CENTRO DE FORMAÇÃO DA DGCI REGIME GERAL DAS INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS

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CENTRO DE FORMAÇÃO DA DGCI REGIME GERAL DAS INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS (Aprovado pelo artigo 1.º nº 1 da Lei n.º 15/2001 de 5 de Junho, publicado em Anexo como parte integrante da mesma Lei, e em vigor a partir de 5 de Julho de 2001 ) Índice 1. PRINCÍPIOS GERAIS 1.1. ÂMBITO DE APLICAÇÃO 1.2. CONCEITO DE INFRACÇÃO TRIBUTÁRIA 1.3. CONCURSO DE INFRACÇÕES 1.4. SUBSISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA 1.5. DIREITO SUBSIDIÁRIO 1.6. APLICAÇÃO DO RGIT NO ESPAÇO E NO TEMPO 1.7. RESPONSABILIDADE CRIMINAL, CONTRA-ORDENACIONAL E CIVIL PELAS MULTAS E COIMAS 2. CRIMES TRIBUTÁRIOS 2.1. PENAS PRINCIPAIS APLICÁVEIS AOS CRIMES TRIBUTÁRIOS 2.2. DETERMINAÇÃO DA MEDIDA DA PENA 2.3. SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA PENA DE PRISÃO 2.4. PRESCRIÇÃO, INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO PROCEDIMENTO CRIMINAL 2.5. DISPENSA E ATENUAÇÃO ESPECIAL DA PENA 2.6. PENAS ACESSÓRIAS APLICÁVEIS AOS CRIMES TRIBUTÁRIOS 3. PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO 3.1. AQUISIÇÃO DA NOTÍCIA DE CRIME TRIBUTÁRIO 3.2. FLAGRANTE DELITO E PROVIDÊNCIAS CAUTELARES 3.3. INQUÉRITO 3.4. COMPETÊNCIA DELEGADA 3.5. DURAÇÃO, SUSPENSÃO DO PRAZO E ENCERRAMENTO 3.6. DECISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO 3.7. SUSPENSÃO DO PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO E CASO JULGADO DAS SENTENÇAS DE IMPUGNAÇÃO E OPOSIÇÃO 1

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REG(Aprovado pelo artigo 1

1. PRINCÍPIOS

1.1. ÂMBITO DE APLIC

1.2. CONCEITO DE INF

1.3. CONCURSO DE IN

1.4. SUBSISTÊNCIA D

1.5. DIREITO SUBSIDIÁ

1.6. APLICAÇÃO DO R 1.7. RESPONSABILIDA

2. CRIMES TRIB

2.1. PENAS PRINCIPA 2.2. DETERMINAÇÃO 2.3. SUSPENSÃO DA E 2.4. PRESCRIÇÃO, INT 2.5. DISPENSA E ATEN 2.6. PENAS ACESSÓR

3. PROCESSO

3.1. AQUISIÇÃO DA NO 3.2. FLAGRANTE DEL 3.3. INQUÉRITO 3.4. COMPETÊNCIA DE 3.5. DURAÇÃO, SUSPE 3.6. DECISÃO DO MIN 3.7. SUSPENSÃO DOIMPUGNAÇÃO E OPO

CENTRO DE FORMAÇÃO DA DGCI

IME GERAL DAS INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS

.º nº 1 da Lei n.º 15/2001 de 5 de Junho, publicado em Anexo como parte integrante da mesma Lei,

e em vigor a partir de 5 de Julho de 2001 )

Índice

GERAIS AÇÃO

RACÇÃO TRIBUTÁRIA

FRACÇÕES

A OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA

RIO

GIT NO ESPAÇO E NO TEMPO

DE CRIMINAL, CONTRA-ORDENACIONAL E CIVIL PELAS MULTAS E COIMAS

UTÁRIOS

IS APLICÁVEIS AOS CRIMES TRIBUTÁRIOS

DA MEDIDA DA PENA

XECUÇÃO DA PENA DE PRISÃO

ERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO PROCEDIMENTO CRIMINAL

UAÇÃO ESPECIAL DA PENA

IAS APLICÁVEIS AOS CRIMES TRIBUTÁRIOS

PENAL TRIBUTÁRIO

TÍCIA DE CRIME TRIBUTÁRIO

ITO E PROVIDÊNCIAS CAUTELARES

LEGADA

NSÃO DO PRAZO E ENCERRAMENTO

ISTÉRIO PÚBLICO

PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO E CASO JULGADO DAS SENTENÇAS DE SIÇÃO

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4. CONTRA-ORDENAÇÕES TRIBUTÁRIAS

4.1 CLASSIFICAÇÃO, COIMAS APLICÁVEIS E SEUS MONTANTES 4.2. MEDIDA DA COIMA

4.3. CONCURSO DE CONTRA-ORDENAÇÕES 4.4. SANÇÕES ACESSÓRIAS

4.5. DIREITO À REDUÇÃO DAS COIMAS 4.6. DISPENSA E ATENUAÇÃO DE COIMA 4.7. PRESCRIÇÃO

5. PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÕES TRIBUTÁRIAS

5.1. ÂMBITO 5.2 COMPETÊNCIA DAS AUTORIDADES TRIBUTÁRIAS 5.3. INSTAURAÇÃO 5.4. AUTO DE NOTÍCIA 5.5. EXTINÇÃO DO PROCEDIMENTO E EXTINÇÃO DA COIMA 5.6.NULIDADES DO PROCESSO

5.7.SUSPENSÃO DO PROCESSO E CASO JULGADO DAS SENTENÇAS DE IMPUGNAÇÃO E OPOSIÇÃO 5.8. EXECUÇÃO DAS COIMAS 5.9. CUSTAS DO PROCESSO

I. FASE ADMINISTRATIVA

a)COMPETÊNCIA PARA A INVESTIGAÇÃO E INSTRUÇÃO b) NOTIFICAÇÃO E DEFESA DO ARGUIDO

c) APLICAÇÃO DA COIMA PELO DIRIGENTE DE SERVIÇO TRIBUTÁRIO E POR OUTRAS ENTIDADES d) ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO E PAGAMENTO VOLUNTÁRIO e) ARQUIVAMENTO DO PROCESSO f) REQUISITOS DA DECISÃO QUE APLICA A COIMA

II. FASE JUDICIAL

a) RECURSO DAS DECISÕES DE APLICAÇÃO DAS COIMAS b) AUDIÊNCIA DE DISCUSSÃO E JULGAMENTO c) RECURSO DA SENTENÇA d) EFEITO SUSPENSIVO e) COMPETÊNCIA PARA A REVISÃO DAS COIMAS E SANÇÕES ACESSÓRIAS

6. CRIMES TRIBUTÁRIOS

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6.1. CRIMES TRIBUTÁRIOS COMUNS 6.1.1. BURLA TRIBUTÁRIA 6.1.2. FRUSTRAÇÃO DE CRÉDITOS 6.1.3. ASSOCIAÇÃO CRIMINOSA

