Maquinas 56

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Setembro 2006

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Rodando por aí

Produtividade e compactação

Manutenção passo-a-passo

Avaliação de plantabilidade

Plantio direto de feijão

Seminário de tecnologia

Semeadura de precisão

Confiabilidade de silos verticais

Colheita eficiente

Farm Progress Show 2006

Prêmio Gerdau

Esporte trator

Índice Nossa Capa

Fabiano Dallmeyer

Destaques

Semeadoras de precisãoEvolução das semeadoras-adubadoras disponíveisno mercado é responsável em grande parte pelosucesso do plantio direto

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Por falta de espaço, não publicamos as referências bibliográficas citadaspelos autores dos artigos que integram esta edição. Os interessadospodem solicitá-las à redação pelo e-mail: [email protected]

Os artigos em Cultivar não representam nenhum consenso. Não esperamos quetodos os leitores simpatizem ou concordem com o que encontrarem aqui. Muitosirão, fatalmente, discordar. Mas todos os colaboradores serão mantidos. Eles foramselecionados entre os melhores do país em cada área. Acreditamos que podemosfazer mais pelo entendimento dos assuntos quando expomos diferentes opiniões,para que o leitor julgue. Não aceitamos a responsabilidade por conceitos emitidosnos artigos. Aceitamos, apenas, a responsabilidade por ter dado aos autores a opor-tunidade de divulgar seus conhecimentos e expressar suas opiniões.

NOSSOS TELEFONES: (53)

• GERAL3028.2000• ASSINATURAS3028.2070

• EditorGilvan Quevedo

• RedaçãoVilso Júnior Santi

• RevisãoSilvia Maria Pinto

• Design Gráfico e DiagramaçãoCristiano Ceia

• ComercialPedro Batistin

Sedeli FeijóSilvia Primeira

• Gerente de CirculaçãoCibele Costa

• AssinaturasSimone Lopes

• Gerente de Assinaturas ExternaRaquel Marcos

• ExpediçãoDianferson Alves

Grupo Cultivar de Publicações Ltda.

www.cultivar.inf.brwww.grupocultivar.com

Cultivar MáquinasEdição Nº 56

Ano VI - Setembro 06ISSN - 1676-0158

[email protected]

Assinatura anual (11 edições*): R$ 119,00(*10 edições mensais + 1 edição conjunta em Dez/Jan)

Números atrasados: R$ 15,00

Assinatura Internacional:US$ 80,00• 70,00

Armazenagem e confiabilidadeEm silos verticais, o tipo deproduto ensilado está direta-mente ligado à probabilidade deruína da estrutura

Colheita eficienteQuanto maior for a eficiên-cia das colhedoras nalavoura menor o custo finalde produção

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• Impressão:Kunde Indústrias Gráficas Ltda.

• REDAÇÃO3028.2060• MARKETING3028.2065

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GTSAldívio, Andréia e Assis Strasser, diretores da GTS do Brasil, expuseram com orgulho, naExpointer 2006, a Planner Canavieira 710, pre-miada pela Gerdau durante a 24ª edição doMelhores da Terra. A Planner Canavieira des-taca-se pela excelência de seu projeto, que aliaqualidade do processo de fabricação e um siste-ma hidráulico diferenciado. Essas característi-cas dão à máquina mobilidade na lavoura, pro-porcionando ao operador uma variedade maiorde manobras e movimentos.

New HollandA New Holland apresentouna Expointer 2006máquinas apropriadas para acultura de grãos, fumo,frutas e cultivo agroflorestal.O estande da empresa nafeira abrigou as colhedorasda linha TC e também aCS660, além de tratorescom potências que variamde 54 cv (linha TT) a 150 cv(linha TM). Ao todo, amarca apresentou novediferentes modelos demáquinas, das linhas TT,TL Exitus, TS, TM e Série30, adaptadas para as maisdiversas atividades realizadasnas propriedades rurais. “ANew Holland é hoje a marcaque oferece a mais completalinha de máquinas agrícolasdo mercado”, afirma odiretor de vendas damontadora, Luiz Feijó.

New HollandNa mesa-redonda sobre Perspectivas para o Agronegócio, do Semi-nário de Tecnologia de Máquinas e Implementos Agrícolas, LuizAugusto Marocco Feijó, diretor comercial da New Holland, deta-lhou a estratégia da empresa para o atual momento. Segundo ele, acompanhia aposta no lançamento segmentado de produtos no mer-cado. As máquinas direcionadas a setores como o canavieiro, o reflo-restamento e a agricultura familiar são exemplo disso. Feijó afirmouque, apesar dos complicadores, a New Holland irá manter todos osseu projetos de desenvolvimento de produtos e investimentos noBrasil. “No próximo ano teremos um quadro modificado com ou-tras perspectivas para o mercado”, prevê.

AgraleMesmo com apenas 4% do mercado, o segmento de tratores depequeno porte, dentro do universo das máquinas agrícolas, vemse mantendo estável. Essa foi a constatação de Sílvio Rigoni,gerente de vendas de tratores da Agrale, na mesa-redonda Pers-pectivas para o Agronegócio, no Seminário de Tecnologia deMáquinas e Implementos Agrícolas. Segundo ele, a empresa,especialista na produção de pequenos tratores, tem sofrido me-nos com as oscilações do mercado em função das característicasdos seus produtos. Mesmo assim, Rigoni faz um alerta. “Osagricultores brasileiros são grandes produtores, mas ainda pés-simos comercializadores, é preciso melhorar isso”, lembrou.

John DeereA John Deere trabalha forte em uma campanha de maior aproxi-mação com seus clientes e consumidores finais. Conforme Gisle-ne Pessin, supervisora de marketing da companhia, a ação com-preende intensificar o trabalho de pós-venda; credenciar novosconcessionários no país; lançar novos produtos - máquinas e im-plementos; demonstrar as vantagens do uso de peças de reposiçãooriginais - relação custo x benefício. “Inclusive, a inauguração deuma nova unidade fabril, em Montenegro (RS), faz parte dessaestratégia,” comenta.

Massey FergusonCarlito Eckert, diretor devendas Massey Ferguson,durante mesa-redondano Seminário deTecnologia de Máquinase Implementos Agrícolas,falou sobre mudançasque estão em andamentodentro do segmento deatuação de sua compa-nhia. Chamou a atençãopara a tendência deterceirização de serviçosem lavouras, como acanavieira. Também,para o que chamou de“divórcio” entremáquinas e implemen-tos utilizados noscanaviais. “Diferente doque ocorre nos grãos,ainda existem descom-passo e falta depadronização na relaçãomáquina e implementopara a cana,” afirmou.Para Eckert, isso poderepresentar uma boaoportunidade para osfabricantes de imple-mentos do Sul do país.

StihlA Stihl, uma das principais fabricantes de ferramentas motorizadas portáteis elíder mundial na produção e comercialização de motosserras, lança as lavado-ras de alta pressão RE 107 e RE 142, mais completas e versáteis. Os novosprodutos foram especialmente desenvolvidos para proporcionar praticidade,eficiência e simplificar o trabalho de limpeza, além de garantir maior economiade água e de energia elétrica.

John DeerePaulo Renato Hermann, diretor de marketing para Amé-rica do Sul da John Deere, coordenou no Seminário deTecnologia de Máquinas e Implementos Agrícolas a mesa-redonda Perspectivas do Agronegócio. No evento, promo-vido pelo Instituto Gaúcho de Estudos Automotivos,Hermann enfatizou a necessidade de readequação de todoo setor agroindustrial, inclusive da indústria de máqui-nas, aos difíceis tempos vividos pelo agronegócio nacio-nal. “Cortar custos em toda a cadeia produtiva é funda-mental nesse momento,” enfatizou.

CenárioConsultor agroeconômico

com 16 anos de atuação noagribusiness brasileiro e

internacional, Carlos Cogo,além de participar da mesa-redonda sobre Perspectivas

para o Agronegócio, noSeminário de Tecnologia de

Máquinas e ImplementosAgrícolas, proferiu a palestra

Inserção da IndústriaBrasileira de Máquinas e

Implementos Agrícolas noMercado Global. Naoportunidade, Cogo

apontou a falta de planeja-mento e organização dos

produtores e da cadeiaprodutiva agrícola nacional

como um dos agravantes dacrise enfrentada pelo setor.

“Melhora significativasomente com profissionali-

zação e a partir da safra2007/08,” opinou.

Mini-MundoO artesão Gildomar

Furtado Pereira de Ávila,com apoio da Massey

Ferguson, apresentou, naExpointer 2006,

miniaturas de máquinas eequipamentos agrícolasque contam a trajetória

da tecnologia noagronegócio brasileiro. Oartista, em seu trabalho,

procurou retratar aevolução das máquinas e

equipamentos ao longodos anos, mostrandoinclusive o início do

processo de mecanizaçãono campo.

Aldívio, Andréia e Assis

Sílvio Rigoni

Carlito Eckert

Paulo Hermann

Luiz Augusto Feijó

Gislene Pessin

Gildomar de Ávila

Carlos Cogo

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Adriano Naspolini

Hugo Zattera

SantalA Santal pretende investir

no médio prazo R$ 1,8milhões na ampliação desua linha de produção de

colhedoras Santal Tandem,para de cana-de-açúcar.

Com a expansão, queinclui a construção de umnovo galpão e a aquisição

de máquinas e softwares, aempresa, em dois anos, irádobrar sua capacidade de

produção de 24 para 50máquinas por ano. De

acordo com o presidente daempresa, Arnaldo Ribeiro

Pinto, o crescimento dacapacidade produtiva daSantal foi planejado para

acompanhar o sucessocomercial de seu mais novoproduto, lançado em 2004.

YanmarA Agritech, empresa fabricante de tratores e microtratores Yanmar,destacou na Expointer 2006 sua linha de implementos, tratores emicrotratores aptos a se movimentar com biodiesel, desenvolvidosespecialmente para a agricultura familiar. “O setor sempre foi o nossoprincipal foco de atuação. Nos últimos 20 anos nos especializamosem desenvolver e produzir tratores com até 55 cavalos e máquinas depequeno porte dimensionadas especialmente para o agricultor famili-ar, diferentemente de tratores de lavoura de outras empresas que sãoadaptadas para pequenas culturas”, afirma o gerente de marketing epós-venda, Pedro Cazado Lima Filho.

Massey FergusonA Massey Ferguson, na 29a Expointer, expôs 28 modelos de máquinas. A empresa trouxe para afeira equipamentos indicados às principais culturas da região, atendendo às necessidades de pro-

dutores de grande, médio e pequeno porte, conforme escla-recem Paulino Jeckel, gerente de marketing de comunica-ção, e Rubens Sandri, gerente de marketing de tratores.Na área de difusão de tecnologias, os visitantes tiveram aoportunidade de conhecer os equipamentos para Agricultu-ra de Precisão, como o Fieldstar, SGIS e Autoguide. Duran-te o evento a equipe de pós-venda da Massey Ferguson este-ve à disposição dos clientes para esclarecer dúvidas.

AgraleA equipe da Agrale, coordenada por Flávio Crosa, Sílvio Rigoni eNaurimar Ribeiro, demonstrou durante a Expointer 2006 toda alinha de tratores da empresa. As máquinas da Agrale podem ope-rar nos diversos segmentos agrícolas, em especial na agriculturafamiliar. Os destaques foram os modelos 4100 GLP, movido agás, e o 4230.4 Cargo Compactador. Recentemente, todos os mo-delos de tratores da montadora foram adequados para operar combiodiesel B5, combustível com origem em óleos vegetais.

John DeereOferecer sistemasmecanizados completos aoprodutor rural é o que temperseguido a John Deereno país. Segundo o gerentenacional de vendas daempresa, Rasso vonReininghaus, esse conceitojá está incorporado à linhaque a empresa dedica àprodução de grãos. Nesseramo, a John Deere jádispõe desde plantadoras,passando por tratores, atécolhedoras. “Também paraoutros segmentos, como alavoura canavieira, temosbuscado comercializar umconjunto de soluções paraos produtores, não apenasuma máquina ouimplemento isoladamen-te,” esclarece Rasso.

New HollandNo mês de agosto a

New Holland teve bonsmotivos para comemo-

rar. A fábrica deCuritiba (PR) atingiu a

produção de cem miltratores. Por conta dissoo trator de número cemmil, da linha TL Exitus,

recebeu decalquecomemorativo,

lembrando a marca daprodução. A linha TL

Exitus tem comoprincipais características

o baixo consumo decombustível, a facilidade

de manutenção, atecnologia acessível, o

conforto para ooperador, a transmissãosincronizada e hidráuli-co de grande capacida-

de. O trator incorpora oexclusivo Lift-O-Matic,que permite o ajuste do

implemento com apenasum toque no painel,

mantendo o ritmo dotrabalho. A tração

dianteira de acionamen-to eletro-hidráulico e a

tomada de forçaindependente são alguns

dos diferenciais.

