PARA PARTICIPAR NO CORTEJO DE … · “Dom Manvel per graça de deus Rey ... Senhor da guyne e da...

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CONVITE À CIDADE PARA PARTICIPAR NO CORTEJO DE PORMENORES MANUELINOS, DIA 1 DE MAIO | 15h30 Ponto de Encontro – Gasolineira da Rua Miguel Arnide Percurso – Rua Miguel Arnide, Rua Nuno Alvares, Praça 5 de Outubro Destino – Praça 5 de Outubro O EVENTO: “Dom Manvel per graça de deus Rey de Portugal e dos Algarues, daquem e dalem mar em africa Senhor da guyne e da conquista nauegacom e comercio deteopia arabia persia e da India. A quantos esta nossa carta de forall dada a Vila de torres Nouas Virem fazemos saber que…” Assim começa a carta de foral que, a 1 de Maio de 1510, trazia a Torres Novas a marca de um Estado centralizador, governado por um rei venturoso. Como forma de assinalar os 500 anos sobre esse importante momento na história de Torres Novas, propõe-se uma visita à época, às memórias, aos sons, cheiros e sabores, aos usos e costumes do séc. XVI, convidando a uma ampla participação da comunidade. Nos dias 30 de Abril, 1 e 2 de Maio, o Castelo de Torres Novas e os espaços que a antiga cerca da vila encerra, farão a passagem para uma outra dimensão, onde as bestas se cruzarão com velhos marinheiros e gentes do clero, homens de guerra passear-se-ão por entre malabaristas do oriente e mercadores do norte de África, ao som das vendedoras de sonhos e contadores das histórias do mundo novo. Torres Novas, no alvores da sua Modernidade, receberá o Foral Novo com dignidade e pompa, comendo, bebendo e cantando em memória do rei venturoso que abriu as portas ao mundo. O CORTEJO: Este é um cortejo que junta amigos e familias e animadores profissionais. Mas para entrar no espírito do mesmo é necessário estar vestido à época! E para ser uma figura manuelina chegam alguns adereços. Um cortejo de pormenores - chapéus, espadas, escudos, adereços simples construídos com restos de papel e tecidos, embalagens vazias, sacos de plástico. Reutilizar para recriar o tempo de D. Manuel. Neste dossier reúnem-se imagens e algumas informações uteis para a construção da sua personagem. Existe uma versão deste dossier, mais simples e com propostas concretas, para os mais novos. No final, há um glossário da vestimenta da época. ANTES DE MAIS ESTE É UM CONVITE A DESFILAR A SUA IMAGINAÇÃO

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CONVITE À CIDADE PARA PARTICIPAR

NO CORTEJO DE PORMENORES MANUELINOS,

DIA 1 DE MAIO | 15h30 Ponto de Encontro – Gasolineira da Rua Miguel Arnide Percurso – Rua Miguel Arnide, Rua Nuno Alvares, Praça 5 de Outubro Destino – Praça 5 de Outubro O EVENTO: “Dom Manvel per graça de deus Rey de Portugal e dos Algarues, daquem e dalem mar em africa Senhor da guyne e da conquista nauegacom e comercio deteopia arabia persia e da India. A quantos esta nossa carta de forall dada a Vila de torres Nouas Virem fazemos saber que…” Assim começa a carta de foral que, a 1 de Maio de 1510, trazia a Torres Novas a marca de um Estado centralizador, governado por um rei venturoso. Como forma de assinalar os 500 anos sobre esse importante momento na história de Torres Novas, propõe-se uma visita à época, às memórias, aos sons, cheiros e sabores, aos usos e costumes do séc. XVI, convidando a uma ampla participação da comunidade. Nos dias 30 de Abril, 1 e 2 de Maio, o Castelo de Torres Novas e os espaços que a antiga cerca da vila encerra, farão a passagem para uma outra dimensão, onde as bestas se cruzarão com velhos marinheiros e gentes do clero, homens de guerra passear-se-ão por entre malabaristas do oriente e mercadores do norte de África, ao som das vendedoras de sonhos e contadores das histórias do mundo novo. Torres Novas, no alvores da sua Modernidade, receberá o Foral Novo com dignidade e pompa, comendo, bebendo e cantando em memória do rei venturoso que abriu as portas ao mundo. O CORTEJO: Este é um cortejo que junta amigos e familias e animadores profissionais. Mas para entrar no espírito do mesmo é necessário estar vestido à época! E para ser uma figura manuelina chegam alguns adereços. Um cortejo de pormenores - chapéus, espadas, escudos, adereços simples construídos com restos de papel e tecidos, embalagens vazias, sacos de plástico. Reutilizar para recriar o tempo de D. Manuel. Neste dossier reúnem-se imagens e algumas informações uteis para a construção da sua personagem. Existe uma versão deste dossier, mais simples e com propostas concretas, para os mais novos. No final, há um glossário da vestimenta da época.

ANTES DE MAIS ESTE É UM CONVITE A DESFILAR A SUA IMAGINAÇÃO

INTRODUÇÃO: A moda do Renascimento favoreceu os acessórios e a exuberância do pormenores. Colarinhos, cintos, toucados, adornos, penteados, chapeus definiam classes e ocasiões. No geral os homens utilizavam calções muito largos com aberturas laterais e com um cinto com fivelas. O Gibão permanecia a vestimenta básica. Vestiam-se também coletes, camisas complementadas com tiras envoltas em seda, mantos, capas e casacos curtos com lapela e mangas. Uma das principais tendências, por parte dos membros das cortes, era o uso de grandes colarinhos no pescoço. No calçado passou a ser muito utilizado o veludo, sempre de pontas quadradas e botas de tacão alto, sendo este de cores diferentes. Passou a utilizar-se o cabelo curto e a barba pontiaguda. Como adornos ao cabelo utilizavam-se barretes e gorros. As mulheres utilizavam vestidos em que a saia era constituída por dois ou três saiotes sobrepostos. Estes eram ajustados ao corpo e tinham grandes decotes.

Figurinhas do Teatro Vicentino, Séc. XVI

• BASE GERAL:

Se quiserem fazer um figurino mais completo podem usar uma base muito simples, feita com um rectângulo de tecido de cor com um buraco para a cabeça no centro. O lado mais curto do rectângulo deve ter a largura dos ombros e o maior pode variar consoante queiram a base mais comprida ou mais curta. Sobre esta base podem colocar um cinto, feito de tecido ou outro material.

