (pie ovelho não prestara attenção a suas pala-vras, totalmente absorvido pelos receiosde. que acontecesse mal ao sen amigo.

Ora,como era elle. o que principalmentesabia não ser verdadeira a historia vXpli-citiva da fugida de Külalin, e como teveoccasião de sonda.- a profundeza do amorque a moça votava a Lázaro, muito natu-ralmente acudiu-lhe ao pensamento asuspeita de que Lázaro era seu raptor, ede que a moçii devia neliar-se para as bati-das de Mogy-miritn.

lista suspeita, por obra de mais detidameditação,fui subindo de gratuito" transfor-mar-86 em absoluta Cfirtexa c, desde, então,seu ódio e o desejo de vingança abraçaram,por eginl, a moça e o moço ¦

««-Onde fica cvn fazenda das Lavras ?

perguntou com tanta despreoceupação,queninguém poderia suspeita'- de sua*inten-ção.—A pe< uena distancia da estação deMogy, resjondeu Manoel da Silva descui-dosa mente: V

O pervójso íelanceou um olhar de des-prezo paiy Manoel d i Silva, e retirou serimando n plano satânico de ving.mçucontra Eu alia, que suppunha de perfeitaharmonia b combinação. fNaquell* alma,tão baixa quanto perver-tida, tinha mais império o espirito do maldo que todo e qualquer interesse.• Arranjo|l,pois,seus negócios como pôdee, como tij_re, que fareja a almejada presa,partiu de §, Paulo para Mogy-miritn, napista dosjjòus amantes, dos quaes preten-dia tirar larga desforra.

Fez di cidade base de snas operações,tomando àmmodo em uma casa particularde pobremente,para quem deu-se por cai-xeiro de cobranças de uma casa da corte.

Dal li saiiiuem continuas excursões pelosarrabaldes» contando que mais cedo oumais tarde encontraria o qrfe procurava.

O qne procurava era fazp.r relação com osr.Maurício,antigo adminLtrador dafazen-

.dadas Lavras,sem quepudesse serpresen-tido por Lázaro, que conhecia-o perfeitamente. *

"De taes exeursô s não calhara sinão quevez em quando á ei-para a fazenda ; másdias, e nada, de vir o

Mauricia vinha dedade, fazer comprasjá lá líiarn quinzetal sr. á cidade.

Com a paciência do pato, que esperahorns inteiras p£lq rato que lòbrigou natoca, o rnalvdo esperava, sem desanimar,que seu rato sahisse ;i lnz.

Foi niiin domingo, á hora em qne clie-.gava o trem da capital, «pie alcançou des-cobrir o homem-

Kra um-süjeito magro, como uma cobrade cipó, um uouco recurvado co ro varade espichar couro, de cabeça «llongadâ;quasi como um funil, cara comprida,comoum tamanco, queixo ponta Io, como o fo-cinho do um furão, bocca rasgada, comoa da preguiça, deixando ver, a favor dedous lábios finos, atrophialo=, como asbordasde uma incisão,duasordens de den••tes ainarellos e agudos,como os de um ani-

como philosophia hoje, porque hadezenove séculos só nos podia ser en-sinada como rudimentar e simplifica-da á comprebensão e aos conheci-mentos d'áqnelle tempo.

oi desconhecem as cousas da terracomo comprehenderão as do ceu—dis-se o Divino Jesus.

Actualmente, as scienciasda terra,taes como a Cbimica, a Physica, aGeologia, Astronomia, etc. achando-se espalhadas e quasi popularisadas,convidam os povos a espraiarem-semais longe e a perceberem algumacousa das cousas espirituaes.

Feliz d'aquelle que não for retro-gado, que não ficar estacionado ánova pbase Christã, aberta pelo Spi-ritismo ás almas que,sedentas de amor,desejara purificar-se e apresentar-seaoeeu Pae—Deus.

Bittencourt

0 SPIRITISMO ANTE A SCIENCIA

POIl

4*.ul»ri<-f Sfeclaitiie

PAUTE SEGUNDA

Capitulo I

0 MA.aNETIS.Nfd; SUA HISTORIA.

Vau Belmont dizia, rehabilitandoa memória de Paracelsó de quem ellefoi o continuador: O magnetismo nãotem de novo sinão o arame, não é um

paradoxo sinão para áquelles queriem de tudo, e qne attribuem á Sa-tanaz o que não podem explicar... Hano homem, diz elle mais longe, umatal energia que elle pode agir fora desi e influenciar de uma maneira du-ravel um ser ou um objecto de que

mal carniceiro, nariz adurieo, como o bicodas aves de rapina, e olhos pequenos,redondos e brilhantes, como os da víboraassanhada.

fiste novo specimen de Quasimodo,cujaspernas eram em forma de arco, montavaain fogoso cavallo, cuja bella estampamais fazia sobresahir a lealdade üLliondado ca vai lei ro.

Saltava elle na"• estação da estrada ('fiferro no momento cm que o trem largavae Paulo sabia pira ir ao almoço.

Um sussurro gerai da molecagem, quebradava : chegou o sr. Maurício ! Viva osr. Maurício! Não ha nesta terra um moçotão bonito com > o sr. Maurício ! fez Paulocontramarchar, por saber que aquelle erao nome do homem que procurava.

O sr. Maurício, apesar de ser semprerecebido com aquellas ruidosas manifes-tacões, nunca deixava de se amoíinarcornella-,

Paulo apanhou-lhe,pelo ar, a contrarie-dade,e dispoz-se a explorar aquella mina,que promettia-lhe ns mais cordiaes rela-ções com o sr. Maurício.

Apparentando iudigniiçâo..-por ver tãogrosseiramente desrespeitado um homeminjR mostra vn por pena mi d<*. b>;i posleao,O velhaco collocou se ao lado da vicfiTfW^^"vpostronhõu os; algozes que, em seu intl-mo, tinham carradas de razão.

Os mole oies,aquella inesperada repres-são, contivcam-i-e por um pouco,e Pauloaproveitou aquellas tréguas para tomar omonstro pelo braço e arrancnl-o a seusperseguidores.

O sr. Maurício foi sens:vel a tant i betle*volencia, e, com lagrimas nos olhos, agra-deceu ao moço o serviço que acabava deprestar lhe.

Km breves instantes estabeleceu se amais cordial intimidade entre os dons.aceitando Maurício o offereciinento de''nulo, que para elle e para todos de Mogyera lo?rne d s Heis, para almoçarem emuma casa de, pasto, onde se fazia, aos do-mingos, famosa mão de vacca.

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está afastado... vEsta força é infinitano creador, mas limitada na cféaturá

por obstáculos naturaes.Estas concepções novas, estas vistas

ousadas, foram atacadas pela Egreja

que se encontra sempre no caminhodos inovadores, incarniçada em lhestrancar a passagem, e o celebre íue-dico foi obrigado a refugiar se naHollanda onde já se achava o grandeDescartes.

Van Hòlmont foi soccorrido na sualuta por um Escossez chamado Robert Studd ; mais tarde Maxwel em1679 sustentou a.s mesmas idéias. O

padre Kircher, fallando de RobertFlud, dizia que os seus escriptos ti-finara sido inspirados pelo diabo: noentretanto elle cita numeroso» exem-pios de sympathiás e. antypathias, edá mesmo indicações para bem mag-netisar.

Na data del682 temos de assigna-larlireatrakes, na Inglaterra, que fezmilagres operando simplesmente portoques, sem procurar alem disso com-prehender o modo como a acção seoperava.

Em França, Boiei é VaVlée no prin-cio do século XVII,- empregaram omagnetismopelaiinsufflação para combater as moléstias nervosas rebeldesa qualquer outro tratamento. Ga.-snerencheu a Allémanlia com a fama dosseus successps obtidos pelo magi.et.is-mo tal como se pratica hoje. Elle ti-xava energicamente seu olhar sobreos olhos do doente, e friecionava-o dealto a baixo, sacudindo os dedosquando chegava á extremidade, comopara expellir d'elles os princípiosmãos que abi estivessem contidos.

Não contaremes a odyssea de Mes-mer; ella é muito conhecida poucojulguemos necesssario reproduzil-á:basta assignalar que a vulgarisaçãoda sciencia magnética lhe é devida.

O magnetismo é hoje estudado me-thodicamente, e uma propriedadenotável, descoberta pelo marquez doPuysegur, lhe fez dar passos degigante : queremos fallar do somnam-bulismo procurado que fará assumptodo nosso próximo estudo. Não sendonosso fim estendermo-nos sobre a his-toria do magnetismo terminamosaqui esta exposição summaria. Tinha-mos simplesmente a intenção de mos-trar que esta sciencia, redicularisadapelos ignorantes ou as pessoas syste-maticas, tem umagenealogiagloriosa,e que sua origem remonta ás maisafastadas épocas.

Ha pouco tempo ainda attribuia-seá credualidade e superstição todas asnosções dos antigos relativos ás curasmagnéticas. Aciualtriçoté^ as pesqui-zas sobre es.-e ponto fazendo ver quese podiam obter os mesmos resultados,está-se cheio de admiração para essessacerdotes que possuíam uma scienciatão completa da vida, e que exerciam-na com tanta habilidade.

CAPITULO SECUNDO

O somnambulismo natural

Depois de uma jornada fatigante,quando repousamos os membros cun-çados, pouco a pouco sentimos umbem estar nos invadir produzindouma quietação geral, uma calma no

¦wg?iS!!***r™L'i.,.l!.'.,lW-.l,-:il-l-.',Jl!li'.llL jj.-r.,*-1.J'J".'

cérebro; os nossos olhos se fecham,dormimos. .'%

Que actos se executam durante es-ta suspensão da vida activa?

O somno tem como caracter essen-ciai o poder de romper a áúíidarieda-de que existe habitualmente entre asdifferentes partes do corpo, entre di-versas funeções do organismo, entreas múltiplas faculdades do homem.

Durante esse tempo cada unia dasunidades que compõem o todo coucen-tra em si mesma a força que lhe éprópria, isola-se de todas as outras,assim como o corpo se separa do mun-do exterior pelo repouso dos senti-dos.

Até aqui emittiram-se theorias asmais contraditórias para explicar usseestado, mas é tão dillicil coinprehen-der a situação na qual nos achamosquando não se dorme, porque a vidaé dividida por períodos de actividadee de repouso que são não menos ua-tnraes, não como outros. Não é, pois,como alguns pretenderam; a imagemda morte.

Estando com M. Linget os sympto-mas que se manifestam nos seres quevão adormecer, nós confirmamos queo somno uãu se apodera bruscamentede nós; os nossos órgãos ainortencemsucessivamente por grãos variáveis,velando muito ainda quando outrosjá estão mergulhados em um entor-peciménto completo. Em geral são osmus.mios dos nervos que primeiro serelaxam e dão de si. Os braços, aspernas imnioveis, ficam na posiçãoescolhida e que está em relação coraa forma das arculações e das princi-pães massas musculares.

(Continua)

lia ii mmEXPOSTO DA PHILOSOPH1A DOS ESPÍRITOS

SUAS BASES PC1ENT1E1CAS E EXPElUMHNTAliS

SOAS CONSEQÜÊNCIAS MOHARS

POR*'

ELóoia Sfteafii*

V

PARTE MORAL

O CAMINHO DIREITO

\LVI. — O Egoísmo

(Continuação)Nosso papel não é, portanto, o da

abstenção, mas o do combate sem tre-guas pela causa do bem e da verdade.Não é sentado ou deitado que noscumpre contemplar o espectaçulo davida humana em seus perpétuos re-nascimentos ; é de pé, como bate do r\como soldado, prorapto a participarde todos os grandes trabalhos, apenetrar pelos novos caminhos, afecundar o patrimônio commum dahumanidade.

Antes apanágio do rico que do po-breé o egoísmo, embora em todas asclasses da sociedade encontremoseste vicio.

Muitíssimas vezes a prosperidade emmurchece o coração, ao passoque o infortúnio, fazendo-nos coube-cer o peso da dor, ensina-nos a com-parteciparmos da dos outros. Só orico é que sabe á custa de que tra-balho, de que duros labores se cream

as mil cousas de que se compõe oluxo.

Não nos assentemos jamais a umamesa bem servida sem pensarn*aqúelies qne atravessam o soffri-mento da fome. Tal pensamento tor-nar-nos-á sóbrios, regrados em nossosapetites em nossosgostos.Pensemos nosmilhões de homens curvados aos ar-dores do estio ou ás rigorosas iutem-peries e que, a custo de um parcosalário, retiram do solo os prodnetosque alimentam nossos festins e ornamnossas casas. Lembremo-nos de que,para illuminar nossos aposentos comluz respléndente ou para produzirem nossas lareiras a chama benevola,homens, nossos sim illi antes, capazescomo nós de amar, de sentir, ira-balhain debaixo da terra, longe docéu azul e do sol alegre, e, com a pi-careta em mãos, perfuram durante avida inteira as entranhas do globo.Saibamos que, para ornar nossos sa-lões com «spellios, com christaesscintillantes, para produzir a mui-tidão de objectos que constituemnosso bem estar, outros homens, pormilhares, similhantes aos condemna-dos á fogueira, passam sua existen-cia no calor abrazante de altos fornose de fundições privadas de ar, gastos,fatigados antes de tempo, só tendopor perspectiva uma velhice soffre-dora e de privações. Sim, saibamol-o,todo este conforto de que com indifferença gosamos é comprado pelo sup-plicio dos humildes, pelo aniquila-mento dos pequenos. Crave-se emnós este pensamento ; siga-uos elle,obsede-nos ; como uma espada defogo, elle expeli irá de nossos cora-ções o egoismo e forçar-nos-á a con-sagrar ao melhoramento da sorte dosfracos nossos bens, nossos commodos,nossas faculdades.

Só haverá paz entre os homens,segurança, felicidade social, quandolor vencido o egoismo, quando os pri-vilegúos, as desegualdades profundasdesappareceretn, quando cada uraparticipar, na proporção de seu tra-balho e de seus méritos, do bem estarde todos. Sem justiça, existir nãopode pai nem harmonia. Emquanto oegoismo de uns nutrir-se dos soffri-mento.-» e das lagrimas dos outros.emquanto as exigências do —eu—abafarem a voz do dever, o o lioperpetiiar-se-â sobre a terra, as lutasde interesse dividirão o-; espíritos,tempestades minarão o seio das so-ciedades.

Mas, graças ao conhecimento denosso futuro, a idéa de solidariedadeacabará por prevalecer. A lei davolta á carne, a necessidade de re-nascer em condiçõe* modestas, serãooutros tantos aguilhões a estimularo egoísta. Deante destas perspectivas,o sentimento exagerado da persona-lidade attenuar-se-á para dar cabidaa uma noção mais exacta de nossologar e de nobso papel no universo.Sabendo que nos achamos ligados atodas as almas, que somos solidárioscom o seu adiantamento e com a soafelicidade, iuteressar-nos-emos maispor sua situaçã.0, por seu progresso,por seus trabalhos. E, á medida queeste sentimento se espalhar pelomundo, as instituições, as relaçõessociaes melhorarão ; a fraternidade,esta palavra b->nal repetida por tau-tas boceas, descerá aos corações etornar-se-à uma realidade. Sentir-nos-emos viver nos outros, gosar de

• suas alegrias, soffrer du seus males.Não haverá rnaitj eutão gemido semecho, uma só dôr sem consolação. Agrande familia humana, forte, soce-gada, unida, adiantar-se-á com passomais rápido para seus magníficosdestinos.

(Continua)

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serão admittidas nas reuniões de es-tudos tlieoricos e práticos, que terálogar todos os dius, ás 7 horas da noite

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PUBLICA-SE NOS DIAS 1 K]ò DECAJ).\ MEZ

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PUBLICASE .NOS DIAS 1 E 15. DE

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfândega n. 342.

CADA MEZ

Anno XII

EXPElHUiVrK

H&o agente* desta Tolha

Amazonas—O Sr. Bernardo Rodri-g-ues de Almeida, em Manaus.

para'—O Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.42.

Rio Grande do Norte—O Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-, no Recife, rua 15 de Novembro,

ii". 65.Bahia — O Sr. Francisco Xavier

Vieira Gomes, na Cachoeira.Rio de Janeiro—O Sr. Affonso Ma-

chado de Faria, em Campos, rua doRozario n. 42 A.

Mias Gerafs — O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldaa.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gniçal-ves da Silva Battiira, na Capital, ruada Independência n. 6.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-nior—em Santos, rua Xavier da Sil=veira n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Aa assignaturas deste periódico co-meçam era qualquer dia e terminarasempre a 31 do Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSALVerdade e Luz— Orgíio do Espiritnnlsmo scien-

tifico, publicução quinzena!. Director responsávelAntônio Gonçalves da Silva, Bntnirn, S. PauIo.-4,rua da independência. Assignatura annual ^llUl).

ALiK — Orgão do Centro Spirita de Goritybn,nuuiioacão quinzenal. Cbefe da redacçâo, Alfredo

MuX*Corityba-51-Kun 15 de Novembro.O Piiciro/ —Orgâo do Centro Spirita de Pura-

naguá, publicação quinzenal. Paranaguá. Distri.buiçiio gratuita.

A Evolução— Órgão do Centro Spirita RioGran-denge. publicação quinzenal. Propriedade deDomingos Toscano Barbosa. Rio Grande do Sul17íÍ rüa Pedro II'. Assignatura trimensul IfiOOO.

O Psuchtsmo—Revista Spirita portugnezn, pu-blioação mensal. Lisboa, 95 rua Augusta. Porserie de G números 120 réis; por serie de 12 nu-meros 240 reis.

La Revue Spiritc — Journal'd-étuaes psycholo-glqoes et spiritualisme experimental ; revue men-iuelle, fondée en 1858 par Allan Kardec. Paris,1 rue de Chabanais. Prix 14 franes par an.

Le Spiritisme. — Journal mensuel. Rédncteur Ga-brel Delanne. Paris, 24 rue Labruyère. Prix G fr.par an.

La Chaine Magnélique — Organe des soeiétésmagnétiques de France et de Pôtranger; fondée en1879 sous Ia direction de M. le Baron Du Potet.Gêrant, Louis Auftinger. Paris, 15 rue du Four-Saint-Germaiu. Prix «J franes par an.Jo urnal du Magnêtismc — Fondée en 1845 parM. le Baron du Potet ; organe de Ia Sook-tó Ma-gnétique de France ; Journal mensuel; Directeur

' II. Durville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix G fr.par an.

La Religion Univcrselle — Organe de Solidnritéot de Régéneration sociale, pnraissant le 15 deeue móis. Redacteur Ch. Fauvety. Gérent, P.qerdad. Na.ites, 3 rue Mercóeur. Prix 6 fr. puran.

La Paix Universellc _ Revue indépendent. Ma-é^isme transcendentul. Plnlosogpliie. Phyisiologie.yjbologie. Journal quinznénal. Direclteur B. Ni-a . Lyon, 5 cours Gam'betta. Prix 3 fr. 5U pnr iané

La Nouvelle Science — Revue mensuelle consiacrIa propagation et a la discussion de Ia gsyntthèseentifique de la Rennooz. Orgacne de Ia Régónara-on sociale par la science. Redascteur, GastouHailly- Paris, 13 rue de Buci.La Lumière — RévelaCtion du Nouveau-Spirilua-me. Revue mensuelle. Publiée par Mine. GLncieanje. Pasiris, J7 bouPevard Montmorency. Prixfranes par an.Lc Messager—Spiritisme, queàstions Lsociales, maétisme. Journal bi-mensuel. Mr. II. Saivse,-ége, 24 Boulevard de la Sou veniôre. Prix. 5 drancslíer an.

Brazil — llio de .lanciro — flfciwj. __ Abril 1.» RI. 2G§

Light —Journal of psicbicul, oceult and mysticaarcareb. Charing Cross. London, 10 Craven Street.

Iiamtc of Light — An exponent of tbe spiritualphilosophy. Colby & Rich. publisliers. Boston, 9üosworth. S 2.50 per annum.

ThelReli^io-Philosophical-Journal — Publisbed at92 La Salle-Street, Chicago, by Marv E. Bundv.1 year 8 2,50.

The Worhis Aduance-Thought — Publisbed mon-hly. Oregon. Portland, 193, Sixth Street.

The Hurbinger of Light — A monthly journaldevoted to zoistic science, freethought, spiritualismand the liarmonial philosophy, Melbourne, 13Enstern Arcade. Price li d.

The Carrier üove — The oldest spiritual journalon the Pacilic Coost. San Francisco, 121 Eisrhth-Street. °

Estúdios ÍVoso/Vcos—publicacion mensual. Barce-lona, 06, entr.» l.»Tallers, Precio 8 pesetas aluno.

Las Dominicales dei Libre Pensamiento—Rcda-ctores : Ramo» Caies y Dernofilo. Madrid, 5-1."calle dei Horno de la Mata Precio 15 pesetas al ano.

El Espiritismo— 0'rgano mensual dei CentroBarcelones de Estúdios Psicológicos. Redactor :Lutaybe, Barcelona, 40-2.» Mercaders. Precio 3pesetas al afio.

La Nueva üspawi—Verdad, moral, justicia, se-mnnario sociológico espiritualista. AdministradorD. .losé Moreno Gonzálés. Madrid, 41 EspirituSanto. Precio 10 peseta> al ano.

Luas-.iBolIetinò delPAccndemia Internazionale pergli stuili apiritici e íiiitgnetici. Publicaziono meu-sile. Difetlòrè : Giovanni Hoffrnann. Roma, 13 viaRatVaele Cudorna. Abbonamento anno 12 fr.

Lu Sfinge— Gazzettino di propaganda spiriticaora Bibliothecu Appendice pei soli abbonati. Publi-

caiiono mensile. Direttore : E. Ungher. Roma, 128via dei Boschetto. Abbonamento annuale 8 liras.

La Fruternidad—0'rg&no de la Fedcracion Espi-ritista Argentina. Redactor: M. Saenz Cortês. Pu-blicacion mensual en cundernos de 24 páginas.Buenos Aires, lõG5. Brandzen. Suscrición-trimes-tre adelantado ffl.50'"/n.

Constância -Revista semanal sociológico-spirita yorgano de Ja Sociedade « Constância » RedactorGosme Aliiriiio. Buenos Aires, 444 Andes Suscri-cion : trimestre adelantado '"/n #2.50.La Vérité—Revue spirite mensuelle, publiée entrancais et en espugnol. Organe de la Société Spi-

£„„, TA"d„delllville de Ko8'"-io (province deoania-i-e) hépnblique Argentine. Directeur : P.

ps 4°80 KuSU,'iUl "U calle San Luis. Abonemcnt :

Revista Espiritistu-VeMúico de estúdios psico-óticos, publicado por la Sociedad Espiritista Mon-tevideana. Se publica cada mes v se reparte matis.'Revista Espiritista de la Ilalmna _ürgano

"olicialdei Centro a Revelacion ». Periódico mensual. Hu-nna, 57 Suarez. Suscripeion : #1.00 plata.0EI Precursor—Organo de la Socieda I Espiritistaaentral de Sinaloa. Periódico mensal. México, Ma-tlan. -

ÈlFenix— Bpletin de la Sociedad Espirita de sunombre. Mazatlun, Sinaloa. México. Publiçaóióneventual dedicada ú Ia propaganda v defensa de laFilosofia Espirita. Suscripcion voluntária.

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La Nueva Ahanza—Periódico mensual .oigano dei'entro Espiritista Lazo de Union. Grátis paia todosCuba, Cienfuegos, 72 Arguolles

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La Alborada—Revista mensual, literária, de estu-dios psicológicos, interesses generales y orguno oü-ciai dei Centro « El Salvador « Grátis para todos.Director: Juan J. de Garay. Sagua-ln-Grande (Cu-ba), l Gloria

La Penséc des Morts—Organe de 1'Uniun Spiritede Reims et de 1'Union Spiritualiste ile Roueu.AdimnUtrnteur : Paul Monclin, Reims, Place de IaRepublique, Pavillon de Mnrs, Prix 1 fr. 50 par nn.

Le Journal Spirile de V Esl—Rsinu, 28 rue Gmn-betta.

* Annales des Sciences Psi/c/iíqiies-Paris, 108 Boulevard de Smnt Germain

ft es p r o n «I i m en t o

Por menor que seja a leitura quese tenha das cousas do spiritismo,sabe-se .sempre o que é um despren-dimeuto perispirital. Este dá-se, emgraus variados, quer no somno, quernas úiversas phases hypnoticas, jána ac<jã<>medfamnitnica, y\ de um mo-do cotppleto e irremissivel na morte.

Ha, porém, .ura conhecimento quepassa quasi despercebido a um nilopequeno numero de spiritás: ó quetal desprendimento póde-se fazer con-sciente on inconscientemente.

Neste ultimo caso o indivíduo tor-na-se um mero joguete das forçasexteriores, de vontades estranhas ;demais, na volta ao estado normal,elle nào tem a consciência do queseu espirito viu, observou ou apien-deu, de sorte que as acqui.sições daphase de. desprendimento sao quasilatira -'morta para a pliase normal :dir se-ia haver no ser uma dupla per-sonalidade, desconhecida uma da ou-tra.

No outro caso, porém, o espiritodesprende-se á vontade, mesmonos mpmentos de vigília, elle é se-uher consciente tanto de seu espiritocomo dtiseu corpo; era>ez de ser do-minado, é elle o dominador das forçasnaturaes ; sobre si péVpassara as vontades exteriores, sem que deixem amossa de seu império; a qualquer queseja a distancia o iudividtn póde-setransportar em espirito,tão real, com-pleta e conscientemente como si esti-vera em corpo ; as duas phases normale de desprendimento não constituempara elle duas personalidades alheiasentre si : os actos, as acquisições,os compromissos tomados em um esta-do são perfeitamente conhecidos nooutro.

Km vez da deslembrança que nodes-prendiinento iuconsiente, fa«s com queo espirito em vigília pouco se apro-veite das acquisições bebidas, ha nodesprendimento consciente uma soli-dariedade perfeita cora o estado devigília; solidariedade quejfaz com que

o indivíduo, isempto das qtiedasfreqüentes, suba por uma linha rectae ascencional aos seus gloriosos desti-nos.

Para o indivíduo que se desprende,quando quer, o tempo e o espaço sãocomo si não existissem ; é nestes casos

• a.

que elle pôde em espirito abandonaro púlpito em que falia aos fieis paraem cidade longínqua, pleitear uraacausa que periga ; é nestes casos queelle se pôde transportar de um a ou-ro hemispherio para, ouvindo aqui os*estos eloqüentes de ura conferencistaenthusiasta,' dictar alli as impresõesde seu espirito. Forte por sua espiri-tualidade e por sua liberdade de ac-ção, elle sabe evitar as correntes con-trarias . que maus pensamentos ouactos reprovados vivificam nó fluidouniversal; é assim que dellas, ellenão será, como os outros, o titere in-"consciente. Senhor do espaço e dotem, o, atira-se célere, em carreiravertiginosa e sem interrupções, pelasduas paralellas : o progresso moral eo progresso intellectual,

Suas aspirações são para a fonte ine"favel de todo o bem: voltando-seresoluto e,, confiado parado oceanosem margens, de onde rluem a raize-ricordia eo amor, elle tem forças paraimplorar que aquellas águas bem.dietas, transbordando de infinitoem infinito, venham inundar os cora-ções dos homens, seus irmãos, emcujo seio elle vive !

Ma?, porque por experiência pro-pria sabe que <a fatalidade das leisnaturaes evige nem só as virtudes docoração como as claridades do enten-diraento, dirige-se então em uma ira-precação fervorosa á fonte de toda luz :claridades de cima,scentelhas que vosmultiplicaes em vossas irradiações,faíscas que na exhtiberancia de vossatransparancia mostraes a variedadeiriante de vossas cores, luzes de todaa luz, penetrae-lhes fundo nocerebro,para que elles, meos irmãos em hu-manidade, ganhem a vontade escla-recida e enérgica de,pelos degraus doentendimento, alçarem-se á fonte detoda sciencia, chegarem-se a vós f

Um facto

No excellente livro Ànalyse des cho-ses, refere seu auetor, o dr. P. Gibier,um facto notável de desprendimentoperispirital, qu-, por ser caracteris-tico, offerece uma idéa muito apro-ximada desse phenomeno. Assim, tra-zeraol-o ao conhecimento de nossosleitores, transcrevendo-o integral-mente:

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BBKfó/vY

ír.

1

y.

K'-

0 Sr. H... é um moço louro, alto,

de cerca de 38 annos, filho de pae es-

cossez e de mãe russa. E' artista gra-vador de talento. Seu pae era dotado

de faculdades mediaininmicas podero-sissimas, sua mãe egualmente ine

dium. Embora nascido em meio espi-

ritualista, nunca se occupou de spi-

ritisrao, nem cousa alguma experi-

mentou de anômalo até o momento

em que passou pelo que elle chama

o accidente, a cujo respeito veio me

consultar uo começo de 1887.Ha poucos dias, disse-me elle, en-

trava em casa pelas 10 horas da noite,

quando de mira se apossou repentina-mente um estranho sentimento defadiga, que eu não sabia explicar.Decidido, comtudo, a uSo rae deitarlogo, accendi ocandieiro e deixei o uamesa de cabeceira perto de rainha ca-ma. Tomei ura charuto, cheguei-o ácharama,e aspirei algumas baforadas,depois estendi-me no^sofá.

No momento em que negligente-mente deixei pender para traz a csbe-ca afim de appoial-a na almofada dosofá, tive a sensação de um entorpe-cimento, de um vácuo; então brus.camente, achei-me transportado parao meio do quarto. Sorpreso deste des-'locameuto, para o qual não fui con-sciente, olhei em torno de mim, e su-biu de ponto a rainha admiração.

A principio vi-me estendido, no sofá,descuidadamente, semconstrangimen-to, apenas minha mão esquerda acha-va-se elevada acima de mim, cora ocotovello apoiado e segurava o cha-ruto acceso, cuja braza se via na

penumbra produzida pelo lucivelo demeio candieiro. A primeira idéa quetive foi que eu «era duvida havia dor-mido, e que aquilo que me succediaera resultado de um sonho. Todaviaa mira mesmo eu confess-iva que nun-ca havia tido sonho similhante e quetão intensamente me parecesse a reali-dade. Julgando, assim, que não se

podia tratar de um sonho, o segundo

pensamento que se apresentou subi-tamente â rainha imaginação foi quetinha morrido; e ao mesmo tempo lem-brei-me de que eu jà tinhaouvido dizer

que havia espíritos, e pensei que eu

próprio me havia tornado espirito.Tudo o que eu tinha podido saber aeste respeito desenrolou-se longamen-te, porém em menos tempo do que o

preciso para nisto pensar, deante derainha vista interior. Muito bem melembro de ter-se então apoderado demira uma espécie de angustia, de

pesar das cousas não acabadas; minhavida appareceu-me como em uma for-mula. . .

Aproximei-me de mim, ou melhordo meu corpo ou do que eu acreditavaser já meu cadáver. Um espectaculo

que, desde logo não conprehendi, cha-mou minha attençãò ; vi-me respiran-do, mas além disso eu vi o interiorde meu peito, e meu coração nellebatia lentamentaraente, por pança-das fracas, mas com regularidade.

Via meu sangue, vermelho comobraza, correr por grossos canaes.Neste momento comprehendi que eudevia ter tido uma syncope de gêneroparticular, a menos que as pessoasque têm syncope, pensava eu aparte

coramigo mesmo, não se~ lembremmais do que lhes succedeu duranteo desmaio. E então reciei não mais

me lembrar, quando viesse a mim. . •

Sentiudo-me um pouco animado,

lancei os olhos em derredor, pergun-taudo a mim mesmo quanto tempo

isto ia durar, pois não me occupava

mais do meu corpo,do outro eu que re-

pousava deitado. Olhei para o candiei-

ro que silenciosamente coutinuava

a arder, e fiz a reíloxão de que elle

estava muito perto da cama e podiacomraunicar fogo ao cortinado: segu-

r.i o botão, chave da torcida, paraapagal-o, porém ainda ahi novo as"

sumpto de sorpresa 1 Eu sentia per?ei-tamente o botão, percebia, por assimdizer, cada uma de suas moléculas,

porém, por mais que eu o quizessef*zer gyrar com meus dedos, só estes

executavam o movimento, e era em

balde que eu procurava actuar sobre

o botão.Examinei-me então a mim mesmo*

e vi que, embora minha mão pudesse

passar atravez de mim, eu bem sen-

tia meu corpo, que me pareceu, si

neste ponto não me falha a memória'

revestido de branco. Então colloquei-

rae deante de meu espelho, em frente

à lareira. Era vez de ver retratada uo

vidro minha imagem, percebi queminha vista parecia se estender á von-

tade,e a parede primeiro,depois a parte

posterior dos quadros e dos moveis

que estavam no quarto do meu visi-

nho e em seguida o interior de seus

aposentos me appareceram. Percebi

a auzencia de luz em todos os conpar-

timentos, onde entretanto eu podiavor, e notei muito claramente couto

que um raio de luz que partia de meu

epigastro e allumiava osobjeC.os.Veiu-rae a idéa de penetrar em ca-

sa de meu visinho, que aliás eu não

conhecia e que se achava auzente de

Paris neste momento. Apenas tive

o desejo de visitar o primeiro quarto,achei-me logo para ahi transportado.Corao? Não o sei ; porém me pareceque eu devia ter atratessado a paredetão facilmente como rainha vista a penetrava. Emfim, pela primeira vez

em minha vida, eu me achava em

casa de meu visinho. Inspeccionei os

quartos, gravei na memória seu aspe-cto, e dirigi-me depois para uma es-tante onde i otei particularmentevários títulos de obras collocadas emuma prateleira na altura de meusolhos.

Para mudar de logar eu não tinhamais do que querer, e, sem esforço,rae achava onde devia ir.

A partir deste momento, rainhasrecordações são muito confusas: «ei

que fui longe, muito longe, á Itália,creio, porém não posso dar o emprego

do meu tempo. E' como si, não sendomais senhor de meus pensamentos, eume visse, transportado para aqui ou

para alli, .segundo a direcção delles..inda não estava certo do peusaraen-

to, ti já elle me dispersava de algumasorte, antes que eu pudesse aprehen-del-o: a louca de casa, neste moinen-lo, arrastava a casa comsigo.

O que posso acrescentar, terminan-do, é que acordei-me ás 5 horas damanhã, rijo, frio sobre meu sofá, teu-do ainda o charuto não acabado entreos dedos. Meu candieiro tinha-se apa-

gado ; havia eufumaçado a chaminé.Passei para a cama .sem poder dormir,e fui agitado por um calafrio. Veiuemfim o somuo. Quando acordei, eraalto dia.

Por meio de um innocetito estrata-

gema, neste mesmo dia, induzi o

porteiro a ir ver nos aposentos de meuvisinho si nada havia de novo, e, su-biudo com elle, pude reconhecer osmoveis, os quadros vistos por mim nanoite precedente, assim como os titu-los dos livros que eu havia attenta-mente notado.

Abstive-me de fallar disso a niu-guem com receio de passar por loucoou hallucinado.

. . . Que pensaes disto doutor ?

NOTICIÁRIO

Iteviftta de Estudioa INico-lógicos—Trnsacreveraos com grau-de satisfação o aviso que na primeirafolha do seu numero de Abril ultimofaz esta importantíssima revista :

«Temos o prazer de anuunciar anossos leitores que as oíficinas daRevista ficarão installadas, desde 1de Maio próximo, na rua Condal n. 7,1- andar, um do, pontos mais centraesde B.ircelona. Actuajmente se estápreparando o local era que tambémse ínstallará um «Gabinete publicoe gratuito de leitura de periódicos eobras spiritas.

Esta nova forma de propaganda,essencialissima em uma capital daimportância de Barcelona, estava hamuito tempo no numero de nossosprojectos para a divulgação da dou-trina spirita, mas nos tinha sido detodo impossível leval-a a termo, semo concurso de alguns amigos que seinteressam pela nossa obra, os quaescontribuíram para o sustentaculo dadita installação.

Que o resultado corresponda aosnossos exforços é o que des 'esejamos,para que o sacrifício de todos sejaproveitoso á causa do Spiritismo.

Ja sabem, pois, nossos assignantese correligionários onde tem a sua casae um local|era que procuraremos man-ter sempre vivo o fogo sagrado daidéia : —Condal 7 —1\

Itcccita nncdiaainiica aopapa— O papa recebeu no Vatica-no o celebre cura bávaro, Dr. Kneipp.

Suppomosque este bom cura, cujasegurança de uiagnosticos é reconhe-cida, é algum tanto médium. O únicoconselho que Kneipp deu ao SantoPadre, segundo a Vérité, foi de usaralgumas vezes de fricções com azeitede oliveira e de tomar uma misturade mel e vinho, o que é,. parece, ex-cellente para oò velhos.

Por uma coincidência notável, nomesmo dia em que elle dava ao Papa

este conselho, este tinha lido em umaantiga chronica quo o imperadorAgrjppa, tendo passado a edade decem annos, declarava aquelles que ointerrogavam sobre sua longa edadeque elle havia constantemente em-pregado, como fortificante, fricçõesde oloo e bebidas com mistura demel.

Nova* publicações apiri-tas- A Voz Spirita, publicaçãoquinzena!, órgão do Centro SpiritaPorto Alegrense, e propriedade doGrupo Virgem Maria.¦ Que es ei Espiritismo ? — «Primeirofasciculo da traducção da obra deAllan Kardec,editada pela.bibliothe-ca de «La Irradiacion».

Vozes intimas — Por A. RomárioMartins, pequeno folheto, publicadoem Curityba em 1893.

Agradecemos cordialmente' as at-tenções dessas remessas, e nos apres-samos era reraetter o nosso órgão.

Conferência de llr. I_èonDenis cm Liyon —Foram coroadasdo maia brilhante successo a serie deconferências que este conhecido ora-dor e abalisado spirita acaba de fazerem Lyon. Os assuraptos escolhidasforam:

As crenças e as negações de nossaépoca :

O Spiritismo perante a sciencia;O Spiritismo perante a razão.A vasta sala dos Ambassadeurs

onde se realisarara as três conferen-cias, e que comporta mil pessoas, es-tava repleta de senhoras de alta emodesta classe, padres, militares,professores, advogados etc. dispeu-aando todo este publico as mais calo-rosas ovações ao orador.

Uma quarta conferência teve logarna sede da «Soeiété Fraternelle,» aconvite do Padre Favié, que pedirapara lhe propor algumas questões empublico.

Si bem que lhe fosse desconhecido oassumpto, o sr. Lêon Denis bateu ointerpellante com suas próprias ar-mas, e este debate contradictorio,quedurou três horas, produziu o melhoreffeito sobre o publico, que pródiga-lisou os mais frenéticos bravo - paratriumpho do nosso confrade LéonDenis.

As contestações apresentadas peloSr. Padre versaram principalmente,sobre as reencarnações e o criteriuindas coinmunicações dos espíritos.

(«rapo Npirita I.iiiza Tor-teroli —Era 13 de Janeiro do cprren-te anno, foi creado ura grupo Spiritapara funcionar no seio da familia edestinado a evocação directa de espi-ritos afeiçoados. Este grupo foi fundadopor iniciativa da Irmã Spirita LuizaMaria Torteroli; e, era 4 de Abril, com-inemorando-se o passamento da irmãfundadora, tomou a denominação queserve de epigaaphe a esta noticia. Nomesmo dia, inaugurou uma boticahoracepatbica que fará destribuiçãogratuita de medicamentos, todos osdia» das 8 ás 9 horas d i manhã, narua do Senhor dos Passos 61, 2-an-dar

Uai cagauo corrigido — DeMadrasta, índia, recebunos umcartão postal do sr. Coronel Olcott,illustre redactor do Theosophist, emque offerece uma rectificaçâo a aceu-sações feitas á sra. Beasant, a illus-tre oradora theosophista. Damos abai-xo o conteúdo do bilhete :•

A sra. Beasant tem direito a ninajustificação pela injustiça (sem inteu-ção) feita a si pelo Editor Gerente,era minha ausência, por transcreverpara o «Theosophi.t, em Março (videpag. 390) uma falsa noticia de quecomo uma devotada Hindu, ella dia-riamente banhava-se.no Ganges em.

X"

IU<:i<'OlllI..%l»Oil — IMU — Abril 15 :tr»«"^"*«B«i

Kumbha Mela, e por seus common-tarios a este respeito, assim como poroutros sobre sua presumida viola-ção do manifesto eclectismo da socie-dade «Theosophica,» declarando seHindu. Km minha opinião a sra. Beasaut em nada transgrediu os limitesde nossa corporação eclectica, nemultrapassou os domínios privadosda consciência, os quaes nossa Con-stituição garante-lhe e a cada um denós;

'nem tão pouco incorreu na me-

nor ímpropriedade em seu modo deexprimir-se. Além disso, ella citafreqüentemente, a identidade entre alinguagem esotérica dos SinistrasHindus e a de cada um dos systemasreli.ciosos do mundo ; e tem sido meucostume, apresentando-a em suas au-diencias, declarar que a sociedadeTheosopíiica como corporação não éresponsável pelas opiniões de seu pre-sidente ou de outros membros, ou dasra..Beasant ou de outra qualquerpessoa, quer vivaou morta.

O «Theosophist» de Abril conteráum artigo meu sobre a primeira ex-cursão de Mrs. Beasant.

7 de Fevereiro de 1894.

H. S. Ol.COTT

MlSCEttaNEA

0 SPIRITISMO ANTE A SCIENCIAPOR

Gabriel Oelaiiiic

PARTE SEGUNDA

Capitulo II

O somnambulismo natural

Depois dos membros são os museu-los voluntários do tronco que se afroxam ; na calma da noute os nossossentidos inactivos não recebera ne-

FOLHETIM 42

LÁZARO —0 LEPROSOROMANCR SPIRITA

POR

XL1IBom vinho tinha a bodega, e bom apre-

ciador era o sr. Maurício.Paulo ou Cosme dos Reis não fez econo-

mias, e á medida quo seu convidado es-vasiava uma garrafa, era elle o primeiro apedir<outra, até quo notou um principiode entorpecimento da lingua, seguro in-dicio de já terem os vapores alcoólicos pro-duzido a necessária congestão do cérebro.

Neste ponto, fez-se esquecido de pedirmais vinho, e encetou conversa sobre avida intima de seu companheiro.

F/bom o logar que oecupa na fazendade Lavras ?

—Já foi optimo; mas eu nfio me apro-veitH da maré, gastando tudo o que fazia,tanto do ordenado como de arranjos porfora. .

— Como de arranjos por tora l—Ora vocô pareço tolo! A gente sempre

descobre uns meios de ser sócio do patrãonoa rendimentos da fazenda.

—Ah 1 entendo: mas porque diz : ja toioptimo? Não continua a ser administradorda fazenda? . .

—Continuo a ser; mas... veja si alguémnos ouve. .

-listamos Cobertos, como dizem osmacons. .-:

. Mas, hoje tenho superintendente...—Comnrehèndo, compréhendo. O super-

intendente toma para si toda a lambança,—Nao posso dizer isto; porque elle só

tem dias de exercício do cargo; mas bemVé que eu uao posso mais fazer o que fazia.

--Coitado do meu amigo Maurício . Ii

nhuma impressão do exterior, e essainacção que favorece a somnólenciaé em breve seguida de uma completaatonia. Quasi sempre a vista ê o sen-tido que enfraquece primeiro ; o olharfatigado séembacia, perde seu brilhoe fica fixado sobre os objectos qne ellenão ve mais, ao mesmo tempo a pai-pebra se fecha ; mais tarde que a vis-ta adormece o ouvido, e, termina asuecessão de phenomenos queassigna-larara a invasão do somno.

E1 de notar "que o ouvido, tão re-

belde á fadiga seja o ultimo a resis-tir aos ataques da morte ; ouve-seainda depois que todos os outros sen-tidos deixaram de viver, da mesmamaneira que se percebe os sons quan-do os differentes órgãos estão ja ador-raecidos. Uma outra circumstanciaespecial é a seguinte: é pelo ouvido

que penetram*as mais das vezes as in-fluencias soporificas,e o ouvido velaainda quando porsuaacçãoo corpo nãoé m«is que uma massa inerte. Sabe-se,com effeito, com que facilidade a mo-notouia de um som aniquilla o coube-cimento: o ruído de uma queda d'a-

gua, o murmúrio do vento atravezdas grandes arvores, as melopéias

queixosas, as ingênuas e tocantes la-mentações que as mães cantam emba-lando seus filhos, são outras tantas

provas do que avançamos.

O gosto, o cheiro, o apalpar,cessam

geralmente de manifestar proprie-dades activas desde os primeiros si-

gnaes do somno, qne nós podemos en-carar como repouso do corpo. E'duraute este estado que os órgãos eos sentidos recuperam a força ner-vosa que gastaram durante a vigília,e quando a machina humana torna-seapta para os misteres da vida de rela-

ção o homem acorda.

não haverá meio de vocó livrar-se destevil espião ?

—Sei lá 1 ü que sei é que daria minhaalma ao diabo, si.elle me livrasse de talpastiano.Não precisa chegar a tal extremo. V ocôtem mil meios de livrar-se delle,sem arris-car um cabello da cabeça.

—Homem, pelo amor de Deus me ensineisto.

—Mu não, que sou christão, e não possofazer mal a ninguém; mas você, que temo direito de justa defesa, procure bemjquihade achar b que precisa.—Qual 1 meu amigo Cosme. Tenho feitotrabalhar a bola ; mas parece que destecaco não sabe cousa que preste.

Ora;é porque você não trabalha direito.Eíi já vi um sujeito, em suas condições,

pôr um, nas condições do seu superinten-dente, de pernas

"para o ar, sem nunca

mais endireitar-se.—Como foi ? sr. Cosme, conte-me isto.—Eu lhe conto; mas veja bem que nao

lhe digo que faça o mesmo.Está claro, eu já sei qua você é chris-

tão e que não pôde fazer mal a ninguém.Perfeitamente, meu caro Maurício.

Pois lá vae o caso.—O tal sujeito de quem lhe fallei. ..—O administrador ?—Sim ; o administrador... fazia seus

ganchos muito honestamente ; mas eissinão quando o dono da fazenda poz-lheno cachaço um fiscal.

--Que diabo I li' um caso como o meu.Sem tirar, nem pôr, meu Maurício ; maso que fez o administrador? ..

—O que fez ? o que fez ?—Ora; fel-a boa. Quando mandava o

contrabando, em vez de rnandal-o em seunome, msndava-o no nome do tal fiscal;pelo qual se apresentava, com falsa cartade ordem, a receber do eonsignatario oque lhe pertencia.—Soberbo ! soberbo ! E eu não metinha lembrado desta !

E sabe o que aconteceu ?—O que aconteceu ? o que aconteceu ?—11 indo o dono da fazenda ajustar contas

A serie de actos que acabamos dedescrever C a que se exerce normal-mente. Não indicamos os casos parti-ciliares qne podem se apresentar eque variam segundo os indivíduos,mas existe um ponto sobre o qual ébon. fixar-se porque elle nos colloca-rã no caminho das explicações rela-tivas aos sonhos, éa marcha decres-cente das faculdades no momento dosom no.

Pode muito bem acontecer que apercepção, ou por outra o poder deconhecer, se extingna em nós antesdos sentidos adormecidos. Com effei-to quantas vezes depois de laboriosasvigílias nos acontece deixar cahir umlivro sobre o qual não distinguimosmais que pequenos pontos negrosl Umpouco antes viamas lettras, as reu-niamos, liamos, mas não concebia-mos; mais tarde víamos mas não lia-mos, perdíamos consciência do nossoestado.

N'este ultimo caso é incontestávelque a percepção enfraquece antes dosentido que transmitte a impressão.Outras vezes, ao contrario, o órgãosensorial adormece antes da concep-ção, de modo que a ultima imagempercebida serve de ponto de partidaa uma serie de idéias que nascem narazão do gênero de trabalho do indi-viduo.

Que a idéia da luz seja, por exem-pio, a ultima recebida pelos senti-dos; no physico ella levará o espiritopara o estudo da luz, elle tornará avêr as experiências múltiplas da re-fracção, da polarização,etc. cujos pro-blemasiunumeraveis poderão sedesen-rolar ante elle; no phisiologista lera.brará os mysterios da visão, no

pintor quadros mágicos, esplendidooceasos ou auroras irarnaculadas.

com o correspondente, lá eucontrou aconta do seu fiscal,que não tra pequenina,e como quem não tem cubra, não pôdevender cabritos, o homem perdeu a fé noseu fiscal, e mandou-o plantar bdtatas,sem lhe ouvir justificações.—;E o administrador ?

—Este- ficou livre da fiscalisação, con-quistou a maior confiança do patrão.

—Soberbo!Sóberbo!...mas si o prtrão nãofor ajustar contas com o correspondente,como fez este tal,de quem você falia ?

Pelo sim, pelo não, o tal administra-dor,que não era homem maricás,segurou-se a duas amarras,admittiado ahvpothe.sede não hir seu patrão ajustar contas como correspondente.

Duas amarras? Qual foi a outra ?—Escute, que é interessante ; mas eu

nunca aconselharei a ninguém que façaoutro tanto.

Bem sei. O sr. c christão, c não podefazer mal a ninguém.

Kxactamente ; mas attenda á segundaamarra.

—Si attendo INão conhece uma planta,que os pretos

ch '.mam o guiné » ?Ha delia uma quantidade immensa nn

fazenda.Pois esta planta applicadaaos poucos no

café.faz o que a ingere hir definhando,de-Unhando,até ficar secco e idiota completo.

O tal administrador, por segurança,empregou também este meio, que não foidesastroso, porque antes de produzir seuseffeitos, estorou a outra bomba.

—Si, porém, esta falhasse, aquella erainfallivel.

—Era infallivel,era, repetiu varias vezeso sr. Maurício, que ficou muito pensativo,e pouco tempo depois, allegou necessi-dade de voltar para a fazenda,promettendoa seu amigo que havia de visital-o fre-quentemente.

Paulo ficou nadando em júbilo !A («emente estava lançada, e, si não lhe

enganavam suas convicções, estava lan-cada em terra bem fecunda.

A primeira parte de minha missão,pen-

no homem do mundo as festas, sa-râos, etc. . .

Ora, como todas essas visões inte-,riores podem ser determinadas poruma ou muitas sensações finaes, pro-duzidas sobre os órgãos dos sentidos,e que são capazes de agirem simulta-neamente, resulta que as faculdadesdo espirito, mistorando-se umas comoutras, produzem associações de idéiasas mais phantasistas e extraordina-rias. E' precisamente o que aconteceno sonho habitual, que sobrevêmmuitas vezes também por causas pura-mente materiaes agindo sobre o corpoadormecido.

Logo o somno, no momento em quese dá, destroe incontinente a solida-riedade que existe entre as diversasfaculdades, do espirito de modo queellas se adormecem suecessivamente ;quando uma dellas fica em activida-de adquire uma força tanto maiorque nenhuma sensação do exteriorcontrabalança sua acção. .Existemprovas notáveis d'esse facto.. Si nospreoecupamos com a solução de umproblema, ou com uma idéia que nosdomine, todas as nossas forças con-centram-se n'este ponto único, e sinos ficasse a lembrança, veríamos deque obras primas é capaz o espiritohumano.

Isso nos leva ao caso particular dosomno que se chamou soranambulis-mo. N'esse estado o iudividuo cami-nha dormindo e preenche habitual-mente as mesmas funcções de quando .acordado. Os tratados de physiologiaestão cheios de observações sobre essacuriosa anomalia. Podemos citarexemplos históricos de somnamnulis-mo. .

Foi durante o somno que Cardancompôz uma das suas obras, que Con-

sava o perverso, está bem encaminhada ;falta a segunda, falta moer, triturar, pul-verisar a miserável, que desprezou-mepor... por um la-zaro I

Si Deus me ajudar, hei de fazel-a arre-pender-se das palavras insolentes, dodesafio affròntoso, que me atirou á cara,naquella manhã qne encontrei-a só, noterreiro de sua casa. Hei de fazel-a verterlagrimas de sangue.

Gozem, meus amiguinhos, gozetu sualua de mel, que pi estes está a lua de fel !

Naquelle dia, dia augusto para aquellaalma tigrina, Paulo via tudo côr de rosa,para tudo tinha um sorriso nascido dointimo.

Como póde-se ter prazer quando se fazo mal ?

E' que o mal tem a propriedade doálcool : embebedo, tem a propriedade doópio : entorpece. Ambos supprimem arazão e a consciência, e reduzem o homemás condições de puro animal.

O que é, com efeito, o homem ? umanimal racional e consciente.

Logo, tiradas ao homem a razão e aconsciência, elle fica puro animal, exclu-sivamcnte animal.

Como, porém, é nelo uso do seu livrearbítrio que elle desce a tal estado em-bringando-se, entorpecendo-se. com o mal,não goza elle a irresponsabilidade doanimal, não tem mesmo a do louco ; éanimal, é louco por obra de sua vontade.

Dahi o inferno tenebroso de penas hor-ripilantes que o esperam, quando chegara hora de prestar contas de sua vida tãodesaproveitada !

Não é o inferno da crença catholica ro-mana,que só tem porta de entrada;porqueeste é pura invenção humana, horrorosablasphemia contra a bondade, o amor e ajustiça de 'Deus. E' o inferno do solTri-mento indispensável ao que faz mal; masque suspende-se pelo arrependimento eresgasta-se pela éxpiação.

Pobre Paulo ! A ti é que estás cavandoabysmos !

(Continua)

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dillac, o famoso philosopho sensualis-ta, terminou seu curso de es to dos.Voltaire refez em sonho completamen-te, e melhor do que tinha compostodespertado, um dos cantos da Heuria-da. Massillon escrevia dormindo mui-tos dos seos elegantes sermões, emfimBurdach o physiologista, que muitose interessou n'este assumpto, referea passagem seguinte :

«No dia 17 de Junho de 1882, fazen-do a sésta, eu sonhava que o somno,como a dilataçãodos músculos, é umavolta sobre si mesmo que consiste emuma supressão de antoganismo. Ale-gre pela viva luz que este pensamen-to me parecia espalhar sobre os phe-nomonos vitaes eu despertei; maslogo depois tudo cahio em trevas,porque esta vista estava muito foradas minhas idéias da occasião, mastornou-se o t germen das outras quemais tarde se desenvolveram no meucérebro.»

Este ultimo facto é simplesmenteum sonho, mas os que citamos acimaapresentam um caracter especial.Assim, para compor uma obra ouescrever sermões quando o corpo estáadormecido, é precizo que o autor sedesloque, certos movimentos em rela-ção com o fim a attingir ; este estadoparticular é o sonambulismo natii-ral. DistingueKse do sonhu por doiscaracteres : 1.- andar durante o som-no; 2*. a perda da lembrança ao des-pertar, do que se passou.

Durante o somnambulismo os mem-brosobdecem â vontade, e ella actuasobre o corpo embora não sendo solli-citado por nenhum estimulante ex-terior.

Isto produz-se freqüentemente so-bre os indivíduos moços.

Os meninos, sobretudo os que sãoirritaveis, levantam-se muitas vezesde noute, ou executara na cama mo-vimentos variados, sem que o seusomno seja interrompido. Si os órgãosda voz são despertados, elles tradu-zirão os pensamentos dos seus so-nhos; é assim que milhares de serestem o habito de sonhar alto. Podeacontecer a esses indivíduos susten-tar por algum tempo a conversa compessoas acordadas ; mas ó precizo quese adivinhe o objecto de sua preocu-pação, porque as respostas que dãosão dirigidas, não ao seu interlocutorreal, mas a personogem ideal do seusonho.

llEsFOItlIADOR — l«ÍM. — Alu-ál 15l. gae—— ¦•H-.ol ^

Taes são no seu conjuncto os ensi-nos dados pela physiologia para ex-plicar o sonambulismo. E' fácil veri-ficar que são insuíficientes na grandemaioria dos casos observados.

Eis em primeira linha a Encyclo-pedia que não se accusará de ternuraem relação as theorias espirjtuàlis-tas.

E' referido, 110 artigo soranambu-lismo, a historia de um jovem abba-de que se levantava todas as noutes,ia ásua secretaria, compunha sermõese tornava-se a deitar. Alguns amidosseus desejosos de saber se verdadei-ramente elle dormia, espiaram-no, e

uma noute que eserevia como de cos-tuine interposerara ura cartão entreseus olhos e o papel.

(Continua)

MfêU II iilliEXPOSTO OA PHILOSOPH1A DOS ESPÍRITOS

SUAS BASRS SCJENTIFICAS E EXPERIMENTAK3

SUAS CONSEQÜÊNCIAS HOltAKS

POR

liéon lavai*

V

PARTE MORAL

O CAMINHO DIRF.ITO

\LVl.— A Caridade

(Continuação)

Ao envez das religiões exclusivasque tomaram por preceito «Fora daEgreja não ha salvação,» como si oponto de vista d'ellas puramente hu-mano pudesse decidir da sorte dos en-tes na futura vida, Allan Kardec põeestas palavras no inicio de suas obras :Fora da Caridade, nenhuma salvação.Ensinam-nos de farto ua Espíritos sera caridade a virtude por excellencia,a única que dá a chave dos altoscéus.

«Amae, amae aos homens» repetemelles depois do Christo, que nestaspalavras resumira todos os manda-meutos da lei mosaica.

Mas não são amáveis os homens,objectam alguns. Tanta malvadez hanelles que não é fácil exercer-se acaridade.

Si assim os julguemos, não será porattentarmos complacentes em suasruindades, em seus defeitos, era suaspaixões e fraquezas, esquecidos de-que nós mesmos não estamos isentosde vícios, e que si elles tôrn precisãode nossa caridade, temos nós precisãode sua indulgência';?

Entretanto, nem só o mal reinaneste mundo. Vigem no homem boasqualidados e virtudes, e mais que tu-do ha soffrimentos. Si como devemos,qüizermos ser caridosos, em nosso pro-prio interesse como no interesse daordem social, não àverigüemós emnossos sirailhantes o que pôde iudu-zir-nos a malidicencia e ao raenospreço, antes vejamos no homem um com-panheiro de provações, um irmãod'armas na luta da vida.

Attentemos nos males que elle supporta. Qual o que não tem sua ulceraoceulta, ura verme roedor no intimoda alma, ou não vive acabrunhado depezares e amargores ? Si consideras-semos nosso próximo sob tal aspecto,depressa se trocaria em synpathia a"nossa malevolencia.

Por exemplo, ouvimos a miúdo sa-ti risa r a grosseria e as paixões bes-tiaes da gente jornaleira, e as cúbicase retaliações dos homens do povo.Reflexionamos na mísera educaçãod'elles, nos maus exemplos de que andararn sempre cercados desde infancia ?

Rude e absorvente é a tarefa quelhes impõem as necessidades da vidae as precisões iueluetaveis de cadadia, sem que lhes sobre tempo ou va-gar para esclarecerem a intelligencia.Às doçuras do estudo e os gozos daarte ignoram-nas por completo. Nemvisos têm das leis moraes, do destinod'elles, ou do mechanismo do univer-so. Até ás trevas em que vivem, escas-

sos raios de luz se côam. Para ellesé sem tréguas a luta feroz contra anecessidade; a falta dè trabalho, adoença e a negra miséria os araeçarae instigam a todo momento. Qual é aÍndole que não se azedaria com tantosinales? Para os soffrer resignado hade o homem revestir-se de estoicismo,de fortaleza d'alma tanto mais estu-pendo quanto é instinetiva e não ra-ciocinada. Em vez de lançar pedras aestes desgraçados esforcemo-nos a lhesalliviar os males e enxugar as lagri-mas, e com egual ardor trabalhemospor estabelecer na terra uma divisãomaisequitativa dos bens materiaes edos tliesouros do pensamento. Nemtodos sabem quanto pôde operar na-quellas almas uma palavra consola'dora, umsignalàe interesse.ou umcordial aperto de mão. Enojam-nosos vicios do pobre ; e entretanto quau-tas excusas não ha no fundo de suamiséria! Apraz-nos entretauto ignorarsuas virtudes, que são muitíssimomais dignas de admiração por se ge-rarera no lamaçal |"Quantos devotamentos obscuros en-tre a gente humilde! que luetar he-roico e tenaz contra a adversidade!Lembremo-nos de tantissimas famíliasque vegetam desamparadas, dascrianças sem conta que não tem deque viver, de todos esses entes quetiritam de frio e fome em casebrestérreos, humildes e sem luz, ou emmansardas desguarnecidas. Não écruciante o mister da mulher pobre,da mãe de família em taes condições,quando as inveruias iunundam a*ter-ra, está sem fogo a lareira, sem ali-mentos a mesa, e sobre o leito gela-do estendem-se uns andrajos em lo-gar de cobertor que foi vendido ouempenhado para obter algum pão?O sacrifício delia não é de todos osinstantes? Ai, como dóe ver soffrer osseus ! O ocioso opulento não corará deostentar sua riqueza entre tanta pe-nuria? Horrenda é sua responsabíli-dade si ella esquece aquelles á quemas precisões atormentara !

(Continua)

Ammím.oiicíu aoji na3ce»cítadoi9

E^a Instituição funeciona na Ruada Alfândega n. 342,2-. andar, ha»-vendo sessão todos os domingos as 2horas da tarde.

ATTBNÇÀORogamos aos nos-

sos confrades satisfa-zerem seus débitoscom a maior brevLdade, afim de poder-mos regularizar nossaescripta.

Os dos Estados Fe-derados poderão en-viar-nos suas ordensem vale-postal.

NOVOS L1VBOS

Vende-se na Federação SpiritaBrazileira:

«Os Loucos» romance spirita porJúlio César Leal 2$000

Le professeur Lorabroso et le S piritisme analyae feita no «Reformador»

pelo dr. Dias da Cruz; 2*000

«Os astros» Estudos da Creação

pelo dr. Ewerton Quadros . . 2#000

«Os Trez»... comedia em 1 acto

por Ignacio Teixeira . .... U000

«Sem Caridade não ha salvação»,

polka, por Henrique F. de d'Almei-

da . , 1S000

Ivtlii<lo*<lo Spiriti*i,,<>

«Nascer, morrer, e renascer

ainda :

«progredir sempre —tal é

a lei. » Ai.i.an Kauiikc-

No intuito de facilitar aos investi-

gadores da verdade, que defendem a li-herdade de consciência, opcasiaò paratomarem parte nos estudos iniciaesdaciência spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerânciaserão admittidas nas reuniões de es-tudos theoricos e práticos, que terálogar todos os dias, ás 7 horas da noiteá rua da Alfândega n. 342, 2- andar

Segunda—G. Spirita Jesus de Nazareth.Terça -União Spirita do Brazil.Quarta - Circulo Paz e Concórdia.

Quinta—G. Spirita Luiza Torterolli.Sexta—Federação Spirita Brazileira.

Sabbado - Sociedade Fraternidade.Domingo—Cirnci Coculocaiao.l

Typographia do reformador

Cf '¦:

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ASSIGNATÜRA ANNUALBrazil 58000

PAftAmEUTO ADIANTADO

PUBLTCA-SE NOS DIAS 1 E 16 DECADA MEZ

PERIÓDICO EVOLUCIOftlSTA

«tí# Bi HMláíM eÉIIi MÃIIHÍIi

ASSIGNATÜRA ANNUALEstrangeiro 61000

PAGAMEnTO ADIANTADO

PUBLICASE ..VOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.

Anno XII Brazil — llio «le Janeiro — IM04 — Maio I m. ««»

EXPKIftlIfirVriâ

(S5o agente» desta Tolha

Amazonas —O Sr. Bernardo Rodri-guea de Almeida, em Manaus.

para'—O Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.42.

Rio Grande do Norte-O Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonsó Duar-te, no Recife, rua 15 de Novembro,n. 65.

Bahia — O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro-O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, era Campos, rua doRozario n. 42 A.

Mias Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-*ves da Silva Batuira, na Capital, rua

da Independência n. 6.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-nior—era Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-

quim Antônio de Oliveira Roza, emCuyabà.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlteresMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.-O Sr. João Moaos Pe-reira Gimes, era Paranaguá.

As assignaturas deste periódico co-mecam em qualquer dia e terminamsempre a 31 fo Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSAL

Verdade e Luz—Órgão do Espiritualismo scien-tifico. publicação quinzenal. Director resnonsuvclAntônio Gonçalves da Silva Batuira, S. Paulo?*,rua da Independência. AssignatHra annual .'flUOU.

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O Pharol — Òrgiio do Centro Spirita de Pararna£U*, publicação quinzenal. Paranaguá. Distri-uutção gratuita.

A Evolução— Órgão do Centro Spirilu Rio-Gran-deB.e, publicação quinzenal. Propriedade deDomingos Toscano Barbosa. Rio Grande do Sul179 rua Pedro II. Assinatura trimensal IfHHJO.

O Psychismo — HeviBta Spirita portugueza, pu,blicação mensal. Lisboa, 95 rua Augusta. Í'orserie de 0 numero» 120 réis; por serie de VI nu-meros 240 réi».

La Revue Spirite— Journal d etuues psycholo-olQuei etspiritiialisme experimental ; revue men-íuelle, fondée en 18.">S par Allun Kardec. Paris,1 rlle de Chabanais. Prix 14 franes par an.

Le Spiritisme — Journal mensuél. Rédacteur Ca-brel Delanne. Paris, '24 rue Labruyôre. Prix ü fr.

par an.La Chalne Mugnêtique — Organe des sociétés

matmétiriues de Frarice et de l'é"tranger, fondée en1879 sois Ia direction de Mi le Baron Du Potet.Gêrant, I.ouis Áúffinger. Paris, 15 rue du Four-Saint-Germain. Prix 9 franes par an.

Journal du MagnéUsine :•—: Fondée en 1845 parM. le Baron du 1'otet ; organe de Ia Sooioté Ma-enétique de Franca ; Journal inensnel. DirecteurH. Durville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix b" fr.par an.

La Rellgíoii Úniversèlle — Organe de Solidaritéot de Régéneration sociale, paraissant le 15 deeu« móis. Redacteur Ch. Fauvety. Gérent, P.qerdad. Na.ites, 3 rue Mercceiir. Prix 6 fr. paran.

La Paia: UnluersefíeJ,— Revue indépendent. Ma-é isme transcendental. Phijoíògnhiè. Phyisiologie.ybologie, Journal quinziiena!. Direoltéur B. Ni-a'í. I.yon, 5 courVGftnVbetta. Prix 3 fr. 5U par iané

La Nouvellc Science — Kcvue inensuclle consiacrIa propagntion et à Ia discussion de Ia gsynttheaeentifique de Ia Rennooz. Orgacnc de Ia Rc^énara-on sociale par Ia science. Rédascteur, GaitouHailly. Paris, 13 rue de Buci.Im Lumière — RévelaCtion du Nouvoau-Spirilua-me. Revue niensuelle. Publice par Mine. Gl.ucieanje. Pasiris, 97 bouPevard Montmorency. Prixfranes par an.Lc Messager —Spiritisme, queastions Lsociales, ma«tisme. Journal bi-meniuel.W Mr. H. Saivse.ége, 24 Boulevard de Ia Sou.venière. Prix. 5 dranesser an.

Lighl — .Journal of psichical, oceult and mysticaarcarei). Charing Cross. London, 1(5 Craven Street.

Ilamie of Lighl — An exponent of tbe spiritualphilosophy. Colby & Ricli. publishcrs. Boston, 9Bosworth. 8 2,50 per annum.

77ic RcUgio-1'hilosopliical-.Iournal — Publislied at92 La Salle-Street, Chicago, by Marv E. Bundy.1 year fi 2,50. °

The World's Adòáhce-fhought — Publislied mon-hly. Oregon. Portland, 193, Sixth Street.

77ic Uarbinger of Lighl — A montbly journaldevoted to zoistic science, freethonglit, spiritualismand tbe harmonia) philosophy, Melbourne, 13Fastern Arcade. Price li d.

77ic Carrier Dove — The oldest spiritual journalon lhe Pacific Coost. San Francisco, 121 Eigüth-Street.

Estúdios Teosóficos— publicacion mensual. Barce-lona, GG, entr.« l.»Tallers, Precio 8 pesetas ai afio.

Las Dominicales dei Libre. Pensamiento—Reda-ctores : Ramon Caies y Demofilo. Madrid, 5-1.1calle dei Horno de Ia Mata Precio 15 pesetas ai afio.

El Espiritismo— 0'rgano mensual dei CentroBarcelones de Estúdios Psicológicos. Redactor :Lutaybe, Barcelona, 40-2.» Mercaders. Precio 3pesetas ai afio.

La Nueva Espana—Verdad, moral, justicia, se-manario sociológico espiritualista. AdministradorD. José Moreno Gonzáles. Madrid, 41 EspiritaSanto. Precio 10 peseta* ai ano.

Lux—Bolletino delPAccndemia Internazionale pergli studi spiritici e niaguetici. Publicazione men-sile. Direttore : Giovanni HòfFmann, Roma, 13 viaRaffaele Cudorna. Abbonamento nnno 12 fr.

La Sftnge— Gazzettino di propaganda gpiriticaom Bibliothecu Appendice pei soli abbonati. Publi-

cazione mensile. Direttore : E. Ungher. Roma, 128via dei Boschetto. Abbonamento annuale 8 liras.

La Fraternidad—0'r»nno de Ia Fedcracion Espi-ritista Argentina. Redactor: M. Saenz Cortês. Pu-blicacion mensiial en cuadernos de 24 páginas.Buenos Aires, 15(35. Brandzen. Súscrición-tninès-Ire adclantado fil.50m/n.

Cons/íiíicía—Revista semanal sociológico-spirila yorguno de ia Sociedade « Constância » KedactorCosme Muriíio. Buenos Aires, 444 Andes Suscri-cion : trimestre adelantado m/n fi2.50.

La Véritè—Revue spirite niensuelle, publiée enfrancais et en espagnol. Organe de Ia Société Spi-rite Caridad de Ia ville de Rosário (province deSanta-Fé) Répnblique Argentine. Directeur : P.Rastouil. Rosário, 750 calio San L.uis. Abonenient :ps. 4,80.

Reoista EspirUista—Periòdlco de estúdios psico-ogicos, publicado por Ia Socicdad Espiritista .Mon-tevideana. Se publica cada mes y se reparte grátis;

Revista Espiritista de Ia 11 aba nu —Urbano oficialdei Centro « Rcvelacion ». Periódico mensual. lia-a»a, 57 Suárez. Suscripcion : #1.00 plata.

El Precursor—Organo de Ia Sociedad Espiritistaaentral de Sinaloa. Periódico mensal. México, Ma-tlan.

El Féntx—Boletin de Ia Sociedad Espirita de sunombre. Mazatlan, Sinaloa. México. Publicaciiineventual dedicada à Ia propaganda y defensa ile iaFilosofia Espirita. Suscripoion voluntária.

La lllustrac.hu Espirita—Se publica dei 1.» ai 5 decada mes en cuadernos de 32 pag. com forro decolor. Proprietário General D. Refugio I. Gonzáles,México, 2» de Ia Independência, (i.

La Ruena Nueva—Revista mensual de Ciências,Cristianismo, Democracia; organo oficial dei CentroEspiritista «La Caridad » Grátis para todos. CubaSancti-Spiritus, 7 calle dei Príncipe.

La Alborada— Revista quincenal, literária, de es-tudios psicológicos, interesses geraes, y organo ofi-ciai dei Centro « El Salvador » Director Juan J.deGaray. Grátis para todos. Cuba, Sagua-la-Grande,6ü R mirez.

La Nueva Ahànza—Periódico mensual organo deiCentro Espiritista Lazo de Union. Grátis pura todosCuba, Cienfuagos, 72 Arguelles

The Thêosophist—A magazine of orienlnl philoso-phy, art. literature nnd occultism, conducede byH, S. Olcott. Madras, Adyar. Price annual £ 1.

Annalidrli,, spiritismo In Ilalia — Tõrino 11 ViaBogino.

Golden Gaíe-United — States. S. Francisco (Cali-forny), 734 Montgoinery Street.

. La Alborada—Revista mensual, literária, de estu-dios psicológicos, interesses generalcs y organo oti-ciai dei Conlro « El Salvador » Grátis para todos.Director: Juan J. de Garay. Sagua-la-Grande (Cu-ba), 1 Gloria

La Pensêc des Morls— Organe de 1'Union Spiritede Reims et de POnioú Sjiiritualiste de Roueu.Administratem- : Paul Monclin, Reims, Place de IaRepublique, Pavillon de Mars, Prix 1 fr. 50 par an.

Le Journal Spirtlc de V Est— Reims, 28 rue Gam-bctta.

Annales des Sciences Psychiques—Paris, 108 Boulevard de Siunt Gennáin

. Reutsla^üspirillsta-r-Qrgano de propaganda de IaSociedad »l.a Pcrsevcráncia» Se publica dos vccesai mes, bc distribuyo grátis. Republica Argentina,Mendoza, Gl Colômbia.

El Esluâio— Periódico de propaganda y eco demovimienlo general dei Libre-pensamiénto. Se pu-blica los Juéves. Kedactor: Andrés Corazon Gnza-lez. Ponce, 18 Isabel.

Um livro novo

O conhecido editor parisiense PaulOllendorff acaba de fazer imprimirum nítido volume da lavra do Sr.Nicolas Notovitch, sob o titulo Lavieinconnue de Jesus Christ. .

Sabido apenas das officinas, já estáo livro em segunda edição, o qne valedizer — um suecesso litterario excep-cional. E bera o merece, porque elleestá destinado talvez a completar noinundo occidental a revolução quecomeçou cora a revivescencia do es-piritualismo moderno e cora o reju-venesciraento das crenças de outraseras.

Effectivamente vem o novo livropreencher uraa lacuna que se notavana vida do missionário judeu ; queros evangelistas canonicos, quer osorientalistas que se deram a pesqui-z>is sobre Jesus, só se oecupam docurto periodo dos 30 aos 33 annos era

que, se affirma, elle cumpriu todasuH-raissão. Apenas um evangelista,Matheus, refere que os pães dn me-nino levarara-n'o, por um tempo,

para o Eg,ypto, afim de livral-o damatança das creanças de menos de

dous annos, ordenada por Herodes; eoutro evangelista, Lucas, conta queaos doze annos, elle uma vez, pelafesta da Paschoa, demonstrara no

templo, entre os doutores, sabedoria

que a todos sorprehendeu. E eis ahi

tudo o que se sabia de Jesus antes

dos 30 annos.O Sr. Notovitch, desejando conhe-

cer, por si mesmo, os costumes, a

archeologia grandiosa e a naturezacolossal da índia, abandonou a Rus-sia, sua terra natal, e, transpondo oCaucaso, dirigiu-se, atravez da Ásiacentral e da Pérsia, para aquelleadmirável paiz dos mysterios « queo attrahia desde a infância», con-forme escreve o próprio auetor.

No Ladak, era uma visita feita aura convento budhista, soube, emconversa cora o lama era chefe, (pienos archivos de Lassa, que é para obudhismo o que Roma é para o chns-

tianisino, existiam antiquissiraas me-raorias, que tratavam Ia vida de Je-

sus e das nações do oceidente, e qnealguns grandes mosteiros possuíamcópias destas chronicns.

Desde logo, avivada a curiosidadedo ludarabulo, gravou-se era seu espi-

rito o desejo ardente de ir ao alto

Thibet procurar em Lassa os origi-

naes alludidos, ou em algum grandeconvento de outro ponto uma cópia

ao menos.

Tendo chegado a Leh, onde foi

muito obsequiado pelas principaes

pessoas, procurou visitar o mosteiro

Himis, cuj i lama era chefe o entre-

teve era nina larga, interessante e

curiosa conversa a respeito das reli"

o-iões, na qual o Sr. Notovitch soube

que neste mosteiro havia alguns dos

desejados manuscriptos. Tendo já an-

tes annunciado que ia continuar sua

excursão, não convinha demorar-se

o suficiente para a almejada cópia

daquellés manuscriptos, entretanto,

uraa circurastancia fortuita favore'

ceu-o. Retirando-se de Leh, cahiu

tão desastradamente do cavallo que,tendo fracturado uma perna, foi obri-

gado a vir pedir hospiialidade a

Himis. Uuraute sua estada no con-

vento, as frequeutes e interessantes

confabulações com o velho lama em

chefe, trouxeram uma tal ou qualintimidade, de que resultou qne o

nroprio lama, depois de vivas instan-

cias, trouxe para junto do leito do

enfermo dous grossos volumes, ama-

rellecidos pelo tempo e escriptos era

língua thibetana, dos quaes o velbo

lama fez a leitura da biographia do

santo Usa (Jesus), a qual o Sr. Noto-

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vitch ia passando traduzida para o

seu caderno.De volta â Europa, e antes de dar

a publico a traducção, quiz o auctor

ouvir a opinião de alguns ecclesias-

ticos.Monsenhor Platon, celebre metro-

politano de Kiew, procurou dissuadi1,

o Sr. Notovitch de fazer imprimir

suas memórias, afSrraando, sem dizei'

a causa, que sua publicação só lhe

poderia prejudicar.Um anno depois, era Roma, um

cardeal muito da intimidade do Papa,ao vôr o manuscripto, disse textual-mente: «Para que imprimir isto1?Ninguém dará importância, e crea-reis uma multidão de inimigos. En-tretanto, ainda sois bem jovem ! Si o

que vos interessa ó uma questão dedinheiro, eu poderia solicitar umarecompensa para vossas notas, re»compensa que vos indemnisaria dasdespezas feitas e do tempo perdido.»

Em Paris, o cardeal Rotelli foi deopinião que a impressão era prema-tura, e accrescentou: «A Egrejasoffre muito com a nova corrente deidéas atheistas, o que fareis será darnovo pasto aos calumniadores e aosdetractores da doutrina evangélica.Eu vol-o digo no interesse de todasas Egrejaa christãs.»

Eis a opinião dos sacerdotes. /~O Sr. Jules Simr\r.() Consultado,

achou muito interessante a comrau-nicação, e aconselhou ao auctor queouvisse o Sr. Renan, que propôz quelhe fossem confiadas as memórias

para dellas apresentar um relatórioá Academia. O auctor preferiu serelle próprio quem fizesse ao inundoa apresentação de seu trabalho; mas,

por um dever de delicadeza, espe-rou, para isto, que desapparecesseda scena da vida o Sr. Reuan, comodesde muito se previa. Eis por queagora veiu o livro á publicidade.

Na versão doa lamas indús, Issa,desde menino, começava a fallar doDeus único e indivisível, exhortandoao arrependimento e á purificaçãodos peccados. De todas as partes cor-riam pressurosos e maravilhados osisraelitas para ouvirem os ensinos

que sabiam daquelles lábios infantis.Chegando aos treze annos, epocháem que o israelita deve tomar umaesposa, a casa paterna atulhou-se de

pretendentes ricos e nobres, que am-bicionavam ter por genro o já então

celebre menino.Para livrar-se, destas importuna,

ções foi que Issa, abandonando c!an-de.stinainente a casa paterna, acom-

panhou uma caravana de mercadores

que de Jerusalém dirigia-se paraSindh. D'ahi elle foi para Djngguer-nat,onde os sacerdotes de Brahma, fa-

KKi?OK.HAl»OK — t«»-t — Maio 1

zendo-lbe um amistoso acolhimento,ensinaram-lhe a lêr e a coraprehun"der os Vedas, a ensinar e a explicara Escriptura Sancta ao povo, a curarpor meio de preces, a expellir docorpo humano o espirito maligno.Seis annos viveu nesta cidade, emRadjagriha e em Benarés. E' entãoque começa na índia suas prédlcasmaravilhosas, cuja base constante eraa égua Idade de todos os homens pe-rante Deus, a nenhuma distincçãodas castas.

Suas prédicas foram era seguidana Pérsia, de onde se dirigiu aos 29annos para o paiz de Israel. Abi éque terminou os seus ensinos.

Ha na versão budInsta um pontoque não está de accordo com a narra-ção dos evangelistas. Aíürma aqueila,contrariamente a estes, que a con-demnação de Issa foi feita por Pila"tos, o delegado do Império Romano,emquauto que foram os sacerdotesjudeus que procuraram innocentarIssa, e que lavaram as mãos.

E' ura ponto para os críticos, nãonós, exercitarem a sua perspicácia.Digam elles si o costume das ablu-ções, como symbolo de innocencia ede purificação, era dos judeus ou dosromanos, digam quem maior inte-resse tinha em fazer desapparecer opersonagem popular, amado das mui-tidoes, si o judeu opprímido e semautonomia, ou o romano oppressor ereceioso de que das mãos lhe fugisseuma conquista ; digam, finalmente,si ptores escrida epocha, quando mes-mo fossem evangelistas, podiam sob apressão da autoridade imperial trans-mittir á posteridade a narração doscrimes e da baixeza daquella.

O livro do Sr. Notovitch deve serlido por todos quantos veneram Jesus:eis por que estamos convencidos deque elle figurará na livraria de todosos spiritas.

O destino e o livre arbítrioCommunicação recebida por Mine.

A. Bourdin

O destino contêm o programma daexistência; muitas vezes, porém, aimprudência; ou a falta de energia,desviam nV) de seu fito. R' rarissimoque elle se cumpra de uma maneiraixacta; convém, para isto, usar demuita prudência e vontade em diri-gil-o sem sobresaltos e sem forçar osacontecimentos por desejos exagera-dos ou por vivacidade de imaginação.

Faz se, mister que o livre arbítrionão seja embaraçado por nenhumapaixão desordenada. Então o destinose desdobra regularmente, com suasalegrias e suas provas, tal como foi

pedido antes da enoarnacão; final-mente, uma espécie de intuição vosimpelle sem esforços sobre vosso ca-minho por gostos instinetivos; mas

entre os que o cercam, o homem ex-perimenta outras influencias, umavontade muitas vezes mais forte quea sua, a qual fal-o desviar do caini-nho que devia seguir.

Esta pressão que se exerce sobrea vontade do homem, e que tende adesvial-o de seu caminho, nem sem-[ire provem de ura sentimento hostil;muitas vezes a intenção é boa. porémoutras tantas ella infelizmente écontrária ao fito do destino.

Assim fazem os pães que, cegos

por um amor exagerado pelos filhos,oppõe-se a uma vocação que não cor-responde a seus projectos ambiciosose algumas vezes egoístas.

N'este ponto, tão essencial e tãodelicado da vocação, os pães devemlimitar-se a dar bons conselhos aseus filhos, a diri/il-os com tino, anão despedaçar-lhes a vontade, adar-lhes uma instrucção esclarecida,a habitual-os a tomarem pane cedonas provas que afíligem a familia,para que ganhem experiência, e paraque seu caracter possa se, desenvolverentre as luetas diárias. Convém dar-lhes o amor do trabalho e da ordem ;então elles adquirirão ura espiritore(|l;o e viril, e mais tarde, quandochegarem as provações, terão forçaspara supportal-as, saberão dirigireste bem tão precioso : o livre arbi-trio.

As urdiduras do destino póderatambém se romper entre as mãos dosimprudentes : por exemplo, aqueliesque, por má condueta, abusam davida, gastam a saúde por excessos, edestróem assim as faculdades intel-lectuaes: podem abreviar seus dias,apezar da hora marcada ; suicidam-selentamente por seu raáo comporta-mento, assim como isto pôde arras-tal-os a terminarem bruscamente avida pelo suicídio.

Então todas as penas que soffreram,todas as provas que supporiaram, sãoperdidas para esta existência; serápreciso recomeçar, porque, cedo outarde, é mister qne o uéstino se cum-pra plena e livremente.

Emilia e Laura.

B tti notável correligiona-rio. —O i)v. C.irl v.o.ri Bergen, de Sto-okholmo, q.uó tomou urna parte activano Congresso de Sciencias Psycbicas,e no Parlamento das Religiões deChicago, é nm dos que maio têm con-tribnido para fazer conhecer o mo-vimento espiritualista moderno nasregiões scandinavas.

Depois de haver consagrado algunsannos á investigação dos phenomeuos,deu, ern Stokholmo, em 1887, umasérie de conferências sobre o assump-to : Uma nora luz sobre a rida daalma. Estas leituras, que elle repetiudepois iToutras localidades, fizeramgrande sensação em toda a Suécia.Estabeleceu em 1800, em Stokholmo,a Sociedade Sueca de Pesquizas Psy-chicas, da qual é presidente e de quefazem parte homens que oecupam

«oTtawwo

alta- posições na sciencia e na vidapublica.

E' o quo cora mu nica o ReligioPhi-losophical Journal, de Chicago, de 10de Março.

Anniversario d Allan-Kar-dec.— O 25° anniversario da desen-carnação de Allan-Kardec foi comrae-morado na França com bastante en-thusiasmo. Em Paris reuniram-se, ás2 horas da tarde de 1 de Abril, nocemitério Père La Chaise, a Cnnmis-são de Propaganda, a Federação Spi-fita Universal, a Sociedade

'de Spi-

ritismo Scientifico, e os grupos da-quella cidade, junto ao dqlmen queencerra os restos do grande iniciadore os de sua esposa. Muitos foram osdiscursos abi pronunciados. A' noite,um banquete reunia os prineipaesmembros das sociedades e grupos pa-risienses, ern numero de 150 aproxi-madamente, finalisando a festa porura concerto e dansas.

Em Lyon foi egualmente celebradocom uma conferência e banquete,onde os oradores fizeram bem séutiras vivas recordações que os anima-vara.

EUisapia Paladino. — Sabemjá os nossos leitores que esta assazconhecida médium achava-se ultima-incute em Varsovia. Ficarão agorasabendo que rejeitou até 500 rublospor noite que lhe foram offerecidospelos círculos mais elevados de S. Pe-terdburgo, preferindo voltar de Var-sovia para sua modesta casa em Na-poles.

Isto escreveu o Dr. VVitting ao Sr.Aksakoff, da revista Psyohiche Stu-dien, de Leipzig, e encontramos emII Vessillo Spirüista.

Novo agente.—O esforçado spi-rita Sr. João Moaes Pereira Gomes, deParanaguá, a quem tanto já deve acausa da propaganda, não querendoficar um momento inactivo, offercceu-se-nos espontaneamente para, naquel-Ia cidade, ser o representante de nossosinteresse--. Correndo ao encontro daboa vontade desse nosso irmão, a proveitamos a opportunidade para, dando-lhe d'aqui ura testemunho publicode nosso recouhecimento, coinmuni-car que, na cidade de Paranaguá, énosso agente o Sr. Pereira Gomes,com quem se poderá entender qual-quer que precise de uma informação,ou que tenha de tratar de negóciosrelativos a esta folha ou á Sociedadede que ella é órgão.

Grupo tt. Francisco de Ah-híh. — Por ter sido somente agoracommunicado, annnnciamos com bas-tante satisfação que a 3 de Outubrode 1892 fui inúallado este grupo,nesta cidade (morro da Providencia),celebrando suas sessões ás segundase. sextas-feiras.

\ Im/.. de Curilyha. —Temosa satisfação de aecusar i recebimentodos números em atrazo deste nossosyinpathico coi religionurio que, comonós, soffreu cmi a revolta interrupçãono aeu constante labor.

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CotumunicaeSeM. - Sib o ti-tu Io Trabalhos spiritas de um pequenogrupo dn crentes humildes, acaba dever a luz da publicidade um livrocompilado pelo Dr. A. L. Sayão. Spi-rita da primeira hora, homem de fé,pôde se dizer deste nosso confradeque elle guarda era seu seio tudoquanto se pôde chamar aspiraçõespara o mundo de cima, inclinaçõespara a espiritualidade; dir-se-ia mes-mo que este nosso irmão, simplescomo os pescadores da Judèá, aspi-raria neste século positivo reviver acrença simples, cândida e ardentedos discípulos do Nazareno. Compre-hende-se, pois, o que é o livro: oespelho era que se reflecte aquellaalma de innocencia. Nelle se encontraosyrabolismo do passado representadoem cofres que recolhem os votos inti-mos, em anjos que espargem sobre amesa de trabalho flores odoriferas, emnuvens que se desfazem nos mais altosespíritos, em luzes que illuminam eenvolvera os cultivadores da searabemdita. Illudir-se-á, portanto, quemfolhear as paginas do novo livro como intuito de achar alguma explanaçãode doutrinas ou de theorias spiritas :nelle só encontrará uma série de com-municações obtidas durante nove rne-zes de trabalho. Elle está, pois, re-pleto de conselhos sobre o amor esobre a caridade ; acha-se, portanto,ao paladar dos que se comprazemcom estes eós conselhos, dos que sesatisfazem com a leitura de obraspiedosas. O illustre compilador, de-pois de ter generosamente derramadopelos spiritas o seu livro, ofTertougrande parte da edição á Assistênciaaos Necessitados, para que esta, pon-

AEFORHAUOR — !&»# _ Mni.. -:. .,„.- -..._. _-~ _WMM ° 42

do-lhes preço, vendesse os exempla-res era beneficio de seus cofres. Deli-berou aquella instituição fixar em28000 o preço pelo qual podem todosobter na sede da Assistência um vo-lume desta obra.

MJSCEtlANEA

FOLHETIM d3

LÁZARO — 0 LEPROSOR O MA N C B SPIRITA

POR

im.»Y

0 SPIRITISffiO ANTE A SCIENCIAPOR

(«abriel llelaiiue

PARTE SEGUNDACapitulo II

O somnambulismo natural

Elle não se interrompeu, continuoua sua redacção, e, uma vez acabada,deitou-se, como costumava fazer, semsuspeitar da prova a que esteve su-jeita. O auctor do artigo accresceuta-.«Quando elle acabava uma pagina,lia-a de alto a baixo (se se pôde cha-mar ler a acção feita sem o concursodos olhos). Se alguma cousa lhe des-agradava, elle a retocava, e escreviaem cima as correcções com muitoacerto.

Eu vi o principio de um d'essessermões que elle escreveu dormindo ;pareceu-me muitobem feito ecorrecta-mente eacripto. Mas havia uma cor-recção surprehendente: teudo postoem um logar — ce divin enfant —acreditou, relendo, dever subsütuira palavra - adorable — a - divin ;para isso vio que o — ce - bem collo-cado antes do - divin - não poderiaficar cora — adorable; ajuntou, pois,muito habilmente um — t — ao ladodas lettras precedentes, de modo quelia-se — cet adorable enfant.

I

XL1IILázaro não deu valor ao aviso do SrManoel da Silva, até mesmo porque somosíndiflerentes a qualquer mal, quando te-mas o espirito preza de pungentes doresU que importa a vida para quem rece-beu um golpe que lhe fez perder as illu-soes da vida?

O homem vive de iliusões, por mais8? bocal ° ílUe "''•'"' mfSmMlle Çffi

A differança consiste unicamente nogênero das que dominam os diversos es-pintos. -¦ Entre as que alimentam uma alma sen-s.vel e elevadü - e. as que cevam umaa ma grosseira e brutal, l.a uma escalaquasi infinita de graus.Lázaro, pois, ferido de morte no pontoem que se c ncentravam todos, todos osde.cados affecto8,.de que era capaz suanatunza superior, não contava com peri-gqs; porque viver, para elle, era cumprira lei de Deus. '-Se fosse materialista, isto c,~to nãoadmitüsse a sobrevivência Ha essênciaJiomiml, com a responsabilidade in^epa-rave da liberdade; gostoso atirar-se-hiano barathro do nada", esse Lethis tre-mendo, que não tira somente a memória,mas que decompõe e dilue a .própria exis-tencia! ' 'EUe, porém, ainda que fosse verdade oque ensinam os materialistas e não acei-tam os positivistas, por não poderem Pro-var experimentalmente, jámais-jàmaisdiscreparm do que ensina *a

voz-o senti-

mento intimo, que existe no seio de todaa crealura humana—voz e sentimentoque p:oclamnm a existência de um seroue creou o Universo e a immbrtftíidadedo nosso próprio ser.

O nada, como termo fatal da vida pen-sava elle, seria uma mentira da 'nessa

natureza, que nos insinua aspirações naaalma da vida "Pensindo assim, Lázaro aceitava resi-

gnado, como já o sabemos, o pezado fardodesta existência corporea, ate que Deusfosse servido libertal-o delle; mas, tam-bem, desligado da terra por todo o inte-resse pessoal, pouco lhe importava que amorte lhe viesse remota ou proximamenteK pois, o aviso de seu amigo, para une"se prevenisse com o administrador da f-,zenda, passava-lhe pelos ouvidos comopassa a brisa pelas folhas das arvorespela ..superfície dos lagos, sem abalaaquellas —sem revolver estes.

O administrador, com efFeito, recebeu osnper.ntendente como se pôde imagina,.?com a boa vontade de quem recebe ,„guarda que não lhe permittirá viver eplena .herdade de i\r,,>r seus ganchoscomo elle mesmo o confessou a Paulo% cmo a casa é o espelho da alma operspicazes de

Aqui não é mais possível limitar-p-Q-nos ás explicações dadas acimapara explicar factos, porque ha umaphase do phenomeno que não se pôdedeixar de insistir : é a visão sem osórgãos dos olhos.

E' um detalhe muito importante,porque, se nos fôr demonstrado queo somnambulo pôde dirigir-se em umquarto, escrever com os olhos exacta-mente fechados, fazer correcções queindicam uma vista bem clara, istonos provará que ha n'elle uma forçaque o dirige seguramente, que agefora dos sentidos, era uma palavra,que a alma vela quando o corpoadormece.

Na aueedota referida pela Ency-clopedia, póde-se pretender que umaforte contensão do espirito durantea vigília predispunha o cérebro dojovem sacerdote para a redacção dassuas homelias. Mas, se é dado'admit-tir-se que elle tinha o habito de tra-balhar na sua secretária, e que, ma-chinalmente para ahi voltasse du-rante o somno, é impossível explicarcomo via atravéz de um cartão demodo a escrever correcUmenle, viraras paginas quando chegava ao fimda folha, e aj tintar lettras no logarpreciso e onde era útil, em uma pa-lavra, fazer todos os actos que exigemo auxilio da vista.

Os factos seguintes, tão extranhoscomo o precedente e onde toda con-(estação é impossível, foram tomadosdo doutor Debay, qne se declara ma-terialista e que não é meigo para osespiritualistas ein geral e os spiritasem particular, Exporemos depois asluminosas theurias que elle dá, ad-mittidas era geral pelos incrédulos,e assignalaremos ainda uma vez alamentável insufficiencia d'esses sys- |temas que querem dispensar a alma

na explicação dos phenomenos davida.

Eis o primeiro caso observado pelopróprio doutor :

«Por uma bella noite de estio euvi, á claridade da lua, andar sobre

o telhado de uma casa muito altauma forma humana; eu a vi rastejar,estender-se, depois trepar nos angu-los agudos do telhado e assentar-seno cume do pinhão. Para melhorobservar essa apparição extranha, eume servi de um binóculo, e distinguiclaramente uma moça trazendo umacriança entre seus braço* e estreitadaa seus peitos. Ficou quasi meia horan'esta perigosa posição ; depois des-ceu com agilidade surprehendente edesappareceu.

(Continua)

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ceber toda a impressão análoga a seusbaixos sentimentos, accolheü, com fervo-roso enlhusiasmo. a maldita insinuaçãoUe volta do fatal encontro —e já pelocaminho, Maurício pôz em jogo todas assuas taeuldad s, uo empenho de pôr emPVatiCH o plano que. tão á propósito lhet(irn <íncrcrai.irlnfúra suggerido

bru^o revelou aos olhoso rancor que lhe hia 1

Manoel da Silvapor dentro

Maurício, passada a primeira impressãoque, por súbita, não pôde domina,- „ 5 °

ctiu no caso-,, resolveu, de ,i , „!. "

f. zer boa cara ao seu superior- ,.' tentonate conqufstar-lhe a confiança, para coninu.r suas operações, que melhor me 0nao lhe siigger.u o bestunto.Viveu, pois, a cercar o superintendentede cuidados e amab.lidndes até que evóo encontro com Paulo. 'Este; como a serpente, incutiu-lhe n'al-mao veneno do mal-e o miserável, ma.teria disposta, por seu atrazo, para ro

jfcra o melhor que podia haver, porquecortava o mal pela raiz: ao passo que oseu : de captar a confiança do superinten-dente podia muito facilmente falhar.Continuou a tratar muito bem a Lázaro— e ti preparar lhe a cvlada para desmon-tal-o de uma vez.Ií, como o mal é semelhante ás plantasaamniohas Çl«e alastram o matam a ar-vore em que germinaram, a idéa de Paulo

gentil nada no cérebro do perverso Mau-riçio, alastrou e produziu novas e maiscorrectas no sentido de perder a Lázaro"Estava ápparelliada a tropa que deviatransportar para a estação da estrada deierro todo o café que se achava nas tulhas.Maurício toi communical-o aosuperin-teridrnté e pedir lhe suas ordens.Como é costume fazer-se? períruntoiieste.Manda-se o café para a estrada deIerro, que transporta o para S. Paulod onde passa para a de S. Paulo e Rio áser entregue, na corte, ao correspondei, eto Sr. O nde, d quem remetto uma cartadizendo-lhe quantas arrobas vão.Pois faça como se tem feito sempre-mas eu quero assistir á pesagern e quero'vér a carta.

Sim, senhor. Amanhã deve estar tudoprompto, sj Deus não mandai" o contrarioPois amanhã venha chamar-me

No dia seguinte, Lázaro assistiu á pe-sagem do café, que devia ser remettido •mas não notou que uns tantos saccostinham por marca um L, quando todos osoutros;,tinham a marca CL, cousa queMaurício estava preparado para explicar,dizendo, que aquelles saccos conservavamainda a primitiva marca Lavrxs, ao passoque o*; outros, feitos depois que o dono dafazenda foi agrnc:ado Conde, elle póz-lhes

EXPOSTO DA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOSSUAS BASES SOIENTIP1CAS E EXPERIMKNTAES

SUAS CONSKQUKNC1AS MOHAES

POU

lióoii Dciiím

V

PARTE MORALo TAMINIIO DIRIÍITO

XLVI.-A Caridade

(Continuação)Não ha negar que ha cousas re-

pulsivas e torpes na maneirado viverdos pequenos. Queixas e blasphemias,bebedices e bajulações, filhos sem co-ração e pnes desalmados, de tudo issoha entre elles; mas, ainda debaixo

o C. antes do L, que querem dizer : Condi.-das Lavras.Além disto, Maurício apresentou-lhe acarta de remessa, que dizia exactamenteo pezo por elle verificado; mas, em vezdesta, fez seguir outra que dizia :« Vão tantos saccos, pezando tantas ar-robas, sendo tanto- de marca CL, perten-contes ao Sr. Conde — e tantos de marcaL, pertencentes ao novo superintendente

o Sr. Lázaro, cuja importância estou au-tomado por elle a receber, como verá dasua carta de ordem, que ora lhe remetto »Seguiu a tropa— e Maurício ficou maisperturbado, como sempre acontece a todoo que se atira á aventuras de perdiçãocom responsabilidade. " '

listava, porém, atirada a lança (« áleajacta erat») e agora o que ganhava emestar a tramar e a tremer?