ValtraDepois de vários meses de consultoria à Valtra, Arci Mendes assumiurecentemente o posto de gerente de marketing de produto na compa-nhia. Projetando um futuro melhor para o segmento de máquinas, eledestaca as especialidades da empresa - tratores de grande porte, comseis cilindros e potência acima de 100 cv, indicados para operaçõespesadas em lavouras de cana e reflorestamento - e aponta alguns doscaminhos que a Valtra deve trilhar num futuro próximo - está previstoo lançamento de produtos, atendendo à tendência de segmentação domercado, inclusive da primeira colhedora de grãos da marca no Brasil.“Num mercado recessivo, fazer a lição de casa é fundamental, e sabero que e quando fazer, o desafio,” ensina.

Kepler WeberPara Henésio de Castilhos Stumpf, gerente de planejamento comercial daKepler Weber, o momento vivido pelo agronégocio nacional exige das em-presas que atuam no setor criatividade na busca de alternativas. Segundoele, a diversificação na linha de podutos é uma tendência nas corporações.Essa estratégia visa reduzir o impacto de possíveis contratempos que pos-sam assolar a agropecuária nacional. “Na Kepler, temos procurado identifi-car novas oportunidades de negócio, bem como ampliar nosso portifólio deprodutos, investindo em áreas como o acondicionamento de produtos esubprodutos da cana-de-açúcar e a produção de biodiesel,” comentou.

John DeereMesmo com as dificuldades da agricultura no segmento grãos, ogerente regional de vendas da John Deere, Paulo Kowalski, apontaalternativas para o mercado de máquinas agrícolas. Para ele, nessemomento, as lavouras de algodão do centro do país se materiali-zam como potenciais consumidoras de conjuntos mecanizados,em especial colhedoras. Já no arroz, segundo Kowalski, a mecani-zação pode alcançar 45% do custo total da lavoura. “Esse dadodemonstra a necessidade de um trabalho eficiente de pós-venda eassistência técnica, principalmente nos arrozais do Sul do país,trabalho que estamos procurando aprimorar.”

Rasso Von Reininghaus

Arci Mendes

Pedro Cazado L. Filho

Paulino Jeckel e Rubens Sandri

Flávio, Sílvio e Naurimar

Henésio Stumpf

Paulo Kowalski

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AgritoursA Agritours Brasil novamen-te levou grupos ao FarmProgress Show em 2006.Neste ano o evento, que éitinerante entre os três maisimportantes estados doCorn Belt, foi realizado emAmana, Iowa. No grupodesta imagem estavamtécnicos, gestores demarketing e produtoresbrasileiros, que, além davisitação ao mais reputadoevento do agronegócionorte-americano, tiveramoportunidade de conhecerempreendimentos agrícolas,logística de grãos, distribui-dores e fábrica de máquinasagrícolas. Certamente asvivências e o aprendizadoterão reflexos no desempe-nho profissional de cada umdos visitantes.

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compactação

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Em lavouras com culturas anuaisprodutoras de grãos, semeadascom preparos distintos, ocorrem

operações e tráfego de máquinas diferenciadas,o que pode implicar diferentes condições físi-cas, químicas e biológicas do solo. Essas dife-rentes características, aliadas à grande pressãoexercida pelos pneus, principalmente de trato-res e colhedoras, podem dar origem à compac-tação, que além de desencadear o processo dedegradação do solo poderá interferir na redu-ção da produtividade das culturas.

Uma camada de solo compactada possuibaixo espaço poroso, o que acarreta problemasde fluxo de água, por afetar o armazenamento,a infiltração e a drenagem dessa água para ascamadas inferiores. A diminuição da produti-vidade das culturas em solos com problemasde compactação também pode ser função dadificuldade de desenvolvimento das raízes e,conseqüentemente, da menor absorção de águae de nutrientes pelas plantas.

No sistema de semeadura direta (SD), quese caracteriza por apresentar mínimo revolvi-mento do solo, normalmente os valores de re-sistência do solo à penetração (RSP) são maio-res quando comparados aos de preparos em quehá maior mobilização do solo, como a escarifi-cação.

Alguns produtores evidenciam que há umarelação entre redução da produtividade e au-mento da compactação do solo. Isso nem sem-

pre é comprovado pela pesquisa, pois há umadependência das condições climáticas, especi-almente em relação ao teor de água do solodurante o desenvolvimento das culturas.

ESTADO DE COMPACTAÇÃOEm experimento de campo, conduzido na

Estação Experimental Agronômica da Univer-sidade Federal do Rio Grande do Sul (EEA –UFRGS), no município de Eldorado do Sul(RS), em um Argissolo Vermelho distrófico tí-pico, avaliou-se o estado de compactação do solocultivado por nove safras (inverno e verão).

Empregaram-se culturas anuais produto-ras de grãos (trigo, aveia, milho e soja) e paracobertura de solo (aveia preta, ervilhaca, naboforrageiro). Os métodos de preparos conserva-cionistas avaliados foram: (a) semeadura direta(SD), sem preparo do solo; (b) escarificação,efetuada com escarificador munido de rolo des-torroador, dispensando o uso de preparo com-plementar com grade (ER) e (c) escarificaçãomais gradagem niveladora (E+G). O escarifi-cador foi regulado para mobilizar a camada desolo até a profundidade de 15 cm nos trata-mentos ER e E+G.

Antes da instalação do experimento, a áreaestava sob campo nativo. Utilizou-se preparode solo no outono somente no primeiro cultivo(aveia preta), após a aplicação de calcário emsuperfície (3,2 t/ha, PRNT 63%). Nos demaisanos agrícolas, estes foram efetuados somente

para implantação das culturas de verão.Na semeadura direta (SD), para implanta-

ção das culturas de verão (milho e soja), foramempregados sulcadores de adubo tipo facão e,nos demais preparos, sulcadores de adubo dediscos duplos. As culturas de inverno foramsemeadas com semeadoras de fluxo contínuo,com sulcadores de discos.

As operações de preparo de solo, semeadu-ra, tratos culturais e colheita de todas as parce-las foram efetuadas em contorno (em nível),

A determinação da resistência à penetraçãoé uma das formas para avaliação do estado

de compactação do solo

Experimento baseado em informações de resistência do solo mostra que acompactação nem sempre é responsável pela diminuição da produtividadeExperimento baseado em informações de resistência do solo mostra que acompactação nem sempre é responsável pela diminuição da produtividade

Fotos Guilherme Menegati

Compactaçãoe produtividadeCompactaçãoe produtividade

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“As operações de preparo de solo, semeadura, tratos culturais e colheita de todas as parcelas foram efetuadasem contorno, utilizando sempre o mesmo trator e a mesma colhedora e obedecendo a um padrão de tráfego”

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utilizando sempre o mesmo trator e a mesmacolhedora e obedecendo a um padrão de tráfe-go (rodados passando sempre nas mesmas zo-nas dentro das parcelas). A pressão máximaexercida pelos pneus do trator e da colhedorasobre o solo foi de 121 e 176 kPa, respectiva-mente.

As parcelas possuem área útil de 180 m² (6m de largura e 30 m de comprimento), comquatro repetições por tratamento proposto. Emcada safra, avaliou-se a produtividade das cul-turas, seja de matéria seca (quando culturassomente para cobertura de inverno), ou massade grãos (culturas de verão).

RESISTÊNCIA À PENETRAÇÃOAo final de cinco safras de inverno e quatro

safras de verão, nas quais foram empregadossempre os mesmos preparos conservacionistasde solo, determinou-se a resistência do solo àpenetração (RSP). Utilizou-se um penetrôme-tro eletrônico digital, até a profundidade de 45cm, com leituras a cada 3 cm. Estas foram efe-tuadas no sentido transversal ao comprimentodas parcelas, com um espaçamento de 20 cmentre elas, para permitir ao menos duas leitu-ras nos locais de tráfego dos pneus do trator e

da colhedora e locais sem trá-fego.

No dia da avaliação daRSP, o solo estava na condi-ção de friabilidade, o que foiconfirmado pela retirada deamostras do mesmo paradeterminação do teor deágua. Com os dados de RSP,foram elaborados gráficos desuperfície com o objetivo deidentificar o grau e a exten-são da compactação do solonos diferentes preparos dosolo.

Observando-se os gráfi-cos de superfície dos prepa-ros conservacionistas (Figu-ra 1), verifica-se que, até 18cm de profundidade, a seme-adura direta teve maiores va-lores de resistência do solo àpenetração, quando compa-rada aos demais, que utiliza-ram escarificador, que mobi-liza o solo em maior profun-didade e extensão do que ossulcadores de adubo. O va-lor de 2.000 kPa, citado comocrítico para o bom desenvol-vimento das raízes, foi atin-gido aos 6, 12 e aos 18 cmnos preparos SD, E+G e ER,respectivamente (Figura 1).

No período estudadonão foram observadas dife-

renças significativas entre os valores de RSP me-didos nos locais de tráfego de rodados do tratore colhedora e nos sem tráfego, nem mesmo naSD. Considerando que os valores de RSP naSD, a partir de 6 cm de profundidade, já forammaiores do que o limite máximo proposto pelaliteratura (2.000 kPa), verifica-se que, mesmo

assim, a produtividade de matéria seca da par-te aérea e de biomassa total (grãos e parte aé-rea) desse preparo conservacionista foi um pou-co superior à obtida nos demais, que envolve-ram mobilização do solo com uso de escarifica-dor e grade (Figura 2).

A semeadura direta teve uma pequena des-vantagem quando considerada somente a pro-dução de grãos. No entanto, devem ser levadosem conta outros aspectos, tais como, reduçãoda potência necessária, horas de trabalho commáquinas, mão-de-obra, quantidade de máqui-nas e de gastos com combustível.

Conclui-se que a compactação do solo,baseada em informações de resistência dosolo à penetração, nem sempre é, por si só,fator de redução da produtividade das cul-turas, especialmente quando se empregamrotação de culturas, controle de tráfego esemeadoras equipadas com sulcadores ade-quados à semeadura direta.

Guilherme demonstra que a compactação dosolo nem sempre é fator de redução direta na

produtividade das lavouras

Guilherme Menegati,Renato Levien,Carlos Trein,Osmar Conte eCarla Cepik,UFRGS

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Figura 1 - Resistência do solo à penetração (RSP), em kPa, em função da profundidade deavaliação e da localização transversal ao sentido do comprimento dos preparos de solo

Figura 2 - Produção das culturas nos preparos de solo conservacionistas, no período avaliado (2001-2005), em relação aototal obtido na SD

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passo-a-passo

Oconjunto de embreagem é ocomponente mecânico respon-sável pela transmissão da potên-

cia do motor para a caixa de câmbio. A embre-agem possui basicamente três funções:

• Transmitir o movimento do motor paraos demais mecanismos de transmissão, de modosuave e gradativo, sem vibração ou deslizamen-tos;

• Interromper a emissão da potência domotor à transmissão, permitindo a toca demarchas;

• Permitir a parada do trator e/ou de umequipamento acionado pela TDP (Tomada dePotência).

O controle da embreagem é feito por meiodo pedal e de alavancas. Essa relação de alavan-cas permite multiplicar a força aplicada pelo

Embreagem com folgaNos tratores equipados com em-breagem com folga, além de nãodescansar o pé no pedal, é ne-cessário verificar periodicamen-te a folga entre a alavanca e acarcaça da caixa. Se estiver forada medida especificada, faça oajuste conforme o Manual doOperador.

Embreagem duplaNos tratores com embreagem dupla, para utilizar implementos acio-nados pela Tomada de Potência (TDP), inverta antes a posição do ba-tente do pedal da embreagem. Tire o pino, vire o batente e coloque-onovamente. Se após a inversão do batente ainda não for possível en-gatar a alavanca da TDP, faça a regulagem interna do segundo estágioda embreagem conforme o Manual do Operador. Faça o ajuste remo-vendo a tampa localizada na parte inferior do compartimento de em-breagem (capa seca). Se ainda assim não for possível, só então mexano comprimento do tirante ou no cabo da embreagem.

Embreagem HDPara aplicações pesadas,existe um componente op-cional chamado embrea-gem HD (Heavy Duty) emalguns modelos de tratores.Esse tipo só pode ser usadoem conjunto com a Tomadade Potência Independente(IPTO).

operador no pedal, de modo suficiente paravencer a forte pressão das molas sobre o pratode pressão principal.

