Prevalência de anticorpos contra os vírus da influenza, da arterite viral e herpesvírus em...

11
BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINÁRIA www.bvv.com.br 1 Ciência Rural Print ISSN 0103-8478 Cienc. Rural vol.36 no.5 Santa Maria Sept./Oct. 2006 ARTIGOS CIENTÍFICOS MICROBIOLOGIA Prevalência de anticorpos contra os vírus da influenza, da arterite viral e herpesvírus em eqüinos do Estado do Rio Grande do Sul, Brasil Prevalence of antibodies to influenza virus, viral arteritis and herpesvirus in horses of the Rio Grande do Sul state, Brazil Diego Gustavo Diel I ; Sabrina Ribeiro de Almeida I ; Rudi Weiblen II ; Rafael Frandoloso III ; Denis Anziliero III ; Luiz Carlos Kreutz III ; Fernando Henrique Sauter Groff IV ; Eduardo Furtado Flores II, 1 I Programa de Pós-graduação em Medicina Veterinária (PPGMV), Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Santa Maria, RS, Brasil II Departamento de Medicina Veterinária Preventiva (DMVP), Centro de Ciências Rurais (CCR), Setor de Virologia (SV), UFSM, 97105-900, Santa Maria, RS, Brasil. E- mail: [email protected] . Fone/fax: 55-3220-8034 III Faculdade de Agronomia e Medicina Veterinária, Laboratório de Virologia e Imunologia, Universidade de Passo Fundo (UPF), Passo Fundo, RS, Brasil IV Divisão de Fiscalização e Defesa Sanitária Animal da Secretaria da Agricultura do RS, Porto Alegre, Brasil RESUMO O presente estudo teve como objetivo determinar a prevalência de anticorpos contra os vírus da influenza (EIV), da arterite viral (EVAV) e herpesvírus (EHV) em eqüinos no Estado do Rio Grande do Sul (RS), Brasil. Amostras de soro provenientes de eqüinos de 65 municípios do Estado foram submetidas ao teste de inibição da hemaglutinação (HI) para a pesquisa de anticorpos contra o EIV, e à técnica de soroneutralização (SN), para a detecção de anticorpos contra os vírus da EVA e da

Transcript of Prevalência de anticorpos contra os vírus da influenza, da arterite viral e herpesvírus em...

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

1

Ciecircncia Rural Print ISSN 0103-8478

Cienc Rural vol36 no5 Santa Maria SeptOct 2006

ARTIGOS CIENTIacuteFICOS MICROBIOLOGIA

Prevalecircncia de anticorpos contra os viacuterus da influenza da arterite viral e herpesviacuterus em equumlinos do Estado do Rio Grande do Sul Brasil

Prevalence of antibodies to influenza virus viral arteritis and herpesvirus in horses of the Rio Grande do Sul state Brazil

Diego Gustavo DielI Sabrina Ribeiro de AlmeidaI Rudi WeiblenII Rafael FrandolosoIII Denis AnzilieroIII Luiz Carlos KreutzIII Fernando Henrique Sauter GroffIV Eduardo Furtado FloresII 1

IPrograma de Poacutes-graduaccedilatildeo em Medicina Veterinaacuteria (PPGMV) Universidade Federal de Santa Maria (UFSM) Santa Maria RS Brasil IIDepartamento de Medicina Veterinaacuteria Preventiva (DMVP) Centro de Ciecircncias Rurais (CCR) Setor de Virologia (SV) UFSM 97105-900 Santa Maria RS Brasil E-mail floresccrufsmbr Fonefax 55-3220-8034 IIIFaculdade de Agronomia e Medicina Veterinaacuteria Laboratoacuterio de Virologia e Imunologia Universidade de Passo Fundo (UPF) Passo Fundo RS Brasil IVDivisatildeo de Fiscalizaccedilatildeo e Defesa Sanitaacuteria Animal da Secretaria da Agricultura do RS Porto Alegre Brasil

RESUMO

O presente estudo teve como objetivo determinar a prevalecircncia de anticorpos contra os viacuterus da influenza (EIV) da arterite viral (EVAV) e herpesviacuterus (EHV) em equumlinos no Estado do Rio Grande do Sul (RS) Brasil Amostras de soro provenientes de equumlinos de 65 municiacutepios do Estado foram submetidas ao teste de inibiccedilatildeo da hemaglutinaccedilatildeo (HI) para a pesquisa de anticorpos contra o EIV e agrave teacutecnica de soroneutralizaccedilatildeo (SN) para a detecccedilatildeo de anticorpos contra os viacuterus da EVA e da

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

2

EHV Das 1506 amostras testadas 986 (654) apresentaram anticorpos para o EIV (tiacutetulos entre 10 e 1280) 33 (22) para o EVAV (2-16) e 67 (45) foram positivas para o EHV (2-64) Dentre os 65 municiacutepios amostrados 55 (846) apresentaram pelo menos um animal positivo para o EIV 15 (23) para o EVAV e 12 (185) para o EHV A prevalecircncia de anticorpos para cada viacuterus natildeo variou muito entre animais de diferentes propoacutesitos (esporte exposiccedilatildeo e reproduccedilatildeo) e entre machos e fecircmeas indicando que os diferentes sistemas de criaccedilatildeo apresentam condiccedilotildees epidemioloacutegicas semelhantes em relaccedilatildeo a essas infecccedilotildees Os resultados obtidos sugerem a circulaccedilatildeo desses agentes na populaccedilatildeo equumlina do RS e alertam para a necessidade de estudos adicionais sobre a importacircncia e o impacto econocircmico-sanitaacuterio dessas viroses para a equumlideocultura do Estado

Palavras-chave soroprevalecircncia epidemiologia EIV EVAV EHV

ABSTRACT

This study was aimed at investigating the prevalence of antibodies against infections virus of influenza virus (EIV) viral viral arteritis (EVAV) and herpesvirus (EHV) among horses in Rio Grande do Sul (RS) state Brazil Serum samples from horses of Serum samples from horses from 65 counties of northern and northwestern of RS submitted to serological diagnosis for equine infectious anemia (EIA) at the University of Passo Fundo (UPF) were tested by inhibition hemaglutination test (HI) for EIV and by virus -neutralization test (VN) for EVAV and EHV antibodies From 1506 samples 986 (654) presented antibodies against to EIV (titers ranging from 10 to 1280) 33 (22) were positive for to EVAV antibodies (2-16) and 67 (45) for EHV (2-64) Among the 65 sampled counties 55 (846) presented at least one positive animal to EIV 15 (23) to EVAV and 12 (185) to EHV The prevalence among horses of different purposes (sports farmshow and reproduction) and between genders did not differ significantly indicating that these different herds are epidemiologically similar regarding these infections These results demonstrate indicatesuggest the presence of these agents among RS horses and indicate the need necessityneed for additional epidemiological studies to determine the sanitary and economical importance of these infections for the RS equine husbandry

Key words seroprevalence epidemiology EIV EVAV EHV

INTRODUCcedilAtildeO

A equumlideocultura constitui importante segmento do agronegoacutecio brasileiro Aleacutem de sua ligaccedilatildeo com a pecuaacuteria comercial a atividade possui uma forte inter-relaccedilatildeo com setores ligados ao lazer agrave cultura ao esporte e ao ecoturismo O Brasil possui o terceiro maior rebanho equumlino do mundo com 59 milhotildees de cabeccedilas ficando atraacutes apenas do Meacutexico e da China (FAO 2003) O Estado do Rio Grande do Sul (RS) ocupa posiccedilatildeo de destaque na criaccedilatildeo de equumlinos no Brasil Com o terceiro maior rebanho aproximadamente 499 mil animais o Estado contribui expressivamente com o agronegoacutecio brasileiro (IBGE 2003) A equideocultura brasileira apresenta uma ampla diversidade de finalidades exploratoacuterias cada qual com suas

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

3

peculiaridades ecoloacutegicas sanitaacuterias e epidemioloacutegicas Essa diversidade dificulta o planejamento e o estabelecimento de normas sanitaacuterias abrangentes e eficazes para os diferentes sistemas de criaccedilatildeo

As viroses estatildeo entre as enfermidades de maior importacircncia sanitaacuteria e econocircmica na equumlideocultura mundial destacando-se a influenza a arterite viral e as infecccedilotildees herpeacuteticas (TRAUB-DARGATZ 1993) A influenza equumlina (EI) eacute causada por um viacuterus RNA de polaridade negativa envelopado da famiacutelia Orthomyxoviridae gecircnero Influenzavirus A (MURPHY et al 1999) O viacuterus replica principalmente no epiteacutelio do trato respiratoacuterio superior produzindo sinais respiratoacuterios que variam em severidade e duraccedilatildeo de acordo com a virulecircncia da amostra viral o manejo as condiccedilotildees ambientais e as defesas do hospedeiro (WILSON 1993) A enfermidade caracteriza-se por alta morbidade e baixa mortalidade A EI apresenta distribuiccedilatildeo mundial e eacute uma das principais doenccedilas infecto-contagiosas dos equumlinos O viacuterus da influenza jaacute foi isolado no RS por BARROS amp WEIBLEN (1988) e vaacuterios estudos soroloacutegicos sugerem a sua ampla distribuiccedilatildeo no Brasil (LOUREIRO et al 2000 OLIVEIRA et al 2005)

O viacuterus da arterite equumlina (equine viral arteritis virus EVAV) um viacuterus RNA de polaridade positiva pertencente agrave famiacutelia Arteriviridae tem sido associado a diversas manifestaccedilotildees cliacutenicas em equumlinos incluindo doenccedila respiratoacuteria e morte suacutebita em potros abortos e infecccedilatildeo branda ou subcliacutenica em animais adultos (TIMONEY 2003) Garanhotildees infectados tornam-se fonte de infecccedilatildeo e podem excretar o viacuterus no secircmen por longos periacuteodos (DEL PIERO 2000) Relatos cliacutenicos e soroloacutegicos indicam que a arterite viral estaacute amplamente distribuiacuteda em populaccedilotildees equumlinas de todo o mundo (TIMONEY 2003) O viacuterus da EVA ainda natildeo foi isolado no Brasil mas estudos soroloacutegicos sugerem a sua circulaccedilatildeo nos Estados de Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999 LARA et al 2002) e Paranaacute (LARA et al 2003)

O herpesviacuterus equumlino (EHV) eacute um viacuterus DNA pertencente agrave famiacutelia Herpesviridae subfamiacutelia Alphaherpesvirinae (MURPHY et al 1999) Uma caracteriacutestica importante dos alfaherpesviacuterus eacute a capacidade de estabelecerem infecccedilotildees latentes (OSTLUND 1993) Infecccedilotildees com o EHV podem resultar em doenccedila respiratoacuteria genital aborto em doenccedila neonatal fatal e em siacutendromes neuroloacutegicas dependendo do tipo viral Os EHV-1 e EHV-4 (equine rhinopneumonitis virus) satildeo antigenicamente relacionados e estatildeo associados com doenccedila respiratoacuteria e abortamento O EHV-3 eacute o agente etioloacutegico do exantema coital caracterizado pela formaccedilatildeo de vesiacuteculas no trato genital de machos e de fecircmeas natildeo apresentando reatividade soroloacutegica com os outros EHV (OSTLUND 1993) O EHV-2 e o EHV-5 (equine cytomegalovirus) natildeo tecircm sido consistentemente implicados em condiccedilotildees patoloacutegicas em cavalos (MURPHY et al 1999) As fontes mais comuns de infecccedilatildeo do EHV satildeo os animais idosos que podem excretar o viacuterus nas secreccedilotildees nasais apoacutes a reativaccedilatildeo das infecccedilotildees latentes (WEIBLEN 2001) O impacto econocircmico da infecccedilatildeo pelos EHV pode ser significativo principalmente devido agrave ocorrecircncia de abortos epizooacuteticos No Brasil o primeiro isolamento do viacuterus foi descrito por NILSON amp CORREcircA (1966) Em Minas Gerais CARVALHO et al (1991) descreveram a ocorrecircncia de abortos causados pelo EHV-1 em 15 eacuteguas WEIBLEN et al (1994) relataram um surto de EHV-1 no RS Em um estudo soroloacutegico realizado em rebanhos com problemas reprodutivos no RS VARGAS amp WEIBLEN (1991) detectaram 847 de positividade entre as 348 amostras testadas para o EHV-1

Os sistemas oficiais de sauacutede animal priorizam as doenccedilas de interesse sanitaacuterio e comercial estrateacutegico sobretudo aquelas que afetam espeacutecies de maior expressatildeo econocircmica Contudo pouca ecircnfase tem sido dada agrave espeacutecie equumlina e pouco se sabe sobre a ocorrecircncia e a prevalecircncia das principais viroses de equumlinos no RS e no Brasil Este estudo teve por objetivo determinar a prevalecircncia de anticorpos para os viacuterus da influenza da arterite viral e do herpesviacuterus equumlino no Estado do RS

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

4

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo foi realizado com 1506 amostras de soro oriundas de equumlinos de 65 municiacutepios do Estado do Rio Grande do Sul Essas amostras foram enviadas ao Laboratoacuterio de Virologia e Imunologia da Universidade de Passo Fundo (UPF) para o diagnoacutestico soroloacutegico da infecccedilatildeo pelo viacuterus da anemia infecciosa equumlina (EIAV) Apoacutes a realizaccedilatildeo do teste requisitado as amostras foram inativadas pelo calor (56degC por 30min) e distribuiacutedas em duas aliacutequotas Uma aliacutequota foi submetida ao teste de inibiccedilatildeo da hemaglutinaccedilatildeo (HI) para detectar anticorpos para o EIV e a outra foi remetida ao Setor de Virologia da UFSM onde as amostras foram testadas por meio da teacutecnica de soroneutralizaccedilatildeo (SN) para a detecccedilatildeo de anticorpos para os viacuterus da EVA e do EHV

Ceacutelulas e viacuterus

O cultivo do EIV foi realizado em ovos embrionados Para as teacutecnicas de hemaglutinaccedilatildeo (HA) e inibiccedilatildeo da hemaglutinaccedilatildeo (HI) foi utilizada uma suspensatildeo de hemaacutecias de galinha a 1 em soluccedilatildeo salina fosfatada (PBS pH 72) Os procedimentos de multiplicaccedilatildeo titulaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo do EVAV e do EHV foram realizados em cultivo de ceacutelulas de linhagem de rim de coelho (RK-13) O cultivo das ceacutelulas foi realizado em meio essencial miacutenimo (MEM) contendo penicilina (16mg L-1) estreptomicina (04mg L-1) e nistatina (002mg L-1) suplementado com 10 de soro fetal bovino (SFB) As cepas do viacuterus da influenza e do herpesviacuterus equumlino tipo 1 (Campinas) foram gentilmente cedidas pela Dra Clarice Arns (Departamento de Microbiologia e Imunologia da Universidade de Campinas Campinas SP) A cepa Bucyrus do viacuterus da arterite viral equumlina foi adquirida do National Veterinary Laboratory Service (NVSL ndash USDA Iowa USA)

Sorologia

O teste de HI utilizado para a detecccedilatildeo de anticorpos para o EIV foi realizado em placas de poliestireno de 96 cavidades com fundo em ldquoUrdquo (LOUREIRO et al 2002) Previamente agrave realizaccedilatildeo do teste as amostras de soro foram submetidas ao tratamento com caolin (25 em PBS) para eliminaccedilatildeo de inibidores inespeciacuteficos da hemaglutinaccedilatildeo (BALLOWS et al 1996) Diluiccedilotildees crescentes do soro (fator de diluiccedilatildeo 10) foram incubadas por uma hora a temperatura ambiente com quatro unidades hemaglutinantes (UHA) do viacuterus Em seguida foi adicionada a suspensatildeo de hemaacutecias de galinha (1 em PBS) e apoacutes incubaccedilatildeo por 30min a 4degC procedeu-se a leitura O tiacutetulo de anticorpos foi considerado a reciacuteproca da maior diluiccedilatildeo do soro capaz de inibir a hemaglutinaccedilatildeo

A SN utilizada para a detecccedilatildeo de anticorpos para o EVAV e o EHV foi realizada em placas de poliestireno de 96 cavidades (OIE 1996) Resumidamente diluiccedilotildees crescentes do soro (fator de diluiccedilatildeo 2) foram incubadas com doses constantes dos viacuterus (100-200 doses infectantes para 50 dos cultivos [DICC50] por cavidade da cepa Bucyrus [EVAV] ou Campinas [EHV-1] respectivamente) Apoacutes 90 min de incubaccedilatildeo a 37degC foi adicionada a suspensatildeo de ceacutelulas da linhagem RK-13 As placas foram incubadas em estufa a 37degC contendo 5 de CO2 A leitura dos resultados foi realizada apoacutes 72-96h de incubaccedilatildeo por meio do monitoramento do efeito citopaacutetico (ECP) nos cultivos celulares O tiacutetulo neutralizante foi considerado a reciacuteproca da maior diluiccedilatildeo do soro capaz de prevenir a produccedilatildeo de ECP

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

5

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

No presente estudo foram analizadas amostras de soro equumlino enviadas ao Laboratoacuterio de Virologia e Imunologia da UPF entre os anos de 2003 e 2004 para diagnoacutestico soroloacutegico da anemia infecciosa equumlina (EIA) O teste soroloacutegico negativo para o EIAV eacute obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de guia de transporte animal (GTA) A coleta e a submissatildeo das amostras de soro eacute de responsabilidade de meacutedicos veterinaacuterios e as amostras devem ser acompanhadas de resenhas detalhadas dos animais Os dados contidos nas respectivas resenhas foram tabulados e utilizados para a anaacutelise e apresentaccedilatildeo dos resultados do presente estudo

Dentre as amostras enviadas a grande maioria (1334 ou 885) foi proveniente de animais utilizados para esporte No Estado do Rio Grande do Sul as principais atividades esportivas que utilizam equumlinos satildeo os rodeios e as carreiras Atividades de hipismo (saltos) e ecoturismo (cavalgadas) ocupam uma posiccedilatildeo secundaacuteria Exposiccedilotildees e leilotildees tambeacutem satildeo eventos de ocorrecircncia frequumlente e que exigem a GTA Animais de exposiccedilatildeo sobretudo da raccedila crioula contribuiacuteram com 63 (94) das amostras e os animais de reproduccedilatildeo com 52 (78) As fecircmeas contribuiacuteram com 611 (920) das amostras e os machos com 389 (586) As amostras foram provenientes de 65 municiacutepios em sua grande maioria pertencentes agrave regiatildeo norte do RS (Figura 1a) Os municiacutepios que contribuiacuteram com maior nuacutemero de amostras foram Passo Fundo (845 ndash 561) Satildeo Joseacute do Ouro (82 ndash 54) Marau (69 ndash 45) Erechim (50 ndash 33) e Lagoa Vermelha (43 ndash 28) Do total de amostras testadas 721 foram provenientes desses cinco municiacutepios Por isso as amostras podem ser consideradas representativas especialmente da populaccedilatildeo equumlina dessa regiatildeo respeitadas as ressalvas mencionadas adiante

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

6

Das 1506 amostras testadas 986 (654) apresentaram anticorpos para o EIV 33 (22) apresentaram anticorpos contra o EVAV e 67 (45) reagiram contra o EHV (Tabela 1) Apesar da existecircncia de vacinas comerciais para o viacuterus da influenza (EIV) e para o herpesviacuterus (EHV) no Brasil a prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave circulaccedilatildeo desses agentes na populaccedilatildeo estudada Dois aspectos fortalecem essa hipoacutetese i as vacinas para esses agentes foram introduzidas apenas recentemente no paiacutes e seu uso ainda eacute bastante restrito e ii a maioria das amostras foi proveniente de animais de propriedades em que a equumlideocultura eacute a atividade secundaacuteria nas quais a vacinaccedilatildeo para esses agentes eacute pouco frequumlente Informalmente sabe-se que a vacinaccedilatildeo para o EIV e para o EHV ocorre haacute vaacuterios anos sobretudo em haras de criaccedilatildeo de cavalos puro sangue inglecircs (PSI) No entanto animais dessa categoria contribuiacuteram com poucas amostras nesse estudo e consequumlentemente natildeo alteraram a interpretaccedilatildeo dos resultados

A influenza equumlina eacute uma enfermidade caracterizada por raacutepida disseminaccedilatildeo e alta morbidade quando introduzida em rebanhos susceptiacuteveis (WEIBLEN 2001) Essas

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

7

caracteriacutesticas podem explicar a ampla disseminaccedilatildeo do EIV na populaccedilatildeo equumlina do Brasil jaacute demonstrada por meio do isolamento do agente (BARROS amp WEIBLEN 1988) e por vaacuterios estudos soroloacutegicos (LOUREIRO et al 2000 SILVA et al 2003 OLIVEIRA et al 2005) A prevalecircncia de 654 (com tiacutetulo de anticorpos entre 10-1280) detectada no presente estudo e a detecccedilatildeo de pelo menos um animal reagente ao EIV em 55 municiacutepios amostrados (846) sugerem a ampla disseminaccedilatildeo do agente tambeacutem no rebanho equumlino do RS (Figura 1b) Como jaacute mencionado o uso da vacinaccedilatildeo para o EIV no rebanho estudado ainda eacute incipiente e restrito Por isso a maior parte da prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave infecccedilatildeo natural A elevada prevalecircncia pode ser atribuiacuteda agrave raacutepida disseminaccedilatildeo do agente entre animais susceptiacuteveis aliada ao tracircnsito intenso e agrave aglomeraccedilatildeo de animais de diversas procedecircncias em provas esportivas leilotildeesexposiccedilotildees ou para reproduccedilatildeo Neste contexto fica evidente a necessidade de se adotar medidas preventivas como quarentena ou triagem soroloacutegicaviroloacutegica para as principais doenccedilas infecto-contagiosas anteriormente a esses eventos A adoccedilatildeo de tais medidas minimizaria o risco de disseminaccedilatildeo dessas enfermidades no rebanho equumlino e os prejuiacutezos decorrentes da infecccedilatildeo (WILSON 1997)