Debaixo da base pode usar-se uma camisola lisa e colants ou leggings pretos ou com cor. Nesta altura usavam-se também meias compridas até aos joelhos, bordadas ou simples.

• SÍMBOLOS e MOTIVOS DECORATIVOS: A característica dominante da Arte Manuelina, sobretudo a arquitectura, é a exuberância de formas e uma forte interpretação naturalista-simbólica de temas originais, eruditos ou tradicionais. Alguns destes símbolos podem ser desenhados nas roupas, ao jeito de cada um!

Motivos mais importantes:

Símbolos nacionais: Esfera Armilar ; Cruz da Ordem de Cristo; Escudo nacional Elementos naturalistas: Corais; Algas; Árvores secas; Alcachofras (símbolo da regeneração e da ressurreição - sendo por isso queimada nos festejos de São João, esperando que volte a reverdecer); Folhas de loureiro, Romãs ( símbolo de fertilidade, pela quantidade extraordinária de sementes que contêm); Caracóis; Animais vários Elementos fantásticos: Sereias; Monstros (principalmente as gárgulas, mas também outros, como dragões e animais de boca aberta, devorando o seu próprio corpo); Orelhudos (cabeças com orelhas descomunalmente grandes); Simbolismo cristão: Cachos de uvas e sarmentos (relacionado com a "Vinha do Senhor" e com a Eucaristia) Agnus Dei Querubins

PRIMEIRA PÁGINA DO FORAL NOVO DE TORRES NOVAS de D.MANUEL I com duas esferas armilares, o escudo nacional ao centro e motivos vegetalistas.

• VESTUÁRIO FEMININO

De modo geral no século XVI a vestimenta feminina tinha seguintes características:

• Cintura no centro do corpo;

• Corpetes para definição da silhueta, com formato de cone invertido;

• As farthingales, tiras de metal unidas para armação das saias e efeitos;

• Os chapins, tamanco de cerca de 50 cm de altura, ricamente decorado;

Toucados

As coberturas para a cabeça e os chapéus em geral eram vários, complexos e essenciais ao quotidiano. Nenhuma senhora andava de cabeça descoberta. Véus, turbantes, enxaravias, coifas simples ou coifas avançadas e crespinas constituíram os toucados femininos, muitos deles de influência francesa e flamenga. O mantel, espécie de lenço de cabeça actual, generalizou-se no século XVI, substituindo gradualmente grande parte dos toucados. Por ser uma peça muito prática, teve larga aceitação nas classes baixas.

Acessórios

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Os cintos e cintas tiveram uma importância fundamental e eram feitos em vários materiais. Acompanhavam a cintura feminina, que se usou baixa durante a segunda metade do século XIV e princípios de XV, depois subiu para o centro do corpo.

Para cobrir o pescoço, as senhoras costumavam usar pequenos véus quase transparentes, conhecidos por gargantilhas ou teadas, de rendas, lavrados a ouro e brilhos de prata. As luvas constituíam um importante complemento do vestuário, já de tradição medieval, e havia-as bastante finas e adornadas, sendo costume usarem-se perfumadas.

As golas ou colarinhos, verdadeira inovação do século XVI quanto à exuberância, fizeram grande furor. De influência espanhola, tornaram-se tão complexas que, segundo se dizia, obrigavam a que se tivesse de alongar o cabo dos talheres, porque de outro modo o colarinho não permitia levá-los à boca. Foram famosas as golas enrocadas e de canudos, designadas ainda por outros autores como gorgeias, usadas também pelos homens. Eram peças confeccionadas numa sucessão de canudos circulares em volta do pescoço.

Adornos

Os anéis, cadeias de ouro, broches, braceletes, coroas, diademas, brincos, aljôfar, rubis, esmeraldas, ametistas, turquesas, safiras e olhos de gato, usadas por todas as Damas, reflectiam mil cores e emoções sentidas.

• VESTUÁRIO MASCULINO

O Gibão

O gibão foi uma das peças do vestuário masculino mais importantes da época. Usado por todas as classes sociais, conheceu várias formas desde que surgiu no século XIV até ao século XVI. Espécie de camisa actual forrada e enchumaçada a salientar o peito, moldava a cintura para depois cair em roda sobre as ancas. No século XVI o gibão ajusta-se ao corpo, semelhante a um corpete alongado em bico sobre o ventre e muito cintado. Era a peça ideal para vestir com calções. Os mais sofisticados eram forrados com várias aplicações no peito e nas mangas. Várias barras, debruns e pestanas podiam pender dos gibões. As mangas variavam podendo ser justas e abotoadas com botões até ao antebraço, com aberturas que deixavam ver as mangas das camisas ou então largas e curtas, de cores diferentes.

/Toucados Masculinos

Confeccionados em vários tipos de tecidos, havia-os bordados e adornados com plumas e jóias, até aos mais simples, de palha ou junco para as classes baixas. Os mais luxuosos eram em cetins, guarnecidos nas bordas a ouro e com borlas de retrósbranco e outras cores.

Ao longo dos séculos XV e XVI, multiplicou-se o uso de barretes, carapuças e gorros, coberturas de cores vivas, que alteravam os seus tamanhos conforme os gostos. Sobre o barrete ou carapuça, de uso muito comum entre as festas e as cerimónias, colocava-se geralmente um chapéu de tecido fino ou de simples feltro, de aba revirada, adornado com plumas e penachos de cor. D. Manuel, no seu testamento de 1535, deixa o número impressionante de cento e sessenta barretes de veludo e pano, o que comprova o seu grande uso e variedade. Os gorros- de pano, de feltro, ou de veludo, por vezes, panejados- eram usados preferencialmente pelos letrados e doutores.

Chapéus tricornes e chapéus de duas abas foram a moda dos elegantes da época de Quinhentos. O chapéu tricorne, à imagem da iconografia habitual de Damião de Góis, era uma espécie de gorro largo e triangular, em forma de um S deitado e alongado. O chapéu de duas abas era largo nas pontas, achatado no meio e com uma dobra justa do bocal na cabeça. Muito frequentemente, usavam-se com pequenos golpes e aberturas, e adornados igualmente com plumas ou pedrarias.

