SMA - Informativo 10, maio de 2015

10
INFORMATIVO n.10 maio de 2015

description

Informativo n. 10, edição de maio de 2015 do escritório Schaun Monks Advogados

Transcript of SMA - Informativo 10, maio de 2015

Page 1: SMA - Informativo 10, maio de 2015

INFORMATIVO

n.10 maio de 2015

Page 2: SMA - Informativo 10, maio de 2015

| INFORMAT IVO SCHAUN MONKS ADVOGADOS

2

| ARTIGO

ITBI na realização de capital: tributação da diferença não integralizada

O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis – ITBI não incide sobre a transmissão de bens ou direitos investidos no patrimônio de empresa. Essa particularidade advém da regra constitucional imu-nizante prevista no art. 156, § 2º, da Constituição Federal com o condão de facilitar a capitalização e dar dinâmica ao crescimento das empresas, permitindo-lhes, ainda, receber aportes financeiros sem encontrar obstáculos na tributação.

É comum, na fase de constituição de uma em-presa, se integralizar capital através da transmis-são de um bem imóvel ao patrimônio social, que constituirá a futura sede. Pela dicção do art. 156 citado, vê-se que o legislador não delimitou ex-pressamente o alcance da norma de imunidade, se independente do valor do bem realizado – o que permite ao empresário subscrever capital em valor inferior ao bem que integraliza – ou se até o limite do valor efetivamente alcançado, quando, então, se tributaria a diferença.

Nestes exatos termos, o art. 156, § 2º, da Con-stituição Federal, diz que o ITBI “não incide sobre a transmissão de bens ou direitos incorporados ao patrimônio de pessoa jurídica em realização de capital”. Regra de exceção à incidência do imposto,

que se concretizaria perfeitamente não fosse sua existência.

Apesar da redação objetiva, a falta de delimi-tação precisa de seu alcance rende margem para que as administrações municipais questionem o investimento, pugnando pela restrição da hipó-tese de imunidade sobre a incidência do ITBI. Tais entendimentos procuram no encolhimento da imunidade a oportunidade para tributar: imuniza-se o que de fato se integralizou (o valor da sub-scrição), tributando-se a diferença de valor do bem integralizado.

Se pensarmos a finalidade da norma, somos ca-pazes de entender que se trata de um benefício ao empreendedor no movimento de integralização de capital. Quer-se facilitar o crescimento capital, o que o legislador já deixou expresso no texto da Constituição, mas sob a imposição de limites não descritos. Interpretação das administrações municipais.

A bem da verdade, a hermenêutica jurídica é bem mais precisa do que propõe tais teses res-tritivas. Onde a lei não distingue, não pode o in-térprete distinguir – ubi lex non distinguit nec nos distinguere debemus. É princípio norteador da cor-reta aplicação do Direito para conferir amplitude às hipóteses de exceção, se a lei não condiciona o enquadramento ao atendimento de certos requisi-tos. No caso do ITBI, não faz sentido as adminis-trações municipais pensarem poder condicionar a hipótese de imunidade do art. 156, § 2º, da CF, se o legislador constitucional preferiu não fazê-lo.

Esse embate, finalmente, chegou até o Supre-mo Tribunal Federal, tendo sido reconhecido como matéria não só de interesse das partes presentes no processo, mas de toda a sociedade, vez que a referida interpretação pode ser levantada por quaisquer municípios ao conhecerem as operações de capitalização. O Plenário Virtual da Corte já afe-

Page 3: SMA - Informativo 10, maio de 2015

3

| n.10 maio de 2015

tou o caso ao regime da repercussão geral que, agora, aguardará julgamento.

A Corte Constitucional analisará a extensão da norma de exceção do art. 156, § 2º, da CF, po-dendo o empresário integralizar, ou não, bens de valor superior ao capital subscrito. O caso concreto do Recurso Extraordinário 796.376, originário do estado de Santa Catarina, é sobre a tentativa de integralizar bem imóvel ao patrimônio social de empresa, ficando, contudo, a subscrição em menor valor.

Se a Corte resolver por dar amplitude à hipótese de imunidade do ITBI, o empresário poderá inte-gralizar bens imóveis, independente se o valor a ser subscrito for de menor importância. Do contrário, se a interpretação for favorável ao entendimento das administrações municipais, permitindo-se o es-tabelecimento de condições para o enquadramento na hipótese de imunidade, a diferença entre o valor efetivamente subscrito e integralizado e aquele do bem objeto desta operação será tributada como Imposto de Transmissão de Bens Imóveis.

