Enem Comentado

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Livro da Editora Leya contendo resolução comentada de exercícios

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    ENEM

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    Cincias da Natureza e suas Tecnologias

    Cincias Humanas e suas Tecnologias

    Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    ENEMComentado

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    O Ministrio da Educao realiza, desde 1998, o Exame Nacional do Ensino Mdio(Enem) e, em 2009, apresentou uma proposta de reformulao.

    A prova Enem agora composta por 180 questes divididas em quatro reas:

    Cincias Humanas e suas Tecnologias Cincias da Natureza e suas Tecnologias

    Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    Matemtica e suas Tecnologias

    A prova realizada em dois dias, com aplicao de Redao em um deles. O Enem temuma importncia significativa, uma vez que passa a ser utilizado em diversas universi-dades como processo seletivo:

    zado e on-line;

    como primeira fase;

    combinado com o vestibular da instituio;

    como fase nica para as vagas remanescentes do vestibular.

    O Enem Comentado foi criado para auxiliar professores e alunos do Ensino

    Mdio na compreenso e no estudo dessa nova prova, propiciando, assim,

    mais subsdios para realiz-la com tranquilidade e conhecimento.

    O Enem Comentado 2010 traz tambm a segunda aplicao, ocorrida em dezembro,com as 90 questes de Cincias da Natureza e suas Tecnologias e Cincias Humanas esuas Tecnologias.

    O editor

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    EIXOS COGNITIVOS(comuns a todas as reas de conhecimento)

    Matriz de Refernciapara o Enem

    I. Dominar linguagens (DL):dominar a norma culta da lngua portuguesa e fazer uso das

    linguagens matemtica, artstica e cientfica e das lnguas

    espanhola e inglesa.

    II. Compreender fenmenos (CF):

    construir e aplicar conceitos das vrias reas do conhecimento

    para a compreenso de fenmenos naturais, de processos

    histrico-geogrficos, da produo tecnolgica e das

    manifestaes artsticas.

    III. Enfrentar situaes-problema (SP):selecionar, organizar, relacionar, interpretar dados e

    informaes representados de diferentes formas, para tomar

    decises e enfrentar situaes-problema.

    IV. Construir argumentao (CA):relacionar informaes, representadas em diferentes formas,

    e conhecimentos disponveis em situaes concretas, para

    construir argumentao consistente.

    V. Elaborar propostas (EP):

    recorrer aos conhecimentos desenvolvidos na escola para

    elaborao de propostas de interveno solidria na realidade,respeitando os valores humanos e considerando a diversidade

    sociocultural.

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    Matriz

    Matriz de Referncia de

    Cincias Humanas e suas Tecnologias

    Competncia de rea 1Compreender os elementos culturais que constuem as idendades.

    H1 Interpretar historicamente e/ou geogracamente fontes documentais acerca de aspectos da cultura.

    H2 Analisar a produo da memria pelas sociedades humanas.

    H3 Associar as manifestaes culturais do presente aos seus processos histricos.

    H4 Comparar pontos de vista expressos em diferentes fontes sobre determinado aspecto da cultura.

    H5 Identicar as manifestaes ou representaes da diversidade do patrimnio cultural e artstico em diferentes socie-dades.

    Competncia de rea 2Compreender as transformaes dos espaos geogrficos como produto das relaes socioeconmicas e culturais de

    poder.

    H6 Interpretar diferentes representaes grficas e cartogrficas dos espaos geogrficos.

    H7 Identicar os signicados histrico-geogrcos das relaes de poder entre as naes.

    H8 Analisar a ao dos estados nacionais no que se refere dinmica dos fluxos populacionais e no enfrentamento deproblemas de ordem econmico-social.

    H9 Comparar o signicado histrico-geogrco das organizaes polticas e socioeconmicas em escala local, regionalou mundial.

    H10Reconhecer a dinmica da organizao dos movimentos sociais e a importncia da participao da coletividade natransformao da realidade histrico-geogrca.

    Competncia de rea 3Compreender a produo e o papel histrico das instuies sociais, polcas e econmicas, associando-as aos diferen-

    tes grupos, conflitos e movimentos sociais.

    H11 Identificar registros de prticas de grupos sociais no tempo e no espao.

    H12Analisar o papel da justia como instituio na organizao das sociedades.

    H13Analisar a atuao dos movimentos sociais que contriburam para mudanas ou rupturas em processos de disputa pelopoder.

    H14Comparar diferentes pontos de vista, presentes em textos analticos e interpretativos, sobre situao ou fatos de na-tureza histrico-geogrca acerca das instituies sociais, polticas e econmicas.

    H15Avaliar criticamente conflitos culturais, sociais, polticos, econmicos ou ambientais ao longo da histria.

    Competncia de rea 4Entender as transformaes tcnicas e tecnolgicas e seu impacto nos processos de produo, no desenvolvimento doconhecimento e na vida social.

    H16 Identicar registros sobre o papel das tcnicas e tecnologias na organizao do trabalho e/ou da vida social.

    H17 Analisar fatores que explicam o impacto das novas tecnologias no processo de territorializao da produo.

    H18Analisar diferentes processos de produo ou circulao de riquezas e suas implicaes socioespaciais.

    H19Reconhecer as transformaes tcnicas e tecnolgicas que determinam as vrias formas de uso e apropriao dosespaos rural e urbano.

    H20Selecionar argumentos favorveis ou contrrios s modificaes impostas pelas novas tecnologias vida social e aomundo do trabalho.

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    Matriz

    Competncia de rea 5Ulizar os conhecimentos histricos para compreender e valorizar os fundamentos da cidadania e da democracia,

    favorecendo uma atuao consciente do indivduo na sociedade.

    H21Identificar o papel dos meios de comunicao na construo da vida social.

    H22Analisar as lutas sociais e conquistas obtidas no que se refere s mudanas nas legislaes ou nas polticas pblicas.

    H23Analisar a importncia dos valores ticos na estruturao poltica das sociedades.

    H24Relacionar cidadania e democracia na organizao das sociedades.

    H25 Identificar estratgias que promovam formas de incluso social.

    Competncia de rea 6Compreender a sociedade e a natureza, reconhecendo suas interaes no espao em diferentes contextos histricos

    e geogrficos.

    H26 Identicar em fontes diversas o processo de ocupao dos meios fsicos e as relaes da vida humana com a paisagem.

    H27Analisar de maneira crtica as interaes da sociedade com o meio fsico, levando em considerao aspectos histricos

    e/ou geogrcos.H28Relacionar o uso das tecnologias com os impactos socioambientais em diferentes contextos histrico-geogrcos.

    H29Reconhecer a funo dos recursos naturais na produo do espao geogrco, relacionando-os com as mudanasprovocadas pelas aes humanas.

    H30Avaliar as relaes entre preservao e degradao da vida no planeta nas diferentes escalas.

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    Matriz

    Matriz de Referncia de

    Cincias da Natureza e suas Tecnologias

    Competncia de rea 1Compreender as cincias naturais e as tecnologias a elas associadas como construes humanas, percebendo seuspapis nos processos de produo e no desenvolvimento econmico e social da humanidade.

    H1 Reconhecer caractersticas ou propriedades de fenmenos ondulatrios ou oscilatrios, relacionando-os a seus usosem diferentes contextos.

    H2 Associar a soluo de problemas de comunicao, transporte, sade ou outro, com o correspondente desenvolvimentocientfico e tecnolgico.

    H3 Confrontar interpretaes cientficas com interpretaes baseadas no senso comum, ao longo do tempo ou em dife-rentes culturas.

    H4 Avaliar propostas de interveno no ambiente, considerando a qualidade da vida humana ou medidas de conservao,recuperao ou utilizao sustentvel da biodiversidade.

    Competncia de rea 2Idenficar a presena e aplicar as tecnologias associadas s cincias naturais em diferentes contextos.

    H5 Dimensionar circuitos ou dispositivos eltricos de uso cotidiano.

    H6 Relacionar informaes para compreender manuais de instalao ou utilizao de aparelhos, ou sistemas tecnolgicosde uso comum.

    H7 Selecionar testes de controle, parmetros ou critrios para a comparao de materiais e produtos, tendo em vista adefesa do consumidor, a sade do trabalhador ou a qualidade de vida.

    Competncia de rea 3Associar intervenes que resultam em degradao ou conservao ambiental a processos produvos e sociais e a

    instrumentos ou aes cienfico-tecnolgicos.

    H8 Identificar etapas em processos de obteno, transformao, utilizao ou reciclagem de recursos naturais, energticosou matrias-primas, considerando processos biolgicos, qumicos ou fsicos neles envolvidos.

    H9 Compreender a importncia dos ciclos biogeoqumicos ou do fluxo de energia para a vida, ou da ao de agentes oufenmenos que podem causar alteraes nesses processos.

    H10Analisar perturbaes ambientais, identificando fontes, transporte e/ou destino dos poluentes ou prevendo efeitos emsistemas naturais, produtivos ou sociais.

    H11 Reconhecer benefcios, limitaes e aspectos ticos da biotecnologia, considerando estruturas e processos biolgicosenvolvidos em produtos biotecnolgicos.

    H12Avaliar impactos em ambientes naturais decorrentes de atividades sociais ou econmicas, considerando interesses

    contraditrios.

    Competncia de rea 4Compreender interaes entre organismos e ambiente, em parcular aquelas relacionadas sade humana, relacio-

    nando conhecimentos cienficos, aspectos culturais e caracterscas individuais.

    H13Reconhecer mecanismos de transmisso da vida, prevendo ou explicando a manifestao de caractersticas dos seresvivos.

    H14 Identificar padres em fenmenos e processos vitais dos organismos, como manuteno do equilbrio interno, defesa,relaes com o ambiente, sexualidade, entre outros.

    H15 Interpretar modelos e experimentos para explicar fenmenos ou processos biolgicos em qualquer nvel de organiza-o dos sistemas biolgicos.

    H16Compreender o papel da evoluo na produo de padres, processos biolgicos ou na organizao taxonmica dosseres vivos.

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    Matriz

    Competncia de rea 5Entender mtodos e procedimentos prprios das cincias naturais e aplic-los em diferentes contextos.

    H17Relacionar informaes apresentadas em diferentes formas de linguagem e representao usadas nas cincias fsicas,qumicas ou biolgicas, como texto discursivo, grcos, tabelas, relaes matemticas ou linguagem simblica.

    H18Relacionar propriedades fsicas, qumicas ou biolgicas de produtos, sistemas ou procedimentos tecnolgicos s -nalidades a que se destinam.

    H19Avaliar mtodos, processos ou procedimentos das cincias naturais que contribuam para diagnosticar ou solucionarproblemas de ordem social, econmica ou ambiental.

    Competncia de rea 6Apropriar-se de conhecimentos da sica para, em situaes-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenes

    cienfico-tecnolgicas.

    H20Caracterizar causas ou efeitos dos movimentos de partculas, substncias, objetos ou corpos celestes.

    H21Utilizar leis fsicas e/ou qumicas para interpretar processos naturais ou tecnolgicos inseridos no contexto da ter-

    modinmica e/ou do eletromagnetismo.H22Compreender fenmenos decorrentes da interao entre a radiao e a matria em suas manifestaes em processos

    naturais ou tecnolgicos, ou em suas implicaes biolgicas, sociais, econmicas ou ambientais.

