An analysis on the new classroom: issues of interaction and one computer for student courses in...
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UMA ANÁLISE SOBRE A NOVA SALA DE AULA:
QUESTÕES SOBRE INTERAÇÃO E UM COMPUTADOR
POR ALUNO EM CURSOS DE COMUNICAÇÃO E
HISTÓRIA
Profa. Rosane da Conceição Pereira, DSc.1
Resumo
O presente artigo é uma análise possível sobre a nova sala de aula (interativa) no Brasil
e sua relação com o projeto Um Computador por Aluno (UCA), proveniente de estudos
do pesquisador Nicholas Negroponte, entre 2005 e 2006, pelo Instituto de Tecnologia
de Massachusetts (MIT). Estuda exemplos em cursos de Comunicação e História no
país, que utilizam tais recursos das Novas Tecnologias da Informação e Comunicação
(TICs). É proveniente de uma pesquisa feita pela autora para a disciplina Recursos
Tecnológicos em Educação, durante o Curso de Formação Docente (FORDOC) –
UNIVERSO São Gonçalo, em 2013.
Palavras-chave: análise; nova sala de aula; e cursos de Comunicação e História.
Abstract
This article is a possible analysis of the new classroom (interactive) in Brazil and its
relation to the project A Computer per Student (UCA), from studies researcher Nicholas
Negroponte, between 2005 and 2006, by the Institute of Technology Massachusetts
(MIT). Study examples in Communication courses and History in the country, using
such resources of New Information and Communication Technologies (ICTs). It is from
a survey conducted by the author to the discipline Technological Resources in
Education, during the Teacher Training Courses (FORDOC) - UNIVERSE São
Gonçalo, in 2013.
1 A autora é Pós-doutora pela UNICAMP, docente e pesquisadora (CNPq e FAPERJ) na Universidade Salgado de Oliveira (cursos superiores de Comunicação Social e Educação Artística), Campus de Niterói, e na Fundação de Apoio à Escola Técnica - Escola Técnica Estadual Adolpho Bloch (cursos técnicos de Publicidade e Marketing). Curriculum Vitae Lattes: http://lattes.cnpq.br/4992147359275113.
Revista Científica Digital da FAETEC - Rio de Janeiro/RJ - Ano VIII - No 01 - 1º semestre/2015
Keywords: analysis; new classroom; and Communication and History courses.
Introdução
Sobre a questão da nova sala de aula acerca do uso individual do computador por aluno
em Cursos de Comunicação e História, pode-se iniciar respondendo a seguinte
pergunta: O que é uma nova sala de aula? Eis a questão.
O Projeto UCA ou Programa Um Computador por Aluno (PROUCA) é colocado em
andamento no Brasil a partir de 2010, com negociações do Governo Federal que
começaram em 2005, a partir de recomendação do Fórum Econômico Mundial em
Davos, Suíça, e tem como Objetivo ser um Projeto Educacional para inclusão digital e
estímulo à produção comercial de base tecnológica (Portal UCA – Um Computador por
Aluno, 2005).
Como propôs Nicholas Negroponte (1995) no Instituto de Tecnologia de Massachusetts
(MIT), entre 2005 e 2006, acontece uma parceria da Organização sem fins lucrativos
One Laptop per Child (OLPC) com a Fundação de Apoio à Capacitação em Tecnologia
da Informação (FacTI) – Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) para o uso
pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação (TIC) nas escolas
brasileiras.
Em 2006, a FacIT se associou ao Centro de Pesquisa Renato Archer (CenPRA), a
Fundação Centros de Referência em Tecnologias Inovadoras (CERTI) e o Laboratório
de Sistemas Integráveis Tecnológico (LSI) como grupo técnico para a solução OLPC .
Em 2007, cinco escolas em cinco estados (São Paulo-SP, Porto Alegre-RS, Palmas-TO,
Piraí-RJ e Brasília-DF) foram selecionadas como experimentais.
Em 2010, o pregão nº 107/2008 foi vencido pelo consórcio
CCE/DIGIBRAS/METASYS, para fornecer 150 mil laptops para alunos e professores,
com infraestrutura de acesso à internet, capacitação de gestores e professores, em cerca
de 300 escolas públicas nos estados e municípios selecionados. Destes, seis munícipios
ingressariam no UCA Total, ou seja, com todas as escolas atendidas: Barra dos
Coqueiros (SE), Caetés (PE), Santa Cecília do Pavão (PR), São João da Ponta (PA),
Terenos (MS) e Tiradentes (MG).