Pari-passu com esta medida, recom-mendara-lheseu bom amigo Paulo a outromais expedita : a applicacão do pó da raizde guiné.-- Mais expedita ! K porque ?— Se eu, em vez de remette.r somente ncale em nome do superintendente, expe-rando que o patrão reconheça ti patifa-na do seu homem de confiança, quandotor ajustar contas com o correspondentemandar já ao Sr. Conde uma denunciamuito bom disfarçada?

do Sr. Paulo ! O Conde recebe o aviso — eencontra a minha carta confirmando otaco— e encontra a carta de ordem domelro, que eu mandei escripta pelo Pm-copio, visto que o correspondente nãoconheci a lettra do Sr. Lázaro- e tudotica provado e claro como águarln^,8°Íerí0,! Ma'S Perfeito que o planodo Sr. Paulo '

E Maurício mandou o Procopio, que eraseu tvtire, escrever uma denuncia, quenemetteu, no dia seguinte- e foi pre ia-rar a droga do guiné, mais por obedecera i aulo, do que por julgar necessária.

(Continua]

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de tão horrível apparancia è semprea alma humana que soffre, a almanossa irmã, digna sempre de inte-resse o de aífectos. Nobilissimo en.cargo é arrancal-a á lama do esgotoreconfortal-a, esclarecel-a e fazel-asubir degrau a degrau a escala darehabilitação ! Tudo se purifica aofogo da caridade. E' este o que abra-zava os Ghristos, os Vicentes de Paulaos Fenelons. O principio da sublimeabnegação d/elles fundava-se em seuimmenso amor dos fracos e dos des-afortunados.

Outro tanto pôde dizer-se de todosos que tem a faculdade de muitoamar e soffrer. A dôr lhes é comouma iniciação na arte de consolar ealliviar os outros. Sabem superiori-sar-se aos males próprios para nãoverem sinão os males alheios e pro-curar remedial-os. D'ahi os grandesexemplos dados por essas almas for-mosas que, ainda torturadas e prós-tradas, acham o segredo de lenir asulceras dos vencidos da vida.

Outras fôrmas inda tem a caridadealém da solicitude pelos desgraçados.A caridade material, ou beneficência,pôde applicar se a certo numero denossos similhantes, sob fôrma de soe-corros, de amparo e de acoroçoamen-tos. A caridade moral deve estender-fle a todos os que vivem comnosconeste mundo. Já não se restringe aesmolas, antea se manifesta em umabenevolência que deve abranger todosos -homens, desde o mais virtuoso aomais criminoso, e pautar nossas rela-ções com elles. Esta podemos todospraticar, não obstante ser modestanossa condição.

A verdadeira caridade é indulgen-te; a ninguém raortifica nem des-preza; é tolerante, e si esforça a dis-suadir, é com brandura, sem encon-trar nem violentar as idéas adqui-ridas.

Rara é, porém, esta virtude. So-mos levados de um pendor egoísta"a espreitar e satyrisar os defeitosalheios, e nos cegamos á multidãodos nossos. Quando ha em nós tantapodridão, procuramos aguçosos pôrem toda evidencia os desprimores denosso próximo. A verdadeira supe-rioridade moral nunca se desacom-panha da caridade e da modéstia.Não temos o direito de conderanarnos outros umas faltas que estamosexpostos acommetter, e ainda quandod'ellas nos tivéssemos libertado pornossa elevação moral, não nos deve-mos esquecer de que houve tempoem que nos debatíamos contra as pai-xões e o vicio.

Os homens que não tem maus habi.tos que corrigir, ou inclinações mo-lestas que reformar, são muito pou-cos. Recordemo nos de que com avara com que medirmos, com essaseremos medidos. As opiniões que for-mamos dos homens são quasi semprereflexo de nossa própria natureza.Sejamos mais propensos a desculpar

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do que a deprimir. Não ha quem nãose tenha compungido por um juizoprecipitado. Mais que tudo evitemosobservar as cousas sob uma luz má.

Nada é mais funesto ao futuro daalma do que as ra tirmurações, do quea maledicencia incessante que ali-menta a miúdo as conversações. Oecho de nossas palavras vae soar uavida futura, a fumaça de nossos pen-samentos maldosos fôrma como umaespessa nuvem que nos envolve eobscurece o espirito. Absteuhamo-nosdas criticas, dos conceitos offensivos,das zombarias que erapeçonham o fu-turo. Fujamos da maledicencia comode uma peste; suffoquemos nos lábiostoda raurinuração acerba que estivera romper. Não por outro qualquerpreço obteremos a felicidade.

O homem caridoso pratica o bem oc-cultamente ; disfarça suas boas obras,ao envez do vaidoso que alardôa opouco que faz. «A mão esquerda nãosaiba o que faz a direita» disse Jesus.«Aquelle que faz o bem com osten-tação já recebeu sua recompensa.»

Quem dá ás oceultas é indifferenteaos elogios dos homens, mostra ver-dadeira elevação de caracter, collo-ca-se acima dos juízos de um mundopassageiro e busca a justificação deseus actos em ura mundo que nãofinda.

Assim, a ingratidão e a injustiçanão attingem o homem caridoso; ellepratica o bem por seu dever e semd^lle esperar nenhuma vantagem.Não espera recompensa, deixa que dalei eterna decorram as conseqüênciasdos actos d'elle, ou antes nem pensanellas. E' generoso sem calculo, sabeprivar a si próprio para obsequiar osoutros, pois conhece que não ha me-rito em privar-se alguém de sen su-perfluo.

Por isso é qne o obnlo do pobre, ovintém da viuva, o pedaço de pãoque o operário reparte com seu couj-

pauheiro de desgraça têm mais valor(pie as larguezas do rico. Innumerossão os modos de nos tornarmos úteis,de soecorrermos nossos irmãos. O po-bre mais desvalido pôde ainda soe-correr outros mais pobres que elle. [Nem só com ouro seccam-se todas aslagrimas, on linitivam-se todas asulceras. Males ha para os quaes umaamisade sincera, uma ardente sym-patina, uma effusão da alma farãomais do que todas as riquezas.

Sejamos generosos para os quesuecumbirara na lueta contra as pai-xões e resvalaram ao mal, generosospara os peccadores, para os crimi-nosos e para os incoutrictos. Quempôde medir as phases por onde pas-saram aquellas almas, quem pôdecomputar os padecimentos que sof-freram antes de delinquir ? Tinhampor ventura conhecimento das leissuperiores que confortam na hora doperigo ? Tão ignorantes, inseguras,balouçadaspor extranhas influencias,

poderiam risistir e vencer? Lembre-mo-nos de que a responsabilidade éproporcionada ao saber, e que muitose pedirá á quem possue a verdade.Sejamos compassivos para os peque-nos, os débeis, os afiiictos, para todesos que padecem ulceras da alma oudo corpo. Entremos nos escondrijosonde abundam as dores, onde se es-

pedaçam corações, onde esmorecemtantos entes no oblivio e no deses-

pero. Desçamos aos abysmos da mi-seria, a effeito de levarmos a elles asconsolações que reaviventam, as boaspalavras que animam, as exhortaçõesque estimulam, para accendermos emsummá a esperança, que é o sol dosdesgraçados. Tentemos solícitos ar-rançar do abysmo alguma victima,

purifical-a, salval-a do mal, abrir-lheo caminho honroso. As distancias sódesapparecem mediante a dedicaçãoe o affecto, e só por elles obviaremosos cataclysmos sociaes, e apagaremoso ódio que fermenta no coração dosdesherdados.

Tudo que o homem faz por um deseus irmãos grava-se no grande livroflnidico cujas paginas esfraldam-seespaço além : paginas luminosas era

que se inscrevem nossos actos, nossossentimentos e ivssos pensamentos. Eestas dividas hão de nos ser pagasamplamente nas existências futuras.

Nada se perde nem esquece. Osvinculos que prendem as almas atra-véz dos tempos são tecidos dos bene-ficios do passado. Tudo dispôz a sa-bedoria eterna para o bem dos seres.As boas obras feitas cá em baixo tor-nam-se para o auctor d'ellas em cau-dal de gosos inGnitos lá para o futuro.

Em duas palavras se resume a feli-cidade do homem: Caridade e Ver-dade. A caridade é a virtude por ex-cellencia; é de essência divina. Ellaresplandece sobre o.s mundos, e aca-ricia as almas como um olhar, comoum sorriso do Eterno. Avantaja-seem resulta ao saber e ao gênio, quetem sempre sua eiva de orgulho, enão raro são contestados e até menos,gabados. A caridade, porém, sempremeiga e bondosa, abranda os cora-ções mais duros, desarma os espiritosmais perversos com innundal-os eraamor.

(Continua)

Asstoteneín aos neeescUado;OM

ATTEilOAO4

Rogamos nos nossos con-frades satisfazerem seusdébitos com a maior brevi-dade, afim de podermos re*gulárizar nossa escripba.

Os dos Estados Fe-d e ra d o s p o d e r ã o en vi a r-n o ssuas ordens em vale-postal,

/V

Esta Instituição fuucciona na Ruada Alfândega n. 342, 2-. andar, ha-/vendo sessão todos os domingos As 2Í

vhoras da tarde.

A'**7^'^'

I^<ti<los<lo Spiritismo«Nascer, morrer, e renascerainda : progredir sempre —

tal é a lei. »Allan Kardec*

No intuito de facilitar aos investi-gadoresda verdade, que defendem ali-herdade de consciência, occasião paratomarem parte nos estudos iniciaes dasciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerânciaserão adraittidas nas reuniões de es-,tudos theoricos e práticos, que terálogar todos os dias, ás 7 horas da noiteá rua da Alfândega n. 342, 2* andar

Segunda—G. Spirita Jesus de NazaretbTerça -União Spirita do Brazil.Quarta-Circulo Paz e Concórdia.Quinta—G. Spirita Luiza Torterolli.Sexta—Federação Spirita Braziloira.Sabbado —Sociedade Fraternidade.Domingo—Circulo Conciliação.

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Os pedidos para fora da CapitalFederal serão attendidos mediante oexcedente de 500 rs. para registro docorreio. Todo o pedido deverá seracompanhado da importância em valepostal.

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ASSIGNATURA ANNUALBrar/ü 58000

PAGAinEIlTO ADÍANTADO

PUBLICA-SR NOS DIAS 1 E 16 DECA. D A MEZ

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Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfândega n. 342

ASSIGNATURA ANNUALEstrangeiro (58000

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PUBLTCASE mS DIAS l E 15 DECADA MEZ

Anno XIS

RXPI.IftlI.NTI.

Urnzil — Hio de Janeiro>~ _,«*?>.___ Alaio 15 w. e?o

SUlo agente» desta folhaAmazonas—O Sr. Bernardo Rodri-

gues de Almeida, em Manaus.para'—O Sr. José Maria da Silva

Bastos, era Belém, rua da Gloria n.42.Rio Grande do Norte—O Sr. For-

tunato Rufino Aranha, no Natal.Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-

te, no Recife, rua 15 de Novembro,ii. 65.

Bahia _ O Sr. Francisco XavierVieira Comes, nu Cachoeira.

Rio de Janeiro—0 Sr. Aftbus. Ma-chado de Faria, era Campos, rua doRozario n. 42 A.

Mias Gebàes—0 Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

H§. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência n. G.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-nior—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, eraCuiabá.

Rio Grandr do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.—O Sr. João Moaes Pe-reira Guines, em Paranaguá. •

As assignatüras deste periódico co-meçam em qualquer dia e terminamsempre a 31 do Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSAL

/Verdade e Luz—Órgão do Kspiritualismo scien-tifico, publicação quinzenal. Director responsávelAntônio Gonçalves dn Silva Batuira, S. Paulo**,rua da Independência. Assignuturá annual 2JSO0O.

.4 Luz— Órgão do Centro Spirita do Coritybu,publicação quirizefial. Chefe da retlncçãp; Alfredo

.Munhoz. Corityba-51—Rua 15 de Novembro.O Pharol — Órgão do Centro Spirita de Parar

naguá, publicação quinzenal. Paranaguá. Distri-buição gratuita.

A Evolução—-Órgão do Centro Spirita Rio-Gran-de->se, publicação quinzenal. Propriedade deDomingos Toscano Barbosa. Rio Grande do Sul179 rua Pedro II. Assignatura trimensal lflOOO

O Psyçhlsnw — lievista Spirita portugueza, pii-bliçação mensal. Lisboa'; 95 rua Augusta. Porserie de ü números 120 rúia; por serie de 12 nu-meros MO reis.

La Revue Splrtta'%- Journal d*étude. psyéholó-glqiies et apiritualisiiie experimental ; revue men-guelle, fondée en lbViS pnr Allad lCartlec. Paris] rue de Cliabanais. 1'rix 14 franes par an.

Le Splrtllsme — Journal mensuel. Kedacteur Ga-brel Delanne. Paris, '24 rue Labruyòrè; Prix G fr.par an.

La Cliãtne Magnètíqlle — Organe des sociétésmngnétiques de France et de 1'étránger, fondée en1879 8ous Ia directiou de M, le Baron Du Potet.Gêrant. I.ouis Auflingcr. Paris, 15 rue du Pour-Saint-Gerinaiu. Prix i) franes par an.

Journal du Muijnétisinc — Fondée en 1845 parM. le Baron du Potet ; organe de Ia Sóciétó .Ma-gnétique de France ; journal mensuel. DirecteurII. Durville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix 0 fr.par an.

La Religion Univcrselle — Organe' de Solidàríí.ot de Rôgéneration sociale. paraissant le 15 deeuc móis. Kedacteur Ch. Fuuvety. Górent, P.qerdud. Na.ites, 'ò rue Mer.ceur. Prix (3 fr. paran'.

LaPaix Vniverselle — Revue indépendent. Ma-é isme transcendenlal. Philo80gp_íe. Phyisiologieíychologie. .Journal quin-hénul* Dirèalteur 15. Ni-'$i. Lyon, òcours Gain'ljetta. Prix 3 fr. 50 pariane

Lu.Xouvelte Science — Kevue mensuelí. consiacria propagat.on et a Ia discussion de Ia gsyfifih.seentifique de Ia Kennooz. Orgacne do Ia Ré&Hara-on socino par Ia science. Kedascteur, GastouHnilly, Paris, 1,1 rue de Buci.La Lümlère - KévelaCtion du Xouveau-Spiritua-me. lievue mensueíle. Publiée par Mme. CLucieanje. I asiris, ,-)7 boufevard Montmorency. Prixiranes par an. -LcMcssayer — Spiritisme, queastions Lsociales, maLtisme Journal bi-mensuel. Mr. JL Saivse?gey .4 boulevard de Ia Sou.venière. Prix. 5 dranes. ser an.

I.Ujht — Journal of psichical, oceult and mysticaarcarch. Gharmg Cross. I.ondon, lü Graven Street.llnnne OfLight - An expuueut. of tlié spiritual

ôtJv?.S°V'-V-. & & J:icl1' rSiblishers. liostu,,, 9liosworth. H 2,50 per annum.The Relijiio-Philosophical-Journat - Publisheu nt

1 year! f| 2,50ClliCílSO, by Mary E. Bundy.

The WorldYdocmce.Thought - Publishod mon-bly. Orcgon. Portland, 193, Sixth Street.The Ilarbínger of Ltght _ $ montlll jo . ,'

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1

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Ao recomeçar os s.en^ trabalhos,tem .se notado ua Federação umaactividade pouco vi.sta em associa-ções cujo attractivo não se faz sentirpor interesses pessoaes ou por phe-nomeuos especfcâçiijpíos.Dir-sè-iã que,ávidos du trocarem idéas, nuc;avamos spiritas pela opporlunidade destemomento.

tó' assim que hão si- levantadii i|in>s-toes importautissimas que, ligando sepor um dos pólos á sciencia tias aca-deinias, prend'din-se pelo outro comas aílirmações da nova sciencia, istoó, com as aeqüisições do spiritismo.

Ainda ultimamente um dos maistrabalhadores confrades, trazendo aoseio da sociedade as novas theoriascriminaes sustentadas pela escola deLombroso em vista dos effeitos dadliypnose, e especialmente da sug--gestão, formulou uma these qne portrês sessões foi largamente discutida :« Como conciliar a lliporia dn livrearbítrio eom os factos da observaçãohyipotiea ? »

Ainda uma \ e.7. mais aífirmou-se averdade de ser o spiritismo a ai me-jada syu these scien li fica, a tão so-nhada aspiração dè iodos os investi-gadóres ; de facto, quaésquer que se-jain as descobertas, qualquer queseja o progresso que consigam assciencias, jamais se opporão ás ver.dades do spiritismo : este, bem o disseseu codificador, é uma aspiração pio-gressivn, adaptável a todas as acqui"sições como a todos os tempos. Sejamembora os trabalhadores seus maio-

res opponentes, sejam materialistas,sejam religionaríos fanáticos, ellesvirão por seus próprios esforços col-locarem-se debai .o das leis syuthe-ticas que o spiritismo está paten-teando ao mundo.

A nova escola penal basea-se emobservações quasi rigorosamente ex-aetns; suas dediicoões sociológicasporem, peccam, porque nos factosexperimentaes não conseguiu ellaob-servar todos os matizes.

Ora, é de vulgar conhecimento quea 8ynthe.se ê o complemento da ana-lyse: para desta chegarrse aquellaíaz-se mister um numero quasi infi-nito de observações, uni tempo quasiillimitado do estudos ; quando, po-ióm,.se tem conseguido aquella, osfactos analyticos vôra todos se gruparem torno delia sem possibilidade deerro. Por isso ó que o spiritismo,syntbese universal, pôde assimilar e«ferir todas as acquisições das^scien- "cias. ^

Koi, encarando a questão em de-bate sob este ponto de vista, que o.sdiversos oradores que discutiram athese resolveram a questão sem at-trictos entre o livre ai bitrio o cs fã- v';cios da observação hypnotica.

Ü mesmo confrade que, no interes-.-e de esclarecimentos, agitou essaquestão, havia já precedentemente,em outra das reuniões, respondido€om proficiência a uma opinião exa«r- É

%tgerada que, baseando-se na verda-deira lei dos velhos sanetnarios — ada unidade de todas as cousas, pre-tende que o espirito é matéria, por-que é alguma cousa.

O contradictor, em um rasgo deeloqüência, replicou : « Julg-aes, por-ventura, conhecera natureza da ma-teria ? prelenderieís que ella fosse afórum, a extensão, a cor, a dureza, aspropriedades emfim d)s\corpos ? Ah-strahi destas propriedades; e dai me,si sois capazes, ma pouco de matéria;quando o fizerdes, eu vos darei tam-bem um pedaço de espirito. »• Neste pensamento, simples, con.ciso, acha-se encerrada a verdade in-teira de uma metaphysica inelueta-vel, assim como se concebe o elementomaterial em suas duas polarisações —a condensação até á constituição decorpos e a etherisação até á constitui-ção de elemento vital, assim tambémse comprehende o espirito desnudado

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destes elementos a elle alheios e po-larisados entre o pensamento próprioe a idéa divina. Em ultima analyse,

tão independentemente do elemento

material se pôde conceber o espirito,

quanto independentemente deste se

pôde conceber a Divindade: em ou-

tros termos — Deus. o Espirito, o

Elemento flindico, eis a trilogia uni-

verpal.Adople-se, porém, a theoria da

creação ou a dn emanação, a verdade

é que por tal mudo se ligam os três

elementos da trilogia que, em lin-

güagem vulgar, póde-se dizer— o

principio de um é o fim do nutro. Eis

porque, o primeiro dos mysterios quoaos iniciados se desvendavam nos

templos era a existência de um priti"cipio universal, fonte de toda a exte-

riorisação e de toda vida — o telesma

de Hermes Trismçgisto, o od dos kab-

balistas hebreus e do barão de liei-

chenbach, a luz astral dos Martiuis-

tas, o fluido cósmico de Kardec, o

ether dos scientistas de hoje.

Este principio universal, simples

dos simples, é que é a fonte de toda

vida e de toda exteriorização da ma-

teria : em sua manipulação conscienteestá o segredo das cousas mais mira-

culosas, desde os prodígios do magoe-

tisrao humano até ao crescimento, áfloração e á fructificação, em algunsminutos, de sementes depositadas naterra , desde a troca das propriedadesphysicas ou dynatnicas. dos corpos até já producçâo voluntária dos mais es-tupendos pheuomeno.s meteorulogi-cos !

Praza a Deus que esta actividade,tão propiciamente desenvolvida agorana Federação, prolongue-se por dila-tado tempo, afim de que ella possamais esplanada mente preoccupar-secom os variados e infinitos assumptos

que constituem a syntbese chamada— Spiritismo.

1 111 lialiilanie <lé Muráe

Corre em periódicos uma carta doengenheiro portuguez Alberto deMoiaes, que foi publicada n'.l Tarde,de Lisboa.

O pensamento do auctor, ou melhoro pensamento que desvenda seu artigo,é uma verdade que hoje a scienciaadoptoii como filha: a habitabilidadedas diversas esplierasque pelo espaço

percorreu seu fadario, Quanto á pre-cisão da noticia, vae ella assignada,e tem portanto quem possa ser cha-inado a contas. Em todo caso quem aler poderá com verdade dizer: si nones vero, es bene trovato.

Eis o que diz A Tarde :Do nosso illustre e distincto enge-

nheiro, Alberto de Moraes, recebemosa carta que em seguida publicamose que com certeza ha de dar origema larga discussão no mundo da sei-encia. Nosso amigo promette nos no-vas noticias, que publicaremos commuito gosto, quando forem enviadas.

Piz a carta;

« Meu amigo. Acho-me ainda de-baixo da impressão que produziu-meuma importantíssima descoberta queacabo de realizar nesta cidade.

Ha dias, que passeando pelo Pi-nhal, que, como sabes, já não é o quefoi em outros tempos, encontrei-meem frente de unia immensa pedra, deforma quasi eliptica, que mede unssetenta metros de diâmetro de seueixo por noventa de largo.

Causou-me verdadeira estranhezaver aquella pedra tão grande isoladano meio do pinhal, e sobretudo não

deixou de chamar minha attenção o

aspecto que apresentava á vista ne-o-ro por umas partes e esverdiado poroutras. Examinei-a detidamente, o

poucos momentos depois já pão me

restava duvida alguma: tinha dian-

te de mim um aereolito grandíssimo,colossal, como até agora não se vio

outro.Enthusiasmado com rainha desço-

berta, telegraphei ao nosso araig0Rodrigues, pedindo-lhe que fizesseuma viagem até aqui, si quizesse ver

tão curiosa amostra das matérias pia-notadas. Veio immediatamente, e no

dia seguinte da soa chegada dirigi-

mo-nos os dous, acompanhados de ou.

tros três amigos, ao Pinhal, tratandodesde logo d ti fazer um buraco no

aereolito afim de atialysar as diver.-a^

matérias de que era formado.A' primeira vista notavam- se ai-

gumas fendas e asperezas pelas quaesse podia deduzir que já deviam ter se

desprendido enormes pedaços; todo

elle está coberto de certo esmalte es-.

curo de 30 a 40 centímetros de espes-sura.

No interior contém : õ p. c. de gra"nito, sulphato de ferro magnético»carbonato de raagesia e ferro, silício»

talco, alguns mineraes completos quenão se encontram na terra, como por

exemplo, a schrebirsila, que é nm

phospbato de ferro o uickel, çlorhy-drato de amoníaco, sal muito volátil,

cuja existência n> aereolito prova,fora de toda duvida, que o estado

candescente da superfície não u i de

lono-a duração e que o calur não pe.hetrou até alli, e finalmente césio e

alguns silic.atos alcalinos que nos sãodesconheidos. Aos 30 metros encontramos granito; a pedra era duris_sima e dava-nos iramenso trabalho 0continuar a fazer o buraco.

Fomos assim abrindo caminho

quando de repente, a broca, não en-contrando matéria para perfurar, res-vaiou, indo parar, segundo nosso8Cálculos, a nus três ou quatro metrosile distancia do ponto em que lèrmi-uava o buraco. Snrprehenden-nos ex-traordinariaraeiite o caso e desde logoresolvemos alargar o mesmo a fim dese poder penetrar na exeavação. Dn-raute seis dias trabalhamos com v.i r-dadeiro furor, .até que chegou o in.stante de poder penetrar na mysteriosaestância.

Esta era quadratfgular e mediacinco metros em todos os sentidos : ex.aminamol-a durante alguns minutos

quando ouvimos logo Rodrigues excla'mar: «Olhem para aqui.» emquantocora o dedo nos apontava um nbjecto<lue estava como que embutido na pa*

rede. Aproximei-me, e qual não (oimeu assombro quando ao examinarreconheci ser.... que podes imagi-nar? .... uma amyltora !

Immediatamente pedi um alvião, eno fim de uns quantos minutos detrabalho, tivemos a dita de ver omnossas mãos o precioso e singmla?vaso.Era uma amphora dé meai bran-co. mal trabalhada (prata e zinco)toda cheia de pequenos buracos.

A emoção não nos perraettia ártico-lar uma <ò phrase; olhávamos uns

para os outros sem poder fazer ne.

nhuui movimento.Passados os primeiros momentos e

depois que cada um dos presentesemittio .-ua opinião acerca de tão

extraordinária descoberta, tornamosa examinar a estância com maior at_

tenção, com a esperança de encontra,,algum outro objeòto, mas foi trabalhobaldado.

Algum tanto mais traüquillos co.

meçamos a reconhecer as paredes e o

pavimento e pareceu-nos que este so-

ava òco. Tratamos de averiguar a

causaeconvencemo-nos de, que o chãoda câmara era formado de nina ca"

mada de metal negro e oxidado. Pro.

curamos levantal-a, mas todos nossos

exforços foram inúteis e tivemos quetrabalhar hora e meia para conseguirmover a chapa, que media três metros

quadrados aproximadamente.Descemos á segunda cavidade e

calcule-se qual seria o nosso assombroao ver um tarcophago lectangular

aberto no granito e cheio de estalag.

mitas calcareas. No centro destaca-

va-se um corpo humano envolto em

um sudario também calcareo. Estava

estendido como quem dorme, e mede-

ria cerca de um metro e vinte centi-metros de comprido; a cabeça um

pouco levantada, perdia-se em uma

aliüüVuda de cal, assim como as per.nas que estavam cobertas pela mesmamatéria.

Francamente, muito uos custava adar credito aos próprios olhos; julga-vanios-uos presas de um pezadello e

entretanto nada havia mais real, maisverdadeiro ; tivemos de submettermo-nes á evidencia.

Deliberámos então fazer désappa.recer o sndaro ; assim o fizemos eapplicando-lhe o ácido conveniente

puxemos a descoberto uma múmia

perfeitamente conservada.Infelizmente não nos foi possivej

retirar d1alli as peruas sem desman.

chal as. A cabeça sahio quasi intacta^não tem cabello a cutis deve ter sidolisa e sem barba, mas agora acha-seenrugada e parece de couro curtido.

O cranço é triangular, o rosto acha-tado ; no lugar do na ris tem comouma pequena tromba; contam-se a-

penas quatorze dentes: de suas doa.,orbitas faltam os olhos, os braços sâ(muito compridos e cada nm tem cinc0dedos dos quaes o quarto é muitomais pequeno que os restantes :. ocorpo em geral muito delgado.

Ao lado da múmia não havia nemarmas nem jóias, vimos unicamenteuma chapa de prata na qual estavam

perfeitamente desenhados um renoce-ronte, uma palmeira e um sol, comoos meninos ciistumara debuxar. Ao

redor do sol ha varias eslrellas; me-diraos as resptivas distancias e en.contramos mui aproximadamente asque separam os planetas Mercúrio,Venus, Terra, Júpiter, Marte e Nep-tuuo. O planeta Marte figura muitomaior que os outros.

Esta distineção concedida a Marte,em prejuízo dos outros planetas, nãonos mostra claramente o amor própriode seus habitantes <? Acreditamos quesim, e em nossa opinião não ha du-vida que o aereolito é uma pequenis-sima parte do imraehso planeta, queaqui cahio por vontade de Deus paraprovar-nos que não é somente a terraque está povoada de seres raeionaes

O esqueleto do habitante planeta!rio, a amphora e a chapa de prataestarão expostos durante minha per-manencia nesta cidade na loja do Sr.Oasemiro da Silva, a alguns passosda Estação da estrada de ferro.

O aereolito pode ser admirado eraqualquer dia e a qualquer hora n0Pinhal, pois o deixamos no mesra0logar onde durante tantos annos, ouquiçá séculos, permaneceu de todoignorado; isto é, a dous kilometrosda povoação ; um passeio de hora emeia de ida e volta.

Alberto of. Moraes

Azainhuja, Março de 1893

^

WOTiGtaRIO

llociiiiiciiío isii|toi*laiitc —

Do Berliner Borsén Gonrier, n, 7(5.

10 de.Fevereiro 1891

Um vencedor ;> abi de fazer suaentrada triumphal na capital da Po-lonia ; um vencedor vencido dos espi-ritos, que com elles se adianta echama-se Spiritismo.

O seguinte documento, firmadopor tantas pessoas distinctas, reclamanossa attenção, abrindo voluntária-mente nossas columuas para dal-o .xconhecer ao publico. Eis a carta doSr. Ráhn, redactòrdo Ubersinnliclie,Welt, de Berlim

Distineta Redacção.Um membro da cdmmissãò exaini-

nadora da mediumnidade de EusapiaPaladino, reunida por espaço de maisde um mez, em casa do illustre pro"fessorOchoro\viech,com o concursodasintelligencias mais doutas de Várso-via, faz chegar ;i nossa redacção oseguinte escripto, cujo original acha-se em nossas mãos :

Vaus. via. 1^-(V1

Honrada redacção.

Encarregado pelo meo amigo o Sr.professorOclinrowii cb,e como membroda commissâo examinadora, tenho oprazer de a n min ciar-lhe : que se ostápreparando um relatório detalhado,

que será publicado no Correio de Var-sovia sobre as sessões spirita-! com aEusapia Paladino. Por agora só ljie

í

fUI OIlll\H»Oll •I*»l Mulo B5 .£

posso dar conhecimento das concln-soes da commissão, o que é o maisimportante:

X> A hypothese da alluciuação ó

completamente infundada.2-— Com a suposição de habilidade

de mãos por parte de Eusapia não é

possível explicar a maioria dos phe-nomenos.

;j..__0 mais vivo desejo de todos os

membros da com missão é que, apezar

dos prejuízos existentes, a sciencia

possa occupar-se ainda mais dos pite-nemenos do mediu mnismo.

Professor de philosophia Julian

Ochorowiez, naturalista, inventor do

termomicrophono e autor da Svjestão

Mental.M. Gewalewitch litterato.Alejandro Glowacki, ideinF. Ilarusewitch, doutor em medi-

cina.G. Higier, idem.Alejandro Krauscher, historiador.H. Loth, particular.F. K. Potocki, redactor do Glos.Alejandro Rashmann, redactor do

Eco.F. A. Swiecski, historiador e poetaGeneral Sowete Starykiewich.H.Siémiradaky, doutor e pintor,W. Wieckorscki, doutor em medi-

cina.

S|iiriii»iaaoeiti Rarra Mansa^É—Com grande satisfação damos a

noticia que, por influxo de um nosso

prestimo.so confrade residente em Bar-ra Mansa, Estado do Rio de Janeiro,

foi alli installado no dia 20 de Abril

ultimo ura grupo com a denominação— Antônio de Padua — para o estudoe pratica do spintismo.

Sabemos mais que seus primeirostrabalhos foram coroados de feliz êxito

FOLHETIM 4-1

LÁZARO —0 LEPROSOUOMANCK SPIRITA

POR

XL1V

D. Clara estava satisfeitíssima com suanova creada, se tal nome merecia a moça,que ajudava-a a fazer todos os arranjosda casa, que passava as horas á seulado, lendo-lhe os velhos livros que tinhaem uma estante, e vivendo com ellacomo uma filha com sua mãe.

A boa senhora dava, todos os dias, gra-ças a Deus por lhe ter concedido encon-trar quem lhe servisse de familia e lherecolhesse, com sincero affectój o ultimosuspiro.

Com sincero affecto, pensava bem, por-que Kulalia prendia-se, cada vez mais;aquella alma límpida como a lvmpha quefiltra da rocha, transparente como o maisfino crystal.

Dir-se-hia, que aquellas duas creaturaseram o pollen e o estame de uma flor, queexhalava celestiaes perfumes : os purosKentimentos do bem.

Viram-se e amaram-se, porque faziamparte i'e uma grande familia, espalhadapor este mundo de éxpiação : foram mãer filha, em remotíssimas eras, ou irmãsmuito amadas.

Agora, tendo quasi todos os membrosdaquèlla nobre familia — nobre, porémeivada do sentimento predominante nafidalguia da meia edade : o orgulho, quegera a tyrannia, a vingança, todo o mal,em summa, que de similhante fonte«mana.

e que acham-se á sna frente pessoasgradas daquolla cidade.

Recebam os novos trabalhadoresas nossas sinceras saudações e os vo-tos para que nunca lhes falte abne-gaçâo, perseverança e amor, que 6 aorgamassa efficaz para solidificar aunião produetora dos fruetos bellos esaborosíssimos, aos cultores, de boavontade, da nova douctrina.

IWovom vi*itaiitew.— La Verdaã— Semanário político independente,

que se publica aos domingos, emMiranda de Ebro, Hespanha, (Bur-gos), ha já quatro annos..

El Beber y ei Derecho, periódico ge-neral, organo de los interesses dei pue-blo, que sahio á luz a 1 de Janeiro docorrente anno em S. José, republicade Costa Rica — America ('entrai. —

Agradecemos cordialmente as at-tenções dispensadas, e promettemosfazer a remessa da nossa folha.

Ao ultimo mencionado não podemosdeixar de comprimentar pelas ideasémittidas no seu bem elaborado prós-pecto.

listai istica ãiia garram sair. —

Com a devida venia, transcreve"mos da Revista de Estúdios Psicologi-cos, de Barcelona, de Janeiro ultimo,a seguinte noticia de sua — Chronica —

« Apezar da promessa feita em nossonumero anterior, não nos é pos iyelreproduzir neste as necrologias dos

que mais tempo se tem distinguido

por seus trabalhos om favor da causaspirita,. e que vêem publicadas nos

últimos números dos collogas com as

quaes temos estabelecido permuta.Desse extraordinário numero de no-

ticias necrologicas se deduzem duasconsequencias : 1" que é muito consi-

Agora, que quasi todos os membros danobre familia já tinham pago o que de-viam á jusiç.i, e se haviam recolhidoao seio da misericórdia do Pàe, ora de vêrcomo os dous, que faltavam, preparavamas azas para o excdso vôo, que develeval-os onde tão áriciosamente sãoespe-rados pelos que os precederam.

Elles, pois, viram-se e amaram-se, por-que os nossos espíritos reconhecem, ape-zar do corpo, os que lhes foram conheci-dos, o sentem pelos que parecem novosseres, o mesmo que sentiam quando vi-veram em relações.

E, como a ãffeição intima produz aintimidade, D. Clara" e Kulalia, em poucosdias, viviam como se fossem mãe e filha,isto é, como se uma se tivesse creado coma outra.

Recordações de seu passado, diria odivino Platão, recordações do passado,repetem os sábios de hoje, que admiramcomo naquell-es tempos pôde o philosophogrego penetrar tão escuros mysterios,que ainda hoje o são para quasi toda ahumanidade.

Como quer que seja, as duas mulheres^vivendo na mais estreita infunidade, re-velaram-se reciprocamente todas as peri-pecias de sua vida actual.

— Nasci nesta casa, contou avelha, quefoi a primeira a fazer sua historia.

• Meus pães eram ricos, c faziam de suafortuna a arma com que lutaram toda avida na pratica da caridade.

Tiveram dous filhos, além de mim, e,cousa notável I em quanto um seguia re-ligiosamente os ensinis e exemplos pa-ternos, o outro parecia um enxerto ma-ügno, preso aquelle tronco tão rico de boaseiva!

Parece que Deus manda ao seio dosbons, espíritos máos, ou para melhoraremnaquelle* meio, ou para serem instru-monto de maior aperfeiçoamento dospães; e, talvez, para ambos os fins.

Meus irmãos morreram, com differehçade um anno, o, cousa ainda mais nota-vel! meus paes, quando delles se lem-bravanv, sentiam, segundo diziam, ale-grias pelo primeiro e tristezas pelo se-gundo1

deravel o numero de spiritas quandotão crescido contingente de desencar-nações registramos, predominando aspessoas de idade avançada; 2' quehavendo entre os que abandonaram oenvolucro corporal, muitos que hatrinta ou quarenta annos professam epraticam o Spiritismo, nenhum dellesterminou no hospital dos alienadosnem aceusarara o menor symptomade alienação mental.

Os factos, com sua lógica indes-tructivel, mostram diariamente o queha mais de vinte annos estamos adir"mando, isto é, que era absolutaraentsem fundamento aquella alürmação,tida como incontestável, de que °Spiritismo conduzia á loucura. Aocontrario, é, um preservativo, por-quanto mantém a tranqüilidade deanimo conveniente ao equilíbrio dasfaculdades raeutues; e ainda mais*em determinados casos, como em cer"tas obsessões, o tratamento spiriticoe o único capaz do restituir a razãoao demente. Registram-se muitos factos comprobatorios deste acerto.

Ily.*3ttVl»CSI <SeM ískrioiaCCN oc-cultcs.— Quasi no começo do su"culo XX, em uma epocha em quetodos se oecupam das questões mara-vilhosas reveladas pelos occultistas,uma obra geral, ao alcance de todos,se impunha. O auetor dos Mystèresdes Sciences oceultes, quê, em sua mo-destia de adepto, quiz ocòultar sob ovéo do anonymo sua personalidadebem conhecida dos iniciados nas dou-trinas secretas dos collegios sacerdo-taes do antigo Egypto, reuniu nestelivro mais de ir.il factos, que, pos-suindo o attractivo irresistível dosmais emocionantes romances, offere-cem este cuuho de interesse só devido

r,m'inv.ft miiw laain*. iipibiiii» im iiimiiriiiin

Era como se lhes tivessem revelado :que aquelle gosava felicidades, e queeste estava cm penas!

Com effeito, quando meu pae começavaa agoniar, tomou a mão de minha mãe,e disse :

«Já vejo d'aqui, minha boa listher, ologar que. me está destinado. Que. grau-deza, meu Deus. Lá está n^sso filho, quetantas alegrias nos deu, de braços abertospara me receber, na maior effusão de con-tentamento. Teu logar está marcado, oo de nossa cara filha, e o de outra, quenão conhecerás abi, mas que muito co-nheceste e amaste.

Nosso ultimo filho chora, arrependido,suas faltas, e, um dia, esta ave quepousou no ninho do nossa familia, viráá nós. Adeus, minha querida eompnnhei-ra de longos séculos, agradeçamos a Deusque tantas misericórdias tem derramadosobre nós.»

O velho calou-se, e sua face tornou-serisonha. Tinha subido para Deus.

Nada, ou quasi nada, entendemos doque disse elle a minha mãe, que estandoprestos a morrer, chamou-me e disse-me;

Minha adorada lillia, o que nuncapodemos compr-hetider do que me disseteu pae, eu já comprchondo : Pão subli-mes verdades.

Ella, aquelle anjo de bondade, compre-liendeu, mas en ainda não pude penetraro mysterio. Tenho de esperar que cheguea ultima hora da minha vida.

Pois ou creio, interveio Kulalia, quecomprehendo esto mysterio.

Sim? O que julgas então?Julgo que sou pae, sua mãe, seu

primeiro irmão, a senhora, o outra pos-soa, quo sua mãe não encontrou nestavida, constituíram uma familia, que do-linquiu, o que, por isto, veia novamenteá tona lavar se das culpas que lhe pesa-vam na alma. ..

Vir novamente á torra ! Não entendo.Também sna mãe não entendeu, se-

nhora, quando já via pelos olhos d'alma ;mas» S{-' " verdade o que disso sou pae,como affirmou sua müe) o quo o verdadeé que todos os senhores já tinham vividoantes desta vida.

á verdade. O caracter constante destaobra é ficar exclusivamente scienti-fica e de uma honestidade inatacávelquanto aos factos ; effecti vam ente oauetor evitou com escrúpulo certasex age rações que nem sempre sabemos sectários guardar, e que muitasvezes tornam ridículas as obras ou osauetores mais estimaveis.

Em estylo simples e leve expõe oescriptor, sem opiniões preconcebi-das, todas as hypotheses apoiadas emfactos verdadeiros verificados e innè-griveis, apresentados por todas a.s es-colas, pelas mais dissidentes seitas.Não hesita o auetor em descobrir afraude, qualquer qne seja a parte emque ella se encontre, e em preveniro leitor contra os ehariatães e osimpostores. Este livro, iliustrado dememorosas gravuras, dirige-se a to-dos os leitores, mundanos, sábios,philosophos, qne queiram conheceros principaes phenomenos invocadospelos partidários actuaes deste gigan-tesco movimento progressivo creadopor Pa pus e pela pleiade de espíritosousados que defendem a mesma causa.

federação »|»iri<a )»ra/,t-leira. — Tendo cessado os motivosde pavor que chegaram até a para-lysar as sessões desta associação porfalta dos seus mais extreniosos sóciose do publico em geral, volveram asmesmas a ter uma freqüência anima-dora e que muito para desejar foraqne asúni CDutiniiõsseiir.

Fazemos, pois, um appello ao.s que,de boa vontade, quizerem coadjuvara causa do progresso universal com oconcurso de suas presenças e, quiçá,o brilhantismo de suas luzes, a sereunirem, -ás sextas-feiras, na saladas sessões, à rua d'Alfandega n. 342,seguudo andar.

D. fiara ficou pensando tão absorta,que Eulalia não a quiz interromper.

Parece quo tem razão, excl¦imou aboa senhora, arraiicáudo-se á profundameditação: mus quem é esta outra dequem fallou meu pae, dizendo quo minhamãe não a vira nesta vida, porém quemuito a amara ?

Isto não posso sabor, mas julgo que osmembros du antiga familia, que voltaramá terra, para fazerem áuii éxpiação e go-sarem após da suprema folicrlade, volta-ram separadamente, e que uns tantos s*eencontraram, mas esta não, polo que ó aúnica que viveu isoladamente'.

Talvez que foi em sou logar que vivoseu ultimo irmão, cuja entrada no seiodos seus alargou mais o circulo, porqueficou-lhes preso polo amor.

Deixemos isto, minha cara, o fallemosdo que não me transtorna as idéas. Conta-mo a tua historia, que da minha só restadizer-te : que, perdidos os meus, fiz pro-posito do viver e morrer aqui, onde fuifeliz, e onde espero om Deus acabar felizcom sua misericórdia.

Eu, respondeu Eulalin, muito poucotenho qne contar-lhe.

Sou filha única de dous velhos, pobresmas honrados, com quem vivi semprealegre e satisfe.itu.

Meu pne t"ouxo para casa um moco quoencontrou sem recursos, o eu apaixonei.-me por elle, porque, so ora pobre do bens,era rico de qualidades.

Tinbamo nn.s ajustado, quando um mi-seravel, que freqüentava nossa casa, pe-diu-me a meu pae, que, sem me, ouvir,acc* deu a sou pedido.

Não houve meio de fazer o velho mudarde resolução nem de me resolver en acasar com'o homem, por quem sinto in-vencivel repugnância.

O meu escolhido morreu de dòr. e eudesvairei, quiz matar-me ; e só não juizom pratica esta resolução, porque tive umsonho em que me aconselhavam quo fu-gisse, — o fugisse para sua casa

Me conhecias, então?—Já é tarde. Amanhã dir-lhe-liéi o que

deseja.(Continua)

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0 SPIHITISmO ANTE A SCIENCIAPOR

<Uabi>eI híi-Iísbíim»

PARTE SEGUNDA

Capitulo 11

O somncmbulismo natural

« No dia seguinte á mesma hora,

mesma ascenção, mesma altitude,

mesma direcção a percorrer uo te-

lhado.De manhã eu fui participar ao pro'

prietario da casa o qne tinha visto.

Elle me ouviu assustado, e me fez

saber que sua filha era sutinambula,mas ignorava completamente seuS

passeios nocturnos; eu o induzi a to-

mar as mais minuciosas precauções

para prevenir um accidente terrivel.

A noute eu vi ainda a moça no exer-

cicio dos dias precedentes; de novo

corri a avisar ao pai; encontrei-otriste e pensativo. Elle me disse quedepois do deitar de sua filha tinhaelle mesmo fechado com dupla volta

a porta do seu quarto, e tinha to-mado, além disso, a precaução de col»locar um cadeado do lado de fora.Abi dizia elle, a pobre criança nãoachaudo outra sabida tinha aberto aianella e, como de costume;, se diri-

gido sobre a aresta do tecto. A sua

volta depois de um quarto de horaella tinha batido com o punho cm umbatente da janella que, o vento fe-chara, tinha se ferido levemente, e

despertara dando um grito agudo.Por uma felicidade inaudita, a cri-anca escapaudo-se das mãos cahirasobre uma cadeira que ella tinhatido o cuidado de collocar junto da ja"nella para lhe servir de degráo.

N*esse momento a soninaiubula eu-tron ; era uma mulher delicada e an-

gnstiada; sua physionomia iuteres-santo trazia o cunho da tristeza edenotava uma idionsycraciahysterica'A prisão de seo marido condemuado

político, affectava-a vivamente e con-tribuia para ãua exaltação moral.Quando lhe fallei dos seos passeiosperigosos sorriu-se languidaraente enão quiz acreditar. Emfim, interro-«•ando-a sobre a natureza dos seossonhos, ella lembrou se que tinhadesde algum tempo somno pesado»penivel, ora sonhando que soldados»

policias, toda a horda de poíiciaésinvadia seo domicilio para se apode-rarem do republicano, ora que era aella e a seo filho que qneriâp levar...Uma grande lassidão seguia-se aoseo despertar; achava-se fatigada,triste, abatida, soffria da cabeça, Hdava como causa a dolorosa separacã0que a privava do seo esposo. »

Tal è a narração do doutor que elleacompanha das observações senuintes :

« Reflectindo-se nas condições physicas e moraes d'essa mulher desço-bre-se qne ella estava predispostapara o somiiambulismo pelo seu orga-nismo, e que urn pensamento a acom-panliava sempre: a prisão do seomarido. D'esta idea, durante o somno,

nasciam muitos outros por associaçãoo órgão èncephalico fortemente esti-raulado punha em jogo o apparelholocornotor e a dirigia sobre o tecto dacasa. O motivo d'essa perigosa asçen-cão era o perigo de que se acreditavaameaçada, ella e o seo filho. »

Muito bem! Mas aqui não se pôdemais objectar o conhecimento dos lu-

gares e o habito para explicar a mar-cha da somnainbula sobre as arestasagudas ao tecto, porque é provávelque esta joven senhora não fizessed'isso o objetivo dos seos passeios or-dinarios. Ora, nós perguntamos: quala força que a dirigia? Onde ia ella Im-Car essa segurança e clarividencianecessárias para guiai a n'essé cami-nho perigoso? Quando mesmo ella

podesse se servir dos seus olhos, acriança que trazia nos braços lheteria infallivélmente causado terroresde que ella seria a victima.

(Continua)

mm Bi »mEXPOSTO DA PIIILOSOPIUA DOS ESPÍRITOS

S1'AS n\HHS SCIENTIKICAS E EXPERIMENTAES

SUAS CONSEQÜÊNCIAS MOHAES

POR

I.óoii BIchím

V

PARTE MORAL

ü CAMINTIÓ DIREITO

\LVIJ. —Mansidão, paciência, bon-dade

(Continuação)

Si de uma multidão du vicios é paeo orgulho, a caridade gera não pou-cas virtudes. A paciência; a mansi-dão, a reserva nas falas derivam dei-la. Ao homem caridoso é fácil ser

paciente e manso perdoar as offensns

que lhe fazem. Vão a par a mi.seri-cordia o, a bondade. Irar e vingar-senão são actos de uma alma elevada ;ella se alça dos baixos rancores e doalto mira as cousas. Comprehendendo

que as injustiças dos homens são oresultado da ignorância delles, ellanão se offende nem enfurece. Sabe aalma elevada que perdoar, esqueceras ruindades alheias, é auniqullartodo germen de inimisade, é gastartoda causa de futuras pendências,tanto na terra como na vida do es-

paço.A caridade, a manstietude e o

perdão das injurias tornam nos in-vulneráveis, insensíveis ás vilanias e

perfidias. Ellas nos movem a despe-D-armo-ncs gradativamente das vai-dades terrestres, e nos habilitara aempregar os olhos náquellas ctfusas

que a decepção não pôde alcançar.Perdoar é dever da alma que an-

ceia pelos céos ex celsos. Que de vezesnão temos nós mesmos necessidadede perdão? Que de vezes não o temosimplorado? Perdoemos, afim de quenos perdoem ! Para nós pão obtere-mos o que a outrein recusarmos. Sié nosso empenho vingar, vinguemo-nos praticando o bem. Nada desarmanosso inimigo como as boas acções

que lhe fizermos; para logo troca-se-lhe. o ódio em pasmo, e o pasmoem admiração. E' lição que lhe des-

perta a consciência sopitada e acaso

grava-se de modo iiiapagavel. Poreste meio não aerá diüicil eommover,esclarecer e arrancar uma alma a

perversidade.O único mal que o homem deve

apontar e combater, ó aquelle quetransbordaria sobre a sociedade. Quan-do o mal se nos mostra sob a firma dahypo.crisia, da doblez ou da mentira,devem desmascarai o, porque nutras

pessoas iriam ser suas victimas ; masé bello emmudecermos quando nossosinteresses ou nosso amor próprio sãoos únicos feridos.

A vingança, seja qual fòr a luz a

que a vejamos, o duello, a guerra sãovestiffios da primitiva selvageria,são herança de um inundo bárbaro eatrazado. Pôde acaso pensar em sevingar quem entreviu o grandiosoencadeamento das leis .superiores, do

principio de, justiça cujos éffeitos re-

percutem-Sü atravéz dos tempos?

Quem se. vinga faz de uma duas

faltas, dous crimes de um só, torna-setão culpado quanto o próprio offen-sor. Quando nos aggravarem ou le-sarem, dominemos nossa dignidadeoffendida, lembremo-nos dos que, lánesse passado obscuro, nós mesmosoffehdemp-?", ultrajámos, roubámos, e

sofframos a injuria como uma repa-ração. Não destitemos o escopo da

existência, atordoados por meros acci-

dentes; não nos desviemos do cami-nho certo e direito ; não deixemos

que as paixões nos levem de rastos

pelas escarpas que vão dar íi bestia-lidade; trepemos ás cumiadas comrecrescente valor, li,1 a vingauça umaloucura que nos arruinaria o fruetode muitos progressos, e nus recuariauo caminho percorrido. I m dia, quau-do hou\ermos deixado a terra, acasobémdiremos os que tiverem sido durose inclementes çòimioV.co, que nos ti-verem roubado eaffligido; bemdire-mos, sim, porque das iniquidadesdelles terá brotado nossa ventura.Cuidavam elles fazer nos mal, e nosterão facilitado o progresso e a elevacão dando-nos occasiõ.'s de soffrerresignados, de perdoar e esquecer.

A paciência é a qualidade, que. nosensina -a supportarmos resignadostodos os dissabores. Ella não consisteem apagarmos em nós toda sensação,

em nos tornarmos indiferentes e iner-te?, sinão (Mil buscarmos para lá doshorizontes do presente as consolações

que nos animam a considerarmos fu-teis e secundarias as tribulàções davida material.

(Continua)

o

PiOgarílds aos nossos con-irados satisfazerem seusdébitos com a maior brevi-dacie, alim de podermos re-inilair/ur nossa escripta.

Os dos Estados Fe-derados poderão enviar-nossuas ordens em vale-posta],

Assistência ao.s ncccscítndo*

Esta Instituição funeciona na Ruada Alfândega n. 34.2, 2'. andar, ha-vendo sessão todos os domingos ás 2horas da tarde.

Estudos do Spiritismo«Nascer, morrer, e renascer

ainda : progredir sempre —tal é a lei. »

A u.an Kahdko.

No intuito de facilitar aos investi-gadores da verdade, que defendera a li-herdade du consciência, oceasião paratomarem pUrtu nos estudos iniciaes dnsciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerânciaserão admittidas nas reuniões de es-tudos theoricos e práticos, que terálogar todos os dias, ás 7 horas da noiteá rua da Alfândega n. 342, 2- andar

Segunda—(J. Spirita Jesus de Nazareth.Terça -União Spirita do Brazil.Quarta -G. Spirita Jesus de Nazarcth.

Quinta—Gr. Spirita Luiza Torterolli.Sexta—Federação Spirita Brazileira.Sabbado — G-. Spirita Luiza Torterolli.Domingo—Circulo Conciliação.

novo» e.ivuos jter*-^*Vende-se ná Federação Spirita Bra-

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Spiritisme», analyse feitano «Reformador» 28.000

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Os pedidos para fora da CapitalFederal Ferão attendidos mediante oexcedente de 500 rs. para registro docorreio. Todo o pedido deverá seracompanhado da importância em valepostal.

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PUBLICA-SR NOS DIAS 1 E ló DECADA. MEZ

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PERIÓDICO EVOLUCIONISTA ASSIGNATURA ANNUAL *Estrangeiro 68000

%mU M fKBZBiüiO tíláEIi MME1ISI w^mtà*» ' •PUBLICASE NOS DIAS 1 B 15 DE

CADA MEZ

Anno XII

EXPEDIENTE

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfândega n. 342.

Ilrazil — Rio de Janeiro — l*?>f _ Jmilio 1 PU. «5J

Sito agentes desta folha

Amazonas—O Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

para'—O Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.42.

Rio Grande do Norte—O Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-te, no Recife, rua 15 de Novembro,n. 65.

Bahia — O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro—O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario ri. 42 A.

Mia* Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, era Caldas.

S-i Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-yes da Silva Batuira, na Capital, ruada independência n. 6.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-nior—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quira Antônio de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.— O Sr. João Moaes Pe-reira Gomes, em Paranaguá.

As assignàturas deste periódico co-meçam em qualquer dia e terminamsempre a 31 do Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSALVerdade e Luz—Órgão do Espiritualismo scien-

tifico, publicação quinzenál. Dii-ector responsávelAntônio Gonculves <ln Silva Batuira, S. I'aulo-4,rua da Independência. Assignutura annunl 2#000.

A Luz—Órgão do Centro Spirita de Corityba,publicação quinzenál. Chefe da redacção, AlfredoMunhoz. Gorityba-5l—Rua 15 de Novembro.

O Pharol — Órgão do Centro Spirita de Para-naguii< publicação quinzenál. Paranaguá, Distri-buição gratuita.

A Evolução—Órgão do Centro Spirita Rio-Gran-dense, publicação quinzenál. Propriedade deDomingos Toscano Barbosa. Rio Grande do Sul179 rua-Pedro II. Assignatura trimensal lflOOO,

O Pstjchismo — Revista Spirita portugueza, pu-blicaçãò mensal. Lisboa, 95 rua Augusta. Porserie de 0 números 120 réis; por serie de 12 nu-meros 240 réis.

La Revue Spirite — Journal d'études psycholo-g]ques et spiritualisme experimental ; revue men-guelle, fondée eu 1858 par Allan Kardec. Paris,1 ruc de Ghabanais. Prix 14 franes par an.

Le Spiritisme — Journal mensuel. Rédacteur Ga-brel Delanne. Paris, 24 rue Labruyère. Prix 6 fr.par an.

La Chalne Magnétiqnc — Organe des sociétésmagnétiques de France et de 1'étranger, fondée en1879 sous Ia direction de M. le Baron Du Potet.Gêrant, Louis Auílingcr. Paris, 15 rue du Four-Saint-Germaiu. Prix 9 franes par an.

Journal du Magnélisme — Fondée en 1845 parM. Ic Baron du Potet ; organe de Ia Société Ma-métique de France ; journal mensuel. Directeurí. Durville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix ü fr.

par an. ¦í

La Religion Universelle — Organe de Solidaritéot de Régéneration sociale, paraissant le 15 deeue móis. Redacteur Ch. Faúyety. Gérent, P.qerdud. Na.ites, 3 ruc Mereoeur. Prix 6 fr. paran.

Im Paix Universelle — Revue indépcndent. Ma-gnetismeranscendental. 1'lnlosogpliie. Phylsiologie..yololiic. Journal quinznénal. Direclteur B. Ni-a Lyoé, 5 cours Gum'betta. Prix 3 fr. 5U par iané

t

La Nouvelle Science — Revue mensuelle consiacrIa propagation et à Ia discussion de Ia gsyntthèseentifique de Ia Rennooz. Orgacne de Ia Régénara-oa sociale par Ia science. Redascteur, GastouHailly. J'aris, 13 rue de Buci.La Lnmicre — RévelaCtion du Nouveuu-Spiritua-me. Revue mensuelle. Publiée par Mine. GLucieanje. Pasma, 97 boul'evard Montmoreucy. Prixfranes par an.Lc Messager—Spiritisme, quefistions Lsociales, maétisme. Journal bi-mensuel. Mr. II. Saivse.ége, 24 Boulevard de Ia Sou.venière. Prix. 5 dranesser an.

Light —Journal of psichical, oceult and mysticaarcarch. Charing Cross. London, 16 Craven Street.

Banne of Light — An exponent of tbe spiritualihilosophy. Colby & Rich, publishers. Boston, 9'osworth.

fl 2,50 per annum.The Rcligio-Philosophical-Journal — Published at

92 La Salle-Street, Chicago, by Mnrv E. Bundy.1 year g 2,50.

The ]YorhÍs Advance-Thoiight — Publisliod mon-hly. Oregon. Portland, 193, Sixth Street.

The Harbinger of Light — A monthly journaldevoted to zoistic science, freetliought, spiritualismand the liarmonial philo3ophy, Melboürne, 13Eastern Arcade. Price ti d.

The Carrier Dovc — The oldest spiritual journalon the Pacilic Coost. San Francisco, 121 Eighth-Street.

Estúdios Téosóficos—publicaçioh mensual. Barce-lona, 0G, entr.0 l.«Tallers, Precio 8 pesetas ul uno.

Las Doiríinicales dei Libre Pensamicnto—Keda-ctores : Ramon Caies y. Demofilo. Madrid, 5-1.°calle dei Ilomo de Ia Mata Precio 15 pesetas ai afio.

El Espiritismo— O'rgono mensual dei CentroBarcelones de Estúdios Psicológicos. Kedactor :Lutaybe, Barcelona, 40-2.° Mercaders. Precio 3pesetas ai ano.

La Nticva Espaíia—Vordad, moral, justicia, se-manario sociológico espiritualista. AdministradorD. José Moreno Gonzíiles. Madrid, 41 EspirituSanto. Precio 10 pesetas ai ano.

Lux—Bollelino delPAcc.ademia Internazionalo pergli studi spiritici e magnetici. Publicazione men-sile. Direttore : Giovanni Hoílmann. Roma, 13 viaRaflaele Cudorna. Abbonaniento anno 12 fr.

La Sflnge— Gazzettino di propaganda spiriticacom Biblioüieca Appendice pei soli abbonati. Publi-\azione mensile. Direttore : E. Ungher. Roma, 128

ia dei Boschetto. Abbonauiento ánnuale 8 íiras.La Fralernidad—0'rgano de Ia Federacion Espi-

ritista Argentina. Redactor: M. Saenz Cortês. Pu-blicacion mensual en cuadernos de 24 páginas.Buenos Aires, 15(35. Brandzen. Suscrición-trimes-tre adelantado #1.50'"/n.

Constância -Revista semanal sociológico-spirita yorgano de iu Suciedude « Constância » KedactorCosme M riho. Buenus Aires, 444 Andes Suscri-ciou : trimestre adelantado m/n #2.50.

La Vérilc—Revue spirite mensuelle, publiée enfrancais et en espagnol. ürgone de Ia Société Spi-nte Caridad de Ia ville de Rosário (provinee deSanta-Fé) Republique Argentine. Directeur : P.Rastouil. Rdsarió, 750 calle San Luis. Abonement :ps. 4,8U.

'RéoMa Espiritisla—Periódico de estúdios psico-ógicos, publicado por Ia Sociedad Espiritista Mon-

tevideana. Se publica cada mes y se reparte grátis.Revista Espiritista de Ia Habana —Organo oficialdei Centro « Revelacion ». Periódico mensual. Ha-

ana, 57 Suárez. Suscripciòn : fll.00 plata.El Precursor—Organo de Ia Sociedad Espiritista

aentral de Sinaloa. Periódicomensal. México, Ma-tlan.

El Fenix—Boletin de lá Sociedad Es|)irita de sunoinbre. Mozatlan, Sinaloa. México. Publicacióneventual dedicada ú Ia propaganda y defensa de IaFilosofia Espirite. Suscripciòn voluntária.

La Illustracion Espirita—Sc publica dei I." ai 5 decada mes en cuadernos de 32 pag. com forro decolor. Proprietário General ü. Refugio I. Goiizules,México, 2a de Ia Independência, 6.

La Buena Nueva—Revista mensual de Ciências,Cristianismo, Democracia; organo oficial dei CentroEspiritista «La Caridad » Grátis para todos. (íubaSancti-Spiritus, 7 calle dei Príncipe.

La Álboradaí- Revista quincenal, literária, de es-tudius psicológicos, interesses geraes, y organo oíi-ciai dei Centro « El Salvador » Director Juan J. deGaray. Grátis para todos. Cuba, Sagua-la-Grande,Gü R inirez.

La Nueva Alianza—Periódico mensual organo deiCentro Espiritista Lasso de Union. Grátis para todosCuba, Cienfucgos, 72 Arguclles

The Theosòphist—A magazine of oriental philoso-phy, art. literatura and occultism, oonducede by11. S. Olcott. Madnis, Adyar. Price animal £ 1.

Annuli dello Spiritismo in Itália -Torino 23 ViaBogino.

Golden Ga/e-TJhited — States. S. Francisco (Cali-forny), 734 Montgomery Street.La Alborada—Revista mensual, literária, de estu-

dios psicológicos, interesses generaUs y organo oti-ciai de! < entro « El Salvador » Grátis para todo3.Director: Juun J. de Garay. Sagua-la-Grande (Ou-ba), 1 Gloria

La Pensée des Morts—Organe de 1'ünion Spiritede Reims ot de 1'Union Spiritualiste de Koueu.Administniteur : Paul Monclin, Reims, Place de IaRépjblique, Pavillon de Mars, Prix 1 fr. 50 par an.

Le Journal Spirile de V Est—Raims, 28 rue Gnm-belta.

AMales des Sciences Ksi/c/iír/iifs-Paris, 108 Boulevatd de Suint Germain

Revislii Espiritista—Organo de propaganda de IaSociedad «La Pcrseverancia» Se publica dos vecesai mes, se diltribuye grátis. Republica Argentina,Mehdoza, Gt Colômbia.

ElEstudio—Periódico de propaganda y eco demovinnento general dei Libre-pensamiento. Se pu-blica los Juéves. Kedactor: Andrés Cornzon Gnza-lez. Ponce, 18 Isabel.

í

Sectarismo

Todas as aberrações do espiritohumano, que tem na historia deixadoum traço profundo, são filhas, póde-sediztr, do sectarismo. E' elle que,obscurecendo as vistas d'alma, não adeixa raciocinar seguramente, não adeixa elevar-se a ponto de onde possaexercer snas funeções psychicas comdesprendimento e justiça. O espiritode seita c.i nstitue uma athmospheraabafadiça que snffoca, si não mataa razão. E' elle positivamente o ini-migo. m

A. nenhuma outra causa sinão aessa deve-se a lentidão cora que temo espirito humano percorrido a es-trada de seus destinos : si o progressonão marcha com a celeridade queseria para desejar, e que está nas con-diçõea do possível, é isto devido aoattrito, ás peias, aos embaraços quelhe oppõe o sectarismo.

Da-se com o espirito humano umfacto curioso : sedento de adianta-mento, sonhando embora novos idéaes,elle retarda-se firme no degrau a quehaja por ventura se alçado. Dir se iaqueíé de contradição que seorganisaseu ser, ou então que, exhuberandode orgulho, cada horizonte entrevistoó-lhe o aeme, o zenith dos conheci-mentos.

Isto, tanto no domínio das scieu-cias, quanto no das religiões: tãofatal é o sectarismo religioso quantoo scientifico; repetimos: ó elle posi-tivamente o inimigo. Filho do espi-rito retardat:irio, não pode deixar deter as qualidades qiiô fatalmente lheconcede a hereditariedade: eis porqne no jogo das fuucções sociaes é

elle sempre que faz o papel da resís-tencia.

Mais do que ningera temos os spi-ritas a prova desta verdade nos estor-vos com que fazem empecer a nossamarcha o materialismo de um lado,as religiões de outro. Obsecados peloespirito de seita, os materialistas,que são entretanto observadores emé-ritos, olham sem ver os phenomenospsychicoa ; por egual, cs sectários re-ligiosos ou íixam-se nas aífirmações deseus naturaes adversários os matéria-listas, ou, quando são forçados a en-chergar os phenomenos, attribuem-n'os a causas sobrenaturaes, a sere*creados pela sua fé. Uns e outrostêm razão para desgarrar da verdade \é o espirito de seita que os domina,' %que os orienta, que os cega.

Este ponto de vista daquelles que,em vez de nossos coliaboradores, comodeveram ser, constituem-se opponen-tes nossos, é uma lição proveitosaque devemos ter sempre deante dosolhos : não nos ceguenos também peloespirito de seita. Ao contrario, ocarro do progresso, que não pára,rolará pesadamente por cima de nos-sos corpos, para seguir avante.

Attribuir todos os phenomenos, sempesar as condições, os meios, e as cir-cumstancias ern que se dão, a espirito-livres, o mesmo ó qua fechar os olhosá evidencia por uma obsecação se-^*etária. Erram por egual, materialista**attribuiudo-os todos ás propriedades*da matéria, religionarios filiando-osa effeitos de vontades satânicas, spi-ritas considerando-os todos promovi-dos por almas em liberdade.

O meio termo que está entre osmaterialistas e os religionarios é queé a verdadeira ponderação, o logardos spiritas.

Não basta dizer que um facto éproduzido por espiritos : cumpre in-vestigar o modo como elles q produ-zem e até qne limites podem levarsua acção, cumpre sobretudo sabersi o facto poder-se-ia dar independeu-temente de acção espiritual. Fazeristo é que é fazer spiritismo ; o con-trario é fazer sectarismo.

Exemplifiquemos: um fakir collo-ca-se iraraovel, com os braços hirtosna direcção de uma semente queacaba de plantar e que em algumashoras vegeta, cresce, floresce e fru-ctifica ; è simples dizer o fakir con-

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* IfcEÍ^HSSI ,fal>«Sl — 1804 — Junho 1"*"-¦. \

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centrando-se attrahiu espiritos que

produziram o 'pheuomeno, mas segu-ramente á isto deslocar a questão.,não é explicar. O spirita, porém,conhecedor da energia do principiovital humano, diz: o falcir, que porlongo tempo siibmetteu-se a um re-

gimen capaz de produzir a exteriori-sação do principio vital á vontade,dirige-o para o grão que tem o seu

principio vegéiativo em estado la-tente, e então este, auxiliado pelaenergia superior da vida humana,

pôde produzir em horas o que só porsi elle levaria mezes, e quiçá annos,a fazel-o. O spirita dispensou os es-

pintos para a explicação do pbeno-meno; foi mais positivo, e pondetalvez encontrar o apoio de algunshomens de sciencia.

Exemplifiquemos ainda : no alto damontanha Jesus com alguns pães ealguns peixes sacia uma multidãofaminta; o materialista diz: impôs-sivel; o religionario: é verdade, eucreio ; só o spirita, que não tem asnegações obstinadas dos primeiros,nem a crença cega dos segundos, diz :é possível, eu sei. E então transpor-tando-se para as aldeias do Thibetem epocha de penúria, lá encontraum cheia que, por ordem de umviaatma, multiplica os poucos saccosde arroz, que agora bastam parasaciar os famintos !

O spirita está, pois, em seu verda-deiro posto, quando se colloca entreo homem da sciencia e o homem da fé :não possuindo as crendices de um,não tem por egual as negações dooutro.

Não nos desviemos de nosso logar:

postos entre a fé e a razão, evitemosos exaggeros do sectarismo, pois queé elle o verdadeiro inimigo.

Maiiatiimas,

Factos

Sr. Redactor. — Queira publicarém uma das secções do seu concei-tuado periódico Reformador algunsfactos estupendos que se deram em1854, na fazenda do finado Igna-cio de Macedo Carvalho, no muni-cipio de Cantagallo, e que foram pre-sencíados por muitas pessoas.

Não obstante os longos annos de-corridos até a presente data, e em-bora a inór parte daquollas pessoasjá tenham tombado nas negras noitesdo sepulchro, ha ainda em Canta-gallo (na Penna) algumas testemu-nhas dos acontecimentos que vounarrar.

Uma filha daquelle fazendeiro,chamada Beatriz, moça virtuosa emui devota, ficara douda na idade devinte annos, declarando-se aquelleestado de loucura alguns dias depoisd'uma visita que fizera á familia deum crioulo conhecido por ManoelJoaquim Telbeiro; facto que real-mente não deixou de causar algumasuspeita. Porém o que mais surprèn.deu á sua familia e ás pessoas que aconheciam foi o seguinte : sendo elli

NOTIGIABIO

/

analphabeta, lia correntemente asreceitas de um medico allemão, que,não conhecendo bem a lingua portogueza, empregava nellas muitas pa-lavras em latim, as quaes ella tra-dúzia em portuguez I

Outro facto que também foi teste"munhado por sua familia : era uniuoccasião, ella, nos accessos de Jpu-cura, subio por uma das paredes do

quarto em que estava presa e veio terásala de visitas ; abi, encontrando-secom ura hespanhol que coramerciavaem fazendas, principiou a conversarem lingua castelhana com aquellecommerciaute.

O finado Ignacio de Macedo Carva-lho, homem scoptico, vendo aquelles

phenomenos, mandou, por informaçãode um amigo, Antônio José Ramos,chamar um curandeiro que moravaem Macacú, o qual abi chegando, cm

presença da familia e mais algumas

pessoas, fez muitas perguntas emlíngua dos pretos de Angola, á doida,e depois de um longo dialogo entreelles na mesma linguagem, virou-se

para o pai da infeliz e disse-lhe queáquella loucura era proveniente de«cousas feitas» por um raandiugueiroafricano.

Áquella infeliz, nos momentos em

que ficava furiosa, tinha contorsõestão fortes qne chegava a virar o rosto

para o lado das costas e desfazia en-tre os dedos, sem se ferir, torrões ar-

gamassados das paredes e agarramdo-se a ellas passava, como um ener-

gumeno, para o quarto contíguo IViveu mais de dez annos naquelle

lastimoso estado de loucura, até quepor tira a morte poz termo aos seussoffrimentos.

Na casa que foi o theatro daquellasscenas maravilhosas, apezar de estar

já um pouco carcomida, ainda moramos irmãos José Ignacio de Macedo eEvaristo José de Macedo, que confir-mara, como testemunhas, aquellesfactos.

l<ileclro-liomo30|>ti4liia — Osnovos medicamentos electro-homoiopa-thicos, curando todas (I) as enterrai-dades, mesmo as que até hoje tem

passado por incuráveis—é o titulo deura fui beto que nos enviou o hábil

pharmaceutico Siuter, de Genebra

fSuissa).Também lhe agradecemos os An-

nales de Velectrohomu-opathie et tVIIy-

gieue, de Abril passado, e o pam-pbleto O Conde de Mattei, de Bolonhaa sua sciencia e a sua gloria, pelomesmo Sauter redigido.

Confrontando o conteúdo dos meu-cionados impressos cora o que se lênos primeiros números de um jornalMatteista de Lisboa, só podemos con-cluir o seguinte :

1* O Conde Cesáré Mattei pretendeque, até hoje. ninguém senão elleestá de posse do segredo de seus es-

peciíicos C¥)Sauter permitte a qualquer medico

assistir á preparação dos tPelle.2- Ua no systema electro-hoinoeo-

pathico menos de uma dezena de es-

peciíicos, applicados a correspondentee limitado numero de grupos a quese reduz toda a caterva do males

que aíliigem a. humanidade. bo-nieute, os específicos passam por

qualquer modificação quanto á inten-

yidade ou numero de substancias queos compõem (ex.: anthscoph. n. 1, 3,5 ; anti-nerv. ns...)

:,J Na associação dos medica mon,tos, para a obtenção do especifico,figuram aquelles que a clinica, em

geral, e a experimentação dos bo"mcBopathaA, em particular, têm apu"rado como superiores para o respe-ctivo gênero de padeci men-tos.

Porém os electro-hotmeopathas pre-tendem que a «fermentação)) os acti-va, os electrisa. Nós perguntariamogde que fermentação se trata, pois,qualquer que ella seja, ha de refiectira imag*era do vinho que passa a vina-

gre, da manteiga (pie dá o ranço^vulgarmente fallaudo; ora, ninguémsubstituo ingenuamente taes pro-duetos : bryotiia em tintura é bryo.nia, mas, depois de tal "fermenta-

ção,, não percebemos o que seja nem

que virtudes medicinaes tenha adqui.rido.

1- Até aqui falíamos dos agentescurativos que Sauter e outros env

pregara com o fim de restituir o.s te-cidos e humores á saúde.

. Mencionamos agora uma parte es-áeiicial do novo systema, a que maiso caracterisa e abre o schisina nocampo hoinceopatha, é a do empregolocal (nas ulceras, cancros, uevral-

gias...) de cinco electricidades flui-das, líquidos eufrascados cuja appa-reucia é a mesma, servindo para dis-tinguil-os a còr dos vidros.

O que o "Prompto allivio,, o "Rei

da dor,, e quejandos se propõem fazerasseguram os complexistas que oobtêem para assim dizer miraculosa-mente —até nos cancros !

Tão somente devem sondar primeiro a orientação electrica da partedoente era alguns casos particulares,e, conforme essa "polaridade,,, esco-lher o fluido e applical-o em com-

pressas em banhos, loções, em fricçõesa secco... de toda a fôrma.

5* lAnalmente, apezar da conde"mnação fulminada á Electro-homceo-

pathia do alto do Congresso interna-cional de houueopathas, reunido emPariz em 1889, não obstante a diííi-culdade de comprehenderinos o ele-mento electrico unido aos glóbulos ouaos líquidos, factível de guardar-seem frascos ; pois em nade, se nos afi-

gura poder differençar-se da forçadynaraica, inhereiite aos remédios

(•J Uma analyse pelo chimico ofHcinlde Genebra (Junho 1892) p, antes, iden-tica feita em Londres (1890) não revela-ram outra cousa nos frascos de Matteiaenão « água pura», no entanto o.s rotu-los diziam : « Eletrecitá bianca », « rossa »etc. ; porém em abono do conde e contraos attestndos de labora orio que Sauterapresenta, o citado pamphleto dá n'outrapagina esta informação : « O conde de-filarou e deu ordem (1ST8D para que áscasas de Londres ou Genebra não se ven-desse senão assucar e água pura ( !!)

e desenvolvida pelas dynamisações ;apezar de tudo isso o systema ganhaterreno e todo o observador conscien.cioso tem obrigação de preparar-seou para adquirir mais uma- verdade,ou para mais nina desillusão.

Verdade e Lnx—Com o seu97- numero, de .'31 de maio ultimo,entrou este nosso correligionário esympathico órgão do SpiritualismoScieutifico, da capital do Estado deS. Paulo, no quinto anuo de publi-cação.

Enviamos, na effusão de nossossentimentos fraternaes, um e treitoabraço a todos quantos tem, na me-(lida de suas forças, contribuído parasua gloriosa existência, e em parti-cular ao seu infatigavel director ebenemérito propagandista, AntônioGonçalves da Silva Batuira, presti-mosoagente desta folha.

SpiritiNiiio caia Ciiyuba -A21 de Dezembro do anno passado foiinstallada nesta cidado a sociedadespirita «Christo e Caridade», para sededicar ao estudo e propaganda dadoutrina. Esta semente, lançada emboa hora, produziu logo abundantesfr netos ; não só a sociedade conta emseu seio pessoas que se recommendampelo seu saber e posição social, comojá no raez passado deu á luz um or^ãode publicidade, que sahirá quatrovezes por mez—A Vertlade

Dando esta noticia, manda a jus-tica que declaremos ter sido estitSálutar evolução movimentada pel0nosso presado confrade e agente na.quella Capital, o Sr.Capitão JoaquimAntônio de Oliveira líosa, a quemsaudámos e enviamos o abraço frater-nal, bem como aos nossos novos con-frades.

$|iii'iilismo na Franca — Ogrupo «Esperança e Fé», desta ei-dade, distribuiu a 5 de Maio próximopassado o primeiro numero de umapublicação commemorativa, gratuita,cora o titulo Perdão, Amor e Cari-dade.

lae S|>iriii*n»c-liste nosso col-lega parisiense appareceu a 10 deMaio ultirao em numero supplemen-tar publicado pela Commissao d«Propaganda, cora o fim de protestarcontra as resoluções tomadas pelacommissao organisadora do Cono-reiSSOSpirita de 1894, em Líège, de eli«minar a idéa de Deus, na representa-ção do mesmo Congresso.

\ vidente llutk—Le Journaldes Debats dedica um extenso artigoa propósito do seguinte coso de lu-cidez narrado nos Annalcs des Scien.ces Psychiques, do Sr. Dr. Dariex.

Mine. X..., esposa de ura major deartilharia, em Goiaba., a duas milhasdeBnnbay, tendo estudado o mngne-tismo animal, costumava fazer suasexperiências com alguns de seuscriados, todos índios do paiz, exer-cendo particular influencia sobre umamestiça, aia de seus filhos, a qual,tendo recebido boa educíição, faliav»e escrevia correctamente o inglez-Para saber noticias exactas de seu»amigos distantes bastava que a mau"dasse olhar para um copo dAgua porella magnetisada.

^k

REFORMADOR — 1§»I __ Junho 1 *mCongresso PVacionnl para o

livre exercicio da medicina-— Recebemos e agradecemos os fás-ciculos relativos aos trabalhos desteprimeiro Congresso, realisado emParis, no mez de Novembro do annopassado. Proximamente daremos no-ticia mais circurastanciada.

Spirita* giB-occN.mado.s. —- En-con tra mos era La Fraternidad Uni-versai, de Madrid. que ps irmãos daDelegação n. 26 - La Fraternidad —

de Sabadell, lhes participaram tersido denunciada e recolhida umafolha impressa, convocando os livres

pensadores para um banquete e saráolitterario no dia 22 de Março ultimo.

Os signatários da dita folha, queconstituíam uma com missão organi.sadora composta de ura delegado decada uma das seguintes sociedades.La Fraternidad, La Aurora, Spiritas^Loj.*. Qciris, La Juventud Federalis-ta e La Asociacion para actos civiles,foram interrogados, declarando o juizque iara ser processados, não ficando

presos por terem prestado fiança.

MtSCEUAtlEA

0 SPIAITISiYlO ANTE À SCIENCIAPO Ia

fjínhrel Relniine

PARTE SEGUNDA

Capitulo II

O somnambulismo natural

N'esse estado é preciso reconhecer«a alma dirigindo o corpo sem o auxi-lio dos sentidos, e para que a duvidanão seja possível, tomemos ainda domesmo auctor dous outros factos era

FOLHETIM 45

LÁZARO —0 LEPROSOROMANO R SPIRITA

POR

!•* /3B-. JMSÍ_.

XLV

A pergunta de D. Clara: já me conlie-cias, então ? veio disputar a attenção damoça sobre c facto que comqnanto nãolhe*passasse desapercehido, n?o lho tinhaentretanto, provocado grande reparo.

Tendo de explical-o, cila desenvolveutodas as potências de su amentaled.dee como que viu escrjpto este pensamento :

« Os mortos, que são os verdadeirosvivos, vivem em relação constante comos vivos, que são os verdadeiros mortos ».

Eulalia levou toda a noite a scismarsobre este novo facto phenomenal, quenão era piodncto de sua imaginação, por-que nunca lhe entrou n' alma similhantepensamento, que ate lhe era repugnante.

Como viverem em relações constantesos vivos e os mortos, si estes, cnsina-o aigreja romana, vão, logo que deixam avida, á seu destino : ceu ingerno ou pur-gatorio ?

Mas, alguém me deu este pensamento,que não é, nem podia ser meu e quenão pode ser obra do acaso, sinão o pro-dueto do uma intelligencia, poisque con-creta um sentido perfeito !

Quem poderia dur-m'o ? Certamente umser intelligente e invisível.

Logo, é verdade que estamos em '-ela-ção com seres invisíveis 1

E parece que é mesmo assim ; porquetenho me deitado com uma resoluçãoe acordado com outra muitoopposta.

que o corpo, estando adormecido, aalma gosa de todas as suas faculdadesintellectuaes.

O professor Soave, ensinando phí-losophia e historia natural na Uni-versidade de Padua, deu publicidadeao caso seguinte de somnambulismo.

Um pharraacoutico de 1'avia, sábiochimico a quem se deve desço hortasimportantes, levantava-se todas asnoites durante seu somno e ia para olaboratório retomar seus trabalhosinacabados. Accendia fornalhas, collo-cava alambiques,retortas, vasos,etc,e proseguia suas experiências comuma prudência, uma agilidade quetalvez não tivesse despertado, mane-java as substancias as mais perigo-sas, os venenos os mais violentos,sem que lhe acontecesse nunca o me-nor accidente. Quando o tempo lhefaltava para preparar durante o diaas receitas que lhe mandavam osmédicos, ia buscal-as na gaveta ondeas guardava, abri-as, collocava-asumas sobre as outras na mesa e pro-^cedia ao sen preparo com todo o cui-dado e todas as precauções deseja-veis.

Era verdadeiramente extraordina-rio vel-o tomar a balança, escolheras graininas, decigramrnas e centi.grammas, pesar com precisão phar-maceutica as doses as mais insignifi-cantes das substancias de qne se compunham as receitas, trifural-as, mis-tural-as e provar ; depois collocar emvidros ou em embrulhos, segundo anatureza dos remédios, collar as eti-quetas, afim de dispol-as em ordemsobre as prateleiras de sua pliarma-ch, proraptas a serem entreguesquando as viessem buscar.

Os trabalhos terminados, elle apa~gava as fornalhas, punha era ordemos objectos deslocados •, voltava paraa cama, onde dormia tranquillo até o

a——

E' que, durante o somno, minha almaconversa com os invisíveis e recche dei-les conselhos e luz.

Serão os anjos? Sou muito pequeninopara merecer, tamanha graça ; além deque, anjos, seres creados perfeitos, e emparte se tornaram imperfeitos, contra avontade de Deus, é cousa que nunca pu-de admittir, porque valeria por admittirque Deus não é omnisciente e omnipo-tente.

Anjos devem ser os espíritos humanoslevados ao maior g.*áu de saber e de vir-tildes, taes quês lhe dão merecimentopara serem executorios ( mensageiros )das divinas valições.

Serão os demônios? Pela mesma rasãonão é admissível a existência de simi-lhantes seres, que attestariam fraquezasem Deus, cuja obra sahiu do risco quelhe foi traçado : e de sua perfeição ange-liei.

Além de que, si fossem elles, seusarrastam eá tos seriam para o mal, e nuncame atlastariam da idéa em que eu estavade suicidar-me, para me darem a dofugir para aqui para este asylo de vir-tu des,

Quem pôde ser então? Inquestionável-mente as almas do outro mundo efalia do pae de D. Clara é umainconeussa de que ó assim.

E' certo que a igreja rsman.a proscrevesi militante idéa; mas a igreja rom-uiaapezar de sua infallibilidade, proscreveua idéa dê ser a terra e não o solgyra e acisto a da cuação de seres

aprova

leitos que se tornaram imperfeitos!Não ha duvi.'

quepor-

Os mortos vivem <onconstante communicação comm.sco r> fo-ram elles, alguns amigos, que me aftó-taram do suicídio e me cncamnilnnimpara aqui.

Chegada a esta conclusão, elaboradacom escrtij uloso critério á bel prazerpel'i rasão e pela consciência, n moçaconciliou o somno, era já quasi ao nas-cer da alva.

Espera... espora...O que é, senhora ?

momento de despertar.O professor Soares faz notar que o

somnarnbulo tinha constantemente osolhos fechados ; elle confessa que se amemória dos lugares e a idéia fixa deacabar seus trabalhos podiam bastarpara dirigil-o ao laboratório, a lei-tura e o preparo das receitas, cujocontendo ignorava, ficam inexpli-caveis.

Emfim, eis-nos chegados a umacircum.stancia que, da confissão dossábios, não se pôde comprehendercomo sua theoria.

Elles são impotentes para explicaresses phenomenos estranhos, mas asua incapacidade apega-se simples-mente h sua obstinação. Emquantóregeitarem systematicamente a almaa natureza humana terá sempre mys-terios que elles não poderão sondar.

De seu lado o doutor Esquirol re-fere que um pharmaceutico levanta-va-se todas as noites e preparava aspoções cujas formulas encontrava so-hre a mesa.

Para experimentar se o julgamentoactunva no somnambulo, ou se nãohavia mais que movimentos automa-ticos, tun medico collocou no balcãoda pharmacia a nota seguinte :

Sublimado corrosivo ... 2 oits.AgU'i distillada 4 onç.Para engulir de uma vez.O pharmaceutico, tendo se leVan.

tado durante o somno, desceu comode costume para o seu laboratório,tomou a prescripção, leu repetidasvezes, pareceu muito admirado e en-tabolou o monólogo seguinte, que oautor da narração, occulto no labo-ratorio, escreveu palavra por pala-vra :

— E1 impossível que o doutor nãose tenha enganado redigindo sua for-mula ; dois grãos seriara já mui to- e

Parece que é verdade o que me tensexplicado.

Eu vou contar-te o que se deu commigopoucos dias depois da morte de minhamãi—um facto em que não fiz reparo eque tinha-se varrido de minha memória.

Esta propriedade foi-lhe doada por umtio-avô delia, homem rico, em cuja terçacabia muito mais do que o valor ciadoação.

Os primos, herdeiros do doador, nunca,emquantó ella foi viva, impugnaram ofacto; desde, porém, que falleceu, e quefiquei eu, ignorante de questões do di-reito. vieram sobre mim, pretendendoannular a doação, com a allegação de quefora feita em simples uso-fruetô.

Meu advogado exigiu o titulo dè doaçãocomo o único documento com que podiasalvar a acção—e eu dei busca a todos ospapeis que meu pai tinha deixado arru-mados n uma grande gaveta de sua escre-vaninha, 'sem descobrir o maldito, que,entretanto, tinha a certeza de existir.

Levei todo o dia no fatigántò trabalhoe á noite cahi na cama extenuada de ean-saco.

Lá pela madrugada, vi em sonho minhamãi, que me fallou, dizendo i

Minha Clara, não te amofines. Opapel de que precisas está n'urna carteirade couro da Rússia, que se acha ifumagaveta de segredo da secretária de teuPai-K no sonho minha mãi ensinou-me adescobrir o segredo ; despedindo-se demim depcisde me ter dado um beijo natesta

1). ('Iara é que dormiu, como de cos-turno, porque nada viu de extraordinárionó facto cie ter vindo a moça expressa-mènto procural-a.

Apcnis tinha curiosidade de saber comopôde ella conhecel-a em seu retiro, dondeuâo .-..liiu para conviver com quem querque fosse

Ksh niici-isidade, porém, trnnsformou-seom eit.ipefac^ào, quando, á hora do serão,que das expensões daquellas duasaln tl.ná reíeriu-lhe o modo «mira-

está aqui escripto bem legivelmente2 oitavas. Mas duas oitavas fazemmais de 150 grãos... E' mais do queé preciso para envenenar vinte pes-soas... o doutor indubitavelmenteenganou-se... eu não preparo essapoção.»

O somnambulo tomou depois di-versas ordens que estavam sobre ameza, preparou-as, collocou etique-tas, e as dispoz em ordem para serementregues no dia seguinte.

Sigamos o doutor Debay nas expli-cações que dá á respeito do que écontado acima :

<c Vimos tres casos de somnambu-lismo natural, que é impossível com-prehender se não admittir-sea exis»tencia de um principio espiritual, di-rector da matéria e que não ó sub-mettido como o corpo ao somno. Ossábios tentam velar sua ignorânciapor meios de Uieoriasobscuras que sãomais difficeis admittir-se que as nos-sas ; assim, M. Debay faz i otar que oolho não é strictamente o único or-gão pelo qual se opera a visão e quepossa transmittir ao cérebro a per_cepção dos objectos.

Somos dessa opinião, raas onde dif-ferimos é na interpretação do meca-nismo da vista somnainbulica, que,segundo o nosso doutor, póde-se fazerpela ponta do nariz, o epigastro, oua extremidade dos dedos 1

Leitor, não riáes I o autor pretendeque a visão pelo epigastro ou pelaponta do nariz não é tão destituídade fundamento como se poderia (jus-tamente) acreditar ; que existem tal-vez ramificações do nervo óptico con-finando nessas extremidades, e que épor ellas que o somnambulo pôde sedirigir.

Se nos' deixássemos ganhar poressa concepção docemente phauta-

culoso» porque soube de sua existência —e foi induzida á procural-a.— Isto é impossível / exclamou a boavelha.

Tão impossível quanto é aqui a sehhoiahontem referir-me de ter s u pai- aindavivo, communicado com seu irmão —eannunciado que sua mãi, a senliora euma outra pessoa, que fizera parte rie suaantiga família, já tinha lá, para onde elleia, logares mareados.

E' verdade, minha filha; mas quantanovidade, de que nunca ouvi fallar !K' porque, disse a moça, quasi adorme-

cida, as verdades eternas vão sendo revê-ladas á terra, á proporção que a terra, porseu progresso, vai adquirindo capaeidadepara comprehender as de mais elevadograu.

Estás, como a luz espanca as trevas,vão lançando por terra erros que foramconsiderados, por séculos, como verdadessagradas.

E é dahi que procede aferrar-se a igrejaromana ás idéas obsoletas de anjos e de-monios—de infernos e juras eternas—devida única, emfim ; e repellir as novasreveladas da com mu menção dos espíritos— e do progresso humano até a salvaçãouniversal, pelas vidas suçcessivás, soli-darias—e reparadoras.

Estás fallando dormindo, Eulalia !O que dizia eu, senhora ?Disseste umas cousas, que me causa-ram profunda com moção, mas que nãosei como, me calaram rValma.Será possível que a igreja esteja emerro, o que os mortos communiquem

comnosco ?Senhora, a Deus nada é impossível.Nada, nada é impossível a Deus, re-

petiu D. Clara, automaticamente; porqueseu pensamento estava preso a um factode sua vida, que vinha corroborar as taesnovidades.

(Continua)

m

V.

lUGaFORlIAJHm — 18M — Junho 4

sista, tornar-se-hia possível justificara crença de que o homem perfeitoseria o que possuísse um olho fixadoá extremidade de uma longa caudamovei.

Segundo a hypothese das raraifi-cações, diz sempre M. Debay, o «sti-mulus exterior» agiria sobre essasanastomoses desconhecidas, e as vi-brações que ellas determinassem

para o cérebro bastariam para pro-duzir a percepção.

O autor ajunta gravemente : « nãose deve, pois, negar ; o mais acer-tado é duvidar, esperando novas de-

ínonstraçOes.» .Que dizer perante taes supposiçõesPara estabelecer uma discussão

seria é preciso examinar o primeirodos casos de somnt.mbulismoassigna-lados.

(Continua)

11»! li IMSEXPOSTO DA PHIL0S0PH1A DOS ESPÍRITOS

6UAS BASES SCIENTIFICAS E EXPERIMENTAES

SUAS CONSEQÜÊNCIAS M0HAE3

POR

Liéon DenUVI

PARTE MORAL

O CAMINHO DIREITO

XLVII. —Mansidão, paciência, bon-dade

(Continuação)A paciência abre o passo â benevo-

lencia. Quaes espelhos as almas reen-viam-nos o reflexo dos sentimentos

que ellas nos inspiram. A sympathiachama a sympathia e a indifferençanão raro gera a acrimonia.

Aprendamos quando fôr necessárioa reprehender com braudura, a discu-tir calmos, a julgar todas as cousascom benevolência e moderação. Bus-

quemos as conversações proveitosas,as questões sérias e elevadas ; furte-monos aos vauiloquios e não menosa tudo que poderia apaixonar-nos eenfurecer.

Gruardemo-nos da cólera, a qualdesperta todos os instinctos selvagens

que o progresso e a civilisação hou-verem amortecido em nós, e não ésenão uma reminiscencia de nossasvidas obscuras. Em cada homem sub-siste em parte a fora, fera que semfalta nos subjugará se antes nãoa domarmos com valente energia.Quando o homem se enfuria, os ins-tinctos delia acordam de salto, e eil-ofeito um bruto. Então tudo é perdera dignidade, a razão e o respeito desi raesmo. A cólera céga-nos, faz-nosperder a consciência de nossos actose, em seus transportes, não raro leva-nos ao crime.

O homem cordato ô sempre senhorseu, e a cólera é indicio de um cara-cter insociavel e muito atrazado. Ohomem agastadiço deve reger cuida-dosamente suas impressões, calcar emsi o sentimento da personalidade, edeixar de fazer alguma cousa duranteos accessos da cólera.

Esforcemo-nos por adquirir a bon-dade, que é ineffavel qualidade, au-

reola da velhice, doce chamma a quese aquecem todas as creaturas, e queconquista para seu possuidor o cultodo coração dos humildes e dos pe-quenos.

A indulg-encia, a sympathia e abondade apaziguam os homens, at-trahem-os a nós e os dispõem a daratteução benevola a nossos conselhos,entanto que a severidade os re pellee irrita. A bondade faz que tenhamosuma quasi auetoridade moral sobreas almas, abre-nos oceasiões de ascommovor e reduzir ao bem. Sirva-nos, pois, esta virtude de facho comque levarmos luz ás mais obscurasintelligencias, missão delicada, masque se amenisa á quem possue umsentimeuto profundo da solidariedadee algum amor de seus irmãos.

O amor é a celestial attracção dasalmas a dos mundos, a divina po-tencia que vincula os universos, go-verna-os e fecunda ; o amor é o olharde Deus!

Não orneis com tal nome a ardentepaixão que os desejos carnaes ateiam ;essa não é mais que uma sombra, umarremedo tosco do amor. Não, o amoré o sentimento excelso em que sefundem e harmonisam todas as qua-lidades do coração, é a summa dashumanas virtudes, da mansidão, dacaridade e da bondade, é a nova torça

que brota na alma, e a exalça sobrea matéria, sublima-a a divinas altu-ras, e, alliauçando-uos a todos osentes, desperta em nós intimas ven-turas que deixam longe todas asvoluptuosidades terrestres.

Amar é sentirmo-nos viver emtodos e para todos, è consagrarmo-nos atè ao sacrifício e atè á mesmamorte a uma causa ou a um ente. Siquereis saber o que è amar, consideraeas grandes figuras da humanidade,e acima de todas o Christo, o amorencarnado, o Christo para quem oamor era toda a moral e toda a reli-gião. Não disse elle : Amae vossos ini-migos, pois si amar des só os que vosamam, que recompensa tereis? (Ma.theus, V, 44 e seguintes).

Dirigindo-se assim a nós, o Christonão exige de nossa parte um affectoque não pôde existir em nosso coração,mas sim intima auoeucia de todo ódiode todo espirito de vingança, umadisposição sincera a auxiliarmos, emabrindo oceasião, os que nos affligeme a lhes estendermos mão valedora.

Uma quasi misanthropia, uma las-sidão moral, afasta da humanidadealguns bons espíritos. Para reagir con-tra esta tendência á soledade, ponde-rem esses quanto ha grande e bello noente humano, recordem todas as fi.nezas e todos os benefícios de que sãocredores. Em que se torna o homemseparado de seus similhantes, pri-vado da família e da pátria? Passa aser inútil e inditoso. Entibiam-se-lhes faculdades, afracam-se-lhe as for-ças, a tristeza mais acerba o consome.Ninguém progride desajudado. Dondea necessidade de vivermos com oshomens, de vermos nelles compa.nheiros necessários. A alegria é a jsaúde da alma. Abramos o coração aás impressões sans e fortes. Parasermos amados, amemos.

Si é forçoso que nossa sympathiase estenda » tudo que nos cerca, entese coisas, a tudo que nos ajuda a vi-ver, e ainda aos membros desconhe-cidos da grande família humana, queinalterável e profundo não ó o amorque devemos a nossos progenitores,a nosso pae, que com sua sollicitudenos andou amparando a infância, quelongos annos lidou para amaciar ascrespidões de nosso caminho; quantonão devemos estremecer nossa mãe,que nos teve no ventre, aqueceu-nosaos seios, qne se desfez em cuidadosao darmos os primeiros passos, quefoi toda carinhos quando nos vieramas primeiras dores? De quantos des-velos não devemos cercar a velhiced'elles, quanto não devemos ser gra-tos aquella sua affeição e aquellesseus cuidados assíduos I

Da pátria são egualmente nossocoração e nosso sangue. Só ellarecolhe e transmitte a herança dasnumerosas gerações que trabalham ose cançam por r.dificar uma civilisa-ção de que recebemos ao nascer osbenefícios, (iuarda dos thesouros in-tellectuaes grangeados pelas edades,ella vigia na conservação d'elles, ecomo mãe generosa os reparte portodos os filhos. Participamos nas sei-encias e nas artes, nas leis, nas ins-tituições, na ordem e na liberdade,em todo esse patrimônio sagrado queconstitue a riqueza, a grandeza e ogênio de uma nação. Saibamos le-vantar nossos deveres para com apátria à altura das vantagens queella nos offèrta. Estaríamos afogadosna barbaria si não fossem a pátria ea civilisação que ella nos lega,

Veneremos a memória dos que con-tribuiram por suas vigílias e esforçospara augmentar esta herança, e da-quelles que se bateram pela pátrianas horas angustiosas, a de todosos que até às portas da morte procla-maram a verdade, serviram a justiçae nos transmittiram tintas de seusangue as liberdades e os progressosque estamos gosando.

O amor, profundo como o mar'infinito como o ceu, abrange todos osseres. Deus é d'elle o centro. Comoo sol se levanta iudifferente sobretodas as coisas e aquece a naturezainteira, o divino amor aviventa todasas almas; seus raios traspassam astrevas de nosso egoísmo e acendemtrêmulos reverbos no fundo de cadacoração humano. Todos os entes sãofeitos para amar. As parcellas devida moral, os gerraeus do bem quejazem nelles, fecundados pelo su-premo phanal rebentarão em floresum dia e se unirão em uma commu-nhão de amor, era uma universalfraternidade.

(Continua)

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èViiaio XH3

l___Pf.DII_NTI.

Silo «geíBÍ <i*.«*j <!«¦*. a folha

Amazonas —0 Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

para'—O Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.42.

Rio Granou no Norte—O Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affònso Duar-te, no Recife, rua 15 de Novembro,n. 65.

Bahia _ O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro—O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario n. 42 A.

Mia ç. Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, era Caldas.