    H23Avaliar possibilidades de gerao, uso ou transformao de energia em ambientes especcos, considerando implica-es ticas, ambientais, sociais e/ou econmicas.

    Competncia de rea 7Apropriar-se de conhecimentos da qumica para, em situaes-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenes

    cienfico-tecnolgicas.

    H24Utilizar cdigos e nomenclatura da qumica para caracterizar materiais, substncias ou transformaes qumicas.

    H25Caracterizar materiais ou substncias, identicando etapas, rendimentos ou implicaes biolgicas, sociais, econmi-

    cas ou ambientais de sua obteno ou produo.H26Avaliar implicaes sociais, ambientais e/ou econmicas na produo ou no consumo de recursos energticos ou

    minerais, identicando transformaes qumicas ou de energia envolvidas nesses processos.

    H27Avaliar propostas de interveno no meio ambiente aplicando conhecimentos qumicos, observando riscos ou bene-fcios.

    Competncia de rea 8Apropriar-se de conhecimentos da biologia para, em situaes-problema, interpretar, avaliar ou planejar intervenes

    cienfico-tecnolgicas.

    H28 Associar caractersticas adaptativas dos organismos com seu modo de vida ou com seus limites de distribuio em diferentesambientes, em especial em ambientes brasileiros.

    H29 Interpretar experimentos ou tcnicas que utilizam seres vivos, analisando implicaes para o ambiente, a sade, a produode alimentos, matrias-primas ou produtos industriais.

    H30Avaliar propostas de alcance individual ou coletivo, identificando aquelas que visam preservao e a implementao dasade individual, coletiva ou do ambiente.

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    Matriz de Referncia de

    Linguagens, Cdigos e suas Tecnologias

    Competncia de rea 1Aplicar as tecnologias da comunicao e da informao na escola, no trabalho e em outros contextos relevantes para

    sua vida.

    H1 Identificar as diferentes linguagens e seus recursos expressivos como elementos de caracterizao dos sistemas decomunicao.

    H2 Recorrer aos conhecimentos sobre as linguagens dos sistemas de comunicao e informao para resolver problemassociais.

    H3 Relacionar informaes geradas nos sistemas de comunicao e informao, considerando a funo social dessessistemas.

    H4 Reconhecer posies crticas aos usos sociais que so feitos das linguagens e dos sistemas de comunicao e informao.

    Competncia de rea 2Conhecer e usar lngua(s) estrangeira(s) moderna(s) (LEM) como instrumento de acesso a informaes e a outras cul-

    turas e grupos sociais.

    H5 Associar vocbulos e expresses de um texto em LEM ao seu tema.

    H6 Utilizar os conhecimentos da LEM e de seus mecanismos como meio de ampliar as possibilidades de acesso a infor-maes, tecnologias e culturas.

    H7 Relacionar um texto em LEM, as estruturas lingusticas, sua funo e seu uso social.

    H8 Reconhecer a importncia da produo cultural em LEM como representao da diversidade cultural e lingustica.

    Competncia de rea 3

    Compreender e usar a linguagem corporal como relevante para a prpria vida, integradora social e formadora da iden-dade.

    H9 Reconhecer as manifestaes corporais de movimento como originrias de necessidades cotidianas de um grupo social.

    H10Reconhecer a necessidade de transformao de hbitos corporais em funo das necessidades cinestsicas.

    H11Reconhecer a linguagem corporal como meio de interao social, considerando os limites de desempenho e as alter-nativas de adaptao para diferentes indivduos.

    Competncia de rea 4Compreender a arte como saber cultural e estco gerador de significao e integrador da organizao do mundo e da

    prpria idendade.

    H12Reconhecer diferentes funes da arte, do trabalho da produo dos artistas em seus meios culturais.H13Analisar as diversas produes artsticas como meio de explicar diferentes culturas, padres de beleza e preconceitos.

    H14Reconhecer o valor da diversidade artstica e das inter-relaes de elementos que se apresentam nas manifestaes devrios grupos sociais e tnicos.

    Competncia de rea 5Analisar, interpretar e aplicar recursos expressivos das linguagens, relacionando textos com seus contextos, mediante

    a natureza, funo, organizao, estrutura das manifestaes, de acordo com as condies de produo e recepo.

    H15Estabelecer relaes entre o texto literrio e o momento de sua produo, situando aspectos do contexto histrico,social e poltico.

    H16Relacionar informaes sobre concepes artsticas e procedimentos de construo do texto literrio.

    H17 Reconhecer a presena de valores sociais e humanos atualizveis e permanentes no patrimnio literrio nacional.

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    Matriz

    Competncia de rea 6Compreender e usar os sistemas simblicos das diferentes linguagens como meios de organizao cogniva da reali-

    dade pela constuio de significados, expresso, comunicao e informao.

    H18Identificar os elementos que concorrem para a progresso temtica e para a organizao e estruturao de textos dediferentes gneros e tipos.

    H19Analisar a funo da linguagem predominante nos textos em situaes especcas de interlocuo.

    H20Reconhecer a importncia do patrimnio lingustico para a preservao da memria e da identidade nacional.

    Competncia de rea 7Confrontar opinies e pontos de vista sobre as diferentes linguagens e suas manifestaes especficas.

    H21Reconhecer em textos de diferentes gneros, recursos verbais e no verbais utilizados com a nalidade de criar emudar comportamentos e hbitos.

    H22Relacionar, em diferentes textos, opinies, temas, assuntos e recursos lingusticos.

    H23 Inferir em um texto quais so os objetivos de seu produtor e quem seu pblico-alvo, pela anlise dos procedimentos

    argumentativos utilizados.H24Reconhecer no texto estratgias argumentativas empregadas para o convencimento do pblico, tais como a intimida-

    o, seduo, comoo, chantagem, entre outras.

    Competncia de rea 8Compreender e usar a lngua portuguesa como lngua materna, geradora de significao e integradora da organizao

    do mundo e da prpria idendade.

    H25 Identicar, em textos de diferentes gneros, as marcas lingusticas que singularizam as variedades lingusticas sociais,regionais e de registro.

    H26Relacionar as variedades lingusticas a situaes especcas de uso social.

    H27Reconhecer os usos da norma padro da lngua portuguesa nas diferentes situaes de comunicao.

    Competncia de rea 9Entender os princpios, a natureza, a funo e o impacto das tecnologias da comunicao e da informao na sua vida

    pessoal e social, no desenvolvimento do conhecimento, associando-o aos conhecimentos cienficos, s linguagens

    que lhes do suporte, s demais tecnologias, aos processos de produo e aos problemas que se propem solucionar.

    H28Reconhecer a funo e o impacto social das diferentes tecnologias da comunicao e informao.

    H29Identificar pela anlise de suas linguagens, as tecnologias da comunicao e informao.

    H30Relacionar as tecnologias de comunicao e informao ao desenvolvimento das sociedades e ao conhecimento queelas produzem.

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    Matriz

    Matriz de Referncia de

    Matemtica e suas Tecnologias

    Competncia de rea 1Construir significados para os nmeros naturais, inteiros, racionais e reais.

    H1 Reconhecer, no contexto social, diferentes signicados e representaes dos nmeros e operaes naturais, inteiros,racionais ou reais.

    H2 Identicar padres numricos ou princpios de contagem.

    H3 Resolver situao-problema envolvendo conhecimentos numricos.

    H4 Avaliar a razoabilidade de um resultado numrico na construo de argumentos sobre armaes quantitativas.

    H5 Avaliar propostas de interveno na realidade utilizando conhecimentos numricos.

    Competncia de rea 2Ulizar o conhecimento geomtrico para realizar a leitura e a representao da realidade e agir sobre ela.

    H6 Interpretar a localizao e a movimentao de pessoas/objetos no espao tridimensional e sua representao no es-pao bidimensional.

    H7 Identicar caractersticas de guras planas ou espaciais.

    H8 Resolver situao-problema que envolva conhecimentos geomtricos de espao e forma.

    H9 Utilizar conhecimentos geomtricos de espao e forma na seleo de argumentos propostos como soluo de proble-mas do cotidiano.

    Competncia de rea 3Construir noes de grandezas e medidas para a compreenso da realidade e a soluo de problemas do codiano.

    H10 Identificar relaes entre grandezas e unidades de medida.

    H11Utilizar a noo de escalas na leitura de representao de situao do cotidiano.

    H12Resolver situao-problema que envolva medidas de grandezas.

    H13Avaliar o resultado de uma medio na construo de um argumento consistente.

    H14Avaliar proposta de interveno na realidade utilizando conhecimentos geomtricos relacionados a grandezas e medidas.

    Competncia de rea 4Construir noes de variao de grandezas para a compreenso da realidade e a soluo de problemas do codiano.

    H15 Identificar a relao de dependncia entre grandezas.

    H16 Resolver situao-problema envolvendo a variao de grandezas, direta ou inversamente proporcionais.

    H17 Analisar informaes envolvendo a variao de grandezas como recurso para a construo de argumentao.

    H18Avaliar propostas de interveno na realidade envolvendo variao de grandezas.

    Competncia de rea 5Modelar e resolver problemas que envolvem variveis socioeconmicas ou tcnico-cienficas, usando representaes

    algbricas.

    H19 Identicar representaes algbricas que expressem a relao entre grandezas.

    H20Interpretar grfico cartesiano que represente relaes entre grandezas.

    H21Resolver situao-problema cuja modelagem envolva conhecimentos algbricos.

    H22Utilizar conhecimentos algbricos/geomtricos como recurso para a construo de argumentao.

    H23Avaliar propostas de interveno na realidade utilizando conhecimentos algbricos.

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    Matriz

    Competncia de rea 6Interpretar informaes de natureza cienfica e social obdas da leitura de grficos e tabelas, realizando previso de

    tendncia, extrapolao, interpolao e interpretao.

    H24Utilizar informaes expressas em grcos ou tabelas para fazer inferncias.

    H25Resolver problema com dados apresentados em tabelas ou grcos.

    H26Analisar informaes expressas em grcos ou tabelas como recurso para a construo de argumentos.

    Competncia de rea 7Compreender o carter aleatrio e no determinsco dos fenmenos naturais e sociais e ulizar instrumentos ade-

    quados para medidas, determinao de amostras e clculos de probabilidade para interpretar informaes de variveis

    apresentadas em uma distribuio estasca.

    H27Calcular medidas de tendncia central ou de disperso de um conjunto de dados expressos em uma tabela de frequn-cias de dados agrupados (no em classes) ou em grficos.

    H28Resolver situao-problema que envolva conhecimentos de estatstica e probabilidade.

    H29Utilizar conhecimentos de estatstica e probabilidade como recurso para a construo de argumentao.H30Avaliar propostas de interveno na realidade utilizando conhecimentos de estatstica e probabilidade.

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    Cincias Humanas e suas Tecnologias

    14 Enem Comentado

    Questo 1

    Antes, eram apenas as grandes cidades que se apresen-tavam como o imprio da tcnica, objeto de modifica-

    es, suspenses, acrscimos, cada vez mais sofisticadase carregadas de artifcio. Esse mundo artificial inclui,hoje, o mundo rural.

    SANTOS, M. A Natureza do Espao.So Paulo: Hucitec, 1996.