Foram criados Grupos de Trabalho do programa Um Computador por Aluno (GTUCA)
formados por especialistas no uso de Tecnologia da Informação e Comunicação (TICs)
na educação, tais como os GTs Formação, Avaliação e Pesquisa.
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Os Critérios de seleção das escolas, da parte das Secretarias de Educação Estadual ou
Municipal dos estados e da União Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação
(UNDIME), requerem aproximadamente 300 escolas públicas que participaram do
Piloto do Projeto "PROUCA". Nos municípios indicados, seis foram selecionados com
base nos seguintes critérios: 500 alunos e professores; escolas com estrutura de rede
elétrica e armários para os laptops; escolas localizadas preferencialmente perto de
Núcleos de Tecnologias Educacionais (NTEs) ou similares, Instituições de Educação
Superior públicas ou Escolas Técnicas Federais (pelo menos uma na capital e uma na
zona rural); a assinatura do termo de adesão com anuência do corpo docente das escolas
envolvidas, manifestando solidariedade responsável e comprometida com o Projeto
UCA, além de envio de ofício das Secretarias de Educação Estaduais ou Municipais de
cada uma das escolas ao Ministério da Educação (MEC).
Quanto às Escolas Beneficiadas, o Estado do Rio de Janeiro, por exemplo, possui 24
escolas atendidas, 394 professores e 6102 alunos: Angra dos Reis (1 escola), Arraial do
Cabo (1 escola), Casimiro de Abreu (1 escola), Duque de Caxias (2 escolas), Itaguaí (1
escola), Macaé (1 escola), Mesquita (2 escolas), Nova Friburgo (2 escolas), Nova
Iguaçu (2 escolas), Piraí (5 escolas), Rio das Flores (1 escola), Rio de Janeiro (2
escolas), São Gonçalo (2 escolas) e São Pedro da Aldeia (1 escola).
Projeto UCA - Um Computador por Aluno
O Projeto UCA, apresentou um projeto Pré-piloto, em 2007, em cinco de dez escolas
pela Secretaria de Educação a Distância do Ministério da Educação (SEED/MEC), para
avaliar o uso dos laptops em aula. Fabricantes doaram modelos para as escolas: a Intel
doou o Classmate para escolas de Palmas (TO) e Pirai (RJ); a OLPC doou o XO para
escolas de Porto Alegre (RS) e São Paulo (SP) e a empresa Indiana Encore doou o
Mobilis para escola de Brasília (DF). Foram selecionadas as escolas: Escola Municipal
Ernani Bruno de São Paulo (SP)/ XO (OLPC); Escola Estadual Luciana de Abreu de
Porto Alegre (RS)/ XO (OLPC); Colégio Estadual Dom Alano Marie Du Noday de
Palmas (TO)/ ClassMate PC (Intel); CIEP Municipal Profª Rosa Conceição Guedes de
Piraí (RJ)/ ClassMate PC (Intel); e Centro de Ensino Fundamental nº 1 do Planalto de
Brasília (DF)/ Mobilis (Encore). Sobre o Pré-piloto do Projeto UCA nessas cinco
escolas foram feitos Relatórios de Sistematização, sobre a Síntese das avaliações dos
experimentos UCA iniciais, as Orientações a gestores para o plano de expansão e Guia
de implementação, monitoramento e avaliação.
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Com base nos resultados positivos desses Relatórios foi colocado em prática o Projeto
piloto do Projeto UCA (fase 2) no ano de 2010, em de 300 escolas públicas das redes de
ensino estaduais e municipais, em todas as unidades do país e selecionadas sob critérios
do Conselho Nacional de Secretários Estaduais de Educação (Consed), da União
Nacional dos Dirigentes Municipais de Educação (UNDIME), da Secretaria de
Educação a Distância do Ministério da Educação (SEED/MEC) e da Presidência da
República.
Fica estabelecido, então, que o processo de Formação do Projeto UCA se dará em três
níveis ou ações e abrangerá universidades ou Instituições de Ensino Superior (IESs),
Secretarias de Educação (SEs) e Núcleos de Tecnologia Educacional (NTEs), além das
escolas participantes. A formação será semipresencial e dividida em módulos,
envolvendo teoria, tecnologia e pedagogia. O Projeto UCA também possui ações de
Avaliação formativa ao longo de sua realização e uma avaliação de impacto. As ações
de Monitoramento do Projeto UCA correspondem ao dois aspectos: conjunto de
ferramentas de monitoria e sala de monitoramento, com pessoal capacitado para
acompanhar o projeto em funcionamento.