Calçado

Acessórios Masculinos

Os acessórios, muito importantes na indumentária masculina, constituíam um conjunto de peças fundamentais. Alfreses (cinturão), cintos e cintas usavam-se para apertar as vestes, em seda, linho, couros, metais com motivos a ouro e prata. Presas ao cinto, usavam-se as bolsas de pano ou lã, com cordões de retrós ou fitas e botões, as mais finas de veludo carmesim, decoradas a ouro e forradas a tafetá. Tornavam-se peças sumptuosas para guardar objectos do quotidiano. Com o surgimento das algibeiras,as bolsas entram em desuso.

O lenço, já do conhecimento dos romanos, é redescoberto com o Renascimento. No século XV foi de uso quase exclusivo da nobreza, e posteriormente generalizou-se às demais classes sociais.

As luvas, para além de peça de protecção das mãos, tiveram um uso importante nas caçadas, particularmente na arte da falcoaria ou nas lutas e torneios. Em 1535, D. João III proíbe o uso de luvas perfumadas aos homens.

As roupas farpadas e golpeadas acrescentavam sempre um toque particular às modas, quer medievais, quer nos novos séculos. Deixavam antever os ricos tecidos e peças interiores e acrescentavam-lhes outros, como se a roupa ficasse desfiada e com tiras pendentes.

RETRATOS da ÉPOCA:

• REIS E RAINHAS D. Manuel I

Rainhas:

O vestuário do rei, da rainha e dos pequenos príncipes deveria ser o mais deslumbrante. Enquanto pessoa, o rei tornava-se sensível à moda e vestia-se de acordo com ela. Enquanto símbolo social, a indumentária real significava a realeza no seu máximo esplendor, ao nível do sagrado e acima dos demais senhores da nobreza.

D. Isabel de Castela D. Maria de Aragão

D. Leonor da Áustria

D. Manuel era considerado um rei bastante vaidoso, cumprindo à regra a etiqueta de Corte.

Os reis portugueses traduziram na sua indumentária o brilho exótico e maravilhoso das Descobertas, enquanto símbolo de um novo mundo e de uma nova figuração do poder real.

Na relação do guarda-roupa de D. Manuel I, registam-se anéis, botões de ouro, grande número de barretes de veludo e pano, ceroulas de holanda, cintas lavradas a fio de ouro, camisas mouriscas, pares de mangas de damasco e cetim, pelotes e tabardos.

Num dos retratos de D. Isabel de Castela, a sua primeira mulher, esta traja um grande chapéu, com uma pequena coroa aberta, larga cabeleira com uma trança presa por um rubi, de onde cai um pequeno véu de seda branca. Na garganta usa um colar muito rico, filigranado, e veste um brial ou cota de brocado de ouro e flores de seda verde, cujas mangas só vestem a parte anterior dos braços, descobrindo a camisa de seda pregueada.

No enterro de D. Manuel, o príncipe herdeiro D. João III, vestiu uma opa de brocado comprida, forrada de martas, com tela de ouro e um barrete de veludo de volta e meia, com um colar de pedrarias.

D. Isabel, a mais esplendorosa das suas irmãs, casou-se com o seu apaixonado imperador Carlos V. Num dos seus retratos, veste um corpete justo, vermelho, bordado a ouro e motivos florais. Por entre as largas mangas farpadas e o decote, surge uma camisa branca de seda, apertada no pescoço, de onde cai um colar de duas voltas de formas geometrizantes.

• CAVALEIROS:

Painéis São Vicente de Fora – Painel dos Cavaleiros Autor: Nuno Gonçalves Data: 1450 d.C.- 1490 d.C. Ocupam os dois primeiros planos da pintura três cavaleiros, vestindo ricos trajes de corte. Dois têm a cabeça coberta com gorros; o do primeiro plano tem a cabeça descoberta. Todos estão armados com espadas. Segue-se-lhes uma figura barbada e de farta cabeleira negra, coberta por uma capelina de aço, tauxiada de ouro. Os quatro eclesiásticos que se vêem no fundo da composição vestem sobrepelizes e têm a cabeça coberta com barretes.

Autor desconhecido 1510 d.C.- 1530 d.C O Arcanjo S. Miguel, de armadura, capa e escudo empunha uma espada na mão direita e uma cruz na esquerda. A seus pés vê-se um dragão de patas levantadas. No lado direito da pintura vê-se a figura cortada de Santa Margarida com uma cruz nas mãos juntas.

PARA A CONSTRUÇÃO DO FIGURINO DOS CAVALEIROS:

Pode bastar uma espada, um escudo e um capacete para ser um cavaleiro. O escudo deve ser decorado com os símbolos manuelinos, já referidos no documento.

Aqui vão duas sugestões para fazer capacetes:

1. ELMO ou CAPACETE de saco de papel:

Material Necessário:

• Saco de papel • Tesouras • Agrafador • Cola

Desenhar o formato de um gorro (meio ovo) no saco. Recortar. Agrafar como na

figura. Pode-se ajustar o tamanho à cabeça com o agrafador. 2. ELMO

Material:

1 Folha de Jornal

• CLERO

São Boaventura e São Luís de Tolosa 1508 d.C.- 1511 d.C. Inseridos numa paisagem verdejante pontuada, à esquerda, pelo que parece ser a ábside de uma catedral, os dois santos franciscanos São Boaventura e São Luís de Tolosa ou de Anjou envergam sobre os hábitos de frades menores capas majestosas de asperges e estolas, ostentando igualmente mitra e báculos. Ambos abençoam com a mão direita.

1. MITRA (chapéu): As medidas aqui são gerais, sendo que depois tem que haver ajuste consoante o tamanho da cabeça que vai usar a mitra. O sítio onde se fazem as dobragens laterais dá mais ou menos a medida correcta.

1. Dobrar uma folha de Craft/ ou de jornal com cerca de 50 cm x 70cm

2.Dobrar as duas pontas de cima até se encontrarem no meio.

3.Dobrar a parte de baixo 2 vezes. Esta dobra faz uma banda central.

4a.Virar ao contrário e dobrar os lados até ao meio (é com esta medida que se vê se o chapéu está à medida da cabeça. Se for necessário pode dobrar-se deixando espaço no meio.) O resultado nesta fase depende muito do tamanho do papel e da cabeça, não tem ficar exactamente igual ao desenho. 4b. Dobrar a ponta de cima como indicado no desenho. 4c. O resultado deve ser mais ou menos como a figura 4c.

