UNIVERSIDADE FEDERAL DO PAMPA
CAMPUS SANTANA DO LIVRAMENTO
GRADUAÇÃO EM ADMINISTRAÇÃO
Sant’Ana do Livramento
2014
JEZIEL TRINDADE VARGAS
CONSUMIDOR SUSTENTÁVEL:
O CONSUMO SUSTENTÁVEL POR MULHERES
TRABALHO DE CURSO
JEZIEL TRINDADE VARGAS
CONSUMIDOR SUSTENTÁVEL:
O CONSUMO SUSTENTÁVEL POR MULHERES Trabalho de Curso apresentado como requisito para obtenção do título de Bacharel em administração pela Universidade Federal do Pampa - UNIPAMPA. Orientador: Prof Me. Alcivio Vargas Neto
Sant’Ana do Livramento
2014
AGRADECIMENTOS
Primeiramente, gostaria de agradecer a Deus, por mais uma conquista em
minha vida e ter me dado forças para superar todas as adversidades.
Aos meus pais Octavio e Shyrley, que batalharam e sempre me incentivaram
a estudar para que eu pudesse ser uma pessoa melhor e fazer a diferença em uma
sociedade cada vez mais desestruturada.
A minha namorada Liliane, que sempre esteve ao meu lado desde o início de
minha formação, me apoiando em todos os momentos incondicionalmente.
Ao meu orientador professor Alcivio Vargas Neto, pela confiança depositada
em mim e em um tema consideravelmente novo, em que muito poucos acreditam,
que seja o diferencial em futuro nem tão distante assim.
A todo corpo docente da universidade por todas as contribuições positivas.
E a todos, que de maneira direta ou indireta, contribuíram para minha
formação e que motivaram ao ponto de eu nunca pensar em desistir.
RESUMO
O objetivo do presente estudo incide em conhecer o perfil de consumo
sustentável das discentes do curso de Administração da Universidade Federal do
Pampa (UNIPAMPA), Campus Sant’ Ana do Livramento. A razão por trás de tal
estudo está em conhecer as motivações que levam essas estudantes a consumir
produtos verdes, além de identificar quais os produtos adquiridos pelas mesmas.
Para desenvolver esse estudo empírico, os principais autores que trabalham com
Marketing Verde, Consumidor Verde e Economia Vede foram estudados. Tendo sido
desenvolvida a pesquisa de forma exploratória com entrevistas. Tais entrevistas
foram estruturadas em três blocos, que tinham como objetivo inicial identificar o nível
de conhecimento das entrevistadas sobre o tema, seus hábitos de consumo e os
principais produtos adquiridos. Após análise dos dados foi possível perceber que as
discentes que adquirem produtos verdes, afirmam que consomem pois estão
principalmente preocupadas com a saúde e bem estar próprio ou de sua família e
por fim com a preservação do meio ambiente. Porém, também foi constatado que
todas as entrevistadas possuem consciência dos riscos que o Planeta Terra está
sofrendo, devido ao consumo exagerado de bens supérfluos.
Palavras – Chaves: Consumidor Verde, Marketing Verde, Economia Verde.
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ABSTRACT
The aim of the present study consists of identifying the consumer profile of the
students of the business administration course from Universidade Federal do Pampa
(UNIPAMPA), Sant’ Ana do Livramento campus. The reason behind such study is
getting to know the students’ motivation for consuming green products in addition to
identifying which products of this kind they do purchase. To develop this theoretic
study, the main authors on Green Marketing, Green Consumer and Green Economy
were studied. Having developed the research in an exploratory manner, in-depth
interviews were carried out. These were divided in two blocks and were designed to
identify the interviewees’ level of knowledge on the subject, their consuming habits
and the main products they choose to acquire. After analysing the data, it was
possible to perceive that the students who acquire green products claim they do so
mainly for health and well-being reasons – being that of the individual or his family -
placing less emphasis on the environment conservation issue.
However, it was also observed that all interviewees were aware of the risks
Planet Earth is being put through owning to overconsumption of superfluous items.
Key words: Green Consumer, Green Marketing, Green Economy.
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SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 9
1.1 PROBLEMÁTICA ............................................................................................... 10
1.2 OBJETIVOS ....................................................................................................... 11
1.2.1 Objetivo Geral .............................................................................................................. 11
1.2.2 Objetivos Específicos ................................................................................................. 11
1.3 JUSTIFICATIVA ................................................................................................. 12
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO ........................................................................... 13
2. ECONOMIA VERDE ........................................................................................................ 14
2.1 CONSUMIDOR VERDE ..................................................................................... 17
2.2 MARKETING VERDE......................................................................................... 21
3. MÉTODO ............................................................................................................................ 25
3.1 TIPO DE PESQUISA ......................................................................................... 25
3.2 MÉTODO DE ESTUDO ...................................................................................... 26
3.3 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS ................................................................... 26
3.3.1 Grupo de Respondentes ............................................................................................ 27
3.4 TÉCNICA DE ANÁLISE DOS DADOS ............................................................... 28
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS .............................................. 29
4.1 PRODUTO VERDE ........................................................................................... 29
4.2 CONSUMIDOR VERDE ..................................................................................... 30
4.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL ............................................................ 32
4.4 CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA ............................................................................ 33
4.5 PERFIL E HÁBITOS DE CONSUMO ................................................................. 34
4.6 BENS CONSUMIDOS ....................................................................................... 34
4.7 ANÁLISE DAS EMPRESAS .............................................................................. 35
10
4. 8 CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS ........................................................... 35
4.9 QUADRO RESUMO... .........................................................................................37
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................. 38
REFERÊNCIAS ....................................................................................................... 40
ANEXO A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS E REPOSTAS .................. 43
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1. INTRODUÇÃO
Com o aumento do consumo por produtos verde a partir da década de 80, as
organizações comerciais começaram a vislumbrar esse novo nicho de mercado que
começava a emergir, em virtude que no decorrer das últimas décadas os
consumidores verdes estavam dispostos a mudar seus hábitos de consumo,
adquirindo apenas produtos ecologicamente corretos. Atualmente, mesmo com a
recessão econômica que atingiu e atingem os países desenvolvidos e consumistas,
estes novos consumidores estão dispostos a arcar com isso, pois essa nova forma
de consumo que tem crescido de forma exponencial. O que está gerando interesse
por parte das empresas, visto que esse novo perfil de consumidor possui alta
escolaridade, em sua maioria é do sexo feminino e percebe uma remuneração
acima da média ao que sugere (ALMENDRA, 2012).
Pois o consumo sustentável tem como objetivo principal, reduzir o consumo
excessivo, de produtos considerados supérfluos, característica dos países
desenvolvidos conforme (PORTILHO, 2004). Apresentando, assim este novo
conceito para as empresas e a sociedade que o novo comprador verde irá só
adquirir produtos de empresas que reduzam ao máximo os impactos ao meio
ambiente, consumindo apenas produtos que utilizem menos embalagens ou sejam
retornáveis, compostos a partir de materiais recicláveis ou que de uma forma ou
outra consigam reverter a favor da natureza o dano causado pelo seu processo
fabril.
Portanto, a nova economia verde aliado ao consumo sustentável, atualmente
tem focado em aumentar a eficiência dos recursos naturais e promover a redução
das desigualdades sociais, proporcionando por meio desta integração uma melhor
remuneração as partes integrantes do processo de produção e o aumento nos
postos de trabalho, com a geração de mais empregos. Haja vista que neste novo
conceito de economia não se criam valores, mas sim se transformam os recursos já
existentes na natureza para beneficio dela e dos demais componentes dela, a fim de
10
diminuir a poluição e a degradação do meio ambiente. Baseado nesse novo
paradigma se observa que os produtos verdes mesmo com um preço superior aos
tradicionais, este novo segmento cresce de forma exponencial, se comparado com o
restante da economia tradicional, que amarga uma retração de demanda, devido às
recessões econômicas a nível global. Com tudo isso se pode constatar que a
sociedade realmente está preocupada com a natureza e os danos causados pela
cultura imposta pelos países desenvolvidos (YOUNG, 2011).
1.1 PROBLEMÁTICA
De acordo com o que será discutido, a seguir no presente estudo, até
décadas passadas acreditava-se que o desenvolvimento e crescimento econômico
fossem ilimitados, e que possíveis barreiras ao crescimento pudessem atrasar o
desenvolvimento de uma sociedade. Ainda na década de 70 com a quebra do
paradigma do desenvolvimento sustentável, devido às sérias crises econômicas,
ambiental e política, começaram ocorrer diversas movimentações por partes de
organizações para se adequarem a este novo mercado (SANTOS e SANTOS,
2009).
Em virtude das constantes manifestações pro meio ambiente, surgiu um
mercado novo de consumidores cada vez mais exigentes no tocante qualidade,
quanto ao processo de produção dos bens, exigindo cada vez mais
responsabilidades das empresas com o meio ambiente. Ao reconhecermos este
problema, podemos identificar inicialmente que de acordo com (PORTILHO, 2004),
existem muitas sugestões de consumo consciente direcionadas apenas aos
indivíduos, deixando de lado, o que preconiza o consumo sustentável que as ações
devam ser direcionadas ao coletivo de forma a abranger o máximo possível
indivíduos e organizações políticas.
Partindo destes posicionamentos, (MOURA, et al., 2010), afirma que as
mulheres tendem a consumirem mais produtos de origem sustentável, visto que as
mesmas possuem uma maior preocupação com a sua saúde e bem estar, como aos
que as cercam , pois em suma maioria são elas as responsáveis pelas compras da
11
família. Partindo desta perspectivas o presente estudo teve como objetivo analisar.