Nos tratores com rolamento de contatopermanente, apesar de a embreagem parecerestar “enforcada”, não causa danos ao conjun-to porque o rolamento utilizado é próprio paraesse tipo de uso constante, similar ao do siste-ma utilizado na indústria automobilística.

Porém, se o operador descansar o pé sobre

Através das características dei-xadas nas peças danificadas, na

maioria dos casos, pode-se identificar acausa de falhas do sistema e/o de seuscomponentes:

• Pontos de superaquecimento naplaca de pressão:

Causa: A embreagem foi forçada apatinar por muito tempo; óleo ou graxasobre os revestimentos; e/ou folgas dorolamento da embreagem fora do espe-cificado pelo fabricante.

Resultante: Embreagem trepida e/oupatina.

• Sulcos e marcas de superaqueci-mento sobre a placa de pressão (placade pressão azulada):

Causa: Desgaste do revestimento;descanso do pé do operador no pedal;folga do rolamento fora do especifica-do; a embreagem não libera totalmenteo disco quando acionada.

Resultado: Embreagem patina.

TIPOS DE FALHAS

Gire o eixo do garfo no sentido horário, segure firme emova o pedal para baixo, até obter a folga ideal

Fotos Vilso Júnior Santi

Na adequação da folga da embreagem, primeirosolte o parafuso que prende o braço no eixo do garfo

Regulagemcerta

Regulagemcerta

O correto ajuste da embreagem é tarefa básica paragarantir maior vida útil ao conjunto mecânico. Veja

os principais pontos de regulagem e aprenda amelhor forma de executá-la

O correto ajuste da embreagem é tarefa básica paragarantir maior vida útil ao conjunto mecânico. Veja

os principais pontos de regulagem e aprenda amelhor forma de executá-la

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“O sistema de embreagem dos tratores varia conforme o modelo ebasicamente pode ser de rolamento de contato permanente ou com folga”

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o pedal da embreagem, os danos causados se-rão os mesmos. Com o pé descansado, cada vezque o trator balança no campo, o operador aca-ba acionando a embreagem de modo involun-tário. Por isso, atenção: mantenha sempre opedal 100% acoplado ou 100% sem pressão.Nada de ficar “mamando” na embreagem.

O sistema de embreagem dos tratores variaconforme o modelo e basicamente pode ser derolamento de contato permanente ou com fol-ga. Se, a partir do ponto de repouso, o pedalpossuir curso longo para cima, significa que édo tipo contato permanente.Quando ele é pi-sado, começa imediatamente o desacoplamen-to. Nesse caso, não é preciso ajustar a folga, masa altura pode ser regulada para facilitar a vidado operador. Nos pedais com acionamento atra-vés de cabo, solte o parafuso e desloque o su-porte até obter a altura desejada. Nos pedaiscom acionamento através de varão, solte a con-traporca e o varão e ajuste o comprimento.

A embreagem com folga no pedal pode seridentificada quando, para baixo, ele possuir umafolga, e, para cima, essa folga não existir. Se otrator for do tipo que tem embreagem com fol-

Quando estiver operando nor-malmente o trator, não fique

descansando o pé sobre o pedal da em-breagem, pois isso ocasiona o desgasteprematuro do disco, do platô, do vo-lante do motor e do rolamento desliga-dor. E, em conseqüência disso, o enfor-camento da embreagem.

DESCANSO DE PÉ

Fique atento com relação à fol-ga livre do pedal. Essa folga

tende a diminuir com o desgaste dodisco e deve ser revisada no máximoa cada 50 horas de trabalho. Façanova regulagem quando o valor atin-gir limites mínimos para cada mode-lo de trator.

FOLGA DO PEDAL

ga, lembre-se que, com o tempo, com o desgas-te natural do disco, ela vai diminuindo até de-saparecer e por isso precisa de ajuste periódico.A cada 50 horas de trabalho, você deve fazeruma avaliação e, se necessário, ajustar essa fol-ga. Para isso, solte primeiro o parafuso que pren-de o braço no eixo do garfo. Depois, gire comuma chave o eixo do garfo no sentido horárioaté “enforcar” a embreagem. Logo em seguida,segure firmemente o eixo com a chave e movalentamente o pedal para baixo até obter a folgarecomendada (entre o braço e a carcaça da cai-xa de câmbio), que você pode verificar com umcalibre de lâminas. Aperte firmemente a porcado parafuso de fixação do braço. E, por fim,ajuste o comprimento do tirante ou do cabo,de acordo com o necessário.

A folga recomendada varia conforme omodelo de trator. Desse modo, todas as infor-mações quanto ao sistema encontram-se maisbem detalhadas no Manual do Operador, queacompanha o trator e deve sempre ser consul-tado em caso de dúvidas.

No eixo dianteiro dos tratores 4x4, deve-se verificaro nível do óleo dos redutores finais a cada 250 horas

No sistema de embreagem, se a partir do ponto de repouso o pedal possuir um cursolongo para cima, significa que é do tipo contato permanente

No eixo dianteiro dos tratores 4x4, deve-se verificaro nível do óleo dos redutores finais a cada 250 horas

Para ajuste da altura de trabalho, nos pedais com acionamento através de varão, primeiro solte a contraporca e ovarão, depois ajuste o comprimento e reinstale o conjunto

Colaboração Cimma Ltda.

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Para orientar o operador na regulagem da semeadora, éinformado na embalagem das sementes o dosador maisrecomendado, conforme o índice de plantabilidade

Em sistemas de produção agrícola, a escolha adequada domaquiná-rio e de seus compo-

nentes é requisito básico para obter omáximo de rendimento na colheita degrãos. Resultados de pesquisas revelamque a desuniformidade de espaçamentoentre plantas na linha de semeadura podedeterminar perdas significativas de pro-dutividade de culturas como milho, gi-rassol e soja.

Os principais fatores que afetam a de-

posição de sementes no solo são: a máclassificação das sementes, a escolha in-correta do dosador, a alta velocidade detrabalho, a altura de queda das sementesapós a saída do dosador e o tipo, a posi-ção e o formato do tubo condutor de se-mentes.

Para orientar o operador na regula-gem da semeadora, empresas produtorasde sementes informam na embalagem odosador mais recomendado para o lotecomercializado. Essa informação é resul-

tado de testes denominados de “planta-bilidade”, os quais são realizados em ban-cada com deposição das sementes em es-teira rolante.

Já os fabricantes de máquinas seme-adoras e instituições de ensino e pesqui-sa utilizam tal bancada para estudos maiscomplexos, cujas condições e procedi-mentos de ensaios estão estabelecidos emNormas Técnicas, com objetivo de ava-liação de desempenho.

Em ambos os casos, a verificação doespaçamento entre sementes depositadasem esteira rolante é o principal parâme-tro avaliado, sendo um processo bastan-te trabalhoso e cansativo quando os da-dos são obtidos através de fita métricaou trena.

VERIFICAÇÃO AUTOMÁTICANesse contexto, alunos do curso de

Engenharia da Computação da Univer-sidade Estadual de Ponta Grossa (PR),sob orientação de professores da área deInformática e Agronomia, realizaram es-tudo de natureza exploratória para au-

PlantabilidadePlantabilidadeResultados de pesquisas revelam que a desuniformidade de espaçamento entre plantasna linha de semeadura pode determinar perdas significativas de produtividade dasculturas. Por isso, a busca de automação dos processos de mensuração de erros noplantio torna-se importante para uma maior eficiência na produção

Resultados de pesquisas revelam que a desuniformidade de espaçamento entre plantasna linha de semeadura pode determinar perdas significativas de produtividade dasculturas. Por isso, a busca de automação dos processos de mensuração de erros noplantio torna-se importante para uma maior eficiência na produção

agricultura de precisão

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Page 11: Maquinas 56

“A partir do filme, são extraídos quadros de imagens e identificados os espaçamentosentre sementes, através de um sistema de processamento de imagens”

tomatização da bancada, utilizando oprocessamento digital de imagens em mi-crocomputador IBM-PC ou compatível,através de um software denominadoSADS – Sistema de Análise de Distribui-ção de Sementes, desenvolvido em lin-guagem de programação Borland Delphi7. A Figura 1 exibe a tela inicial do SADS.

O ambiente em que foi desenvolvidoo trabalho foi composto de uma bancadaestacionária acionada por motor elétri-co, com unidade semeadora para a dis-tribuição de sementes em esteira rolanterevestida de feltro de cor preto, com ve-locidade controlada. A filmadora foi po-sicionada verticalmente na parte centralda esteira, com iluminação incidente. Emseguida o filme é gravado diretamente nomicrocomputador por meio de uma pla-ca de aquisição de vídeo. A partir do fil-me são extraídos quadros de imagens eidentificados os espaçamentos entre se-mentes, através de um sistema de pro-

cessamento de imagens. A Figura 2 ilus-tra esse processo.

O menu Imagem fornece duas funci-onalidades principais do SADS: Captu-ra/Extração e Tratamento. A funcionali-dade Captura/Extração permite capturarvídeos e extrair quadros deste, conformemostra a Figura 3. Uma vez seleciona-dos os quadros do filme, aplica-se a fun-cionalidade Tratamento, que utiliza téc-nicas de processamento de imagens paraobter os espaçamentos entre sementes ecuja tela é apresentada na Figura 4.

Os valores são transferidos para umsegundo software denominado ADL –Análise de Distribuição Longitudinal,que expressa os resultados em percentu-ais de espaçamentos duplos (ocorrênciade espaçamentos entre as sementes me-nores que 0,5 Xref), falhos (ocorrênciade espaçamentos entre as sementes mai-ores que 1,5 Xref) e aceitáveis (ocorrên-cia de espaçamentos entre as sementesdentro dos limites de 0,5 e 1,5 Xref), sen-do Xref o espaçamento-referência agro-nomicamente recomendado para uma de-terminada cultura, variedade ou cultivar,

Figura 1 - Tela inicila do Sistema de Análise deDistribuição de Sementes

Figuras 3 e 4 - SADS - Tela de captura de vídeo/extração de quadros e tratamento de imagens

Figura 2 - Fluxograma do ambiente

M

Rodrigo Yuiti Inoue,Alaine Margarete Guimarães,Altair Justino eLuciana Vilas Boas Wiecheteck,UEPG

ou espaçamento teórico de cada máqui-na obtido por cálculo ou indicação dofabricante. Também são fornecidos osvalores dos coeficientes de variação pre-conizados nas normas ABNT e ISO.

RESULTADOS OBTIDOSOs resultados obtidos mostraram-se

muito promissores, uma vez que os pro-blemas detectados foram devidos a irre-gularidades na iluminação das extremi-dades do campo de captura da filmadora(foram utilizadas luminárias domésti-cas), ocasionando o não reconhecimen-to de algumas sementes. Contudo, nocampo que possibilitou a melhor ilumi-nação para a captura da imagem, verifi-cou-se a leitura correta de espaçamentoentre sementes, inclusive para ocorrên-cias de espaçamentos duplos.

Os estudos terão continuidade comaquisição de equipamentos mais adequa-dos (filmadora e sistema de iluminação),após, o SADS será validado, em confron-to com os dados obtidos pelo método tra-dicional (espaçamento medido com fitamétrica ou trena).

Page 12: Maquinas 56

12 • Setembro 06

plantio direto

Acultura do feijão representa im-portante atividade agrícola noBrasil, principalmente quando se

leva em conta que essa leguminosa é produzidaprincipalmente por pequenos e médios agricul-tores.

Para a prática de uma agricultura sustentá-vel, são essenciais as técnicas de conservaçãodo solo e da água, pois a substituição de ecos-sistemas naturais por agroecossistemas provo-ca alterações nas características químicas, físi-cas e biológicas dos solos. Dessa forma, faz-senecessário estudar sistemas de preparo conser-vacionistas no sentido de minimizar os proble-mas ambientais decorrentes do uso agrícola edo manejo do solo. Em regiões com problemasde perdas de solo, uma alternativa encontradapara minimizá-las tem sido o emprego do plan-tio direto, com grande aceitação pelos produto-res.

Um dos entraves para adoção plena do plan-tio direto é a dificuldade de se obter semeado-ras-adubadoras versáteis e resistentes, que sir-

vam para culturas e solos distintos, abramo sulco removendo pouca terra e pa-lha, tenham penetração e controlede profundidade aceitáveis e dosa-gem adequada das sementes - fa-tores que garantiriam o sucesso da

exploração.Sabe-se que a uniformi-

dade de distribuição longi-tudinal de sementes é umadas características que maiscontribui para a obtenção deum estande adequado de

plantas e, conseqüente-mente, de boa produtivi-dade da cultura.

