Comunidades do Namibe, Angola
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Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
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Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
Comunidade do Parque Nacional IONA, Namibe UM DESERTO diferente. Podem passar anos sem
precipitação pluvial. Quando há Precipitação de uns 25 mm é um bom ano. Às vezes chove, mas
as gotas se evaporam antes de atingir o solo. Seu único suprimento de água confiável são os
nevoeiros matutinos trazidos pelos ventos do Atlântico. Contudo, pulula com vida. Besouros que
ficam de cabeça para baixo para tomar um gole de água. Outros que nadam na areia. Aranhas
que se transformam em rodas e descem as dunas rodando. Cobras que simulam ser plantas e
andam de lado. Plantas que parecem um confuso amontoado de arame farpado. Outras com
apenas duas folhas que parecem vinte e vivem doIS mil anos. E sob suas dunas costeiras, vastos
tesouros de diamantes polidos. São apenas poucas das singularidades do deserto de Namibe, que
se estende ao longo da costa ocidental do sul da África.
ABSTRACT
1. IONA COMMUNITY NATIONAL PARK AT NAMIBE, A DIFFERENT DESERT. IT CAN PASS YEARS
WITHOUT PLUVIAL RUSH. WHEN IT HAPPENS 25 MM IS A GOOD YEAR. SOMETIMES IT RAINS,
BUT DROPS EVAPORATES BEFORE REACHING THE GROUND. YOUR ONLY RELIABLE WATER
SUPPLY ARE BROUGHT BY WINDS OR ATLANTIC MORNING FOGS. HOWEVER, ALL IS ALIVE.
BUGS THAT ARE UPSIDE DOWN TO TAKE A SIP OF WATER. OTHER SWIMMING IN THE SAND.
SPIDERS THAT TURN ON WHEELS AND DESCENDING THE DUNES RUNNING. SNAKES THAT
SIMULATES BEING PLANTS ALSO BE WALKING SIDE. PLANTS THAT SEEM A CONFUSED JUMBLED
BARBED WIRE. OTHER WITH JUST TWO LEAVES THAT SEEM TWENTY AND LIVE TWO
THOUSAND YEARS. UNDER AND ITS COASTAL DUNES, VAST TREASURES OF DIAMONDS POLITE.
THOSE ARE JUST A FEW OF THE DESERT NAMIBE SINGULARITIES, WHICH EXTENDS ALONG THE
WEST COAST OF SOUTH AFRICA.
Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
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2. PREFÁCIO
3. INTRODUÇÃO
4. IDEOLOGIA DOS PRIMEIROS PENSADORES SOCIAIS
5. SOCIOLOGIA ANTIGA
6. SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA
7. SOCIOLOGIA CIENTÍFICA
8. CRISE E DESAGREGAMENTO
9. EXTINÇÃO DE ESPÉCIES HUMANAS
10. BUSCA DE NOVA IDENTIDADE
11. SITUAÇÃO GEOGRÁFICA
12. SITUAÇÃO GEOMORFOLÓGICA
13. SITUAÇÃO DEMOGRÁFICA
14. POPULAÇÃO
15. FAUNA
16. FLORA
17. VEGETAÇÃO
18. CULTURA
19. TURISMO
20. ENQUADRAMENTO ECONÓMICO E SOCIAL
21. PRIORIDADES AMBIENTAIS
22. LEIS PROTETIVAS DOS POVOS EM EXTINÇÃO
23. LEIS PROTETIVAS DA FAUNA EM EXTINÇÃO
24. LEIS PROTETIVAS DA FLORA EM EXTINÇÃO
25. LEIS INTERNACIONAIS PARA PROTEÇÃO DO PARQUE NACIONAL DO IONA
26. OUTRAS CONSIDERAÇÕES
ÍNDICE
Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
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2. PREFÁCIO
Este estudo visa proporcionar o melhor conhecimento dos povos do Namibe, suas condições sociais, seu
modo de vida, sua cultura, seus alvos, seus sonhos…
Visa ademais, tornar conhecidos seus problemas contemporâneos, bem como a sua necessidade atual de
preservação.
Espero estar realmente à altura de escrever todas estas coisas a respeito do meu País e dar assim um
contributo válido a nível da sociologia das comunidades e seus comportamentos.
A sociologia pode ter carácter político, social, socio-económico, ambiental e também pedagógico.
Este estudo não é político, pretende-se dar a conhecer os seus povos, como vivem, como são, de que
necessitam, que línguas falam.
Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
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2. INTRODUÇÃO
O cheiro a mar e peixe são uma característica magnífica da cidade maravilhosa do Namibe. Seus edifícios
antigos lembram muito a era colonial. Desde ali se embarcavam muitos escravos para o Brasil, América do
Norte e outros países. Os povos angolanos do Sul sofreram muito. Não tinham a pretensão e muito menos a
presunção de querer ser alguém ou ter alvos. Era até perigoso sentir ou ter sentimentos.
Porquanto havia pessoas já imiscuídas em assuntos políticos como revolução, renovação social, libertação…
A sociologia é uma ciência que estuda fenómenos das sociedades e comunidades de carácter político, social,
socio-económico, estrutural e também filosófica.
Não sabemos se a sociologia é uma ciência exata, sabemos que filosoficamente tenta distinguir as
comunidades enquanto sociedades pequenas, da sociedade civil em geral mais metropolitana. Baseia-se em
estatísticas para determinar a origem das comunidades quer pequenas quer maiores, bem como para
determinar o significado da sua cultura, idioma e sociabilidade.
Estes povos vestidos de modo rústico e exótico tinham orgulho nas suas respetivas sociedades. Na
quantidade de seu povo, suas mulheres, seus filhos e seu gado vacum.
Foi-lhes removida a dignidade, foram divididos, apagaram-nos na imensidão da dor dos seus corações
enegrecidos pelo desalento de poder realmente nada fazer para serem livres como deveria ter sido sempre.
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4. IDEOLOGIA DOS PRIMEIROS PENSADORES SOCIAIS
Os primeiros pensadores sociais eram muito zelosos na sua atitude de aprender sobre estes povos que
consideravam indígenas repulsivos, indignos de serem tratados como iguais. Olhavam-nos de perto com
lupas, estudando sua morfologia, seus dentes brancos, criando revoltas invisíveis no íntimo destas pessoas
puras que viviam no seu habitat de direito. Um destes povos, residentes perto do deserto do Namibe eram os
Himba ou Dimba, os N’ guendelengos, os Cuisse e os Curocas. Mais tarde viveram na região os Cuanhamas,
os Mucubais, os Khoisan ou bosquimanes, os Nhaneca – Humbi e Hereros.
Sobre os povos Himba ou Dimba e N’guendelengos:
Jovem Himba ou Dimba
Casa tipo tenda mas de pau a pique...