Por que as discentes do gênero feminino do curso de Administração da
Universidade Federal do Pampa Campus Sant’ Ana do Livramento/RS,
consomem produtos verdes.
1.2 OBJETIVOS
De acordo com a questão problema proposta, foram estabelecidos os
seguintes objetivos.
1.2.1 Objetivo Geral
Conhecer as acadêmicas do curso de Administração da Universidade Federal
do Pampa (UNIPAMPA) que adquirem produtos sustentáveis.
1.2.2 Objetivos Específicos
a) Identificar o perfil das consumidoras de produtos verdes na Universidade
Federal do Pampa Campus de Sant’ Ana do Livramento;
b) Analisar os principais produtos adquiridos pelas consumidoras;
c) Identificar as razões que as motivam a consumirem produtos verdes.
12
1.3 JUSTIFICATIVA
A preocupação mais intensa com o meio ambiente surgirá a partir da década
de 50 através dos movimentos direcionados as questões ambientais, formado por
pessoas preocupadas com a questão do meio ambiente (PEREIRA e GUIMARÃES,
2009). Tendo como ponto de partida as discussões sobre esse tema a partir da
Conferência de Estocolmo realizada no ano de 1972, que tinha como objetivo inicial
divulgar e esclarecer a população mundial que os recursos naturais eram finitos e
que o Planeta necessitava de um tempo para recompor-se da contínua degradação
que vinha sofrendo em virtude do desenvolvimento da vida moderna das nações
industrializadas (PORTILHO, 2004), o que provocou uma integração entre as nações
a fim de evitar danos maiores ao meio ambiente, levando os Chefes de Estado a
tratar o assunto com mais seriedade. A priori ocorreram inúmeros encontros a nível
mundial, posterior à conferência entre movimentos civis ligados ao meio ambiente
debatendo o assunto até a RIO 92, considerado o marco do desenvolvimento
sustentável, visto a presença de inúmeros Chefes de Estado.
Através destes movimentos foram surgindo os consumidores verdes, que,
conforme (OTTMAN, 1994 apud SILVA, 2012), são definidos como aqueles
indivíduos que buscam para consumo apenas produtos que causem o menor ou
nenhum prejuízo ao Planeta. Visto que estes consumidores possuem a chamada
consciência ambiental mais aguçada, por serem mais preocupados em adquirir
somente produtos ou serviços produzidos por organizações, que tenham uma
política de gestão ambiental em seus processos fabris. Sendo estes consumidores
preferencialmente pessoas do gênero feminino, com idade entre 30 e 49 anos,
mães, com um nível de instrução superior, integrantes ativas da sociedade, que
possuem uma percepção que devem cuidar dos recursos naturais não só para si,
mas para um todo, mantendo um ciclo de constante de preservação dos recursos
naturais para as futuras gerações.
A partir de então que surge o marketing verde, no inicio da década de 80,
vislumbrando esse novo nicho de mercado que surgira através desta nova forma de
mercado consumidor. Polonsky (1994) sugeriu um novo conceito para o Marketing
Verde, mais amplo e abrangente, do que o Marketing tradicional, pois aludiu que as
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ações do “Marketing Verde” ou “Marketing Ambiental” devem alterar todo processo
da fabricação, realizando alterações que partem desde a concepção de um projeto
de um novo produto, adaptando-o, suas matérias-primas, processo fabril,
embalagem, propaganda e transporte a fim de atender as necessidades e desejos
dos novos consumidores, preocupados com a degradação dos ecossistemas,
minimizando ao máximo os impactos ao meio ambiente.
Os frutos desta pesquisa deverão servir de base para que as empresas locais
possam conhecer os hábitos de consumo da uma parcela da população feminina
residente em Sant’ Ana do Livramento, para que possam atender as suas demandas
muitas vezes suprimidas pela falta de produtos verdes. Além de que os empresários
possam começar a investir neste novo segmento de mercado que tende a crescer
cada vez mais, com a conscientização continua da população não só feminina, mas
geral.
1.4 ESTRUTURA DO TRABALHO
O presente trabalho foi estruturado da seguinte forma, foi inicialmente
apresentada uma introdução com a origem da consciência ecológica, no segundo
capitulo serão apresentados os fundamentos teóricos sobre Economia Verde,
Consumidor Verde e Marketing Verde onde serão apresentadas as opiniões sobre o
assunto a luz da opinião de autores especializados no assunto e por fim será
realizado um levantamento sobre o perfil das mulheres que consomem os produtos
verdes.
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2. ECONOMIA VERDE
Inicialmente foi definido, pelo Pnuma2 (Programa das Nações Unidas para o
Meio Ambiente, 2011, p.9) uma definição sobre Economia Verde conforme segue:
“como uma economia que resulta em melhoria do bem-estar da humanidade e
igualdade social, ao mesmo tempo em que reduz significativamente riscos
ambientais e escassez ecológica”. Portanto o conceito proposto vislumbra a redução
das emissões de gases nocivos na atmosfera, redução do desmatamento, a
recuperação e preservação dos recursos hídricos, a eficiência no uso dos recursos
naturais, a fim de proporcionar aos habitantes do Planeta uma melhor qualidade de
vida para todos os povos, através da inclusão social.
Considera-se que uma Economia Verde, possibilite uma maior integração
social, com a eficiência do uso dos recursos naturais, partindo do pressuposto de
que oferece a oportunidade de conciliar as metas tradicionais da política econômica,
particularmente com crescimento da renda e do emprego, com os objetivos sociais e
ambientais do sugerido pelo desenvolvimento sustentável (YOUNG, 2011). Em
virtude que a adoção desta prática, visa diversificar a economia através da mudança
do tradicional modelo econômico. Por outro que possibilite implantação de uma
maior integração social entre os indivíduos e a natureza, para que ocorra uma
transformação sócio-cultural, que poderá ser adotada através da aquisição e
desenvolvimento de novas tecnologias de baixo impacto ambiental, tanto nos
setores primários e quanto secundários, podendo ser citado o nicho dos alimentos
orgânicos, cultivados a partir de técnicas que eliminam o uso de agrotóxicos ou
qualquer outro processo que não seja natural.
A economia verde tem como objetivo quebrar o paradigma que o
desenvolvimento de uma economia de uma nação só é atingido por meio da
degradação do meio ambiente, através da exploração de um único setor da
economia, até exaurir-se a fonte. Como é o caso dos setores da agropecuária, em
que são devastadas milhares de hectares de florestas, a fim de proporcionar
pastagens para alimentar o gado e vender a madeira principalmente para países
desenvolvidos, provocando assim sérios problemas ao ecossistema local, num
primeiro momento. Outro fator que pode ser citado são as plantações de
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“commodities”, que devido a sua grande alta no mercado internacional e ter se
transformado em moeda de troca, provocou a explosão das plantações gerando
enormes prejuízos ao meio ambiente (YOUNG, 2011).
De acordo com o relatório do (PNUMA, 2011, p. 11) que “Talvez o mito mais
difundido seja o de que há uma troca inevitável entre sustentabilidade ambiental e
progresso econômico”. Esta relação entre o progresso econômico e sustentabilidade
através de uma economia verde, tem como objetivo conciliar o desenvolvimento com
a preservação dos ecossistemas, proporcionando ao ser humano o bem estar e a
igualdade social em harmonia com meio ambiente, minimizando ao máximo os
riscos ambientais decorrentes do seu consumo tanto por parte das organizações
quanto indivíduos. Contrário da teoria econômica clássica, que prega que o
consumo está ligado apenas ao ato de comprar, usar e descartar; encerrando ali o
ciclo útil de um bem, sempre tentando-se maximizar a produção e o lucro para
posterior descartá-lo. Este novo conceito propõe que todos os materiais envolvidos
no processo de fabricação de um produto, sejam desenvolvidos, para que possam
ser reutilizados por inúmeras vezes, de forma que seu ciclo não termine após o uso,
tornando assim todo o consumo seja sustentável.
Conforme o Relatório produzido pelo PNUMA (2011), só seria possível atingir
uma economia verde plena, à medida que fossem adotadas políticas
governamentais que colocassem em pé de igualdade os produtos “verdes” com os
“marrons”, em virtude que atualmente as empresas tradicionais grandes poluidoras
com as indústrias automotivas, do setor petroquímico, fontes energéticas sujas,
agricultura; se beneficiam em grande parte por subsídios oferecidos pelo governo,
para reduzir tanto os custos de produção quanto preço final ao consumidor, a fim de
estimular o seu consumo. Ficando evidenciada que boa parte dos países ocorre uma
deficiência de políticas púbicas que apoiem uma economia verde. Sendo
recomendando pelo relatório que sejam unidas forças por parte de grupos de
empresas do setor privado e governo a fim direcionar o atual sistema econômico
para uma economia mais sustentável, para substituir gradativamente a atual
economia considerada falida pelas cíclicas crises econômicas, devendo está
mutação de sistema econômico, começar a partir da criação de leis que incentivem a
produção e o desenvolvimento de bens verdes, o consumo segundo o novo modelo,
deverá fornecer uma infraestrutura adequada para reduzir os gastos com transporte,
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acordos comercias que facilitem o processo de troca, indo até a adoção pelo
governo de contratos ecologicamente corretos, de modo a incentivar a economia
como um todo.
Com a adoção das práticas sustentáveis indicadas, serão diminuídas as
emissões de gás carbônico na atmosfera entre outros que prejudicam camada de
ozônio, a utilização com eficiência de recursos naturais, com o mínimo de danos ao
Planeta e a inclusão social dos elementos de uma sociedade. De acordo com
(YOUNG, 211) o "esverdeamento” de um sistema econômico é proposto pelo
aumento das atividades econômicas que interfiram o mínimo possível no meio
ambiente, que propicie melhores índices na geração de emprego e renda, com a
inclusão do maior número de indivíduos participando do processo produtivo,
provocando assim uma inclusão social do máximo possível de indivíduos de uma
sociedade. Vindo ao contrário do tradicional modelo econômico, considerado
individualista em que visa explorar de forma predatória os recursos naturais, não
considerando o impacto negativo de suas ações, visando apenas à produção de
bens de consumo altamente poluentes e os altos ganhos.