    Considerando a transformao mencionada no texto,uma consequncia socioespacial que caracteriza o atualmundo rural brasileiro

    a) a reduo do processo de concentrao de terras.b) o aumento do aproveitamento de solos menos frteis.

    c) a ampliao do isolamento do espao rural.d) a estagnao da fronteira agrcola do pas.e) a diminuio do nvel de emprego formal.

    Resposta comentadaO aumento do aproveitamento de solos menos frteis ocorre emconsequncia do aumento do uso de tcnicas e tecnologias ligadasao espao rural, tais como insumos, implementos e manipulaogentica de sementes e animais. O campo hoje , de fato, umaextenso da cidade, sob a lgica do agronegcio.

    Questo 2

    Fonte: Incra, Estatsticas cadastrais 1998.

    O grfico representa a relao entre o tamanho e a to-talidade dos imveis rurais no Brasil. Que caractersticada estrutura fundiria brasileira est evidenciada nogrfico apresentado?

    a) A concentrao de terras nas mos de poucos.b) A existncia de poucas terras agricultveis.c) O domnio territorial dos minifndios.

    d) A primazia da agricultura familiar.e) A debilidade dosplantations modernos.

    )

    a)

    Resposta comentadaO grfico mostra que 53% das propriedades rurais possuem acima de1 000 ha (hectares), o que classificado pelo Incra como grande pro-priedade ou latifndio. Esse dado evidencia a concentrao de terrasno Brasil, pois a minoria dos proprietrios rurais detm a maior parcelade terra, consequncia do processo histrico de ocupao do pas.

    Questo 3

    A maioria das pessoas daqui era do campo. Vila Maria hoje exportadora de trabalhadores. Empresrios dePrimavera do Leste, Estado de Mato Grosso, procuramo bairro de Vila Maria para conseguir mo de obra. gente indo distante daqui 300, 400 quilmetros para irtrabalhar, para ganhar sete conto por dia. (Carlito, 43

    anos, maranhense, entrevistado em 22/03/98).RIBEIRO, H. S. O migrante e a cidade: dilemas e conflitos.

    Araraquara: Wunderlich, 2001 (adaptado).

    O texto retrata um fenmeno vivenciado pela agriculturabrasileira nas ltimas dcadas do sculo XX, consequncia

    a) dos impactos sociais da modernizao da agricultura.b) da recomposio dos salrios do trabalhador rural.c) da exigncia de qualificao do trabalhador rural.d) da diminuio da importncia da agricultura.e) dos processos de desvalorizao de reas rurais.

    Resposta comentadaEsta questo aborda o fato de que o campo passou a ser um setorprodutivo lucrativo. Com a mecanizao das propriedades rurais,parte da mo de obra humana foi substituda por mquinas agrcolas.Como este trabalhador no possui especializao, seu destino oxodo rural, ou seja, procurar trabalho de baixa remunerao empropriedades cada vez mais distantes.

    Questo 4

    Os lixes so o pior tipo de disposio final dos res-

    duos slidos de uma cidade, representando um graveproblema ambiental e de sade pblica. Nesses locais,o lixo jogado diretamente no solo e a cu aberto, semnenhuma norma de controle, o que causa, entre outrosproblemas, a contaminao do solo e das guas pelochorume (lquido escuro com alta carga poluidora,proveniente da decomposio da matria orgnicapresente no lixo).RICARDO, B.; CANPANILLI, M. Almanaque Brasil Socioambien-

    tal 2008. So Paulo, Instituto Socioambiental, 2007.

    Considere um municpio que deposita os resduos s-lidos produzidos por sua populao em um lixo. Esse

    a)

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    Cincias Humanas e suas Tecnologias 15

    procedimento considerado um problema de sadepblica porque os lixes

    a) causam problemas respiratrios, devido ao maucheiro que provm da decomposio.

    b) so locais propcios a proliferao de vetores dedoenas, alm de contaminarem o solo e as guas.

    c) provocam o fenmeno da chuva cida, devido aosgases oriundos da decomposio da matria orgnica.

    d) so instalados prximos ao centro das cidades, afetan-do toda a populao que circula diariamente na rea.

    e) so responsveis pelo desaparecimento das nas-centes na regio onde so instalados, o que leva escassez de gua.

    Resposta comentadaO texto classifica os lixes como os piores locais de destino de resduosslidos, uma vez que no possuem nenhum sistema de tratamento,compactao, aterro, separao de materiais ou para liberao de me-tano livre na atmosfera. Como o lixo despejado a cu aberto, ocorrea proliferao de vrios animais (ratos, baratas, moscas, mosquitos),os quais funcionam como vetores de doenas. Os lixes tambmcontaminam o solo e os lenis freticos com o chorume.

    Figura para as questes 5 e 6

    Nvel dgua

    Sulcos ou ravinas Zona temporariamente encharcada

    Booroca

    TEIXEIRA, W. et al. (Orgs). Decifrando a Terra. So Paulo:Companhia Editora Nacional, 2009.

    Questo 5Muitos processos erosivos se concentram nas encostas,principalmente aqueles motivados pela gua e pelovento. No entanto, os reflexos tambm so sentidos nasreas de baixada, onde geralmente h ocupao urbana.

    Um exemplo desses reflexos na vida cotidiana de muitascidades brasileiras

    a) a maior ocorrncia de enchentes, j que os riosassoreados comportam menos gua em seus leitos.

    b) a contaminao da populao pelos sedimentostrazidos pelo rio e carregados de matria orgnica.

    b)

    a)

    c) o desgaste do solo nas reas urbanas, causado pelareduo do escoamento superficial pluvial na encosta.

    d) a maior facilidade de captao de gua potvel parao abastecimento pblico, j que maior o efeito do

    escoamento sobre a infiltrao.e) o aumento da incidncia de doenas como a ame-

    base na populao urbana, em decorrncia doescoamento de gua poluda do topo das encostas.

    Resposta comentadaA fora da gravidade um dos principais agentes modelares dorelevo, o material desagregado acaba ocupando reas de cotasaltimtricas inferiores. Desse modo ocorrem os assoreamentos,que podem ser antrpicos (causados pelo homem) ou naturais. Dequalquer forma, as reas prximas aos leitos dos rios so suscetveisa enchentes. Acresce-se a isso o fato de que a prpria expansodas cidades causa impermeabilizao do solo, aumentando o es-coamento superficial e a necessidade do uso da calha dos rios.

    Questo 6

    O esquema representa um processo de eroso emencosta. Que prtica realizada por um agricultor poderesultar em acelerao desse processo?

    a) Plantio direto.b) Associao de culturas.

    c) Implantao de curvas de nvel.d) Arao do solo, do topo ao vale.e) Terraceamento na propriedade.

    Resposta comentadaAo analisar a imagem podemos verificar que a rea representada de uma vertente, com relevo bastante ngreme, onde no foirealizada nem a tcnica de curvas de nvel nem de terraceamento,o que faz com que a velocidade da gua em escoamento super-ficial aumente. Sendo a gua o principal agente transportadorde sedimentos, a arao potencializa este processo ao descom-pactar o solo.

    Questo 7

    Pensando nas correntes e prestes a entrar no brao quederiva da Corrente do Golfo para o norte, lembrei-mede um vidro de caf solvel vazio. Coloquei no vidrouma nota cheia de zeros, uma bola cor rosa-choque.Anotei a posio e data: Latitude 4949 N, Longitude2349 W. Tampei e joguei na gua. Nunca imagineique receberia uma carta com a foto de um meninonoruegus, segurando a bolinha e a estranha nota.

    KLINK, A. Parati: entre dois plos.So Paulo: Companhia das Letras, 1998 (adaptado).

    d)

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    Cincias Humanas e suas Tecnologias

    16 Enem Comentado

    No texto, o autor anota sua coordenada geogrfica, que

    a) a relao que se estabelece entre as distncias repre-sentadas no mapa e as distncias reais da superfciecartografada.

    b) o registro de que os paralelos so verticais e con-vergem para os polos, e os meridianos so crculosimaginrios, horizontais e equidistantes.

    c) a informao de um conjunto de linhas imaginriasque permitem localizar um ponto ou acidente geo-grfico na superfcie terrestre.

    d) a latitude como distncia em graus entre um pontoe o Meridiano de Greenwich, e a longitude como adistncia em graus entre um ponto e o Equador.

    e) a forma de projeo cartogrfica, usada para nave-

    gao, onde os meridianos e paralelos distorcem asuperfcie do planeta.

    Resposta comentadaO texto apresenta uma localizao geogrfica por meio das coorde-nadas cartogrficas, usando valores em graus de latitude e longitude.Os paralelos e os meridianos so adotados por conveno, variandoat 90 N (norte) ou S (sul) de latitude e 180 E (leste) ou W (oeste)de longitude. Forma-se, dessa maneira, uma rede cartogrfica quepermite a localizao de qualquer ponto na superfcie da Terra.

    Questo 8A evoluo do processo de transformao de matrias--primas em produtos acabados ocorreu em trs estgios:artesanato, manufatura e maquinofatura.

    Um desses estgios foi o artesanato, em que se

    a) trabalhava conforme o ritmo das mquinas e demaneira padronizada.

    b) trabalhava geralmente sem o uso de mquinas e demodo diferente do modelo de produo em srie.

    c) empregavam fontes de energia abundantes para ofuncionamento das mquinas.

    d) realizava parte da produo por cada operrio, comuso de mquinas e trabalho assalariado.

    e) faziam interferncias do processo produtivo portcnicos e gerentes com vistas a determinar o ritmode produo.

    Resposta comentadaEntre as caractersticas do artesanato destacam-se: a realizao ma-nual geralmente sem o uso de mquinas , o fato de no seguir

    o modelo de produo em srie e a no especializao entre suasetapas de execuo e dos prprios artesos.

    c)

    b)

    Questo 9

    O G-20 o grupo que rene os pases do G-7, os maisindustrializados do mundo (EUA, Japo, Alemanha, Frana,

    Reino Unido, Itlia e Canad), a Unio Europeia e os princi-pais emergentes (Brasil, Rssia, ndia, China, frica do Sul,Arbia Saudita, Argentina, Austrlia, Coreia do Sul, Indon-sia, Mxico e Turquia). Esse grupo de pases vem ganhandofora nos fruns internacionais de deciso e consulta.ALLAN, R. Crise global. Disponvel em: http://conteudoclippingmp.

    planejamento.gov.br. Acesso em: 31 jul. 2010.

    Entre os pases emergentes que formam o G-20, estoos chamados BRIC (Brasil, Rssia, ndia e China), termocriado em 2001 para referir-se aos pases que

    a) apresentam caractersticas econmicas promissoraspara as prximas dcadas.b) possuem base tecnolgica mais elevada.c) apresentam ndices de igualdade social e econmica

    mais acentuados.d) apresentam diversidade ambiental suficiente para

    impulsionar a economia global.e) possuem similaridades culturais capazes de alavan-

    car a economia mundial.

    Resposta comentadaAo responder a questo espera-se que o aluno relacione o fato de queos BRIC so considerados pases em desenvolvimento (com exceoda Rssia). Ou seja, ainda no alcanaram o seu total desenvolvimentoeconmico, mas, em razo do forte crescimento nos ltimos anos, rece-beram destaque no cenrio mundial, alm de atrarem investidores inter-nacionais em busca de mercado consumidor. Esses fatores projetam umcrescimento econmico constante dos BRIC para as prximas dcadas.