I 6.1.5. VIOLAÇÃO DE SEGREDO 6.1.4. DESOBEDIÊNCIA QUALIF CADA

6.2.CRIMES FISCAIS

6.2.1. FRAUDE FISCAL

6.2.2. FRAUDE FISCAL QUALIFICADA

6.2.3. ABUSO DE CONFIANÇA

7. CONTRA-ORDENAÇÕES FISCAIS

7.1. RECUSA DE ENTREGA, EXIBIÇÃO, OU APRESENTAÇÃO DE ESCRITA E DE DOCUMENTOS FISCALMENTE RELEVANTES 7.2. FALTA DE ENTREGA DA PRESTAÇÃO TRIBUTÁRIA 7.3. VIOLAÇÃO DE SIGILO FISCAL 7.4. FALTA OU ATRASO NA ENTREGA DE DECLARAÇÃO 7.5. FALTA OU ATRASD NA APRESENTAÇÃO OU EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS OU DE DECLARAÇÕES 7.6. FALSIFICAÇÃO, VICIAÇÃO E ALTERAÇÃO DE DOCUMENTOS FISCALMENTE RELEVANTES 7.7. INEXISTÊNCIA DE CONTABILIDADE OU DE LIVROS FISCALMENTE RELEVANTES 7.8. OMISSÕES E INEXACTIDÕES NAS DECLARAÇÕES OU EM OUTROS DOCUMENTOS FISCALMENTE RELEVANTES 7.9. NÃO ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE DE HARMONIA COM AS REGRAS DE NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA E ATRASOS NA SUA EXECUÇÃO 7.10. FALTA DE APRESENTAÇÃO ANTES DA RESPECTIVA UTILIZAÇÃO DOS LIVROS DE ESCRITURAÇÃO 7.11. VIOLAÇÃO DO DEVER DE EMITIR OU EXIGIR RECIBOS OU FACTURAS 7.12. FALTA DE DESIGNAÇÃO DE REPRESENTANTES 7.13. PAGAMENTO INDEVIDO DE RENDIMENTOS 7.14. PAGAMENTO OU COLOCAÇÃO Á DISPOSIÇÃO DE RENDIMENTOS OU GANHOS CONFERIDOS POR OU ASSOCIADOS A VALORES MOBILIÁRIOS 7.15. INEXISTÊNCIA DE PROVA DA APRESENTAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE AQUISIÇÃO E ALIENAÇÃO DE ACÇÕES E OUTROS VALORES MOBILIÁRIOS OU DA INTEREVENÇÃO DE ENTIDADES RELEVANTES 7.16. TRANSFERÊNCIA PARA O ESTRANGEIRO DE RENDIMENTOS SUJEITOS A TRIBUTAÇÃO 7.17. IMPRESSÃO DE DOCUMENTOS POR TIPOGRAFIAS NÃO AUTORIZADASFALTA OU ATRASO NA APRESENTAÇÃO OU EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS OU DE DECLARAÇÕES FALTA OU ATRASO NA APRESENTAÇÃO OU EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS OU DE DECLARAÇÕES

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Centro de Formação da DGCI *

REGIME GERAL DAS INFRACÇÕES TRIBUTÁRIAS

(Aprovado pelo artigo 1.º nº 1 da Lei n.º 15/2001 de 5 de Junho, publicado em Anexo como parte integrante da mesma Lei, e em vigor a partir de 5 de Julho de 2001 )

*

Tendo em vista o reforço das garantias dos contribuintes, a simplificação processual e a reformulação da organização judiciária tributária, foi aprovado um novo regime geral para as infracções tributárias, consagrando num só diploma legal as normas que constavam do Regime Jurídico das Infracções Fiscais Não Aduaneiras, do Regime Jurídico das Infracções Fiscais Aduaneiras bem como outras disposições relativas a impostos especiais sobre o consumo, às infracções relativas a tributos cobrados pelas autarquias locais, e aos crimes relativos a contribuições e prestações para a Segurança Social que se encontravam dispersas por diplomas avulsos.

1. PRINCÍPIOS GERAIS

1.1. ÂMBITO DE APLICAÇÃO O Regime Geral das Infracções Tributárias (RGIT) aplica-se, salvo disposição em contrário, aos factos de natureza tributária puníveis por legislação de carácter especial, e às infracções das normas reguladoras:

Das prestações tributárias; salvo disposição em contrário; Dos regimes tributários, aduaneiros e fiscais, independentemente de

regulamentarem ou não prestações tributárias; Dos benefícios fiscais e franquias aduaneiras; Das contribuições e prestações relativas ao sistema de solidariedade e segurança

social, que constituam crime, sem prejuízo do regime das contra-ordenações que consta de legislação especial.

1.2. CONCEITO DE INFRACÇÃO TRIBUTÁRIA Constitui infracção tributária todo o facto:

Típico, Ilícito e Culposo Declarado punível por lei tributária anterior.

A infracção tributária ainda se subdivide, e dessa subdivisão resultam punições diferentes:

CRIME PENA

INFRACÇÃOTRIBUTÁRIA

CONTRA-ORDENAÇÃO COIMA

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1.3. CONCURSO DE INFRACÇÕES Aos responsáveis pelas infracções previstas no RGIT, são somente aplicáveis as sanções previstas no próprio RGIT, desde que não tenham sido cometidas infracções de outra natureza. No entanto, se o mesmo facto constituir simultaneamente crime e contra-ordenação, o agente será punido a título de crime, sem prejuízo da aplicação das sanções acessórias previstas para a contra-ordenação. 1.4. SUBSISTÊNCIA DA OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA O pagamento da coima ou da multa não exonera do pagamento da prestação tributária devida e acréscimos, uma vez que a responsabilidade pelo pagamento dos impostos é independente da responsabilidade contra-ordenacional e criminal. 1.5. DIREITO SUBSIDIÁRIO Em tudo aquilo que não estiver regulamentado no RGIT, quer em matéria de contra-ordenações quer em matéria criminal, aplicar-se-ão outros diplomas legais:

Regime Geral das Contra-Ordenações Em matéria

de contra-ordenações

Código Penal

Código de Processo Penal Em matéria de

crimes fiscais e sua tramitação

Código Civil e Legislação Complementar Quanto às

situações que envolvam responsabilidade civil

Código de Procedimento e de Processo Tributário Quanto à

execução das coimas

1.6. APLICAÇÃO DO RGIT NO ESPAÇO E NO TEMPO O apuramento do local da prática dos factos é relevante para determinar a aplicação da lei portuguesa ao caso concreto:

Factos praticados em território português

Factos praticados a bordo de aeronaves ou navios portugueses

APLICAÇÃO NO ESPAÇO

DIREITO SUBSIDIÁRIO

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O momento da prática dos factos é relevante para, no caso de sucessão de leis no tempo, ou seja determinar não só qual a norma aplicável ao caso concreto, mas também aplicar amnistias e perdões e efectuar a contagem de prazos de prescrição:

Acções Consideram-se praticadas no momento e no lugar em

que o agente actuou E na data em que

termine o prazo para o cumprimento dos deveres tributários

Omissões Consideram-se praticadas no momento e no lugar em

que o agente devia ter actuado 1.7. RESPONSABILIDADE CRIMINAL, CONTRA-ORDENACIONAL E CIVIL PELAS MULTAS E COIMAS O RGIT prevê vários tipos de responsabilidade com fundamento na prática de infracções tributárias:

Responsabilidade criminal

Responsabilidade contra-ordenacional

RESPONSABILIDADE INDIVIDUAL

APLICAÇÃO NO TEMPO

As pessoas colectivas e as sociedades ainda que irregularmente constituídas*

são responsáveis pelas infracções previstas no RGIT quando cometidas pelos seus órgãos ou representantes em seu nome e no interesse colectivo

Outras entidades fiscalmente equiparáveis

RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS COLECTIVAS

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A responsabilidade criminal das pessoas colectivas, sociedades, ainda que irregularmente constituídas e outras fiscalmente equiparadas não exclui a responsabilidade individual dos respectivos agentes; porém, se estes actuarem contra ordens ou instruções expressas de quem de direito, serão considerados os únicos responsáveis.

A responsabilidade contra-ordenacional das pessoas colectivas, sociedades e outras fiscalmente equiparadas exclui a responsabilidade individual dos respectivos agentes; porém se actuarem contra ordens ou instruções expressas de quem de direito, serão considerados os únicos responsáveis.