Esperamos que a hipótese de imunidade do ITBI ganhe alcance ilimitado, como bem permite o tex-to constitucional, sem estabelecer condições para que se usufrua da integralização não tributada na realização de capital. A regra hermenêutica “onde a lei não distingue, não pode o intérprete distin-guir” é comumente citada pelo Superior Tribunal de Justiça, fazendo parte da inteligência habitual dos fundamentos das decisões. A dinâmica em-presarial requer esse tipo de tratamento especial

a bem de deter maior liberdade nas operações de evolução. Não é interessante nem para o Estado nem para o empresário a existência de entraves caros que possam vir a desestimular a atividade empreendedora de crescimento.

DAVID M. MONKSAdvogado, sócio do escritório

Schaun Monks Advogados-

[email protected]

“Se pensarmos a finalidade da norma, somos capazes de entender que se trata de um benefício ao empreendedor

no movimento de integralização de capital.”

Page 4: SMA - Informativo 10, maio de 2015

| INFORMAT IVO SCHAUN MONKS ADVOGADOS

4

‘‘Na hipótese dos autos, a de-scrição da função do autor prevê, dentre outras atividades, a de ‘otimizar o uso de recursos que atendam as políticas de estoques e serviços’. E o reclamante es-clareceu que, ao desenvolver o sistema ‘Gerenciamento do MPS’, ele nada mais fez do que, justamente, potencializar o uso de um recurso preexistente na demandada (‘EMS/DataSul’)’’, afirmou o relator do recurso, desembargador Wilson Carvalho Dias. A decisão foi unânime.

Fonte: Consultor Jurídico

A partir da quarta-feira (1º/04), os empregadores só poderão preencher o requeri-mento do seguro-desemprego e de comunicação de dispensa de trabalhadores por meio da inter-net. A medida pretende tornar mais rápido o atendimento e dar maior segurança às informações sobre os empregados, segundo o Ministério do Trabalho e Em-prego (MTE). Antes, a docu-mentação era preenchida pela empresa (em guias verde e mar-rom) e entregue pelo trabalhador na hora de requerer o benefício. Esses formulários impressos não

| NOTÍCIASEmpresa é dona de software criado por funcionário programador

Empregador terá de pedir seguro-desemprego pela internet

Pertence exclusivamente ao empregador todo e qualquer di-reito sobre programas de com-putador desenvolvidos pelo fun-cionário na vigência do contrato de trabalho, exceto se há acordo contrário. Assim entendeu a 7ª Turma do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª Região (RS) ao negar indenização a um ex-programador de uma empresa gaúcha.

O autor disse que, desde 2001, a empresa se apropriou e vem se beneficiando de um programa que ele criou para gerenciamen-to. O pedido já havia sido negado pela primeira instância, mas ele tentou derrubar a decisão no TRT-4.

Tal como o juízo de origem, a 7ª Turma entendeu que o contra-to de trabalho não apresentava nenhuma cláusula sobre o tema. Assim, vale o artigo 4º da Lei 9.609/98, que disciplina a pro-teção da propriedade intelectual de programa de computador e sua comercialização no país.

serão mais aceitos.

Com a resolução do Conselho Deliberativo do Fundo de Am-paro ao Trabalhador, as empre-sas deverão preencher os req-uerimentos apenas por meio do aplicativo Empregado Web, dis-ponível no Portal Mais Emprego, do ministério. O dispositivo on-line já era utilizado, mas passou a ser obrigatório.

De acordo com o MTE, o sis-tema dará mais velocidade à en-trega do pedido, além de garantir a autenticidade dos dados e pos-sibilitar o cruzamento de infor-mações sobre os trabalhadores em diversos órgãos, facilitando consultas necessárias para a lib-eração do benefício.

Segundo o ministro do Tra-balho, Manoel Dias, todos os serviços prestados aos emprega-dores e trabalhadores já estão in-formatizados. “Estamos incluindo a biometria no recebimento do fundo de garantia, para garantir que não haja fraudes. São 12 programas que desenvolvemos, culminando até o final do ano com um cartão eletrônico. A car-teira de trabalho passaria a ser, então, um cartão eletrônico”, adiantou o ministro.

