Maquinas 59

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Dezembro 2006

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Rodando por aí

Técnica 4x4

Indicadores de qualidade

Variabilidade de rendimento no feijão

Colheita florestal semimecanizada

Controle de falhas na pulverização

Manutenção terceirizada de frota

Manutenção passo a passo

Esporte trator

Aplicação aérea contra cárie no arroz

Índice Nossa Capa

Valtra

Destaques

Semimecanização na florestaEstudo mostra a viabilidade da mecanizaçãoparcial na colheita de árvores, principalmenteem terras declivosas

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoVilso Júnior Santi

• RevisãoAline Partzsch de Almeida

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro BatistinSedeli Feijó

• Gerente de CirculaçãoCibele Costa

• AssinaturasSimone Lopes

• Gerente de Assinaturas ExternaRaquel Marcos

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 59

Ano VI - Dezembro 06 / Janeiro 2007ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00• 70,00

Qualidade totalIndicadores de qualidade nas opera-ções mecanizadas do plantio diretopodem contribuir para o aumento daprodutividade no campo

Em busca da precisãoO controle refinado da pulverização écapaz de identificar falhas nas desse-cações e aumentar a eficácia docontrole de ervas daninhas

Matéria de capa

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• ExpediçãoDianferson Alves

• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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SchroderA Schroder Consultoriaministrou recentemen-te o curso de Tecnolo-gia de Pulverizaçãocom EquipamentosCostais. O eventodestinou-se aosegmento de controlede plantas daninhas emcanais de irrigação dearroz e pátios deinstalações industriais,além de combate apragas com produtosdomissanitários. Ocurso foi oferecido aostécnicos da empresaAPAW Deseinfestações,em Pelotas (RS). Oprograma é apresentadoem aulas teóricas commodernos recursosaudiovisuais, além depráticas com monitora-mento das pulveriza-ções com traçantesfluorescentes. Aempresa organizaránovas edições destecurso em 2007.

MisturadorA FMC e a Grazmec

apresentaram durante o 1ºCurso de Capacitação de

Aplicadores de Granuladospara Aplicação Aérea, nomunicípio de Capão do

Leão, Rio Grande do Sul, omisturador de Furadan com

uréia, projetado para oabastecimento de aviões.

Segundo o coordenador dedesenvolvimento de produto

e mercado da FMC, LuizFelipe Thomaz, entre as

vantagens do equipamentoestá a diminuição do

emprego de mão-de-obra emenor tempo de permanên-cia da aeronave no solo para

carregamento.ValtraPioneira no Brasil naspesquisas e no desenvolvi-mento de tratores abiodiesel, a Valtra se lançouem novembro à mais umdesafio nessa área. EmBarra do Bugres (MT), doistratores Valtra BH 180 vãose integrar ao trabalho naslavouras de cana da UsinaBarralcool para testardurante 18 meses (quatromil horas de trabalho), aperformance dos combustí-veis B-50 (50% de biodiesele 50% de diesel) e B-100(100 biodiesel). Umterceiro Valtra BH 180,abastecido com 100% dediesel, servirá de espelho doprojeto. Com isso a Valtrase associa a um projetoinovador. Trata-se daprimeira unidade deprodução de biodiesel nomundo, integrada a umaindústria sucroalcooleira,capaz de produzir biodieseletílico em processocontínuo. A produçãoinicial será em torno de60% da capacidadeprodutiva da nova unidade,que é de 57 milhões delitros de biodiesel/ano.

Massey FergusonA Massey Ferguson é a

marca de máquinasagrícolas mais lembradano estado do Paraná, de

acordo com o resultado dapesquisa Top of Mind

2006. Em sua 12ª edição,o concurso é o maior

levantamento regional delembrança espontânea demarcas pelos consumido-

res. Esta é a oitava vez quea Massey Ferguson é Top

of Mind no Paraná. Asoutras indicações

ocorreram nos anos de1995, 1996, 2000, 2001,

2002, 2003 e 2004. Entreos entrevistados, 12,9%lembraram da marca na

categoria MáquinasAgrícolas. “Nossa

principal estratégia é ficarpróximo do cliente”,

afirma Fábio Piltcher,diretor de marketing da

Massey Ferguson. “Isso éo que possibilita uma

sintonia perfeita entre asnecessidades do mercado

e o desenvolvimento denossos produtos e

serviços”, argumenta.

John DeereMarco Lorenzzo Cunali Ripoli, coordenador de vendas John De-ere Brasil viaja para a cidade de Khon Kaen na Tailândia. Comsuporte da Fapesp, Marco irá apresentar dois trabalhos científi-cos no 2007 International Conference on ASABE Annual Inter-national Meeting. O primeiro sobre energia de biomassa e o se-gundo sobre plantio mecanizado de cana-de-açúcar. Ele será oúnico brasileiro presente no evento a apresentar trabalhos cientí-ficos. A conferência contará com aproximadamente 700 partici-pantes representantes de 28 países.Marco Lorenzzo C. Ripoli

GerdauAndré Bier Johannpeter é o sucessor de Jorge Gerdau Johannpeter na presidência do gru-po siderúrgico. O anúncio foi feito na sede da Federação das Indús-trias do Rio Grande do Sul (Fiergs). André, que é filho de Jorge, temformação em Administração pela PUCRS, fez especialização em Ad-ministração no Canadá e em Marketing na Inglaterra. Como princi-pal executivo da Gerdau Ameristeel, tornou a empresa a segundamaior produtora de aços longos dos Estados Unidos. Seu primo,Claudio Gerdau Johannpeter, que também era cotado para a presi-dência, será o novo Diretor Geral de Operações da companhia –cargo definido para a coordenação operacional dos negócios e a bus-ca de sinergia entre as diversas operações da empresa.

YanmarSegundo a Anfavea, o mercado total de tratores produzidos no Brasil cresceu 9,2% entrejaneiro e outubro de 2006, se comparado ao mesmo período de 2005. Dentro desse mercado,o segmento de tratores com até 55 cv de potência cresceu 49,2%, com a comercialização no

período de 1.873 máquinas. Só a Yanmar Agritech, fabricantede tratores e microtratores voltados à agricultura familiar, co-mercializou 962 máquinas (51,4% do total). O crescimento daempresa no período foi de 28,3%. Para o gerente nacional devendas da Yanmar Agritech, Nelson Watanabe, essa expansãonas vendas de tratores de pequeno porte se deve a uma junçãode fatores positivos como a liberação dos recursos do Pronaf.

Fundação MTDurante o Fundação MT em Campo: É Hora de Cuidar, evento pro-movido pela Fundação de Apoio à Pesquisa Agropecuária de MatoGrosso, Ulisses Antuniassi apresentou os principais erros e acertos noque se refere à tecnologia de aplicação de defensivos. Antuniassi mos-trou as novidades sobre novas tecnologias de aplicação com validaçãoda pesquisa e os fatores relevantes para uma aplicação de sucesso.Segundo o pesquisador, a próxima safra representará a consolidaçãodas técnicas de baixo volume para a aplicação de fungicidas na soja,tanto para sistemas aéreos como para terrestres.

New HollandO tratorista Claudinei Henrique de Souza, funcionário da Usina Debrasa, da região de Brasi-lândia (MS), enfeitou o trator que utiliza para trabalhar, um TM165 da New Holland. Claudi-nei colocou carpetes, protetor de banco e instalou um aparelho de som dentro do trator. “Passo,

em média, 14 horas por dia transportando cana em épocas desafra. Na entressafra fico 12 horas preparando o solo para oplantio. Por isso procuro deixar o trator mais confortável pos-sível”, justificou. Em 1999, o operador trabalhava no engatedas carretas transportadas pelos caminhões e não sabia nemligar um trator. Em 2000 fez seu primeiro curso ofertado pelaNH e não parou mais. Este ano, Claudinei concluiu o cursosobre tratores da linha TM.

John DeereA John Deere lança mais dois produtos do sistema AMS – soluções em gerenciamento agrícola- para aumentar a precisão e a produtividade das operações agríco-las. O GS2 (GreenStar2) é um display com tela colorida e toquedireto na tela - um novo conceito de terminal virtual que facilita asoperações com direcionamento via satélite (piloto automático), ma-peamento e documentação em campo. O APEX é um novo softwa-re para gerenciamento agrícola que permite controlar vários aspec-tos das operações da propriedade a partir do escritório.

André Johannpeter

Ulisses Antuniassi

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Aclives

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Para resgatar um veículo encalha-do é certo que você precisará usarequipamentos diversos para tirá-lo

dali, e nestas ocasiões é necessário ancorar ocabo de aço, a corda ou corrente, em algumponto de apoio. Para uma boa ancoragem sãonecessários alguns apetrechos que podem serreunidos em um “Kit de resgate”, e a configu-ração pode ser ampliada de acordo com as ne-cessidades de cada um:

• cinta de nylon curta (no mínimo comdois metros de comprimento e para sete tone-ladas);

• cinta de nylon comprida (no mínimo comcinco metros e para sete toneladas);

• patesca;

• corrente ou extensão de cabo de aço com20 metros e pontas em anel;

• manilhas;• luvas de couro;• pá escavadeira.

TIPOS DE ANCORAGEMCom o equipamento mínimo necessário,

você pode fazer o resgate a partir de algumaspossibilidades como: ancoragem em um pontofixo e ancoragem no próprio veículo.

ANCORAGEM EM ROCHASMonitore o comportamento da rocha du-

rante a operação. Se ela apresentar algum mo-vimento com a carga aplicada pelo guincho, oresgate deverá ser suspenso e o problema con-tornado de outra maneira. Não há uma regraespecífica para essas situações, a capacidade paraimprovisar é que conta, mas o importante émanter a integridade física dos presentes, pre-

servar o veículo de um acidente e manter o ca-minho livre para seguir adiante.

ANCORAGEM EM ÁRVORESEscolha uma que tenha boa fixação no solo.

Evite danos à árvore, pois é ela que irá lhe aju-dar a sair do enrosco. Outro aspecto é quantoao porte da árvore, sim, porque se for pequenahá uma grande chance do guincho arrancá-lana primeira puxada. Portanto, é recomendávelprocurar por uma árvore grande e firme. A cin-ta de ancoragem deverá ser posicionada na partemais baixa do tronco e próxima ao solo. Nuncause cabos de aço ou corrente para “abraçar” aárvore, você pode matá-la ao danificar a casca.

ANCORAGEM NO VEÍCULODa mesma maneira que o veículo deverá

ser ancorado em um ponto fixo e com todas asprecauções que foram citadas anteriormente,também ele deverá ser capaz de oferecer umbom ponto de apoio.

É comum a fixação de cabos em grampos efuros preparados apenas para fixar o veículo nocaminhão cegonha ou no container, na hora dotransporte. Estes, porém não servem para umaancoragem eficiente. Não se deve usar tambémo pára-choques e/ou componentes da suspen-são como amortecedores, barras de direção etorção.

Preste atenção ao envolver os diferenciaiscom uma cinta ou cabo de aço, para evitar da-nos na tubulação do fluído de freio. Cuidadotambém com as bolas e pontos de engate dereboque, pois em média suportam até 2,5 to-neladas, bem menos do que pode pesar umveículo carregado e completamente encalhado.

Uma boa ancoragem deve partir do chassie daí então servir de apoio para guinchos, ca-bos e outros apetrechos. Sempre que possível,distribua a força aplicada em dois pontos deancoragem.

Pode ser uma rocha ou árvore, masdeverá ser forte para agüentar o es-

forço a ser exigido. Ao fixar o cabo de aço,jamais prenda o gancho no próprio cabo, poiso ponto onde ele se apóia para formar a ar-gola será amassado durante a operação, cau-sando a ruptura do cabo em médio prazo. Oequipamento ideal é a cinta de nylon comargolas ou ganchos nas pontas. Tambémpode se utilizar cabos de aço ou correntes,desde que em rochas ou em outros veículos.