$*. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência n. 6.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-*nior—em Santos, rua Xavier da SM-veira n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná1.— O Sr. João Moaes Pe-reira Gomes, era Paranaguá.

Hiuzil — flKio <_<» .Ba-iciao — fl.**»._. — .lunlio 1»

As assiguaturas deste periódico co-rneçam em qualquer dia e terminamsempre a 31 do Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSALVerdade e Luz—Orgilo ilo Espiritualismo scien-

lifico, publicação quinzenal. Director responsávelAntônio Gonçalves da Silva Batuira, S. J'nulo-4,rua da Independência. Assignatura annual 2/J000.

A Luz— Órgão do Centro Spirita de Corityba,publicação quinzenal. Chefe da redacção, AlfredoMunhoz. Corityb'a-51—Rua 15 de Novembro.

O Pharol — Órgão do Centro Spirita de Para-nagua, publicação quinzenal. Paranaguá. Distri-buição gratuita.

A Evolução—Órgão do Centro Spirita Rio-Gran-deiise, publicação quinzenal. Propriedade deDomingos Toscano Barbosa. Kio- Grande do Sul17!) rua Pedro II. Assignatura trimenaal 1/J000.

O Psyàhistiio — Revista Spirita portugueza, pu-bliçiição mensal. Lisboa, 05 rua Augusta. Por.gerie de (i núrnaros 120 réis; por serie de 12 nu-meros 240 réis.

La Revue Spirita — Journal d'étüdes psychòlò-glqiies et spirituaiisme experimental ; revue men-guelle, fondée en 1858 par Allan Kardec. Paris,1 rue de Chabanais. Prix 14 franes par an.

Lc Spirilisme — Journal mensuel. Rédaeteur Ga-brel Delanne. Paris, 1í rue Lubruyère. Prix 6 fr.par an.

La Chaine Magnétlque — Organe des sociétésmagnétiques de Fráhce et de 1'étranger, fondée en1879 sons Ia directiori de M. le Baron Du Potet.Gôrárit, l.ouis AüfTinger. Paris, l"> rue cltí Four-Snint-Gcnnaiu. Prix !) franes par an.

Journal du Magnétlsníc — Fondée en 1845 parM. le Baron du Potet ; organe de Ia Société .Ma-gnétique de Prance ; Journal monsuel. DirecteurÍL. Dnrville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix ü fr.par an.

La Rcligion Uniycrscllc. — Organe de Solidaritéot de Régéneratíon sociale, paraissant le 15 decue niois. Redacteur Ch. Fauvety. Gércnt, P.qerdad. Na.ites, 3 rue Merereur. Prix ü fr. par an.

l.a Pai.v Uníverselle — Revite indépendent. Ma-ngnyo.li ranscendental. Philosogpuie. Phyisiologie.sine hio Journal quinzucnal. Direçlteur B. Ni-oé,a etLó. cours GanPbetta. Prix 3 fr. 50 par ianú

La Nouvclle Science — Iíevue mensuelle consiacrIa propagation et a Ia discussion de Ia gsynttlièseentiíique de Ia Rennooz. Urgacne de Ia Ré^énara-on sociale par Ia science. Redascteur, GastouHailly. Paris, 13 rue de Buci.Ln Lumièrc — RévelaCtion du Nouveau-Spiritua-me. Revue mensuelle, Publiée par Mme. GLuciennje. Pasiris, ;)7 bouPevard Monlmoreney. Prixfranes par an.LcMessagér—Spirilisme, quoíistion3 Lsociales, maétisme. Journal bi-mensuel. Mr. II. Saivse.ége, 24 Boulevard de Ia Sou.veniére. Prix. 5 drnncsser an.

IAtjhl —Journal of psioliieal, oceult and mysticaarcarch. Charing Cross. London, lü Craven Street.

Banhe of Liglxl—An exponent of lhe spiritualphilosophy. Colby & Rich, pubUshers. Boston, 9Bosworth. f) 2,50 per annum.

The RcUgio-PlíUosophical-Journal — Published at92 La Salle-Street, Chicago, hy Marv E. Bundv.1 year ,<) 2,50. J

The WorhlsAdvancc-Thought — PublisheJ mon-hly. Oregon. Portland, l!)3, Sixth Street.

The Ilarbingcr of Liglü — A monthly journaldevoted to zoistic science, freetliought, spiritualismand the harmonia! philosophy, Mèlbournc, 13Fastern Areado. Price ti d.

The Carrier lhwe — The oldest spiritual journalon the Pacilic Co0st. San Francisco, 121 Eiglitb-Street.

Esludioa Teosóficos— publicacion mensual. Barce-lona, üü, entr.0 l.«Tallers, Precio 8 pesetas ai ano.

Las Doniinicalcs dei Libre Pensamiento—Keila-ctores : Rainon Caies y Demofilo. Madrid, 5-1.°calle del.IIorno de Ia Mata Precio 15 pesetas ai afio.

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La Nueuà Espana—Vcrda.d, moral, justicia, se-rnanario sociológico espiritualista. AdministradorD. José Moreno Gonzãles. Madrid, 4t EspirituSanto. Precio 10 pesetas ai afio.

Luai—Bolletino delPAccademia Internazionale jiergli stu'-t spiritici e magnetici. Publicazione men-sile. Direttore : Giovanni Hòffrrianhi Roma, 13 viaRafTaele Cudorua. Abbonanicnto anno 12 fr.

La N/úir/c— Gazzettiuo di propaganda spiriticai-oni Btbliotlieca Aprjendice pei soli abhonati. Publi-vazione mensile. Direttore : E. Ungher. Roma, 128

ia dei Boschotto. Abbonaniento annuale 8 iiras.Lá Fraiernidàd—0'r<jano de Ia Fedoracion Espi-

ritista Argentina. Redactor: M. Saenz Cortês. Pu-blicacion mensual en cuadernos de 24 páginas.Buenos Aires, 1565. Brandzen. Susericiúii-tnines-tre adelantado Sl.50m/n.

(.'oiis/íuicin --Revista semanal sociológico-spirita yorgano ue m Sociedade « Constância » RedactorCosme M riflo. Buenos Aires, 444 Andes Suscri-cion : trimestre adclanüulo m/n $2.50.

La Vérilé—Revue spirite mensuelle, publiée enfrancais et en espugnol. Organe de Ia Société Spi-rito Carulad de Ia villo de Rosário (pròvince deSanta-Fé) Répnblique Argentine. Directeur : P.Raslouil. Rosurio, 750 calle San Luis. Ahonement :ps. 4,80.

Revista Espiritistà—Periódico de ostudios psico-ógicos, publicado por Ia Sociedad Espiritistà Mon-tevideana. Se publica cada mes y se reparte grátis.

Revista Espiritistà de Ia Habana —Organo oficialdei Centro « Revelacion ». Periódico mensual. lia-"na, 57 Suarez. Suscripcion : fll.00 plata.

El Precursor—Organo de Ia Sociedad Espiritistàaeutral de Sinaloa. Periódiconiensal. México, Ma-tlan.

ElFenix—Boletin de Ia Sociedad Espirita de suuonibro. Mazatlan, Sinaloa. México. Publicacioneventual dedicada á Ia propaganda y defensa de IaFilosofia Espirita. Suscripcion voluntária.

La Illuslracion Espirita—So publica dei I." ai 5 decada mes en cuadernos de 32 pag. com forro decolor. Proprietário General D. Refugio I. Gonzãles,México, 2" de Ia Independência, ü.

La liucna Xneva—Revista mensual de Ciências,Cristianismo, Democracia; organo oficial dei CentroEspiritistà «La Caridad » Grátis para todos. CubaSaneti-Spiritus, 7 calle dei Príncipe.

La Alboradu— Revista quincenal, literária, de es-tudios psicológicos, interesses geraes, y organo oli-ciai dei Centro « El Salvador » Director Juan J.deGaray. Grátis para todos. Cuba, Sagua-la-Grnnde,üü R niirez.

La Nueua Ahanza—Periódico mensual organo deiCentro Espiritistà Lazo de Union. Grátis para todosCuba, Cicnfuegos, 72 Arguelles

77n> Tlieosophist—A magazine of oriental philoso-phv, art. literatura and oceultism, cotulucedc byÍI. S. Olcolt. Madras, Adyar. Price annual £ 1.

AnnáUdelia Spiriiismo in Itália— Torino 23 ViaBogino.

6'oWen Ga/e.TJnited — States. S. Francisco (Cali-forny), 73i .Montgomery Street.La Alboiuila—Revista mensual, literária, de estu-

dios psicológicos, interesses generales y organo oli-ciai dei ('entro « K\ Salvador » Grátis para todos.Director: Junn J. de Garay. Sagua-ln-Cirande (Cu-ba), 1 Gloria

taPaisée des Morls—Organe de PTJnion Spiritede Reims tt do PUnion Spiritualiste de Roneu.Administriiteiir : Paul Monclin, Reims, Place de IaRepublique, Pavíllon do Mars, Prix 1 fr. 50 par an.

LeJwrnul Spirllede l'Est~Reims, 28 rue Gnm-betta. _

Annalcs des Sciences psijclüques—Paria, 108 Boulevardde Samt Germain

Revista Espiritistà— Organo de propaganda de IaSociedad «Ln Perseverancia» Se publica dos vecesai mes, se distribuye grátis. Republica Argentina,Mendoza, lil Colômbia.

El Es/iií/ío—Periódico de propaganda y eco demoviiniento general dei Libre-pensamiento. Se pu-blica Ias Juéves. Redactor: András Corazon Gnza-lez. Ponoe, 18 Isabel.

R&ecíiSIcacíSflT aiccc.^sinrinkl

Houve no numero passado um eu-yano de composição que couvéni serrectificado. O artigo de fundo, comosemjfre, é da lavra da redacção ; en-tretanto, á laia de assignatura, trazelle a palavra—mahathmas, que deveser eliminada.

O engano originou-se assim : de-

pois da leitura das provas, verificou-se que no corpo do artigo anhava-seo termo maatmas, quando devia íeachar mahatJimas; o re visor escreveuem um papel avulso a expressão or-triograpliada como convinha, c- en-vinu-D aos cbmpositures para a refü-rida emenda : estes, porém, entende-ram que se tratava de uma assigna-turà. Não tendo sido possível a lei-tua da prova de pagina, o erro veiuâ luz. Esta explicação tornava-senecessária e urgente parti evitar

pasto á malignidade.

.•_ ii o v te plinse

Os spiritas do Brazil devem seachar satisfeitos com o derramamentodas novas doutrinas pelo paiz in-

teiro.Convencidos do dever de com to-

dos partilhar as verdades que hão se

descortinado a seus olhos, compene-tradQS de que é no spiritismo que se

acham os fundamentos da reforma

social destinada a renovar o mundo,

elles, cóm a coragem de quem está

senhor da verdade, não se arrecea-

ram de arrostar o ridículo com quoa educação meterialista do século

pretendeu afogar suas doutrinas.

Percutindo incessantemente a mesmacorda, conseguiram que as ondas so-

noras alastrassem pela superfície

inteira do Brazil, e penetrassem portodas as camadas da sociedade.

E' em razão deste esforço que,póde-se dizer, não ha hoje quem noBrazil desconheça os traços geraes doSpiritismo.

Mas nem só isso conseguiram seuscultivadores: já hem alto se procla-ma, sem receio da pecha de louco,a convicção nesta doutrina. Não ha,pois, motivo para que alguns aindaevitem confessar suas crenças, em-bora na intimidade dos colloquiostenha sempre a referir um factocaracterístico, dado corasigo ou compessoa de sua familia.

A verdade, porém, tem-se por talsorte diffundido, pelo menos nestacapital, que duvidamos uma só casase encontre onde não haja ao menosum convicto.

Mas ostarâ assim completa a nossamissão? Podemos agora ir descançará sombra do trabalho cumprido ? Não,certissimamente não.

O que ha feito ate agora é o des-bastar das florestas ; guardas avan-çadas de nós mesmos, temos apenascom o machado delineado o caminhoatravez do cipoal. Resta que abramosuma estrada franca por onde so ati-rem satisfeitos os nossos irmãos desterecanto do mundo.

Eflectivamenie não basta que es-teja formada a convicção; cumpre,ainda, que façamos com que deliase deduzam todas as conseqüências,cumpre que creemos o homem mo-ral.

Não somos os únicos missionáriosda obra bemdita da transformaçãohumana : comnosco por egual colla-boram o materialista, avigoraudoas fontes das sciencias, o positivistatornando realidade o altruísmo, ocrente do todas as .seitas fazendode continuo lembrar nossos destinosh noso alvo, Deus é nosso Pae.

De todos, porém, o mais pesadoquinhão é aquelle que a nós cabe, anós conscientes da nossa tarefa.Certos de que deve ser o nosso em-

penho accelerar a vinda da epochaem que todo homem estará refor-mado, precisamos *para o êxito denosso esforço, pregar simultânea-mente com a palavra e com o exem-

pio.E' antes pelo amor da humanidade

do que por um principio egoistico

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Junho 15

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que devemos, a todo custo, tratar daregeneração própria.

Effectivamente além da autori-dade que reveste a palavra daquelle

que exemplifica, a transformação mo-ral de cada ura de nós é o avanço de

uma parcella do ser collectivo, é um

passo do progresso geral.O mais brilhante termo na trilogia

da democracia moderna é, não ha

contestar, a fraternidade, pois quesó por si ella contém os outros dons;

quando o espirito fraterno dominar a

generalidade dos homens, todos ellesserão eguaes, todos serão livres. Eis

por que a aspiração máxima de nossoespirito deve ser esse nobre senti-mento que era si encerra os outrostodos.

Si, pois, 6 á conquista delle queva-mos,quando temos om cuidado a pro-pria regeneração, não fazemol-a porum torpe egoísmo, mas pelo senti-mento do dever, pelo amor da huma-nidade.

De facto, os spiritas não nos arre-ceamos do código divino ; não é pelotemor que procuramos bem agir,mas sim por um sentimento altis-simo,—o da solidariedade cora todos

quantos se empenham por levantar onivel da humanidade. Assim pois, sios spiritas evitamos a sombra obscurado mal e procuramos a claridade fas-cinante do bem, não é por galardãoque esperemos, ou por punição quetemamos. Abi é que está a força denossa moral e a característica danossa doutrina. E é por isso, e só

por isso, que no afan da propagandacaminhámos impávidos, sera nos ar-recearmos desta arma dos fracos quese chama o ridículo. Tiuhamos ra-zão, porque elle passou por nós semnos causar inóssa, e afinal póde-sedizer que ja vencemos. Sim, já te-mos a palma da victoria, porque,graças á nossa tenacidade, não sãosomente as massas as convencidasdas verdades que proclamamos, porém os mais eminentes homens emtodas as camadas sociaes como emtodas os ramos dos conhecimentoshumanos. Sem embargo de suascrenças, oecupam-se esses^homens dosmisteres de sua profissão cercados dogeral respeito.

Já pôde, portanto, entrar a propa-ganda em uma outra e nova phase:compreheiidè-se bem, que devemosdeixar de lado os instrumentos atéaqui empregados. Si uo percurso denossa tartfa tivemos alguma vez dedar combate ao fanatismo ou de opporarmas ao pseudo scientisrao, hoje

que os horizontes se clarearam énosso devrir chamar cada um aoslimites de sua missa'), incitar cadaqual ao proseguimento do sua tarefa.De facto, si em nenhuma parte estáo erro absoluto, si ao contrario umquinhão ao menos de verdade acha-seera todos os logares, cada escola,cada seita é urna força qtíe traz ao

construcção do grande edifício. E'nosso dever, portanto, não regeitnr,mas attrahir essa collaboraçãó detodas as crenças, de todas as opiniões.Eis por que, mais do que nunca,devemos fazer por declinar era todosos casos essa doce palavra que se ins-creve — tolerância !

Em um estudo que sobre a índiaantiga publicou o Sr. Alfred Léüaiuna Rcoue scient/Jique des idêes spiri-lualistes, lemos uma rápida criticasobre ura descobrimento moderno,

quo muito interessa aos investiga-dores do spiritismo. Eis por que to-iríamos a liberdade de transcreverd'elle uni longo trecho :

« Quantas forças mysteriosas danatureza ainda nos são desconheci-das I

Ba alguns annos apenas o arneri-cano Keely apresentou ao inundo sa-bio a descoberta de uma nova forçaquo fará com que rellictam e tor-nem-se mais modestos os sábios di-

ploraados do Occidente, quando selhes falia de forças psychicas ououtras que se achavam á disposiçãodas primeiras raças desapparecidásdo globo terrestre, e que, por suasconseqüências, demonstrariam ter-mos ainda muito a estudar para at-tingirmos ao nivel da sciencia psy-chi ca ;inü'-a.

A nova força descoberta pelo Sr.John Worrel Keely, de Philadelphia,e por elle chamada inlra-atômica,menos não é do qne o Aonr da Piblia,o Akãsà dos Indiis, a qual, arraaze-nada era um apparelho disposto paraeste fira, é capaz de substituir osmais poderosos dynamos eleetricossem usura nem attrito.

O reservatório em que se produzesta forca, o ether, é incomraeusu-ravel e não receia disperdicio porqueó inesgotável.

Fazendo funeciouar seu apparelhoem presença de uraa commissão desábios, reunida em Philadelphia,obteve o Sr. Keely resultados mara-vilhosos. Conseguiu o inventor, como auxilio de nm poderoso motor, for-

çar rochas de uma dureza excepcio-nàl em um lapso de tempo curtis-simo, trabalho que nas mesmas con-dicões não teria podido executarnenhuma outra machiiiu conhecida,cm vista da difliculdade daempreza.

e o sábio physico (Jrookos, da aca-deinia de Londres, esta descoberta,dizemos, permittirá talvez a nossossábios orthodoxos emocionarem-seemlirn, e mudarem de attitude paracora pesquisadores convencidos o

desinteressados que se têm entregueuo estudo de phenoraenos inexplica-dos, os quaes por isto não deixam en"

tretanto de existir.Gomprelienderão finalmente que a

hypothese, hoje reputada vã, está

moitas vezes destinada a tornar-se a

ki, o Jacto adquirido de amanhã..lá que fizemos menção do ether. a

propósito da descoberta de Keely,

não será supérfluo perguntar : o queé o ether 1

»¦•.•

Approximada esta definição doether ás que do Aour e do Akásà de-ram os sábios comraentadores dos

livros sagrados pundits da índia e do

Thibet, e a força intra*atômica des-

coberta por Keely, hera se poderiasnppor que se truta de uraa só e uni-ca força similar, agindo tanto phy-sica quanto mentalmente, conformeas condições nas quaes o phenomenose produz...»

O |»cris|»irilo visío o«m omicrottcopio

Até agora não se fazia uso do mi-croscopio sinão para descoberta dosinfinitamente pequenos, taes como osrotiferos e os micróbios que agitam-se nas gottãs iPagua, que são paraelles vastos oceanos ; bis, porém, queo microscópio já serve para descobrir?

para perceber o que é invisível, in-tangível, im palpável.

E' ura periódico americano qne an'"nuncia esta phaiuastica, mas realinvenção;

Não tenho em meu poder o periodi-co, mas tenho presente a reproducçãodo artigo em que se falia desse ma-gico instrumento ; eu o eitraio daLux, excellente revista italiana quese publica em Roma, e que conta nu-merosos e sérios assignantes, bemcomo sábios e illustres redáctores.

Para satisfazer aos leitores traduzotextualmente o artigo do italiano,

que por sua ve/. tambera é uma tra-ducção :

« Ura illustre sábio desta cidadeacaba de fazer uma descoberta des-ti nada a ter grande repercussão nomundo scientifico. Trata se de pro-vara existência da alma empregan-do se um inethodo completamente ex-

e.xacfa, ou, para melhor dizer, a su-

perposição da sombra sobre o corpoque a produz.

Adraittido este principio, trata-va-se, para o Dr. Sugues, de compro-var essa dualidade do nosso indi-viduo.

Tal é o ponto de partida do sábioamericano, e fui seguindo esto cami-nho que logrou penetrar o comino-vedor mysterio da vida e da morte.

Para elle, todo corpo humano con-tém um segundo corpo, idêntico, pa-recido em tudo, em sua fôrma impai

pavel e, invisível.

E' somente no momento em que sobrevéní a morte do corpo material

que a sombra que o acompanha du-rante a existência, delle separa-se,desembaraçando-se dos laços carnaes,e lança-se ás espheras eternas ; estasombra é a alma.

Refiramos agora como o professorIlugnes foi levado a similhantes in-

Acaso não seria essa forca nova ! periraental

t

aquella do que se faz menção na dou-trina secreta dos grandes iniciadosda índia e- do Thibet, eque elles affiLr-ra a m ter estado á disposição da au-tiga raça desapparecida dos Atlan-tes ?

Esta descoberta extraordinária

posta era parallelo cora as forças

psychicas reconhecidas verdadeiras

por sábios de primeira ordem, semopinião preconcebida, entre outros

menos uraa pequena pedra para a Í pelo eminente psychologo de Rochas

Pondo á vista um dos mysteriosmais occnllos da natureza, esta des-coberta servirá para justificar decerto modo a doutrina que nos ensinaque a alma humana não morre.

Para fazermos mais clara exposi-ção, daremos o nome do sábio ameri.cano : chama-se o professor Sugues.

Este apaixonado experimentadorestá lia muito convencido, não só de

que a alma existe, mas que forma

parte do nosso corpo, debaixo d'1 umaforma vaporosa; é a reproducção

vestig-acões.«Um dia, refere o professor, senti-

me disposto a reflectir sobre os la-mentações de um amigo a quem tinhase amputado ura pé. Soffria doresatrozes na parte que não existia, eacerescentava (jue, a dor além do

joelho era tal, que mais de uma vezsentiu-se impeli ido a estender a mão

para colher a parte em que tinha adôr.

Durante alguns annos este factonevropathico foi para mim objectode contínuos e longos trabalhos. Nodia em que pensei ter encontrado omeio pratico para adiantar minhasinvestigações, resolvi tentar a expe-riencia.

Eu tinha inventado nm instru-mento, um microscópio do grandepotência, cmi o qual era-me possíveldistinguir o mais imperceptível mi-crobio do ar. Esta invenção custou-me muito tempo e não menos tra-balho ; mos emfim, graças ao pode-roso instrumento, o problema estavameio resolvido. Só restava experi-mentar.

Fui visitar um amigo que tinha

perdido um braço na guerra de 1863e explicando-lho o melhor (jue pudeo que d-elle desejava, pedi-lhe quepuzesse a mão imaginaria sobre uraafolha de papel branco.

"Obrai, disse-lhe, corno se aindativesseis o vosso braço, isto é, collo-cai a mão que não tendes sobre estafolha.

O meu amigo sorriu, olhau-raéadmirado e depois de algumas pa-lavras de animação de minha parteacabou por annuir ao meu desejo.

üolloquei então o microscópio auma certa distancia da folha, e uramundo completamente novo se revê"lou a meus oi lios.

A mão não tinha fôrma alguma

palpável, é certo; es;a fôrma, porém,ainda que impalpavel, era appareute.

Podia, cora auxilio do microscópio,acompanhar alguns movimentos dosdedos.

Deixei o instrumento e pedi aomeu amigo que por sua vez olhasse.Applicou o olho á lente e deixou es-

KIWOVMI.fcDftOK. — 1891- Juulio 15l-*mrwi ,w 3

capar uma exclamação que jamais-esquecerei.

Tinha visto sua mão fluidica. Dis-sipada a primeira impressão de, as-assombro, pedi-lhe que escrevesseuma phrase com a mão phantasma.Obedeceu.

Que se julgue do nosso assombro,junto a uma espécie de terror, quandolemos sobre o papel, perfeitamentetraçada, como o ligeiro vapor que obafo deixa sobre o crystal, a se-guinte phrase: —Quem sabe? —

i] São estas as ultimas palavras doartigo, que dão muito que pensar.Sim, sim; quem sabe ? Quem sabe,senhores apparecidos, e vós tambémsenhores invisíveis, si vós outros nãocahireis também debaixo do poderesquadrinhador do microscópio, in-teiramente, como vulgares rotiferos,como simples micróbios.

Seremos testemunhas de vossosactos e gestos, senhores apparecidos,veremos como vos conduzia e gover-naes no mundo invisível.

Nós teremos o olhar sobre vós.

HoRÀCio Peletier.

(Do Mestager, de Liég.e.)

Cflaçftcs—Sob este titulo pu.blica o nosso notável collega deLiége, Le Messager, uns trechos queestão a pedir commentarios da egreja,pois que a ella pertenceram seus au-tores.

Dir-se-ia que Tertulliano, S. Ba-zilio e Santo Hilário deram-se asmios para serem os precursores dastheorias de Kardec.

FOtHETIfí

LÁZARO —0 LEPROSOROMANCE SPIRITA

POU

^fclJH _/5k.V36£.

XI.V (•)

A pergunta de D. Clara .- já me conlie-cias, então ? veiu despertar a attenção damoça sobre o facto que, com quanto nãolhe passasse despercebido, não lhe tinha,entretanto, provocado grande reparo.

Tendo de explicai-ó, ella desenvolveutodas as potências! de sua mentalidade,o como que viu escripfco este pensamento:«Os mortos, que são os verdadeirosvivos, vivem em relação constante comos vivos, que são os verdadeiros mortos.»

Eulalia levou toda a noite a scismaisobre este novo facto phenomenal, quenão era nrodueto da sua imaginação; por-que nunca lhe entrou n'alma similhantepensamento, que até lhe era repugnante.

Como viverem em relações constantesos vivos o os mortos, si estes, ensina o nègrejà romana, vão, logo que deixam avida, ii seu destino : céu, inferno ou pur-gato rio ?

Mas, alguém me deu este pensamento,que não é, nem podia ser meu e quenão pode ser obra do acaso, sinão pro-dueto de uma intelligencia, poisque con-creta um .sentido perfeito !

Quem poderia dar-m'o ? Certamenteum ser intelligente e invisível.

Logo, ó verdade que estamos em rela-ção com seres invisíveis !

t •) Reproduzimos esto capitulo por terhavido erro de paginarão.

líi.s os trechos :Tertulliano di/, [Do Carne Christi,

cap. 6): «que os anjos têm um corpoquo lhes ó próprio e que, podendose transfigurar em uma carne \\\\~mmana, podem temporariamente fa-zer-se ver pelos homens e communicar visivelmente com elles.

S. Bazilio falia do mesra.cr modoporque, embora tivesse dito em ai-guma parle que os anjos não têmcorpos, affirma, comtudo, em seu Tra-tado do Espirito .Santo, que elles setornara visíveis pelas espécies de seupróprio corno, appareceudo áquelles

J que são dignos disso.

Santo Hilário ensina ; "Visíveisou invisíveis, não ha. ua creação cou-sas que-não sejam corporeas ; as pro-prias almas, estejam ou não reunidasa um corpo, têm ainda uma substan-cia corporea inherente á sua natu-reza, pela razão de que ó preciso quequalquer cousa esteja em algumacousa.

S. Cyrillo de Alexandria ensina :"Só Deus é incorporeo; elle só é quenão pôde ser circumscripto, ao passoque todas as creaturas o podem, em-bora seus corpos não se assemelhemaos nossos.

Estas lições, que viriam a talhede foice em um curso de spiritismo,seriam a heresia, quando por nós en-sitiadas ; pregadas, porém, pelos dou-tores da Igreja, ellas offerecem o eu-nho da autoridade.

Vera ainda uma vez confirmar asabedoria de Salomão ; nihil.novumsubsolo. Quando os philosophos es-piritualistas da velha escola nos vie-rem dizer que a alma é incorpore»,mais não temos do que remettel-ospara Tertulliano e S. Bazilio.

K parece que é mesmo assim, porque'; tenho me deitado com uma resolução eacordado com outia muito opposta.IA que, durante o somno, minha alma

convc.-sa eom os invisíveis e recebe dellesconselhos e lu/..

Serão os anjos ? Sou muito pequeninapara merecer tamanha graça*; além deque, anjo-, seres creados perfeitos, e emparte se tornaram imperfeitos, contra uvontade de Deus, é cousa que nunca pudeadmittir, porque valeria por admittirque Deus não é omnisciente e omnipo-tente.

Anjos devem ser os espiritos humanos,fovados ao maior grau do saber e de vir-tudes taes, que lhes dão merecimentopara serem executores (mensageiros) dasdivinas voluções. i

Serão os demônios ? Pela mesma razão (.não n admissível a existência do si mi-lharites seres, que attestariam fraquezasem Deus, cuja obra saliiu do risco quelhe foi traçado o de sua perfeição an-geliea.

Além de que, si fossem elles, seusarrastamentos seriam para o mal', e nuncame aflastariam da idéa em que eu estavade suicidar-me, pura meçliirem a de fugirpara aqui, para este azvlo de virtudes-

Quem pôde ser então ? Inquestionável-mente as almas do outro mundo e a faliado pai de D. Clara é uma prova inconciissade que e assim.

E' certo que a egreja romana proscrevesimilhante idéa, mas a egreja romana,apezar de sua infullibilidade, proscreveua idéa de ser a terra e não o sol que gyrae aeeeita a da creação de seres perfeitosque Ase tornaram imperfeitos 1

Não ha duvida. Os nfortos vivem cmconstante communicação comnosco e fo-ram elles, alguns am*igos, que me atlas-taram do suicídio o me encaminharampara aqui.

Chegada a esta conclusão, elaboradacom escrupuloso critério e a bel prazerpela razão e pela consciência, a moca con-filiou o somno, rra já quasi ao nasêer daalva.

idiotas—Ainda ao mesmo col-lega pedimos venia para transladaro seguinte tópico :

« Os egypcios haviam levada asciencia do magnetismo a limites aque 'linda não chegou a scienciamoderna; tinham notado que osidiotas, aos quaes consideravam comosautos sempre em extasis, eram sen-sitivos dos mais lúcidos; por issomettiani-n'os no Templo e d'elles seserviam para communicarem de The.basa Heliopolis, como se. pôde inferirda traducção de um papyrus em quese trata da invasão de nina TerraSanfa pelos Nepktis, árabes do de-serto.»

Conviria que, com as cautelas ea precisão das investigações moder-nas, se assentasse a verdade ou oerro das observações egypcias : ascondiçõfís orgânicas do cérebro queimpedem ao espirito do idiota a suamanifestação plena serão realmentepropicias á mediumnia 1 Só o estudoexperimental poderá satisfactoria-mente resolver o problema.

Havia no passado uma scienciacompleta e integral a que chegaramos sábios por processos opposto8áquelles que hoje empregamos : pó-de-se dizer que todas as descobertasque são hoje filhas ou de um esforçoaturado ou de um acaso feliz, maisnão são do que reminiscencias do pas-sado.

Uevivel-o, portanto, não é retro-gradar: é tirar pelos processos mo-demos a prova das acquisições dosantigos.

BJI>tM'(Iade decurar —Era finsdo anno passado reuniram-se emParis, a esforços do Sr. U. Durville,director do Journal du Magnetismo, o« Congresso nacional para o livre

D. Clara é que dormiu, como de e,os-tume, porque nada viu de extraordináriono facto de ter vindo a moca expressa-mente procurab-a.

Apenas tinha curiosidade de saber comopôde cila eonhoecl-a em seu retiro, dondenão sahiu para conviver com quem querque fosse.

Esta curiosidade, porém, tvansformou-seem estupefacião, quando, á hora do serão,que era n das expansões daquellas duasalmas, Eulalia referiu-lho o modo «mira-culoso» iior que soube de sua existência,e foi induzida a procurai-a. *Isto é impossível / exclamou a boavelha.

Tão impossível quanto é aqui a senhorahontem referir-me : de ter seu pai, aindavivo, communicado eom seu irmão —eanuunciado que sua mãi, a senhora euma outra pessoa, que fizera parte de suaantiga família,já tinham lá, para onde elleia, logaros mareados.

IA verdade, minha filha; mas quantanovidade, de qüe nunca ouvi fallar !

IA porque, disse a moça, quasi adorme-cida, as verdades eternas vão sendo revê-bulas á terra, á proporção que a terra, porseu progresso, vai adquirindo capacidadepara comprohonder as de mais elevadograu.

Estas, como a luz espanca as trevas,vão lançando por terra erros que foramconsiderados, por séculos, como verdadessagradas.

K c dahi que procede aferrar-se a egrejaromana ás idéas obsoletas de anjos e de-monios—de infernos e juras eternas—devida única, em fim ; e repellir as novasreveladas da communicação dos espiritos_e do progresso humano até á salvaçãouniversal, pelas vidas suecessivas, soli-darias—e reparadoras.

Estás Inibindo dormindo, Eulalia !O que dizia eu, senhora ?Disseste umas cousas, que me cansa-

ram profunda commoção, mas que, nãosei como, me caiaram n'alma.

—- Será possível que a egreja esteja em

exercício da medicina», cujos prin-ei pães trabalhos acham-se contidosem nove brochuras que acabamos dereceber e que no interesse da propa-ganda vende-se a 20 centimos o exem-plar ou a 12 francos o cento, na «Li-vraria do Magnetismo, 23, rua SaintMerri, lJaris.

Estes 9 fasciculos constituem umacollecção de documentos inéditos queinteressam tanto aos médicos e aosmagmetisadores quanto aos doentes eaos amantes da liberdade. Nellesse evidenciam as vantagens do livreexercício da medicina, como é prati.cada na Inglaterra, na Allemanha,nos Estados Unidos, em muitos can-toes da Suissa, e, como prescreve aConstituição da joven republica bra-zileira consignando a liberdade detodas as profissões.

As conclusões do Congresso foramas seguintes :

" Considerando : 1- que todo do-ente deve terá liberdade de confiaro cuidado da saúde ao pratico, diplo-mado ou não, que possua sua cou-fiancí que o monopólio da artede curar é abusivo, porque o me-dico nem sempre tem certeza de curarseu doente : 3-, que cada pratico deveser responsável pelos accidentes desua pratica ; emitte por unanimidadeos seguintes votos ;

I. Que seja livre a pratica da artede curar, sob a só garantia das leisde direito commum.

II. Que tenham todos o direito aassistência judiciaria contra um pra-tico, diplomado ou não, por incúria,imprudência, negligencia ou igno-rancia, que tenham trazido prejuízo.

Se curar é fazer um bem, a nin«giiom deve a lei embaraçar no exer-cicio deste nobre acto ; eis porque

mortos eommuniquemerro, e que oscomnosco '.'

Senhora, a Deus nada é impossivebNada, nada é impossível a Deus, n.lpetiu D. Clara, automaticamente; porqu»seu pensamento estava preso a um factode sua vida, que vinha corroborar as taesnovidades.

Espera.. . espera...0 qué é, senhora ?Parece que éverdade o que me tensexplicado.Eu vou contar-te o que se deu commigo

poucos dias depois da morte de minhamãi—um facto em que não fiz reparo eque tinha-se varrido de minha memória.

Esta propriedade foi-lhe doada por umtio-avô delia, homem rico, em cuja terçacabia muito mais do que o valor dadoação.

Os primos, herdeiros do doador, nunca,emquanto ella foi viva, impugnaram ofacto; desde, porém, que falleceu, e quefiquei eu, ignorante de questões de di-reito, vieram sobre mim, pretendendoannulnr a doação, com a allegação de quefora feita em simples nso-fruetó.Meu advogado exigiu o titulo dc doaçãocomo o único documento com que podiasilvar a acção—e eu dei busca a todos os

papeis que meu pai tinha deixado arru-mados n'uma grande gaveta de sua escre-vaninha, sem descobrir o maldito, queentretanto, linha a Certeza de existir.Levei todo o dia no fatigante trabalhoe a noite eahi na cama extenuada de can-saco.Lá pela madrugada, vi em sonho minhamãi, que me fallou, dizendo :- Minha Clara, não te amotines. O

papel de que precisas está n'uma carteira

¦ir-

que se acha n'umasecretária de teu

de couro da Rússia,gaveta de segredo dapar

E no sonho minha mãi ensinou-me adescobri,- o segredo; despedindo-se demim depus de me ter dado um beijo-natesta.

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(Continua)

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mais clamorosose torna o privilegioconcedido aos diplomados. E é pelajustiça da causa porque propugnavao Congresso, que nelle foram abne-

gadamente tomar assento distinctosdiplomados, cujos nomes figuram em

algumas das raonographias apreseu-tadas. Em geral, porém, o corpomedico de Paris, farejando um peri-go, entrou em agitação; assim é quenos periódicos especiaes trataram de

levantar a questão de crearem-se as-sociações de soccorros e garantiasdos direitos da desse. Eis os 9 fas-ciculosque recebemos ¦

i. Relatório dos trabalhos do Con-

gresso. Discurso. Discussões. Res-

postas aos quesitos do prograraraa.Votos e resoluções.

II. Relatório do Congresso sobreos trabalhos da Liga, apreciações daimprensa, argumentos em favor dolivre exercício da medicina, por 11.Durville.

III. These sobre o livre exercícioda medicina, sustentada em favor dahumanidade soffredora, pelo Or. O.de Messing.

IV. A liberdade de matar, a li-herdade de curar. O magnetismo eo alcoolismo, por Pabius de Champ-ville.

V. A liberdade da medicina. Pra-tica medica entre os modernos, porRouxel.

VI. O magnetismo e a moléstiasocial, por Rouve.ry.

VIL O livre exercício da medi-cina reclamado pelo- médicos (Do-cumentos diversos, correspondência).

VIII. A arte medica, por Daniaud.Nota sobre o ensino e a pratica damedicina na China, por um lettradochinez. Extracto da correspondência.Artigos de jornaes.

IX. Sobre um caso de interna-mento arbitrário, por Mme. Uerou-zier.

Novo £jb'U5»«»— Acaba de se fun-dar em Paranaguá mais um grupospirita, denominado "Consolo dosalilictos;,. E' um de seus fundadoreso dedicado propagandista Sr. JoãoMoaes Pereira Comes, que conseguiuagremiar ao grupo grande numerode pessoas das mais conceituadas dacidade,

Fazemos votos ardentes para quesejam compensados os esforços destesnossos confrades, ao meios com tra.balhos dignos de merecerem publi.cação.

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Capitulo 11O somnambulismo natural

M. Debay quer explicar esses phe-nomenos por uma comparação. Assimcomo um commandante dirige seu

"navio pela inspecção de um mappa,

da mesma maneira, no sotnnamhulis-ino, a memória dirige o corpo pormeio das impressões que lhe fornece.

Estamos admirados de ver um me-dico, um physiologista, emittir uma

tal asserção ; não sabíamos que amemória dirigia o corpo. Até aquitinha-se admittido que era a vontade

guiada por diversas influencias dasquaes uma podia ser a memória.Apezar da difficuldade em admittirtal theoria, quando os in > vi men tosdo indivíduo se produzem '.mu umaresidência que lhe 6 habitual, o quedizer das circumstancias cm que osomnambulismo se conduz maravi-lhosamente o com uma segurança quenão teria despertado, em meios quelhe são totalmente desconhecidos 7

Assim, tomemos o exemplo da

joven senhora cujo marido tinha sido

preso. E' possível dizer-se que a me-moria a levasse quando caminhavasobre o telhado da casa, rastejava,encostava-se ás arestas vivas do tecto,e emfim ãssentava-se sobre o pião ?

li1 inverosimil suppor que ella sotivesse dado a esses exercícios no seuestado normal. Mas então, que poderti protegia, lhe fazia evitar as que-das 7 Por que órgão via ella, poisque nesse estado os olhos estão com-pletamente fechados 7r.-

Não se pôde imaginar que ramifi-cações do nervo óptico terminando noepigastro, ou em outea parte, sejamcapazes de transmittir vibrações lu-minosas no cérebro, porque sabemosconvenientemente e desde muitotempo que as sensações luminosas eauditivas são localisadas nos órgãosdesses sentidos, e que é tão difficilexplicar que se veja pelos ouvidoscomo se ouça pelos olhos.

E quando mesmo o nervo óptico seramificasse, como quer M. Debay, asextremidades não tendo appareihoreceptor, isto é, a câmara escura queconstittie a parte essencial do olho,não poderiam de modo algum trans-mittir vibrações luminosas para o ce-rebro.

Entretanto o facto ahi está, apre-senta-se innegavel, é preciso expli-cal-o exclusivamente pelo mecanismoda machina humana, ou admittir aalma como causa efficiente.

Dir-se-á com o doutor, que quandoa visão não se opera, o cérebro suppreessa funeção por uma vista inter-na dos objectos que procura 7 O

que quer isso dizer ? E como essa

percepção intima poderia existir paraobjectos que não foram vistos pelosolhos do corpo? Esta hypothese éabsolutamente inadmissível; tambémo autor apresenta logo uma outra.

Os órgãos dos sentidos, diz elle*desenvolvidos era excesso nosomnam-bulo, experimentam em distancia aaccão dos corpos e lhe fazem evitaros perigos que o ameaçam.

Entramos no domínio da phanta.siacom esta supposição que não pôdemesmo fazer comprehènder todas as

particularidades observadas. Com ef-feito, na anedocta referida por Esqui-rol o pharmaceutico adormecido quepreparava suas poções não ponde seravisado por uma emanação do papel,do perigo que corria seu cliente, seelle se conformasse com a receita.Elle agia como teria feito no estadoordinário, e discutia methodicamentea impossibilidade de um tal remédio.

(Continua)

mm m mmmíEXPOSTO DA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOS

SUAS 1SASES («CIENTIFICAS E EXPERIMENTA ES

SUAS CONSEQÜÊNCIAS MORAES

POR

Léon llcni*V

PARTE MORAL

O CASlINIIO DIREITO

XLIX. — O amor

(Continuação)

Os que ledes estas paginas, quemquer que seja.es, tende por certo queum dia nos encontraremos de novo,

quer seja neste mundo, em ulterioresexistências, quer em mais adiantadacsphera, ou na immensa vastidão doespaço; tende por certo que havemosde nos influenciar mutuamente nosentido do bem, e nos auxiliar emnossa ascensão. Filhos de Deus,membros da grande família dos Es-

piritos, marcados na fronte com osello da eternidade, somos destinadosa conhecer-nos, a unirmo-nos na bar-monia das leis e das coisas, bemlonge das paixões e das enganosasgrandesas da terra. E emquanto nãovem este dia, a ti vá meu pensa-mento, ó meu irmão ou minha irmã1como testemunho de doce sympathia,elle te fortaleça era tuas duvidas,console-te em teus desgostos, anime-teem teus desalentos, e se una ao teu

para implorarem ao pae de todos nós

que nos ajude a conquistarmos me-lhor futuro.

L.—Resignação na adversidade

E' o padecer uma lei de nossomundo. Em todas as condições, emtodas as edades, em todos os climas,tem o' homem padecido e chorado.Apezar dos progressos sociaes, mi-lhões de seres curvara-se ao peso da'dor. A alta gente não ó isenta demales. Os espíritos cultos, por terema sensibilidade mais aguda e ex-quisita, sentem impressões mais do-lorosas. Ricos e pobres padecem nacarne e no coração. De todas as pa-ra^eus do globo sobe o humano

queixume.No próprio regaço da abundância,

um tédio vácuo, uma vaga tristezaapossa-se ás vezes das almas delica-das. Ellas sentem ser irrealisavelneste mundo a felicidade, de que lhepreluzem escassos lampejos. O espi-ritoauhela melhores vidas e melhoresmundos ; uma como intuição lhe dizque a terra não é tudo. Rara o homemnutrido da philosophia dos Espíritos,a vttgn intuição volve-se em certeza.Elle sabe aonde vae, conhece-o por-que de seus males, a razão de ser dopadecimento. Atravez das sombras eangustias da terra, "He enxerga oalbor de uma vida nova.

Parti pesarmos os bens e os malesdti existência, para sabermos o queé a ventura e em que consiste a verdadeira desgraça, havemos de noselevar acima do estreito circulo davida terrestre. O conhecimento davida futura e da sorte qne nos aguar-da permitte-nos medir as coiisequeu-

cias de nosso actos e sua influenciasobre nosso porvir.

A desgraça, vista a esta luz, nãoserá para o ente humano o padeci-mento, a perda dos seus, as privaçõese a penúria; não, desgraça será tudoque deturpa, tudo que degrada, tudoque põe tropeço a seu adiantamento.A desgraça para quem não olha sinãoo presente, pôde ser a pobreza, osachaques ea doença. Para o espiritoque vê de alto e largo as pequenezes,desgraça será o amor do prazer, oorgulho, a vida inútil e criminosa.Ninguém pôde julgar uma coisa semver todas suas conseqüências, e porisso é que não se compreheuderá avida, si não se conhecerem seu fira esuas leis moraes. Purificando a alma,as provações preparam-lhe a elevaçãoe a felicidade, ao passo que os júbilosdeste mundo, a opulencia e as paixõesamollentam-n'a e lhe deparam naoutra vida amargosissimas decepções.Porisso os que soffrem na alma e nocorpo, os que são acabrunhados deinfortúnios, podem esperar e ergmerconfiantes os olhos ao céu: estão pa-gando suas dividas ao destino e con-quistando a liberdade; mas quem éamoroso de sensualidades está for-

jando seus próprios grilhões, estáacumulando novas responsabilidades,

que escurentarão tristemente seusfuturos dias.

A dor, sob suas formas múltiplas,é o remédio supremo ás imperfeiçõese infermidades da alma. Não ha sa-rar sem ella. Assim como as doençasorgânicas resultam muitas vezes dênossos excessos, também as provaçõesmoraes que passamos são resultas denossas faltas passadas. Cedo ou tarde,desabam sobre nós as faltas com suasconseqüências lógicas, lista a lei dejustiça e de equilíbrio moral. Acei-temos seus effeitos, cótnp nos sujeita-raos aos remédios amargosos, ás ope-rações dolorosas que devem restituira nosso corpo a saúde e a agilidade.Quando nos vexam os desgostos, ashumilhações e a ruína, supportemo-los com paciência. Rasga o lavradora terra para d'ahi extrahir a louraseara. Assim de nossa alma kceradabrotará abundame messe moral.

A acção da dòr despega de nossoser o que é impuro e ruim, os appe-tites grosseiros, os vicios, os desejos,tudo que da terra vem e para a terravoltará. A adversidade 6 a grandeescola, o campo fértil das tránsfor-inações. Guiados pelos ensinamentosdelia, as paixões ruins volvera-sepouco a pouco era paixões generosase em amor do bem. Nada se perde.Mas lenta e diílicultosa é esta trans-formação. Podem somente realhal-ao sofírimento, a lueta constantecon ira o mal e o sacrifício próprio.Nesta fragoa a alma adquire a expe-riencia e a sabedoria. De frueto ver-de e azedo se converte, . lavada nasondas renegerantes das provações,banhada pelos raios do divino sol,em frueto doce, perfumado e sa&onado

para os mundos superiores.

(Continua)

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Typographia do «rkfukmadok»

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Toda r-orrespoiideiifia deve ser dirigida a ALFREDO pREÍRA - Rua da Alfandfi

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ga n. 342;

Vnno XII

KXPFaimOiVrii.

Silo ngenlcN «lesta follm

Amazonas—0 Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

para'-O Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.42.

Rio Grande do Noutio—O Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal.

pRRNAMnuco-—O Sr. Affonso Duar-te, no Recife, rua 15 do Novembro,n. bo.

Bahia _ O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Jankiuo — O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, om Campos, rua doRozario n. 42 A.

Mia* Ghiíaks—O Sr. Ernesto doAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, ua Capital, ruada Independência n. G.

O Sr. Bmedicto José de Souza Ju-nior—em Santos, rua Xavier" da Sil-ve|ra n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, eraCuyabá.

Rio Grandk do Sul—O Sr. Alferes.Miguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.—O Sr. João Moaes Pe-reira G unes, em Paranaguá.

As assignaturas dento periódico co-meçam cm qialquer din e terminamsempre a !?1 do Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSALVerdade c Luz— Orgãò Jo lispirititalismo scien-

tifico, publicação fjüinzèrinl. Uirecfor responsávelAntônio Gonçalves da Silvo Hnttiira, S. í'aulo~4,rua da Independência. Assirçuutura nnnual 2/jOOÕ.

A Luz— Órgão do Centro Spirita de Goriiyba,publicação quinzenal. Chefe da redacçâo, AlfredoMunhoz. Corityba-51 — Rua 15 de Novembro.

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O Psychislno — Revista Spirita portugueza, pu-büenção mensal. Lisboa, 95 rua Augusta. Porserie de li üümeros 120 réis; por serie de 12 nu-nierbs 240 réis.

La Revue Spirite — .lournul d'éludes psycholo-:glqiies et spiritualisme experimental ; revue men-guclle, fondée un 1S.">S par Allan Kardec. Paris,r'ru"e de Cbabanais. Prix 14 franes par an.

Le Spjritistnò — Journal mensuel. Rádnçfèúr Ga-brel Deíarine; Paris, 74 rue Labruyère. Prix ü fr.par an.

Im. Cliaine Magnèliqne — Organe des sociétésmngnétiques de France et de Pétninger, fondée en1879 sous la direction de M. le Baron Du Poiet.Gêranl', Louis Auflin^enr. Paris, lã rue du Kour-Saint-Germaiu. Pnx I) franes par un.

Journal du Màgnêltsme — Fondée en l<Síõ parM. le Baron du Potet ; organe de Ia Société Ma-gnétiqne de Franco; journal mensuel. DirecteurH. Durville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix (i Ir.par an.

Lu Religion Universclle — Organe de Solidnriteot de Régéneration sociale, paraissant le 15 d(eue móis. Rédacteur Ch. Fnnvcty. Gérent, P.qerdad. Xa.ites, 3 rue Mercoeiir. Prix li fr. paran.

La Pui.v Universclle — Revue indépendcnt. Ma"ognyo.li ranseendental. PhiloSogpliié. Pliyisiôíògiq"me hio Journal quinzmti.il. Direolteur li. Nisé,a etL5. cours GanPbetU. Prix 3 fr, 5U par tan '

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liraxil — l£io «1«* .Bnutciro — IM>4[ __ ,g(lnMI g 1%. SIS

Lu Nòuvelle Seleience — Revue mensuelle consiacrJri Prppagution et íi Ia discussion de Ia gsyntthese.entifique de la Rennooz. Orgacné de la lie.-énara-on sociale par la science. Redascteur, GastouUuilly. 1'nris, 13 rue de Buci.La l.nmièrc - liévelaCtion du Nouveau-Spiritua-me. Kevite mensuelle, Publiée par Mine. Gl.uoieanje. Pasiris, :)7 bouPevard Montmorency. Prixfranes par an.LcMessager— Spiritisme, quefistions Lsociales, maetisme. Journal bi-mensuel. Mr, II. Saivse.ege, 24 Boulevuid de la Sou.venière. Prix. 5 dmnoâSer nn.

Light —Journal of psicbical, oceult and mysticaarcarcli. Cliariríg Gross. London; l(i Craven Streot.Iltinne of l.igfit — An exponent, of the spiritual

philosophy. Còlby >.* Rich. piiblishers. Boston 'IBpsworth. ,<j 'i.fiO

per annuiu.'The ncligió-Philósophlcal-Joiirnat — Pulilisíied átSI l.a Salle-Streetj Chicago, by Marv K. Üundv,1 year ,<J '2,50.

riu- WorUVsAduance-Thought — Ptrblisíicu mon-hly. Chegou. Porllan I, 193; Sixth Slreof.The Harblngcr «f Light — A monüily journaldevoted to zoistic science, freetliought, spirituaiism

and the harmonial philosophy, Melbourne. 13Eaétern Arcade. Price li d.The Currier Dpue — The oldcst spiritual journalon lhe tuoiho Coost. San Francisco, 121 Ki'dith-Street. 0

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La Nttcua Ahanza—Periódico mensual oigano deiPentro Espiritista Lnzo de Union. Grátis para todosCuba, Cienfuegos, 72 Àrguclles

The Thcasophi:.l—Á mngaztno of oriental jibüoso-phy, nrt. liieraiiire and occultism, conducede byli. S. Olcott. Madras, Adynr. Price nnnual £ 1.

Annall ti, ;i„ Spiritismo in lltilia -Torino 23 ViaBogino.Goldm&uhi.\jtl-ltfS(] _ .stateí. s_ Francisco (Cali-forny), 734 Montgomery Street.Ltt Albtmitla—Revista mensual, literária, de esta-

<lios psicológicos, interesses geuerales y orguuo oli-ciai dei Cenlro « El Snlvador ii Grátis para todos.Director: Juan J. de Garay. Saguii-la-Grande (Cu-ha), l Gloria

Lu Pcnsée des Morls—Organe de PUnion Spiritedo Reims ei de PUnion Spiritualisíe de Roíieu.Adininistintciir : Paul Monclin, Reiin1?, Place de laKépubliquü, Pavillon de Mars, Prix 1 fr. 50 par an.

Le Journal Spirile dr V Est— Reims, 28 rue Gíim-bettn.

Annulea des Sciences Psychiques-Paris, 108 lioulevara" dcfcnint Gennnin

Revista pspirilislu—Organo de propaganda de laSociedad H,n Persevcranciaii Se publica dos vecesal mes, swdiilriljiiye grátis. Republica Argentina,Mendoza.Gl Colonibia.

/-.' Espraio— Periódico de propaganda y eco denioviiniento general dei l.ibre-pensaiuiento. Se pu-blica los .Juéves. Redactor: Andrés Cornzon Gn/.a-lez. Ponco, 18 Isabel.

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Chefe de estado, que pela impar-cialidaue de .sua.s decisões e pela jtis-tiça qne destribuia, felicitava a pa-tridque o havia levantado ás cnmi-nelas do; poder, Sadi Carnot acaba dedeixai 6 não pelaá leis naturaes, mas

prostrado pela mão im piedosa de umassassino.

GV,sari Santo, compromettido porjuramento perante seus còrreligionã-rios, animado do fogo de uma idéa

que não deixa ao coraçlo lazer parao amor e para a compaixão', envolveem um ràmilliétê perfumado umaarma homicida, e certeiro traspassacom o punhal o coração ¦ do presi-dente incauto I

A esta hora todos os homens, todosos povos mesmo, regam com lagrimas

quentes o corpo ainda não resfriadodaquelle que foi o chefe da naçãofrance/.a.

Choremos sim ; mas choremos nemsó a perda do homem illustre, comoainda o des vario do moço, que, aoentrar na carreira da vida, atira-sedesde logo no aladeirado da morte I

Não commettamos, nós os spiritás,a injustiça do lamentar a desgraçaefe dui *&ó, é sobTeluílõ não façamoscuro com- os poderes terrenos em auafaina inglória e errada de buscar noterror de leis rigorosas o remédio

para. o aíiarchisiuo INão, legisladores, não se pune um

crime, cominando se uma pena. quea .seu turno também é crime ; não,legisladores, uão será pelo assassinatolegal de todos quantos suppondeseivados da pecha do anarchismo, quehaveis de trazer paz e socego ãs so-ciedades I

Sabeis vós, que procuraes enne-grecer o código com os duros rigoresde tuna, pena de morte, de quem 6filho o anarchismo ? Jà vos esquecestes, porventura , de que fostes vó^mesmo, que pretendestes a utopia deuma sociedade sara Deus, sem moral,sem justiça

'•?

De uma sociedade em que a liber-dade. o fementída, a egualdade umaironia, e a fraternidade a maior dasimposturas ? Não quererieis,por ven-''ii''!, qoe de vossa obra surtissemtodos os effriitos? Pois ao envez.detrabalhardes por afTeiçoar o capitale o trabalho, não fostes vós mesmosque, invertendo a pyramide social,procurastes,pela iniqüidade de vossasleis, collocar est-, em grau de infe-rioridade aquelle ?

O anarchismo é um symptoma dostempos : é o grito de angustia dos hu-raiIdes e dos opprimidos contra umasociedade de privilégios e de abusos.Cumpre-se aqui uma lei fatal_a daexpansão dos gazes : toda vez queuma massa gazoza e comprimidaalém dos limites, a explosão é fatal.

Ctísari Santo e todos os seus corre-ligionsrios têm a desgraça de ohe-decerá fatalidade do destino : todasas grandes tran.sf.nnações hão sidosempre precedidas por commoç.ões,por crimes sangrentos.

E vòf, França generosa, vós quecom o melhor de vosso sangue, aba-fando a edade de ferro, derraraastespelo mundo a semente da liberdade,

ju vos esquecestes dos horrores devosso 89? Mas, porque a transfor-mação operada então t^ve como pre-cnr.-or scenas de carnagem, atten-tados, crimes, devemos impiedosa-mente condemnar os homens de 89,que, como os de hoje, não mais fa-ziam do que obedecerem a fatalidaded(! uma lei ?

iNao, legisladores ; mãd, Françsgenerosn; não será lauçando nas pa-ginas nitentes de"vossos códigos o bor-rão de uma pena de morte contra in-felizes que se irritam pela inversãodas leis da justiça que haveis de ex-terminar o cancro terrível que sechama o anarchismo.

Contra os piínhaes impiedosos, ady.ia.mite destruidora, contra as pa-redes monstruosas, levantai uma con-riça de. bronze deejicoutro A qual \ fioseesbiter estes instrumentos do ex-

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ex-terminio: illuminai os corações

clarecei os espíritos, dai trabalho aos

braços inactivos e preparai-vos para

o grande dia, para aquelle em que

passiticamente, á sombra da paz,

transforme-se a organisação social,

pondo-se em pé de egualdade tra-

balho e capital !

Fazei com que em vossas e*colas

agite-se a fibra infantil que vibra ás

ondas sonoras da mágica palavraDeus; fazei com que nellas seja mór

cuidado incutir nos tenros corações

da população escolar as leis da eterna

-moral; fazei isto, e dizei-nos depois

si não é preciso antes derrocar do

que erguer cadafalços.Fazei tudo isto, mas fazei também

uma cousa ainda maior : começai,

yós que vos alçastes aos alcantis do

poder, começai por dar o exemplo de

uma administração moral e sobretudo

de nm governo de justiça.Quando isto lizerdes, quando em

vez de cadêas, tiverdes erguido mo-

nume.ntos á educação primeiro e á

instrucção depois, podeis estar segu-ros de que a transformação social,ainda ha pouco alludida, virá ria tu-ralmente, sem commoções, sem so-

bresaltos, e sobretudo sem crimes.Julgaes que estamos no mundo da

utopia ? Perguntai ao patrício Ro-mano si era possível uma sociedadesem escravos, sem o circo das feras ;perguntai ao fidalgo medievo si um

plebeu poderia ter aspirações, sonharcom a liberdade, repastar seu espi- I

immovel ; ao contrario, ponde vossoscorações e vossos cérebros sobre o

primeiro dos reformadores, sobre

Jesus de Nazareth.

^|»|>ariçOos

Si poubesseis em que estado me

acho ! estou pallido, desfeito, com os

cabelíos em pé, sinto um abominável

calefrio, um suor glacial me innunda

o corpo. Tremo 1 tremo ! soffro

cruelmente as conseqüências de uma

falta. Fui muito imprudente. En-

treguei-me á leitura de um livro ter-

rificante, horripilante, a ponto «te

tornar doente o mais intrépido, o

homem mais calmo, o de maior san-

ome frio.O

Neste livro só se trata da existen

cia de demônios, de apparições uo

rito no ideal da egualdade: Pois bem, a sociedade uma pri-

meira vez se transformou ; elimi-nando a servidão, pondo lim aos

horrores espectaculosos de feras a de-vorarem homens, ella subiu um de-

grau na escala fatal da evolução.Pois bem, ainda uma segunda vez

ella se alçou ao patamar do progresso;derruindo o feudalismo avelliantado,

atirando por terra as pontes leva-

dicas dos castellos do arbítrio, da in-

justiça e da dor, ella conseguiu traus-

tornar ainda uma vez as bases em

que se assentava.Como poderieis vós chamar utopia

o que mais náo é sinão o comple-

mento das duas antecedentes revolu.

ções ?Quererieis porventura negar a lei

da evolução? Pretenderieis.pelo ego-

israo de vossos interesses offendidos,

pôr entraves á carreira virtiginofa da

fatalidade do progivsso ?Não, frnncezes ; não, povos da Eu

ropa ; não podeis fechar os olhos aos

dictames da razão, não podeis cerraro coração ás injuncções da justiça ;não podeis finalmente erguer escusas

ao caudal vultuoso que teve suasnascentes em França, em 93 •'

Legisladores, voltai um pouco vos-

«os olhos para o passado, remontai-vos a vinte séculos transcorridos, pe-netrai na Judéa, e, (punido tiverdes

de cumprir a missão, de traçar no3

códigos as leis de vossos paizes, nãovos petrifiqueis como o monolitho

diabo, de almas penadas, de lamias,

delemurcs, de duendes, de s.pectros,

de larvas, de phantasmas, de presa-

gios de morte, de espíritos mais ou

menos familiares, etc.Meu pobre cérebro acha-se em um

estado de ebullição que não poderiadescrever ; parece que os demônios,

os diabos, os espíritos familiares, as

larvas, os feraures, os phantasmas,as aventesmas entregara-se na caixa

de meu craneo a folganças deserde-

nadas, abandonam-se a danças ultra-

fúnebres e ultrainfernaes.Permitti-rae purgar meu pobre

cérebro, communicando-vos a bis-:

toria de um espirito familiar, mas

não muito mau sugeito.O facto é extraindo do famoso

«Tratado» de Le Loyer sobre as appa-

ricõea dos espíritos :'«Coutaram-me que em Pariz havia

um joven ecclesiastico que tinha um

gênio que o servia, fallava-lhe, ar-

ranjava o seu quarto e suas vestes.

Um dia o superior passando de-

aute do quarto deste seminarista ou-

viu que elle fallava com alguém ;

entrou e perguntou com quem con-

versava; o moço sustentou que uin-

o-uem havia na cella, e com effeito o

superior não viu nem descobriu

ninguém abi ; entretanto, como tinha

ouvido sua conversa, o mancebo con-

fessou-lhe que desde alguns annos

elle tinha um gênio familiar que lhe

prestava todos os serviços que po-deria fazer um creado, e que lhe

tinha promettido grandes vantagens

no estado ecclesiastico. O superior

constrangeu-o a dar-lhe provas do

que dizia , elle ordenou ao gênio queapresentasse nina cadeira ao supe-

rior ¦ o o-enio obedeceu. Avisou-sedisto ao arcebispo, que não julgouconveniente divulgar. Mandaram era-bora o clérigo, e sepultaram no si-lencio esta aventura tão singular-»

Passemos agora aos duendes, por-que vos quero obrigar a partilharmeus temores e minhas angustias.

Trata-se de um facto que se refereao que se chama em nossos dias, eraestylo pomposo, allucinação telepantica.

Um boticário (as ai mas-do outromundo nem mesmo os boticários res-

peitam ; parecem arrostar a phar-macia que para ellas não tem o me-nor prestigio), um boticário, diziaeu, tinha um de seus discípulos, o

mais instruído, perigosamente en-ferino. Lastimava vivamente estecruel contratempo, porque elle eraadmravelmente auxiliado pelo rapaz

que, além de ser muito instruído emchimica, era de rara aptidão na artede manipular as drogas.

Vários dias havia que este disci-pulo, verdadeiramente emérito, nãoestava mais em seu posto habitual,quando uma noite, ao acabar de dei-tar-se, ouviu o boticário o pilão tri-turar uma substancia no cadinho.A principio acreditou em uma illn-são, porém, o ruído fazendo-se ouvirmelhor, elle levantou-se ás pressas edesceu ao laboratório.

Ficou sòrprehendído ao ver seumelhor discípulo, que elle acreditavadoente em casa, triturar as drogascom um zelo, um ardor, que chegavaá paixão. O boticário, encantadodesta dedicação extraordinária queimpellia uin doente—o discípulo ti-nha uma lividez inteiramente cada-verica—a deixar o leito de dôr paraentregar-se á sciencia vpharmaceu-tica, ticou um bom quarto de hora acontemplai o. Acreditava ver, neste

joven valetudinario, o gênio, os pa-gãos teriam dito o deus, da pharma-cia. Não era mais contemplação, eraadoração.

Entretanto o pharinaceutico apro-ximoú-se do discípulo para fé li-

I cital-o por seu ardor, e bateu-lheamigavelmeute no hombro. ü disci-

pulo desappareceu logo, tinha-sedesfeito uo ar e por cima da mesa dolaboratório; não viu sinão a mão do

pilão era um gral que não continha amenor apparencia de droga.

« Que quer isto dizer ? perguntouo pharmacentico petrificado. Queteria, pois, succedido ao meu melhordiscípulo ? »

Foi-se deitar pensativo e com o es-

pirito transtornado.Bem cedo, no dia seguinte, ao

abrir a ollicina, teve a solução doacontecimento. Vieram dizer-lhe queseu discípulo tinha dado o ultimosuspiro um pouco antes do momentoem que seu phantusma fazia mençãode triturar no gral uma substancia.

Não estaes aterrado ? Quanto amim, sinto--ine um pouco alliviado.Eu teria bastantes proezas dos se-nhores diabos e dos aventesmas paravos contar. Não quero abusar mais ;creio que é bastante por hoje. Paraoutra vez fallar-vos.ei de outros

lIoRACH PeLLETIER.

(Do Messager, de Liége.)

NOTIGIRBtO

Prova* da rcciacarnaçíio -Tomamos de nosso notável collegaRevista de estúdios psicológicos, deBarcelona, as seguintes linhas :

« Os periódicos spiritas inglezes

publicaram, ha pouco, o caso de uramenino que, ao ir pela primeira vezâ escola, reconheceu o logar e osutensílios que na mesma escola ha-viam servido a um seu irinãosinhodesencarnado poucos annos antes.

Tho Theosophist refere outro caso

de um menino que nasceu em Ma-drasta eni 1890 e falleceu em 1891,sendo isto um golpe terrível para amãe. Dous dias depois do falleci-mento, o menino foi visto por umasua irmãsinha de treze annos deedade, que claramente ouviu que elledizia : "Diz á mamãe que se consoleporque dentro de ura anno eu vol-tarei.» Com effeito 365 dias e G ho-ras depois disto, sua mãe deu á luzum menino, exacta imagem do ir-mãosinho tão chorado.

Veremos si a repetição de factosanálogos faz com que os spiritasnorte-americanos, que tão recalci-trautes se mostram para acceitar aidéa da reencarnação (que não ob-stante ganha terreno de dia em diaentre os yankees) cheguem a conven-cer-se da verdade deste principio,que para nós é de toda a evidencia,pois que sem elle ficam iuexplicado3muitos problemas interessantíssimos

que o Spiritismo resolve.A idéa roencarnacionista já tem

ganho muito entre nossos irmãos dosEstados Unidos, porém ainda lhesresta muitíssimo que andar, e ahiestá onde vemos o papel providencialque vem desempenhar a Theosophiano campo do Spiritismo, contribuindo

para estender a idéa da reencarnaçãonão somente entre as escola* espiri-tualistas, como também entre os pro-prios spiritas da America do Norteque ainda estão refractarios em ad-raittir o principio sem o qual nós ma*concebemos que se possa ser spirita.»

I^a Tcrre —Era ura dos nossospassados números fizemos a devfdaapreciação desta importante obra doSr. Emmanuel Vauchez.

Chega-nos agora uma pequenabrochura contendo o relatório eir-cumstanciado d'ella por Lucien Gue-neau, antigo capitão de cavallaria,sub-pi'efeito honorário e director daUnião Republicana de Niévre.

Este estudo está feito com maestriae enthusiasmo e ua altura do objectoa que se propoz.

Quem não tiver lido aquella obra,e ler a exposição que d'ella fez o Sr.Gueneau, tratará sem duvida defazer acquisição da mesma.

lia Irrnriiacioit — Esta impor-tante revista de escudos psycholo-gicos, que se publica em Madrid,alterou o formato a principiar do seunumero de 1 de Junho e inaugurou,uma secção de retratos e biographiasdos principaes spiritas hespanhoes.D. Nicolas (rareia foi o primeiro con-tem piado e o o seguinte numero, de15 do dito mez, foi D. Eugenia N.Estopa Eernandez.

Lri Irradiacion propõe-se á publi-cação das obras mais importantes deSpiritismo, Magnetismo e Hypootis-mo, e acaba de editar as duas peque-nas brochuras : El honor y ei deber,drama em 1 acto e em verso, originalde D. llaphael Serrano ; El Qenes/s,segundo a geologia e a paleontologia,por 1). M. Navarro Murillo. Rece-bemos os dois exemplares e agrade-cemos.

8 ri» lado extrai»lio—Debaixodeste titulo um jornal do meiodia

REFORMA DOR — 1§*»4 — Julho i

da Rússia relata o seguinte facto :"Falleceu, ha dias, em Samara*

uma respeitável senhora edosa, quepor modo algum jamais consentiuem deixar-se retratar.

Tendo fallecido, pois, sem deixarretrato, seus parentes qnizeram pos-suir um. Chamaram um photogra-pho para photographal-a uo própriocaixão.

Foi ao aahir da egreja que o pho-tographo dispoz se a corresponder aodesejo dos parentes, mas, no mo-mento mesmo em que elle assestavao seu instrumento sobre a defunta, oapparelho quebrou-se como por ef.feito de uma pancada vinda de fora.0 photographo apressou-se em bus-car um outro.

Quando voltou, já o corpo estavano cemitério. Ia-se pregar a tampado caixão.

Tratou elle então de assestar dennvo o instrumento, mas desta vezainda a operação não teve êxito, por-que o instrumento foi immediata-mente quebrado, como da primeiravez.

E assim realizou-se o desejo da de-funta de não deixar retrato.

Traits de liiiitlère — Era umde nossos números passados annun~ciámos o appareciraento deste livrodo illustrado Sr. C. de Bodisco, noqual, entre outros importantes factoscolhidos por elle no estudo do Spiri-tismo, narra a apparição authenti-cada de um I e ura N luminosos, du-rante a noite, no alto da colurana dapraça S. Alexandre, na Rússia.

FOLHETIM 46

LÁZARO —0 LEPROSOROMANCE SPIRITA

POR

nEük.3K.

XLV

Acordei, chorando de alegria e tendobem gravado na memória tudo que medisse a cara mãe.

Ergui-me, incontinenti, e fui á secre-tária e descobri o segredo e tirei a car-teira, onde encontrei o papel que tantotrabalho me dera.

Tomei aquillo por um sonho feliz; mas,reflectindo, reconheço : que não podiasonhar com aquillo* que não conhecia e,principalmente, ter sonho tão minuciosoe exacto.

Agora, pois, está fora de duvida : quefoi minha mãe quem me deu todosàquelles esclarecimentos e, portanto, queé verdade communicarem os mortos comos vivos.

D. Clara, por estas luzes que recebeude Eulalia, cada vez mais presa ficou ámoça.

XLVI

Paulo de Oliveira, convencido comoestiva de que Lázaro lôra o roubador deEulalia, não tinha vindo a Mogy somentepara se vingar do rival feliz, sinão para cas-tigar cónjunctamente a mulher quedes-prosara seu amor e ainda por cima ooffendera com duras palavras.

Aquellas palavras do jardim, Eulalialhe havia <le pagar mesmo que com ellecasasse, quanto miis tendo lhe frustradotodos os seus planos, pela fuga e pelaligação com o homem, a quem desejavapoder queimar vivo.

Por Maurício lançou os filamentos dateia em que devia Lázaro ser apanhado,como o insecto pela aranha que sem dónem piedade, lhe suga a ultima gottade sangue.

Receiava, porém, fazer sciente ao admi-

Esse livro acaba de ser vertidopara italiano e no Vessillo Spiritista,de Junho ultimo, encontramos a se-guinte carta, em que o Sr. Bodiscoagradece á Sra. Condessa Mainardi aofferta de dous volumes Sprazzi deLuce :

"Condessa.—Não saberei exprimiro prazer que experimentei ao receberos dous volumes Spràzzi de luce.

Tal testemunho de estima peloautor commoveu-rae profundamentee espero que. na Itália o nosso livrofará a sua nobre tarefa e jornada.

Fal-o-á 1 Porque está acompanha-do por toda parte pela nossa von»tade firme.

0 prefacio do Sr. M. T. Falcomerestá admirável mente traçado e nãodeixará de produzir uma forte im-pressão sobre os homens da sciencia,estendendo-lhes novos horizontes paraos quaes seus estudos e aspiraçõesattraem o vôo.

^Rogo-vos, Condessa, apresentar aFalcomer meus mais sentidos agra^decimentos ; elle comprehendeu per-feitamente o alvo a que me deter-mino no meu caminho cheio|de obsta-culos e perigos.

Já que o Sr. Falcomer se interessapela parte scientifica, chamarei suaattenção para um artigo curioso quepubliquei no n. 5 da Iníciation, em1893.

Nelle trato da condensação docorpo astral. Dei um dos exempla-res que rue enviastes ao barão Ma-rocchetti, embaixador da Itália, e

nietrador das Lavras de que precisavasaber de Eulalia, porque não

"viesse a

miserável a perceber que representavao panei de instrumento de negra vin-gança e por ahi entornar-se o caldo.

Itêservou, pois, para si o trabalho dever onde se refugiava a moça, o que lheparecia cousa de fácil consecução.

Naturalmente Lázaro não levou aaman-te para a fazenda, precisando parecer aospatrões de uma moralidade irrimaculada,para menter o alto cargo, que lhe derame que não é migalha que se atire a cães.

Deve, porém, tel-a collocado na visi-nhança, ondehirável a freqüentemente,para saciar a sede do seu amor.

Nada, pois, mais fácil de qu; descobrir-lhe o -íeu ninho, vigiando-lhe, os passos eacompanhando-o nas excursões para forada fazenda.

O pássaro não hade sahir d'ali, ao me-nos nos primeiros tempos, sinão para iraonde gêmea solitária rola; mas eu lhehei de mostrar, que, por mais espesso eembrenhado que seja o bosque, hei dedescobrir-lhe o escondrijo e foi um dia abella companhia do Sr. Lázaro 1

Delineado o plano, Paulo preparou dis-farcas para vigiar o inimigo, sem poderser conhecido por elle ou por quem querque fosse.

Para não causar suspeitas á gente dacasa onde se aboletara, estabeleceu comonorma : sahir uma e duas vezes por diaa passear pelos arrabaldes da cidade, quedizia serem encantadores.

A's vezes, mesmo, dormia fó a de casa,explicando o facto, por se ter afastadomuito da cidade e encontrado conhecidosvelhos, com quem passara.Ninguém tinha inteiesse em prescrutara verdade ou falsidade de similhanteshistorias e, pois, todos creram no quedizia o malvado.

Em sua primeira exploração, tomouelle conhecimento das circumvisinhinçasda fazenda e de todas as suas sabidas.A. de servidão geral era uma única, quedava para a entrada da cidade.

Paulo rondou por alli, dnr.tnte umasemana, sem ver apparecer Lázaro.

Era prova de que não era aquella atrilha do melro, que certamente não le-varia uma semana sem visitar a amadade seu coração.

Foi rondar n'outro ponto, durante ou-tra semana, com o mesmo resultado ne-gativo e assim methodicamente em rela-ção aos demais.

peço-vos que me envieis outros trêsmediante pagamento.

Recebei, Condessa, com meus agra-decimentos a expressão da sinceraamisade do vosso servo—C. áe Bo-disco.

Hstephaiiotis—E' este o nomede um livrinho de versos que assig-nado por Frederico Jofrei veiu agoraá publicidade, e que nos foi offer-tado por seu autor.

Incompetentes para julgal-o, nadasob™ elle podemos dizer sinão quenos achamos penhorados pela deli-cadeza da offerenda.

O professor Lombroso e oAplritismo — "Sob este titulo oBeformador, do Rio de Janeiro, inse-riu, vertida para o francez, uma sériede artigos sem nome de autor, quehaviam sido publicados nesta inte-ressante revista.

O autor, depois de reproduzir aapreciação de Lombroso sobre os phe-nomenos produzidos por intermédiod& médium Ensapia, toma nina auma as explicações que d'clles deu ocelebre professor, e as refuta com nmvigor de lógica que denota no autorum estudo aprofundado do assumpto.

Depois disso Lombroso assignou orelatório da commissao reunida emMilão para-o estudo do6 phenomenospsychicos e que nó* reproduzimos.

Ter-se-iam modificado suas pri-meiras opiniões ?»

Esta apreciação foi publicada noMonileur spirite, e transcripta no

O perverso estava sem saber comoexplicar similhunte facCo, a não ser queLázaro estivesse doente, ou que sahissepelo matto, por evitar encontros.

Da primeira duvida tirou-o Maurício,que veio á cidade communicar-lhe comotinha feito o que elle lhe aconselhara eque a propósito referiu-lhe que ja estavaempregando a guiné, sem maior resultado,pois que elle sahia todos 03 dias a deta-ihar e a fiscalisar os serviços da fazenda.Mas, então, nem um d*ia ficou retidono quarto ?

Nem um dia; antes parece que temmais saúde, pois que monta a cavnllo demanhã, para correr os eitose sò volta ácasa ao anoitecer, para alimentar-.se.

Paulo apegou-se, então á segunda hy-pothese e muito arteiramente procuroumodos de verifical-a, fingindo que era noempenho de verificar a acção da drogaque receitara, ou antes queinsinunra.—Ellrt nãosahe da fazenda, nem de dianem de noite ?

Desde que para lá foi, ainda não sa-hiu, nem de dia nem de noite.

Acredita, então, que elle não faz dedia sinão fiscalisar o serviço e de noitesinão dormir?

—Sei, com toda a certeza, porque fiz-mea sombra delle; não o deixo, nem mesmoquando dorme.

—Então,é certo que nenhum effeito temproduzido o tal remédio, que os pretostém por infidlivel.

—Pois olhe: é o meu fiel quem o preparae administra e elle conhece perfeitamentea arte.

Neste caso, é o demônio que protege otal seu superintendente, que, ao que pa-rece, virá a fazer a sua ruina.

—Pois sim. E a intriga que lhe armei ?Qualquer dia desteá, o patrão arre-

benta por ahi e, sem dizer palavra, comoé de seu costume, manda-o pentear ma-cacos.

Si for assim, antecipo-lhe meus para-bens.

Não tenho duvida de que seja assim.Eu conheço o homem com quem vivo hamuitos annos.

Tão depressa apanha qnalquer empre-gado em falta, chama-o, faz-lhe a conta, ediz-lho, sem admittir replica: procureoutro, que eu não lhe sirvo.

Elle é que não serve?Assim é que elle falla-quem quizer

que o entenda.Por ahi além, foram os dous amigos

Messager de Lióge ; damol-a inte-gralmente para conhecimento de noa-sos leitores.

MtSCEUftNEA

O SPIRITISMO ANTE A SCIENCIAPOR

-tpahrel Delamie

PARTE SEGUNDA

Capitulo II

O somnambiilismo natural

Ora, nós perguntamos aqui aindaquem discutia, quem via ?

Poder-se-ia, em rigor, admittir queum indivíduo fizesse durante o somnoactos puramente mecânicos, taes comoos que executa durante a vigília, eque não requisitam nenhuma applicação do espirito; assim como umcocheiro cuida dos seus cavallos, umartista toca piano, uma cozinheiralava seu vasilhame, etc. Nesse casoé natural conceber certas acçõesreflexas do systema nervoso superex-citado por uma idéa fixa.

Mas, quando o raciocínio está emjogo,quaudo todas as faculdades func-cionam como de ordinário e quandoé notório que o indivíduo está ador-raecido, ou por outra, que as funeçõesda vida de relação cessaram, dizemosqueé preciso necessariamente acceitara existência de um agente que nãodorme, que pensa, raciocina, quer, e

A ¦'¦-¦,¦-.? Í.Tí"¦¦¦¦*&

¦

discorrendo sobre o que devia acontecera Lázaro, até que chegou a hora do Mau-ricio fazer-lhe as suas despedidas cadavez mais amistosas.

Ficando só, Paulo concentrou-se porverse podia decifrar o enigma que tantolhe interessava.

Quanto mais cogitava no cas-o, maiadiiiicil parecia-lhea explicação.

Como explicar, com effei-o, não terLázaro sabido da fazenda, desde que paraella entrou, sendo certo que elle trouxe aamánte,tí que nos primeiros dias de umaunião amorosa, que os casados chamam«lua de mel», nrule está um, está o outrodos dous que se uniram !

Não, não é possível o que me asse-gura o b''uto do Maurício ; Lázaro sabesem ser visto ou é tão matreiro que deixapassar muito tempo sem sahir, para queninguém possa suspeitar que foi elle oraptor da bella Kulalia.

Como quer que seja, a mim elle nãoporá cinza nos olhos ; porque o ódio quelhe voto e á sua deslavada amante medará «cem» olhos como a Argos da Fa-bula.

Visto que elle não sahe, o que muitofalicitaria minhas pesquizas, sahirei eua bater, como caçador, todos os sitios efazendas da circumvisinhança da fazendae, com mais ou menos trabalho, chegareiá descoberta que me é condição de vida.

Hei de descobrir o refugio de Kulalia,como Sátànaz; na sublime linguagem docego d'Albion,descobriu o berço do gênerohumano, que Deus nccultava n'um mi-moso recanto da terra !

Eu serei o Satanaz dc^te par, para fa-zel-os expulsar do seu para:so, não porculpa sua, mas por meus ardis !

Eu serei, pois, mais do que o anjo ca-hido, que não teve coragem de atacar oinimigo em toda a sua pujança—e »õ oenlaçou depois que elle cahiuvem'fraqueza,pela desobediência!

Eu cá ataco os dous directamente—lan.co-os na miséria, no inferno de uma vidftde horrores—rir-lhes-diei na cara—e sepreciso for, servir-lhes-hei de carrasco \

Meu caro Lázaro, fez mal de metter-secommigo !

Minha cara Eulalia, hade custar la-grimas de sangue seu despreso 1

(Continua)

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BEFOItIIA'IM*tt — l«f>4 — Jhill.o 1v-flyrw wriT-i«*r—

esta força que vela sobre o corpo e

o conduz nós chamamos alma.Afinal de contas, o doutor Debay,

que classifica a crença nos espíritosde parvoice, irão é muito positivista,e o seu scepticismo nâo repousa sobre

nenhuma prova de insanidade das

nossas creanças.Diremos, em resumo, para não so-

brecarregar a discussão; fica estabe-

lecidoque o somnambulismo natural

offerece caracteres notáveis, que são

incomprehènsiveis, si negar-se que a

alma seja uma realidade.Poderíamos citar mil outros casos

de somnambulismo ; os tratados de

physiologia estão cheios dessas nar-rações, mas não nos oíferecia nada detão típico como os que estudamos.

O capitulo seguinte é consagradoao exame do somnambulismo magne-tico, e nelle ainda verificaremos que.a afirmativa espiritualista é liem

fundada.Uma ultima nota. Durante o fa-

moso debate que teve logar na aca-demia de. medicin», nor oceasião daleitura do relatório de M. Husson.foram sobretudo os factos de visãosem o auxilio dos olhos que se combateram. Mas si os doutos incrédulos

" tivessem pensado que os somnambulos naturaes movem-se correctaraentecora os olhos fechados, teriam evitadoo ridículo de regeitar um facto re-conhecido por elles mesmos.

CAPITULO 111

Somnambulismo magnético

O curso de magnetismo do barão~'aú "PstSiT" contém "cfecTfmentos em

grande numero para nos persuadir de

que o somnambulismo artificial, isto

é, provocado pelo magnetismo, é umaverdade.

Ajuntamos a elles outras narra-

ções tomadas de autoridades da sei-encía magnética, Charpignon e Li-fontaine, mas sempre com o apoio de.actas assignadas pelos médicos osmais conhecidos ; os factos que se-

guem tem, pois, todos os caracteres

de authenticidade.O somnambulismo magnético é ca-

racterisado ás mais das vezes poruma insensibilidade da pelle; pôde-seimpunemente picar o adormecido, be-liscal-o, fazer-lhe queimaduras, ellenão se disperta e não dá signal algumde soffrimento.

O áramoniaco concentrado, levado

pela respiração ás vias aéreas, nãodetermina a menor mudança, e o queno estado habitual poderia produzira morte, fica sem effeito nesta es-

pecie de somnambulismo.Si a sensibilidade extingue-se, o

ouvido não deixa de ser desprovidode acção. Nenhum ruído se pôdefazer ouvir; a voz, a queda ou agi-

- tação de corpos sonoros não communicam som algum aos nervos acusti-cos; parecem estar paralysados: tirosde pistola dad".s uo orifício do con-

dueto auditivo, embora magoando as

carnes, deixam crer ainda na privaçãodesse sentido.

o

Mus esse estado não existe sinão j xado o unindo onde ella impera. Suaobra é todavia fecunda. 1011a. geraem nós thesouros de piedade, de fer-nora o de affectos. Cs que nunca aconheceram toem pouca valia. Só asuperfície da alma lhes está dosbra-

| vada ; nelles não teem profundezanem o sentimento nem a razão. Comodesconhecem o penar, são indiffo.ren-

Numerosas experiências foram tei- I t-es e insensíveis aos padecimentosalheios.

Amaldiçoamos, cegos que somos,nossas existências .obscuras, mono-tonas e dolorosas; mas, quando alça-mos os olhos acima dos estreitosliorisoutes tia terra, quando já tiiscer-niinos o verdadeiro motivo da vida,

coinprehètfdemos serem preciosas os-

sus vidas, indispensáveis para sopraro., espíritos orgulhosos, para. nos s.ub-

para quem não é o magnetisador,

porque esse pôde fazer ouvir ate as

mais fracas modulações da sua voz,

sua palavra se faz comprehendereradistancias onde qualquer outra não

ouviria nada c não poderia inesin

ver o movimento dos lábios.

tas por Du Potet em 1820 no Motel-

Dieu, de Paris.Elle dá conta disso da maneira si

guiute :•''Vós sabeis (elle falia a seus disci

pulos) que o somnambulismo offere-

ceu-se á nossa observação, e que uni"•rande numero de médicos incredu-

los, attrahidos pela novidade do es

pectaculo, foram delle testemunhas I metterem í\ disciplina moral, sem a.

e propuzeram-se a assegurar-se por qual não ha progresso.si mesmos da verdade, do qne, eu lhe-avançava. Eu os deixei agir em»

quanto quizeram, porque, em phe-notnenos extraordinários, não se deve.

crer. sinão pelo testemunho dos sen-

tidos. A presença de grande numero

de pessoas não impediu a producçãodo somnambulismo, e uma voz esse

estado dado, os assistentes pnzeramtudo em uso para verificar a insensi-

bilidade dos magnetisador. Princi-

piaram por passar fios de pen nas

muito leves sobre os lábios e voltas

do nariz ; depois picaram a pelle de

tal modo que. sobrevieram echymo-

ses, depois induziram fumaça nas

fossas nazaes ; pnzeram os pés de uma

somnambula em um banho de mos-

iuxtla_for.temcute sinapisado e cuja

agua estava etn alto grão de calor.

Nenhum desses meios determinou

a mais leve mudança, o menor signal

de soffrimento; o pulso interrogado

não offérecia alteração alguma. Mas

no momento do despertar, todas as

dòreí, que deviam ser a conseqüência

dessas experiências, foram vivamente

sentidas e os doentes indignaram-se

com o tratamento que se lhes fez

passar.»(Continua)

liSii m ifisKXPOSTO DA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOS

SUAS I1ASKS SCIENW1CAS É EXPERIMBNTAES

SUAS CONSKQUUNC1AS MO»A ES

ponliCoil Bicai i*

V

PARTE MO UAL

O CAMINHO DIREITO

L.—Resignação na adversidade

(Continuação)

A ignorância das -leis universaes é

que nos move a rebellar contra nossos

males. Si coraprehendessèmos quan- jto esses males são necessários a nossoadiantamento, si soubéssemos amar- I

lhes o athargoV, já não se nos-anto- j1 liariam um fardo. Mas todos nós jabominamos a dor, a sua utilidade jsó conhecemos depois de termos dei-

O homem livre, em suas acçoes,isento de. males e cuidados, entrega-se

á fervencia das paixões, doi\a-flfcr

á sua indole. Lon^e do trabalhar

mu sna melhoria, não fuz sinão ac-

crescer ás fali as passadas novas tal-

tas: comprimido porém pelos padeci"ra entoa om existências humildes'

habitua-se á paciência e á reflexão'e adquire a calma do pensamento,que só ella permitte ouvir a voz do

alto, a voz da razão.

Mo ciisol da dor é que. se formam

as o-randes alma--. A's vezes, vem

anjos de, bondade, esgotar á nossa

vista o cálice da amargura, 'afim do

darem exemplo aos qoe são arreba-

tados na borrasca das paixões. As

provações são a reparação necessária,

que muitos de nós aceitam com co-uhecimento de causa. Deixemos queeste pensamento nos inspire nos mo-mentos de desalento. Tomáramosnós que o espectaculo dos males sup-

portados com uma conimovento rèsi-«¦nação nos dó o valor de liearmosheis a nosso compromisso e ás rêso-lucões viris que tomámos antes devoltar k'carne.

A nova te resolveu o grande pro-bleraa da apuração pela dor. Nashoras tormentosas abi vem consolar-nos a voz dos espíritos. Aquellesmesmos que passaram todas as ago-nias da existência dizem-nos hoje :

soi1,

« Padeci, o meus padecimentosabriram-se em felicidade. Elles res-gataram longos annos de luxo e mol-leza. O padecer ensinon-m a pensare a orar; e, em meio da embriaguezdo prazer, a re.-:olução salutar jamaispenetrara minha alma, jamais a ora-cão frisara meus lábios. Bem hajamminhas provaçõe--, pois me abriramemfim o caminho que leva. à sabedo-ria e á verdade ( ) ».

Abi temos a obra do padecime.noVilNão é esta a máxima de, quantas se,operam na humanidade • Ella pro-se<nie silenciosa e secretamente, masas resnltas são incalculáveis. Ex-

purga a alma de quanto é baixo,material e transitório ; eleva-a. nor-teia-a para o futuro, para os mundos

que são sua herança. O padecimeiitofalia de Deus, á alma e também dasleis eternas. Por certo é bello ter um

(•) Gommuniceçãò mcdianimica roce--bida pelo autor.

fim glorioso, morrer joven e qual umherôe. A historia registrará vossonome e as gerações venerarão vossamemória : mas uma longa vida dedores, de inales soffridos com paci-encía ó bem mais fecunda para o adi-antamento do Espirito'; E1 de vêr([iie a história nada dirá d'ella. To-das as vidas obscuras e mudas, vidasde lücta silenciosa e de recolho,caem uo esquecimento, mas os quepassaram vão ter ná luz espiritual arecompensa. Só a dor abranda nossocoração e aviva as chammns de nossaalma. E'' o cinzel que lhe dá as pro-porções harmônicas, afina-lhe os con- -tornos e acaba de lhe realçar o pri-mor. Uma obra de sacrifício, lenta,continua, produz maiores effeitosque um acto sublime, mas solitário.

Consolae-vos, todos os que viveisignorados, quo padeceis na sombramales cruciamos, e tarabenros que

is desprezados por vossa ignorância>, vossas faculdades acanhadas. Sa-hei que entre vós acham-se. grandesEspíritos que elegeram renascer ig-noraiítos para so humilharem, uban-douaudo uns tempos suas faculdadesbrilhantes, aptidões e talentos. Nãopoucas intelligencias são òbscurêci-das pela éxpiação ; mas na mortecaem os véus, e. os que eram despre-zádõs por seu pouco saber eclipsarãoos orgulhosos que os menosprezívam.A ninguém ha de, desprezar-se. Dó-baixo de humildes e feias apparen-cias e até entre os idiotas e os demeirtes, alguns grandes Espíritos, occultosna carne, expiam seu passado hor-roroso.

O' vidas humildes e dolorosas,banhadas de lagrimas, santihicadas

pelo dever, vidas de luetas e de abne-

gação, existências de sacrifício pelafamilia, pelos fracos e pelos peque-nos; devotiimentos desconhecidos, re-nuncitis ignoradas, mais meritorias

que as abnegações celebres, soisdeo-raus que levam a alma á felici-dade. De vós, dos obstáculos ehumilhações de que estaes semeadas,ex.tra.he a alma a pureza, a força eo-randeza. Únicas; nas angustiasde cada dia, nas immolações que lheimpondes, e.nsinaesá alma a pacien-cia, a resolução, a constância, todaa sublimidade da virtude, e ella vosdeverá a íaurea, a aureola promettidano espaço á fronte dos-que padece-ram, luctaram e venceram.

. V-

y

Continua

Roçamos aos nossos con-frades satisfázeréra seus-débitos com a- maior hrevi-dade, alim de |)odermos re-gula ri/ar nossa, escri jila.

Os dos ftslados Fe-derndos poderão enviar-nossuas ordens em vale-postál

Typographia do «reformador»

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' ASSIGNATÜRA ANNUALBrazil 58000

PAGAUlEnTO ADIANTADO

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PERIÓDICO EWOLUdONlSTA

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PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E lii DECA.DA MEZ

&mm m f|iie« siiiii imumToda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfândega n. 342.

ASSIGNATÜRA ANNUALEstrangeiro 6S000

PAGAMEnTO ADIANTADO

PUBLIC ASE NOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

Anno XII

EXPEIHENTI

Sito agente* desta folhaAmazoiíâs—O Sr. Bernardo Rodri-

gues de Almeida, em Manaus.para'—O Sr. José Maria da Silva

Bastos, era Belém, rua da Gloria n. 42.Rio Grande do Norte—O Sr. For-

tunato Rufino Aranha, no Natal.Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-

te, no Recife, rua 1§ de Novembro,n. 65.

Bahia — O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro—O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario n. 42 A.

Mia ç> Geraes — O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital,"ruada Independência n. 6.

Ò Sr. Benedicto José de Souza Ju-nior—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quim Antotíio de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.—O Sr. João Moaes Pe-reira Gomes, em Paranaguá.

29*

As assignaturas deste periódico co-meçam em qualquer dia e terminamsempre a 31 do Dezembro.

IMPRENSA. SPIRITA UNIVERSALVerdade, e Luz—Orgüo do Espiritunlismo scien-

tifico, publicarão quinzena], Director responsávelAntônio Gonçalves do Silva Batuira, S. Patilo-4,rua da Independência. Assignatura annual 2$000.

A Luz— Órgão do Centro Spirita de Coritybn,publicação quinzeno). Chefe da redncção, AlfredoMunhoz. Corityba-51— Rua 15 de Novembro.

O Pharol— Órgão do Centro Spirita de Para-nagua, pnbltcação quinzenol. Paranaguá. Distri-bnição gratuita.

A Evolução—Órgão do Centro Spirita Rio-Gran.deDse, publicação quinzenal. Propriedade deDomingos Toscano Barbosa. Rio Grande do Sui179 rua Pedro II. Assignatura trimensal lflOOO

O Psychismo — Revista Spirita portugueza, nu-bliçaçõo mensal. Lisboa, 95 rua Augusta. Porserio de G números 120 réis; por serie de 12 nu-meros 240 réis.

La Revue Spirite — Journal d'études psyeholo-glques etspiritualisme experimental; revue men-melle, fondéc en 185S par Allnn Kanlec. Paris,1 rue de Chabanais. Prix 14 francs par an.

Le Spiritisme — Journal mensuel. Rédacteur Ga-brel Delanne. Paris, 24 rue Labruyère. Prix 6 fr.por an.

La Chaine Magnétique — Organe des sociétésmognétiques de France et de 1'étranger, fondée en

,1879 aous Ia direction de M. le Baron Du Polet.Gêrant. Louis Auflinger. Faris, 15 rue du Four-

- Saint-Germaiu. Pnx 9 francs par an.Journal du Magnélisme — Fondée en 1845 parM. le Baron du Potet ; organe de Ia Société Ma-

rtique de France ; Journal mensuel. Directeur

Durville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix C fr.par ao.

La Réligion Vntverselle — Organe de Solidarité• ot de Régéneration sociale, paroissont le 15 de>ü.e móis. Rédacteur Ch. Fauvety. Gérent, P."qèrdad. Na.ites, 3 rue Mercceur. Prix 6 fr. par an

Hrazil — Rio de Janeiro — 18»4 — Julho 15 m. «»4La Nouvelle Science — Revue mensuelle consiacria propagation et à Ia discussion de Ia gsyntthèseentinque de Ia Rennooz. Orgacne de Ia Reinara-on sociole par Ia science. Redascteur, GastouHailly. Paris, 13 rue de Buci.

La l.umière _ RévelaCtion du Nouveau-Spiritua-me. KeVue mensuelle, Publiée par Mme. GLucieanje. I asiris, 47 bouPevard Montmorency. Prixfrancs par an.UMessager —Spiritisme, queastibná Lsociales, maetlsme. 7 Journal bi-mensuel. Mr. II. Snivse.ege, Vi Boulevard de Ia Soii:venière; Prix. 5 drancsser an.

Light —¦ .Tournal of psichical, occult and mysticaarcorch. Charing Cross. London, 16 Craven Street.{*«"'»« ofLiuht-An exponent of the «piritual

philosophy Colby & Rich, pnblishers. Boston, 9Bosworth. B 2,50 per annum.

021^ W^W?ophical-Journal - Published at1 ear f 2' 50 Ch,caS°>

°i' Mary E. Bundy.

Jkworw^ta^rao,,^, _ Pub,i3lied mon.hly. Oregon. Portland, 193, Sixth Street.The llarhinger of Light _ A monthly Journaldevoted to zo.st.c sç.ence, freethought, sí-iritualismand the harmonia philosoph,,. Melbonrne, 13Kastern Arcade. Pnce (i d.The CarrieY Dow. _- The oldest spiritual Journal

Street !° '' Sa" FrílncÍ8C0' l21 «SSS-Estúdios Teosóficos-pnblicaolon mensual. P.arce-lona, 66, entr.» l.«Tnllers, Precio 8 pesetas ai ano.Las Dominicales dei Libre Pensamiento—liedsx-

ctores : Ramon Caie3 y Demofilo. Madrid, 5-1 »calle dei Horno de Ia Mata Precio 15 pesetas ai afio.'

El Espiritismo—0'rgnno mensual dei CentroBarcelones de Estúdios Psicológicos. Redactor •Lutaybe, Barcelona, 40-8.• Mercaders. Precio 3pesetas ál ano. '¦¦¦¦<...

J.a Nueva Espana—Yctdad, moral, justicia, se-manario sociológico espiritualista. AdministradorD. José Moreno Gonzáles. Madrid, 41 EspirituSanto. Precio 10 pesetas ai afio.

Lux—Bolletino delPAccademia Internazionale pergli studi spiritici e ínagnetici. Publicazione men-sile. Direttore : Giovanni Hoffmann. Roma, 13 viaRáftoele Cudorna. Abbonamento anno 12 fr.

La Sflitge— Gazzettino di propaganda spiriticaL0111 Bibliotheea Appendice pei soli abbonati. Publi-\azione nieiisile. Direttore : Ií. Ungher. Roma 128

ia dei Boschetto. Abbonamento annuale 8 liras.La Fràterhidàd—.0'rganb de Ia Fedoracion Espi-ritisto Argentina. Redactor: M. Saenz Cortês. Pu-blicaciori mensual en cuadernos de 24 páginasBuenos Aires, 565. Brandzen Suscrición-trlmés-

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S M6 --u ^ciedttde " Constância- „ ítedíoiorComia M rino. Buenos Aires, 444 Andes Suscri-cion : trimestre adelantado m/n S2.50.