Em uma agência de atendi-mento ao trabalhador em Bra-sília, a medida não era conhecida por todos e dividiu opiniões. Ape-sar de trabalhar no departamen-

Page 5: SMA - Informativo 10, maio de 2015

5

| n.10 maio de 2015

to de recursos humanos de uma empresa, Camila Moura ainda não sabia das mudanças. Ela acredita que a resolução vai acel-erar o processo de requerimento do seguro-desemprego.

“Não tem nenhum cartaz com o aviso, nenhum atendente infor-mou que iria ter essa mudança e as empresas não receberam um comunicado sobre isso. Mas eu acho positivo, porque tem gente passa muito tempo na fila e vai ficar mais rápido”, disse Camila.

O lavrador Evandro de Cas-tro, que estava solicitando o seguro-desemprego, já sabia das mudanças. “É uma facilidade a mais para o trabalhador e para a empresa, mas não poderia ser obrigatoriamente pela internet, porque algumas pessoas não têm e não sabem usar”, afirmou.

No final de fevereiro, novas re-gras de concessão do seguro-de-semprego entraram em vigor. A Medida Provisória (MP) 665 es-tabeleceu que tem direito ao se-guro-desemprego o trabalhador dispensado que comprove ter recebido salário há pelo menos 18 meses nos últimos 24 meses imediatamente anteriores à data do desligamento, na primeira solicitação. Pela legislação ante-rior, esse prazo era seis meses. Na segunda solicitação, a exigên-cia cai para um ano e a partir da terceira vez, não há alteração.

Mudanças no PIS e na Cofins podem encontrar resistência na Justiça

A MP 665 também alterou regras para o seguro-desem-prego de pescador artesanal e do abono salarial. Já a MP 664 alterou regras sobre os benefí-cios de auxílio-doença e pensão por morte. As medidas ainda precisam ser votadas pelo Con-gresso Nacional.

Fonte: Agência Brasil

Especialistas contestam a constitucionalidade do decreto que restabeleceu as alíquotas de PIS e de Cofins incidentes sobre receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujei-tas ao regime de apuração não cumulativa.

Segundo o advogado Fabio Brun Goldschmidt, diretor do escritório Andrade Maia Advoga-dos, o Decreto 8.426 de 2015 se valeu da previsão constante em Lei 10.865 de 2004 (§ 2º do arti-go 27), que permite ao Poder Ex-ecutivo “reduzir e restabelecer as alíquotas da contribuição para o PIS e da Cofins incidentes sobre as receitas financeiras auferidas pelas pessoas jurídicas sujeitas ao regime de não cumulatividade”.

Porém, o especialista afirma que o entendimento do Supremo Tribunal Federal (STF) proíbe a delegação da fixação de alíquo-tas do Poder Legislativo ao Poder Executivo. “O motivo é simples: não há na Constituição autori-zação para a fixação das alíquo-tas dessas contribuições por De-creto. Ou seja, violação frontal à legalidade”, diz.

Desta forma, a aplicação do de-creto - o que ajudará nas contas públicas ainda neste ano - poderá encontrar embates judiciais.

Arrecadação

Conforme a Receita, com essa medida evita-se “abrir mão de importantes recursos para a seguridade social, sem que se vislumbre, hoje, motivação plau-sível para tal renúncia e valendo-se da prerrogativa legal de resta-belecer as alíquotas em tela”.

De acordo com previsões da Receita Federal, divulgadas na última sexta-feira, a arrecadação gerada com o restabelecimento das alíquotas do PIS/Cofins - in-cidentes sobre o faturamento - será de R$ 6,48 bilhões por ano. Por mês, a alta vai assegurar um recolhimento de R$ 540 milhões. Até o final deste ano, o governo prevê arrecadar R$ 2,7 bilhões com o aumento.

Essa mudança na cobrança de PIS/Cofins vai começar a entrar

Page 6: SMA - Informativo 10, maio de 2015

| INFORMAT IVO SCHAUN MONKS ADVOGADOS

6

no caixa do governo em agosto por causa do período de noven-tena (prazo de três meses) ex-igido para elevação de tributo de contribuições. A medida vale para fatos geradores a partir de 1º de julho.