ANCORAGEM EMUM PONTO FIXO

Pontos de ancoragem montados no chasside um Land Rover Defender

Ancoragem segura

Ancoragem usando corrente de comprimentoadequado, fixada nas extremidades do chassi

João Roberto de Camargo Gaiotto,www.tecnica4x4.com.br

M

Desencalhar um veículo nem sempre é tarefa fácil. Paratanto, é fundamental dispor de um kit adequado deresgate, o qual pode ter diferentes configurações, edominar convenientemente as técnicas de ancoragem

Desencalhar um veículo nem sempre é tarefa fácil. Paratanto, é fundamental dispor de um kit adequado deresgate, o qual pode ter diferentes configurações, edominar convenientemente as técnicas de ancoragem

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indicadores de qualidade

Atualmente é inegável a importân-cia do plantio direto como sistema de produção para a agricultu-

ra brasileira. A cada ano ocorre um conside-rável aumento em áreas e também amplia ouso desta técnica para culturas como frutas,café, essências florestais e olerícolas.

A produção de grãos ainda é o carro che-fe na adoção e desenvolvimento do plantiodireto, o que pode ser comprovado pela am-pla aceitação dos produtores, sendo consoli-dada como técnica usual há vários anos emregiões como a dos Campos Gerais do Para-ná, as áreas de produção de soja, milho e tri-go do Rio Grande do Sul, o Vale do Parana-panema no estado de São Paulo e mais re-centemente as enormes glebas no CerradoCentral Brasileiro.

Embora nestas áreas a ocorrência da ino-vação tecnológica seja constante não é difícil

encontrar lavouras mal conduzidas, com altoscustos, não competitivas e o que é pior, sendoaltamente impactantes para o meio ambiente.

As questões ligadas à qualidade operaci-onal são objetos de estudo em todos os seto-res econômicos, principalmente na indústria.Na agricultura programas de melhoria de de-sempenho com base na filosofia da qualida-

de total já são uma realidade, sendo que, na-turalmente os setores administrativos são osmais trabalhados, principalmente em funçãodas semelhanças com diretrizes administra-tivas da indústria. Nos setores operacionais,as questões ligadas com qualidade são as maisespecíficas e mais complexas, sendo que es-tamos evoluindo rapidamente para consoli-dar estudos e casos de sucesso com desem-penho de máquinas e implementos nas dife-rentes etapas do sistema de produção.

CONTROLE DE QUALIDADEEstudos sobre qualidade das operações

agrícolas vêm crescendo nos centros de pes-quisa e nas universidades, isso torna possívelestabelecer algumas premissas básicas parasubsidiar ações práticas no campo, como mo-nitoramento da qualidade operacional combase no Controle Estatístico do Processo

Figura 1 – Régua perfurada paraa determinação do grau de

cobertura do solo

Qualidade totalA popularização do uso de indicadores de qualidade nas operações mecanizadas

do plantio direto, com o advento da agricultura de precisão, pode contribuirdecisivamente para o aumento da produção e da produtividade agrícola no campo

Baldan

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“Na mecanização da cobertura de solo podemos afirmar que os indicadores de qualidade sãoa uniformidade de picagem da fitomassa e a regularidade de sua ocorrência sobre a área”

Na semeadura indicam qualidade, eficiência de corteda palha, dosagem e posicionamento do fertilizante e

da semente e abertura/fechamento do sulco

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Aqualidade de corte da palha éum fator norteador de todo pro-

cesso de funcionamento da semeadurapois dele depende as condições de atritoda roda motriz bem como a atuação dosposicionadores (sulcadores) de fertilizan-tes e de sementes e dos mecanismos co-bridores, um eficiente corte de palha podeser analisado pelo grau de afastamentode palha que o disco ou o rompedor/fa-cão (Foto abaixo) provocou, como tam-bém pelo número de ocorrências de em-buchamentos e de paradas.

CORTE NA PALHA

(CEP), auditorias técnicas e sistemas de ins-peção.

Um dos pontos fundamentais para bus-car qualidade operacional e entender das ati-vidades de monitoramento com base nas pre-missas do controle estatístico de qualidade édefinir parâmetros que possibilitem a coletae processamento de dados de forma que pos-sam gerar subsídios para tomada de decisõesacertadas. Esses parâmetros são chamados deindicadores de qualidade e podem ser quan-titativos ou qualitativos – mais subjetivos.

Indicadores de qualidade do tipo quanti-tativos são aqueles que o agricultor ou o en-genheiro agrônomo pode medir, ou seja, in-dicadores cuja medida pode ser tomada emkg, em cm, em reais, em tempo etc. A Figura1 mostra em detalhe a régua perfurada de-senvolvida no IAC para avaliação da porcen-tagem de cobertura do solo após operaçõescom manejo de fitomassa.

Indicadores de qualidade classificadoscomo subjetivos são aqueles que podem serobservados através da constatação de presen-ça ou ausência como é o caso da avaliaçãoquanto a presença de quebras, trincas, malposicionamento, perdas, desperdícios, etc. VerFigura 2.

Estudos realizados no Centro de Enge-nharia e Automação do Instituto Agronômi-co de Campinas (IAC) mostram que paracada operação agrícola é possível determinarsuas características de desempenho median-te a análise de indicadores de qualidade emtodo o ciclo operacional das culturas, é pos-sível monitorar seus efeitos e diagnosticar aqualidade final de produção.

INDICADORES OPERACIONAISNa mecanização do plantio direto pode-

mos elencar alguns indicadores operacionaisque condicionam todas as possibilidades desucesso para utilização otimizada das máqui-

nas em etapas estratégicas.Na mecanização da cobertura de solo po-

demos afirmar que os indicadores de quali-dade são a uniformidade de picagem da fito-massa e a regularidade de sua ocorrência so-bre a área, ou seja, para a rolagem (uso derolo-facas), picagem (uso de picadores/roça-doras) e acamamento do material orgânicode superfície, é fundamental que a operaçãoproduza fragmentos uniformes e constantespor toda a área; alta variabilidade de frag-mentos ou alta variabilidade de coberturacomprometem a abertura de sulcos e cober-tura de grão pela semeadora, causando em-buchamento e paradas desnecessárias.

Na aplicação de agrotóxicos para o con-trole químico de mato ou para o controle depragas e doenças, os principais indicadoresde qualidade operacional devem ser a vazãoe pressão no momento de aplicação e tam-bém a eficiência da cobertura do produtosobre a área aplicada.

Na semeadura alguns importantes indi-cadores de qualidade são: eficiência de corteda palha pelo disco ou rompedor de solo, do-

sagem e posicionamento do fertilizante, do-sagem e posicionamento da semente, fecha-mento e abertura do sulco.

Com relação à qualidade da fertilização,pode-se avaliar a regularidade de dosagembem como a regularidade do posicionamen-to do fertilizante que sempre deve ficar abai-xo e ao lado da semente, normalmente de

Figura 2 – Detalhe da ação do facãorompedor na mobilização do solo edescobrimento na linha de plantio

Imas

a

Fotos Afonso Peche Filho

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Figura 3 – Detalhe dauniformidade da distribuição dapalha picada pela colhedora

M

OPERAÇÃO1 – Manejo da cobertura orgânica

2 – Aplicação de agrotóxicos

3 – Semeadura

4 – Adubação de cobertura

5 – Colheita

6 – Ciclo operacional

INDICADORES DE QUALIDADE• picagem uniforme - fragmentos uniformes• deposição regular - baixa variabilidade no tipo e quantidade de fragmentos• regularidade da vazão nos bicos de acordo com o produto• regularidade da pressão de acordo com o produto• uniformidade de cobertura• eficiência de corte da palha• regularidade na dosagem de fertilizante• posicionamento do fertilizante• regularidade na dosagem de sementes• posicionamento da semente• regularidade no fechamento e cobertura do sulco• eficiência de corte da palha• regularidade na dosagem de fertilizante• posicionamento do fertilizante• perdas na plataforma• perdas no sistema interno• picagem uniforme - fragmentos uniformes• deposição uniforme da palha - baixa variabilidade no tipo e quantidade de fragmentos• variabilidade da compactação do solo - resistência a penetração - índice de cone

Quadro 1 - Principais Indicadores de Qualidade Operacional para Plantio Diretosugeridos pelo Centro de Engenharia e Automação do IAC

dois a três centímetros abaixo e de dois a trêscentímetros posicionado ao lado da linha desementes. A regularidade da quantidade desementes viáveis, posição delas no solo e dis-tribuição ao longo da linha de plantio são osparâmetros que qualificam o processo da co-locação de sementes no solo realizado pelaunidade semeadora. Por fim a qualidade dedesempenho da roda compactadora pode sermedida pela constância ou não (regularida-de) da presença de sementes descobertas ou

sulco mal fechado (indicadores subjetivos).Para a operação de adubação de cobertura

os parâmetros selecionados como indicadoressão também a eficiência do disco de corte depalha e a regularidade de vazão e distribuiçãodo fertilizante ao longo da linha.

Para a colheita de grãos, os principaisindicadores de qualidade operacional são osparâmetros norteadores do controle de per-das, a picagem e distribuição da palha re-sultante da trilha. É inquestionável que para

avaliar a qualidadeda operação de co-lheita utilizemos adeterminação dequantidade de grãosperdidos pela plata-forma e ao mesmotempo determina-mos as quantidadesde grãos perdidospela ação operacio-nal de elementoscomponentes do sis-tema interno da má-quina que são osmecanismos de tri-lha, separação e lim-peza.

Também é fun-damental na avalia-ção da qualidadeoperacional da co-lheita que se levan-te parâmetros indi-cadores do desem-penho do picador/esparramador depalhas, que são a re-gularidade de pica-gem medida pelocomprimento dosfragmentos e pela

uniformidade da deposição da palha que émedida pela percentagem de cobertura dosolo (Figura 3).

PERFORMANCE DO SISTEMAA qualidade do sistema de mecanização

como um todo pode ser avaliada pelos efei-tos causados pelo tráfego de máquinas aolongo de todo o ciclo operacional de produ-ção e estes efeitos podem ser medidos atra-vés de indicadores de compactação do solocujo parâmetro mais popular é a determi-nação da variabilidade espacial da resistên-cia à penetração, indicador este que podeser obtido com o uso de aparelhos denomi-nados penetrômetros que são populares edisponíveis em todo mercado de equipamen-tos de medição.

No Quadro 1, podemos analisar resu-midamente o conjunto de indicadores pro-postos pelo Centro de Engenharia e Auto-mação do IAC para avaliar a qualidade ope-racional da mecanização no plantio direto.

Podemos concluir que a popularização douso de controle de qualidade nas operaçõesagrícolas é uma questão de tempo e com oadvento da agricultura de precisão as análi-ses de desempenho ou performance operaci-onal deverão nortear todas as estratégias etáticas para viabilizar altas produções agrí-colas com qualidade, competitividade e con-tribuindo para a perenidade produtiva dossolos tropicais.

Afonso aponta à necessidade da popularização douso de indicadores de qualidade nas operações

mecanizadas do plantio direto

Afonso Peche Filho,IAC

Afonso Peche Filho

Div

ulga

ção

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potencial de rendimento

Rendimento mapeadoEm áreas de feijão irrigado, os diferentes potenciais de rendimento das unidades de

manejo pressupõem que os custos de produção devam ser aplicados de forma variávelna lavoura. Isso, permite homogeneizar a produtividade e/ou racionalizar o uso dos

insumos, de maneira a aumentar rentabilidade total da cultura

Aeficiência na alocação de recursos produtivos constitui um objetivo natural de todo o indi-

víduo ou empresa que se envolve na pro-dução de determinado bem, a partir deum dado número de recursos. Contudo,ocorre ineficiência, cuja causa essencialé o fator incerteza, o qual condiciona atomada de decisão. Tal incerteza, por suavez, é condicionada pelo volume de in-formações a que o indivíduo tem acessodurante o processo decisivo.