Anticorpos para o EVAV foram detectados em 15 (23) dos 65 municiacutepios amostrados com cada municiacutepio apresentando pelo menos um animal reagente (Figura 1c) Apesar do EVAV ainda natildeo ter sido isolado no Brasil a detecccedilatildeo de anticorpos para esse agente em Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999 SOUZA et al 1999 LARA et al 2002) e no Paranaacute (LARA et al 2003) sugere a sua circulaccedilatildeo no rebanho equumlino desses Estados Da mesma forma a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada no presente estudo sugere que o viacuterus estaacute presente no rebanho equumlino do RS Embora numericamente baixa (22 com tiacutetulos variando entre 2-16) a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada merece atenccedilatildeo especial pois envolve animais submetidos a transporte e aglomeraccedilatildeo o que pode favorecer a disseminaccedilatildeo do agente Algumas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas da infecccedilatildeo pelo EVAV como a ocorrecircncia de infecccedilotildees subcliacutenicas e a possibilidade de garanhotildees infectados permanecerem portadores (DEL PIERO 2000) podem contribuir para a sua disseminaccedilatildeo A maior prevalecircncia de anticorpos para o EVAV no Estado de Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999) pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas dos rebanhos e das amostras testadas uma vez que foram utilizadas amostras provenientes de propriedades com problemas reprodutivos eou respiratoacuterios Em alguns paiacuteses onde a criaccedilatildeo e o tracircnsito de equumlinos para a realizaccedilatildeo de provas hiacutepicas eacute intenso a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV tambeacutem eacute mais elevada (NOSETTO et al1984 McCUE et al 1991)

O herpesviacuterus equumlino (EHV) apresenta-se amplamente distribuiacutedo na populaccedilatildeo equumlina do Brasil tendo sido isolado pela primeira vez por NILSON amp CORREcircA (1966) em Satildeo Paulo WEIBLEN et al (1994) relataram a ocorrecircncia de um surto de abortos causado pelo EHV em propriedades do RS e MOREIRA et al (1998) detectaram o EHV-1 em 8 dos casos de aborto equumlino em SP Aleacutem do isolamento viral a detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV confirma a disseminaccedilatildeo do agente no rebanho equumlino brasileiro (VARGAS amp WEIBLEN 1991 MOREIRA et al 2000 CUNHA et al 2002 HEINEMANN et al 2002) A detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV (tiacutetulos entre 2 e 64) em 67 animais (45) no presente estudo confirma a circulaccedilatildeo do agente na populaccedilatildeo equumlina do Estado Em 12 municiacutepios amostrados (185) foi detectado pelo menos um animal reagente ao EHV (Figura 1d) A prevalecircncia relativamente baixa pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas pois foram provenientes de animais hiacutegidos e em sua maioria de criaccedilotildees semi-intensivas No entanto a importacircncia epidemioloacutegica desses achados deve ser ressaltada pois a soropositividade - com exceccedilatildeo de sorologia vacinal - indica a condiccedilatildeo de portador de infecccedilatildeo latente (OSTLUND 1993) O EHV eacute responsaacutevel por prejuiacutezos econocircmicos significativos em locais onde a infecccedilatildeo eacute

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

8

endecircmica e em paiacuteses onde a equumlideocultura constitui-se em um importante ramo do agronegoacutecio (OIE 1996)

As caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas merecem algumas consideraccedilotildees As 1506 amostras testadas natildeo foram extraiacutedas da populaccedilatildeo por meacutetodos estatiacutesticos Por isso tais amostras natildeo podem ser consideradas estatiacutestica e epidemiologicamente representativas da populaccedilatildeo de origem Por outro lado essa parcela da populaccedilatildeo tambeacutem natildeo pode ser considerada uma amostra viciada Os animais testados representam uma parte da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo (e de suas respectivas criaccedilotildees) que foi transportada durante o periacuteodo por diferentes finalidades O fato de terem sido transportados eacute que os levou a serem incluiacutedos na amostragem Qualquer anaacutelise epidemioloacutegica mais aprofundada deve considerar esses aspectos

Dentre os componentes da amostra pode-se evidenciar pelo menos duas situaccedilotildees epidemioloacutegicas com fatores e niacutevel de risco distintos 1 os animais que satildeo transportados com frequumlecircncia e 2 aqueles animais que foramsatildeo transportados apenas ocasionalmente Os animais do primeiro grupo estatildeo continuamente expostos ao risco de serem infectados pela sua participaccedilatildeo em rodeios carreiras provas de funccedilatildeo leilotildees etc Nessas ocasiotildees convivem com animais de diversas procedecircncias o que os expotildee ao risco de infecccedilatildeo com agentes infecciosos Os demais animais (grupo 2) mesmo sendo transportados ocasionalmente tambeacutem apresentam esse fator de risco pois nessas exposiccedilotildees eventuais a outros animais e a agentes infecciosos pode ocorrer a infecccedilatildeo No entanto o risco de infecccedilatildeo do segundo grupo eacute menor uma vez que natildeo satildeo rotineiramente transportados e natildeo participam desses eventos com tanta frequumlecircncia Teoricamente os animais do primeiro grupo deveriam apresentar iacutendices de soropositividade superiores quando comparados com o segundo Infelizmente informaccedilotildees referentes agrave frequumlecircncia de transporte e a participaccedilotildees nesses eventos natildeo estavam disponiacuteveis nas resenhas individuais Natildeo obstante esses aspectos devem ser necessariamente considerados quando da interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Ou seja os valores de soropositividade detectados podem ser considerados parcialmente representativos da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo pois satildeo relativos agrave parcela de animais dessas criaccedilotildees que eacute transportada esporaacutedica ou frequumlentemente

Em resumo os resultados do presente estudo sugerem a presenccedila do EIV do EVAV e do EHV no rebanho equumlino do Estado do RS A possiacutevel circulaccedilatildeo desses agentes alerta para a necessidade de estudos adicionais sobre a importacircncia sanitaacuteria e econocircmica dessas infecccedilotildees para a equumlideocultura do Estado Aleacutem disso fica evidente a necessidade de se realizar um maior controle sanitaacuterio no transporte nas exposiccedilotildees feiras e competiccedilotildees esportivas que envolvem animais de diversas procedecircncias com a finalidade de minimizar a disseminaccedilatildeo de agentes infecto-contagiosos e reduzir os prejuiacutezos econocircmicos ocasionados por estes

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico (CNPq) e ao Finep (PRONEX em Virologia Veterinaacuteria 21596) pelo suporte financeiro e pelas bolsas de mestrado (Diego Gustavo Diel e Sabrina Ribeiro de Almeida) e de iniciaccedilatildeo cientiacutefica (Denis Anziliero) Rudi Weiblen (3013392004-0) Eduardo Furtado Flores (3016662004-0) e Luiz Carlos Kreutz (3002592003-4) satildeo bolsistas PQ do CNPq

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

9

REFEREcircNCIAS

BARROS CSL WEIBLEN R Centro de diagnoacutestico veterinaacuterio Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 1988 60p (Boletim Teacutecnico) [ Links ]

BALLOWS A et al Manual of clinical microbiology by American Society for Microbiology 5ed Washington ASM 1996 874p [ Links ]

CARVALHO FSR et al Aborto equumlino por herpesviacuterus equi 1 Rev Ciecircnc Biom v7 n1 p45-47 1991 [ Links ]

CUNHA EMS et al Presenccedila de anticorpos para o herpesviacuterus equumlino 1 (HVE-1) em equumlinos do noroeste do estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v69 n1 p1-5 2002 [ Links ]

DEL PIERO F Equine viral arteritis Vet Pathol v37 p287-296 2000 [ Links ]

FAO Agricultural Data ndash FAOSTAT 2003 Capturado em 15 jan 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpfaostatfaoorgfaostatcollectionssubset=agriculture [ Links ]

FERNANDES WR SOUZA MCC Determinaccedilatildeo soroloacutegica da arterite viral equumlina em equumlinos hiacutegidos com abortamento e com sintomas de alteraccedilatildeo do sistema respiratoacuterio Rev Bras Ciecircnc Vet v6 n3 p147-150 1999 [ Links ]

HEINEMANN MB et al Soroprevalecircncia da anemia infecciosa equumlina da arterite viral dos equumlinos e do aborto viral equumlino no municiacutepio de Uruaraacute PA Brasil Braz J Vet Res Anim Sci v39 n1 p50-53 2002 [ Links ]

IBGE Pesquisa Pecuaacuteria Municipal 2003 Capturado em 18 ago 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwsidraibgegovbrbdatabelalistablaspc=73ampz=tampo=20 [ Links ]

LARA MCCSH et al Prevalecircncia de anticorpos antiviacuterus da arterite dos equumlinos em cavalos criados no estado de Satildeo Paulo Arq Bras Med Vet Zoot v54 n3 p223-227 2002 [ Links ]

LARA MCCSH et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos (VAE) e herpesviacuterus equumlino tipo 1 (HVE-1) em cavalos criados em Curitiba PR Hor Vet v23 n135 p51-53 2003 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Seroepidemiology of the virus of equine influenza subtype Aequine-2 (H3N8) in the Rio de Janeiros State ndash Brazil Satildeo Lourenccedilo MG 2000 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 11 MERCOSUL MEETING OF VIROLOGY 2000 Satildeo Lourenccedilo MG Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2000 V5 n2 210p p152 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Soroepidemiologia da influenza equumlina subtipo AEquumlino-2 (H3N8) no Estado do Rio de Janeiro Rev Bras Med Vet v24 n1 p11-13 2002 [ Links ]

McCUE PM et al Prevalence of equine viral arteritis in California horses Calif Vet v45 n2 p24-26 1991 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

10

MOREIRA N et al Aspectos etioloacutegicos e epidemioloacutegicos do aborto equumlino Arch Vet Sci v3 n1 p25-30 1998 [ Links ]

MOREIRA N et al Frequumlecircncia de anticorpos neutralizantes para o herpesviacuterus equumlino tipo 1 Scient Agrar v1 n1-2 p9-14 2000 [ Links ]

MURPHY FA et al Veterinary virology 3ed San Diego Academic 1999 629p [ Links ]

NILSON MR CORREcircA WM Isolamento do viacuterus do aborto equumlino no estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v33 p23-35 1966 [ Links ]

NOSETTO EO et al Arteritis viral equina deteccioacuten de anticuerpos en equinos de la Republica Argentina Zentr Veter B v31 n7 p526-529 1984 [ Links ]

OIE Equine rhinopneumonitis In ______ Manual of standars for diagnostic tests and vaccines 3ed Paris OIE ndash Paris 1996 Cap347 p426-433 [ Links ]

OLIVEIRA GS et al Prevalecircncia de anticorpos para o viacuterus da influenza equumlina subtipo H3N8 em equumlideos apreendidos no estado do Rio de Janeiro Ciecircnc Rural v35 n5 p1213-1215 2005 [ Links ]

OSTLUND EN The equine herpesvirus In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 v9 n2 p283-294 [ Links ]

SILVA AJ et al Antibodies against equine influenza virus in the mata mineira region Florianoacutepolis SC 2003 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 14 2003 Florianoacutepilos SC Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2003 V8 278p p153-154 [ Links ]

SOUZA MCC et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos criados no Vale do Paraiacuteba Arq Inst Biol v66 p40 1999 [ Links ]

TIMONEY PJ Arteritis viral equina International Veterinary Information Service 2003 Capturado 20 mar 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwivivsorgspecial_booklekeuxtimoneychapter_frmaspLA=1 [ Links ]

TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 448p [ Links ]

VARGAS AC WEIBLEN R Prevalecircncia de anticorpos para herpesvirus equumlino tipo 1 (HVE-1) em equumlinos de alguns municiacutepios do estado do Rio Grande do Sul Hor Vet v10 p5-8 1991 [ Links ]

WEIBLEN R Influenza equumlina In RIET-CORREA Fet al Doenccedilas de ruminantes e equumlinos Satildeo Paulo Varella 2001 V1 p121-125 [ Links ]

WEIBLEN R et al Abortion due to equine herpesvirus in southern Brazil Braz J Med Biol v27 p1317-1320 1994 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

2

EHV Das 1506 amostras testadas 986 (654) apresentaram anticorpos para o EIV (tiacutetulos entre 10 e 1280) 33 (22) para o EVAV (2-16) e 67 (45) foram positivas para o EHV (2-64) Dentre os 65 municiacutepios amostrados 55 (846) apresentaram pelo menos um animal positivo para o EIV 15 (23) para o EVAV e 12 (185) para o EHV A prevalecircncia de anticorpos para cada viacuterus natildeo variou muito entre animais de diferentes propoacutesitos (esporte exposiccedilatildeo e reproduccedilatildeo) e entre machos e fecircmeas indicando que os diferentes sistemas de criaccedilatildeo apresentam condiccedilotildees epidemioloacutegicas semelhantes em relaccedilatildeo a essas infecccedilotildees Os resultados obtidos sugerem a circulaccedilatildeo desses agentes na populaccedilatildeo equumlina do RS e alertam para a necessidade de estudos adicionais sobre a importacircncia e o impacto econocircmico-sanitaacuterio dessas viroses para a equumlideocultura do Estado

Palavras-chave soroprevalecircncia epidemiologia EIV EVAV EHV

ABSTRACT

This study was aimed at investigating the prevalence of antibodies against infections virus of influenza virus (EIV) viral viral arteritis (EVAV) and herpesvirus (EHV) among horses in Rio Grande do Sul (RS) state Brazil Serum samples from horses of Serum samples from horses from 65 counties of northern and northwestern of RS submitted to serological diagnosis for equine infectious anemia (EIA) at the University of Passo Fundo (UPF) were tested by inhibition hemaglutination test (HI) for EIV and by virus -neutralization test (VN) for EVAV and EHV antibodies From 1506 samples 986 (654) presented antibodies against to EIV (titers ranging from 10 to 1280) 33 (22) were positive for to EVAV antibodies (2-16) and 67 (45) for EHV (2-64) Among the 65 sampled counties 55 (846) presented at least one positive animal to EIV 15 (23) to EVAV and 12 (185) to EHV The prevalence among horses of different purposes (sports farmshow and reproduction) and between genders did not differ significantly indicating that these different herds are epidemiologically similar regarding these infections These results demonstrate indicatesuggest the presence of these agents among RS horses and indicate the need necessityneed for additional epidemiological studies to determine the sanitary and economical importance of these infections for the RS equine husbandry

Key words seroprevalence epidemiology EIV EVAV EHV

INTRODUCcedilAtildeO

A equumlideocultura constitui importante segmento do agronegoacutecio brasileiro Aleacutem de sua ligaccedilatildeo com a pecuaacuteria comercial a atividade possui uma forte inter-relaccedilatildeo com setores ligados ao lazer agrave cultura ao esporte e ao ecoturismo O Brasil possui o terceiro maior rebanho equumlino do mundo com 59 milhotildees de cabeccedilas ficando atraacutes apenas do Meacutexico e da China (FAO 2003) O Estado do Rio Grande do Sul (RS) ocupa posiccedilatildeo de destaque na criaccedilatildeo de equumlinos no Brasil Com o terceiro maior rebanho aproximadamente 499 mil animais o Estado contribui expressivamente com o agronegoacutecio brasileiro (IBGE 2003) A equideocultura brasileira apresenta uma ampla diversidade de finalidades exploratoacuterias cada qual com suas

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

3

peculiaridades ecoloacutegicas sanitaacuterias e epidemioloacutegicas Essa diversidade dificulta o planejamento e o estabelecimento de normas sanitaacuterias abrangentes e eficazes para os diferentes sistemas de criaccedilatildeo

As viroses estatildeo entre as enfermidades de maior importacircncia sanitaacuteria e econocircmica na equumlideocultura mundial destacando-se a influenza a arterite viral e as infecccedilotildees herpeacuteticas (TRAUB-DARGATZ 1993) A influenza equumlina (EI) eacute causada por um viacuterus RNA de polaridade negativa envelopado da famiacutelia Orthomyxoviridae gecircnero Influenzavirus A (MURPHY et al 1999) O viacuterus replica principalmente no epiteacutelio do trato respiratoacuterio superior produzindo sinais respiratoacuterios que variam em severidade e duraccedilatildeo de acordo com a virulecircncia da amostra viral o manejo as condiccedilotildees ambientais e as defesas do hospedeiro (WILSON 1993) A enfermidade caracteriza-se por alta morbidade e baixa mortalidade A EI apresenta distribuiccedilatildeo mundial e eacute uma das principais doenccedilas infecto-contagiosas dos equumlinos O viacuterus da influenza jaacute foi isolado no RS por BARROS amp WEIBLEN (1988) e vaacuterios estudos soroloacutegicos sugerem a sua ampla distribuiccedilatildeo no Brasil (LOUREIRO et al 2000 OLIVEIRA et al 2005)

O viacuterus da arterite equumlina (equine viral arteritis virus EVAV) um viacuterus RNA de polaridade positiva pertencente agrave famiacutelia Arteriviridae tem sido associado a diversas manifestaccedilotildees cliacutenicas em equumlinos incluindo doenccedila respiratoacuteria e morte suacutebita em potros abortos e infecccedilatildeo branda ou subcliacutenica em animais adultos (TIMONEY 2003) Garanhotildees infectados tornam-se fonte de infecccedilatildeo e podem excretar o viacuterus no secircmen por longos periacuteodos (DEL PIERO 2000) Relatos cliacutenicos e soroloacutegicos indicam que a arterite viral estaacute amplamente distribuiacuteda em populaccedilotildees equumlinas de todo o mundo (TIMONEY 2003) O viacuterus da EVA ainda natildeo foi isolado no Brasil mas estudos soroloacutegicos sugerem a sua circulaccedilatildeo nos Estados de Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999 LARA et al 2002) e Paranaacute (LARA et al 2003)

O herpesviacuterus equumlino (EHV) eacute um viacuterus DNA pertencente agrave famiacutelia Herpesviridae subfamiacutelia Alphaherpesvirinae (MURPHY et al 1999) Uma caracteriacutestica importante dos alfaherpesviacuterus eacute a capacidade de estabelecerem infecccedilotildees latentes (OSTLUND 1993) Infecccedilotildees com o EHV podem resultar em doenccedila respiratoacuteria genital aborto em doenccedila neonatal fatal e em siacutendromes neuroloacutegicas dependendo do tipo viral Os EHV-1 e EHV-4 (equine rhinopneumonitis virus) satildeo antigenicamente relacionados e estatildeo associados com doenccedila respiratoacuteria e abortamento O EHV-3 eacute o agente etioloacutegico do exantema coital caracterizado pela formaccedilatildeo de vesiacuteculas no trato genital de machos e de fecircmeas natildeo apresentando reatividade soroloacutegica com os outros EHV (OSTLUND 1993) O EHV-2 e o EHV-5 (equine cytomegalovirus) natildeo tecircm sido consistentemente implicados em condiccedilotildees patoloacutegicas em cavalos (MURPHY et al 1999) As fontes mais comuns de infecccedilatildeo do EHV satildeo os animais idosos que podem excretar o viacuterus nas secreccedilotildees nasais apoacutes a reativaccedilatildeo das infecccedilotildees latentes (WEIBLEN 2001) O impacto econocircmico da infecccedilatildeo pelos EHV pode ser significativo principalmente devido agrave ocorrecircncia de abortos epizooacuteticos No Brasil o primeiro isolamento do viacuterus foi descrito por NILSON amp CORREcircA (1966) Em Minas Gerais CARVALHO et al (1991) descreveram a ocorrecircncia de abortos causados pelo EHV-1 em 15 eacuteguas WEIBLEN et al (1994) relataram um surto de EHV-1 no RS Em um estudo soroloacutegico realizado em rebanhos com problemas reprodutivos no RS VARGAS amp WEIBLEN (1991) detectaram 847 de positividade entre as 348 amostras testadas para o EHV-1

Os sistemas oficiais de sauacutede animal priorizam as doenccedilas de interesse sanitaacuterio e comercial estrateacutegico sobretudo aquelas que afetam espeacutecies de maior expressatildeo econocircmica Contudo pouca ecircnfase tem sido dada agrave espeacutecie equumlina e pouco se sabe sobre a ocorrecircncia e a prevalecircncia das principais viroses de equumlinos no RS e no Brasil Este estudo teve por objetivo determinar a prevalecircncia de anticorpos para os viacuterus da influenza da arterite viral e do herpesviacuterus equumlino no Estado do RS

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

4

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo foi realizado com 1506 amostras de soro oriundas de equumlinos de 65 municiacutepios do Estado do Rio Grande do Sul Essas amostras foram enviadas ao Laboratoacuterio de Virologia e Imunologia da Universidade de Passo Fundo (UPF) para o diagnoacutestico soroloacutegico da infecccedilatildeo pelo viacuterus da anemia infecciosa equumlina (EIAV) Apoacutes a realizaccedilatildeo do teste requisitado as amostras foram inativadas pelo calor (56degC por 30min) e distribuiacutedas em duas aliacutequotas Uma aliacutequota foi submetida ao teste de inibiccedilatildeo da hemaglutinaccedilatildeo (HI) para detectar anticorpos para o EIV e a outra foi remetida ao Setor de Virologia da UFSM onde as amostras foram testadas por meio da teacutecnica de soroneutralizaccedilatildeo (SN) para a detecccedilatildeo de anticorpos para os viacuterus da EVA e do EHV