A proposta alternativa está alicerçada no aumento dos investimentos no
capital natural, este que pode ser considerado como todos os ecossistemas, através
do reflorestamento de áreas desmatadas, com a finalidade de melhorar as
condições climáticas da localidade, erosão do solo, qualidade do ar, além de
cooperar com a recuperação dos recursos hídricos, bastante debilitados atualmente.
Com a constante recuperação e manutenção dos recursos naturais, possibilitaria
assim a subsistência da vida na Terra, por longos períodos. Tendo os setores verdes
da economia, a finalidade de proporcionar tanto benefícios sociais quanto
econômicos para o Planeta (PNUMA, 2011).
Portanto a maior luta para o desenvolvimento de uma economia verde, seria o
de conciliar os anseios de desenvolvimento econômico das nações desenvolvidas e
subdesenvolvidas, em um sistema único que se prioriza a conservação dos recursos
naturais, rompendo com o atual modelo, que sofre com as continuas mudanças
climáticas, ocasionadas principalmente pela cultura consumista dos países
desenvolvidos e capitalista, deficiência nas matrizes energéticas e a constante
degradação dos ecossistemas em busca de matéria-prima (CECHIN e PACINI,
2012).
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Para Young (2011), o “esverdeamento” da economia deverá partir desde as
atividades de baixo impacto ambiental até as mais intrusivas ao meio ambiente, de
modo a proporcionar melhores índices de geração de emprego, renda e inclusão
social de toda uma coletividade. Modelo este antagônico se comparado com ao
clássico modelo econômico que se baseia na extração predatória dos recursos
naturais, com indústrias e processos altamente contaminantes da água, ar e solo.
Em decorrência dos diversos trabalhos científicos que tratavam sobre
economia verde, surge o relatório “O Nosso Futuro Comum” que visava definir um
conceito que pode ser considerado o ideal para que uma sociedade possa guiar-se
em direção ao “Desenvolvimento Sustentável” corroborando para uma economia
verde possa almejar um sucesso. Portanto uma sociedade que satisfaça as suas
necessidades e desejos no presente sem empenhar a capacidade de manutenção e
regeneração do meio ambiente para as gerações futuras, poderá ser considerada
uma nação, que busca sustentabilidade consciente que irá rever seus atuais hábitos
de consumo e desejos.
Portanto Pedroso (2011) define que para ocorra o Desenvolvimento
Sustentável de uma sociedade é necessário que ocorra uma sintonia econômica,
social, cultural, política e ética. Em busca de um bem comum que é a manutenção
dos recursos naturais do Planeta para as futuras gerações. De acordo com o autor
deverão ser redirecionados os autuais moldes de consumo e produção do atual
modelo econômico capitalista presente em praticamente todo planeta, que impõe
padrões de produção e consumo à sociedade.
2.1 CONSUMIDOR VERDE
Os autores Alves (et al., 2011), definem que consumidor é qualquer indivíduo
ou organização, que por meio de algum bem de troca, recebem em equivalência
determinado bem tangível ou intangível, para atender a uma necessidade ou desejo.
Definindo que o surgimento do consumo consciente ético, de forma responsável,
saudável ou verde originou-se a partir da década de 70, quando se colocou em
evidência os problemas ambientais que o Planeta começava a sofrer, quando
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começavam a surgir os primeiros movimentos sociais, em manifestações de apoio à
causa ambiental, a crescente escassez dos recursos naturais e consumo excessivo
das sociedades desenvolvidas; instigando a sociedade, governos e organizações a
tomarem uma postura mais contundente sobre o tema, que preocupará o futuro das
próximas gerações.
Segundo PORTILHO (2004, p4) o surgimento da ideia de um consumo verde
é:
Portanto, de um consumidor verde, só foi possível, basicamente, a partir da conjunção de três fatores, inter-relacionados: o advento, a partir da década de 70, do ambientalismo público; a ambientalização do setor empresarial, a partir da década de 80; e a emergência, a partir da década de 90, da preocupação com o impacto ambiental de estilos de vida e consumo das sociedades afluentes.
Partindo da união destes três fatores, surge o consumidor verde, visto que
com as constantes manifestações públicas em prol do consumo verde, criou-se um
sentimento de preocupação por parte do mercado consumidor com relação aos seus
hábitos de consumo, estimulando mudança no padrão de consumo. Deste modo
provocou nas organizações uma corrida para que empresas pudessem se adaptar
as novas demandas do mercado, que iniciavam-se cada vez mais a se preocupar
com as consequências dos seus hábitos de consumo, sendo que num terceiro
momento, ocorreu uma drástica mudança em algumas nações desenvolvidas, haja
vista a mudança no principal comportamento, característico dos países ricos, o
consumismo para um consumo consciente, em que o indivíduos iria apenas adquirir
bens que atendessem as suas necessidades e desejos, de acordo com as regras
ambientais, proposta de interferência mínima nos ecossistemas. (PORTILHO, 2004)
Assim sendo o consumidor verde pode ser considerado como aquele
indivíduo que toma suas decisões de compra baseados em critérios ambientais,
visto possuir pensamento e sentimentos sobre suas ações de compra, que não
procura em um produto ou serviço apenas qualidade e preço concomitantemente,
mas sim que atenda aos seus anseios e valores relacionados às suas preocupações
ambientais. Tendo em vista que os indivíduos de uma sociedade ou grupo de
indivíduos estão a favor que o meio ambiente e homem possam conviver em
harmonia, haja vista a preocupação permanente com o impacto dos seus atos de
consumo pode ocasionar ao ecossistema. Uma vez que consideram, como fator
19
relevante ao adquirirem algum bem tangível ou intangível, que a empresa que o está
fornecendo deverá possuir uma política ambiental séria que respeite a natureza.
Segundo Polonsky (1994), algumas organizações estão se adaptando de forma
rápida, agilizando seus processos a fim de atender a está crescente demanda dos
novos consumidores verde, uma vez que as organizações que acolham as novas
exigências obterão vantagem diante dos seus concorrentes.
De acordo do Portilho (2004, p. 3) a “sociedade pós-industrial o centro de
atividades fundamentais tornou-se o lazer e o consumo”, a autora faz uma analogia
que a cultura atual consumista deriva das características dos países desenvolvidos
que desenvolveram-se a partir da sociedade pós-industrial, que atribuía lazer a
consumir, no entanto não se tinha a dimensão que isso poderia causar de danos
ambientais ao Planeta, como exemplo podemos citar a criação dos Shopping
Centers, que introduziram este conceito que o individuo pode unir momentos de
lazer ao consumo.
Portanto Ottman (1994, P.8 apud Almendra, 2012, P. 22) definem uma nova
tendência para o consumidor verde que.
Os indivíduos estão agindo de acordo com seus valores por meio do poder de suas escolhas (...). Numa tentativa individual de se proteger e de protegerem o Planeta, esses consumidores estão moldando uma nova tendência denominada consumerismo ambiental, só comprando produtos que consideram verdes e deixando produtos não verdes na prateleira.
Sendo que as autoras Ottman (1994, P.8 apud Almendra, 2012) delineia que
o comportamento de compra do consumidor verde está realmente mudando, pois ele
possui opções de escolha entre produtos verdes ou não verdes, isto se deve em
parte que ocorreram mudanças nos seus princípios éticos e valores, fazendo com
que os indivíduos sintam-se responsáveis em dar sua contribuição social para
proteger o Planeta, isso se reflete principalmente nas suas decisões de compra,
salvo que cada vez mais o consumidor opta por produtos que façam bem para a sua
saúde e ao mesmo tempo proteja o meio ambiente, visando diminuir os efeitos do
consumo exagerado de bens considerados supérfluos, optando somente por
produtos que sejam produzidos por empresas que respeitem as regras ambientais e
que atendam de forma satisfatória suas necessidades e desejos.
20
Almendra (2012, p.1), afirma que “a metade dos consumidores conscientes
pagam até 10% a mais por um produto verde e que consideram o preço e a
dificuldade de encontrar os produtos as principais barreiras para aumentar seu
consumo”. A partir destas considerações feitas pela autora, pode-se identificar que o
mercado consumidor de bens verdes, é um mercado que está sim disposto a mudar
seus hábitos de consumo, porém ainda encontram grandes dificuldades,
considerando que o preço atinge metade dos consumidores. Pode - se levar em
conta que seja uma das principais causas a ser atribuídas, para que o numero de
consumidores aumente, isto em parte poderia ser solucionado com a concessão de
subsídios ou políticas fiscais que incentivem a produção, como ocorre nos mercados
de “commodities” e que por consequência não desperta interesse dos empresários
na produção destes bens, haja vista que ainda são altos os custos para produção de
produtos verdes e falta de consciência ambiental do empresariado que apenas
visam lucros monetários em seus métodos tradicionais de produção e não a
proteção ou preservação dos recursos naturais.
Embora não seja correto afirmar que o consumidor é o “novo ator social”, capaz de mudar a sociedade em direção a uma mais sustentável, podemos considerar a possibilidade de politização e ambientalização da esfera privada, considerado-a uma necessária extensão das novas práticas políticas (PORTILHO, 2004, p.18).