    Questo 10

    A serraria construa ramais ferrovirios que adentravamas grandes matas, onde grandes locomotivas com guin-

    dastes e correntes gigantescas de mais de 100 metrosarrastavam, para as composies de trem, as toras que

    jaziam abatidas por equipes de trabalhadores que an-teriormente passavam pelo local. Quando o guindastearrastava as grandes toras em direo composio detrem, os ervais nativos que existiam em meio s mataseram destrudos por este deslocamento.

    MACHADO, P. P. Lideranas do Contestado. Campinas:Unicamp, 2004 (adaptado).

    No incio do sculo XX, uma srie de empreendimentos

    capitalistas chegou regio do meio-oeste de SantaCatarina ferrovias, serrarias e projetos de colonizao.

    a)

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    Os impactos sociais gerados por esse processo esto naorigem da chamada Guerra do Contestado. Entre taisimpactos, encontrava-se

    a) a absoro dos trabalhadores rurais como trabalhadoresda serraria, resultando em um processo de xodo rural.

    b) o desemprego gerado pela introduo das novas m-quinas, que diminuam a necessidade de mo de obra.

    c) a desorganizao da economia tradicional, que susten-tava os posseiros e os trabalhadores rurais da regio.

    d) a diminuio do poder dos grandes coronis daregio, que passavam disputar o poder poltico comos novos agentes.

    e) o crescimento dos conflitos entre os operrios em-pregados nesses empreendimentos e os seus proprie-trios, ligados ao capital internacional.

    Resposta comentadaOs moradores da regio do Contestado foram expulsos de suas terrasem nome da construo da ferrovia. Passaram a vivenciar profundasdificuldades em virtude da destruio dos ervais nativos, base daeconomia local. As oligarquias rurais aliaram-se aos empresrios daRailway Company para a construo da ferrovia.

    Questo 11

    TEIXEIRA, W. et. al. (Orgs.) Decifrando a Terra.So Paulo: Companhia Editora Nacional, 2009 (adaptado).

    O esquema mostra depsitos em que aparecem fsseisde animais do Perodo Jurssico. As rochas em que seencontram esses fsseis so

    a) magmticas, pois a ao de vulces causou asmaiores extines desses animais j conhecidas aolongo da histria terrestre.

    b) sedimentares, pois os restos podem ter sido soterra-dos e litificados com o restante dos sedimentos.

    c) magmticas, pois so as rochas mais facilmente

    erodidas, possibilitando a formao de tocas queforam posteriormente lacradas.

    c)

    b)

    d) sedimentares, j que cada uma das camadas en-contradas na figura simboliza um evento de erosodessa rea representada.

    e) metamrficas, pois os animais representados preci-

    savam estar perto de locais quentes.

    Resposta comentadaNa imagem podemos verificar que o relevo foi constitudo por vriascamadas, evidentes pelos tipos diferentes de desenhos que estoao longo de cada faixa de solo. Deve-se associar o esquema aoprocesso de formao das rochas sedimentares, que ocorre peladeposio de sedimentos ao longo do tempo.

    Questo 12

    A Inglaterra pedia lucros e recebia lucros. Tudo se

    transformava em lucro. As cidades tinham sua sujeiralucrativa, suas favelas lucrativas, sua fumaa lucrativa,sua desordem lucrativa, sua ignorncia lucrativa, seudesespero lucrativo. As novas fbricas e os novosaltos-fornos eram como as Pirmides, mostrando maisa escravizao do homem que seu poder.

    DEANE, P. A Revoluo Industrial. Rio de Janeiro: Zahar, 1979(adaptado).

    Qual relao estabelecida no texto entre os avanostecnolgicos ocorridos no contexto da Revoluo Indus-

    trial Inglesa e as caractersticas das cidades industriaisno incio do sculo XIX?

    a) A facilidade em se estabelecerem relaes lucrativas trans-formava as cidades em espaos privilegiados para a livreiniciativa, caracterstica da nova sociedade capitalista.

    b) O desenvolvimento de mtodos de planejamento ur-bano aumentava a eficincia do trabalho industrial.

    c) A construo de ncleos urbanos integrados pormeios de transporte facilitava o deslocamento dostrabalhadores das periferias at as fbricas.

    d) A grandiosidade dos prdios onde se localizavamas fbricas revelava os avanos da engenharia e daarquitetura do perodo, transformando as cidadesem locais de experimentao esttica e artstica.

    e) O alto nvel de explorao dos trabalhadores in-dustriais ocasionava o surgimento de aglomeradosurbanos marcados por pssimas condies de mo-radia, sade e higiene.

    Resposta comentadaDurante a Revoluo Industrial, ocorreu grande xodo rural e incha-

    o urbano, ocasionados pelos empregos oferecidos pelas indstriasna cidade. As condies de trabalho, porm, eram pssimas: baixos

    e)

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    salrios, insalubridade, falta de equipamentos de proteo individual(EPI) e longas jornadas de trabalho. Esses trabalhadores moravamnas periferias (ao redor das grandes indstrias) muitas vezes seminfraestrutura, como gua tratada, esgoto ou coleta de lixo, o queocasionava doenas e mortes correlacionadas a problemas de con-

    taminao da gua e de higiene.

    Questo 13

    As secas e o apelo econmico da borracha pro-duto que no final do sculo XIX alcanava preosaltos nos mercados internacionais motivarama movimentao de massas humanas oriundas doNordeste do Brasil para o Acre. Entretanto, at oincio do sculo XX, essa regio pertencia Bolvia,embora a maioria da sua populao fosse brasileira

    e no obedecesse autoridade boliviana. Para rea-gir presena de brasileiros, o governo de La Paznegociou o arrendamento da regio a uma entidadeinternacional, o Bolivian Syndicate, iniciando violen-tas disputas dos dois lados da fronteira. O conflitos terminou em 1903, com a assinatura do Tratadode Petrpolis, pelo qual o Brasil comprou o territriopor 2 milhes de libras esterlinas.

    Disponvel em: www.mre.gov.br. Acesso em: 03 nov.2008(adaptado).

    Compreendendo o contexto em que ocorreram osfatos apresentados, o Acre tornou-se parte do territrionacional brasileiro

    a) pela formalizao do Tratado de Petrpolis, queindenizava o Brasil pela sua anexao.

    b) por meio do auxlio do Bolivian Syndicate aos emi-grantes brasileiros na regio.

    c) devido crescente emigrao de brasileiros queexploravam os seringais.

    d) em funo da presena de inmeros imigrantesestrangeiros na regio.e) pela indenizao que os emigrantes brasileiros pa-

    garam Bolvia.

    Resposta comentadaA aquisio do Acre pelo Brasil foi a ltima anexao territorial nopas. A compra foi regulamentada pelo Tratado de Petrpolis, o qualdeterminou o pagamento de cerca de 2 milhes de libras esterlinas Bolvia. A anexao est correlacionada ao ciclo da borracha, quefoi o motor do desenvolvimento na regio entre o final do sculoXIX e incio do sculo XX. A compra do territrio do Acre teve como

    objetivo evitar os crescentes conflitos em virtude da migrao brasi-leira a essa parte do ento territrio boliviano.

    c)

    Questo 14

    Coube aos Xavante e aos Timbira, povos indgenas doCerrado, um recente e marcante gesto simblico: a

    realizao de sua tradicional corrida de toras (de buriti)em plena Avenida Paulista (SP), para denunciar o cercode suas terras e a degradao de seus entornos peloavano do agronegcio.

    RICARDO, B.; RICARDO, F. Povos indgenas do Brasil:2001-2005. So Paulo: Instituto Socioambiental,

    2006 (adaptado).

    A questo indgena contempornea no Brasil eviden-cia a relao dos usos socioculturais da terra com osatuais problemas socioambientais, caracterizados pelastenses entre

    a) a expanso territorial do agronegcio, em especialnas regies Centro-Oeste e Norte, e as leis de pro-teo indgena e ambiental.

    b) os grileiros articuladores do agronegcio e os povosindgenas pouco organizados no Cerrado.

    c) as leis mais brandas sobre o uso tradicional do meioambiente e as severas leis sobre o uso capitalistado meio ambiente.

    d) os povos indgenas do Cerrado e os polos eco-nmicos representados pelas elites industriais

    paulistas.e) o campo e a cidade no Cerrado, que faz com que as

    terras indgenas dali sejam alvo de invases urbanas.

    Resposta comentadaO protesto dos dois povos indgenas do Cerrado lana luz sobre oconflito de interesses em uma das regies em que o agronegciomais avana no Brasil. O avano da fronteira agrcola, tanto noCentro-Oeste como no Norte, alm de ameaar os biomas, pres-siona tambm os territrios das populaes indgenas. Extensasreas do Cerrado tm cedido espao principalmente ao cultivo decana-de-acar e soja, cuja alta demanda no mercado internacional

    torna-as extremamente lucrativas.

    Questo 15

    No dia 28 de fevereiro de 1985, era inaugurada aEstrada de Ferro Carajs, pertencente e diretamenteoperada pela Companhia Vale do Rio Doce (CVRD),na regio Norte do pas, ligando o interior ao principalporto da regio, em So Lus. Por seus, aproximada-mente, 900 quilmetros de linha, passam, hoje, 5 353vages e 100 locomotivas.

    Disponvel em: http://www.transportes.gov.br.Acesso em: 27 jul. 2010 (adaptado).

    a)

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    A ferrovia em questo de extrema importncia para alogstica do setor primrio da economia brasileira, emespecial para pores dos estados do Par e Maranho.Um argumento que destaca a importncia estratgica

    dessa poro do territrio a

    a) produo de energia para as principais reas indus-triais do pas.

    b) produo sustentvel de recursos minerais no me-tlicos.

    c) capacidade de produo de minerais metlicos.d) logstica de importao de matrias-primas indus-

    triais.e) produo de recursos minerais energticos.

    Resposta comentadaOs estados do Maranho e do Par constituem uma das maioresregies de extrao de minrios do pas, representando mais de 50%de toda a produo de minrios metlicos do Brasil. A Estrada deFerro Carajs fundamental para o escoamento da produo at oporto, de onde o mineral exportado.

    Questo 16

    O Imprio Inca, que corresponde principalmente aosterritrios da Bolvia e do Peru, chegou a englobarenorme contingente populacional. Cuzco, a cidade sa-grada, era o centro administrativo, com uma sociedadefortemente estratificada e composta por imperadores,nobres, sacerdotes, funcionrios do governo, artesos,camponeses, escravos e soldados. A religio contavacom vrios deuses, e a base da economia era a agri-cultura, principalmente o cultivo da batata e do milho.

    A principal caracterstica da sociedade inca era a

    a) ditadura teocrtica, que igualava a todos.b) existncia da igualdade social e da coletivizao

    da terra.c) estrutura social desigual compensada pela coletivi-

    zao de todos os bens.d) existncia de mobilidade social, o que levou com-

    posio da elite pelo mrito.e) impossibilidade de se mudar de extrato social e a

    existncia de uma aristocracia hereditria.