O sistema de produção agrícola estásendo beneficiado pela utilização de fer-ramentas capazes de fornecer informa-ções ao processo produtivo, de modo quese possa utilizar racionalmente recursose insumos, tornando a atividade agrícolamais rentável. Para o produtor rural to-

mar sua decisão, ele deve receber as in-formações necessárias, como por exem-plo, a quantidade adequada de determi-nado insumo necessário à sua produção,de maneira que resulte em maior expec-tativa de lucro.

UNIDADES DE MANEJOA partir da utilização das ferramen-

tas de Agricultura de Precisão (AP) sepassou a adequar à administração, em re-lação às condições da produção agrícola,nas quais o campo passa a ser visto comoum somatório de pequenas subáreas, tra-tadas individualmente e consideradas asmenores unidades gerenciais, a fim deque a rentabilidade econômica de cadauma delas seja incrementada. Estudosque caracterizam a variabilidade do ren-

dimento e da rentabilidade das culturaspodem ser uma excelente forma de sina-lizar e/ou definir unidades de manejo emlavouras, em especial as áreas irrigadas,onde os custos envolvidos são maiores.

Essa abordagem considera resultadosobtidos em uma lavoura com 51,8 hec-

Figura 1 – Colhedora equipada comsistema AFS® de mapeamento da

produtividade

Case IH

Cláudio Luiz Lemainski

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As técnicas agronômicas das úl-timas décadas têm sido desen-

volvidas e aplicadas negligenciandomuitas vezes a variabilidade existentenas lavouras. Porém, nos últimos anos,pesquisadores, técnicos e agricultoresvêm demonstrando maior interesse navariabilidade das áreas agrícolas culti-vadas. Isso vem sendo facilitado comavanço da informática, possibilitando oestudo da variabilidade espacial das pro-priedades do solo e da construção demapas de rendimento através de técni-cas de georeferenciamento em temporeal. Estas técnicas de georeferencia-mento da produtividade são chamadasde Agricultura de Precisão (AP). A APtem como principal objetivo a aplica-ção de insumos necessários à produçãoagrícola no local e momento corretos enas quantidades adequadas.

AGRICULTURADE PRECISÃO

tares irrigados por aspersão via pivô cen-tral, no município de Trindade do Sul(RS). A colheita foi realizada por umacolhedora Case 2388 (Figura 1), equipa-da com sistema AFS®. Os dados foramarmazenados em um cartão PC ATA flashe posteriormente foram gerados os ma-pas de produtividade e rentabilidade,utilizando o Software Campeiro 5 – AV3e Software AFS 2000. A área mapeadafoi dividida em seções menores, denomi-nadas células, de 169 m2 contendo lati-tude, longitude e peso medido. O resul-tado foi um mapa digital, representandoa produtividade do feijão do talhão co-lhido na safra de 2005/06 e safrinha2006/06 (Figura 2 e 3).

Os dados de produtividade foram re-gistrados com freqüência de três segun-dos, totalizando 14.957 pontos de colhei-

ta perfazendo 289 pontos ha (Figura 2),com umidade média de 12,6%. A produ-tividade média da área foi de 1.744,70kg ha com um coeficiente de variação de15,46 %.

MAPAS DE RENDIMENTOA produtividade média da cultura,

considerada até então uma informaçãoimportante, passa a ser questionada àmedida que identificamos diferentes pro-dutividades através das ferramentas deAP. A geração de mapas de rendimentopermite espacializar as produtividadesdas culturas, tornando excelente fonte deinformação para a tomada de decisões.

O rendimento do feijão na área estu-dada se comportou variando de 1.020 a2.920 kg ha, consolidando-se a hetero-geneidade existente, como podemos vi-sualizar na Figura 3. Os custos da im-plantação e manutenção da lavoura to-talizaram R$ 1.585,84 ha, sendo esses

gerados de forma homogênea em todo otalhão. Entretanto, não foram eficientesde maneira que a cultura do feijão tives-se a produtividade mais homogênea, cul-minando assim em uma maior variabili-dade de rendimento. De acordo com osdados gerados, a rentabilidade variou deR$ – 318,34 a 1.198,33/ha no campo ma-peado, demonstrando que os custos fo-ram fixos, mas a receita gerada foi variá-vel. Ver Tabela 1.

Conforme os dados apresentados naTabela 1, 2,78% da área apresentam umprejuízo de R$ 318,34 ha, pois a produ-tividade está abaixo do custo de produ-ção. Isso sinaliza que, se o produtor dei-xasse de produzir ou tratasse esta área,

Cor Área/ha1.44

16.1823.177.983.02

Produtividade kg/ha1.170,001.470,001.777,002.070,002.570,00

Rentabilidade R$/ha- 318,34- 6,66339,24656,66

1.198,33

Tabela 1 - Isolinhas de produtividade e rentabilidadeda cultura do feijão

Figura 2 - Detalhe dos pontos de colheita

O conjunto de melhorias pode levar à obtençãode maiores índices de rendimento e de

rentabilidade da lavoura

Fotos Case IH

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“A geração de mapas de rendimento permite espacializar as produtividades dasculturas, tornando excelente fonte de informação para a tomada de decisões”

Dezembro 06 / Janeiro 07 • 11

Portanto, as ferramentas de APque tratam localizadamente

pontos do terreno, permitem identifi-car e alocar racionalmente os recursosno sistema produtivo, maximizando ouso da terra e insumos agrícolas. Dessaforma, é possível um aumento na pro-dutividade e rentabilidade da cultura,promovendo melhorias na qualidadeambiental do sistema produtivo.

Os mapas de rendimento são ele-mentos valiosos no auxílio à tomada dedecisões, onde diferentes potenciais derendimento sinalizam que os custosdevem ser aplicados de forma variável,na tentativa de homogenizar a rentabi-lidade e/ou reduzir custos e permitir,assim, a alocação racional dos recursosno sistema produtivo.

RENTABILIDADEHOMOGÊNEA

considerando-se a sua variabilidade, es-taria economizando R$ 498,41 e/ou ra-cionalizando o uso dos insumos. Em con-traponto, temos 5,83 % da área em que arentabilidade alcança a R$ 1.198,33 ul-trapassando 75,56 % acima do custo deprodução. Desta maneira o mapa de ren-dimento se torna um elemento útil, jáque fornece informações que podem ori-entar e sinalizar as áreas com diferentespotenciais de rendimento.

Ao considerar a variabilidade, pode-

mos perceber que 56,55 % da área estãoabaixo da produtividade média (Figura4). Caso alguma(s) intervenção(s) nocampo consiga elevar as produtividadespara a média (1.744,70 kg ha), teremosum incremento de R$ 415,84 ha, R$115,84 ha em 2,78 % e 31,24 % da árearespectivamente. Neste sentido, a área,por ter diferentes potenciais de rendi-mento, pressupõe que os custos devamser aplicados de forma variável na tenta-tiva de homogenizar a produtividade e/ou racionalizar o uso dos insumos, demaneira a aumentar rentabilidade da la-voura.

É possível estabelecer isolinhas derendimento, onde provavelmente algunsatributos de solo estão favorecendo e/oulimitando o incremento na produtivida-de, uma vez que as necessidades hídri-cas estão sendo satisfeitas pela irrigação.Estas isolinhas demonstradas através depercentagem de rendimento das culturas,onde 50 – 75%, 75 – 100%, 100 – 125%,125 – 150% e 150 – 175% correspondem

Figura 3 - Mapa deprodutividade do feijão

Figura 4 - Rendimento de feijão em ton/ha, áreaacima e abaixo da média de rendimento do talhão.

Figura 5 - Percentagem de rendimento e área emrelação à média de produtividade da cultura do feijão

Cláudio e Telmo tratam da variação darentabilidade em áreas de feijão irrigado

conforme os postulados da agricultura de precisão

Cláudio Luiz Lemainski eTelmo Amado,UFSM

a muito baixo, baixo, médio, alto e mui-to alto, respectivamente (Figura 5). Issodireciona as interferências de manejo dosolo para áreas mais críticas, as quais ca-recem de melhorias de seus atributos.Este conjunto de melhorias pode deter-minar ganhos graduais em qualidade dosolo, potencializando estas áreas à obten-ção de melhores índices de rendimentose conseqüentemente melhorando a ren-tabilidade da lavoura. M

Div

ulga

ção

Page 12: Maquinas 59

colheita florestal

12 • Dezembro 06 / Janeiro 07

Acolheita florestal é realizadaem muitas regiões por sistemascon-vencionais rudimentares

do ponto de vista ergonômico, porém, efi-cientes tecnicamente devido a restriçõesimpostas geralmente pelo relevo da re-gião de corte.

No Brasil, apesar dos benefícios, prin-cipalmente com segurança, do sistemamecanizado, o principal entrave para asua aplicação é geralmente a questão eco-nômica. Em alguns países, o sistema se-mimecanizado de corte é considerado ul-trapassado, visto que o trabalho nesseslocais é baseado na idéia de operar ape-nas com máquinas e sem operadores sedeslocando fora delas de forma a aumen-tar a produtividade reduzindo riscos eacidentes.

Atualmente, o mercado nacional éabastecido por modernas máquinas quena maioria dos casos são importadas vin-das principalmente de países como Fin-lândia e Suécia, máquinas que apresen-tam alta produtividade e obedecem a ri-gorosas condições ergonômicas. Contu-do, na prática da colheita florestal brasi-leira ainda há predomínio de processossemimecanizados que em muitos casosapresentam produtividade satisfatóriadada às condições topográficas e o altocusto de aquisição e manutenção apre-

sentado por maquinários sofisticados taiscomo Harvesters e Forwarders.

MECANIZAÇÃO PARCIALEste trabalho avaliou uma equipe de

corte florestal que utiliza sistema semi-mecanizado. Para isso, determinamos ostempos gastos para cada etapa dentro doprocesso total de extração da madeira eanalisamos a viabilidade técnica do usode sistemas semimecanizados em locaisonde o relevo ainda é um entrave paratrabalhos com sistemas mecanizados. Aavaliação foi realizada em áreas de cortede Pinus sp. dentro de uma área total de6.700 ha localizada no estado do Para-ná, município de Tijucas do Sul, próxi-mo à PR 281, a uma altitude média de875 m, em local de relevo acidentado.

Neste local, a extração é realizadaatravés de um sistema mecanizado, com-

posto de um Harvester marca Timbco eum Forwarder marca Valmet modelo 860,utilizado somente em áreas que a decli-vidade permite sua utilização com segu-rança, e um sistema semimecanizado uti-lizado nas demais áreas, onde o corte éfeito com motosserras e arraste feito comtrator equipado (ou não) com guincho.

Em um sistema de corte semimeca-nizado, a equipe de trabalho é compostabasicamente por três operários. Neste sis-tema, o corte é realizado por um opera-dor de motosserra que é encarregado derealizar a limpeza da área ao redor, o cortee o desgalhamento da árvore. Após a áreaestar limpa inicia-se o processo de corte,sempre tendo como prioridade a seguran-ça do operador e em segundo plano faci-litar o processo de arraste e a preserva-ção da tora. Com o corte realizado o ope-rador inicia o desgalhamento. Essa ope-ração inicia com o corte da base da árvo-re recém derrubada para tornar a toramais uniforme, depois de totalmente des-galhada o operador secciona a ponteirada mesma.