5. Dobrar as pontas de baixo. 6. Dobrar Duas vezes a ponta de baixo resultante de forma a encaixá-la na banda central.

7a. Até agora o papel deve estar mais ou menos como na figura a.

7b. Agarrar no meio da parte baixo, nos dois pontos vermelhos no desenho e abrir completamente até os pontos laranjas se tocarem, como na figura 7c.

7c O Bispo acaba aqui – é só levantar a dobra pontiaguda de cima e abrir a parte de baixo, onde encaixa a cabeça

2. Outra MITRA:

1. Dobre um quadrado ao meio

2. Dobre os dois cantos de cima, de maneira a encontrarem-se no centro. 3. Dobre a tira mais perto de si ao meio, e volte a dobrá-la para cima dos triângulos.

4. Vire o papel. Dobre os lados para o meio.

5. Dobre os cantos de baixo, até à tira.

6. Dobre o ponto central debaixo ao meio e de novo para cima de forma a encaixar na tira. 7. Abra e ponha o chapéu na cabeça! FIM!

OUTROS ADEREÇOS CLERO: O clero caracteriza-se pelas vestes longas e largas, grandes mantos e ainda o uso de crucifixos e báculos (bastões episcopais, curvos na ponta) Com tecidos, sacos de plástico ou mesmo papeis podem fazer-se os mantos. Os crucifixos podem ser recortados em cartão para pendurar ao pescoço ou à cintura ou então podem recortar-se em papel veludo e colados nos mantos. Para os Báculos, podem usar a técnica do papel maché à volta de um pau comprido ou de um arame. Ou recortar em cartão ou cartolina.

• NOBREZA:

Ao longo dos séculos XV e XVI surgem os títulos de duque, marquês, visconde e barão e generaliza-se o título de conde.

O quotidiano de um aristocrata implicava a regra e a etiqueta da sua posição. A pequena cerimónia pública do vestir, a missa, ir às caçadas, refeições, festas e bailes de Corte exigiam uma indumentária própria à ocasião.

Garcia de Resende descreve a Cort e- nesse dia houve duzentos senhores vestidos à francesa, de opas roçagantes, cento e vinte delas de ricos brocados, telas de ouro e chapados, todas ricamente forradas, e as outras oitenta eram de ricas sedas, forradas de brocados e ricos forros (...). E assim houve outros muito vestidos de tabardos, capuzes abertos de ricas sedas e brocados (...) . A nobreza de Corte acentuava as suas qualidades de linhagem, trajando as modas das mais diversas extravagâncias.

A nobreza que participou na Expansão marítima soube igualmente vestir-se à sua condição e representar o papel de grande dignatária politica e social. Numa descrição, Vasco da Gama é representado da maneira seguinte:

Vestido o Gama vem ao modo hispano,/ mas francesa era a roupa que vestia,/ de cetim da adriática Veneza/ carmesim, cor que a gente tanto preza./ De botões

de ouro as mangas vêm tomadas,/ onde o sol reluzindo a vista cega./ As calças soldadescas recamadas/ do metal que fortuna a tantos nega,/ e com

pontas do mesmo delicadas./ Os golpes do gibão ajunta e achega,/ ao itálico modo áurea espada./ Pluma na gorra, um pouco inclinada

A nobreza de província, longe dos acontecimentos sociais e da etiqueta de Corte, usava uma indumentária mais simples, por vezes bastante inferior à das camadas mais ricas da burguesia. Dos documentos chega-nos um episódio patético de um fidalgo pobre - D. João D'Eça- que, ao participar numa caçada com o rei D. João III e outros nobres, foi apanhado por uma forte chuvada. Todos regressaram aos respectivos palácios para mudarem de roupa, mas o infeliz do fidalgo só tinha o seu pelote de pano verde. Assim, teve de esperar, enquanto o seu criado o enxugava junto da lareira, para poder regressar ao Paço.

• BURGUESIA

Proprietários rurais, mercadores, financeiros, ambulantes, mesteirais, físicos, cirurgiões, ourives, letrados, etc., constituíam o núcleo social da burguesia. Com o desenvolvimento e reforço do Estado, o aumento do funcionalismo e do tráfego marítimo aumentou a sua influência e poder. A burguesia vestia-se de maneira proporcional à sua nova condição social. Comportava-se como uma classe em ascensão, por vezes em grupos isolados, e torneando as pragmáticas que lhes restringiam a liberdade no vestir. Passaram a usar vestimentas ricamente bordadas, de cetim, seda e veludos, não permitindo que a diferença no trajar fosse tão acentuada como anteriormente.

Nas gravuras originais das primeiras edições das obras de Gil Vicente e de António Ribeiro Chiado, é vulgar ver burgueses representados com calções tufados, calças largas, meias altas, gibões cavados com aplicações, camisas de renda com golas encanudadas, sapatos ou botas trabalhados.

Do guarda-roupa de uma mulher da burguesia rural , em meados do século XVI , constam três saios de sarjo, pano e veludo preto, uma vasquinha de Ruão, uns calções de tafetá, um corpete debruado, três pelotes e um gibão, com uma ou duas capas.

De certa forma, torna-se difícil caracterizar a indumentária da burguesia, pois ao formar um núcleo composto por subgrupos sociais isolados, o seu traje acabava por se diluir entre a imitação dos modelos usados pela aristocracia e o que de melhor podia vestir o povo.

• POVO:

Nascimento da Virgem Mestre Desconhecido 1530 d.C.- 1540 d.C. O nascimento decorre no interior de um compartimento cheio de objectos de uso quotidiano, destacando-se nas prateleiras algumas garrafas, frascos de compota e um cofre pequeno. À esquerda da composição, num leito com dossel redondo, Santa Ana repousa numa cama em que o branco dos lençóis e das almofadas contrasta com o verde acizentado da colcha. Ao seu lado, sentado, envolto em vestes vermelhas e com um terço nas mãos, encontra-se São Joaquim que observa uma mulher ajoelhada prestes a atear um fogareiro de barro em redor do qual se dispõem inúmeros recipientes com mésinhas. Outras quatro figuras femininas surgem representadas, estando cada uma delas entregue a uma tarefa específica: vestida de negro, uma dama aconchega as almofadas da cama; aos pés do leito encontra-se uma jovem que segurando uma faca na mão esquerda olha para a senhora que tem a Virgem ao colo e, por fim, acabada de entrar no quarto, uma criada transporta um cesto com ovos. Através da porta aberta que dá acesso a uma divisão contígua, podemos observar uma criada a depenar uma ave, tendo ao lado um gato

Pequenos lavradores, pescadores, almocreves, marinheiros, criados, assalariados de uma maneira geral, constituíam o grupo-base de gente com uma vida modesta e apagada que formava a esmagadora maioria dos portugueses.