Responsabiliza os titulares de um órgão, membro ou representante de uma pessoa colectiva, sociedade, ainda que irregularmente constituída, ou de mera associação de facto, ou ainda em representação legal ou voluntária de outrém. Responsabiliza os titulares de um órgão, membro ou representante de uma pessoa colectiva, sociedade, ainda que

* Csoc Qupecoeq

RESPONSABILIDADE PENAL DAS PESSOAS

COLECTIVAS

RESPONSABILIDADE CRIMINAL E CONTRA-ORDENACIONAL POR ACTUAÇÃO EM NOME

DE OUTRÉM

irregularmente constituída, ou de mera associação de facto, ou ainda em representação legal ou voluntária de outrém

abem neste conceito, as sociedades civis não constituídas sob a forma comercial, as que o são antes de efectuado o seu registo, as iedades cuja constituição é declarada inválida, as associações sem personalidade jurídica e os patrimónios autónomos

anto à Responsabilidade Civil, diz o RGIT que os administradores, gerentes e outras ssoas que exerçam, ainda que somente de facto, funções de administração em pessoas lectivas, sociedades ainda que irregularmente constituídas e outras entidades fiscalmente uiparadas, são subsidiariamente responsáveis, nos seguintes casos:

Pagamento das multas e coimas aplicadas a infracções por factos praticados culposamente no período do exercício do seu cargo

Multas ou coimas devidas por factos anteriores, quando lhes seja imputável a falta de pagamento

RESPONSABILIDADE

SUBSIDIÁRIA

Pagamento das multas ou coimas aplicadas a infracções por factos anteriores, quando por culpa sua o património da sociedade ou pessoa colectiva se torne insuficiente para o pagamento A responsabilidade é solidária, caso sejam vários os infractores, e é independente da responsabilidade criminal por parte de quem é agente da infracção

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Os responsáveis civis pelo pagamento das multas, nos termos do artº 8º desta lei, intervêm no processo e gozam dos direitos de defesa dos arguidos compatíveis com a defesa dos seus interesses.

2. CRIMES TRIBUTÁRIOS 2.1. PENAS PRINCIPAIS APLICÁVEIS AOS CRIMES TRIBUTÁRIOS

CRIMES TRIBUTÁRIOS

Infractores

Prisão

Multa

Pessoas singulares

Até 8 anos

De 10 a 600 dias

Pessoas colectivas, sociedades irregularmente constituídas ou outras

entidades fiscalmente equiparadas

___________

O dobro dos limites mínimo e máximo das penas de multa previstas nos diferentes tipos

legais, com o mínimo de 20 e o máximo de 1920 dias*

* Sem prejuízo dos limites estabelecidos, e salvo disposição em contrário.

PENAS DE MULTA

Infractores

Limites

Pessoas singulares

1 a 500 Euros

Pessoas colectivas, sociedades

irregularmente constituídas ou outras entidades fiscalmente equiparadas

5 a 5000 Euros

2.2. DETERMINAÇÃO DA MEDIDA DA PENA Atende-se, sempre que possível, ao prejuízo causado pelo crime tributário para efeitos de escolha da pena e da sua medida concreta, dentro dos limites mínimos e máximos legalmente possíveis e previstos em várias disposições do RGIT.

Grau de ilicitude Culpa

Sobum

CRITÉRIOS DE GRADUAÇÃO

Situação económico-financeira do infractor

re a pena de multa, e de acordo com o sistema de dias-multa em que esta é fixada sobre certo número de dias, não incidem quaisquer adicionais.

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2.3. SUSPENSÃO DA EXECUÇÃO DA PENA DE PRISÃO A suspensão da execução da pena de prisão aplicada é sempre condicionada:

Ao pagamento, em prazo a fixar até ao limite de cinco anos subsequentes à condenação, da prestação tributária e acréscimos legais;

Ao pagamento do montante dos benefícios indevidamente obtidos;

Ao pagamento de quantia até ao limite máximo estabelecido para a pena de

multa. caso o juiz assim o entenda. Se não forem pagas as quantias referidas, o tribunal pode:

Exigir garantias de cumprimento; Prorrogar o período de suspensão sem exceder no entanto, os limites legalmente

admissíveis; Revogar a suspensão da pena de prisão

2.4. PRESCRIÇÃO, INTERRUPÇÃO E SUSPENSÃO DO PROCEDIMENTO CRIMINAL O procedimento criminal por crime tributário extingue-se, por efeito de prescrição, logo que sobre a sua prática sejam decorridos cinco anos, sem prejuízo dos prazos de prescrição estabelecidos no Código Penal quando o limite máximo da pena de prisão for igual ou superior a cinco anos. Se a infracção depender da liquidação da prestação tributária, o prazo de prescrição do procedimento criminal é reduzido ao prazo de caducidade do direito à liquidação do tributo. O prazo de prescrição interrompe-se e suspende-se nos termos estabelecidos no Código Penal, mas a suspensão da prescrição verifica-se também por efeito da suspensão do processo. 2.5. DISPENSA E ATENUAÇÃO ESPECIAL DA PENA A pena pode ser dispensada se o agente:

Repuser a verdade sobre a situação tributária; O crime for punível com pena de prisão igual ou inferior a três anos,

A ilicitude do facto e a culpa do agente não forem muito graves;

A prestação tributária e demais acréscimos legais tiverem sido pagos;

Ou tiverem sido restituídos os benefícios injustificadamente obtidos;

À dispensa da pena se não opuserem razões de prevenção.

A pena será especialmente atenuada se o agente até à decisão final ou no prazo nela fixado:

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Repuser a verdade fiscal;

Simultaneamente, pagar a prestação tributária e demais acréscimos legais.

2.6. PENAS ACESSÓRIAS APLICÁVEIS AOS CRIMES TRIBUTÁRIOS Quando se verifiquem os pressupostos do Código Penal, poderão ser aplicadas, cumulativamente, aos agentes dos crimes tributários as seguintes penas acessórias: 1. Interdição temporária do exercício de certas actividades ou profissões; 2. Privação do direito a receber subsídios ou subvenções concedidos por entidades ou serviços públicos; 3. Perda ou inibição de obter benefícios fiscais concedidos, franquias aduaneiras e benefícios concedidos pela administração da segurança social; 4. Privação temporária do direito de participar em feiras, mercados, leilões ou arrematações e concursos de obras públicas, de fornecimento de bens ou serviços e de concessão, promovidos por entidades ou serviços públicos ou por instituições particulares de solidariedade social comparticipadas pelo orçamento da segurança social; 5. Encerramento de estabelecimento ou de depósito; 6. Cassação de licenças ou concessões e suspensão de autorizações; 7. Publicação da sentença condenatória a expensas do agente da infracção; 8. Dissolução da pessoa colectiva; 9. Perda de mercadorias, meios de transporte e outros instrumentos do crime, mesmo que pertencendo a pessoa desconhecida;

O processo penal tributár Aquisição da notícia que dará origem ao l que constituirá a ba

competente sob a su tendo em vista uma d que pode ir no sentid

3. PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO

io desencadeia-se com a:

de um crime tributário, evantamento de um auto de notícia, se para a elaboração de um inquérito pela autoridade tributária

pervisão do Ministério Público, ecisão final por parte deste órgão,

o de arquivar o processo ou proferir acusação.

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3.1. AQUISIÇÃO DA NOTÍCIA DE CRIME TRIBUTÁRIO

Por conhecimento próprio do Ministério Público

Por conhecimento próprio dos órgãos da administração tributária com competência delegada para os actos de inquérito

3.2. F Em caadmin

Em reagentactos

3.3. IN AdquiPúblicdiligên In

D

D

Os órmatér 3.4. C A comseguin

MODOS DE AQUISIÇÃO

Por intermédio dos órgãos de polícia criminal

Por intermédio dos agentes tributários;

Mediante denúncia.

LAGRANTE DELITO E PROVIDÊNCIAS CAUTELARES

so de flagrante delito por crime tributário punível com pena de prisão, os agentes da istração tributária e os órgãos de polícia criminal devem proceder à detenção.

lação às medidas cautelares, o RGIT diz que qualquer órgão de polícia criminal ou

e da administração tributária pratica, em caso de urgência ou de perigo de demora, os cautelares necessários e urgentes para assegurar os meios de prova.