O operador do trator realiza o arrastee estaleiramento das toras. O arraste éfeito geralmente através do acionamen-to do guincho, contudo, sempre que pos-sível este é realizado utilizando a própriabarra de tração do trator devido ao mai-

O estaleiramento é uma dasatividades de processo da

extração de madeira

Colheita viávelColheita viávelM

arça

l Eliz

andr

o D

orne

lles

Estudo comprova a viabilidade da semimecanização em colheita florestal, diantedos altos investimentos demandados na mecanização total e da dificuldade de seempregar este sistema em terras declivosas. Diminuir o tempo gasto com arraste emedição das toras são os principais desafios a serem enfrentados

Estudo comprova a viabilidade da semimecanização em colheita florestal, diantedos altos investimentos demandados na mecanização total e da dificuldade de seempregar este sistema em terras declivosas. Diminuir o tempo gasto com arraste emedição das toras são os principais desafios a serem enfrentados

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“O arraste é uma atividade perigosa, devido à declividade da área,com riscos de rompimento do cabo de aço e capotamento do trator”

Dezembro 06 / Janeiro 07 • 13

Operadores de motosserra tempapel importante dentro doprocesso de colheita florestal

or rendimento. O arraste é uma ativida-de perigosa, devido à declividade da área,com riscos de rompimento do cabo de açoe capotamento do trator.

A atividade de seccionamento é rea-lizada por outro operador de motosserrachamado de seccionador, o qual, no mo-mento em que o trator chega ao estaleiroarrastando a tora, secciona-a para sepa-rar a parte da tora que tenha diâmetrosuperior ao valor pré-estabelecido (nes-te caso 30 cm) do restante da mesma,pois este sortimento é estaleirado em lo-cal separado. Depois de finalizado o es-taleiramento da tora, o motosserrista ini-cia o seccionamento desta. Outra funçãodo seccionador é a de organizar o esta-leiro separando os sortimentos de modoa facilitar o carregamento.

Neste trabalho foram utilizadas mo-tosserras de marca Sthil modelo 380, umtrator marca Valtra modelo 785 com tra-ção dianteira auxiliar equipado comguincho traseiro marca TMO e um cabode aço. Todos operadores fizeram usos deEPI´s (capacete, luvas, botas, protetoresauriculares etc). O número total de ci-clos amostrados foi de 34, onde cada ci-clo é composto por todos os processospelo qual uma árvore passa desde a suaprocura no campo para ser cortada até omomento em que o seccionamento damesma termina.

CICLO DE CORTEA seguir é apresentada a descrição de

cada etapa do ciclo de colheita das árvo-res da área reflorestada:

Procura: tempo em que o motosser-rista vai em busca de uma nova árvore

para ser abatida. Inicia no momento emque o mesmo acaba de desgalhar ou der-rubar uma árvore e termina no momen-to em que toca, com o sabre da motos-serra, a próxima árvore a ser cortada. De-pendendo do sistema de manejo, essa ati-vidade pode variar bastante o tempo gas-to;

Corte: tempo para o processo de der-rubada da árvore em questão. Iniciaquando o motosserrista toca a árvore como sabre da motosserra e termina no mo-mento em que a árvore cai;

Desgalha: tempo que o motosserristademora para seccionar a base, desgalhare cortar a ponteira da árvore derrubada;

Arraste: tempo necessário para o tra-tor arrastar e estaleirar a árvore abatida.O início do arraste se dá quando a árvo-re inicia o movimento em direção ao es-taleiro e termina no momento em que atora encontra-se estaleirada;

Traçar/medir: tempo gasto pelo ope-rador da motosserra encarregado de sec-

cionar as toras, no estaleiro, e traçar com-pletamente uma tora.

Ainda foram medidas a distância mé-dia de arraste e distância média percor-rida para achar a próxima árvore a serabatida. As tomadas de tempo anterior-mente relacionadas foram consideradascomo tempos puros, ou seja, é o tempoexatamente necessário para a realizaçãode tal tarefa. Tempos de parada (paradastécnicas e descansos) não estão inclusos

Pontafina (m)

0,18

PontaGrossa (m)

0,45

Compri-mento (m)

20,30

Volume(m)1,91

Arraste(m)

134,95

Dist.Procura (m)

9,7Pinus

Tabela 1 – Grandezas médias verificadas

Figura 1 – Percentual de participação de cada processo na composição dos tempos puros

m3/dia45,98

mst/dia67,59Pinus sp.

Tabela 2 – Grandezas médias verificadas

m3/h5,75

mst/h8,45

m3/dia45,98

mst/dia67,59

m3/h5,75

mst/h8,45

Teóricas Efetivas

Valtra

Stih

l

De acordo com os resultados ob-tidos concluímos que o sistema

de colheita semimecanizado prova ser viá-vel, neste caso, devido às condições topo-gráficas apresentadas pelo terreno e pelaprodutividade efetiva apresentada, dada asdificuldades de se trabalhar com sistemasmecanizados em áreas declivosas e comrelevos acidentados.

Com o trabalho, percebemos a impor-tância de se ter bom planejamento para quese consiga reduzir os tempos despendidoscom paradas técnicas e descansos da equi-pe no sentido de se ter maior produtivida-de. Dentro das etapas que compõem umciclo de corte florestal, entendemos que paraelevarmos a produtividade de uma equipede corte semimecanizado é interessante abusca de alternativas que reduzam o tem-po despendido principalmente para o ar-raste ou medição das toras, por serem es-tas as etapas que mais absorvem tempodurante um ciclo de corte.

VIABILIDADECOMPROVADA

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Aprodutividade teórica se refere à produtividade obtida su-

pondo que não houvessem paradas(tempos técnicos e tempos de descan-so da equipe), ou seja, supondo quea equipe trabalhasse naquelas condi-ções sem parar. Já a produtividade efe-tiva, refere-se à produtividade alcan-çada pela equipe levando-se em con-sideração todas as paradas. Para es-ses cálculos utilizamos a média dostempos puros e fez-se uma proporçãoem relação à média dos tempos to-tais, a partir disso, obteve-se uma per-centagem que no caso dos tempospuros foi de 68,09%, ou seja, de todoo tempo gasto num ciclo completo,em torno de 68,09% foi realmenteutilizado no processo produtivo res-tando 31,91% que é referente aostempos de paradas.

PRODUTIVIDADETEÓRICA E EFETIVA

no tempo puro. Na Figura 1 é apresenta-do o valor médio de cada etapa referenteaos tempos puros.

Na Tabela 1 são apresentados os va-lores médios referentes a outras medidastomadas, como o diâmetro da árvore naponta fina, diâmetro da árvore na pon-tra grossa, comprimento da tora, volu-me, distância de arraste e distância deprocura na área de Pinus sp.

MAXIMIZAÇÃO DOS RESULTADOSO arraste, neste trabalho, respondeu

por 51% do tempo total de um ciclo de

colheita, logo, é onde as principais me-didas e esforços para a maximização deresultados devem ser direcionados. A di-minuição da distância de arraste mostra-se como uma das alternativas para redu-ção no tempo ocupado por esta etapa.

O processo de traçar/medir a madei-ra não sofre grande influência quanto aodiâmetro das toras, mas sim quanto aonúmero de cortes, que é diretamente pro-porcional ao comprimento das árvores.Ainda, o comprimento dos sortimentos(toras) definido pelo comprador da ma-deira no momento do pedido e a quanti-dade de toretes destinados à lenha, sãotambém, fatores que influenciam direta-mente na demora desta operação, poisaumentam a quantidade de cortes que aárvore sofrerá.

O desgalhamento é afetado geralmen-te pelo número e tamanho de galhos pre-sentes nas árvores e é variável de torapara tora, mesmo assim, ocupa o tercei-ro maior tempo. Já o processo de corte éinfluenciado principalmente pelo diâme-tro e nível de lignificação das árvores. Jáa existência de vegetação arbustiva im-

pede, muitas vezes, que o operador damotosserra percorra as distâncias de pro-cura em tempos menores.

Na Tabela 2, temos dados levantadosquanto a produtividades teórica e efeti-va demonstradas pela equipe de traba-lho avaliada.

Para o cálculo da quantidade produ-zida em metros esteres por hora (mst/h),utilizou-se um fator de cubicação, que éde 1,47. A carga horária utilizada parafins de cálculos foi de 8 horas diárias.

O tempo médio observado para cadaetapa dentro de um ciclo de corte foi de29 segundos para a procura; 1 minuto e12 segundos para o corte; 1 minuto e 49segundos para o desgalhamento; 6 minu-tos e 55 segundos para o arraste e 3 mi-nutos e 8 segundos para traçar e mediras toras.

Tobias ScaravelliEdison Bisognin CantarelliMarçal Elizandro DornellesUFSM

Sistemas ManuaisMétodo mais antigo de corte,

muito utilizado até a década de50 e que começou a ser

substituído a partir da década de60. Nesse sistema predomina autilização da força física e de

equipamentos não-motorizadostais como, machados, serras de

arco, foices, facões entre outros egeralmente o arraste é realizadocom o auxílio de tração animal.

Sistema SemimecanizadoSistema que começou a predominar nas frentes

de corte nos anos 60, utiliza equipamentosmotorizados tais como motosserras e para o

arraste a utilização de tratores agrícolassimples ou equipados com guinchos para

facilitar as operações em terrenos declivosos.Sistema predominante atualmente, devido

principalmente ao seu baixo custo de aquisiçãodas máquinas e manutenção, satisfatório

rendimento e boa aplicabilidade em locais dedifícil acesso devido ao relevo.

Sistema MecanizadoSistema-objetivo da maioria das

empresas do setor florestal. Apresentaalto rendimento individual, haja vistoque isso reduz significativamente orisco de acidentes e permite que setrabalhe em três turnos. Existem

desvantagens, tais como, altoinvestimento inicial, necessidade de

mão-de-obra qualificada paraoperação, e dificuldades para operar

em certos terrenos declivosos.

Valtr

a

Marçal Elizandro Dornelles

M

O tempo médio dearraste foi de seis

minutos e 55 segundos

Estudo conduzido no Paraná mostrouque o arraste responde por 51% dotempo total de um ciclo de colheita

14 • Dezembro 06 / Janeiro 07

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16 • Dezembro 06 / Janeiro 07

símbolosaplicação precisa

Nesse exato momento, precisa-se ter plena consciência deque é hora de planejar. Tenta-

mos aqui estabelecer alguns raciocínios so-bre a precisão nas pulverizações, os quais nãodependem necessariamente de equipamen-tos mas que têm impacto sobre os custos eresultados das aplicações nas lavouras. Co-mentaremos inclusive sobre a necessidade deaplicações de defensivos serem realizadas porprofissionais capacitados para tanto.

Precisamos planejar o que temos certezade ocorrência - o “plano A”. Esse planejamen-to contempla a conjugação de raciocínios dosempresários rurais, dos responsáveis técni-cos e dos operadores, visando aplicar os de-fensivos agrícolas corretamente e atender àtécnica disponível e utilizável.

No caso da soja, por exemplo, a primeirabatalha que temos de vencer diz respeito àsdessecações e às aplicações de herbicidas. Osinimigos a serem vencidos são todas as ervasdaninhas identificadas em levantamento pré-vio. As lavouras, todas elas, em maior ou

menor grau, possuem uma população insta-lada de ervas daninhas, que, já nas primeiraschuvas, apresentarão o seu arsenal e suas es-truturas especializadas para a manutençãode suas espécies (arquitetura de plantas, sis-tema radicular e sementes).

O tempo para vencer essa batalha estáligado à pré e/ou pós-emergência e está limi-tado à janela de plantio da soja e aos estágiosda cultura e das ervas daninhas. Deve-se evi-tar a indesejável mato-competição, que rou-ba a fertilidade destinada à lavoura comerci-al. As condições climáticas na época dessabatalha, que são importantes, são as maisdiversas e dependendo do momento, favorá-veis para ambos os lados.

As “armas” para esse combate são os equi-pamentos de pulverização em geral, bombashidráulicas, pontas/bicos de pulverização e amunição bastante variada (gotas de diversos

tamanhos e diferentes tipos de herbicidas).De posse desses elementos se pode traçar atática e as estratégias para o sucesso na guer-ra.