írMoaTíat^7" T ,-V8 nien3"el'e- P«Wiée enrite càrirfL i"/M,g?,?1' Jrg0ne de ,a Société Si>i"sínuSél «í?M-V,,'"*de K°8dri° (P^vincedeRastouil RKéP?bl,3ru« Argentine. Directeur: P.ps. 4,80. 10' f5°Cftlle SanLuis- Abonement :

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ElFenU— Boletin de 1» Sociedad Espirita de sunombre. Mazutlan. Sinaloa. México. Publicaciún ieventual dedicada ú Ia propaganda y defensá'de Ia 'íilosofia Espirita. Suscripcion voluntária.

La lllustracion Espiritais* publica dei I.» ai 5 decada mes en cuadernos de 32 png. 00111 forro deM. v.;« 9°i"7l?nr *, nernJ D-.1<ef«8Ío I, Gonznla.,México, 2" de Ia Independência, 6.

LáBuenaNueva^Rovista mensuul de CiênciasCristianisino Democracia; organo oficial dei CenTrôEspiritista «La Caridad . Grátis para todos. CubaSuneti-bpiritus, 7 calle dal Príncipe.LaAlborada- Revista quincenal, literária, de es-tadiui psicológicos, interesses geraes, y oraano ofi-c.ul dei Centro «El Salvador „ Director Juan J. de

66 Rymirez. ^ ,0ll°9, Cuba' Sagua-'^G«nde,

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*3B'ií/',United ~ stat«. S. Francisco fCali-íomy), 734 Montgomery Street./-«..^//ior«(/«_Kevisto mensual, literária, de estu-mos psicológicos, interesses generales y organo ofi-ciai dei Centro « El Salvador .» Grátis para todos.JJirector: Junn .1. de Garay. Sagua-la-(irande (Ga-oa), 1 Gloria

': mPehsié âes Afor.s-MDrJahè de 1'Union Spiritette Çeiins et de 1'Union Spiritualiste de Rouen.Admimstroteur : Paul Monclin, Reims, Place de IaKfipublique, Pavillon de Mars, Prix 1 fr. 50 par an.^oiir/ia(Spfr«erfeI'£s/-.Reims) 28 rue Gam-oetta.

¦ ÂnaUs dos Sciences Psgchiques Paria, 108 Boulcviü-d de Smiit GermainRevista EspirUistá^Organo de propaganda de IaSociedad «La Perseverancia» Se publica dos veceaai mes, se dutribuye grátis. Republica Argentina,Mendoza, 61 Colômbia.ElEstudio— Periódico de propaganda v eco demoviniiento general dei Libre-penstitniento. Se pu-blioa los Jnéves. Redactor: Andréa Cornzon Gnza-lez. Ponce, 18 Isabel.

?AWeu.% e o €on£ros.«o

La Paix Universelle — Revue indépendent. Ma"gDSyO.li ranscendenlal. Philosogphie. Phyisiologie-eme' bio Journal quinznénal. Direclteur B. Ni*«é,a etLô. cours GanVbetta. Prix 3 fr. 5U par iaué

La Nueva Ahanxa—Periodinn mm -, a tnouico mensuul oigano 'Jeilentro Espiritista Lazo de Union. Grátis para todosLuba, Cienfuegos, 72 Arguellcs »The TheosaphiM—A magazine of oriental philoso- '

r,hy,cafA-, hterÜu,Vanii 0CCuIt'«tn, conducede by Iti, b. Ulcott. Jdadras, Advar. Price animal t |.

í) primeiro congresso .spirita inter-naíiona], que se reuniu em Paris noanio de 1889, creuu uma commissaode propaganda que se incumbisse delançar as bases è de tratar de umasegunda reunião do mesmo gênero,devendo também oecupar-se dos in-terèsses geraes da causa spirita nopercurso de tempo que mediasse entreo primeiro e o segundo congresso.Estacommissao, não obstante ter, duranteo.s cinco annos decorridos, modificadoo pessoal, cumpriu entretanto o seumandato.

Por sua iniciativa, devia se reunira 15 de Agosto do corrente anno osegundo congresso internacional. Acidade escolhida para este novo en-contro dos spiritas de todo o mundo,foi Liég-e, na Bélgica. Mas, como asede da commissao de propaganda eraParis, constituiu-se uma sub-commis-são de spiritas activos para trataremdo? aprestos desta notavei assembléa.

Infelizmente a discórdia separou osmembros das duas coramissões, dandoisto em resultado não se poder effe-ctuar a tão desejada reunião. Convémque os nossos leitores conheçam osmotivos desta desavença.

Os Srs. Camille Chaigneau, MariusGeorges, Paulseu e Gony, notres aliásconhecidos de todos os spiritas. pelolivro, pelo jornal ou pela tribuna,queriam que o congresso de 1894 nãotratasse da questão de Deus. Em seuentender uãose pôde demonstrar Deusque ó uma abstracção ; portanto affir-uni-o seria estabelecer em spiritismoum dogma. A commA-são de Parispelo seu presideute o Sr. Laurent de

Faget tentou infruetuosamente váriosensaios de accordo. Então quasi todosos órgãos spiritas, entrando nesse nu-mero o que se publica em Liége, LeMessager, manifestaram approvaçãoplena ás opiniões da commissao deParis. Forte com este apoio, ao qualpara ser unanime, só faltava o dosquatro spiritas acima citados, o Sr.L. de Faget traçou no periódico LeSpiritisme um artigo vibrante de elo-quencia e energia, em que reivindi-cando para base do spiritismo a idéade Deus, recusa seu concurso ao con-gresso de Liége.

Por esta occasião foi recebido emParis o seguinte aviso da Bélgica :

" A commissao de Liége consideraque tem sido entendido que os votossobre as questões de principios nãoimplicavam da p-rte das minorias nenhumaacceitação formal, porém quedeviam ser considerados como indi-cação geral sobre as opiniões dos spi-ritas:

"Sab esta reserva, a commissao or-ganisadora submette-se ao voto damaioria da commissao de propagandano que diz respeito á fórmula adopta-da sobre a questão de Deus, deixandoao congresso livre eautonomoo cuidado.,de lhe dar uma solução definitiva.,,

A esta communicação replicou oSr. de Faget :

" E' perfeitamente isto, e outracousa não pedíamos. Comprehender-se-á, com effeito, que não podíamoster a pretenção de dictar leis ao con-gresso. Somente queríamos que o votogeralmente expresso pelos spiritas so-bre a questão de Deus não fosse se es-barrar coutra o non possumus emana-do dos organisadores deste mesmocongresso. Djsde qne a liberdade detodos é respeitada, e poderemos alta-mente affirmar nossas crenças, nãotemos mais de nos abster.»

Acompauhaudo os spiritas que lmose julgado no dever de emittirem votosobre a matéria, nós também quere-mos corroborar, com o nosso sentir, omodo de ver da commissao de propa-ganda. Si tardámos ao toque de reu-nir, não queremos coratudo ficar forada fôrma.

Sempre considerámos que havia emspiritismo três p ntos sobre os quaed

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IlKFORS!.%IM»Il — -I8»--1- — .IhIIio 15

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não era possível dissidência: a exis-tencia de Deus, a im mortalidade, daalma, a communicação dos espiritos.Poderiam as opiniões variar ao iufi-nito relativamente ao modo de con-siderara Divindade e seus attributos,sem que taes variantes chegassemmesmo o fundo da existência de Deusda mesma sorte que dentro do spiri-tismo estão desde aquelies qne hroí-tam restrictaraente os casos em queha manifestações de espiritos até aos

qne em todo voem taes manifestaçõessem que por isso o principio geral da

communicação dos espíritos seja at-

tingido.Honramo-nos de pensar com o Sr.

visconde de Torres Solanot, que não

pôde comprehender o que seja umspirita atheu. E' por isso qu3 julga-mos que um congresso spirita que sereunisse, com a cláusula expressa deabster-se da questão de Deus. viriana phrase cheia de vida e de verdadedo Sr. Laurent de Faget, viria doca-

pitar o spiritismo.Si ha ura princípio a respeito do

qual o consenso dos povos seja real-mente unanime, é o da existência deDeus : desde a obscnridado dos tem-

pos primevos até ás luzes da ópochahodierna, o coro que entoa hosanahsk Divindade não tem cessado um sóminuto de ser ouvido em Iodos os re-cantos da superfície do planeta.

Quando uma ou outra vez, por des-faitio, ou por imitar o at1venion.se

que, cansado de ou vir constantes lnu-vores, grava na ostra o nome de Al--cebiades, procura desafinar, essamesma, ao perpassar dos annos, aolonge da vida, não se pôde snbtrahira entoar unisonamente-com os accor-des geraes ! /---'

Pois quando o próprio Voltaire opi-na que, si Deus não existira, misterfora invental-o, poderá o bom sensofazer com quo delle .-e alheie a con-sciencia e o coração humano?

Tanto como a todos os homens, aosnossos confrades de Ivège também*alla a Diviudade; mas, dizem elles,si o spiritismo nã<j deve admittir do-gmas, não pôde àffirmar Deus. Antesde tudo observe-se bem,que, a pedra doescândalo é uma simples palavra.Cheios de horror pela accepção queao termo—dogma— tem por séculosdilatados emprestado a theologia :verdade em que se deve cegamentecrer sem pretender discutir, não querem os nossos confrades tomar a realsignificação : verdade incontrastavel.

E' que na só palavra dogma vêemelles urna ameaça ao livre exercíciode sua razão, sem se lembrarem deque ô precisamente a questão divina

alma; o nem nor isso os nossos con-frades ousaram dizer que a aflirma-

ção da alma seria um dogma. Paranós, portanto. Deus, no envez de umaabstracção, ó uma realidade, on an--tes é a realidade : ãffirma-o nossarazão, dib-o nossa consciência.

Os spiritas, portanto, neste a?3um-

pto damos cordialmente as mãos aJesus, o judeu; a Cícero, o pagão ; aVoltaire, o livre-pensador; a Spencero scientista ; á humanidade inteira.emfim.

Possam os nossos confrades saltarpor cima de palavras mais ou menosterrificántes, para comnosco entraremtambém na humanidade!

listas experiências vòm confirmar i puderam subtrahir-se/io pensamento

,%* curas syiiipatliicas

Na interessante revista de BerlimDer ziikunft (O futuro), acaba de pu-blicar o barão Karl du Prel uma im-

portaute memória, que deve ser lida

pelos spiritas. A reputação merecidado Dr. du Prel pelos seus estudos es-

peciaes de philosophia, e mais quetudo sua collaboração eílicaz na obrado desenvolvimento spirita allemãobastam para recommendar a todos

que se oecupam com os novos estudoso seu notável irabalhò. Certos de' queos nosso-; confrades já se familiarisa-ram com as tendências progressivasdas theorias codificadas por Kardec,estamos convencidos de que darão odevido apreço ao seguinte artigo :

0 coronel de Rochaè, administra-dor da Escola Polytechnica de Paris,

. * *fez recentemente experiências quemerecem ser universalmente coube-cidas. Estas mesmas experiências fo-ram repetidas pelo professor Imys eoutros mais.

Elle poz cm somnambnlismo váriossensitivos, nos quaes pôde verificar (oque é bem conhecido) a iusensibili-dade da camada cutânea ; porém re-conlieceo lambem que a sensibilida-de não se acha extiucta, mas somenteexleriorisada. Forma-se em torno docorpo do soranambulo uma serie decamadas delgadas, concentrieas, deeffluvios magnéticos (ou, para fallarcom Reichenbach, odicos) que sãosensíveis e separadas por zonas in-sensíveis. A distancia destas camadasé de 5 a 0 centímetros. A mais pro-xima do corpo delle está separadaapenas pela metade desta distancia ;as outras se estendem a algmns me-tros. Gollocando-se um copo d'asrua

aqueila que tem sidosngeita a mais ! un zona sensibilizada, forma-se porlargos debates, aqueila a que >e chega.pelos processos do raciocínio.

Pois bem, si tanto em horror temoso tal vocábulo, não sejamos nós osprimeiros a invocai-'o, e sobretudodes propositadamente.

Deus não (\ umaabstracção: si elie seprova por processos diversos daquel-les por que sa demonstra a existênciado ácido em um sal, é que não é chi-mica a natureza divina. Por egual,não são processos physicoa porém psy-chicos que dão a demonstração da

traz deste copo uma sombra odica ea água ficando saturada pelo od tor-na-se sensível. .Si a. saturação foicompleta, vê-se uma exhalação odicasubir da superfície. Entre esta aaruâoâisad'. o. o sensitivo existe uma re-lação magnética; si o magnetisadortoca a água, o soronárabulo sente ocontado na parte do corpo em une, ocopo tinha sido collocado, e de ondesabiu o ('d, comtauto que a distancianão seja muito grande.

o que Humboldt e Reli ensinaramsobre a ctlmosphera prervosa, o queReichenbach demonstrou cm suas

numerosas obras e emfim a existência

dos phenomenos que Mesmer desi-

ornou sob o nome de magnetismo ani-

mal. Assim também a água magneti-

sada, que durante cem annos tem sido

ridieularisada pela sciencia. recebe

sua demonstração. Estas experiências

mostram, á evidencia, que os pheno-menos do magnetismo animal, quenossa época quiz explicar exclusiva-

mente pela suggestão, bisearn-se so-

ure uma emanação odica real, e quea relação magnética, que. egualmente

pretenderam explicar por simples

suercestãd, uão é mais do que uma

fusão odica. Certamente á suggestão

só pôde agir de cérebro a cérebro, e,

não de ura objecto inerte, sobre o ce-

vebro.

Rochas demonstrou agora qne não

só a água, mas também outras sub-

stancias (corpos gordos ou gelatinososou coUaütes) guardam o o d exterin-

sado, o tornam-se assim sensíveis.

Expoz na camada odica uma estatueta

de cera, o, quando deram-se picadasna estatueta, estas foram sentidas

pelas partes do corpo do sensitivo que

tinha emittido o od. Uo.ctias implan-

tou na cabeça da figurinha cabellos

que haviam sido tirados da nuca do

passivo; mas a figurinha foi levada

por uma outra pessoa. Despertou ou-

tão a somnambula e conversou c m

ella. De repente ella levou a mão k

nuca e aceusou que puchavam-lheos cabellos; era com effeito o queacabavam de fazer á figurinha, no

mesmo momento, em uma parte do

quarto que ella não podia ver. De-

pois disto foi sensibilisada uma placa

photogra phica,encerrado em seu chãs-

sis, deixando-a demorar se por alguns

instantes na camada odica ; depois

levaram-uhi para o apparelho e pho-tográpliaram a sensitiva á maneira

ordinária. O u.aguetisador, tendo

arranhado ao acaso o retrato assim

obtido na placa, a sensitiva deu um

grito, perdendo os sentidos. Quandovoltou a si, foram notadas na mão

direita duas arranhaduras que cor-

respondiam ás que o operador havia

feito na photographia. Aqui não se

pôde tratar de suggfstão nem de

auto suggestão, porque Rochas tinha

as costas voltadas, quando fez o ar-

no Pythia de Delphos, sobre quem oloureiro desempenhava um tãogr«ndepapel.

De outra vez Rochas aproximou dobraço da somnambula uma soluçãosupersaturada de sal de Glauber, semque ella soubesse ; fez crystalisar estasolução; o braço da somnambula con-trahiu-se então fortemente e com vi-vas dores. Doze dias depois introdu-ziu-se uma faca nesta crvstallisacão ;a somnambula, que se achava noquarto visinho, sentiu o golpe e deuum grito terrível.

Rochas faz sentir a analogia de suaexperiência sobre a figura de ceracom o feitiço (envoutement) da magianegra na edade média. Esta analogianão é inteiramente exacta. Parece-me

que existem relações muito mais evi-dentes com um dos phenomenos damagia branca e a therapeutica ma-

gieo-magnetica, o da múmia sensi-bilisada. Seria tanto mais interessan-te estudar esta analogia quanto existeainda hoje um ramo desta thera-

peütica, o dns curas sympathicas.Ainda aqui achamos uma relaçãoentre um objocto insensível e um sôrsensi vel, de modo a ficar excluída aexplicação pela suggestão, sendo nó)forcados a admittir uma relação ma-

gneticaouodicaeht.ro o indivíduo eobjecto sensibilisado.

Não se encontram nos escriptos dePáracelso e de se.us discípulos as ex-

pressões — emanações odicas ou ex-teriorisações sensibilizadas. Mas esteassumpto é tratado sob outros termose ^era de tal sorte conhecido destetempo que era ensinado sob a fôrmade axiomas. Os' livros então só eramescriptos para o circulo dos eleitos,

para os iniciados e os adeptos ; es^creviam-ii-os.èin latim e com tal con-cisão de esíylo que parecem-nos hojeobscuros.

(Continua)

NOTICIÁRIO

N^ti ri tismo na Noruega. —E' por toda parte que tem*nestes ul-timos tempos penetrado o desejo deinvestigação sobre as causas de além.

Assim, em Christiania também, se-gundo a transcripção feita por TheMédium and DayTireak, realizaram-seduas felizes sessões, em que f< ramprincipaes phenomenos os de ma.

ranhão, e porque nem elle nem a ' terialisação, observados por selecta

somnambula sabiam a parte do corpo assistência, em cujo numero se achaem qne elle tocava.

Si é possível exteriorisar o tacto,

deve-se poder egualmente exteric-

risar os outros sentidos.

Quando Rochas collocou no od ex-

teriorisado um frasco contendo um

perfume muito forte, alguns sensi-

tivos puderam designar a natureza

deste perfume. Um cahiu em êxtases

quando um vidro que continha essen-

cia de louro-cereja foi posto no od

exteriorisado ; os espectadores não f cessos para serem obtitos em um seu-

va o redactor do CUristiãniá Daabladque a respeito publicou um relatório.Quer esta noticia dizer que a verdadefaz-se luz por toda parte, nos paizesmais esclarecidos como nos menos.São chegados realmente os temposde, em todos os recantos do planeta,levantar o nivel da moralidade a ai-turá da transformação que se aproxi-Uia.

Processo «le Iiypnolisnr —Como se sabe são intiúmeros os pro-

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sitivo os effeitos hypnoticos ; a raórparte delles basea-se na theoria depercutir um dos sentidos, até ao can-saco, emquantó que os antigos ma-

gnetisadores, da escolla fluidista ounão, limitavam-se a passes, que, af-firmara elles, não offendem ao orga-nismo como os processos dos scien-tistas. Destes se aproximara os An-namitas, conforme, refere o Dr. Mo-chaut, de Hai pbong, no periódicoLa Médecine Modeme. O feiticeiro

prende, por traz do pavilhão de suasorelhas, duas varinhas de madeiracheirosa, qne, accesas, queimam len-taraente, formando duas brazas bri-lhantes. Fazendo sentar o sensitivodefronte de si, o feiticeiro lhe dirigeum largo discurso acompanhado de

gestos; ao mesmo tempo agita viva-mente a cabeça em todos os sentidos.O paciente, que recebeu ordem deantemão de fixar seus olhos nosdoUaS pontos luminosos, não tardaa dormir, si é um sensitivo. Dir-se-ia

que todos os scientistas, á frente o

professor Oharcot, foram buscar in-spiraçâo para seus processos entre os

pobres anamitns : entre os destes eos daquelles ba cora effeito o pontocommnra da enscenação, dos longosdiscursos, e da fadiga dos sentidos.Que differenç.a para os processos sim-

pies e de nenhum modo fatigantesdoa magnetisadores l

Mpiriiiniiio na Ititliia — Maisum grupo de trabalhos spiritas folinstallado a 30 de Junho ultimo nacidade de S. Salvador, da Bahia,

que se denomina «Amore Caridade», efuncciona nos dias 15 e 30 de cadamez.

FOLHETIM 47

LÁZARO —0 LEPROSO

ROMANCK SPIRITA

POR

XLVII

Não parecerá ao leitor fructo da minhaimaginação o typo de homem que lhe deiem Paulo ?

Quem não tem visto, no percurso desua vida terrestre, homens tão máos, tãoperversos, tão dnsalmados, que possamser comparados a Paulo ?

E nem é este. o peior dos typos huma-nos ; pois que homens ha que fazem omesmo, e mais, sem terem a razão <la-qne.lle — sem offensa — por simples dis-posição natural de fazerem o mal.

Estes pobres e-miritos, deixan Io a ma-teria do corpo, que lhes serviu de in-strumerito a tão ignóbeis paixões, levampara o espaço os sentimentos que nutri'.-ram na vida* corporea— e, como a posiçãodos espíritos, depois d-i morte, é compa-ravel á de balões cheios do gazes de va-riftdas densidades, dos quaes os de menosdensidade sobem ás nuvens e os de. maispouco se alam di teivn ; acontece que. osmãos, sobrecarregados de fluidos pesados,nao podem por aquella lei que rege osphenomenos physicos tanto quanto osmoraes, subir ás'elevadas regiões dos es-paços infinitos, onde vüo ter os boas,carregados de fluidos imponderáveis — eonde somente se encontra a luz puríssimaque enche as almas de iuexprimiveis ale-grias. -

Aasim, pois, todo o espirito mao ficaembaixo, na atmosphera da terra e mis-tura-se com os vivos, interferindo emsuas accões, que procuram pautar por

íYh sesiyffoiÉi miti-ft|»ii*itu*9 —Cora esta epigraphe denuncia e re-prova a digna redaeção à'A Voz Spi-rita, de Porto Alegre, era seu nu.mero de 1 do corrente, as sessões quenaquella cidade são celebradas porpessoas desconhecedoras dos princi.pios, dos meios e dos fins do Spiri-tismo.

Para fazer-se idéa do caminho er-rado que estão seguindo, basta re-ferir que alli indicam os espíritos aexistência de thesouros oceultos, ba-ptisara-se espíritos de crianças desen-camadas sem terem recebido essesacramento, outros exigem missasem capellas distantes da casa dogrupo, velas accesas a Santos, etc.

E' o caso de dizermos : Cá e lá másfada., lia.

"La Irratlincioii — Os númeroscorrespondentes ao mez corrente, tra-zem os retratos e a.s hiographias dosspiritas D. Antônio fíuiz da Ia Ouestae Dr. D. Salvador Caatlano. Cora oda ultima quinzena recebemos a pre-ciosa novella Spirita, de TheophiloGautier.

Esta publicação faz parte da biblio-theca da Irradiacion que aetualmenteestá dando á luz — «O livro dos me-diunswde Kardec, s «Orig*emdoChris-tianismo», de Navarro Murillo. Pu-blicaru-se quatro cadernos mensaesde 32 paginas, custando a subscri-

pçãoannual 12 pexetas.A administração está estabelecida

na Calle de flita, 0, bajo. Madrid.

O Ri*. R. ilaimel Man* Be-nlto — Este nosso illustre çorreli-ffionario fez duas conferências nosdias 22 e 25 do andante no Centro

seus sentimentos, uns porque- entendemque todos devem ser como elles — outrosporque, já conhecendo que o mal arrastaa castigos horrorosos, querem portal artesaciar seu ódio o.sua vingança -e algunsporque sua natureza lhes pede que façamo mal pelo mil.

São estes cs demônios de. que faliamas sagradas lettras; pois que anjos d eu-hidos seriam prova contra a omniscieneiae a omnipotencia de Deus.

O demônio existe, pois; é o próprioespirito humano, emquantó se alimentado mal.

Mas todo o srè.r humano _ progride fa-talmente. — e estes que «hoje» são demo-nios — levam seu temoo a cogitar laçospara arrastar á perdição a fraca creaturahumana, «amanhã», mediante a.s penascorrectivas que sotVrem no espaço, e a fa-vor das vidas vepáradoras, que o Pae deAmore de Misericórdia lhes concede parasua purificação, serão «anjos», espíritosdesmateriabsados, sem outra ambição quenão seja fazer o bem.

Si o «demônio» é o próprio espirito hu-mano, emquantó se alimenta do mal, o«anjo» é também aquelle mesmo espirito,é o demônio convertido ao bem, em es-cala superior do progresso intellectunl emoral.

E, pois, P.iulo não dizia uma tolice,antes referia-se inconscientemente á su-blime lei da evolução dos espíritos, tigu-rando sa outro Satanaz, pois que Satanazé todo o que vive do mal, pelo mal e parao mal.

Um dia mudarão suas disposições, ácusta de muita lagrima, e o pobre que seufana de ser um demônio, sentirá o hor-ror de seu passado penetrar-lhe na alma,como ferro em braza, e. renunciandoaquelle horror so passado, supplicará áMisericórdia do Pae uma gotta dágua quelhe mitigue a sede do bem, do progressoe do aperfeiçoamento.

E roais tarde, Paulo demônio, seráPxulo anjo!

Por emquantó, o desgraçado moço ó oque diz : emulo de Satanaz; acompanhe-mol-o, pois, nesta phase horrirlea de suaevolução.

Conio vimos, resolveu percorrer todosos sitios e fazendas ciicumvisinhas dasLavras, por descobrir a mulher de quem

Darcelonós o no circulo ha UueiiaNueva, de Grràcià ; na primeira tra-ton da demonstração scientifíca daverdade philosophica do spiritismo;e na segunda falou sobre a tlòr, comouma necessidade, e por conseqüênciacomo um bem para o espirito.

A 29 celebrou-se também uma ses-são de despedida no theatro dei Retiro,de Tarrasa, onde foram pronunciadasbellissimas produções. Em todas estassoleranidades, que foram muito con-corridas, o Sr. Dr. Sans Benito fojmuito aplaudido, recebendo inequi-vocas provas do quanto é apreciado eestimado.

MtSCEUANEA

0 SPIRITISIKIO ANTE A SCIENCIAPOU

Gahrél Relnmit*

PA R TE SECUN DA

CAPITULO IIL-

Somnambulismo magnet ico

Não se deve esquecer que todasessas experiências foram lei'as, nãopor Du Potet, mas por incrédulos ;elle dá disso testemunhos esuri.pt os J,Eis entre muitos outros uma actaassignada pelo Dr. Roboám.

« Eu, abaixo assignado, certifico

que a 8 de Janeiro de 1821, a pedidode M. Récamier, colloquei em somnomagnético a chamada Le Roy (Lise)no leito n* 22 da sala Sainte Agnès.;elle a tinha ameaçada anteriormente

pretendia tirar a mais diabólica vingança.Sempre, na crença de que Lázaro a tinha

em seu poder, quando a verdade era :que o desgraçado moço procurava o tra-ballio como meio de abafar, em seu co-ra^ão, a dor pungente, quasi o desespero,que lhe causara a conversa que surpre-hendera, quando ia saber de que era feitoda terna amante !

Póde-se ser um santo; mas eníquaritose veste estes andrajos «le carne que clui-mainos coi po, não se pode fugir ás doresque produz a perda do ente amado, prin-cipalmente si ella, como suppunha La-zaro no caso vertente, é obra da mais ne-gra e baixa traição.

Si não sentíssemos estes espinhos, avida da terra não seria de expiáçãò. Omal só está em levar o sentimento foradas raias da resignação, até o gráo de umarevolta, ainda mesmo disfarçada

Lázaro, pois, embora não pudesse ar-rançar a tunic 1 do centauro, que lhe re-queimava as carnes, embora amasse sem-pre e perdidamente aquella que lhe jurouamor sem fim, ao tempo em que abriaoccultamente os braços a outro, a umente ahjecto, segundo dissera a velha ;Lázaro quasi desejava mal a quem tantomal lhe fizera.

E, em taes condições, era victima doódio de Paulo, pela simples razão de jul-gd-o amado por Eulalia, de viver comella no gozo da mais invrfjavel felicidade.

Eis o que valem os juízos humanos !Saliiu, poi", o perverso ã sua excursão,

com o mesmo ardor com que saliiu a es,-piònar o inimigo descoberto.

Andou por rriuitò> dias á procura damoça, como faminto caçador atrás de umalebre ; somente este tem as psgadas dacaça que o encaminham à toca, ao passoque elle não possuía o menor vestígiopara a descoberta da sua pr-sa.

Já se hia convencendo de que era Soirrealisavel seu intento, como o de umcego descobrir agulha cm palheiro, e, des-animado, estiva quasi resolvido a voltará casa.

Disse alguém, revestido de c-rta auto-ridade, que os mãos tem uma providencia,conceito este que se funda 110 facto delhes correrem os suecessoa á feição dosseus malev dos intuitos.

Ha engano manifesto neste modo de

com a applicaçao de um caustic0si se deixasse adormecer. Contra avontade da doente eu, Roboan, afiz passar ao somno magnético, du-rante o qual M. Gilbert queimouagarico ua abertura das fossas nasaes,e essa fumaça desagradável nadaproduziu de notável; que depois M.Recamier applicou elle mesmo umcáustico sobre a região epigastrica,que produzio uma escara de 15 linhasde comprimento sobre 9 de largura,não tendo durante a sua applicaçaoa doente manifestado a mais leve dôrquer por gritos, movimentos, querpor variações do pulso : qne per ma-necen em estado de insensibilidadeperfeita ; que despertada manifestoumuita dor. »

Estavam presentes á sessão M. M.(Ulbert, Créqui, e outros.

Si nos estendemos sobre esse toste-munlio, é para fazer ver bem que omagnetismo á uma força e osomnara-bulismo uma verdade, a despeito detodos os corpos sábios que quizerã0abafar esta descoberta.

Eis ainda uma ultima prova dáinsensibilidade dos somnambulos.

Alguns cirurgiões do Hòtel-üieu,tendo mudado de hospital, ura d'entreelles, M. ívlargue, foi collocado novasto hospício da Salpetrière. Nasua nova residência oecupou-se como magnetismo, •' em breve o som-iiaml.uilisino se manifestou, não sobreum doente mas sobre muitos. Es-quirol, de quem já falíamos, não seoppoz a esses estudos, tolerou mesmoque elles se tornassem públicos, sendogrande a multidão de curiosos e nu-merosos os incrédulos.

apreciar aquelle facto, que lealmente sedá e fréqu en temente.

Os mãos são instrumentos da justiçade Deus na terra, cujo fim misericordiosoé a purificação das almas pelo soflVimeuto.

Não é que Deus dê a quem quer queseja 11 missão d _• fazer soffrer seu simi-lhante: mas sim que aquelles infelizes,usando muito livremente de sua liber-.dade, fazem quê se cumpram os decretosdo Senhor, quanto aos soffrimentos dosque precisam pii ri ficar-se.

.lesus exprimiu estes casos por estaspalavras: «o escândalo dar-se-á; mas aide quem der o escândalo."

O que quer dizer: que aquelle que fizersoftVèr a seu irmão, embora este tenhanecessidade de soffrer, será réo no juizode Deus.

Ora, sendo assim, nada se opporá a queos suecessos corram á feição dos male-volos intuitos dos máos, quando estes in-tintos tiveram por objectivo fazer alguémcumprir sua missão expiatória.

E' ássíra que se explica o que alguémtomou por providencia dos máos, e tantoque tudo lhes correrá ao é.iiyez de seusintuitos, si estes tiverem por objectivofazer Soffrer a quem não tenha mais queexpiar, ou tenha missão expiatória degênero differente ac hVigicio que lhe querimpor algum espirito máo.

Contra estes, todos os máos reunidosnada poderão, porque ninguém sofiVemais do que merece, nem penas diffe-rentes das que veiu soffrer.

I1!' assim, também, que se explici ; estarPaulo jà desanimado de encontrar Eulaliae disposto a abandonar a empreza quandoinopimulamente descobriu a presa tão de-seja da.

Com effeito, ja fazia elle seus prepara-jtivos para voltar a S. Paulo, quando,hindo á estação por saber da hora em quedevia largar o trem da noite, descobriu,entre os passageiros que acabavam dechegar da Capital, a moça sua ex-noiva,em companhia de uma senhora respei-tavel, que lhe disseram quem era e ondemorava.

Paulosentiu o que sente o tigre ao avis-tar a presa!

Continua

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HliWOIllIAIMHft — 1804 — .fullio 15 ••/»-,

Renovaram-se sobre as pobres mu*lheres as experiências do Hutel-Dieu;depois suppondo, sem duvida, queaté um certo ponto podia-se sup-

portar a dor sem manifestal-a, que a

queimadura a mais forte podia sersupportada sem signal algum exte-rior de soffrimento, acreditou-se quenão se podia fazer melhor do que dara respirar araraoniaco concentrado.

Para isso procurou-se na phar-macia do hospital ura vaso que con-tivesse quatro onças, e collocaram-n'omuitos minutos seguidos no nariz decada somnarabulo, tendo todo o cui-dado de que a aspiração levasse, para opeito o gaz deletério que se escapavado vidro. Repetio-se muitas vezesessa operação, e nunca os observa-dores puderam surprehender a sombrade uraa manifestação de incomodo oude mal estar. Detalhe frizante. Umdoutor, sem duvida mais incréduloque os outros, quiz assegurar-se porsi mesmo si o vaso continha mesmoammoniaco, e tendo se apqroximadopara cheirar, escapou pagar com avida essa curiosidade imprudente.

Estes pheuomenos provam, pois, queo somnambulismo é um estado parti-cular do systema nervoso, que apre-senta grandes analogias com a para»lysia sensitiva produzida pelos anos-tesicos taes como o chlroformio ou oether. Veremos adiante quanto essaassimilação é completa.

Os factos que acabamos de descre-ver foram exarainadoscom escrupulosaattenção e afirmados por testemunhoshonrados taes como : M. M. Husson,Bricheteau, Deleus, e uma multidãode outros médicos. As actas redigidasna oceasião foram depostas na casade M. Dubois, notario em Paris, assegundas vias inseridas em uma brochura que teve immensa publicidade,e nunca um desmentido contestou asua veracidade.

Determinemos agora outros cara-cteres do somnambulismo magnético.

O somnambulo sente cora maisprecisão do qce no estado normalqual a parte do seu corpo que é affe-ctada, elle a vê e muitas vezes indicao remédio conveniente para sua cura.

Em um gráo mais elevado abraçacom um golpe de vista toda sua ana-tomia, e seo poder estende-se até lerno pensamento d^aquelles que se col*locam em contacto comsigo. Ura dosiguaes característicos do somno som"nambulico é o esquecimento ao des-pertar de tudo quanto acaba de sepassar.

Chegamos einíira ao que se chamoutransposição dos sentidos, isto- é, afaculdade que possuem certos som-nambulos do ver sera a intervençãodos olhos, de cheirar sem o órgão doolfacto, e ouvir sem que o ouvidoconcorra. Si insistimos egualinentesobre essas faculdades estranhas, éque não é possivel dar d'ellas umaexplicação racional, obstiuandó-se emnão reconhecer a existência da alma,de um poder que se manifesta foradas condições da vida habitual. Osexemplos que' seguem estabeleceraperemptoriamente a dupla vista.

Deleuze, bibliothecario e professorde historia natural no Jardim das

Plantas, era uma memória sobre aclarividencia dos somuambulos refereessa anedocta : A joven doente metinha lido correntemente sete ou oitolinhas, posto que seos olhos estivessemcobertos de modo a não poder se servird'elles. Depois ella foi obrigada aparar, estando, dizia ella, fatigada.Alguns dias depois, querendo con-vencer incrédulos, Deleuze apresen-tou á moça uma caixa de papelãofechada na qual esta vão escriptasestas palavras : amisade, saúde, feli-cidade. Ella segurou a caixa poralgum tempo em suas mãos, raani-festou fadiga, e disse que a primeirapalavra era amizade, mas que nãopodia ler as outras ; instada parafazer novos esforços, annuio, e disseentregando a caixa : Eu não vejocora clareza, creio no entretanto queas duas palavras são : bondade, do-cura. Enganava-se nos dous últimostermos ; mas, como se ve, tinham aa maior similhança com os escriptoge uma tal coincidência não pôde serattribuida ao acaso.

Continua

mm ü «iaEXPOSTO DA PHILÓSOPHIA DOS ESPÍRITOS

SUAS BASES SCIENTIP1CAS E EXPERIMENTAES

SUAS CONSEQÜÊNCIAS MORAES

POU

Léon DenisV

PARTE MORAL

O CAMINHO DIREITO

L. — Resignação na adversidade

(Continuação)

Si ha provação acerba, é quando,um após outro, nos morrem os entesqueridos, quando os vemos irero des-apparecendo, e era torno de nós crescee adensa-se a solidão soturna. E'quando a gélida e muda velhice verachegando, marca-nos na fronte comseu stygma, amortece-uos os olhos,enrija-nos os membros, acurva-noscom seu peso, e cora ella vêm a tris-teza, os desalentos e os cansaços,uma como sede do nada. Oh ! em talhora de turvação, em tal crepusculoda vida, como recreia e consola a lu- 'cerna que brilha na alma do crente,a fé no futuro infinito, nas novas vidasreuascentes, a fé na Justiça e supre-ma Bondade!

O suecessivo ausentar-se de todosque nos foram caros é solemue aviso ;sacode-nos de nosso egoísmo, mostra-nos quanto são frivolas nossas consu-missões materiaes e nossas ambiçõesterrestres, e convida-nos aos aprestospara a grande viagem.

E1 irreparável a perda de uraa mãe.Que vácuo era nós e em torno de uókquando desce ao túmulo a melhor, amais antiga e a mais certa das ami-gas ; quando os olhos que nos con-teraplarara cora amor para sempre sefecham ; quando esfriam os lábiosque tantas vezes pousaram sobrenossa fronte 1 O amor de uraa mãe não

é o que ha mais puro e desiuteres-sado? nâo é como um reflexo da bon-dade de Deus ?

A morte de nossos filhos é tambémfonte de cruas maguas. Um pae ouuma mãe não vêem sera dor desap-parecer o objectode seus affectos. Emhoras tão desoladas, é que a philoso-phia dos espíritos nos é de grandesoecorro. A's nossas saudades, á dordevermos aquellas existências pie-nas de promessas tão cedo cortadas,ella nos responde ser muita vez amorte prematura um hera para o es-

pirito, que se parte liberto dos pe-rigos e das seducções da terra.Aquella vida tão breve — para nósinexplicável mysterio— lá tinha suarazão de ser. A alma confiada a nos-sos cuidados e a uossa ternura, vinhaperfazer o que deixara por acabarem precedente incarnação. Vemosestas coisas á luz humana e d-ah*vêm nossos erros. A estada d'aquellascrianças na terra ter-nos-á sido útil;terá gerado em nosso coração assantas comraoções da paternidade, ossentimentos delicados, até entãoignorados de nós, que ameigam emelhoram.

Ter-se-ão tecido entre nós e ellasvínculos assás fortes para nos pren-derem ao mundo invisível onde todosuos reuniremos. Nisto patenteia-sedeveras a belleza da doutrina dosEspiritos. Segundo ella, não estão

perdidos os que se sumiram de nós ;deixam-nos um instante, mas é nossodestino unirrao-nos a elles.

Nossa separação, chego a vol o di-zer, é em tudo apparente. Comnoscoestão as almas, os filhos e a queridamãe. Seus fluidos e pensamentos en-volvem-nos ; seu amor nos protege.Podemos até communicar-nos ás ve-zes com elles, receber seus acoroçoa-mentos e conselhos. O affecto quenos votavam não se dissipou, a morteo tornou mais profundo e esclarecido.Exhortam-nos a expulsarmos a vautristeza e os estéreis pezares, cujo es-pectaculoos faz infelizes. Supplicara.nos que trabalhemos cora valor e per-severança era nossa melhoria, a ef-feito deos encontrarmos de novo e aelles nos unirmos na vida espiritual.

E' dever luetar contra a adversi-dade. Covarde seria quem se dei-xasse dominar da preguiça e se sub-mettesse mollemente aos males davida. As dificuldades que temos avencer exercem e desenvolvem nossaintelligencia. Mas, quando se frus-tram nossos esforços, quando topa-mos no impossível, então é o appellarpara a resignação. Nenhum poderseria bastante a desviar de nós asconsequeecias do passado. Tão inseri-sato seria rebellar-se alguém contraas leis moraes como querer resistir àsleia da distancia e da gravidade.Pôde ura louco tentar oppor-se á na-tu reza imrautavel das coisas, mas oespirito sensato acha uas provaçõesura meio de se robustecer e de forti-ficar suas qualidades viris. A almaousada acceita os males do destino,mas pelo pensamento ella se elevaacima d^lles e torna-os em apoio

paraattiugir a virtude.

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As afliicções mai* cruas e profun-das, quando aceitas com submissão,queé o consenso da razão e do coraçãoindicam geralraeute ser chegado òtermo de nossos males, e que estamosa pagar a ultima fracção de nossasdividas. E' o instante decisivo em queimporta ficarmos firmes e appellar-mos para toda nossa resolução e todanossa energia moral, afim de sairmosvictoriosos da provação e colhermostoda sua vantagem.

Muitas vezes, nas horas trabalho-sas, o pensamento da morte roça pornós. Não é censurável ped>*r a morte,mas verdadeiramente ella não ó de-sejavel sinão quaudo já trinmphá-mos das paixões. De que serve dese-jar a morte si, não estando curadosdos vkios, teremos de voltar a puri-ficar-nos por meio de penosas incar-nações? Nossas faltas são qual túnicade Nessus, collada a nosso ser e daqual só o arrependimento e a expia-ção podem desembaraçar-nos,

A dor reina sempre soberana nomundo, e todavia ura exame attentonos mostraria a sabedoria e a previ-dencia com que a divina vontadegraduou-lhe os effeitos.

(Continua)

Assistência aos necessitados

^sta Instituição funeciona na Ruada Alfândega n. 342, 2-. andar, ha-vendo sessão todos os domingos ás 2horas da tarde.

Estudos do Spiritismo«Nascer, morrer, e renascer

ainda : progredir sempre —tal é a lei. »

Allan Kardec.

No intuito de facilitar aos investi-gadores da verdade, qne defendera ali-bsrdade de consciência, oceasião paratomarem parte nos estudos iniciaesdasciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerânciaserão admittidas nas reuniões de es-tudos tbeoricos e práticos, qne terálogar todos os dias, ás 7 horas da noiteá rua da Alfândega n. 342, 2- andar

Segunda—G. Spirita Jesus de Nazareth.Terça -União Spirita do Bra7.il.Quarta—G. Spirita Jesus de Nazareth.Quinta—G. Spirita Luiza Torterolli.Sexta—Federação Spirita Brázileira.Sabbado-G. Spirita Luiza Torterolli.Domingo—Circulo Conciliação.

ATUAÇÃO

Rogamos aos nossos con-frades satisfazerem seusdébitos com a maior brevi-dade, aíim de podermos re-gularizar nossa eseriptá.

Os dos Estados Fe-derados poderão enviar-nossuas ordens em vale-postal

Typographia do «reformador»

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ASSIGNATURA ANNUAL

Brazil 58000

PAGAlOEnTO AOIANTADO'•

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m&íÈ u mwmim wbei immpimPUBLICA-SF. NOS DIAR 1 R ló DF,

CADA MT3Z

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Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.

AVmio XII ¦ IraziJ — Rio «le Janeiro — IS»4 /f gosto fl I\T. 3*ft

FiXiwiftiHvrK

Silo agentes desta folha

Amazonas—O Sr. Bernardo Rodri-

gues de Almeida, em Manaus.para'—O Sr. José Maria da Silva

Bastos, em Belém, rua da Gloria ri.42;

Rio Grande do Norte—O Sr. For-tunato Ruíino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-te, no Recife, rua 15 dè Novembro,n. 65.

Bahia — O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro —O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario n. 42 A.

'.Mia* Geraes—O Sr. Ernesto de

Azevedo, em Caldas.S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-

ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência n. 6.

O Sr. Benedicto José de Souza Ja-nior—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira.de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.—O Sr. João Moaes Pe-reira Gomes, em Paranaguá.

I

A.3 assignáturás deste periódico on-mecam em qualquer dia o. terminamsempre a 31 tio Dezembro.

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Verdade c Luz—Órgão do Espiritualismo scien-tifico, publicação quinzenal. Director responsávelAntônio Gonçalves da Silva Batuira, S. Paulo-4,rua da Independência. Assignatura ahnual *2fl000.

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O Psijchismo -— Revista Spirita portuguesa, pu-blicaçãb mensal. Lisboa, 95 rua Augusta. Porserie de ü números 120 réis; por serie de VI nu-meros

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La Rcligion ünivcrselle — Organe de üolidaritéot de Régéhcration sociale, paraissant le 15 deeue móis. Rédacteur Ch. Fauvety. Gérent, P.qerdad. Na.itcs, 3 rue Merooour. Prix G fr. par un

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Light —.Journal of psiohical, oecult and mysticãaroareb. (Jharing Cross. London, IG Cráven Street.

Iiannc of Light— An exponent of tlie spirituu)philosophy. Cólby & Ricli, publishers,, Boston, 9BoBwoít.h. S '2,50

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Revista Espiritista—Fcriódico de estúdios psico-('igicos, publicado por Ia Sociedad Espiritista Mon-tevideana. Se publica cada mes y se reparte grátis.

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Ím Pensée iles Morls—Organe de PUnion Spiritede|Reims et de PUnion spiritualiste dò Roiiéu.Amninistratenr : Paul Monclin, Reims, Place de IaRepublique, Pavillon do Mars, Prix I fr. 50 par an.

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'afe.visla Espiritista—Organo dè propaganda de IaSociedad «l.a Pér.sev.eraheia» Se publica dos vecesai nies, so. distribuyè grátis. Republica Argentina,Mí.ndo?,!!, (il Colômbia.

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g*urlumcitlo da» Ileligiõcs

.; Um facto estupendo acaba de mar-

ç|r um novo estádio ao progresso dahumanidade : em terras da Americareuniram-se fraternalraeute, em uracongresso, representantes de 20 reli-

giões :jue abrangiam varias raças dif-forentes 1

Aquelles que olhavam-se sus.pel-tosos e cheios de rancor, considerou.do-se mutuamente rivaes e inimigos

irréçõociliaveis, congregam-se de-baixo de um mesmo tecto, na grandesala do palácio da Artes, de Chicago'!

Cento e cincoenta delegados, entre

us quties vinte, e duas urilheres, to-

maram assento no grande estrado do

salão, e quatro mil assistentes não

cessaram, durante as dezesete sessões

de prestarem ouvidos acentos e res-

peitosos aos trabalhos do congresso.

Tendo a maior parte dos represen-

tantes comparecido em tragas sàcer-

dotaes, era deveras um espectaculo

majestoso verem-se confundidos o

bárretH vermelho do cardeal catholico,

. a^otaina negra com ornamentação de

imagens santas presas a cadeias de

ouro, do arcepispo grego, a túnica

branca do budhista, a capa amarei Ia

do brahmine, a casaca preta do pro-testtinte 1 Quasi todos os paizes do 0c-cidente e do Orieute achavám-se re-

preseutndos nesta imponente assem-

bléa.As religiões qué compareceram ao

con«Ttísso o seus respectivos represen-

tantes distribuem-se como se, segue :

bràhmáuisi.no com 6 euviádos, sauia-djismo 4, buddhi.siiio 10, sintdisino 4,

coufucionisiiio 2, taoistuo 2, tuax.de"

ismo 2, mahornetismo 2, ngnosticismol, judaísmo 12, catholicismo romano\->, armeir.ano^, ortliodoxisino grego:>, episcopismo S, presbyteriauismo28, liitherani.smo -'!, bptistismo 1/7,

methodismo 25,' imitarismo 8. qua-kerismo X.

Com uma solemnidade sem parabriu os trabalhoso, cardeal (iibbons^

recitando em alta vo/o "Pater noster;;

que por unanimidade foi reconhecidocomo podendo tornar-se a prece uni-_verbal. E1 sem contestação, digno de

nota que um príncipe da egreja ca-tholica presidisse a um acto cultuai

perante uma assembléa tão mesclada-mente composta ( Os trabalhos foramencerrados por um cântico também-unanimemente entoado.

A iniciativa de um tão momentosoacontecimento — o de reunir as reli-

giões em uma assembléa fraterna,oude todos pudessem livremente ma-hitestar suas opiniões e sua fé STs6~~

podia partir de um povo que, como oamericano, jâ esta habituado a espan-tar o mundo com seus prodígios. Osegredo, porém, com que conseguiramtão brilhautemeute levar a cabo umatal idéa, esta na duliberação previa,mente tomada, e cumprida por todossem excepção, de excluir do congresso

;.;, :'.

toda polemic.il directa,devendo apenasos delegados explicar as doutrinásNsua religião, e apontar a parte mort?

ou material com que tivessem contri-builo para o progresso geral e parao bem commuin da humanidade.

Seja-nos licito trasportar para aquias palavras de um narrador, Sr. A.Sabatier, em quem fomos beber o bis-torico da presente noticia :

f( Os relatórios, da mais variadanatureza, redigidos e concebidos todosno ponto de vista humano e pratico,ao envez de se chocarem pela contra-dicção, pareceram conspirar para omesmo fim, ser animados de um sen-'timento commum, e produzir uma ad-miravel e surprehendente symphoniareligiosa das mais altas e das melho-res aspirações da humanidade iuteira.Pelos oradores do extremo Orieute emesmo pelos judeus a figura do Chris-to foi .saudada não somente com res-

peito mas com amor, e obteve, comoa oração dominical, no ponto de vista

puramente religioso e moral, umaadliesão quasi unanime. 0 obstáculo

qne retém os hindus, os japoneses, oschinezes e os outros povos do Orieütn,disseram estes compatriotas dostnagus

j que auU''ora vieram saudar o Messias

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X.

ao seu nascimento; não vem do Chris-to nem do seu evangelho, mas dasnações christãs pu que pelo menosse dizem taes. Os omntaes escaudali-sam-se com o contraste entre uma re.-ligião que só falia de amor, de justiça,de renunciamento mesmo, e uma po-liticaquese paramenta com o mesmonome e se mostra sempre rapace,violenta, sanguinária, oppressiva.

Impossível contestar a justiça destaobjecção, Não tinham os christãosmais do que confessar os peccados desuas respectivas nações e curvar afronte. Foi o que fizeram com lealdadee profunda tristeza.»

A reunião deste congresso é omaior exemplo de tolerância e de fra.ternidade que a historia humana temregistrado. Elle veiu praticamente!demonstrar Ce já era uma acqiiisiçãogeneralisada tio século e pregada so..bretudo pelos spiritas e pelos üvrespensadores) quo., qualquer que sejaa fôrma material de que se revistamas religiões, todas na sciencia intimatem um ponto de contacto que as fazirmãs e solidárias. A fé, como tudoque vive, precisa ser entretida e vi-talisada a todo momento; ora, a en-scenaçãc cultuai de quaesquér reli-giões é incontestável men te um ali-m e n t. o d a fé ; pó d e -se, pois, a ff i r m a rque as religiões são a base, o esteio.em que se firma a fé humana.

Por mais variadas, portanto, emesmo oppostas que sejam as formasde que se revistam, todas ellas cum-prem no planeta a mesma missão com-mum. E' por isso que o spiritismo,esta sentinella avançada do progressotendo-as todas como aluadas, nãoprocura saber qual dellas é peior doque a outra. Bastante razão, pois,tem a nova pbilosophia para affirmarque não é a si que cabe a hostilidadea nenhum credo religioso.

Efifectivãmente, este notável con-gresso, para cuja reunião não nos po-demos furtara reconhecer um impul-so providencial, veiu praticamentedemonstrar que não é ura sonho, quenão é uma utopia, .o próximo eventode um credo universal ; ora, o spi-ritismo. que não ha cessado de an-nuncial-o, mais nem menos é paraelle do que o seu precursor, isto é,aquelle que lhe tem preparado o ca-minho, fazendo-se de ponte entre asciencia e a fé.

Mas, si o credo que está para vir,ou melhor — foliando a lingugem dochristianismo—o Espirito da Verdade.deve ser universal, isto é, deve con-tentar tanto aos crentes piedososquanto aos fanáticos da. razão e dasciencia, o seu precursor, aquelle queveiu tirar da estrada os entraves queembaraçavam a união de uns comoutros, não devia, não podia, para anenhum delles ser suspeito, trazer acaracterística de um credo religioso.São as doutrinas philosophicas queem todos o.s tempos prepararam asreformas o co vulsionaram a huma-nidade; o grande acontecimento de 93,que transformou a ordem social domundo, teve como precursores e pre-paradores os philosophos do século <

aplainar o caminho do grande even-to: nao se confuiida, portanto; umcom outro. Ainda uma vez, fali andoo linguagem christã, podemos dizer:o spiritismo é o Baptista dn futuraReligião.

Assim pois, rendamos graças pelareunião solcmne do Parlamento deChicago : elle nos annuncia que esta-mos a preludiar o termo de nossamissão !

As curas symisalliilcai*

(Continuação)

E por isso que mesmo fora da pre-sumpção scientifica que tende a tudonegar, acreditamos que nada podemosaprender nestes antigos escriptòs. Masaquelle que ler estas obras como co-uhecedor, desde logo acuará que nos-sos avós conheciam cousas que hojedescobrimos com grande dificuldade.Quem, por exemplo, conhece, as re-lações magnéticas, encontrará suat.heoria expressa nestas phrase-: òb-scuras do escossez Maxwell :

j« A alma não se acha somente em

nosso corpo visível, mas também ex-teriormente, é não é limitada pelocorpo orgauico. Ella actua fora doque chamamos nosso corpo. De cadacorpo partem raios corporeos nosquaes a alma opera por sua presençadando-lhe a energia e o poder de ijj.pe-rar. Porém estes raios não s|cysó-mente corporeos ; também pertencemás outras diversas partes.»

Como se vê, um Maxwell não fi-caria muito admirado com as expe-rieucias de Rochas; mas nós, quetanto temos esquecido depois de Ylax-well, podemos de novo aprender comRochas que: L* o organismo humanopossue effluvjos odicos, e conseguiu-temente tem um núcleo odico ; 2- esteod pôde ser exteriorisado ; 3- mesmoexteriorisado conserva sua sensibili-dade; 4' póde-se com elle saturardiversas substancias e assim armaze-nal-o ; 5- si se faz mal aos objectosassim saturados, é em prejuízo dafonte odicã que serviu para alimen-tal-os.

Posto que en aprecie o grande me-ri to que tem Rochas por ter em'pre-gado os methodos da sciencia exactapara esclarecer uma questão muitoobscura, devo entretanto dizer quenão temos necessidade\de remontar aParacelso para lhe encontrar precur-sores na iitteratura magnética, Htteratura que é cm'fa meu te ao ignora-da de nossos sábios quanto a dos Paracelsistas.

Voltemos a principio ao anno 1819.O Sr. Le Lieure de 1'Aubépiu contaém uma carta a Deleuze factos obser-vados por elle sobre Manette, sua ex-traordinaria somnambula.

Diz elle :

havia sido

pois de Im

« Manette tinha ndormecid o mu

murta, precedentemente niaguetisadopor mim: depois do que sahi. Ao vol-tar, acompanhado por meu irmão, queme auxiliava nos cuidados que en lhe

prodigalizava, encontrei Manette aHdormécida e em uma cri.se que não

por ella prevista. De-a t ra nq ti il liso d o, per-

guntei-.lhe de-onde lhe tinha vindo

tal crise; ella me respondeu, com

grande admiração minha, cpue era

meu irmão o autor, porque havia be-

liscado com as unhas uma folha de

murta que estava com ella em rela-

ção magnética, e que ao momento

preciso em que o fazia, ella tinha ca-hido victima de uma crise de nervos,muito dolorosa. Accrescento que oramo de murta estava 6 metros afãs-tado da doente.» (Bibliotèquc du ma-

gnétisme animal, VIII, 11.5).

Assim o acaso conduziu a uma des-coberta que tem a maior similhançacom a de Rochas. O facto é bem sim-

pies. O magnetisador tinha magneti-sado um ramo de murta que em suaausência devia substituil-o, e effecti-vãmente tocando-o, a sensitiva ador-meceu .

A rigor poderia se explicar isto

pela autosuggest.ão, mas esta, expli-cação cabe na segunda parte do facto-Os efrluvios odicos da doente tinham-se transportado para a planta ; suasensibilidade havia se exteriorisado :existia uma relação magnética entreella e a planta; eis por que o leve be-liscão na planta foi sentido pela som-nambula.

Si remontarmos mais atraz, encon-traremos em um escripto de 1753 urafacto que não é offerecido como o re-soltado do acaso, mas exposto comocousa perfeitamente conhecida. Trata-se, de uma obra do medico da corte,Andreas Tenzel, que trata da doutri-ua da múmia humana. Entendiam pormúmia as substancias expulsas docorpo que, por terem estalo unidas aelle e tomado parte em seu processovital, ficara saturadas do od destecorpo, e o conservam sob a fôrma deodexteriòrisádò.Este od pôde ser trans

portado para uma planta, enterrandoa múmia debaixo da planta por exem-

pio, e a este propósito Tenzel nos diz:

« Deve-se sobretudo prestar àtten-ção em não prejudicar a monta ou aplanta que foi assim «aturada de umaparte do membro pela múmia ; con-vem ao contrario cuidar delia e a-pressar seu crescimento.»

Tenzel portanto está de accordocom Rochas, dizendo que o od exte-riorisado conserva sua sensibilidadeque uma relação magnética continuaa existir entre este e sua fonte origi-uai, e que assim as influencias más,exercidas sobre o primeiro, reproduzera-se sobre a fonte viva.

Procuremos tirar disto uma conse-quencia lógica : si se pode levar umainfluencia má ao od exteriorisado de

o organismo, póde-se, sem duvida ai.guina por processos contrários, influ-enciar favoravelmente, o od exteriori-sado e. por elle o organismo; a reac-ção sobre a fonte odica deve-se pro-duzir nos dous casos. Ha já trezentosannos foi tirada esta conclusão sobrea qual basearam as curas mágico-médicas, que formam um ramo damagia natural

Esta medicação foi estudada porParacelso, Maxwell, Tenzel, Wirdige muitos outros que a chamaram tara-bem therapeutic.a sympathica.

E' sob esta denominação que aindahoje é conhecida, mas, a não seremos homens do campo que ainda hoje aexercem, ninguém mais se oecupacum ella. Entretanto seu fundamentoacha-se perfeitamente justificado pe-Ias experiências de Rochas, que mos-trara que o od humano pôde ser exte-riorisado, que conserva sua sensibili-dade, e relações com a fonte original

(Contínua)

ÀViu. i-or egual, o spiritismo veiu minha presença tocando um ramo de » modo a affectur a fonte odica, jstoé,

Um milagre na pliolographia

Era seu jornal li Vessillo Spiritista,o celebre professor Vol pi, tão conhe-cido no mundo spirita pelo desenvol-mento que lia dado ás photographiasdos seres perispiritaes, publica unscommeutarios dignos de meditação arespeito de um artigo, eph-raphadocomo o pre-ente, publicado pel0Lombardia de 31 de Março. Seja-no8licito, para pormos nossos leitoresao corrente do actual movimentospirita, passar para nossas coluranasquer a transeripção do Lombardiaquer os notáveis commentos do Sr'Volpi. Tem portanto a palavra nossocollega // Vessillo Siúrilisia :

No jornal russo Nóvoje Vremía de5 de Março encontramos o seguinteartigo :

O professor Wagner oomnunic.ouá secç.ão de phptograplíia da. SÒcíefa.deTechnicade Petérsbürgo um factoestranhíssimo.

Querendo photographar um sensj.tivo hypnotisado, colíocou diantedelle o apparelho photographico, emediante a luz de uma lâmpada demagnesio Kordioumoff tirou dons in..tantaneos, tendo o cuidado de cer- .car-se de todas as precauções reque-ridas em matéria tão delicada.

Ora, sua surpreza foi immensa aoexaminar o clichê: H§ paredes da ca-mara, os moveis, a tapeçaria, tudoapparecia detalhadamente, ^ adfjnão se achava o sensitivo; em vez dasua pessoa, sobre um dos clichêsvia-se unicamente uma parte de umsapato e sobre o outro uma parte dasua mão, emquanto o resto do corpoestava substituído po,- uma manchabranca que parecia elevar-se em ca-madas concentricas.

0 professor tinha Ijypnotisado oseu sensitivo em seus aposentos,inima câmara fechada a chave,'onde ninguém podia entrar. 0 sensi-tivo tinha ficado hypnot isado mesmosobre um sofá, sem qneVo cobrissequalquer tecido. O sensato expe-

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rituentador, não encontrando umaexplicação satisfactoria do pheno-meno, convidou os especialistas dasociedade tochnica a elegerem umacommissão de três membros, para re-

petirem a experiência com o mesmosensitivo hypnotisado, no ambiente enas circumstancias em que o pheno-meno se produzira.

O coronel de Rochas, autor devários livros sobre hypnotismo, temtido casos similhantes e attribue a.desapparicão do sensitivo ao fluidoastral ou á emanação odica que., con-densando-se, pôde esconder o indivi-duo de quem emana.

Achamo-nos no campo do espiri-tualisrao, onde os factos não estãoainda bem definidos, e leis nu theo-rias, de certo não existem.

Observação — Julgávamos de, nossa

parte que a Lombardia tinha acertado,attribuindo o phenomeno descripto

pelo jornal de Peí.ershurgo ao que o

coronel de Rochas chama : esterio-risação da sensibilidade, ou, segundonós, do fluido vital qua cirçuiida o

perispirito, Este phenomeno dá-senos hypnòtisados ou magnetisados

que teem irradiado um certo grau demagnetisação e parece em relaçãocom sua riqueza fluidica.

Mas, porque a placa sensibilisada

ponde ser ferida por este fluido exte-riorisado que os nossosolhos não vêem?

A retina, órgão do vista, recebe aimpressão das vibraçõos ethereas quelhe dão a sensação das cores, masalém do vermelho nhima das extre-raidades do espectro solar e alémdo violeta na outra extremidade,a sensação é nulla ; o que que1'dizer as ondulações ethereas quandosão menores de quatrocentos trilhões

por segundo e maiores de setecentose 90 trilhões, não podem mais ser

FOLHETIM 48

LÁZARO — 0 LEPROSOUtlMANCI? SIM KIT A

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im_r ,m ~*a_

XLVIII

O que queria dizer a chegaria cie Eu-lalia n'um trem qne vinha de S. Paulo !Nada mais simples.

D. Clara tinha leito urna promessa áSenhora da Conceição, que Hf! venera omuma capellinha erêcta junto á primeiraestação de Mogy para S. Paulo. Tinha iJopagar a promessa.

Paulo de Oliveira esgueirou-se pira nãoser visto ; mas, flngindo-se deslumbradopela belleza da moça, perguntou a unisujeito que encontrou muito attento paraas duas senhoras, que moça tão bella eraaquella.

O interpellado parece que estava mesmoardendo em desejos de dar a iingua sobreo caso, pois que aproveitou a perguntapara faltar, fallar e cada vez mais fallar,sobre o apparecimento da moça, que niri-guem sabe quem é e de onde veiu.

O resumo de sua longa «fallação» foi :que a moça veiu n'um trem de S* Paulo ;pagou a um preto para guial-a á casa deD. Clara, aquella venerava! matrona queestá a seu lado, e nada mais. porque nãopodem penetrar no asylo, onde se metteu,nenhuns olhos curiosos.

— Eu tenho procurado inutilmente,aeereseentou'0 tal marmanjo, descobrir oque faz esta forasteira; niàs fique certo

percebidas pela nossa retina. São,pois,raios calorificos os de. além do ver^melho, e chimicos os de aquém dovioleta. {D

Ora, si celcularmos que o pheno-meno da luz é physico e óptico noolho do homem, e entretanto é pu-ramente chimico na chapa photogra.phica, poderemos conceber porqueesta retém a impressão da exteriori-sação em questão de preferenciaaquelle. pensando que esta exteriori.sação produz a vibração Suprameh-cionada, superior a setecentos e no-venta trilhões por segundo e pura-mente cbimica; o que está em rela.

ção oo.rn a tenuidade da matéria daprópria exteriorisação.

Considerando, pois, as vibraçõesdo lado ile seu comprimento, o pro-fessor Ghapraajan. photographq dosU. S. Coast Survey (revista da Costa

dos Estados Unidos,) achou que, pho-tographaudo o espectro solar, vem-sedesenhados sobre a clnpa os raiosluminosos da Luz inhèrentes a vibra-

ções distantes como uns oitenta ecinco milésimos de polegada, quandoentretanto o olho distingue somenteáquelles que tem um comprimentomaior de uns sessenta £é cinco miliilesemos disso; o que demonstra quetodo objecto que emitte uma lua com

(l) O professor Stockes demonstroua possibilidade de tornar visíveis osraios invisíveis aquém do violeta,üo espectro solar, fazendo-os atra-vessar um papel embebido de umasolução de sulphato de quinina, o%que não reduz o numero das vibra-ções e faz com que áquelles raios,que antes não eram, tornem-se agoraluminosos.

O professor Tyndal conseguiu, pormeio do aquecimento, tornar visíveisos raios do espectro solar além dovermelho.

de que hei de sabel-o ; oh si liei de.Seria uma votgouha para João Romãq

ter de confessar que ha nesta redondezauma pessoa cuja chronica lhe é desconhe-cida.

A menina que previna-se.E aquella matrona com quem está,

quem o?Aa ! isto é outro caso, respondeu João

Romão, fazendo estirada descripeão davida de D. Clara, para provar a verdadedo que dissera: de conhecer a chronicade todos os habitantes de Mogy e suasredondezas.

Paulo soube tudo o que lhe era preciso,mas custou-lhe caro, porque seu ciceronidisparou a descrever a vida da gente dologar, a começar pelo vigário e%i acabarpelo carteiro ; tudo para provar qnn nãoera prosa o que havia dito de suas excelsasqualidades de chronista.

O perverso aproveitou a primeira aberta,para arrancar-se aquelle supplicio; nãosem ter sido duas ou três vezes retidopelo tal chronista, para ouvir a curiosa,historia da mulher do vaqueiro, a da filhado sachristão, a .. a de t da a mais gentede quem não tinha tido tempo de fallar.

Ha gente assim. Em vez de dedicar-sr;a trabalho lucrativo e moralisador, 'ornaporprofissão esquadrinh-r a. vida alheia,c sente orgulho de ser apontado como sa-bedor de quanto escândalo se dá no logarem que habita.

São homens micróbios, qne penetramnos intestinos da sociedade para abriremtodas as èxhalações que ahi se dão,e vivemcomo os que se oecupam de vistoriaremas galerias de esgoto, com a diflerenn deque estes fazem-n'o por obrigação, comomeio de vida, ao passo que áquelles fa-zem-n'o por perversão.

Assim que se viu livre do Sr. João lio-mão, que só não deu ao demônio porquepol-o ao facto do que mais que a vida opreoecupava, Paulo, ou Cosme dos b>is,recolheu-se a seu quarto, para combinarseus meios de acção.

Estava descoberto o logar onde Lázaro

vibrações mais breves de 1,65000 depolegada pijde ferir a chapa photo-tQgraphiea ainda que permaneça m-visível ao olho humano. (2)

Iodos estes dados scieut-ificos, sinão formam uma theoria completa,bastam, a nosso ver, para dar umaexplicação do caso narrado pelo pro.fessor de Pe te rs burgo, áquelles que,como dós, não podem duvidar dophenomeno da exteriorisação da seu-sibilidade achada pelo illnstre coro..nel da escola polvtchenica de Parisde Rochas dWiglun.

(2) Ris aqui um exemplo tiradosdos Anual en der Typographie and dervérwandten Kunsten andgeiverbe. (An-uaes da typographia e das artes eprofissões cor relativas) de 24 de üe-zerabro n. *28(i. Estes annaes o trans-çreveram, por sua ve/, do livro:Die Cliemischen Wirkungeu des li-chtes, (Effeitos chimicos du luz) nona qual o professor Vogel narra a se-guinte anedocta phot.ographica domais alto interesse: Fui ha annosa Berlin afim de tirar o retrato pho-thographico de uma senhora, cujaimagem jamais havia apresentadosignaes no rosto, por isso que ella nãoos tinha. Mas, com surpreza do pho-tpgrapho, appareceram sobre o ul-timo dos negativos muitas manchasvisíveis a olho nu, as quaes nãoeram nada visíveis ua face do origi-nal a retratar.

No dia itninediato a pobre senhoraadoeceu de varíola, e as manchassobre o seu rosto, que a principio nãoeram perceptíveis pelo olho, mani-feslarani-se perfeitamente claras.Log*o a photographia tinha reconhe-cido incipientes e apenas rudimen-taes papulas vanolosas, muito antese melhor que o olho humano.

Um outro caso de mais recenie daiavemos transladado de alguns periodi-cos destes ultimo» tempos, como sejado Zcngcr de Genebra, que em umanoite esciirissima, obteve se. com de-morada postura, a photographia dolacro e do monte.

escondera a sua bella amada; mas comochegar lá ?

D. Clara era uma senhora dota In detodas as virtudes, e cercada da estima erespeito de toda a gente do logar; por-tanto os dous amantes não ousariam en-contrar-se na casa de tão veneravel se-nhora, portanto o encontro devia dar-sefora de portas.

Este ponto ficou tão claro aos olhos dePaulo, que nem mais cogitou de qualque^hvpothese em contrario.

O que o preoecupava era o modo deapanhara moça em uma de suas sabidas,para tomal-a e deixar seu rival a chucharno dedo.

Como, porém, não foi possível surpre-hender as sabidas de Lázaro ?

— Mias se dão necessariamente ; maseu tomei todas as avenidas, nensava o mal-vado, c não pude achar-lhe nem o rasto !

E' que o velhaco disfarça-se, dá grandesvoltas, e só depois de ter feito o cão per-der-lhea pista, encaminhn-se para o ninhode seus amores.

Imbecil que sou ! Quantas vezes nãopnssou elle por mim, sol) as vestes e a corde um preto de fazenda !

Pois bem ; si não o surprehendi nas sa -bidas, apanhal-.o-ei no ponto da chegada,que já é meu conhecido, muito meu eo-nbecido.

Ii, como nem sempre e"le ci, ¦.. legará pn-meiroquao mesmo tempo que a sua bellae como ha de dar-se o caso desta chegarb'

seráprimeiro ao ponto de seus encontros, „!«,essa a occasião de vermos qual dos doasvence ao outro em astucia.

Prepara-te, pois, meu velho raposa, rpica serpente, mesmo por andar rasteira como chão, lança por terra os mais ágeis, osmais fortes, os mais temíveis animaes.

Quando chegaresum dia onde contavasencontrar as delicias que d -mais tensfruido, acontecer-de-á o que se dá com aincauta avesinha, (pie guardou os filbi-nhos onde a serpe prendeu a.

Pensavas, desgraçado, que havias de rirsempre de mim, de ludibriar-me toda avez que rejnemorassBS com tua amada a

Wlles são também suííicieutes paradar uma explicação primaria de comopode dar-se sobre a chapa photogra-phica a impressão de seres flnidicosinvisíveis aos nossos olhos, o que éconhecido sob o nome de «Photogra-pliia spiritica».

Uma revista mensal de Milão, quetraz o attraütínte titulo: «A scienciapara iodos», no seu artigo de Abrilcorrente, parece ainda muito ematrazo aestes estudos. Podem, decerto, haver mystiíicadores neste ge-nero de cousas, como existem em to-dos os ramos da arte e do saber hu-mano; de certo o facto da photogra.phia spiritica á ainda cousa rara eextraordinária, e concebe-se que pos-sa ser posto em duvida por muitos-mas negal-o com tanto desembaraçocomo faz a dita revista, depois dotudo quanto se ha dito e feito a res-peito, neste ul limos a unos, depois deque está completamente acceitò porhomens illustres (Russel Wallace, oemulo de Darvin e VVilliam Crookea,dous príncipes da sciencia moderna,o a dirimiram solemnemeote por es-cripto,ainda ha poucos mezes, no con-gresso de Chicago) parece pouco pru-dente para tuna revista que. se dizsci-Mitifica.

Por um escriptor anonyino expõe-se detalhadamente na mesma, umcerto methodo Fourtier capaz de des-mascarar qualquer photogiaphiacha-mado spiritica.

Isto faz rir. Julgo que egualmenteo faria, bem como ao Sr. Fourtier eao Sr. articolista em questão, si pu-desse confrontar o seu achado com aphotographia que possa pôr á suaprova, o que de boa vontade farei sime qnizerem honrar com uma visita.

De todo modo, se isto lhes não bas-tar, estou muito disposto a renovar

¦___B_-_M____li H.niMiMMramtraoisBMroiamg^^

minha, viuvez ? !Oh ! tu estarás em breve nas garras da

policia, cmquanto não cnbires nos es.juarlidos braços da morte, e tua odiosa, aman-te ba cie também em breve cahir em meusbraços, e passar delles aos de todo omundo!

Sim ; ha de ser assim, porque não mesalve Deus a. alma, si eu não tirar da-quelles miseráveis uma vingança de fazei-os tiritar de dor, cnino as almas no in-fer no !

E Paulo, ebrio de sua vingança proje-ctada, deu uma gargalhada que fariatremer ao próprio Satanaz.

Dispostas as cousas, como fizera, quandoprocurou descobrir as excursões de Lázaroo miserável partiu a rondar a casa de DClara.

Entendendo que Lázaro não viria ahoras vivas do dia, nem mesmo á noite,emquanto D. Clara não se recolhesse, seuplantão durava das S horas da tarde' atéao romper do dia.

foi variando de eseondrijos pelos pon-tos que entendeu mais próprios para oencontro, e como cm nenhum delles ob~teve o que esperava, tomou a resolução derondar a própria casa, occultando-.se porentre as arvores do pomar.

Assim, não lhe podia escapar a presaporque, dizia, éapanhar a agita na fonte'ou a. frueta no pé.Seu plano era descobrir o ponto e a horado encontro, e vir depois, com dous cai-piras, que jà tinha de. olno, realisar uapprehénsão da. moça, que levaria para acasa de uma pobre,

'velha, n'um deserto,

onde ninguém descobril-a-ia, para arruar-lhe o prazer.

Rondou, portanto, a, primeira noite, enada do que esperava.

Rondou n segunda, com o mesmo re-sultado negativo.

Rondou por oito dias seguidos, e n"e

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mo mais leve indicio de que se abrisse umaporta da casa.

O miserável não sabat o que pensar.

Continua

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pelo methodo acima dito a aposta dequinhentas liras já feita com outrosPppositores, autores de outros metho-dos, aposta perante, a qual elles re-tiraram-se. (3)

.Portanto, afirmamos ainda bemalto a realidade da photographia spi-ritica, isto è, a realidade de seres in-visíveis aos nossos olhos que to-mama fôrma humana e impressionama chapa photographica, com cara-éteres especiaes, que no ^en complexonão podem ser reproduzidos pelaphotographia commum.

Repito, finalraen.e, que os dadosscientificos acima expostos bastampara provar que ella não ésciéntiíica-mente impossível.

C3) Ida alguns annos pròpuzeraostambém, não uma aposta, mas umprêmio de quinhentas liras n douspbotographos milanezes que sega-bavam de reproduzir uo sen -com-piexo" os caracteres especiaes queapresentava uma photographia spi-ritica por mim possuída.

Decorridos quinze dias declarampor escripto que retiravam-se docertamen.

MOTIGíAHlO

lkIio(o,»B'»|i)ii.a <Io magnotasmo — Do nosso presadissimo col*lega Revista Universal de Magnetismo,que se publica em Barcelona, extra-liimos a seguinte importante noticia :

— Sob este titulo damos conta deuma descoberta das mv.is importantespara o magnetismo, pelo sábio russo,Mr. de Narkiewicz-Jodko, que con-siste na possibilidade de photogra-phar na superfície do corpo humano,o agente mysterioso--actualmente tãocontestado-designado pelos rnagne-tisadores com o nome do fluido mag-nético.

O sábio russo, Mr. de Narkiewicz-Jodlco, membro do instituto imperialde medicina de S. Petersburgo, amsentou-se de sua residência de Nad-Niémen para apresentar a seus col-legas ;de Paris unia serie de photó-grapbias duplamente interessantespela profunda relação qne existe entrea eleclriàdade e nosso organismo.

Considerando a electricidade comoa primeira força vital, da qual dima-nam todas as demais por suecessivastransformações na natureza, Mr. deNarkiewicz acreditou que c homem,producto dessa natureza e snbmer-gido na atUmosphera carregada deelectricidade, devia nella tornar aforça ignorada que o faz viver.

O referido sábio «viu no ser umaverdadeira pilha electrica que estáem contacto com o meio ambientepela troca constante do fluido ele-ctrico chamado por elle — principiovital »

Reunidos em sua casa estas ultimasnoites os sábios francezes que têm seoecupado especialmente destes estu-dos : coronel de Rochas, professor daescola poly tech nica, D rs. Baraduc eG-eòrga Encausse, D'A.rsonval, PaulRicher, Vigouroux e outros, exa.mi-naram com o maior interesse as pho-tographias tão curiosas que M. Nar-Iciewicz tinha feito das chispas ma*gneticas observadas na superfície docorpo humano.

Estas provas afFectam a fôrma deuma bola luminosa, apresentandomais ou menos irradiações e finas ar-borescencias segundo o sensitivo éanêmico, nervoso, sanguineo ou de.vigor excepcional. Neste ultimo casonppnrece no clichê como uma expio-

são de moléculas electricas.Os investigadores francezes acima

referidos ficaram ainda mais onthusi-asraados pelas experiências e demon-st rações de ML Narkiewicz-.lodkn, porisso que estas vieram dar-lhes a con-firmação do seus próprios trabalhos.

Sentimos não poder nos esteuderneste numero sobre os processos doDr. russo, cuja exposição seria bas-

, tante teolinica. Ooiíteuterao-nos emdizer com M. Vigouroux, medico daSalpétríòre, que uma sciencia novaacaba de nascer.

_»,sye.-OBi-*iul ria—- A Revue Spi--rite publicou em o mez de .Julho muinteressante artigo do professor P>u-chaiian a respeito deste assumpto. doem 184*2 havia <> professor publicadoseu livro Manual depsycliometri ,; do-rante os 52 annos decorridos, foi senempenho continuar seus curiosos cs-*tudos, accumulaudo uma. sommanotável de factos variados. Chamaelle psychometros aquelles sensitivosque, inversamente aos magnéticos,vêm om pleno, estado de vigília, lan-çando mão de objectos variados. Me-lhor ainda : psychometra é o sensitivoque segurando uma costa, um cani-vete, uns óculos, um vestido, umamechn de cabellos, etc, de qualquerpessoa, recebe impressões a res-peito do caracter, do passado, do pre-sente, e muitas vezes do futuro dapessoa a quem pertença o objecto. Alebem pouco tempo só se registravamestes factos, limitando-se alguns ailarem a banal explicação—médium-nidade. Hoje, porém, graças ás esca-vações pela sciencia esotérica do pas-sadó', e sobretudo As notáveis experiencias sobre exteriprisação odica, sa-be se que a parte sensível e vital pôdeimpregnar os seres de todos os reinos,que neste caso são o vehiculo paraque o sensitivo psychometra receba asimpressões que seu espirito traduz.

Curioso |fti.ce:.-oii_CB.o — Tendo

um dos redactores desta tolha neces-sidade de empregar a suggestão pararemover vômitos tenazes que resistiamaos agentes therapeuticos, precisoucollocar a victima de um tão cruci-ante padecimento no período de ma-gnetisação capaz de receber as idéassuggeridas. Antes, porém, que tives-se conseguido seus intuitos, um factoanômalo prendeu sua attençãò. Tra-tava-se de uma moça alta, gorda,morena,de temperamento lymphatico,de constituição fraca e de intelligen-cia Incida, Empregado simultânea--mente o processo da fascinação e dospasses, em menos de dous minutos ányctação das palpebras suecedia suacompleta ocelusão. Neste momentopassando o magnetisador para o ladodireito da doente, que se achava sen-tada em uma cadeira de balanço,quiz verificar si a actividade psycliicada enferma já era tal que pudesse lerseu pensamento. Não conseguindoêxito nesta experiência, pediu-lhe omagnetisador a mão direita, entãoella offereceu-lhe a esquerda. Intri-gado com esta troca, que entretantolhe pareceu um erro do acaso, pediu omagnetisador que ella dissesse a quelado elle se achava, e obteve, de prom-pto a resposta : ao lado esquerdo.

Vê-se, pois, que a enferma, sob aacção magnética attribuia a direita âesquerda e vice-versa.

interrogados o.s membros da familiaficou verificado que ella não era ca-nhota nem ambidestra.Livre da acçãomagnética a doente, que tinha com-pleta recordação de tudo, disse queella queria dar a mão pedida, masuma força superior á sua vontade re-tinha-a presa junto ao tronco, peloque offereceu a outra.

Isto entretanto não explica comoella disse que o magnetisador estavaá esquerda, quando se achava á di-reita.

O facto é curioso; não podendo onarrador encontrar a explicação delleregistra-o para que outros mais aptoso façam.

¦ MtSCEliaNEa

0 SPIRITISMO ANTE A SCIENCIArou

(«iiIdim». B»«'lai-.i4»

LA RT E SEG 1J-N.DÁ

CAPITULO IIISomnambulismo magnético

Escojhemos este facto por entre

muitos outros para mostrar quo a ta-

culdade soinnanibulica pode, na mes-ma pessoa, apresentar graus diversosindo da vista incompleta até á a vista

perfeita.No caso seguinte a lucidez ú com-

pleta; demos a palavra a M. Rostan

que escreveu o artigo ((Magnetismo))no diecionario das sciencias médicas.

« Mas, si a vista é abolida no seusentido material, está inteiramentedemonstrado para mim qne ella existeem muitas partes do corpo. Eis umaexperiência que freqüentemente re-

peti ; essa experiência foi feita em

presença de M. Ferru.s. Tomei meurelógio que colloquei a tr.es ou quatropollegadas atraz doocciput, perguiftei ao somnanibulo si via algumacousa :

Certamente vejo alguma cousa

que brilha, faz-me mal.Sua physionoinia exprimia dor, a

nossa devia exprimir admiração/en-treolhavamos e M. Ferros, rompendoo silencio, me disse que, pois que viabrilhar alguma cousa, sem duvidadiria o que era.

O qne vedes brilhar?Ohl não sei, não posso vos dizer.

—• Olhue bem'.Esperae... cansa-me... esperae...

é um relógio.Novo motivo de surpreza. Mas, si

elle sabe que é um relógio, disseainda M. Perros, verá sem duvida anora que ei

üh não I E' muito diílicil-Prestae attençãò, esforçaevos.Esperae... eu vou ver... direi

talvez a hora, mas não poderei ver osminutos. São oito horas menos dezminutos.

O que era exacto. M. Ferrus quizrepetir a experiência elle mesmo, eella se reproduziu com idêntico sue-cesso. Fez-me virar muitas vezes osponteiros do relógio, lhe apresentámos«sem ter visto», e ella nunca se en-

Illll M Miíl.

gatiou. »Eis uma prova concludente e que,

demais, apresenta uma cirçurastahciaparticular que se deve estudar. Paralogo o plienomeno da visão, sem osolhos, tícá bem estabelecido. Ora, nósdemonstrámos que a theoria do Dr.Uebay, isto é, a das ramificações uer-vosas, recebida por todos os incre-dnlos, éinadmissível ; não resta, paracomprehender o que se passa, sinãoreconhecer que é a alma que se des-prende momentaneamente, e percebede outro modo (pie na vida corrente.

(Continua)

F-XPOSTO t)A PHILOSOPHIA DOS KHriniTOSSUAS HASKS SCIHNTIFiCAS E UX1H0HIMKNTAIÍS

SITAS OONSKQU15NC1AS M011AKSPOR

l-éoii Denis

VPARTE MORAL

O CAMINHO niRKITO¦ -i,

L. — Resignação na adversidade(Continuação)

A natureza caminha gradativamen-te para uma ordem de coisas menosferoz e violenta. Nas primeiras edadesde nosso planeta, era a dor a únicaescola o o único aguilhão para os vi-ventes.

Mas pouco a pouco r. padecimentofoi-se attonuando ; foram desappare-condo os males horrendos, a peste, alepra, a fome. Já são menos calami-tosos que o passado os tempos em quevivemos. O homem domou os ele-mentos, encurtou as distancias, econquistou a terra. Foi-se a escrava-tura. Tudo se evolve, tudo progride.Lentamente, mas com segurança, omundo e a mesma natureza vão*semelhorando. Tenhamos confiança naPotes!ade regedora do universo. Nãoestá ao alcance de nosso espirito jul*gar o conjunetò dos meios que ellapõe em obra. Deus único tem a no-cão exacta da cadência rithmada, daalternância necessária da vida. e da.morte, da noite e do dia, da ale-gria o da dor, donde emergem final-mente a felicidade e a elevação do.sseres. Qeixemos-lliè pois o cuidado.défixar a hora. de nossa partida e espe-remol a sem a desejar nem temer.

Percorrida está enfim a'via doloro-sa; o justo sente que o termo estápróximo. As coisas da terra emba-çain-se dia a dia a seus olhos. Pare-ce-lhe morno o sol, sem viço as flores,mais pedregoso o caminho. Cheio deconfiança, elle vê approximar-se amorte. Como não ha de ella ser acalma após a tempestade, o porto de-pois de tormentosa travessia?

Quanto é grande o espectaculo queofferéce a alma resignada, appare-lhando-se a deixar a terra após umavida dolorosa I No derradeiro, (dbarao passado vislumbram-lhé-em fumosos (iesprezos soffridos, ás lagririfiassus tidas, os gemidos suífocados," ospaducimentos valorosamente suppôr-tados. Sente irem-se desdando de va*-gar os.Mames qne a prendiam a estemundo. Ella vae largar o corpo üebarro, vae along^ar-se de todas as ser-vidões materiaes. Que poderia temer ?Não deu provas de abnegação, nãosacrificou seus interesses á verdadee ao dever? Não esgotou até ás fezeso cálice purificador ?

Também vè o que a aguarda. Asimagens fluidicas de seus actos desacrifício e renuncia, de seus pensa men-tos generosos, a precederam, semeandocomo marcos luzentes o caminho desua asceução. São estes os thesourosde sua nova vida. Tudo isto ella en-xerga e seu olhar ergue*se mais alto,ao ponto onde ninguém toca sinãocom a luz na fronte, e o amor e a féno coração.

A tal espectaculo júbilo celeste apenetra ; lamenta quasi não ter assássofirido. lima ultima supplica, comoum brado de alegria, rompe-lhe dasprofundezas de seu ser e sobe ao Pae,ao querido Mestre. Repetem os echosdo espaço o brado de livramento, e aelle casam-se as vozes dos EspíritosditÓsos que açodem em multidão arecebel-a.

Continua.

Typographia do «riwoumàdoh»

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ASSIGNATURA ANNUAL

Brazil 58000

PAGAmEtlTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 E 18 DECADA MEZ

IMtilllODICO EVOlilWIttNISnTA ASSIGNATURA ANNUALEstrangeiro 6$000

li» ii ÍÍ1SMÇM mMí màEÍMÉk ?**"*«'iDI1N™>° 'o, PUBLICA SE NOS DIAS 1 E 15 DE

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfândega n. 342.

CADA MEZ

Anão XII

EXPEDIENTE

Nao agente* denta folha

Amazonas —O Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

para'—O Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.42.

Rio Grandk do Norte—-O Sr. For-tunato Rnfino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-te, no Recife, rua 15 de Novembro,ii. 65.

Bahia _ O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro—O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario ri. 42 A.

Mia?» Geraes — O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital,"ruada Independência u. 6.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-nior—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quim Anlomo de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do Generah-Victorino n. 81.

Paraná'.— O Sr. João Moaes Pe-reira Gomes, em Paranaguá.

iiiazil — Itio do Janeiro — l»?Si—. Agosto f»

Lu Nóuúelle Science — Kevue mensuelle eonsiacrIa propagation et à la discussion cie la gsyntthèseentifique de la Rennooz. Orgacne de la Regenera-on sociale par la science. Kedascteur, GastouHailly. Paris, 13 rue de Buci.La Lumièrc — RévelaCtiou du Nouveau-Spiritua-me. Revue mensuelle. Publiée par Mme. GLucieanje. Pasiris, J7 bouPevard Montmorency. Prixfranca par an.Lc Messager —Spiritisme, queastiona Lsociales, maetiyme. Journal bi-mensuel. Mr. H. Saivse.ege, 24 Boulevard de la Sou.venière. Prix. 5 drancsser an.

Light — Journul uf psiehical, occulL and ínysticaarcarcli. Charing Cross. London, 1G Craven Street.fíannc of Light — An exponent of the spiritual

philosophy. Colby & Rich. publiahers. Boston, 9Bosworth. H 2,50 per annum.

The Religio-Philòsóphicál-Jóurnãl — Published at92 La Salle-Street, Chicago, by Marv E. Biindy.I year fj 2,50.

The Worlds Aduance-Thought — Published mon-hly. Oregon. Portland, 1(13, Sixth Street.

The ilurbinger of Light _ A monthly journaldevoted to zoistic science, freethought, spiritualismand the harmonial philosophy, Melbourne, 13Easteru Arcade. Price ti d.

The Currier Doue — The oldest spiritual journalon Uie Jttcific Coost. San Francisco, 121 iMghtb-Street. B

Estúdios feosôficos—pubiicaciori mensual. Barce-lona, Gü, entr.o l.« Tallers, Precio 8 pesetas ai ano.

Las Dominicales dei Libre Pensamicnto—Ueda-ctores : Ramon Caies y Demofilo. Madrid, 5-1.°calle dei Horno de la Mata Precio 15 pesetas ai ano.

El Espiritismo— 0'rgano mensunl dei CentroBarcelones de Estúdios Psicológicos. Redactor :Lutaybe, Barcelona, 40-2." làercadérs. Precio 3pesetas ai ano.

La Nucuu Espana—Vordad, moral, justicia, se-I inanario sociológico espiritualista. Administrador

D. José Moreno Gonzáles. Madrid, 41 EspirituSanto. Precio 10 pesetas ai ano.

As assignaturas deste periódico co-meçam em qualquer dia e terminamsempre a 31 ao Dezembro.

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IMPRENSA SPIRITA UNIVERSALVerdade, e Luz—Órgão do Espiritualisrno scien-

lificu, publicação quinzénal. Director responsávelAntônio Gonçalves da Silva Batuira, S. Paulo-'!,rua da Independência. Assignatura annual 2$000.

A Luz— Órgão do Centro Spirita de Corityba,publicação quinzénal. Chefe da redacção, AlfredoMunhoz. Coiityba-51—Rua 15 de Novembro.

O Pharol — Órgão do Centro Spirita de Para-naguá, publicação quinzénal. Paranaguá. Distri-buição gratuita.

A Evolução — Órgão do Centro Spirita Rio-Gran-densc, publicação quinzena!. Propriedade deDomingos Toscnno Barbosa. Rio Grande do SúA179 rua Pedro II. Assignatura trimensal 1$000

Psycíüsmo— Revista Spirita portugueza, pu-blicação mensal. Lisboa, 95 rua Augusta. Porserie de G uumeros 120 réis; por serie de 12 nu-meros 240 réis.

Oa Revue Spirite. — Journal d'études psycholo-glques et spiritualisme experimental ; revue men-suelle, fondée en 1858 par Allan Kardec. Paris,1 rue de Chabanais. Prix 14 fràncs par an.

Le Spirilisme. — Journal mensuel. Rédacteur Ga-brel Delanne. Paris, 24 ruc Labruyère. Prix G fr.rTar an.

La Chaine Magnétique — Organe des soeiétésmagnétiques de France et de Pétrang—, fondée en1879 sons la direction de M. le Baron Du Potet.Gérant, Louis Auffinger. Paris, 15 rue du Four-Saint-Gerniaiu. Prix 9 fràncs par an.

Journal du Magnétismc — Fondée en 1845 parM. le Baron du Potet ; organe de la Société Ma-gnetique de France ; journal mensuel. DirecteurH. Durville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix G fr.par an.

La RéUgioh Univcrsellc — Organe de Solidaritéot de Kégeneration sociale, paraissant le 15 deeue móis. Rédacteur Ch. Fauvety. Gérent Pqerdad. Xa.ites, 3 ruc Mereucur. Prix G fr. par'an"

La Paix Unwerselle — Revue indépendent. Ma"gno o.h runscendental. Philosogphie. PhyisiologieçVnV hio Journal quinznénal. Direclteur B. líi

é,a „ tLd. oours Gam'betta. Prix 3 fr. 50 par ian«

Lux—Bolletino delFAceademia Internazionale pergü atudi spiritici e magnetici. Publicazione men-sile. Dirottore : Giovanni Hoffmann. Roma, 13 viaRallaele Cadorna. Abbonamento anno 12 fr.

La Sflnge—Gazzettino di propaganda spiriticacom Bibliotheca Appendice pei snli abbonati. Pubh-

azione nieiisile. Dirctt.ore : E. Unglier. Roma, 128ia dei Boscheltò. Abbonamento annuale 8 liras

/.<( Fruternidad—0'rrjano dc la Federacion Espi-rilista Argentina. Redactor: M. Saenz Cortês. Pu-blicucion inensuul en euadernos de 24 páginas.Buenos Aires, I5G5. Brandzen. Suscrición-trimes-tre adelantado fíl.5ü"'/n.

Constância— Revista semanal sociológico-spirita yorgano Ue ni Sociedade « Constância » Iíedacto"rGosma M ruiu. Buenos Aires, 444 Andes Suscri-cion : trimestre adelantado '»/n 82.50.

La Vérité—Revue spirite mensuelle, publiée en

AnnulidcUo Spiritismo in Itália— Torino 23 ViaBogino.

GoldenGdjç.United — State?. S. Francisco (Cali-forny), 734 Montgomery Street.La Alborqjla—Revista mensual, literária, de esta-

dios psicológicos, interesses generales y orguno ofi-ciai dei Centro « El Salvador » Grátis para todos,Director: Juan .1. de Garay. Sagua-la-Grande (Cu-ba), 1 Gloria

La Pensétdes Morts—-Organe de PUniou Spiritede Reima et de l'Union Spiritunliste de Rouen.Adininistrateur : Paul Monclin, Reims, Place de laRépublique,!Puvillon de Mars, Prix 1 fr. 50 par an,

Le Journal Spirile de V Est—Reims, 28 rue Gnm-betta.

Annales flès Sciences Psychiques—Paris, 108 Boulevard de Sjóint Germain

^ Revista Efoírí/is/a—Organo de propaganda de laSociedad «La Perseverancia» Se publica dos vecesai mes, se âiitribuye grátis. Republica Argentina,Mendoza, 61 Colômbia,

El Estúdio—Periódico de propaganda v eco demovimiento,general dei Libre-pensamiento. Se pu-blica tos Juéves. Redactor: Andrés Corazon Gaza-lez. Ponce, 1S Isabel.

liivro novo e furioso

Acha-se no prelo a imprimir, natypograpliia — Carlos Gaspar riaSilva, ejíctado por Domingos de Ma-galhães, um livro da lavra, do Sr;Dr. Antáo de Vasconcellos, que seintitula — Revelações de alem túmulo.

A obra é spirita.Narra factos que se deram em

princípios do século findo, revelados

pelos próprios personagens, que fo-ram actores na sangrenta tragédia

que faz objecto da obra.E' dividido em ires partes : — Na

Terra — onde se deram as s.çenn.s

que constituem o romance; — No Es-

paço — onde a obsessão teve inicio,vindo a terminar em 1886, depoisde um interregno de mais de séculoe meio.

Na obra, sustenta o autor e de-monstra duas theses, cada qual maisimportante : — Qne a força psychicaexiste e pela obsessão, determina a— loucura síne matéria, o hystheris-mo, a epilepsia e outras manifesta-

ções de sua acção, sobre os centrosnervosos : Que essas obsessões sãocuraveis, pelo systema de que tractao seu livro, tudo evidenciado porfactos dados nesta capital.

Na ultima parte, tira as conclti-soes scièn ti ficas que cotnpendiou,fundando a — escola spirita ou novis-sima escola penal, applicada á an-thropologia criminal e á psycbiatria.

Discute a escola de Lombroso, a

quem é dedicado o livro, rejpitan-do a na parte em qne se desvia da

força psyclnca como força motriz de77ie Theosophist—A magazine of oriental philoso- È todos OS UOSfOS MCtOS e deiüÜUStra a

Êhy, art. .iiterature and occultism, couducede bv ,[. S. Olcott, Madrau, Adyar. Price annual t [. exístctlõia do cnmiUoSO ^ liaiO — peia

LntaÉé 1- nV'lle de Ko8'"io (rrnvince deüautd-1'e) Kepnbhque Argentine. Directeur- PRasuiu.1. Rosário, 750 calle^San Luis. Abonement :

Revista Esplnista-Periodico de estúdios psico-ógicos, publicado por Ia Sociedad Espiritista Mon-tevideana. Se publica cada mes y so íepa.te grátis.Revista Espiritista dc la Uabana _òrgá'no oficial"ei Centro « Revelacion ». Periódico mensual. Ha-"na, 57 Suárez. Suscripcion : ffl.00 jilata.El Prcçursor-Organo de la Sociedad Espiritistaaentral de Sinaloa. Periódicornensal. México Ma-tlan. ' '

El Fcnix— Boletin de la Sociedad Espirita de sunoinbre. Mazatlan, Sinaloa. México. Publieacióneventual dedicada ã la propaganda y defensa de laFilosofia Espirita. Suscripcion voluntária.La Iltustracion Espirita—Se publica dei l.»al 5 decada mes en euadernos de 32 pag. com forro decolor. Proprietário General D. Refugio I. Gonzáles,

México, 2" de la Independência, 6.La Buena .\Wa-Revista mensual de CiênciasCristianismo Democracia; organo oficial dei Centro ! l

Esp.r.t.sta «La Caridad » Grátis para todos. Cuba ! cíSancti-Sp.ntus, 7 calle dei Principe.LaÀlbórada~L Revista quincenal, literária, de es-tuciios psicológicos, interesses geraes, y organo ofi-ciai dei Centro « El Salvador » Director Juan J deGaray. Grátis para todos. Cuba, Sagua-la-Grande

bb K mirez.t

j LaiNuevaAhanzá—Periódico mensual organo deiCentro Espiritista Lazo de Union. Grátis para todos

! Cuba, C.enfuegos, 72 Arguelles

W. íôJtt

reincarnação na própria família, ba-tendo de frente a bereditariedade,por impossível.

Para o autor desse livro, o crimi-noso nato ó uma realidade e nãouma ficção de Lombroso,

O redactor desta noticia, que re-cébemos em carta, leu toda a obraem manuscripto e achou a do maioralcance scientifico.

Accrescenta ainda que o livro ex-cepcional do Dr. Antão ha de pro-duzir abalo social e quiçá profundarevolução nas sciencias médicas ejurídicas.