CONJUNTO AVALIADOCom a finalidade de

estudar alguns parâmetrosindicadores do desempenho do

conjunto trator-semeadora em plantio direto,utilizando diferentes mecanismos rompedoresdo solo e velocidades de trabalho, durante oprocesso de semeadura do feijão em um soloargiloso, este trabalho foi desenvolvido em con-

Semeadora-adubadora de plantio direto de feijão,modelo Seed-Max PC 2123, com três linhas de

plantio, espaçadas de meio em meio metro

Vilso Júnior Santi

Har

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Testadono feijãoTestadono feijão

A influência da velocidade de trabalho e dosmecanismos rompedores no plantio direto de

feijão foi avaliada, conferindo-se odesempenho de um conjunto trator +

semeadora-adubadora em condições de campo

A influência da velocidade de trabalho e dosmecanismos rompedores no plantio direto de

feijão foi avaliada, conferindo-se odesempenho de um conjunto trator +

semeadora-adubadora em condições de campo

Page 13: Maquinas 56

“Em regiões com problemas de perdas de solo, uma alternativa encontrada para minimizá-las tem sido o emprego do plantio direto, com grande aceitação pelos produtores”

No estudo, a velocidade de deslocamentonão influenciou na profundidade dedeposição de sementes

dições de campo, em área experimental daUniversidade Federal de Viçosa com a semea-dura sendo feita no mês de maio de 2004.

Utilizou-se como fonte de potência nos tes-tes experimentais um trator de pneus MasseyFerguson, modelo 265 4x2 TDA com potênciamáxima de 48 kW (61 cv) no motor a 2000rpm. Foi avaliada uma semeadora-adubadorade plantio direto para a cultura de feijão, mo-delo Seed-Max PC 2123, com três linhas deplantio, espaçadas de meio metro. A máquina émontada no sistema de engate de três pontos,apresenta mecanismos de simples funciona-mento e pequeno porte, sendo recomendadapara atender às necessidades de pequenas pro-priedades rurais. Para abertura do sulco, visan-

do à colocação de fertilizante, foram utilizadosdois mecanismos diferentes: haste sulcadora(facão) e disco duplo defasado.

As avaliações foram realizadas em um Ar-giloso Vermelho-Amarelo. Antes dos testes coma semeadora foi feita a caracterização física dosolo, apresentada na Tabela 1, onde se determi-nou a média da resistência à penetração, dadensidade e do teor de água.

O solo apresentava uma percentagem decobertura vegetal de 100% e uma quantidademédia de matéria seca sobre a superfície de 5,83t/ha1.

Cada parcela experimental foi constituídade uma área de 67,5 m2, sendo de 25 metros decomprimento por 2,7 metros de largura. A área

foi previamente dessecada com herbicida.Antes da realização dos testes, a semeado-

ra-adubadora foi regulada visando o plantio defeijão, variedade uirapuru, com espaçamentode 0,5 m entre linhas, dez sementes por metro(equivalente a 200 mil sementes por hectare) eprofundidade de plantio próxima de 4 cm.

Os tratamentos utilizados foram os cons-

CaracterísticaResistência à penetração

Densidade do soloTeor de água

Valor1,62 MPa

1,11 kg/dm3

44,51%

Tabela 1 - Caracterização física do solo

Tratamento

T1T2T3T4T5T6

Velocidade dedeslocamento (km/h)

3,55,06,03,55,06,0

Mecanismosulcador

DiscoDiscoDiscoFacãoFacãoFacão

Tabela 2 – Tratamentos utilizados

John Deere

Page 14: Maquinas 56

14 • Setembro 06

Haroldo Carlos Fernandes

tantes na Tabela 2.Para a avaliação da influência da velocida-

de de deslocamento e do mecanismo de aber-tura do sulco no desempenho operacional dasemeadora, os seguintes parâmetros foram to-mados: patinagem do rodado do trator, consu-mo de combustível, uniformidade de distribui-ção longitudinal de sementes, profundidade desemeadura e percentagem e índice de velocida-de de emergência de plântulas.

PROFUNDIDADE DE SEMEADURAO disco duplo proporcionou uma semea-

dura mais profunda (5,18 cm) do que o facão(3,59 cm). Já a velocidade de deslocamento nãoinfluenciou na profundidade de deposição desementes, ou seja, nas diferentes velocidadesde trabalho a profundidade de semeadura foipraticamente igual.

PATINAGEM DO TRATORPara ambos os mecanismos sulcadores, a

velocidade de 3,5 km/h foi a que apresentou osmenores valores de patinagem.

O mecanismo sulcador tipo disco duploapresentou valor médio de patinagem maiordo que o mecanismo tipo facão nas três velo-cidades. Provavelmente, isso foi devido à mai-or profundidade de deposição das sementesneste tipo de sulcador.

Os valores da patinagem apresentaram-se inferiores ao intervalo de 7 a 10% reco-mendado pela ASAE (1989), para operar coma máxima eficiência de tração em solos nãomobilizados; isso pode ser devido ao fato dea potência disponível no trator estar bemacima da demanda apresentada pela semea-dora.

CONSUMO DE COMBUSTÍVELCom o aumento da velocidade, o consumo

de combustível aumentou, e dentro de cadavelocidade o mecanismo de abertura do sulcotipo disco duplo demandou maior consumo decombustível.

Esse maior consumo observado no meca-nismo sulcador tipo disco pode ser devido à

maior profundidade de deposição das semen-tes observada neste mecanismo, pois na maiorprofundidade exige-se maior potência e conse-qüentemente um maior consumo de combus-tível do trator.

VELOCIDADE DE EMERGÊNCIAAs diferentes velocidades não interferiram

no índice de velocidade de emergência. Entre-tanto, com o mecanismo sulcador tipo facãoobteve-se índice de velocidade de emergênciamaior.

Provavelmente, essa diferença seja devida àmaior profundidade de deposição das semen-tes obtida no mecanismo tipo disco duplo, e aalta umidade do solo (44,51 %) fez com que odisco abrisse apenas uma fenda no solo, mobi-lizando-se assim um menor volume de solo que,por conseqüência, diminuiu a velocidade deemergência.

PERCENTAGEM DE EMERGÊNCIAO índice de velocidade de emergência foi

maior para o mecanismo sulcador tipo facão, apercentagem de emergência também foi maiorneste mecanismo independente da velocidadede trabalho.

Observou-se também que com o aumentoda velocidade a percentagem de emergênciadiminuiu.

No plantio direto de feijão a velocidade de avançodo trator não influenciou a profundidade desemeadura

DISTRIBUIÇÃO DAS SEMENTESA uniformidade de distribuição longitudi-

nal de sementes não apresentou diferença en-tre os tratamentos para a percentagem de espa-çamentos duplos, falhas e espaçamentos acei-táveis. Em média a semeadora apresentou56,5% de espaçamentos aceitáveis, 25% de fa-lhas e 18,5% de sementes duplas.

RESULTADOS FINAISDe acordo com os resultados obtidos e nas

condições avaliadas, pode-se concluir que:• O uso do mecanismo sulcador tipo disco

duplo acarretou um maior valor médio de pati-nagem da roda motriz do trator;

• O aumento da velocidade de trabalhoaumentou o valor médio de patinagem da rodamotriz do trator;

• O uso do mecanismo sulcador tipo discoduplo propiciou uma maior profundidade mé-dia de semeadura e um maior consumo horá-rio de combustível;

• A velocidade de avanço do trator não in-fluenciou a profundidade de semeadura;

• O mecanismo sulcador tipo facão apre-sentou maior percentagem de emergência deplantas;

• A velocidade de trabalho não interferiuno índice de velocidade de emergência;

• O uso do mecanismo sulcador tipo facãopropiciou um maior índice de velocidade deemergência;

• A velocidade de avanço e o mecanismode abertura não influenciaram a distribuiçãolongitudinal de sementes. De maneira geral, asemeadora avaliada apresentou um desempe-nho regular quanto à uniformidade de distri-buição de sementes.

Arlindo José Camilo eHaroldo Carlos Fernandes,UFV

Haroldo e Arlindo apresentamresultados acerca do plantio direto

nas lavouras de feijão

Mecanismos sulcadoresavaliados no conjunto: disco

duplo (E) e facão (D)

M

Divulgação

Valtr

a

Page 15: Maquinas 56

seminário

Setembro 06 • 15

Aindústria brasileira de máquinase implementos agrícolas é reco-nhecidamente uma das mais im-

portantes do mundo em volume de produ-ção e em desenvolvimento de inovações quegarantem competitividade diante de umaacirrada concorrência. Para tanto, no agro-negócio, mesmo em meio a momentos difí-ceis como o atual, é necessário estar à fren-te dos debates que analisam processos, mer-cados e oportunidades. Esse foi o objetivoprincipal do primeiro Seminário de Tecno-logia de Máquinas e Implementos Agríco-las, que ocorreu no final de agosto, no Salãode Convenções da Fiergs, em Porto Alegre.

O evento, fruto da parceria do IGEA (Ins-tituto Gaúcho de Estudos Automotivos) e daSAE Brasil (Sociedade de Engenheiros daMobilidade) - Seção Porto Alegre – contou,dentre outros, com o apoio do Grupo Culti-var de Publicações e envolveu profissionaisda cadeia produtiva nacional que tiveram apossibilidade de agregar conhecimento eampliar ainda mais suas qualificações.

Na programação o Seminário contem-plou temas da atualidade que representamos principais desafios do setor, como porexemplo, a inserção da indústria brasileirade máquinas e implementos agrícolas nomercado global; as perspectivas do agrone-

gócio; os avanços na tecnologia de tração etransmissão; os novos caminhos da agricul-tura de precisão e da eletrônica embarcada;a implementação do biodiesel frente aosdesafios de buscar novas fontes de energia;e a liberação de recursos para a renovaçãoda frota de máquinas e equipamentos agrí-colas.

O momento que vive o setor evidencia,dentre outras, a necessidade de se continu-ar investindo em máquinas e implementosagrícolas cada vez mais produtivos, a fim deresgatar ou até mesmo superar os índicesprodutivos já alcançados pela agriculturabrasileira. Para tanto, a informação sobre ocenário agrícola e as novas tecnologias tor-na-se fundamental.

Além de ser o maior produtor de má-quinas e implementos agrícolas do Brasil, oRio Grande do Sul possui grande potencialna área de inovação e desenvolvimento deprodutos, o que contribui significativamentepara que a indústria brasileira desse setorseja uma das mais importantes do mundo.

Diante dessa realidade e do crescentedesenvolvimento de novas tecnologias, oprimeiro Seminário de Tecnologia de Má-quinas e Implementos Agrícolas ambicionatornar-se um acontecimento de caráter na-cional e permanente. Também, ser reconhe-

cido como um fórum de discussões e inter-câmbios tecnológicos, além de contribuir naprogressiva capacitação da indústria brasi-leira nesse setor com vistas à competiçãomundial.

Oagronegócio no Brasil já foi res-ponsável por 37% dos empre-

gos, 87% do saldo da balança comercial e30% do PIB brasileiro. Para se ter idéiadesse sucesso, é só lembrarmos que oMato Grosso, maior produtor de grãos dopaís, chegou a alcançar uma produtivida-de média de 16% acima de Illinois (EUA)e de 21% acima de Córdoba (Argentina).Porém, desde junho de 2004, o segmen-to sofreu uma queda no faturamento emtorno de 63%.

Segundo os especialistas, os princi-pais fatores que colaboraram para essecenário foram as cotações das commodi-ties agrícolas no exterior, a seca em al-guns estados brasileiros e, principalmen-te, a desvalorização do dólar frente ao real,somados à manutenção dos juros em pa-tamares elevadíssimos.

ESFORÇOS PROPAGADOS

Tecnologia aplicadaTecnologia aplicada

Os principais desafios do setor de máquinas e implementos agrícolasestiveram em foco em seminário de tecnologia, no Rio Grande do Sul

Fabiano Dallmeyer

Os principais desafios do setor de máquinas e implementos agrícolasestiveram em foco em seminário de tecnologia, no Rio Grande do Sul

Page 16: Maquinas 56

plantadoras

16 • Setembro 06

No Brasil mais de 50% das áre-as cultivadas estão sob o siste-ma plantio direto (SPD), em tor-

no de 23 milhões de hectares. No início do SPD,seu ideal era controlar a erosão que crescia naregião do Sul do Brasil, idealizado por agricul-tores e difundido pelo antigo Clube da Minho-ca e pelos Amigos da Terra.