QUÉRITO

rida a notícia de um crime tributário procede-se a inquérito, sob a direcção do Ministério o. Tendo em vista a decisão sobre a acusação, o inquérito compreende o conjunto de cias que visam:

vestigar a existência de um crime;

eterminar os seus agentes e a responsabilidade deles

escobrir e recolher as provas

gãos da administração tributária são equiparados aos órgãos de polícia criminal, em ia de poderes e funções

OMPETÊNCIA DELEGADA

petência para os actos de inquérito presume-se delegada pelo Ministério Público nos tes órgãos:

No Director de Finanças que exercer funções na área onde o crime tiver sido cometido

No Director da Direcção de Serviços de Prevenção e Inspecção Tributária nos processos por crimes que venham a ser indiciados por aquela no exercício das suas atribuições

CRIMES FISCAIS

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3.5. DURAÇÃO, SUSPENSÃO DO PRAZO E ENCERRAMENTO Devem estar concluídos no prazo máximo de oito meses contados da data em que foi adquirida a notícia do crime, os actos de inquérito delegados nos órgãos da administração tributária. No entanto, não serão concluídas as investigações enquanto não for apurada a situação tributária ou contributiva da qual dependa a qualificação criminal dos factos, suspendendo-se o prazo de oito meses enquanto não for proferida decisão final sobre a referida situação tributária. Concluídas as investigações relativas ao inquérito, o órgão da administração tributária, da segurança social ou de polícia criminal competente emite parecer fundamentado que remete ao Ministério Público juntamente com o auto de inquérito. 3.6. DECISÃO DO MINISTÉRIO PÚBLICO Recebido o auto de inquérito e respectivo parecer, o Ministério Público pode arquivar o inquérito ou deduzir acusação.

Se tiver recolhido prova bastante de não se ter verificado crime

Se tiver recolhido prova bastante de o arguido não o ter praticado a qualquer título

Se for legalmente inadmissível o procedimento

Se não tiver sido possível ao Ministério Público obter indícios suficientes da verificação de crime ou de quem foram os agentes

Se o processo for por crime relativamente ao qual se encontre expressamente prevista na lei a possibilidade de dispensa da pena

Se durante o inquérito tiverem sido recolhidos indícios suficientes de se ter verificado crime e de quem foi o seu agente, o Ministério Público, tem 10 dias, para deduzir acusação.

ARQUIVAMENTO DO INQUÉRITO

DEDUÇÃO DE ACUSAÇÃO

Sendo arquivado o inquérito ou não deduzida a acusação, a decisão é comunicada à administração tributária para efeitos de procedimento por contra-ordenação, se for caso disso.

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3.7. SUSPENSÃO DO PROCESSO PENAL TRIBUTÁRIO E CASO JULGADO DAS SENTENÇAS DE IMPUGNAÇÃO E OPOSIÇÃO Se estiver a correr ou tiver lugar: Processo de impugnação judicial

O processo penal tributário suspende-se até que transitem em julgado as respectivas sentenças

Oposição à execução A sentença proferida em processo de impugnação judicial e a que tenha decidido da oposição de executado, uma vez transitadas, constituem caso julgado para o processo penal tributário apenas relativamente às questões nelas decididas e nos precisos termos em que o foram.

4.1. CLASSIFICAÇ

Tipo

Simple

Grave

Valor Mínimo Pessoa colectiva, socieirregularmente constentidade fiscalmente e Negligência

Tentativa

Omissão

4 4. CONTRA-ORDENAÇÕES TRIBUTÁRIAS

ÃO, COIMAS APLICÁVEIS E SEUS MONTANTES

CLASSIFICAÇÃO

Coima

s

Puníveis com coima cujo limite máximo não exceda 3750 Euros.

Puníveis com coima cujo limite máximo seja superior a 3750 Euros s

Aquelas que, a lei expressamente qualifique como graves

COIMAS

150 Euros, se o contrário não resultar da lei

dade, ainda que ituída, ou outra quiparada

Os limites mínimo e máximo das coimas previstas nos diferentes tipos legais de contra-ordenação, são elevados para o dobro sem prejuízo dos valores da tabela seguinte. É sempre punível. Se a lei, relativamente ao montante máximo da coima, não distinguir o comportamento doloso do negligente, este só pode ser sancionado até 1/2 daquele montante. Só é punível nos casos expressamente previstos na lei. Os limites mínimo e máximo da coima são reduzidos para metade. Se a contra-ordenação consistir na omissão da prática de um acto devido, a coima deverá ser graduada em função do tempo decorrido desde a data em que o facto devia ter sido praticado.

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MONTANTE DAS COIMAS *

Dolo

Negligência

Valor Mínimo

Pessoas Colectivas, sociedades ainda que irregularmente

constituídas, ou outras entidades fiscalmente equiparadas

Valor máximo de

110 000 Euros

Valor máximo de

30 000 Euros

150 Euros

Pessoas Singulares

Valor máximo de

55 000 Euros

Valor máximo de

15 000 Euros

150 Euros

* Sempre que o contrário não resultar da lei 4.2. MEDIDA DA COIMA Sem prejuízo dos limites máximos fixados no artigo anterior, a coima deverá ser graduada em função da: Gravidade do facto;

Culpa do agente;

Situação económica do agente e,

Sempre que possível, deverá exceder o benefício económico que o agente retirou da

prática da contra-ordenação. 4.3. CONCURSO DE CONTRA-ORDENAÇÕES As sanções aplicadas às contra-ordenações em concurso são sempre cumuladas materialmente, ou seja, somadas. 4.4. SANÇÕES ACESSÓRIAS

Aos agentes das contra-ordenações tributárias graves, são aplicáveis sanções acessórias, cujos pressupostos da aplicação são os estabelecidos no regime geral do ilícito de mera ordenação social, ou seja, no artº 21-A do DL nº 433/82, de 27/10. 1. Perda de objectos pertencentes ao agente; 2. Privação do direito a receber subsídios ou subvenções concedidos por entidades ou serviços públicos; 3. Perda de benefícios fiscais concedidos, ainda que de forma automática, franquias aduaneiras e benefícios concedidos pela administração da segurança social ou inibição de os obter; 4. Privação temporária do direito de participar em feiras, mercados, leilões ou arrematações e concursos de obras públicas, de fornecimento de bens ou serviços e de concessão, promovidos por entidades ou serviços públicos;

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5. Encerramento de estabelecimento ou de depósito; 6. Cassação de licenças ou concessões e suspensão de autorizações; 7. Publicação da decisão condenatória a expensas do agente da infracção. 4.5. DIREITO À REDUÇÃO DAS COIMAS O direito à redução das coimas surge sempre que estas são pagas a pedido do agente, desde que este pedido seja apresentado antes da instauração do processo contra-ordenacional, variando no entanto o montante da redução, de acordo com o momento da prática da infracção. O pedido de pagamento tem de ser acompanhado pela regularização da situação tributária que deu origem à infracção.

DIREITO À REDUÇÃO DAS COIMAS

Momento da apresentação do pedido de redução

Montante da

redução

Especificidades

Requisitos específicos

Requisitos gerais

1. Nos 30 dias posteriores

ao da prática da infracção sem ter sido

levantado auto de notícia, recebida participação ou

denúncia ou iniciado procedimento de

inspecção tributária

25%

do montante mínimo legal

2. Após os 30 dias, sem que tenha sido levantado auto de

notícia, recebida participação ou iniciado

procedimento de inspecção tributária

50%

do montante mínimo legal

É considerado sempre montante mínimo da coima o estabelecido

para os casos de negligência

Se o pagamento das coimas com redução não for efectuado ao mesmo tempo que a entrega da

prestação tributária ou do documento ou declaração em falta, o contribuinte é notificado para o efectuar no prazo de 15 dias, sob

pena de ser levantado auto de notícia e

instaurado processo contra-ordenacional.

Pagamento da coima reduzida nos 15 dias posteriores ao da entrada nos

serviços da administração tributária do

pedido de redução

3. Até ao termo do

procedimento de inspecção tributária e se a infracção for meramente negligente

75%

do montante mínimo legal.

O requerente deve dar

conhecimento do pedido ao funcionário da

inspecção tributária, que elabora relatório, que

será enviado à entidade competente para a

instrução do pedido

Pagamento nos 15 dias posteriores à

notificação da coima pela entidade

competente.

Regularização da situação tributária

do infractor dentro do prazo

previsto nas alíneas anteriores

Não

aplicabilidade de qualquer sanção

acessória

Sempre que a coima variar em função da prestação tributária, é considerado montante mínimo, 5% ou 10% da prestação tributária devida, conforme a infracção tiver sido praticada, respectivamente, por pessoa singular ou colectiva.