Ceacutelulas e viacuterus

O cultivo do EIV foi realizado em ovos embrionados Para as teacutecnicas de hemaglutinaccedilatildeo (HA) e inibiccedilatildeo da hemaglutinaccedilatildeo (HI) foi utilizada uma suspensatildeo de hemaacutecias de galinha a 1 em soluccedilatildeo salina fosfatada (PBS pH 72) Os procedimentos de multiplicaccedilatildeo titulaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo do EVAV e do EHV foram realizados em cultivo de ceacutelulas de linhagem de rim de coelho (RK-13) O cultivo das ceacutelulas foi realizado em meio essencial miacutenimo (MEM) contendo penicilina (16mg L-1) estreptomicina (04mg L-1) e nistatina (002mg L-1) suplementado com 10 de soro fetal bovino (SFB) As cepas do viacuterus da influenza e do herpesviacuterus equumlino tipo 1 (Campinas) foram gentilmente cedidas pela Dra Clarice Arns (Departamento de Microbiologia e Imunologia da Universidade de Campinas Campinas SP) A cepa Bucyrus do viacuterus da arterite viral equumlina foi adquirida do National Veterinary Laboratory Service (NVSL ndash USDA Iowa USA)

Sorologia

O teste de HI utilizado para a detecccedilatildeo de anticorpos para o EIV foi realizado em placas de poliestireno de 96 cavidades com fundo em ldquoUrdquo (LOUREIRO et al 2002) Previamente agrave realizaccedilatildeo do teste as amostras de soro foram submetidas ao tratamento com caolin (25 em PBS) para eliminaccedilatildeo de inibidores inespeciacuteficos da hemaglutinaccedilatildeo (BALLOWS et al 1996) Diluiccedilotildees crescentes do soro (fator de diluiccedilatildeo 10) foram incubadas por uma hora a temperatura ambiente com quatro unidades hemaglutinantes (UHA) do viacuterus Em seguida foi adicionada a suspensatildeo de hemaacutecias de galinha (1 em PBS) e apoacutes incubaccedilatildeo por 30min a 4degC procedeu-se a leitura O tiacutetulo de anticorpos foi considerado a reciacuteproca da maior diluiccedilatildeo do soro capaz de inibir a hemaglutinaccedilatildeo

A SN utilizada para a detecccedilatildeo de anticorpos para o EVAV e o EHV foi realizada em placas de poliestireno de 96 cavidades (OIE 1996) Resumidamente diluiccedilotildees crescentes do soro (fator de diluiccedilatildeo 2) foram incubadas com doses constantes dos viacuterus (100-200 doses infectantes para 50 dos cultivos [DICC50] por cavidade da cepa Bucyrus [EVAV] ou Campinas [EHV-1] respectivamente) Apoacutes 90 min de incubaccedilatildeo a 37degC foi adicionada a suspensatildeo de ceacutelulas da linhagem RK-13 As placas foram incubadas em estufa a 37degC contendo 5 de CO2 A leitura dos resultados foi realizada apoacutes 72-96h de incubaccedilatildeo por meio do monitoramento do efeito citopaacutetico (ECP) nos cultivos celulares O tiacutetulo neutralizante foi considerado a reciacuteproca da maior diluiccedilatildeo do soro capaz de prevenir a produccedilatildeo de ECP

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

5

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

No presente estudo foram analizadas amostras de soro equumlino enviadas ao Laboratoacuterio de Virologia e Imunologia da UPF entre os anos de 2003 e 2004 para diagnoacutestico soroloacutegico da anemia infecciosa equumlina (EIA) O teste soroloacutegico negativo para o EIAV eacute obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de guia de transporte animal (GTA) A coleta e a submissatildeo das amostras de soro eacute de responsabilidade de meacutedicos veterinaacuterios e as amostras devem ser acompanhadas de resenhas detalhadas dos animais Os dados contidos nas respectivas resenhas foram tabulados e utilizados para a anaacutelise e apresentaccedilatildeo dos resultados do presente estudo

Dentre as amostras enviadas a grande maioria (1334 ou 885) foi proveniente de animais utilizados para esporte No Estado do Rio Grande do Sul as principais atividades esportivas que utilizam equumlinos satildeo os rodeios e as carreiras Atividades de hipismo (saltos) e ecoturismo (cavalgadas) ocupam uma posiccedilatildeo secundaacuteria Exposiccedilotildees e leilotildees tambeacutem satildeo eventos de ocorrecircncia frequumlente e que exigem a GTA Animais de exposiccedilatildeo sobretudo da raccedila crioula contribuiacuteram com 63 (94) das amostras e os animais de reproduccedilatildeo com 52 (78) As fecircmeas contribuiacuteram com 611 (920) das amostras e os machos com 389 (586) As amostras foram provenientes de 65 municiacutepios em sua grande maioria pertencentes agrave regiatildeo norte do RS (Figura 1a) Os municiacutepios que contribuiacuteram com maior nuacutemero de amostras foram Passo Fundo (845 ndash 561) Satildeo Joseacute do Ouro (82 ndash 54) Marau (69 ndash 45) Erechim (50 ndash 33) e Lagoa Vermelha (43 ndash 28) Do total de amostras testadas 721 foram provenientes desses cinco municiacutepios Por isso as amostras podem ser consideradas representativas especialmente da populaccedilatildeo equumlina dessa regiatildeo respeitadas as ressalvas mencionadas adiante

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

6

Das 1506 amostras testadas 986 (654) apresentaram anticorpos para o EIV 33 (22) apresentaram anticorpos contra o EVAV e 67 (45) reagiram contra o EHV (Tabela 1) Apesar da existecircncia de vacinas comerciais para o viacuterus da influenza (EIV) e para o herpesviacuterus (EHV) no Brasil a prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave circulaccedilatildeo desses agentes na populaccedilatildeo estudada Dois aspectos fortalecem essa hipoacutetese i as vacinas para esses agentes foram introduzidas apenas recentemente no paiacutes e seu uso ainda eacute bastante restrito e ii a maioria das amostras foi proveniente de animais de propriedades em que a equumlideocultura eacute a atividade secundaacuteria nas quais a vacinaccedilatildeo para esses agentes eacute pouco frequumlente Informalmente sabe-se que a vacinaccedilatildeo para o EIV e para o EHV ocorre haacute vaacuterios anos sobretudo em haras de criaccedilatildeo de cavalos puro sangue inglecircs (PSI) No entanto animais dessa categoria contribuiacuteram com poucas amostras nesse estudo e consequumlentemente natildeo alteraram a interpretaccedilatildeo dos resultados

A influenza equumlina eacute uma enfermidade caracterizada por raacutepida disseminaccedilatildeo e alta morbidade quando introduzida em rebanhos susceptiacuteveis (WEIBLEN 2001) Essas

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

7

caracteriacutesticas podem explicar a ampla disseminaccedilatildeo do EIV na populaccedilatildeo equumlina do Brasil jaacute demonstrada por meio do isolamento do agente (BARROS amp WEIBLEN 1988) e por vaacuterios estudos soroloacutegicos (LOUREIRO et al 2000 SILVA et al 2003 OLIVEIRA et al 2005) A prevalecircncia de 654 (com tiacutetulo de anticorpos entre 10-1280) detectada no presente estudo e a detecccedilatildeo de pelo menos um animal reagente ao EIV em 55 municiacutepios amostrados (846) sugerem a ampla disseminaccedilatildeo do agente tambeacutem no rebanho equumlino do RS (Figura 1b) Como jaacute mencionado o uso da vacinaccedilatildeo para o EIV no rebanho estudado ainda eacute incipiente e restrito Por isso a maior parte da prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave infecccedilatildeo natural A elevada prevalecircncia pode ser atribuiacuteda agrave raacutepida disseminaccedilatildeo do agente entre animais susceptiacuteveis aliada ao tracircnsito intenso e agrave aglomeraccedilatildeo de animais de diversas procedecircncias em provas esportivas leilotildeesexposiccedilotildees ou para reproduccedilatildeo Neste contexto fica evidente a necessidade de se adotar medidas preventivas como quarentena ou triagem soroloacutegicaviroloacutegica para as principais doenccedilas infecto-contagiosas anteriormente a esses eventos A adoccedilatildeo de tais medidas minimizaria o risco de disseminaccedilatildeo dessas enfermidades no rebanho equumlino e os prejuiacutezos decorrentes da infecccedilatildeo (WILSON 1997)

Anticorpos para o EVAV foram detectados em 15 (23) dos 65 municiacutepios amostrados com cada municiacutepio apresentando pelo menos um animal reagente (Figura 1c) Apesar do EVAV ainda natildeo ter sido isolado no Brasil a detecccedilatildeo de anticorpos para esse agente em Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999 SOUZA et al 1999 LARA et al 2002) e no Paranaacute (LARA et al 2003) sugere a sua circulaccedilatildeo no rebanho equumlino desses Estados Da mesma forma a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada no presente estudo sugere que o viacuterus estaacute presente no rebanho equumlino do RS Embora numericamente baixa (22 com tiacutetulos variando entre 2-16) a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada merece atenccedilatildeo especial pois envolve animais submetidos a transporte e aglomeraccedilatildeo o que pode favorecer a disseminaccedilatildeo do agente Algumas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas da infecccedilatildeo pelo EVAV como a ocorrecircncia de infecccedilotildees subcliacutenicas e a possibilidade de garanhotildees infectados permanecerem portadores (DEL PIERO 2000) podem contribuir para a sua disseminaccedilatildeo A maior prevalecircncia de anticorpos para o EVAV no Estado de Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999) pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas dos rebanhos e das amostras testadas uma vez que foram utilizadas amostras provenientes de propriedades com problemas reprodutivos eou respiratoacuterios Em alguns paiacuteses onde a criaccedilatildeo e o tracircnsito de equumlinos para a realizaccedilatildeo de provas hiacutepicas eacute intenso a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV tambeacutem eacute mais elevada (NOSETTO et al1984 McCUE et al 1991)

O herpesviacuterus equumlino (EHV) apresenta-se amplamente distribuiacutedo na populaccedilatildeo equumlina do Brasil tendo sido isolado pela primeira vez por NILSON amp CORREcircA (1966) em Satildeo Paulo WEIBLEN et al (1994) relataram a ocorrecircncia de um surto de abortos causado pelo EHV em propriedades do RS e MOREIRA et al (1998) detectaram o EHV-1 em 8 dos casos de aborto equumlino em SP Aleacutem do isolamento viral a detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV confirma a disseminaccedilatildeo do agente no rebanho equumlino brasileiro (VARGAS amp WEIBLEN 1991 MOREIRA et al 2000 CUNHA et al 2002 HEINEMANN et al 2002) A detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV (tiacutetulos entre 2 e 64) em 67 animais (45) no presente estudo confirma a circulaccedilatildeo do agente na populaccedilatildeo equumlina do Estado Em 12 municiacutepios amostrados (185) foi detectado pelo menos um animal reagente ao EHV (Figura 1d) A prevalecircncia relativamente baixa pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas pois foram provenientes de animais hiacutegidos e em sua maioria de criaccedilotildees semi-intensivas No entanto a importacircncia epidemioloacutegica desses achados deve ser ressaltada pois a soropositividade - com exceccedilatildeo de sorologia vacinal - indica a condiccedilatildeo de portador de infecccedilatildeo latente (OSTLUND 1993) O EHV eacute responsaacutevel por prejuiacutezos econocircmicos significativos em locais onde a infecccedilatildeo eacute

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

8

endecircmica e em paiacuteses onde a equumlideocultura constitui-se em um importante ramo do agronegoacutecio (OIE 1996)

As caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas merecem algumas consideraccedilotildees As 1506 amostras testadas natildeo foram extraiacutedas da populaccedilatildeo por meacutetodos estatiacutesticos Por isso tais amostras natildeo podem ser consideradas estatiacutestica e epidemiologicamente representativas da populaccedilatildeo de origem Por outro lado essa parcela da populaccedilatildeo tambeacutem natildeo pode ser considerada uma amostra viciada Os animais testados representam uma parte da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo (e de suas respectivas criaccedilotildees) que foi transportada durante o periacuteodo por diferentes finalidades O fato de terem sido transportados eacute que os levou a serem incluiacutedos na amostragem Qualquer anaacutelise epidemioloacutegica mais aprofundada deve considerar esses aspectos

Dentre os componentes da amostra pode-se evidenciar pelo menos duas situaccedilotildees epidemioloacutegicas com fatores e niacutevel de risco distintos 1 os animais que satildeo transportados com frequumlecircncia e 2 aqueles animais que foramsatildeo transportados apenas ocasionalmente Os animais do primeiro grupo estatildeo continuamente expostos ao risco de serem infectados pela sua participaccedilatildeo em rodeios carreiras provas de funccedilatildeo leilotildees etc Nessas ocasiotildees convivem com animais de diversas procedecircncias o que os expotildee ao risco de infecccedilatildeo com agentes infecciosos Os demais animais (grupo 2) mesmo sendo transportados ocasionalmente tambeacutem apresentam esse fator de risco pois nessas exposiccedilotildees eventuais a outros animais e a agentes infecciosos pode ocorrer a infecccedilatildeo No entanto o risco de infecccedilatildeo do segundo grupo eacute menor uma vez que natildeo satildeo rotineiramente transportados e natildeo participam desses eventos com tanta frequumlecircncia Teoricamente os animais do primeiro grupo deveriam apresentar iacutendices de soropositividade superiores quando comparados com o segundo Infelizmente informaccedilotildees referentes agrave frequumlecircncia de transporte e a participaccedilotildees nesses eventos natildeo estavam disponiacuteveis nas resenhas individuais Natildeo obstante esses aspectos devem ser necessariamente considerados quando da interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Ou seja os valores de soropositividade detectados podem ser considerados parcialmente representativos da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo pois satildeo relativos agrave parcela de animais dessas criaccedilotildees que eacute transportada esporaacutedica ou frequumlentemente

Em resumo os resultados do presente estudo sugerem a presenccedila do EIV do EVAV e do EHV no rebanho equumlino do Estado do RS A possiacutevel circulaccedilatildeo desses agentes alerta para a necessidade de estudos adicionais sobre a importacircncia sanitaacuteria e econocircmica dessas infecccedilotildees para a equumlideocultura do Estado Aleacutem disso fica evidente a necessidade de se realizar um maior controle sanitaacuterio no transporte nas exposiccedilotildees feiras e competiccedilotildees esportivas que envolvem animais de diversas procedecircncias com a finalidade de minimizar a disseminaccedilatildeo de agentes infecto-contagiosos e reduzir os prejuiacutezos econocircmicos ocasionados por estes

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico (CNPq) e ao Finep (PRONEX em Virologia Veterinaacuteria 21596) pelo suporte financeiro e pelas bolsas de mestrado (Diego Gustavo Diel e Sabrina Ribeiro de Almeida) e de iniciaccedilatildeo cientiacutefica (Denis Anziliero) Rudi Weiblen (3013392004-0) Eduardo Furtado Flores (3016662004-0) e Luiz Carlos Kreutz (3002592003-4) satildeo bolsistas PQ do CNPq

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

9

REFEREcircNCIAS

BARROS CSL WEIBLEN R Centro de diagnoacutestico veterinaacuterio Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 1988 60p (Boletim Teacutecnico) [ Links ]

BALLOWS A et al Manual of clinical microbiology by American Society for Microbiology 5ed Washington ASM 1996 874p [ Links ]

CARVALHO FSR et al Aborto equumlino por herpesviacuterus equi 1 Rev Ciecircnc Biom v7 n1 p45-47 1991 [ Links ]

CUNHA EMS et al Presenccedila de anticorpos para o herpesviacuterus equumlino 1 (HVE-1) em equumlinos do noroeste do estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v69 n1 p1-5 2002 [ Links ]

DEL PIERO F Equine viral arteritis Vet Pathol v37 p287-296 2000 [ Links ]

FAO Agricultural Data ndash FAOSTAT 2003 Capturado em 15 jan 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpfaostatfaoorgfaostatcollectionssubset=agriculture [ Links ]

FERNANDES WR SOUZA MCC Determinaccedilatildeo soroloacutegica da arterite viral equumlina em equumlinos hiacutegidos com abortamento e com sintomas de alteraccedilatildeo do sistema respiratoacuterio Rev Bras Ciecircnc Vet v6 n3 p147-150 1999 [ Links ]

HEINEMANN MB et al Soroprevalecircncia da anemia infecciosa equumlina da arterite viral dos equumlinos e do aborto viral equumlino no municiacutepio de Uruaraacute PA Brasil Braz J Vet Res Anim Sci v39 n1 p50-53 2002 [ Links ]

IBGE Pesquisa Pecuaacuteria Municipal 2003 Capturado em 18 ago 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwsidraibgegovbrbdatabelalistablaspc=73ampz=tampo=20 [ Links ]

LARA MCCSH et al Prevalecircncia de anticorpos antiviacuterus da arterite dos equumlinos em cavalos criados no estado de Satildeo Paulo Arq Bras Med Vet Zoot v54 n3 p223-227 2002 [ Links ]

LARA MCCSH et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos (VAE) e herpesviacuterus equumlino tipo 1 (HVE-1) em cavalos criados em Curitiba PR Hor Vet v23 n135 p51-53 2003 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Seroepidemiology of the virus of equine influenza subtype Aequine-2 (H3N8) in the Rio de Janeiros State ndash Brazil Satildeo Lourenccedilo MG 2000 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 11 MERCOSUL MEETING OF VIROLOGY 2000 Satildeo Lourenccedilo MG Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2000 V5 n2 210p p152 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Soroepidemiologia da influenza equumlina subtipo AEquumlino-2 (H3N8) no Estado do Rio de Janeiro Rev Bras Med Vet v24 n1 p11-13 2002 [ Links ]

McCUE PM et al Prevalence of equine viral arteritis in California horses Calif Vet v45 n2 p24-26 1991 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

10

MOREIRA N et al Aspectos etioloacutegicos e epidemioloacutegicos do aborto equumlino Arch Vet Sci v3 n1 p25-30 1998 [ Links ]

MOREIRA N et al Frequumlecircncia de anticorpos neutralizantes para o herpesviacuterus equumlino tipo 1 Scient Agrar v1 n1-2 p9-14 2000 [ Links ]

MURPHY FA et al Veterinary virology 3ed San Diego Academic 1999 629p [ Links ]

NILSON MR CORREcircA WM Isolamento do viacuterus do aborto equumlino no estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v33 p23-35 1966 [ Links ]

NOSETTO EO et al Arteritis viral equina deteccioacuten de anticuerpos en equinos de la Republica Argentina Zentr Veter B v31 n7 p526-529 1984 [ Links ]

OIE Equine rhinopneumonitis In ______ Manual of standars for diagnostic tests and vaccines 3ed Paris OIE ndash Paris 1996 Cap347 p426-433 [ Links ]

OLIVEIRA GS et al Prevalecircncia de anticorpos para o viacuterus da influenza equumlina subtipo H3N8 em equumlideos apreendidos no estado do Rio de Janeiro Ciecircnc Rural v35 n5 p1213-1215 2005 [ Links ]

OSTLUND EN The equine herpesvirus In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 v9 n2 p283-294 [ Links ]

SILVA AJ et al Antibodies against equine influenza virus in the mata mineira region Florianoacutepolis SC 2003 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 14 2003 Florianoacutepilos SC Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2003 V8 278p p153-154 [ Links ]

SOUZA MCC et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos criados no Vale do Paraiacuteba Arq Inst Biol v66 p40 1999 [ Links ]

TIMONEY PJ Arteritis viral equina International Veterinary Information Service 2003 Capturado 20 mar 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwivivsorgspecial_booklekeuxtimoneychapter_frmaspLA=1 [ Links ]

TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 448p [ Links ]

VARGAS AC WEIBLEN R Prevalecircncia de anticorpos para herpesvirus equumlino tipo 1 (HVE-1) em equumlinos de alguns municiacutepios do estado do Rio Grande do Sul Hor Vet v10 p5-8 1991 [ Links ]

WEIBLEN R Influenza equumlina In RIET-CORREA Fet al Doenccedilas de ruminantes e equumlinos Satildeo Paulo Varella 2001 V1 p121-125 [ Links ]

WEIBLEN R et al Abortion due to equine herpesvirus in southern Brazil Braz J Med Biol v27 p1317-1320 1994 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

3

peculiaridades ecoloacutegicas sanitaacuterias e epidemioloacutegicas Essa diversidade dificulta o planejamento e o estabelecimento de normas sanitaacuterias abrangentes e eficazes para os diferentes sistemas de criaccedilatildeo

As viroses estatildeo entre as enfermidades de maior importacircncia sanitaacuteria e econocircmica na equumlideocultura mundial destacando-se a influenza a arterite viral e as infecccedilotildees herpeacuteticas (TRAUB-DARGATZ 1993) A influenza equumlina (EI) eacute causada por um viacuterus RNA de polaridade negativa envelopado da famiacutelia Orthomyxoviridae gecircnero Influenzavirus A (MURPHY et al 1999) O viacuterus replica principalmente no epiteacutelio do trato respiratoacuterio superior produzindo sinais respiratoacuterios que variam em severidade e duraccedilatildeo de acordo com a virulecircncia da amostra viral o manejo as condiccedilotildees ambientais e as defesas do hospedeiro (WILSON 1993) A enfermidade caracteriza-se por alta morbidade e baixa mortalidade A EI apresenta distribuiccedilatildeo mundial e eacute uma das principais doenccedilas infecto-contagiosas dos equumlinos O viacuterus da influenza jaacute foi isolado no RS por BARROS amp WEIBLEN (1988) e vaacuterios estudos soroloacutegicos sugerem a sua ampla distribuiccedilatildeo no Brasil (LOUREIRO et al 2000 OLIVEIRA et al 2005)

O viacuterus da arterite equumlina (equine viral arteritis virus EVAV) um viacuterus RNA de polaridade positiva pertencente agrave famiacutelia Arteriviridae tem sido associado a diversas manifestaccedilotildees cliacutenicas em equumlinos incluindo doenccedila respiratoacuteria e morte suacutebita em potros abortos e infecccedilatildeo branda ou subcliacutenica em animais adultos (TIMONEY 2003) Garanhotildees infectados tornam-se fonte de infecccedilatildeo e podem excretar o viacuterus no secircmen por longos periacuteodos (DEL PIERO 2000) Relatos cliacutenicos e soroloacutegicos indicam que a arterite viral estaacute amplamente distribuiacuteda em populaccedilotildees equumlinas de todo o mundo (TIMONEY 2003) O viacuterus da EVA ainda natildeo foi isolado no Brasil mas estudos soroloacutegicos sugerem a sua circulaccedilatildeo nos Estados de Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999 LARA et al 2002) e Paranaacute (LARA et al 2003)