Homem N’guendelengos
Os N’guendelengos viviam em família, em casa de portas pequenas, sem janelas, preparadas para passar a
noite. Família a família distava em cerca de 3 a 4 km. Eram unidos, viviam da criação de gado vacum,
caprino, suíno e avícola. Também assim viviam os Himba ou Dimba, os Cuisse e os Curoca no deserto do
Namibe.
Todas as fotos de povos colocadas aqui foram copiadas de http://fotosnamibe.blogspot.pt/
Casa de porta baixa, sem janelas,
apenas para pernoitar…
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Sobre os Cuanhamas:
A forma deste povo viver era diferente. Tinham casas maiores, feitas de adobe e barro, pintadas de branco
com cal, tinham celeiros para guardar seus produtos hortícolas. Eram agricultores devotados. As mulheres
pisavam o milho e os cereais e os peneiravam. Os homens trabalhavam na lavoura. Viviam felizes, eram
alegres e hospitaleiros até que os pensadores sociais chegaram para devastar.
Sobre os Cuisses:
Viviam no deserto do Namibe em 1935, já não se fala deste povo, provavelmente está em extinção ou já
todavia, extinto.
Fotos copiadas de http://fotosnamibe.blogspot.pt/
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Sobre os Curoca:
São muito poucos os que vivem segundo a tradição. Há testemunhos de que em 1935 existia uma vasta
comunidade Curoca.
5. SOCIOLOGIA ANTIGA
A sociologia antiga enfoca principalmente as teorias que contrapõem as relações sociais comunitárias e a
individualização característica da vida moderna. “Em teoria, a sociedade consiste num grupo humano que
vive e habita lado a lado de modo pacífico, como na comunidade, mas, ao contrário desta, seus componentes
não estão ligados organicamente, mas organicamente separados. Enquanto, na comunidade, os homens
permanecem essencialmente unidos, na sociedade eles estão essencialmente separados, apesar de tudo que
os une (TÖNNIes, 1995a, p. 2529) “
6. SOCIOLOGIA CONTEMPORÂNEA
“De certo modo, pode-se verificar em Tönnies uma visão pessimista da modernidade. De seu ponto de vista,
aquilo que a Sociologia chamou de “social” se encontra principalmente na comunidade. É nela que se
encontram a relação social mútua e os códigos morais compartilhados; é nela que o afeto predomina e
determina os laços entre as pessoas. Porém, com a modernidade e a decadência da vida comunitária, o que
se vê mesmo é a decadência deste “velho social”. A sociedade emergente é, para ele, sinônimo de
atomização e individualização radicalizada e, assim, não pode representar uma forma de reconstrução da vida
comunitária e de seu aspecto afetivo, pessoal e agregador”
De facto, os povos do Namibe tornaram-se citadinos, a guerra, a sociedade como um todo, a globalização e o
individualismo, extinguiram a beleza étnica de grupos com padrões de vida aceitáveis e muito próprios.
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7. SOCIOLOGIA CIENTÍFICA
Tanto a sociedade pode ser negligente, na medida em que não ofereça normas que orientem os indivíduos
em suas ações, como também os indivíduos podem ser rebeldes, na medida em que não se sintam
integrados, de alguma forma, à sociedade da qual fazem parte. A inconsequência parece ser fruto de uma
rápida mudança social ocorrida desde a Revolução Industrial e parece relacionada à crise dos valores
tradicionais e à incapacidade de integração social no mundo moderno. Porém, o estado normal da sociedade
contemporânea é o de solidariedade, ou seja, uma nova forma de integração. Dessa maneira, o estado
aleatório não pode ser permanente, e, como um organismo, a sociedade tende a se reorganizar e a eliminar o
que lhe é prejudicial. Logo, a sociedade moderna, ao menos em graus de integração, em estados normais,
não difere muito de uma comunidade pequena ou rural.
“Em Durkheim (1978a), a comunidade não aparece apenas como uma forma de organização social, mas
também como uma metodologia que visa dar conta do entendimento de fatos relacionados à moralidade, ao
Direito, à religião, etc. Isso pode ser mais bem evidenciado em suas regras do método sociológico, obra em
que as características comunitárias, expostas na ideia de solidariedade mecânica, são consideradas atributos
dos fatos sociais. Dessa forma, a Sociologia deveria ocupar-se da tradição e de fatos coercitivos e externos
ao indivíduo (Nisbet, 1967, p. 86).É nas normas e na moralidade que podem ser encontradas as maiores
expressões de tudo o que é social, e é justamente no fenômeno da vida comunitária – que para ele é o
“espírito” da sociedade – que a moral deve ser investigada.”
A identidade é a substituta contemporânea da comunidade. A individualidade passa a pertencer a grupos ou
associações ou a estilos de vida mas, de forma nenhuma, pode ser parecido a ser de determinada
comunidade – é sempre um acontecimento temporário, revogável e precário e também incapaz de trazer a
segurança trazida pela comunidade. Uma vida dedicada à procura da identidade é cheia de dor com gemidos
e de inquietude e de fúria.
“Identidade significa aparecer: ser diferente. A procura da identidade não pode deixar de dividir e separar. E
no entanto a vulnerabilidade das identidades individuais e a precariedade da solitária construção da
identidade levam os construtores da identidade a procurar cabides em que possam, em conjunto, pendurar
seus medos e ansiedades individualmente experimentados e, depois disso, realizar os ritos de exorcismo em
companhia de outros indivíduos também assustados e ansiosos (BAUMAN, 2003, p. 2) ”
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8. CRISE E DESAGREGAMENTO
“Os membros de uma tribo têm um sentimento comum para com sua região e, portanto, para com os demais
membros. Este sentimento evidencia-se no orgulho com que falam de sua tribo enquanto objeto de lealdade,
na depreciação jocosa de outras tribos e na indicação de variações culturais em sua própria tribo como
símbolos de sua singularidade (EVANS-PRITCHARD, 2007, p. 132) ”
Cada uma das tribos do Namibe e da sua região desértica bem como do rio Curoca foi aos poucos
desintegrada. É só natural que cada indivíduo que compunha esta classe sinta a necessidade de reconstituir a
sua entidade pessoal, social e jurídica. Pode ser um fator do aumento da criminalidade. Sendo que a não
integração na sociedade existente é fatual, daí advém o problema da obediência à Lei, da inconstância e
falhas de caráter, crueldade e outros fenómenos causados pelo sofrimento da perda das origens.
O distanciamento cronológico de há mais de 500 anos atrás faz com que o problema passe a ser encontrado
onde estariam as comunidades e se, após tantas mudanças radicais e incessantes, não pudessem ser
encontrados, o que haveria em seu lugar? Gostaria de responder de que formas os grupos se formam e como
oferecem um sentido partilhado, mesmo diante de um processo ampliado de diferenciação, individualização e
desintegramento.
9. EXTINÇÃO DE ESPÉCIES HUMANAS
Himbas ou Dimbas, N’guendelengos, Cuanhamas, Mucubais, Nhaneca-Humbi, Herero, Bosquimanes —
ameaçados de extinção?