Levando em consideração as afirmações nominadas acima, que o novo
consumidor verde não é o único elemento responsável pelas mudanças nos seus
hábitos de consumo, mas sim todos os integrantes de uma comunidade, onde todos
deverão definir e traçar estratégias em comum acordo. Com o propósito de,
conscientizar tanto os elementos de uma sociedade, tanto os órgãos públicos como
os do setor privado, porque que estes também são atores importantíssimos no
cenário de um grupo social, vislumbrando o desenvolvimento e consumo
sustentável, a fim de que todos possam interagir em prol do bem comum, que é
preservação e manutenção dos recursos naturais.
Conforme Elkington (et al., 1990, p.10 apud Romeiro, 2006, p. 73), o
consumidor verde pode-se identificar pelo individuo que possua as seguintes
características durante o processo de compra:
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Olham se a embalagem do produto e de material reciclável, como
papelão ou vidro, e não embalagem plástica;
Não compram produtos em embalagens que apresentam
empacotamento excessivo;
Olham para os produtos em embalagens retornáveis ou aqueles do
tipo refil, que podem ser trocados;
Olham para produtos feitos de papel, alumínio e outros materiais
recicláveis;
Escolhem produtos isentos de alvejantes ou corantes;
Evitam comprar produtos em embalagens não biodegradáveis;
Não confundem “verde” com “saudável”; não é qualquer embalagem
reciclável considerada boa para si ou para o meio ambiente;
Lembram que existem poucos produtos perfeitamente verdes;
Têm em mente que fazer alguma coisa é melhor do que não fazer
nada;
Carregam seus produtos em sacolas de papel, e não plásticas.
Melhor ainda, levam suas próprias sacolas de pano.
Portanto, considerando as características dos consumidores verdes acima
nominadas, são essenciais para que sejam determinados os padrões que deverão
ser produzidos os produtos oferecidos pelas organizações, a fim de atender esta
demanda crescente do novo nicho de mercado, onde através do desenvolvimento de
ações de Marketing, obtenham produtos e serviços que consigam atender as
necessidades e desejos deste grupo de consumidores, atento as questões
ambientais resultantes do processo de produção.
2.2 MARKETING VERDE
O surgimento do Marketing Verde se deu pela primeira vez no cenário
mundial através do primeiro workshop realizado em 1975, promovido pela American
Marketing Association (AMA), que tinha como meta reunir os profissionais da área,
líderes políticos e acadêmicos que desenvolvessem trabalhos sobre Marketing. Com
o propósito de debater os impactos que as ações de Marketing estavam fazendo no
meio ambiente. Ficando como legado após esse encontro, foi lançamento da
22
primeira bibliografia sobre Marketing Verde, que trouxe átona das discussões sobre
os efeitos positivos e negativos das ações do Marketing Tradicional, com relação à
poluição e degradação dos ecossistemas, geradas a partir destas praticas
(POLONSKY, 1994).
Polonsky (1994) definiu que as ações de Marketing Verde ou Marketing
Ambiental, tem como objetivo central desenvolver comportamentos nas
organizações que satisfaçam as necessidades e desejos dos consumidores verdes,
com o mínimo de interferência no ambiente natural, a fim de proporcionar durante o
processo de troca uma satisfação mútua entre consumidor e organização,
proporcionando assim uma sensação de bem estar entre as partes, por terem
interferido o mínimo possível no meio ambiente. O autor ainda sugere em um
segundo momento que durante as atividades de divulgação do Marketing Verde ao
público se utilize o termo “ambientalmente menos prejudicial” ao invés de “amigo do
meio ambiente”, tendo vista que o consumo natural do ser humano tende por
natureza ser predatório destrutivo, para que seja possível esta correção no
comportamento dos indivíduos.
No entanto não se deve encarar o Marketing Verde como uma política de
apenas conceber e desenvolver bens, de acordo com as regras de produção e
desenvolvimento ecologicamente corretos, mas sim uma filosofia a ser adotada por
todos os departamentos hierárquicos da uma organização, a filosofia do Marketing
Verde, deverá ser compreendida e aplicada por todos os integrantes da empresa, de
modo que todas as decisões sejam tomadas de acordo a política ambiental seguida,
a fim de que todos os colaboradores tenham em mente que não estão apenas
atendendo a uma necessidade ou desejo de um grupo de consumidores, mas sim
que a organização como um todo faça parte do processo social de integração entre
o ser humano e a natureza, e que esses possam conviver em harmonia permanente
(CHAMORRO e BAÑEGIL, 2006).
Portanto Kotler e Keller, (2012), asseguram que essa interação entre
organização e consumidor, deverá ser realizada através de um processo de
interação no mercado por um período de longo prazo, com ações mútuas em favor
do meio ambiente. À medida que os consumidores forem adquirindo uma
consciência ecológica, este aspirará consumir apenas produtos que interfiram o
mínimo possível na natureza, por sua vez esta demanda terá que ser suprida por
23
empresas, através de processos para criação e desenvolvimento de bens tangíveis
ou intangíveis, a fim de suprir os anseios do mercado consumidor. Sendo que o
processo também deverá ocorrer de modo inverso, partindo também das empresas
a criação de necessidades e desejos, para o mercado verde, concretizando-se
assim um longo ciclo.
Portanto para OTTMAN, 2011 (apud BAGATINI, 2012), afirma que os bens
verdes, possuem certa regalia no mercado perante os produtos tradicionais, o de
manterem seu volume vendas sempre constante, mesmo em períodos que a
economia esteja em baixa, haja vista que os consumidores de produtos verdes
consomem somente o básico para sua subsistência. Assim como as empresas
verdes que desenvolvem ações visando o Marketing Verde, possuem resultados
positivos, diante das empresas marrons, que não praticam ações para reduzir seus
impactos ambientais (POLONSKY, 2004).
Figura: Comparação entre as diferenças do Marketing Tradicional e Marketing Verde Fonte: Adaptado de (CHAMORRO e BAÑEGIL, 2006 apud BAGATINI, 2012).
Conforme, podem ser analisadas no quadro as comparações realizadas entre
o Marketing Verde e o Marketing Tradicional, identifica-se que o Marketing Verde,
24
busca não só atingir os objetivos da empresa e consumidor, mas sim, que tudo isso
ocorra de forma responsável com a sociedade, em que todos os integrantes do
processo produtivo possam se beneficiar com a produção de bem ou serviço, com
os benefícios da criação de uma legislação que propicie uma relação de participação
mutua em prol de meio ambiente.
Atualmente, podemos argumentar não ser uma tarefa tão simples para as
organizações, atender as necessidades e desejos de um mercado cada vez mais
exigente, se olharmos do prisma ambiental, apesar dos avanços tecnológicos que
beneficiam as empresas a otimizaram o uso dos insumos, o mercado deparasse
com a limitação de certos materiais, fato considerado natural em uma economia,
pois os indivíduos possuem desejos ilimitados em contra partida os recursos são
escassos, fator este que pode impactar negativamente no desenvolvimento do
Marketing Verde (POLONSKY, 2004).
O Marketing Verde tenta introduzir nas organizações práticas que todos os
bens tangíveis ou intangíveis que ela adquira ou venda, respeitem todas as políticas
ambientais, que ela promove, visto que o não cumprimento de alguns dos requisitos
em sua totalidade poderá implicar em serias consequências à imagem da
organização perante os seus clientes (CHAMORRO e BAÑEGIL, 2006).
25
3. MÉTODO
Neste capítulo serão apresentados os processos metodológicos, como tipo de
pesquisa, método de pesquisa, técnica para coleta de dados, universo da pesquisa e
técnica de análise dos dados obtidos; que servirão de orientação para o presente
estudo, para que fossem atingidos os objetivos sugeridos no primeiro capítulo, e
responder o problema da pesquisa e propor estudos futuros.
3.1 TIPO DE PESQUISA
O presente trabalho incidiu em um estudo de pesquisa exploratória, a qual
segundo definição de (HAIR Jr. et al, 2005, p.83) “é útil quando as questões de
pesquisa são vagas ou quando há pouca teoria disponível para orientar as
previsões”. Por tratar-se de um tema considerado novo para o mercado brasileiro e a
dificuldade em encontrar obras científicas sobre tema, foi escolhido o método a
pesquisa exploratória, para se desenvolver o trabalho.
De acordo com Malhotra (2006, p.100) “é de explorar ou fazer uma busca em
um problema ou em uma situação para prover critérios e maior compreensão”.
Conforme a definição do autor, a pesquisa exploratória tem como objetivo
desenvolver novos conceitos e ideias de acordo com as percepções vistas diante do
problema proposto, devendo-se considerar que nesta fase as informações ainda são
muito vastas, onde deverão ser realizadas pesquisas de forma flexível, baseadas em
questionários não estruturados, tendo em mente que os resultados obtidos não
poderão ser considerados definitivos, mas possam sim servir de base para estudos
futuros.
A partir das definições de HAIR Jr. et. al. (2005, p.100) sobre as principais
finalidades do método de pesquisa exploratória:
Formular um problema ou defini-lo com maior precisão.
26
Identificar cursos alternativos de ação.
Desenvolver hipóteses.
Isolar variáveis e relações chave para exame posterior.
Obter critérios para desenvolver uma abordagem do problema.
Estabelecer prioridades para as pesquisas posteriores.
Malhotra (2006) propõe que tal pesquisa seja indicada quando o investigador
não tem profunda sabedoria sobre o assunto, servindo de instrumento para novos
achados e ampliação dos conhecimentos. A fim de que o pesquisador possa a partir
de suas conclusões definir padrões de comportamento, necessidades e desejos dos
consumidores, para que sirvam de base para a criação e desenvolvimento de novos
bens de consumo, proporcionando assim que as organizações possam identificar
novos mercados, de forma a empreender através de produtos inovadores, que
reformulem antigos conceitos já pré estabelecidos.
