Post on 06-Feb-2023
1. História do jornal
O Público é um jornal diário português fundado em 19901
por um grupo de jornalistas pertencentes ao jornal
Expresso, que decidiu lançar um diário sério e exigente.2
Começaram por estabelecer contactos com a Sonae, criando-
se, a 31 de Outubro de 1989, a empresa Público Comunicação
Social S.A, quatro meses antes da publicação do jornal. Esta
empresa pertence ao grupo empresarial português Sonae,
sendo o seu primeiro director Vicente Jorge Silva.1 O
jornal instala-se na Quinta do Lambert, em Lisboa, e na rua
Nossa Senhora de Fátima, no Porto. Começa a construção da
primeira redacção portuguesa totalmente informatizada.2
O jornal teve de trabalhar muito até conseguir lançar
o primeiro número, sendo que a sua saída saiu frustada
devido a problemas técnicos, apesar das grandes
expectativas.2 A sua primeira edição saiu para as bancas a
5 de Março de 19901, tendo grande adesão. A capa fazia
referência a Álvaro Cunhal na sua sucessão ao comando do
PCP e um jogo entre o F.C.Porto e o S.C.Sporting. A partir
desta data e até aos dias de hoje a missão do Público
cumpre-se: informar com rigor e isenção.2 O Público nasce
numa altura particularmente interessante da vida pública
portuguesa, numa altura de modernização da economia e dos
hábitos, na idade de ouro da integração europeia. O Público
pretendia trazer para os media essa vaga de inovação.3
4
O jornal Público integrou-se em 1991 na World Media
Network, que consiste numa associação de diversos jornais
de referência no mundo, com a qual publicou vários
suplementos especiais.
Teve, durante algum tempo, participações no seu
capital social de empresas de comunicação estrangeiras,
nomeadamente as detentoras dos diários El País e La
Repubblica .Hoje, o Público integra a sub-holding da Sonae para
as áreas da comunicação, a Sonaecom.
A 11 de Maio de 1995, o Público registou o seu sítio
na Internet e no dia 22 de Setembro desse ano foi criado
o Público Online (actualmente designado Público.pt), e também
uma outra empresa, a Público.pt Serviços Digitais Multimédia, SA. A 6
de Setembro de 1999 começou a integrar um serviço autónomo
de notícias, actualizadas várias vezes por dia. A partir de
2001, começou a publicar a Edição Impressa em HTML.1
Actualmente, o acesso a artigos
de opinião e aos suplementos
semanais e a pesquisa de
artigos estão reservados a
assinantes e a utilizadores
registados e a Edição Impressa em
PDF está reservada a
assinantes. O seu portfolio de
blogs tem aumentado, assim como
5
Fig.1 – primeira edição do jornal Público, a 5 de Março de 19902
o número de convidados. Os utilizadores registados e os
assinantes têm também acesso a
variadas Newsletters gratuitas, como a Guia do Lazer, a Opinião
ou ao Cinecartaz.6
O jornal Público aquando do seu lançamento primou pela
simplicidade, elegância mas ao mesmo tempo inovação. O
objectivo era despertar a curiosidade do leitor, captar a
sua atenção e fidelizá-lo. O grafismo do Público foi durante
onze anos o mesmo, mas por força de um conjunto de
situações, como por exemplo, do aparecimento da Internet, a
existência de um público cada vez mais exigente, novas
necessidades e novas formas de procurar informação, que em
2001, o jornal sentiu necessidade de mudar e adaptar-se a
uma nova realidade.
A mudança foi significativa mas o objectivo continuou
o mesmo: informar o leitor de uma maneira simples, com
rigor, isenção e exigência.2
Em 2000, o Público assinala 10º aniversário com
conferência marcante com Mikhail Gorbachev.9
Ao longo dos seus 20 anos de existência,
o Público editou largas dezenas de coleccionáveis,
suplementos especiais, livros, enciclopédias, CDs, CD-ROMs
e DVDs, alguns deles pioneiramente. Desde 1997 edita
também, anualmente, o Janus, Anuário de Relações
Exteriores, em colaboração com a Universidade Autónoma de
Lisboa (UAL).1
Em 2005, o jornal comemorou 15 anos e, por isso,
avançou com uma nova edição do seu livro de estilo, o único
6
Fig.2 – primeira remodelação gráfica do jornal Público, em
publicado em Portugal. Foi também lançado um livro
comemorativo dos 15 anos do jornal, que consistia numa
espécie de 15 anos de Portugal em fotografias. Em 2006, o
Público conquista o terceiro lugar em termos de circulação
paga e em termos de publicidade.9 Em 2007, o jornal sofreu
a segunda remodelação gráfica, mais precisamente no dia 12
de Fevereiro. Ainda nesse ano, o jornal sofreu mais uma
alteração: o logótipo mudou, de um formato elegante, de
letras esguias, para um logótipo simples e fácil de
identificar. 3 O Público atinge assim o terceiro lugar na
categoria de jornal diártio nacional e é líder em inovação
e projectos culturais.9
Em 2009, o jornal ganha o prémio Lápis Amarelo nos
D&AD Awards, sendo que em 2010 é distinguido com bronze nos
Prémios Internationales Malofiej. Em 2011, o Público.pt é
7
Fig.3 – segunda remodelação gráfica do jornal Público, em 2007.2
Fig.4– novo logotipo do jornal, 2007.1