O Parque Nacional do IONA fica na Província do Namibe que tem uma área de 57.091 km2. Mais que o
tamanho de Portugal. Ali vivem uns 3.500 indígenas que pertencem a 7 etnias. O parque está situado no
deserto do Namibe que ocupa uma área de 310.000 km2 sendo dos desertos mais antigos e estéreis do
mundo. A sua área ocupa uma extensão que corre ao longo da costa atlântica, desde o Rio Olifants, na
Província do Cabo, África do Sul, até São Nicolau, hoje Bentiaba, no Sul de Angola.
A formação de reservas contribuiu para uma surpreendente reviravolta: a população indígena poderia
aumentar — pela primeira vez nos últimos 500 anos! Acredita-se que a população de uns 3600 indígenas
poderia ascender a 300 mil. Mas isso representa apenas uma minúscula fração da população indígena em
1500 que, segundo estimativas, ficava entre dois milhões e seis milhões.
Nos últimos 500 anos, como expressou certo escritor, “ocorreu uma enorme e aterrorizante tragédia
demográfica”. O que levou a população indígena a sofrer um declínio tão drástico? Será que o aumento no
número de indígenas em anos recentes significa que eles estão finalmente salvos da extinção?
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O início da colonização
Logo se descobriu que a cana-de-açúcar se desenvolvia bem em Angola. Mas havia um problema. O cultivo
do açúcar envolvia muito trabalho. A demanda por escravos começou a aumentar e os colonizadores não
tiveram de ir longe para encontrá-los. Um grande número de trabalhadores indígenas estava disponível.
Como começou a escravidão?
Os indígenas estavam acostumados a praticar um tipo de agricultura de subsistência. Os homens eram
basicamente caçadores e pescadores. Eles se encarregavam do pesado trabalho de desmatamento e as
mulheres, da plantação, da colheita e do preparo da comida. Entre os europeus intelectuais, a aparente
indiferença dos indígenas à riqueza e a ausência de ganância eram dignas de elogios. Por outro lado,
para muitos colonizadores, os indígenas não passavam de preguiçosos.
Indígenas amistosos foram incentivados a se mudar para perto de colônias portuguesas a fim de trabalhar
para os colonizadores e protegê-los. Os jesuítas e outras ordens religiosas muitas vezes tiveram grande
influência nesse processo. Mal sabiam como esse contato seria prejudicial para os indígenas. Embora as
terras e a liberdade dos indígenas fossem garantidas por lei, na prática, eram forçados a trabalhar como
escravos para os colonizadores. Raras vezes eram pagos ou tinham permissão de cultivar suas próprias
terras.
Tentativas da Coroa Portuguesa de proibir a escravidão não tiveram muito sucesso. Os colonizadores
geralmente conseguiam burlar as leis contra a escravidão. De modo geral, era considerado moralmente
aceitável escravizar ou vender indígenas, vistos como inimigos, que eram capturados nas “guerras justas”.
Eram presos por outras tribos que também podiam ser comprados, ou “resgatados”, e mantidos como
escravos.
Em última análise, foi a indústria do açúcar que fez a colonização valer a pena. Como essa indústria dependia
do trabalho escravo naquela época, a Coroa Portuguesa muitas vezes se viu forçada a agir contra seus
princípios para aumentar suas receitas.
Doenças repugnantes da Europa
Os primeiros nativos com quem os portugueses entraram em contato pareciam extremamente saudáveis. Os
primeiros exploradores acreditavam que muitos dos indígenas mais idosos eram centenários. Mas os mesmos
não tinham imunidade às doenças europeias. É provável que esse fator, mais do que qualquer outro, os tenha
deixado à beira da extinção.
Os registros portugueses estão repletos de relatórios terríveis de epidemias que reduziram de forma drástica
a população indígena. Em 1561, uma epidemia de varíola atingiu Portugal e se espalhou para o outro lado do
Atlântico. As consequências foram devastadoras. O jesuíta Leonardo do Vale escreveu uma carta em 12 de
maio de 1563 que descrevia os horrores dessa epidemia: “Era uma espécie de varíola tão repugnante e
malcheirosa que ninguém podia suportar o grande fedor exalado pelas vítimas. Por essa razão muitos
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morreram sem receber cuidados, consumidos pelos vermes que cresciam nas feridas da varíola. Visto que se
multiplicavam no corpo das vítimas e eram enormes, quem os visse ficava horrorizado e chocado.”
Misturas raciais
Misturas raciais também influíram no desaparecimento de muitas tribos. “Nem os portugueses nem os
africanos sentiam aversão pelas misturas raciais”. “Os colonizadores fazem com que todas suas escravas
indígenas sejam suas concubinas.”
Um futuro melhor?
Será que as reservas conseguirão salvar da extinção as tribos indígenas que restam? Atualmente, a extinção
dos indígenas angolanos é muito provável. A maior parte de suas terras tem valiosos recursos naturais.
Estima-se que minérios, valendo cerca de um trilhões de dólares, como ouro, platina, diamantes, ferro e
chumbo se encontram no subsolo do Namibe. A exploração clandestina já é uma realidade em algumas terras
indígenas.
A história mostra que os indígenas sempre saíram perdendo em seus tratos com o homem branco. Eles
trocavam ouro por espelhos e troncos de pau por quinquilharias e bebidas alcoólicas. Tiveram de fugir para
áreas remotas das florestas a fim de evitar a escravidão. Será que a história se repetirá?
Muitos indígenas aprenderam a usar invenções da nossa era tecnológica — aviões, barcos motorizados e
celulares. Mas só o tempo dirá se conseguirão enfrentar outros desafios do século 21.
Outro fator do desagregamento das etnias foi a guerra.
Cito http://www.angolabelazebelo.com/faca-turismo-em-angola-namibe/ para maior precisão:
Turismo étnico:
“A província é maioritariamente povoada pelo povo etnolinguístico Herero, destacando-se os subgrupos
Cuvales – os mais numerosos, Dimba, Chimbas, Chimucuas, Cuanhocas e Quendelengos. Esses grupos são
tradicionais criadores de gado, com fortes hábitos de nomadismo, devido à constante procura por pasto e
água. Nas atividades de pesca e agricultura empresarial, a maioria dos assalariados são originários do centro
do país, ou seja, do grupo etnolinguístico Ovimbundo.
É de destacar também o subgrupo étnico Cuvale, o mais procurado pela curiosidade que desperta no mundo
cada vez mais homogéneo e global pela valorização da civilização cultural e tradição dos povos locais com
suas vestes, adornos, danças, artesanatos, cantos, histórias, línguas, conhecimento e provérbios.
Em menor escala, existe o subgrupo não-banto dos Cuisses que vivem espalhados por toda a zona
semidesértica, desde Camucuio ao Curoca, e os Cuepes (Curocas) que são um subgrupo mais reduzido,
vivendo na margem do baixo Curoca. O acesso a esses povos é difícil porque vivem em cavernas e grutas,
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características geográficas próprias da região que parte do Caraculo às regiões limítrofes do Dombe-Grande,
província de Benguela.