3.2 MÉTODO DE ESTUDO
O método utilizado no presente trabalho foi a Pesquisa Qualitativa. De acordo
com a definição proposta por (MALHOTRA, 2006, p. 155) é uma “metodologia de
pesquisa não estruturada e exploratória baseada em pequenas amostras que
proporciona percepções e compreensão do contexto do problema”.
Conforme as considerações feitas por Malhotra (2006), foi utilizada uma
pesquisa qualitativa em vez da quantitativa, haja vista possibilidade de utilização de
métodos não estruturados, tendo em vista que métodos estruturados podem ocorrer
interferências nos dados, haja vista que os inquiridos podem sentir-se constrangidos
pelos tipos de questionamentos ou mesmo não tenham conhecimento sobre o
assunto em debate.
3.3 TÉCNICA DE COLETA DE DADOS
A coleta de dados foi realizada através de entrevistas, conforme definição
sugerida por (HAIR Jr. et al, 2005, p. 167) “é uma sessão de discussão individual,
27
não estruturada entre um entrevistador treinado e um entrevistado”. Afim de que seja
descoberto o que motiva ou desmotiva suas convicções e sentimentos quanto ao
tema questionado (MALHOTRA, 2006).
Sendo inicialmente confeccionado um roteiro para entrevista, é aplicado em
uma das entrevistadas. Após esta primeira entrevista foram realizados ajustes no
roteiro de modo que as questões ficassem mais claras e objetivas para as
respondentes, visto que esta primeira etapa de criação do roteiro se caracteriza
como a única parte estruturada deste método de coleta de informações; que possui
como finalidade obter respostas não estruturadas; a partir de então foram
selecionadas as respondentes que possuíam uma percepção sobre o assunto. Vale
ressaltar que este modelo tem como característica essencial o nível de profundidade
de que podem ser obtidos os dados, por tratar-se de uma pesquisa individual, o
entrevistador tem a oportunidade de explorar ao máximo cada resposta (HAIR Jr. et
al. 2005).
A coleta dos dados foi realizada pelo proponente da pesquisa e executada da
seguinte forma: Foram selecionadas as discentes do curso de Administração da
UNIPAMPA do Campus de Sant’ Ana do Livramento - RS, do turno noturno,
voluntárias, que possuiam uma concepção sobre o assunto, sendo marcada uma
entrevista individual, para coleta dos dados.
3.3.1 Grupo de Respondentes
De acordo com (HAIR Jr. 2005, p 239) “A população alvo é o grupo completo
de objetos ou elementos relevantes para o objeto da pesquisa. São relevantes
porque possuem as informações que o projeto de pesquisa se propõe a coletar”.
Conforme a definição do autor a população alvo deste estudo são as acadêmicas do
curso de Administração da UNIPAMPA, que possuam uma percepção sobre o
assunto.
Pois segundo definição de Malhotra (2006), os elementos são os indivíduos
que partilham objetivos em comum dentro do universo da pesquisa. Portanto o
28
universo da pesquisa se deu em uma Universidade, ambiente onde os indivíduos
compartilham desejos afins como obtenção de conhecimento e a busca por novas
experiências.
A população alvo deste estudo foram as acadêmicas, devidamente
matriculada no curso de Administração da UNIPAMPA, do turno noturno, que se
proporão a participar da pesquisa.
3.4 TÉCNICA DE ANÁLISE DOS DADOS
Com o objetivo de atingir a proposta do processo investigatório da pesquisa
foi utilizada a técnica de Análise Interpretativa.
29
4. APRESENTAÇÃO E ANÁLISE DOS RESULTADOS
O presente capítulo foi estruturado em blocos e tem por objetivo, realizar o
levantamento do perfil das respondentes, o nível de conhecimento sobre o assunto e
seus hábitos de consumo.
Inicialmente foram realizadas entrevistas com as discentes do curso de
Administração da Universidade Federal do Pampa (UNIPAMPA), onde foram
abordadas por conveniência 08 (oito) estudantes; de faixa etária entre 22 (vinte e
dois) e 34 (trinta e quatro) anos de idade; das quais apenas uma já possui curso
superior completo; percebem uma renda entre R$ 700,00 (Setecentos Reais) e R$
3.000,00 (Três Mil Reais) mensais; das quais duas são casadas e o restante solteira.
Sendo as entrevistas realizadas entre os meses de Dezembro de 2013 e
Janeiro de 2014, no campus da Universidade Federal do Pampa as quais duraram
em torno de 12 (doze) minutos cada.
Foram realizados questionamentos, a fim de mensurar o nível de
conhecimento das entrevistadas sobre o tema da pesquisa “Consumidor Verde”,
com o objetivo de comprovar e obter melhores resultados na pesquisa, pois de
acordo com (PORTILHO, 2010), o consumidor verde surgiu a partir da união de três
fatores: o ambientalismo político da década de 70, o começo da conscientização das
organizações na década de 80 e da preocupação com o consumo exagerado na
década de 90 característicos dos países desenvolvidos, surgindo a partir de então
os consumidores verdes e os produtos verdes desenvolvidos para atender esta nova
demanda.
4.1 PRODUTO VERDE
Inicialmente foi explicado às entrevistadas se o primeiro questionamento
fosse condizente com a definição proposta pela autora sobre produto verde,
poderíamos dar continuidade à entrevista após o término do primeiro
questionamento às entrevistadas, sobre o “que você considera um produto verde”,
foram obtidos dados em sua maioria convergentes à opinião da autora consultada
no presente trabalho ALMENDRA (2012) que apresenta as características que um
30
produto verde, para ser considerado produto verde. Conforme resposta da E3 “Um
produto que seja produzido da forma mais sustentável possível, com cuidado para
não degradar o meio ambiente, as pessoas envolvidas nos processo sejam bem
remuneradas, que o custo produtivo do ponto de vista ambiental seja o menor
possível”, alinhado ao conceito da autora. Demonstrando assim que as
respondentes E3 possui conhecimento, sobre o assunto. Como pode ser observado
nas respostas das demais entrevistadas, E6 “produto que possui matérias-primas
obtidas de forma sustentável e seja confeccionado, com o mínimo de impacto na
natureza” e E5 seja “reciclável” ou “reutilizável”. Sendo que a única entrevistada que
se desviou do padrão das respostas foi a da E1 que considerou “produto verde
aquele que é produzido do modo mais natural possível, os alimentos orgânicos, com
os menores percentuais de produtos químicos adicionados em sua produção”.
Cabendo ressaltar que de maneira alguma está errada a resposta, uma vez que os
alimentos orgânicos em sua maioria são produzidos de forma sustentável, como
prevê a literatura de (YOUNG, 2011).
Conforme Almendra (2012, p21) “um produto verde deverá apresentar o
máximo possível de alternativas sustentáveis dentro de seu modo de extração,
produção, distribuição e comercialização”. Porém Ottman (2012, p. 94 apud Braga,
Silva, Holanda, 2013, p7) alertam que, “não existe um produto verdadeiramente
“verde”, porque todos os produtos, por mais que sejam bem elaborados, usam
recursos e geram lixo”.
Sendo assim ao final do primeiro questionamento, presumiu-se que as
entrevistadas, estavam aptas a participar da pesquisa, dando andamento as demais
perguntas com as entrevistadas. Em virtude que ao analisar as respostas foi
possível crer que a maioria concorda que um produto verde é aquele produzido de
forma sustentável, ecologicamente correto e que o custo ambiental seja o menor
possível.
4.2 CONSUMIDOR VERDE
No segundo questionamento foi perguntada as mesmas se “ela se
considerava uma consumidora verde”, a partir dos resultados foi possível observar,
31
que as entrevistadas que consideravam- se consumidoras verdes, estão em comum
acordo com os autores citados no referencial teórico deste estudo.
Conforme Polonsky (1994) que definiu “consumidor verde pode ser
considerado como aquele indivíduo que toma suas decisões de compra baseados
em critérios ambientais, visto possuir pensamento e sentimentos sobre suas ações
de compra, que não procura em um produto ou serviço apenas qualidade e preço
concomitantemente. Mas sim que atenda aos seus anseios e valores relacionados
às suas preocupações ambientais”.
Como pode ser observado nas seguintes respostas E3 “saber sua origem” e
“além do preço e qualidade a visão sustentável do produto”, E4 “possibilidade de
reuso e reciclagem”, valendo-se ressaltar que este termo utilizado pela respondente
poder ser interpretado como o três “Rs” da sustentabilidade que são (reutilizar,
reciclar e reduzir) de acordo com os autores Silva, et al. (2011, p1) “nos induzem a
reduzir o consumo de cada recurso, reutilizar tudo que pode, reciclar sempre que
possível” e ainda pode ser analisado que de acordo com (DIAS, 2009 apud BRAGA,
SILVA, HOLANDA, 2013) “afirmam que o consumidor verde é influenciado
principalmente por questões ambientais em seu processo de compra” comprovando
assim a teoria com a prática pois a resposta da E6 “preocupação que o meu
consumo possa interferir no futuro das próximas gerações”, está caracterizando o
que o autor afirma que o consumidor verde é aquele individuo consciente de que o
seu consumo hoje, interferirá nas próximas gerações.
Já as respondentes que afirmam não serem consumidoras ou são em parte
de acordo com a resposta da E4 “não levo em conta critérios ambientais, levo mais
em consideração minhas necessidades e desejos, sem me preocupar com a
questão ambiental”, de acordo com a E7 “Levo em conta também fatores como o
preço, qualidade, opinião de terceiros, etc” ou as que se consideram em parte
apenas consomem alimentos de origem sustentável. Conforme as seguintes
respostas E5 “quando vou comprar um produto que não sejam alimentos não estou
preocupada com a questão” e a E1 “Pois busco sempre os melhores alimentos,
aqueles que possuem procedência garantida e, preferencialmente, de produção
local”.