Para o povo, o vestuário simples e pouco variado nas formas, fabricado por ele próprio, apenas tinha um significado utilitário. Longe das modas e dos actos mundanos da Corte, era o mais simples e rústico, baseado apenas nas necessidades do quotidiano. As suas cores escuras, os tecidos vulgares e remendados comunicavam apatia e tristeza.

Para cobrirem a cabeça, além das toucas ou coifas colocavam por vezes um sombreiro de abas largas ou barretes de feltro e pano. Juntamente com o saio, bastante usual, vestiam-se os gibões compridos de burel, calças de malha grosseira e mantos comcapuz de Inverno. No vestuário feminino, eram frequentes os corpetes justos e as saias duplas dobradas. Frequentemente cobriam a cabeça com capuzes e mantos, não se lhes vendo o rosto.

D. Manuel no seu testamento de 1517, mandava que todos os seus vestidos que não fossem de brocados e sedas, se dessem em esmola aos criados, pobres e desprotegidos. A infanta D. Maria, no testamento de 1577, teve a mesma preocupação, ao deixar trinta e seis mil reais de ouro para vestir nove mulheres pobres na festa da Nascença, à razão de dois mil reais o vestido. Deixou ainda cinco mil reais de ouro para vestir trinta e três pobres por cada ano.

Bruegel, Pieter - Jogos Infantis

1560 Oil on oak panel 118 x 161 cm Kunsthistorisches Museum Wien, Vienna

Nesta pintura vêm-se mais de 60 jogos diferentes, jogados pelas crianças no séc. XVI. Alguns ainda se jogam hoje em dia. É também uma pintura interessante para percebermos como se vestiam as crianças do povo, nesta altura.

Dois Chapéus Diferentes para o Povo

1. Material: Folha de Jornal, craft ou papel de lustre de cor

2. Materiais: Folha de Cartolina A3 Cola Elástico ou fita Como fazer: . Dobrar cerca de 4 cm de um dos lados do papel. . Dobrar a cartolina ao meio. . Vire a dobra para si. . Dobre a ponta do boné cerca de 3 cm e cole para segurar. . Cole as fitas nas pontas da frente.

Chapéu de Bobo:

• Corte uma tira de papel craft ou de cartolina com cerca de 2 cm e suficientemente comprida para dar a volta à cabeça. Cole as extremidades

• Faça triângulos de papel de cores diferentes, dobrando quadrados de papel na diagonal.

• Sobreponha os triângulos inserindo uns dentro dos outros, como na imagem. Ajuste-os de forma a, no seu conjunto, ocuparem toda a tira da cabeça. Cole-os uns aos outros

• Cole o conjunto na tira, por dentro. Abra ligeiramente de forma aos triangulos que ficam para dentro chegarem ao centro. Cole-os uns aos outros no lugar. (isto pode ter que ser forçado).

• Corte os triângulos de fora ao meio, começando na ponta. Fica com dois triângulos em cada um. Dobre as pontas de forma irregular. Na ponta cole uma missanga, um guizo ou um pompom.

• PENTEADOS – TRANÇAS

Com três mechas de cabelo:

Com 4 ou mais mechas de cabelo:

1º Método·

2º método (mais simples)

Entrançar missangas no cabelo: Cores de Missangas: Pérola | Ouro | Prateado | Preto Começar por fazer fios enfiando as pérolas em fitas. Depois podem tratar estes fios como um pedaço de cabelo, entrançando normalmente.

Por cima da cabeça:

Dividir o cabelo ao meio. Prender a fita no topo da cabeça com um gancho, deixando cair metade para cada lado. Começar a entrançar o cabelo com a fita. No fim podem usar a fita que sobrar para prender a trança, enrolando-a à volta do cabelo que sobra.. Para maior segurança é melhor usar um elástico e só depois enrolar a fita.

Outra forma, mais simples:

Pegar num pedaço de fita com o dobro do tamanho do cabelo. Amarrar o cabelo com a mesma. Separar o cabelo em duas mechas. Entrançar.

Trança paralela:

Dividir o cabelo em duas colunas. Entrançar a fita como na figura .

OUTRAS IMAGENS:

DOCUMENTOS DA ÉPOCA:

A VESTIMENTA DE JOANE, UM CRIADO DE ANTÓNIO FREIRE

Digo eu António Freire beneficiado na igreja do salvador, que é verdade que eu me obrigo a dar a Joane quatro cruzados de soldada por um ano, que se começou aos oito dias do mês de Agosto de 1558, e se acabará por outro tal dia, com seus calções ejaqueta, pelote e jubão, botas e duas camisas, como é uso e costume.

E por que isto é verdade, fiz este (registo) por não sair da minha lembrança, feito aos oito dias do dito mês, da era de 1558 anos.

António Freire Caldeira

EXCERTOS DO INVENTÁRIO DOS BENS DE FAZENDA QUE FICOU POR FALECIMENTO DA SENHORA MARGARIDA PEGUADA

. Um saio de sarjo, avaliado em oitocentos réis, de mulher

. Um saio de pano (...) de mulher, avaliado em oitocentos réis

. Uma vasquinha de Ruão verde, avaliada em oitocentos réis

. Um gibão de Ruão, avaliado em quatrocentos réis

. Um pelote e um gibão e uma gualtira de pano(...), avaliado em dois mil réis

. Uma capa de baeta, avaliada em mil réis

. Um pelote de baeta, avaliado em seiscentos réis

. Uma gorra de veludo e um chapéu de tafetá, avaliado em seiscentos réis

. Um saio de veludo preto, avaliado em dez mil réis

. Uma capa rachada e um pelote rachado, avaliado em dois mil réis

. Uns calções de tafetá roxo, avaliado em quatrocentos réis

. Um corpinho de chamalote debruado de veludo azul, avaliado em trezentos réis.

Elvas, 1548.