Assim, o Suporte Técnico do Projeto UCA passa a ser constituído por Cartilha
PROUCA produzida pela RNP (06/08/2010), Página de suporte ao laptop educacional -
Digibras (19/08/2010) e Banda larga nas escolas (08/10/2010).
O Projeto UCA possui ainda seu Contato no site, que envia mensagem para: a
Secretaria de Educação à Distância (SEED), Ministério da Educação, Esplanada dos
Ministérios, Bloco L, Ed. Sede e Anexos, Brasília (DF), CEP: 70.047-900, Telefone:
(0xx 61) 0800 616161, E-mail: [email protected].
Sala de Aula Interativa: algumas questões sobre interação
O Portal Sala de Aula Interativa (cf. http://www.saladeaulainterativa.pro.br/index.html)
é um site de autoria do professor Marco Silva, Sociólogo, Doutor em Educação, além de
Docente na Universidade Estadual do Rio de janeiro (UERJ) e da Universidade Estácio
de Sá (UNESA). Este Portal contém conteúdos denominados “Convite”,
“Interatividade”, “Livro”, “Textos”, “Entrevistas”, “Links”, “Fórum” e “Chat”. Nele,
Silva acrescenta a “Plataforma Moodle” , na qual é possível encontrar links para o
curso aberto de “Formação de Professores para Docência Online”, entre outros cursos
na Graduação e no Mestrado da UERJ.
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No próprio Portal e no vídeo “Interatividade na Educação” (cf.
https://www.youtube.com/watch?v=ShRODbkFIJ0), Marco Silva afirma que o
professor de uma sala de aula interativa precisa promover, por exemplo, cinco
habilidades: 1ª pressupor a participação-intervenção dos alunos, indo além de respostas
dicotômicas, fechadas, quantitativas e dadas a priori ("sim" ou "não"), atuando na
construção da Comunicação e do Conhecimento; 2ª garantir a bidirecionalidade da
emissão e recepção, sabendo que Aprendizagem e Comunicação são produzidas em
conjunto entre professor e alunos; 3ª disponibilizar múltiplas redes articulatórias,
oferecendo informações em redes de conexões, permitindo aos alunos (público receptor)
ampla liberdade de associações e significações, sem que se proponha uma mensagem
fechada; 4ª engendrar a cooperação, como Cocriação (Prahalad; Ramaswamy, 2004
apud Kotler; Kartajaya; Setiawan, 2010) entre professor e aluno e não no trabalho
solitário de ambos, para a Construção do Conhecimento e da Comunicação; e 5ª suscitar
a expressão e a confrontação das subjetividades, supondo que a construção da
democracia e da tolerância está relacionada à fala livre e plural de ambas as partes
(professor e alunos).
No livro “Sala de aula interativa” (2000) que originou o site homônimo, Marco Silva
alerta para o fato de que “Interatividade” é antes um conceito de Comunicação que de
Informática, usado para significar a comunicação entre interlocutores humanos, entre
homens e máquinas, e entre usuários e serviços. Mas, em todos os casos, para que a
Interatividade se dê é necessário que haja uma disposição dialógica associando emissão
e recepção como pólos complementares e antagônicos na co-criação da Comunicação; e
uma disposição da intervenção do usuário ou receptor no conteúdo da mensagem ou do
programa, abertos a modificações e manipulações futuras. Por um lado, é possível
pensar como na definição hegeliana de tese ou afirmação e antítese ou crítica e, por
outro lado, que a tecnologia de hoje nem sempre tem aplicação técnica ainda, dada a
limitação do intelecto humano, como no passado ocorreu com desenhos de Leonardo Da
Vinci, de Santos Dummont etc. O autor critica a criação de graus de interatividade, tais
como: “grau zero” para videocassete e livro pela disposição linear e sequencial do filme
e do texto; “grau um” para videogame pelo movimento de imagens e roteiros
predefinidos; “grau dois” pela seleção em banco de dados a partir de menu arborescente
com ramificações obrigatórias; “grau três” para a interatividade de imersão em
ambientes virtuais de Aprendizagem ou 3D pela navegação sem mudança de conteúdos;
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e “grau quatro” com interatividade de conteúdo, incluindo os graus anteriores e com a
possibilidade de mudar o conteúdo da mensagem de texto, imagem e som. O “grau
quatro” contém aspectos básicos da interatividade em sua complexidade na arquitetura
do hipertexto de um computador no ciberespaço ubíquo (unindo espaço e tempo). Na
Publicidade, por exemplo, o computador como multimídia, anuncia e vende espaço (de
mídia impressa) e tempo (de mídia eletrônica) ao mesmo tempo. Esses aspectos básicos
da Interatividade, segundo Silva, seriam: a Participação-intervenção (intervenção na
mensagem de modo sensório-corporal e semântico (não responder sim e não); a
Bidirecionalidade-hibridação (Comunicação como produto da emissão e da recepção
conjunta entre professor e aluno, co-criação, codificação e decodificação dos dois
pólos); e Permutabilidade-potencialidade (Comunicação supõe múltiplas redes
articulatórias de conexões e liberdade de trocas, associações e significações potenciais
de todo ser humano). É o caso da arte "participacionista" da década de 1960, que
conforme Silva retira da Interatividade o caráter de novidade da era digital, pois essa
manifestação artística também é definida como "obra aberta" (Pop Arte dos quadrinhos
e meios de comunicação).