Conforme Polonsky (1994), analisou-se que existe mesmo a preocupação de
que trata o autor de comprar baseado em critérios ambientais, haja vista que as
32
respondentes ao afirmarem que dão preferência em comprar produtos locais,
convergem com o autor, que afirma que ao se comprar produtos de origem local, os
custos ambientais com o transporte são diminuídos. Polonsky (1994) e Dias (2009)
afirmam que os sentimentos e preocupação ambiental influenciam no
comportamento de compra, fato este que foi observado pois realmente existe esta
preocupação com o futuro das próximas gerações, impactando sim no consumo
atual.
4.3 DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL
A seguir foi questionado às entrevistadas se elas acreditam “se é possível o
desenvolvimento sustentável”, em virtude que ainda existem grupos de pessoas que
defendem que só é possível desenvolver uma sociedade a partir da degradação do
meio ambiente. De forma unânime, acreditam que é possível sim desenvolver uma
sociedade sem degradar os recursos naturais, porém atribuem aos governantes a
responsabilidade de incentivarem as organizações a adotarem políticas mais
sustentáveis como pode ser visto nas seguintes declarações E1: “Basta que o
governo incentive esse tipo de produção”, E5 “deveriam ter mais políticas que
incentivasse o desenvolvimento sustentável”. Conforme a E4 se adotadas algumas
medidas como: “estratégias ambientais” para a “minimização do uso de recursos
naturais nos processos produtivos” é possível sim, para a E6: “as atuais tecnologias
desenvolvidas” propiciam sim “desenvolver uma comunidade sem prejudicar a
natureza” e de acordo com a E7 “dependerá do investimento do país em educação e
tecnologia” com “utilização de energias limpas, a reutilização de água, a reciclagem,
etc”.
Conforme o relatório “O nosso futuro comum”, publicado no ano 1987 pela
ONU foi proposto um conceito de desenvolvimento sustentável, que propõe que a
humanidade deve procurar o progresso de sua sociedade, sem prejudicar as
próximas gerações, através do uso consciente dos recursos naturais.
Constatou-se que existe sim a consciência de que é possível desenvolver
comunidades sustentáveis, tanto com incentivos governamentais através de políticas
que incentivem desde a formação das crianças nas escolas como uma das
entrevistadas citou, que a partir uma observação de sua filha começou-se a
33
preocupar-se mais o tema E2 “conscientização da população” “começando pelas
crianças” e da E3 que o “desenvolvimento não causa impacto sim a busca do lucro”.
Afirmações às quais vão ao encontro da declaração publicada pela ONU em seu
relatório, que alerta que ao buscar-se o desenvolvimento, não se deve esquecer a
parte social em que todos os integrantes devam beneficiar-se, não apenas alguns
pequenos grupos.
4.4 CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA
Ao serem questionadas, se campanhas publicitárias promovidas
principalmente por organizações do terceiro setor, alertando quanto aos prejuízos à
natureza ou os riscos para a saúde de consumirem os produtos industrializados ou
cultivados com uso de agrotóxicos, as instigaram a adquirir uma consciência
ecológica. Foram obtidos resultados que concentram no que os autores utilizados
neste trabalho KOTLER E KELLER (2012). Pois de acordo com a E2 “Sim, primeiro
eu penso na saúde da minha família antes de comprar um produto sem agrotóxico” e
a E5 traz outro dado importante que mesmo tendo conhecimento dos prejuízos,
poucos a põe realmente em prática “Sim, pois na verdade todo mundo tem
consciência de que alguns produtos fazem mal a saúde ou ao meio ambiente, mas
poucos põe em prática”.
De acordo com KOTLER E KELLER (2012), à medida que os consumidores
forem adquirindo uma consciência ecológica, este aspirará a consumir apenas
produtos que interfiram o mínimo possível na natureza.
Portanto, observou-se que a maioria das entrevistadas mudaram seus hábitos
de consumo e conscientizaram-se, lendo sobre matérias de que tratavam do tema
principalmente na internet, meio de comunicação e informação que mais cerca a
população. Buscando sempre uma melhor qualidade de vida, no que se diz respeito
à alimentação, bastante citado por todas. Pois no âmbito familiar costumeiramente
as mulheres são as responsáveis pelas compras de alimentos, que em uma tentativa
de protegerem a si mesmas e suas famílias convergem com a opinião (OTTMAN,
1994, P.8 apud ALMENDRA, 2012, P. 22) que “Numa tentativa individual de se
proteger e de protegerem o Planeta esses consumidores estão moldando uma nova
tendência denominada consumerismo ambiental”.
34
4.5 PERFIL E HÁBITOS DE CONSUMO
A seguir foram realizados alguns questionamentos, de forma a delinear um
perfil das consumidoras, a fim de identificar seus hábitos de consumo e os principais
produtos adquiridos. De acordo com ALMENDRA (2012) a partir da década de 80,
ocorreu um aumento na procura e consumo de produtos verdes, devido ao aumento
da consciência ecológica da população, em virtude das crescentes manifestações
sociais em defesa do meio ambiente e alertando aos perigos do consumo do novo
modelo de sociedade capitalista, que poderia levar o planeta a um colapso, em
virtude dos recursos naturais serem escassos, gerando assim mudanças nos hábitos
de consumo, de parte da população atenta às questões ambientais.
Foram abordadas discentes das seguintes faixas etárias (34 - 22 - 23 - 27 - 22
- 31 - 25 - 28), quais percebem uma renda mensal média de R$ 1.185,00, sendo que
apenas uma das entrevistadas já possui formação superior completa e as demais
estão em formação.
Ao analisarmos a variante há quanto tempo começaram a consumir produtos
mais saudáveis foi identificado que normalmente, as entrevistadas quando
começaram a ter controle da própria alimentação, mudaram seus hábitos de
consumo, o que ficou em torno de dois a doze anos.
4.6 BENS CONSUMIDOS
Ao serem questionadas sobre quais produtos ou serviços as entrevistadas
adquirem que são produzidos de forma sustentável, foram obtidos resultados que
apontam que os principais itens adquiridos são cosméticos e alimentos, quais têm
como justificativa a preocupação com a saúde e o bem estar, aliado ao cuidado ao
meio ambiente.
Outra preocupação por parte das entrevistadas que pode ser analisada é a
redução do consumo de embalagens, em virtude de algumas respondentes citarem
que preferem consumir refis principalmente de produtos cosméticos e produtos de
limpeza, porque além de estarem colaborando o meio ambiente, a maioria destes
35
refis são vendidos a preços mais baixos do que os produtos em suas embalagens
originais.
Sendo que uma das entrevistadas ressalta, que da preferência a E3
“Cosméticos” “que não testem em animais”, ficando caracterizado que está pessoa
se preocupa com a forma pela qual os produtos são produzidos e testados, antes de
entrarem no mercado consumidor.
4.7 ANÁLISE DAS EMPRESAS
Ao perguntar as entrevistadas se dão preferência ou analisam antes de
comprar um produto, a responsabilidade da empresa com relação ao meio ambiente,
foi constatado que há uma proporcionalidade nas respostas, entre entrevistadas que
analisam e as que não analisam as empresas antes de efetuar o processo de
aquisição. Principalmente pelas seguintes respostas da E1 “Sim, pois estamos em
uma era onde o descontrole ambiental poderá acarretar graves consequências à
humanidade e mudanças significativas no planeta” e a E3: “Sim, porque se a
empresa está preocupada com o meio ambiente, seus produtos não causam tanto
impacto”. Porém existem respondentes que não possuem o hábito, mas tem
consciência como a E2 “não tenho esse hábito, mas deveria ter”. As que valor
influência sua decisão conforme a E5: “preço pesa mais na hora da escolha”, fator
que ainda impede o aumento no consumo dos produtos.
Uma posição interessante a ser ponderada é a como são obtidas informações
sobre as empresas, uma vez que E3 diz que “há muita propaganda enganosa, como
por exemplo, as empresas que se vangloriam com o reflorestamento e que plantam
na verdade eucalipto, que é uma planta que danifica o solo”, porém a E5 “somente
baseia-se em propagandas”.
4. 8 CARACTERÍSTICAS DOS PRODUTOS
Por fim, foi indagado as respondentes quais as características que elas
procuram em um produto sustentável. Sendo observado algumas especificidades
procuradas nos produtos adquiridos pelas entrevistadas, foi verificado que os
produtos que apresentem embalagens recicláveis, refis e embalagens
36
biodegradáveis ou recicláveis, são os primeiros escolhidos. Conforme os relatos a
seguir da E2 “procuro embalagens recicláveis”, E3 “refil” e “embalagens
biodegradável”.
Porém foi averiguado também considerações importantes de algumas
respondentes que procuram também E1 “mínimo impacto ambiental”, E2 e E3“que
não agridem o meio ambiente”, convergentes a opinião de (PORTILHO, 2004), que o
novo comprador irá só adquirir produtos de empresas que reduzam ao máximo os
impactos ao meio ambiente, através de produtos que utilizem menos embalagens ou
retornáveis, sejam compostos de materiais recicláveis ou que de uma forma ou outra
consigam reverter a favor da natureza o dano causado pelo seu processo fabril.
Demonstrando assim que existe sim certa parte de preocupação com o meio
ambiente mesmo, com as entrevistadas que não se consideram consumidoras de
produtos verdes.