A medida atinge 80 mil empre-sas que pagam os dois tributos pelo sistema de apuração não cu-mulativo de vários segmentos da indústria e serviços. Segundo a área técnica da Receita Federal, as receitas financeiras de empre-sas que têm uma cobrança mista de PIS e Cofins (parte cumulativo e outra não cumulativo) também serão atingidas, entre elas de tel-ecomunicações, serviços de clíni-cas médicas e de transporte de passageiros.

Estão fora da cobrança ban-cos, cooperativas de crédito, seguradoras, planos de saúde, empresas de seguro privado, de acordo com o fisco.

Objetivos

Por conta da Lei 10.865, o governo escolheu para recom-por as alíquotas uma tributação que não precisa de autorização do Congresso Nacional. O que é uma vantagem adicional, nesse momento de pressão maior dos parlamentares para aprovar o ajuste fiscal.

A alíquota do PIS e Cofins das receitas financeiras dessas em-

presas foi zerada em 2004 como forma de compensação, porque o fisco na época deixou de dar crédito dos dois tributos sobre as despesas financeiras.

Passados quase 11 anos da de-soneração dessas receitas finan-ceiras, o entendimento do gov-erno é de que o cenário mudou, não sendo a receita financeira algo que mereça continuar sendo desonerado.

Além disso, a Receita avalia que, de lá para cá, já foram intro-duzidas no sistema muito mais hipóteses de crédito a serem compensados na hora do paga-mento de PIS e Cofins.

A recomposição das alíquotas dos dois tributos sobre as re-ceitas financeiras foi parcial. Se quiser e considerar necessário, o governo tem ainda mais margem de aumento. As alíquotas podem subir até o teto legal de 9,25% (1,65% do PIS e 7,6% da Co-fins). Com o aumento de hoje, as alíquotas subiram de zero para 4,65% (0,65% do PIS e 4% da Cofins).

O aumento do tributo ocor-reu dois dias depois de a equipe econômica anunciar um déficit nas contas do setor público - o primeiro da gestão do ministro da Fazenda, Joaquim Levy.

Fonte: DCI-SP

Mesmo que o período de trei-namento seja uma das etapas de contratação, já existe vínculo empregatício quando os sele-cionados ficam subordinados a prepostos da empresa de forma contínua, em jornada integral e desenvolvendo atividades típi-cas dos cargos efetivos. Assim entendeu o Tribunal Superior do Trabalho ao determinar que a Petrobras pague benefícios tra-balhistas a candidatos que foram escolhidas para um período de 60 dias.

A Subseção I Especializada em Dissídios Individuais (SDI-1) rejeitou recurso da estatal con-tra a condenação imposta em Ação Civil Pública proposta pelo sindicato dos petroleiros da Ba-hia e pelo Ministério Público do Trabalho.

Embora o edital definisse o curso de formação como uma das etapas do concurso para ingresso na Petrobras, o Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (BA) já havia reconhecido que “o contra-to de trabalho concretiza-se em face da realidade vivenciada e não do rótulo que lhe emprestam as partes”.

Treinamento com subordinação e ampla jornada gera vínculo de emprego

Page 7: SMA - Informativo 10, maio de 2015

7

| n.10 maio de 2015

Conforme o acórdão, “o tra-balhador que presta serviço no período do curso de formação só pode ser empregado, pois inex-iste lei afastando, na hipótese, a CLT”. Esse entendimento foi mantido pela 6ª Turma do TST.

A Petrobras apresentou em-bargos à SDI-1, insistindo que o curso de formação era uma das etapas do seu processo seletivo e, assim, o vínculo de emprego somente poderia ocorrer após a aprovação do candidato em to-das as fases. Para a empresa, “o curso de formação tinha caráter eliminatório para verificar a ap-tidão do candidato”.

O relator dos embargos, min-istro Hugo Carlos Scheuermann, avaliou que o recurso não atendia aos pressupostos legais para sua admissão, pois não ficou demon-strada divergência entre decisões de Turmas do TST ou destas com a própria SDI-1, e as decisões apresentadas como divergentes não tratavam da mesma prem-issa. A decisão foi unânime.

Fonte: Consultor Jurídico

A Emenda Constitucional 87, que garante a divisão entre os estados comprador e vendedor da arrecadação do Imposto so-bre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado sobre produtos e serviços adquiridos a distância, pela internet e por telefone, foi promulgada, nesta quinta-feira (16), pelo Congresso Nacional.