EXCERTOS DO INVENTÁRIO DOS BENS E FAZENDA (...) QUE FICARAM POR FALECIMENTO DO SR. MEM ROIZ DE AZEVEDO, FIDALGO DA CASA DE EL 'REI

. Três pares de calções de linho . Dois pares de meias de linho . Três pares de escarpins . Dois pares de carapuços de Holanda . Um capote pardo . Um outro capote pardo . Um bedém de fiel preto . Uma veste de catassol branca . Uma capa de baeta . Outra de catassol . Uma casaca de burato . Outra casaca de mesquela. (...) . Um gibão de tafetá de cordão e outro de linho. (...) . Dois pares de botas de vaquem . Outros de cordovão . Outros de camelo . Dois pares de chapéus . Um chapéu preto de tafetá . Um chapéu preto com seu véu da China . Outro de sol . Oito camisas de pano de linho.

Embora posterior a D. Manuel I mas ainda pertinente no que toca à roupa da época, este documento tem interesse especial para os torrejanos:

SOBRE OS CAPÍTULOS GERAIS DAS CORTES DE TORRES NOVAS DE 1525 E DAS CORTES DE ÉVORA DE 1535

Capítulos de Cortes e Leis que sobre alguns deles fizeram Capítulos Gerais que foram apresentados a El-Rei Dom João, nosso senhor, terceiro deste nome: XV rei de Portugal nas Cortes de Torres Novas, do ano de mil e quinhentos e vinte cinco. E nas de Évora, do ano de mil e quinhentos e trinta e cinco, com suas respostas e leis que o dito senhor fez sobre alguns dos ditos capítulos. As quais foram publicadas na cidade de Lisboa: no ano XVII do seu reinado e XXXVII da sua idade. A XXIX dias do mês de Novembro, ano do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo. De mil e quinhentos e trinta e oito anos.

Capítulo CLXXV

Que nenhum homem de qualquer qualidade que seja, não traga vestido que tenha fralda para trazer pelo chão. E escusar-se-á moços de fralda e mais é cousa muito escusada. E assim as

mulheres solteiras que não vivem honestamente, mantos pelas cabeças, sob certa pena. E bem assim que as mulheres dos mecânicos e peões não possam trazer vestidos que tenham

as ditas fraldas, porque parece razão haver aqui diferença no modo de vestir entre as pessoas nobres e as que não são.

Resposta

Quanto ao trajo dos homens parece-me bem o que apontais, e sobre isso farei lei. E aos mais do capítulo parece escusado prover-se nisso por agora.

As leis que foram feitas sobre alguns dos ditos capítulos

Dom João per graça de Deus, Rei de Portugal, dos Algarves, de aquém e de além mar em África, Senhor da Guiné e da conquista, navegação e comércio da Etiópia, Arábia, Pérsia e da Índia. Faço saber que nas Cortes que fiz na vila de Torres Novas, no ano do nascimento de nosso Senhor Jesus Cristo de mil e quinhentos e vinte cinco. E assim nas que fiz na cidade de Évora no ano de mil e quinhentos e trinta e cinco, me foram apresentados pelos procuradores de meus povos, alguns capítulos e apontamentos que lhes pareceram necessários pera serviço de Deus e bem da Justiça, boa governação de meus Reinos e Senhorios. E querendo a eles prover como sou obrigado, os vi e consultei com alguns dos do meu Conselho e letrados. E naquelas cousas em que me pareceu necessário prover, fiz as leis e determinações seguintes:

Lei XXVI- Que nenhum homem traga vestido mais comprido que até ao artelho.

Por não haver por bom trajo pera os homens, lobas nem outro algum vestido tão comprido como se até agora costumava. Ei por bem e mando que daqui em diante nenhum homem de qualquer estado, qualidade e condição que seja, traga loba nem outro algum vestido de mais comprido que até ao artelho, de maneira que o artelho fique descoberto, ainda que o tal vestido seja de dó e se traga por qualquer pessoa (...). E quem o contrário fizer, sendo peão, perca o vestido e seja preso dez dias na cadeia. E sendo escudeiro ou cavaleiro, perca o vestido e pague dez cruzados. E sendo fidalgo ou de maior condição, perca o vestido e pague vinte cruzados, das quais penas, o vestido e a metade do dinheiro será para quem o acusar, e a outra metade pera a minha Câmara .

GLOSSÁRIO

A

Abarcas- espécie de sandálias com correias, usadas pelos camponeses, durante a Idade Média.

Açafate- pequeno cesto.

Alça cuellos- gola de renda em formato de pala protectora da nuca.

Alfrês- cinturão largo, adornado frequentemente a ouro e prata, com pedrarias.

Algodão- tecido fabricado com os filamentos têxteis do algodoeiro.

Alifafes- manto ou capa de origem moçárabe.

Aljôfar- pequenas pérolas.

Aljuba- manto ou capa ampla e fechada, sem mangas, usada como sobreveste.

Almisque (almiscarada)- substância aromática do almíscar.

Alquorques- calçado curto de carácter mais rústico.

Arguanéis- fios de ouro ou prata entrelaçados que compunham o colar.

B

Balaifes- tipo de pedra preciosa (?).

Balandrau- capa ampla e sem mangas, de origem moçárabe, para a chuva.

Banda- parte lateral; lado. Vestuário bandado significava vestuário com aplicações de cores diferentes.

Beatilha- touca de pano branco, geralmente usada pelas senhoras idosas.

Bedém (bedam)- capote de palha ou couro contra a chuva; capa mourisca.

Borla/Borlados- ornamento composto por um botão de onde pendem fios.

Borzeguins- espécie de botas altas com atacadores.

Botas- botas propriamente ditas, conhecidas ainda pelos nomes de osas, botinas ou borzeguins.

Botinas- botas medievais.

Braguilha- espécie de protector genital, preso por agulhetas à cintura, que constituía a parte dianteira das calças.

Brial ou Saia- saio ou saia, mais no sentido feminino, desaparecendo o termo no século XIV.

Brocado- tecido de seda com guarnições em relevo, a fio de prata ou ouro, de origem oriental.

Brocatel- distinguia-se do brocado por ser composto de pequenos relevos. A partir do séc. XVI passa a designar as sedas ornamentadas com fios não metálicos.

Broslado- bordado, borlado.

Burato- provávelmente, tecido de lã .

Burel- pano grosseiro de lã, geralmente de cores escuras que se usava nos lutos.

C

Cabeção- gola alta ou outro tipo de remate superior à volta do pescoço.