TÁTICA DE GUERRAPara que a guerra no controle das ervas

daninhas tenha êxito e a precisão adequadanas aplicações alcançadas, de imediato, al-gumas perguntas têm de ser respondidas: Dosinimigos listados, quais combater com prio-ridade? Essa prioridade permite combater osinimigos secundários satisfatoriamente? Osinimigos possuem cartas na manga atravésdas quais a estratégia possa ser colocada àprova? Quem faz o quê nas linhas inimigas?O quê pode nos causar os maiores insuces-sos? A estratégia desenhada contempla a uti-lização de quais tipos de equipamentos? Osresultados poderão ser anotados, gerandodados para tomadas de decisão gerenciaisfuturas? Quem irá manejar os equipamen-tos se sente comprometido para utilizar os

Em busca da precisãoO controle mais refinado das pulverizações pode identificar falhas nas

dessecações e aumentar a eficácia do controle de ervas daninhas atravésda aplicação de herbicidas nas áreas de cultivo

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“As “armas” para esse combate são os equipamentos de pulverização em geral, bombashidráulicas, pontas/bicos de pulverização e a munição bastante variada”

Dezembro 06 / Janeiro 07 • 17

Na lavoura a primeira batalha que se temque vencer diz respeito às dessecações e às

aplicações de herbicidas

recursos de maneira eficaz?Somam-se outras tantas perguntas, que,

quanto mais debatidas, mais questões levan-tam, potencializando a obtenção de respos-tas e, possivelmente, mostrando e demons-trando que há muito o que fazer para se an-tever os diversos cenários, quando tudo aci-ma for realidade e não apenas simulação.

Tratando pontualmente de cada fator dabatalha - dessecações e aplicações de herbici-das -, podemos sugerir alguns raciocínios:

Os inimigos e/ou ervas daninhas são co-nhecidos de todas as fazendas, mas os resul-tados dos controles realizados nos anos an-teriores nos deixam à vontade? Se a respostafor positivas podemos seguir para o próximoponto, caso contrário, vamos nos deter maisum pouco, perguntando-nos se há focos ouáreas significativas com ervas daninhas re-sistentes aos herbicidas habitualmente em-pregados. Se há essas áreas, quais as alterna-tivas técnicas para associar ou trocar produ-tos que, sem prejudicar o controle das de-mais ervas, possibilitem o eficaz controle dasresistentes?

TIPOS DE PONTASEstabelecidos esses parâmetros, vamos

analisar os tipos de pontas de pulverizaçãoque são fornecidas pelos fabricantes e verifi-car quais nosso mercado oferece, facilitandoa aquisição e reposições futuras. Frisamosque, para escolher essas pontas, precisamosnos certificar de que as mesmas produzirãogotas inseridas na recomendação internacio-

nal para herbicidas – Tabela 1.Com a recomendação do número e do

tamanho de gotas para uma aplicação de her-bicidas, podemos analisar que tipo de gota aspontas deverão produzir – Tabela 2.

Seguindo em frente podemos estudar aestratégia para atingir bons resultados nasaplicações, utilizando-se as informações so-bre o comportamento de gotas grossas e fi-nas, diante de alguns requisitos para uma boaaplicação – Tabela 3.

Um novo questionamento surge a partirde então: essas mesmas pontas atendem àsnecessidades de formação de gotas tanto nos

trabalhos em condições ideais quanto naque-les realizados onde umidade relativa do ar,temperatura e vento podem ser chamados deinadequados? Tudo isso por que o estudomais detalhado para a aquisição das pontasde pulverização permite saber se uma mes-ma opção de ponta “entrega” resultados bonsem situações diversas (adequadas e inadequa-das). Podemos analisar, por exemplo, nas ta-belas abaixo, quais as pontas, em diversaspressões, produziriam o tipo de gota de quenecessitamos – Tabela 4.

Olhando para a segunda linha da Tabela4, opção TT 110 015 – cor verde, vemos que

Fotos Vilso Júnior Santi

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18 • Dezembro 06 / Janeiro 07

Estaremos sempre e cada vez maisbuscando a precisão. Os desafi-

os técnicos e financeiros serão sempremaiores e complexos. Vamos ter emmente sempre que grandes soluçõespodem vir travestidas como grandesdificuldades, de difícil resolução. É jus-tamente ai que entra o espírito vence-dor de cada um de nós.

O comprometimento dos produto-res com ações para vencer esses desafi-os e estruturar suas empresas fará comque as tarefas de precisão que já comen-tamos passem a fazer parte, cada vezmais, da rotina de operação da ativida-de agrícola e possibilitem a adoção denovas práticas e equipamentos commaior tecnologia.

Tudo sempre respeitando a susten-tabilidade da atividade agrícolas (meioambiente + pessoas + resultado ope-racional).

BUSCA PERMANENTEHerbicida

Pré-emergentePós-emergente

Gotas/cm2

De 20 a 30De 30 a 40

Tamanho - µm400 - 600200 - 400

Tabela 1 – Recomendações sobre número de gotas/cm² e tamanho de gotas para aplicação de herbicidas

Tipo de gotasGrossasMédias

Tamanho de gotas - µmDe 200 a 600De 200 a 400

Tabela 2 – Tipos de gotas necessários para recomendaçõessobre tipos de número de gotas/cm² e tamanho de gotaspara aplicação de herbicidas

RequisitoPenetração da massa vegetal

Cobertura da massa foliarSensibilidade ao vento

EvaporaçãoVelocidade de deposição

Gotas grossasRuimRuimBaixaBaixaAlta

Gotas finasBoaBoa

ElevadaElevadaBaixa

Tabela 3 – Comportamento de gotas grossas e finasdiante de requisitos de eficácia para as pulverizações

esta ponta produz gotas em pressões que va-riam de 15 libras/pol² até 90 libras/pol². Em18% dessas pressões (15 libras/pol² e 20 li-bras/pol²) as gotas produzidas são grossas. Já,em 54% das faixas pré-estabelecidas (de 25libras/pol² a 60 libras/pol²), produzem-segotas médias e, finalmente, gotas finas, em28% das pressões analisadas (de 70 libras/pol² a 90 libras/pol²).

Como sempre, uma pergunta para nãoperder o hábito: iniciando, com o mesmo ra-ciocínio, a análise das demais pontas na ta-bela, qual delas produzirá gotas, as mais pró-ximas das requeridas em nossa batalha dedessecações? Como vimos na Tabela 2, asgotas devem estar classificadas entre médias

e grossas, além de atender também à taxa deaplicação (quantidade de calda aplicada porhectare), associada à velocidade e às pressõesde trabalho desejadas.

A mesma análise pode ser realizada paraas pontas AI e AIC, estudadas na Tabela 5.Vejamos que, dos nove tipos listados (de AI110 015 a AI 110 10), o tamanho de gotasconcentra-se nas classificações XC = Extre-mamente grossa e C = Grossa, o que nospermite compará-las com as pontas TT (Ta-bela 4), planejar com quais munições pode-remos contar em nossa batalha e o que delasesperar como resultado de trabalho.

De posse das informações contidas nastabelas, podemos desenhar nossa estratégiade trabalho para as aplicações de dessecantese herbicidas, tudo isso se analisando somen-te essas duas pontas, ambas produzidas poresse fabricante, sem contar os demais - cerca

de sete grandes fabricantes nacionais e inter-nacionais que atuam no mercado brasileiro.Melhor assim: quanto mais opções, mais al-ternativas de escolha.

Lembramos que raciocinamos somentesobre o tipo de gota produzido sob diversaspressões para dois tipos de ponta, somentepara efeito ilustrativo em uma das fases doplanejamento das aplicações. Fica claro queserá fundamental ainda buscar mais infor-mações sobre vazões de cada ponta por mi-nuto e sobre que taxas de aplicação elas per-mitem atingir a diversas velocidades. Essasinformações constam em todos os manuais efolhetos comerciais das pontas à venda nomercado.

ANÁLISE DE DESEMPENHONo campo, para analisar os desempenhos

das pontas escolhidas, optamos por simular,após a calibração do equipamento de pulve-rização, uma aplicação tal como seria reali-zada na lavoura, utilizando papéis sensíveisà água, os quais, em contato com as gotasproduzidas pelos equipamentos de pulveri-zação, deixam marcados os impactos das go-tas em azul sobre seu fundo amarelo. Entãopodemos nos lançar a contar quantas gotas/cm² foram produzidas e comparar este re-sultado com nossa necessidade.

Se a quantidade de gotas/cm² pode atéser analisada no campo, o mesmo não ocorrecom o tamanho dessas gotas. Esse trabalhosomente poderá ser realizado com o auxílio

A busca de precisão implica no controle maisrefinado das aplicações o que podeidentificar falhas nas dessecações

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“Nas aplicações de defensivos agrícolas ainda precisamos considerar os resultados do controle biológico e daeficácia agronômica, em contraponto ao retorno dos recursos econômicos comprometidos nessas ações”

Dezembro 06 / Janeiro 07 • 19

de programa de computador específico, queanalisa, além do número e tamanho das go-tas, outros 14 parâmetros, com resultadoscomprovadamente precisos e confiáveis.

Nas aplicações de defensivos agrícolas

ainda precisamos considerar os resultados docontrole biológico e da eficácia agronômica,em contraponto ao retorno dos recursos eco-nômicos comprometidos nessas ações. Atu-almente, os controles financeiros, embora

identifiquem o “quanto” foi empregado, pou-co nos permitem gerenciar o “quando” e o“como” foi conseguido o gerenciamento.

Para essa tarefa, precisamos apurar da-dos referentes aos principais indicadores dequalidade, que são: propriedade; número dotalhão; área do talhão; cultura; área planta-da; data de plantio; equipamento de pulveri-zação; nome do operador, do preparador decalda e do técnico encarregado das aplicações;do horário do início e do término da aplica-ção de cada tanque pulverizado; taxa de apli-cação; área pulverizada por tanque; tipo deponta; temperatura; umidade relativa do ar;velocidade do vento; chuvas após as aplica-ções; presença de orvalho e número e tama-nho de gotas. Todas essas anotações geramuma quantidade de dados para informaçõesde tomada de decisão.

Mas para que tanta informação? Simples-mente porque a busca de precisão implica nocontrole mais refinado das aplicações o quepode identificar falhas nas dessecações nasquais, após uma chuva, a eficácia do contro-le de ervas pode ser questionada pelo respon-sável técnico da propriedade. Porém, comohavia memória do trabalho, pôde-se identi-ficar a falha e corrigi-la, evitando sua repeti-ção nas aplicações posteriores. De posse dos

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20 • Dezembro 06 / Janeiro 07

dados da memória de pulverização, tambémpodemos planejar como proceder se, porexemplo, nas dessecações, a umidade relati-va do ar estiver em torno dos 45%, e a tem-peratura, por volta dos 35ºC.

Planejar as aplicações de defensivos pas-sa sistematicamente por operações matemá-ticas, por estudos de tabelas, por simulaçõesno papel e no campo e por avaliações de equi-pamentos e das operações em si. Portanto,convém frisar que a busca pela precisão deprocedimentos não pode estar alicerçada so-mente em equipamentos e programas.

REVISÃO DO EQUIPAMENTOTodo o esmero que possamos ter em nos-

so planejamento e em nossas ações, nas ne-gociações de compra dos insumos e de com-ponentes de precisão para as aplicações deprodutos via pulverização, poderá ir pelo ralose não vier acompanhado de uma boa revi-são dos pulverizadores utilizados no traba-lho.

Uma análise detalhada do conjunto nãoé difícil já que o equipamento de pulveriza-ção tem uma configuração extremamente

simples - é composto por tanque para calda,barras que suportam sistemas de manguei-ras e filtros chassis, bomba hidráulica acio-nada pela TDP (no caso de equipamentosde arrasto) ou movidas pelo próprio motor(quando automotrizes), além de bicos e pon-tas de pulverização.