A proposta, que tramitou como PEC 7/2015, corrige uma distorção tributária que permitia o recolhimento de todo o ICMS somente pelo estado onde está a sede da loja virtual. O estado de residência do comprador, ou de destino da mercadoria, não tinha qualquer participação no imposto cobrado. Assim, eram beneficia-dos principalmente os entes mais desenvolvidos, como São Paulo.

— A fórmula constitucional até agora em vigor permitia uma anomalia, ao determinar a incidência da alíquota interna, geralmente elevada, em oper-ações envolvendo mercadorias destinadas a compradores não contribuintes do imposto e lo-calizados em outro estado. Esse é mais um passo que estamos dando para a repactuação do pacto federativo — avaliou o presidente do Senado e do Con-gresso, Renan Calheiros.

O texto promulgado é o que foi modificado pela Câmara dos

Deputados, que torna gradual a alteração nas alíquotas, atribuin-do aos estados de destino 100% da diferença de alíquotas apenas em 2019. Até lá, vale a seguinte regra de transição: 20% para o destino e 80% para a origem em 2015; 40% para o destino e 60% para a origem em 2016; 60% para o destino e 40% para a origem em 2017; e 80% para o destino e 20% para a origem em 2018.

— Esse é um novo marco na política do ICMS do país, pois amplia a possibilidade de termos um Estado simétrico. Hoje temos uma realidade em que vigora a assimetria — disse o vice-presi-dente da Câmara e do Congres-so, deputado Waldir Maranhão (PP-MA).

Renan, que foi relator da proposta no início de sua trami-tação, em 2012, lembrou ainda que este é mais um passo dado na busca por um pacto federativo mais justo e equilibrado, para re-duzir as desigualdades sociais e regionais. O parlamentar recor-dou que o Senado trabalha em outras medidas nesse sentido, como a mudança do indexador da dívida dos estados e elimi-nação da guerra fiscal e aprovou há poucos dias a convalidação dos incentivos fiscais.

Celeridade

A matéria foi aprovada na

Promulgada emenda que divide entre estados o ICMS do comércio eletrônico

Page 8: SMA - Informativo 10, maio de 2015

| INFORMAT IVO SCHAUN MONKS ADVOGADOS

8

quarta-feira (15) tanto pela Co-missão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) quanto pelo Plenário, e os próprios parlamen-tares cobraram celeridade na promulgação.

Primeiro signatário de uma das propostas que originaram a emenda, o senador Delcídio do Amaral (PT-MS) afirmou que a nova regra do ICMS para o co-mércio eletrônico é o primeiro passo para o fim da guerra fiscal entre os estados.

— Começamos a diminuir as desigualdades entre os estados. Essa emenda é legítima e justa porque ela busca justiça na dis-tribuição do ICMS — destacou.

Delcídio também elogiou os re-latores senadores Renan Calhei-ros (PMDB-AL) e Eunício Oliveira (PMDB-CE), que segundo julgou, promoveram importantes ajustes ao texto.

Já Eunício Oliveira registrou a parceria estabelecida na Casa para que a matéria ganhasse calendário especial e fosse logo aprovada, depois do retorno da Câmara, em fevereiro de 2015. Destacou ainda que o texto gan-hou apoio unânime, tanto na CCJ quanto em Plenário, inclusive de parlamentares dos chamados estados produtores, que agora passam a compartilhar receitas de ICMS do comércio eletrônico com as unidades federativas

menos desenvolvidas.

O senador cearense disse ain-da que a aprovação da PEC tem papel fundamental para equili-brar de modo mais adequado a Federação, que vem enfrentando a chamada guerra fiscal, o con-flito gerado pela iniciativa dos estados mais pobres de oferecer incentivos para atrair empre-sas, abrindo mão de receitas de ICMS.

Caixa

Vários senadores comemo-raram o reforço futuro no caixa de seus estados com a medida. Blairo Maggi (PR-MT) salientou que para seu estado, a medida representa agora um volume ex-tra de receita anual de R$ 200 milhões. Além de aliviar o caixa dos governos, as novas regras significam justiça tributária com aqueles que consomem as mer-cadorias e não estavam sendo beneficiados com o recebimento de tributos em seus estados, acrescentou.

— É dinheiro para a educação, para a saúde, é dinheiro no caixa dos governos para que pos-sam fazer frente aos problemas desse momento de ajuste fiscal — disse.