Nós o acreditamos sem reluetan-cia, poi.--; quando não bastasse o mmedo autor para recommendar a obra,mereceu ella as apreciações de duassumraidades litterarias, Drs. Velhoda Silva e Barão de Paranapiacaba,que em missiva, este ultimo, tomouo compromisftO de prefaciar o Ijvro ,eassim se exprime:

« Dr. Antão.—Dou-lhe os para«bens pelo seu trabalho. Penso quenão deve hesitar em entregal-o ápublicidade. Segundo seus desejos,escreverei um prefacio, já que ligatanta importância a um jnizo pormim formulado. Sempre com altoapreço seu amigo e collega affei-coado — B. de Paranapiacaba. »

Conhecida a obra do Dr. Antão edemonstradas as theses que com todoo desassombro nella sustenta, é claroque esse livro, na verdade curioso,é um suecesso, adiantará a sciencia,de muitos séculos.

As illnstrações queornnm o livro,são do hábil lápis de Netto e, estãoexpostas nas vitrines da LivrariaModerna, rua do Ouvidor n. 54, pro-priedade do editor e onde se assignaa obra que deve vêr a luz até fins deNovembro. Auciosos aguardamos.

O Sr. Dr. Antão, em breve, faráuma ou mais conferências sobre asua obra.

\h curas sym|intliicas

(Continuação)

Por conseguinte que se pôde reagirsobre esta, mediante certos processos.E' evidente que poder-se-ia sobre es-tes factos basear um systema thera-peutico.

Nas experiências de Rochas tambémo acaso repre&mtou seu papel. Du*

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ranteos primeiros ensaios com o tinidoodico, elle involuntariamente com-metteu um erro. Em vez de deixarestes fluidos evaporarem-se natural-niente, elle entornou no patoo a águaem que os havia dissolvido; e isto emuma noite ein que havia uma forte

geada, depois de ter experimentadosobre dous sensitivos qne deviam vol-tar no dia seguinte. Estes sensitivosnão voltaram ; mas, passados donsdias, um delles arrastou-se penivel-meu te até á casa de Rochas e contou

que ambos tinham sido atacados uamesma noite de uma forte eólica, quese sentiram gelados até aos ossos eque não se puderam aquecer.

Em torno da verdade da cura sym-

pathica, a superstição havia aceumu-lado sua espessa camada dé erros, e,quando chegou o período de culturaintellectual, com os erros foram ati-radas pelof-' ares as verdades. Mas nós

que reconhecemos como real a idéafundamental, devemos tornar a upa-nhar o lio tecido pelos médicos daedade média e continuar sua obra.

O meio mais usual de cura, em-pregado pelos Paracelsista para fa-zerem sarar as moléstias com o auxiliodo Od exteriorisado, era transplantara múmia. Chamava a este processotransplantatio morborum. Diziam qneo Od (chamavam «espirito vital » uaedade média) peuttra por todo o cor-po, e que assim todos os produetosexpulsos do corpo (chamados múmias)são por

'elle penetrados. E' verdade

que distinguiam entre a múmia espi-ritual e a múmia material, mas comonas curas sympathicas não se tratasinão do Od, só com este é que temosde nos oecupar aqui.

O espirito vital da múmia fica emrelação com o do corpo e póde-se ve-rilicar que esta relação subsiste mes-mo a distancia, como isto suecedeegualmente entre o magnetisadór e osomnambulo, uos quaes, por effeitoda fusão entre as duas pessoas, ossentimentos, as impressões e os pen.samentos do magnetisadór são senti-dos pelo somnambulo. Si se põe a

unia em relação com um corpo qnemi

possue qualidades salutares, isto e,cujo Od pôde influenciar favorável-mente ao Od do doente,o espirito vitalenfermo do paciente é consumido peloespirito vital são, com que elle foifiliado. Todos os raethodos da trans-plantação têm por fim principal pri-meiro estimular o espirito vital do-ente . são depois os differentes loo-aresde transplantações que decidem doeffeito produzido sobre a múmia.

Pódem-se fazer agir sobre a múmiacertos corpos mineraes (lembramosaqui os pós sympathicos e o unguentodas armas, da edade média); pôde seseccár a múmia ao ar; póde-se quei-mal-a, lançal-a n'agua, segundo oque a moléstia exige.

Póde-se egualmente como alimentodar a múmia aos auimaes, ou tara-bem tráns plantada em arvores; nestecaso a múmia participa do cresci-mento dos animaes ou das arvores epor isso sua força magnética desta-

ca-se e volta regenerada para o or-ganiamo doente. Os auimaes e as

plantas podem regenerar este Od im-plantado, ünítido-o ao seu ; mi entãoattraliéra n\> a si, absorvera a um-lestiá e por esta fôrma libertam odoente. Em todos estes casos suecedeo què diz Maxwell: «Aquelle quepôde reunir o espirito vi ml de umcorpo com um outro submettido ámudança (á transformação), poderáesperar ver produzirem-se cousas ex-traòrdiriárias á maravilhosas.» Porémo medico que emprega as curas sym-

pathicas deve ser versado neste ge-nero de tratamento. Deve conhecera causa da moléstia ; sem isto. poderádesperceber as crises salutares pro-vocadas pela vis medicatrix do enfer-mo, e repellil-as pela transplantaoão,einquauto que deveria faivorecel-as,como nas febres e nas erupções. Deveter ainda conhecimentos mais exten-.sos do que qualquer'outro medico;deve poder distinguir entre as sym-

pathias e as autipathias odicas quereinam ua natureza, porque são ellas

que decidem da escolha do logar edo modo de transplautação da mo-lestia. Eis por que Santanelli diz:« Aquelle que conhece o accordo e odesaccordo interior das cousas, é umverdadeiro philosopho e um mágicouatural, e pôde fazer cousas maravi-lhosaseiucomprehensiveis aos outros.»

(Continua)

NOTtmRÍO

Mr. Uamos Nogueira — Jánão pertence mais á humanidadecarnal aquelle que na terra ioi o Dr.Ramos Nogueira. Victima de umaenfermidade cruel, elle, que aindahavia pouco viera de seu estado na-tal (S. PauloJ a estabelecer penatesaqui no Rio, foi em busca de resta-belecimeuto aspirar o ar das monta-nhas mineiras. Baldado sacrifício •aquella atmosphera vivifleadora nãoteve forças para alentar um cerpofatalmente condemnado ; Ramos No-

gueira baqueou. Espirito convictoellenão cessava de proclamar assuascren-

ças na tribuna,na imprensa, na rodados collegas ou dos amigos, era sua /preoecupação constante pregar o spi-ritismo.

Entretanto este esforço, filho desua bôa vontade, vinha sempre sequebrar ante o sarcasmo das turbesindifferentes ou ignaras. E' qne onosso irmão tomava muito litteráí-mente a phrase—os tempos são che,-gados, levando assim mais em linhade conta sen próprio desejo do que oestado moral da humanidade pre-sento.

E tretanto talvez este mesmo tropeço tivesse sido vencido,si não hou-vera demasiadamente dado fé aosespíritos que elle acreditava da maisalta hierárchiâ. Hoje quií, do outrolado da vida,elle pôde, ser mais claro,seja seu compromisso revestir-se da-quellas virtudes pue dão ao espiritoa lucidez para orientar-se na estrada

trevosa da vida em que tem de renas-cer. São os votos que fazemos nós, e

que, esperamos, farão todos os nossesirmãos.

Spiritas allem&es -Noticia oNewe Spiritualislische Blatter que se

projecta um congresso de todos osspiritas germânicos, proposto pelosprofessores Lucian Pusch e Max

' Breitung e acceito pelo Dr. Ciriax.

(prupo (cliiix c Verdade» —A 9 de Junho ultimo foi installadoeste grupo spirita no municipio de

Bom-Jardim, Estado do Rio de Ja- jneiro, o qual celebra as suas sessõesaos sabbados, tendo por fira o estudotheorico e experimental da doutrina.

Em seus primeiros trabalhos foramlogo pronunciados os desenvolvi-mentos de mediums escreventes, me-chauicos, semi-mechauicos e som-uambulicus lállautes.

i^eitiçaria— E1 do nosso collegaMessager, a seguinte noticia ;

Sob este titulo a Paix, de Parisde 13 de Fevereiro ultimo publicouuma chronica recordando a predicçãoouti"ora feita em Teneriffe, por umnegro que fazia profissão de. dizer abuena-dicJia^ a dois jovens ofliciaegde marinha.

A um disse elle : « Irás para di**ante, mas não regressaiíis mais parao teu paiz, porque cedo receberâsuma pedra na fronte. A pedra é maisdura do que o osso.

Ao outro : "Verás muitos paizes :viajarás pelo deserto, e o deserto t«recolherá.» Ora, o primeiro deste15dois ofíiciae.s chamava-se Rochelle eno mez de Novembro, que se seguiuá nrediecão do feiticeiro, foi morto,na Nova Caledonia, por uma pancadade pedra arremessada pela funda deura canáque revoltoso. Quanto aosegundo, a Franca inteira conhece osen nome : Bonnier, e chora a simmorte trágica no meio das areias queguardam Tombouctou.

O auetor desta chronica assignalaestas coincidências bizarras com as

uaes a sciencia principia a preoc-cupar-se, e conclue, dizendo que a

grande sabedoria consiste hoje emtudo examinar sem nada afrirmar.

Propaganda spirita —A lide Julho ultimo foi installada navisinha cidade de Nictheroy a «Coramnnhão Spirita S. Sebastião», a qualse reunirá ás terças-feiras para tra-balhos experi:.lentaes e, ás .-ex tas-feiras para estudos theoricos.

Desejamos aos novos trabalhadoresfarta colheita.

3'bbí cibi-hono NoasiiaifiiStuSo —Lemos no Vessillo Spirítisla:

Telegrapharn deLyon para oTempsque alli se acha no hospital actual-mente um curioso doente. E' elle umjoven de 22 annos, sapateiro, naturalde Varo.Tendo eutrádo para o hospitalpor catisa de. uma hemiplegia, suasaúde já ia melhorando, quando re-pentinaraente entrou em um estadode estranho somnambulisraó, do qualnão foi possível despertal-o.

Tão pouco foi possivel fazel-o fallarou ainda conversar com elle.

Presentemente, depois de dezoitodias, o doente levantou-se, comeu,caminhou, completou em sumina to-das as funeções physicas da vida, e,ainda que tivesse os olhos fechados,ponde ver e ler atravéz dos objectos.

Um exemplo: um visitante pro-poz-lhe uma partida do êcarlè. Odoente acceituu. Jogou-se, e, semerrar, o vidente indicou uma por umaas cartas em cima do baralho, seuvalor, côr, disposição e até os de-feitos materiaes de cada carta.

Ainda mais, este homem, que ape-nas sabe ler e escrever, sob a impo-sição do Dr. Lépine compoz umapoesia. Os médicos seguem com in-teresse este curioso e não menos phe-nomenal doente.

Telegraphia psychiea. —Ha factos positivos que demonstramjá se terem alguns homens (e não dospertencentes aos paizes mais civiliaa-dos) se avantajado na applicação datelegraphia psychica ás necessidadesda vida. pratica. Quer isto dizer queentre, taes homens tem-se, por assimdizer, conseguido supprimir o terapoe o espaço. E' assim que, quandonas Índias submettidas ao jugo in-e;lez. os oipayos se revoltaram, osuaturaes que habitavam as mais lon-ginquas paragens sabiam sempre no-ticias das batalhas e de seu oxitoduas horas antes que o telegrapho ashouvesse annunciado. Havia, portan-to, uma communicação mais rápidado que a fornecida pela electricidade :outra não podia ser sinão a psychica.Emquanto os homens da parte quese considera a inais eivilisada domundo só excepcionalmente çonse-guera, depois de multiplicados en-saios infruetuosos, e de uma concen-tração duradouramente alongada emhora precisa, algumas raras e difli-ceis communicacões entre cidades dia-tanciadas, os orientaes, a (leitos a esteprocesso, que aliás uecultani o maispossível dos filhos do oceidente, sa-bem co.nmunicar-se facilmeúte e atodo o momento. Dir-se ia qne hanelles uma disposição órgauici, de-termiuada talvez pela hereditarie-dade, pois que perde-se na noite dostempos a tradicção de taes com mu-nicações* Nem é de admirar qne as-sim seja, quando em todas as cousasque se referem ao psychismo, ellestôm um corpo de sciencia por assimdizer completo des"de epochas irnmo-moriaes. Póle-se affirmar, sem receiode erro, qne neste.-! assumptos todasas conquistas do oceidente são revi-vescencias dos conhecimentos orien-taes. E' o caso de ainda uma vezrepetir-se: nada ha de novo sobre aterra.

laias e electriciditde. — O Sr.Dolbear acaba de fazer ao Cosmopo-litain Magazine uma communicaçãode alta importância relativamente auma experiência sua que vem talvezresolver alguns problemas nté agoraihsoluveis. Collocada uma moeda so-bre uma placa de vidro bem limpa,collocon o experimentador tudo deu-tro de uma caixa hermeticamentefechada o exposta aos effluvios de

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uma machina electrica. Alguns mi-nutos depois, retirada a placa, nadafoi observado; porém, soprando-seera sua superfície, de modo a nelladepor um. pouco de hálito, a imagemda moeda apparece com toda preci-são, sem faltar detalhe algum.

Parece paradoxal que se tivessephotographado na obscuridade, é queo efíiuvio electrico, isto é, a descargaobscura, produz reacções chimicasabsolutamente como os raios lumino-sos. O Sr. Dolbear apenas prevê umaapplicação deste facto: o retoque dosclichês por meio da electricidade; en-tret&uto a nós se afiigura que, alémde vir elle dar mais uma prova daidentidade dos phenoraenos electri-cos e luminosos, o que concorre paraa demonstração du unidade das for-ças physicas, pôde tambera explicarcertos pheuomenos até agora conser~vados na classe dos ignorados.

Assim é que a experiência do Sr.Dolbear traz desde logo á mente dopensador um lacto observado porKardec, que não obteve dos espíritosuma explicação categórica.

Um individuo que se achava doen-te em uma sala, costumava vir até ájanella para observar a rua atravezdas vidraças, em cujos vidros des-cançava demoradamente a fronte.Tempos passados, e depois da mortedelle, via-se era certas circumstan-cias da casa fronteira á imagem dofallecido como que photographadana vidraça. Póde-se suppor que,sendo idêntica a natureza dos fluidosodico e electrico, o desprendimentodaquelle pelas condições especiaesde morbidez operava entre o homeme o vidro como os effluvios electricosentre a moeda e a placa polida.

FOLHETIM <t(.)

LÁZARO — 0 LEPROSO

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ROMANCE SPIRITA

POR

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XLET.

Que fatalidade perseguia a Paulc deOliveira!

Saber onde estava seu rival, onde estavasua odiosa amante, e não poder descobrironde se encontravam l

O miserável rangia os dentes, e, de pu-nhos fechados, blaspüemava contra Deus,toda vez que ao romper da aurora, dei-xava a guarita onde montava guarda todaa noite, sem ter colhido senão algum res-friamento.

Era, entretanto preciso chegar ao*fimdaquelle drama, que parecia dever pro-longar-se eternamente.

— Não posso surprehendel>-os, pensavaelle, mas também nfio hei de voltarcomo um pateta, a chorar minhas des-graças.

Ha de haver um meio de chegar ao meufim ; o caso é descubril-o.

Ah... é por ahi... é por ahi.A bella enamorada não pôde deixar de

tremer, sabendo que seu amado está emperigo de vida, não pddfi deixar de correrá quem quer dar-lhe o fio «fa trama queameaça seus dias...

E' por ahi... 6 por ahi.Mas... como hei de fazer chegar a cila

a terrível noticia? Diabos levem a velhaque não tem criados, a melhor gente quel)eus poz ao serviço das causas como esta.

Alguém, entretanto, deve trazer aquellacasa os gêneros de que se alimentam osejue nella moram.

E assim como o bafo sobre a placafazia cora que apparecesse a imagemda moeda,.a.s condições de humidadeatmospherica podia identicamentefazer com que no vidro da janellasurgisse a photographia do bomera.

O ar e a respiração. — Agrande descoberta chiraica do annoé devida ao professor Ramsay, quecommunicou ao Congresso de Oxfordter isolado do ar um novo gaz. Atéhoje adinittia-se que o ar ura for-mado de uma mistura de dous gazes :o oxygeno e o azoto, entrando esteem uma proporção pouco mais oumenos dupla daquelle. Querendo oprofessor Ramsay estudar ura factoparadoxal, observado ha já algunsannos por lord ftayleig, o de que oazoto proveniente do ar é mais pe-sado do que o retirado de ura qual-quer outro produeto azotado, chegoua fazer absorver o azoto do ar peloraagnesium, e obteve um gaz incolor,inodoro, de uma densidade vintt? ve-zes maior do que a do próprio ar eem cuja mistura entra na proporçãode um centésimo. Ora bem, porqueo azoto é ura gaz inerte, sempre seadraittiu, que era exclusivamente ooxygeno que, penetraudo pela respi-ração até á circulação, ia vitalisaros glóbulos do sangue; dahi affir-mar-se qus eram os glóbulos verme-lhos do sangue (as hematias) a fontereuovadora do principio vital. Co-nhecendo se a relação deste priucipio,que é o principal agente do perispi-rito, e o glóbulo sangüíneo oxyge-nado, não se tardou em explicar deum modo scientifico a causa pnr quese pôde levar a mediuranidade até aoprodígio, rythrnando e methodisandoa respiração. E' neste principio que

Mudemos as guardas, Velemos de dia.Paulo escreveu uma carta em que diziaa Eulalia:

« Uma pessoa que muito a estima e quesabe o quanto a senhora ama a Lázaro, aprevine de que seu amado vae ser preso,e talvez condemnado á morte por artes deum inimigo seu e delle, um tal Oliveira,que não lhes perdoa a felicidade quegozam neste recanto onde os descobriu.-« A senhora pude salval^o, se quizervir hoje ás 9 horas da uoite, á tranqueirada fazenda, onde saberá o que medita operverso, e o meio de frustrar-lhe o dia-bolico plano.»

Já sabemos que Paulo estava na con-vicção inabalável de que fora Lázaro oraptor de Eulalia e convivia com ella alli,tendo-a na casa de D. Clara, em vez detel-a na fazenda das Lavras, para não darescândalo a seus protectores.Não podemos, pois, estranhar que obandido se refira na carta á convivênciados dous amantes, que também sabemosnão existir, sendo, pelo contrario, queLázaro julgava Eulalia perdida com umbilontra, e que Eulalia tinha por certa amorte de seu amado.

Gom aquella carta, em que confiava,como a criança que arma laço confia quetem seguro o passarinho, Paulo foi rondara tranqueira da fazenda ou sitio dei).Clara, por fazer-se encontrado com quem'fosse levar as compras á casa.

Foi o padeiro quem primeiro descobriue de quem se aproveitou, porque era ta-lhado para o que elle queria.Imaginem um moleque, vivo comoazougue e sonso como um cavallo ma-nhoso e ahi têm em duas palavras o ma-gnifico instrumento que se offereceu porfelicidade ao damnado homem para o maisdamnado plano.Queres ganhar 5$Ó00?Ainda que seja preciso correr porcima de espinhos ; mas vamos depressaao negocio, que o patrão me espera lá embaixo com a carrocinha.

Tu ès moleque de segredo e capaz...Não ponha mais na carta." Já seitudo ; alli em casa da velha ha uma moca

se fundara as regras a (jue os fakiresda índia submettem sua respiraçãoquando pretendera produzir os phe-noinenaes prodígios de que é capazsua mediuranidade quando queremse relacionar com o mundo invisi-vel, ou quando na prece querem queOS fluidos do pensamento attinjarnmaior altura.

Pois bem, o que resta provar agoraé si o novo gaz de Ramsay será inertecomo o azoto, ou si gozará um papelna oxyr-enação do sangue, e portantono desenvolvimento da mediurani-dade. Este estudo, principalmentesob o ponto de vista p.sychico, isto ó,spiritico, é de trauscendontal impor-taucia; e, como exige ura tacto deobservação e uraa delicadeza de ex.periencia excepcionaes, é de esperarque a elle vão desde já se entregaros mais capazes. Este empenho, le-vado a cabo, virá mais uraa vez con-firmar a verdade, que ensinaram osespíritos ao Sr. Allan Kardec: que araediumnidade é ura facto da orgá-nizacão.

¦Pactos clitraoiMlinnrios

Do Vessillo Spiritista, de óunho ul-limo, transladamos o seguinte :

«Cora data de 12 de Maio de 1894recebemos e de boa vontade publica-mos, conhecendo a seriedade da pes-soa (jue relata, o que segue :

Era Corbesassi.sob o monte Lesina,valle de Staffora, deram-se, emAgosto de 1803, factos estranhos, sebem que não sejam novos, e que me-re-em ser estudados pelos scientistas.

A familia em cujo seio se deramestes factos estranhos, compunha-sede três irmãos casados cora filhos ;ao todo 14 pessoas.

bonita como um figo maduro, e o senhor,não sei so me entende...

E' isto mesmo. Quero mandar-lheuma carta, mas ninguém ha de vèr-te en-tregal-a.

Ora, isto é para calouro no oíficio. Aindaoutro dia levei uma carta como a sua, ea bella ileu satisfação ao moco que a mán-dou.

Paulo entendeu que a carta de que fal-lava o moleque, era para Kulalia e, por-tanto, que não podia ser sinão de Lázaro;Úescreve-me o moço que te ericar-regou de entregar essa carta.

O moleque fez a descripção do moço, epor casualidade os signaes*que deu e"rammais ou menos os de Lázaro.

Paulo ficou como cobra assanhada, porjulgar que surprehendera um dos modosde se communicarem a.s duas creaturasde quem queria vingar-se a todo transe.

Pois bem, disse ao moleque, leva-meesta carta á hiom e terás os 5&0C-Q quandovoltares.

Menos esta! Gustavo Manoel deSanto Aleixo não faz serviço fiado. .Siquizer, e carta n'uma mão e dinheiro naoutra. O resultado verá.

Pois aqui tens e eu fico á espera.O diabo é se a velha empatar a vasa.Qual velha! tu tens bastante astucia

para lhe deitares poeira nos olhos.Visto que confia na minha habilidade

pode escrever, que a moça eslá lá, estácom a carta no seio.

Deus te guie, meu rapaz.Que os anjos digam — A men — pa-

fcrSo.Em menos de um quarto de hora o

Gustavo Gabriel de Santo Aleixo era devolta, pulando ora n'um pé, ora n'outro,e cantando, na toada da roça, esta modinhapopular entre os bregeiros :

Atirei um limãosinhoNa menina da janella ;Elle que não voltouAhi lia cuusa.

Paulo nadava em júbilo vendoleque tão alegre. Safou-se bempreza. Está filada.

Então 1 perguntou logo que seu emissario aproximou-se.

o mo-da em-

aEis era resumo quanto suecedeu :Em Agosto de 4883, a governante

(chefe da familia) fazia o angu. (po-lentaj que ainda não estava despo-jade já era dividida (por mão desço-nhecida e invisível) em 14 porções,quantas eram as bdecas dos presen-tes, e uma vez também passou paradebaixo da mesa por caminho invi-si vel a que era destinada ao cão.

Durou isto um mez e as pessoasdo logar vinham ver este facto quecontinuamente se repetia. As sopase outros pratos encontravam-se, aoprovar-se, tão salgados que não po-diarn ser comidos ; as vestimentaseram cortadas, as camas foram todasincendiadas, como foi depois por trêsvezes o palheiro. O fogo não levan-tava chamma mas consumia lenta*mente oà objectos sem communicar-seás paredes, sendo que o tecto do pa-lheiro nunca ardeu.

Sete vaccas que estavam no esta-bulo, foram soltas, alta noite, pormão desconhecida; dirigem-se decarreira e mugindo destramente aositio próximo para beberem água,voltando depois correndo para o es-tabulo, onde foram amarradas pelaraão desconhecida do costume.

Derara-se na família duas mortesmysteriosas. Um dos irmãos foi aRoma recusando-se o padre da loca-lidade a benzer a casa ; mas teve d.regressar sera resultado, tendo-se ali:mesmo o clero requsado porque diziaser cousa permitlida por Deus, enada poder a egreja.

0 pretor de Bobbio e os carabi-neiros foram repetidas vezes ao lo-gar, permanecendo por algum tempomas sempre é inutilmente.

Esta familia uossuia 40.000 lirasde coutado, collocadas em ura banco,o qual falliu, causando-lhes perdatotal.

Seus membros ainda hoje dormemsobre andrajos, restos dos leitos in-cendiados que de tempos era tempostornam a arder, atribulando os infe-felizes no próprio somuo.

E' uraa verdadeira maldição.

Então o que? Eu sou homem a quemse faça tal perpnnta ?Quando tiver empreitadas destas e 5$,

não falle a outro.Entregaste a, carta sem que a velha

visse?A velha estava com a moça, mas eu, em

vez de entregar o pão a esta, entreguei-oa ella, e, emquanto a Sra. 1). Clara deAlbuquerque hia guardal-o, passei o con-trabando e raspei-me.

Como ficou ella recebendo a carta ?Ficou em pé como estava.Não é isto. Eu quero saber si ella

corou, si ficou pallida, como ficou, emfim.Ah ! Isto não tive tempo de reparar.Minha missão era entregar a carta e desdeque cumpri o que ajustámos, os cinco ba-gos estivam ganhos muito conscienciosa-mente.

Não viste ao menos si guardou acarta ?

Não reparei, ea culpa foi sua quenada disto me recommendou.E' verdade, mas tu devias ter obser-

vado.Qual o que ! O que eu queria era ga-nhar licitamente os 5$000, e então porqueecòm que interesse pôr-me a mirar a moça,

por ver si corava, si ficava pallida, si guar-dava a carta?Bem, bem meu raoaz. Si eu precisarde ti para outra.,.Para outra ou para outras, conte

sempre com seu moleque, o mais afamadono otlicio que existe em Mogy-Mirim.Obrigado, Gustavo.

E diga mesmo obrigado, porque osenhor foi feliz de encontrar-me. Outrodava com os burros n'agua.

O moleque despediu-se, pulanlo e can-tando, com os 5#000, ganhos consciencio-samente, e Paulo ficou á espera da horamarcada, com os dous caipiras que trouxedesta vez.

Esperou o desgraçado o que lhe paieciainfallivel; mas esperou debalde, não co-lhendo da erapreza, sinão matar mos-quitos.

Continua»

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0 Dr. Luigi Stoppani, proprietáriodos banhos de Salice, que foi ào lo-gar, poderá dar informações.»

Com data de 8 do corrente, recebe-mos do mesmo nosso amigo o se-guinte :

« Os phenomenos cessaram com-pletarnente em Corberassi ; os ulti-mos consistiram em expulsão e mu-dança de roupas e obje.ct.os que eramlançcdos pelas janellas.,,

Milão.Pietro Soalini.

tava da maneira a mais cerrada todoraio visual que pudesse, se encami-nhar para os olhos.

Os mesmos phenomenos se deramcom a planta dos pés e sobre o epi-gastro.

Aqui a visão apresenta a maiorintensidade, leitura de paginas intei-ras, redacção de cartas, etc, e istosob a mais minuciosa vigilância, osolhos fechados, e um papelão inter-

! posto entre o papel e a snmuarnbula.

Observação. — Muitos factos sirai- A dupla vista vae ngora affirmar-lhantes poderíamos citar, extrahin- j se ern todo seu esplendor,do-os das revistas spiritas e não spi- J O Dr. Charpigoou, de Orléans,ritas. Para nós estes iufelizes assim conta 0 qUe se seouie :maltratados, eram victimas oe uma j TT . °

.i ,- „j,it„; -,,,: « Uma noite tínhamos em casa duasvingança exercida por espíritos mvi- ;siveis.

*0 melhor meio de os fazer somuambulas, e ua vizinhança da-

cessar praticamente, seria o de co- va»se um baile. Apenas a orchestranhecer-se e poder affastar a pessoa preludiou que uma das duas se agi-que serve de médium e. moralmente, t0Ui ouvindo 0 som (]oá instrumentos.o de conhecer-se e poder aíiastar apessoa que serve de médium e,moral-mente o de por-se em communicaçãomedianiraica com os invisíveis emquestão e pedir-lhes para cessar suasobras.

MÍSCEttaNEa0 SPIRITISMO ANTE A SCIENCIA

POR

Gnhrel I>elíiniie

P AR T E S EfiüNDA

CAPITULO iílSomnambulisnío magnetico

Temos já duas provas de clarivi-dencia, mas em pequena distancia,

porque, segundo Deleuze, a moçatinha a caixa nas suas mãos. M. Ros-tan diz que collocou o relógio a trêsou quatro pollegadas atraz do occi-

put; póde-se verificar a vista emdistancia em outras còudições.

E' ainda a um doutor que toma-remos este facto que, se passou naSaboia.

A somnambula. filha de um riconegociante de Grenoble, não podendoser suspeitada de representar come-dia, essa narração tem grande valor.

Por entre as differentes phases queapresentou essa doença que o Dr.Despi nes, medico chefe do estabeleci-mento de Aix, descreveu com muitosdetr.lhes, elle insiste particularmentesobre a do somnambulismo.

Transcrevemos litteralmente:« Não só a nossa enferma ouvia

pela palma da mão, como a vimosler sem o auxilio dos olhos, coro aúnica extremidade dos dedos que ellaagitava com rapidez por sobre a pu-gíria que ella queria lèr, e, sem to-eal-a, como para multiplicar as su -

perficies sensíveis, ler, digo eu, umapagina inteira de ura romance damoda.

Vitnol-a outras vezes escolher sobreum masso de mais de trinta cartasuma d'entre ellas que se lhe tinhaindicado; ler sobre o mostrador e dooutro lado do vidro a hora que apon-tava um relógio, escrever muitascartas, corrigir relendo as faltas quelhe tinham escapado, recopiar umacarta palavra por palavra.

Durante todas as operações umaantepara de papelão espesso intercep-

Já dissemos qne certos somuambnlosisolados eram sensíveis á musica. Embreve a segunda somnambula ouviutambém e comprohenderam que eraum baile.

Quereis vêl-o ? lhes disse.Certamente...

E, immediatamente, eil-as rindo econversando.sobre as posições dos dan-santes e os vestuários das dansarinas.

Olha estas múmias de vestidoazul, como dansam de um modo èx-quisito, e seu pae, que balaucêa-secom a noiva... Ah 1 Como esta se-nhora é desembaraçada: queixa sede não estar bastante assucarado seucopo com água e pede mais assucar...Oh! E esse velho, que singular ca-saca vermelha... Nunca vimos espe-ctaculo mais agradável e mais eu-rioso.

(Continuai

Sciencia e religulo

I

Cadamoral escienciatheorias

religião tem o seu códigoos seus dogmas, como cadatem os seus compêndios eMas assim como as scien-

cias são cada.uma um raio luminosode uma só verdade, assim em religiãoDeus é o único centro da verdade doimmenso circulo em que todos se mo-vem, e onde cada uma é por sua vezda mesma luz divina um raio irmão I

A luz da verdade, porém, quer ernsciencia, quer em religião, só se le-vanta no uorisonte dos povos lenta-mente, como o astro do dia, à maneiraque os espiritos se preparam para areceber, e marca então um progressoem sua passegem.

Mas, visando cada uma a um fimdiverso, ellas são como as forças op-postas dos dois pólos, d'onde resultapor analogia um equilíbrio centrai.

E' no eratanto o Absoluto a razsf)de ser da sciencia e religião, quepartindo do mesmo alvo e Seguindocomo duas parallelas para o mesmofim, não podem entretanto confundir-se, visto que crer não A 0 mesmo quesaber-

Mas assim como corpo não é omesmo que alma, e no emtanto con-stituem ambos uma só personalidade,assim a religião e a sciencia devemencontrar ua razão moral da sua ori-gem o laço de união dessas mesmasparallelas.

Não está entretanto esse laço nastheorias dogmáticas da Egreja; poisque emquauto ella asseuta as suasbases ua lenda do Éden, a sciencia

descobre a existência de novos raun-dos, que vèm tornar muito proble-raatica a mesma passagem ; onde te-mos visto por uma razão frivola, oumesmo sem nenhuma perdida a hu-manidade. E emquauto a mesma Bi-blia, que é o código fundamental dosdogmas da egreja, refere que os seisdias da creação se compunham cadaum da tarde e da manhã, ag'30gnosiades cobre por sua vez na formação dascamadas g-eologicas a passagem demuitos séculos 1

Ora, das duas uma: ou a egrejavai com a Bíblia, e nesse caso osseus dogmas são a negação das aífir-mações da sciencia, ou vai com esta,e nesse caso passa então a reformaros mesmos dogmas, e a ver apenasum sentido figurado nas referidaspassagens.

Man ler porém aqui estas passa-gens e turcel-as alli em seguida, se-guudo as conveniências, faz lembraro expediente, machiavelico de certacasuística, onde os fins justificavamos meios, e é mostrar saber esguei-rar-se das situações, tergiversandocom ellas quqndo assim convém, semreparar não obstante que vai dei-xando em pé ao mesmo tempo dou-trinas que é impossível accommodarcom a presciencia e perfeição immu-tavel dos attributos do Senhor I

Foi assim que se houve em nomeda egreja o sábio critico do nossolivro, mantendo em um ponto o versoli do Cap. III do Gênesis, que dizassim : « Viu, pois, a mulher que aarvore era boa para comer, e formosaaos olhos e, deleitavcl á vista, e tiroudo fructo e comeu, e deu a seu ma-rido que também comeu. »

Convinha-ihe o argumento ile umfructo authentico, para enfraquecero que dizíamos no nosso Homem comreferencia ao peccado original ; maslogo em seguida muda de rumo in-terpretando a seu geito os versos 4- e5' do Cap. I do mesmo Gênesis, quedizem assim : « E viu Deus que aluz era boa, e dividiu a luz das tre-vas. E chamou â luz dia e ás trevasnoite e da tarde e da manhã se fez odia primeiro.»

Foi assim, repetimos, que se houvecritico para

com a sciencia geolodeudo-nos por estas pala uras

« Agostinho Catelano, já em épo-cas longínquas affirmára que era maisconsentaneo tomar a palavra n'umdia, do Gênesis, no sentido de época.E em tempos mais chegados á actua-

idade opinam no mesmissimo seu-tido todos os coinmeuladores e apo-lògistas do hexameron mosaico.»

Muito bem f mas nós quizerainosver a mesma coberencia com toda aversão bíblica do pbecado origidál;quizeramos que outro Catejano re-parasse egualmonte que não ae tratade um fructo legitimo, mas de umsentido figurado, por um recato aopudor. Ou então si se conhecesse queem tal caso o Creador ficaria abi erncoutradicção comsigo próprio, pelaorganisação que, dera au par Audró-gyno, si fosse mais direito á verdadee si visse em toda a historia do pomoapenas um symbolò!

D'ouira fôrma vale o mesmo quever, por outro lado, o Gênesis refe-rir .-e á creação do mundo no sen-tido geocentrico, oude os astros re-presentam apenas o modesto papelde simples luzeiros para dividirem anoite do dia,e a terra era alli o rodo;o que ia perfeitamente accommodadoao resto da. lenda ; e admittir logodepois, por outro lado, a existênciade outros mundos, ante os quaes oglobo terráqueo fica, como de facto,reduzido a uma posição muito secun-daria, e comtudo conservar a mesmalenda I

Nada, não pode ser I Ou a terrasolitária no espaço e o Éden confor-

1 me a Bíblia, ou o espaço povoado demundos, e nesse caso para o Éden osentido figurado.Mas aquillo que a egreja não podejamais harmouisar com os velhosdogmas ella o conseguirá brilhante-

mente desde que repare que o Spiri-tismo é o leme da barca de Pedro, eo timoneiro, o aproveite, dissipandoainda por essa fôrma o eterno conflicto que se depara entre scienciae religião I

Como, poréin, a própria egrejaconsidera a sua interferência nos pon-tos de fé, em presença das outrasreligiões ; e como entender-se a res-ponsabilidade directa de cada iudi-viduo no mesmo assumpto, é o quevamos submetter ao leitor criterioso,para q„e julgue por si mesmo dacoberencia e reflexão com que nomundo se adoptam ou combatemidéas !

José B ais amo.

MíéíS ii Éèlfl

tarmonisar a religiãogeológica, respon-

EXPOSTO DA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOSSUAS BASES SCIENTIF1CAS K EXPERIMENTAR

SUAS C0N.SKQU15NC1AH MORAESPOR

Viéon Denta

PARTE MORALO CAMINHO DIREITO

L. Resignação na adversidade(Continua ção)

A prece deve .ser uma expansãsintima da alma a Deus, um colloquiosolitário, uma medi te ção sempre utoemuitas vezes fecunda. E' o refugil

altíssimo dos afflicto.a e dos agoniiodos. Nas horas em que nos cerrama-desalento, a angustia e o desesper oquem não achou na prece a calma,o,recon.fortq e o allivio de seus inale o*Um dialogo mysterioso se estabeles?entre a alma soffredora e a poten ceevocada. Uma expõe suas maguaciadesmaios , implora soecorro, amps ee indulgência. E então, uo sanetuaaroda conscieucia, responde secreta vrioh voz d'Aquelle donde provém toz,a foiça para as luetas deste mnnodatodo balsamo para as ulceras e todo,a luz tias incertezas-. E a voz ctmsoldaleanítna e persuade; infunde-nos valor.submissão e, resignação estoica-E eis-nos quasi desafogados de trisa..tezas, e menus abatidos; um raio do-*divino sol iuziu-nosp.a alma e brotounella a esperança.

Ha quem maldiga a prece, ajui-zando-a banal e ridícula. Esses nuncaoraram ou nunca souberam orar. Com-prehende-se que escarnecera os padre-nossos proferidos sem convicção, asrecitações tão vans quanto in termina-veis, todas essas rezas classificadas erotuladas, que os lábios balbuciam eem que não entra o coração ; masisso não é a prece. A prece ó umsurto para além das cuusas terrenas,um ardente appello ás potestades su-pernas, um rapto, um vôo a regiõesque não são turbadas pelo borborinbodo mundo material e oude o ser bebeas inspirações precisas. E quautpmais possante é o rapto e sincero oappello, mais claras e nítidas se .lherevelam as harmonias, as vozes e bel-leza dos mundos superiores. E' comouma jauella que se abre para o invi-sivel, para o infinito, e por onde lhe -chegam mil impressoet, consolantes esublimes. Ern taes impressões ella seembebe, inebria se dellas, e revigo-ra-se como si fossem um banho flui-dico e regeuerador.

Continua

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ASSIGNATURA ANNUAL

Brazil 58000

PAGAIUEUTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 È 1;'> DECA.DA MEZ

B»UIUoi>ICO EVOLUCIONISTA14MM ii íSH.KM tBMlk SMIEH1A

A GQmM A TTTD A A N.TXTTT A TjLikjKjAvjii-íjci. a unn .n.i.'v..l.'> U/1JLj

Estrangeiro 68000

PAGAMEnTO ADIANTADO

PUBLICASE iNOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.

A ii no X.HI Hrazil — Btio de «Bane ir o — 1W?»4 — $eteinf>i*o 1 N. 93*.

EXPEDIBtUTB

Silo agente* desta folha

Amazonas—0 Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

para' —O Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.42.

Rio Grande do Norte—O Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-te, no Recife, rua 15 de, Novembro,n. 65.

Bahia — O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro—0 Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario n. 42 A.

Mia<ò Geraes-—O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência n. 6.

O Sr. Benedicto José de Souza .Tu-nior—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Mattó Grosso— 0 Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio Grande do Sul—0 Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.— 0 Sr. João Moaes Pe-reira Gomes, era Paranaguá.

,As assignaturas deste periódico eo-toeçam em qnalquer dia e terminamsempre a Hl do Dezembro.

at{M|$ENSA SPIRITA UNIVERSALVerdade, c Luz—Orgüò do Espiritnalisnío scien-

tilico, publicação quinzenal; Director responsávelAntônio Gonçalves da Silva Batuira, S. Paúlo-4,rua da Independência. Assignutura annual 2/JO00.

A Luz—Órgão do Centro Spirita de Corityba,publicação quinzenal. Cbefe da redacção, AlfredoMunhoz. Corityba-5l—Rua 15 de Novembro.

O Pharol — Órgão do Centro Spirita de Para-naguá, publicação quinzenal. Paranaguá. Distri-buição gratuita.

A Evolução—Órgão do Centro Spirita Rio-Gran-dense, publicação quinzenal. Propriedade dDomingos Toscano Barbosa. Rio Grande do Sue179 rua Pedro II. Assignaturu trimensal 1/J000.

Psycliismó — Revista Spirita portugueza, pu-bliçação mensal. Lisboa, 05 rua Augusta. Porstírie de ü números 120 réis; por serie de 12 nu-meros 240 réis.

Oa Revue. Spirite — Journal d'èludes psycholo-glques et spiritualisine experimental ; revue men-snelle, fondée en 1858 par Allan Kardec. Paris,1 rue de Obabanais. Prix 14 franes par an.

Le Spiritisme — Journal mensuel. Réiincteur Gn-brel Delanne. Paris, 24 rue Labruyère. Prix 0 fr.par an.

La Chaine Magnèiiqne — Organe des sociétés¦mngnétiques de Franco et de Pétiraqger, fondée en187'j sous Ia direction de M. le Baron Du Potet.Gôrant, Louis Aullinger. Paris, 15 rue du Four-Saint-Germaiu. Prix 9 franes par an.

Journal du Magnélisme — Fondée en 1845 parM. le Baron du Potet j organo de Ia Société Ma-gnétique de France ; journal mensuel. DirecteurH. Durville. Paris, 23 rue Saint-Merri. Prix (5 fr.par an.

La Religion Universellc _ Organe de Solidaritéot de Régéneration sociale, paraissant le 15 deeue móis. Redacteur Ch. Fauvety. Gérent, P. }qerdnd. Na.ites, 3 rue Meroreur. Prix ü fr. paran- |

LaPalx Universellc — Revue indépendent. Ma"gnqyo.li ranscendental. PhiloBógphio. Phyisiolozie- íemet bio Journal qui Dinznénal, recíteur B. Nié- jé,a L5.c seour . Prix Gom'l;etta3 fr. 50 par ian

La Nouuelle Science — Revue mensuelle eonsíecrIa propagation et à Ia discussion de Ia gsyntthtseentifique de Ia Kennooz. ürgacne de Ia Ré^énara-on sociale par Ia science. Redascteur, GastouIlailly. Paris, 13 rue de Buci.La Lumicre — RévelaCtion du Nouveau-Spiritua-me. Revue mensuelle, Publiée par Mine. GLucieanje. Pasiris, d? boufevard Montmorencv. Prixfranes par an.Lc Messager -^Spiritisme; queíistions Lsociales, maetisme. Journal bi-mensuel. Mr. II. Saivse.ege, 24 Boulevard de Ia Soü.veriière. Prix. 5 dranesser an.

Light —Journal of psichical, oceult and mysticaarcaroh. Charing Cross. London, 1C Craven btreet.

lianne of Light — An exponent of the spiritualpbilosopby. Colby & Ricb. publisher». Boston, 9Boaworth. H 2,50 per auniun.

77k> ReligfaPliilòsophical-Journal — Published at92 La Salle-Street, Chicago, bv Mãry K. Buridy.1 year # 2,50. *

The WorUVs Advancc-Thought — Published mon-hly. Oregon. Portland, 193, Sixth Street.

The Harbinger of Light — A monthly journa!devoted to zoistic science, freethought, spiritiialismand tbe harmonial pliilosophy, Mclbourne, 13.Kastern Arcacle. Prioe ü d.

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Constância -Revista semanal sociológico spirita vorgano de iu Sociedade « Constância » RedactorCosme M riflo. Buenos Aires, 444 Andes Snscn-cion : trimestre adelantado "'/n fJ2.f>0.

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El Estúdio— Periódico de propaganda y eco demovimiento general dc-l Libre-pensamiento. Se pu-biica los Juéivos. Redactor: Andrés Cornzon Gnza-lez. Pon-e,' 18 Isabel.

z>Aft*oc;a&F»aoii

Espbera que rola sem cessar, do-tkda de múltiplos movimentos, paraonde se dirige esta terra, em cujasuperfície temo3 grudados os pés?Arrastada no turbilhão que constitueo systema solar, por qne será quecom elle se dirige para a constei Ia çãocie Hercules? Orienta-se para o infi-nito? Mas que pouto é este para ondeella se dirig-e? E nós, pobre humani-dade que nos vemos presa da verti-

gem desta carreira, por qne destinofatal não poderemos tugir á orbitade sna attracção ?

Somos espíritos que procuramos nosalar aos paramos iusondaveis ; entre-tanto cada vez mais-nos sentimos pre-sos por grilhões que se não partem.

Dir-se-ia que é ura carro-cadôa qnenos conduz a destinos ignorados ; dir-se-ia que somos os condemnados da

justiça "~)! .PotsToera, assim o é : este mundo é

("['"realmente uma prisão, de que só nos% libertaremos quando, uma a uma,; tivermos satisfeito todas as prescrip-i cões da justiça. Pois bem, assim o e:• todos nos somos prisioneiros, seques-¦ trados da felicidade espiritual de que! houvéramos fugido,

i Mas, misericórdia inesgotável; ao

| mesmo passo que, condemnados pela! Justiça, somos encerrados na mas-

•; morra que nos e castigo, esta próprianos arrasta nu voragem da carreira

para sous destinos de luz ! E é assim

que, embora prisioneiros por nòsâasfaltas, estamos entretanto na fainade nosso prugredimento ; e é assim

que se casam por malhas inextriu-caveis a Misericórdia Suprema com

a Suprema Justiça. Não se compar,e,pois, esta prisão com as prisões mun-danas : entre os procussos divinos 4os humanos lia o abysmo que ss-epai-^as antitheses. Quando c^s homensatam grilhões a seus irmãos, ellesmais se preoccuparn e/111 affastal-osda sociedade, do que eim prepara 1-os

para nella entrar; os r-spiritos,por$m,

que são agrilhoado.^ a um mundo de

provas, acham-se so^-etudo no pre- ;paro para a c iiumunhão""Ú* sociedadeangélica. E' por isso que o Missiona-rio nazareno alentou-nos com a §spe-rança que tem retumbado por vitlte'séculos, o que jamais seráy apagada

pela eternidade do tç.mpo: «ale-

gra-se o pastor quando vê voltar aoaprisco a ovelha desgarrada.» Muitobem disse, portanto, Allan Kardec,

quando simultaneamente chamou ánossa espbera — cadêa. hospital e es-cola. De facto : si é a necessidade dareparação que nos faz voltar, pelasprecisas vezes, ás contingências destavida, é d'aqui mesmo também quenem só fazemos sarar as enferruida-''>des que molestam nosso perispirito,como ainda fazemos a aprendizagem

que nos impulsiona para cima. Temos,

portanto, na Terra um triplice cara-cteristico : somos prisioneiros, somosenfermos, somos discípulos, ('orno

prisioneiros, nos é habitação um* ca-dêa; como enfermos, um hospital!;como discípulos, uma escola.

Ora é para a justiça que se abremas prisões ; é para a caridade que seerguem os liospitaes ; é para as cia-ridades da razão que se levautamas escolas. Assim, pois, a Justiça, aMisericórdia e a Razão Divinas sãoas três fontes de onde promana estemundo de provas. Póde-se o compa-rar, portanto, a uma tripode cujoequilíbrio exige, a integridade üoítrês pés. E' por isso que, para elle

penetrar nas regiões puríssimas dosfluidos divinos, para onde vertigi-nosamente o arrasta seu centro deattracção, cumpre que em satisfaçãoá justiça atravessemos resignada-mente noòsas provas ; em obediênciaá misericórdia cultivemos as virtudesdo espirito ; em attenção á razãoabramos os olhos do entendimento,cultivando as faculdades intelle-ctuaes.

Só assim é que nos approximare-*mos do foco divino. E' por isso qne

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o Spiritismo, contrariamente ás reli-

giões exotericas, ensina que só pôdepenetrar a atmosphera do Bem Abso-luto e da Razão Universal aquelle

que simultaneamente avançou no pro-grosso moral e no progresso intelle-ctual.

Não poderia com effeito coliahitarcom a fonte de todo Bem e de todaRazão aquelle que só fosse sábio, ou

que só fosse virtuoso ; tanto é, pois,dever cultivar as virtudes como or-liar a intelligencia.

Assim fazendo, está o Spirita tra-balhando para o bem geral, porqueestá saneando a atmosphera do pia-neta e de alguma sorte o está impei-lindo para seus destinos providenciaes

o. iín,turos. Não é, portanto, por meroeêolsmo\ que o spirita enriquece seucoração à seu cérebro. Entretanto éo único riQeio de encontrar nestahorrida pris\;lo a felicidade relativa.Que mais d\)(.ar,lS) com effeito, doque as de prajj"car 0 bem pelo bem ?Que maiorç.s; distracções do que asde cultivar o espirito? Caminhemos.,poisv.'ápiritas; são chegados os tem-püs. Romeiros da viagem da eterni-dade, não nos eutibiemos em cami-ah colloquemos em nni bombro asacola qne contém os deveres sociaesmas carreguemos também no outroaquella que está repleta do que denós exige Deus pela humanidade IEquilibrados assim os pesos, gravi-temos para onde nos aponta o dedoimmenso de nosso systema planetário.E, accordes, unisonos, presos pelosmesmos laços, solidários em nossasaspirações, entoemos todos a mesmaprece :

Força de todas as forças, Fonte detodos os bens, Lei de todas as leis,Trindade bemdita que és ao mesmotempo Misericórdia, Justiça e Razão,dá que possamos todos mirar-nos noespelho que tu és; dá que compre-hendamos oalcance do nos-o duplodever: dá que, conscientes de nossamissão, tenhamos forças para levan"tar nosso mundo com a celeridadeque desejamos; dá, ('malmente, quesejamos comtigo um era pensamentoe em amor 1

As curas sympathicas

(Continuação)

Assim, da mesma sorte uno ni iiff.netisaudo, leva o magnetisador seu \Od são para o 01 enfermo de sou Isomnambulo e dá-lhe saúde por con- |tagio, assim também, na transplan- 'tação das moléstias, o Od doente 'transporta-se para um organismosadio, que torna-se affectado da mo-lestia. Nos dous casos ha fusão odicae uma relação magnética existe entreo Od exteriorisado e aquelle que ficouna fonte original. Quando dá-se amúmia aos animaes, para que a co-

e produz-se a melhora, o animalattrahe a si ;h partes doentes e assi-mila-as, emquantó o organismo deonde foi tirada a inuinia recobra asaúde, porque o espirito vital do or-

ganismo puritlca-se pelo effeito mys-terioso do espirito vital do animal.Porém é preciso ter cuidado'de, umavez totalmente infectado o animal

pela moléstia, de matal-o, para queelle não reaja pela influencia da mu-mia absorvida sobre a fonte primi-tiva.

Quanto ao que diz respeito á es-colha dos animaes; muitos médicos

procuram animaes machos para oshomens doentes, fêmeas para as mu-lheres. Convém também que os ani-mães preferidos não sejam muito for-tes nem muito fracos. Si é escolhidoum animal muito forte, elle resisteé o doente nenhum proveito alcança.Assim também deve-se ter cuidadoem não escolher animal de naturezarebelde, o que poderia prejudicar au-tes que favorecer. »

E' interessante observar que mui-tas somnambulas faliam de sua re-lação com o magnetisador, como osParacelsistas faliam da raumia, e

que ellas attribuem a estas relaçõeseffeitos orgânicos. Uma dassomuam-bulas do Kerner* diz : « Conheço tara-bem um meio pelo qual rainha ca-belleira, que acabo de perder, renas-ceria ; deves pôr tres madexas de teuscabellos n'um copo dágua, eu todasas manhãs lavarei minha cabeça comesta água, e meus cabellos virão denovo. » Empregando este remédio,Kerner notou, com grande admiração,

que uma parte dos cabellos da som-uarabula tomou uma. côr extraordi-naria, isto é, a côr dos cabellos deile.Coinmunicando-lhe esta observação,ella respondeu quo o sabia, quandolhe tinha pedido o remédio.

Pediu ainda quatro madexas doscabellos de Kerner, e pôl-as na mesmaágua. Seus cabellos tornaram-se demais a mais espesos, e tomaram iu-teiramèute a côr e a dureza dos ca-belloá ue KeriHü".

Neste caso o Od, a essência do ma-

guetisador, mostrou-se corno principioorganisador ;"tal qual elle o era para

I seu próprio corpo, elle* o foi também

para o corpo sobre o qual se trans-: plantou. Kerner accrescenta ; « Prova

j este facto a grande força sympathica

quo possuem os cabellos. Não só-mente a somuambula torna-se lúcida

j todas as vezes em que eoliòca no altoi da cabeça uma madexá de meus ca-

bellos, mas, lavando todas as manhãsi a cabeça com a água em que, punha

I madexas de cabellos (era preciso som-

pre que fosse ura numero impar), ellacreou uma cabelleira muito espessada côr e da dureza da minha. Ellatinha cabellos finos, sedosos e negros,e em pouco tempo adquiriu com esteremédio uma cabelleira espessa, cas-tanha e dura. Durante este períodotornou-se. de ura forte aspecto; a tal

propósito ella me disse: «Tomei aforma de tua figura Corüo a cor deteus cabellos ; si fosse um raagneti-sador magro que me tivesse curado,eu teria egualmente ficado magra.»

jogado á lareira unia parte da águade ojtie havia usado, teve uma hor-rorosa dôr de cabeça, de que só ficoualliviada quando toda a água se eva-

porou. Iverner lembra a este respeitoa tradição popular que aconselha nãose dever jamais lançar fora os ca-bellos, mas queimal-os para que nin-

guem possa delles servir-se para in-Htiencias mágicas, tradição que tatu-bem a (firma que, si os pássaros em-

pregam estes cabellos na construcçãode seus ninhos, as pessoas a que ellespertenceram soffrem de, dôr de cabeçadurante todo o período era que estes

pássaros estão no choco.

I

(Continua

O* mágico* indianos

Permitia o nosso estimado collegaLe Messager, de Liége, que ainda,uma vez lancemos mão de seus sábiosartigos para honrar a nossa folha.Tão curioso é o ponto de vista da-quelle que vai ser transçripto em se-guida, que julgamos deverem todosos órgãos spiritas communicarem-n^)a seus leitores. Eil-o :

Sob este titulo M.C.de Variguy pu-blicoti na Hlustrãlion, de Paris, de lde Junho, uni interessante artigo mutres columnas que vem confirmar•rado o que o nosso estimavel colla-borador M. liorace Pelletier temmuitas vezes dito neste logar: queos Fakires iudits estão de posse, desdeum tempo imniemorial, de segredos epraticas desconhecida dos europeus;que os phenoinenos psychicos queelles produzem, por assim dizer á vou-tade, não podem ser comparados, siéquo não vão além, sinão aos maisaltos feitos de nossos mediuras mo-dernos.

O livro citado por M. Pelletier, eraseu artigo deste dia,produziu grandebarulho em seu tempo : ia. Jacolliot,juiz francèa em Chandernagbr, tinhavisto e bem visto, e suas narraçõesdão testemunho de uma observaçãoescr upulosa.

Presentemente temos o testemunhooccular de um philosopho alleraão, oOr. Heihrich Iiensoldt.que percorreua índia era todos os sentidos, cercou-sede todas as garantias scieutificas pus-sivei.se examinou os pheuomeuos pro-duzidos em sua presença á luz (Jeseusconhecimentos em sciencias oceultase mesmo era prestidigitação.

Eis aqui o que elle diz, entre outrascousas, da seita dos yoghis.dos risbíshindus, fallaudo das suas maravilho-sus praticas :

'i Sobre o terreno liso

matn, reuue-se então, como diz Max-well, a múmia cora o calor animal, ? Um'd ve5!> tendo Por iuauVertenciu

, ''in plenoar, o yoghi, como tronco mi, acobora-do. está absorvido n'uma intensa me-ditarão. Depois levanta-se, estendeu-do sua mão direita sobre a palma daque um espectador cbllüca uma gran-do cabaça vasia, (pie elleenèbe d'aguaaté ás bordas. Nem uma ílexão dosbraços,uem uma tensão dos músculo--.

O yoghi ergue a mão esquerda e adeixa cair sobre a fronte, tapando OSolhos.

Os espectadores não perdem de vis-ta a cabaça, cujo aspecto se modifica.Seus contornos se estreitatu pouco a

pouco, o entretanto nem urna gottado liquido transborda. Em menos deum minuto o vaso fica reduzido ámetade ; em menos de dois a cabaçaesta reduzida a dimensões taes quemal se vé\-*> Depois produz-se o phenomeno in-verso : o vaso dilata-se, retoma suaprimitiva fôrma ; e durante os cincominutos que decorreram, o braço nãocurvou-se, o homem não fez nem umgesto nem deu ura passo, e, depoiscomo antes a cabaça está cheiad'agua.

O segundo facto não é menos curió-so. O yoghi toma uma noz de coco,pesada e cheia, pesa-a e repesa-a ;depois, como um homem que arru-masse sobre uma prateleira ou umapoio qualquer um objocto que asleis da gravitação attrahera para ochão, elle eleva o braço e, com pre-caução colioca... sobre nada, sobre oar ambiente, a noz de. coco que per-manece imraovel no espaço. Detxa-aabi por algum tempo, retoma-a, que-bra-a, vasa-a, e ergueudo-a, com seubraço e sua mão nus, acima de si,deixa d'ella correr água snlücientepara encher doze, baldes.

Um outro facto é mais miraculosoainda, si assim se pôde diser : uniacorda terminada por um nó o lançadauo espaço, esta corda entesa-se, tor-na-se rigidà o capaz de, sustentar opeso du um homem.

O yoghi dependura-se ji'clla, seuspés .são collocados sobre o nó. Obe-decendo ao movimento de ascensãoque lhe foi impresso, a corda eleva-seno ar, levando comsigo o fakir, quea distancia vai fazendo mais pequeno,que logo não apparéce sinão comoura ponto, até que desapparece noespaço, onde perde-se.

Quatro vezes o Dr. foi testemunhadeste espectaculo, relatado aliás poroutros viajantes e que parece ter for-temente abalado o seu scepticismo.

O Dr. Heusoldt descreve em se-guida um minucioso phenomeno mui-tas vezes citado e commentado espe-cialinente pelo barão Hnbner, domangueiro. Esta arvore attioge umaaltura de mais de vinte metros e dáabundantes fruetos.

Por cinco vozes repetidas o doutordiz ter assistido ao crescimento ra-pido e inexplicável desta arvore logodepois de ter um caroço sido plantadona terra á sua vista.

O doutora principio acreditava emuma illnsão de óptica ou em umphenomeno de hypuotismo áiiffb-es-tive, mas qual não foi sua surprezaquando, por oççdsião da ultima ex-períeneia. feudo declarado ao ri.shique não acreditava na realidade daarvore crescida em sua presença, daqual somente a vista lhe attestava aevidencia, foi convidado a approxi-raar-se e a tocai-». Não somente to-còu-a, mas, trepando invarvore, co -llíeu fruetos.

O amor próprio do sábio soffreufreqüentemente á vista destas estra-nbas experiências. O doutor Hen-soldt não a encobre :

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O Ihdostão, escreve elle, é o berçode nossa raça e de nossa civilisacão •

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RF,I<4»ItIIAI>Oa — 1.891-— NcícimImo 1 S

'/

é alli que é mister buscar a explica-

ção de plienomenos que desviam nos-

sas theorias e humilham nosso orgu-

lho scientifico.»

HOTIGÍARIO

Observação ou rios»; — Sa-

be-se que as condições moraes, as

tendências boas ou mus do indivíduo

modificam as condições physicas do

perispiríto; é assim que são denso

commum na terminologia spirita

pbrases como estas : perispiríto pe-sado, leve, brilhante, escuro, etc.

Isto todos nós sabíamos de um modo

geral. Assim, pois, não ê de admirar

que cada condição moral, cada vicio

ou virtude influa sobre o perispiríto

por modo a dar-lhe um aspecto pby-

\ sico característico, uma appareneia

de côr sempre a mesma. Entretanto

só a observação e a experiência po-derão conHrmar ou negar esta pre-sumpção ; e, no caso afirmativo, iir

dicar qual a modificação physica qnecorresponda a cada attributo moral.

E', portanto, a titulo de curiosidade-

e tamberf porque possa talvez servir

de base ás investigações que porven-tura queiram fazer, como devem, os

estudiosos, que registramos nestas

columnas, um facto que expontânea-

mente sujeitou-se á observação de

um experimentado!- que publicou em

nosso collega Le Spiritisme um ar-

tigo intitulado da sobrevivência da

alma. Uma menina de treze annos

apenas, de, instrucção nulla, foi som

nambolisada uma vez ; por esta. occa-

sião deu provas de grande lucidez

em plienomenos psycbometricos e de

visão e audição espiritual.

Da segunda v.:z accusou ver umespirito alto, azul o branco. O expe-rimeutador, surprebendido com estesúltimos qualificativos, perguntou o

| que significavam elles. A respostada menina deu a conhecer que era !sempre com as mesmas cores que aella se patenteavam os caracteres dosencarnados e desencarnados que lheera dado ver nos momentos de grandelucidez. Da observação com esta me-dium formou-se a seguinte gammadas cores com as virtudes e vícioscorrespondentes : Azul, Bondade ;Branco, Soffnmeuto ; Castanho, Ce-uerosidade ; Vermelho, Prazeres ;Amarello, Cólera ; Verde, TVeguiça ;Violeta, Rancor ; Vermelho e Ama-rello, Amor do Estudo; Preto, Ava-reza; Granada, Gula; Verde claro,Inveja; Vermelho escuro, Luxuria ;Cinzento, Orgulho ; Azul e Verraellio,Actividade physica; Cinzento-aznl,Actividade moral ; Preto, Verde, Cin-zento, Amarello, Roubo ; Prelo, Ver-raelho, Verde, Homicídio.

Publicamos esta lista, repetimos, atitulo de incitameuto ao estudo.

iros condemnados á morto, excepto

Ravachol que não quiz deixar-seconvencer.

A Paix Universelle, de Lyon, fezdepois saber que um dos livros dadosa Vaillant foi:

Porque a vida? de Léon Denis.Outrotanto talvez tivesse dito o

transviado e exaltado jovem de MottaVisconti, si tivesse tido a luz qneemana da doutrina Spirita antes decommetter o seu crime.

Estamos mais do que nunca con-vencidos de que somente os grandesensinamentos delia podem acalmaras paixões sociaes e dar ao consórciocivil a sua verdadeira direcção paci-fica e progressiva, si elles forem accei-tos, si uão, julgamos que um regressoindefinido é inevitável. »

no

A tmurcliia c o Spiritismo.— Tão sensatas e cabidas são as con-clusões do artigo editorial de II Ves-sillo Spirilistu do mez passado, assi-gnado pelo Sr. capitão E. Volpi, quepedimos licença para aqui o repro-duzir :

« Em uma carta de Paris, assignada

pelo Sr. príncipe Wiszniewski, pornós publicada no numero de fevereirodo corrente anno, fazia-se conhecer

que, tendo sido dados a Vaillant, na

prisão, alguns livros spiritás paraler, elle respondeu que : si tivesseantes tido es a luv, não teria commet-tido o seu delido.

Do mesmo modo responderam ou-

O Spiritittiuo em Heiiiie*. —O incançavel e emérito propagandistaSr. Léon Denis fez no passado mez deJunho uma conferência sobre Spiri-tismo, tratando dos phenomenos e dadoutrina.

Foi ouvido e aplaudido por umareunião escolhida, tendo sido em se-guida fundada em Rennes uma so-ciedade spirita, da qual fazem partepessoas de presumo, entre ellas ma-gnetisadores e curadores bem conhe-cidos.

O articulista que era Le Spiritismedâ esta noticia diz que esse movi-mento de idéas a favor de nossasdoutrinas vae se accentuando, e queprojectain-se outras conferências parao começo do inverno, devendo dar-seregularmente as sessões de experien-cias.

Pela nossa parte cumprimentamose felicitamos ao Sr. Léon Denis e aosnossos irmãos de Rennes.

Pratica» Spirita,** «o Tflbi-

boi. —Um jornal da Bélgica «Le

Soir» refere que os Lamas do Thibetentram em relação com os seres espi-rituaes por um curioso processo. Col-

locam-se eiles em torno de uma mesaredonda na qual apoiam as mãos;

pelo tampo da mesa derramam cinza,sobre a qual vem ligeiramente apoi-ar-se a extremidade de uma flexasuspensa do tecto. Depois de algumtempo a flexa traça sobre a cinzacaracteres thibetanos que lidos dão acommunicação provocada. Vê-se. pois,que variados são os processos pelosquaes rodemos entrar em relação comos nossos irmãos de além—túmulo ;registral-os é uma das cousas curiosasno estudo do spiritismo, e tanto maiscuriosas quanto os mediums que estãohabituados com um processo quasinunca obtém cousa alguma por outro.Por ora registremos simplesmente.

Grapliologia. — Sabe-se quecom os dados desta sciencia podem os

graphologos estudar pelos carecteresda letra as disposições moraes de

quem os traçou. Entretanto, apegardos esforços dos que se occupam dusrelações entre o ser psychico e o serortranico, ainda a. graphologia nãoadqueriu oíllcialmente os foros desciencia. E\ pois, interessante coube-cer-sa as experiências que acabamde ser feitos pelo professor Richet, ocelebre redactor da Revue Scienti-

fique, auxiliado pelo medico do hospi-tal de Paris, Sr. Héricourt. Assim ra-ciocinarara : já que pretende-se queaescriptaéa indicação de um tem-

peramento, e já que pelo hypnotismo

póde-se impor a um homem outro

rl

r OLHETIM

LÁZARO — 0 LEPROSOROMA N CR SIMUITA

POR

Eulalia recebeu a carta que lhe (leu omoleque, sem suppôr mal e até fazendo-sea illusão de que era de seu pae, esque-Cida de que este não podia saber onde ellaae achava.

Nesta crença abriu, eom emoção, a cartaque tão profundamente, fallava ao coraçãoua filha amorosa, por demais acicatadapelas acerbas saudades dos entes que lheeram caros na vida.

Abriu.,, mas, cousa estranha! a c.artanão tinha ássignatura !

Não mais movida pelo coração, porempela cabeça, não por saudade, mas por in-vencivel curiosidade, a moça leu os doustrechos que constituíam a extraordináriamissiva. ','-'.. ..

O que significa tudo isto? balbuciou.O que 6"? minha filha. O que tens?

que te vejo tão desfigurada, acudiu a boaD. Clara, que voltava de depor o pão sobreuma meza. •

Vô? minha boa senhora; ate aqui,onde me julguei livre do mundo, cornoem um convento, me persegue o máufado! , . , . ... ,

Suppuzqueera de minha família esta,-arta que me trouxe o padeiro, e eis quereconheço ser de um... nem sei de quempossa ser "¦ ;, ..

peixa ver, não te afflijas, porque Deus

não desampara os que confiam em suamisericórdia.

Eulalia passou a earta á velha, que alou attentamente.

O Lázaro de que se falia, aqui não éaquelle por cuja causa foste obrigada adeixar a casa paterna ?

"Não, senhora ; é o que amei e quemorreu dias depois de deixar a casa demeu pae, por não aceitar este a propostaque lhe fez de casar commigo.

O malvado que me levou ao extremo dedeixar minha família, é este Oliveira de(piem ahi também se falia.

Como, então, se diz aqui que elleestá em perigo, e, vive feliz corntigo ?

Não posso decifrar este enigma, poisque foi meu pae quem me deu a certezade ter elle fallecido, e a senhora sabe quenem elle, nem qualquer outro, appareceaqui.

Com etleito é de atordoar, mas euvejo neste negocio alguma cousa muitoséria e muito grave.

Eulalia pensava emquanto a velha fal-lava; mas do que servia pensar se o eni-gma era impenetrável, na" convicção emquo ella estava de que, Lázaro era morto'/

Quem escreveu isto, continuou avelha, evidentemente conhece tuii vida de8. Paulo, e até teus mais Íntimos senti-mentos, pois que falia em teu ninado cem teu inimigo, citando-lhes os nomes.

Entretanto, interrompeu Eulalia, faliatambém em perigo que corre Lázaro, quejá está morto, e em felicidade que gozocom (dle, neste recanto, o que ainda émais extraordinário.

Tem razão. O que se segue de tudoisto é que o autor desta carta conhece,corno disse, tua vida de S. Paulo e teusÍntimos sentimentos, mas ignora que La-/.aro tenha morrido.

17 razoável o Jque pensa, minha se-nhora, mas como explicar o que, diz ellesobre a minha felicidade, com elle, neste,recanto?

Não sei, mas... parece que atino coma ponta da meada... O sujeito, ignorandoque teu amado é morto e vendo que elle

desappareceu da scena ao mesmo tempoque tu, tendo te descoberto aqui, attribuenaturalmente que fugiste com elle e queaqui vives com elle.

17 muito provável, minha senhora,que seja como pensa, porém si eu vivocom elle aqui, porque não fazer o aviso aelle e sim a mim. pedindo-me uma con-ferenciá, fora de horas e num logar de-serto?

_ Tá-tá-tá-tá-tá. Queres ver n cousaclara como água?

Quem te escreveu foi o tal Oliveira, queconhece teus sentimentos, que ignora amorto de Lázaro, que vendo-te desappa-recer ao mesmo tempo que elle, acreditaque fugiste com elle, e que, tendo-te des-coberto aqui, julga que aqui estas comelle

_' Então esta carta é um engodo, 0 umlac.o, encobre um plano tenebroso?

Nem mais nem menos, minha iilhi.Ouem teria empenho em te descobrir,

além de teu pae — e teu pae não se oceul-taria - viria reclamar-te firmado em seudireito.

Além de que teu pae sabe que conhecesfacto da morte de Lázaro, e consegui n-

temente seria uma imbecilidade quererattrahir-te a uma conferência nocturna eIVn-ade portas, assustando-te com perigosQÜe corre o escolhido de teu coração.

- E' isto mesmo, minha senhora. Paulobevsegüiü-níe até aqui e acreditando que,

azaro 6 vivo e está commigo, quer meattrabir a uma cilada aterrãndo-me comimaginários perigos

'daquelle por quem

aabemié eu saenticaria tudo.Tem razão ; está claro como água ; só-

mente vem mais este facto provar que asobras do mal deixam sempre um rastilho,,,or onde os que vivem na paz da conscien-cia e na fé na misericórdia de Deus, fácil-mente chegam a deseobril-as.

O rastilho aqui foi ter o perverso assen-tado seu plano n'um facto que eu, feliz einfelizmente sei, não ser o que elle julga:a existência do amado de minha alma.

Louvado seja o Senhor, que por lei éter-na de justiça e de misericórdia, coudem-

nou á cegueira os desgraçados que tramamcontra os que vivem na"pratica do bem!

Louvado soja por todos os séculos,minha filha; mas explica-me uma duvidaque estas tuas palavras me suggeriram.

Deus garante, por lei eterna, os bonscontra os maus, condemnando estes á ce-gueira, como acabamos de ter brilhanteprova; mas então como darem-se factos desuecumbirembonsà perversidade de maus?

E' porque estes bons, respondeu Eu-lalia como que dormindo, foram maus napassada existência e vieram a esta resgatarsua divida, sofiVendo.

Quem os fará soflVer? Os bons? Nestecaso retrogradariam, far-se-hiam maus,

Quem fai-os-ha soflVer, devem ser osmaus, estes que já não podem ver os quejà pagaram sua divida, ou vieram pagai-aem outra espécie; mas que mesmo nassuas trevas descobrem os que ainda sãodevedores e precisam pagar pelos sofiVi-mentos que elles lhes inlligem, na espécieque elles lhes ofierecem.

Então, os maus são instrumentos da.justiça de Deus?' —São; mas usando de seu livre arbi-brio, porque Deus não dá a ninguém amissão de fazer mal a seu similhante. Sãopor maldade, própria, que lhes acarretasumma responsabilidade, pois que Jo;su>disse : « O escândalo dar-se-ha ; mas ai dequem dér o escândalo-»

E o mesmo Jesus disse que tudo pas-sara no mundo, mas não possarà jamaisnem uma de suas palavras.

A velha D. Clara acordou a moca, quejá estava acostumada, a ver fallar dormin-do, e ficou mais uma vez a pensar em tau-tas' e tantas maravilhas que se davamdepois da vinda á sua casa daquella ex-.traordinaria creatura.

As duas senhoras, que se amavam comomãe e filha, discorreram largamente sobreaquellas questões e, sobre o facto quetanto lhes custara dissecar até descobrir-lbe o movei.

E eis porque Paulo não colheu de seuplano sinão matar mosquitos.

Coutiuúa,

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temperamento, hypnotisando ura sen-sitivo. cujo caracter de letra coube-

çamos, deverá com a mudança de

personalidade mudar também o ca-racter da letra. Es per i mo 1 taram comum estudante, moço de 22 annos,muito gastador ; depois de hypno-tisado sugeriu -lhe o Dr. Richet queelle era um rapa/, muito econômico,avareto mesmo ; então dictaram-lheuma pagina qualquer. Antas da ex-

pèriencia elle tinha o modo de escre-ver de todos os pródigos : palavrasespaçadas. Ires ou quatro palavrassobre uma linha, algumas linhas emuma pagina : durante a experiênciao moço escreveu como um avaro :letras muitas apertada0, linhas mui-to juntas, economia de papel- Os doismédicos fizeram com outros mais ex-

periencÃis que foram sempre con-cludeútes.

<*i*upo Npiriía cm italti-more—Tão interessante achámos acarta que o Sr. P. F. de Gròurnay di-rigiu á Revue Spirite de Paris, quenão n.os podemos furtar ao dever de

' transcrevel-a, apezar de sua lon-gata..

E' a seguinte :

« Muito tempo já se passou semvos dar noticias do nosso pequenogrupo de spiritas franceses. Emboratenhamos passado da typtologia áescripta inspirada, e depois ás encar-nações, nada tenho achado assás in-teressante para entreter os leitoresda Revue. Lembrei-me de vos enviarobservações minhas sobre alguns ca-sos authenticos de materialisação,presenciados por nós, mas não quizseguir M. Clemens, visto como emsuas cartas interessantes e verídicasjá vos disse assás sobre as cousas daAmerica.

Penso, comtudo, dever vos commu-nicar um facto recente, duplamenteinteressante, por isso que vos indi-cará o caracter das investigações in-dianas, e porque liga-se a um sue-cesso fatal que acaba de privar aFrança de um grande cidadão, emulode Washington nas virtudes cívicas,mais dignas da nossa admiração doque a gloria militar do maior cou-quistador.

Pia cerca de um anuo que contamosentre os nossos amigos desencarnadosmais dedicados, um iudio chamadoRed Plume (Pennacho Vermelho),que nos foi trazido pelo chefe pai deFlenr des Rochers, meu admirávelespirito familiar. Esse índio, dotadode força hercúlea, tem por missãoprincipal ajudar o desenvolvimentodas nossas forças mediamnimicas.Quando se apossa de um sujeito, oagita como bem quer, insufla-lhe oseu magnetismo e, passado algumtempo, falia por ellecom a .-ua própriavoz. Então conversa á vontade, res-ponde ás questões e na sua Lino-ua-gem pittoresca (um máo inodez) nosdiz bellas e, bonitas cousas, chAiasde bom senso e mesmo ás vezes depensamentos mui elevados.

Depois de vos haver feito conhecero nosso amigo Red Plume, retrocedoagora para vos mencionar dous factosque precederam â notável com muni-cação que elle nos fez.

Em 15 de Junho, um de nós, sobo império de ura espirito desconhe-cido, cahiu subitamente em um tre-mor convulso, exclamando com voz la-cerante: « Oh ! que crime horrível!...Um homem illustre, um grande ei-dadão, cahe sob o punhal

"de um as-

sassinol... Está em lagrimas todo um

povo!... » O médium achava-se tãoagitado que não pôde continuar, nemnos dar explicação alguma. Esta pre-dicção, si o era*, a quem se referia?Estávamos mui longe de pensar emMr. Garnot. Talvez seja isso com oCzar, pensávamos, on, como se tra-tava de um grande cidadão, será como presidente Clevelaud ? O assassinatopolítico vae sendo moda nos Estados-Unidos, e anarchistas não faltam. Namesma semana, no dia seguinte, meapparece um dos nossos mediums pro-íissionaes mais estimados, Mlle. Grau-le, cabia era transe no meio de umasessão publica e annnuciava que nosúltimos dias de Junho o governo ame-ricano lamentaria a morte de um

personagem eminente, victima de umassassinato.

No domingo 24 de Junho, data fa-tal! estávamos reunidos em sessãona rainha casa. A voz desconhecidanos disse, com uma tristeza iuexpri-raivei: «O crirao está consummado!...Logo vos chegará a noticia... Quan-tas lagrimas.1... Oh í pobre humani-dade...! »

Indizivel emoção nos dominou ; ti-cámos aterrados.—Na manhã do diaseguinte, ao abrir o meu jornal, aprimeira cousa que me attrahiu avista foi a noticia do assassinato deMr. Carnot. Era, pois, delle que setratava, a sua morte nos fora annun-ciada oito dias antes e confirmada nomesmo momento em que elle cabiasob o golpe do assassino !

No domingo seguinte conversámoscom Jled Plume. Perguntei-lhe a ra-zão por que nenhum dos espiritos ele-vados, que habitualmente nos ajudamcom os seus conselhos e nos instruemna doutrina tão bella do espiritismo,se communicára nas duas ultimassessões (reuniamo-nos três vezes porsemana).

« Estão oecupados n'outro logar,nos respondeu. Tem havido grandesceremonias para receber um chefeviudo do outro lado da água—Quem?

Um grande chefe francez, mortopor um perlido. Oh I como foi bello I

Estáveis presente ? — Certamente.Aqui, é como na vossa terra; quandoha um grande suecesso. uma ceremo-nia publica, todo mundo corre paraalli. Havia lá uma asserabléa degrandes espiritos. sendo muitos dasaltas espberas oude «u não posso ir.Eui seguindo os vossos amigos, eassisti.—Si vos apraz, contai-nos isso,RedPlume. -Oh! Era bello! era grau-dei... Vós nunca vistes cousa simi-lhante, não. Um grande numero deespíritos francèzès estavam assenta-dos em semi-circulo ; havia tambémalli alguns squawos, guerreiros es-trangeiros, o grande chefe, dos ame-ricanos e outros. Eram todos espiri-tos elevados, snchems. Pormavam umcouncil jire (assembléa deliberativa).Circumdava os uma espécie de nuvemde ouro. Veiu então chegando o espi-rito do chefe francez, acompanhadopor dous outros espiritos de rostospallidos, o seu pai e seu avô, umgrande guerreiro que, reconheci, poisvisitara outr'ora o nosso feliz paiz dacaça.

« Uma bella moça destacou-se daasserabléa para a frente. Tinha umar altivo e bondoso ; trajava de guerrèiro, com scintillação no peito; asua saia curta era bordada a ouro -.tinha na mão uma lança... — SeriaJoanna d'Arc? disse uma das nossasdamas. —Sim I Sim! li' isso ! é o nomeqne ouvi! Ella foi ao encontro dochefe, tomou-lhe a mão e o conduziupara o meio da assem bléa. Todos selevantaram e o rodearam, saudando-lhe a b a vinda. Ouviu-se então umamusica admirável, cânticos melodio-sos como os dos nossos pássaros can-tores. Uma voz dizia palavras tristes,outras depois respondiam triuraphau-

tes, como os nossos cânticos de guer-ra... Nunca, nunca vi ceremonia tãobella !»

Um du nosso grupo fez então, bemalto, esta reflexão: « Por que ossospoderosos espiritos não impediramtão abominável homicídio ? »

Red Plume respondeu : — O grandeChefe disse que isso já estava decre-tado. O chefe francez cumprira bema sua missão sobre a terra. Agora,como espirito, poderá ser mais útilao seu povo do que si por longo tempoainda continuasse encarnado.

Como assim ?Foi um homem justo ; o seu es-

pirito pôde agora fazer penetrar aidéa do bem em maior numero decérebros. Os homens são impotentescontra o mal. Os espiritos emprehen-dera fazel-o cessar, infundindo o amordo bem em todas as classes. Si oshomens fossem irmãos como aqui osomos, crimes: não haveriam ahi.

Desejava poder vos transmittir alinguagem apropriada e eloqüente,ua própria simplicidade do nossoamigo indio, a sua voz guttural e osseus gestos cheios de nobreza. O seupatuá inglez pareceria risível na tra-ducção, mas eu vos afirmo que nãonos fez rir. Os scepticos me conside-rarão halluciuado ou fareis ta quelhes conta frivolidades. Tanto peiorpara elles. Um homem honrado nãoinveuta cousas taes; um homem hon-rado não crê um outro capaz de asinveutar. Afirmo que o índio RedPlume, contando a recepção de Mr.Carnot, apresentado pela Joannad'Arc— a encarnaçãp do patriotismo— a uma asserabléa de espiritos es-clarecidos, que velam sobre a França,fez verter lagrimas e nos deixou tãocommovidos quanto maravilhados.

MiSCSttftNEAO SPIRITISMO ANTE A SCIENCIA

POR

4*ul»rcl Iftclumio

PARTE SEGUNDA

CAPITULO IIISomnambulismo magnético

Duas pessoas presentes, duvidandoqne houvesse visão real, forãp á salado baile e ficaram admiradas vendoas meninas de vestido azul, o velhode casaca vermelha, e o par da noivaque às meninas denunciaram.

Outra vez, continua M. Charpignonum dos nossos indivíduos desejou,no sen sumuambulismo, ir vêr suairmã que estava em Blois. Conheciao caminho e seguiu-o mentalmente.

Olá 1 exclamou elle, para onde vaeM. Jouanneau ?

Onde estaes'/Eu estou em Meung, por volta do

lugar das malvas, e encontro M.Jouanneau todo endomingudo quevae sem duvida jantar em algumcastello.

Depois continuou sua viagem. Ora,aquelle qnese tinha apresentado ex-pontaneainente ã vista da som nau;-bula era um habitante de Mt-nin»-,conhecido das pessoas presentes, é selhe escreveu em seguida para saberse elle. eslava verdadeiramente depasseio no lugar designado e na hora.indicada. A resposta confirmou mi-nuciosamente o que tinha dito ma-demoiselle Celine.»

Quantas reflexões! Quantos es-tu dos psychologicos neste facto pro-duzido tão fortuidamente 1 A visãodessa somnambula não tinha saltado,como se observa tantas vezes, para olugar desejado ; tinha percorrido iodo<> caminho de Orléans a Blois, notan-do nessa rápida viagem tudo qne po-dia chamar sua attencão.

Não é mais somente a clarivideu-cia a curta distancia, é a vista realcora os olhos fechados exercendo-sedurante o tempo da viagem. E' pre-ciso dizer adeos a todas as ramifica-ções possíveis, porque o corpo damoça ficando em Orléans, é necessárioque uma parte de si mesma se tenhadesprendido para ver o que se pas-saya no caminho das Malvas. Emboradesgoste aos materialistas, não pôdeser senão a alma.

(Continua)

11Ü1 II iiiilEXPOSTO DA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOS

SUAS BASES 9CU5NTIF1CA.H K EXPERIMENTA RSSUAS CONSEQÜÊNCIAS MOHAES

POR

ILéon DciiisV

PARTE MORAL.O CAMINHO DIREITO

LI. — A prece (*)(Continuação)

A prece deve ser uma expansãointima da alma a Deus, um colloquiosolitário, uma meditação sempre útile muitas vezes fecunda. E' o refugioaltíssimo dos afílictos e dos agonia-dos. Nas horas em que nos cerramo desalento, a angustia e o desesperoquem não achou na prece a calma, orecouforto e o allivio de seus males?Um dialogo mysterioso se estabeleceentre a alma soffredora e a potênciaevocada. Uma expõe suas magnas, edesmaios , implora soecorro, amparoe indulgência. E então, no sanetuarioda consciência, responde .secreta voz,a voz d'Aquelle donde provêm todaa força para as luetas deste mundotodo balsamo para as ulceras e todaa luz nas incertezas. E a voz consola,reaníma e persuade; infuude-nos va-lor, submissão e resignação estoica.E eis-nos quasi desafogados de tris-tezas, e menos abatidos; um raio dodivino sol iuziu-nos na alma e brotounella a esperança.

Ha quem maldiga a prece, ajui-zandoa banal e ridícula. Esses nuncaoraram ou nunca souberam orar. Com-prehende-se que escarnecem os padre-nossos proferidos sem convicção, asrecitações tão vaus quanto interinina-veis, todas essas rezas classificadas erotuladas, que os lábios balbuciam eem que não entra o co ração ; masisso não é a prece. A prece é urasurto para além das cousas terrenas,um ardente appello ás potestades su-pernas, ura rapto, um vôo a regiõesque não são turbadas pelo borborinbodo mundo material e onde o ser bebeas inspirações precisas. E quantomais possante é o rapto e sincero oappeilo, mais claras e nítidas se lherevelam as harmonias, as vozes e bel-leza dos mundos superiores. E' comouma janella que se abre para o invi-sivel, para o infinito, e por onde lhechegam mil impressões consolantes; esublimes. Em taes impressões ella seèrabèbe, iuebrhv-se dellas, e revigo-ra-se como si fossem um banho flui-dicó e regenerador.

Continua

(') Para cor recção do publicado no ulti-mo numero, repetimos hoje este capitulo.

ATTENCÃO/

Rogamos aos nossos cuii-frades satisfazerem seusdébitos com a, maior brevi-dade. afim de podermos re-rL>nlarix;ir nossa escripta.

Os dos Estados Fe-derados poderão enviar-nossuas ordens em vale-postal

TypogTaphia do «reformador»

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ASSIGNATÜRA ANNUAL

Brazil 5J000

PÀGAlUEnTO ADIANTA.no

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 R ]ú DECA. D A MEZ

*-B<ift»aOiti«L;0 BvOpilJCIOMISTA

«li M KIMIÇM ÉIIITI llffllffilÃ

ASSIGNATÜRA ANNUALEstrangeiro 68000

PAGAMEnTO ADIANTADO

PUBLICASE AOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfândega n. 342.

Anno XII itrazil — Rio de Janeiro — 1K»4 _ Outubro I Í\T. 299» ?*?

KTLVKnuwrw

!HiSo agentes desta folha

Amazonas —O Sr. Bernardo Rodri-g-ues de Almeida, era Manaus.

para'—O Sr. José Maria da SilvaBastos, era Belém, rua da Gloria n.42.

Rio Grande do Norte —O Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-te, no Recife, rua 15 de Novembro,n. 65.

Bahia — O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro — 0 Sr. Affonso Ma-chado de Faria, era Campos, rua doRozario n. 42 A.

Minas Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, era Caldas.

S. Paulo—O Sr. Autonio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência n. 6.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-nior—era Santos, rua Xavier da Sil-vew*a n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, emCuyabá.

Rio-Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.— O Sr. João Moaes Pe-reira Gomes, em Paranaguá.

A.3 assignaturas deste periódico co-meçam em qualquer dia e terminamsempre a 31 do Dezembro.

.VrTEttfb-lOi

Roçamos aos nossos con-frades satisfazerem seusdébitos com a maior brevi-dade, afim de podermos ré-guiarizar nossa èscripta.

Os dos Estados Fe-dérádos poderão enviar-nossuas ordens em v.ile-poslal

tt«cola« do flíovo Esniritiia-llsiuo

Em todos os tempos os estudosphilosophicos bifurcararn-se era duasescolas poderosas e ri vae i, que Cfldauma por sua vez preponderou sobrea outra; referiino-nos ao raaterialis-

mo e ao espiritualisrao. Comprehen-de-se bem, que a natureza dos as.suraptos estudados á luz de coda umadestas duas escolas influía poderosis-siraamente sobre as crenças reliffiò-sas; emquanto, cora effeito, todo oespiritualista era um religionario,um theista pelo menos, todo o mate-rialísta era ura descrente, um atheu.A razão de um tal antagonismoacha-se no modo como os espiritua-listas do passado definiam seus prin-cipios : o espirito era para elles umser imraaterial, isto é, um ser cujosattributos differiam tão radicalmenteda matéria que delia era o opposto.Assim pois, em um tal modo de vêr,o espirito é antes uraa abstracção d°que. uraa realidade: era taes condi-ções levaram os philosophos a di?cu-tir interininavelmente, durante se-culos, sera poder alcançar o raodocomo se uniria a alma cora o corpo.

Tiveram oceasião, portanto, os ma-terialistas de levar-lhes a palma,porq ie não podiam estes responder áobjecção constantemente renovadadaquellés sobre a impossibilidade deligar-se á matéria um tal espirito.O apparecimtnto, porém, de Kardec-entre os philosophos do século actual*oi o golpe de mestre no raaterialis-rao, fui a revivescencia de um espi-ri tualisrao mais consentaüeo cora arazão, por ser capaz de agremiar emtorno de si todas as escolas, de acabarcora as scissões.

E: por isso que a expressão - novoespiritualismo — refere-se a uraa es-cola que dista tanto do velho espiri-tualisrao quanto a realidade se dis-tancía da abstracção.

Kardec, com effeito, descobrindo operispirito, isto é, revivendo o me-diador plasiico de Cudworth, cortoua eterna polemica sobre a união, entrea alma e o corpo: o perispirito real-mente se polarisa duplamente paraguardar affmidades de um lado corao corpo e. de outro com o espirito.Nem erramos afirmando ter sidoKardec a luz desta verdade, porque,muito embora desde séculos remotis-siraos já se ensi asse no Oriente opapel do perispirito, que era chamado— corpo astral—, coratudo até bempróximos tempos a litteratura orien-tal era lettra completamente mortapara o Occidente.

Por outro lado as descobertas ul-timas da sciencia, que, como se sabe,tornou se nestes últimos tempos quasiexclusivamente materialista, vieram

concorrer para melhor concepção dasrelações entre o espirito e a matéria.De facto, o quarto estado, que o gêniodo physico inglez descobriu e deuo-minou radiante, faz entrever a exis-tencia de muitos outros estados cujafluidez se distancia tanto deste ultimoquanto elle próprio está distante dog-aáoso, ou este do liquido, ou aindaesíe do sólido. A. differenciação destesditersos estados dá lhes propriedadesegualmente differentes ; entretanto apassagem de ura para outro faz-seem uma gradação tão próxima queacertadainente se pode afirmar nãohayer limites precisos entre um eoutro estado, como por eguai não osha;>ntre os três reinos da natureza.Des estado era estado, pois, desenvol-ve-se a matéria, em uraa evoluçãoinderluida, para uma fluidez, umaetheritfação, para uma rare facão quebem se poderia dizer a quinta essen-cia da matéria.

Uma substancia, portanto, em umdestes estados quintessenciados, bempróxima por isso mesmo da naturezaespiritual, mas guardando por suaessência afinidades cora a matéria,seria um corpo duplamente pólàri-sado, poderia assim ser o' laço deunião, o vehiculo entre o espirito e amatéria: é o papel do perispirito,

São, portanto, as próprias con-quistas do materialismo que vem darganho de causa ás theorins do espi-ritualismo moderno: não está, pois,longe desta escola aquella que vemtrazer os materiaes para outra.

Mas este moderno espiritualismo,ou melhor o spiritismo, para fallarna linguagem de seu fundador, des-envolve theorias cuja afirmação sebasêa nos processos investigadoresda sciencia actual, e não nas con-cepeões exclusivamente raetaphysirasdos velhos ontalgistas. Vale isso dizerque são os methodos da experimen-tação e da observação que orieutamo espiritualismo moderno. Ora, assimcomo quaesquer factos de observaçãopodem ter interpretações variadas,assim tambera por isso mesmo variasescolas appareceram dentro do pro-prio espiritualismo. Por hoje temosapenas em vista apresentar aos nossosleitores aquellas escolas que se fiae-rain representar no notável CongressoSpirita e Espiritualista Internacional

de 1889. Para isto transportamos paranossa, coluranas o quadro que o se-cretario geral do referido congrassoeditou no relatório respectivo :

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(Continuação)

Reichenbach chegou á mesma con-clusão ; a propósito do sangue satu-rado de Od, diz elle :

« Por differentes vezes levantei aoar meus braços diante da Sra. Zinkelque então, á medida que o sa> grae

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descia, via perfeitamente bem empai-lidecerem meus braços e perderemsua luz. Quando eu os abaixava, ellaos via novamente luminosos, logo

que o sangue affiuia ã estremidadedos dedos. Repeti esta experiênciacom a Sra. Zinkel alguns annos maistarde. Mostrei-lhe a princípio minhasmãos e meus braços estendidos hori-sontalmente, depois levantei-os verti-calmente, e logo ella os viu tornarem-se mais obscuros. Esteudidos hori-sontalmente tornaram-se mais claros,e, quando de todo os deixei peuder,ella os viu logo inteiramente lumiuo-sos. A luz odica variava, pois, con-forme a proporção do sangue que a.sveias continham. »

Isto explica como o sangue, tãorico em Od, pôde ser por egual tãoefficaz como múmia. Porém podem-seempregar outras substancias muraicas

para as curas sympathicas.Wirdig diz : « Chamo ranraia, e

considero como vehiculo de trans-

plantação qualquer substancia impre-

gnada de espirito vital. » Tambémelle colloca o sangue era primeira li-nha, porém menciona ainda toda se-creção ou excreção do corpo : urina,suor, leite, cabellos, unhas, que, sepa_rados do corpo, guardam durantecerto tempo uma porção de espiritovital.

Egualmente elle nomeia o hálito ea saliva ; assim pois são as mesmassubstancias que se acha gozarem poregual um grande papel tanto nascuras pelo magnetismo animal, comonas curas miraculosas do autigo e donovo testamento.

Segundo os Paracelsistas todas asmoléstias derivam-se de uma desor-dem do espirito vital ; Mesmer enun-ciou mais tarde a mesma idéa. E' dodever do medico agir sobre este espi-rito vital, e isto torna-se possível pelarelação que existe entre e:ste espiri/ovital e a múmia. Quando se trata damúmia, a cura se repercute sobre oorganismo. Para demonstrar comoesta união solidaria existe entre o Odda múmia e sua fonte orgânica, cí-ta-se um phenomeno análogo no de-minio da natureza : Tenzel demons-tar que o vinho velho fermenta notonél e torna-se turvo, quando a cepade onde elle provém começa a ficrecer.« Como é, diz Santanelli, que cs vi-nhoshespanhoes, por exempto, que setrazem para Nápoles . guardam seushábitos climatologicos, e fermentamquando as vinhas florecera era Hespa-nha e não quando florecem em Na-poles"? »

Esta relação existe, pois, em todaa natureza, e pôde ser empregada nohomem para curar as moléstias commaior eflieacia do que a therapeu"ticti actual. Ura tratamento dire.ctodo Od exteriurizado da mnraia deveagir immediatainente sobre o organis-mo doente, emquantó que um remédioin troduzido no corpo não faz maisdo que agir suprenoialmente sobre oenvolucro.

Eis por que os Paracelsistas des-prezam as curas allopathicas, não sóporque elles se inclinam para o tra-tamento homcepathico e,isopathico,mas porque a allopathia não pôde

attingir nunca sinão o corpo, e quau-do muito agir sobre os syraptqmas damoléstia,"ao passo que o espirito vitalnão é por ella jamais influenciado.Elles dizem que a cura deve-se effe-ctuar interiormente no seio mesmo davida. E' o espirito vital que deve sermelhorado e que deve recobrar suasforças ; é elle que entretém o processovital ; é elle que é o representante da

vis medicatrix naiuràe, e é tambémelle que se poderá tomar senhor damoléstia. Com effeito, nós bem o ve-mos, é quasi sempre a própria natu-reza que vem era nosso auxiliu.

Esta melhora e esta força rçstitiiidaao espirito vital produz-se por inter-médio da múmia ; mas, como sua re-

]ação com o corpo é baleada sobreuma influencia mutua, faz-se mister

que o corpo do doente observe tunadieta conveniente durante o trata-mento da múmia.

A múmia acha-se ein relação nemsó com o corpo inteiro , mas sobretudocom a parte do corpo d'onde foi tirada.Maxwell diz :

« Curam-se as moléstias iótestinaesagindo sobre os excrementos, as mo-lestias renaes sobre a urina ; eropre-

ga-se muitas vezes ainda esta ultimasubstancia para as moléstias geraes,porque ella se acha ligada ás veias,ao fígado e ao estômago. Curam seas moléstias dos pulmões por meiodos escarros expecturados pela tosse.Com o suor curam-se as partes de ondeelle é extraindo : empregara-se asunhas como muraia para tratar asmoléstias das mãos e dos pés ; os ca-bellos para a parte do corpo de ondeelles são cortados : actua-se enfimsobre o corpo inteiro servindo-se dosangue. »

Cada moléstia exige um tratamentoespecial da múmia. Eis o que a esterespeito diz Santanelli :

« Si misturasse o sueco da euphor-bia com os excrementos frescos, odoente é purgado uiagicameiite, po-rétn elle sente dores violentas que desapparecem assim que se rega a mu_raia com água corrente. »

(Continua).

NOTtGIRBIO

Socialismo practico. — Agra.decides estamos a Mr. A. Mongin,ura dos prestiraosos membros da Com-missão permanente de propagandaeleita pelo Congresso Spirita e Espi-ritualista de 1889, em Paris, pel*»remessa da pequena brochura Sócia-lisme Pratique et le Progmmme deGodin (de Guise, Aisne).

Este livro mais não é do que. umaconferência lida na Sociedade de Es-tudos psycologicos de Gênova, a 25de Julho de 1893, por Mr. Bloume,o qual, meditando attentaraente nasobras de Godin, o fundador do Fa-mdlslère de Guise, sobre a questãosocial, nella fez uma syntbese clara,concisa e ao alcance de todas as 'n-telligeucias.

No ponto de vista spirita princi-palraerite é que Mr. Mongin, na carta

em que faz a apresentação desta obrasente-se attrahido e deseja fazer ocontagio das idéas propagadas nolivro de realizar o verdadeiro sócia-lismo, baseado na Fraternidade, naSolidariedade e ua Justiça.

Entre outras reformas propostaspor Godin para alçar este desidera-tum destacam-se : a extineção gra-dual da herança particular, que pas-sara para o Estado, podendo ser ar-rendada por certos casos; a extineçãodos impostos; a instituição do seguromutuo nacional, e a associação docapital e do trabalho de modo queaquelle tenha como remuneração osdevidos juros e este o produeto daobra executada — lucro — repartidoentre os ganhadores sendo a cada uraconforme suas obras, sua capacidade)seu trabalho, seu concurso e seusserviços na sociedade.

Como homenagem a obra tão dignatranscreveremos aqui a breve noticia

que, como appendiee, serve-lhes deremate:

«Jean Baptiste Godin, nasceu em1817, filho de um serralheiro, e ellemesmo serralheiro, oecupon-se bemcedo de questões operárias e sociaes-Na edade de 23 annos creou uma nova

industria, a fabricação dos apparelhosde aquecer e dos utensílios esmalta-dos. Em 1846, foi estabelecer-se emGuise e ahi fundou um estabeleci-nitrato que adquiriu importância con.sideràvfaí. Ficando rico, Mr. Godin

quiz pôr em execução as idéas que ha-via concebido para melhorar a sortedos operários. Era 1859, fez construir,

junto de sua usina, ura vasto edifício— O Fanúlisterio — que contém a Io"

jamentos commodos, agradáveis e sãos

para 250 famílias.Mais de mil pessoas habitam hoje

o Familisterio de Guisa, onde, graçasa uma hábil organização, fundadasobre a Associação do trabalho e docapital, o operário tom seu bem-estarseguro; onde, a criança recebe a ins-trucção necessária e faz sua aprendi-zagem ; onde o doente tem todos Oscuidados; onde o ancião gosa de umahouesta pensão de reforma.