O herpesviacuterus equumlino (EHV) eacute um viacuterus DNA pertencente agrave famiacutelia Herpesviridae subfamiacutelia Alphaherpesvirinae (MURPHY et al 1999) Uma caracteriacutestica importante dos alfaherpesviacuterus eacute a capacidade de estabelecerem infecccedilotildees latentes (OSTLUND 1993) Infecccedilotildees com o EHV podem resultar em doenccedila respiratoacuteria genital aborto em doenccedila neonatal fatal e em siacutendromes neuroloacutegicas dependendo do tipo viral Os EHV-1 e EHV-4 (equine rhinopneumonitis virus) satildeo antigenicamente relacionados e estatildeo associados com doenccedila respiratoacuteria e abortamento O EHV-3 eacute o agente etioloacutegico do exantema coital caracterizado pela formaccedilatildeo de vesiacuteculas no trato genital de machos e de fecircmeas natildeo apresentando reatividade soroloacutegica com os outros EHV (OSTLUND 1993) O EHV-2 e o EHV-5 (equine cytomegalovirus) natildeo tecircm sido consistentemente implicados em condiccedilotildees patoloacutegicas em cavalos (MURPHY et al 1999) As fontes mais comuns de infecccedilatildeo do EHV satildeo os animais idosos que podem excretar o viacuterus nas secreccedilotildees nasais apoacutes a reativaccedilatildeo das infecccedilotildees latentes (WEIBLEN 2001) O impacto econocircmico da infecccedilatildeo pelos EHV pode ser significativo principalmente devido agrave ocorrecircncia de abortos epizooacuteticos No Brasil o primeiro isolamento do viacuterus foi descrito por NILSON amp CORREcircA (1966) Em Minas Gerais CARVALHO et al (1991) descreveram a ocorrecircncia de abortos causados pelo EHV-1 em 15 eacuteguas WEIBLEN et al (1994) relataram um surto de EHV-1 no RS Em um estudo soroloacutegico realizado em rebanhos com problemas reprodutivos no RS VARGAS amp WEIBLEN (1991) detectaram 847 de positividade entre as 348 amostras testadas para o EHV-1

Os sistemas oficiais de sauacutede animal priorizam as doenccedilas de interesse sanitaacuterio e comercial estrateacutegico sobretudo aquelas que afetam espeacutecies de maior expressatildeo econocircmica Contudo pouca ecircnfase tem sido dada agrave espeacutecie equumlina e pouco se sabe sobre a ocorrecircncia e a prevalecircncia das principais viroses de equumlinos no RS e no Brasil Este estudo teve por objetivo determinar a prevalecircncia de anticorpos para os viacuterus da influenza da arterite viral e do herpesviacuterus equumlino no Estado do RS

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

4

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo foi realizado com 1506 amostras de soro oriundas de equumlinos de 65 municiacutepios do Estado do Rio Grande do Sul Essas amostras foram enviadas ao Laboratoacuterio de Virologia e Imunologia da Universidade de Passo Fundo (UPF) para o diagnoacutestico soroloacutegico da infecccedilatildeo pelo viacuterus da anemia infecciosa equumlina (EIAV) Apoacutes a realizaccedilatildeo do teste requisitado as amostras foram inativadas pelo calor (56degC por 30min) e distribuiacutedas em duas aliacutequotas Uma aliacutequota foi submetida ao teste de inibiccedilatildeo da hemaglutinaccedilatildeo (HI) para detectar anticorpos para o EIV e a outra foi remetida ao Setor de Virologia da UFSM onde as amostras foram testadas por meio da teacutecnica de soroneutralizaccedilatildeo (SN) para a detecccedilatildeo de anticorpos para os viacuterus da EVA e do EHV

Ceacutelulas e viacuterus

O cultivo do EIV foi realizado em ovos embrionados Para as teacutecnicas de hemaglutinaccedilatildeo (HA) e inibiccedilatildeo da hemaglutinaccedilatildeo (HI) foi utilizada uma suspensatildeo de hemaacutecias de galinha a 1 em soluccedilatildeo salina fosfatada (PBS pH 72) Os procedimentos de multiplicaccedilatildeo titulaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo do EVAV e do EHV foram realizados em cultivo de ceacutelulas de linhagem de rim de coelho (RK-13) O cultivo das ceacutelulas foi realizado em meio essencial miacutenimo (MEM) contendo penicilina (16mg L-1) estreptomicina (04mg L-1) e nistatina (002mg L-1) suplementado com 10 de soro fetal bovino (SFB) As cepas do viacuterus da influenza e do herpesviacuterus equumlino tipo 1 (Campinas) foram gentilmente cedidas pela Dra Clarice Arns (Departamento de Microbiologia e Imunologia da Universidade de Campinas Campinas SP) A cepa Bucyrus do viacuterus da arterite viral equumlina foi adquirida do National Veterinary Laboratory Service (NVSL ndash USDA Iowa USA)

Sorologia

O teste de HI utilizado para a detecccedilatildeo de anticorpos para o EIV foi realizado em placas de poliestireno de 96 cavidades com fundo em ldquoUrdquo (LOUREIRO et al 2002) Previamente agrave realizaccedilatildeo do teste as amostras de soro foram submetidas ao tratamento com caolin (25 em PBS) para eliminaccedilatildeo de inibidores inespeciacuteficos da hemaglutinaccedilatildeo (BALLOWS et al 1996) Diluiccedilotildees crescentes do soro (fator de diluiccedilatildeo 10) foram incubadas por uma hora a temperatura ambiente com quatro unidades hemaglutinantes (UHA) do viacuterus Em seguida foi adicionada a suspensatildeo de hemaacutecias de galinha (1 em PBS) e apoacutes incubaccedilatildeo por 30min a 4degC procedeu-se a leitura O tiacutetulo de anticorpos foi considerado a reciacuteproca da maior diluiccedilatildeo do soro capaz de inibir a hemaglutinaccedilatildeo

A SN utilizada para a detecccedilatildeo de anticorpos para o EVAV e o EHV foi realizada em placas de poliestireno de 96 cavidades (OIE 1996) Resumidamente diluiccedilotildees crescentes do soro (fator de diluiccedilatildeo 2) foram incubadas com doses constantes dos viacuterus (100-200 doses infectantes para 50 dos cultivos [DICC50] por cavidade da cepa Bucyrus [EVAV] ou Campinas [EHV-1] respectivamente) Apoacutes 90 min de incubaccedilatildeo a 37degC foi adicionada a suspensatildeo de ceacutelulas da linhagem RK-13 As placas foram incubadas em estufa a 37degC contendo 5 de CO2 A leitura dos resultados foi realizada apoacutes 72-96h de incubaccedilatildeo por meio do monitoramento do efeito citopaacutetico (ECP) nos cultivos celulares O tiacutetulo neutralizante foi considerado a reciacuteproca da maior diluiccedilatildeo do soro capaz de prevenir a produccedilatildeo de ECP

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

5

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

No presente estudo foram analizadas amostras de soro equumlino enviadas ao Laboratoacuterio de Virologia e Imunologia da UPF entre os anos de 2003 e 2004 para diagnoacutestico soroloacutegico da anemia infecciosa equumlina (EIA) O teste soroloacutegico negativo para o EIAV eacute obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de guia de transporte animal (GTA) A coleta e a submissatildeo das amostras de soro eacute de responsabilidade de meacutedicos veterinaacuterios e as amostras devem ser acompanhadas de resenhas detalhadas dos animais Os dados contidos nas respectivas resenhas foram tabulados e utilizados para a anaacutelise e apresentaccedilatildeo dos resultados do presente estudo

Dentre as amostras enviadas a grande maioria (1334 ou 885) foi proveniente de animais utilizados para esporte No Estado do Rio Grande do Sul as principais atividades esportivas que utilizam equumlinos satildeo os rodeios e as carreiras Atividades de hipismo (saltos) e ecoturismo (cavalgadas) ocupam uma posiccedilatildeo secundaacuteria Exposiccedilotildees e leilotildees tambeacutem satildeo eventos de ocorrecircncia frequumlente e que exigem a GTA Animais de exposiccedilatildeo sobretudo da raccedila crioula contribuiacuteram com 63 (94) das amostras e os animais de reproduccedilatildeo com 52 (78) As fecircmeas contribuiacuteram com 611 (920) das amostras e os machos com 389 (586) As amostras foram provenientes de 65 municiacutepios em sua grande maioria pertencentes agrave regiatildeo norte do RS (Figura 1a) Os municiacutepios que contribuiacuteram com maior nuacutemero de amostras foram Passo Fundo (845 ndash 561) Satildeo Joseacute do Ouro (82 ndash 54) Marau (69 ndash 45) Erechim (50 ndash 33) e Lagoa Vermelha (43 ndash 28) Do total de amostras testadas 721 foram provenientes desses cinco municiacutepios Por isso as amostras podem ser consideradas representativas especialmente da populaccedilatildeo equumlina dessa regiatildeo respeitadas as ressalvas mencionadas adiante

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

6

Das 1506 amostras testadas 986 (654) apresentaram anticorpos para o EIV 33 (22) apresentaram anticorpos contra o EVAV e 67 (45) reagiram contra o EHV (Tabela 1) Apesar da existecircncia de vacinas comerciais para o viacuterus da influenza (EIV) e para o herpesviacuterus (EHV) no Brasil a prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave circulaccedilatildeo desses agentes na populaccedilatildeo estudada Dois aspectos fortalecem essa hipoacutetese i as vacinas para esses agentes foram introduzidas apenas recentemente no paiacutes e seu uso ainda eacute bastante restrito e ii a maioria das amostras foi proveniente de animais de propriedades em que a equumlideocultura eacute a atividade secundaacuteria nas quais a vacinaccedilatildeo para esses agentes eacute pouco frequumlente Informalmente sabe-se que a vacinaccedilatildeo para o EIV e para o EHV ocorre haacute vaacuterios anos sobretudo em haras de criaccedilatildeo de cavalos puro sangue inglecircs (PSI) No entanto animais dessa categoria contribuiacuteram com poucas amostras nesse estudo e consequumlentemente natildeo alteraram a interpretaccedilatildeo dos resultados

A influenza equumlina eacute uma enfermidade caracterizada por raacutepida disseminaccedilatildeo e alta morbidade quando introduzida em rebanhos susceptiacuteveis (WEIBLEN 2001) Essas

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

7

caracteriacutesticas podem explicar a ampla disseminaccedilatildeo do EIV na populaccedilatildeo equumlina do Brasil jaacute demonstrada por meio do isolamento do agente (BARROS amp WEIBLEN 1988) e por vaacuterios estudos soroloacutegicos (LOUREIRO et al 2000 SILVA et al 2003 OLIVEIRA et al 2005) A prevalecircncia de 654 (com tiacutetulo de anticorpos entre 10-1280) detectada no presente estudo e a detecccedilatildeo de pelo menos um animal reagente ao EIV em 55 municiacutepios amostrados (846) sugerem a ampla disseminaccedilatildeo do agente tambeacutem no rebanho equumlino do RS (Figura 1b) Como jaacute mencionado o uso da vacinaccedilatildeo para o EIV no rebanho estudado ainda eacute incipiente e restrito Por isso a maior parte da prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave infecccedilatildeo natural A elevada prevalecircncia pode ser atribuiacuteda agrave raacutepida disseminaccedilatildeo do agente entre animais susceptiacuteveis aliada ao tracircnsito intenso e agrave aglomeraccedilatildeo de animais de diversas procedecircncias em provas esportivas leilotildeesexposiccedilotildees ou para reproduccedilatildeo Neste contexto fica evidente a necessidade de se adotar medidas preventivas como quarentena ou triagem soroloacutegicaviroloacutegica para as principais doenccedilas infecto-contagiosas anteriormente a esses eventos A adoccedilatildeo de tais medidas minimizaria o risco de disseminaccedilatildeo dessas enfermidades no rebanho equumlino e os prejuiacutezos decorrentes da infecccedilatildeo (WILSON 1997)

Anticorpos para o EVAV foram detectados em 15 (23) dos 65 municiacutepios amostrados com cada municiacutepio apresentando pelo menos um animal reagente (Figura 1c) Apesar do EVAV ainda natildeo ter sido isolado no Brasil a detecccedilatildeo de anticorpos para esse agente em Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999 SOUZA et al 1999 LARA et al 2002) e no Paranaacute (LARA et al 2003) sugere a sua circulaccedilatildeo no rebanho equumlino desses Estados Da mesma forma a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada no presente estudo sugere que o viacuterus estaacute presente no rebanho equumlino do RS Embora numericamente baixa (22 com tiacutetulos variando entre 2-16) a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada merece atenccedilatildeo especial pois envolve animais submetidos a transporte e aglomeraccedilatildeo o que pode favorecer a disseminaccedilatildeo do agente Algumas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas da infecccedilatildeo pelo EVAV como a ocorrecircncia de infecccedilotildees subcliacutenicas e a possibilidade de garanhotildees infectados permanecerem portadores (DEL PIERO 2000) podem contribuir para a sua disseminaccedilatildeo A maior prevalecircncia de anticorpos para o EVAV no Estado de Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999) pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas dos rebanhos e das amostras testadas uma vez que foram utilizadas amostras provenientes de propriedades com problemas reprodutivos eou respiratoacuterios Em alguns paiacuteses onde a criaccedilatildeo e o tracircnsito de equumlinos para a realizaccedilatildeo de provas hiacutepicas eacute intenso a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV tambeacutem eacute mais elevada (NOSETTO et al1984 McCUE et al 1991)

O herpesviacuterus equumlino (EHV) apresenta-se amplamente distribuiacutedo na populaccedilatildeo equumlina do Brasil tendo sido isolado pela primeira vez por NILSON amp CORREcircA (1966) em Satildeo Paulo WEIBLEN et al (1994) relataram a ocorrecircncia de um surto de abortos causado pelo EHV em propriedades do RS e MOREIRA et al (1998) detectaram o EHV-1 em 8 dos casos de aborto equumlino em SP Aleacutem do isolamento viral a detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV confirma a disseminaccedilatildeo do agente no rebanho equumlino brasileiro (VARGAS amp WEIBLEN 1991 MOREIRA et al 2000 CUNHA et al 2002 HEINEMANN et al 2002) A detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV (tiacutetulos entre 2 e 64) em 67 animais (45) no presente estudo confirma a circulaccedilatildeo do agente na populaccedilatildeo equumlina do Estado Em 12 municiacutepios amostrados (185) foi detectado pelo menos um animal reagente ao EHV (Figura 1d) A prevalecircncia relativamente baixa pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas pois foram provenientes de animais hiacutegidos e em sua maioria de criaccedilotildees semi-intensivas No entanto a importacircncia epidemioloacutegica desses achados deve ser ressaltada pois a soropositividade - com exceccedilatildeo de sorologia vacinal - indica a condiccedilatildeo de portador de infecccedilatildeo latente (OSTLUND 1993) O EHV eacute responsaacutevel por prejuiacutezos econocircmicos significativos em locais onde a infecccedilatildeo eacute

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

8

endecircmica e em paiacuteses onde a equumlideocultura constitui-se em um importante ramo do agronegoacutecio (OIE 1996)

As caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas merecem algumas consideraccedilotildees As 1506 amostras testadas natildeo foram extraiacutedas da populaccedilatildeo por meacutetodos estatiacutesticos Por isso tais amostras natildeo podem ser consideradas estatiacutestica e epidemiologicamente representativas da populaccedilatildeo de origem Por outro lado essa parcela da populaccedilatildeo tambeacutem natildeo pode ser considerada uma amostra viciada Os animais testados representam uma parte da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo (e de suas respectivas criaccedilotildees) que foi transportada durante o periacuteodo por diferentes finalidades O fato de terem sido transportados eacute que os levou a serem incluiacutedos na amostragem Qualquer anaacutelise epidemioloacutegica mais aprofundada deve considerar esses aspectos

Dentre os componentes da amostra pode-se evidenciar pelo menos duas situaccedilotildees epidemioloacutegicas com fatores e niacutevel de risco distintos 1 os animais que satildeo transportados com frequumlecircncia e 2 aqueles animais que foramsatildeo transportados apenas ocasionalmente Os animais do primeiro grupo estatildeo continuamente expostos ao risco de serem infectados pela sua participaccedilatildeo em rodeios carreiras provas de funccedilatildeo leilotildees etc Nessas ocasiotildees convivem com animais de diversas procedecircncias o que os expotildee ao risco de infecccedilatildeo com agentes infecciosos Os demais animais (grupo 2) mesmo sendo transportados ocasionalmente tambeacutem apresentam esse fator de risco pois nessas exposiccedilotildees eventuais a outros animais e a agentes infecciosos pode ocorrer a infecccedilatildeo No entanto o risco de infecccedilatildeo do segundo grupo eacute menor uma vez que natildeo satildeo rotineiramente transportados e natildeo participam desses eventos com tanta frequumlecircncia Teoricamente os animais do primeiro grupo deveriam apresentar iacutendices de soropositividade superiores quando comparados com o segundo Infelizmente informaccedilotildees referentes agrave frequumlecircncia de transporte e a participaccedilotildees nesses eventos natildeo estavam disponiacuteveis nas resenhas individuais Natildeo obstante esses aspectos devem ser necessariamente considerados quando da interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Ou seja os valores de soropositividade detectados podem ser considerados parcialmente representativos da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo pois satildeo relativos agrave parcela de animais dessas criaccedilotildees que eacute transportada esporaacutedica ou frequumlentemente

Em resumo os resultados do presente estudo sugerem a presenccedila do EIV do EVAV e do EHV no rebanho equumlino do Estado do RS A possiacutevel circulaccedilatildeo desses agentes alerta para a necessidade de estudos adicionais sobre a importacircncia sanitaacuteria e econocircmica dessas infecccedilotildees para a equumlideocultura do Estado Aleacutem disso fica evidente a necessidade de se realizar um maior controle sanitaacuterio no transporte nas exposiccedilotildees feiras e competiccedilotildees esportivas que envolvem animais de diversas procedecircncias com a finalidade de minimizar a disseminaccedilatildeo de agentes infecto-contagiosos e reduzir os prejuiacutezos econocircmicos ocasionados por estes

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico (CNPq) e ao Finep (PRONEX em Virologia Veterinaacuteria 21596) pelo suporte financeiro e pelas bolsas de mestrado (Diego Gustavo Diel e Sabrina Ribeiro de Almeida) e de iniciaccedilatildeo cientiacutefica (Denis Anziliero) Rudi Weiblen (3013392004-0) Eduardo Furtado Flores (3016662004-0) e Luiz Carlos Kreutz (3002592003-4) satildeo bolsistas PQ do CNPq

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

9

REFEREcircNCIAS

BARROS CSL WEIBLEN R Centro de diagnoacutestico veterinaacuterio Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 1988 60p (Boletim Teacutecnico) [ Links ]

BALLOWS A et al Manual of clinical microbiology by American Society for Microbiology 5ed Washington ASM 1996 874p [ Links ]

CARVALHO FSR et al Aborto equumlino por herpesviacuterus equi 1 Rev Ciecircnc Biom v7 n1 p45-47 1991 [ Links ]

CUNHA EMS et al Presenccedila de anticorpos para o herpesviacuterus equumlino 1 (HVE-1) em equumlinos do noroeste do estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v69 n1 p1-5 2002 [ Links ]

DEL PIERO F Equine viral arteritis Vet Pathol v37 p287-296 2000 [ Links ]

FAO Agricultural Data ndash FAOSTAT 2003 Capturado em 15 jan 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpfaostatfaoorgfaostatcollectionssubset=agriculture [ Links ]

FERNANDES WR SOUZA MCC Determinaccedilatildeo soroloacutegica da arterite viral equumlina em equumlinos hiacutegidos com abortamento e com sintomas de alteraccedilatildeo do sistema respiratoacuterio Rev Bras Ciecircnc Vet v6 n3 p147-150 1999 [ Links ]

HEINEMANN MB et al Soroprevalecircncia da anemia infecciosa equumlina da arterite viral dos equumlinos e do aborto viral equumlino no municiacutepio de Uruaraacute PA Brasil Braz J Vet Res Anim Sci v39 n1 p50-53 2002 [ Links ]

IBGE Pesquisa Pecuaacuteria Municipal 2003 Capturado em 18 ago 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwsidraibgegovbrbdatabelalistablaspc=73ampz=tampo=20 [ Links ]

LARA MCCSH et al Prevalecircncia de anticorpos antiviacuterus da arterite dos equumlinos em cavalos criados no estado de Satildeo Paulo Arq Bras Med Vet Zoot v54 n3 p223-227 2002 [ Links ]

LARA MCCSH et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos (VAE) e herpesviacuterus equumlino tipo 1 (HVE-1) em cavalos criados em Curitiba PR Hor Vet v23 n135 p51-53 2003 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Seroepidemiology of the virus of equine influenza subtype Aequine-2 (H3N8) in the Rio de Janeiros State ndash Brazil Satildeo Lourenccedilo MG 2000 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 11 MERCOSUL MEETING OF VIROLOGY 2000 Satildeo Lourenccedilo MG Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2000 V5 n2 210p p152 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Soroepidemiologia da influenza equumlina subtipo AEquumlino-2 (H3N8) no Estado do Rio de Janeiro Rev Bras Med Vet v24 n1 p11-13 2002 [ Links ]

McCUE PM et al Prevalence of equine viral arteritis in California horses Calif Vet v45 n2 p24-26 1991 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