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Se o montante da coima depender de prestação tributária a liquidar, a sua aplicação aguardará a liquidação do tributo, sem prejuízo do benefício da redução, se for paga nos 15 dias posteriores à notificação. No caso de se verificar a falta das condições estabelecidas para a redução das coimas, a liquidação destas é corrigida, levando-se em conta o montante já pago. 4.6. DISPENSA E ATENUAÇÃO DE COIMA Para além dos casos especialmente previstos na lei pode haver dispensa da aplicação de coima, desde que se verifiquem cumulativamente as seguintes circunstâncias: A prática da infracção não ocasione prejuízo efectivo à receita tributária;

Estar regularizada a falta cometida;

A falta revelar um diminuto grau de culpa.

A coima pode também ser especialmente atenuada no caso de o infractor reconhecer a sua responsabilidade e regularizar a situação tributária até à decisão do processo. 4.7. PRESCRIÇÃO O procedimento por contra-ordenação extingue-se, decorridos 5 anos sobre a prática do facto. Este prazo de prescrição do procedimento por contra-ordenação é reduzido ao prazo de caducidade do direito à liquidação da prestação tributária, quando a infracção depender daquela liquidação. Também as sanções por contra-ordenação tributária prescrevem no prazo de 5 anos a contar da data da sua aplicação. Se durante o processo de contra-ordenação for deduzida oposição de executado em processo de execução fiscal de tributo de cuja existência dependa a graduação da coima, o processo de contra-ordenação tributário suspende-se até que a oposição seja decidida. 5.1. ÂMBITO Ficam sujeitas ao processo de contra-ordenação tributário as infracções tributárias sem natureza criminal, salvo nos casos em que o conhecimento das contra-ordenações caiba aos tribunais comuns, o que acontece quando há concurso entre crime e contra-ordenação, caso em que se aplicam as regras do processo penal tributário. As decisões de aplicação de coimas e sanções acessórias podem ser objecto de recurso para o tribunal tributário de 1.ª instância, salvo nos casos referidos atrás, em que a contra-ordenação é logo julgada em 1.ª instância pelo tribunal comum.

5. PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÕES TRIBUTÁRIAS

16

5.2. COMPETÊNCIA DAS AUTORIDADES TRIBUTÁRIAS A aplicação quer das coimas quer das sanções acessórias, salvo excepções devidamente contempladas na lei, compete às seguintes autoridades tributárias:

No caso de infracções de falta de entrega de prestação tributária, quando o imposto em falta for inferior a 25.000 Euros Falta ou atraso na entrega de declarações, quando o imposto em falta for inferior a 25.000 Euros

Transferência para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a tributação, quando o imposto em falta for inferior a 25.000 Euros

No caso de contra-ordenações autónomas

No caso de infracções de falta de entrega de prestação tributária, quando o imposto em falta for superior a 25.000 Euros

Falta ou atraso na entrega de declarações, quando o imposto em falta for superior a 25.000 Euros

Transferência para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a tributação, quando o imposto em falta for superior a 25.000 Euros

Dector de Finanças

Dirigente do Serviço Local da área onde a infracção teve lugar

Director de Finanças da área onde a

infracção teve lugar

Omissões e inexactidões nas declarações ou em documentos fiscalmente relevantes, quando o imposto em falta for superior a 25.000 Euros

Recusa de entrega, exibição ou apresentação de escrita e de documentos fiscalmente relevantes

Violação de segredo fiscal

Impressão de documentos por tipografias não autorizadas

5.3. INSTAURAÇÃO O processo de contra-ordenação tributária será instaurado quando haja suspeita de prática de contra-ordenação tributária ou de outra natureza para a qual sejam competentes as autoridades tributárias, sobre uma das seguintes bases:

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Auto de notícia levantado por funcionário competente

Participação de entidade oficial

Denúncia feita por qualquer pessoa Declaração do contribuinte ou obrigado tributário a pedir a regularização da situação tributária antes de instaurado o processo de contra-ordenação

5.4. AUTO DE NOTÍCIA Para além do disposto em lei especial e dos órgãos de polícia criminal com competência para fiscalização tributária, são competentes para levantar auto de notícia:

Director-Geral e Subdirectores-Gerais da Direcção-Geral dos Impostos; Directores de Serviços da Direcção-Geral dos Impostos;

Directores de finanças;

Directores de Finanças – Adjuntos;

Chefes de finanças;

Pessoal técnico superior e pessoal técnico da área da inspecção tributária da

Direcção-Geral dos Impostos;

Outros funcionários da Direcção-Geral dos Impostos que exerçam funções de inspecção, quer atribuídas por lei quer por determinação de superiores hierárquicos mencionados nas alíneas anteriores.

5.5. EXTINÇÃO DO PROCEDIMENTO E EXTINÇÃO DA COIMA

Morte do arguido Prescrição ou amnistia, se a coima ainda não tiver sido paga

Pagamento voluntário da coima no decurso do

processo de contra-ordenação tributária Acusação recebida em procedimento criminal.

BASES DO PROCESSO DE CONTRA-ORDENAÇÃO TRIBUTÁRIA

EXTINÇÃO DO PROCEDIMENTO

A obrigação de pagamento da coima e de cumprimento das sanções acessórias extingue-se com a morte do infractor.

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5.6. NULIDADES DO PROCESSO Constituem nulidades insupríveis, que têm por efeito a anulação dos termos subsequentes do processo que deles dependam absolutamente:

O levantamento do auto de notícia por funcionário sem competência;

A falta de assinatura do autuante e de menção de algum elemento essencial da infracção;

A falta de notificação do despacho para audição e apresentação de defesa;

A falta dos requisitos legais da decisão de aplicação das coimas, incluindo a

notificação do arguido;

As nulidades podem ser arguidas até a decisão se tornar definitiva. 5.7. SUSPENSÃO DO PROCESSO E CASO JULGADO DAS SENTENÇAS DE IMPUGNAÇÃO E OPOSIÇÃO Se estiver a correr processo de impugnação judicial ou tiver lugar oposição à execução, nos termos do Código de Procedimento e de Processo Tributário, o processo de contra-ordenação suspende-se até que transitem em julgado as respectivas sentenças. 5.8. EXECUÇÃO DAS COIMAS As coimas aplicadas em processo de contra-ordenação tributário que não sejam pagas nos prazos legais, são cobradas coercivamente em processo de execução fiscal, após extracção de certidão de dívida. 5.9. CUSTAS DO PROCESSO As custas em processo de contra-ordenação tributário regem-se pelo Regulamento das Custas dos Processos Tributários, sem prejuízo da aplicação subsidiária do regime geral de contra-ordenações.

I. FASE ADMINISTRATIVA

a) COMPETÊNCIA PARA A INVESTIGAÇÃO E INSTRUÇÃO O processo de contra-ordenação é instaurado nos serviços de um órgão da Administração Fiscal, é aí que corre os seus trâmites, e, a menos que o infractor recorra judicialmente da decisão que aplicou a coima, é também aí que é extinto. O auto de notícia levantado dispensa a investigação e instrução do processo de contra-ordenação, sem prejuízo da obtenção de outros elementos. Quando existem, a investigação e a instrução no processo de contra-ordenação são orientadas pelo dirigente do serviço tributário competente, e esta competência é determinada pela da área onde tiver sido cometida a contra-ordenação, de acordo com o tipo:

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Por contra-ordenação fiscal, no serviço de finanças;

Serão instruídos pela Brigada Fiscal da Guarda Nacional Republicana os

processos de contra-ordenação que resultem de autos de notícia levantados pelos seus agentes.

b) NOTIFICAÇÃO E DEFESA DO ARGUIDO O arguido será notificado pelo dirigente do serviço tributário competente: Do facto ou factos apurados no processo de contra-ordenação;

Da punição em que incorre;

Que no prazo de 10 dias pode apresentar defesa e juntar ao processo os elementos

probatórios que entender; Que pode utilizar a possibilidade de pagamento antecipado da coima;

Ou pode requerer, até à decisão do processo, o pagamento voluntário da coima.