Para além desses grupos, existem os “Quimbaris”, denominação dada à população descendente de antigos
escravos e trabalhadores de fazendas que assimilaram grande número de elementos culturais resultantes de
cruzamentos de tribos que falam mais ou menos o português, aliando-se ao Quimbundo, na sua maioria
concentrados na sede da província, e nas vilas piscatórias do Tombua e Lucira, bem como na Baía do
Namibe.
A verdadeira língua materna e os hábitos dos Quimbaris estão relacionados com os aglomerados urbanos,
locais de ocupação agrícola, centros piscatórios ou percursos dos caminhos-de-ferro.
As principais festas tradicionais estão ligadas à etnia local Cuvale: o significado do nascimento e da saúde do
bebé (pinta ponge), circuncisão nos rapazes (kuendjes) e a ufukala nas meninas (fico). Este último ritual tem
fortes ligações com os subgrupos muquilengue-musso e muhumbi, ambos pertencentes ao grande grupo
étnico Nhaneca.”
10. BUSCA DE NOVA IDENTIDADE
Ora para quem está acostumado a um modo de vida, quer seja piscatório, caça, criação de gado vacum,
caprino, suíno ou avícola, imagino que não seja fácil de repente viver de outra forma. Além disso, as pessoas
das etnias já acima mencionadas tinham suas próprias casas, feitas por suas próprias mãos. Quando
acabassem as atividades diárias, dirigiam-se aos seus lares, para suas famílias, mulheres e filhos. Tinham
hábitos pessoais e conceitos próprios de higiene e de diversão. Tinham suas crenças religiosas e suas
tradições.
No momento em que estas condições lhes foram retiradas, removeram deles a sua dignidade. Hoje seria
muito sensato prover para estes grupos étnicos terras para viverem de acordo com suas tradições e
costumes. São povos ricos em cultura e sabedoria. Deveriam ter de volta sua identidade própria, sem
vergonha da sociedade moderna e metropolitana.
Deveria haver preceitos na Lei do Estado que previsse a recondução dos povos cuja etnia está se
desintegrando, por legalizar suas terras e seus bens. Por promover sua cultura e suas tradições.
11. SITUAÇÃO GEOGRÁFICA
Namibe- Angola
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Fig.1Parque Nacional do Iona, Namibe Fig.2 Deserto do Namibe
Este parque tem 15.150 km2 e está localizado a cerca de 200 quilómetros da cidade do Namibe, com
circunscrição na Comuna do Iona, adjacente ao município do Tombua.
O África Digital 21 diz “O Deserto do Namibe, na sua extensão em território angolano, contempla, entre
outros locais de referência, o Parque Nacional do Iona, a Reserva Especial do Namibe, a Baía dos Tigres e as
lagoas de Arco e do Carvalhão.
É um deserto partilhado entre a Namíbia e o sudoeste de Angola e faz parte do Namib-Naukluft National Park,
a maior reserva de caça em África. É considerado como sendo o mais antigo deserto do mundo, tendo
permanecido em condições áridas ou semiáridas há pelo menos 55 milhões de anos.”
O Namibe tem uma área total de 57.091 Km2, está situado no litoral sul de Angola, limitada a norte pela
cidade de Benguela, a leste pela província da Huíla, a oeste pelo oceano Atlântico. A sul pelo rio Cunene e a
República da Namíbia.
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12. SITUAÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Angola situa-se no sudoeste da África, tendo por limites a República Democrática do Congo ao norte, a
Namíbia ao sul, Zâmbia ao leste e o oceano Atlântico ao oeste. Tem uma área terrestre de 1.246.700
quilômetros quadrados, aproximadamente do tamanho da França, da Itália e da Alemanha em conjunto. É
quase 14 vezes maior do que Portugal, que começou a colonizar Angola no século 16. Em resultado da
colonização portuguesa, cerca de 50% da população professa a crença católica.
O português ainda é o idioma oficial, mas Angola é uma sociedade poliglota. Das mais de 40 línguas faladas
aqui, as línguas umbundo, kimbundu e kikongo são as mais amplamente faladas.
No decorrer dos anos, os ricos recursos de Angola têm sido escoados para outros países. Durante a
colonização, milhões de escravos foram enviados ao Brasil, que na época era mais uma colônia portuguesa.
O solo fértil de Angola produzia outrora grandes safras de banana, manga, abacaxi, cana-de-açúcar e café.
Depois de retirado o jugo colonial, o desenvolvimento econômico foi tolhido por lutas civis paralisadoras.
Mesmo assim, Angola ainda tem ricos recursos de petróleo em mar, bem como significativas e abundantes
reservas de diamantes e de minério de ferro. Entretanto, seus recursos mais valiosos são as pessoas
humildes e resolutas.
Muitas destas humildes pessoas estão os povos do Namibe, especificamente as etnias que residem no
Parque Nacional do Iona e no Deserto do Namibe. Devido às circunstâncias adversas da região desértica os
povos são nómadas procurando pastios e água. A condição geomorfológica é uma condicionante a alterações
significativas no seu modo de vida. Mesmo seu temperamento, sua cor, seu aspeto exterior tem muito a ver
com as condições geográficas do local onde residem.
13. SITUAÇÃO DEMOGRÁFICA
“Quadro Humano do Continente Africano
Pequena população relativa e distribuição irregular. Apesar de ser o terceiro continente em extensão
territorial, a África é relativamente pouco povoada. Abriga pouco mais de 600 milhões de habitantes e uma
densidade demográfica de 20 habitantes por quilômetro quadrado.
Essa pequena ocupação demográfica encontra explicações nos seguintes fatores: grande parte do continente
é ocupada por áreas desfavoráveis a concentrações humanas; os índices de mortalidade são muitos altos; a
África é um continente que recebeu poucas correntes migratórias.
A população africana caracteriza-se também pela distribuição irregular. O Vale do Nilo, por exemplo, possui
densidade demográfica de 500 habitantes por quilômetro quadrado, enquanto os desertos e as florestas são
praticamente despovoados.
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A quase totalidade dos países africanos exibe características típicas de subdesenvolvimento: elevadas taxas
de natalidade e de mortalidade, bem como expectativa de vida muito baixa. Resulta desses fatores a
preponderância de jovens na população, que, além apresentarem menor produtividade, requisitam grandes
investimentos em educação e nível de emprego.
Maioria negra e diversos grupos brancos - A maior parte da população africana constituída por diferentes
povos negros, mas é expressiva quantidade de brancos, que vivem principalmente na porção setentrional de
continente, ao norte do Deserto do Saara.