Todavia, quando aplicada no dia-a-diadas lavouras, essa concepção simples exigiuo aprimoramento dos conjuntos, pelos diver-sos fabricantes. Eles tiveram de desenvolverdiversos tamanhos e formas de tanque decalda - chassises dos mais variados onde aresistência e o equilíbrio do conjunto sãomuito importantes; trazer mais operaciona-lidade ao conjunto em manobras e desloca-mentos; desenvolver bombas de diversos ti-pos (pistão, pistão-membrana e centrífugas)e com diferentes vazões; intalar nas barrasmais de meia centena de bicos, com opçõesde até cinco pontas instaladas em um car-rossel etc. Tudo isso são exemplos do aper-feiçoamento desss sistemas.

Todos esses incrementos sofrem os des-gastes naturais de uso e são submetidos aesforços consideráveis nas aplicações. Preci-samos então estabelecer uma norma paraavaliá-los convenientemente.

Esssa avaliação deve responder as se-guintes indagações: o marcador de nível dotanque está legível? Do total de pontas,quantas estão em funcionamento? Todos osantigotejos estão funcionando corretamen-te? A pressão indicada no manômetro docomando de pressão ou do master-flow cor-responde à mesma pressão dos bicos? A pres-são individual de uma seção da barra é amesma obtida quando toda a barra está ope-rando? As calibrações do computador fo-ram checadas e são confiáveis? O manôme-tro está operacional? As mangueiras estãoíntegras e poderão ser utilizadas sem restri-ção aparente?

Vimos desse modo que há também oque preparar no que diz respeito aos equi-pamentos, e isto precisa ser realizado numtempo que possibilite a manutenção pré-via, evitando transtornos e perdas de tem-po na operação.

Ariel Destéfano eMenotti Mattoso Junior,AD Agric. Satelital de Precisão

Todos os componentes do sistema de pulverizaçãosofrem desgaste, por isso é necessário estabelecer

uma norma para avaliá-los convenientemente

Men

otti

Mat

toso

Jun

ior

Tabela 4 – Tipos de gotas formadas a partir da variação de pressões de trabalho, neste caso apresentadas emlibras/pol² (PSI), para bicos tipo TT (Fonte: manual Teejet)

VF = Very fine = muito fina/ F = Fina = fina/ M = Médium = Média/ C = Coarse = Grossa/ VC = Very coarse = Muito grossa/ XC = Extremamente grossa

Tabela 5 – Tipos de gotas formadas a partir da variação de pressões de trabalho, neste caso apresentadas emlibras/pol² (PSI), para bicos tipo AI e AIC (Fonte: Manual Teejet)

VF = Very fine = muito fina/ F = Fina = fina/ M = Médium = Média/ C = Coarse = Grossa/ VC = Very coarse = Muito grossa/ XC = Extremamente grossa

Na escolha das pontas é preciso se certificarque elas produzirão as gotas recomendadas

para aplicação de herbicidas

Char

les

Eche

r

M

Page 21: Maquinas 59

manutenção agrícola

Dezembro 06 / Janeiro 07 • 21

Acrescente pressão no mundodos negócios, devido à buscade maior participação no merca-

do ou de mais rentabilidade, tem levadomuitas empresas a rever seus métodos detrabalho visando reduzir custos. Neste re-pensar, estratégias que envolvem terceiriza-ção estão normalmente entre as primeiras aserem implementadas.

Por que a terceirização merece tanta aten-ção? Em primeiro lugar, porque ao terceirizarserviços que não estão relacionados com suaatividade fim, a empresa pode focar a atençãonaquilo que realmente importa para seu negó-cio, como produzir e vender. Além disso, a re-dução de custos obtida com o serviço terceiri-zado é geralmente fácil de ser percebida, prin-cipalmente por empresas que têm sistemas decontrole apurado. Outro motivo é que quandoo serviço demanda investimento em ativos, suaterceirização contribui para que o retorno so-bre o patrimônio líquido da empresa seja mai-or, gerando maior valor aos acionistas.

CONTRATOS DE MANUTENÇÃONa mecanização, que pode representar

algo entre 20% e 40% do custo total da pro-dução agrícola, a tendência não é diferente.Um grande número de empresas tem ado-tado a terceirização aplicada à manutençãoda frota de máquinas agrícolas. Atualmenteredes de concessionários têm respondido àsdemandas dos clientes, principalmente dosetor sucroalcooleiro, estabelecendo contra-tos ou acordos informais de manutençãocom aqueles que desejam colher os benefí-cios da terceirização. Em boa parte destescasos, a iniciativa tem sido dos próprios cli-entes.

Nesses contratos ou acordos, os conces-sionários geralmente se comprometem aassistir os equipamentos incluídos realizan-do manutenções mediante o pagamentopelo cliente de um valor pré-acordado. Ostermos dos contratos ou acordos são defini-dos entre clientes e concessionários de for-ma a atender às necessidades de cada clien-te. Enquanto alguns preferem contratar ser-viços para algumas intervenções específicas,outros demandam planos completos, pelosquais delegam ao concessionário todos ostrabalhos de manutenção, abrangendo os

serviços periódicos, intervenções preventi-vas e mesmo as corretivas, além das peçasdemandadas.

Tanto nos planos com poucas interven-ções, como nos completos, os clientes con-tam com a experiência de técnicos treina-dos nas fábricas, os quais podem utilizarferramentas especiais e computadores equi-pados com, por exemplo, o ServiceADVI-SOR™, um programa utilizado pela JohnDeere para realizar diagnósticos nas máqui-nas agrícolas.

Nos planos completos também é bastan-te comum o concessionário alocar na pro-priedade do cliente o número de técnicosnecessários para atender às máquinas con-templadas. A utilização de veículos paratransporte e atendimento e de ferramentasde comunicação também é prevista nos con-tratos.

Uma prática comum aos concessionári-os que firmaram contratos ou acordos demanutenção com clientes é oferecer condi-ções especiais nos preços de peças e serviçosnecessários para o atendimento das máqui-nas cobertas. A possibilidade de planejar os

ManutençãoterceirizadaManutençãoterceirizada

Na agropecuária, com a terceirização dos serviços de mecânica, todos os envolvidosno processo produtivo tendem a ganhar. A indústria de máquinas estreita orelacionamento com seus clientes, os concessionários aumentam seu faturamentocom peças e serviços e os produtores ganham mais tempo para as atividades deplantio, colheita e comercialização da produção

Na agropecuária, com a terceirização dos serviços de mecânica, todos os envolvidosno processo produtivo tendem a ganhar. A indústria de máquinas estreita orelacionamento com seus clientes, os concessionários aumentam seu faturamentocom peças e serviços e os produtores ganham mais tempo para as atividades deplantio, colheita e comercialização da produção

John Deere

Page 22: Maquinas 59

22 • Dezembro 06 / Janeiro 07

atendimentos permite ao concessionárioutilizar melhor o tempo de seus técnicos eassim reduzir custos e, por conseqüência,os preços praticados. A demanda assegura-da e planejada de peças de reposição tam-bém permite trabalhar com margens maisreduzidas, que beneficiam os clientes. Obenefício das condições especiais de negó-cio, aliada a outras vantagens, gera a fideli-zação dos clientes, almejada tanto pelos fa-bricantes como por sua rede de concessio-nários.

APLICABILIDADEOs contratos ou acordos de manuten-

ção podem ser celebrados com clientes dequalquer porte, que possuam os mais di-versos tipos de equipamentos e que atuemem qualquer tipo de atividade agrícola.

Um exemplo: um pequeno agricultorque reconhece a importância da manuten-ção feita de acordo com os critérios do fa-bricante pode fazer um tipo de acordo paraa assistência técnica de seu equipamento.Mesmo com proprietários de um só equi-pamento, acordos informais podem ser fei-tos para garantir que o mesmo receba al-gumas ou todas as manutenções previstaspela fábrica.

Hoje redes de concessionários já con-tam com programas específicos, como Si-mulador PowerGard, da Jhon Deere, queelaboram planos de manutenção para tra-tores, que facilitam o trabalho de estimaros custos das manutenções periódicas decada um dos modelos da linha de tratorese que oferecem uma boa base para a nego-ciação entre o cliente e o concessionário.

Grandes clientes com frotas numero-sas são, certamente, os principais interes-sados em fazer contratos de manutenção.Quanto mais apurado for o controle decustos da mecanização e, portanto, da ma-

nutenção do produtor ou da empresa agrí-cola, maior será a probabilidade de queeles procurem firmar um contrato. A ra-zão é que eles conhecem o custo da indis-ponibilidade da máquina, causada por fa-lhas inesperadas motivadas por manuten-ção periódica e preventiva deficiente, etambém o investimento necessário paramontar e manter uma estrutura própriaque, na maioria das vezes, não garante umtrabalho de acordo com os critérios do fa-bricante.

Os exemplos mais conhecidos são dasusinas sucroalcooleiras. Essas empresasnormalmente terceirizam vários tipos deoperações e serviços e passaram a recorrera contratos também para a manutençãoda frota. Os contratos acertados com osconcessionários podem se referir tanto aostratores quanto às colhedoras e plantado-ras de cana. Em alguns casos, um índicede disponibilidade mínima dos equipa-mentos, tem que ser garantido pelo con-cessionário durante toda a safra. A maiorparte dos contratos define a presença defuncionários e de uma estrutura de aten-dimento do concessionário de plantão na

usina para atender aos equipamentos du-rante todo o dia.

Outro tipo de acordo, como o assina-do em setembro passado, entre a JohnDeere e a SLC Agrícola, uma das maioresprodutoras de grãos do Brasil, pode defi-nir condições especiais de fornecimentode peças e de prestação de serviços para afrota utilizada nas dez fazendas dos gru-pos pordutores. Nesse caso, quatro con-cessionários John Deere se obrigaram amanter técnicos e mecânicos disponíveisnas fazendas, plantão de serviços aos do-mingos e feriados e ter uma área na con-cessão para atendimento preferencial dosequipamentos da SLC Agrícola.

O grupo Cocal Açúcar e Álcool, domunicípio de Paraguaçu Paulista (SP), éuma das usinas que têm contrato firma-do de manutenção com um concessioná-rio John Deere local. Conforme explica odiretor agrícola da empresa, Agnaldo Ri-golin, a Cocal está muito focada na pro-dução, vem tendo um crescimento muitogrande da moagem nos últimos anos e jáprevê inclusive a construção de uma novausina a ser inaugurada em 2008. Para ele,

A terceirização da manutenção contribui paraque o retorno sobre o patrimônio líquido da

empresa agícola seja maior

Page 23: Maquinas 59

“A demanda assegurada e planejada de peças de reposição também permitetrabalhar com margens mais reduzidas, que beneficiam os clientes”

Dezembro 06 / Janeiro 07 • 23

As empresas fabricantes de má-quinas agrícolas têm como ob-

jetivo ampliar o número de contratosde manutenção celebrados, de formaque os benefícios decorrentes possamser estendidos a um maior número declientes e concessionários. As empre-sas estão empenhadas em fazer comque seus clientes, em todos os segmen-tos, percebam as vantagens da terceiri-zação que o setor sucroalcooleiro jáapreendeu e utiliza.

O principal objetivo para a indús-tria é estreitar o relacionamento comseus clientes e conquistar sua fidelida-de. A realização de acordos ou contra-tos de manutenção é vantajosa para astrês partes envolvidas. Os concessio-nários aumentam o faturamento compeças e serviços e a fábrica asseguramaior giro das peças. Já os clientes, alémde ter assegurado os benefícios de umtrabalho de manutenção de alta quali-dade, ganham mais tempo para se con-centrar nas atividades de plantio, co-lheita e comercialização da produção.