A defesa do arguido pode ser produzida verbalmente no serviço tributário competente. O dirigente do serviço tributário, caso considere necessário, pode ordenar novas diligências de investigação e instrução e solicitar a todas as entidades policiais e administrativas a cooperação necessária. As testemunhas, no máximo de três por cada infracção, bem como os peritos são obrigados a comparecer no serviço tributário da área da sua residência e a pronunciarem-se sobre a matéria do processo, sendo a falta ou recusa injustificada puníveis com sanção pecuniária a fixar entre um quinto e o dobro do salário mínimo nacional mensal mais elevado em vigor na data da não comparência ou da recusa. c) APLICAÇÃO DA COIMA PELO DIRIGENTE DE SERVIÇO TRIBUTÁRIO E POR OUTRAS ENTIDADES Finda a produção de prova, o dirigente do serviço da administração tributária com competência para instaurar o processo, aplicará a coima, se esta for da sua competência e não houver lugar à aplicação de sanções acessórias. Se o conhecimento da contra-ordenação couber a outra entidade tributária, o dirigente do serviço tributário remete-lhe o processo para a aplicação da coima. d) ANTECIPAÇÃO DO PAGAMENTO E PAGAMENTO VOLUNTÁRIO Tratando-se de contra-ordenação simples, punível com coima que não exceda 3750 Euros se o arguido pagar a coima, em regime de antecipação, ou seja, no prazo para a defesa (10 dias a contar da notificação) beneficia:

Da redução da coima para um valor igual ao mínimo legal cominado para a contra-ordenação;

De redução das custas a metade.

È necessário que o arguido proceda, no prazo legal ou no prazo que for fixado, à regularização da situação tributária, de contrário perderá o direito à redução previsto no

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número anterior e o processo de contra-ordenação prosseguirá para fixação da coima e cobrança da diferença. Pode no entanto o arguido, até à decisão, requerer o pagamento voluntário da coima, que determina a sua redução para 75% do montante fixado, não podendo, porém, o montante a pagar ser inferior ao montante mínimo respectivo, devendo incluir as custas processuais. Para o efeito, uma vez fixada a coima, é notificado para a pagar voluntariamente no prazo de 15 dias, sob pena de perder o direito à redução, o que não afasta a aplicação das sanções acessórias previstas na lei. Se o arguido, até à decisão, não regularizar a situação tributária perde o direito à redução. e) ARQUIVAMENTO DO PROCESSO A entidade competente para o seu conhecimento, arquiva o processo caso ocorra:

Causa extintiva do procedimento; Existam dúvidas fundadas sobre os factos constitutivos da contra-ordenação

que não seja possível suprir. f) REQUISITOS DA DECISÃO QUE APLICA A COIMA A decisão que aplica a coima contém:

A identificação do infractor e eventuais comparticipantes; A descrição sumária dos factos e indicação das normas violadas e punitivas;

A coima e sanções acessórias, com indicação dos elementos que contribuíram

para a sua fixação;

A indicação de que vigora o princípio da proibição da reformatio in pejus, sem prejuízo da possibilidade de agravamento da coima, sempre que a situação económica e financeira do infractor tiver entretanto melhorado de forma sensível;

A indicação do destino das mercadorias apreendidas;

A condenação em custas;

A advertência expressa de que, no prazo de 20 dias, o infractor deve efectuar o

pagamento ou recorrer judicialmente, sob pena de se proceder à sua cobrança coerciva.

II. FASE JUDICIAL

a) RECURSO DAS DECISÕES DE APLICAÇÃO DAS COIMAS As decisões de aplicação das coimas e sanções acessórias podem ser objecto de recurso para o tribunal tributário de 1.ª instância, no prazo de 20 dias após a sua notificação, a apresentar no serviço tributário onde tiver sido instaurado o processo de contra-ordenação.

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O pedido de recurso é dirigido ao tribunal tributário de 1.ª instância da área do serviço tributário referido no número anterior e deve obrigatoriamente conter: Alegações;

Indicação dos meios de prova a produzir.

Até ao envio dos autos ao tribunal a autoridade recorrida pode livremente revogar a decisão de aplicação da coima. b) AUDIÊNCIA DE DISCUSSÃO E JULGAMENTO O arguido não é obrigado a comparecer à audiência, salvo se o juiz considerar a sua presença como necessária ao esclarecimento dos factos, podendo sempre fazer-se representar por advogado. c) RECURSO DA SENTENÇA O arguido ( e também o Ministério Público) pode recorrer da decisão do tribunal tributário de 1.ª instância para o Tribunal Central Administrativo, excepto se o valor da coima aplicada não ultrapassar um quarto da alçada fixada para os tribunais judiciais de 1.ª instância e não for aplicada sanção acessória. Isto quer dizer que o valor da coima deverá ser superior a € 935,246, uma vez que o valor da alçada foi fixado em 750.000$00 pelo nº 1 do artº 24º da Lei nº 3/99 de 13 de Janeiro. No entanto se o fundamento do recurso contemplar apenas matéria de direito, é directamente interposto para a Secção de Contencioso Tributário do Supremo Tribunal Administrativo. O recurso é interposto no prazo de 20 dias a contar da notificação do despacho, da audiência do julgamento ou, caso o arguido não tenha comparecido, da notificação da sentença. d) EFEITO SUSPENSIVO O recurso só tem efeito suspensivo se o arguido prestar garantia no prazo de 20 dias, por qualquer das formas previstas nas leis tributárias, salvo se demonstrar em igual prazo que a não pode prestar, no todo ou em parte, por insuficiência de meios económicos. e) COMPETÊNCIA PARA A REVISÃO DAS COIMAS E SANÇÕES ACESSÓRIAS A revisão da decisão da autoridade administrativa cabe ao tribunal competente para o conhecimento do respectivo recurso judicial, e desta revisão feita pelo tribunal cabe recurso para a instância imediatamente superior. Também quando a coima tiver sido aplicada pelo tribunal, a revisão cabe à instância judicial imediatamente superior, excepto se a decisão tiver sido tomada pelo Supremo Tribunal Administrativo.

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Tipo Defin

6.1.1. Burla

tributária

Determinar a tributária ou ada segurança soatribuições paquais resulte do agente ou dmeio de falsafalsificação oudocumento relevante ou fraudulentos. A tentativa é pu

6.1.2. Frustração de

créditos

Alienar, danificfazer desaparecseu patrimóniode, por essa total ou parcialtributário sabenentregar tributou em processoou dívida às segurança socia

6.1.3. Associação criminosa

Promover ou parte ou aorganização ou finalidade ou dirigida à prátributários

6.1.4. Desobediência

qualificada

A não obediêordem ou manregularmente

emanado do dirImpostos ou do

das Alfândesubstitutos

autoridade judiem matéria de

sigilo ba

6.1.5. Violação de

segredo

6. CRIMES TRIBUTÁRIOS

6.1. CRIMES TRIBUTÁRIOS COMUNS

CRIMES TRIBUTÁRIOS COMUNS ição Pena Agravante Atenuante administração

administração cial a efectuar

trimoniais das enriquecimento e terceiro por s declarações, viciação de

fiscalmente outros meios

nível.

Prisão: até 3 anos

ou

Multa: até 360 dias

Se a atribuição patrimonial for de Valor :

Elevado - a pena é a de

prisão até 5 anos ou multa até 600 dias

Consideravelmente Elevado - a pena é a de

prisão de 2 a 8 anos para as pessoas singulares ou

multa: de 480 a 1920 dias para as pessoas colectivas

ar ou ocultar, er ou onerar o com intenção forma, frustar mente o crédito do que tem de

o já liquidado de liquidação instituições de l.

Prisão até:

2 anos

ou Multa: até 240 dias

Outorgar em actos ou contratos que

importem a transferência ou

oneração de património sabendo que o tributo já está

liquidado ou liquidação ou que

tem dívida às instituições de

segurança social, é punido com prisão

até um ano ou multa até 120 dias.

fundar, fazer poiar, grupo, associação cuja actividade seja tica de crimes

Prisão: de 1 a 5 anos

se pena mais grave

não lhe couber, nos termos de outra lei penal.

Quem chefiar ou dirigir os grupos, organizações ou associações referidos é punido com: Prisão de 2 a 8 anos, se pena mais grave não lhe couber, nos termos de outra lei penal.