Encontram-se alli todos os meiosde distracção: um theatro, ura café,ura circulo, ura restaurante, emfim,armazéns destinados ao fornecimentoda população.

Neste estabelecimento modelo, osoperários gosain de tida liberdade ede toda independência, e Mr. Godin

poude, segundo o programma a quese propôz, proporcionar-lhes quasitodas a-s equivalentes da riqueza.

Depois da revolução de 4 de Se-terabro, G alin, que já era conselheirogeral do departamento de, 1'Aisne,tornou-se raaire de. Guisa; depois, a8 de Fevereiro de 1871, foi eleitomembro da Assembléa nacional por41.000 eleitores desse departamento.Mostrou-se sempre o partidário con-vencido de uma Republica sabia, li-beral, progressiva.

Depois da dissolução da AssembléaNacional, rejeitou ser de novo can-didato por 1'Aisne, onde tinha segu-rança de reeleição, e entrou voluuta-riamenie na vida privada,

Escreveu muitas obras, entre ou-trás o Governo, o que tem sido e o quedeve ser e o socialismo em acção, efundou, em 1878, a revista mensalO Dever, que im prime-se no Familis-terio.

Morreu este grande cidadão a 15de Janeiro de 1888, deixando a suaobra em plena prosperidade e tendoresolvido, na Instituição que creou,o problema da Associação do Traba-lho e do Capital.

Este sábio partilhava as idéas phi-losophicas de Leibnitz, Charles Bon-net, Dupont de Nemours, BallancheEsquiros, Jean Reynaud, Pezzani,Victor Hugo e de um grande numerode uossos contemporâneos sobre apreexistência e a immortalidade daalma, e acreditava firmemente noprogresso indefinido do Ser em vidassuecessivas.

3 «le Outubro, Depoisde manhãé o anniversario do dia em que, parauma nova e alta missão, tomou corpono planeta aquelle que a tradição de-norainou e o futuro chamará sempreAllan Kardec.

0 dia deve ser de gala para aquel-les que encontraram as alegrias d'al-ma, a comprehensão do passado, asclaridades do presente e as entreluzesdo futuro na philosophia que Kardecdenominou spiritismo. Convicta distoe cheia de gratidão pela memória domissionário venerado, a FederaçãoSpirita Brazileira convida a todosos cultores da nova doutrina para nanoite deste dia congregarem-se erasessão solemne na sala de suas sessõesafim de renderem a Kardec o preitomerecido.

Híovofí Grupos— Recebemos deGuapimirim, em Magé, a com muni-cação de que se iustallaram ahi doisgrupos com o fim de cultivarem c spi-ritisrao ; chama-se ura Grupo .SpiritaSanta Maria Eterna e o outro GrupoSpirita Amor e Crença. Desejamos aosconfrades, que uo município de aMagéreunirara-su para cultivar o spiritismoas -luzes indispensáveis para se ori-eutarem em tão difficeis praticas :são cora effeito indispensáveis, para oêxito destes trabalhos, duas condiçõessem as quaes qualquer grupo, pormais preparado que se julgue, terádiante de si ou os escolhos do fana.tismo ou os perigos da obscessão :são estas condições primeiro um de-sejo ardente e profundo tle regeneraçãodesejo que se traduz em facto a todahora, a tido o instante, a todo o mo-mento, no lar, na rua, na repartição,com amigos, com estranhos, com afamilia ; segundo, conhecimento in-tenso d.i doutrina iIluminado pel i cri-terio da razão e pelo bom senso pia-tico. Convictos de que ris nossos con-frades já hberain nas obras de Kardecas luzes necessárias para se liberta-rem da carga enorme dos preconceitosdo passado e dos vícios de educação,e também de que so acham up labo-rioso afan da regeneração moral,presumimos que estarão bem orien-tados para discernir entre a verdadee o erro, para saber regeitar mesmoaquillo em que a malícia enxeriarpalavrões veneraveis como os nomes

fc.

FOLHETIM 52

LÁZARO — O LEPROSOROMANCE SP I R I T A

POR

LII

Gustavo estava em maré de felicidades;pagaram-lhe para levar uma carta — e pa-garam-lhe para dizer ao remettente que acarta estava entregue !

O que, porém, lhe fazia confusão, era:dar-lhe a velha uma jóia de tal ou qualvalor, para (pie elle, que confessara vir comanimo de roubal-a, não perdesse a paga doencomendado roubo!

listes casos, porém, são mais oara daralegria do que para fazerem pensar osespíritos atrazados que não se enlevamsinão pelo que lhes falia a> interesse ma-terial!

O moleque, embora meio atordoado coma serie de successos extraordinários da-queijos dois dias, sahiu satisfeito de rirpara as pedras; porque si lhe escapava ametaphysica da causa, passava-lhe pelosdedos a sua espressão real : 1'argent.

Logo que aproximaou-se de seu amigo,que anciosameute esperava , comrneçoua fazer pieguices, na pura intenção de s"ig-niíicar-lhe: que tudo correra á medida deseus desejos.

Paulo quasi o recebeu nos braços, e, semdar-lhe tempo de respirar, foi-lhe bra-dando: dá-me o que tiraste, para prova dequé íize.ste trabalho limpo.

Aqui a tem, esta caixinha, que contémuma jóia dé grande estima da Sra. 1). Clara ]porque lhe foi dada porsuá deluncta mãe,

de Deus ou de altos espiritos, comoas expressões, amor, caridade, fra-ternidade ou outros. Um grupo quesegundo taes regras se organizarserá sempre em sua localidade umfoco de irradiação moral que contri-buirá para a regeneração humana,cumprindo assim a missão que ao spi.ritismo cabe no momento actual. Porisso, dirigindo d'aqui o nosso para-bem a esses confrades, faremos votospara que jamai- se desgarrem da tri-lha marcada nos livros de Kardec.

A. Fé Spi ri tu — E' este o nome,do novo collega, que acabamos dereceber, e mijo primeiro numero viua luz da publicidade a 15 do pas-sado mez na cidade de Paranaguá.

Este só nome basta para indicar osprincipios de que, ua arena jornalis~tica, vem ser paladino a nova folha,cuja publicação é men>al e gratuita.Apresenta-se como órgão do CentroSpirita «Consolo dos Afflictos, » quena mesma cidade acaba de se crear.Nós, que conhecemos o esforçado con-frade a cujo empenho deve-se a cre-ação deste periódico, auguramos-lhe,como desejamos, vida longa e prós-pera. O apparecimento desta folha éuma prova evidente de que, no Estadodo Paraná, tora se o spiritismo der-raraado, como aliás ha succedido portodo o Brazil. Pra/.i Deus que possao nosso collega dar em Paranaguá aoSpiritismo nem só a orientação moral,que é sua essência, como ainda os de-mais deseuvolvimeutos de que somostodos cultores. Si nosso empenhofosse de alguma valia entre os spiritas,pedir-lhes-iamos, que, em bem dacausa commum, auxiliassem o jovemcollega com uma coliaboraçâo nu-

IKIWOltMAiiOK — tSOl — Outubro 1

trida e efficaz. Não se faz mister di-zer que, penhorados com a remessadd primeiro numero, seremos solícitosem manterá permuta.

Cougresso Spirita~Já sabemnossos leitores que este Congresso quese devia reunir em Liège deu occa-sião a que seus promotores por causada questão de Deus levantassem cou»tra si a opinião geral de todos os spi-ritas. Com elles a commissao de pro-pagam! a eleita no primeiro Congressode Paris para tratar da reunião dosegundo viu-se forçado a retirar seuapoio moral á commissao de Liège.Nestas circumstancias impossível foia convocação do Congresso para o pre.sente anno de 1894. Mas, reunindo-seultimamente, deliberou a Commissaode propaganda por maioria de votos :1.° que o próximo « Congresso spiritaInternacional » terá logar em Paris'om 1900, epocha fixada para a gran-de Exposição Universal ; *2."

que acommissao de propaganda poderá sealliurao Congresso spirita e espirita-alista internacional que o periódicoLa Paix Universelle, de Lyão, indi-ca como devendo se reunir em Londrespestai data, mas sem de modo algumabdicar de seus poderes até ao proxi-mo Congresso Spirita Universal, queella recebeu a missão de organizare que terá logar em 1900.

MISCEIMNEAITII ' I ¦ ~- I

0 SPIRITISIBO ANTE A SCIENCIAPOR

Assistência aos iiocescítndosEsta Instituição funcciona na Rua

da Alfândega n. &12, 2r andar, ha-vendo sessão todos os domingos ás 2horas da tarde.

no dia dos últimos annos, a que assistiu avelha, que hoje passa perfeitamente comDeus ou com o demo.Bravo! Gustavo. Tu és o rei dos mo-leques!Rei, não ; si me faz favor, príncipe.Eu sou rèpulicano,e a palavra rei sOa-medesagradável men te.

Príncipe, vá, porque já ouvi chamar aum dos meus correligionários, principe datribuna --o a outro, "príncipe da iriprensa:Pois seja príncipe; mas dize-me: re-

paraste como ficou a velha, quando b>ua carta?Ahi vem o Sr. com a pergunta da ou-tra vez, como si tivesse entrado em nossoajuste.: fazer eu dessas observações.Não, não é do ajuste; mas que mal faz

perguntar-te isto?Não faz mal; porém isto vale alguma

cousa, e o que tem valor, paga-se.Paga-se como, Rapaz?Como ? Dizendo-se: toma lá tanto parame dar as infornações que me são pre-cisos.

Ora to me exiges isto, do teu amigo!Amigos, amigos ; negócios à parte.Quer saber, puche pelos cordões da bolsaPois bem; dou-te dez tostões...-— Passa 1'óra ! Isto é para moleques decarregação. Cá o Gustavinho não dá a ta-rella por menos de cinco mil reis.Paulo dava grande apreço ás circums-tancias que desejava conhecer, e poisnão reluctou, deu os cinco mil reis. 'Gustavo, com boas razões acreditando

que áquella veia estava exliaurida,pulou decontente còlhendo-lhe as ultimas gotasque lhe arredondavam asomma de vinte ècinco mil reis —Dispoz-se a réfirir o queobservara, segundo dizia.A velha estava só,e eu dei-lhe o saccode pão juntamente com a carta, que trou-xe da Kstação.A velha leu a carta - e ficou amarellacomo flor de algodão e, tão desconcertada

que esqueceu-se de despejar o pão, parame dar o sueco,Eu brincava com o Nvmbo, bonito è ale-

gre galgo que para alguma cousa haviade ser vir.Brincava, espreitava, á ver si achavaensejo de colher esta caixa, que estava no

(«ulircl Ilclanne

PARTE SECUNDA

CAPITULO III

Somnambulismo magnético

Eis, por exemplo, urna concha detartaruga; eu a iuterponho entre osvossos olhos e um livro aberto: lo^ocessaes de lèr, porque os raios luini-nosos, partindo do livro para se refle-ctirem sobre vossa retinasão interce-ptados por ura obstáculo.

Admitíamos agora, de um lado, quea luz penetre todos os corpos era di-versos grãos; supponharaos, de outrolado, que essa espessa escama seja di-vidida em cem laminasiuhas extre-mamente delgadas, cada laminasinhaisolada será necessariamente diapha-na, e poder-se-ha ver a travez. E'precizamente o que se passa com osomnambullo; os nervos ópticos ádAquirirão um tão alto gráo de forçavisual que os corpos os mais espessos,os mais opacos, passão ao estado detransparência, de diaphaneidade com-pleta. Desde então, é fácil aos raiosobjectivos atravessarem estes corpos,e, peuetrando as palpebras fechadasda somnambula, ir figurar-se na re.tina que elles represeutão.»

Eis porque vossa filha é muda fEm primeiro lugar faremos observar

que a luz não atravessa todos oscorpos. E' pois uma hypothese falsa;depois, suppondo-se que a crô.sat datartaruga é dividida em cem lamina-sinhas, e que separadamente cadauma d'ellas pode ser atravessada pelaluz, não é menos verdadeiro que, re-uuidas, offerecem uma carreira in-transitavel ás vistas ordinárias, e,com mais forte rasão, aos de umasomnambula adormecida.

Oá nervos ópticos podem em vãoadquirir uma força tão poderosaquanto se queira suppor, esta ener-gia visual não se exerce senão quandoos raios reüectidos pelos objectos po-dem se pintar sobre a retina; orao somnambnlo tem os olhos fechados,logo não pôde ver pelo seu con-curso.

Herschell conta que conheceu umhomem que distioguia a olho nú ossatellites de Júpiter ; certamente esseindivíduo tinha uma faculdade visualpouco commum, mas estamos certosque quando fechava os olhos não vianada. Ora, por mais activos que sepossam tornar os nervos ópticos, ellesnão podem servir de explicação a0pheuomeno quando as palpebras es.tão cerradas.

E na citação precedente o que si.gnilica a ultima phase ? Como raioápodem pintar-se sobre a "retina

queelles representam ? Isto não quer dizercouza alguma.

De tudo isáo se deve concluir que,quanto mais se estudam os estadosparticulares do corpo humano, mais

toucador, que se via da sala de jantaronde estávamos.De repente, vi a velha chegar á janella,olhar para o terreno, onde a moca cuidavados pintos, e. fechando as mãos, exclamar-Deus te livre que isto seja verdade!

Élía disse isto, Gustavo?for esta luz que nos alumia, lhe juro.Oh ! Está completa a minha obrii!Então não preciso continuar.Não, não; continua. Preciso muito saberdo resto.ü resto é pouco, porque, tendo a velhatomado um maço de chaves, e entrando

com elle para um quarto, onde creio queguarda seus thesouros, eu limpei-lhe o to-cador desta joia.o tomando o sacco do pãosafei me muito á franceza. 'Está bom, está bom. Estou contentecomtigo, e amanhã ou depois é que hei deprovar-te que sou um amigo generoso.Um negocio, Snr. meu amigo.Que me queres mais, Gustavo ?—Dô-me hoje metade das generosida-des damanhã ou depois, e eu lhe passo re-cibn por inteiro. Serve?Não; porque só o grau do prazer quesentir, 5. que hade determinar o da minhagenerosidade.Ald'0 negocio é de graus! Quandochegar ao de doutor, queira procurar-me.Daqui até lá, bôa viagem, que eu vou an-dando.

Dizendo assim, o moleque atirou-se pelaencosta abaixo, em procura da carrociníiàcujo patrão estava furioso pela demora.Duas historietas bem arranjadas, apásu-

guavam as fúrias do rochunc nulo ilhéu erestabeleceram a confiança de que nin-guem era mais digno do que Gustavo.Paulo, ficando só, começou a remoer to-das aqtiellás saborosas iguarias, que o mo-leque lhe dera a ingerir

Gada causa passava por uma analvse,que a fazia sahir límpida, transparente ebrilhante, de encantar o bandido, enehen-do-lhe a alma de prelibados gozos que in-vejariam os deuses da Fábula.

Eulalia, a bella Eulalia, estremecia-lhe,palpitava-lhe nos braços, como Orpheu da-ria a vida por sentir estremecer e palpitar,entre os seus, a bella Eurvdice, roubada áseu amor pelo tremendo deus do inferno

como dana a vida por sentir, entre os seus,a bella esposa ,le Pelleu, por cujo amoíseraeternamente aquillo em que foi tians-tormado: um cabo tormentoso.O miserável, si acabasse alli o fio daexistência, poderia dizer: acabei a vida nomaior a,uge da felicidade!De feito; Paulo tinha por tão segura .sua

presa, que sentia o gozo da posse, e prépà-rava imaginativamente os planos de fugircom ella para onde ninguém a pudessedescobrir: as.snn como para urn Oásis emplano deserto, onde fossem sós, para vive-rem só um para outro, e depois atiral-a aomundo.Nestes pensamentos, não percebeu amarcha do tempo, que só é lerdo e pesadopara os que soffrem, e, quando dispertou,eram cinco horas da tarde.Como! Cinco horas, e a velha ainda nãodisparou.Só si ainda não deu pela falta da sua

preciosa jóia!E' natural. Só dará por ella á noite

quando se recolher a se quarto de dor-mir, onde a deixou.A trovoada deve, pois, ser amanhã, e eunada tenho que fazer aqui até lá, e até

preciso saberpara dispor tudoparaamanhãConvencido de Hue tudo correria comocalculava, retirou-se pira casa, onde poucodemorou-se, por ter de previnir tudo

'oque era mister para o rapto da mocalogo que a velha h despedisse de casa* '

Era, pois, necessário estar a postos loiroao romper do dia; porque mesmo que aestralada se desse á noite, D. Clara tinhamuito bom coiação para expellir a ladra ahoras mortas da noite.E' preciso confessar: que ninguém che-gou ainda a mais alto grau de perfeiçãono calculo de todas as circumstancias paraum determinado resultadoEntretanto, vem mais'este caso de-monstar: que falliveis são todos os juizoshumanos, apezar de todo o orgulho dosh unens. °Infallivel, só Deus!A's oito horas da noite, entravam emcasa do delegado de policia, D. Clara eua dama de companhia, áquella intima

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ni.F01tittAI»0R — 18M — Outubro •

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a existência da alma apparece comouma verdade estrondosa, porque pre-tendeudo-se negal-a, si é reduzido ás

concepções as mais ridículas paraexplicar os phenomenos do pensa-mento e do magnetismo, tanto natu-

ral como provocado. Não se deve

dissimular que factos tão caracteris-

ticos como os que narramos sejão

pouco communs na vida ordinária ;mas todos os que se occuparâo de

magnetismo, de um modo um tanto

seguido, tiveram oceasião de os veri-

ficar. Os livros, os jornaes, as revis-

tas que tratão do assumpto, abundão

em observações semelhantes, e é pre-ciso ser ignorante ou de má fé pararecusal-as hoje.

Chegamos agora ao relatório de

M. Husson sobre as experiências ma-

emeticas feitas pela commissão da

Academia de Medicina durante trez

annos, e lido nas sessões de 21 e 28

de Junho de 1831. Descobriremos ahi

um terceiro caracter do somnambu-

lismo : a previsão do futuro.

« A commissão reuniu-se no gabi-nete de M. Bonrdois a 6 de Outubro

ao meio dia, hora em que M* Cazot

chegou. M. Foissac, o maguetizador,tinha sido convidado para ahi se

achar á meia hora depois do meiodia -. elle esperou na sala sem o co-

nhecimento de Cazot, sem coram uni-

cação alguma comnosco. Forão no

entretanto' dizer-lhe, por uma portaoceulta, que Cazot estava assentado

sobre um canapé affustado dez pésde uma porta fechada, e que a com-

missão desejava que elle o adorme-

cesse e o despertasse n'essa distancia

elle ficando na sala e Cazet no gabi-nete.

Ao meio dia e trinta e sete minutosemquanto Cazot uecupara-se com aconversa que entabolavamos ou exa-minava os quadros que oruão o ga-binete, M. Foissac collocado no co-modo contíguo principiou a raagueti-sal-o ; notamos que no fim de qnatrominutos Cazot pestaneja levemente,mostra-se inquieto, e adormece nofim de nove minutos. M. Quersentque o havia tratado no hospital dascrianças de ataques de epilepsia lhe

pergunta se o conhece. Respostaafíirmativa.

M. ítard lhe pergunta quando teráum accesso ; responde que será de.hoje a quatro semanas, a 3 de Novembro as quatro e cinco minutos datarde.

Perguutão-lhe depois quando eÜ3terá um outro. Responde, depois deestar concentrado e ter hesitado umtanto, qne será cinco semanas depoisdo indicado, a ') de Dezembro ás novehoras e meia da manhã. A acta d'essasessão tendo sido lida em presença deM. Foissac para que elle a assignassecomnosco, tentamos induzil-o ao erro,e, lendo-lhe antes de assigr.ada pelosmembros da commissão, o relator leuque o primeiro accesso de Cazot terálugar domingo 4 de Novembro quan-do o doente fixara para sabbado 3.enganou-o igualmente sobre o segun-

do, e M. Foissac tomou nota d'essasfalsas indicações como se ellas fossemexactas. Mas tendo alguns dias depoissomnambulisado Cazot, como cestu-mava fazer para dissipar suas doresde cabeça, soube por elle que era a ..e não a l que devia ter lugar seuaccesso. Elle avisou d'isso a M. Itardno dia l" de Novembro, acreditando

que havia erro na acta, e M. Itardsustentou a pretendida verdade.

A commissão tomou de novo todasas precauções convenientes para ohservar o accesso de 5 de Novembro :elle se deu as quatro horas da tardeem casa de M. Oeorges (ch apelei ro

onde Cazot era operário) ; ella soubed'elle, de sua mulher, e de um dosoperários, que Cazot tinha trabalhadotoda a manhã até duas horas, e que,jantando tinha sentido dor de cabeça ;

que, entretanto, tinha retomado otrabalho, mas que a dôr augmentan-do, e tendo tido unia vertigem, su-bira para sen quarto, deitara-se, eadormecera.

O.s senhores Bonrdois, Fouquier, eo relator, subiram, precedidos por M.Georges, ao quarto de Cazot ; M. Ge-orges entrou só e encontrou-o pro-fundamente adormecido fazendo nosnotar pela porta que estava entrea-berta para a escada. M. Georges lhefallou alto, sacudiu-o, agitou-o pelosbraços, sem poder despertal-o, e ás

quatro horas e seis minutos, no tnei»das tentativas feitas por M. Georges

para despertal-o, Cazot foi atacadodos principáes symptomas que cara-cterisão um accesso de epilepsia, esemelhantes era tudo aos que ti-nhamos precedentemente observadosn'elle.

Contmáa

'mm m i«sEXPOSTO DA PMII.OSOPH1A DOS ESPÍRITOS

SUAS RASES SCIENTIK1CAS H EXPERIMENTA ES

SUAS CONSEQÜÊNCIAS JIOHAES

POR

l.éòn OenisV

PARTE MORAL

O CAMINHO DIREITO

L,I. — A prece

Elles não se. propõem torcer o cursoá justiça e embaraçar a exe.fuçãodos divinos decretos. Condoídos dashumanas magnas, que elles já pas~saram e padeceram, trazen^a seusirmãos da terra a inspiraçãomue sus-tem contra os influxos mlímriaes;favoneam os pensamentos nfbres esalutares, os raptos que o libertamdas tentações e das ciladas da cr.rne.A prece do discreto, feita, em pro-fundo recolho, limpa de toda preoc-cupaçâo egoísta, desperta nelie aintuição do dever, o sentimento supe-rior da verdade; do bem e do justo,que o guiam atravez das diííiculda-des da existência e o mantém emintima communhão com a grandeharmonia universal.

Mas a. soberana poteatade não re-

presenta somente a. justiça, é também' a bondade iminensa, infinita e dadi-

vosa. Forque, pois, não obteríamosem nossas preces tudo que a bondade

pôde conciliar com a justiça? Pode-

mos sempre pedir amparo e soecorronas horas angustiosas. Deus único...iKf. n nnp •!<••-•• •'> niais conveniente

e si não nos dér o que lhe pedimos,lia de nos enviar sempre confortofluidicoe resignação.

Quando uma pedra fere as agnas,

a superfície dellas vibra em ondu-

lações concentricas. Assim o fluidouniversal é posto em vibração pornossas preces e nossos pensamentos,com a differença de serem limitadasas vibrações das águas, ao passo queas do fluido universal suecedem-seaté o infinito. Todos os seres e todos

os mundos acham-se imraersos nesse

fluido, corao nós o estamos na atmos-

phera terrestre. D'aqui resulta quenosso pensamento, quando é movido

por uma força de impulsão, por uma

vontade sufiiciente, vae impressionar

as almas em distancias incalculáveis-Uma corrente fluidica se estabelecede umas a outras c pormitte aos Es-

piritos influenciarem-nos e respon-

derem a nosso chamado das profun-dezas do espaço.

O mesmo acontece com respeito ás

almas soffredoras. A prece opera so-

bre ellas como unia magnetisação á

distancia. Ella penetra os fluidos es-

pessos e obscuros que envolvem os

Espíritos desgraçados, sua visando-

lhes o pezaduine e as tristezas. E(

frecha luminosa, é áurea frecha quelhes vara as trevas. Que consolação

para esses Espíritos o sentirem quenão estão abandonados; que ha quempor elles se interessa. Pensamento é

este que lhes restitue o valor e a

esperança. Si pudéssemos medir o

effeito que sobre esses desgraçadosopera uma prece fervorosa, uma vou-

tade vehemente e generosa, nossos

votos se elevariam a miúdo aos des-herdado-:, aos desamparados do es.

paço, aquelles de quem ninguémcuida e que se acham mergulhado-!em desconsolada amargura.

Uma das fôrmas mais eííicazes da

caridade, é orarmos pelo.* Espíritosdesgraçados, com piedade e amor.Todos podem exercer esta caridade,todos podem facilitar ás almas o sol-tarem se, e abreviar a tnrvação queellas sentem depois da morte, porum surto generoso do pensamento,por uma lembrança benevola e affe-

ctuosa. A prece facilita a desaggre*

gação corporal, auxilia o Espirito a

se despegar dos fluidos grosseiros queo èucádèãin á matéria. Sob a in-fluencia das ondas magnéticas pro-jectadas por uma vontade possante,cessa o torpor, o Espirito se reco-nhece e reassume.

Pôde também produzir salutareseffeilos a prece poroutrem, por nos-sos parentes, pelos desventurados eos doentes, quando ó dita com umcoração recto e uma fé ardente. Ain-da quando as leis do destino a em-baraçam, quando as provações devemser levadas a seu termo, não é inútila prece. Os fluidos benéficos que ella

tem em si accumulam-se para seentornarem depois da morte no pe-respirito do ente amado.

«•luntae-vos para orar», disse .Te-sus. A prece feita em commum é umfeixe de vontade*, de pensamentos,raios e perfumes, que dispara para amira com maior impeto. Ella podeadquirir uma força irresistível, umaforça capaz de soerguer e aluir asmassas fluidicas. Que apoio para aalma ardente que emprega em seusarroubos tudo que ha grande e ele-vado em si! Em tal estado seus pen-sameutos borbotam qual torrente im-petuosa, e:n vastos e possantes efflu-vios.

Tem-se visto a alma que ora despe-gar-se do corpo, e seguir arroubadao pensameuto fervente que ella pro-jectava como precursor ao infinito.O homem tem em si um motor in-comparável, de que elle não sabetirar sinão um partido medíocre. Parafazel-o funecionar, duas cousas bas-tam entretanto : a fé e a vontade.

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ainda : progredir sempre —tal é. a lei, «

Ai.i.an Kaudec.No intuito de facilitar aos investi-

gadores da verdade, que defendem a li-berdade de consciência, oceasião paratomarem parte nos estudos iniciaes dasciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerânciaserão admittidas nas reuniões de es-tudos theoricos e práticos, que terálogar todos os dias, ás 7 horas da noiteá rua da Alfândega n. 342, 2- andar

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CADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.

tusso vam Hrazil — liio de Janeiro —-¦l.HUA — Outtilsro 1 5 IV. £80

i;yi»i]b>id:\ti;

W«o agente*) desta folha

Amazonas—0 Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

para' —0 Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n. 42.

Rio Grandk do Nortií—O Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal.

Purnamruco—0 Sr. Affonso Duar-te, no Recife, rua 15 de Novembro,n. 65.

Bahia _ O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio dk Janeiro—0 Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario n. 42 A.

Minas Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, em Calda9.

S. Paulo—0 Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência n. (>.

O Sr. Benedicto José de Souza .Iu-nior—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso-— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, eraCuyabá.

Rio Grandr do Sul —O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.—O Sr. João Moaes Pe-reira Gomes, em Paranaguá.

A.s assinaturas deste periódico co-mecam em qualquer dia e terminameenipre a 31 do Dezembro.

Rogamos aos nossos con-frades satisfazerem seusdébitos com a maior brevi-'dade, afim de podermos re-

gülarizar nossa escripta.Os dos Estados Fe-

derados poderão enviar-nossuas ordens em vale-posl.al

Umo Iteivindicneffo.

Ha no quadro schematico dás escol-Ias espiritualistas representadas noCongresso de 1889 uma injustiça ao

spiritismo, a qual devemos todos cor-rigir.

Assim é que, considerando todos oscongressistas unanimes nem só na affir*

mação da realidade dos phenomenoscomo também na lueta contra o mate-rialismo neantista, divide-os em duasgrandes cathegorias os spiritas e osoccultistas, dizendo que aquelles ex-plicam os phenomenos pelos espíritose estes pelos espíritos e também poroutras influencias.

A verdade não é precisamente esta»Os cultores do spiritismo vão catal-aem qualquer parte em que se ache, en-contre-se ella no immortalismo ou noesoterismo hebreu ou sanscrito.

Sendo o spiritismo o espiritualismomoderno, foi aquella palavra creadapelo grande philosopho do século I\,justamente porque esta não mais ser-via para exprimir a grande synthese,qne se forma com a noção de causa:com effeito o espiritualismo não pas-sava de escolhi metaphysica que secontrapunha e que se consideravarival de outra escolla-o materiàlismo.

Entretanto nem mesmo esta ou qnal-quer outra escolla o spiritismo con-sedera sua rival.

Para elle as ac.quisição da matérialisrao são verdades in posse, que cum.pre observar, experimentar e portantoverificar. Elle caminha lado a ladocom essa escolla, seguindo, porémsósinho, quando ella pára. Bíin razãohouve, portanto para se especificar noquadro que a unanimidade da luetados congressistas era contra o mate-rialismo neantista.

Em outras epochas, quando a phi •losophia se bifurcava nas duas velhasdoutrinas, é que uma dava comocausa de todos os phenomenos a ma-teria, emquanto a outra, sua rival,attribuia-os exclusivametne ao espi-rito. Era a eterna questão das acade-mias, a questão insuperável, questãoque, reflectindo sobre a própria me-dicina, a scindiu em duas escollasoppostas Paris e Montpellier. Ora o,spiritismo, que é um' filho opportunoda épocha, um produeto fatal do adi.antaraento das intelligencias, peseembora esta aílirmação á memória doemérito Allan Kardec, o spiritismoque percorre todas as veredas do ma-terialismo, não pôde se confundir coma escolla exclusivista e cega que sótem olhos para o espirito.

Demais, elle não é uma escolla; elleé hoje eutre os modernos o que era aphilosophia entre os antigos : a scien-cia integral. A differenço está exclu-sivamente nos processos : emquantono passado só os raethodos analógicoe synthetico é que conduziam ao co*-uhecimento da verdade, moderna-mente o spiritismo, sem desdenhar

j estes/' basèa-se sobretudo nos metho-dos analytico e experimental. Elle é,por assim dizer, uma revivescenciada synthese perdida no caminhar dostempos, synthese hoje mais grandiosa,porquê, com os processos modernos,ella pôde tirar a prova da do pas-sado.

Asileis que regulam a marcha dassociedades regulam por egual a doprogresso; ha, por assim dizer, ciclosque |êm de ser percorridos fatal-mente: depois de quedas profundas*que mais parecem um regresso, vemrenovações cada vez mais brilhantes,cada vez mais altas. Dir-se-ia que noevolver do progresso tem a humani-dade de descer a valles profundospara de quando em quando, ascendera pincaros cada vez mais elevados.Estes piucaros são, por assim dizer,os patamares da evolução : é em uradelles que nos achamos com a syn-these moderna que se chama spiri-tisrao.

Ora, por isso mesmo que a cara-cteristica do spiritismo é esta uni-versalidade, esta catholicidade, queabrange o conhecimento da matéria,do espirito, e de Deus, e de suasrelações reciprocas, elle comprehendeno circulo de seus domínios a scien-cia, a philusopliia, a religião.

Não é. entretanto, elle mesmo ne-nhuina (lestas três cousas: aflirmal oserâa cercear o âmbito em que elleé senhor soberano; seria amesqui-nhal-o. E e isto o que fazem aquellesque, sem ter ainda por completopenetrado esta orbita, 'perdem-se naeterna questão si será o spiritismosciencia, philosophia ou religião.

Assim, pois, o spiritismo não é umaescolla, não é um ramo de nenhumaarvore: elle é a própria arvore, dequír#*ao- galhos-as diversas escollasphilosophicns e as seitas religiosas.Só elle é que pôde dizer: nihil a mealienum puto.

Si. portanto, spiritas lia que en-contra ra nos sós espíritos a explica-ção de todos os phenomenos, ellespoderão ser, quando muito, um ramo,mas não constituirão o próprio spiri-tisrao.

Esta reivindicação era necessária,porque, si é verdade que o momentopresente 6 uma épocha de transiçãopara uma das culminancias do pro-gresso, cumpre que aquelle qne temem mãos o guião que ha de conduzirpara estas altitudes, cumpre que ospiritismo, emfim, uão se confunda

com alguma destas escollas ou seitasque, pela estreíteza mesma do cir-culo em que gyrara, estão fatalmentecondemnadas a perecer.

Ah curas syni|iathiea«

(Continuação)

Si se consegue attennar as moles,tias por intermédio das excreções docorpo, visto como taes excreções, em-bebidas por uma parte do espiritovital, attrahem a si o mal, maiorainda deve ser este effeito, si se tomamesmo uma parte do corpo. E' comeffeito isso o que pensava Paracelso.Eis o que nos relata Van Helmont:« Havia um habitante de Bruxellasperdido o nariz em combate. Diri-giii"se a um medico chamado Ta-gliacozzo, em Bolonha, e pediu-lheque lhe fizesse um nariz, artificial;,mas, não querendo deixar cortar acarne de seu próprio braço, entrouem accordo com um operário que,por uma somina convencionada, per-mittiu que se cortasse a carne ne-cessaria para o nariz. Passados trêsmezes, ao entrar em sua casa, come-çou o paciente a sentir tornar-se frioo nariz, que alguns dias depois gan-grenou e cahiu. Procurando-se co-nhecer a causa do estranho accidente,soube-se que, uo mesmo momento emque começou o nariz a tornar-se frioo operário havia morrido. Isto pôdeser attestado por testemunhas oceula-res que ainda moram em Bruxellas.»

Dizem que Edmond About tratoude assumpto análogo em seu romance :Le nez du notaire.

Poder-se-ia a estes factos juntar oque se refere aos remédios ainda hojeempregados: o unguento de armas,a lâmpada de vida, o philtro deamor, as injecções animaes. Magcumpre que eu vá adiante; e par»---isto estabelecerei a seguinte questão:Como é que a edade média chegou aesses conhecimentos de curas mágico-magnéticas? Evidentemente o acaso,a experiência e as especulações phi-losopbicas nâo teriam bastado paradescobril-os, embora tivussem os me-dicos desta época a vantagem de sernem só doutores era medicina comotambém doutores era philosophia, aopasso que em nossos dias o matéria-lisrao tornou bastante turva nossavista. Mas existe ainda uma terceirafonte de intelligencia mágica era queainda ha pouco apenas tangenciei.Paracelso descreve um estado de ex-tasis que bem poderia se assimilhar

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ao somnambtilismo. « Neste estado,diz elle, lê-se no invisível e desço-brem-se os segredos da natureza.»

Na edade média existiam muitosextaticos desses, foram somnarnbulostherapeutas ; elles se encontravamentre os possessadds, as feiticeiras emesmo entre as santas, por exemplo,santa Hildegarda.Encontramos aindaesta faculdade entre os sotnnambulosartificialmente conduzidos a esse es-tado pela magnetisaçãò; então ellessão influenciados pelas qualidadesodicas de todas a» cousas, e eis porque immediatamente reconhecem aessência dellas, e sabem em que re-lação estit essência se acha para como corpo humano: tal era a somnam-bula Manette. No século passado ninasomnambula de Puységur havia des.cripto sua moléstia por modo a de-signar claramente a transplautação,

posto que nunca tivesse ouvido fallardessas cousas. A « vidente de Pré-vorst », de Kerner, indicou muitasvezes a essência das plantas que, tinhaem suas mãos, e é desta maneiratambém que chegam os sorntiambu-los a fazer o diagnostico das pessoascom as quaes são postos em relação,e a lhes prescrever remédios capazesde melhorarem seu Od. Elles sentem

que as qualidades odicas das difte-rentes pessoas variam conforme suaindividualidade : é, pois, pelo con-tacto e não por elarividencia quejulgam.

Ultimamente, por oceasião do pro-cesso do somnambulo lost de Dorlis-heim, em Strasbourg, as « pessoascompetentes» declararam que nãoexistia a clarividencia, e que, por-tanto, o diagnostico e as preseripçõesdo dito lost mais não eram do quecharlatanismo. Assim, pois, este pro-cesso apoiou-se, sobre dados inteira-mente errôneo,:, porquanto tratava-sede efUuvios odicos a. não de clari vi-dem-ia. Áquelles que negatn estesfactos sobre os quaes se basên Ioda aexistência deveriam estudar Keichen-bach. Si iilfirmarem qne só os medícos têm o direito de sei- juizes nestaquestão, poderemos citar nomes per-tem-entes a este campo, como Ocho-rowicz, Baréty e o Dr. Martin Zie-gler, cujos escriptos só desde, poucoconheço.

Seria para desejar que se fizesseobservar a eguties « competentes » queelles não tem o direito de, fallar emnome da sciencia, porque apenasemittem sua opinião pessoal.

Quando .-.ouinambulo-i tocam ca-bdllos ou roupa de um enfermo au-sente, sentem, pelos erViuvicn odicosaccumulados nestes objeçtos, efflu-vios que se confundem com os delles,aqoillo de que soffre o doente. E' porcausa desta fusão que os sommimbu-los muitas vezes sentem as dores dosdoentes em cujos objeçtos tocam, e

que o affastamento de seu magneti-sador on do objecto com o qual elles

estavam em relação, penivelmente os

impressiona.Umas das somnambulas de Ker-

ner, que havia durante muito tempoconservado ua mão uma varinha devideira, pedia, quando puzeram estaem cima da mesa, que lh'a tornas-sem a trazer, « porque ella ainda nãotinha sabido inteiramente da vari-nha», e dizia que o affastamento su-bito de um objecto ou de uma pessoacom os quaes ella se achasse em re-lação sempre a aftectava peuivel-mente. Esta somnambula mostrava-seegualmeute çonhecedora da traus-

plantação. Tendo em mãos um ramode nogueira, disse : « Si queimassemeste ramo embebido de meu magne-tismo, eu soffreria dores atrozes emtodas as partes do corpo, e certamentemorreria. Si o puzessera n'agua, eusentiria um calafrio percorrer todosos meus membros, toda minha forçaseria absorvida pela água, eu teriafebre e ficaria sem seutidos. A únicacousa que me poderia salvar entãoseria fazerem-me beber-desta água,e só assim ser-me-iam restituidas asforcas.))

.(jppntinúá).

Sempre om Orientar*

A physica e a chimica são sciencia3nobres, ó verdade ; aquelle que aspossue realisa mara vil lias, e estasmaravilhas dão-lhe urna falsa appa-rencia de mágico, porém nada mais

que apparencia falsa.Os verdadeiros mágicos, que são os

filhos do Oriente, que não sabem nem

physica nem chimica, apparecem anossos olhos como perfeitos igno-rantes.

Estaes em vos-a casa, no Orientein'uma casa tomada de aluguel, nellaresidis até que tenhaes completado amissão que vos confiou uma sabia so-ciedade, que vos escolheu para es%u-dar as producções orientaes e as diffe-rentes naturezas do solo e do clima,

Recebeis a visita de um indígena,não'tendes necessidade de offerecer-lhe uma cadeira, porque, com grandeespanto da vossa parte, vem urna porsi mesmo offerecer-se ao vosso visitai!-te, que não tem mais do que nella seinstallar,

Faz calor, um pouco d'ar refresca-ria o salão em que vos achoes ; imme-diatamente, conforme de>ejaes, a ja-nella abre-se, e deixa penetrar © arde fora.

Vosso visitante, com receio de vosincommodar, abrevia a visita, levan-ta-se, despede-se e dirige-se para a

porta, a qual graciosamente abre-se

por si mesma e torna a fechar-sebrandamente atraz delle.

Quanto ao movei sobre o qual elleestava sentado, torna a tomar seuantigo logar.

Üeaute de todos estes factos, licaesespantados e eomo que atônito. Quequer dizer isto V Perguntaes a vósmesmo. Estou no paiz dos sonhos'Não, não estaes uo paiz dos sonhos'

estaes em plena realidade, vistes,vistes bem uma cadeira offerecer-seao vosso visitante, uma janella abrir-•se obsequiosamente para vos propor-cionar um pouco de fresco e umaporta abrir-se e tornar a fechar-sesosinha.

Sosinha? E' talvez dizer muito:como a cadeira, como a janella, ellaobedecia á vontade do vosso visi-tante, que é um Oriental, versadonas sciencias mágicas.

Desde seu nascimento, recebeu danatureza certo poder, que souberadesenvolver, e por meio do qual agiasobre os objeçtos inanimados e osconstrangia a obedecerem á sua vou-iade mentalmente expressa ou a uragesto mais ou menos perceptível,feito com a mão.

O padre Daniello Bartoli, em suaobra sobre a Ásia, conta factos sitiai-lhantes da parte dos Yoghis, dos

quaes foi testemunha e que attribueao demônio que se servia delles comoinstrumentos ; lede como mediums.

Entre nós, aliás, o famoso DouglasHome produzia effeitos similhantesou quasi similhantes.

Mas os Orientaes, com ^ mesmo

gráo de potência, agem cora maisarte e de um modo mais surprehen-dente. Eis aqui. um outro facto quenenhum médium do Occidente pôdeegualar e que não pôde ser testemu-uhado sinão no Oriente.

Um faleir vem á vossa casa com-

pletamente nú até á cintura ; aponta-se-lbe ao peito a ponta afiada deuma espada, elle precipita-se comforça sobre essa ponta, de maneira aformar um arco de circulo e o açonão lhe penetra as carnes.

Em vez de uma espada, estaes ar-mado de ura sabre dos mais afiados,o fakir tem o peito coberto com largafolha de um vegetal ; vós o bateiscom forca, a folha é cortada em duas

partes, e o fakir nào tem nem mesmouma arranhadura.

Jogam-se ao ar co roços de cococolhidos de fresco, cabem sobre acabeça calva de uni outro fakir oude um yoghi, onde quebram-se com.9se calassem u'uin rochedo,!,e a cabeçafica tão damnineada como se tivesserecebido uma bólla de alg-odão.

Lede a Lídia dos Rajahs, de Itous-selet, e sobretudo o primeiro volumede Los Espiritus, do Sr. Otero Ace-vedo, obra de uma erudição tão va-riada quanto interessaute, lá vereisainda mais.

Que fica sendo a nossa physica e anossa chimica e a nossa historia na-tural, deatite de simi.hautes factos?

A physica eusiua que é a attracção

para o centro que mantêm os seresanimados sobre a superfície da terrae os livra de cahir uo espaço, e quasique a cada instante os fakires e osioghis elevain-s'e ao ar muitos metrose ahi ficara suspensos durante uratempo bastante demorado, sem serem

providos de azas como os pássaros.Como explicar taes phenoraenos?

Os numerosos auetores que os relatame que delles foram testemunhas, at-tribuera a estranha potência dos ma-

gicos do Oriente ao seu regimen, deuma implacável austeridade, que des-

envolve e augmenta n'uma enormeproporção as espantosas faculdadescom que a natureza os dotou.

Vivem em peuitencia e em solidão,cobertos de miseráveis trapos ; habi-tara cavernas ou miseráveis cellulase não apparecem em publico sinãopara pregar, pedir esmola, ou obraros seus milagres. São vistos pallidos,descarnados, descalços, n'uin estadode causar dó ao mais miserável entedos profanos.

O povo considera-os como seressuperiores que desprezam as riquezase as graudezas deste mundo, e pre-ferem ser ministros do Deus Supremoque, por meio delles, faz brilhar seupoderio.

Os fakires e os ioghis são innume-ros, e sem conta. Haveria aqui dezsomente no nosso Occidente que qui-zessem passar a vida miserável delles,mesmo com a condição de operar mi-lagres pasmosos? A maior parte dosnossos mediums acham no seu fraco

poder recursos para subsistir? Nãoiia um só que faça voto de pobreza.

HÒRACE PeLLETIER ,

«OTÍGiARIO

lliri*lo e Caridade. — « Sub-scripção aberta entre as generosasfamílias fluminenses para a fundaçãode um Instituto destinado a recebere educar no regimen do trabalho eda honradez os infelizes de ambosos sexos que sabem das prisões, afimde que, voltando á sociedade, não seentreguem á pratica de novas irre-gularidades que os tornem reprobos,e eternamente condemnados a viverreclusos e inúteis para si e para opróximo.» Tal é o titulo de uma lista-m

circular que nos vein ter ás mãos ;titulo só por si assaz recommendavelaos sentimentos altruístas da nossasociedade. Temos ardentes desejos devèr iustallar-se e progredir institui-

çõ8s como estas, lançadas por iuspi-ração própria da époçha que tende áregeneração da humanidade por meioda confraternisHção das crenças emuma synthese social e religiosa, epor isso fazemos votos para que tãoalevautada idéa não fique de futuro

prejudicada com o enxerto de qual-quer seita religiosa, quer em seusfundamentos orgânicos quer no seufunccionnraeoto. O Christo, para o

qual aqui se appella, deve ser oChristo, tal como exemplificou naterra, curando do corpo e da almaa scribas e pharisens, a publicanossaraaritanos, — o Christo sem egreja,— o Cnristo da praça publica.

Não bastará receber e educar essesinfelizes sabidos das prisões no re-gimen do trabalho e da honradez ;necessário é fallar-lbes também àêDeus e da moral universal cousubs-tanciada ua doutrina Spirita. Só as-siia poderá tosar-lhes o arrependi-mento sincero para não reincidiremnas más tendências o procuraremeíficaz regeneração.

Confiamos que assim suecederá,

porquanto, a provecta e respeitável

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HKrORHAUOK - i8»4 - Outubro 1S

y

Senhora que acha-se á frente destecommettimento tem por habito an-tigo visitar os encarcerados, levando-lhes doutrinação e consolo, .sem per-guntar-lhes qual H sua pátria e quala sua religião.

Novo Grupo. — Sob o titulo —Jesus, Amor, e Caridade — acaba dese fundar, no bello e povoado ar-rabalde suburbano do Engenho deDentro, um novo grupo spirita, oqual celebrará sessões ús terças equintas-feiras, ás 7 horas (ia noite.

Desejamos grande somina de pro-gresso moral aos novos cultores da:abençoada vinha.

S

Um uieniuo-prodigio. Exibe-se em Berlim, diz uma re-vista franceza, um menino prodígio,apenas de dois annos de edade, saben-do lAr quasi correntemente o escriptoimpresso, tanto em caracteres gothi-cos como em latinos. Este menino' ou-jos pães não têm sinão cultura muitosuramaria e que nunca pucháraut porelle, educou-se a si próprio tão per-maturamente. Apenas com um annomanifestava grande curiosidade pelaslegendas das imagens e letreiros daslojas, que fa/.ia ler e reler.

Dotado de uma memória visível-mente viva, retinha então o arranjodas letras nas palavras assim lidas,reconhecendo as quando de novo lheeram apresentadas, deduzindo logo ovalor das letras que lhe serviam de-pois para a leitura espontânea de no-vas palavras.

E assim, inventou, na edade de uma dois annos, o systema de leitura queestá sendo geralmente adoptado.

FOLHETIM 53

LÁZARO —0 LEPROSOlí OMAN C K S P 1111T A

POR

3 de Outubro - Tendo sido estaa data era que veiu á luz da vida ter-rena o notável missionário que osspiritas veneramos sobre o nomeAllan-Kardec, reuniram-se, com o fimde lhes prestar a devida homenagem,grande números de confrades repre-sentando muitos grupos do liio deJaneiro, por convite da FederaçãoSpirita Brazileira.

A sala das sessões, ornamentadaespecialmente para este fim, foi tãopequena para conter todos os que sedesejavam associar á homeuagem, quevia-se constantemente um fluxo erefiuxo de pessoas que já não encon-travam logares, na sala, no corredorou nas escadas, onde se podessemaccommodar.

Aberta a sessão foi attentamenteouvido o orador official que, era per-functoria oração, discorreu sobre avida, as qualidades e a obra gigan-tesca do mestre. A este discurso, re-cebido com applausos por todos ospresentes, seguiram-se os represen-tantes das diversas associações e gru-pos spiritas, que vinham todos ren-der preito aquelle que lhes apontou ocaminho da verdade, aquelle quelhes robusteleceu a fé tornando-a es-claivcida pelo seu consórcio com arazão. O que se lia em todas as phy-sionomias e se desprendia de todas aspalavras era um concerto uniformeque naturalmente pela sua homoge-neidade e fortaleza subia ás regiõesonde pairava o espirito cujo anniver-sariose coramemorava: eram senti-mentos de gratidão.

Por ultimo o segundo orador offi-ciai pronunciou o discurso de encerra-

mento, em que largamente se esprai-ou sobre o lemraa — fora da caridadenão ha alvação—. Aqui por tal fór-ma se compenetrou do assnmüto. mieencheu-se de commoção a ponto detransmettilra a todos os circumstan-tes. Foi enfim urna festa era que sódominavam a caridade, o amor e agratidão.

Kl Instriictor.—E' uma revistacientifica e litteraria, publicada emAguas-Oalientes (México), pelo dis-tincto Sr. Dr. Jesus Dias de Lião.Acabamos de receber alguns númerosfartos de bons artigos sobre questõesscientiíicas e literárias.; D'entre elles, IPorém, salienta-se principalmenteaquelle, que tem por titulo Philoso-phia esotérica das religiões da antigui-dade. Quízeramos que todos os livrespensadores, e nomeadamente os spi-ritas, tivessem-n'o debaixo dos olhos.Gratos pela remessa desta interes-saute revista, enviamos d'aqüi ao seuredactor as nossas saudações frater-naes.

MISCEltANEA

Hevoluçáo e IIvoltarão Ohomem no uni verso

De tempos em tempos gostamos desair da concentração do gabinete paradarmos ao publico o resultado de nos-sas locubrações.

, Vivemos, ha muitos annos, afastadodessas mil coisinhas em que os ho-mens, pela maior parte, empregam o

Elle próprio ensinava todas as noites oo terço, prece em commum, que era re-sado por todos os pretos da fazenda e•sempre tirado pelo administrador, a q èmnao pouco custou aprendel-o.

Tudo mudou na fazenda, com relaçãoaos escravos, attendendo-se desvelai -mente, tanto á saúde do corpo como aínstimeção do espirito. ' • -O escravo foi alli elevado á caloriade homem ?.?>"!'?

LTII

Lázaro, como disse Maurício a Paulolevava os dias a correr os eitos, tendo de-talhado o trabalho de véspera, de modoque fossem bem aproveitados todos osbraços.

Seu detalhe, porém, não attendia só-mente ao resultado para, a fazenda, masigualmento as condições humanas dasiorcas productòras.Nem exigia trabalho forcado, nem faziatrabalhar os que via esgotados de forcasAproveitava todas as forcas, mas fazia-o com humanidade.Sobretudo curava da alimentação dosescravos, receitando os gêneros

"de má

qualidade e iiscalisando-lhe o preparo.A cosinha da fazenda preparava comidapara gente e não mais, como d'antespara porcos. "'

Fazia os negros se lavarem todos osdias: e providenciou para qne tivessemsempre roupa limpa e apropriada ao tem-po do fria ou do calor.

Aos domingos e dias santiiicados, nãopermittia que se trabalhasse, julgandobem que a perda daquelles dias era forte-mente compensada pelo renovação dasforças, que sempre dá o deseanco"

O Sr. Pròcopio, o tytira do administra-dor, foi incumbido de ensinar aos filhosdos escravos, e mesmo aos destes ouequizessem, as primeiras letras — 1,.,* es-crever e contar.

Também por isto em pouco tempo nãosomente p trabalhos era uma realidadepor ser feito com satisfação, como erapara toda a negraria, mais que um Ídolo'o novo superintendente, '

Lázaro dispunha de todos àquelles co-gg

d0S negr0S' ^ levados pelo amor&™$M mxnca se ,hM arrancaria

O bacalháo desceu das alturas de umprincipio á cathegoria de um traste in-11 X/l J >

A fazenda comprava cereaes o carne rque elevava extraorJinariamentc sua dès-peza. ut,sLázaro fallou aos escravos e todos, coma melnór vontade e sem prejuízo dò ser-viço detalhado, propozeram-se a fazerenorme plantação de milho, feijão, arrozmandioca q todos os gêneros de horta'

que deviam dar para o consumo farto êpara exportar.O intendente pediu ao conde, em umadas suas caitas mensaes em que davaconta da sua gestão, uma bolandeira parafazer farinha, e alguns teares para teceralgodão, com que vestir os pretos, vistoter feito uma grande plantação desse ->*,-..

nero. eComeçou em larga escala a creacáo deporcos e carnívoros, cuja alimentação nadacustava, no intuito de dispensar "o

forne-cimento de carne, que era enorme ali-mentando-se muito mais solidamente ehygienicarnente a escravatura.Kmfim o trabalho duplicou e a dazenes

quasi se annu lou, por obra do methodocom que era d.stribiudo e dos cuidadoscom que eram tratados os trabalhadoresA. fazenda das Lavras tornou-se um mo-'deloeos fazendeiros da cireumvisiohanca

ate longaa distancias, vinham visital-a esabiam admirados da correccão que no-tavam, nas maiores como nas mínimascousas.O Pròcopio, espécie de secretario doadministrador, vendo o preito qúe todosrendiam a Lázaro, por seus planos admi-nistratiyos, tão bem executados, quantodelineados; calculou que o conde havia

por força, de fazer de Lázaro o seu homeme portanto, que Maurício era outro pre*.-tes a desapparecer no ocaso.Fez, pois, lá comsigo, o plano de des-ligar-se deste e fazer-se creatura daquellebo espreitava uma oceasião de prestara Lázaro um bom serviço, que lhe con-quistasse seu raconhecimento.

O rapazito conhecia todas as manhas evelhacanas de Maurício, mas ignoravaque lhe tivesse servido de instrumentocontra Lázaro, escrevendo a carta de or-dera em nome deste, e a denuncia contraeste, ambas dictadas por Maurício, por-que o velhaco embora confiasse inuTo noseu secretario, julgou prudente não lheconfessar tão importante segredo.Ií, neste pensamento, convidou-o para.jantar em sim casa e ahi deu-lhe a beberum «judeu», como chamam a mistura devarias espécies de alcoólicos, que promp.amente t.-iuou-o inconsciente do ouefazia. '

A'força pois, ;le calcular, no puro in-teresse mateml,ífazer-se creatura de La-raro Pròcopio foi sentindo espontâneoanytamento para o intendente que vi-nha,sempre «sua escola, e vendo que ellea dirigia muito convenienteme, tratava-on^alma ^^^^ •% lhe calavam

Pròcopio rapaz, que não recebeu educa-f si!1. m'nnha e^retanto' c°™ disseL sue do Churi nado-honra no coraçãoE Lázaro, que lobrigou-lhe esses |é£mens do bem, reconhecendo, entretantoWe.elle não os procurava' desenvoUerp.),r ignorância dos princípios moraes Mpropósito de .Iluminar aquella àln?I paraque pudesse discernir o bem do malNeste intento foi chamando a si comverdadeiros arrepio-, do Mauriein «,temia-se daquellíi^çj, e^S^tinha coms.go fazia-lhe'uma preleccão¦obre o principio e odestino do 52

tempo que lhes sobra da lueta diáriapela vida.

^Queremos acompanhar a marchaveloz do progresso humano nos derra-deiros annos deste século. Queremosvér, ante a sociologia do paasado",como se operam as revoluções e evolu-ções da sociedade presente.

Tudo observamos, analysamos, es-tudaraos, cora a máxima attenção.não despresando, se-quer, os menoreselos da grande cadeia dos factos quemai-> avultam.

Nesse trabalho cerebral, é claro quetemos uma base sólida, forte, indis-tructivel, sobre a qual sustentamos aorientação de nossas idéias. Essa baseé a crença na grande forca creadôra ena perduração do homem na marchaascendente do infinito.

Presos á terra, pela lei pbysica daattração dos corpos grosseiros e pesa-dos, não deixamos, por isso, de estarligados também ás leis que presidemas funeções fluidicas do espaço, pelacondensação dos corpos opacos e im-ponderáveis que constituem a ath-mosphera craneana.

Emquanto no planeta, somos á se-melhança dos conderanados ou encar-cerados, pois vivemos constantementePfÔsos e perdendo forças phvsicas nadeslocação dos corpos que nos ernbe-ryonam; corpos estes de differeutesespécies e naturezas, cada <^m dosquaes obedece á uma lei distineta,mas uniforme, eterna e mantenedorado plano geral da creação.

K um en£a™ suppór, que o ho-mem pertence á terra.

O homem é, neste mundo, habi-

| sua razão de ser nesta vidaO rapaz recebia àquelles ensinos, que ofaziam outro, e quanto mais outro se sen-tia, mais se prendia a LázaroJa nao era o interesse que o arrastavaera o sent.menio aflectuoso do coração 'Póde-se, pois, dizer que em poucotempox>intendente conquistou todas asalmas dos que lhe eram' snjeitos/menosunicamente a do Maurício, que emTe"e'la todo o sentimento moral e humanoEste, vendo como todos corriammara•seu inimigo, sentia o que deve Tenfi 0peixe fora dágua - uma espécie de asphyxia moral. ac asProcurava chamar a si os negros, tra-tando-os com exagerada meiguice, ml-aquellas almas rudes tinham o senso coni"mura, e este bastou-lhes para reconhecerem que o tigre de outr'oranao os n?o-curava agora com boas vistas; fug.mmlhe com o corpo. "guamDirigiu.Se ao Pròcopio, a quem increooude ja nao ser seu amigo*como antes e^esó ter attenções para o intendente, mas oemP;0ezJadeã0H 2! ? qU6 ^ S™

™*¦v em vez de desculpar-se, fez lhe nm«pratica aconselhando-o a procurar tambémo intendente, um homem bom, que e^Sa gente o verdadeiro caminho da vida.

j.uuu- .-,,• assim aoandonado de todo*embrou-se de seu amigo Cosme dos lieis'homem que tinha recursos para tudo c'procurando um pretexto para Pá cfdade foiter com o amigo. ll-*uaae, loi1 xpoz-lhe sua triste situação e o perigoque corria de ter descobertas suas falÂtruas pelos desertores de sua ennfiínprincipalmente por Pròcopio C°nhanÇa>

U conde ainda não deu sio-nni ri„ «.

E* justo o seu juizo, mas foi nestecaso que o sujeito cujo historia lhe (Seirecorreu ao guiné. e contei

Ora, nâo ha dia que se não lh'o apolioueS,°doderaonio p"rece»« *» •»«"

Qual couro fechado ! O tal da historiaquando viu que a doze era fraca, dobrou-ae teve o efíeito 1Contiutiu.

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REFORMADOR - *»»* - O»*»1»™ 1*S

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xi

}••:.:

m'.

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-A

fe

tante provisório de uma das menores

cazas de Deus; mas sua genealogia

perde se nas mais longínquas e tene-

brosas noites do passado, eseu destino

surge nos mais claros 8 luminosos ho-

risontes do futuro.Sua missão é progredir aperfeiço-

ando-se, e aperfeiçoar-se estudando,

conhecendo e conhecendo-se.Não temos Iembrança[do que era-

mos antes de sermos, entretanto so-

mos. Devemos, portanto, estar de

sobro aviso a respeito do que podere,-mos vir a ser. _ _

Para os homens das escolas posittvista e materialisa, aquella'scientiíicde esta metaphisica. sejam quaes fo^

rem os factos, por mais extraudina

rios que nos pareçam, são todos natu-

raes e necessários.Para os espiritualistas, porém, isto

é, para os que cremem uma causa

primaria e na immortalidade do ho-

mera, são com effeito, naturaes os fa-

ctos que se estão dando nestes mundo :

mas também attestam, de maneira

câthegorica a intervenção, directa do

Creador nos desmandos e crimes que,os homens têm praticado.

Reina eoino que uma loucura la-

tente; ou inconscia invencível, em

quasi todos os cérebros!Os mais adiantados paizes do mim-

do estão ameaçados dè uma guerra de

extermínio! Os pequenos fazem-se

grandes, por meio de armas destrui-

doras; os grandes fazem-se pequenosina. reacção justa mas penosa contra o

seus perseguidores!Os gabinetes de estudo, em que a

razão se iIlumina, a moral se evange-

lisa e o patriotismo se avigóra, foram

trocados pelos autros de conspiração e

praças de armas! A paz transformou-se em guerra, e a humanidade, pertirbada, só cuida na lucta da matéria

pela matéria, a mais terrível e medo-nha de todas as lucta!

Relignemos agora os factos ás leisfataes dasáttracções e repulsões.

Demos ao corpo o que é do corpo, e,

| ao espirito, o que é do espirito".E' claro que a naturoxa rege-se

pelas forças de que é dotada , assimcomo estas são dirigidas pelo poder

í .

¦%

que as creou.A verdade, fructo apeticido de todas

as sciencias, tem seu contagio pro-prin-. impòe-se por sua luz irradiante,

que a faz ser vista e conhecida até

pelos próprios que a detestam. Phe*nomeno psychico, procurado, dese-

jadá pelos sábios, a verdade, desde omomento em que é descoberta re.volu-ciona o mundo em seu percurso lumi-noso; acclara todos os cérebros, en-leva, engrandece e unifica a humani.tlade. Semente nova lançada no jardim perfumozo da intelligencia uni-versai, arrebenta, cresce, fronda, e,finalmente, produz os mais deliciososfructos, no seio das famílias como nas

mais vastas multidões dos povos.Entretanto, n verdade é, como dis-

semos, um phenomeno todo psychico',o resultado das applicações do espi-

rito ás leis eternas da creação ; de

cuio crioulo não podemos absoluta-

mente sair.No góso do bem, da harmonia e da

paz que as sciencias autorisam e a

verdade saucciona, a própria natu-reza, em sua parte fluidica e semi-material, parece tomar parle activa,

proclamando, nas mais uniformes o

pacificas funeções, o império do ho-mem sobre a terra.

No caso contrario, que é, infeliz-mente, o que se está passando emnosso planeta, o erro, os desvios cegose fataes da verdade e do bem, asupplantação do espirito pela matériae da razão pelos ódios e paixões, pre-dominando, no seio da humanidade, o

que ha de mais grosseiro e instinetivono homem, não podem trazer outrasconseqüências que não sejam essas-da

perturbação moral o da guerra, dadesordem e da desolação de todos os

povos IComparsa de todos os tempos e loga-

res, desde a principio, a natureza,unida como está ao homem, em todasas suas capacidades ou propriedades,em todas as suas forças e leis, não

pôde deixar de sympathisar, de atra-ir-se e indentiâcar-se cora esse des-concerto do espirito huinauo, devidoá predominância da material

Eil-a, portanto, exercendo o sou

papel, acompanhando a humanidadeem suas revoluções e evoluções, emseus aetos collectivos, extraordina-rios, quasi sempre seculares ; e, pa"tenteando, por esta forma, que todosos seres do universo são elos de umamesma cadeia, sustentada e fortale-cida pelo fluido, pela electricidade e

por uma infinidade de corpos, que orase congregam, pela attracção sym-

pathica, e ora se desorganisam pelarepulsão forçada.

Em cada uma parte do globo, a

natureza segue a marcha própria dosrespectivos habitantes, obra de con-formidade com as leis eternas e iuva-riaveis a que obedece fatalmente.

Aqui, na Capital Federal, porexemplo, nos passados e luetuosos

dias, o fumo, isto é, o carbono en-

xofrado e salitrado, attrahia e con"

densa va as nuvens, descarregava-as

immediatamente, aliviava-as da ele-

ctricidade, rarefazia assim a atmos-

phera, abrandava a temperatura e

oceasionava o frio e a humidade em

plenos dias de verão !

Além mar, a mesma natureza dá

alimento aos micróbios do cholera-

morbus e das febres t.yphica°, pelasexhalações mephyticas dos pântanosimmundos e dos cadáveres insepultos.

O telegrapho transmitte-nos diária-mente noticias atterradoras de terre-

"V -^

motos, cyclones que devastam'çida-des inteira-;, explosões de dyy.umite,erupções vulcânicas, pracja-vtle gafa-nhotos, naufrágios sem ponta, incen-dios, ínuundações, epidemias, aseas-sinatos e suicídios I

¦

\

A Europa agita-se, como nunca,ante os factos estupendos que se sue-cedera a seus olhos; e, sem sabercomo nem porque, prepara-se. para amais terrível das guerras que jamaisensangüentou-lhe o solo !

Por oceasião de tantos e, tão diffe-rentes desastres, os principaes minis-tros de todas as religiões espalhada*

pela superfície, da terra, congrega-

ratn-se, e, era nome da confraterni.

sação moral de todos os povos, deci-

diram _ ,jue sendo Deus um e único,

uma só deve ser a fôrma de adoral-o.

Preparain-se, pois, grandes e ex-

traordinarios acontecimentos para o

tini do presente século 1E nem se diga— que os homens

da aetnalidade tem responsabilidade

i imediata nos factos que se estão

dando, não.Taes factos são resultados neces-

sarios, corollarios naturaes de outros

muitos que se prendem á historia do

passado.A' semelhança do raciocínio sim-

pies, que se fôrma pelas premissas e

conclusão lógica, a concatenação dos

actos precedentes de um povo esta-

belece princípios de que emanam, fa-

talraente, conseqüências inevitáveis.

A previdência é uma capacidade

do espirito quando este applica-se

activamente á analyse dos aconteci.

mentos humanos. A sociologia assim

o prova.A historia das nações offero.ee-nos,

em suas paginas verdadeiras, a luz

bastante para acclarar as densas tré-

vas do futuro; porque os homens de

hoje são os mesmos de todos os tem-

pos, factores do bem e do mal, da paze da guerra.

E, quando, como que por excepção

á regra geral, afastam-se elles, em

casos idênticos, dos actos naturaes,

não só oceasionam, por isso, admira-

ção a seus semelhantes, como tam-

bem accumulam, sobre suas cabeças,

maiores e mais duradouras calami-

dades.São tributos que todos pagam, e

que, aquelies que, de qualquer fórum,

se escusara de pagal-os, mais tarde

ou mais cedo os satisfazem, com jurosaccn mu lados. ,

O Brazil está passando por uma

phase revolucionaria necessária, fa-

tal; por isso que elle não podia ser

tão feliz ao ponto de não pagar á

humanidade do passado, isto é, á bis-

toria das nações, o tributo de sangue,

que é o baptismo purificador das evo-

ltições sociaes.Chegou, portanto, seu dia; e, seja

qual fôr a lucta, congrassados os

homens e a natureza, nesse véu es-

pesso de fumo e de lagrimas, quetanto a esta como aquelies cobre, ha

.de, afinal, erguer-se, no cimo de

todas as montanha^, o Estandarte da

Republica.Júlio Cir/Ait Leal.

teve lugar ás nove e meia horas, efoi caracterisado pelos mesmos phe-nomenos precursores, e pelos mesmossymptomas dos de 7 de Setembro, 1de Outubro, e 3 de Novemb.io.

Enfim, ali de Fevereiro, CftZQtfixou a época de ura novo accessopara 22 de Abril seguinte ao meiodia e cinco minutos, e esse annuncioverificou-se como os antecedentes aoscinco minutos pouco mais ou rnenos.Este accesso notável pela violência,pela espécie de furor cora o qualCazot mordia a mão e o ante-braço,pelos abalos bruscos que o levanta-vara, durava já trinta e cinco rainu-tos quando M. Foissac, que estavapresente, o rnagnetisou. Para logocessou o estado convulsivo para darlogar ao estado de somnainbulisinomagnético, durante o qual Cazot seergueu, assentou-se em uma cadeira,e disse qne estava muito fatigado ;que teria ainda dois accessos, um dodia seguinte a nove/semanas ás seishoras e trez minutos (25 de Junho).Elle não quer pensar no segundoaccesso porque deve cuidar do queacontecer antes, e ajunta qne poucomais ou menos trez semanas depoisdo accesso de 25 de Junho elle enlou-quecerá ; que sua loucura durarátrez dias, durante os quaes tornar-se-ha tão máo que baterá em todos,maltratando mesmo sua mulher eseufilho ; que não se deverá deixal-onunca com elles, e que não sabe mes-mo se não matará uma pessoa quenão designa. Será precizò então san-gral-o immediatamente nos pés.

Continua

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V A R T E S EOUNDA

CAPITULO 111

Somnambulismo magnético

O segundo accesso annuncíado para9 de Dezembro, isto é dois mezes antes,

1*000

Os pedidos para fora da CapitalFederal serão attendidos mediante oexcedente de 500 rs. para registro docorreio. Todo o pedido deverá seracompanhado da importância em vale

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Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.

A 11110 XHI Ifcrazil - i£io «Ic.Baneiro — Í.ÜJ94 — W<neiiiluo 1 iv. a»i

i;YI*I]ÍHB,VH,

Silo ngcuícM óVsíu íollia

Amazonas—-O Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

para'—O Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.42.

Rio Grande do Norte—0 Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-te, no Recife, rna 15 dè Novembro,n. 05.

Bahia O Sr. Francisco Xavier¦ Vieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro— O Sr. Affonso Má-chado de Faria, em Campos, rna doRozario n. 42 A.

Minas Gehaes— O Sr. Ernesto dèAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência n. 6.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-I-ffior—èm Santos, rua Xavier da.Sil-

veira n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, emCuyabíu

Rio Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná1.—O Sr. Joíío Moae.s Pe-reira Gomes, em Paranaguá.

As assinaturas deste periódico co-meçam em qualquer dia e terminamsempre a 31 de Dezembro.

ATTEiW.iO

Rogamos aos nossos con-frades satisfazerem seusdébitos com a maior brovi-dade, afim de podermos re-

gularizar nossa escriptà;Os dos Esia dos Fe-

derados poderão enviar-nossuas ordens em vale-poslal

As4i»tencin aow uocescitadós

Esta InstítüiçSo funcciona na Ruada Alfândega n. 342, 2-. andar, ha-vendo sessão todos os domingos As 2

horas da tarde.

ft^i lindos

Amanhã uma turba immensa defieis dirigir-so-á, em visita aos bemamados desapparecidos, á cidade dosmortos.

Visitai os, ir buscar, nos túmulosem que jazem seus últimos restos,um ponto material de apoio â recor-dação e á saudade, tal é o pretextoda romaria.

Mas, como é a piedade que sugges-tiona uma tal viagem; manda o con-vencionalismo que todos revistam-sedas cores negras da tristeza !

Ah I quanta poesia haveria si estaenscenação enquadrasse realmente atela em que se com memorasse a com-munhão dos vivos com os mortos I

fps ai! unia distancia tremenda

. , ra o presente do passado : outr'orao dia, dos finados expressava signifi»cativamente a linguagem muda esaudosa do.s que ainda permaneciamáqnem-tiimulo. Não havia pompasque enfafcuassem o osgulho-,. -gal-ns

que dessem pasto á vaidade.« A Egreja (é Santo Agostinho que

falia em seu livro De Coronna), es-tábeleccu que supplicas sejam feitasem uma commemoracão geral, semse pronunciar nenbuns nome-? párticii-lares, para que aproveitem tambémdo.s benefícios da Santa Mãe os quenão têm pães, parentes, etc. »

No tempo, portanto, do celebrebispo de Hippona não eram as exte--rioridades ostentosas, mas o suaveperfume da prece, que iam apertaros laços dos que se achavam sepa-rados pela tumha ; não era o senti-mento egoistico em bem daqnellesque nos foram caros, mas um appellogeral á solidariedade humana pelaoração em favor dos desgarrados dafortuna, daquelles que não haviamdeixado sobre a terra um'alraa amigaque lhes levasse o conforto da prece !

Assim, pois, o dia dos mortos eraentão a festa da solidariedade uni-versai, a maior prova do^wpirito- do%fraternidade, que. é a essência mesmado Christianisnío.

Si o tempo, cego e impiedoso, nãofora, em sua carreira vertiginosaiatirando ao olvido a essência dascousas para só lhes deixar a fôrma,derruindo o espirito quevivifica parasó patentear a lettra que mata, es-condendo a face esotérica, que é aluz, para só mostrar ás vista o ladoesotérico, que 6 a obscuridade, —ainda agora, na data de hoje, reunir-se-iam os homens parn, em corarne-moração fraterna e solidaria, levarem

aos isolados da vida de além, aosesquecidos da morte, com o incensooloroso da prece, o calor viviflcanteda fé.

Mas já estamos nos tempos em que,novafrevivescencia, vão cahir as rou-pagens negras que não traduzem olnctò' d'alraa, em que vae se derretera cora que não illumina, mas apenashruxolôa, em que se vão destecer ascordls de saudades que murcham esilenciam. Achegamo-nos ao séculodo espirito, que mais é que o séculodas^lnzes.

Então, em qualquer dia ou eraqualquer logar em que se reunam ho-mens, será sempre ornai- gre l.rans-porte, uma çoraraemoráçáo real poramigos e estranhos, por affeiçoadose desconhecidos. Não será a hypo-crisia da lagrima, mas a sinceridadelm riso, que ha de vir fazer coro onorchestração solidaria entre vivos emortos. O 2 de Novembro não lem-brará mais as festas paganicas, emque farto quinhão era dado aos víciose ás paixões ; mas antes a severidadedas cefenionias com que já então,neste dia. debaixo dos carvalhos, em

plena natureza, eram os mortos fV.s-tejados pelos gaulezes, e pelo,-; druidas, seus sacerdotes.

Si se geheralison essa data entretoda a christaudade, é isso devidoa pura imitação; imitação a SantoOdilon, abbade de Cluny, qne a .-euturno quiz continuar a tradição deseus antepassados, os ganlezes. Es»tava-se no século \, era -o anno 998,um viandante, que se dirigia a abba-dia, encontrou-se subitamente comum homem, que lhe disse mais oumenos : « Sei que Odilon tem o poderde aliviar os soffrfmentos dos mortos.»Suas preces são exalçadas; ide pedir-lhe que continue. »

Então o abbade. de Cluny publicouum edito em que marcava para estacommemoracão geral, não a sexta-tÇpÍ£*i santa* cqni^se fazia .em algu-mu", egrejas, mns o dia fixo — 2 deNovembro. ¦— Essa data foi se alas-tinindo pelas mais próximas egrejas,até que se generalisou pela christan-dade em peso.

Vive a natureza como vive o ho-miMii, e, assim como a IntelligeneiaSuprema domina o macrocosmo, é aintelligeneia individual que dominao microcosmo : quands^õís, o espi-rito fôr inteiramente senhor,"da ma-teria, quando a fraternidade sobre-pejar a todos os sentimentos, a daiagloriosa da commemoracão da soli-

dariedade universal tornará a coin-cidir com a da commemoracão dosmortos. Então é que se poderá comrazão affirmar não haver vivos nernmortos, porque todos viverão n'umsó peu.samento, n'11 raa mesma idéa.

Façamos votos, spiritás, façamostambém esforços, para que seja breveum tal advento!

Am curas i*yiug»n<liica*.

(Continuação)

Assim, pois, as diagnpssis dos som-nambulds são,odicas sensitivas; é istoo que dever-se ia ter levado em con-sideração no processo Seholofér, deStrasbourgo. Remédios dos somnám»nulos são muitíssimas vezes curassympatbicas, porque é por elles co-nhecido o mundo odico. Eis porque,creio eu, o conhecimento das curasmagnéticas da edade média tinha-apor origem as commnnicações dossomnambulos.

[Im dos rneios de 1 ransplantaçãoentre os Parácelsistas era a Appli-cação, que consistia em appôr aoCorpo, ou á parte do corpo doente,um objecto que se podia em beber doespirito vital doente. Maxwell, porexemplo, aconselha collocar um pe-pino junto de um menino que soffráde febre ; o pepino deteriora-se, masa criança sara. Também pode-se, curaros meninn.s pondo em sua cama umcãosinho. A tal propósito, eis o quediz uma, somnambula de Bonde. Beud-sen. Durante o tratamento da doente,a viuva. Peterseu, suecedeu, por duasvezes, que seu caeborrinho tivessecaimbras nos me mor 3 trazeiros quesó o deixaram duas horas depois. Adoente declarou-lhe, durante sen es-tado somnambnlico, que o cão tinhasido infectado por ella. Então Beud-sen perguntou-lhe si era possíveltransportar suas caimbras para umanimal, e, ella respondeu: a Nestecnso seria preciso que meu própriocão, que, achaudo-se sempre em con-tacto commigo, partilha de meusèffluvios, fosse magnetisado ao mes-mo tempo em que eu, e que entãofosse posto em contacto com minhasuíãos e meus pés. Neste caso, uraacaiinbra passaria para elle mas. nãose conseguiria com um cão estranho.O meu, ao coutrario, está ora emmeu leito, ora em meu oollo; eu oacaricio e algumas vezes lhe mastigoo pão com que o nutro ; tudo isto

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pÕe-n'o comungo em uma relaçãomuito intima de magnetismo ani.mal. »

Ella não permittiu que o doutorexperimentasse neste sentido, maselle fez a experiência com uma outradoente: « No correr do inverno de18.1.9, fiz a experiência sobre outradoente que soffria de caimbras, em.

i pregando um cão estranho. Pul-oaos pés da doente sem magnetisal-o,e o cão, tomado de caimbras, come-cou a se debater. Virava os olhos,torcia a bocca, retezava os pés, domesmo modo como fazia a doente,

quando as caimbras atacavam-lhebraços e peruas. Mas, passados dousminutos, o cão pôz-se de novo a cor-

rer pelo quarto, procurando se es-con der. »

Finalmente, este gênero de appli-cação foi outr'ora empregado com

freqüência pelos médicos. O Dr. Mui-ler, era Pforzheim, empregava, paraeste effeito, pombinhos. A viuva Pe-tersen aconselhou um dia a seu dou-

tor que lhe fizesse a applicação decarne fresca contra a dor de cabeça.Varias vezes elle o fez com successo,dando depois a carne a seu cão ouao dovisinho; todas essas vezes osaniniaes ficaram doentes da mesmamoléstia. Este gênero de remédiossympathicos, e ainda outros, têmsido por vezes verificados por medi-cos (sem prejuízos), que reconheceramsua efiicacia,

Temos, pois, uma concordânciaabsoluta entre o que os Paracelsistasensinaram na e.dade média, o que osMesmeristas ensinam ha cem annos,o que Reichenbacb, e outros, aindadescobriram, e o que os differentessomnambulos têm reconhecido intui-ti vãmente a respeito da Relação eda Transplantação. Em todo caso, o

principio fundamental de tudo istoé indiscutivelmente verdadeiro. Mas,si me perguntarem si se deveria vol-tar a este tratamento, eu faria umarestriccão. Para julgar esse methodo

pelos seus fructos, cumpre que nosdirijamos antes de tudo a Paracelso,

que era o mais afamado medico de

seu tempo. Em um de seus escriptosnomeia dezoito príncipes que elleconseguiu curar, depois de não o

terem podido os respectivos médicos-Desde então tudo mudou, e hoje, sium potentado adoece, os corypheusdn scieneia de todos os paizes reu-nem-se á sua cabeceira para querei-larem entre si, e o monarcha morre.

Os contemporâneos de Paracelsofoliavam delle com o maior respeito.Giordano Bruno diz: « Quem, depoisde Hippocrates, ponde se compararao Dr. Paracelso, cujas curas attin-gem ao milagre?)' Van Helmont eErasmo de Rotterdam julgara-n'o domesmo modo, e seu epitaphio perpp-tnou até aos nossos dias sua famacomo medico.

Por elle. mesmo sabemos quo, deviaseu successo extraordinário ao me-thodo das curas sympathicas. Ellediz: « As curas magnéticas devidas ámúmia são consideradas de uma ma-ravilha além de tudo o que se pôdedescrever. E' assim que, qualquerpôde ser curado de todas as moles-

tias, quando outros remédios não têmmais influencia alguma.

E' justamente a cura magnéticapela múmia que excede em efficaciaqualquer outro arcano medico, de ri-ve-se ella das hervas, das raízes,dos mineraes ou dos raetaes. Prestaiattenção, vós pharmaceuticos, vedeque múmias possuis, e observai quan-to u múmia que eu administro é su-perior por seus effeitos á que pres-crevès. Ellas differem como o Orientee o Occidente, como o corpo e o espi-rito, como a morte e a vida. Agrada-vos este discurso"? que pensaes delle?»

Continua-

NOTICIÁRIO

Homenagem a ILarueç. -A 15 do passado mez a sociedade An-touio de Padua reuniu, uo vasto salãode suas sessões, um numero tal despiritas como raramente se, vê agre-raiados. Tratava-se de uma horaenu-

gemsolemue a Allan-Kardec, a quemseus discípulos da reterida sociedaderesolveram render o preitq de suagratidão no aniiíversario de seu ua-talicio. Oircumstancias, porém, es-tranhas â vontade delles fizeram com

que não pudessem levar a effeito a

projectada eoramemoração precisa-mente a 3 de Outubro. A execuçãoda festa nada perdeu, entretanto, porter sido adiada para alguns dias de-

pois. O presidente abriu a sessão comum discurso, cujos tópicos principaesse referiram á propaganda do spiri-

tismo no Rio de Janeiro, e terminoudando a palavra ao orador oííicialSr. Júlio César que, em phrase elo-

quente e inspirada, conseguiu com-mover tanto ao auditório que suasultimas palavras foram abafadas poruma salva de palmas.

Por ultimo prestaram a Knrdec adevida homenagem os representantesdos diversos grupos e sociedades spi-ritas. Pela Federação fallou seu pre-sidente, que escolh°u para thetna dodiscurso o Congresso das Religiõesem Chicago. Ao encerrar-se a sessão,notava-se em todas as pbysionomiasa expansão de quem acaba de cura-

prir um dever.

Necrológio.-— Acaba de se des-

pojar do envolucro corpore.o uma spi-rita da primeira hora : aos 63 annosde edade evolou-se para a verdadeira

pátria Mme. A. Delanne. Auxiliar deAllan-Kardec, companheira de suas

primeiras luetas, a Sra. Delanne..eraum dos raros médiuns excellentes.A propaganda do spiritisrno deve-lheimmensamente. A' família Delanne,cujo nome está tão ligado á causa

que também nÓ3 representamos, nãose faz mister dirigir nossas condolen-cias : ê uma família spirita. Sejamestes repetidos claros, que se abremnas fileiras dos crentes, incentivo

para que redobrem de esforços os quevão ficando. Taes são os nossos votos.

SiLivro <Sc |>recos. — Sob o pa-

trociniò do grupo Jesus, Amor e Ca.rida de, acaba ura de seus sócios, o

Sr. Antônio Ferreira Mendes Júnior,de dar á publicidade uma pequenabrochura contendo as preces do Evan-gelho, segundo o Spiritisrno è o Co-digo da lei das almas, extraindo das.obras de Allan-Kardec. O grupo temsua sede á rua ('andina n. 5 (Eli-genho de Dentro;. Agradecemos oexempla;- que nos foi reraettido.

A suecossora «Ia Sra. Klw-vntNkv. — Sabe-se que a propa-ganda da Theosophia foi devida prin-cipalmente aos esforços da Sra. Pia-vatsky que, no interesse desta causa,despendeu fortuna e saúde, sendomesmo victimada pela calurania atéde corporações sabias. Agora, depoisdé sua morte, a tarefa que lhe cabiapassou às mãos de Miss Annie Besant.Esta é uma moça americana que, emcompanhia de uma velha amiga,anda pelo mundo, como' fazia sua

predecessora, em viagem de propa-g-anda. Este anno iá esteve em Paris,onde fez notáveis conferências, querna Sociedade Theosophica, quer nossalões da duquezn de Pomar, a diréctada Aurora, que costuma reunir emseu palácio para palestras litterarias,artísticas e spiritas, a escolha dosnotáveis em todos os ramos das let-trás on das artes. Das conferênciasde Miss Annie Besànt resulta que ofito da Theosophia é a fraternidadeuniversal. Bem hajam aquellesM.uese empenham nesta causa, que e acausa do mundo è a catisa do futuro;A moça propagand ista é uma mulherde porte esbelto, de tez clara, de

physioiiomia sympathica, de cabellosde um claro argentino, penteadoscom uma implicidade respeitosa. Aseu respeito, escreve em La Lumière,a Sra. LucreGrrange:« .... uma frontelisa, sulcàda de cada lado pela marcamuito appareute dos cornos de Moy-sés, o signal característico da viden-cia e da inspiração. Seu porte é es-belto e dá uma vaga impressão devegetarismo e de sobriedade. » Tal éo retracto da suecessora da Sra. Bla~vatsky.

A rabeca invateriosai* »•'

Le Spiritisme e La Revue Spirite,de Setembro ultimo, transei evera oseguinte importantíssimo facto, quese deu era Réole, para onde em romã-ria tem convergido uma multidãoattrahida de toda a parte pela noticiado assombroso acontecimento.

Não devem ser suspeitos os jornàesque dão estas noticias, pois o pri-meiro as reproduz do jornal catholicoV Express du Midi. e a segunda deLa Voix du Peuple. Eis o facto:

« A !W de abril ultimo, depois domeio dia, na Réole, com muna docau-tão de Cadours, perto de ToulOusè,duas meninas da escola, que ficasituada perto de ura velho castellodeshabitado, divertiudo-se em colherbotões de ouro, tinham visto diantede si, ao pé de ura massiço rente aterra, uma cabeça de mulher de ca.bellos brancos, tendo uma touca pre-sa por um tiú preto, rosto pallido écumprido, olhos espantados e inoveis

e a parte inferior do rosto oceultapor um véo. Vão espantadas para aescola: riram-se dellas e para as des-assombrar, enviaram-nas com outrasduas meninas que vêem por sua vez amesma cabeça.

Estas quatro meninas tem a edaderl„ o.. 1 A .....liL, ./li. 1 -x un uu.- 6i.u nada doentiassans de espirito, intelligentes e soce-gadas.

O facto espalha-se bem depressa nasvisinhamças; o pavor dá tratos ásimaginações, que trabalham e povo-am a região de phantasmas e de ap-parições. Chegam curiosos continu-amente de todas as partes para nadaverem..., sinão as meninas que vêem.

Cada dia, a todos os instantes, a ap-parição mostra-se ás quatro meninassomente, que, espantadas a principio,acabaram por com ella habituar-se.A noite, ella transforma-se era uma,chama, que parte do massiço, rodeiao castello, e, depois de saltitar sobrea casa do sineiro, desapparece. Pas-sam-se alguns dias, deixa-se de ir ávisão, ou, como dizem os nossos bonscamponezes « ao assombro ». A cabeçanão mais se mostra; quando umamanhã, uma das videntes, durante aaula, passando defronte da janellapara ir á pedra, olha instinctrvn-mente para fora, empallidece e ex-clama.

«A cabeça! lá está a cabeça queencaminha-se parti a alameda ».

Tinha avançado, com effeito, domassiço debaixo para cima da aveni-da do castello, de modo a ser bemvista da escola. E o povaréo a fallar ea buscar esclarecimentos do mysteriuem que se cerca esta plantastica ap-parição.... Seu olhar, de espantadotornou-se doce: supporta a água bentacom que a aspergem ; apresentam-lheum crucifixo, ella toma a altitude dequem ora.

O povaréo anima-se um pouco :mas sua curiosidade não está satis-feita. Pinca-se então, no logar mesmo •da visão, um galho no qual é sus-penso uma folha de papel em queuma das videntes escreveu :

a Visão I dizei-nos sobre esta folhade papel quem és e o que queres.»

A resposta foi dada: mas somenteas quatro privilegiadas a podem ler.Interroga las separadamente, dão osmesmos detalhes e escrevem figurnti-vãmente esta mesma resposta:

« Eis-me aqui.»Ella não é o diabo, não está nem uo

iuferuo, nem no purgatório, mas nocéu; ella tem necessidade de precesnão quer missas, mas cem De profun-dis não lhe bastariam; ella é final-mente a victima de um assassinatoque remonta-se a século e meio. E épor fim um mysterioso ponto de inter-¦'ogação ainda sem resposta. Accres-centeraos que ella manifesta um certorancor, porque recusa-se mostrar-sequando estão presentes certas pes-soas, que para rirem-se um pouco, pro-curaram, (em vão, por que ella sabeevitar ás pancadas) batel-a a golpesde pá, de bengala ou de lança.

As cousas tinham assim ficado poralguro tempo, quando, um bello dia,a apparição, vendo-se de^pre^ada,fez um terceiro estádio e foi se fixar

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K^I^OltMiuo» 1894 — Novembro 1

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sobre a própria-janella da aula, no

primeiro pavimento, onde as criançasa viram na occasião da reza, com arde mofa e de risota. E eis qne já hamais de mez que isto dura, e todosos que voem as crianças comprehen-dein, pela expressão de seus rostos,

que ellas vêem. Desde então, nadamais de novo se passou e o mysterioficou impenetrável.

Todavia, justo ó dizer-se que, parase explicar naturalmente estes factos,encontram-se sérias dificuldades'-.Primeiramente, não se reconheceunas quatro crianças um estado doen-tio da imaginação: estão tão sãosde espirito como antes dessas appa-riçoes.

Depois, si se inclina para as hal-lucinações, deve se forçosamente ad-mittir que, durante um mez, ellasse produzem nestas crianças (quandoestão juntas nos logares das appari-ções), no mesmo momento, duranteO mesmo tempo; demais, que a ima-gem, vista então por ellas, é exacta-mente similuarite para todas quatro,até nos menores detalhes; que, napresença do padre, essas hallucinaçõéscessam; e que; emíim, ellas não sedão âquem de uma dezena de passosdo logar da visão. Quanto á. hypo-these de uma suggestão hypnotica,

que supporia que a acção de ummagnetisador se exerce á distanciasobre estas quatro crianças, tomadas

pelo habito da hypnose sua proprie-dade, ella não é aqui acceitavel,

FOLHETIM 5á

LÁZARO —0 LEPROSOHUMANCB SP11UTA

POR

I

LTV

Maurício pediu, rogou, chorou, masCosme dos Reis nada lhe deu que o sal-vasse da diíTicil posição em que seachava.

O bruto não comprehendia quo seuconselheiro, tendo-lhe dito que o homemda historia livrou-se de seu traçai do-brando a doze de guiné, nada mais tinhaa dizer-lhe, porque tinha lhe dito tudo oque lhe convinha.

Si mil alvitores tivesse, nenhum lhedaria precisamente porque queria queelle fosse reduzido ao extremo de não tersinão o recurso do gniné.

E era o que mais lhe convinha, em suaactual situação, contando por certo queD. ('Iara hia despedir Eulalia no dia se-guinte.

Até estimou que o conde não íizessecaso da denuncia, porque esta não dariaera icsultado sinão a expulsão de Lázaro,e Lázaro vivo e forte valia mais do quemorto ou idioMficado.

Parece que tudo me vai sahir ú me-diibi dos meus desejos !

O Maurício é que não pensvva assim,voltando para casa.

ü conde despresar a denuncia ! E euque não tinha pensado nisto...

Só si o Procopio... Sabe Deus I Mas não;elle nem sabe o que escreveu. Apostoque nem se lembra de ter escripto algumacousa.

Por nhi não tenho receio; maB trazágua no bico esta indiffer.enòa do conde,que. ê inexorável com quem'lb.8 faz tra-tuntadas ; as que elle descobre, estáclaro.

porque as informações dadas pelospães não deixam suppôr nada que separeça com isto.

Mis como La.Voix du peuyle narraa conversação acima citada ;

Fallae-lhe. faüae-lh* dí-am j-toda parte ás videntes.

Queres responder ás nossas per-guntas? disse então uma dellas.

A cabeça fez sigrml que sim. Amultidão calou-se emocionada, con-tieuere omnes, e cada um reteve arespiração.

O interrogatório começou : — E'sSatanaz? —A cabeça fez signa 1 quenão, cora um singular sorriso. «Tunos vens de Deus? — Não, e aqui umdetestável escancara mento deformou-lhe a bocca. — E's um enviado doinferno?-O espectro ficou impassi-vel.— Vens do Purgatório? Que nosqueres, emfim? Preces, missas? —Não, sempre não. — Pôde ser que.tenhas sido victima de uin crime? _Duas grossas lagimas correm entãopor esta face extremamente pãllida,impressionada subitamente de umadôr iudisivel. — E' vingança quevens reclamar? —Os olhos retomamseu bnlho vivo e manifestam ale-gria ; três vezes a cabeça faz signalque sim.

MtSCEUAÍlEft

que insiste nelle,

Só si o correio deu sumisso á carta eneste caso o recurso é para outro, o quenao faz mal, mesmo que a primeira tenhanido ao seu destino.E' isto, é já outra, mas... quem lia deescrevel-a? Maldicto Lázaro !O Procopio não vem mais á minha casae que venha, náo é mais capaz de beber,e uo seu estado normal, não é Maurício

da Fonte Cascaes que lhe ha de confiartal segredo.

Como ha de ser então ?ü meu amigo Cosme dos lieis não é láo que eu pensava — um tira duvidas.Deu-me dous meios, que falharom ain-bos, e agora, nem mais um chifre sobreo que lhe pedi.li' um pobre de espirito como eu IMas... elle sempre adiantou alguma

cousa, e eu é que sou um pateta. Elledisse que o homem da historia, no meucaso, dobrou a doze e colheu o desejadoresultado-

Que diabo quero eu mais ?ü homem o que não quer é ser desmo-

ralisndo pela falha do meio que disse serinfalli vel.Pois bem ; visto

vamos.Chegando á casa foi ter com o seu fiel

que já somente o era por ter a pelle aarder, em razão de sua cumplicidade nocrime ; pois que ao demais era um dosmais exaltados admiradores de Lázaro.Queres saber? disse-lhe. Nós estamosameaçados de forca, porque Lázaro des-confia do nosso plano.Eh eh! do nosso plano! Vossemecèbem sabe elle de quem é, e agora diznosso plano !

Pois sim, é meu, porém agora estástão enroscado commigo que todo o malque me vier chega a ti.

Sim sinhô, mas vossemecè é que éculpado.

Isto nfto aproveita nem a ti nem amim ; o que nos importa é livrarmo-nosdo perigo que nos ameaça.

E', isto é bom, mas como é que ha devossemecè livrara gente do perigo?Depende só de ti.

De mim 1 De mim como ?Olha, o perigo consiste era Lázarodescobrir a nossa malhada...

E eu é que faz elle não descobri ?Não é isto, escuta. Si nós suppri-rriirmos o tal que nos levará á forca?

Mas elle é tão bom...

ismís ii mmEXPORTO DÀ PH1L0SOPH1A DOS H9P1FUT0?

SUAS 11ASIW SCIENTIP1CAS li EXPIiKIMRNTAHSSUAS CONSUQU15NC1AS MOHAKS

POR

l.éon DcuímV

PARTE MORALO CAMINHO DIREITO

LI. — A prece

Considerada a estas luzes, a preceperde todo caracter mystico. Não temmais por alvo obter uma graça, umfavor, mas a elevação da alma e suacommunicação com as potestades su»periores, Üuidicas e moraes. A prece éo pensamento voltado ao bem, é o fioluminoso que, prende os mundos ob-scuros aos mundos divinos, os Espiri-tos encarnados ás almas livres e radi-antes.

Desprezai a, é desprezar a únicaforça que nos arranca ao condicto daspaixões e dos interesses, arreb ta nosacima das coisas fugidias e nos une aoque é firme, permanenta e im mutávelno universo. Km vez de rejeitar aprece, por ter havido abusos ridículosou adouiinaveis, não é melhor utili-sal-a sabiamente e com moderação?Devemos orar cjiü a alma intrevertidae sincera ; cum o coração é que deve-mos orar. Evitemos as formulas baua-es que se usam em certos meios. Nes-

L' bom, é muito bom, porém melhormuito melhor não é nossa vida? não énão irmos á forca ?

Vossemecti alii tem razão.Pois bem, manda o mestre nestas

cousas que dobremos a doze do guiné,certos de que...Iílle morre ?

Não, não morre, mas tica indillerente atudo—manso de não se importar maiscomnosco.

Isto é verdade ? sinhô.Tanto como nós estarmos aqui. E

abi está como nossa salvação depende deti.

Si o homem não morre, si o homemsó iica manso, eu faço o que vossemecèqué. Dou-te rninhn palavra de honra, masolha que ninguém ha de saber dô quetemos feito e vamos fazer; porque setranspirar este segredo, algum dia, lá sevão nossas cabeças.

O preto, que era moçambique, não res-pondeu nada, mns resmungou em sualíngua :

« — Si o homem morrer tu não ficasabi para rir. »

Procopio teve a oppòrtunidáde de mos-trar a Lázaro a profunda dedicação quelhe votava.

Dous dias depois da conversa doMau-ricio com o moçambique, o moço inten-dente sentiu-se mal, todo o corpo lhetfernáft, as pernas uáo llie permittiatn por-se em pé, a cabeça pesava-lhe como umamassa quasi iuerie, sem poder Afinar-sesobre o pescoço, os braços eram lerdas,de não poder segurar nada, os olhos in-jectado;-, confundiam e multiplicavam osobjectos, o ligado era crescido e doido,vômitos pertinazes e sincopes repetidas.

Procopio licou aíilictissimo, e ao laiodo doente, fazia o que lhe pedia o coração;chorava, chorava, porque pirecia-lhe queo seu amigo não resistiria aquelle mal.

Lázaro, embora n'um estado indescri-ptivel de agonia, sentia doce consolação,vendo chorar por si um homem a quemnenhum bem fizera.

Porque chora? meu amigo. A vidaé um sopro que a morte transforma emluz!

Quem sabe o que ella é, não chora oque delia se dispede ?

O passarinho canta na gaiola, mas seucanto ó o do prisioneiro que procura nfu-

ses exercício espirituaes, só a bocçavae bolindo, a alma fica muda. Aofindar de cada dia, antes de nos entre-garmos ao repouso, desçamos a nósmesmos, examinemos com apuro uos-sas acções- Oondemnemos sem resalraas más, afim de evitar que voltem, edemo-nos profaiças pelo que houver-mos feito de útil e bem. Supplique-mos á suprema sabeuoria qne nosajude a realisartoos em nòs e entornode nós a belleza moral e perfeita. Parabem longe da terra elevemos nossospensamentos. Via do Eterno vá nossaalma judilosa e amante.

Das altura:; ella descerá com the--souros de paciência e valor que lhetornarão fácil o comprimento de seusdeveres e de sua missão de aperfeiçoa-mente.

E si não acertarmos a expressar nos-sos sentimentos, si necessitarmos uratexto, uma formula, digamos.