Marco Silva apresenta também o conceito de “Pedagogia do Parangolé”, em referência
a obras de Hélio Oiticica (1937-1980), ou seja, o professor propõe o conhecimento e
não simplesmente o transmite, sem fazê-lo à distância para a recepção audiovisual dos
alunos ou sedentária e passiva, "bancária", como criticou o educador Paulo Freire. O
professor propõe conhecimentos como o artista propõe sua obra em potência ao público,
ambos a serem construídos ou modelados pelos atores sociais envolvidos. Dessa forma,
a sala de aula interativa, “infopobre ou inforrica” de experiências, supõe que o professor
se dê conta do hipertexto, apesar das dificuldades de cada um (falta de conhecimento
sobre o uso de uma Lousa e de Portais Interativos, apesar de todo o conhecimento de
sua Formação). Para isso, Silva oferece “três sugestões apresentadas por Martín-Barbero
(1998), um crítico da utilização das velhas e novas tecnologias na educação”: 1ª o
professor terá que se dar conta do hipertexto (modelo não-sequencial, montagem de
conexões em rede para uma multiplicidade de recorrências de diálogo e participação; 2ª
o professor terá que saber que o hipertexto potencializa sua autoria, não a substitui; 3ª o
professor deverá saber que não se trata de endeusar o hipertexto que modifica
protocolos e processos de leitura, mas sim de colocá-lo em interação com o modelo
tradicional, pois o livro de papel convive com o e-book virtual, corroborando
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perspectivas de teóricos da Comunicação Social, como Mac Luhann, Pierre Lévy, Paul
Virlio, Muniz Sodré etc. Afinal, a interatividade e o hipertexto convidam o professor,
inspirando-se no designer de software, a pensar que é preciso transformar a
Comunicação centrada na emissão deste como um contador de história.
Para Silva, o novo espectador ou "geração net", conforme as últimas conclusões do
Sistema Nacional de Avaliação da Educação Básica do MEC (SAEB) confirmam uma
grave tendência que não se restringe ao ensino básico, mas está no ensino médio e
superior também, a saber que o modelo antigo de Aprendizagem Escolar (apresentação
oral e fixação escrita) constitui o "efeito chatice", cujas “causas” são: a sensação de
poder absoluto do professor que reproduz conceitos sem, muitas vezes, saber interagir
com os alunos, com contéudos distantes de sua realidade a serem decorados e avaliados
em provas; e a maior e melhor oferta de Informação e Conhecimento fora de sala de
aula, com novos recursos tecnológicos fomentados pela multimídia interativa e a
internet. Ocorre uma defasagem da escola e da universidade públicas na “era digital”,
enquanto empresários e gestores do setor educacional passam a investir em novas
tecnologias informáticas para suas instituições privadas, às vezes, sem atentarem para a
necessidade de modificar a sala de aula centralizada na pedagogia da transmissão. No
entanto, as feiras de educação e informática apresentam soluções para situações
concretas, tais como: melhorar a performance dos processos de gestão minimizando
custos; capacitar professores e funcionários para otimizar trabalhos de administração e
ensino-aprendizagem; preparar novas gerações para exigências atuais e futuras do
mercado de trabalho, onde o maior valor é a capacidade de aprender, comunicar e criar
usando as tecnologias digitais de informação e comunicação; e instaurar o "ensino a
distância" como extensão inevitável da sala de aula "presencial" e inevitavelmente como
mais uma opção de negócio da sociedade capitalista em que vivemos.