10

MOREIRA N et al Aspectos etioloacutegicos e epidemioloacutegicos do aborto equumlino Arch Vet Sci v3 n1 p25-30 1998 [ Links ]

MOREIRA N et al Frequumlecircncia de anticorpos neutralizantes para o herpesviacuterus equumlino tipo 1 Scient Agrar v1 n1-2 p9-14 2000 [ Links ]

MURPHY FA et al Veterinary virology 3ed San Diego Academic 1999 629p [ Links ]

NILSON MR CORREcircA WM Isolamento do viacuterus do aborto equumlino no estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v33 p23-35 1966 [ Links ]

NOSETTO EO et al Arteritis viral equina deteccioacuten de anticuerpos en equinos de la Republica Argentina Zentr Veter B v31 n7 p526-529 1984 [ Links ]

OIE Equine rhinopneumonitis In ______ Manual of standars for diagnostic tests and vaccines 3ed Paris OIE ndash Paris 1996 Cap347 p426-433 [ Links ]

OLIVEIRA GS et al Prevalecircncia de anticorpos para o viacuterus da influenza equumlina subtipo H3N8 em equumlideos apreendidos no estado do Rio de Janeiro Ciecircnc Rural v35 n5 p1213-1215 2005 [ Links ]

OSTLUND EN The equine herpesvirus In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 v9 n2 p283-294 [ Links ]

SILVA AJ et al Antibodies against equine influenza virus in the mata mineira region Florianoacutepolis SC 2003 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 14 2003 Florianoacutepilos SC Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2003 V8 278p p153-154 [ Links ]

SOUZA MCC et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos criados no Vale do Paraiacuteba Arq Inst Biol v66 p40 1999 [ Links ]

TIMONEY PJ Arteritis viral equina International Veterinary Information Service 2003 Capturado 20 mar 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwivivsorgspecial_booklekeuxtimoneychapter_frmaspLA=1 [ Links ]

TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 448p [ Links ]

VARGAS AC WEIBLEN R Prevalecircncia de anticorpos para herpesvirus equumlino tipo 1 (HVE-1) em equumlinos de alguns municiacutepios do estado do Rio Grande do Sul Hor Vet v10 p5-8 1991 [ Links ]

WEIBLEN R Influenza equumlina In RIET-CORREA Fet al Doenccedilas de ruminantes e equumlinos Satildeo Paulo Varella 2001 V1 p121-125 [ Links ]

WEIBLEN R et al Abortion due to equine herpesvirus in southern Brazil Braz J Med Biol v27 p1317-1320 1994 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

4

MATERIAL E MEacuteTODOS

O estudo foi realizado com 1506 amostras de soro oriundas de equumlinos de 65 municiacutepios do Estado do Rio Grande do Sul Essas amostras foram enviadas ao Laboratoacuterio de Virologia e Imunologia da Universidade de Passo Fundo (UPF) para o diagnoacutestico soroloacutegico da infecccedilatildeo pelo viacuterus da anemia infecciosa equumlina (EIAV) Apoacutes a realizaccedilatildeo do teste requisitado as amostras foram inativadas pelo calor (56degC por 30min) e distribuiacutedas em duas aliacutequotas Uma aliacutequota foi submetida ao teste de inibiccedilatildeo da hemaglutinaccedilatildeo (HI) para detectar anticorpos para o EIV e a outra foi remetida ao Setor de Virologia da UFSM onde as amostras foram testadas por meio da teacutecnica de soroneutralizaccedilatildeo (SN) para a detecccedilatildeo de anticorpos para os viacuterus da EVA e do EHV

Ceacutelulas e viacuterus

O cultivo do EIV foi realizado em ovos embrionados Para as teacutecnicas de hemaglutinaccedilatildeo (HA) e inibiccedilatildeo da hemaglutinaccedilatildeo (HI) foi utilizada uma suspensatildeo de hemaacutecias de galinha a 1 em soluccedilatildeo salina fosfatada (PBS pH 72) Os procedimentos de multiplicaccedilatildeo titulaccedilatildeo e neutralizaccedilatildeo do EVAV e do EHV foram realizados em cultivo de ceacutelulas de linhagem de rim de coelho (RK-13) O cultivo das ceacutelulas foi realizado em meio essencial miacutenimo (MEM) contendo penicilina (16mg L-1) estreptomicina (04mg L-1) e nistatina (002mg L-1) suplementado com 10 de soro fetal bovino (SFB) As cepas do viacuterus da influenza e do herpesviacuterus equumlino tipo 1 (Campinas) foram gentilmente cedidas pela Dra Clarice Arns (Departamento de Microbiologia e Imunologia da Universidade de Campinas Campinas SP) A cepa Bucyrus do viacuterus da arterite viral equumlina foi adquirida do National Veterinary Laboratory Service (NVSL ndash USDA Iowa USA)

Sorologia

O teste de HI utilizado para a detecccedilatildeo de anticorpos para o EIV foi realizado em placas de poliestireno de 96 cavidades com fundo em ldquoUrdquo (LOUREIRO et al 2002) Previamente agrave realizaccedilatildeo do teste as amostras de soro foram submetidas ao tratamento com caolin (25 em PBS) para eliminaccedilatildeo de inibidores inespeciacuteficos da hemaglutinaccedilatildeo (BALLOWS et al 1996) Diluiccedilotildees crescentes do soro (fator de diluiccedilatildeo 10) foram incubadas por uma hora a temperatura ambiente com quatro unidades hemaglutinantes (UHA) do viacuterus Em seguida foi adicionada a suspensatildeo de hemaacutecias de galinha (1 em PBS) e apoacutes incubaccedilatildeo por 30min a 4degC procedeu-se a leitura O tiacutetulo de anticorpos foi considerado a reciacuteproca da maior diluiccedilatildeo do soro capaz de inibir a hemaglutinaccedilatildeo

A SN utilizada para a detecccedilatildeo de anticorpos para o EVAV e o EHV foi realizada em placas de poliestireno de 96 cavidades (OIE 1996) Resumidamente diluiccedilotildees crescentes do soro (fator de diluiccedilatildeo 2) foram incubadas com doses constantes dos viacuterus (100-200 doses infectantes para 50 dos cultivos [DICC50] por cavidade da cepa Bucyrus [EVAV] ou Campinas [EHV-1] respectivamente) Apoacutes 90 min de incubaccedilatildeo a 37degC foi adicionada a suspensatildeo de ceacutelulas da linhagem RK-13 As placas foram incubadas em estufa a 37degC contendo 5 de CO2 A leitura dos resultados foi realizada apoacutes 72-96h de incubaccedilatildeo por meio do monitoramento do efeito citopaacutetico (ECP) nos cultivos celulares O tiacutetulo neutralizante foi considerado a reciacuteproca da maior diluiccedilatildeo do soro capaz de prevenir a produccedilatildeo de ECP

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

5

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

No presente estudo foram analizadas amostras de soro equumlino enviadas ao Laboratoacuterio de Virologia e Imunologia da UPF entre os anos de 2003 e 2004 para diagnoacutestico soroloacutegico da anemia infecciosa equumlina (EIA) O teste soroloacutegico negativo para o EIAV eacute obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de guia de transporte animal (GTA) A coleta e a submissatildeo das amostras de soro eacute de responsabilidade de meacutedicos veterinaacuterios e as amostras devem ser acompanhadas de resenhas detalhadas dos animais Os dados contidos nas respectivas resenhas foram tabulados e utilizados para a anaacutelise e apresentaccedilatildeo dos resultados do presente estudo

Dentre as amostras enviadas a grande maioria (1334 ou 885) foi proveniente de animais utilizados para esporte No Estado do Rio Grande do Sul as principais atividades esportivas que utilizam equumlinos satildeo os rodeios e as carreiras Atividades de hipismo (saltos) e ecoturismo (cavalgadas) ocupam uma posiccedilatildeo secundaacuteria Exposiccedilotildees e leilotildees tambeacutem satildeo eventos de ocorrecircncia frequumlente e que exigem a GTA Animais de exposiccedilatildeo sobretudo da raccedila crioula contribuiacuteram com 63 (94) das amostras e os animais de reproduccedilatildeo com 52 (78) As fecircmeas contribuiacuteram com 611 (920) das amostras e os machos com 389 (586) As amostras foram provenientes de 65 municiacutepios em sua grande maioria pertencentes agrave regiatildeo norte do RS (Figura 1a) Os municiacutepios que contribuiacuteram com maior nuacutemero de amostras foram Passo Fundo (845 ndash 561) Satildeo Joseacute do Ouro (82 ndash 54) Marau (69 ndash 45) Erechim (50 ndash 33) e Lagoa Vermelha (43 ndash 28) Do total de amostras testadas 721 foram provenientes desses cinco municiacutepios Por isso as amostras podem ser consideradas representativas especialmente da populaccedilatildeo equumlina dessa regiatildeo respeitadas as ressalvas mencionadas adiante

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

6

Das 1506 amostras testadas 986 (654) apresentaram anticorpos para o EIV 33 (22) apresentaram anticorpos contra o EVAV e 67 (45) reagiram contra o EHV (Tabela 1) Apesar da existecircncia de vacinas comerciais para o viacuterus da influenza (EIV) e para o herpesviacuterus (EHV) no Brasil a prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave circulaccedilatildeo desses agentes na populaccedilatildeo estudada Dois aspectos fortalecem essa hipoacutetese i as vacinas para esses agentes foram introduzidas apenas recentemente no paiacutes e seu uso ainda eacute bastante restrito e ii a maioria das amostras foi proveniente de animais de propriedades em que a equumlideocultura eacute a atividade secundaacuteria nas quais a vacinaccedilatildeo para esses agentes eacute pouco frequumlente Informalmente sabe-se que a vacinaccedilatildeo para o EIV e para o EHV ocorre haacute vaacuterios anos sobretudo em haras de criaccedilatildeo de cavalos puro sangue inglecircs (PSI) No entanto animais dessa categoria contribuiacuteram com poucas amostras nesse estudo e consequumlentemente natildeo alteraram a interpretaccedilatildeo dos resultados

A influenza equumlina eacute uma enfermidade caracterizada por raacutepida disseminaccedilatildeo e alta morbidade quando introduzida em rebanhos susceptiacuteveis (WEIBLEN 2001) Essas

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

7

caracteriacutesticas podem explicar a ampla disseminaccedilatildeo do EIV na populaccedilatildeo equumlina do Brasil jaacute demonstrada por meio do isolamento do agente (BARROS amp WEIBLEN 1988) e por vaacuterios estudos soroloacutegicos (LOUREIRO et al 2000 SILVA et al 2003 OLIVEIRA et al 2005) A prevalecircncia de 654 (com tiacutetulo de anticorpos entre 10-1280) detectada no presente estudo e a detecccedilatildeo de pelo menos um animal reagente ao EIV em 55 municiacutepios amostrados (846) sugerem a ampla disseminaccedilatildeo do agente tambeacutem no rebanho equumlino do RS (Figura 1b) Como jaacute mencionado o uso da vacinaccedilatildeo para o EIV no rebanho estudado ainda eacute incipiente e restrito Por isso a maior parte da prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave infecccedilatildeo natural A elevada prevalecircncia pode ser atribuiacuteda agrave raacutepida disseminaccedilatildeo do agente entre animais susceptiacuteveis aliada ao tracircnsito intenso e agrave aglomeraccedilatildeo de animais de diversas procedecircncias em provas esportivas leilotildeesexposiccedilotildees ou para reproduccedilatildeo Neste contexto fica evidente a necessidade de se adotar medidas preventivas como quarentena ou triagem soroloacutegicaviroloacutegica para as principais doenccedilas infecto-contagiosas anteriormente a esses eventos A adoccedilatildeo de tais medidas minimizaria o risco de disseminaccedilatildeo dessas enfermidades no rebanho equumlino e os prejuiacutezos decorrentes da infecccedilatildeo (WILSON 1997)

Anticorpos para o EVAV foram detectados em 15 (23) dos 65 municiacutepios amostrados com cada municiacutepio apresentando pelo menos um animal reagente (Figura 1c) Apesar do EVAV ainda natildeo ter sido isolado no Brasil a detecccedilatildeo de anticorpos para esse agente em Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999 SOUZA et al 1999 LARA et al 2002) e no Paranaacute (LARA et al 2003) sugere a sua circulaccedilatildeo no rebanho equumlino desses Estados Da mesma forma a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada no presente estudo sugere que o viacuterus estaacute presente no rebanho equumlino do RS Embora numericamente baixa (22 com tiacutetulos variando entre 2-16) a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada merece atenccedilatildeo especial pois envolve animais submetidos a transporte e aglomeraccedilatildeo o que pode favorecer a disseminaccedilatildeo do agente Algumas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas da infecccedilatildeo pelo EVAV como a ocorrecircncia de infecccedilotildees subcliacutenicas e a possibilidade de garanhotildees infectados permanecerem portadores (DEL PIERO 2000) podem contribuir para a sua disseminaccedilatildeo A maior prevalecircncia de anticorpos para o EVAV no Estado de Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999) pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas dos rebanhos e das amostras testadas uma vez que foram utilizadas amostras provenientes de propriedades com problemas reprodutivos eou respiratoacuterios Em alguns paiacuteses onde a criaccedilatildeo e o tracircnsito de equumlinos para a realizaccedilatildeo de provas hiacutepicas eacute intenso a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV tambeacutem eacute mais elevada (NOSETTO et al1984 McCUE et al 1991)

O herpesviacuterus equumlino (EHV) apresenta-se amplamente distribuiacutedo na populaccedilatildeo equumlina do Brasil tendo sido isolado pela primeira vez por NILSON amp CORREcircA (1966) em Satildeo Paulo WEIBLEN et al (1994) relataram a ocorrecircncia de um surto de abortos causado pelo EHV em propriedades do RS e MOREIRA et al (1998) detectaram o EHV-1 em 8 dos casos de aborto equumlino em SP Aleacutem do isolamento viral a detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV confirma a disseminaccedilatildeo do agente no rebanho equumlino brasileiro (VARGAS amp WEIBLEN 1991 MOREIRA et al 2000 CUNHA et al 2002 HEINEMANN et al 2002) A detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV (tiacutetulos entre 2 e 64) em 67 animais (45) no presente estudo confirma a circulaccedilatildeo do agente na populaccedilatildeo equumlina do Estado Em 12 municiacutepios amostrados (185) foi detectado pelo menos um animal reagente ao EHV (Figura 1d) A prevalecircncia relativamente baixa pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas pois foram provenientes de animais hiacutegidos e em sua maioria de criaccedilotildees semi-intensivas No entanto a importacircncia epidemioloacutegica desses achados deve ser ressaltada pois a soropositividade - com exceccedilatildeo de sorologia vacinal - indica a condiccedilatildeo de portador de infecccedilatildeo latente (OSTLUND 1993) O EHV eacute responsaacutevel por prejuiacutezos econocircmicos significativos em locais onde a infecccedilatildeo eacute

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

8

endecircmica e em paiacuteses onde a equumlideocultura constitui-se em um importante ramo do agronegoacutecio (OIE 1996)

As caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas merecem algumas consideraccedilotildees As 1506 amostras testadas natildeo foram extraiacutedas da populaccedilatildeo por meacutetodos estatiacutesticos Por isso tais amostras natildeo podem ser consideradas estatiacutestica e epidemiologicamente representativas da populaccedilatildeo de origem Por outro lado essa parcela da populaccedilatildeo tambeacutem natildeo pode ser considerada uma amostra viciada Os animais testados representam uma parte da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo (e de suas respectivas criaccedilotildees) que foi transportada durante o periacuteodo por diferentes finalidades O fato de terem sido transportados eacute que os levou a serem incluiacutedos na amostragem Qualquer anaacutelise epidemioloacutegica mais aprofundada deve considerar esses aspectos

Dentre os componentes da amostra pode-se evidenciar pelo menos duas situaccedilotildees epidemioloacutegicas com fatores e niacutevel de risco distintos 1 os animais que satildeo transportados com frequumlecircncia e 2 aqueles animais que foramsatildeo transportados apenas ocasionalmente Os animais do primeiro grupo estatildeo continuamente expostos ao risco de serem infectados pela sua participaccedilatildeo em rodeios carreiras provas de funccedilatildeo leilotildees etc Nessas ocasiotildees convivem com animais de diversas procedecircncias o que os expotildee ao risco de infecccedilatildeo com agentes infecciosos Os demais animais (grupo 2) mesmo sendo transportados ocasionalmente tambeacutem apresentam esse fator de risco pois nessas exposiccedilotildees eventuais a outros animais e a agentes infecciosos pode ocorrer a infecccedilatildeo No entanto o risco de infecccedilatildeo do segundo grupo eacute menor uma vez que natildeo satildeo rotineiramente transportados e natildeo participam desses eventos com tanta frequumlecircncia Teoricamente os animais do primeiro grupo deveriam apresentar iacutendices de soropositividade superiores quando comparados com o segundo Infelizmente informaccedilotildees referentes agrave frequumlecircncia de transporte e a participaccedilotildees nesses eventos natildeo estavam disponiacuteveis nas resenhas individuais Natildeo obstante esses aspectos devem ser necessariamente considerados quando da interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Ou seja os valores de soropositividade detectados podem ser considerados parcialmente representativos da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo pois satildeo relativos agrave parcela de animais dessas criaccedilotildees que eacute transportada esporaacutedica ou frequumlentemente

Em resumo os resultados do presente estudo sugerem a presenccedila do EIV do EVAV e do EHV no rebanho equumlino do Estado do RS A possiacutevel circulaccedilatildeo desses agentes alerta para a necessidade de estudos adicionais sobre a importacircncia sanitaacuteria e econocircmica dessas infecccedilotildees para a equumlideocultura do Estado Aleacutem disso fica evidente a necessidade de se realizar um maior controle sanitaacuterio no transporte nas exposiccedilotildees feiras e competiccedilotildees esportivas que envolvem animais de diversas procedecircncias com a finalidade de minimizar a disseminaccedilatildeo de agentes infecto-contagiosos e reduzir os prejuiacutezos econocircmicos ocasionados por estes

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico (CNPq) e ao Finep (PRONEX em Virologia Veterinaacuteria 21596) pelo suporte financeiro e pelas bolsas de mestrado (Diego Gustavo Diel e Sabrina Ribeiro de Almeida) e de iniciaccedilatildeo cientiacutefica (Denis Anziliero) Rudi Weiblen (3013392004-0) Eduardo Furtado Flores (3016662004-0) e Luiz Carlos Kreutz (3002592003-4) satildeo bolsistas PQ do CNPq

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

9

REFEREcircNCIAS

BARROS CSL WEIBLEN R Centro de diagnoacutestico veterinaacuterio Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 1988 60p (Boletim Teacutecnico) [ Links ]

BALLOWS A et al Manual of clinical microbiology by American Society for Microbiology 5ed Washington ASM 1996 874p [ Links ]

CARVALHO FSR et al Aborto equumlino por herpesviacuterus equi 1 Rev Ciecircnc Biom v7 n1 p45-47 1991 [ Links ]

CUNHA EMS et al Presenccedila de anticorpos para o herpesviacuterus equumlino 1 (HVE-1) em equumlinos do noroeste do estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v69 n1 p1-5 2002 [ Links ]

DEL PIERO F Equine viral arteritis Vet Pathol v37 p287-296 2000 [ Links ]

FAO Agricultural Data ndash FAOSTAT 2003 Capturado em 15 jan 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpfaostatfaoorgfaostatcollectionssubset=agriculture [ Links ]

FERNANDES WR SOUZA MCC Determinaccedilatildeo soroloacutegica da arterite viral equumlina em equumlinos hiacutegidos com abortamento e com sintomas de alteraccedilatildeo do sistema respiratoacuterio Rev Bras Ciecircnc Vet v6 n3 p147-150 1999 [ Links ]

HEINEMANN MB et al Soroprevalecircncia da anemia infecciosa equumlina da arterite viral dos equumlinos e do aborto viral equumlino no municiacutepio de Uruaraacute PA Brasil Braz J Vet Res Anim Sci v39 n1 p50-53 2002 [ Links ]

IBGE Pesquisa Pecuaacuteria Municipal 2003 Capturado em 18 ago 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwsidraibgegovbrbdatabelalistablaspc=73ampz=tampo=20 [ Links ]

LARA MCCSH et al Prevalecircncia de anticorpos antiviacuterus da arterite dos equumlinos em cavalos criados no estado de Satildeo Paulo Arq Bras Med Vet Zoot v54 n3 p223-227 2002 [ Links ]

LARA MCCSH et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos (VAE) e herpesviacuterus equumlino tipo 1 (HVE-1) em cavalos criados em Curitiba PR Hor Vet v23 n135 p51-53 2003 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Seroepidemiology of the virus of equine influenza subtype Aequine-2 (H3N8) in the Rio de Janeiros State ndash Brazil Satildeo Lourenccedilo MG 2000 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 11 MERCOSUL MEETING OF VIROLOGY 2000 Satildeo Lourenccedilo MG Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2000 V5 n2 210p p152 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Soroepidemiologia da influenza equumlina subtipo AEquumlino-2 (H3N8) no Estado do Rio de Janeiro Rev Bras Med Vet v24 n1 p11-13 2002 [ Links ]

McCUE PM et al Prevalence of equine viral arteritis in California horses Calif Vet v45 n2 p24-26 1991 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

10

MOREIRA N et al Aspectos etioloacutegicos e epidemioloacutegicos do aborto equumlino Arch Vet Sci v3 n1 p25-30 1998 [ Links ]

MOREIRA N et al Frequumlecircncia de anticorpos neutralizantes para o herpesviacuterus equumlino tipo 1 Scient Agrar v1 n1-2 p9-14 2000 [ Links ]

MURPHY FA et al Veterinary virology 3ed San Diego Academic 1999 629p [ Links ]

NILSON MR CORREcircA WM Isolamento do viacuterus do aborto equumlino no estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v33 p23-35 1966 [ Links ]