«Meu Deus, tu que és grande, tu que éatudo, envia a mim pequenino, a mim quenão existe sinão porque tu o quizeste, uniraio de tua luz. Coucede que penetrado deteu amor, eu ache fácil o bem, abomina-vel o mal: que animado do desejo de teagradar, meu esninto venja os obstáculosque se oppôém ao triumpho da verdadesobre o erro, da fraternidade sobre o ego-ismo: concede mais que, em cada compa-nheiro de provação eu veja um irmão,como tu vês um filho em cada um dos se-res que de ti emanam, e para ti hão devoltar. Da-meo amor do trabalho, queé odever de todos na terra, e, por meio dofanal que puzeste a meu alcance, allumiá-me no que respeita ás imperfeições queretardam meu progredir, nesta vida e naoutra(1)».

W vozes do infinito unemos nos-sas vozes. Tudo ora, tudo celebra a

(1) Prece indeica, ditada porJerouvmode Praga, por meio da mesa, a um grupode trabalhadores.

gentar as magoas da reeordaçõo dos tem-pos felizes em que foi livre.

Assim também a alma, presa no cárceredo corpo, ama a vida material; mas emseu intimo tem a inituiçâo, quetranslormaaquelle amor cm vagi. tristesa, de quealém é que existe sua verdadeira pátria,onde se gosa a verdadeira vida.

Soltae o passarinho e vereis como elledobra o trinado, já inspirado pelo maisdoce, mais santo, mais arrebatado!" dossentimentos animaes — o sentimento daliberdade.

Pois assim também a alma desprendidado corpo, exulta nas puras alegrias da li-herdade, da pura liberdade, que é a doespirito livre da matéria.

Não me chores, pois, por me ver prestes adeixar a vida dolorosa para hir gòsar avida dos felizes, a deixar o desterro, paravoltar á pátria, a deixar a terra para ir aocéo.

Sim, só" pode ser lastimado o que nomundo applicar sua liberdade ao mal,porque este não vai gosar a vi ia dos fe-lizes, náo deixa o desterro sinão para hirao inferno dos tormentos, não deixa aterra para hir ao céo.

Ku tenho fé na misericórdia do Pae,que não serei do numero destes, porqueembora com desfallecimentos, caminheidurante toda a minha vida em busca doGolgotha, com o pensamento no divinoJesus.

Enxugue, pois, suas lagrimas, que Deuslevara á conta de suas boas obras e aju-da-me.

O que hei de fazer? Estou ás suasordens.

Mande vir um medico e emquantoelle não chega dê-me depressa um poucode óleo de ricino que tenho naquelle ar-mario.

Procopio despachou um portador acha-mar um medico e applicou ao doente umpurgante de óleo como elle exigira-

Foi inspirado aquelle pensamento por-que o óleo embaraçou que fosse absorvidamaior juántidade do veneno e desengor-gitou o fígado, ouj i congestão era a prin-cipalicàusa perturbadora.

Os soffri mentus de Lázaro foram decli-nando, tanto que já estava calmo quandochegou o medico.

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alegria de viver, desde o atorao que seagita ria luz, até o astro imnienso quenada no olher. A adoração nos soresmrmn um prodigioso concerto que en.che o espaço e sobe a Deus. E' a sáu-dação dos filhos ao Pae, a hommeua-trpm tv\\\i\ii\(]x nelas creaturas ao Cre-ador. ínterrogae a natureza nos dias

iumiosos, ou no silencio das noites es.

trelladas.Escutae o rolo clamoroso dos oce-

anos, os murmúrios que sobem do seio

dos ermos e do fundo das brenhas, os

accentos roysteriosos que sussurram

na folhagem, estrugem nas grutasescuras, sobem das várzeas e dos vai-

les, galgam as curaiadas, e, enchem o

universo. Em toda parte, em qualquersitio, ao introverter-vos escutareis omaravilhoso cântico que a Terra eleva

á grande Alma. [incomparavelmentemais solemne é ainda & prece do*

mundos, o canto grave e profundo queííB.7. vibrar a immensidade e do (piai

fomente os Espíritos comprehendera o

sublime sentido.

(Conti mia).

0 SPIRITISrflO ANTE A SCIENCIAPOR

(«obrei Relanne

l> A RT E SEG LINDA

CAPITULO 111

Somnambulismo magnético

Enfim, ajuntaelle, eu ficarei cura-

do para todo o mez de Agosto, e uma

vez curado a doença não me tornará

màis,quaesquer quesejão as circums-tancias que se derem.

Foi a 22 de Abril que todas essas

precauções nos foram annunciadas,e, dois'dias depois, a 24, Cazot que-rendo deter um cavallo fogoso quetinha tomado o freio nos dentes, foi

precipitado contra a roda do cabriolet

quo. lhe quebrou a arcada orbitaria

..sqUerdamoléstando-o horrivelmente.Transportado ao Hospital abi falle-

ceu a 15 de Maio.Vemos n'esta observação um bo-

mem sujeitou ataques epilecticos du-

rante dez annos. O magnetismo ágio

sobre elle, embora ignore elle abso-

lulamente o que se lhe faz. Torna-se

somnambulo, os sviuptomas da do-

e.nça melhoram, osaccessos diminuemde freqüência ; as dores da cabeça e

sua oppressão desaparecem sob ainfluencia, do magnetismo, prescrevepara si mesmo um tratamento apro-

priado á natureza do seu mal cujacura promette. Magneti^ado sem saberc. de longe, cabe em somnambulismo,o é d'elle retirado com a mesma prom-ptiãão como quando magnetisado di

perto. Enfim indica com rara preci-zão, um mez ou dois antes, o dia e ahora era que deve ter um accesso deepilepsia. Entretanto, dotado de pre-visão para accessos afastados, muitomais, para accessos que não deverater lugar nunca, não prevê que doisdias mais tarde será tocado por uraaccidente mortal-

Sem procurar conciliar o que umatal observação pode ter de contradi.ctorla ;i primeira vista, a commissaovos fará notar que as provisões deCazot não são relativas senão aos seosa.cessos, que se reduzem á çooscien-cia das modificações orgânicas que sepreparão e se dão comsigo como re-'sultado necessário das funoções ííite—riores; que essas previsões, emboramais extensas, são completamente se-melhantes a de certos epilépticos queconhecem por certos symptomas pre-cursores que t"rã<> cm breve um ac-cesso. Seria admirável que os som-nambulos, cujas sensações sãointei-rameute vivas, como vistes, possãoprever seus accessos muito tempoantes por alguns symptomas ou im-pressões interiores que escapão aohomem despertado ? E* d'essa ma-neira que se. poderia entender a pre-visão attestada por Arétóe em douslugares das suas ohras immortaes,

por Sauvage que refere um exemplo,e por Cabanis.

Accresceutemos que a previsão deCazot, não é rigorosa, absoluta, que écondicional, pois que predizendo umaccesso annuncia que elle não terálugar se o magnetisarem, o que effe-ctivãmente não se dá ; ella é toda or-ganira, toda interna. Por issÒ-COnce-beinos porque mio predisse um acci-dente todo exterior : saber quo oacaso lhe faria encontrar um cavallofogoso, que teria a imprudência dequerer detel-o, e que receberia umaferida mortal.

Elle poude prever um accesso quenão devia nunca se dar ; é o ponteirode um relógio que deve percorrer eraem ura tempo dado uma certa partedo circulo do guadrante, e que nãoo descreve porque o relógio que-brou-se. »

O doutor fíiisson definio perfeita-mente o papel do somnambulo na pre-visão. E' o de tun espectador queexamina o jogo do organismo de umamachina 3 que percebe que a um mo-mento dado clar-se-lia um accidente.N'este. exemplo a alma affirma-se in-dependente do corpo, pois que julga,calcula, reciocina, e indica exacta-mente as crises que não devem pro-duzir-se senão em tempo muito affas-tado.

Deve-se convir que o prejuízo está

profundamente enraizado no coraçãohumano, porque ba um século queesses factos produzem se abertamente,não isoladamente mas na Europa in-teira, e, erieontram-se sábios bem

pouco escrupulosos da sua dignidadft

para redicularisar essas praticas etratal-as de simples imposturas ehar.latarescas. Os testemunhos que ri la-tamos tem, no entretanto, tanta posí-tividade como qualquer phenomenophysico on chimico. Sábios da pri-meira ordem, uma commissao daAcademia, proclamaram a verdade e

o caracter scientifíco d'esses estudos ;eis porque assiste-nos o direiro deallirmar que temos em mão a provaexperimental da existência da alma.

Quando se vé um homem on umamulher em soinnamhulismo. isto tiem um estado tal que as mais vio-

lentas acções physicas são impotentes

para lhe produzir a menor impressão:

que se confirma que esse ser que se

acredita morto, vê, ouve o raagneti-

sador, designa os objectas collocadosatra/ dVlle, indica o, que se passa,não só ua casa mas em grande dis-

tancia, como duvidar quo residanV.lle um agente que mio obdece ás

leis da matéria, como recusar-se a

evidencia'?Esse indivíduo em quetn os órgãos

sensoriaes são inactivos, tem

percepção viva, mais clara queestado ordinário, prevê os accidentes

que sobrevirão 110 curso da moléstia,

uma10

ro ; nós o induzimos vivamente a re~ler o relatório de M. Husson. isso ii"aliviará de um grande peso.

Enfim elle escreve que não cre^navista a travez dos corpos ; é uma des-graça, mas para isso nós nada pode-inos ; e, entre a sua incredulidade ea afirmação dos homens da scienciajá citados, nós não hesitamos ; julga-mol-os mais aptos para decidir doque M. Bersot.

Continua

dá, emitiu, todos os signaes de umaactividade iutellectual mais intensa,mais penetrante que a dos assistentes.Cora toda a franqueza, perante esseconjuneto tão esmagador de provas^nós dizemos que é impossível negara alma.

O magnetismo não tem de lutarsomente contra os materialistas, temalgumas vezes lanças a quebrar com

0s incrédulos mesmo espiritualistas.M. Bersot, que escreveu um interes-

sante volume sobre o magnetismo,

passa ein revista os phenómenos na-turaes que apresentão analogias como mesmerjsmo e espiritismo ; nós os

encontraremos em um outro capitulono que. se liga a essa ultima ordemde idéias ; não nos oecupemos poremquantó senão do somnambulismo.Elle pretende explicar todos os factosmaravilhosos quo verificamos. Eiscomo se sabe d'isso.

Para logo, não nega o somno sum-nambnlico :

«. No magnetismo animal o que pa-rece incontestável, diz elle, é o somno

!V insensibilidade, e a obediência aoao magnetisador. Não falletnos dainsensibilidade que é um facto com-mura ; o somno é artificial, não é

menos real ; não ha discutir senão oartificio. »

Muito bem! mas se a iiisensi-biU-dado está tão bem confirmada, é tãocoram uni, porque dizeis vós um poucomais longe.á propósito dos gestos queo somnambulismo reproduz :

« E1 certo que os sentidos n'esse es-tado extraordinário não são bastanteexcitados para perceber o quê deoutro modo lhes seria insensível, queo ouvido não apanha o movimentoindicado e sua direcçâo, que o tactonão julga pela impressão do caloremanando de um corpo que se appro-xima ou afasta.se ? Explicando ascousas assim, prescindia-se, é ver-dade do mysterio ; mas eu sou, con-fesso, um dos que se contentam coraos mysterios que já existem no mundo,e que não introdnzem outros por mero

prazer. »Snpprimindo por explicações tão

lógicas os casos embaraçados, é difli-cil a M. Bersot encontrar mysterios.

Elle adraitte como cousa tão banala insensibilidade que não quer-se oc-ctipar cora ella, e duas paginas maisalém elle arrisca uma pequena tbeo-ria que se basca, ao contrario, sobreuma sensibilidade muito maior que ado estado ordinário. Para um critico,não é muito. M. Bersot pretende tam-bem que lhe custa muito recusaraos som nambulos a previsão do futu- • Typographia do « reforma noa»

NOVO* I.IVMOK

Vende-se na Federação Spirita Bra-zileira :

«Le Professem1 Lombroso et leSpiritisme», analysè feitano «Reformador» 2$000

«Os astros», estudos da Crea--ção, pelo Dr. Ewerton Qua-dros 2%000

«Obras Posthumas», por Al-lau Kardec, em brochura,3&500, encadernado 43500

«Spiritismo». Estudos phylo-sopbicos, por Max; (1° vol.)em brochura 2#000, encader nado 3S00U

«O homem atravez dos mun-dos», por José Balsamo ; embrochura 3$000, encader-uado 4§000

«Os loucos», romance spirita,

por Júlio Oesar Leal .... 2^000«O Socialismo», por Eugênio

• George 1 gü()0«Historia dos Povos daranti-

guidade», sob o ponto devista spirita, pelo GeneralDr. Ewerton Quadros, bro-chura lgOOO

«A casa de Deus», Romance

polo Dr. Júlio O. Leal,brochura 2S0ÓÜ

obras oi*i"i-:iiKc:in.s a' assistência aosNECESSITA DOS

«Trabalhos Spiritas», peloDr. Antônio Luiz Sayão . . 2$000

«Os Tres», comedia, em 1acto, por Ignacio Teixeira 1 $000

«Sem caridade, não ha sal-vação», polka, por II. F.de Almeida 1#000

AA.

M

Os pedidos para fora da Capital'Federal serão attendidos mediante, oexcedente de 500 rs. para registro docorreio. Todo o pedido deverá seracompanhado da importância em valepostal.

«Nascer, morrer, e renascerainda : progredir spmpre —tal é a ho'. »

A 1,1,an KardecNo intuito de, facilitar aos investi-

gadores da verdade, que defendem ali-herdade de consciência, oceasião paratomarem parte nos estudos iniciaes dasciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerânciaserão admittidas nas reuniões de es-tudos tbeoricos e práticos, que terálogar todos os dias, ás 7 horas da noiteá rua da Alfândega ri. 342, 2* andar

V.

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ASSINATURA ANNUAL

Brazil 5gOOOi

PAGAlllHUTO ADIANTADO

PTJBLKJA-SK NO.S DIAS 1 R ]tf DRCADA MKZ-. y»

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i*imiouico rvomichinista

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Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfândega n. 342.

ASSIGNÀTURA ANNUALEstrangeiro ' ^. . . 68000

PAGAMEÜTO ADIANTADO

PUBLICA.SE NOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

AViiiko XII Hrazil — Itio «le Janeiro — _N?*4 — PVòvéiMhi-o 15 w. aa«'KXI*I<]»II«MTI<.

¦yme

Sito agente» ile.sí a follaa

Amazonas—O Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

para' —O Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n. 42.

Rio Grande do Norte—O Sr. For-tunato Rufião Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-te, no Recife, rua 15 de Novembro,n. 65.

Bahia 0 Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro—O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario n. 42 A.

Minas-Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, era Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência n. G.

- -Q Sr. Beuedicto José de Souza Ju-nior—em Santos, rua Xavier da Sil-

k, veira n. 128.0-Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-

quim Antônio de Oliveira Roza, em.^'Cuyabã.

Rio Grande do Sul—O Sr. Al feresMiguel Vieira de. Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.—O Sr. João Moaes Pe-reira Gomes, em Paranaguái

(»As assignaturas deste periódico co-

meçam em rpalqtier dia e terminamsempre a 151 :11 Dezembro.

£?»*..

avti..hc;ao

Rogamos aos nossos con-frades satisfazerem seusd eb i Los com a maior 1 ire vi-dade, alim de podermos re-.

gülârizar nossa escripta.Os dos Estados Fe-

derados poderão enviar-nosSuas ordens em vale-postal

:

AsNisteneia ao* íieeesciíario*

Esta Instituição funeciona nà Ruada Alfândega n. 342, 2-. andar, ha-vendo sessão todos os domingos ás %horas da tarde.

Intolerância

Acabamos de ter noticia de queno município do Bom Jardim o spiri-tismo encontrou, afinal, quem se lheoppuzesse, não com as armas valen-tes do raciocínio e da intelligencia,mas com a dynaraite destruidoral

Esta prova de selvagcria, de quemjulga poder abafar a evidencia defactos naturaes cora a só brutalidadeda força, só poderia vir da escuracegueira do fanatismo. Dir se-ia queretrogradámos aos tempos do pas-sado em que, pela ameaça e pela.tortura, procurava-se conseguir aabjtiração das crenças próprias. Pormais ameaçadora, porém, que seja acatadnra dos fanáticos, os spiritasnão nos arreceiaraos de sua bratali-dade: convictos de nossa missão depaz e de amor, havemos de leval-apor deante sob a garantia das leisprotectoras e liberaes que nos regem.Mas^.si por. ura desvario dos en-'ar-regados da sustentação da lei nãoencontrarmos, na arca sauta dos co-digos, guarida para a liberdade denossas crenças, nem assira poder-se áabafar a verdade do spiritismo, por-que as causas mais perseguidas sãojustamente as mais victoriosas. Fe-lizmento. pura o Brazil, os casos dese armarem braços de assalariadospan», A. viva força, atacarem nas pés-soas os brados da consciência, maisnão são ilo que sporadicos. Aindaassim, entretanto, um st') caso bastapara proviir quanto são impròdu-centes os acios da intolerância e dofanatismo. Embora nos encliamos depesar pelo erro dos que, cegos, nãovendo em nós os apóstolos tia verda-deira caridade e do amor, procuramperseguir-nos materialmente, emboraimploremos em seu favor as luzes denosso 7"ae Celestial, firmemo-nos naCarta Constitucional Brazileira, queé a garantia de nossos direitos; Eavante, sempre avante !

Chamamos a attenção dos poderespúblicos para a seguinte _c't_', queentendemos de nosso dever transcre-ver na integra :

« Aos cinco dias do mez de no-vembro de mil oitocentos e noventae quatro, as cinco horas da tarde,reunidos os irmãos deste grupo abai-xo nssignados, o presidente abre asessão, o diz:—que, em vista de seachar o nosso grupo ameaçado, se-gundo os boatos que correm, e dafrustrada tentativa de ataque no sabbado três do corrente, tinha convo-cado esta asserabíóa geral afim de se

tomar as providencias que o casoexige ; disse que deixava de compa-recer por não poder viajar a cavalloo nosso irmão Barão do Dourado, masque está de accordo com a delibera-ção da assembléa, e pediu para lhemand.r os papeis precisos para elieassignal-os.

Fiz.«ram uso da palavra, além dopresente, os irmãos Tito, peophi-Io,¦Cypriano, José Geraldo, Eduardoe José Machado. Ficou resolvido aofficjar-se ao delegado de policia domunícipio, ao Dr. chefe de policia eá Federação Spirita, enviando a essaa cópia da acta na qual constará osofficros dirigidos ás autoridades e, nocaso de nova tentativa, para dissol-ver o nosso grupo, quer por partedos ^malfeitores, quer por parte dasautoridades, recorrer ás autoridadessuperiores e á imprensa. A's sete emeia horas da noite, o presidentesuspende a sessão por duas horas,afim ;_o redigir-se os oíH-cios para asautoridades. A's nove e meia horas,o presidente reabre a sessão. Sãolidos, approvados e assig.nados os offi-cios do theor seguinte : Sala das ses-soes do grupo spirita Luz e Verdade,em cinco de novembro de mil oito-centos e noventa e quatro.

Mim. Sr. — Os abaixo assignadosirmãos deste grupo, vem respeitosa-mente commuhi.car a V. S. que tend >,desde nove de junho, fundado esteo-ripo para estudos psycológicos, quêfuneciona tolos os sabbados, e ha-vendo no logar pess -as de idéas con-tra rias, têm os abaixo assignados, pormais de uma vez, sido avisados quetentavam atacar o grupo, sabbado .3do corrente, ás oito para nove horasda noite, apresentou-se um grupo ar-mado, e trazendo _yoamit.es, preten-diam assaltar a casa das sessões, quetêm logar na fazenda da Barra Grau-de, não levando a eífeito por ter-secelebrado a sessão no dia antecedente,em eommemoração á dato ; indigna-doa por não encontrarem .r.eunitjos,deitaram um dosdynamites nas"proxi-midiides do estabelecimento do sub_dito italiano Luiz Coputo, que ficaem frente á mesma casa, e, como es-peramos nova tentativa, resolvemos,em assembléa geral, ofiiciar a V. S.

Foram reconhecidos no grupo dosmalfeitores: Luiz Antônio Fernandes,João Caboclo, Geraldo JosVda Con-ceição, Liduino e Augusto, filhos domesmo, À.ma.ricio José do Rego, e umfilli. do mesmo. Suide e fraternidade.Ao IIlm. — Sr. delegado de policia domunicípio de Bom Jardim. Ass:gna~

dos: José Joaquim de Macedo, presidente, José Geraldo de Macedo, Vice-pre-sidente, Tito Laurentino Pontes, Io se-cretario, Francisco Antônio Palmeira,2o secretario, Pedro Alberto Cathermolthezonreiro, Accacio José da Silva Lisboa fiscal, Cypriano Antônio de Abreu,José Machado Dutra, Theophilo da Sil-vaFreire.JEduardo Gonçalves de Lima,AugustoMosé de Almeida, AntônioMoreira |k .Silva Mattos, LourençoVarol Klem, Antônio José Fernandes,Pedro Francisco Cathermol, João Joséde. Macedo e Barão do Dourado.

Deixarão de assígmar por motivosjustificados, trez dos nossos irmãos(visinhos) e outros por morarem muito "distante e ignorarem o facto. O officiodo Dr. chefo de policia é do mesmo the-

'or, havendo o augmento seguinte:como não espurarnos providencias das-autoridades locaes, resolvemos officiara V. Ex. esperando do seu critério ásprovidencias que o caso requer.

Foi nomçada a seguinte oomnwssão,para entregar o officio ao Major Mi-guel de Abreu e Lima Pt-reira Couti-nho, delegado de palicia, compostados irmãos, José Joaquim de Macedo,Eduardo Gonçalves de Lima e Cv-priano Antônio de Abreu foi resolvidoque a mesma commissão enviasse pelocorreio de Cordeiro o oíH do ao Dr.chefe de policia.

Foi marcado o dia seis para a com-missão compriro seu mandai >. Findosestes trabalhos, ás onze libras dunoite, o presidente suspende a ses^ãiaté o dia seguinte, a fim d.-, comuns-são dar conta da sua missão. As setehoras da noite do dia seis do correnteaprezentou se a commissão, o presi-dente convida o vice-presidente parasubstitoil-o e scientificar que a com-missão entregara ao Snr. delegado depolicia o officio e este declarou quenada podia fazer, mas que, em consi-deação á commissão ia officiar ao Dr.chefe de policia mandando copiado'officio por elle. recebido deste grupo,talvez fosse preciso dissolver o nossogrupo para livrai o de conflicto.^ Acommissão chamou a attenção da an-toridade para os assignatarios do offi-cio e convidou-o para assistir e fisca*lizar os mesmos trabalhos. Depois dealguns irmão, usarem da palavra so-bre este assumpto, o presidente en-cerra a sessão ás dez horas da noite.

Vai assignado pelos mesmos dosofucíos.Sala das sessões do grupo spirita

Luz e Verdade, em 10 de novembrode 1894.- Tito Laurentino Dantas,secretario.»

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Ah curas syiiipaíhicas.

(Continuação)

Vemos também pelos escriptos deTenzel, Wirdig e Maxwell, que seussuccessôres apreciavam muito estemethodo de curar. Hoje Paracelso sóconta adherentes nos campos, entreaquelles que, possuidores de um velhovolume, curam ainda por trata mentos sympathicos. Bem se pôde ima-

ginar que estas curas não se achamnas mãos dos mais competentes, en-tretanto não ha mais do que iufor-mar-se; os camponezes curam muitasvezes aquelles que foram abandona-dos como incuráveis pela medicina

official. Eu poderia mesmo citar onome de um pintor muito a iam a d o

que, depois de ter esgotado todos osremédios, foi curado por um empi*-rico. Vi um dia um desses campone»zes curadores comparecer perante a

justiça como todos aquelles que fazemconcnrrencia á medicina monopoli-sada, e pagar tranquillamente suamulta, porque suas dospozas deviam-lhe ser largamente restituidas pelamunicipalidade.

Si, pois, eu defendo as curas sym-pathicas, entendo por isso o methodoprimitivo que ainda se conserva emsua pureza nos campos. Assim tara-bem, desejando voltar aos paracel-sistas, não é sinão para retomar o lioperdido, desenvolvéT-o e elevar estemethodo a uma altura tanto maiorquanto possuímos hoje meios de acçãodesconhecidos de nossos antepassados.Quanto aquelles que com isto nãoquerem convir, devo somente dizerque a medicina não se lhe poderásubtrahir, porque todas as scienciasnaturaes para isso concorrem.

Ensinam os paracelsistas, e de-monstra Reichenbach, que o Od acha-Se em todos os reinos da natureza,que todo corpo ptssue qualidadesodicas; só não se as pôde demonstrarphysica ou chimicamente, porqueellas não actuara sinão sobre o a°'entemais subtil da natureza, o nervo sen-sitivo.

Tomemos a principio o reino mi-n.eral. Contentar-me-ei com citar umsó facto.

Em 18Gõ, Reichenbach recebeuuma carta do celebre chimico Berze-lius, de Stockholmo, que lhe pediupermissão para vir com elle estudar,em Carlsbad, a questão do Od. Rei-chenbach acceitou o convite, procu-rou uma pessoa sensitiva, e achouuma por intermédio do medico o con-selheiro Hochberger. Foi Mlle. Sec-kendorf que teve a bondade de seprestar ás suas experiências. Rei-chenbach encheu um sacco com dif-íerentes substancias chiraicas, enro-Was todas em papel de sorte queninguém pudesse conhecer o con-teúdo. Atirou-as ao acaso sobre amesa, e pediu então que a moçapassasse a palma da mão por cimadellas. Ella fèl-o e declarou quehavia sentido uma attracção, exer-cida sobre sua mão, quando passavapor cima de alguns embrulhos, aopasso que nada sentira com outros.Reichenbach pediu-lhe que. puzessede um lado os embrulhos que a in-

fiuenciavam e do outro os que lhepareci a m ind j ffere n t es.

Abertos então os papeis, achou-se,cousa extraordinária, que áquellas isubstancias qne não tinham tido inuuencía sobre a moça eram électro-positivas, o i(ue as que tinham atira-hido a mão eram electrouegátivas.Reichenbach acerescenta: «O grandemestre da theoria sobre a eleclro-chimica não ficou pouco admirado deter achado no nervo sensitivo umagente novo que juntava um pilarfundamental á sua creação. Desdeeste momento elle estava ganho paraminha causa, e o confessou em seudiscurso, em Bonn, como também emseu relatório annual de 18(55. »

(Con ti mia).

Ií!x|»ei*iciscias INyehieo-lBa-g 11 éticas

Com a devida venia transcrevemos

para estas columnas, de nosso coilegaLumen, as seguintes curiosas expe-rieucias :

Notabilissimas e concludentes sãoar, que disse La Paix Universellc ter

presenciado D. A. Costet. Ouç.amossuas próprias phrases :

«Achando-rae em Paris, fallou-se-me muito das experiências sobro aforca psvchica de Mr. Horace Pelle-

V

tier.Fui, pois, uma tarde á casa deste

valente investigador, e eis aqui o

que vi. Relatarei simplesmente osfactos taes quaes se produziram e des-providos de todo íioreado litterario,completamente inútil nestes casos.

Mr. Horace Pelletier tem quatrosensitivos: dous homens e duas mu-lheres. Dous sensitivos principal-mente possuem uma força psyehicaextraordinária.

Mr. Horace Pelletier, agindo comohomem illustrade, mantêm-se neu-tro: deu mi' oceasião para observardetidamente os sensitivos, descobrirsi é possível o mais ligeiro embustee analysar com cuidado cada pheno-meno que se produz.

Primeira experiênciaTraz se uma pequena mesa redonda

de três pés; ao redor delia, e a vintecentímetros proximamente, sentam-se os quatro sensitivos conservandoos braços cruzados. Sobre esta mesacollocamse differentes objectos e es-pecialmente uma lapiseira de alumi-nio. cujo peso era de vinte grammas.No fim de alguns instantes .os obje-ctos movem-se por si mesmos e semcontacto algum ; a lapiseira acompa-nha os seus camaradas. Estas trocasde logar, bem grandes ás viv.es, sóse produzem com intermittencias.Não ha duvidar.

Os objectos movem-se debaixo dainfluencia de uma força qne emanados sensitivo" : nós a chamamos forçapsyehica.

Segunda experiência

Deixam-se estes objectos, que sãosubstituídos por um copo cheio d1aguaaté as bordas. Um momento depoisa agua, antes em calma, agita-se; o

movimento açcentua-se até borbotarligeiramente, voltando depois á cal-ma; novamente o movimento produz-se, crescendo mais e mais. E1 de notara mesma interraittencia do facto an-terior.

Terceira experiência

Colloca-se sobre a mesa uma bagade sabugueiro, suspensa por um lioou ura pequeno sustentaculo metal-•ico; immobilisa-se, e cinco minutosdepois põe se em movimento : dir-se ia que é attrahida por um iman.Quando a attracção em um sentidodeterminado, mas não convenciona-do, cessa, a baga torna ao seu estadonormal. Após começa de novo a at-tracção, quer do mesmo lado quer deoutro qualquer; nota-se sempre aintermittencia. Peço ao sensitivo nu-mero um que ponha sua mão aberta,os dedos para deante e verticalmentea dez centimetros mais ou menos dabaga de sabugueiro.

Depois de algumas vacillações,esta ultima vem juntar-se a mão,

permanecendo assim durante dous outrês segundos, e repetindo-se em se-guida o phenomeno.

Quarta experiência

Esta é muito importante. Trata-sede uma agulha imaUada de dezcentímetros de comprimento collo-cada sobre ura eixo de cobre.

Posta sobre a mesa, conveniente-mente isolada e conservando-se ossensitivos com os braços cruzados,vé-se, no íim de cinco ou dez miuu-tos, que a agulha põe-se era movi-mento. Depois de algumas oscilla-ções nota-se um ligeiro desvio quefaz se cada vez maior.

Peço novamente ao sensitivo nu-mero um que ponha sua mão a cincocentímetros, mais ou menos, acima,em plano e posição longitudinal ; odesvio torna-se mais intenso até che-gar a «culha a formar uma cruz coma mão ; pouco a pouco eudoudece eperde o norte. Fiz repetir esta e\pe-riencia na mesma sessão, obtendo sesempre muito bom resultado. A in-teriuitteucia, na força de emissão, éconstante.

Quinta experiência

Os sensitivos estendem as mãossobre a mesa, formando eadêa, istoe, fazendo tocarem-se os dedos ex-treinos.

Nesta posição a mesa oscilla sim-plesmente, e, apezar de observaçãominuciosa das mãos dos sensitivos,como também dos seus braços (queestão mis até o cotovelo), não se vêmovimento algum de músculos outendões. Fora disto, o resto «não temmaior importância. Mr. Pelletier nãoos faz collocar as mãos sobre a mesasenão para carregai a á maneira deuma pilha.

Quando elle a julga suficiente-mente carregada, iáz levantar asmãos conservando-as a dez centime-troa proximamente; uni momentodepois a mesa oscilla, resvala e ele-va-se ligeiramente para cahir logo,e isto, asseguro, suecede sem con.tacto algum.

Sexta experiência

Esta ultima é extraordinária ; tra-ta-se de um phenomeno de elevação.

Mr. Pelletier faz collocar os sensi-ti vos de pé, com os braços no ar eunidos pelas mãos. Um paciente pe-netra debaixo desta espécie de pa-lio humano e permanece egualmentede pé.

Ao cabo de cinco a dez minutoso paciente vacilla, faz-se sentirattracção que, augmeuta mais e mais *.o paciente perde o equilíbrio: emseguida, como si fosse levantadopelos hombros e cabeça, fica sus-penso no ar e torna a cahir.

Eu tinha visto muito bem, porémdesejava estar certo por mira mesmoe experimentar o effeito produzido.Pedi, e me foi concedido, o posto dopaciente, o qual reuniu-se aos outrossensitivos. Depois de dez minutos deespera, senti uma força de attracçãode baixo para cima até o ponto devêr ainda, apezar meu, elevarem-semeus calcanhares, e logo chegou porseu turno á ponta dos pés, e duranteo curto intervallo de dous segundos,ea um centímetro proximamente dochão, estive perfeitamente suspensosem outro auxilio mais que a forçaemanada dos sensitivos.

Esta força é poderosa, visto queequilibra a attracção terrestre, e sãode esperar descobertas maravilhosaspelo estudo profundo e, sobretudo,pratico que, seja dito de passagem,todos nós devemos fazer.

NOTJGIABIO

Novos Ui-upos.- Na cidade deLavras (Minas Gerais) ficou instaladosa 26 do mez passado o Centro Spirita«Luz e Caridade ».

Nesta' Cipilai, a 21 do dito mezcoustituio-se em grupo regular o qnejá fiinccionava como particular miI> otitulo «Nossa S. da Gmee.ição Appa-recida.»

As suas sessões serão ás quartas-feiras.

Desejamos farta e boa colheita aosnovos trabalhadores.

BMicnonicnos na 9Enssia.—Conta o Rebus de S. Petcirsbúrgo queem um circulo spirita deu-se o curiosophenomeno de haver se descollado otaboleiro de uma pequena mesa e dizero espirito que não o tornassem a collar;dando-se desde então o caso d-!, quan-do se collocam as mãos sobre a mesi-nha, girar o taboleiro em um suitidoeo pé em sentido opposto.

O refaria > periódico, relatando umasessão celebrada naquella capital corao médium Sarabor, diz ter se repro-duzido o phenomeno obtido ha quiuzeannos pelo professor ZÒllner com omédium Slade, de formar-se um nóem uma corda cujas pontas estavamselladas sobre um pedaço de cartão.Ophenomeno repetiu-se em outra ses-são, na presença e debaixo da vio-j:lanciá do Sr. Aksakoff.

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ItBWOBtll.-tlftOU — 1*?U - Novembro 15

Retiramos estas noticias da Lie vistade Estúdios Psgcologicos.

ll<~e(lei*aç$to S|»irit« Univer-vai.— A Commissao desta Federaçãoresolveu em sessão de 18 de Julhoultimo croar raatinées litterarias emusicaes, que serão dadas pelos í-piri-tas de Paris.

A Commissao fa/ appello aos escri-

piores, poetas, compositores de musi-ca, instrumentistas, actores, actrizes,cantores e cantoras (prbfissionaes on

""amadores) para prestarem seu con-

curso, e publica o seguinte regula-mente para essas festas votado :

1. — A Commissao organisadoraterá a direcção das matinées littera-rias e musicaes.

2. —A excepção do Sr. Presidenteda E. S. U. os membros da dita Com-missão serão nomeados por votação.

3. — A Commissao organisadoracompor-se á de: o Sr. Presidente daF. S. U. um director artístico, umthesoureiro., um inspector e três com-missarios'

4.—Cinco mombro.s escolhidos pelaCommissao Federal formarão a Com-missão de leitura, que tomará coubecimento dos mánuscriptos: prosa,poesia e musica.

5—Cada producção luterana oumusical, submettida á commissao deleitura, devera ser original.

6. — As pessoas que não estivereminscriptas no programma, não terãodireito a usar da palavra.

FOLHETIM O.)

LÁZARO —0 LEPROSOKOMANOU SPIRITA

PIOR

\

/.—-Todo improviso será vedadoaos uuctores, que, durante a audição,não deverão trocar do modo algum otexto do manuscripto acceito pelaCommissao de leitura.

8.— uma infracção ao artigo acima¦será seguida de uma chamada á òr-dera da parte do Sr. presidente.

TA—Os números do programma oa classificação dos auctores e artistasnão poderão ser mudados sinão porum caso de força maior, com assen«timento do Sr. director.

10. — O Sr. presidente da F. S. U.terá um poder discricional om cadareunião : todo incidente deverá sersubmettido ao seu arbítrio.

J-.I' —As Sras. e Srs. actores e ar-tistas, durante as audições, terão porchefe hierarchico o Sr. director.

12.— O accesso á scena será rigo-rosamente interdicto ao publico.

A médium lime. AI. BO. \%'il-liams. — Diz a Revue Spirite, queesta celebre médium de materialisa-ções, cuja presença é desejada emS. Petersbnrgo, em Haya e em Ber-lin,está convidada para, dirigindo-sea estas cidades, demorar-se em Paris,onde terá um bello acolhimento, jásendo recebida em um celebre salão,já em casas convenientes em que sepreparariam sessões de investigaçõessérias e sciehtificap.

Dizem os correspondentes da ditaRevue que com esta médium mate-rialisa-se uma grande quantidade deespiritos que são muitas vezes reco-nbecidos pelos investigadores.

O Spiritismo e a imprensa.Diz a Revista de Estúdios Psgcologicos,de Barcelona, «que a Revue scientifi-quedesidées spirilaalistes, de Julho-Agosto reproduz artigos de alguns im-portantes diários de Paris, refractariosantes ás nossas idéas e que agora occu-pam-se cum alguma freqüência de as-suniptos referentes a Spiritismo ex-perimental.»

Para nós é este um syraptoma par-ciul (pio se converterá bem de pressa«'ii geral, visto que a missão da im-pressa—leiga, imparcial e indepen-dente —é instruir-se e instruir a ver-dade reconhecida como tal.

E o Spiritismo ja tendo conquistadoos foros de Sciencia nova, não ó parancimirar que os couscienciosos cum-pram iielmente o seu dever, e os me-uos sinceros busquem pelo menos, porimitação, acompanhar a raóda.

MtSÒEtLÃNÊÃ"

\

,V

O Dr. Beltrão, aquelle joven medicoque salvara Lázaro arrancando-o ás gar-ras da morte, em S. Paulo, tinha vindo aMogy a chamado do dono da principalbotica da cidade, que tinha sido seu col-lega de anno na Faculdade e queria atodo transe que elle se estabelecesse alli,onde podia dar-lhe grande clinica.

Já havia alguns dias quo o distinctomoço estava em Mogy e nem um chamadorecebera, o que fazia-o arrepender-se deter deixado S. Paulo, onde a fama da curade Lázaro, de que o Baptista su fez tuba,já lhe hia dando o que fazer.

Seu amigo boticário, porém, animava-odizendo :

« — Si vocô tiver aqui outro Lázaro,não hão de ser"alguns chamados que terá,como lá, mas chamados de todos estesfazendeiros, porque aqui só ha um me-diío, que não é grande cousa e que vocêinutilisará em pouco tempo, até porqueelle já está rico e presta-se a contra-gosto.

Espera, que tudo depende unicamentede você começar, e começar bem, comoconto por certo'.

Estavam a palestrar sobre este assum-pto quando chegou á botica o portador deProcopio, que tendo hido ao doutor daterra e não o '.-ncontrando, soube que alliencontraria um novo. que parecia maisestudante do que medico, dizia o infor-mante.

De onde é 'o chamado? perguntou oboticário.

Da fazenda das Lavras-Podes hir, Beltrão, que não perderás

0 tempo-

Quem é o doente ? perguntou porcuriosidade.li' o intendente, o Sr. Lázaro.Bravo ! gritou o boticário. Eis outro

Lázaro que te vem abrir a carreira aqui.Bom agouro.

- E ainda.não conheces outra coinci-dènçiá, replicou o doutor; ó que o pri-ineiro Lázaro era protegido do conde dasLavra*, que julgo ser o dono desta fa-zenda.

li' com enxuto seu dono, respondeu oboticário.O moco medico partiu sem demora,

com o portador do chamado e fez-se an-nunciar ao doente.Que felicidade ! exclamou este quán-do viu o medico.

•fá sei que ainda não é desta que medespmbirnco do fardo pesado que tenhoobrigação de carregar !

Corno veiu ter aqui? doutor. Foi Deusque o mandou; foi, sim.

O doutor exultou de ver a confiançaque inspirava ao doente, pois sabia quéesta vale por meia cura e julgava o casogravíssimo, pelo que lhe disse o portadordo chamado durante a viagem.

Agradeceu, pois, o acolhimento que lhofez Lázaro, e passou a examinal-oO exame foi o de um medico que sabesel-o e tão profundo e minucioso quari oo exigia o caso, um caso singular, com-

plicadode accidentes, cada qual mais in-decifravel.Beltrão foi do seu anuo o discípulo

mais aproveitado de Ferreira de Abreu,barão de Toerezopolis, um chimico e to-xicologista, na altura dos primeiros daEuropa, onde fez um nome respeitado.

Eellectiu, pois, muito profundamentesobre o caso, pesou todas as circumstan-cias, e formou um juizo «ad verificnndum»Julgou que era um caso de envenena-mento pela strychnina, porém em dozetão elevada, que produziu maior efféitotópico do que dynamieo, sendo este emparte tolhido por aquelle, e principal-mente pela eliminação da substancia to-xíca, pelo óleo de ricino.— .15' uma felicidade, disse monolo-gando, que o.s malvados acreditem quequanto maior fôr a doze do veneno, maiore o eíleito.

-~ Como diz ? doutor. Estou envetie-nado ?Não sei, respondeu o medico arre-

pendido da sua indiacreção ; mas os svm-

íAíAl M IAAMIÍXPOSTO DA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOS

SUAS BASES SCIHNTI1-1CAS R EXPERIMENTA ESSUAS CONSKQUENC1AS MORAES

POR

liéon IftenisV

PARTE MORALo CAMINHO DIREITO

LII.TUABA1.U0, SOBRIEDADE, CONTINÊNCIA

O trabalho é lei para as huma-nidades planetárias como para as

ptomas e principalmente o facto do senhorsó ter tomado hoje uma chicara de café,me fazem snpppr isto, que tratarei dèverificar.

Lázaro ficou seriamente incommodado,por ser aquillo a prova da perversidadede uma alma, quejpor si só condemnava,sem ter sjquer a mínima razão, pois quea todos alli tratava bem. E a recommen-d» ção de Manoel da Silva a respeito deMaurício veiu-llie ao pensamento.

O doutor receitou immediatamente emandou que fossem correndo buscaraquelles remédios, ficando elle á esperaporque queria ver o eíleito que produ-ziam.

Em menos de duas horas, que o doutorlevou a conversar com Lázaro, jà outrodepoA da sua apparição, chegaram osremédios, que foram bem revistados eapplicados pelo próprio medico.Nestes casos, dizia, é preciso ter amaior vigilância, porque si de facto haenvenenamento, o envenenador pôdeaproveitar o próprio remédio para jnsi-nuar a substancia tóxica.

Eu tomo a mim esta vigilância, disseProcopio.O doutor olhou paia Lázaro, que com-

prehendeu-o e disse:Pôde confiar nelle.Obrigado, disse o rapaz apertando a

mão de Lázaro e om os olhos razos delagrimas,

0 Dr. Beltrão passou o resto do dia etoda a noiie a cabeceira do doente, queteve uma reacção violentíssima tal, que jfez o moço medico quasi desanimar- •

Vou á cidade ¦¦¦ volto, disse a Pro- Icopio, e o senhor na minha ausência nãopermitia a entrada de quem quer que *!seja aqui; não conversa com o doente eapplique-lhe os remédios á hora precisa. :

Pôde ficar tranquillo, Sr. doutor, quesuas ordens serão cumpridas á risca. ;A escravatura, assim que soube da mo- \lestia de Lázaro e que a moléstia era mor-

tal, ficou acabrnnhada, como não écom-mum em gente bruta.

Choraram o.s pobres preto», como siestivessem para perder seu pai e paidaquella gente tinha sido Lázaro 'nos

poucos mezes de sua administração,A' noite, no terço, todos pediram aDeus, do fundo do oração que tivesse

piedade de sua triste sorte, conservando-lhe o homem que tinha tido d.eíles com-paixão, o aqós áquella expansão do sua

sociedades do espaço. Desde o sermais rudimentar até os espiritos an-gelicos que velara pelos destinos dosn]lindos, cada qual faz sua obra,toma parte no grande concerto uni--versai.

Penoso e grosseiro para os seresinferiores, vae-se o trabalho ado-çando á medida que a vida se de-

pura, até se tornar deleitoso para oespirito adiantado, que já se libertoudas attracções materiaes e vive occu-pado de estudos elevados.

Pelo trabalho o hon.em senhoreiaas forças cegas da natureza e põe-sea salvo da miséria ; por elle é que sefundam as civilisações, espalham-sea abastança e a sciencia.

O trabalho é a honra e a digmi-dade do ser humano, O ocioso que,sem produzir, aproveita-se do tra-balbo alheio, não é mais que uraparasyta. Eramudecem as paixões dohomem emquanto elle está orcupadode sua tarefa. Ao contrario, a ociosi-dade as desencadèa e lhesj abre vastocampo de acção. IA também o tra-balho grande consolador, e salutarderivativo a nossos cuidados e tris-tezas. Elle abranda as saudades efecunda a intellig-encia. Magnas,desenganos, desgraças, tudo elledulcifica. O trabalhador tem semprerefugio certo nas provações, verda-dçiro amigo na penúria. Para ellenão pode ser tediosa a vida. Masquanto é lastimável a situação da-

alma, que tão agradável devia ter sido aoPai de amor, levaram a noite inteira atéhora de seguirem para o trabalho,' ve-lando em torno da casa do intendentepara saberem como hia elle.

Para socegarem um pouco, foi precisoque Procopio, chegando a uma janellalhes dissesse que o doente hia. melhor èque o medico esperava pòl-o bom".

O que se via alli fazia lembrai- o ouese viu na rua das Petites Ecíiries, emParis, quando o povoem massa nrocusaber do estado de Mirabeau.irava

0 negro tem coração, o que falta é sa-ber vibrar nesse coração petrificado pellmisena e pelo soffrimente, a corda vivadé abafados aifectos.Foi o que Lázaro soube fazer elevandoos da condição de bestas á dignidade deseres humanos, e por isso colhia ao-òrànaquellas manifestações de sentido amoro prêmio de seus esforços, o maior tri-umphò do homem sobre a terra— o re-erptiimento. não de um homem, mas deua a multidão .le homens.Lázaro chorava de enternecido e si nãoo contivesse seu medico, teria sabido adizer áquella massa em que infundira aconsciência de sua condição hominal as

palavras de fogo que lhe* irromperam docoração : negros, vocês são homens comoeu, negros, vocês são meus irmãos, por-que Deus é o pai de todos nós, filhos deDeus; supportem contentes as durezaadesta vida, porque ria outra não ha negrosnem escravos, todos são espíritos e osque foram negros e escravos e supporraram com resignação sua triste condiçãoterão maior quinhão do amor de DeusPela visinhança por onde se espalhou anoticia da grave moléstia do moco nãotoi menos o sentimento. Todos lastimavamque se finasse o homem superior mm ,. npoucvs mezes, fez da fazenda desmora-lisada, um modelo de fazendas, onrani-zando sabiamente o trabalho e plantandoa disciplina sobre a base do amor.

'

O Dr. Beltrão si vencer estapaniiasera como dizia o boticari0; 0 m„d.co de toda a população de Mogy, US£que toda ella estava empenhada Sifotnumpho oaqueila causa, que atemosdesconhecidos inspirava interesse

O moço, nao por isto mas poronecomprehend.a os altos deveres do seu si-cerdoc.o, instalou-se na IV/enda par 0perder o menor ensejo de agirei' stvissimo caso. r„J!' AContinua,

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quelle queas doenças condemnam â

im mobilidade e á inacção 1 E quandotal homem já sentiu a grandeza e a

santidade do trabalho, quando, acima«Ha vê o inte-do interesse propi

resse geral e o bem de todos, a que

desejaria servir, é das provações mais

cruéis que podem caber a ura ser

vivo.Esta 6 no espaço a situação do

Espirito qne se negou a seus deveres

e esperdiçou a vida. Cumprehehdendo

muito tarde a nobreza do trabalho

e a baixeza da ociosidade, é-lhe ura

tor mento não poder realisãr o que a

alma concebe e anceia.

O trabalho é a communhão dos

seres. Por elle approximamo-nos uns

de outros, aprendemos a nos auxiliar

e a nos unir ; d'aqui á fraternidade

pouco vae. A antigüidade romana

deshonrára o trabalho fazendo delle

a sorte do escravo. D'ahi a esterili

dade moral, a corrupção e as doutri-

nas sêccase frias daquella sociedade.

Os tempos actuaes têm diversis-

sirna concepção da vida. No labor

fecundo e regenerador está a plení-tnde. delia. A philósophia dos Espi-

ritos amplia ainda mais esta concep-

cão indicando-nos na lei do trabalho

o principio de todos os progressos,de todas as elevações, mostrando-nos

que a acção desta lei estende-se á

universalidade dos seres o dos mun-

dos. E isto autorisa-nos a dizer : Ora,

vós, todos que deixaes torpecer vos-

sas faculdades e forças latentes! A

pé, e á obra 1 Trabalhae, fecundae

a terra, fazei estrondoar nas fabricas

os cadentes martellos e silvar o va-

por I Grande e santa é vossa, tarefa.

Vosso trabalho é a vida, é a gloria,é a paz da humanidade. Operáriosdo pensamento, investigae os grandes

problemas, estudae a natureza, pro-pagae a sciencia,.entornae pelas tur-lias os escriptos e as palavras queanimara, levantam e avigórara. Uni-dos na obra gigantesca de uraa a

mitra extremidade do mundo, tra-

balhe cada um de nós por opulentaro domínio material, intellectual emoral da humanidade.

São parelbás a sobriedade e a con-tinencia. Os prazeres da carne amol-lentain nos, ener.vam e torcera do ca-rainho da sabedoria. A volúpia écomo um abysino onde se afundamtodas a.s qualidades moraes. Longede satisfazer-nos,- ella mais não faz

que atiçar nossos desejos. Mal nosdeixamos entrar delia, invade nos,

absorve-nos e, como uma onda, apagaem nós todas as aspirações rádios as,

todos os intuitos generosos. Entracomo visita modesta, e era pouco é

senhora e tyranna.Esquivae-vo-i aos prazeres çorrup-

tores que murcham a mocidade e

envenenara a vida. Escolhei uma

companheira e séde.-lbe fieis. Fazeiuma familia toda vossa. Uma exis-

tencia honesta e regu'.ar ha de cir-

cumscrever-se á familia. O amor da

esposa, o affecto dos filhos, a atmos-

phera sadia do lar são preservativossoberanos contra as paixões. Cercados

dos entes que estremecemos e paraos quaes somos o único arrirao, su-

blima-se o sentimento de nossa res-

ponsabilidade; crescem a dignidade

e a sisudez ; melhor comprehendemos

os nossos deveres e, das alegrias quede tal vida nos a d vêm, tiramos forças

para achai-os fáceis de cumprir. Como

commetteriarao.s acções de que teria-

mos de corar na presença da mulher

e dos filhos?

(Continua).

0 SPIRITISMO ANTE A SCIENCIAPOR

Gabrel Delniuitt

1>A II T E SEU UN DA

CAPITULO 111

Somnambulismo magnético

+ +

A primeira condição para quemquer guardar a alma livre, a intel-ligencia sã e a razão Incida, é sersóbrio e casto. As demasias da mesa

perturbam-nos o organismo e as fa-culdades ; a embriaguez rouba-nos adignidade e a moderação. A frequen-cia de taes vicios gera numerosasdoenças e achaques, que nos. prepa-ram uraa velhice miserável.

O sensato dá ao corpo o que lhe é

necessário, em termos que elle sejaum servo útil e não ura tyranno.

Reduzir as precisões materiaes, en-freiar os sentidos, calcar os appetitesvis, é libertar-se do jugo das forçasinferiores, e apparelhar a emancipa-cão do espirito. Ter poucas precisõesé também uma das fôrmas da riqueza.

O autor c.onfe.s.-a que não tem re-nuenaucia ab-uma era admittir aco rara única ção de espirito a espirito,mas que não pôde crer que ella se

produza entre soranambulo e magne-tisador, porque, diz elle, quando aalma está no corpo ella não pôde com-mnnicar-se senão a certas condições

physícas que não se sujeita á vou-tade.

E' certo. Si quizessemes no estadonormal lèr o pensamento de ontreinessa operação offereceria alguma difli-culdade, apezar de ter M. Cumber-land dado provas este anno de nãoser isso implicavel ; mas, no caso, osoranambulo está era estado especial,sua alma está desprendida, ou poroutra, está menos ligada ao corpo,o que lhe permitte irradiar em dis-tancia, ser clarividente.

Eis, pois, a que se reduzem as ob-jecções; é tudo quanto os críticos osmais acreditados achão como explica-ção dos factos de somnambulismo. E'

precizo confessar que seos leitores nãosão difficeis a contentar, seos conten-tão com tão mesquinhos raciocinos.

Entretanto o facto existe ou não

existe. Se existe, dae vos ao trabalho

de verificai o cuidadosamente, e tra-

zei-nos argumentes (lansiveisem lugar

das negativas que não repousão em

cousa alguma ; se não exicte, ó inútil

então discutir.Quereis ter um outro exemplo da

desenvoltura com que Mr. Bersot ex-

plica os factos maravilhosos, ouvi :

« O dom de. fallar lingoas desço-

nhecidas, que se encontra tantas

vezes por entre os convnlsinarios de

Céveunes, e que encontramos em cer-

tas doenças convulsivas, suggeroumareflexão.

Se são lingoas que existem em

algum lugar, masque o doente antes

não as lêo on ouviu pronunciar, « se

nos perraittirá negar simplesmente o

facto, » e. mesmo não lhe dar rasão.»

E' mais fácil do qne fazer compre-

heuder como o phenomeno pôde oro-

duzir-se, e duvidamos muito qne M.

Bersot convença muita gente pelaeloqüência pérsuasiva que emprega ;

é uraa confissão de impossibilidade

que. é bem registrar. Mas se a nega-

ção pura tera seu encanto, ella não

iguala era graça a explicação rela-

tiva ao caso ein que o doente falia

uraa lingoa de que ouvio algumas

palavras ao acaso, como o latim, quemais ou menos passa pelos olhos de

todos.Esse prodígio é devido simplesmen-

te a uma excitação da mem' ria e da

intelligeucia.Por exemplo : se um guidam du-

rante sua crise falia latim, é simples-mente porque envio o cura da sua

aldeia, ou o medico da sua terra

dronunciar algumas palavras ivessa

lingua. Elle empregará no seu dis-

curso as regras gramraaticaes quenunca aprendeu, palavras que nuncaferiram seu ouvido, mas, é o mesmo,

tudo issoé determinado por uma su-

perexcitação da memória e da intelli-o-encia.

Francamente e difficil zombar da

gente com mais tapete. Julga-sesonhar lendo taes cousas, e os spiri-tas, qua foram tratados de loucos e

impostore-s, nunca pregarão theoriastão absurdas e tão contradictorias ao

corpo, pela tentencia a guardar uraaposição que se dá aos membros, e poruraa dupla vista análoga á que deter-mina o magnetismo.

Con tiuáa

WOVOS LIVltO§

_ Vende-se na Federação Spirita Bra-zileira :

«Le Professeur Lombroso et leSpiritisme», analyse feitano «Reformador» 2$000

«Os astros», estudos da Crea-ção, pelo Dr; Ewerton Qua-dros 2#000

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«Spiritismo». Estudos phylo-sophicos, por Max; (l" vol.)era brochura 2#000, enca-deruado 3ft000

«O horaem atravez dos mun-dos», por José Balsamo ; erabrochura 3$00Ó, encader-nado 4#000

«Os loucos», romance spirita,, por Júlio César Leal ....

«O Socialismo)), por EugênioGeorge

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1ÍJ000«Historia dos Povos da anti-r

guidade», sob o ponto devista spirita, pelo GeneralDr. Ewerton Quadros, bro-chura.- 4&000

«A casa de Deus», Romance

pelo Dr. Júlio O. Leal,brochura 2j>000

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NECESSITADOS

«Trabalhos Spiritas», peloDr. Antônio Luiz Sayão . . 2$000

«Os Três», comedia, em 1acto, por Iguacio Teixeira l&OOü

«Sera caridade, não ha sal-vação», polka, por II. F.de Almeida í?00G

bem senso.A pezar de todos os criticos, dire-

mos cora Charles Richet : « Desde1875 os numerosos autores que se en-tregarão ao estudo do magnetismotodos, eu digo todos, sem excepção ;apMima, tiraram a conclusão que o

somnambulismo é um facto indis-eu ti vel. »

CAPITULO IV

O 11YPN0TISM0

lia alguns annos que se falia muitonos hospitaes e uo mundo medico deum novo estado nervozo chumadojhyp-notisino. Difinamos antes dejtudo o quese entende por essa palavra.

Si ura indivíduo fixa durante ai-

gutu tempo ura objecto lujente, devidro ou metal, collocado acima dafonte, a fadiga nervoza que resultad'essa tensão do olhar traz insensível-mente ura somno particular, caracte-risado pela insensibilidade total ou

parcial que, se manifesta ora todo o

Os pedidos para tora du CapitalFederal serão attendidos mediante oexcedente de 500 rs. para registro docorreio. Todo o pedido deverá seracompanhado da importância era vale

postal.

fÍMÍ U«5<5N<I<> $|»ia*iti.<4iftio«Nascer, morrer, e renascer

ainda : progredir sempre —tal 6 a lei. »

Al,I,AN-JvAItDHC.

No intuito de facilitar aos investi-gadores da verdade, (pie defendera ali-herdade de consciência, oceasião paratomarem parte nos estudos iniciaesdasciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerânciaserão admittidas nas reuniões de es-tudos theoricos e práticos, qne terálogar todos os dias, ás 7 horas da noiteâ rua da Alfândega n. 342, 2« andar

Segunda—G. Spirita Jesus de Nazareth.Terça -União Spirita do Brazil.Quarta—G. Spirita Jesus de Nazareth.Quinta—O. Spirita Luiza Torterolli.Sexta—Federação Spirita Brázileira.Sabbado-ÍK Spirita Luiza Torterolli.Domingo—Circulo Conciliação.

Typographia do «reformador»

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III AASSMNATURA ANNUAL

*rii7Á] 58000

PÀGAlllEnTO ADIANTADO

PUBLICA-SR NOS DIAS 1 K ]í, DRCADA MIÍZ

BJjgM £§§

IMCRiOlklCO EVOLIJCIONISTA

Ioda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfande

ASSIGNATURA ANNUALEstrangeiro 68000

PAGAMEUTO ADIANTADO

PUBLICASE -VOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

sra n. 342.

Anuo XII

-KttlMi.lftll.iVri.

Ilrazil - Kio do Janeiro - IS»4_ _ Dezembro 15 N. 3S4

Sffo agentes desta folha

Amazonas-O Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

Para'-0 Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.42.

Rio Grande do Norte—O Sr. For-tuuato Rufino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonso Dnar-te, no Recife, rua 15 de Novembro,n. 65.

Bahia __ O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio de Janeiro-O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRossario n. 42 A.

Minas Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, em Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Goncal-ves da Silva Batuira, na Capital,'ruada Independência n. (5.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-nior—em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso- O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira 'Roza, emCuyabá.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlteresMiguel Vieira de Novaes, na Capital,nia cio General Victorino n. 81.

Paraná'.—O Sr. João Moaes Pe-reira Gomes, em Paranaguá.

As assignaturus deste periódico co-meeam em qualquer dia e termiaamsempre a 31 de Dezembro.

ATTI.Nf-.IO4

Rogamos aos nossos con-frades satisfazerem seusilebilos com a maior brevi-dade, afim de podermos re-

<**

gülarizar nossa escripta.Os dos Eslados Fe-

derados poderão enviar-nossuas ordens em vale-poslal

Assistência aos neceseitados

Esta Instituição fnueciona na Ruada Alfândega n. 342, 2-. andar, ha-vendo sessão todos os domingos hs 2horas da tarde.

Escolas do novo espiritna-li.Nino

K A B B A L A

Os oceultistas dividem-se em dousgrandes ramos: kabbalistas, isto é»partidários da tradição occidental ouhebraica ; theosophos, isto é, partida-rios da tradição oriental "ou sanscrita.

Em outros termos: é o sanscrito alingua empregada por estes ultimo55para deliu ir seu ensino, como é o he-breu a empregada pelos primeiros.

Mas, si as duas correntes da tra-dição percorreram alveos diversos-embora parallelos, ellas comtudo seconfundem ua origem única commum;vale isto por dizer que ambas quasinão se distinguem quer nas theoriasquer nos processos. Eis porque o pre-sente artigo, subtitulado Kabbala»mais não é do que a continuação doantecedente, subtitulado Theosophia'Deixaremos para depois o resumo his-torico desta origem commum, que seperde no berço da humanidade; poragora continuemos a exposição dastheorias sobre o Homem, o Universo eDeus.

Partindo do principio de que o vi-sivel guarda uma relação constanteCom o inviável, chegaram os oceul-tistas á determinação do invisível poIov sivel, do moumeno pelo plienomeno,da idéa pela forma; porém para dopatente chegar ao conhecimento dooceulto, ellles lançaram mão de ummethodo especial o da analogia, quecumpre [não confundir com a simi-lhança. Não quer isso dizer que des-prezem nem o methodo induetivo, queparte do facto para a lei, do pheno*"meno para oaxioma, methodo tão ex-clusivamente empregado pelos phy-sicos ; nem o methodo deducativo, queparte do axioma para o facto, methodotão expecialmente querido dos meta-physicosetheologos. Mas o occuit;sta,completando o methodo do physicocom o do metaphisico, chega ao ana-jogico, que dá a real expressão dasynthese antiga, e verifica a existemcia desta tríplice gradaç.ão:

1." domínio infinito dos Jactos:2." domínio mais restricto das íeis*

ou das causas secundarias.3." domínio ainda mais restricto dos

princípios, ou das causas primarias.Na natureza inteira o methodo ana-

lógico vae descobrir estes três termos.E' assim que se encontram as mesmaspartes componentes quer no Homem,quer no Universo, querem Deus; eépor isio que, a--sim como chamam aoUniverso macrocosmo, isto é, grande

mundo, chamam ao Homen micro-cosmo, isto é, pequeno mundo. Ensinaoocciiltisrno que tudo vive, deste amatéria mais solida até Deus.

Uma troca perpetua fazendo-se en-tre todos os seres, a matéria evolveatravez dos reinos da natureza e dasraçjis humanas para o Espirito ; e re-ciprocamente o Espirito involve paraa matéria em condições determinadas.Esta evolução nunca se dá sobre omesmo planeta em uma mesma edade :assim pois o animal é um vegetalevolvido, porém nunca poder-se-á versobre a terra um vegetal tomar seanimal, porque esta transformação seopera no mundo invisível, entre osgrandes cyclos, não sobre o própriocorpo, mas sobre o que fabricará o novocorpo material.

Assim como o homem, cada systemasolar nasce, vive, pensa e morre, com-pletaudo assim edades que são ma-theraaticamente determinadas pelosBrahmanes Índios.

De accordo com a lei de analog-íavae o occultismo descobrir a lei do ter-nario : os seres quaésquer que ellessejam são formados de três partes quese podem analogicamente chamar —o corpo, a vida e a alma. E como nanatureza tudo é reproducção, quer di-zer, a Ínfima cellula mais nâo é doque um universo pequeno, a cada umadas partes, a seu turno, pode se aindaappliear a lei do ternario.

Dalii a existência no Universo detrês mundos, penetrando se reciproca,mente, unidos mas ao mesmo tempodistinetos : o mundo physico ou o dosfactos, o mundo astral ou o das leis, omundo espiritual ou dos princípios.O homem que tem a noção dos trêsmundos e os sente em si é um inicia-do ; aquelle cuja noção não passa desua astralidade é um mágico ; o queapenas tem noção do mundo physiconãr> pode ser mais que imi snbio. Por.tanto o iniciado é senhor dos factos,das leis e dos princípios; o mágico sóconhecejos factos e as leis ; o sábio li-mita-se aos factos.

Seja-nos permittidu intercallar aquiuma phrase feliz de um vnlgarisadoremérito, o Sr. Jnles Lennina : « O ho-raem pode se elevar ao plano astralsubtriihir-lhe alguns de seus segredos-porém, st não tem consciência das for-ças que se acham a seu alcance, seráapenas um instinetivo, não chegará aser um sábio. Um cão atormentadopor pancadas, e junto ao qual se achaum revólver que ha pouco farejou,não cuidará nunca em se utilisar da

arma para sua defeza. Ha homens queassim farejam o astral. »

Em resumo o mundo physico é o doâPhenomenos ; o astral o das Forças ;o espiritual o das Causas. Para attin-gir ás alturas hypernaturaes é precisoantes de tndo que cada qual saiba emsi distinguir o que pertence aos trêsmundos.

O que acabamos de expor é um pai-lido resumo das generalidades sobre oMacrocosmo.

Quanto ao Microcosmo, ensina aKabbala que elle é composto de trêsprincípios: Io. um elemento infermr,principio determinante da fôrma ma-terial — Nephesdi.

2". Um elemento superior, alma dosespiritualistas, espíritos dos oceultisst&s—'NescJiama]). 3". ura elementomediador, vida dos sábios, alma do-oceultistas— Ruah. O homem vem d«Deus e para elle vae, deveudo-se con-siderar nesta evolução três phases-.

l". Partida.2\ Chegada. 3°. Phase intermedia-

ria entre uma e outra. A Kabbala en-sina a doutrina da emanação.

O homem emanou de Deus no estadode espirito .puro, á sua imagem, istoé, constituído em princípios negativoe positivo, em força e iniellio-encia(Chocmah e Binah), em macho e fe-mea (Adam Eua), formando na ori*gem um só ser.

Sob a influencia da queda, dousphenomenos se produzem: Io. divisãodo ser único em uma serie de seresandrogynos, Adanos-Evas; 2o. mate-rialisação e subdivisão de cada. umdesses seres androgynos em dous seresmateriaes e de sexo separado, iimhomem e uma mulher.

E' o estado terrestre.

Na phase intermedia, o homem sub.mettido ás paixões e obedecendo aolivre arbítrio, eleve readquirir volun-taria e livremente sua pureza prími-tiva, creando de novo sua imraortali-dade perdida, para o que se reincar-nará as vezes necessárias até qne seresgate pelo amor.

Na phase da chegada o homemdeve constituir seu androgynato pri-raitivo, synthetisando 03 dous seresque provieram da divisão do grandeAdam-Eva, para se confundir emDeus, sua origem primitiva. E' onir-vana dos theosophos, em que o ser nãoperde, como erradamente se attribuea estu theoria, a sua individualidade jo nirvana é o estado era que o ser at-tingiu tal grán dé pureza que sua

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%RKFOII.HAUOR - 18»4 — Pezembro 15

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vontade se confunde com a da Pureza

Absoluta'.Deus em si mesmo é incognoscivei

para o homem : é o que os theosophoschamam Parabralim. Entretanto elle

pôde ser comprehendido em suas ma-

infestações, de que a mais importante

é a Trindade. Quer isto dizer : em

Deus ha o elemento activo — a [ir

telligencii, o elemento passivo — a

Força, equilibrados pelo elemento

neutral —a Providencia. A líabbaladesigna esta trindade pelos nomes de

Chocmali, Binaly Kether.E' ;i mesma trindade que se nota em

todas as religiões, e que só é compre-hendida isotericamente: Sol, Lua,Terra: Brahma, Yichnou, Siva; Osiris,Isis, Havres; Júpiter, Juno, Vulcana •

Padre. Filha, Espirito Santo.Poderíamos parar aqui, pois que já

demos uma fugitiva idéa dos traços

geraes da kahbala ; entretanto se-

ja-nos licito ainda apresentar poruma outra face este estudo. A pala.vraknbbala, do hebreu kabbalah, qnequer dizer tradição. Foi ella comeffeito o meio para se perpetuar a tra.

dicão sobre o sentido dos livros doVelho Testamento. A Massora dá aexplicação litteral, emquauto a kab-bala dá a explicação esotérica e. realda escriptura. Moysés ensinou-a oral-

mente, a certos discípulos escolhidos*

que a transmittiram de geração em

geração. Porém, em uma certa epo-ca, o receio de que a transmissãooral e occulia não bastasse para per-petuar a tradição fez com que escre-vessem-ifa o mais symbolicamente

possível; dahi os dous livros funda-raehtaes da Kabala : o Sepher Jesirahe o Zuliar-

O sentido litteral e exoterico dos

chamados livros santos occulta um

sentido figurado, cuja interpretação

só a Kahbala é capaz de fornecer.Effectivaménte cada versículo, cada

palavra, cada lettra contém ao meins

duas accepções-. a directa e a figo'rada. Por três modos interpreta a

kahbala uma palavra : 1- conforme o

valor numerai ou ar i th metro das

lettras que a compõe ; 2" conforme a

sio-nífi.oação de cada lettra, COllStí-tuindo neste caso a palavra uma sen-

tenÇa inteira: 3- conforme certasde lettras. O primeiro

paganda da nobilissima causa, que

JSrt/ansposiçOesiprocesso chama-^e Gematria, corrup-

/tela do greco Geometria: o segundoé chamado Notarikon, que no latimé Nota; o terceiro, o mais antigo dei-

les, recebei o nome Themurah, quesiomifica em hebreu permntação.Assim pois d conhecimento desta lin-

gua é indispensável paru o estudo dakahbala.

IBanorl Auionio dr llello

nos agg remia.Desde a cidade de Campos, onde

por algum tempo viveu, não cessavaMello de ceder largo quinhão de suaactividade em prol do spiritismo.

Transportando se. para esta capitai,viiuol-o incansável, percorrendo todosos grupos, solicitando sempre meios

para as publicações que julgava con-veníente. Foi a seus esforços que se

fundou a União Spirita, que ha ai-

e-uus annos lera mantido iniuterru-

piamente, em uma das folhas diárias,

um artigo hebdomadário sobre o spiri-tismo, publicação que tem chamado

ao seu grêmio de todos os recantos do

Brazil um uutnero sem couta de ade-

ptos. Foi aos esforços de Mello quetambem-se deve a impressão em Im-

g-ua portugueza do livro Obras Pos-

thumas de Allau-Kardec.Foi ainda elle quem conseguiu ren-

ni.r em livro a primeira serie dos arii-

o-os de Max sobre spiritismo.

Por toda parte enconirava-se este

trabalhador infatigavel: onde, sabia

que havia um espirita, lá estava em

pessoa, ou si era fora da Capital lá es-

tava por meio de carta, solicitando

aux liopara suas publicações.Póde-sedizer que Mello era o editor

du Spiritismo. Seu desprendimento

dos laços carnaes deixou, pois, no mo-

vimento propagandista uma lacuna,

que tão breve não será preenchida.Faz se oom efteito mister muita ab-

negação, muita paciência, muito amor

pela causa, para de indivíduo a incl.i-

viduo estar solicitando migalhas que

podessem avultar em bem geral.

Pobre, muito pobre mesmo, como a

quasi generalidade dos spiritas, Mello

atravessava uma vida de sacrificios >

entretanto ninguém ouviu nunca de

seus lábios uma queixa, uma destas

manifestações de mau humor tão com

mmll naquelU que, ainda não bem

preparados para a lueta da vida, es-

quecem, com as consolações do spiri-

tismo, as preseripções de sua doutrinar

Mello vivia sempre pensando tios

mtíios de mais e mais elevar o spiri-

tismo, e derramai-.» pelas camadas so

ciaes: dir-se-ia que a ten,ão enorme

de, espirito, produzida por este, pensa-mento dominante, não lhe dava loga.

a pensar em si, ou a manifestar uma

queixa contra a inclemencia da sorte.

Possa seu espirito, agora livre das /

coutigencias da matéria, pairar se-

reno sobre áquelles que intentaremcontinuar-lhe a obra.

Passa ter elle, meios para lhes i..s-

prar o mesmo ardor, a mesma energia

no leundito afam que enche;; os ulti-

mo dias de sua existência carnal.

K possa sua passagem pela terra ser

um exemplo fera/, para todos os quese nurteam por um nobre ideal.

Já não existe entre nós aquelle quese chamou por este nome.

Vtctima de un.a enfermidade cruel

que nunca poupa aos que ataca, cahinno pó do sepnichro o corpo do fnetador

infat-gavel. Mas sen espirito, cheio. ü'ri f£ tí de confiança na. vida do espaço^

ahi mesmo não se quedará inactivo,

porque está há essência daquelle ser

trabalhar incessantemente pela pro-

NOTtGtARíQO Coiigreaso Internacional

da !*«»:.— Lemos in Revista de Es-tudios Psicológicos o que segue sobre.

este congresso:Te-rminou na capital (Li Holanda o

quinto congresso da coüferencia in-terparlameutar da paz e arbitragem,

que se fundou em Paris no anuo de

1889, com os mesmos fins que a Li-

e-a geral da paz.Não se trata de uma associação de

particulares mas de uma associação

de homens políticos, pertencentestodo.- aos ditVerentes parlamentos eu-

ropeos, donde procede o titulo de coir

ferencia interparluineutar. Tem, pois,os trabalhos d » congresso uni carac-

ler político queda ás suas resoluções

lira ah-ance o significação mais sérios

do que geralmente tem os accordos

estabelecidos por este gênero de as-

sembléas.Uada concurreute corapromette-se

a fazer tudo que possa para que pre-valeçam na política internacional os

principies da associação.Como disse o senador france/. M.

Trarieux, esta associação não é so-

mente um centro de homens que tem

horror á guerra, tuas uma reunião de

legisladores que. querem uma políticanova.

Consiste esta na substituição da

guerra pela arbitragem como solução

ás contendas que surgem entre nações

civiüsadas. A obra das Ligas da paznão tem deixado de produzir fmetes,

e Mr. Van llonte, ministro do interior

dos Pai/.es Baixos, muito insistiusobre os resultados consideráveis nbti-

dos.Muitas questões espinhosas de poli

tica internacional tem -.ido resolvidas

pacificamente por decisões arbitraes.Foi por accordo a resolução do as-

sumpto do mar de Bering, entre os

Estados Unidos e a Inglaterra; o re

cente tratado entre Portugal e os Pai-zes Baixos, referente, á ilha de Timor,comprobação territorial que ^erá re-

solvida por uma Gommissã) arbitrai;a solução amigável dada ás .pescariasda Terra Nova; as recentes regrasa eco rd a d as directame.nte entre as po-teu cias interessadas respe.Cii vãmenteao proleciorado d'África, e outrosas.-sUiupto.s preconisados e. resolvidos

judas Ligas.Falta muito a fazer sem duvida.

para que seja uma reali bule a políticanova anunciada, mas o impulso estádado e nao é temeridade esperar queesta realidade esteja mais próxima do(jue geralmente se crê.

A resolução mais importante toma-da pelo Congresso de La liava, é a

proposta por M. Trarieux convidandoos governos a entenderem-se entre sie para esse fim íeunir-se um Con-o-resso internacional para estudar osmeios de terminar por soluções arbi-traesos litígios internaeionaes.

Todos os membros da. conferênciacomprometteram-se a tratar do as-sumpto nos parlamentos e governosrespectivos, para que. enviem delega-dos ao Congresso diplomático proxi-mo.

O jovem mediuni Artliiir.Desenvolveu-se uma notável médium-nidade em um jovem que freqüenta assessões do grupo d > Sr. Jacquet, coj ismanifestações aqui resumiremos comofaz « La V.ie d'Oufre-Tombe» e vemna Revista dc Esta,lios Psicológicas:

Os pbenomenos ob-ervados são a-terialisações numerosas de mãos, pe--

quenas e grandes; luzes phosphore-contes; rulbs de tambor executados[ior mão hábil, demonstrando umaintelligencia e não a extèrioção deum ilnido qualquer; transporte de umdespertador de musica, fazendo-seouvir no trajecto pelo espaço; trans-

porte do jovem médium sobre a mesa ;spiritos diversos tocando piano; trans-

portes de flores e pequenos confeitos.Por causa do calor e para que o jovemmédium não interrompesse seus estu-dos, os espíritos aconselharam ba ai-

gumas semanas suspender por algumtempo as sessões de investigação.

Nessa oceasião disse o spiri to Mouls,

pelo médium Sr. Arotin: Que a acçãodos espiritos sobre o cérebro dos medi-mus era motivo para que elles obras-sem com a maior prudência; que nasacluaes circumstancias, os espiritosfamiliares tinham julgado necessáriodeixar descançar o médium, o que elleapprovava completamente; portanto,que o calor era uma causa dediflicnl-dades para a materialLaçfto dos flui-dos, e que se podia facilitar o traba-lho dos espiritos paru a inaterialisa-

ção, çollocando-se década vez uni bal-dedn^uii bem fria na sala das se.s-soes. Até agora não tivemos oceasiãoexperimentar esta ultima recoram8U>.de dação, mas faremos a experiêncianas nossas próximas sessões.

Durante o trabalho de desenvolvi-mento da meduranidade deste menino,teve-se de restringir forçosamente oingresso ás sessões. Todos os que estãoiniciados sabem quão necessário é,desde que se quer obter bons resulta-dos, deixar se guiar nestas investida-ções pelos espiritos que as prodirzem;si se lhes quer mandar e saber maisdo que elles, a conseqüência é a per-turbação da mediumnidade; eomtudofoi-nos promett.i Io, e ó intensão doSr. Jacquet e dos pães do jovem me-diuin, que, quando se reabrirem assessões, serão convidadas duas pessoasde cada vez entre os spi ri ias da regiãopara assistirem ás experiências.

fi mu pagina dr- Sn isí1>B-âa .—tCom este, titulo pnblioa.«Le Messa-ger » o serram ti

La Revue Spirite, tiragem de setem-bro, publica, segundo o a Light osTruth,» de Cincináti, uma muito eu-riosa carta da f illeoida Sra. Maydenao Dr. Babbitt. A autora dessa missi-va, que não é. uma desconhecida paranossos leitores, foi uma mulher medi-ca muito estimada em New [orle, eum médium muito em voga no come-,ço do movimento spirita; ella davasessões perante reuniões as mais dis-tinetas, tanto na América como uaInglaterra.

Os factos seguintes refere n-se aosannos de 1851 a IS52;

O conde d'Rglinton, enlã i lord Io.gar-tenente, iPírlauda, tom m parteem um.grande numero de sessões,uma das quaes foi organisada em Cia-rendou Hotel, em presença do seugabinete p d it ico, completo e de todasas damas. Manifestou o desejo de sertestemunha de uma manifestação detodo concludente, que não lhe perinit-tisse mais duvidar da existência de

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uma força qualqueEntão, voltando-

situada atraz, de sseus três filhos, eudas mais exquisitacas. O conde perfila mão exclamou :

— listamos no fzar! — E-ita appaitodori e desapparéc

Sir David Brew.slassistia freqüentemsoes.

Um dia, quiz as:absoluto qne minipurravam a mesa;pedaço de pinho,polegada dií espesssar a mão emeinfazendo pressão, imente deslocado oe não a mesa.

Traçou, tambengiz em volta de cmesa o em volta tque fòrn collocadonha mão repousavmadeira, com os tcima, de maneiraa electrieidade vitnha ser a força eu

((Vejamos agoradisse elle. Ajoelheos pés da mesa e etra pessoa de vigQuasi que immedpòz-se a rodar comxo do pedaço de mter feito quatro iexaetamente o me.-

Sir Brewster erjdo:

« E' inaravilhosf

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Lázaro teve neces;e mítica lá li ia queao seu amigo e supagando-lheassim, v.tudo quanto por elle

Moralmente, porqbem pelo bem, embicom as ingratidõesverdade que sente-idade, quando se riprova de (pie em sense lhe fez alimenta (tidão.

Talvez aquella feliiittribuidu a altriiisiisejaftátes eilVito daaquella alma é boa,de ver que se ellaque lhe foi feito, prdo próximo do que

Materialmente, podespertava u curiositmodo tornou-se cseientilieo operadoii fama do joven mrtempo attrahiu ii sidade e suas circumv

Eáiquanto tudo ovèh medico, para Lahumilhações, peloderam de — leproso

Ninp-uem o desiglera, aliás, pouco con

RtfrOKIIlIftOlt W9I — Dezembro 15 3

uma força qualquer fora da sciencia.Então, voltando-se para a parede

situada atraz de si, vio os nomes deseus três filhos, em letras compostasdas mais esquisitas cores prismati-cas. O conde perfilou-se e estendendoa mão exclamou:

— listamos no festim de Baltha-zar! -~ Esta apparição foi vista portodori e desapparecen gradualmente.

Sir David Brewsier, o celebre sábio»assistia freqmuitemente ás minhas ses-soes.

Um dia, qui/. assegurar-se de modoabsoluto que minhas mãos não em-

purravam a mesa ; trouxe um pequenopedaço de pinho, de cerca de uma

polegmda de espessura, e fez-me pou-sar a mão emcima, de sorte quo,fazendo pressão, eu teria infallivel-mente deslocado o pedaço de madeirae uão a mesa.

Traçou, também, uma linha com

giz em volta de cada um dos pés damesa o em volta do pedaço de pinhoque fora collocado nomeio delia. Mi-nha mão repousava sobre o pedaço demadeira, com os dedos voltados paracima, de maneira a dirigir para o ara electrieidade vital, que elle suppu-nha ser a força em acção.

«Vejamos agora si a mesa bole-se»disse elle. Ajoelhou-se para observaros pés da mesa e encarregou nina ou-tra pessoa de vigiar minhas mãos.Quasi que immediatamente, a mesa

pòz-ae a rodar como um eixo, por bai-xo do pedaço de madeira, e depois deter feito quatro evoluções, retomouexaciamente o mesmo logar.

Sir Brewster ergueu-se exclamai!-do:

« E' maravilhoso! maravilhoso I »

FOLHETIM

LÁZARO — 0 LEPROSOItOMA-NCR SPIKITA

POR

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Lázaro teve necessidade de liirá cidadee mítica lá hia que n-~o fosse dizer adeusao seu amigo e salvador, Dr. Beltião,pagando-lhe assim, moral e materialmentetudo quanto por elle fizera.

Moralmente, porque embora se faça obem pelo bem, embora não so sinta malcom as ingratidões dos homens, é bemverdade, que sente-se verdadeira felici-dade, quando se recebe do beneficiadoprova de que em sen coração o bem qti-.se lhe fez alimenta o sentimento da gra-ti d fio.

Talvez aqueila felicidade dev.i ser antesisltribuida anltruisrno do que a egoÍ3mo,seja -antes elVeifo da satisfação de ver queaquèllá alma é boa, do que* da satisfaçãode ver que se ella lembra do beneficioque lhe foi feito, proceda antes rio amordo próximo do que do nmor próprio.

Materialmente,, porque a sua presençadespertava a curiosidade gemi e por estemodo tornou-se conhecido o milagrescientilico operndp por beltrão, de ondea fama do joven medico que ,uii poucotempo attrabiu a si toda a clinica do ei-dade e suas circumvisinhanças

Lmquanto tudo eram llores para ojo-ven medico, para Lázaro augmehtávam ashumilhações, pelo appellido que lhederam de — leproso.

Ninguém o designava pelo nome, queera, aliás, pouco conhecido no logar, mas

A Sra. liayden relata interessantesentrevistas com o honrado GeorgeBentinck, depois duque de Portland,assim comi com lord Uulwer Lyttonque era um espiritualista enthusiastae cora Robert Owen que elle preteti-de ter convertido ao espiritualisrao.

IMieiiomeiio. Lemos na RevistaEspiritista de Ia Ilabana: Diz o Néo-fito, de Lares, Porto Rico, correspon-dente a 23 de Julho ultimo: «Osineirodeste povoado, queé um homem hon-rado, disse que sabbado ás \\ da tardeentrou na Egreja, no exercício de suasfuneções, »i como ouvira rezar umamissa e tocar compainhas, sem verninguém, dirigio-se á gradaria do ai-tar raór, onde ou vio o mesmo; peloque ajoelhou-se até ouvir o fim da-quella mysteriosa missa, observando,ao terminar, que se desprenderamduas luzes daquelle logar, que foramter ao altar raór das Mercedes.»

Qne dizem a isto os senhores sacer-dotes?

O. Kiilo£Ío l*rieío.—Este no-me e o de ura spirita distinc.to da Ilhade Cuba, a quem a Revista Espiritistade Ia Habana consagra justa hoinena-gera era sua galeria spirita, estam-pando o retrato no numero de Agostopróximo passado.

Spirilisiuo em l*»rana«iiá.Noticia «A Luz,» de Corifyba, que uranovo Grupo Spirita constit.nio-.se navisinhança da cidade de Paranaguá,no logar denominado Piassácjuêra,soli a direcção da destinete. Sra. D.Maria Jul ia do Nascimento,

Parabéns aos nossos confrades Pa-ranaénses.

sim pelo appellido, que se gehernlisou —o leproso.

O moço não dava importância a simi-Ihtuite facto, qne não o de.slu<trnva, masnão lhe era ile todo ituli fie rente ser co-nbecido por seu nome natural ou por umnome emprestado.

Instava, pois, com o sen medico paralivrai o da moléstia que o desgostava eque era motivo de o appellidarem, malsabendo que ainda ínqsmp curado delia,jamais deixaria de ser conhecido pelo —leproso.

Beltrão lingii acceder aos desejos deseu amigo; mas os remédios (pie lhe re-ceitava eram verdadeiros palliativos,temendo ainda um retrocesso do mal, siqnizèsso removelo da pelle.

Paulo, todo embebido com seus planosde apanhai1 sua fugitiva corçi, nada sabiáde tudo isto que. era conheci Io por tola apopulação da cidade, estranhando somente,que seu amigo Maurício lni tanto tempo onão procurasse.

Julgava, poréin, tão seguro o elteito doplano (pie lhe suggerira, que quasi nãocontava mais com Lázaro, de cuja rui nacompleta só o demônio podia ser emba-raço.

N'uma das vezes que Lázaro veiu á ei-dade,'aconteceu que se encontrássemosdois face a lace. embora de passagem narua.

Paulo nem suspeitou que encontravaseu inimigo; mas este reconheceu-o etremeu, porque sabia que lhe elle votavaódio, apezar de não ter sido causa de seudesastre amoroso, sendo, como elle, vi-ctimada perfídia da mulher que amava eque elle mais quo nunca amava.

Sem saber porque, fez-se em seu espi-rito a p 11 asilo de. que aquelle homemfichava-se alli só para fazer-lhe mal c quetalvez fosse elle o principal motor do seuenvenenamento, de parceria com Maurício,que desde o dia da reunião dos pretosdesapparecen da fazenda.

Dominado por liste pensamento, foi tercom o doutor e referiu-lhe toda a suavida de S- Paulo, com relação á sua pai-xão pela filha do Si-, Manoel da Silva quelhe confessou igual amor; mas por

MISCELLANEASeieiiriti e religitfo

11

A crença é a companheira iusepa-ravel da hypotuese ; quem diz crer,uão diz afürmar, pois que só se aflir-ma o ([ue se conhece: crer é suppõr,é o resultado de uma deducção lo-gioa.

Assim, crer em Deus ó comprehen-der a necessidade de um autor a tudo(j que vemos creado; mas no dia cmque o homem privasse cora o próprioDeus, deixaria então de crer, paraa fll r mar.

Crer, porém, em Deus e compre--hendel-o pelas suas obras, é perceberpela perfeição do coujuncto a divinaperfeição da sabedoria infinita crea-dora, diante da qual iodo o erro teria

por conseqüência um desequilíbrio, eeste por perspectiva o desappareci-mento.

Assim, pois, as obras de Deus paracorresponderem ao uttribnlo das p?r-feições absolutas do supremo ser,devem obedecer em sua marcha a umplano de sabedoria ; ora, se esse planopudesse ser burlado de qualquer fór-ma por um poder estranho, ficariaaberto diante delle um caminho tor--tuoso estabelecendo um desequilíbrio

qüe jamais restabeleceria a confiançana obra concluída.

Encaradas as cousas por este pris-ma, o inundo, conforme, o vemos, não

podia deixar de. ser o resultado dessasabedoria omuiseiente que a tudo ]n-i>-side, e, portanto, inadmissível a idéade conspirações absurdas contra umser que pela sua qualidade de infinito

simulação, visto que fugiu com outro em-quanto elle estava de cama.

Mas o que tem islo com este moçode quem o senhor diz ter suspeitas:'

Tem que elle suppoz ser eu a causade sua noiva não querel-o e talvez atéacredite que cila fugiu commigo.

L' possível, é posivel, disse o doutor,tendo a pensamento preso a uma idéaque lhe fugia, quando elle queria apanharas relações.

E' possível, mas o senhor que provastem ile que esia moça fugiu com outro?

Lázaro contou-lhe o que ouviu, oceultoai rãs de uma arvore.

Fraca prova... Porém cila não passavapot» muito séria ?

Passava, sim, mas...Xão ; não sei o que me diz que alli

anda, cousa : que a moça não é o que osenhor julga.Infelizmente o próprio pai me aíllr-mou a evasão delia.

Ah! isto sim, é positivo; mas o painão queria obrigal-a a casar com estePaulo?

Queria.1'! ella não disse ao senhor que re-

solve.sse de modo a evitar aquelle casa-mento, fosse como fosse ?

Disse-me e parecia fallar muito decoração.

Não ; a moça não fugiu com pessoaaltruinn. Klla não soube que o senhor nãorespondeu por ter cabido doente '.'

Ao contrario ; disseram que eu tinhamorrido.

Ah... Kstá tudo cxplicido lAiginpara não casar com o tal Paulo, para. nãoprofanar o amor quo lhe tinha.

üomn ! doutor. Será verdade?Não sei, mas sinto cm mim uma

cousa qüe medi/.: esta moça é victima;calumniada pelos que não comprehendematé onde arrasta um amor profundo quedomina a alma.

Oh ! meu Deus! bradou Lázaro, serápossível que eu me tenha deixado levarpela maledicencia, acreditando na falta damulher que tudo aflrontou para guardarpuro o amor que me jurou ? !

Doutor, o senhor fez-me um grandebem e um grande mal: fez-me bem dando-

devia estar presente a ellas por todaa parte.

E assim, na legenda bíblica, e ar-tigos de fé que dahi resultam, vê-sefacilmente que a ficção histórica deveobedecer a uma idéa oceulta, que emface das descobertas scientifícas temde procurar ifuutro credo a solução.

Eis a razão por que dizemos que abarca de Pedro, possuidora dos the-souros da revelação divina encontrao leme que lhe falta na philosophiaespirira, que é inquestionavelmenteo espirito da letra do Evangelho em

que ella se firma, cuja luz illuraina omundo.

Não estamos por conseguinte aquia combater a egreja catholica; pelocontrario queremos que ella, a maissublime, seja n'um tempo próximo aegreja universal; mas para isso énecessário que ella' veja em toda ahumanidade uma só família, emboradissidente:, mas possuída da intuiçãoda existência de um só Deus, qne asalmas procuram na anciedade da vozintima que lli'o segreda ao coração.

O espiritismo, pela largueza dasua philosophia, altamente racionalgepela sabedoria que encerram as sua sdoutrinas, coadunando-se perfeita-mente cora as conquistas da sciencia ecom os dictames da razão, ac.ceitandocom benevolência os homens de todosos credos, é a estrada gloriosa doignoto que mostra com evidencia aohomem o caminho do seu futuro éter-no, dando nos a explicação consola-dora de todos os myslerios da creaçãoe de todos os desfallecimentos e per-ttirbações por que o homem pasáánesta vida transitória.

Mas ás suas divinaes doutrina,responde alarmado o clero in transi-

me a idéa de que a mulher que amo maisdo que a vida, pôde não será impura qüeme pareceu até heje; fez me mal npre-sentando a ans olhos de minli'tvlrna cer-c-ulu de uma at.mosphe.ra luminosa, masdei\ando-me ua impossibilidade de des-ci.bsaid-a, para de joelhos a seus pés pedir-lhe perdão do mal que julguei delia, ejurar-lhe dedicação até, a morte.

Primeiro, respondeu o doutor comosi voltasse a si de um êxtase, eu nãoalliemo (pie seja verdade o qne lhe dissesobre sua amada

R', é, doutor; é pura verdade, quemeu coração o sente, e um coração queama tem olhos para ver nas mais espessastrevas.

Pois supponha que lhe ' descobri averdade; já não lhe é um grande bemacreditar que é pura e martyr de iim pro-fundo amor, a mulher queama e que sup-punha indigna do seu amor?

Oh ! doutor! é um grande bemvépiasi a maior felicidade (pie se pôde ter

na terra ; mas do que serve si eu nãoposso mais descobril-a ?

Porque não? Creio (pie me disseramisto quo lhe disse agora, e, sendo assim,porque me não dirão o resto quando foropportuno ?

1'',', iloutor, o senhor recebe do mundoinvisível, como eu, o que Deus é servidotpie no< seja revelado.

Pois então tenha fé e espere.Sim, eu rogo a Deus que me faça a

graça de encontrar a metade de minh'almaque julguei perdida para sempre.

R eu. disse o doutor, vou esta noiteno delegado de policia, que é meu cliente,podir-lhe que inquira dos tins que trou-:xeram aqui o tal Sr. Paulo.

Mil vezes obrigado, doutor, e Deuslhe pague em bênçãos os bens que metem feito.

Lázaro sabiu da casa do seu amigocomo um ébrio, sem ver nada em tçrnode si, por estar todo concentrado no seuintimo.

Não lhe pceup/va mais a. mente o factode achar-se Paulo naquella cidade, massim o que lhe foi dito sobre a amada desua alma.

(Continua).

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II

gente, com invectivas que não signi-ficara a calma, e deixa-se levar naonda das paixões vulgares com queas multidões cobrem de ridículo osespiritas, com aquella consciênciacom que os phariseus outr'ora co-br iam deepithetos infamautes o Na-zareno; e não repara no eratantocomo a idéa resiste a tudo, e como sealastra com aquella tenacidade ebrilho que só é predicado da ver-dade.

Assim, á asserção espirita de quetodas as religiões são boas, respon-deu-nos o nosso critico e mestre coma seguinte tirada mvthologica, tãovehemente quão erudita :

« Não pode ser boa a religião queadorava a Júpiter, o infame deus he-leuico, o amante chronico das deusasdo Olympo, de Geres, de Latona e deDiana; o cynico que se transformavaem chuva de ouro para seduzir Da-nae, em cysne para seduzir Leda, emtouro para roubar e corromper Eu-ropa; não pode ser boa a religião quepropôz á crença humana uma tal di-viudade promiscuamente com a quenos revela em Deus o ser eterno, infi-nito, espirito puro, iramenso, sobera-namente bom e santo, que uo seudecalogo impôz ao homem o dever denão commetter o adultério nem o es-tu pro. Não pôde ser boa a religião

que tinha por Deus ura ladrão na

pessoa de Mercúrio, uma bonita ra-meira na Venus Aphrodite, um var-redor de estrebarias era Hercules, umantropophago de seus próprios filhosem Saturno, um bêbado em Baccho,promiscuamente com essa sublimereligião de Jesus, cuja moral nosindigita a vereda flórida de todas asvirtudes e cuja vida divina as exeni-plificou. »

Apre I Não parece que estamos aquicom Hysopo ás voltas, onde" tudonunca sahiu dos domínios da fábula?nos bons tempos em que os anima esfallavam ; et mons murem parturiens?

• E, depois de um outro devaneiosobre os selvagens que adoram os as-tros, as pedras, o fogo, os reptis e asarvores, para tios perguntar se esseculto fetichico e grosseiramente ido-latrico se compara com os outros cul-tos; esquecendo que isto no selvagemó a maior prova da existência deDeus, pelo sentimento ingenito da suadivina existência, que isso revela nohomem, não dando para mais a ima-ginação atrazada do bárbaro, sem oque deixaria de ser bárbaro, accres-ceuta :

«Será moral este preceito do CoranIslaraita que inocula no sectário doPropheta o .sentimento da vingançae da represália '?

« Faze mal a quem t'o fizer. (Alço-rão, Surate 50, v. 2(5) « Eu ordeno asrepresálias. (Idem, Surate 23, v. 38)».

Que differença ha aqui entre estepreceito de Moysés? « dente por dente,olho por olho ! » ou este outro : « Eunão vim trazer a paz ao mundo, tra-go-lhe a espada ? »

« Tomae tantas mulheres quantaspuderdes.» (Alcorão, Surate 1, v. 38K).

Quantas teve Abrahão, quantas osoutros prophetas?

Eis no etntanto como responde atudo isto o arcebispo da Nova Zelan-dia, no recente congresso das reli-giões que teve logar na exposição deChicago :

a. Não pretendo como catholico pos-suir a verdade inteira e achar-me emestado de resolver todos os problemas.Sei apreciar toda a caridade e os ele-mentos de verdade que se acham forada minha Egreja. Só o Christo pudedizer: Eu sou a Verdade. Onde querque haja a verdade, ha alguma cousadigna de respeito, não só por parle dohomem, mas por parte de Jesus Chris-to. O homem não é só um ser moral, éum ser social. Ora, a condição do seudesenvolvimento e da sua prosperi-dade é que seja livre ; livre sem du-vida em matéria política, mas tambem em matéria religiosa. Assim façotodos os meus votos para que sejaextirpada esta idéa falsa de que se.deve opprimir o homem por causa dareligião : só a caridade pôde levar ohomem á luz. »

Mas não foi só este que fallou as-sim ; outros padres que não perten-ciam ao grêmio da mesma Egreja ofizeram com inexcedivel brilho !

José Balsamo.

B1MPM IIHEEXPOSTO OA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOS

SUAS BASES SCIENTilOCAS 15 EXPERIMENTA KSSUAS CONSEQÜÊNCIAS MORAES

POR

Léon DenisV

PARTE MORALO ESTUDO

LII1O estudo é manancial de doces e

Puros gosos; liberta-nos das preoccu -p a ções vulgares e faz que esqueçamosas raolestas pequeue/.es da vida. Olivro é amigo sincero que nos mostraDom semblante tanto nos dias prospe-os como nos infortúnios, listamos

falando do livro serio e útil, que ins-true, consola, reanima, e não do livrofrivolo que não sorve sinão para re-crear e muitíssimas vezesdesmoralisa.Nem todos se compenetrara assaz doverdadeiro caracter do bom livro.

Nãoé somente ura montão d'; folhasimpressas; não, é uma voz que nosfala atravez dos tempos e nos recontaos trabalhos, as luetas, os inventosd'aquelles que nos precederam nocaminho da vida e que, em nosso pro-veito, amaciaram as escabrosidadesd'elle 1

Não é das raras venturas d'estemundo poder qualquer coramunicarpelo pensamento com os grandes espi-ritos de todos os séculos e de todos ospaizes. O melhor da intelligencia e docoração d'elles, lá palpita no livro.Pela mão nos conduzem atravez dosdedalos da historia; guiam-nos aoscimos da scieneia, da arte e da litte-ratura. Remirando taes obras, queconstituem o mais precioso dos bensda humanidade, compulsando taesnrchivos sagrados, sentimo-nos agi-gantar, envaidecerao-nos de pertencera raças que geraram gênios taraa-nhos. A irradiação do pensamento

d'elles dilata-se a nossas almas, aque-ce as e exalta.