Concordando com Edgar Morin (1998), Marco Silva finaliza defendendo a ideia de que
o essencial não é a tecnologia e sim um novo estilo de pedagogia, embasado por uma
modalidade comunicacional fundamentada na interatividade, ou seja, em participação,
cooperação, bidirecionalidade e multiplicidade de conexões entre informações e
professor, aluno, empresário e governo.
Projeto UCA e Projeto Sala de Aula Interativa em Ciências Sociais Aplicadas:
Estudo da História e da Comunicação Social
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1º) Projeto UCA no Rio de Janeiro: caso da primeira escola a implantá-lo, a Escola
Municipal Madrid
Localizada na Rua Maxwell, nº 8, em Vila Isabel, no Rio de Janeiro, a Escola Municipal
Madrid (EMM) é a primeira do município a participar do Projeto UCA, em 2010 (cf.
http://escolamadrid.blogspot.com.br/). De acordo com a professora Renata Carvalho (cf.
Twitter @tatarcrj; e-mail [email protected]), representante do Rioeduca na
2ª Comissão Regional de Educação (CRE), o Projeto UCA foi efetivado na escola em
2011, com os “Uquinhas”, a forma carinhosa como são conhecidos os computadores
nas turmas. A escola passou por Capacitação da Secretaria Municipal de Educação
(SME), com acompanhamentos parciais pela Mídia Educação, antes disso. Durante o
processo, uma professora capacitou cerca de 15 alunos por turma para serem monitores
que auxiliassem colegas e professores envolvidos no Projeto UCA. Em 2012, o projeto
e segundo a professora Paula Martins (Portal Rio Educa.Net, 2012): “Caminhamos
“sobre pedras” e ainda passamos por cima de algumas! Já temos um número maior de
professores que utilizam os “Uquinhas” nas turmas. Os alunos adoram pesquisar
assuntos pedagógicos na internet, digitar seus trabalhos e utilizar as ferramentas
pedagógicas que o netbook oferece. Resumindo, é muito bom ter o Projeto UCA na
Madrid. Estamos gostando muito dos avanços e sabemos que poderemos ir bem mais
adiante”. Na EMM o computador destinado a um aluno o acompanha nos anos
seguintes, com seus arquivos e personalização da área de trabalho. A Universidade do
Estado do Rio de Janeiro (UERJ), acatando norma do Projeto UCA, é parceira da escola
junto aos professores, com o edital d Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico
e Tecnológico (CNPq). A escola associou ao Projeto UCA, a Educopédia, os Cadernos
Pedagógicos e a Educoteca. A Educopédia (cf. http://educopedia2010.blogspot.com.br/
e http://www.educopedia.com.br/), por exemplo, foi usada pela professora Glória, de
História, para os alunos do 7 ano, sobre o Feudalismo e a aula foi complementada com
os Cadernos Pedagógicos (cf. http://www.rio.rj.gov.br/web/sme/exibeconteudo?article-
id=3083910) formulados pela SME. Os alunos utilizaram seus netbooks para pesquisar
o assunto e escrever suas conclusões sobre este. Eles também podem baixar ou ler livros
de vários gêneros literários e paradidáticos na Educoteca (cf.
http://educoteca.educopedia.com.br/Default.aspx). No ano anterior (2011), a Maratona
de Histórias da escola teve colaboração do Projeto UCA, pois os alunos pesquisaram
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sobre a vida de Nelson do Cavaquinho, ouvir suas músicas e criar apresentações em
forma de slides.
2º) Facilitadores de uma sala de aula interativa: alguns portais sobre Educação e
Comunicação Social.
É possível considerar como facilitadores de uma sala de aula interativa o uso de Portais,
tais como: Domínio Público, Educação e Educação Pública.
Domínio Público é um portal que possui o link de “Publicações sobre educação” (cf.
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/ResultadoPesquisaObraForm.do?first=50&
skip=0&ds_titulo=&co_autor=&no_autor=&co_categoria=44&pagina=1&select_action
=Submit&co_midia=2&co_obra=&co_idioma=&colunaOrdenar=null&ordem=null),
dentre outros, como o “Vídeo Paulo Freire Contemporâneo”, partes 1 e 2 com LIBRAS
(cf.
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_
obra=99982;
http://www.dominiopublico.gov.br/pesquisa/DetalheObraForm.do?select_action=&co_
obra=99983), além do “Plano de desenvolvimento da educação”, obras literárias,
musicais, teses, dissertações etc.