NOSETTO EO et al Arteritis viral equina deteccioacuten de anticuerpos en equinos de la Republica Argentina Zentr Veter B v31 n7 p526-529 1984 [ Links ]

OIE Equine rhinopneumonitis In ______ Manual of standars for diagnostic tests and vaccines 3ed Paris OIE ndash Paris 1996 Cap347 p426-433 [ Links ]

OLIVEIRA GS et al Prevalecircncia de anticorpos para o viacuterus da influenza equumlina subtipo H3N8 em equumlideos apreendidos no estado do Rio de Janeiro Ciecircnc Rural v35 n5 p1213-1215 2005 [ Links ]

OSTLUND EN The equine herpesvirus In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 v9 n2 p283-294 [ Links ]

SILVA AJ et al Antibodies against equine influenza virus in the mata mineira region Florianoacutepolis SC 2003 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 14 2003 Florianoacutepilos SC Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2003 V8 278p p153-154 [ Links ]

SOUZA MCC et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos criados no Vale do Paraiacuteba Arq Inst Biol v66 p40 1999 [ Links ]

TIMONEY PJ Arteritis viral equina International Veterinary Information Service 2003 Capturado 20 mar 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwivivsorgspecial_booklekeuxtimoneychapter_frmaspLA=1 [ Links ]

TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 448p [ Links ]

VARGAS AC WEIBLEN R Prevalecircncia de anticorpos para herpesvirus equumlino tipo 1 (HVE-1) em equumlinos de alguns municiacutepios do estado do Rio Grande do Sul Hor Vet v10 p5-8 1991 [ Links ]

WEIBLEN R Influenza equumlina In RIET-CORREA Fet al Doenccedilas de ruminantes e equumlinos Satildeo Paulo Varella 2001 V1 p121-125 [ Links ]

WEIBLEN R et al Abortion due to equine herpesvirus in southern Brazil Braz J Med Biol v27 p1317-1320 1994 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

5

RESULTADOS E DISCUSSAtildeO

No presente estudo foram analizadas amostras de soro equumlino enviadas ao Laboratoacuterio de Virologia e Imunologia da UPF entre os anos de 2003 e 2004 para diagnoacutestico soroloacutegico da anemia infecciosa equumlina (EIA) O teste soroloacutegico negativo para o EIAV eacute obrigatoacuterio para a obtenccedilatildeo de guia de transporte animal (GTA) A coleta e a submissatildeo das amostras de soro eacute de responsabilidade de meacutedicos veterinaacuterios e as amostras devem ser acompanhadas de resenhas detalhadas dos animais Os dados contidos nas respectivas resenhas foram tabulados e utilizados para a anaacutelise e apresentaccedilatildeo dos resultados do presente estudo

Dentre as amostras enviadas a grande maioria (1334 ou 885) foi proveniente de animais utilizados para esporte No Estado do Rio Grande do Sul as principais atividades esportivas que utilizam equumlinos satildeo os rodeios e as carreiras Atividades de hipismo (saltos) e ecoturismo (cavalgadas) ocupam uma posiccedilatildeo secundaacuteria Exposiccedilotildees e leilotildees tambeacutem satildeo eventos de ocorrecircncia frequumlente e que exigem a GTA Animais de exposiccedilatildeo sobretudo da raccedila crioula contribuiacuteram com 63 (94) das amostras e os animais de reproduccedilatildeo com 52 (78) As fecircmeas contribuiacuteram com 611 (920) das amostras e os machos com 389 (586) As amostras foram provenientes de 65 municiacutepios em sua grande maioria pertencentes agrave regiatildeo norte do RS (Figura 1a) Os municiacutepios que contribuiacuteram com maior nuacutemero de amostras foram Passo Fundo (845 ndash 561) Satildeo Joseacute do Ouro (82 ndash 54) Marau (69 ndash 45) Erechim (50 ndash 33) e Lagoa Vermelha (43 ndash 28) Do total de amostras testadas 721 foram provenientes desses cinco municiacutepios Por isso as amostras podem ser consideradas representativas especialmente da populaccedilatildeo equumlina dessa regiatildeo respeitadas as ressalvas mencionadas adiante

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

6

Das 1506 amostras testadas 986 (654) apresentaram anticorpos para o EIV 33 (22) apresentaram anticorpos contra o EVAV e 67 (45) reagiram contra o EHV (Tabela 1) Apesar da existecircncia de vacinas comerciais para o viacuterus da influenza (EIV) e para o herpesviacuterus (EHV) no Brasil a prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave circulaccedilatildeo desses agentes na populaccedilatildeo estudada Dois aspectos fortalecem essa hipoacutetese i as vacinas para esses agentes foram introduzidas apenas recentemente no paiacutes e seu uso ainda eacute bastante restrito e ii a maioria das amostras foi proveniente de animais de propriedades em que a equumlideocultura eacute a atividade secundaacuteria nas quais a vacinaccedilatildeo para esses agentes eacute pouco frequumlente Informalmente sabe-se que a vacinaccedilatildeo para o EIV e para o EHV ocorre haacute vaacuterios anos sobretudo em haras de criaccedilatildeo de cavalos puro sangue inglecircs (PSI) No entanto animais dessa categoria contribuiacuteram com poucas amostras nesse estudo e consequumlentemente natildeo alteraram a interpretaccedilatildeo dos resultados

A influenza equumlina eacute uma enfermidade caracterizada por raacutepida disseminaccedilatildeo e alta morbidade quando introduzida em rebanhos susceptiacuteveis (WEIBLEN 2001) Essas

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

7

caracteriacutesticas podem explicar a ampla disseminaccedilatildeo do EIV na populaccedilatildeo equumlina do Brasil jaacute demonstrada por meio do isolamento do agente (BARROS amp WEIBLEN 1988) e por vaacuterios estudos soroloacutegicos (LOUREIRO et al 2000 SILVA et al 2003 OLIVEIRA et al 2005) A prevalecircncia de 654 (com tiacutetulo de anticorpos entre 10-1280) detectada no presente estudo e a detecccedilatildeo de pelo menos um animal reagente ao EIV em 55 municiacutepios amostrados (846) sugerem a ampla disseminaccedilatildeo do agente tambeacutem no rebanho equumlino do RS (Figura 1b) Como jaacute mencionado o uso da vacinaccedilatildeo para o EIV no rebanho estudado ainda eacute incipiente e restrito Por isso a maior parte da prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave infecccedilatildeo natural A elevada prevalecircncia pode ser atribuiacuteda agrave raacutepida disseminaccedilatildeo do agente entre animais susceptiacuteveis aliada ao tracircnsito intenso e agrave aglomeraccedilatildeo de animais de diversas procedecircncias em provas esportivas leilotildeesexposiccedilotildees ou para reproduccedilatildeo Neste contexto fica evidente a necessidade de se adotar medidas preventivas como quarentena ou triagem soroloacutegicaviroloacutegica para as principais doenccedilas infecto-contagiosas anteriormente a esses eventos A adoccedilatildeo de tais medidas minimizaria o risco de disseminaccedilatildeo dessas enfermidades no rebanho equumlino e os prejuiacutezos decorrentes da infecccedilatildeo (WILSON 1997)

Anticorpos para o EVAV foram detectados em 15 (23) dos 65 municiacutepios amostrados com cada municiacutepio apresentando pelo menos um animal reagente (Figura 1c) Apesar do EVAV ainda natildeo ter sido isolado no Brasil a detecccedilatildeo de anticorpos para esse agente em Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999 SOUZA et al 1999 LARA et al 2002) e no Paranaacute (LARA et al 2003) sugere a sua circulaccedilatildeo no rebanho equumlino desses Estados Da mesma forma a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada no presente estudo sugere que o viacuterus estaacute presente no rebanho equumlino do RS Embora numericamente baixa (22 com tiacutetulos variando entre 2-16) a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada merece atenccedilatildeo especial pois envolve animais submetidos a transporte e aglomeraccedilatildeo o que pode favorecer a disseminaccedilatildeo do agente Algumas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas da infecccedilatildeo pelo EVAV como a ocorrecircncia de infecccedilotildees subcliacutenicas e a possibilidade de garanhotildees infectados permanecerem portadores (DEL PIERO 2000) podem contribuir para a sua disseminaccedilatildeo A maior prevalecircncia de anticorpos para o EVAV no Estado de Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999) pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas dos rebanhos e das amostras testadas uma vez que foram utilizadas amostras provenientes de propriedades com problemas reprodutivos eou respiratoacuterios Em alguns paiacuteses onde a criaccedilatildeo e o tracircnsito de equumlinos para a realizaccedilatildeo de provas hiacutepicas eacute intenso a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV tambeacutem eacute mais elevada (NOSETTO et al1984 McCUE et al 1991)

O herpesviacuterus equumlino (EHV) apresenta-se amplamente distribuiacutedo na populaccedilatildeo equumlina do Brasil tendo sido isolado pela primeira vez por NILSON amp CORREcircA (1966) em Satildeo Paulo WEIBLEN et al (1994) relataram a ocorrecircncia de um surto de abortos causado pelo EHV em propriedades do RS e MOREIRA et al (1998) detectaram o EHV-1 em 8 dos casos de aborto equumlino em SP Aleacutem do isolamento viral a detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV confirma a disseminaccedilatildeo do agente no rebanho equumlino brasileiro (VARGAS amp WEIBLEN 1991 MOREIRA et al 2000 CUNHA et al 2002 HEINEMANN et al 2002) A detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV (tiacutetulos entre 2 e 64) em 67 animais (45) no presente estudo confirma a circulaccedilatildeo do agente na populaccedilatildeo equumlina do Estado Em 12 municiacutepios amostrados (185) foi detectado pelo menos um animal reagente ao EHV (Figura 1d) A prevalecircncia relativamente baixa pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas pois foram provenientes de animais hiacutegidos e em sua maioria de criaccedilotildees semi-intensivas No entanto a importacircncia epidemioloacutegica desses achados deve ser ressaltada pois a soropositividade - com exceccedilatildeo de sorologia vacinal - indica a condiccedilatildeo de portador de infecccedilatildeo latente (OSTLUND 1993) O EHV eacute responsaacutevel por prejuiacutezos econocircmicos significativos em locais onde a infecccedilatildeo eacute

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

8

endecircmica e em paiacuteses onde a equumlideocultura constitui-se em um importante ramo do agronegoacutecio (OIE 1996)

As caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas merecem algumas consideraccedilotildees As 1506 amostras testadas natildeo foram extraiacutedas da populaccedilatildeo por meacutetodos estatiacutesticos Por isso tais amostras natildeo podem ser consideradas estatiacutestica e epidemiologicamente representativas da populaccedilatildeo de origem Por outro lado essa parcela da populaccedilatildeo tambeacutem natildeo pode ser considerada uma amostra viciada Os animais testados representam uma parte da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo (e de suas respectivas criaccedilotildees) que foi transportada durante o periacuteodo por diferentes finalidades O fato de terem sido transportados eacute que os levou a serem incluiacutedos na amostragem Qualquer anaacutelise epidemioloacutegica mais aprofundada deve considerar esses aspectos

Dentre os componentes da amostra pode-se evidenciar pelo menos duas situaccedilotildees epidemioloacutegicas com fatores e niacutevel de risco distintos 1 os animais que satildeo transportados com frequumlecircncia e 2 aqueles animais que foramsatildeo transportados apenas ocasionalmente Os animais do primeiro grupo estatildeo continuamente expostos ao risco de serem infectados pela sua participaccedilatildeo em rodeios carreiras provas de funccedilatildeo leilotildees etc Nessas ocasiotildees convivem com animais de diversas procedecircncias o que os expotildee ao risco de infecccedilatildeo com agentes infecciosos Os demais animais (grupo 2) mesmo sendo transportados ocasionalmente tambeacutem apresentam esse fator de risco pois nessas exposiccedilotildees eventuais a outros animais e a agentes infecciosos pode ocorrer a infecccedilatildeo No entanto o risco de infecccedilatildeo do segundo grupo eacute menor uma vez que natildeo satildeo rotineiramente transportados e natildeo participam desses eventos com tanta frequumlecircncia Teoricamente os animais do primeiro grupo deveriam apresentar iacutendices de soropositividade superiores quando comparados com o segundo Infelizmente informaccedilotildees referentes agrave frequumlecircncia de transporte e a participaccedilotildees nesses eventos natildeo estavam disponiacuteveis nas resenhas individuais Natildeo obstante esses aspectos devem ser necessariamente considerados quando da interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Ou seja os valores de soropositividade detectados podem ser considerados parcialmente representativos da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo pois satildeo relativos agrave parcela de animais dessas criaccedilotildees que eacute transportada esporaacutedica ou frequumlentemente

Em resumo os resultados do presente estudo sugerem a presenccedila do EIV do EVAV e do EHV no rebanho equumlino do Estado do RS A possiacutevel circulaccedilatildeo desses agentes alerta para a necessidade de estudos adicionais sobre a importacircncia sanitaacuteria e econocircmica dessas infecccedilotildees para a equumlideocultura do Estado Aleacutem disso fica evidente a necessidade de se realizar um maior controle sanitaacuterio no transporte nas exposiccedilotildees feiras e competiccedilotildees esportivas que envolvem animais de diversas procedecircncias com a finalidade de minimizar a disseminaccedilatildeo de agentes infecto-contagiosos e reduzir os prejuiacutezos econocircmicos ocasionados por estes

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico (CNPq) e ao Finep (PRONEX em Virologia Veterinaacuteria 21596) pelo suporte financeiro e pelas bolsas de mestrado (Diego Gustavo Diel e Sabrina Ribeiro de Almeida) e de iniciaccedilatildeo cientiacutefica (Denis Anziliero) Rudi Weiblen (3013392004-0) Eduardo Furtado Flores (3016662004-0) e Luiz Carlos Kreutz (3002592003-4) satildeo bolsistas PQ do CNPq

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

9

REFEREcircNCIAS

BARROS CSL WEIBLEN R Centro de diagnoacutestico veterinaacuterio Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 1988 60p (Boletim Teacutecnico) [ Links ]

BALLOWS A et al Manual of clinical microbiology by American Society for Microbiology 5ed Washington ASM 1996 874p [ Links ]

CARVALHO FSR et al Aborto equumlino por herpesviacuterus equi 1 Rev Ciecircnc Biom v7 n1 p45-47 1991 [ Links ]

CUNHA EMS et al Presenccedila de anticorpos para o herpesviacuterus equumlino 1 (HVE-1) em equumlinos do noroeste do estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v69 n1 p1-5 2002 [ Links ]

DEL PIERO F Equine viral arteritis Vet Pathol v37 p287-296 2000 [ Links ]

FAO Agricultural Data ndash FAOSTAT 2003 Capturado em 15 jan 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpfaostatfaoorgfaostatcollectionssubset=agriculture [ Links ]

FERNANDES WR SOUZA MCC Determinaccedilatildeo soroloacutegica da arterite viral equumlina em equumlinos hiacutegidos com abortamento e com sintomas de alteraccedilatildeo do sistema respiratoacuterio Rev Bras Ciecircnc Vet v6 n3 p147-150 1999 [ Links ]

HEINEMANN MB et al Soroprevalecircncia da anemia infecciosa equumlina da arterite viral dos equumlinos e do aborto viral equumlino no municiacutepio de Uruaraacute PA Brasil Braz J Vet Res Anim Sci v39 n1 p50-53 2002 [ Links ]

IBGE Pesquisa Pecuaacuteria Municipal 2003 Capturado em 18 ago 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwsidraibgegovbrbdatabelalistablaspc=73ampz=tampo=20 [ Links ]

LARA MCCSH et al Prevalecircncia de anticorpos antiviacuterus da arterite dos equumlinos em cavalos criados no estado de Satildeo Paulo Arq Bras Med Vet Zoot v54 n3 p223-227 2002 [ Links ]

LARA MCCSH et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos (VAE) e herpesviacuterus equumlino tipo 1 (HVE-1) em cavalos criados em Curitiba PR Hor Vet v23 n135 p51-53 2003 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Seroepidemiology of the virus of equine influenza subtype Aequine-2 (H3N8) in the Rio de Janeiros State ndash Brazil Satildeo Lourenccedilo MG 2000 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 11 MERCOSUL MEETING OF VIROLOGY 2000 Satildeo Lourenccedilo MG Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2000 V5 n2 210p p152 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Soroepidemiologia da influenza equumlina subtipo AEquumlino-2 (H3N8) no Estado do Rio de Janeiro Rev Bras Med Vet v24 n1 p11-13 2002 [ Links ]

McCUE PM et al Prevalence of equine viral arteritis in California horses Calif Vet v45 n2 p24-26 1991 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

10

MOREIRA N et al Aspectos etioloacutegicos e epidemioloacutegicos do aborto equumlino Arch Vet Sci v3 n1 p25-30 1998 [ Links ]

MOREIRA N et al Frequumlecircncia de anticorpos neutralizantes para o herpesviacuterus equumlino tipo 1 Scient Agrar v1 n1-2 p9-14 2000 [ Links ]

MURPHY FA et al Veterinary virology 3ed San Diego Academic 1999 629p [ Links ]

NILSON MR CORREcircA WM Isolamento do viacuterus do aborto equumlino no estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v33 p23-35 1966 [ Links ]

NOSETTO EO et al Arteritis viral equina deteccioacuten de anticuerpos en equinos de la Republica Argentina Zentr Veter B v31 n7 p526-529 1984 [ Links ]

OIE Equine rhinopneumonitis In ______ Manual of standars for diagnostic tests and vaccines 3ed Paris OIE ndash Paris 1996 Cap347 p426-433 [ Links ]

OLIVEIRA GS et al Prevalecircncia de anticorpos para o viacuterus da influenza equumlina subtipo H3N8 em equumlideos apreendidos no estado do Rio de Janeiro Ciecircnc Rural v35 n5 p1213-1215 2005 [ Links ]

OSTLUND EN The equine herpesvirus In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 v9 n2 p283-294 [ Links ]

SILVA AJ et al Antibodies against equine influenza virus in the mata mineira region Florianoacutepolis SC 2003 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 14 2003 Florianoacutepilos SC Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2003 V8 278p p153-154 [ Links ]

SOUZA MCC et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos criados no Vale do Paraiacuteba Arq Inst Biol v66 p40 1999 [ Links ]

TIMONEY PJ Arteritis viral equina International Veterinary Information Service 2003 Capturado 20 mar 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwivivsorgspecial_booklekeuxtimoneychapter_frmaspLA=1 [ Links ]

TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 448p [ Links ]

VARGAS AC WEIBLEN R Prevalecircncia de anticorpos para herpesvirus equumlino tipo 1 (HVE-1) em equumlinos de alguns municiacutepios do estado do Rio Grande do Sul Hor Vet v10 p5-8 1991 [ Links ]

WEIBLEN R Influenza equumlina In RIET-CORREA Fet al Doenccedilas de ruminantes e equumlinos Satildeo Paulo Varella 2001 V1 p121-125 [ Links ]

WEIBLEN R et al Abortion due to equine herpesvirus in southern Brazil Braz J Med Biol v27 p1317-1320 1994 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

6

Das 1506 amostras testadas 986 (654) apresentaram anticorpos para o EIV 33 (22) apresentaram anticorpos contra o EVAV e 67 (45) reagiram contra o EHV (Tabela 1) Apesar da existecircncia de vacinas comerciais para o viacuterus da influenza (EIV) e para o herpesviacuterus (EHV) no Brasil a prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave circulaccedilatildeo desses agentes na populaccedilatildeo estudada Dois aspectos fortalecem essa hipoacutetese i as vacinas para esses agentes foram introduzidas apenas recentemente no paiacutes e seu uso ainda eacute bastante restrito e ii a maioria das amostras foi proveniente de animais de propriedades em que a equumlideocultura eacute a atividade secundaacuteria nas quais a vacinaccedilatildeo para esses agentes eacute pouco frequumlente Informalmente sabe-se que a vacinaccedilatildeo para o EIV e para o EHV ocorre haacute vaacuterios anos sobretudo em haras de criaccedilatildeo de cavalos puro sangue inglecircs (PSI) No entanto animais dessa categoria contribuiacuteram com poucas amostras nesse estudo e consequumlentemente natildeo alteraram a interpretaccedilatildeo dos resultados

A influenza equumlina eacute uma enfermidade caracterizada por raacutepida disseminaccedilatildeo e alta morbidade quando introduzida em rebanhos susceptiacuteveis (WEIBLEN 2001) Essas

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

7

caracteriacutesticas podem explicar a ampla disseminaccedilatildeo do EIV na populaccedilatildeo equumlina do Brasil jaacute demonstrada por meio do isolamento do agente (BARROS amp WEIBLEN 1988) e por vaacuterios estudos soroloacutegicos (LOUREIRO et al 2000 SILVA et al 2003 OLIVEIRA et al 2005) A prevalecircncia de 654 (com tiacutetulo de anticorpos entre 10-1280) detectada no presente estudo e a detecccedilatildeo de pelo menos um animal reagente ao EIV em 55 municiacutepios amostrados (846) sugerem a ampla disseminaccedilatildeo do agente tambeacutem no rebanho equumlino do RS (Figura 1b) Como jaacute mencionado o uso da vacinaccedilatildeo para o EIV no rebanho estudado ainda eacute incipiente e restrito Por isso a maior parte da prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave infecccedilatildeo natural A elevada prevalecircncia pode ser atribuiacuteda agrave raacutepida disseminaccedilatildeo do agente entre animais susceptiacuteveis aliada ao tracircnsito intenso e agrave aglomeraccedilatildeo de animais de diversas procedecircncias em provas esportivas leilotildeesexposiccedilotildees ou para reproduccedilatildeo Neste contexto fica evidente a necessidade de se adotar medidas preventivas como quarentena ou triagem soroloacutegicaviroloacutegica para as principais doenccedilas infecto-contagiosas anteriormente a esses eventos A adoccedilatildeo de tais medidas minimizaria o risco de disseminaccedilatildeo dessas enfermidades no rebanho equumlino e os prejuiacutezos decorrentes da infecccedilatildeo (WILSON 1997)