A idéia de que o SPD controla apenas aerosão cresceu, e hoje esse sistema é utiliza-do para melhorar a estrutura e aumentar aconcentração de matéria orgânica no solo,diminuir o impacto da chuva pelo uso deculturas de cobertura e diminuir a incidên-cia de pragas e doenças. O fato é que o SPDexpandiu, chegando a todas as regiões pro-dutoras do Brasil.

Um dos problemas que ocorre no SPD éque sua manutenção ao longo dos anos é pre-judicada, porém, isso ocorre quando da intro-dução errada do sistema na área. Para se come-çar bem o SPD, necessita-se observar algunscuidados, como: escolha das melhores áreas parasua implantação, rotação de culturas com plan-tas de cobertura adaptadas a cada região, pro-cesso de revolvimento do solo apenas na fileira

de semeadura e manejo integrado de pragas edoenças, entre outros.

As dificuldades para a adoção do sistemaainda existem, mesmo com a grande evoluçãotecnológica dos últimos anos, e dentre elas po-demos citar: a falta de cobertura vegetal no solo,compactação superficial, aumento de potênciaexigida pela semeadora e alguns problemas comos rompedores de solo (haste sulcadora) e o aca-bamento da semeadura (aterradores e rodascompactadoras).

MÁQUINAS DE PRECISÃOO grande sucesso do SPD deve-se em gran-

de parte à evolução com relação às semeado-ras-adubadoras de precisão. Essas máquinaspossuíam problemas de embuchamento, aber-tura de sulco e mesmo acabamento da semea-dura; hoje se consegue minimizá-los com asdiversas opções de semeadoras existentes nomercado.

Analisando morfologicamente as semeado-ras-adubadoras de precisão para o SPD, pode-mos identificar seus componentes na seguinteordem: disco de corte para palhada, haste sul-cadora de deposição de adubo, roda aterradora,disco duplo desencontrado para deposição desemente, discos aterradores e roda compacta-dora. Essa seqüência pode ser modificada emfunção dos diversos fabricantes de máquinas.

DISCOS DE CORTEOs discos de corte (Figura 1) têm por fun-

ção cortar a palha de maneira precisa, para queos mecanismos rompedores de solo não arras-tem a palha, provocando embuchamento. Essaoperação não é 100% eficiente na maioria doscasos; assim algumas características das seme-

Figura 1 - Conjunto disco de corte,haste sulcadora e roda de controle

de profundidade do adubo

O grande sucesso do plantio direto deve-se em grande parte à evolução dassemeadoras-adubadoras de precisão. Essas máquinas possuíam problemas deembuchamento, abertura de sulco e até mesmo de acabamento da semeadura.

Hoje, consegue-se minimizar essas falhas com as diversas opções deequipamentos existentes no mercado

O grande sucesso do plantio direto deve-se em grande parte à evolução dassemeadoras-adubadoras de precisão. Essas máquinas possuíam problemas deembuchamento, abertura de sulco e até mesmo de acabamento da semeadura.

Hoje, consegue-se minimizar essas falhas com as diversas opções deequipamentos existentes no mercado

Fabiano Dallmeyer

Direto e precisoDireto e preciso

Page 17: Maquinas 56

“Em alguns casos, pode-se optar por semeadoras que possuam roda de ferrocom garras que retiram a palha enroscada principalmente na haste”

Com relação ao preparo do solo,para iniciar o SPD, é necessário

proceder à adequação da área, fazendo-se aração, quando necessária, e gradagensou escarificação. Outro ponto a ser ob-servado é a subssolagem para remoção,quando houver, de camadas compacta-das.

Poderíamos citar também algunscuidados com o terreno para a implan-tação do SPD: verificar a fertilidade dosolo e realizar aplicação de calcário egesso, para eliminar a acidez e diminuiro alumínio tóxico em profundidade; re-mover as camadas compactadas; esta-belecer na área terraços de base largapara posterior semeadura em sua es-trutura e fazer a semeadura inicial comculturas que propiciem formação depalhada, além de nunca iniciar com cul-turas de produção, como soja ou mi-lho, assim devendo-se escolher o perí-odo de inverno para tal.

IMPLANTAÇÃO DO SPD

Figura 2 - Semeadora-adubadora de precisão com

carrinhos em ziguezague

Setembro 06 • 17

adoras são fundamentais: estrutura alta, parapermitir que a palha ou plantas de coberturapassem sob ela e não haja partes que possibili-tem à palha agregar-se à máquina, e carrinhosem ziguezague (Figura 2). Em alguns casos,pode-se optar por semeadoras que possuamroda de ferro com garras que retiram a palhaenroscada principalmente na haste.

Para aumentar o poder de corte do disco,pode-se aumentar seu diâmetro, que normal-mente é de 18”, e regular a mola que exercepressão sobre este. Porém, muitas vezes, o ex-cesso de pressão faz com que o disco apenasempurre a palha para dentro do solo, não pro-porcionando o corte eficiente.

Outra maneira pode ser escolher outro tipode disco de corte. Existem vários à disposiçãono mercado: liso, recortado e/ou ondulado.Mahl (2006) concluiu que o disco de corte re-cortado, associado ao sulcador disco duplo, per-mitiu a manutenção de mais 2,6% de cobertu-ra do solo. Enquanto que semeadoras com has-te, o disco recortado apresentou a menor per-manência de palha, o que pode estar associadoà distância da haste ao disco de corte.

Uma característica que vem sendo obser-vada nas máquinas é a distância entre o discode corte e a haste sulcadora, que normalmentenão pode ser menor do que dez centímetros e

maior do que trinta centímetros; quando de-masiadamente perto, pode ocorrer de o disconão cortar a palha, isso é devido ao fato de ahaste sulcadora desagregar o solo não somentepara as laterais, mas também para frente (Fi-gura 3), assim, o solo desagregado não ofereceresistência ao corte do disco.

HASTES SULCADORASO próximo componente da semeadora-adu-

badora é a haste sulcadora (Figura 4), que tempor função sulcar o solo para colocação de adu-bo, porém, em alguns casos remove camadascompactadas superficiais e prepara o solo parareceber a semente.

Existe muita discussão quanto à utilizaçãoda haste sulcadora ou do disco duplo para adeposição de adubo, de modo geral as hastesdevem ser usadas em solos que oferecem maiorresistência, deve-se levar em conta a localiza-ção do adubo em relação à semente, o que po-deria prejudicar a germinação e a emergênciadas plântulas.

Normalmente as hastes sulcadoras deman-dam de 50 a 60% da potência exigida pela má-quina, que normalmente varia de 9 cv/haste,para máquinas com média de 350 kg/fileira, ede 12 cv/haste, para máquinas com média de700 kg/fileira. Existem no mercado inúmerostipos de hastes, sendo observado por diversos

pesquisadores que as hastes com ângulo de ata-que entre 20 e 25º proporcionam menor exi-gência de potência, chegando a exigir até me-nos do que os discos duplos.

Outras características da ponteira são: lar-gura entre 20 e 25 mm, espessura de dez a 15mm e a relação H/L (altura/comprimento daponteira). Essa relação, quando se apresentadentro do intervalo de 0,6 a 0,8, é consideradaótima. Uma observação importante se faz emrelação à curvatura da haste: hastes retas explo-dem o solo fazendo com que os torrões sejamlançados para frente, enquanto que hastes commaior curvatura, parabólicas, rompem o solona sua forma natural de baixo para cima semocorrer lançamento de torrões, isso reforça oque foi dito sobre a distância entre discos decorte e haste.

O aumento da profundidade da haste sul-cadora acarreta em aumento da área mobiliza-da, exigindo mais do trator, o que conseqüen-temente aumenta o consumo de combustível.O controle da profundidade da haste pode serrealizado por parafusos, ou por roda de contro-le de profundidade. Em solo argiloso, este podeacabar aderindo à roda, diminuindo conseqüen-

Figura 4 - Haste sulcadoracomponente das semeadoras-

adubadoras

Fotos Rouverson Pereira da Silva

Figura 3 - Ângulo de ruptura do solo: lateral e frontal da haste

Page 18: Maquinas 56

18 • Setembro 06

temente a profundidade do adubo. Isso podeocorrer tamb para as sementes.

RODAS ATERRADORASAlgumas semeadoras têm por função fe-

char o sulco do adubo e possuem a roda ater-radora logo depois da haste sulcadora, pois emalguns solos não ocorre o fechamento, poden-do haver contato do adubo com a semente,causando problemas de germinação desta.

DISCOS PARA SEMENTEOs discos duplos desencontrados para se-

mente (Figura 5) apresentam a função de cortee abertura do sulco para a deposição da se-mente, procedendo em alguns casos tambémao corte da palha. A abertura entre os doisdiscos, normalmente, é de dois a três centí-metros, com valores acima do recomendadoocorre mobilização excessiva do solo, poden-do formar espelhamento lateral. As rodas decontrole de profundidade são úteis para man-ter a uniformidade da profundidade.

DISCOS ATERRADORESPresentes em algumas máquinas, os dis-

cos aterradores, normalmente com diâmetrode onze polegadas, recolocam o solo e a palhasobre o sulco de semeadura. Surgiu há algumtempo a idéia da semeadura invisível, na qualteoricamente não seria observada nenhumadiferença na superfície do solo após a semea-

Figura 5 - Disco duplodesencontrado para deposição

da semente

dura. De modo geral as semeadoras-aduba-doras de precisão diminuem a quantidade depalha sobre o solo, variando de 10 a 30%, con-seqüência do enterramento ou amontoamen-to da palha.

RODAS COMPACTADORASAs rodas compactadoras podem pressio-

nar o solo sobre ou lateralmente a sementepara eliminar possíveis bolsões de ar que seformam ao redor desta e promover maior con-tato solo-semente. As semeadoras-adubado-ras possuem sistema que condiciona a pres-são da roda; de modo geral, as maiores pres-sões podem prejudicar a semente, aumentan-do o tempo de emergência, e menores pres-sões podem prejudicar a transferência de ca-lor e água para a semente.

Quanto à forma da roda compactadora,existem diversas no mercado e podem ser es-colhidas de acordo com a necessidade do pro-dutor. As mais usuais são as rodas em “V”,que pressionam lateralmente o solo, mas dei-xam-no com ondulações (Figura 6) e, quando

se tem de fazer pulverizações no sentido trans-versal, diminuem a estabilidade nas barras dospulverizadores.

Outro tipo de roda compactadora é a deborracha com ranhuras, ela faz a compacta-ção sobre a fileira de semeadura, e suas ra-nhuras evitam a formação de selamento su-perficial do solo. Algumas rodas possuem sul-co central e ranhuras nas extremidades (Figu-ra 7), apresentam as características mais apro-priadas, por não pressionarem diretamente asemente e quebrarem o selamento superficial.

Os maiores problemas das semeadoras es-tão nas partes em contato com o solo, vistoque as outras partes já apresentam bastantetecnologia. Podemos citar os exemplos dos me-canismos de distribuição de adubo e sementee a grande capacidade de autonomia de algu-mas máquinas.

DISTRIBUIDORES DE ADUBOO mecanismo de distribuição de adubo

pode ser de rosca sem fim ou de disco denta-do, os mais usuais no Brasil. Esses mecanis-mos conseguem distribuir de forma apropria-da a quantidade de adubo em uma ampla fai-xa, basta que se faça a correta regulagem domecanismo ou modifique-se o helicóide, nocaso do mecanismo de rosca sem fim (Figura8).

DISTRIBUIDORES DE SEMENTESOs mecanismos de distribuição de semen-

tes consagrados são: o mecanismo pneumáti-co (Figura 9) e o disco horizontal (Figura 10).

Figura 7 - Rodascompactadoras utilizadas em

semeadora-adubadora

Figura 8 - Helicóides dediferentes passos utilizadas

em plantadoras

Figura 9 - Mecanismo pneumático eFigura 10 - Disco horizontaldistribuidores de sementes

Page 19: Maquinas 56

“Os maiores problemas das semeadoras estão nas partes em contato com osolo, visto que as outras partes já apresentam bastante tecnologia”

M

Ambos são eficientes, mas o mecanismo dedisco horizontal (mecânico) trabalha commenor velocidade, sendo recomendado até 8km/h, enquanto que o mecanismo pneumáti-co pode, em determinados casos, trabalhar até11 km/h.

O mecanismo de disco horizontal não deveultrapassar a velocidade de 15 cm/s, pois po-

Figura 11 - O tamanho dos depósitosde sementes é importante para

autonomia das máquinas

dem ocorrer falhas no enchimento do disco,diminuindo o estande de plantas. Em diver-sos ensaios de semeadura, observa-se que asemente movimenta-se quando sai do tubocondutor até o solo, pois existe velocidade nosentido de deslocamento da máquina, assimos espaçamentos entre as plantas não são to-dos iguais, e, de modo geral, quando ocorremenos de 30% de variação desses espaçamen-tos, a semeadura pode ser considerada de óti-ma qualidade.