Cadeias- colares duplos com duas ou mais voltas.

Cairel- borda, debrum; fita.

Calças bombachas- calças semelhantes às imperiais, usadas pelos portugueses no Japão.

Calças bragas- calças largas e curtas.

Calças femininas- usadas como peça interior, justas e de materiais aderentes, presas por ligas ao joelho.

Calças imperiais ou de roca- calças abalonadas até ao tornozelo, confeccionadas com grande quantidade de tecido e ornatos.

Calças soladas- constituíam-se por duas peças que se vestiam separadamente. Incluíam a parte do pé e uma sola subjacente.

Calceteiro- alfaiate especializado na confecção de calças e calções.

Calção- peça de vestuário semelhante aos calções actuais, de tamanhos e feitios variados.

Calção de balão- calções muito tufados e curtos, logo apertados acima da coxa.

Cambraia- tecido de linho de extrema finura, geralmente importado do Norte da Europa.

Camisa- peça de vestuário interior, de tecidos leves, usada inicialmente até aos joelhos, de mangas justas.

Camisa mourisca- camisa mais larga e de pano mais fino, de origem árabe.

Canotilho- fio de ouro ou prata feito em canudinhos.

Capa- peça de vestuário pendente dos ombros, larga e sem mangas, que se usa como cobertura sobre outra roupa. Geralmente mais curta que o manto. Podia levar capuz.

Capa aguadeira- capa para a chuva. Conhecida ainda pelo nome de capa de água.

Capa de baeta- capa mais prática e curta.

Capa de capelo- capa com barrete ou capuz pregado, abrigando assim a cabeça e o pescoço.

Capa entretalhada- capa com vários cortes.

Capa rachada- capa com cortes ou aberturas.

Capeirão ou Capeirote- (caperutada, capirotada ou caperutada) originalmente era um capuz de ponta comprida, assemelhando-se a um turbante, ou ainda toucado arranjado ao gosto próprio.

Capelo- barrete semelhante ao capeirão. Geralmente pregado a uma capa ou manto. Usado desde o século XIII e proibido por D. João II.

Capote- capa que descia até aos pés, com colarinho e capuz.

Capuz- cobertura de pano com que se resguarda a cabeça, e que em geral pende atrás da capa e preso a ela.

Carapuça- barrete de lã ou pano, de forma cónica.

Carmesim- vermelho-cravo; cor vermelha muito viva.

Catassol- tecido muito fino e lustroso.

Cendal- seda muito leve.

Cerome ou Cerame- variante do manto do século XIII.

Ceroulas- peça de vestuário que se usa por debaixo das calças; cuecas de pernas compridas.

Ceroulas da Holanda- ceroulas confeccionadas com talhe e tecido holandeses; de influência holandesa.

Chamalote- tecido de lã ou seda, semelhante ao cetim.

Chapado/ Chaparia- ornamentos aplicados sobre a roupa, como por exemplo, pequenas chapas de metal.

Chapéus de duas abas- espécie de gorro acolchoado, mais largo nas pontas e com uma dobra justa do bocal na cabeça. Por vezes com pequenos golpes e aberturas, adornado com plumas.

Chapéu tricorne- espécie de gorro largo em cima, com três altos, dois laterais e um ao alto em forma de um S deitado e alongado.

Chapins- espécie de sapatos curtos, com ou sem atacadores.

Cinta/ Cinto- correia de pele ou metal para a cintura.

Cinzelado- lavrado; bordado no tecido com pequenos relevos.

Coifa- espécie de gorro ou barrete de rede que apanhava o cabelo.

Coifa avançada- touca feminina, com a pala adiantada sobre a testa, muitas vezes adornada em ondulados e frisados.

Colete- peça de vestuário com longas cavas, geralmente usada sobre uma camisa.

Collants- de origem francesa, que designa hoje em dia, as meias femininas.

Çorame- manto ou capa de origem moçárabe.

Cordovão- couro de cabra curtido e especialmente preparado para o calçado.

Corpete- corpinho; justilho.

Corpinho- peça interior do vestuário feminino, semelhante a um corpete ou espartilho. Podia ter mangas.

Cós- tira do vestido ou das calças que rodeia a cintura. Ainda pode ser dos punhos ou do colarinho.

Corset- variante francesa da cota, aberto à frente ou dos lados.

Cota- espécie de vestido comprido, justo ao corpo e com ampla saia.

Côvado- medida linear que corresponde a 0,70 m.

Crespina- touca de pano de forma circular, ou um simples véu.

Cuecas bragas- cuecas propriamente ditas, de origem muçulmana e confeccionadas com linho bragal. Usadas até ao século XV, mudando a terminologia para fraldilha ou fraldrilha.

D

Dalmática- camisa ou túnica comprida.

Damasco ou damasquim- pano de seda lisa ou com desenhos bordados, fabricado em Damasco.

Debrum- fita com que se guarnece a borda de um tecido; orla; bainha.

Diadema- jóia feminina em forma de D, que se usava cingida na fonte.

Dorsel- tecido sumptuoso colocado nas costas das cadeiras ou cabeceiras das camas.

E

Enxaravel- toucado feminino.

Enxaravia- toucado feminino em forma de capuz, geralmente usado pelas velhas, que envolvia o queixo e o pescoço.

Entretalho- espécie de recortes usados no vestuário e aplicações de tecido.

Entretela- tela reforçada sobre outra.

Epitáfio- inscrição tumular.

Escarlate- cor vermelha muito viva; tecido dessa cor.

Escarpins- sapatos descobertos de sola muito fina.

Escusar- evitar.

Esmaltado- adorno; brilhante; enfeite.

Espartilho- espécie de pequeno colete confeccionado com materiais resistentes que cingem e moldam as formas do peito e da cintura.

Estamenha- tecido ordinário de lã, próprio para lutos.

F

Farpados- cortes e aplicações de tiras nos tecidos.

Fazenda- pano; tecido.

Felpa- pêlos salientes do tecido.

Feltro- espécie de estofo de lã ou pêlo obtido por empastamento e muito empregue no fabrico de chapéus.

Filigranado- composição de fios metálicos e pequenas esferas de ouro ou prateadas entrelaçados.

Firmal- broche ou jóia que servia para prender mantos, vestidos e outras peças do vestuário.