Anticorpos para o EVAV foram detectados em 15 (23) dos 65 municiacutepios amostrados com cada municiacutepio apresentando pelo menos um animal reagente (Figura 1c) Apesar do EVAV ainda natildeo ter sido isolado no Brasil a detecccedilatildeo de anticorpos para esse agente em Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999 SOUZA et al 1999 LARA et al 2002) e no Paranaacute (LARA et al 2003) sugere a sua circulaccedilatildeo no rebanho equumlino desses Estados Da mesma forma a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada no presente estudo sugere que o viacuterus estaacute presente no rebanho equumlino do RS Embora numericamente baixa (22 com tiacutetulos variando entre 2-16) a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada merece atenccedilatildeo especial pois envolve animais submetidos a transporte e aglomeraccedilatildeo o que pode favorecer a disseminaccedilatildeo do agente Algumas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas da infecccedilatildeo pelo EVAV como a ocorrecircncia de infecccedilotildees subcliacutenicas e a possibilidade de garanhotildees infectados permanecerem portadores (DEL PIERO 2000) podem contribuir para a sua disseminaccedilatildeo A maior prevalecircncia de anticorpos para o EVAV no Estado de Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999) pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas dos rebanhos e das amostras testadas uma vez que foram utilizadas amostras provenientes de propriedades com problemas reprodutivos eou respiratoacuterios Em alguns paiacuteses onde a criaccedilatildeo e o tracircnsito de equumlinos para a realizaccedilatildeo de provas hiacutepicas eacute intenso a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV tambeacutem eacute mais elevada (NOSETTO et al1984 McCUE et al 1991)

O herpesviacuterus equumlino (EHV) apresenta-se amplamente distribuiacutedo na populaccedilatildeo equumlina do Brasil tendo sido isolado pela primeira vez por NILSON amp CORREcircA (1966) em Satildeo Paulo WEIBLEN et al (1994) relataram a ocorrecircncia de um surto de abortos causado pelo EHV em propriedades do RS e MOREIRA et al (1998) detectaram o EHV-1 em 8 dos casos de aborto equumlino em SP Aleacutem do isolamento viral a detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV confirma a disseminaccedilatildeo do agente no rebanho equumlino brasileiro (VARGAS amp WEIBLEN 1991 MOREIRA et al 2000 CUNHA et al 2002 HEINEMANN et al 2002) A detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV (tiacutetulos entre 2 e 64) em 67 animais (45) no presente estudo confirma a circulaccedilatildeo do agente na populaccedilatildeo equumlina do Estado Em 12 municiacutepios amostrados (185) foi detectado pelo menos um animal reagente ao EHV (Figura 1d) A prevalecircncia relativamente baixa pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas pois foram provenientes de animais hiacutegidos e em sua maioria de criaccedilotildees semi-intensivas No entanto a importacircncia epidemioloacutegica desses achados deve ser ressaltada pois a soropositividade - com exceccedilatildeo de sorologia vacinal - indica a condiccedilatildeo de portador de infecccedilatildeo latente (OSTLUND 1993) O EHV eacute responsaacutevel por prejuiacutezos econocircmicos significativos em locais onde a infecccedilatildeo eacute

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

8

endecircmica e em paiacuteses onde a equumlideocultura constitui-se em um importante ramo do agronegoacutecio (OIE 1996)

As caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas merecem algumas consideraccedilotildees As 1506 amostras testadas natildeo foram extraiacutedas da populaccedilatildeo por meacutetodos estatiacutesticos Por isso tais amostras natildeo podem ser consideradas estatiacutestica e epidemiologicamente representativas da populaccedilatildeo de origem Por outro lado essa parcela da populaccedilatildeo tambeacutem natildeo pode ser considerada uma amostra viciada Os animais testados representam uma parte da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo (e de suas respectivas criaccedilotildees) que foi transportada durante o periacuteodo por diferentes finalidades O fato de terem sido transportados eacute que os levou a serem incluiacutedos na amostragem Qualquer anaacutelise epidemioloacutegica mais aprofundada deve considerar esses aspectos

Dentre os componentes da amostra pode-se evidenciar pelo menos duas situaccedilotildees epidemioloacutegicas com fatores e niacutevel de risco distintos 1 os animais que satildeo transportados com frequumlecircncia e 2 aqueles animais que foramsatildeo transportados apenas ocasionalmente Os animais do primeiro grupo estatildeo continuamente expostos ao risco de serem infectados pela sua participaccedilatildeo em rodeios carreiras provas de funccedilatildeo leilotildees etc Nessas ocasiotildees convivem com animais de diversas procedecircncias o que os expotildee ao risco de infecccedilatildeo com agentes infecciosos Os demais animais (grupo 2) mesmo sendo transportados ocasionalmente tambeacutem apresentam esse fator de risco pois nessas exposiccedilotildees eventuais a outros animais e a agentes infecciosos pode ocorrer a infecccedilatildeo No entanto o risco de infecccedilatildeo do segundo grupo eacute menor uma vez que natildeo satildeo rotineiramente transportados e natildeo participam desses eventos com tanta frequumlecircncia Teoricamente os animais do primeiro grupo deveriam apresentar iacutendices de soropositividade superiores quando comparados com o segundo Infelizmente informaccedilotildees referentes agrave frequumlecircncia de transporte e a participaccedilotildees nesses eventos natildeo estavam disponiacuteveis nas resenhas individuais Natildeo obstante esses aspectos devem ser necessariamente considerados quando da interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Ou seja os valores de soropositividade detectados podem ser considerados parcialmente representativos da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo pois satildeo relativos agrave parcela de animais dessas criaccedilotildees que eacute transportada esporaacutedica ou frequumlentemente

Em resumo os resultados do presente estudo sugerem a presenccedila do EIV do EVAV e do EHV no rebanho equumlino do Estado do RS A possiacutevel circulaccedilatildeo desses agentes alerta para a necessidade de estudos adicionais sobre a importacircncia sanitaacuteria e econocircmica dessas infecccedilotildees para a equumlideocultura do Estado Aleacutem disso fica evidente a necessidade de se realizar um maior controle sanitaacuterio no transporte nas exposiccedilotildees feiras e competiccedilotildees esportivas que envolvem animais de diversas procedecircncias com a finalidade de minimizar a disseminaccedilatildeo de agentes infecto-contagiosos e reduzir os prejuiacutezos econocircmicos ocasionados por estes

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico (CNPq) e ao Finep (PRONEX em Virologia Veterinaacuteria 21596) pelo suporte financeiro e pelas bolsas de mestrado (Diego Gustavo Diel e Sabrina Ribeiro de Almeida) e de iniciaccedilatildeo cientiacutefica (Denis Anziliero) Rudi Weiblen (3013392004-0) Eduardo Furtado Flores (3016662004-0) e Luiz Carlos Kreutz (3002592003-4) satildeo bolsistas PQ do CNPq

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

9

REFEREcircNCIAS

BARROS CSL WEIBLEN R Centro de diagnoacutestico veterinaacuterio Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 1988 60p (Boletim Teacutecnico) [ Links ]

BALLOWS A et al Manual of clinical microbiology by American Society for Microbiology 5ed Washington ASM 1996 874p [ Links ]

CARVALHO FSR et al Aborto equumlino por herpesviacuterus equi 1 Rev Ciecircnc Biom v7 n1 p45-47 1991 [ Links ]

CUNHA EMS et al Presenccedila de anticorpos para o herpesviacuterus equumlino 1 (HVE-1) em equumlinos do noroeste do estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v69 n1 p1-5 2002 [ Links ]

DEL PIERO F Equine viral arteritis Vet Pathol v37 p287-296 2000 [ Links ]

FAO Agricultural Data ndash FAOSTAT 2003 Capturado em 15 jan 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpfaostatfaoorgfaostatcollectionssubset=agriculture [ Links ]

FERNANDES WR SOUZA MCC Determinaccedilatildeo soroloacutegica da arterite viral equumlina em equumlinos hiacutegidos com abortamento e com sintomas de alteraccedilatildeo do sistema respiratoacuterio Rev Bras Ciecircnc Vet v6 n3 p147-150 1999 [ Links ]

HEINEMANN MB et al Soroprevalecircncia da anemia infecciosa equumlina da arterite viral dos equumlinos e do aborto viral equumlino no municiacutepio de Uruaraacute PA Brasil Braz J Vet Res Anim Sci v39 n1 p50-53 2002 [ Links ]

IBGE Pesquisa Pecuaacuteria Municipal 2003 Capturado em 18 ago 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwsidraibgegovbrbdatabelalistablaspc=73ampz=tampo=20 [ Links ]

LARA MCCSH et al Prevalecircncia de anticorpos antiviacuterus da arterite dos equumlinos em cavalos criados no estado de Satildeo Paulo Arq Bras Med Vet Zoot v54 n3 p223-227 2002 [ Links ]

LARA MCCSH et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos (VAE) e herpesviacuterus equumlino tipo 1 (HVE-1) em cavalos criados em Curitiba PR Hor Vet v23 n135 p51-53 2003 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Seroepidemiology of the virus of equine influenza subtype Aequine-2 (H3N8) in the Rio de Janeiros State ndash Brazil Satildeo Lourenccedilo MG 2000 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 11 MERCOSUL MEETING OF VIROLOGY 2000 Satildeo Lourenccedilo MG Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2000 V5 n2 210p p152 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Soroepidemiologia da influenza equumlina subtipo AEquumlino-2 (H3N8) no Estado do Rio de Janeiro Rev Bras Med Vet v24 n1 p11-13 2002 [ Links ]

McCUE PM et al Prevalence of equine viral arteritis in California horses Calif Vet v45 n2 p24-26 1991 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

10

MOREIRA N et al Aspectos etioloacutegicos e epidemioloacutegicos do aborto equumlino Arch Vet Sci v3 n1 p25-30 1998 [ Links ]

MOREIRA N et al Frequumlecircncia de anticorpos neutralizantes para o herpesviacuterus equumlino tipo 1 Scient Agrar v1 n1-2 p9-14 2000 [ Links ]

MURPHY FA et al Veterinary virology 3ed San Diego Academic 1999 629p [ Links ]

NILSON MR CORREcircA WM Isolamento do viacuterus do aborto equumlino no estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v33 p23-35 1966 [ Links ]

NOSETTO EO et al Arteritis viral equina deteccioacuten de anticuerpos en equinos de la Republica Argentina Zentr Veter B v31 n7 p526-529 1984 [ Links ]

OIE Equine rhinopneumonitis In ______ Manual of standars for diagnostic tests and vaccines 3ed Paris OIE ndash Paris 1996 Cap347 p426-433 [ Links ]

OLIVEIRA GS et al Prevalecircncia de anticorpos para o viacuterus da influenza equumlina subtipo H3N8 em equumlideos apreendidos no estado do Rio de Janeiro Ciecircnc Rural v35 n5 p1213-1215 2005 [ Links ]

OSTLUND EN The equine herpesvirus In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 v9 n2 p283-294 [ Links ]

SILVA AJ et al Antibodies against equine influenza virus in the mata mineira region Florianoacutepolis SC 2003 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 14 2003 Florianoacutepilos SC Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2003 V8 278p p153-154 [ Links ]

SOUZA MCC et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos criados no Vale do Paraiacuteba Arq Inst Biol v66 p40 1999 [ Links ]

TIMONEY PJ Arteritis viral equina International Veterinary Information Service 2003 Capturado 20 mar 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwivivsorgspecial_booklekeuxtimoneychapter_frmaspLA=1 [ Links ]

TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 448p [ Links ]

VARGAS AC WEIBLEN R Prevalecircncia de anticorpos para herpesvirus equumlino tipo 1 (HVE-1) em equumlinos de alguns municiacutepios do estado do Rio Grande do Sul Hor Vet v10 p5-8 1991 [ Links ]

WEIBLEN R Influenza equumlina In RIET-CORREA Fet al Doenccedilas de ruminantes e equumlinos Satildeo Paulo Varella 2001 V1 p121-125 [ Links ]

WEIBLEN R et al Abortion due to equine herpesvirus in southern Brazil Braz J Med Biol v27 p1317-1320 1994 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

7

caracteriacutesticas podem explicar a ampla disseminaccedilatildeo do EIV na populaccedilatildeo equumlina do Brasil jaacute demonstrada por meio do isolamento do agente (BARROS amp WEIBLEN 1988) e por vaacuterios estudos soroloacutegicos (LOUREIRO et al 2000 SILVA et al 2003 OLIVEIRA et al 2005) A prevalecircncia de 654 (com tiacutetulo de anticorpos entre 10-1280) detectada no presente estudo e a detecccedilatildeo de pelo menos um animal reagente ao EIV em 55 municiacutepios amostrados (846) sugerem a ampla disseminaccedilatildeo do agente tambeacutem no rebanho equumlino do RS (Figura 1b) Como jaacute mencionado o uso da vacinaccedilatildeo para o EIV no rebanho estudado ainda eacute incipiente e restrito Por isso a maior parte da prevalecircncia detectada provavelmente seja devida agrave infecccedilatildeo natural A elevada prevalecircncia pode ser atribuiacuteda agrave raacutepida disseminaccedilatildeo do agente entre animais susceptiacuteveis aliada ao tracircnsito intenso e agrave aglomeraccedilatildeo de animais de diversas procedecircncias em provas esportivas leilotildeesexposiccedilotildees ou para reproduccedilatildeo Neste contexto fica evidente a necessidade de se adotar medidas preventivas como quarentena ou triagem soroloacutegicaviroloacutegica para as principais doenccedilas infecto-contagiosas anteriormente a esses eventos A adoccedilatildeo de tais medidas minimizaria o risco de disseminaccedilatildeo dessas enfermidades no rebanho equumlino e os prejuiacutezos decorrentes da infecccedilatildeo (WILSON 1997)

Anticorpos para o EVAV foram detectados em 15 (23) dos 65 municiacutepios amostrados com cada municiacutepio apresentando pelo menos um animal reagente (Figura 1c) Apesar do EVAV ainda natildeo ter sido isolado no Brasil a detecccedilatildeo de anticorpos para esse agente em Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999 SOUZA et al 1999 LARA et al 2002) e no Paranaacute (LARA et al 2003) sugere a sua circulaccedilatildeo no rebanho equumlino desses Estados Da mesma forma a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada no presente estudo sugere que o viacuterus estaacute presente no rebanho equumlino do RS Embora numericamente baixa (22 com tiacutetulos variando entre 2-16) a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV detectada merece atenccedilatildeo especial pois envolve animais submetidos a transporte e aglomeraccedilatildeo o que pode favorecer a disseminaccedilatildeo do agente Algumas caracteriacutesticas epidemioloacutegicas da infecccedilatildeo pelo EVAV como a ocorrecircncia de infecccedilotildees subcliacutenicas e a possibilidade de garanhotildees infectados permanecerem portadores (DEL PIERO 2000) podem contribuir para a sua disseminaccedilatildeo A maior prevalecircncia de anticorpos para o EVAV no Estado de Satildeo Paulo (FERNANDES amp SOUZA 1999) pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas dos rebanhos e das amostras testadas uma vez que foram utilizadas amostras provenientes de propriedades com problemas reprodutivos eou respiratoacuterios Em alguns paiacuteses onde a criaccedilatildeo e o tracircnsito de equumlinos para a realizaccedilatildeo de provas hiacutepicas eacute intenso a prevalecircncia de anticorpos para o EVAV tambeacutem eacute mais elevada (NOSETTO et al1984 McCUE et al 1991)

O herpesviacuterus equumlino (EHV) apresenta-se amplamente distribuiacutedo na populaccedilatildeo equumlina do Brasil tendo sido isolado pela primeira vez por NILSON amp CORREcircA (1966) em Satildeo Paulo WEIBLEN et al (1994) relataram a ocorrecircncia de um surto de abortos causado pelo EHV em propriedades do RS e MOREIRA et al (1998) detectaram o EHV-1 em 8 dos casos de aborto equumlino em SP Aleacutem do isolamento viral a detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV confirma a disseminaccedilatildeo do agente no rebanho equumlino brasileiro (VARGAS amp WEIBLEN 1991 MOREIRA et al 2000 CUNHA et al 2002 HEINEMANN et al 2002) A detecccedilatildeo de anticorpos para o EHV (tiacutetulos entre 2 e 64) em 67 animais (45) no presente estudo confirma a circulaccedilatildeo do agente na populaccedilatildeo equumlina do Estado Em 12 municiacutepios amostrados (185) foi detectado pelo menos um animal reagente ao EHV (Figura 1d) A prevalecircncia relativamente baixa pode ser atribuiacuteda agraves caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas pois foram provenientes de animais hiacutegidos e em sua maioria de criaccedilotildees semi-intensivas No entanto a importacircncia epidemioloacutegica desses achados deve ser ressaltada pois a soropositividade - com exceccedilatildeo de sorologia vacinal - indica a condiccedilatildeo de portador de infecccedilatildeo latente (OSTLUND 1993) O EHV eacute responsaacutevel por prejuiacutezos econocircmicos significativos em locais onde a infecccedilatildeo eacute

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

8

endecircmica e em paiacuteses onde a equumlideocultura constitui-se em um importante ramo do agronegoacutecio (OIE 1996)

As caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas merecem algumas consideraccedilotildees As 1506 amostras testadas natildeo foram extraiacutedas da populaccedilatildeo por meacutetodos estatiacutesticos Por isso tais amostras natildeo podem ser consideradas estatiacutestica e epidemiologicamente representativas da populaccedilatildeo de origem Por outro lado essa parcela da populaccedilatildeo tambeacutem natildeo pode ser considerada uma amostra viciada Os animais testados representam uma parte da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo (e de suas respectivas criaccedilotildees) que foi transportada durante o periacuteodo por diferentes finalidades O fato de terem sido transportados eacute que os levou a serem incluiacutedos na amostragem Qualquer anaacutelise epidemioloacutegica mais aprofundada deve considerar esses aspectos

Dentre os componentes da amostra pode-se evidenciar pelo menos duas situaccedilotildees epidemioloacutegicas com fatores e niacutevel de risco distintos 1 os animais que satildeo transportados com frequumlecircncia e 2 aqueles animais que foramsatildeo transportados apenas ocasionalmente Os animais do primeiro grupo estatildeo continuamente expostos ao risco de serem infectados pela sua participaccedilatildeo em rodeios carreiras provas de funccedilatildeo leilotildees etc Nessas ocasiotildees convivem com animais de diversas procedecircncias o que os expotildee ao risco de infecccedilatildeo com agentes infecciosos Os demais animais (grupo 2) mesmo sendo transportados ocasionalmente tambeacutem apresentam esse fator de risco pois nessas exposiccedilotildees eventuais a outros animais e a agentes infecciosos pode ocorrer a infecccedilatildeo No entanto o risco de infecccedilatildeo do segundo grupo eacute menor uma vez que natildeo satildeo rotineiramente transportados e natildeo participam desses eventos com tanta frequumlecircncia Teoricamente os animais do primeiro grupo deveriam apresentar iacutendices de soropositividade superiores quando comparados com o segundo Infelizmente informaccedilotildees referentes agrave frequumlecircncia de transporte e a participaccedilotildees nesses eventos natildeo estavam disponiacuteveis nas resenhas individuais Natildeo obstante esses aspectos devem ser necessariamente considerados quando da interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Ou seja os valores de soropositividade detectados podem ser considerados parcialmente representativos da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo pois satildeo relativos agrave parcela de animais dessas criaccedilotildees que eacute transportada esporaacutedica ou frequumlentemente

Em resumo os resultados do presente estudo sugerem a presenccedila do EIV do EVAV e do EHV no rebanho equumlino do Estado do RS A possiacutevel circulaccedilatildeo desses agentes alerta para a necessidade de estudos adicionais sobre a importacircncia sanitaacuteria e econocircmica dessas infecccedilotildees para a equumlideocultura do Estado Aleacutem disso fica evidente a necessidade de se realizar um maior controle sanitaacuterio no transporte nas exposiccedilotildees feiras e competiccedilotildees esportivas que envolvem animais de diversas procedecircncias com a finalidade de minimizar a disseminaccedilatildeo de agentes infecto-contagiosos e reduzir os prejuiacutezos econocircmicos ocasionados por estes

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico (CNPq) e ao Finep (PRONEX em Virologia Veterinaacuteria 21596) pelo suporte financeiro e pelas bolsas de mestrado (Diego Gustavo Diel e Sabrina Ribeiro de Almeida) e de iniciaccedilatildeo cientiacutefica (Denis Anziliero) Rudi Weiblen (3013392004-0) Eduardo Furtado Flores (3016662004-0) e Luiz Carlos Kreutz (3002592003-4) satildeo bolsistas PQ do CNPq

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

9

REFEREcircNCIAS

BARROS CSL WEIBLEN R Centro de diagnoacutestico veterinaacuterio Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 1988 60p (Boletim Teacutecnico) [ Links ]

BALLOWS A et al Manual of clinical microbiology by American Society for Microbiology 5ed Washington ASM 1996 874p [ Links ]

CARVALHO FSR et al Aborto equumlino por herpesviacuterus equi 1 Rev Ciecircnc Biom v7 n1 p45-47 1991 [ Links ]

CUNHA EMS et al Presenccedila de anticorpos para o herpesviacuterus equumlino 1 (HVE-1) em equumlinos do noroeste do estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v69 n1 p1-5 2002 [ Links ]

DEL PIERO F Equine viral arteritis Vet Pathol v37 p287-296 2000 [ Links ]

FAO Agricultural Data ndash FAOSTAT 2003 Capturado em 15 jan 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpfaostatfaoorgfaostatcollectionssubset=agriculture [ Links ]