37
4.9 Quadro Resumo:
P
E
R
F
I
L
Questões Resultados
Identificar o perfil das consumidoras de
produtos verdes na Universidade Federal do
Pampa Campus de Sant’ Ana do Livramento
As entrevistadas abordadas no presente estudo situam-se em uma faixa etária entre (34 - 22 - 23 - 27 - 22 - 31 - 25 - 28). Quais percebem uma renda mensal média de R$ 1.185,00. Apenas uma das entrevistadas já possui formação superior completo e as demais estão em processo de conclusão. Ao ser analisada a variante há quanto tempo começaram a consumir produtos mais saudáveis foi identificado que normalmente, as entrevistadas quando começaram a ter controle de sua própria alimentação, mudaram seus hábitos de consumo, o que ficou em torno de dois a doze anos.
P
R
O
D
U
T
O
S
Analisar os principais produtos adquiridos
pelas consumidoras
Os resultados obtidos no presente estudo
apontam que os principais itens adquiridos são
cosméticos e alimentos produzidos de modo
sustentável.
M
O
T
I
V
O
S
Identificar as razões que as motivam a
consumirem produtos verdes.
Conforme os dados obtidos foi possível observar
que a preocupação com a saúde e o bem estar,
aliado ao cuidado ao meio ambiente, são as
principais motivações que levam as consumidoras
a adquirirem tais produtos.
38
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este estudo teve como objetivo geral, conhecer o perfil das discentes das
discentes do Curso de Administração da Universidade Federal do Pampa
(UNIPAMPA), Campus Sant’ Ana do Livramento, que tem conhecimento sobre
produtos verdes ou que consomem alguma espécie de produtos verdes, a fim de
conhecer um perfil e quais os produtos adquiridos pelas mesmas.
O tema abordado pelo presente trabalho pode ser considerado como de
extrema relevância tanto para nossa sociedade quanto para as organizações, tendo
em mente os inúmeros trabalhos científicos publicados, que tratam sobre o
comportamento do consumidor verde, economia verde ou ainda os que expõem os
riscos do constante estado de degradação que se encontra o planeta Terra.
Conforme as entrevistadas os principais produtos adquiridos são cosméticos
e perfumaria em geral, alimentos orgânicos (frutas e verduras) o que comprova a
preocupação com a saúde e o bem estar e os produtos de limpeza com
características biodegradáveis. Ratificando a preocupação com o meio ambiente das
consumidoras consultadas. Outro fator observado no decorrer das entrevistas, que
as entrevistadas ficam satisfeitas ao adquirirem produtos em embalagens modelo
“refil”, pois além de contribuírem para o meio ambiente com a diminuição do
consumo de embalagens, economizam em virtude de não arcarem com os custos
totais de uma embalagem.
Sendo possível verificar ainda que os principais motivos que levam as
discentes a consumir produtos verdes são a preocupação constante com a saúde e
o bem estar de sua família. Como pode ser observado em uma resposta de uma
entrevistada que possui filhos e responsável pelas compras dos produtos
alimentícios consumidos em sua residência. E por fim a preocupação com a
manutenção preservação dos recursos naturais do Planeta Terra.
Em seguida foram obtidos dados, onde se constatou que todas as
entrevistadas possuem consciência ecológica quanto aos seus hábitos de consumo,
podem impactar positivamente ou negativamente no meio ambiente. Porém pode ser
notado que algumas das entrevistadas não ha põem em prática, alegando
principalmente falta de tempo ou porque os produtos verdes ainda possuem um
custo elevado em comparação com os produtos tradicionais.
39
Assim sendo, foi possível observar que a propaganda promovida atualmente
por órgãos governamentais e organizações do terceiro setor ligadas, ao meio
ambiente e veiculada nos mais diversos meios de comunicação tem contribuído de
forma significativa para que a população conscientize se, da atual situação do meio
ambiente.
Portanto recomenda-se aos gestores de marketing, que permaneçam atentos
para este novo nicho de mercado, que está cada vez mais consciente em seus atos
de compra. De forma que as organizações possam adequar-se para atender a está
demanda cada vez mais latente por produtos ecologicamente corretos e
organizações responsáveis, tanto social como ambiental. Pois como poder ser
observado alguns consumidores alegam que o preço é uma tendenciosidade a não
adquirirem produtos verdes, porém deveriam ser realizadas pesquisas que
desenvolvam novas tecnologias que possam reduzir o preço dos produtos. Aliando,
campanhas publicitárias que divulguem as ações da empresa de modo a cativar
novos consumidores, pois como pode ser observado, a propaganda influência no
comportamento de compra.
Uma das principais limitações deste estudo é que não foi possível entrevistar
um maior numero de alunas, visto que muitas alegarem que não tinham
conhecimento sobre o assunto e a dificuldade em literaturas em português. Porém
os resultados não podem ser generalizados para todas as alunas da UNIPAMPA.
Tendo em vista as limitações deste estudo, recomenda-se que sejam realizadas
novas entrevistas com as discentes de outros cursos do Campus Sant’ Ana do
Livramento, como uma comparação com o comportamento de compra dos
indivíduos do gênero masculino.
40
REFERÊNCIAS
ALMENDRA, Fernanda Barbosa. CONSUMIDOR VERDE: Estudo de Caso Sobre Perfil e Características do Mercado. Monografia de PÓS-GRADUAÇÃO (Em Gestão Ambiental) - UNIVERSIDADE FEDERAL DE SÃO CARLOS, São Carlos, 2012, p. 22. Disponível em: <http://www.stratmarket.com.br/publicacoes/Consumidor_Verde.pdf>. Acesso em 23 julho 2013.
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ANEXO A – INSTRUMENTO DE COLETA DE DADOS E REPOSTAS
BLOCO I
Identificar o nível de conhecimento da entrevistada sobre o tema da pesquisa.
1) Pergunta: O que (você/Sra./Sr.) considera um “produto verde”?
E1: Considero um produto verde aquele que é produzido do modo mais natural
possível, o alimento orgânico, com os menores percentuais de produtos químicos
adicionados em sua produção.
E2: Eu considero um produto verde aquele ecologicamente correto, que é
sustentável.
E3: Um produto que seja produzido da forma mais sustentável possível, com
cuidado para não degradar o meio ambiente, as pessoas envolvidas nos processo
sejam bem remuneradas, que o custo produtivo do ponto de vista ambiental seja o
menor possível.
E4: Pra mim, produto verde é o produto que na sua produção, no seu uso e/ou após;
cause pouco ou nenhum impacto ao meio ambiente.
E5: Aquele produto produzido da forma mais natural possível, que possa ser
reciclável, como cadernos, vasos de flores, algo que possa ser reutilizado de outra
maneira.
E6: Aquele produto que possui matérias-primas obtidas de forma sustentável e seja
confeccionado, com o mínimo de impacto natureza.
E7: Eu acredito que o termo “produto verde” é utilizado para todos aqueles que são
produzidos através de iniciativas sustentáveis.
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E8: Um produto cujo uso – e fabricação - não cause impactos negativos ao meio
ambiente.
2) Pergunta: (você/Sra./Sr.) se considera um “consumidor verde”?Por quê?
E1: Não (em parte) em todos os produtos consumidos. Pois busco sempre os
melhores alimentos, aqueles que possuem procedência garantida e,
preferencialmente, de produção local. Porém como é difícil encontrar alguns
alimentos orgânicos, ou aqueles encontrados geralmente custam muito mais que os
demais, torna determinados alimentos é inviável o consumo diário do produto verde,
para uma pessoa que recebe um salário baixo.
E2: Não. Porque na maioria das vezes quando decido comprar algo, não levo em
conta critérios de ambientais, levo mais em consideração minhas necessidades e
desejos, sem me preocupar com a questão ambiental.
E3: Sim, porque, eu procuro comprar produtos que eu consiga saber sua origem.
Escolho os produtos alem do preço e qualidade a visão sustentável do produto.
E4: Me considero sim, procuro adquirir produtos que menos interfiram no meio
ambiente, principalmente na produção e descarte (possibilidade de reuso e
reciclagem, por exemplo).
E5: Não (em parte) me considero um consumidor totalmente verde, porque quando
vou comprar um produto que não sejam alimentos não estou preocupada com a
questão.
E6: Sim, pois tenho a preocupação que o meu consumo possa interferir no futuro
das próximas gerações.
E7: Não me considero um consumidor verde, porque não é apenas o fator
sustentável que define minha preferência de consumo. Levo em conta também
fatores como o preço, qualidade, opinião de terceiros, etc.
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E8: Não. Ao fazer compras, dou maior valor a fatores como preço e qualidade,
independente do posicionamento ambiental da empresa.
3) Pergunta: (você/Sra./Sr.) acredita que é possível o desenvolvimento
sustentável? Por quê? Exemplo?
E1: Sim, acredito que é possível produzir diversos bens e alimentos com qualidade,
sem destruir a natureza, principalmente alimentos com baixo uso de agrotóxicos e
com valor compatível com a renda da população. Basta que o governo incentive
esse tipo de produção e haja de modo a desestimular a produção de alimentos que
fazem mal a saúde e destroem o meio ambiente.
E2: Acredito que precisa ainda muita conscientização da população, inclusive minha.
Mas para isso é preciso muita educação de todos, começando pelas crianças, que
serão nosso futuro. Vejo pelo meu próprio exemplo; minha filha tem mais atitudes
sustentáveis que eu mesma, ela tem 11 anos e ás vezes me repreende por alguma
coisa errada que eu faça, como jogar um papel de bala na rua. Ela fala “mãe, não
joga na rua, coloca no lixo”. E isso realmente ela aprendeu na escola, quando ela
era pequenininha, agora já aprendi, e quando vejo uma pessoa fazendo isso, me
revolta. Por isso acho que a educação começa pelas crianças, elas nos ensinam
muito.
E3: Sim, porque o desenvolvimento não causa impacto sim a busca do lucro. O
asfalto produzido a partir da reciclagem de pneus usados que iriam para um aterro
sanitário.