Saibamos escolher bons livros ehabituemo-nos a viver entre elles, emconstante relação com os espíritosformosos. Rejeitemos com horror o3livros immundos, que foram escriptos

para lisongear as paixões baixas*Longe de nossas vistas a litteraturarelaxada, frueto do sensualismo, quevae semeando após si a corrupção e a

i iu moralidade.A maioria dos homens affecta amar

O estudo e declara carecer de tempo

para a leitura.Mas quantos d'elles passam noites

e mais noites a jogar, ou a conversarvãmente? Não falta também quemresponda custarem caro os livros, e no

entanto gasta nos prazeres futeis e de

máu gosto mais dinheiro do que o

preciso para compòr-se uma bellalivraria. E, para tolher objecçõüd, ahiestá o estudo da natureza, de todos omais efficaz e viviíicante, e que nãocusta nada.

E' fallivel e variava! a scieneiahumana. A natureza não o é; ella não

se desmente jamais.Nas horas de desfallencia e duvida,

voltemo-uos para ella. Como umamãe, ella nos ha de acolher risonha emeiga. A linguagem que nos falarserá simples e doce, nella appareceráa verdade desvestida de vãos enfeites;mas bem pouco sabem escutar e enten-der essa linguagem plácida. O homemleva no seu interior até ás solidõesmais ermas os tumultos que abafam oensino intimo da natureza. Para dis-cernir a revelação iminanente noaraago das coisas, ha de o homemensurdecer ás chimeras do mundo e ásvarias opiniões discordes que agitamnossas sociedades ; ha de assumir-se eestabecer a paz deutro e fora de si.

Então, calados os echus da vidapolítica e social, a alma introverte-se,

adquire novamente o sentimento danatureza e das leis eternas e commu-nica com a Razão Suprema.

Si o estudo da natureza terrenaeleva e fortalece o espirito, que dire-mos da visão dos céus?

Quando a noite serena desfralda seutoldo estrellado, e começa o desfilardos astros; e mana sobre nós a clari-dade tremula e diffusa d» congerieestellar e das nebulosas perdidas naimmensidão do espaço, então toma-nosmysterioso influxo, invade-nos profundo sentimento religioso. Nessashoras afundem-se as vaus preoccu pa-ções; penetra-nos, prostra nos a sensação do immensuravel, e tudo é ado-rarmos inudamentel

Qual tênue esqui fu, voga a terra nosparamos da iinmensidade. Foge arre-batada pelo poderoso sol. Por todaparte estende-se o vncuo em redordelia, por toda parte escancaram seprofundezas que ninguém pôde son-dar impávido. E ainda por toda parte,em distancias enorme, mundos sobremundos, similhantes a ilhas nctuàn-tes, baloiçadas nas ondas do ether. Osolhos não alcançam contal-os, masnosso espirito considera-os com res-

peito e amor attrahido por tantas radi-ancias snbtis, (Continua).

NOVON ÍYIYHOS

Vende-se tia Federação Spirita Bra-zi loira:

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«Spiritisrno». Estudos phylo-sophicos, por Max; (lu vol.)em brochura 2#Ü00, encadernadu 38000

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ainda : progredir sempre —tal é a lei. »

Ai.lan Kardec.

No intuito de facilitar aos investi-

gadores da verdade, que defendem a li-herdade de consciência, occasião paratomarem parte nos estudos iniciaesdascieneia spirita, todas as pessoas queforem dotadas doespirito de tolerânciaserão admittidas nas reuniões de es-tudos theoricos e práticos, que terálogar todos os dias, ás 7 horas da noiteá rua da Alfândega n. 342, 2? andar

Segunda—G. Spirita Jesus de Nazaretn.Terça -União Spirita do Brazil.Quarta —(i. Spirita Jesus de Nazareth.Quinta—G. Spirita Luiza Torterolh.Sexta—Federação Spirita Brazileira.Sabbado — G. Spirita Lulza Torterolli.Domingo—Circulo Conciliação.

Typographia do «ueb-ohmador»

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mm u imium mmi mmesimASSIGNATURA ANNUAL

Estrangeiro 68000

PAGAMEnTO ADIANTADO

PÜBLICASE -VOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA — Rua da Alfândega n. 342.

Anno XII llrazil — Itio de Janeiro?— 1N94 — Sete ml» 10 15»

EXPEDIENTE

SíSo agentes «lesta folha

Amazonas—O Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

paua' —O Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.4"2.

Rio Grande do Norte—0 Sr. For-tunato llufino Aranha, no Natal.

Pernambuco—O Sr. Affonso Duar-te, no Recife, rua 15 de Novembro,n. 6i.

Bahia — O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio dh Janeiro—O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, era Campos, rua doRozario n. 42 A.

Minas Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, era Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência ti. 6.

O Sr. Benedicto José de Souza .Tu-nior—-em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, eraCuyabá.

Rio Grande do Sul—O Sr. Al feresMiguel Vieira de Novaes, na Capital,rua do General Victorino h. 81.

Paraná' —O Sr. João Moae.s Pe-reira G unes, em Paranaguá.

As assignatunis deste periódico co-mecam em qialquer dia e terminamsempre a 'M A». Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA UNIVERSAL

Verdade e Luz—Órgão do Esjiiritixalisino scien-tifico, publicação quinzenuL Director responsávelAntônio Gonçalves da Silva Batuira, S. Paulo—í,rua da Independência. Assignatura annual "28000.

^ £„. Órgão do Centro Spirita de Gorityba,publicação quinzena). Chefe da redacção, AlfredoMunhoz. Corityba-51— líua 15 de Novembro.

O Pharol — Órgão do Centro Spirita de Para-naguà, publicação quinzena}. Paranaguá. Distri-buição gratuita.

A Evolução—Órgão do Centro Spirita Rio-Gran_dense, publicação quinzenal. Propriedade d"DomiHgos Toscano Barbosa. Rio Grande do Sue179 rua Pedro II. Assignatura trimensal 18000

-. ti\Psychisnw—Ilevista Spirita portugueza, pu-'iílicação mensal. Lisboa, (J5 rua Augusta. Po,erie de ü números P20 réis; por serie de 1'2 nu-meros 24U réis.

Oa Revue Spirite — Journnl d'études psyòholò-crlques etBpirituttlisirie experimental ; revue meti-suelle, fondée en lSfiS |iar Allun Kanlec. Paris,1 rue de Chabanais. Prix 14 franes par an.

Le Spirilisme — •lournal mènsuel. Kédacteur Ga-brel Delanne. Paris, "24 rue Labruyère. J'rix 6 fr.

par an.La Chatne Magnitlque — Organe des sociétés

mugnétiques de Fràhcè et de 1'ótrangcr, fondée en1879 bous la direclion de M. le Baroa Du Potet.Gcrant. I.ouis AuPnn»er. Paris, 15 rue du Four-Saint-Germaiu. Prix 9 franes par an.

Journal tf 11 Magnétismc — Fondée en 1845 parM. le Baron du Potet ; organe de la Société Ma-gtiótique de Frunee ; journal mensuel. DirècteurH. Durville. Paris, 'l'.\ rue Saint-Merri. Prix ti fr.par an.

La Risllgion Uhtverselle — Oryane de Solidaritéot de Régéneration sociale, paraissant le 15 deeue móis. Kédacteur Ch. Fauvety. Gérent, P.qerdad. Na.ites, li riu? Meroceur. Prix C fr. par an.

Im Pai.v Unlversellé — Revue indépendeut. Ma-goo o.li ranscendental. l'liilosog|)hie. Pliyisiologie.cinef hio .hurnal qui Dinznenal. reclteur B. Nié-e,a Ló.o «emir . IVi\ (iunpbetta'! fr. ÍU par ian

r¥. «38

La Nouvelle Science — Revue mensuelle eonsiacrla propagation et à la discussion de la gsyntthèseentifique de la Kennooz. Orgacne de la Kéfzénara-on sociale par la science. Redascteur, GastouHailly. Paris, 13 rue de Buci.La Lnmièrc — KévelaCtion du Nouveau-Spiritua-me. Revue mensuelle, Publiée par Mine. GLücièanje. Pasiris, ,17 boui'evard Montrriórency. Prixfranes par an.

Lc Messager—Spiritisme, queàstions I.Boeiales, maétlsme. Journal bi-nieiisuel. Mr. II. Saivse.ége, '24 Boulevard de la Sou.veniore. Prix. 5 dratScsser an.

f.ight —Journal of psichical, occult and mysticaarcarch. Charing Cross. London, lü Craven Street.

Banne of Light — An exponent of the spiritualphilosophy. Colby & Rich. publishers. Boston, 9Bosworth. 8 2,50 per annum.

Thf ReUgtiy-Philosophical-Journai — Published at92 Lu Sulle-Street, Chicago, bv Marv K. Buridv;1 year $ '2,50. "

The WorúisAdoance-lUipught — PúbHshèu mon-hly. Oregon. Portland, P.I3, Sixth Street.

The Ilarbinger of Light — A nionthly journaldevoted to zoistic science, freethouglit, spiritualístriand the harmonial philosophy. Mêlbóurrie, 13Eastern Arcade. Price ú d.

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El Fcíi/i— Boletin de la Sociedad Espirita de sunombre. Mazatlan, Sinaloa. México. Publicacioneventual dedicada ii Ia propaganda v defensa de larijòsofja Espirita. Suscripcion voluntária.La Illustracion Espirita—Se publica dei I.» a) 5 decada mes en cuadernos de 32 pag. com forro decolor. Proprietário General D. Refugio 1. Gonzáles

México, '2a de Ia Independência, C.La Buena Xueva—Revista mensual de CiênciasCristianismo, Democracia; orgnno oficial dei Centro"Espiritista «La Caridud » Grátis para todos. Cubabaucti-Spiritus, 7 calle dei Príncipe.La Alborada— Revista quincenal, literária, de es-tudiüs psicológicos, interesses geraes, y organo ofi-ciai dei Centro «. El Salvador u Director Juan J.de

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La Sneva Altanza—PerioiUeo mensual organo Ueientro Espiritista Lnzo de Union, Grátis para todos

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Lc: Journal Spirilc de V Est—Iíeims, 28 rue G:im-betta.

Annalcs des Sciences Psoc/iíques—Paris, 108 Boulevard de Siimt Oermain

Revista Espiritista—-Organo de propaganda de laSociedad «l.a Persaverancia» Se publica dos vecesai mes, se distribuye grátis. Republica Argentina,Mendoza, lil Colômbia.

ElíKstudio—Periódico de propaganda y eco demovimiento general d*l Libre-peusamiento. Se pu-blica los Jiuives. Redactor: Andriis Corazon Gnza-lez. Ponce, tfi Isabel.

¦«Ynacriiiilarie, Moli<lai*i«Mla<lc

Abramos pspaçn ainda uma ve-/, ássuggestões de nossa razão : pesemos,spiritas, a quota de nossos deveres,ao erivex de, nsurarios do código mo-ral, estarmos a contar, um a um, osdireitos que nos cabem.

E' verdade, sim, que deveres e di-reitos são idéas correlatas ; mas, em-

quanto aquelles qne só cogitam desi, qne ainda não se puderam éxpur-

gar dos stigmas embrutecedores doegoísmo, só 1'allam alto em seus direi-tos, — os qne, em espirito e verdade,

já comprelienderam a lei, esquecem-sede direitos para só cogitarem de de-veres.

Levando aos últimos extremos osensinamentos do Christo, a moralspirita, mais do qne qualquer outra,empenha-nos no amor ao próximo,que se traduz nos dous maiores sen-timentos — fraternidade, solidarie-dade.

Só somos realmente fraternos,

quando, era vez de castigo, temos

para nossos irmãos a doce palavra —

perdão ; qnnndo nossos lábios nãomurmuram anathema contra os trans-stadas da senda do dever; quandonosso braço deixa cahir a arma ho-micida para que não fira o mais sei-vao-eip dos criminosos; quando peloalambiqne purificador de nossos co-racôel fazemos atravessar phrases deternura e de conselho, que vão chocaros desregrados, abalar us que se nor~tearam para o erro !

ôó somos realmente solidários — asolidariedade da dor —quando pun-gem-nos a alma os soffrimentosalheios; quando estremecem-nos oespirito os desvanos do próximo ;quando podemos derramar lagriinassentidas sobre os destinos que espe-ram aos trqnsviados do dever!

E' bem certo que mil óbices, quaesinextrincado cipoal, enredam-nos o ca-minho embaraçando a marcha francapela estrada da fraternidade e da so-lidariedade : aqui são obstáculos crea-dos pela opinião publica, alli são umafalsa interpretação dos deveres so-ciaes, mais além são as exigências denossos interesses ou o cortejo de nos-sas paixões.

Mas, spiritas, si queréis mereceresse qualificativo que nos nomea eque por si é um programam, oh I porDeus 1 ide desbastaudo o cipoal quenos trava o caminhar.

A opinião publica! Sem duvida ohomem ajuizado não a despreza; masquando ella se desvaira, quando sefôrma por processos inconfessáveis,quando sobretudo se põe em antago-nismp com a consciência do spirita,quando nos embarga a passagem, oh Ientão saltemos por cima delia paraseguir a recta que nos apontara osnossos sentimentos íntimos.

Os deveres sociaes ! Mas que de-veres sociaes são esses que nos collo-cam entre as acerhdas pontas de um

rdilemma irreductivel ? Poderá ter asociedade exigências que nos contur-bem a consciência de spiritas? Siassim é, si o atrazo humano aindacolloca algumas vezes a sociedade emántithestí com as prescripções da altamoral, uão ha hesitar, spiritas, aescolha já está feita ha cerca de vinteséculo-;.

Interesses ! Pai soes ! Mas, em tem-pos em que no globo sente-se o ba-fejo do Espirito de Verdade, que portoda sua superfície sopra; quando asestrellas do céu, cahindo sobre aterra, infundem em nós chispas desua luz; quando em horizontes bempróximos já lobrigamos a resurrei-ção do parai/.o pela unificação dascrenças e pela confraternisação dospovos; podemos nós os preparadoresdeste momento solemue, ucm os pre-cursores do reinado soberano da Mo-pai, nós os missionários da fó e darazão, podemos ter olhos para fitarinteresses egoistico-?, ter ouvidos paraattender a paixões qne nos deprimem ?

Não, spiritas, não temos mais odireito de nos deixar sob o jugo des-tes obstáculos, que só devem poderarrastar aquelles que ainda não têmas luzes que hoje nós felizmente pos-suiinos.

Com que autoridade moral nos po.deriamos acobertar, nós os operáriosdo mundo novo, si um momento si-quer fraquea.sseraos nos deveres dafraternidade '.' si, pelas injuncçOes de

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nossos interesses, acobertados por fal-tas exigências sociaes, déssemos pastoá fera que todos ternos em nós?

Chegou o tempo dos caracteres for-tes e dos espíritos intemeratos : nestemomento de transição somos, maisque todos os outros homens, experi-mentados na robustez de nossa fé, nafortaleza de nossas crenças. Não nosdeixemos cahir, spiritas, pois que sãoincansáveis nossos irmãos de além,que, dia a dia, com a brandura deseus conselhos, concitara-nos perti-nenteraente ao cumprimento do dever.

Do contrario, spiritas, mentiremosá nossa fé, e daremos provas de quea substancia de nossa alma só é feitade ingratidão.

E assim não fugiremos á lembrançada apostrophe eloqüente de Mont'Al-rerne: « Oh ! gloria, oh 1 imraortali-dade, jamais tu terás a herança doingrato e do fementido »

Fraternos e solidários eutoemos ho-sanahs ao doce espirito de paz que seuomêa — amor ao próximo I

Am curas sympatliicas

(Continuação)

Tera-se empregado egualmente oreino vegetal para a transplantaçãodas moléstias. Mistura-se a mu miacom terra negra e ahi semeia-se uraaplanta que pôde curar a moléstia eraquestão.

Durante seu crescimento, a plantaattrahe a si o espirito raumial, eassim entra em relação com o doente.Depois disso deve-se destruir a plantade uma maneira que esteja era rela-ção cora a moléstia ; convém quei-mal-a, ou seccal-a ao ar, ou lauçal-aem uma água corrente, ou enterral-ano monturo. Póde-St- ainda sustentaja transplantação regando-se diária-mente ;t planta com a água em queo doente se lavou ou com .sua urina.Porém ainda aqui é preciso saber dis-cernir. Snatanelli diz: « Nem todas asplantas convém para todos ; ellas têmsuas propriedades e suas forcas espe-ciaes, e actuara segundo estas (pro-priedades e forças) sobre o espiritovital que se lhes une. Eis por que aherva feriginosa actiía diversamentedo cardo; a piimeira refere-se ásdores du cabeça; o segundo, ás mo-lestias do fígado. »

Ainda podem se reunir os dousmethodos de transplautação, intro-duzindo a moléstia em uma planta edando a a comer a um animal.

Outro methodo consiste em depor amúmia na cova de uma arvore ou naraiz, mas isto na primavera, Isto é,quando a seiva circula vivamente.Os Paracelsistas reoouimondam a de-posição contra as moléstias chronicase a transplautação contra as mo.es-tias passageiras. A transplautação étambera ura bom preservativo. Esco-lherá-se arvores de crescimento lentosi se quer ter uraa acção durável, earvore* de crescimento vivo si a acçãodeve ser iuimediata.

Reichenbaoh demonstrou em suasnumerosas obras que eütluvios odicosse destacam não só dos organismosanimaes p das plantas como tarabem

I

dos mineraes. Estes furara egualmenteempregados pelos Paracelsistas puracuras sympathicas. Attribuiam so-bretudo ao vitriolo (sulfato de cobre)uraa influencia salutar. Aconselha-vara contra a dôr de dente osgrava-tal-o até fazer sangue e coUocar de-pois na cavidade o pó de vitriolo.O chanceler Conde Kenelm Digby,amigo dos reis Jacques, Carlos I eCarlos li possuia na. pó afamado.Escreve i um tratado, de que extraioa seguinte historia :

O Sr. íiowell, passeiando, encon-trou subitamente dous amigos que seduellavara. Atirou-se no meio dellese licou gravemente ferido na mãoesquerda. Passados alguns dias, foi

procurar Digby para qne lhe dessesen pó, porque estava soffrendo muitoe o medico manifestara o receio dever a sransTena declarar-se. Diffbvpediu um objecto qualquer que ti-vesse sido em bebido no sano-ue daferida, e Howell mandou buscar olenço com que elle havia atado áspressas o ferimento no dia do com-bate. Digby pôz o lenço em umabacia cora água e nella deitou seupó. Voltou-se para Howell que con-versava com ura amigo em outraextremidade do quarto, no mesmomomento em que este virava-se di-zendo que a dôr tinha cessado e quesentia ura fresco agradável. Digbyaconselhou-lhe então que tirasse daferida todos os emplastros e que selimitasse a conservai-a bem limpa.Sabendo o rei Jacques desta historia,foi á casa de Digby com o duque deBuckinghaui. Digby, que se empe-nhava era lhes provar a eíficacia doseu pó, tirou d'agua o lenço e fêl-oseccar perto do fogo. Logo depois oicriado de Howell veiu dizer que seuamo soffria enormemente da ferida,que sentia como si uma braza a quei-masse. Digby respondeu que podiavoltar para casa de seu amo e dizer-lhe que a dôr ia cessar de proraptò;pôz o lenço n'ngua, e não só cessaramas dores logo, como a ferida cica-trizou era cinco ou seis dias. Digbyconfiou ao rei o segredo de seu pó queelle havia aprendido com um mongeque tinha regressado das índias.

Agora, para o que diz respeito áinfluencia súbita desta substanciametallica sobre a múmia, basta dizerque os Paracelsistas considera vara osangue múmia particularmente effi.-caz porque contém mais espirito vitaldo (jue qualquer outra substancia:eis por que procuravam agir directa-mente sobre elle para curar abcessfts,feridas, heraorrhágiás. Depois de umasangria, por exemplo, costumavamenterrar o sangue, juntando primeiroa elle hervas curativas. Isto corres-ponde ao que disse uma somnambulade Du Potet: — Quando tne sangram,sinto abandonar-rae uma grandequantidade de força magnética ; umapessoa que fosse muito impressiona-vel por influeucias magnéticas, fácil-mente adormeceria aspirando o vaporque se escapa do sangue que acabade deixar as veias. »

(Continua).

t*nciimátogm|»hia

Pedimos venia ao"nosso estimadoco 1 lega Revista Espiritista de Ilabanapara transcrever em nossas coluinnaso artigo epígraphado pelo modo aci-ma e .siili.scrii.ito nelo Sr. John Uray.

A èscripta directa, em lousas her-meticamente fechadas, com ou semlápis kno interior, é um facto muitoconhecido do qual a miúdo se fazmenção; até agora, porém, não co-nhecia-se o processo por meio do qualo phenoraeuo verifica-se.

O Sr. Fred. Evans, da Califórnia, tãocelebre, e tão ^apreciado neste[geuerode mediuranidade, acaba de publicar,de accôrdo com o Sr. Owen, antigoeditor e redactor ào^Golden Gate, umlivro no qual descreve-se a maneirade agir dos operadores, segundo umacomraunicação do espirito de N.Gray,guia do médium.

Paliando da èscripta entre duaslousas, o Sr. Owen diz que jamaishavia podido comprehender este phe-uomeno, do qual nunca havia rece-bidu satisfactoria explicação. TãodiíEcil e tão a miúdo impossível é aoshumanos comprehenderem as cousasdo mundo espiritual I O que sabemosdo magnetismo, da chimica ou daphysica dos espíritos é absolutamenteinsuíüciente e nossos conhecimentosnão poderão estender se até que denossos olhos caiam as vendas ter-restres.

Sabemos que a pnenmatographia éura facto certo; sabemos que, paraobtôl-a, necessário é o concurso deum médium dotado de certas condi-ções; em que consiste, porém, a diffe-rença entre estas condições e as deoutros mediu ms? E' isto o que abso-lutamente não comprehendemos. E,não obstante, não ha nessas inensa-gens escriptas nada que seja maisextraordinário do que o que possahaver nas transinittidas por tele-gramraá on pelo cabo; tr.es pbeno-menos derivam-.se uns e outros deleis naturaes precisas, mas que nossão tão desconhecidas como as queregera a pulsação e o crescimento.

A 24 de Dezembro de 1892, o Sr.Owen, tendo pedido ao espirito deJohn Gray lhe dósse, si fosse pos-sivel, uraa explicação plausível dapneuinatographia, o guia espiritualcoinproraetteu-se immediatameute asatisfazer este desejo. Depois de terlimpo seis lousas duplas, perguntouo Sr. Evans ao espirito quantas ne-cessitiva mais; oito pancadas forama resposta. Limparam-se mais oitolousas e colloeanun-.se todas no chão.Ura quarto de hora depois, poucomais ou menos, as pancadas annun-ciaram que a mensagem estava ter-minada, eheoutraudo-se as quatorzelousas completamente escriptas. Acommunicaç.ão era extèusissima enunca John Gfray havia produzidotanto era uraa sessão.

Era concebida assim :« Muitos experimentadores e spiri-

tas convencidos, que têm se oecupadodo phenomeno da èscripta sobre lou-sas, pensara que os espirito* mate-rialisam sua mão no meio deliah eqne deste modo podem assim pegar

no lápis e escrever. Crêem tambémque, toda vez que unia oommunicaçãoestá assignada por um amigo, é esteamigo (jue a escreveu: esta maneirade ver a.s cousas origina muitas dis-cussões e muitas difilculdades. Porexemplo: Ura indivíduo apresenta-sepela primeira vez a um médium eobtém varias mensagens assignadaspor seus amigos do espaço; a ma-neira maravilhosa de produzir-se amensagem, em condições que excluemtoda possibilidade de fraude da partedo médium, o enche de admiração;leva comsigo as lousas, e entrega-seentão ao exame escrupuloso das mes-mas; a mulher ou um amigo scepticolhe faz observar que a èscripta deuma das commuuicações em nada separece coma do amigo desencarnado;passando a outra mensagem notamnella algumas inexactidões e d'ahinascem as duvidas sobre a authenti-cidade dellas. Entretanto a verda.deira causa destas inexactidões sódeve ser attribuida aos próprios ex-perimeutadores que não conhecera a.s

.leis a que está submettidò este ge-nero de manifestações.

Vou tratar de explicar estas con-tradições apparentes.

Em primeiro logar não póde-se es-perar que espíritos que não estão aocorrente das leis para a transmissãode mensagens pela psycographia, se-jara capazes de euvial-as sera uraaaprendizagem prévia.

Seria razoável encarregar na terraa transmissão de nra despacho a quemnão conheça o manejo dos apparelbostelegraphicos? Cjrlamente que não:ler-se-ia de dar-lhe primeiro tempopara aprender a telegraphia. Si, to-davia, quer-se enviar um despacho,far se-o-á por meio de um interrae-diário que saiba fazêl-o.

Pois bem, o mesmo acontece nomondo dos espíritos, requer-se havercompreliend:do estas leis e suas nia-infestações, e emquanto não se co-nhece, necessário é recorrer a espi-ritos que saibam como se pratica estegênero de' correspondência.

Assim é qua muitas vezes chamara-me, assim como a outros espíritos,para transmittir mensagens por contadaquellés que, querendo fazêl o, igno-rara, entretanto, as leis da correspon-dencia pelas lousas, e pôde suecederás vezes que, sendo-nos dictadas aspalavras phoneticamente, haja umerro ou que tal ou qual nome não es-teja convenientemente escripto. Mas,como se quer que todos os espíritospossam aprender a escrever directa-mente, resulta que não somente seuscorrespondentes da terra podem re-ceber o fao-siraile exacto de sua es-cripta, como lambera signaes 'cara-

cteristicos de seu estylo e certas ex-pressões familiares que estabelecerade um modo seguro sua identidade.

Outro erro consiste era crer queeste phenomeno exige, o contacto pes-soai do médium ou do espirito com alousa ou o lapi.s. Tudo o que se passano inundo dos espíritos tem eífeito deconformidade com as leis naturaes enão pôde considerar-se como naturaluma lei que permittisse a uraa da3mãos inaterialisar-se e introduzir-se

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IUWOItll,tl»OBl — 18» * — Setembro 15 3

entre duas lousas, pegar num lápis eescrever com elle.

Os principaes methodos aos quaesrecorremos para a remessa de meu-

sagens pela pneumatographia estãobaseados em uma lei, que principiaa ser familiar na terra : é a da ele-ctricidade e do magnetismo. Os meiosempregados para a escripta sobre aslousas, são exactamente eguaes aosempregados para um despacho tele-

graphico.Supponhamos que A em Nova York

quer enviar um despacho a B em S.Francisco. E' porventura necessário

para isso que vá a S. Francisco'(Certamente que não; bastará mane-

jar o apparelho telegraphico em NovaYork e cada som ou cada lettra seráreproduzida em S. Francisco.

Pois bem; o mesmo suecede entrenós. Si quero enviar á terra uma

communicação por meio de uma lou-

sa, escreverei sobre uma lousa do

mundo dos espirites, estabeleço uma

corrente magnética positiva com o

médium e por sua mediação com a

]ousa terrestre, de modo que, assim

como com o telegrapho, cada movi-

mento que faço com a lousa espiri-

tual communica-se e reproduz-se so-

bre a lousa da vossa terra.

Servimo-nos, pois, do médium como

de uma bateria e da esphera terrestre

como base da formação e regularisa-

ção das corre.utes. Não temos de modo

algum necessidade de um fio paraisso, como vós outros tão pouco delle

uecessitareis em pouco tempo.

Porém lambem per outros metho-

dos produzimos a escripta, os dese-

nhos, etc. Preparamos escripta ou

desenhos em quantidade sufficiente

para encher a lousa do médium e aimpregnamos em globo instantânea-mente. Foi assim que operámos re-centemente na presença do professorAlfred Russell Wallace.

Para podermos obter uma manifes-tação deste gênero, espiritualisamossuficientemente a lousa, isto é, im-preguamol-a de substancia espiritual;depois dissolvemos o lápis e pulven-samos toda a lousa.

Este systema de reproducção temmuita analogia com a photographia.A escripta de cór produz-se da mesmamaneira, com esta differença, com-tudo, que temos que prover-nos dascores na esphera terrestre, trazôl-asá sala das sessões e estendôl-as comofino pó sobre a superfície da lousa.A producção da escripta ou de dese-nhos por transmissão é muito maisdiílicil e complicada do que a que seobtêm pelo movimento do lápis, e seuêxito requer condições muito espe-ciaes. E' necessário que o médium

goze de bua saúde, que esteja livrede toda preoecupação e de toda con-

trariedade : é necessário que sinta-sefeliz uo grupo, que o meio seja sym-

pathico e que tudo om redor respireharmonia. Autes de terminar, queroaceresceutar uma palavra para aquel-les que querem estudar estes pheno-menos.

Usae para com o médium hábitosamistosos, ainda quando os conheçaesinclinados ao sceptieismo. Examiuae,investigae bem tudo, porém tende afirme vontade de reservar vosso juizopara depois de um maduro exame :assim ganhar eis a sympathia do rae-dinm, a qual augraentará as proba-bilidades de bom êxito : não façaes

como tantos outros que proclamamde ante-mão sua convicção de quevão ser enganados, por mais que con-fessem não haver assistido ainda a

nenhuma sessão deste gênero.Está na natureza do médium; como

na de todo outro ser, a natural pro-pensão a rebellar-se contra insultosimmerecido-s, tanto mais offensivos

quanto menos motivos tem dado parasemelhantes desconfianças que feremsua honra. Um médium é um sermuito mais sensitivo e impressiona-vel que os demais homens ; sente,

pois, mais vivamente a injustiça dasaceusações sem fundamento, e nessecaso, o resultado provável será queas manifestações estarão contrariadaspelo seu estado de superexcitação.O repouso e a boa

"harmonia são ne-cessarios ao médium e aos investiga-dores.

NOTtGiãMÜ

V T 51

LÁZARO — 0 LEPROSO

R Ò M A. N C K S IM K 1 T A.

Apparições.— Encontramos i oLumen, de 4 ue Agosto ultimo o se-

guiute importante apanhado histo-rico sobre apparições :

a Em todo tempo, e por toda classede pessoas, tem sido comprovado este

phenomeno.A historia guarda entre suas pagi-

nas um grande relatório deltas. Não

ha necessidade de recorrer ao myste-rioso Oriente para vèr-se os sacerdo-tes dentro de seus templos consagra-dos ao commercio com os espíritos:no Oceidente, na própria Europa, eainda nos campos de batalha, estas

apparições tem tido logar. Eis aqui

a relação de algumas dellas:Qodhe, grande escriptor allemão,

viu ura dia sua própria pessoa carai-nhando para elle.

Pope, sábio phylosopho inglez, viusahir urn braço, bem visível, de uma

parede de sua casa.Byron, poeta inglez, recebia com

freqüência a visita de um phantasma,o que elle attribuia a éffeitos de suaimaginação.

O Dr. Yobuson, litterato inglez,ouviu sua mãe chamai-o com vozbem clara, achando-se elle em outra

povoação.Descartes, phylosopho e physico

francez, era constantemente seguido

por um personagem invisível, que oexhortava a que continuasse suasinvestigações.

Oliver Cromwell, celebre políticoinglez, deitado em seu leito, teve aapparição de uma mulher gigantescaque lhe disse: «Tu serás o maiorhomem dlnglaterra.»

O physiologista Rostock, viu comfreqüência figuras humanas das quaesuma permaneceu deante delle vintee quatro hora«; tão distineta comouma visão real.

Benevenuto Celine, celebre grava-dor e esculptor, estando preso emRoma, pensou em suicidar-se ; desis-tiu do sei desígnio pela. appariçãode uma jovem de notável belleza qu?lhe fez exprobações tão justas sobreo suicídio, que resolveu-se a viver.

Napolcão I, imperador, chamou umdia a attenção das pessoas que seachavam em sua câmara, sobre umaestrella brilhante que estava conveu-ei do vèr.

« Esta estrella nunca me tem abau-donado, disse-lhes, vejo-a em todosos actos mais importantes de minha

POR

r-assa y^

LI

Aturdido e desesperado, o bandido vol-tou paru casa fazendo mil conjecturas, quenão lhe davam a menor réstia de luz so-bre o inaudito resultado de seu bem com-binado plano.

Como! Saber que seu amado—o homempor quem deixou no desespero pae e mãe,que estremecia; por quem fez o sacrifícioda própria honra — saber que este esta emperigo de. vida, e nfio arriscar-se ao mi-nirno do que por elle tom feito, ú vir fallarcom um estranho sim, mas que lhe pro-inettia os meios de salvação!

O demônio tel-a a avisado?Será tão entranhado seu amor por meu

rival que, nem mesmo para salval-o damorte, a nova Lucr.ecia se .queira exporao risco de encontrar algum Tarquinio !

Mas não posso atinar com outra expli-cação !

Pois bem; eu juro por Deus e por Sa-tanaz queí hei de tel-a, ainda que mecuste todo o sangue de minhas veias, quehei-de partilhar com o infame Lázaro,ainda que seja por um momento, a feli-cidade que elle acredita não ter viudo aomundo sinão para si !

O que não se faz por um modo, faz-sepor outro modo; o que falha hoje, sortiráseu effeito amanhã.

Amanhã voltarei á brecha por outroDonto e tantas investidas hei de fazer,que conseguirei hastear minha bandeira

triumphante nas ameias desta fortaleza,que se tem na conta de inexpugnável.

Mudemos, pois, novamente as guardas.E, pois, que. a caça não sabe da toca,mundemos-lhe a seita hervada là na toca.

Quando sentir-se ferida, onde .suppoz-se tora d) alcance de todo o ataque, sa-hilá a procurar mais seguro refugio, e énesse transito que eu apanhal-a-ci.

Gustavo de. .^anto Aleixo ainda nãomorreu !

No dia seguinte Gustavo encontrou onosso heroe no mesmo ponto da véspera.

Então, capitão, a bella moça veiü àfalia e o senhor quer a repetição da ária,não é ?

Adevinhaste, patife, mas...Não tem mais nem menos, f)#000

para cá e o resto por conta e risco do seuliei creoulo.

Escuta. A moça veiu à falia, mas eupreciso alguma cousa para a velha.

O que/ O senhor também quer avelha! Perde seu tempo, porque...

Não é isto, rapaz ; 6 que eu precisofazer com que a velha corra com a moçade casa para tora.

Ah ! este negocio não está na minhatahella de õftOOO ; é muito serio e está nonumero dos que custam 10$000.

-- Não c tal serio, creoulo; é simples-mente entregar uma carta á velha e sur-ripiar-lhe algum objecto de estimação dasenhora.

Pois então ? Entregar uma carta, 5$ ;arrecadar, com risco de ser apanhado, umobjecto de estimação, outros 5/jí; somma,'lOflOOO. Por menos" não faço o trabalho,nem que o senhor chore pitanga.

Quer? E' metter a mão nos bolsinhos esem demora, porque o patrão está lá em-baixo á minha espera com a carrocinha.

Pois está feiro. Toma os IOjOOO, masvê bem (pie não descubram què foste oladrão.

Ladrão é elle Eu nãoganhar o meu salário,não me deixar apanhar,qúe o interesse é meu e

Pois vae, e aindaguie.

A. carta para D. Clara estava escriptanestes termos;

fa$o sinãoAgora, sobre obem deve saber

i meu só.uma vez Deus te

« A senhora accolheu em sua casa amais hábil batedora dè uma quadrilha,que explora especialmente as viuvas ricasintroduzindo-a como cread.à nas casas ecolhendo, por meio delia, os valores queella puder apanhar.

« Kinge-se muito santarrona o.tcm lo-orado por este modo captar a confiança demuitas que só abrem os olhos quandoestão roubadas.

« Quem lhe faz este aviso e um dos lia-bitantes deste; município onde a senhora•rosa da estima e ih veneração de todos.

« Quando lhe faltar o primeiro objecto,é que a gatuna já se acha senhora de suaconfiança e então, si não quizer augmen-tar o número de suas victimas, corra comcila de casa para fora, que a justiça to-maráconta delia, o que não tara emquantoestiver em sua respeitável casa.»

O moleque tomou a carta, com os 10$ e

partiu cantarolando, como costumavaazer quando tinha alguma empreitada

Mal viram o moleque, as duas senhorastiveram o mesmo pensamento: inqunil-0sobre o facto da véspera.

Veiu elle chegando, muito sonso e decabeça baixa, fazendo-se apalermado, eti. to que. entregou o sacco de pao, vol-tSÜ-s.M^ra D. dará e disse-lhe quasi ga-g^UKs[!>0carta estava là na estação e o

Kíiarda me pediu para trazel-a a senhora."

[ Clara recebia, de vez era quando,carta de uma velha companheira de in-fineia que residia na corte, e, pois sem

áSendeS^quea carta nao estava^ellada,a ribuiu-a aquella origem e recebeu-a.

_.Vem cá, rapaz. l)ize-mc uma cousa:

quem te deu a carta que trouxeste hon-tem a esta menina?

__ ouem me deu foi o patrão, que a ie-

cebeu; creio que na cidade, porque eunnovi ninguém lh'a dar em caminho.'lotava

cortada a questão por sua base,visto não ser o moleque o portador dl-rêcto «• D. Clara ia deixal-o partir, quandoEulalia, cerrados os olhos, disse-lhe : _'_

Fxiia que o patrão venha ca amanhadnr explicações, porque este molequeestá mentindo. ;.•'•':/¦-«

Gustavo de Santo Aleixo sentiu fugir-lhe a terra dos pés.

A moca a mais empenhada em saber deonde. velu a carta! Logo não accedeu aoconvite do homem !

O negocio complie.a-se, pensou, epeior será amanhã quando o patrão medesmentir .'

Sr. Gustavo, salve seus 15$000 e suapelle, que estão em grande risco, porqueesta velha é capaz de fazel-o hir á endeiapassar recibo de seis dúzias de bolos bempuchados, pois que é i|t»o venerada, na ei-dade, que uma palavra sua faz íé, como aque escreve o escrivão.

Deixemos o tal escriptor de cartas adansar na corda bamba e tiremo-nos destaembrulhada.

_ Sinhá moça, sinha D. Clara, eu soumoleque de palavra, e como promettiguardar segredo, por isto é que lhe disseque não sabia quem mandou a carta dehontem, que. é o mesmo da de hoje.

E' o mesmo '. Espera, vou tel-a.E D. Clara leu a carta denuncia e apre-

sentou-a a Eulana, que ficou indignadaao ponto de vociferar.

Bem, moleque, quem é o autor des-tas cartas ?

Gustavo contou as duas historias e des-creveu o phvsico do homem que lhas dou,de modo que Eulalia reconheceu perfeita-mente que elle era o maldito Paulo.

Que patife ! que patife ! exclamou D.Clara, no auge da indignação. Desrespei-tar-me assim !

Amanhã vou ao delegado de policiapedir o castigo deste tratante, e hei deconseguil-o!

Quanto te deu o tal patife ? perguntouao moleque.

Deu-me pela primeira carta 5$000,que os ganaei conscienciosamente, e deu-me pela segunda 10#000, que vou re-ti-tuir-lbe, porque foi com a condição de euroubar-lhe algum objecto de estimação,não sei para o que.

D. Clara soube logo para o que, assimcomo pensou que era um perigo saber operverso que sua trama estava descoberta.

Assim, pois, deu outros 10$000 ao mo-leque e uma jóia a que ligava pouco valorpara elle dizer que tudo fora feito s.egun-do os desejos do miserável.

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i Continua.

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temperamento, hypnotisando um sen-sitivo. cujo caracter de letra conhe-camos, deverá com a mudança de

personalidade mudar também o ca-

racter da letra. Esperi mo i taram comum estudaute, moço de 22 annos,

muito gastador ; depois de hypno-tisado sugeriu-lhe o Dr. Richet queelle era um rapaz muito econômico,avareto mesmo ; então dictaram-lheuma jiagina qualquer. Antes da ex-

perienciaelle tinha o modo de escre-ver de todos os pródigos : palavrasespaçadas, três cm quatro palavrassobre uma linha, algumas linhas emuma pagina : durante a experiênciao moço escreveu como um a varo :letras muitas apertada», linhas mui-

to juntas, economia de papel- Os dois

médicos fizeram com outros mais ex-

perienchis que foram sempre con-cludeutes.

CjÍi-u|>o Spiri.tt ceu iCnlti-more—Tão interessante achámos acarta que o Sr. P. F. de Gournay di-rigiu á Revue Spirite de Paris, quenão nos podemos furtar ao dever de

' transcrevel-a, apezar de sua lon-gura,

E1 a seguinte :

« Muito tempo ja se passou semvos dar noticias do nosso pequenogrupo de spiritas francezes. Emboratenhamos passado da typtologia áescripta inspirada, e depois ás encar-nações, nada tenho achado assás in-teressante para entreter os leitoresda Revue. Lembrei-me de vos enviarobservações minhas sobre alguns ca-sos authenticos de materialisação,presenciados por nós, mas não quizseguir M. Clemens, visto como emsuas cartas interessantes e verídicasjá vos disse assás sobre as cousas daAmerica,

Penso, comtndo, dever vos comam-nicar um facto recente, duplamenteinteressante, por isso que vos indi-cará o caracter das investigações in-dianas, e porque liga-se a um sue-cesso fatal (pie acaba de privar aFrança de um grande cidadão, «mulo Ide Washington nas virtudes cívicas,mais dignas da nossa admiração doqne a gloria militar do maior con-quistador.

Ha cerca de um anuo que contamosentre os nossos amigos desencarnadosrnais dedicados, um iudio chamadoRed Plume (Pennacho Vermelho),que nos foi trazido pelo chefe pai deFleur des Rochers, meu admirávelespirito familiar. Esse indio, dotadode força hercúlea, tem por missãoprincipal ajudar o desenvolvimentodas nossas forças mediamnimicas.Quando se apossa de um sujeito, oagita como bem quer, insufla-lhe oseu magnetismo e, passado algumtempo, falia por ellecotn a sua própriavoz. Então conversa á vuutade, res-ponde ás questões e na sua, Língua-gem pittoresca (um mão inglez) nosdiz bellas e, bonitas causas, eh-iasde bom senso e mesmo ás vezes depensamentos mui elevados.

Depois de vos haver feito conhecero nosso amigo Red Plume, retrocedoagora para vos mencionar dous factosque precederam á notável com muni-cação que elle nos fez.

Em D") de Junho, um de nós, sobo império de um espirito desconfie-cido, cahiu subitamente em um tre-mor convulso,exclamando com voz la-cerante : « Oh ! que crime horrível)...Um homem illustre, um grande ei-dadão, cabe sob o punhal de ura as-sassino!... Está em lagrimas todo um

povo!...» O médium achava-se tãoagitado que não pôde continuar, nemnos dar explicação alguma. Esta pre-dicção, si o era, a quem se referia'/Estávamos mui tonge ue pensar cmMr. Carnot. Talvez seja isso com oCzar, pensávamos, on, como se tra-tava de um grande cidadão, será como presidente Clevelaud ? O assassinatopolítico vae sendo moda nos Estados-Unidos, e anarchistas não faltam. Namesma semana, no dia seguinte, meapparece um dos nossos inediums pro-ftssionaes mais estimados, MUe. Dati-le, cabia em transe no meio de umasessão publica e annuuciava que nosúltimos dias de Junho o governo ame-ricano lamentaria a morte de um

personagem eminente, victima de umassassinato.

No domingo 24 de Junho, data fa-tal! estávamos reunidos em sessãona minha casa. A voz desconhecidanos disse, com uma tristeza iuexpri-raivei: «O crime está consummado!*..Logo vos chegará a noticia... Quan-tas lagrimas!... Oh 1 pobre humani-dade...! )>

Indizivel emoção nos dominou ; fi-cátnos aterrados.—Na manhã do diaseguinte, ao abrir o meu jornal, aprimeira cousa que me attrahiu avista foi a noticia do assassinato deMr. Carnot. Era, pois, delle que setratava, a sua morte noa fora annun-ciada oito dias antes e confirmada uomesmo momento em que elle cabiasob o golpe do assassino !

No domingo seguinte conversámoscom Red Plume. Perguntei-lhe a ra-zão por que nenhum dos espíritos ele-vados, que habitualmente nos ajudamcom os seus conselhos e nos instruemna doutrina tão bella do espiritismo,se communicára nas duas ultimassessões (reuniamo-nos três vezes porsemana).

« Estão oecupados n'outro logar,nos respondeu. Tem havido grandesceremonias para receber um chefevindo do outro lado da agua.—Quem?

Um grande chefe francez, mortopor um pérfido. Oh 1 como foi bello !

Estáveis presente ? — Certamente.Aqui, é como na vossa terra; quandoha um grande suecesso. uma ceremo-nia publica, todo mundo corre paraalli. Havia lá uma assemblea degrandes espíritos, sendo muitos dasaltas espberas onde, eu não posso ir.Fui seguindo os vossos amigos, eassisti.—Si vos apraz, contai-nos isso,Red Plume. -Oh ! Era bello! era gran-de!... Vós nunca vistes cousa sinal-lhante, não. Um grande numero deespíritos francezes estavam assenta-dos em semi-circulo ; havia tambémalli alguns squawos, guerreiros es-traugeiros, o grande chefe dos ame-ricanos e outros. Eram todos espiri-tos elevados, sachems. Formavam umcounciljire (assemblea deliberativa).Circumdava os uma espécie de nuvemde ouro. Veiu então chegando o espi-rito do chefe francez, acompanhadopor dous outros espíritos de rostospai lidos, o seu pai e seu avô, umgrande guerreiro que reconheci, poisvisitara outr'ora o nosso feliz paiz dacaca.

<( Uma baila moça destacou-se daassemblea para a frente. Tinha umar alt.ivo e bondoso ; trajava de guer-retro, com scintillação no peii.o; asua saia curta era bordada a ouro :tinha na mão uma lança... — SeriaJoanna d'Are? disse uma das nossasdamas.—Sim 1 Sim! E' isso! é o nomeque ouvi! Ella foi ao encontro dochefe, tomou-lhe a mão e o conduziupara o meio da assemblea. Todos selevantaram e o rodearam, saudando-lhe a b a vinda. Ouviu-se então umamusica admirável, cânticos melodio-sos como os dos nossos pássaros çari-tores. Uma voz dizia palavras tristes,outras depois respondiam triuraphau-

tes, como os nossos cânticos de guer-ra.... Nunca, nunca vi ceremonia tãobella !»

Um do nosso grupo fez então, bemalto, esta reflexão: «Por que essespoderosos espíritos não impediramtão abominável homicídio ? »

Red Plume respondeu : — O grandeChefe disse que isso já estava decre-tado. 0 chefe francez cumprira bema sua missão sobre a terra. Agora,como espirito, poderá ser mais útilao seu povo do que si por longo tempoainda continuasse encarnado.

Como assim ?Foi um homem justo ; o seu es-

pi ri to pôde agora fazer penetrar aidéa do bem em maior numero decérebros. Os homens são impotentes .contra o mal. Os espíritos empreheu-dem fazel-o cessar, infundindo o amordo bem em todas as classes. Si oshomens fossem irmãos como aqui osomos, crimes não haveriam ahi.

Desejava poder vos transmittir alinguagem apropriada e eloqüente,ua própria simplicidade do nossoamigo índio, a sua voz guttural e osseus gestos cheios de nobreza. 0 seupatuá inglez pareceria risível na tra-ducção, mas eu vos affirmo que nãonos

"fez rir. Os scepticos rae couside-

rarão hallucinado ou farcista quelhes conta frivolidades. Tanto peiorpara elles. Um homem honrado nãoinventa cousas taes; um homem hon-rado não crê um outro capaz de asinventar. Affirmo que o Índio RedPlume, contando a recepção de Mr.Carnot, apresentado pela Joannad'Arc—a encarnação do patriotismo— a uma assemblea de espíritos es-clarecidos, que velam sobre a França,fez verter lagrimas e nos deixou tãocommovidos quanto maravilhados.

Não ó mais somente a clarivideu-cia a curta distancia, é a vista realcom os olhos fechados exercendo*sedurante o tempo da viagem. E' pre-CISO dl7.PÍ* orlonu o f"»rla. «a romifiCii.

ções possíveis, porque o corpo damoça ficaudoem Orléans, é necessárioque uma parte de si mesma se tenhadesprendido para ver o que se pas-¦-ava no caminho das Malvas. Emboradesgoste aos materialistas, não pôdeser senão a alma.

(Continua)

1«1 M llltl

MISCStMNEA

0 SPIRITISMO ANTE A SCIENCIAPOR

<3«a!»rel llclamie

P A R TE SEGUNDA

CAPITULO IIISomnambulismo magnético

Duas pessoas presentes, duvidandoque houvesse visão real, furão á salado baile e. ficaram admiradas vendoas meninas de vestido azul, o velhode casaca vermelha, e o par da noivaque as meninas denunciaram.

Outra vez, continua M. Charpignonum dos nossos indivíduos desejou,no seu sumhambulismó, ir ver suairmã que estava em Blois. Conheciao caminho e seguiu-o mentalmente.

Olá 1 exclamou elle, para onde vaeM. Jouanneau ?

Onde es taes ?Eu estou em Meung, por volta do

lugar das malvas, e encontro M.Jouanneaii todo endoming.ado quevae sem duvida jantar em algumcastello.

Depois continuou sua viagem. Ora.aquelle quese tinha apresentado ex-pontaneamente á vista da somnam-bula era um habitante de Meung,conhecido das pe-soas presentes, uselhe escreveu em seguida pára saberse elle estava verdadeiramente depasseio no lugar designado e na hora.indicada. A resposta confirmou mi-nuciosamente o que tinha dito ma-demoiselle Celine.»

Quanta-t reflexões! Quantos es-tudos psyehologicos neste facto pro-duzido tão fortuidamente ! A visãodessa somnambula não tinha saltado,como se. observa tantas vezes, para olugar desejado ; tinha percorrido todoo caminho de Orléans a Blois, notan-do nessa rápida viagem tudo qne po-dia chamar sua atl.ncão.

EXPOSTO DA 1'HII.OSOPHIA DOS ESPÍRITOSSUAS BASES SCIENT1K1GAS K KXPERIMIÍNTA EES

SUAS CONSEQÜÊNCIAS MOHAESPOU

HiéoBt OcnisV

PARTE MORAL.O CAMINHO DIREITO

• LI. — A prece (*)(Continuação)

A prece deve ser uma expansãointima da alma a Deus, um colloquiosolitário, uma meditação sempre útile muitas vezes fecunda. E' o refugioaltíssimo dos afílictos e dos agonia-dos. Nas horas em que nos cerramo desalento, a angustia e o desesperoquem não achou na prece a calma, oreconforto e o allivio de seus males?Um dialogo mysterioso se estabeleceentre a alma soffredora e a potênciaevocada. Uma expõe suas magnas, edesmaios , implora soecorro, amparoe indulgência. E então, no sanetuarioda consciência, responde secreta voz,a voz d'Aquelle donde provêm todaa força para as luetas deste mundotodo balsamo para as ulceras e todaa luz nas incertezas. E a voz consola,reaníma e persuade; infnude-uos va-lor, submissão e resignação estoica.E eis-nos quasi desafogados de tris-tezas, e menos abatidos; um raio dodivino sol iuziu-nos na alma e brotounella a esperança.

Pia quem maldiga a prece, ajui-zandoa banal e ridícula. Esses nuncaoraram ou nunca souberam orar. Com-prehende-se que escarnecem os padre-nossos proferidos sem convicção, asrecitações tão vaus quanto intermiua-veis, todas essas rezas classificadas erotuladas, que os lábios balbuciam eem que não entra o coração ; masisso não é a prece. A prece ó urasurto para além das cousas terrenas,um ardente appello ás potestades su-pernas, ura rapto, um vôo a regiõesque não são turbadas pelo borborinhodo mundo material e onde o ser bebeas inspirações precisas. E quantomais possante é o rapto e sincero oappello, mais claras e nítidas se lherevelam as harmonias, as vozes e bel-leza dos mundos superiores. E' comouma janella que se abre para o invi-sivel, para o infinito, e por onde lhechegam mil impressões consolanfes esublimes. Em taes impressões ella seerabebe, inebriasse dellas, e revigo-ra-se como si fossem um banho flui-dico e reítenerador

Contmúa

(') Paracorrecção do publicado no ulti-mo numero, repetimos hoje este capitulo.

ATTENCÃORogamos nos nossos coii-

frades satisfazerem seusdébitos com a maior brevi-dade, afim de podermos re-gularizar nossa escripta.

Os dos Esfn.dos Fe-derndos poderão enviar-nossuas ordeíis em vale-postal

Typographia do «reformador»

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ASSIGNÀTURA ANNUALütW- 4 . • • . 58000

PAGAUIRUTO ADIANTADO

PUBLICA-SE NOS DIAS 1 EL", DRCADA MEZ

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Anuo XII

EXPKIMKrVrE

Toda correspondência deve ser dirigida a ALFREDO PEREIRA - Rua da Alfândega n. 342.

llrazil - Rio de Janciro|- 1*»4 _ Setembro 15

ASSIGNÀTURA ANNUALEstrangeiro 68000

PAGAMEÜTO ADIANTADO

PÜBLICASE _ÍOS DIAS 1 E 15 DECADA MEZ

M. S*8

itfSo agente» «lenta folha

Amazonas—0 Sr. Bernardo Rodri-gues de Almeida, em Manaus.

paua' —0 Sr. José Maria da SilvaBastos, em Belém, rua da Gloria n.4"2.

Rio Guandu do Norte — O Sr. For-tunato Rufino Aranha, no Natal.

pBRNÀMBüdò—Ü Sr. Aflbn.su Duar-te, no Recife, rua 15 de Novembro,n.6*.

Bahia — O Sr. Francisco XavierVieira Gomes, na Cachoeira.

Rio du Janriko—O Sr. Affonso Ma-chado de Faria, em Campos, rua doRozario n. 42 A.

Minas Geraes—O Sr. Ernesto deAzevedo, era Caldas.

S. Paulo—O Sr. Antônio Gonçal-ves da Silva Batuira, na Capital, ruada Independência u. 0.

O Sr. Benedicto José de Souza Ju-nior—-em Santos, rua Xavier da Sil-veira n. 128.

Matto Grosso-— O Sr. Capitão Joa-quim Antônio de Oliveira Roza, eraCuyabá.

Rio Grande do Sul—O Sr. AlferesMiguel Vieira de. Novaes, na Capital,rua do General Victorino n. 81.

Paraná'.— O Sr. João Moaes Pe-reira G unes, em Paranaguá.

La iXouvellc Science — Kevue mensuelle eonsiacrIa propagation et à Ia discmsion de Ia <r3ynUb.èseenttfique rie Ia Rennooz. Orgacne de la lV"énara-?tD -n0C1?ie Par la «cience. Hedascteur, GastouIlailly. Paris, 13 rue de Buci.La Lumière - KévelaCtion du Nouveau-Spiritua-me. Revue ineuauelle. Publiée par Mme. GLúcieanje. Pasiris, .17 houfevard Montnioreucv. Prixfranc» par an. '

LcAícsMí/cr—Spifitisine, queôstions I.Bociales, maetlsme. Journul bi-menauel. Mr. II. Saivseege, 24 Boulevard de la Sòu.venière. Prix. 5 draÜcsser au.

Light — Journal of psichical, occult and mv3tieaarcarch. Charing Cross. London, lü Craven StreetBanne of Light - An exponent of the spiritual

philosophy Colby & Rich. publishers. Boston. 1)Bosworfh. 8 2,50 per annum.Thf Relijito-Philosophical-Jonrnal - Published atVi La balle-Streêt, Chicago, by Marv K. Bundv.1 year S 2,50.The WorhfsAdvance-Thought — Published mon-hly. Oregon. Portland, P.13, Si -th Street.The Uarbinger of Light - A montl.lv journaldevoted to zoistic aoience, freethougl.t, spirítualisrh

and the harnionial phihnophy. .Melbourne 13Eastern Arcade. Price ii d. '

The Carrier Doveí-The oldést spiritual ionnialou the lncihc U>ost. Sun l-rancisco, 121 _ièh't_-Street. °Estúdios 2:eosd/icosy.pUb|icacion mensual. Barce-

lona, üü, entr.» l.«Tallers, Precio 8 pesetas aluno.Los Doíliinicales dei Libre Pensamiento—Redn-

ctores : Ramou Caies y Demofilo. Madrid, .r>-l.o

_ Ànnali dcllo Spiritismo in Itália -Torino ?.'i ViaBogino.

fenfe United - States. S. Franci.co (Cali-forny), 734 Montgornery Street.Lt? A,.''orarf<<—H.vista monsual, literária, de estu-

dios-psicológicos, interesses generales v organo oli-cialüel Centro « Kl Salvador « Grátis para todos.Direotor: Juan .1. de Garay. Sagua-la-Grande (Cu-ba),.l Gloria

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Le'<JonrmiLHpirilede V Est—Reims; 28 nu- Gnm-betta.

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ElEstndin— Periódico de propaganda y eco denioviiriiento general dei Libre-pensamiento. Se pu-blioaSRis Jnéves. Redactor: Andrda Corazori Gnzu-lez. Ponce, IS Isabel.

-~&~ —" —

l<Yiiici»nitlu<le, Solidariedade

Abramos espaço ainda uma vez Assuggestões de nossa razão : pesemos,piritas, a quota de nossos deveres,

calle dei Horno ue Ia Mata Preeie- Ú pesetusVanó. ao enVe„ (\e n3UrarÍ0S do tÜÒfM mO-

As assignaturas deste periódico co-meçam em q lalquer dia e terminamsenípre a 31 A". Dezembro.

IMPRENSA SPIRITA. UNIVERSALVerdade e. Luz—Órgão do Espiritualismo scien-

tilico, publicação quinzenal. Director responsávelAntônio Gonçalves da Silva Batuira, S. Paulo—í,rua da Independência. Assignatura annual 2f|000.

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La Chalne Magnètiqne — Orjjtane des sociétésttiagnétiques de France et de 1'étrangcr, fondée en1879 sous la direction de M. le Baroa Du Potet.Gérant, Louis Auflinger. Paris, 15 rue du Four-Saint-Gerniniu. Prix 9 franes par an.

Journal du Magnétismc — Fondée cn 1845 parM. le Baron du Potet j organe de la Société Ma-gnétique de France ; journal mensuel. Directeurli. Durville. Paris, 21! rue Saint-Merri. Prix 6 fr.par an.

La Re.llgion Universelle — Organe «lc Solidaritéot de Régéneration sociale, paraissant le 15 deeue móis. Redacteur Ch. Fauvety. Gérent, P.qerdud. Na.ites, 3 rue Mercu;ur. Prix 0 fr. par an.

La Paix Universelle — Revue indépendeat. Ma-guu o.li ranscendental. Philoiogpbie, Piiyisiologie.cine' hio Journal qui Dinznenal. recitem- B. ISié-j;,a Ln.o «eour . IVi\ Gain'hptta'l fr. .r0 par ian

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La Sjlnge—Gnzzettuifj di propaganda spiritioacom Hibliotlieca Àppendieé pei soli ubboriuti. Pubíi-

azioue meiisile. Oirettore : E. Unglier. Roma, I2SVia dei Bosclietti.i. Abboniunuiito aiinuale 8 liras.

La Fralernidad—O'rpn\io de la Federacioh Espi-rilistii Argentina. Redactor: M. Saenz Cortês. Pu-blicacionr niensuál en emidernos de 24 páginas.Buenos Aires, Iòüô. Bràiulzén Stiácnción-trunes-tie adelantado {fl.50m/n.

Constância -.Revista semanal sbòiológico-spirita vorgano de i,t Sociedade « Constância .. RedactoVUosiue M-rmo. Buenos Aires. 444 Andes Suscri-ciou : trimestre udelanlado _/n j),.'50.

La lVri/í—Revue spirite iiiensuelle, publiée enranca.8 et en espagnol. Organe de la Société Spi-S»n(u .

"1.^ hV'"e de Ko8drio (íT"vincedeüanta-le) Republique Argentine. Directeur: PRastom. Rosário. ,50 calle San Luis. Abonement :pa, 'i,ou.

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Ob R inirez. 'La.Vupun.í/mrua-Periodico mensual organo deientro Espiritistà Lazo de Union. Cratis para todosCuba, Cienfusgos, ?2 ArguellesThe Theosophist—A magazine of uri«nlal philoso-

phy, art. hterature and occultism, condiicede byII, b. Oloott. Madras, Advar. Prioe annual _ 1.

ral, estarmos a contar, um a um, osdireitos qne nos cabem.

E' verdade, sim, que deveres e di-reitos são idéas correlatas ; mas, em-quanto áquelles qne só cogitam desi, qne ainda nüo se puderam expur-g-ar dos stigmas embrutecedores doeg-oisrao, só faliam alto em seus direi-tos, — os qne, em espirito e verdadejá comprelienderam a lei, esquecem-sede direitos para só cogitarem de de-veres.

Levando aos últimos extremos osensinamentos do Cliristo, a moralspirita, mais do que qualquer outra,em penha-nos no amor ao próximo,que se traduz nos dous maiores sen-timentos — fraternidade, solidarie-dade.

Só somos realmente fraternosquando, em vez de castigo, temospara nossos irmãos a doce palavraperdão; quando nossos lábios nãomurmuram anathema contra os trans-viad^s da senda do dever; quandonosso braço deixa cahir a urina ho-micida para que não fira o mais sei-vagem dos criminosos; quando peloalambique purificador de nossos co-rações fazemos atravessar phrases deternura e de conselho, que vão cbocaros desregrados, abalar us que se nor-tearam para o erro !

Só somos realmente solidários — asolidariedade da dôr — quando pun-geui-nos a alma os soffrimentosalheios; quando estremecem-nos oespirito os desvanos do próximo ;quando podemos derramar lagrimassentidas sobre os destina-* que espe-ram aos transviados do dever 1

E' bem certo que mil óbices, quaesinextrincado cipoal, enredam-nos o ca-minho embaraçaudo a marcha francapala estrada da fraternidade e da so-lidariedade: aqui são obstáculos crea-dos pela opinião publica, alli são umafalsa interpretação dos deveres so-ciaes, mais além são as exigências denossos interesses ou o cortejo de nos-sas paixões.

Mas, spiritas, si quereis mereceresse qualificativo que nos nomea eque por si é um programma, oh I porDeus 1 ide desbastando o cipoal quenos trava o caminhar.

A opinião publica! Sem duvida ohomem ajuizado não a despreza; masquando ella se desvaira, quando sefôrma por processos inconfessáveis,quando sobretudo se põe em antagó-nismo com a consciência do spirita,quando nos embarga a passagem, oh !então saltemos por cima delia paraseguir a recta que no3 apontara osnossos sentimentos Íntimos.

Os deveres sociaes ! Mas que de-veres sociaes são esses que nos collo-cara entre as aceradas pontas de um

pdilemma irreductivel ? Poderá ter asociedade exigências que nos contur-bem a consciência de spiritas? Siassim é, si o atrazo humano aindacolloca algumas vezes a sociedade emantithestí com as prescripções da altamoral, não ha hesitar, spiritas, aescolha já está feita ha cerca de vinteséculos.

Interesses! Paixões! Mas, em tem-pos em que no globo sente-se o ba-fejo do Espirito de Verdade, que portoda sua superfície sopra; quando asestrellas do céu, cahindo sobre aterra, infundem em nós chispas desua luz ; quando em horizontes bempróximos já lobrigamos a resurrei-ção do paraizo pela unificação dascrenças e pela confraternisação dospovos; podemos nós os preparadoresdeste momento solemne, nós os pre-cursores do reinado soberano da Mo-ral, nós os missionários da fó o darazão, podemos ter olhos para fitarinteresses egoistico-;, ter ouvidos paraattender a paixões que nos deprimem ?

Não, spiritas, não temos mais odireito de nos deixar sob o jtto-o des-tes obstáculos, que só devem poderarrastar áquelles que ainda não têmas luzes que hoje nós felizmente poa-suirnos.

Cora que autoridade moral noe po.deriamos acobertar, nós os operáriosdo mundo novo, si um momento si-quer fraqueassemos nos deveres dafraternidade? si, pelas injuncçOes de

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nossos interesses,acobertados por fal-tas exigências sociaes, déssemos pastoá fera que todos temos em nós?

Chegou o tempo dos caracteres for-tes e dos espiritos interaeratos: nestemomento de transição somos, mais<lue todos os outros homens, experi-mentados na robustez de nossa fé, namrtaleza de nossas crenças. Não nosdeixemos cahir, spiritas, pois que sãoincansáveis nossos irmãos de além,que, dia a dia, com a brandura deseus conselhos, eoncitam-nos perti-nentemente ao cumprimento do dever.

Do contrario, spiritas, mentiremosá nossa fé, e daremos provas de quea substancia de nossa alma só é feitade ingratidão.

E assim não fugiremos á lembrançada apostrophe eloqüente de MonfAl-verne: « Oh ! gloria, oh ! immortali-dade, jamais tu terás a herança doingrato e do fementido »

Fraternos e solidários entoemos lio-sanahs ao doce espirito de paz que seuomêa — amor ao próximo I

dos mineraes. Estes foram egualmeuteempregados pelos Paracelsistas paracuras sympathicas. Attribuiam so-bretudo ao vitriolo (sulfato de cobre)uma influencia salutar. Aconselha-vam contra a dôr de dente e.-grava-tal-u até fazer sangue e collocar de-pois na cavidade o pó de vitriolo.O chanceler Conde Kenelm Digby,amigo dos reis Jacques, Carlos I eCarlos 11 possuía nu. pó afamado.Escreve i um tratado, de que extraioa seguinte historia:

0 Sr. Howell, passeiando, encon-trou subitamente dous amigos que se •duellavam. Atirou-se no meio delles Ie licou gravemente ferido na UlilO

A« curas syiupathicas

(Continuação)

Tem-se empregado egualmeute oreino vegetal para a tr.insplantaçãodas moléstias. Mistura-se a mu miacom terra negra e ahi semeia-se umaplanta que pôde curar a moléstia emquestão.

Durante seu crescimento, a plantaattrahe a si o espirito mumial, eassim entra em relação com o doente.Depois disso deve-se destruir a plantade uma maneira que esteja em rela-ção com a moléstia; convém quei-mal-a, ou secca)-a ao ar, ou lançal-aem uma água corrente, ou enterral-ano monturo. Póde-sc ainda sustentaja transplaotação regando-se diária-mente n planta com a água em queo doente se lavou ou com sua urina.Porém ainda aqui é preciso saber dis-cernir. Santanelli diz : « Nem todas asplantas convém para todos ; ellas têmsuas propriedades e suas forças espê~ciaes, e actuara seg-undo estas (pro-priedades e forças) sobre o espiritovital que se lhes une. Eis por que aherva feriginosa actiía diversamentedo cardo; a piimeira refere-se ásdores dc cabeça; o segundo, ás mo-lestias do figado. »

Ainda podem se reunir os dousmethodos de transplautação, intro-duzindo a moléstia em uma planta edando a a comer a um animal.

Outro methodo consiste em depor amúmia na cova de uma arvore ou naraiz, mas isto na primavera, isto é,quando h seiva circula vivamente.Os Paracelsistas recoinmendam a de-posição contra as moléstias cbronicase a transplautação contra as mofes-tias passageiras. A transplautação étambém um bom preservativo. Ésco-lhera-se arvores de crescimento lentosi se quer ter uma acção durável, earvores de crescimento vivo si a acçãodeve ser immediata.

Reicheubach demonstrou em suasnumerosas obras que eftluvios odicosse destacara não só dos organismosauimaes « das plantas como também

esquerda. Passados alguns dias, fuiprocurar Digby para que lhe desseseu pó, porque estava soffrendo muitoe o medico manifestara o receio dev«r a gangrena, declarar-se. Dio-bvpediu um objecto qualquer que ti-vesse sido em bebido no sanome daferida, e llowell mandou buscar olenço com que elle havia atado áspressas o ferimento no dia do com-bate. Digby pôz o lenço em umabacia cora água e nella deitou seupó. A'oltou-se para Howell que con-versava cora um amigo em outraextremidade do quarto, no mesmo/momento em que este virava-se di-zendo que a dôr tinha cessado e quesentia ura fresco agradável. Digbyaconselhou-lhe então que tirasse daferida todos os emplastros e que selimitasse a conserval-a bem limpa.Sabendo o rei Jacques desta historia,foi á casa de Digby com o duque deBuckingham. Digby, que se empe-nhava em lhes provar a efücacia doseu pó, tirou d'agua o lenço e fêl-oseccar perto do fogo. Logo depois o

•'.criado de Howell veiu dizer que seuamo soffria enõrmemente da feridaque sentia como si uma brazá a quei-[fiasse. Digby respondeu que podiavoltar paru casa de seu amo e dizer-lhe que a dôr ia cessar de prornpto;pôz o lenço ifagua, e não só cessaramas dores logo, como a ferida cica-trizou em cinco ou seis dias. Dig-ovconíiou ao rei o segredo de seu pó queelle havia aprendido com um mon»-eque tinha regressado das índias.

Agora, para o que diz respeito áinfluencia súbita desta substanciametallica sobre a múmia, basta dizerque os Paracelsistas consideravam osangue múmia particularmente efH-caz porque contém mais espirito vitaldo que qualquer outra substância:eis por que procuravam agir directa-mente sobre elle para curar abcessftsferidas, hemorrhagias. Depois de umasangria, por exemplo, costumavamenterrar o sangue, juntando primeiroa elle hervas curativas. Isto corres-ponde ao que disse uma somnambulade Du Potet: — Quando rae sangram,sinto abandonar-me uma grandequantidade de força magnética ; umapessoa que fosse muito impressiona-vel por influencias magnéticas, fácil-mente adormeceria aspirando o vaporque se escapa do sangue que acabade deixar as veias. »

(Continua).

Piiciiimatograpliia

Pedimos venia ao"nosso estimadoco 1 lega Revista Espiritista de Ilabanapara transcrever em nos.sas columnaso artigo epigraphadò pelo modo aci-ma e subscripto, pelo Sr. John Cray.

A escripta directa, em lousas her-meticameute fechadas, com ou semlápis ^no interior, é um facto muitoconhecido do qual a miúdo se fazmenção; até agora, porém, não co-nhecia-se o processo por meio do qualo phenomeuo verifica-se".

O Sr. Pred. Evans, da Califórnia, tãocelebre e tão .apreciado neste[geuerode mediumnidade, acaba de publicar,de accòrdo com o Sr. Owen, antigoeditor e redactor àoMolden Gatet umlivro no qual descreve-se a maneirade agir dos operadores, segundo umacommunicação do espirito deN.Gray,guia do médium.

Paliando da escripta entre duaslousas, o Sr. Owen diz que jamaishavia podido comprehender este phe-notneno, do qual nunca havia rece-bido satisfactoria explicação. Tãodiflicil e tão a miúdo impossível é aoshumanos comprehenderem as cousasdo mundo espiritual I O que sabemosdo magnetismo, da chimica ou daphysica dos espiritos é absolutamenteinsuíEciente e nossos conhecimentosnão poderão estender-se até que denossos olhos caiam as vendas ter-restrês.

Sabemos que a pnenmatographía éum facto certo ; sabemos que, paraobtêl-a, necessário é o concurso deum médium dotado de certas coudi-ções; em que cousiste, porém, a diffe-rença entre estas condições e as deoutros mediums? E' isto o que abso-lutamente não compreliendemos. Enão obstante, não ha nessas mensa-gens escriptas nada que seja maisextraordinário do que o que possahaver nas transmittidas por tele-gratnma on pelo cabo; tr.es pheno-menos derivam-se uns e outros deleis naturaes precisas, mas que nossão tão descouhecidas como as queregem a pulsação e o crescimento.

A 24 de Dezembro de 1892, o Sr.Owen, tendo pedido ao espirito deJohn Gray lhe desse, si fosse pos-sivel, uma explicação plausível dapneumatographia, o guia espiritualcotnprometteu-se immediatameute asatisfazer este desejo. Depois de terli mim tioij Imu.n.. /!....!..„ /ü:. .limpo seis lousas duplas, perguntouo Sr. Evans ao espirito quantas ue-cessitiva mais, oito pancadas forama resposta. Limparam-se mais oitolousas e colloearam-se todas no chão.Um quarto de hora depois, poucomais ou menos, as pancadas annun-ciaram que a mensagem estava ter-minada, encoutraudo-se as quatorzelousas completamente escriptas. Acommunicação era extensissima enunca John Gray havia produzidotanto em uma sessão.

Era concebida assim ;«Muitos experimentadm-es e spiri-

tas convencidos, que têm se üccupadodo phenomeno da escripta sobre lotisas, pensam que os espiritos mate-rialisam sua mão no meio dellas eque deste modo podem assim pegar

no lápis e escrever. Crêem tambémqne, toda vez que uma communicaçãoestá assignada por um amigo, é esteamigo que a escreveu : esta maneiraile vêr as ousas origina muitas dis-cussões e muitas difflculdades. Porexemplo: Um indivíduo apresenta-sepela primeira vez a um médium eobtém varias mensagens assignadaspor seus amigos do espaço; a ma-neira maravilhosa de produzir-se amensagem, em condições que excluemtoda possibilidade de fraude da partedo médium, o enche de admiração;leva corasigo as lousas, e entrega-se'então ao exame escrupuloso das mes-mas; a mulher ou um amigo scepticolhe faz observar que a escripta deuma das communicações em nada separece coma do amigo desencarnado;passando a outra mensagem notamnella algumas iuexactidões e d'ahinascem as duvidas sobre a authenti-cidade dellas. Entretanto a verda.deira causa destas iuexactidões sódeve ser attribuida aos próprios ex-perimeutadores que não conhecem as

.leis a que está submettido este ge-nero de manifestações.*Vou tratar de explicar estas cou-

tradições apparentes.Em primeiro logar não póde-se es-

perar que espiritos que não estão aocorrente das leis para a transmissãode mensagens pela psycographia, se-jam capazes de euvial-as sem umaaprendizagem prévia.

Seria razoável encarregar na lerraa transmissão de um despacho aquémnão conheça o manejo dos apparelhosteiegraphicos? Certamente que não :ler-se-ia de dar-lhe primeiro tempopara aprender a telegraphia. Si, to-davia, quer-se enviar um despacho,far se-o-á por meio de um interme-diário que saiba fazèl-o.

Pois bem, o mesmo acontece nomundo dos espiritos, requer-se havercòmprehendido estas ieis e suas ma-infestações, e emquanto não se co-nhece, necessário é recorrer a espi-ritos qne saibam como se pratica estegênero de' correspondência.

Assim é qué muitas vezes chamam-me, assim como a outros espiritos,para transmittir mensagens por contadaquelles que, querendo fazei o, igno-ram, entretanto, as leis da correspon-dencia pelas lousas, e pdde suecederás vezes que, sendo-nos dictadas aspalavras phoneticamente, haja umerro on que tal ou qual nome, não es-teja convenientemente escripto. Mas,como se quer que todos os espiritospossam aprender a escrever directa-mente, resulta que não somente seuscorrespondentes da terra podem re-ceber o fac-símile exacto de sua es-cripta, como também signaes 'cara-cteristicos de seu estylo e certas ex-pressões familiares qne estabelecem'de um modo seguro sua identidade.

Outro erro consiste em crer queeste phenomeno exi>e o contacto pes-soai do médium ou do espirito com alousa ou o lápis. Tfido o que se passano mundo dos espiritos tem effeito deconformidade com as leis naturaes enão pôde considepar-se como naturalnina lei que permittisse a uma da8

i mãos materialisar-se e introduzir-se

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KIWttltSlAMOBl — 18W4 -SctciiilHolâ 3

entre duas lousas, pegar 11'um lápis eescrever com elle.

Os principaes rnethodos aos quaesrecorremos para a remessa de men-sagens pela pneumatographia estãobaseados em uma lei, quo principiaa ser familiar na terra : é a da ele-ctricidade e do magnetismo. Os meiosempregados para a escripta sobre aslousas, são exactamente eguaes aosempregados para um despacho tele-graphico.

Supponharaos que A em Nova York

quer enviar um despacho a B em S.Francisco. E' porventura necessário

para isso que vá a S. Francisco?Certamente que não; bastará mane-

jar o apparelho telegraphico em NovaYork e cada som ou cada lettra seráreproduzida em S. Francisco.

Pois bem; o mesmo succede entrenós. Si quero enviar á terra umacommunicação por meio de uma lou-sa, escreverei sobre uma lousa domundo dos espíritos, estabeleço umacorrente magnética positiva com omédium e por sua mediação com a

pousa terrestre, de modo que, assimcomo com o telegrapho, cada movi-mento que faço com a lousa espiri-tual coiumimica-se e reproduz-se so-bre a lousa da vossa terra.

Servimo-nos, pois, do médium comode uma bateria e da esphera terrestrecomo base da formação e regularisa-

ção das correntes. Não temos de modoalgum necessidade de um fio paraisso, como vós outros tão pouco delle

necessitareis em pouco tempo.

Porém também per outros metho-dos produzimos a escripta, os dese-nhos, etc. Preparamos escripta oudeseuhos em quantidade suficiente

FOLHETIM õl

LÁZARO — 0 LEPROSO

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Aturdido e. desesperado, o bandido vol-tou para casa fazendo mil conjecturas, quenão lhe davam a menor réstia de luz so-bre o inaudito resultado de seu bem com-binado plano.

Como! Saber que seu amado—o homempor quem deixou no desespero pae e mãe,que estremecia; por quem fez o sacrifícioda própria honra — saber que este está emperigo cie vida, e não arriscar-se ao mi-nimo do que por elle tem feito, á vir fallarcom um estranho sim, mas que lhe pro-mettia os meios de salvação !

O demônio tel-a-a avisado?Será tão entranhado seu amor por meu

rival que, nem mesmo para salval-o damorte, a nova Lucrecia se .queira exporao risco de encontrar algum Tarqüiniò !

Mas não posso atinar com outra expli-cação I

Pois bem ; eu juro por Deus e por Sa-tanaz que hei de tel-a, ainda que mecuste todo o sangue de minhas veias, quehei-de partilhar com o infame Lázaro,ainda que seja por um momento, a feli-cidade que elle acredita não ter vindo tioinundo sinão para si !

ü que não se faz por um modo, faz-sepor outro modo; o que falha hoje, sortiráseu effeito amanhã.

Amanhã voltarei á brecha por outrononto e tantas investidas hei de fazer,que conseguirei hastear minha bandeira

para encher a lousa do médium e aimpregnamos em globo instantânea-mente. Foi assim que operámos re-centemente na presença do professorAlfred Russell Wallace.

Para podermos obter uma mauifes-tação deste gênero, pspiritualisamossuficientemente a lousa, isto é, im-pregnamol-a de substancia espiritual;depois dissolvemos o lápis e pulveri-samos toda a lousa.

Este systema de reproducção temmuita analogia com a photographia.A escripta de cór produz-se da mesmamaneira, com esta differença, com-tudo, que temos que prover-nos dascores na esphera terrestre, trazèl-asá sala das sessões e estendèl-as comofino pó sobre a superfície da lousa.A producção da escripta ou de dese-nhos por transmissão 6 muito maiadiílicil e complicada do que a que seobtém pelo movimento do lápis, e seuêxito requer condições muito espe-ciaes. E' necessário que o médiumgoze de boa saúde, que esteja livrede toda preoecupação e de toda con-trariedade : é necessário que sinta-sefeliz no grupo, que o meio seja sym-pathico e que tudo em redor respiieharmonia. Autes de terminar, queroacerescentar uma palavra para aquel-les que querem estudar estes pheno-menos.

Usae para com o médium hábitosamistosos, ainda quando os conheçaesinclinados ao sceptieismo. Examiuae,investigue bem tudo, porém tende aíirme vontade do reservar vosso juizopara depois de um maduro exame :assim ganhareis a sympathia do me-dium, a qual augmentará as proba-bilidades de bom êxito : não facaes

triumphante nas ameias desta fortaleza,que se tem na conta de inexpugnável.

Mudemos, pois, novamente as guardas.E, pois, que ti caça não salve da toca,mandemos-lhé a setta hervada ltí. na toca.

Quando sentir-se íerida, onde .suppoz-se fora d > alcance de todo o ataque, sá-li irá, a procurar tiitiis seguro refugio, u ónesse transito que eu apanhul-a-ei.

Gustavo de Santo Aleixo aiudti nãomorreu !

No dia seguinte Gustavo encontrou onosso herde no mesmo ponto tia véspera.

Então, capitão, a bella moça veiu àfalia e o senhor quer ti repetição da ária,não é ?

Adovinhaste, patife, mas...Não tem mais nem menos, õ^OOO

para cá e o resto por conta e risco do seuliei creoulo.

Escuta. A moça veiu à falia, mas eupreciso alguma cousa para a velha.

O que/ O senhor também quer avelha 1 Perde seu tempo, porque...Não é isto, rapaz ; é que eu precisofazer com que a velha corra com a moçade casa parti fora.

Ah ! este negocio não está na minhatabeliã de. 5#000 ; é muito serio e está nonumero dos que custam lOflOOO.

-- Não é tal serio, creoulo; é simples-mente entregar uma carta á velha e sur-ripiar-lhe algum objecto de estimação dasenhora.

Pois então ? Entregar uma carta, f># ;arrecadar, com risco de ser apanhado, umobjecto de estimação, outros õ#; somma,10#0üu. Por menos" não faço o trabalho,nem que. o senhor chore pitanga.

Quer? E' metter a mão nos bolsinhos esem demora, porque o patrão está lá em-baixo á minha espera com a carrocinha.

Pois está feito. Toma os I0#000, masvè bem que-não descubram que los te oladrão.

Ladrão é elle Kuganhar o meu salário,não me deixnr apanhar,que o interesse é meu e

Pois vae, e ainda uma vez Deus teguie.

A carta para D. Clara estava escriptanestes termos;

não fa^o sinãoAgora, sobre obem deve sabermeu só.

como tantos outros que proclamamde ante-mão sua convicção de quevão ser enganados, por mais que con-fessem não haver assistido ainda anenhuma sessão deste gênero.

Está na natureza do médium; comona de todo outro ser, a natural pro-pensão a rebellar-.se contra insultosimmerecido6, tanto mais offeusivosquanto menos motivos tem dado parasemelhantes desconfianças que feremsua honra. Um médium é um sermuito mais sensitivo e impressiona-vel que os demais homens ; sente,pois, mais vivamente a injustiça dasaceusações sem fundamento, e nessecaso, o resultado provável será queas manifestações estarão contrariadaspelo seu estado de superexcitação.O repouso e a boa harmonia são ne-cessarios ao médium e aos investiga-dores.

fíoncmaioAp|kuriçõcs.— Encontramos 1 o

Lumen, de 4 ue Agosto ultimo o se-

guiute importante apanhado histo-rico sobre apparições :

« Em todo tempo, e por toda classede pessoas, tem sido comprovado este

phenomeno.A historia guarda entre suas pagi-

nas um grande relatório dellas. Nãoha necessidade de recorrer ao myste-rioso Oriente para vèr-se os sacerdo-tes dentro de seus templos consagra-dos ao commercio com os espíritos:no Occidente, na própria Europa, eainda nos campos de batalha, estasapparições tèm tido logar. Eis aquia relação de algumas dellas:

Gwthe, grande escriptor alleinão,

viu um dia sua própria pessoa cami-nhando para elle.

Pope, sábio phylosopho inglez, viusahir uni braço, bem visível, de umaparede de sua casa.

Byron, poeta inglez, recebia comfreqüência a visita de um phantasma,

que elle attribuia a effeitos de suaimaginação.

O Dr. Yobuson, litterato inglez,ouviu sua mãe chamal-o com vozbem clara, achando-se elle em outrapovoação.

Descartes, phylosopho e physicofrancez, era constantemente seguidopor um personagem invisível, que oexhortava a que continuasse suasinvestigações.

Oliver Cromwell, celebre políticoinglez, deitado em seu leito, teve aapparição de uma mulher gigantescaque lhe disse: «Tu serás o maiorhomem dlnglaterra.»

O pltysiologista Rostoclc, viu comfreqüência figuras humanas das quaesuma permaneceu deante delle vintee quatro horas, tão distineta comouma visão real.

Benevenuto Celine, celebre grava-dor e esculptor, estando preso emRoma, pensou em suicidar-se ; desis-ti 11 do sei desígnio pela appariçãode uma jovem de notável belleza quplhe fez exprobações tão justas sobreo suicídio, que resolveu~.se a viver.

Napoleão I, imperador, chamou umdia a attenção das pessoas que seachavam em sua câmara, sobre uma

estrella brilhante que estava conveu-cido ver.

« Esta estrella nunca me tem aban-douado. disse-lhes, vejo-a em todosos actos mais importantes de minha

« A senhora accolheu em sua casa amais hábil batedora de uma quadrilha,que explora especialmente as viuvas ricasintroduzindo-a como creadã nas casas ecolhendo, por meio delia, os valores queella puder apanhar.

« Einge-se muito santarrona e tem lo-grado por este modo captar a confiança demuitas que só abrem os olhos quandoestão roubadas.

« Quem lhe faz este aviso é um dos ha-bitantes deste município onde a senhoragosa da estima e d\ veneração de todos.

« Quando lhe faltar o primeiro objecto,é que a gatuna já se acha senhora de suaconfiança e então, si não quizer augmen:tur o número de suas victimas, corra comella de casa parti fora, que a justiça to-maráconta delia, o que não fará emquantoestiver em sua respeitável casa.»

O moleque tomou a carta, com os 10$ epartiu cantarolando, como costumavalazer quando tinha alguma empreitada.

Mal viram o moleque, as duas senhorastiveram o mesmo pensamento : mquiril-osobre o facto da véspera.

Veiu elle chegando, muito sonso e decabeça baixa, fazendo-se apalermado, etanto* qüe entregou o sacco de pao, vol-tou-se para D. Clara e disse-lhe quasi ga-gueijnndo _

Esta carta estava lá na estação, e ofruarda me, pediu para trazel-a á senhora.

D Clara recebia, de vez em quando,carta de uma velha companheira de in-fancia, que residia na corte, e, pois, semattendor a que a carta não estava selhida,attribuiu-a aquella origem e recebeu-a.

Vem cá, rapaz. Dize-me uma cousa:quem te deu a carta que trouxeste hon-tem a esta menina?

Quem me deu foi o patrão, que a re-Cftbeu, creio que na cidade, porque euni-l0 vi ninguém lh'a dar em caminho.

listava cortada a questão por sua base,visto não ser o moleque o portador di-rectò e ü. Clara ia deixal-o partir, quandoEulalia, cerrados os olhos, disse-lhe:

__ Exija que o patrão venha cá amanhãdar explicações, porque este molequeestá mentindo.

Gustavo de Santo Aleixo sentiu fugir-lhe a terra dos pés.

A moça a mais empenhada em saber deonde veiu a carta! Logo não accedeu aoconvite do homem !

O negocio complica-se, pensou, epeior será amanhã quando o patrão medesmentir /

Sr. Gustavo, salve seus lõjíOuO e suapeile, que estão em grande risco, porqueesta velha é capaz de fazel-o hir á cndeiapassar recibo de seis dúzias de bolos bempucliadps, pois que é í|tão venerada na ei-dade, que uma palavra sua faz fé, como aque escreve o escrivão.

Deixemos o tal escriptor de cartas adansar na corda bamba e tiremo-nos destaembrulhada.

Sinhá moça, sinhá D. Clara, eu soumoleque de palavra, e como promettiguardar segredo, por isto é que lhe disseque não sabia quem mandou a carta dehontem, que. ó o mesmo da de hoje.

E' o mesmo ! Espera, voa lel-a.E D. Clara leu a carta denuncia e apre-

sentou-a a Eulaihi, que ficou indignadaao ponto de vociferar.

Bem, moleque, quem ó o autor des-tas cartas ?

Gustavo contou as duas his'orias e des-creveu o physico do homem que lh'as deu,de modo que Eulalia reconheceu perfeita-mente que elle era o maldito Paulo.

Que patife ! que patife ! exclamou 1).Clara, no auge da indignação. Desrcspei-tar-.me assim !

Amanhã vou ao delegado de policiapedir o castigo deste tratante, e hei deconseguil-o!

Quanto te deu n tal patife ? perguntouao moleque.

—¦ Deu-me pela primeira carta 5$000,que os ganoei conscienciosamente, e deu-me pela segunda 10$000, que vou re-ti-tuir-lh.fi, porque foi com a condição de euroubar-lhe algum objecto de estimação,não sei para o que.

D. Clara soube logo para o que, assimcomo pensou que era um perigo saber operverso que sua trama estava descoberta.

Assim, pois, deu outros 10$000 ao mo-leque e uma jóia a que ligava pouco valorpara elle dizer que tudo fora feito segun-do os desejos do miserável.

Continua,

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existência : sua apparição é para mimpresagio infaliivel de êxito.»

SOB IBini Moeinl. — E' oste otitulo de uma revista quinzenál quea Sociedade Philantropica Mexicana,distribue gratuitamente para instrtic-ção e moralisação do povo.

Não descuida-se a PhilantropicaSociedade de enriquecer o seu órgãode publicidade com artigos bem ela-borados e de profunda meditação.

Além deste grande beneficio socialesta Sociedade mantêm duas salas deCostura onde as costureiras pobrespodem, das oito horas ás doze damanhã, e das duas ás cinco da tarde,usarem gratuitamente das machinasde coser de propriedade da Asso-ciação.

Que lindos exemplos para seremimitados !

Testemunho spirila —Lemosna Constância: M. T. Faleomer, pro-fessor de direito no Real InstitutoTechnieo de Alexandria (Itália) es-creveu o seguinte :

«No palácio comratinal de Alexandria lavrou-.se e assignou-se, a actado nascimento do espirito reencar-nado na minha familia no dia 1 deAbril de 1894, ás de/ horas. E' umamenina que educarei e instruirei noSpiritismo christão e humanitário,si o Pae conceder qne estejamos iíin-tos na Terra. Chama-se Cosmopolita',por uma nobre razão. Disse comeffeito ura philosopho : « O que tempor pátria o Universo, o que antepõeos interesses do gênero humano «osdos indivíduos ou das associaçõesparciaes e está isento de todo pre-juizo de religião, de raça ou de paizé um COSMOPOLITA.»'

Sciencia Futura. —Segundoo jornal Dispatch, de, Pittsburg, ogoverno dos Estados-Unidos da America do Norte, está para crear umlaboratório psycho-physico, sob a di-recção do professor Etmer (lates.

Entre as recentes descobertas (queos spiritas ha muito conhecem) existeuma que é : deduzir as qualidadesmoraes pela analyse, da respiraçãodo iudividuo, isto é, os máos senti-mentos cream no corpo produetoschimicos que lhe são prejudiciaesemquauto que os oppostos dão-lhesaúde.

O professor julga-se também capazde, depois do exame da respiraçãodescobrir a culpa ou innocencia deum prisioneiro.

Elle diz: «Achei que para cadaemoção má dá-se uma correspondentemudança chimica nus tecidos do corpoque lhe dimiaue a vida e lhe é pre-judicial. »

Isto está de accôrdo com os ensinosspiritas, mostrando que o ódio e amalícia viciam o sangue e produzemvariadas affecções e moléstias, em-quanto que os bons sentimentos eemoções agradáveis conduzem á saií-de, á força e á belleza.

O.Sr. Gates também trata da cun-formação cerebral e crê que o espiritopôde ser educado pelos sentidos; éisto mais uma vez a confirmação daslheorias de Gall,

Itenpgmrieüo «io* milagre*.— Chicago possue ura tabernaculoonde grande numero de pessoas semsaude e desenganadas,incluindo coxostem sido curadas pela apposiçâo dasmãos e preces.

Umescossez. o Rev. Dr. J. A. Dowie,é o meduin pelo qual ellas são feitase sempre em nome do Christo. Vê-seque por toda parte os medi nus cura-dores estão no exercício de sua nobremissão.

liegislaçtfo de Kunsas. — Osgrandes phenomenos spiritas que seestão dando em Kansas (Estado daRepublica da America do Norte) agu-cavam o appetite iuteresseiro dos seuslegisladores que tratam de crear li-cenças para os médiuns entre os quaesestão os astrologos, clarividentes, sta.ticos, phrenologos, etc, mediante 25dollars.

Naturalmente os spiritas çPalli fa-rão o seu protesto que, é provável sejaattendido em face da lei que lhespermitte liberdade de cultos e pro-fissões.

MISGEtlANEA

O SPIRITISMO ANTE A SCIENCIAPOR

f-uhrel Delnmie

PARTE SEGUNDA

CAPITULO III

Somnambulisnío magnético

Resta, é verdade, o recurso denegar os factos; é mais commodo doque raciocinar ; mas quem se faráacreditar que doutores como Rostan,Delange, Despines, e Charpign-m,operando longe uns dos outros sobreindivíduos differentes, tomando todasas precauções possíveis, pudessemser escarnecidas por meninas i A bòafé desses senhores está acima de todasuspeita, porque elles não tinhamoutro fim, publicando suas pesquizas,do que affiruiar a verdade.

Naquella epocha, sobretudo,quandotudo que se referia ao magnetismoera mofado pela multidão ignorantee as academias scepticas, era umgrande acto de coragem declarar-sealtamente.

Para os espiritualistas os factosque referimos podem parecer anor-mães, mas não inexplicáveis, esta-belecido que a alma, essa pane ira.-material do homem, pôde, em certascircumstancias. despreuder-se do cor-pj e transportar-se a distancia. Maspara os materialistas que não se con-tentão de levantar os hombros aessas narrações, é indispensável pro-curar urna explicação, boa ou má,atim de não ficar tolhido. Conhece-mos já a theoria dos plexos nervosose suas ramificações ; eis uma outraque se encontra commuinmente emlivros que tratam do mesmerisrao,no pouto de vista material.

Osmagnetisadores pretendem que ofiuido nervoso qIie percorre os nervos

não se detém sempre no peripheriada pelle, que algumas vezes arre-messa-se para fora sob a influenciada vontade, e forma assim uma ver-dadeira atmosphera nervosa á roda doindivíduo, uma esphera de antividadesemelhante a dos corpos electrisados.

Até então nada que não seja ra-cional, porque esta doutrina foiadmittida pelo celebre physiologistaUuinboldt; ella pôde explicar os fac-tos do magnetismo puro tal como aacção do raagnetisador sobre o seu

paciente, e explicar o eflèito curativodo agente magnético. Pode-se suppor,com effeito, que o operador eraittabastante, fiuido nervoso para saturarseu paciente, de modo a fazer recn-perar a esse ultimo as forças queperdèo. Mas para o somnanibulismo,e particularmente para a dupla vista,a explicação é ínsnfficiente. Eisentão o que se imaginou. Citemostextualmente porque vale a pena.

«Sabe-se que o mundo não acabaonde estacamos nossos olhos;uma im-mensidade de cousas escapão aos nossossentidos, porque os nossos sentidos,não são assas desenvolvidos, a^.sassubtis, para as apanhar. Resulta danossa imperfeição sensorial e intel-

^ectual qne a impossibilidade nãoestá onde julgamos vel-a, e que, aocontrario, está muito além do pont0onde a col loca mos.

Continua

T\UL. »CgB

liiiÉ li »1IEEXPOSTO DA PHILOSOPHIA DOS ESPÍRITOS

SUAS BASKS «CIENTIFICAS E EXPERIMENTARA

SOAS C0NSKQUENC1AS MORAES

POR

B.éou liem*

PARTE MORAL

O CAMINHO DIREITO

II. — A prece

(Continuação)

Nos colloquios da alma com a Po-testade superior, a linguagem nuncaha de ser preparada e decorada deantemão; sobretudo não deve ser umaformula, de que se rneça a extensãopela quantia que ella rende, o quese torna profanação, quasi sacrilégio.A linguagem da prece deve variarconsoante as precisões, e conforme oestado do espirito do ser humano.Será um grito, um lamento, umaeffusão ou um canto de amor, um actode adoração, um exame do» feitos, uminventario moral realisado á vista deDeus, ou ainda um simples pensa-mento, uma recordação, um olhardirigido aos céos.

Para a prece não ha horas. Bom ésem duvida levantar-se o coração aDeus ao alvorecer e ao findar o dia.Mas, si vos sentis indispostos, nãooreis ; melhor é não orar do que orarcom a ponta dos lábios. Era compen-sação, quaido sentirdes a alma en-

ternecida, commovida por um senti-mento profundo, pelo espectaculo doinfinito, quer seja ás ribas dos ocea-nos, ao fulgor do dia ou sob a cúpulacentelhante. das noites, quer em meiodos campos e dos bosques escurosou no silencio das florestas, poucomonta ; é boa toda causa que noshumedece de lagrimas os olhos, do-bra-nos os joelhos e arranca-nos umhym.no de amor, um brado de adora-ção á eterna Potestade que nos guiaos passos pelo cairei dos abysmos.

Erro seria crôr que podemos obtertudo pela prece, que sua efíicacia époderosa para a verter de nós as pro-vações inherentes á vida. A lei deiramutavel justiça não pôde torcer anossos caprichos. Os males de quedesejaríamos livrar-nos são ás vezesa condição necessária de nosso pro-gresso. Supprimii-os seria nada me-nos que tornar estéril a nossa vida.Demais, como poderia Deus annuir atodos os desejos que osjiomens ex-põem nas preces ? A maioria delles éincapaz de discernir o que lhe con-vém, o qne lhe seria mais proveitoso.Não poucos pedem os bens da for-tuna, ignorando que seria para ellesuma desgraça, pois desaçaimariamsuas paixões.

Na prece que cada dia dirige aoEterno, o judicioso não pede que sejaventuroso o seu destino; não supplicaque se,afastem delle a dòr, os desen-cantos e os infortúnios. Não! o queelle anceia 6 conhecer a lei para me-lhor cumpril-a; o que implora, é oauxilio do alto, o soecorro dos EspirLtos benevolos, em ordem a supportardignamente os máos dias. E os bonsEspíritos respondem a seu appello.

(Continua)

Assiftteiieiu aos neeescítadosEsta Instituição fnncciona na Rua

da Alfândega n. 342, 2-. andar, ha-vendo sessão todos os domingos As 2horas da tarde.

E'!«<u<ío*<lo MpiriliMiiio«Nascer, morrer, e renascer

ainda : progredir sempre —tal é a lei. »

Allan Kardec.No intuito de facilitar aos investi-

gadores da verdade, que defendem a li-herdade de consciência, oceasião paratomarem parte nos estudos iniciaesdasciencia spirita, todas as pessoas queforem dotadas do espirito de tolerânciaserão admittidas nas reuniões de es-tudos theoricos e práticos, que terálogar todos os dias, ás 7 horas da noiteá rua da Alfândega n. 342, 2* andar

Segunda—G. Spirita Jesus de Nazareth.Terça -União .Spirita do Brazil.Quarta-Ir. Spirita Jesus de Nazareth.Quinta—O. Spirita Luiza Torterolb.Sexta—Federação Spirita Brazileira.Sabbado-G. Spirita Luiza Torterolli,.Domingo—Circulo Conciliação.

ATTENÇÃO

Rogamos aos nossos Con-frades satisfazerem seusdébitos com a maior brevi-dade, afim de podermos re-guiarizar nossa escripta.

Os dos Estados Fe-derados poderão enviar-nossuas ordens em vale-postal

Typographia do cíbeforwàdok»