VANTAGENS MÚTUAS

com tudo isso fica difícil manter uma es-trutura de manutenção para oferecer as-sistência com a qualidade necessária e agarantia de uma boa disponibilidade demáquinas.

A partir de então a decisão da usinafoi propor a realização de contratos demanutenção tanto para os fornecedoresde caminhões, como para os de equipa-mentos agrícolas. A negociação com oconcessionário Unimaq, com sede emAssis (SP), começou ainda em 2005quando a Cocal se preparava para adotara colheita mecanizada da cana. A faltade experiência com esse tipo de contratotornou mais complexa a negociação, noqual acabou sendo definido um valor porhora trabalhada dos equipamentos comobase do cálculo do pagamento.

Atualmente o contrato está em vigên-cia e Rigolin considera que ainda nãohouve tempo para uma avaliação mais ri-

gorosa dos resultados. Para ele já foi pos-sível, no entanto, sentir uma série de van-tagens. O contrato garantiu segurança naopção pela colheita mecanizada e a Co-cal pôde manter o foco na produção, ten-do a garantia da assistência técnica 24horas por dia para os tratores e colhedo-ras de cana, com um caminhão-oficina,mecânicos treinados e rapidez na reposi-ção de peças.

O diretor agrícola acredita que, em re-lação aos tratores incluídos no contrato,um benefício claro será a extensão da vidaútil e o aumento no valor da revenda. Se-gundo ele já é possível ver que um trator

Os acordos de manutenção podem ser celebradoscom clientes de qualquer porte e que possuam os

mais diversos tipos de equipamentos

com 15 mil horas de trabalho, que rece-beu os cuidados de manutenção do con-cessionário, está em estado muito melhordo que outros, com o mesmo tempo detrabalho, que não contaram com o mes-mo tipo de assistência.

Valter Henke,John Deere

Valter enfatiza que, na agropecuária, com aterceirização da manutenção, todos os

envolvidos tendem a ganhar

M

Fotos John Deere

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24 • Dezembro 06 / Janeiro 07

passo a passo

Osistema de freios constitui umadas partes mais importantes dostratores agrícolas. Eles são pro-

jetados para oferecer segurança e dar o má-ximo de rendimento com um mínimo demanutenção. Corretamente conservado eajustado, o sistema de freios proporciona ao

operador a garantia de uma frenagem segu-ra, sob as mais diversas condições de tráfe-go e/ou utilização.

No uso contínuo de um trator, nenhumcomponente é tão intensamente sujeito aesforços e altas temperaturas quanto o sis-tema de freios, isto em decorrência das fre-

nagens contínuas durante a operação nocampo. Embora sejam os componentes deum sistema de freios rigorosamente proje-tados e fabricados, o uso contínuo dos frei-os durante um período longo resultará ine-vitavelmente em desgaste natural de algunsde seus componentes.

Tal fato aponta à necessidade de substi-tuição e/o ajuste de certos componentesdepois de determinado tempo de serviço. Ostratores geralmente vêm equipados com frei-os com banho de óleo de acionamento me-cânico ou de acionamento hidráulico.

FREIOS MECÂNICOSNos tratores que possuem o acionamen-

to mecânico, sempre que a folga for exage-rada ou diferente entre os pedais, o cursodeles deve ser ajustado.

Para tanto aplique força a um dos pe-dais e usando uma régua você meça o cursodo pedal sempre pelo lado de fora. A folgaem relação ao outro pedal deve ser de qua-tro a cinco centímetros. Se for diferente pro-

Frenagem eficienteNos tratores agrícolas, o sistema de freios, quando corretamente conservado eajustado, proporciona ao operador a garantia de uma frenagem segura, sob as

mais diversas condições de tráfego e/ou utilização do conjunto mecânico

Para saber a folga aplique força a um dos pedais eusando uma régua meça o curso do mesmo

Page 25: Maquinas 59

“Os tratores geralmente vêm equipados com freios com banho deóleo de acionamento mecânico ou de acionamento hidráulico”

Dezembro 06 / Janeiro 07 • 25

Na operação do trator, em mano-bras de campo, deixe os freios

desacoplados (independentes). Eles de-vem permanecer assim até o final do tra-balho. No entanto, quando o trator foroperado na estrada, os pedais de freiodevem estar unidos. Isso é importantepara que a frenagem seja feita com segu-rança e em menor distância em casos denecessidade.

Para travar os freios conjugue os doispedais através da trava de união. Pise comfirmeza nos pedais e depois puxe a travapara que eles permaneçam travados. Paradestravar os pedais no caso de operaçãona lavoura, exerça um esforço sobre osmesmos e empurre a trava que prendia osistema.

Por sua vez, o freio de estacionamento(freio de mão) deve ser acionado sempreque o operador parar e descer do trator.

USO CORRETOColaboração Massey Ferguson

ceda a seguinte regulagem:Gire a porca localizada junto à trombe-

ta do lado direito do eixo traseiro, para aesquerda ou para direita, até conseguir afolga desejada. Girar a porca no sentidohorário diminui a folga do pedal; já girar aporca no sentido anti-horário aumenta essafolga. Depois repita o mesmo procedimen-to para ajustar o outro pedal a fim de que osdois fiquem com a mesma folga.

FREIOS HIDRÁULICOSNos tratores com freio de acionamento

hidráulico, a cada 50 horas de trabalho, vocêdeve verificar o nível do fluido dos freios.Ele sempre deve estar entre as duas marcas- de máximo e de mínimo.

Para ajustar a folga dos freios dos trato-res com acionamento hidráulico você deveproceder primeiro a sangria do sistema.

Para isso complete o nível do reservató-rio com o fluido recomendado. Depois co-loque uma mangueira no bujão de sangria,

ponha a outra ponta da mangueira no fras-co com o fluido, acione o pedal algumas ve-zes e o mantenha pressionado. Afrouxe obujão de sangria localizado sobre cada ci-lindro-servo junto às trombetas e deixe es-coar o fluido, cuidando para que este nãolhe atinja. Feche-o logo em seguida.

Somente depois disso solte o pedal econfira se ele está firme - isso indica umaboa atuação do mesmo. Execute esse proce-dimento uma, duas ou três vezes.

Se fizer a sangria e o pedal não ficar fir-me, será necessário substituir o reparo doscilindros-mestres e/ou cilindros-servos. Cui-de para que não falte fluido no reservatóriodurante a sangria, pois isso aumentaria aentrada de ar no circuito.

Repita o processo com o outro pedal. Osdois pedais devem possuir uma folga quevaria de 0,5 a 1,0 centímetro.

Se assim mesmo encontrar uma folgamaior do que a especificada, faça ainda oajuste do pedal. Para tanto solte a contra-porca que prende o pedal e gire a haste a teobter a folga recomendada.

Finalmente faça o teste de aplicação si-multânea dos freios. As duas rodas traseirasdeverão frear ao mesmo tempo.

Gire a porca localizada junto a trombeta, para esquerda ou para direita, até conseguira folga desejada nos tratores que possuem freios de acionamento mecânico

O nível do fluído de freios deve serverificado a cada 50 horas de trabalho

A folga nos freios de acionamentohidráulico deve variar de 0,5 a 1 cm

Para proceder a sangria do sistema primeirocomplete o nível do reservatório com fluído

M

Fotos Massey Ferguson

Page 26: Maquinas 59

26 • Dezembro 06 / janeiro 07

Durante o final de semana do dia 11de novembro, aconteceu o GP Vipal

de Arrancada de Tratores, no Tratoródromo deMaripá, cidade do oeste do Paraná, válido pelaquarta edição do Campeonato Brasileiro dacategoria.

Promoção da HSJ Desenvolvimentos, or-ganização do Automóvel Clube de Maripá, su-pervisão da Federação Paranaense de Automo-bilismo (FPrA), apoio da Prefeitura de Maripáe patrocínio da Vipal e da Firestone. A cada anoo Arrancadão de Tratores firma-se mais, comouma das grandes competições automobilísticasdo Brasil e agora ganhou status internacionalcom a participação de três pilotos do Paraguai.

Como sempre o evento levou ao local umgrande público, que assistiu da arquibancadanatural coberta, a pegas emocionantes e tam-bém às apresentações do Zerinho Bomba Show,que a cada etapa tem incrementado as suasmanobras. Ocorreram também sorteios de brin-des e de dois veículos VW Brasília, reformadosao estilo “Lata Velha” e equipados com um kitférias.

O CAMPEÃOMuito trabalho para o mecânico Daniel e

esposa, bem como para o diretor da equipe, o

carismático Carlinhos, durante o final de se-mana. Paulo Radetzki, estourou quatro turbi-nas, fazendo com que a equipe praticamentenão tivesse descanso nas madrugadas da cida-de. Apesar das dificuldades, sagrou-se campeãobrasileiro de Arrancada de Tratores, pilotandoo trator da equipe Brutus, equipado com mo-tor MWM. Vice-campeão do ano passado, Pau-lo venceu o GP Vipal, derrotando na final, numadisputa emocionante, a Ivan Schanoski, tam-bém de Maripá, que corre pela equipe Azulão.Os dois simplesmente inverteram o resultadodo ano passado, quando Ivan foi o campeão ePaulo o vice.

Na terceira colocação se classificou DorvalConci Júnior, da equipe Conci Motorsport,campeão de 2004, que venceu o Valdecir Ro-

hloff, da equipe Família Wagner.Na quinta colocação ficou David Bretzke,

da equipe Metracol, enquanto que o paraguaioAlexandre Poland, da equipe QM, estreou noBrasileiro de Arrancada de Tratores conquis-tando o sexto lugar.

Paulo Radetzki diz que o título brasileiro éa vitória do trabalho. “Desde que vencemos emNão-Me-Toque no ano passado, estamos inves-tindo na equipe e treinando muito. Fomos viceno ano passado e quebras impediram que bri-gássemos pela vitória em Fraiburgo (SC) e Não-Me-Toque (RS) este ano. Dedico o título aosfamiliares e a todos os integrantes da equipe”,afirma Paulo.

PARAGUAIOS

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David Bretzke teve problemas e ficou em quinto lugar Festa da equipe campeã

Page 27: Maquinas 59

Dezembro 06 / janeiro 07 • 27

por Arno Dallmeyer - [email protected]

A competição teve brilho adicional com apresença dos paraguaios Alexandre Poland, daequipe QM; Lívio Foster, da Brutus II e An-derson Lotermann, da equipe Cavalo de Aço.

Alexandre Poland conquistou o sexto lugare deixou Maripá impressionado com a estrutu-ra do Arrancadão de Tratores, destacando oprofissionalismo dos organizadores e o interes-se da imprensa. “Já competi em outras catego-rias no Paraguai, mas nada como o que vi emMaripá. Vou trabalhar duro para brigar por vi-tórias na próxima temporada”, salienta Poland.

Lívio destaca que na próxima temporadapretende brigar para estar no pódio em um dosGPs que irá participar. “A estréia sempre é com-plicada e ainda mais quando você está compe-tindo em outro país. Mas fomos bem recebidose todas as outras equipes procuraram nos aju-dar com informações técnicas.”

Já Anderson Lotermann disse que não es-perava tanta organização e ficou de queixo caí-do com a cobertura da imprensa. “Sentimosque a categoria é interessante e vamos estar pre-

sentes, se possível, em todas as provas que se-rão realizadas no próximo ano”, acentua.

RECORDESDestaque para Anildo Schanoski, o Kindy,

da equipe 601, que se constitui no piloto maisrápido da competição e quebrou o recorde doTratoródromo de Maripá por três vezes segui-das nas etapas classificatórias, até estabelecer amarca de 9s381 para os 201 metros da pista. Orecorde anterior de 9s489 pertencia a DavidBretzke.