    Resposta comentadaA imobilidade social e a aristocracia hereditria so aspectos predominan-tes da sociedade inca. A posio social era determinada pelo nascimento

    e os estratos sociais bastante rgidos; os cargos ligados s funes admi-nistrativas e guerreiras eram restritos aristocracia ligada ao imperador.

    c)

    e)

    Questo 17

    Os vestgios dos povos Tupi-guarani encontram-se desdeas Misses e o rio da Prata, ao sul, at o Nordeste, comalgumas ocorrncias ainda mal conhecidas no sul daAmaznia. A leste, ocupavam toda a faixa litornea,desde o Rio Grande do Sul at o Maranho. A oeste,aparecem (no rio da Prata) no Paraguai e nas terras bai-xas da Bolvia. Evitam as terras inundveis do Pantanale marcam sua presena discretamente nos cerrados doBrasil central. De fato, ocuparam, de preferncia, asregies de floresta tropical e subtropical.

    PROUS, A. O Brasil antes dos brasileiros. Rio de Janeiro: JorgeZahar Editor, 2005.

    Os povos indgenas citados possuam tradies culturais

    especficas que os distinguiam de outras sociedades in-dgenas e dos colonizadores europeus. Entre as tradiestupi-guarani, destacava-se

    a) a organizao em aldeias politicamente independen-tes, dirigidas por um chefe, eleito pelos indivduosmais velhos da tribo.

    b) a ritualizao da guerra entre as tribos e o cartersemissedentrio de sua organizao social.

    c) a conquista de terras mediante operaes militares,o que permitiu seu domnio sobre vasto territrio.

    d) o carter pastoril de sua economia, que prescindiada agricultura para investir na criao de animais.

    e) o desprezo pelos rituais antropofgicos praticadosem outras sociedades indgenas.

    Resposta comentadaAs tribos tupis-guaranis distinguiam-se pela prtica rudimentar daagricultura em conjunto com atividades de caa, pesca e coleta devegetais e matrias-primas, caracterizando o semissedentarismo. OsTupi-Guarani praticavam rituais antropofgicos com o objetivo deincorporar a coragem dos guerreiros das tribos vencidas.

    Questo 18

    A usina hidreltrica de Belo Monte ser construda norio Xingu, no municpio de Vitria de Xingu, no Par.A usina ser a terceira maior do mundo e a maiortotalmente brasileira, com capacidade de 11,2 mil me-gawatts. Os ndios do Xingu tomam a paisagem comseus cocares, arcos e flechas. Em Altamira, no Par,agricultores fecharam estradas de uma regio que serinundada pelas guas da usina.BACOCCINA, D.; QUEIROZ, G.; BORGES, R. Fim do leilo, comeoda confuso. Isto Dinheiro. Ano 13, n. 655, 28 abr. 2010 (adaptado).

    b)

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    Os impasses, resistncias e desafios associados constru-o da Usina Hidreltrica de Belo Monte esto relacionados

    a) ao potencial hidreltrico dos rios no norte e nordestequando comparados s bacias hidrogrficas dasregies Sul, Sudeste e Centro-Oeste do pas.

    b) necessidade de equilibrar e compatibilizar o in-vestimento no crescimento do pas com os esforospara a conservao ambiental.

    c) grande quantidade de recursos disponveis para asobras e escassez dos recursos direcionados para opagamento pela desapropriao das terras.

    d) ao direito histrico dos indgenas posse dessasterras e ausncia de reconhecimento desse direitopor parte das empreiteiras.

    e) ao aproveitamento da mo de obra especializadadisponvel na regio Norte e o interesse das constru-toras na vinda de profissionais do Sudeste do pas.

    Resposta comentadaA regio de construo da usina de Belo Monte , h mais de 20anos, objeto de disputa judicial, pelo fato de a rea de inundaoatingir terras indgenas, fazendas e reas de proteo ambiental. Pelosinteresses conflitantes envolvidos, a instalao de Belo Monte de-monstra a necessidade de equacionar obras de infraestrutura neces-srias ao crescimento do pas e esforos de preservao ambiental.

    Questo 19

    Os tropeiros foram figuras decisivas na formao de vilare-jos e cidades do Brasil colonial. A palavra tropeiro vem detropa que, no passado, se referia ao conjunto de homensque transportava gado e mercadoria. Por volta do sculoXVIII, muita coisa era levada de um lugar a outro no lom-bo de mulas. O tropeirismo acabou associado atividademineradora, cujo auge foi a explorao de ouro em MinasGerais e, mais tarde, em Gois. A extrao de pedras pre-

    ciosas tambm atraiu grandes contingentes populacionaispara as novas reas e, por isso, era cada vez mais necess-rio dispor de alimentos e produtos bsicos. A alimentaodos tropeiros era constituda por toucinho, feijo preto,farinha, pimenta-do-reino, caf, fub e coit (um molhode vinagre com fruto custico espremido). Nos pousos, ostropeiros comiam feijo quase sem molho com pedaosde carne de sol e toucinho, que era servido com farofa ecouve picada. O feijo tropeiro um dos pratos tpicos dacozinha mineira e recebe esse nome porque era preparadopelos cozinheiros das tropas que conduziam o gado.

    Disponvel em: http://www.tribunadoplanalto.com.br.Acesso em: 27 nov. 2008.

    )

    A criao do feijo tropeiro na culinria brasileira estrelacionada

    a) atividade comercial exercida pelos homens quetrabalhavam nas minas.

    b) atividade culinria exercida pelos moradores cozi-nheiros que viviam nas regies das minas.

    c) atividade mercantil exercida pelos homens quetransportavam gado e mercadoria.

    d) atividade agropecuria exercida pelos tropeiros quenecessitavam dispor de alimentos.

    e) atividade mineradora exercida pelos tropeiros noauge da explorao do ouro.

    Resposta comentadaOs tropeiros eram assim chamados por realizar sua atividade uti-lizando tropas de animais transportando gado e mercadorias. Essaatividade foi impulsionada principalmente pela descoberta das re-gies mineradoras no interior do Brasil, as quais precisavam serabastecidas. Em virtude das longas viagens, os tropeiros consumiamalimentos que fossem pouco perecveis e muito nutritivos, da acriao de um feijo preparado com farinha, carne de sol, toucinhoe condimentos.

    Questo 20

    I Para consolidar-se como governo, a Repblicaprecisava eliminar as arestas, conciliar-se com o pas-sado monarquista, incorporar distintas vertentes dorepublicanismo. Tiradentes no deveria ser visto comoheri republicano radical, mas sim como heri cvico--religioso, como mrtir, integrador, portador da imagemdo povo inteiro.

    CARVALHO, J. M. C. Aformao das almas: O imaginrio daRepblica no Brasil. So Paulo: Companhia das Letras, 1990.

    I Ei-lo, o gigante da praa,/ O Cristo da multido! Tiradentes quem passa / Deixem passar o Tito.

    ALVES, C. Gonzaga ou a revoluo de Minas. In: CARVALHO.J. M. C. A formao das almas: O imaginrio da Repblica no

    Brasil. So Paulo: Companhia das Letras, 1990.

    A 1 Repblica brasileira, nos seus primrdios, preci-sava constituir uma figura heroica capaz de congregardiferenas e sustentar simbolicamente o novo regime.Optando pela figura de Tiradentes, deixou de ladofiguras como Frei Caneca ou Bento Gonalves. A trans-formao do inconfidente em heri nacional evidenciaque o esforo de construo de um simbolismo porparte da Repblica estava relacionado

    a) ao carter nacionalista e republicano da Inconfidncia,evidenciado nas ideias e na atuao de Tiradentes.

    c)

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    b) identificao da Conjurao Mineira como o mo-vimento precursor do positivismo brasileiro.

    c) ao fato de a proclamao da Repblica ter sido ummovimento de poucas razes populares, que preci-

    sava de legitimao.d) semelhana fsica entre Tiradentes e Jesus, que pro-

    porcionaria, a um povo catlico como o brasileiro,uma fcil identificao.

    e) ao fato de Frei Caneca e Bento Gonalves terem lideradomovimentos separatistas no Nordeste e no Sul do pas.

    Resposta comentadaA ideia de construo do mito, do heri nacional encarnado porfim na figura de Tiradentes , originou-se justamente do fato de aproclamao da Repblica ter sido um movimento sem participa-

    o popular. O resgate da imagem do inconfidente foi um esforode personificao dos ideais republicanos, embora a InconfidnciaMineira tenha se caracterizado principalmente por uma orientaomais regionalista que nacionalista.

    Questo 21

    Negro, filho de escrava e fidalgo portugus, o baianoLuiz Gama fez da lei e das letras suas armas na lutapela liberdade. Foi vendido ilegalmente como escravopelo seu pai para cobrir dvidas de jogo. Sabendo ler eescrever, aos 18 anos de idade conseguiu provas de que

    havia nascido livre. Autodidata, advogado sem diploma,fez do direito o seu ofcio e transformou-se, em poucotempo, em proeminente advogado da causa abolicionista.

    AZEVEDO, E. O Orfeu de carapinha. In: Revista de Histria.Ano 1,n 3. Rio de Janeiro: Biblioteca Nacional, jan. 2004 (adaptado).

    A conquista da liberdade pelos afro-brasileiros na se-gunda metade do sc. XIX foi resultado de importanteslutas sociais condicionadas historicamente. A biografiade Luiz Gama exemplifica a

    a) impossibilidade de ascenso social do negro forro em

    uma sociedade escravocrata, mesmo sendo alfabetizado.b) extrema dificuldade de projeo dos intelectuais

    negros nesse contexto e a utilizao do Direito comocanal de luta pela liberdade.

    c) rigidez de uma sociedade, assentada na escravido,que inviabilizava os mecanismos de ascenso social.

    d) possibilidade de ascenso social, viabilizada peloapoio das elites dominantes, a um mestio filho depai portugus.

    e) troca de favores entre um representante negro e a

    elite agrria escravista que outorgara o direito ad-vocatcio ao mesmo.

    c)

    b)

    Resposta comentadaA biografia de Luiz Gama demonstra a possibilidade de ascensosocial do negro alforriado. Ascenso que, no entanto, foi resultadode um grande talento em luta contra o meio circundante. Para essa

    luta, Gama valeu-se tambm do Direito como arma.

    Questo 22

    Substitui-se ento uma histria crtica, profunda, poruma crnica de detalhes onde o patriotismo e a bravurados nossos soldados encobrem a vilania dos motivosque levaram a Inglaterra a armar brasileiros e argentinospara a destruio da mais gloriosa repblica que j seviu na Amrica Latina, a do Paraguai.

    CHIAVENATTO, J. J. Genocdio americano: A Guerra do Para-

    guai.So Paulo: Brasiliense, 1979 (adaptado).

    O imperialismo ingls, destruindo o Paraguai, mantm ostatus quo na Amrica Meridional, impedindo a ascenso doseu nico Estado economicamente livre. Essa teoria cons-piratria vai contra a realidade dos fatos e no tem provasdocumentais. Contudo essa teoria tem alguma repercusso.

    DORATIOTO, F. Maldita guerra: nova histria daGuerra do Paraguai.So Paulo: Cia. das Letras, 2002 (adaptado).