Sudaneses: em sua maior parte habitam as savanas que se estendem do Atlântico ao vale superior do Rio
Nilo. Vivem basicamente da agricultura;
Pigmeus: de pequena estatura, vivem principalmente na selva do Congo e em seus savanas que se estendem
do Atlântico ao vale superior do Rio Nilo. Vivem basicamente da agricultura;
Bantos: habitam a metade do sul do continente e têm como atividades principais a criação gado e a caça;
Nilóticos: são encontrados na região do Alto do Nilo e caracterizam arredores, onde baseiam sua subsistência
na caça e na coleta de raízes;
Bosquimanes e hotentotes: habitam a região do Deserto de Calaari, distinguem-se como grandes caçadores
de antílopes e avestruzes.
Em correspondência com os três diferentes ramos étnico-culturais, encontram-se na África três regiões
principais: o islamismo, a cristandade e o ateísmo.
Adversidades climáticas somente ampliam a miséria de milhares de africanos, que vivem abaixo das
condições mínimas de sobrevivência.
Com a agricultura extensiva, matas são derrubadas e em seus limites o deserto avança.
Outro problema é o descompasso existente entre o enorme crescimento populacional e o reduzido
crescimento populacional e o reduzido crescimento, ou mesmo estagnação, da agropecuária.
Conflito de um continente mal dividido - A atual divisão política da África somente se configurou nas décadas
de 60 e 70. Durante séculos, o continente foi explorado pelas potências europeias: Inglaterra, França,
Portugal, Espanha, Bélgica, Itália e Alemanha, em zonas de influência adequadas aos seus interesses. Ao
conseguirem a independência, os países africanos tiveram de se moldar às fronteiras legadas pelos
colonizadores. Estas, por um lado, separavam de modo artificial grupos humanos pertences às mesmas
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tribos, falantes dos mesmos dialetos e praticantes dos mesmos dialetos e praticantes dos mesmos costumes,
submetia-os, por outro lado, à influência de valores europeus.
A segregação racial assumiu formas rígidas e violentadas: bairros, meios de transporte, casa de comércios,
igrejas etc. eram reservados para uso dos negros. As leis do apartheid - segregação racial institucionalizada -
proibiam que os negros se candidatassem a cargos políticos, que concorressem com os brancos a um
emprego, que frequentassem quaisquer ambientes que não lhes fossem expressamente destinados.” Citado
de http://www.coladaweb.com/geografia/continentes/africa-continente-africano
A província do Namibe em Angola não está fora deste contexto, visto os problemas serem continentais.
Ademais atrevo-me a dizer mais globalizados. Criar riqueza, eliminar a pobreza, depende de Leis de Estado
incorruptíveis que protejam o património humano internacional.
14. POPULAÇÃO
O Namibe está situado a sudoeste de Angola cuja capital é a cidade de Namibe, com 315 000 habitantes
(2013). Confinada pelo oceano Atlântico (a oeste), pela Namíbia (a sul) e pelas províncias angolanas de
Benguela (a norte), Huíla (a este) e Cunene (a sudeste), a província de Namibe tem uma superfície de 57 091
km2 e uma população estimada de 315 000 habitantes (2013), constituída, na sua maioria, pelo povo étnico
dos Mucubais.
Com um clima semiárido, as populações concentraram-se sobretudo na costa litoral, nas localidades de
Namibe, Tombua e Baía dos Tigres. A sul da província, encontra-se o deserto de Namibe que se estende até
ao nordeste da África do Sul e que tem um comprimento de perto de 1500 km e uma largura variável entre 50
a 150 km.
As populações do Parque Nacional do Iona e do Deserto do Namibe rondam as 3 500. Poder-se-á aumentar o
número delas com Leis protetivas para os povos étnicos do deserto e do Parque Nacional do Iona.
15. FAUNA
No Namibe há fascinantes besouros não encontrados em nenhuma outra parte do mundo. A maioria deles
vive sob as dunas. Podem ser vistos mergulhar na areia e “nadar” abaixo da superfície. Certa espécie prefere
as planícies de cascalho e mantém o corpo fora da areia quente por meio de longas pernas — correndo a
passos curtos como que com pernas-de-pau. Daí existe o único besouro do mundo com dorso branco, que
reflete os raios quentes do sol. Enquanto um besouro-de-dorso-branco vai à procura de alimento, seu parceiro
pode servir de guarda-sol por empoleirar-se nas suas costas.
Os besouros do Namibe usam métodos engenhosos para obter água dos nevoeiros matutinos. Certa espécie
cava uma vala estreita, contra o vento, daí volta atrás e bebe a umidade que se juntou no canal. Outro sobe
até o topo de uma duna, ergue sua parte traseira bem alto contra o vento e com a cabeça baixada abre bem a
boca. De costas para o vento, gotículas de água se condensam no seu corpo e escoam para a boca.
Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
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Uma grande aranha, de 11 cm de diâmetro, conhecida como “madame branca dançante” constrói uma
moradia com alçapão, no lado de uma duna. Alimenta-se de lagartos, grilos, e outros insetos. Ao ser atacada
assume uma postura agressiva, com as patas dianteiras erguidas bem alto — daí o nome “madame
dançante”. Ainda mais fascinante é seu método de fugir. Ela dobra suas patas parcialmente sob seu corpo e
desce a duna rodando. Não foi o homem, afinal, quem inventou a roda!
Uma graciosa bola de pêlo — a toupeira-dourada — também anda sob a areia. Vem a tona tão raramente e
por momentos tão curtos que até recentemente nunca tinha sido vista. Seus olhos e ouvidos acham-se
completamente ocultos sob o pêlo, de modo a protegê-los contra a areia solta, onde ela cava em busca de
alimento.
Um terror das dunas é a serpente do Namibe, que se arrasta de lado. Locomove-se através da areia com
rápidas investidas de lado, desse modo evitando afundar-se na areia quente ou ser queimada por ela. E que
método astuto emprega para arranjar uma refeição! Com o corpo enterrado no chão, apenas os olhos
espreitam através da areia. Vários centímetros adiante a ponta de seu rabo aparece, parecendo-se a uma
pequena planta. Logo surge um lagarto curioso querendo comer essa “planta” esquisita e acaba ele sendo
comido!
Grandes animais também habitam o Namibe. Os mais altos elefantes do mundo, com pernas invulgarmente
grandes, vivem ali. Também o belo órix (espécie de antílope) pode ser visto escalando as encostas das
dunas. Também presentes se acham “os engenheiros hidráulicos do Namibe”. É como são chamadas as
zebras que vivem ali. Elas têm uma habilidade excecional para achar água. Com os cascos cavam buracos no
leito seco de rios, descendo a um metro. Logo a água surge no buraco e elas matam a sede. Outros animais
as observam e também aproveitam esses buracos de água.