Quebrando um recorde atrás do outro,Anildo dominou a competição até a última ba-teria classificatória quando quebrou o eixo-pi-loto do seu trator. A equipe não conseguiu fa-zer os reparos a tempo e por isso ele ficou forada seqüência da competição. Anildo foi home-nageado no pódio pelo primo Ivan Schanoski,que lhe ofereceu o troféu de vice-campeão. Osdois têm como preparador Ivanir Lazarin.

rada 2006 de Arrancadãorada 2006 de Arrancadão

DESPEDIDANão é o que gostaríamos de escrever, mas

nesta edição estamos encerrando temporaria-mente a publicação da coluna Esporte Trator.Estamos à disposição dos amigos e leitores peloe-mail ou por demais contatos via redação daCultivar Máquinas, a quem agradecemos a co-operação e o apoio prestados em 29 edições dacoluna.

Aos leitores, nosso agradecimento.

Podium

Zerinho Bomba Show

Um futuro piloto!

Chegada

Paulo Radeski, o campeão!

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28 • Dezembro 06 / Janeiro 07

aplicação de fungicida

No caso específico da cárie doarroz, três motivos que têm le-vado os agricultores a utiliza-

rem as aeronaves são: a oportunidade depulverizar no momento ideal, pois o inter-valo recomendado para o controle efetivoda doença é muito estreito; o fato de nãodisseminar esporos pela lavoura, como podeocorrer com o trânsito de pulverizadoresterrestres; a lavoura encontrar-se inundadapor ocasião da aplicação dos fungicidas,comprometendo o trânsito de máquinas.

A terceirização do serviço é uma carac-terística muito vantajosa para o produtor,que não precisa imobilizar recursos com aaquisição de equipamentos e contratação demão-de-obra, disponibilizando seu capitalpara outros segmentos da área produtiva.O serviço da aviação agrícola é contratadode acordo com a necessidade do orizicultor,que paga apenas pelas aplicações realizadasem sua propriedade.

Conhecer corretamente o alvo a atingirnas pulverizações de fungicidas em arroz émuito importante. Toda a planta deve seratingida pela pulverização, mas é imprescin-

dível que as folhas superiores (folha ban-deira) e as panículas que entrarão em flora-ção recebam uma cobertura de gotas muitouniforme. No caso de aplicações seqüenci-ais, as panículas em floração em todos osafilhos constituem o alvo principal.

GOTAS PULVERIZADASDefinida pelo número de gotas por cen-

tímetro quadrado, a densidade de gotas va-ria com o volume de calda aplicado, tama-nho das gotas, regulagem dos equipamen-tos, tipo de formulação do agroquímico,entre outros fatores.

A maioria das pulverizações aéreas ca-racteriza-se por gerar gotas com diâmetroinferior a 300 micrometros (mm), ou seja,0,3 milímetros. Gotas menores e mais nu-merosas são ideais para as pulverizações defungicidas em arroz, devido ao maior reco-brimento das diversas partes das plantas emaior penetração no dossel foliar.

A experiência tem mostrado que densi-dades entre 40 e 50 gotas/cm2, no topo dacultura, são suficientes para os fungicidassistêmicos, sendo desejável que pelo menos

um terço delas atinjam a parte inferior dasplantas. Deve-se lembrar que a mobilidadedestes produtos nas plantas é menor que ade outros agroquímicos, como é o caso de

Contra a cárieContra a cárie

Os bicos cônicos, para a produção dasgotas, atuam por energia hidráulica

proveniente da bomba de pulverização

As pulverizações aéreas de fungicidas em arroz são muito utilizadas, emfunção do não-amassamento das plantas da cultura, rapidez euniformidade da aplicação, além do custo vantajoso. Alguns cuidadossão essenciais para aumentar a eficiência desse tipo de aplicação

As pulverizações aéreas de fungicidas em arroz são muito utilizadas, emfunção do não-amassamento das plantas da cultura, rapidez euniformidade da aplicação, além do custo vantajoso. Alguns cuidadossão essenciais para aumentar a eficiência desse tipo de aplicação

Fotos Eugênio Passos Schröder

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“O conhecimento do alvo a atingir nas pulverizações de fungicidas em arrozé muito importante: folhas superiores e, principalmente, as panículas”

Dezembro 06 / Janeiro 07 • 29

A tecnologia denominada de baixo volume oleoso-BVO- tem sido adotada com sucesso para

controle de doenças em arroz

Éde fundamental importância omonitoramento das condições

ambientais, que deve ser efetuado nalavoura, durante a pulverização. Tem-peratura inferior a 30 oC e umidade re-lativa do ar superior a 55% resultam emmenor evaporação das gotas aspergidas.O ideal é que as aplicações aéreas se-jam realizadas com ventos entre 3 e 10km/h, pois o vento nulo favorece a for-mação de correntes ascendentes e ve-locidades superiores a 10 km/h ofere-cem maior risco de deriva. Ventos comrajadas são altamente condenáveis.

Como nem sempre estes três fato-res encontram-se simultaneamente emcondições ideais, deve-se buscar reali-zar as pulverizações de fungicidas emarroz nos períodos do dia mais favorá-veis, programando-se para o restante dajornada outras aplicações menos exi-gentes quanto às condições ambientais,como as adubações com uréia.

CONDIÇÕESAMBIENTAIS

alguns herbicidas, o que exige uma cober-tura de gotas mais rica.

Ainda existe, por parte de profissionaise agricultores, a idéia de que quanto maiságua melhor, ou seja, que maiores volumesde calda resultam em melhor controle dadoença. Isto não é verdade. É certo quemaiores volumes podem resultar em melhorcobertura das plantas, mas também podemproporcionar maior escorrimento e perdasdos fungicidas para o solo quando se utili-zam gotas grandes, bem como grande for-mação de micro-gotas quando o volume éincrementado via aumento de pressão depulverização, o que resulta em enormes per-das por evaporação e deriva, com sérios ris-cos de contaminação ambiental.

Além disso, altos volumes de pulveriza-ção exigem mais carregamentos da aerona-ve, maior número de pousos e decolagens,translados entre pista e lavoura, gasto deágua, o que resulta em elevado custo de tra-tamento. Tal prática não se enquadra namoderna visão administrativa, onde o obje-tivo é buscar tratamentos mais baratos, efi-cientes e seguros.

DISPOSITIVOS DE APLICAÇÃOA calda do fungicida precisa ser trans-

formada em gotas para uma adequada dis-tribuição nas lavouras. A este processo de-nomina-se pulverização e os dispositivosresponsáveis por esta função são os bicos depulverização e os atomizadores rotativos.

Os bicos atuam por energia hidráulicaproveniente da bomba de pulverização. Osmais empregados são aqueles que utilizampontas e difusores para formar um jato tipocônico, bem como os bicos de impacto com

defletores, que formam jatos planos. Os vo-lumes de aplicação empregados situam-se,na maioria dos casos, entre 20 e 30 l/ha.Devem ser ajustados para formarem gotascom diâmetro mediano volumétrico -DMV-ao redor de 200 µmm.

Atomizadores rotativos são muito apro-priados para pulverizações aéreas de fungi-cidas em arroz. Possuem tambores de telaou de discos, que giram a altíssima veloci-dade, fracionando o líquido em gotas mui-to uniformes, com tamanho entre 100 e 200µmm, o que é desejável e recomendável. Ovolume de calda situa-se entre 5 e 20 l/ha.

A tecnologia denominada de baixo vo-lume oleoso -BVO- tem sido adotada comsucesso para controle de doenças em arroz.Agrega atomizadores rotativos e adição deóleo na calda dos fungicidas. As gotas gera-das são muito pequenas, mas não sofremtanta evaporação como àquelas apenas comágua, tendo “vida mais longa”, ideais parasituações de menor umidade relativa do ar.

Em condições teóricas de pulverização,sob parâmetros ambientais ideais, sem per-das por evaporação e deriva, considerando-se que o espectro de gotas pudesse ser ho-mogêneo (todas as gotas de cada aplicaçãodo mesmo tamanho), uma pulverização defungicida com bicos hidráulicos a 30 l/ha,

Atomizadores rotativos sãoapropriados para pulverizaçõesaéreas de fungicidas em arroz

O preparo das caldas dosfungicidas deve ser realizado em

tanque de pré-mistura

Page 30: Maquinas 59

30 • Dezembro 06 / Janeiro 07

Os bicos leque, que podem equipar asaeronaves, também são utilizados para aprodução das gotas para pulverização

Vôos muito baixos são extremamente desaconselháveis. Eles

impedem que as gotas distribuam-se naforma de uma esteira uniforme após apassagem da aeronave pela área visada,causam concentração de produto nocentro da faixa e, o que é pior, favore-cem o movimento ascendente de gotasas quais ficam então sujeitas à evapo-ração e deriva. Vôos excessivamentebaixos comprometem a segurança ope-racional. A altura média recomendadaé de dois a três metros para barra combicos hidráulicos e de três a quatrometros quando se utilizam atomizado-res rotativos.

ALTURA DE VÔO

com DMV de 250 µmm, geraria 37 gotas/cm2 no topo das plantas do arroz, enquantoum volume de 20 l/ha e DMV de 200 µmmresultaria em 48 gotas/cm2.

Por outro lado, se os equipamentos se-lecionados fossem atomizadores rotativos,com volume de calda de 10 L/ha, gotas com150 µmm, a densidade de gotas seria de 57gotas/cm2, enquanto que com DMV de 125µmm seriam obtidas 98 gotas/cm2. Deve-sedestacar que estas opções, além de propor-cionarem uma cobertura mais rica do alvo,gerariam uma maior penetração das gotasentre as plantas.

PREPARO DA CALDAO preparo das caldas dos fungicidas deve

ser realizado em tanque de pré-mistura, agi-tando-se vigorosamente os produtos comágua através de moto-bomba, juntamentecom a água de enxágüe das embalagens va-zias.

Caldas aquosas são preparadas na se-guinte ordem: colocar água até a metade dotanque de pré-mistura, acrescentar o fun-gicida, misturar, completar com água, agi-tar e bombear para a aeronave.

No sistema BVO é imprescindível que aordem seja a seguinte: colocar óleo no tan-que de pré-mistura (se o óleo não for emul-sionável, deve ser misturado a um agenteemulsificante), acrescentar o fungicida, agi-tar, só então acrescentar a água, misturar

bem e bombear para a aeronave. A experi-ência tem demonstrado que óleos vegetaisindustrializados, prontos para serem mis-turados na água, proporcionam caldas maisuniformes e de fácil preparo.

A operação é realizada enquanto a aero-nave está aplicando uma carga para, quan-do chegar ao aeródromo, ser rapidamentecarregada, tornando o serviço bastante di-nâmico. Água de qualidade é fundamentalpara uma boa aplicação. Os fabricantes for-mulam os fungicidas para serem mistura-dos com água livre de impurezas e proble-mas de dureza e/ou alcalinidade.

MEIO AMBIENTEA proteção dos trabalhadores envolvidos

nas aplicações de agrotóxicos deve ser alvode atenção dos responsáveis pela assistên-cia técnica nas propriedades rurais, não sópelo fornecimento de equipamentos de pro-teção individual (EPI), mas, principalmen-te, pela correta orientação no manuseio dosprodutos. Os encarregados do preparo dascaldas devem trabalhar sempre de costaspara o vento, para que eventuais partículasde pó, gotículas ou vapores não sejam diri-gidos para o seu corpo.

A tecnologia de aplicação aérea conti-nuará evoluindo, cada vez mais, buscandomenor custo e maior segurança ambiental,de modo que a cultura do arroz gere alimen-to saudável e assegure rentabilidade ao agri-cultor.

Eugênio Passos Schröder,Schröder Consultoria

M

Eugênio apresenta as vantagensda pulverização aérea de

fungicidas nas lavouras de arroz

Os atomizadores BVO possuem tambores de tela ou dediscos, que giram a altíssima velocidade e fracionam o

líquido em gotas pequenas e uniformes

Fotos Eugênio Passos Schröder Charles Echer

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