    Uma leitura dessas narrativas divergentes demonstraque ambas esto refletindo sobre

    a) a carncia de fontes para a pesquisa sobre os reaismotivos dessa Guerra.

    b) o carter positivista das diferentes verses sobre essaGuerra.

    c) o resultado das intervenes britnicas nos cenriosde batalha.

    d) a dificuldade de elaborar explicaes convincentessobre os motivos dessa Guerra.

    e) o nvel de crueldade das aes do exrcito brasileiroe argentino durante o conflito.

    Resposta comentadaO fato de os dois textos apresentarem vises opostas sobre o papel daInglaterra na Guerra do Paraguai demonstra que o conflito suscitoudiferentes interpretaes. Grosso modo, destacaram-se uma inter-pretao crtica que apontava os interesses ingleses como o principalmotivador do conflito e uma viso historiogrfica que, baseada emdocumentos e dados econmicos, questionava essa explicao.

    Questo 23

    Quem construiu a Tebas de sete portas?

    Nos livros esto nomes de reis.Arrastaram eles os blocos de pedra?

    d)

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    Cincias Humanas e suas Tecnologias

    22 Enem Comentado

    E a Babilnia vrias vezes destruda. Quem a reconstruiutantas vezes?Em que casas da Lima dourada moravam os construtores?Para onde foram os pedreiros, na noite em que a Mu-

    ralha da China ficou pronta?A grande Roma est cheia de arcos do triunfo.Quem os ergueu? Sobre quem triunfaram os csares?

    BRECHT, B. Perguntas de um trabalhador que l. Disponvel em:http://recantodasletras.uol.com.br. Acesso em: 28 abr. 2010.

    Partindo das reflexes de um trabalhador que l umlivro de Histria, o autor censura a memria construdasobre determinados monumentos e acontecimentoshistricos. A crtica refere-se ao fato de que

    a) os agentes histricos de uma determinada sociedade

    deveriam ser aqueles que realizaram feitos heroicosou grandiosos e, por isso, ficaram na memria.

    b) a Histria deveria se preocupar em memorizar osnomes de reis ou dos governantes das civilizaesque se desenvolveram ao longo do tempo.

    c) grandes monumentos histricos foram constru-dos por trabalhadores, mas sua memria estvinculada aos governantes das sociedades que osconstruram.

    d) os trabalhadores consideram que a Histria uma

    cincia de difcil compreenso, pois trata de socie-dades antigas e distantes no tempo.e) as civilizaes citadas no texto, embora muito

    importantes, permanecem sem terem sido alvos depesquisas histricas.

    Resposta comentadaA crtica de B. Brecht se dirige valorizao de feitos histricospor imperadores, reis e lderes, considerados heris s vezes, emdetrimento da valorizao dos trabalhadores braais.

    Questo 24As runas do povoado de Canudos, no serto norte daBahia, alm de significativas para a identidade cultural,dessa regio, so teis s investigaes sobre a Guerrade Canudos e o modo de vida dos antigos revoltosos.

    Essas runas foram reconhecidas como patrimnio cultu-ral material pelo Iphan (Instituto do Patrimnio Histricoe Artstico Nacional) porque renem um conjunto de

    a) objetos arqueolgicos e paisagsticos.

    b) acervos museolgicos e bibliogrficos.c) ncleos urbanos e etnogrficos.

    c)

    a)

    d) prticas e representaes de uma sociedade.e) expresses e tcnicas de uma sociedade extinta.

    Resposta comentada

    O Iphan tem o papel de preservar elementos fomentadores da identidadenacional brasileira, da ter reconhecido como patrimnio cultural obje-tos arqueolgicos e paisagsticos pertencentes ao povoado de Canudos.

    Questo 25

    Em 2008 foram comemorados os 200 anos da mudanada famlia real portuguesa para o Brasil, onde foi instalada asede do reino. Uma sequncia de eventos importantes ocor-reu no perodo 1808-1821, durante os 13 anos em que D.

    Joo VI e a famlia real portuguesa permaneceram no Brasil.

    Entre esses eventos, destacam-se os seguintes:

    Bahia 1808: Parada do navio que trazia a famlia realportuguesa para o Brasil, sob a proteo da marinhabritnica, fugindo de um possvel ataque de Napoleo.

    Rio de Janeiro 1808: desembarque da famlia realportuguesa na cidade onde residiriam durante suapermanncia no Brasil.

    Salvador 1810: D. Joo VI assina a carta rgia deabertura dos portos ao comrcio de todas as naes

    amigas, ato antecipadamente negociado com a Ingla-terra em troca da escolta dada esquadra portuguesa.

    Rio de Janeiro 1816: D. Joo VI torna-se rei do Brasile de Portugal, devido morte de sua me, D. Maria I.

    Pernambuco 1817: As tropas de D. Joo VI sufocama revoluo republicana.

    GOMES, L. 1808: como uma rainha louca, um prncipe medroso euma corte corrupta enganaram Napoleo e mudaram a histria de

    Portugal e do Brasil.So Paulo: Editora Planeta, 2007 (adaptado).

    Uma das consequncias desses eventos foia) a decadncia do imprio britnico, em razo do

    contrabando de produtos ingleses atravs dos portosbrasileiros.

    b) o fim do comrcio de escravos no Brasil, porque aInglaterra decretara, em 1806, a proibio do trficode escravos em seus domnios.

    c) a conquista da regio do rio da Prata em represlia aliana entre a Espanha e a Frana de Napoleo.

    d) a abertura de estradas, que permitiu o rompimento

    do isolamento que vigorava entre as provncias dopas, o que dificultava a comunicao antes de 1808.

    c)

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    e) o grande desenvolvimento econmico de Portugal aps avinda de D. Joo VI para o Brasil, uma vez que cessaramas despesas de manuteno do rei e de sua famlia.

    Resposta comentadaA alternativa cconfirma um acontecimento relevante para o Perodo

    Joanino: a anexao da Provncia Cisplatina (atual Uruguai), entocolnia espanhola, aos domnios territoriais portugueses. Essa anexa-o seria o primeiro passo para conquistar a regio do rio da Prata, oque motivou inclusive o casamento de D. Joo com Carlota Joaquina(herdeira do Vice-Reino do Prata).

    Questo 26

    O artigo 402 do Cdigo penal Brasileiro de 1890 dizia:Fazer nas ruas e praas pblicas exerccios de agilidade

    e destreza corporal, conhecidos pela denominaode capoeiragem: andar em correrias, com armas ouinstrumentos capazes de produzir uma leso corporal,provocando tumulto ou desordens.Pena: Priso de dois a seis meses.

    SOARES, C. E. L.ANegregada instituio: os capoeiras no Riode Janeiro: 1850-1890. Rio de Janeiro: Secretaria Municipal de

    Cultura, 1994 (adaptado).

    O artigo do primeiro Cdigo Penal Republicano natura-liza medidas socialmente excludentes. Nesse contexto,tal regulamento expressava

    a) a manuteno de parte da legislao do Imprio comvistas ao controle da criminalidade urbana.

    b) a defesa do retorno do cativeiro e escravido pelosprimeiros governos do perodo republicano.

    c) o carter disciplinador de uma sociedade industrializada,desejosa de um equilbrio entre progresso e civilizao.

    d) a criminalizao de prticas culturais e a persistnciade valores que vinculavam certos grupos ao passado deescravido.

    e) o poder do regime escravista, que mantinha os negroscomo categoria social inferior, discriminada e segregada.

    Resposta comentadaO artigo do Cdigo Penal revela influncia do contexto histrico daabolio da escravido, da ainda ser carregado de elementos racistas,posto que a ruptura com elementos escravagistas de uma sociedadedemanda um processo de transies econmicas, polticas e culturais.

    Questo 27

    A poltica foi, inicialmente, a arte de impedir as pessoas

    de se ocuparem do que lhes diz respeito. Posterior-mente, passou a ser a arte de compelir as pessoas a

    )

    decidirem sobre aquilo de que nada entendem.VALRY, P. Cadernos. Apud BENEVIDES, M. V. M. A cidadania

    ativa.So Paulo: tica, 1996.

    Nessa definio, o autor entende que a histria da poltica

    est dividida em dois momentos principais: um primeiro,marcado pelo autoritarismo excludente, e um segundo,caracterizado por uma democracia incompleta.

    Considerando o texto, qual o elemento comum a essesdois momentos da histria poltica?

    a) A distribuio equilibrada do poder.b) O impedimento da participao popular.c) O controle das decises por uma minoria.d) A valorizao das opinies mais competentes.e) A sistematizao dos processos decisrios.

    Resposta comentadaA alternativa capresenta o elemento comum aos dois momentosda histria poltica apresentados no texto de P. Valry. No primeiromomento, o processo poltico restrito a uma minoria por meio daexcluso da parcela majoritria dos homens; j no momento seguin-te, as decises polticas partem de uma minoria que supostamenterepresenta o conjunto da sociedade.

    Questo 28

    O prncipe, portanto, no deve se incomodar com a re-

    putao de cruel, se seu propsito manter o povo unidoe leal. De fato, com uns poucos exemplos duros poderser mais clemente do que outros que, por muita piedade,permitem os distrbios que levem ao assassnio e ao roubo.

    MAQUIAVEL, N. O Prncipe. So Paulo: Martin Claret, 2009.

    No sculo XVI, Maquiavel escreveu O Prncipe, reflexosobre a Monarquia e a funo do governante.

    A manuteno da ordem social, segundo esse autor,baseava-se na

    a) inrcia do julgamento de crimes polmicos.b) bondade em relao ao comportamento dos mer-cenrios.

    c) compaixo quanto condenao de transgressesreligiosas.

    d) neutralidade diante da condenao dos servos.e) convenincia entre o poder tirnico e a moral do

    prncipe.

    Resposta comentadaA alternativa econdiz com a obra de Maquiavel, O prncipe, que teoriza

    o poder absolutista, tanto no que diz respeito sua governabilidadequanto sua moral, a qual no se orienta mais pelos valores tradicionais.

    c)

    e)

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    Questo 29

    Eu, o Prncipe Regente, fao saber aos que o presenteAlvar virem: que desejando promover e adiantar a

    riqueza nacional, e sendo um dos mananciais dela asmanufaturas e a indstria, sou servido abolir e revogartoda e qualquer proibio que haja a este respeito noEstado do Brasil.

    Alvar de liberdade para as indstrias (1 de Abril de 1808).In Bonavides, P.; Amaral, R. Textos polticos da Histria do

    Brasil.Vol. 1. Braslia: Senado Federal, 2002 (adaptado).

    O projeto industrializante de D. Joo, conforme expressono alvar, no se concretizou. Que caractersticas desseperodo explicam esse fato?

    a) A ocupao de Portugal pelas tropas francesas e o

    fechamento das manufaturas portuguesas.b) A dependncia portuguesa da Inglaterra e o predo-

    mnio industrial ingls sobre suas redes de comrcio.c) A desconfiana da burguesia industrial colonial

    diante da chegada da famlia real portuguesa.d) O confronto entre a Frana e a Inglaterra e a posio

    dbia assumida por Portugal no comrcio internacional.e) O atraso industrial da colnia provocado pela perda

    de mercados para as indstrias portuguesas.