O Portal Educação é uma plataforma repositória de cursos, artigos, palestras e vídeo-
aulas, por exemplo, sobre Teóricos da Aprendizagem, como Célestin Freinet, Lev
Vygotsky e Jean Piaget (cf. http://www.youtube.com/watch?v=m4UWL0-MKxU),
sendo necessário comprar alguns conteúdos.
Já o Portal Educação Pública possui revista própria e links diversos, como um sobre
“Formação de professores” (cf.
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/educacao/0000_formacao.htm) e outro
sobre “Comunicação” (cf.
http://www.educacaopublica.rj.gov.br/biblioteca/comunicacao/0000.htm), a área de
formação da autora deste texto.
Outro recurso para uma sala de aula interativa é a lousa digital (Costa, 2009 apud Portal
Nova Escola, 2013) que funciona como uma grande tela de computador, sensível ao
toque. Assim, ela possibilita todos os recursos (audiovisuais) de um computador, de
multimídia, simulação de imagens e navegação na internet. A lousa digital torna
possível fazer apresentações tridimensionais do corpo humano, e estudar geografia com
auxílio de mapas de satélite, disponíveis em sites, como o Google Maps ou Google
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Earth. A dificuldade inicial é que, embora muitos alunos sejam “nativos digitais”, os
professores são “migrantes digitais” e muitos precisam ser treinados para operar a lousa
digital, enquanto outros a utilizam intuitivamente. Com essa ferramenta da Educação é
possível também simular projetos antes de pô-los em prática e esse tipo de criação é
sempre coletiva, entre os alunos e o professor orientador dos estudos, como é o caso da
horta digital do ensino fundamental da Escola Lumiar em Lageado. Com a lousa digital
as aulas podem ser salvas e compartilhadas.
3º) Questão de concurso – IFRN-Concurso Público-Grupo Magistério-Novas
Tecnologias da Informação e Comunicação Aplicadas à Educação (Portal IFRN,
2012): Observe atentamente a charge e, em seguida, assinale a opção que melhor se
relaciona com a situação apresentada por ela.
Figura 1: Charge Gaturrô Escuela
Fonte: www.gaturro.com
A) As TICs são muitas vezes usadas para reforçar crenças existentes sobre ambientes de
ensino em que ensinar é explicar e aprender é escutar.
B) A contribuição mais significativa das tecnologias da informação e da comunicação é
a capacidade para intervir como mediadoras nos processos de aprendizagem.
C) As escolas planejam a utilização dos recursos tecnológicos como um investimento na
capacidade dos alunos de adquirir sua própria educação.
D) A utilização das TIC na escola é resultado de decisões colegiadas que respondam, de
forma satisfatória, às iniciativas dos professores.
Análise e Reflexão
A professora está presa à concepção primeira de ensino fundamentado na exposição oral
e na fixação escrita e segundo a qual o recurso tecnológico só pode corroborar essa
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prática, em que ela é a emissora absoluta e os alunos os receptores absolutos, sem a
interação de ambos que é possibilitada pelo meio de comunicação da lousa digital.
Portanto, a opção “A” é a correta, pois aponta essa concepção criticada. O discurso
verbal da professora vista pelo vidro da porta da sala de aula, conversando com outro
professor é, justamente: “E... é um pouco incômodo, mas é a única forma das crianças
prestarem um pouco de atenção em nós, durante a aula...”.
O discurso não verbal da imagem (Pereira, 2009) também salienta que a professora
antes que o assunto de aula (sujeito e predicado), atrás de um monitor de televisão e
apontando para o antigo quadro escrito com giz, é a fonte privilegiada do saber (poder)
nesse contexto material de produção do discurso didático de ensino e aprendizagem, o
qual é possível criticar pela análise dessa charge.
Conclusão
O importante é saber que o professor pode fazer um uso enriquecedor das Tecnologias
de Informação e Comunicação, associadas a Projetos, Portais e Recursos como a lousa
digital em sala de aula, não sendo o meio de Comunicação e interação um mero
acréscimo a mais de informações do mesmo tipo, no dizer de Marco Silva (2011), mas
sim um recurso que possibilita aos alunos pensarem diferentemente.
É um desafio para o professor modificar a Comunicação na Educação e em sala de aula,
pois se trata de pensar um novo modelo de educação baseado na co-autoria entre
professor e aluno, orientada pelo primeiro.
Modificar sua autoria enquanto docente e inventar um novo modelo de educação, na era
da cibercultura ou digital, da sociedade conectada em rede, da sociedade da informação,
que sofre a limitação humana de não assimilar a totalidade e velocidade de transmissão
desta.
Referências
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