16. FLORA
Welwitschia Mirabilis
Fenestraria, que significa “janelas”, é uma planta com folhas lisas, em forma de bastão, que ficam escondidas
sob a areia, aparecendo apenas as pontas. As pontas, porém, são transparentes, permitindo à luz realizar a
fotossíntese. Um amontoado de arame farpado enferrujado? Não, uma olhada mais de perto revela melões
verdes cheios de pontas envoltos em ramos finos e espinhosos. É a moranga rara, alimento procurado tanto
pelo homem como pelos animais. Welwitschia é uma planta grande, em forma de polvo, que parece ter muitas
folhas mas tem apenas duas. Atingem oito metros de comprimento e são rasgadas em tiras pelo vento e ficam
encaracoladas em volta do núcleo da planta como tentáculos de polvo. A Welwitschia vive até dois mil anos!
17. VEGETAÇÃO
Onde há água há vida e esta não falta de todo nas terras áridas do deserto do Namibe. Chove pouco,
pouquíssimo, porém, onde chega a chuva passam rios ou ar saturado de humidade. Ademais, existem águas
fósseis do subsolo.
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O ar carrega-se de humidade com a vizinhança do oceano e da corrente fria de Benguela e nas regiões
montanhosas nascem rios que periódica ou permanentemente atravessam o deserto a caminho do mar, entre
eles o Curoca e o Cunene. Deste modo, todo o litoral e o planalto contíguo se cobrem de uma vegetação
herbácea e arbustiva. Nos vales ou dambas, que os rios rasgam nas camadas sedimentares recentes da
plataforma litoral, com meandros de grande amplitude nas proximidades da foz, desenvolve-se uma
vegetação mais densa com árvores de grande porte.
18. CULTURA
A mais antiga notícia que temos da presença de gente no Namibe data do século XVI (Duarte Pacheco
Pereira a páginas 174 do seu Esmeraldo de Stu Orbis – Lisboa, 1954, edição da Academia Portuguesa de
História), Referindo-se à manga das areias (Porto Alexandre) escreve que ”em certos tempos do ano vêm
aqui, do sertão, alguns negros a pescar, os quais fazem casas com costas de baleias, cobertas com seba do
mar, e em cima lançam areia. Presume-se que este povo eram os Cuisses da beira-mar com residência no
vale do Curoca, único lugar com água potável. Falavam por estalos, informação importante e ainda hoje
falada pelo grupo Ovakwepe ou Curocas. Dedicavam-se ao exercício da caça, outros á pesca. Acreditavam
em feitiços e na imortalidade da alma. Gostavam da missanga branca, azul, preta e tinham em grande estima
facas e arcos de ferro para fabricarem flechas, azagaias e enxadas de ferro.
Os Mucubais eram uma população sedentária ciosa de arcos de ferro para enxadas, praticando uma
agricultura variada, feijão, milho e abóboras.
Os Hereros ascendentes dos Mondombos das terras do sul de Benguela comiam carne, peixe e milho cru.
Para além de caçadores, pastores e pescadores também se dedicavam à agricultura.
Os Khoisan (castanho amarelados) vindos do leste cruzaram-se com os Cuisses, tinham um modo de vida
similar aos Curocas.
As choupanas deles pareciam construídas para aguentar e eram cómodas. Tinham fartura, numerosos
rebanhos de gado grosso e miúdo. Tinham também marfim de elefante e de cavalo-marinho, maças feitas de
corno de rinoceronte e grande abundância de mel e cera de abelha.
Todas as etnias se congregaram e viveram em aldeamentos mais ou menos fixos de acordo com o costume
Mocuroca e Mondombos.
19. TURISMO
Fig.3 Foz do rio Cunene Fig.4 Baía do Mucuio Fig.5 Rio Cunene Fig.6 Fauna do Namibe
O nº de monumentos nacionais é um indicado do potencial para o desenvolvimento de uma atividade turística
do tipo Turismo Patrimonial.
O nº de entradas Google é um indicador não científico da notoriedade/utilização de uma dada palavra, termo,
expressão ou marca. Assim, a notoriedade de área geográfica pode ser medida de forma aproximada pelo nº
de entradas que o motor de busca identifica.
Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
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A atratividade de um município está depende do conjunto de oportunidades e estruturas que este oferece às
populações. Apesar de ser um conceito subjetivo, é possível, em termos médios, estimar a atratividade de
uma área geográfica ou município. Com este objetivo foi construído um indicador, com a seguinte
composição, o qual é refletido nos mapas anteriores:
Nº de Sociedades Sediadas por 1.000 habitantes & IPC & % de População com formação superior
Nº de Médicos por 1.000 habitantes & % de Fogos posteriores a 1996 & Montante médio de movimentos em
ATM’s por habitante
Os três primeiros indicadores assumem uma ponderação igual e que totaliza 2/3 no valor do indicador
composto12, sendo os seguintes têm um peso global de 1/3. Os resultados obtidos indicam o efeito negativo
da interioridade sobre a atratividade de um município.
Efetivamente há muita beleza natural, misticismo e capital humano, sem dúvida, as ferramentas necessárias
para uma atividade turística bem-sucedida.
20. ENQUADRAMENTO ECONÓMICO E SOCIAL
O Namibe apresenta um índice de poder de compra baixo, registando um valor de 32 face à média nacional
de 100. Com efeito, no contexto da região, centro Namibe apenas é comparável ao Sumbe, que atinge um
valor de 52. Estes dois municípios, juntamente com Benguela, são os únicos da região Centro Sul que
apresentam valores do índice superior a 50.
Os municípios limítrofes do Namibe são: Bibala, Virei, Camucuio e Tombua apresentam um índice de poder
de compra muito baixo, entre 51 e 56, sendo um reflexo de como a interioridade marca de forma negativa os
valores registados pelo poder de compra. Em termos de contexto, o Namibe apresenta-se numa posição
intermédia entre a situação registada pelo Kwanza-Sul, rodeado por municípios com um poder de compra
muito baixo.
O efeito de interioridade não é visível de forma clara na proporção de população com formação no Ensino
Superior. Apesar de não existir um padrão bem definido, os níveis de formação superior mais elevados
verificam-se nos municípios capital de distrito e nos municípios limítrofes a estes. O Namibe distingue-se de
forma significativa dos restantes municípios da Região Centro Sul, registando 23% da sua população com
formação superior, sendo mais o município da Bibala o mais próximo com 16%.
Esta realidade é em parte explicada pela existência no município de um conjunto de instituições de Ensino
Superior ímpar na Região Centro Sul, quer em número quer em qualidade.
O Rácio de Atração consiste no diferencial entre população presente e população residente de um município,
em valor percentual da população residente, sendo indicativo da capacidade de um dado município atrair
população para além da sua população residente.
21. PRIORIDADES AMBIENTAIS
A vida humana depende dos recursos naturais – terra, água, florestas, recursos marinhos e costeiros – e de
suas múltiplas funções. Os ser humanos e os demais seres vivos, agora e no futuro, têm direito a um meio
ambiente saudável, que forneça os meios necessários a uma vida digna. Para isto, é preciso manter os
ecossistemas, a biodiversidade e os serviços ambientais em quantidade e qualidade apropriadas.