    Resposta comentadaO Perodo Joanino no Brasil foi caracterizado pela dependnciaeconmica de Portugal em relao Inglaterra e pela prepondernciainglesa quanto a tecnologias e redes comerciais. Essa situao, soma-da falta de capitais, inibiu o desenvolvimento industrial do Brasil.

    Questo 30

    Pecado nefando era expresso correntemente uti-lizada pelos inquisidores para a sodomia. Nefandus:o que no pode ser dito. A Assembleia de clrigos

    reunida em Salvador, em 1707, considerou a sodomiato pssimo e horrendo crime, to contrrio lei danatureza, que era indigno de ser nomeado e, por issomesmo, nefando.

    NOVAIS, F.; MELLO E SOUZA, L. Histria da Vida Privada noBrasil.V. 1. So Paulo: Companhia das Letras, 1997 (adaptado).

    O nmero de homossexuais assassinados no Brasil bateuo recorde histrico em 2009. De acordo com o RelatrioAnual de Assassinato de Homossexuais (LGBT Lsbicas,Gays, Bissexuais e Travestis), nesse ano foram registrados195 mortos por motivao homofbica no Pas.

    Disponvel em: www.alemdanoticia.com.br/ultimas_noticias.php?codnoticia=3871. Acesso em: 29 abr. 2010 (adaptado).

    b)

    A homofobia a rejeio e menosprezo orientaosexual do outro e, muitas vezes, expressa-se sob a formade comportamentos violentos. Os textos indicam queas condenaes pblicas, perseguies e assassinatos

    de homossexuais no pas esto associadas

    a) baixa representatividade poltica de grupos orga-nizados que defendem os direitos de cidadania doshomossexuais.

    b) falncia da democracia no pas, que torna impe-ditiva a divulgao de estatsticas relacionadas violncia contra homossexuais.

    c) Constituio de 1988, que exclui do tecido socialos homossexuais, alm de impedi-los de exercer seusdireitos polticos.

    d) a um passado histrico marcado pela demonizaodo corpo e por formas recorrentes de tabus e into-lerncia.

    e) a uma poltica eugnica desenvolvida pelo Estado,justificada a partir dos posicionamentos de correntesfilosfico-cientficas.

    Resposta comentadaA homofobia tem profundas razes histricas e culturais, envolvendoaspectos morais, religiosos e comportamentais. No entanto, nota-seatualmente no Brasil um processo de consolidao da democracia,

    que possibilita a emergncia de grupos polticos representativos dosdireitos de cidadania homossexuais.

    Questo 31

    Aps a abdicao de D. Pedro I, o Brasil atravessou umperodo marcado por inmeras crises: as diversas foraspolticas lutavam pelo poder e as reivindicaes popula-res eram por melhores condies de vida e pelo direitode participao na vida poltica do pas. Os conflitosrepresentavam tambm o protesto contra a centralizao

    do governo. Nesse perodo, ocorreu tambm a expansoda cultura cafeeira e o surgimento do poderoso grupodos bares do caf, para o qual era fundamental amanuteno da escravido e do trfico negreiro.

    O contexto do Perodo Regencial foi marcado

    a) por revoltas populares que reclamavam a volta damonarquia.

    b) por vrias crises e pela submisso das foras polticasao poder central.

    c) pela luta entre os principais grupos polticos quereivindicavam melhores condies de vida.

    d)

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    d) pelo governo dos chamados regentes, que promo-veram a ascenso social dos bares do caf.

    e) pela convulso poltica e por novas realidades eco-nmicas que exigiam o reforo de velhas realidades

    sociais.

    Resposta comentadaNo campo poltico e social, o Perodo Regencial assistiu a vriasrevoltas, como Cabanagem, Balaiada e Farroupilha; j no campoeconmico, ocorreu a ascenso do cultivo do caf, que necessitavada manuteno da mo de obra escrava.

    Questo 32

    De maro de 1931 a fevereiro de 1940, foram decre-

    tadas mais de 150 leis novas de proteo social e deregulamentao do trabalho em todos os seus setores.Todas elas tm sido simplesmente uma ddiva do go-verno. Desde a, o trabalhador brasileiro encontra nosquadros gerais do regime o seu verdadeiro lugar.

    DANTAS, M. A fora nacionalizadora do Estado Novo. Rio de Ja-neiro: DIP, 1942. Apud BERCITO, S. R. Nos tempos de Getlio: da

    revoluo de 30 ao fim do Estado Novo.So Paulo: Atual, 1990.

    A adoo de novas polticas pblicas e as mudanasjurdico-institucionais ocorridas no Brasil, com aascenso de Getlio Vargas ao poder, evidenciam o

    papel histrico de certas lideranas e a importnciadas lutas sociais na conquista da cidadania. Desseprocesso resultou a

    a) criao do Ministrio do Trabalho, Indstria e Co-mrcio, que garantiu ao operariado autonomia parao exerccio de atividades sindicais.

    b) legislao previdenciria, que proibiu migrantes deocuparem cargos de direo nos sindicatos.

    c) criao da Justia do Trabalho, para coibir ideologiasconsideradas perturbadoras da harmonia social.

    d) legislao trabalhista que atendeu reivindicaes dosoperrios, garantido-lhes vrios direitos e formas deproteo.

    e) decretao da Consolidao das Leis do Trabalho(CLT), que impediu o controle estatal sobre as ativi-dades polticas da classe operria.

    Resposta comentadaA ascenso de Getlio Vargas ao poder marcou uma transformaonas leis que regiam o trabalho no Brasil. A nova legislao trabalhistaatendia a antigas reivindicaes das classes trabalhadoras, por um

    lado, mas tambm se caracterizava por retrocessos, como a subor-dinao das atividades sindicais ao controle do Estado.

    e)

    )

    Questo 33

    No difcil entender o que ocorreu no Brasil nos anosimediatamente anteriores ao golpe militar de 1964. Adiminuio da oferta de empregos e a desvalorizaodos salrios, provocadas pela inflao, levaram a umaintensa mobilizao poltica popular, marcada porsucessivas ondas grevistas de vrias categorias profis-sionais, o que aprofundou as tenses sociais. Dessavez, as classes trabalhadoras se recusaram a pagar opato pelas sobras do modelo econmico juscelinista.

    MENDONA, S. R. A Industrializao Brasileira. So Paulo:Moderna, 2002 (adaptado).

    Segundo o texto, os conflitos sociais ocorridos no inciodos anos 1960 decorreram principalmente

    a) da manipulao poltica empreendida pelo governoJoo Goulart.

    b) das contradies econmicas do modelo desenvol-vimentista.

    c) do poder poltico adquirido pelos sindicatos populistas.d) da desmobilizao das classes dominantes frente ao

    avano das greves.e) da recusa dos sindicatos em aceitar mudanas na

    legislao trabalhista.

    Resposta comentadaUma das heranas negativas do modelo desenvolvimentista do gover-no JK (1956-1961) foi a inflao; as greves que marcaram o governoJango (1961-1964) foram consequncia direta da insatisfao com adesvalorizao dos salrios. Os conflitos sociais ocorridos no inciodos anos 1960 decorreram tambm da desarticulao poltica dogoverno Jango, da perda de poder poltico dos sindicatos populistas eda mobilizao das classes dominantes frente ao avano das greves.

    Questo 34

    A lei no nasce da natureza, junto das fontes frequentadas

    pelos primeiros pastores: a lei nasce das batalhas reais, dasvitrias, dos massacres, das conquistas que tm sua data eseus heris de horror: a lei nasce das cidades incendiadas,das terras devastadas; ela nasce com os famosos inocentesque agonizam no dia que est amanhecendo.

    FOUCAULT, M. Aula de 14 de janeiro de 1976. In: Em defesa dasociedade.So Paulo: Martins Fontes, 1999.

    O filsofo Michel Foucault (sc. XX) inova ao pensara poltica e a lei em relao ao poder e organizaosocial. Com base na reflexo de Foucault, a finalidadedas leis na organizao das sociedades modernas

    a) combater aes violentas na guerra entre as naes.

    b)

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    b) coagir e servir para refrear a agressividade humana.c) criar limites entre a guerra e a paz praticadas entre

    os indivduos de uma mesma nao.d) estabelecer princpios ticos que regulamentam as

    aes blicas entre pases inimigos.e) organizar as relaes de poder na sociedade e entre

    os Estados.

    Resposta comentadaAo afirmar que as leis surgem para organizar as relaes de poder nasociedade e entre os Estados, Michel Foucault contraria os iluminis-tas. Isso porque defende que a lei no nasce da natureza, e sim delutas, batalhas, guerras, conquistas, massacres e suas consequncias.Para o filsofo francs, a lei expressa, portanto, esse jogo de forasentre os poderes na sociedade.

    Questo 35

    Em nosso pas queremos substituir o egosmo pelamoral, a honra pela probidade, os usos pelos prin-cpios, as convenincias pelos deveres, a tirania damoda pelo imprio da razo, o desprezo desgraapelo desprezo ao vcio, a insolncia pelo orgulho, avaidade pela grandeza de alma, o amor ao dinheiropelo amor glria, a boa companhia pelas boaspessoas, a intriga pelo mrito, o espirituoso pelognio, o brilho pela verdade, o tdio da volpia peloencanto da felicidade, a mesquinharia dos grandespela grandeza do homem.

    HUNT, L. Revoluo Francesa e Vida Privada. in: PERROT, M.(Org.). Histria da Vida Privada: da Revoluo Francesa PrimeiraGuerra.Vol. 4. So Paulo: Companhia das Letras, 1991 (adaptado).

    O discurso de Robespierre, de 5 de fevereiro de 1794,do qual o trecho transcrito parte, relaciona-se a qualdos grupos poltico-sociais envolvidos na RevoluoFrancesa?

    a) alta burguesia, que desejava participar do poder

    legislativo francs como fora poltica dominante.b) Ao clero francs, que desejava justia social e era

    ligado alta burguesia.c) A militares oriundos da pequena e mdia burguesia,

    que derrotaram as potncias rivais e queriam reor-ganizar a Frana internamente.

    d) nobreza esclarecida, que, em funo do seucontato, com os intelectuais iluministas, desejavaextinguir o absolutismo francs.

    e) Aos representantes da pequena e mdia burguesia e

    das camadas populares, que desejavam justia sociale direitos polticos.

    e)

    e)

    Resposta comentadaO discurso de Robespierre relaciona-se aos representantes da pe-quena e mdia burguesia e das camadas popular. Esse grupo passoua ser conhecido como jacobinos e assumiu o poder durante a fasepopular da Revoluo Francesa, sob a liderana de Robespierre. Otrecho do discurso sintetiza algumas das crticas dos jacobinos aosvalores professados pela nobreza cortes ou de toga, bem como pelaalta burguesia francesa s vsperas da revoluo.

    Questo 36

    A poluio e outras ofensas ambientais ainda no tinhamesse nome, mas j eram largamente notadas no sculo XIX,nas grandes cidades inglesas e continentais. E a prpriachegada ao campo das estradas de ferro suscitou protes-

    tos. A reao antimaquinista, protagonizada pelos diversosluddismos, antecipa a batalha atual dos ambientalistas. Esseera, ento, o combate social contra os miasmas urbanos.

    SANTOS, M. A natureza do espao: tcnica e tempo, razo eemoo. So Paulo: EDUSP, 2002 (adaptado).