AUTONOMIA DAS SEMEADORASOutro fator importante é a autonomia da

máquina, ou seja, o tamanho dos depósitos

Jorge, Rouverson e Carlos abordam aevolução das semeadoras de precisão

no plantio direto

Jorge Wilson Cortez,Carlos Eduardo Angeli Furlani eRouverson Pereira da Silva,Unesp

Fotos Rouverson Pereira da Silva

de adubo e semente (Figura 11), pois estesestão diretamente relacionados à capacidadede campo operacional (ha/h), caso haja mui-tas paradas para reabastecimento, sua eficiên-cia diminui. Autonomia recomendável deveestar próxima de 10 km ou 3,2 ha.

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20 • Setembro 06

símbolos

Os silos verticais são de grandeimportância mundial para o ar-mazenamento de produtos

agrícolas e industriais. São estruturas queapresentam um alto índice de ruínas prin-cipalmente devido ao desconhecimento dasações que o solicitam. As principais açõesque atuam sobre o silo são causadas peloproduto armazenado, sendo afetadas poroperações como: carregamento (enchimen-to), armazenamento (estocagem) e descar-ga (esvaziamento), que ocorrem ao longode toda a vida útil da estrutura. No quediz respeito à segurança das estruturas, avariabilidade das ações e da resistência sãofatores determinantes para projetos estru-turais seguros e econômicos.

Uma constatação evidente é o desco-

nhecimento do índice de segurança des-sas estruturas, pois a variabilidade daspressões é desconhecida para os diversosprodutos armazenados e condições deoperações utilizadas na armazenagem bra-sileira.

TAXA DE FALHASEmbora cada projeto tenha suas pecu-

liaridades, existem certas fases que são co-muns a todos eles, como:

• Vida útil esperada;• Ações;• Exigências de desempenho.Em todas as estruturas projetadas é es-

perada uma vida útil dentro da finalidadee das condições nasquais foram empre-gadas. A curva ba-thtub, mostrada naFigura 1, é usadapara descrevera taxa de fa-lhas paramuitos com-ponentes daengenharia.Essa curva é resul-tado de três tiposde falhas: (1) qua-lidade, (2) sobre-cargas e (3) des-gaste.

No período

inicial têm-se as chamadasfalhas prematuras, ondeo sistema estruturalapresenta um elevadonúmero de falhas devi-do aos erros geral-mente de execu-ção. Essas falhassão decorrentesde componentesque foram colo-cados em opera-ção, mas que es-tão fora das especifica-ções. Assim, essa regiãotem como ponto centrala qualidade do produ-to, ou seja, a gestão daqualidade é que atuasobre a intensidade dataxa de falhas.

No período inter-mediário a taxa de

Confiabilidadeestrutural

Em silos verticais a possibilidade de falha está diretamente ligada à variabilidadedos produtos ensilados. Desse modo, a escolha da estrutura de armazenagem deve

considerar sempre uma probabilidade de ruína compatível com a aplicação e onúmero de operações esperadas durante a vida útil

silos

Page 21: Maquinas 56

“Em princípio, a probabilidade de falhas deve ser considerada para todos os riscos possíveis, incluindo a presença de cargas externas, baixa qualidade dos materiais e também de erros grosseiros”

Setembro 06 • 21

Nos silos em geral, esses ris-cos estão geralmente associ-

ados a diversos fatores, como:• Propriedades intrínsecas do pro-

duto armazenado;• Geometria;• Operações (com o produto);• Causas naturais (vento, terremo-

tos etc.).

RISCOS POSSÍVEIS

trutura, onde a taxa de falhas é denomina-da de taxa média de falhas, Tm.

Já, para o período final, as falhas sãoobservadas por problemas de manutençãoe degradação da estrutura, devido aos fa-tores climáticos e à mudança de utilização,entre outros.

CONFIABILIDADE ESTRUTURALUm dos principais objetivos do projeto

de engenharia é a garantia de desempenhodo sistema e de bom funcionamento comestão implícitos os riscos e as incertezas,conduzindo a um problema com caráterprobabilístico e não apenas determinístico.

Em princípio, a probabilidade de falhadeve ser considerada para todos os riscospossíveis, incluindo a presença de cargasexternas, baixa qualidade dos materiais etambém de erros grosseiros.

Os carregamentos em silos, devido aosprodutos armazenados, são afetados pelanatureza aleatória das variáveis envolvidase têm sido estudados com bastante fre-qüência na literatura internacional. Umacaracterística importante na análise de con-fiabilidade é o tratamento das ações e dasresistências como distribuições de proba-bilidades.

Esse conceito está sendo utilizado nasnovas normas de ações e de dimensiona-mento e conduz a níveis satisfatórios desegurança. É importante lembrar que aspressões variam no espaço e no tempo eque os silos são uma das estruturas queapresentam o maior número de ruínas nomundo.

A BS 4778:1991 define que a confiabi-lidade é a capacidade de um item desem-penhar satisfatoriamente a função reque-rida, sob condições de operação estabele-

falhas tem um comportamento que é pra-ticamente constante, assumindo um valormínimo. Nesse período as falhas ocorremde uma maneira totalmente aleatória (fa-lhas por chance), como conseqüência desobrecargas eventuais que o sistema sofre.O valor da taxa de falhas depende aqui dadistância relativa entre os níveis de solici-tação e de resistência do sistema. Isso estárelacionado com o grau de segurança ad-mitido no projeto do sistema. Essa regiãocorresponde ao período de vida útil da es-

cidas, por um período de tempo determi-nado.

Para problemas onde o tempo é invari-ável no processo, isto é, se R(t)=R e S(t)=S, e ambas R e S são variáveis aleatórias, oproblema da estimativa da segurança é re-duzida à clássica teoria da confiabilidadeestrutural.

A probabilidade de falha pode ser ex-pressa (Figura 2) como a convolução dadapela expressão para o caso da comparaçãoR (resistência) e S (solicitação), quandoestas são consideradas variáveis aleatóriasindependentes e invariáveis com o tempo.

Pƒ = P (R – S ≤ 0) = ∫∫ ƒRS (r,s) drds Ω

Onde:ƒRS é a distribuição densidade conjun-

ta bivariada de R e S. Entretanto, se as va-riáveis são independentes, ƒRS = ƒR . ƒS.

A confiabilidade também pode ser ex-pressa através do índice de confiabilidadeβ, obtido para cada conjunto de distribui-ção, e é relacionada com a probabilidadede falha Pƒ.

A identificação das incertezas no pro-cesso é um importante fator para a deter-minação da confiabilidade estrutural. Aidentificação das incertezas em sistemascomplexos não é uma tarefa fácil.

RISCOS PRESENTESOs riscos estão presentes em todas as

atividades da vida humana. Assim, para aadoção de índices de segurança compatí-

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Figura 1 – Curva típica da taxa de falhas em função do tempo (“Bathtub”) Figura 2 – Região para a determinação daprobabilidade de falha

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22 • Setembro 06

É importante a escolha de silos que possuam probabi-lidade de ruína compatível com sua aplicação, con-

forme o número de operações em sua vida útil

veis com os riscos inerentes da estrutura,recorre-se a uma análise comparativa dediversas áreas da sociedade, conforme apre-sentado na Tabela 1.

Os riscos podem ser classificados pelasua conseqüência e pelo seu nível de im-portância, segundo a JCSS (2000):

Classe 1 (pequenas conseqüências):Risco econômico e de vida são pequenos(estruturas agrícolas, silos de fazendas emastros);

Classe 2 (conseqüências moderadas):Risco de vida médio e econômico conside-ráveis (escritórios, residências, apartamen-tos e silos industriais);

Classe 3 (grandes conseqüências): Ris-

co de vida e econômico consideráveis (pon-tes, teatros, hospitais, edifícios altos).

A Tabela 2 mostra que quanto mais altoé o valor do índice de confiabilidade β me-nor é a probabilidade de falha da estrutura eseu valor está associado à classe de risco àqual a estrutura estará submetida em proje-to.

ESTUDO DE CASOPara exemplificar e ilustrar a importân-

cia da estimativa de confiabilidade no dimen-sionamento de silos, foram realizadas simu-lações para um silo exemplo. Essas simula-ções têm distribuições gaussianas para asações e resistências, calculando-se somentea confiabilidade devido ao modo de rupturapor tração das chapas laterais corrugadas coma ação das pressões horizontais. Foram ado-tados, para o mesmo tipo de produto, dife-rentes parâmetros para mostrar a influênciana probabilidade de falha devido à variabili-dade nas características do produto.

Foi utilizado um silo baixo de fundo pla-no de relação H / D < 1,5, e adotadas algu-mas sugestões para o cálculo de pressões ho-rizontais. O dimensionamento foi elaboradosegundo as recomendações de combinaçõespara pressões com coeficientes de sobrepres-sões.

Pode-se visualizar na Figura 3 que a pro-babilidade de falha diminui à medida que ocoeficiente de variação diminui, porém, naforma logarítmica. Neste trabalho o coefici-ente de variação foi modificado por interva-los igualmente espaçados para os dois parâ-metros - ângulo de atrito interno (φi) e pesoespecifico (γ) do produto. Já para a simula-

ção da variabilidade de resistência, o coefici-ente de variação da tensão de escoamento doaço foi mantida constante. Esse procedimen-to foi utilizado para demonstrar a importân-cia no conhecimento da variabilidade naspropriedades físicas dos produtos armazena-dos.

As simulações mostraram que a probabi-lidade de ruína está diretamente ligada à va-riabilidade dos produtos ensilados, comomostrado na Figura 3. Nessas condições ficaclara a necessidade de realização de ensaiospara a caracterização das propriedades físi-cas dos produtos armazenados para a esti-mativa do COV para os principais parâme-tros.

É possível visualizar que, para o exemploestudado, os índices de confiabilidade fica-ram abaixo dos recomendados pelo EURO-CODE 1 PrEN 1990:2001, conforme mos-trado na Tabela 2, que para este caso seria deno mínimo de β = 4,2 (Pf = 1,3 . 10-6), poisa análise foi feita com um período de um ano.

Uma observação importante diz respeitoescolha de silos que possuam probabilidadede ruína compatível com sua aplicação, con-forme o número de operações esperadas emsua vida útil, como por exemplo: industriais,semi-industriais e agrícolas (fazendas). As-sim, a probabilidade de falha pode ser dife-renciada conforme a freqüência de operaçõesesperadas em sua vida útil de operação.

Andrés B. Cheung eCarlito Calil Jr,USPGiovano Palma,FAG

M

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Tabela 1 – Taxa de mortes em várias atividades dasociedade, (MACGREGOR, 1976)

Tabela 2 – Índices de confiabilidade (b) recomendados pelaEurocode 1 PrEN 1990:2001, segundo as classes de risco

Figura 3 – Probabilidade de falha em função davariabilidade da propriedade dos produtosarmazenados

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Setembro 06 • 23

Colheita eficienteAlém das características de fabricação, fatores como manutenção e

logística de apoio à colheita são importantes para aumentar a eficiênciadas colhedoras e, conseqüentemente, reduzir o custo final de produção

Na hora de comprar uma colhe-dora, o produtor sempre ques-tiona: Qual o modelo que co-

lhe mais por dia? O problema é que essaquestão não pode ser respondida tão facil-mente. Seriam necessários diversos testespráticos com diferentes máquinas colhen-do na mesma condição de terreno, em la-vouras de igual produtividade e mesma va-riedade de planta etc. Além disso, seria ne-cessário trocar os operadores, visto que es-tes têm uma responsabilidade muito gran-de no rendimento final da colhedora.

Talvez o mais adequado fosse pergun-tar: Quais os modelos de colhedora queatendem à necessidade da minha lavoura?Essa pergunta sempre vai ter mais de umaresposta, e, neste caso, o produtor só preci-sa escolher o modelo ou marca que mais lheagrada, a melhor condição comercial, a re-venda mais capacitada ou o modelo queapresentar o melhor equilíbrio entre todos

esses fatores.Mas como saber se uma colhedora vai

atender às necessidades de uma determina-da lavoura? A resposta para essa pergunta

exige uma avaliação criteriosa de diversosfatores, dentre os quais a velocidade de co-lheita, a largura de corte e, principalmente,a eficiência da colheita.

eficiência

Massey Ferguson

Em uma colheita ideal, a produtividade da lavoura, a largura de corte e a velocidade da colhedora já nos diriamquanto colhe por hora um determinado modelo

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24 • Setembro 06

Outros pontos que influenciamna eficiência são, na verdade,

decisões gerenciais do administradorda lavoura:

• A colocação de caminhões ou re-boques graneleiros para descarga sem-pre próximos à frente de colheita re-duz o período de deslocamento dacolhedora para descarga;

• A opção pela descarga em movi-mento (sempre que possível) represen-ta eliminação de diversas paradas, masexige um bom acerto entre os opera-dores do trator e da colhedora.