Com o objetivo de promover a gestão ambiental compartilhada entre os governos federal, estadual e
municipal; a efetivação do chamado princípio da transversalidade, no qual a política ambiental deixa de ser
Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
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setorial para entrar na agenda dos diversos ministérios e órgãos públicos, e o maior controle e participação
social nas políticas ambientais.
A participação social passa a ser ampliada com a realização da Conferência Nacional do Meio Ambiente, uma
iniciativa que conta com a crescente participação de milhares de pessoas a cada evento, representantes dos
mais diversos segmentos do governo e sociedade, onde grandes propostas foram transformadas em ações.
A política florestal deverá ser reorientada com a recriação do Serviço Florestal e a Comissão de Gestão de
Florestas Públicas com representantes de diversas áreas do poder público, de empresários, de trabalhadores,
da comunidade científica, dos movimentos sociais e das ONGs, procurando atender às reivindicações da
sociedade referentes ao assessoramento, à avaliação e à proposição de diretrizes para a gestão sustentável
das florestas públicas da Nação.
A política ambiental angolana hoje deve ser pautada como prioridade na agenda internacional uma vez que os
maiores problemas globais, como o das mudanças climáticas, têm forte relação de dependência com a
política ambiental. Angola é um dos maiores produtores de petróleo do mundo e a maior parte das emissões
poluentes são provenientes do desmatamento, o que reflete a importância da política florestal. O meio
ambiente precisa, assim, ser prioridade na agenda do Governo.
No plano institucional, a área ambiental do Governo deve sofrer uma grande transformação com a aprovação
da Medida Provisória que dispõe sobre a criação dum Instituto de Conservação da Biodiversidade, que passa
a ser responsável apenas pelo licenciamento ambiental, o controle da qualidade ambiental, a autorização do
uso dos recursos naturais e a fiscalização.
O Instituto fica responsável pela gestão e proteção de Unidades de Conservação, orientando-se para políticas
de uso sustentável. Essa divisão gera resistência por partes dos servidores e alguns representantes da área
ambiental – origina, assim, a visão equivocada de que essa mudança está prejudicando a política ambiental
do País.
Na verdade, o maior problema da política ambiental hoje é a dificuldade em promover a transversalidade,
considerando os múltiplos interesses que permeiam os diversos setores do Governo, sejam eles econômicos,
políticos, sociais. Os interesses econômicos em geral consideram o foro ambiental um entrave ao
desenvolvimento de suas atividades e ao crescimento. Tais interesses pressionam fortemente o Governo em
diversos casos.
A política ambiental traz muitos avanços no que diz respeito à participação dos governos, provinciais,
municipais, comunais e da sociedade civil organizada. Essa dinâmica contribui para a melhoria da qualidade
da governança ambiental, porém não garante que na definição das políticas sejam priorizados os interesses
sócio ambientais. A perspetiva do desenvolvimento sustentável enfrenta oposição em diversos segmentos do
mercado e até mesmo em certos setores do Governo, ao enxergarem equivocadamente o meio ambiente
como um entrave ao desenvolvimento, quando, na verdade, é um elemento propulsor do desenvolvimento.
Assim, é fundamental que empresas, sociedade e Governo estejam em sintonia, visando conciliar também os
interesses sociais e ambientais Os interesses econômicos que procuram inviabilizar a transversalidade
constituem o grande obstáculo para a promoção de uma política ambiental integrada para o desenvolvimento
sustentável.
22. LEIS PROTETIVAS DOS POVOS EM EXTINÇÃO
A política de gestão de Parques Nacionais faz parte da perspetiva conservacionista em procurar restringir, ao
máximo, a intervenção humana, com o intuito de proteger os recursos naturais existentes em determinado
território. Estes espaços são concebidos como vazios, e o homem, como destruidor da natureza. No entanto,
tais espaços são ocupados normalmente por grupos humanos que têm um modo de vida peculiar, vinculado
aos ecossistemas que a Política de Parques Nacionais visa conservar.
Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
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Identifica-se, portanto, uma disputa, entre duas conceções fundamentais em relação ao meio ambiente dentro
da esfera do Estado: a dos socio ambientalistas, que procuram integrar os povos tradicionais à noção de
preservação do meio ambiente, levando em conta as práticas socioculturais compatíveis com a preservação
da natureza, e a dos conservacionistas / preservacionistas, que tem conduzido as questões ambientais
através de uma política de exclusão social.
Neste momento é fundamental amadurecer a visão sócio ambiental, pois desta forma amplia-se a perceção
de que as políticas públicas para o meio ambiente e desenvolvimento sustentável devem levar em
consideração as demandas e os contextos socioculturais das populações locais em sua diversidade. Além
disso, passa-se a considerar que a sustentabilidade deve ser tanto ambiental quando social e econômica.
A partir da Convenção de Viena (1985) é que surge uma nova ótica sobre a questão ambiental, agora
preventiva, que caracterizaria o restante da década de1980. Seus principais objetivos eram o de proteger a
saúde humana e o meio ambiente contra os efeitos adversos possivelmente resultantes das atividades que
modificavam a camada de ozônio, tais como o aquecimento global, o derretimento das calotas polares e a
proliferação de doenças como o câncer de pele. Com esse novo enfoque, o mecanismo de (AIA) –
instrumento típico de prevenção – tornou-se uma condição a ser cumprida para obtenção de concessões para
implantação de projetos possivelmente nocivos ao meio ambiente.
“Quando a Constituição alberga valores entre a compatibilização do desenvolvimento económico-social com a
preservação da qualidade do meio ambiente e do equilíbrio ecológico, aparentemente coloca em conflito entre
estes valores, pois: a conciliação destes dois valores consiste, assim, na promoção do chamado
desenvolvimento sustentável, que consiste na exploração equilibrada dos recursos naturais, nos limites da
satisfação das necessidades e do bem-estar da presente geração, assim como de sua conservação no
interesse das gerações futuras. Requer, como seu requisito indispensável, um crescimento econômico que
envolva equitativa redistribuição dos resultados do processo produtivo e a erradicação da pobreza, de forma a
reduzir as disparidades nos padrões de vida e melhor atendimento da maioria da população. Se o
desenvolvimento não elimina a pobreza absoluta, não propicia um nível de vida que satisfaça as
necessidades essenciais da população em geral, ele não pode ser sustentável” (SILVA, 2002, p. 26)
23. LEIS PROTETIVAS DA FAUNA EM EXTINÇÃO
O Subprograma de Resgate Brando e Monitoramento da Fauna tem o objetivo de reduzir os impactos gerados
pela pavimentação da rodovia sobre os animais da região. Especificamente, tem os seguintes objetivos:
•Realizar o salvamento de animais durante a etapa de supressão da vegetação na faixa de domínio da
rodovia;
•Monitorar atropelamentos de animais;
•Identificar pontos de maior incidência de atropelamentos e indicar locais para instalação de equipamentos e
medidas preventivas;
•Identificar locais de passagem de animais e monitorar as passagens implantadas, avaliando-se sua
efetividade.