    O crescente desenvolvimento tcnico-produtivo im-pe modificaes na paisagem e nos objetos culturaisvivenciados pelas sociedades. De acordo com o texto,pode-se dizer que tais movimentos sociais emergirame se expressaram por meio

    a) das ideologias conservacionistas, com milhares deadeptos no meio urbano.

    b) das polticas governamentais de preservao dosobjetos naturais e culturais.

    c) das teorias sobre a necessidade de harmonizaoentre tcnica e natureza.

    d) dos boicotes aos produtos das empresas exploradorase poluentes.

    e) da contestao degradao do trabalho, das tra-dies e da natureza.

    Resposta comentadaDe acordo com o texto, a prpria chegada ao campo das estradasde ferro suscitou protestos, sendo esses o combate social contra osmiasmas urbanos. A chegada da modernidade ao campo, os impactosambientais e a degradao do trabalho e das tradies tm suscita-do contestao de movimentos sociais desde o sculo XIX (com osdiversos luddismos) at os nossos tempos, com os ambientalistas.

    Questo 37

    Os meios de comunicao funcionam como um elo entre

    os diferentes segmentos de uma sociedade. Nas ltimasdcadas, acompanhamos a insero de um novo meio de

    e)

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    comunicao que supera em muito outros j existentes,visto que pode contribuir para a democratizao da vidasocial e poltica da sociedade medida que possibilitaa instituio de mecanismos eletrnicos para a efetiva

    participao poltica e disseminao de informaes.

    Constitui o exemplo mais expressivo desse novo con-junto de redes informacionais a

    a) Internet.b) fibra tica.c) TV digital.d) telefonia mvel.e) portabilidade telefnica.

    Resposta comentadaO sistema de redes de comunicao pode ser compreendido comouma inter-relao entre pases, estados, regies ou pessoas. Quantomaior o nmero de conexes, mais complexa a rede. A internet, quepermite ao usurio conectar-se com o mundo inteiro pelo sistema deredes, apresenta enorme potencial de democratizao da vida sociale poltica da sociedade, sendo uma das expresses da globalizao.

    Questo 38

    OpinioPodem me prenderPodem me baterPodem at deixar-me sem comerQue eu no mudo de opinio.Aqui do morro eu no saio noAqui do morro eu no saio no.

    Se no tem guaEu furo um poo

    Se no tem carneEu compro um osso e ponho na sopa

    E deixa andar, deixa andar...

    Falem de mimQuem quiser falarAqui eu no pago aluguelSe eu morrer amanh seu doutor,Estou pertinho do cu

    Z Ketti. Opinio. Disponvel em: http:/www.mpbnet.com.br.Acesso em: 28 abr. 2010.

    Essa msica fez parte de um importante espetculo

    teatral que estreou no ano de 1964, no Rio de Janeiro.O papel exercido pela Msica Popular Brasileira (MPB)

    a)

    nesse contexto, evidenciado pela letra de msica citada,foi o de

    a) entretenimento para os grupos intelectuais.

    b) valorizao do progresso econmico do pas.c) crtica passividade dos setores populares.d) denncia da situao social e poltica do pas.e) mobilizao dos setores que apoiavam a Ditadura

    Militar.

    Resposta comentadaCom a instaurao do regime militar em 1964, a MPB passa a exercerpapel de crtica represso (visvel nos quatro primeiros versos) e dedenncia situao social do Brasil, no caso da letra de Opinio,um morador de um morro.

    Questo 39

    A chegada da televisoA caixa de pandora tecnolgica penetra nos lares elibera suas cabeas falantes, astros, novelas, noticiriose as fabulosas, irresistveis garotas-propaganda, versesmodernizadas do tradicional homem-sanduche.

    SEVCENKO, N. (Org.). Histria da Vida Privada no Brasil 3. Repbli-ca: da Belle poque Era do Rdio.So Paulo: Cia das Letras, 1998.

    A TV, a partir da dcada de 1950, entrou nos lares

    brasileiros provocando mudanas considerveis noshbitos da populao. Certos episdios da histriabrasileira revelaram que a TV, especialmente comoespao de ao da imprensa, tornou-se tambm ve-culo de utilidade pblica, a favor da democracia, namedida em que

    a) amplificou os discursos nacionalistas e autoritriosdurante o governo Vargas.

    b) revelou para o pas casos de corrupo na esfera

    poltica de vrios governos.c) maquiou indicadores sociais negativos durante asdcadas de 1970 e 1980.

    d) apoiou, no governo Castelo Branco, as iniciativasde fechamento do parlamento.

    e) corroborou a construo de obras faranicas duranteos governos militares.

    Resposta comentadaA questo destaca a contribuio da TV para a democracia no que serefere a apurao e denncia de casos de corrupo nas diferentes es-

    feras de governo, um papel que sem dvida foi desempenhado por essemeio de comunicao principalmente a partir da Nova Repblica (1985).

    d)

    b)

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    Questo 40

    Homens da Inglaterra, por que arar para os senhoresque vos mantm na misria?Por que tecer com esforos e cuidado as ricas roupasque vossos tiranos vestem?Por que alimentar, vestir e poupar do bero at o tmuloesses parasitas ingratos que exploram vosso suor ah,que bebem vosso sangue?

    SHELLEY. Os homens da Inglaterra. Apud HUBERMAN, L.Histria da Riqueza do Homem.Rio de Janeiro: Zahar, 1982.

    A anlise do trecho permite identificar que o poeta ro-mntico Shelley (1792-1822) registrou uma contradionas condies socioeconmicas da nascente classetrabalhadora inglesa durante a Revoluo Industrial. Tal

    contradio est identificada

    a) na pobreza dos empregados, que estava dissociadada riqueza dos patres.

    b) no salrio dos operrios, que era proporcional aosseus esforos nas indstrias.

    c) na burguesia, que tinha seus negcios financiadospelo proletariado.

    d) no trabalho, que era considerado uma garantia deliberdade.

    e) na riqueza, que no era usufruda por aqueles que

    a produziam.

    Resposta comentadaShelley constata a contradio fundamental da Revoluo Industrial:a riqueza produzida dividia-se de forma dramaticamente desigualentre os donos dos meios de produo e os trabalhadores.

    Questo 41

    A tica precisa ser compreendida como um empre-endimento coletivo a ser constantemente retomado e

    rediscutido, porque produto da relao interpessoale social. A tica supe ainda que cada grupo social seorganize sentindo-se responsvel por todos e que criecondies para o exerccio de um pensar e agir aut-nomos. A relao entre tica e poltica tambm umaquesto de educao e luta pela soberania dos povos. necessria uma tica renovada, que se construa a partirda natureza dos valores sociais para organizar tambmuma nova prtica poltica.

    CORDI et al. Para filosofar. So Paulo: Scipione, 2007 (adaptado).

    O Sculo XX teve de repensar a tica para enfrentar novosproblemas oriundos de diferentes crises sociais, conflitos

    e)

    ideolgicos e contradies da realidade. Sob esse enfoquee a partir do texto, a tica pode ser compreendida como

    a) instrumento de garantia da cidadania, porque atravsdela os cidados passam a pensar e agir de acordocom valores coletivos.

    b) mecanismo de criao de direitos humanos, porque da natureza do homem ser tico e virtuoso.

    c) meio para resolver os conflitos sociais no cenrio daglobalizao, pois a partir do entendimento do que efetivamente a tica, a poltica internacional se realiza.

    d) parmetro para assegurar o exerccio poltico pri-mando pelos interesses e ao privada dos cidados.

    e) aceitao de valores universais implcitos numasociedade que busca dimensionar sua vinculao

    outras sociedades.

    Resposta comentadaO texto enfatiza a tica como valor coletivo; a tica baseada nosvalores sociais que fundamenta a prtica poltica. Descarta-se a al-ternativa b, posto que a tica no um valor natural do ser humano,e sim um valor construdo socioculturalmente. A alternativa cpropeuma perspectiva utpica de tica, uma vez que no estabelece basesconcretas para que se materialize. A alternativa dest incorreta aoassociar tica aos interesses privados dos cidados, em detrimentodos interesses coletivos. E, finalmente, contrariando a alternativae, vale salientar que o texto afirma [...] A relao entre tica epoltica tambm uma questo de educao e luta pela soberaniados povos. [...].

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    Judicirio contribuiu com ditadura no Chile,diz Juiz Guzmn Tapia

    As cortes de apelao rejeitaram mais de 10 mil habe-as corpus nos casos das pessoas desaparecidas. Nostribunais militares, todas as causas foram concludascom suspenses temporrias ou definitivas, e os desa-

    parecimentos polticos tiveram apenas trmite formal naJustia. Assim, o Poder Judicirio contribuiu para queos agentes estatais ficassem impunes.

    Disponvel em: http://www.cartamaior.com.br. Acesso em:20 jul. 2010 (adaptado).

    Segundo o texto, durante a ditadura chilena na dcadade 1970, a relao entre os poderes Executivo e Judi-cirio caracterizava-se pela:

    a) preservao da autonomia institucional entre os poderes.b) valorizao da atuao independente de alguns juzes.

    c) manuteno da interferncia jurdica nos atos exe-cutivos.

    a)

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    d) transferncia das funes dos juzes para o chefe deEstado.

    e) subordinao do poder judicirio aos interessespolticos dominantes.

    Resposta comentadaA alternativa edestaca uma caracterstica determinante dos regimespolticos autoritrios: a submisso do Poder Judicirio ao Poder Execu-tivo. A supremacia do Poder Executivo, nesse tipo de regime, tambmse configura pela submisso do Poder Legislativo. Foi o que aconteceuno regime militar chileno (1973-1990) e nas demais ditaduras implan-tadas na Amrica do Sul entre as dcadas de 1960 e 1970.

    Questo 43

    Um banco ingls decidiu cobrar de seus clientes cinco

    libras toda vez que recorressem aos funcionrios de suasagncias. E o motivo disso que, na verdade, no que-rem clientes em suas agncias; o que querem reduzir onmero de agncias, fazendo com que os clientes usemas mquinas automticas em todo o tipo de transaes.Em suma, eles querem se livrar de seus funcionrios.

    HOBSBAWM, E. O novo sculo. So Paulo: Companhia das Le-tras, 2000 (adaptado).

    O exemplo mencionado permite identificar um aspectoda adoo de novas tecnologias na economia capitalista

    contempornea. Um argumento utilizado pelas empre-sas e uma consequncia social de tal aspecto esto em

    a) qualidade total e estabilidade no trabalho.b) pleno emprego e enfraquecimento dos sindicatos.c) diminuio dos custos e insegurana no emprego.d) responsabilidade social e reduo do desemprego.e) maximizao dos lucros e aparecimento de empregos.

    Resposta comentadaUma das caractersticas do capitalismo atual consiste na substituio

    da mo de obra humana por mquinas, com o objetivo de diminuir oscustos para o empregador. Essa tendncia afeta as condies de empregoe parece indicar uma nova face do conflito entre capital e trabalho.

    Questo 44

    QUINO. Toda Mafalda. So Paulo: Martins Fontes, 1991.

    e)

    c)

    Democracia: regime poltico no qual a soberania exercida pelo povo, pertence ao conjunto dos c