Se o agente impedir ou se esforçar

seriamente para impedir a

continuação dos grupos, ou

comunicar à autoridade a sua

existência. ncia devida a dado legítimo comunicado e ector-geral dos director-geral gas ou seus legais ou de cial competente derrogação do ncário

Prisão: até

2 anos

ou

Multa: até 240 dias

Prisão: até 1 ano

ou

Multa: até 240 dias

O funcionário que, sem autorização revele segredo de que tenha tido conhecimento no exercício das suas funções com a intenção de obter para si ou para outrém um benefício ilegítimo ou de causar prejuízo ao interesse público ou a terceiros é punido com prisão até 3 anos ou multa até 360 dias.

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6.2. CRIMES FISCAIS

6.2.1. FRAUDE Definição Pena

Constituem fraude fiscal, as condutas ilegítimas que visem a não liquidação, entrega ou pagamento da prestação tributária ou a obtenção indevida de benefícios fiscais, reembolsos ou outras vantagens patrimoniais susceptíveis de causarem diminuição das receitas tributárias, através de: Ocultação ou alteração de factos ou valores que devam constar dos livros de contabilidade ou escrituração, ou das declarações apresentadas ou prestadas a fim de que a administração fiscal especificamente fiscalize, determine, avalie ou controle a matéria colectável; Ocultação de factos ou valores não declarados e que devam ser revelados à administração tributária; Celebração de negócio simulado, quer quanto ao valor, quer quanto à natureza, quer por interposição, omissão ou substituição de pessoas.

Prisão: até 3 anos

ou Multa até 360 dias

Os factos previstos nos números anteriores não são puníveis se a vantagem patrimonial ilegítima for

inferior a € 7500.

Os valores a considerar são os que, nos termos da legislação aplicável, devam constar de cada

declaração a apresentar à administração tributária.

6.2.2. FRAUDE QUALIFICADA Definição Pena

Os factos previstos em relação à fraude são puníveis com penas agravadas, quando se verificar a acumulação de mais de uma das Seguintes circunstâncias: O agente se tiver conluiado com terceiros que estejam sujeitos a obrigações acessórias para efeitos de fiscalização tributária; O agente for funcionário público e tiver abusado gravemente das suas funções; O agente se tiver socorrido do auxílio do funcionário público com grave abuso das suas funções; O agente falsificar ou viciar, ocultar, destruir, inutilizar ou recusar entregar, exibir ou apresentar livros, programas ou ficheiros informáticos e quaisquer outros documentos ou elementos probatórios exigidos pela lei tributária ; O agente usar os livros ou quaisquer outros elementos referidos no número anterior sabendo-os falsificados ou viciados por terceiro; Tiver sido utilizada a interposição de pessoas singulares ou colectivas residentes fora do território português e aí submetidas a um regime fiscal claramente mais favorável; O agente se tiver conluiado com terceiros com os quais esteja em situação de relações especiais.

PESSOAS SINGULARES

Prisão: de 1 a 5 anos e

PESSOAS COLECTIVAS Multa: de 240 a 1200 dias

A mesma pena é aplicável quando a fraude tiver lugar mediante a utilização de facturas ou documentos equivalentes, por operações

inexistentes ou por valores diferentes, ou ainda com a intervenção de pessoas ou entidades diversas das

da operação subjacente

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6.2.3. ABUSO DE CONFIANÇA

Definição

Pena

Não entregar à administração tributária, total ou parcialmente, prestação tributária deduzida nos termos da lei e que estava legalmente obrigado a entregar, desde que tenham decorrido mais de 90 dias sobre o termo do prazo legal de entrega da prestação. Considera-se também prestação tributária a que foi deduzida por conta daquela, bem como aquela que, tendo sido recebida, haja obrigação legal de a liquidar, nos casos em que a lei o preveja. Os valores a considerar são os que, nos termos da legislação aplicável, devam constar de cada declaração a apresentar à administração tributária.

Prisão: até 3 anos ou

Multa até 360 dias

Agravamento

Pena

Quando a entrega não efectuada for superior a € 50 000.

Prisão: de 1 a 5 anos

ou Multa: de 240 a 1200 dias para as pessoas

colectivas

Atenuante

Pena

Se o valor da prestação não exceder € 1000.

A responsabilidade criminal extingue-se pelo pagamento da prestação, juros respectivos e valor mínimo da coima aplicável pela falta de entrega da prestação no prazo legal, até 30 dias após a notificação para o efeito pela administração tributária.

7.1. RECUSA DE ENTR

D Recusar dolosamente a entde escrita, de contabilidade(livros, documentos e suporfuncionário competente, qufraude fiscal. Considera-se preenchidoquando o agente não permpelos funcionários compfiscalização de agentes dtermos da lei.

7. CONTRA-ORDENAÇÕES FISCAIS

EGA, EXIBIÇÃO, OU APRESENTAÇÃO DE ESCRITA E DE DOCUMENTOS FISCALMENTE RELEVANTES

efinição

Pena

rega, a exibição ou apresentação ou de documentos fiscalmente tes informáticos) relevantes a ando os factos não constituam

o tipo contra-ordenacional, ita o livre acesso ou a utilização etentes dos locais sujeitos a a administração tributária, nos

Coima de € 250 a € 50 000.

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7.2. FALTA DE ENTREGA DA PRESTAÇÃO TRIBUTÁRIA

Definição

Pena

A não entrega, total ou parcial, pelo período até 90 dias, ou por período superior, desde que os factos não constituam crime, ao credor tributário, da prestação tributária deduzida, ou que o devesse ter sido, nos termos da lei;

Coima variável entre:

o valor da prestação em falta e o seu dobro, sem que possa ultrapassar o limite máximo

abstractamente estabelecido

O pagamento do imposto por forma diferente da legalmente prevista.

Coima de € 50 a € 1250.

Atenuante

Pena

Se a conduta prevista no número anterior for imputável a título de negligência, e ainda que o período da não entrega ultrapasse os 90 dias.

Coima variável entre:

10% e metade do imposto em falta, sem que possa ultrapassar o limite máximo

abstractamente estabelecido.

São puníveis como falta de entrega da prestação tributária:

A falta de liquidação, liquidação inferior à devida ou liquidação indevida de imposto em factura ou documento equivalente ou a sua menção, dedução ou rectificação sem observância dos termos legais; A falta de pedido de liquidação do imposto que deva preceder a alienação ou aquisição de bens; A falta de pedido de liquidação do imposto que deva ter lugar em prazo posterior à aquisição de bens; A alienação de quaisquer bens ou o pedido de levantamento, registo, depósito ou pagamento de valores ou títulos que devam ser precedidos do pagamento de impostos; A falta de liquidação, do pagamento ou da entrega nos cofres do Estado do imposto que recaia autonomamente sobre documentos, livros, papéis e actos; A falta de pagamento, total ou parcial, da prestação tributária devida a título de pagamento por conta do imposto devido a final, incluindo as situações de pagamento especial por conta.

7.3. VIOLAÇÃO DE SIGILO FISCAL Definição Pena

A revelação ou aproveitamento de segredo fiscal de que se tenha conhecimento no exercício das respectivas funções ou por causa delas, quando devidos a negligência.

Coima de € 50 a € 1000

7.4. FALTA OU ATRASO DE DECLARAÇÕES Definição Pena

A falta de declarações que para efeitos fiscais devem ser apresentadas a fim de que a administração tributária especificamente determine, avalie ou comprove a matéria colectável, bem como a respectiva prestação fora do prazo legal.

Coima de € 100 a € 2500

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7.5. FALTA OU ATRASO NA APRESENTAÇÃO OU EXIBIÇÃO DE DOCUMENTOS OU DE DECLARAÇÕES

Definição Pena Falta ou atraso na apresentação ou não exibição, imediata ou no prazo que a lei ou a administração tributária fixarem, de declarações ou documentos comprovativos dos factos, valores ou situações constantes das declarações, documentos de transporte ou outros que legalmente os possam substituir, comunicações, guias, registos, ainda que magnéticos, ou outros documentos e a não prestação de informações ou esclarecimentos que autonomamente devam ser legal ou administrativamente exigidos;

Coima de € 100 a € 2500

Falta de apresentação, ou apresentação fora do prazo legal, das declarações de início, alteração ou cessação de actividade, das declarações autónomas de cessação ou alteração dos pressupostos de benefícios fiscais e das declarações para inscrição em registos que a administração fiscal deva possuir de valores patrimoniais;

Coima de € 200 a € 5000

Falta de exibição pública dos dísticos ou outros elementos comprovativos do pagamento do imposto que seja exigido;

Coima de €25 a € 500

Falta de apresentação ou apresentação fora do prazo legal das declarações ou fichas para inscrição ou actualização de elementos do número fiscal de contribuinte das pessoas singulares;

Coima de € 50 a € 250

7.6.FALSIFICAÇÃO, VICIAÇÃO E ALTERAÇÃO DE DOCUMENTOS FISCALMENTE RELEVANTES

Definição

Pena Falsificar, viciar, ocultar, destruir ou danificar, dolosamente, elementos fiscalmente relevantes, quando não deva ser punido pelo crime de fraude fiscal.