•Avaliar as medidas adotadas para prevenção de atropelamentos e mortalidade de animais;
•Monitorar a fauna de vertebrados durante a fase de implantação do empreendimento.
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24. LEIS PROTETIVAS DA FLORA EM EXTINÇÃO
A supressão de vegetação é uma das atividades necessárias para a execução do projeto de implantação e
pavimentação das rodovias. Esta atividade refere-se ao corte e destocamento da vegetação existente, sendo
que a supressão deve ser realizada somente em áreas estritamente necessárias. Sendo assim, o
Subprograma de Controlo da Supressão de Vegetação tem como diretriz a redução dos impactos através de
atividades preventivas, como a manutenção de corredores ecológicos para a fauna e a flora e a restrição do
corte em áreas estritamente necessárias aos serviços a serem realizados.
O componente vegetal de rodovias apresenta diversas funções, possuindo valores estéticos, de sinalização e
proteção, bem como de conservação aos ecossistemas adjacentes. A arborização e o paisagismo de rodovias
são fundamentais para a recuperação de paisagens degradadas, servindo também como medida
compensatória à supressão de vegetação. Assim o presente Subprograma tem como objetivo principal
realizar o plantio de arbustos e árvores na faixa de domínio da rodovia para recompor a vegetação de floresta
e cerradas suprimidas na instalação do empreendimento.
O Subprograma de Resgate de Germoplasma consiste no salvamento e transplante das espécies epífitas e
palmeiras existentes nos remanescentes vegetais da área onde a rodovia está inserida, bem como de
sementes de espécies arbustivas e arbóreas das matas e remanescentes de cerrado, onde houver
necessidade de supressão de vegetação.
O resgate de orquídeas, bromélias, cactáceas, palmeiras e sementes de espécies arbóreas no âmbito deste
Subprograma, além de minimizar os impactos do empreendimento sobre as populações com distribuição na
região do empreendimento, contribuirá para o conhecimento da diversidade de famílias botânicas na flora
Namibense.
25. LEIS INTERNACIONAIS PARA PROTEÇÃO DO PARQUE NACIONAL DO IONA
“As questões referentes às áreas protegidas em Portugal, no sentido em que as entendemos hoje, são
bastante recentes. Podem ser um modelo para Angola. A primeira referência existente data de 1948,
mencionando pela primeira vez a criação de Parques Naturais. No entanto, os verdadeiros alicerces para uma
política de proteção da natureza só seriam criados pela Lei n.º 9/70, que atribuía ao Governo a
responsabilidade da promoção e proteção da natureza: “defesa de áreas onde o meio natural deva ser
reconstituído ou preservado contra a degradação provocada pelo homem”, e do “uso racional e a defesa de
todos os recursos naturais em todo o território de modo a possibilitar a sua fruição pelas gerações futuras”
(referência explícita ao desenvolvimento sustentável). Estes objetivos deveriam ser atingidos pela criação de
Parques Nacionais e Reservas (figuras de proteção definidas em relação aos diferentes objetivos).
No seguimento desta política é criada, em 1971, a primeira Área Protegida – o Parque Nacional da Peneda-
Gerês – o único com este estatuto existente até então no território nacional; só após 1974 as questões ligadas
ao Ambiente e à Conservação da Natureza ganharam um novo impulso com a criação da Secretaria de
Estado do Ambiente. Assim, através da publicação do Decreto-Lei n.º 613/76, definiu-se a classificação das
Áreas Protegidas com a introdução do conceito de Parque Natural, que já existia em vários países europeus.
Outro momento muito importante para as Áreas Protegidas surgiu com a publicação da Lei n.º 11/87 – a Lei
de Bases do Ambiente – que referia a importância da regulamentação e implementação de uma rede nacional
de áreas protegidas, definindo os estatutos nacionais, regionais e locais que as mesmas deveriam ter, muito
embora esta ideia só viesse a ser concretizada seis anos depois, com o Decreto-Lei n.º 19/93 que, finalmente,
criou a Rede Nacional de Áreas Protegidas”. Citação de Atlas Portugal.
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26. OUTRAS CONSIDERAÇÕES
“A isonomia quanto o mesmo percentual de reserva legal aplicado ao grande proprietário e ao pequeno fere a
função social da propriedade, pois diferentemente do grande proprietário que possui o privilégio de programar
e direcionar o curso de suas áreas para a implantação da lei, o pequeno proprietário sem esta opção, é
obrigado a destinar o mesmo percentual em seu espaço uno, o que pode comprometer a sua sobrevivência.
Assim sendo, para haver equilíbrio, mister se faz a aplicação do amplo sentido de igualdade: “tratar os
desiguais de forma desigual”. Subentende-se que a legislação estabelece as regras de convivência da
sociedade e as regras que asseguram sua sobrevivência. Porém, o enfoque desse trabalho vai fazer alguns
apontamentos mostrando que nem sempre a aplicação das leis garante a justiça social e a qualidade de vida
para a maioria da população, até porque os interesses hegemônicos na política local não se deixam, por
vezes, contrariar.” Citado de Kelsen (2000 p.203)
27. CONCLUSÕES
Relacionado com a vindoura Cúpula Mundial para o Desenvolvimento Social, em março de 1995, o UNDP
(Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento) publicou um informe que expressa preocupação com
a segurança humana. O informe, baseado no Human Development Report 1994 (Relatório de
Desenvolvimento Humano de 1994), observou que “no início do século, cerca de 90% das baixas de guerra
eram militares. Hoje, cerca de 90% são civis: uma mudança desastrosa na balança”. O UNDP reconhece que
a segurança humana acha-se ameaçada independentemente de onde se viva. O Human Development Report
acrescentou que “fomes, conflitos étnicos, desintegração social, terrorismo, poluição e narcotráfico não são
mais eventos isolados, confinados a fronteiras nacionais. Suas consequências são sentidas em todo o globo”.
28.CONSULTAS
www.fotosnamibe.blospot.pt/
TÖNNIES, 199 5ª, p. 2529
Durkheim 197 8ª
Nisbet, 1967, p. 86
Bauman, 2003, p.2
Evans- Pritchard, 2007, p. 132
www.angolabelazebelo.com/faca-turismo-em-angola-namibe/
www.coladaweb.com/geografi/continenteafrica-continente-africano
Duarte Pacheco Pereira, 174 – Esmeraldo de Stu Orbis – Lisboa, 1954, edição da Academia
Portuguesa de História
Silva, 2002, p.26
Atlas de Portugal
Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
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Kelsen 2000 p.203
mailto:[email protected]?subject=Estudo das comunidades do Parque Nacional do Iona, Namibe
Estudo das Comunidades Do Parque Nacional do IONA, Namibe
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