Fralda e fraldilha- partes inferiores e compridas das vestes que, no caso dos vestidos, roçavam pelo chão.

Fraldilha- peça de pano que envolve a zona genital, em jeito de fralda ou cueca.

Funda- tira de couro ou corda ligada às selas, ou ainda uma rédea.

G

Galochas- o mesmo que abarcas.

Gardalate- tecido de lã.

Gargantilha (teada)- pequenos véus quase transparentes, usados pelas damas para cobrir o pescoço.

Garnacha (guardacó)- variante do manto, semelhante à granaia, feito de lã, mais curto e chegado ao corpo, aberto à frente, com ou sem mangas.

Gibão ou jubão (porponto)- espécie de camisa, com ou sem fralda, forrado e enchumaçado, apertado na cintura para depois cair sobre as ancas.

Gola ou colarinho- parte do vestuário junto ao pescoço ou em volta do mesmo.

Golpes/golpeados- aberturas ou cortes no vestuário, que deixavam entrever as roupas interiores ou ainda aplicações de outros tecidos e cores.

Gorgeia (gola de canudos)- gola fechada à volta do pescoço; confeccionada numa sucessão de canudos circulares.

Gorra (o)- espécie de barrete; carapuça.

Granaia (garvaia)- variante do manto, relativamente apertado ao corpo, com gola alta e capuz, até ao joelho. As largas mangas com aberturas permitiam libertar os braços.

Gualtira- carapuça ou gorro.

H

Hábito- peça de vestuário, tipo veste religiosa de monge, com capuz.

Hennin- toucado de origem estrangeira, semelhante a uma crespina em cone de cujo vértice, caia um finíssimo véu.

Holandilha (do esp. hollandilla)- tecido grosseiro de linho, próprio para entretelas.

I

Ilharga- lado.

J

Jubeteiro- alfaiate especializado na confecção de gibões.

L

Lavor- bordado; ornamento; adorno.

Lavrado- ornamentado com lavores.

Lineamento- conjunto de linhas que formam um desenho ou composição.

Loba- espécie de tabardo ou pelote aberto, usado abaixo do joelho, muitas vezes em jeito de capa.

Loudel- veste militar dos séculos XIV e XV.

Luvas- peças do vestuário que cobrem as mãos.

M

Mantão- espécie de manto confeccionado com maior quantidade de tecido.

Mantão lombardo- tipo de manto de influência lombarda muito usado em Portugal nos fins do século XIV até aos primeiros quartéis do século XV.

Mantel ou mantelote- tipo de manto redondo, curto ou comprido.

Mantilha- espécie de véu usado pelas mulheres.

Manto- espécie de grande capa com cauda, confeccionada com grande quantidade de tecido.

Marta- pele de marta, considerada muito valiosa.

Meias- tecido de malha de lã, algodão ou seda com que se calçam os pés e as pernas.

Meias calças- variante do modelo das calças do século XVI, inicialmente tufadas e depois apertadas no joelho.

Mesquela- tecido de mistura.

Mudbage- veste de origem muçulmana, espécie de saio ou brial justo, de corte direito e sem mangas.

O

Opa- peça de vestuário, tipo casaco muito comprido e amplo, com gola alta e largas mangas.

Osas- botas medievais de cabedal ou couro.

P

Pantufos - pequenos sapatos usualmente de seda, que se costumavam usar dentro de casa.

Pastilha- espécie de pasta perfumada..

Pelote- peça de vestuário semelhante a um casaco fechado, usado pelos joelhos e inicialmente justo ao corpo e com grandes cavas.

Pelote gironado- usado nos tempos de D. João II, largo e comprido e com guarnições bordadas.

Pelote rachado- pelote com cortes e aberturas.

Penacho- conjunto de penas com que se adornavam os chapéus.

Pespontado- cosido; com pesponto.

Pestana- franja.

Pontilhas (ou sapatos de ponta)- sapatos muito bicudos.

Púrpura- tinta vermelha escura extraída do murex; cor vermelha.

R

Redondel- tipo de manto confeccionado com cerca de dez metros de tecido.

Retrós- fio ou fios de seda torcidos.

Roçagante- que arrasta pelo chão.

Rofêgo (refego)- dobra ou prega usada no vestuário para decoração.

Roupa de dó- roupa usada por luto de outrem.

Roupão- talvez uma espécie de tabardo ou capa.

Roupeta- batina ou roupa interior.

S

Sainho- diminutivo de saio, podendo ser uma espécie de saia já sem a parte superior da veste, ou uma vasquinha.

Saio ou saia- peça de vestuário semelhante a uma camisa comprida, até aos joelhos.

Saio francês- saio de tecido muito fino.

Sarjo/sarja- tecido de seda, lã ou algodão.

Seda- tecido muito fino confeccionado a partir do fio do bicho-da-seda.

Servilhas- espécie de chinelos em couro.

Sobrepelizes- espécie de capa curta e fina, de cor branca.

Sobretela- sobre o tecido.

Solia- tecido de lã.

Sombreiro- chapéu, gorro ou touca de vários modelos.

Sombreireiro- chapeleiro ou alfaiate especializado no fabrico de chapéus.

Sósis- tipo de pedra preciosa (?).

T

Tabardilha- tipo de capa mais pequena usada nos séculos XI e XVI.

Tabardo- peça de vestuário, originária do manto, que descia até ao meio da perna, geralmente usado fechado, fendido e com grandes cavas.

Tabardo aguadeiro- tabardo para a chuva e frio, usado por cima de outras vestes.

Tafetá- tecido de seda muito leve de fios lustrosos e rectilíneos .

Tela de ouro- tecido bordado a fio de ouro.

Temperança- moderação.

Toga- peça de vestuário dos antigos romanos em forma de manto.

Touca- cobertura da cabeça.

Toucado- peça para cobrir a cabeça, dos mais variados modelos.

Trançadeira- fita para prender o cabelo.

Túnica- longa camisa, até aos pés, de mangas justas e pouco decotada, confeccionada em linho, lã ou sedas.

Turbante- faixa de pano que cobre a cabeça, de origem oriental.

V

Vasquinha- peça de vestuário semelhante a uma saia, pregueada na cintura e a tufar nos quadris.

Veludo- tecido de seda ou algodão com pêlo curto e macio numa das faces

Veludo cinzelado- veludo lavrado.

Véu- tecido tendencialmente transparente com que se cobre a cabeça ou o rosto.