DECISÕES GERENCIAIS

60 min

EFICIÊNCIA DE COLHEITAEm uma colheita ideal, somente a pro-

dutividade da lavoura, a largura de corte e avelocidade da colhedora já nos diriam quan-to colhe por hora um determinado modelo.Vejamos no seguinte esquema:

Neste exemplo, a colhedora tem umacapacidade teórica de 228 sacos por hora,porém não está sendo considerado no cál-culo o tempo perdido em manobras, nosdeslocamentos até o ponto de descarga, nadescarga propriamente dita, no retorno atéo ponto de colheita e em quaisquer outrasparadas que se façam necessárias durante aoperação.

É justamente neste ponto que entra o

conceito de eficiência de colheita. Quantomenos tempo a colhedora ficar parada, mai-or será sua eficiência. Algumas característi-cas das colhedoras são importantes paramelhorar a eficiência:

• Um tanque graneleiro maior significamenor número de descargas;

• Um tubo de descarga com maior va-zão significa paradas mais curtas;

• Uma boa manobrabilidade significamenor perda de tempo nas cabeceiras.

Além disso, também interferem na efi-ciência a habilidade do operador e o tama-nho e formato do talhão. Um operador queperde muito tempo em manobras ou queprovoque paradas, por exemplo, com “em-buchamnetos”, vai reduzir a eficiência dacolheita, bem como talhões pequenos oumuito recortados, que exigem um grandenúmero de manobras.

Algumas colhedoras modernas, equipa-das com sensor de rendimento, facilitam aelaboração dos talhões, de forma que nomomento da manobra a colhedora estejasempre com o tanque cheio.

CÁLCULO DE DESEMPENHOConsiderando-se a mesma colhedora do

primeiro exemplo, que têm uma capacida-de teórica de 228 sc/h: se ela tiver um tan-que graneleiro com capacidade para 80 sa-cos, ela vai encher este tanque a cada 21minutos, aproximadamente. Se cada para-da para descarga gastar cinco minutos detempo (dois minutos de descarga + três

minutos de deslocamentos), isso significaque, em um ciclo de 26 minutos (enchimen-to + descarga), somente 21 minutos sãoprodutivos. Então:

21min/26min x 100 = 80,76%

Portanto, considerando apenas a opera-ção de descarga parada, a eficiência já caipara 80,76%. Se imaginarmos um talhãoquadrado com 1 mil x 1 mil metros, totali-zando cem hectares, podemos estimar otempo perdido em manobras em cada ciclo.

Em 21 minutos, tempo de enchimentodo tanque, a colhedora anda 2,1 mil me-tros, se estiver colhendo a 6 km/h.

6 mil m : x = ? então x = 6 mil m x 21 min = 2,1 mil m 60 min : 21 min

Se a cada 1 mil metros o operador temque fazer uma manobra, então, para cadaenchimento de tanque, são necessárias duasmanobras. Considerando-se que uma ope-ração de manobra demora em média dezsegundos, então, para cada 21 minutos decolheita, são necessários 0,33 minutos (20segundos) para manobras, além dos cincominutos necessários para descarga. Sendo

O sistema de armazenamento e descarga é o que exerce maior influência sobre a eficiência da colhedora

Page 25: Maquinas 56

“Em uma colheita ideal, somente a produtividade da lavoura, a largura de corte e avelocidade da colhedora já nos diriam quanto colhe por hora um determinado modelo”

Setembro 06 • 25

Fotos Massey Ferguson

assim, serão gastos 26,33 minutos em cadaciclo de colheita e descarga, portanto a efi-ciência vai ficar em:

21 min/26,33 min x 100 = 79,76%

O que se nota nesta análise é que a ope-ração de descarga é muito mais influentena redução da eficiência do que as mano-bras de cabeceira. Mesmo em um talhãomuito mais recortado, onde o número demanobra em cada ciclo fosse o dobro dousado neste exemplo, o tempo perdido nadescarga seria 7,5 vezes maior que nas ma-nobras e representaria uma redução de18,75%, enquanto as manobras represen-tariam uma redução de 2,5%.

MANUTENÇÃO DA COLHEDORAUm outro fator que é de extrema im-

portância quando se fala em eficiência é amanutenção da colhedora; uma parada nãoprogramada durante a colheita vai signifi-car uma redução muito grande no tempoefetivo de colheita. Por exemplo, uma co-lhedora com plataforma de 25 pés (7,6m),que opere a 6km/h com uma eficiência de80%, vai colher aproximadamente 30 hec-tares por dia, nesta condição, seriam neces-sários 33,3 dias para colheita total de umalavoura de mil hectares.

Apenas para efeito de comparação, po-demos calcular que esta mesma colhedora,se tivesse 100% de eficiência, daria contade 37,5 hectares/dia. Se, devido a um pro-blema técnico, a colhedora ficasse inoperan-te por um dia, ela levaria, então, 34,3 diaspara finalizar a colheita dos mil hectares,isso significa uma queda na produtividadediária para 29,15 hectares/dia. Então:

29,15 ha/ dia / 37,5 ha / dia x 100 = 77,73%

Se a parada fosse de dois dias, ou se hou-vesse duas paradas de um dia cada, a quedaseria ainda maior, deixando a eficiência em75,5%, isso nos mostra o quanto é impor-tante manter a colhedora em boas condi-ções e ter sempre um estoque das principaispeças de desgaste da máquina na lavoura.

LOGÍSTICA DE APOIOCom os cálculos e considerações acima,

pode-se notar o quanto é importante defi-nir bem a logística de apoio à colheita, ade-quando corretamente o número e o posici-onamento dos caminhões ou reboques paradescarga, visando manter a colhedora omaior tempo possível em operação.

Além disso, avaliamos o quanto umaparada não programada pode influenciar naeficiência global da colhedora. Em muitaslavouras uma eficiência baixa pode signifi-car a necessidade de uma colhedora de maiorporte, certamente mais cara e com custooperacional maior.

Em lavouras muito grandes, onde a co-lheita é feita por diversas colhedoras simul-taneamente, a busca pela eficiência poderepresentar a utilização de um número me-nor de máquinas, reduzindo a mão-de-obraenvolvida, os gastos com manutenção e oconsumo de combustível. Resumidamente,podemos dizer que quanto maior for a efi-ciência, menor vai ser o custo final por sacacolhida pelo produtor.

Uma boa logística dedescarga é fundamental

para boa eficiência

A manutenção preventivapode evitar paradas não

programadas

Paulo Verdi,AGCO do Brasil

Para Paulo, em lavouras muito grandes, uma boaeficiência pode representar o uso de um menor

número de máquinas na colheita

M

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26 • Setembro 06

Farm Progress Show 2006

Acontece todos os anos nesta épo-ca. Esta foi a 53ª edição. O FarmProgress Show ocorreu neste ano

em Amaná, no estado de Iowa. O evento é iti-nerante, por três dos principais estados do Cin-turão do Milho, o famoso Corn Belt. Emborase estenda desde o Sul de Minnesota, Sudestede South Dakota, Leste de Nebraska, Norte deKansas, Norte de Missouri, Indiana e Oeste deOhio, o Corn Belt está centrado em Iowa e Illi-nois.

O foco no Farm Progress Show, portanto,

não poderia ser outro que não milho. A produ-ção esperada de mais de 200 milhões de tone-ladas e a rápida mudança do uso do cereal, coma produção de etanol, incrementam os negóci-os e a oferta de tecnologia e de produtos ajusta-dos à agricultura local.

A magnitude do evento, com mais de 400expositores, bem como a diversidade de produ-tos e serviços disponibilizados, trazem cerca de200 mil visitantes - significativa participaçãode estrangeiros, especialmente da América La-tina - em três dias de evento. Veja algumas im-

pressões de nossa visita.

DUAS VERTENTESA agricultura norte-americana tem se divi-

dido em duas vertentes nos últimos anos. Commenos de 2% da população vivendo no campo,as propriedades vêm se tornando cada vez maisprofissionalizadas e crescendo em tamanho. Istoenseja, conforme pode ser verificado nas ima-gens que colhemos no evento, a fabricação demáquinas cada vez maiores e mais sofisticadas.Quanto menos mão-de-obra envolvida nas

A edição 2006 do itinerante Farm Progress Show foi realizadaem Amana, Iowa (EUA), um dos três principais estados norte-americanos que compõem o famoso Cinturão do Milho

A edição 2006 do itinerante Farm Progress Show foi realizadaem Amana, Iowa (EUA), um dos três principais estados norte-americanos que compõem o famoso Cinturão do Milho

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“Uma feira que vale a pena ser visitada, seja para conhecer novas e avançadastecnologias, seja para conhecer as tendências do agronegócio norte-americano”

Setembro 06 • 27

operações, melhor.De outro lado, existe uma crescente deman-

da de máquinas pequenas, menos específicas,baratas, para servir aos weekend farmers, pesso-as que têm suas atividades nas cidades, masque aos finais de semana vão às propriedadespara exercer a agricultura em pequena escala.Isso explica tratores e demais máquinas de pe-queno porte, bastante numerosos na Feira.

TRATORESMuitas das mais conhecidas marcas mun-

diais estão representadas no evento. O visitan-te se depara com os japoneses da Kubota, oschineses que aparecem travestidos de america-nos, com os Montana, os ingleses McCormick,os indianos Mahindra. Dos americanos, apare-cem os impressionantes Challenger; a famíliaAGCO, com os AGCO, Massey Ferguson eValtra; os John Deere; os Case e New Holland,da família CNH, embora em estandes separa-dos.

Vários fabricantes de material de reposição,como esteiras de borracha e pneus, além depeças mecânicas, lubrificantes e acessórios, sãoencontrados.

COLHEDORASRepete-se o espetáculo dos tratores, com os

grandes fabricantes locais e internacionais des-filando sua maiores e mais sofisticadas máqui-nas.

A Claas, com sua Lexion, comercializadano país pela Caterpillar. A Challenger, com co-res e identidade de Caterpillar, mas por acor-dos comerciais ligada à AGCO. A AGCO comsuas famílias de Massey Ferguson e Gleaner. A

John Deere com suas gigantescas STS, e a CaseIH com suas Axial Flow, sem esquecer das NewHolland. Embora várias dessas máquinas se-jam com sistema de trilha tangencial, mostra-se claramente a tendência da participação sem-pre maior dos rotores axiais no mercado.

IMPLEMENTOSA agricultura americana utiliza vários ní-

veis de tecnologias, por isso são encontradosdesde equipamentos para preparo convencio-nal do solo até semeadoras de plantio direto.Sempre maiores, com grandes capacidades detrabalho.

GRANELEIROSCom o crescimento do tamanho das colhe-

doras e a necessidade de escoamento rápido dacolheita, as carretas graneleiras estão ficandosempre maiores. Atualmente os maiores exem-plares mostrados no Farm Progress Show têmcapacidade de 35 mil litros. Com dois eixos erodas direcionais.

DINÂMICAS DE CAMPOUm dos pontos altos do Farm Progress

Show são as demonstrações de campo, dividi-das em preparo do solo, semeadura e colheita.

Nesta edição, em função de chuvas ocorri-das na véspera, as demonstrações de preparodo solo e de semeadura foram suspensas. Emcompensação, intensificou-se a visitação às di-nâmicas de colheita, demonstrando todas ascolhedoras e seus acessórios disponíveis na fei-ra. Um show à parte!

OUTROS SEGMENTOSVisando atender a todas as necessidades dos

produtores, fornecedores variados se fazem pre-sentes: fabricantes de instalações para pecuá-ria, galpões, material para fenação e forragem,informática, fertilizantes, serviços educacionaisetc. Marcaram presença quatro dezenas de pro-dutores de sementes de milho, a maioria destasapresentando modificação genética para a pro-teção contra insetos ou herbicidas.

No afã de resgatar e consolidar os valoresNas colhedoras, grandes fabricantes locais e

internacionais desfilaram suas máquinas

O Farm Progress Show, com mais de 400 expositores, bem como a diversidade deprodutos e serviços disponibilizados, traz cerca de 200 mil visitantes a cada edição

da terra, existe uma tenda específica para o ar-tesanato e produtos caseiros.

CONCLUSÃOUma feira que vale à pena ser visitada,

seja para conhecer novas e avançadas tec-nologias, seja para conhecer as tendênciasda agricultura e do agronegócio norte-ame-ricano em geral.