FERNANDES WR SOUZA MCC Determinaccedilatildeo soroloacutegica da arterite viral equumlina em equumlinos hiacutegidos com abortamento e com sintomas de alteraccedilatildeo do sistema respiratoacuterio Rev Bras Ciecircnc Vet v6 n3 p147-150 1999 [ Links ]

HEINEMANN MB et al Soroprevalecircncia da anemia infecciosa equumlina da arterite viral dos equumlinos e do aborto viral equumlino no municiacutepio de Uruaraacute PA Brasil Braz J Vet Res Anim Sci v39 n1 p50-53 2002 [ Links ]

IBGE Pesquisa Pecuaacuteria Municipal 2003 Capturado em 18 ago 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwsidraibgegovbrbdatabelalistablaspc=73ampz=tampo=20 [ Links ]

LARA MCCSH et al Prevalecircncia de anticorpos antiviacuterus da arterite dos equumlinos em cavalos criados no estado de Satildeo Paulo Arq Bras Med Vet Zoot v54 n3 p223-227 2002 [ Links ]

LARA MCCSH et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos (VAE) e herpesviacuterus equumlino tipo 1 (HVE-1) em cavalos criados em Curitiba PR Hor Vet v23 n135 p51-53 2003 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Seroepidemiology of the virus of equine influenza subtype Aequine-2 (H3N8) in the Rio de Janeiros State ndash Brazil Satildeo Lourenccedilo MG 2000 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 11 MERCOSUL MEETING OF VIROLOGY 2000 Satildeo Lourenccedilo MG Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2000 V5 n2 210p p152 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Soroepidemiologia da influenza equumlina subtipo AEquumlino-2 (H3N8) no Estado do Rio de Janeiro Rev Bras Med Vet v24 n1 p11-13 2002 [ Links ]

McCUE PM et al Prevalence of equine viral arteritis in California horses Calif Vet v45 n2 p24-26 1991 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

10

MOREIRA N et al Aspectos etioloacutegicos e epidemioloacutegicos do aborto equumlino Arch Vet Sci v3 n1 p25-30 1998 [ Links ]

MOREIRA N et al Frequumlecircncia de anticorpos neutralizantes para o herpesviacuterus equumlino tipo 1 Scient Agrar v1 n1-2 p9-14 2000 [ Links ]

MURPHY FA et al Veterinary virology 3ed San Diego Academic 1999 629p [ Links ]

NILSON MR CORREcircA WM Isolamento do viacuterus do aborto equumlino no estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v33 p23-35 1966 [ Links ]

NOSETTO EO et al Arteritis viral equina deteccioacuten de anticuerpos en equinos de la Republica Argentina Zentr Veter B v31 n7 p526-529 1984 [ Links ]

OIE Equine rhinopneumonitis In ______ Manual of standars for diagnostic tests and vaccines 3ed Paris OIE ndash Paris 1996 Cap347 p426-433 [ Links ]

OLIVEIRA GS et al Prevalecircncia de anticorpos para o viacuterus da influenza equumlina subtipo H3N8 em equumlideos apreendidos no estado do Rio de Janeiro Ciecircnc Rural v35 n5 p1213-1215 2005 [ Links ]

OSTLUND EN The equine herpesvirus In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 v9 n2 p283-294 [ Links ]

SILVA AJ et al Antibodies against equine influenza virus in the mata mineira region Florianoacutepolis SC 2003 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 14 2003 Florianoacutepilos SC Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2003 V8 278p p153-154 [ Links ]

SOUZA MCC et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos criados no Vale do Paraiacuteba Arq Inst Biol v66 p40 1999 [ Links ]

TIMONEY PJ Arteritis viral equina International Veterinary Information Service 2003 Capturado 20 mar 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwivivsorgspecial_booklekeuxtimoneychapter_frmaspLA=1 [ Links ]

TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 448p [ Links ]

VARGAS AC WEIBLEN R Prevalecircncia de anticorpos para herpesvirus equumlino tipo 1 (HVE-1) em equumlinos de alguns municiacutepios do estado do Rio Grande do Sul Hor Vet v10 p5-8 1991 [ Links ]

WEIBLEN R Influenza equumlina In RIET-CORREA Fet al Doenccedilas de ruminantes e equumlinos Satildeo Paulo Varella 2001 V1 p121-125 [ Links ]

WEIBLEN R et al Abortion due to equine herpesvirus in southern Brazil Braz J Med Biol v27 p1317-1320 1994 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

8

endecircmica e em paiacuteses onde a equumlideocultura constitui-se em um importante ramo do agronegoacutecio (OIE 1996)

As caracteriacutesticas epidemioloacutegicas das amostras testadas merecem algumas consideraccedilotildees As 1506 amostras testadas natildeo foram extraiacutedas da populaccedilatildeo por meacutetodos estatiacutesticos Por isso tais amostras natildeo podem ser consideradas estatiacutestica e epidemiologicamente representativas da populaccedilatildeo de origem Por outro lado essa parcela da populaccedilatildeo tambeacutem natildeo pode ser considerada uma amostra viciada Os animais testados representam uma parte da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo (e de suas respectivas criaccedilotildees) que foi transportada durante o periacuteodo por diferentes finalidades O fato de terem sido transportados eacute que os levou a serem incluiacutedos na amostragem Qualquer anaacutelise epidemioloacutegica mais aprofundada deve considerar esses aspectos

Dentre os componentes da amostra pode-se evidenciar pelo menos duas situaccedilotildees epidemioloacutegicas com fatores e niacutevel de risco distintos 1 os animais que satildeo transportados com frequumlecircncia e 2 aqueles animais que foramsatildeo transportados apenas ocasionalmente Os animais do primeiro grupo estatildeo continuamente expostos ao risco de serem infectados pela sua participaccedilatildeo em rodeios carreiras provas de funccedilatildeo leilotildees etc Nessas ocasiotildees convivem com animais de diversas procedecircncias o que os expotildee ao risco de infecccedilatildeo com agentes infecciosos Os demais animais (grupo 2) mesmo sendo transportados ocasionalmente tambeacutem apresentam esse fator de risco pois nessas exposiccedilotildees eventuais a outros animais e a agentes infecciosos pode ocorrer a infecccedilatildeo No entanto o risco de infecccedilatildeo do segundo grupo eacute menor uma vez que natildeo satildeo rotineiramente transportados e natildeo participam desses eventos com tanta frequumlecircncia Teoricamente os animais do primeiro grupo deveriam apresentar iacutendices de soropositividade superiores quando comparados com o segundo Infelizmente informaccedilotildees referentes agrave frequumlecircncia de transporte e a participaccedilotildees nesses eventos natildeo estavam disponiacuteveis nas resenhas individuais Natildeo obstante esses aspectos devem ser necessariamente considerados quando da interpretaccedilatildeo dos resultados obtidos Ou seja os valores de soropositividade detectados podem ser considerados parcialmente representativos da populaccedilatildeo equumlina da regiatildeo pois satildeo relativos agrave parcela de animais dessas criaccedilotildees que eacute transportada esporaacutedica ou frequumlentemente

Em resumo os resultados do presente estudo sugerem a presenccedila do EIV do EVAV e do EHV no rebanho equumlino do Estado do RS A possiacutevel circulaccedilatildeo desses agentes alerta para a necessidade de estudos adicionais sobre a importacircncia sanitaacuteria e econocircmica dessas infecccedilotildees para a equumlideocultura do Estado Aleacutem disso fica evidente a necessidade de se realizar um maior controle sanitaacuterio no transporte nas exposiccedilotildees feiras e competiccedilotildees esportivas que envolvem animais de diversas procedecircncias com a finalidade de minimizar a disseminaccedilatildeo de agentes infecto-contagiosos e reduzir os prejuiacutezos econocircmicos ocasionados por estes

AGRADECIMENTOS

Ao Conselho Nacional de Desenvolvimento Tecnoloacutegico (CNPq) e ao Finep (PRONEX em Virologia Veterinaacuteria 21596) pelo suporte financeiro e pelas bolsas de mestrado (Diego Gustavo Diel e Sabrina Ribeiro de Almeida) e de iniciaccedilatildeo cientiacutefica (Denis Anziliero) Rudi Weiblen (3013392004-0) Eduardo Furtado Flores (3016662004-0) e Luiz Carlos Kreutz (3002592003-4) satildeo bolsistas PQ do CNPq

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

9

REFEREcircNCIAS

BARROS CSL WEIBLEN R Centro de diagnoacutestico veterinaacuterio Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 1988 60p (Boletim Teacutecnico) [ Links ]

BALLOWS A et al Manual of clinical microbiology by American Society for Microbiology 5ed Washington ASM 1996 874p [ Links ]

CARVALHO FSR et al Aborto equumlino por herpesviacuterus equi 1 Rev Ciecircnc Biom v7 n1 p45-47 1991 [ Links ]

CUNHA EMS et al Presenccedila de anticorpos para o herpesviacuterus equumlino 1 (HVE-1) em equumlinos do noroeste do estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v69 n1 p1-5 2002 [ Links ]

DEL PIERO F Equine viral arteritis Vet Pathol v37 p287-296 2000 [ Links ]

FAO Agricultural Data ndash FAOSTAT 2003 Capturado em 15 jan 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpfaostatfaoorgfaostatcollectionssubset=agriculture [ Links ]

FERNANDES WR SOUZA MCC Determinaccedilatildeo soroloacutegica da arterite viral equumlina em equumlinos hiacutegidos com abortamento e com sintomas de alteraccedilatildeo do sistema respiratoacuterio Rev Bras Ciecircnc Vet v6 n3 p147-150 1999 [ Links ]

HEINEMANN MB et al Soroprevalecircncia da anemia infecciosa equumlina da arterite viral dos equumlinos e do aborto viral equumlino no municiacutepio de Uruaraacute PA Brasil Braz J Vet Res Anim Sci v39 n1 p50-53 2002 [ Links ]

IBGE Pesquisa Pecuaacuteria Municipal 2003 Capturado em 18 ago 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwsidraibgegovbrbdatabelalistablaspc=73ampz=tampo=20 [ Links ]

LARA MCCSH et al Prevalecircncia de anticorpos antiviacuterus da arterite dos equumlinos em cavalos criados no estado de Satildeo Paulo Arq Bras Med Vet Zoot v54 n3 p223-227 2002 [ Links ]

LARA MCCSH et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos (VAE) e herpesviacuterus equumlino tipo 1 (HVE-1) em cavalos criados em Curitiba PR Hor Vet v23 n135 p51-53 2003 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Seroepidemiology of the virus of equine influenza subtype Aequine-2 (H3N8) in the Rio de Janeiros State ndash Brazil Satildeo Lourenccedilo MG 2000 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 11 MERCOSUL MEETING OF VIROLOGY 2000 Satildeo Lourenccedilo MG Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2000 V5 n2 210p p152 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Soroepidemiologia da influenza equumlina subtipo AEquumlino-2 (H3N8) no Estado do Rio de Janeiro Rev Bras Med Vet v24 n1 p11-13 2002 [ Links ]

McCUE PM et al Prevalence of equine viral arteritis in California horses Calif Vet v45 n2 p24-26 1991 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

10

MOREIRA N et al Aspectos etioloacutegicos e epidemioloacutegicos do aborto equumlino Arch Vet Sci v3 n1 p25-30 1998 [ Links ]

MOREIRA N et al Frequumlecircncia de anticorpos neutralizantes para o herpesviacuterus equumlino tipo 1 Scient Agrar v1 n1-2 p9-14 2000 [ Links ]

MURPHY FA et al Veterinary virology 3ed San Diego Academic 1999 629p [ Links ]

NILSON MR CORREcircA WM Isolamento do viacuterus do aborto equumlino no estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v33 p23-35 1966 [ Links ]

NOSETTO EO et al Arteritis viral equina deteccioacuten de anticuerpos en equinos de la Republica Argentina Zentr Veter B v31 n7 p526-529 1984 [ Links ]

OIE Equine rhinopneumonitis In ______ Manual of standars for diagnostic tests and vaccines 3ed Paris OIE ndash Paris 1996 Cap347 p426-433 [ Links ]

OLIVEIRA GS et al Prevalecircncia de anticorpos para o viacuterus da influenza equumlina subtipo H3N8 em equumlideos apreendidos no estado do Rio de Janeiro Ciecircnc Rural v35 n5 p1213-1215 2005 [ Links ]

OSTLUND EN The equine herpesvirus In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 v9 n2 p283-294 [ Links ]

SILVA AJ et al Antibodies against equine influenza virus in the mata mineira region Florianoacutepolis SC 2003 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 14 2003 Florianoacutepilos SC Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2003 V8 278p p153-154 [ Links ]

SOUZA MCC et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos criados no Vale do Paraiacuteba Arq Inst Biol v66 p40 1999 [ Links ]

TIMONEY PJ Arteritis viral equina International Veterinary Information Service 2003 Capturado 20 mar 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwivivsorgspecial_booklekeuxtimoneychapter_frmaspLA=1 [ Links ]

TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 448p [ Links ]

VARGAS AC WEIBLEN R Prevalecircncia de anticorpos para herpesvirus equumlino tipo 1 (HVE-1) em equumlinos de alguns municiacutepios do estado do Rio Grande do Sul Hor Vet v10 p5-8 1991 [ Links ]

WEIBLEN R Influenza equumlina In RIET-CORREA Fet al Doenccedilas de ruminantes e equumlinos Satildeo Paulo Varella 2001 V1 p121-125 [ Links ]

WEIBLEN R et al Abortion due to equine herpesvirus in southern Brazil Braz J Med Biol v27 p1317-1320 1994 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

9

REFEREcircNCIAS

BARROS CSL WEIBLEN R Centro de diagnoacutestico veterinaacuterio Santa Maria Universidade Federal de Santa Maria 1988 60p (Boletim Teacutecnico) [ Links ]

BALLOWS A et al Manual of clinical microbiology by American Society for Microbiology 5ed Washington ASM 1996 874p [ Links ]

CARVALHO FSR et al Aborto equumlino por herpesviacuterus equi 1 Rev Ciecircnc Biom v7 n1 p45-47 1991 [ Links ]

CUNHA EMS et al Presenccedila de anticorpos para o herpesviacuterus equumlino 1 (HVE-1) em equumlinos do noroeste do estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v69 n1 p1-5 2002 [ Links ]

DEL PIERO F Equine viral arteritis Vet Pathol v37 p287-296 2000 [ Links ]

FAO Agricultural Data ndash FAOSTAT 2003 Capturado em 15 jan 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpfaostatfaoorgfaostatcollectionssubset=agriculture [ Links ]

FERNANDES WR SOUZA MCC Determinaccedilatildeo soroloacutegica da arterite viral equumlina em equumlinos hiacutegidos com abortamento e com sintomas de alteraccedilatildeo do sistema respiratoacuterio Rev Bras Ciecircnc Vet v6 n3 p147-150 1999 [ Links ]

HEINEMANN MB et al Soroprevalecircncia da anemia infecciosa equumlina da arterite viral dos equumlinos e do aborto viral equumlino no municiacutepio de Uruaraacute PA Brasil Braz J Vet Res Anim Sci v39 n1 p50-53 2002 [ Links ]

IBGE Pesquisa Pecuaacuteria Municipal 2003 Capturado em 18 ago 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwsidraibgegovbrbdatabelalistablaspc=73ampz=tampo=20 [ Links ]

LARA MCCSH et al Prevalecircncia de anticorpos antiviacuterus da arterite dos equumlinos em cavalos criados no estado de Satildeo Paulo Arq Bras Med Vet Zoot v54 n3 p223-227 2002 [ Links ]

LARA MCCSH et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos (VAE) e herpesviacuterus equumlino tipo 1 (HVE-1) em cavalos criados em Curitiba PR Hor Vet v23 n135 p51-53 2003 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Seroepidemiology of the virus of equine influenza subtype Aequine-2 (H3N8) in the Rio de Janeiros State ndash Brazil Satildeo Lourenccedilo MG 2000 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 11 MERCOSUL MEETING OF VIROLOGY 2000 Satildeo Lourenccedilo MG Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2000 V5 n2 210p p152 [ Links ]

LOUREIRO BO et al Soroepidemiologia da influenza equumlina subtipo AEquumlino-2 (H3N8) no Estado do Rio de Janeiro Rev Bras Med Vet v24 n1 p11-13 2002 [ Links ]

McCUE PM et al Prevalence of equine viral arteritis in California horses Calif Vet v45 n2 p24-26 1991 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

10

MOREIRA N et al Aspectos etioloacutegicos e epidemioloacutegicos do aborto equumlino Arch Vet Sci v3 n1 p25-30 1998 [ Links ]

MOREIRA N et al Frequumlecircncia de anticorpos neutralizantes para o herpesviacuterus equumlino tipo 1 Scient Agrar v1 n1-2 p9-14 2000 [ Links ]

MURPHY FA et al Veterinary virology 3ed San Diego Academic 1999 629p [ Links ]

NILSON MR CORREcircA WM Isolamento do viacuterus do aborto equumlino no estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v33 p23-35 1966 [ Links ]

NOSETTO EO et al Arteritis viral equina deteccioacuten de anticuerpos en equinos de la Republica Argentina Zentr Veter B v31 n7 p526-529 1984 [ Links ]

OIE Equine rhinopneumonitis In ______ Manual of standars for diagnostic tests and vaccines 3ed Paris OIE ndash Paris 1996 Cap347 p426-433 [ Links ]

OLIVEIRA GS et al Prevalecircncia de anticorpos para o viacuterus da influenza equumlina subtipo H3N8 em equumlideos apreendidos no estado do Rio de Janeiro Ciecircnc Rural v35 n5 p1213-1215 2005 [ Links ]

OSTLUND EN The equine herpesvirus In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 v9 n2 p283-294 [ Links ]

SILVA AJ et al Antibodies against equine influenza virus in the mata mineira region Florianoacutepolis SC 2003 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 14 2003 Florianoacutepilos SC Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2003 V8 278p p153-154 [ Links ]

SOUZA MCC et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos criados no Vale do Paraiacuteba Arq Inst Biol v66 p40 1999 [ Links ]

TIMONEY PJ Arteritis viral equina International Veterinary Information Service 2003 Capturado 20 mar 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwivivsorgspecial_booklekeuxtimoneychapter_frmaspLA=1 [ Links ]

TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 448p [ Links ]

VARGAS AC WEIBLEN R Prevalecircncia de anticorpos para herpesvirus equumlino tipo 1 (HVE-1) em equumlinos de alguns municiacutepios do estado do Rio Grande do Sul Hor Vet v10 p5-8 1991 [ Links ]

WEIBLEN R Influenza equumlina In RIET-CORREA Fet al Doenccedilas de ruminantes e equumlinos Satildeo Paulo Varella 2001 V1 p121-125 [ Links ]

WEIBLEN R et al Abortion due to equine herpesvirus in southern Brazil Braz J Med Biol v27 p1317-1320 1994 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

10

MOREIRA N et al Aspectos etioloacutegicos e epidemioloacutegicos do aborto equumlino Arch Vet Sci v3 n1 p25-30 1998 [ Links ]

MOREIRA N et al Frequumlecircncia de anticorpos neutralizantes para o herpesviacuterus equumlino tipo 1 Scient Agrar v1 n1-2 p9-14 2000 [ Links ]

MURPHY FA et al Veterinary virology 3ed San Diego Academic 1999 629p [ Links ]

NILSON MR CORREcircA WM Isolamento do viacuterus do aborto equumlino no estado de Satildeo Paulo Arq Inst Biol v33 p23-35 1966 [ Links ]

NOSETTO EO et al Arteritis viral equina deteccioacuten de anticuerpos en equinos de la Republica Argentina Zentr Veter B v31 n7 p526-529 1984 [ Links ]

OIE Equine rhinopneumonitis In ______ Manual of standars for diagnostic tests and vaccines 3ed Paris OIE ndash Paris 1996 Cap347 p426-433 [ Links ]

OLIVEIRA GS et al Prevalecircncia de anticorpos para o viacuterus da influenza equumlina subtipo H3N8 em equumlideos apreendidos no estado do Rio de Janeiro Ciecircnc Rural v35 n5 p1213-1215 2005 [ Links ]

OSTLUND EN The equine herpesvirus In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 v9 n2 p283-294 [ Links ]

SILVA AJ et al Antibodies against equine influenza virus in the mata mineira region Florianoacutepolis SC 2003 In NATIONAL MEETING OF VIROLOGY 14 2003 Florianoacutepilos SC Anais Satildeo Paulo Virus Reviews and ResearchSociedade Brasileira de Virologia 2003 V8 278p p153-154 [ Links ]

SOUZA MCC et al Pesquisa de anticorpos para o viacuterus da arterite dos equumlinos criados no Vale do Paraiacuteba Arq Inst Biol v66 p40 1999 [ Links ]

TIMONEY PJ Arteritis viral equina International Veterinary Information Service 2003 Capturado 20 mar 2005 Online Disponiacutevel na Internet httpwwwivivsorgspecial_booklekeuxtimoneychapter_frmaspLA=1 [ Links ]

TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 448p [ Links ]

VARGAS AC WEIBLEN R Prevalecircncia de anticorpos para herpesvirus equumlino tipo 1 (HVE-1) em equumlinos de alguns municiacutepios do estado do Rio Grande do Sul Hor Vet v10 p5-8 1991 [ Links ]

WEIBLEN R Influenza equumlina In RIET-CORREA Fet al Doenccedilas de ruminantes e equumlinos Satildeo Paulo Varella 2001 V1 p121-125 [ Links ]

WEIBLEN R et al Abortion due to equine herpesvirus in southern Brazil Braz J Med Biol v27 p1317-1320 1994 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]

BIBLIOTECA VIRTUAL VETERINAacuteRIA ndash wwwbvvcombr

11

WILSON DW Equine influenza In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1993 V9 p257-282 [ Links ]

WILSON DW Equine herpesvirus 1 myeloencephalopathy In TRAUB-DARGATZ JL The Veterinary Clinics of North America Equine Practice London Saunders 1997 V20 p53-72 [ Links ]