E4: Acredito que sim, pois existem meios de produzir bens de qualidade sem a
necessidade de prejudicar o meio ambiente. Por exemplo, a produção mais limpa,
que apresenta estratégias ambientais que podem contribuir com a minimização do
uso de recursos naturais nos processos produtivos.
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E5: Sim eu acredito que é possível desenvolvimento sustentável, porem deveriam
ter mais políticas que incentivasse o desenvolvimento sustentável, pois o que ocorre
na atualidade é muita participação de entidades do terceiro setor preocupadas com
o meio ambiente e muito pouca participação do governo. Devendo partir mais do
governo a incentivar as empresas com políticas fiscais a trabalharem mais com a
sustentabilidade, a fim de reduzir custos.
E6: Sim, pois com as atuais tecnologias desenvolvidas, é possível sim desenvolver
uma comunidade sem prejudicar a natureza.
E7: Acredito que isso dependerá do investimento do país em educação e tecnologia,
para que o país possa desenvolver sustentavelmente, com mais eficiência. Vejo que
países desenvolvidos investem muito os seus recursos (PIB) em educação e
consequentemente desenvolvendo a tecnologia. Um exemplo seria a utilização de
energias limpas, a reutilização de água, a reciclagem, etc.
E8: Acho desenvolvimento sustentável um termo difícil de definir hoje em dia. Na
sua atual forma, tornou-se apenas mais uma maneira de promoção das empresas.
4) Pergunta: A partir de toda divulgação que está ocorrendo sobre os danos
ambientais provocados pelas indústrias e os riscos de se consumirem
produtos industrializados ou produzidos com agrotóxicos, isso te motivou de
alguma forma a tornar-se um consumidor mais consciente ou o que te
motivou? Por quê? Exemplo?
E1: Sim, com há enorme divulgação dos riscos e das consequências do consumo de
produtos que são produzidos com altos índices de agrotóxicos, acondicionados ou
amadurecidos com o uso de substâncias tóxicas, como o gás etileno que serve para
amadurecer frutos como o tomate. É necessário tentar evitar o consumo deste tipo
de alimento, visto que, todos esses produtos artificiais que compõem os alimentos
são, comprovadamente, prejudiciais para a saúde. Como você descobriu esse gás?
Em uma matéria na internet (Facebook)
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E2: Sim Primeiro eu penso na saúde minha da minha família antes de comprar um
produto sem agrotóxico. Claro que eu penso em não consumir algo de uma empresa
que provoca algum dano ambiental, mas em muitas vezes, não tem como ficar sem
consumir.
E3: Desde que eu entrei em contato com o paradigma da Ecologia profunda de Arne
Naess, comecei a mudar meus hábitos de consumo e meu modo de vida.
E4: Sim, com certeza. É questão de consciência, fica difícil não mudar de
opinião/hábito quando se tem a informação ao nosso alcance.
E5: Sim, pois na verdade todo mundo tem consciência de que alguns produtos
fazem mal a saúde ou ao meio ambiente, mas poucos põe em pratica, agora que
está sendo cada vez mais divulgados os perigos e danos ao meio ambiente, estou
procurando mais informação sobre o assunto.
E6: Sim, existem inúmeras reportagens que falam sobre o assunto, principalmente
sobre um uso de agrotóxicos, como nos EUA onde surgiu o primeiro caso de
Autismo, numa família de agricultores que fazia uso de agrotóxicos, não tem como
não se conscientizar.
E7: Sinceramente como consumidor, não. Mas pessoalmente, tenho algumas
atitudes sustentáveis, como por exemplo, controlar a utilização da água, o
desperdício de energia elétrica e o descarte correto de lixo.
E8: De certa forma, sim. Ainda consumo os mesmos produtos que antes consumia,
mas procuro moderar a quantidade e praticar mais exercícios.
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BLOCO II
Identificar os hábitos de consumo do consumidor e as principais
características do seu processo decisório de compra.
5) Pergunta: Há quanto tempo (você/Sra./Sr.) consome produtos que sejam
menos prejudiciais ao meio ambiente?
E1: Desde que passei a ter autonomia pelas compras dos alimentos que são
consumidos em minha casa, há aproximadamente 3 anos. Quando vim morar em
livramento, passei a ter contato com pessoas que compartilhavam os mesmo
pensamentos que eu.
E2: Acredito que mais ou menos uns 4 anos.
E3: 12 anos (mas depois que comecei a faculdade ponto em comum com as demais
respondentes)
E4: Mais ou menos 5 anos.
E5: Quando comecei a comprar minha própria alimentação há dois anos, dando
ênfase principalmente a alimentação.
E6: Não sei dizer ao certo quanto tempo, mas sempre que tenho a oportunidade de
consumir produtos menos prejudiciais ao meio ambiente, eu dou preferência.
E7: Não sei, porque não me considero um consumidor “verde”.
E8: Não
6) Pergunta: Que produtos ou serviços (você/Sra./Sr.) adquire que são
produzidos de forma sustentável?
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E1: Geralmente frutas, legumes e verduras. Aqueles que são de consumo diário,
alimentos.
E2: Refrigerante, creme facial, creme corporal, colônias, material escolar (lápis de
madeira de reflorestamento), pilhas recarregáveis, e outros que não me recordo.
E3: Comida, pela saúde, produtos orgânicos (frutas e verduras).
Cosméticos, dando preferência a produtos que não testem em animais, (a partir da
veiculação de informações sobre produtos que testam em animais começou a optar
por produtos que não testam em animais). (maquiagem “boticário, natura”)
Produtos de limpeza, porque a maioria degrada o meio ambiente (ecobril).
E4: Alimentos orgânicos; produtos Natura, que sabe-se que é uma empresa
preocupada com o meio ambiente; outros.
E5: Somente alimentos.
E6: Sacolas retornáveis e refis de cosméticos são as mais utilizadas.
E7: Embora não me considere um consumidor “verde”, lembro que já consumi folhas
de impressão que são recicláveis.
E8: Não
7) Pergunta: Destes produtos que você adquiri quais (você/Sra./Sr.) dá mais
importância para que sejam verdes? Por quê? Exemplo?
E1: Os cremes e colônias da Natura, pois são de uso pessoal, para meus próprios
cuidados.
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E2: Produtos orgânicos, produtos com refil, materiais que sejam inaproveitados,
como madeira.
E3: Os alimentos orgânicos. Por que é importante para saúde de minha família
consumir alimentos de qualidade e sem agrotóxicos.
E4: Frutas e verduras, uma forma de preocupação com a saúde, mas o preço ainda
é muito caro.
E5: Somente alimentos.
E6: Sacolas que possam ser reutilizáveis, pois quanto menos sacolas plásticas
utilizadas menos poluição ao meio ambiente.
E7: Não, como falei antes. Não me considero um consumidor verde, pois uso como
critério outros fatores.
E8: Não. Ao fazer compras, dou maior valor a fatores como preço e qualidade,
independente do posicionamento ambiental da empresa.
8) Pergunta: Você da preferência ou analisa antes de comprar um produto se
aquela empresa tem responsabilidade com o meio ambiente? Por quê?
E1: Sim, pois estamos em uma era onde o descontrole ambiental poderá acarretar
graves consequências à humanidade e mudanças significativas no planeta como o
conhecemos. E com a facilidade de informação fica mais fácil pesquisar o histórico
ambiental da empresa.
E2: Não muito, não tenho esse hábito, mas deveria ter. (mas tem consciência)
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E3: Sim, porque se a empresa está preocupada com o meio ambiente, seus
produtos não causam tanto impacto. Mas tem que selecionar bem, pois há muita
propaganda enganosa, como por exemplo, as empresas que se vangloriam com o
reflorestamento e que plantam na verdade eucalipto, que é uma planta que danifica
o solo, (confia na opinião de outras pessoas).
E4: Sim, como já foi dito é pela consciência ambiental que adquiri.
E5: Não, somente baseia-se em propagandas para saber se a empresa que vai
comprar tem responsabilidade social, o preço pesa mais na hora da escolha.
E6: Sim, é importante saber o histórico da empresa se ela desenvolve produtos ou
serviços de forma sustentável ou atividades compensatórias.
E7: Não
E8: Não. Ao fazer compras, dou maior valor a fatores como preço e qualidade,
independente do posicionamento ambiental da empresa.
9) Pergunta: Quais as características você procura em um produto verde ou
não?Exemplo?
(Exemplo: Embalagens (quantidade, retornável, refil, materiais recicláveis, ...).
E1: Qualidade, menos embalagem, procedência, capacidade de reutilização ou
reciclagem, mínimo impacto ambiental.
E2: Refrigerante procuro embalagens recicláveis, que não agridem o meio ambiente.
Nos cremes e colônias os refis, até porque são mais baratos.
As pilhas, já prefiro as recarregáveis, até porque são mais duráveis.
E3: Que não agrida o meio ambiente, que tenha refil, como os produtos da natura,
que seja biodegradável, como algumas embalagens.
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E4: Embalagens com maior quantidade do produto, retornável, com refil, feitas com
materiais recicláveis. Por exemplo, o Shampoo de uma marca de cosméticos
(Natura) não produz espuma em excesso facilitando o enxágüe com menor
quantidade de água. Embalagem que possibilite a reciclagem de todos os tipos de
materiais da mesma.
E5: Compro normalmente refis, como forma de diminuir o consumo de embalagens.
E6: Refis são as mais utilizadas, ao comprar um cosmético (cremes) ao invés de
comprar produtos que venham em potes plásticos dou preferência para os refis.
E7: Adquiro com maior frequência são de folhas de impressão recicláveis.
E8: Não adquiro nada.
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