Coima variável entre:

500 e o triplo do imposto que deixou de ser

liquidado, até € 25 000

Atenuante

Pena

No caso de não haver imposto a liquidar.

Os limites das coimas são reduzidos para metade.

7.7. INEXISTÊNCIA DE CONTABILIDADE OU DE LIVROS FISCALMENTE RELEVANTES

Definição

Pena

Inexistência de livros de contabilidade ou de escrituração, obrigatórios por força da lei, bem como de livros, registos e documentos com eles relacionados.

Coima de € 150 a € 15 000

Agravamento

Pena

Verificada a inexistência de escrita, independentemente do procedimento para aplicação da coima prevista nos números anteriores, é notificado o contribuinte para proceder à sua organização num prazo a designar, que não pode ser superior a 30 dias, com a cominação de que, se o não fizer, fica sujeito a coima mais grave.

Coima de € 250 a € 50 000

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7.8. OMISSÕES E INEXACTIDÕES NAS DECLARAÇÕES OU EM OUTROS DOCUMENTOS FISCALMENTE RELEVANTES

Definição

Pena

Omissões ou inexactidões relativas à situação tributária que não constituam fraude fiscal nem falsificação, viciação e alteração de documentos, praticadas nas declarações, bem como nos documentos comprovativos dos factos, valores ou situações delas constantes, incluindo as praticadas nos livros de contabilidade e escrituração, nos documentos de transporte ou outros que legalmente os possam substituir ou noutros documentos fiscalmente relevantes que devam ser mantidos, apresentados ou exibidos;

Coima variável entre:

€ 250 a € 15 000.

As inexactidões ou omissões praticadas nas declarações ou fichas para inscrição ou actualização de elementos do número fiscal de contribuinte das pessoas singulares.

Coima variável entre:

€ 25 a € 500

Atenuante

Pena

No caso de não haver imposto a liquidar. Os limites das coimas são reduzidos para

metade.

7.9. NÃO ORGANIZAÇÃO DA CONTABILIDADE DE HARMONIA COM AS REGRAS DE

NORMALIZAÇÃO CONTABILÍSTICA E ATRASOS NA SUA EXECUÇÃO

Definição

Pena Não organização da contabilidade de harmonia com as regras de normalização contabilística, bem como o atraso na execução da contabilidade, na escrituração de livros ou na elaboração de outros elementos de escrita, ou de registos, por período superior ao previsto na lei fiscal, quando não sejam punidos como crime ou como contra-ordenação mais grave.

Coima de € 50 a € 1 750

Agravamento

Pena

Verificado o atraso, independentemente do procedimento para a aplicação da coima prevista nos números anteriores, o contribuinte é notificado para regularizar a escrita em prazo a designar, que não pode ser superior a 30 dias, com a cominação que, se não o fizer, é punido com coima mais grave.

Coima de € 250 a € 50 000

7.10. FALTA DE APRESENTAÇÃO, ANTES DA RESPECTIVA UTILIZAÇÃO DOS LIVROS DE

ESCRITURAÇÃO

Definição

Pena Falta de apresentação, no prazo legal e antes da respectiva utilização, de livros, registos ou outros documentos relacionados com a contabilidade ou exigidos na lei. Não conservação, pelo prazo estabelecido na lei fiscal, dos livros, registos ou outros documentos relacionados com a contabilidade ou exigidos na lei .

Coima de € 50 a € 500

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7.11. VIOLAÇÃO DO DEVER DE EMITIR OU EXIGIR RECIBOS OU FACTURAS

Definição

Pena Não passagem de recibos ou facturas ou a sua emissão fora dos prazos legais, nos casos em que a lei o exija.

Coima de € 100 a € 2 500

Agravamento

Pena

Não exigência, nos termos da lei, de passagem ou emissão de facturas ou recibos, ou a sua não conservação pelo período de tempo nela previsto.

Coima de € 50 a € 1 250

7.12. FALTA DE DESIGNAÇÃO DE REPRESENTANTES

Definição

Pena

Ausência de designação de uma pessoa com residência, sede ou direcção efectiva em território nacional para representar, perante a administração tributária, as entidades não residentes neste território, bem como as que, embora residentes, se ausentem do território nacional por período superior a seis meses, no que respeita a obrigações emergentes da relação jurídico-tributária, bem como a designação que omita a aceitação expressa pelo representante.

Coima de € 50 a € 5 000

O representante fiscal do não residente, quando pessoa diferente do gestor de bens ou direitos, que, sempre que solicitado, não obtiver ou não apresentar à administração tributária a identificação do gestor de bens ou direitos é também punido com coima.

Coima de € 25 a € 2 500

7.13. PAGAMENTO INDEVIDO DE RENDIMENTOS Definição Pena

Pagamento ou colocação à disposição dos respectivos titulares de rendimentos sujeitos a imposto, com cobrança mediante o sistema de retenção na fonte, sem que aqueles façam a comprovação do seu número fiscal de contribuinte.

Coima de € 25 a € 500

7.14. PAGAMENTO OU COLOCAÇÃO À DISPOSIÇÃO DE RENDIMENTOS OU GANHOS CONFERIDOS POR OU ASSOCIADOS A VALORES MOBILIÁRIOS

Definição Pena Pagamento ou colocação à disposição de rendimentos ou ganhos conferidos ou associados a valores mobiliários, quando a aquisição destes tenha sido realizada sem a intervenção de notários, conservadores, oficiais de justiça, instituições de crédito e sociedades financeiras, e previamente não tenha sido feita prova perante as entidades que intervenham no respectivo pagamento ou colocação à disposição da apresentação da declaração de modelo oficial a que se refere o artigo 138.º do Código do IRS.

Coima de € 250 a € 25000

29

7.15. INEXISTÊNCIA DE PROVA DA APRESENTAÇÃO DA DECLARAÇÃO DE AQUISIÇÃO E ALIENAÇÃO DE ACÇÕES E OUTROS VALORES MOBILIÁRIOS OU DA INTERVENÇÃO DE

ENTIDADES RELEVANTES

Definição Pena

A inexistência de prova, de que foi apresentada a declaração a que se refere o artigo 138 ºdo Código do IRS, perante as entidades referidas no n.º 3 do mesmo artigo, ou que a aquisição das acções ou valores mobiliários foi realizada com a intervenção de notários, conservadores, oficiais de justiça, instituições de crédito e sociedades financeiras.

Coima de € 250 a € 25000

7.16. TRANSFERÊNCIA PARA O ESTRANGEIRO DE RENDIMENTOS SUJEITOS A TRIBUTAÇÃO

Definição

Pena

Transferência para o estrangeiro de rendimentos sujeitos a imposto, obtidos em território português por entidades não residentes, sem que se mostre pago ou assegurado o imposto que for devido.

Coima de € 250 a € 25000

7.17. IMPRESSÃO DE DOCUMENTOS POR TIPOGRAFIAS NÃO AUTORIZADAS

Definição

Pena

Impressão de documentos fiscalmente relevantes por pessoas ou entidades não autorizadas para o efeito, sempre que a lei o exija, bem como a sua aquisição. Fornecimento de documentos fiscalmente relevantes por pessoas ou entidades autorizadas sem observância das formalidades legais, bem como a sua aquisição.

Coima de € 500 a € 25 000

CENTRO DE FORMAÇÃO DA DIRECÇÃO GERAL DOS IMPOSTOS JANEIRO DE 2004

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