distinguido com o prémio Site de Media Generalista, nos
Prémios NavegantesXXI'10, promovidos pelo ACEPI.9
A 10 de Outubro de 2012 a administração apresentou um
plano de redução de custos, prevendo o despedimento de 48
trabalhadores da empresa.1 Para ajudar os colegas que iam
ser despedidos e manter viva a memória daquele que é um dos
mais importantes jornais portugueses, os jornalistas do
Público recolheram objectos que fazem parte da sua história:
o objectivo era organizar uma venda e fazer uma exposição
sobre o que mais marcou a vida do diário da Sonae.4 O
Sindicato dos Jornalistas anunciou que os trabalhadores do
jornal iriam estar em greve até dia 19 de Outubro.5
Hoje em dia, o Público edita vários suplementos e
cadernos, como o P1, ou Público simplesmente, que abriga as
notícias do dia dos temas tratados pelo jornal; o P2, o
segundo caderno do jornal, que abriga temas relacionados
com a sociedade, como as entrevistas, as artes e a cultura,
as bandas desenhadas, os jogos, entre os quais Sudoku e
Palavras Cruzadas, e a agenda cultural e programação de
televisão do dia, tendo sido impresso pela primeira vez
a 12 de Fevereiro de 2007; o Público Imobiliário, que é um
suplemento que analisa o mercado imobiliário à Quarta-
feira; o Inimigo Público, que é o suplemento de humor do
Público; o Ípsilon, um suplemento de artes; o Fugas, criado
em 2000, como o suplemento de viagens, prazeres e motores
do Público, com o qual sai ao Sábado.1 Além disso, tem ainda
uma revista mensal, chamada Perspectiva.2
8
Recentemente, o Público em parceria com o desportivo A
Bola lançou um semanário gratuito intitulado Sexta. Como o
próprio nome indica, o jornal sai todas as sextas-feiras,
acompanhando os dois impulsionadores do projecto. É de
carácter generalista, mas dado o contributo de um jornal
desportivo, o desporto é um tema forte.2
2. Grupo económico do jornal
O jornal Público pertence ao grupo Sonae, que é uma holding
portuguesa, ou seja, uma sociedade criada com o objectivo de
administrar um grupo de empresas.7 O grupo Sonae tem como
missão criar valor económico e social a longo prazo, levando os
benefícios do progresso e da inovação a um número crescente de
pessoas.
A Sonae, ou Sociedade Nacional de Estratificados, é uma empresa com
história desde a década de 60, onde possuia apenas uma área de
negócio, a produção de laminite. Ainda nesta década, é
contractado Belmiro de Azevedo, actual presidente do grupo
Sonae.
Nas décadas de 70 e 80, o grupo dedicou-se à
diversificação através de aquisições e criação de novos
negócios, criando-se a Sonae Distribuição, a Sonae Tecnologias
de Informação e a Sonae Imobiliária. Em 1989, iniciam-se as
9
emissões da Rádio Nova, o que marca a primeira incursão pelo
jornalismo.
Na década de 90 dá-se o desenvolvimento de negócios
estratégicos e o controle financeiro de negócios não
estratégicos, marcada pela criação da Sonae Indústria e pela
abertura de grandes centros comerciais como o Colombo e o Vasco
da Gama.
A década de 2000 foi provavelmente das décadas mais
importantes, onde o grupo se dedicou ao crescimento
internacional e à reorganização do portfólio de negócios. Em
2009, a Sonae celebrou 50 anos, marcados pelo lançamento do
livro “Sonae 50 anos”.
Esta última década tem sido dedicada à expansão
internacional, nomeadamente em Espanha.8
A Sonaecom, parceira da Sonae na área das
Telecomunicações, Software & Sistemas de Informação e
Media, desenvolve um papel activo na gestão integrada das
unidades de negócio que lhe correspondem, identificando e
explorando as sinergias existentes e o potencial de
crescimento da empresa. Foi criada em 1994, assumindo atual
designação em 1999. A Sonaecom apresentou no 1º semestre de
2013 mais um forte conjunto de resultados.A rentabilidade
crescente do portfólio da Sonaecom é resultado da
competência e dedicação ímpar das equipas que a
constituem.9
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3. Posição do jornal face à
concorrência
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Fig.5 – Vendas em banca – Janeiro a Agosto de 2013 e período homólogo de 2012 dos dez maiores jornais e revistas de informação.11
Fig.6 – Quota do mercado dos generalistas diários.11
De acordo com os dados da Associação Portuguesa
para o Controlo de Tiragem e Circulação (APCT), o Correio da
Manhã vendeu uma média de 113 318 exemplares por dia em
banca, uma quebra de 5% relativamente ao período homónimo
de 2012, a menor entre os diários generalistas, sendo por
isso líder de mercado. O Público ocupa o oitavo lugar, com
uma média de 18 357 jornais vendidos em banca. Perdeu 3584
leitores (- 16,3%).
Segundo os dados de um estudo realizado em 2012,
entre os jornais diários, o Público é o que tem a maior
número de assinaturas digitais pagas: nesse ano, o número
de assinaturas aumentou de 1231 para 2305. Segue-se o Diário
de Notícias e depois o Jornal de Notícias.12
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