José Pimentel (PT-CE) afirmou que para o Ceará serão mais R$ 280 milhões. Além disso, as mu-danças criam o ambiente propí-

cio para a aprovação da Reso-lução 1/2013, que modifica as alíquotas interestaduais do ICMS e aguarda análise do Senado.

Randolfe Rodrigues (PSOL-AP) celebrou os mais de R$ 25 milhões anuais iniciais que serão destinados ao Amapá e elogiou Delcídio, que “teceu a matéria com pincel de artista” e o em-penho de todos os parlamentares na aprovação, incluindo os sena-dores dos estados que perderão arrecadação.

— Poucas vezes o Senado cumpriu tão bem seu papel de Casa federativa — opinou.

Já o senador Walter Pinheiro (PT-BA) — um dos articuladores para a aprovação da PEC em dois turnos ainda na quarta-feira — lembrou que se o sistema já es-tivesse em funcionamento desde o ano passado, a Bahia já teria faturado R$ 100 milhões “para serem investidos em saúde, edu-cação, infraestrutura e melhoria para a vida dos cidadãos”.

Waldemir Moka (PMDB-MS) também elogiou a proposta origi-nalmente encampada por Del-cídio e afirmou que os recursos virão em boa hora, para “acudir na emergência”, principalmente pelo quadro econômico atual do país.

O senador Hélio José (PSD-DF) disse que “Brasília está muito

Page 9: SMA - Informativo 10, maio de 2015

9

| n.10 maio de 2015

feliz” com os R$ 200 milhões a mais anuais que receberá.

Atraso

Apesar de vários senadores comemorarem a aprovação da medida, o senador Raimundo Lira (PMDB-PB) lamentou o acordo feito na Câmara, que resultou na aplicação gradativa das novas regras de distribuição do ICMS do comércio eletrônico, em avanços percentuais ao longo de cinco anos. A seu ver, a cor-reção na distribuição deveria ter sido feita do modo imediato.

Ele salientou que os estados produtores já dispõem de muitas vantagens comparativas, pois lá estão as grandes corporações, os empregos e os exportadores.

— Nós somos apenas os con-sumidores e deveríamos ser compensados por isso, não puni-dos — criticou.

A suspensão de licitar im-posta a uma empresa declarada inidônea ou em processo de re-cuperação judicial se estende a sua subsidiária integral. Com

esse entendimento, o juiz Fed-eral Osni Cardoso Filho, da 3ª vara de Florianópolis, denegou MS impetrado pela empresa Téc-nica Construções contra decisão da comissão de licitação que a inabilitou para concorrência, em razão de seu vínculo com institu-ição inidônea.

O mandado de segurança foi impetrado contra a Superin-tendência Regional e a Comissão de Licitação do DNIT, e contra a Construcap, empresa vencedora do certame. Segundo a Técnica, embora tenha sido classificada provisoriamente em primeiro lugar na etapa de lances do processo para contratação para execução de obras de duplicação da rodovia, o DNIT recusou a sua proposta.

A Técnica é subsidiária integral da empresa Delta Construções que está inscrita no Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas, em razão da im-posição da penalidade de de-claração de inidoneidade para licitar ou contratar com a Admin-istração Pública.

No MS, a impetrante apontou que, apesar de ser subsidiária integral da Delta, esta é pessoa jurídica autônoma e não par-ticipará de qualquer maneira no eventual contrato a ser firmado.

Entretanto, o magistrado res-saltou que, como a Técnica é

subsidiária integral da Delta, “é bastante razoável presumir que esta última participará, ao menos indiretamente, de todos os atos praticados por aquela”.

Assim, entendeu ser correto o entendimento da Comissão de Licitação tomado com base em itens do edital que “vedam a par-ticipação na licitação, ainda que indireta, de empresa declarada inidônea ou em processo de re-cuperação judicial”.

Para o juiz Cardoso Filho, o acolhimento do pedido da empre-sa “implicaria verdadeiro atenta-do à penalidade aplicada à Delta Construções S/A, permitindo que prosseguisse participando de lici-tações por empresa subsidiária integral, a quem transferiu sua tecnologia, estrutura e quadro de pessoal”.

Fonte: Migalhas

Suspensão de licitar imposta a empresa inidônea se estende a sua subsidiária integral

Page 10: SMA - Informativo 10, maio de 2015