As carretas graneleiras estão ficando maiores, com capa-cidade de até 35 mil litros, dois eixos e rodas direcionais

Arno Dallmeyer,UFSMO autor viajou a convite da Agritours Brasil

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28 • Setembro 06

Melhores da Terra

De um total de 92 inscritos na edi-ção 2006 do Prêmio GerdauMelhores da Terra, 11 foram

vencedores, entre eles nove máquinas e equi-pamentos agrícolas e dois trabalhos cientí-ficos. Dos participantes, 31 se inscreveramna categoria Destaque, 26 na categoria Pes-quisa e Desenvolvimento e 35 na categoriaNovidade. A cerimônia de premiação acon-teceu no final do mês de agosto, na sede daGerdau Riograndense, em Sapucaia do Sul(RS), paralela a 29a Expointer.

OS VENCEDORESCinco equipamentos foram premiados

na categoria Destaque. Nesta edição, foramconcedidos dois prêmios especiais para No-vas Tendências.

O troféu Ouro foi conferido à colhedo-ra Case IH Axial-Flow Modelo 2388, daempresa CNH Latin América Ltda., deCuritiba (PR). Essa máquina permite a co-lheita do feijão em escala, por colher de for-ma direta os grãos, o que representa umavanço tecnológico na colheita dessa cultu-ra. A utilização desse equipamento resultaem uma colheita de grãos de alta qualidade,livre de danos e impurezas.

Uma empresa argentina, a IndústriasMetalúrgicas Cestari, localizada em Colón

(Buenos Aires, Argentina), levou um dosdois troféus Prata com o Acoplado TolvaAutodescargable 15000 l/Modelo XXI Euro.A máquina é utilizada para o transporte decereais na lavoura e facilita a logística demovimento dos produtos no campo. Alémdisso, reduz o tempo necessário para o trans-

porte, pois descarrega a carga enquanto oequipamento ainda está em movimento.

A Indústria de Implementos AgrícolasSiltomac Ltda., de São Carlos (SP), tam-bém foi reconhecida com o troféu Prata. AMisturadora de Ração Total-AutomatizadaModelo Estacionário se destaca pela eleva-

A Planner 710 Canavieira da GTS destacou-se pela qualidade do seu processo de fabricação epor apresentar um sistema hidráulico diferenciado

Os 11 melhoresOs 11 melhoresCase IH

A 24ª edição do Prêmio Gerdau Melhores da Terra teve como vencedoresnove máquinas e equipamentos agrícolas e dois trabalhos científicosA 24ª edição do Prêmio Gerdau Melhores da Terra teve como vencedoresnove máquinas e equipamentos agrícolas e dois trabalhos científicos

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“De um total de 92 inscritos na edição 2006 do Prêmio Gerdau Melhores da Terra, 11 foramvencedores, entre eles nove máquinas e equipamentos agrícolas e dois trabalhos científicos”

Setembro 06 • 29

da capacidade operacional, que permite aoprodutor misturar componentes da raçãopara alimentar até 15 mil animais, elimi-nando a necessidade de utilização de equi-pamentos adicionais.

O Troféu Novas Tendências foi entre-gue para dois equipamentos que atendemàs necessidades geradas pelo novo contextoda agricultura brasileira, com a expansão dacultura de cana-de-açúcar para novas áre-as, antes destinadas ao plantio de grãos.Foram premiadas a colhedora de cana San-tal Tandem, da Santal Equipamentos S.A.Comércio e Indústria, de Ribeirão Preto(SP), e o Uniport 3000 NPK Canavieiro,da Máquinas Agrícolas Jacto S.A., de Pom-péia (SP).

A colhedora Santal Tandem é equipadacom um sistema de rodas inovador para essacategoria, o Tandem. Esse sistema incorpo-ra as vantagens das esteiras metálicas e dospneus simples, oferecendo estabilidade lon-gitudinal e distribuição homogênea do pesoda máquina no solo. Essas característicaspermitem maior facilidade de manobras nalavoura.

Já o Uniport 3000 NPK Canavieiro éum veículo distribuidor de fertilizantessólidos com características únicas no país.O equipamento, ainda novo no mercado,permite a realização de aplicações, alian-do três fatores essenciais: ampla variaçãode doses, taxas variadas e alta velocidade.Essa configuração, associada ao elevadovão livre entre a máquina e o solo, possi-bilita a aplicação dirigida nas linhas decana-de-açúcar, independente da altura daplanta em seu estágio intermediário decrescimento.

Na categoria novidade, o Troféu Ourofoi para a Semeadora PH3 Hydro, um equi-pamento inovador voltado para o segmentoda agricultura familiar. O seu diferencial éa utilização de tecnologia de ponta em umamáquina de pequeno porte, aliando quali-dade e facilidade das operações. O equipa-mento é fabricado pela Semeato S.A. Indús-tria e Comércio, localizada em Passo Fundo(RS).

Uma das vencedoras do Troféu Prata, aPlanner 710 Canavieira, destaca-se pela ex-celência de seu projeto, que alia qualidadedo processo de fabricação e um sistema hi-dráulico diferenciado. Essas característicasdão à máquina mobilidade na lavoura, pro-porcionando ao operador uma variedademaior de manobras e movimentos. O equi-pamento é fabricado pela GTS do BrasilLtda., de Lages (SC).

O pulverizador de defensivos agrícolasPorter 800ST, fabricado pela Kuhn Metasa,de Passo Fundo (RS), é outro premiado como Troféu Prata. Apresenta, entre outros atri-

butos, conformidade com normas técnicasnacionais e internacionais. Além disso, aqualidade de fabricação, reconhecida peloacabamento da máquina, e o preço acessí-vel tornaram o equipamento usual no seg-mento da agricultura familiar.

O Prêmio Especial da categoria Novi-dade é entregue para o Pulverizador CosmoH 4.0, da PLA Máquinas Pulverizadoras eFertilizadoras Ltda. A empresa argentina,com filial em Canoas (RS), é reconhecidapela ampliação de sua capacidade industri-al no exterior. A PLA instalou-se no Brasilcom o foco de produzir pulverizadores paragrandes áreas e atender ao mercado do Mer-cosul e da Europa.

Na categoria Pesquisa e Desenvolvimen-to em nível profissional, foi premiado o es-tudo do “Instituto de Ingenieria Rural” daArgentina, “Costo Maq - Nueva versión 1.1:Software para la gestión integral de la ma-quinaria agrícola”, realizado pela pesquisa-dora Lídia Beatriz Donato (Buenos Aires,Argentina).

O programa é de fácil navegação, idealpara gerenciar o desempenho das máquinasno campo, o que permite ao produtor ruralum melhor controle técnico dos equipamen-tos e redução de custos. O software possibi-lita a criação de uma base de dados sobre alavoura com informações sobre máquinas,implementos, insumos, infra-estrutura emão-de-obra. Os dados são levantados earmazenados e podem ser atualizados aqualquer momento.

O trabalho vencedor no nível estudantefoi o Sistema Automático de Baixo Custopara Condução Racional da Aeração deGrãos de Milho em Pequenas Propriedades,desenvolvido pelo estudante AriangeloHauer Dias, da Universidade Estadualde Ponta Grossa (PR), e pelo orienta-dor Antoni Martin Biaggioni, daUniversidade Estadual Paulista(SP). Com o objetivo de dis-p o n i b i l i z a ruma soluçãoeficiente eeconômica

O Prêmio Especial da categoria Novidade foientregue ao Pulverizador Cosmo H 4.0 da PLA

para o gerenciamento de silos de médio epequeno porte, foi desenvolvido um siste-ma automático para controlar a aeração.Esse fator é essencial para manter a quali-dade dos grãos de milho armazenados. M

Na categoria Novidade, o Troféu Ouro foi para aSemeadora PH3 Hydro, voltada à agricultura familiar

Fotos Vilso Júnior Santi

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por Arno Dallmeyer - [email protected]

Acidade de Fraiburgo, em San-ta Catarina, abriu nos dias 9 e 10

de setembro a temporada 2006 do Cam-peonato Brasileiro de Arrancada de Trato-res, com a disputa do GP Vipal. A tempo-rada é promovida e organizada pela HSJDesenvolvimento, com patrocínio da Vi-pal e da Firestone, com supervisão da Fe-deração de Automobilismo de Santa Ca-tarina (Fauesc).

A temporada 2006 começa com a pre-sença de todos os campeões, equipes maisbem estruturadas e disputa entre duas mu-lheres.

O piloto Alexander “Bad Boy” Schwein-berger sagrou-se vencedor do GP Vipal de Ar-rancada de Tratores na pista de arrancada deFraiburgo, em Santa Catarina. O piloto deMarechal Cândido Rondon, no Oeste do Para-ná, conquistou a primeira vitória em seu quar-to ano na categoria. Pilotando um trator equi-pado com motor Ford, Alexander derrotou nafinal Ivan Schanoski, de Maripá, cidade vizi-

nha a Marechal Cândido Rondon. Ivan que-brou o câmbio na metade da prova, depois deter largado na frente.

Depois de seis baterias classificatórias, asemifinal foi formada pelos seis melhores tem-pos, contando com os pilotos Armando Bol-drin, Irani “Nica” Kreutz, Alexander “Bad Boy”Scwheinberger, Emílio Tavares, Dorval ConciJúnior e Ivan Schanoski. Os destaques ficampor conta de Emílio Tavares, que, com 54 anos,

estreou no Arrancadão de Tratores emFraiburgo, já garantindo presença na se-mifinal, e Nica, que chega pela primeiravez a uma semifinal.

Depois de competir todos contra to-dos na semifinal, Alexander Scwheinber-ger e Ivan Schanoski se classificaram paraa final, enquanto que Dorval Conci Júni-or e Armando Boldrin foram para a dis-puta do terceiro lugar, com Armando,campeão brasileiro de 2003, levando a me-lhor sobre Dorval Conci, campeão brasi-leiro de 2004.

Na grande final do dia, Alexandre, mesmonão largando bem, derrotou Ivan Schanoski,atual campeão brasileiro. Ele já vinha enfren-tando problemas com o câmbio desde a segun-da largada da semifinal e quebrou na metadeda pista.

Alexander Scwheinberger dedicou a vitó-ria ao público e à sua equipe, que trabalhoumuito durante todo o final de semana para queseu trator fosse competitivo.

30 • Setembro 06

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A vez do “Bad Boy”A vez do “Bad Boy”

Agenda

Não-Me-Toque (RS) sedia o se-

gundo GP do ano nos dias 7 e 8 de

outubro, e Maripá (PR) encerra a tempo-

rada nos dias 11 e 12 de novembro.

As emoções da abertura da tem-porada 2006 do Arrancadão de

Tratores começaram já no final da tardede sábado, em Fraiburgo (SC), onde foidisputado o GP Vipal. A estreante na ca-tegoria, Darli Drisner, da equipe CobraRacing, capotou seu trator a dez metrosda linha de chegada.

O acidente foi causado pelas irregula-ridades existentes no meio da pista. Ostratores pulam muito, criando dificulda-des para a maioria das equipes. O tratorde Darli deu dois giros no ar, bateu noguard-rail e caiu em cima da pista. A equi-

pe de socorro foi rápida, e em 20 segun-dos o Corpo de Bombeiros já atendia apiloto, que foi retirada do trator e levadapara o Hospital Divino Espírito Santo.Depois de uma bateria de exames, a equi-pe médica constatou que Darli não sofreuqualquer ferimento. Somente teve umaunha quebrada.

Segurança: Heinz Schreiber Júnior, dire-tor da HSJ Desenvolvimento, acentua que asegurança foi impecável. “Todos os itens desegurança funcionaram perfeitamente. Oacidente foi muito violento, e o santo-an-tônio não mexeu um milímetro”, destaca.

Estreante capota no Arrancadão

1º) Alexander Scwheinberger (Marechal Cândido Rondon-PR)2º) Ivan Schanoski (Maripá-PR)3º) Armando Boldrin Júnior (Toledo-PR)4º) Dorval Conci Júnior (Maripá-PR)5º) Irani “Nica” Kreutz (Maripá-PR)6º) Emílio Tavares (Tupãssi-PR)

Resultado final do GP Vipal de Fraiburgode Arrancada de Tratores

A Equipe do Esporte Trator agradece o prestimoso apoio da assessoria deimprensa da HSJ Desenvolvimento - jornalista Luiz Aparecido da Silva.

Fraiburgo abre a temporada do Arrancadão de TratoresFraiburgo abre a temporada do Arrancadão de TratoresFotos Vanderley Soares/Divulgação

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